O SÃO PAULO - edição 2970

Page 1

Comunidades pesqueiras defendem seus territórios

Dom Odilo se reúne com clero atuante no Belém

Página 8

Lumen Fidei é tema de palestra em São Paulo

Página 13

Arquivos eclesiásticos são tratados em curso

Página 18

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

Página 19

ano 58 | Edição 2970| 17 a 23 de setembro de 2013

R$ 1,50

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br

Região Lapa peregrina à Catedral Luciney Martins/O SÃO PAULO

Velas acesas no Círio Pascal e o pedido do cardeal dom Odilo Pedro Scherer de que as pessoas se espalhassem pela Catedral da Sé e ajudassem os outros a acender suas velas, pois a fé deve ser espalhada e transmitida. Assim, cheia de símbolos e alegria, foi a peregrinação da Região Episcopal Lapa, no domingo, 15, que encheu a “Igreja Mãe da Arquidiocese de São Paulo” de uma cor especial, o amarelo, que representa a Região. Na missa, o Cardeal destacou que a ida dos fiéis e a caminhada realizada do Pátio do Colégio à Catedral é um testemunho público de fé. Página 10

bíblia

crb Luciney Martins/O SÃO PAULO

Ler para continuar CRB São Paulo realiza sua assembleia a viver a Palavra de Deus

Luciney Martins/O SÃO PAULO

O Arsenal da Esperança promoveu, pelo terceiro ano seguido, a “Vigília de leitura contínua da Palavra”, uma proposta para ler, meditar e rezar a Palavra de Deus. Com ambiente preparado para que os participantes pudessem facilmente entrar em clima de oração, a Vigília começou na noite da sexta-feira, 13, e durou toda madrugada, concluída na manhã do sábado, 14. Página 11

Na Fapcom, dias 14 e 15, integrantes do Regional São Paulo da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) realizaram assembleia, na qual sistematiza-

ram ações para pôr em prática prioridades assumidas nacionalmente. Dom Odilo Scherer presidiu missa durante evento. Página 9

pastoral do menor Luciney Martins/O SÃO PAULO

Audiência na Câmara aborda as denúncias contra a Fundação Casa Representantes de diversas entidades debateram as denúncias apresentadas contra a Funda-

ção. Sueli Camargo afirmou que a função da Pastoral do Menor é anunciar o Evangelho e denun-

ciar quando os direitos das crianças e adolescentes são violados. Página 20


2

Fé e Vida

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 17 a 23 de setembro de 2013 Gabirante

frases da semana

“A formação cristã precisa levar em conta os elementos postos em foco pela extraordinária conjuntura eclesial, verdadeiro sinal dos tempos que estamos vivendo, com a renúncia de Bento 16 e a eleição do papa Francisco” Francisco Augusto Catão, doutor em teologia

você pergunta

Espiritualidade

Se eu me casar com um evangélico, posso comungar?

A profecia do silêncio Frei Patrício Sciadini

Diretor do O SÃO PAULO, semanário da Arquidiocese de São Paulo

Padre Cido Pereira

Atenção para a pergunta feita pela Sheyla Laissa, de Águas Lindas (GO): “Quero me casar, mas meu noivo é evangélico da Igreja do Véu, e eu sou católica. Seria possível ter uma cerimônia somente com o Batismo dele em outra religião? Eu tenho todos os sacramentos. Eu conheço um padre que dá a bênção para casais de religiões diferentes. Com essa bênção, posso comungar?”. Minha irmã, nunca ouvi falar dessa Igreja do Véu, a que pertence o seu noivo. Em todo caso, vamos lá. Como você diz ser ele evangélico e você, católica, aqui vem a primeira coisa que eu tenho que falar a você. O casamento na Igreja Católica pode ser feito, mas há uma exigência fundamental: você vai se comprometer solenemente no processo do casamento que educará seus filhos na Igreja Católica. Se o seu noivo não aceitar isso, nada feito. Ele não precisa, portanto, se tornar católico para se casar na Igreja. Isso é decisão dele. Agora, repito, para se casar com você na Igreja Católica, seu noivo tem de aceitar que os filhos que vocês tiverem sejam batizados e educados na fé católica. Quanto ao padre que dá bênção para casais de religiões diferentes, é preciso distinguir. Se ele dá essa bênção num salão de festa, com convidados e tudo, e não esclarece a esses convidados e ao casal que o que está fazendo é apenas uma bênção e, pior ainda, se ele faz uma “encenação” de um casamento, sem seguir as exigências da Igreja Católica, esse padre está cometendo um erro gravíssimo, está atentando contra a santidade de um sacramento. Enfim, minha irmã, se você e o seu noivo evangélico aceitarem se casar cumprindo todas as exigências da nossa Igreja Católica, você poderá comungar tranquilamente. Não poderá, porém, se vocês apenas se juntarem, sem receber o sacramento do Matrimônio. Converse direitinho com seu pároco. Ele terá condições de acompanhar você nesse processo todo.

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

Nestes dias, caminhando sozinho num pedaço de deserto, enquanto escutava a voz da areia e a voz das estrelas, compreendi um pouco mais que existe uma profecia, a profecia do silêncio. Existe uma voz que devemos recuperar e reaprender a escutar, a voz do silêncio. O silêncio deve comunicar o que as palavras não podem comunicar. Uma criança no berço, que dorme serena e tranquila e que não sabe articular nem uma palavra, grita a alegria de viver e exige o respeito para que ela possa crescer e encontrar um mundo de paz, de amor. A profecia do silêncio encontra-se nas salas dos hospitais, onde os enfer-

“Não tem futuro a vida isolada, tem futuro só a vida em comunidade. Precisamos comungar, convergir, aprender a conviver sem fazer prevalecer o ‘eu’, mas sim o ‘nós’, que foi o que Jesus nos ensinou”

“Você não precisa da sabedoria, do estudo, para ganhar dinheiro, pois a sociedade lhe dá muito dinheiro mesmo quando você não vale nada. Agora, para construir uma sociedade nova, você precisa de valores, de competência (...) sua competência depende do que você sabe”

Frei Moacir Casagrande, assessor de reflexão bíblica da CRB Nacional

mos, sem dizer nada, estão sentados à espera do médico que não chega, manifestam com seu silêncio uma profecia do atendimento, da acolhida. Uma criança ou um mendigo que, na esquina da rua, estende silenciosamente a sua mão esperando uma moedinha ou um pedaço de pão. É uma profecia, é um grito, um sinal que deve ser decifrado e lido por todos nós que vivemos ou andamos no bem-estar e nos permitimos o luxo de jogar comida fora. A profecia do silêncio, que vem das pessoas que silenciosamente na Igreja rezam e sem dizer nada nos recorda a presença do Deus silêncio, que entra silenciosamente nos nossos corações e nos fala com seu silêncio, que devemos aprender a escutar mais e falar menos, é uma profecia da força do silêncio adorador, que desarma os nossos corações embrutecidos de tantas palavras inúteis. A profecia do silêncio são as filas de mi-

Maria José Alves do Nascimento, em testemunho para a coluna do Ano da Fé

grantes que silenciosamente fogem dos sistemas autoritários da fome, em busca de um trabalho, e nos recordam o grande êxodo do povo de Israel que nunca termina no mundo. A profecia do silêncio deve ser recuperada na Igreja, onde aumentam os faladores e diminuem as testemunhas. A profecia do silêncio, na família, onde é necessário que o silêncio permita a escuta dos pais, dos filhos e dos esposos. É preciso compreender a profecia do silêncio que os Atos dos Apóstolos nos recordam de Jesus: passou fazendo o bem a todos. Pode ser que esteja errado, mas percebo que não se pode escutar o silêncio se as armas gritam, se os interesses que tentam manipular o ser humano se fazem fortes, se dentro de nós há o grito da revolta e não da paz. Sejamos profetas das obras que silenciosamente agem como fermento no coração do mundo, doente de barulho e de discursos.

palavras que não passam

Francisco de Roma visita Francisco de Assis PADRE AUGUSTO CÉSAR PEREIRA

Francisco de Assis (1182-1226) ouviu a voz de Deus, quando visitava a igrejinha de São Damião: “Restaure a minha Igreja que está caindo aos pedaços”. Francisco pôs mãos à obra. Ele próprio, em dois anos, restaurou a igrejinha. Pensou que houvesse cumprido a sua missão. No entanto, Francisco percebeu que a voz era o símbolo de uma missão espinhosa de fazer na Igreja Católica, com a imagem manchada por escândalos, a restauração. O papa Francisco adotou o nome de Francisco para sinalizar à Igreja e ao mundo que ele entende sua eleição ao papado como o sinal de que Deus quer repetir, ao coração dele, a ordem dada ao xará de Assis: “Vá e restaure a minha Igreja”. A missão do papa Francisco concentra-se na palavra restaurar. Recordemos que restaurar significa, por exemplo, de-

volver a uma imagem desfigurada por ticipação intensa na vida da Igreja e das um acidente ou pela poeira e desgaste a congregações gerais anteriores ao consua primeira expressão e as característi- clave que elegeria o novo Papa – estava cas originais. Estava muito desfigurada consciente do que a Igreja precisava e pelos desvios da parte humana, a Igreja qual seria a missão do eleito com relado tempo de Francisco de Assis. Ele con- ção ao momento da Igreja e do mundo. A pessoa humana de nossa época seguiu cumprir a missão restauradora. A imagem da Igreja do tempo de também precisa de uma restauração. Francisco, o Papa, também está arra- Deus a “criou à sua imagem e semelhannhada pelas graves denúncias de infideli- ça”. Só que vergonhosa multidão de há dades de seus membros humanos, a co- muito tempo se viu desfigurada pela diameçar pelos altos escalões até à indiferença das bases: A simplicidade da postura do Pontífice escândalos sexuais, corrupção administrativa, perda quebrando diversos atos protocolares foi de fiéis e disputas internas. capaz de despertar na própria mídia uma Restaurar é voltar ao entuexpectativa pelo novo na Igreja siasmo do primeiro amor, restituindo os traços originais da face que identificava a Igreja em suas origens (cf. Ap 2,4). bólica injustiça social. O papa Francisco A simplicidade da postura do Pontífice tem dado sinais claros de que sua misquebrando diversos atos protocolares são o tornará um incansável restaurador foi capaz de despertar na própria mídia da imagem humana. A escolha do nome de Francisco, de uma expectativa pelo novo na Igreja. Não podemos entender a escolha do fato, impressionou vivamente, mais que nome do Papa como uma coincidência. pelo inusitado, pelo significado profundo É intencional. Porque o cardeal Jorge de seus gestos e atitudes: “Vale por uma Mario Bergoglio – pastor nato com par- encíclica”, falou alguém.

Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Antônio Aparecido Pereira • Reportagem: Daniel Gomes • Colaboração: Nayá Fernandes e Edcarlos Bispo de Santana • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Assinaturas: Djeny Amanda • Projeto Gráfico e Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Impressão: Atlântica Gráfica e Editora Ltda. • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: osaopaulo@uol. com.br (redação) • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinatura) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura.


Fé e Vida

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 17 a 23 de setembro de 2013

encontro com o pastor

3

editorial

A misericórdia salva o mundo Deus abençoe o

Arcebispo metropolitano de São Paulo

cardeal dom odilo pedro scherer

A fé cristã em Deus não parte simplesmente de conceitos intelectuais puros, mas de uma experiência com Deus. Essa experiência, retratada na Sagrada Escritura, é a história da salvação vivida por pessoas e por todo um povo. Eis porque, para bem compreender nossa fé, é tão importante conhecer e compreender a Escritura. Nossa fé cristã católica nos diz que a misericórdia é um dos atributos de Deus, embora esse conceito não apareça, como tal, nos Símbolos da nossa fé. Também outras religiões, como o Islamismo, reconhecem que Deus é misericordioso e clemente. A Deus convém a misericórdia. E Deus nos trata com misericórdia. No entanto, isso nem sempre está claro no conceito geral que se tem de Deus. Com facilidade, contrapõem-se poder e misericórdia em Deus, como se esses dois atributos fossem excludentes; ou se opõe a justiça divina à sua misericórdia. A fé cristã não permite essa contraposição. Deus é todo-poderoso e isso significa que também é onipotente no amor. Por isso, pode ser misericordioso, indo além da mera justiça. É próprio da justiça de Deus que ela seja aplicada com amor. E isso é a misericórdia divina, na concepção bíblica e da fé cristã. O Povo de Deus, antes de Cristo, conheceu muitas vezes que Deus, embora castigando os culpados, para que se convertam e voltem ao bom caminho, é “misericordioso e clemente, paciente, rico em misericórdia e fiel, que conserva a sua misericórdia por mil gerações e perdoa culpas, rebeldias e pecados” (cf. Ex. 34, 6-7). A justiça de Deus, quando aplicada na forma de castigo, é sempre pedagógica e corretiva, para levar o homem a se rever; e, apenas percebe arrependimento e desejo de conversão

do homem, Deus “se recorda de suas misericórdias” (cf. Sl 25,6). A certeza de que Deus é misericordioso é uma convicção sólida do Povo de Deus, formada numa experiência longamente vivida. Os profetas recordam muitas vezes que Deus, com misericórdia eterna, se compadece do seu povo (cf. Is. 54,8); que suas misericórdias não têm fim e se renovam todos os dias (cf. Lm 3,22). São Paulo usa muito esse conceito para se referir a Deus, a quem chama de “Pai das misericórdias, Deus de toda consolação” (cf. 2Cor 1,3). Deus é “rico em misericórdia”, pois nos amou quando éramos ainda pecadores e nem o conhecíamos (cf. Ef. 2, 4-5). O próprio Paulo reconhece ter experimentado a misericórdia de Deus por meio de Cristo Jesus, apesar de ter sido blasfemo e perseguidor de Cristo (cf. 1Tm 1, 13.16). Jesus Cristo nos dá a conhecer ainda mais claramente que Deus é misericordioso; ao desaprovar a religiosidade formal dos fariseus e dos mestres da Lei, que o criticavam porque acolhia os publicanos e comia com eles, Jesus lhes recorda as palavras de Isaías: “Misericórdia eu quero, e não holocaustos” (cf. Mt 9,13). Semelhante contexto motiva

Jesus, no Evangelho de São Lucas, a contar as “parábolas da misericórdia” (cf. Lc 15): Deus não fica feliz quando o homem se perde e sai à sua procura, até encontrá-lo; e o céu faz festa por um pecador que faz penitência mais que por 99 justos, que não têm necessidade de penitência. O pai da parábola do “filho pródigo” retrata bem o Deus misericordioso, que Jesus dá a conhecer: embora respeite e leve a sério as escolhas livres de seus filhos, mesmo quando o rejeitam e abandonam, Deus fica esperando “de braços abertos” que voltem a ele novamente, pronto para acolhê-los. E faz festa por causa do filho “que estava morto e tornou à vida; estava perdido e foi encontrado” (Lc 15,32). O Ano da Fé nos vai fazendo refletir sobre o significado das afirmações da fé cristã. Crer em Deus significa “crer no Deus de infinita misericórdia, que tem medidas de justiça muito mais largas que as nossas” Deus salva o mundo por sua misericórdia. Por isso, nossa fé está relacionada imediatamente com a esperança. Deus não nos trata conforme a mesquinhez de nossos pecados, mas conforme a abundância de suas misericórdias.

