O São Paulo - 3422

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Jesus Eucarístico permanece conosco e dá frutos de graça e de esperança

A Arquidiocese de Olinda e Recife (PE) se diou, entre os dias 11 e 15, o 18º Congresso Eucarístico Nacional (CEN).

“Jesus deixa-nos o dom mais admirável e im pensável, o dom da sua presença real, do seu amor infinito e redentor que só Ele pode fazer

como Ressuscitado, para permanecer conosco para sempre, um alimento que nos dá vida ver dadeira e eterna”, disse, na celebração de en cerramento, o Cardeal António Marto, enviado do Papa Francisco ao congresso eucarístico.

O tema “Pão em todas as mesas” chamou

a atenção para o agravamento da pobreza e das desigualdades sociais no Brasil, e moti vou um dos gestos concretos do 18º CEN: a inauguração da Casa do Pão, com ações vol tadas à população em situação de rua.

Páginas 14 e 15

Editorial

Empenhemo-nos sempre em fazer de Jesus Cristo o Rei de nossos corações

Encontro com o Pastor

Celebração eucarística: momento mais expressivo da vida e ação da Igreja

No domingo, 20, terá início o 3º Ano Vocacio nal do Brasil, com o tema “Vocação: Graça e Missão” e o lema “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33). O objetivo central é que nas comunidades eclesiais, famílias e na sociedade haja um ambiente favorável para o despertar das vocações. Na Arquidiocese, a temática será tratada du rante todo o ano litúrgico-pastoral de 2023.

Liturgia e Vida

SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO Ano 67 | Edição 3422 | 17 a 22 de novembro de 2022 www.osaopaulo.org.br | R$ 3,00 www.arquisp.org.br
Espiritualidade
A graça faz o coração arder e a urgência da
os
a caminho ‘Reconhece que o Senhor é o Deus lá em cima no céu e cá embaixo na terra’ Página 4 Página 18 Página 21 Página 16 Páginas 8, 9 e 24 Página 2 Página 8 Página 23 Novembro Azul: diagnóstico precoce do câncer de próstata salva vidas Missão Belém reza pela paz no Haiti e auxilia população vulnerabilizada A Copa do Mundo pode ser ocasião para o exercício
missão coloca
pés
das virtudes humanas
Católicos se unem para obras de misericórdia no Dia Mundial dos Pobres
3º Ano Vocacional do Brasil: um chamado à missão a partir da vocação recebida
Páginas 12 e 13
Multidão de fiéis participa da procissão com o Santíssimo Sacramento pelas ruas da capital pernambucana, no encerramento do 18º Congresso Eucarístico Nacional, na terça-feira, 15
Comunicação 18º CEN

Encerrou-se o 18º Congres so Eucarístico Nacional, na “Terra dos altos coqueiros”, da arquidiocese de Olinda e Recife. Depois de uma prolonga da e primorosa preparação, o evento envolveu intensamente aquela Igreja local e as dioceses do Brasil, especial mente do Nordeste brasileiro.

Além das grandes celebrações de abertura e encerramento, que também tiveram a participação do Núncio Apostólico e de mais de 200 bispos de todas as regiões do País, fo ram bonitas as celebrações feitas nas paróquias daquela Arquidiocese, in clusive com primeiras Comunhões e o sacramento da Con rmação.

Parte importante do Congresso foi dedicada ao simpósio teológico, em vários atos, ao longo de três dias. Como não podia deixar de ser, os temas abordaram a Eucaristia e as diversas implicações da fé no “subli me Sacramento” e sua celebração na comunidade da igreja. Realmente, a Liturgia, sobretudo a celebração da Eucaristia, constitui o ponto mais alto da vida e da ação da Igreja e, ao mesmo tempo, a fonte da qual brota todo o seu dinamismo e e cácia. A Eucaristia é o Sacramento de Jesus Cristo com sua Igreja. Como ensinou o Papa São João Paulo II na Exorta

Eucaristia: todos somos convidados

ção Apostólica Ecclesia de Eucharis tia, do sínodo sobre a Eucaristia: “a Igreja faz a Eucaristia e a Eucaristia faz a Igreja”. A celebração eucarística é o momento mais expressivo da vida e da ação da Igreja.

Entre os aspectos abordados no simpósio teológico, teve destaque o conceito de “participação”, o que veio bem a propósito da situação e necessidade atuais: a pouca partici pação na celebração da Eucaristia na santa missa. Isso não acontece ape nas em decorrência da pandemia de COVID-19, quando as pessoas fo ram convidadas a evitar aglomera ções, inclusive nas igrejas. Nessa oca sião, com razão, era importante zelar pela saúde e se adotou a transmissão da missa pelo rádio, TV e diversas mídias, para oferecer a participação na missa, ainda que imperfeita e in su ciente. Porém, passado o risco grave da pandemia e com a vacina ção disponível a todos, muitos ainda preferem acompanhar a celebração da Eucaristia pelas mídias, mesmo estando em boas condições para fre quentar as celebrações nas igrejas.

Mesmo antes da pandemia, a par ticipação regular dos católicos na mis sa dominical já era muito baixa, não passando de 6% na cidade de São Pau lo. E não parece ser muito diferente em outras partes do Brasil. Isso revela, certamente, pouca consciência em re lação ao valor e à importância da par ticipação na missa dominical. Caberia

aqui a exclamação, parafraseando a palavra de Jesus à mulher samaritana à beira do poço de Jacó: “Se tu conhe cesses o dom de Deus!” (cf. Jo 4,10). Ah, se conhecêssemos o signi cado e o valor da santa missa! Ah, se soubes ses quem é que te convida ao encontro dominical, para estar ao redor do altar e que grande presente tens a ganhar, tu não perderias mais uma missa aos domingos!

No nal de junho, o Papa Fran cisco escreveu uma carta apostólica curta e bela sobre a beleza, a profun didade e a riqueza da celebração li túrgica, especialmente da Eucaristia. A carta tem o nome sugestivo latino de “Desiderio desideravi” (Desejei ardentemente), palavras de Jesus no início da última ceia, ditas aos após tolos: “Desejei ardentemente comer esta Páscoa convosco” (Lc 22,15). Esse convite de Jesus se refere a cada celebração da missa. Hoje somos nós os convidados a participar da ceia do Senhor, a nos unirmos a Ele, como os apóstolos na Última Ceia. Que pena! Muitas vezes nem sabemos que so mos esses “felizes convidados para a ceia do Senhor”.

O Papa, na carta apostólica citada acima, recordou os diversos aspec tos da participação da comunidade de fé, reunida para a celebração da missa. Não se trata de uma ação ape nas do sacerdote, que tem sua forma quali cada de participar, presidindo a celebração em nome de Cristo sa

cerdote e da comunidade celebrante. A primeira forma de participar é sair de casa, ir à igreja, unir-se de corpo, mente e intenção à comunidade que celebra. Participar é, antes de tudo, não estar ausente da celebração, mas tomar parte dela.

O Concílio Vaticano II fez a re forma litúrgica, justamente, para que os éis pudessem participar ativa, consciente, plena e frutuosamente da celebração litúrgica. Cada um desses quatro aspectos tem sua importân cia. A participação ativa se expressa pela presença e a adesão pessoal a cada momento celebrado, rezando, cantando, ouvindo, respondendo, fazendo silêncio, aclamando... Parti cipar de maneira consciente requer a atenção e o conhecimento dos gestos, ritos e símbolos celebrativos, para unir-se a eles com fé, louvor, adora ção, admiração. A participação plena requer que tomemos parte na cele bração inteira, e não apenas numa parte dela. A participação será frutu osa na medida de nossas disposições pessoais e interiores, sobretudo da fé na ação de Deus e na ação da Igreja no mistério celebrado.

Temos muita necessidade de vol tar às celebrações litúrgicas, que não são devoções privadas, mas ações de Jesus Cristo com a sua Igreja, da qual somos parte. Dizia o Santo Cura d’Ars: “Ah, se soubéssemos o que é a Eucaristia, não deixaríamos mais de participar da Santa Missa!”.

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NOMEAÇÃO E

Atos da Cúria

PROVISÃO DE PÁROCO:

Em 01/11/2022, foi nomeado e provisiona do como Pároco da Paróquia Nossa Se

nhora do Perpétuo Socorro, no bairro do Jardim Paulistano, na Região Episcopal Sé, o Reverendíssimo Padre Eduardo Ribeiro, CSsR., pelo período de 06 (seis) anos

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Divulgação Reprodução
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Reina em nós, Senhor! Editorial

ASolenidade de Cristo Rei do Universo, que a Igre ja nos convida a celebrar no encerramento de cada ano litúrgico, é uma devoção pensa da especialmente para o mundo mo derno. De fato, a Igreja nos propõe meditar sobre o Reinado de Cristo justamente como resposta a vários sintomas de desarmonia nas socie dades de nossos dias, com a vida pública envolvida pela densa neblina dos ódios e ressentimentos mútuos: na arena internacional, a sempre presente ameaça de novas guerras, capazes de ser mais terríveis e des trutivas que todas as precedentes (nº 11); no interior dos países, a guerra entre as classes, que, como um cân cer, carcome as forças vitais do tecido social, as rixas partidárias (...) e o de sejo do poder e da proteção de inte resses particulares (nº 12); nas famí lias, a santidade do laço matrimonial

esquecida, com um grande aumento de liberdade em matérias morais e lhos alienados de seus pais, e irmãos lutando com irmãos; na vida dos próprios indivíduos, uma inquieta ção mórbida e um espírito geral de insubordinação, que se recusa a estar à altura de suas responsabilidades, e na juventude, a destruição da pureza com a crescente imodéstia no vestir e no conversar, e com a participação em danças infames (nº 13). A civi lização cristã foi gravemente ferida, a tal ponto em que a sociedade hu mana, longe de experimentar o pro gresso de que se costumam gloriar os homens, parece regredir à ferocidade dos bárbaros (nº 15). Estas linhas foram escritas já há um século, na encíclica Ubi Arcano – e no entan to elas se encaixam como uma luva para os dias que correm...

Esse quadro poderia nos fazer sucumbir perante a tentação de de

sânimo ou de acusações mútuas –contudo nossa fé nos ensina que se Deus, em seu in nito Amor e Sabe doria, nos chamou à existência hoje, no século XXI, isso signi ca que é aqui e agora que somos convida dos a responder generosamente aos convites que Ele nos faz – a carre garmos no coração o fogo do amor de Cristo, e a incendiarmos com ele todos os caminhos da terra.

Na Santa Missa de Cristo Rei do ano passado, o Papa Francisco co mentava sobre a leitura da profecia de Daniel, que viu o Senhor vindo no meio das nuvens, durante a noite (cf. Dn 7,13): “Deus vem durante a noi te, por entre as nuvens muitas vezes tenebrosas que se acumulam sobre a nossa vida”. O Santo Padre convi dava os jovens a “ter olhos lúcidos mesmo no meio das trevas, [e] não cessar de procurar a luz no meio das trevas que muitas vezes trazemos

no coração e vemos ao nosso redor. Levantar o olhar da terra, na dire ção do alto, não para fugirmos, mas para vencermos a tentação de per manecer deitados nos pavimentos dos nossos medos. Este é o perigo: que nos dominem os nossos medos. Não quemos fechados nos nossos pensamentos a chorar a nossa sorte. Levanta o olhar, levanta-te: este é o convite”.

Por mais confusão, por mais rixas e crises que vejamos à nossa volta, empenhemo-nos, então, em fazer de Cristo o Rei de nossos corações – e teremos dado o primeiro passo, mui to real e concreto, para “consertar” o mundo. Santa Teresa de Calcutá, quando interrogada por um jorna lista sobre qual seria a primeira coisa que ela reformaria na Igreja, se tives se a autoridade, deu uma resposta que bem serve para nós: “Eu refor maria... a mim mesma!”.

Opinião

O tempo da misericórdia e a salvação da cultura

MARCELO CYPRIANO MOTTA

Uma renovada pastoral da Igreja para o anúncio da misericórdia, em torno do método hermenêutico-pe dagógico “tempo-culto-cultura”, permite um olhar em profundidade para o Terceiro Milênio, sobretudo a partir desta palavra de Cristo antes de sua Ascensão e do Pentecostes: “Não compete a vós conhecer os tem pos [chronoi] e os momentos [kairoi] que o Pai xou... mas recebereis uma força [dynamis], a do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis mi nhas testemunhas... até os con ns do mundo” (At 1,7-8). Também no eixo pascal da Ascensão-Pentecos tes, a Evangelii gaudium encontrou a “centralidade do querigma” (EG 165), desenvolvendo os números 19, 160 e 259 referentes ao mandato missioná rio do Senhor de batizar “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19-20) e à efusão do Espírito sob o simbolismo do “fogo” (cf. At 2,34): “O querigma é trinitário. É o fogo do Espírito que se dá sob a forma de línguas e nos faz crer em Jesus Cris to, que, com sua morte e ressurreição, nos revela e comunica a misericórdia in nita do Pai” (EG 164).

Esta fórmula do Papa Francisco se insere na ideia de que “os tempos e os momentos” constituem o plano trinitário da salvação: a realização na história – e, portanto, na cultura – do

Desígnio eterno de amor e in nita misericórdia, isto é, a economia do mistério de Cristo ou, no “tempo” da Igreja, a economia sacramental, para que a existência cristã, de acordo com o querigma, manifeste a unidade do mistério da misericórdia, como mis tério acreditado, celebrado e vivido (cf. Catecismo da Igreja Católica, CIC 1066-1068 e 2558). É a via pulchritu dinis (EG 167) – a “admiração” diante do mistério da economia como cami nho de salvação –, indicada por Fran cisco em homilia no recente Consis tório (30/08/2022), à qual remeto o leitor. Trata-se sempre da dynamis do

Espírito, na qual também se renova, com “símbolos eloquentes”, a inicia ção mistagógica (EG 166).

Daí que a celebração memorial da Divina Misericórdia – no tempo místico da Oitava da Páscoa – tor na-se um lugar teológico da cate quese querigmática e mistagógica, e da “via da beleza” com seus “novos sinais, novos símbolos”. O Domingo da Misericórdia, no plano orgâni co-progressivo da salvação, de ca ráter eminentemente temporal, é a esperança de uma profecia cultural da misericórdia, como dynamis do Espírito para o testemunho cristão

ordenado à “inculturação da fé e à salvação da cultura”, pois a cultura está em “situação escatológica”; a cultura “não pode ser salva senão se associando ao repúdio do mal”; e “a cultura é o lugar em que o homem e o mundo são chamados a se encon trar na Glória de Deus” (cf. Fé e In culturação, II, 28 e 30).

Para isso, concorre uma teologia dos sinais dos tempos, ao buscar dis cernir, quanto aos desígnios divinos, a relação interna entre os “sinais/sím bolos” e “os tempos e os momentos”, especialmente os kairoi, que designam eventos ou mesmo um tempo favo rável, oportuno; nesse sentido, a re cepção do Domingo da Misericórdia na Igreja, no início do novo milênio, pode representar o advento de um “tempo do culto e da cultura da mise ricórdia”, com o aprofundamento do “cristocentrismo” na perspectiva do “tempo”. A Misericórdia – já ensinou São João Paulo II – é o “limite impos to ao mal”, portanto, uma cultura da misericórdia é sua própria salvação, e, no aspecto histórico, social e po lítico, a única capaz de manter todas as diferenças das pessoas humanas “juntas simbolicamente” (syn-ballein) e não “fragmentadas diabolicamente” (dia-ballein).

MarceloCyprianoMotta,advogado, contempladocomaMedalha“SãoPauloApóstolo”

4 | Ponto de Vista | 17 a 22 de novembro de 2022 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
As opiniões expressas na seção“Opinião”são de responsabilidade do autor e não re etem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO
Arte: Sergio Ricciuto Conte
no Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP.
2018,atuana“PromoçãodaCulturadaMisericórdia”

Fé e Cidadania Comportamento

A esterilização de adolescentes e mulheres pobres se tornou ‘política’ de saúde pública

CRISLEINE YAMAJI

Nas obras de misericórdia da Igreja Católica realizadas no centro de São Paulo, temos encontrado adolescentes e mu lheres pobres e vulneráveis com implantes contraceptivos hor monais em seus braços, resulta do de um grande esforço da rede pública de saúde em oferecer -lhes, proativa e gratuitamente, esse implante para prevenção à gravidez, considerada indesejá vel pelo nosso setor público de saúde.

O esforço parece ser resulta do de uma política bem articula da dos últimos governos muni cipal, estadual e federal, os três com competência concorrente em matéria de saúde pública.

Nas três esferas, editaram-se lei, decreto e portaria para tornar abundante e ativa a oferta desse implante contraceptivo para o controle da natalidade de adoles centes e mulheres pobres.

O implante Implanon NST, da marca Schering-Plough, ca racteriza-se por um pequeno bastão inserido em um dos bra ços dessas adolescentes e mulhe res pobres para liberação de um hormônio etonogestrel (68mg), uma espécie de implante anti concepcional subdérmico de progestênio isolado, de alta e cá cia contra a gravidez, substituível a cada três anos.

