O SÃO PAULO - edição 2972

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Semana Social quer defesa da vida na Terra

Leigos vão ao encontro de moradores de rua

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Evangelização é tema de congresso de teologia

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CEBs preparam-se para o 13º Intereclesial

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo

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ano 58 | Edição 2972| 1º a 7 de outubro de 2013

R$ 1,50

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Brasilândia peregrina até a Catedral Na tarde do domingo, 29, a Região Episcopal Brasilândia fez sua peregrinação do Ano da Fé à Catedral. Padres, religiosos e o povo das paróquias e comunidades concentraram-se no Pátio do Colégio e, após motivação feita por dom Milton Kenan Júnior, caminharam até a Catedral. Os jovens marcaram presença e levaram a réplica da cruz da Jornada Mundial da Juventu-

Luciney Martins/O SÃO PAULO

de. Dom Odilo Pedro Scherer presidiu a missa e refletiu sobre o dom da fé e sobre a necessidade de se confessar, celebrar, viver e testemunhar essa fé, cabendo aos padres, como pastores, a missão de confirmar e animar o povo. Como em todas as peregrinações, houve um momento em que todos, de velas nas mãos, renovaram sua fé. Página 8

Reportagem especial: 25 anos da Constituição da República A promulgação da Constituição de 1988 completa 25 anos no sábado, 5. Fruto de longo processo de elaboração, a Carta Magna introduziu avanços legais, mas parte da sociedade já pede sua revisão. O SÃO PAULO trata da Constituição, em reportagem especial. Páginas 12 e 13

Monsenhor Geraldo comemora 100 anos Na noite do sábado, 28, na Sé, dom Odilo Scherer presidiu missa de ação de graças pelos 100 anos de idade de monsenhor cônego Geraldo Amaral de Mello. Concelebraram dom Cláudio Hummes e os cônegos

do Cabido Metropolitano. Cônego Geraldo lembrou fatos de sua longa vida e convidou para a celebração dos seus 75 anos de sacerdócio, no dia 8 de dezembro. Página 23 Luciney Martins/O SÃO PAULO

Em peregrinação, leigos da Região Episcopal Brasilândia chegam à Catedral da Sé para a missa com o cardeal Scherer

Dom Odilo reúne-se com universitários Em encontro com universitários católicos, no sábado, 28, dom Odilo Pedro Scherer refletiu sobre questões de fé, vida e sociedade. Foi um encontro de duas horas, promovido pela Pastoral Universitária. Entre os muitos temas, destacou-se a partilha das experiências vividas pelos jovens na Jornada Mundial da Juventude.

Posse do ofício de cura da Catedral No domingo, 6, às 11h, padre Eduardo Vieira dos Santos (foto) será confirmado, por dom Odilo Scherer, como cura da Catedral da Sé. Padre Eduardo, que acumula os cargos de chanceler da Mitra Arquidiocesana e de vice-reitor do Seminário Bom Pastor, assumirá mais este importante serviço para a Igreja de São Paulo.

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Missão da Família é transmitir a fé

Luciney Martins/O SÃO PAULO

“Família, Juventude e Fé: Família transmissora da fé” foi o tema do 17º Congresso da Pastoral Familiar do Regional Sul

1, realizado na Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação. Para dom Sergio de Deus, bispo referencial para a família

na Arquidiocese, o Congresso reforçou a missão da família na transmissão da fé. Página 24


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Fé e Vida

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 1º a 7 de outubro de 2013 Gabirante

frases da semana

“Significará a compreensão de que o ser humano é parte responsável por cuidar da grande comunidade de vida e não uma espécie com o direito de dominar as demais espécies vivas e de tratar a Terra como fonte de recursos e depósito de lixo”

Padre Nelito Dornelas, na reportagem sobre a defesa da vida na Terra

“A palestra com o Fernando Altemeyer deu o tom de toda semana. Estarmos atentos para uma teologia voltada à simplicidade. Estudar sim, mas colocar o conhecimento a serviço da comunidade e não somente para próprio benefício.”

Danton Deffert, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

você pergunta

Espiritualidade

Quem forma a hierarquia da Igreja?

Santa Teresinha não passa de moda

Diretor do O SÃO PAULO, semanário da Arquidiocese de São Paulo

Padre Cido Pereira

Sérgio Babuja, do bairro da Penha, em São Paulo (SP), quer saber se a hierarquia da Igreja é formada por diácono, seminarista, padre, pároco, reverendo, cardeal, bispo e papa. É assim? Sérgio, a palavra hierarquia refere-se ao exercício de governo da Igreja como uma sociedade ao mesmo tempo divina e humana. Na sua pergunta, você misturou títulos de honra com títulos de governo ou pastoreio da Igreja. Seminarista indica quem se prepara para o sacerdócio. Reverendo, cardeal etc. são títulos de honra na Igreja. A hierarquia propriamente dita na Igreja, ou seja, os níveis de governo dessa instituição são, de cima para baixo: papa, sucessor de Pedro; bispos, sucessores dos apóstolos; presbíteros ou padres, que recebem o segundo grau do sacramento da Ordem; e diáconos, o terceiro grau no sacramento da Ordem. Os seminaristas ainda não participam do governo da Igreja. Reverendo lembra apenas que a pessoa pelo cargo que ocupa merece alguma reverência, e o cardeal é o título conferido pelo papa a bispos para que eles possam ajudá-lo no seu ministério. É dentre os cardeais que se escolhe um novo papa. Ao bispo que está à frente de uma metrópole é dado o título de arcebispo, uma vez que ele atua como um coordenador dos bispos das dioceses vizinhas à metrópole. A metrópole é sé de uma arquidiocese e o bispo metropolitano é chamado de arcebispo. A arquidiocese e as dioceses vizinhas a ela constituem uma província eclesiástica. O mais importante disso tudo, Sérgio, é lembrar que a hierarquia na Igreja é uma estrutura de serviço. Papa, bispos, padres e diáconos devem ter em mente o que disse Jesus: “No mundo, os homens mandam e desmandam, exercem o poder sobre as pessoas, querem muita gente a seu serviço. Entre vós, não será assim. O maior seja o menor, aquele que serve a todos”. Não é à toa, portanto, Sérgio, que o papa é chamado o Servus servorum Dei, isto é, o servidor dos servos de Deus.

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

Frei Patrício Sciadini

A maioria das coisas passa de moda. Nestes dias, estava pensando que também há santos que passam de moda. Isto é, são santos que tiveram muita importância em determinados tempos históricos, foram fortes luzes e fortes vozes proféticas e depois passaram de moda e foram esquecidos. Fique claro: jamais esquecidos por Deus, mas esquecidos pelos homens. E há santos que nunca passam de moda, aliás, mais passa o tempo e mais parecem nascidos no hoje da nossa vida e da nossa história, continuam a ser amados por todos e continuam a transmitir uma mensagem muito atual e viva. Gostaria de falar hoje de uma santa que, no lugar de passar de moda,

está sempre mais viva e atuante na vida da Igreja e do mundo. É Santa Teresinha do Menino Jesus. Diz-se que, no dia em que foi enterrada, acompanharam o seu corpo não mais que 50 pessoas, dois ou três parentes, dois conhecidos do Carmelo, o capelão e mais ninguém. E as monjas colocaram sobre sua tumba uma pequena cruz de madeira, na qual escreveram: “Ir. Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face, nascida aos 2 de janeiro de 1873; morta no dia 30 de setembro de 1897”. E, depois, a priora teve a brilhante ideia de colocar uma frase querida por Santa Teresinha: “Do céu farei cair sobre a terra uma chuva de rosas”. Era uma tarde chuvosa. Essa tumba parecia destinada a ser esquecida, no entanto, um rio de pessoas chega a visitá-la, e Teresinha entra pela porta do coração no mundo e no coração de todos. Lentamente, a doutrina de Santa Teresinha, por meio da sua autobiografia “História de uma Alma”, foi entrando no coração da

“Era conhecido como um menino endiabrado. Quando fui para o seminário falaram: ‘Geraldo no seminário?’ Alguém comentou: ‘Ele não dá nem para sacristão’. Mas Deus todo-poderoso que faz das pedras filhos de Adão, fez aquele menino se tornar seminarista e sacerdote”

Monsenhor Geraldo Amaral de Mello, missa pelo seu aniversário natalício

Igreja e foi reconhecendo que o caminho mais belo para chegar a Deus e que todos podem percorrer é o abandono e a confiança em Deus. É o amor. Com a chave do amor se entra diretamente no Paraíso e com as asas do amor não se corre, se voa. Teresinha do Menino Jesus é destinada a nunca passar de moda na espiritualidade, na vida da Igreja e do Carmelo. Aliás, eu penso que, quanto mais o mundo vai se complicando, mais os santos da simplicidade têm espaço no coração das pessoas. É difícil nas Jornadas Mundiais da Juventude não citá-la e não fazer referência a ela, mesmo não dizendo o seu nome. A festa de Santa Teresinha, em 1º de outubro, coloca uma pergunta no meu coração: por que, às vezes, eu complico o Evangelho quando ele é simples? Encontrei uma única resposta: porque eu não amo e não me deixo amar por Deus. Que Santa Teresinha nos ensine o caminho da simplicidade num mundo tão complicado.

palavras que não passam

Olá! Eu, a Igreja, apresento-me PADRE AUGUSTO CÉSAR PEREIRA

“Sempre me julguei uma sociedade organizada: sociológica, jurídica, egocentrada, hierarquizada e, sobretudo, perfeita. Afinal quem sou e o que devo fazer?” Perfeita, sou autossuficiente para executar a missão. Muito bem hierarquizada, era constituída de membros que não gozavam dos mesmos direitos e obrigações. Era a figura da pirâmide, que privilegia os postos mais altos que detêm maior poder, seguidos pelos inferiores até a base sem poder algum (especialmente os leigos e entre eles as mulheres). Além disso, gozava de soberania alheia à sociedade civil, à qual não devia a mínima satisfação. O Concílio Vaticano 2º proporcionou o tempo favorável de graça, e a

Igreja, em atitude de penitente em busca da conversão, abriu os olhos para retornar à noção de Igreja-mistério. Entendamos por “mistério da Igreja” o sentido que lhe dá São Paulo: é o projeto do Reino de Deus com relação à própria Igreja, ao mundo e à humanidade, no decorrer do tempo, até o seu complemento no final da História (cf. Cl 1, 24-29). A iniciativa é de Deus, que coloca a Igreja numa posição de aliada, solidária e interlocutora, no seu projeto de amor. O Concílio propõe uma Igreja profundamente igualitária na inter-relação entre seus membros batizados, todos chamados à santidade, sem privilégios de raça ou nação, de posto ou de função exercida, sem considerar condição social e de sexo. A diversidade dos serviços dos batizados dá significativo testemunho da unidade de objetivo pela participação de todos na comunhão que significa a união comum no compromisso com a missão da Igreja (cf. Lumen Gentium, LG, 32; Puebla 326ss).

Substituindo a noção de soberania, o Concílio sugere uma Igreja interlocutora e participante da sociedade mundial. Sem superioridade, a Igreja quer ser “semente do Reino de Deus”, que tem a missão de anunciar e instalar este Reino – que não é o dela - em todas as nações (cf. LG 5). “Assim eu, Igreja convertida, me responsabilizo pelo meu lugar na história humana, sujeitando-me às mesmas vicissitudes da caminhada da humanidade, disposta a me renovar constantemente sob a ação do Espírito” (cf. LG 9). O Concílio buscou na Bíblia imagens sugestivas para a Igreja, como veremos ao tratar do Povo de Deus. “Meu compromisso é: reconciliada comigo e com o mundo moderno, assumo o compromisso de solidariedade com a pessoa humana. Com essa responsabilidade, conclamo o mundo e a humanidade para ingressarem no aprisco do qual Jesus Cristo é a porta única e necessária.”

Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Antônio Aparecido Pereira • Reportagem: Daniel Gomes • Colaboração: Nayá Fernandes e Edcarlos Bispo de Santana • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Assinaturas: Djeny Amanda • Projeto Gráfico e Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Impressão: Atlântica Gráfica e Editora Ltda. • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: osaopaulo@uol. com.br (redação) • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinatura) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura.


Fé e Vida encontro com o pastor

Arcebispo metropolitano de São Paulo

cardeal dom odilo pedro scherer

Neste início de outubro, celebramos no Brasil a Semana Nacional pela Vida, culminando com o Dia do Nascituro, comemorado no dia 8. Vale a pena acolher, valorizar, proteger e dignificar a vida! Começando pelo ambiente em que vivemos, damo-nos conta da importância de todo ser vivente no complexo e delicado sistema da natureza que nos abriga e sustenta. De muitas maneiras, o ambiente da vida é agredido e a consequência é a perda de capacidade do ambiente para bem hospedar a vida. Ainda há poucos dias, divulgavam-se novos dados alarmantes sobre o aquecimento global e o aumento médio da temperatura do planeta Terra, que pode chegar a quase cinco graus centígrados nos próximos 50 anos! E confirmavase um dado que já era conhecido: o principal agente da degradação do ambiente da vida é o próprio homem, com suas relações e intervenções inadequadas na natureza. A Semana Nacional pela Vida é, sobretudo, uma proposta para valorizar mais a vida humana. São impressionantes a banalização da violência e as agressões à vida humana! Fere-se e mata-se uma pessoa com muita facilidade! A saúde pública no Brasil está na UTI e grande parte da população não tem acesso aos cuidados essenciais da saúde. Muitos brasileiros ficam abandonados a si mesmos na doença e na velhice! A vida e a dignidade humana são aviltadas também no trabalho semiescravo, na guerra, no tráfico de pessoas para a exploração sexual e na escravidão das drogas. Passar pelas “cracolândias” e pelas “ruas do sexo” nas metrópoles brasileiras

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editorial

A vida vale! chega a ser deprimente e revoltante! Quem disse que são coisas de obscuros tempos do passado?! A vida também é aviltada nas condições de pobreza e miséria, que continuam a existir apesar de tudo! Como pode uma cidade como São Paulo continuar a conviver diariamente com cerca de 15 mil “moradores de rua”, sem que, aparentemente, nada seja feito para ajudar esses irmãos a embarcarem novamente no trem da história? Parte triste dessas agressões à vida humana continua sendo o aborto provocado, que alcança centenas de milhares de casos cada ano! E, de maneira espantosa, pretende-se legalizar o aborto para “salvar vidas”, até mesmo como se isso fosse um direito humano! Matar seres humanos inocentes e indefesos seria um direito humano?! Ao se pensar na valorização e no apreço pela própria vida, também não se pode deixar de ter apreço

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O Mês da Bíblia preparou o Mês das Missões

pela vida do outro! Por isso, o dia 8 de outubro é comemorado no Brasil, por iniciativa da CNBB, como o “Dia do Nascituro”. Aquele ser humano que ainda não nasceu, mas já vive no seio da mãe, merece todo o respeito pela sua dignidade e pelo seu direito mais elementar, que é o direito a viver e de não ser suprimido por vontade de outrem. No Congresso Nacional tramita há quase seis anos, o projeto de lei do Estatuto do Nascituro, mediante o qual se reconhece que o feto e o bebê, que se preparam para vir ao mundo, já têm direitos a serem reconhecidos e respeitados. Oxalá esse projeto de lei seja aprovado; seria um avanço civilizatório no Brasil! A vida é sempre um bem; o desprezo e o vilipêndio à vida são sinais de perda de humanidade. A vida vale mais que qualquer outro bem! Helena Ueno/Catedral da Sé

E lá se vai o mês de setembro, o Mês da Bíblia, e eis que entramos em outubro, o Mês das Missões. A Igreja fechou o Mês da Bíblia nos convidando a ouvir Moisés e os Profetas, o que equivale para nós, o novo Povo de Deus, a ouvir Jesus, o novo e definitivo Moisés, e aos apóstolos e discípulos, sucessores dos profetas. O Mês da Bíblia fecha-se também com Paulo convidando a enfrentarmos o duro combate da fé. Duro porque o mundo parece querer caminhar sem Deus, duro porque a indiferença, a falta total de fé, a recusa a acolher a Deus desafiam os crentes. E os adversários a ser enfrentados não são os que creem diferentes de nós, cristãos ou não cristãos. Com eles, somos convidados ao diálogo sereno e respeitoso. Os adversários a ser enfrentados são, isso sim, os que relativizam ou negam o valor da fé, do amor, da partilha de vida, da justiça. São os que insistem que não há lugar para Deus no mundo que globaliza a economia e descarta quem não produz. São ainda aqueles que se sentem incomodados com os profetas que denunciam, que advertem, que corrigem, que apontam caminhos diferentes para se chegar à paz que todos sonham. O Mês da Bíblia leva naturalmente ao Mês das Missões. E a Igreja se sente provocada e convocada a não desleixar naquilo que é próprio da sua identidade: ser missionária. Outubro é tempo de escutarmos o clamor do Papa, do Concílio Vaticano 2º, dos bispos latino-americanos, do episcopado brasileiro, e viver em estado permanente de missão. O Batismo nos faz discípulos missionários. O Batismo nos compromete a todos a anunciar Jesus ao mundo, a gritar a Boa Notícia que Jesus nos trouxe, a Boa Notícia de Salvação, que é o próprio Jesus. O Ano da Fé encaminha-se para seu final. Pessoalmente, em família, em comunidade, como Igreja, Povo de Deus, estamos celebrando este Ano. Como aconteceu com todas as regiões episcopais da Arquidiocese, a Brasilândia peregrinou domingo passado à Catedral. Espera-se que da celebração deste ano especial se colham muitos e preciosos frutos. O fruto mais bonito, porém, será o crescimento da consciência do dom inestimável de nossa fé, da importância de celebrá-la e vivê-la com alegria, e da urgência de transmiti-la. agenda do Cardeal

Terça-feira e quarta-feira (dias 1° e 2) DESPEDIDA - No domingo, 29, durante a missa das 11h, na Catedral da Sé, o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, agradeceu os trabalhos do cônego Walter Caldeira, que durante quatro anos foi o cura da Catedral, função que agora será ocupada pelo padre Eduardo Vieira dos Santos.

