Padre Cido deixa direção do O SÃO PAULO
Dom Milton Kenan Júnior é bispo há 4 anos
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Região Episcopal Santana remodela seu site
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Exposição fotográfica mostra papas em Israel
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Semanário da Arquidiocese de São Paulo
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ano 58 | Edição 2984| 3 a 13 de janeiro de 2014
R$ 1,50
www.arquidiocesedesaopaulo.org.br
CEBs discutirá justiça e profecia Representantes das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) de todo o Brasil, da América e do mundo se encontrarão no Crato (CE), de 7 a 11, para o 13º
Intereclesial. Nos intereclesiais, iniciados em 1975, partilhamse experiências de fé e de vida. “Justiça e profecia a serviço da vida” é o tema desse encontro
e os seus participantes irão se misturar aos milhares de romeiros que constantemente vão orar junto à estátua do padre Cícero Romão Batista, o
líder religioso tão venerado pelos nordestinos. O lema do 13º Intereclesial alude a essa veneração ao padre Cicero, mostrando que no Crato se reúnem
“romeiros do Reino no campo e na cidade”. Da cidade de São Paulo seguem, para o Crato, 400 representantes. Página 12 e 13 Luciney Martins/O SÃO PAULO
Durante celebração de envio, realizada em dezembro de 2013, delegados que representarão a Arquidiocese de São Paulo no 13º Intereclesial de CEBs aprofundam o seu conhecimento sobre Juazeiro
Celebrações marcam o Natal O Natal foi solenemente celebrado em toda a Arquidiocese. Merecem destaques as missas presididas por dom Odilo
Pedro Scherer, no dia 20, no Hospital Maternidade Amparo Maternal, e nos dias 24 e 25, na Catedral da Sé. Padre Julio
Lancellotti, vigário do povo da rua, celebrou na Cracolândia, no dia 25 (foto). Páginas 23 e 24 Luciney Martins/O SÃO PAULO
‘Fraternidade é a base da paz’, diz Papa Em sua primeira mensagem para o Dia Mundial da Paz, celebrado em 1º de janeiro, o papa Francisco discorre sobre o tema “Fraternidade, fundamento e caminho para a paz”. Ele acentua que se a paz não for edificada sobre a fraternidade, não terá solidez. Dom Odilo Scherer, na coluna “Encontro com o Pastor” reflete sobre a mensagem. Páginas 3 e 4
Atenção à mulher marginalizada é foco de Pastoral Página 10
Ouvidor das polícias fala ao O SÃO PAULO Durante reunião para falar da “Campanha contra a criminalização dos movimentos sociais” recém-eleito ouvidor das polícias do Estado de São Paulo, Julio Cesar Fernandes, concedeu entrevista ao O SÃO PAULO e falou das questões que envolvem a ouvidoria. Página 9 Luciney Martins/O SÃO PAULO
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Fé e Vida
www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 3 a 13 de janeiro de 2014 Gabirante
frases da semana
O discurso mais comum é o de uma vida melhor. Todas as pessoas têm sonhos, muitos incutidos pelo mundo capitalista, de consumo. Assim, as mulheres querem uma vida melhor, querem estar inseridas na sociedade, mas, muitas vezes, a questão econômica não permite.
Sueli Aparecida da Silva, coordenadora da Pastoral da Mulher Marginalizada
A minha relação com o Juazeiro é a mesma de todo nordestino: o Juazeiro é um lugar sagrado, centro do mundo, terra da Mãe das Dores e do meu “Padim pade Ciço”, é assim que vemos o Juazeiro, tradição que passa de geração a geração na mais genuína expressão de fé.
Jesus significa ‘Deus Salva’. Nesses dias, vocês foram ao encontro de pessoas para anunciar que Deus salva a todos, não somente os necessitados, Deus salva a todos. Acreditem, mesmo os que estavam com as portas e o coração fechados, um dia se lembrarão desse anuncio.
Padre Valdiran dos Santos, escritor do livro “Os grandes louvores da Virgem Mãe de Deus”
Dom Odilo Perdo Scherer – missa de encerramento do Thalita Kum
você pergunta
Espiritualidade
Qual o nome dos reis magos e a importância deles no nascimento de Jesus?
Três leituras da ‘Alegria do Evangelho’ Frei Patrício Sciadini
Diretor do O SÃO PAULO, semanário da Arquidiocese de São Paulo
Padre Cido Pereira
A pergunta é da Angelina, que não informou de qual bairro é. A pergunta vem a propósito, porque há pouco comemoramos o Natal. Depois vem a festa dos reis magos ou, como o nosso povo diz, o Dia de Reis. Na verdade, porém, a festa dos reis magos na liturgia se chama Epifania do Senhor. Essa palavra, epifania, quer dizer “manifestação”. Eu explico: Jesus, como contemplamos no dia de Natal, nasce de uma forma quase escondida. Ele não nasce no centro da cidade de Belém. A não ser José, Maria e alguns pastores, ninguém fica sabendo do seu nascimento. No entanto, Jesus é Messias prometido, é o Salvador que Israel esperava. A sua salvação, portanto, precisa ser manifestada às nações. E todas as nações do mundo são representadas naqueles magos ou astrônomos que vêm seguindo uma estrela até chegar a Jesus. Sabe, Angelina, na caravana dos reis magos, os homens e as mulheres de todas as nações são representados. É todo o mundo que vai até Jesus lhe prestar homenagem. Vão até Jesus e levam presentes a ele, presentes que simbolizam tudo o que representa aquele menino deitado na manjedoura. Vamos ver que presentes são esses. Os três magos e nós vamos ao Menino Jesus e lhe oferecemos ouro, que é o símbolo da realeza. Aquele menino não é um menino qualquer, é o Rei do Universo. Os magos e nós oferecemos também ao Menino Jesus o incenso, que é o símbolo da divindade. Nós queimamos incenso para Deus e a fumaça do incenso simboliza a nossa oração que sobe até o Senhor. Aquele Menino chega para ser Deus conosco. Por fim, os magos e nós oferecemos ao Menino Jesus a mirra, que era uma resina usada para embalsamar os cadáveres. Este Menino, Rei do Universo, Deus verdadeiro no meio de nós, vai morrer na cruz para nos salvar. O Evangelho não diz que os magos do Oriente eram reis. Diz, apenas, que eram estudiosos dos astros e que, por isso, seguiram a estrela. E a tradição deu nome a eles: Baltazar, Gaspar e Belchior. O importante, Angelina, ao ler o episódio da visita dos magos do Oriente ao Menino Jesus, é que nós também vamos até ele e o adoremos. E mais importante ainda: que nós sejamos estrelas guias que conduzam a Jesus todos os que desejam vê-lo. Fique com Deus, minha irmã. Que ele abençoe você e sua família.
Semanário da Arquidiocese de São Paulo
Não há dúvida, como me dizia a irmã Myriam Kolling, a exortação apostólica do papa Francisco é o maior presente para o período de Natal. É o Menino Jesus que vem nos dar essa alegria do Evangelho da Boa Nova; a nós agora cabe a responsabilidade de não fazer morrer essa alegria ou, como diz o Papa, existe cristão que celebra a Quaresma triste, sem a Páscoa. O texto do papa Francisco, para ser compreendido, necessita de três leituras em tempos diferentes. Pode ser que eu esteja errado e, se estiver errado, me perdoem os meus leitores. A primeira leitura nos enche de entusiasmo e faz com que nos sintamos todos empolgados, atentos ao
que o Papa diz. É um vento forte do Espírito Santo, que nos inunda e que percebemos ser necessário fazer um caminho de conversão pessoal, comunitária, eclesial e uma conversão pastoral. Em muitíssimos números, sentimos o eco forte do Documento de Aparecida: as igrejas devem estar de portas abertas. Nem deveriam ter portas, para que todos possam entrar e sentir a acolhida e o amor. Mas eu penso que o problema não é a igreja aberta somente, mas encontrar sacerdotes dispostos a nos escutar, para nos consolar e, especialmente, para nos doar o perdão. “Nós nos cansamos antes de pecar, do que Deus de nos perdoar.” É uma frase de misericórdia que o Papa gosta de repetir tantas vezes. Belíssima é a oração à Virgem Maria, nossa Mãe, na qual sentimos o abraço materno de Maria, estrela da evangelização. A segunda leitura é propícia para perder o entusiasmo da primeira lei-
tura e deixar espaço às ideias para que, em nós, se tornem convicções firmes. Nessa segunda leitura, o entusiasmo vai deixar espaço às convicções e nos sentimos como que obrigados a realizar em nós uma conversão de mente, coração e vida. Não é um caminho fácil. As nossas ideias deixam espaço ao Evangelho e à pessoa de Cristo. A terceira leitura é a mais difícil, pois as convicções se fazem vida e nós nos sentimos em crise existencial: ou deixamos de evangelizar ou começamos a viver o que o Papa nos diz. Devemos dizer não à idolatria do dinheiro, do poder, da promoção, e tornar-nos verdadeiros servos dispostos a tudo e sempre. É uma exortação que, quando se começa a colocar em prática, “faz medo”, e somente com a coragem de Cristo podemos ser autênticos e levar as palavras do Papa até as últimas consequências.
palavras que não passam
Deus relaciona-se no diálogo PADRE AUGUSTO CÉSAR PEREIRA
A experiência fundamental de Deus é a experiência de sua relação de amor com Jesus, o Filho. A experiência fundamental de Jesus Cristo é a experiência de sua relação de amor de Filho amado pelo Pai e que lhe retribui o Amor. Esse Amor que procede da paternidade do Pai e da filiação do Filho é o Espírito Santo. A comunicação do Espírito-Amor aos humanos torna a humanidade participante do relacionamento divino no Amor: pela filiação ao Pai e no relacionamento fraterno com Jesus. A espiritualidade da comunicação nasce exatamente desse caráter relacional com a divindade. Deus – essencialmente relacional – não poderia criar o homem para a solidão. Tudo, pois, o que for relação é comunica-
ção. O Criador foi claro: “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2,18). Depois de ter criado o homem em relação com a natureza e com o divino, Deus sacramentou essas relações criando a mulher como companheira. Então reconheceu que tudo o que havia feito “era muito bom” (Gn 1,31). Esse raciocínio leva à conclusão de que a comunicação, por sua natureza e a sua própria espiritualidade, é alicerçada no relacionamento com o divino e no amor fraterno. Na medida em que se estreitarem as relações humanas, a pessoa vai sendo incluída na comunidade. Neste mundo que se caracteriza pela exclusão, a comunidade desenvolve relações inclusivas. Incluir não é só cadastrar a pessoa. É, além disso, a pessoa aprofundar cada vez mais o espírito de pertença à comunidade. E, por causa do espírito de pertença, a pessoa entra no processo de corresponsabilizar-se em união com os demais membros da comunidade.
Nós usamos muitas expressões com a ideia de relação. Por exemplo: cortar relações; estabelecer relações; estremecer as relações; relações amigáveis; relações difíceis; fortalecer as relações; relações internacionais... Falando na comemoração dos 30 anos do Centro Televisivo do Vaticano (CTV), o papa Francisco afirmou sua intenção de “meditar sobre as suas perspectivas para um serviço mais atento e qualificado”. O papa Francisco agradece à diretoria e aos funcionários do CTV “a capacidade de tecer relações com diferentes realidades do mundo inteiro para construir pontes, superar muros e fossos e fazer refulgir a luz do Evangelho. (...) Convergir e não concorrer”. E insiste que o CTV e a própria comunicação da Igreja com o mundo se realizem “dialogando com um mundo que tem necessidade de ser ouvido e compreendido, mas também de receber a mensagem da vida verdadeira” (L”Osservatore Romano, Ed. Brasileira, 43).
Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Antônio Aparecido Pereira • Reportagem: Daniel Gomes e Edcarlos Bispo de Santana • Colaboração: Nayá Fernandes • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Assinaturas: Djeny Amanda • Projeto Gráfico e Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Impressão: Atlântica Gráfica e Editora Ltda. • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinatura) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail• A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.
Fé e Vida
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encontro com o pastor
editorial
Paz com fraternidade
Arcebispo metropolitano de São Paulo
cardeal dom odilo pedro scherer
A primeira mensagem do papa Francisco para o Dia Mundial da Paz trata do tema “Fraternidade, fundamento e caminho para a paz”. O Papa vai ao essencial e fala de “fundamento” e “caminho”: fraternidade, como base sólida. Se a paz não for edificada sobre ela, não terá solidez e qualquer estremecida a pode abalar e romper. Não deixa de ser verdadeiro que “a paz é obra da justiça”; mas a justiça fria, sem a marca da fraternidade, não é capaz de edificar paz verdadeira. Mais ainda, se a justiça for a dos vencedores, dos mais fortes e prepotentes... A fraternidade sim, aliada à justiça, será capaz de dar fundamento sólido à paz. A segunda parte do tema fala em “caminho”: a fraternidade é caminho para a paz. Se queremos a paz, promovamos a fraternidade; Não é o uso da força e da violência que consegue a paz; sem a força desarmada da fraternidade, a paz não será verdadeira, nem firme. Paz forçada, com humilhação, suscita ódio e sede de vingança.
Muitas são as razões para edificar a paz na fraternidade, percorrendo os caminhos da fraternidade: o homem não é feito para o ódio, mas para o diálogo e a convivência. Mesmo se há alguma filosofia que afirma serem a violência e o ódio as tendências básicas do ser humano (homo hominis lupo), não é assim que o Cristianismo vê o homem. O próximo não deve ser visto como um concorrente, um adversário ou um inimigo a eliminar. Somos todos membros da grande família humana, descendentes de Adão e Eva, filhos amados do único Deus e Pai. Somos irmãos em Jesus Cristo – “vós todos sois irmãos”... E, porque somos “filhos no Filho”, temos acesso a Deus e estamos diante de Deus com igual dignidade. Essas razões da fé nos fazem ver em cada ser humano um irmão e irmã, um companheiro de caminho, com quem temos a graça de percorrer as estradas da vida, unidos pelos suaves laços da fraternidade. A solidariedade expressa de forma concreta a fraternidade e traduz o interesse de uns pelos outros; alegrias, dores e esperanças de nossos irmãos nos dizem respeito e são, de alguma forma, também nossas. O Papa vai a algumas consequências práticas. Lembra a encíclica Caritas in Veritate, de seu predeces-
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Em 2014, juntos como irmãos!
sor, Bento 16, que já havia apontado para a necessidade de introduzir na economia a lógica da solidariedade e da gratuidade. Já o haviam dito também Paulo 6º, na encíclica Populorum Progressio, e João Paulo 2º, na Sollicitudo Rei Socialis. A economia, movida pela lógica da concorrência e pela busca do lucro sempre maior, não consegue eliminar a pobreza; pelo contrário, acaba eliminando oportunidades e empurrando sempre mais gente para a pobreza. A fraternidade é necessária para vencer a pobreza; a vida econômica precisa deixar-se revitalizar pelo oxigênio da fraternidade, para não ser vitimada pela concentração asfixiante de bens e oportunidades. As guerras continuam a manchar o convívio entre os povos. Como superá-las? Responde o papa Francisco: “a fraternidade extingue a guerra”, porque faz cair os motivos da guerra e introduz uma nova lógica no convívio entre os povos. A corrupção e o crime organizado são contrários à fraternidade; são males sociais e morais que desencadeiam outros males. Finalmente, lembra o Papa, a natureza será cuidada e preservada, se tivermos em conta que não somos os seus únicos beneficiários; a ecologia também requer atitudes e comportamentos mais fraternos. Arquivo pessoal
E cá estamos nós, dando os primeiros passos no ano de 2014. Nós, cristãos católicos, caminharemos à luz de tantos eventos bonitos que vivemos e celebramos em 2013. Fica em nosso coração o exemplo de humildade de Bento 16 em renunciar ao papado, e a disposição do papa Francisco em querer que a Igreja se transforme a partir de uma Nova Evangelização, de uma abertura materna para os pobres, à luz da fé e na alegria do Evangelho. Fica em nosso coração o espetáculo bonito da juventude mundial que fez do Rio de Janeiro seu ponto de chegada, para refletir com o papa Francisco, e o ponto de partida para ir ao mundo e evangelizar. Para nós, cristãos católicos de São Paulo, fica o compromisso de anunciar Jesus Cristo com entusiasmo e criatividade à cidade. E fica no coração, ainda, a disposição de toda a Igreja de confessar, celebrar, viver e testemunhar a fé. À luz desses eventos, entramos em 2014. E vamos em frente, sabendo que 2014 começa com a grande preocupação da Igreja no Brasil em denunciar o tráfico de pessoas e proclamar, em nome de Jesus, que esse tráfico fere a dignidade humana que cresceu mais ainda no mistério da Encarnação. A Campanha da Fraternidade vai nos ajudar a refletir e a rezar em cima desse pecado que clama aos céus. À luz desses eventos, vamos acolher aqueles que de todo o mundo virão participar da Copa Mundial. Queremos que os católicos de todo o mundo sejam acolhidos com carinho pelos católicos brasileiros. Vamos, também, os católicos brasileiros, refletir para que, na hora do voto, deixemos o que é ruim de lado e votemos para mudar o jeito de se fazer política em nosso País. A melhor forma de dar um basta à corrupção política é usar conscientemente o direito e o dever do voto. Enfim, nós, católicos de São Paulo, vamos dizer a esta cidade imensa no tamanho, no número de habitantes, na diversidade de problemas, que vale a pena conhecer, seguir e testemunhar Jesus Cristo. E não nos esqueçamos do recado de Francisco na Mensagem de Paz que abriu 2014: É hora de viver como irmãos. Nada que negue a fraternidade, para a qual Deus nos criou, leva à paz que todos sonhamos, que todos queremos. Tweets do Cardeal
@DomOdiloScherer 1 – Feliz 2014! Deixe-se guiar por Deus nes-
Em 23 de dezembro, o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano e presidente do Regional Sul 1 da CNBB, esteve na residência do cardeal dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo, para transmitir-lhe os votos de Feliz Natal
te ano. Seus caminhos são verdade e vida, amor, justiça e paz. 26 – O tema da mensagem do Papa para o dia 1º do ano: “Fraternidade, fundamento e caminho para a paz”; o tema aborda uma questão essencial. 26 – Hoje, a Igreja recorda Santo Estêvão. Mártir. Crer em Cristo e professar a fé pode dar em martírio. Ainda hoje. 26 – Muitos cristãos continuam sendo perseguidos e martirizados por causa de sua fé. “Quem perseverar até o fim será salvo.” 25 – Hb 1, 1-2 “Muitas vezes e de muitos modos, falou Deus outrora aos nossos pais, pelos profetas; nestes dias, que são os últimos, nos falou para Filho”. 25 – “Do sol nascente ao poente, cantai, fiéis, neste dia, ao Cristo Rei, que, por nós, nasceu da Virgem Maria.” Santo Natal para todos! 19 – Natal de verdade tem Jesus Cristo no seu centro!
