Luciney Martins/O SÃO PAULO
Comissão organizadora ajusta detalhes da Semana Missionária A Comissão Arquidiocesana da Semana Missionária reuniu-se, no sábado, 6, no Centro Pastoral São José do Belém, para avaliar tudo o que foi programado para o evento.
L’Osservatore Romano
Papas João 23 e João Paulo 2º serão canonizados juntos Fato inédito na história da Igreja: dois papas de nosso tempo – João 23 e João Paulo 2º – serão declarados santos juntos, anunciou a Santa Sé na sexta-feira, 5.
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Semanário da Arquidiocese de São Paulo
ano 58 | Edição 2960| 9 a 15 de julho de 2013
R$ 1,50
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Missa de envio na catedral reúne voluntários da JMJ
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Ansiedade e vontade de servir tomam conta dos jovens de SP que atuarão na Jornada Com camisetas alusivas à Jornada Mundial da Juventude, os voluntários do Estado de São Paulo que atuarão na
JMJ se reuniram na Catedral da Sé e participaram da missa de envio presidida por dom Odilo Pedro Scherer.
O Arcebispo de São Paulo acentuou o fato de no Evangelho Jesus estar enviando discípulos para evangelizar.
Os voluntários paulistas partem para o Rio de Janeiro na segunda-feira, 15. Página 11 Luciney Martins/O SÃO PAULO
Igreja celebra a memória da primeira santa brasileira Nesta terça-feira, 9, a Liturgia faz memória de Santa Paulina, a primeira brasileira a ser elevada à glória dos altares. Amor a Deus e serviço aos pobres marcam sua vida. Página 8
#FALTAM
a caminho do rio
Dias para a
JMJ
Ao final da celebração, os voluntários do Estado de São Paulo na JMJ e dom Odilo Pedro Scherer posam para uma histórica foto
Fundação Casa é acusada de maus-tratos Duas mães de adolescentes internados na Fundação Casa denunciam, via Pastoral do Menor, maus-tratos aos seus fi-
lhos. Segundo a denúncia a ser apurada, há casos de intimidações e agressões por parte dos funcionários da Fundação Casa,
Papa publica encíclica sobre a Fé
Redatores de folhetos Unidas, religiões litúrgicos têm encontro pedem justiça e paz
Páginas 3 e 4
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unidade Ipê. As mães questionam a aplicação de medidas socioeducativas previstas em lei. Página 9
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Concerto musical na Polônia recorda vítimas do Nazismo No dia 23 de junho, no campo de concentração de Birkenau, Polônia, concerto de autoria de Kiko Argüelo, do Neocatecumenato, lembrou vítimas do Nazismo. Página 19
Frei Patrício comenta sobre a crise atual no Egito Página 18 Arquivo pessoal
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Fé e Vida
www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 9 a 15 de julho de 2013 JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE Faltam apenas 14 dias para o início
frases da semana
“Nesse horizonte de sua morte próxima e anunciada, podemos dizer que o discurso de abertura do Vaticano 2º, a Gaudet Mater Ecclesia foi o testamento espiritual dele para a Igreja, enquanto a Pacem in Terris foi seu testamento para a humanidade toda.”
José Oscar Beozzo, em reportagem sobre o anúncio da canonização do papa João 23
“Tem meninos dormindo no chão [lotação acima da capacidade, a casa deveria abrigar 90 adolescentes e está com 103], usando roupa rasgada, andando descalços, porque os chinelos quebram e os funcionários não trocam.”
Mãe (não identificada) de um jovem internado na Fundação Casa de São Paulo
“É interessante notar que o Papa não fala da fé a partir das verdades da fé: o primeiro capítulo traz o título “acreditamos no amor”. Nosso ato de fé é precedido pelo amor de Deus, que se manifesta ao mundo e faz experimentar seu amor.”
Dom Odilo Pedro Scherer, sobre a encíclica Lumen Fidei
você pergunta
Espiritualidade
O que fazer imediatamente após comungar?
O humorismo evangélico do papa Francisco Frei Patrício Sciadini
Diretor do O SÃO PAULO, semanário da Arquidiocese de São Paulo
Padre Cido Pereira Rogério de Andrade mora no centro de São Paulo (SP), e quer saber o que fazer após a comunhão: fazer uma oração de agradecimento ou de louvor? Rezar um Painosso? Ficar quieto? Ou existe algum gesto específico que ainda ele não conhece? Rogério, a primeira coisa a fazer depois da comunhão é tomar consciência da presença de Jesus em seu coração, em sua vida. Fica bem dialogar com o Cristo com suas próprias palavras, com aquilo que o seu coração mandar. Agradeça esta presença de Jesus. Fale de você pra ele, do que o alegra, do que o preocupa, do que dói na sua vida. Fale das pessoas que você ama bastante, peça por elas. E peça também pelas pessoas que você não ama bastante, das que você ofendeu, das que o ofenderam, das que estão precisando de sua oração. Eu penso também que podemos pedir a ajuda dos santos da Igreja que amaram tanto a Jesus. Você pode conferir no Missal romano, algumas belíssimas orações de ação de graças. Como o meu espaço é curto, transcrevo para você um lindo oferecimento de si mesmo que está lá. Confira como é bonita esta oração: “Recebei, Senhor, minha liberdade inteira. Recebei minha memória, minha inteligência e toda a minha vontade. Tudo o que eu tenho ou possuo, de vós me veio; tudo vos devolvo e entrego sem reserva, para que vossa vontade me governe. Daime somente a vossa graça e nada mais vos peço, pois já serei bastante rico.” Tem também lá, no Missal romano, uma oração de ação de graças feita por São Tomás de Aquino que é profunda, piedosa. Nela, nós pedimos que a comunhão que acabamos de fazer de fato transforme a nossa vida. Deixe seu coração falar, Rogério, deixe seu coração falar após a comunhão. Afinal de contas, você está em profunda comunhão com Jesus. Fique com Deus e que ele abençoe você e sua família.
Semanário da Arquidiocese de São Paulo
O papa Francisco é alguém que desce no meio do povo e que todos os dias, na sua celebração da Eucaristia, faz uma pequena homilia aos que participam. E, nessas homilias cotidianas, que não são discursos oficiais e de protocolo, o Papa fala com o coração na mão e olhos nos olhos do povo que está aí. Quem sabe que um dia tenha a possibilidade de participar de uma dessas Eucaristias e aí perceber mais de perto o sentido único do Evangelho cotidiano que vem de quem carrega com amor o peso da Igreja e manifesta a alegria de anunciar um Jesus que todos possam amar e compreender.
Há uma característica nas homilias do papa Francisco que é a improvisação, a lembrança de provérbios da vida, e certo humorismo que nos faz bem e nos ajuda a nunca esquecer o que ele diz. Para nos falar que é necessário nos distanciar das riquezas que nos oprimem nos escravizam e que é necessário repartir com todos o que temos, o Papa não recorreu aos discursos dos Padres da Igreja e nem a umas reflexões filosóficas ou teológicas, mas sim a um exemplo simples que todos podem compreender: “O caixão não tem bolso…”. É uma mensagem que faz refletir e sorrir. E o Papa, para dizer isso, recorreu à sabedoria da sua avó. O papa Francisco nos convence com seu jeito de ser e de agir, desprendido de tudo e, com um agir de amigo, entra tranquilo no nosso coração e nos leva a tomar atitudes que sejam evangélicas.
“Nunca vi caminhão de mudança atrás de cortejo fúnebre…” É outra pérola de papa Francisco. É verdade, eu também nunca vi. Este exemplo do Papa é também para convidar a todos, ele mesmo, cardeais, bispos, padres e fiéis a não sermos apegados às coisas da terra, mas saber usá-las com uma distância, e sabendo usá-las para ajudar os que mais necessitam de nosso socorro. Essas frases na homilia do papa Francisco, como tantas outras, nunca serão esquecidas. E, sem dúvida, são repetidas com gosto, como pérolas de sabedoria pelos meios de comunicação, e todos as repetem com uma alegria imensa. O Evangelho de boca em boca assim vai se espalhando e se tornando uma realidade que todos compreendem e amam. Afinal, o mesmo Jesus tinha nas suas pregações o seu humorismo… mas não posso falar dele porque terminou o meu espaço.
palavras que não passam
Coração samaritano PADRE AUGUSTO CÉSAR PEREIRA Entendo como “religião sentimentalista” a prática religiosa baseada no sentimentalismo que, por sua vez, baseia-se nas reações sentimentais das pessoas. Pretendo mostrar a diferença entre sentimentalismo e amor, tentando ajudar as pessoas a se envolverem com o amor. Inicio com um exemplo. A pessoa depara-se com a cena de uma criancinha esquelética nos braços da mãe em pele e osso. Comove-se em lágrimas, porque sentiu uma grande dor interior e foi procurar consolo. Sentimentalismo. A mesma cena foi presenciada por outra pessoa que não se conformou com a situação a que estão submetidas filhas de Deus como ela. Sai em busca de alguém ou de alguma obra social para acudir a situação de irmãs em tal necessidade. Amor. No caso da pessoa sentimentalista, percebe-se que ela buscou uma saída para se livrar do sentimento que se apossou dela com a cena trágica que
tinha visto, pois a cena não a comoveu didamente. Se o sentimentalismo é em para tomar atitude em favor dos pobres, proveito individual da pessoa para ela preocupou-se apenas consigo procuran- própria, o amor produz compromissos do ajuda para si própria. em favor dos irmãos e irmãs, principalA outra tomou atitude de conside- mente pelos mais necessitados. ração pelas pessoas que ela considerou Pelo sentimentalismo, a pessoa busirmãs. A saída que buscou foi para as ca a si mesma, para satisfazer-se em outras que ela, por sinal, não conhecia. suas próprias emoções. No amor, busca Foi o amor fraterno que a fez mudar os satisfazer dispondo-se para o bem das planos do momento, para solucionar o outras pessoas, especialmente os pobres problema dos outros. e os sofredores. O sentimentalismo não Apelando para o sentimentalismo, dá segurança alguma. O amor é garantia as pessoas perdem a verdadeira expe- do suprassumo em matéria de religião. riência do amor (cf. Fl 3, 8-14). O sentimentalismo não tem O sentimentalismo não tem um apoio um apoio sólido para sólido para a devoção do povo, porque se a devoção do povo, baseia em emoções, e as emoções passam porque se baseia em emoções e as emotão rápidas quanto chegam ções, passam tão rápidas quanto chegam. Nesta linha, estão os compromisProc,uram-se corações samaritanos. sos assumidos no embalo das emoções “Um homem descia de Jerusalém para sentimentais, e somem também com o Jericó, e caiu nas mãos de assaltantes passar dos sentimentos. que lhe arrancaram tudo e o açoitaram” Comparando com o amor, nota-se (Lc 10, 25-37). Não é coincidência, mas a que ele mantém o compromisso estável versão atual da cena do samaritano e do e brota do discernimento ligado à ne- homem ferido à beira do caminho para cessidade de doar-se consciente e deci- Jericó.
Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Antônio Aparecido Pereira • Reportagem: Daniel Gomes • Colaboração: Nayá Fernandes e Edcarlos Bispo de Santana • Fotografia: Luciney Martins • Administração e assinaturas: Maria das Graças Silva (Cássia) • Projeto Gráfico e Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Impressão: Atlântica Gráfica e Editora Ltda. • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: osaopaulo@uol.com.br (redação) • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinatura) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura.
Fé e Vida ENCONTRO COM O PASTOR
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editorial
A luz da fé: A encíclica do papa Francisco Um O SÃO PAULO Arcebispo metropolitano de São Paulo
cardeal dom odilo pedro scherer
Era bem esperada uma encíclica sobre a fé, ainda no pontificado de Bento 16. De fato, ele já havia escrito uma sobre a caridade (Deus caritas est – Deus é Amor) e uma sobre a esperança (Spe salvi – Salvos na Esperança). Faltava uma sobre a fé, para completar a trilogia de ensinamentos pontifícios sobre as virtudes teologais, dons preciosos recebidos de Deus no Batismo. E foi o papa Francisco quem nos deu a encíclica Lumen Fidei (A Luz da Fé), sobre a fé, bem no decorrer do Ano da Fé. Ele mesmo, no entanto, já havia dito, quando a anunciou há poucas semanas, que seria uma encíclica “escrita a quatro mãos”, uma vez que seu predecessor já havia trabalhado, antes de abdicar ao pontificado, em vista de sua publicação. A encíclica nos vem, não apenas para a melhor vivência do Ano da Fé, mas para compreender e viver melhor a própria fé. Não é um texto para ser analisado com mera curiosidade intelectual, ou com o intuito de fazer uma análise teológica sobre ele; seria muito pouco. Bem mais, ele deve ser lido e degustado com o desejo de compreender e acolher cada palavra dita com amor de pai por quem fala com a sabedoria adquirida ao longo de uma existência e com o desejo de comunicar coisas essenciais à vida dos filhos... É interessante notar que o
Papa não fala da fé a partir das “verdades da fé”: o primeiro capítulo traz o título – “acreditamos no amor”. Nosso ato de fé é precedido pelo amor de Deus, que se manifesta ao mundo e nos faz experimentar seu amor salvador; a experiência do amor precede a fé! Não é também isso que acontece entre as pessoas? Quando duas pessoas se amam verdadeiramente, elas passam a acreditar profundamente uma na outra... É o que já ouvimos do papa emérito Bento 16 em outras ocasiões: nossa fé e nossa experiência religiosa não decorrem de uma doutrina perfeita, nem de um ideal ético altíssimo, mas do encontro com a pessoa de Deus, amoroso e fiel, que se revelou, veio ao nosso encontro e nos amou. É a isso que o Papa se refere quando fala, na encíclica, sobre Abraão, nosso pai na fé, a experiência histórica e mística do Povo de Israel, a vinda do Filho de Deus ao mundo e a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. “Ele me amou e por mim se entregou na cruz”, exclama São Paulo, depois de fazer a experiência do encontro com Jesus Cristo no caminho de Damasco; sua fé foi vivíssima e inabalável porque experimentou o “mistério” do amor de Deus, manifestado em Cristo Jesus. Para os apóstolos e para os grandes cristãos, que foram e são os santos, falar da fé não significou tratar de verdades abstratas, bem elaboradas pela razão humana; eles falavam, antes de tudo, da pessoa de Deus e de Jesus Cristo, de sua ação envolvente, especialmente de seu amor misericordioso e de sua providência. As verdades da fé e da moral, também elaboradas
bem como doutrinas, seguem depois disso. A encíclica fala, no capítulo 2º, que é preciso crer para compreender; de fato, a fé é um dom sobrenatural, que nos é dado como luz forte, que nos faz perceber melhor aquilo que queremos compreender. É o contrário do que, geralmente, as pessoas imaginam: não é “ver para crer”, mas “crer para ver”. Na ordem da fé, podemos dizer: quem crê compreende mais e melhor. Não é que a fé dispensa o esforço da razão e o estudo: fé e razão completam-se e não devem ser opostas, nem tidas como excludentes. Um belo capítulo trata da transmissão da fé: esta é uma das preocupações sérias da Igreja em nossos dias. O papa fala que a Igreja é “a mãe da nossa fé”. Esta não é um fato individual e subjetivo: aquilo que cremos foi transmitido a nós, vem de longe, dos apóstolos! “Transmiti-vos aquilo que eu mesmo recebi”, observou São Paulo (1Cor 15,3). Cremos no testemunho de quem creu primeiro; e temos motivos bons para fazer isso! Cremos com quem já creu, os mártires, os santos, os mestres da fé ao longo da história. Cremos e temos o compromisso de continuar a transmitir hoje essa preciosa herança da fé! Enfim, a encíclica trata das obras da fé. “A fé, sem as obras, é morta em si mesma”, já advertia São Tiago! Mas não se trata de opor as obras à fé: estas são decorrência e fruto da fé verdadeira. Crendo, nós nos colocamos na sintonia com o plano de Deus sobre este mundo e sobre a nossa vida. E então, surgem as obras da fé e cessam as obras contrárias à fé, porque são contrárias a Deus e ao seu amor!
semana do cardeal
de cara nova
Certamente o leitor de O SÃO PAULO deve estar estranhando o formato em que ele chegou às suas mãos. É que um sonho há muito tempo acalentado começa a se concretizar. Era tempo do jornal da Arquidiocese assumir um rosto novo. Para chegar a ele, esta edição e as próximas, aproveitando o sopro do Espírito que certamente serão a Semana Missionária na Arquidiocese e a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, são editadas neste formato chamado germânico. Vamos fazer o caminho caminhando. É um processo que não dispensa a participação de toda a Igreja de São Paulo, pastores e fiéis. Via internet, carta, telefone, todos poderão ajudar-nos a construir um novo O SÃO PAULO, novo não apenas no formato, mas também na redação e edição das matérias. Até porque um projeto editorial vai muito além do projeto gráfico. Lembrado isso, vale dizer que boas notícias não faltam nesta edição e nas próximas. Vejamos: O papa Francisco nos presenteou com sua primeira encíclica que vem completar a reflexão sobre as três virtudes teologais – fé, esperança e caridade – iniciada por Bento 16. Ele presenteou-nos com as encíclicas Deus é Amor (Deus Caritas est) e Salvos pela Esperança (Spe Salvi). Faltava a encíclica sobre a fé. Ele fez o primeiro esboço. O papa Francisco completou. E agora temos a Luz da fé (Lumen Fidei). Outra notícia que nos enche de alegria. João 23 e João Paulo 2º serão canonizados. Duas grandes testemunhas da fé, eles nos ajudarão a iluminar todas as realidades com a luz da fé. Não estamos sozinhos na missão de transmitir a fé. Enfim, que venham os jovens para a Semana Missionária. Nós, Povo de Deus em São Paulo, os aguardamos com carinho. Que eles se sintam bem no meio de nós. E que a barreira da língua seja superada pela linguagem universal do amor. Estávamos preparados para receber 30 mil. Não importa. Que venham dez mil. O nosso desejo de tê-los conosco em nossas casas e comunidades é o mesmo. A oração, a solidariedade, a partilha de experiências marcarão este encontro. Para isso, ajude-nos o Senhor Jesus, cuja salvação é para toda a humanidade.