A SEMANA DO CARDEAL Arquivo pessoal

No dia 14 de setembro, todos os que com ele conviveram, todos os que dele receberam mil lições de vida, todos os que com ele lutaram pela evangelização de São Paulo, todos os que gritaram em favor da dignidade humana, todos os que agitaram com ele a bandeira da esperança, todos, todos sabiam do seu aniversário, todos o lembraram com carinho, todos quiseram vê-lo, abraçá-lo, e dizer-lhe: “Dom Paulo Evaristo, parabéns pelos seus 92 anos de idade completados”. Dom Paulo, porém, mantém-se firme no propósito de ficar quietinho no seu canto, lá em Taboão da Serra (SP), sendo filialmente bem cuidado pelas irmãzinhas franciscanas, suas filhas espirituais, antenado, é verdade, com tudo o que acontece na Igreja e no mundo, e dedicando-se à celebração diária da Eucaristia, dedicando grande espaço de tempo à oração, e lendo. Claro que devemos respeitar sua decisão. Ele continua amando a Igreja e amando todos os que viveram a incrível aventura de trabalhar com ele. E ele continua sendo amado e respeitado pelos arcebispos que assumiram o pastoreio da grande cidade, após ter ele se retirado ao silêncio e à oração. Dom Cláudio Hummes lhe tem grande admiração. Dom Odilo Pedro Scherer o visita frequentemente. Quando o jornal O SÃO PAULO assumiu este novo formato, um desejo de dom Odilo para que ele fosse acessível a um público maior e mais jovem, para que ele tivesse um conteúdo mais dinâmico, uma certa ansiedade tomou conta da redação. Como dom Paulo Evaristo Arns, um leitor atento do jornal, iria receber o O SÃO PAULO de cara nova? E qual não foi nossa alegria ao ouvirmos o depoimento das irmãzinhas, que cuidam dele, de que ele gostou. E para provar isso, elas no enviaram um foto dele folheando o jornal. Oremos por dom Paulo, um dom de Deus para a Igreja de São Paulo. Que não faltem nossas preces por ele, porque as preces dele por nós não faltam. agenda do Cardeal

Quarta-feira (18)

Participação no “Paulistão Presbiteral”, em Serra de São Pedro (SP).

Quinta-feira (19)

15h – Formação aos membros da Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP).

Sábado (21) No sábado, 14, o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, visitou o aniversariante cardeal dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito, que completou 92 anos.

Acompanhe dom Odilo na tevê e no rádio

Rede Vida

“Palavra do Cardeal” - Aos domingos, às 2h - reprise às 7h15 e às segundas-feiras, às 6h45.

Rede Século 21

“Igreja Presente” - Aos sábados, às 15h45.

Canção Nova

cardeal Arns

“Discípulos e Missionários” - Às terças-feiras, às 19h30.

Rádio 9 de Julho – AM 1600 kHz

“Encontro com o Pastor” Todos os dias, às 12h, logo após o Ângelus. “Transmissão da missa” Aos domingos, às 11h, direto da Catedral da Sé.

Rádio América – AM 1410 kHz “Discípulos e Missionários” Aos domingos, às 21h.

17h – Celebração eucarística na Catedral da Sé por conta do aniversário natalício de dom Odilo.

Domingo (22)

10h – Missa na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Vila Ema (Região Belém). 15h – Missa na Catedral da Sé pela peregrinação da Região Santana. 18h – Missa na Paróquia Nossa Senhora Aparecida (Região Ipiranga).

Segunda-feira (23)

8h – Abertura solene do 8º Congresso de Teologia, Faculdade São Camilo, Campus Ipiranga 12h – Início do encontro de formação com os padres “novos” da Arquidiocese – segue até dia 25.


4

Fé e Vida

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 17 a 23 de setembro de 2013

liturgia e vida

palavra do papa

26º DOMINGO DO TEMPO COMUM 29 DE SETEMBRO DE 2013

Jesus é todo misericórdia

Ana Flora Anderson

O poder da graça A oração do dia deste domingo se dirige a Deus, que manifesta seu poder no perdão e na misericórdia. As três leituras revelam o caminho dessa graça divina. Na primeira leitura (Amós 6, 1.4-7), o profeta descreve a vida suntuosa dos ricos e mostra que eles ignoram o sofrimento dos mais pobres. Deus ensinará as consequências para aqueles que fazem gozação dos humildes. Na segunda leitura (1Timóteo 6, 11-16), São Paulo apresenta o caminho da graça. O discípulo de Jesus deve procurar a justiça, a fé, o amor, a firmeza, a mansidão e a piedade. Viver assim significa combater o bom combate e conquistar a vida em união com Jesus Cristo. O Evangelho de São Lucas (16, 19-31) narra mais um encontro de Jesus com os fariseus, os teólogos de seu tempo. O Mestre conta a história do homem rico com seus banquetes e a do pobre Lázaro, que esperava somente as sobras que caíam da mesa. Depois da morte, Lázaro encontra felicidade com o pai Abraão, e o rico enfrenta sofrimento e tormentos. O rico pede a ajuda de Lázaro, mas Abraão informa que não será possível. Ele, então, pede que seus irmãos sejam avisados para atender às necessidades dos mais pobres. Abraão, porém, ensina que os ricos já receberam o ensinamento de Moisés e dos profetas. São os ricos que não querem entender e obedecer. A graça não falta, só a resposta no amor. leituras da semana

SEGUNDA (30): Zc 8, 1-8, Lc 9, 46-50 TERÇA (1): Zc 8, 20-23, Lc 9, 51-56 QUARTA (2): Ex 23, 20-23, Mt 18, 1-5.10 QUINTA (3): Ne 8, 1.4-7b-12, Lc 10, 1-12 SEXTA (4): Br 1, 15-22, Lc 10, 13-16 SÁBADO (5): Br 4, 5-12.27-29, Lc 10, 17-24

santo da semana

São Giancarlo Cornay – 20 de setembro Giancarlo Cornay nasceu em Londun, na França, em 28 de fevereiro de 1809. Estudou no seminário de Saumur e Mont-Morillon e em 1830 entrou no seminário dos missionários que iam para fora da França, porque esse era seu desejo. No ano seguinte, já diácono, foi para o Oriente, desembarcando em Macau em 1832. Mas, acabou firmando-se na cidade vietnamita de Hanói, onde foi ordenado sacerdote em 1834. Devido às perseguições aos cristãos e a conflitos com um grupo de ladrões que acusaram Cornay, ele foi torturado e solto e seus olhos, furados, juntamente com três catequistas. Todos tiveram que sair do País, e a sentença veio em 20 de setembro de 1837, com uma variante, pois o rei ordenou que Cornay fosse decapitado e que depois seu corpo ficasse exposto. São Giancarlo foi beatificado em maio de 1900 e ficou conhecido pela grande obra de evangelização que realizou no Oriente, chegando a morrer por confessar a fé cristã. (Com informações do site www.santiebeati.it)

Papa francisco Da reflexão do papa Fransciso antes da oração mariana do Angelus, ao meio-dia do domingo, 15, foi extraído o texto abaixo, em que se reflete sobre as parábolas da misericórdia. Jesus é todo misericórdia, Jesus é todo amor: é Deus feito homem. Cada um de nós é aquela ovelha perdida, aquela moeda perdida; cada um de nós é aquele filho que desperdiçou a própria liberdade seguindo falsos ídolos, ilusão de felicidade, e perdeu tudo. Mas Deus não se esquece de nós, o Pai nunca nos abandona. É um pai paciente, nos espera sempre! Respeita a nossa liberdade, mas permanece fiel. E quando volta-

mos para ele, nos acolhe como filhos, em sua casa, porque ele não para nunca, nem por um momento, de nos esperar, com amor. E o seu coração está em festa por cada filho que retorna. Está em festa porque é alegria. Deus sente essa alegria quando um de nós, pecadores, vai até ele e pede o seu perdão. Qual é o perigo? É que supomos sermos justos, e julgamos os outros. Julgamos até Deus, porque pensamos que deveria punir os pecadores, condenando-os à morte, em vez de perdoar. Agora sim corremos o risco de permanecer fora da casa do Pai! Como aquele irmão mais velho da parábola que, em vez de se alegrar porque seu irmão retornou, ele fica com raiva de seu pai que o acolhe e faz festa. Se em nossos corações não há misericórdia, alegria do perdão, não estamos em comunhão com Deus, mesmo observando todos os preceitos, pois é o amor que salva, não apenas a prática dos preceitos. É o amor por Deus e pelo próximo que

realiza todos os mandamentos. E este é o amor de Deus, a sua alegria: perdoar. Ele nos espera sempre! Talvez algum de vocês tenha algo pesado em seu coração: “Mas, eu fiz isso, eu fiz aquilo...”. Ele o espera! Ele é nosso pai: sempre espera por nós! Se vivemos de acordo com a lei “olho por olho, dente por dente”, jamais sairemos da espiral do mal. O maligno é inteligente, e nos ilude que com a nossa justiça humana podemos nos salvar e salvar o mundo. Na realidade, somente a justiça de Deus pode nos salvar! E a justiça de Deus se revelou na Cruz: a Cruz é o julgamento de Deus sobre todos nós e sobre este mundo. Mas, como Deus nos julga?Dando a vida por nós! Eis o ato supremo de justiça que derrotou, uma vez por todas, o príncipe deste mundo; e esse ato supremo de justiça é também ato supremo de misericórdia. Jesus chama todos a seguir este caminho: “Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso” (Lc. 6, 36)”. Facebook.com/Instituto Humanitas Unisinos

Tweets do papa

@Pontifex_pt 15 - Procurar a própria felicidade

no possuir coisas materiais é um modo certeiro para não ser felizes.

14 - Às vezes é possível viver sem conhecer os vizinhos de casa: este não é o modo de viver como cristãos.

13 - Jesus é o sol, Maria é a au-

rora que preanuncia o seu surgimento.

10 - A única guerra que todos nós devemos combater é a guerra contra o mal.

Papa Francisco encontra Gustavo Gutierrez - O papa Francisco recebeu, na manhã de quarta-feira, 11, na Casa Santa Marta, Gustavo Gutiérrez, histórico teólogo peruano e um dos fundadores da Teologia da Libertação. Em entrevista publicada no site Vatican Insider, no dia 7 , Gutierrez disse que o papa Francisco lhe recorda João 23 e que “Francisco tocou teclas que não eram tocadas há muito tempo: a evangelização e o anúncio do Reino é para todos. Isso significa ir ao encontro dos pontos importantes, por exemplo, a justiça”. Fonte: www.facebook.com/Instituto Humanitas Unisinos

há 50 anos

Padre italiano é homenageado como precursor da Cruz Vermelha A edição do O SÃO PAULO, de 22 de setembro de 1963, trouxe como matéria de capa o centenário da Cruz Vermelha Internacional. “O mundo inteiro celebra neste ano o centenário da Cruz Vermelha, a entidade internacional destinada a promover o amparo aos feridos na guerra e à defesa sanitária do povo em geral.” As homenagens do centenário recordaram o padre Lourenço Barsiza, grande amigo do papa Pio 10°. Ele foi um dos que organizaram os hospitais de guerra, socorrendo, principalmente, àqueles com ferimentos graves.

Outro destaque do Semanário foi a aprovação do projeto de construção de um monumento ao papa João 23. “Assembleia da Guanabara aprovou hoje um projeto, que manda erigir um monumento ao papa João 23.” Sobre assuntos gerais, foi informado o aumento do custo de vida na capital paulista. Segundo a edição, baseada na Divisão de Estatística e Documentação Social da Prefeitura da Capital, o aumento foi de 77% em relação a 1962. A conta dos últimos 12 anos fica em 2.343% e o maior aumento foi o relativo a gastos com alimentação e transporte.

Capa da edição de 22/9/1963


Fé e Vida

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 17 a 23 de setembro de 2013

fé e cidadania

direito canônico

A Bíblia e a questão social

Igreja no mundo de hoje

Conselheiro geral dos padres scalabrinianos

Padre Alfredo José Gonçalves

A fórmula “questão social” nasce no decorrer do século 19, devido às consequências socioeconômicas da Revolução Industrial. A situação dos operários e suas famílias – no que diz respeito à habitação, condições de trabalho, salubridade, salário, emprego de mulheres e crianças na produção direta e direito à associação – era extremamente precária nas fábricas da indústria nascente. Tanto que a encíclica Rerum Novarum, publicada pelo papa Leão 13 em 1891, documento inaugural da Doutrina Social da Igreja (DSI), traz como subtítulo “A condição dos operários”. Curiosamente, uma expressão semelhante tinha sido usada quase 50 anos antes como título de um estudo de Friedrich Engels sobre “A situação da classe trabalhadora na Inglaterra” (1844-45). Ambas as publicações denotam um período de grande sensibilidade social frente aos efeitos nocivos do progresso tecnológico aplicado à produção de massa. Se, por um lado, o processo amplo da Revolução Industrial trouxe melhorias significativas nas áreas da saúde, do conforto pessoal e familiar, dos transportes, das comunicações etc., por outro, apresentou um quadro negativo quanto à vida real dos

trabalhadores e suas famílias. Mas a sensibilidade da Igreja para com a chamada “questão social” tem raízes mais antigas. Remonta não apenas à prática de Jesus e às primeiras comunidades cristãs, como se lê nos dois retratos do livro dos Atos dos Apóstolos (At 2, 4247; 4, 32-37), como também ao credo histórico do povo de Israel, em suas várias versões (especialmente Ex 3, 7-10 e Dt 26, 5-10). Nesse credo histórico, como os estudiosos o designam, aparecem quatro expressões verbais, na primeira pessoa do singular, todas atribuídas a Deus: eu vi a miséria, eu ouvi o clamor, eu conheço o sofrimento e eu desci para libertar o povo da escravidão do Egito. Nos quatro verbos, identifica-

se uma grande sensibilidade para com a situação dos hebreus sob a tirania do Faraó. Revela-se com toda força o rosto humano de Deus. Sua sensibilidade desdobra-se em preocupação e solidariedade através do verbo descer. Um Deus que se compadece da situação concreta do povo e vem caminhar com ele pelos caminhos do deserto. A plena realização dessa descida se dá no mistério da Encarnação, quando o Filho se manifesta como revelação e salvação de Deus Pai. A mesma preocupação social comparece nos profetas do Antigo Testamento, nos Santos Padres e na Doutrina Social da Igreja e, atualmente, de uma forma toda especial, nas palavras e atitudes do papa Francisco. Luciney Martins/O SÃO PAULO

espaço aberto

De volta à alegria de ser cristão Professor de Teologia da PUC-SP

Padre Antonio Manzatto

Todos ainda comentam a estada do papa Francisco no Brasil, olhando muito mais para seu comportamento do que para suas palavras. Não que aquilo que ele tenha dito não seja importante, mas o seu jeito de ser foi muito mais destacado pela imprensa e, por inusitado, muitas vezes acabou chamando a atenção dos brasileiros. Afinal, um papa que carrega sua própria mala não é usual! Seu sorriso fácil, seu jeito largo, sua humildade e transparência, seu abraço franco, sua coerência e sua simplicidade cativaram a to-

dos, e não há como não se encantar com ele. Seu jeito de ser papa é diferente, e por isso se repete, “nunca tivemos um papa assim”! O que encanta em Francisco? Ora, sua humanidade! Seu jeito de pastor, colocando-se no meio do rebanho e mostrandose preocupado com ele; o fato de não se preocupar em ser obedecido, mas simplesmente colocar-se a serviço; disporse a caminhar junto, a aceitar, acolher, enxergar pelos olhos e pela situação dos outros! É indiscutível que, em quase seis meses de pontificado, ele tenha conseguido humanizar a figura do papa. E todos se encantam com isso, exatamente com esse algo que parece tão óbvio e que todos os pastores deviam ter. Sua preocupação com os pequenos, sofredores

e pobres não se deve a opções ideológicas ou estratégias políticas, mas deriva da fidelidade ao Evangelho de Jesus, que, como ele, também soube humanizar. Aqui se define um dos pontos de credibilidade da Igreja no mundo de hoje: sua capacidade de sentir com o humano, humanizar-se e dispor-se a humanizar! São tantas as situações em que a dignidade humana não é reconhecida ou afirmada, e os discípulos de Jesus precisam ali estar presentes em perspectiva de humanidade. Então, se recupera a alegria de ser cristão, daquele que não se preocupa em primeiro lugar com números, resultados mensuráveis, sucesso ou burocracia, mas sim com as pessoas e as relações que com elas se possam estabelecer.

