O SÃO PAULO - edição 2976

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Nas livrarias, novo livro sobre o cardeal Arns

Devotos de São Judas Tadeu agitam o Jabaquara

Rádio 9 de Julho promove romaria a Aparecida

Agenda Latino-Americana 2014 é lançada em SP

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo

ano 58 | Edição 2976| 29 de outubro a 4 de novembro de 2013

R$ 1,50 Luciney Martins/O SÃO PAULO

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br

Região Sé peregrina até a Catedral Na tarde do domingo, 27, foi a vez da Região Sé fazer a peregrinação do Ano da Fé à Catedral. Como aconteceu com as demais regiões - Belém, Lapa, Ipiranga, Santana e Brasilândia – as

paróquias e comunidades da Sé, com seus párocos, pastorais, movimentos e associações, os religiosos, atenderam e entenderam a convocação. Concentraram-se no largo São Bento e

de lá partiram com dom Tarcísio rumo à Catedral, onde participaram da missa e foram exortados por dom Odilo Pedro Scherer a viver e testemunhar a fé e fizeram solene profissão de fé

Página 13 Luciney Martins/O SÃO PAULO

Plano Pastoral inspira ações para 2014 No sábado, 26, reuniram-se em assembleia, no Colégio Arquidiocesano, representantes das seis regiões episcopais e as coordenações pastorais que apresentaram seus desta-

com velas acesas. Dom Odilo acentuou bastante a oração da missa em que se pedia ao Senhor o aumento da fé, da esperança e da caridade.

ques pastorais para 2014, que no 11º Plano têm como pano de fundo “A fé que celebramos e rezamos” e a “Igreja: casa da Iniciação cristã”. Página 12 Luciney Martins/O SÃO PAULO

Assembleia, no Colégio Marista Arquidiocesano, reúne as seis regiões episcopais, que apresentam destaques pastorais

PUC-SP instala Cátedra João Paulo 2º

cação na resistência à ditadura. Dom Angélico, diretor do semanário entre 1977 e 2000, recordou a perseguição sofrida pelo jornal à época.

A Faculdade de Teologia da PUC-SP inaugurou, no dia 22, a “Cátedra João Paulo 2º para estudos sobre a Nova Evangelização”. Trata-se de um ambiente universitário para estudos e pesquisas sobre determinado tema. Dom Odilo Scherer espera que a Cátedra amplie a consciência da urgência da Nova Evangelização.

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Assembleia Legislativa de SP recebe audiência pública sobre imprensa católica

O SÃO PAULO na Comissão da Verdade A Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva, em audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo, destacou o O SÃO PAULO como importante meio de comuni-

Luciney Martins/O SÃO PAULO


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Fé e Vida

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 29 de outubro a 4 de novembro de 2013 Gabirante

frases da semana

“Construir um tempo novo, um Kairós, felizmente propiciado pela chegada do papa Francisco. Vamos lutar com entusiasmo, sem medo e sem ambiguidades, com uma esperança do tamanho da nossa utopia, que é a utopia de Jesus, o Reino do Pai.”

Dom Pedro Casaldáliga, por ocasião do lançamento da Agenda Latino-Americana

“Esse movimento de junho foi um movimento catártico, mas ele não se repete na mesma forma e, na verdade, é preciso avançar na organização da juventude em torno de assuntos chave que são importantes para a transformação da sociedade.”

Professor José Carlos Vaz, sobre as manifestações de junho, na “Tardes de Formação”

“Frei Galvão fez da dádiva, da misericórdia, da verdade e do perdão o estilo de sua vida, do seu relacionamento com as pessoas. Dádiva e perdão lembram-nos da profunda necessidade de amar e da profunda necessidade de sermos amados.”

Dom Sergio de Deus Borges, na missa da Festa de Frei Galvão

você pergunta

Espiritualidade

Por que há divisões da Igreja em dioceses?

