O SÃO PAULO - edição 2969

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Guarulhos enaltece o trabalho de dom Joaquim

Nasce uma coalizão pela reforma política

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo

Semana Bíblica movimenta o Ipiranga Página 14

Clero em Santana prepara mês das missões Página 16

ano 58 | Edição 2969| 10 a 16 de setembro de 2013

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Povo grita nas ruas, é 7 de setembro Como acontece há 19 anos, o dia 7 de setembro foi mais uma vez marcado pelo Grito dos Excluídos. O povo foi à rua e pediu o fim da impunidade, moralidade na política, saúde, moradia,

trabalho, educação. Pediu também atenção maior para a juventude, e deixou claro que “juventude que ousa lutar constrói o projeto popular”. Página 19 Luciney Martins

Praça de São Pedro é tomada, no sábado, 7, por milhares de pessoas que oram pela paz

Dia de oração e jejum pela paz na Síria, e no mundo A pedido do papa Francisco, milhares de pessoas foram à praça de São Pedro para orar pela paz. Ao redor do mundo, o gesto de oração e jejum se repetiu em uma demonstração clara do desejo que

a humanidade possui de que o mundo se torne um lugar mais fraterno e humano. Na Arquidiocese de São Paulo, diversas foram as iniciativas de oração.

semana social

juventude

5ª Semana Social Brasileira analisa o Estado Realizada em Brasília (DF), entre os dias 2 e 5, a assembleia final da 5ª Semana Social Brasileira manifestou apoio às mobilizações populares pela reforma política e demarcação dos territórios dos povos tradicionais e pesqueiros. Refundação de um Estado de inclusão e igualdade social também foi destacada pelos participantes. Página 20 Fotos: diácono José Carlos Pascoal

Páginas 10 e 11

Rogério Fonseca/Pastoral da Juventude

Pastoral faz 40 anos e comemora em Aparecida Na sua 19ª Romaria a Aparecida, no domingo, 8, a Pastoral da Juventude do Regional Sul 1 celebrou seus 40 anos de atuação no Estado de São Paulo. Após reflexão no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho, os 5 mil jovens participaram da missa no Santuário, presidida pelo cardeal dom Raymundo Damasceno Assis. Página 9


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Fé e Vida

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 10 a 16 de setembro de 2013 Gabirante

frases da semana

“A terra mãe pede socorro aos filhos. Tem muito desmatamento. Nós, indígenas, temos que sair da tribo para vir à cidade pedir socorro. Os parlamentares não escutam a mãe terra que chora, eles querem só dinheiro.” Cacique Koruba, no 17º Grito dos Excluídos em São Paulo

“Temos um Estado centrado na propriedade privada e na livre-iniciativa capitalista, o que faz com que funcione na maior parte do tempo em defesa da propriedade e do mercado. Quem não tiver renda vai passar fome, não alcança terra agrícola, nem terreno urbano.” Ivo Poleto, na 5ª Semana Social Brasileira

você pergunta

Espiritualidade

É preciso mesmo ir à missa aos domingos?

Vi a guerra no rosto humano Frei Patrício Sciadini

Diretor do O SÃO PAULO, semanário da Arquidiocese de São Paulo

Padre Cido Pereira

Hoje a pergunta é de uma jovem, a Fernanda, que mora em Joinville (SC). Diz ela: “Padre Cido, é preciso ir todo domingo ou no fim de semana à missa? Eu não tenho conseguido ir e minha mãe fala que é errado. Porém, penso que não adianta eu ir todos os fins de semana se não estiver bem para receber o corpo de Jesus. Gostaria de uma resposta, pois isso tem me intrigado muito!”. Fernanda, se você entende que ir à missa todos os domingos é uma obrigação, não vá. Se para você ir à missa aos domingos é bobagem, é chato, é perda de tempo, não vá. Se você entender que não ir à missa aos domingos é pecado, não vá. Vá à missa todos os domingos, somente nestas circunstâncias: quando você entender que ir à missa é uma resposta de amor a Deus por todo o amor que você recebe dele; quando você entender que é preciso alimentar a sua fé com a Palavra de Deus e com o Pão da vida, que é Jesus; quando você entender que participa de uma grande família e que, quando você não vai, seu lugar fica vazio à mesa; quando você entender que não basta ter fé, é preciso viver a sua fé; quando você entender que o domingo é dia de curtir a família, os amigos, a vida, mas também é dia de curtir o Deus maravilhoso que a ama de todo o coração. Sabe, Fernanda, certamente você já deve ter experimentado aquela sensação de que a missa não muda. É tudo igual, tudo repetitivo etc. Lembre-se, porém, de que sua família não muda e você a ama; sua escola é a mesma, e você a frequenta; seus amigos são os mesmos e você não enjoa deles. Você vai ouvir também de muita gente que ir à missa só vale quando a gente tem vontade. Eu também acho. Mas também acho, querida, que devemos educar a nossa vontade para querer coisas boas que nos fazem crescer, que nos fazem felizes.

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

Nunca tinha visto a guerra reflexa no rosto humano. Devia vir ao Egito para fazer essa terrível experiência, para sentir que o coração humano é capaz de se desfigurar e apresentar o rosto humano dominado pelo medo, pela insegurança, pela desconfiança e por um ódio sutil e volátil como areia do deserto. Os homens de todos os tempos e países não sabem perder. Não sabem se sentar, dialogar e buscar, com calma, caminhos de paz e de verdade. Não se pode dar razão a uma pessoa que busca o bem eliminando o outro, seja qual for. O medo tem um poder terrível de agressividade. As pessoas mais medrosas são as mais agressivas e

buscam todos os meios e máscaras para esconder o próprio medo. E, normalmente, buscam a força mais bruta. Vi a guerra estampada no rosto humano de tantas pessoas inermes, incapazes de se defender, que, diante do avanço do medo, a única coisa que têm a fazer é fechar as portas e janelas para não verem nada que está na rua. Mas sentam-se hoje em dia em frente à TV para ver o que está acontecendo lá fora e, diante de tudo isso, tirar as próprias conclusões e poderem, comodamente sentadas, tomar as suas decisões de “Guerra” e participá-las como quem acha que estão na verdade. O beato papa João Paulo 2º gritou várias vezes com voz profética: “Nunca mais a guerra em nome de Deus!”. Mas, eu diria também, “nunca mais a guerra em nome do homem”, é preciso encontrar a fonte da paz, a fonte da convivência, da alegria de viver juntos ao serviço de Deus e do outro. As guerras nos tocam

“O compromisso deve seguir: continuemos com a oração e com as obras de paz! Convidovos a rezar para que cesse imediatamente a violência e a devastação na Síria e se trabalhe com um esforço renovado por uma solução do conflito fratricida.” Papa Francisco, na Vigília de Oração pela Paz

e nos angustiam quando acontecem no lugar onde nós vivemos. Nesse momento, atinge-me muitíssimo a situação do Egito, porque o Senhor me deu a graça de viver aqui. Num dia foram destruídas casas, Igrejas, palácios, órgãos públicos, mas especialmente foram destruídas vidas. A vida de um cristão não vale mais que a vida de um muçulmano, e a de um militar não vale mais que de outra pessoa. A vida, seja de quem for, tem um valor que não se pode calcular em nenhuma balança. A vida deve ser amada, defendida, protegida, mas jamais destruída. Vi a guerra que desfigura o rosto humano e o torna irreconhecível nos seus elementos, nas suas feições. A paz, quando está em nós, faz-nos serenos, pacíficos e sorridentes. Quando a paz não está em nós, somos seres que deixamos de ser racionais e nos tornamos dominados e regidos pelos impulsos da sobrevivência, que não raramente se chama ódio.

palavras que não passam

Cultuemos a memória dos antepassados PADRE AUGUSTO CÉSAR PEREIRA

Dom Paulo Evaristo Arns foi mimoseado por Deus com longos anos e significativas datas para celebrar. Um elenco rápido traz à lembrança 65 anos de sacerdócio, 45 de bispo, 25 à frente da Arquidiocese de São Paulo, 40 anos de cardeal da Igreja e, nesta semana, no dia 14, completa 92 anos. Pelos critérios bíblicos, muitos anos de longa vida significam copiosas bênçãos de Deus. Bênçãos para ele e para o povo. Diante dos dois modelos propostos ao mundo – o sócio-político-econômico e o Evangelho – dom Paulo Evaristo comprometeu-se profeticamente com o Evangelho. É talvez o brasileiro mais credenciado para levar ao povo a palavra de esperança. O povo desiludido e decepcionado sabe que dom Paulo é confiável. Sua palavra tem credibilidade, porque é sustentada por uma história de vida radicalmente compromissada e absolu-

tamente coerente. É o testemunho pro- parte das novas gerações esfriar o fético da síntese entre palavra e vida, profetismo que ardia o coração de pastores. síntese entre fé e vida. Ensinou e viveu que não podemos nos Falar da pessoa e da ação pastoral de dom Paulo é ter a certeza de ser incom- contaminar pelo aplauso fácil de adesão pleto, dada a dificuldade de escolher entre apenas devocional ao que o Evangelho suas grandes e significativas tomadas de tem de mais original e autêntico, o testeposição. Tal é a envergadura humana e munho da solidariedade. Homem de Deus, pastor e profeta do religiosa desse profeta e pastor do povo. Reconheço ser incompleto, mas cito os povo que Deus ama, passou entre nós motivos de minha admiração: a venda amando entranhadamente o povo santo do palácio para custear a construção dos de Deus! centros comunitários nas periferias para os migrantes Diante dos dois modelos propostos se encontrarem entre si e ao mundo – o sócio-político-econômico com suas raízes; os planos pastorais e as assembleias; e o Evangelho – dom Paulo Evaristo as celebrações vigorosas de comprometeu-se profeticamente multidões nas praças, na cacom o Evangelho tedral e nas comunidades da periferia; a Palavra vibrante Insisto em que, falar de dom Paulo, é e esperançosa que empolgava o povo: os pronunciamentos destemidos das exigên- se arriscar a falar de facetas de sua pescias do Evangelho e a defesa intransigen- soa e de sua vida. É dizer menos do comte dos direitos humanos e da dignidade plexo de sua vida e do patrimônio moral e da pessoa humana; a coesão do colégio espiritual, porque a vida dele é a palavra episcopal arquidiocesano. Cada leitor tem mais concreta possível que o povo brasileiro ouviu e viu, e São Paulo guardará no condição de alargar essa lista já grande. Infelizmente, percebemos em boa grande coração de seu povo.

Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Antônio Aparecido Pereira • Reportagem: Daniel Gomes • Colaboração: Nayá Fernandes e Edcarlos Bispo de Santana • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Assinaturas: Djeny Amanda • Projeto Gráfico e Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Impressão: Atlântica Gráfica e Editora Ltda. • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: osaopaulo@uol. com.br (redação) • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinatura) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura.


Fé e Vida encontro com o pastor

O Brasil e os brasileiros

Arcebispo metropolitano de São Paulo

cardeal dom odilo pedro scherer

No dia 7 de setembro, comemoramos mais uma vez o aniversário da Independência do Brasil. Foi dia para festejos, reflexões e manifestações de vários tipos. Sem aprovar atos de vandalismo, ouvimos os “gritos” de brasileiros que ainda não sentiram os benefícios daquele grito que tornou o Brasil um País autônomo e gestor do seu próprio destino. Nas ruas e praças do Brasil, o povo gritou uma vez mais, de muitas maneiras, o que julga não andar bem, apontou as carências na partilha do bem comum, a ineficiência no atendimento do cidadão por parte do Estado e até mesmo na gestão do Estado. O Brasil projeta para fora de si uma imagem bem mais otimista do que a realidade mostra aqui dentro. A economia brasileira é forte, cresce o volume da riqueza produzida e consumida e, lá fora, a julgar pelos números, é passada a impressão de que o Brasil já superou seus problemas de pobreza e o déficit no desenvolvimento social. Mas não é isso que sentimos aqui dentro do País. Não se nega que o volume da riqueza cresceu e também gerou benefícios. Mas a pobreza continua grande, e vários serviços essenciais ao povo continuam muito deficitários e ineficientes. Muito se falou nesses dias da situação da saúde, necessitada de tratamento intensivo... Não é muito diferente com a educação e a segurança pública; nem falemos da habitação e da infraestrutura de transportes, de maneira geral. Em muitas situações, o

Brasil parece um adolescente, que cresceu rápido e já não cabe em suas roupas... Estou certo de que todos querem o maior bem do Brasil, ou seja, do povo brasileiro. Mas qual seria a solução para darmos um salto qualitativo na edificação do Brasil? Geralmente, ao se falar da situação do País, faz-se referência à economia, à taxa de juros, ao índice de inflação, à balança comercial, ao produto interno bruto... Não penso que se deva deixar de falar disso tudo, mas pergunto: e os brasileiros, como estão? E então caberiam muitas perguntas sobre as várias questões atinentes à situação social do Brasil: se melhorou o nível de saúde, educação e segurança; se o saneamento básico está avançando e as condições de moradia digna estão sendo proporcionadas à grande parte da população, que ainda ha-

bita em condições subumanas; se melhoram as condições de acesso ao trabalho, se a violência diminuiu, se a população carcerária parou de crescer, se o acesso à justiça está mais facilitado... Brasil rico e povo pobre? A verdade é que o Brasil não pode estar bem, se os brasileiros estão mal. O Brasil é feito, antes de tudo, de brasileiros. No centro de toda questão de governo e de políticas públicas deve estar a pessoa humana. Se a riqueza material produzida não servir para dar qualidade de vida digna a toda a população, está se produzindo a riqueza pela riqueza. Muitos lutaram pela independência, e até expuseram suas vidas; não foi apenas para ter um território livre e autônomo, mas para dar dignidade aos brasileiros. A dignidade da pessoa humana esteve no centro de suas preocupações. E precisa estar também hoje. Luciney Martins/O SÃO PAULO

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editorial

Um grito pela paz e pela justiça no mundo e no Brasil Dois acontecimentos, um mundial e outro nacional, marcaram o dia 7 de setembro de 2013. Os dois relacionados com a paz, dom de Deus, mas também obra humana, como fruto da busca da fraternidade e da prática da justiça. O primeiro acontecimento foi a concretização da Vigília de Oração e Jejum pela Paz, convocada pelo papa Francisco. Essa convocação, nascida da preocupação do Papa com a multiplicação das guerras pelo mundo afora e particularmente daquela que agita a Síria com o risco de se internacionalizar, foi prontamente respondida pelo mundo católico e por tantas outras religiões, num testemunho vivo de que é possível os homens de fé estarem juntos no enfrentamento de um problema que é de todos. No dia 7 de setembro se orou pela paz no mundo inteiro, num claro recado aos chefes das nações que diz que estamos cansados de guerras. O segundo acontecimento tem tudo a ver com o primeiro, mas particularmente com o presente e o futuro do nosso País. Foi a celebração do Dia da Independência, quando, em alusão ao Grito do Ipiranga, que proclamou o Brasil livre da dependência colonial de Portugal, milhares de pessoas em todas as grandes capitais fizeram acontecer o Grito dos Excluídos. Lá, em 1822, o grito pouco envolveu o povo. Hoje, o grito é dado pelo povo cansado de ser colocado à margem, cansado da exclusão social. Particularmente os jovens foram lembrados, numa continuada reflexão que começou pela Campanha da Fraternidade e continuou na Jornada Mundial da Juventude. É tempo de cuidar da juventude. É tempo de pôr fim à marginalização e à violência contra jovens pobres e negros de nossas periferias. É tempo de ouvir a voz forte de Cristo, que grita aos jovens vítimas das forças da morte: “Jovem, eu lhe ordeno: levante-se!” (Lc 7, 11-17).

