O SÃO PAULO - edição 2975

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Carta sobre a dignidade da mulher faz 25 anos

6ª Retomada Indígena reflete sobre exclusão

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Pastoral Operária em processo de assembleia

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo

Evento aprofunda a Sacrosanctum Concilium Página 21

ano 58 | Edição 2975| 22 a 28 de outubro de 2013

R$ 1,50

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No seu Dia, juventude assume Missão “Juventude e Missão”. “Jovem: Levante-se e seja fermento”. Estes foram o tema e o lema do Dia Nacional da Juventude celebrado no dia 20, quando a Igreja também celebrou o Dia Mundial das Missões. Jovens

das seis regiões episcopais reuniram-se no Pátio do Colégio e, após apresentações artísticas e reflexões, foram à Catedral e participaram da missa presidida por dom Odilo Pedro Scherer, os bispos auxiliares e pa-

dres da Arquidiocese. Presentes também na missa, os meninos e meninas da Infância Missionária. Dom Odilo, na homilia, exortou os jovens a construírem um futuro sério, bom e justo. Página 13

Assembleia reúne Igrejas do Sul 1 Luciney Martins/O SÃO PAULO

Representantes de dioceses paulistas participam de Assembleia das Igrejas Helena Ueno

Nos 14 anos da rádio 9 de Julho, comunicadores e funcionários vão à Catedral Luciney Martins/O SÃO PAULO

Exposição “Resistir é preciso...” ficará em São Paulo até o dia 6 de janeiro

A 35ª Assembleia das Igrejas do Regional Sul 1 aconteceu entre 18 e 20 e o tema principal foi a renovação da paróquia, tendo como base o documento de estudos 104 da CNBB “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”. Participaram 235 representantes das dioceses, que propuseram linhas comuns de ação. Página 24

Rádio 9 de Julho comemora 14 anos de reabertura No domingo, 20, na Catedral, padre Cido Pereira, vigário episcopal para as comunicações, presidiu missa em ação de graças pelos 14 anos de transmissão da rádio 9 de Julho. Cassada pelo governo militar, a emissora foi devolvida à Igreja, que reiniciou suas transmissões em 1999. Página 12

Jornal O SÃO PAULO resistiu à censura Exposição no Centro Cultural Banco do Brasil e no Centro Cultural Correios, idealizada pelo Instituto Vladimir Herzog e pelo Ministério da Cultura, faz memória da resistência à censura nos tempos da ditadura militar. Uma página do O SÃO PAULO lembra os 10 anos de censura do semanário arquidiocesano. Página 11

Luciney Martins/O SÃO PAULO


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Fé e Vida

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frases da semana

“A Igreja, de certa maneira, afinava-se com a sociedade. O Vaticano 2º acontece nos anos 1960 quando várias lutas libertárias aconteciam pelo mundo. Ele as incorporou em boa parte, mas a da emancipação da mulher teve que esperar um pouco.”

Maria Clara Bingemer, sobre os 25 anos da Mulieris Dignitatem

“Não é mais uma Igreja voltada e centralizada no presbítero, no clero, mas é uma Igreja que quando celebra, revela o corpo místico de Cristo. Cristo que tem muitos membros e cada membro exerce uma função no corpo.”

Padre Hernaldo Pinto Faria, durante a Semana Nacional de Liturgia

“O objetivo é lutar pela memória, ou seja, apresentar fatos que a maioria da população não conhece, sobretudo os jovens. É também uma exposição de obras de arte, que apresenta de que maneira o artista plástico reagiu à ditadura.”

José Luiz Del Roio, sobre a exposição “Resistir é preciso...”

você pergunta

Espiritualidade

Com cruz de madeira no terço, ganha-se a indulgência plenária?

Quem te falou pela primeira vez de Deus? Frei Patrício Sciadini

Diretor do O SÃO PAULO, semanário da Arquidiocese de São Paulo

Padre Cido Pereira

Tereza, que não explicitou onde mora, me enviou a seguinte pergunta: “É verdade que, quando rezamos o terço com crucifixo de madeira, ganhamos a indulgência plenária?”. Tereza, sei lá quem inventou isso, sei lá quem disse isso para você. O que eu sei é que nós precisamos muito crescer no conhecimento de nossa fé. Pense comigo, Tereza: em que aumenta ou diminui o valor do terço se o crucifixo é de madeira ou de metal? O valor da oração está no que dizemos a Deus e não nos objetos que usamos, seja para contar as preces, seja para nos ajudar a fixar a atenção na oração. Coloquemos isso no nosso coração, Tereza. Não façamos das medalhas, dos santinhos, das imagens, uma espécie de patuá para fechar o corpo. Nós criticamos tanto os irmãos do candomblé e da umbanda pelos seus patuás, pelos penduricalhos que usam no pescoço, e acabamos fazendo o mesmo com nossos objetos de piedade, imaginando que a força está neles e não nas preces que brotam de nosso coração enquanto os usamos. Tereza, reze o terço sempre. Ganhemos todas as indulgências que pudermos. Elas nos ajudam a chegarmos perto de Deus. Elas descontam as penas de nossos pecados. Mas, tiremos de nossa cabeça e de nosso coração as crendices e superstições que acabam criando uma religião do medo, do interesse, e não uma religião do amor e da comunhão com Deus. Deus abençoe você, minha irmã.

Tiremos de nossa cabeça e de nosso coração as crendices e superstições que acabam criando uma religião do medo, do interesse, e não uma religião do amor e da comunhão com Deus

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

É verdade, a fé é um dom de Deus, mas Deus oferece seus dons também por meio das mediações humanas. São muitos os caminhos através dos quais ele, na sua bondade, chega ao nosso coração, nos fala, nos seduz e nos doa o seu amor. Como é importante perceber que a pregação é um dos meios mais eficientes, através dos quais chega até nós o conhecimento de Deus. O papa Francisco, na sua encíclica “A Luz da Fé”, diz que a fé é como uma longa corrente, cujos anéis se unem com o passado e estão abertos para se unirem com o futuro. Cada um de nós forma este anel, que não deve ser mais rompido nem interrompido, é a transmissão da fé.

Essa imagem da corrente que continua na história e no tempo é de uma beleza única. Nestes dias, estava refletindo na minha oração e agradecendo a Deus o dom da fé que ele me deu. Mas quis fazer uma ladainha das pessoas que Deus colocou na minha vida e que me ajudaram a receber a fé, a reavivar a fé. Não posso me recordar de todos, seria difícil. Mas quero somente recordar três pessoas. Minha mãe, Domênica, que, mesmo sendo analfabeta nas letras e nas leituras dos livros sagrados, sabia ler a vida de todos os dias à luz da vontade de Deus. Em todas as coisas, apelava a Deus. Uma mãe educadora, que me conduziu pelos caminhos não do conhecimento teórico de Deus, mas do conhecimento amoroso de Deus, mediante a oração e a sua vida simples. A segunda pessoa de quem não posso esquecer foi um sacerdote, dom Tiago, homem velho, que me queria

bem e que, quem sabe, viu em mim os primeiros sinais vocacionais. E, sabendo que eu não tinha pai, sempre foi atento para comigo e me ajudou com sua vida simples e pobre a compreender a beleza da liturgia. Foi ele quem pela primeira vez me convidou a ser coroinha e que, uma vez, quando eu disse que queria ser padre, me olhou e disse: “Anda, para chegar lá deve comer 20 sacos de batata”. E isso ficou tão impresso na minha mente que queria só comer batatas. A minha fé foi crescendo e se purificando, especialmente no contato com o Carmelo, com os místicos carmelitanos, com os santos do Carmelo e com as monjas carmelitas descalças, que, com sua vida simples, sempre conquistaram o meu coração. E, para ti, quem te ensinou o caminho da fé? Quem foi que te falou pela primeira vez de Deus, do seu amor e da sua bondade? Reze hoje esta ladainha das pessoas de fé que Deus colocou na tua vida.

palavras que não passam

A Igreja reconhece no mundo seu interlocutor PADRE AUGUSTO CÉSAR PEREIRA

Já havia diálogo entre Deus e a humanidade, no paraíso terrestre. Iniciado muito afetuosamente, mas com final desagradável. Em Jesus Cristo, Palavra de Deus em carne e osso, somos interlocutores uns dos outros. A Igreja, em sua renovação conciliar, não pode ficar fora disso. Inter, prefixo latino, significa “entre”; loqui, “falar”. Para ser interlocutor, é preciso que se encontrem ao menos duas pessoas. Em Jesus, nós não só ouvimos, Deus fala, mas podemos conversar para ele nos ouvir, isto é, tornamo-nos interlocutores de Deus. Afinal, conforme Paulo, para o Pai, nós somos “imagem do Filho” (Rm 8,29). Interlocutores, porque Jesus é um homem para a nossa humanidade; é

Deus para a nossa fé. Interlocutores, porque Jesus é a Palavra eterna que desde sempre existe em Deus, porque ela mesma é Deus (cf. Jo 1,1). Interlocutores, porque recebemos da própria Palavra a capacidade de dialogar com ela. Interlocutores, porque a Palavra de Deus, a qual já se fez ouvir na oportunidade da Primeira Aliança, agora, além de falar, se torna visível em Cristo. Interlocutores, porque essa Palavra eterna que era Deus se fez carne da nossa carne e armou sua tenda entre nós (cf. Jo 1,14). Interlocutores, porque a Palavra de Deus se coloca à altura do relacionamento humano, para dialogar conosco como nós dialogamos: fazendo-se entendida como entre nós nos entendemos. Somos, em Cristo, filhos com toda a chance de relação filial com o amor paterno de Deus. Interlocutores, porque, se assim estamos em condições de nos entender com ele e ele conosco, e nós entre nós,

a Palavra nos dá a possibilidade de nos conformarmos a ele, nosso Mestre, para que cada qual de nós possa viver Cristo em si próprio (cf. Gl 2,20). Ainda Paulo: “Não vos conformeis às estruturas deste mundo, mas transformai-vos pela renovação da mente” (Rm 12,2). Interlocutores: “Nestes dias, Deus falou em seu Filho” (Hb 1,12). Interlocutores, porque nesse diálogo, o homem descobre a manifestação do Pai em seu Filho (cf. Ef 4,13); Jesus comunica-nos as coisas do Pai (cf. Jo 12,50); “Dei-lhes as palavras que tu me deste” (Jo 17,8). Interlocutores, porque, se o homem penetra nos mistérios de Deus, a Palavra de Deus também aceita o diálogo para penetrar nas dúvidas, anseios e questionamentos do homem moderno. Tudo revela que Deus, na sua revelação, é profundamente adepto do diálogo com os humanos. Percebemos que a interlocução é o maior distintivo da grandeza da pessoa humana. Só pode haver interlocutores nas relações entre pessoas humanas.

Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Antônio Aparecido Pereira • Reportagem: Daniel Gomes e Edcarlos Bispo de Santana • Colaboração: Nayá Fernandes • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Assinaturas: Djeny Amanda • Projeto Gráfico e Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Impressão: Atlântica Gráfica e Editora Ltda. • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinatura) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail• A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.


Fé e Vida

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encontro com o pastor

Missão: Nova Evangelização

Arcebispo metropolitano de São Paulo

cardeal dom odilo pedro scherer

O Domingo das Missões, no Ano da Fé, recorda-nos que a verdadeira obra missionária da Igreja é fruto da fé: o desejo de anunciar e de partilhar a experiência gratificante da fé nasce da alegria de crer e da consciência sobre a preciosidade do dom recebido, que não deve ser escondido nem conservado somente para si. Eis o motivo porque no esforço da Nova Evangelização a Igreja convidou a todos os seus filhos a celebrarem o Ano da Fé. Sem se refazer na origem da fé, que é o encontro com Deus por meio de Jesus Cristo, não haverá ardor missionário nem renovação da Igreja. Na linguagem da Conferência de Aparecida, isso significa que, para ser missionários, é preciso, antes de tudo, ser discípulos. Recentemente, na audiência concedida aos membros do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, o papa Francisco resumiu em três pontos as necessidades mais prementes da Nova Evangelização: o primado do testemunho, a urgência de ir ao encontro dos outros e um projeto pastoral centrado no essencial.

O anúncio do Evangelho é confrontado hoje, muitas vezes, com a indiferença de quem já não lhe dá importância e não tem interesse em ouvi-lo. Como despertar nos corações um renovado interesse pela mensagem da salvação? Aqui entra o papel do testemunho de quem crê. É muito importante que os cristãos mostrem a sua fé através de convicções firmes, da vida coerente com ela, da alegria e da serenidade que ela traz. Mostrem, por outro lado, que a fé muda a pessoa para melhor e a torna humanamente rica de virtudes. Esse testemunho fará com que outras pessoas se interroguem sobre as razões da fé, da alegria, da luz e da fortaleza que ela traz; a fé não livra magicamente de todos os problemas, mas oferece vigor e compreensão nova para as várias situações da vida, mesmo dos sofrimentos. A fé traz consigo a esperança revigorante e a caridade operosa. Hoje, como no passado, esses testemunhos fidedignos da fé são muito necessários para atrair para Jesus Cristo e para a beleza do encontro com Deus! A Nova Evangelização também é a renovada busca do encontro com quem perdeu a fé e o sentido profundo da vida. Isso faz parte da própria razão de ser da Igreja: o Filho saiu do Pai e veio ao mundo, ao encontro da humanidade, para lhes trazer a vida; da mesma forma, ele enviou os discípulos ao encontro

de todos os povos para lhes levar a Boa-Nova da salvação. Cada cristão, fiel a Cristo, também tem a vocação de ir ao encontro dos outros, de dialogar com quem pensa diversamente de nós, ou que perdeu a fé. Ninguém está excluído da esperança, da vida e do amor de Deus. A Igreja é enviada ao mundo para levar a todos essa esperança, especialmente a quem está sufocado por condições de vida adversas e, por vezes, desumanas. Em toda parte, faz falta o “oxigênio do Evangelho”, o sopro do Espírito de Cristo ressuscitado, que reacende a fé e a esperança nos corações. Disse o papa Francisco: “A Igreja é a casa onde as portas estão sempre abertas, não apenas para que cada um entre, encontre acolhida e possa respirar amor e esperança, mas também para que nós possamos sair e levar aos outros esse amor e essa esperança; o Espírito Santo nos impele a sair do nosso recinto e a nos conduz às periferias da humanidade”. Isso, porém, não se improvisa, mas requer o esforço comum de um projeto pastoral voltado para o essencial e que seja centrado na essência, ou seja, em Jesus Cristo. “Não devemos nos perder em tantas coisas secundárias e supérfluas, mas é preciso se concentrar sobre a realidade fundamental, que é o encontro com Cristo e a sua misericórdia e seu amor, e com o amor aos irmãos (cf. “L’Osservatore Romano”, ed. de 14/15.10.2013) Arquivo pessoal

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editorial

A urgência da missão hoje! No domingo passado, 20, a Igreja celebrou o Dia Mundial das Missões. Dentro do Ano da Fé, a celebração ganhou destaque maior por vários motivos. O primeiro é que a Igreja é por essência missionária. E como repetimos mais insistentemente após o Concílio Vaticano 2º que a Igreja somos nós, os batizados, o Dia Mundial das Missões nos relembra que o Batismo nos fez discípulos missionários do Senhor Jesus. Daqui, segue a constatação de que, sem o anúncio claro de Jesus e do Evangelho, a fé, dom de Deus, não será oferecida, não será conhecida, nem será aceita, nem ouvida por tantos que ainda não ouviram o primeiro anúncio. E tem mais: se faz necessário hoje um segundo anúncio, uma Nova Evangelização, porque aos que nunca ouviram falar de Jesus Cristo se somam os que ouviram e se esqueceram dele. Houve um tempo em que nós trabalhávamos pelas missões. Crianças, jovens, adultos éramos criativos no arrecadar recursos financeiros para ajudar a missão ad gentes. Ardíamos de zelo e de carinho pelos missionários que largavam pátria, família e, sem olhar para trás, iam aos lugares mais distantes do planeta, para semear no coração dos povos a semente do Evangelho. Hoje entendemos que território de missão não é só aquele onde ainda não chegou o primeiro anúncio de Jesus Cristo. Território de missão é a família, é a escola, é o bairro, é o lugar onde vivemos. E missionários não são só aqueles dotados de uma vocação especial, missionários somos todos nós. A estas preocupações todas, a Igreja acrescenta mais uma. Neste que foi o Ano da Juventude, a Igreja vê os jovens com dois olhares. Ela os vê como destinatários do anúncio do Evangelho. É preciso ajudá-los e incentivá-los a ouvir a proposta de Jesus. Mas também a Igreja vê os jovens como protagonistas da missão. Ela quer os jovens evangelizando jovens. E, nesse sentido, quantas bonitas experiências temos visto neste Ano da Fé, neste Ano da Juventude! Sejamos Igreja, sejamos discípulos do Senhor Jesus, sejamos missionários. Que o mundo saiba as razões de nossa fé.

agenda do Cardeal Terça-feira (22) 9h – Ato solene de instalação da Cátedra João Paulo 2º, para estudos avançados sobre a Nova Evangelização, na PUC-SP, campus Ipiranga.