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Fé e Vida
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liturgia e vida
BATISMO DO SENHOR 12 DE JANEIRO DE 2014
palavra do papa
Só a fraternidade leva à paz
Ana Flora Anderson
O centro da aliança Ao celebrar a festa do Batismo do Senhor Jesus, a Igreja faz uma meditação sobre a Trindade. O Pai revela que Jesus é seu Filho amado, o Espírito o unge com o poder divino, e Jesus se revela como o Centro da Aliança. Na primeira leitura (Isaías 42, 1-4.6-7), Isaías profetiza que Deus enviará um servo que receberá seu espírito para julgar o mundo. Esse eleito de Deus trará a justiça e a verdade sem usar nenhum tipo de violência e sem levantar a voz. Ele, à luz das nações, curará as doenças, libertará os presos e trará sua luz para todos os que só conhecem as trevas. Na segunda leitura (Atos dos Apóstolos 10, 34-38), São Pedro recebe a luz divina para compreender que a Boa Nova de Jesus é dirigida a todos os povos e nações. Este Jesus, ungido por Deus, passou a vida fazendo o bem na terra onde nasceu. O seu Evangelho, porém, deve atingir todos os que procuram a justiça. O Evangelho de São Mateus (3, 13-17) apresenta João, que batizava seus seguidores no Rio Jordão para preparar o caminho para a renovação da vida do Povo de Deus. Jesus apresenta-se a João, que não se sente digno de batizá-lo. Afirma, porém, que se deve realizar a justiça. Assim, é batizado pelo profeta João Batista. O céu se abre e Jesus recebe o Espírito Santo e ouve a voz do Pai. Este afirma que Jesus é seu filho amado. Ele é o servo e o eleito prometido pelo profeta Isaías.
Papa francisco Da mensagem do papa Francisco para o dia 1º de janeiro, Dia Mundial da Paz, transcrevemos a conclusão, com o convite a uma leitura atenta de toda a reflexão. Há necessidade de que a fraternidade seja descoberta, amada, experimentada, anunciada e testemunhada; mas só o amor dado por Deus é que nos permite acolher e viver plenamente a fraternidade. O necessário realismo da política e da economia não pode se reduzir a um tecnicismo sem ideal, que ignora a dimensão transcendente do homem. Quando falta essa abertura a Deus, toda a atividade humana se torna mais pobre, e as pessoas são reduzidas a objeto passível de exploração. Somente se a política e a economia aceitarem se mover no amplo espaço assegurado por essa
abertura àquele que ama todo o homem e mulher é que conseguirão se estruturar com base num verdadeiro espírito de caridade fraterna e poderão ser instrumento eficaz de desenvolvimento humano integral e de paz. Nós, cristãos, acreditamos que, na Igreja, somos membros uns dos outros e todos mutuamente necessários, porque a cada um de nós foi dada uma graça, segundo a medida do dom de Cristo, para utilidade comum (cf. Ef 4, 7.25; 1Cor 12,7). Cristo veio ao mundo para nos trazer a graça divina, isto é, a possibilidade de participar na sua vida. Isso implica tecer um relacionamento fraterno, caracterizado pela reciprocidade, o perdão, o dom total de si mesmo, segundo a grandeza e a profundidade do amor de Deus, oferecido à humanidade por aquele que, crucificado e ressuscitado, atrai todos a si: “Dou-vos um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros; que vos ameis uns aos outros assim como eu vos amei. Por isso é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13, 3435). Essa é a boa nova que requer, de cada um, um passo a mais, um
exercício perene de empatia, de escuta do sofrimento e da esperança do outro, mesmo do que está mais distante de mim, encaminhando-se pela estrada exigente daquele amor que sabe se doar e se gastar gratuitamente pelo bem de cada irmão e irmã. Cristo abraça todo o ser humano e deseja que ninguém se perca. “Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele” (Jo 3,17). Fá-lo sem oprimir, sem forçar ninguém a abrir-lhe as portas do coração e da mente. “O que for maior entre vós seja como o menor, e aquele que mandar, como aquele que serve – diz Jesus Cristo. Eu estou no meio de vós como aquele que serve” (Lc 22, 26-27). Desse modo, cada atividade deve ser caracterizada por uma atitude de serviço às pessoas, incluindo as mais distantes e desconhecidas. O serviço é a alma da fraternidade que edifica a paz. Que Maria, a Mãe de Jesus, nos ajude a compreender e a viver todos os dias a fraternidade que jorra do coração do seu Filho, para levar a paz a todo o homem que vive nesta nossa amada terra. L’Osservatore Romano
leituras da semana
SEGUNDA (13): 1Sm 1, 1-8; Mc 1, 14-20 TERÇA (14): 1Sm 1, 9-20; Mc 1, 21b-28 QUARTA (15): 1Sm 3, 1-10.19-20; Mc 1, 29-39 QUINTA (16): 1Sm 4, 1-11; Mc 1, 40-45 SEXTA (17): 1Sm 8, 4-7.10-22a; Mc 2, 1-12 SÁBADO (18): 1Sm 9, 1-4.17-19; 10,1a; Mc 2, 13-17
Santos e Heróis do Povo – 4 de janeiro
“Muitos dos primeiros serão os últimos, e muitos dos últimos, os primeiros” (Mt 19,30). Hoje lembramos José Patrício León, animador da juventude estudantil católica na América Latina. Ele foi morto no Chile, em 1975, por causa de suas atividades como cristão e militante político em favor dos estudantes. E nos lembramos também de uma mulher simpática, grande e forte, que viveu na Úmbria, terra de São Francisco de Assis. Trata-se de Santa Ângela de Foligno (imagem). Ela gostava de aprofundar a meditação sobre a morte de Cristo, para assim produzir – como ela dizia – um espaço na alma, para o desejo de meditar, sempre mais, a Palavra de Deus. A certa altura da vida, exclamou: “Não foi por brincadeira que eu te amei!” – referindo-se a Cristo! A declaração pareceu-lhe, mais tarde, uma mentira, porque, diante de tudo o que Jesus fez por nós, o que lhe damos e o que empreendemos pelos irmãos ainda não nos leva a poder afirmar que corresponda ao amor dele. Fonte: “Santos e heróis do povo”, livro do cardeal Arns
Tweets do papa
@Pontifex_pt 2 – Deus não se revela na força nem no
poder, mas na fraqueza e vulnerabilidade de um recém-nascido. 31 – Do presépio tiremos a alegria e a paz profunda, que Jesus vem trazer ao mundo. 28 – Toda formosa é Maria, nossa Mãe, porque cheia de graça. 26 – Diante do presépio, rezemos de modo especial por aqueles que sofrem perseguição por causa da fé. 23 – Muitas vezes, o Natal é uma festa rumorosa: far-nos-á bem estar um pouco em silêncio, para ouvirmos a voz do Amor.
Em 1º de janeiro, o papa Francisco deslocou-se à Basílica de Santa Maria Maior, onde, por 20 minutos, realizou oração silenciosa diante do ícone da Mãe de Deus. Na homilia do dia 1º, festa litúrgica da Maternidade Divina, Francisco fez referência à Basílica e a esta imagem mariana. Lá estavam muitos fiéis, que respeitaram o recolhimento do Papa, no tempo de oração na capela de Nossa Senhora.
há 50 anos
Papa Paulo 6º peregrina para a Terra Santa Os preparativos para a peregrinação do papa Paulo 6º à Terra Santa ganharam destaque na edição do O SÃO PAULO de 5 de janeiro de 1964, que destacou que a atitude do Pontífice, “afora o valor santo do espírito que a idealizou e do valor de sua efetivação, terá o condão de lembrar aos fiéis de todo o mundo que, precisamente ao primeiro Papa, a São Pedro, ali naquelas terras santificadas pelo Redentor, disse Este que as portas do inferno não prevalecerão”. A edição também trazia a íntegra da mensagem de Natal de Paulo 6º, na qual já destacava que a peregrinação à Terra Santa tinha caráter apenas religioso.
“Será a viagem da oferenda. Como os magos do Oriente, precursos simbólicos dos povos da terra, nós, do Ocidente, queremos levar a Jesus a oferta de sua Igreja e reconhecer nele seu Fundador, seu Mestre, seu Senhor, seu Salvador.” O jornal também apresentou fotos e um breve texto sobre a missa da noite de Natal na Catedral da Sé, iluminada, repleta de fiéis e presidida pelo cardeal Motta, arcebispo metropolitano. “Na ocasião, sua eminência dirigiu a palavra aos fiéis, falando sobre a magnitude da Noite Santa em que o Deus Menino veio ao mundo para trazer a salvação da humanidade.”
Capa da edição de 5/1/1964
Viver Bem
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literatura
dicas de cultura
Clarice Lispector é homenageada em exposição da artista Nair Kremer Com desenhos, pinturas, serigrafias, gravuras e instalações, a artista plástica Nair Kremer homenageia a escritora Clarice Lispector na exposição “Territórios Afetivos”. Quem quiser conferir os trabalhos pode passar pela galeria A Hebraica até 18 de fevereiro, de terça a domingo, das 8h às 20h. A entrada é Catraca Livre. Para pincelar, literalmente, o universo clariceano, Nair baseou-se em algumas obras da escritora, como “A Paixão Segundo G.H.”, “Água-Viva”, “A Descoberta do Mundo”, “Perto do Coração Selvagem”, “O Ovo e a Galinha”, “Laços de Família” e “A Hora da Estrela”. A construção da obra, tanto de Clarice quanto de Nair, pode ser comparada, uma vez que ambas se baseiam em fragmentos migratórios retirados de seu lugar de origem.
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‘Ser grato é sempre bom!’, é o novo título da coleção Terapia Infantil
SERVIÇO O que: Territórios Afetivos - Nair Kremer Quando: de 24/12 a 18/02 - Terças, Quartas, Quintas, Sextas, Sábados e Domingos das 8h às 20h Quanto: Catraca Livre Onde: A Casa - Clube Hebraica
vamos cuidar da saúde!
direito do consumidor
Lista de Promessas
Radares de trânsito
Hoje não iremos falar sobre doença e sim sobre saúde. Vamos aproveitar que o ano está começando e acrescentar à nossa lista de promessas a intenção de cuidar mais da saúde. Muitos pacientes decidem cuidar de si já quando estão enfermos, e outros acham que é assim mesmo por fazer parte da velhice. Não é bem assim. Para termos uma terceira idade melhor, devemos pensar que temos de cuidar da saúde desde já. Para isso é necessário que você: • Realize atividade física regularmente • Faça seus exames anuais • Alimente-se de forma saudável • Mantenha um lazer realmente prazeroso • Tenha fé Essas são minhas preciosas e redundantes dicas para que você tenha um bom 2014, 2015, 2016... Enfim, para que você tenha, não só durante este ano, mas uma vida toda com qualidade e independência. Dúvidas, dracassiaregina@gmail.com
Não é mais obrigatória a fixação de placas advertindo que há radares fixos e móveis. Desde 2006, todo radar deveria ser precedido de uma placa informando que havia o radar e seu limite máximo de velocidade. Ocorre que no dia 22/12/2011, uma nova resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) dispensou essa exigência. Agora podem ficar escondidos. O Contran afirma que a mudança ocorreu com o objetivo de reduzir o número de acidentes considerando que muitos motoristas estariam se aproveitando do aviso dos radares para ultrapassar a velocidade máxima permitida em pontos da via onde não havia tal equipamento. Saiba dos seus direitos, procure um advogado.
Dra. Cássia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF).
O jornal O SÃO PAULO
A coleção Terapia Infantil, mundialmente conhecida por auxiliar as crianças a lidar com vários temas difíceis, lança nova obra pela Paulus, “Ser grato é sempre bom!” Trata-se de um guia para que as crianças sejam agradecidas. De maneira simples e inteligente, a obra aborda a importância de transmitir boas maneiras para os pequenos. A autora, Michaelene Mundy, recorda que todos nós precisamos ser mais agradecidos pelas coisas e pelas pessoas, e que temos um Deus amoroso em nossas vidas. Segundo ela, essas são nossas melhores bênçãos e dons. “Sabemos como se sente alguém que recebe um ‘obrigado’. Apreciamos o fato de que a pessoa que nos agradece reconhece o tempo e o esforço colocados numa ação ou num
presente. Gestos de gratidão nos alegram”, diz. A coleção Terapia Infantil, que tem como característica livros bem elaborados e ilustrados, foi uma das mais procuradas no ano de 2013, na Bienal do Livro do Rio de Janeiro e também nas feiras realizadas no decorrer do ano. Em seus volumes, vários assuntos como medo, morte, tristeza, raiva, respeito, separação de pais, certo e errado, com conselhos e reflexões, ajudam os pequenos a crescer sem dificuldades. Michaelene Mundy é especializada em Ensino Fundamental e formada em Orientação Educacional e Comunitária. R. W. Alley é responsável por dar vida e cor a todos os livros da coleção. Além de ilustrador, é autor de livros infantis.
Ronald Quene é formado em Direito
está de cara nova
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Fé e Vida
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direito canônico
fé e cidadania
A fé, na perspectiva canônica
Alegria do Evangelho e cidadania
Doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense, do Vaticano e professor da Escola Dominicana de Teologia (EDT)
Edson Luiz Sampel
No que tange à religião católica, um dos grandes contributos do Direito Canônico consiste na “sedimentação da fé”. Com efeito, o Direito Canônico, mormente o Código Canônico (Codex Iuris Canonici), a lei mais importante, disciplina o dia a dia dos católicos na sociedade eclesial. Essa é a função básica da norma jurídica na Igreja. De fato, diziam os latinos: Ubi societas, ibi ius. Sem embargo, o Direito Canônico também cumpre o papel relevante de sedimentar a fé cristã, tornando-a clara e inequívoca. Por esse motivo, muitas vezes, é extremamente complicado para um canonista conviver com posturas que não reflitam a ortodoxia. De tanto trabalhar com os “conceitos normatizados”, o especialista em Direito Canônico tende a possuir uma visão linear da teologia. Tudo está resolvido; não há lugar para a dúvida! Essa constatação povoa a mente de todo canonista e lhe outorga certa tranquilidade e paz de espírito. Tal fenômeno pode ser bom ou ruim. O magnífico Catecismo da Igreja Católica (CIC), outrossim, adimple o mister de sedimentar a fé. Todavia, o Código Canônico assume esta tarefa com virilidade, “com força de lei”. Neste diapasão, por exemplo, quando o cânon 204, § 2º “estabelece” que a Igreja de Cristo “(...) subsiste na Igreja Católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos em comunhão com ele”, corroborando o Concílio Vaticano 2º, não pode existir o mínimo lampejo de hesitação. Afinal de contas, é da índole da lei – não só da canônica – “estabelecer”, “determinar”, “prescrever”, “estatuir”. Cabe à comunidade apenas obedecer ao que a lei manda. Esse “imperativo legal” facilita a absorção dos conteúdos teológicos, que, em última análise, correspondem ao Evangelho pregado por Jesus Cristo. O Código Canônico, malgrado um grande desconhecido dos fiéis em geral, “registra”, de modo indelével, os dogmas da fé nas entranhas da comunidade. Diríamos que o Código Canônico tem o condão de institucionalizar a sã doutrina, “obrigando” ao assentimento dela. Forja-se, assim, um “paradigma conservador”. Isto é extremamente importante numa sociedade como a Igreja, que abrange o mundo inteiro e variegadas culturas e cosmovisões. Uma das características do Direito Canônico – e neste item, ele se diferencia do direito estatal – diz respeito a normas com “definições”. Sabe-se que é da índole de qualquer lei, canônica ou estatal, reger comportamentos humanos, quer atribuindo direitos, quer impondo obrigações. Mas, o Código Canônico está prenhe de definições ou conceitos, os quais ganham foro de imperativo jurídico.
