Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 60 | Edição 3036 | 28 de janeiro a 3 de fevereiro de 2015
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Com a palavra: Padre Rafael Fornasier
Família: primeira célula da comunicação
‘Família, ambiente do encontro da gratuidade e do amor’
Assessor da Comissão para a Vida e a Família da CNBB, fala sobre declarações do Papa Francisco.
“Ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor”, afirma Papa Francico.
Editorial aprofunda o olhar sobre a mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações
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Página 11
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‘Quem és Tu que me interpelas, que me dizes para fazer o bem?’ Refletindo as leituras do domingo, 25, solenidade da Conversão de São Paulo Apóstolo, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, destacou que assim como o Apóstolo Paulo, o ser humano é interpelado por Jesus. Esse questionamento convida o homem a buscar fazer o bem e ser uma pessoa melhor. “De nossa parte, somos interpelados a procurar a resposta verdadeira sem nos enganarmos a nós mesmos com respostas superficiais”. Saulo, perseguidor dos cristãos, após um encontro pessoal com Jesus, vive um processo de conversão, passa se a chamar Paulo e se torna um dos principais pregadores do Evangelho e propagadores da fé cristã. Na Catedral da Sé, centenas de fiéis, renderam graças a Deus pelo testemunho deste santo que é o Patrono da Arquidiocese de São Paulo. Na missa, que também comemorou o aniversário da fundação da cidade de São Paulo, estavam presentes, além de fiéis e religiosos provenientes de diversas comunidades paroquiais, autoridades civis e militares. Página 24
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Refletindo as leituras do domingo, 25, Cardeal Odilo Pedro Scherer destaca que assim como o Apóstolo Paulo, o ser humano também é interpelado por Jesus
Para bebês de até 6 meses, nada substitui o leite materno
Recordar o holocausto para construir ‘um mundo livre de perseguições’
Por desinformação, medo ou até por preocupações estéticas, muitas mães deixam de amamentar os filhos prematuramente. De acordo com a OMS, a criança deve receber exclusivamente o leite materno até os seis meses e depois podem ser inseridos outros alimentos na dieta até os dois anos de idade ou mais. Para aprofundar o tema, O SÃO PAULO conversou com mães e especialistas na área da saúde.
No domingo, 25, a Congregação Israelita Paulista (CIP) realizou um ato para lembrar as vítimas do holocausto. Há 70 anos, no dia 27 de janeiro de 1945 as tropas soviéticas chegaram ao sul da Polônia, no campo de concentração de Auschwitz e libertaram os prisioneiros que ainda estavam vivos. A ONU, há 15 anos declarou o dia 27 como o “Dia da Memória das Vítimas do Holocausto”.
Páginas 12 e 13
Página 23
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Representantes de diversas religiões participam de ato promovido pela CIP
Projeto promove solidariedade nos torneios esportivos “Esporte e fraternidade: uma relação possível?” é a questão central do 1° Congresso internacional de Sportmeet que ocorreu perto de São Paulo, no centro nacional do Movimento dos Focolares chamada Mariápolis Ginetta, em Vargem Grande Paulista (SP), entre os dias 23 e 25. Os participantes são do Brasil, da Itália, da Áustria e da Argentina, como exemplos da paz nos esportes. Página 17
2 | Ponto de Vista |
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editorial
Família, ambiente do encontro na gratuidade do amor O Papa Francisco, em sua recente mensagem para o 49º Dia Mundial das Comunicações Sociais, coloca a família como centro de referência para a sociedade, reforçando sua importância, em preparação para o Sínodo de outubro deste ano. Desde a Humanae Vitae de Paulo VI, passando por numerosos documentos de João Paulo II, Bento XVI e agora do Papa Francisco, percebe-se a urgência na divulgação dos valores da família, como base sólida da sociedade e referência para o comportamento humano. Neste sentido “num mundo onde frequentemente se amaldiçoa, insulta, semeia discórdia, polui com as murmurações o nosso ambiente humano, a família pode ser uma escola de
comunicação feita de bênçãos”, afirma o Papa. Paulo VI e seus sucessores alertavam sobre as pressões existentes, e que hoje escancaram-se pelos meios mais modernos da comunicação, sobre aqueles que se esforçam por viver os valores cristãos da família. Esses meios “irrenunciáveis sobretudo para os mais jovens, tanto podem dificultar como ajudar a comunicação em família e entre as famílias”, continua o Papa. E para formar este discernimento “a família- ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor- é também o primeiro lugar onde aprendemos a comunicar.” Uma verdadeira educação para a liberdade deve necessariamente incluir os fundamentos da fé. Deve apresentar
Deus aos filhos, a alegria da convivência da família humana com Deus e a Sua manifestação aos demais (apostolado) como consequência da felicidade interior, ainda que não desprovida de adversidades. Dificuldades se insinuam de modo sutil, orientadas por ideologias alicerçadas na sociedade do descartável, na cultura da morte, na ideologia de gêneros. Tudo isso é incompatível com a complementariedade exigida para a união do casal aberto aos filhos, que tornam-se cada vez mais associados a uma opção egoísta, desvinculada das promessas feitas no matrimônio. “A vida é sempre um bem e ter filhos é um dom de Deus, para o qual devemos agradecer”, disse o Papa na sua primeira
audiência geral após retornar da Ásia. É nesta perspectiva, que devemos compreender a afirmação do Pontífice nas Filipinas: “não se pode afirmar que famílias numerosas, são causa de pobreza (...) mas sim um sistema econômico que tirou a pessoa do centro e colocou no seu lugar o deus-dinheiro. Esta é a causa da pobreza e não as famílias numerosas”. Esclarecer quanto aos objetivos das ideologias que confundem o conceito de família “como a mais bela protagonista e não como um problema”, que dá testemunho, sabe comunicar a beleza e a riqueza do relacionamento entre o homem e a mulher, entre pais e filhos , é um dever da Igreja. E cabe aos meios de comunicação divulgá-los.
opinião
Temos o direito de decidir quem deve morrer? Sergio Ricciuto Conte
Dalton Luiz de Paula Ramos A recente morte de um brasileiro condenado à pena de morte por tráfico de drogas na Indonésia e certa insistencia no tema por parte de setores da sociedade brasileira me fizeram retomar algumas reflexões sobre este tema (*). Em O Senhor dos Anéis, de J.R.R.Tolkien, Gollum é um personagem mau, repugnante, capaz de fazer coisas horríveis, até de matar. Em um dos diálogos do livro, Frodo, um personagem do bem, questiona o mago Gandalf que, junto com os elfos, povo sábio da floresta, havia aprisionado Gollum e não o haviam matado. Frodo diz que Gollum “merece a morte” ao que Gandalf, o personagem que representa a sabedoria, lhe responde: “Merece! Ouso dizer que sim. Muitos que vivem merecem a morte. E alguns que morrem merecem viver. Você pode dar-lhes a vida? Então não seja tão ávido para julgar e condenar alguém à morte. Pois mesmo os muito sábios não conseguem ver os dois lados. Não tenho muita esperança de que Gollum possa se curar antes de morrer, mas existe uma chance... Meu coração me diz que ele tem ainda algum tipo de função a desempenhar, para o bem ou para o mal, antes do fim... De qualquer forma não o matamos... Os elfos da Floresta o mantêm preso, mas o tratam com toda a gentileza que têm em seus sábios corações.” Eu mesmo já vivi, na minha família, um desses terríveis episódios de violência que ilustram o noticiário policial. Ví
o sofrimento dos parentes da vítima. E estando frente ao assassino de um ente querido é realmente difícil não pensar “ele merece morrer”. No episódio ocorrido na minha família uma voz se fez presente. Justamente a do irmão da vítima. Um sacerdote católico que, vendo o nosso sofrimento, e vivendo também o dele,
antes de clamar por justiça nos repetia insistentemente: “Que tudo isso não abale a fé de vocês em Cristo!”. Assim, se sou ajudado a vencer a dor e o tormento gerados pela violência que sofri, recupero a serenidade, e o coração volta seu olhar para onde nunca devia ter se desviado; começo a entender que tenho que
olhar para Cristo e, a partir daí, não quero mais ser igual ao criminoso. Não quero me igualar ao assassino, propondo a sua morte. Não quero mais morte! E como nos lembra Tolkien, por meio do sábio Gandalf, nenhum ser humano por mais inteligente que seja, nenhum cientista mesmo dispondo da maior tecnologia é capaz de ”dar a vida”. E nunca poderá! Se não somos senhores da vida, por que então podemos pretender ser senhores da morte? Que violência a pena de morte! Mesmo se tratando do pior dos criminosos estaríamos respondendo a violência dos seus crimes com mais violência, o que, além de nos igualarmos ao criminoso, sabidamente não resolve os problemas de segurança da sociedade. Mas quero deixar muito claro, para não ser incorretamente interpretado: não quero impunidade para o criminoso, ou tolerância para com o crime. A questão é qual o nosso papel frente ao crime e ao criminoso. Com um coração tocado por Cristo entendo que uma pessoa vale por aquilo que é e não pelas escolhas que faz, mesmo que faça escolhas terrivelmente equivocadas. Quero investir nele, o que é um grande desafio para nossa inteligência, sei que não é fácil, mas devemos tentar. Não devemos querer destruir o criminoso; matá-lo significa desistir dele. (*) Reflexões parcialmente publicadas no Jornal Mundo Jovem, Novembro de 2005, Edição nº 362 Professor Titular de Bioética da USP. Membro da Pontifícia Academia para a Vida do Vaticano e Conselheiro do Núcleo Fé e Cultura da PUCSP.
As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.
Semanário da Arquidiocese de São Paulo
Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator chefe: Daniel Gomes • Reportagem: Cônego Antônio Aparecido Pereira, Edcarlos Bispo, Filipe David e Nayá Fernandes • Institucional: Rafael Alberto e Fernando Geronazzo • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Secretaria de Redação: Djeny Amanda • Assinaturas: Ariane Vital • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Revisão: Maria Aparecida Ferreira • Impressão: Alliance Editorial S.A. • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.
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| Encontro com o Pastor | 3 Helena Ueno
Que devo fazer? cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo
O encontro surpreendente com Jesus ressuscitado, às portas de Damasco, foi muito marcante e determinou uma mudança radical na vida de São Paulo (cf At. 22,3-16). Em várias ocasiões e passagens dos seus escritos, ele volta a esse momento, destacando as marcas profundidade deixadas em sua vida. Ele se “converteu”, mudando suas convicções e comportamentos, dando novo rumo à sua vida. Sempre vale a pena lembrar que isso não aconteceu depois de ele ter lido muitos livros, feito estudos ou discutido o assunto com entendidos; a discussão teórica e a leitura são coisas boas e úteis, mas não é isso que desperta a fé nem foi isso que aconteceu com São Paulo: ele teve um encontro com alguém, cuja presença irradiava uma luz tão forte, que o deixou cego; a voz que ouviu tocou fundo na sua consciência, a ponto de abalar todas as certezas que ele tinha até então. “Que devo fazer, Senhor”, foi a sua reação à voz, que se identificou: “eu sou Jesus, o Nazareno, a quem tu estás perseguindo” (At 22,8). A voz era da mesma pessoa real, que Paulo queria, até então, eliminar: Jesus Cristo. Daí por diante, Paulo submeteu toda a sua vida a essa “voz”, que inundou sua
vida de infinita luz e certeza. A fé cristã, como bem ensinou o papa Bento XVI, vem do encontro com a pessoa de Jesus Cristo e de Deus; não é conclusão de raciocínios bem elaborados, nem de altos ideais éticos, por muito importantes e valiosos que sejam. Isto traz luzes importantes para a ação evangelizadora da Igreja. O objetivo do anúncio do Evangelho é, em última análise, levar às pessoas à fé e ao seguimento de Cristo. Isso já está implicado no envio missionário dos apóstolos por Jesus: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a boa-nova a toda criatura. Quem crer e for batizado, será salvo” (Mc 16,15-16). Não cabe aos pregadores estabelecer nem forçar os tempos e os momentos em que isso acontece na vida das pessoas, mas o objetivo é esse. Nossa pregação e ação evangelizadora precisa ter claro esse objetivo, senão, ela perde seu rumo e força. Quem não sabe aonde quer chegar, não sabe os caminhos que deve seguir nem os meios que deve tomar. Corremos o risco de anunciar princípios genéricos do “bem viver” e uma ética do “politicamente correto”, coisas não necessariamente condenáveis, mas que qualquer corrente de pensamento poderia ensinar... Pode-se chegar até mesmo a um Cristianismo, sem Jesus Cristo. Nossa fé cristã não se resume a princípios éticos, embora esses sejam muito importantes. Antes de perguntar - “que devo fazer?” – Paulo perguntou: “quem és tu, Senhor?” E o “fazer”, que corresponde à prática da vida cristã e da
moral, decorre do encontro com o “tu”, que interpela e fala à consciência. A fé verdadeira, como adesão profunda a Deus, decorre desse diálogo interior, que se passa na consciência e no encontro pessoal com Deus. A própria prática religiosa poderá se tornar uma ação voltada para a autossatisfação, em vez da adoração de Deus; e a prática ética e moral carecerá de um sólido fundamento e se orientará apenas pelas conveniências, sentimentos e desejos do próprio homem. Enfim, não havendo o confronto profundo com o “tu” de Deus, o homem permanece apenas centrado sobre si mesmo e fechado nos seus limites. Nossa evangelização deveria ter como foco principal o anúncio da pessoa e da obra de Jesus Cristo, como fizeram os apóstolos e como lemos Evangelhos e nos Atos dos Apóstolos. O pregador deve fazer bem a sua parte, sabendo que o resultado do anúncio não depende só dele. A Palavra de Deus anunciada tem a força do Espírito Santo, que realiza as obras de Deus no coração e na consciência das pessoas. A pregação e o processo evangelizador precisam tocar a consciência das pessoas e ajudá-las a se confrontarem com Deus, mais que com o “sermão” de quem fala... Com a pregação, vai a pedagogia da oração e de outros exercícios, que ajudem as pessoas a se abrirem para Deus e a “falar” com Ele. É bem isso que aconteceu com Paulo: Após “ouvir a voz”, ele ficou “em jejum e oração” (cf At 9,9.11).
Atos cívicos Luciney Martins/O SÃO PAULO
No domingo, 25, solenidade da Conversão de São Paulo Apóstolo, Patrono da Arquidiocese, e dia do aniversário da capital paulista o Cardeal participou de dois momentos cívicos. No Pateo do Colégio, onde a cidade nasceu, foram depositadas flores no Monumento aos Fundadores de São Paulo. Após a missa (leia sobre a missa na página 24), em frente ao Tribunal de Justiça de São Paulo (foto), o Arcebispo plantou uma muda de Pau Brasil.
Curso de Comunicação para Bispos O Cardeal Odilo Scherer participa da 24ª edição do Curso Anual para Bispos, promovido pela Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ). Na segunda-feira, 26, ele esteve presente na mesa de abertura do evento, presidida pelo Cardeal Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro. (Leia mais na página 8)
Posse de pároco
No sábado, 24, Dom Odilo presidiu missa na Paróquia São José, Região Episcopal Brasilândia, e deu posse ao novo pároco, padre Ednilsom Turozi de Oliveira.