Terça a quinta-feira (22 a 24) Conselho Permanente da CNBB – Brasília.

Sexta-feira (25) 17h – Missa no Seminário Propedêutico Frei Galvão 20h – Ordenação presbiteral em Guarulhos.

Sábado (26)

Acompanhe dom Odilo na tevê e no rádio

Rede Vida

“Palavra do Cardeal” Aos domingos, às 2h - reprise às 7h15 e às segundas-feiras, às 6h45.

Rede Século 21

“Igreja Presente” Aos sábados, às 15h45.

Canção Nova

“Discípulos e Missionários” Às terças-feiras, às 19h30.

Rádio América – AM 1410 kHz “Discípulos e Missionários” Aos domingos, às 21h.

Rádio 9 de Julho – AM 1600 kHz “Encontro com o Pastor” Todos os dias, às 12h, logo após o Angelus. “Transmissão da missa” Aos domingos, às 11h, direto da Catedral da Sé.

8h30 – Assembleia arquidiocesana de Pastoral, no Colégio Marista Arquidiocesano (rua Domingos de Morais, 1.797, Vila Mariana) 17h – Missa pelo 50º aniversário dos Missionário Espiritanos no Brasil, na Paróquia Nossa Senhora do Carmo.

Domingo (27) 10h – Missa pelos 70 anos da Paróquia São João Maria Vianney, na Região Lapa 15h – Peregrinação da Região Sé à Catedral


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Fé e Vida

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liturgia e vida

palavra do papa

Orar sempre, dia e noite!

TODOS OS SANTOS E SANTAS 3 DE NOVEMBRO Ana Flora Anderson

Semelhante a ele A Igreja celebra a festa dos santos e santas convidando-nos à santidade. A oração do dia pede a misericórdia de Deus para andarmos no caminho da santidade. A primeira leitura (Apocalipse 7, 2-4.9-14) foi escrita em tempos de perseguição dos cristãos. O livro é uma profecia de esperança: Quem segue a Jesus vencerá! Tanto os filhos de Israel quanto os povos de todas as nações que foram fiéis ao Cordeiro imolado participarão da salvação divina. A segunda leitura (1 João 3, 1-3) é um dos trechos mais profundos da Bíblia. O amor do Pai já nos chamou a sermos seus filhos. Deus, porém, promete que este grande dom é só o começo do caminho à santidade. Ao ver Jesus, face a face, seremos semelhantes a ele! O Evangelho de São Mateus (5, 1-12) anuncia as sete bem-aventuranças. Nas suas homilias, o papa Francisco nos chama a seguir esse caminho, o qual começa com a humildade de coração que nos abre aos outros e ao mundo. Devemos ser humildes, mas aflitos para realizarmos a justiça neste mundo. Nos conflitos, devemos ser misericordiosos e pacíficos. Quem é íntegro sempre será perseguido, mas a promessa será realizada: Seremos semelhantes a ele!

Papa francisco “‘Suplicar a Deus dia e noite.’ Nos toca esta imagem da prece. Mas perguntemo-nos: ‘Por que Deus quer isso?’ Ele já não conhece as nossas necessidades? Que sentido tem insistir com Deus?” Essa é uma boa pergunta, que nos faz aprofundar um aspecto muito importante da fé: Deus nos convida a orar com insistência não porque não sabe do que temos necessidade, ou porque não nos escuta. Ao contrário, ele escuta sempre e conhece tudo sobre nós, com amor. No nosso caminho de todos os dias, especialmente nas dificuldades, na luta contra o mal fora e dentro de nós, o Senhor não está longe, está ao nosso lado; nós lutamos com ele ao lado, e a nossa

arma é justamente a prece, que nos faz sentir a sua presença ao nosso lado, a sua misericórdia, e também a sua ajuda. Mas a luta contra o mal é dura e longa, requer paciência e resistência – como Moisés, que tinha que manter os braços erguidos para fazer vencer o seu povo (Cf. Ex 7, 8-13). É assim: há uma luta a levar avante a cada dia. Mas Deus é nosso aliado, a fé nele é a nossa força, e a prece é a expressão desta fé. Por isso, Jesus nos assegura a vitória, mas no fim pergunta: “O Filho do homem, quando vier, encontrará fé na terra?” (Lc 18,8). Se a fé se acaba e nós caminhamos no escuro, enfraquecemos-nos no caminho da vida. Aprendamos então com a viúva do Evangelho a orar sempre, sem nos cansarmos. Era brava essa viúva! Sabia lutar pelos seus filhos. E eu penso em tantas mulheres que lutam por sua família, que oram, que não se cansam jamais. Tenhamos na memória hoje, todos nós, estas mulheres que com sua atitude nos dão um verdadeiro testemunho de fé,

de coragem, e um modelo de prece. Lembremo-nos de todas elas. Orar sempre, mas não para convencer o Senhor por força de palavra. Ele sabe melhor que nós o que precisamos. Antes a prece perseverante é expressão da fé em um Deus que nos chama para combate com ele, a cada dia, a cada momento, para vencer o mal com o bem. Após o Angelus continuou o Papa: Hoje é o Dia Mundial das Missões. Qual é a missão da Igreja? Difundir no mundo a chama da fé, que Jesus acendeu no mundo: a fé em Deus que é Pai, Amor, Misericórdia. O método da missão cristã não é proselitismo, mas o da chama partilhada que aquece a alma. Agradeço a todos os que com a prece e a ajuda concreta sustentam a obra missionária, em particular a solicitude do Bispo de Roma pela difusão do Evangelho. Neste dia, estamos próximos a todos os missionários e missionárias que trabalham sem fazer barulho e dão a sua vida. L’Osservatore Romano

leituras da semana

SEGUNDA (4): Rm 11, 29-36; Lc 14, 12-14 TERÇA (5): Rm 12, 5-16a; Lc 14, 15-24 QUARTA (6): Rm 13, 8-10; Lc 14, 25-33 QUINTA (7): Rm 14, 7-12; Lc 15, 1-10 SEXTA (8): Rm 15, 14-21; Lc 16, 1-8 SÁBADO (9): Ez 47, 1-2.8-9.12; Jo 2, 13-22

Santos e Heróis do Povo – 26 de outubro

“Se alguém está em Cristo, é nova criatura” (2Cor 5,17a) Em El Salvador é lembrado neste dia o secretário da Comissão dos Direitos do Homem, Ramón Valladares. Era conhecido e aceito nas comunidades cristãs por sua coragem e dedicação ao povo, que lhe valeram a pena terrível de ser sequestrado e assassinado, com a idade de 25 anos. E era pai de dois filhinhos. Isso ocorreu em 1980. Em Roma, no Vaticano, venera-se o papa Santo Evaristo. Foi o sucessor do papa São Clemente. Ocupou a Cátedra de Pedro durante dez anos, de 97 a 105. O pai dele era judeu, nascido em Belém, embora o filho viesse da Ásia Menor e terminasse em Roma sua vida, pelo martírio como papa. Na África do Norte, alcançaram grande celebridade os santos chamados Rogaciano e Felicíssimo. Foram homens de grande coragem, durante a perseguição de Décio, em meados do século 3º. Lembra-se também uma mulher, a serva de Deus Nelly Beghian (imagem). Dedicou-se ao ensino e à santificação dos padres, por quem rezou até a morte, em 1945. Seu pai era armênio católico, e sua mãe, grega ortodoxa. Foi religiosa de uma congregação fundada por Jean-Jacques Olier. Fonte: “Santos e Heróis do Povo”, livro do cardeal Arns.

Tweets do papa

@Pontifex_pt 19 - Seguir a Jesus quer dizer

dar-lhe o primeiro lugar, despojando-nos das muitas coisas que sufocam o nosso coração. 18 - Não nos resignemos com o mal! Deus é Amor, que venceu o mal na morte e ressurreição de Cristo. 17 - A nossa oração não pode ficar reduzida a uma hora, ao domingo; é importante encontrar diariamente o Senhor. 14 - Queridos jovens, não tenhais medo de dar passos definitivos na vida. Tende confiança! O Senhor não vos deixa sozinhos.

“Católicos e luteranos podem pedir perdão pelo mal que causaram uns aos outros e pelas culpas cometidas diante de Deus, e invocar ‘o dom da unidade’; ‘as dificuldades não faltam nem faltarão e serão necessários, paciência, diálogo e compreensão recíproca!’” O trecho é do papa Francisco, na segunda-feira, 21, ao receber, em audiência, no Vaticano, uma delegação da Federação Luterana Mundial e os membros da Comissão Luterano-católica para a Unidade. Fonte: site radiovaticana.va

há 50 anos

Nova Câmara Municipal Os paulistanos foram às urnas em 27 de outubro de 1963 para escolher os vereadores. Essa foi uma das chamadas de capa do O SÃO PAULO. “Para muito paulistano, a maioria dos vereadores não vêm respondendo às esperanças depositadas em seus altissonantes programas pré-eleitorais”, afirmou o texto da edição. O jornal tratou ainda sobre a Nova Política Anti-Inflacionista do Governo. “Foram aprovados pelo presidente da República os pormenores da exposição fei-

ta ao povo brasileiro, através de ampla cadeia de rádio e televisão. A transmissão foi feita simultaneamente, em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Porto Alegre.” Na seção “Diário do Concílio”, a chamada ficou para a atualização e renovação da Igreja. O texto retoma que o objetivo central do Concílio é que a Igreja seja informada totalmente pelo Espírito de Cristo. “Podese mesmo dizer que o êxito do Concílio está nas mãos do povo cristão.”

Capa da edição de 27/10/1963


Viver Fé e Vida Bem dicas de cultura

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literatura

Pinturas de Braz Dias e estandartes de Astrid Salles no Espaço Cultural Citi

O Espaço Cultural Citi recebe a união dos trabalhos de dois artistas na mostra “Braz Dias e Astrid Salles: o flautista azul e os estandartes”. Em cartaz de até 3 de janeiro de 2014, a exposição pode ser visitada de segundas a sextas, das 9h às 19h, e aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 17h. A entrada é gratuita. As pinturas de Braz Dias foram expostas em diversas galerias ao redor da Europa e agora se unem aos estandartes de Astrid Salles, que apresenta peças com influências indígenas, já expostas em galerias e museus do Brasil, Europa, Canadá e Ásia.

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SERVIÇO O QUE: ”Braz Dias e Astrid Salles: o flautista azul e os estandartes” QUANDO: de 21/10 a 03/01 Segundas, Terças, Quartas, Quintas e Sextas, das 9h às 19h; Sábados e Domingos, das 10h às 17h QUANTO: Gratuito ONDE: Espaço Cultural Citi (avenida Paulista, 1.111, Bela Vista – Centro, São Paulo, (11) 4009-3000, metrô estação Trianon-Masp)

vamos cuidar da saúde!

direito do consumidor

Terapia Ocupacional (TO) A Terapia Ocupacional vem ganhando importância nos quadros demenciais, por atuar no desempenho das atividades diárias, que, com a evolução da doença, se tornam limitadas para o paciente e para seus cuidadores e/ou familiares. O objetivo é minimizar as dificuldades informando e orientando o cuidador e/ou familiar a estar capacitado a lidar com as dificuldades do dia a dia. Os Terapeutas Ocupacionais (TO) recomendam: ambiente calmo e estável; auxiliá-lo sempre que necessário e não fazer por ele; promover atividades motivadoras e participativas; ter informações sobre períodos de piora para reestruturar a rotina. Um TO pode auxiliar você, que tem alguém com demência em casa. Dúvidas: dracassiaregina@gmail.com

Não pode haver preço diferenciado nas compras à vista em dinheiro e nos cartões de crédito e débito. Esse é o entendimento do Procon em meio às discussões sobre a regulamentação dos cartões de crédito no País. Essa diferenciação é uma prática infrativa à Portaria 118/94, do Ministério da Fazenda, e, também, ao Código de Proteção e Defesa do Consumidor (CDC). Se isso ocorrer, ligue para o PROCON: 151. Ronald Quene é formado em Direito

Cássia Regina é medica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF).

O jornal O SÃO PAULO está de cara nova faça parte desta mudança

Assine O SÃO PAULO

e-mail: assinaturas@osaopaulo.org.br (11) 3666-9660 / 3660-3723 / 3660-3724

‘Mística de olhos abertos’ reflete sobre a espiritualidade A palavra “espiritualidade” tornou-se uma palavra da moda, com muitos sentidos. Em um deles, ela é a expressão que se tornou semanticamente indefinida, de um movimento de busca pela “nova religiosidade”a no outro, é o interesse por uma espécie de “função substituta” para um tempo concebido como estritamente pós-religioso. Tendo em vista a importância de se perguntar pela essência da espiritualidade cristã, a Paulus lança “Mística de olhos abertos”. A obra, sob perspectiva teológica, trata a questão atualmente difundida quanto indefinida da “espiritualidade” e das “espiritualidades”. “Com minha sugestão de uma ‘mística de olhos abertos’, pretendo não só dar voz a um perfil imprescindível da espiri tualidade cristã, mas também penetrar nas discussões sobre as

crises que cercam Deus, a Igreja, as religiões e os mundos seculares”, explica o autor. O livro está dividido em três partes e aborda o perfil messiânico da espiritualidade cristã, o conceito do político na nova teologia política e textos formulados literariamente de modo bem diverso, que falam por si mesmos. Segundo o autor, “todos pretendem afirmar que os olhos também podem ser um órgão de bênçãos”. Johann Baptist Metz (1928) é professor emérito de Teologia Fundamental da Universidade de Münster, Alemanha. ficha técnica Título: “Mística de olhos abertos” Autor: Johann Baptist Metz Coleção: Amantes do Mistério Acabamento: Costurado Formato: 13,5 cm x 21 cm Páginas: 296 Preço: 40,00 Áreas de interesse: Teologia


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Fé e Vida

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direito canônico

fé e cidadania

Subsidiariedade e ordem econômica em vista da dignidade humana

O que você faz com o tempo?

Padre Carlos Roberto Santana da Silva

Os ensinamentos do papa Pio 11, foram sucessivamente confirmados pelos seus sucessores e, particularmente, devemos recordar a encíclica Mater et Magistra, do papa João 23. Tratando da “iniciativa pessoal e intervenção dos poderes públicos em matéria econômica”, diz a encíclica: “Devemos afirmar desde já que o mundo econômico é criação da iniciativa pessoal dos cidadãos, quer desenvolvam a sua atividade individualmente, quer façam parte de alguma associação destinada a promover interesses comuns”. “Mas nele, pelas razões aduzidas pelos nossos predecessores, devem intervir também os poderes públicos com o fim de promoverem devidamente o acréscimo de produção para o progresso social e em benefício de todos os cidadãos.” “A ação desses poderes, que deve ter caráter de orientação, de estímulo, de coordenação, de suplência e de integração, inspirado no princípio de subsidiariedade...” (encíclica Mater et Magistra, nºs 48-50). Com o beato João Paulo 2º, o princípio de subsidiariedade, mantendo-se na linha das colocações precedentes, traz novidades. Particularmente, o princípio é colocado em evidência pela Instrução sobre a Liberdade Cristã e a Libertação, da Congregação da Doutrina da Fé (Libertatis Conscientiae).

Nesta instrução, lê-se que “o mandamento supremo do amor conduz ao pleno reconhecimento da dignidade de cada homem, criado à imagem de Deus. Dessa dignidade, decorrem direitos e deveres naturais. À luz da imagem de Deus, a liberdade, prerrogativa essencial da pessoa humana, manifesta-se em toda a sua profundidade. As pessoas são sujeitos ativo e responsável da vida social” (cf. Constituição Gaudium et Spes, nº 25). “Ao fundamento, que é a dignidade do homem, estão intimamente ligados o princípio de solidariedade e o princípio de subsidiariedade.” “Em virtude do primeiro, o homem deve contribuir, com os seus semelhantes, para o bem comum da sociedade, em todos os seus níveis” (Cf. João 23, encíclica Mater et Magistra, nos 132-133). Sob este ângulo, a doutrina da Igreja opõe-se a todas as formas de individualismo social ou político. “Em virtude do segundo, nem o Estado, nem sociedade alguma jamais devem substituir a iniciativa e responsabilidade das pessoas e das comunidades intermediárias, no nível em que estas possam agir, nem destruir o espaço necessário à liberdade das mesmas” (Cf. Pio 11, encíclica Quadragesimo Anno, nos.79-80). Nesta perspectiva entende-se a reivindicação da Igreja, o direito de exigir dos fiéis o que for necessário para seus fins próprios, direito esse que não visa acumular riquezas, mas prestar um serviço evangélico, e de modo evangélico, na simplicidade e na pobreza. (Continua na próxima edição).