Conselheiro-geral na Congregação dos Padres Scalabrinianos
Missão Belém
Padre Alfredo José Gonçalves
“A dimensão social da evangelização” é o título do quarto capítulo da exortação apostólica Evangelii Gaudium, do papa Francisco. Convém, pois, sublinhar os temas desenvolvidos nesse capítulo: 1) As repercussões comunitárias e sociais do kerygma; 2) Inclusão social dos pobres; 3) O bem comum e a paz social; 4) O diálogo social como contribuição para a paz. Como se pode notar, os temas acima retomam os princípios fundamentais da Doutrina Social da Igreja ao longo do tempo, bem como seu fio condutor: a defesa dos direitos e da dignidade da pessoa humana. Mas o atual Pontífice acrescenta-lhes um revestimento especial, uma espécie de olhar materno sobre os mais necessitados e os últimos, como o Bom Pastor sobre a “ovelha perdida”. Alguns subtítulos chamam a atenção. Unidos a Deus escutemos um grito: “A Igreja reconheceu que a exigência de escutar este grito deriva da própria obra libertadora da graça em cada um de nós (...). A solidariedade é uma reação espontânea de quem reconhece a função social da propriedade e a destinação universal dos bens como realidade anterior à propriedade privada” (nº 188). Mais adiante, o rosto privilegiado dos pobres no Povo de Deus: “Para a Igreja, a opção preferencial pelos pobres é uma categoria teológica, antes que cultural, sociológica, política ou filosófica. Deus concede a eles a sua primeira bem-aventurança. Essa preferência tem
consequências na vida de fé de todos os cristãos, chamados a ter ‘os mesmos sentimentos de Jesus’” – Fl 2,5 – (nº 198). Enfim, tomar cuidado da fragilidade: “É indispensável prestar atenção para estar vizinhos às novas formas de pobreza e de fragilidade, nas quais somos chamados a reconhecer Cristo sofredor, mesmo se isso aparentemente não nos traz vantagens imediatas: os sem teto, os toxicodependentes, os refugiados, os povos indígenas, os anciãos cada vez mais sós e abandonados etc. Os migrantes me colocam um desafio particular, porque sou Pastor de uma Igreja sem
fronteiras, que se sente mãe de todos. Por isso, exorto os países a uma generosa abertura, que, em vez de temer a destruição da identidade local, seja capaz de criar novas sínteses culturais”. “Como são belas as cidades” – continua o papa Francisco – “que superam a desconfiança maligna e integram os diferentes, e que fazem de tal integração um novo fator de desenvolvimento! Como são belas as cidades que, mesmo no seu desenho arquitetônico, estão cheias de espaços que entrelaçam, põem em relação, favorecem o reconhecimento do outro” (nº 210).
Jamais a sentença judicial pode ter o acento do ódio, da vingança, do destempero verbal ou emocional. Ao juiz pede-se serenidade, quietude, brandura. A autoridade da toga não se assenta nos rompantes de autoritarismo, mas na imparcialidade das decisões e na retidão moral dos julgadores. O magistrado deve ser tão impolutamente equilibrado, harmonioso, equânime, que até o vencido deve respeitá-lo, embora recorra do julgamento desfavorável. Como disse com muita precisão Georges Duhamel, “a verdadeira serenidade não é a ausência de paixão, mas a paixão contida, o ímpeto domado”. Ou na lição de Epicuro: “A serenidade espiritual é o fruto máximo da Justiça”. Em determinados momentos históricos, seja pela gravidade dos crimes em pauta, seja pelo alarido em torno dos crimes, a opinião pública pode tender à aplicação da pena de talião. Cederá o juiz à pressão do vozerio? Respondo, peremptoriamente, que não.
Que garantia tem um povo de viver em segurança, de desfrutar do estado de direito democrático, se os juízes se dobrarem, seja ao poder das baionetas, seja ao pedido dos influentes, seja às moedas de Judas, seja a um coro de vozes estridentes ou silenciosas, seja ao grito das ruas? Um país só terá tranquilidade, prosperidade e paz se dispuser de uma Justiça que fique acima das paixões, firme, inabalável, impertubável, equidistante de influências espúrias, uma Justiça sem ódio. O ódio conspurca a Justiça. Aí vai esta reflexão teórica, apropriada para qualquer tempo e para qualquer lugar. A serenidade, a isenção, a capacidade de colocar-se acima dos estampidos que procuram direcionar e capturar a mente dos juízes – este é um desafio que deve ser enfrentado com dignidade e coragem sempre. Deixo ao leitor a tarefa de cotejar esses princípios permanentes, fundamentados na ética do ofício judicial, com fatos concretos que estejam, eventualmente, acontecendo hoje no Brasil.
espaço aberto
Justiça sem ódio Livre-docente da Universidade Federal do Espírito Santo, magistrado aposentado e escritor
João Baptista Herkenhoff
O cidadão comum pode ser tomado pelo sentimento de ódio à face de certas situações. A vítima de um crime violento, por exemplo, tem razões para nutrir ódio contra a pessoa do criminoso. Essa não é a atitude recomendada pela Ética Cristã, mas é compreensível. Coloque-se o leitor na situação de um pai, cuja filhinha pequena foi vítima de estupro. Que penalidade quererá para o estuprador? Se houvesse a pena de morte e se a pedisse, sua explosão de revolta, ainda que não aprovada, deveria ser compreendida. O desejo de vindita do ofendido, em alguns casos, só é rechaçado por um sentimento religioso sincero e profundo. Muito diferente da reação do agredido, à face do agressor, é o comportamento que se exige do magistrado quando se depara com os casos que lhe caiba julgar.
Igreja em Ação
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setor juventude
bioética
2013: Muito trabalho e graças para o Setor Juventude
Espiritualidade nos serviços de saúde
setordejuventude@uol.com.br Ficará para a história de todos os que atuam na evangelização da juventude o ano de 2013, no qual o Setor Juventude da Arquidiocese centrou forças para a viabilização da Semana Missionária em São Paulo e para a mobilização de todos para a Jornada Mundial da Juventude Rio 2013. Desde o início de 2012, a Equipe de Animação do Setor Juventude, o Secretariado Arquidiocesano de Pastoral e o Vicariato da Comunicação, sob a liderança do cardeal dom Odilo Pedro Scherer e de dom Tarcísio Scaramussa, bispo referencial para o Setor Juventude, organizaram reuniões, prepararam materiais para divulgação e mobilizaram toda a Arquidiocese para este grande evento da Igreja mundial, juntamente com os outros bispos auxiliares e padres animadores da evangelização da juventude das regiões episcopais, párocos e lideranças das pastorais, movimentos eclesiais, novas comunidades e congregações religiosas. A preparação para a Semana Missionária sensibilizou muitas pessoas e comunidades a abrirem suas portas para acolher os peregrinos de quase 60 países que estiveram na Arquidiocese no mês de julho de 2013. Quase 10 mil peregrinos de outros países participaram da Semana Missionária, em variadas atividades: sociais, espirituais e culturais. Cada paróquia formou sua Comissão da
JMJ, assim como cada Região Episcopal. Todos se empenharam muito para dinamizar a divulgação da JMJ e as campanhas para conseguir voluntários e famílias hospedeiras. Tanto a Arquidiocese como as regiões episcopais e paróquias ofereceram materiais e encontros para formação e treinamentos específicos. O Setor Juventude foi o grande polo dinamizador das várias iniciativas. A grande missa de envio, realizada na praça Heróis da FEB, em Santana, reuniu mais de 60 mil pessoas e foi um momento singular, que fechou com grande entusiasmo e esperança a Semana Missionária da Arquidiocese de São Paulo e da Diocese de Santo André. O testemunho das paróquias que acolheram peregrinos e envolveram centenas de voluntários foi de que todas se animaram muito com este trabalho, na Semana Missionária. Muitos leig os, adultos, foram contagiados pela alegria dos jovens e a nossa cidade viveu “dias de Jornada Mundial da Juventude” mesmo sem ser a sede oficial. A Arquidiocese de São Paulo mostrou que sabe acolher e muito bem os irmãos de tantas nações: o idioma e a cultura diferentes não foram empecilhos para a criação de laços afetivos entre tantas pessoas que se conheceram durante este lindo momento da Igreja Católica, em São Paulo e em outras partes do Brasil. A cobertura da imprensa e o apoio governamental também foram muito im-
portantes para a viabilização da Semana Missionária e da Jornada Mundial da Juventude: muitas foram as entrevistas concedidas, eventos registrados pelas emissoras de TV, rádios e pela Internet, numa visibilidade que animou a todos. Além das muitas reuniões e iniciativas realizadas pela Semana Missionária e JMJ, o Setor Juventude não parou: apostou em reuniões mensais, no Retiro Anual com o tema do Dia Mundial da Juventude, na Celebração Arquidiocesana de Pentecostes e na organização do Dia Nacional da Juventude, que marcou também o Ano da Fé, junto à juventude da Arquidiocese. Todas as atividades expressaram o ânimo da JMJ. O Setor Juventude é a organização oficial da Arquidiocese que promove a comunhão e o envolvimento dos vários grupos que atuam na evangelização da juventude: todos trazem seus carismas, suas metodologias e experiências para uma real atuação com os vários tipos de jovens, ou “juventudes” existentes na preparação para a Crisma nas paróquias e escolas, nos grupos de jovens paroquiais, nas universidades, no mundo do trabalho e em situações críticas, como jovens moradores de rua, dependentes químicos, encarcerados e vítimas de violências. Outras informações podem ser obtidas através do e-mail: setordejuventude@uol.com.br ou pelo blog: setorjuventudesp@blogspot.com Por Nei Márcio Oliveira de Sá Luciney Martins/O SÃO PAULO
espaço do leitor
Sobre a última edição de 2013 (2983) Saudações, amigos do O SÃO PAULO. Parabéns por mais este exemplar, ficou lindo! Parabéns para toda a equipe, o conjunto da obra ficou excelente, percebe-se o carinho e o profissionalismo. A Pastoral do Menor agradece a presença amiga e o apoio de toda equipe do jornal O SÃO PAULO, nos momentos mais difíceis, nos quais as Pastorais Sociais defrontam na sua atuação e, também, nos momentos de glória.
Peço que o Deus feito Menino abençoe a todos. Abraços! Sueli Camargo, coordenadora da Pastoral do Menor
No Emílio Ribas, alegria e solidariedade no Natal (edição 2983) Não tenho palavras para agradecer o carinho e a amizade de toda a equipe do jornal O SÃO PAULO pela atividade pastoral que os agentes de pastoral e o capelão realizam no Instituto de Infectologia Emílio Ribas em
nome do nosso cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, e de toda Igreja a de São Paulo. Deus lhes retribua em dobro! Padre João Inácio Mildner, capelão no Emílio Ribas
Redação do jornal O SÃO PAULO. Endereço: Avenida Higienópolis, 890, São Paulo (SP), CEP. 01238-000. E-mail: osaopaulo@uol.com.br Twitter: @JornalOSAOPAULO Facebook: Jornal O SÃO PAULO
Padre Christian de Paul de Barchifontaine
A espiritualidade nos serviços de saúde é a busca de um sentido de vida e na vida e, para isso, os caminhos são as religiões, as filosofias, a ética, a moral e as ideologias. Espiritualidade nos serviços de saúde e de enfermagem significa a razão de existir dos serviços, reflete no respeito pelo próximo, na solidariedade, no estilo de liderança e até no trabalho em equipe. Desse modo, a espiritualidade refere-se em primeiro lugar ao respeito à vida. Isto significa considerar o ser humano na sua totalidade, respeitando e investindo em todas as suas dimensões: física, intelectual, emocional e espiritual; criando uma cultura corporativa sustentada em valores, fazendo com que a ética e os valores humanos universais e espirituais iluminem as decisões, as estratégias, as políticas e todos os relacionamentos da organização. A empresa, o serviço de saúde, é um organismo que deve e precisa descobrir a sua dimensão transcendental: a sua identidade, a sua razão de existir e a sua missão. Precisa definir os seus valores e as suas crenças sobre os quais se apoiarão as suas políticas, procedimentos, ações internas e externas. Podemos citar a criação de um espaço em que os colaboradores se realizem no ambiente de trabalho por meio de uma gestão participativa e onde a inovação, a criatividade, o talento e as potencialidades de cada um possam emergir contribuindo efetivamente para resultados. Podese estabelecer, com fornecedores e clientes, relações de parcerias duradouras, tendo a ética, a transparência, a confiança e a colaboração mútuas como requisitos vitais para o êxito. Por fim, também a organização precisa fazer-se solidária e assumir o papel de cidadão, contribuindo com o bem comum. Suas ações socialmente responsáveis, com relação à comunidade, ao meio ambiente, enfim, à vida humana, possibilitarão aos colaboradores orgulhar-se da empresa em que trabalham e à sociedade orgulhar-se de ter uma empresa cidadã. Nesse caso, todos colherão os merecidos frutos. A espiritualidade é o pilar, pois é ela que deve dar sustentação às causas humanistas. Não há espiritualidade sem humanização. Estamos sempre pensando “o que vou ganhar com isso?”. Cultivar a espiritualidade deveria ser simplesmente algo a ser feito gratuitamente, pela própria vida, pelo bem, pelo bem comum, para ser mais feliz.
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Igreja em Ação
Mundo do trabalho – pastoral operária
pastoral fé e política
A Pastoral Operária em assembleia
Formatura da 1ª turma da Escola Waldemar Rossi
Padre Miguel Pipolo
Desde outubro, a Pastoral Operária (PO) esteve em assembleia. Parece exagerado termos passado quatro dias em processo de avaliação. Assim foi, pois de outra forma não nos seria possível realizarmos o aprofundamento que se fazia necessário a respeito da própria Pastoral Operária dentro do contexto sócio-econômicopolítico-sindical e eclesial. Em outubro, debruçamonos sobre o momento econômico em que a classe trabalhadora está metida e que futuro a espera. Em particular, estamos assistindo a um processo de desindustrialização? A que se devem os baixos níveis de crescimento econômico? E o endividamento em que muitas famílias se debruçam? Em novembro, refletimos sobre a situação da classe trabalhadora e o atual momento do sindicalismo brasileiro. É triste constatarmos a falta de compromisso e empenho do movimento sindical quanto a reivindicações históricas da classe trabalhadora. Uma das indagações diz respeito a que tipo de classe operária se desenha no futuro? Ou seja, que operário está sendo gestado pelos métodos modernos de produção? Que consciência de classe terá ele comparado com aquela dos que estavam envolvidos nos processos de produção do passado não mui-
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to remoto? Quanto à conjuntura eclesial, a Pastoral Operária percebe a sua pouca incidência e relevância junto aos bispos. Esse é um ponto em necessidade de reacertos, pois estamos na maior cidade da América Latina, na qual a classe operária, como também a classe trabalhadora como um todo, teve papel fundamental no que ela é hoje. A conjuntura eclesial apresenta-se um tanto opaca. Muitos dos nossos militantes atuaram naquela conjuntura de 25 anos atrás, quando a Igreja participava ativamente nas exigências do fim da ditadura, de eleições diretas já, da organização em vista de uma constituinte. O momento eclesial de hoje está voltado bem mais para si. A assembleia teve consciência de que o futuro imediato será atípico. Em 2014, teremos a Copa do Mundo e as eleições a presidente e governadores. De qualquer forma, sabemos que os grupos de base da PO precisam ser fortalecidos e outros novos serem iniciados. A tarefa é árdua. Mesmo assim, a Pastoral Operária programou três encontros para 2014. Em março, estaremos refletindo sobre a exortação do papa Francisco. Em maio, teremos um encontro sobre o trabalho na Bíblia para os iniciantes na Pastoral Operária. E, em novembro, faremos um balanço das eleições e perspectivas da Pastoral Operária para os próximos dois anos seguintes. O autor dos livros do Eclesiastes já dizia que felicidade é usufruir do próprio trabalho. Será assim?