É tempo de cuidar da juventude. É tempo de pôr fim à marginalização e à violência contra jovens pobres e negros de nossas periferias. É tempo de ouvir a voz forte de Cristo, que grita aos jovens vítimas das forças da morte: ‘Jovem, eu lhe ordeno: levante-se!’ agenda do Cardeal De terça-feira a quinta-feira (10 a 12) Retiro com o clero da Região Belém

Quinta-feira (12)

19h – Palestra “A encíclica Lumen Fidei: O magistério comum a Bento 16”, no Auditório das Paulinas

Sexta-feira (13)

20h – Vigília de leitura contínua da Palavra de Deus, no Arsenal da Esperança

Tweets do Cardeal

@DomOdiloScherer 8 – “Misericórdia e piedade é o

Senhor, ele é amor, é paciência, é compaixão. O Senhor é muito bom para com todos, sua ternura abraça toda criatura.” 7 – Vamos jejuar e rezar pela paz na Síria. O papa Francisco convida a todos. Chega de violência, chega de guerra! 7 – Rm 12, 14-15: “Abençoai os

Sábado (14)

que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis. Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram”. 6- Oração para hoje: “Deus do universo, fonte de todo bem, alimentai em nós o que é bom e guardai com solicitude os dons que nos destes”. 6 – Gl 5, 13-14: “Irmãos, fostes chamados para a liberdade... Toda a

Lei se resume neste único mandamento: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’.” 3 – Não nos cansemos de fazer o bem enquanto temos vida. 3 – 1 Ts 2,13: “Agradecemos a Deus por vós terdes acolhido a Palavra de Deus, não como palavra humana, mas como aquilo que de fato é: Palavra de Deus”.

9h – Reunião do conselho de presbíteros

Domingo (15)

8h – Missa na assembleia da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) 10h – Visita e missa na Paróquia Nossa Senhora Aparecida da Vila Arapuá (Região Ipiranga)

Segunda-feira (16)

13h – Abertura do curso de arquivística, no Salão da Faculdade de Teologia da PUC, campus Ipiranga


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Fé e Vida

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liturgia e vida

palavra do papa

25º DOMINGO DO TEMPO COMUM 22 DE SETEMBRO DE 2013

Papa agradece a adesão à Vigília de Oração pela Paz

Ana Flora Anderson

O caminho do amor Os textos litúrgicos deste domingo apresentam uma reflexão importante para o nosso tempo. A antífona de entrada é uma promessa: Deus nos ouve, pois, ele é nosso Deus para sempre. A oração do dia faz lembrar que toda a lei divina se resume no amor a Deus e ao próximo. Na primeira leitura (Amós 8, 4-7), o profeta descreve como os pobres são maltratados. Eles são enganados no trabalho e no comércio. Deus, porém, jura que jamais esquecerá como os orgulhosos tratam os humildes. Na segunda leitura (1 Timóteo 2, 1-8), São Paulo apresenta a transformação social que Deus quer. Devemos rezar sempre pelos governantes e por aqueles que têm cargos importantes. Neste espírito de oração, trabalhamos para garantir que todos vivam com dignidade numa vida serena e tranquila. Deus nos ensinou este caminho de transformação na vida de seu filho, Jesus. O Evangelho de São Lucas 16, 1-13 narra um ensinamento de Jesus aos seus discípulos. Ele começa com a parábola do administrador desonesto, mas esperto, pois garante o seu próprio futuro. Jesus conclui que os filhos deste mundo são mais espertos do que os filhos da luz! Jesus termina dizendo que quem é fiel nas pequenas coisas será fiel nas grandes. Ninguém pode servir a dois Mestres: o dinheiro e o poder ou o amor fraterno e Deus. Ele nos dá a graça, mas a decisão é nossa!

Papa francisco No domingo, 8, diante da multidão que se concentrou na praça de São Pedro para rezar a oração mariana do Angelus, o papa Francisco fez uma breve reflexão sobre o Evangelho do 23º Domingo do Tempo Comum. Segue um trecho da reflexão que antecedeu o Angelus e o agradecimento do Papa, após o Angelus, pela adesão à Vigília de Jejum e Oração pela Paz que ele convocou para o sábado, 7. No Evangelho de hoje, Jesus insiste sobre as condições para ser seus discípulos: nada antepor ao amor por ele, carregar a própria cruz e segui-lo. Muitas pessoas, de fato, se aproximavam de Jesus, queriam estar entre os seus seguidores, e isso acontecia especialmente depois de algum sinal

milagroso que o convalidava como o Messias, o Rei de Israel. Mas Jesus não quer iludir ninguém. Ele sabe o que o espera em Jerusalém, qual é a estrada que o Pai lhe pede para percorrer: é o caminho da cruz, do sacrifício de si mesmo para a remissão dos nossos pecados. Seguir Jesus não significa participar de uma procissão triunfal! Significa compartilhar o seu amor misericordioso, entrar em sua grande obra de misericórdia para com todo homem e para todos os homens. A obra de Jesus é exatamente uma obra de misericórdia, de perdão, de amor! Jesus é tão misericordioso! E este perdão universal, esta misericórdia, passa pela cruz. Jesus não quer cumprir essa obra sozinho: ele quer nos envolver na missão que o Pai lhe confiou... (Depois do Angelus) Queria agradecer a todos aqueles que, de vários modos, aderiram à Vigília de Oração e de Jejum pela Paz ontem de noite. Agradeço às várias pessoas que ofereceram os seus sofrimentos por essa intenção. Agradeço as autoridades civis, bem como os membros de outras comunidades

L’Osservatore Romano

leituras da semana

SEGUNDA (23): Esd 1, 1-6, Lc 8, 16-18 TERÇA (24): Esd 6, 7-8.12b.14-20, Sl 121 (122), Lc 8, 19-21 QUARTA (25): Esd 9, 5-9, Lc 9, 1-6 QUINTA (26): Ag 1, 1-8, Lc 9, 7-9 SEXTA (27): Ag 1,15b – 2,9, Lc 9, 18-22 SÁBADO (28): Zc 2, 5-9.14-15a, Lc 9, 43b-45

santo da semana

Santa Hildegarda – 17 de setembro Hildegarda, descendente de nobre e riquíssima família alemã, nasceu no castelo de Böckekheim, em 1098. Como era o costume na época, aos oito anos foi entregue aos cuidados das monjas beneditinas. Assim, depois de conhecer a na comunidade religiosa e passar a conviver nela, Hildegarda pediu para que a aceitasse, ingressando como noviça. Quando, em 1.136, a superiora morreu, a direção do mosteiro passou para as mãos de Hildegarda. Além desse convento sob seu governo, ela fundou outros dois: em 1147, o de Bingen e, em 1165, o de Eibingen, ambos na Alemanha. Apesar de não ser letrada, ela desenvolveu uma grande atividade literária. Por esses dons, adquiriu muito conhecimento sobre medicina e ciências naturais, transmitidos depois por livros reconhecidos cientificamente. Mas o seu talento enciclopédico se expressou em particular no canto e na música. O fim de sua vida foi sofrido. Além de estar doente, ainda foi vítima de injustiças. Morreu aos 82 anos, no dia 17 de setembro de 1.179, (Com informações do site Católica.net)

Viver a centralidade da fé Papa exorta cristãos a não se esquecerem do centro da fé. “O cristão jamais deve esquecer que o centro da sua vida é Jesus Cristo”, foi o que ressaltou o Papa na missa celebrada no sábado,7, na Casa Santa Marta, no Vaticano. Francisco afirmou que devemos vencer a tentação de sermos “cristãos sem Jesus” ou cristãos que “buscam somente devoções”. Fonte: Rádio Vaticana

cristãs e de outras religiões e os homens e mulheres de boa vontade que viveram, nessa circunstância, momentos de oração, jejum e reflexão. Mas o compromisso deve seguir adiante: continuemos com a oração e com as obras de paz! Convido-os a continuarmos a rezar para que cessem imediatamente a violência e a devastação na Síria e se trabalhe com um esforço renovado por uma justa solução do conflito fratricida. Rezemos também pelos outros países do Oriente Médio, particularmente pelo Líbano, para que encontre a desejada estabilidade e continue a ser um modelo de convivência; pelo Iraque, para que a violência sectária dê lugar à reconciliação; pelo processo de paz entre israelenses e palestinos, para que possa avançar com decisão e coragem. E rezemos pelo Egito, para que todos os egípcios, muçulmanos e cristãos se comprometam em construir, juntos, uma sociedade para o bem de toda a população. A busca pela paz é um longo caminho que exige paciência e perseverança! Continuemos com a oração!

Tweets do papa

@Pontifex_pt 6 – Queridos jovens, rezai comigo pela paz no mundo. 6 – A paz é um bem que supera qualquer barreira, porque é um bem de toda a humanidade. 6 – Com todas as minhas forças, peço às partes envolvidas no conflito que não se fechem nos próprios interesses! 4 – Que se eleve forte em toda a terra o grito da paz! 3 – Condeno com uma firmeza particular o uso das armas químicas! 3 – Queremos que, nesta nossa sociedade, dilacerada por divisões e conflitos, possa irromper a paz!

há 50 anos

Só a lealdade viu o milagre da Fé “Só a lealdade viu o milagre da Fé” foi a chamada principal da edição de 15 de setembro do O SÃO PAULO há 50 anos. Assim, o semanário destacou, na capa, a vinda da imagem de Nossa Senhora Aparecida a São Paulo. “Desde a sua saída da Basílica em Aparecida até o seu retorno na manhã do dia 8, milhares de pessoas tiveram a oportunidade de demonstrar a sua fé na assistência sempre dispensada aos brasileiros, em todas as horas, pela Mãe de Deus e nossa Mãe.” Outro tema tratado foi o direito ao salário-família, como fruto da

Doutrina Social da Igreja. “Surge na primeira vez na imortal encíclica Rerum Novarum, de Leão 13, que o operário deve receber um salário suficiente para ocorrer com desafogo às suas necessidades e às de sua família.” O semanário arquidiocesano trouxe ainda uma matéria com o título “Incrível: 600 erros na tradução da Mater et Magistra”, na qual identificava os erros de tradução na encíclica de João 23. O noticiário divulgou que a palavra socialização, por exemplo, não consta no texto oficial da encíclica.

Capa da edição de 15/9/1963


Fé e Vida fé e cidadania Luciney Martins/O SÃO PAULO

Nunca mais a guerra! Padre Alfredo José Gonçalves

A paz não se assenta sobre o equílíbrio das armas ou a ameaça mútua das superpotências, e sim sobre a justiça e o direito – enfatizava a Doutrina Social da Igreja (DSI) nos tempos da “guerra-fria”, especialmente com a publicação da Pacem in Terris do papa João 23 (1963). “O desenvolvimento é o novo nome da paz” – insistia o papa Paulo 6º na encíclica Populorum Progressio (1967). A paz, tendo como fundamento bases socioeconômicas sólidas e solidárias, tem sido um dos pilares de toda a DSI. Mas, no decorrer de todo o século 20 e início do século 21, prevaleceram as razões da guerra. Período tenso e carregado de desencontros políticos, conflitos armados, genocídios, colonialismo, totalitarismo, massacres, bomba atômica... Tudo culminando com a tragédia do holocausto, sem dúvida uma das feridas mais vivas da História. A luta contra a corrida armamentista e a ameaça nuclear, ao lado de uma melhor distribuição de renda, é outro pilar da DSI. Os documentos publicados pelos papas João Paulo 2° e Bento 16 não deixam dúvidas a esse respeito. A busca da justiça e da paz, bem como de uma sadia convivência entre povos e nações, tem marcado a trajetória

da Igreja, do Cristianismo como um todo e do diálogo inter-religioso. Vale aqui uma frase lapidar de Hans Küng, na sua clássica trilogia sobre o Ebraísmo, o Cristianismo e o Islamismo: “Não existe paz entre as nações sem paz entre as religiões. Não existe paz entre as religiões sem diálogo entre elas. Não existe diálogo entre as religiões sem um estudo sério sobre seus fundamentos”. Nessa tradição, o papa Francisco, na crise da Síria e na emergência de um ataque dos Estados Unidos da América, levanta o “grito pela paz”, convidando a todos a baixarem as armas e a buscar uma via de diálogo e diplomacia. “Guerra chama guerra, violência chama violência”, insistia o Pontífice no Angelus do domingo, dia 1º de setembro. E acrescentava: “Existe um juízo de Deus e também um juízo da história sobre nossas ações ao qual não se pode fugir. Nunca mais a guerra!” concluía o Papa. É difícil prever o que sucederá na Siría, como também no Egito e região. O certo é que levas e levas de prófugos, refugiados e migrantes – entre eles multidões de crianças e mulheres – sofrem as consequências da violência, abrigando-se de forma precária na fronteira com o Líbano. Outros conseguem chegar ao sul dos países europeus. Fiquemos com a mensagem do papa Francisco: “Queremos que em nossa sociedade, dilacerada por divisões e conflitos, surja a paz!”.

espaço aberto

Peregrino, seu destino é caminhar João Baptista Herkenhoff

Dom Luís Gonzaga Fernandes faleceu no Estado da Paraíba, dia 4 de abril de 2003. Nós tivemos a presença de dom Luís Gonzaga Fernandes como bispo auxiliar de Vitória (ES), durante 15 anos. Quando foi nomeado para Campina Grande (PB), essa transferência nos desagradou. Sentimo-nos feridos porque fomos despojados de nosso Bispo, sem nenhuma consulta. Mas dom Luís foi para Campina Grande e completa agora 50 anos de sacerdócio e 35 de bispo. Durante todo esse tem-

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direito canônico

Conselheiro geral dos padres scalabrinianos

Livre-Docente da Universidade Federal do Espírito Santo, magistrado aposentado e escritor.

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po, desde Vitória, dom Luís compreendeu que o bispo não é apenas um pastor local. O bispo é um peregrino e seu destino é caminhar. Vejo em dom Luís uma dupla dimensão: de um lado, é um espírito universal, um homem ligado a seu tempo e preocupado com os países pobres e os pobres dos países pobres. De outro lado, tem a fibra nordestina, capaz de vencer qualquer barreira, de esperar qualquer espera, fiado não no provérbio popular (Deus tarda mas não falha), porém num outro provérbio ainda mais rico de esperança (Deus nunca tarda, nós é que somos apressados). A fraternidade, a meu ver, é a linha fundamental do Bispo e do homem Luís: uma fraternidade ampla, social,

universal, política. Sempre vi e continuo vendo nele a figura do profeta. Aquele que nunca se omite quando deve anunciar a justiça e denunciar a injustiça, proclamar a libertação e profligar a opressão. Outro traço notável é sua capacidade de valorizar as pessoas, comprometido com o povo, com as multidões marginalizadas, não para lhes oferecer esmolas que aviltam, mas para convocar os que lutam pela justiça. Saúdo dom Luís Gonzaga Fernandes no seu jubileu sacerdotal. O tempo passou e parece que o Pai nos concedeu a graça da fidelidade aos grandes ideais. Vamos construir agora nossa tenda e, sob a luz da passagem bíblica, sentir como é bom estar junto, partilhar, fazer projetos de mundo.