Padre Alfredo José Gonçalves

O tempo é um bem incalculável, uma riqueza. “O grande ídolo contemporâneo”, adverte o monge italiano Enzo Bianchi; “Lembrem-se de que tempo é dinheiro”, dizia por sua vez Benjamin Franklin. Daí a agitação febril e a ansiedade modernas, no sentido de não perder tempo. O que fazemos com essa dádiva de Deus? Para alguns, o tempo tornase um bem privado, de usufruto próprio e único, egoísta e egocêntrico. Recusam-se a condividi-lo com os outros, guardando-o para si mesmos. Internet e televisão, casa e carro, teatro e cinema, luxo, prazeres... Tempo igual a latifúndio: vazio, ocioso e improdutivo. Cercando-o por todos os lados de compromissos “importantes e inadiáveis”, tais pessoas se isolam num mundo fechado, como verdadeiros caramujos. Ocorre que, com o passar dos anos, não sabem o que fazer dos dias, horas e minutos... Como tudo o que se acumula, também o tempo apodrece, torna-se tedioso e enfermiço, insuportável. Para boa parte das pessoas, porém, o tempo é a moeda de troca. Gastam-no somente na previsão de um retorno seguro e imediato. Tempo igual a investimento: deve ser ocupado em

atividades que geram ganho. Investem-no em tarefas bem precisas, calculando matematicamente os lucros. Estabelecem laços somente com aqueles que têm algo a oferecer, tanto em termos financeiros, quanto em termos de prestígio. Cultivam pessoas e famílias na medida em que estas representam um rendimento material ou moral. Dias, horas e minutos convertem-se em unidades de dólares e centavos, os quais, pela própria natureza, devem garantir juros, multiplicar-se. Por que perder tempo com quem nada pode retribuir? Para outros, enfim, o tempo é um dom recebido e, por isso mesmo, deve estar a serviço dos outros, especialmente dos mais necessitados. Tempo igual a gratuidade: seu uso não discrimina nem privilegia

ninguém. Abandonam-se com maior facilidade ao sopro do Espírito. Trata-se, claramente, de uma concepção de tempo evangélica. A “carava” de Jesus, de fato, nunca atropela quem sofre e grita por socorro. Detém-se, escuta, observa, toca, cura, orienta e perdoa. Seus dias, horas e minutos tornam-se, para os pequenos e últimos, palavras, obras e ações de verdadeira Boa-Nova. Não é que Jesus tenha uma Boa Notícia, Ele é a Boa Notícia, enquanto faz do próprio tempo um dom gratuito. Sua passagem ou sua pesença transformam-se em momentos decisivos para fazer brilhar a face do Pai. Pérolas vivas de um amor compassivo e misericordioso. Todos merecem o seu tempo: presente de Deus, doação aos pobres! Luciney Martins/O SÃO PAULO

espaço aberto

Mobilidade Urbana Padre Antonio Manzatto

Esse tem sido um dos temas importantes do ano e que incide diretamente sobre a qualidade de vida das pessoas que habitam a cidade. Fundamentalmente, é o direito de ir e vir, assegurado pela Constituição, que celebra 25 anos. Algumas das manifestações do mês de junho tinham a questão como foco. Transporte é direito do cidadão e dever do Estado, mas parece que o Estado não cumpre muito bem seus deveres. A prefeitura de São Paulo tem investido na implantação de faixas exclusivas de ônibus na cidade e tem divul-

gado à sociedade esta ação. De tão barata e óbvia, a gente se pergunta por que esta medida não foi tomada antes. Só que os ônibus continuam em péssimas qualidades, as ruas continuam esburacadas, os abrigos nos pontos de ônibus inexistem e as tais faixas exclusivas não chegam à periferia! Os trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), há décadas, são outro sacrifício a que são submetidos os cidadãos. Não passa um dia sem que haja problema em um trecho de alguma linha, e o sistema todo fica comprometido. Não há investimentos suficientes no setor, o sistema é arcaico e não comporta a demanda, mas parece que a preocupação maior não é esta, mas sim o lucro da empresa. As privatizações não seguem esta lógica? No metrô, vemos situação

similar. Responsabilidade do Estado! Passou a ser comum, nos últimos tempos, termos problemas nos trens, nos sistemas, nas linhas. Dia sim, dia não, o metrô apresenta problemas. Outro sintoma da falta de investimentos no setor, pois parece que ali o que se quer são belas e grandes estações! Se não funcionam, azar! O que importa é que sejam vistas de fora! Isso tudo sem falar no preço das passagens, nos horários não respeitados, na realidade do povo da periferia, condenado a pagar caro por um serviço de má qualidade, no qual as pessoas gastam, muitas vezes, mais de quatro horas de seu dia. A solução será pagar através do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU)? Ou será que o Estado vai cumprir seu dever?


Igreja em ação

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pastoral fé e política

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Mundo do trabalho Luciney Martins/O SÃO PAULO

A Pastoral Operária no século 21 pometropolitana@yahoo.com.br

É chegada a hora, Democracia Participativa marcia@pastoralfp.com Conselho Participativo: uma boa e próspera realidade com 2.857 candidatos inscritos nas 32 Subprefeituras, concorrendo às eleições para os Conselhos Participativos Municipais. O prazo para as inscrições encerrou-se às 17h do dia 7 de outubro. Na eleição, no dia 8 de dezembro, serão escolhidos 1.125 conselheiros. Temos uma média de 2,45 candidatos por vaga. As Subprefeituras com mais candidatos são as de M’Boi Mirim e Itaquera, 152; Itaim Paulista teve 141 inscritos; Ipiranga e Campo Limpo, 130; e Penha, 117, mas em todas elas houve mais candidatos do que vagas.

Da eleição, que contará com 10 mil urnas eletrônicas e pontos de votação nos 96 distritos de São Paulo, saírão os representantes da sociedade civil. Será formado, em cada Subprefeitura, um colegiado com o objetivo de assegurar a participação popular e a transparência nos governos locais. Cada Subprefeitura terá, no mínimo, 19, e, no máximo, 51 integrantes no Conselho Participativo Municipal. Na média, haverá um conselheiro para cada 10 mil habitantes, distribuídos proporcionalmente pelas regiões. No dia 28 deste mês, as comissões eleitorais, instaladas nas Sub-

prefeituras, publicarão o nome de todos os candidatos habilitados. Os Conselhos terão a missão de fiscalizar, participar do planejamento e da aplicação de recursos e das políticas públicas nos distritos e Subprefeituras. A eleição será por voto direto, secreto e facultativo dos moradores do município. Por se tratar de um colegiado independente, os eleitos terão autonomia para acessar informações públicas, sugerir medidas e contestar atos do Poder Público nas regiões para as quais forem escolhidos pela população local.

to, os textos, as notícias das pastorais e agora a versão digital para acesso na internet. Vocês estão de parabéns e que cada vez mais a comunicação seja uma prioridade em nossa ação pastoral!

so e relatou com riqueza de detalhes todas as propostas. Trouxe o grito dos excluídos; os sonhos das oficinas temáticas referentes ao Estado que queremos e as propostas de uma Reforma Política que foi assumida pela CNBB. Parabéns aos profissionais que atuam com amor e dedicação!

Por Nelson Teixeira

espaço do leitor

“Dízimo: Fé mostrada com obras” (edição 2974) Parabéns pela matéria sobre o dízimo. Aproveito para agradecer o apoio que O SÃO PAULO, vem nos dando na Pastoral do Dízimo. Que Deus os ilumine na missão de informar e formar o nosso povo. Luís Fernando Porto Pinto, coordenador arquidiocesano da Pastoral do Dízimo

Mudanças no jornal Parabéns à equipe do jornal O SÃO PAULO pelo empenho nas melhorias que estão ocorrendo neste veículo de comunicação pastoral. O forma-

Edson Silva, presidente do CLASP

“5ª Semana Social Brasileira projeta um novo Estado” (edição 2969) Vale ressaltar a participação do jornal O SÃO PAULO, de 2 a 5 de setembro, no encerramento da 5ª Semana Social Brasileira. A comunicação arquidiocesana foi representada, com participação ativa de todo o proces-

Sueli Camargo, coordenadora arquidiocesana da Pastoral do Menor

Redação do jornal O SÃO PAULO. Endereço: Avenida Higienópolis, 890, São Paulo (SP), CEP 01238-000. E-mail: redacao@osaopaulo.org.br Twitter: @JornalOSAOPAULO Facebook: Jornal O SÃO PAULO

Parabenizam a rádio 9 de Julho pelo seu aniversário e com ela peregrinam à casa da Mãe Aparecida

A sociedade da próxima década será muito diferente da atual. Em 2020, segundo Jeremy Rifkin, teremos 98% dos trabalhadores desempregados. As novas tecnologias conseguirão produzir o máximo com o menor número de trabalhadores. Aumentará muito a produção e, ao mesmo tempo, a concentração de renda. E o que será dos desempregados? Toda forma de produção gera suas próprias instituições econômicas, sociais, políticas, culturais, jurídicas e sua própria forma de governo. Por isso, as novas tecnologias estão produzindo novas relações trabalhistas, novas relações sociais, novos partidos, novos sindicatos, novas Igrejas, novas escolas, novos direitos, novas formas de governo. Na atual situação, todas as instituições se encontram despreparadas frente à nova conjuntura do desemprego. A mesma Pastoral Operária está sentindo esse impacto. Os governos e os partidos não têm projeto político claro. A escola e as Igrejas não sabem o que fazer e quase nunca preparam as pessoas para os desafios da sociedade futura. Dizem-se apartidárias mas, na verdade, apoiam o sistema capitalista atual. Os sindicatos e as demais instituições tentam manter os privilégios conseguidos a dura custas na história. Duras lutas nos esperam. O nascimento da nova sociedade será como um parto: nascerá uma nova vida, mas com muita dor. Quem se preparar conseguirá gerar uma nova vida, os outros terão um aborto. A mesma coisa aconteceu quando nasceu o modo de produção escravagista, mais ou menos no 5º século a.C: o Povo de Deus não soube como se organizar na nova sociedade e por cinco séculos sofreu muito para elaborar um novo projeto político. O mesmo aconteceu na primeira Páscoa, na libertação da escravidão do trabalho no Egito. Poucas pessoas conseguiram fazer a passagem, pois a maioria aceitava a situação de opressão, outra parte aceitava como vontade de Deus e outra aproveitava assaltando e roubando. Hoje, também com o forte desemprego, poucas pessoas se interessam pela mudança na sociedade. A maioria aceita a atual “prostituição” do inteiro corpo humano, pois no trabalho são vendidas todas as capacidades do ser humano. A nova caminhada será dura e difícil. Nesta virada, o mundo do trabalho será profundamente mudado. O trabalho pago diminuirá cada vez mais e aumentará o tempo livre. A luta não será mais pelo emprego, pois seremos dele cada vez mais libertos. A grande luta será como nos acostumar ao tempo livre. E os pobres continuarão cada vez mais pobres, e os ricos cada vez mais ricos. Quem mais sofrerão serão os jovens. Para os jovens, a sobrevivência dependerá das seguintes alternativas: remuneração pelo emprego, roubos, assaltos, comércio de droga, prostituição, esmola do governo com programas assistencialistas.


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O SÃO PAULO apoia: Natal dos Sonhos 2013 São Paulo, 17 de outubro de 2013. Aos Párocos, Administradores e Vigários Paroquiais Prezados, estamos vivendo um momento rico da vida da Igreja. O Santo Padre Francisco vem enriquecendo-nos com suas reflexões, em especial quanto a sua preocupação com a criança e o idoso (os extremos). Destaca, fortemente, a importância da solidariedade na vida do cristão. É com este propósito que a Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo, através da 12ª edição da Campanha Natal dos Sonhos, trás o tema: “Tudo aquilo que se compartilha, se multiplica” (papa Francisco). O objetivo é incentivar a solidariedade, através da doação de brinquedo, para que a solidariedade se multiplique. Sabemos que um brinquedo não soluciona a realidade de abandono e descaso do Poder Público, a qual, grande parte das crianças brasileiras está exposta, porém a Campanha Natal dos Sonhos, através do brinquedo quer contribuir com o resgate da infância perdida; ressaltar a importância do lúdico, do pedagógico, do direito de brincar e possibilitar a realização do sonho de Natal

Dom Milton Kenan Júnior Bispo Auxiliar da Arquidiocese

Igreja em Ação pastoral afro

20 de novembro: Dia da Consciência Negra

Luciney Martins/O SÃO PAULO

das crianças carentes de São Paulo. Vamos ser instrumentos facilitadores destas propostas! As Paróquias, Comunidades e Colégios Católicos são chamados a participarem como postos de arrecadação de brinquedos, de preferência novos, ou em bom estado, podendo direcioná-los às suas próprias obras sociais; quanto ao excedente, a Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo, que tem o compromisso de animar a Campanha, poderá direcioná-los e fazer chegar às mãos de outras crianças carentes. Estamos enviando o cartaz para a divulgação da Campanha Natal dos Sonhos, com o tema: “Tudo aquilo que se compartilha, se multiplica” (Papa Francisco). Segue, também, informações sobre a Fapcom, que acolhe, nas suas dependências, o “Dia da Grande Arrecadação de Brinquedos”. A festa ocorrerá no dia 23 de novembro. Haverá a Celebração da Palavra; apresentações de danças e Coral e, encerraremos com a encenação do nascimento do Menino Jesus. O evento será das 9h às 13h, na Fapcom (rua Major Maragliano, 191 – Vila Mariana). Convidem as crianças da Catequese, das entidades e outros grupos para desfrutarem destes momentos de alegria e de oração. Sueli Camargo Pastoral do Menor da Arquidiocese

pastoralafro@ig.com.br A Pastoral Afro da Arquidiocese de São Paulo e a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo convidam o Movimento Negro, Grupos de Base das paróquias e a juventude a comemorar mais uma vez o dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. Na ocasião, mais uma vez será feita a memória do líder da resistência, Zumbi dos Palmares.

Esse encontro ocorrerá no próprio dia 20 de novembro, na Catedral da Sé, às 9h, dando início às manifestações culturais do Dia da Consciência Negra. No encontro, será acolhido o Grito da Juventude, que sofre pela onda de violência com o extermínio desses irmãos. É hora de dar um basta a esse círculo de mortes que ocorrem nos vários cantos da cidade e outras realidades. Quando se

diz que cresce o índice de homicídios, seguramente muitas dessas vítimas são os jovens negros. Como está escrito no livro do Êxodo, o Deus libertador não só viu e ouviu a miséria do seu povo, mas desceu para libertálo. Assim, a Juventude Negra quer dizer: “Gritamos, rezamos e celebramos pela causa da juventude negra, por isso eis-me aqui! Envia-me!”. Por irmã Lindaura Araújo

pastoral do ecumenismo

Ecumenismo e saúde padre paulo homero gozzi

Um dos dons mais preciosos é a saúde. O povo diz que, tendo saúde, o restante dá-se um jeito. A doença impede o bom desempenho de todas as atividades humanas. Daí a importância de eliminá-la de nossa vida. Os cristãos não se preocupam apenas com a saúde física, mas também com a saúde espiritual. Sabemos o que o pecado faz em nossa vida. Ele desagrega e desorganiza o fiel em sua profunda comunhão com Deus e com os irmãos. Para que a vivência evangélica seja sadia em todos os sentidos, é preciso manter uma vigilância constante. A Igreja possui meios eficazes para ajudar a libertar seus membros dos males tanto corporais quando espirituais: são dois sacramentos. É o Apóstolo Tiago quem recomenda o recurso à Unção dos Enfermos para eliminar esses dois males. Por esse sinal

sacramental, o Senhor aliviará o doente e dará a cura corporal, bem como dará o perdão dos pecados. Essa prática é comum aos cristãos de todas as Igrejas e comunidades eclesiais. “A oração feita com fé salvará o doente: o Senhor o levantará e, se tiver pecados, será perdoado” (Tg 5,15). O outro sacramento se limita à cura espiritual e possui vários nomes: Sacramento da Volta, da Reconciliação, do Perdão, da Penitência, da Confissão dos Pecados. Destina-se mais àqueles que romperam seus laços com Deus e com a Igreja pelo pecado grave e desejam se reconciliar. Entre os católicos difundiuse muito a prática da Confissão dos Pecados, que não chega a destruir a graça recebida no Batismo, nem quebrar a comunhão espiritual com Deus e os irmãos. Os pecados leves não impedem que haja partilha da Eucaristia, que, por si mesma, já elimina essas manchas. Porém, muitos buscam esse recurso, mesmo não sendo estritamente necessário, para fortalecer sua fé e buscar con-

selho. A grande novidade que o Concílio nos trouxe é que esses dois sacramentos podem ser recebidos não somente pelos cristãos em suas próprias Igrejas, como também em outras Igrejas, em certas circunstâncias e sob certas condições, como no caso da partilha ecumênica da Eucaristia. Vivendo a espiritualidade ecumênica, temos consciência de que a saúde é tão importante que, se necessário, podemos buscá-la em outra Igreja, mesmo que não seja a nossa. O que já dissemos quanto à Eucaristia, vale também aqui. Cristãos de outros grupos podem pedir esses sacramentos aos ministros de nossa Igreja. Porém, o católico só pode pedilos em outra Igreja se ela possuir o Sacramento da Ordem, tornando completos e válidos os outros sacramentos. O Guia de Espiritualidade Ecumênica (GEE) orienta-nos assim. Isso é muito comum, por exemplo, nos diferentes tipos de capelanias (hospitais, quartéis), manifestando de modo ecumênico “o poder curador de Cristo aos necessitados” (GEE, 41).


