O SÃO PAULO - edição 3011

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 59 | Edição 3011 | 16 a 22 de julho de 2014

R$ 1,50

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br L’Osservatore Romano

Papa Francisco envia mensagem para a final do Mundial Futebol de Rua Luciney Martins/O SÃO PAULO

Além da carta, o Pontífice enviou uma muda de oliveira – broto tirado da mesma árvore plantada pelo Papa no Vaticano, em junho, no encontro entre o presidente de Israel e da Palestina (foto) – que ficará na cidade em uma das favelas que possuiu o trabalho com o Futebol de Rua. O Mundial Futebol de Rua terminou no sábado,

A missão do leigo no Documento 107 da CNBB Página 15

O SÃO PAULO conta histórias de amigos

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O grave conflito que aflige a Terra Santa

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Cardeal Scherer pergunta: a família como vai?

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Alemanha conquista sua quarta Copa Milhares de torcedores se concentraram no Portão de Brandemburgo, em Berlim, para receber os tetracampeões mundiais de futebol, na terça-feira, 15, num cenário bem diferente do que foi visto há 14 anos, quando a Alemanha voltou da Eurocopa na última posição, desclassificada ainda na primeira fase. A sensação de “fundo do poço”, vivida pela Alemanha há 14 anos, paira sobre o futebol brasileiro após a vexatória derrota de 7 a 1 para os germânicos nas Semifinais da Copa. Talvez se inspirando nos alemães, a seleção do Brasil possa encontrar algum rumo.

12, teve a final realizada no cruzamento das avenidas Ipiranga e São João, reuniu 300 jovens de 20 países e consagrou a Colômbia como campeã. Com o tema “outro futebol é possível” a atividade promove a cooperação, a solidariedade e o respeito.

Deutscher Fussball-Bund

MDF, unindo as dimensões fé e política A série “Uma igreja em saída” conta a história do Movimento de Defesa do Favelado. Nascido na Região Episcopal Belém, com apoio de dom Luciano Mendes de Almeida, o movimento percebe a fé como um importante meio de organizar as pessoas em busca do bem de outras. Atualmente está presente em 40 favelas e desenvolve projetos como: Pão e Arte, Creche Júlio Cesar Aguiar, MOVA – Educação de Jovens e Adultos, Centro Pastoral Dom Oscar Romero, Salão do Povo e o Reci-Favela. Página 13

Página 24 Movimento de Defesa do Favelado


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editorial

Falta beleza também fora do gramado Mesmo quem não gosta de futebol, de quatro em quatro anos entra no clima da torcida. Ficamos envolvidos pelo clima fraterno que envolve torcedores de diferentes nações que, lado a lado, torcem por suas seleções. E o brasileiro ficou triste, não tanto pela derrota, mas pela forma como o Brasil perdeu. E como o futebol no país não é visto só como um esporte, mas faz parte da cultura e perpassa toda a nossa sociedade, podemos analisar o fracasso sob a ótica de outros aspectos da vida brasileira. Faltou a beleza

sempre esperada quando o futebol verde e amarelo entra em campo. Mas essa beleza não estaria também ausente fora do gramado? O bom gosto, a valorização do talento, da decência, de valores mais nobres, parece estar em falta no Brasil. Isso se vê claramente em diversas manifestações culturais e no mundo do entretenimento, na televisão, no humor. A apelação está em alta. Voltando à seleção, pensamos que nossa capacidade de improvisação seria suficiente para vencer países que valorizam o planejamento, o método, o trabalho duro.

Como se a flexibilidade do nosso estilo de vida, o chamado “jeitinho brasileiro”, fosse algo capaz de superar a disciplina adotada por outros povos. Mas é exatamente o contrário. Se nossa capacidade de improviso fosse alicerçada com a segurança que o planejamento proporciona, seríamos imbatíveis em quase todos os setores. Mas não. Não prevemos quase nada, vivemos do “jeitinho”. Driblamos as consequências advindas da falta de programação em todos os setores. Voltando o pêndulo para o futebol, o

Brasil venceu o jogo de estreia com um pênalti forjado. Mais um reflexo do que ocorre na sociedade. O péssimo exemplo de políticos de todos os matizes escorre lá de cima, como enxurrada de água suja até a base da população. Ser honesto, em muitos ambientes, virou sinônimo de ser ingênuo. Perdemos, fragorosamente, um jogo de futebol. Mas, muito pior, perdemos, cada vez mais, no nosso cotidiano, quando esquecemos de que devemos ser sal e luz em nossa sociedade. Todavia sempre é tempo de virar o jogo.

opinião

‘Em família’... reflexões sobre modelos familiares apresentados pela novela Por Simone Cabral Fuzaro

Família. Alguém sabe o que é? Segundo alguns dicionários conhecidos, o conceito é: - Família (s.f.) - O pai, a mãe e os filhos: família numerosa. / Todas as pessoas do mesmo sangue, como filhos, irmãos, sobrinhos etc. - Grupo social fundamental na sociedade, constituído basicamente de um homem e uma mulher e seus descendentes. Segundo minha experiência de vida: sou mulher, tenho 47 anos, meus pais são casados há cinquenta anos e além de mim, tiveram mais três filhas também mulheres! Sou educadora, fonoaudióloga, casada há 23 anos e mãe de três filhos. (21, 18 e 15 anos). Aprendi que família é um grupo de pessoas que se funda na relação de um casal (pai e mãe), que por amar e por amor, por desejo de difundir e transbordar esse amor se abre a gerar a vida, a um ser que antes desse encontro de amor, não existia. A partir daí, essa pequena célula social se faz importantíssima, na medida em que cumpre o papel de formar as pessoas às quais deu vida, para

que sejam pessoas responsáveis, equilibradas, saudáveis, capazes também de amar e gerar vida. Não apenas “vidas biológicas”, mas vidas humanas. Atualmente, porém, é surpreendente nos darmos conta que, sem sair de casa, uma família pode ser tomada por ideias e perspectivas que, se fossem realmente possíveis, certamente não seriam meios e caminhos para uma vida feliz!! O pior: pode se envolver com essas histórias, tomar partido dos personagens, deixar que entrem em seus lares e façam parte da realidade e do vocabulário de seus filhos em formação. Pode uma filha de um casal se relacionar e apaixonar por um ex-namorado da mãe, que tentou matar e enterrar seu pai vivo? O amor então é somente um sentimento, absolutamente isento de razão e vontade? É um sentimento que me impele na direção de um assassino em potencial e, não qualquer um, mas o do meu próprio pai? Que valores estão em jogo nessa situação? Como formar nos nossos filhos critérios para discernirem o certo e o errado, que, embora

nossa sociedade tente e se empenhe em relativizar, existem. Como formar nossos filhos para não serem “vítimas” de seus sentimentos e impulsos e sim “senhores” de alguma vontade, de possibilidades de criar soluções e enfrentar os problemas com envergadura humana? Quem pode negar que é errado tirar a vida de outra pessoa qualquer que seja o motivo? Quem pode negar que é errado colocar fogo num ser humano? Quem pode negar que é necessário um gameta feminino e um masculino para gerar a vida? Que valores estão em jogo quando uma mãe de família deixa seu esposo para “casar-se” com outra mulher e, quando questionada por seu filho sobre quem vai ser a noiva, responde com o que pretende “vender” como uma nova definição do ser humano: - Ninguém, filho, não tem essa coisa de ser homem ou mulher. Somos pessoas! Sim. Todos somos pessoas. Pessoas inteligentes. E, por isso mesmo, não podemos negar: por natureza somos feitos diferentes, em dois sexos - homens e mulheres. Não estou negando e

nem poderia negar a questão da homossexualidade, que vem ao longo da história percorrendo um longo caminho desde uma concepção inicial como doença (tanto pela medicina como pela psicanálise), depois de desajuste de comportamento (até 1995 quando deixou de constar com CID), até significar um “modo de ser” com a troca do sufixo “ismo” por “ade”. Essa questão não deve e nem pode ser ignorada pela nossa sociedade, porém, o que pretende essa novela? Tratar a questão da homossexualidade com seriedade e respeito ou banalizar, divulgar, suscitar, instigar as pessoas a experimentarem o relacionamento com pessoas do mesmo sexo, não considerando todas as consequências que isso trará nas vidas das mesmas. Sinto-me pessoalmente discriminada quando, por uma ideologia veiculada numa novela como essa, ou por um projeto de lei absurdo, vejo a possibilidade de não poder ser classificada como sou, como vim ao mundo e como gosto de ser: mulher. Sinto-me discriminada quando ao assumir que amo um homem, que decidi constituir famí-

lia com ele, criar meus filhos com os valores que acredito, servir, trabalhar, amar e ser fiel a esse amor, sim, ser fiel, sou tomada como retrógrada ou piegas! Por que deixar-se contaminar por tramas e ficções, que são vendidas como caminhos alternativos à felicidade, porque se deixar tomar por modelos de família marcados por traições, filhos bastardos, alcoolismo, assassinatos, confusões, desamor? O pior: muitos não se dão conta que essas novelas, essas ficções, vão tomando, nas cabeças de nossos pequenos em formação, um vulto de verdade, de possibilidade, de naturalidade. Num país em que a educação de base é precária e por isso, a população é suscetível tanto a lavagens cerebrais quanto à compra de votos, ao recebermos em casa esse verdadeiro apocalipse de desinformação, a realidade vai dando lugar à ficção e essa se torna realidade! E para quem quiser saber… não, eu não assisto a essa novela. Desligo a televisão ou mudo de canal!

ao decreto e, em seguida, deu-se amplo espaço para o Sr. Chico Whitaker desqualificá-la, inclusive omitindo-se o fato de que ele é socialista e um dos fundadores do PT. A matéria destaca, ainda, que vários juristas de renome são a favor do decreto e tenta nos induzir a que concluamos que é um avanço democrático. Este decreto é uma volta ao passado, recriando os famigerados “so-

vietes”, conselhos populares que formaram a U.R.S.S. (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, como o nome bem diz) e sujeitos à manipulação política (como sempre foram). A presidente Dilma quer nos fazer crer que está apenas regulamentando um sistema participativo que já existia, mas na verdade está criando um sistema tutelar para diminuir o poder do Congresso eleito pelo povo. Isso

claramente não é democrático. Cria-se duas castas de cidadãos: os que participam dos “movimentos sociais” e, portanto, influem na vida pública, e os que não participam. O Brasil não precisa disso, já existe uma democracia participativa. Imperfeita, é verdade, mas eleita por todos. Não há necessidade de um “legislativo paralelo” para legitimar as decisões tomadas. Gostaria de que, ao ler uma maté-

ria polêmica como essa, fosse dada igual oportunidade de expressão às opiniões divergentes, nos informando com clareza e sem direcionamento. Do justo debate se produzirá a convicção pessoal.

Fonoaudióloga com mestrado em educação/ distúrbios da comunicação pela PUCSP

espaço do leitor

Sou leitor deste semanário “O São Paulo” e fiquei inconformado com o artigo “Um decreto que aproxima o executivo da sociedade civil”. Não me parece ter havido a isenção necessária, a começar pelo seu título. É notório que o decreto 8.243 que instituiu a Política Nacional de Participação Social é muitíssimo polêmico. Ouviu-se brevemente a posição do renomado jurista Dr. Ives Gandra Martins, contrária

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

Fernando Bahdur Giannini, São Paulo, SP, fbgiannini@uol.com.br

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encontro com o pastor

Semear com esperança e fé

Arcebispo metropolitano de São Paulo

cardeal odilo pedro scherer

No trabalho da Igreja e na obra da evangelização, podemos ser levados por impulsos de eficientismo, como se tudo dependesse apenas de nós e de nossos esforços; ou pelo desânimo, diante do pouco fruto conseguido. O papa Francisco, adverte contra essas tentações dos evangelizadores na Exortação Evangelii gaudium (Cf nn. 76 a 101). Nunca deveríamos esquecer as lições da parábola do semeador, contada por Jesus a uma grande multidão, que o escutava à beira do mar da Galileia (cf. Mt 13,1-23). Ele sabia que muitos estavam ali com grande desejo de acolher sua palavra e prontos para orientar a vida pelas suas palavras; esses tinham a possibilidade de produzir fruto, pois a semente era boa e o terreno também. Ainda dependia da perseverança, pois o fruto não vem junto com a semeadura; ainda é preciso esperar, ter paciência e dedicar-se ao cuidado das plantas. Também sabia Jesus que mui-

tos dos ouvintes, entusiasmados com sua pregação, esqueceriam tudo logo em seguida e a palavra anunciada ficaria sem produzir efeito algum; ouvir com entusiasmo, mas, logo em seguida, “virar a página”, ou “trocar de canal”, sem interiorizar a mensagem, nem confrontar-se com os apelos da Palavra de Deus, é como jogar sementes sobre um terreno pedregoso. Não dá para esperar frutos. Infelizmente, a cultura consumista, inconstante e superficial, é como um terreno pedregoso, onde as plantas não podem lançar raízes e não se pode esperar fruto. E Jesus, que conhecia os corações e lia nos pensamentos, bem sabia que muitos dos seus ouvintes tinham boa vontade e acolhiam suas palavras com apreço, mas eram como terrenos descuidados, onde todo tipo de planta aparece; geralmente, as mais selvagens acabam dominando sobre as mais delicadas, sufocando-as. Corações cheios de vícios, sem firmeza e virtude, influenciáveis por qualquer vento de tentação, não deixam a plantinha boa vingar e produzir fruto. O bem demanda escolhas, esforço, perseverança... Muitas palavras de Jesus eram como sementes lançadas ao vento,

agenda do Cardeal Terça-feira (15) Sábado, (19) 9h Missa por ocasião do Capítulo Geral 15h Acolhida do novo bispo auxidas Irmãzinhas da Imaculada. liar da Arquidiocese, dom José Roberto Fortes Palau, na Região IpiQuarta-feira (16) ranga. 8h Missa por ocasião de Jubileu de Ouro de Vida Consagrada. Domingo (20) Início da Semana Missionária dos SeminaSexta-feira (18) ristas. 18h Encontro com os Diáconos/Seminaristas. 11h Missa na Catedral da Sé; envio dos se-

ou como aquelas que caem no chão duro do caminho; antes mesmo que possam brotar, já são roubadas pelo malígno. Coração soberbo e fechado, pouco disposto a se deixar influenciar por aquele pregador, muitos ouvintes sairiam de perto do mar da Galileia do mesmo jeito que ali chegaram... Mesmo assim, Jesus não deixa de lhes anunciar a BoaNova do Reino de Deus. Na evangelização, somos colaboradores de Deus. A semente é a Palavra de Deus e deve ser anunciada com generosidade; ela é boa por si mesma e seu objetivo é produzir frutos abundantes de vida para os homens e manifestar a glória de Deus. Ninguém duvide de que foi este o desejo de Deus, ao enviar ao mundo seu Verbo, sua palavra eterna! E o fruto? O fruto não depende apenas da semente, mas também do terreno, do cultivo do terreno e das plantas. E nisso Deus quer contar com a livre participação do homem. Deus não age sozinho nem desrespeita nossa liberdade. Nós somos o terreno. Nós o cultivamos, colaborando com o “divino agricultor”, que nos dá todos os meios para sermos terreno bom. Mas devemos fazer nossa parte. Colaboração entre graça divina e liberdade humana, mistério da sabedoria e do amor

de Deus! Mistério da liberdade e da dignidade humana! Quanto Deus não fez para nos atrair a si e para sermos seus colaboradores livres e dignos! No serviço da Igreja, podemos ser levados pela tentação da eficiência, influenciados pela mentalidade tecnológica, onde as coisas funcionam por um aperto de botão ou tecla... Pretende-se, de maneira voluntarista, mudar as coisas com ordens e decretos, até mesmo sobre Deus (“eu determino que Deus tem que fazer isso!”), sem apelar à consciência e ao núcleo da pessoa, que é o sujeito de decisão livre... Deus não nos quer “autômatos”, sem mérito, mas sujeitos livres e colaboradores conscientes com sua graça. Jesus ensinou que, diante dos vários tipos de terreno, vale a pena continuar lançando as sementes, mesmo que muitas estejam fadadas a não produzir fruto algum. Há muito terreno bom e produtivo. E os terrenos pouco ou nada produtivos podem mudar... O coração humano pode se converter. A graça de Deus age sutilmente e a boa semente pode produzir frutos também onde menos se espera. É preciso semear com coragem, generosidade e desapego. Cultivar com paciência, perseverança e esperança! Tweets do Cardeal

@DomOdiloScherer

minaristas em missão. 15h Posse do novo Bispo de Osasco, dom João Bosco Barbosa.

14 – Vamos doar sangue. Os Hemocentros estão quase vazios, é rápido e fácil, é um 9h Encontro do Secretariado Arquidioce- gesto bonito! sano de Pastoral com os Coordenadores de Setores. 13 – Bom domingo a todos! A vida con9h Curso do Clero promovido pelo IICS: tinua. Pé firme no chão e olhar atento; na Paróquia e Nova Evangelização. vida real, o jogo é de todos!