O livro 5º do Código de Direito Canônico e o Concílio Vaticano 2º Padre Carlos Roberto Santana da Silva

Como a doutrina conciliar foi aplicada no Livro 5º, na preparação do novo Código, o legislador pretendeu seguir o Concílio Ecumênico Vaticano 2º, e para tanto foram preparados alguns princípios que deveriam dirigir a revisão do Código de Direito Canônico. Diante da visão do “schema” de 1977, manifestaramse duas intenções fundamentais, isto é, seguir a mentalidade do Concílio Vaticano 2º e obedecer “integralmente” o princípio de subsidiariedade, entre elas, refletiremos, nesta e demais edições, sobre algumas questões fundamentais: a relação entre o Livro 5º e o Concílio Vaticano 2º e como se aplicou concretamente o princípio de subsidiariedade. No Concílio Vaticano 2º não há uma doutrina elaborada sobre os bens temporais, mas há muitos elementos, espalhados aqui e ali. Façamos uma síntese. Podemos enumerar alguns textos que mencionam os bens temporais de modo genérico ou específico: Constituição Dogmática Lumen Gentium, (números 13 e 23); Constituição Pastoral Gaudium et Spes, (números 42, 69, 71, 76; Decreto Presbyterorum Ordinis, (números 17, 20,21); Decreto Perfectae Caritatis, (número 13); Decreto Christus Dominus, (números 6, 28); Declaração Digni-

tatis Humanae (números 4, 13); Declaração Gravissimum Educationis, (8). Os bens temporais são bons, pois provêm de Deus, e estão sob a lei da redenção e se destinam para o serviço do homem. Sem os bens materiais, o homem não pode atingir a sua perfeição humana e divina. Mas os bens estão também sob a lei do pecado, e por isso o homem muitas vezes dispõe dos bens não como Deus deseja e quer. Os bens devem estar a serviço da comunhão e da caridade, mas, por causa do pecado, muitas vezes se tornam meios do próprio pecado. Afirma a Gaudium et Spes que “Deus destinou a terra com tudo o que ela contém para uso de todos os homens e povos; de modo que os bens criados devem chegar equitativamente às mãos de todos, segundo a justiça, secundada pela caridade”. A encíclica Centesimus Annus, do beato João Paulo 2º, apresenta-nos a doutrina do Concílio Vaticano 2º a respeito da propriedade privada nestes termos: “Também o Concílio Vaticano 2° repropôs a doutrina tradicional com palavras que merecem ser textualmente referidas: ‘o homem, usando destes bens, não deve considerar as coisas exteriores que legitimamente possui só como próprias, mas também como comuns, no sentido de que podem beneficiar não apenas a si, mas também aos outros’.” (Continua na próxima edição).

Padre Vladimir Anselmo da Silva é encontrado morto Da redação

Foi encontrado na segundafeira, 9, em São Bento do Sapucaí (SP), o corpo do padre Vladimir Anselmo da Silva, 50, que estava desaparecido desde 24 de agosto. O Sacerdote, visto pela última vez nas imediações da Paróquia Santos Apóstolos, na Região Brasilândia, estava com depressão e fazia tratamento psiquiátrico. A missa de corpo presente acontece na manhã desta terça-feira, 10, na mesma Paróquia. Em comunicado, dom Milton Kenan Júnior, vigário episcopal para a Região Brasi-

lândia, e dom Tarcísio Scaramussa, vigário geral da Arquidiocese, expressaram pesar pelo falecimento do Padre. “A Arquidiocese de São Paulo, particularmente a Região Episcopal Brasilândia, chora a morte deste sacerdote zeloso, dedicado e fiel no serviço de Deus e da Igreja. Deus na sua bondade lhe conceda a coroa da glória e a recompensa por todo bem realizado! Aos seus familiares, seus amigos e aos membros das comunidades onde realizou o seu ministério, nosso pesar e sentimentos de profunda comunhão na fé e na oração.”


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Igreja em Ação

Mundo do trabalho/pastoral operária

Pastoral Familiar

Campanhas Salariais - 30 anos da CUT

Adeus e obrigado dom Joaquim

Padre Miguel Pipolo

crescimento econômico será baixo neste ano; e o ano que vem é uma incógnita. Como é ano eleitoral, o governo poderá acrescentar porcentagens em programas como Bolsa Família, Luz para Todos, Minha Casa, Minha Vida e outros. Dentro desse contexto, a Central Única dos Trabalhadores celebra 30 anos de existência. Ela é a maior Central do País e se diz a 5ª maior do mundo. O interessante é que ela é criticada pelo seu dirigente histórico, Jair Meneguelli. Para ele, a Central arriou as suas bandeiras de luta, condicionando sua atua-

No Brasil, segmentos da indústria, do comércio e dos serviços têm data marcada para debater acordos coletivos neste segundo semestre do ano. Trabalhadores nos correios, petroleiros e bancários, em campanhas a nível nacional, reúnem mais de 700 mil trabalhadores. Atingem indiretamente outras 800 mil pessoas que prestam serviços para o ramo financeiro e petroleiro. No Estado A partir de 2008, quando Lula assinou de São Paulo, lei autorizando repasse do imposto comerciários sindical às Centrais, a CUT recebeu até e metalúrgicos representao ano passado mais de R$ 270 milhões dos pela Central Única dos Trabalhadores ção aos interesses dos gover(CUT), Conlutas e Força Sin- nos petistas. Ele toma ao pé dical estão também em pro- da letra a ata de fundação da cesso de negociação. Eles re- entidade, onde consta que ela únem ao redor de 3,5 milhões não terá “caráter partidário”. de trabalhadores no Estado. Nascida três anos depois do Os metalúrgicos do Estado PT, a CUT e o partido foram de São Paulo, representados praticamente indistinguíveis por 54 sindicatos filiados à ao longo dos 18 anos entre o Força Sindical reúnem cerca fim do regime militar e a posde 800 trabalhadores. A pau- se de Lula na Presidência da ta de negociação consta do República. A CUT deixou de aumento real de salário, va- “liderar uma verdadeira revolorização dos pisos e redução lução no movimento sindical da jornada de trabalho. As brasileiro”; deixou para trás negociações serão tensas por palavras de ordem como o fim causa do contexto econômico do imposto e autonomia sindiem que se encontra o País. cal. A partir de 2008, quando Pesquisa do Departamento Lula assinou lei autorizando Intersindical de Estatística repasse do imposto sindical e Estudos Socioeconômicos às Centrais, a CUT recebeu (Dieese) diz que 328 acordos até o ano passado mais de R$ coletivos analisados conquis- 270 milhões. Isto cobre 65% taram aumentos reais, mas de seus gastos anuais. Não com percentual inferior ao será fácil à CUT voltar aos ano de 2012. Será muito di- seus princípios, especialmenferente dos últimos tempos te quando a “velha guarda” já quando categorias consegui- não atua no interior da classe ram reajustes acima (às ve- trabalhadora e no movimento zes bem acima) da inflação. O sindical.

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Zuleica e João Abrahão

Dom Joaquim era bispo diocesano de Guarulhos (SP) e grande motivador da Pastoral Familiar. Foi membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, Região Episcopal Santana. Grande defensor dos valores da família e motivador do trabalho da Pastoral Familiar, dom Joaquim deixará certamente uma grande lacuna para todos nós com sua partida. Que Deus o acolha na glória dos santos e mártires. Como agentes de Pastoral Familiar, conhecemos monsenhor Joaquim Justino Carreira durante o evento do X Congresso Nacional da Pastoral Familiar, ocorrido em setembro de 2002, na cidade de Recife (PE), lá presente como assessor eclesiástico da Pastoral Familiar da

Diocese de Jundiaí (SP). No ano seguinte, 2003, foi o conferencista do 10º Congresso do Regional Sul 1 da Pastoral Familiar, realizado na cidade de Sorocaba (SP), onde, brilhantemente, expôs que “a comunidade eclesial necessita tomar consciência de que a família deve ser prioridade pastoral dentro da Pastoral Orgânica” e doutrinou, através de dois grandes temas (Evangelizar a Família e Evangelizar pela Família e para a Vida), os princípios fundamentais que norteiam a ação da Pastoral Familiar, passando pelos seus responsáveis, explicitando os setores que compõem a pastoral e concluindo com a necessidade de preparação dos agentes diocesanos e paroquiais para o desembaraço da Pastoral Familiar. Desde sua ordenação como Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, designado para a Região Episcopal Santana, em 28 de maio de 2005, além de outras importantes atribuições, a sua designação como Bispo Referencial da Pastoral

Familiar Arquidiocesana foi uma bênção extraordinária para o cabal desenvolvimento da Pastoral Familiar e dos seus agentes em toda a Arquidiocese. Dom Joaquim sempre considerou a família como o lugar principal de desenvolvimento da pessoa, elemento essencial da evangelização da comunidade familiar, eclesial e da Pastoral de Conjunto. Grande incentivador da implantação da Pastoral Familiar, nas seis Regiões Episcopais, com seus três pilares: Setor Pré-Matrimonial, Pós-Matrimonial e Situações Especiais. Publicou dois livros visando a evangelização da família: “Família, Torna-te Aquilo que És!” (elementos essenciais para a Pastoral Familiar), em 2006, e “Trevas ou Luz” (sobre a vida cristã coerente) em 2011. Simplesmente, obrigado dom Joaquim, pela vossa dedicação à Igreja, aos sacerdotes, aos leigos e, em especial, pelo amor pela família, “Igreja doméstica” e “verdadeira comunidade de fé, esperança e caridade”.

pastorall da criança

Pastoral da Criança realiza Assembleia Anual Pastoral da Criança

Equipe da Pastoral da Criança do Setor Sé realiza sua Assembleia Anual no espaço da Sagrada Família, no Ipiranga

Aconteceu nos dias 17 e 18 de agosto, no espaço da Sagrada Família, Região Ipiranga, a Assembleia Anual do Setor Sé com o tema “A parábola do Bom Pastor”. O encontro teve início às 8 horas com 21 participantes. Maria Helena de Carvalho Pina, coordenadora do Setor, leu a passagem do Bom Pastor e pediu que os presentes refletissem, trazendo para os trabalhos desenvolvidos uma reflexão sobre que tipo de pastor cada comunidade está necessitando. Logo após a reflexão, a palavra foi dada ao padre Luiz Claudio Braga, assessor da Pastoral da Criança do Setor Sé.

Padre Luiz abordou a importância da fé que professamos, a importância de sermos batizados e a fé de modo geral, qual nosso papel como cristãos dentro da Igreja. Também cada coordenadora contou um pouco de suas experiências nas comunidades. Logo após a palestra foi passada a palavra para Aparecida Gonçalves de Jesus, coordenadora arquidiocesana, que lembrou a importância da valorização de atuar como voluntários, de como atrair novos líderes, e também mostrou uma radiografia de cada paróquia e dos trabalhos desenvolvidos. Maria do Rosário e seu es-

poso, Josué Pereira, fizeram a oficina de agilidade no envio de informações, uma parceria com a operadora Tim, que servirá com uma nova ferramenta que ajuda líderes a acompanhar os atendimentos das Unidades Básicas de Saúde e envia essas informações via torpedo (mensagem de celular). No encontro, foram prestadas contas dos gastos e foi feito um balanço em cada comunidade de suas dificuldades e desafios daqui para frente. A assembleia foi encerrada com a missa presidida por dom Tarcísio Scaramussa, bispo da Região Episcopal Sé. Por Daniel Sampieri


Igreja em Ação

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pastoral da pessoa com deficiência

bioética

Romaria em atenção às pessoas com deficiência

Mais médicos ou mais saúde?

“Alarga o espaço da tua tenda, estenda-se o toldo da tua habitação, para que haja espaço para todos” (Isaías 54,2) A Pastoral das Pessoas com Deficiência da Arquidiocese de São Paulo (SP), em parceria com o Santuário Nacional de Aparecida, realizará no próximo dia 22 de setembro, às 8h, na cidade de Aparecida (SP), Missa da Acessibilidade em ação de graças pelo Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência e defesa de seus direitos, comemorado no dia 21. A Missa da Acessibilidade, com o tema “Atenção às pessoas com deficiência e sua participação na sociedade”, é uma oportunidade de mostrar aos devotos de Nossa Senhora Aparecida que estarão no local e também àqueles que acompanharão a missa pelos meios de comunicação, que o Evangelho deve ser transmitido e partilhado por todos, independentemente do modo como cada devoto o recebe e o profere. Esta é a primeira vez que o Santuário Nacional realizará uma missa com recursos de acessibilidade e a terceira vez que a Pastoral das Pessoas com Deficiência da Arquidiocese de São Paulo realiza uma missa em parceria com uma paróquia com esses recursos. Em 2011, foi realizada uma missa na Paróquia de Santa Cecília e, em 2012, no Santuário São Judas Tadeu, ambas na cidade de São Paulo. “O objetivo da pastoral é criar nas paróquias e demais espaços religiosos uma cultura de acessibilidade física, comunicacional, atitudinal e de acolhida às pessoas com deficiência, de maneira a estimular e fortalecer sua plena participação e o seu protagonismo na vida da Igreja e na sociedade.” Entre os recursos de acessibilidade a serem utilizados na celebração, podemos destacar: rampas de acesso para pessoas

Pastoral da Pessoa com Deficiência

Padre Christian de Paul de Barchifontaine

Pastoral das Pessoas com Deficiência realiza, em 22 de setembro, Missa da Acessibilidade em Aparecida

com deficiência física e mobilidade reduzida; interpretação em Língua brasileira de Sinais (Libras) e legendagem, por meio de aparelhos de TVs presentes no Santuário, para as pessoas com deficiência auditiva; folhetos em braille e com letra ampliada para as pessoas com deficiência visual; audiodescrição para as pessoas com deficiência visual e intelectual; atenção especial às necessidades das pessoas com deficiência intelectual.

Serviço: Missa da Acessibilidade a ser realizada no Santuário Nacional de Aparecida Dia: 22 de setembro, domingo, às 8h. Avenida Dr. Júlio Prestes, s/n, Bairro Ponte Alta, Aparecida (SP) Informações: (11) 2675-0816 e (11) 96439-4206. E-mail: pastoral.pcd.sp@gmail.com.