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marcia@pastoralfp.com Na noite da segunda-feira, 9 de dezembro, no Centro Pastoral São José do Belém, aconteceu a formatura dos 53 alunos da Escola de Fé e Política Waldemar Rossi. Estiveram presentes a coordenadora da Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo, Carmem Cecília Amaral, a Caci, a pró-reitora dos cursos de extensão da Unifesp, professora doutora Florianita Coelho Braga Campos, padre Tarcísio Mesquita, coordenador de pastoral da Arquidiocese de São Paulo, o professor Luiz Antônio Amaral, representando os professores do curso, e o patrono da Escola Waldemar Rossi. A atividade iniciou-se com a celebração presidida pelo padre Tarcísio agradecendo a Deus às sementes de esperança e de transformação que estão sendo espalhadas na cidade, através do trabalho da Escola de Fé e Política. Caci lembrou que a Escola já começou a dar frutos com a participação de alunos como candidatos do Conselho Participativo da Cidade de São Paulo, com vários eleitos. E com o início de
outra Escola de Fé e Política, na cidade de Guarulhos (SP), com a participação dos atuais formandos, com a aula inaugural em 13 de fevereiro de 2014, ministrada por Waldemar Rossi. Grande é a possibilidade de abertura de outra Escola de Fé e Política na Arquidiocese, também em 2014. A professora Florianita falou sobre a importância da parceria entre a Unifesp e a Rede de Escolas da Cidadania, que atualmente tem cinco escolas associadas, trazendo a Universidade para junto da população. Waldemar Rossi, que participou de todo o curso, lembrou a nova experiência e a possibilidade de reflexão proporcionada pelo curso. Valorizou a experiência e motivou a todos pela continuidade do curso. Lembrou também da alegria da homenagem que recebeu ao ter seu nome dado a Escola de Fé e Política. Ressaltou que a Escola deveria, também, levar o nome de Caci, pela importância que tem na história de nossa Igreja e a frente da Pastoral Fé e Política. Agradeceu o empenho da coordenação. Flávio Castro, coordenador do curso, enfatizou a felicidade
da etapa cumprida e a alegria manifestada por cada um dos formandos, bem como o carinho e o respeito recebidos durante o ano. Destacou os belos trabalhos feitos pelos participantes que, com certeza, darão frutos pela continuidade do trabalho no próximo ano. Finalizou agradecendo a todos a presença e em especial a dedicação e empenho dos alunos, que vieram de diversas regiões episcopais, como também de outras dioceses: Guarulhos, Jundiaí, Campo Limpo e São Miguel Paulista. Foram entregues certificados de Extensão pela Unifesp a todos os que cumpriram pelo menos 75% de presença e que apresentaram os trabalhos de conclusão de curso. Receberam também certificado emitido pela Escola de Fé e Política Waldemar Rossi. A Escola de Fé e Política terá em 2014, duas turmas, a atual que segue com ênfase em Políticas Públicas e uma nova turma que poderá vivenciar toda esta experiência da Relação Fé e Política. Ambas serão certificadas pela Unifesp. Em breve mais informações no site: www.pastoralfp.com. Por Márcia Castro
pastoral do migrante
Dia Internacional do Migrante – direitos e Bem Viver! L’Osservatore Romano
spm.nac@terra.com.br As migrações atuais envolvem cerca de 240 milhões de pessoas (ONU, 2013) e tornaram-se mais complexas. “Milhões de pessoas migram, ou são forçadas a migrar dentro e fora de seus países. As causas são diversas e se relacionam à situação econômica, à violência, à pobreza, à falta de oportunidades, à perseguição política e religiosa” (DA.73); às mudanças ambientais e à globalização, que abriu mercados, mas não fronteiras. Derrubou limites à circulação do capital, mas não à das pessoas (EM. 4). Quantos migrantes sofrem violências, abandono, exploração, medo, solidão, rejeição e discriminação? São vítimas de violência sexual e tráfico, escravizados no agronegócio, nas grandes obras, oficinas de costura e megaeventos. Quanta dor carregam os retornados e deportados? Quantas famílias são desestruturadas? Que triste ver a migração silenciosa e invisibilizada dos povos indígenas, empurrados para o fundo das matas pelo avanço do capital. Mas há um gesto iluminador que pode nos orientar como pastoral, Igreja e sociedade. Trata-se do encontro que o papa Francisco (julho/2013) teve com os mi-
grantes em Lampedusa – Itália: “Peçamos perdão pela indiferença com tantos irmãos e irmãs; perdão por aqueles que, por causa das suas decisões, em nível mundial, criaram situações que se concluem com estes dramas”. Os migrantes são protagonistas e nos convidam à convivência intercultural. Quanta riqueza eles ofertam com as suas culturas, resistências e fé na vida como terra fértil semeada! Não podemos naturalizar a xenofobia, o racismo, e vê-los como inimigos, ameaças a segurança do País e aos nossos empregos. O Brasil nasceu e cresceu com a presença dos migrantes. O Serviço Pastoral do Migrante (SPM) confirma sua missão
de apoiar a luta dos migrantes por dignidade, educação, saúde, transporte, lazer, trabalho decente, justiça, protagonismo político, social, econômico, cultural. Que o Brasil assine a Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e suas Famílias/ONU - Resolução 45/158, de 18/12/1990; que garanta tratamento igual a “todo brasileiro e estrangeiro residente” em nosso País. Convidamos as pessoas, grupos, instituições a somar forças pelo Bem Viver. Juntos podemos romper fronteiras e fazer acontecer a Pátria como “a terra que nos dá o pão”, para lembrar João B. Scalabrini. Por Padre Mário Geremia
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Luciney Martins/O SÃO PAULO
São Paulo, 460 anos de Fé
A metrópole pelo olhar de um italiano solidário Daniel Gomes Redação
Movimentos sociais discutem articulação de campanha que visa combater a criminalização das ações promovidas por estas entidades
Reunião debate ‘Campanha contra a criminalização dos movimentos sociais’ Encontro aconteceu na Mitra Arquidiocesana e contou com a participação do ouvidor das polícias do Estado Edcarlos Bispo de Santana
REportagem na zona oeste
A Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo juntamente com representante de outras entidades e movimentos sociais, dos quais o Centro Santo Dias de Direitos Humanos, a Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre – (ANEL), e CSP – Conlutas, reuniram-se na terçafeira, 17 de dezembro, na Mitra Arquidiocesana, para tratar da “Campanha contra a criminalização dos movimentos sociais”. A articulação desta equipe surgiu após as duras repressões contra os movimentos sociais durante as manifestações ocorridas em junho e meses seguintes. De acordo com a equipe, a proposta é realizar um levantamento de dados para verificar possíveis violações de direitos. Em carta manifesto divulgada no dia da criação do grupo, em 10 de dezembro, data em que se comemora o Dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos, os mem-
Fernandes (foto), concedeu entrevista ao O SÃO PAULO sobre sua escolha para o cargo de ouvidor, que, segundo ele, nada mais é que “um fiscal das polícias no Estado. A ligação entre a população e o Estado”. A escolha do ouvidor é feita a partir dos vários nomes apresentados pelos membros do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), daí é apresentada uma lista tríplice ao governador do Estado, que, por sua vez, escolhe um dos nomes. Julio é advogado e membro da Comissão Justiça e Paz e já foi corregedor adjunto, na época em que Antônio Funari Filho foi corregedor, quando questionado sobre a alta letalidade da polícia em São Paulo, o corregedor destacou que está é uma infeliz realidade e que a “sociedade civil e o governo do Estado precisam meLuciney Martins/O SÃO PAULO lhorar isso. A ouvidoria faz parte disso, vamos acompanhar para, ao menos, chegar a um índice ‘aceitável’”. Sobre a desmilitarização da Polícia Militar, Julio destacou que esse assunto é complicado, pois o Estado não está preparado para enfrentar tal questão. De acordo com ele, o ouvidor anterior havia comentado sobre esse assunto e foi criticado por isso. Em relação à independência da ouvidoria, Julio destacou que “a ouvidoria administrativamente tem uma dependência da Secretaria de Segurança Pública, porém seu caráter de ação é independente”.
bros destacam a importância de se reunirem para combater a criminalização dos movimentos sociais, o que, segundo eles, têm o único intuito de tentar legitimar perante a opinião pública a repressão e a criminalização das lutas sociais. Para Uirá Ozzetti, da ANEL, a iniciativa é positiva, pois existem ataques aos direitos humanos em várias esferas e “é bom a existência do comitê para esclarecer a população sobre o que está acontecendo”. Preso durante as manifestações do meio de ano, Uirá destaca a truculência e violência da polícia durante os atos. Para ele, é preciso esclarecer a população sobre como as manifestações e os atos se organizam no País. Também presente na reunião, o recém-escolhido ouvidor das polícias do Estado de São Paulo (militar, civil e científica), Julio Cesar
Ele tinha 24 anos quando chegou a São Paulo como integrante do Serviço Missionário Jovens (Sermig), do Arsenal da Esperança, que há 18 anos na capital paulista já acolheu 45 mil homens pobres, de diferentes países e de estados brasileiros, e hoje abriga 1.250 pessoas. “Quando pela primeira vez saí do avião no Brasil, já senti a diferença. Naturalmente, todos falavam português, e eu não tinha aprendido ainda nenhuma palavra. Aprendi na marra, acolhendo pessoas na portaria do Arsenal. Nos primeiros seis meses, tinha medo da cidade; eu chegava de Milão, uma das maiores cidades da Itália, parecida com São Paulo apenas por ter as mesmas vocações de centro financeiro do país, de criação de moda e de design; mas a cidade onde nasci não tinha nada a ver com aquela que me acolheria pelos próximos anos da minha vida”, contou o italiano Lorenzo Nacheli, que hoje, aos 41 anos, é um dos articuladores do Arsenal e integra a equipe de animação do Setor Juventude de Arquidiocese de São Paulo. Lorenzo afirma que, como cristão, se sente no dever de ser sinal de esperança para todos e que consegue vivenciar isso no Arsenal, unindo pessoas para a construção de um mundo novo. “Somos sinais de contradição nesta cidade, que se esqueceu de que é feita para o homem e para a mulher. Guiados pela luz da nossa fé, colocamos os cidadãos que nos encontram frente à própria consciência, porque a nossa cidade imensa só se tornará feita para o homem se todos colaborarmos”, avaliou, complementando que São Paulo “é uma grande mãe que não rejeita ninguém. Mas, se não houvesse casas como o Arsenal, para muitos seria difícil entendê-la como mãe. Falamos dos mais de 200 estrangeiros que estão acolhidos no Arsenal e que são somente a ponta do iceberg do grande problema da imigração não qualificada que estamos vendo neste período”, comentou. Para a cidade que em 25 de janeiro completará 460 anos de história, Lorenzo daria como presente, se pudesse, escolas mais eficientes, “onde os jovens, desde pequenos, aprendessem a não deixar ninguém para trás para subir nas suas carreiras, aprendessem a importância do crescimento da comunidade”, e novos Arsenais, um para cada região. “Sonho com uma acolhida para os mais necessitados em cada paróquia da Arquidiocese, com voluntários organizados que, com revezamentos sábios, se organizassem para acolher pessoas. Seria uma revolução de caridade na nossa cidade”, afirmou. Arquivo pessoal
Lorenzo Nacheli, italiano, atua no Arsenal da Esperança
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Arquidiocese de Porto Velho (RO) emite manifesto por conta de violência na cidade Em fins de dezembro, a Arquidiocese de Porto Velho (RO) emitiu um manifesto sobre as constantes violências na cidade. No último dia 20, seis pessoas foram assassinadas em vias públicas e outras 20 ficaram feridas. A Arquidiocese cobra das autoridades medidas urgentes para conter os atos de violência que colocam em risco a população.
Tráfico humano e prostituição preocupam Pastoral Ao O SÃO PAULO, Sueli Aparecida da Silva fala da atenção com as mulheres marginalizadas, vítimas de exploração Daniel Gomes Redação
No ano em que a Campanha da Fraternidade tratará do tráfico humano e em que a Copa do Mundo no Brasil deverá ampliar os registros de prostituição, a Pastoral da Mulher Marginalizada redobra atenções quanto à ação das redes internacionais de tráfico de pessoas que aliciam mulheres. Nesta entrevista ao O SÃO PAULO, Sueli Aparecida da Silva, coordenadora arquidiocesana da Pastoral, comenta sobre as expectativas com a CF-2014 e as estratégias de ação por conta do Mundial de Futebol. O SÃO PAULO – A CF-2014 tratará do tráfico humano e colocará como um dos pontos de atenção o tráfico de mulheres para exploração sexual. Qual a expectativa da Pastoral com a Campanha?
Sueli Aparecida da Silva – Olhamos a Campanha da Fraternidade com muita expectativa, porque quando se fala da situação de mulheres exploradas sexualmente, ou como vítimas de tráfico de pessoas para prostituição, muitas vezes a sociedade ignora. A CF nos traz essa expectativa de trazer à tona o tema da violência a que essas mulheres são submetidas diariamente. Precisamos de muitas pessoas nessa luta, que é muito grande e perpassa todo o nosso esforço, tudo o que a gente imagina. O SÃO PAULO – Como as redes de tráfico humano atraem as mulheres brasileiras? Sueli Aparecida – O discurso mais comum é o de uma vida melhor. Todas as pessoas têm sonhos, muitos incutidos pelo mundo capitalista, de consumo. Assim, as mulheres querem uma vida melhor, querem estar inseridas na sociedade, mas, muitas vezes, a questão econômica não permite. A rede de tráfico usa justamente o sonho dessas mulheres de, por exemplo, comprar uma casinha para viver com seus filhos, de dar melhor condição de educação, de moradia, de saúde para seus filhos, para atraí-las. O SÃO PAULO – A que situações mais comuns são submetidas as traficadas? Sueli Aparecida – Às piores
Arquivo pessoal
Sueli Aparecida da Silva, coordenadora arquidiocesana da Pastoral da Mulher Marginalizada, comenta tema da CF-2014
situações possíveis de se imaginar. Há casos de pessoas que foram mortas no estrangeiro e que a gente teve que ajudar a família com a extradição do corpo. Temos casos de mulheres que voltaram com problemas psíquicos, além de vários tipos de doenças. O SÃO PAULO – Em 2014, o Brasil será sede da Copa do Mundo. A Pastoral teme pelo aumento do tráfico de mulheres?
Sueli Aparecida – Estamos nos preparando para isso, porque sabemos que em grandes eventos há aumento dos casos de prostituição. Além disso, com a Copa em várias cidades, o trânsito de pessoas estrangeiras será grande pelo Brasil, e nosso País ainda é visto lá fora como um local de turismo sexual muito forte, algumas pessoas já vêm para encontrar garotas de programa. Estamos nos preparando contra isso, trabalhan-
do com nossos agentes de pastoral, fazendo capacitações em eventos, participando dos comitês populares da Copa para tratar desse tema, temos nos inserido em diversas instâncias governamentais de comitês e fóruns, produzido vídeos, além de falar com as mulheres sobre a questão da prevenção, da consciência de que podem ser aliciadas durante o evento pelas redes de tráfico humano para exploração sexual.
Diocese de Osasco despede-se de dom Francisco Vieira Redação
Centenas de fiéis e o clero da Diocese de Osasco foram à Catedral Santo Antônio, em Osasco (SP), em 23 e 24 de dezembro, para despedir-se do seu bispo emérito, dom Francisco Manuel Vieira, que faleceu no dia 23, aos 88 anos, em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), após dois meses internado. “Neste momento, a nossa fé nos consola e nos dá a certeza da paz eterna para nosso irmão. Deus conceda a ele a recompensa de sua fé e amor que dedicou a Deus e à Santa Igreja”, expressou dom Ercílio Turco, bispo de Osasco, ao ser comunicado do falecimento. Na tarde do dia 24, ele presidiu a missa de exéquias, após a qual houve o sepultamen-
to do corpo de dom Francisco, na cripta da Catedral. Em nota, no dia 23, a CNBB, por meio de dom Leonardo Ulrich Steiner, secretário-geral, manifestou pesar pelo falecimento. “Dom Francisco foi pastor dedicado, levando a todos a força de Deus que é Jesus Cristo”, consta em um dos trechos. “Ao Pai, agradecemos a vida e ministério de dom Francisco, pois ‘o Senhor o conduz à posse da herança, dos congregados, na luz!’” (Cl 1,12). Nascido em Rio Tinto-Porto, Portugal, em 1925, dom Francisco chegou ao Brasil em 1931, aos seis anos de idade, junto com a família. Em 8 de dezembro de 1952, foi ordenado padre, e de 1970 a 1974, respondeu como vigário episcopal da Região Belém. Sua ordenação epis-
Aloisio Mauricio/Pascom Diocesana
Bispo emérito de Osasco (SP) e ex-auxiliar na Arquidiocese morre aos 88 anos
copal aconteceu em 25 de janeiro de 1975. Desde então, até 1989, atuou como procurador geral da Mitra Arquidiocesana de São Paulo e como bispo auxiliar da Região Episcopal Osasco,
tornando-se o primeiro bispo da Diocese de Osasco, criada em 15 de março de 1989. Dom Francisco esteve à frente da Diocese até 2002, quando renunciou por motivo de idade,
dando lugar a dom Ercílio. Inspirado por seu lema episcopal In Virtude dei (Pela Força de Deus), dom Francisco motivou as pastorais sociais e os trabalhos nas comunidades de base, tendo entregue a diocese com 52 paróquias, 472 comunidades e 46 padres diocesanos. Em 25 de agosto de 2011, ao receber o Título de Cidadão Emérito de Barueri (SP), dom Francisco exortou o povo cristão a lutar pelos valores da família e contra a corrupção, e alertou: ”O ser humano precisa ter o pensamento em Deus e na própria capacidade de semear o amor, caso contrário, tudo se arruína. A mídia já diz que os homens estão acabando com o mundo. Que não sejamos nós”, comentou. (com CNBB, Diocese de Osasco e jornal Diário da Região)
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5º Simpósio de Formação Ecumênica acontece em janeiro Acontece de 17 a 19 de janeiro, em São Paulo, o 5º Simpósio de Formação Ecumênica e o 16º Encontro de Professores de Ecumenismo, com o tema “50 anos de Unitatis Redintegratio, Nostra Aetate, Dignitatis Humanae”. Os interessados devem enviar nome, igreja, e-mail, instituição/função, endereço, telefone, para: ecumenismo@cnbb.org.br.
Papa reflete sobre Maria, Mãe de Deus L’Osservatore Romano
No Dia Mundial da Paz, Francisco recordou que a maternidade divina de Nossa Senhora foi definida no Concílio de Éfeso Redação
O papa Francisco presidiu missa no dia 1º de janeiro, quando a Igreja celebrou a solenidade da maternidade divina de Maria e o Dia Mundial da Paz. Para o Dia Mundial da Paz, ele escreveu longa mensagem, mostrando que a fraternidade é caminho seguro para a paz e tudo aquilo que impede ou tende a destruir a fraternidade entre os homens põe em perigo a paz com que toda a humanidade sonha. Na homilia da missa presidida pelo Papa na solenidade de Maria, Mãe de Deus, ele refletiu sobre os textos bíblicos, lembrando que a bênção ensinada por Moisés a Aarão é significativa no começo de um ano novo. A bênção diz: “O Senhor te abençoe e te proteja. O Sehor faça brilhar sobre ti a sua face e te seja favorável. O Senhor dirija para ti o seu olhar e te conceda a paz” (Nm 6, 24-26). Estas palavras “acompanharão o nosso caminho neste tempo que se abre diante de nós”, disse o Papa.
Papa preside celebração na solenidade de Maria, Mãe de Deus, e do Dia Mundial da Paz, e afirma que Nossa Senhora está no caminho de fé do povo cristão
Elas “dão força, coragem e esperança”. O Papa continuou lembrando que os votos da bênção se realizaram plenamente em Maria, Mãe de Deus. Este título é principal e essencial em Nossa Senhora, explicou o Papa. Ele indica uma qualidade e uma função que o povo reconhece em Maria. Sobre a história deste título, o Papa recorda que a maternidade divina de Maria foi definida no Concílio de Éfeso.