Outra notícia que nos enche de alegria. João 23 e João Paulo 2º serão canonizados. Duas grandes testemunhas da fé, eles nos ajudarão a iluminar todas as realidades com a luz da fé. Não estamos sozinhos na missão de transmitir a fé agenda do cardeal Quarta-feira (10)
13h - Missa no Hospital do Servidor Público Estadual, na Festa de São Camilo 19h - Encontro Judaico-Católico, lembrando os 50 anos de falecimento do papa João 23
Quinta-feira (11)
12h - Missa na Catedral da Sé, pelo menino boliviano Bryan Yanarico Capcha 15h - Missa na Abadia de Santa Maria
Sexta-feira (12)
09h - Reunião com os Bispos Auxiliares 13h - Reunião – Rede Vida
Domingo (14) Na sexta-feira, 5, o Cardeal participou da assembleia ordinária da Cáritas. Estiveram na reunião os demais bispos auxiliares e os associados da Cáritas.
No domingo, 7, dom Odilo celebrou os 60 anos de instalação da Paróquia São João Clímaco. Na celebração, o Arcebispo parabenizou a Paróquia por seu aniversário.
11h - Missa na Catedral da Sé Acolhida dos jovens peregrinos para a Semana Missionária – JMJ
Segunda-feira (15)
09h - Atividades da Semana Missionária - JMJ 15h - Coletiva de Imprensa: Semana Missionária em São Paulo e JMJ Rio-2013
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Fé e Vida
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liturgia e vida
palavra do papa
16º DOMINGO DO TEMPO COMUM 21 DE JULHO
A fé nasce no encontro com o Deus vivo
Ana Flora Anderson
A vida teologal A Oração do Dia é um pedido a Deus para multiplicar em nós as virtudes teologais: a fé, a esperança e a caridade. As três leituras, cada qual à sua maneira, descrevem o valor dessas virtudes. A primeira leitura (Gênesis 18, 1-10) apresenta nosso pai na fé, Abraão. Por causa dessa fé Deus lhe prometeu uma grande descendência. O tempo passou, Abraão e Sara envelheceram e só permaneciam a esperança e a fé na promessa de Deus. Na narrativa de Gênesis 18, a realização da promessa é anunciada. A segunda leitura (Colossenses 1, 24-28) narra o grande amor de Paulo pelos cristãos de Colossos. O seu amor por Cristo o leva a amar intensamente os homens e as mulheres pelos quais Jesus entregou a sua vida. Por amor, Paulo pretende completar em sua carne tudo o que é necessário para a salvação deste povo. Ele começou seu ministério pregando a Palavra de Deus em toda sua plenitude. Os colossenses que creem e vivem desta Palavra se tornaram a manifestação gloriosa do mistério da presença de Cristo. O Evangelho de São Lucas (10, 38-42) faz uma síntese da vida cristã. As duas irmãs representam a comunidade eclesial que deve contemplar a Palavra de Jesus e servir uns aos outros. O serviço na Igreja, porém, deve nascer da contemplação da Palavra. Ser discípulo não se resume no “fazer”, mas no fazer por amor. leituras DA SEMANA SEGUNDA (22): Ct 3, 1-4a; Jo 20, 1-2.11-18 TERÇA (23): Ex 14,21-15,1; mt 12, 46-50 QUARTA (24): Ex 16, 1-5.9-15; Mt 13, 1-9 QUINTA (25): 2Cor 4, 7-15; Mt 20, 20-28 SEXTA (26): Eclo 44, 1. 10-15; Mt 13, 16-17 SÁBADO (27): Ex 24, 3-8; Mt 13, 24-30
SANTO DA SEMANA
Santa Catarina Tekakwitha – 14 de julho Kateri Tekakwitha foi a primeira americana pelevermelha a ter santidade reconhecida. Nasceu em 1656, no Canadá. Seu pai era chefe indígena da nação Mohawks e a mãe, uma índia cristã, que não pôde batizar a filha com nome da santa de sua devoção, mas era por ele que a chamava: Catarina. Era vista contando histórias de Jesus para crianças e idosos, que ficavam ao seu lado enquanto ela tecia. Em 1675, soube que jesuítas estavam na região e, desejando ser batizada, foi ao encontro deles. Recebeu o sacramento e o nome de Catarina Tekakwitha. Logo depois, fugiu para a missão dos jesuítas, por ser pressionada para o casamento. Recolhia-se por longos períodos na floresta, onde, junto a uma cruz que ela havia traçado na casca de uma árvore, ficava em oração. Morreu em 17 de abril de 1680, aos 24 anos. O papa João Paulo 2º a beatificou durante a 17ª JMJ, em 2002, quando a nomeou padroeira da ecologia e do meio ambiente.
Papa francisco Fica bem transcrever aqui parte da introdução da encíclica Lumen Fidei, lançada na sexta-feira. Bento 16 fez o primeiro esboço. O papa Francisco continuou. Fica concluída assim a trilogia sobre as três virtudes teologais: fé, esperança e caridade. (...) Urge recuperar o caráter de luz que é próprio da fé, pois, quando a sua chama se apaga, todas as outras luzes acabam também por perder o seu vigor. De fato, a luz da fé possui um caráter singular, sendo capaz de iluminar toda a existência do homem. Ora, para que uma luz seja tão poderosa, não pode dimanar de nós mesmos; tem de vir de uma fonte mais originária, deve porvir em última análise de Deus. A fé nasce no encontro com o Deus vivo, que nos chama e revela o seu amor: um amor que nos precede e sobre o qual podemos nos apoiar para construir solidamente a vida. Transformados por este amor, recebemos olhos novos e experimentamos que há nele uma grande promessa de plenitude e se nos abre a visão do futuro. A fé, que recebemos de Deus como dom sobrenatural, aparece-nos como luz para a estrada, orientando os nossos passos no tempo. Por um lado, provém do passado: é a luz de uma memória basilar – a da vida de Jesus –, onde o seu amor se manifestou plenamente fiável, capaz de vencer a morte. Mas, por outro lado e ao
mesmo tempo, dado que Cristo ressuscitou e nos atrai de além da morte, a fé é luz que vem do futuro, que descerra diante de nós horizontes grandes e nos leva a ultrapassar o nosso “eu” isolado, abrindo-o à amplitude da comunhão. Desse modo, compreendemos que a fé não mora na escuridão, mas é uma luz para as nossas trevas. Dante, na Divina Comédia, depois de ter confessado diante de São Pedro a sua fé, descreve-a como uma “centelha / que se expande depois em viva chama / e, como estrela no céu, em mim cintila”. É precisamente desta luz da fé que quero falar, desejando que cresça, a fim de iluminar o presente até se tornar estrela que mostra os horizontes do nosso caminho, num tempo em que o homem vive particularmente carecido de luz. Antes da sua paixão, o Senhor assegurava a Pedro: “Eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça” (Lc 22, 32). Depois pediu-lhe para “confirmar os irmãos” na mesma fé. Consciente da tarefa confiada ao Sucessor de Pedro, Bento 16 quis proclamar este Ano da Fé, um tempo de graça que nos tem ajudado a sentir a grande alegria de crer, a reavivar a percepção da amplitude de horizontes que a fé descerra, para a confessar na sua unidade e integridade, fiéis à memória do Senhor, sustentados pela sua presença e pela ação do Espírito Santo. A convicção duma fé que faz grande e plena a vida, centrada em Cristo e na força da sua graça, animava a missão dos primeiros cristãos. Nas Atas dos Mártires, lemos este diálogo entre o prefeito romano Rústico e o cristão Hierax: “Onde estão os teus pais?” — perguntava o juiz ao mártir; este respondeu: “O nosso verdadeiro pai é Cristo, e nossa
mãe a fé n’ele”. Para aqueles cristãos, a fé, enquanto encontro com o Deus vivo que se manifestou em Cristo, era uma “mãe”, porque os fazia vir à luz, gerava neles a vida divina, uma nova experiência, uma visão luminosa da existência, pela qual estavam prontos a dar testemunho público até o fim. O Ano da Fé teve início no cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano 2º. Esta coincidência permite-nos ver que o mesmo foi um Concílio sobre a fé, por nos ter convidado a repor, no centro da nossa vida eclesial e pessoal, o primado de Deus em Cristo. Na verdade, a Igreja nunca dá por descontada a fé, pois sabe que este dom de Deus deve ser nutrido e revigorado sem cessar, para continuar a orientar o caminho dela. O Concílio Vaticano 2º fez brilhar a fé no âmbito da experiência humana, percorrendo assim os caminhos do homem contemporâneo. Dessa forma, se viu como a fé enriquece a existência humana em todas as suas dimensões. 7. Estas considerações sobre a fé – em continuidade com tudo o que o Magistério da Igreja pronunciou acerca desta virtude teologal – pretendem juntar-se a tudo aquilo que Bento 16 escreveu nas cartas encíclicas sobre a caridade e a esperança. Ele já tinha quase concluído um primeiro esboço desta carta encíclica sobre a fé. Estou-lhe profundamente agradecido e, na fraternidade de Cristo, assumo o seu precioso trabalho, limitando-me a acrescentar ao texto qualquer nova contribuição. De fato, o Sucessor de Pedro, ontem, hoje e amanhã, sempre está chamado a “confirmar os irmãos” no tesouro incomensurável da fé que Deus dá a cada homem como luz para o seu caminho (Lumen Fidei, 4.5.6.7).
Há 50 anos
Após 40 anos, Cardeal se reencontra com sua irmã “Elisa tem hoje 70 anos, dois a mais do que o Cardeal, seu irmão. Falando ao jornalista, disse que não teria conseguido deixar a Rússia se Stalin ainda fosse vivo. Acredita que foi a intervenção pessoal de Kruchey, que permitiu sua saída do país, a fim de poder viver seus últimos dias em Roma, onde vive o irmão, um dos mais prestigiosos cardeais da Santa Sé.” O parágrafo acima, retirado da edição de 14 de julho de 1963 do jornal O SÃO PAULO, relata uma primeira aproximação ocorrida entre o Vaticano e a Rússia. O fato foi registrado, segundo a reportagem, por um jorna-
lista da revista Época, que detalhou como se deu o encontro dos irmãos, separados nos primeiros anos da União Soviética. “Elisa vivia na aldeia caucasiana inteiramente só. Viúva, sem filhos, seu único irmão em Roma, a quem não via há 40 anos, isto é, desde quando Gregório Pedro Agagianian foi enviado para a Rússia a fim de pregar o Evangelho, no primeiro período da revolução. Foram dois anos duros para o padre armênio, ao cabo dos quais teve que deixar o país. Lá ficou sua irmã, isto é, a única irmã do purpurado da Igreja Romana nascido na Rússia”, contou a reportagem.
Capa da edição de 14/7/1963
Fé e Vida
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fé e cidadania
bioética
Refugiados e migrações forçadas (3)
Primeiros médicos formados pelos camilianos
Padre Alfredo Gonçalves Na segunda parte do documento, intitulada “Refugiados e outras pessoas deslocadas à força”, após uma breve descrição sobre “o conceito e a situação dos refugiados”, o documento detém sua atenção, de forma particular, sobre os campos de refugiados e os refugiados urbanos. Quanto ao primeiro caso, prevalece a denúncia: “O resultado é que tais campos, originariamente destinados ao abrigo temporário, se tornaram ‘residências’ permanentes, onde os refugiados permanecem durante anos, geralmente confinados nos seus movimentos, não autorizados a assegurar os próprios meios de subsistência e forçados à dependência. Nessas situações, a Comunidade internacional parece prestar-lhes uma atenção escassa, ou simplesmente aceita a sua armazenagem como uma situação normal” (nº 44). Passando ao caso dos refugiados urbanos, o texto assinala que, “atualmente, mais de metade da população de refugiados se encontra fora dos campos. Os motivos para se instalar de for-
ma independente são porque já residiam em ambientes urbanos e não estão acostumados a viver em áreas rurais, ou porque julgam ter uma melhor perspectiva para o seu futuro, especialmente no que se refere ao ‘ganha-pão’. Nem por isso, deixam de ter ‘o direito à mesma proteção, com os mesmos direitos e responsabilidades sob a legislação internacional, como refugiados em áreas designadas’” (nº 46-47). Na sequência, o documento, sempre no campo da mobilidade humana, alarga sua solicitude pastoral para “outras pessoas que precisam de proteção”, passando a elencá-las: os apátridas, os deslocados internamente (dentro do próprio país), as vítimas do tráfico e do contrabando de pessoas humanas. Detenhamo-nos sobre estes últimos dois rostos. O texto entende por vítimas do tráfico de pessoas aquelas “que foram enganadas a respeito das suas atividades futuras e já não são livres de decidir sobre sua própria vida. Acabam em situações semelhantes à escravidão ou à servidão, das quais é muito difícil fugir. Ameaças e violência são com frequência utilizadas em ordem a esta finalidade” (nº 52). Já o contrabando de pessoas “tem como finalidade fazer uma pessoa entrar irregular-
mente num país, contornando as leis de migração, constituindo por isso uma transgressão de tais leis” (nº 55). Enquanto o tráfico transita pelas vias legais, descumprindo posteriormente as promessas feitas na origem, o contrabando esquiva-se clandestinamente para conduzir os migrantes a determinado país, abandonando-os à própria sorte (e às dívidas contraídas). Mas essa distinção é mais conceitual que real. No universo ambíguo da mobilidade humana, as fronteiras são sempre muito fluidas, flexíveis. Como alerta o documento, os contornos borram facilmente. “Assim que uma pessoa chega ao país de destino, conclui-se a relação com o contrabandista. No entanto, é necessário observar que as partes se encontram em termos de desigualdade, uma vez que as pessoas vítimas do contrabando dependem do contrabandista e podem facilmente perder o controle da situação. Às vezes, a situação chega a tal ponto que os contrabandistas não apenas escolhem o país de destino, mas também se aproveitam do elevado risco que as pessoas correm, quando são introduzidas ilegalmente num determinado país. Em tal situação, o contrabando torna-se tráfico” (nº 56).
espaço bioética aberto
A escritora da paz Livre-docente da Universidade Federal do Espírito Santo, magistrado aposentado e escritor
João Baptista Herkenhoff A Academia Espírito-Santense de Letras elegeu dois novos membros: Jeanne Bilich e Jorge Elias Neto. Cuidarei, neste texto, de Jeanne Bilich, que sucede a Waldyr Vitral, na cadeira número sete. De Jorge Elias Neto, que sucede a Athayr Cagnin, na cadeira número dois, tratarei em artigo posterior. Jeanne Bilich declarou numa entrevista: “Somente com os fios da coragem, do arrojo e da audácia é possível tecer a tapeçaria da vida. E ela, a vida, cumpre fielmente a sua parte: está sempre a nos acenar. Os desafios que alfinetam nosso cotidiano nada mais são do que mãos magnéticas a irradiar chamamentos, tentando-nos com hipnóticos convites, buscando nos atrair para a exploração de inovadoras trilhas”. Creio que foi com esse espí-
rito libertário, com essa vocação para atender ao chamado de mãos magnéticas, que Jeanne Bilich ingressou no quase centenário sodalício capixaba. E como esse ingresso enriquece nossa arcádia! No seu ofício de cronista, a novel acadêmica declara-se amante dos leitores. Busca sempre levar algo novo para eles: uma reflexão, um acréscimo ao cotidiano, um consolo ou um afago. Jeanne presenteou-me com um livro de sua autoria, enriquecido com uma dedicatória fraterna: “Zeitgeist – Espírito do Tempo”. Obra maravilhosa que vazei noite adentro para ler de um jato só! Zeitgeist é um vocábulo do idioma de Goethe, que pode ser traduzido como espírito da época, ou espírito do tempo. O tempo carrega uma alma, é marcado por uma essência. Qual é esta essência que Jeanne Bilich perseguiu e alcançou no seu livro? Parece-me que é aquela que só se atinge quando se tem a sensibilidade de perceber os laços
que tecem a história, que ligam os seres humanos ao seu destino comum, como a recém-acadêmica fez. A filha do refugiado político croata nasce no Rio de Janeiro e vem para Vitória (ES). O que desejava aquele sonhador de Zagreb? O que sonha nossa cronista capixaba? O que queremos todos, acima de nacionalidades, ideologias e credos, senão realizar o sonho impossível, esse impossível que alimenta nossas lutas, mas que um dia, quem sabe, pode-se tornar real. Os países entram em guerra, quase sempre por razões econômicas. Governos lançam condenações sobre povos e lhes apõem etiquetas humilhantes. O ódio é tão grande que alcança até imigrantes que cruzaram os oceanos. Se as guerras exigissem plebiscito, para ser declarado pelos governos, o mundo viveria em paz. O homem comum, o lavrador, o operário e o poeta amam a paz. Quem manipula as guerras são os fabricantes de armas e outros agentes sociais perniciosos. O livro de Jeanne é uma mensagem de paz.