4 | Papa Francisco |
28 de janeiro a 3 de fevereiro de 2015 | www.arquidiocesedesaopaulo.org.br
Deus tem sede de nós e de nossos corações O Papa Francisco se apresentou à janela do seu escritório às 12h do dia 25 de janeiro para rezar a oração do mariana do Ângelus. Antes da oração, porém, ele refletiu com os peregrinos reunidos na praça São Pedro entre os quais estavam presentes os jovens da Ação Católica da diocese de Roma que concluíam a “Caravana da Paz” sempre realizada em janeiro. O Papa refletiu sobre o evangelho do dia, que relatava o início da pregação de Jesus, após a prisão de João Batista. Justamente quando a voz profética de quem pregava a vinda do Reino de Deus foi calada por Herodes, Jesus começa a percorrer as estradas da terra para levar a todos, particularmente aos pobres, “o Evangelho de Deus”. Francisco fala da semelhança entre a mensagem de João e a de Jesus, mas acentua uma diferença essencial: ele mesmo, Jesus, é o cum-
primento da promessa e a boa notícia a crer, a acolher e a comunicar aos homens. ”Jesus Cristo em pessoa é a Palavra viva e operante na história: quem o escuta e segue o encontra o Reino de Deus.” Jesus é aquele que dá ao homem o Espírito Santo, a água viva que mata a sede do nosso coração inquieto, sedento de vida, de amor, de liberdade, de paz: com sede de Deus. Muitas vezes temos o coração sedento como o próprio Jesus se afirmou à samaritana. E o Papa lembrou que este foi o tema da Semana de oração pelos cristãos. “Jesus nos quer unidos!” diz Francisco, num só corpo. “Os nossos pecados, a história, nos dividiram, e por isto devemos pedir tanto para que o mesmo espírito nos una de novo”. O papa continuou lembrando que Jesus fez sua a nossa sede de vida plena, de vida livre da escravidão do
mal e da morte. Deus pôs sua sede ao mesmo tempo em Jesus e assim no coração de Jesus “se encontram a sede humana e divina, sede de nossos corações, de nosso amor. “O desejo de unidade dos discípulos pertence a esta sede” que encontramos na prece elevada ao Pai antes da paixão: “Para que todos sejam uma só coisa!” “Que esta sede de Jesus se torne sempre também a nossa sede”, disse o Papa convidando a todos a continuarem se empenhando para a unidade dos discípulos de Cristo. Após a oração do Ângelus, o papa se dirigiu aos jovens da Ação Católica de Roma que concluíam a sua tradicional Caravana de Paz. Um menino e uma menina ao lado do Papa dirigiram a todos uma mensagem de paz e balões subiram ao céu. Francisco chamou atenção para esses balões: Eis os balõezinhos que querem dizer “paz”.
Mensagem para Quaresma Foi apresentada na terça-feira, 27, a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2015. O tema “Fortalecei os vossos corações” (Tg 5, 8). No texto, o Pontífice reflete sobre a “globalização da indiferença”, que pode atingir três esferas da vida eclesial: a Igreja, as comunidades e cada um dos fiéis. “Quando estamos bem e comodamente instalados, esquecemo-nos certamente dos outros, não nos interessam os seus problemas, nem as tribulações e injustiças que sofrem; e, assim, o nosso coração cai na indiferença: encontrando-me relativamente bem e confortável, esqueço-me dos que não estão bem! Hoje, esta atitude egoísta de indiferença atingiu uma dimensão mundial tal que podemos falar de uma globalização da indiferença. Trata-se de um mal-estar que temos obrigação, como cristãos, de enfrentar”. Leia a íntegra no site da Arquidiocese (www.arquidiocesedesaopaulo.org.br).
Oração pela unidade dos cristãos L’Osservatore Romano
O Santo Padre presidiu no fim da tarde de domingo, 25, na Basílica de São Paulo fora dos Muros a celebração das Segundas Vésperas da Solenidade da Conversão de São Paulo, da qual participaram fiéis da diocese de Roma e representantes de diversas Igrejas e Comunidades cristãs. Francisco rezou intensamente ao Senhor para que fortaleça o compromisso para a plena unidade de todos os crentes em Cristo. Recordou ainda dos cristãos perseguidos, falando de ecumenismo de sangue.
Carta aos novos cardeais A edição de sexta-feira, 23, do jornal vaticano L’Osservatore Romano publicou a carta que o Papa enviou aos novos cardeais que ele criará no próximo dia 14 de fevereiro. O Pontífice recorda que o cardinalato não é um prêmio, ser “cardeal significa dar testemunho da ressurreição do Senhor na Diocese de Roma”, “O cardinalato é uma vocação. O Senhor, por meio da Igreja, te chama uma vez mais a servir; e a ti fará bem ao coração repetir na oração a expressão que Jesus sugeriu aos seus discípulos para que se mantivessem na humildade. Digam: ‘Somos servos inúteis’, e isso não como fórmula de boa educação, mas como verdade depois do trabalho ‘quando fizerdes tudo o que vos foi mandado’. (Lc 17, 10)”, escreveu Francisco. Por Fernando Geronazzo
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Espiritualidade
fé e cidadania
Jubileu de prata, tempo de graça dom edmar peron Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana
No dia 21 de janeiro de 1990, em Maringá, pela imposição das mãos e prece de ordenação de Dom Jaime Luiz Coelho, então arcebispo metropolitano, fui ordenado presbítero. Os primeiros 20 anos foram vividos na Arquidiocese de Maringá, como padre; os últimos 5, como bispo, os tenho vivido aqui na Arquidiocese de São Paulo. Assim, duas foram as celebrações de ação de graças: a primeira, em Maringá, com os padres Sidney Fabril e Paulo Campos (no domingo, dia 18 de janeiro) e em São Paulo (na quarta-feira, 21 de janeiro). A comemoração desse jubileu me deu a oportunidade para fazer uma rápida revisão de vida; está sendo uma ocasião de graça para mim e, creio, também para tantos irmãos e irmãs que partilham de minha alegria neste momento. “Deus merece o louvor”. Celebrar os 25 anos daquele momento que marcou minha vida, que colocou nela um antes e um depois, é ocasião privilegiada para louvar a Deus. Reconheço que me dediquei muito ao longo desses anos, mas sem Deus a me sustentar, nada teria feito. Com o passar dos anos, cresceram simultaneamente a consciência de minha fragilidade e a confiança na misericórdia de Deus. A
Ele, portanto, que me amparou – e ampara! – seja o mais sincero louvor. Também merecem agradecimento as pessoas que me ajudaram antes da minha ordenação presbiteral, durante os meus 20 anos de padre e, agora, ao longo desses primeiros anos de bispo. Por isso, uno ao louvor a Deus a gratidão a muitos irmãos e irmãs, homens e mulheres que estiveram ao meu lado, que me incentivaram, corrigiram, educaram: meus pais e familiares; leigos e leigas; religiosas e religiosos; diáconos, padres e bispos, membros das Arquidioceses de Maringá e de São Paulo. Agradecê-los é mais do que um dever que se me impõe, é minha salvação. E, como não poderia ser diferente, as leituras desses dias iluminaram minha vida e me fortaleceram na missão. – “Eis que venho, Senhor; com prazer faço a vossa vontade” (Salmo 39). Unido ao povo sacerdotal, sou chamado não só a procurar realizar a vontade de Deus cada dia, mas a fazê-lo com alegria. A cada dia entrelaçar ainda mais o cotidiano de minhas muitas atividades e a liturgia, reconhecendo-a cume e fonte, da vida da Igreja e de minha vida pessoal; dela corre sobre todos, como de uma fonte, a graça divina. Assim, pela graça do Espírito Santo, nos tornaremos pelas ações e pela celebração “uma perfeita oferenda”. – “Caminhar de acordo com a vocação que recebemos e edificar o Corpo de Cristo” (Ef 4,1.12). O Senhor, cuja bondade e sabedoria jamais se esgotam, nos capacitou a todos para um grande ministério: edificar a Igreja, o Corpo de Cristo. Para viver essa vocação sublime, Deus concede
aos batizados o serviço específico de diferentes ministérios, como nos ensina São Paulo: uns são apóstolos, outros profetas, e outros, ainda, evangelistas, pastores e mestres. A dignidade da filiação divina – somos filhos e filhas de Deus! – é comum a todos nós. Os ministérios, porém, diversos, nos são dados por Deus a fim de que nós, seus filhos, nos coloquemos a serviço dos irmãos, levando a todos a “alegria do Evangelho”, que é sempre “missionária”. – “Eis que ponho minhas palavras em tua boca” (Jr 4,9). Todos os batizados – entre os quais me incluo e aos quais sirvo como bispo – somos chamados a anunciar a Palavra de Deus, deixando sair de nossos lábios sua Palavra. Essa Palavra, contudo, antes de chegar aos nossos lábios é semeada em nossos corações pelo Espírito Santo que inspirou o autor sagrado; ele mesmo ajuda você, eu e a Igreja inteira a acolher hoje a Palavra de nossa salvação. Caminho privilegiado dessa ação do Espírito é a leitura orante da Palavra de Deus, a lectio divina: ler, meditar, rezar e contemplar/viver a Palavra. Você tem dedicado um pouco do seu tempo à leitura orante da Bíblia? Desse modo, o Jubileu se torna simultaneamente: graça e compromisso, chegada e partida, cume e fonte, celebração e missão; e nos encoraja “para construirmos juntos” o Reino de Deus “que também é nosso”. Que Deus nos conceda celebrar nossos jubileus e, também, participar do jubileu de outros irmãos e irmão, conforme a sua santa vontade! Em tempo, feliz 2015 a todos vocês.
eSPAÇO ABERTO
2015: ano de aumentar receitas e cortar custos Cristina Helena Pinto de Mello Enfrentaremos um momento delicado em 2015. Será preciso fazer sacrifícios para manter a saúde financeira da família. O fundamental é buscar aumentar as receitas e cortar custos. Mas, como fazê-lo? As respostas são individuais e muito particulares. É mais difícil a opção de aumentar a receita. Nesse caso, dependemos, muitas vezes, dos empregadores. Mas, empreender pode ser uma boa iniciativa, muito embora o momento não seja o mais apropriado. Tenha em mente sempre que, empreender deve estar relacionado não com uma competência específica sua, mas com atender a uma necessidade e com saber gerir um negócio. Os melhores empreendimentos são aqueles que estão relacionados às soluções para necessidades. Empreender também envolve ser capaz de gerir. Portanto, busque se profissionalizar an-
tes de se arriscar em um novo negócio. Os cortes de gastos são mais rápidos e, portanto, mais eficazes para promover o equilíbrio orçamentário familiar. Procure identificar para onde vai o seu dinheiro. Há despesas fixas e periódicas, despesas variáveis e eventuais. Faça uma lista! Depois de identificar suas despesas, analise quais delas são realmente indispensáveis e quais você pode cortar. Ainda identifique quais pode renegociar. Se negociar é difícil para você, peça ajuda! Troque marcas, fornecedores, reveja hábitos e contratos (como telefonia celular, despesas com televisão a cabo, seguros etc.). Uma dica importante é priorizar as despesas mais frequentes na hora de negociar. Não é necessário ou fácil cortar tudo de uma vez. Como é bastante difícil cumprir com metas e mudar hábitos e comportamentos, você deve adotar alguns truques. Quando receber seu pagamento, retire parte do dinheiro da conta e co-
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loque em uma caderneta de poupança. Não ver o dinheiro na conta ajuda a não gastá-lo e a dificuldade em se locomover para fazer saques na poupança também. Para aqueles em que a situação financeira, e não a orçamentária, é o problema, sugiro buscar renegociar sua dívida. É possível trocar dívidas mais caras, como dívidas no cheque especial ou cartão de crédito, por dívidas mais baratas, como o crédito ao consumidor. Não deixe de discutir essa situação com sua família. O compromisso de todos é fundamental. Envolva seus filhos, pois eles podem ajudar com ideias e você os estará educando para ter autonomia e uma vida financeira sadia. Estimule também seus amigos e colegas. Vocês podem buscar fazer compras coletivas. Comprar em quantidade permite conseguir preços melhores! Cristina Helena Pinto de Mello é doutora em Economia pela FGV-SP e professora de Economia na PUC-SP
As opiniões expressas na seção “Espaço Aberto ” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.
Pessoas com raízes e asas PE. ALFREDO J. GONÇALVES, CS As plantas possuem raízes e não caminham. As aves possuem asas e voam. Os peixes possuem guelras e nadam debaixo d’água. As pessoas também podem criar raízes e, não obstante, continuar a caminhar de um lado para outro. Podem igualmente criar asas, com vistas a voos mais altos e ousados. E, embora não possuam a faculdade de respirar sob a água, podem enfrentar tempestades bravias e ameaçadoras, além de arriscar mergulhos nas águas profundas. Criar raízes é mergulhar os pés no contexto em que se vive. Sentir nas entranhas ocultas o clamor dos que sofrem com seus pesados fardos sobre os ombros. Conhecer de perto os porões, as periferias e os grotões longínquos onde se escondem os pobres e excluídos. É inebriar-se com o suor, sangue e lágrimas de um povo oprimido e explorado. Sujar os pés e as mãos no barro hostil e pegajoso de quem não possui teto, nem família ou pátria. Direcionar o olhar para as feridas e cicatrizes de quem sofre, luta e sonha. Ouvir os gemidos silenciados e silenciosos de quem, despojado de tudo, sequer possui força para gritar. Acompanhar os passos das multidões de migrantes, refugiados, prófugos e expatriados. Marcar presença junto ao povo das ruas, aos indígenas da floresta, aos negros sem vez e sem voz e a todos os “caídos” à beira do caminho e da vida. Cria raízes quem busca a voz de Deus não no alto ou no além da história, mas no sussurro que brota do chão em que, com avanços e recuos, se move um povo em marcha. Segue as pegadas dessa marcha antes que o vento possa varrê-las e destruí-las. Embriaga-se no embalo do movimento, entrelaça as mãos dos que prosseguem e com eles põe-se a caminho. Sem perguntar se a marcha é árida, rude ou plana, brutal, cheia de pedras ou colorida com os raios da aurora – passa a seguir-lhe o ritmo. Criar asas é manter viva e ativa a utopia. Nutrir a fé e a esperança dos que, cortando veredas no deserto ou na mata cerrada, são capazes de sonhar. Alimentar esse sonho através daqueles que procuram preservar o planeta como casa de todas as formas de vida – biodiversidade – ou recriar um “novo céu e uma nova terra”. Não permitir que os abutres da violência e da guerra, qual símbolo dos tiranos e poderosos, impeçam o voo dos pássaros pacíficos ou das borboletas. Enquanto os abutres se orientam pelo odor nauseabundo dos cadáveres insepultos e em decomposição, os pássaros e borboletas buscam a brisa suave, o canto da alvorada, as flores que se abrem ao novo dia. Cria asas quem, diferentemente dos vermes que rastejam com o ventre no pó da terra, ergue a cabeça, respira o ar livre, embriaga-se no azul do firmamento, se aquece aos raios do sol e alça voo em busca de uma nova pátria. Entretanto, apesar de voar, tem consciência de que deve manter pés e raízes na terra firme e cheia de contradições da história. Enfrentar a ameaça das tormentas, por um lado, e mergulhar nas águas profundas, por outro, é o mesmo que evitar o jogo simplista e irresponsável de surfar nas ondas superficiais do sucesso fácil ou do populismo oportunista. É tratar de conhecer a fundo as contradições e incongruências dos impasses históricos e estruturais, buscando alternativas à ordem injusta e desigual. E mais, abrir canais de participação popular na construção de uma nova ordem social, econômica, política e cultural. Roma, 29 de dezembro de 2014
6 | Fé e Vida |
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você pergunta
novos santos e beatos
Quem se suicida tem salvação?