Terça-feira, (22)

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liturgia e vida 16º DOMINGO DO TEMPO COMUM 20 DE JULHO DE 2014

Ana Flora Anderson

palavra do papa

Somos o terreno onde o Senhor lança a semente

A justiça de Deus Os textos litúrgicos do 16º Domingo do Tempo Comum refletem sobre como Deus age com o povo que ele criou. A oração do dia pede a graça de Deus para que possamos viver sempre na fé, na esperança e no amor. A primeira leitura (Sabedoria 12, 16 -19) é um hino sapiencial. O poder divino de Deus é a base de sua justiça, que é clemente e indulgente. Ele nos julga com grande consideração porque conhece a nossa fraqueza. Então, a nossa esperança nasce de nossa fé em Deus que perdoa os pecadores. Na segunda leitura (Romanos 8, 25-27), São Paulo ensina aos cristãos de Roma que o Espírito Santo vem em socorro da nossa fraqueza. Na vida de oração é esse Espírito Divino que intercede por nós diante de Deus Pai. A vida espiritual é uma vida trinitária. Nós nos unimos ao Pai, salvos pelo Filho e santificados pelo Espírito. O Evangelho de São Mateus (13, 24-43) apresenta mais três parábolas de Jesus. As parábolas da semente de mostarda e do fermento na massa, que revelam que o Reino de Deus pode parecer algo pequeno, neste grande mundo. Todavia, a força do Reino de Deus irá crescendo e transformando a realidade humana. A parábola do joio e do trigo mostra que a ação de Deus é de uma justiça paciente e clemente. Tudo que é bom terá chance de crescer mais e o mal terá chance de crescer no bem. O Pai misericordioso não julgará antes da hora da colheita final. leituras da semana

Segunda-feira (21): Mq 6,1-4.6-8; Sl 49; Mt 12,38-42; Terça-feira (22): Ct 3,1-4a; Sl 62; Jo 20,1-2.11-18; Quarta-feira (23): Jr 1,1.4-10; Sl 70 ; Mt 13,1-9; Quinta-feira (24): Jr 2,1; Sl 35; Mt 13,10-17; Sexta-feira (25): 2Cor 4,7-15; Sl 125 ; Mt 20,20-28; Sábado (19): Eclo 44; Sl 131; Mt 13,16-17

Santos Heróis do Povo 16 de julho Nossa Senhora do Carmo (ou Nossa Senhora do Monte Carmelo) é um título consagrado à Virgem Maria. A principal característica desta invocação mariana é apresentar o Escapulário do Carmo, símbolo que representa o ato de se estar ao serviço do Reino de Deus e que traz muitas indulgências, graças e outros benefícios espirituais a quem assume este sinal e esta proposta como seus. A sua festa litúrgica é comemorada pelos cristãos no dia 16 de Julho. O Escapulário é um sinal de aliança com Nossa Senhora, e exprime nossa consagração a Ela. Assim vestia Maria a seu Filho Jesus, desde o seu nascimento, como esmerada e devotada Mãe. E, da mesma forma quer revestir também a nós, seus filhos adotivos, Aquela que “como névoa cobre a terra inteira”. Pois a ela fomos entregues na mesma ocasião em que os soldados, pela sorte, decidiam sobre a propriedade da túnica de Jesus: “Mulher, eis aí teu filho” (Jo 19,26). A Igreja Católica reconheceu oficialmente o milagre, coroando a estátua de 16 de novembro de 1896, como resultado do decreto emitido pelo Vaticano Capítulo 22 de setembro de 1895. Fonte: “ Santos e Heróis do Povo” livro do cardeal Arns

Papa francisco

No domingo, 13, às 12h, o papa Francisco refletiu sobre a parábola do semeador antes de rezar a oração mariana do Ângelus com os peregrinos reunidos na Praça São Pedro. Segue a meditação do Papa. O Evangelho deste domingo (Mt 13,1-23) nos mostra que Jesus prega às margens do lago da Galileia, e já que uma grande multidão o rodeia, ele sobe numa barca e se distancia um pouco da margem e prega dali. Quando fala ao povo, Jesus se utiliza de parábolas: uma lignuagem compreensível a todos, com imagens tiradas da natureza e das situações da vida cotidiana. A primeira é uma introdução a todas as parábolas: é a do semeador, que sem economia atira a sua semente sobre todo tipo de terreno. E o verdadeiro protagonista desta parábola é a própria semente, que produz mais ou menos fruto conforme o terreno sobre o qual caiu. Os três primeiros terrenos são improdutivos: ao logo da estada a semente é comida pelas aves; sobre o terreno pedregoso os brotos secam logo porque não têm raiz; no meio dos espinheiros a semen-

te é sufocada pelos espinhos. O Senhor atira de forma abunquarto terreno é o terreno bom, dante a sua palavra e o seu e somente ali a semente vinga e amor. Com que disposições a dá fruto. acolhemos? E podemos coloNeste caso, Jesus não se limi- car-nos a pergunta: como é o tou a apresentar a parábola, ele nosso coração? A qual terreno explicou também aos seus discí- se assemelha: a uma estrada, a pulos. A semente caída sobre a uma pedreira, a um espinheiestrada indica os que escutam o ro? Depende de nós, tornar um anúncio do Reino de Deus mas coração bom sem espinho, mas não a acolhem; assim sobrevem preparado e cultivado com cuio Malígno e a leva. O Malígno dado, para que possa dar bons de fato não quer que a semente frutos para nós e para os irmãos. do Evangelho brote no coração E nos fará bem não esquecer dos homens. Esta é aprimeira que também nós somos semecomparação. O segundo é o da adores. Deus semeia boas sesemente caída sobre as pedras: ela representa as pessoas que acolhem a As nossas palavras palavra de Deus e a acopodem fazer bem e lhem logo, mas superficialmente , pois não têm também muito mal; raíz e são inconstantes; e podem curar e podem quando chegam as dificuldades e as tribulações, ferir; podem encorajar estas pessoas se abatem e também deprimir logo. O terceiro caso é o da semente caída no espinheiro : Jesus explica que se mentes, e também que possamos refere às pessoas que escutam a colocar-nos a pergunta: que tipo palavra mas, por causa das pre- de semente sai do nosso coração ocupações mundanas e da sedu- e da nossa boca? As nossas pação da riqueza, acaba sufocada. lavras podem fazer bem e tamEnfim, a semente caída em ter- bém muito mal; podem curar e reno fértil, representa todos que podem ferir; podem encorajar e escutam-na, e ela traz fruto. O também deprimir. Recordem-se: modelo perfeito desta terra boa o que conta não é o que entra, é a Virgem Maria. mas o que sai da boca e do coEsta parábola fala hoje a ração. cada um de nós, como falava Nossa Senhora nos ensine, aos ouvintes de Jesus há dois com o seu exemplo, a acolher a mil anos. Ela nos recorda que Palavra, guardá-la e fazê-la frutinós somos o terreno onde o ficar em nós e nos outros.

você pergunta

Eu quero ser padre, mas não consigo falar em público Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação na Arquidiocese de São Paulo

Padre Cido Pereira

Padre, eu quero servir ao Senhor, transmitir a Palavra de Deus, mas o problema é que eu fico nervoso ao falar em público. Você acha que eu conseguirei chegar um dia a ser padre? Lucas, todo mundo fica inseguro ao falar em público. É assim mesmo, é normal. Eu com 43 anos de sacerdócio ainda fico preocupado quando tenho que falar a uma comunidade que não conheço. E eu até acho bom que a gente não tenha um excesso de segurança.

Porque, de repente, a gente pode falar bobagem. Pensando que está agradando. Não se preocupe, Lucas, com sua dificuldade ou insegurança em falar em público. Você tem longos anos de preparação até chegar ao sacerdócio. Vai atuar como seminarista em muitas comunidades. Vai ter que falar a muitas pessoas. No começo, é bom que você escreva as suas reflexões. A insegurança diminui porque o que você vai dizer está lá escrito. Depois, você vai acrescentando ao que escreveu alguma reflexão. E enfim, de repente, você estará falando em público, sem medo. Então, Lucas, entre para o seminário, ou se você já está no seminário, continue. Faça um bom discernimento

de sua vocação. É bom que você tenha plena certeza do que você quer. O resto virá. Eu vou confessar uma coisa a você. Para mim foi de grande ajuda participar de grupos de reflexão, onde cada um é levado a colocar em comum o que lhe vai no coração. Além disso, nos meus 42 anos de padre, eu nunca celebrei uma missa sem refletir com os fiéis a Palavra de Deus. Assim fui perdendo o medo. Hoje tenho mais facilidade em falar em público. Mas sempre, tendo facilidade ou não, é preciso se preparar e sobretudo é preciso preparar o que se vai dizer em público. Fique com Deus, Lucas. Deus permita que você venha a ser um grande pregador da Palavra de Deus.


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fé e cidadania

bioética

Agora depois da Copa

Bioética e cidadania

Padre Antonio Manzatto

A Copa do Mundo acabou. Não deu Brasil, contrariando aqueles que já diziam que a Copa havia sido comprada. Derrotado na semifinal, o Brasil, agora, tem de cair na real. Não apenas diante das grandes forças do futebol, mas sobretudo diante de sua situação interna. A vida real volta a ocupar os noticiários e as preocupações dos brasileiros. O cenário eleitoral para outubro já está posto e a campanha já começou. Mesmo quando lembramos que há muitos cargos em disputa nesta eleição, a atenção maior desloca-se para a eleição presidencial. Ali também o cenário está posto. Mais do que os nomes de candidatos, chama a atenção o jogo

partidário, as alianças e os apoios costurados para se ter tempo de televisão e que custarão cargos na administração pública. Claro que a imprensa vai dar destaque para a escalada da violência e as manifestações de rua que acontecerem sobretudo depois da derrota na Copa. Com isso o debate vai deixar de contemplar o que realmente interessa, o plano que cada candidato quer apresentar para o Brasil dos próximos anos. Tudo vai tornar-se discussão de momento, com elenco de situações seguindo a pauta traçada pela oposição. O que se fez e o que se vai fazer não será discutido. Tudo se resumirá em a favor deste ou daquele, como se fosse torcida de time

de futebol. Como se a Copa não tivesse terminado. A campanha eleitoral precisa acontecer em terreno de racionalidade, fora

O que se fez e o que se vai fazer não será discutido. Tudo se resumirá em a favor deste ou daquele, como se fosse torcida de time de futebol dos movimentos das paixões clubísticas ou mesmo partidárias. Só assim o eleitor poderá evitar nova derrota vexatória para o Brasil. Pior ainda, pois esta será na vida real.

Espaço aberto

Por que Ensino Religioso nas escolas? Ivanir Signorini

Ensino religioso é coisa de padres, freiras, pastores, rabinos... O que tem a ver a fé, que é pessoal, com os conteúdos de escolas? Ouço muito isso e confesso que já me fiz a mesma pergunta. Quando nos questionamos sobre isso, não estamos levando em conta que a religião é um fator de busca de conhecimento do homem sobre si e sobre o mundo. É uma forma de responder à velha pergunta da humanidade: quem somos? A religião é uma das manifestações culturais mais antigas. Todos os povos e culturas se abrem para a dimensão do sagrado, estão envoltos em ritos religiosos. A religião se funda numa abertura ao mistério, e o mistério implica considerar que a realidade vai além dos limites da compreensão. A religião caminha pela incapacidade do homem de, por si só, conhecer os porquês últimos do mundo e os assenta em um ser transcendente. Deus é esse nome para a experiência do mistério. Mas por que religião em sala de

aula? Por que misturar religião e conhecimentos filosóficos ou científicos? Basicamente porque a visão religiosa traz em si conhecimentos éticos, de vida em sociedade, experiência de sentido para a vida. Ver o ser humano numa perspectiva maior - e não unilateral e reducionista - prepara o aluno para compreender e estar mais aberto a conhecer os mistérios que cercam o homem e o mundo. O que quero dizer é que o Ensino Religioso Escolar tem uma função enquanto área do conhecimento que carrega uma compreensão de mundo (visão de mundo) e de ser humano (visão de ser humano). Mas para que esse Ensino exerça essa função são necessárias pessoas formadas e capazes de compreender o que é o fenômeno religioso, capazes de discutir a manifestação religiosa como um elemento próprio do homem, sem cair na tentação de se ater a uma religião específica ou dizer qual religião seguir ou não seguir. Ensino Religioso Escolar não é pro-

selitismo nem possui a finalidade de convencer os alunos que não possuem religião ou não acreditam nela a seguir uma específica. O propósito é estabelecer um diálogo sereno e maduro sobre quem é o ser humano e as várias possibilidades de compreender-se, diálogo que passa pelas várias formas de religião, pelos conhecimentos científicos, pelas pessoas que se denominam ateias.

A religião se funda numa abertura ao mistério, e o mistério implica considerar que a realidade vai além dos limites da compreensão Em poucas palavras, Ensino Religioso Escolar é uma forma de contribuirmos para o grande debate da vida que há milênios nos intriga: quem somos? Ivanir Signorini, graduado em Filosofia e Teologia, mestre em Filosofia e professor no Departamento de Filosofia do UNIFAI.

há 50 anos

Semanário do Vaticano critica excessos dos torcedores de futebol Há 50 anos, não estava acontecendo a Copa do Mundo, mas o Campeonato Italiano de Futebol. Antes da vitória do time da Bologna, o presidente faleceu e o jornal “L’Osservatore Romano afirmou, na edição de 19 de julho de 1964, que os italianos levavam o futebol demasiado a sério. Outra crítica refere-se também ao comportamento dos torcedores. “Eles invadiram os cabarés de Viena, provocando comentários não muito positivos com relação à sua moral e seriedade.” Outro assunto, chamada principal

da capa, foi a novidade de “Missas e Sacramentos em Português. A aplicação é feita em São Paulo a partir da publicação da Sacrossanctum Concilium, em 20 de junho de 1964. A edição tratou ainda das alterações do decreto do Salário Família, que começaram na Inglaterra e de todos os direitos e deveres de quem recebe o benefício. “Europa vê com otimismo desenvolvimento nacional” é o tema que encerra os destaques da edição. O texto descreve as novas perspectivas econômica do Brasil para o incremento industrial.

Capa da edição de 19 de julho de 1964

Christian de Paul de Barchifontaine

Lembrando, bioética, ética da vida, é um espaço de diálogo transprofissional, transdisciplinar e transcultural na área da saúde e da vida, um grito pelo resgate da dignidade da pessoa humana, dando ênfase na qualidade de vida: proteção à vida humana e seu ambiente, através do desenvolvimento da tolerância e da solidariedade. Não é ética “pré-fabricada” mas um processo. Somos humanos chamados a altos voos. Foi com esta preocupação que a bioética foi proposta: questionar o progresso e para onde o avanço materialista da ciência e tecnologia estava levando a cultura ocidental, que tipo de futuro estamos construindo e se temos algumas opções. Desde o início, Potter usa a palavra “ponte” – bioética ponte – ponte entre ciência biológica e ética, mas como um meio para um fim, ponte para o futuro – disciplina que guiaria a humanidade como uma ponte para o futuro. Assim, o objetivo da bioética é ajudar a humanidade em direção a uma participação racional e cautelosa, no processo da evolução biológica e cultural. A ética que está proposta na bioética é global, prospectiva, abrangente e contextualizada: - Combina humildade (posso estar errado), responsabilidade e uma competência interdisciplinar, intercultural e que potencializa o senso de humanidade; - Busca resgatar a dignidade e a cidadania de cada pessoa; - Entende a autonomia de cada ser humano, todavia também entende que as vidas individuais estão interligadas e inseridas em um contexto social de relacionamentos. Como consequência, tem-se a obrigação de agir de forma responsável para consigo próprio e para com os outros seres humanos, buscando manter esta conexão de interdependência, de modo que ninguém seja excluído ou deixado sozinho. Isto exige: - Um esforço enorme do diálogo inclusivo, pois estamos em uma época marcada pela superespecialização e, muitas vezes, por um individualismo exacerbado, conquista da Modernidade; - Um pluralismo religioso, político e moral, um ideal de sociabilidade, um progresso no descobrimento e afirmação dos direitos humanos; - Lidar com o pluralismo, apontar para um novo tipo de comunidade; o consenso social não exclui a diferença e nem mesmo o conflito, ao contrário, clama por uma nova consciência de solidariedade e tolerância. A bioética é mais que debater, é fazer coisas junto uns com os outros porque é tendo a responsabilidade de agir, de justificar as escolhas feitas ou não, de dar razões da ação e de arcar com as consequências, que se aprende a viver junto, que se constrói comunidade, que se pratica solidariedade, que se exercita tolerância. A tarefa cotidiana do cultivo da tolerância inclui uma atitude proativa de procura do ponto ideal de encontro com o outro nos momentos de discordâncias e enfrentamentos. A tolerância é uma conquista no caminho em direção à solidariedade, este laço recíproco que une pessoas como corresponsáveis pelo bem umas das outras. Assim, a bioética é uma ponte, uma ferramenta para o exercício da cidadania. E-mail: superintendenciausc@saocamilo.br


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passa tempo

6 | Entretenimento |


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pastoral da pessoa idosa

espiritualidade

Quais são os preconceitos em relação aos idosos?