As adolescentes pobres em si tuação de rua e favela nos relatam em nossos encontros que nem se quer precisam do consentimento de suas mães e que a campanha é feita ativamente para sua pro

teção e para sua liberdade, como lhes explicam agentes de saúde, os quais incentivam inteiros núcleos familiares de mulheres e meninas pobres a voluntariamente inseri rem o implante.

O interessante é o discurso bem articulado da liberdade, principalmente sexual, da pro teção à saúde e da oferta de um método efetivo de planejamento familiar, especialmente a pes soas pobres. A maioria dessas adolescentes e mulheres não sabe dizer, em nossos encon tros, quais são os riscos ou efei tos colaterais a que se sujeitam, ainda mais com sua promiscui dade precoce e seu uso de dro gas e álcool constante, somados à enorme carga hormonal. Elas mal conseguem sonhar um fu turo para si, quanto mais para sua família. Só cam tranquilas porque o setor público realmen te lhes garante o afastamento da gravidez indesejada.

Espanta pensar que uma adolescente de classe média alta não pode fazer uma tatuagem ou colocar um piercing ou um segundo brinco sem a autoriza ção de sua mãe, mas, se pobre, a adolescente pode voluntaria mente consentir sua esteriliza ção, com toda essa orientação direcionadora do seu consenti mento pelo setor público.

Muito se fala da liberdade sexual feminina e planejamen to familiar, mas essas adoles centes pobres são incentivadas, pelo Estado, a reforçar padrões e comportamentos de seu meio, imersas em uma pobreza não só econômica, em um ciclo vicio

so em que o Estado brasileiro pouco atua para mudar. Nada têm ou tiveram de um efetivo planejamento familiar, de uma educação sexual adequada, de um acompanhamento contínuo e qualitativo de sua saúde com exames periódicos após a im plantação do bastão hormonal, de um acompanhamento efetivo para sua proteção contra a explo ração, abuso e violência sexual nos meios em que vivem ou de uma prevenção adequada con tra doenças sexualmente trans missíveis. Nada têm de sonhos de futuro em meio a drogas, ex ploração e miséria. Mais do que proteção à saúde e à liberdade de adolescentes e mulheres pobres, todo esse esforço atual do setor público de saúde brasileiro pa rece iniciativa de esterilização e controle de natalidade de pobres, política pública higienista, dis criminatória e classista.

Passadas as eleições, chegou a hora de exigirmos de nossos governos uma postura efetiva de fraternidade social, como nos ensina o Papa Francisco na encíclica Fratelli tutti, o que in clui acabar com essa cultura do descarte e tutelar efetivamente os mais pobres, com oferta de saúde, educação, moradia e tra balho, para que cada uma dessas adolescentes e mulheres vulne ráveis tenham, no futuro, condi ções de dar um consentimento sem máculas, uma verdadeira li berdade e dignidade para decidir sobre suas vidas.

CrisleineYamajié advogada, doutora em Direito Civil e professora de Direito Privado. E-mail: direitosedeveresosaopaulo@gmail.com

Você Pergunta

Recebi a seguinte dúvida da Maria Aparecida, aqui de São Pau lo: “Padre, quando a gente reza e não tem mais ânimo, o que fazer?”.

Maria Aparecida, eu não en tendi bem sua pergunta. Não sei se você reza, mas não consegue a graça e ca desanimada. É isso?

Ou será que você reza e não sente nada? O que você quer dizer com não ter mais ânimo?

Em todo caso, deixe-me dizer que os grandes santos da Igreja, todos eles, experi mentaram aquela sensação de que nada muda. Outros viviam uma frieza espiritual que doía no coração.

Eu penso que devemos orar sempre, sem desanimar, pois não existe oração que não chegue a Deus.

Assim, minha irmã, mesmo sem a resposta imediata de Deus, mesmo não sentindo Deus pre

sente em sua prece, mesmo com aquela sensação de que Deus não se interessa por nós, oremos sempre! Você vai ver que, quan do a gente menos espera, a graça chega.

Ô, minha irmã! Viva intensa mente. Você é amada por Deus. En m, cuidado, muito cuidado, minha irmã. Não caia no erro de confundir fé com sentimento, com emoção. Ore! Apenas ore. E espere. Deus tarda, mas não falta!

Deus e a religião após as eleições: mea culpa!

Passados alguns dias do m da eleição, queria discutir sobre o lugar de Deus e da religião no cenário pós-eleito ral. Verdade seja dita: desde a redemocratização do País, esta foi a campanha em que a religião foi mais vicejada no espectro partidário, deixando severas sequelas, não tanto para Deus ou para a religião, mas para aqueles que creem em Deus.

Entre as sequelas, uma difícil argumentação sobre a onipotência divina. Candidatos foram apresentados por ministros religiosos como emissários de Deus, paladinos dos valores religiosos, arautos do Evangelho. Findado o pleito, alguns não foram eleitos. Aos operadores do sa grado, aos hermeneutas do divino, impõe-se agora a ne cessidade de explicar como um Deus que tudo pode não elegeu aquele que a rmavam ser o Seu escolhido. Se não for possível uma resposta lógica, cabe aprender que nem sempre as nossas convicções político-partidárias podem ser travestidas de ideias teológicas, imputadas a Deus. Não podemos impor a nicho religioso qualquer que seja – particularmente ao cristão – outro messias que não aquele que foi cruci cado em Jerusalém.

Outro ponto é a credibilidade dos homens que falam em nome de Deus. Alguns ministros identi caram o pro jeto do Reino – que é de Deus – com os objetivos de gu ras políticas. Essas personagens capitalizaram esse apoio e, muitas vezes, instrumentalizaram denominações religiosas inteiras. Aquelas que não foram em sua totalidade coop tadas, cindiram. Criaram irreconciliáveis divisões. Con fundir o projeto de Deus com um propósito eleitoral não é uma novidade na história do Cristianismo ou de outras re ligiões. Igualmente antiga é a ciência de que, todas as vezes que essa aproximação se deu de forma escusa, quem mais perdeu foi a Igreja, ora em sua credibilidade, bem como dos seus ministros, ora em sua capacidade de ser el ao Evangelho. Uma vil aproximação da política, eivada de in teresses escusos, nunca será o caminho que qualquer Igreja deveria trilhar para cumprir sua missão.

Igualmente foram postos em xeque o valor e o teor de muitas pregações. Falas e discursos que eram ver dadeiros panegíricos foram desfraldados em púlpitos, virtuais ou digitais, em favor de um ou outro candidato, nem sempre alinhados com uma interpretação acura da acerca de Deus ou da Igreja. Deve-se dizer que não é ilícito elogiar alguém. Contudo, do ponto de vista da fé – particularmente cristã –, é impossível suster algumas posições. Assim, será natural que, doravante, muitos po nham em dúvida o valor da pregação de muitos oradores sacros. Pairará, ainda por muito tempo, a suspeita sobre qualquer discurso religioso e a qual interesse ele toca. O problema não é o discurso em si, mas a quem ele serve e quem ganha a partir dele. Por longo tempo, gozaremos de um olhar descon ado, cético e, por vezes, preconcei tuoso contra as Igrejas e suas pregações.

Urge neste momento um reconhecimento das faltas cometidas. Não apenas um mea culpa de alguns líderes religiosos, mas, sim, para muitos que vivem a fé, assumir um grande erro: alguns instrumentalizaram a religião que diziam defender, causando muito mal aos que cre em e reforçando preconceitos e anacronismo imputados aos que professam uma fé sincera. Convém recompor – embora Ele não precise – a credibilidade de Deus. Os ministros do culto são intérpretes de Deus. Necessitam de mediações hermenêuticas claras para, concretamente, interpretarem seus desígnios no mundo. Não é possível falar apenas a partir de conveniências particulares ou de interesses escusos sobre qual é ou seria a vontade de Deus em nossos tempos.

Reuberson Ferreiraé sacerdote católico, missionário do Sagrado Coração. Mestre e doutorando emTeologia pela PUC-SP.

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O que fazer quando o desânimo domina o nosso ser?
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Mostra cultural recorda os protagonistas negros no bairro da Bela Vista

No mês em que se celebra o Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, a Pastoral Afro da Paróquia Nossa Senho ra Achiropita programou uma mostra cultural.

Aberta no sábado, 12, pelos Padres Antônio Sagrado Bogaz, Pároco; José Enes de Jesus, Assistente Eclesiástico da Pasto ral Afro da Arquidiocese; e Luiz Fernando Oliveira, Capelão da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, a mostra intitulada “Da consciência ao legado: tra jetória de protagonistas negros no Bexiga” acontece no memorial Achiropita-Orione. É também motivada pelas descobertas ar queológicas na Bela Vista, que con rmam a presença ancestral dos africanos no Qui lombo do Saracura, abrigado na região onde hoje se localiza o bairro.

Reunindo

ram pelo bairro, e que deixaram legados signi cativos.

A mostra dá destaque ao Padre Toni

nho, à criação da Pastoral Afro e às pes soas que conviveram com ele, enfocando importantes contribuições que impacta ram a herança cultural do bairro: a ca poeira de Mestre Ananias; a arte plástica de Emanuel Araújo, criador e diretor do Museu Afro; a tradição do samba da escola de samba Vai-Vai; a presença de religiosos negros da Paróquia Nossa Senhora Achiropita; a atuação da matriz africana do bairro, na pessoa do dignatá rio Pai Francisco, entre outros.

Além da exposição temporária, a programação das comemorações con templa rodas de conversa, palestra e lan çamentos de livros.

A mostra acontece no Memorial Achi ropita-Orione, na Rua Treze de Maio, 432, Bela Vista, aos sábados e domingos, até 4 de dezembro, das 10h às 12h e das 14h às 17h, mediante agendamento pré vio pelo telefone (11) 3106-7235.

6 | Regiões Episcopais | 17 a 22 de novembro de 2022 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
[LAPA] No dia 6, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Setor Leopoldina, 111 crianças receberam o sacramento da Eucaristia pela primeira vez. Dada a quantidade de crian ças, elas foram divididas em dois grupos e a celebração foi feita em missas distintas: a primeira delas presidida pelo Padre Tarcísio Justino Loro, Pároco, e a outra, pelo Padre Messias de Moraes Ferreira, Vigário Paroquial (foto). (por Benigno Naveira) [IPIRANGA] Dom Ângelo Ademir Mezzari, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, presidiu missa na Capela Nossa Senhora das Graças, pertencente à Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Arapuá, Setor Anchieta, no sábado, 12. Concele brou o Padre João Paulo Rizek, Pároco. (por Pascom paroquial) [BELÉM] No domingo, 13, um grupo de nove jovens e adultos recebeu o sacramento da Con rmação pelas mãos de Dom Cícero Alves de França, na Paróquia São Pedro Após tolo, na Mooca. Concelebrou o Padre Jesus Andrade da Silva, Pároco. (por Fernando Arthur) [BELÉM] No sábado, 12, Dom Cícero Alves de França presidiu missa na Paróquia Nossa Senhora da Glória, na Vila Bela, durante a qual conferiu o sacramento da Cris ma a 18 jovens e adultos. Concelebraram os Padres Josafat Vozivoda, OSBM, Pároco, e Estefano Wonsik, OSBM. (por Fernando Arthur) [SÉ] No sábado, 12, na Paróquia Nossa Senhora de Casaluce, Setor Brás, após dois anos de suspensão em decorrência da pandemia, houve a retomada da tradicional Festa das Crianças, evento destinado às famílias atendidas pela Pastoral da Criança paroquial. Cer ca de 400 pessoas brincaram, comeram e se divertiram com as atrações, que contaram também com apresentações culturais de danças típicas bolivianas e brasileiras, como o salay de Cochabamba e o carimbó. (por Pascom paroquial) [SÉ] No domingo, 13, na Paróquia Assunção de Nossa Senhora, Dom Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, conferiu o sacramento da Crisma a 81 jovens e adultos. Concelebrou o Padre Juarez de Castro, Pároco. (por Sidnei Cunha)
fotos, painéis e objetos, a exposição conta a história de persona lidades negras que viveram ou transita
Cida Godoy Pascom paroquial Ernesto Valdemar Moraes Sidney Cunha Pascom paroquial Fernando Arthur Fernando Arthur

Membros das equipes de liturgia paroquiais participam de formação

Aconteceu, nos dias 8 e 9, no audi tório da Livraria Paulinas, na Vila Ma riana, a segunda formação litúrgica do ano, destinada especialmente às equi pes de liturgia paroquiais da Região Sé, com a presença aproximada de 60 participantes.

O tema estudado foi a carta apostólica do Papa Francisco Desiderio desideravi, com a assessoria do Padre Helmo Cesar

BELÉM

Faccioli, Assessor Eclesiástico da Pastoral da Liturgia da Região Sé.

No primeiro dia, a atividade contou, ainda, com a presença de Dom Rogério Augusto das Neves, que fez a acolhida dos participantes, exortando-os a realizar uma ótima liturgia em suas paróquias.

Está agendada para 14, 15 e 16 de fevereiro de 2023 a próxima formação, cujo tema proposto é “Exéquias”, ainda a ser aprovado em reunião da equipe, que contará com a participação do Bispo Au xiliar da Arquidiocese na Região Sé.

No Aricanduva, Capela Santo Eduardo é reaberta aos fiéis

No domingo, 13, a Capela Santo Edu ardo, no Aricanduva, foi reaberta aos éis, após se manter fechada por quase um ano, período em que sofreu invasões e viola ções. Por esse motivo, a celebração de re abertura contou com um ato de desagravo e foi presidida por Dom Cícero Alves de França e concelebrada pelo Padre Luis Gutierrez Pardo, Pároco da Paróquia Me nino Deus, responsável pela Capela. Na homilia, o Bispo Auxiliar da Ar

quidiocese na Região Belém ressaltou as leituras dominicais e as relacionou com a reabertura da comunidade. “A Eucaristia que estamos celebrando nesta Comu nidade Santo Eduardo tem por grande missão restaurar aquilo que é a comu nidade cristã, retomar as celebrações”, a rmou. A nal, “precisamos da Igreja para chegarmos à salvação”, disse, frisan do que “ninguém se salva sozinho, mas em comunidade”, pois “a Igreja é sinal” e, muito mais do que o espaço, é a co munidade daqueles que creem em Jesus Cristo.

tas di culdades. Portanto, precisamos facilitar que as pessoas tenham acesso à Eucaristia”, concluiu, motivando os éis.

[LAPA] Na Cúria regional, no dia 9, acon teceu a reunião das secretárias e secretários das paróquias da Região, com a participa ção do Padre Antônio Francisco Ribeiro, As sistente Eclesiástico da Pastoral das Secre tárias da Região, que apresentou a equipe da OrgSystem, a qual deu uma formação sobre os procedimentos para a utilização do sistema contábil e pastoral adotado na Arquidiocese.

[LAPA] Na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, Setor Pirituba, todas as quar tas-feiras, às 20h, acontece a reunião do grupo de oração Homens do Terço, com a participação de mais de 100 pessoas. (por Benigno Naveira)

Naveira)

[SANTANA] No dia 8, na Paróquia Nos sa Senhora da Candelária, aconteceu a formação sobre o Conselho Missionário Paroquial (Comipa), voltada aos conse lhos pastorais das paróquias do Setor Vila Maria. Participaram padres que atuam no Setor e membros da equipe do Conse lho Missionário Arquidiocesano (Comiar) que atuam na Região. (por Sandra Alves)

[SÉ] Os éis da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Jardim Paulista no, Setor Jardins, se reuniram no sábado, 12, no Parque Villa-Lobos, para viver mo mentos de espiritualidade e confraterni zação. A direção espiritual foi feita pelo Padre José Eduardo Naves, CSsR, que iniciou a reza do Terço e deu a bênção nal. Para participar nas próximas vezes ou obter mais informações, basta entrar em contato pelo telefone (11) 3083-0033, no horário comercial, ou pelo WhatsApp (11) 99821-4141. (por Pascom paroquial)

IPIRANGA

18º CEN inspira atividades a ministros extraordinários da Sagrada Comunhão

Em consonância com o 18º Con gresso Eucarístico Nacional (CEN), concluído no dia 15, em Recife (PE), os ministros extraordinários da Sagrada Comunhão (MESC) da Região Ipiranga participaram de diversas atividades.

No dia 8, estiveram reunidos de for ma on-line para uma formação sobre o tema do Congresso Eucarístico, “Pão em todas as mesas”, ministrada por Dom Ân gelo Ademir Mezzari, RCJ. Na quinta-fei ra, 10, o Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora Aparecida, no Ipiranga, os aco lheu para rezarem juntos a Hora Santa, conduzida pelo coordenador dos MESC na Região, o Diácono Anivaldo Blasques.