Atividades na CNBB, em Brasília (DF).

Quinta-feira (3)

9h – Reunião com os bispos auxiliares. 17h – Encontro pastoral com os sacerdotes.

Sexta-feira (4) Acompanhe dom Odilo na tevê e no rádio

Rede Século 21

“Igreja Presente” Aos sábados, às 15h45.

Canção Nova

“Discípulos e Missionários” Às terças-feiras, às 19h30.

Rede Vida

9h – Reunião com os formadores dos seminários. 19h – Missa pela dedicação da igreja paroquial São Francisco de Assis (avenida General Mac Arthur, 1.130, no Jaguaré).

“Palavra do Cardeal” Aos domingos, às 2h - reprise às 7h15 e às segundas-feiras, às 6h45.

Rádio 9 de Julho – AM 1600 kHz “Encontro com o Pastor” Todos os dias, às 12h, logo após o Angelus.

Sábado (5)

Rádio América – AM 1410 kHz

“Transmissão da missa” Aos domingos, às 11h, direto da Catedral da Sé.

Domingo (6)

“Discípulos e Missionários” Aos domingos, às 21h.

9h – Reunião da Pastoral Missionária. 17h – Missa com a Comunidade Católica Shalom

11h – Missa solene na Catedral da Sé; posse do padre Eduardo Vieira, novo cura da Sé.


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Fé e Vida

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liturgia e vida

28º DOMINGO DO TEMPO COMUM 13 DE OUTUBRO

palavra do papa

O catequista conserva e alimenta a memória de Deus contrário, após ter escutado o anúncio do anjo e ter concebido o Filho de Deus, o que faz? Para, vai à idosa parente Isabel, também ela grávida, para ajudá-la; e, no encontro com ela, o seu primeiro ato é a memória do agir de Deus, da fidelidade de Deus na sua vida, na história do seu povo, na nossa história: “A minha alma glorifica o Senhor... porque olhou para a humildade de sua serva... de geração em geração a sua misericórdia” (Lc 1, 46.48.50). Maria tem memória de Deus. Nesse cântico de Maria, há também a memória da sua história pessoal, a história de Deus com ela, a sua própria experiência de fé. E é assim para cada um de nós, para cada cristão: a fé contém exatamente a memória da história de Deus conosco, a memória do encontro com Deus, que se move por primeiro, que cria e salva, que nos transforma; a fé é memória da sua Palavra que esquenta o coração, das suas ações de salvação, com que nos dá vida, nos purifica,

Ana Flora Anderson

Deus cura os marginalizados A liturgia deste domingo reflete e aprofunda a mensagem do papa Francisco nas últimas semanas. Na primeira leitura e no Evangelho, o texto apresenta estrangeiros que são leprosos. Entre os povos antigos, o leproso sempre foi marginalizado por medo de contágio. Os samaritanos eram considerados hereges que deveriam ser evitados e marginalizados. A oração do dia pede a graça para sermos capazes de fazer o bem em qualquer situação. A primeira leitura (2 Rs 5, 14-17) narra a ação do profeta Eliseu com um estrangeiro sírio chamado Naamã, que também é leproso. Esse homem importante no seu próprio país não encontrou a cura com seus deuses. O gesto de Eliseu o leva a entender que há somente um Deus verdadeiro. No Evangelho de São Lucas (17, 11-19), Jesus caminha entre a Galileia e a Samaria. Dez leprosos vêm ao seu encontro pedindo a cura para se reintegrar na comunidade. Jesus cura todos os leprosos, mas, somente o samaritano desprezado pelos judeus volta para agradecer. Na segunda leitura (2 Timóteo 2, 8-13), São Paulo informa que, por ter realizado o bem, está algemado. Afirma, portanto, que ninguém pode algemar a Palavra de Deus. Essa Palavra merece nossa fé e fidelidade. O papa Francisco pede que essa Palavra de amor e de salvação nos leve a abraçar os marginalizados de nosso tempo. leituras da semana

SEGUNDA (14): Rm 1, 1-7, Lc 11, 29-32 TERÇA (15): Rm 1, 16-25 , Lc 11, 37-41 QUARTA (16): Rm 2, 1-11, Lc 11, 42-46 QUINTA (17): Rm 3, 21-30, Lc 11, 47-54 SEXTA (18): 2Tm 4, 10-17b, Lc 10, 1-9 SÁBADO (19): Rm 4, 13.16-18, Lc 12, 8-12

Santos e Heróis do Povo

Maria Magdalena Henríquez Em El Salvador, lembramos uma heroína: Maria Magdalena Henríquez. Era do Movimento Estudantil Cristão e da Igreja Batista. Ocupava-se, sobretudo, dos desaparecidos, na Comissão de Direitos Humanos. Foi morta em 1980, por oito homens armados que a sequestraram, aos 32 anos de idade, deixando um filho de dez. Outro santo lembrado no dia 3 de outubro é São Geraldo, um santo do século 10º, nascido na Bélgica. Ele, apesar de pertencer à nobreza, entrou num mosteiro beneditino, onde introduziu a necessária reforma de oração e trabalho. Ainda na Bélgica é lembrado São Beregiso, fundador de um mosteiro em plena floresta, no século 8º. Outro Geraldo, este com sobrenome Ficogoro, também com André Yachinda, foram leigos mártires no Japão. Eram grandes amigos dos missionários a quem protegiam e escondiam. Morreram decapitados em 1617. (A partir desta edição, o jornal O SÃO PAULO usará o livro “Santos e Heróis do Povo”, do cardeal Arns, para esta coluna semanal)

Papa francisco Ao celebrar para os catequistas que comemoravam seu dia no domingo, 29, o papa Francisco, na homilia, definiu o catequista como aquele que conserva e alimenta a memória de Deus. Abaixo, um trecho da homilia. Olhando para vocês, perguntome: quem é o catequista? É aquele que conserva e alimenta a memória de Deus; conserva-a em si mesmo e sabe despertá-la nos outros. É belo isto: fazer memória de Deus, como a Virgem Maria, que, diante da ação maravilhosa de Deus na sua vida, não pensa na honra, no prestígio, nas riquezas, não se fecha em si mesma. Ao

nos cura, nos alimenta. O catequista é justamente um cristão que põe essa memória ao serviço do anúncio. Não para se mostrar, não para falar de si, mas para falar de Deus, do seu amor, da sua fidelidade. Falar e transmitir tudo o que Deus revelou, a saber, a doutrina na sua totalidade, sem cortar nem aumentar. São Paulo recomenda ao seu discípulo e colaborador Timóteo, sobretudo uma coisa: “Recorda-te, recorda-te de Jesus Cristo, ressuscitado dos mortos, que eu anuncio e pelo qual eu sofro” (cf. Tm 2, 8-9). Mas o Apóstolo pode dizer isso porque ele primeiramente se recordou de Cristo, que o chamou quando era perseguidor dos cristãos, tocou-o e o transformou com a sua graça. O catequista, então, é um cristão que leva em si a memória de Deus, se deixa guiar pela memória de Deus em toda a sua vida, e a faz despertar no coração dos outros. É comprometedor isso! Compromete a vida inteira! Rádio Vaticano

Tweets do papa

@Pontifex_pt 28 - Todos os matrimônios

enfrentam momentos difíceis. Mas estas experiências da cruz podem tornar o caminho do amor ainda mais forte. 27 - Não nos tornamos cristãos com as nossas forças. A fé é, primeiramente, um dom de Deus que nos é dado na Igreja e através da Igreja. 26 - O perdão de Deus é mais forte que todo pecado. 24 - Peçamos ao Senhor a ternura que nos permite olhar aos pobres com compreensão e amor, sem cálculos e medos. 23 - A Igreja não tem outro sentido e outro fim senão testemunhar Jesus. Não nos esqueçamos disso!

Foi apresentada na terça-feira, 24, na sala de imprensa da Santa Sé, a mensagem do papa Francisco para a centésima Jornada Mundial dos Migrantes e Refugiados, que será em 19 de janeiro de 2014, sobre o tema “Migrantes e refugiados: em direção a um futuro melhor”. Na mensagem, o Papa denuncia a exploração e o tráfico de pessoas e exorta os países a enfrentarem em sinergia as dificuldades ligadas às migrações. Convida também a uma transformação das atitudes de preconceito e medo numa cultura do encontro. (Leia a mensagem na íntegra no setor documentos do site www.radiovaticana.org)

há 50 anos

A União passa por Roma Recebida com maior entusiasmo nas mais incontidas admiração e surpresa, a mensagem do papa Paulo 6º na reabertura do Concílio Ecumênico Vaticano 2º enfatiza a posição da Igreja no mundo contemporâneo. “Ao som do ‘Tu és Petrus’, o Santo Padre passou pelo centro, entre os conciliares, dirigiu-se até o altar onde, descendo da sede gestatória, entoou a invocação ao Divino Espírito Santo, a fim de pedir luzes sobre o êxito do Concílio”, noticiou o Semanário em 5 de outubro de 1963. Em seu discurso de abertura, Paulo 6º evocou a universalidade da Igreja e

a origem apostólica que, “fidelissimamente refletida e celebrada, evoca, por sua vez, a finalidade santificadora de nossa queridíssima Igreja de Deus”. Outra notícia da capa do O SÃO PAULO, à época, foi a regulação do uso de livros nas escolas de grau médio realizada quando Paulo de Tarso foi Ministro da Educação. Assim diz o artigo 1º do Ato. “A escolha dos livros didáticos, para uso nas escolas de grau médio, que se editarem no País a partir do ano letivo de 1964, deverão desenvolver os programas das disciplinas respectivas para todo o primeiro ou segundo ciclo do curso a que se destinam.

Capa da edição de 5/10/1963


Fé e Vida

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fé e cidadania

direito canônico

Violência e migração

O poder na Igreja

Padre Alfredo José Gonçalves

Violência e migração são historicamente irmãs gêmeas. Toda violência, aberta ou subterrânea, contém potenciais deslocamentos humanos. Se isso é evidente, por exemplo, nas formas de violência marcadas pelo subdesenvolvimento, a pobreza, a miséria e o desemprego, o é com muito maior razão nas regiões de conflitos armados por motivos políticos, ideológicos ou religiosos. Nesse caso, o preconceito, a discriminação e a xenofobia provocam fluxos de migração cada vez mais intensos. Vamos aos fatos. Na Síria, dilacerada pela guerra civil, a cifra de crianças recolhidas em campos de refugiados é estimada em mais de um milhão, ao lado de cerca de mil mortas. No Egito, os mortos, devido às turbulências recen-

tes, ultrapassam 800, segundo a Fraternidade Muçulmana. No Líbano, atentados simultâneos causam centenas de vítimas, entre mortos e feridos. Os resultados de semelhantes tensões e guerras aparecem com visibilidade cada vez mais desafiadora no sul da Itália. Os barcos apinhados de “retirantes/refugiados” chegam continuamente aos portos da Ilha de Lampedusa e da região da Sicília. Nesses desembarques, cresce a presença de mulheres, crianças e famílias. Alguns afundam antes de atracar, exigindo o socorro da Guarda Costeira Italiana. Aumentam os casos de afogamento e morte. Os alojamentos para imigrantes encontram-se superlotados. Por outro lado, a Itália vem enfrentando uma grave crise socioeconômica e política. Milhares de jovens italianos, de ambos os sexos, boa parte com curso superior, emigram para os Estados Unidos da América, a Inglaterra, a Alemanha, a Austrália, numa tentativa de um futuro menos

amargo. Não poucos refazem a escolha de seus antepassados de mais de um século. Diante de tal situação, o que fazer? Essa é a pergunta que todos se fazem. A visita do papa Francisco a Lampedusa representou um alerta geral. Mas a situação tem piorado devido ao aumento da violência nos países do outro lado do Mediterrâneo. As autoridades italianas, por sua vez, procuram estender o apelo do Santo Padre a todo o continente europeu. “O Mediterrâneo não é uma fronteira italiana” – dizem – “mas da Comunidade Europeia”. São nulas, porém, as respostas dos demais países. Os governos da Alemanha e França (para não falar dos outros), encontram-se sob fogo cruzado: ao mesmo tempo que se veem interpelados pela chegada constante dos refugiados, têm de enfrentar a intransigência de grupos internos de ideologia fortemente neonazista. A pergunta sobre “o que fazer?” permanece aberta, inclusive para a Igreja! Luciney Martins/O SÃO PAULO

espaço aberto

O juiz, a imprensa, o Mensalão João Baptista Herkenhoff

Este artigo não se refere a pessoas, mas sim a princípios jurídicos. Suponho que a reflexão sobre esses princípios será proveitosa, especialmente na semana em que algumas vozes pretendem, de maneira equivocada, julgar moralmente o ministro Celso de Mello, a partir de seu voto de desempate no chamado processo do Mensalão. Os princípios são aplicáveis hoje, como foram aplicáveis ontem e serão aplicáveis amanhã. Tentarei elencar alguns princípios que constituem a essência do Direito numa sociedade democrática. Primeiro: Jamais o alarido

da imprensa deve afastar o magistrado da obrigação de julgar segundo sua consciência. Ainda que a multidão grite “Barrabás”, o magistrado incorruptível caminhará sereno através da corrente ruidosa e, se não estiver plenamente convencido da culpa do acusado, proferirá sentença de absolvição. Da mesma forma, se as ruas gritarem “inocente”, o magistrado reto e probo condenará, se a consciência lhe apontar o veredicto condenatório como o justo à face do caso. Segundo: O princípio de que, no processo criminal, a dúvida beneficia o réu, permanece de pé. Resume-se nesta frase latina: In dubio pro reo. É melhor absolver mil culpados do que condenar um inocente. Terceiro: A condenação criminal exige provas. Não se pode basear em ilações, inferências, encadeamento de hipóteses,

presunções, suposições. Mesmo que o juiz esteja subjetivamente convencido da culpa, não lhe é lícito condenar, se não houver nos autos prova evidente da culpabilidade. Quarto: No Estado democrático, todos têm direito a um julgamento justo pelos tribunais. Observe-se a abrangência do pronome “todos”: ninguém fica de fora. Esse princípio persevera em qualquer situação, não cabendo excepcioná-lo à face de determinadas contingências de um momento histórico. Quinto: Todo magistrado carrega, na sua mente, uma ideologia. Não há magistrados ideologicamente neutros. A suposta neutralidade ideológica das cortes é uma hipocrisia. Espera-se, porém, como exigência ética, que a ideologia não afaste o magistrado do dever de julgar segundo critérios de justiça.

Doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense, do Vaticano, e professor da Escola Dominicana de Teologia (EDT)

Edson Luiz Sampel

Nos Estados modernos e civilizados, o poder advém do povo. Com efeito, reza a Constituição da República Federativa do Brasil: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição” (Art. 1.º, parágrafo único). Com relação à Igreja, o poder provém de Deus. Deveras, Jesus Cristo fundou a Igreja, nomeando um humilde pescador como o primeiro papa: “Eu te declaro: tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mt 16, 13-19). Tanto nos Estados quanto na Igreja, o poder é sempre “serviço”, isto é, não há de ser empregado em benefício pessoal de quem exerce o cargo, mas a favor da coletividade. Assim, por exemplo, o poder posto nas mãos de um deputado precisa confluir para o bem dos seus representados, com a elaboração de leis justas que propiciem uma equitativa distribuição da renda nacional. No mesmo sentido, um bispo tem de exercer o poder não como um príncipe, conforme advertiu recentemente o papa Francisco, mas como um servidor, um sucessor dos apóstolos que se põe à disposição do Povo de Deus, principalmente dos pobres. Os países ou Estados contemporâneos costumam dividir o poder em três partes: poder Legislativo, poder

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Executivo e poder Judiciário. No Brasil, só os dois primeiros procedem do povo, pois o poder Judiciário é exercido por juízes concursados, não eleitos pelos cidadãos. O expediente da tripartição do poder revela-se extremamente salutar, porquanto previne o autoritarismo. Em nosso País, os referidos poderes são independentes e harmônicos entre si (Art. 2.º da Constituição Federal). Na Igreja não se pode falar propriamente de “divisão” do poder, uma vez que o poder, por injunção do direito divino positivo, se concentra na pessoa do bispo. Sem embargo, o Código Canônico distingue os três poderes (Cânon 135) e incentiva a delegação deles. Dessa feita, nas dioceses é comum que haja tribunais eclesiásticos, presididos por um vigário judicial, para o julgamento dos litígios entre os católicos. Igualmente, é bastante usual o cargo de vigário geral, para os assuntos concernentes ao poder Executivo. Os Estados da atualidade são democráticos, em virtude de o poder ser exercitado indiretamente pelo povo. Quanto à Igreja, a democracia também se faz presente em diversas instâncias: nos vários conselhos (Conselho Pastoral Paroquial, por exemplo), na possibilidade de qualquer católico externar seu ponto de vista ao bispo (Cânon 212, parágrafo 2) etc. O próprio Código Canônico foi “democraticamente elaborado, uma vez que sua promulgação foi precedida de ampla consulta a dioceses e especialistas do mundo inteiro.

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Fé e Vida

ceat

comiar

Trabalho na Bíblia

Espiritualidade e Missão

Padre Miguel Pipolo

o quadro ideal da “porção” do camponês judeu naquele tempo. Nenhum luxo, nenhum desperdício. Apenas o necessário e o suficiente. Resta saber, porém, se um camponês explorado daquele tempo realmente tinha possibilidade de gozar esse necessário e suficiente. O de hoje, teria? Coélet fala do camponês que mantém o modo de produção de sociedade baseado essencialmente na agricultura. A expressão “sob o sol” aparece 27 vezes no livro. Refere-se ao trabalho árduo do camponês, que transpira e se queima sob o sol quente no campo. De sua produção depende a sustentação de todo o sistema nacional e também o sistema estrangeiro do Egito dos Ptolomeus, graças à exportação do vinho e do azeite, produ-

O livro do Eclesiastes, em que o autor é chamado de Coélet, contém belas linhas sobre o trabalho. Ele mesmo afirma que desfrutar o produto de seu trabalho havia sido a sua porção (cf. 2,10). Mais adiante, Coélet afirma: “Portanto, vá, coma o seu pão com alegria e beba o seu vinho com satisfação, pois Deus já aprovou as ações que você realiza... Essa é a porção que lhe cabe na vida e no trabalho com que você se afadiga debaixo do sol” (9, 7-9). Quais as dimensões dessa “porção”. Primeiro, “comer o pão com alegria”, ou seja, alimentar-se não só para satisfazer a fome fíA vida é efêmera; é fundamental sica, mas para gozar convívio descobrir a importância inadiável de alma em de cada momento. Diz também o torno da mesa, ditado popular que não se deve com os familiares e amideixar para amanhã o que se pode gos. Mais que fazer hoje. No contexto histórico, isso, “beber o esse é o quadro ideal da ‘porção’ do vinho com satisfação”, porcamponês judeu naquele tempo que é festa de vida em todos os sentidos, a qual propor- tos incentivados pelo mociona o êxtase de sentir-se nopólio estatal da época. vivo, acima da alienação do A esse trabalho do campetrabalho cotidiano. E tem sinato é reservado o termo mais, Coélet pede que “des- hebraico, que significa profrute a vida com a esposa priamente “fadiga, trabalho que você ama”. O amor, su- árduo, estafante”, e apareprema realização da vida, ce 38 vezes no livro. O problema de Coélet: é o encontro do homem consigo mesmo no encon- qual proveito, vantagem, tro com a mulher amada, que os camponeses têm e vice-versa. Vidas que se com todo esse trabalho? encontram para gerar vida. O termo hebraico “ yitron ” Essa é a perfeita adequação (sete vezes no livro) referedo humano com a natureza. se ao “ganho do trabalhaO humano, como a natureza, dor”. Depois de pagar os produz vida desde o biológi- tributos levados para Aleco até a arte pura. xandria, depois de entreTudo isso é realizado gar os dízimos destinados nos dias da “vida passa- à sustentação do Templo e geira’’. A vida é efêmera; do clero, depois de toda a é fundamental descobrir a exploração dos atravessaimportância inadiável de dores e comerciantes, qual cada momento. Diz também ganho, proveito ou vantao ditado popular que não se gem realmente sobra para deve deixar para amanhã o o cansado camponês? Ao que se pode fazer hoje. No trabalhador perdido, resta contexto histórico, esse é a preocupação de Coélet. ERRAMOS

Diferentemente do publicado na página 18, da edição n° 2971, na reportagem “Padres de SP preparam-se para encontro nacional”, o entrevistado no subtítulo “Somos homens de esperança! O povo nos vê assim” foi o padre Carlos Alves Ribeiro, coordenador da Comissão Regional de Presbíteros do Sul 1 da CNBB, e não o padre Manoel Henrique.

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Irmã Carolyn Moritz

Estamos agora no mês missionário. A Igreja dedica o mês de outubro às missões. No decorrer deste mês, é bom refletirmos sobre a espiritualidade missionária. Espiritualidade é uma palavra que escutamos muito na Igreja. Pessoas falam que elas seguem a espiritualidade de São Francisco, que dá ênfase à pobreza de Jesus; ou a espiritualidade de Santo Inácio de Loyola, praticando os exercícios espirituais; ou, talvez, a espiritualidade de Santa Teresinha de Lisieux, uma espiritualidade de simplicidade e contemplação. Também a gente pode falar da espiritualidade missionária. A espiritualidade missionária interpreta o Evangelho do ponto de vista da evangelização, e começa mostrando como Jesus mesmo era um missionário. Nos Evangelhos, nós encontramos Jesus, o pregador, o educador, que também curava os doentes, expulsava os espíritos maus e levava as pessoas a assumirem uma vida nova. Em tudo, Jesus levou a Boa-Nova da salvação. Onde Jesus passava, a Boa Nova chegava. De fato, sua própria presença era uma Boa Nova. Quando ele entrava em uma casa, aquele lugar se tornava um lugar de amor e esperança para as pessoas que acreditavam nele. E aquelas pessoas que não acreditavam nele não o aguentavam. Como um missionário, Jesus fez uma diferença

na vida das pessoas. Ninguém podia ficar indiferente a ele. Como o missionário de Deus, Pai de todos, Jesus não limitou sua missão para alguns poucos. Ele ofereceu a Boa-Nova da salvação a todo mundo, e não deixou ninguém restringir sua visão. Sua missão era para cada pessoa, família, raça e nação, até os confins do mundo. Missão para Jesus sempre foi e é universal — “ad gentes”. Os Evangelhos mostram como Jesus era missionário, abrindo o caminho de salvação até para os menos aceitos de sua sociedade. O exemplo da missão de Je-

sus para nós é um mapa para dirigir nossa vocação missionária. Seu exemplo nos ajuda a deixar de lado nossos preconceitos e julgamentos, para abrir nossos corações a todos os que necessitam de Jesus. A espiritualidade missionária no exemplo de Jesus é uma espiritualidade aberta com amor para todos. Os Evangelhos nos mostram como Jesus chamou seus discípulos para também ser missionários. E assim a cada dia Jesus nos chama a seguirmos seu exemplo e viver nossa vocação missionária em nossas vidas.

Pastoral da Pessoa Idosa

Revisão dos materiais educativos da Pastoral Jairo Fedel

O Caderno do Líder Comunitário e a Folha de Acompanhamento Domiciliar da Pessoa Idosa (Fadopi) são os instrumentos básicos de trabalho das(os) voluntárias(os) da Pastoral da Pessoa Idosa (PPI), e é por eles que se iniciou a revisão deste material. No Caderno do Líder Comunitário, registram-se os dados cadastrais da pessoa idosa acompanhada e alguns

indicadores, tais como, se ela tomou 2 litros de líquido por dia, se praticou alguma atividade física, entre outros. O indicador revisto foi o de quedas, a PPI entende que as quedas das pessoas idosas são um dos mais terríveis acontecimentos para essa faixa etária, pois, além dos males físicos que ocasionam, tais como internação hospitalar, sequelas, medo de sair à rua, ocasionam também baixa autoestima, vergonha e até depressão. Por isso, a PPI verifica em suas ações preventivas, durante as visitas domiciliares, os fatores de riscos de quedas e incentiva as famílias

a removê-los ou, ainda, a adequar os ambientes para que se evite tal inconveniente. Com esses dois instrumentos já revisados, iniciou-se uma série de 12 oficinas que estão acontecendo por regiões em todo o País. Na Arquidiocese de São Paulo, já estão agendadas oficinas para atualização das(os) voluntárias(os). Eis as datas: 23 e 24/11/2013, para as regiões Lapa e Santana. As regiões Ipiranga e Belém realizaram a oficina nos dias 28 e 29/09. As regiões Brasilândia e Sé ainda não possuem nenhuma paróquia com a PPI instalada.


Fé e Vida

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Pastoral indigenista

bioética

A constituição que frustrou os povos indígenas

Espiritualidade nas empresas? Utopia? Ingenuidade? (2)

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Benedito Prezia

A nova Constituição de 1988 foi saudada pelos indígenas como a primeira que veio respeitar suas diferenças históricas e culturais, abandonando a visão assimilacionista, que os obrigava a serem integrados à nossa sociedade. Os direitos que pareciam conquistados continuam sendo violados. Com a expansão do agronegócio, as terras indígenas sofrem forte pressão, sobretudo por parte dos fazendeiros e de governos estaduais. No Nordeste, áreas de antigos aldeamentos missionários são objetos de confrontos, como a dos Tupinambá, no sul da Bahia. E violentos conflitos têm marcado a recuperação das terras tradicionais dos Guarani-Kaiowá, em Mato Grosso do Sul, e que foram vendidas a colonos pelo governo de Getúlio Vargas, em 1940. O aproveitamento dos rios e das áreas de minério, que só poderia ocorrer com a aprovação do Congresso Nacional e com o consentimento das comunidades atingidas, continua irregular, como no caso da Usina de Belo Monte, no Pará. Segundo a Constituição, em cinco anos, todas as terras deveriam ter sido demarcadas. Tal promessa não foi cumprida, pois, segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), apenas 38,89% das terras foram homologadas, isto é, 406, num total de 1.044 áreas. E, para coroar essas pressões, tramita a Proposta de Emenda Constitucional nº 215, que retira da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Ministério da Justiça a competência da demarcação das terras indígenas, transferindo-a para o Congresso Nacional. Quanto ao ensino de História do

Padre Christian de Paul de Barchifontaine

Brasil, que deveria revelar a contribuição dos indígenas na formação do povo brasileiro, pouco se fez, mesmo com a Lei nº 11.645, promulgada pelo Ministério da Educa-

ção e Cultura (MEC), em 2008, que obriga esse estudo. Assim a Constituição Cidadã continua, em muitos pontos, letra morta para os povos indígenas.

como diz o Documento de Aparecida, vamos para a missão, para a rua, para as periferias! Um abraço e bom trabalho a todos!”

páginas do jornal O SÃO PAULO é possível tomarmos conhecimento dos acontecimentos referentes aos mais diversos assuntos da vida, não só da Igreja, mas da população de São Paulo. Em cada edição, além de ricas informações, podemos encontrar também textos muito bem escritos e de fácil compreensão para o público em geral. Continuem assim! Parabéns, uma vez mais!”

espaço do leitor

“Caros irmãos da Redação: Desejo manifestar minha alegria pelas mudanças, não só gráficas, pelas quais o JOSP tem passado nos últimos meses. Destaco a clara intenção de torná-lo mais enraizado na realidade concreta do povo de São Paulo. Sugiro que, diante do novo apelo do papa Francisco, as reportagens tivessem como objeto central diversas temáticas ligadas às periferias geográficas e existenciais! Há tantas dores, gemidos silenciados e gritos de vida nas periferias de nossa cidade! Nos prédios abandonados e ocupados pelo movimento de moradia no centro da cidade. Assim como realidades dos imigrantes clandestinos etc. Parabéns! Como diz o papa Francisco,

Padre Bóris Augustin Nef Ulloa, professor de Teologia

“Gostamos muito do jornal. A Comunidade (Fraternidade Palavra e Missão) quis fazer uma assinatura porque percebeu que, além do formato, o jornal está melhorando muito, com reportagens interessantes e atuais.” Rafaela Gabriel, secretária da Fraternidade Palavra e Missão

“Olá, jornal. Venho, por meio de algumas linhas, parabenizar o trabalho da equipe. Através das

Luan Rocha de Campos, estudante de Teologia da PUC-SP

Redação do jornal O SÃO PAULO. Endereço: Avenida Higienópolis, 890, São Paulo (SP) CEP 01238-000. E-mail: osaopaulo@uol.com.br Twitter: @JornalOSAOPAULO Facebook: Jornal O SÃO PAULO

A humanização das empresas passa pela humanização da sociedade como um todo. Não podemos esquecer que uma sociedade violenta, iníqua e excludente interfere no contexto das empresas. O contexto macro influi de modo contundente no condicionamento e determinação da cultura, com repercussão nos relacionamentos que se efetivam no contexto micro das empresas. Estas são um espelho fiel e cruel do que de mais nobre, lindo, heroico e fantástico a sociedade produz, bem como o que nela existe de mais degradante e aviltante em relação ao ser humano. Aqui, antes da humanização, temos como desafio a “hominização”, ou seja, criar oportunidades aos seres humanos de existirem e viverem dignamente. Para além dessa condição, somos desafiados a ser agentes empresariais de ações inovadoras. Os feitos da tecnociência são notórios e abundantemente proclamados pela mídia e até mesmo endeusados. Deparamo-nos diuturnamente com ambientes tecnicamente perfeitos, mas sem alma e ternura humana. Ressaltou-se que as coisas têm preço e podem ser trocadas, alteradas e comercializadas, porém, esqueceu-se de que as pessoas têm dignidade e clamam por respeito. A manipulação sutilmente se faz presente, e se rouba aquilo que é mais precioso à vida do ser humano: sua dignidade. Entramos num círculo vicioso de coisificação das pessoas humanas e sacralização das coisas, inversão cruel dos valores! Espiritualidade nas empresas? A espiritualidade reflete no respeito pelo próximo, na solidariedade, no estilo de liderança e até no trabalho em equipe. Desse modo, a espiritualidade nas empresas refere-se, em primeiro lugar, ao respeito à vida. Isso significa considerar o ser humano na sua totalidade, respeitando e investindo em todas as suas dimensões: física, intelectual, emocional e espiritual; criando uma cultura corporativa sustentada em valores, fazendo com que a ética e os valores humanos universais e espirituais iluminem as decisões, as estratégias, as políticas e todos os relacionamentos da organização. A empresa é um organismo que deve e precisa descobrir a sua dimensão transcendental: a sua identidade, a sua razão de existir e a sua missão. Precisa definir os seus valores e as suas crenças sobre os quais se apoiarão as suas políticas, procedimentos, ações internas e externas. Podemos citar a criação de um espaço para que os colaboradores se realizem no ambiente de trabalho por meio de uma gestão participativa e onde a inovação, a criatividade, o talento e as potencialidades de cada um possam emergir contribuindo efetivamente para resultados. Pode-se estabelecer, com fornecedores e clientes, relações de parcerias duradouras, tendo a ética, a transparência, a confiança e a colaboração mútuas como requisitos vitais para o êxito. (Continua na próxima edição).

A empresa é um organismo que deve e precisa descobrir a sua dimensão transcendental: a sua identidade, a sua razão de existir e a sua missão


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Geral

CNBB divulga subsídios da Campanha da Fraternidade 2014 Os subsídios da Campanha da Fraternidade, tais como manual, texto-base, via-sacra, celebrações ecumênicas, folhetos quaresmais, banner e cartaz, foram lançados pela CNBB. A CF 2014 terá como tema “Fraternidade e Tráfico Humano” e lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1). Outras informações em www.edicoescnbb.org.br.