Padre Carlos Roberto Santana da Silva

A Igreja tem uma missão sobrenatural, ou seja, não é de ordem política, econômica ou social: o fim que lhe propôs é, com efeito, de ordem religiosa. A Igreja todavia está inserida no mundo e atinge o seu fim sobrenatural pelas coisas do mundo, usando os bens materiais. Afirma a constituição pastoral Gaudium et Spes: “A própria Igreja usa das coisas temporais, à medida em que a sua missão o exige”. Portanto, os bens materiais são meios para a Igreja atingir o seu fim. São meios, e não causa dos fins sobrenaturais. Os bens sendo meios, a Igreja deverá renunciar àqueles que são causa de escândalo e que não a ajudam a atingir os seus fins, e usará somente daqueles meios e bens que realmente são necessários para a consecução de seus fins. A Gaudium et Spes afirma claramente que a Igreja “não coloca a sua esperança nos privilégios que lhe oferecem a autoridade civil; mais ainda, ela renunciará ao exercício de alguns direitos legitimamente adquiridos, quando verificar que o seu uso põe em causa a sinceridade do seu testemunho ou que novas condições de vida exigem outras disposições”. Deve-se notar que a relação das finalidades dos bens da Igreja não é taxativa, mas só exemplificativa, porque

5

existem outros textos conciliares que especificam outros fins para os bens da Igreja. A constituição pastoral Gaudium et Spes, sobre a Igreja no mundo de hoje, lembra que “é justamente desta mesma missão religiosa que derivam encargos, luz e energia que podem servir para o estabelecimento e consolidação da comunidade humana segundo a Lei divina. E, também, quando for necessário, tendo em conta as circunstâncias de tempo e lugares, pode ela própria, e, até deve, suscitar obras destinadas ao serviço de todos, sobretudo dos pobres, tais como obras caritativas e outras semelhantes”. A Declaração Dignitatis Humanae, sobre a liberdade religiosa, afirma que “também compete às comunidades religiosas o direito de não serem impedidas, por meios legais ou pela ação administrativa do poder civil,... de construir edifícios religiosos e de adquirir e usar dos bens convenientes”. A Declaração Gravissimum Educationis, sobre a educação cristã, ao tratar das escolas católicas, proclama “que a Igreja tem o direito ... de livremente fundar e dirigir escolas de qualquer espécie e grau”. O Decreto Inter Mirifica sobre os meios de comunicação social, afirma que “à Igreja compete o direito natural de usar e de possuir tais instrumentos enquanto necessários ou úteis à formação cristã e à toda a sua obra de salvação das almas”. (Continua na próxima edição).

EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA A Associação Civil Gaudium et Spes - Ages, com sede provisória nesta cidade, Rua Aliança Liberal, nº. 703, Vila Leopoldina, por meio de seu presidente de honra, Dom Julio Endi Akamine, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e Vigário Episcopal da Região Lapa, e do seu presidente legal, Dom Fernando José Penteado, Bispo Emérito, CONVOCA seus associados para a Assembleia Geral Ordinária, que será realizada no próximo dia 12 de outubro de 2013, das 08h00 às 12h00, na sede do Instituto Catequético Secular São José, Rua Guaipá, 1605, com a seguinte ordem do dia: 1. Apreciação e aprovação do relatório das atividades da gestão de 2012/2013. 2. Apreciação e aprovação das contas dos exercícios 2012/2013, mediante parecer do Conselho Fiscal. 3. Eleição e posse da Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal, conforme estatuto. 4. Alterações jurídicas, contábeis e de endereços dos programas. 5. Informações gerais. A Assembleia Geral instalar-se-á em primeira convocação às 8h30 horas, com a presença da maioria dos associados e, em segunda convocação, com qualquer número, de acordo com o estatuto. São Paulo, 06 de setembro de 2013 Dom Fernando Jose Penteado Presidente

Dom Julio Endi Akamine Presidente de honra


6

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 17 a 23 de setembro de 2013

Igreja em Ação

Mundo do Trabalho / pastoral operária

Pastoral do Dízimo

Falsos profetas de nossos dias

Algumas considerações sobre a obediência

Waldemar Rossi

pregados da Alemanha e a outros necessitados, através do programa chamado “Hartz IV”. Cada adulto solteiro recebe atualmente 382 euros mensais, equivalentes a R$ 1.375,00 (em câmbio de hoje). Lá, porém, tais pessoas são consideradas carentes. Aqui, menos que isso nos coloca na “classe média”. Dá pra entender? Mas não é só isso. Levantamentos atuais revelam que o custo de vida da Alemanha é bem mais barato que o do Brasil. Os políticos mentem para o povo favorecendo os exploradores. Os jornais, TVs, rádios e revistas estão nas mãos de pequenos grupos de ricaços que

“Seus profetas lhe falaram de visões falsas, mentirosas, para lhe mudar o destino, eles nunca mostraram os pecados que você cometeu. Só lhe revelaram visões falsas, sedutoras” (Lamentações 2,14). Para manterem e aumentarem os gigantescos lucros das grandes empresas nacionais e internacionais, nossos governantes vendem falsas ilusões ao povo. A mais recente ilusão brasileira está Entre os fatores que contribuem na afirmação com tantas mentiras, infelizmente, de que, nos últimos anos, o está o sindicalismo brasileiro, padrão de vida mancomunado com os poderes do povo levou político e capitalista o a ingressar no mundo da classe média. Governantes vendem tal mentira aos trae mídia vendem esse peixe balhadores, e estes se acomocomo se estivéssemos entran- dam tendo a mesma sensação do no paraíso terrestre. É tris- dos que se enganam com o uso te perceber que essa ilusão vai das drogas: por algum tempo, acomodando nosso povo, que ficam com a sensação da felicise curva diante de uma rea- dade, enquanto os larápios do lidade brutal e criminosa do capital saqueiam suas vidas. Entre os fatores que conbaixo padrão de vida a que foi jogado nas últimas décadas. tribuem com tantas mentiras, infelizmente, está o sindicaSe não, vejamos: Segundo o Instituto Brasi- lismo brasileiro, mancomuleiro de Geografia e Estatística nado com os poderes político (IBGE), a tal nova classe mé- e capitalista. Vejam algumas dia tem ganho mensal entre palavras de Jair Meneguelli – R$ 291,00 e R$ 1.019,00. Ora, primeiro presidente da Central dizer que recebendo salário Única dos Trabalhadores (CUT) abaixo de R$ 1.019,00 é estar e hoje presidente do Conselho na classe média é o mesmo Nacional do Serviço Social da que dizer que quem ganha R$ Indústria, em entrevista ao jor2.000,00 está na classe rica. nal O Estado de S.Paulo: “Todo Para uma pessoa sobreviver mês, o Ministério do Trabalho com um mínimo de dignidade, recebe cerca de 80 novos pesegundo o Departamento Inter- didos de registro de sindicato, sindical de Estatística e Estudos porque está virando uma proSocioeconômicos (DIEESE), fissão, e das boas, ser dirigente são necessários em torno de sindical no Brasil. Esta não era R$ 2.300,00 mensais – que de- a realidade dos anos 1980. A veria ser o salário mínimo. Nos CUT perdeu o maior momento anos 1970, tal salário girava em da sua história”. Cabe, pois, aos próprios torno desse cálculo do DIEESE. revolucionar Hoje, rebaixado em um quarto trabalhadores seus instrumentos de luta em do seu poder aquisitivo. Para fim de comparações, busca da justiça social, e isso acabo de receber os dados do está nas mãos, principalmente, amparo financeiro aos desem- das novas gerações.

Celebre a liturgia em comunhão com toda a Arquidiocese de São Paulo. Assine o folheto litúrgico Povo de Deus em São paulo. Confira os preços pelo telefone (11) 3826-0133

Membro da Pastoral Arquidiocesana do Dízimo

Marta Sampaio Lima Elia

Primeiro, considerando os mandamentos. Jesus resumiu os deveres do homem para com Deus assim: “Amarás o Senhor teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu entendimento. Esse é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22, 37-39). O desconhecimento de Deus é a grande razão de todos os desvios morais (cf. Catecismo da Igreja Católica, CIC, 2087). O homem, quando segue o diabo, deixa morrer em seu coração a confiança em seu Criador, e, abusando de sua liberdade, desobedece ao mandamento de Deus. Foi nisso que consistiu o primeiro pecado do homem (cf. CIC 1733). Para resistirmos às tentações, precisamos nos empenhar no uso dos seguintes meios: a) o conhecimento de si; b) a prática de uma ascese adaptada às situações em que se encontra; c) a obediência aos mandamentos divinos; d) a prática das virtudes morais; e) a fidelidade à oração (CIC 2340). Os atos de fé, de esperança e de caridade, ordenados pelo

primeiro mandamento, impli- de seu Espírito Santo, podemos cam-se na oração. A oração é entregar-lhe nossa vontade e uma condição indispensável à decidir-nos a fazer o que agraobediência aos mandamentos da ao Pai (cf. CIC 2825). O dizide Deus, porque sem a graça mista fiel é aquele que obedece nada é possível (cf. Sl 127,1; ao apelo do Pai, mesmo com Jo 15,5; CIC 2098). Assim deve sacrifício. Terceiro, considerando a agir o dizimista. Segundo, considerando a obediência filial. O respeito fiobediência na fé. Obedecer na lial revela-se pela docilidade fé significa submeter-se livre- e pela obediência verdadeira. mente à Palavra, visto que sua “Um filho sábio ama a correeficácia é garantida por Deus. ção do pai, e o zombador não Dessa obediência, Abraão é escuta a reprimenda” (Pr 13,1; apresentado como modelo pela cf. CIC 2216). Enquanto o filho viver na Sagrada Escritura (cf. CIC 144). Em Hebreus 11,8, vemos que Lembramos que a evangelização pela fé Abraão depende também de sua obedeceu a Deus, obediência aos ensinamentos respondendo ao chamado, parda Igreja quanto ao dízimo. Ser tindo sem saber dizimista fiel faz parte de sua para aonde. Em obediência, ele ia missão evangelizadora oferecer seu filho único em sacrifício (cf. CIC 145). casa de seus pais, deve obedeA Virgem Maria, com seu cer às suas solicitações que vi“sim”, realizou da maneira sem seu bem ou da família. Os mais perfeita a obediência da filhos devem também obedecer fé: “Eu sou a serva do Senhor; às prescrições sábias de seus faça-se em mim segundo a educadores e de todos aqueles tua Palavra” (Lc 1,38). Apren- aos quais os pais os confiaram damos com eles a obedecer a (cf. CIC 2253). O bom dizimista obedece ao Deus. Os sete dons do Espírito chamado, abrindo seu coração Santo tornam os fiéis dóceis aos pedidos de seus pais e da para obedecer prontamente Igreja. Lembramos que a evangeliàs inspirações divinas (cf. CIC zação depende também de sua 1831). Jesus, “embora fosse Filho, obediência aos ensinamentos aprendeu a obediência pelo so- da Igreja quanto ao dízimo. Ser frimento” (Hb 5,8; Mt 36,39). dizimista fiel faz parte de sua Unidos a Jesus e com a força missão evangelizadora.

PASTORAL FAMILIAR

30 anos da Carta dos Direitos da Família Secretários da Pastoral Familiar Arquidiocesana

Zuleica e João Abrahão

Na ocasião dos estudos do Sínodo dos Bispos reunidos em Roma em 1980, convocados pelo papa João Paulo 2º para estudar ações sobre “o papel da família cristã no mundo contemporâneo”, germinaram um amplo elenco de propostas. Uma delas resultou, em 22 de novembro de 1981, na exortação apostólica Familiaris Consortio, e outra, não menos importante, na edição da Carta dos Direitos da Família, apresentada ao mundo e a todas as pessoas como sinal de alerta na defesa dos direitos fundamentais da família. A Carta dos Direitos da Família, dividida em 12 artigos e

vários subitens, editada pela Santa Sé através do Pontifício Conselho para a Família em 22 de outubro de 1983, é dirigida, em primeiro lugar, aos governantes e, evidentemente, às próprias famílias, para que todos se empenhem em proteger os direitos, naturais e universais, da família, e, principalmente, que não se relegue esforços para que a instituição familiar seja fortalecida para o bem de toda a humanidade, hoje e sempre. A Carta dos Direitos da Família, que completa 30 anos e continua atualíssima, merece não só uma simples consulta, mas um empenho de todos que estejam dispostos a fazer respeitar a dignidade e os direitos fundamentais da pessoa, da vida humana e da família, na situação em que se encontram. Ela convida insistentemente todos os Estados, organizações

internacionais, instituições e pessoas interessadas a promoverem o respeito desses direitos e assegurarem seu reconhecimento efetivo à sua aplicação, através de políticas familiares em suas respectivas áreas de atuação, sem nenhuma discriminação. Partindo de princípios morais, a Carta “consolida a existência do instituto familiar na ordem social e jurídica da ‘grande’ sociedade: da nação, do estado e das comunidades internacionais. Cada uma destas ‘grandes’ sociedades está condicionada, ao menos indiretamente, pela existência da família; por isso, a definição das tarefas e deveres da ‘grande’ sociedade relativamente à família é questão extremamente importante e essencial” (“Cartas às Famílias” Papa João Paulo 2º, nº 17, em 02.02.1994).