A verdade ecoou em Roma e inspirou a construção do santuário mariano de Santa Maria Maior. Maria é a Theotokos, a Mãe de Deus, que em Roma é venerada com o título de “Salus populi romani”. “Desde sempre Maria está presente no coração, na devoção e, sobretudo, no caminho de fé do povo cristão”, continuou o Papa. “Nesta caminhada, a Igreja procede seguindo as pegados do itinerário percorrido pela Virgem Maria”.
“Nós a sentimos perto de nós, disse o Papa Francisco. “Ela partilhou a nossa condição, caminhou pelas mesmas estradas difíceis e obscuras, trilhadas por nós...”. E o Papa explica esta ligação com Maria “começou quando Cristo no-la deu como Mãe no alto da cruz, no momento em que ela perde o Filho divino. Seu coração dilata-se para receber todos os homens, bons e maus. Ama-os como Jesus amava. Como em Caná,
ela mantém a chama acesa da fé na ressurreição do Filho. Ela assim torna-se fonte de esperança e de alegria verdadeira”. Segundo Francisco, Maria caminha diante de nós, nos confirma na fé, na vocação e na missão. “A ela confirmamos o nosso itinerário de fé, os desejos de nosso coração, as nossas necessidades, as carências do mundo inteiro, especialmente sua fome e sede de justiça, de paz e de Deus”, conclui papa Francisco.
Mudanças na direção do O SÃO PAULO Edcarlos Bispo de Santana
Redação
Após 31 anos atuando no jornal O SÃO PAULO, o cônego Antônio Aparecido Pereira (padre Cido - foto), vigário da Comunicação e diretor do jornal, apresentou ao cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, carta de renúncia do cargo de diretor do jornal O SÃO PAULO. Na carta, o padre Cido apresenta como razões para a sua renúncia a necessidade de renovação, segundo ele escreve: “Pessoas mais jovens, mais criativas e cheias de amor pela Igreja precisam colocar seus
talentos a serviço da Igreja e, particularmente, no complexo mundo da comunicação”. A outra justificativa escrita na carta seria os problemas de saúde que o padre vem enfrentando. Além de ter que controlar a diabetes e a hipertensão, padre Cido tem sido acometido de um problema no quadril que atrapalha sua locomoção. Ao final da carta de renúncia, o sacerdote salienta que deixa “a direção de O SÃO PAULO feliz por ter cumprido minha missão” e, além disso, destaca que o jornal “está renovado, com novo formato gráfico e com um grupo de jornalistas jovens, competentes e
compromissados com a Igreja, o que eu sempre achei necessário para quem atua na mídia católica”. Ao acatar a carta de renúncia do padre Cido, o Cardeal já apresentou um novo nome para ser diretor do O SÃO PAULO, trata-se do padre Michelino Roberto, pároco na Nossa Senhora do Brasil. Nascido em São Paulo e ordenado em 1996, padre Michelino fez mestrado e doutorado em Comunicação Social e Institucional pela Pontifícia Università della Santa Croce, Roma. De acordo com o ato, a nomeação valerá por cinco anos e passa a entrar em vigor no dia 31 de janeiro.
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O trem das
faz para 13º Intereclesial acontece na Diocese de Crato, no Ceará, e reúne milhares de romeiros e romeiras
Reproduções
Daniel Gomes e Edcarlos Bispo de Santana
1º Intereclesial
Como fazer nascer de uma Igreja clerical uma Igreja popular, numa nova afirmação da Igreja enquanto Povo de Deus? Reforçou a necessidade de uma presença mais significativa da Igreja na luta pela libertação do povo. 70 pessoas, 12 dioceses de estados diferentes, cinco bispos
2º Intereclesial
Identificadas as semelhanças entre si, as várias Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) passam a se tratar como companheiras de caminhada. As CEBs dão seus primeiros firmes passos, tendo os pequenos à frente. 100 pessoas, 17 dioceses de estados diferentes, 13 bispos e três convidados estrangeiros.
3º Intereclesial
O Intereclesial é um encontro que reúne os representantes das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) de todo o Brasil, da América e do mundo, como também representantes de outras religiões e culturas. Os intereclesiais nasceram com a finalidade de partilhar as experiências de fé e de vida, partilha feita pelos que representam as CEBs, nas suas realidades locais. O 1º Intereclesial foi realizado em 1975, em Vitória (ES). Agora, 39 anos depois, no 13º Intereclesial das CEBs, de 7 a 11, na Diocese de Crato (CE), o tema é “Justiça e profecia a serviço da vida” e o lema: “Romeiros do Reino no campo e na cidade”. O Intereclesial possui algumas características próprias, fruto da vivência popular e da participação do Povo de Deus na vida e na missão da Igreja. Dentre as características, destacamse: acolhida; missionariedade; espaço ministerial; lugar orante e de mística; proclamação e vivência da Palavra de Deus; espaço de diálogo — de macroecumenismo; multiculturalidade; eclesial; libertadora e profética/anúncio e denúncia; comprometimento
Comemorou-se os 10 anos de Medellín, que deu à Igreja latino-americana uma dinamicidade pastoral libertadora, já na primavera de Puebla. 200 pessoas, 17 bispos, nove assessores, 18 agentes de pastoral, um pastor, cacique xavante Aniceto e convidados do México, Bélgica e Nova Iorque (EUA)
4º Intereclesial
Dentre seus objetivos, destacam-se: a troca de experiências, a celebração da fé e o aprofundamento crítico das lutas reivindicatórias, sindicais e político-partidárias. 280 pessoas, 71 dioceses de 18 estados do Brasil – 184 representantes das bases, 56 agentes de pastoral, 15 assessores e 17 bispos
com a causa sociopolítica e ecológica.
Encontro mobiliza diocese centenária
“O pessoal está animado, feliz e ansioso para que o povo do Brasil esteja no Crato para trocar experiências conosco, trocar saberes e sabores, viver o Reino de Deus”, garantiu Antonio Gelmar Beserra, do secretariado nacional do 13º Intereclesial das CEBs, que acontecerá após mais de três anos de preparação. Para receber o encontro, foram montadas 11 comissões de trabalho, 17 equipes de atuação e mobilizadas todas as 55 paróquias da Diocese de Crato, situada no extremo sul do Estado do Ceará, e que em 2014 completa 100 anos de fundação, tendo sido criada em 20 de outubro de 1914, pelo papa Bento 15, após articulações iniciadas pelo padre Cícero Romão Batista, já em 1908. Das 32 cidades atendidas pela Diocese, cinco acolherão os participantes do 13º Intereclesial, em escolas, casas e salões paroquiais. “Vamos ter, com os delegados dos regionais, convidados e pessoas da América Latina e outros continentes, cerca de 3.500 pessoas participando. Quando somamos com todas as equipes de trabalho, esse número é de 4.500 a 5 mil pessoas”, detalhou Antônio Gelmar ao O SÃO PAULO, que ainda falou sobre um aspecto da temática do encontro. “Quando a gente reflete sobre a realidade, chega à conclusão de que o atual modelo de Estado não nos é o ideal. O 13º Intereclesial traz essa discussão na sua temática refletindo sobre a justiça associada com a profecia, que é onde entra a questão eclesial. A temática que a gente está discutindo visa transformar o que a gente tem”, concluiu.
5º Intereclesial
Expressa o desejo de conhecer e combater as causas das desgraças sociais. Pontos fortes as liturgias e celebrações com grande participação e criatividade. 500 pessoas, 134 dioceses de quase todos os estados do Brasil, 234 representantes das bases, 60 agentes de pastoral, 15 assessores e 30 bispos, 16 observadores, sete pessoas da imprensa e 114 das equipes de serviços
6º Intereclesial
O novo jeito de ser Igreja que caracteriza as CEBs foi um dos temas de reflexão e aprofundamento. Destacou-se três ideais fortes que definiram este novo modo de ser Igreja: a Palavra de Deus; participação; luta. Outros pontos a luta das mulheres, dos negros, dos indígenas Participação de 1.647 pessoas
Especial
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ada na terra do padre Cícero ‘Juazeiro é um lugar sagrado, centro do mundo, terra da Mãe das Dores’ Em entrevista ao O SÃO PAULO, padre Valdiran Ferreira dos Santos, 51, pároco na Nossa Senhora Aparecida, Vila Souza, Região Episcopal Brasilândia, falou de sua relação com o Juazeiro, “um lugar sagrado, centro do mundo, terra da Mãe das Dores e do meu ‘Padim pade Ciço’”. O Sacerdote contou sobre o livro que escreveu, “Os grandes louvores da Virgem Mãe de Deus”, um estudo do Ofício da Imaculada Conceição. De acordo com ele, a ideia de escrever o livro veio da religiosidade popular que é “um poço do qual todos nós bebemos. É uma riqueza da fé do povo. A apesar do preconceito dentro e fora da Igreja, a religiosidade popular é o que mantém a fé, os valores familiares, sociorreligiosos, sobretudo onde não há a presença de ministros ordenados”. Jornal O SÃO PAULO - Padre, qual a sua relação com o Juazeiro e com o Crato? Padre Valdiran Ferreira dos Santos - A minha relação com o Juazeiro é a mesma de todo nordestino: o Juazeiro é um lugar sagrado, centro do mundo, terra da Mãe das Dores e do meu “Padim pade Ciço”, é assim que vemos o Juazeiro, tradição que passa de gera-
7º Intereclesial
A aparição de um rosto novo de Deus através de cada povo indígena foi significativa. A dimensão celebrativa foi outro traço marcante. 1.106 delegados, 85 bispos católicos, 30 assessores, 61 membros da Ampliada Nacional, 120 delegados de 12 Igrejas Evangélicas, incluindo 43 pastoras e pastores e cinco bispos, 30 representantes dos povos indígenas, 83 participantes de 19 países da América Latina e 92 convidados – 2.550 pessoas
Luciney Martins/O SÃO PAULO
ção a geração na mais genuína expressão de fé católica. O SÃO PAULO - Em quantos Intereclesiais o senhor já compareceu? Padre Valdiran - Participei de três. No último, em Porto Velho (RO), havia um número expressivo de bispos, inclusive a presidência da CNBB. O SÃO PAULO - O que o romeiro não pode deixar de lado ao ir para o Juazeiro? Padre Valdiran - Em primeiríssimo lugar, visitar a Basílica de Nossa Senhora das Dores, Padroeira da cidade de Juazeiro e mãe dos romeiros, é para ela que se dirigem todas as atenções, como a Mãe de Deus e Mãe do povo pobre do Nordeste, depois a visita ao túmulo do padre Cícero e a outros lugares sagrados como o “Horto”, onde se encontra a colossal estátua do Patriarca do Nordeste (há uma mística em torno da Matriz-basílica do Juazeiro, pois é o primeiro e o último lugar a ser visitado). O SÃO PAULO - O Juazeiro e o Crato são lugares sagrados?
8º Intereclesial
1992 – Governo Color – impeachment. 1992- CELAM Santo Domingo – outubro 1.469 delegados, 335 religiosos, 98 bispos sendo 66 católicos, 50 assessores, 106 evangélicos, incluindo 35 pastoras e pastores, 43 indígenas, um pajé, uma mãe de santo, 88 participantes da América Latina e Caribe, 40 equipes de serviço – 2.238
Padre Valdiran – Como já dito, o Juazeiro é um lugar sagrado, marcado por intermináveis romarias e por grupos de penitentes que se multiplicam nos arredores da cidade. Já o Crato não goza do mesmo privilégio. O SÃO PAULO - Padre, fale um pouco do seu livro? Padre Valdiran - O livrinho “Os grandes louvores da Virgem Mãe de Deus” é um estudo sobre o Ofício da Imaculada
9º Intereclesial
Os pontos salientes, tratados no Intereclesial foram: Catolicismo Popular, Raízes Indígenas e Africanas da Religião Popular Brasileira, Pentecostalismo, CEBs e o Povo Negro, Movimento Popular, CEBs e Massa, Cultura Indígena e Cultura de Massa. Participantes – 3 mil
10º Intereclesial
Conceição, oração do século 12, teve composição final no século 15 e enriquecido com indulgências no século 19, por Pio 9º, para defender o dogma da Imaculada Conceição de Maria. É bastante popular no Nordeste e muito presente na metrópole paulistana pelos migrantes nordestinos que o recitam diariamente ou aos sábados, individualmente ou em comunidades. Trata-se de um patrimônio da religiosidade popular, o que contribui
Três momentos formaram o eixo metodológico das reflexões: memória; sonhos; compromisso. Participantes 3.036, dos 72 evangélicos quatro eram bispos, 37 pastoras e 31 leigos. 45 pessoas da Ampliada Nacional, 62 da América Latina, 64 assessores, 63 bispos, sete das religiões afro-brasileiras e 65 indígenas.
11º Intereclesial
para manter a identidade católica e a resistência diante da perda de referenciais. O SÃO PAULO - Como surgiu à ideia de escrever um livro sobre esse assunto? Padre Valdiran - A religiosidade popular é um poço do qual todos nós bebemos. É uma riqueza da fé do povo, apesar do preconceito dentro e fora da Igreja, a religiosidade popular é o que mantém a fé, os valores familiares, sociorreligiosos, sobretudo onde não há a presença de ministros ordenados. O papa Francisco, ao falar da evangelização das culturas, em sua exortação, Evangelii Gaudium, chama a atenção para essa realidade: “O melhor ponto de partida para curar e ver-se livre de tais fragilidades é precisamente a piedade popular.” (nº 69). O SÃO PAULO - Qual o valor e onde pode ser adquirido? Padre Valdiran - O valor é simbólico, apenas R$ 10 para cobrir os custos. Pode ser encontrado na Cúria da Brasilândia ou em algumas paróquias da Região. O objetivo principal é mostrar a beleza e a riqueza da fé do povo em Maria e destacar o papel materno de Maria e suas virtudes.
Neste Intereclesial aflorou com maior clareza a consciência de que o Trem das CEBs tem dois trilhos: 1º Fundamenta-se no seguimento de Jesus, 2º Refere-se ao compromisso com as causas dos excluídos. Nesses trilhos, circula a espiritualidade libertadora, como uma energia que vem do chão da vida. Participação de aproximadamente 4 mil pessoas
12º Intereclesial
0s 3.010 participantes do encontro ouviram os gritos e lutas que vêm da Amazônia e também os gritos e lutas que vêm dos outros biomas brasileiros. Aqui os gritos são muitos: população indígena e das suas terras exploradas; rios contaminados; criação extensiva do gado; a urbanização precária da Amazônia
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Região Ipiranga Pascom
Em celebração eucarística no domingo, 29 de dezembro, padre José Lino Mota Freire assume paróquia no Setor Pastoral Cursino; antigos párocos concelebram missa com templo lotado
Igreja Santa Ângela e São Serapião tem novo pároco Padre José Lino Mota Freire assumiu paróquia no domingo, 29 de dezembro, na celebração eucarística das 19h PADRE PEDRO LUIZ AMORIM
Colaborador de comunicação da região
O ano de 2013 terminou de maneira difeIPIRANGA rente para os católicos da Paróquia Santa Ângela e São Serapião, do Setor Pastoral Cursino da Região Episcopal Ipiranga. No domingo, 29 de dezembro, na celebração eucarística das 19h, diante de uma assembleia que lotou a sede paroquial, o padre José Lino Mota Freire tomou posse como pároco dessa comunidade paroquial, substituindo o padre Everton Fernandes Moraes, recentemente nomeado vice-reitor do Seminário Arquidiocesano de Teologia Bom Pastor. A posse foi dada pelo padre Anísio Hilário, pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida do Ipiranga e vigário episcopal para a Região Ipiranga. A missa, presidida por padre Anísio, serviu como um momento de recordação especial para os paroquianos de Santa Ângela e São Serapião, visto que estavam presentes os três últimos párocos daquela comunidade paroquial. Padre Anísio cuidou da paróquia até março de 2012, padre Everton Fernandes foi o pároco até dezembro de 2013, passando a paróquia aos cuidados do padre José Lino Mota Freire.
A presença dos três sacerdotes na mesma missa mostrou o carinho dos mesmos com a comunidade paroquial. De fato, esta não é a primeira vez que o padre José Lino passa pela paróquia Santa Ângela e São Serapião. Ao ser ordenado, em dezembro de 2009, antes de ser transferido para a Paróquia de Santa Paulina, no Heliópolis, padre José Lino residiu por cerca de um mês na comunidade paroquial que agora assume como pároco. O tempo curto foi suficiente para que o povo tivesse estima pelo Sacerdote, e agora a acolhida não foi de alguém totalmente novo, mas de quem já participara de alguma maneira da vida paroquial. Aliás, a própria transição aconteceu de modo que os paroquianos fossem, pouco a pouco, se acostumando com o novo pároco. A pedido do pároco anterior, padre Everton, padre Lino presidiu algumas eucaristias e casamentos, auxiliou nas confissões de preparação para o Natal e reuniu-se previamente com os funcionários para os acertos necessários para a caminhada paroquial, que não deve parar por conta da troca de sacerdotes. Na assembleia estavam fiéis da Paróquia Santa Ângela e São Serapião, mas também paroquianos de Santa Paulina, que fretaram um ônibus e uma van para facilitar a ida
até a paróquia. O carinho gerado pelo zelo do novo pároco de Santa Ângela e São Serapião também foi manifestado pelos funcionários do Hospital Heliópolis, do qual padre José Lino é capelão, e que se fizeram presentes na celebração eucarística. Na homilia, padre Anísio Hilário fez questão de recordar sua passagem pela comunidade paroquial, mostrou-se grato por tantas vezes que a paróquia o carregou em suas dificuldades, da mesma maneira que Maria e José carregaram Jesus pelo deserto fugindo da perseguição. Lembrou, também, que a paróquia deve ser uma família, local de vida e comunhão, e que o sacerdote que chega deve ser integrado nesta família. Nos agradecimentos, padre José Lino recordou sua volta à comunidade paroquial, disse sentir-se feliz por estar junto àquela porção do Povo de Deus na Paróquia Santa Ângela e São Serapião. Agradeceu a presença de todos os fiéis naquele momento, também agradeceu nominalmente os sacerdotes que compareceram naquela ocasião importante, a saber: frei José Maria Mohomed Jr., odem, pároco de Nossa Senhora das Mercês; padre Everton Fernandes de Moraes, vice-reitor do Seminário Arquidiocesano de Teologia, e padre Pedro Luiz Amorim, pároco de Santa Paulina.