padre leo pessini “Mais coração nas mãos, irmão!” Camilo de Lellis (1550-1614)
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médica, do ponto de vista humanístico, permite o desenvolvimento da responsabilidade do médico para com seu paciente, no que tange à coparticipação em direção ao alcance dos melhores resultados. Propõe-se a passagem de um modelo até então unidirecional (paternalista) para o modelo bidirecional, em que ambos os sujeitos interagem no encaminhamento do processo doença/saúde. A abertura comunicacional exige mudança de postura do profissional médico no intuito de estabelecer com seu paciente e equipe de trabalho uma condição relacional empática e autenticamente participativa. A valorização exacerbada e reducionista de “ciência” enfraqueceu a riqueza da experiência e do encontro pessoal, esquecidos de que medicina, para além de ser ciência, é uma arte! O redimensionamento de pressupostos da prática médica para o século 21 permite estabelecer novo enfoque da relação
Os camilianos estão celebrando de 14 de julho de 2013 a 14 de julho de 2014 o ano jubilar, no contexto do 4º centenário da morte de São Camilo de Lellis. É dentro desse marco histórico que estamos orgulhosos com a formatura, neste meio de ano, da 1ª turma de médicos formados pelo Centro Universitário São Camilo, até hoje a única Faculdade de Medicina da Ordem Camiliana, nesses quatro séculos de história de serviços no mundo da saúde. “Só deveríamos entrar nesta área”, nos alertava um ex-Geral da Ordem, padre Calisto Vendrame, “se fosse para A abertura comunicacional formarmos um exige mudança de postura do profissional diferenciado, profissional médico no intuito que seja capaz de estabelecer com seu paciente de aliar duas e equipe de trabalho uma competências, a científica e a condição relacional empática e técnica, junto autenticamente participativa com a humana e a ética. É esta perspectiva que nos auto- médico-paciente, em que se torriza a falarmos de um ‘médico ne possível o alcance em maior humano’ e gentil, humanizado grau da compreensão de cada um e que humaniza!” de per se e do outro, desencadeA humanização dos serviços ando, o crescimento da história de saúde em geral e da Medi- pessoal dos envolvidos. Trata-se, cina, em particular, implica no na realidade, de um movimento reconhecimento respeitoso do de compreensão e interpretação valor da pessoa humana e de de si mesmo e do outro, tendo um aprofundamento no valor como base “a parceria”. E é a do cuidado de saúde aliado à partir dessa proposta que o casensibilidade humana diante do minho terapêutico humanizado sofrimento humano. Essa é a se desenha. O projeto de humapremissa para a aspiração da nização dessa prática, em suma, construção de um profissional contempla o desenvolvimento da saúde comprometido com de novas competências, ou seja, o bem da pessoa humana fra- implica considerar o avanço tecgilizada pela doença, na efetiva nológico como recurso precioso promoção de sua saúde, ao con- sim, mas não um fim em si messiderar a pessoa em sua inte- mo, aliado à construção de regridade física, psíquica, social e lações interpessoais saudáveis. espiritual. Não é à toa que na última revisão Sob a perspectiva mecanicis- do Código de Ética Medica Esta, a doença foi entendida equi- panhol, entre os seus princípios vocadamente como “desvio de fundamentais, assinala-se que, variáveis biológicas em relação na relação médico paciente, o a uma normalidade”. A doença, médico “deve ser gentil!”. Sim, sob esse prisma simplificado, gentileza, que se constitui no firmou o distanciamento entre senso comum de uma relação mente e corpo, objeto e sujeito, de respeito entre os seres humadeixando de considerar aspectos nos. Nada mais atual do que o sociais, psicológicos, entre tan- grito de Camilo de Lellis lançado tos outros aspectos fundamen- há quatro séculos de que humatais que definem a essência do nizar na sua essência significa ser humano. O avanço da prática “colocar o coração nas mãos!”.
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Igreja em Ação
ceat
Pastoral vocacional
Mundo do trabalho em mutação (2)
A vocação no Evangelho de Marcos
Padre Lício de Araújo Vale
altas horas da noite, isso quando não permanecem em operação 24h por dia. O atendimento agrada ao cliente, e os bancos não precisam pagar horas extras. Estamos vendo mudanças de valores e nos acostumamos com elas. Só para citar um exemplo, uma importante revista de âmbito nacional publicou a relação das melhores empresas para se trabalhar no Brasil, em 2007. Uma delas, vencedora, disse com todas as letras que o empregado, quando erra três vezes, recebe um prêmio! Uma maneira disfar-
Além da extinção de várias profissões, o medo e a angústia do trabalhador desempregado é uma das piores consequências do desemprego. Atualmente, os empregados trabalham mais e recebem menos, se comparado com anos anteriores. Essa afirmativa pode ser confirmada com as terceirizações, em que os terceirizados substituem os primeiros com salários menoGrande parte dos res, sem os mesmos beneprofissionais está atuando fícios e em conhoje como se o mundo do dições de tratrabalho fosse o mesmo de -balho piores. Sem falar que a quando eles estavam na grande maioria faculdade ou quando se das chamadas formaram “terceiras” não têm em sua estrutura a área de Recursos Hu- çada de assédio moral, que um dia será cobrado na Justiça e manos. Se observarmos o sistema é passada como se fosse um bancário, começaremos a en- valor da organização. E tem tender a nova lógica do traba- gente que ainda aplaude! Grande parte dos prolho. Até há bem pouco tempo, os bancos abriam suas portas fissionais está atuando hoje às 10h e encerravam o expe- como se o mundo do trabadiente às 16h. Isso ainda é lho fosse o mesmo de quando verdade hoje, mas, através dos eles estavam na faculdade ou caixas eletrônicos, os bancos quando se formaram. Estão recebem depósitos, recebem agindo como o pianista do Ticontas, permitem transferên- tanic, que continuou tocando a cias, enfim, continuam com mesma melodia com o barco suas principais operações até afundando!
Promotor vocacional da Arquidiocese de São Paulo
Padre Messias de Moraes Ferreira Prezados Animadores Vocacionais de nossa Arquidiocese de São Paulo. Quero saudar a cada um em Cristo Jesus. Por ele, “recebemos a graça da vocação para o apostolado, a fim de trazermos à obediência da fé, para a glória de seu nome, todas as nações; (...) graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e de nosso Senhor, Jesus Cristo” (Rm 1, 5-7). Quero partilhar uma pequena reflexão sobre a vocação no Evangelho de Marcos. No primeiro capítulo, o evangelista narra o Batismo de Jesus (cf. Mc 1, 9-11) e o tempo que ficou no deserto (cf. Mc 1, 12-13). O batismo é o momento da unção de Jesus, o momento em que o Pai declara, sem dúvida, quem é seu Filho. Nosso Batismo, que aponta nossa missão, é semelhante ao de Jesus. O Pai nos aceita como seus filhos e filhas e nos convoca à mesma missão de Jesus: evangelizar os povos (cf. Mc 1, 21-22). No terceiro capítulo, aparece algo muito interessante na fala do evangelista Marcos: “Jesus subiu ao monte e chamou os que deseja escolher” (Mc 3, Pastoral do dízimo
O dízimo e a prosperidade Integrante da Pastoral do Dízimo da Arquidiocese
de São Paulo
VAGAS DA SEMANA 1.900Vagas p/ AUXILIAR DE LIMPEZA em todas as regiões de SP, mas/fem, 18 a 45 anos, sem experiência, ensino fundamental incompleto. 2.500Vagas p/ OPERADOR DETELEMARKETING em todas as regiões de SP, mas/ fem, 18 a 55 anos, sem experiência, ensino médio completo. 750 Vagas p/ PORTEIRO em todas as regiões de SP, masc, 24 a 45 anos, sem experiência, ensino médio incompleto. 900 Vagas p/ ATENDENTE DE LANCHONETE em todas as regiões de SP, mas/fem, 18 a 32 anos, sem experiência, ensino fundamental completo. 500 Vagas p/ OPERADOR DE CAIXA em todas as regiões de SP, fem, 18 a 36 anos, sem experiência, ensino médio completo. 550 Vagas p/ OPERADOR DE SUPERMERCADOS em todas as regiões de SP,
mas/fem, 18 a 36 anos, sem experiência, ensino fundamental completo. 150 Vagas p/ AJUDANTE DE CARGA E DESCARGA em todas regiões de SP, masc, 18 a 30 anos, sem experiência, ensino médio incompleto. 250 Vagas p/ VENDEDOR LOJISTA em todas as regiões de SP, mas/fem, 18 a 28 anos, sem experiência, ensino médio completo. 300 Vagas p/ REPOSITOR DE MERCADORIAS em todas as regiões de SP, mas/ fem, 18 a 30 anos, sem experiência, ensino fundamental completo. 400 Vagas p/ AUXILIAR DE COZINHA em todas as regiões de SP, mas/fem, 18 a 50 anos, sem experiência, ensino fundamental incompleto. 350 Vagas p/ ATENDENTE DE BALCÃO em todas as regiões de SP, mas/fem, 18 a 40 anos, sem experiência, ensino médio incompleto.
unidades DE ATENDIMENTO Unidade Santana – Rua Dr. Gabriel Piza, 475 – Metrô Santana Unidade Rio Pequeno – Av. Otacilio Tomanik, 1.555 – Rio Pequeno Unidade Santo Amaro – Rua Padre José de Anchieta, 172 – Santo Amaro Unidade Tatuapé – Rua Bonsucesso, 233 – Metrô Tatuapé
Unidade São Miguel – Rua José Dias Miranda, 48 – São Miguel Paulista Unidade Vila Mariana – Rua Bartolomeu de Gusmão, 524 – Vila Mariana Unidade Marechal Deodoro – Rua Barão de Campinas, 691 – Marechal Deodoro
13). O monte é biblicamente o para nos entregar à realização lugar sagrado, e Jesus enfatiza do seu projeto em nossa vida. O dois pontos importantes nessa mistério da vocação nos quespassagem: o chamado para tra- tiona. Jesus quer que sejamos balhar na messe e a escolha dos reflexos do amor do Pai para evangelizadores, ou seja, daque- com os outros, juntando nossas les que irão dar sequência à mis- forças para construção e defesa da vida. são iniciada por ele. Jesus nos envia: “Vão pelo Também nós, cristãos da atualidade, que vivemos num mundo inteiro”. Que hoje não mundo tão agitado e com tantas faltem discípulos missionários facilidades, devemos fazer nos- que abracem sua vocação e so momento de oração e deserto, de ouvir a voz do A missão fez Jesus crescer na Espírito, e de opcompaixão e na solidariedade para tar e decidir seguir com seu povo. Diante da multidão aquele que morreu na cruz para que o seguia, Jesus olhou e ficou nos salvar. Seguir comovido, pois “pareciam ovelhas Jesus implica em sem pastor” abandonar tudo e não olhar para trás, desfazer-se de nossos preconceitos e nos ‘saiam por toda parte anuncianpôr a caminho. Ao aceitar o con- do com amor e solidariedade o vite, não se pode mais ficar em Reino de Deus’. Rezemos pelas vocações e cima do muro. A missão fez Jesus crescer por todos aqueles que se disna compaixão e na solidarieda- põem a percorrer esse itinerário de para com seu povo. Diante vocacional. As vocações surgem da multidão que o seguia, Jesus de comunidades orantes. Seja olhou e ficou comovido, pois você também um animador vo“pareciam ovelhas sem pastor”. cacional em sua paróquia ou A nossa verdadeira alegria, nos- comunidades. Se precisar de so encontro vocacional sincero e informações, entre em contato autêntico, encontra-se na com- conosco pelo e-mail cvasp@uol. paixão e na solidariedade. Deus com.br ou ainda pelo telefone nos chama para lutar pelo Reino, (11) 3104-1795.
Marta Sampaio Lima Elia Em Provérbios 3, 9-10, Deus nos pede as primícias de nossos rendimentos e nos promete fartura. Vejamos: “Honra o Senhor com tua riqueza, com as primícias dos teus rendimentos, e os teus celeiros se encherão de trigo, teus lagares transbordarão de vinho”. Deus nos pede também um dízimo agradável a ele. Por que ele nos pede tudo isso, se é o Senhor de tudo e não precisa de nada? Para nosso crescimento, nosso bem, para que haja partilha e o bem comum aconteça, pois o dízimo é um ato de amor, fé e fidelidade. Vejamos alguns exemplos desde o início da Bíblia: Deus aceitou o dízimo de Abel porque este lhe foi agradável: foi um dízimo oferecido, com amor e alegria, em agradecimento a Deus por sua bondade para com ele. Abel teve a bênção de Deus (cf. Gn 4, 4); Abraão
também ofereceu o dízimo e Deus o aceitou. Abraão era homem de fé, justo, honesto, fiel, temente a Deus, misericordioso. Abraão teve a bênção de Deus (cf. Gn 14, 1-24); Jacó, ao mudar radicalmente de vida, também ofereceu o dízimo ao Senhor e este o aceitou. Jacó era honesto, praticava a justiça, a misericórdia e a fidelidade, temia a Deus, orava, era homem bondoso. Jacó teve a bênção de Deus (cf. Gn 28, 20-22). Por esses exemplos, percebe-se que Deus aceita o dízimo apresentado com fé, amor e alegria, expressões de corresponsabilidade para com a comunidade. Oferecer o dízimo é partilhar os bens que se tem, dentro de uma ótica de fé; é contribuir para que aconteçam ações que façam o bem aos outros, levando-os a crescer, a enxergar a verdade e a seguir o caminho que leva a Deus. O dízimo irá para as mãos da Igreja, que deverá administrá-lo de forma a atender às exigências da comunidade cristã: evangelização, liturgia, catequese, assistência e promoção dos
pobres, assim como formação dos agentes, ministros leigos e ordenados. Isso significa que o dízimo é também uma questão de justiça. Assim, como o dízimo é bíblico, portanto vontade de Deus, ele educa e santifica. Por isso, ele é canal de graças abundantes. Analisemos: em Mateus 23, 23, Jesus diz que, para oferecermos um dízimo agradável a Deus, devemos, em primeiro lugar, ser justos, misericordiosos, e fiéis. Para sermos dizimistas conscientes, precisamos viver os preceitos que Jesus nos transmitiu (cf. Jo 15, 10-17; Mt 5, 1-48; Mt 22, 34-40). Quando praticamos esses atos e virtudes, estamos cumprindo os mandamentos de Deus, e, como consequência de nossa amizade e obediência, ele derrama muitas graças e bênçãos sobre nós. Se formos dizimistas fiéis, veremos acontecer em nossa vida o que diz em Malaquias: “... vereis se não vos abro as janelas do céu e não derramarei sobre vós bênção em abundância” (Ml 3, 10-12).
Igreja em Ação Pastoral familiar
Zuleica e João Abrahão Como é bom ter e ser família, porque família é fonte da sociedade, é escola da vida e nela reside o futuro e a salvação da humanidade. Sua missionariedade se desenvolve por ser comunidade de salvação, educadora da prole e transmissora da fé. O sacerdócio de pai e mãe é o exercício da graça matrimonial em prol da comunidade salvífica de vida e de amor, na família e pela família, nesse tão pequenino lugar, privilegiado para o exercício diário de conversão. A salvação pessoal ocorre na família, por meio do serviço ao outro, como, por exemplo, a mãe na amamentação dos filhos, o colinho do pai ou a pro-
O Código Canônico: 30 anos!
teção, a ternura e a oração de salvação familiar, como povo de ambos. É, pois, na família que Deus, na força dos laços conjunos sentimos pessoas, filhos, gais, no cultivo do amor fiel e irmãos, amigos e, sem dúvida, da plena intimidade de vida facompanheiros de luta, lado a miliar e comunitária, pois, deslado, com as dificuldades e com sa forma, os esposos e a próas alegrias das conquistas fami- pria família serão santificados liares. É lugar onde exala amor, e “esta é a vontade de Deus, a graças e bênçãos de Deus. vossa santificação” (1 Ts. 4, 3). A família no seu dia a dia tem Somente através do exercício de de lutar, não sem uma espiritualidade conjugal e grande dificuldade, para poder familiar sólida é que a família vivenciar um proconsegue se afastar das ciladas do jeto de vida conmundo moderno e caminhar em jugal e familiar contra a ideologia busca da salvação familiar do “descartável”, da tentação do Na família nenhum de nós consumo ou do culto do individualismo que a cerca de todos é tão importante quanto nós os lados. Somente através do todos juntos. A família que exercício de uma espiritualida- procura a santidade se tornade conjugal e familiar sólida é rá cada vez mais decisiva e que a família consegue se afas- fundamental à felicidade e ao tar das ciladas do mundo mo- bem-estar da humanidade de derno e caminhar em busca da amanhã.