Foi abolida a Jornada Missionária... Ela é todos os dias

Diretor do O SÃO PAULO, semanário da Arquidiocese de São Paulo

Padre Cido Pereira

Mônica Calamanrei, de Santo Amaro, quer saber por que há divisões em dioceses? O nosso cardeal, dom Odilo, também não é bispo de quem mora em Santo Amaro? Mônica. Foi a necessidade dos bispos, sucessores dos apóstolos, estarem bem próximos das ovelhas, para santificá-las, ensiná-las e conduzi-las, que fez com que a Igreja criasse as dioceses. Cada diocese é uma porção do Povo de Deus conduzida por um bispo e por um grupo de sacerdotes que atuam como pastores do povo. Quanto mais foi crescendo a população, mais foi sendo necessária a criação das dioceses ou Igrejas Particulares, cada uma com seu bispo e seu clero. Pense bem se não ficaria muito impessoal um bispo distante do povo, coordenando um grupo imenso de padres e cada um deles distante do povo em paróquias, por sua vez, imensas quanto ao território. Cada bispo, Mônica, é bispo para o povo de sua diocese, que é dividida em paróquias e comunidades, e cada uma delas é pastoreada por um pároco ou vigários. O que é bonito é que em cada paróquia está a Igreja de Jesus inteira. A Paróquia é a Igreja presente nas bases, no meio de várias famílias que são vizinhas umas das outras. Não é à toa que a Paróquia é chamada de comunidade de comunidades, porque na paróquia se reúnem as comunidades familiares, os movimentos, as associações. O nosso cardeal arcebispo, dom Odilo Pedro Scherer, tem a responsabilidade de santificar, ensinar e conduzir as ovelhas do seu rebanho. Cada bispo é responsável pelo rebanho que Deus lhe confiou. As dioceses dividem-se em paróquias, e cada paróquia tem um pároco, um vigário, um padre que deve ser para ela sacerdote, mestre e pastor. É isso aí, Mônica. Que Deus abençoe você e sua família.

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

Frei Patrício Sciadini

Não existe mais o mês missionário, nem a Jornada Missionária. Já estavam abolidos pelas palavras que Jesus disse aos discípulos antes de voltar ao céu: “Ide pelo mundo inteiro, pregai a BoaNova a todos os povos!”. Não disse que devemos ser missionários um mês por ano ou por um dia no ano, mas todos os dias da nossa vida. Nunca a Igreja sentiu tão forte no seu coração a necessidade de sair da sacristia, dos colégios, da universidade e ir por todos os lugares, pelas periferias existenciais, como nos ensina o papa Francisco para anunciar o Evangelho a todos os que encontrarmos, de porta em porta, de praça em

praça, de avião em avião e de trem em trem. O cristão, aonde for, é missionário e não pode negar essa sua característica fundamental sem negar a sua fé. Já Francisco Xavier, o santo cheio de entusiasmo, diz: “Gostaria de ir às universidades da França e dizer a todos – Que estais fazendo aqui? Ide pregar o Evangelho, tem muita gente que espera’. E ele mesmo não tinha nem tempo para descansar e para comer, tantas eram as crianças que vinham para escutar falar de Cristo. E, por meio da força do amor e da oração, percorreu o mundo. É para nós, cristãos, que é dado viver este momento especial da história de hoje. Estou fascinado pelo mundo de hoje, gosto dele e me sinto feliz; em todos os seus conflitos, consigo ver sementes de Evangelho que devem ser semeadas e cultivadas para que deem frutos. Deus não quer que sejamos todos

“xerox”, um igualzinho ao outro, mas que em toda diferença possamos contemplar a sua força criadora, o seu amor. Gosto deste mundo, dos jovens inquietos e revoltados que gritam pelas ruas e pelas praças, que querem mudar o caminho da humanidade para fazer um mundo melhor. Gosto até dos problemas que a Igreja enfrenta, porque a obriga a ser mais humilde e a buscar diálogo, não usando mais a força da condenação. É um mundo onde devemos espalhar a semente do Evangelho e depois ter a consciência de que esta semente nasce e dá seus frutos abundantes de uma vida nova. A missionaridade não pode ser restrita a um mês e a um grande momento de missões. Isso é bom para reavivar o entusiasmo e a vitalidade, mas a missão é o dia a dia do cristão, que, onde ele estiver, jamais deve se envergonhar do seu ser seguidor de Cristo.