Igreja em Ação

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 17 a 23 de setembro de 2013

7

PASTORAL CARCERÁRIA

bioética

Propostas para reformular o Judiciário brasileiro

Ato médico versus corporativismo profissional

imprensa@carceraria.org.br Os participantes do Seminário Justiça e Direito Igual para Todos, realizado em São Paulo, em 31 de agosto, manifestaram o anseio por um novo Judiciário e o fizeram a partir de três questionamentos: O que é a Justiça no Brasil? Como acessá-la melhor? E como garantir seu controle social? Segundo os participantes, a Justiça brasileira é seletiva, punitiva, morosa – especialmente com os mais pobres – e distante do povo. Também aprofunda desigualdades sociais, não é transparente e não fornece informações que são do interesse público. Para um Judiciário mais acessível, sugeriu-se que haja mudança na

formação dos operadores de Justiça; que as pessoas sejam mais bem informadas sobre seus direitos – por meio da arte, música, educação; que a linguagem jurídica seja menos formal e mais simples; que todos conheçam o processo de escolha de juízes e desembargadores; e que, especialmente as grades curriculares dos cursos de direito, serviço social e psicologia, tratem da temática da Justiça Restaurativa. Quanto à democratização do Judiciário e seu controle social democrático e popular, alertou-se ser preciso que os operadores do direito recém-aprovados em concursos públicos realizem atividades próximas à população; que se popularizem os conselhos comunitários e que haja conselhos de Justiça

estaduais e municipais; que ocorram audiências populares; que a sociedade participe da escolha dos desembargadores; que haja corregedorias externas e mais conselhos da comunidade; que sejam criadas ouvidorias externas no Ministério Público e no Judiciário, com ouvidores escolhidos pela sociedade civil; que se faça a sensibilização da mídia para que contribua na conscientização das pessoas sobre os direitos que possuem e sobre o funcionamento do sistema de Justiça; que haja audiências periódicas com o Conselho Nacional de Justiça e a Ordem dos Advogados do Brasil; e que a sociedade civil participe da Conferência de Segurança Pública, em 2014. A relação completa das propostas está em www.carceraria.org.br.

Por padre Valdir João Silveira

Roda de discussão debate propostas do Seminário Justiça e Direito Igual para Todos, realizado em São Paulo, em 31 de agosto

espaço do leitor

“Bem-vinda à mudança! O novo formato do O SÃO PAULO combinou com eficácia, forma e conteúdo. Visual moderno facilita e motiva ainda mais à leitura. Parabéns!” Cada dia melhor o nosso jornal O SÃO PAULO! Parabéns equipe!

Parabéns pelo novo formato do jornal O SÃO PAULO. Muito mais fácil o manuseio e conectado com a tecnologia da atualidade (redes). Uma sugestão, na última página ter um espaço de 10cm x 10cm com informações sobre assinaturas, renovações etc.

Sueli Camargo, coordenadora da Pastoral do Menor.

Lafayette Pozzoli

Irineu Uebara, graduando de teologia da PUC-SP

Redação do jornal O SÃO PAULO. Endereço: Avenida Higienópolis, 890, São Paulo (SP) CEP 01238-000. E-mail: osaopaulo@uol.com.br Twitter: @JornalOSAOPAULO Facebook: Jornal O SÃO PAULO

O jornal O SÃO PAULO está de cara nova faça parte desta mudança

Assine O SÃO PAULO

e-mail: assinaturas@osaopaulo.org.br (11) 3666-9660 / 3660-3723 / 3660-3724

Padre Christian de Paul de Barchifontaine

A Lei do Ato Médico que regulamenta o exercício da medicina, o chamado Ato Médico, foi sancionada após 11 anos de discussão no Congresso com vetos da presidente Dilma Rousseff e gera polêmica. Pela Lei, ficou estabelecido que caberá apenas às pessoas formadas em medicina a indicação e intervenção cirúrgicas, além da prescrição dos cuidados médicos pré e pós-operatórios; a indicação e execução de procedimentos invasivos, sejam diagnósticos, terapêuticos ou estéticos, incluindo acessos vasculares profundos, as biópsias e as endoscopias. Também serão de exclusividade médica a sedação profunda, os bloqueios anestésicos e a anestesia geral. Já entre as atividades que podem ser compartilhadas com profissões da área da saúde não médicas (enfermagem, fisioterapia, psicologia), estão o atendimento a pessoas sob risco de morte iminente; a realização de exames citopatológicos e emissão de seus laudos; a coleta de material biológico para análises laboratoriais e os procedimentos feitos através de orifícios naturais, desde que não comprometa a estrutura celular. A presidente Dilma argumentou os vetos: o fato de o diagnóstico ficar restrito ao médico, de forma como foi redigido, o inciso, impediria a continuidade de inúmeros programas do Sistema Único de Saúde (SUS), que funcionam a partir da atuação integrada dos profissionais de saúde. É o caso dos programas de prevenção e controle à malária, tuberculose, hanseníase e doenças sexualmente transmissíveis, dentre outros. Assim, a sanção do texto poderia comprometer as políticas públicas da área da saúde, além de introduzir elevado risco de judicialização da matéria. Precisamos lembrar que a saúde do povo depende de uma equipe de saúde!


8

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 17 a 23 de setembro de 2013

Geral

Cônego celebra 100 anos na Arquidiocese Cônego Luiz Geraldo Amaral Mello, arcediago do Cabido Metropolitano, completará 100 anos de idade no dia 28 de setembro. A missa para agradecer a vida do Conêgo será no mesmo dia, às 19h, na Catedral Metropolitana da Sé. A celebração do Jubileu de Diamante sacerdotal do cônego Geraldo Mello será em 8 de dezembro.

Em defesa das comunidades tradicionais pesqueiras Daniel Gomes/O SÃO PAULO

Campanha nacional coleta assinaturas para regularização dos territórios das populações que vivem da pesca Daniel Gomes Redação

Desde junho de 2012, pescadores artesanais em todo o Brasil estão mobilizados na Campanha Nacional pela Regularização do Território das Comunidades Tradicionais Pesqueiras, A CAMPANHA visa a coleta de 1,4 milhão de assinaturas para a apresentação no Congresso de um projeto de lei de iniciativa popular para reconhecimento, proteção e garantia de direito ao território dessas comunidades. No entanto, apenas 200 mil assinaturas já foram coletadas, razão pela qual os articuladores da Campanha têm ampliado sua divulgação. Durante a 5ª Semana Social Brasileira (5ª SSB), no começo de setembro, em Brasília (DF), houve um mutirão de assinaturas e o lançamento de um vídeo

Pescadora participa do lançamento de vídeo sobre campanha em defesa dos territórios pesqueiros, na 5ª SSB, em Brasília

sobre a iniciativa, que recebeu o apoio dos participantes do evento. A carta compromisso da semana social também citou a urgência de demarcação dos territórios pesqueiros. “Os pescadores do Brasil são responsáveis por mais de 60% do pescado produzido no País, isso significa que representamos a soberania alimentar dos brasileiros, colocando produtos com qualidade e diversidade na mesa do povo”, comentou, ao O SÃO PAULO, Elionice Sacramento, uma das

articuladoras da Campanha. Moradora de Salinas da Margarida, no litoral baiano, Elionice acredita que há uma tentativa de invisibilizar a atuação dos pescadores artesanais brasileiros, por conta do atual modelo desenvolvimentista centrado na indústria petroleira, na mineração, na geração de energia, no turismo em massa e na especulação imobiliária. “Existe, fomentada por este Governo, uma ideia de privatização das águas públicas. Recentemente, foi lançado um edital

para ‘rifar’ as águas de cinco estados brasileiros. A área de mar e de rio vai ficar restrita a uma minoria, as áreas no entorno também ficarão inviáveis para atividade pesqueira. Isso acabará gerando um impacto muito grande, especialmente porque não tendo acesso ao mar, ao rio e aos recursos para produção, nós, os pescadores e as pescadoras, seremos obrigados a sair dos nossos territórios. Entendemos isso como mais uma tentativa de extermínio do povo tradicional”, avaliou.

Preocupação similar manifestou a pescadora artesanal Josana Pinto à assembleia da 5ª SSB. “Precisamos garantir nossa cultura, nossa tradição. Queremos garantir o pescado de qualidade na mesa dos brasileiros. Para isso, precisamos preservar nosso território”, comentou. Os interessados em colaborar com campanha devem fazer download do formulário do abaixo-assinado no site www. peloterritoriopesqueiro.blogspot.com.br. Conheça detalhes da campanha

www.peloterritorio pesqueiro. blogspot.com.br No site é possível fazer download do abaixo-assinado, que assim que for totalmente preenchido, deve ser endereçado à Secretaria Nacional da Campanha: Avenida Francisco Sá, Casa A1, Jacarenga, Fortaleza (CE) – CEP: 60010-450. Contatos: (85) 3238-8392 e territoriopesqueiro@gmail.com.


Geral

Religiosos em busca de identidade e esperança Assembleia do Regional São Paulo da CRB refletiu compromissos nacionalmente assumidos pela Conferência Daniel Gomes

Reportagem na zona sul

Para partilhar os desafios atuais da vida religiosa consagrada e sistematizar ações a partir das quatro prioridades assumidas nacionalmente pela Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), 250 membros do Regional São Paulo da Conferência participaram de assembleia ordinária, nos dias 14 e 15, na Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (Fapcom), na zona sul. O tema “Vida religiosa consagrada hoje: identidade e esperança” e o lema “Permanece conosco! (Lc 24,29)”, em referência à passagem bíblica dos discípulos de Emaús, foram os mesmos da assembleia nacional, realizada em 2012. “A CRB tomou por bem esse lema dos discípulos de Emaús, porque eles se encontram em um momento de decepção, de encruzilhada, de desafio, que é o momento por que a Igreja passa e também a vida consagrada religiosa neste tempo da pós-modernidade”, comentou, ao O SÃO PAULO, irmã Geni dos Santos Camargo, presidente do Regional São Paulo da Conferência, que explicou, ainda, que da assembleia seriam sistematizadas linhas de ação para cada prioridade da CRB Nacional (veja ao lado). A assembleia regional foi assessorada pelo frei Moacir Casagrande, capuchinho, da equipe de reflexão bíblica da CRB Nacional, que tratou sobre a experiência dos discípulos de Emaús, a importância da vivência comunitária entre as

congregações, a identidade dos consagrados e as atitudes que deles se esperam. “O mundo capitalista que vivemos é da compensação, da retribuição, e nós precisamos olhar mais no sentido da doação, sem reservas e sem espera de retorno”, disse à reportagem. Para o assessor, as ações das congregações devem contemplar um carisma próprio, mas é fundamental que haja iniciativas conjuntas. “Não tem futuro a vida isolada, tem futuro só a vida em comunidade. Precisamos comungar, convergir, aprender a conviver sem fazer prevalecer o ‘eu’, mas sim o ‘nós’, que foi o que Jesus nos ensinou”, afir-

mou, comentando ainda que o papa Francisco chama a todos à prática da caridade. O cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, presidiu no domingo, 15, uma das missas da assembleia, durante a qual afirmou que hoje, assim como no caminho de Emaús, o encanto do encontro com Jesus faz com que cada pessoa reencontre a própria identidade e assim tenha esperança. O Arcebispo apontou que a vida consagrada tem uma importante missão testemunhal à humanidade e desejou que os consagrados ajudem as pessoas a viver melhor o Evangelho e a se aproximar de Deus.

Dom Odilo Pedro Scherer preside uma das missas da assembleia da CRB, dia 15

Prioridades crb nacional 2013-2016 Identidade e Mística: permanecer com Jesus, que caminha conosco e faz arder o coração, para reapropriar-nos do núcleo identitário da vida religiosa consagrada; Missão, Profecia e Juventudes: intensificar a presença missionária e a atuação profética nas situações de fronteira (humanas, geográficas, sociais e culturais) e periferias, com ênfase na realidade das juventudes e onde a vida é mais ameaçada;

Intercongregacionalidade e Leveza: fortalecer a intercongregacionalidade e proporcionar a partilha de carismas e experiências, buscando maior leveza institucional, em vista de sua missão. Formação: qualificar o processo formativo em todas as suas etapas e dimensões, com ênfase nas novas gerações, na humanização das relações e na vivência intensa da mística e da profecia.

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 17 a 23 de setembro de 2013

9

ANO DA FÉ

Com fé e contra a violência sofrida pelas mulheres Daniel Gomes/O SÃO PAULO

Daniel Gomes Redação

Aos 69 anos, ela é mãe de seis filhos, avó de 15 netos e tem uma bisneta. Em sua trajetória de fé e mobilização social, participou das CEBs, foi catequista, coordenadora de ensino religioso, líder de conselhos comunitários e já recebeu o título de cidadã picoense, honraria oferecida pela cidade Picos, no Piauí, onde vive atualmente. Nascida em Oeiras, no mesmo Estado, Maria José Alves do Nascimento, a Nega Mazé, teria razões de sobra para somente desfrutar da vida, mas segue empenhada a uma causa desde a década de 1980, quando foi uma das pioneiras da União das Mulheres Piauienses: o combate à violência contra a mulher. “É uma luta muito difícil, porque a mulher para se libertar tem que entender que deve ocupar espaço na sociedade”, avaliou ao O SÃO PAULO. “Somos mais da metade da sociedade brasileira, mas estamos vulneráveis, e a Igreja não pode se omitir de discutir a violência contra a mulher”. Nega Mazé acredita que, nem todos na Igreja estão sensíveis à luta feminina, mas considera que são as próprias mulheres que podem mudar esse cenário. “A Igreja abre espaço para as iniciativas e fazer essa defesa cabe a nós, mulheres. Temos que aprender a falar sobre isso sempre, discutir, colocar a questão.” Apesar da intensa rotina, Nega Mazé não se distancia da fé. “É fundamental que a gente participe da Igreja, porque é na Bíblia que a gente se alimenta. Todo compro-

‘Nega Mazé’ conta vida de fé

misso que a gente assume em defesa da pessoa mais pobre, é uma missão que Jesus Cristo coloca para a gente.” Nega Mazé se orgulha da família que tem. “O valor principal é o amor dos filhos pelos pais, porque quem não ama seu pai e sua mãe, não ama o mundo”, destacou. “Somos pobres, em casa não tem nenhum ‘doutor’, somente eu, que me formei agora em advogacia”, revelou, afirmando que já se prepara para o exame da Ordem dos Advogados do Brasil, para poder advogar. “Valeria a pena tanto esforço com quase 70 anos?”, é uma pergunta que recorrentemente ela escuta e para a qual tem pronta resposta. “Você não precisa da sabedoria, do estudo, para ganhar dinheiro, pois a sociedade lhe dá muito dinheiro mesmo quando você não vale nada. Agora, para construir uma sociedade nova, você precisa de valores, de competência, precisa entender as leis, precisa perder o medo do mundo, e sua competência depende do que você sabe.”


10

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 17 a 23 de setembro de 2013 Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Em peregrinação, Região Lapa faz testemunho da fé Atividade aconteceu no domingo, 15, e encheu a Catedral da Sé de fiéis que, com velas nas mãos, fizeram sua profissão de fé

Por ocasião do Ano da Fé, fiéis da Região Episcopal Lapa peregrinaram à Catedral da Sé para, junto à “Igreja Mãe da Arquidiocese de São Paulo” e do arcebispo metropolitano, renovar a fé.