[BRASILÂNDIA] No domingo, 13, na Paróquia São Luís Maria Grignion de Mon fort, no Jardim Rincão, Setor Jaraguá, sete adultos, pertencentes à matriz paroquial e à Comunidade Santo Antônio, receberam o sacramento da Eucaristia pela primeira vez. A missa foi presidida pelo Padre Ser gio Antônio Bernardi, CRL, Pároco, e con celebrada pelo Frei Fernando Bezerra, OC.

(por Patrícia Beatriz Lopes)

Concluindo as atividades, no sába do, 12, no Santuário da Mãe Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt, em Ati baia (SP), os MESC participaram de um momento de espiritualidade e formação, conduzido pelo Padre Rodrigo omaz, Vigário Paroquial da Paróquia Imacula da Conceição.

Ao nal do encontro, houve a missa presidida pelo Bispo Auxiliar da Arqui diocese na Região Ipiranga e concele brada pelos Padres Anderson Pereira Bispo, Assessor Eclesiástico dos MESC regional; Israel Mendes Pereira; José Lino Mota Freire; Orestes Monteiro de Melo, OSJ; e Rodrigo omaz, e pelo Frei José Maria Mohomed Júnior, Coor denador de Pastoral regional, assistidos pelo Diácono Anivaldo Blasques.

[BRASILÂNDIA] No sábado e no do mingo, 12 e 13, aconteceu o 1º Encontro Bom Pastor, voltado a casais em segunda união, na Paróquia São Luís de Montfort, Setor Jaraguá. A atividade contou com a presença do casal coordenador regional da Pastoral Familiar, Ronaldo e Rosana. A missa de encerramento foi presidida pelo Padre Sergio Antônio Bernardi, CRL, Pároco.

(por Patrícia Beatriz Lopes)

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(por Benigno [BRASILÂNDIA] No domingo, 13, aconteceu a missa em ação de graças pelos 32 anos da Pastoral da Criança da Paróquia São Luís de Montfort, no Jardim Rincão, Setor Jaraguá, presidida pelo Padre Sergio Antônio Bernardi, CRL, Pároco. Implantada em novembro de 1990, tanto na matriz paroquial quanto na Comunidade São Francisco de Assis, a Pastoral conta agora com mais duas colaboradoras, após um período de formação e preparação. (por Pascom paroquial) KAREN
“Estamos aqui, exatamente, para di zer que a Igreja precisa se encarnar neste bairro, nesta realidade, mesmo com tan
Ruy Halasz
Pascom
Fernando Arthur
paroquial

‘Dia de Ação Caritas ’ reforça a atenção a quem mais precisa na Região Lapa

No domingo, 13, na Paróquia São José, Setor Pirituba, a Caritas Arquidio cesana de São Paulo, por meio do núcleo regional da Lapa, promoveu o “Dia de Ação Caritas”, em sintonia com o Dia Mundial dos Pobres, celebrado por toda a Igreja naquela data, com o tema “Jesus Cristo fez-se pobre por vós”.

O evento se iniciou com uma missa presidida pelo Frei Sérgio Peres de Pau la, OAR, Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, Setor Leo poldina, assistido pelo Diácono Antônio

Entre

17h,

radores voluntários à comunidade, como palestras, assistência social, assessoria jurí dica, nanceira e contábil. Houve também a atuação de nutricionistas, psicólogos, manicures, cabeleireiros, esteticistas, en fermeiros e dentistas, além de membros do Conselho Tutelar e do CredPaz. A Car retinha do Banho, da Paróquia São Fran cisco de Assis, possibilitou que as pessoas que vivem nas ruas pudessem fazer sua higiene corporal com dignidade.

O Dia Mundial dos Pobres foi insti tuído pelo Papa Francisco, em 2016, na conclusão do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, e celebrado pela pri meira vez em 2017.

Múltiplas ações solidárias acontecem na Região Ipiranga

No âmbito da Região Ipiranga, o Dia Mundial dos Pobres, celebrado no do mingo, 13, foi lembrado com uma ação social e uma live. A Caritas Arquidiocesa na de São Paulo, por meio de seu núcleo na Região Ipiranga, e em parceira com o Lions Clube, montou a estrutura para fazer exames optométricos nas crianças e adolescentes atendidos no CEI São Bernardo e no CCA Santo Agnelo, loca lizados na Vila Liviero e presididos pelo Padre Pedro Pereira dos Santos, Pároco da Paróquia Santo Antônio, na Vila Ca rioca, Setor Ipiranga.

Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, esteve no local para conversar e agradecer aos voluntários e aos funcio nários do CEI e CCA, acompanhado do Diácono Feliciano Bonitatibus, coorde nador do Núcleo Regional da Caritas. Rebeca Medeiros, o almologista vo luntária, lembrou que é importante fazer o exame ocular o mais cedo possível. “Quanto antes diagnosticarmos qual quer problema, mais assertivo é o trata mento”, a rmou. Dos 145 atendidos na quele dia, 66 foram diagnosticados com a necessidade do uso de óculos.

Na live, foram apresentadas duas obras sociais presentes na Região: a As

sociação Amparo Maternal, que acolhe gestantes e mães em vulnerabilidade so cial, e a CEI São Francisco de Assis, coor

Espiritualidade ‘Corações ardentes, pés a caminho’

amor o que Ele nos diz: “Hoje esta rás comigo no paraíso” (cf. Lc 23,42). Nosso Senhor veio para servir, se doar totalmente aos outros, para salvá-los. Eis a sua realeza, pela morte de Cruz é vitorioso, é nosso Rei.

que “chamou e enviou os que ele mesmo quis”. É à luz do mistério de Cristo que cada pessoa compreende sua identidade, chamado e missão, e a Igreja encontra a sua vocação e missão.

denada pelas Irmãs Franciscanas Angeli nas, que atende crianças de 4 e 5 anos, no bairro de Heliópolis.

Celebramos, com fé e espe rança, a Solenidade de Nos so Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. É o último domingo do Ano Litúrgico, estamos a caminho do encontro com Jesus, que virá como Rei e Senhor da vida e da história. A força da realeza de Cristo está no amor, sem limites, na justiça e misericórdia, no perdão e no serviço. Como diz o bom ladrão no Evangelho: “Jesus, lembra-te de mim quando co meçares a reinar”. E acolhemos com

Nesta Solenidade de Cristo Rei, ini cia-se na Igreja do Brasil o 3º Ano Voca cional, que vai até a mesma Solenidade do ano próximo, 26 de novembro. Somos chamados, neste período, a rezar, re etir e aprofundar o tema “Vocação: Graça e Missão”. O lema deste Ano Vocacional “Corações ardentes, pés a caminho” (Lc 24,32-33) nos recorda os discípulos de Emaús. Muito bela esta perspectiva, pois a graça faz o coração arder e a urgência da missão faz os pés se colocarem a ca minho. Aqui podemos compreender nossa vocação e missão, pois sua ori gem, centro e meta é a pessoa de Jesus Cristo, aquele que chama e envia. O Ano Vocacional será iluminado pelo texto de Mc 3,13-19, em que encontramos Jesus,

O objetivo principal deste 3º Ano Vocacional é promover a cultura voca cional nas comunidades eclesiais, nas fa mílias e na sociedade, para que possam ser ambientes favoráveis ao despertar de todas as vocações, como verdadeiro dom e graça, na missão, a serviço do Reino de Deus. Muitos meios e iniciati vas podemos assumir para alcançar este objetivo tão fundamental para a Igreja, na riqueza, diversidade e complemen taridade das vocações; antes de tudo, a oração pelas vocações com o com promisso pessoal, familiar e comunitá rio, e de promovê-las na Igreja. Somos chamados a cultivar uma sensibilidade vocacional e aprofundar a temática teo lógica do signi cado da graça e da mis são, que ajude no despertar e discernir

vocacional. Eis a vocação fundamental de batizados, chamados a ser discípulos missionários: um autêntico caminho de santidade. Somos também convidados a ter um olhar amoroso pelos adolescen tes e jovens e acompanhá-los, de modo personalizado, e que seja favorecido o seu projeto de vida, o discernimento da vocação, e sustentá-los em seu protago nismo e serviço generoso. Neste contex to, então, o Ano Vocacional nos pede para valorizar e promover ainda mais a vocação familiar, a vida consagrada, nas suas diferentes formas, e o ministério ordenado.

Sabemos que a vocação nasce de uma família e comunidade orante. O convi te é para toda a nossa Arquidiocese de São Paulo: “Corações ardentes, pés a caminho”. Vamos viver e celebrar inten samente este Ano Vocacional. E que o Senhor da Messe nos conceda boas, san tas e numerosas vocações para o bem de todo o povo de Deus.

8 | Dia Mundial dos Pobres/Fé e Vida | 17 a 22 de novembro de 2022 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
DIA MUNDIAL DOS POBRES NA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO
BENIGNO Geraldo de Souza. Em seguida, houve a apresentação do Coral Núcleo Convi vência do Idoso (NCI Aspromatina). as 9h e as mais de 700 pes soas participaram dos atendimentos de serviços gratuitos realizados pelos colabo DOM ÂNGELO ADEMIR MEZZARI, RCJ BISPO AUXILIAR DA ARQUIDIOCESE NA REGIÃO IPIRANGA Benigno Naveira Kaen Eufrosino

[LAPA] A Pastoral do Resgate da Paróquia São Francisco de As sis foi às ruas na noite do sábado, 12, com a carretinha do banho. Além do banho restaurador e troca de roupa, foi oferecida a oportunidade de cada atendido se barbear, cortar unhas e o ca belo, antes de receber o jantar, preparado por voluntários. Músi cas e diálogos com os “irmãos da rua” marcaram a atividade.

(porRedação)

o cinas de arte, música, produção de

caratê, bem como atendimentos

Ocorreram também

áreas

psicológica e

pele,

[LAPA]

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VEJA
FOTOS
#DiadosPobresArquiSP
[BELÉM] No domingo, 13, no Dia Mundial dos Pobres, como uma ação de solidarie dade para marcar a data, a Paróquia São Miguel Arcanjo, na Mooca, realizou um almoço para as pessoas em situação de rua. O evento contou com a presença de Dom Cícero Alves de França, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, e do Padre Júlio Lan cellotti, Pároco e Vigário Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua. Servido a dezenas de pessoas, o almoço foi animado com música e arte, promovidas pela rede de artistas Palhaços sem Fronteiras. (por Fernando Arthur)
MAIS
NAS REDES SOCIAIS [SÉ] No domingo, 13, a missa na Paróquia São Francisco, na região central, recordou os trabalhos dos franciscanos em prol das pessoas mais pobres, e foi momento de gratidão a todos que se abrem à partilha com os que mais precisam. Foi destacado o trabalho realizado pelo Serviço Sefras - Ação Social Franciscana. (por Redação) [SANTANA] No sábado, 12, na Paróquia Sagrada Família, na Região Santana, aconteceu o “Dia da Cidadania”, em uma ação conjunta do núcleo regional da Caritas Arquidiocesana de São Paulo, Centro de Educação São José e outros voluntários no contexto do Dia Mundial dos Pobres. Foram realizadas sabão, limpeza de capoeira, nas jurídica, serviço social. palestras sobre orientação para confecção de currículo e cuidados com a saúde. Aos participantes foram entregues 200 kits com lanches. (por Pascom Santana) [SANTANA] No domingo, 13, no contexto do 6º Dia Mundial dos Pobres, foi oferecido um café da manhã especial na Basílica de Sant’Ana às pessoas em situação de rua. Dia riamente, este café é servido, graças à solidariedade de muitas pessoas. (por Redação) [BRASILÂNDIA] Na Paróquia Nossa Senhora das Dores, no Setor Jaraguá, em uma das missas do domingo, 13, no Dia Mundial dos Pobres, houve um momento de ação de graças pelos trabalhos realizados pela Pastoral Social e a equipe da cozinha que mensalmente preparam marmitex que são distribuídas a pessoas em situação de vulnerabilidade social. (por Redação) [SANTANA] No domingo, 13, em frente à matriz da Paróquia Santa Terezinha, no Setor Jaçanã, foi montada uma grande mesa da partilha, sendo servido café da manhã com bolos, lanches, achocolatado e café com leite. A iniciativa bene ciou cerca de 300 pes soas e foi conduzida pela Pastoral Social paroquial. (por Redação) [BELÉM] O Projeto Solicitude do Instituto Redenção e a Paróquia Jesus Ressuscitado realizaram, no domingo, 13, por ocasião do Dia Mundial dos Pobres, a construção de uma casa para uma família em situação de extrema pobreza. A iniciativa contou com a presença de dezenas de voluntários e centenas de apoiadores, além dos Freis Jaime Sória, OSA, e Pedro Félix, OSA. (por Redação) No domingo, 13, os éis da Comunidade Nossa Senhora Aparecida, a qual é pertencente à Paróquia Santa Luzia, visitaram o Abrigo Estrela da Manhã, levando do ações e café da tarde em ação pelo Dia Mundial dos Pobres. (por Redação)
Vitor Pacheco Pascom paroquial Pascom paroquial Pascom paroquial Pascom paroquial Pascom paroquial Pascom paroquial Pascom Comunidade Shalom Pascom paroquial Pascom paroquial
[BRASILÂNDIA] A Comunidade Católica Shalom realizou, no Parque de Taipas, uma ação solidária pelo Dia Mundial dos Pobres, no domingo, 13, com cerca de 50 voluntários, oferecendo serviços de atendimento médico, recreação infantil, distribuição de roupas, calçados e refeições para 50 famílias, além de orientação para a participação nos sacra mentos. A Comunidade mantém trabalhos de evangelização porta a porta e é responsá vel pela Área Pastoral São Pio de Pietrelcina, Setor Jaraguá. (por Comunidade Shalom)

São Paulo Schola Cantorum e PUC-SP promovem curso sobre música litúrgica para paróquias e comunidades

Com o objetivo de auxiliar as paró quias e comunidades a estruturarem e aperfeiçoarem a sua atividade musical litúrgica, a São Paulo Schola Cantorum, em parceria com a Faculdade de Teolo gia Nossa Senhora da Assunção da Pon tifícia Universidade Católica de São Pau lo (PUC-SP), realiza entre os dias 17 e 19 de novembro o curso on-line de extensão “Música Litúrgica – Advento e Natal: Um coro em toda comunidade”.

A formação, destinada a leigos e mi nistros da Palavra, músicos, cantores e salmistas; clérigos, agentes de pastoral e demais interessados de todo o Brasil, pretende estimular a cultura coral nas paróquias e comunidades, oferecendo ferramentas técnicas, teóricas e práticas para a criação de coros litúrgicos e apri moramento dos já existentes.

Considerando o início do novo ano litúrgico com o Tempo do Advento, pre tende-se apresentar um método técnico musical a partir do repertório musical do Advento para o fomento de lideranças, re gentes, cantores e instrumentistas habilita dos na promoção do canto da assembleia sob o suporte do coro e dos instrumentos.

DOCENTES

O curso terá como professores o ma estro Delphim Rezende Porto, organista,

cravista e regente, doutor em Mu sicologia pela ECA-USP e, desde 2019, diretor de música da Catedral da Sé de São Paulo; e Regiane Mar tinez, cantora, preparadora vocal, regente e professora de canto com mais de 20 anos de experiência no Brasil e exterior. Soprano no Coro da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) e co-fundado ra da São Paulo Schola Cantorum

Também haverá aulas do Padre José Henrique Weber, Sacerdote da Congregação dos Missionários do Verbo Divino. Formado em Música pelo Pontifício Instituto de Música

Sacra em Roma, com ênfase em canto gregoriano e composição, é também es pecialista em Música pelo Institut Ca tholique de Paris, na França. Entre 1967 e 1983, foi Assessor de Música Litúrgica da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Compositor litúrgico, atualmente dedica-se à atividade musical da Catedral da Sé e à composição de no vas músicas para as antífonas do Missal Romano.

CANTAR A LITURGIA

Em entrevista ao O SÃO PAULO, o maestro Delphim sublinhou que a músi ca está presente nos ritos da Igreja desde a sua origem, como herança da tradição

CONTEÚDO E RECURSOS

A programação do curso conta com: Repertório musical de Advento e Natal favorável ao povo e ao Coro;

A escola do salmista: técnica vocal da música litúrgica;

Como ensaiar a música de uma li turgia (preparação remota, próxima e imediata);

O Método Centone para o canto litúrgico para assembleia, coro e instrumentos.

judaica, que dá lugar de destaque, espe cialmente para os salmos entoados nas suas liturgias.

Nesse sentido, diferentemente de qualquer outra categoria musical, na música litúrgica, mais do que a própria música, a prioridade é o texto, isto é, a Palavra de Deus cantada nas celebra ções. “É mais do que cantar qualquer outro tipo de poesia, é a Palavra de Deus”, a rmou Delphim, enfatizando que, justamente pelo valor da Palavra divina que é expressa na música litúr gica, o improviso não é recomendável. “Ninguém devia descobrir na hora da missa o que vai acontecer”, frisou. Além do próprio texto bíblico, esse gênero

Serão oferecidos:

Acesso à maior biblioteca de músi ca litúrgica para assembleia e coro do País;

Certificado de conclusão de curso pela Faculdade de Teologia da PUC-SP;

Corpo docente de excelência; Acesso a materiais sobre técnica vocal, estratégia de ensaio e imple mentação de repertório litúrgico; Acesso a um grupo exclusivo no WhatsApp.

musical se baseia na tradição litúrgica da Igreja ao longo dos séculos, que de senvolveu hinos e cânticos entoados até hoje nas igrejas.