palavras que não passam

Novas relações da Igreja dialogante com o mundo PADRE AUGUSTO CÉSAR PEREIRA

Na abertura do Concílio Ecumênico Vaticano 2º (11/10/1962), o papa João 23 abordou a questão da imagem da Igreja, na sua maneira de expor a doutrina e de relacionar-se com o mundo moderno. Convencido da necessidade de rever essas relações, convenceu a Igreja a transformar-se com a busca de igualdade de condições no contato com o mundo. O testemunho da fé não acontece impondo um código de doutrina, mas abrindo-se ao outro no relacionamento fraterno. A Igreja reconhece que o diálogo é a expressão maior da solidariedade. Porque dialogar é abrir-se ao outro, é acolher, é revelar-se. Os dialogantes colocam-se em pé de igualdade e de honestidade, em atitude de respeito mútuo. A solidariedade é a atitude de quem se coloca bem perto do outro diferente, acolhendo-o sem reservas, para melhor compreendê-lo e fazer-se compreender.

A solidariedade é a expressão máxima em latim), este era considerado o lugar do espírito de fraternidade. O respeito da negação de Deus e repleto de armaé a atitude de quem mais escuta do que dilhas para o pecado. Portanto, devia-se fala, desarmado de suas arrogâncias. fugir dele e proteger-se no convento, por “Importa não se arvorar em impor, nem exemplo, (a “fuga mundi”). Recordo-me se acovardar de expor.” de que, quando professei os votos de conO diálogo também se caracteriza pelo sagração religiosa, era elogiado por ser espírito de partilha, no qual o interlocu- um jovem de 21 anos capaz de “abandotor se revela na doação do que é como nar o mundo”, para servir só a Deus. pessoa humana, mais do que pelos bens Havia, pois, um nó que estrangulava que possui. o relacionamento Igreja-Mundo. O ConO diálogo é uma maneira de relacionar-se que aproxiA Igreja reconhece que o diálogo ma as pessoas. O estilo do papa Francisco encurta o é a expressão maior da solidariedade; caminho para as pessoas porque dialogar é abrir-se ao outro, achegarem-se a ele. O Papa ainda inclui como sustené acolher, é revelar-se tação do diálogo o respeito irrenunciável à dignidade da pessoa humana; e a inclusão, no diálogo, cílio decidiu desatá-lo, quando descobriu das “mudanças do tempo”. É uma atitu- que o mundo era exatamente o campo de existencial séria! da missão de anunciar a Boa Notícia da O Pai, invisível, fez-se visível em Je- salvação. A Igreja deu-se conta de que sus Cristo. Esta foi a melhor maneira havia sido fundada para se pôr a serviço divino-humana de entrar em diálogo co- deste mundo e transformou o nó em laço nosco. de compreensão, de respeito e de valoriEmbora o significado original da pa- zação da dignidade e da autonomia das lavra mundo seja “limpeza” (mundus, realidades terrenas.

Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Antônio Aparecido Pereira • Reportagem: Daniel Gomes e Edcarlos Bispo de Santana • Colaboração: Nayá Fernandes • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Assinaturas: Djeny Amanda • Projeto Gráfico e Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Impressão: Atlântica Gráfica e Editora Ltda. • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinatura) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail• A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.


Fé e Vida encontro com o pastor

cardeal dom odilo pedro scherer

Na comemoração de Finados, como costuma acontecer todos os anos, os cemitérios vão encher-se de gente visitando os túmulos dos falecidos, deixando flores ou algum outro sinal do afeto e da saudade que continuam a unir quem segue vivendo com quem já não está mais aqui. Dia de reflexão, de procura de respostas para as muitas interrogações que a vida e a morte suscitam... Também os fiéis católicos vão aos cemitérios, levam flores e manifestam seu pesar pela morte dos familiares e amigos... Mas eles são convidados nessa ocasião, mais ainda neste Ano da Fé, a manifestar a fé da Igreja no que diz respeito à vida e à morte. Qual é a luz especial que nossa fé traz para iluminar esse lado da existência, sobre o qual pairam tantas dúvidas? As respostas da fé cristã são muitas e luminosas. Antes de tudo, nós cremos no Deus vivo, também chamado “o Vivente”, que é a origem de toda vida, o “Amigo da vida”. Não cremos num deus “objeto” ou “coisa”, nem num deus “energia” ou força mecânica cega. Cremos no Deus que é “pessoa”, que se relaciona