Maria Domenica Mantovani
cônego Cido Pereira
Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação
José Leite, do bairro Jaraguá, aqui vamos nós, mais uma vez responder a esta questão do suicídio, que volta sempre. Até porque há um consenso de que quem atenta contra a própria vida comete um pecado, por ser ela um dom inestimável de Deus. É esta linha de reflexão que fez a Igreja negar até mesmo as exéquias para os suicidas. Mas a Igreja cresceu na compreensão deste fenômeno triste que leva pessoas a se suicidarem. As ciências da alma – psicologia, psiquiatria e tantas outras, ajudam a compreender este ato tresloucado. Por isso hoje não se questiona mais a importância de se orar por aqueles que suicidaram. São tantas as razões para o suicídio. O medo das consequências de algo mal feito, a depressão, a perda do sentido da vida, a vingança contra alguém que machucou demais a pessoa, um desequilíbrio qualquer que levou a pessoa a desistir da vida, até a falta de uma visão do sagrado, de Deus... O que eu entendo e sempre respondo quando me chegam perguntas como a sua sobre o suicídio, é que a Igreja, sendo mãe, sendo sinal da misericórdia de Deus não pode aceitar que esta misericórdia divina vá condenar a um inferno eterno quem já nesta vida viveu um inferno tão grande que a levou ao suicídio. Deus é misericordioso com todos nós, seres humanos, meu irmão. Não podemos por limites a esta misericórdia. Fique com Deus!
LITURGIA E VIDA LITURGIA E VIDA 4º DOMINGO DO TEMPO COMUM
O amor vence o mal ANA FLORA ANDERSON
A liturgia deste domingo começa na antífona com a promessa de Deus de reunir seu povo disperso e, em seguida, a oração promete que assim, todos se relacionarão com o verdadeiro amor. Na primeira leitura (Deuteronômio 8, 15-20) Moisés revela que Deus fará surgir um novo profeta no meio do povo. Este deve escutá-lo com devoção, pois o profeta revelará tudo que Deus quer para que seu povo viva como um povo de irmãos. Na segunda leitura (1 Coríntios 7, 32-35) São Paulo pede que os cristãos não deixem que as preocupações deste mundo os distanciem de Deus. O coração da vida cristã está no zelo pelas coisas divinas. Os múltiplos encargos do dia a dia devem ser realizados permanecendo junto ao Senhor nosso Deus. O Evangelho de São Marcos (1, 21-28) narra a visita de Jesus a uma sinagoga de Cafarnaum. A cena revela o poder do Mestre que vence o mal nas suas raízes. Ele vence o espírito mau, na sua realidade visível e invisível, que ultrapassa as dimensões da pessoa. Ao vencer o mal, Jesus nos livra de tudo que desagrega e desintegra. Aí está a força do Evangelho, a notícia feliz da nossa libertação.
2 de Fevereiro
Maria Domenica, nasceu em Castelletto de Brenzone, em Verona, no dia 12 de novembro de 1862. Teve nos seus pais João Batista Mantovani e Prudência Zamperini, e no seu avô, que vivia com eles, a influência profunda de uma família honesta e cristã. Maria Domenica tinha quinze anos, quando chegou o novo pároco Padre José Nascimbeni. Desde então ele se tomou o seu diretor espiritual, que intuindo seu temperamento generoso, a forte vontade de prosseguir na vida da perfeição, conduziu-a segura e lúcida para as mais altas conquistas espirituais. Ela foi a sua primeira colaboradora nas muitas atividades paroquiais. Inscrita na Pia União das Filhas de Maria, foi sempre fiel na observância do Regulamento, tornando-se espelho e modelo para suas companheiras. Assim, aos vinte e quatro anos no dia da Virgem Imaculada da Conceição, aos 8 de dezembro de 1886, na presença do pároco, emitiu os voto de perpétua virgindade, dedicando-se completamente à Deus e empenhando-se no auxílio ao pároco em todas as suas iniciativas pastorais. Aos setenta e dois anos de idade Madre Maria Josefina da Imaculada faleceu depois de breve enfermidade, no dia 02 de fevereiro de 1934. Sepulta-
há
Reprodução
da no cemitério de Castelletto de Brenzone; desde 1987 seu corpo incorrupto foi transladado para o mausoléu, já ocupado pelo Fundador, no interior da Casa-mãe do Instituto,
naquela cidade. O Papa João Paulo II beatificou Maria Domenica Mantovani em 2003, destinando sua festa para o dia de seu transito. Fonte: http://www.paulinas.org.br
0 VI pede à ONU que direcione parte 5Paulo anos
do dinheiro das armas às necessidades dos povos
Capa da edição 24 de janeiro de 1965
“O apelo feito pelo papa Paulo VI, no sentido de que pelo menos uma parte das somas utilizadas em armamentos seja destinada a um fundo especial para aliviar as necessidades dos povos” publicou O SÃO PAULO há 50 anos. No 20º aniversário da ONU, o objetivo era diminuir o dinheiro gasto com armamentos e reforçar as chamadas missões de paz. A edição tratou também sobre o do Concílio Vaticano II, que já nas últimas sessões tratou dos quatro esquemas: liberdade religiosa, a Igreja e o mundo, as missões e os
sacerdotes. Para os outros sete esquemas que restam o procedimento a ser feito é o de votação e aprovação das emendas feitas, com base nos pedidos formulados pela assembleia. Nessa ocasião já se falava também do encerramento do Concílio, previsto para 8 de dezembro, solenidade da Imaculada Conceição. Outro tema que teve destaque na capa da edição foi a tradução da Bíblia para o japonês. Até a ocasião só tinham sido publicadas obras parciais, sem nenhuma versão integral.
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Luciney Martins/O SÃO PAULO
ATOS DA CÚRIA
Chanceler do Arcebispado de São Paulo Em 22 de janeiro de 2015, foi nomeado e provisionado Chanceler da Arquidiocese de São Paulo, o Revmo. Pe. Vittório Morégola, em decreto que entrou em vigor em 25 de janeiro.
Em 21 de janeiro de 2015, foi nomeado e provisionado Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, da Região Episcopal Ipiranga, o Revmo. Pe. Flávio Lima da Silva, SDS, em decreto que entrará em vigor em 1ª de fevereiro.
NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL
Em 21 de janeiro de 2015, foi nomeado e provisionado Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, da Região Episcopal Ipiranga, o Revmo. Pe. Claudino Vanz, SDS, em decreto que entrará em vigor em 1ª de fevereiro.
Em 16 de janeiro de 2015, foi nomeado Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, da Região Episcopal Sé, o Revmo. Pe. João Roberto Pavani, SDB.
Em 22 de janeiro de 2015, foi nomeado e provisionado Vigário Paroquial da Paróquia São José, da Região Episcopal Brasilândia, o Revmo. Pe. Ednilson Turozi de Oliveira, em
| Pastorais | 7
decreto que entrou em vigor em 24 de janeiro. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO Em 21 de janeiro, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia São Bernardo de Claraval, da Região Episcopal Ipiranga, o Revmo. Pe. Edson Chagas Pacondes, pelo período de 6 (seis) anos. EXERCÍCIO DO MINISTÉRIO DIACONAL Em 9 de janeiro de 2015, foi nomeado e provisionado para cooperador na Paróquia Santa Francisca Xavier Cabrini, Região Episcopal Sé, o Revmo. Diácono Permanente João Carlos Franco.
Padre Vittório toma posse como chanceler do Arcebispado O Padre Vittório Morégola tomou posse no ofício de chanceler do Arcebispado de São Paulo na manhã da segunda-feira, 26, na Cúria Metropolitana. Nomeado no dia 23 pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, Padre Vittório renovou sua profissão de fé e o juramento de fidelidade, diante de Dom Odilo e colaboradores da Cúria. O novo Chanceler afirmou se sentir muito honrado com a confiança do Arcebispo depositada em sua pessoa. “Sei das minhas limitações, que tenho muito que aprender aqui no dia a dia. Mas sei também que o Padre Eduardo deixou muita coisa organizada. Espero continuar contando com a colaboração e apoio de todas as pessoas que trabalham na Cúria Metropolitana”. Na função de vice-chanceler desde junho de 2014, Padre Vittório sucede ao Monsenhor Eduardo Vieira dos Santos, nomeado bispo auxiliar da Arquidiocese pelo Papa Francisco em dezembro de 2014. Padre Vittório também foi nomeado capelão do Mosteiro Santa Teresa, das monjas Carmelitas, no bairro de Mirandópolis, zona sul da Capital. Sacerdote há 20 anos, Padre Vittório sempre atuou na Região Episcopal Lapa, ultimamente como administrador paroquial da Paróquia Nossa Senhora Rainha da Paz. De 2003 a 2007, foi vice-reitor do Seminário de Teologia Bom Pastor, e nos dois anos seguintes colaborou como diretor espiritual. Fonte: www.arquidiocesedesaopaulo.org.br
8 | Igreja em Missão |
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Henrique Sebastião com agências
Curso dos bispos no Rio de Janeiro
Destaques das Agências Nacionais
Fiéis retornam em massa à Igreja em Pernambuco
Arquidocese do Rio de Janeiro
De 26 a 30 de janeiro, a Arquidiocese do Rio promove a edição 2015 do curso para os bispos de todo o Brasil. Este ano a reflexão será sobre temas do Concílio Vaticano II. “Desde 2011, o curso tem percorrido todos os documentos do Concílio, com conferencistas ligados à Santa Sé e professores de universidades europeias renomados no estudo dos temas abordados”, explicou o coordenador Mons. Joel Portella Amado.
Um dos conferencistas será o Cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para a Causa dos Santos (Vaticano). Tratará sobre o diálogo inter-religioso e a ação missionária da Igreja. “Vai descrever o valor positivo que toda religião pode ter em si”, explicou Dom Karl J. Romer, organizador do curso: “Toda a religião têm valor”, explica ele, “mas a Igreja Católica não pode deixar de afirmar que Jesus é a Palavra de Deus
Pai, última e definitiva mensagem para a história da humanidade”. E completa: “A Igreja deve sempre fazer um convite às outras religiões que escutem e reflitam a mensagem fundamental de Cristo”. Outros conferencistas serão o Arcebispo Claudio Maria Celli, presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, e o Monsenhor Pierangelo Sequeri.
A edição digital da Folha de Pernambuco destacou recentemente o fortalecimento do catolicismo no Estado, o que se observa na quantidade de pessoas que voltam a frequentar as missas e encontros promovidos pela Igreja. O fortalecimento da fé católica tem se mostrado real em Pernambuco, com expressivo número de fiéis, que vem aumentando nos últimos anos e que se nota mais marcadamente a partir da troca do Arcebispo de Olinda e Recife (2013). Desde então, igrejas cada vez mais cheias. – Em Pernambuco há 5,83 milhões de católicos (IBGE 2012). A mudança é vista no dia a dia das paróquias: “Construímos juntos uma igreja mais próxima das pessoas. É algo que atravessa as paredes dos templos e se incorpora a toda comunidade e resulta nessa volta dos fiéis à igreja”, ressaltou Dom Fernando Saburido, à frente da Arquidiocese de Olinda e Recife (que comanda 19 municípios) desde 2010.