Pastoral do ecumenismo
Compartilhar a Eucaristia Coordenador da Pastoral do Ecumenismo da Arquidiocese de São Paulo
Padre Paulo Homero Gozzi Celebrar juntos a Eucaristia, padres, pastores e povo de diferentes Igrejas é uma coisa. Outra, bem diferente, é partilhar a Eucaristia de outra Igreja comungando. Quando vivemos a espiritualidade ecumênica, temos profundo respeito pelas celebrações eucarísticas de outras Igrejas, sentimos a dor de não poder celebrar juntos e aguardamos ansiosamente o dia em que isso possa acontecer. Enquanto “os laços de comunhão visível não forem plenamente restabelecidos, é impossível celebrar juntos a única Eucaristia do Senhor” (GEE, 37). Mas, se antes do Concílio era também impossível comungar na Eucaristia de outra Igreja, agora isso é possível, o que significa um grande passo em direção à união. O Guia de Espiritualidade Ecumênica (GEE), que estamos estudando comenta longamente
essa possibilidade que o Concílio Vaticano 2º oferece em seu decreto sobre o Ecumenismo. A norma conciliar diz que, para compartilhar a Eucaristia de outros grupos cristãos, que não estão em comunhão total conosco, é necessário considerar dois motivos básicos: comungar para testemunhar a unidade da Igreja e buscar a graça divina contida na Eucaristia. O primeiro motivo contradiz a verdade. Portanto, não é possível. Mesmo assim, em alguma raríssima circunstância, o Concílio abre uma possibilidade, quando diz: “Quase sempre é proibido”. É este “quase” que deixa entrever uma fresta... A segunda razão para comungar, isto é, a busca da graça, às vezes não só é permitida, mas até recomendável. Porém, além de uma boa razão, é preciso considerar o seguinte: O católico pode comungar somente naquelas Igrejas que possuem o Sacramento da Ordem, sendo assim uma Eucaristia completa, com todos os elementos essenciais. Por exemplo: se você está viajando pela Grécia, não encontra
no domingo uma Igreja Católica e deseja ardentemente receber a graça da comunhão eucarística, pode e deve comungar numa Igreja Ortodoxa. Além de celebrar o Dia do Senhor com os irmãos ortodoxos, você recebe todas as maravilhas da salvação contidas no sacramento eucarístico. De acordo com nossas normas, o católico não pode comungar em ceias eucarísticas de grupos cristãos que não possuem a Ordem e nem o episcopado. Mas os cristãos de qualquer outro grupo podem compartilhar de nossa Eucaristia, desde que manifestem essa vontade e acreditem como nós acreditamos. Longe de serem legalistas com tantas regras específicas, as autoridades de nossa Igreja desejam demonstrar profundo amor e respeito pela Eucaristia, contribuindo para que tenhamos um amplo diálogo a respeito desse mistério. Acreditamos estar favorecendo o avanço de nossa caminhada para a plena unidade, tendo muito cuidado ao lidar com esse tão sublime Sacramento.
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Doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense, do Vaticano e professor da Escola Dominicana de Teologia (EDT)
Edson Luiz Sampel
Oxalá todos soubéssemos a língua de Cícero, ou seja, o latim, uma vez que se trata de um idioma elegante, conciso e preciso, ótimo para veicular uma lei. O problema é que, mesmo entre os canonistas, se contam nos dedos das mãos os que sabem o latim. De outra banda, o Código Canônico se destina à integralidade do povo de Deus, composto por 99% de leigos, que não dispõem de nenhum conhecimento do latim. Mesmo entre os clérigos, o entendimento do latim é zero, salvo exceções. Redarguiriam alguns: temos as traduções. Ora, a tradução não tem valor oficial; a tradução, consoante escrevi noutro artigo, é uma reles “sombra da lei”. Advogo a tese de que, num futuro não distante, o Código Canônico venha a ser escrito em inglês, o idioma universal da atualidade. É da índole de qualquer lei ser compreendida por aqueles que devem cumpri-la. Assim,
Antes de tudo é convinhável dizer o porquê de empregar a locução Código Canônico em vez de Código de Direito Canônico, expressão preferida pela grande maioria, se não a totalidade dos canonistas que se exprimem em língua portuguesa, ao menos no Brasil. Na verdade, a forma Código de Direito Canônico, tradução literal de Codex Iuris Canonici, é um equívoco linguístico. Em nenhum país lusoparlante se diz Código de Direito Civil ou Código de Direito Penal ou, ainda, Código de Direito Comercial. Fala-se e escreve-se simplesmente: Código Civil, Código Penal ou Código Comercial Por quê? Porque o substantivo código, por si só, implica um conjunto de regras ou leis. Os juristas que laboram com o direito estatal, ao se reportarem à lei exponencial da O Código Canônico se destina à Igreja Católica, chamam-na, integralidade do povo de Deus, acertadamente, composto por 99% de leigos, de Código Canôque não dispõem de nenhum nico. Em 2013, o conhecimento do latim. Mesmo Código Canôentre os clérigos, o entendimento nico, promuldo latim é zero, salvo exceções gado em 1983, faz aniversário: 30 anos! Sem este magnífico diploma legal, por exemplo, um japonês de Tójá escrevi, algures, o Concílio quio, que igualmente se insere Vaticano 2º seria letra morta, no rito latino, com certeza terá porquanto as normas jurídicas mais facilidade para observar que regem o dia a dia dos fiéis e reverenciar (bem como para efetivamente implementaram o exercer seus direitos) um Código Canônico expresso numa língua ideário conciliar. Quando se chega aos 30, mais acessível para si. Cuido que aos 40, aos anos redondos, os católicos do Japão manejam enfim, geralmente as pessoas melhor o inglês do que o latim. piedosas realizam uma revisão Idêntico fenômeno ocorre nas de vida, com o intuito de verifi- nações lusófonas! No Brasil, o car se a caminhada até aquele inglês, nas cidades grandes, é momento está concorde com a quase uma segunda língua. Em vocação batismal. Analogica- boa parte dos países da Europa, mente, aos 30 anos, o Código como na Alemanha, todo mundo Canônico, humildemente, tem fala inglês. Mesmo com essa limitade ser revisto pelas autoridades eclesiásticas. Creio que o ção da linguagem, o Código ponto crucial desse “exame de Canônico vigente tem sido vida” é a língua na qual o Có- uma bênção para a sociedadigo está escrito. Com efeito, o de eclesial, especialmente por Código Canônico encontra-se dar oportunidade de o leigo se exprimir. vazado em latim.
espaço do leitor
“Sejam bem-vindos e que São Paulo saiba recebê-los bem. Que nada de mal possa vir atrapalhar a estada deles por aqui”. Darci San Martin, no facebook do O SÃO PAULO, sobre matéria da chegada dos primeiros peregrinos à Arquidiocese.
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direito canônico
A salvação da família Secretários da Pastoral Familiar
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Redação do jornal O SÃO PAULO. Endereço: Avenida Higienópolis, 890, São Paulo (SP), CEP.: 01238-000. E-mail: osaopaulo@uol.com.br Twitter: @JornalOSAOPAULO Facebook: Jornal O SÃO PAULO
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Geral
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Luciney Martins/O SÃO PAULO
ANO DA FÉ Luciney Martins/O SÃO PAULO
James com os pais e o irmão na celebração dos votos definitivos
‘Fé é risco. É bailar a beira do abismo’ NAYÁ FERNANDES,
Especial para O SÃO PAULO
“Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo.” O trecho do poema “Sentimento do mundo”, de Carlos Drummond de Andrade, expressa bem a história de um cearense que deixou a família para percorrer os caminhos “salutares da itinerância” na vida religiosa e foi ordenado diácono provisório, na congregação dos salvatorianos, em junho deste ano. James Wilson Januário de Oliveira, 31, natural de Fortaleza (CE), é filho de Francisco Vieira de Oliveira e Márcia Maria Januário de Oliveira e tem dois irmãos. Ele contou ao O SÃO PAULO que na infância teve a influência da avó materna que o levava todos os domingos à missa, o ensinou a rezar o terço, ir às novenas e cantar cânticos católicos. “Fui conhecer o seminário para ajudar um amigo que queria ser vocacionado, mas o que me levou, de fato, a entrar na congregação, foi um estágio que eu fiz de um ano na antiga Febem, com menores infratores. Ao me deparar com as histórias de vidas deles, conhecer o seu mundo, tomei a decisão de me colocar a serviço.” James foi missionário em diferentes lugares, como Moçambique, na África; Conchas, interior de São Paulo; e em uma das maiores favelas da América Latina, Heliópolis, na zona sul da capital. Em Heliópolis, realizou trabalho de formação junto às lideranças da comunidade, encontro com as famílias e jovens. “As alegrias são inúmeras, cada lugar que vou, cada pessoa que conheço, cada experiência
que vivo, me realiza e me faz querer mais, acho que a itinerância é salutar para nós religiosos. Viver com fé é confiar na providência divina, é como diz o filósofo: ‘bailar a beira do abismo’! É correr risco, pois o contrário, que é a certeza, creio que mata a fé!”. O diácono disse também que, para ele, o principal desafio da vida religiosa é a obediência, quando ela não é dialogada. De reflexão crítica aguçada, James, nas ações pastorais, acredita mais nas pequenas construções que em megaeventos. “Espero poder servir, amar, colocar-me à disposição. Mas também quero aprender sempre mais, conhecer, sonhar e viver intensamente as experiências da vida.” Nas relações pessoais, ele privilegia a diferença e o respeito e, como amante da cultura popular, procura sempre estar atendo ao contexto, para, da melhor maneira possível, viver uma fé inculturada e ativa. “Gosto muito de um poema do Leminsk: ‘Nunca sei ao certo se sou um homem de fé ou um menino de dúvidas. Certezas o vento leva, só dúvidas ficam de pé’. Não espero, no meu ministério, encontrar certezas, mas viver e amar, mesmo na dúvida, às vezes!”, disse James, que foi convidado para ser um dos quatro diáconos que assistirá o papa Francisco durante a missa que presidirá em sua visita a Aparecida (SP). “Para mim, é algo muito significativo estar com o Papa, pois tenho grande admiração e respeito por ele e pelo modo como ele tem agido.” Com o lema bíblico ‘Fazei tudo o que ele vos disser’, do capítulo segundo do Evangelho de João, desde 2004, quando James ingressou na Congregação, nutre o desejo de continuar na escuta aos sinais do tempo, o seguimento de Jesus.
Santa dá nome à paróquia localizada em Heliópolis, uma das maiores favelas da América Latina
Primeira santa brasileira é celebrada no dia 9 de julho Acontece a festa de Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus Edcarlos Bispo de Santana
Especial para O SÃO PAULO
No dia 9 de julho, a Igreja celebra Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus. Um exemplo para todos os católicos do mundo e um motivo de alegria, especialmente para a Igreja no Brasil. A santa, nascida em Vígolo Vattaro, Trentino Alto Ádige, norte da Itália, veio para o Brasil com 9 anos de idade, onde morreu aos 77 anos. Madre Paulina morreu na Casa Geral da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, situada no bairro do Ipiranga, capital paulista, onde está sepultada até hoje. De acordo com a irmã Egnalda Rocha, o maior legado de Santa Paulina “foi o amor a Deus e o serviço aos pobres. Viveu em grau heroico a humildade e a profunda comunhão com Deus, a ponto de dizer: ‘A presença de Deus me é tão íntima, que me parece impossível perdê-la...’ Essa santidade nos desafia como continuadoras da sua obra”. Atualmente, segundo irmã Egnalda das Irmãzinhas da Imaculada Conceição são mais de 400 religiosas que marcam presença em 16 Estados do Brasil e mais 10 países. A congregação tem como carisma “ter sensibilidade para perceber e disponibilidade para servir”, isso faz com que elas se coloquem em muitas
atenção é a solidariedade dos fronteiras geográficas e sociais. Os trabalhos das Irmãzinhas paroquianos, que, após um insão os mais diversos, como, por cêndio em Heliópolis, no dominexemplo, na área da educação, go, 7, cancelaram a quermesse em obras de assistência social, que estava marcada, para que como asilos, orfanatos, projetos no local fossem acolhidas cerca sociais com crianças e adoles- de 40 pessoas que estavam decentes, lixões; junto às nações sabrigadas. Outro detalhe ao qual padre indígenas, em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia, Pedro chama a atenção foi a mopresidiários, crianças, juventu- bilização realizada na comunidade e mulheres em situação de de para a acolhida de cem jovens risco e vulnerabilidade social. que viriam para a Semana MisAs religiosas atuam também na sionária, mesmo não precisando saúde preventiva e curativa, HIV-Aids. Preparamo-nos para acolher cem Marcam presença nas comunidades jovens para a JMJ, de repente, paroquiais, junto nos vimos tendo que movimentar às paróquias, na com urgência a acolhida para 40 dimensão formativa e celebrativa, irmãos desabrigados. Talvez hoje com o povo. tivemos um dos exemplos mais Já a Arquidiocese de São Pauinteressantes da participação da lo possui em uma Igreja no Heliópolis das maiores favelas da América Latina, a de Heliópolis, uma pa- acolher mais estes jovens, o Paróquia dedicada a Santa Paulina. dre afirma que “a paróquia deu De acordo com o pároco, padre um belíssimo exemplo de como Pedro Luís Amorim Pereira, a viver o Evangelho de forma conpedra fundamental da igreja vai creta”. “Preparamo-nos para acoser lançada esta semana, porém os projetos do novo templo já lher cem jovens para a JMJ, de foram aprovados e estão em an- repente, nos vimos tendo que movimentar com urgência a acodamento. O Padre ressaltou que mui- lhida para 40 irmãos desabrigatas coisas têm sido realizadas dos. Talvez hoje tivemos um dos para angariar fundos e colabo- exemplos mais interessantes da rar com a construção. Algo que participação da Igreja no Helióo sacerdote também chama a polis”, comentou o Padre.
Geral
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CNLB contrário à redução da maioridade penal e a favor de manifestações populares Por meio de duas notas públicas em junho, o Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB) manifestou que “a redução da maioridade penal não elimina o contexto de violência e de morte” e apoiou as manifestações populares, mas repudiando “toda e qualquer ação e reação de destruição e violência por parte de manifestantes e do Estado”.
Mães de dois adolescentes denunciam maus-tratos Após irem ao Ministério Público contra a Fundação Casa, mulheres procuraram a Pastoral do Menor arquidiocesana Edcarlos Bispo de Santana
Especial para O SÃO PAULO
“Eles vêm com provocações para que os meninos façam rebelião, para chegar onde eles querem, entendeu? Então, a gente, todo domingo, tem conversado com os maninos para que fiquem calmos porque estamos correndo atrás, da maneira certa. Não é fazendo rebelião, porque se fazem rebelião não chegamos ao nosso objetivo de fazer justiça como deve ser feita.” A afirmação é de uma mãe, cujo filho, de 16 anos, está internado na Fundação Casa, unidade Ipê, da rodovia Raposo Tavares. “Tem meninos dormindo no chão [lotação acima da capacidade, a casa deveria abrigar 90 adolescentes e está com 103], usando roupa rasgada, andando descalços, porque os chinelos quebram e os funcionários não trocam”. A Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo tem recebido denúncias de maus-tratos, via telefone, que ocorrem nesta unidade e, há cerca de duas semanas, mães de internos da Fundação procuraram a Pastoral do Menor, depois de outros órgãos. A coordenadora da Pastoral, Sueli Camargo, destacou que relatos como esses provam que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) ainda não foi implantado. A Pastoral tem a dupla missão do profetismo. Anuncia quando aco-
lhe, auxilia e testemunha o próprio Cristo e denuncia, ao mostrar as vezes que o ECA é descumprido. “Eu não tenho medo”, afirmou a mãe Amanda Lúcia Barbosa à reportagem do O SÃO PAULO, ao dizer que seu nome poderia ser citado. Com um filho de 17 anos na Fundação Casa, os funcionários e os diretores já saberão, mesmo que o nome dela não seja divulgado, que a autora da denúncia é ela, pois em nenhum momento escondeu deles que procuraria seus direitos. As duas mães afirmam que seus filhos e os demais 103 adolescentes vêm sofrendo maustratos e espancamento por parte dos funcionários da unidade Ipê. Amanda contou que por volta do dia 15 de maio ocorreu na unidade um “espancamento em massa”. “Aí um dos meninos disse: ‘Senhora, você já viu seu filho’. Eu disse: ‘Não’. Ele me disse: ‘Seu filho ‘tá zuado’, a senhora tem que ver o que eles fizeram com seu filho”, contou Amanda, que descreveu sua reação, “quando eu vi meu filho, meu filho veio mancando. Eu disse: ‘Mateus, que desgraça é essa?’. Ele me disse: ‘Calma, mãe, fica calma’.” Depois do episódio, acontecido em maio, os adolescentes relatam que são provocados e sofrem intimidações e agressões gratuitas e que os funcionários os incitam à rebelião, para assim justificar as agressões que os meninos sofrerão quando a Tropa de
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Choque, da Polícia Militar, intervir. As mães destacaram que não querem regalias para os filhos, pois reconhecem que eles erraram, porém fazem um questionamento: “Se eu bato, ou se ela bater no filho dela aqui fora, a polícia vem atrás da gente, e lá dentro, [quando o Estado espanca]?”. “É dever do Estado zelar pela integridade física e mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de contenção e segurança”, destaca o artigo 125 do ECA, após elencar na seção sete dos artigos 121 ao 124 quais medidas devem ser tomadas no caso de internação de um adolescente. Logo, há responsabilização e um amplo sistema de garantias e medidas previstas, estando de acordo inclusive com a normativa internacional. As mães, porém, questionam as tais “medidas socioeducativas” de ressocialização. Para elas, a forma como as medidas são aplicadas apenas contribui para uma piora dos adolescentes, fazendo que eles saiam piores do que entraram. Para Amanda, tão grave quanto aplicar sanções que não recuperam os adolescentes é querer condená-los a um sistema prisional normal, ou seja, reduzir a idade penal, fazendo com que esses jovens sejam colocados no sistema carcerário precário que o Estado possui. (Leia a íntegra da matéria no site da Arquidiocese www.arquidiocesesp.org.br)
Adolescentes denunciam maus-tratos na Fundação Casa, dizem mães
Encontro nacional capacita editores e redatores de folhetos litúrgicos Daniel Gomes Redação
Editores e redatores de folhetos litúrgicos participaram, entre os dias 2 e 4, de um encontro nacional, realizado em Vitória (ES), pela Comissão Episcopal para a Liturgia da CNBB. Com momentos de estudo, partilhas de experiências e de aprofundamento litúrgico, bíblico e teológico, a atividade centrou atenções na busca de uma unidade para a elaboração dos folhetos. Segundo Eduardo Augusto Carrilho Cruz, redator do folheto litúrgico Povo de Deus em São Paulo, da Arquidiocese de São Paulo, foram enfatizados os princípios litúrgicos do Concílio
Divulgação
Vaticano 2º; apresentados os materiais de músicas e orações da Campanha da Fraternidade 2014, que terá por tema “Fraternidade e Tráfico Humano”, bem como os cantos para a Quaresma; e também se estudou o Evangelho de Mateus, que será utilizado no próximo Ano Litúrgico (Ano A). Houve ainda avaliações dos folhetos levados pelos 30 participantes, com sugestões para melhorias da Em Vitória (ES), encontro reúne 30 produtores de folhetos litúrgicos qualidade e da fundamentação litúrgica. dades. Nesse sentido, foi re- tativos. Também se comentou “Por meio da linguagem, comendada a apresentação de que para o salmo responsorial, dos ritos colocados no folhe- algumas orientações simples o ideal é usar os textos do Leto, é possível ajudar a criar um para o animador, para o am- cionário; para as músicas das clima orante para as comuni- biente, além de refrões medi- partes fixas, deve-se usar, pre-
ferencialmente, os textos do Missal Romano, e também é recomendável diminuir a quantidade das preces dos fiéis no folheto para dar espaço às orações da comunidade”, explicou Eduardo ao O SÃO PAULO. Ainda segundo o redator do folheto da Arquidiocese, o encontro ajudou para a formação e crescimento no trabalho de elaboração dos materiais, “sempre com o cuidado de criar uma unidade, sem gerar a uniformidade”. A atividade teve a assessoria do padre José Carlos Sala e do frei Faustino Paludo, assessores da Comissão Episcopal para Liturgia da CNBB, e também do padre Arthur Francisco Juliatti dos Santos, doutor em teologia bíblica.