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editorial

Vida além da morte: o meu Redentor vive! Arcebispo metropolitano de São Paulo

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e se comunica, que ama e se compadece; que vive e que dá a vida. Ele concedeu ao homem também ter o “sopro da vida”. Diz-nos ainda nossa fé que Deus nos chama à vida por um ato de bondade e benevolência. Não é o homem quem dá a vida a si mesmo: recebe-a. Por isso, acolhemos com profundo respeito e gratidão a vida que temos e também a vida do próximo. Não somos nós os senhores absolutos da vida e da nossa existência; somos agraciados por esse dom divino. Devemos, zelar o melhor que podemos pela vida, pela qual deveremos dar contas a Deus. Nossa fé nos fala da morte corporal: ela pertence à presente ordem da realidade, na qual tudo ainda é precário e provisório; não vivemos a realidade definitiva de nossa existência, mas caminhamos para ela. Para além da morte corporal, existe o Deus da vida, não sujeito às realidades precárias deste mundo. Ele nos chama a si, a confiar nele, para recebermos dele o dom da vida eterna e da felicidade plena. “Creio na ressurreição da carne e na vida eterna” – assim professamos no Credo da Igreja. Nossa fé não se refere apenas à sobrevivência da alma espiritual; a expressão “ressurreição da carne” fala da pessoa na sua inteira condição humana. “Toda carne verá a salvação de Deus” (cf. Lc 3,6) – isso significa que todos os

seres humanos verão a salvação de Deus. Quando São João afirma, no prólogo de seu Evangelho, que “o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (cf. Jo 1,14), isso significa que o Filho eterno de Deus assumiu nossa condição de “carne”, ou seja, sujeitou-se à precariedade deste mundo e se fez solidário conosco. Nossa fé na ressurreição da carne, baseia-se na fidelidade de Deus a si mesmo e à sua obra; Deus não nos chamou à vida para nos descartar, em seguida; mas, para que possamos ter vida em plenitude. E o Filho de Deus, Jesus Cristo, viveu “na carne” e passou à vida glorificada através da ressurreição “da carne”; Ele é a garantia da vida futura glorificada também para nós, que continuamos a viver na presente precariedade da existência. Em Cristo ressuscitado, também nós, de alguma forma, já ressuscitamos para uma vida nova (cf. Ef 2,6). Por isso, os túmulos dos cristãos, geralmente, estão marcados por uma cruz, lembrando Cristo Salvador, mediante o qual nós esperamos ser salvos da morte para participar, com ele, da vida plena. No Ano da Fé, não tenhamos receio de afirmar nossa fé no Dia de Finados e de dizer, como o justo Jó: “Eu creio que o meu Redentor vive e que, por fim, ele se levantará sobre o pó... E com meus olhos eu verei a Deus” (cf. Jó, 19, 25-27).