Região Lapa
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Dom Julio Akamine preside missa de Natal Benigno Naveira
Na celebração foi realizada a colação de quatro ministros extraordinários da sagrada comunhão Benigno Naveira
colaborador de comunicação da região
Na manhã de quarta-feira, 25 de dezembro, LAPA dia de Natal, às 10h, na Paróquia Nossa Senhora dos Pobres, Setor Butantã, realizou-se a celebração da santa missa de Natal, presidida pelo bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, dom Julio Endi Akamine, e concelebrada pelo pároco, padre Roberto Javorski e padre Luciano Piotrowski (padres Ressurreicionistas). Após a proclamação do Evangelho, o padre Roberto Javorski ressaltou que o presente de natal que a comunidade da Paróquia recebeu, foram os quatro novos ministros extraordinários da sagrada comunhão, Daniel Minto, Rejeane Minto, Rodrigo Francisco e Pierina Angélica Francisco, e convidou-os a ficarem na frente do altar, e apresentou a dom Julio, que disse que muito se alegrava, e perguntou ao padre Roberto, se eles estão bem preparados, bem conscientes para o serviço que assumiram, e o pároco respondeu que sim. Dom Julio, na homilia, destacou que “hoje estamos celebrando o Natal, e a leitura do Evangelho de hoje parece meio confusa e estranha, porque estamos habituados a ouvir o relato do nascimento de Jesus em Belém, afinal de contas por que ler no dia de Natal o prólogo de São João”. O Bispo ressaltou, ainda, que “não devemos nos esquecer de que o mistério do Natal é o mistério da encarnação, Deus sem deixar de ser Deus se torna homem, assume a nossa natureza humana, então, no Natal, celebramos Deus que vem ao nosso encontro. O Natal, porém, não permanece só nisso, o Natal tem outro movimento, que é a nossa elevação à natureza divina, Deus se torna homem, para que nós participemos da sua natureza divina”. Dom Julio refletiu que as leituras da missa do dia 24 falam exatamente desse primeiro movimento, de Deus que desce até a condição humana. E o Evangelho do dia (25) chama a atenção para a nossa
Em missa na Paróquia Nossa Senhora dos Pobres, na manhã do dia 25, dom Julio empossa quatro ministros extaordinários da sagrada comunhão
elevação por graça divina. Por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo. Dom Julio lembrou que o Natal de fato, celebra esse mistério entre o céu e a terra, que trocam os seus presentes. Deus assume a natureza humana e, com isso, o homem
é divinizado por ele, esta é a festa de Natal, a celebração da missa de Natal, que acolhe o Senhor que vem ao nosso encontro, para que se possa ir ao encontro dele, e permanecer com ele na sua plenitude, recebendo graça sobre graça. Durante a celebração, dom Julio fez a colação dos novos
ministros extraordinários da sagrada comunhão, dizendo das responsabilidades e deveres que são atribuídos a eles. Antes da bênção final, dom Julio, em nome do arcebispo metropolitano, cardeal dom Odilo Pedro Scherer, e todos os bispos auxiliares da Arquidiocese, desejou a
todos os paroquianos, ao padre Roberto e o padre Luciano, um feliz e santo Natal. Dom Julio agradeceu ao Pároco, que está sendo transferido, o seu trabalho à frente dessa comunidade paroquial, desejando felicidades na sua nova paróquia, onde irá exercer sua missão sacerdotal.
palavra do bispo
Quando as redes correm o risco de se romper Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa
Dom Julio Endi Akamine
Prezado leitor do jornal O SÃO PAULO, gostaria de compartilhar o texto de uma carta de Carlo Martini, arcebispo de Milão, falecido em 31 de agosto de 2012, citando o exemplo de uma família que, em meio a tantas dificuldades, enfrentou sua maior prova quando descobriram que a filha mais nova estava com paralisia. Tiveram a impressão e o temor de que as redes poderiam se romper; que não conseguiriam superar. Mas a fé foi mais forte e a pequena menina se tornou motivo de grande alegria para seus pais: “Querida filha, és para os teus pais e para todos nós um
convite ao sorriso, mesmo que às vezes forçado; és um impulso para uma inesperada paciência; és a educação para uma fé mais concreta e mais ampla; és um desejo de paraíso”. E a reposta do cardeal Martini foi: “Caro Antonio ou Luis ou José, como quer que te chames, tu que me contaste a tua história. Eis que compartilhei com todos as tuas confidências. Às vezes, contar as memórias é como continuar a escrever páginas do Evangelho, que anunciam aos homens a boa notícia. É como se, depois de ter escutado o testemunho da pesca milagrosa de Pedro, da viúva de Naim e do seu filho ressuscitado, do centurião que tinha um servo doente, de Zaqueu rico e infeliz, da mulher hemorroíssa, a narrativa evangélica continuasse na tua vida. O encontro com Jesus, a
obediência à sua Palavra, o lançar de novo as redes mesmo quando estamos cansados conduz para onde não pensávamos, dá-nos uma luz inesperada, comunica-nos consolações e frutos para além de todas as expectativas. Por isso, minha bênção deste ano é acompanhada desta história de fé: talvez ela ajude a abrir os olhos e a descobrir os milagres que florescem na vida de todos, naquela de teu vizinho, do teu colega, daquela pessoa afetada pela mesma enfermidade, até mesmo daquela pessoa que te é antipática. Que Deus te abençoe e te ajude a continuar a escrever a tua história, mesmo que não seja por escrito, mas certamente com a própria vida. E enquanto recebes a bênção deste ano, invoca sobre mim e sobre os padres as
graças de Deus. Também nós, consagrados ao ministério da Palavra, continuamos a experimentar o estupor e a alegria na obediência à Palavra que ordena: ‘Vai para o fundo! Lança as redes’. Também nós temos uma história maravilhosa para contar. Talvez escutando algum pedaço da história de fé do teu padre poderás provar comoção e admiração: encontrarás uma razão a mais para rezar para que sejam muitos e santos os padres que o Senhor manda para o meio do povo para escutar confidências, para oferecer consolação, para repetir a Palavra do Senhor: ‘Vai para o fundo; tenta ainda uma vez; começa de novo; a rede se encherá da abundância da graça’”. Que o ano novo seja repleto de bênçãos de Deus.
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Região Santana
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Dom Sergio lança site regional remodelado Diácono Francisco Gonçalves
Bispo auxiliar na Região deu início ao portal que divulgará informações da Cúria e notícias das paróquias Diácono Francisco Gonçalves
Colaborador de comunicação da Região
O domingo, 22 de dezembro, foi especial para SANTANA a Região Episcopal Santana, pois foi lançada a nova paginação do seu site, após meses de trabalho que envolveu cerca de 20 pessoas, membros da Pastoral da Comunicação (Pascom). Nesse trabalho, vale ressaltar a participação de dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, que participou de todas as reuniões. A manhã iniciou-se, às 10h30, com uma celebração eucarística presidida por dom Sergio. Após a missa, a equipe reuniu-se para os últimos preparativos a fim de que o site entrasse no ar. Dom Sergio, em seguida, lançou oficialmente o site. Seguiu-se um churrasco comemorativo do evento e também como confraternização anual da Pascom. As possibilidades desse site são inúmeras, já que a Cúria assumiu os custos para permitir que ele se transformasse em um portal, que, além de divulgar informações pertinentes ao âmbito da Cúria e de toda a Região, também passaria a conter páginas para divulgação das informações e notícias das paróquias. “Nós somos chamados, através das mídias, como cristãos, a partilhar nossa fé, a nossa experiência de comunidade, o nosso encontro com o Senhor Jesus. Por isso, estamos dando um novo rosto ao site. Nós queremos oferecer a você que busca informação, valores, que busca respostas às dúvidas de sua fé, uma resposta serena, simples, como foram as parábolas de Jesus. Por isso, convido você a visitar nosso site www.regiaosantana.org.br”, disse dom Sergio. Uma nova etapa de comunicação abre-se com esse site para toda a Região Santana, que congrega 63 paróquias de grande parte da zona norte de São Paulo.
Em confraternização, em 22 de dezembro, dom Sergio de Deus Borges comemora com equipe da Pascom novo rosto do site da Região Episcopal Santana
Padre Paulo Cesar Gil faz 25 anos de sacerdócio Da região episcopal
A Paróquia do Menino Jesus festejou os 25 anos de seu pároco, padre Paulo Cesar Gil. Na manhã do dia 17 de dezembro, foi celebrada uma missa com a presença de dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, e o clero da Região. Já no dia 21 de dezembro, houve missa com todos os paroquia-
nos. Padre Paulo Cesar Gil nasceu em 25 de agosto de 1962, em São José do Rio Preto (SP). Mudando para a cidade de São Paulo, foi ser paroquiano da Paróquia Nossa Senhora da Luz. Lá, sob a orientação do pároco, padre Valdevir Cortezi, foi discernida a sua vocação. Ordenado sacerdote em 17 de dezembro de 1988, exerceu também a coordenação da Ani-
mação Bíblico-Catequética da Arquidiocese de São Paulo e do Regional Sul 1 da CNBB. O que mais marcou na sua vida sacerdotal, segundo padre Paulo, foi a acolhida das comunidades, ganhando novos irmãos que se tornaram sua família ampliada. Padre Paulo estava feliz por ter sido escolhido por Deus para exercer esse ministério. “Minha vida nesses 25 anos
foi um aprendizado... Deus me reservou muitas oportunidades e amigos para uma experiência de fé em Cristo e sua Igreja. Quero destacar a confiança a mim confiada por dom Joel Ivo Catapan (in memorian) no ministério da Catequese e a dom Joaquim Justino Carrera (in memorian) pela amizade e ensinamentos sobre o valor da missão que abraçamos”, acrescentou padre Paulo.
palavra do bispo
A luz gentil de Belém Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana
Dom Sergio de Deus Borges
Celebramos o Natal do Senhor com fé, festa e muita alegria. Luzes se acenderam por toda a cidade nas praças, edifícios, casas e Igrejas. Houve confraternização entre as famílias e a alegria da presença amiga do Menino de Belém contagiou a todos. Em Belém, apareceu a grande luz que o mundo esperava. Naquele Menino deitado na manjedoura, Deus mostrou a sua glória – a glória do amor, em que Ele mesmo se entrega em dom e se despoja de toda a grandeza para nos conduzir pelo caminho do amor. A luz de Belém nunca mais se apagou. Ao longo de todos os séculos, envolveu homens e mulheres, “cercou-os de luz” (cp. Bento 16).
A luz que emana de Belém nos faz iniciar 2014 com grande alegria, pois continua ressoando a mensagem divina: “Não temais, pois vos anuncio uma grande alegria. Hoje, na cidade de Davi, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias Senhor” (Lc 2, 10-11). A luz que emana de Belém nos ensina que não precisamos ter medo neste início de ano. O medo nos fecha e nos faz viver na escuridão da desesperança. O medo nos rouba a sã ousadia, tão necessária nos dias de hoje, nos rouba o futuro e nos impede de amar. A luz que emana de Belém nos dá a ousadia de manter os braços abertos para amar, como o Menino de Belém manteve os braços abertos e nos amou. Transformados por este amor, nosso olhar se renova e experimentamos, assim, que há nele uma grande promessa de plenitude que
agenda regional
nos abre a visão do futuro. Vamos aproveitar 2014 e amar como Ele nos amou! Esposos dediquem mais tempo para cultivar a vida matrimonial, estar um ao lado do outro, dialogar; usem o tempo a seu favor! Pais, acompanhem melhor a vida de seus filhos, com ternura, presença amiga e orientação segura! Filhos, deixem-se amar, sejam ternos e carinhosos com seus pais e irmãos! No programa de 2014, é necessário que estejam claros os gestos de resposta ao amor com que Deus nos amou, por meio de uma vida espiritual mais consciente e do compromisso com os mais frágeis. Aproveitemos este início de ano e façamos um programa espiritual de escuta diária da Palavra de Deus, de oração do santo terço, de uma participação na santa Missa dominical, do testemunho da fé etc. Vamos olhar com os olhos
do Menino de Belém para os mais frágeis e abrir nossos braços e coração para a solidariedade, saindo da mesquinhez dos nossos desejos e interesses, pondo-nos a serviço de quantos vivem sofrendo por falta de cuidado ou por falta de recursos que atendam às suas necessidades básicas. Somente assim, à luz de Belém, 2014 será um ano de grandes oportunidades, porque iremos ao encontro do Senhor para adorá-lo, ao encontro do irmão para cuidar dele, ao encontro de nossa família para amarmos e sermos amados, ao encontro de nós mesmos para obtermos a paz e serenar o coração. A todos, muita luz em 2014, muito amor no coração e nas atitudes. “Enquanto gera calor, a luz significa também amor. Onde há amor, levanta-se uma luz no mundo; onde há ódio, o mundo permanece na escuridão” (cf. Bento 16).
Sábado (4), 17h
Domingo (5), 10h
Missa na Paróquia São Francisco Xavier (rua Yokoama, 33, no Jardim Japão), presidida por dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar na Região Santana, que dará posse ao novo pároco.
Dom Sergio de Deus Borges dará posse ao novo administrador paroquial da Paróquia Santa Luzia (rua Padre Agostinho Poncet, 134, Mandaqui).
Região Sé
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Paróquias celebram 100 anos em 2014 Igrejas centenárias acompanharam e marcaram o desenvolvimento de bairros da Região Fernando Geronazzo
Colaborador de Comunicação da Região
Em 2014, várias paróquias da Arquidiocese de SÉ São Paulo comemoram 100 anos de criação, seis delas estão localizadas na Região Episcopal Sé e ajudam a contar a história de seus bairros. Elas foram criadas pelo decreto do primeiro arcebispo de São Paulo, dom Duarte Leopoldo e Silva, em 2 de fevereiro de 2014. Localizada no Bom Retiro, a Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora nasceu de um acordo entre dom Duarte e o então inspetor da Congregação Salesiana do Sul do Brasil, o padre Pedro Rota. Junto com a Paróquia nasceu o Instituto Dom Bosco. A primeira igreja foi inaugurada em 1918. Até essa data, os sacramentos da nova paróquia eram celebrados na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, no bairro vizinho de Campos Elíseos. Atualmente, o pároco é o padre Sérgio Augusto Baldin. Já a Paróquia Santo Antonio da Barra Funda era apenas uma capela ligada à Paróquia de Santa Cecília, no centro da capital. O pároco que marcou história na Paróquia foi o padre Vicente Miguel Marino, que dirigiu a comunidade durante 40 anos. Ele construiu perto da igreja um prédio de seis andares, onde funcionou um centro social e, em 1972, iniciou a construção da igreja atual, inaugurada em 1980. Atualmente, o administrador paroquial é o padre Aparecido Silva e o vigário paroquial é o padre Luiz Claudio de Almeida Braga. No tradicional bairro do Pari, encontra-se mais uma paróquia dedicada a Santo Antonio. Aos cuidados dos Franciscanos da Ordem dos Frades Menores, teve como primeiro pároco o português frei José Rolim, que ficou à frente da Paróquia até 1916. Arthur Vautier, proprietário de vastos terrenos no bairro, vendo o dinamismo do Frade português, doou um terreno para a construção de uma igreja, que ficou pronta em 1924. Em 2006, um incêndio acabou destruindo toda a lateral direita da igreja e a torre com os sinos desse lado. A partir de então,
começou-se uma grande mobilização para restaurar a igreja e, em 10 de dezembro de 2007, o templo reformado foi dedicado pelo cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo. Atualmente o pároco é o frei Adriano Freixo Pinto. Considerada uma das mais antigas igrejas do bairro da Mooca, a Paróquia São Januário é popularmente conhecida como San Gennaro, que nasceu da devoção dos imigrantes italianos que até hoje vivem na região. No início da década de 70, o então pároco, padre Esvegio Consilio, precisava de recursos para arrumar o telhado, pois chovia muito dentro da igreja, então criou a Festa de
San Gennaro, que anos depois veio se tornar uma das mais tradicionais festas da cidade. Hoje, seu administrador paroquial é o padre Claudiomiro Bispo. A Paróquia de São Geraldo, localizada no bairro de Perdizes, também foi desmembrada do território da Paróquia de Santa Cecília. No bairro havia uma pequena capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição e Santa Cruz, onde funcionou a primeira matriz da nova paróquia. O atual templo foi inaugurado em 1932. Em 1942, partiu dessa igreja a solene procissão de encerramento do 4º Congresso Eucarístico Nacional, dirigindo-se para o Vale do Anhangabaú.