Em peregrinação, Brasilândia testemunha a fé Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Jovens marcaram presença e abordaram as pessoas durante a caminhada para dizer mensagens de alegria e esperança NAYÁ FERNANDES

Especial para O SÃO PAULO

No domingo, 29, foi a vez da Região Episcopal Brasilândia peregrinar à Catedral da Sé, por ocasião do Ano da Fé. Reunidos no Pátio do Colégio, leigos, religiosos, diáconos, seminaristas e padres foram motivados por dom Milton Kenan Júnior, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, a dar testemunho público da fé pelas ruas do centro da cidade. A presença dos jovens marcou a caminhada da Região. Foram eles que levaram, à frente de todos os fiéis, a réplica da cruz peregrina da JMJ Rio2013, seguida de cartazes e faixas com os nomes dos setores que formam a Região. Ainda em frente ao Pátio do Colégio, a reportagem foi surpreendida por três jovens sussurrando frases bíblicas. “O nome do projeto é ‘Shakespeare ao pé do ouvido’”, contou Mateus Lopes, 15. “Abordamos as pessoas na rua”, completaram Emanuela Souza, 14, e Fernanda Barretos Santos, 13. Elas fazem parte da “Cia de Teatro Monfort”, da

Região Episcopal Brasilândia peregrina à Catedral, na programação do Ano da Fé da Arquidiocese de São Paulo

Paróquia São Luís Maria Grignion de Montfort, e prepararam o teatro especialmente para a peregrinação. Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, na homilia da missa por ele presidida, ressaltou que a transmissão da fé é obediência ao mandato de Jesus. “Todos os

domingos nós fazemos uma pequena peregrinação quando saímos de casa e vamos à igreja. Esse é um testemunho importante de fé, que fala por si.” O Cardeal animou os fiéis a permanecerem firmes na fé, que é a mesma que foi professada pelos apóstolos, santos e tantos outros cristãos ao longo da his-

tória. “Não cremos sozinhos, do nosso jeito, mas com a Igreja, cremos como a Igreja crê.” Ao O SÃO PAULO, dom Milton ressaltou que “peregrinar é uma atitude própria da Igreja, pois a Igreja é um povo que caminha, animado pela fé. O Povo de Deus atravessa o deserto do mundo, espalhando a semente

da fé”. No trajeto até a Catedral, dom Milton foi interrompido por uma mulher em situação de rua que gritou “papai” e mostrou, no pescoço, uma medalha com a imagem de Nossa Senhora, pedindo que o Bispo a abençoasse. “Essa realidade que vemos aqui”, disse, “é a realidade da Igreja em todo o mundo, cercada por desafios”. Desafio também vive a comunidade da Área Paroquial Santo Antônio, no Setor Jaraguá, onde está sendo construído um trecho do Rodoanel. “Lá, temos uma realidade social impactante e estamos sofrendo com a experiência das pessoas que saem de maneira forçada. Alguns moravam na região há mais de 30 anos e, de repente, foram forçados a se mudar”, contou padre Israel Mendes, 31, responsável pela Área Paroquial. “Ontem [sábado, 28], uma criança, que era coroinha disse: ‘Padre, minha mãe vai se mudar, vamos voltar para o Norte porque ela não conseguiu comprar outra casa aqui’. Para mim, está sendo uma experiência nova de fé, de relacionamento com as pessoas e de vivência comunitária”, ressaltou o Padre. Da Pastoral da Juventude da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, na Vila Cruz das Almas, veio Gilherme Bonani, 18, junto a um grupo de dez jovens. “Foi bem legal a procissão, vi muitos jovens trabalhando. A Jornada instigou a gente, e momentos como esse são importantes para prosseguir na caminhada.”


Igreja em Ação

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Cardeal Scherer dialoga com universitários Encontro promovido pela Pastoral Universitária foi um momento de proximidade do Arcebispo com estudantes Edcarlos Bispo de Santana

Especial para O SÃO PAULO

A Pastoral Universitária da Arquidiocese de São Paulo promoveu no sábado, 28, um encontro entre universitários católicos e o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, para um momento de conversa e perguntas sobre as questões da fé, vida e sociedade. Distribuídos em duas mesas, seis universitários começaram falando de suas experiências sobre a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, em julho, mesmo os que não foram, comentaram de como foi acompanhar este momento através dos meios de comunicação. Um

detalhe que se repetia na fala dos universitários, e que chamou a atenção e emocionou a todos, foi o silêncio na praia de Copacabana. Com um ar de descontração, o “bate-papo” com o Cardeal durou cerca de duas horas. As perguntas foram dos mais variados temas, como por exemplo, aborto, bioética, métodos contraceptivos, entre outros. Dom Odilo destacou a importância da participação dos universitários e do conhecimento da fé que creem e professam. O jovem Tulio Pellegrini, estudante de direito na PUC-SP, destacou que, além da presença e do testemunho de cada estudante, é preciso, no caso da PUC, melhorar a localização da “salinha da Pastoral”. Para ele, muitas vezes, os católicos ficam quietos diante da “gritadura” – termo usado pelo Cardeal para fazer um paralelo com a ditadura e ressaltar que, muitas vezes, na sociedade de hoje, as pessoas querem se impor pelo grito –, dos que pensam diferente e querem impor sua opinião. Em uma de suas respostas, o Cardeal destacou que os católicos precisam perder o complexo de inferioridade. Para

dom Odilo é preciso que haja uma valorização da própria identidade católica. Túlio citou a PUC como exemplo e contou que várias atividades são desenvolvidas pelos alunos católicos na universidade, uma delas é a recitação da oração do Ângelus, ao meio-dia, no Pátio da Cruz – um dos locais mais conhecidos do campus Monte Alegre –, e está em andamento a possibilidade de que a oração aconteça, também, às 18h. A estudante de astronomia na Universidade de São Paulo (USP), Inaiara Saraceni de Andrade, membro do Ministério de Universidades Renovadas, afirmou que é preciso ter identidade. Para a jovem, foi muito importante sentir a proximidade do Cardeal. Inaiara contou que se sentiu confortada ao ver que os universitários católicos estão no caminho certo. Ao fim do diálogo, os jovens, juntamente com o cardeal dom Odilo, o bispo referencial para o Vicariato das Universidades, dom Julio Endi Akamine, o coordenador da Pastoral Universitária, padre Vando Valentini, peregrinaram do Mosteiro de São Bento à Catedral da Sé e lá professaram a fé. Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Durante encontro, estudantes católicos puderam tirar dúvidas e questionar o Cardeal sobre assuntos ligados à sociedade, fé e religião. Procissão à Catedral da Sé encerrou tarde de debate.

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ANO DA FÉ Daniel Gomes/O SÃO PAULO

Amélia Monteiro, com amigas, durante a Jornada Mundial da Juventude

Comprometida com a transmissão da fé após a JMJ do por Portugal na segunda metade do século 15 e, como a maioria das colônias submetidas às nações europeias Há dois menaquele período, não escapou ses, Amélia do processo de exploração de Maria Semeseus recursos naturais e da do Monteiro, opressão à população nativa. 26, viveu dias Ainda hoje, o português é a inesquecíveis, língua oficial. Entre os 434 mil ou, como dishabitantes, 95% se declaram se ao O SÃO cristãos, e a juventude é a PAULO, “momentos de muita emoção, no força produtiva da sociedade, meio de tantos jovens do mun- haja vista que a idade média do inteiro. Foi uma grande opor- da população é de 23 anos. “Em Cabo Verde, temos tunidade que o papa Francisco nos deu para conhecer mais uma população jovem e, apepessoas e também para ouvir sar das muitas seitas, a maiosua mensagem, que sempre é ria no país é de católicos. Da Jornada, levamos mensagens muito rica para os jovens”. de fé para os outros jovens que não puderam Em Cabo Verde, temos participar”, conuma população jovem e, tou Amélia, revelando, ainda, que apesar das muitas seitas, a a JMJ, “estamaioria no País é de católicos. após mos com a nossa Da Jornada, levamos mensagens fé ainda mais forporque com as de fé para os outros jovens que te, bênções do Papa, não puderam participar suas palavras e as Catequeses que tivemos, recebeJunto a um grupo de 78 mos uma formação muito boa pessoas, a maioria jovem, de a ser passada”, garantiu. Segundo a caboverdiana, Cabo Verde, país insular ao noroeste do continente africano, em seu País, a fé é partilhaAmélia participou da Jornada da em reuniões, encontros Mundial da Juventude, no Rio formativos e em grupos dide Janeiro, e retornou à sua versos, que agregam jovens, nação com um compromisso: crianças, adolescentes e ido“A partir da Jornada, devemos sos. “Temos muitas atividaconstruir uma sociedade mais des religiosas. Somos uma viva, os jovens precisam ter população jovem e vivemos mais dinâmica para chegar- a nossa fé rezando muito e sempre acreditamos em mos a um caminho certo”. Cabo Verde foi coloniza- Deus, que é o nosso Pai.” Daniel Gomes Redação


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dicas de cultura

Espetáculo mistura clown, teatro e a pantomima Bom humor e conscientização ambiental são os temas do espetáculo “Água”, interpretado pelo grupo Clã – Estúdio das Artes Cômicas, de 28 de setembro a 30 de novembro em 20 parques da capital paulista e Grande São Paulo, com entrada gratuita. Dirigido por Cida Almeida, o espetáculo leva ao palco seis palhaços que acabam “entrando pelo cano” ao desperdiçar água. Deparando-se com seu desaparecimento, esses personagens atrapalhados partem em uma fantástica jornada e passam pelas mais incríveis aventuras marinhas e ribeirinhas, em busca do tão valioso líquido sem cor, sem cheiro e sem sabor. A história é contada em quadros que abordam a problemática da água sob diversos pontos de vista: desde questões relativas à responsabilidade socioambiental, até as metáforas usadas popularmente com a palavra água, seu significado simbólico, seu poder enquanto agente da natureza e sua importância na vida de todos os seres. Confira a programação de outubro: Dias 5 e 6, às 15h – Parque Bosque Maia (rua Paulo Faccini, s/n – Macedo – Guarulhos) Dia 8, às 15h – Parque Lina e Paulo Raia (rua Volkswagem, s/n – Jabaquara – São Paulo) Dia 12, às 11h – Parque do Ibirapuera (av. Pedro Alvares Cabral, s/n – São Paulo) Dia 13, às 15h – Parque Central (rua Gamboa, 213 – Vila Assunção – Santo André) Dia 19, às 15h – Parque do Carmo (av. Afonso de Sampaio e Souza, 951 – Itaquera – São Paulo) Dia 20, às 15h - Parque Raul Seixas (rua Murmúrios da Tarde, 211 – Itaquera – São Paulo) Dia 25, às 11h – Parque Burle Marx (av. Dona Helena Pereira de Morais, 200 – Campo Limpo – São Paulo) Dia 26, às 15h – Parque do Povo (av. Henrique Chamma, 420 – Pinheiros – São Paulo) Dia 27, às 15h – Parque Ecológico do Tietê (rua Guirá Acangatara, 70 – Engenheiro Goulart - São Paulo)

Fonte: http://catracalivre.com.br

Viver Bem vamos cuidar da saúde!

Durante o mês de outubro, falaremos sobre um tema muito comum entre pessoas da terceira idade, a demência. Essa doença é muito mais frequente do que imaginamos e não é fácil ter uma pessoa em casa com demência, até porque, na maioria das vezes, o diagnóstico é tardio. Quanto antes for iniciado o tratamento, maiores as chances de se conviver em harmonia, já que é preciso ter muita compreensão e paciência. É importante estar informado para não ser negligente, não só o cuidador, mas toda a família. Se você tiver dúvidas sobre demência, envie um o email para dracassiaregina@gmail.com. Cássia Regina é medica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF)

direito do consumidor

É válida a cláusula do contrato de plano de saúde que estabeleça um valor máximo que o segurado poderá gastar no tratamento (exemplo a cláusula 4 determina que o custo do tratamento não poderá ser superior a 10 mil reais no período de 1 ano)? Não. Uma observação nem todas as cláusulas que limitam a responsabilidade dos planos de saúde são abusivas. Por exemplo: não oferecer transporte aéreo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI); não oferecer internação em apartamento individual; não permitir a livre escolha do hospital, mas apenas os conveniados. Ronald Quene é advogado

literatura

Eu me declaro criança Obra da Paulus traz poemas baseados nos Princípios da Declaração Universal dos Direitos da Criança. Você conhece os direitos das crianças? Em “Eu me declaro criança”, o autor Ronaldo Monte escreve poemas baseados nos Princípios da Declaração Universal dos Direitos da Criança. Com uma proposta que encanta crianças e jovens, a literatura infantojuvenil conta com belíssimas ilustrações, de cores suaves e traços leves, aliadas à linguagem poética que, para cada direito, apresenta um poema. O primeiro Princípio diz que todas as crianças são credoras desses direitos, sem distinção de raça, cor, sexo, língua, religião, condição social ou nacionalidade, quer sua ou de sua família. Para este direito, o seguinte poema: “É tudo Menina – menino Baixote – comprido Neguinho – branquela Vermelho – amarelo Cabelo de milho Ou bem pixaim... É tudo moleque, É tudo uma festa, É tudo bonito, É tudo irmão...”

Na obra, que aborda dez dos princípios da Declaração Universal dos Direitos da Criança, o leitor encontrará um poema referente ao direito citado. Ronaldo Monte, além de poeta e escritor, é psicanalista e professor. A obra “Eu me declaro criança” é sua segunda parceria com a Paulus. Cláudio Martins estudou Desenho Industrial e durante muitos anos trabalhou em projetos de Tecnologia, Meio Ambiente, Cultura, além de rodar por jornais e revistas. Ele é, também, ilustrador de obras infantis. ficha técnica Título: “Eu me declaro criança” Autor: Ronaldo Monte Coleção: Poesia Livre Acabamento: Grampeado Formato: 24 cm x 22 cm Páginas: 24 Preço: 16,00 Áreas de interesse: Infantojuvenil


Geral

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Damião A. Francisco/Mosteiro São Bento

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Mês da Bíblia

Lectio Divina: Ler, meditar e praticar a Palavra Edcarlos Bispo de Santana

Especial para O SÃO PAULO

Durante celebração, dom Mathias fala da importância do Mosteiro de São Bento para a cidade

Há 100 anos, a primeira missa celebrada no Mosteiro Na celebração, dom Mathias destacou a importância da Palavra de Deus para a vida do cristão Edcarlos Bispo de Santana

Especial para O SÃO PAULO

No domingo, 29, o Mosteiro de São Bento estava em festa. Há 100 anos, o arcebispo de São Paulo, dom Duarte Leopoldo e Silva, celebrava a primeira missa no local. De acordo com dom Mathias Tolentino Braga, abade do Mosteiro, a Igreja já passou por diversas construções e reconstruções, sendo a última a que originou o atual estilo do Mosteiro. Na missa, o Abade destacou a importância da Bíblia para a vida do cristão. Sobre a Palavra de Deus, dom Mathias recordou que no último domingo de setembro, no Brasil, a Igreja celebra o dia da Bíblia. Ao refletir o Evangelho (Lc 16, 19-31), afirmou que, quando Abraão diz

ao homem rico que os seus irmãos têm a Moisés e aos Profetas, representa que eles têm acesso à Palavra. Palavra essa que deve nortear a vida das pessoas. Sobre a Bíblia, o Abade afirmou que, no Mosteiro de São Bento, aconteceu a primeira Semana Bíblica do Brasil, o que originou depois a criação do dia da Bíblia e do Mês da Bíblia pela Igreja no Brasil. Sobre o Mosteiro, dom Mathias destacou que não é por acaso o fato da primeira celebração ter ocorrido no dia dos santos anjos Gabriel, Rafael e Miguel. De acordo com o Abade, os monges beneditinos possuem grande ligação e devoção a São Miguel, patrono da Igreja Universal, e que um dos sinos do Mosteiro é dedicado ao santo, além de, na época, o abade do Mosteiro se chamar Miguel. O momento pelo qual passava o Brasil em 1913 foi destaque na homilia de dom Mathias, que afirmou ser um momento de abertura da Igreja no Brasil para a volta dos religiosos, principalmente um reavivamento das ordens religiosas tradicionais, como os beneditinos.