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Quando saudade e fé se misturam No sábado próximo, 2 de novembro, celebramos o Dia de Finados. Dia de Finados. Nós, os vivos, viajamos no tempo, viajamos ao passado... E fazemos memória das pessoas que fizeram parte de nossa vida, que eram um pedaço de nós ou de quem somos um pedaço e que agora nos dão saudades. Dia de Finados. Lembramo-nos daqueles que amamos um dia e continuamos a amar agora. Só que lá no passado a gente tocou, abraçou, cercou de carinhos, a gente recebeu carinhos... E agora, só lembranças no peito, no coração. Dia de Finados. Esposo lembra esposa, pais lembram filhos, filhos lembram pais, irmãos lembram irmãos, parentes lembram parentes, amigos lembrando amigos. E como saudade se define como a presença do ausente sem que o ausente deixe de ser ausente, a saudade fala alto, grita, mexe com a gente. Dia de Finados. Nossa referência é um túmulo, sofisticado para quem tem dinheiro, simples para quem não tem, uma cova rasa para os miseráveis... E lá vamos nós, flores nas mãos, lágrimas nos olhos, dor no coração... E uma prece nos lábios. Dia de Finados. Reparem que por mais que o ruído da cidade continue, a nossa percepção é de silêncio. Silêncio diante do mistério, silêncio diante da morte. Dia de Finados. Dia de quem vive entre as criaturas, de lembrar quem agora está com o Criador. Dia da gente se convencer que podem passar anos, muitos anos, mas o amor continua o mesmo, porque quem morreu apenas mudou de endereço. Dia de Finados. Dia de nós, cristãos, testemunharmos a nossa fé. Fé que garante que a morte não é o fim; que o ser humano não é como um carro desgovernado, que, após longa viagem, se arrebenta num muro intransponível e tudo se acaba. Não! Nós cremos que a vida não se acaba. Apenas muda de dimensão. E no muro há uma porta que se abre para uma vida mais plena. Dia de Finados. Dia de rezarmos o “Creio em Deus Pai” e proclamar, apesar da dor, da saudade: “Creio na ressurreição da Carne. Creio na Vida Eterna”. Dia de Finados. Dia que nos iguala a todos na saudade. Dia que nos iguala a todos na prece pelos mortos. Dia que nos iguala a todos na consciência de que, neste mundo, estamos apenas de passagem. Dia que nos faz entender que, – como diz a canção popular, “a vida não é só isso que se vê. É um pouco mais, que os olhos não conseguem perceber. E as mãos não ousam tocar, e os pés recusam pisar...” Que Deus dê o descanso eterno aos que amamos, aos que não amamos bastante e até aos que por mil razões nunca amamos. Silenciosamente ou em voz alta, sozinhos ou em comunidade, oremos, certos que em Jesus Cristo a vida vence a morte. agenda do Cardeal Quarta-feira (30)

11h – Visita à Editora Abril. 14h30 – Reunião com os formadores da Escola Diaconal São José. 18h – Assembleia do Centro Dias de Direitos Humanos. 20h30 – Reunião da Ordem do Santo Sepulcro.

Quinta-feira (31)

Acompanhado do coronel Freitas, superintendente do Hospital Cruz Azul, na zona sul de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, reinaugura Capela São Francisco, localizada nas dependências do hospital, na sexta-feira, 25. Na oportunidade, o cardeal Scherer visitou pacientes, entre os quais Neusa Maria Raineri Peluco, devota de Nossa Senhora Aparecida

19h – Ato inter-religioso: homenagem e despedida ao rabino Henry Sobel. 20h30 – Reunião do Conselho do Núcleo Fé e Cultura, na PUC-SP.

Sábado (2)

16h – Celebração do Dia de Finados, no Cemitério Gethsêmani Anhanguera


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Fé e Vida

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liturgia e vida

palavra do papa

32º DOMINGO DO TEMPO COMUM 10 DE NOVEMBRO DE 2013

Sacramento do Matrimônio não é enfeite

Ana Flora Anderson

A plenitude da vida A primeira leitura deste domingo (2 Macabeus 7, 1-2.9-11) pode soar estranho: ser torturado e morto por não comer carne de porco! Mas, num mundo sem geladeira, comer carne de porco era uma ameaça à vida. Proteger a vida do povo era a vontade de Deus. Por essa razão, os sete irmãos preferiam morrer a desobedecer ao Deus da Vida. Dão testemunho de sua fé na ressurreição e na vida eterna. No Evangelho de São Lucas (20, 27-38), os sacerdotes da época, que não acreditavam na ressurreição, procuram humilhar Jesus com uma história de sete irmãos que casavam com a mesma viúva. Jesus ensina que a vida eterna é uma realidade espiritual e que o relacionamento dos filhos de Deus reflete, na eternidade, o próprio amor divino. Na segunda leitura (2 Tessalonicenses 2,16 - 3,5), São Paulo fala de Deus Pai, o qual tanto nos ama e nos proporciona a vida eterna. Nossa missão deve consistir em pregar a Palavra de Deus para que todos possam conhecê-lo e partilhar desta vida de amor sem fim. Essa é a nossa esperança. leituras da semana