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Geral
a caminho do rio
Arquidiocese pronta para a Semana Missionária Membros da comissão arquidiocesana da Pré-Jornada reuniram-se no sábado, 6, para acertar detalhes finais Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
Daniel Gomes
Reportagem na zona leste
Nesta semana, começam a chegar de forma mais intensa à Arquidiocese de São Paulo, os peregrinos de 58 países que participarão da Semana Missionária (Pré-Jornada), entre os dias 16 e 20. Para acertar detalhes sobre a acolhida dos peregrinos e a realização das vigílias regionais, no dia 19, e da missa de envio à JMJ, no dia 20, a Comissão Arquidiocesana da Semana Missionária reuniu-se no sábado, 6, no Centro Pastoral São José, na zona leste, com dom Tarcísio Scaramussa, bispo auxiliar da Arquidiocese e referencial do Setor Juventude. O Bispo agradeceu o empenho de todos nos preparativos para o evento, bem como a receptividade das famílias acolhedoras, o que permitiu que a Arquidiocese estivesse preparada para receber até 30 mil jovens estrangeiros. Cerca de 10 mil confirmaram
Credenciais da missa de envio e bilhete único da Semana Missionária são mostrados em reunião a participação na Pré-Jornada, e a quantidade pode ser ainda maior. “Seguimos recebendo cadastros, esse número está aumen-
200 mil na missa do Papa Redação
Em coletiva de imprensa na sextafeira, 5, o cardeal dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida, apresentou detalhes da agenda do papa Francisco em Aparecida, no dia 24. Cerca de 15 mil pessoas poderão acompanhar, no interior da basílica, a missa presidida pelo Sumo Pontífice, mas do lado ex-
terno haverá telões, já que são esperadas 200 mil pessoas. Após a celebração, o Papa irá até a Tribuna Bento XVI para rezar a Consagração a Nossa Senhora Aparecida e depois passará entre os fiéis de papamóvel. No Seminário Bom Jesus, abençoará uma imagem de Santo Antonio de Sant’Ana Galvão, a ser instalada no local onde será construído um santuário dedicado ao santo.
Indulgências durante a JMJ Redação
Os participantes da JMJ Rio2013 poderão obter indulgência parcial, conforme decreto assinado pela Penitenciária Apostólica, no dia 2. Para tal, precisarão se confessar e comungar, rezar pelas intenções do Papa e fazer a oração oficial da Jornada. Terão ainda que invocar Nossa Senhora Aparecida, bem como os patronos e intercessores da JMJ. “O santo padre Francisco, desejando que os jovens, em união com os fins espirituais do Ano da
Fé, convocado pelo papa Bento 16, possam obter os frutos esperados de santificação da ‘28ª Jornada Mundial da Juventude’ [...] na Audiência concedida no passado 3 de junho ao subscrito Cardeal Penitenciário-mor, manifestando o coração materno da Igreja, do tesouro das satisfações de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Beatíssima Virgem Maria e de todos os santos, estabeleceu que todos os jovens e todos os fiéis devidamente preparados pudessem usufruir o dom das indulgências”, aponta o decreto.
tando e poderá chegar a 12 mil, 13 mil pessoas. Temos um número grande de inscritos norteamericanos, da República Dominicana e de países árabes, vindos dos Emirados Árabes, do Iraque, da Líbia, o que é um diferencial”, contou, ao O SÃO PAULO, Kamila Gomes, secretária executiva da Semana Missionária. Os peregrinos deverão receber um kit com pasta, guia de atividades, credencial, bilhete único com quatro passagens e uma carta geral de recomendações. Além disso, em grupos, poderão visitar museus e outros espaços culturais gratuitamente. Ao chegarem, serão recepcionados por equipes de orientação em algumas estações de metrô e no Aeroporto de Guarulhos.
Padre Tarcísio Mesquita, assessor do Secretariado Arquidiocesano de Pastoral, disse que todos os trâmites para a Semana Missionária já foram feitos com os governos municipal e estadual, com especial atenção para as medidas de saúde e segurança nos locais das vigílias regionais e da missa de envio à JMJ, que será organizada com a Diocese de Santo André, na praça Heróis da FEB, na zona norte, sendo esperada a participação de 40 mil pessoas. Os articuladores da Semana Missionária nas regiões informaram que os detalhes das vigílias estão encaminhados. No entanto, ainda há preocupação quanto à vigília na Região Lapa, pois na
última semana, a USP impediu a realização da atividade nas dependências da Cidade Universitária, como já estava acordado. Um novo local será definido nos próximos dias. “Em um primeiro momento, houve uma abertura muito grande por parte das lideranças, dos organismos da universidade, para acolher esse evento. Porém, houve um recuo em relação a isso, então, a gente percebe que parece que a USP está refém de algum grupo, digamos assim, mais radical ou fechado para as questões relacionadas ao aspecto da expressão religiosa na sociedade, como se a religião não fosse também uma expressão cultural”, analisou dom Tarcísio à reportagem. Divulgação
A qualquer hora da quinta-feira, 11, sozinho ou em grupo, fiel é convidado a rezar pela Jornada
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#FALTAM
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Dias para a
JMJ
Voluntários são enviados em missão para a JMJ Grupo do Estado de São Paulo participou da celebração na Catedral da Sé, presidida por dom Odilo Scherer Luciney Martins/O SÃO PAULO
Edcarlos Bispo de Santana
Especial para O SÃO PAULO
“Queridos jovens, eu também estou me preparando! Caminhemos juntos rumo a esta grande festa da fé. Que Maria nos acompanhe.” Essa saudação foi feita pelo papa Francisco ao final da oração do Ângelus, domingo, 7, e dirigida aos jovens da Diocese de Roma, que se preparam, assim como os jovens do mundo inteiro, para irem ao Rio de Janeiro (RJ), daqui a cerca de 15 dias para a JMJ. Na Arquidiocese de São Paulo, o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, presidiu, na Catedral da Sé, missa de envio dos voluntários do Estado de São Paulo que ajudarão na Jornada Mundial da Juventude. Concelebraram o cardeal dom Geraldo Majella Agnelo, arcebispo emérito da Arquidiocese de São Salvador da Bahia, o cônego Walter Caldeira, cura da Catedral, os padres Thomas Fritsch, que na semana passada completou jubileu sacerdotal e Ricardo Anacleto. A voluntária Fabiane Spolador, que ajudará na entrega dos kits para os peregrinos, disse estar muito emocionada. Ela é uma das articuladoras do grupo de voluntários do Estado de São Paulo, que, durante este período de espera para a JMJ, realizaram formações e encontros de espiritualidade. Para Fabiane, está impossível segurar a emoção e a vontade de estar no Rio de Janeiro para se encontrar com os jovens do mundo inteiro. Para ela, será uma Jornada inesquecível e o Espírito Santo já está preparando tudo no Rio.
“Podemos trabalhar em prol da nossa Igreja, em busca do Senhor que leva a gente para esse caminho e faz amar mais e mais. Ser voluntário é crescer em unidade com o trabalho e muito esforço, muita caridade, para aprender ainda mais a amar o próximo.”
“É uma parte do que eu sei fazer, do dom que Deus me dá para que a Palavra dele chegue ao coração de todo o povo que virá. É a participação do pouco que eu tenho para colaborar com essa grandiosidade, o pouco que temos para que esse evento grande aconteça.”
“É uma sensação incrível, porque não mexe apenas com o ser Luan, mexe com a fé do Luan, porque a gente carrega muito a nossa fé de ser jovem. A fé de estar à frente, de levar o Evangelho para todo o mundo. Eu sou um grãozinho de arroz naquela panela cheia.”
“O coração fica naquela ansiedade, e, ao mesmo tempo, fico pensando que eu vou fazer algo para me satisfazer, me fazer feliz tanto emocionalmente, como psicologicamente e espiritualmente. É uma coisa que vai me completar de forma única, como nunca senti.”
Maria Angélica Rosa Silva, atos culturais e cordão de isolamento
Com animação, jovens subiram ao presbitério e foram enviados Segundo a voluntária, quem não puder ir ao Rio de Janeiro que acompanhe pelas emissoras de televisão, pelas rádios, internet e, principalmente, pelas redes sociais, pois todos os que estiverem lá publicarão ou compartilharão algo da JMJ. Na homilia, o Cardeal destacou que a “Jornada é dirigida a
todos os jovens, mas não só aos jovens, sendo dirigida aos jovens em primeiro lugar, mas ela também é dirigida a toda a comunidade católica, para que se envolva e se sinta como sua essa ocasião dada aos jovens”. “Vocês não se sentiram identificados com as palavras do Evangelho que ouvimos agora? Qual o
Luan Lima, Festival da Juventude e socorrista da vigília
lema da Jornada?”, indagou dom Odilo aos jovens, referindo-se à leitura do Evangelho deste domingo (Lc 10, 1-12. 17-20). Para o Arcebispo, o lema da Jornada, “Ide e fazei discípulos meus todos os povos”, está relacionado ao Evangelho da liturgia de domingo, pois é o próprio Jesus que envia, e os jovens voluntários de-
Natália Paula Pereira, comunicação audiovisual
Talita Sobrinho Pereira, Festival da Juventude e cordão de isolamento
vem fazer como os 72 discípulos. Os voluntários irão para o Rio de Janeiro na segundafeira, 15, de acordo com André Otani e Rafael Alves de Lima, ambos voluntários da JMJ, o grupo sairá às 6h da Barra Funda, em um ônibus fretado. Os jovens destacaram que o ônibus será o mais animado.
mensagem do cardeal aos padres, voluntários e famílias hospedeiras Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo
São Paulo, 4 de julho de 2013 Prezados padres, voluntários e famílias hospedeiras Dentro de poucos dias terá início a Semana Missionária, para a qual nos preparamos com dedicação e esperança! Ela antecede a Jornada Mundial da Juventude, que convoca a todos nós para a missão evangelizadora: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações!” (Mt 28,19). Desde o primeiro momento em que a Semana Missionária foi proposta, vimos nossa Igreja animada e comprometida com a sua realização. Podemos dizer que ela já gerou muitos frutos de testemunho de fé, acolhida e fraternidade. Ela foi abraçada por bispos, padres, agen-
tes de pastoral e inúmeras pessoas de nossas comunidades e contou também com o interesse e apoio dos órgãos públicos, por meio dos governantes do Município e do Estado. As respostas foram muitas para todas as propostas e necessidades: formação das equipes arquidiocesanas, regionais e paroquiais; oferta de hospedagem para os peregrinos de outros países; voluntariado para todos os serviços necessários; participação significativa na ação entre amigos para angariar recursos para sustentar as atividades da Semana e apoiar os jovens na participação na JMJ, entre outras. A resposta foi à altura e do tamanho do coração desse povo acolhedor, preparando-nos para receber até 30.000 jovens peregrinos para a Semana Missionária; assim nos tinha sido sugerido e fizemos o que devíamos e podíamos fazer! Na realização dessa tarefa, podemos dizer também
como São Paulo: “Combati o bom combate!”. As paróquias e as famílias que se prepararam para a acolhida dos peregrinos estão, naturalmente, aguardando sua chegada para o encontro tão desejado. Sabemos agora, com as informações que temos sobre as inscrições, que nem todos terão esta alegria realizada plenamente, visto que não haverá número suficiente de peregrinos para todas as famílias e paróquias. Não nos deixemos tomar por um sentimento de frustração; pelo contrário, alegremo-nos, pois fizemos o que estava ao nosso alcance e tivemos a alegria de constatar tanta generosidade e disponibilidade para acolher os hóspedes; é muito bom saber que ainda continuamos uma comunidade hospitaleira! Estejamos certos de que o Cristo peregrino não deixará de manifestar sua presença em nossa casa e em nosso coração, que se dispôs
a acolhê-lo na pessoa do próximo, mesmo desconhecido! Mas podemos usar nossa criatividade para outras formas de encontro com os peregrinos, cerca de 10.000, que virão de vários países para a nossa Arquidiocese, alguns inscritos para a Semana Missionária da Arquidiocese e, outros, para as atividades organizadas pelas Congregações Religiosas, Novas Comunidades ou Movimentos Eclesiais. Organizemos visitas às famílias acolhedoras, ou às paróquias do setor, que não estão recebendo peregrinos de outros países, como parte das atividades missionárias. Organizemos atividades e encontros celebrativos e festivos envolvendo as paróquias dos setores! E procuremos envolver especialmente os jovens de nossas comunidades e todo o povo na missão proposta; de fato, a Semana Missionária deve envolver em primeiro lugar os jovens de cada uma de nossas comunidades,
mesmo sem a presença de peregrinos estrangeiros. E todos nos encontraremos nos momentos fortes de acolhida e de encontro previstos nas vigílias que realizaremos nas Regiões Episcopais no dia 19 de julho, e na Missa de Envio, no dia 20 de julho, na praça Heróis da FEB, que será o grande encontro arquidiocesano. Logo a seguir, participaremos da JMJ com o papa Francisco, no Rio de Janeiro. Quem não for ao Rio, é convidado a continuar unido na oração que nos congrega a todos no abraço do Cristo Redentor. Irmãos e irmãs recebam o abraço reconhecido da Igreja de São Paulo, com minha saudação e bênção!
Cardeal Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo
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Região Brasilândia
Dom Milton dá posse a pároco no Setor Perus Padre José Osmar assumiu função na Paróquia Nossa Senhora das Graças após três anos como administrador Renata Moraes
da região episcopal
Na noite do sábado, 6, padre José Osmar Rosa tomou posse como BRASILÂNDIA pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Setor Perus, na zona noroeste. A celebração foi presidida por dom Milton Kenan Júnior, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia. Depois de três anos como administrador paroquial, o Padre assumiu o ofício de pároco da matriz e de outras 14 comunidades. Padre José Osmar pertence à Congregação dos Rogacionistas do Coração de Jesus. Foi ordenado em 1991, na Diocese de Passos (MG) e já atuou em paróquias de Curitiba (PR), Gravataí (RS) e Bauru (SP). No ano de 2008, chegou à casa dos Rogacionistas na Freguesia do Ó, e, em 2010, foi designado administrador paroquial na Paróquia Nossa Senhora das Graças. Atualmente, também é capelão do Cemitério Gethsêmani, administrador do Setor Perus e diretor espiritual da Pastoral Familiar em Bauru. Dom Milton, na homilia, explicou a necessidade da celebração de posse do padre José Osmar. “Esta celebração vem lembrar à comunidade o quanto ela tem que estar unida ao seu pastor, assim como ele também deve estar unido à sua comunidade.” O Bispo também relembrou que o Padre tem que renovar o seu sim todos os dias, assim como o bom pastor que dá a vida por suas ovelhas; e, ao fazer menção ao Evangelho do 14º Domingo do Tempo Comum, que fala de missão e vocação, comentou: “Ouvimos a mesma palavra que Santo Aníbal Maria, fundador da Congregação dos Padres Rogacionistas do Coração de Jesus, nos fala: que a messe é grande, mas são poucos os operários. Pedi ao Senhor da messe que envie operários”. Dom Milton também ressaltou que Cristo chama a todos para serem operários em sua messe. “Temos que ser operários em sua messe, é este o apelo que Cristo faz a todos nós. Nossas comunidades hoje têm que ser terra de missão, homens e mulheres que saiam anunciando o Reino de Deus”. Após a homilia, teve sequência o rito de posse, com o padre José Osmar renovan-
Despedida e transferências de padres da região episcopal
Dom Milton Kenan Júnior entrega chave do sacrário da Nossa Senhora das Graças ao padre José Osmar do os propósitos de sua ordenação presbiteral. Em seguida, o Pároco recebeu de dom Milton as chaves do sacrário, a posse da pia batismal e uma estola roxa, como sinal do sa-
cramento da Reconciliação. O fim da missa foi marcado por agradecimentos. Em ação de graças, os jovens apresentaram uma coreografia em preparação à Jornada Mundial, já
na espera do acolhimento a um grupo de jovens italianos que chegarão nos próximos dias. Padre José Osmar agradeceu a presença do Bispo e dos paroquianos na celebração.