Telefonar a Deus três vezes por dia

Jairo Fedel

Numa sociedade consumista, repleta de egoísmos, quando muitos estão mais preocupados consigo mesmos e não se importam com o semelhante, temos a tendência de aumentarmos nossos preconceitos em todas as formas, modelos, situações e modos. Nesse contexto a pessoa idosa é a maior vítima, pois na verdade, muitos preconceitos já carregamos há tempos com relação a pessoa idosa. Vejamos alguns tipos de pressupostos que estão em nossas mentes, quiçá longe de nossos corações: 1) A pessoa idosa é um peso para a família? 2) A pessoa idosa está mais perto da morte? 3) A pessoa idosa é teimosa? 4) A pessoa idosa é rabugenta? 5) O aposentado é mantido pelo governo? 6) Você tem medo de envelhecer? Por hora ficamos apenas com essas perguntas e vamos questionar a fim de quebrar esses paradigmas e ideias que tanto afastam as pessoas com mais idade. Iniciamos refletindo: Por que a pessoa idosa seria um peso para a família? Por que ela, família, preci-

sa ficar atenta com os horários dos Outros aspectos a serem considemedicamentos, do cuidado com a rados como a teimosia e a rabugice alimentação? Ou por que é preciso não são atributos exclusivos de pessoajudar nos momentos de higiene pes- as idosas. Pais de adolescentes que o soal, e outros cuidados mais? Ora, se digam!. Quando o jovem se determina assim for, podemos dizer que um a fazer algo ou adere à alguma ideia, bebê também é um peso para a famí- não há quem o demova de suas vonlia, pois ele também precisa desses tades. cuidados e atenções e nem por isso Com relação ao mau humor, à inacreditamos que um bebê seja um es- tolerância e às ranhetices, quanto mais torvo para os pais. Então por que os se pede para mudar o estado mais eles pais seriam um peso para os filhos? permanecem como estão. Assim aconIsso é muito sério, é preciso que a tece também com a pessoa idosa ou família da pessoa idosa reflita sobre em qualquer outra idade. Quem nunca isso. Se o cuidar da pessoa com mais idade não for por Se o cuidar da pessoa com mais amor, que seja por gratidão aos tempos em que os filhos idade não for por amor, que eram totalmente dependentes seja por gratidão aos tempos em dos pais, hoje idosos. Quanto à segunda pergunque os filhos eram totalmente ta – a pessoa com mais idade dependentes dos pais está mais próxima da morte? Isso igualmente não é verdade, pois, além da morte andar em parale- presenciou uma cena de uma crianlo à vida até que em algum momen- ça esperneando numa loja por querer to elas se encontram, ela(morte) tem algo e os pais não querem adquirir? atingido muitos jovens, especialmenQuanto à sexta questão é para o te negros e pobres por violência, con- senhor/a leitor/a pensar a respeito. forme tem apontado os números dos Aproveite e reflita como está se preinformes policiais. Portanto a pessoa parando para envelhecer. Voltaremos a idosa não está mais perto da morte, esse ponto em outro artigo. mas corre os mesmos riscos que qual E-mail: Jairo.fedel@terra.com.br Multiplicador da Pastoral da Pessoa Idosa. quer pessoa em qualquer idade.

COMIAR

Missão de verdade é viver o Evangelho irmã Carolyn Moritz, MM

A missão precisa ser integral para a vida dos discípulos de Jesus Cristo, e a vivência do Evangelho é essencial para a missão. Porque Deus é amor, e amor, por sua natureza sai da si mesmo e vai ao encontro do outro.Nossa vocação missionária está orientada a Deus, que é amor, e ao outro, até a toda a criação. Por isso, missão significa sair de si mesmo com amor para viver totalmente o Evangelho,. Como o próprio Cristo disse: “vão pelo mundo inteiro e anunciam o Evangelho a todas as pessoas”. (Mc 16,15) No exercício da missão, o discípulo missionário de Jesus Cristo sai de si mesmo com amor, e sua vida é um testemunho profético. Ele vive numa atitude de diálogo e mutualidade. Porém,

o discípulo missionário nunca sai sozinho. A tarefa missionária é uma tarefa da comunidade e sempre será feita em conjunto na comunidade cristã. A Igreja nos dá a possibilidade de ser comunidade. A Igreja é, ao mesmo tempo, comunidade de fé, esperança e amor e também é uma estrutura visível. Quando a comunidade cristã não vive sua vocação missionária, ela está sendo desleal a sua chamada. Porque a Igreja é uma estrutura institucional e visível, muitas vezes é fácil criticá-la, esquecendo que “nós somos a Igreja” e temos tanta responsabilidade de viver inteiramente o Evangelho quanto seus líderes e pastores. Nenhum de nós pode escapar a responsabilidade de ser Igreja, uma comunidade de discípulos missionários de Jesus Cristo.

Um fato importante do Concilio Vaticano II é a ênfase no papel dos leigos na comunidade da Igreja. Dentro da Igreja não existe um elemento ativo e outro passivo: liderança e laicato. Todos os membros da Igreja são chamados a “ser Igreja”, fiéis a viver a mensagem do Evangelho inteiramente e também levando sua mensagem ao mundo inteiro. O documento do Concílio Vaticano II, Lúmen Gentium, chamou os leigos a se empenharem na propagação do Evangelho na ordem temporal. E muito mais do que isso, desde o Concílio sabemos que os leigos são chamados também a participar numa extensão maior de esforços de evangelização da Igreja e fora dela, por causa de sua vocação missionária como discípulos missionários de Jesus Cristo inseridos no mundo.

Frei Patrício Sciadini, ocd.

Quando nos embrenhamos na maravilhosa e fascinante história das religiões encontramos em todos os recantos da terra homens e mulheres que rezam, tentando santificar em determinadas horas e períodos o tempo, pedindo a Deus que não os abandone, os liberte, e lhes envie do alto céu a água necessária para fecundar a terra, o sol para amadurecer os frutos, paz duradoura junto com saúde, trabalho e bom relacionamento tribal. A oração não é algo que foi inventado nem pelos judeus e nem pelos católicos, mas sim está inserida dentro do coração humano. Muitas religiões, especialmente a judaica e o cristianismo, foram recomendando três momentos diários de encontro com Deus. Estes momentos são muito importantes para nos lembrar o nosso amor a Deus e que sem o seu auxílio não é possível viver uma vida de paz e de harmonia consigo mesmo e com os outros. A liturgia das horas coloca em evidência que devemos santificar o tempo em que vivemos. Não é o tempo que nos santifica, mas nós santificamos o espaço temporal que nos é dado a viver. DE MANHÃ cedo, quando os nossos olhos se abrem à realidade humana e todas as coisas voltam do “desmaio noturno”, é bom elevar o nosso pensamento a Deus, planejar com ele a nossa jornada, pedir a força, a coragem para vivermos, para termos um dia feliz, com bom relacionamento com todos, sem muitos descompassos que nos impedem de sermos realizados no que fazemos. AO MEDIO DIA, quando todos param para uma pausa do trabalho, para um merecido período de descanso, para comer, para “tomar fôlego”, não podemos esquecer de elevar o nosso pensamento a Deus, agradecendo e pedindo por aquilo que ainda nos resta a fazer. É tão bonito rezar antes de comer, agradecer pelo pão quando milhões de irmãos e irmãs morrem de fome. Sentir a gratidão a Deus por tudo. À NOITE, antes de dormir ter um momento a “sós” com Deus para fazer o balanço da nossa jornada, pedir perdão e perdoar por tudo que não saiu como nós esperávamos. São tantos os contratempos que nem tudo sai como planejado. Mas Deus na sua bondade nos anima e nos dá nova esperança. Três telefonadas por dia para Deus são o segredo para uma vida mais serena e calma. Uma oraçãoterapia saudável que nos liberta de tanto estresse e preocupação inútil. ASSOCIAÇÃO INDÍGENA S.O.S. COMUNIDADE INDÍGENA PAKARARU

Convocação para Assembleia Geral Extraordinária

Pela presente e atendendo as disposições no art. 14, inciso I e art. 15 do estatuto social vigente, convoco essa Assembleia Geral Extraordinária para o dia 2 de agosto de 2014, às 14 horas, no Centro Cultural Casulo, à rua Paulo Bourroul, 100, Real Parque, São Paulo. Essa assembleia terá como finalidade preencher o cargo de vice-presidente, devido ao falecimento da titular, e do tesoureiro, que renunciou, além da apresentação das propostas de trabalho da atual diretoria. Se no horário indicado não houver o comparecimento da maioria absoluta dos associados, a assembleia iniciará uma hora depois com o número dos associados presentes, nos termos do parágrafo único do art. 15 do estatuto social. São Paulo, 8 de julho de 2014 Maria Lindinalva de Jesus RG 19.513.319-5 Presidente


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palavras que nao passam

cami

Curar e cuidar

Imigrantes participam da festa do Sagrado Coração de Jesus

Padre Augusto César Pereira

Há séculos, a Igreja se destaca pelo cuidado com os doentes e os idosos. Foram fundadas congregações religiosas com esse carisma. Destaque para os Camilianos que celebram os 400 anos de São Camilo. E as santas mais recentes, as santas Madre Teresa de Calcutá e Madre Paulina. A origem de curar é do idioma Latim (curarare = cuidar). Em certos locais o pároco das comunidades era chamado de cura, ou seja, o cuidador das ovelhas do rebanho; o cura da catedral tem o mesmo significado. O curador de menores é o magistrado que zela para que os menores sejam bem cuidados. Também o curador responsável por cuidar de uma bienal. Muitos dos locais de cuidado eram chamados com propriedade de hospital. Hospital é palavra parente de hospedar e hospedagem. Hospedar é acolher em casa pessoas doentes ou peregrinos cansados da jornada para repousar. Quando acontece um evento com a participação de muita gente, os organizadores se preocupam com a hospedagem. Com o correr do tempo, o nome hospital foi reservado como local especializado em cuidar de doentes. O significado de hospital para cuidados de doentes foi acumulando a idéia de doença. E muita gente sentia pavor de ir para o hospital. Era até considerado como sala de espera pela morte. Mas prevaleceu o sentido de hospital como lugar de sofrimento. Tanto assim que hospitais mudaram o nome de hospital para, por exemplo, Casa de Saúde. E aí incluída a mudança do significado da palavra para lugar onde se recupera a saúde com tratamento clínico ou de repouso. Destacou de volta a palavra cuidade, que não era a preocupação de sarar, mas cuidar. Isto é, ajudar as pessoas nessas condições a terem alívio de sua dor e do mal-estar para terem a tranquilidade para viver felizes apesar da dor e dos incômodos. Hoje, graças à atuação de verdadeiros profetas, a Pastoral da Saúde está direcionando seu trabalho no cultivo à mentalidade para a acolhida e o cuidado com os enfermos e os idosos. Não se trata tanto de sarar o físico das pessoas, mas o seu íntimo. Porque é no interior de seu coração bem cuidado que a pessoa colhe o sentido do sofrimento e da velhice. Os seguidores de São Camilo são os principais introdutores da volta ao conceito de cuidar como o emprego da acolhida e do cuidado da saúde interior que dá sentido ao sofrimento e à velhice. A cura do coração do enfermo brota do cuidado de profissionais e voluntários que transbordam de seu próprio coração amoroso o dinamismo de seus cuidados aos enfermos e idosos.

A comunidade de fiéis da paróquia Santuário das Almas da Ponte Pequena em São Paulo celebrou a festa do Sagrado Coração de Jesus, no último dia 15 de junho, em comunhão. Um número expressivo de fiéis, devotos e imigrantes de diferentes nacionalidades participaram da grande solenidade, cerca de 500 pessoas acompanharam a procissão e receberam a bênção do santíssimo. O Santuário das Almas, parceiro do CAMI, mantém viva a tradição de oferecer flores e coroar o Sagrado Coração de Jesus. Neste ano, o tema foi a integração de diferentes povos com a presença de residentes, migrantes e imigrantes

no Brasil representados numa belíssima apresentação por crianças, voluntários da igreja e imigrantes. “Senti-me abraçada pelo povo brasileiro, integrada. Fiquei muito contente de saber que a Paróquia também abre a porta para nós”, salientou a boliviana Sonia Ojeda, caracterizada com um traje típico folclórico, que fez parte da Procissão de entrada, junto a outros imigrantes. O Pe. Valmir Teixeira, organizador do evento, ressaltou: “a festa deste ano é a importância de redescobrirmos, no Divino Coração, as riquezas abundantes que saciam todas as nossas sedes. Jesus é Aquele que oferece a perfeita adora-

ção ao Pai. Entregou sua vida pelos seus amigos, pela humanidade que amava. Descobrimos que o amor de Deus é a fonte dessa espiritualidade, à medida que somos capazes de contemplar o coração aberto de Jesus. Nele está a riqueza do amor de Deus por você e por mim”. Outros momentos marcantes e durante a missa foram a presença do Pe. Juarez de Castro que cantou, encantou a todos com suas canções e promoveu uma reflexão muito significativa sobre o amor ao próximo, além da assembleia presente que participou ativamente da cerimônia. E-mail: cami.imigrantes@terra.com.br Cami

pastoral do menor

Conselhos Participativos! Viva a Democracia! Sueli Camargo

Entraves, retrocessos e situações que emperram a evolução de um processo democrático, é certo que, infelizmente, ainda vivenciamos. O Brasil foi regido por diversas Constituições e, o que não podemos negar é que com a promulgação da Constituição Federal de 1988 tivemos avanços significativos, dentre eles destacamos a introdução de mecanismos de participação e controle social, como os Conselhos de Direitos, que são órgãos colegiados, permanentes, consultivos ou deliberativos, incumbidos na formulação, supervisão e avaliação das políticas públicas de garantia dos direitos humanos, em âmbito federal, estadual e municipal. É bom lembrar que a conquista de direitos ou sua implementação depende da realização de políticas públicas, cujas linhas gerais estão previstas na Constituição Federal: saúde, assistência social, educação e direitos da criança e do adolescente, dentre outros. Os Conselhos foram um salto na proposição de políticas públicas que veem ao encontro com a realidade social. A participação colegiada ocorre nos Conselhos respectivos, em especial nos Conselhos Municipais, aqueles que estão mais

próximos dos interesses da comunidade, que são, portanto, gestores de políticas públicas. A participação da sociedade civil organizada é de extrema importância, além da conquista, em 1988, dos mecanismos de participação destaca-se, ainda, a influência dos movimentos, entidades, pastorais organizados e comprometidos com o tema da criança e do adolescente. Esta organização concretizou-se no artigo 227 da Constituição Federal que serviu como base para o Estatuto da Criança e do Adolescente, o principal instrumento de construção de políticas públicas para a promoção e garantia de direitos de crianças e adolescentes, que no último dia 13 de julho completou 24 anos de criação. Atualmente ainda ocupamos, de forma tímida este espaço de conquista, por mais que a Igreja tenha se empenhado na participação de cristãos conscientes monitorando, controlando a gestão pública e também denunciando as irregularidades de que tenham conhecimento, ainda, é insignificante a participação nos diversos conselhos municipais. Os mecanismos existentes e em funcionamento, de controle social, tem como objetivo possibilitar a participação da sociedade no acompanhamento e controle

da gestão pública plenamente, independente de quem esteja no governo, caindo por chão o autoritarismo e prevalecendo o fortalecimento das instituições democráticas, o que representaria um verdadeiro salto de qualidade na esfera social. Dentre os diversos Conselhos, em breve, na cidade de São Paulo teremos eleições para o CMDCA – Conselho Mu-

A função de Conselheiro é de relevante valor social, não remunerada e não está vinculada a qualquer tipo de vantagem financeira nicipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. A função de Conselheiro é de relevante valor social, não remunerada e não está vinculada a qualquer tipo de vantagem financeira. Mais uma vez, a Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo se propõe colaborar neste processo, iniciando uma organização que vise a formação e informação da sociedade para que possamos exercer, de forma ampla na nossa cidadania e contribuir com a efetivação desta conquista democrática.