PARTICIPAÇÃO DO POVO

Outro aspecto destacado pelo maes tro é a participação do povo, condição essencial da liturgia ainda mais salienta da pelo Concílio Vaticano II. “Quando unimos o povo e o coro, nós estamos fa zendo exatamente aquilo que o Concílio recomendou”, disse Delphim, explicando que os éis que participam da missa não são um “auditório” que acompanha um espetáculo, mas “povo de reis”, isto é, de batizados que fazem parte do corpo de Cristo que celebra a fé em comunidade e que, por isso, deve cantar junto.

Por m, o maestro enfatizou que, para exercer o serviço pastoral da músi ca litúrgica, mais do que se especializar técnica e academicamente na área musi cal, é importante se formar no âmbito da liturgia: “Estar a serviço da Igreja pressu põe também estar a serviço de uma cau sa maior. Por isso, assim que nós assumi mos o trabalho na Catedral, restauramos a Escola de Cantores da Catedral da Sé, que já houve no passado… Agora, com o arrefecimento da pandemia, vamos voltar às atividades. Vamos compartilhar também essas iniciativas boas para que mais pessoas tenham acesso”.

INSCRIÇÕES E INFORMAÇÕES

Embora as aulas sejam transmi tidas ao vivo nas datas mencionadas, será possível se inscrever poste riormente, pois as palestras carão gravadas para os inscritos e podem ser assistidas até o nal do mês de novembro para a emissão do certi cado da Faculdade de Teologia da PUC-SP.

O investimento para realização do curso completo, incluindo a ins crição, é de R$ 25,00.

Para inscrições e informações adicionais sobre o curso, acesse o site: http://liturgiacatolica.com.br/cursos

MISSAS

Cardeal

Dom

Padre Luiz Cláudio

Padre José Henrique

Padre Jonas Lisboa

10 | Geral | 17 a 22 de novembro de 2022 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br GRANDE FESTA SANTA LUZIA SANTA LUZIA CAPELA 13 DEZ 120 anos Luz dos Olhos Rua Tabatinguera, 104 Centro - São Paulo Ao lado do metrô Sé 011 3104-8032 @capelasantaluziasp
Odilo Pedro Scherer
Carlos Lema Garcia
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Luciney Martins/O SÃO PAULO -
ago.2022
Membros da São Paulo Schola Cantorum ao lado do Cardeal Scherer, Arcebispo Metropolitano

COVID-19: começa a vacinação em crianças menores de 3 anos

Após o Ministério da Saúde ter ini ciado, no dia 10, a distribuição de 1 mi lhão de doses de vacinas pediátricas da P zer contra a COVID-19 destinadas a crianças de 6 meses a 3 anos de idade com comorbidades (imunossuprimi dos e com de ciência permanente), bem como a indígenas nesta faixa etá ria, a aplicação da vacina começou a ser feita nas unidades básicas do Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o País.

O esquema vacinal será de três do ses. A segunda dose deve ser adminis trada após intervalo de quatro semanas (28 dias) da primeira. A terceira pode ser aplicada oito semanas (56 dias) após a segunda dose.

Na capital paulista, a vacinação com a também chamada “P zer Baby” tem início na quinta-feira, 17. A cidade de São Paulo recebeu 34.840 doses dessa vacina pediátrica contra o coronavírus. Os responsáveis pelas crianças devem apresentar, nessa primeira fase da va cinação, comprovantes de condição de risco, ou seja, receitas, relatórios ou outros documentos que atestem as comorbidades ou as outras condições previstas. Tais documentos devem con ter, além da identi cação da criança, carimbo do médico com CRM, e es tar dentro da validade de dois anos de emissão.

Na cidade de São Paulo, a vacinação ocorrerá nas UBSs, de segunda a sexta -feira, e aos sábados, nas UBSs integra

das, das 7h às 19h. Caso existam doses remanescentes da vacina próximo ao nal das atividades de cada dia, as de mais crianças dessa faixa etária podem tomar o imunizante, desde que sejam moradoras da região (deve ser apre sentado comprovante de endereço para inscrição prévia).

De acordo com o Ministério da Saú de, nas próximas semanas será avaliada pela Comissão Nacional de Incorpora ção de Tecnologias no SUS (Conitec) a possibilidade de ampliação das doses para as crianças nessa faixa etária sem comorbidades.

Fontes: Ministério da Saúde e Prefeitura de São Paulo

Fórum Famílias Novas aborda o tema da educação a partir da razão, fé e amabilidade

Com o lema “Amorevolezza, a peda gogia do amor”, a Comunidade Católi ca Famílias Novas do Imaculado Co ração de Maria realizou, nos dias 12 e 13, na Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (Fapcom), o VI Fórum Famílias Novas.

O evento contou com a presença de especialistas nas áreas da Educa ção, Filoso a, família, formação cristã e espiritualidade, para aprofundar o tema da Educação em sentido amplo,

passando por diversas áreas, como arte e cultura, política, escola, tendo como referência a pedagogia de São João Bosco, considerado o mestre da formação juvenil, alicerçada no tripé razão, religião e amorevolezza (amabilidade), que proporciona um desenvolvimento integral dos jovens, formandos para a santidade.

O evento foi aberto com uma missa presidida por Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar de

São Paulo e Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade, que também foi um dos conferencistas, assim como o filósofo Joel Gracioso, o psicólogo Miguel Soriani, o pro fessor de teatro Roberto Mallet, o doutor em Educação João Malheiro, o Padre Luiz Carlos Lodi da Cruz, entre outros.

Outros detalhes sobre o even to podem ser vistos por meio do site https://www.facebook.com/FNICM.

Campanha ‘Natal Extraordinário’ é lançada pelo Sefras

Com o objetivo de bene ciar cerca de 1,3 mil pessoas em ceias de Natal que serão servidas à população em situação de rua em São Paulo e no Rio de Janeiro, o Sefras - Ação Social Franciscana iniciou na sexta-feira, 11, a campanha “Natal Extraordinário”.

Os interessados em contribuir já podem doar qualquer valor nanceiro, além de roupas, alimentos, brinquedos e kits de higiene. As ceias de Natal em São Paulo serão realizadas nos espaços Chá do Padre, Casa Franciscana, Reci fran e Casa de Assis, e na capital umi nense na Tenda Franciscana. Além dis so, mais de 600 crianças e adolescentes serão bene ciados nas festas natalinas que ocorrerão no espaço Criança Peri, em São Paulo, e em outros no estado do Rio de Janeiro: Gente Viva, em Petró polis; Casa Santo Antônio, em Tanguá; e São Gabriel e Santa Clara de Assis, em Duque de Caxias.

“Tem um ditado que traduz muito bem o conceito de caridade, que é ‘fa zer o bem sem olhar a quem’. As pesso as que passam por aqui têm rosto, têm história e merecem também um Na tal de amor. Então, deixo o desejo de reacender no coração de todos o ver dadeiro espírito natalino, e o convite para as pessoas participarem da nossa campanha, mobilizando amigos e fa miliares a fazerem o mesmo”, a rmou o Frei José Francisco, diretor-presi dente do Sefras, que realiza cerca de 4 mil atendimentos para pessoas em situação de vulnerabilidade por dia, com maior incidência no eixo Rio-São Paulo.

O lançamento o cial da campanha “Natal Extraordinário” aconteceu no auditório da Faculdade Paulus de Tec nologia e Comunicação (Fapcom), na zona Sul de São Paulo, ocasião em que houve um debate sobre o tema “Fome e Solidariedade”.

PARA INFORMAÇÕES

E DOAÇÕES À CAMPANHA:

Site: https://sefras.colabore.org/natalextraordinario WhatsApp: (11) 3795-5220

Chave PIX: sefras@sefras.org.br Fonte: Sefras

Alertas de desastres naturais podem ser recebidos via WhatsApp

Usuários do WhatsApp já podem re ceber, desde o sábado, 12, alertas sobre a possibilidade de desastres naturais na região onde estão.

Para ter acesso ao serviço, é necessá rio se cadastrar, enviando uma mensa gem para o telefone (61) 2034-4611. A mensagem inicial pode ser breve, apenas um “oi”, por exemplo, para que comece o atendimento remoto, quando será pedi

do o CEP de onde a pessoa deseja receber os alertas automáticos ou sua localização atual. Feito o cadastro, o que leva menos de dois minutos, os avisos serão dispa rados pelas equipes de Defesa Civil dos estados e municípios por meio da plata forma Interface de Divulgação de Alertas Públicos (Idap), gerida pela Defesa Civil Nacional. Também é possível se cadastrar para mais de uma localidade na mesma

cidade ou em outra.

Atualmente, alertas já são enviados por SMS pela plataforma Telegram, TV por assinatura ou pelo Google. A ampliação deste serviço via WhatsApp – que no Bra sil tem mais de 120 milhões de usuários – busca alcançar mais pessoas diante da proximidade do verão, um período de for tes chuvas, no qual aumenta a incidência de alagamentos e deslizamentos de terra.

Por enquanto, embora todos os es tados já estejam cadastrados, apenas 148 dos 5,5 mil municípios integram a plataforma e receberão os alertas. Por isso, o Ministério do Desenvolvimento Regional tem pedido que os municípios se cadastrem para que possam fazer a co municação de forma mais direta com os moradores.

www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br | 17 a 22 de novembro de 2022 | Pelo Brasil | 11
Fontes:DefesaCivileAgênciaBrasil
Governo do Estado de São Paulo

‘Corações ardentes, pés a caminho’: vai começar o 3º Ano Vocacional do Brasil

INICIATIVA, QUE TERÁ INÍCIO NO DIA 20, DESTACA QUE TODO BATIZADO TEM UMA VOCAÇÃO, RECEBIDA COMO GRAÇA DE DEUS, QUE DEVE SER TRADUZIDA EM MISSÃO

Uma oportunidade para que cada batizado se redescubra como um agra ciado por Deus e possa bem discernir e vivenciar a vocação que recebeu. Assim podem ser sintetizados os propósitos centrais do 3o Ano Vocacional do Brasil, que terá início no domingo, 20, na So lenidade de Jesus Cristo, Rei do Univer so, e prosseguirá até 26 de novembro de 2023.

Inspirado no documento nal do Sínodo dos Bispos sobre os jovens, a fé e o discernimento vocacional, de 2018, especialmente no parágrafo 78, em que a vocação é apontada com “um dom de graça e de aliança, como o mais belo e precioso segredo de nossa liberdade”, e também levando em conta os apelos do Papa Francisco na exortação apostólica Christus vivit, de 2019, o 3o Ano Voca cional do Brasil tem como tema “Voca ção: Graça e Missão” e lema “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,3233), alusivo à passagem bíblica dos discí pulos de Emaús.

Em uma live sobre o 3o Ano Voca cional do Brasil, em 20 de outubro, Dom João Francisco Salm, Bispo de Novo Hamburgo (RS) e Presidente da Co missão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), destacou que cada pessoa deve ter cons ciência de que toda vocação é expressão do amor de Deus e não uma função: “Se exercemos funções na Igreja, isso é uma forma de concretizar aquilo que vem primeiro, que é amar como Jesus amou. Se isso não é compreendido, ja mais entenderemos a vocação, o porquê de Deus nos querer assim como somos e como Ele se relaciona conosco nessa relação vocacional”.

HISTÓRICO

A 1a edição do Ano Vocacional do Brasil ocorreu em 1983, com o tema “Vem e segue-me”, e permitiu ampliar o conhecimento de que toda a comuni dade cristã é responsável pela animação, cultivo e formação das vocações.

Já a 2a edição, em 2003, tratou da te mática “Batismo, fonte de todas as vo cações”, e ajudou a promover um novo despertar vocacional e a conscientizar para a vocação e missão batismal na co munidade eclesial e na sociedade.

Nesta 3ª edição, conforme consta no

texto-base, a meta é promover “a cultura vocacional nas comunidades eclesiais, nas famílias e na sociedade, para que se jam ambientes favoráveis ao despertar de todas as vocações, como graça e missão, a serviço do Reino de Deus”.

“Passados 40 anos da 1a edição, essa cultura vocacional precisa ser perma nentemente restabelecida, no sentido de que possa abranger todas as vocações. Não se trata de uma vocação ou de outra, mas, primeiramente, a vocação à vida”, comentou a Irmã Maristela Ganassini, FSCJ, assessora do Setor de Juventudes e Vocações da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) na mesma live

ANIMAÇÃO, ACOMPANHAMENTO E SENSIBILIDADE VOCACIONAL

Entre os objetivos especí cos do 3o Ano Vocacional do Brasil está o de cul tivar uma sensibilidade vocacional que favoreça a compreensão de que toda a espiritualidade, atividade pastoral e for mação são vocacionais; bem como forta lecer a consciência de que todos os bati zados têm um compromisso vocacional.

“O Ano Vocacional tem um chama do em duas dimensões: a primeira é a de revitalizar a vocação de todos os cristãos leigos, dos consagrados e dos ministros ordenados. Ele ajudará a todos nós a re novar o dom, a graça que cada um tem. Um segundo aspecto é o de reforçar esta

sensibilidade, essa transversalidade da animação da Pastoral Vocacional na ação evangelizadora, pois os serviços, os mi nistérios e a presença da Igreja no mun do é vocacional. Assim, a oração se torna vocacional, a espiritualidade também, igualmente o caminho formativo e todo o trabalho da evangelização”, comentou, ao O SÃO PAULO, Dom Ângelo Ade mir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Ar quidiocese de São Paulo e Referencial da Pastoral Vocacional.

Também estão entre os objetivos es pecí cos: aprofundar a teologia da gra ça e da missão; acompanhar cada jovem em seu protagonismo e serviço à missão; despertar e acompanhar as vocações à vida consagrada, ao ministério ordena do e à vida familiar; intensi car a prática da oração pelas vocações; e fomentar o serviço de animação vocacional em âm bito pessoal, familiar e comunitário, bem como nos regionais, nas dioceses e nas paróquias.

“A temática vocacional é transversal, não é de propriedade dos animadores vocacionais. Ela é de todos nós. A anima ção vocacional perpassa pela nossa vida, pela missão em qualquer movimento ou pastoral em que estejamos”, ressaltou a Irmã Maristela Ganassini.

VOCAÇÃO, GRAÇA E MISSÃO

O texto-base apresenta re exões so

bre as três dimensões contempladas no tema escolhido.

Sobre a vocação, é apontado que esta é uma convocação que o Mestre faz a cada pessoa para segui-lo (cf. nº 22), es perando que seja respondida com amor. “É o amor experimentado e alimentado pela íntima amizade com Cristo que dará ao chamado a possibilidade de testemu nhar com a vida o que seus lábios pro ferem em discursos e súplicas” (nº 52), devendo a vocação ser constantemente alimentada pela Palavra, os sacramentos, a oração e o serviço ao próximo.

Também se aponta que a adesão a Cristo “é uma experiência pessoal e li vre” (nº 96), e que toda vocação é dom e graça. “Dom de Deus que chama mulhe res, homens, jovens para seguirem Jesus. Graça por ser um chamado gratuito para permanecer com Jesus e, com Ele, sair para anunciar o Reino e compartilhar dons e talentos, recebidos gratuitamente do Pai, pelo Espírito” (nº 119).

A resposta vocacional só será autên tica, porém, se for traduzida em missão (cf. nº 136), e que nesta seja possível “promover espaços que favoreçam a participação efetiva de todos, que pos sibilitem o exercício do poder com partilhado e de escuta das múltiplas subjetividades dos membros de nossas instituições religiosas, do nosso grupo, de nossa comunidade, proporcionando espaços que viabilizam essa abertura para outras pessoas que ainda não fa zem parte do nosso grupo, de nossa comunidade” (nº 173).

PISTAS DE AÇÃO

O texto-base também apresenta algu mas pistas de ação, a começar pela cons trução de uma cultura vocacional, “que certamente facilitaria qualquer processo vocacional, mostrando que a responsabi lidade é de toda a Igreja – cristãos leigos, vida consagrada, ministros ordenados –, sendo fundamental um adequado plane jamento e organização, num serviço em rede, nos diversos âmbitos” (nº 204).

Também se menciona a prática da oração pelas vocações, o testemunho de vida de cada vocacionado, a mostra aos jovens sobre a riqueza e a diversidade da Igreja, a aproximação dos serviços de animação vocacional com as pastorais juvenis, grupos de Catequese e famílias, a formação de animadores que possam escutar e acompanhar de modo persona lizado os mais jovens em seu itinerário vocacional, entre outras iniciativas.