Na tarde do sábado, 6, dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo emérito de Blumenau (SC), presidiu missa em ação de graças pelos trabalhos do padre José Aécio Cordeiro, na Região Episcopal Brasilândia. Até então pároco da Paróquia São José, o Padre partirá em missão para a Diocese de Floriano (PI). No domingo, 7, foi a vez dos padres Cilto José Rosembach e Daniel Francis Mclaughlin, respectivamente pároco e vigário, se despedirem da Paróquia Santa Rita de Cássia, Setor Nova Esperança. Após sete anos e quatro meses de trabalhos, eles foram transferidos pelo Bispo para a Paróquia São José, onde assumirão em data a ser ainda marcada.
palavra do bispo
Jornal O SÃO PAULO em novo formato! Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia
Dom Milton Kenan Júnior A partir desta edição, o jornal O SÃO PAULO assume outro formato para atender melhor aos muitos leitores das paróquias da Arquidiocese de São Paulo e de fora dela que buscam formação, informação e a vida transformada em notícia. Creio que esta iniciativa é bastante oportuna, pois vem ao encontro dos anseios de nossas comunidades que querem encontrar neste veículo a palavra sábia e oportuna do
nosso papa Francisco, que se revela exímio comunicador; e do nosso arcebispo, dom Odilo Pedro Scherer, que atento, procura acompanhar a vida da cidade e da Igreja para, através dos critérios que nascem da fé do Magistério da Igreja, ajudar os leitores a alcançar uma compreensão evangelicamente crítica, capaz de gerar um novo modo de ver e posicionar-se diante dos fatos. Constituído de uma equipe de jornalistas ágeis e dedicados, o O SÃO PAULO permite que conheçamos a realidade das comunidades, repleta de esperança. A nova versão do jornal também nos desafia a investir na comunicação em
nossas comunidades: valorizando a Pastoral da Comunicação, tornando-a agente efetivo na elaboração das matérias e, ao mesmo tempo, na divulgação, capacitando os agentes pastorais de nossas paróquias e outros organismos eclesiais à sensibilidade de transformar em notícia os muitos fatos que se realizam, expressando a vitalidade da Igreja, testemunha de Jesus Cristo na cidade. Hoje, num mundo marcado pelas mídias sociais, ainda vale a pena apostar na imprensa escrita, como o O SÃO PAULO? Com certeza, pois além de permitir a milhares de pessoas, que não têm possibilidade de
acessar as mídias, conhecer as informações e notícias que constroem a vida e a história de nossa Arquidiocese, é um meio de gerar comunhão e comunicação eclesial. Quando comunicamos a vida e atividades de nossas paróquias, movimentos, novas comunidades, estamos evangelizando e dando ao mundo o testemunho da fé que gera comunhão e comunicação. À equipe de editores e comunicadores do O SÃO PAULO, meus parabéns e votos de que, com o novo formato, o jornal alcance mais corações e desperte maior compromisso com a sua manutenção e divulgação.
AGENDA REGIONAL
Sábado e domingo (13 e 14), 19h
Sexta-feira (19), das 9h30 às 19h
Quarta-feira (24), 20h
Festa Julina na Comunidade Missão Mensagem de Paz (avenida Paula Ferreira, 3.715, Pirituba).
Vigília da Semana Missionária na Região: começo no Parque Estadual do Jaraguá e término no Santuário Sião do Jaraguá (rua Galvão Bueno Trigueirinho, 764, Jaraguá), com dom Milton.
Reunião dos agentes das pastorais sociais da Brasilândia. Será na Paróquia Santa Rita de Cássia (rua João Melo da Câmara, 47, Vila Progresso).
Região Belém
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Dom Edmar Peron faz visita à Missão Belém Bispo esteve na sede da comunidade, na favela Nelson Cruz, na sexta-feira, 5, e conheceu trabalhos realizados Cris Arraes
da região episcopal
A fim de demonstrar o compromisso e o apoio bELÉM da Região Episcopal Belém através do Núcleo Regional da Cáritas aos projetos da Missão Belém, dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, visitou, no dia 5, a sede da Missão Belém, na favela Nelson Cruz, no Belenzinho. Ele foi acompanhado da secretária de pastoral, Laurentina da Silva, a Iracema, e da representante local da Cáritas, Cristina Arraes, a Cris. Na visita, os representantes da Região Episcopal levaram à coordenação da Missão Belém, padre Giampietro Carraro e irmã Cacilda da Silva, o resultado dos bazares realizados pela Cáritas beneficiando as crianças do Haiti. “Mais que valor, este é um sinal do respeito e da admiração que temos pela seriedade do trabalho que a Missão Belém realiza em nome da nossa Igreja em São Paulo”, disse dom Edmar. O Núcleo Regional da Cáritas Belém realizou, no primeiro semestre, várias atividades em prol da Missão Belém, entre as quais: Ajuda na construção de sala de aula no Centro Escola que a Missão Belém possui no Haiti; apadrinhamento de cinco crianças que permanecem, de segunda a sexta-feira, neste mesmo centro escola; e a implantação de uma biblioteca no Sítio São Miguel, na cidade de Jarinú (SP). Também se definiu que haverá divulgação da campanha do apadrinhamento nos colégios católicos, pastorais e movimentos da região episcopal. “A ideia de dom Edmar é que consigamos padrinhos para as 30 crianças que cabem dentro de uma sala de aula. Através da divulgação da Cáritas Núcleo Belém, já conseguimos mais sete padrinhos, totalizando assim 12 crianças”, alegrou-se Cris. Padre Giampietro relatou que o Centro Escola Santo Anj Makenson, no Haiti, com a obra de ampliação, passará de 500 m2 para 2.500 m2, passando a atender 1.500 crianças. Daí a necessidade de padrinhos para manter os custos com os professores, alimentação, material escolar, uniformes, água, entre outros. Cada criança apadrinhada custa R$ 50 mensais. A visita impressionou não só a dom Edmar, que já mar-
Dom Edmar Peron, ladeado por Iracema, padre Giampietro e irmã Cacilda, inteirou-se das ações realizadas pela Missão Belém, dia 5 PALAVRA DO BISPO
Crescer na fé, participando de nossas comunidades Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém
Dom Edmar Peron Querendo propor-lhes esse subsídio, recordei-me do retrato das primeiras comunidades cristãs. Nos Atos dos Apóstolos (cf. At 2, 42), São Lucas propõe um projeto eclesial, partindo de quatro colunas básicas que devem inspirar a nossa experiência: 1. O ensinamento dos apóstolos: “A palavra dos apóstolos é a nova interpretação da vida e da lei a partir da experiência
cou uma celebração no local, em setembro, mas também a Iracema e Cris pelo testemunho de fé dos participantes da Missão Belém. “Impressio-
da ressurreição. Os cristãos tiveram a coragem de romper com o ensinamento dos escribas e seguiram o testemunho dos apóstolos, considerando a palavra dos apóstolos como Palavra de Deus (cf. 1 Ts 2,13)”; 2. A comunhão: “Os primeiros cristãos colocavam tudo em comum a ponto de não haver mais necessitados entre eles (cf. At 2, 44-45; 4, 32.34-35). O ideal da comunhão era partilhar não só os bens, mas sentimentos e experiência de vida, a ponto de se tornarem um só coração e uma só alma (cf. At 4, 32; 1,14; 2,46), numa convivência que supere barreiras de religião, clas-
se, sexo e raça (cf. Gl 3,28; Cl 3, 11; 1Cor 12,13)”; 3. A fração do pão (Eucaristia): “Para os primeiros cristãos, a expressão lembrava às vezes que Jesus partilhava o pão com os discípulos e com os pobres (cf. Jo 6,11), no gesto que abriu os olhos dos discípulos para a presença viva de Jesus (cf. Lc 24, 30-35)”. 4. As orações: Por meio das orações “os cristãos permaneciam unidos a Deus e entre si (cf. At 5, 12b), e se fortaleciam na hora das perseguições (cf. At 4, 23-31). Faziam como Jesus que, pela oração, enfrentava a tentação (cf. Mc 14,32)”.
Assim, participemos de nossos encontros refletindo, rezando, partilhando as alegrias, dores e esperanças que envolvem nossa vida: a juventude, o Intereclesial das CEBs, ao aprofundar o Evangelho de Lucas ou redescobrindo a oração do Rosário. Tudo isso à Luz da Fé, pois, como nos ensina o papa Francisco, “a fé tem uma forma necessariamente eclesial, é professada partindo do corpo de Cristo, como comunhão concreta dos crentes. A partir deste lugar eclesial, ela abre o indivíduo cristão a todos os homens” (n. 22). A fé, pois, leva-nos à missão.
na a pobreza que vivem estes irmãos tão cheios de Deus. O testemunho deles falou muito e nos fez refletir sobre o muito que temos e o quanto são des-
necessárias tantas coisas que acumulamos”, disse Iracema. “Eles dão prioridade à evangelização e focam nisto, deixando todo o supérfluo de lado e, além
disso, são respeitados pelos vizinhos que nos cumprimentaram com sorrisos enquanto caminhávamos pelas vielas da favela”, completou Cris.
AGENDA REGIONAL
Terça-feira (9), 16h
Domingo (14), 9h
Segunda-feira (15), 20h
Visita de dom Edmar Peron à Comunidade Santa Paulina, da Paróquia Santo André Apóstolo, com celebração em honra à padroeira (rua Sempre Viva, 33, Parque das Flores).
Dom Edmar preside a missa de Crisma na Paróquia Nossa Senhora de Fátima (rua José Antônio Fontes, 36, Sapopemba).
Dom Edmar visita a Área Pastoral Nossa Senhora do Carmo (rua Abner Ribeiro Borges, 36, Jardim Roseli). Outras informações pelo telefone (11) 2693-0287.
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Região Lapa
Com dom Julio, fiéis veneram Santa Maria Goretti Bispo auxiliar da Arquidiocese presidiu missa em honra à padroeira de paróquia localizada na Vila Gomes Pascom
da região episcopal
Em honra à padroeira da Paróquia Santa Maria LAPA Goretti, no bairro Vila Gomes, zona oeste, aconteceu no sábado, 6, missa em ação de graças, presidida por dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo na Região Lapa, concelebrada pelo padre Geraldo Pereira, pároco. Nos dias que antecederam à missa, de 27 a 5, os fiéis fizeram uma novena. Dom Julio, na homilia, recordou que Maria Goretti nasceu em 16 de outubro de 1890 na cidade de Corinaldo, Itália, sendo filha de um fazendeiro, Luiggi Goretti, que se mudou com a família para Ferriere di Conca, perto de Anzio. Em 16 de julho de 1902, defendendo sua virgindade, Maria Goretti foi esfaqueada por Alexandre Serenelli. Levada ao hospital agonizando, Goretti o perdoou e morreu no mesmo dia. Alexandre foi sentenciado a 38 anos de prisão. Após cumprir a pena, no Natal de 1937, Alexandre e a mãe de Maria Goretti receberam a comunhão um ao lado do outro. Em 1947, Santa Maria Goretti foi beatificada pelo papa Pio 12. Em 1950, foi canonizada pela sua pureza, tendo uma grande multidão comparecido à cerimônia, da qual participou Alexandre. Na época da canonização, já haviam sido verificados e certificados cerca de 40 milagres resultados da intercessão da Santa, que é considerada padroeira das adolescentes, da castidade e das “Filhas de Maria”. Em sua meditação, dom Julio indicou que a história de Santa Maria Goretti reforça que o perdão tem uma força mais profunda e duradoura, e que todos devem aprender a perdoar, como fez Santa Maria Goretti. Lembrou, ainda, que o Evangelho ensina que Jesus enviou 72 discípulos, dois a dois, à sua frente e que o amor tem que ser vivido dois a dois, porque um tem que dar amor ao outro e Cristo é a referência desse amor que dá a vida e faz a todos discípulos missionários na Igreja. No fim da celebração, os fiéis fizeram uma procissão pelas ruas do bairro, carregando o andor com a imagem da padroeira. Após a procissão, padre Geraldo cumprimentou dom Julio pelos dois anos de ordenação episcopal e lhe entregou um banner com a foto do Bispo, com a data de ordenação, além
Fiéis na Paróquia Santa Maria Goretti homenageiam dom Julio Endi Akamine, que na terça-feira, 9, completa dois anos de bispo
PALAVRA DO BISPO
Catecismo: unidade na diversidade e pluralismo da Igreja Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa
Dom Julio Endi Akamine Queridas e queridos amigos (as), quero inaugurar este espaço para uma série de conversas dedicadas ao estudo do Catecismo da Igreja Católica. Estamos no Ano da Fé, e convido vocês, leitores assíduos do jornal O SÃO PAULO, a começar refletindo, brevemente, sobre a elaboração do Catecismo da Igreja Católica. O Catecismo da Igreja Ca-
de um bolo, presente dos fiéis. Dom Julio agradeceu: “O ministério episcopal não é um privilégio pessoal, mas é um serviço para o povo de Deus. Assim, também a comemoração deste
tólica foi publicado no dia 11 de outubro de 1992 pelo beato papa João Paulo 2º. Mas ele começou a ser escrito muito tempo antes. Já em 1985, a assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos solicitou ao Papa que fosse redigido um catecismo que servisse como um ponto de referência para uma Catequese renovada. O papa João Paulo 2º acolheu com carinho essa solicitação e tomou a resolução corajosa de publicar um novo Catecismo. Tratava-se de uma decisão realmente corajosa. O beato papa João Paulo 2º constituiu uma co-
missão de 12 cardeais e bispos. Essa comissão era presidida pelo então cardeal Joseph Ratzinger, que depois se tornou o papa Bento 16. De fato, a publicação do atual Catecismo é um milagre de colaboração. Foram os bispos do mundo inteiro, vivendo em lugares muito diferentes e com a colaboração de numerosos teólogos, exegetas e catequistas, que escreveram juntos o Catecismo. Foram seis anos de trabalho duro e intenso. A comissão de redação elaborou, ao longo desses seis anos, nove sucessivas composições.
O Catecismo mostra o que a Igreja crê e como alguém pode crer razoavelmente. Esse é um livro cativante porque nos fala do nosso destino, da nossa origem, da nossa identidade, fala do que Deus quer de nós, do desígnio que tem para nós. Muita coisa pode ser até criticada, mas o Catecismo é uma obra-prima: testemunha a unidade na diversidade, testemunha o sadio pluralismo convergente da nossa Igreja, recolhe numerosas vozes para constituir com elas e a partir delas um coro comum. Um coro que segue uma partitura, que é a fé dos Apóstolos.
aniversário não é para destacar a minha pessoa, mas para que a gente possa agradecer a Deus os seus dons. Porque ele é o pastor que nos guia, nos defende nos conduz até a vida eterna”.
Sobre a festa surpresa, comentou que foi um gesto de delicadeza, mas também de apreço exatamente pelo ministério sacerdotal e ministério episcopal, pelo que de fato re-
presenta esse serviço à Igreja. Após a bênção final, padre Geraldo agradeceu a presença de todos e convidou para a quermesse que começou no dia 6 e segue até o dia 21.
AGENDA REGIONAL
Quarta-feira (10), 19h
Sexta-feira (12), 19h
Sábado (13), 15h
Terça-feira (16)
Reunião da Pastoral da Criança do Setor Pirituba Paróquia São Domingos Sávio (rua Tomas Lopes Ferreira, 131, Parque São Domingos).
Missa do padroeiro da Paróquia São João Gualberto, presidida por Dom Julio (rua Miguel Pereira Landim, 85, Jardim Jaraguá).
Missa da Pastoral da Saúde na Paróquia São Mateus, presidida por Dom Julio (avenida Prof. José Maria Alkimim, 254, Jardim Esmeralda).
Início da Semana Missionária na Região. Programação completa está disponível em www.regiaolapa.org.br.
Região Ipiranga
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Ciclo de conferências acontecerá na Pré-Jornada Atividade marcada para o Unifai, dias 18 e 19, terá a presença do cardeal Antonio Rouco, arcebispo de Madri Luciney Martins/O SÃO PAULO
da região episcopal
O Setor Juventude da Região Episcopal IpiIPIRANGA ranga está organizando um ciclo de conferências para jovens em peregrinação, que acontecerá no Centro Universitário Assunção (Unifai), com as presenças do cardeal Antonio Maria Rouco Varella, arcebispo de Madri, Espanha, e Fernando Altemeyer Júnior, teólogo da PUC-SP. O encontro acontece nos dias 18 e 19. Esse encontro tem como motivação a Semana Missionária da Jornada Mundial da Juventude Rio-2013, que acontece entre os dias 16 e 20, e a visita do papa Francisco ao Brasil, terá como público, preferencialmente, os jovens peregrinos de língua portuguesa - Brasil, Portugal e algumas nações africanas – e espanhola – Espanha e países da América Latina. No primeiro dia do encontro, que começará às 19h30, será transmitido um vídeo sobre a vida do papa Francisco, que conta a história do Sumo Pontífice desde quando era padre. Também serão abordadas a Conferência de Aparecida e a participação do cardeal Jorge Mario Bergoglio, o atual Papa, em palestra do teólogo Fernando Altemeyer Júnior. Por fim, serão apresentadas as expectativas da Europa com o pontificado do papa Francisco e suas repercussões junto aos jovens, com o Arcebispo de Madri. No segundo dia, o encontro começa bem cedo, às 9h, com a Conferência sobre o Concílio Vaticano 2º, e também terá ênfase nas conferências episcopais de Medellín e Puebla, até o Sínodo dos Bispos, em 1985. Quem dirigirá a conferência será o padre Edélcio Ottaviani, reitor do Unifai.