(Por Carlos A. Campos)

pastoral do migrante

Sementes de renovação: migrantes gritam por participação social e educação “Eu sou da Bahia e vim para São Paulo, trabalhar, conseguir vida melhor. Sou filho de Deus e tenho direito de ser gente. Agora isso é difícil, porque os grandões querem dominar sempre. Eles só querem saber do trabalho da gente para eles. Não têm interesse de saber o que a gente pensa. E tudo de bom só pode acontecer para eles. É assim os ricos.” Este é o depoimento de um jovem de 25 anos, durante um encontro sobre o 19º Grito dos Excluídos, no dia 28 de agosto, na Casa de Solidariedade, bairro Praça da Árvore, em São Paulo. Boa parte dos participantes era migrantes de outros Estados e estava fazendo curso de alfabetização de adultos ou de técnico em eletricidade, na Casa de Solidariedade, que fica próxima ao metrô Praça da Árvore. As cerca de 60 pessoas presentes discutiram sobre educação, saneamento básico, transporte, violência, meios de comunicação e participação social. Um dos momentos mais fortes do debate foi a discussão sobre educação, saneamento básico e participação social, problemas estes que afligem diretamente as pessoas que habitam as periferias e partes do antigo centro da cidade. Ludimila, uma das participantes, com

voz firme, disse que, “com a mudança nos governos e o atendimento das nossas necessidades, a gente pode conseguir. Mas é só com muita luta e sem desistir nunca. A vida tá difícil. A gente levanta de madrugada, vai trabalhar, à noite vem aqui estudar; fim de semana não tem quase tempo para visitar um amigo, se divertir, conversar com os filhos. Então, a gente vive é para trabalhar para os ricos. Isso é uma violência. Mas, quem escuta o grito da gente?”. A participação das pessoas ocorreu espontaneamente e apontou dificuldades vividas na cidade de São Paulo. Ao final, jovens e adultos disseram que iriam participar do 19º Grito dos Excluídos em São Paulo. Para vários deles, era a primeira vez que participavam de um encontro expressando suas ideias e experiências

para a construção de um projeto popular. O 19º Grito dos Excluídos teve como lema: “Juventude que ousa lutar, constrói o projeto popular”, e seu ponto culminante foi a participação social no dia 7, com manifestações de rua em todo o Brasil. Muitos gritos foram ecoados em reivindicação e defesa dos direitos por trabalho decente, educação, saúde, justiça social, reforma agrária e urbana, transporte público de qualidade, habitação, lazer e segurança pública etc. Os migrantes da Casa de Solidariedade disseram que o 19º Grito dos Excluídos era para eles como uma semente de renovação das suas esperanças, dos seus sonhos, das suas lutas por vida digna e reconhecimento como pessoas de valor. Por José Carlos Alves Pereira

A polêmica ao redor da questão de falta de médicos ou não é irrelevante se não for levado em conta as condições de saúde do povo. De fato, atualmente, o Brasil tem cerca de 400 mil médicos. O déficit de médicos é real. Temos 1,8 profissional para cada mil habitantes. Enquanto isso, o México tem 2, o Reino Unido 2,7, a Argentina 3,2, Portugal 3,9, Espanha 4 e Cuba 6,7. As estatísticas demonstram uma enorme concentração desses profissionais nos grandes centros e uma grande desigualdade na distribuição deles, sobretudo para o Norte e Nordeste. Há, no Brasil, 701 municípios sem médicos. Por que os médicos brasileiros não vão atender nessas regiões e municípios? Precisamos levar em conta a falta de infraestrutura, falta de condições e remunerações adequadas que propiciem uma distribuição justa. Temos que ressaltar a omissão no financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS): na votação da regulamentação da Emenda Constitucional 29, em 2011, sobre os gastos com saúde nos três níveis de governo, a bancada governista evitou que o texto final obrigasse a União a investir 10% de sua receita na área. E o compromisso dos médicos nas reivindicações por mais saúde para o povo? Assim, a saúde do País, do nosso povo, não irá mudar somente com a importação de médicos, são necessários um pacto e o estabelecimento de compromissos com todos os profissionais – equipe de saúde, enfermeiros, dentistas, nutricionistas –, juntamente com os representantes dos setores público e privado. Está na hora de nosso governo deixar de subfinanciar a saúde, investir o que tecnicamente é necessário, ou seja, como nos demais países, algo como 10% dos gastos federais. Aí então, neste momento, a entrada de médicos estrangeiros tem que ser abordada sem corporativismo, sem xenofobia, sem açodamento ou viés ideológico.


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Geral

Curso Propedêutico Diaconal Dez candidatos ao Diaconato Permanente na Arquidiocese iniciaram em agosto o Curso Propedêutico Diaconal, com aulas aos sábados, até o fim de novembro, das 9h às 12h, no campus-Santana da PUC-SP. No momento, a Arquidiocese conta com a colaboração de mais de 60 diáconos permanentes, engajados nas atividades pastorais atuantes nas seis regiões episcopais.

Pastoral da Saúde apoia Programa ‘Mais Médicos’ Fernanda Moro

Em congresso realizado no Ipiranga, agentes também lembraram mobilizações pelo ‘Saúde+10’ Daniel Gomes

Reportagem na zona sul

A coordenação nacional da Pastoral da Saúde, reunida em assembleia, em São Paulo, no sábado, 7, manifestou apoio ao Programa “Mais Médicos”, do governo federal, que prevê investimentos nas infraestruturas de saúde e envio de médicos, brasileiros ou estrangeiros, para locais onde há escassez de profissionais. A assembleia foi uma das atividades do 33º Congresso Brasileiro de Humanização e Pastoral da Saúde, que reuniu 700 pessoas, no último fim de semana, no Centro Universitário São Camilo, na zona sul, e que teve como um dos assessores José Eri de Medeiros, que representa o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde no Conselho Nacional de Saúde. “A defesa dos ‘Mais Médicos’, de nossa posição, não tem

Participantes do 33º Congresso Brasileiro de Humanização e Pastoral da Saúde refletem sobre temas atuais, entre os quais o projeto de lei ‘Saúde+10’

nada a ver com partido”, garantiu Medeiros ao O SÃO PAULO. Durante o evento, o Assessor, que palestrou sobre a repolitização do SUS, lembrou que, desde a constituinte de 1988, há preocupação com a formação dos profissionais de Saúde para atuar dentro da realidade do SUS e também enalteceu a mobilização da sociedade para a coleta de assinaturas ao projeto de lei de iniciativa popular “Saúde+10”, que prevê que ao menos 10% das receitas bru-

tas da União sejam investidas nos serviços públicos de saúde. De acordo com Sebastião Geraldo Venâncio, coordenador nacional da Pastoral, assim como a Plataforma da Saúde, o “Saúde+10” foi um dos legados da Campanha da Fraternidade 2012. “Quando a gente discute a repolitização do SUS, discute também o atual modelo de uma saúde curativa e hospitalocêntrica. Desejamos que a maior parte desses 10% de recursos vá para a atenção básica, para passar-

mos a um modelo de saúde preventiva”, opinou. Durante o Congresso, houve reflexões sobre o panorama de atuação da Pastoral, em palestra do padre Anísio Baldessin, que lembrou que os trabalhos de evangelização se focam no aspecto espiritual, na conscientização pelo direito à saúde, educação para mudança de hábitos de vida e tratamento humanizado aos doentes. Nomeado em fins de maio como assessor arquidiocesano

da Pastoral, padre Edson Jorge Feltrin falou aos participantes sobre a proposta de partilha dos trabalhos da coordenação. “Queremos descentralizar a Pastoral da Saúde, fortalecendo as coordenações regionais, tendo em cada região episcopal uma equipe para cada dimensão: solidária, comunitária e político-institucional”, disse à reportagem, comentando que também se estimulará a participação dos agentes nos comitês de ética e bioética dos equipamentos de saúde.

O adeus a dom Joaquim, um incansável servo de Deus Luciney Martins/O SÃO PAULO

Edcarlos Bispo de Santana

Especial para O SÃO PAULO

Sob forte aplauso o caixão com o corpo do terceiro bispo diocesano de Guarulhos, dom Joaquim Justino Carreira, deixou a Catedral de Nossa Senhora da Conceição. Carregado por padres, deu uma volta em torno da igreja e retornou para ser sepultado. Bispos, padres, familiares e fiéis não contiveram as lágrimas. A missa de corpo presente foi realizada na terça-feira, 3, presidida pelo cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano e presidente do Regional Sul 1, e concelebrada por dezenas de bispos e padres. Na hora do sepultamento, dom Odilo recordou que os bispos sempre brincavam com dom Joaquim sobre a possibilidade de ele ter sido um dos

Missa de corpo presente foi celebrada na Catedral de Nossa Senhora da Conceição, presidida pelo cardeal dom Odilo

pastores de Fátima, já que ele, português radicado no Brasil, quando bem jovem, era pastor de ovelhas e morou na região de Leiria, lugar das aparições da Nossa Senhora, em Portugal.

Dom Tarcísio Scaramussa, bispo auxiliar da Arquidiocese que por mais tempo conviveu com dom Joaquim, não escondia a emoção. Em conversa com o O SÃO PAULO, contou

como foi o contato com o Bispo, que, para ele, foi uma pessoa marcante pela fé e pela piedade. O Vigário Episcopal na Região Sé contou que durante

viagens, dom Joaquim sempre puxava a oração do terço e que o terço iniciado pelo Bispo era sempre longo, pois era feito de varias invocações e de diversas orações. Para o casal Silvio e Ester dos Santos, coordenadores da Pastoral Familiar da Arquidiocese de São Paulo, que trabalhou com o Bispo quando este foi referencial da Vida e da Família, “ele realizou um trabalho de implantação da Pastoral Familiar incansável. Para nós, existe uma grande divisão em nossa caminhada de Pastoral, antes de dom Joaquim e depois de dom Joaquim”. O Colégio de Consultores da Diocese de Guarulhos nomeou, na quarta-feira, 4, o administrador diocesano. Trata-se do padre Antônio Bosco da Silva, que era vigário diocesano até a morte do então bispo de Guarulhos.


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Pastoral da Juventude celebra 40 anos no Estado Mais de 5 mil ‘pjoteiros’ participaram da romaria ao Santuário Nacional de Aparecida, em São Paulo livia lima

especial para o são paulo

No domingo, 8, a Pastoral da Juventude do Regional Sul 1 realizou sua 19ª Romaria a Aparecida (SP), na qual se comemorou os 40 anos da pastoral no Estado de São Paulo. Cerca de 5 mil jovens de todo o Estado estiveram presentes no evento, que se iniciou com uma mística no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho, e contou com a presença do secretário nacional da Pastoral da Juventude (PJ), Thiesco Crisóstomo. Nacionalmente, a PJ celebra 40 anos de história. Considera-se o ano de 1973 o marco histórico de surgimento dos grupos em São Paulo, devido à realização no ano anterior de um encontro de líderes com objetivo de articulação de projetos e propostas. “É uma oportunidade de ver que a PJ não morreu, por mais que as pessoas achem. São 40 anos de luta, resistência, força”, afirmou Thays Guimarães, 25, membro da coordenação da PJ na Região Sé. Em seguida, o grupo participou da Missa no Santuário Nacional de Aparecida, às 8h, que foi presidida pelo cardeal dom Raymundo Damasceno, arcebispo de Aparecida. No fim

da celebração, padre Antonio Ramos (Toninho), assessor nacional da Juventude na CNBB, leu uma carta de dom Eduardo Pinheiro, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, da CNBB, direcionada a todos os “pjoteiros”. “A marca da PJ tem uma espiritualidade mariana, e Nossa Senhora está sempre presente em nossa caminhada. Aqui em Aparecida, a gente tenta transmitir para todos a presença dela e consegue oferecer a espiritualidade que a gente quer que os grupos vivenciem”, afirmou Marco Antonio Silva Junior, 20, da Paróquia Bom Jesus de Potim, Arquidiocese de Aparecida. Após a missa, os jovens romeiros caminharam cerca de 5 quilômetros até a entrada da cidade de Potim, próximo

ao rio Paraíba, onde a imagem de Aparecida foi encontrada. Durante o percurso, foram realizadas paradas que abordaram questões como o racismo, a violência e o extermínio de jovens, tema da Campanha Nacional realizada pela PJ. No retorno da caminhada, os participantes soltaram balões celebrando a vida da juventude. No centro de eventos, os jovens foram animados pela banda PJ e Raiz de Guarulhos (SP). “Eu fui de grupo de jovens, entrei para o seminário e continuei acompanhando a Pastoral. A PJ está aqui hoje aos pés da mãe Aparecida para tomar a sua bênção para que ela fique conosco pelos próximos 40 anos”, conta padre Paulo Leandro, da Paróquia São José de Guarulhos e atual assessor diocesano da PJ na cidade. Rogério Fonseca/Pastoral da Juventude

Pastoral da Juventude realiza sua romaria a Aparecida (SP) e celebra 40 anos

Academia debate os 70 anos da CLT Edcarlos Bispo de Santana

Especial para O SÃO PAULO

A cidade de São Paulo sediou, nos dias 5 e 6, o 3º Congresso Internacional de Direito do Trabalho. Promovido pela Academia Nacional de Direito do Trabalho (ANDT), o encontro teve por objetivo discutir os “70 anos da CLT: passado e futuro das relações do trabalho”. Para Nelson Mannrich, presidente da ADNT, as perspectivas de mudanças no mundo do trabalho possuem relações com o que a Igreja escreveu em sua Doutrina Social, principalmente

no olhar que este documenta lança sobre o homem e o seu trabalho. “O homem é a razão de ser e de qualquer reforma que a gente possa imaginar. Quando pensamos nisso, pensamos que a Igreja tem um papel importante e o ensinamento que ela tem na chamada Doutrina Social é o que apresenta para nós como fundamento de tudo que discutimos.” Um dos palestrantes do evento o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, apresentou um panorama sobre os 70 Anos da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) sobre

a perspectiva de futuro e o legado para as próximas gerações”. Durante a sua fala, o Cardeal citou as questões do desemprego, que, segundo ele, é uma calamidade que afeta a todos, mas, principalmente os jovens. Sobre as mudanças do mundo do trabalho, dom Odilo destacou que o homem não é igual aos demais animais, pois não possui necessidades limitadas, sua natureza e sua vocação são indissolúveis e se relacionam com o transcendente. Para ele, diante das mudanças, não se deve mudar as exigências dos direitos inalienáveis do homem.

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ANO DA FÉ Daniel Gome/O SÃO PAULO

José Ferreira Leme testemunha fé com compromisso social e ambiental

Da coleta de recicláveis, nasce uma fé coletiva De acordo com ele, apesar de muitos católicos já terem consciência das vantagens da coleta seletiva para a sociedaDesde 2008, de e da relevância do trabalho José Ferreira que os catadores realizam, Leme, 62, obainda existem muitas resistém o sustentências. “Sempre há os que to de cada dia discriminam a gente, mas bem por meio da maiores são os que não discricoleta de maminam. O povo, no geral, coteriais reciclálabora. Há pessoas que fazem veis na cidade de Imperatriz, no Maranhão. a coleta e passam pra gente”, Em 2010, a convite da Cáritas comentou, lamentando, polocal, iniciou estudos de funda- rém, que nem sempre a prefeimentação em economia soli- tura de sua cidade dê o destino dária para que fundasse, junto correto aos recicláveis. “Muita gente faz coleta sea outros catadores, uma cooperativa. Porém, por falta de letiva, mas coloca na porta de consenso e adesão, a proposta casa. Daí, o caminhão da prefeitura vem, mistura tudo e leva para o A fé remove montanhas, e lixão. A gente aintenho uma fé tão grande, pois da não tem uma acredito que o que eu faço vai ampla estrutura coleta seletiva”, dar certo, tanto que a gente quer de afirmou. desenvolver a construção da José, que atualmente cuida própria comunidade dos catadores mais das questões para que tenham cidadania e não administrativas da Associação – “mas sejam mais discriminados quando estou pela de cooperativa não foi adiante. rua, vou de bicicleta e pego os No entanto, José não desis- recicláveis”–, tem convicção de tiu: concluiu a capacitação em que o projeto com os catadores economia solidária e fundou a irá se expandir. De onde vem taAssociação dos Catadores de manha certeza? Da fé. “A fé é a base fundamental Material Reciclável de Imperatriz, que hoje reúne 34 pessoas de construção de qualquer atividade, de qualquer trabalho. e é presidida por ele. “A minha vivência de fé co- Se não tiver fé, a pessoa não munitária é deixar o individual consegue. A fé remove montapara trabalhar no coletivo. Na nhas, e tenho uma fé tão granassociação, por exemplo, a de, pois acredito que o que eu venda é feita de modo coletivo faço vai dar certo, tanto que e a gente tem a meta de que a gente quer desenvolver a cresça o número de pessoas construção da própria comuno grupo”, contou, ao O SÃO nidade dos catadores para PAULO, durante a 5ª Semana que tenham cidadania e não Social Brasileira, em Brasília sejam mais discriminados”, (DF), no começo de setembro. concluiu. Daniel Gomes Redação


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Geral

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O desejo de paz reuniu mais de 100 mil pessoas na praça de São Pedro, na noite de sábado, 7, e milhares nas comunidades espalhadas em todo o mundo, para rezar pela Síria e atender ao pedido do papa Francisco. Às 18h30, houve a entronização da imagem de Nossa Senhora, seguida do alternar de momentos de silêncio, leituras bíblicas e orações. Na homilia da missa na Catedral, dia 7, às 8h, o cardeal arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, endossou o convite do Papa. “Hoje, rezamos na intenção do povo sírio, que vive o drama da guerra civil e a ameaça de uma guerra.” O Cardeal falou ainda sobre a promoção da cultura do diálogo e da busca do entendimento, em vez da violência. Ao O SÃO PAULO, Marcos Arruda, economista e educador, membro da Rede Jubileu Sul, analisou o contexto de ameaças de guerra e o que o momento representa. “Há uma ameaça por três presidentes, dos Estados Unidos da América, da Inglaterra e da França, para bombardear a Síria com aviões pilotados automaticamente, para que não consigam identificar quem realiza os ataques. Esse é um momento em que atraímos pessoas de outras religiões. Precisamos reforçar a união da humanidade em torno da justiça, paz e felicidade para todos.” (Texto elaborado a partir de informações de Daniel Gomes, Edcarlos Bispo de Santana e Nayá Fernandes).