“O Ano Vocacional é um tempo de ação. Não basta rezarmos pelas voca ções. Assim, que se procure fazer coisas bem concretas para se chegar a cada pes soa. Para isso, devo olhar quem ela é, em qual situação se encontra e pensar com qual atividade posso dela me aproximar. É importante que na paróquia, na dioce se, haja um grupo que identi que essas possibilidades de ação”, a rmou Dom João Francisco Salm.

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Temática das vocações permeará o calendário pastoral da Arquidiocese em 2023

Nas diferentes instâncias e frentes de ação da Arquidiocese de São Paulo, o 3o Ano Vocacional do Brasil será intensa mente vivenciado. A temática “Vocação: Graça e Missão” e os objetivos deste ano especial serão re etidos em eventos, for mações e momentos de oração em âm bito arquidiocesano, regional e paroquial. Também o clero será motivado a animar as comunidades eclesiais em vista do for talecimento de uma cultura vocacional.

Detalhes sobre as ações do 3o Ano Vocacional do Brasil na Arquidiocese fo ram apresentados em um encontro pre paratório, em 22 de outubro, organizado pelo Centro Vocacional Arquidiocesano (CVA), no Colégio Maria Imaculada, no bairro do Paraíso.

Uma das ações centrais será fazer com que a temática e a perspectiva do Ano Vocacional seja inserida em eventos já programados no calendário pastoral da Arquidiocese, tais como o Dia da Vida Consagrada (02/02), o Dia Mundial de Oração pelas Vocações (30/04), a cele bração de Pentecostes com os crismandos (28/05), todas as atividades do mês vo cacional (em agosto), as iniciativas e for mações do mês da Bíblia (em setembro), o Dia Mundial das Missões (22/10), bem como a Semana Nacional da Juventude, também em outubro. Está prevista, ainda, a realização de uma feira e show vocacio nal, em 27 de agosto.

“Seguindo uma indicação do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, vamos ‘vocacionalizar’ todo o ano litúrgico pastoral da Arquidiocese. Assim, nas grandes atividades arquidiocesanas e regionais que já estão no calendário li

túrgico-pastoral e formativo, será dado enfoque ao tema e ao conteúdo do Ano Vocacional”, explicou à reportagem Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxi liar da Arquidiocese e Referencial da Pas toral Vocacional.

EM SINTONIA COM O SÍNODO ARQUIDIOCESANO

Ainda de acordo com o Bispo Auxi liar, o Ano Vocacional estará alinhado às deliberações do 1o sínodo arquidiocesano de São Paulo. “Assumir as orientações e as diretrizes que resultarem do sínodo será uma resposta vocacional, para que haja um caminhar conjunto em todas as voca ções, serviços e ministérios”, detalhou.

Dom Ângelo destacou ainda a proxi midade entre o lema do 3o Ano Vocacio nal do Brasil – ‘Corações ardentes, pés a caminho’ – e o sínodo arquidiocesano, proposto como caminho de comunhão, conversão e renovação missionária: “Con versão e deixar o coração arder; renova ção e o renovar da Pastoral Vocacional; e o colocar-se a caminho e viver a própria vocação, os pés a caminho, resposta do en contro pessoal com Jesus por meio da sua Palavra e dentro de uma comunidade e de uma paróquia”.

ACOMPANHAMENTO DOS JOVENS

O Bispo Auxiliar também comentou que será reforçado o acompanhamento vocacional aos mais jovens: “Queremos que o clero nas paróquias, bem como as congregações e institutos de vida consa grada façam o primeiro contato e acom panhamento dos jovens”.

Segundo Dom Ângelo, o Centro Voca cional Arquidiocesano está bem estrutu rado para a devida orientação aos jovens: “Quando se fala de ‘vocação: graça e mis

são’, este primeiro passo da escuta, do aco lhimento e do acompanhamento é funda mental para orientar o jovem na escolha da sua vocação, pois ele quer se apresentar e discernir uma vocação, em particular quando é para a vida consagrada ou ao ministério ordenado”.

ESTRUTURAÇÃO DA PASTORAL VOCACIONAL

Outra meta da Arquidiocese é a de reforçar o trabalho do Serviço de Ani mação Vocacional/Pastoral Vocacional em âmbito regional, setorial, paroquial e comunitário.

De acordo com Dom Ângelo, a Pas toral Vocacional está estruturada nas seis regiões episcopais, contando com um pa dre responsável, religiosos e leigos, mas ainda há o desa o de formar e ampliar as equipes vocacionais nos setores pastorais e paróquias.

“É muito importante que reforcemos as equipes vocacionais. Elas não precisam ser muito grandes. Uma equipe paroquial que tenha de três a cinco pessoas já será um elo entre o padre, as pastorais e mo vimentos, para que todos estejam atentos, façam contatos, encaminhamentos e vi sitas. Este é o primeiro passo, pois as vo cações surgem, normalmente, no seio das famílias e das comunidades”, comentou.

Entretanto, manter essas equipes ati vas tem se mostrado desa ador. “Quando em uma paróquia se tem a consciência de que a animação vocacional é fundamental para todas as vocações, serviços e minis térios, a manutenção da equipe vocacio nal é quase que automática. Hoje, porém, falta a consciência de que, como dizia São João Paulo II, todos são responsáveis pe las vocações. O fato de muitas equipes se formarem e, depois, terminarem decor

re justamente da falta de uma convicção mais profunda. O nosso desa o, portanto, é a conscientização de todos, para que ha vendo essa cultura vocacional, as equipes sejam mais consistentes e permanentes”, complementou o Bispo.

ORAÇÃO, SUBSÍDIOS E DIVULGAÇÕES

Rezar pelas vocações e pelo discerni mento vocacional de cada católico tam bém será uma ação central, realizada em diferentes momentos celebrativos e for mativos, e por meio da publicação da Ora ção pelas Vocações no folheto litúrgico Povo de Deus em São Paulo

Além disso, nas paróquias, pastorais, movimentos e congregações religiosas serão distribuídos e trabalhados os diver sos subsídios vocacionais produzidos pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Divulgações sobre o 3o Ano Vocacio nal serão feitas no jornal O SÃO PAU LO, na rádio 9 de Julho e por meio de postagens nas redes sociais, com o auxílio dos grupos da Pastoral da Comunicação (Pascom).

Outra ação prevista é um simpósio na PUC-SP sobre a temática exegética e teo lógica do 3o Ano Vocacional do Brasil.

CELEBRAÇÕES INICIAIS

A missa de abertura do 3o Ano Voca cional do Brasil ocorrerá no sábado, 19, às 18h, no Santuário Nacional de Nossa Se nhora Aparecida, presidida por Dom João Francisco Salm, Bispo de Novo Hambur go (RS) e Presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consa grada da CNBB. Haverá transmissão pela TV Aparecida

Já a celebração arquidiocesana de abertura será no domingo, 20, às 11h, na Catedral da Sé. Nas regiões episcopais, as celebrações serão entre os dias 20 e 26.

“Será um ano muito belo, pois tudo estará permeado deste espírito: o tema da vocação, que é dom, graça de Deus, que é graça e carisma do Espírito, e que abre para a missão. Não se pode separar graça e missão, pois são parte da única vocação. Este não será somente um ano de ações, mas também se buscará resgatar a nossa profunda experiência pessoal e comuni tária de fé, de encontro pessoal com Jesus Cristo, de adesão a Ele para deixar arder o coração. E é justamente essa paixão, esse ardor, que está faltando. Creio que aqui está o segredo do Ano Vocacional: que aqueles que já são vocacionados reforcem o seu testemunho”, concluiu Dom Ângelo Mezzari.

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(11)
Domingo, 20, 11h
Catedral

Católicos testemunham para o Brasil que a Igreja vive da Eucaristia

Entre os dias 11 e 15, as ci dades pernambucanas de Olin da e Recife se tornaram capitais eucarísticas do Brasil, com a realização do 18º Congresso Eucarístico Nacional (CEN).

O evento, previsto para ocorrer em 2020 e adiado duas vezes devido às restrições impostas pela pandemia de COVID-19, contou com uma programação intensa de cele brações e encontros que deram destaque à centralidade da Eu caristia na vida e na missão da Igreja.

O congresso foi aberto com uma missa campal, na sexta -feira, 11, na área externa do Centro de Convenções de Per nambuco, em Olinda, presidida pelo Cardeal António Marto, Bispo Emérito de Leiria-Fáti ma, em Portugal, e enviado es pecial do Papa Francisco. Entre os concelebrantes, estavam o Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giambattista Diquattro; o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo; Dom Fernando Saburido, Arcebispo de Olinda e Recife, e seu Bispo Auxiliar, Dom Limacêdo Antô nio da Silva.

“O Congresso Eucarístico representa um momento im portante para o vosso cami nho de Igreja no Brasil. É uma semana rica de encontros de re exão e oração centrados no mistério da Eucaristia e de sua relação íntima com a vida da Igreja e da sociedade”, a rmou o Cardeal Marto.

PÃO EM TODAS AS MESAS

Dom António destacou, ainda, que o tema do 18º CEN – “Pão em todas as mesas” –interpela a todos, sobretudo, uma “humanidade provada no trauma de uma pandemia, dilacerada pelo drama de uma ‘Terceira Guerra Mundial’ em episódios de efeitos globais de migração forçada”, disse, acrescentando que o Con

gresso chama a atenção para o agrava mento da pobreza e das desigualdades sociais.

“Saboreamos essa Eucaristia com fervor, alegria e gratidão para que o dom que nos é oferecido no sacramento pos sa ser verdadeiramente colhido na nossa vida e possa dar frutos abundantes de graça e de esperança a este mundo e a estes tempos difíceis”, declarou o Carde al Marto.

O enviado pontifício também pre sidiu a missa de encerramento do Con gresso, na terça-feira, 15. A Praça do Marco Zero, em Recife, lugar histórico e palco de eventos culturais, tornou-se espaço sagrado, onde milhares de éis celebraram a Eucaristia, com a presença de cerca de 1,2 mil padres e 200 bispos.

“O corpo e o sangue são a expressão

da pessoa inteira, com toda a sua vida, com toda a sua história, com todo o seu in nito amor, (...) até a morte na cruz, amor eternizado na Ressurreição. (…) Jesus deixa-nos o dom mais admirável e impensável, o dom da sua presença real, do seu amor in nito e redentor que só Ele pode fazer como ressuscitado, para permanecer conosco para sempre, um alimento que nos dá vida verdadeira e eterna”, a rmou o Cardeal Marto, na homilia.

Após a missa, aconteceu uma procis são com o Santíssimo Sacramento num percurso de 3,5 km até o pátio da Basí lica do Carmo do Recife, onde houve a bênção eucarística que concluiu o 18º CEN. Em seguida, o Secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Joel Portella Ama

do, anunciou que a sede do 19º Congresso Eucarístico Nacio nal, previsto para 2027, será Goiânia (GO).

VIGÍLIA

Na virada do sábado, 12, para o domingo, 13, aconteceu uma vigília eucarística que reu niu cerca de 20 mil jovens na área externa do Centro de Con venções de Pernambuco.

Nem mesmo a chuva atra palhou a festa dos jovens. Tam bém houve relatos sobre os testemunhos de fé de jovens, como o italiano Beato Carlo Acutis (1991-2006) e a brasi leira Benigna Cardoso (19281941), beati cada há menos de um mês, no Ceará.

Um momento de louvor conduzido pelo Padre João zinho precedeu a celebração da missa, presidida pelo Bispo de Caicó (RN), Dom Antônio Carlos Cruz Santo. Por m, Frei Gilson Azevedo, da Con gregação dos Carmelitas Men sageiros do Espírito Santo, con duziu o momento de adoração ao Santíssimo, com a oração do Rosário, meditações e louvores, que se concluiu às 7h.

CONFISSÕES

Durante todos os dias do Congresso, os participantes também contaram com um espaço dedicado para o atendi mento de Con ssões e orienta ção espiritual.

Os mutirões diários de Con ssões tinham o objetivo de auxiliar os éis a viverem o Congresso plenamente, ex perimentando todas as graças que a Eucaristia pode propor cionar. Essa missão foi abraça da por dezenas de sacerdotes que, no ato da inscrição, se colocaram voluntariamente à disposição para atender os congressistas.

“Nessa consciência que, de fato, o Corpo e o Sangue do Senhor são a base da essência cristã, eu penso que todos nós necessitamos dessa puri cação neste tempo de espiritualidade, desta mística do encontro. En tão, a oferta de sacerdotes para a Con ssão é uma forma de di zer: a Igreja também se preocu pa com a puri cação, para que todos possam participar dig namente de tudo aquilo que o Congresso está oferecendo em benefício da vida de todo cris tão”, a rmou o Padre Jonathan Costa Rocha, peregrino do Es pírito Santo.

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Comunicação 18º CEN

FORMAÇÃO, CULTURA E FÉ

Durante três dos cinco dias de congresso, aconteceu, no Centro de Convenções de Per nambuco, o Simpósio Teoló gico, com o objetivo de apro fundar o mistério da Eucaristia – “fonte e ápice de toda vida cristã” – a partir do texto-base do 18º CEN. Esse subsídio reú ne escritos de religiosos, douto res e estudiosos em sete capítu los que se desdobram a partir do tema “Pão em todas as mesas” e do lema “Repartiam o pão com alegria e não havia necessitados entre eles” (At 2,46).

Além das conferências, fo ram realizadas o cinas sobre temas como os ritos e formas da celebração eucarística; Eu caristia e missão à luz do Do cumento de Aparecida e da exortação apostólica Evangelii gaudium; Eucaristia e Iniciação à Vida Cristã, entre outros.

O público também pôde acompanhar catequeses públi cas ministradas por sacerdotes e bispos sobre as temáticas relacio nadas à vivência do sacramento da Eucaristia, no palco montado no pavilhão onde ocorreu a Fei ra Católica, que reuniu empresas como editoras católicas, de arti gos religiosos, móveis e equipa mentos para igrejas apresentan do as novidades dos segmentos. Também estiveram marcas que atuam nas áreas de turismo, educação católica e serviços re ligiosos. Nesse espaço, também houve a feira vocacional, com a presença de diversas congrega ções, novas comunidades e mo vimentos que apresentaram seu carisma e missão. No local, hou ve, ainda, uma exposição sobre as testemunhas de santidade do Nordeste.

A programação do 18º CEN con tou, ainda, com apresentações culturais nos principais teatros da cidade, entre as quais, o espetáculo “A Grande Missa Nordestina”, obra composta em 1977 para coro, solistas e orquestra que apre senta fortes in uências da paisagem sonora do Nordeste, resgata melodias tradicionais de violeiros, rabequeiros e aboiadores, entre outros.

GESTO CONCRETO

Outro grande marco desta edição do Congresso Eucarístico foi a inaugu ração da Casa do Pão, espaço dedicado ao atendimento de pessoas em situa ção de rua e vulnerabilidade social. No local, serão ofertadas diariamente três refeições. No casarão de três andares localizado no centro da capital pernam bucana, os frequentadores também po derão tomar banho e lavar suas roupas. O espaço ainda oferecerá atendimento

daria-escola ensinará a fazer pão. O pro duto será consumido no local e também comercializado para ajudar nas despesas com a Casa.

É prevista ainda a oferta de aulas de alfabetização. A manutenção da Casa do Pão cará a cargo de voluntários e do diaconato da Arquidiocese de Olinda e Recife, em parceria com instituições pú blicas e privadas, como a Prefeitura do Recife, a Universidade Federal Rural de Pernambuco e as Defensorias Públicas de Pernambuco e da União, entre outras entidades.

DOM HELDER

A memória de Dom Helder Câma ra (1909-1999), Arcebispo de Olinda e Recife entre 1964 e 1985, esteve bastante presente durante todo o 18º CEN.

Já no primeiro dia, os bispos parti cipantes do congresso receberam uma réplica da cruz peitoral de madeira

por décadas. Ao receberem o símbolo, os bispos não hesita ram em usá-lo durante todo o evento. A réplica dessa mesma cruz também esteve presente na decoração dos palcos onde aconteceram as celebrações de abertura e encerramento do congresso.

Na conclusão do 18º CEN, Dom Fernando Saburido anunciou que a Santa Sé reco nheceu a validade jurídica da documentação da fase diocesa na do processo de beati cação e canonização de Dom Helder Câmara. Com isso, poderá ser iniciado, no Vaticano, o proces so para o reconhecimento das virtudes heroicas do arcebispo brasileiro, que, assim, poderá ser proclamado Venerável pelo Papa Francisco, etapa que ante

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Comunicação 18º CEN
Fotos: Missas, catequeses e simpósio teológico marcam o 18º Congresso Eucarístico Nacional; inauguração da Casa do Pão é um dos legados do encontro

A Copa do Mundo de futebol para além das quatro linhas

PARA RECORDAR AS BOAS VIRTUDES HUMANAS, COMO JÁ DESTACARAM OS PAPAS FRANCISCO, BENTO XVI E SÃO JOÃO PAULO II

A partir do domingo, 20, o Catar será a sede da 22a edição da Copa do Mundo de Futebol. Ao todo, seleções de 32 países disputarão o troféu Fifa World Cup, entre estas o Brasil, que vai em busca do hexacampeonato. A estreia da seleção comandada pelo técnico Tite será na quinta -feira, 24, às 16h, contra a Sérvia.