Unifai acolherá ciclo de conferências com jovens peregrinos na Semana Missionária, nos dias 18 e 19 Ainda na manhã do dia 19 será abordada a Conferência de Santo Domingo e haverá uma discussão entre grupos sobre a Conferência de Aparecida,
que retoma elementos fundamentais sobre as conferências de Medellín e Puebla. Depois, os jovens receberão trechos do Documento de Aparecida sobre
a juventude, para serem discutidos entre os grupos. Na tarde do mesmo dia, os participantes farão uma peregrinação religiosa-cultural.
Divididos em grupos, visitarão a Catedral Metropolitana de São Paulo, o Pátio do Colégio, o Convento do Largo de São Francisco e o Mosteiro de São Bento. Segundo o padre Everton Fernandes de Moraes, pároco da Paróquia Santa Ângela e São Serapião e referencial para o Setor Juventude na Região Episcopal Ipiranga, esse encontro será de grande importância para a juventude que vai à JMJ Rio-2013, pois vai além de um simples encontro, será um momento de unidade e de aquisição de conhecimento sobre a vida da Igreja. Após a peregrinação pela cidade de São Paulo (SP), os jovens irão para a vigília regional da Semana Missionária, que acontecerá no Colégio Marista Arquidiocesano e contará com a presença do arcebispo de São Paulo, cardeal dom Odilo Pedro Scherer, além do padre Reginaldo Manzotti, Jake e DJ Rodrigo.
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Região Santana
Encontro capacita para a Semana Missionária Voluntários e famílias que acolherão peregrinos estrangeiros participaram de formação na cúria regional, dia 30 da região episcopal
A Comissão Regional de Santana tem realizado diSANTANA versas atividades formativas e de animação para as equipes de voluntários e jovens que vão participar da Semana Missionária e da Jornada Mundial da Juventude. Na última formação de voluntários e famílias acolhedoras, no dia 30 de junho, compareceram 170 pessoas na Cúria de Santana para multiplicar e partilhar as informações na comunidade. As lideranças puderam partilhar dúvidas e receber informações importantes para a acolhida dos peregrinos na Região. Padre Guttemberg de Souza, dos Missionários Saletinos, que coordena a Comissão de Hospedagem, e frei Guilherme Pereira Anselmo, que coordena a Comissão de Voluntariado, colocaram-se à disposição para sanar dúvidas das comunidades. Outros 18 voluntários da Região também tiveram treinamento de primeiros socorros com a Cruz Vermelha, para colaborar nas atividades regionais e arquidiocesanas na Semana Missionária. No dia 30 de junho, 110 jovens dos setores Tucuruvi, Mandaqui, Tremembé, Jaçanã e Casa Verde participaram do encontro de peregrinos. Foi um momento muito importante para aqueles que irão vivenciar a Jornada Mundial da Juventude. Um grupo irá viajar dia 22 e participará de toda a JMJ e outro grupo irá na quinta-feira, dia 25, à noite, podendo vivenciar a Via-Sacra e a Vigília com o Papa. Nesse encontro, a juventude pode rezar, cantar e se conhecer, além de receber as informações que são necessárias para a peregrinação, tais como: o que po-
dem levar, as autorizações e as atividades das quais eles participarão. Em preparação à Semana Missionária, a Região realizará outras atividades: Acolhida da réplica da Cruz Peregrina da JMJ
e do Ícone de Nossa Senhora na Paróquia Santana, (rua Voluntários da Pátria, 2.060, zona norte) dia 14, às 15h, encerrando a peregrinação regional e a celebração de envio de voluntários para a Semana Missionária,
com dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, às 17h. Outro evento é a vigília regional, que será no Parque da Juventude, dia 19, a partir das 14h, seguida de celebração, às 18h.
Kamila Gomes, da Comissão Regional para a Semana Missionária, disse que os preparativos estão bem adiantados e a Arquidiocese aguarda uma participação ativa da juventude das paróquias da Região. Rogerio Fonseca
Jovens dos setores Tucuruvi, Mandaqui, Tremembé, Jaçanã e Casa Verde participam do encontro de peregrinos na cúria regional PALAVRA DO BISPO
Uma Jornada contínua! Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana
Dom Sergio de Deus Borges Há mais de um ano, nossas comunidades se preparam para o grande evento eclesial com o Papa, no Brasil: a Jornada Mundial da Juventude. Estamos no mês da Jornada. Alguns representantes das comunidades irão ao Rio de Janeiro (RJ), e partilharão a fé com o papa Francisco. É um orgulho e uma grande alegria que jovens das comunidades possam se encontrar com o Santo Padre, prin-
cipalmente porque as comunidades se empenharam e muito trabalharam para possibilitar esse encontro. Os atos preparativos da Jornada, principalmente a preparação da Semana Missionária, fizeram com que as forças vivas das comunidades se voltassem para os jovens. Esse espaço que foi dado a eles, nas comunidades, não pode desaparecer, como se agora – com a celebração da Semana Missionária e da Jornada – a comunidade pudesse voltar ao seu jeito normal de ser com os jovens. Com certeza, esse modo de pensar e agir não pode ser aceito em nenhuma comunidade, pastoral ou
associação em comunhão com a Igreja Católica em São Paulo. O jeito normal de ser de uma comunidade, de uma paróquia, é caminhando e apoiando os jovens, uma vez que se trata de uma opção da Igreja no Brasil e da Arquidiocese, como determina o 11º Plano de Ação Pastoral, na 6ª urgência, com estas palavras: “A Arquidiocese quer renovar a opção afetiva e efetiva de toda a Igreja pela juventude”. Para que tal urgência se realize nas comunidades e aconteça uma opção afetiva e efetiva pelos jovens, será necessário, em primeiro lugar, acreditar na sua fé: os integrantes da geração internet não parecem dis-
postos a abandonar a fé; eles acreditam em Deus e buscam o sagrado. Gostam das atividades religiosas que valorizam o simbólico e o afetivo, que levam à experiência de vida, ao senso de aventura, de originalidade, de experiência com o mistério (CF 2013,55). Em segundo lugar, devemos acreditar e investir nas potencialidades dos jovens, porque eles querem participar das atividades da Igreja, por isso nós devemos proporcionar essa participação, seja na liturgia, na Catequese, em conselhos, nas pastorais e outras atividades. (A íntegra do artigo está disponível em http://comunidadesantarosa.wordpress.com)
Região Sé
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Adoração ao Santíssimo é tratada em formação Ministros extraordinários da Sagrada Comunhão paticiparam da atividade, dia 6, na Paróquia Santa Generosa da região episcopal
Os coordenadores dos ministros extraordináSÉ rios da Sagrada Comunhão da Região Episcopal Sé reuniram-se para um encontro de formação na Paróquia Santa Generosa, no Paraíso, na manhã de sábado, 6. O tema principal foi a adoração ao Santíssimo Sacramento, assessorado pelo coordenador regional dos ministros, padre Helmo César Faccioli. Ele abordou alguns pontos importantes dessa prática litúrgica milenar, na qual a hóstia consagrada na missa é exposta extraordinariamente para a adoração ao corpo, sangue, alma e divindade de Jesus Cristo presentes na Eucaristia. Padre Helmo abordou vários aspectos do rito da adoração e ressaltou que essa prática deve ser sempre mais aprofundada e praticada com um sentido verdadeiro. “Não podemos imaginar, por exemplo, que a presença de Jesus Eucarístico em uma adoração ao Santíssimo seja diferente de sua presença na missa”, destacou, apontando para o perigo de se dar maior importância para a adoração do que para a missa. “A presença tem o mesmo favor.” Para garantir essa igual importância, padre Helmo recomendou que a exposição do Santíssimo Sacramento seja feita no mesmo altar em que se celebra a missa, e, de preferência, com a mesma ornamentação utilizada na missa, justamente para que as pessoas não pensem que a hóstia consagrada exposta para a adoração é mais importante que a apresentada na missa. “Por exemplo, se para a missa colocamos dois castiçais sobre o altar, na adoração também colocamos esses dois. O mesmo acontece com flores e outros ornamentos. E, no caso das flores, é preciso tomar o cuidado para que estas não chamem mais atenção que o Santíssimo Sacramento”, disse. “As comunidades foram, ao longo dos anos, adquirindo costumes que acabaram as distanciando do real sentido da adoração Eucarística”, salientou o Padre, que destacou ainda a existência de uma profunda relação entre a celebração da Eucaristia e seu culto fora da missa. Ambas, missa e adoração, possuem três eixos essenciais para ser mais bem compreendidas: “‘anaminese’ – recordação
PALAVRA DO BISPO
Liturgia e o Mistério Pascal no tempo da Igreja Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé
Dom Tarcísio Scaramussa “A Liturgia é a celebração do Mistério de Cristo e, em particular, de seu Mistério Pascal. Na liturgia, pelo exercício da função sacerdotal de Jesus Cristo, por meio de sinais, é significada e realizada a santificação dos homens, e o Corpo místico de Cristo (Cabeça e membros) exerce o culto público devido a Deus” (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica n. 218). A Liturgia é, portanto, ação de
Deus santificando os homens, e, ao mesmo tempo, louvor e ação de graças ao Pai, e pedido do dom de seu Filho Jesus Cristo e do Espírito Santo. A Liturgia nos faz vivenciar antecipadamente o que viveremos na glória eterna, permitindo-nos participar ativamente na comunhão dos santos. Lembrando o Concílio (cf. Sacrosanctum Concilium, nº 8), o Catecismo da Igreja Católica (CIC) ensina que “na Liturgia terrestre, antegozando, nós participamos da Liturgia celeste, que se celebra na cidade santa de Jerusalém, para a qual, na qualidade de peregrinos, caminhamos” (n. 1090).
Nesse espírito, o Catecismo ressalta a preferência à celebração comunitária com relação à individual ou quase privada, porque o rito comunitário expressa melhor o caráter eclesial de toda celebração litúrgica (cf. CIC, n. 1.140): “É toda a comunidade, o corpo de Cristo unido à sua Cabeça, que celebra”, e isso se refere a toda celebração litúrgica, mas se vivencia melhor na assembleia comunitária, de modo especial no sacrifício eucarístico que representa a expressão máxima da unidade da Igreja. O Catecismo registra também como a Igreja celebra, descrevendo os sinais e símbolos,
as palavras e ações da celebração litúrgica, o Ano Litúrgico, o Dia do Senhor, os locais de celebração, e recorda a função que cada batizado desenvolve dentro da comunidade, de acordo com o seu estado de vida: ministros ordenados (bispos, presbíteros e diáconos), ministérios litúrgicos particulares (sacristão, coroinha, leitor, salmista, acólito, comentaristas, ministros extraordinários da sagrada comunhão, músicos, cantores etc), cuja tarefa está normatizada pela Igreja ou determinada e especificada pelo bispo diocesano. (A íntegra do artigo está disponível em www.regiaose.org.br)
Fernando Geronazzo
Padre Helmo César Faccioli explica aos ministros da comunhão sobre o significado e recomendações para a adoração eucarística do fato, do gesto de Jesus de instituir a Eucaristia na última ceia; o ‘Emanuel’ – reconhecimento da presença de Jesus, ‘Deus conosco’; e ‘maranatá’ – súplica da Igreja pela vinda de Jesus”. Por fim, padre Helmo cha-
mou a atenção para o fato de que a Eucaristia não pode ficar desvinculada da vida. “Na adoração, o Senhor, ao entrar em minha intimidade e permitir que eu entre em sua intimidade, quebra tudo o que me distancia do Senhor, minha vida
não pode ser mais a mesma”. Para padre Helmo, tais reuniões formativas têm sido positivas para os coordenadores que possuem a missão de ser multiplicadores dessas reflexões para os demais ministros em suas paróquias. “Essas reu-
niões bimensais têm produzido bons frutos, uma participação mais consciente e profunda no mistério da Eucaristia como uma experiência de realmente sentir Cristo na Eucaristia com convicção de oferecê-lo ao próximo”.
AGENDA REGIONAL
Quarta-feira (10)
Quinta-feira (11)
Sexta-feira (19), das 18h às 21h
Aniversário natalício de frei Odair Verussa, capuchinho, vigário paroquial da Paróquia Imaculada Conceição (avenida Brigadeiro Luiz Antonio, 2.071).
Aniversário de ordenação sacerdotal do frei José Maria Botelho, TOR, pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima (avenida Dr. Arnaldo, 1.831).
Vigília da Semana Missionária da Região, na praça da Sé.
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Geral
Manhã de reflexão da Pastoral Carcerária A Pastoral Carcerária realiza no sábado, 13, das 8h30 às 11h30, uma manhã de reflexão sobre “A Espiritualidade do leigo missionário”, com dom Otacílio Luziano da Silva, bispo de Catanduva (SP) e assessor da pastoral no Estado. Será no Centro Pastoral São José (avenida Álvaro Ramos, 366, metrô Belém). Informações: (11) 3101-9419.
João Paulo 2º e João 23: santos para o 3º milênio Aprovado o milagre para sua canonização, o papa polonês será canonizado juntamente com o pontífice do Concílio Fotos: Reprodução
NAYÁ FERNANDES
Especial para O SÃO PAULO
A notícia foi dada na manhã de sexta-feira, 5, durante audiência concedida pelo papa Francisco ao cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para a Causa dos Santos: os beatos João 23 e João Paulo 2º poderão ser canonizados nos próximos meses. O Papa aprovou os votos favoráveis para a canonização daquele que convocou o Concílio Vaticano 2º e a convocação de um Consistório relativo à canonização do pontífice que permaneceu 27 anos como sucessor de Pedro. Se João Paulo 2º for canonizado ainda este ano, será o primeiro Papa a ter a santidade reconhecida pela Igreja em menos de dois anos após a beatificação, que aconteceu em 1º de maio de 2012. Eleito aos 58 anos, o polonês Karol Wojtyla foi o mais jovem pontífice do século 20. “João Paulo 2º, alvejado em plena praça de São Pedro, de-
Papa Francisco anuncia na sexta-feira, dia 5, a canonização dos beatos João Paulo 2º e João 23 pois de ter passado também por perseguições e grandes sofrimentos na Polônia, conservouse até o fim no seguimento de Jesus”, afirmou dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo emérito de Blumenau (SC), em entrevista ao O SÃO PAULO. Já o Papa que convocou “o evento mais importante da Igre-
ja no século passado”, segundo dom Angélico, Angelo Giuseppe Roncalli teve a canonização aprovada pelo papa Francisco, após os votos favoráveis dos cardeais em sessão ordinária. “João 23 foi o Papa da bondade e da misericórdia. De maneira especial, foi o Papa da renovação, que conclamou a todos
para o amplo diálogo ecumênico e dentro da própria Igreja”, ressaltou dom Angélico. Ao falar sobre a Pacem in Terris, última encíclica de João 23, padre José Oscar Beozzo, historiador e presidente do Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (Ceseep) lembrou que
João 23 foi alertado por seus médicos, pouco antes da abertura do Concílio, do prognóstico sombrio de que, por causa do câncer intestinal que fora detectado, teria apenas uns meses a mais de vida. “Nesse horizonte de sua morte próxima e anunciada, podemos dizer que o discurso de abertura do Vaticano 2º, a Gaudet Mater Ecclesia (Alegra-se a Mãe Igreja) foi o testamento espiritual dele para a Igreja, enquanto a Pacem in Terris foi seu testamento para a humanidade toda”, disse o Padre. Dom Angélico destacou que a vocação à santidade é feita a todos os discípulos e missionários de Jesus. “A Igreja, ao canonizar João 23 e João Paulo 2º nos indica que também nós, no dia a dia, podemos ir sendo santificados. Ambos são estímulo para que realmente nos entreguemos à construção do Reino de Deus, feito de amor, justiça e paz.” (Colaborou Daniel Gomes)
Frei Patrício Sciadini avalia a situação atual do Egito padre cido pereira
diretor de o são paulo
O carmelita Frei Patrício Sciadini, colaborador do jornal O SÃO PAULO, diretamente do Cairo, Egito, onde atualmente reside num mosteiro da sua Ordem, conversou com o padre Cido Pereira, âncora do programa “Construindo Cidadania”, da rádio 9 de Julho. Frei Patrício fala da situação caótica daquele país, por conta do golpe militar dado pelas forças armadas que destitui um governo legitimamente eleito. Manifestantes dos dois lados digladiam-se, e cresce a repressão com muitos mortos e feridos. A situação é “caótica”, avalia Frei Sciadini. Fora do Egito, segundo ele, se sabe mais do que dentro. E multiplica-se o número dos mortos na manifestação em favor do governo deposto, aumenta o sofrimento do povo, porque a morte, venha de onde vier, só faz agravar as coisas. “Estamos passando por uma noite terrível e não se sabe como será a madrugada”, diz o frade carmelita.
Há uma esperança com início do Ramadan, mês sagrado para os muçulmanos. Para Frei Patrício, trata-se de um tempo em que as pessoas estão mais abertas para Deus. Por outro lado, esta abertura para Deus pode, manipulada pelos radicais, levar a uma atitude de revolta armada. O ideal é que política e religião se acertem. Duas situações agravam o problema. De um lado, o turismo no País é profundamente prejudicado com consequências na economia. Por outro lado cresce o êxodo para os países vizinhos, particularmente para os que vivem numa boa situação econômica. Tudo coloca a necessidade de se encontrar, a curto prazo,
uma saída para a situação. O problema dos que buscam refúgio fora já existe há muito tempo. Particularmente os jovens fogem, sem perspectiva para o futuro. Líderes dos dois lados querem o diálogo, explica frei Patrício. Mas a violência muitas vezes interrompe o diálogo. “Quando os ânimos estão exasperados, a cabeça não raciocina, não pensa. É hora de se pensar mais com a cabeça do que com o coração, com as emoções.” Frei Patrício explica que embora o Egito seja um dos países mais abertos para outras experiências religiosas, é preciso ter em conta que historicamente o país é muçulmano. Mas sempre se pode buscar o diálogo em vista da paz. O Egito também é importante para os cristãos. Há lugares santos no país. Lá morou a Sagrada Família, lá nasceu a grande espiritualidade do deserto, o Monaquismo e a vida religiosa começaram no Egito. Esta tradição tem uma força muito grande e imprimiu aspectos positivos no coração do povo, em que pese o fato de ser um país islâmico.