Em silêncio e oração, o Arsenal da Esperança

#prayfo

Arsenal da Esperança

O grito pela paz ecoou também pelo bairro da Mooca, onde missionários, acolhidos do Arsenal da Esperança, e jovens da Paróquia Nossa Senhora Aparecida dos Ferroviários se uniram para o momento de oração chamado “Syria no war”. No término do encontro, por cima de plaquinhas de madeira com os nomes de cada país em guerra, foi colocada uma vela, símbolo do anseio e da possibilidade de um mundo de paz para todos, uma paz que precisa ser construída nos bairros, nas comunidades, pensando em percursos de reconciliação e de solidariedade entre todos os seus membros.

#oração Casa de Oração do Povo da Rua Fabiano Viana

paróquia de sant’ana Pascom Paróquia de Santana

Dom Sergio de Deus Borges presidiu celebração eucarística, seguida de Adoração ao Santíssimo Sacramento, na Paróquia Sant’Ana. Refletindo o Evangelho das bem-aventuranças, o Bispo destacou que “como filhos e filhas de Deus, precisamos promover a paz, em primeiro lugar, em nossos lares e em todos os lugares de convivência. Se não houver paz nas pequenas relações, não haverá paz no mundo! Devemos buscar desenvolver a cultura do diálogo, da justiça e do respeito!”

O Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras) realizou um encontro ecumênico pela paz na Síria e no mundo. Contou com a presença de cerca de 80 pessoas, entre cristãos e de outras denominações religiosas o que aconteceu na Casa de Oração do Povo da Rua, no centro. O Sefras atendeu a esse apelo e, em solidariedade, convidou as pessoas a rezar pela paz de forma orante e vivencial. No fim, os participantes fizeram um gesto de compromisso, amarrando no mastro da bandeira, fitas brancas com as suas intenções de paz.


Geral

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mundo clama pela paz

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Mês da Bíblia Arquivo pessoal

Fotos: L’Osservatore Romano

Casa da Reconciliação

orpeace

Casa da Reconciliação

opelapaz Legião de Maria Afonso Mendonça

“Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos e filhas de Deus (Mt 5,9)”, foi com essa motivação que um grupo de pessoas da Comissão de Ecumenismo e de Diálogo Inter-religioso da Arquidiocese de São Paulo se reuniu na Casa da Reconciliação para rezar pela paz na Síria e onde ela for necessária, atendendo à solicitação do papa Francisco e do arcebispo metropolitano, cardeal dom Odilo. Em comunhão com a Igreja e com todas as pessoas de boa vontade pela oração e comunhão, os fiéis uniram seus corações ao grito da paz. “Guerra nunca mais. Violência nunca mais. Guerra gera guerra, violência gera violência. Queremos paz, justiça, tranquilidade, respeito às diferenças e somos pela coexistência”. paróquia são josé do belém Rejane Guimarães

No mesmo dia em que a Legião de Maria celebrou em todo o mundo o seu aniversário de 92 anos de fundação, dia 7, o Senatus de São Paulo se reuniu na Paróquia de Santa Ifigênia, na região central de São Paulo, em um momento de oração pela paz. Atendendo ao apelo do papa Francisco, cerca de 800 legionários se reuniram para recitação do rosário e celebração da missa, que foi presidida pelo diretor espiritual do movimento em São Paulo, o padre Ivan Roberto Danhoni.

Na Paróquia São José do Belém, no Belenzinho, zona leste da capital, os fiéis reuniram-se para uma Hora Santa Eucarística pela paz na Síria e em todo o mundo. Durante a celebração, foi lida a mensagem do papa Francisco convocando o dia de oração e jejum pela paz na Síria e Oriente Médio.

Missa da ‘Solenidade de dedicação da Catedral da Sé’ Luciney Martins/O SÃO PAULO

Edcarlos Bispo de Santana

Especial para O SÃO PAULO

Um detalhe na missa de quinta-feira, 5, ao meio dia, na Catedral da Sé, destoava das demais celebrações que são realizadas na “Igreja Mãe da Arquidiocese de São Paulo”. Poucos, talvez, entenderam por que as velas, nas colunas laterais da nave do templo, estavam acesas. Esse símbolo remete à celebração de dedicação da Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção, realizada em 1964, em que, na última parte do rito de dedicação, são acesas as luzes da igreja e as velas dispostas nas colunas do templo. Após dedicada, esta data deve ser lembrada todos os anos, sendo solenidade na Catedral da Sé e festa nas outras igrejas da Arquidiocese. A celebração foi presidida pelo cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, concelebrada pelos bispos auxiliares dom Tarcísio Scaramussa e dom Julio Endi Akamine, cônegos do cabido metropolitano, entre eles o cura da Catedral, Walter Caldeira, e demais padres convidados.

Catedral da Sé, Igreja Mãe da Arquidiocese, foi dedicada em 1964

Na homilia, o Arcebispo destacou que a Igreja é mais do que os fiéis podem observar e perceber. Além do contexto histórico, físico, organizacional e etc., a Igreja é testemunha de Jesus Cristo e está no mundo para

dar ao mundo um exemplo da estreita relação com Jesus e com a obra que Deus realiza. Em mensagem no folheto litúrgico, “Povo de Deus em São Paulo”, o Cardeal destacou a importância de um elemento dentro do contexto da dedicação da Catedral, a cátedra. “A cátedra é o sinal visível do magistério do bispo, constituído ‘mestre da fé’ e pastor dos fiéis de sua diocese.” Um dos funcionários da Catedral, Geraldo Soares de Medeiros, que há 35 anos trabalha no cuidado para com a igreja, expressou sua alegria em ver e participar da história deste templo. Para ele, é muito bonito ver a igreja cheia, principalmente nas grandes celebrações. Para seu Geraldo, as missas que mais marcaram estes anos todos de trabalho e dedicação para com a Catedral Metropolitana, eram as missas celebradas na virada do ano, de 31 de dezembro para 1º de janeiro. De acordo com ele, era sempre uma alegria iniciar o ano podendo dar graças a Deus pela vida, saúde e pelo emprego que possui.

Catequistas praticam a Lectio Divina durante retiro

Leitura Orante da Palavra NAYÁ FERNANDES

Especial para O SÃO PAULO

O tema do mês da Bíblia deste ano: “Alegrai-vos comigo, encontrei o que havia perdido” (cf. Lc 15) encontra eco em todo o Brasil e é refletido por grupos que cultivam o hábito de ler e rezar a Palavra de Deus para iluminar a missão como cristãos. A Leitura Orante da Palavra ou Lectio Divina é uma das maneiras de fazer isso. O SÃO PAULO desta semana conta a história de um grupo de jovens catequistas da cidade de Manaus, no Amazonas, que desde 2007 pratica a leitura orante para alimentar a vivência na Pastoral Catequética com crianças, jovens e adultos. “Nossa experiência com a Leitura Orante da Palavra teve início em 2007, quando o grupo de catequistas junto a seu pároco, frei Agostinho Odorizzi, tor, começou a refletir de maneira mais aprofundada o Documento de Aparecida e o Diretório Nacional de Catequese”, contou Ulisson Fortes, coordenador do grupo. Segundo o Coordenador, os catequistas perceberam, desde o início, que a renovação da Catequese da paróquia e a criação de uma Escola Bíblico-Catequética não poderiam estar desassociadas da leitura, oração e vivência da Palavra de Deus, “uma vez que é ela que as orienta ao alcance de seus objetivos de evangelização”. “Imaginamos a inserção da leitura orante para os catequistas em formação, para que a praticassem com seus catequizandos, mas não sabíamos de que maneira. Então, em maio do ano de 2008, a partir de uma palestra da irmã Rosana Pulga, ela foi inserida na grade curricular do curso, tendo todas as manhãs de sábado do mês de setembro, seu momento especial”, contou Ulisson. Os catequistas foram conhecendo a leitura orante e levando essa novidade para suas comunidades, afirmou o Coordenador, ao fazer uma avaliação da caminhada. “Após seis anos de atividades da Escola Bíblico-Catequética, pudemos constatar frutos. Difícil vê-los sem levar a Bíblia para a Catequese, difícil ver atividades e reuniões sem que a Palavra esteja no centro, difícil não perceber um maior interesse nos irmãos de caminhada de conhecer melhor a Palavra.”


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Região Brasilândia

Paróquia Santa Izabel e Santa Luzia tem novo padre Sacerdote Diogo Cassiano Maciel assumiu como administrador paroquial no domingo, dia 8 da região episcopal

Na noite do domingo, 8, dom Milton Kenan Júnior, bispo auxi- BRASILÂNDIA liar da Arquidiocese na Região Brasilândia, foi empossada como administrador paroquial da Paróquia Santa Izabel e Santa Luzia, o padre Diogo Cassiano Maciel, em missa concelebrada por dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo emérito de Blumenau (SC), e por padres do Setor Pastoral Freguesia do Ó. No início da celebração, após a leitura do decreto de nomeação e de provisão, o novo Administrador Paroquial fez o juramento de obediência, afirmando o compromisso de se manter fiel ao serviço da Igreja, e renovou as promessas feitas no dia de sua ordenação sacerdotal. Nascido em Mococa (SP), padre Diogo, 33, recebeu o convite de dom Milton para trabalhar na Arquidiocese de São Paulo em julho deste ano. Após ser ordenado em 2005 na Diocese de São João da Boa Vista (SP), o Padre foi enviado em missão à Arquidiocese de Campinas (SP), onde trabalhou em duas paróquias, até 2009, quando retornou à diocese de origem, atuou em outras duas paróquias e ministrou aulas de filosofia, sociologia, história e ensino religioso. Em sua homilia, dom Milton, com base no Evangelho do dia, indagou: “Qual a razão e o sentido da nossa vida, o que de fato é mais importante para nós?”, e ressaltou que para ser discípulo de Jesus é preciso saber amar e ser capaz de renunciar a tudo. “Não viver para si, mas viver para Deus. Não julgar conforme os seus critérios, mas viver segundo o Evangelho e fazer de Cristo a razão e o sentido das nossas vidas, sendo essa exigência para o discipulado de Jesus”, enfatizou. Dom Milton também exortou padre Diogo. “A palavra de Jesus Cristo se dirige especialmente a você, que deixou pai, mãe, família para seguir a Jesus. E hoje lhe é confiada esta

palavra do bispo

Um clamor pela paz! Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia

Dom Milton Kenan Júnior

No sábado, 7, quando nossa Nação comemorou o aniversário da sua independência, acompanhamos a Vigília de Oração e Jejum pela Paz na Síria, no Oriente Médio e em todo o mundo, realizada na praça de São Pedro, sob a presidência do papa Francisco. No Angelus do domingo, 1º de setembro, o Papa dava o significado desse gesto: “Hoje, queridos irmãos e irmãs, queria fazer-me intérprete do grito que se eleva, com crescente angústia, em todos os cantos da terra, em todos os povos, em cada coração, na única

grande família que é a humanidade: o grito da paz! É um grito que diz com força: queremos um mundo de paz, queremos ser homens e mulheres de paz, queremos que nesta nossa sociedade, dilacerada por divisões e conflitos, possa irromper a paz! Nunca mais a guerra! Nunca mais a guerra! A paz é um dom demasiado precioso, que deve ser promovido e tutelado.” O clamor pela paz torna-se um apelo às consciências de todos os homens, nestes tempos, ainda tão dominados pela violência e pela ameaça da guerra. Na homilia, durante a Vigília de Oração, na noite do sábado, o Santo Padre, comentando as primeiras páginas da Bíblia - o estupor de Deus diante da sua obra, diante da criação - falava

do sonho de Deus de um mundo dominado pela harmonia e pela paz: “Deus viu que isso era bom” (Gn 1, 12.18.21.25). Toda criação reflete a bondade e a beleza de Deus, revela o desejo de Deus de ver pairar entre as criaturas o Espírito do amor e da paz! Nisso coincidem o desígnio de Deus e o desejo dos homens e mulheres de todos os tempos: no íntimo de nós, desejamos um mundo de harmonia e de paz, onde cada um se sinta responsável pelo outro. Entretanto, diz Francisco: “Quando o homem pensa só em si mesmo, nos seus próprios interesses e se coloca no centro, quando se deixa fascinar pelos ídolos do domínio e do poder, quando se coloca no lugar de Deus, então deteriora todas as relações, arruína

tudo; e abre a porta à violência, à indiferença, ao conflito”. Desta situação, surge então um apelo em favor de uma cultura do encontro e da paz, onde Cristo é o grande paradigma: “A minha fé cristã me leva a olhar para a cruz. Como eu queria que, por um momento, todos os homens e mulheres de boa vontade olhassem para a cruz! Na cruz, podemos ver a resposta de Deus: ali à violência não se respondeu com violência, à morte não se respondeu com a linguagem da morte. No silêncio da cruz se cala o fragor das armas e fala a linguagem da reconciliação, do perdão, do diálogo, da paz”. Que o apelo pela paz ressoe em nossos corações e nos faça participar do plano de Deus de um mundo de solidariedade e de paz.