• Arquidiocese do Rio de Janeiro
• CNBB Nordeste 2
Escolas católicas realizam abertura de ano letivo A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) promove em 11 Estados brasileiros e no Distrito Federal o “Dia ANEC”, evento que abre o ano letivo nas escolas católicas em todo o país. Em Brasília o evento ocorreu na sexta-feira, 23, e teve a presença do Arcebispo local e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé da CNBB, Dom Sérgio da Rocha, que destacou o “respeito à
pluralidade” nas instituições. “A escola precisa ter uma postura aberta ao diálogo, de acolhimento às diferentes situações, conjugando aquilo que é o respeito à pluralidade sem deixar de oferecer o que ela tem de próprio, que é a sua identidade católica”, afirmou Dom Sérgio aos cerca de mil professores presentes no evento, sediado no colégio Madre Carmen Sallés. CNBB – Centro-Oeste
Religiosa celebra 90 anos de Vida Consagrada A Inspetora Salesiana das Filhas de Maria Auxiliadora, Madre Mazzarello, de Belo Horizonte (MG), divulgou uma mensagem em homenagem à Ir. Irene Lanna por ocasião dos seus impressionantes 90 anos de vida religiosa consagrada(!). O texto destaca a serenidade e o exemplo da religiosa, que já completou seus 111 anos de idade(!) e continua lúci-
da. “Irmã Irene é forte sinal de doação da vida, de sentido dado à sua longa existência. Portanto, torna-se para a sociedade, para o jovem, para as Irmãs, esperança-certeza de que o duradouro tem grande valor: a vida bem vivida, a vida consagrada a uma grande causa – Jesus Cristo e seu Reino”, resume o tributo. • CNBB – Leste 2
Arquidiocese do Rio de Janeiro abriu processo de beatificação de Guido Schäffer A Arquidiocese do Rio de Janeiro deu início à abertura do processo de beatificação do seminarista Guido Vidal F. Schäffer, médico e surfista que faleceu aos 34 anos de idade, em 2009. O ato ocorreu na Basílica da Imaculada
Conceição, bairro Botafogo. Guido nasceu em 22 de maio de 1974 e, de acordo com sua mãe, Maria Nazareth, aos seis anos disse que tinha visto Jesus. “Perguntei como Ele era; Guido respondeu: ‘Jesus é lindo, mamãe. Ele me disse para ser obe-
diente aos meus pais, frequentar a missa e prestar muita atenção no que o padre diz, porque um dia eu vou chamar meus amigos’. E isso ele fez”, recorda ela. Formado em medicina, o jovem ajudava as irmãs Missionárias da Caridade no cui-
dado com moradores de rua. A proximidade com os doentes fez com que Guido despertasse para a vocação sacerdotal. Aos 28 anos, iniciou os estudos de Filosofia no Mosteiro de São Bento, por conselho de Dom Karl J. Ro-
mer, atual diretor do Instituto Superior de Ciências Religiosas (ISCR). O bispo também o incentivou a continuar se doando aos pobres nos tempos livres, Guido assim o fez até o seu falecimento. • CNBB – Leste 1
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Destaques das Agências Internacionais
| Igreja em Missão | 9 Filipe david
Estados Unidos/Europa
Marchas pela vida Americanos e europeus realizam marchas pela vida em Washington e em Paris. Em Washington, na quinta-feira, 22, cerca de 200 mil pessoas foram às ruas para manifestar pelo direito à vida desde a concepção. Entre os manifestantes estiveram não apenas os tradicionais católicos e protestantes conservadores, mas também outros grupos pró-vida, entre os quais ateus e democratas. Segundo os manifestantes, o direito à vida não é uma questão religiosa, mas um direito humano: “o direito humano mais importante é o direito à vida”, afirmou Janet Robert, representando a “Nova Aliança pela Vida”. Em Paris, milhares de pessoas também tomaram as ruas em uma manifestação em defesa da vida nesse domingo, 26. Foi a décima edição da “marcha pela vida”, que costu-
ma ser feita uma vez por ano pelo direito à vida desde à concepção até a morte natural. O número de manifestantes estimado pelos or-
ganizadores foi de 40 mil pessoas. O foco da manifestação não foi somente o aborto, mas também e principalmente a eutanásia, em um
Foto: lesalonbeige.blogs.com
momento em que a França discute um projeto de lei que, se aprovado, permitirá esse tipo de procedimento. Fontes: Lepoint/ Le Monde/ CNA
Estados Unidos
Bebê ‘sem chances de sobreviver’ já tem 7 anos Matthew Vawter foi diagnosticado, ainda no útero materno, com síndrome de Down, má formação nos pés, líquido ao redor dos rins e ventrículos cerebrais aumentados, sem chances de sobreviver, segundo lhe informaram os médicos: hoje já está com sete anos de vida. Após o diagnóstico, o médico propôs a Amy, mãe de Matthew, um aborto. Ela e seu marido Aaron se recusaram. Mas quando Aaron saiu da sala, o médico voltou a propor o procedimento: “Não
deixe que o seu marido influencie no que você faz com o seu corpo. Podemos levá-la para cima hoje e fazer o aborto”. Recusado o aborto, a gravidez continuou e Matthew pouco a pouco foi apresentando melhorias tanto nos rins como no cérebro e no coração, contrariamente a todas as expectativas: “não esperávamos um milagre ou nem sequer nos atrevíamos a rezar por isso. Só esperávamos pegar o nosso filho no colo”, conta Amy. Finalmente, só foi preciso uma operação do
Roma
Fontes: Focolare.org/ CNA
Fonte: ACI
Índia
Causa de beatificação de Chiara Lubich Na terça-feira, 27, foi aberta a causa de beatificação de Chiara Lubich, em cerimônia na Catedral de Frascati, em Roma. Em dezembro de 2013, Maria Voce, presidente dos Focolares, anunciava o pedido de abertura do processo beatificação, que agora foi realizado. Chiara Lubich (1920 – 2008) foi a fundadora do Movimento dos Focolares, que nasceu durante a segunda guerra mundial para cooperar com a unidade entre os homens, entre nações e entre diferentes comunidades. Pessoas de diferentes idades, religiões e culturas fazem parte do movimento, que está presente em 182 países e possui cerca de 2 milhões de membros.
coração para que o pequeno Matthew pudesse crescer e chegar aos 7 anos de idade. Amy conta um pouco sobre como é o seu filho hoje: “Matthew nos surpreende todos os dias. Ele nos desafia, nos diverte e nos mostra como viver a alegria verdadeira. A sua compaixão pelos outros está muito além da sua idade e é muito querido por todos os que o conhecem. (...) Experimentamos com Matthew um amor tão puro que nos impressiona”.
7 mil casos de perseguição contra os cristãos só em 2014 Movimento Focolares
Segundo relatório anual publicado pela “Catholic Secular Forum”, o ano de 2014 terminou com um saldo de 7 mil incidentes de perseguição religiosa contra cristãos na Índia. Os casos mais graves foram os cinco homicídios (dentre os quais uma criança de 11 anos) cometidos por ódio à fé cristã. Além disso, mais de 300 sacerdotes, pastores e outros responsáveis por comunidades cristãs foram agredidos e 1600 mulheres cristãs, molestadas ou violentadas. Entre os responsáveis pela perseguição, o relatório aponta para grupos extremistas como o Rashtriya Swayamsevak Sangh
(“Corpo Nacional de Voluntários”), que deseja eliminar todas as minorias religiosas do País e conta com mais de 5 milhões de membros. O grupo já se apossou de 60 igrejas, transformando-as em bases do movimento. Um dos problemas é a cumplicidade das instituições, que muitas vezes se recusam a investigar os casos de violência. Em muitas ocorrências a vítima tem medo de denunciar a agressão. Os meios de comunicação têm também sua responsabilidade, à medida que se recusam a denunciar os incidentes. Fonte: Fides
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Quando tudo dá errado... Valdir Reginato Temos conversado nesta coluna sobre a importância das boas notícias, das maravilhas esquecidas da natureza, da gratidão apesar de tudo. Mas é fato que algumas vezes o nosso coração parece gritar: “Deus., está tudo errado!” Os casais que convidamos para o jantar, na sexta, não chegaram por causa da chuva; faltou luz toda noite e perdemos boa parte da comida já pronta. O pneu furou quando íamos ao churrasco no sítio, sábado pela manhã, convidados por um amigo, e o estepe estava vazio! Lá se foi a carne... E a noite a filha adolescente voltou mais cedo chorando porque o “namoradinho” resolveu lhe dar “o fora”. O garoto ligou dizendo que tinha dado uma “batidinha” no carro, mas estava “tudo bem”. A sogra resolveu ficar falando para a esposa, durante a pizza, que eu estou ficando muito fora trabalhando e não a ajudo em casa... Domingo, dia de tranquilidade, somos acordados pelo interfone e avisados que faltará água a partir das 10 h, sem previsão de retorno. Resolvemos ir à Missa e passar o dia fora. O elevador quebra com toda a família lá dentro... Duas horas para conseguir liberação. Vamos parar antes de terminar o fim de semana. Histórias assim, que podem se multiplicar na variedade dos fatos e na intensidade dos temas, podem fazer com que se perca a esperança do velho ditado: “Nunca se pode desanimar”. Como evitar isso? Na medicina, quando sabemos que
Febre Dra. Cassia Regina Febre é um sinal de alerta do corpo nos avisando que algo não está bem, devemos ficar atentos. A temperatura normal do basal axilar é de 36 a 36,5 °C, podendo chegar a 37,3 °C. Até 37,8 °C é considerado estado febril e a partir disso, febre. Quando o nosso sistema imunológico está forte, muitas vezes a febre passa e não chegamos a adoecer. Outras vezes, não conseguimos nos defender sozinhos e acabamos ficando doentes. Febre isolada sem nenhum outro sintoma, geralmente passa em poucos dias, confirmando que a nossa defesa conseguiu combater o problema. Assim sendo, não adianta correr para o pronto-socorro no primeiro episódio. Preste atenção em outros sintomas como perda de apetite, irritabilidade, falta de disposição, vômitos e dor. Nestes casos, é preciso sim procurar um médico. Vacinação em dia e alimentação saudável fortalecem nossas defesas naturais e evitam doenças.
podemos nos deparar com doenças crônicas conhecidas, epidemias infecciosas, o que fazemos? Tomamos as medidas de prevenção. Hábitos de boa qualidade de vida, medicamentos, vacinação. Não é diferente no nosso
Saber tirar aprendizado de enrascadas. Rir do que não deu certo. Manter a serenidade, apesar de tudo. Bom humor, não é gargalhar de uma fatalidade, ou não dar importância ao que realmente tem. bom humor é saber ver
comportamento familiar: É preciso prevenir-se! E a grande prevenção nestes casos se alicerça em alguns hábitos de qualidade de vida, dentre os quais o bom humor! É preciso viver com bom humor!
sempre um horizonte otimista, ainda que, encoberto temporariamente por nuvens negras de dificuldades. É fazer com que os outros não percam o ânimo. Manter a calma com alegria nos contratempos. Ter o
Tecnologia
Cuidar da saúde
Comportamento
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espírito de recomeçar, uma e outra vez. Acreditar que vai dar tempo de chegar, e não culpar se não conseguir. Buscar compreender a cada um como é, não fazendo piadas com quem não gosta, mas contar uma história divertida a quem deseja e precisa. O bom humor pode ser silencioso, comunicando-se apenas com a docilidade de um sorriso, um abraço carinhoso, num momento difícil. Deve sempre ser disponível, mas não chato, empurrando os demais a perceber que você “quer ajudar”. O bom humor atrai, acolhe, tranquiliza, anima, encoraja, valoriza, protege, consola... Bom humor: um super-homem? Não. Um esforçado? Sim. Não se consegue sempre, mas se persevera. Onde encontrar a força para viver isto? Na fonte de todas as virtudes: no Amor. Conta-se que ao afirmarem a Madre Teresa de Calcutá que não fariam o seu trabalho nem por um milhão de dólares, ela respondeu: “Por um milhão eu também não faria. Faço por Amor a Jesus Cristo.” Que bom humor mantinha “aquela gigante”, de tão pequena estatura, rosto enrugado, físico magro, mas de uma rara beleza de alma que acolhia a todos, principalmente os que o mundo desprezava. Comportar-se cotidianamente em família com bom humor, é uma boa meta para começarmos o ano. Não deixar que pequenas coisas nos tirem ‘ele’, e que ‘ele’ – o bom humor- nos dê sustentação para vencermos naquilo que realmente exige a nossa luta. Com ‘ele’, apesar das turbulências externas, manteremos a Paz interior e dos que nos rodeiam.
A internet das coisas Luiz Otávio Ugolin Vianna A expressão “Internet das coisas” parece um termo sem sentido, ou tirada da ficção, mas certamente estará no seu cotidiano num futuro não distante, afinal, tudo estará na internet. Há cerca de 10 anos, muitos dos sites que conhecemos já existia, mas não havia forma de nossos amigos saberem informações atualizadas sobre nós. Com as redes sociais, nos tornamos mais uma “coisa” na rede. Quer saber algo sobre mim, vá até minha página no Facebook, sobre meu histórico profissional, ‘visite-me” no Linkedin. Mas, e as coisas inanimadas? Não terão suas páginas no Facebook, certo? Provavelmente não. Mas já é possível, por indicação das pessoas, ter informações atualizadas sobre um bar ou café, se é bem visitado ou se possuem bons pratos. O local, sem esforço próprio, acabou por se tornar uma “coisa” na rede, como eu e você.
Todavia isso ainda não define a tal “Internet das coisas”, apenas demonstra como estamos chegando lá. No futuro, muitas coisas que utilizamos estarão conectadas à Internet, disponibilizando dados. Pensemos em exemplos. O seu leitor de água, estará conectado via Internet à concessionária. Com isso, não só a leitura do consumo mensal poderia ser automatizada, mas consumos por hora, dia ou estações do ano poderiam ser analisados.O seu carro enviará leituras de situações e performance. A montadora poderia estudar melhor o comportamento dos carros para melhorá-los. Defeitos poderiam ser detectados no período de garantia. Sua geladeira, conectada à internet, poderá fazer pedidos automáticos para o supermercado ou ajudar você a lembrar do que precisa. De certa forma, todas as “coisas” poderiam estar conectadas à Internet. Fabricantes poderiam conhecer melhor seus cliente e hábitos de consumo, mas o que poderia
ser feito de útil para nós consumidores? Imagine o seu seguro do carro. Hoje o preço é baseado no ano/modelo, no lugar onde mora e trabalha, na sua idade e sexo, certo? Isso garante uma “igualdade de valores”? Seu vizinho que tem a mesma faixa etária que você e um carro semelhante, dirige melhor ou pior? Pense então que a seguradora pudesse acessar dados do seu veículo para analisar quantos quilômetros você dirige diariamente, por quais locais você passa, quais as velocidades que você atinge. Agora sim, poderia definir mais precisamente os riscos relacionados ao seu comportamento. Estimativas são (segundo o Gartner) de que até 2020 haverá cerca de 25 bilhões dessas coisas na Internet. Apesar do longo caminho até lá, passando por mudanças culturais e preocupações com segurança, é certo que chegaremos lá. Luiz Otávio U. Vianna é engenheiro e diretor de tecnologia da Multconect
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| Reportagem | 11
Mensagem do Papa convida a ‘Comunicar a família’ L’Osservatore Romano
Fernando Geronazzo Especial para O SÃO PAULO
A mensagem do Papa Francisco para o 49º Dia Mundial das Comunicações Sociais, divulgada na sexta-feira, 23, tem como tema “Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor”. A data é sempre comemorada na Solenidade da Ascenção do Senhor, neste ano celebrada em 17 de maio, e a mensagem é publicada frequentemente nas proximidades do dia de São Francisco de Sales, padroeiro dos comunicadores, celebrado em 24 de janeiro. Este tema já havia sido anunciado em 29 de setembro, às vésperas da Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre os desafios pastorais da família no contexto da evangelização. Tanto que logo no início da mensagem, o Santo Padre lembra que o tema da família encontra-se no centro de uma profunda reflexão eclesial e de um processo sinodal que será concluído com uma assembleia ordinária em outubro de 2015. “Neste contexto, considerei oportuno que o tema do próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais tivesse como ponto de referência a família. Aliás, a família é o primeiro lugar onde aprendemos a comunicar. Voltar a este momento originário pode-nos ajudar, quer a tornar mais autên-
Do mesmo modo, o Papa lembra que a família é o contexto onde se transmite “aquela forma fundamental de comunicação que é a oração”.
Diante da imperfeição, o perdão
O Papa acrescenta que é entre os familiares que se experimentam as limitações próprias e alheias, os pequenos e grandes problemas da coexistência. “Não existe a família perfeita, mas não é preciso ter medo da imperfeição, da fragilidade, nem mesmo dos conflitos; preciso é aprender a enfrentá-los de forma construtiva. Por isso, a família onde as pessoas, apesar das próprias limitações e pecados, se amam, torna-se uma escola de perdão.”
Protagonista e não problema
Às famílias numerosas, em dezembro de 2014, Papa diz que os filhos são um milagre que transforma a vida
tica e humana a comunicação, quer a ver a família dum novo ponto de vista”, destacou.
Escola de comunicação
O Santo Padre destaca que“o
ventre materno é a primeira ‘escola’ de comunicação”, feita de escuta e contato corporal. Ele também afirma: mesmo após o nascimento as pessoas permanecem em um “ventre” que é a
própria família, constituído de pessoas diferentes que se interrelacionam, sendo assim, o espaço onde se aprende a conviver nas diferenças de gêneros e de gerações.