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Frei Patrício, residindo no Egito, entende a situação caótica do país A comunidade católica onde vive Frei Patrício está tranquila, segundo ele. Os fiéis estão fazendo até a Novena de Nossa Senhora do Carmo. Estão suplicando a Deus e pedindo a intercessão de Nossa Senhora, de Santa Terezinha, para que se possa encontrar o caminho para a paz, a unidade e o amor.
“Estamos todos sofridos, porque quando um irmão sofre, não importando se é cristão ou não, todos sofremos juntos.” Frei Patrício pede a solidariedade dos católicos do Brasil, traduzida em oração. Ele pede que olhemos a situação com a ótica de Cristo. “A paz pode reinar em todos os corações.”
Geral
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Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa discute a Pacem in Terris A CDH do Senado discutiu, na segunda-feira, 8, a encíclica Pacem in Terris, do papa João 23. No texto, o Pontífice pediu a paz de todos os povos na base da verdade, justiça, caridade e liberdade. Participaram do encontro o secretário geral da CNBB, dom Leonardo, e a presidente da comissão a senadora Ana Rita, (PT).
Igrejas e religiões unem-se por justiça e paz No evento promovido pelo Ceseep, diferentes tradições religiosas fazem experiência da vivência em comum Luciney Martins/O SÃO PAULO
NAYÁ FERNANDES
Especial para O SÃO PAULO
“Deus é Deus de todos e não só de alguns”, disse João Henrique Stumpf, da Igreja Luterana, estudante de teologia em São Leopoldo (RS), que participa do curso “Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso: Igrejas e Religiões na construção da Justiça e da Paz”, entre os dias 26 e 13 de julho na sede do Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (Ceseep), em São Paulo. O curso acontece há mais de vinte anos, no período de férias, e é uma parceria do Ceseep com o Movimento de Fraternidade de Igrejas Cristãs (Mofic), o Conselho Latino Americanode Igrejas (Clai), o grupo de presença ecumênica e serviço Koinonia e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic). Cecília Franco, coordenadora do curso, ressaltou que o programa é composto por três módulos. “No primeiro ano, o tema é ecumenismo; no segundo, diálogo e na terceira etapa, os dois temas são tratados conjuntamente em 30 dias. Mas, no triênio, o eixo é sempre o mesmo.” “Meu objetivo, ao vir para o curso, foi buscar bases teóricas
Durante 15 dias, participantes do curso de Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso em São Paulo partilham temas e a vida cotidiana para legitimar o ecumenismo na academia, porque é ela que pensa os rumos da Igreja Luterana”, contou João, elogiando a metodologia que possibilita a convivência. “Vivemos o ecumenismo na prática, e os palestrantes são muito capazes”, disse. Essa interação, identificada por João, é pensada desde a organização do curso, explicou Cecília. “Nossa prioridade é que a pessoa viva dentro da tradição sobre a qual fala. Ou seja, o palestrante é um
teórico, mas ao mesmo tempo vive e expressa a tradição religiosa.” “Outro diferencial é a educação popular, que compreende reflexão, partilha em grupo, trabalho de corpo e vivência, em que os cursistas visitam ambientes religiosos diferentes”, continuou. Neste módulo, por exemplo, Cecília citou a participação na santa liturgia numa Igreja Ortodoxa e na ceia de uma Igreja Metodista. Emile Vasconcelos do Rosário veio de Itabuna (BA) e é professo-
ra. “Na escola, lidamos com pessoas de diversas religiões. Esses dias de aprofundamento me ajudaram muito, pois eu tinha uma visão muito limitada em relação aos cristãos. Nasci na Igreja Católica, mas há dois anos estou no Candomblé.” Já Emanuela Lopes Tavares soube do curso e veio, junto com uma amiga, de Cabo Verde (país insular africano, constituído por dez ilhas). Ela é professora e pertence a um grupo bíblico. Na primeira visita ao Brasil, admirou-se
pela multiplicidade de religiões. “Em Cabo Verde não há o conceito de ecumenismo, mas vou começar a falar sobre isso quando lá chegar. Meu País é exclusivamente católico e só recentemente começaram a chegar algumas denominações protestantes, vindas do Brasil, inclusive. Vou convidar meus irmãos a respeitar as outras religiões. Não sei se é possível um ecumenismo assim, de primeira, mas é possível respeitar, sempre”, disse.
12 mil pessoas no concerto ‘O Sofrimento dos Inocentes’ Redação
Em Auschiwitz, na presença de aproximadamente 12 mil pessoas, de diversas partes do mundo e com centenas de autoridades religiosas católicas e judaicas e autoridades civis, aconteceu, em 23 de junho, o concerto “O Sofrimento dos Inocentes”, em frente ao Campo de Concentração Birkenau, na Polônia, onde milhões de vidas de adultos e crianças inocentes foram ceifadas de forma brutal, pelo regime da morte e do extermínio nazista. O compositor do concerto foi o fundador do Caminho Neocatecumenal, Kiko Argüello. A atividade foi organizada pelos membros do Caminho Neocatecumenal. Participaram do Brasil alguns padres que atuam na formação e organização do movimento e um membro da Comunidade Judaica do Brasil, Raul Meyer, e o cônego José Bizon, da Arquidiocese de São Paulo, a pedido do cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano.
O encontro entre os brasileiros foi de conhecimento mútuo, troca de experiências, de espiritualidade, de visitas a alguns lugares históricos da Polônia e, de modo particular, aos campos de extermínio de Auschiwitz e Birkenau. No domingo, 23, à tarde, o grande concerto aconteceu com a presença de mi-
lhares de pessoas dos quatro cantos do mundo. Fizeram uso da palavra os representantes das Comunidades Judaica e Católica – cardeal Stanislaw Dziwisz, Kiko Argüello, rabinos Greenberg e Rosembaum, que expressaram a indignação diante do horror vivido no passado e claArquivo pessoal
maram em alta voz: que o ocorrido não seja mais repetido na história da humanidade. A Palavra de Deus, no livro do profeta Ezequiel 22, 1.7-12; 21, 14-22 e no Evangelho de Lucas 2, 34-35, foi aclamada e acolhida nos corações dos que, silenciosamente, a ouviam. Em seguida, a Reprodução
Na Polônia, cônego Bizon (dir.) representa dom Odilo em concerto em antigo campo de concentração
Orquestra Sinfônica do Caminho Neocatecumenal apresentou, em homenagem póstuma às vítimas do holocausto, Cinco Movimentos: Getsemani, Lamento, Perdão, Espada/Shema e Ressurreição. Em seguida, houve a oração do papa João Paulo 2º pela Comunidade Judaica, proclamada pelo cardeal Stanislaw Dziwisz, e a oração Judaica El Ma’Ale Rahamim (oração pela alma dos mortos), proclamada pelo rabino Chaim Adler. A multidão, entre aplausos, expressou a esperança por tempos melhores e de coexistência entre os diferentes povos, etnias, culturas e religiões. “Nunca mais a guerra, mas sim sempre a paz.” Entre lágrimas, judeus e católicos cantaram, a uma só voz, “Shema Israel”, na esperança que atrocidades como as que aconteceram em diversos campos de concentração e de extermínio, não se repitam nunca mais na história da humanidade. (Colaboraram Raul Meyer e conêgo José Bizon)
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Fé e Vida
Papa nomeia dois novos bispos para o Brasil Na quarta-feira, 3, o papa Francisco nomeou dois novos bispos para o Brasil: o monsenhor José Maria Chaves dos Reis, para a Diocese de Abaetetuba (PA); e o monsenhor João Gilberto de Moura, para a Diocese de Jardim (MS). Este atua na Diocese de Ituiutaba e aquele é reitor do Seminário Maior Bom Pastor da Diocese de Cametá (PA).
‘Nossa fé tem base histórica. Não cremos em mitos’ Em entrevista, dom Odilo Scherer comentou sobre ida a Roma, canonizações e eventos recentes na Igreja PADRE CIDO PEREIRA
pos, na qual eu estava presente, Isso é aposta, é outra coisa. A fé des que não são inventadas pela Dom Odilo - Em primeiro lufalou para nós sobre a encíclica religiosa é um aceitar as coisas nossa fantasia. gar, todos os peregrinos sejam O SÃO PAULO – Quanto às ca- muito bem vindos a São Paulo. que estava para publicar e que a partir de Deus, na luz de Deus. Ao chegar de Roma, na sexta- seria uma encíclica a quatro É, portanto, um modo diferente nonizações de João Paulo 2º e de Que não se assustem que lá fora -feira, 5, o cardeal dom Odilo mãos. Ele a definiu assim, por- de ver e de conhecer as coisas João 23. É algo inédito, a canoni- do Brasil falam de São Paulo, das Pedro Scherer, arcebispo me- que a encíclica foi começada e que não é ilusão. Nós cremos zação de dois papas. Como o senhor nossas cidades como perigosas. Ora, perigo tem em todo lugar. tropolitano, conversou com o em parte elaborada pelo papa porque Deus é veraz, não en- vê isso? Dom Odilo Pois Mas, com tranquilidade, que se padre Cido Pereira, diretor do O Bento 16, antes de reLuciney Martins/O SÃO PAULO é, estamos vivendo sintam bem acolhidos em nosSÃO PAULO, sobre as motivações nunciar. O papa Bento um tempo de grandes sas casas, em nossas comunida ida ao Vaticano, o lançamen- 16 fez duas encíclicas, testemunhas da fé. E dades. Sejam muito bem-vindos. to da encíclica Lumen Fidei, as uma sobre a caridade e nós estamos no Ano E quanto às paróquias, comunicanonizações de João Paulo 2º e outra sobre a esperanda Fé. Eu gosto de dades, organizações de Igreja e João 23 e a realização da Sema- ça. Faltava esta sobre a recordar isso, e recor- famílias que vão acolher esses na Missionária da JMJ em São fé para ter as encíclicas dar os dois papas vai hóspedes, quero dar um agradePaulo. A entrevista foi veiculada sobre as três virtudes na mesma linha. Nós cimento muito grande por todo na rádio 9 de Julho. teologais, fé, esperanprecisamos recordar o esforço feito até aqui, toda a ça e caridade. E sendo as testemunhas da fé. generosidade de se organizar, de O SÃO PAULO – Qual foi o objetivo este o Ano da Fé, todo Esses são dois papas abrir suas casas, de acolher os desta viagem do senhor à Santa Sé? o mundo esperava essa que conhecemos e há hóspedes que virão. Muito obriDom Odilo Pedro Scherer - A encíclica, porque era outros tantos mártires gado e que Deus recompense a motivação foi a participação da certo que o papa Bento e pessoas importan- todos. Por outro lado, também reunião da Comissão de Carde- 16 faria uma encíclica tes, de cabeça esclare- dizer uma palavra como já foi diais que acompanha as questões sobre a fé. Ele estacida, que creram com vulgado por dom Tarcísio Scaraadministrativas da Santa Sé. A va trabalhando nisso firmeza, com certeza, mussa, que não receberemos o reunião acontece duas vezes por e entregou o trabalho com alegria e com se- número de hóspedes que podeano. São 15 cardeais. Foi oca- ao papa Francisco, que renidade. Nós cremos ríamos receber. Nós nos prepasião de prestação de contas, de a concluiu e entregou com eles. Portanto, ramos para receber mais e não com o belo nome de Luavaliação e análise de contas. estamos em boa com- virão tantos. Isso, naturalmente, O SÃO PAULO – Quanto a esse men Fidei, a Luz da Fé. panhia e acho que pre- por muitos fatores. A gente cai assunto, o que o senhor pode dizer O SÃO PAULO - O cisamos recordar mui- na conta que viajar da Ásia, da além do que a imprensa tem falado? senhor já tomou conheto isso no Ano da Fé. África, da Europa para cá custa Dom Odilo - Eu não acompa- cimento do texto da EnDe volta de Roma, dom Odilo concede entrevista O SÃO PAULO – Na muito. E a crise econômica munnhei o que a imprensa falou por cíclica? Europa, acontece o mes- dial está ‘pegando’ um pouco em aqui. Mas, tanto na Europa quanDom Odilo - Não. to em todo o mundo se comen- Neste momento, eu tenho o gana, e manifestando sua luz a mo entusiasmo em relação ao papa todo mundo. O pessoal começa ta, e qualquer coisa é colocada texto em mãos, mas ainda não nós, nos quer mostrar a verda- Francisco, que temos aqui na Amé- a calcular e a somar e, enfim, não vêm tantos como se esperacomo escândalo. Na verdade, o pude lê-lo. Eu procurei ter co- de, a realidade mais profunda rica Latina, no Brasil? Dom Odilo - Tenho percebido va ou se podia pensar que viespapa Francisco está continuan- nhecimento em Roma, mas não da nossa vida, do nosso ser, mas do aquilo que o papa Bento 16 estava disponível, estava sob também a realidade do mundo que sim. Em Roma se diz que se. O bonito em tudo isso é que, havia começado, já em 2011, embargo. Agora estou tomando e da existência. Então, esta en- nunca se viu uma coisa assim. de repente, nós redescobrimos colocando novas regulamenta- conhecimento. Vou ler e já pedi à cíclica deverá nos ajudar a dar Nas quartas-feiras, na audiência nossa capacidade e alegria de secretária que o envie uma nova valorização da fé da geral, são 50, 60 Nós cremos porque Deus é veraz, Nós precisamos recordar as para ser colocado no Igreja. E deixe-me dizer mais até 80 mil pessoas site da Arquidiocese. uma coisa: nestes dias, eu andei que vão ouvi-lo, nas não engana, e manifestando sua testemunhas da fé. Esses são quartas-feiras, e no vendo num site muito conhecido Pedi que mandasse a luz a nós, nos quer mostrar a dois papas que conhecemos e há todos os padres, às entre nós, um texto que apre- domingo, no Ângeverdade, a realidade mais profunda paróquias, aos nos- sentava Jesus Cristo sob dois lus. A multidão enoutros tantos mártires e pessoas da nossa vida, do nosso ser, importantes, de cabeça esclarecida, sos organismos de olhares, a partir da mitologia che a praça de São Igreja, para que seja e a partir da história. Colocava Pedro. Há um intemas também a realidade do que creram com firmeza, com certeza, lido e conhecido, de tudo o que nós cremos sobre Je- resse muito granmundo e da existência. com alegria e com serenidade. modo que todos pos- sus como mito. Isso é uma total de porque o Papa ções para maior transparência sam ter em mãos o quanto antes banalização. E colocava como fala de um modo muito simples, abrir nossa casa e acolher pesna administração e na condução esta encíclica, pelo menos em história científica aquilo que foi claro, interessante, colocando soas. Portanto, temos mais esfinal do Instituto de Obras da formato digital. Tem em forma encontrado pela arqueologia em sempre um ponto essencial so- paço de acolhida do que gente Religião, o chamado Banco do de e-book também, o povo que textos coptas na África, quatro, bre o que nós precisamos voltar para acolher. Que bom! Vamos Vaticano. Devo dizer que as coi- está aí com iPhone e outros ins- cinco séculos depois de Cris- a refletir ou tomar consciência. estender isso também às pessas andam melhorando e cami- trumentos multimídia nas mãos, to. Esses são textos científicos! Então, o povo entende e gosta soas que ao nosso redor precinhando na direção justa. O papa pode acessá-lo, ler, degustar e Ora, por que não dar o mesmo de ouvir o Papa. Há um maior e sam de mais atenção. Aos que Francisco está continuando o aproveitar. É uma encíclica es- valor científico aos textos evan- renovado interesse de fato e eu não vão receber hóspedes em trabalho na mesma linha. crita para ajudar a viver a fé e gélicos, aos Atos dos Apóstolos, pude perceber isso a partir de suas casas e paróquias, procuO SÃO PAULO - Sobre a encícli- não só para viver, mas para real- às cartas de São Paulo? Isso é outros países que têm manifes- rem compartilhar a alegria dos ca Lumen Fidei, parece que Bento mente aprofundar a questão da mito? E textos escritos em lín- tado esse mesmo entusiasmo que vão receber e quem sabe 16 a iniciou, o papa Francisco a re- fé, que é fundamental. O papa gua copta, isso é científico? Quer pelo Papa e uma nova maneira se unir à comunidade e paróquia que vai receber para, de tomou, é, portanto, uma encíclica a Bento 16 vinha insistindo muito dizer, nós estamos numa total de ver a Igreja. quatro mãos? O SÃO PAULO – Dom Odilo, estão alguma forma, compartilhar a na importância da gente valori- banalização. É preciso repropor Dom Odilo - Sim. O próprio zar a fé e voltar à fé, mas não seriamente a nossa fé. Nós não chegando aqui em São Paulo os pere- experiência da fé, da acolhida papa Francisco, duas semanas como aquela “fezinha”, como cremos em mitos, em bobagens. grinos para a Semana Missionária da desta visita que nós estamos atrás, na reunião com os bispos aqueles que dizem que vão fazer Cremos com firme base históri- Jornada. O que dizer às comunidades recebendo antes da Jornada da Juventude. da Comissão do Sínodo dos Bis- uma “fezinha”. Não, isso não! ca, com firme base em realida- e famílias que vão acolhê-los? DIRETOR DO O SÃO PAULO