Renata Moraes

Em missa concelebrada por dom Angélico, dom Milton dá posse ao padre Diogo Cassiano Maciel (esq.) como Administrador da Paróquia Santa Izabel e Santa Luzia

comunidade paroquial. Caberá a você ser o pastor próprio desta comunidade, animar, guiar, formar e ajudar que cresça sempre mais.” O Bispo pediu aos paroquianos de Santa Izabel e Santa Luzia que acolham com amor e carinho seu novo pastor. Ao fim da celebração, padre Diogo agradeceu a acolhida re-

cebida e relembrou seu lema sacerdotal: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a Boa Nova aos pobres, para sarar os contritos de coração”. Em entrevista, o novo Administrador Paroquial disse que os três principais desafios na Paróquia Santa Izabel e

agenda regional

Santa Luzia serão “a unidade paroquial, para transformar as divisões e isolamento das comunidades, para uma vida totalmente comunitária; realizar a setorização da Paróquia (documento 104 da CNBB), dividindo não para perder, mas para ser mais próximo de todos na proclamação da Palavra de Deus; e focar na formação,

para o crescimento e amadurecimento das lideranças e também dos novos que estão chegando para o trabalho pastoral”, comentou. Em discursos, os paroquianos deram as boas-vindas ao padre Diogo, manifestando a alegria em recebê-lo e desejando que suas decisões sejam iluminadas pelo Espírito Santo.

De segunda a quinta-feira (16 a 19), 20h

Quinta-feira (19), 20h

Domingo (29), 15h

Semana Regional de Formação, com o tema “Bíblia e Missão”. Acontecerá em quatro paróquias: Santos Apóstolos, Santa Rosa de Lima, Santo Antônio e São Luis Gonzaga. Informações: (11) 3924-0020.

16º Aniversário do Grupo de Oração São Miguel Arcanjo, na Comunidade Nossa Senhora Aparecida, da Paróquia São José Operário (rua Eduardo Costa, 48, Jardim Damasceno).

Peregrinação regional à Catedral da Sé por conta do Ano da Fé.


Região Belém

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Padres e diáconos participam de retiro em Itaici Padre Tarcísio Marques Mesquita

Após momentos fortes de oração, sacerdotes comunicam alegria de se encontrar para alimentar a fé e partilhar experiências da região episcopal

Desde o dia 9 até o dia 12, 60 padres e diácobELÉM nos da Região Episcopal Belém, permanecem em Itaici Indaiatuba (SP), para seu retiro anual. Pastores, o bispo auxiliar para a Região Belém, dom Edmar Peron, e o cardeal arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, pregador do encontro, reúnem-se, como já acontece com outras regiões episcopais. O tema do retiro é ‘Sacerdote, homem de fé’ e, de antemão, já inspira boas expectativas nos padres do Belém. “Esse é um momento que nos possibilita a renovação, o encontro com a fé e a espiritualidade, além de ser uma parada que nos faz começar bem, não deixando que somente o ativismo tome a nossa vida”, diz o padre Reginaldo Donatoni, ecônomo regional. Já o padre Claudio de Oliveira, coordenador regional de pastoral, espera que este seja “um momento de forte oração e aprofundamento da nossa fé, para que possamos ajudar da melhor maneira possível o nosso povo”. O coordenador da Pastoral Presbiteral do Belém, padre Fausto Marinho Carvalho Filho, resume o sentimento dos padres que participam do retiro regional do clero: “É um momento de parada, de encontro, e de aprofundamento para a nossa experiência de fé. É um encontro com os nossos pastores, dom Edmar Peron e dom Odilo Scherer, com os nossos irmãos diáconos e padres, agenda regional

Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese, fala a participantes do retiro anual do clero da Região Episcopal Belém, realizado no ano de 2012

e onde teremos, com certeza, momentos de celebração, aprendizado, alegria, descanso, ouvir, partilhar e refletir sobre o nosso ministério e nossa missão como pastores”. Dom Edmar vê neste mo-

mento a possibilidade do fortalecimento com uma amizade muito especial. “Quero lembrar-lhes aquilo que sempre sustentou a vida dos ministros ordenados, e que hoje se reveste de maior importância: a ami-

zade pessoal com Jesus Cristo, presente e atuante em nossas comunidades, em nossa vida e na história”, afirma. “Nosso encontro com o Senhor também é nutrido pela oração pessoal; por isso a relevância de perse-

verar e progredir no espírito de oração, celebrando fielmente a Liturgia das Horas com o Povo de Deus, em seu favor e pelo mundo inteiro, como prometemos todos na ordenação Diaconal”, finaliza.

palavra do bispo

Crescer na fé, meditando a palavra de Deus (II) Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém

Dom Edmar Peron

A pessoa que deseja seguir Jesus Cristo precisa ouvir a Palavra de Deus e praticá-la (cf. Lc 8,21). E disso não temos dúvidas. E os santos e as santas são testemunhas para todos nós de que este é o caminho a assumir, pois eles “se deixaram plasmar pela Palavra de Deus, através da sua escuta, leitura e meditação assídua” (Verbum Domini, 48). Mas para que isso aconteça é preciso passar de um saber intelectual – “é importante ler a Bíblia” – para um empenho existencial: organizar o tempo

para dedicar-se a cada dia à leitura e meditação da Palavra de Deus: “debrucem-se, pois, gostosamente sobre o texto sagrado, quer através da sagrada liturgia, [...] quer pela leitura espiritual, quer por outros meios que se vão espalhando tão louvavelmente por toda a parte, com a aprovação e estímulo dos pastores da Igreja. Lembrem-se, porém, de que a leitura da Sagrada Escritura deve ser acompanhada de oração” (Dei Verbum, 25). Talvez você ainda encontre outra dificuldade: “Eu não entendo o que leio”, como o eunuco respondeu a Filipe (cf. At 8,30). Bem, quero lhe propor, então, o caminho que muitos escolheram seguir na Igreja, o caminho da leitura orante, a lectio divina. Para isso, aco-

lhamos o ensinamento do papa Bento 16 sobre os “passos fundamentais” dessa leitura. “Começa com a leitura do texto, que suscita a interrogação sobre um autêntico conhecimento do seu conteúdo: O que diz o texto bíblico em si?” [...] Segue-se depois a meditação, durante a qual nos perguntamos: Que nos diz o texto bíblico? [pois é uma palavra atual, pronunciada no nosso presente] [...]. Sucessivamente chega-se ao momento da oração, que supõe a pergunta: Que dizemos ao Senhor, em resposta à sua Palavra? A oração enquanto pedido, intercessão, ação de graças e louvor é o primeiro modo como a Palavra nos transforma. [...] conclui-se com a contemplação, durante a qual assumimos como dom de Deus o seu próprio olhar,

ao julgar a realidade, e interrogamo-nos: Qual é a conversão da mente, do coração e da vida que o Senhor nos pede? [...] “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando a vossa mente, a fim de poderdes discernir a vontade de Deus: o que é bom, agradável e perfeito” (Rm 12, 2). [...] Há que recordar ainda que a lectio divina não está concluída, na sua dinâmica, enquanto não chegar à ação, que impele a existência do fiel a se doar aos outros na caridade” (Verbum Domini, 87). Então, ajudados pelo Espírito Santo, dediquemo-nos à Leitura Orante da Palavra de Deus; todos nós, os que já a praticam ou quem vai começar, perseveremos nesse caminho, irmãos e irmãs.

Sexta-feira (13), 19h

Sábado (14)

Domingo (15)

Segunda-feira (16)

Vigília de Leitura Contínua da Palavra – Arsenal da Esperança (rua Dr. Almeida Lima, 900).

Às 8h30, Conselho Regional Pastoral no Centro de Pastoral São José do Belém (CPSJ), (avenida Álvaro Ramos, 366).

Às 9h, Celebração do Padroeiro São Benedito, na Paróquia São Benedito das Vitórias (praça Nossa Senhora das Vitórias, 137).

Às 19h30, Escola Fé e Política CPSJ Democracia representativa, sistema eleitoral e contornos das propostas de reforma política.

Às 18h30, Missa da Sagrada Família, na Paróquia Sagrada Família (rua João Cordeiro, 772, Carrão).

Às 19h30, Escola de Teologia para leigos no CPSJ.

Às 18h30, Solenidade da Exaltação da Cruz, na Paróquia Santa Cruz (rua Alfredo Marcondes, 26, Jardim Santo Eduardo).


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Região Ipiranga

Semana Bíblica 2013: Jesus, sinal de contradição Luciney Martins/O SÃO PAULO

Atividade realizada no auditório da PUC refletiu os aspectos do Evangelho segundo Lucas da região episcopal

Foi promovida pelo Centro de Estudos TeoIPIRANGA lógicos da Região Episcopal Ipiranga, de 3 a 5, a tradicional “Semana Bíblica”. Tendo como tema o Evangelho segundo Lucas, como proposto pela CNBB, a atividade aconteceu no auditório da PUC, campus Ipiranga. O encontro teve como assessor o padre Mauro Negro, da Congregação dos Oblatos de São José, e a participação de mais de 200 pessoas. Na formação, foi apresentado um olhar detalhado sobre este Evangelho, no qual os participantes analisaram sua estrutura, temas fundamentais, dados importantes, tais como: autor; data da composição; característica do texto e demais elementos. Três aspectos: literatura, teologia e catequese, foram visualizados nestes dias de encontro da Semana Bíblica 2013. A afirmação de Simeão, feita a Maria e José durante a apresentação de Jesus no Templo, foi o tema desta formação. Lê-se em Lucas 2,34: “Eis que este menino foi colocado para a queda e para o soerguimento de muitos em Israel, e como um sinal de contradição…”. Jesus é sinal de contradição, pois o que se espera dele não é aquilo que ele oferece. Não são vantagens, facilidades, tranquilidade ou glória, mas sim coerência, pobreza, verdade, justiça. Ele propõe uma salvação que não se restringe a este mundo. Ele não quer destaque e nem segue os valores do mundo, mas olha

Padre Mauro Negro fala do Evangelho segundo Lucas e aborda a estrutura, temas fundamentais e dados importantes deste escrito; encontro aconteceu na PUC-SP

em outra direção: o Reino de Deus. Este é o valor que Jesus Cristo propõe e Lucas expõe em seus 24 capítulos. O Reino de Deus é o próprio Jesus. Estar em Jesus é aden-

agenda regional

trar no Mistério de Deus. O leitor moderno de Lucas deve fazer esta experiência. Em Lucas 24, 13-35, os chamados discípulos de Emaús perplexos com os acontecimentos envol-

vendo Jesus. Eles esperavam a vitória, e veio a derrota, a morte. Jesus ressuscitado lhes aparece e anuncia o mistério de Deus nele mesmo: a Ressurreição. Ele lhes desperta a

fé pelo anúncio da Palavra. Na ceia que se seguiu, ele partiu o pão. Então os discípulos compreendem o mistério. A contradição é o próprio Jesus, morto e ressuscitado.


Região Lapa

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Catequistas refletem sobre a misericórdia de Deus Benigno Naveira

Atividade no sábado, 7, foi marcada por paradas de reflexão na Casa Santa Terezinha, no Alto de Pinheiros da região episcopal

O catequista tem a missão de transmitir às crianças, LAPA aos jovens e aos adultos a mensagem do amor, que está encerrada na história da salvação, na caminhada do Povo de Deus, que começou com Abraão e chega até os dias de hoje. No sábado, 7, foi realizado o 13º Retiro de Catequistas da Região Episcopal Lapa, na Casa Santa Terezinha, no Alto de Pinheiros. Foi um dia inteiro de reflexão e palestras, com o tema “A Misericórdia de Deus” e o lema “A ternura vem me abraçar”. O retiro foi coordenado pelo padre Geraldo Pereira, que há 13 anos realiza esse evento junto com a equipe de animação bíblico-catequética. As atividades foram iniciadas com uma oração feita pelo padre Geraldo, que na sequência pediu aos catequistas que se dirigissem ao pátio e refletissem sobre os seguintes temas: Que fazes hoje aqui? Por que vieste? Que procuras? Não queres tu resposta à tua vida?Afinal, que queres da tua vida? Tens medo? Não queres amar? Ao voltarem para a sala, os participantes colocaram no papel suas reflexões. No momento posterior foi desenvolvido o tema: “Deus, Pai de Infinita Bondade”, com o aprofundamento da reflexão sobre o sacramento da Reconciliação. No terceiro momento, a reflexão teve por tema “Deus, Pai amoroso”, em que na parábola do filho pródigo se percebe o amor incondicional do Pai. No quarto momento, “Deus, um Pai que sabe reconciliar e que perdoa”, apresenta que o Pai deseja a volta do filho disposto a perdoá-lo, restaurando

Padre Geraldo Pereira (esq.) conduz atividades do 13º Retiro de Catequistas da Região Episcopal Lapa, que teve por tema “A Misericórdia de Deus”, dia 7

a comunhão entre Pai e Filho. Encerrando as atividades, às 12h, padre Geraldo convidou a todos para o almoço, que foi feito pela equipe de cozinha da Paróquia Santa Maria Goretti. Com reinício às 13h30, aconteceu o Momento da Caminhada, com a peregrinação dos

catequistas que representavam as cenas das paradas de Jesus: primeira parada (O fariseu, a pecadora, óleo perfumado); segunda parada (Círio Pascal- Luz de Cristo); terceira parada (Samaritana, Jesus - ânfora e o poço); quarta parada, todos os catequistas cantaram (Tua Palavra É)

e quinta parada (Entra a imagem de Nossa Senhora Aparecida). Todas as paradas tiveram seu momento de reflexão. Após a caminhada, os participantes voltaram para a sala de palestras, onde avaliaram o retiro. Uma catequista da Paróquia Nossa Senhora da

Lapa disse que o encontro foi um crescimento muito grande para todos os catequistas da fé, no Ano da Fé. Após a avaliação feita, todos participaram, na capela, da celebração presidida pelo padre Geraldo, que, após o término da missa, agradeceu a presença de todos.

palavra do bispo

Deus fala para se doar no amor e na amizade Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa

Dom Julio Endi Akamine

Prezado leitor do jornal O SÃO PAULO: você já percebeu que a nossa comunicação com os outros pode atingir níveis diferentes de profundidade? A nossa comunicação, em algumas ocasiões, pode ser simplesmente utilitária: essa é a linguagem prática das trocas de informações, das ordens, das mensagens, dos jornais, do rádio, da televisão, da téc-

nica profissional. Nesse nível, a palavra é impessoal. A um nível mais profundo, atingimos quando nossa palavra se torna expressão e testemunho sobre nós mesmos. A palavra atinge esse nível somente quando a gente se coloca na palavra para entregar o sentido profundo do próprio ser a outra pessoa. Assim, a nossa palavra pode se tornar confissão e confidência. É claro que para que isso possa acontecer é preciso que haja respeito, confiança e amizade sincera. A palavra humana atinge a sua maior profundidade de comunicação quando ela se

torna o meio pelo qual duas interioridades se revelam mutuamente na amizade. Quando atinge esse nível, a palavra se torna sinal de amizade e de amor, se torna a expressão da liberdade pessoal que se abre e se doa ao outro. Assim, pela palavra, acontece a comunhão de amor entre pessoas. Quando nos referimos à Revelação Divina, não entendemos a Palavra de Deus no sentido de uma comunicação meramente utilitária. Quando Deus fala, ele o faz para se doar no amor e na amizade. Pelo pecado, o ser humano disse “não” a Deus e dele se afas-

agenda regional

tou. Mas Deus não abandonou o ser humano em sua solidão e pecado. Pelo contrário, movido pela sua misericórdia, Deus se aproxima do pecador para lhe oferecer o perdão. Deus leva a sua condescendência ao ponto de assumir a própria condição de criatura pecadora. Ele se solidariza tanto com o pecador que chega a se encarnar. Nesse sentido, destaco o trecho do documento Verbum Domini: a Palavra de Deus não é apenas audível, não possui somente uma voz. A Palavra de Deus tem um rosto, que podemos ver: Jesus de Nazaré.