Para além das disputas nos gramados, a Copa do Mundo

costuma ser um momento de união dos torcedores por sua seleção, e pode se tor nar, também, ocasião para que se recorde e se coloque em prática as virtudes que Deus concedeu ao ser humano, como destacaram, em diferentes discursos, os Papas Francisco, Bento XVI e São João Paulo II, e bem detalha o documento Dar o melhor de si, sobre a perspectiva cristã para o esporte, publicado em 2018 pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida.

OS BONS VALORES EM CAMPO

Em mensagem publicada próxima à Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil, o Papa Francisco indicou que este megaevento esportivo pode ser uma grande festa de solidariedade entre os po vos desde que “as competições futebolísti cas sejam consideradas por aquilo que no fundo são: um jogo e, ao mesmo tempo, uma ocasião de diálogo, de compreensão, de enriquecimento humano recíproco. O esporte não é somente uma forma de entretenimento, mas também – e eu diria sobretudo – um instrumento para comu nicar valores que promovem o bem da pessoa humana e ajudam na construção de uma sociedade mais pací ca e fraterna. Pensemos na lealdade, na perseverança, na amizade, na partilha, na solidariedade”.

Também São João Paulo II, em uma audiência com árbitros de futebol antes da Copa de 1990, na Itália, comentou que, além de uma competição de alto nível es portivo, a Copa “pode ser uma grande ce lebração de compreensão, solidariedade e amizade entre as pessoas, quer estejam pessoalmente presentes nos jogos, quer os acompanhem pelos meios de comunica

ção social. Para que assim seja, tudo deve seguir os mais elevados ideais do despor to, lealdade, respeito e amizade nas rela ções humanas”.

O TRABALHO EM EQUIPE EM LUGAR DO INDIVIDUALISMO

No documento Dar o melhor de si, é destacado que especialmente nos espor tes coletivos, como o futebol, se ressalta o valor do trabalho em equipe, o que é um contraponto à atual difusão de uma mentalidade individualista. “O esporte é uma escola de espírito de equipe que aju da cada um a superar o egoísmo. Aqui, a individualidade de cada atleta está ligada à equipe, que trabalha unida, apontando um objetivo comum.”

Na mensagem para a Copa de 2014, o Papa Francisco apontou que o fute bol “pode e deve ser uma escola para a construção de uma ‘cultura do encontro’, que permita a paz e a harmonia entre os povos” e que ao longo do jogo “é neces sário pensar, em primeiro lugar, no bem do grupo, não em si mesmo. Para ven cer, é preciso superar o individualismo, o egoísmo, todas as formas de racismo, de intolerância e de instrumentalização da pessoa humana. Não é só no futebol que ser ‘fominha’ constitui um obstáculo para o bom resultado do time; pois, quando somos ‘fominhas’ na vida, ignorando as pessoas que nos rodeiam, toda a socieda de ca prejudicada”.

SACRIFÍCIOS EM BUSCA DA EXCELÊNCIA

A rotina de treinamentos das se leções e as histórias de superação dos jogadores fazem lembrar que os bons

resultados na vida decorrem de sacri fícios. “Isso acontece da melhor forma quando o praticante aceita fazer parte de um projeto que implicará um certo nível de dureza, abnegação e humildade. Isso porque aprender e melhorar no esporte implica sempre se chocar com a derrota, a frustração e o desa o”, indica o docu mento Dar o melhor de si Francisco, por ocasião da Copa de 2014, escreveu que no futebol é possível ver “uma metáfora da nossa vida. Na vida, é preciso lutar, ‘treinar’, esforçar-se para obter resultados importantes. O espírito esportivo torna-se, assim, uma imagem dos sacrifícios necessários para crescer nas virtudes que constroem o caráter de uma pessoa”.

São João Paulo II, em uma mensagem de março de 1982, ressaltou que, na dispu ta esportiva, cada atleta apresenta o me lhor de seus talentos e qualidades, o que requer um empenho que começa antes do jogo, envolvendo “longas horas de exercí cio e esforço, o poder de concentração e o hábito da disciplina, aprendendo a man ter a sua reserva de forças e a conservar a energia para o momento nal, quando a vitória depende de um grande aumento de velocidade ou de uma ulterior aplica ção de força”.

RESPEITO ÀS REGRAS E AO ADVERSÁRIO

No documento Dar o melhor de si é ressaltado que não há disputa esportiva justa sem que os competidores respeitem as regras, e que estes quando praticam o fair play, o “jogo limpo”, colocam em prática boas virtudes humanas e cristãs, como solidariedade, lealdade, correção de

conduta e respeito ao próximo. “O esporte pode apontar mais alto, superando o objetivo da vitória, procurando o desenvol vimento da pessoa no interior de uma comunidade formada por companheiros de equipe e adversários”, lê-se no documen to, no qual é lembrado, ainda, a necessidade de fair play em rela ção aos torcedores adversários: “Qualquer forma de difamação ou violência nos contextos es portivos deve ser condenada, e os responsáveis esportivos de vem fazer tudo para identi car os responsáveis”.

Na mensagem para a Copa de 2014, o Papa Francisco tam bém pede: “Que ninguém se isole e se sinta excluído! Aten ção! Não à segregação, não ao racismo! E, se é verdade que, ao término deste Mundial, somen te uma seleção nacional poderá levantar a taça como vencedora, aprendendo as lições que o es porte nos ensina, todos vão sair vencedores, fortalecendo os la ços que nos unem”.

UM VERDADEIRO EXERCÍCIO DE LIBERDADE

Em 1985, quando ainda era Arcebispo de Munique, na Alemanha, o Cardeal Jo seph Ratzinger, que 20 anos depois seria eleito o Papa Bento XVI, escreveu o arti go “O jogo e a vida: sobre o Campeonato Mundial de Futebol”, no qual apontou que o fascínio pelo jogo de futebol decorre de uma espécie de tentativa de retornar ao Paraíso, ou seja, “sair da escravizante se riedade da vida cotidiana e de seus cui dados para a seriedade livre do que não necessariamente tem que ser e que, justa mente por isso, é bonito”.

No referido artigo, o Cardeal alemão apontou que “o fascínio do futebol encon tra suas raízes no fato de que reúne estes dois aspectos de forma muito convincen te: obriga o homem, acima de tudo, a se disciplinar, de modo que, pela formação, adquira a disposição sobre si mesmo, por tal disposição a superioridade e, pela su perioridade, a liberdade. Mas, depois, lhe ensina também a cooperação disciplina da: como jogo em equipe, o futebol obriga a um ordenamento de si mesmo dentro do conjunto”.

Ainda de acordo com o Cardeal Ratzinger, o jogo torna visível que o ser humano sempre busca a liberdade, mas “a liberdade vive da regra, da discipli na que aprende o agir em conjunto e o correto confronto, o ser independente do êxito exterior e da arbitrariedade, e desse modo se chega a ser verdadeira mente livre. O jogo, uma vida: se apro fundamos, o fenômeno de um mundo entusiasmado pelo futebol pode nos oferecer mais que um mero entreteni mento”, escreveu.

16 | Reportagem | 17 a 22 de novembro de 2022 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Arquivo pessoal Amizade e partilha: torcedor belga presenteia uma criança brasileira antes de jogo da Copa de 2014
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Para que o tabu dê lugar ao cuidado na prevenção ao câncer de próstata

Por ano, 16 mil pessoas no Brasil morrem em decorrên cia do câncer de próstata, um óbito a cada 33 minutos. Em 2022, a projeção é de 66 mil novos casos. Entretanto, se for descoberto precocemente, em 90% dos casos há cura para este que é o tumor maligno mais comum entre os brasilei ros, ultrapassando a somatória dos casos de câncer de pul

representa 7,3% dos casos e 3,8% das mortes por câncer.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, apesar dos avanços terapêu ticos, cerca de 25% dos pacientes com câncer de próstata morrem da doença e aproximadamente 20% dos casos são diagnosticados em estágios avançados.

A instituição recomenda que os homens a partir de 50 anos procurem um pro ssional especializado. Já ho mens de raça negra ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata devem realizar os exames preventivos a partir dos 45 anos.

mentação desequilibrada, alteração na glândula prostática e histórico familiar requerem atenção.

“Por exemplo, o fator idade evidencia que raramente a doença atinge homens com menos de 40 anos. Em sua grande maioria, os doentes têm mais de 50 anos, e dois terços têm mais de 65 anos. A ali mentação rica em gordura e alto teor de cálcio pode aumentar o risco”, disse, fri sando que as doenças sexualmente trans missíveis estão sendo investigadas como possíveis fatores de risco.

O urologista destacou que a de ni ção do tratamento é feita caso a caso,

rem o medo e o preconceito de lado para cuidar da saúde. “Nós, homens, temos vergo nha de falar sobre o assunto e deixamos de cuidar do bem mais precioso que Deus nos deu, a saúde”, concluiu.

EM AÇÃO

O Instituto Lado a Lado existe desde 2008 com o intui to de contribuir para a cons cientização sobre o câncer de próstata, assim como eviden ciar a importância da preven ção e cuidado com a saúde integral do homem em suas várias etapas da vida.

Denise Blaques, diretora de projetos e desenvolvimento do Instituto Lado a Lado, enfati zou que o tema do Novembro Azul deste ano é “Azultitude”, com o intuito de conscientizar os homens de todas as idades a terem atitude e serem pro tagonistas no cuidado com a própria saúde.

mão, colorretal e de estômago em homens. Os dados são do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Instituída no Brasil em 2011, a campanha “Novembro Azul” tem o objetivo de cons cientizar a sociedade, espe cialmente os homens, sobre os cuidados com a saúde em ge ral e, sobretudo, a respeito dos riscos e formas de prevenção ao câncer de próstata.

Exame de sangue (PSA), toque retal e biópsia possibi litam descobrir a doença em fase inicial, aumentando as chances de e cácia no trata mento e na cura, mas a pouca atenção da maioria dos ho mens com a própria saúde aju da a explicar a alta incidência do cancêr de próstata no Brasil.

DOENÇA SILENCIOSA

Segundo um levantamen to da plataforma Global Can cer Statistics (Globocan), o câncer de próstata resulta em 1,4 milhão de novos ca sos anuais e 375 mil mortes por ano no planeta. A doença

CAUSAS, SINTOMAS E TRATAMENTO

O urologista João Artur Brunhara Alves Barbosa enfatizou que o câncer de próstata é uma doença silenciosa, que atinge um a cada seis homens a partir dos 50 anos. Ele salientou a ne cessidade de buscar uma avaliação mé dica mediante alguns destes sinais:

Alterações no jato urinário; Dor ou ardência ao urinar; Dificuldade para urinar ou para conter a urina; Fluxo da urina fraco ou interrompido; Necessidade frequente de urinar;

Dificuldade de esvaziar completamente a bexiga; Sangue na urina.

Barbosa lembrou que a conscienti zação do cuidado com a saúde mascu lina é imprescindível. “De modo par ticular, no Brasil, os homens tendem a cuidar menos da saúde e, quando o assunto é a próstata, muitos ainda a consideram um tabu.”

Segundo o médico, o câncer de próstata é multifatorial, mas alguns fatores como o envelhecimento, ali

levando em conta variáveis como o tipo de câncer, seu estágio, o estado clínico e emocional do paciente e, também, os possíveis efeitos colaterais associados ao tratamento. “A abordagem é perso nalizada, baseada em evidências cien tí cas, buscando o tratamento asserti vo ao paciente. Após o diagnóstico, o tratamento pode englobar intervenção cirúrgica, com destaque à robótica, ul trassom, radioterapia, quimioterapia, entre outros”, pontuou.

DIAGNÓSTICO A TEMPO

Falar sobre câncer de próstata, exames e tratamento acaba sendo um tema difícil entre os homens, que ainda têm muitas dúvidas e, na maioria das vezes, di cul dade de expor a falta de conhecimento sobre a doença e como agir para, se for o caso, diagnosticá-la precocemente.

Armindo Frank, 64, descobriu o câncer de próstata em fase inicial, em 2021, em um exame de rotina. “Nunca tinha feito o exame de próstata, mas vi a campanha Novembro Azul e decidi fazê-lo. A surpresa do diagnóstico me assustou no início. Precisei retirar a próstata e, anualmente, volto para fazer os exames necessários”, a rmou.

Frank salientou que divulga a cam panha e incentiva seus amigos a deixa

“Nossa missão é mobilizar e engajar a sociedade e gesto res da saúde, contribuindo para ampliar o acesso aos serviços, da prevenção ao tratamento, e mudar o cenário da saúde no Brasil. Trabalhamos para que todos os brasileiros tenham in formação e acesso à saúde dig na e de qualidade, em todas as fases da vida”, a rmou.

Blaques lembrou que por meio da campanha Novem bro Azul foram impactadas mais de 85 milhões de pesso as desde 2011. “Esses e outros dados expressam o enorme impacto e alcance de nossa atuação. Contudo, temos a consciência de que há mui to por fazer para transfor mar o atual cenário da saúde no Brasil”, disse. Conheça as ações realizadas no site https://ladoaladopelavida.org.br

UNIDOS PELA CAUSA

O Movimento Latino-A mericano Contra o Câncer de Próstata (Molocap) foi fun dado em 2013, com o objeti vo de assegurar que o câncer de próstata seja prioridade na agenda pública e para que os homens tenham acesso à educação, apoio, diagnósticos e tratamento adequado para a doença em seus vários está gios. O Instituto Oncoguia é um membro apoiador do pro jeto. O Molocap atua em seis países da América Latina.

18 | Reportagem | 17 a 22 de novembro de 2022 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
NOVEMBRO AZUL
Instituto Lado a Lado pela Vida

Instituto Acolher se dedica à assistência psicológica e espiritual de religiosos e sacerdotes

O cuidado com a saúde mental é uma preocupação crescente nos vários âmbitos da sociedade, inclusive dentro da Igreja, entre clérigos e religiosos que lidam com pessoas em situação de fragilidade psico lógica, mas eles também necessitam de atenção e acompanhamento.

É por essa razão que, há 22 anos, nas ceu, do esforço conjunto de um grupo multipro ssional (psicólogos, psicanalis tas e religiosos), o Instituto Acolher (ITA), dedicado à assistência psicológica e à inte gração espiritual de religiosos, sacerdotes e leigos.

Além do atendimento psicoterápico e espiritual, o ITA oferece assessorias e for mação preventiva para dioceses e institu tos de vida consagrada; também organiza e supervisiona atividades destinadas à formação de seus próprios membros e de outros pro ssionais interessados em apri moramento pro ssional e teórico.

Maria Ondina da Silva Peruzzo, vice -diretora do ITA, explicou que o instituto nasceu a partir da demanda de membros de congregações religiosas que reclama vam da di culdade para encontrar nos consultórios psicoterápicos convencionais um atendimento que considerasse a es peci cidade da vida consagrada, como a vida espiritual e a dimensão vocacional, o que di cultava sua acolhida e acompanha mento em uma perspectiva integral.

SUICÍDIO

Foi nessa perspectiva psicológica, es piritual e vocacional que o ITA realizou, nos dias 21 e 22 de outubro, um simpósio on-line sobre o tema: “Suicídio: acolher para prevenir”. O evento voltado para pro ssionais da saúde mental, superiores religiosos, formadores de seminários, sa cerdotes, consagrados e coordenadores de comunidades aprofundou a re exão sobre o suicídio no contexto da vida religiosa e presbiteral, com a ajuda de especialistas nas áreas da psicologia e espiritualidade. Embora os casos de suicídios cometi

dos por clérigos e religiosos sejam isolados (cerca de 0,0007% dos casos no Brasil), esse assunto não deixa de ser motivo de atenção dos superiores e formadores, na busca de meios cada vez mais e cazes de prevenir esse mal e garantir o bem-estar emocional dos consagrados e ministros.

O evento foi aberto pelo Cardeal Odi lo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, que enfatizou a importância de se re etir sobre um tema “delicado, atual e necessá rio”. Ele lamentou que o fenômeno do sui cídio também atinja, mesmo que em pro porção menor, clérigos e religiosos, como

A esse respeito, as diretrizes da Santa Sé para a formação sacerdotal, publicadas em 2016, enfatizam que os futuros padres devem cultivar uma vida interior marcada pela oração e a vivência sacramental, que ajude a “crescer na fortaleza de ânimo e aprender as virtudes humanas” essenciais para um desenvolvimento integral. Nesse aspecto, considera-se essencial que, assim como é recomendado a todos os éis, os sacerdotes e religiosos tenham um orien tador espiritual com o qual possam parti lhar as alegrias e tristezas de sua caminha da, e do qual poderão receber conselhos

Lício de Araújo Vale, Sacerdote da Dio cese de São Miguel Paulista e membro da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção ao Suicídio, que ressaltou que o suicídio é um assunto considerado tabu, mas precisa ser abordado nas fa mílias, escolas e igrejas. O Presbítero en fatizou que é preciso compreender que “a pessoa que fala ou pensa em suicídio não quer, de fato, pôr m à sua vida, mas acabar com a sua dor”.