Geral

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ANO DA FÉ

Venezuelana dissemina fé reavivada na JMJ Rio-2013 ros, a porta da Venezuela está sempre aberta.” Jovem engajada pastoralmente em sua cidade, onde 89% “Graças ao Seda população é de católicos (no nhor, por estes País, quase 93% da população dias maravise declara cristã, a maioria calhosos!” Com tólica), Cinthya saiu da Jornada essa mensaanimada para a evangelização. gem postada “Acredito que a Jornada avivou na mídia soessa missão de ir ao mundo, cial Facebook, pois de tudo que se vive aqui a venezuelana Cinthya Arraez (foto), 25, resu- só fica o amor, e o amor que miu a felicidade de ter partici- recebemos na Jornada temos pado pela primeira vez de uma que levar a todas as pessoJornada Mundial da Juventude, as e a toda a Igreja”, avaliou. Segundo Cinthya, a juvena realizada no Rio de Janeiro, tude venezuelana vivencia em julho deste ano. a fé não só nos templos, mas nas Nós [juventude venezuelana] situações cotidiatemos que nos formar mais, nas. “Somos uma conhecer melhor a fé para juventude animada, que vive a fé comunicá-la bem. Acredito a partir do que faz que ainda falta esse maior todos os dias, em conhecimento, enraizamento na nossos estudos e fé, como já tinha dito aos jovens trabalhos, sempre se doar ao de todo o mundo o papa Bento 16 para Cristo com muita na JMJ de Madri em 2011 alegria.” ComparanNatural da cidade de Va- do a vivência da fé dos jovens lencia, um dos principais polos venezuelanos com aquilo que industriais da Venezuela, país viu e ouviu durante o período sul-americano, Cinthya foi à de quase um mês que permaJMJ Rio-2013 com um grupo neceu no Rio de Janeiro para a Jornada (chegou em 12 de de 31 jovens. “A Jornada Mundial da Ju- julho, retornou à Venezuela em ventude foi maravilhosa, uma 7 de agosto), Cinthya teve uma experiência muito boa. As certeza. “Nós [juventude venepessoas no Brasil foram mui- zuelana] temos que nos formar to acolhedoras. A imagem do mais, conhecer melhor a fé Cristo Redentor realmente foi para comunicá-la bem. Acrepara nós a imagem do povo do dito que ainda falta esse maior Brasil, que nos recebeu com conhecimento, enraizamento os braços abertos”, comentou, na fé, como já tinha dito aos ao O SÃO PAULO, disposta a jovens de todo o mundo o papa retribuir o carinho com que foi Bento 16 na JMJ de Madri em acolhida. “A todos os brasilei- 2011.” Daniel Gomes Redação

Mais de 2,8 mil pessoas candidatam-se ao Conselho Participativo Municipal; eleições estão marcadas para 8 de dezembro

Por nova política, católicos candidatam-se em Conselho Possibilidade de democracia participativa em São Paulo é vista com esperança por candidatos e dom Milton Kenan Júnior Daniel Gomes Redação

Em 8 de dezembro, os eleitores da cidade de São Paulo poderão eleger os 1.125 integrantes do Conselho Participativo Municipal, organismo autônomo da sociedade civil reconhecido pela Prefeitura, que exercerá, em cada uma das 32 subprefeituras, o controle social das ações do executivo. Cada conselho será composto de 19 a 51 membros não remunerados, com dois anos de mandato. A divulgação do nome dos

candidatos acontecerá no dia 28 deste mês, mas já se sabe que 2,8 mil pessoas se candidataram, entre as quais leigos engajados em pastorais e paróquias da Arquidiocese de São Paulo. Renê Roldan, 66, é um deles. Membro da Pastoral Fé e Política e atuante na Paróquia São João Batista, na Vila Carrão, zona leste, ele concorrerá a uma das 26 vagas do conselho da Subprefeitura de Aricanduva. “Desejo contribuir de forma cidadã, movido pelo exemplo de Jesus Cristo e pelo impulso do Espírito Santo”, revelou ao O SÃO PAULO. “Tenho consciência plena de que esse modelo de Estado que temos está superado e não atende mais às necessidades da sociedade”, avaliou. Ele disse esperar, ainda, que a eleição seja amplamente divulgada nas paróquias e organismos da Arquidiocese e ressaltou que os católicos têm o compromisso de levar boas práticas ao ambiente polí-

CONSELHO PARTICIPATIVO MUNICIPAL

O que é? É um organismo autônomo da sociedade civil reconhecido pela Prefeitura de São Paulo. Trata-se de um espaço consultivo e de representação da sociedade nas 32 subprefeituras da cidade, tendo a atribuição de controle social das ações do executivo, em questões como a execução orçamentária, evolução dos indicadores de desempenho dos serviços públicos, execução do Plano de Metas da cidade. Os conselheiros também podem sugerir ações e políticas públicas para as subprefeituras onde estão.

Composição De 19 a 51 conselheiros em cada uma das subprefeituras, proporcionalmente à quantidade de habitantes. Ao todo serão 1.125 conselheiros, não remunerados, com mandato de dois anos, com a possibilidade de uma reeleição consecutiva. A votação Acontecerá em 8 de dezembro de 2013, em postos de votação nos 96 distritos da cidade. Haverá o uso de 10 mil urnas eletrônicas. Poderão votar todos os eleitores da cidade de São Paulo maiores de 16 anos, mediante a apresentação de título de eleitor e documento oficial com foto. Cada pessoa poderá votar em até cinco candidatos. Saiba mais www.conselhoparticipativo.prefeitura.sp.gov.br

tico, “fiscalizando e denunciando as ações que contrariem os interesses da população em geral, e de modo especial dos mais necessitados”. Compromissos similares tem Jéssica Delmira de Souza, 19, atuante no grupo de Vicentinos e na Pastoral da Crisma da Paróquia Imaculado Coração de Maria, na zona noroeste, e que disputará uma das 40 vagas do conselho da Subprefeitura Freguesia/Brasilândia. “Pretendo ajudar as pessoas a expressar suas opiniões para assim alcançarmos o objetivo de melhorar cada vez mais o nosso bairro.” Para dom Milton Kenan Júnior, bispo auxiliar da Arquidiocese e referencial do Serviço da Caridade, Justiça e Paz, a criação do Conselho Participativo Municipal mostra a disposição da Prefeitura de envolver a sociedade na discussão e superação dos problemas da cidade, mas, segundo ele, “não basta criar os conselhos, será preciso vontade para implementar políticas públicas que atendam às expectativas e necessidades da população representada pelos conselheiros, ou seja, liberação de verbas e aplicação de recursos para que os projetos tornem-se realidade”. Ainda de acordo com o Bispo, a Arquidiocese vai aguardar o resultado das eleições para ter um possível encontro com os futuros conselheiros católicos ou ligados às paróquias, mas desde já destaca que “será de grande importância se nossas comunidades se envolverem na eleição dos membros deste conselho, levando em conta o papel que terá este órgão para a vida do município de São Paulo”.

Arquivo pessoal


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Geral

Em Brasília, curso de formação política para cristão leigos O Centro Nacional de Fé e Política Dom Hélder Câmara (Cefep) promove, há oito anos, em Brasília, um curso de formação política para cristãos leigos, com o objetivo de fomentar um pensamento social à luz da doutrina da Igreja. O prazo final das inscrições é dia 31. Informações no site www.cnbb.org.br ou pelo telefone (61) 3349-4623.

Pastoral realiza primeira etapa de sua assembleia Luciney Martins/O SÃO PAULO

Durante atividade, membros refletiram o papel da PO diante do atual cenário político e social do Brasil Edcarlos Bispo de Santana

reportagem na zona Sul

A Pastoral Operária (PO) da Arquidiocese de São Paulo e das dioceses de São Miguel, Santo Amaro e Campo Limpo realizou no sábado, 19, na Casa da Solidariedade, Região Episcopal Ipiranga, o primeiro encontro de sua assembleia, que ocorre a cada dois anos. Neste primeiro momento, houve uma análise de conjuntura apresentada pelo professor do Instituto de Economia da Universidade de Campinas (Unicamp), Plínio de Arruda Sampaio Júnior, que abordou o atual momento político pelo qual passa o Brasil, além de fa-

Encontro reúne membros da Pastoral Operária que iniciaram a preparação para a assembleia bienal da entidade

lar da situação econômica e das manifestações de junho. Para Plínio, o papel da Pastoral Operária deve ser o de “conscientizar o operário

sobre a realidade do mundo, do Brasil e, particularmente, da perspectiva da classe operária e contribuir em todas as frentes de organização

do operário como classe”. Padre Miguel Pipolo, assessor da Pastoral Operária Metropolitana, destaca que 2014 e 2015 será uma conjuntura com-

plicada, pois, além das eleições, haverá eventos unicamente voltados para o entretenimento, Copa do Mundo e Olímpiadas (2016), o que na visão do assessor pode dificultar a recuperação da sociedade brasileira de “tanto entretenimento”. O secretário da Pastoral Operária, José Lucas dos Santos, destacou que o próximo encontro acontecerá no segundo sábado de novembro e será dividido em dois momentos. O primeiro fará uma avaliação do contexto sindical, e à tarde, dom Antônio Celso de Queirós, bispo emérito de Catanduva (SP), apresentará o contexto eclesial no qual se encontra inserida a pastoral. O fechamento deste processo será em dezembro, 7 e 8, quando acontecerá uma assembleia definitiva planejando as pistas e ações da pastoral para 2015. Nesta assembleia, José Lucas destaca que serão usados vários instrumentos, entre eles, “o 11º Plano de Pastoral, pois o grosso da pastoral está na Arquidiocese”.


Geral Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

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mês das missões www.verbodivino.org.br

O SÃO PAULO na exposição “Resistir é preciso...” Mostra permanece em São Paulo até 6 de janeiro e mantém viva, na memória dos brasileiros, a luta durante a ditadura NAYÁ FERNANDES

Especial para O SÃO PAULO

“Apagaram as luzes e tivemos que sair correndo. Saímos escoltados, pois foi uma noite muito perigosa.” A frase é de Vanessa Meriqui, 55, escritora que participou da vigília no Sindicato dos Metalúrgicos, quando 15 militantes operários foram presos em São Bernardo do Campo (SP). Ela também estava na PUC-SP no momento em que o coronel Erasmo Dias invadiu a faculdade e teve amigas presas. Era presidente de um diretório estudantil e participou do congresso da UNE em Salvador (BA), em 1979, 11 anos após o histórico congresso de Ibiúna (SP). A escritora, que viu de perto a ditadura, pôde reviver a experiência na

exposição “Resistir é preciso...”, idealizada pelo Instituto Vladimir Herzog com o Ministério da Cultura. Ela começou dia 12 e vai até 6 de janeiro no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) e Centro Cultural Correios. Vanessa, que se formou em jornalismo na Universidade Metodista de São Paulo, tinha 18 anos no final da década de 1970. “Quando vi as fotos dos anistiados voltando, lembrei-me exatamente daquele dia. E vir à exposição com minha filha é www.vladimirherzog.org.br

mostrar a ela uma parte da minha vida e do pai dela, que era repórter fotográfico e tem fotos neste acervo. É importantíssimo esse resgate, pois as pessoas precisam conhecer a história.” No CCBB, são quatro espaços para visitação. No primeiro, podese ver obras de arte e documentos, como, por exemplo, os registros do caso do jornalista Vladimir Herzog, assassinado em 1975. Em outra sala, estão jornais, revistas e cartazes que são chamados de imprensa de resistência, dentre os quais, uma página do O SÃO PAULO da edição de 29 de novembro a 5 de dezembro de 1975, com a seguinte chamada de capa: “A anistia jamais deixou de produzir resultados altamente benéficos para a ordem social”. No quarto andar, estão mais obras de arte, somando 120, e no subsolo do CCBB, há um espaço multimídia com mais de 60 entrevistas de jornalistas da resistência, dentre elas, a de dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo emérito de Blumenau (SC), falando sobre semanário da Arquidiocese de São Paulo. José Luiz Del Roio, curador adjunto e membro da Comissão Nacional da Verdade, destacou que a mostra está dentro de um projeto maior do Instituto Vladimir Herzog. “O objetivo é lutar pela memória, ou seja, apresentar fatos que a maioria da população não conhece, sobretudo os jovens. É também uma exposição de obras de arte, que apresenta de que maneira o artista plástico reagiu à ditadura. É a maior exposição de arte de resistência da história do Brasil.” SERVIÇO Exposição “Resistir é preciso...”

A Obra de Ivan Serpa, consagrado abstrato, era um dos líderes do abstratismo. “Com o Golpe, ele se transforma completamente e começa a criar monstros. Algo difícil de explicar, coisas que aterrorizam. Essa é a transformação do artista, do ser humano, que sente tanto o Golpe, a ditadura, que se vê cercado por monstros. Assim, cada obra teria uma explicação longa e profunda”, disse José Luiz Del Roio ao O SÃO PAULO.

CCBB São Paulo (rua Álvares Penteado, 112 – Sé), aberto de quarta-feira à segunda-feira, das 9h às 21h. Centro Cultural Correios (avenida São João, s/nº, Vale do Anhangabaú), aberto de terça-feira a domingo, das 11h às 17h. Entrada Franca www.vladimirherzog.org.br

Congregação do Verbo Divino comemora 138 anos no Brasil

Longe, bem longe daqui

Nayá Fernandes

Especial para O SÃO PAULO

“Ser brasileiro em outra pátria é uma experiência maravilhosa de se viver. De retornar ao tempo de criança quando começa a dar os primeiros passos e falar as primeiras palavras. E foi o que aconteceu comigo nas Filipinas, país localizado no continente asiático, e de muitas línguas, mas com predominância do tagalog, do visaya e do ilocano, como também o inglês.” A experiência foi contada por Antônio Rodrigues, missionário religioso da Congregação dos Missionários do Verbo Divino (verbitas), fundada no dia 8 de setembro de 1875 em Styel (Holanda) por padre Arnaldo Janssen. Sua intenção era formar padres que pudessem evangelizar a China. Porém, 25 anos depois, já havia 200 missionários espalhados pelo mundo. Ao Brasil chegaram no dia 12 de fevereiro de 1895, no Estado do Espírito Santo. “Desembarquei no aeroporto de Manila, capital do País. Os meus primeiros meses nas Filipinas foram de muita paciência e dedicação aos estudos dos idiomas: inglês e o tagalog. Às vezes, precisamos retornar aos tempos de criança, ser paciente com as próprias limitações e sempre respeitar a cultura que lhe acolhe.” Os verbitas estão presentes em mais de 70 países, espalhados pelos cinco continentes e desenvolvem uma animação missionária em comunidades e paróquias. “Nosso carisma, é a missão de anunciar a Palavra. Com este carisma encontramos a expressão para a nossa espiritualidade, que é missionária”, afirmou Silvio de Jesus Borges, verbita. Silvio destacou que “a congregação tem presença em mais de 73 países. São mais de 6 mil padres e irmãos trabalhando nas mais variadas situações e lugares. Em grande parte dos países, por exemplo, Filipinas, Indonésia, Papua Nova Guiné, Austrália, Espanha, México, Bolívia, Zâmbia, Gana, há presença em paróquias, casa de formação, proporcionando aos jovens vocacionados formação espiritual e acadêmica”. No ano de 2007, Silvio também fez uma experiência em Zâmbia, sul do continente africano. “Após ter aprendido o inglês, língua oficial do País, passei a fazer trabalho pastoral em uma escola para crianças de rua e órfãos. Junto às crianças tínhamos encontros bíblicos, Catequese e outras atividades educacionais. Foram anos marcantes junto ao povo zambiano.”