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A Igreja

Pelo Mundo

| Geral | 9

Destaques das Agências Internacionais redação

Organização mundial da saúde

OMS recomenda antirretrovirais para conter epidemia do vírus da AIDS A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou no dia 10 deste mês um relatório sobre prevenção, diagnóstico e tratamento do HIV em populações chave, no qual recomenda o uso de antirretrovirais

por pessoas que ainda não possuem o vírus, mas pertencem a grupos vulneráveis, notadamente entre homens que fazem sexo com homens. Segundo o relatório, o percentual de portadores do

vírus entre pessoas pertencentes a esse grupo é 13 vezes maior que no restante da população e chega, em alguns lugares, a mais de 25%. No Brasil, 15% dos homens que fazem sexo com homens são por-

tadores do vírus da AIDS. De acordo com a OMS, o uso de antirretrovirais reduz a probabilidade de transmissão do vírus em até 92% e é recomendado em adição aos métodos de prevenção já conhecidos,

como o preservativo, que reduz a chance de transmissão em 85%. Outros grupos vulneráveis mencionados incluem prostitutas, transexuais e usuários de drogas. Filipe David

SUDÃO

Conflito no Sudão do Sul já causou mais de 10 mil mortes Nichole Sobecki/AFP/Getty

Há três anos, no dia 9 de julho de 2011, era criado o Sudão do Sul, o país mais jovem do mundo. Agora, no seu aniversário de três anos, o país se encontra em um conflito que opõe a etnia Dinka, representada pelo presidente Salva Kiir, e a etnia Nuer, do ex-vice Riek Machar. O conflito já dura seis meses e causou mais de 10 mil mortes. Um milhão de pessoas estão refugiadas, o que significa uma em cada oito pessoas da população do país, de oito milhões de habitantes. A diretora da Rádio Católica da Conferência Episcopal do país Enrica Valentini afirma que não vê uma solução imediata para o conflito, já que os dois lados não parecem dispostos ao diálogo. A Igreja procura contribuir para a unidade do país também com o seu exemplo, pela colaboração entre as diversas igrejas no país. Fonte: Fides/News.va

PERU

VENEZUELA

Arcebispo de Lima denuncia chantagem para aprovação do aborto e do “casamento” gay O arcebispo de Lima e primaz do Peru, Cardeal Juan Luís Cipriani, denunciou no programa Diálogo de Fé a chantagem de organismos internacionais que ameaçam condicionar ajudas estrangeiras à aprovação de leis favoráveis ao aborto e ao “casamento” gay. Segundo o Cardeal,

não se pode abrir mão da autonomia nacional em temas tão importantes quanto esses: “a vida é um bem absoluto, não pode ser condicionada”. O Cardeal aproveitou para agradecer o apoio da população do país ao seu trabalho pastoral: segundo pesquisa recente feita pela CPI (Com-

pañia Peruana de Estudios de Mercados y Opinión Pública), entre 60% e 77% da população acham que a Igreja deve sim emitir sua opinião em temas relacionados à vida e à família, como o aborto, a sexualidade e a união civil entre pessoas do mesmo sexo. Fonte: ACIPrensa

“Na Venezuela não são respeitados os direitos humanos e a constituição” A afirmação foi feita pelo presidente da Conferência Episcopal da Venezuela (CEV), Dom Diego Rafael Padrón Sanchez, arcebispo de Cumaná, na abertura dos trabalhos de sua Assembleia Plenária. Segundo o arcebispo, “testemunhos de todos os setores da nossa sociedade (estudantes, políticos e pessoas comum)

demonstram que na Venezuela não são respeitados os direitos humanos e a Constituição; e as leis não dão a última palavra na gestão da justiça, que fica a cargo dos juízes e dos funcionários, e de seus interesses em manter o poder, os privilégios e o controle político da situação”. Fonte: Fides

COReIA

Informações sobre a viagem do Papa à Coreia já estão disponíveis Já estão disponíveis as informações sobre a visita do Papa Francisco à Coreia do Sul entre os dias 14 e 18 de Agosto deste ano. A visita do Papa terá como foco a mensagem “Levanta-te, brilha!” (Is 60:1). O Papa estará presente na 6ª Jornada da Juventude Asiática, que ocorrerá entre os dias 13 e

17 de Agosto na Diocese de Daejeon. O Papa se encontrará com jovens católicos asiáticos e celebrará missa no dia 15. Centenas de participantes de dezenas de países diferentes da Ásia estarão presentes no encontro. Além disso, 124 mártires coreanos serão beatificados durante a visita do Papa.

A Coréia do Sul possui cerca de 50 milhões de habitantes. Destes, aproximadamente a metade pratica alguma religião, 55% dos quais são cristãos (34% protestantes e 21% católicos). Historicamente, as religiões mais influentes foram o budismo e o confucionismo. O país come-

çou a ser evangelizado no século XVIII por leigos, caso único na história da Igreja: os primeiros sacerdotes missionários só chegaram ao país no século seguinte, vindos da França. Tudo teve início quando estudiosos coreanos começaram a se interessar pela literatura ocidental

e, pouco a pouco, pela fé cristã. Em seguida, o cristianismo foi perseguido pelo Estado, cuja religião oficial era o confucionismo. Dos 124 mártires que serão beatificados durante a viagem do Papa, 53 foram mortos na perseguição Shinyu, em 1801. (F.D com agências)


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dicas de cultura

literatura

Reprodução

‘A Condessa e o Bandoleiro’ ‘A Condessa e o Bandoleiro’ inicia temporada no Parque da Água Branca Encenado com leveza e poesia para o público de todas as idades, o espetáculo de rua “A Condessa e o Bandoleiro” convida a plateia para conferir as histórias de dois personagens, que se cruzam de uma maneira lúdica e bastante brasileira. A montagem acontece no Parque da Água Branca, entre os dias 19 de julho e 3 de agosto,

aos sábados, às 18h, e aos domingos, às 16h, com entrada franca. O espetáculo, amarrado pelas canções e pela sonoridade da música nordestina, conta a história de uma condessa entediada, que, junto com seu acompanhante, o barão, e sua ama, decide sair da vida tediosa da riqueza e atravessar a floresta em direção a um baile. No caminho, eles são obrigados a pernoitar em uma taberna, onde se encontram com o temido bandoleiro Zé Facada, que os coloca diante de um novo mundo.

Ficha Técnica O QUE: A Condessa e o Bandoleiro QUANDO: de 19/07 a 03/08 / Domingos às 16:00 / Sábados às 18:00 QUANTO: Gratuito ONDE: Parque da Água Branca http://www.parqueaguabranca. sp.gov.br/ Avenida Francisco Matarazzo, 455 Água Branca – Oeste São Paulo (11) 3865-4130/ (11) 3865-4131 Estação Palmeiras-Barra Funda (Metrô – Linha 3 Vermelha) Estação Palmeiras-Barra Funda (CPTM – Linha 7 Rubi) Reprodução

Epistemologia O livro Epistemologia é uma introdução às discussões mais atuais desta área da filosofia. O livro é pensado para leitura tanto de filósofos propriamente ditos quanto de pessoas leigas interessadas em conhecer o vocabulário e as principais questões da epistemologia contemporânea. A perspectiva do autor é apresentar as discussões epistemológicas utilizando exemplos que fazem os leitores pensarem

acerca de situações cotidianas de aquisição de conhecimento, isto é, de aquisição de crenças. Dessa forma, procura mostrar as várias possibilidades de respostas filosóficas às indagações que podemos levantar em relação às dificuldades presentes nessa aquisição. Ficha Técnica AUTOR: Richard Fumerton PÁGINA: 216 PREÇO: R$ 46,00

CENTRO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL SANTO AGNELO CNPJ 58.371.451/0001-15

BALANÇO PATRIMONIAL

vamos cuidar da saúde!

AT I V O

Onicomicose - Micose das unhas A onicomicose é uma infecção nas unhas, causada por fungos, que se alimentam da queratina das unhas. Esse fungo pode acometer as unhas das mãos e dos pés, mas é mais frequente nos pés por ser um ambiente úmido, escuro e quente. Existem várias formas de manifestação dessa doença. A forma mais frequente é a que a unha se descola, geralmente iniciando pelos cantos. O espaço fica oco,

podendo acumular sujeiras.Outra é quando as unhas ficam mais duras e grossas, geralmente escurecem e pode doer. Também pode aparecer manchas brancas na superfície da unha, ficando frágil e quebradiça, podendo até causar deformidades. Existe uma alteração chamada paroníquea que é a inflamação da pele ao redor da unha. A principal causa é umidade constante da mão, principalmente em pessoas que manipulam muito a água. Popularmente conhecida como mão de lavadeira ou unheiro. O tratamento depende da extensão da lesão. Caso haja

acometimento de várias unhas ou mais da metade de uma unha já comprometida, é necessário medicação com comprimidos que devem durar 6 meses ou até mesmo 1 ano. Tratamento com cremes ou esmaltes também podem auxiliar. Mas é importante ressaltar que a maioria dos pacientes interrompem tratamento nos dois primeiros meses após importante melhora. 90 % apresentam recidiva. Procure sempre um médico se surgir qualquer alteração na unha. Evite tratamentos caseiros e indicações de manicures.

direito do consumidor escrito e o resultado da interpretação daquele texto é a norma. Imagine que num restaurante esteja escrito: “É proibido entrar com cachorro”. Isso é o texto normativo. Agora imagine que eu tenha um elefante de estimação e queira entrar naquele restaurante onde entrar com cachorro é proi-

CIRCULANTE DISPONIBILIDADES Caixa ......................................................................................................................... 3,16 Bco c/ Movimento....................................................................................................... 74.814,11 Aplicações.................................................................................................................. 17,548,91 REALIZÁVEL CURTO PRAZO Contas a Receber ..................................................................................................... Adiantamento Férias..................................................................................................

1.268,74 17.548,91

PERMANENTE Imóveis....................................................................................................................... 254.244,78 (-) Depreciação Imóveis............................................................................................. -101.697,69 Móveis e Utensílios.................................................................................................... 51.788,44 (-) Depreciação Móveis e Utensílio ........................................................................... -29.048,92 Veículos ..................................................................................................................... 36.800,00 (-) Depreciação Veículos ........................................................................................... -14.720,00 Computadores e Periféricos ...................................................................................... 12.140,89 (-) Depreciação Computador e Periféricos................................................................. -10.835,60 Instalações ................................................................................................................ 4.645,00 (-) Depreciação Instalações ...................................................................................... -4.289,50 Software .................................................................................................................... 400,00 (-) Depreciação Software .......................................................................................... -400,00 TOTAL DO ATIVO ..................................................................................................... 315.519,36 PA S S I V O CIRCULANTE VALORES EXIGÍVEIS Contas a Pagar.......................................................................................................... 2.354,86 Salários a Pagar......................................................................................................... 26.498,75 Encargos a Pagar....................................................................................................... 16.800,58 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO PATRIMÔNIO LÍQUIDO Patrimônio Social....................................................................................................... 274.914,05 Déficit/Superavit do Exercício.................................................................................... -5.048,88 TOTAL PASSIVO ...................................................................................................... 315.519,36

DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS

Texto, normas e princípios O profissional do Direito deve interpretar as normas jurídicas. Devemos saber que texto e norma são coisas diferentes. Texto é o que está

PERÍODO ENCERRADO 31/12/2013

PERÍODO ENCERRADO 31/12/2013

bido. Ora se com cachorro é proibido imagine com um elefante, ainda mais se tratando de restaurante. Deduz-se da norma que é o resultado da interpretação que não pode entrar com qualquer animal, e não só com cachorro. Ronald Quene é advogado E-mail: ronaldquene@gmail.com

RECEITAS Subvenções Municipal............................................................................................... 950.854,56 Receitas Financeiras.................................................................................................. 1.753,38 Outras Receitas.......................................................................................................... 48.302,03 TOTAL RECEITA LÍQUIDA ....................................................................................... 1.000.909,97 DESPESAS OPERACIONAIS Despesas Operacionais............................................................................................. 421.726,45 Despesas Trabalhistas............................................................................................... 577.259,98 Despesas Tributárias.................................................................................................. 4.488,85 Despesas Financeiras................................................................................................ 2.483,57 TOTAL DAS DESPESAS OPERACIONAIS ............................................................. 1.005.958,85 SUPERÁVIT/DEFICIT EXERCÍCIO...........................................................................

Pedro Pereira dos Santos Presidente

-5.048,88

Marlus Wilton Ferreira Vieira Contador – CRC 1SP159308/O-0


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Pelo menos 180 pessoas morreram e mil ficaram feridas nas últimas semanas em ataques de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza. Papa Francisco diz que oração pela paz não é inútil

Guerra na Terra Santa

FILIPE DOMINGUES

Especial para O SÃO PAULO em Roma

Diante do agravamento do conflito na Terra Santa nas últimas semanas, “é preciso rezar com insistência pela paz”, afirmou o papa Francisco no domingo, 13, após a oração do Angelus na praça de São Pedro. Intensificou-se recentemente o confronto armado entre o exército de Israel e palestinos do movimento islâmico Hamas, organização política que controla a Faixa de Gaza. A nova ofensiva de Israel contra o Hamas, grupo que considera terrorista, ocorreu após o sequestro e o assassinato de três estudantes judeus no início de junho, na região da Cisjordânia. Israel atribui o crime ao Hamas e realizou uma incursão militar que provocou mais de 180 mortes e deixou mais de mil pessoas feridas, a maioria civis. Embora um cessar-fogo tenha sido aprovado na terçafeira, 15, por Israel, até o fechamento desta edição de O SÃO PAULO o Hamas ainda não havia concordado com os termos de um acordo mediado pelo Egito. Recordando a oração pela paz que promoveu em 8 de junho no

Vaticano com os presidentes de Israel e Palestina, o papa declarou: “Nós invocamos o dom da paz e escutamos o chamado a romper a espiral do ódio e da violência. Alguns podem pensar que tal encontro tenha ocorrido em vão. Mas não! A oração nos ajuda a não deixar o mal vencer e nem aceitar que a violência e o ódio tomem o lugar do diálogo e da reconciliação.” O próprio presidente de Israel, Shimon Peres, lamentou que a morte cruel dos três rapazes israelenses tenha ocorrido poucos dias após a oração pela paz da qual participou. “Todos nós rezamos juntos por um milagre. Lamentavelmente tivemos uma tragédia.” No domingo, o Papa pediu que as autoridades políticas locais e internacionais “não economizem em oração e em esforços para fazer cessar toda hostilidade”.

Guerra complexa dos dois lados

Israel tem realizado ataques aéreos e lançado mísseis na Faixa de Gaza. Porém, tem atingido muitos alvos civis, como escolas, templos religiosos e hospitais. De acordo com o comissário-geral das Nações Unidas para auxí-

lio humanitário em Gaza, Pierre Krähenbühl, a escalada de violência está cobrando “um preço humano e físico devastador para os civis”, sendo grande parte mulheres e crianças. Israel, por sua vez, acusa o Hamas de lançar mísseis e foguetes a partir de áreas próximas a casas, escolas e hospitais. Outros grupos humanitários dizem que, de fato, o Hamas usa a população local como “escudo humano” e impede os palestinos de buscar refúgio. Muitas pessoas, entretanto, tentam escapar após ameaças de Israel. O Hamas também vem lançando mísseis em direção à cidade de Tel Aviv, mas muitos foram interceptados e, até o momento, nenhum israelense morreu por causa dos ataques.

Cessar-fogo

A comunidade internacional, inclusive os Estados Unidos, principal aliado militar de Israel, vem insistindo num cessar-fogo. Na terça-feira, o Egito conseguiu mediar uma interrupção dos ataques de Israel. Mas o Hamas não concordou, afirmando não ter sido consultado. “Se o Hamas rejeitar a proposta do Egito e a

chuva de foguetes de Gaza não cessar, como parece ser o caso, estamos preparados para continuar e intensificar nossa operação”, declarou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, conhecido por uma forte política anti-Palestina. Ele não descarta, além dos ataques aéreos, uma invasão territorial em Gaza, algo que tornaria a situação das mortes ainda pior. A Liga Árabe, grupo de países árabes, elogiou a iniciativa do Egito e deve aumentar a pressão sobre o Hamas para aceitar o cessar-fogo e “proteger as vidas dos inocentes”.

Igreja

Líderes católicos na Terra Santa têm criticado a ofensiva israelense contra Gaza. “Usar a morte de três israelenses para realizar uma punição coletiva no povo palestino e no seu desejo legítimo de ser libertado é uma exploração da tragédia e promove mais violência”, critica, em comunicado, a Assembleia dos Ordinários Católicos da Terra Santa, de acordo com a agência Catholic News Service. O bispo britânico Declan Lang, responsável pelo departamento de Relações Internacio-

nais da Conferência Episcopal da Inglaterra e do País de Gales, também lamentou a “espiral de violência” alimentada por Israel e acrescentou que “ela segue o colapso do último capítulo de negociações entre israelenses e palestinos e os retrocessos no estabelecimento de uma solução com dois Estados (Israel e Palestina), que colocaria um fim em décadas de inimizade e levaria à justa paz que promove soberania e segurança para os dois povos”. A solução de dois Estados vem sendo defendida oficialmente pela Santa Sé, mas o governo de Netanyahu e do novo presidente israelense, Reuven Rivlin, é contra. A organização católica de ajuda humanitária, Cáritas Jerusalém, enviou comunicado à Agência Fides deplorando a situação em Gaza. Segundo a Cáritas, a população da região “já vive em uma situação trágica” por causa do embargo comercial a que está sujeita há 12 anos. “Israel tem o direito de viver em paz e os israelenses de viver em segurança”, mas esse direito, completa, “não pode ser garantido por meio da guerra e da agressão a pessoas inocentes”.