“Como o papa Francisco dizia da cruz de Jesus (durante a JMJ Rio-2013, em julho), eu me atrevo a dizer da Bíblia, como Palavra de fé – ninguém entra na Bíblia sem levar algo dela e ela não entra em ninguém sem assumir algo da pessoa. Isso posso falar por experiência própria. Muitas, mas muitas vezes mesmo, a Bíblia nos surpreende como uma amiga, como a voz do próprio Deus, ou do seu Filho Jesus falando com a gente. Faz poucos dias, num curso, o Rogério (um senhor) disse isso, em resposta à minha pergunta: Por que você veio fazer esse curso? ‘Porque eu amontoei, amontoei muita coisa. Sou engenheiro. E comecei a ver que não tinha nada em minhas mãos. Então, peguei a Bíblia e comecei a ler, sem nunca tê-la aberto antes. E ela começou a me questionar, e eu comecei a mudar. Então, vim aqui para que ela complete o que já começou’. Uma senhora dizia: ‘Depois que comecei a Leitura Divina e Orante, eu me tornei mais paciente, mais compreensiva e consigo perdoar de boa vontade’. ‘A Bíblia tornou-se minha melhor amiga’. ‘A Bíblia não me responde tudo, mas me enche de esperança’. Diante de tantos testemunhos, minha avaliação é a de que sem a Bíblia o cristão é muito, mas muito mais pobre de Deus, e bem menos feliz.”

Arquivo pessoal

Irmã Rosana Pulga e uma das turmas que participa dos encontros da Lectio Divina, em Vitória

O jornal O SÃO PAULO está de cara nova faça parte desta mudança

Assine O SÃO PAULO

O relado do parágrafo anterior é contado pela irmã Rosana Pulga, uma paulina que atualmente reside em Vitória (ES) e realiza atividade de animação bíblica na Arquidiocese de Vitória e nas demais dioceses do Estado. Em uma breve entrevista concedida ao O SÃO PAULO, irmã Rosana destacou a importância da Palavra de Deus para a vida dos cristãos. A religiosa conta ainda que, neste período de trabalho, viu muitas comunidades serem transformadas pela força da Palavra. “A palavra é o próprio Jesus que se fez humano para que nos tornemos divinos. Se hoje a sociedade é menos divina e está envolta em crise, é porque ainda não descobriu suficientemente essa Palavra da salvação, a qual é sempre criativa. As comunidades que a descobriram são mais criativas, mais humano-divinas, mais voltadas para os pobres, para a prática da justiça, da solidariedade e do amor. Aliás, o amor é a única palavra que resume a transformação dos indivíduos e, consequentemente, da sociedade.” A Irmã, que usa como método de trabalho a Lectio Divina, sugere, para quem quer se aprofundar neste método de leitura da Palavra de Deus, o livro de sua autoria “Ler e compreender a Bíblia, sugestões práticas”. É a partir deste livro que ela trabalha as comunidades, ou com os grupos, a Lectio Divina.

e-mail: assinaturas@osaopaulo.org.br (11) 3666-9660 / 3660-3723 / 3660-3724


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Especial

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Intensa participação da Igreja Em grupos de estudos, em manifestações públicas e com articulações junto aos deputados constituintes, os católicos participaram ativamente da elaboração da Constituição. Já em 1986, a CNBB publicou a declaração pastoral “Por uma Nova Ordem Constitucional”, que apresentava o núcleo central do que viria a ser a constituinte e apontava para aspectos que acabariam por ser incorporados à Carta Magna, como a livre manifestação da fé, igualdade de direitos, liberdades políticas, mecanismos de controle da sociedade sobre o Estado e garantias de direitos dos trabalhadores e índios. Em 1987, a Comissão Episcopal de Acompanhamento à

Constituinte, da CNBB, coordenada por dom Candido Padin, bispo de Bauru (SP), passou a se reunir periodicamente com os deputados constituintes para tomar ciência do andamento das votações e garantir que os anseios da sociedade fossem levados em conta na elaboração da Constituição. Em 5 de outubro de 1988, a presidência da CNBB, em carta assinada por dom Luciano Mendes de Almeida (presidente), dom Antonio Celso Queiros (secretário-geral) e dom Paulo Ponte (vice-presidente), enaltecia a Carta Magna promulgada, por assegurar “o respeito à dignidade da pessoa humana e a primazia da sociedade sobre o Estado”.

A Carta Magna, por um deputado constituinte Deputado constituinte, um dos principais articuladores e defensores das bandeiras da CNBB durante a elaboração da Constituição Federal de 1988, Plínio de Arruda Sampaio recebeu a reportagem do O SÃO PAULO e contou detalhes dos bastidores da elaboração da Carta Magna do País. Um dos pontos que Plínio destacou foi o papel da Igreja na elaboração da Constituição, que, segundo ele, começou no esclarecimento do assunto. “Todas as paróquias, eu falei nem sei em quantas paróquias, todas faziam reuniões, igreja cheia, e iam pessoas explicar a constituinte a importância dela, não só eu, mas um monte de católico leigo falou nas comunidades”. Houve, na época, uma campanha encabeçada por Francisco Whitaker Ferreira (Chico Whitaker), que dizia “Constituinte sem povo não cria nada de novo”. A CNBB criou uma comissão, comandada por dom Luciano Mendes de Almeida, para assessorar na elaboração da Constituição. De acordo com Plínio, que foi membro da equipe, havia a participação, até mesmo de padres como observadores nas sessões da constituinte. Esse processo fomentado pela Igreja foi realizado no Brasil inteiro, o que, para o deputado constituinte, corroborou com a participação maciça do povo. “Todos os dias na constituinte, a média era de 30 mil pessoas, era um estádio de futebol cheio”, comentou Plínio, que, ainda,

Arquivo pessoal

Plínio de Arruda Sampaio

chama atenção para a participação das diversas classes, desde representantes indígenas, menores abandonados e até as classes mais poderosas da sociedade. Plínio comentou que, atualmente, sente certa preocupação quando houve falar de reformar a Constituição. Para ele, em 1988, o Brasil era embalado por um clima de participação popular muito forte, o que não acontece atualmente, se caso fosse feita uma reformulação da Constituição, poderia haver regressão de conquistas. Dentro das conquistas da Constituição, Plínio ressaltou a criação do Ministério Público, um órgão, que, de acordo com ele, tem o poder “para ser, não somente um acusador, mas ter um inquérito civil público, no qual se tornou um defensor dos direitos da minoria”.

Daniel Gomes, Edcarlos Bispo de Santana e Nayá Fernandes No próximo sábado, 5, a Constituição da República Federativa do Brasil chega aos 25 anos. Promulgada nesta data, em 1988, foi fruto de um longo processo de elaboração e votação do seu texto, finalizado 20 anos após o início da ditadura no País. Assim, depois de um período marcado pela violação dos direitos humanos, a Carta Política de 1988 consagrou em especial os direitos individuais, dando atenção ao princípio da dignidade da pessoa humana (art. 1º, 3) e aos direitos relacionados diretamente a esse princípio, como a proibição da tortura (5º, 3) e a prática de racismo, crime inafiançável (5º, 42). Outros direitos são consagrados no texto, como o direito dos trabalhadores e a igualdade material (art. 5º, 32, 50, 74, art. 6º, 18, 25). Desse modo, a Constituição, com seus 250 artigos, assegura aos brasileiros a legitimidade de lutar por uma sociedade diferente daquela estabelecida até então. “Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil”, afirma o texto da Constituição, em seu preâmbulo.

Garantia de direitos para a República

A Constituição introduziu uma série de inovações. No âmbito das eleições, assegurou o direito de voto aos analfabetos e aos menores entre 16 e 18 anos; bem como reduziu o mandato para cargos executivos de cinco para quatro anos. No mundo do trabalho, estabeleceu jornada semanal de até 44 horas, com 13º salário, seguro desemprego

A Constituição, e férias remuneradas com acréscimo de 1/3 do salário; e também equiparou os direitos dos trabalhadores domésticos aos demais, garantiu a liberdade sindical e o direito de greve. Entre outros aspectos, a Constituição também reconheceu os direitos dos povos indígenas e tradicionais, prescreveu atenção especial às crianças e adolescentes e determinou a universalização do atendimento de saúde, o que seria regulamentado em 1990, com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). “O SUS veio para ficar. O que temos que fazer é implantá-lo melhor do que é hoje, com a participação de todos. Quem é contrário ao SUS, que apre-

sente suas propostas para debater. Agora ficar somente apontando o que não presta e querer que as pessoas paguem pelo sistema de saúde, nós somos contra”, opinou, ao O SÃO PAULO, José Eri de Medeiros, do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde.


Especial Arquivo/ABr - 05.out.1988

Quem conhece o documento de 1988?

Reformular ou emendar?

Desde que foi promulgada, a Constituição já recebeu 74 emendas e, somente na Câmara, há mais de cem projetos de emendas à espera de análise. Além disso, muitas leis ainda não foram sancionadas. Diante disso, há os que defendem a realização de uma

nova assembleia constituinte ou de uma constituinte exclusiva, para assuntos como a reforma política. “Já existe na Constituição instrumentos de democracia direta, mas a sua regulamentação não permite uma utilização intensa. Nessa proposta de reforma política, a gente coloca elementos que só podem ser decididos por plebiscito ou referendo”, comentou o sociólogo Ivo Lesbaupin, participante da Coalizão Democrática pela Reforma Política e Eleições Limpas, apoiada pela CNBB. Para o filósofo Ivo Poletto, embora a Constituição reconheça os direitos básicos, o Estado não os garante plenamente, de modo que seria preciso refundar o Estado, elaboran-

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Duas gerações e uma história do uma Constituição com mais pluralidade. “As constituintes exclusivas no Brasil são vistas com muito medo pelas elites, porque sabem que se houver uma assembleia constituída com uma boa representação, vai sair outra Constituição. Essa que aí está é boa para as elites e para ir ‘enrolando a população’”. Na avaliação de dom Guilherme Werlang, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, Justiça e Paz da CNBB, “a Constituição brasileira não é tão ruim”, afirmou. “O que é preciso é efetivamente fazer acontecer aquilo que já foi estabelecido na Constituição. Muitas leis ainda não estão em vigor, porque não foram regulamentadas pelo Congresso Nacional”, lamentou.

, 25 anos depois

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O relato aconteceu na noite de 7 de setembro e foi presenciado pela reportagem. Um casal estava na fila de uma casa de dança em São Paulo e foi impedido de entrar porque não aceitaram o documento que comprovaria meiaentrada de um deles. Como se recusaram a pagar o valor integral, foram orientados a falar com o responsável, que se chamava Vagner [sobrenome não identificado], a quem questionaram o porquê do acontecido. Vagner assim respondeu: “Olha, está na Constituição que as casas de show não são obrigadas a oferecer meia-entrada. Vocês não conhecem a Constituição?” Dado que o casal disse: “Queremos ver, você não tem o documento aqui?”. “Não, não tenho. A obrigação de têla e conhecê-la é de vocês, clientes”. Esse fato revela que, embora esteja completando 25 anos, a Constituição ainda permanece desconhecida pela maioria da população, a ponto de ser confundida com um Código de Defesa do Consumidor. A reportagem consultou 15 pessoas, todas com mais de 25 anos, sobre o conhecimento acerca do conteúdo da Constituição. Seis disseram não conhecer ou se lembrar de nenhum artigo; as outras nove, citaram os artigos 1º, 5º e 6º, que tratam sobre a formação da República, a igualdade de direitos perante a lei e os direitos sociais.

Camila Ramos Barbosa é paulistana e tem 25 anos. Para ela, a Constituição “é o conjunto de leis que rege o País, ou seja, as normas fundamentais para o convívio em uma sociedade democrática”. Já Nailton Ramos Barbosa, seu pai, 48, tinha acabado de sair do Serviço Militar no Exército Brasileiro quando aconteceu a promulgação em 1988, e se recorda que, para ele, foi um momento de tensão e incertezas. “Lembro-me de que nessa época eu era jovem, recentemente casado e tinha uma filha para criar. Tudo era muito novo para mim, pois tinha acabado de sair do Exército, estava no meu

primeiro emprego e a onda de desemprego era grande. De repente, um momento de transição no País e a mudança de militarismo para civil, ou seja, mudança para um País com democracia. Naquele momento, confesso que foi tudo muito assustador”, contou. Nailton nasceu na Bahia e, como milhares de outros nordestinos, veio com a família para São Paulo em busca de uma vida melhor. “Hoje, percebo o quanto foi, e é importante a nossa Constituição e quanto é bom pertencer a uma sociedade democrática, desde que essa democracia aconteça, de fato.”

Jurista fala sobre possíveis reformas “Nenhum texto jurídico, em nenhuma parte do mundo, em nenhum período histórico equacionou todos os problemas. O que se procura é equacionar o maior número de problemas.” Ao fazer essa afirmação, o jurista Ives Gandra Martins comentou a Constituição de 1988. Para o jurista, ao escrever um texto como, por exemplo a Constituição, o que se procura é solucionar algumas questões, porém a “Constituição tem que dar os princípios que a legislação infraconstitucional, complementar ordinária, vai equacionar”, afirmou. Ao avaliar a Constituição de 1988, Gandra ressaltou que ela possui diversos pontos positivos. “O que essa Constituição tem de bom é aquilo que diz respeito à separação de poderes. Nós tivemos os três poderes valorizados na União. O Executivo, Legislativo e o Judiciário, independentes e autônomos. Temos o maior elenco de direitos fundamentais de todas as constituições que o Brasil já teve.” Porém, o jurista destaca que é uma Constituição “adiposa, inchada. Já teve quase 80 emendas”. De acordo com ele, é umas das constituições mais emendadas da história, mas isso deve-se à sua elaboração, pois ela começou a ser elaborada com 245 artigos e passou para 250, tinha 70 disposições transitórias e passou para 97. No que se refere a uma revisão da Carta Magna

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Ives Gandra Martins

Brasileira, Gandra afirma, que na sua visão, seria necessária uma revisão da Constituição, principalmente, no tocante ao sistema tributário, nos direitos trabalhistas, previdenciários, administrativo e, por fim, no poder Judiciário. Para que essa revisão, no entanto, saia do papel, é preciso vontade política de mexer, por exemplo, na arrecadação tributária da União e dos Estados, o que, segundo ele, não seria fácil na atual conjuntura política do País. Sobre a reforma política, Gandra destacou que, por mais que seja utópico, a melhor forma de fazê-la seria pela convocação de uma constituinte exclusiva, porém, os eleitos para essa constituinte não poderiam usufruir dessa mudança por dois mandatos, justamente neste aspecto estaria o conflito, pois os políticos não iam abrir mão para que outro mudasse a estrutura.


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Região Ipiranga

São Jerônimo é lembrado por secretários Pascom

Padroeiro das secretárias foi recordado em evento realizado no Centro de Formação Sagrada Família, no dia 30 da região episcopal

Aconteceu na manhã da segunda-feira, 30, IPIRANGA a festa de São Jerônimo, padroeiro das secretárias, durante o encontro regional das secretárias e assessores das paróquias que compõem a Região Episcopal Ipiranga, no Centro de Formação Sagrada Família. O encontro iniciou-se com um momento de espiritualidade, conduzido pelo padre Antônio de Lisboa Lustosa Lopes, pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, na Vila Guarani, e doutor em ciências da religião. Padre Lisboa abordou a secretaria paroquial em sete pontos, baseando-se no Evangelho de Lucas (1, 39-56): atenção, inteligência, praticidade, alegria, ternura, gratuidade e silêncio. Por fim, no aspecto do silêncio, padre Lisboa frisou que somente neste estado se é capaz de escutar a Deus em meio ao trabalho. Segundo a secretária de documentação da Região Ipiranga, Maria da Graça Feltrin Pontes, é um bom momento para as secretárias e assessores se entrosarem, pois a única comunicação que usam é por telefone e e-mail. Ela comentou, também, que o encontro traz a realidade da cultura do encontro, da qual fala o papa Francisco. O chanceler da Cúria Metropolitana de São Paulo, padre Eduardo Vieira dos Santos, também foi convidado para dar orientações nesse encontro. Ele frisou sobre o Processo para

Padre Eduardo Vieira dos Santos, chanceler da Cúria Metropolitana, trata sobre o projeto de Habilitação Matrimonial, durante encontro com secretários no Ipiranga

Habilitação Matrimonial, e sanou dúvidas deste tema entre os assessores e secretárias paroquiais. No fim de sua palestra, padre Eduardo indicou às secretárias e assessores a leitura de dois livros que foram oferecidos gratuitamente pelo padre Anísio Hilário, vigário episcopal agenda regional

para a Região Ipiranga e pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Ipiranga, às secretárias e assessores, como gesto de gratidão pelo bom trabalho e de reconhecimento pelo dia da secretária. A secretaria de pastoral Philomena Pina Bussab acredita que esse é um encontro de es-

clarecimento e de acolhida para as secretárias e os assessores e também um bom momento para a troca de informações entre diferentes realidades, unindo-as nesses trabalhos. Segundo o padre Anísio Hilário, foi um encontro importante para a Região e suas respectivas paróquias, pois

abordou o trabalho como missão da secretária e do assessor paroquial. Por fim, foi oferecido pela Região Ipiranga um almoço de confraternização pelo Dia da Secretária, gerando um momento de descontração e lazer, entre os assessores, padres e secretárias.