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Festa ao Senhor dos Milagres e à rádio 9 de Julho Fotos: Helena Ueno

Missa na Sé recordou 14 anos de reinauguração da emissora da Arquidiocese e devoção ao padroeiro de Lima Daniel Gomes

Reportagem no centro

Em uma missa marcada por um encontro de fé, esperança e alegria de ser cristão, como lembrou o presidente da celebração, o cônego Antonio Aparecido Pereira (padre Cido), vigário episcopal para a Pastoral da Comunicação, a comunidade peruana em São Paulo e os ouvintes da rádio 9 de Julho AM 1.600 kHz, uniram-se na Catedral da Sé, no domingo, 20, para festejar os 14 anos de reabertura da emissora da Arquidiocese e a devoção ao Senhor dos Milagres, padroeiro de Lima, capital do Peru. O ícone do Senhor dos Milagres foi entronizado no começo da missa, quando também a banda da Polícia Militar executou os hinos do Brasil e do Peru, momento solene

Missa na Catedral da Sé é de devoção ao padroeiro de Lima, no Peru, e de comemoração pelos 14 anos da reabertura da rádio 9 de Julho AM 1.600 kHz

acompanhado pelo cônsul peruano em São Paulo, Arturo Jarama. “No Peru, esta festa é maior, é como se fosse a que fazem aqui para Nossa Senhora Aparecida”, comparou, ao O SÃO PAULO, Rafael Chuchon, presidente da Associação dos Devotos e Devotas do Senhor dos Milagres, na Arquidiocese de São Paulo. Ao comentar que a Igreja tem vocação missionária e que cada pessoa deve se comprometer com a transmissão da fé, padre Cido, na homilia, destacou que a rádio evangeliza, “de modo explícito, quando fala de Jesus para as pessoas, de modo

implícito, quando passa os valores da nossa fé para o povo de Deus, e evangeliza até quando diverte, quando passa alegria ao nosso povo”. Criada em 1953, a rádio 9 de Julho operou de forma ininterrupta entre 1956 e 1973, quando teve os transmissores lacrados pelo Regime Militar. Voltou ao ar, em caráter experimental, em 19 de março de 1999, e foi reinaugurada em 23 de outubro do mesmo ano, tendo como prioridade a evangelização da cidade, como destacou, à reportagem, padre José Renato Ferreira, diretor da rádio. “Para nós é uma alegria poder cumprir o mandato do Se-

nhor de ir e evangelizar, é nossa missão primeira. É claro que procuramos dentro disso prestar serviço, seja informando, seja oferecendo alternativas de lazer, comunicando a verdade e também colaborando para a formação cívica dos cidadãos”, comentou o diretor da emissora. E destacou, ainda, o crescimento da participação das congregações religiosas na programação, e também apontou que a maioria dos ouvintes é de mulheres, pessoas acima de 40 anos e de classe média, mas que tem crescido a audiência masculina e que a rádio busca chegar aos mais jovens. Ao fim da missa, padre José

Renato agradeceu aos funcionários e ouvintes, especialmente à ‘Família dos Amigos’, cerca de 4 mil pessoas que colaboram financeiramente com a manutenção da rádio. Thereza de Souza, da Paróquia São João Maria Vianney, na Região Lapa, é uma delas. “A 9 de Julho é minha família, minha companheira. Essa rádio é uma paz, só transmite o bem”, afirmou. Thereza estará na romaria que a emissora, com o apoio da empresa Ultrafarma, fará ao Santuário Nacional de Aparecida, no sábado, 26, em cinco ônibus, com comunicadores e ouvintes, que participarão da missa das 9h.


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Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Missões e DNJ levam milhares à Catedral da Sé Edcarlos Bispo de Santana

reportagem no centro

Com entusiasmo, jovens participaram da atividade no domingo, 20, iniciada no Pátio do Colégio e seguida por caminhada

“Juventude e Missão. Jovem: Levante-se, seja fermento”, mais que um tema e lema, o Dia Nacional da Juventude (DNJ) convocava os jovens a, neste dia Mundial das Missões, assumirem o seu protagonismo missionário. Os jovens, das seis regiões episcopais da Arquidiocese, reuniram-se no Pátio do Colégio e fizeram diversas atividades com apresentações artísticas e reflexões feitas a partir do tema do DNJ. Para relem-

brarem a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, os jovens fizeram o Flash Mob: “Eu acredito na Juventude”. Percorrendo as ruas da cidade, a juventude testemunhou e anunciou Jesus Cristo. Cantavam, pulavam e carregavam cartazes com “os gritos da juventude”, destacando a luta pelo protagonismo juvenil, “somos um povo que quer voz, vez e lugar”, dizia um dos cartazes. Na Catedral da Sé, a missa foi presidida pelo cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, concelebrada pelos bispos auxiliares e

Dia Nacional da Juventude

O assessor do Setor Juventude da Arquidiocese, padre André Torres, sdb, afirmou que, na vida da Igreja, celebrar o Dia Nacional da Juventude, “é de novo firmar o nosso carinho e o nosso desejo com a juventude, o desejo de ser Igreja com a juventude, de abrir as portas da igreja para a juventude”. O Padre desejou que a juventude “se sinta Igreja e sinta sua responsabilidade no seio da Igreja”. Padre André reconhece que a realidade atual do mundo é desafiadora para a juventude, porém a Igreja está com a juventude para lhe dizer que “tenham coragem de viver a fé” e, especialmente, neste Dia das Missões “enviá-los para o mundo com a força de Deus, com a força da Igreja”. Os jovens Claudinei Santana e Matheus Marins, da Pastoral da Juventude da Região Episcopal Belém, desta-

caram que esta celebração do DNJ traz “os velhos atos de missão e os resgates de se colocar à frente na luta das Igrejas de base”. Para os jovens, a juventude é missionária por natureza e possui muitos gritos, entre os quais, contra o extermínio da juventude, por segurança, políticas públicas, contra as drogas. “Estamos aqui e queremos fazer diferente, só não sabemos se chegaremos até o fim, mas iremos fazer diferente”, afirmaram. Participante do Setor Juventude, Valesca Montenegro afirmou que o que a marca mais é o desejo de sair para ir ao encontro do outro. Para ela, ser missionária é se colocar a serviço do outro, mesmo diante das correrias do dia a dia, como trabalho, escola e família.

por padres da Arquidiocese, que, na sua maioria, trabalham com a juventude ou com as missões. Durante a homilia, dom Odilo destacou que os fiéis são enviados por Jesus Cristo para anunciar o Evangelho e recordar que este deve ser um trabalho de todos. O Cardeal lembrou e saudou, de forma especial, os membros da Infância e Adolescência Missionária (IAM) que participaram da celebração, e manifestou o seu desejo de que em todas as paróquias da Arquidiocese haja um grupo da IAM.

O Arcebispo questionou os jovens quanto à preparação que fazem de suas vidas para o futuro, pediu que os jovens não se deixem levar por “propagandas enganosas”, mas que busquem a verdade e pensem na construção de um futuro sério, bom e justo. No fim da celebração, o bispo referencial para a juventude, dom Tarcísio Scaramussa, saudou os jovens e afirmou que mesmo eles, não sendo todos os jovens da Arquidiocese de São Paulo, traziam consigo toda a juventude da Arquidiocese.

Dia Mundial das Missões

“Uma tradição que tem mais de 80 anos, quando o papa Pio 12, naquele tempo, pediu que toda a Igreja se voltasse, pelo menos uma vez por ano, para as missões além-fronteiras. E naquele dia o Papa fez um gesto que deixou todos surpreendidos, deixou o altar, pegou o solidéu, que virou uma espécie de ‘cestinho’, e passou no meio do povo pedindo uma oferta para ajudar as Missões além-fronteiras”, contou o padre Pedro Facci, missionário do Pontifício Instituto das Missões Exteriores (PIME). Padre Pedro, que também é diretor da Editora Mundo e Missão, afirmou que a Igreja é missionária por sua natureza, porém pode se tornar cada vez mais missionária “quando aceita o convite do papa Francisco e, antes dele, do próprio Cristo, que convida a

sair, a ir às periferias, ir ao encontro das pessoas, naqueles lugares onde, ainda, a fé em Jesus não é conhecida”. Na celebração deste domingo, a coleta é destinada para as missões intercontinentais, o que segundo o padre Pedro, é um gesto prático, porém há a oração e, também, responder ao chamado da Igreja para ser missionário, o que para o Padre é o mais significativo. Responsável por um grupo da Infância e Adolescência Missionária (IAM) na Região Episcopal Brasilândia, Aline Cristina Siqueira afirmou que para as crianças e adolescentes essa data é muito importante, pois eles veem nessa data o trabalho do dia a dia delas sobre as missões e uma oportunidade de rezar, ainda mais, por todos os missionários do mundo.


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Região Ipiranga

Santuário de Schoenstatt está em festa Pascom

Igreja na Vila Mariana teve celebração solene no Dia Mundial da Missões e início do centenário do Movimento Francisco David da Silva

Colaborador de Comunicação da Região

No domingo, 20, a Igreja recordou o Dia MunIPIRANGA dial das Missões e foram lembrados os vários missionários da Igreja enviados em missão em lugares mais distantes no mundo. Neste espírito de missão, o Movimento Apostólico de Schoenstatt, fundado em Schoenstatt, na Alemanha, em plena Primeira Guerrra Mundial, abriu na sexta-feira, 18, a celebração do centenário de sua fundação em todo o mundo. Na época da fundação, o sacerdote alemão José Kentenich, junto com alguns jovens, sentiu-se chamado a fundar um movimento que resgatasse os valores tradicionais. A celebração do Ano Jubilar pretende fazer memória à origem da espiritualidade schoenstatiana como também lançar um desafio para a renovação da missão e do compromisso de todos os membros do movimento. No Santuário de Schoens-

Santuário de Schoenstatt celebra início do ano do centenário do Movimento

tatt, na Vila Mariana, na Região Episcopal Ipiranga, Setor Vila Mariana, aconteceram celebrações que começaram da sexta-feira, 18, e se estenderam até domingo, 20, quando aconteceu a Festa da Aliança que se iniciou às 14h com um momento celebrativo. Recordando a história e agradecendo

as bênçãos concedidas nestes 99 anos de vida do Movimento. A programação encerrou-se às 17h com missa solene, presidida pelo padre José Fernando Bonini, assessor regional da Liga de Famílias e membro do Instituto Secular dos Padres de Schoenstatt. A celebração da abertura do

Ano Jubilar no lugar de origem, na Alemanha, foi presidida pelo cardeal Stanislaw Rylko, presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, que em nome da Igreja fez a abertura solene do Ano Jubilar para a Família de Schoenstatt presente em todo o mundo. A irmã Márcia Maria, assessora do sub-secretariado da Campanha da Mãe Peregrina em São Paulo, frisou o desejo de toda a família schoenstatiana para o ano centenário: “Queremos agradecer a Deus por nos ter chamado à vida como um Movimento Mariano e Missionário a serviço da Igreja e nos empenhar, para que, pela força da Aliança de Amor com Maria, que selamos com ela no Santuário, sejamos construtores da cultura da aliança”. Para a Religiosa, o Instituto Secular de Schoenstatt quer ser disponível à missão de Maria de anunciar o Evangelho hoje. “Queremos novamente nos colocar ao seu dispor para juntos levarmos a mensagem do Evangelho aos homens e ao tempo de hoje”, completou. A Religiosa também destaca o trabalho exercido no Santuário de Schoenstatt da Vila Mariana, onde são atendidos os diversos ramos do Movimento: famílias, mães, juventude, crianças e a Campanha da

Mãe Peregrina de Schoenstatt, como também o trabalho social em convênio com a Prefeitura para o atendimento de idosos e menores infratores. Entre tantas evangelizações e iniciativas sociais, irmã Márcia destaca o trabalho da Campanha da Mãe Peregrina e que por meio dela são alcançadas 250 mil famílias na Arquidiocese de São Paulo e dioceses vizinhas, onde coordenadores e missionários recebem formação espiritual para atuarem diretamente em suas paróquias na evangelização das famílias. A campanha atinge 12 milhões de pessoas no Brasil inteiro. A Religiosa deixou uma mensagem para os que quiserem fazer parte da Campanha e ser um missionário: “Se você deseja receber a visita da imagem de graças da Mãe e Rainha em seu lar, pode informar-se com uma missionária ou coordenadora do Movimento em sua paróquia ou entrar em contato com o Santuário no e-mail: peregrinasp@uol.com.br ou no telefone (11) 5571-5625”. Para 2014, está prevista uma peregrinação ao Santuário da Mãe Peregrina na Alemanha e também a Roma, onde deve ocorrer uma audiência de representantes do Movimento com o Santo Padre, papa Francisco.

agenda regional

28 de outubro, dia de São Judas Tadeu O dia de São Judas Tadeu, 28 de outubro, está chegando, e o Santuário na avenida Jabaqua-

ra prepara-se com a Novena, desde o dia 18 até o dia 26, e com a celebração da Véspera do Padroeiro, dia 27, às 15h, com Ladainha a São Judas Tadeu e procissão dentro da igreja nova. No dia de São Judas Tadeu, próxima segunda-feira, serão celebradas missas dentro da igreja nova e também fora, campais, na avenida Jabaquara, em frente ao Santuário. As missas dentro da igreja serão às 5h,6h,7h,8h,10h,12h,14h e 16h; e as missas campais (na rua) às 9h, 11h, 13h, 15h, 17h e 20h (solene). Haverá 14 padres atendendo confissões, das 5h às 19h, no Salão Dehon, com entrada pelo corredor 149 (alameda dos Guaiós, rua atrás da igreja). As bênçãos serão das 5h às 21h30 na sala São Judas. Após a última celebração, campal, haverá uma apresentação musical com o padre Juarez de Castro, da Rede Vida de Televisão. A Paróquia/Santuário São Judas Tadeu localiza-se à avenida Jabaquara, 2.682, próximo à estação São Judas do metrô.


Região Lapa

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Paróquia comemora 99 anos da Aliança de Amor Benigno Naveira

O Movimento Apostólico celebrará centenário em 18 de outubro de 2014 Benigno Naveira

Colaborador de comunicação da Região

Na sexta-feira 18, na Paróquia São Patrício, no LAPA Rio Pequeno, na Região Episcopal Lapa, com muita fé e devoção, a comunidade comemorou os 99 anos da Aliança de Amor, que solenemente abriu o ano centenário da Aliança, que começou no dia 18 de outubro de 1914 na Alemanha com o padre José Schoenstatt, e que caminha para celebrar o centenário em 2014. Há quase cem anos, surgiu uma fonte de graças a jorrar para saciar a sede de amor do mundo. O Movimento Apostólico Schoenstatt celebra seu centenário em 18 de outubro de 2014. Nesta data, a Mãe Rainha é vencedora três vezes admirável de Schoenstatt, que sela sua Aliança de Amor e estabelece sua presença permanente na antiga capelinha de São Miguel e a transforma num santuário de graça. O ato da fundação é a Aliança de Amor, selada pelo padre José Kentenich, juntamente com o grupo de seminaristas Palotinos, convidando a Mãe de Deus a estabelecer-se numa capelinha e fazer dela um santuário de graças, de onde partisse um movimento de renovação religioso e moral para o mundo, este Movimento da Mãe Rainha. Nas mais de 90 nações onde foi aceita, a Mãe Peregrina é levada às escolas, prisões, hospitais e milhões de lares, proporcionando às pessoas as graças do Santuário Schoenstatt. Quando se forma um grupo ligado a uma zeladora da Mãe Rainha, a imagem peregrina visita 30 famílias, uma por dia, e dessa maneira difunde-se o amor por Nossa Senhora e o Evangelho de Jesus. As comemorações na Paróquia iniciaram-se com o tríduo nos dias 16, 17 e 18, com o tema: “A luz resplandece” e “A luz se consome em sua missão”, com

Integrantes do Movimento Apostólico exibem capelinha com a imagem da Mãe e Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt, na Paróquia São Patrício, dia 18

o objetivo de resgatar os valores da família cristã e a dignidade humana. Na sexta-feira, 18, a missa solene foi presidida pelo padre Mario Lopes (irmão paulino), que, na homilia, citou o Evangelho de Lucas, que fala do amor, compreensão e a misericórdia de Deus, que cada evangelista testemunha o mesmo acontecimento de modo diferente, contando suas experiências em suas

comunidades, dando um toque especial. Por isso, a festa de São Lucas é um bom motivo para que cada um também possa refletir sobre a própria construção do Reino de Deus, levando a palavra de Jesus na evangelização das comunidades. Padre Mario lembrou o Documento de Aparecida e que o coordenador deste documento de 2007, dos bispos da Amé-

rica Latina, foi o papa Francisco, à época cardeal Bergoglio. Lembou ainda que o texto trata de duas coisas importantes: a conversão pastoral, ou seja, o modo com que se evangeliza, porque se constrói a Igreja na comunidade; e o envio dos discípulos missionários, pois, como Jesus, mandou a tantos lugares os 72 discípulos, assim também hoje a Igreja na América Latina,

convida para que todos sejam discípulos missionários da Igreja para transmitir a fé, se colocando nos pés e mãos de Maria, para que ela acompanhe todo esse processo como Mãe Peregrina na evangelização. Antes do fim da missa, padre Mario rezou a oração da peregrinação de 2014 e proferiu a bênção da imagem da Mãe Rainha.