Edcarlos Bispo Santana

Especial para O SÃO PAULO

Nem o calor extenuante e a baixa umidade do ar no domingo, 15, afastou os fiéis da Região Episcopal Lapa de participar da Peregrinação da Região à Catedral da Sé, “Igreja Mãe da Arquidiocese de São Paulo”. Usando lenços amarelos, que remetem à cor que representa a Região, os fiéis se encontraram no Pátio do Colégio e caminharam, carregando uma cruz e cartazes, até à Catedral. Na Catedral, a missa foi presidida pelo cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, concelebrada pelo bispo auxiliar da arquidiocese e vigário na Região Lapa, dom Julio Endi Akamine, e por dom Fernando José Penteado, bispo emérito de Jacarezinho, além de padres da região episcopal. Em entrevista ao O SÃO PAULO, dom Julio destacou que a peregrinação demonstra

que “todos estamos unidos à única Igreja de Jesus Cristo”. Para o Bispo, a fé também é testemunhada pelas obras que se pratica, e ao fazer isso, se testemunha a fé aos outros. Dom Julio afirmou que a profissão de fé orienta a vida e o modo de viver dos fiéis. Sobre a sensação de caminhar com a região, o Bispo disse que a sensação foi muito boa e significativa e cria um senso de pertença, de participação. Na homilia, o Cardeal destacou que é importante redescobrir a fé, pois a fé não é algo para ficar escondida no interior, mas é algo que deve aparecer. Para o Arcebispo, a Região Episcopal, com a pequena caminhada realizada, contribuiu com um testemunho público de fé. Roberto Carreira, 34, que trabalha na administração da Cúria Regional da Lapa, fez algo mais. Ele decidiu sair a pé da Igreja Nossa Senhora da Lapa e ir em direção ao Pátio do Colégio. A ideia, segundo ele, surgiu de outras caminhadas já realizadas, entre elas a feita pela juventude, no Rio de Janeiro, durante a JMJ, que saiu do Aterro do Flamengo e foi para Copacabana. Para Roberto, que ao chegar ao Pátio do Colégio ajudou a carregar a cruz, preparada pela região, até a Catedral da Sé, a peregrinação é uma expressão de fé, que faz o fiel acreditar que ele não deve perder a esperança, que é preciso acreditar.


Geral

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 17 a 23 de setembro de 2013

Pelo terceiro ano, Arsenal realiza leitura contínua da Palavra Atividade aconteceu de sexta-feira, 13, para manhã do sábado, 14, e se iniciou com a leitura do livro do Gênesis, pelo cardeal Scherer. Edcarlos Bispo de Santana

Especial para O SÃO PAULO

“No princípio, Deus criou o céu e a terra.” Assim, com a leitura do Gênesis, primeiro livro da Bíblia, às 20h18, da sexta-feira, 13, o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, deu início à terceira edição da “Vigília de leitura contínua da Palavra”, pro-

movida, pela Fraternidade da Esperança. De acordo com Simon Bernard, missionário da Fraternidade da Esperança, esta atividade pode ser considerada um dos frutos da Jornada Mundial da Juventude, já que ela nasceu no ano de 2011, por ocasião da chegada da Cruz e do Ícone de Nossa Senhora na cidade de São Paulo, que passaram pelo Arsenal da Esperança. O local, onde foi realizada a Vigília estava ornado com pinturas, feitas pelos atendidos do Arsenal, que reproduziram no teto a “Criação de Adão”, famosa pintura de Michelangelo feita na Capela Sistina, e demais momentos da criação do mundo descritos no Gênesis. De acordo com Simon, desde a primeira edição, já foram lidos os quatro Evangelhos, o Atos dos Apóstolos, as cartas e ficou faltando, para encerrar o Novo Testamento, o livro

do Apocalipse. Porém, para que não fosse lido apenas esse livro do Novo Testamento e se iniciasse o Antigo Testamento, a equipe que organiza o evento decidiu iniciar a leitura do Pentateuco – os cinco primeiros livros da Bíblia. Carolina Martins, 16, foi uma das jovens que, junto com o Arsenal da Esperança, esteve na JMJ, em julho, no Rio de Janeiro (RJ) Para ela, é importante viver de acordo com a Palavra, mesmo que isso seja difícil, deve-se tentar e seguir o que a Bíblia diz. Para Carolina, a JMJ foi uma experiência única. A jovem se diz orgulhosa por ter participado de um momento tão forte ao lado de mais de 3,5 milhões de jovens. Quando questionada sobre como levar a Palavra de Deus a mais pessoas, Carolina afirma que é preciso espalhá-la com a própria vida nos lugares por onde passa. Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

11

Mês da Bíblia Aline Girelli

Em companhia da Palavra de Deus NAYÁ FERNANDES

Especial para O SÃO PAULO

Atividade realizada no Arsenal da Esperança fez a leitura dos primeiros livros da Bíblia. Pelo terceiro ano, os participantes da “Vigília de leitura contínua da Palavra” puderam ler, meditar e orar a Palavra de Deus

Para celebrar e marcar o mês da Bíblia, em todo o Brasil, acontecem as chamadas “Semanas Bíblicas”. Nelas, as comunidades se reúnem para refletir sobre um tema ou livro bíblico, sobretudo aquele proposto no mês de setembro para cada ano. A Fraternidade Palavra e Missão, comunidade de leigos que se consagram para viver como religiosos e sacerdotes a serviço da Palavra, realiza, há três anos, a Semana Bíblica na área Pastoral São Pedro Apóstolo, na Vila Brasil, em Itaquera, zona leste da capital paulista. “Este ano contamos com a assessoria de Matthias Grenzer, professor de teologia da PUC-SP, tendo como tema principal o Evangelho de Lucas. Pudemos saborear dois trechos do Evangelho de Lucas: Lázaro e o homem rico (cf. Lc 16,19-31) e a mulher pecadora (cf. Lc 7, 36-50)”, explicou irmã Aline Girelli, que trabalhou na coordenação da Semana. O objetivo do estudo foi também de realizar, em comunidade, a meditação da Palavra de Deus, e proporcionar a cada participante “trazer para a roda a sua experiência com a Sagrada Escritura, lembrar quando foi a primeira vez que pegou uma Bíblia, quem a apresentou, quais eram os sentimentos”, contou irmã Aline. Outro destaque da meditação bíblica foi o um momento de “diálogo pessoal” com um texto, dando preferência individualmente, em forma de oração, como destacou uma das participantes, a Neusa Antunes Pimentel. “Foi um momento muito importante de estudo, aprofundamento e também de oração. Sempre é bom estarmos na companhia da Palavra de Deus e podermos desfrutar de toda bênção e desafio que ela nos lança. Participo todos os anos e, neste, destaco a competente assessoria do professor Matthias. Saio com um gostinho de ‘quero mais’ e desafiada a olhar além”, disse.


12

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 17 a 23 de setembro de 2013

Região Brasilândia

Ministério de padre Vladimir é lembrado em missas Em celebrações de exéquias e de 7º dia, fiéis e clero da Região recordaram vida do Sacerdote, encontrado morto em 7 de setembro

comunidade, pois ainda não há um padre para assumir a Paróquia Nossa Senhora do Carmo, mas os padres Genival Lima da Silva e Eduardo Bina, atuantes na Região Belém, ajudarão aos fins de semana, até que venha um novo pároco. Provisoriamente, o padre Jaime Izidoro de Sena, da Paróquia São Judas Tadeu, a administrará. A missa de corpo presente do padre Vladimir aconteceu na

terça-feira, 10, também presidida por dom Milton e concelebrada pelos padres e amigos no sacerdócio. Ele foi sepultado no início da tarde do mesmo dia, no cemitério Santíssimo Sacramento, região central de São Paulo. Padre Vladimir Anselmo da Silva, 50, estava desaparecido desde 24 de agosto e foi encontrado morto na noite do sábado, 7, em uma propriedade par-

ticular próxima a Pedra do Baú, na cidade de São Bento do Sapucaí, no interior de São Paulo. O Padre completaria 25 anos de ordenação sacerdotal em dezembro deste ano. Nascido em 6 de março de 1963, em Londrina (PR), foi ordenado padre em 18 de dezembro de 1988, em São Paulo. Na Região Episcopal Brasilândia, atuou nas seguintes paróquias: São José da Vila Palmei-

ras (a partir de 1989), Nossa Senhora Mãe de Deus (1992), Nossa Senhora Aparecida da Vila Souza (1999), Nossa Senhora Mãe e Rainha (2006) e Nossa Senhora do Carmo (2013). Foi, ainda, reitor do Seminário Maior de Filosofia Santo Cura D’ars (1996), ecônomo da Região Brasilândia (2010) capelão do Colégio Religioso Padre Moye, das Irmãs da Providência de GAP. Renata Moraes

da região episcopal

Na noite do domingo, 15, os fiéis da Região Brasilândia se reuni- BRASILÂNDIA ram na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, na Vila Cruz das Almas, para rememorar o 7º dia de falecimento do padre Vladimir Anselmo da Silva, em missa presidida por dom Milton Kenan Júnior, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região. As paróquias em que o Padre exerceu seu ministério sacerdotal também celebraram o 7º dia: Paróquia Nossa Senhora Mãe e Rainha, no Jardim Panamericano; e Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Souza; bem como a Paróquia Santos Apóstolos, no Jardim Maracanã, onde viveu, nos últimos três meses. Em sua homilia, dom Milton falou sobre a pessoa do padre Vladimir. “Quando olhamos para a vida dele, vemos o grande esforço que fez em superar-se, sempre dando o melhor de si. A alegria do padre Vladimir era fazer a felicidade dos outros.” O Bispo também agradeceu a toda a Região pelas manifestações de carinho e preocupação com o Padre no período de seu desaparecimento, expressa em telefonemas, mensagens de carinho e pelas orações. “O que podemos dizer a Deus hoje é obrigado pela vida e pelo sacerdócio do padre Vladimir.” O Bispo também agradeceu em especial à Paróquia Nossa Senhora do Carmo, que o acolheu nos seus últimos e mais difíceis meses de vida. “Muito obrigado pela ajuda de todos vocês, que souberam amar e acolher o padre Vladimir, que Deus recompense todo carinho e amor que vocês deram a ele.” Ao fim da celebração, dom Milton pediu calma e paciência à

Dom Milton Kenan Júnior preside missa de 7º dia em memória ao padre Vladimir Anselmo da Silva, na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, no domingo, dia 15 palavra do bispo

‘Alegrai-vos comigo, encontrei o que havia perdido’ Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia

Dom Milton Kenan Júnior

Mais uma vez, realiza-se, na Igreja do Brasil, o Mês da Bíblia, que tem como tema, neste ano: “Discípulos Missionários a partir do Evangelho de Lucas”; com o lema: “Alegraivos comigo, encontrei o que havia perdido” (cf. Lc 15). Chama nossa atenção o lema: “Alegrai-vos comigo, encontrei o que havia perdido” (Lc 15, 6.9.32). Essa frase se repete nas três parábolas que Jesus narra sobre a misericórdia de Deus. Ela nos diz da alegria de Deus em salvar os que se perdem; e o desejo de

agenda regional

Deus de salvar a todos, indistintamente. Mas, podemos servir-nos dessa frase para falar da alegria do discípulo de Jesus, por ter reencontrado o Mestre e permanecido com ele (cf. Jo 1,39); pelo fogo que lhe queima o coração quando o escuta pelo caminho da vida e quando o contempla na fração do pão (cf. Lc 24, 13-35); quando retorna da missão contando as maravilhas de Deus (cf. Lc 10,17); por aquele “primeiro amor” (cf. Ap 2,4), cuja chama parecia apagada e que foi reacendida, quando são capazes de debruçar-se sobre os que estão estendidos pelo caminho e lhes cura as feridas (cf. Lc 19). Buscar o que está perdido é o segredo de todo discípulo

missionário. Ele não se contenta com o que já foi alcançado e obtido, precisa avançar sempre mais, impelido pelo amor de Cristo. Como São Paulo, ele pode dizer: “A caridade de Cristo nos impulsiona, quando consideramos que um só morreu por todos e que, por conseguinte, todos morreram. Ora, ele morreu por todos a fim de que aqueles que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que morreu e ressuscitou por eles” (2 Cor 5, 14-15). Convenhamos que hoje precisamos dessa comoção missionária que nos leve a abandonar estruturas desgastadas pelo tempo, assumir posturas novas cheias daquela convicção que nasce da fé, que nos permitam assumir riscos;

avançar por “mar adentro” (cf. Lc 5,4) apesar dos fracassos e desilusões, confiando na Palavra de Jesus que desafia e sustenta na missão. O evangelista Lucas pode nos ajudar nessa empreitada! Ele nos recorda que vivemos o tempo da realização das promessas, o tempo da salvação que se realiza em nossas vidas à medida que nos abrimos à Boa Nova do Senhor. Ele nos fala da bondade de Cristo, que ultrapassa todos os limites, e do caminho por ele percorrido para a sua Páscoa, onde envia todos os discípulos em missão até os confins da terra. Ele nos fala da força da oração perseverante e da assistência alegre e generosa do Espírito Santo, que gera alegria na vida dos que o acolhem.

Quarta-feira (18), 20h

Domingo (22), 11h

Domingo (29), 15h

Missa de Aniversário de um ano do grupo de oração “A luz do Senhor”, Paróquia Santa Izabel e Santa Luzia (rua Vicente Soares da Costa, 81, no Jardim Primavera). Informações: (11) 3936-2341.

2ª Festa Beneficente de Comidas Típicas Brasileiras da Paróquia Santa Rita de Cássia (rua João Melo da Câmara, 47, Vila Progresso). Informações: (11) 3971-3717.

Peregrinação da Região à Catedral da Sé, celebrando o Ano da Fé. Concentração à partir das 14h, no Pátio do Colégio. Informações: (11) 3924-0020.


Região Belém

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 17 a 23 de setembro de 2013

13

Clero se reúne com o cardeal dom Odilo Scherer Retiro dos padres e diáconos aconteceu de 9 a 12, em Itaici, Indaiatuba (SP), e teve como tema principal a fé

O tema de todo o momento foi a fé, que, segundo dom Odilo, “deve estar presente em todos os aspectos da vida dos ministros ordenados”. Para contribuir no retiro, que cada qual é responsável de realizar, como destacou o pregador, são fundamentais os “aspec-

tos como a fraternidade entre os padres, um contato intenso e afetuoso com o povo”, disse dom Odilo. Entre tantos elementos presentes nos momentos de reflexão, o Arcebispo acentuou que os padres e bispos são parte integrante do mistério da

fé, que, no momento da ordenação, se caracteriza particularmente pela entrega do livro dos Evangelhos, num destaque de sua missão de anunciador não somente por palavras, mas em toda a sua vivência. O Ministério do Presbítero deve ser desempenhado “com

dignidade e sabedoria”, por meio do qual se demonstra todo o respeito devido a Deus e a seu povo. O clima fraterno e o destaque dado ao silêncio propiciador do aprofundamento espiritual ocuparam a atenção e o empenho de todos os participantes. Arquivo pessoal

da região episcopal

Entre os dias 9 e 12, o clero da ArquidiocebELÉM se de São Paulo que atua na Região Episcopal Belém realizou seu retiro anual em Itaici. Participaram 63 padres e três diáconos permanentes, sob a direção espiritual do cardeal arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer. Durante o encontro, os padres meditaram e celebraram em todos os dias a Eucaristia, presidida pelo Cardeal e concelebrada por dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém.