SEGUNDA (11): Sb 1, 1-7; Lc 17, 1-6 TERÇA (12): Sb 2,23 – 3,9; Lc 17, 7-10 QUARTA (13): Sb 6, 1-11 Sl 81 (82),3-4. 6-7 (R/. 8a) QUINTA (14): Sb 7,22 – 8,1; Lc 17, 20-25 SEXTA (15): Sb 13, 1-9; Lc 17, 26-37 SÁBADO (16): Sb 18, 14-16; 19, 6-9; Lc 18, 1-8

Santos e Heróis do Povo - 30 de outubro

‘Depôs poderosos de seus tronos, e a humildes exaltou’ (Lc 1,52) Em São Paulo, todos se lembram, no dia 30 de outubro, do operário, metalúrgico, morto aos 37 anos, em 1979: Santo Dias da Silva (imagem). Além de agente da Pastoral Operária e líder sindical, foi também ministro da Eucaristia e dos doentes. Sua esposa, Ana Maria, testemunha o quanto ele foi pai carinhoso e amigo. No momento em que a bala assassina o parecia ter eliminado, os operários se uniram todos. E dezenas ou centenas de milhares de pessoas desfilaram, desde a Igreja da Consolação até a Catedral, para aí renderem a última homenagem. Neste dia, todos se lembram também de uma grande mulher, uma santa da Polônia, do século 14: Dorotéia. Foi curioso o que Deus fez com a família dela. Mãe de muitos filhos, ela os salvou de um incêndio, para depois perdê-los um a um. Assim, tornou-se viúva e sem filhos, ficando só no mundo. O confessor não lhe permitia que comungasse todos os dias. No entanto, Deus a iluminou com uma vida mística, pela leitura da Bíblia e profunda oração. Mal fechou os olhos para este mundo, o próprio confessor lhe escreveu a vida, contando não só suas virtudes, como também os dons extraordinários que Deus lhe concedera. Fonte: Livro “Santos e Heróis do Povo”, do cardeal dom Paulo Evaristo Arns.

Papa francisco Das palavras do Papa a 80 mil pessoas que se reuniram na praça São Pedro no dia 26, na Jornada da Família por ocasião do Ano da Fé extraímos o seguinte trecho: No sacramento do Matrimônio, quem se casa diz: “Prometo ser-te fiel, te amar e te respeitar, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida”. Naquele momento, os esposos não sabem o que vai acontecer, não sabem quais são as alegrias e as tristezas que os esperam. Partem, como Abraão;

Tweets do papa

@Pontifex_pt 27 - Queridos seguidores, soube que já sois mais de 10 milhões! Agradeço-vos do fundo do coração e peço que continueis a rezar por mim.

26 - Com muita frequência, temos

colaborado para a globalização da indiferença; procuremos, em vez disso, viver uma solidariedade global.

25 - A cultura do descartável produz

muitos frutos amargos, desde o desperdício de alimentos até o isolamento de tantos idosos.

24 - Ser cristão significa renunciar a nós mesmos, tomar a cruz e levá-la com Jesus. Não há outro caminho.