palavra do bispo

Sagrada Tradição e Sagrada Escritura são distintas e inseparáveis Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa

Dom Julio Endi Akamine

Prezado leitor do jornal O SÃO PAULO, nas edições anteriores falamos do fenômeno humano da tradição e da Sagrada Tradição. Hoje, voltamos a nossa atenção para a relação entre Sagrada Tradição e Sagrada Escritura. A Sagrada Tradição é, em relação à Bíblia, uma fonte alternativa ou concorrente da Revelação Divina? Como você pode notar, a própria pergunta já nos indica uma resposta. A Sagrada Tradição

agenda regional

é distinta da Sagrada Escritura e, ao mesmo tempo, não se separa dela. Tanto a Tradição quanto a Escritura têm uma mesma fonte, mas constituem duas formas de transmissão distintas da mesma e única Revelação divina. Para compreender corretamente essa relação, devemos levar em conta que a Palavra viva de Deus, a Revelação. é transmitida a nós tanto pela Escritura quanto pela Tradição. A Bíblia inspirada por Deus contém a Palavra divina (cf. 2Tm 3,16), a Sagrada Escritura é Palavra de Deus porque foi escrita por inspiração do Espírito de Deus. A Palavra de Deus transmitida na e pela Igreja não existe em um lugar

abstrato. Não é uma entidade que paira no ar, nem é simples letra morta consignada em livros, mas como Palavra atual e viva na pregação, na administração dos sacramentos e na liturgia, no ensino da teologia, na missão e no testemunho da Igreja. Antes de ser letra gravada nos meios materiais, a Palavra de Deus está escrita no coração dos cristãos. Uma vez que a Bíblia não se interpreta a si mesma, temos necessidade de um comentário confiável. E não basta qualquer comentário bíblico; é preciso um comentário que, também ele, seja guiado pelo Espírito Santo. Ora, tal comentário sobre as Escrituras é exatamen-

te a transmissão viva da fé da Igreja, que nós designamos com o termo Sagrada Tradição. A tradição é esse comentário bíblico espiritual (guiado pelo Espírito) que nos ajuda a discernir entre a interpretação autêntica das manipulações e abusos. A Igreja vive na certeza de que o seu Senhor, tendo falado outrora, não cessa de comunicar hoje a sua Palavra na Tradição viva da Igreja e na Sagrada Escritura. De fato, a Palavra de Deus dá-se a nós na Sagrada Escritura, enquanto testemunho inspirado da revelação, que, juntamente com a Tradição viva da Igreja, constitui a regra suprema da fé (DV 21).

Quarta-feira (23), 15h

Quinta-feira (24), 9h

Sexta-feira (25), 15h

Terça-feira (29), 14h

Missa campal no Hospital Municipal de Pirituba (avenida Menotti Laudisio, 100).

Reunião de padres do Setor Pirituba, na Paróquia São José (rua José Vicente Ramos, 82, Jardim Monte Alegre, Pirituba).

Missa no Hospital Municipal Dr. Mario Degni (rua Lucas de Leyde, 257, Jardim Sarah), presidida pelo padre João Carlos Borges.

Reunião do CRAE, na Cúria da Lapa (rua Afonso Sardinha, 62, Lapa).


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Região Santana

Pascom do Setor Imirim inicia atuação Pascom Setor Imirim

Projeto buscou ampliar a ação da Pastoral em todas as paróquias da Região Episcopal Diácono Francisco Gonçalves Colaborador de Comunicação da Região

A Pastoral da Comunicação (Pascom) da ReSANTANA gião Santana, visando ampliar a pastoral nas paróquias, fez um projeto-piloto para estruturar a Pascom por setor, e o primeiro implantado foi o Imirim, utilizando como sede a Paróquia Nossa Senhora de Fátima, cujo vigário paroquial, padre João Monteiro, é entusiasta da comunicação. Para muitos, Pascom significa a pastoral que cuida do boletim, do mural ou do site paroquial. No entanto, mais que cuidar dos meios de comunicação, ela cuida da interação das pastorais, da formação dos agentes para se comunicarem, do acolhimento e de como lidar com a cultura mediática que domina o mundo atual. Assim, essa ação da Pascom setorial tem como objetivos: assessorar as pastorais já existentes; auxiliar a implantação da Pascom nas paróquias que não possuem; promover formação e eventos comuns às paróquias; assessorar as paróquias para implantação de seus sites, em comunhão com o portal (site) da Região; executar projetos comuns como webrádio e um jornal setorial, entre outros. No sábado, 19, iniciou-se esse trabalho, reunindo agentes das seis paróquias do Setor, em uma oficina de Facebook, no laboratório de informática do Colégio Consolata, gentilmente cedido por sua diretora, irmã Cecília Beltrame. Padre Dalmir dos Anjos, coordenador do Setor Imirim, abriu o dia com uma reflexão sobre a importância da comunicação na evangelização, tendo na sequência sido passada mensagem gravada de dom Sergio Borges, bispo auxiliar na Região Santana. “A Pastoral de Comunicação de nossa Região tem um bonito trabalho, uma bonita missão de levar, por meio das mídias e dos meios de comunicação social, a Palavra de Deus, o anúncio da Boa-Nova e o Reino de Nosso Senhor Jesus Cristo. Essa é uma missão que está

Agentes de Pascom das seis paróquias do Setor Imirim têm formação sobre mídias no Colégio Consolata e aprofundam o conhecimento nos trabalhos da Pastoral

em profunda consonância com o nosso 11º Plano de Pastoral, ‘Testemunha de Jesus Cristo na Cidade’. Testemunhar Jesus Cristo, nós precisamos no nosso dia a dia, precisamos em todo ambiente, e o mais bonito é o que os discípulos missionários do Senhor fazem as visitas de casa em casa, no seu trabalho e junto às suas famílias,

mas existe um grupo muito especial, que são os membros da Pascom, que aproveitam para testemunhar Jesus Cristo através das mídias”, expressou dom Sergio em sua mensagem. Falando do treinamento daquele dia, dom Sergio complementou: “Cada gesto, cada foto, cada evento que colocamos no Facebook e em outras mídias é

um ato evangelizador; é Cristo Jesus, é a Boa Nova, é a sua Igreja que nós estamos levando, nós estamos anunciando, e assim juntos como Pascom se fortaleçam cada vez mais, aproveitem o Setor, se reúnam, que através do encontro vamos nos aprimorando, vamos crescendo, lembrando sempre que a nossa fé não é para ser vivida

atrás de um computador, apenas, ela é para ser vivida em comunidade”. Para José Henrique Monfré, coordenador regional da Pascom, “pela animação e disponibilidade do grupo, percebemos que este projeto em breve não será mais piloto, mas uma realidade que se difundirá em nossa Região”.

palavra do bispo

A Missão no tempo da mídia Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana

Dom Sergio de Deus Borges

Durante muitos séculos, o campo da evangelização foi delimitado em certos territórios, chamados terras de missão, e a obediência ao mandato do Senhor Jesus – “ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa-Nova a toda criatura” (Mc 16,15) – exigia grandes deslocamentos de pessoas e recursos, como presenciamos na heroica saga dos missionários de todos os tempos. Hoje, além da missão ad gentes, o discípulo missionário,

mesmo sem sair de sua comunidade paroquial, tem um novo campo para a evangelização: a mídia. Os bispos do Brasil, no recente estudo sobre a comunicação no tempo da mídia, reconhecem este “novo campo de missão” ao afirmarem que “a comunicação social é uma componente essencial da Nova Evangelização” (CNBB. Estudo 104, n. 99). Evangelizar através das mídias não é uma opção, é uma necessidade urgente. Por isso que os bispos afirmaram que a comunicação é um componente essencial da Nova Evangelização, ou seja, não pode existir obediência ao mandado de Jesus de “ir pelo mundo inteiro” se não entrarmos no campo

agenda regional

vasto das mídias sociais. Precisamos levar a Palavra de Deus através das mídias sociais, onde “os cristãos sejam capazes de fornecer uma informação que ‘cria notícias’, dando a palavra aos que dela são privados” (Aetatis Novae, 4). Nesta missão, papel fundamental exerce a Pastoral da Comunicação (PASCOM) da Arquidiocese de São Paulo nas Regiões e, principalmente, nos Setores e nas Paróquias onde os discípulos missionários se reúnem com o propósito claro e definido de levar a Palavra da vida, de todos os dias “criar” a Boa Notícia da presença certa e segura do Senhor em nossa vida, em nossa cidade. A PASCOM não deve somente

informar o povo sobre eventos realizados, notícias sobre o que aconteceu, porque poderá se tornar apenas uma pastoral informativa. A PASCOM deve ser uma pastoral propositiva, porque convida, chama e desperta para o grande evento da fé: o encontro com o Senhor Jesus. Discípulos missionários, com o equipamento (computador, celular, etc.) novo ou velho, com a internet lenta ou ultrarrápida, vamos fazer pastoral propositiva nas mídias sociais: mostrar o rosto misericordioso do Bom Pastor; vamos fazer a PASCOM acontecer em todas as paróquias porque ela é necessária em qualquer projeto sério de evangelização hoje.

Sexta-feira (25), 19h

Sábado (26), 19h

Dia de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão. Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar na Região Santana, presidirá missa no Mosteiro da Luz (avenida Tiradentes, 676).

Comunidade Canto de Maria faz 24 anos. Haverá missa presidida por dom Sergio de Deus Borges na Comunidade Canto de Maria (Rua José Debieux, 89, Santana).


Região Sé

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Paróquia recorda Santa Margarida Maria Fernando Geronazzo

Fiéis festejaram a memória da padroeira que propagou a devoção ao Sagrado Coração de Jesus

Paróquia São Paulo da Cruz

Fernando Geronazzo

Colaborador de Comunicação da Região

A Paróquia Santa Margarida Maria, na zona sul de SÉ São Paulo, celebrou sua padroeira solenemente no domingo, 20. Embora a data litúrgica de sua memória seja 16 de outubro, a paróquia festejou a santa no fim de semana para que os fiéis pudessem participar das comemorações. Entre os dias 17 e 19, aconteceu um tríduo preparatório, pregado pelo frei Rothmans Darles de Campos, pároco da Paróquia e Basílica Nossa Senhora do Carmo, no centro, que falou sobre a espiritualidade e mística dos santos. No domingo, foram celebradas três missas, a última delas, encerrando as festividades, foi presidida por dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo emérito de Blumenau (SC). Após cada missa houve uma pequena procissão com a imagem no interior da igreja, seguida da benção com a relíquia da santa francesa conhecida por ser propagadora da devoção ao Sagrado Coração de Jesus. O pároco há 20 anos, padre Antonio Fusari destaca que a paróquia, fundada há 73 anos, caminha em sintonia com a Arquidiocese de São Paulo. “Procuramos colocar em prática o 11º Plano de Pastoral da Arquidiocese, esforçando-nos, principalmente, para oferecermos a iniciação cristã às pessoas”, explicou. “Temos bastante pastorais e movimentos, cada um com sua missão específica”, contou o Pároco, que destacou o Movimento Jovem Chatunai, que tem a missão de acolher a juventude da Paróquia, um dos desafios pastorais das paróquias nas grandes cidades. “São jovens evangelizando outros jovens”, completou o Pároco, que conta com a colaboração do padre Valmir Neres de Barros. Rafael Correa Fantato, 16, é um dos jovens da Paróquia confirmou que é muito feliz em participar da igreja e ressaltou o exemplo de Santa Margarida Maria o inspira a seguir a Je-

Jovens carregam andor com imagem de Santa Margarida Maria durante festa na zona sul

sus Cristo. “Antes de começar a frequentar a Paróquia, eu não conhecia a Santa. Sua história é muito bonita. Ela era uma mulher simples, e Jesus a escolheu para ser propagadora da devoção ao Sagrado Coração. Não é apenas uma devoção para pessoas idosas, os jovens também são convidados a amar o Coração de Jesus, como santa Margarida Maria.” Para Tereza Maria Campanhol Salvadori, 63, paroquiana há 26, é

sempre uma alegria celebrar a Padroeira. “Às vezes, sentimos que mais pessoas poderiam participar da nossa comunidade. Mas, para isso, é preciso irmos ao encontro dessas pessoas afastadas”, ponderou. “Como o papa Francisco sempre exorta, também sentimos a necessidade de irmos ao encontro das ‘periferias’ de nosso bairro, em busca das pessoas que estão afastadas da comunidade”, completou o Pároco.

Festa de São Paulo da Cruz – A partir do tema “Com São Paulo da Cruz seguimos Jesus, professando nossa fé”, a Paróquia São Paulo da Cruz (Igreja do Calvário), na zona oeste, celebrou dos dias 16 a 20 a festa de seu padroeiro. Durante missa solene, impulsionados pelo Ano da Fé, pastorais, movimentos, projetos sociais e paroquianos renovaram sua profissão de fé

palavra do bispo

A fé dos peregrinos Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé

Dom Tarcísio Scaramussa

As peregrinações por ocasião do Ano da Fé são momentos particulares de encontro com o Senhor. O momento da peregrinação tem um simbolismo particular na vida do crente, como expressão de sua busca constante de Deus no caminhar de sua vida. Quando li o livro “Tirando os Sapatos”, de Nilton Bonder, fiquei encantado com a peregrinação que este rabino empreendeu, juntamente com outros 23 representantes de

diferentes países e religiões. Eles refizeram o caminho de Abraão, patriarca de três religiões monoteístas – cristianismo, judaísmo e islamismo. As experiências que vivenciaram, foram muito além de um passeio turístico, para transformar-se numa viagem espiritual que remete à busca de um mesmo Deus, feita de formas diferentes pela humanidade. A busca é de todos, e a resposta da fé corresponde à profundidade do encontro realizado com o Senhor. “A luz da fé em Jesus ilumina também o caminho de todos aqueles que procuram a Deus e oferece a contribuição própria do cristianismo para o diálogo com os seguidores das diferentes

agenda regional

religiões.” Esta é uma afirmação da encíclica “A Luz da Fé”, do papa Francisco. Ele cita a longa lista de testemunhos da fé apresentados por Paulo na Carta aos Hebreus, mas fala também da busca dos Magos que são guiados pela estrela até Belém. “A luz de Deus mostrou-se a eles como caminho, como estrela que os guia ao longo de uma estrada a descobrir. Desse modo, a estrela fala da paciência de Deus com os nossos olhos, que devem habituar-se ao seu fulgor. Encontrando-se a caminho, o homem religioso deve estar pronto a deixar-se guiar, a sair de si mesmo para encontrar o Deus que não cessa de nos surpreender.”

Podemos dizer, então, que a peregrinação tem dois sentidos: por um lado, expressar a busca de Deus realizada na caminhada diária de nossa vida; por outro lado, a peregrinação que nos leva ao lugar do encontro com o Senhor, é também expressão da fé como resposta de adesão ao amor encontrado, que se transforma em dinamismo de missão. “O amor de Cristo nos impele” (2 Cor 5,14). O Ano da Fé, e a peregrinação, em particular, nos confirmem “com perseverança na corrida que nos é proposta, com os olhos fixos em Jesus, que vai à frente da nossa fé e a leva à perfeição” (Hb 12, 1-2).

Sábado (26), 19h30

Domingo (27)

Celebração do Sacramento da Confirmação na Paróquia Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos (rua Ouvidor Portugal, 598, Aclimação).

Às 15h, Peregrinação da Região Sé pelo Ano da Fé na Catedral da Sé Às 18h, Celebração do Sacramento da Confirmação na Paróquia Sagrado Coração de Jesus em Sufrágio das Almas (rua Guaporé, 429, Bom Retiro).