Padres e diáconos na Região Belém participam de retiro; cardeal dom Odilo Scherer, responsável pela direção espiritual, aborda, entre outras coisas, a fé

Conselho Regional de Pastoral da Região Belém define mudanças para 2014 da região episcopal

No sábado, 14, 40 participantes, coordenadores de diversas pastorais dos dez setores da Região Episcopal Belém, se reuniram na sala Santana do Centro Pastoral São José para, junto com seu coordenador regional de Pastoral, padre Cláudio de Oliveira, e do bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo para a Região Belém, dom Edmar Peron, realizarem o Conselho Regional de Pastoral (CRP). O CRP teve início com um momento celebrativo e, em seguida, dom Edmar abriu a palavra para que os representantes das pastorais e movimentos presentes pudessem expor suas motivações, inquietações e experiências. Assim, as pastorais da Pessoa Idosa, da Saúde, da Comunicação (Pascom), Familiar, Movimento de Integração Campo Cidade e do Encontro de Casais com Cristo fizeram nessa primeira parte a exposição de seus trabalhos. Como ponto comum, todas as pastorais pediram mais exposição e acompanhamento, o que veio ao encontro da inquietude da Pascom regional, que necessita da divulgação dos trabalhos das pastorais para a inclusão no site da Região Belém e nas matérias para o jornal O SÃO PAULO.

Depois da exposição das pastorais, dom Edmar tomou a palavra em nome da coordenação regional para expor a ideia de aperfeiçoar o trabalho dos conselhos nos diversos níveis, para que o CRP seja mais bem aproveitado. “O objetivo é adequar cada espaço de organização, para desenvolvermos melhor os nossos trabalhos específicos, organizando melhor

nosso trabalho geral”, disse dom Edmar. “Afinal, pedras soltas não formam um mosaico; mosaico é quando juntamos as pedras de forma harmônica”, comparou. Dessa forma, a representação das pastorais e movimentos nas paróquias e nos setores definiriam aqueles que atuariam nos conselhos paroquiais, conselhos setoriais e por fim se juntariam

com a comissão de pastoral regional, que tem cinco coordenadores do Secretariado de Pastoral, mais o padre coordenador e um leigo de cada setor. Esse grupo formará o Conselho Regional de Pastoral, que se reunirá após os outros encontros, passando a ser trimestral. “E como pauta central, teremos sempre as ações gerais, presentes no 11º Plano de Pastoral, que

é o nosso elemento de unidade”, disse dom Edmar. Padre Cláudio resumiu a ideia da coordenação. “Dessa maneira, teremos um CRP mais objetivo e participativo. É verdade que é um processo – temos este fim de ano para experimentá-lo – semelhante a uma corrente: se um elo se partir num determinado ponto, não fazemos funcionar o motor da Região”, finalizou.

palavra do bispo

Crescer na fé, praticando a Palavra Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém

Dom Edmar Peron

Na semana passada, refletia sobre a leitura orante da Bíblia, apresentando a sua dinâmica, o jeito de fazê-la, a partir da exortação apostólica Verbum Domini. Nesse documento se lê que “a lectio divina não está concluída, na sua dinâmica, enquanto não chegar à ação, que impele a existência do fiel a doar-se aos outros na caridade” (VD 87). Chegar à ação! Sim, sobre isso gostaria de

refletir desta vez; mas penso em uma ação anterior àquela da caridade: realizar a própria leitura orante. Em nossos dias, com certa facilidade e gosto, reconhecemos a importância que a Bíblia tem na vida e na missão na Igreja, e, portanto, também na vida e na missão de cada cristão, de cada cristã. De fato, o catequista no seu ministério junto a crianças, adolescentes, jovens ou adultos; o padre, diante de sua paróquia; o bispo, à frente da diocese; a família, responsável pela transmissão da fé às novas gerações; o cristão leigo, em seu ambiente de trabalho, estudo ou diversão,

onde deve testemunhar sua fé... Todos têm necessidade de que a Bíblia esteja no “fundamento” de sua “vida espiritual” (VD 72) e alimente a sua fé. Contudo, nos Evangelhos, Jesus adverte sobre a necessidade de passar do conhecimento à prática. Ao concluir o “sermão” da montanha (Mt 7, 21-27), ele ensinou que toda pessoa que “ouve” a sua Palavra e a “põe em prática” é comparável a quem constrói casas sobre um bom alicerce; tal casa não vai desabar. A vida cristã tem necessidade desse alicerce profundo, firme, inabalável da prática da Palavra de Deus. Dessa maneira, saber e

falar que a leitura orante é importante na vida de cada cristão é somente o primeiro passo. Vamos, portanto, à ação; pratiquemos esse jeito de ler a Bíblia. Para isso, além do Livro Sagrado, você precisará de um relógio e de uma agenda. Ninguém, sem organizar o próprio tempo, conseguirá ler cada dia a Palavra de Deus; começará, mas não prosseguirá. Que o exemplo dos santos e santas nos estimule a essa leitura bíblica cheia de fé. E, bebendo dessa fonte, passemos ao amor sincero para com os irmãos e irmãs que sofrem tantas necessidades, doemo-nos “aos outros na caridade”.


14

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 17 a 23 de setembro de 2013

Região Ipiranga

Dom Odilo abençoa e envia ministros da Palavra Na homilia, o Cardeal incentivou os novos Ministros a terem intimidade com a Palavra, definindo-a como a síntese de tudo

nistrador paroquial, padre Ricardo Pinto, apresentou os candidatos ao ministério, e dom Odilo fez-lhes perguntas se queriam viver mais intensamente a Palavra e serem “Testemunha de Jesus Cristo na cidade de São Paulo”, como propõe o 11º Plano de Pastoral

Arquidiocesano. Ao responderem “Quero!”. Os novos Ministros revelaram a experiência que cada um e toda a Paróquia está fazendo através do contato profundo e comprometido com a Palavra de Deus. Na homilia, dom Odilo incentivou os novos Ministros a

ter intimidade com a Palavra, definindo-a como a síntese de tudo o que se deseja conhecer e viver como cristão. Manifestou também a sua alegria pelo interesse dos leigos servirem não somente nas celebrações eucarísticas, mas também nas diversas necessidades pasto-

rais, em que a Palavra de Deus deverá ser proclamada. Não faltou o convite a olharem para Maria, “discípula fiel à Palavra”, já que a visita de dom Odilo, a celebração, a bênção e o envio dos ministros da Palavra fazem parte da comemoração dos 46 anos da Paróquia. Renata Garcia Quito

da região episcopal

Cinquenta leigos e leigas da Paróquia Nossa IPIRANGA Senhora Aparecida da Vila Arapuá foram abençoados e enviados por dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, como ministros da Palavra, em missa solene celebrada no domingo, 15. “A proposta para implantação desse ministério foi uma das prioridades escolhidas na nossa última assembleia paroquial e a preparação foi a partir da Carta Encíclica Verbum Domini, do papa Bento 16”, explicou Gilberto Martins, coordenador de pastoral. Nos encontros, os novos Ministros tiveram formação bíblica, litúrgica e técnica, visando proclamar a Palavra de Deus com maior santidade, dignidade e harmonia. Durante a missa, o admi-

Conselho de Pastoral faz aprofundamento sobre a Bíblia da região episcopal

Aconteceu no sábado, 14, a reunião do Conselho Regional de Pastoral (CRP) da Região Episcopal Ipiranga, da qual participaram os coordenadores regionais de pastorais e aos assessores espirituais. Padre Jorge Bernardes, pároco da Paróquia Santa Cândida e coordenador do Setor Ipiranga, fez uma reflexão sobre a Bíblia, a importância de conhecer e ler também com o coração a Palavra, pois ela está ao alcance de todos, independentemente da condição de cada um. A Palavra tem o poder de alimentar os fiéis, proteger e consolar nos momentos mais difíceis da vida, explicou o padre, que também disse aos presentes como analisar a Palavra por meio de uma visão linear e de uma visão dialética. No fim da reflexão foi colocado um filme sobre a Bíblia, quando todos tiveram a oportunidade de esclarecer dúvidas.

Dom Odilo com os 50 leigos da Paróquia Nossa Senhora Aparecida da Vila Arapuá, que recebem no domingo, 15, o envio de ministros da Palavra

Ministros da Eucaristia participam de retiro espiritual No sábado, 14, os Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão (MESC), que atuam na Região Episcopal Ipiranga, participaram do Retiro Espiritual Anual, promovido pela coordenação regional dos MESC e realizado na Mariápolis Ginetta, em Vargem Grande Paulista (SP). Os quase 350 participantes refletiram sobre “A Eucaristia na vida dos Santos”, sob a orientação do padre Manoel Madruga, jesuíta, agenda regional

com grande experiência em retiros. O diácono Anivaldo Blasques, coordenador regional dos ministros, junto com os coordenadores dos setores Anchieta, Cursino, Imigrantes, Ipiranga e Vila Mariana prepararou o Retiro. O ambiente acolhedor e harmonioso da Mariápolis serviu como cenário para a programação feita com reflexões e momentos de oração e convivência. Especial

foi o silencioso momento do “deserto”; que fez com que todos entrassem em oração. Durante as reflexões, o orientador afirmou que o relacionamento com os Santos não deve ser somente para “pedir coisas”, mas, sobretudo, para “conhecer e imitar” a vida deles. Percorrendo uma grande lista de Santos, citou experiências que fizeram na relação com a Eucaristia. Dentre essas, a do cardeal Van Thuan,

que durante os 13 anos em que esteve prisioneiro, no Vietnã, viveu um amor fiel e incondicional à Eucaristia, celebrando muitas vezes a missa com apenas uma gota de vinho e outra de água na palma da mão. A celebração conclusiva, na Igreja de Jesus Eucaristia, foi com a liturgia da Exaltação da Santa Cruz que selou a certeza de que a Eucaristia é o fundamento da vida de santidade.


Região Lapa

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 17 a 23 de setembro de 2013

15

Paróquia comemora Nossa Senhora dos Pobres Benigno Naveira

Devoção à Virgem começou na Bélgica, após aparições que foram reconhecidas pela Igreja em 1949 da região episcopal

Em 1933, entre 15 de janeiro e 2 de março, em LAPA Banneux, um viralejo na Bélgica, aconteceram as oito aparições da Virgem a uma menina chamada Mariette Beco, 11 anos. Nossa Senhora deixou algumas mensagens: “Eu sou a Virgem dos Pobres”, “Venho aliviar os sofrimentos”, “Reze muito”, “Creia em mim... eu crerei em ti”, entre outras. Conhecida como Nossa Senhora de Banneux ou Virgem dos Pobres, em 1949, a Igreja Católica reconheceu as aparições e passou a chamá-la de Nossa Senhora dos Pobres, padroeira de uma paróquia do Setor Butantantã, onde a imagem chegou em 1957, trazida pelas irmãs vicentinas, diretamente de Banneux. No domingo 15, às 11h, com a mensagem, “Nossa Mãe Maria Santíssima está presente em todos os momentos de importância fundamental na História da Salvação, presença leve, serena, muitas vezes até silenciosa”, a Paróquia Nossa Senhora dos Pobres, no Setor Butantã, Região Episcopal Lapa, festejou o dia da padroeira com a celebração eucarística presidida pelo pároco padre Nelson da Silva Santos. Na homilia, o Padre disse que “Deus ama sem olhar os méritos, que a sua Palavra revela a condição humana, na qual todos somos pecadores. ‘Se dissermos que não temos pecado, nos enganamos a nós mesmos, e a verdade não está em nós’” (1Jo 1,8). “A vontade de Deus e seus mandamentos devem ser a nossa referência de vida e, portanto, a baliza de nosso exame de consciência. Deus respeita nossa consciência, ele não nos invade, nos convida a reconhecer nossa pequenez e limitação, derramando nossa alma na presença do Senhor (1Sm 1,15). O Amor de Deus acende em nós aquela saudade de viver perto de Deus. É esta saudade de Deus que nos leva ao arrependimento”, disse padre Nelson. “Nós recebemos uma herança de Deus, corpos sadios, mentes boas, rela-

Padre Nelson da Silva Santos preside celebração eucarística na festa da padroeira da Paróquia Nossa Senhora dos Pobres, no Setor Butantã, no domingo, dia 15 palavra do bispo

As etapas da Revelação de Deus Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa

Dom Julio Endi Akamine

Prezado leitor do O SÃO PAULO, os parágrafos 54 a 65 do Catecismo da Igreja Católica falam das etapas da Revelação. A partir da Bíblia, o Catecismo identifica quatro etapas da Revelação Divina: a aliança com Noé, a eleição de Abraão, a aliança do Sinai com o povo de Israel e, por fim, a plenitude da Revelação em Jesus Cristo. Qual é o sentido dessas

cionamento amoroso, um mundo lindo. Ele nos proporciona ricamente para nosso aprazimento (cf. 1Tm 6,17), com apenas uma provisão, agenda regional

etapas? Por que Deus não revelou logo tudo de uma vez? O ser humano deseja encontrar Deus, e Deus quer também estabelecer com o homem uma relação de comunhão de vida. Mas esse encontro entre Deus e o homem não se dá como uma imposição ou uma ação que invade e submete o ser humano. Deus não quer que a relação com ele seja uma absorção ou uma assimilação da nossa humanidade. A pedagogia divina indica o modo respeitoso e amoroso com que Deus “conquista” o coração humano, em vista de uma comunhão plena de vida.

Seguindo essa pedagogia salvadora, Deus age com grande respeito e delicadeza em relação ao homem. Pedagogia divina significa que Deus, procura se adaptar ao homem, a fim de fazer com que ele se torne familiar a Deus. Sendo o homem um ser histórico e social, a Revelação inclui um desenvolvimento histórico, feito de etapas (as alianças com Noé, Abraão, Moisés e em Cristo). Inicialmente, Deus firmou com a humanidade, representada por Noé, um pacto de amizade (cf. Gn 9, 8-17). Essa aliança com Noé indica que Deus se faz presente não só

nos indivíduos (no coração das pessoas, no recesso de sua consciência), mas também nos povos, ou seja, nas suas culturas, nas suas tradições, nas suas instituições, nas suas riquezas espirituais, e nas suas religiões. Além disso, Noé representa a aspiração por uma unidade fundamental de toda a humanidade. Mesmo que haja a pluralidade de nações, a Aliança com Noé é a promessa de uma unidade radical de toda a humanidade que mostre que as diferenças não levam necessariamente à separação e à guerra, mas podem enriquecer a própria comunhão e a unidade dos povos.

que devemos reconhecer, agradecidos, a sua bondade. E o que temos feito? Nós pegamos estes presentes como se fossem nossos por

direito e os desperdiçamos em empreendimentos que são ou pecaminosos ou sem sentido”, ressaltou o Padre. Após o término da missa,

o Padre convidou a todos para o almoço de confraternização em homenagem à Padroeira, no salão paroquial.