Para “repicar” à saída da procissão, foi doado um grande sino, que repicou anunciando à cidade a proclamação da Independência do Brasil. O atual pároco é o padre José Augusto Schramm Brasil, que, mesmo antes de sua ordenação sacerdotal em 19 de novembro de 1983, já colaborava nos trabalhos paroquiais e, em 1990, foi nomeado Pároco. No bairro de Pinheiros fica a sexta paróquia centenária da Região, Nossa Senhora de Monte Serrate, que tem sua história atrelada às mais remotas origens da cidade de São Paulo. Em 1560, com a chegada dos portugueses, os índios Tupi
abandonaram o núcleo central e, orientados pelos Jesuítas, fundaram as aldeias de São Miguel, Itaquaquecetuba e Nossa Senhora dos Pinheiros. Neste último aldeamento, foi construída uma capela. Com o tempo, a ermida tornou-se centro importante de culto, não só da população da vila, mas também de moradores dos arredores. Em 1914, foi criada a paróquia dedicada a Nossa Senhora de Monte Serrate, tendo atualmente como pároco o padre Carlos Eduardo Campos dos Santos. Em breve serão divulgadas as programações das comemorações do centenário de cada paróquia. Fotos: Arquivos das paróquias
Em 2014, seis paróquias da Região Episcopal Sé celebram 100 anos de criação; em breve serão divulgadas as programações de comemoração dos centenários
palavra do bispo
Igreja casa de iniciação à vida cristã Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé
Dom Tarcísio Scaramussa
A Igreja de São Paulo prioriza neste ano de 2014 a urgência da iniciação à vida cristã. Por que foi feita esta escolha no 11º Plano de Pastoral, e o que precisamos fazer? A forma de pastoral que predominou até os nossos dias está se revelando insuficiente, e parece não corresponder às necessidades da formação de discípulos missionários em nosso tempo. O Documento de Aparecida indica algumas
carências desse modelo, e ao mesmo tempo aponta a direção para uma nova prática pastoral: “Uma fé católica reduzida a conhecimento, a um elenco de algumas normas e de proibições, a práticas de devoção fragmentadas, a adesões seletivas e parciais das verdades da fé, a uma participação ocasional em alguns sacramentos, à repetição de princípios doutrinais, a moralismos brandos ou crispados que não convertem a vida dos batizados, não resistiria aos embates do tempo. Nossa maior ameaça é o medíocre pragmatismo da vida cotidiana da Igreja, na qual, aparentemente, tudo procede com normalidade, mas, na ver-
dade, a fé vai se desgastando e degenerando em mesquinhez. A todos nos toca recomeçar a partir de Cristo, reconhecendo que não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande ideia, mas pelo encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá um novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva” (DAp 12). Para que isto aconteça, é preciso realizar uma catequese de inspiração catecumenal. “Queremos discípulos, não gente que faz cursinho” (Estudos da CNBB 97, 161). Esta catequese deve falar ao coração das pessoas e privilegiar os seguintes passos: conversão, discipula-
do, comunhão e missão. Nesta linha devem estar todas as iniciativas pastorais de formação, como a catequese de crianças, jovens e adultos, a Pastoral do Batismo de adultos segundo o Ritual de Iniciação Cristã dos Adultos(RICA), a Pastoral do Matrimônio, a liturgia, as Escolas da Palavra, as escolas da fé, as escolas de ministros e cursos de teologia para leigos, e, de alguma forma, todas as pastorais, para que tenham como eixo principal a formação de discípulos-missionários. A iniciação à vida cristã não é, portanto, uma tarefa apenas da catequese e de catequistas, mas é uma ação de toda a comunidade de fé.
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Região Brasilândia
Dom Milton comemora 4 anos de episcopado Tendo como lema de vida episcopal In manus tuas! (Em tuas mãos!), Bispo celebrou data especial com toda a Região
ção, padre Reinaldo Torres, coordenador do Setor Pastoral Jaraguá fez uma linda homenagem ao Bispo, em nome de todo o clero e do povo da Brasilândia. Nascido em 24 de novembro
de 1963, em Taiúva (SP), dom Milton foi ordenado padre em 5 de setembro de 1987. É mestre em Teologia da Espiritualidade pela Pontifícia Faculdade de Espiritualidade “Teresianum”, de Roma.
Falece coordenadora da Pastoral da Saúde Acontece nesta sexta-feira, 3, às 20h, a missa de 7° Dia de Aurélia Silva Mora, que faleceu em 28 de dezembro. Por mais de 20 anos, ela atuou na Pastoral da Saúde e
estava como coordenadora desta na Região Episcopal Brasilândia. A celebração será na Paróquia São Judas Tadeu (rua João Alves Pimenta, 152, Vila Miriam), onde Aurélia teve destacada presença por mais de 50 anos Renata Moraes
Renata Moraes
Colaboradora de comunicação da Região
Na noite de 23 de dezembro, antecipando o dia 27, dom Milton Ke- BRASILÂNDIA nan Júnior, bispo auxiliar da Arquidiocese para a Região Brasilândia, reuniu-se com o clero regional e com todos os leigos para celebrar o quarto ano de seu episcopado. A missa foi presidida pelo aniversariante na Comunidade São Pio de Pietrelcina (CJ), Área Pastoral Santo Antônio. No início da celebração, dom Milton agradeceu a presença de todo o povo da Brasilândia, dos familiares, padres e amigos, não somente na data comemorativa, mas também em toda a sua caminhada episcopal. “A gente aprende a ser bispo é com o povo”, exaltou o Bispo, que foi ordenado em 27 de dezembro de 2009, em Jaboticabal (SP), pelo cardeal dom Odilo Pedro Scherer. Na homília, dom Milton relembrou a figura do profeta João Batista, sua humildade e serviço, e alertou que todos devem ser como o profeta antecessor de Jesus: apaixonados pelo Reino de Deus. E também falou sobre a mensagem do papa Francisco para a Cúria Romana, discurso que tocou muito o coração do bispo. “Para que o trabalho na Igreja aconteça é preciso ter profissionalismo, ter o espírito de serviço e de santidade, pois só assim o Reino de Deus acontece no meio de nós”, encerrou, destacando ser essa a sua vontade para seguir na caminhada episcopal. Em entrevista à Pascom Brasilândia, dom Milton ressaltou a alegria de celebrar mais um ano de episcopado, sobretudo na Região Brasilândia. “A vida de um bispo é um constante aprendizado. Com as alegrias e as dificuldades, percebemos sempre as mãos de Deus sobre nós, é o Senhor que realiza a vontade dele, apesar das nossas fraquezas e de nossas faltas.” E agradeceu a todas as comunidades, os leigos e os padres todo o apoio, carinho e orações em sua caminhada episcopal. Ao final da celebra-
Dom Milton Kenan Júnior preside, em 23 de dezembro, missa em área pastoral no Parque Taipas, na qual comemora seu quarto ano de ordenação episcopal
palavra do bispo
Um apelo à fraternidade que gera a paz Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia
Dom Milton Kenan Júnior
Ao despontar o ano de 2014, a mensagem do Santo Padre, o papa Francisco, para o Dia Mundial da Paz, com o tema “Fraternidade, fundamento e caminho para paz” nos desafia a reconhecer cada pessoa “como uma verdadeira irmã e um verdadeiro irmão”, pois, “sem tal consciência, torna-se impossível a construção de uma sociedade justa, de uma paz firme e duradoura”. Num tempo em que as relações entre as pessoas parecem se estreitar, graças ao poder da mídia em permitir uma comunicação veloz entre as diversas regiões do planeta, o que vemos? Vemos instalarse a “globalização da indiferença” que, “lentamente, nos faz ‘habituar’ ao sofrimento alheio, fechando-nos em nós mesmos”. O papa Bento 16 afirma-
ra: “A globalização faz-nos vizinhos, mas não nos faz irmãos”, indicando a “ausência de uma cultura de solidariedade”, onde se difunde a “mentalidade do ‘descartável’ que induz ao desprezo e abandono dos mais fracos, daqueles que são considerados ‘inúteis’”. O papa Francisco lembra que “a raiz da fraternidade está contida na paternidade de Deus”; só é possível reconhecer no outro um irmão, se somos capazes de reconhecer nossa dependência de Deus, Pai de todos. Trata-se, diz o Papa, “de uma paternidade eficazmente geradora de fraternidade, porque o amor de Deus, quando é acolhido, torna-se o mais admirável agente de transformação da vida e das relações com o outro, abrindo os seres humanos à solidariedade e à partilha ativa”. Num dos parágrafos mais belos desta mensagem, o Papa conclui seu pensamento afirmando: “Quem aceita a vida de Cristo e vive nele, reconhece Deus como Pai e a ele se
entrega totalmente, amando-o acima de todas as coisas. O homem reconciliado vê, em Deus, o Pai de todos e, consequentemente, é solicitado a viver uma fraternidade aberta a todos. Em Cristo, o outro é acolhido e amado como filho ou filha de Deus, como irmão ou irmã, e não como um estranho, menos ainda como um antagonista ou até um inimigo. Na família de Deus, onde todos são filhos de um mesmo Pai e, porque enxertados em Cristo, filhos no Filho, não há ‘vidas descartáveis’. Todos gozam de igual e inviolável dignidade; todos são amados por Deus, todos foram resgatados pelo sangue de Cristo, que morreu na cruz e ressuscitou por cada um. Essa é a razão pela qual não se pode ficar indiferente perante a sorte dos irmãos”. Aplicando a lógica da fraternidade ao compromisso com a paz, Francisco cita o papa João Paulo 2º “A paz” – afirma João Paulo 2º – é um bem indivisível: ou é bem de todos, ou não o é de ninguém. Na realidade, a paz só pode
ser conquistada e usufruída como melhor qualidade de vida e como desenvolvimento mais humano e sustentável, se estiver viva, em todos, ‘a determinação firme e perseverante de se empenhar pelo bem comum’”. Prossegue Francisco: “Isto implica não se deixar guiar pela ‘avidez do lucro’ e pela ‘sede de poder’. É preciso estar pronto a ‘perder-se’ em benefício do próximo em vez de explorá-lo, e a ‘servi-lo’ em vez de oprimi-lo para proveito próprio”. Acolhendo as palavras do papa Francisco na sua primeira Mensagem para o Dia Mundial da Paz, no início de um novo ano, somos convidados a acolher as palavras do Senhor: “Todos sois irmãos!” (Mt 23,8). Nessas poucas palavras está contida a mais revolucionária força capaz de gerar a paz. “Filhos no Filho”, tendo a Deus como nosso Pai, podemos amar nossos semelhantes, vendo neles nossos irmãos e irmãs, construindo, assim, a paz!
Região Belém
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Irmã assume direção de externato em Araraquara João Carlos Gomes
Idê Maria, religiosa das Franciscanas da Imaculada Conceição, despediu-se após 25 anos de missão no Belém João Carlos Gomes
colaborador de comunicação da Região
Após 25 anos de trabalho missionário na educabELÉM ção, liturgia e canto na Região Episcopal Belém, a irmã Idê Maria da Cunha deixa a direção do Colégio Nossa Senhora de Lourdes, para assumir, a partir de janeiro, a mesma função no Externato Santa Terezinha, em Araraquara (SP), região central do Estado de São Paulo, sede provincial da Congregação das Franciscanas da Imaculada Conceição, ordem a que pertence irmã Idê. Veja abaixo sua mensagem de agradecimento e despedida aos irmãos da Arquidiocese de São Paulo: Religiosa das Franciscanas da Imaculada Conceição assume direção de externato em Araraquara, sede de sua congregação
“Indo e vindo, trevas e luz: tudo é graça, Deus nos conduz!” Caríssimo dom Edmar Peron, prezados irmãos presbíteros, agentes de pastoral, religiosos e religiosas e ao querido Povo de Deus da Região Belém. Dirijo-me a vocês através desta mensagem, por não ter condições de me encontrar com todos pessoalmente. Depois de quase 25 anos de missão a serviço da Educação, no Colégio Nossa Senhora de Lourdes, no bairro da Água Rasa, recebi, neste fim de ano, com surpresa, o pedido da minha provincial para assumir a direção do Externato Santa Terezinha, em Araraquara, sede da nossa província, no
interior de São Paulo. Sinto o coração apertado e não posso negar a minha fragilidade diante da missão que me é pedida e confiada. Depois de tantos anos, acostumei-me com a agitação desta “cidade
que não para”, marcada por tantos contrastes, mas, sobretudo, pelo acolhimento. Nas idas e vindas do metrô superlotado, nas viagens de ônibus para a periferia, que duram, às vezes, horas e horas, no
barulho noturno que muitas vezes atrapalhou o meu sono, nas rodas dos cancioneiros da praçada Sé, no vaivém das pessoas agitadas que atropelam os que não entram no seu ritmo frenético, nas rodas
sociais de tantos espaços culturais que esta cidade oferece com fartura... Foi assim, convivendo com tudo isso, que aprendi a amar essa imensa cidade que “Deus habita e tem amor por seu povo...” Assim rezamos na oração dedicada a São Paulo, nosso patrono. Guardo no coração, como memória litúrgica, tantas experiências de fé e de luta vividas, celebradas e partilhadas, nesta amada Região Belém, no serviço da liturgia e do canto pastoral aos quais me dediquei durante todos esses anos. Agradeço muito a Deus ter feito parte da história da Igreja de São Paulo, nessa Região que tem o nome de “Casa do Pão”. Aqui me alimentei e sinto-me forte para “levantar e caminhar, pois o caminho é longo...” Apesar das minhas falhas e fraquezas humanas, tenho consciência da missão cumprida. Peço a Deus que acolha tudo isso como “oferenda agradável”. Agradeço a cada um e a cada uma de vocês o fato de ter sido irmãos e irmãs na minha caminhada. Levo a todos no meu coração franciscano. A exemplo de São Francisco de Assis, quero ter um coração despojado, desapegado e nada mais a desejar a não ser fazer a vontade daquele que me chamou, me ungiu, me consagrou e me enviou para servir. Meu abraço fraterno, com carinho e eterna gratidão. Irmã Idê Maria – FIC
Inscrições do IBGE para 956 vagas temporárias em SP, até 6 de janeiro Estão abertas, até o dia 6 de janeiro, as inscrições para a função de agente de pesquisas e mapeamento do IBGE em São Paulo. São 956 vagas temporárias para interessados com nível médio de escolaridade, dentre elas, 513 (54%) para a região metropolitana da capital e 443 (46%) para diversos municípios. O salário mensal do cargo
é de R$ 1.020 por 40 horas semanais, férias, 13º salário, vale refeição, por um prazo de até dois anos. Essa seleção do IBGE SP faz parte das 7.825 vagas temporárias nacionais abertas em várias regiões do País. Para concorrer, é preciso fazer a inscrição no site www.cesgranrio.org.br, com pagamento de taxa de R$ 25 no caso do
agente de pesquisas. A aplicação da prova objetiva está prevista para 23 de fevereiro e contará, para esse cargo, com questões de múltipla escolha sobre língua portuguesa, geografia, raciocínio lógico e conhecimentos gerais. A data de divulgação do resultado definitivo é 25 de março.
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Entretenimento
www.triguito.org.br www.triguito.org.br
passa tempo
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Geral
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Shalom realiza acampamento de jovens A comunidade católica Shalom realiza de 16 a 19 de janeiro, o acampamento de jovens Acamp´s, com momentos de lazer, esportes e espiritualidade. A atividade será no Sítio Terra do Saber, em Mogi das Cruzes (SP). As inscrições podem ser feitas pelo Facebook Shalom São Paulo ou na sede da comunidade (rua Diana, 353, Perdizes).
Missão pelo centro de São Paulo proclama: ‘Ele está no meio de nós’ Evento promovido pela Aliança de Misericórdia em parceria com o Sejusp reuniu milhares de pessoas na semana que antecedeu o Natal
Comunidade Aliança de Misericórdia
Paula Leme
Mais de 6 milhões e 600 mil fiéis presentes em vários encontros no Vaticano
Mais de 6 milhões e 600 mil fiéis participaram de vários encontros, no Vaticano, com o papa Francisco em 2013. Segundo a Prefeitura da Casa Pontifícia, trata-se de dados aproximativos, a partir de março de 2013, calculados com base nos pedidos de participação aos eventos enviados ao organismo vaticano e nos bilhetes distribuídos, bem como na estimativa sumária das presenças em momentos como Angelus ou Regina Coeli e nas grandes celebrações na praça São Pedro.
Encontro internacional no Vaticano sobre a questão síria
Especial para O SÃO PAULO
Os que passaram pelo centro de São Paulo na semana que precedeu o Natal, de 16 a 22 de dezembro, puderam presenciar a 13ª edição da Missão Thalita Kum, evento realizado na cidade desde 2001, inicialmente somente pelo Movimento Aliança de Misericórdia, e que em 2007 passou a ser realizado em parceria com o Setor Juventude da Arquidiocese de São Paulo (Sejusp) e se tornou, desde 2012, um projeto de comunhão entre algumas das novas comunidades e movimentos presentes na cidade. Somando forças para atender ao chamado da Igreja para uma Nova Evangelização, cerca de 500 jovens de diversas partes do Brasil (de 34 cidades no estado de São Paulo e alguns dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina), juntamente com a Aliança de Misericórdia, a fraternidade O Caminho, a Toca de Assis, Anjos da Rua e os seminaristas da Arquidiocese de São Paulo foram às ruas da maior metrópole brasileira para anunciar a todos que “Ele está no meio de nós”, tema em comunhão com a Novena de Natal da Arquidiocese. No decorrer dos dias de missão, nas evangelizações pela cidade, foram atingidas cerca de 15 mil pessoas nas praças por meio de teatro, música, dança, pregação, abordagem para conversas e padres atendendo confissão. Foram visitadas 15 unidades da Fundação Casa, três penitenciárias (Santana, Pirituba e Brás), cerca de 200 ônibus, hospitais e cortiços do centro, e houve, ainda, a evangelização junto aos skatistas na praça Roosevelt, pátio do Colégio e no parque do Ibirapuera. Outro importante trabalho sempre realizado durante o Thalita Kum é junto à população em situação de rua, que neste ano atingiu aproximadamente 2,5 mil moradores em pontos variados do centro da cidade. No sábado de missão na praça da Sé foi celebrada uma missa de Natal, seguida da “Ceia dos Pobres”, oferecendo refeições para mais de mil moradores de rua, além de música ao vivo e apresentação do Circo da Misericórdia. Ao longo dos dias, alguns destes irmãos em situação de rua pediram ajuda para mu-
Direto de Roma
A Pontifícia Academia das Ciências promove em 13 de janeiro, na Casina Pio 4º, no Vaticano, um encontro internacional com expoentes do mundo da política, da diplomacia, da cultura e da economia, intitulado “Síria, Como ficar indiferente?” O objetivo é buscar caminhos que possam contribuir para um “cessar-fogo que torne possível a ajuda humanitária no País, dilacerado pela guerra civil”.