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Histórias de amigos Na mudança de cidade, nos bancos de uma igreja, no desejo de unidade: há sempre espaço para a amizade Nayá Fernandes Redação

As palavras são poucas e limitadas quando se veem frente a frente com a nobreza do sentimento: a amizade. Milhares de frases, poemas, músicas, livros, têm a amizade como tema principal, mas não é difícil reconhecer que nada vale tanto quanto a partilha da vida feita com um amigo durante uma caminhada despretensiosa. Amizade pode começar nas cadeiras escolares, na frequência à mesma padaria no café da manhã ou nos bancos de uma igreja. E foi assim, buscando o encontro com o outro, que Kamila Gomes, 29, conheceu Alexandre Pupo Quintino, 21; Sergio Bosco, 49, encontrou Carlos de Rosa, 89; e Mônica Torres, 31, achou Eurly Pereira, a Lil, 35, “a irmã que ela não teve”. A comunidade é espaço privilegiado para começar ou cultivar uma amizade. Lá, onde todos têm espaço, a fraternidade também tem vez.

“É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender! E por isso eu te suplico paciência. Vou encher este teu rosto de lembranças, Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias...” Os versos, aqui citados e também ao longo do texto, são do “Poema do amigo aprendiz” de autoria do padre Zezinho. Eles expressam bem o que aconteceu com a Kamila. Ela foi convidada para dar uma palestra na PUC-SP em 2013, juntamente com jovens de outras religiões e, nem imaginava que um dia, o jovem que chamou sua atenção ao falar, estaria cantando no seu casamento. “Com palavras diferentes, ele disse as mesmas coisas que acredito como Igreja Povo de Deus. Percebemos que, mesmo sendo de religiões diferentes, pois ele é metodista, a fé no projeto de Cristo é a mesma. Alexandre se tornou um grande amigo e não hesitou em me ajudar na Semana Missionária aqui na Arquidiocese de São Paulo. Vinha sempre colaborar nas traduções para peregrinos de língua espanhola”, contou Kamila. A diferença para Sergio foi uma questão de anos. O amigo que ele conheceu tem agora 89

anos. “Foi no início do ano de 2006, na paróquia Santa Margarida Maria, logo após a missa da manhã, eu ficava mais alguns minutos refletindo sobre a Palavra. Um senhor que sempre se sentava na primeira fileira levantou-se e perguntou: ‘Você não quer ser Vicentino?’. Fiquei surpreso, pois quando cheguei à igreja para rezar o terço com o grupo do qual ele fazia parte, fiz exatamente esse pedido, que Deus me orientasse para onde ele desejava o meu serviço. Respondi acanhado que poderia ser, mas eu não conhecia ou sa-

bia nada a respeito dos Vicentinos. Ele me sorriu largamente e convidou para participar de uma reunião e descobrir por mim mesmo.” Vinda de Inhapim (MG), Mônica, em abril de 1993, tinha medo de não conseguir se integrar na cidade grande. “Chegando à Mauá (SP), logo procuramos por uma igreja católica”, contou a mineira. E foi na Comunidade Santa Vicenta Maria que nasceram muitas amizades. “Na Catequese me aproximei muito da Maria de Fátima Cardoso, do Adilson dos Santos, do

Sinval Camilo e do Manoel Alves do Nascimento. No grupo do terço e novena nas casas, encontrei Marlene Lopes e Maria de Lourdes Passos e, por último, na Pastoral da Criança, conheci a Eurly, carinhosamente chamada de Lil, que é a irmã que eu não tenho e a Maria das Graças da Silva” recordou Mônica. Padre Zezinho acerta em cheio quando afirma que, para “ficar na vida de alguém”, é preciso discrição e uma justa medida. Com o Sergio, essa presença acontece cada vez que Carlos compartilha sabedoria, experiênSergio Ricciuto Conte

“Quero ser o teu amigo. Nem demais e nem de menos. Nem tão longe e nem tão perto. Na medida mais precisa que eu puder. Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida, Da maneira mais discreta que eu souber.” cia e paciência. “Éramos companheiros inseparáveis. Todas as semanas, o grupo se dividia e íamos sempre juntos de casa em casa.” Para Kamila, foi quando Alexandre aceitou cantar no seu casamento. “Foi um momento mágico, muito bonito.” E, na vida de Mônica, foram as alegrias e tristezas do cotidiano que fizeram a diferença. “Lembro da perda do pai do Manoel, da mãe do Adilson e da Lourdes. Por outro lado, comemoramos juntos quando Manoel conseguiu entrar na faculdade, e quando o Adilson e eu entramos também.” Assim, Carlos se tornou padrinho no Crisma de Sergio, em 2008. “Hoje, graças a este pai, irmão, professor e mestre, do alto de seu 1.55m, sou presidente da conferência. Este caminho foi delineado graças à ação deste grande amigo.” Mônica celebrou a presença dos amigos de Mauá no seu casamento em Iapu (MG). “Que alegria e emoção. Foi um momento inesquecível e abençoado por Deus”. E Kamila experimentou que, para a amizade, não existem fronteiras. “O amor pelo Reino de Deus nos uniu.”

“Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar. Sem forçar tua vontade. Sem falar, quando for hora de calar. E sem calar, quando for hora de falar. Nem ausente, nem presente por demais. Simplesmente, calmamente, ser-te paz.”


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uma igreja em saída

Trabalhar pelos direitos e dignidade dos favelados Unindo as dimensões fé e política, MDF realiza dezena de atividades junto aos moradores de favelas de São Paulo Movimento de Defesa do Favelado

Projetos desenvolvidos pelo MDF

Pão e Arte

Oferecem cursos de Saúde e Alimentação natural nas comunidades das favelas no intuito de conscientizar as famílias para a reeducação alimentar, no combate ao desperdício e ao consumo consciente. Este projeto apoiado pelo MDF “constitui a utopia do pão como alma da civilização”.

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Creche Júlio César Aguiar

Edcarlos Bispo

Reportagem na zona leste

“Resgatar, defender e promover a cidadania dos favelados, na sua dimensão política, artística, pedagógica e religiosa mediante o tripé: Presença, Resistência e Solidariedade”, escrita na parede, essa frase é o resumo da missão do Movimento de Defesa do Favelado (MDF). Para mostrar “uma igreja em saída”, a reportagem do O SÃO PAULO foi até a Vila Alpina, zona leste da capital, na sede do MDF , para conhecer o seu trabalho. Nascido na década de 70, o movimento constituído para promover a fé, dignidade e cidadania entre os moradores das favelas da cidade de São Paulo, já fundou quatro comunidades na Favela de Vila Prudente. Além do primordial trabalho de evangelização, o movimento também visa conquistar melhorias de saneamento básico como água, luz, rede de esgoto, além de moradia, equipamentos de lazer, cultura e, acima de tudo, dignidade. Um dos participantes mais antigos, Manoel dos Santos Almeida, mais conhecido como Manezinho do MDF, destaca que no começo das atividades o grupo ia às favelas para rezar o terço, dar catequese, fazer novenas de natal, trabalhar os temas da Campanha da Fraternidade e assim, aos poucos, foram se aproximando dos moradores e de suas realidades, das quais, os integrantes do movimento também fazem parte. Atualmente o MDF tem uma forte atuação política – no sentido mais real

da palavra, exercitando a arte de negociar e dialogar – pelo bem estar dos moradores da favela. Como destaca André Delfino da Silva, “nossa prioridade é o favelado”. O grupo que recebeu a reportagem do O SÃO PAULO se reúne todas as sextas-feiras para tratar de assuntos ligados ao movimento e sobre o andamento dos trabalhos. O início de cada reunião é sempre marcado por um momento de oração e espiritualidade realizado em uma capela que fica ao lado da sala de reuniões. Unindo as dimensões fé e política, o MDF, percebe que a fé é um importante meio para organizar as pessoas em busca do bem de outras que se encontram em maior situação de vulnerabilidade. “Você olha uma favela, as pessoas estão em dificuldade, precisam de um saneamento básico. E aí você pergunta: ‘Senhora o que vocês querem aqui?’. ‘Ah queremos que vocês venham aqui para dar catequese para a criançada, brincar com a criançada’. E aí, de repente, é a maneira de começar a fazer uma reflexão no local”, afirmou André destacando que é preciso saber as necessidades da comunidade local antes de chegar querendo impor coisas.

Política

O grupo toma cuidado com as relações políticas, principalmente em ano eleitoral. Cada membro integrante do MDF tem liberdade de manifestar apoio ao partido ou ao político que quiser, porém enquanto Movimento de Defesa do Fa-

velado, salientam que dificilmente haverá uma carta do movimento manifestando apoio a este ou aquele político. O grupo elogiou a atuação de Luiza Erundina quando esteve à frente da prefeitura de São Paulo. Segundo os integrantes do MDF, a construção de moradias populares através de mutirões foi uma forte prioridade de sua administração.

Favela, sim

“Algumas pessoas nos questionam: ‘Porque não mudam o nome do movimento? Não existe mais favela. É comunidade’. Respondemos que é favela mesmo, não é mudando o nome que vamos resolver os problemas que tem lá”, afirmou Getúlio Mendes de Carvalho. Para eles a favela tem um significado histórico – tanto o termo, quanto a construção de identidade. “A favela acolhe tudo que a sociedade rejeita”, Algumas pessoas adotam o termo comunidade para se referir a favela. No entanto, segundo a visão do MDF a favela agrega em si várias comunidades, porém o conjunto de moradores que residem naquele ambiente é uma favela. “Somos a favor do povo da favela, não somos a favor da precariedade da moradia, mas somos a favor da defesa de uma identidade”. André e Getúlio afirmaram ainda que não se pode achar feia uma história antiga que passou por uma construção de uma identidade própria, de luta, resistência e que conta com a união de diversas pessoas para se formar.

Construída em mutirão pelos moradores nos anos 80. Momento forte foi em ocasião da Celebração da pedra fundamental presidida por dom Luciano Mendes, incentivador da Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo. Inaugurada em agosto de 1989 com Missa presidida por dom Décio Pereira. Hoje com convênio com a Prefeitura atende 70 crianças de 1 a 3 anos.

MOVA - Educação de Jovens e Adultos

O MDF consciente de sua missão teve no educador Paulo Freire a privilegiada presença e contribuição para o que viria a ser do Movimento em sua pedagogia libertadora. Grupos de educação popular surgiram nas comunidades das favelas e atualmente temos um Convênio entre a Prefeitura e o “MOVA na Favela” da Favela Vila Prudente.

Centro Pastoral D.Oscar Romero

Situado na Favela da Vila Prudente este espaço de mística ajudará os grupos pastorais e do movimento a se reunirem para formação e para momentos de espiritualidade.

Centro Cultural Vila Prudente

O Centro de Convivência de Vila Prudente é um fazedor da paz e em 1º de novembro de 2008 completou 18 anos de vida. E vida sem aspas porque representa a alegria e a esperança para dezenas de crianças e adolescentes, que encontram em seu interior carinho, proteção, cultura e lazer. Como diz o fundador do Centro, padre Patrick Clarke, “façamos desta terra um lugar para todos. Um lar de acolhida, de alegria e de esperança!”.

Salão do Povo

Espaço na Favela da Vila Prudente que reúne jovens para a qualificação profissional na área de informática e esportes.

Reci-Favela

Recém formada a Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis da Favela da Vila Prudente. A partir da experiência de jovens envolvidos no MDF que participaram do Curso de Verão promovido pelo CESEP, com tema Meio Ambiente e Espiritualidade. Esses jovens em contato com os catadores da Favela Vila Prudente , com assessoria do MDF se organizaram em Cooperativa para o trabalho de coleta de materiais recicláveis e conscientização das favelas e escolas no tema educação ambiental. (www.mdf,org.br)


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Cristãos leigos: sal da terra e luz do mundo “Todos os membros da Igreja são ‘sujeitos eclesiais’ e sujeitos de autonomia no exercício de sua missão” Nayá Fernandes Redação

O Reino de Deus, anunciado por Jesus, sugere desde sempre, uma Igreja comunhão, onde todos vivem a fraternidade proposta pelo Mestre. Fruto da última Assembleia da CNBB, a Igreja no Brasil trouxe mais um importante documento de estudos, o 107, que enfatiza novamente a reflexão sobre os Cristãos-Leigos. Cesar Kuzma, teólogo leigo, doutor em Teologia e Professor da PUC-Rio, esteve presente na Assembleia e, logo após o término do encontro em Aparecida (SP), publicou relatos de sua experiência. “Com 37 anos de idade, casado há 11 anos, pai da Julia, que tem 2 anos e 6 meses, e o Daniel, de apenas 11 meses, digo a vocês que a família é o que temos de mais precioso e, também, é o que temos de mais sensível, pois tudo a atinge e nela devemos ser sempre zeladores, cuidadores da vida que nos foi confiada e que é a nossa missão, mas ao mesmo tempo devemos ser promotores da justiça e da dignidade para todos”. Cesar salientou que os leigos são a maioria dos fiéis que compõem a Igreja e têm nela uma missão específica, única e insubstituível. “A grande intenção da Assembleia dos bispos em Apa-

recida foi aproveitar a celebração dos 50 anos do Vaticano II e expor a todos uma das grandes riquezas conciliares.” O teólogo lembrou que foi no momento da definição de IgrejaPovo de Deus, que se projetou no Concílio o aprofundamento sobre o laicato. “Acreditou-se que o tempo favorável que se vive com o papa Francisco, as fortes críticas contra o clericalismo e as indagações de mudanças eclesiais apontadas na exortação Evangelii Gaudium (em 2013) e as novas urgências sociais que nos cercam, tornariam a temática relevante, em busca de Leigos maduros e conscientes de sua vocação e missão na Igreja e na Sociedade.” O documento 107 traz como tema “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade: Sal da Terra e Luz do Mundo”. Como prática da CNBB atual, ele ficará por um ano em estudo (cor verde), a fim de que comunidades, grupos e membros diversos da Igreja (sobretudo, os Leigos) possam estudar e apresentar à Comissão responsável as suas contribuições e críticas. Na Assembleia do próximo ano, em 2015, o mesmo assunto será contemplado e, com possíveis alterações, se aprovado, passará a cor azul, em versão definitiva. “O documento não pretendeu apenas repetir argumentos e fórmulas já descritos no Concílio e muito bem elucidados pela Exortação Christi Fideles Laici, de João Paulo II e no documento 62 da CNBB. Levou-se em conta que o contexto em que o Leigo está inserido, hoje é um contexto plural e complexo, portanto, entender este novo conceito para situar melhor esta missão era algo essencial”, completou Cesar, que

iniciou sua caminhada na Pastoral da Juventude e recorda, com orgulho, dos ensinamentos da mãe e da experiência de Pastoral que o levaram às comunidades, às ações pastorais e sociais, às palestras e assessorias a grupos de jovens, de casais e de pastoral social e cultural. “O leigo, no mundo, é sujeito de sua vida e de seu destino. Ele decide pelo seu ir e vir; assume a responsabilidade pelo que lhe é de dever. O que se quis foi garantir que este Leigo, enquanto ser do mundo, é um ser da Igreja no mundo, sem qualquer separação entre Igreja e mundo, mas salvaguardando a questão sacramental do Vaticano II e a questão eclesiológica de Povo de Deus, com a qual, pelo Batismo, confirma que todos os membros da Igreja são ‘sujeitos eclesiais’ e sujeitos de autonomia no exercício de sua missão. Uma missão autônoma, que é confiada por Cristo e vivida em comunhão. Pensa-se, na sequência, em como organizar o Laicato, enriquecendo ainda mais as ações já desenvolvidas por estes e que carecem, em alguns lugares, de certo apoio institucional”, complementou Cesar. Professor de teologia, pai e agente de pastoral, Cesar tem orgulho do caminho que fez como leigo e afirma que não saberia ser Igreja de outra maneira. “Acho sublime, e me encanta, saber que a condição batismal, muito bem descrita na Lumen Gentium nos garante esta plenitude. Assim o Leigo é alguém que está no mundo, que se despoja para estar nele, que é rosto da Igreja no mundo e o rosto do mundo na Igreja, como atestou a Conferência de Puebla, e Aparecida repetiu e reafirmou.”

Morre Plínio de Arruda Sampaio, um ‘exemplo do cristão na política’ redação

Morreu em São Paulo, na terça-feira, 8, aos 83 anos, o ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio. Militante da juventude católica, participou de grupos como a Juventude Universitária Católica (JUC) e a Juventude Estudantil Católica (JEC). Na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), foi membro da comissão que preparou o texto de estudos de número 99 “Igreja e Questão Agrária no início do século XXI”, publicado em 2010. Na última Assembleia Geral da Conferência, realizada entre os dias 30 de abril e 9 de maio, em Aparecida (SP), foi aprovado como documento da Igreja no Brasil.