Quarta-feira (18), 14h

Quinta-feira (19)

Sexta-feira (20), 11h

Reunião da equipe para programação da Campanha da Fraternidade 2014, que terá como tema o tráfico humano, na Cúria da Lapa (rua Afonso Sardinha, 62, Lapa).

Às 14h, palestra sobre Prevenção da Saúde na Paróquia São João Batista, em Pirituba (rua Rubens de Souza Araújo, 495, Vila Mangalot).

Reunião de padres no Setor Lapa. Será Paróquia Nossa Senhora Aparecida (rua Félix Della Rosa, 536, Vila Anglo Brasileira).

Às 17h15, missa no Hospital Universitário-Capela Ecumênica da USP (avenida Prof. Lineu Pretes, 2.565).


16

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 17 a 23 de setembro de 2013

Região Santana

Dom Sergio celebra Nossa Senhora da Piedade Pascom

Terço, procissão e missa marcaram os festejos da padroeira da Paróquia no Setor Jaçanã da região episcopal

No domingo, 15, dom Sergio de Deus Borges, SANTANA bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, esteve presente nos festejos da padroeira da Paróquia Nossa Senhora da Piedade, Setor Jaçanã. O Bispo rezou o terço com a comunidade, participou de uma procissão pelas ruas do bairro e presidiu celebração eucarística, que contou com a presença do frei Jairo dos Santos Bezerra, administrador da comunidade. Refletindo sobre o Evangelho da crucificação, em que Jesus entrega Maria como mãe para o discípulo João, dom Sergio afirmou que “devemos aprender com São João: o lugar do discípulo autêntico de Jesus é aos pés da cruz, que ilumina nossas vidas, vencendo as trevas”.

Dom Sergio de Deus Borges reúne-se com jovens da Paróquia Nossa Senhora da Piedade na festa da padroeira

Ao fim da celebração, o grupo de jovens homenageou Nossa Senhora da Piedade com uma apresentação de música e dança. Aliás, esse título de Maria também é lembrado em outra paróquia da Região, no bairro da Casa Verde, Nossa Senhora das Dores. Na tarde do sábado, 14, dom Sergio também lá esteve presidindo missa na festa da padroeira.

Essa devoção remonta ao ano de 1239, quando no dia 15 de setembro, teve início em Florença, na Itália, a meditação sobre as sete dores da Virgem Maria: a profecia de Simeão, a fuga para o Egito, a perda do menino Jesus, o encontro no caminho do Calvário, a morte de Jesus, o golpe da lança e a deposição da cruz e o sepultamento de Cristo.

A representação de Nossa Senhora da Piedade é figurada portando uma auréola de sete estrelas, que simbolizam suas sete dores. A paixão foi tema de outra celebração, no dia 14, a festa da Exaltação da Santa Cruz, que é a festa da exaltação do Cristo vencedor. Na Região, foi celebrada na Paróquia Santa Cruz.

Dom Sergio, presidindo missa naquela Paróquia, em sua homilia, ao falar da necessidade da valorização da Cruz do Senhor no dia a dia, citou estas palavras do beato João Paulo 2°: “A Eucaristia é o memorial de todo o mistério pascal: paixão, morte, descida à mansão dos mortos, ressurreição e ascensão ao céu; e a Cruz é a manifestação enternecedora do ato de amor infinito, com que o Filho de Deus salvou o homem e o mundo do pecado e da morte. Por isso, o sinal da cruz é o gesto fundamental da nossa oração, da prece do cristão. Fazer o sinal da cruz ao amanhecer, antes das atividades ou refeições e antes de adormecer significa pronunciar um sim visível e público àquele que morreu por nós e que ressuscitou, ao Deus que na humildade e na debilidade do seu amor é o onipotente, mais vigoroso que todo o poder e inteligência do mundo”. Dízimo Na quinta-feira, 12, ocorreu na Cúria Regional, reunião presidida por dom Sergio com párocos e vigários paroquiais para iniciar o projeto “Dízimo, uma obra de fé”, que será desenvolvido na Região Santana até 2015, com assessoria de Antoninho Tatto.

palavra do bispo

Vamos peregrinar à Sé! Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana

Dom Sergio de Deus Borges

Dom Odilo, nosso pastor, por meio da 2ª Carta Pastoral, convocou todos os fiéis da Arquidiocese a viver intensamente o Ano da Fé, instituído pelo santo padre Bento 16, e apresentou algumas ações mais destacadas para valorizar a nossa fé católica. Entre as ações para as quais estamos todos convocados, consta a peregrinação do povo de cada região episcopal à Catedral da Sé. Jesus, São José e Nossa Senhora peregrinaram de Nazaré a Jerusalém, onde estava o templo, local santo e privilegiado de encontro com Deus todopoderoso e cheio de misericórdia, e faziam esta peregrinação todos os anos, pela festa da Páscoa (cf. Lc 2,41). Cumpriam fielmente os deveres de sua comunidade e de sua fé. Peregrinar significa sair de

nós mesmos para ir ao encontro de Deus lá onde ele se manifestou e se manifesta, lá onde a graça divina se mostra com grande esplendor e produz abundantes frutos de conversão e santidade entre os batizados; é agradecer a Deus pela fé que temos e pelas graças que derrama sobre nós e nossas comunidades. Peregrinar à Sé é contemplar a Igreja em toda a sua beleza e esplendor. Quando entramos na Igreja, contemplamos o mistério, porque a Catedral nos revela, com a beleza de seus símbolos, o mistério de Cristo e sua Igreja. Na Catedral, junto com o Bispo, descobrimos o Cristo Mestre, que graças à sucessão apostólica, nos ensina por meio dos tempos; e, no altar, vemos o Cristo mesmo no ato supremo da redenção. Olhando para os irmãos que também peregrinam, podemos dizer com São Paulo: “vós sois o edifício de Deus...” (Cf. João Paulo 2°). A peregrinação dos membros de todas as paróquias da

Região Santana à Catedral da Sé será, acima de tudo, um momento privilegiado de reforçar a unidade e a comunhão que existe entre todos nós, clérigos e leigos, com nosso arcebispo, dom Odilo, e seu magistério: é renovar a fé que nos une e nos salva; é proclamar que vamos continuar nessa comunhão porque sabemos que nela se manifesta que somos católicos, não estamos por aí em pequenos grupos separados, pequenas Igrejas, mas pertencemos à Igreja Santa e Católica; é louvar a Deus, todo poderoso, que habita esta cidade, que se encontra em nossas Igrejas e nosso coração; é testemunhar que estamos vivendo a fé que o Senhor Jesus nos deixou e vamos nos manter firmes nesta fé até o fim de nossos dias. Vamos todos, jovens, idosos, adolescentes, crianças, adultos, dia 22, às 14h, nos encontrar na praça da Sé e nos fazer peregrinos, como se fez peregrino o menino Jesus com seus santos pais.


Região Sé

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 17 a 23 de setembro de 2013

17

Clero reflete sobre ações para defesa da vida Em reunião mensal, padres receberam informações sobre questões relacionadas à descriminalização do aborto no Brasil da região episcopal

O clero da Região Episcopal Sé realizou sua reunião menSÉ sal na manhã da quarta-feira, 11, na Paróquia Santo Eduardo, no Bom Retiro, na região central de São Paulo. Os presbíteros refletiram sobre o tema do aborto, assessorados pelo padre Berardo Graz, da Diocese de Guarulhos (SP). A temática está ligada à Semana Nacional pela Vida, que acontece de 1º a 7 de outubro, com o tema “Cuidar da vida e transmitir a fé”. Padre Berardo apresentou informações e esclareceu algumas inverdades que são divulgadas por instâncias da sociedade favoráveis ao aborto, como a informação de que todos os anos no Brasil morrem milhares de mulheres vítimas de abortos clandestinos. De acordo com dados do Ministério da Saúde, as mortes por aborto de qualquer tipo somam 13% das mortes maternas, que, na maioria dos casos, ocorrem por eclampsia, hemorragia pós-parto, infecção puerperal, deslocamento prematuro de placenta, entre outras. No material apresentado pelo Padre ao clero também foram recordadas iniciativas da Igreja no Brasil para combater o aborto, como a Campanha da Fraternidade de 2008, que falou sobre a defesa da vida com o lema “Escolhe, pois, a vida”, e o Padre indicou o nome de médicos, advogados e peritos no assunto que seguem as orientações da Igreja sobre o tema. Foi também apresentada ao clero uma cronologia dos projetos para a descriminalização do aborto no Brasil, como o projeto de lei intitulado “Norma Técnica sobre o Tratamento dos Agravos da Violência Sexual

palavra do bispo

‘Recobra, pois, o fervor’ (Ap 3,19) Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé

Dom Tarcísio Scaramussa

As cartas às Igrejas do livro do Apocalipse são uma mensagem muito oportuna no momento em que se aproximam nossas assembleias. A assembleia é uma reunião de Igreja e reflete a vida da própria Igreja. A assembleia nos convoca à avaliação dos passos dados na caminhada. É importante recordar que o plano de pastoral representa para nós um caminho indicado pelo Espírito, e que, portanto, devemos

fazer revisão de nossa vida e de nosso compromisso com esta convicção: como minha paróquia e pastoral, e como eu pessoalmente estou empenhado em realizar o que o Espírito está indicando para a nossa Igreja de São Paulo? Considerar a assembleia apenas como uma reunião técnica, e não relacioná-la com a vida e a missão da Igreja é um equívoco. A falta de motivação para assumir um plano de pastoral deve provocar em nós profundos questionamentos, do ponto de vista teológico, eclesial e espiritual! Ficar indiferente frente à moção do Espírito é um grande risco! Oxalá não se aplique a nós a mensa-

gem ao anjo da Igreja de Laodiceia, do livro do Apocalipse: “Conheço tua conduta: não és frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Assim, porque és morno, nem frio nem quente, estou para te vomitar de minha boca” (Ap 3, 15-16). Da mesma forma, não aconteça que sejamos avaliados como displicentes diante do Senhor, ou, pior, como quem faz pouco caso do que é sagrado! Ao contrário, que a avaliação resulte positiva e nos leve a dar graças a Deus por continuar conduzindo sua Igreja e fortalecendo-a na fidelidade e no entusiasmo, realizando uma verdadeira conversão pastoral.

Em qualquer situação, a assembleia é momento de convocação do Senhor para renovarmos nosso compromisso com a evangelização. Por isso, a mensagem ao anjo da Igreja de Laodiceia anima-a com essas palavras: “Recobra, pois, o fervor, e se converta! Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo. Ao vencedor, farei sentar-se comigo no meu trono, como também eu venci e estou sentado com meu Pai no seu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas” (Ap 3, 19-22). Centro de Pastoral da Região Sé

Ladeado por dom Tarcísio Scaramussa, padre Berardo Graz esclarece o clero sobre as verdades e mitos entorno da proposta de descriminalização do aborto

contra a Mulher”, que permite “o atendimento ‘integral’ às vítimas de violência sexual, inclui o direito ao aborto”, sancionado em agosto deste ano. Segundo padre Berardo, “na linguagem técnica já consagrada pelas normas publicadas pelo Ministério da Saúde, se a gravidez é decorrência de violência, o conceito de atendimento integral à vítima inclui

agenda regional

o direito ao aborto”. Ele ainda alerta: “Desde 1998 e, mais ainda, desde 2004, as normas preveem que não haja necessidade da apresentação das provas da violência para pedir o aborto. Mas, com a nova lei, o conceito de violência passa a ser entendido de modo tão amplo, que já não haveria mais sentido em apresentá-las, mesmo que estas fossem exigidas”.

Encontro Nacional de Presbíteros Durante a reunião do clero, também foram eleitos os padres que irão representar a Região Sé no Encontro Nacional de Presbíteros, que ocorrerá em 2014. São eles: padre Daniel Hayang Lim Koo, vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, na Aclimação; padre Anderson Bernardes Ban-

zato, vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Brasil e coordenador do Setor Jardins; Padre Rogério de Lima Mendes, pároco da Paróquia São Paulo da Cruz e coordenador do Setor Pinheiros; e como suplente o padre Gilberto Martins, administrador paroquial da Paróquia Nossa Senhora Casaluce.

Terça-feira (17)

Quinta-feira (19)

Sexta-feira (20)

Sábado (21), 17h

Aniversário de ordenação sacerdotal do frei Alain André Henri Hevin, vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima.

Aniversário natalício de dom Tarcísio Scaramussa.

Aniversário de ordenação sacerdotal do padre Ilson José Frossard, residente na Região Sé.

Dom Tarcísio Scaramussa celebra o sacramento da Confirmação na Paróquia Santa Generosa (Avenida Bernardino de Campos, 360, Paraíso).


18

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 17 a 23 de setembro de 2013

Geral

Encontro Missionário com o Cardeal Institutos, congregações e grupos missionários estão convidados para um encontro missionário com dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, no dia 5 de outubro, das 8h às 12h, no Centro Pastoral São José do Belém. “Queremos refletir sobre nossos esforços missionários na Arquidiocese e no mundo”, afirmou a coordenação do COMIAR.