Quarta-feira (11)

Sexta-feira (13), 14h30

Domingo (15), 15h

Às 15h, Hora Santa do Apostolado da Oração, na Paróquia Cristo Jovem (largo da Lapa,106, Lapa de baixo).

Reunião mensal do Curso de Teologia. Será na Cúria da Lapa (rua Afonso Sardinha, 62, Lapa).

Peregrinação da Região Lapa à Catedral da Sé por conta do Ano da Fé.

Às 19h, reunião da Pastoral da Criança na Área Pirituba. Será na Paróquia São Domingos Sávio (rua Tomas Lopes Ferreira, 131, Pirituba.


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Região Santana Diácono Francisco Gonçalves/Pascom

Padres e diáconos reunidos com dom Sergio de Deus Borges, na Cúria Regional de Santana, discutem atuação paroquial, abordando a campanha missionária 2013 com o tema ‘Juventude em Missão’

Clero reflete sobre a Campanha Missionária 2013 Os missionários da Consolata mostraram suas experiências em diversos países, principalmente com a juventude da região episcopal

Com a presidência de dom Sergio de Deus SANTANA Borges, bispo auxiliar na Região Santana, padres e diáconos estiveram, dia 3, na Cúria Regional, para reunião mensal. Inicialmente, na capela, o clero rezou a liturgia das horas e também pela alma de dom Joaquim Justino Carreira, bispo de Guarulhos (SP) e antecessor de dom Sergio na Região Episcopal Santana. Os missionários da Consolata assessoraram a reunião abordando a campanha missionária 2013 com o tema “Juventude em Missão”. Os missionários, dentre os quais, os padres Joaquim Gonçalves, da Revista Missões, e Elias Bittencourt mostraram suas experiências de missão em diversos países, principalmente com a juventude. Ressaltaram o cuidado que se deve ter ao lidar com a missão dentro de uma realidade, pois, muitas vezes, queremos enquadrá-la dentro de nossa cultura e em nossos parâmetros. Ora, o modo de pensar, de viver, de conceber a fé, de conceber Deus, que

palavra do bispo

Vem participar da minha alegria... (Mt 25,14-21)

Celebramos no dia 7 de setembro a missa de 7º dia de dom Joaquim [Justino Carreira], bispo diocesano de Guarulhos (SP). Ele foi bispo auxiliar de São Paulo e vigário episcopal para a Região Santana, até dezembro de 2011. A ele, com certeza, pode-se aplicar a bela homenagem que o patrão faz a seu servo quando retorna de viagem, como

está na parábola dos talentos em Mt, 25,14-21: Parabéns, servo bom e fiel! Perante o dom da vida ou da fé, são diversas as disposições interiores possíveis: indiferença, de quem finge que não tem um dom, mas um peso a suportar; superficialidade, de que desperdiça até as coisas mais preciosas, pensando que há outras coisas mais importantes; reflexão estéril daquele que pensa sempre em coisas mais profundas, sem saborear as que lhe são concedidas; e aquele que recebe o dom da vida com gratidão e sabe colo-

cá-lo à disposição dos outros, como fez dom Joaquim. O Senhor chamou dom Joaquim para a vida, a fé e o ministério e confiou a ele os seus bens: A Palavra, os Sacramentos, a participação na sucessão apostólica etc. Dom Joaquim, com fé, amor, doação de si, confiou no chamado, confiou na própria capacidade de ser um servo do Senhor. Não teve medo, porque sabia que o medo de Deus e a desconfiança em si mesmo não dão bons frutos, levam a esterilidade da vida. A confiança e o amor, ao contrário, permitem, dia após

encontramos numa determinada comunidade, implica não só sair em missão, mas entrar dentro dessa realidade. Missão é contar a experiência de cada um. E é importante envolver os jovens na missão. Os missionários colocaramse à disposição das paróquias para realizarem palestras nas comunidades. Na parte de assuntos gerais, dom Sergio concitou as paróquias a se engajarem no projeto “O dízimo: uma obra da fé!”, que se inicia dia 12 de setembro. “Visitando as comunidades

paroquiais na Região, percebi como são escassos os recursos disponíveis para a ação pastoral e evangelizadora. Os recursos são utilizados, em geral, somente na manutenção da estrutura pastoral e material das paróquias. Caso queiramos sair de uma Igreja de manutenção para uma Igreja missionária, precisamos reavivar em nossas comunidades a corresponsabilidade de todos na obra da evangelização. Precisamos, também, de recursos financeiros para que os projetos possam ser alavancados em bases

sólidas e consistentes”, expressou dom Sergio. O Bispo mostrou o projeto que terá as seguintes etapas: encontro com os párocos e vigários paroquiais, encontro com as equipes paroquiais, formação das equipes paroquiais e celebração nas comunidades, e se finda em 2015. Padre João Luiz Miqueletti, coordenador regional de pastoral, informou que a Assembleia Regional será realizada no Colégio Luiza de Marilac, dia 21, das 9 às 13h. Informou também que a pe-

Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana

Dom Sergio de Deus Borges

agenda regional

Quinta-feira (12), das 9h às 21h Sábado (21), das 8h às 13h Reunião com os párocos e vigários paroquiais na Cúria Regional para iniciar o projeto “O dízimo, uma obra da fé”, com assessoria de Antoninho Tatto.

Assembleia Regional no Colégio Luiza de Marilac (rua Voluntários da Pátria, 1.653, - Santana).

dia, reviver os mesmos sentimentos de Cristo, realizar a obra de Cristo (cf. Marconi, 228); e assim, dom Joaquim, com confiança em Deus e nele mesmo fez estes talentos, estes bens, se multiplicarem em bênçãos, diálogo, animação missionária, pastoreio humilde e testemunho fiel junto ao clero e ao povo. Ele, quando aqui chegou em 2005, confiou na capacidade de ser servo e se fez servo, agora o Senhor da glória lhe diz: “Parabéns, servo bom e fiel! Vem participar da alegria do teu Senhor”.

regrinação da Região Santana à Sé será, dia 22, com uma concentração às 14h, junto à imagem de São Paulo apóstolo, na Praça da Sé. Padre João Luiz comunicou também que, de 1° a 3 de outubro, no Colégio Luiza de Marilac (rua Voluntários da Pátria, 1.653, Santana), das 19h30 às 21h45, será realizada a Semana Teológica, com o tema “A nova evangelização a partir do Documento de Aparecida”. Assessoria de João Décio Passos e do padre Alexandre Awi Mello.

Domingo (22), a partir das 14h Peregrinação da Região Santana à Sé pelo Ano da Fé. Ponto de encontro junto à imagem de São Paulo, na praça da Sé


Região Sé

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Paróquia em Pinheiros está a caminho do centenário Igreja dedicada a Nossa Senhora de Monte Serrate acompanhou a transformação de bairro tradicional de São Paulo da região episcopal

A Paróquia Nossa Senhora de Monte Serrate, SÉ em Pinheiros, zona oeste de São Paulo, celebrou sua padroeira no domingo, 8, com missa solene. Na celebração, presidida pelo pároco, padre Carlos Eduardo Campos dos Santos, foram abertas as comemorações do centenário da paróquia em 2 de fevereiro de 2014. A história da presença da igreja, em Pinheiros, tem pelo menos 300 anos. Quando ainda nem existia a Arquidiocese de São Paulo, os missionários jesuítas ergueram uma capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição de Pinheiros. Anos depois, houve uma paróquia dedicada a São João Batista, da qual não há muitas informações. A terceira instituição foi dedicada a Nossa Senhora de Monte Serrate. “Portanto, a paróquia é um marco da presença de Deus aqui neste bairro, um dos mais antigos da cidade”, explicou o pároco. Nesses 100 anos, o bairro sofreu muitas transformações. No início, Pinheiros era uma região residencial que, com os anos, se tornou um grande centro comercial, por onde passavam muitas pessoas, principalmente aqueles que vinham ao terminal de ônibus do famoso largo da Batata. Atualmente, o bairro passou por uma grande transformação. Com a chegada do metrô, o terminal de ônibus foi desativado, o comércio saiu e agora a comunidade espera a configuração de uma nova realidade para o bairro. “Ainda é cedo para dizer o que será deste bairro. Penso que daqui para frente podem chegar grandes empresas, escritórios, ou até mesmo residencial. Mas isso somente o tempo é que irá mostrar qual a característica do bairro. Antes da reforma do largo da Batata, as pessoas que por aqui passavam diariamente vinham à igreja. Agora, com o metrô, essas pessoas não precisam mais desembarcar por

palavra do bispo

A palavra de Deus na vida do missionário Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé

Dom Tarcísio Scaramussa

O dom da Palavra que fortalece a fé impulsiona naturalmente para o anúncio da Palavra de Deus, que é a missão da Igreja. “A fé vem pela pregação e a pregação, pela palavra de Cristo” (Rm 10,17). Recordamos o episódio do encontro de Filipe com o eunuco da Etiópia (cf. At 8, 2638): “Como posso entender, se ninguém me explica?”. A missão de anunciar a Pala-

aqui para tomarem os ônibus. Passamos por uma transição”, disse o padre Carlos Eduardo. Essas transformações trazem impacto direto na vida pastoral da paróquia. Por ser um bairro antigo, a população idosa é muito grande, mas o pároco garante que é um grupo ativo. “Os paroquianos procuram sempre responder os cha-

vra decorre do mandato de Cristo: “Foi-me dado todo o poder no céu e na terra. Ide, pois, ensinar todos os povos... ensinando-os a observar tudo o que vos mandei” (Mt 28,18-20). Cumprindo esta ordem, os primeiros cristãos espalharam o Evangelho em toda a parte. Toda pessoa tem o direito de ouvir o Evangelho de Deus para o homem, que é Jesus Cristo. Como a Samaritana junto ao poço, também a humanidade de hoje tem necessidade de ouvir as palavras de Jesus que fazem emergir o desejo profundo de salvação que habita em cada homem: “Senhor, dá-me desta

água, para que não tenha mais sede” (Jo 4,15). As realidades de êxodo do povo com relação à Igreja, dos que saíram de casa, dos que cresceram longe dela, revelam a urgência do anúncio em nossa ação pastoral. Nós nos acomodamos com a realidade da cristandade. Agora, porém, já não podemos supor que todos conhecem o Evangelho e que a sociedade se conduz naturalmente pelos princípios cristãos. Por isso, estejamos convencidos, como São Paulo, que “toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para

argumentar, para corrigir, para educar conforme a justiça. Assim, a pessoa que é de Deus estará capacitada e bem preparada para toda boa obra” (2 Tm 3, 16-17). Recomecemos, portanto, da Palavra! Nem todos os que presenciaram a multiplicação dos pães seguiram a Jesus, e muitos fariseus só pensavam em contradizê-lo, e Judas Iscariotes, que seguiu Jesus o tempo todo, o traiu. Sabemos que não nos é garantida a eficácia de toda pregação, mas não podemos deixar de proclamar a Palavra: “Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho!” (1 Cor 9,16).

mados que a Paróquia faz em todos os momentos. Claro, que o nosso desafio é ir ao encontro dos jovens, para garantir o futuro da Igreja”, afirmou. Aos 82 anos, Thayde Benassi frequenta a paróquia há 60 anos. Ele contou que se lembra de quando a imagem da padroeira foi colocada no altar principal da igreja. “Foi meu ir-

mão com a ajuda de um amigo que colocaram a imagem”, disse. Thayde tem muitas recordações do tempo que viveu na paróquia, onde ele desempenha várias atividades. “Sou congregado mariano, vicentino e membro da Irmandade do Santíssimo Sacramento.” Sobre a transformação do bairro, Thayde tem esperança

de que novas pessoas passem a frequentar a paróquia e citou a primeira carta pastoral do arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Pedro Scherer, como motivação para a renovação da paróquia. “Na carta, com Odilo diz ‘Paróquia, torna-te o que tu és’. Isso nos chamou a atenção para darmos valor para nossa paróquia”, destacou. Fernando Geronazzo

Missa solene, domingo, 8, marca festa da Paróquia Nossa Senhora de Monte Serrate, em Pinheiros, que, em 2 de fevereiro de 2014, completará 100 anos

agenda regional

Quarta-feira (11), 9h30

Sábado (14), 9h

Reunião do Clero na Paróquia Santo Eduardo (rua dos Italianos, 567, Bom Retiro).

Reunião dos coordenadores paroquiais dos ministros extraordinários da Sagrada Comunhão na Paróquia Santa Generosa (avenida Bernardino de Campos, 360, Paraíso)


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Geral

Pastoral Fé e Política lança cartilha Pastoral Fé e Política lança cartilha “Cultura do bem-viver – partilha e poder”, em preparação ao 9º Encontro Nacional de Fé e Política, que acontecerá em Brasília (DF) de 14 a 16 de novembro. “Esperamos contribuir para a mudança do modelo de desenvolvimento do País”, disse a organização. Informações no site www.fepolitica.org.br.

Em busca de um lugar para viver em paz Arte: Sergio Ricciuto Conte

Situação dos refugiados no País volta à tona após solicitações vindas de participantes da JMJ Rio-2013 NAYÁ FERNANDES

Especial para O SÃO PAULO

“Mariela*, exilada de guerra da Colômbia, sofreu experiências traumáticas e fugiu, impossibilitada de viver em paz na Colômbia, com ameaças de assassinato, após deixar a organização guerrilheira a que pertencia. O admirável nessa mulher é a força e a coragem. Não se dobrava ante às dificuldades, e conseguiu chegar até o País com três filhos, dos cinco que tem.” O relato foi contado por Berenice Yong, psicóloga na “Missão Paz”, que atende migrantes e refugiados. Como Berenice, Larissa Leite trabalha numa instituição que recebe solicitações de refúgio e é responsável pelas relações externas da Cáritas São

Vítimas de migração forçada, solicitantes de refúgio vêm ao Brasil para se afastar de conflitos em seus países de origem

Paulo (CASP). Elas falaram ao O SÃO PAULO diante da divulgação na mídia, devido a casos de pessoas que, após a JMJ Rio-2013, pediram refúgio no Brasil. “A CASP não tem dados exatos sobre o número de participantes da Jornada que solicitaram refúgio, mas observamos alguns casos pontuais. O maior

grupo, e o mais recente, foi o de cinco paquistaneses que não estão no Estado de São Paulo”, explicou Larissa. De janeiro a junho de 2013, a CASP registrou 1.208 novas solicitações. O maior número de pedidos vem da América Latina, seguido de África, Ásia e Oriente Médio. Larissa ressaltou que os

peregrinos terão uma atenção equivalente à que é dispensada aos demais e que as entidades católicas não fazem distinção religiosa. “A incerteza é um dos sentimentos predominantes. A fuga como causa do deslocamento dificulta o processo de inserção. Se, para os migrantes comuns, o que se apresenta é o desejo de

migrar, para os forçados, essa clareza se dá em relação àquilo do qual se deseja fugir”, complementou a psicóloga. Larissa contou que o número de adolescentes que fogem sozinhos de seus países e chegam a São Paulo tem sido um diferencial. “Muitos vêm escondidos em navios, fugindo de períodos de prisão ou alistamento forçado. Alguns tiveram os pais assassinados ou foram violentados”. Segundo informações das instituições, como as vagas para acolhida são insuficientes, alguns alugam casas, quartos ou apartamentos em conjunto, a maioria em locais distantes, para diminuir custos. E sobre oportunidades de emprego, grande parte consegue trabalhar no setor de serviços, inclusive fábricas e construção civil. Berenice salientou que há também aspectos positivos da vida de refúgio no Brasil. “A possibilidade de viver em paz, com suas próprias preferências políticas ou religiosas sem ser perseguido, e a tolerância do povo, que, muitas vezes, se expressa numa recepção alegre.” (*Nome fictício)