Em novembro de 2013, por ocasião dos 25 anos da promulgação da Constituição Federal, Plínio concedeu entrevista ao O SÃO PAULO e falou da sua atuação junto a CNBB e as comunidades católicas na promoção de uma Carta Magna que levasse em consideração a voz do povo. “Todas as paróquias, eu falei nem sei em quantas paróquias, todas faziam reuniões, igreja cheia, e iam pessoas explicar a constituinte a importância dela, não só eu, mas um monte de católico leigo falou nas comunidades”, disse à reportagem. O bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, lembra-se de Plínio de Arruda

Sampaio como “exemplo do cristão na política”. “Crítico, ativo, propositivo testemunhou a grandeza do Evangelho. A CNBB pôde contar com sua colaboração em diversos momentos, como na elaboração da Constituinte e nas discussões sobre a Reforma Agrária. Especialmente, contamos com sua valiosa ajuda na elaboração do Documento ‘A Igreja e a questão agrária no Século XXI’”, recorda. Dom Leonardo ainda ressalta que em Plínio se encontrava um interlocutor que sabia ler a realidade brasileira à luz da fé. “A vida de cristãos como ele engrandece o nosso país e incentiva outros cristãos a testemunharem a alegria do Evangelho”, resume. (com informação de http://www.cnbb.org.br/)

Luciney Martins/O SÃO PAULO


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O Mundial Futebol de Rua promove: Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Competição foi realizada na cidade de São Paulo e reuniu mais de 300 jovens

Mensagem do Papa Francisco

Queridos amigos,

Edcarlos Bispo

Reportagem no centro

A Colômbia foi a campeã da Copa do Mundo. Sim, isso mesmo, a Colômbia. Esqueça a Alemanha e a final da Copa do Mundo da Fifa disputada no Maracanã lotado, estamos falando aqui do Mundial Futebol de Rua que teve a final disputada em um dos cruzamentos mais famosos de São Paulo, a avenida Ipiranga com a São João, no sábado, 12. Com o tema: “Outro futebol é possível”, a atividade reuniu 300 jovens e adolescentes de 20 países que chegaram a São Paulo em 30 de junho. Por uma semana conheceram a realidade da cidade, e no dia 7 de julho foram iniciadas as partidas de futebol. O Futebol de Rua, ou Fútbol Callejero, não é apenas a substituição dos gramados e estádios pelo asfalto da rua, mas a busca de mudança da concepção de um esporte que é um importante instrumento na construção da paz e integração entre os povos. Os times são mistos, jogam meninos e meninas juntos. Cada partida possui três tempos. No primeiro momento, os times discutem as regras, depois jogam a partida propriamente dita e, no terceiro tempo, conversam, com o auxílio de um mediador para verificar quem cumpriu as regras acordadas, agiu com espírito de equipe e, de fato, ganhou a partida, não pelo número de gols feitos, mas pelo cumprimento dos valores estabelecidos. Pertencente a secretaria executiva do Mundial, Carolina Farias Moraes, destacou que os jogos funcionam com base em três eixos: “Cooperação, solidariedade e respeito”. De acordo com ela, o projeto nasceu na Argentina, em uma comunidade de muitos conflitos e tinha por principal meta minimizar os problemas locais. O Mundial acontece paralelo a Copa do Mundo da Fifa, porém nesta edição, a 3° no total, houve um rompimento com a entidade e, mesmo o evento sendo realizado no país sede da Copa, foi independente. Os representantes do Brasil no Futebol de Rua não chegaram a final, nem por isso deixavam de ser os mais animados e alegres. Juliana Silveira Cardoso, 17, do Rio Grande do Sul, afirmou que a troca de experiência foi algo único. A jovem destaca que a

a cooperação

a solidariedade

e o respeito oportunidade de jogar, lhe dá a chance de provar que as pessoas podem acreditar em seus sonhos, e é isso que ela deseja passar para os seus colegas e amigos do lugar onde mora, que acreditem em seus sonhos e lutem por eles. Juliana, que teve a oportunidade de conviver com tantas pessoas de realidades diferentes, ressalta que uma das experiências destes dias que levará consigo foi o relato de um garoto de Israel, que por telefone ouviu da mãe que o lugar onde moravam estava sendo bombardeado. Para ela esse é mais um

bol de Rua. Através de José Maria de Corral, diretor geral do projeto Rede Mundial de Escolas para o Encontro, o Santo Padre enviou uma mensagem saudando e parabenizando todos os jovens que participaram do Mundial. O Papa enviou, ainda, uma muda de oliveira – uma pequena muda da mesma oliveira que ele plantou no Vaticano, ao lado de Bartolomeu I, e dos presidentes de Israel e da Palestina, na ocasião em que ambos se encontraram para rezar Mensagem de paz pela paz – a planta ficará em alguma O papa Francisco também se fez favela em São Paulo que tem trabapresente na final do Mundial Fute- lhos com o Futebol de Rua. motivo para usar o esporte a favor da cultura de paz. A jogadora colombiana, Yusneres Cervantes, 14, destacou que a competição a ensinou a conviver com as pessoas sem brigar ou discutir. Ao ser perguntada sobre o que leva do Brasil, a jovem respondeu que, além das questões de valores morais que ensina o Futebol de Rua, levava na mala uma camisa do Corinthians para dar de presente ao seu pai.

É uma alegria acompanhá-los neste momento, num encontro que promove a interação, o intercâmbio e o respeito por nossas crianças e jovens. No mundo de hoje há tantos exemplos onde prevalece a violência, o ódio e a guerra. Alcançar o mundo fraternal e de paz depende de cada um de nós. Somente assim poderemos superar a exclusão de quem menos tem, superar a pobreza e a fome. Esta final do Mundial de Futebol de Rua é um exemplo de construção da cultura do encontro e demonstra que, quando queremos e decidimos conseguir algo diferente, podemos. Os alento queridos jovens, para que continuem jogando em cada bairro, em cada cidade, com os critérios educativos que souberam aprender, onde as equipes estabelecem as regras do jogo com senso comum e onde, sem árbitro, todos os jogadores dialogam sobre o desenvolvimento do jogo para concordar e escolher quem é o ganhador. Como parte da rede de Scholas multipliquem essa experiência e cheguem à crianças e jovens em situação de reclusão, de pobreza, de abandono e exploração. Em suma, a todos e a cada um, para alcançar a verdadeira inclusão e transformar o mundo em uma sociedade harmonicamente integrada e em paz. Queridos amigos, vos asseguro minha oração. Que o Senhor abençoe a todos vocês, aos organizadores e suas famílias, e peço lhes, por favor, que rezem por mim. Cordialmente. Papa Francisco


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copa do mundo

Os ensinamentos dos tetracampeões ao futebol do Brasil Deutscher Fussball-Bund

Alemanha conquista quarta Copa de sua história 14 anos depois de chegar ao “fundo do poço”, local onde está agora a seleção brasileira

Boateng, Hummels, Höwedes, Khedira e Özil, titulares da conquista alemã no Brasil, por exemplo, foram campeões do Europeu Sub 21, em 2009. No mesmo ano, o Brasil venceu o Sul-Americano Sub 20, mas nenhum atleta chegou à Copa de 2014. A seleção repetiu a conquista em 2011, tendo em campo Neymar e Oscar.

Daniel Gomes

Não basta ter um time titular

Redação

Milhares de torcedores se concentraram no Portão de Brandemburgo, em Berlim, para receber os tetracampeões mundiais de futebol, na terça-feira, 15, num cenário bem diferente do que foi visto há 14 anos, quando a Alemanha voltou da Eurocopa na última posição, desclassificada ainda na primeira fase. “Em 2000 e 2004, o futebol alemão estava no fundo do poço. Mas agimos e investimos no preparo, para nos tornarmos tecnicamente melhores”, afirmou Joachim Löw, técnico da Alemanha, após a decisão do domingo, 13, no Maracanã, vencida por 1 a 0 sobre a Argentina, na prorrogação, com gol de Mario Götze, diante de 74.738 expectadores. A mesma sensação de “fundo do poço” paira sobre o futebol brasileiro após a vexatória derrota de 7 a 1 para os germânicos nas Semifinais da Copa. Talvez se inspirando nos alemães, a seleção do Brasil possa encontrar algum rumo.

Manutenção de atletas experientes e do técnico

Mesmo com desempenhos que nem sempre resultaram em títulos, os alemães mantiveram uma base de jogadores experientes na seleção ao longo dos anos. Um levantamento feito pelo O SÃO PAULO mostra que depois do fiasco na Euro 2000, 13 jogadores foram mantidos para a campanha do vice-campeonato na Copa de 2002. No Mundial seguinte, disputado na Alemanha, mantiveram-se 12 atletas que foram à Euro 2004, quando a seleção despediu-se ainda na primeira fase. A mesma tendência seguiu nas competições posteriores: 15 atletas da Copa de 2006 jogaram a Euro 2008; nove que participaram dessa competição atuaram no Mundial de 2010; 12 atletas que foram à África do Sul disputaram a Euro 2012, e desse último torneio continental 15 jogadores estão no grupo tetracampeão do mundo,

cinco dos quais muito experientes: Miroslav Klose (na seleção desde a Copa de 2002), Phillip Lahm e Podolski (desde a Euro 2004), e Mertesacker e Schweinsteiger (desde a Copa de 2006). Enquanto isso, no Brasil, os mais experientes na Copa de 2014 eram o goleiro Júlio César e o atacante Fred, que estiveram no Mundial de 2006. Do time de 2010, apenas cinco atletas foram mantidos: Maicon, Daniel Alves, Thiago Silva, Ramires e o próprio Júlio César. Outro diferencial é o tempo de trabalho dado ao treinador: Joachim Löw ingressou na seleção germânica em 2004, como auxiliar de Klismann. Após a Copa de 2006, tornou-se o técnico, sendo mantido no cargo mesmo sem vencer as Euros de 2008 e 2012 e o Mundial de 2010. Já no Brasil, por exemplo, o técnico Dunga, campeão da Copa América de 2007 e da Copa das Confedera-

ções de 2009, foi demitido após a eliminação nas Quartas de Final no Mundial da África do Sul.

Investimentos na base e oportunidade a novos atletas

Após o fiasco na Euro 2004, a Federação Alemã de Futebol intensificou investimentos para a construção de campos de futebol, promoção de eventos pelo país para descobrir novos talentos e até serviço psicológico aos atletas das seleções de base. “Nós dissemos: ‘Não, temos de investir mais nos jovens, no talento, temos de melhorar nosso trabalho no campo’. Criamos centros de excelência e os resultados apareceram”, recordou Löw. Além disso, os times da primeira e segunda divisão na Alemanha são obrigados a manter estruturas de categorias de base, e os novos talentos sempre encontram lugar na seleção principal: Neuer,

Joachim Löw só chegou a uma formação definitiva da Alemanha na quinta partida da Copa, contra a França, quando foram a campo Neuer, Lahm, Hummels, Boateng e Höwedes, Schweinsteiger, Khedira, Toni Kroos, Özil, Thomas Müller e Klose. À exceção de Khedira, que se contundiu antes da decisão, esse foi o time que iniciou a final. Schweinsteiger chegou à titularidade no terceiro jogo, Lahm começou a Copa como meio campista e terminou na defesa, e Klose foi titular somente a partir do jogo com a França no lugar de Götze, o jovem de 22 anos, que saiu do banco de reservas na final para fazer o gol do título, após cruzamento de Schürrle, que também entrou no decorrer da partida. Já o Brasil de Felipão manteve sua rigidez tática, apenas trocando jogadores: Ramires atuou no lugar de Hulk contra o México, Paulinho perdeu a vaga de titular para Fernandinho, e Bernard substituiu o lesionado Neymar na goleada sofrida diante da Alemanha.

Pós-Copa: Blatter dá nota 9,25 ao Mundial e Felipão se demite Roberto Stuckert Filho/Presidência da República

Daniel Gomes Redação

A Copa que igualou o recorde de gols do torneio, 171 (assim como na França 1998), e que teve o segundo maior público da história nos estádios – 3,4 milhões de pessoas (na Copa de 1994 foram 3,58 milhões de expectadores), recebeu nota 9,25 na avaliação do presidente da Fifa, Joseph Blatter. “Só não dou 10 porque perfeição não existe”, brincou Blatter em coletiva de imprensa na segunda-feira, 14, no Rio de Janeiro, quando também elogiou a

qualidade dos jogos e a postura ofensiva das seleções. Já o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, destacou que sempre há luta contra a venda ilegal de ingressos e lamentou que a investigação da Polícia Civil sobre a máfia de cambistas, envolvendo a empresa Match, parceira da Fifa, tenha começado sem conhecimento da entidade. “Foi para a imprensa antes de chegar a nós. Mas isso é outra questão”. Também na segunda-feira, a CBF aceitou o pedido de demissão do técnico Luiz Felipe Scolari e de toda a comissão técnica,

após a campanha do quarto lugar na Copa, incluindo a histórica goleada sofrida para a Alemanha, nas Semifinais. “O Scolari e toda a sua comissão técnica merecem nosso respeito e agradecimento. Eles foram responsáveis por devolver ao povo brasileiro o seu amor pela seleção, mesmo não tendo conseguido o nosso objetivo maior”, declarou o presidente da CBF José Maria Marin, que se pronunciará sobre o futuro da seleção em coletiva de imprensa na quinta-feira, 17, no Rio de Janeiro. (com agências)


18 | Região Brasilândia |

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Juventude, missão e a prática do bem Jovens da Paróquia Bom Jesus dos Passos visitaram as crianças assistidas pelos Projetos Amigos das Crianças (PAC) renata moraes

Colaborador de comunicação da Região

No sábado, 12, cerca de 20 jovens e adolescentes da Paróquia Bom BRASILÂNDIA Jesus dos Passos, do Setor Pastoral Freguesia do Ó visitaram os Projetos Amigos das Crianças (PAC), no Jardim Jaraguá. A casa acolhe crianças e adolescentes, que tiveram seus direitos violados e que necessitam serem temporariamente afastados do convívio familiar. Durante a visita, os jovens da Bom Jesus dos Passos conheceram o abrigo, brincaram com as crianças, conheceram suas histórias, interagiram com os adolescentes e se encantaram com os bebês da casa. Foi uma tarde de doação de amor e de amizade, de vidas que se encontraram em simples gestos. Depois das brincadeiras, os jovens prepararam um café da tarde, que foi partilhado entre todos, celebrando o momento.

O importante é o que você faz com o dom que Deus te dá

Com o intuito de levar a missão do amor, a prática da caridade e do bem, a visita foi idealizada pelos coordenadores do grupo de jovens, Flávio Rogério Lopes, 20, e Henrique de Souza, 21. Eles mobilizaram os participantes, e num curto tempo arrecadaram doações de alimentos e produtos de higiene pessoal, para doar ao projeto. Segundo Flávio, a ideia do grupo é promover ações em que o jovem assuma a sua missão de ser cristão também fora da Igreja, vivenciando as realidades sociais. Para Henrique é preciso motivar o jovem a sair de si mesmo e ir ao encontro do outro, valorizando as pequenas coisas da vida. Ao final do dia, todos os jovens saíram modificados, alguns se emocionaram ao se despedir das crianças, e manifestaram o desejo de voltar mais vezes para novas visitas. Para a jovem Jéssica Pires, 20, a ação foi muito emocionante. “As crianças foram super acolhedoras e amorosas, esse encontro renovou a nossa alma”. “O amor que se doa, multiplica-se em nós e transforma a vida

de quem o recebe” é o lema do PAC O projeto PAC existe há 11 anos, nasceu do encontro de um grupo de voluntários que já tinha a prática de visitar abrigos e orfanatos, e decidiu fundar a instituição. O PAC é composto de quatro serviços: duas casas PACs de acolhimento integral para crianças e adolescentes de 0 a 17 anos, o CCA, centro que atende crianças carentes da comunidade do Parque São Domingos, oferecendo atividades físicas e culturais, e o Serviço de Assistência Social à Família e Proteção Social Básica no Domicilio (SASF), com o intuito de atender também às famílias dos acolhidos. A ONG é mantida por doações de pessoas, empresas e também tem convênio com a Prefeitura de São Paulo. Segundo a psicóloga da casa, Helga Helena Batista Martins, as crianças e adolescentes acolhidos tem uma rotina comum como das crianças que moram com seus pais. “Eles tem uma rotina normal, fazem suas refeições, vão à escola, praticam exercícios físicos, participam de atividades culturais, visitam parques, cinemas. Também recebem acompanhamento médico, psicológico e são atendidos por uma assistente social”. Na unidade do Jaraguá são 17 acolhidos, sendo destes seis bebês com menos de um ano de idade. E a casa vai receber mais cinco crianças, que geralmente são encaminhadas pelo Conselho Tute-

Fotos: Renata Moraes

Jovens fazem a experiência de visitar os Projetos Amigos das Crianças, conhecem suas histórias e interagem com elas

tar ou pela Vara da Infância devido a denúncias de maus tratos. O abrigo é uma casa provisória, pois além de acolher as crianças o objetivo também é desenvolver um trabalho com a família, para que ela esteja apta a receber novamente esta criança, exceto quando não há esta possibilidade e as mesmas são indicadas para adoção de novas famílias. Para conhecer mais o projeto da ONG, fazer visitas e também contribuir com doações, basta entrar em contato pelos telefones (11) 3901-0859 ou (11) 3901-1509, pelo site www.projetopac.org.br ou email pac@projetopac.org.br.