Fé marca 6 meses do pontificado de Francisco Palestra assessorada por Francisco Catão refletiu sobre a Lumen Fidei, encíclica do Papa publicada em junho NAYÁ FERNANDES

Especial para O SÃO PAULO

“A encíclica Lumen Fidei: o magistério comum a Bento 16 e a Francisco” foi tema da palestra que aconteceu na quinta-feira, 12, no auditório da Paulinas Livraria, zona sul da capital. Com assessoria de Francisco Augusto Catão, doutor em teologia pela Universidade de Strasbourg (França). O evento foi organizado pela Comunidade Católica Totus Mariae e pela Associação Nova Evangelização (ANEV), com o apoio do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP. Como motivação, no site www.movimentosenovascomunidades.com.br, Catão publicou que “a formação cristã precisa levar em conta os elementos postos em foco pela extraordinária conjuntura eclesial, verdadeiro sinal dos tempos que estamos vivendo, com a renúncia de Bento 16 e a eleição do papa Francisco”. Assim, com seis meses de pontificado (o início foi no dia 13 de março), Francisco já lançou

sua primeira encíclica, publicada em 29 de junho, disse o professor, que recordou ainda os 50 anos do Concílio Vaticano 2º: “O papa Francisco está realizando o que o papa João 23 sonhou”. “João 23 tinha plena consciência que o processo de mudança da Igreja é longo. Tinha certeza que era movido pelo Espírito Santo, mas que enfrentaria dificuldades. Então, o Concílio está no princípio e desenhou um futuro para a Igreja, que contrariava, inclusive, interesses da própria Cúria Romana na época”, avaliou Catão. O Professor ressaltou que, assim como toda atitude do papa Francisco, há no título da encíclica, Lumen Fidei, algo de provocativo. “A fé é entendida como um salto no escuro, algo que vivemos sem ter total clareza. Existe certa oposição en-

tre o que crê e o que conhece. Assim, falar sobre uma luz a partir da fé é provocação.” Para irmã Terezinha Dambros, gerente da livraria, o encontro foi um momento muito oportuno. “Nós queríamos promover alguma atividade para marcar a publicação da Lumen Fidei e a proposta desta palestra foi uma excelente oportunidade. A promoção e a divulgação ficaram por conta das novas comunidades”, disse. Jaqueline de Oliveira Cordeiro, 24, da Comunidade Totus Mariae, enfatizou que a noite marcou a história da comunidade. “Foi excelente, pois, além da adesão ao primeiro evento realizado pela comunidade na cidade, a palestra ficará disponível para o público em geral no site www.linguagemdafe. com.br.” Luciney Martins/O SÃO PAULO

“O papa Francisco está realizando o que o papa João 23 sonhou”, diz Catão

A Lumen Fidei capítulo por capítulo Da especial para O SÃO PAULO

Francisco Catão fez, durante a palestra, um resumo da encíclica Lumen Fidei e destacou alguns elementos que, segundo ele, são essenciais para a compreensão. “A Lumen Fidei fala, incialmente, sobre a fé de Abraão e depois mostra como historicamente essa fé foi vivida pelos profetas, pelos reis de Israel e de um modo novo, vivida por Maria, pelo próprio Jesus e por todos nós.” Ele reforçou que “a fé tem

uma raiz antropológica profunda e se baseia na busca do ser humano por Deus e pela felicidade”. Ainda o capítulo primeiro diz que fé é relação com Deus e, ao fazer isso, coloca como fundamento da fé cristã a experiência de Deus. Cada um existe como pessoa em relação com o outro, pois aquele que se relaciona não é homem. Já o capítulo segundo trata da fé e da razão. “Basicamente, este capítulo se fundamenta na Fides et Ratio, de João

Paulo 2º”, e o terceiro, o mais original, na opinião de Catão, ressalta a unidade da Igreja, “que se dá pela relação pessoal com Deus, mesmo com formas de oração e espiritualidades variadas.” O quarto capítulo, que é sobre a relação da Igreja com o mundo, traz uma grande novidade. “A relação da Igreja com o mundo está baseada no fato que, pela fé, nós acreditamos que é Deus quem sustenta a cidade. O bem comum é um bem divino.” (NF)


Geral

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 17 a 23 de setembro de 2013

19

Cardeal Hummes será representante do Papa em celebração no Paraguai O cardeal dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo e prefeito emérito da Congregação para o Clero, representará o papa Francisco nas celebrações conclusivas do 25º aniversário da canonização de São Roque González de Santa Cruz e dos seus companheiros mártires, que acontecerão em Assunção, no Paraguai, em 15 de novembro.

De 14 Estados brasileiros, participantes permanecem até sexta-feira, 20, no “4º Curso de Organização de Arquivos Eclesiásticos”

Para não perder a memória Luciney Martins/O SÃO PAULO

NAYÁ FERNANDES

Especial para O SÃO PAULO

De Lábrea, cidade que fica a 702 quilômetros de Manaus, no Amazonas, veio Leidiane Rebouças, para participar do “4º Curso de Organização de Arquivos Eclesiásticos”, promovido pelo Arquivo Metropolitano Dom Duarte Leopoldo e Silva da Arquidiocese de São Paulo e pelo Instituto de Direito Canônico “Pe. Dr. Giuseppe Benito Pegoraro”, que acontece de 16 a 20, no auditório da faculdade de teologia, campus Ipiranga, na zona sul da capital. Ela trabalha na Prelazia de Lábrea como secretária e ficou responsável por começar a organização do arquivo. “Vamos tentar refazer o livro Tombo e conservar os demais arquivos, pois a maioria dos documentos da história da cidade fica guardada na Prelazia e até mesmo sobre Divulgação

e representante do cônego Martin Segú Girona, presidente do Arquivo, que não pôde participar por motivos de saúde. O curso, que acontece desde 2005, está na 11ª edição e tem uma programação que vai desde a conservação de documentos digitais e audiovisuais até o conceito e a política de avaliação documental. “Tudo começou com o interesse das congregações religiosas, principalmente as femininas, que começaram a fazer visitas para obter informações. Então, pensamos em oferecer este curso, que é único no Brasil. Neste ano, faremos quatro visitas ao Arquivo Metropolitano para que os participantes tenham acesso ao nosso acervo, explicou Jair.” O Arquivo Metropolitano em números

Cardeal participa da abertura do Curso de Organização de Arquivos Eclesiásticos e ressalta a preservação da identidade

a história do rio Purus. Quanto mais conservarmos os documentos, estaremos salvando a história da cidade”, disse. Jandira Cristina de Carvalho, por exemplo, veio de Garanhuns (PE). Ela participou do curso em 2012 e disse que ajudou muito na organização do arquivo do Hospital Infantil Palmeira Sales, que pertence à Congregação das Filhas da Caridade, de São Vicente de Paulo. “Tínhamos documentos jogados, desde a fundação do

hospital, em 1960, e fui enviada novamente porque tivemos um ótimo resultado”, contou ao O SÃO PAULO. Na abertura do curso, dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, agradeceu a participação de todos e ressaltou que o curso oferecido pela Arquidiocese é referência em todo o Brasil. O Cardeal destacou que conservar a memória é reconhecer e fazer honra às pessoas que construíram a história, uma maneira

para preservar a identidade. “Por justiça ao povo de Deus, é importante organizar bem os arquivos”, enfatizou. Também estiveram na abertura do curso: dom Edmar Peron, bispo auxiliar de São Paulo na Região Episcopal Belém e referencial da Coordenação Pastoral para o Mundo da Cultura e da Política; Selma Aparecida Paschoalino, diretora do campus; as diretoras do Arquivo; e Jair Mongelli, diretor do Arquivo Metropolitano

Cerca de 8 milhões de registros de batizados, desde 1640; Cerca de 4 milhões de registros de casamentos, desde 1632; Cerca de 2 milhões de processos de casamento, desde 1640; Cerca de 300 mil óbitos; Cerca de 40 mil fotografias positivas; 4.500 plantas e mapas arquitetônicos, sendo o principal da Catedral da Sé; Partituras musicais dos séculos 18 e 19 (cerca de 460); Jornais antigos (inclusive toda a coleção do O SÃO PAULO).

(Dados do acervo fornecidos por Jair Mongelli em 16/9/2013)

Em livro, as reflexões do padre Júlio Serafim Munaro Daniel Gomes

Reportagem na zona sul

Fundador da Pastoral da Saúde da Arquidiocese de São Paulo, em 1975, e um dos idealizadores do Congresso Brasileiro de Humanização e Pastoral da Saúde, realizado desde 1981, padre Júlio Serafim Munaro, morto em abril de 2012, aos 82 anos, escreveu inúmeros artigos voltados aos agentes dessa Pastoral. Agora, 24 de seus textos estão no livro “Pe. Júlio Serafim

Munaro – Reflexões para a Pastoral da Saúde”, lançado no dia 7, no Centro Universitário São Camilo, durante mais uma edição do Congresso que ele ajudou a idealizar. “No fim do ano passado, nós ajuntamos alguns artigos que são mais relevantes para a Pastoral da Saúde e decidimos fazer o livro, para que as pessoas possam ter acesso, não só pelos escritos dele, mas principalmente porque são orientações muito profundas e, ao mesmo tempo, muito

práticas sobre Pastoral”, contou padre Anísio Baldessin, camiliano, organizador dos textos. De acordo com padre Anísio, a maioria dos artigos foi selecionada entre os publicados no boletim do Instituto Camiliano de Pastoral da Saúde (ICAPS), para o qual o padre Júlio escrevia desde 1982. Por anos, o fundador da Pastoral da Saúde arquidiocesana também foi articulista do O SÃO PAULO, onde assinou até a edição de 13 de março de 2012, a coluna “Bioética”, ainda

hoje mantida pelos Camilianos. “Quem o lia no jornal, vai ver que os artigos são a cara dele, com aquele estilo único”, garantiu padre Anísio. SERVIÇO “Pe. Júlio Serafim Munaro – Reflexões para a Pastoral da Saúde” Padre Anísio Baldessin (org.) Edições Loyola 88 páginas R$ 13,00


20

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 17 a 23 de setembro de 2013

Geral

100 dúvidas de fé Padre Cido Pereira, diretor do O SÃO PAULO, com a organização de Cidinha Fernandes, lançará o livro: “100 dúvidas de fé: para jovens”, pela Edições Loyola. O lançamento será dia 2 de outubro, das 14h às 16h, na Livraria Loyola (rua Quintino Bocaiuva, 234, Centro – ao lado da Catedral da Sé). Informações (11) 3105-7198.

Audiência debate os problemas da Fundação Casa Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Realizada por comissão da Câmara Municipal, evento contou com a participação de mães de jovens internos na instituição Edcarlos Bispo de Santana

Especial para O SÃO PAULO

“Eles têm mãe, não são filhos de chocadeira. E que fique claro para todos, mãe nenhuma gera filho bandido, eles não nascem infratores, são resultado do Estado”, de forma emocionada, Sueli Camargo, coordenadora da Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo, participou de audiência pública promovida pela Comissão Extraordinária Permanente de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania e Relações Internacionais da Câmara Municipal de São Paulo, na última quinta-feira, 12. Na mesa do evento, a presidente da comissão, vereadora Juliana Cardoso, demais vereadores pertencentes à comissão, o vice-presidente da Fundação

Sueli apresenta pasta com protocolos de denúncias contra a Fundação Casa; mães de internos apontam maus-tratos

Casa, Antonio Cláudio Piteri, duas mães de menores internos na instituição, Júlio Silva Alves, do Sindicato dos Funcionários da Fundação Casa, Valdison Pereira, representando os Conselhos Tutelares, entre outros. Na oportunidade, Sueli levou uma pasta com dezenas de processos de denúncias de maus-tratos contra a Fundação Casa, protocolados em diversos órgãos, como, por exemplo, a Ouvidoria da Fundação Casa e o Ministério Público, porém não houve respostas sobre as

denúncias, nem sequer de investigações. Coube ao vice-presidente da Fundação Casa justificar fatos ainda não esclarecidos. Piteri falou dos afastamentos e das transferências ocorridas após as denúncias exibidas pelo programa “Fantástico” da Rede Globo. Para ele, a instituição reconhece as falhas, mas afirma que muito já foi feito, muitas melhorias e mudanças já foram apresentadas. Amanda Lúcia e Irene Aparecida Oliveira, mães dos ado-

lescentes internos na Fundação Casa, contaram o que tem ouvido de seus filhos. Os relatos chocaram e emocionaram a todos os que participavam da audiência. Amanda, que já apresentou denúncias à Pastoral do Menor e que foram noticiadas na edição 2960 do O SÃO PAULO, reafirmou que as situações de maus-tratos continuam acontecendo na unidade Ypê, do complexo Raposo Tavares. Irene quase não conseguia falar, as lágrimas e o soluço a impediam constantemente. Entre

pedidos de desculpas e goles de água, a mãe contou a situação de seus dois filhos internos na instituição. Para ela, eles não devem ser tratados como se estivessem em uma “colônia de férias”, mas, também, não podem ser submetidos a situações de humilhação e tortura, como acontecem em algumas unidades. O vereador Laércio Benko questionou o vice-presidente da Fundação Casa se ele era a favor ou contra a redução da maioridade penal. Para ele, vive-se o “período das trevas no que tange o cuidado das criança e adolescentes, a capacitação técnica dos funcionários contratados pelo Governo do Estado, talvez, seja para operador de máquina de choque”. Laércio fez um requerimento à presidente da Comissão, para que os áudios e vídeos da audiência fossem entregues ao vicepresidente da Fundação Casa. Ao fim do encontro, as jovens Bianca Amorim, 19, e Natália Souza, 17, pertencentes ao Coletivo Juventude Ativa e à União Juventude Socialista (UJS), fizeram intervenções e apresentaram o olhar de jovens, que trabalham com juventude e acompanham de perto os dramas dos jovens mais carentes da cidade.

Curso aborda os desafios e as lutas por direitos da juventude Edcarlos Bispo de Santana

Especial para O SÃO PAULO

O Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (CESEEP) realiza, desde 5 de agosto a 28 de setembro, o “Curso Latino-Americano de Formação Pastoral”, que, neste ano, tem como tema: “Juventudes urbanas e luta por direitos: desafio sóciopolítico e pastoral”. De acordo com Cremildo Volanin, coordenador do curso, o tema deste ano está ligado com o que a Igreja no Brasil abordou, a questão da Campanha da Fraternidade, “Fraternidade e Juventude” e, também, a realização da Jornada Mundial da Juventude. O foco principal do curso são as questões urbanas, a “pastoral urbana” como destaca Cremildo. Pessoas de oito países participam do curso

que, na maioria das vezes, reflete a realidade e as situações do Brasil, porém as temáticas acabam por ser parecidas com a situação de outras nações. No sábado, 14, os participantes do curso estiveram em uma atividade promovida pelo Centro Cultural da Juventude (CCJ), onde aconteceu uma “Roda de conversa sobre o extermínio da juventude”. Cremildo comentou que, atividades como esta, fazem parte da metodologia do curso, que vai além do intensivo de aulas e busca um aprofundamento nas realidades dos temas estudados. Os cursistas Adolfo Mazivila, 41, de Moçambique, Ana Doba, 20, de Angola, e Adalto Bona, 35, do Paraná, de realidades completamente diferentes, conversaram com a reportagem do O SÃO PAULO. Para Adalto, padre que traba-

Rogério Fonseca

Encontro realizado no CCJ debate as questões do extermínio da juventude

lha com jovens em sua diocese, é preciso integrar os jovens na construção dos projetos e das atividades. De acordo com ele, a Igreja, sempre decide como trabalhar com a juventude, sendo que, esse processo deveria ser construído de baixo para cima e não “empurrado goela abaixo”. O Padre contou que mui-

tos jovens, com problemas de depressão, vão procurá-lo e, quando questionados do que padecem, informam não ter nada. De fato, responde o Padre, esses jovens não têm nada, não têm perspectiva de vida, não têm um sentido para viver. A angolana, uma das cursistas mais jovens da turma, afirmou que, no trabalho com

a juventude, é preciso ter cuidado para que não se caia na ideia de que “sua necessidade é a necessidade do outro”. Quando Ana ouviu os dados sobre o extermínio da juventude, negra e periférica, apresentados no encontro no CCJ, ela ficou preocupada, pois percebeu que no Brasil não há políticas públicas para a juventude, o que existem, segundo ela, são programas. A jovem, da Igreja Reformada de Angola, afirmou que “tem que haver políticas públicas, um governo que trabalhe para os jovens”. Já o presbiteriano Adolfo, destacou que este momento de curso é algo nobre, pois se cruzam diversas culturas. Para ele, é preciso enxergar o jovem como agente de mudanças, pois o mundo está “a reboque da juventude”, por isso, os mais velhos, não devem colocar balizas, mas indicar o caminho.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.