“A família mais bela, protagonista e não problema, é aquela que, partindo do testemunho, sabe comunicar a beleza e a riqueza do relacionamento entre o homem e a mulher, entre pais e filhos. Não lutemos para defender o passado, mas trabalhemos com paciência e confiança, em todos os ambientes onde diariamente nos encontramos, para construir o futuro”, conclui Francisco. Leia a íntegra da mensagem no site da Arquidiocese (www.arquidiocesedesaopaulo.org.br)
Francisco lamenta interpretação equivocada sobre paternidade responsável Do Especial para O SÃO PAULO
A mensagem de Francisco reforça a missão de comunicar a família. Mas, às vezes, ruídos na comunicação não colaboram para que isso seja transmitido com clareza. Como aconteceu nesta última semana, quando manchetes dos principais jornais estampavam uma afirmação do Papa fora de seu contexto original: “para ser bons católicos não é necessário fazer filhos como coelhos”. A frase, dita pelo Pontífice aos jornalistas a bordo do voo de volta a Roma, após a viagem apostólica às Filipinas, repercutiu o mundo e surpreendeu o próprio Pontífice. Em entrevista ao jornal italiano Avvenire, o substituto da Secretaria de Estado da Santa Sé, Dom Angelo Becciu, revelou que o Papa sentiu-se surpreso ao ler os jornais do dia seguinte nos quais “as suas palavras, voluntariamente expressas com a linguagem de todos os dias, não tivessem sido plenamente contextualizadas”. Fran-
cisco teria ainda expresso sua tristeza “pela desorientação” causada especialmente às famílias numerosas. “Ao ler as manchetes dos jornais, o Papa, com quem eu falei ontem [dia 18], sorriu e ficou um pouco surpreso com o fato de que suas palavras – propositalmente simples – não tivessem sido completamente contextualizadas de acordo com um trecho claríssimo da Encíclica Humanae Vitae sobre a paternidade responsável”, afirmou Becciu. O Prelado ressaltou que a leitura fornecida pelos jornais foi isolada em uma só frase, comprometendo sua clareza. “A frase do Papa deve ser interpretada no sentido de que o ato de procriação no homem não pode seguir a lógica do instinto animal, mas deve ser fruto de um ato responsável com raízes no amor e na doação recíproca de si mesmo. Infelizmente, com muita frequência, a cultura contemporânea tende a diminuir a autêntica beleza e o valor do amor conjugal, com todas as consequências negativas que disso derivam”.
‘Somos humanos e não somos coelhos’ Católicos e pais de cinco filhos, Noel e Rute Asseiceiro, não veem na mensagem de Francisco nada “contra as famílias numerosas e muito menos contra os métodos naturais”. Aliás, concordam: “Somos humanos e não somos coelhos. Os coelhos não conseguem ponderar.” “Os meus filhos foram tão planejados que o último até é adotado”, disse Rita Líbano Monteiro, que também usa os métodos naturais de planejamento familiar. Para esta católica, as afirmações do Papa não são alheias à viagem às Filipinas, que reúne metade dos católicos da Ásia e onde o Papa foi confrontado com a realidade de milhares de crianças abandonadas nas ruas por pais que não as conseguem sustentar.
O valor das famílias numerosas
Sobre isso o papa falou na audiência geral do dia 21, comentando sua viagem à Ásia. “Ouvi dizer que as famílias com muitos filhos e o nascimento de tantas crianças são uma
das causas da pobreza. Parece-me uma opinião simplória. Posso dizer que a causa principal da pobreza é um sistema econômico que tirou a pessoa do centro e colocou no seu lugar o ‘deus-dinheiro’; um sistema econômico que exclui e cria a cultura do descarte que vivemos. Esta é a causa da pobreza, e não as famílias numerosas”, afirmou. Outra ocasião na qual Francisco ressaltou o valor das famílias numerosas foi em dezembro passado, em um encontro com os membros da Associação das Famílias Numerosas. Diante de cerca de sete mil famílias, não só italianas, o Papa recordou que a maternidade e a paternidade são dons de Deus. Todavia, cabe aos pais fazer com que este dom resplandeça na sociedade. “Cada um de seus filhos é uma criatura única, que jamais se repetirá na história da humanidade. Quando se compreende isso, se surpreende com a grandeza do milagre que é um filho! Um filho é um milagre que transforma a vida.” (Com o jornal “Público” – Portugal)
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Nayá Fernandes
nayafernandes@gmail.com
Aos 11 meses de idade, durante a visita da reportagem, Maria Clara Lanciere Canário tomou seu primeiro banho de chuva e logo em seguida abriu um dos sorrisos mais lindos daquela tarde paulistana. Tudo, claro, sobre o olhar atento e admirado dos pais Welder Lancieri e Gisele Canário. “Ela precisou de cuidados médicos apenas duas vezes, uma por causa da catapora e outra devido a um resfriado simples”, disse orgulhoso o pai. Maria Clara nunca usou mamadeira, chupeta ou “bico” e num período de 5 horas recorreu à mãe para mamar pelo menos umas oito vezes. “Gosto muito de amamentar e teria outros filhos só para repetir a experiência”, disse a mãe Gisele, que nasceu no Pará e, quando criança, acompanhava a mãe numa longa viagem para fazer doação de leite no posto mais próximo da casa em que moravam, na cidade de Santarém. “No início doeu muito e meus seios chegaram a sagrar. Eu ligava para a minha mãe que me aconselhava. Mas em nenhum momento pensei em desistir”, continuou Gisele, que disse não ter pudor nenhum em amamentar em público. O gesto de amamentar em qualquer lugar foi aconselhado pelo Papa Francisco, durante a missa na Capela Sistina, na Festa do Batismo do Senhor. Na homilia, Francisco aconselhou: “vós, mães, amamentem os vossos filhos, também agora, se chorarem de fome, amamentem, tranquilas. Agradeçamos ao Senhor pelo dom do leite e rezemos por aquelas mães, e são tantas, sem condições de dar de comer aos filhos”. Fabiana Swain Müller, da coordenação nacional da International Baby Food Action Network (IBFAN) no Brasil, recordou que a amamentação é um direito humano. “Estudos científicos têm mostrado a importância do aleitamento materno para a saúde materno-infantil e para o espaçamento das gestações. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prática da amamentação salva a vida de 6 milhões de crianças por ano, prevenindo diarreia e infecções respiratórias agudas e sendo responsável por cerca de um terço da diminuição da fertilidade observada nas últimas décadas.” A IBFAN é uma rede formada por mais de 160 grupos de ativistas espalhados por cerca de 90 países. Atua há 35 anos na melhoria da saúde das crianças por meio da promoção e apoio ao aleitamento materno e da eliminação de práticas não éticas de mercado, tanto de alimentos infantis
como de mamadeiras, bicos e chupetas. No Brasil, conta com mais de 100 membros voluntários espalhados por 17 estados.
Beleza ameaçada? O ambiente era um salão de cabelereiro e a mãe, com o filho de quatro meses no braço, afirmava categoricamente: “Após um ano o leite materno não tem efeito nenhum para a criança. Também, acho horrível criança de um ano mamando no peito da mãe.” Mitos como esse causam medo nas mães e podem ter consequências sérias para as crianças. Além disso, devido a uma preocupação exagerada com a estética, mães chegam a renunciar este gesto. “Nada paga a intimidade, a segurança, a confiança que eles têm em mim, e tudo graças a amamentação. Meus seios não são os mesmos, e isso é verdade, mas são os mais lindos e mais perfeitos porque serviram pra amamentar meus dois lindos filhos”, afirmou Ana Paula Farias, mãe do Pedro e do Alberto Farias Abreu. Para explicar sobre tempo ideal e eficácia do leite materno, a Rede IBAFAN orienta que, mesmo “após os seis meses, o leite ainda é o alimento preponderante da criança, sendo complementado, gradualmente, pelos alimentos da família, por dois anos ou mais. É de alto valor nutritivo e imunológico, protege de muitas doenças. A OMS recomenda que os bebês sejam alimentados exclusivamente durante os seis primeiros meses de vida e que continuem a ser amamentados por dois anos de idade ou mais, juntamente com alimentos complementares adequados e apropriados”. A farmacêutica em Diadema (SP) e consultora internacional em lactação Fabiana Cainé Alves da Graça, mãe da Marina, com 4 anos e 8 meses, amamentou a filha até os 3 anos e 2 meses. Mas comentou que dar de mamar não é tão simples quanto parece e, por isso, decidiu compartilhar sua experiência num blog que mudou sua vida. “O leite materno não perde a validade quando a criança cresce. Amamentar precisa ser bom para ambos, mãe e filho. Se, aos 6 anos, por exemplo, ambos estão felizes e satisfeitos com essa prática, não há mal nenhum”, explicou a mãe que criou o blog “amamentar é tudo de bom”.
e d e ã M Arquivo pessoal
Gisele e Welder com Maria Clara, amamentada exclusivamente com leite materno até 6 meses
Comemorar cada dia a mais “Cada dia a mais que uma mãe consegue amamentar seu filho pode fazer a diferença na vida e saúde da criança e da própria mãe e por isso, deve ser comemorado, elogiado e apoiado”, enfatizou Fabiana Müller que falou sobre a importância do apoio familiar e das informações recebidas durante o pré-natal e após o nascimento do bebê. Para a blogueira Fabiana Cainé não foi nada fácil mas ela encontrou um modo de superar que mudou sua vida. “Quando minha filha nasceu, achei que colocava-se o bebê para mamar quando estivesse com fome e pronto. O mais difícil foi lidar com as questões que envolvem a amamentação e a maternidade. Tive também algumas intercorrências,
Benefícios da amamentação* • Fortalece os laços entre a mãe e o bebê; • Transmite amor e carinho, de modo a diminuir a negligência e o abandono da criança; • É econômico, pois a família não precisa adquirir leites infantis, sempre caros; • Hámenosgastoscomasidasaomédico,com a compra de medicamentos e antibióticos; • Não gasta água, sabão, combustível, frascos ou bicos; • Está sempre pronto, a qualquer hora ou lugar; • É prático, a mãe não precisa preparar, isto é, ferver, misturar, coar, dissolver ou esfriar;
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Luciney Martins/O SÃO PAULO
mou Fabiana Cainé, que falou sobre o problema no Brasil e a organização chamada de “mamaço”, onde várias mães amamentam seus bebês como protesto, exatamente nos locais de onde foram convidadas a se retirar. No processo do aleitamento também o pai tem papel fundamental, pois não só o bebê, mas a mãe também precisa dele. “Ele pode participar nos demais cuidados, afinal, há muito para fazer com uma criança além de alimentá-la”, lembrou Fabiana Cainé. Welder, sempre ao lado de Gisele, está terminando o mestrado em Ciências da Religião na PUC-SP e acaba ficando mais tempo com a Maria Clara do que a mãe, pois ela trabalha um período do dia. “É impressionante quando a Gisele volta, uma mistura de alegria e choro, pois a Maria Clara não vê a hora de encontrar a mãe e, é claro, o leite dela”, contou o pai.
e t i e L e Arquivo pessoal
‘O seio é uma extensão do útero’
Katia com a família e as filhas gêmeas, amamentadas ao mesmo tempo por ela 99 % das vezes
* • É fácil de digerir e não sobrecarrega o intestino e os rins do bebê; • Diminui as taxas de mortalidade infantil (as crianças que recebem leite artificial morrem 14 vezes mais por diarreia e 4 vezes mais por pneumonias que os que recebem leite do peito); • Previne doenças como diabetes, hipertensão e cardiovasculares na idade adulta; • Previne da osteoporose na terceira idade; • Protege a mãe da perda de sangue depois do parto; • Diminui as chances da mãe desenvolver câncer de mama e de ovário.
tais como ductos entupidos, mamas muito cheias, candidíase, que provocavam dor e que tive que aprender a manejar sozinha”, observou. E as dificuldades desta paulista de Diadema não pararam por aí, ela também sofreu por decidir continuar amamentando a filha após os dois anos. “Quando amamentava passei por situações difíceis, principalmente com Marina mais crescida, já cheguei a me esconder em lugares onde poderia ser discriminada. Porém, hoje, com certeza não me esconderia mais. Amamentar em público é algo natural, afinal de contas, o papel das mamas é esse não é mesmo? Quando estamos com fome, comemos em qualquer lugar, não é? Por que não um bebê? Quanto mais exposição, maior a chance da sociedade entender que amamentar é essencial à vida”, afir-
“Fui mãe pela primeira vez aos 24 anos do Gustavo Correa Manicardi, 11, que mamou por 4 meses. Neste período, amamentei a Letícia Santos, filha de uma amiga Luciana Santos, que tem apenas 1 mês de diferença do Gustavo. Como precisei voltar a trabalhar, tive que desmamá-los aos poucos, mas ainda tive leite por muito tempo”, contou Katia Manicardi, esposa do Wesley Araújo Manicardi e mãe do Gustavo, das gêmeas Maria Clara e Camila Correa Manicardi de 4 anos e 8 meses e grávida novamente aos 36 anos. A situação vivida por Kátia acontece
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com muitas mães que não podem continuar em casa após o término da licença maternidade porque precisam voltar ao trabalho. O próprio Ministério da Saúde apoia a iniciativa de lei que quer estender o prazo obrigatório de 4 para 6 meses, mas não há um desfecho para o impasse entre o que determina a Organização Mundial de Saúde e o determinado pela lei trabalhista. “Quando nasceram as meninas, Maria Clara e Camila, que são gêmeas univitelinas, vivi uma experiência sem igual, pois amamentava as duas sempre juntas, 99% das vezes, ou seja, ao mesmo tempo. Ora ou outra me permitia amamentar uma de cada vez, mas era raro. Devido a isso, tive mastite quando elas completaram 15 dias. Foi horrível, precisei de complemento, mas, superada a crise, também elas mamaram até 4 meses e pelo mesmo motivo, término da licença maternidade”, explicou Kátia. Hoje, grávida novamente, ela pensa em amamentar o filho ou filha enquanto for possível, porém, mais uma vez não poderá ser mãe em tempo integral. “Trabalho fora não como opção, mas por necessidade”, disse, com a tristeza de quem sabe que mais uma vez não conseguirá atender às necessidades do filho e ao seu desejo materno. E, se por um lado a mãe ficou feliz por saber que os filhos aceitaram a mamadeira, por outro, estava triste em pensar que eles não dependiam mais dela para se alimentar. “Meu esposo foi muito generoso e entendeu este meu momento, nas duas fases. Seguramente, também ele ficou feliz como eu em saber que nossos filhos aceitaram a mamadeira.” Ao ser questionada sobre o processo de desmame, Katia foi firme e insistiu que, se pudesse não faria outra coisa a não ser ter os filhos no colo enquanto precisam dela. “Não acredite que uma mãe desmame seu filho com alegria. O seio é uma extensão do útero. É uma dependência gostosa, saudável em todos os sentidos. Além disso, há a troca de olhares que é algo inexplicável.”
Sobrou? Doe! ** Há mães que tem uma grande produção de leite, que, em alguns casos, excede as necessidades do seu bebê. Para estes casos, há, no Brasil, 214 Bancos de Leite Humano (BLH) e 146 Postos de Coleta de Leite Materno. Os BLH estão presentes em todos os Estados da Federação e são ligados aos hospitais e maternidades com atendimentos de recém nascidos de risco, as crianças que nascem prematuras ou com baixo peso. Para saber o endereço de um BLH ou Posto de Coleta próximo, o endereço eletrônico é www.redeblh.fiocruz. br. Especialmente no período de férias há baixa nos estoques. Mesmo que algumas mães tenham dificuldade em realizar este procedimento, devido às longas distâncias ou falta de tempo, sempre que possível é importante pensar em quem tem menos ou nada. ** Informações da Rede IBFAN.