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Dom Angélico celebra 55 anos de ordenação presbiteral No sábado, 12, dom Angélico Sândalo Bernardino completou 55 anos de ordenação presbiteral. Uma missa em agradecimento foi celebrada no domingo, 13, na Paróquia Santos Apóstolos, no Jardim Maracanã.

palavra do bispo

“Pai nosso” Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia

Dom Milton Kenan Júnior

O Catecismo dedica vários parágrafos ao pronome “nosso” que segue imediatamente ao nome do “Pai” (n.2876-2793). A questão que se coloca é justamente esta: por se tratar do diálogo pessoal do discípulo com Deus, do filho com o Pai; por que invocá-lo “nosso” e, não “meu”? O próprio Jesus diz que a atitude do orante deve ser daquele que entrando no quarto, fecha a porta e ora ao Pai em segredo (cf. Mt 6, 6); num clima de profunda intimidade. Por que não tratá-lo de “tu a Tu”, mas com um “nós ao Tu”? As razões apresentadas pelo Catecismo são de imensa beleza e profundidade. Em primeiro lugar, chamar a Deus de “nosso

Pai” é reconhecer que as promessas anunciadas pelos profetas, cumprem-se em nós, resgatados pelo Cristo, povo da Nova e Eterna Aliança (n. 2787). Num dos parágrafos precedentes diz que “a Oração do Senhor manifesta também o caráter escatológico de seus pedidos. É a oração própria dos “últimos tempos”, dos tempos da salvação que começaram com a efusão do Espírito Santo e que terminarão com a volta do Senhor” (n. 2771). Chamar a Deus de “Pai nosso” é confessar a esperança de que caminhamos para a realização da promessa de Deus, quando irromperem “os novos céus e a nova terra”, quando ‘Deus for tudo em todos’, e cumprir-se-ão as palavras que ele diz ao vencedor: ‘Eu serei seu Deus, e ele será meu filho’ (Ap 21,7)” (n. 2788). Quando rezamos “Pai nosso” proclamamos a comunhão que há no seio da Trindade, con-

fessando que “nossa comunhão é com o Pai, e com o seu Filho, Jesus Cristo, em seu único Espírito Santo” e, adoramos e glorificamos este Mistério indivisível de Amor. Rezando “Pai nosso” reconhecemos que todos nós batizados formamos a Igreja, “nova comunhão entre Deus e os homens”, uma mesma família; chamada a superar as divisões que existem e ferem o seu esplendor. Assim, a oração do Senhor nos compromete a sair do individualismo, pois o amor que acolhemos nos liberta (n. 2791). “O ‘nosso’ do início da oração do Senhor, como o ‘nós’ dos quatro últimos pedidos, não exclui ninguém. Para que seja dito em verdade, nossas divisões e oposições devem ser superadas” (n. 2792). Na verdade, o ‘nosso’ e o ‘nós’ com que nos dirigimos a Deus nosso Pai comprovam o quanto levamos a sério a sua

paternidade e a nossa filiação. Se Ele é nosso Pai, e se somos seus filhos, somos irmãos e irmãs uns dos outros. Não podemos chamar a Deus de Pai se não nos ocupamos dos nossos irmãos. “Os batizados não podem rezar ao Pai “nosso” sem levar para junto dele todos aqueles por quem ele entregou seu Filho bem-amado. O amor de Deus é sem fronteiras; nossa oração também o deve ser” (n. 2793). Rezar “Pai nosso” é autenticamente evangélico! Pode não ser mais bonito, mas é mais verdadeiro; pode parecer um efeito de linguagem, mas é a mais profunda realidade; pode nos causar medo, pois nos compromete. Ninguém pode pretender aproximar-se do Pai, sem sentir-se responsável pelos muitos irmãos que o Pai lhe deu; a quem cabe, ao que reza esforçar-se para que cada um reconheça por suas atitudes a beleza e o amor do Pai!


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| Região Belém | 19

Tríduo prepara festa de Nossa Senhora do Carmo João Carlos Gomes

Área Pastoral no Setor São Mateus e Paróquia no Setor Vila Alpina iniciaram no domingo, 13, homenagens à padroeira João Carlos Gomes

Colaborador de comunicação da Região

Na noite do domingo, 13, duas comunidades pabELÉM roquiais da Região Episcopal Belém que têm Nossa Senhora do Carmo como padroeira, iniciaram tríduo em louvor à Santa, que tem seu dia celebrado 16 de julho. A Área Pastoral Nossa Senhora do Carmo iniciou a série de três celebrações com a missa presidida por seu pároco, padre José Maria Veloso, ele tomou como tema a Exortação Apostólica do Santo Padre, papa Francisco: “Com Maria, somos chamados a viver a alegria do Evangelho”.

Fé e União

Planejada para integrar todas as oito comunidades da Área Pastoral e também das paróquias vizinhas, o Tríduo segue na segundafeira, 14, com missa presidida pelo padre Jefferson Mendes

Cerca de 150 pessoas acompanham a abertura do Tríduo da Área Pastoral Nossa Senhora do Carmo, no Setor São Mateus, no domingo, 13

de Oliveira, pároco da paróquia Santíssima Trindade, que aborda o tema “Ela é mulher de Fé, que vive e caminha na Fé”. Na terça-feira, 15, com missa celebrada pelo padre Ednaldo Mendes de Oliveira, pároco da São João Batista, tem como tema: “Ela é serva humilde do Pai,

que transborda de alegria no louvor”. No dia 16, festa da padroeira, haverá missa especial com a presidência do bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo para o Belém, dom Edmar Peron e distribuição do Escapulário de Nossa Senhora do Carmo para os presentes.

Para o padre Veloso, à frente da paróquia há pouco mais de um ano, mas que já se sente acolhido e feliz pela hospitalidade do povo, celebrar a padroeira é “vivenciar a dimensão da fé e da unidade, assim como o fizeram nossos irmãos, que iniciaram a devoção à Maria, mãe de Deus

e nossa inspiradora”, disse. E finalizou: “Ninguém mais que a nossa mãe Maria para nos fazer entrar em sintonia com o nosso papa Francisco que nos convida a viver o cotidiano de nossa vida, de nossa existência na alegria de sermos discípulos comprometidos com o Evangelho”.

Paróquia São Carlos Borromeu

Futebol promove a união No dia 6, na quadra do Colégio João XXIII, na Vila Prudente, teve início a sexta edição da Copa Asor Novais de Futsal Inter-Igrejas. Com 32 equipes masculinas e oito femininas de paróquias da Arquidiocese de São Paulo e Dioceses vizinhas, o objetivo do certame é, acima de tudo, promover a união e o respeito entre as pessoas. Já faz parte da tradição do torneio o momento de bênção e oração que ficou a cargo do pároco da São Carlos Borromeu, do Setor Vila Prudente da Região Belém, padre Fausto Marinho.


20 | Região Santana |

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Pastoral da Criança promove retiro para agentes Denominado de “Encontrão de Líderes”, atividade reuniu 150 lideranças na Paróquia Nossa Senhora do Loreto, Região Santana

em função delas, também suas famílias e comunidades, sem distinção de raça, cor, profissão, nacionalidade, sexo, credo religioso ou político” (artigo 2º do estatuto da pastoral). Essa pastoral tem como

missão promover o desenvolvimento das crianças, do ventre materno aos 6 anos, contribuindo para que suas famílias e comunidades realizem sua própria transformação, por meio de orientações básicas de saúde,

nutrição, educação e cidadania, fundamentadas na mística cristã que une fé e vida. Foi fundada em 1983, na cidade de Florestópolis, Paraná, pela médica sanitarista e pediatra, Zilda Arns Neumann, e pelo

então arcebispo de Londrina, hoje cardeal emérito, dom Geraldo Majella Agnelo. A Pastoral da Criança hoje, se faz presente em todos os estados brasileiros e em outros 21 países da África, Ásia, América Latina e Caribe. Janice Magalhães

Diácono Francisco Gonçalves Colaborador de comunicação da Região

No sábado, 5, aconteceu na Paróquia Nossa Senhora do Loreto, SANTANA Setor Vila Medeiros, mais um “Encontrão de Líderes” da Pastoral da Criança da Região Episcopal Santana, que teve como tema: “Avancem para águas profundas”. Foi um dia de convivência da liderança e de espiritualidade, dirigida por dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, e organizado por Arlete Della Coletta Agostinho, coordenadora regional da Pastoral da Criança. O evento contou também com a presença da coordenadora arquidiocesana, Aparecida Gonçalves. O retiro teve a animação e acolhida promovidas pelo grupo de canto da Renovação Carismática Católica paroquial. Em seguida, dom Sergio realizou a pregação do retiro que se desenvolveu até às 15h. Ocorreu, então, um momento de formação pastoral sobre as ações básicas e complementares, como saúde bucal, acompanhamento nutricional e hortas caseiras, brinquedos e brincadeiras e oficinas de formação contínua integrada. O encontro se encerrou com missa presidida por dom Sergio e contou com o apoio dado pelo pároco, padre Fernando Batistute, osj. A Pastoral da Criança está presente em 36 paróquias da Região Santana e conta com 238 líderes capacitados e um grande número de pessoas de apoio. No encontrão estiveram presentes 150 líderes e 30 pessoas em serviços de apoio. A Pastoral da Criança é um organismo de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que alicerça sua atuação na organização da comunidade e na capacitação de líderes voluntários que ali vivem e assumem a tarefa de orientar e acompanhar as famílias vizinhas em ações básicas de saúde, educação, nutrição e cidadania tendo como objetivo o “desenvolvimento integral das crianças, promovendo,

Lideranças da Pastoral da Criança reunidas em dia dedicado à espiritualidade e formação com assessoria de dom Sergio de Deus Borges

palavra do bispo

O direito de associar-se Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana

Dom Sergio de Deus Borges

Na edição do dia 8 de julho, abordei o direito das famílias e da maioria do povo de manifestar e de ser representado na defesa dos direitos fundamentais da própria família, no âmbito da política e das outras estruturas da sociedade. Em uma sociedade complexa e ampla, como a brasileira, não será fácil uma família exercer isoladamente o seu direito: “Aquela voz que grita sozinha poderá não ser ouvida e grupos, que dizem servir à família e aos pobres, continuarão a lhes assaltar e roubar

a esperança” (cf. EF 2782). Um caminho importante para exercer o direito de manifestar-se existe: a associação de famílias. São João Paulo II, em 1981, na Exortação Apostólica Familiaris Consortio, destacou que é um direito da família “criar associações com outras famílias e instituições, para um desempenho de modo adequado e solícito do próprio dever” (FC 46). Podemos organizar grupos de família e associações na comunidade eclesial e na sociedade em geral. Na comunidade eclesial um bonito caminho para participar, formar grupos de família e trabalhar em prol da família e da vida é a Pastoral Familiar; existem também movimentos e serviços que promovem a família, como o Encontro de Casais

com Cristo e Grupo Bom Pastor. Mas não devemos nos fechar somente em nível de comunidade eclesial, porque a família cristã contribui com o desenvolvimento e o fortalecimento de toda a sociedade. Para promover os valores da família, São João Paulo 2º orientou as “famílias cristãs a que se empenhem ativamente nas associações não eclesiais, da sociedade em geral” (FC 72). O santo ainda apresenta algumas sugestões de associações que devemos nos esforçar e ter uma participação ativa: “Algumas destas associações visam à preservação, transmissão e tutela dos valores éticos e culturais de cada povo, ao desenvolvimento da pessoa humana, à proteção médica, jurídica e social da maternidade e

agenda regional

da infância, à justa promoção da mulher e à luta contra o que calca a sua dignidade, ao incremento da solidariedade mútua, ao conhecimento dos problemas conexos com a regulação responsável da fecundidade, segundo os métodos naturais conforme à dignidade humana e à doutrina da Igreja. Outras têm em vista a construção de um mundo mais justo e mais humano, a promoção de leis justas que favoreçam a reta ordem social no respeito pleno da dignidade e da legítima liberdade do indivíduo e da família, a nível nacional e internacional, além da colaboração com a escola e com as outras instituições que completam a educação dos filhos, e assim sucessivamente” (FC 72).

Quarta-feira (16), 20h

Sábado (26)

Festa da padroeira na Paroquia Nossa Senhora do Carmo (avenida Antonelo da Messina, 772, Sítio do Piqueri), missa presidida por dom Sergio Borges.

Das 8 às 12h30, formação Mesac para os Setores Jaçanã e Tremembé, na Paróquia São Benedito (rua Igarité, 338).


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| Região Sé | 21

São Bento é celebrado em mosteiro histórico Fernando Geronazzo

Patrono da vida monástica no Ocidente, Santo é conhecido na luta contra o mal e por unir oração ao trabalho Fernando Geronazzo

Colaborador de comunicação da Região

Os monges do Mosteiro de São Bento, no centro SÉ de São Paulo celebraram solenemente seu patrono na sexta-feira, 11. Presentes na capital paulista desde 1.598, os beneditinos acompanharam e contribuíram com o desenvolvimento da cidade. A festa do padroeiro foi marcada por várias celebrações, especialmente a missa solene das 10h, presidida pelo abade, dom Mathias Tolentino Braga, e concelebrada por vários padres da comunidade monástica e amigos. A igreja do mosteiro, dedicada à Nossa Senhora da Assunção, cuja construção foi iniciada há mais de 100 anos, passa por um restauro.

O Santo

São Bento nasceu por volta do ano 480, na região de Núrcia,

associam ao carisma de São Bento. São os oblatos. “Eles não chegam a professar os votos, como os membros das ordens terceiras de outros carismas, mas ofertam sua vida a Deus em uma espiritualidade mais profunda a partir da regra de São Bento”, esclarece dom Lourenço. Atualmente, há 70 oblatos associados ao Mosteiro de São Bento da Capital.

Festa ‘julina’ em Perdizes

A Paróquia São Geraldo, no bairro de Perdizes, inicia no sábado, 19, sua festa junina fora de época. Devido à realização da Copa do Mundo, a comunidade optou por adiar sua tradicional quermesse para depois da festa do futebol. Estendendo-se até agosto, a festa acontece nos finais de seMonges e fiéis celebram o dia de São Bento no mosteiro presente em São Paulo há mais de 400 anos mana dos dias 19 e 20, 26 e 27 de julho, 2 e 3, 9 e 8 de agosto, na Itália, e é considerado o pai rado biógrafo do Santo, os mui- nos mostrar a importância da ora- sempre das 16h às 22h. Mais da vida monástica no ocidente, tos prodígios do abade se davam ção, a presença de Deus na cidade informações pelo telefone (11) com a difusão de mosteiros por através do sinal da cruz. “Daí a e na vida de cada um de nós”. 3667-0660. São Bento também é considetoda a Europa, onde ao redor dos origem da famosa medalha de quais nasceram e se desenvolve- São Bento, que nada mais é do rado o santo da Palavra de Deus. Adeus à irmã Beatriz ram muitas cidades. “Os monges que uma representação da Santa “Toda a vida monástica é voltada A Região Sé se despediu da irmã foram grandes responsáveis pela Cruz com uma oração pedindo a para a contemplação da Palavra Beatriz Godinho de Araújo, relievangelização e pela propagação proteção da cruz”, esclarece dom de Deus, que nada mais é que giosa da Congregação Dominicauma espiritualidade ‘cristocên- na da Beata Imelda, no dia 21 de da cultura na Europa e do mundo Lourenço. trica’, na qual nós, ao comtem- junho, depois de lutar contra um e, junto com os monges, ia o culto a São Bento”, explicou dom Lou- Orar e trabalhar plarmos o verbo que se encarna, câncer. renço Palata Viola, um dos sacer- De acordo com dom Lourenço, somos chamados a vivenciar e a Nascida em 1942, em Goidotes do Mosteiro em São Paulo. São Bento tem um ensinamento nos tornarmos outros cristos nos ás, irmã Beatriz, viveu 50 anos muito atual para a cidade de São mundo”, ressalta o monge. consagrada ao Senhor e exerceu Devoção Paulo. “O lema da nossa ordem é diversas funções na congregaSão Bento é bastante cultuado na Ora et labora (ora e trabalha). Em No meio do mundo ção inclusive a de Tesoureira da luta contra o mal. Segundo rela- uma cidade como a nossa, onde A espiritualidade beneditina não Creche Dom Gastão, no bairro tos de São Gregório Magno, papa poderíamos dizer que a grande se limita aos monges, mas tam- do Bom Retiro, por diversos pede origem beneditina e conside- meta é o trabalho, São Bento vem bém é vivida por leigos que se ríodos.