Santa Sé e Coreia do Sul: 50 anos de bons relacionamentos Missa presidida por dom Odilo Pedro Scherer encerra missão realizada nas ruas de São Paulo
dar sua situação e foram encaminhados e acolhidos nas casas da Missão Belém. A missão não se limitou à região central. Foi celebrada uma missa na região conhecida como “cracolândia” próxima a estação da Luz, com “passeio eucarístico” pelas ruas e na favela do Moinh. Nos Campos Elísios, foi feita evangelização com as crianças e porta a porta visitando os barracos dos moradores do local para anunciar a Boa Nova do Natal. O fim de semana foi de encerramento da missão na praça da Sé. A noite houve apresentações de cantores católicos na praça e, no fim da tarde de sábado, a
missa presidida pelo cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, na qual ele afirmou que toda a cidade está precisando se lembrar de Deus e incentivou os jovens a não desistirem, “Jesus significa ‘Deus Salva’. Nesses dias, vocês foram ao encontro de pessoas para anunciar que Deus salva a todos, não somente os necessitados, Deus salva a todos. Acreditem, mesmo os que estavam com as portas e o coração fechados, um dia se lembrarão desse anúncio da salvação que vocês deram”.
Santa Sé e a República da Coreia estão comemorando 50 anos de relações diplomáticas. O acontecimento foi marcado particularmente por uma missa celebrada em Roma pelo secretário de Estado da Santa Sé, dom Pietro Parolin. “Rezemos pelo dom da paz nas duas Coreias e pelo respeito dos direitos humanos em toda a península”, foi o que disse o secretário de Estado, dom Pietro, na homilia da missa. O Prelado pediu então que entre os dois países asiáticos “não cesse jamais o diálogo, que as ajudas humanitárias sejam asseguradas a quem precisa” e que os coreanos possam se sentir “irmãos de um único povo”.
Fotos: Helena Ueno
Os fiéis lotaram a Catedral da Sé em duas missas presididas pelo vigário da Catedral, padre Luiz Eduardo Baronto. No domingo, 29 de dezembro, na celebração da Sagrada Família, ele abençoou as famílias ao fim da missa; e no dia 1º, Solenidade da Santa Mãe de Deus e Dia Mundial da Paz, aspergiu os participantes da missa.
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Arquidiocese de São Paulo divulga resultado da Coleta das Missões A Arquidiocese de São Paulo divulgou em fins de dezembro que a Coleta das Missões realizada em todas as igrejas da Arquidiocese, nos dias 19 e 20 de outubro, arrecadou o total de R$ 336.760,81, em valor bruto. A coleta tem o objetivo de financiar projetos missionários em todo o mundo, por meio do Fundo Universal de Solidariedade.
Mostra de imagens das visitas dos papas a Israel L’Osservatore Romano
Após passar por Brasília e Rio de Janeiro, exposição segue em cartaz, até 19 de janeiro, na Catedral da Sé
Helena Ueno
Redação
Foi inaugurada, no domingo, 22, na Catedral Metropolitana de São Paulo, a exposição “Os Papas em Israel, a Terra Santa”. A exposição, que já passou por Brasília e Rio de Janeiro, ficará em cartaz até 19 de janeiro. Quem for à Catedral poderá conferir as imagens de três papas: Paulo 6º, João Paulo 2º e Bento 16, visitando locais sagrados para judeus, cristãos e muçulmanos, em Israel. A cerimônia inter-religiosa de abertura da exposição foi presidida pelo cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, e pelo cônsulgeral de Israel, Yoel Barnea. Representantes das comunidades judaica e cristã também compareceram ao evento, dentre eles: o cardeal dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, cônego José Bizon, diretor da Casa da Reconciliação da Arquidiocese de São
Imagens das visitas dos papas à Terra Santa podem ser conferidas na Catedral da Sé; a inauguração da exposição contou com a presença do cardeal dom Odilo
Paulo, e Michel Schlesinger, rabino da Congregação Israelita Paulista (CIP). Dom Odilo saudou a presença de todos e enfatizou a importância do diálogo que deve existir entre as religiões cristã e judaica. Para o arcebispo de São Paulo, a exposição sobre os papas em Israel reflete o quão precioso é este diálogo. Yoel Barnea destacou os valores e as origens em comum existentes entre judeus e cristãos, como o Antigo Testamento. “E o que ainda é mais importante: acreditamos e re-
zamos para o mesmo Deus”. Em seu discurso, o cônsulgeral de Israel lembrou-se da declaração Nostra Aetate, documento promulgado por Paulo 6º, que trata das relações entre a Igreja Católica e as religiões não cristãs. “Este documento contribuiu enormemente para abolir os preconceitos presentes nas relações entre judeus e cristãos durante quase 2 mil anos”. A visita dos três papas à Terra Santa O papa Paulo 6º foi a Israel em 1964 de forma não oficial,
devido a não relação diplomática entre o Estado judeu e o Vaticano. A diplomacia ocorreu em 1993, já com o papa João Paulo 2º. O papa João Paulo 2º esteve em Israel no ano 2000. Foi um marco histórico para o diálogo entre judeus e católicos. João Paulo 2º visitou o Muro das Lamentações e o Yad Vashem, Museu do Holocausto, em Jerusalém. Foi a primeira vez que um papa visitou dois locais de grande importância para a comunidade judaica. Já o papa emérito Bento 16
visitou Israel em 2009. Ele foi ao Muro das Lamentações e ao Yad Vashem. Bento 16 recebeu homenagem em Israel por seu trabalho de promoção ao diálogo e a coexistência entre judeus e católicos. (Com site da Arquidiocese de São Paulo)
SERVIÇO O que: Exposição “Os papas em Israel, a Terra Santa” Onde: Catedral Metropolitana de São Paulo (Catedral da Sé) - Endereço: Praça da Sé - Centro (em frente à estação Sé do metrô) Tel.: (11) 3107-6832 - São Paulo - SP Quando: 22/12/2013 a 19/1/2014
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Madre Assunta Marchetti será beatificada em 25 de outubro Em fins de dezembro, a Secretaria de Estado do Vaticano informou que o rito de beatificação de Madre Assunta Marchetti, cofundadora da Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeu, será realizado em São Paulo, em 25 de outubro. Nascida na Itália em 1871, a Madre chegou à capital paulista em 1895, onde faleceu em 1948.
Na Cracolândia, o anúncio do nascimento de Jesus Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
Celebração de Natal promovida pelo Vicariato Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua teve até presépio vivo Edcarlos Bispo de Santana
reportagem no centro
“Tenho filho, mãe, mas eu escolhi passar na missão, eles falaram: ‘Você nunca passou um Natal bem, este é o primeiro’, aí respondi que vou ficar porque a Missão Belém me ajudou a passar o Natal bem”, essa foi a afirmação de Luiz Felipe de Amorim, acolhido pela Missão Belém e atualmente coordenador de uma das casas do movimento. Luiz não passou o Natal com a família, pois estava com outros membros da Missão Belém em uma missa promovida pelo Vicariato Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua na Cracolândia, região central da cidade, lugar onde centenas de pessoas vivem em situação de rua e outra centena está com a vida arruinada pelo uso do crack.
No meio da Cracolândia, região central de São Paulo, missa muda o cenário de um ambiente dominado pelo crack e pelo abandono do Poder Público
Na celebração, presidida pelo padre Giampietro Carrara, responsável pela Missão Belém, e concelebrada pelo padre Julio Lancellotti, vigário para o Povo de Rua, diversos moradores em situação de rua se aproximavam para cantar e festejar a alegria do Natal. Na homilia, padre Giampietro destacou que o Natal é a festa da alegria. “Eu vos anúncio uma grande alegria”, disse,
citando o Evangelho. De acordo com o Sacerdote, “é maravilhoso ver esse milagre acontecer”, e continua “o Natal está acontecendo”. “Aqui é o ponto onde Jesus está, onde ele nasceu, no lugar mais esquecido, mais evitado, onde as pessoas são desconsideradas, tudo tem que começar por aqui. A vida nessa cidade só vai ser feliz se as pessoas que estão aqui
encontrarem um sentido para viver”, afirmou o padre Julio. Para o Sacerdote, é preciso que haja políticas públicas humanas, integradas “não há soluções fáceis para assuntos complexos”. Padre Julio salientou que não quer a permanência de ninguém nas ruas da cidade, porém a remoção não pode ser feita à força, tendo como base a agressão e a violação de direitos das pessoas.
Foi realizado um Auto de Natal que começou logo após a missa. Com poemas e música, foi mostrado a todos os moradores daquela difícil realidade como o nascimento de Jesus impactou a vida da humanidade, alguns membros da Missão Belém fizeram um presépio vivo, que contou com a participação dos moradores em situação de rua.
Natal no Arsenal: uma lição de hospitalidade Arsenal da Esperança
Redação
Na tarde do dia 25, Natal do Senhor Jesus, o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, presidiu celebração eucarística para centenas de moradores de rua e refugiados de diversos países acolhidos pelo Arsenal da Esperança. A missa foi concelebrada pelos padres Júlio Lancellotti, vigário episcopal para a Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo, e Marcelo Delcin, pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida dos Ferroviários. Segundo o Cardeal, a quantidade e a diversidade de pessoas acolhidas no Arsenal da Esperança é um desafio para a capacidade que a Igreja de São Paulo tem de acolher e ir ao encontro destes irmãos, que procuram na cidade uma vida melhor. “Jesus ensinou a
Dom Odilo preside missa no Arsenal da Esperança e destaca que Jesus veio para ser luz, vida, caminho e verdade
hospitalidade. Ele veio para ser luz, vida, caminho e verdade para todos. Que aqui vocês possam encontrar sempre hospitalidade, fraternidade e uma luz para o seu cami-
nho”, concluiu o Arcebispo. Neste Natal, os acolhidos do Arsenal recriaram o presépio napolitano. A maquete recriada retrata o antigo bairro paulistano do Brás, onde está
localizado o Arsenal. “Visitamos a exposição de presépios no Museu de Arte Sacra, e vimos o presépio napolitano, que foi feito justamente para sentir perto da própria cidade a pre-
sença de Jesus. Não moramos em Nápole, mas tivemos a ideia de construir o nosso bairro para entender melhor como Jesus nasceria hoje”, explicou Marco Vitale, um dos consagrados da Fraternidade da Esperança, que atua no Arsenal. Ele frisou que a maquete retrata até os problemas existentes na região. “Jesus nasce para nos mostrar que podemos mudar tudo isto.” Eles também decoraram com 922 letras na cor vermelha, grande parte das áreas interna e externa do Arsenal da Esperança com o segundo capítulo inteiro do Evangelho de São Lucas, o qual narra o nascimento de Jesus Cristo. Após a Missa de Natal, que ocorre há 18 anos, todos os acolhidos receberam um presente de Natal, doado por amigos e parceiros do Arsenal da Esperança. (com site da Arquidiocese de São Paulo)
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Menino Jesus é acolhido na Catedral da Sé Missa de Natal, presidida por dom Odilo, uniu fiéis na Igreja Mãe da Arquidiocese, na manhã de 25 de dezembro Daniel Gomes
Reportagem no Centro
O Natal não recorda, apenas, um fato passado, mas indica que Deus está presente entre a humanidade e se fez pequeno para que todos pudessem dele se aproximar, comentou o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, na saudação inicial da missa de Natal, em 25 de dezembro, na Catedral da Sé. Vivenciando a proximidade com o Cristo, o casal pernambucano Admilson e Lucineide dos Santos, moradores de São Paulo há 20 anos, foi à Catedral para venerar a imagem do Menino Jesus, colocada no presépio na missa da noite anterior (leia mais ao lado), e participar da celebração na manhã do dia 25. “O Natal me faz pensar no Senhor e me ajuda a refletir sobre o que vivi durante o ano, também vim para agradecer a Deus”, contou Admilson ao O SÃO PAULO. “Sempre venho à missa de Natal e sinto uma paz muito grande. Venho agradecer e pedir por paz, alegria e saúde no novo ano”, disse Lucineide.
O casal juntou-se aos fiéis que lotaram a Catedral para a celebração eucarística da Solenidade do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, animada pela Capela Musical Arquidiocesana Sé Catedral de São Paulo, sob a regência do maestro Ronaldo Santurbano. Dom Odilo, na homilia, apontou que o Natal é dia santo, porque recorda o mistério da vinda do Filho de Deus ao mundo, fato que santificou a história, unindo a terra e o céu; e que especialmente os católicos devem vivenciar a data e testemunhar esse significado central do Natal, em que Deus envia Cristo como sinal de amor, é a própria Palavra que se fez carne, inserido totalmente na realidade humana. O Arcebispo, ainda, alertou que a festa do Natal corre o risco de se perder se não for ligada ao essencial e destacou que esta permite renovar a esperança, a alegria e a razão de viver, pois Cristo veio para apontar o caminho e a verdade e para caminhar à frente de todos. Também desejou feliz Natal aos padres, leigos, autoridades civis, famílias, aos mais pobres, aos crentes de outras religiões e Igrejas, e aos que não creem. Ao fim da missa, o Cardeal recordou a mensagem do papa Francisco aos fiéis naquele dia de Natal, pela qual o Pontífice convidou a acolherem a ternura de Deus, que se manifesta de diferentes maneiras, mas especialmente pelo envio de seu Filho à humanidade.
Helena Ueno
Imagem do Menino Jesus é colocada no presbitério para a missa de Natal, em 25 de dezembro, presidida pelo cardeal Scherer
Fotos: Helena Ueno
“Reunidos nesta noite santa em que a Igreja recorda o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, reunimo-nos com fé e devoção, reunimo-nos com alegria, como quem comemora uma coisa muito bonita e sabemos que foi uma coisa muito bonita que o filho de Deus tenha vindo ao nosso meio”, disse o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, na abertura da missa da noite de Natal, na Catedral da Sé, que foi precedida de um concerto com músicas natalinas, conduzido pela orquestra e coral dos jovens dos Arautos do Evangelho. O Arcebispo, na homilia, destacou que, no Natal, Deus reúne toda a família humana e que a celebração recorda o nascimento histórico de Jesus, um mistério divino e humano, que traz a Boa Nova de que Deus não se esquece da humanidade. Ao final da celebração, dom Odilo e os concelebrantes colocaram a imagem do Menino Jesus na manjedoura do presépio montado na Catedral. (Com rádio 9 de Julho).
Amparo Maternal realiza celebração natalina com funcionários e atendidas Daniel Gomes
Reportagem na zona sul
Neste mês, Diana Gonçalves terá seu segundo filho. Arthur, além do carinho da mãe, encontrará quando chegar ao mundo uma equipe de médicos e de assistência social pronta para acolhê-lo. Após envolvimento em vícios, Diana está há um mês no Amparo Maternal, instituição ligada à Igreja, que presta assistência a gestantes pelo Sistema Único de Saúde e também fornece, em seu centro de acolhida, abrigamento provisório para grávidas, puérperas e bebês em situação de vunerabilidade social. “Foi uma bênção eu vir pra cá. É um lugar maravilhoso, que acolhe as pessoas muito bem, eu não
Dom Odilo preside missa de Natal no Amparo Maternal, dia 20 de dezembro
tenho palavras para agradecer. Agora é só esperar chegar o neném”, disse Diana ao O SÃO PAULO. Ela foi uma das participantes da missa de Natal, realizada no Amparo, em 20 de dezembro,
presidida pelo cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano. “Aqui é Natal todo dia, e neste momento celebramos o nascimento de Jesus. Essa casa tem
a responsabilidade espiritual de acolher o semelhante, no caso, a mãezinha e o bebê, por isso, o Amparo está radiante por celebrar Jesus”, disse, à reportagem, Júnia Rjeille Cordeiro, diretora executiva do Amparo Maternal. Ela informou que cerca de 700 partos são realizados por mês na maternidade e que, no centro de acolhida, cem mulheres, gestantes e puérperas podem permanecer até que seus bebês completem seis meses de vida. Dom Odilo, na saudação inicial às mulheres atendidas e aos profissionais e diretores do Amparo, enalteceu os trabalhos ali realizados e comentou que todo nascimento é uma ocasião para acolher Jesus. Na homilia, o Cardeal des-
tacou que no Natal os cristãos comemoram o nascimento de Cristo, o Salvador, que é a presença de Deus na humanidade, fato nem sempre ressaltado na agitação da sociedade por conta dos preparativos natalinos. Também lembrou que Jesus, ao se fazer pequeno, valorizou o se humano, e que cada criança que nasce é enviada por Deus. Apontou, ainda, que as mães devem se inspirar em Maria, que, mesmo perplexa com a anunciação da maternidade, acolheu o que Deus quis. Ao fim da missa, o Arcebispo pediu que as mães se alegrem e amem as crianças nascidas, e desejou que todos interiorizem o significado da vinda de Deus em sinal de amor a cada pessoa.