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Padre Rafael Fornasier
Paternidade responsável é justa e generosa ponderação Luciney Martins/O SÃO PAULO
Rafael Alberto
Especial para O SÃO PAULO
Assessor da Comissão para a Vida e a Família da CNBB, Padre Rafael Fornasier falou com exclusividade a O SÃO PAULO sobre declarações que o Papa Francisco fez recentemente sobre controle da natalidade e paternidade responsável. Padre Rafael explica que os “métodos naturais” sofrem preconceitos por parte de professores e médicos, e garante que juventude bem orientada já faz planejamento familiar corretamente.
O SÃO PAULO – O que o
Papa quis dizer quando afirmou que católico não deve “procriar feito coelho”?
Padre Rafael Fornasier – Para quem honestamente seguiu o fio das declarações do Papa Francisco durante e logo após sua viagem à Ásia, esta expressão não indica nem oposição às famílias numerosas nem muito menos concessão aos métodos artificiais de contracepção. A expressão apareceu durante a entrevista do Papa no voo de volta de sua viagem, num tom bastante coloquial. Ela se insere no contexto mais amplo da abertura à vida na vida conjugal, como realização humana – pessoa e social – e espiritual. Sobre essa abertura à vida, o Papa se pronunciou há alguns meses, ao apontar que o Matrimônio é fundado sobre a fidelidade, a perseverança e a fecundidade. E fez críticas à mentalidade contemporânea do bem-estar utilitarista que exclui os filhos (em inglês Double Income, No Kids - DINKS).
Valorizando, inclusive, o Beato Paulo VI, certo? O Papa tem retomado várias vezes a figura do Beato Paulo VI como profética, ao se opor, na Encíclica Humanae Vitae, a um controle de natalidade permeado de interesses escusos, que não visa realmente o bem da família. Em seu discurso às famílias em Manila, em sua audiência ao retornar de sua viagem, e, recentemente, na mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, o Papa afirmou enfaticamente o fato que a família é um recurso e um bem para a sociedade. E que a
família numerosa não é o problema da pobreza na Ásia ou em qualquer outro lugar, mas, é “um sistema econômico que exclui” o causador da pobreza. Somente neste contexto, e em relação a uma adequada noção de paternidade responsável, se pode entender por que o Papa afirma que, para ser um bom católico, não há um dever cristão de procriação em série.
Qual o significado de paternidade responsável? O número 10 da Humanae Vitae diz o seguinte: “Em relação às condições físicas, econômicas, psicológicas e sociais, a paternidade responsável exerce-se tanto com a deliberação ponderada e generosa de fazer crescer uma família numerosa, como com a decisão, tomada por motivos graves e com respeito pela lei moral, de evitar temporariamente, ou mesmo por tempo indeterminado, um novo nascimento.” Portanto, a paternidade responsável é a justa e generosa ponderação, diante das condições físicas, econômicas, psicológicas e sociais, sobre a acolhida ou não de mais vidas no seio da família. Pode levar muitas famílias a decidir por muitos filhos, como também a evitá-los, mesmo por tempo indeterminado (que pode durar toda a vida do casal),
por razões graves ligadas àquelas condições elencadas acima.
Os métodos naturais não fazem, também, com que a relação sexual se feche para a vida? A doutrina da Igreja sobre a paternidade responsável, desde a Humanae vitae até as atuais declarações do Papa Francisco, propõe uma regulação da natalidade segundo o ritmo natural da fecundidade humana. Tal regulação da natalidade passou a ser vivida por muitos católicos em todo o mundo através dos chamados métodos naturais, dentre eles, o mais amplamente divulgado e empregado é o método de Billings, reconhecido pela Organização Mundial da Saúde e proposto também pelo Ministério da Saúde do Brasil. Tais métodos (Billings, temperatura basal, cristalização da saliva, toque do colo do útero etc.) têm grande respaldo científico e são aplicados e indicados por milhares de ginecologistas e outros profissionais da saúde. Contudo, em todo o mundo, estudantes de medicina e profissionais da saúde, bem como famílias que querem empregar esses métodos, reclamam do fato deles serem tratados com desprezo e até ridicularização por parte de professores, outros profissionais da saúde e famílias que usam métodos contraceptivos.
Que explicação o senhor daria para esse preconceito? A primeira constatação a ser feita sobre esses tipos de reação é o grande desconhecimento (inclusive de professores universitários) de tais métodos. A segunda é o enorme interesse financeiro que existe por trás da venda dos contraceptivos. Por fim, cabe ressaltar que a orientação sexual veiculada por muitos meios de comunicação e escolas está centrada quase que somente no prazer, por meio de mensagem contraceptiva e sanitarista. Por outro lado, os métodos naturais propõem que se vá além: englobando um esforço contínuo de amadurecimento afetivo-sexual, eles buscam a responsabilidade da relação sexual no horizonte de um projeto a dois e de família. Deixam o casal sempre abertos à vida, mesmo quando se unem durante os períodos inférteis da mulher. Ou seja, eles não incidem na fertilidade do casal, como o fazem os métodos contraceptivos, mas apenas respeitam o ritmo biológico que se abre e se fecha a vida. Como disse o Papa Francisco, esses são “soluções lícitas”. Isso é a paternidade responsável. “Isto é claro e por isso, na Igreja, há os movimentos matrimoniais, há os especialistas no assunto, há os pastores, e investiga-se.” Todos são capazes de serem acompanhados e formados nesse caminho.
Mas com a cultura atual, os jovens conseguem seguir essa orientação? Dizer que isso é impossível para os casais jovens da atualidade é desconhecer que muitos o praticam e o transmitem, com grande fiabilidade e respaldo científico, como já dissemos. Querer também impor os métodos de uma hora para outra na vida conjugal de muitos casais católicos que não o vivem também é um erro segundo a moral cristã. O aprendizado exige crescimento gradual (lei da gradualidade) com o auxílio dos outros e a graça de Deus, para quem assim o acredita. A mensagem sobre os métodos naturais ainda é muito desconhecida por pastores, religiosos e leigos, em grande parte devido ao preconceito que sofre. Caminhar com os jovens namorados, com os jovens casais ou casais com alguns anos de vida requer abertura e paciência para se adentrar no tema, que pode ser compreendido e vivido.
Dica de leitura
16 | Fé e Cultura |
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Ascética e mística: um grande clássico “O Reino dos céus é ainda semelhante a um negociante que procura pérolas preciosas. Encontrando uma de grande valor, vai, vende tudo o que possui e a compra.” (Mt 13,45-46). A Igreja nos ensina que acima de todas as outras coisas, a vida foi dada ao homem para que ele aprenda a conhecer e amar a Deus. Nenhuma riqueza, prazer ou sucesso humano pode ser comparado ao bem que é Deus, porque Ele é a fonte de todo bem, infinito, eterno e perfeito. Embora pareça simples, aprender a conhecer e amar a Deus de verdade, como fizeram os grandes santos, não é fácil, nem se faz da noite para o dia. Trata-se de um processo, um caminho que devemos percorrer durante toda a vida. Mas como se orientar nesse caminho? Com tantas modas e novas “espiritualidades” disponíveis nas seções de auto-ajuda das livrarias de hoje em dia,
que direção devemos tomar? Para responder a essa pergunta, nada melhor do que um grande clássico da teologia católica, outrora leitura obrigatória para todos os sacerdotes e seminaristas. Trata-se do Compêndio de Teologia Ascética e Mística, de Adolphe Tanquerey, reeditado pela Cultor de Livros.
A perfeição da vida cristã
O livro começa com uma breve explicação de cada uma das principais escolas de espiritualidade cristã, na idade patrística, na idade média e na modernidade, seguida por uma introdução sobre o que é a teologia ascética, quais são as suas fontes e qual é o seu método. O objeto da teologia ascética e mística é a perfeição da vida cristã: “Toda e qualquer vida necessita de se aperfeiçoar (...). A perfeição absoluta é a consecução desse fim, que só no céu
mesmos, a conformidade com a vontade divina e a oração. Os externos são: a direção espiritual, o plano de vida, as leituras, conferências espirituais, as amizades e outros relações sociais.
As três vias
alcançaremos (...) Na terra não podemos adquirir senão uma perfeição relativa, aproximando-nos sem cessar dessa união íntima com Deus que nos dispõe para a visão beatífica. Dessa perfeição relativa é que vamos tratar.”
Os três inimigos da alma
Após explicar qual é a origem da vida sobrenatural e qual é o papel da Santíssima Trindade, de Jesus Cristo e da Virgem Maria na santificação humana, Tanquerey passa à parte que cabe ao homem nesse caminho. Trata-se da luta contra os três inimigos da alma – a tríplice concupiscência, o mundo e o demônio – e do mérito que podemos conquistar
pelas boas obras, bem como da frequência aos sacramentos.
A verdadeira perfeição
Em seguida, passa-se às noções falsas da perfeição e em que consiste a verdadeira perfeição da vida cristã, bem como da maneira pela qual podemos nos aproximar dela, por meios internos e externos. Os meios internos são o desejo da perfeição, o conhecimento de Deus e de nós
Se é verdade que cada pessoa é única, também é o fato de que todos partilhamos uma mesma natureza humana. Por isso, o progresso na vida espiritual normalmente segue uma ordem que é dividida pelos teólogos em três etapas ou vias: a via purgativa, a via iluminativa e a via unitiva. Tanquerey explica detalhadamente em que consiste cada uma das vias e como se deve agir em cada etapa para se passar adiante. Para quem quer aprender a amar a Deus e para quem se interessa em entender como se dá o processo de santificação humana, o “Compêndio” de Adolphe Tanquerey é sem dúvida uma leitura imperdível e indispensável. Ficha técnica: Autor: Adolphe Tanquerey Páginas: 823 Editora: Cultor de livros
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Esporte e fraternidade: uma relação possível? Fotos: Movimento dso Focolares
Jardim Margarida é diferente. A vitória é apenas uma coisa que vem a mais, porque o participar é muito mais importante que o vencer. Sinto que faço parte de algo maior do que o fazer valer as regras esportivas”. Por essa razão, os torneios são um sucesso e ganham crediCarla Cotignoli Especial para O SÃO PAULO bilidade não só na cidade, mas também nas cidades vizinhas. Aproximam-se as Olimpía“Atualmente, contamos com a das de 2016. Novamente o Brasil participação de 90 alunos entre será para o mundo o centro das crianças e adolescentes de 4 a 17 atenções. Os Jogos Olímpicos, anos, formando 10 equipes”, explicou Lucila. como se sabe, têm em seu DNA Sportmeet quer oferecer antes a promoção da paz e fraternidade de tudo um espaço de sinergia enentre os povos. Mas devemos admitir que o esporte hoje é muitas tre indivíduos e instituições sensíveis aos valores de fraternidade vezes ameaçado pela competitividade exagerada, dopping, viovividos no esporte. Foi comovenlência, racismo, comercialização te o testemunho de um jovem de e espetacularização. Florianópolis (SC) que saiu do “Esporte e fraternarcotráfico com o nidade: uma relação peso de ter tido mais possível?” é a questão de um parente ascentral do 1° Congresso sassinado. É um dos internacional de Sportjovens acolhidos no meet que ocorreu perto Centro Cultural Esde São Paulo, no centro crava Anastácia do nacional do Movimento Padre Vilson, no qual dos Focolares chamada começou há pouco Mariápolis Ginetta, em tempo um projeto Vargem Grande Paulisem que o esporte é ta (SP), entre os dias 23 um meio de mudane 25. Os participantes ça de vida. eram do Brasil, da Itália, “Há dez anos o da Áustria e da Argeninserimento da motina. dalidade do tênis A resposta que nasentre as atividades ceu do Congresso foi da Associação Nova que esporte e fraterniEsperança, localizadade, não só tem uma da a 2 Km do centro relação possível, mas de São Mateus (ES), deles surgem expressões atende mais de 400 inovadoras, criativas, crianças e adolescapazes de promover o Promovido pelo Movimento dos Focolares, projeto incentiva a não violência e a fraternidade nos esportes por meio do Sportmeet centes em situação crescimento e desenvolde risco social”, disse vimento social. Testemunhos e nasceu na Áustria. Quem falou prio); 6 Faça a diferença (grandes por meio de várias atividades, o treinador, Cristiano Bordoni. foi Alois Hechenberger, docente desafios se vencem juntos). especialistas provaram isso. entre elas, o esporte. O jogo do “O tênis é utilizado como uma De onde veio a ideia de unir austríaco de Pedagogia do Jogo e dado do Sports4peace no Proje- ótima ferramenta de educação e to é uma prática diária antes de de transmissão de bons valores e esporte e fraternidade? Do hú- da Animação. Sports4Peace tem No Jardim Margarida mus em que nasceu Sportmeet. É, como base a “regra de ouro” que Para Lucila Caoru Daikuzono cada partida nos torneios. Essa princípios aos seus participantes”, de fato, uma expressão da reno- está presente em todas as cultu- Suzuki, coordenadora do Projeto prática faz com que os jogado- acrescentou. vação espiritual e social que está ras e religiões: “Faça aos outros Social no Jardim Margarida, um res, técnicos, estudantes, pais e o Já com o olhar nas Olimpíadas, na base da experiência do Movi- aquilo que gostaria que fizessem bairro em Vargem Grande Pau- público em geral compreendam Ricardo Panpoja, da Pastoral do mento dos Focolares. Sportmeet a você”. Essa máxima pode ser lista “é nesse contexto”, de violên- o valor da nossa proposta. Veem Esporte da Arquidiocese do Rio é recente: nasceu em 2002. Em traduzido em seis regras, escritas cia, drogas e gravidez na adoles- que atitudes ligadas ao fairplay de Janeiro, apresentou “100 dias pouco mais de 10 anos teceu-se em um dado: 1 Força, dê o me- cência, “que, há anos, levamos o são frequentes, como nos gestos de paz”, as muitas iniciativas no uma rede mundial de esportis- lhor de si (jogue com garra e ale- ideal da unidade e fraternidade, de pedir desculpas, apertar a mão programa para contribuir para que tas, operadores e profissionais, gria); 2 Jogue limpo do adversário, ajudar esse grande evento mundial seja homens e mulheres de todas as (sinceridade com o outro a se levantar, expressão de paz e fraternidade. idades, culturas, etnias, línguas os outros e consigo torcer por um time A fraternidade foi, antes de e religiões, que vivem o esporte, mesmo); 3 Aguente que não é o seu”. tudo, uma experiência concreta impulsionados pelo desejo de firme (não desistir O próprio juiz vivida nos três dias de convivêncontribuir com o desenvolvi- mesmo quando é quis dar seu teste- cia, como disseram os participanmento, com a paz e a construção difícil); 4 Fique limunho, por meio de tes, nas impressões trocadas no gado (respeitar a de um mundo mais unido. uma carta lida por fim do encontro. Com a construCom a sigla “Sports4peace” todos, cada um é Lucila: “Para mim, tiva exposição de testemunhos e está se difundindo aqui e em importante); 5 Coque atuo com arbitra- aprofundamentos, emergiu uma gem esportiva desde nova visão do esporte e um novo muitos outros países um projeto memorar (alegar-se 1997, trabalhar nos impulso para serem multiplicade educação pela paz por meio de com o sucesso do torneios do Projeto dores. jogos e esporte. A primeira ideia outro como o pró- Tormeio de Tênis entre jovens no Jardim Nova Esperança
1º Congresso internacional de Sportmeet no Brasil aconteceu em São Paulo, entre os dias 23 e 25
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Dom Odilo nomeia vigários episcopais para as regiões Brasilândia e Sé Luciney Martins/O SÃO PAULO
Monsenhor Eduardo Ordenação Episcopal: 7 de fevereiro, às 9h30, Local: Catedral da Sé (Praça da Sé, s/n) Celebração de acolhida: 8 de fevereiro, às 15h Local: Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora (rua Três Rios, 75 - Bom Retiro)
redação
No final da missa da Solenidade da Conversão de São Paulo, domingo, 25, o arcebispo metropolitano, Cardeal Odilo Pedro Scherer, anunciou para quais regiões episcopais serão designados os novos bispos auxiliares da Arquidiocese, os monsenhores Devair Araújo da Fonseca e Eduardo Vieira dos Santos, nomeados pelo Papa Francisco em 10 de dezembro de 2014. Monsenhor Devair, que será ordenado bispo no dia 1º de fevereiro, às 9h30, em Franca (SP), receberá os encargos pastorais especiais de Vigário Geral da Arquidiocese de São Paulo e de Vigário Episcopal para a Região Brasilândia. A celebração de sua acolhida na Região será no dia 7 de fevereiro, às 15h, na Paróquia São Luiz Gonzaga (praça Dom Pedro Fulco Morvidi, 1 - Vila Pereira Barreto). O Monsenhor Eduardo, que receberá a ordenação episcopal no dia 7 de fevereiro, às 9h30, na Catedral da Sé, receberá os encargos pastorais especiais de Vigário Geral da Arquidiocese de São Paulo e de Vigário Episcopal para a Região Sé. Sua acolhida na Região será em 8 de fevereiro, às 15h, na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora (rua Três Rios, 75 - Bom Retiro). Em uma comunicação enviada sábado, 24, Dom Odilo convidou toda a Arquidiocese de São Paulo a se unir em oração por esses “momentos de graça” concedidos por Deus. “Convido também a participar dos diversos momentos celebrativos, muito especialmente as Regiões Episcopais diretamente interessadas”, disse. A íntegra da Comunicação do Arcebispo está disponível no site da Arquidiocese (www.arquidiocesedesaopaulo.org.br).