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22 | Região Ipiranga |

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Ipiranga acolhe seu novo bispo auxiliar A missa de acolhida contará com católicos das 36 comunidades paroquiais, além dos padres que desempenham seus trabalhos nesta Região Francisco David

Colaborador de Comunicação da Região

As 36 paróquias da Região Episcopal Ipiranga estão em festa. No sá- IPIRANGA bado, 19, às 15h, na Paróquia Imaculada Conceição, acontecerá a missa de acolhida de dom José Roberto Fortes Palau, nomeado pelo papa Francisco para a Arquidiocese de São Paulo e designado pelo cardeal arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer para a Região Ipiranga. Desde novembro de 2012, a Região Ipiranga estava sem seu bispo auxiliar, quando dom Tomé Ferreira da Silva fora transferido para a diocese de São José do Rio Preto. O vigário episcopal, que assessorou o arcebispo de São Paulo neste período, foi o padre Anísio Hilário, que agora entrega o cuidado das comunidades paroquiais a dom José Roberto que foi ordenado bispo em 21 de junho, na cidade de São José dos Campos (SP). Nascido na cidade de Jacareí (SP), dom José Roberto é sacerdote desde 1993. Durante mais de duas décadas como padre, ele desempenhou diversas atividades na Igreja Católica, foi reitor do seminário diocesano, pároco e vigário geral da Dio-

cese de São José dos Campos. A missa de acolhida contará com católicos das 36 comunidades paroquiais, além dos padres que desempenham seus trabalhos nesta região. Dom José Roberto Fortes Palau auxiliará o cardeal dom Odilo Pedro Scherer a pastorear os mais de 1 milhão de católicos presentes nesta região da Arquidiocese de São Paulo. Uma região desafiadora, que abriga os contrastes sociais da própria cidade de São Paulo como Heliópolis e o bairro de Moema. A missa de acolhida, contará também com as presenças do cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, bispos auxiliares convidados, autoridades e subprefeitos. Dom Odilo fará uma saudação de acolhida no início da celebração a dom José Roberto. No fim, o padre Vicente de Abreu, pároco da Paróquia Santo Afonso Maria de Ligório, Setor Cursino, deixará uma mensagem de agradecimento ao padre Anísio Hilário que exerceu a função de Vigário Episcopal, neste tempo em que a região Ipiranga esteve sem bispo auxiliar. No momento de Ação de Graças, o ‘Coral Schola Cantorum Tagaste’ de São José dos Campos, cantará uma canção em homenagem a dom José Roberto. Após a missa, haverá uma recepção onde todos os convidados poderão cumprimentar dom José Roberto. Todos são convidados a participar da missa. Serviço: Missa de acolhida de dom José Roberto Fortes Palau. Sábado (19), às 15h Local: Paróquia Imaculada Conceição (avenida Nazaré, 993, Ipiranga). Informações: www.regiaoipiranga.com.br ou pelo telefone (11) 2274-8500.

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| Região Lapa | 23

Ciganos: um povo que possui a pátria dentro de si Padre Antônio

Coordenador da Pastoral dos Nômades explicou sobre o trabalho relizado na Arquidocese

Segundo o Padre Rocha, o povo cigano tem também raízes bíblicas. “Como descendentes de Abraão, eles não param por muito tempo no mesmo lugar, porque o povo de Abraão quando parava

adorava falsos deuses e brigava entre si. Então, os ciganos seguem o lema ‘água parada apodrece’ e uma vez na estrada se obrigam a permanecer unidos”, explicou o religioso. Donos de uma cultura

peculiar e milenar caracterizada pela unidade da vida em comunidade, mas que foge ao controle da sociedade tradicional por serem extremamente livres. Apesar de não terem uma pátria, eles forPascom Lapa

Benigno Naveira

colaborador de comunicação da região

Na manhã de quinta-feira, 10, a reportagem da LAPA Pastoral da Comunicação da Região Episcopal Lapa, entrevistou o coordenador da Pastoral dos Nômades (Circos, Ciganos, Parques de Diversões) e pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, Setor Butantã, padre Jorge Padre Jorge Pierozan preside celebração em comunidade cigana, em que dois membros vivem o matrimônio “Rocha” Pierozan, que falou da importância desta comunidade palavra do bispo andarilha, em relação a sua cultura, hábitos e religião. Os nômades ciganos são provenientes da Índia, onde são auxiliar da chamados de Jajabor. Surgiram Bispo lho, a conversão pessoal, a profis- ber da Igreja a fé que é professada, na há cerca de mil anos, a partir de Arquidiocese são de fé, o batismo, a confirmação celebrada, vivida e rezada. Eu me Região Lapa grupos que se rebelaram contra as e a eucaristia. torno cristão ao receber a vida cristã leis impostas pelo imperador da Além disso, para que eu “me que me é transmitida pela Palavra Dom Julio Endi época e tornaram-se andarilhos torne cristão” muitas pessoas cola- de Deus, pelos sacramentos e pelo Akamine para fugir de punições. Chegaboram. Os pais que me apresenta- testemunho vivo dos outros fiéis de ram para o batismo, que me ensina- Cristo. ram na Europa e espalharam-se em diversos países como a Ale- Querido leitor do jornal O SÃO ram os primeiros passos na fé, que Iniciação à vida cristã é uma manha (Zigeuner), França (Gita- PAULO, hoje proponho uma re- me levaram à missa dominical. Os ação continuada e prolongada no nes), Itália (Zingaro), Inglaterra flexão: você se tornou cristão de catequistas que me preparam para tempo. Consiste numa sequência (Gypsies), Espanha (Gitanos) e uma hora para outra? Ou percebe a Primeira comunhão e para a Con- de ações (anúncio e catequese, que o “tornar-se cristão” é um pro- firmação. Os padres que atenderam diálogo e serviço, presença, testeno Brasil (Cigano). cesso que ainda está se realizando? as minhas confissões. Os outros fi- munho e vida sacramental), ações Como eu me torno verdadeiramen- éis que rezaram por mim e deram essas que apresentam unidade e coagenda regional te cristão? bom testemunho de Jesus Cristo: erência entre si em vista de um fim, Quarta-feira (16), 19h Para que eu me torne um “novo todas essas pessoas me introduzi- que é o de fazer uma pessoa um disReunião Área Pirituba com homem”, para que eu pudesse ram no “ser cristão”. cípulo missionário de Jesus Cristo. Ramos e Comunitárias, “nascer de novo”, “nascer do alto”, Eu não nasci cristão, eu me torA Iniciação à vida cristã não se Capacitadores de todas as foi preciso um itinerário, um ca- nei cristão, ou melhor, eu me torno limita a transmissão de ideias, ao oficinas e Guia Lider – Pastoral minho feito de várias etapas. Esse cristão todos os dias. E eu não me ensino de um código de ética e de da Criança. Paróquia São caminho é formado por diversos torno cristão sozinho, eu me torno doutrinas. Tudo isso é importante e Domingos Sávio (rua Tomas elementos: o anúncio da Palavra de cristão ao ser introduzido na comu- não deve ser deixado de lado na iniLopes Ferreira, 13, Parque São Deus, o acolhimento do Evange- nidade dos filhos de Deus, ao rece- ciação a vida cristã. Mas é preciso ir Domingos Pirituba).

mam uma etnia. O cigano possui a pátria dentro de si mesmo. De acordo com o coordenador da pastoral, o primeiro cigano chegou ao Brasil foi João Torres, em 1547, e veio degradado de Portugal. A Pastoral dos Nômades é organização da Igreja Católica, ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A implantação do Pastoral dos Nômades na Região Episcopal Lapa aconteceu no dia 12 de dezembro de 1994, com a chegada do padre Rocha na Região Lapa, ainda como seminarista, morava num acampamento de ciganos. Hoje a Paróquia referência da Pastoral dos Nômades em São Paulo é a Paróquia Sagrado Coração de Jesus, localizada no Parque Continental, Setor Butantã. A comemoração do Dia Nacional do Cigano é em 24 de maio.

Iniciação à Vida Cristã é uma ação continuada e prolongada no tempo muito além. Fazer da paróquia e da comunidade uma casa da iniciação à vida cristã, implica em transmitir a vida plena. Trata-se de uma transmissão vital da sabedoria e da identidade cristã, da geração de um novo ser e de uma nova Vida em Cristo. Não devemos confundir nem reduzir a iniciação à vida cristã aos cursos de preparação para os sacramentos. Os cursos de preparação são importantes na medida em que eles ajudam as pessoas a se encontrarem com Jesus Cristo, a partilharem a experiência cristã do mistério, a adquirirem a capacidade de celebrar atenta, consciente e frutuosamente o mistério pascal. É exatamente isso o que o 11 Plano Arquidiocesano de Pastoral nos aponta como urgência evangelizadora e pastoral para este e para os próximos anos.


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16 a 22 de julho de 2014 | www.arquidiocesedesaopaulo.org.br

Sínodo de outubro: a família, como vai? Cardeal Odilo Scherer Arcebispo de São Paulo

No dia 25 de junho passado, o Conselho dos Direitos Humanos da ONU aprovou uma resolução de “proteção à família”, reconhecendo-a como núcleo natural, e fundamental da sociedade, com “direito à proteção por parte da sociedade e do Estado”. O Conselho ainda reconheceu que “a família tem a responsabilidade primária de nutrir e proteger as crianças, para o desenvolvimento completo e harmonioso de sua personalidade”; e, para tanto, que estas “devem crescer num ambiente familiar e numa atmosfera de felicidade, amor e entendimento”. Pareceria que a ONU aprovou o óbvio ao se referir ao direito das crianças, pois é difícil imaginar que alguém possa afirmar o contrário. Os problemas aparecem quando se tomam em consideração a família e seu papel fundamental para a pessoa, a sociedade e o Estado; neste caso, a resolução da ONU contraria uma tendência bastante difundida de descrença e até de abandono da família, vista por muitos como instituição falida; não será, justamente, porque há uma forte percepção de que mais e mais crianças, e não apenas elas, estão expostas a graves problemas decorrentes da desestruturação da família e do seu desamparo por parte da sociedade e do Estado? A Igreja Católica, que tem valorizado e defendido a família e suas atribuições naturais, não desconhece as dificuldades que sacodem a instituição familiar; mas não a considera como

um barco à deriva, que deva ser abandonado à própria sorte. Mesmo em tempos de crise, a instituição familiar tem merecido o melhor dos esforços da Igreja, para ampará-la e fortalecê-la em sua dignidade e função social. Compreende-se, assim, por que o papa Francisco convocou uma assembléia extraordinária do Sínodo dos Bispos, com o objetivo de tratar dos atuais desafios da família, que interpelam também a missão da própria Igreja. Sendo o primeiro Sínodo presidido por Francisco, pode-se intuir a importância que ele dá à família. No final de junho, foi publicado o Instrumento de trabalho do Sínodo, um texto elaborado a partir das respostas a um amplo questionário espalhado pelas dioceses do mundo inteiro, visando obter o conhecimento da atual situação da família e dos desafios por ela enfrentados nos diversos países e contextos culturais. Ainda não é um documento conclusivo, mas uma proposta de reflexão. As respostas trataram de uma lista extensa de situações vividas pela família, que vão da difusão dos ensinamentos da Igreja sobre a família e o casamento, e sua recepção, ao trato da Igreja com tais questões, às pressões culturais, econômicas e morais

sofridas pela família; mas também contemplam as atuais realidades familiares, como as novas uniões depois de uma separação ou divórcio e sua participação na vida da Igreja; as uniões sem formalização alguma, nem civil, nem religiosa; a aparente des-

O que, então, leva a Igreja, convocada pelo papa Francisco, a se debruçar sobre essas questões, é a preocupação com as pessoas envolvidas nessas diversas situações concretas, sem abandoná-las, nem lhes dar a impressão de que a Igreja e o próprio Deus não têm mais nada Luciney Martins/O SÃO PAULO para lhes oferecer. O Evangelho, de toda maneira, continua sendo “boa nova” de salvação e de vida para todos; as dificuldades atuais não são, nem devem ser, a referência última para a família e a pessoa humana. Participarão da assembléia sinodal extraordinária os presidentes das Conferências Episcopais, além de outras pessoas, a critério do papa. Não se espere que o Sínodo vá enfrentar esses temas de maneicrença no casamento e na família ra pragmática, buscando apenas e a transmissão responsável da chegar a um simplista “pode-não vida; a educação dos filhos, cada pode”. As questões são profundas vez mais fora da responsabilida- e não dependem de uma atitude de dos pais; as uniões de pessoas voluntarista da Igreja, amoldável do mesmo sexo, com a pretensão aos humores do tempo e dos mode ter status de casamento e fa- vimentos culturais. mília; as políticas contrárias ao Elas se inscrevem numa crise casamento e à família em várias antropológica e cultural aguda, partes do mundo... que atinge a própria pessoa huNão faltam questões antigas e mana, sua identidade e sentido. novas, nem sempre ajustadas ao Quando o ser humano é apreciaEvangelho e à doutrina da Igreja. do apenas do ponto de vista ins-

trumental e utilitarista, ele passa a ser objeto de uso e meio para atingir objetivos de outras pessoas, da sociedade ou do Estado; e já não é mais vista um fim em si mesmo, como ensinava Emmanuel Kant: “o ser humano nunca deve ser tido como um meio, mas sempre como um fim em si mesmo”. Essa verdadeira deturpação do sentido do ser humano também leva à concepção da vida como aventura voltada sobre o próprio indivíduo, para o usufruto das sensações do momento, sem o horizonte da alteridade, no qual ele encontra a sua verdadeira expressão e sua realização mais plena. E introduz uma grande desorientação nas relações humanas, no sentido do amor, bem como nas instituições sociais mais elementares, como o casamento e a família, anteriores à própria sociedade organizada e ao Estado. A assembleia extraordinária do Sínodo, deste ano, não dará uma palavra conclusiva sobre as questões postas, mas será uma etapa do “caminho sinodal”, que se concluirá na 14ª. assembléia ordinária do Sínodo, em outubro de 2015. Agora, o objetivo é fazer uma reflexão aprofundada sobre a situação da família e do casamento, para compreender melhor os motivos da sua crise e discernir sobre as novas perspectivas que se abrem para a missão da Igreja. Em 2015, a reflexão será de fundo antropológico, sobre a pessoa humana e a família à luz da fé cristã. Então sim, será o momento de oferecer diretrizes pastorais novas.

Diocese de Santo André celebra 60 anos Diocese de Santo André

Fernando Geronazzo Especial para O SÃO PAULO

Mais de 4 mil fiéis das 98 paróquias e 262 comunidades, entre as quais, dezenas de capelas, participaram da celebração dos 60 anos de criação da Diocese de Santo André (SP), no Ginásio Poliesportivo de São Bernardo do Campo (SP), na quarta-feira, 9. A missa solene foi presidida pelo bispo diocesano, dom Nelson Westrupp e concelebrada pelo cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, dom Airton José dos Santos, arcebispo metropolitano de Campinas e dom Manuel Parrado Carral, bispo de São Miguel Paulista, além do clero da Diocese. Durante a homilia, dom Nelson ressaltou que a celebração era ocasião de render graças a Deus pelas obras realizadas pela Igreja na região do Grande ABC Paulista ao longo das seis décadas da Diocese. Ele também recordou as pessoas que passaram e contribuíram nesta Igreja particular. “Não podemos parar no tempo. Não atra-

do sucedido por dom Décio Pereira, que fora bispo auxiliar de São Paulo, e ficou em Santo André de 1997 até sua morte, em 2003.

A Diocese

No ABC, Igreja acompanhou o desenvolvimento industrial e desafios sociais das últimas décadas

semos o Reino de Deus acontecer. Ninguém de nós pode renunciar seu compromisso. Se uma pessoa experimenta verdadeiramente o amor de Deus, isto já é o suficiente para anunciá-lo”, salientou o Bispo.

320 mil habitantes e 12 paróquias. O mesmo documento que criou a nova Diocese nomeou o novo bispo, dom Jorge Marcos de Oliveira, um carioca de 38 anos que tomou posse na Diocese em 12 de setembro de 1954 e atuou até 29 de dezembro de 1975. História Também o atual arcebispo emérito de Criada pelo papa Pio XII em 22 de junho de São Paulo, cardeal Cláudio Hummes, esteve 1954, a Diocese de Santo André nasceu com a frente dessa Diocese de 1975 a 1996, sen-

Situada na Região Metropolitana de São Paulo, chamada Grande ABC, num território de 878 Km, é composta por sete municípios: Santo André (Paranapiacaba), São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Nestes sete municípios existe uma população de aproximadamente 2,8 milhões habitantes. Até o início da década de 90, a Diocese tinha uma característica eminentemente industrial com uma população composta em sua maioria de operários e testemunhou o nascimento de muitos movimentos sindicais. Atualmente, esta característica industrial e operária está sofrendo grandes transformações e dando lugar a uma nova realidade, pois muitas empresas se transferiram para o interior do estado ou até mesmo para outros estados. (Com Diocese de Santo André)


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