Região Lapa

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15 Angela Santos

Dom Julio Endi Akamine conduz assembleia da Região Episcopal Lapa, no sábado, 28, em que agentes de pastoral analisam aplicabilidade do 11º Plano de Pastoral da Arquidiocese de São Paulo

Assembleia regional ressalta 11º Plano de Pastoral Atividade foi realizada na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, no Setor Pirituba, no sábado, 28 da região episcopal

No sábado, 28, 70 integrantes do Conselho ReLAPA gional de Pastoral, dos cinco setores da Região Episcopal Lapa, reuniram-se no salão da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, Setor Pirituba, para a assembleia regional. As atividades foram iniciadas com a acolhida mútua entre os participantes. Na sequência, dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, coordenador da assembleia, cumprimentou a todos e lembrou que o encontro tinha por objetivos fazer uma avaliação do Ano da Fé e trocar experiências sobre planejamento pastoral e as propostas do 11º Plano Pastoral, incluindo aos

aspectos a que está atrelando em 2013: “Verdadeiramente, Deus está entre nós” (1Cor 14,25); a fé que celebramos e rezamos; Sacrossanctum Concilium e as duas urgências na Ação Evangelizadora – Igreja em estado permanente de missão; e Igreja, casa da iniciação à vida cristã. Após a leitura da ata da última reunião, dom Julio ressaltou a primeira urgência – Igreja

em estado permanente de missão: “A atual consciência missionária interpela os católicos a ir ao encontro das pessoas, famílias, comunidades e povos, para lhes comunicar e compartilhar o dom da fé, no encontro com Cristo; e a segunda urgência, Igreja, casa da iniciação à vida cristã; A fé é dom de Deus! Não se começa a ser cristão por uma decisão ética, mas pelo encontro com um aconte-

cimento, com uma pessoa, que dá um novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva” (Cf. DCE, n.1). Por sua vez, “esse encontro é mediado pela ação da Igreja, ação que a concretiza em cada tempo e lugar, de acordo com o jeito de ser de cada povo, de cada cultura” (DGAE 2011-2015, nº 37), lembrou. Após o intervalo, teve início a segunda parte da assembleia,

que tratou dos projetos para 2014, a partir dos destaques a serem dados com base no 11º Plano de Pastoral: Igreja, comunidade animada pela Palavra de Deus; a evangelização da juventude; Lectio Divina; a Bíblia aberta na mão do povo e outros. Na sequência, houve a avaliação da assembleia pelos participantes e os avisos da coordenação. Ao fim, dom Julio agradeceu a participação de todos.

palavra do bispo

O Catecismo da Igreja e as revelações Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa

Dom Julio Endi Akamine

Prezado leitor do jornal O SÃO PAULO: certamente, você já deve ter ouvido falar de aparições de Nossa Senhora; e ficou também sabendo de notícias sobre videntes que afirmam ter recebido uma mensagem divina. No decorrer da história do Cristianismo, muitas pessoas se apresentaram como tendo recebido aparições e revelações divinas. Esse é o caso de

agenda regional

São Paulo no caminho de Damasco, é o caso de Pedro na casa do centurião Cornélio, de Estêvão, que, antes de morrer, viu a glória de Deus e Jesus à direita do Pai. Manifestações extraordinárias como essas relatadas pela Bíblia se verificaram também para além da primeira geração do Cristianismo. É o caso de São Francisco de Assis, que recebeu a mensagem divina de uma cruz; é também o caso de Santa Matilde, que diz ter tido várias visões de Jesus. Além desses fenômenos, todos nós sabemos que algumas aparições de Nossa Senhora alcançaram um grande reconhecimento da

Igreja. Esse é o caso das aparições de Guadalupe, de Lourdes e de Fátima. Infelizmente, houve também na história muitos casos de histeria coletiva, de fraude e de manipulação da credulidade das pessoas bem-intencionadas. A Igreja sempre faz um exame criterioso dessas aparições, pois um verdadeiro milagre e uma autêntica aparição nada têm a temer ao ser examinado. Seria, pelo contrário, um mau sinal se um presunto vidente não quisesse se submeter de bom grado a um exame crítico. De fato, os grandes santos e místicos da Igreja não

só não se negaram a tal exame, mas até o exigiram. Nos parágrafos 66 e 67, o Catecismo da Igreja Católica faz a distinção entre revelação pública e revelações privadas, e explana a relação que há entre elas. Reafirma, que Jesus Cristo é a plenitude da Revelação e, por isso, é o paradigma e o critério para a avaliação de qualquer outra revelação. A fé cristã não pode aceitar “revelações” que pretendam ultrapassar ou corrigir a Revelação de que Cristo é a plenitude. É o caso de certas religiões não cristãs, e, também, de certas seitas recentes fundadas sobre tais “revelações”.

Quarta-feira (2), 11h

Quinta-feira (3), 19h30

Sexta-feira (4), 14h30

Sábado (5), 14h

Reunião de padres do Setor Rio Pequeno, na Paróquia Santo Antonio de Pádua (avenida Otacílio Tomanik, 520, Jardim Bonfiglioli).

Missa em louvor ao Padre Kirano, na Paróquia São Patrício (avenida Otacílio Tomanik, 1.555, Rio Pequeno).

Reunião mensal do curso de teologia, na Cúria da Lapa (rua Afonso Sardinha, 62, Lapa).

Formação a todos os agentes de pastoral, com o tema “Preparando o Natal”, na Paróquia Nossa Senhora da Lapa (rua Nossa Senhora da Lapa, 298, Lapa).


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Região Santana

Fiéis festejam Santa Teresinha do Menino Jesus Carlos Minozzi/Pascom

Paróquias nos setores Santana e Tucuruvi comemoram padroeira com missas solenes, no dia 1º

Alessandra dos Santos

da região episcopal

A Região Santana comemora em duas paróquias SANTANA dedicadas a Santa Teresinha do Menino Jesus a festa da padroeira, no dia 1°. As duas paróquias desenvolveram um amplo programa de festividades, contando desde novenas, missas, procissões e quermesses. Entre os dias 22 e 30, a Paróquia Santa Teresinha, no Setor Santana (praça Domingos Correia da Cruz, 140, bairro Santa Terezinha), preparou-se com a novena para a festa da padroeira. O início da novena não poderia ser mais solene e festivo, já que contou com a presença de dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, que na missa das 11h deu início aos nove dias de oração e reflexão preparatória à comemoração da “santinha da simplicidade”, como também é conhecida Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face. A novena teve como tema “Ano da Fé: tempo de fortalecimento e crescimento” e contou, em cada dia, com padres salesianos, que presidiram missas abordando o tema. Hoje, dia 1°, dia da padroeira, haverá missas às 8h, 12h, 15h e às 19h30, procissão solene e festiva pela praça e ao final, missa presidida pelo pároco, padre Camilo da Silva, sdb. Já na Paróquia Santa Teresinha, no Setor Tucuruvi (avenida Guapira, 2.055, no Jaçanã), dom Sergio presidiu a procissão do domingo, 29, e no final, houve missa solene. A novena teve, a cada dia, reflexões à luz de Santa Teresinha, como a carta Lumen Fidei do papa Francisco. Vários sacerdotes presidiram missas durante a novena, dentre os quais, o cônego Laerte Vieira da Cunha, vigário paroquial, que abordou o tema “A fé que recebi”, refletido com muita calma e recheado de ensinamentos catequéticos. Hoje, dia da padroeira, haverá missas com bênçãos de rosas, às 7h30, 15h e 19h30.

Dom Sergio preside missa inicial do 7° Encontro de Coroinhas e Acólitos

Coroinhas participam de encontro regional da região episcopal

Dom Sergio inicia novena na Paróquia Santa Teresinha, no Setor Santana

No sábado, 28, na Academia da Polícia Militar do Barro Branco, a Região Episcopal Santana promoveu o 7° Encontro Regional de Coroinhas e Acólitos, pertencentes a diversas paróquias da Região. Recepcionados pelo coordenador regional, padre Antonio Moura (Toninho), pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida do Jardim São Paulo, cerca de 300 coroinhas e acólitos participaram de um dia inteiro de atividades.

Logo às 9h, dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu missa, concelebrada pelo padre Toninho e pelo frei Reginaldo de Abreu Araújo da Silva, osa, da Paróquia Santa Rita de Cássia, no Setor Vila Maria. Após a missa, os jovens participaram de gincanas, atividades esportivas e de diversas atrações, entre as quais lanches comunitários. Para padre Toninho, esses encontros, além da formação, procuram criar um ambiente de confraternização.

palavra do bispo

A quem eu te enviar, irás! (Jr 1,7) Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana

Dom Sergio de Deus Borges

O ano de 2013 para a maioria dos brasileiros, principalmente para os jovens, é o ano da Jornada Mundial da Juventude, evento que envolveu a Igreja no Brasil em favor desse maravilhoso encontro do papa Francisco com os jovens. Na Região Santana, participamos, junto com os jovens e demais lideranças das comunidades paroquiais, dos eventos preparativos da Semana Missionária e da Jornada no Rio de Janeiro. Porém, este ano não é somente o da JMJ enquanto celebração, mas é o ano da juventude enquanto protago-

nista da ação missionária da Igreja. A Campanha da Fraternidade enfatizou esse protagonismo ao convidar os jovens do Brasil para responder ao mandato do Senhor, utilizando as palavras que Deus dirigiu ao profeta Jeremias: “A quem eu te enviar, irás!”. Para o Senhor, os jovens não são apenas aprendizes, aqueles que têm o dever de receber a formação e a evangelização por parte dos adultos e dos idosos. No ato de enviar o profeta Jeremias, percebemos que o Senhor confia nos jovens; Ele, todopoderoso, que fala através dos profetas, teve a coragem de dar a missão e falar através de um jovem profeta: “Eu ponho minhas palavras em tua boca” (Jr 1,9). Ele pediu a esse jovem profeta que ven-

cesse o medo e tivesse confiança na própria capacidade de ser portador da boa notícia: “Não tenhas medo deles, pois eu estou contigo para defender-te” (Jr 1,8). Em Aparecida, os bispos da América Latina e do Caribe, à luz da Palavra de Deus, reafirmam essa confiança que o Senhor deposita nos jovens. A Igreja no Brasil tem grande confiança no protagonismo dos jovens discípulos (vivem em comunidade) missionários (estão capacitados para a missão) e, em nome do Senhor, neste mês missionário, quer conscientizá-los dessa eleição por parte do Senhor, deste ato de confiança de Deus em colocar sua Palavra na boca dos jovens para que eles anunciem essa Palavra aos jovens. Muitos grupos da Pastoral

agenda regional

De terça a quinta-feira (1º a 3), das 19h30 às 21h45 Sábado (5), 9h30 e 14h30

Semana Teológica, com o tema “A Nova Evangelização a partir do Documento de Aparecida”. Assessoria de João Decio Passos e do padre Alexandre Awi Mello, no Colégio Luiza de Marilac (rua Voluntários da Pátria, 1.653, Santana).

“Comemorando o Ano da Fé”, na Paróquia de São João Evangelista (praça Dirceu de Lima, 297, na Casa Verde).

da Juventude, Movimentos Eclesiais e Novas Comunidades já ouviram esse chamado e responderam ‘sim’, por meio de ações concretas: visitas missionárias às famílias, aos jovens do bairro que se afastaram da comunidade. Queridos sacerdotes, diáconos, membros das pastorais e movimentos: apoiem as atividades do mês missionário; apoiem os jovens no exercício de seu Batismo; abram as portas do coração e da Igreja com confiança, como Deus confiou sua Palavra ao jovem profeta. Queridos jovens: coragem! Se Deus confia em vocês, o que estão esperando para que sejam discípulos missionários, “rueiros” da fé, instrumentos de Deus para evangelizar os jovens, como pediu o papa Francisco?

De sexta-feira a domingo (4 a 6) Missão Jovem da Arquidiocese, na Paróquia Natividade do Senhor (rua Augusto Rodrigues, 291, no Jardim Fontales).


Região Sé

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Paróquia realiza formação sobre o Ano da Fé Encontros abordaram questões relacionadas à fé da Igreja, em sintonia com o Mês da Bíblia da região episcopal

No contexto do Ano da Fé e do Mês da Bíblia, SÉ a Paróquia Assunção de Nossa Senhora, no Jardim Paulista, realizou encontros de estudo e aprofundamento para os leigos durante o mês de setembro. Os cinco encontros aconteceram sempre nas noites de segunda-feira, assessorados pelo jornalista, professor e estudioso de ciências bíblicas Domingos Zamagna. Os temas abordados pelo professor Zamagna foram a revelação; as virtudes teologais - fé, esperança e caridade; a Igreja; e a Virgem Maria, uma vez que a Paróquia é dedicada a Nossa Senhora. “Pode ser que esses aspectos que estudamos nos encontros sejam ponto de partida para um desdobramento e sejam aprofundados”, explicou Zamagna. Para o jornalista, o Ano da Fé se íntegra no contexto mais amplo da Nova Evangelização. “A Igreja está fazendo um esforço enorme de retomar os intuitos fundamentais do Evangelho. E tudo começa pelo ato de fé”, destacou. “Claro que a evangelização varia em cada comunidade. Há algumas que estão mais avançadas, outras estão em uma fase inicial de reflexão sobre a fé. Por isso, o ponto de partida para uma Nova Evangelização é retomar os valores fundamentais da nossa fé”, afirmou o jornalista, que ressaltou que existem subsídios muito bem elaborados, como o Catecismo da Igreja Católica, mas que ainda apresenta uma linguagem muito técnica. Por isso, ele apontou à necessidade de se proporcionar momentos de estudo do Catecismo nas comunidades. O professor Zamagna salientou a importância do Concílio Vaticano 2º para a renovação da Igreja, porém, ainda é preciso que os documentos do Concílio, realizado há 50 anos, sejam as-

palavra do bispo

Evangelização na universidade Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé

Dom Tarcísio Scaramussa

O ensino superior constituise num importante espaço de ação missionária da Igreja. O Setor Universidades da CNBB, criado em 2007, tem procurado refletir sobre essa realidade da missão da Igreja, incentivado e articulado sua ação no âmbito universitário com várias iniciativas. Uma delas foi o Encontro de Paróquias Universitárias, realizado em Goiânia (GO), de 27 a 29. O encontro teve como ob-

jetivo reunir as experiências existentes de paróquias pessoais universitárias, partilhá-las, e buscar as especificidades desse tipo de paróquia como uma opção de evangelização no âmbito universitário. O encontro reuniu representantes das dioceses que contam com paróquias universitárias, como é o caso da Arquidiocese de São Paulo, que tem a Paróquia Pessoal Universitária Coração Imaculado de Maria (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). O texto de Estudos nº 104 da CNBB, “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”, foi também a referência para as reflexões desse encon-

tro, que contou com a assessoria do padre Luiz Catelan e da irmã Eugênia Loris, assessores das Comissões Episcopais para a Doutrina da Fé e para a Cultura e a Educação, respectivamente. O Setor Universidades já havia publicado este ano o subsídio “O seguimento de Jesus Cristo e a ação evangelizadora no âmbito universitário” (cf. Estudos da CNBB, 102). Esse subsídio apresenta, inicialmente, o que é a Pastoral Universitária e quais são seus objetivos. Depois, aprofunda o que significa ser discípulos missionários no âmbito universitário. Finalmente, apresenta sugestões para res-

ponder às cinco “urgências” das Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil no âmbito universitário, com orientações gerais e pistas para um trabalho de Pastoral Universitária. Em vista da renovação das paróquias, e de uma paróquia sempre mais missionária, evangelizando em todos os âmbitos da vida da paróquia, os subsídios citados podem auxiliar o trabalho de todas as paróquias, porque certamente em todas há universitários, jovens, professores ou dirigentes, e, de modo especial, as paróquias, que têm em seu território alguma instituição de ensino superior!

Fernando Geronazzo

Professor Domingos Zamagna assessora encontro de aprofundamento para leigos na Paróquia Assunção de Nossa Senhora, durante o mês de setembro

similados por todos. “Muita coisa do Concílio já foi recebida, mas há muitos aspectos dele que precisam ser até descobertos, não redescobertos. A maior parte da população não conheceu o pré-Concílio, a maior parte dos bispos nem sabe direito, do ponto de vista da vivência e da reação, o que foi o

antes e o depois do Concílio, mas o conhece através de estudos e publicações. Por isso mesmo, não se dão conta do quanto o Concílio foi renovador. E, às vezes, propõem certas coisas agora que o Concílio já havia oferecido como caminho seguro.” Para o cônego Severino Martins, pároco da Paróquia

agenda regional

Assunção da Nossa Senhora, os encontros tiveram uma boa adesão dos paroquianos. “Mesmo sendo às segundasfeiras à noite, as pessoas interessaram-se em participar. Tanto que tivemos que realizar os encontros na igreja por causa do número de pessoas, que foi uma média de 70 participantes por dia”, disse.