“A pessoa que sofre precisa ser ouvida e se sentir acolhida, por menor que seja a causa daquilo que a faz sofrer”, reforçou Padre Licio, sublinhando que “a dor não expressa perdura até que a pessoa não a suporte mais”.

É nesse sentido que, também no con texto da vida religiosa e presbiteral, a escu ta, acolhida, acompanhamento humano e espiritual são imprescindíveis para preve nir patologias psíquicas que possam levar ao suicídio.

FORMAR

re exo de uma situação presente em toda a sociedade.

“Vivemos em um tempo cheio de interrogações”, a rmou Dom Odilo, res saltando que quando tais situações aco metem pessoas que, em geral, possuem uma formação humana, espiritual e moral sólida, muitos questionamentos podem ser feitos a respeito das condições de sua saúde psicológica e dos “mistérios pro fundos da pessoa humana”, aos quais não cabem juízos, mas, sim, atenção, ajuda e misericórdia.

O Arcebispo sublinhou a necessidade de se estar atento aos eventuais fatores de risco e intervir enquanto é possível. Ele também falou da importância de se de senvolver, desde o período formativo, os meios necessários para um amadureci mento humano e espiritual.

que os ajudem a enfrentar as di culdades e progredirem na vida interior. As dire trizes não excluem que, em certos casos, também seja necessário um especí co acompanhamento psicológico.

Dom Odilo salientou, ainda, a impor tância de se fomentar ambientes seguros que ajudem a prevenir eventuais fatores de risco, como o cultivo de relações huma nas sadias, que evitem a solidão e o fecha mento. “Quando a solidão não é assumida como parte integrante de uma dimensão mística, pode se tornar opressiva”, obser vou, referindo-se ao fato de que a condição celibatária deve ser compreendida como uma entrega a Deus e um dom colocado a serviço dos irmãos e não um isolamento.

PREVENIR

Um dos conferencistas foi o Padre

Os pro ssionais do ITA sublinharam que é importante ter claro que o suicídio é uma consequência extrema de situações que podem ser prevenidas quando é dada a devida atenção para sinais de desestabi lidade emocional ou patologias psíquicas. Não podem ser desconsideradas situações como estresse, ansiedade, depressão, de pendência medicamentosa e outras con dições que, se não forem cuidadas, podem levar a problemas mais graves.

Por isso, o ITA se dedica a estudos so bre os problemas que afetam diretamente a vida dos consagrados e ministros, tendo constante contato com instituições seme lhantes em outros países, como os Estados Unidos e Canadá. Nesse sentido, o diretor do instituto, Padre Adalberto Wojciech Mittelstaedt, salientou a necessidade de ampliar esse tipo de serviço no Brasil, so mando esforços com organismos como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB).

Para saber mais sobre o Instituto Aco lher, acesse: https://institutoacolher.org.br/

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Catar

Copa do Mundo não esconde a realidade da perseguição religiosa no país

No Catar, primeiro país árabe a or ganizar o maior evento do futebol mun dial, a Copa do Mundo, a partir do do mingo, 20, os cidadãos locais não têm o direito de ser cristãos. Apenas algumas vilas de estrangeiros são autorizadas, e o número caiu para menos da meta de durante a pandemia: de 157 para 61 cidades, depois de uma imposição do governo.

Com 2,84 milhões de pessoas e, destes, em torno de 372 mil cristãos (13% da população), o peso da per seguição é direcionado àqueles que se converteram à fé cristã. Esses crentes enfrentam extrema pressão de suas

famílias e comunidades muçulmanas, pois a nação não reconhece o cial mente a conversão do Islã para outra religião, o que causa problemas legais e perda de status social, custódia dos lhos e propriedade.

Há casos em que os novos cristãos tiveram sua liberdade minimizada por que suas famílias têm autoridade para li mitar suas viagens, mantê-los em prisão domiciliar, negar-lhes apoio nanceiro e proibir o acesso à internet, a telefone ou a livros. Atualmente, tanto os cristãos de origem muçulmana nativos quanto os migrantes correm risco de discrimina ção, assédio e vigilância policial.

RANKING DA PERSEGUIÇÃO

na Lista Mundial da Perseguição, da ONG Portas Abertas, que engloba 50 países, e está em 18° lugar no ranking. Outros seis países que disputam a taça mundial tam bém guram na Lista: Irã (9º), Arábia Sau dita (11º), Marrocos (27º), Tunísia (35º), México (43º) e Camarões (44º).

Fora o México, os outros países têm como tipo de perseguição a opres são islâmica, em que o Islamismo é a religião principal e os cristãos são perseguidos de forma sistemática por suas famílias, comunidades, governo e autoridades, sofrendo sanções do Es tado, podendo inclusive ser presos e mortos.

No México, os cristãos são persegui dos por guerrilhas, grupos paramilitares e pelas tribos indígenas, que proíbem o

Egito

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No site do jornal O SÃO PAULO, você acessa conteúdos atualizados sobre a Igreja e a sociedade em São Paulo, no Brasil e no mundo. A seguir, al gumas notícias e artigos publicados recentemente.

ACN lança campanha urgente para salvar vidas no Sudão do Sul https://cutt.ly/WMTPFlm

ONU: população mundial atinge a marca de 8 bilhões https://cutt.ly/JMTP52F

evangelismo e que os seus membros dei xem suas religiões tradicionais para se guir o Cristianismo.

“Não temos a ilusão de que um me gaevento acabe com a perseguição no país, mas esperamos que, num futuro próximo, o Catar – bem como toda a Península Arábica, em que os cristãos são perseguidos e proibidos de revelar e praticar sua fé – se abra a diálogos e que a liberdade religiosa seja respeitada nesses países”, a rmou Marco Cruz, se cretário-geral da Portas Abertas no Bra sil, organização cristã internacional que, por meio de projetos, ajuda a atenuar os efeitos da perseguição religiosa em mais de 60 países.

COP27: Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo estabelecem pacto para

a preservação de florestas

Os três países com as maiores ores tas tropicais do mundo – Brasil, Indoné sia e República Democrática do Congo – rmaram uma aliança estratégica na segunda-feira, 14, durante a COP27, a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), no Egito.

O documento foi assinado pelo go verno de Jair Bolsonaro (PL), embora o presidente não tenha ido ao encontro, que contou com a participação do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A ideia do acordo é que os três pa íses – detentores de 52% das orestas tropicais remanescentes do mundo – co ordenem as negociações sobre clima e biodiversidade da ONU, relacionadas às orestas tropicais, com foco em nanças, gestão sustentável e restauração.

A nova aliança promete dar priorida de a um mecanismo de pagamentos ba

seado em resultados para reduzir o des matamento e manter as orestas de pé.

DIRETRIZES

No sábado, 12, Marina Silva, ex-mi nistra do Meio Ambiente e integrante da equipe de transição do presidente eleito, a rmou na COP27 que o Brasil protegerá a Amazônia com seus próprios meios e não vai condicioná-la à chegada de recursos in ternacionais. Ela insistiu na criação de um superórgão nacional que coordene a ação climática entre os diferentes ministérios.

“É algo inovador, e eu diria que é uma potente iniciativa”, a rmou ela, ressaltan do que “o Brasil volta ao protagonismo ambiental no espaço multilateral”.

DISCURSO

Em seu primeiro discurso internacio nal desde a eleição, Lula (PT) cobrou na

COP27, na quarta-feira, 16, uma “nova governança global” e mais relações mul tilaterais para combater a crise climática. O presidente eleito enfatizou que o tema terá papel de destaque no seu governo.

O assunto “terá o mais alto per l na estrutura do meu governo [...], pois “não há segurança climática para o mundo sem a Amazônia protegida”, disse ele.

Para Lula, “precisamos de mais em patia e mais con ança entre os povos”. “Superar e ir além dos interesses nacio nais imediatos, para ser capazes de tecer coletivamente uma nova ordem inter nacional que re ita necessidades para o presente e futuro”, a rmou.

O discurso ocorreu após Lula anunciar, em evento com governadores da Amazô nia Legal, que pedirá à ONU para que o Brasil seja o an trião da COP em 2025.

Papa encontra jogadores que participam da partida pela paz

https://cutt.ly/dMTPQCZ

Conheça a Igreja Católica: O que é o ano litúrgico? https://cutt.ly/lMTAlGa

5 dicas para a Música Litúrgica do Tempo do Advento e do Natal https://cutt.ly/VMTPeen

Aos 73 anos, morre Luiz Antonio Fleury Filho, ex-governador de SP https://cutt.ly/tMTO9Sy

Itália

Em encontro com embaixadores, arcebispo ucraniano demonstra como alcançar a paz em seu país

Durante um encontro em Roma, na segunda-feira, 14, com cerca de 30 em baixadores que atuam na Santa Sé, Dom Sviatoslav Shevchuk, Arcebispo-mor da Igreja greco-católica ucraniana, falou dos passos necessários para alcançar a paz diante da agressão russa.

Em sua conferência, o Arcebispo compartilhou alguns fatos trágicos sobre a situação humanitária na Ucrânia e os

direitos que estão sendo violados duran te a guerra pelas forças russas. Ele desta cou a violação do direito à vida e à segu rança, bem como do direito à moradia, saúde e educação.

O Arcebispo também denunciou o uso de armas proibidas contra a população e alvos civis, a violação do direito à liberda de e a migração forçada dos habitantes da Ucrânia para a Federação Russa.

Ele a rmou, ainda, que, apesar de tudo, há “sinais de esperança” e a paz continua “uma questão em aberto”.

Acrescentou, também, que isso só pode acontecer depois que a verdade so bre o que houve for contada e a justiça e a conversão dos corações forem feitas.

“Mas, certamente não será um caminho fácil”, alertou.

20 | Pelo Mundo/Geral | 17 a 22 de novembro de 2022 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Fonte: ACI Digital
Fontes: Neste ano, o Catar subiu 11 posições Fontes:PortasAbertas,GazetadoPovoeDepartamento de Estado do Governo dos Estados Unidos
Vatican Media

Missão Belém conclui 37 dias de oração do Terço pelo Haiti

A população do Haiti, na América Central, tem viven ciado desde setembro um ce nário ainda mais caótico do que já se habituou nos últimos anos. Após a decisão do gover no de acabar com o subsídio de combustíveis, os preços da gasolina, diesel e querosene aumentaram em cerca de 50%, e manifestações se espalharam pelo país. Além disso, gangues bloquearam o principal porto do Haiti e passaram a fazer grandes crateras em algumas ruas da capital, Porto Príncipe.

Não demorou para que os impactos fossem sentidos: transportes públicos afetados, hospitais interrompendo aten dimentos, aulas suspensas e desabastecimento de alimentos e de água potável, atingindo es pecialmente a população mais pobre. Parte dos problemas fo ram atenuados no começo des te mês, após o governo retomar o controle do maior terminal petrolífero, mas o clima de ten são permanece.

Presente no Haiti desde 2010, a Missão Belém, que tem o seu centro de atuação na favela de Warf Jeremie, em Porto Príncipe, também teve seus trabalhos impactados e os missionários acompanharam de perto o drama da popula ção mais pobre.

“Onde a Missão Belém está instalada, não há oferta de água potável, e o abasteci mento só é possível com cami nhão-pipa, mas todas as vias estavam bloqueadas. Ficamos completamente sem água e sem ter como nos abastecer de alimentos. Na região, o povo começou a cavar buracos no próprio terreno, que está em uma área de lixão, para bus car água subterrânea, mas essa água é extremamente contami nada. Com isso, começaram a

chegar ao nosso centro de atendimento pessoas com problemas de pele e houve uma explosão de casos de cólera, casti gando ainda mais o povo em toda a ci dade”, detalhou a Irmã Cacilda da Silva Leste, cofundadora da Missão Belém.

SANTO TERÇO PELO HAITI

Diante desse cenário caótico, a Mis são Belém decidiu unir todas as suas casas, no Haiti e Brasil, para a reza con junta do Terço, sempre ao meio-dia, de modo on-line. A iniciativa começou em 4 de outubro e ocorreu de modo inin terrupto por 37 dias, sendo concluída em 9 de novembro, com a participação do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arce bispo Metropolitano de São Paulo.

“Quando começamos o Terço, está vamos muito angustiados e preocupa dos, pois tinha acabado a nossa reserva de água para beber ou fazer higieniza ção. Os alimentos também eram pou cos. E pedimos que o senhor, Dom Odi lo, pudesse rezar com a gente, pedindo a intercessão de Nossa Senhora pelo Haiti. Já no dia seguinte, deu uma grande chu va que encheu uma boa parte dos nossos reservatórios em Porto Príncipe, o que nos permitiu fazer uma boa reserva de água. Dali em diante, praticamente em quase todo o dia choveu, o que é inco mum naquela região, e muitos sobre viveram graças a esta água que veio do céu”, recordou o Padre Gianpietro Car raro, fundador da Missão Belém.

Antes da reza do Terço com o Car deal Scherer, Padre Gianpietro e a Irmã Cacilda detalharam as di culda des que a população do Haiti tem en frentado e como a Missão Belém atua para atenuar o sofrimento dos mais pobres. Desde a volta, em outubro, dos casos da cólera – doença bacteriana infecciosa intestinal aguda, transmiti da por contaminação fecal-oral direta ou pela ingestão de água ou alimentos contaminados – foram atendidas cerca de 180 pessoas com a doença na enfer maria mantida pela Missão. A maioria foi encaminhada para hospitais e se recuperou, mas oito morreram, entre as quais seis crianças.

Após ouvir os relatos, Dom Odi lo disse que se trata de um cenário dramático, que afeta a dignidade hu mana, e fez votos de que a situação melhore: “Deus continua amparando o trabalho e mostrou que Sua Provi dência não falha”.

A reza do Santo Terço teve a primei ra parte feita em crioulo haitiano, lín gua nativa, pelos atendidos e membros da Missão Belém no Haiti – incluindo um grupo de 500 crianças que estava em uma igreja; já a segunda parte foi em português.

Ao nal da oração, Dom Odilo con cedeu a bênção ao Haiti, e enalteceu o trabalho dos missionários naquele país, chamando-os de “testemunhas do ca rinho de Deus, e não do ódio, da raiva,

DOAÇÕES PARA AJUDAR OS TRABALHOS DA MISSÃO BELÉM PODEM SER FEITAS PELOS SEGUINTES MEIOS:

Chave PIX: 11.413.244/0001-12 (CNPJ) https://www.missaobelem.org/doacao

da violência; mas da presença amorosa de Deus. Continuem com muita dedicação e cora gem”, exortou. “A Providência de Deus é grande para não dei xar faltar o necessário para vo cês e para todo o povo”, a rmou.

INCIDÊNCIA DAS AÇÕES

De acordo com o Padre Gianpietro, atualmente 2,7 mil crianças são atendidas no cen tro da Missão Belém, em Porto Príncipe, onde também há ca tequeses diárias, projetos nas áreas de saúde, nutrição e de pro ssionalização para ado lescentes e jovens. Neste ano, bem como em 2021, 100% das crianças que estudam no local foram aprovadas na prova de avaliação do ensino feita pelo governo local, resultado que só foi alcançado por um único colégio particular do país.

“Esperamos que nosso tra balho seja um ponto de apoio para formar a consciência destas crianças, rezamos para que algumas delas possam se tornar líderes, até na política, com uma mentalidade dife rente”, comentou durante a live o Padre Gianpietro.

A Missão Belém também está construindo uma unidade básica de saúde em seu centro de atendimento, que será devi damente equipada em até dois meses. Atualmente, oito médi cos e cerca de 20 enfermeiros trabalham na atenção de saúde à população.

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Belém - jan.2019
Padre Gianpietro e o Cardeal Scherer durante a visita do Arcebispo ao centro de atendimento da Missão Belém no Haiti, em 2019
Missão

Mais baratos, alimentos ultraprocessados representam riscos à saúde

ESTUDO INDICA QUE CERCA DE 57 MIL ÓBITOS POR ANO NO BRASIL PODEM ESTAR ASSOCIADOS AO CONSUMO DESTES ALIMENTOS

Uma pesquisa realizada pela Universidade de São Pau lo (USP), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Universidade de Santiago do Chile revelou que anualmente, no Brasil, 57 mil óbitos de pes soas entre 30 e 69 anos estão associados ao alto consumo de alimentos ultraprocessados. Os dados são referentes ao ano de 2019 e foram publicados recen temente na revista American Journal of Preventive Medicine.

O número equivale a uma em cada 10 mortes que pode riam ser evitadas naquele ano, de acordo com dados computados pelo DataSUS. Se o consumo de alimentos ultraprocessados caís se pela metade no referido ano, 51% dos 57 mil óbitos poderiam ter sido evitados.