Unidos pela reforma política e eleições limpas Fábio Rodrigues Pozzebon/ABr

Daniel Gomes

Enviado especial a Brasília (DF)

Em ato público na sede da CNBB, em Brasília (DF), foi lançada na terça-feira, 3, a Coalizão Democrática pela Reforma Política e Eleições Limpas, proposta de projeto de lei de iniciativa popular que visa fortalecer os mecanismos de democracia direta. A atividade, acompanhada por políticos e lideranças que participaram da 5ª Semana Social Brasileira, foi moderada por dom Joaquim Giovani Mol, presidente da Comissão da CNBB para a Reforma Política, que destacou que as manifestações populares pelo País, em junho, tornaram o ambiente favorável para propor a reforma política, mas que, para tal, a CNBB e outras entidades elaboraram uma proposta unificada, estruturada em cinco aspectos principais (veja ao lado). “Se soubermos passar bem o objetivo dessa grande campanha para a população brasileira,

uma reforma do Estado, incluindo a democracia direta e participativa”, disse, ao O SÃO PAULO, a deputada federal Luiza Erundina, que preside a Frente Parlamentar pela Reforma Política. Para ela, com tantas entidades apoiando a reforma, o Congresso não poderá se negar a atender à demanda da sociedade civil. Principais pontos da proposta

Na sede da CNBB, em Brasília, no dia 3, Coalizão Democrática pela Reforma Política e Eleições Limpas é lançada

que está saturada por essa forma de viver a política no País, conseguiremos mais que 1,5 milhão de assinaturas”, projetou o Bispo. “Não estamos fazendo uma reforma contra os políticos, mas a favor da política”, complementou. Para o cardeal dom Raymundo Damasceno Assis, presidente da CNBB, a união de

todos será fundamental para uma política mais ética e com participação popular, o que não funcionará enquanto houver um fosso entre representantes e representados. As explanações dos integrantes de entidades convergiram para a necessidade de que a reforma política não se limite a uma reforma eleitoral, e que

entre na pauta do Congresso Nacional ainda este mês, para que passe a valer já nas eleições de 2014. “O quadro partidário se esgotou, as práticas políticas se tornaram viciadas, o abuso do poder econômico está interferindo no resultado eleitoral, há perda de identidade e de projetos políticos nos inúmeros partidos. É preciso

Afastar a influência do poder econômico das eleições, proibindo a doação de empresas; Reformular o sistema político, incluindo a paridade de gênero, e estimulando a participação dos grupos sub-representados. Regulamentação do artigo 14 da Constituição, quer pretende dar a oportunidade do povo brasileiro se posicionar por plebiscitos e referendos. Melhorar o sistema político partidário, aumentando a participação de militantes e filiados em torno de um programa político; Fidelidade partidária programática.


19 Missa marca comemorações Gritos por justiça e passos do Dia da Pátria em SP de independência Geral

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Luciney Martins/O SÃO PAULO

Na Catedral da Sé, movimentos e pastorais entram com suas bandeiras durante celebração

Edcarlos Bispo de Santana

Especial para O SÃO PAULO

No sábado, 7, feriado da Proclamação da República, o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, presidiu na Catedral da Sé missa pela Pátria. A celebração é a atividade inicial do “Grito dos Excluídos”, que na capital está na sua 17ª edição. Este ano, com tema “Juventude que ousa lutar, constrói o projeto popular”, o Grito entrou em sintonia com a temática da Igreja no Brasil, que na Campanha da Fraternidade abordou temáticas ligadas à juventude e recebeu a 28ª edição da Jornada Mundial da Juventude. Na homilia, o Cardeal destacou que a celebração deste dia é de ação de graças por tantas coisas boas que o Brasil tem, porém, a independência deve ser conquistada por cada geração, pois se trata de um processo. Dom Odilo lembrou que a Igreja sempre pediu que se rezasse pelos governantes e pela Nação, no entanto, isso não significa que tudo esteja perfeito, ou certo, mas que as pessoas que estão à frente do povo possam ser tocadas e fazer o melhor para o País e para seus cidadãos. O Arcebispo lembrou, ainda, que

naquele sábado todos estavam convocados a rezar pela paz na Síria e no mundo, e que a Igreja em todas as celebrações, durante a oração da paz, faz isso (leia mais nas páginas 10 e 11). Para Daiane Zito (Dai), da equipe de coordenação da Pastoral da Juventude (PJ) da Arquidiocese, muitos são os “gritos” que a juventude quer dar. “Gritamos por segurança, educação, pelo fim do extermínio da juventude negra, a juventude hoje não tem lazer, não tem o olhar do Estado.” De acordo com a jovem, esta preocupação da Igreja para com a juventude é muito importante, pois mostra “o olhar da Igreja”, apresenta a Igreja dizendo ao jovem que ele vai construir um novo projeto. “Queremos contribuir e estar junto com esse olhar, ela [a Igreja] dá a liberdade e deixa que sejamos protagonistas de fato”, comentou Dai. Paulo Pedrini, da Pastoral Operária da Arquidiocese – um dos organizadores do Grito –, destacou que há muito para se fazer no Brasil. Para ele, colocar a juventude como tema principal desse debate, se junta com o momento que vive o País, depois das manifestações de junho, e mostra que a juventude “não quer as coisas prontas. Quer participar da construção efetiva da pauta política deste País.”

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Luciney Martins/O SÃO PAULO

Movimentos participam do 17º Grito dos Excluídos e pedem uma sociedade justa e inclusiva

NAYÁ FERNANDES

Especial para O SÃO PAULO

Contra a violência e o extermínio de jovens, contra as usinas nucleares, por cidadania universal para os imigrantes, por moradia, pela preservação ambiental, contra o pré-sal, pelos direitos dos indígenas, do povo da rua, dos negros, dos jovens, das mulheres marginalizadas, por uma sociedade justa e por muitas outras causas, reivindicaram os participantes do 17º Grito dos Excluídos, no sábado, 7, em caminhada da praça da Sé até o parque da Independência, no Ipiranga. “A terra mãe pede socorro aos filhos” cantava, em língua indígena, o cacique Korubo, de uma tribo isolada do interior do Estado do Amazonas e outro índio do Acre, que vieram a São Paulo para participar do Grito. “Tem muito desmatamento. Nós, indígenas, temos que sair da tribo para vir à cidade pedir socorro. Os parlamentares não escutam a mãe terra, que chora, eles querem só dinheiro”, disse o Cacique. Para Érica Abere, 25, o verdadeiro Grito foi dado pelos indígenas. “Nós deveríamos aprender e cantar com eles que, no fundo, foram excluídos por causa da língua, por andar devagar, atrás de todos.” Segundo a Coordenação Nacional do

Em romaria, para gritar contra as injustiças, cerca de mil pessoas participaram da 19ª edição do ‘Grito do Excluídos’, em Aparecida (SP). A caminhada começou no Porto de Itaguaçu e seguiu até a Tribuna Papa Bento 16, no Santuário. O evento reuniu também os integrantes da 26ª Romaria dos Trabalhadores, que, neste ano, refletiu o tema “Mãe Aparecida, ajude a libertar a juventude esquecida!”. (Com informações do site www.a12.com)

Grito dos Excluídos, os jovens se reconhecem cada vez mais como sujeitos de direitos. O clima das manifestações de junho foi sentido no Grito. Cartazes com frases como “A luta continua” e “Estamos mudando o Brasil” chamaram a atenção também de quem passava, como um senhor que mora na rua da Independência e saiu de casa com a camisa do Brasil. “Estou com a camisa por causa do jogo de hoje, mas nem sabia dessa manifestação”, disse à reportagem. Dalva Rodrigues, veio da ocupação Santa Fé, que fica na estrada de Portugal, em Osasco (próximo à rodovia Anhanguera). Do Movimento Luta Popular, junto a um grande grupo, ela reivindica o direito de ter uma casa própria, na cidade que registrou o 2º lugar entre os Estados com metro quadrado mais caros do País em 2012. “Estou aqui para lutar por um País melhor para todos e participo de um grupo que luta contra as grandes barragens, que, muitas vezes, produzem energia para exportação e para manter as multinacionais. Estou lutando contra uma barragem que fica entre Campo Limpo e Atibaia. Tem seis represas para serem construídas na região, duas já foram aprovadas pelo governador de São Paulo e a nossa é a da vez”, disse Luiz Alberto, 70, do Movimento dos Atingidos por Barragens.

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Geral

19º Encontro Estadual de Comunicação De 29 de novembro a 1º de dezembro, acontecerá, no Seminário do Bom Jesus, em Aparecida (SP), o 19º Encontro Estadual de Comunicação, com o tema “Evangelizar é comunicar; fundamentos bíblicos teológicos da PASCOM”, com a assessoria do padre Joãozinho, scj. Informações e inscrições em www.facebook.com/PascomSul1.

5ª Semana Social Brasileira projeta um novo Estado Fotos: diácono José Carlos Pascoal

Assembleia final realizada em Brasília, de 2 a 5, indicou necessidade de ações para viabilizar reforma política no País

O ESTADO QUE QUEREMOS

Daniel Gomes

Enviado especial a Brasília (DF)

O compromisso com a refundação de um Estado de inclusão e de igualdade social e o apoio às mobilizações populares por reforma política, pela convocação de um plebiscito para uma assembleia nacional constituinte exclusiva e pela demarcação dos territórios dos povos tradicionais e pesqueiros foram os principais propósitos assumidos pelos 225 participantes da 5ª Semana Social Brasileira (5ª SSB), realizada em Brasília (DF), entre os dias 2 e 5. A iniciativa, coordenada pela Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, da CNBB, agregou as reflexões sobre “O Estado que temos e o Estado que queremos”, realizadas por lideranças das pastorais, movimentos sociais, povos originários e outras Igrejas tradicionais desde 2011. Os impactados pelo modelo atual do Estado brasileiro partilharam dificuldades e apresentaram demandas e mobilizações nas áreas de educação, saúde, transporte, trabalho, ju-

225 pesssoas participam da 5ª Semana Social Brasileira, em Brasília (DF); iniciativa tem coordenação da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, da CNBB, presidida por dom Guilherme Werlang

ventude, dívida pública e questão agrária. “Temos um Estado centrado na propriedade privada e na livre iniciativa capitalista, o que faz com que funcione na maior parte do tempo em defesa da propriedade e do mercado”, constatou, ao O SÃO PAULO, o filósofo Ivo Poleto, que apresentou a realidade dos atingidos por desastres socioambientais. “Quem não tiver renda vai passar fome, não alcança terra agrícola, nem terreno urbano. É um Estado que reconhece os direitos básicos da população, mas os

garante muito precariamente”, complementou. Em grupos temáticos, os participantes refletiram sobre o “Estado que queremos” (veja propostas ao lado) e, divididos por regiões do País, elencaram prioridades a ser assumidas pela 5ª SSB, sendo consenso o apoio à Reforma Política, com base na Coalizão Democrática pela Reforma Política e Eleições Limpas (veja mais na página 18), que propõe, entre outros aspectos, o fortalecimento da soberania popular, fazendo com que algumas decisões só aconteçam, por exemplo, por plebiscito e referendo.

“Quando alguém foi eleito para nos representar e não nos representa mais, faz coisas que não são da vontade do povo brasileiro, tem que ser afastado. A representatividade não pode ser absoluta, tem que ser relativa”, disse, à reportagem, dom Guilherme Werlang, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, que opinou ser preciso enfatizar a democracia participativa e fazer com que a sociedade esteja atenta às bancadas de congressistas que legislam para interesses de grupos específicos.

No Sudeste, meta é multiplicar reflexões nas bases Daniel Gomes/O SÃO PAULO

Do enviado especial a Brasília (DF)

Defender uma reforma política que garanta a soberania popular foi o indicativo de prioridade para a 5ª SSB proposto por 35 delegados dos estados da Região Sudeste. Em reunião, o grupo apontou que o compromisso assumido seja prático e não apenas ideológico e que haja sua ampla disseminação. Houve indicativos de que a reforma política aconteça por meio de um plebiscito popular em 2014 para uma assembleia constituinte

Delegados dos estados do Sudeste reúnem-se durante 5ª SSB, em Brasília (DF)

exclusiva; e por uma articulação que dê ressonância às demandas dos atingidos pelo Estado. Quatro delegados represen-

taram a Coordenação Pastoral para o Serviço da Caridade, Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo no evento, entre

os quais Sueli Camargo, da Pastoral do Menor, que considerou positivo o apoio da Igreja a uma reforma política, mas defendeu mudanças no Judiciário. Sueli explicou à reportagem que, tanto na Coordenação do Regional Sul 1 da CNBB quanto na Arquidiocese, a meta é multiplicar os conteúdos da 5ª SSB em eventos e reuniões “e pensar uma forma metodológica de atingir as bases com documentos populares, assembleias, debates e materiais que a própria CNBB vai produzir”. (DG)

Síntese das propostas apresentadas nos grupos de trabalho, que serão incorporadas ao documento final da 5ª SSB Trabalho: fortalecer a economia popular solidária como política de Estado; defender o trabalho digno; e a jornada de trabalho de 40 horas semanais. Direitos Sociais: promover formação política para mudança de mentalidades; valorizar a lei de responsabilidade social contra a privatização; e as práticas e valores populares. Violência e Direitos Humanos: implantar o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos; reestruturar a Segurança Pública; reformar o Judiciário; fortalecer as assembleias populares. Territórios, povos e comunidades tradicionais: ampliar a articulação dos povos e comunidades tradicionais, a fim de que seus direitos não sejam negados pelo Estado; sensibilizar a mídia e a opinião pública para a defesa de tais povos e comunidades. Meios de Comunicação: divulgar, debater e coletar assinaturas para o projeto de lei de iniciativa popular da mídia democrática; fortalecer os fóruns de discussão sobre a mídia; respeitar e promover a diversidade cultural, étnica e religiosa nos veículos de comunicação católicos. Juventudes: implementar e efetivar os conselhos de juventudes para o controle social das políticas públicas; garantir que os currículos escolares levem a conhecer sobre o ECA e o Estatuto da Juventude; combater o extermínio dos jovens e a redução da maioridade penal. Meio Ambiente: defender e promover os direitos das populações afetadas por desastres socioambientais; efetuar a política nacional de defesa civil; educar em vista da questão ambiental; propor ao papa Francisco que convoque um evento internacional sobre a vida do planeta. Marco Regulatório: exigir do Governo Federal a implantação do marco regulatório das organizações da sociedade civil; enraizar o debate e a mobilização social a respeito do projeto de lei. Reforma urbana: criar fóruns populares de monitoramento e proposição de políticas urbanas; fortalecer instâncias populares de formação política; fomentar os instrumentos de democracia direta. Dívida Pública: mobilizar a sociedade sobre a gestão dos recursos públicos; defender uma reforma tributária progressiva e participativa; combater uma política de endividamento público e de gestão do orçamento social e ambiental irresponsável; taxar o capital especulativo e os bens de luxo.


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