Novena de Nossa Senhora Aparecida A Paróquia Nossa Senhora Aparecida dos Ferroviários (rua Almirante Brasil, 125, Mooca), inicia na quinta-feira, 3, a novena de sua padroeira, celebrada no dia 12. Já no sábado, dia 5, começa a tradicional quermesse. Mais informações pelo telefone (11) 2796-6016.

Quarta-feira (2), 9h30

Sábado (5), 8h

Reunião do clero, na Paróquia São Luís Gonzaga (avenida Paulista, 2.378, Cerqueira César).

Assembleia regional, na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora (rua Três Rios, 75, Bom Retiro).


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Região Brasilândia

CEBs regional preparam-se para o 13º Intereclesial 38 delegados da Brasilândia participaram do encontro estadual preparativo para a atividade que será em janeiro de 2014 da região episcopal

Juazeiro do Norte (CE), na Diocese de Crato, sediará entre 7 BRASILÂNDIA e 11 de janeiro de 2014, o 13º Intereclesial das CEBs. Os 40 delegados das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) da Região Brasilândia já estão se preparando para esse momento de celebração e partilha entre todas as Comunidades de Base. Com o tema “Justiça e Profecia a Serviço da Vida” e o lema “CEBs Romeiras do Reino no Campo e na Cidade”, na ‘terra do Padre Cícero’, os delegados viverão a celebração da vida, aprofundarão a espiritualidade, estando comprometidos a continuar sendo povo em movimento. Já a caminho dessa preparação, os delegados das CEBs Brasilândia participaram entre os dias 21 e 22, em Pirajuí, Diocese de Lins (SP), de um encontro estadual, preparatório e de envio, para o encontro nacional das CEBs do próximo ano. Assessorados pelos padres Nelito Dornelas e Benedito Ferraro, eles estudaram e discutiram o tema: “CEBs: Justiça e profecia no campo e na cidade e a identidade das CEBs”, fazendo memória de todos os intereclesiais realizados neste chão de romeiros e romeiras de todos os cantos e recantos do Brasil. A Região Brasilândia foi representada por 38 delegados, sendo, juntamente com a Região Belém, uma das que mais levaram participantes. Da Arquidiocese de São Paulo estiveram 90 pessoas, entre delegados (79) e convidados (11). Após este encontro preparatório e com o intuito de guardar e fazer memória dos passos, as CEBs Paulistas enviaram uma carta a todas as comunidades, como forma de saudação e pedido para que rezem por todos os delegados e delegadas que irão para o 13º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base do Brasil.

palavra do bispo

Paróquias irmãs Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia

Dom Milton Kenan Júnior

A Palavra de Deus proclamada neste último domingo (cf. Am 6, 1a.4-7; Lc 16, 19-31) deixou-me pessoalmente inquieto. Diria que provocou uma santa inquietação, o que me levou a redigir rapidamente essas linhas. Chamou-nos a atenção, certamente, as duras palavras do profeta Amós àqueles que no seu tempo viviam “despreocupadamente em Sião”, os que se sentiam “seguros nas alturas da Samaria” (6,1a). Não menos graves foram as palavras de Abraão ao rico epulão que gemia no fogo ansiando por uma gota d´água

que pudesse aliviar a sua sede: “Filho, lembra-te que tu recebeste teus bens durante a vida e Lázaro, por sua vez, os males” (v. 25). Sem deixar de pensar na escandalosa desigualdade entre ricos e pobres que fere a face da terra, essas palavras me fizeram pensar naquelas paróquias e comunidades que parecem gozar da condição do “rico” da parábola; e das muitas paróquias e comunidades que se encontram na condição do pobre Lázaro. Não podemos negar que há comunidades, mesmo na nossa Arquidiocese, que vivem “confortavelmente”, como não podemos deixar de pensar naquelas outras que lutam por sobreviver, sofrendo por causa da falta de recursos materiais, de espaço físico, de colaboração pastoral; tendo que

enfrentar à custa de pesadas multas, a intolerância do Poder Público que apela para a lei para lacrar e interditar pobres comunidades na periferia da nossa cidade. Nós que pregamos aos outros, e muitas vezes chamamos a sociedade à pratica da justiça e da solidariedade, deveríamos pensar que um bonito testemunho, da nossa parte, seria criar uma rede de paróquias e comunidades, em que as mais “confortáveis” destinassem uma porcentagem para ajudar as paróquias mais pobres; mais do que isso, criássemos uma rede missionária, em que as comunidades mais estruturadas e organizadas, formassem e disponibilizassem leigos e leigas missionários para socorrer as comunidades mais sofridas, onde a formação é tão precária e o

número de agentes, limitado. O 11º Plano de Pastoral prevê esta ação: “Favorecer e estimular, de forma organizada e integrada, a experiência das paróquias irmãs em toda a Arquidiocese, para promover a partilha e a comunhão dos recursos entre comunidades já estabelecidas e as mais novas, ou carentes de recursos.” (pág. 35). De forma inédita, Jesus, nesta parábola (Lc 16, 1931), dá nome a um dos personagens; justamente o pobre chamado Lázaro, que significa “Deus ajuda”. Com aquele que ninguém se importa, Deus se importa; aquilo que lhe fazemos, Deus leva a sério. Oxalá esta inquietação possa tocar muitos corações e possamos ver despontar entre nós o testemunho da solidariedade.

CEBs Brasilândia

Em Pirajuí (SP), 38 delegados das CEBs da Brasilândia participam da preparação da delegação paulista para o 13º Intereclesial, que acontecerá em 2014

A escolha dos delegados a participarem do 13º Intereclesial foi feita por meio de articulação pós-encontros, realizados no ano passado e também por indicações dos setores, entre as pessoas interessadas em participar. Desde a escolha dos 38 delegados da Região, eles vêm par-

ticipando de encontros regulares mensais, em níveis regional e arquidiocesano, semelhantemente ao encontro da última semana. Em entrevista, Serginho Silva, coordenador das CEBs da Região Brasilândia, afirmou que os delegados estão animados. “Os delegados es-

agenda regional

tão empolgados e animados, já trabalhando a temática da justiça, da profecia no campo e na cidade.” O coordenador também aproveitou para agradecer o apoio da Região. “Agradecemos às comunidades, à própria Região, que não só contribuiu com o au-

xílio financeiro, mas também com o apoio e com as indicações pelos setores para os delegados que estarão conosco representando a Brasilândia.” Outras informações sobre o 13º Intereclesial podem ser obtidas em http://www.intereclesialcebs.org.

Quinta-feira (3), 20h

Sábado (5), das 8h30 às 13h

Domingo (6), 18h30

Missa presidida por dom Angélico Sândalo Bernardino na festa da padroeira da Paróquia Nossa Senhora Aparecida (praça XV de Novembro, 53, na Vila Zatt). Outras informações, tel.: (11) 3974-9926.

Assembleia da Região Brasilândia, no Colégio Santa Lúcia Filippini (rua Mestras Pias Filippini, 513, na Freguesia do Ó). Outras informações, tel.: (11) 3924-0020.

“Cerco de Jericó – Derrubando Muros”, na Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima (avenida Paula Ferreira, 1.522, na Vila Bonilha). Outras informações, tel.: (11) 3975-3406.


Região Belém

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Comunicadores reúnem-se no Setor Sapopemba João Carlos Gomes

Levantamento dos meios de comunicação nas paróquias da Região foi uma das propostas assumidas no encontro da região episcopal

Seguindo seu objetivo de organizar as forbELÉM mas de colaboração ao site regional e também de promover a formação e assim fortalecer a comunicação na região episcopal, a Pastoral da Comunicação do Belém reuniuse na Paróquia Nossa Senhora de Fátima e São Roque, no Setor Sapopemba, no sábado, 28. Cinco dos dez setores da Região estiveram representados, com 22 participantes. O encontro teve início com a acolhida de Carla Alves Felício, representante do Setor Sapopemba na Pascom e do frei José Carlos de Oliveira, pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima e São Roque. “A comunicação hoje requer de nós muito ‘jogo de cintura’ para, com os diversos meios, levar o Evangelho ao coração das pessoas; é uma alegria receber a Pascom em nossa paróquia”, disse o frei José Carlos. Em seguida, os anfitriões convidaram os participantes do encontro a ouvir o ‘Credo da Comunicação’ preparado especialmente para o evento. Após uma breve apresentação, uma vez que novos participantes se integraram à Pastoral, os jornalistas Rubens e Miriam Meyer passaram a dar orientações sobre como fomentar o portal da Região com notícias, bem como alguns critérios de como produzir notícias. Os responsáveis pela manutenção e alimentação do site da Região (www.regiaobelem.org.br) alegraram-se com os novos participantes da Pascom. “O objetivo do nosso encontro é agenda regional

Na Paróquia Nossa Senhora de Fátima e São Roque, no Setor Sapopemba, Pastoral da Comunicação regional realiza encontro com comunicadores, dia 28

desenvolver a comunicação dentro da Igreja em seus diversos níveis; a descentralização do local de nossas reuniões contribui para o aumento da participação. Mas ainda queremos atingir todos os setores

e paróquias da Região”, disse Rubens. “Desde a nossa primeira reunião, em junho deste ano, percebemos que conseguimos, por meio da colaboração de todos, uma agilidade e abrangência maior”, avaliou.

Na reunião, foi sugerido que os participantes de cada setor façam um levantamento dos meios de comunicação nas paróquias que integram e, por meio desse mapeamento, se intensifique a Pastoral e

fortifique a rede de comunicação no Belém. A próxima reunião da Pascom acontecerá dia 7 de dezembro, às 9h, no Centro Pastoral São José (avenida Álvaro Ramos, 366, Belém).

palavra do bispo

Crescer na fé, amando a Bíblia a exemplo de São Jerônimo Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém

Dom Edmar Peron

A Igreja encerra o mês de setembro festejando São Jerônimo, presbítero e doutor da Igreja, que morreu no ano 420, em Belém. Ele se dedicou a traduzir a Bíblia para o latim a partir dos textos originais; nutriu, pois, profundo amor pela Sagrada Escritura. Para ele, a ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo. Podemos encontrar belas passagens de seus textos, lendo a exortação apostólica pós-sinodal Verbum Domini, do papa Bento 16 (30/09/2010), a qual, cito livremente.

São Jerônimo ensinava que: A Bíblia deve ser lida com a ajuda do Espírito Santo, pois “não podemos chegar a compreender a Escritura sem a ajuda do Espírito Santo que a inspirou”; A Bíblia foi escrita pelo Povo de Deus e para o Povo de Deus, sob a inspiração do Espírito Santo. Somente na comunhão com esse povo, podemos realmente encontrar a verdade que o próprio Deus nos quer dizer. [...] O Livro é precisamente a voz do Povo de Deus peregrino, e só na fé deste povo é que podemos compreender a Sagrada Escritura (cf. VD 30); A Bíblia é o instrumento pelo qual diariamente Deus fala às pessoas de fé e forma

o seu coração. Eis os conselhos que Jerônimo deu a Leta, uma senhora romana, para a educação da filha: “Assegurate de que ela estude diariamente alguma passagem da Escritura. [...] À oração, faça seguir a leitura, e à leitura, a oração. [...] Que em vez das joias e dos vestidos de seda, ame os Livros divinos”; “O Evangelho é o Corpo de Cristo. E quando ele fala em “comer a minha carne e beber o meu sangue” (Jo 6,53), embora essas palavras se possam entender do Mistério [Eucarístico], todavia também a palavra da Escritura, o ensinamento de Deus, é verdadeiramente o corpo de Cristo e o seu sangue. Quando vamos receber o Mistério (Eucarístico), se cair uma

migalha, sentimo-nos perdidos. E, quando estamos escutando a leitura bíblica e nos é derramada nos ouvidos a Palavra de Deus, que é carne de Cristo e seu sangue, se nos distrairmos com outra coisa, não incorremos em grande perigo?”; É preciso conhecer a Escritura para crescer no amor de Cristo: “Como seria possível viver sem o conhecimento das Escrituras, se é por elas que se aprende a conhecer o próprio Cristo, que é a vida dos que têm fé?”. Irmãos e irmãs, para cada um (a) de nós vale o que disse São Jerônimo a um presbítero: “Lê com muita frequência as Escrituras divinas; mais ainda, que as tuas mãos nunca abandonem o Livro sagrado”.

Quinta-feira (3), 20h

Sexta-feira (4), 20h

Sábado (5), 18h30

Domingo (6)

Missa de 7º dia de Dora Mancini, Paróquia São Pedro Industrial (avenida do Oratório, 6.276, na Vila Industrial).

Missa de Bodas de Brilhante do Colégio São Francisco de Assis, será na Paróquia Bom Parto (rua Serra do Japi, 1.146, no Tatuapé).

Crisma na Paróquia Menino Deus (avenida dos Pequis, 325, no Jardim Vila Formosa).

Às 10h30, Crisma na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (rua Grecco, 599, na vila Diva). Às 18h30, Crisma São Carlos Borromeu Prudente (rua do Oratório, 3.712, Mooca).


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Entretenimento

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passa tempo

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Geral

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Missão pastoral leva esperança às ruas de SP Fotos: Arnaldo Júnior

O SÃO PAULO acompanhou a Pastoral do Povo da Rua da Paróquia Santíssimo Sacramento, em ação na zona sul

necessidades dos que serão visitados, e, “acima de tudo, se preparar e pedir para o Espírito Santo ir à frente apascentando os corações, para que quando você chegar seja bem recebido”. Renata Silva, 39, realizou naquela noite sua segunda visita com a Pastoral. Debaixo do viaduto Jaceguai, na Bela Vista, já perto das 23h, conduziu um momento de oração com os voluntários e parte das oito pessoas em situação de rua que ali estavam. “Estou no grupo há 15 dias e sinto que é isso que Deus quer de mim”, garantiu. Por 15 anos, ela esteve afastada da Igreja, mas há três passou a frequentar a Paróquia. “As pessoas em situação de rua transmitem mais Jesus para mim do que eu o transmito a elas, porque a gente encontra muito mais Jesus nos humildes.” Segundo Affonso, o grupo está aberto a novos participantes e para aqueles que queiram conhecer o trabalho para montar a Pastoral do Povo da Rua em paróquias. Outras informações podem ser obtidas pelos telefones (11) 3887-5022 e (11) 999760111 ou pelo e-mail afonso_siqueira@uol.com.br.

Daniel Gomes

Reportagem na zona sul

São 21h. Na fria noite de terçafeira, 24 de setembro, nas laterais da Paróquia Santíssimo Sacramento, na Vila Mariana, 12 paroquianos dividem nos bagageiros de três carros as roupas, alimentos e cobertores que vão partilhar pelas ruas com outras pessoas dali a alguns minutos. Após uma oração inicial, eles, agentes da Pastoral do Povo da Rua, partem para a missão. A primeira parada é na rua Carlos Steinen, onde conversam com quatro pessoas em situação de rua e fazem a doação do que trouxeram. O sorriso espontâneo e o diálogo descontraído não deixam dúvidas que a conversa é entre amigos. Um homem,

Pastoral do Povo da Rua da Santíssimo Sacramento dialoga com pessoas carentes e a elas oferece roupas e alimentos

conhecido como Paraná, está decidido a sair das ruas, quer alugar um “quartinho” e pergunta se pode contar com a ajuda do grupo para comprar os móveis. Feliz por ver que o amigo quer mudar de vida, Antonio Affonso Caetano Siqueira, coordenador da Pastoral na Paróquia, lhe garante o apoio.

“São eles que escolhem o segundo passo. O primeiro, nós damos, que é a aproximação, os agasalhos, a comida, que são apenas instrumentos para se estabelecer uma relação amistosa, para que passem a confiar em nós e nos ver à disposição numa eventual escolha para sair da rua”, explicou

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Affonso, como é mais conhecido, ao O SÃO PAULO. Há 15 anos, Affonso está na Pastoral. Ele lembrou que, para o sucesso das ações, é fundamental preservar a dignidade dos que vivem nas ruas, articular os voluntários para pedir e receber doações e para levantar o perfil e as

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Geral

Definido tema do Dia Mundial das Comunicações Sociais 2014 Foi divulgado na segunda-feira, 30, o tema do Dia Mundial das Comunicações 2014: “Comunicação a serviço de uma autêntica cultura do encontro”. A temática da cultura do encontro tem sido recorrente no magistério do papa Francisco, como se verificou em sua visita ao Brasil e, mais recentemente, a Cagliari, na Itália, em setembro.