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Região Brasilândia

Igreja São Luis Gonzaga festeja jubileu de ouro Em comemoração ao seu 50º aniversário de fundação, Paróquia preparou programação especial para celebrar a data

Kenan Júnior, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região. No dia 12 de janeiro de 2014, ação de graças, com o celebrante dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo emérito de Blumenau (SC). E finalizando, no dia 2 de fevereiro, encerramento das comemorações com dom Odilo Pedro Scherer, cardeal arcebispo de São Paulo. A história da Paróquia teve início com o pequeno oratório

dedicado a São Luis Gonzaga, em 1923. Funcionou como capela até 1950, mesmo ano da vinda de dom Pedro Fulco Morvidi. Foram várias etapas da construção de um templo moderno, amplo, que respondesse às exigências espirituais da comunidade de Vila Pereira Barreto. Em 20 de outubro de 1963, o arcebispo de São Paulo, dom Carlos Carmelo de Vasconce-

los Mota, abençoava a criação da Paróquia São Luis Gonzaga, uma data histórica e muito significativa, bem no coração de Pirituba. O Pároco expressou sua felicidade ao ver que a semente plantada deu frutos. “É uma alegria muito grande estar à frente dessa paróquia neste momento histórico da vida da comunidade e no mesmo ano que completo 30 anos de mi-

nha ordenação presbiteral.” Em entrevista, a aposentada Aparecida Fava de Moraes, 76, relembrou, emocionada, grande parte da história de sua vida. “Eu cresci nesta igreja, me casei aqui e batizei meus filhos também. Eu e minha família ajudamos na construção. Cada um ajudava um pouco, esta igreja foi construída com o suor de todos e feita com muito amor.” Renata Moraes

Renata Moraes

Colaboradora de comunicação da Região

Na noite do domingo, 20, foi celebrada a missa de abertura BRASILÂNDIA das comemorações de 50 anos da fundação da Paróquia São Luis Gonzaga, na Vila Pereira Barreto. A celebração foi presidida por dom Robson Medeiros Alves, prior do Mosteiro Beneditino Valombrosano de Pirituba (mesma ordem à qual pertencia dom Pedro Fulco Morvidi, o primeiro pároco da São Luís Gonzaga), e concelebrada pelo padre Pedro Ricardo Pieroni, pároco. Os monges foram pioneiros vindos da Itália para evangelizar na periferia de São Paulo. Em entrevista, padre Pedro Ricardo Pieroni contou que após localizarem o livro tombo (livro canônico-eclesial, onde são lançados os atos e fatos significativos e acontecimentos históricos da Igreja), descobriram que o decreto de criação da Paróquia foi registrado em 20 de outubro de 1963, e a implantação oficial foi em 4 de fevereiro de 1964. “Devido às datas, decidimos iniciar os festejos em outubro, sendo uma comemoração em cada mês, representando cada década e simbolizando toda a história que foi construída ao longo deste período.” A programação comemorativa continuará em novembro, com a romaria à Basílica de Aparecida, dia 20, em agradecimento e momento também de celebrar os 30 anos de ordenação sacerdotal do padre Pedro Ricardo. Três missas solenes serão celebradas para marcar a data do Jubileu. Em dezembro, a missa de Natal, dia 24, será presidida por dom Milton

Dom Robson Medeiros Alves, prior do Mosteiro Beneditino Valombrosano de Pirituba, preside missa de abertura das comemorações do jubileu da Paróquia

palavra do bispo

Renovação paroquial Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia

Dom Milton Kenan Júnior

Tendo em vista a publicação do documento “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia” pela CNBB, na próxima Assembleia Geral dos Bispos do Brasil (abril, 2014), há um imenso mutirão, em todo o Brasil, para aprofundar o tema, encaminhando propostas para a Comissão responsável pela redação do texto, a fim de que o documento aprovado pelos Bispos do Brasil reflita as expectativas e experiências das diversas Igrejas espalhadas pela nossa nação. No último fim de semana, aconteceu a Assembleia das

Igrejas, em Itaici, promovida pelo Regional Sul 1 da CNBB, com a participação dos bispos, padres coordenadores de pastoral, párocos, religiosos (as) e leigos (as) das mais de 40 dioceses do Estado de São Paulo. O tema da Assembleia foi justamente a renovação paroquial a partir do Estudo 104 da CNBB. Com a abordagem do tema dirigido por dom Pedro Cipolini, bispo diocesano de Amparo. Em grupos, os participantes tiveram a oportunidade de partilhar experiências e propostas para a renovação paroquial. Nós, da Arquidiocese de São Paulo, estamos em vantagem de compreensão do tema, por termos realizado o “Ano da Paróquia” (2011-2012), com a publicação da Carta Pastoral de Dom Odilo: “Paróquia: tor-

na-te o que tu és!”. Na abordagem, ouvimos afirmações que na Carta Pastoral “Paróquia: torna-te o que tu és!” foram bastante frisadas; e também experiências que demonstram o desejo de nossas comunidades em abraçar com seriedade a proposta de renovação paroquial, tendo em vista os desafios que a Igreja hoje enfrenta e as respostas a que é chamada a dar. Entre as pistas de ação apresentadas, destacam-se a preocupação com a atuação efetiva dos Conselhos Paroquiais, a necessidade de que se desencadeie um processo de iniciação à vida cristã para jovens e adultos; e o desafio de criar entre as paróquias uma rede de solidariedade, onde as comunidades se comprometam na ajuda mútua.

agenda regional

Ao apresentar estas indicações, sublinhou-se a necessidade de que as paróquias tomem mais consciência da sua identidade como espaço em que a Igreja se torna visível no meio do povo; e da sua missão de santificação e de caridade vivida e testemunhada. O debate e a reflexão estão apenas começando! Será importante que cada paróquia se pergunte: Estamos cumprindo a nossa missão? Somos, de fato, uma comunidade de vida e de fé para aqueles que nos procuram? Quais as atitudes para fazer com que nossas comunidades se tornem solidárias, acolhedoras e missionárias? Da resposta para estas perguntas depende a vida da Igreja e, por conseguinte, de nossas paróquias.

Segunda a quarta-feira (21 a 23), 20h às 21h30 Terça a segunda-feira (22 a 28), 19h

Domingo (27), 18h

Jornada Teológica, com o tema “Comunidade de comunidades: Uma nova Paróquia”. Palestrantes: cônego Antônio Manzatto, Fernando Altemeyer e dom Angélico.

Missa do 9º dia da novena da Paróquia São Judas Tadeu (rua João Alves Pimenta, 152 em Vila Miriam), presidida por dom Milton Kenan Júnior. Outras informações (11) 3975-2121.

Cerco de Jericó, na Comunidade Missão Mensagem de Paz (avenida Paula Ferreira, 3.715, em Pirituba). Outras informações (11) 2362-8093.


Região Belém

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Pastoral da Educação retoma atividades Missa celebrada por dom Edmar Peron no dia de São Lucas teve presença de cem pessoas na Paróquia São Filipe Neri João Carlos Gomes

Colaborador de Comunicação da Região

Na sexta-feira, 18, cem pessoas, em grande parbELÉM te professores e alunos, celebraram na Paróquia São Filipe Neri, Setor Vila Alpina da Região Episcopal Belém, a Missa do Educador. A celebração, presidida pelo bispo auxiliar da Arquidiocese e vigário na Região Episcopal Belém, dom Edmar Peron, e concelebrada pelo pároco da São Filipe, padre Norival da Silva marcou o reinício das atividades da Pastoral da Educação na Região. Também participaram da missa os diáconos permanentes Jorge Luiz Souza, Wainer Fracaro da Silva e Mario Angelo Braggio, que é o coordenador dessa Pastoral na Região. Ainda que o dia seja lembrado mais por ser São Lucas, o padroeiro dos médicos, dom Edmar destacou o perfil do evangelista como educador. “São Lucas, que foi médico, é honrado na Igreja em primeiro lugar por seus ensinamentos, pregando o Evangelho”, disse. Dom Edmar valorizou o papel do educador, que, segundo o bispo, oferece o melhor da sua vida para transmitir conhecimento. “Normalmente, quem está envolvido com a educação, oferece o melhor de si, o melhor da sua vida, dedicando-se a educação. Este é o mistério da salvação: somos amigos de Deus quando somos capazes de nos doar e não quando somos egoístas.”

Reconhecimento necessário Para dom Edmar, ainda

palavra do bispo

Crescer na fé, evangelizando os jovens Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém

Dom Edmar Peron

A celebração do Dia Nacional da Juventude foi um encontro bonito, marcado pela alegria da juventude. Penso que é importante retomar a homilia do papa Francisco na missa de conclusão da Jornada Mundial da Juventude 2013, dirigida a toda a Igreja, mas especialmente aos jovens: “Sabem qual é o melhor instrumento para evangelizar os jovens? Outro jovem! Este é o caminho a ser percorrido por vocês!” Eis alguns trechos daquela homilia. “‘Vão e façam discípulos entre todas as nações’. Com estas palavras, Jesus se dirige a cada um de vocês, [...].

Evangelho é para todos, e não apenas para alguns. [...]. Não tenham medo de ir e levar Cristo para todos os ambientes, até as periferias existenciais, incluindo quem parece mais distante, mais indiferente. O Senhor procura a todos, quer que todos sintam o calor da sua misericórdia e do seu amor. De forma especial, queria que este mandato de Cristo –‘Ide, Vão’ – ressoasse em vocês, jovens [...]. A Igreja precisa de vocês, do entusiasmo, da criatividade e da alegria que lhes caracterizam! Um grande apóstolo do Brasil, José de Anchieta, partiu em missão quando tinha apenas 19 anos! Sabem qual é o melhor instrumento para evangelizar os jovens? Outro jovem! Este é o caminho a ser percorrido por vocês! Alguém poderia pensar: ‘Eu não tenho nenhuma pre-

João Carlos Gomes

Dom Edmar Peron homenageia educadores e valoriza a Pastoral da Educação em missa na Paróquia São Filipe Neri

que muitas vezes não sejam devidamente reconhecidas, as pessoas que trabalham com a educação jamais se furtaram a trabalhar com dedicação.

agenda regional

Quarta-feira (23), 13h30 Quinta-feira (24), 20h Encontro com Crismandos, Colégio Agostiniano São José (rua Marques de Abrantes, 365, Belém).

Jesus lhe chama a ser um discípulo em missão! [...] A fé é uma chama que se faz tanto mais viva quanto mais é partilhada, transmitida, para que todos possam conhecer, amar e professar que Jesus Cristo é o Senhor da vida e da história (cf. Rm 10,9). Mas, atenção! Jesus não disse: se vocês quiserem, se tiverem tempo, vão; [...] É uma ordem [que] nasce da força do amor, do fato que Jesus foi quem veio primeiro para junto de nós e não nos deu somente um pouco de Si, mas se deu por inteiro, Ele deu a sua vida para nos salvar e mostrar o amor e a misericórdia de Deus. Jesus não somente nos envia, mas nos acompanha, está sempre junto de nós nesta missão de amor. Para onde Jesus nos manda? Não há fronteiras: envianos para todas as pessoas. O

Missa Comunidade Frei Galvão – Paróquia Santo André (rua Catiléia, 26, Parque das Flores).

“Muitas vezes, esta ‘profissão de fé’ não é reconhecida por alunos, pelos pais e raríssimas vezes pelos governos, entretanto, nunca vi um profissional da

educação deixando de exercer seu trabalho com amor; por isso fico muito feliz com o reinício da Pastoral da Educação, que quer ser este ‘impulsionar’

paração especial, como é que posso ir e anunciar o Evangelho?’ [...] Deus responde a vocês com as mesmas palavras dirigidas a Jeremias: ‘Não tenhas medo... pois estou contigo para defender-te’ (Jr 1,8). Deus está conosco! ‘Não tenham medo!’ Quando vamos anunciar Cristo, Ele mesmo vai à nossa frente e nos guia. Ao enviar os seus discípulos em missão, Jesus prometeu: ‘Eu estou com vocês todos os dias’ (Mt 28,20). E isto é verdade também para nós! Jesus nunca deixa ninguém sozinho! Sempre nos acompanha.” Por fim, retomemos as três palavras que caracterizaram toda a sua homilia: “Vão, sem medo, para servir. Seguindo estas três palavras, vocês experimentarão que quem evangeliza é evangelizado, quem transmite a alegria da fé, recebe mais alegria”.

da missão da vida doada a serviço da educação.” Para o coordenador da Pastoral, diácono Mario Braggio, a educação é, antes de tudo, formar atitudes. “Educar é transmitir conhecimento, é ajudar a desenvolver habilidades, mas, acima de tudo, formar atitudes, passar princípios e valores. A Pastoral da Educação interessa-se por todos os espaços onde se dê este processo educativo; queremos ser esta pitada de sal, que dá tempero ao ofício de educar; por isso fico muito feliz em fazer parte deste momento histórico em que retomamos o trabalho desta importante Pastoral”, finalizou. As pessoas interessadas em participar da Pastoral da Educação podem entrar em contato com a secretaria de pastoral da Região Belém, no telefone 26930287, e-mail regiaobelem@uol. com.br, ou com o diácono Mario Braggio, telefone 2941-3758, e-mail diaconobraggio@uol. com.br.

Domingo (27)

Segunda-feira (28), 15h

Às 8h, Crisma Área Nossa Senhora de Fátima (rua Gaspar de Lemos, 662, Vila Manchester).

Missa em louvor a São Judas Tadeu (rua Padre Estevão Pernet, 1.489, Tatuapé).

Às 10h30, Crisma Nossa Senhora do Sagrado Coração (avenida Renata, 01, Vila Formosa). Às 19h, Crisma São José do Maranhão (largo São José do Maranhão, 180, Tatuapé).


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Entretenimento

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passa tempo

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Geral

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CNBB realiza encontro para pensar ações da Igreja durante a Copa 2014 Encontro promovido pela CNBB teve participação de representantes das cidades-sede da Copa de 2014, durante os dias 16 e 17, em Brasília, para refletir a presença da Igreja durante o evento. Padre Tarcísio Mesquita, coordenador de pastoral da Arquidiocese de São Paulo, disse que a Igreja quer ser uma força ética na dos atingidos socialmente.

Semana de liturgia reflete os 50 anos da Sacrosanctum Concilium Fotos: Márcio de Almeida

Atividade realizada em São Paulo abordou o “novo jeito de celebrar” que a primeira constituição conciliar deu à Igreja

Primeira mensagem do secretário de Estado dom Pietro Parolin

O secretário de Estado do Vaticano, dom Pietro Parolin, assinou sua primeira mensagem pública, manifestando em nome do papa Francisco solidariedade e proximidade às populações da Austrália atingidas pelos graves incêndios na região perto de Sydney. “O Santo Padre – escreve dom Parolin –, reza por aqueles que perderam a vida, suas casas e o trabalho”, bem como “por aqueles que lutam e trabalham para apagar esses incêndios”. O secretário de Estado transmite, ainda, àquelas populações uma especial Bênção Apostólica do Papa.

Cardeal Koch e as mudanças no Vaticano

Edcarlos Bispo de Santana

Reportagem na zona noroeste

O Centro Pastoral Santa Fé, na Região Episcopal Brasilândia, acolheu, de segundafeira, 14, a sexta-feira, 18, a 27ª Semana Nacional de Liturgia. Com o tema voltado para a reflexão dos 50 anos da primeira constituição promulgada no Concílio Vaticano 2º, “50 anos da Sacrosanctum Concilium: Um novo jeito de celebrar, um novo jeito de ser Igreja”. O evento é realizado pelo Centro de Liturgia Dom Clemente Isnard em parceria com a Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da CNBB, a Rede Celebra e o Centro Universitário Salesiano de São Paulo. Dele participaram cerca de 250 pessoas das diversas regiões do Brasil. O bispo referencial para a liturgia na Arquidiocese de São Paulo e membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da CNBB, dom Edmar Peron, destacou que é importante haver formação para todos os membros da Igreja e não so-

Direto de Roma

Dom Edmar Peron, referencial para a liturgia, fala a participantes da 27ª Semana Nacional de Liturgia, que aconteceu entre segunda-feira, 14, e sexta-feira, 18, no Centro Pastoral Santa Fé

mente para um pequeno grupo, por isso, momentos de formação, como a semana de liturgia, são importantes. Eles ajudam, “se não a refletir muito, a dar pistas para que as pessoas que participaram do encontro releiam os textos e busquem as indicações feitas dos livros e aprofundem o assunto”. Quanto ao caráter formativo do encontro, dom Edmar afirmou que “a semana prima por formar na reflexão propondo temas e agindo. É uma semana construída com os participantes”. Para o Bispo, a formação aborda até mesmo

a forma de preparar a celebração, desde os ensaios dos cantos, até uma preparação pessoal. Vinda da Arquidiocese de Vitória (ES), Marilene do Carmo Paganini afirma que a “liturgia é vida”, por isso é importante participar de momentos de formação, “pois na vida é preciso conhecer os passos para caminhar melhor”. Para ela, é importante conhecer este “novo jeito de celebrar”, e a Sacrosanctum Concilium, para transmitir isso a comunidade. Segundo o coordenador do

Centro de Liturgia Dom Clemente Isnard, padre Hernaldo Pinto Faria, esta semana de liturgia, em especial, ao refletir a Sacrosanctum Concilium faz um questionamento: “Que modelo de Igreja surge, emerge com o nosso jeito de celebrar?”. Para ele, após o decreto conciliar, a Igreja “não é mais uma Igreja voltada e centralizada no presbítero, no clero, mas é uma Igreja que quando celebra, revela o corpo místico de Cristo. Cristo que tem muitos membros e cada membro exerce uma função no corpo”.

O presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, cardeal Kurt Koch, assegurou que ainda é cedo para falar das mudanças que o papa Francisco poderá realizar no Vaticano, mas espera que realize “várias reformas na Cúria e na Igreja Católica”, embora considere que o termo “revolução” não seja o mais adequado. Em uma entrevista com jornalistas, no âmbito do Encontro Judeu-Católico que terminou na última, no Hotel Intercontinental de Madri, o cardeal Koch precisou que Francisco, tem apenas meio ano de Pontificado e acaba de ter a sua primeira reunião com o chamado “G8 Vaticano”. “A paciência é uma grande virtude”, acrescentou. Perguntado sobre o que pensam no Vaticano sobre o termo “revolução”, utilizado pelos jornalistas para referirse ao papa Francisco, o cardeal Koch disse que não sabe o que os comunicadores entendem por “revolução”, e que a única coisa certa é que há um novo Papa com uma personalidade “totalmente distinta” e uma “nova atitude”, mas que a Igreja e a doutrina “continuam sendo as mesmas”. Por isso, considera que a gestão do papa Francisco será “de continuidade” em relação a seus predecessores João Paulo 2º e Bento 16, incluindo as reformas.

Cidade italiana receberá o Papa e a Cúria Romana para Exercícios Espirituais da Quaresma

O papa Francisco se transferirá com a Cúria Romana, da noite de domingo, 9 de março, até a sexta-feira sucessiva, dia 14, para a cidade de Albano Laziale, situada a cerca de 30 quilômetros de Roma, para os Exercícios Espirituais da Quaresma. O lugar escolhido para os Exercícios foi a “Casa Divin Maestro” dos Paulinos. As meditações serão propostas pelo sacerdote Angelo De Donatis, do clero de Roma. A finalidade – comunica a Secretaria de Estado – é de neste período poder residir de modo reservado e silencioso, distante das habituais repartições de trabalho, para poder dedicar-se aos Exercícios Espirituais com maior recolhimento. Informações do site http://www.newsva/pt


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Geral

Café com cultura com Zé Vicente O cantor Zé Vicente partilhará as canções de seu novo CD, além de experiências e composições, frutos de 30 anos de carreira. Ele falará da relação de sua arte com a caminhada do povo e com a construção de relações de solidariedade. O “Café com cultura” acontecerá na sexta-feira, 25, às 19h30 no Anchietanum (rua Apinajés, 2.033).

Pelo fim de 500 anos de exclusão indígena Luciney Martins/O SÃO PAULO

Na 6ª edição, a “Retomada” aconteceu na PUCSP, entre os dias 15 e 19 e teve palestras, oficinas e exposições Nayá Fernandes

Especial para O SÃO PAULO

“Os integrantes da Gaspem (empresa de segurança particular) são contratados pelos fazen-

Indígenas compartilham experiências em debates da 6ª Retomada, na PUC-SP

deiros para atacar indígenas Guarani e kaiowá do Tekoha Yvy Katu-Japorã (MS). Desde ontem, ameaçam a comunidade. Eles

assassinaram o líder Dorvalino Rochas e o cacique Nísio Gomes e são extremamente temidos pelos indígenas.”

A notícia é do facebook oficial da Aty Guasu, na sexta feira, 18, e é um exemplo das lutas indígenas que acontecem no País. Para discutir essas questões e lutar pela inclusão indígena, surgiu o projeto Pindorama da PUC-SP, que tem como presidente Benedito Prezia, autor de livros e um dos fundadores da Pastoral Indigenista na Arquidiocese de São Paulo. O evento aconteceu entre os dias 15 e 19 na PUC-SP, campus Perdizes, e teve como tema: “Estamos aqui! 500 anos de exclusão!”. Palestras, oficinas, venda de artesanato indígena e duas exposições, uma no Museu da Cultura da Faculdade de Ciências

Sociais, da PUC-SP, e outra do projeto Pindorama no Pátio da Cruz, compuseram a programação. Para Sabrina de Paula, professora de História e voluntária do Pindorama, foi a primeira vez que os indígenas participaram ativamente. “Eles fizeram os cartazes de divulgação, conduziram as oficinas, participaram de manifestações. Os alunos do Pindorama estão fazendo a diferença.” Sabrina destacou que as discussões foram pautadas na educação. “Tanto a formação do professor, como a questão em sala de aula fizeram parte das discussões.”

‘Nós, que somos os donos da terra, não temos liberdade fora da aldeia’, diz Rakanaan DA ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Na exposição de artesanato, estava a jovem Nazaré Maria Onória da Silva, a Rakanaan, 28, da tribo Wassu Cocal, que tem uma aldeia com população de 1.447 indivíduos, de acordo com o Censo Funai 2000, e está localizada em Joaquim Gomes (AL).

Ela mora há quatro anos em São Paulo e veio com o esposo, que também é indígena. Ao O SÃO PAULO, Rakanaan disse que já sofreu preconceito e sente que as pessoas desconfiam da sua identidade, porque, devido à perseguição de anos, os Wassu Cocal tiveram muitas misturas e es-

tão lutando para recuperar o idioma oficial da tribo, que é o tupi antigo. “Às vezes, gostaria de sair pintada e com trajes típicos, como eu fazia na aldeia. Mas, se eu fizer isso aqui, as pessoas me zoam na rua. Não me sinto livre na cidade. Nós, indígenas, que somos os donos da terra,

não temos liberdade de ser o que somos fora da aldeia, mesmo num país multicultural como o Brasil.” Para a jovem, a raiz desse preconceito está na educação das crianças. “Ensinam para as crianças que índio é baixinho e tem cabelos lisos e quem não é assim, é discriminado.

Esse evento aqui na faculdade é muito importante para mostrar que somos indígenas. Por exemplo, os japoneses que vêm para o Brasil, continuam sendo japoneses. Porque eu, sendo indígena, chego a São Paulo e perco meus direitos? Mesmo fora da aldeia, continuo sendo indígena.” (NF)

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Paróquia nossa senhora auxiliadora - Bom Retiro

Convida a todos a participar da missa de comemoração da paróquia nossa senhora auxiliadora rumo ao seu centenário. fredao@fredao.com.br

Dia 02 de Fevereiro de 2014 às 10 horas.


Geral

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 22 a 28 de outubro de 2013

Ser mulher na Igreja, 25 anos depois da Mulieris Dignitatem A Carta do papa João Paulo 2º foi comentada pela teóloga Maria Clara Bingemer Nayá Fernandes

Especial para O SÃO PAULO

A carta apostólica Mulieris Dignitatem, do papa João Paulo 2º, sobre a dignidade e a vocação da mulher por ocasião do Ano Mariano completou 25 anos. Publicada em 15 de agosto de 1988, a carta foi lembrada, no Vaticano, por um seminário que teve como tema: “Deus confia o ser humano à mulher”. Para recordar o conteúdo da carta e como algumas questões poderiam ser colocadas hoje, O SÃO PAULO entrevistou a teóloga Maria Clara Lucchetti Bingemer. O SÃO PAULO - Qual o principal legado deixado pelo papa João Paulo 2º na carta apostólica Mulieris Dignitatem? Poderíamos falar de algumas limitações? Maria Clara Bingemer - A meu ver, o legado é a desmistificação de que o pecado original seja o pecado da mulher. Lá, ele deixa bem claro que é o pecado de toda a humanidade e que a mulher não é a introdutora do pecado no mundo. Isso trouxe graves consequências para a mulher, inclusive a “diabolização” de sua pessoa e, sobretudo, de seu corpo. Em termos de limitações, creio que podemos citar o fato de que ele só vê dois caminhos existenciais para a mulher: casada e mãe de família ou consagrada pelos votos. Acho que hoje vemos mais opções plurais para a mulher. O SÃO PAULO - O texto é o primeiro documento da Igreja inteiramente dedicado à mulher, publicado 23 anos após o Vaticano 2º. Em sua opinião, porque a Igreja ainda não havia se manifestado? Maria Clara Bingemer - Porque sempre houve uma distância tomada em relação à mulher. O catolicismo sempre foi muito patriarcal, com uma hierarquia inteiramente masculina e a questão do pecado muito presente. Além disso, havia tam-

bém a sociedade ocidental que era e, de certa maneira, continua sendo machista e patriarcal. A Igreja, de certa maneira, afinava-se com a sociedade. O Vaticano 2º acontece nos anos 1960 quando várias lutas libertárias aconteciam pelo mundo. Ele as incorporou em boa parte, mas a da emancipação da mulher teve que esperar um pouco. No meio, certamente também está o fato de que a Igreja Católica juntamente com a ortodoxa é a única das Igrejas cristãs que não ordena mulheres, e isso é uma questão muito delicada. A Igreja via certamente outras prioridades que devia tocar antes. O SÃO PAULO - O papa Paulo 6º declarou, entre outras coisas, que: “No cristianismo, de fato, mais que em qualquer outra religião, a mulher tem, desde as origens, um estatuto especial de dignidade [...]”. O trecho está na introdução da Mulieris Dignitatem. Hoje, a Igreja dá à mulher a mesma dignidade dos primeiros tempos? Maria Clara Bingemer - Essa questão da dignidade da mulher é complicada. Porque é verdade, sim, que a Igreja sempre deu à mulher uma grande dignidade, sobretudo na pessoa de Maria, que é a criatura mais venerada na Igreja, já que Jesus Cristo é homem e Deus inseparavelmente. Maria é o símbolo da humanidade fiel a Deus e a figura da Igreja. Mas, se no começo, as primeiras comunidades cristãs abrem para uma participação grande à mulher, depois isso vai se fechando e ela vai ficando apenas num lugar secundário e passivo. Há muito caminho no sentido de recuperar um protagonismo que vem sendo negado por séculos. Assim, é que hoje encontramos mulheres teólogas, mulheres mestras espirituais, mulheres que coordenam comunidades e celebrações. Mas, ainda há muito caminho para ser andado. O SÃO PAULO - No número 16, a Mulieris Dignitatem fala sobre Maria Madalena, chamada de “Apóstola dos Apóstolos”. Recentemente, a mídia divulgou um boato sobre a possibilidade de que mulheres recebam o título de cardeais. Como você vê esta questão? Maria Clara Bingemer - Acho que essa questão da mulher ser cardeal é, sim, boato. Não creio que vá acontecer. A rigor, não seria

impeditivo por parte do Direito Canônico, que prevê que o título de cardeal é nobiliárquico e honorífico e, portanto, pode ser recebido por um leigo. Daí, as mulheres serem cardeais, há uma distância grande. Maria Madalena é sim, a apóstola dos apóstolos porque aparece nos Evangelhos como sendo muito próxima de Jesus e do grupo apostólico e a primeira testemunha da ressurreição. Por aí, acho que deve acontecer a visibilização da mulher na Igreja. Pela proximidade de Jesus Cristo, pela credibilidade junto ao Povo de Deus, não tanto por um poder estabelecido e um título concedido. O SÃO PAULO - A Carta insiste na questão da maternidade e a coloca como um dom concedido às mulheres. Diante disso, como você vê, hoje, toda a discussão sobre a legalização do aborto? Maria Clara Bingemer - A Igreja jamais admitirá o aborto porque concebe a vida como um dom de Deus que não pode ser interrompido por vontade do ser humano. E a maternidade

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Luciney Martins/O SÃO PAULO

“Acho que deve acontecer a visibilização da mulher na Igreja”, diz Maria Clara

é sem dúvida um dom, o maior dom, concedido às mulheres. Interromper uma gravidez é, portanto, algo terrível. Entendo que a discussão não é tanto a legalização do aborto, mas, sobretudo, sua descriminalização. Por estatísticas, mostra-se que

isso faz diminuir o número de abortos, quando não se tem que fazê-los clandestinamente. Em todo caso, a Igreja até o momento não vê nenhuma brecha pela qual aceitar o aborto sob nenhuma condição e em nenhuma hipótese.


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www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 22 a 28 de outubro de 2013

19º Encontro Estadual de Comunicação De 29 de novembro de 2013 a 1º de dezembro, acontecerá, no Seminário do Bom Jesus, em Aparecida (SP), o 19º Encontro Estadual de Comunicação com o tema “Evangelizar é comunicar: fundamentos bíblicos teológicos da PASCOM”, com a assessoria do padre Joãozinho, scj. Informações e inscrições em www.facebook.com/PascomSul1.

Regional Sul 1 realiza 35ª Assembleia das Igrejas Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Entre os dias 18 e 20, em Itaici, representantes de dioceses paulistas refletiram sobre renovação da paróquia Daniel Gomes

Enviado especial a Itaici, Indaiatuba (SP)

A renovação da paróquia foi o enfoque da 35ª Assembleia das Igrejas Particulares do Regional Sul 1 da CNBB, realizada de 18 a 20, em Itaici, município de Indaiatuba (SP), com a participação de 235 pessoas, entre bispos, coordenadores de pastoral, padres, religiosos e leigos das dioceses paulistas. Conduzida pela presidência do Regional, a Assembleia teve por base o documento de estudos 104 da CNBB “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”, as mensagens do papa Francisco quando da visita ao Brasil, e o relato de experiências já realizadas à renovação da paróquia. A partir dos conteúdos formativos, os participantes apontaram linhas comuns de ação. “Essa assembleia não tem uma função de decidir a respeito do trabalho de cada diocese, apenas de fazer indicações de linhas operativas. E cada diocese vai escolher e definir, de acordo com sua realidade, como aplicar essas sugestões”, comentou, ao O SÃO PAULO,

Em Itaici, de 18 a 20, presidência do Regional Sul 1 da CNBB conduz trabalhos da 35ª Assembleia das Igrejas, com participação de representantes das dioceses

dom Tarcísio Scaramussa, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e secretário do Regional Sul 1 da CNBB. Um dos assessores da Assembleia foi dom Pedro Carlos Cipolini, bispo de Amparo (SP), que apresentou uma síntese do documento de estudos 104 da CNBB, o qual, segundo ele, in-

dica a necessidade da renovação da paróquia diante dos desafios atuais, passando de uma postura de conservação para uma atitude missionária, uma comunidade de comunidades, que tem como modelo a prática de Jesus. Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues, arcebispo de So-

rocaba (SP), relatou experiências de renovação da paróquia, tais como o Sistema Integral de Nova Evangelização (SINE), as Missões Populares, as Células de Evangelização e o método Alpha; e dom Darci José Nicioli, bispo auxiliar de Aparecida (SP), falou sobre as Missões Redentoristas.

A conversão pastoral a partir da conversão pessoal foi um dos aspectos comuns citados pelos participantes para a renovação da paróquia, assim como a abertura à missionariedade, a descentralização de funções, a setorização em pequenas comunidades e a inserção da paróquia na realidade da Igreja Particular a que pertence. Durante a Assembleia, o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo e presidente do Regional, comentou que o processo de renovação da paróquia está inserido no contexto da Nova Evangelização, destacou que a paróquia continua a ser referência das pessoas para a vida eclesial e avaliou que é preciso que todos tenham clareza do que é a paróquia e quais suas atribuições. Ao fim da assembleia, que teve a participação de dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida e presidente da CNBB, dom Odilo, ao lembrar as palavras do papa Francisco, ressaltou a necessidade do testemunho dos que creem, da postura de ir ao encontro e do esforço comum para um projeto pastoral centrado em Jesus Cristo. Para Iracema da Silva, secretária de pastoral da Região Belém, a Assembleia foi produtiva e “vai nos reanimar, fazer com que a gente faça um trabalho junto às pessoas que estão nas nossas paróquias, comunidades, para entenderem essa Igreja viva, solidária, corresponsável, para que todos nos sintamos pertencentes a ela”.

‘A renovação da paróquia vai exigir uma decisão firme de todos’, diz dom Cipolini Luciney Martins/O SÃO PAULO

Do enviado especial a Itaici

Na 51ª Assembleia Geral da CNBB, em abril deste ano, os bispos do Brasil aprovaram o documento de estudos 104 “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”. Desde então, o texto tem recebido contribuições das Igrejas Particulares (dioceses) e dos Regionais, e voltará a ser apreciado na 52ª Assembleia Geral, em 2014, a fim de que se torne um documento oficial da Igreja no Brasil. De acordo com dom Pedro Carlos Cipolini (foto), bispo de Amparo e membro da comis-

são de redação do documento, o conteúdo do texto e as palavras do papa Francisco, no Brasil, convergem na proposta de “uma Igreja mais missionária, mais dinâmica e mais samaritana”, disse ao O SÃO PAULO. Dom Cipolini, que foi um dos assessores da 35ª Assembleia das Igrejas Particulares, em Itaici, avaliou que “a renovação da paróquia vai exigir uma decisão firme de todos. Não vai acontecer automaticamente. Tem que haver uma decisão, um projeto eclesial, que seja levado a sério”.

Para o Bispo, tal renovação exigirá a conversão de fiéis e padres e deve estar atrelada à descentralização de poder, por meio do conselho de pastoral e do conselho de assuntos econômicos. “Se nós quisermos renovar a paróquia, é preciso que os leigos assumam seu papel, e os conselhos de pastoral e os conselhos econômicos são instrumentos de protagonismo dos leigos. O fato de ter esses conselhos não anula o papel do padre, que é muito importante”, avaliou. (DG)


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