Diocese de Franca
Monsenhor Devair Ordenação Episcopal: 1º de fevereiro, às 9h30 Local: Ginásio “Pedrocão” (Rua dos Pracinhas, s/n, Residencial Paraiso – Franca - SP) Celebração de acolhida: 7 de fevereiro, às 15h, Local: Paróquia São Luiz Gonzaga (praça Dom Pedro Fulco Morvidi, 1 - Vila Pereira Barreto)
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Sé
Fernando Geronazzo
Colaborador de comunicação na Região
Semana de Iniciação à Vida Cristã
Estão abertas as inscrições para a Semana de Iniciação à Vida Cristã, realizada pela Animação Bíblico-Catequética da Região Episcopal Sé, de 9 a 12 de fevereiro, das 20h às 22h, na Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima (avenida Dr. Arnaldo, 1831, Sumaré). O encontro, aberto para todos os agentes de pastoral, sobretudo coordenações de pastoral das paróquias, terá como tema “Quem é Jesus: o caminho”. “Inspirado no Evangelho de Marcos, iremos abordar o tema do encontro e da missão no documento 100 da CNBB, na Exortação Evangelii Gaudium e na Constituição Pastoral Gaudum et Spes”, explicou o Padre Marcelo Delcin, coordenador da Animação Bíblico-Catequética da Região Sé. É pedido que cada pároco envie para o encontra ao menos 5 pessoas que possam atuar como multiplicadores nas paróquias. As inscrições devem ser feitas pelo e-mail regiaose@regiaose.org.br com o nome da paróquia e participantes. As inscrições feitas na hora estarão sujeitas à capacidade do salão paroquial. Mais informações no Centro Regional de Pastoral, pelo telefone (11) 38264999.
Formação Litúrgica
A Comissão Regional de Liturgia convida para o primeiro dos quatro Encontros de Formação Litúrgica da Região episcopal Sé, que acontece nos dias 3 e 4 de fevereiro, na Paróquia São Joaquim, (av. Lacerda França, 02). O encontro é destinado a equipes paroquiais de liturgia, responsáveis pelo canto litúrgico, bem como a agentes de pastoral em geral e pessoas interessadas no tema. Durante o ano de 2015, será aprofundado o tema “Canto e Música no
Arquivo/Centro de Pastoral da Região Sé
Semana de Iniciação à Vida Cristã da Região Sé acontece de 9 a 12 de fevereiro, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima
Tempo do Ano Litúrgico”. Serão refletidos os significado do tempo litúrgico com seus aspectos bíblicos e teológicos, e o que se canta em cada tempo. Nesse primeiro encontro será aprofundado o tem “Cantar a Quaresma e a Páscoa”. Embora os encontros sejam realizados por setores, eles se estendem para toda a Região Sé. Na carta enviada a toda a Região, o Padre Helmo Cesar Faccioli, coordenador da Comissão Regional de Liturgia, ressaltou que “a liturgia é um excelente meio para o compromisso com a ‘vida plena para todos’”, recordando o destaque proposto pelo 11º Plano de Pastoral da Arquidiocese de São Paulo para 2015. “Igreja a serviço da vida plena para todos”.
Cursos em Perdizes
A Paróquia São Domingos (rua Caiubi, 164, Perdizes) oferece cursos semanais de liturgia e formação bíblica a partir de fevereiro. O curso de liturgia tem o objetivo de ajudar a introduzir os paroquianos na compreensão da relação existente entre a Palavra de Deus e as celebrações litúrgicas, partindo da análise de algumas figuras bíblicas e de sua utilização por parte da igreja antiga no processo de iniciação cristã. O Curso assessorado pelo professor Gabriel Frade, além de uma abordagem teórica, oferecerá aos participantes a vivencia das celebrações previstas no Ritual de Ini-
ciação Cristã de Adultos (Rica). A formação começará no dia 3 de fevereiro, sendo todas as terças-feiras, das 20h às 22h. O Curso Bíblico, assessorado pela professora Maristela Tezza, tem como tema métodos de interpretação da Bíblia e literatura sapiencial, além de abordar o significado do Concílio Vaticano II, o que significou para a leitura, interpretação e estudo da Bíblia. As aulas começam no dia 5 de fevereiro, sendo sempre às quintas-feiras, das 20h às 22h. As inscrições poderão ser feitas na secretaria paroquial ou no primeiro dia de aula de cada curso. Mais informações pelo telefone (11) 3862-8238.
Batuque-Bresser: um carnaval diferente “A Praça”
Comunidade já se prepara para mais uma edição do Bloco Batuca-Bresser que acontece em 7 de fevereiro
Organizado pelos jovens e amigos de “A Praça” (uma iniciativa do Sermig - Arsenal da Esperança e da Paróquia Nossa Senhora Aparecida dos Ferroviários), O bloco Batuca-Bresser de 2015 terá como tema a paz. Inspirada nos tradicionais blocos de carnaval de rua o bloco reúne crianças e jovens que seguem em marcha por algumas ruas do bairro da Mooca, cantando e tocando músicas em instrumentos feitos de sucata. A marcha acontece no dia 7 de fevereiro, a partir das 14h30, com a concentração na “Capela Antiga”(rua Almeida Lima, 750. Os ensaios já começaram e acontecem todos os sábados, às 14h30. Mais informações pelo página de “A Praça” no Facebook (fb. com/aapraca).
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Brasilândia
Renata Moraes
Colaboradora de Comunicação da Região
Paróquia Mãe de Deus acolhe seu novo pároco Cônego Adriano Ana Lúcia Contarelli
Após se despedirem do padre Jose Renato, os fiéis do setor pastoral Freguesia do Ó acolhem seu novo pastor
Na noite do sábado, 24, aconteceu na Paróquia Nossa Senhora e Mãe de Deus, na Vila Albertina, a missa de posse do novo pároco Cônego José Adriano, que desde 2008 exercia a função de Reitor do Seminário Propedêutico Nossa Senhora da Assunção, (Propedêutico II).
A missa foi celebrada pelo Arcebispo de São Paulo, Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, e concelebrada pelos padres Neil Charles Crombie, Vigário geral da Região Brasilândia, Edmilson Gonzaga de Camargo, pároco da Igreja Nossa Senhora das Graças.
Também esteve presente o padre Frank Antonio de Almeida, antigo reitor do Seminário Propedêutico Santo Antonio de Sant’ Anna Galvão (Propedêutico I) que assumirá como reitor do Seminário de Filosofia Santo Cura D’ars, onde o Cônego José Adriano, assumirá também a
função de diretor espiritual, vizinho a paróquia. Em sua fala inicial, o Cônego José Adriano agradeceu a confiança do Cardeal Dom Odilo, para assumir tal função, colocando seu ministério sacerdotal a serviço do povo de Deus, sobre a proteção de Nossa Senhora Mãe de Deus. Dom Odilo entregou ao Cônego as chaves da paróquia, em sinal de que este terá a responsabilidade de zelar do templo e cuidar do novo rebanho que Deus lhe confiou. No início da celebração, o novo pároco renovou promessas de fidelidade à Igreja e houve a leitura do decreto de nomeação, respondendo os questionamentos do Cardeal. Em sua homília, dom Odilo falou da importância do título da paróquia Nossa Senhora Mãe de Deus, e da graça de ser acolhido em uma Igreja que tem Maria como Padroeira. Reconhecendo Maria como Mãe de Deus, é também reconhecer Jesus Cristo como Filho de Deus. Foi o momento também
do Cardeal desejar ao Cônego Adriano votos de um fecundo e feliz ministério, á frente do pastoreio. Falou ainda sobre a experiência do Cônego Adriano, antes como professor de Teologia e formador do Seminário, agora assumindo a função de pároco. Ao final da celebração representantes de todas as pastorais e movimentos que compõem a Paróquia Nossa Senhora Mãe de Deus entraram em procissão e presentearam o novo padre, em sinal de acolhimento ao novo pastor que chegou.
AGENDA REGIONAL Sábado (07), 15h
Missa de Acolhida de Dom Devair Araújo da Fonseca, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e Vigário Episcopal para a Região Brasilândia, que será realizada no dia 07 de fevereiro (sábado), às 15h00, na Paróquia São Luís Gonzaga, que está localizada à Praça Dom Pedro Fulco Morvidi, 1 Vila Pereira Barreto.
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João Carlos Gomes
Colaborador de Comunicação da Região
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Belém
Dom Edmar celebra 25 anos de ministério ordenado No dia 21, cerca de 500 pessoas lotaram a Igreja Nossa Senhora do Carmo, do Setor Tatuapé da Região Episcopal Belém, para, junto com os diáconos e padres da Região, bispos auxiliares da Arquidiocese de São Paulo e do cardeal arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, bendizer a Deus pelos 25 anos da ordenação presbiteral de dom Edmar Peron, bispo auxiliar do Belém. “Hoje estamos aqui para celebrar com você, estimado irmão Edmar, o seu sacerdócio recebido há 25 anos; sacerdócio que é um dom que nos coloca em condição de proximidade a Jesus Cristo e que nos compromete com o serviço a favor do povo de Deus. Que Deus o cumule de novas bênçãos e que todo o povo possa
João Carlos Gomes
Dom Edmar agradeceu a presença dos bispos auxiliares e de dom Odilo na celebração em que comemorou 25 anos de ministério ordenado
se beneficiar de seu dom”, disse dom Odilo a dom Ed-
Francisco Dionízio
mar, durante a celebração. Dom Edmar, que no do-
Paróquia de São Sebastião celebra o seu padroeiro A Paróquia São Sebastião, do Setor Sapopemba, celebrou no dia 20 a festa de seu padroeiro com Celebração Eucarística e procissão que reuniram centenas de pessoas. A missa foi presidida por Dom Edmar Peron e concelebrada pelo Padre Mario Marion Andrighetto, pároco.
Benigno Naveira e Padre Antonio Ribeiro Colaboradores de Comunicação da Região Lapa
Paróquia São José celebra 70 anos Com um tríduo iniciando no dia 5 de fevereiro, às 20 horas, na Matriz de São José, continuando dia 6, no mesmo horário, e se encerrando no dia 7 com duas missas – às 15h com bênção aos doentes e pessoas idosas e às 20h, com reflexão sobre a família –, a comunidade da Paróquia São José do Jaguaré abre as festividades do jubileu de 70 anos de criação. O ponto culminante das festividades será a solene celebração eucarística, dia 8, às 10h.
Essa celebração será presidida pelo bispo auxiliar de São Paulo na Região Episcopal Lapa, dom Julio Endi Akamine, e concelebrada pelo pároco, padre Roberto Grandmaison. Como parte das comemorações do aniversário da Paróquia, ocorre de janeiro a março, no território paroquial, as missões Missões Redentoristas, que propôe unir, ainda mais, os fiéis e a comunidade.
mingo (18) havia celebrado em sua terra natal, Maringá, seu jubileu, lembrou de sua inquietação inicial ao vir para São Paulo, mas que em poucos dias já havia se familiarizado com a nova realidade. “Hoje, no dia em que celebro 25 anos de minha ordenação sacerdotal, eu chego enriquecido com os 20 anos de padre, bem vividos na Arquidiocese de Maringá, e os cinco anos de ministério episcopal na Arquidiocese de São Paulo. É como disse o Papa Francisco, uma ‘alegria missionária’ viver o ministério ordenado”, disse dom Edmar, que concluiu: “Que a vida de cada um de nós, ministros
ordenados e todos os cristãos, seja uma doação com a alegria de quem está bem perto do Senhor, mas também testemunhando esta alegria aos mais jovens”. Ao final da celebração, o vigário geral do Belém, cônego José Miguel de Oliveira, o coordenador regional de pastoral, padre Alexandre Ferreira Santos e os funcionários do Centro Pastoral São José prestaram homenagens em nome da Região Belém a dom Edmar. O aniversariante recebeu mais homenagens no salão de festas da Igreja, onde houve uma recepção preparada pelas paróquias do Setor Tatuapé.