Uma assembleia para a defesa da vida na Terra L’Osservatore Romano

Semana Social Brasileira

Articuladores da 5ª Semana Social Brasileira, em carta pública, pedem que o papa Francisco convoque o evento Daniel Gomes Redação

A realidade das comunidades e dos povos originários impactados pelas mudanças socioambientais, bem como a dos afetados pelas grandes obras urbanas e rurais, motivou os articuladores da 5ª Semana Social Brasileira (5ªSSB), realizada pela CNBB, em setembro, a pedir ao papa Francisco a convocação de uma Assembleia global para a defesa da vida na Terra. O pedido ao Pontífice está formalizado em uma carta pública, que, desde a semana passada, pode ser assinada por meio de uma petição on-line (veja ao lado). “Esta iniciativa, partindo do senhor [papa Francisco], para ouvir os especialistas de todo o mundo, assim como os povos originários impactados pela destruição de seu ambiente, os afetados e refugiados pelas mudanças climáticas, as vítimas da fome

Assembleia para a defesa da vida na Terra é um pedido da 5ª Semana Social Brasileira ao papa Francisco (det.)

e da sede, seguramente será acolhida em todo o Planeta, abrindo caminhos novos para a superação dessa situação que aflige a humanidade”, consta em um dos trechos da carta. Segundo dom Guilherme Werlang, presidente da Comissão Episcopal para o Serviço da Caridade, Justiça e Paz, da CNBB, a proposta já é de conhecimento do Papa, a coleta de assinaturas à carta pública será feita até 1º de janeiro do próximo ano e a Assembleia deverá acontecer entre 2014 e 2016.

“O formato desta Assembleia poderá seguir a metodologia de construção participativa a partir das bases, considerando as conferências episcopais nacionais, os conselhos episcopais continentais, coordenada pela rede Cáritas Internacional e os conselhos pontifícios e congregações responsáveis pela Justiça e Paz, Unidade dos Cristãos e Diálogo Inter-Religioso, Migrantes, Imigrantes e Refugiados, que compreendem a Mobilidade Humana”, explicou o Bispo ao O SÃO PAULO.

Na avaliação do padre Nelito Dornelas, assessor da mesma comissão episcopal, a Assembleia poderá relançar as propostas da Carta da Terra (2000); apontará para uma forma de vida pautada pela harmonia nas relações e não no poder econômico das nações; poderá colaborar na concretização da encíclica que está sendo feita pelo Papa, referente ao enfrentamento da pobreza mundial; e “significará a compreensão de que o ser humano é parte responsável por cuidar

da grande comunidade de vida e não uma espécie com o direito de dominar as demais espécies vivas e de tratar a Terra como fonte de recursos e depósito de lixo”, opinou. Para Roberto Malvezzi (Gogó), integrante da Comissão Pastoral da Terra (CPT), uma assembleia convocada pelo Papa gerará “uma nova atitude de cristãos, pessoas pertencentes a outras religiões, além de pessoas alimentadas pela sede de justiça, diante desses desafios que afetam a todos”. Francisco Vladimir, assessor de comunicação da 5ªSSB, considerou que o evento “poderá reunir todas as experiências e sabedorias dos povos originários do Planeta, bem como dos conhecimentos científicos e mobilizar as vontades para outra forma de vida sobre a terra”. Adesões à convocação da Assembleia Setor de Mobilidade Humana da CNBB mobilidadehumana@cnbb.org.br Petição on-line na Comunidade Avaaz http://www.avaaz.org/po/ petition/Convocacao_para_a_ defesa_da_vida_na_Terra_Carta_Publica_ao_Papa_ Francisco/?wjKSWdb

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Geral

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Exposição missionária enfoca a juventude “Juventude em missão” é o tema da Exposição Missionária 2014, aberta nesta terça-feira, dia 1º, na Catedral da Sé, e que segue até o domingo, dia 27. Em sintonia com a CF 2013, “Fraternidade e Juventude” e a realização da JMJ Rio-2013, exposição tem por lema “A missão é jovem! Eis-me aqui, envia-me!”. Informações: (11) 3107-6832.

100 anos de gratidão pelo dom da vida Luciney Martins/O SÃO PAULO

Missa na Catedral da Sé rendeu graças a Deus pelo centenário do monsenhor cônego Geraldo Amaral de Mello Edcarlos Bispo de Santana

Especial para O SÃO PAULO

O corpo já não tem mais a firmeza de anos atrás. A voz está rouca e sai com certa dificuldade, porém as palavras e o exemplo do monsenhor cônego Geraldo Amaral de Mello, emocionaram a todos na celebração de sábado, 28, na Catedral da Sé. “Aceito, comovido, todas essas homenagens pelo meu humilde aniversário”, disse o Monsenhor, no fim da celebração de ação de graças pelo seu centésimo aniversário natalício. A missa foi presidida pelo cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, concelebrada pelo cardeal dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito, por cônegos do Colendo Cabido Metropolitano, do qual Geraldo faz parte e é arcediago, além de padres e diáconos convidados. Durante sua fala, o Monsenhor recordou que neste ano, 8 de dezembro, celebrará 75

Missa de ação de graças pelos 100 anos de idade do monsenhor Geraldo Amaral de Mello foi marcada pela emoção e alegria; a celebração foi presidida por dom Odilo Pedro Scherer

anos de sacerdócio e que “nessa trajetória toda, em nenhum momento sequer vacilei em minha escolha”. O Cônego afirmou, ainda, que no pouco tempo que lhe resta de vida, quer permanecer fiel, “fiel àquele projeto de vida, aquela promessa que fiz, ser fiel à minha vocação”. “Era conhecido como um menino endiabrado. Quando fui para o seminário falaram: ‘Ge-

raldo no seminário?’ Alguém comentou: ‘Ele não dá nem para sacristão’. Mas Deus, todo-poderoso que faz das pedras filhos de Adão, fez aquele menino se tornar seminarista e sacerdote”, afirmou. Na homilia, dom Odilo destacou o caráter familiar da celebração, que se deu, não, apenas, pelo fato de ter familiares do Monsenhor na ce-

lebração, mas pela “família da Igreja”, pela Arquidiocese, que se une espiritualmente ao cônego Geraldo em agradecimento a Deus pela sua vida. O Arcebispo salientou quão valioso é o dom da vida, para uns curta, para outros mais longa, porém é um dom que Deus faz pessoalmente. De acordo com o Cardeal, Deus pensa pessoalmente em

cada pessoa ao lhe dar a vida. Ao agradecer as congratulações de seus 100 anos de vida, o Monsenhor se dirigiu a Rachel Figueiredo da Cunha, a quem se referiu como “anjo que Deus colocou na minha vida”. Rachel cuida há mais de 20 anos do cônego Geraldo, para ela, o maior exemplo que vê no Monsenhor é sua humildade, simplicidade e lealdade.

Eventos esportivos levam CNBB a reestruturar Pastoral do Turismo padre cido pereira

diretor de o são paulo

No dia 27 de setembro celebra-se o Dia Mundial do Turismo. A data foi instituída pela Organização Mundial do Turismo, órgão das Nações Unidas. Além de ser uma atividade econômica que movimenta bilhões de dólares por ano em todo o mundo, o turismo, para além do mero entretenimento, tem uma importância cultural, social, relacional e ambiental. Além disso, pelo bem-estar físico e mental que proporciona, essa atividade deveria estar ao alcance de todos. Geração de trabalho e renda e preservação de áreas naturais constituem também o lado positivo do turismo. Que se pense também na dimensão cultural e relacional, na acolhida tão importante aos que chegam, no conhecimento de outras culturas, na partilha de experi-

ências, na aceitação do diferente. A Igreja entende que o turismo é espaço privilegiado de evangelização. Até porque, é grande a contribuição histórica, cultural, arquitetônica e artística da religião para a formação cultural de uma nação. Tal reflexão está na fundamentação da Pastoral do Turismo, cujo bispo referencial é dom Anuar Battisti, arcebispo de Maringá, no Paraná. Ele conversou com o padre Cido Pereira, diretor do O SÃO PAULO, e âncora do programa “Construindo Cidadania” da rádio 9 de Julho. Para ele, se fez necessária uma reestruturação da Pastoral do Turismo em nosso País, porque deve-se estar preparado para acolher aqueles que virão ao Brasil para a Copa em 2014 e para os Jogos Olímpicos em 2016. Nesta preparação, deverão constar a programação de missas em diferentes línguas e também a possibilidade de mostrar o patrimônio artístico e religio-

so presente na alma do povo brasileiro. Quando diferentes setores da sociedade se articulam para oferecer lazer e serviços aos turistas que virão ao País, a Igreja também tem que se preparar para proporcionar aos turistas católicos a possibilidade de viverem a sua fé. A Igreja tem assim uma alternativa a oferecer diante de outras atividades, tais como o turismo sexual, responsáveis por uma imagem negativa que não corresponde aos valores presentes na alma do povo brasileiro. Nos dias 16 e 17 de outubro, representantes das cidades-sede dos jogos da Copa do Mundo vaõ se reunir para apresentar propostas de ação pastoral. A ideia é elaborar um material com orientação e a ser distribuído nos dias dos jogos e promover o acolhimento, o respeito entre quem acolhe ou quem recebe, alertando para os aspectos negativos do turismo.

Luciney Martins/O SÃO PAULO


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Geral

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 1º a 7 de outubro de 2013

Beatos João Paulo 2º e João 23 serão canonizados em abril de 2014 O Vaticano anunciou na segunda-feira, 30, que os beatos papas João Paulo 2ª e João 23 serão canonizados em 27 de abril de 2014, em consistório ordinário público presidido pelo papa Francisco. A data escolhida coincide com o segundo domingo do Tempo Pascal, da Divina Misericórdia, celebração instituída pelo papa João Paulo 2º.

Compreender a juventude e viver a fé em família Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

17° Congresso da Pastoral Familiar do Regional Sul 1 aconteceu entre os dias 27 e 29, na Arquidiocese de São Paulo NAYÁ FERNANDES

Especial para O SÃO PAULO

Entre os dias 27 e 29, aconteceu, na Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (Fapcom), o 17º Congresso da Pastoral Familiar do Regional Sul 1 com o tema “Família, Juventude e Fé: Família transmissora da fé”, organizado pela Arquidiocese de São Paulo, com a participação de representantes de 40 dioceses, das 44 que compõem o Regional Sul 1. Na programação, as palestras do padre André Cunha, sdb, sobre o contexto da juventude, e do professor Decio Passos, sobre família e cultura urbana, chamaram a atenção dos partici-

Cerca de 300 pessoas, de 40 dioceses do Regional Sul 1, participam do Congresso da Pastoral Familiar, na Fapcom

pantes, pela contemporaneidade e profundidade. “A mulher, mãe provedora do lar”, foi o tema da terapeuta familiar e articulista da Revista Família Cristã, Cleusa Thewes. Também os casais Rogério e Márcia, e Raimundo (Tico) e Vera falaram a partir da própria experiência matrimonial. Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Episcopal Santana e

referencial para a Pastoral Familiar, destacou a presença dos jovens da Pastoral da Juventude. “Ficamos felizes com a convicção, a firmeza com a qual a juventude testemunhou a fé.” Ao O SÃO PAULO, dom Sergio avaliou que o Congresso reforçou a missão da família. “Ela é convidada a voltar-se para os jovens, a mostrar a eles um caminho a partir da fé que professa-

mos e celebramos na Igreja e na família, que é Igreja doméstica.” No domingo, 29, após a celebração eucarística presidida por dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, ele palestrou sobre o Ano da Fé. “Nossa fé nasce de um encontro com Deus”, afirmou o Cardeal, que forneceu alguns modos para que este encontro aconteça, como a própria consciência

de cada pessoa, a Palavra de Deus e a Igreja. “Assim, também acontece no amor esponsal”, reforçou dom Odilo, “sem encontro, há distanciamento”. Lincoln Del Bianco Carvalho, 32, e Amanda Ferrari de Carvalho, 35, casados há quatro anos, são coordenadores da Pastoral Familiar na Diocese de Barretos (SP). Com apenas um ano de trabalho, eles conseguiram que a Pastoral fosse implantada nas oito paróquias da Diocese. “Foi nosso primeiro Congresso, e o conteúdo das palestras ampliou o conhecimento”, disse Amanda. “Gostei muito quando o professor Decio falou sobre como as pessoas, hoje, buscam satisfação no consumo, e isso tem efeitos negativos na família”, destacou Lincoln. Para Ester e Silvio dos Santos, coordenadores da Pastoral na Arquidiocese de São Paulo desde 2010, o Congresso correspondeu às expectativas. “Agradecemos a Deus e a toda equipe”, disse Ester. “Gostei, principalmente, do entrelaçamento da família com os jovens”, complementou Silvio.

Periferias geográficas e existenciais, novas fronteiras da evangelização NAYÁ FERNANDES

Especial para O SÃO PAULO

O 8º Congresso de Teologia, promovido pela Comissão de Estudantes de Teologia do Estado de São Paulo (Cetesp), que aconteceu de 23 a 27, no Centro Universitário São Camilo, no Ipiranga. E refletiu sobre a “Nova Evangelização: problemas de fronteira” e teve uma programação intensa de palestras, comunicações, oficinas, debates e apresentações culturais. Padre Antônio Bogaz, professor no Instituto Teológico de São Paulo e assessor do Cetesp desde o primeiro Congresso de Te-

“Gostei da unidade das faculdades de teologia para pensar Deus e os problemas que enfrenta a Igreja. A questão de periferia é importante, porque é uma preocupação não só dos teólogos, mas de toda a Igreja.”

Joseph Mugerwa, Escola Dominicana de Teologia

ologia, avaliou ao O SÃO PAULO, sobre o evento deste ano. “Destaco a integração entre os vários institutos de teologia, o trabalho discreto e eficaz do Cetesp, as exposições e apresentações culturais, que deixaram marcas fortes, e os grandes temas abordados, como a formação das estruturas eclesiais e das pessoas, a urbanidade, a mística.” “O objetivo do Congresso é refletir temas impertinentes, chamados temas de fronteiras, para preparar os estudantes de teologia, leigos, religiosos e futuros padres para responder a estas questões que são colocadas diante de nós, cada dia, durante as

“Pastoralmente falando, retomo o que diz os documentos da Igreja, sobretudo Medellín e Puebla e também Aparecida, sobre a opção preferencial pelos pobres. Profetismo não é só palavras, mas iniciativas concretas.”

Mateus Freitas Ferreira, Facudades Integradas Claretianas

Congresso de Teologia suscita discussões sobre questões pontuais da Igreja

práticas pastorais e encontros, tanto nas comunidades mais simples, quanto pelos intelectuais”, explicou padre Bogaz.

“A palestra com o Fernando Altemeyer deu o tom da semana. Estarmos atentos para uma teologia simples. Estudar sim, mas colocar tudo a serviço da comunidade e não para o próprio benefício.”

Danton Deffert, PUC de São Paulo

Os participantes, durante os momentos de debate e também no último dia, quando houve a mesa-redonda com os alunos, re-

“Os enfoques missionários e de Nova Evangelização ajudam a Igreja nesse momento de transformação. O testemunho de Francisco e a pergunta sobre as periferias existenciais me tocaram de perto.”

Irmã Maria Clara Pires, Instituto Teológico de São Paulo

cordaram o que foi dito pelo professor Rubens Ricupero e também por outros assessores sobre a importância de ir às periferias, sobretudo àquelas existenciais, como exortou o papa Francisco. Andrezza Bicudo, 18, leiga, de Ribeirão Pires (SP), graduanda em história pela Fundação Santo André, foi convidada a participar por um amigo seminarista. “A abertura com que os palestrantes falaram de diversos temas que mexem com assuntos profundos da Igreja, que a sociedade contesta. Saber que há documentos da Igreja que falam sobre sexualidade, por exemplo, foi uma surpresa para mim.”

“Para mim, a Nova Evangelização leva a relacionar-nos com o novo. Quando falamos, por exemplo, das estruturas eclesiais, percebemos que elas devem sempre ser usadas para servir e ir às periferias.”

Anderson Silva Leite, Faculdade de São Bento

“Gostei da continuidade dos temas, pois seguiram a mesma linha, tanto teórica, quanto prática. Destaco o carisma do papa Francisco e a necessidade de a Igreja ir ao encontro do povo.”

João Gabriel Galhoti, Centro Universitário Salesiano


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