IMPACTO À SAÚDE

Nos últimos anos, os alimen tos ultraprocessados ganharam espaço na mesa do brasileiro. O destaque nas gôndolas do su permercado e nas propagandas midiáticas elevou a tendência de consumo, embora no Guia Alimentar para a População

1 ALIMENTOS

Brasileira, publicado pelo Ministério da Saúde em 2014, haja a indicação de que as pessoas não ingiram tais alimentos, que contêm em sua composição dema siada quantidade de açúcares e gorduras, e que por meio de aditivos acabam ten do propriedades sensoriais semelhantes às encontradas nos alimentos in natura (leia no box abaixo a diferença entre os alimentos).

Atualmente, o preço dos ultraproces sados tem diminuído, enquanto o dos alimentos in natura e dos minimamente processados aumentou.

Maria Paula Albuquerque, pediatra, nutróloga e gerente-geral clínica do Cen tro de Recuperação e Educação Nutri cional (CREN), alerta que os alimentos ultraprocessados “são ricos em gorduras e/ou açúcares. É comum que apresentem alto teor de sódio, por causa da adição de grandes quantidades de sal, necessárias para prolongar a validade dos produtos e intensi car o sabor”, a rmou.

Tais alimentos também são pobres em bras – essenciais para a prevenção de doenças do coração, diabetes e vá

rios tipos de câncer – e em vitaminas, minerais e outras substâncias que estão essencialmente presentes em alimentos in natura ou nos minimamente proces sados, além de apresentarem maior teor de açúcar livre, sódio, gorduras totais e saturadas.

“A ingestão desses alimentos na in fância está intimamente ligada à obesi dade infantil, surgimento de hipertensão arterial, diabetes e aumento do risco car diovascular precoce”, destaca a nutrólo ga, orientando que os pais e educadores adotem uma alimentação mais saudável para as crianças.

Os ultraprocessados também impac tam o meio ambiente, já que demandam o uso de embalagens e seu processo produti vo leva à emissão de poluentes, o alto con sumo de água e energia pelas indústrias.

DESAFIO À MESA

Rafael e Marilucia da Silva são pais da Fernanda, 12. O casal contou à reporta gem que o consumo de alimentos ultra processados é uma realidade no dia a dia da família.

“Nuggets e salsicha acabam substituindo a proteína no al moço e no jantar. Na hora do lanche, mortadela, biscoitos, salgadinhos e refrigerante são uma opção”, disse Marilucia, recordando que o preço desses alimentos é mais barato se com parado ao de uma proteína ani mal (carne bovina, por exem plo) e de alimentos orgânicos.

“Eu gostaria de colocar na mesa, diariamente, alimentos mais naturais para cuidar me lhor da nossa saúde, mas o nanceiro pesa e as opções atra tivas da indústria não priorizam a qualidade nutricional, embo ra os rótulos narrem uma lista de ingredientes que, a meu ver, mais fazem mal do que bem”, disse Rafael, ponderando que a família busca incluir frutas e legumes nas refeições diárias.

MUDANÇA DE HÁBITO

Maria Paula Albuquerque aponta que uma das alternati vas para mudar essa realidade perpassa por uma escolha in dividual frente a uma alimen tação mais saudável, além da responsabilidade da mídia e das indústrias de alimentos e, também, a implantação de po líticas públicas regulamentares para tornar os alimentos sau dáveis mais acessíveis para a população.

“Priorizar aos consumidores o acesso a alimentos in natura e a conscientização e orientação sobre a importância em obser var os valores nutricionais nas embalagens antes de comprar os alimentos é importante para uma alimentação saudável, a m de evitar o alto consumo de alimentos ultraprocessados”, destacou.

GRUPOS ALIMENTARES

IN NATURA - são aque

les aos quais temos acesso da mesma forma que vêm da natureza. São par tes comestíveis das plantas (sementes, frutas e folhas), ovos ou proteína ani mal (carne bovina, suína, de aves e de peixes).

3

ALIMENTOS

PROCESSADOS

- são

2

ALIMENTOS MINIMAMENTE PROCESSADOS - são alimentos in natura que precisam de algum processamen to antes de chegar ao consumidor, sem adição de ingredientes ou transfor mações que os descaracterizem. Por exemplo: grãos de café torrados e mo ídos, farinhas, carne congelada e leite pasteurizado.

aqueles modificados por processos in dustriais relativamente simples e que poderiam ser realizados em ambiente doméstico. Estes contam com adição de sal, açúcar ou gordura que prolon gam a duração dos alimentos. Neste grupo estão a conserva de legumes processados, frutas em calda, queijos e pães de tipo artesanal.

4 ALIMENTOS ULTRAPROCESSA

DOS - não são propriamente alimen tos, mas, sim, formulações de substân cias obtidas por meio do fracionamento de alimentos. Essas substâncias in cluem açúcar, óleo e gorduras de uso

doméstico, mas também isolados ou concentrados proteicos, óleos interes terificados, gordura hidrogenada, ami dos modificados e várias substâncias de uso exclusivamente industrial. Es ses alimentos são frequentemente adi cionados de corantes, aromatizantes, emulsificantes, espessantes e outros aditivos que dão às formulações pro priedades sensoriais semelhantes às encontradas nos alimentos in natura Exemplos: nuggets, salsichas, salga dinhos, biscoitos doces, sorvetes, ma carrão instantâneo, mistura em pó para sopa e refrigerantes.

(Fonte: Núcleo de Pesquisa Epidemiológica em Nutrição e Saúde - USP e Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde)

22 | Reportagem | 17 a 22 de novembro de 2022 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Engin Akyurt/Pixabay Alimentos ultraprocessados, como os nuggets, têm elevada quantidade de açucares e gorduras prejudiciais

Padre Denilson Geraldo é nomeado professor titular da Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo

O Dicastério para a Cultura e a Educação deu parecer favorável ( nihil obstat ) para a nomeação do Padre De nilson Geraldo como professor titular da Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo, da Arquidiocese de São Paulo.

O professor titular é o mais alto grau entre os professores ordinários de uma instituição eclesiástica de ensino (segui do dos assistentes e adjuntos), conferi do como reconhecimento pela riqueza de doutrina e e ciência na investigação cientí ca aos docentes que possuem título de doutorado, tenham exercido pelo menos por quatro anos o magis tério universitário e recebido a missio canonica, isto é, a licença para lecionar as disciplinas teológicas nas instituições da Igreja.

Padre Denilson é sacerdote da So ciedade do Apostolado Católico (Paloti nos), doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense, de Roma. Nos últimos anos, foi conselheiro geral e presidente da Comissão Jurídica Internacional da Sociedade do Aposto lado Católico, também em Roma.

Como prevê o estatuto da Faculdade, o trâmite para a nomeação de professor titular se iniciou com a indicação feita pelo diretor da instituição, Padre Ever ton Fernandes Moraes, à Congregação da Faculdade, que apresenta proposta ao Grão-Chanceler, Cardeal Odilo Pe dro Scherer, que, por m, pede o nihil obstat ao Prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, Cardeal José To

lentino de Mendonça, para que, assim, se proceda à nomeação.

O novo professor titular manifes tou sua gratidão a Dom Odilo Pedro Scherer, ao Padre Everton e aos demais membros da congregação da Faculda de pela con ança depositada. Também agradeceu aos demais colaboradores e alunos da instituição, assim como a seus superiores religiosos. “A nomeação de professor titular é uma manifestação pú blica de que a ciência jurídica é um ser viço à comunidade acadêmica, à Igreja e à sociedade. Tudo para a in nita glória de Deus”, a rmou.

Liturgia e Vida

Cristo é Rei

Não é apenas título piedoso, nem metáfora, e tampouco a tenta tiva de igualar Jesus aos poderosos do mundo. Cristo é Rei, o soberano por excelência.

É o Legislador, pois “tudo foi cria do por meio Dele e para Ele. Ele exis te antes de todas as coisas e todas têm Nele a sua consistência” (Cl 1,16). As leis da natureza e a constituição ínti ma do que existe foram feitas por Ele. Ainda que permaneça em silêncio, seja desprezado e blasfemado, a sua Lei está inscrita em todos os corações e nos julgará. A natureza de cada coi sa foi estabelecida por Ele. Jesus é também Juiz. Concede -nos livre-arbítrio, pois, diferente mente das paixões mundanas, que seduzem e escravizam, o seu amor é saboreado somente na liberdade dos lhos de Deus. Porém, Ele exporá a verdade sobre os homens e, avalian do como usamos nossa liberdade, recompensará a cada um segundo as suas obras. Com efeito, “o Pai deu ao Filho o poder de julgar, para que todos honrem o Filho assim como honram o Pai” (Jo 5,22).

Cristo é o nosso Governante: “Ele é a Cabeça do corpo, isto é, da Igre ja” (Cl 1,18). Ele é quem efetivamente ensina, santi ca e pastoreia os que lhe obedecem. Submete-se à humilhação de ser representado por ministros indignos. Ainda assim, conduz pa cientemente o rebanho: tolera, cor rige e, às vezes, denuncia os maus. Um dia, separará de nitivamente as ovelhas dos cabritos, o joio do trigo, e dirá aos maus: “Não vos conhe

ço, afastai-vos de Mim” (Lc 13,27).

O Senhor é Rei, pois está sentado à direita do Pai. Ao seu Reino celeste se referiu o bom ladrão: “Jesus, lem bra-te de mim, quando entrares no teu reinado” (Lc 23,42). Sobre esse Reino, Ele mesmo falou a Pilatos: “O Meu Reino não é deste mundo” (Jo 18,36). O Prefácio da Santa Missa descreve-o como “um reino eterno e universal: reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino da justiça, do amor e da paz”.

O fato de Jesus possuir um Reino celestial não nos exime de buscar o seu reinado neste mundo, primei ro em nossas próprias inteligências, vontades e corações; mas também nos esforçando para que o mundo do trabalho e da política seja infor mado pela sua Lei. Este é o motivo pelo qual o Papa Pio XI estabeleceu a Festa de Cristo Rei. É dever dos po líticos, dos trabalhadores e das famí lias cristãs buscar uma ordem social conforme o Evangelho.

O abandono da Lei do Senhor faz se multiplicar o sofrimento no mun do. Indiferença, miséria, guerras in justas, homicídio, roubo e leis imorais são o fruto de nações que viraram as costas para Deus. Existe um só re médio: “Reconhece que o Senhor é o Deus lá em cima no céu e cá embaixo na terra” (Dt 4,39). Os poderosos que não lhe obedecem perecerão. “O Al tíssimo dá o poder a quem Ele quer” (Dn 4,29), mas adverte: “Governantes da terra, servi ao Senhor com reve rência e prestai-lhe homenagem com tremor, para que Ele não se irrite e pereçais pelo caminho. Felizes os que Nele se abrigam!” (Sl 2,10).

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Claython Vasconcelos/União do Apostolado Católico

Papa Francisco: ‘Toda crise é aberta à presença de Deus’

Diante do sofrimento do mundo, da violência, da pobreza, da guerra, o Papa Francisco fez uma alerta no Dia Mundial dos Pobres, no domingo, 13: o de que Deus jamais abandona os que Nele creem e, portanto, os cristãos não devem se deixar enganar por “falsos messias”. Disse ele: “Toda crise é uma possibilida de e oferece ocasião de cres cimento, porque toda crise é aberta à presença de Deus, à presença da humanidade”.

Na visão do Papa Francis co, é preciso encarar os proble mas do mundo “como pessoas humanas, como cristãos”, e, re etindo sobre a passagem do Evangelho segundo São Lucas (21,8-18), perguntar-se:

“O que está dizendo o Senhor em meio a este momento de crise?”.

No relato bíblico, Jesus a r ma: “Quando vocês ouvirem sobre guerras e revoluções, não se aterrorizem”. O Papa Francis co explicou que se trata de não se deixar levar pelo medo e se apegar a superstições, “como se estivéssemos próximos do m

do mundo e não valesse a pena se empenhar por nada de bom”. É preciso fugir daqueles que prometem respostas mágicas ou milagrosas, “como se fossem a voz de Deus”.

Muitas vezes, disse ele, “nós nos con amos a teorias fanta siosas, teorias difundidas por algum ‘messias’ de última hora, em geral sempre derrotistas

e conspiradores”. Entretanto, Francisco avalia que o “Espírito do Senhor” não fala por meio de “gurus”. Mesmo diante de si tuações dolorosas, dramáticas, calamitosas, o cristão procura onde estão as oportunidades para “fazer algo de bom, a par tir das circunstâncias da vida, mesmo quando elas não são ideais”.

Por isso, toda crise permite a Deus se fazer presente por meio do testemunho de cada cristão. “Hoje, cada um de nós deve se interrogar, diante de tantas ca lamidades, diante desta ‘tercei ra guerra mundial’ assim cruel, diante da fome de tantas crian ças, de tanta gente: posso des perdiçar, desperdiçar dinheiro, a minha vida, o sentido da mi nha vida, sem tomar coragem para seguir em frente?”

O Dia Mundial dos Pobres, celebração instituída por Fran cisco para que toda a Igreja reze e atue em defesa dos mais po bres, é para ele uma oportuni dade de a Igreja se colocar em favor dos que mais precisam, pois “os pobres são as vítimas mais penalizadas em toda cri se”. A indiferença é um dos maiores pecados, indicou. É preciso “acender luzes de es perança em meio à escuridão”, empenhando-se na promoção “da justiça, da legalidade e da paz, estando sempre ao lado dos mais fracos”.

A con ança em Deus recor da que “nos pobres, está Cristo, que para nós se fez pobre”, a r mou o Pontí ce, em referência à Segunda Carta de São Pau lo aos Coríntios (8,9). O Papa Franciso entende que Deus “se identi ca com o pobre” e, por isso, temos que reconhecer em cada pessoa um verdadeiro “templo de Deus”.

“O comunicador que quer ter tudo em ordem errou de pro ssão”, disse o Papa Francisco, no sábado, 12. “O comu nicador deve sempre sair arriscando, ir pelas estradas, sempre envolvido com a vida”, acrescentou. “Comunicar é arris car, é criar, é ir além”, disse ele na audi ência privada a membros, consultores e servidores do Dicastério para a Comu nicação – o maior da Cúria Romana em número de funcionários.

A comunicação é sempre um diálo go, deve ter “ida e volta” e nunca pode ser unidirecional, notou o Papa. Além disso, ser comunicador é levar adiante “os va lores, convencido de que estou dando a vida com os meus valores, os valores cristãos e os valores humanos”, disse.

“A técnica, sozinha, não serve. A técnica os ajuda se por trás houver um coração, uma mente, se houver um ho mem, uma mulher que se doa. Estejam atentos a não escorregar somente sobre a técnica”, acrescentou, “pois isso os leva

a uma comunicação asséptica, privada de valores, e que de pois pode cair nas mãos de comerciantes ou da ideologia do momento”.

Francisco não leu o discurso que estava preparado para a ocasião, e falou de imprevisto. O texto, no entanto, foi dis tribuído. Nele, ele defendeu que a comunicação “favorece a proximidade, dá voz a quem está excluído, chama a atenção sobre aqueles que normalmente descartamos e ignoramos” – e, portanto, é um essencial mecanismo para promover a sinodalidade na Igreja. (FD)

No Angelus, preocupação com o meio ambiente e guerras

Após a oração do Angelus, no domingo, 13, Francisco re cordou o aniversário de um ano da Plataforma Laudato si’, que visa à conversão ecológica e estilos de vida coerentes. Nela, já há 6 mil inscritos, incluindo famílias, associações, empre sas, instituições religiosas, culturais e de saúde. “Encorajo esta missão, crucial para o futuro da humanidade, para que pro mova em todos um compromisso concreto com o cuidado da Criação”, disse.

O Papa também comentou sobre a Cúpula do Clima COP27, que ocorre no Egito, dizendo esperar “que sejam da dos passos em frente, com coragem e determinação, na esteira do Acordo de Paris”, documento que tem quatro pilares: miti gação, adaptação, nanças e perdas e danos.

O Santo Padre também expressou sua proximidade com o povo ucraniano – “permaneçamos sempre próximos de nos sos irmãos e irmãs da martirizada Ucrânia. Próximos com a oração e com a solidariedade concreta. A paz é possível! Não nos resignemos à guerra” –; e recordou os con itos que ocor rem desde 2020 na Eritreia, um país “já marcado por tantas calamidades, provocando, além das mortes e feridos, milha res de deslocados”. (por Redação –

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deVatican News) Aos comunicadores: ‘Comunicar é arriscar, é criar, é ir além’
com informações
AQUELES
APRESENTAM RESPOSTAS FÁCEIS
COMPLEXOS
NO DIA MUNDIAL DOS POBRES, PONTÍFICE FAZ O ALERTA PARA ‘NÃO SE DEIXAR ENGANAR’ POR
QUE
PARA PROBLEMAS
ESPECIAL
FILIPE DOMINGUES
PARA O SÃO PAULO, EM ROMA
Vatican Media Vatican Media Papa Francisco no almoço ofertado a 1,3 mil pessoas no Vaticano por ocasião do Dia Mundial dos Pobres

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