Lapa
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Referência no Jaguaré desde a construção do bairro, igreja cresceu com o povo e para o povo
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Santana
Diácono Francisco Gonçalves
Colaborador de comunicação da Região
Paróquia São Francisco de Paula e São Benedito tem novo pároco Diácono Francisco Gonçalves/Pascom
Padre Mauricio presta juramento a Dom Sergio durante sua posse como pároco na Paróquia São Francisco de Paula e São Benedito
Durante missa presidida, dia 24, por Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, Padre Mauricio Jose de Lima foi empossado como novo pároco da Paróquia São Francisco de Paula e São Benedito. Ele substitui o Padre Hélio Vicente Moreira.
Na cerimônia de posse do novo pároco compareceram os padres Carlos Alberto Doutel, Cândido da Costa, Fabiano de Souza Pereira, Eduardo Coelho, Hélio Moreira, Benedito Borges, Roberto Lacerda, Messias Ferreira, Dalmir
Oliveira dos Anjos e Eduardo Higashi. Padre Mauricio Jose de Lima é natural de São Paulo, capital. Preparou-se para receber o sacerdócio, na Arquidiocese de São Paulo, sendo ordenado na Catedral da Sé, em 07 de março de 2009.
Já desempenhou seu ministério, na função de vigário paroquial, nas paróquias: Jesus no Horto das Oliveiras e na Paróquia Santa Terezinha e foi Pároco da Paróquia Sagrada Família de 2011 a 2014. Colabora na Escola de Teologia para leigos, no Centro de Formação Frei Galvão e, é o Diretor Espiritual para os Vicentinos na Região Episcopal Santana. Em sua homilia, Dom Sergio destacou que o pároco é sempre o primeiro catequista da paróquia. Além da função de ensinar, tem também a missão de coordenar a paróquia, dando atenção às pastorais e santificar os fiéis, ministrando os sacramentos. Por fim, Dom Sergio relatou a bela missão que está sendo exercida pelo Padre Fabiano, presente na cerimônia, na Diocese de Castanhal/ PA, por meio de convênio entre a Arquidiocese de São Paulo e àquela diocese.
Paróquia São Sebastião festeja padroeiro A Paróquia São Sebastião (Praça Stélio Machado Loureiro - 01 - Vila Guilherme) realizou a festa litúrgica do padroeiro, dia 20, com diversas missas ao longo do dia. “A Paróquia São Sebastião está presente na cidade de São Paulo, na zona norte, sendo o mais antigo templo na cidade
Diácono Francisco Gonçalves/Pascom
da devoção desse santo querido de nosso povo durante seus 50 anos de existência”, afirmou o pároco, Padre Gil Fábio Moretto, IAM. Padre Gil organizou, precedendo a festa, uma novena com diversos temas refletidos pelos celebrantes convidados, a cada dia, e relacionados com
Dom Sergio fala na novena em honra de São Sebastião na paróquia que festeja seu padroeiro
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São Sebastião: “Seguidor de Jesus”; “Discípulo missionário”; “Gerador da vida”; “Vencedor das tentações”; “Aquele que sente com a Igreja”; “Mártir do silêncio”; “ Mártir da paz”; “Mártir da alegria” e “Somos chamados para a liberdade”. Muitas das celebrações foram presididas pelos párocos
que já passaram pela comunidade, como, os padres Antonio Silva e Adailton Costa. Antes de cada dia da novena, Padre Gil fazia a oração e benção com o Santíssimo Sacramento. Na noite da quinta - feira, dia 15, Dom Sergio de Deus Borges, bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu mis-
sa, que teve na programação da novena o título de “São Sebastião, aquele que sente com a Igreja”. Em sua homilia, Dom Sergio falou que sentir com a Igreja é deixar o coração unido ao Pai. Nesse sentido, todos os que sentem com a Igreja, não importam as dificuldades, como os mártires, são fortes, pois possuem a confiança depositada em Jesus Cristo. Ao final, Dom Sergio abençoou as chaves das casas que os fiéis portavam. No dia do padroeiro, além das missas, houve quermesses ao longo do dia proporcionando alegria aos frequentadores e ajuda às obras sociais da comunidade.
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Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
Encontro promovido pela cip no Dia da Memória das Vítimas do Holocausto clama: Genocídio, nunca mais! Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com
“Meu pai morreu no gueto, de fome. Eu sobrevivi a guerra. Sobrevivi e lembrei-me do meu juramento no campo, se caso Deus me permitisse sobreviver a guerra, contarei ao mundo a história, não somente minha, mas de todos judeus. Contarei ao mundo a eliminação física dos judeus, dos crematórios, dos fuzilamentos em massa, dos enforcamentos coletivos [...]. Estou aqui conscientizando nas escolas públicas, principalmente as novas gerações.” Com essas palavras, emocionado, Ben Abraham, sobrevivente do holocausto, contou, para uma plateia de cerca de 800 pessoas, como foi sobreviver ao campo de concentração. O seu depoimento foi dado no último domingo, 25, em evento realizado pela Congregação Israelita Paulista (CIP), para lembrar as vítimas do holocausto. Há 70 anos, no dia 27 de janeiro de 1945 as tropas soviéticas chegaram ao sul da Polônia, no campo de concentração de Auschwitz e libertaram os prisioneiros que ainda estavam vivos. A Organização das Nações Unidas (ONU), há 15 anos declarou o dia 27 como o “Dia da Memória das Vítimas do Holocausto” para lembrar todos os que morreram nos campos de concentração nazista. A historiadora professora Maria Luiza Tucci Carneiro, em entrevista ao O SÃO PAULO, destacou que ao rememorar essa data, a sociedade, de forma geral, para e pensa no significado do holocausto. “O dia de hoje nos traz a questão para pensar no perigo do racismo, do ‘negacionismo’ – ainda hoje há pessoas que negam o holocausto apesar de todos os arquivos que comprovam
Líderes de diversas religiões participam de evento promovido pela CIP no Dia da Memória das Vítimas do Holocausto
70 anos do fim de Auschwitz
Ben Abraham, sobrevivente do holocausto, conta como foi sobreviver ao campo de concentração de Auschwitz
sua veracidade - e o ‘revisionismo’ de intelectuais e acadêmicos que fazem valer sua verdade em nome da negação do holocausto”. Para professora Tucci, o Dia da Memória das Vítimas do Holocausto é uma ocasião para lembrar que 6 milhões de judeus foram assassinados pelos nazis-
tas. “Com isso você passa a ter uma dimensão do que foi o holocausto enquanto um genocídio singular. Único na história pelas dimensões que teve e principalmente por ter sido pensado, idealizado e colocado em prática pelo Estado em nome de uma nação que queria ser forte”.
Um encontro inter-religioso
No evento promovido pela CIP, estavam presentes rabinos e líderes de outras denominações religiosas. Por parte da Igreja católica, participaram do encontro os Cardeais Raymundo Damasceno Assis, presidente da CNBB,
Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, Dom Francisco Biasin, bispo da Diocese de Barra do Piraí (RJ), e o Conêgo José Bizon, diretor da Casa da Reconciliação e encarregado da pastoral do diálogo ecumênico e inter-religioso da Arquidiocese de São Paulo. Dom Odilo, em entrevista ao O SÃO PAULO, destacou que as religiões têm muito a contribuir para que momentos como o do holocausto não voltem a acontecer, passando, em primeiro lugar, de acordo com o Cardeal, a “preservar a noção da dignidade da pessoa humana, segundo a noção da justiça da ética que é inerente essencialmente a própria adoração a Deus. Não se pode de forma alguma pensar, por exemplo, fazer violência à pessoa humana em nome de Deus ou em nome da religião”. Além disso, o Cardeal destaca que “é fundamental manter viva a memória” e interessarse pelos fatos, acompanhá-los e interpretá-los à luz da história, pois “quando se esquece, não se tem a relação com o conjunto da história, a gente arrisca cometer os mesmos erros do passado, por isso para a juventude é muito importante manter viva a memoria e interessar-se pelos fatos que aconteceram”. O rabino Michel Schlesinger, destacou que “ainda vivemos em um mundo repleto de desafios, intolerâncias e preconceitos. Genocídios estão acontecendo a todo momento. Quando lembramos o holocausto, na verdade, de maneira simbólica, estamos lembrando todo tipo de perseguição que existe e contribuindo para um mundo livre dessas perseguições, um mundo de paz”. Michel acrescentou ainda que as religiões ensinam que todos os homens são filhos de Deus e tem o mesmo direito à vida e à dignidade. Para o rabino é preciso ensinar para as novas gerações que “o ódio só traz mais ódio, matança traz mais matança e que nós temos que encontrar uma maneira de ver na diversidade humana uma benção e não uma ameaça”.
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Como Paulo, Arquidiocese e cidade são interpeladas: ‘O que devo fazer, Senhor?’ Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com
No domingo, 25, a Igreja celebrou a solenidade da Conversão de São Paulo Apóstolo. Saulo, perseguidor dos cristãos, após um encontro pessoal com Jesus, vive um processo de conversão, passa se a chamar Paulo e se torna um dos principais pregadores do Evangelho e propagadores da fé cristã. Na Catedral da Sé, centenas de fiéis, renderam graças a Deus pelo testemunho deste santo que é o Patrono da Arquidiocese de São Paulo. A celebração foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, concelebrada pelo arcebispo emérito Cardeal Paulo Evaristo Arns, bispos auxiliares, padres e diáconos. Na missa, que também comemorou o aniversário da fundação da cidade de São Paulo, estavam presentes, além de fiéis e religiosos provenientes de diversas comunidades paroquiais, autoridades civis e militares, entre as quais, o prefeito Fernando Haddad acompanhado pelos secretários municipais Gabriel Chalita (educação); Eduardo Suplicy (direitos humanos); Alexandre Padilha (relações governamentais). Também marcaram presença o presidente da Câmara dos Vereadores , Antônio Donato, o vice-governador Márcio França e o ministro Gilberto Kassab, do Ministério das Cidades.
A conversão de São Paulo
Comentando a narrativa da conversão de São Paulo em Atos dos Apóstolos durante a homilia, o Cardeal destacou que a luz que Paulo vê - “uma luz tão forte” - , é a luz do encontro pessoal com Jesus Cristo ressuscitado e que tornou-se uma referência para o resto de sua vida. “A fé de Paulo não foi a conclusão de uma discussão filosófica; não foi a leitura de muitos livros e nem de muitas ideias, como bem explicou o papa emérito Bento XVI em sua encíclica Deus caritas est , mas sim do encontro com uma Pessoa: Jesus”. Paulo não percebe isso imediatamente. Como a luz que o fez cair por terra era muito forte, explicou o Cardeal, ele ficara cego, e nada via. O apóstolo então fez duas perguntas: “Senhor, quem és tu?” Quem és Tu que fala? Sobre
é uma data importante para os paulistanos. Ao contar a história da cidade, Haddad destacou que ela foi fundada por “padres jesuítas e por algumas dezenas de pessoas”, e após 461 anos, abriga 12 milhões de pessoas. “Lembrar a fundação de São Paulo é lembrar de todos aqueles que escolheram São Paulo para morar e ter sua família e se desenvolver”, afirmou. O prefeito lembrou do espírito microempreendedor dos paulistanos, destacando que, muitas vezes, esse se sobrepõe “aquilo que nos faz membros de uma comunidade” ou seja, “a ação comunitária que nos faz viver em harmonia na cidade que escolhemos”. E concluiu, fazendo um apelo: “No aniversário da cidade nós devemos reforçar os laços comunitários que nos traz a esta missa. Lembrar o que devemos fazer por São Paulo, lembrar-se de nossas obrigações para com a cidade, da educação de nossos filhos, de nossa saúde, nossa cidadania e a construção de um ambiente de paz e de fraternidade”.
Educação
Missa na Catedral da Sé, no domingo, 25, reúne centenas de fiéis na solenidade da Conversão de São Paulo Apóstolo
esta questão, Dom Odilo destacou que essa é uma pergunta que todos os homens trazem no coração. “Porque todos de uma forma ou outra, sentimos nossa pessoa, nossa consciência, nossa vida interpelada. E Quem é que nos interpela?, perguntou Dom Odilo. – Quem nos interpela e nos pede enfim? Podemos dizer, sim nossos deveres, nossa sociedade, meu cargo, meu encargo, minha tarefa me interpela, e é verdade, mas em última análise, são situações transitórias essas, e a nossa vida continua sendo interpelada e nós somos confrontados com essa voz. Quem és Tu que me interpelas, quem és Tu que me dizes para fazer o bem e não o mal; quem és tu que me pede para ser justo e não injusto? Para ser honesto e não desonesto? Para tratar bem os outros e não tratar mal? De nossa parte, somos interpela-
dos a procurar a resposta verdadeira sem nos enganarmos a nós mesmos com respostas superficiais”, concluiu o Cardeal. A outra pergunta de São Paulo: “o que devo fazer para realizar a Palavra que me interpela? Segundo Dom Odilo, essa é uma pergunta que todos devem se fazer todos os dias para serem guiados em suas decisões e fazer o que é justo e correto. São Paulo ouve uma resposta rápida: é encaminhado a uma pessoa da comunidade cristã nascente - Gamaliel - que o ajuda na caminhada e que lhe dá conselhos. É importante “ouvir o conselho das pessoas sábias, de quem nos pode ajudar a achar respostas”, concluiu o Cardeal.
O aniversário da cidade
Na segunda parte de sua homilia, o Cardeal Scherer evidenciou os objetivos dos jesuítas ao
fundarem a vila que deu origem à cidade. Segundo Dom Odilo, os missionários jesuítas desejavam construir uma sociedade humana, sem violência, em que todos pudessem conviver em paz, receber educação, ter saúde. Uma comunidade humana e cristã, na qual Deus fizesse morada. “Estamos hoje diante desta metrópole com tantos desafios. A cidade depende de muitos: dos governantes, da população, de suas organizações, da sociedade civil. Todos são chamados a trabalhar para fazer com que essa cidade seja uma cidade boa para todos os seus habitantes”, enfatizou o Cardeal.
A saudação do Prefeito Fernando Haddad
Na saudação dirigida no início da celebração, o prefeito Fernando Haddad destacou que, por várias razões, o 25 de janeiro
O recém-nomeado Secretário Municipal de Educação, Gabriel Chalita, em entrevista ao O SÃO PAULO, manifestou contentamento pelo fato de tanto o Cardeal Scherer quanto o prefeito Haddad terem enfatizado em suas falas a urgência da educação e disse considerar muito positivas as parcerias entre a prefeitura e a Igreja Católica nesse setor. “Temos que trabalhar juntos, trabalhar com os professores, ter um canal de diálogo com os educadores e com as comunidades. Contar com parcerias. A Igreja, por exemplo, tem muitas creches conveniadas que fazem um lindo trabalho”.
Inclusão
A Pastoral da Pessoa com Deficiência mais um ano se fez presente na celebração do Patrono da Arquidiocese e da cidade, dessa vez com uma novidade: intérpretes de libras e áudio transmissão via FM, possibilitando que qualquer pessoa sintonizasse a faixa e ouvisse a celebração. O coordenador da Pastoral da Pessoa com Deficiência, Carlos A. Campos, destacou que o apóstolo Paulo serve de inspiração para ele e para todos os agentes da pastoral, pois os impulsiona a desenvolver meios para que a Igreja seja mais acolhedora e inclusiva.