põem-se juntos a caminho. E isso “Na alegria e na tristeza, na saúé o Matrimônio! Partir e caminhar de e na doença”. Assim dizem os juntos, de mãos dadas, entregan- esposos no sacramento e, no seu do-se na mão grande do Senhor. Matrimônio, rezam juntos e com De mãos dadas, sempre e por a comunidade. Por quê? Por que é toda a vida. E não façais caso des- costume fazer assim? Não! Fazemta cultura do provisório, que nos -no porque lhes serve para a longa põe a vida em pedaços. viagem que devem fazer juntos: Com esta confiança na fidelida- uma longa viagem, que não é feita de de Deus, tudo se enfrenta, sem de pedaços, dura a vida inteira! E medo, com responsabilidade. Os precisam da ajuda de Jesus, para esposos cristãos não são ingênuos, caminharem juntos com confiança, conhecem os problemas e os peri- acolherem-se um ao outro cada dia gos da vida. Mas não têm medo e perdoarem-se cada dia. E isso é de assumir a própria resNa vida, a família experimenta ponsabilidade, muitos momentos felizes: o diante de Deus e da sociedadescanso, a refeição juntos, o de. Sem fugir passeio no parque ou pelos campos, nem se isolar, sem renunciar a visita aos avós, a visita a uma à missão de pessoa doente... Mas, se falta o formar uma família e traamor, falta a alegria, falta a festa; zer ao mundo ora o amor é sempre Jesus quem filhos. - Mas hoje, padre, é nos dá: Ele é a fonte inesgotável difícil… Sem dúvida que é difícil! Por isso, é ne- importante! Nas famílias, saber-se cessária a graça, a graça que nos perdoar, porque todos nós temos dá o sacramento! Os sacramentos defeitos, todos! Por vezes, fazemos não servem para decorar a vida coisas que não são boas e fazemos – mas que lindo Matrimônio, que mal aos outros. Tenhamos a coralinda cerimônia, que linda festa!... gem de pedir desculpa, quando erMas aquilo não é o sacramento, ramos em família... aquela não é a graça do sacramenNa vida, a família experimenta to. Aquela é uma decoração! E a muitos momentos felizes: o desgraça não é para decorar a vida, é canso, a refeição juntos, o passeio para nos fazer fortes na vida, para no parque ou pelos campos, a visinos fazer corajosos, para poder- ta aos avós, a visita a uma pessoa mos seguir em frente! Sem nos doente... Mas, se falta o amor, falta isolarmos, sempre juntos. a alegria, falta a festa; ora o amor Os cristãos casam-se sacra- é sempre Jesus quem nos dá: Ele mentalmente, porque estão cien- é a fonte inesgotável. Ele, no sates de precisar do sacramento! cramento, dá-nos a sua Palavra e Precisam dele para viver unidos dá-nos o Pão da vida, para que a entre si e cumprir a missão de pais. nossa alegria seja completa.

há 50 anos

O SÃO PAULO destaca política na capital Com os novos vereadores eleitos, o Semanário da Arquidiocese divulgou, na capa, edição de 3 de novembro de 1963, o nome dos eleitos e seus respectivos partidos. O jornal destacou também os distritos mais populosos da capital e a densidade populacional. A maior concentração, à época, estava registrada na região de Santa Cecília, com média de 24.137,15 habitantes por quilômetro quadrado. O SÃO PAULO divulgou também a realização do 2º Congresso de Jovens Trabalhadores de São Paulo, com o seguinte argumento: “Você não pode ficar indiferente diante de graves pro-

blemas, como desemprego, salário e condições de trabalho. Precisamos estudar e debater o grande problema das Reformas de Estruturas, pois, sem a nossa participação, essas Reformas serão paternalistas”. Na edição, também foi noticiada a inauguração do “Monumento a dom Gastão Liberal Pinto”. E, na sessão “Diário do Concílio”, foram abordados os temas da “Igreja” e da “Liturgia”, respectivamente. Além disso, na segunda sessão do Concílio, celebrase a missa em um dos oito ritos da Igreja, o que foi uma novidade para muitos dos padres conciliares.

Capa da edição de 3/11/1963


Viver Bem

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dicas de cultura

O ensaio ‘Street Shot’, de Jonas Tucci, faz parte do programa ‘Nova Fotografia 2013’ Jonas Tucci/Divulgação

Celebre a liturgia em comunhão com toda a Arquidiocese de São Paulo. Assine o folheto litúrgico Povo de Deus em São paulo. Confira os preços pelo telefone (11) 3826-0133

Anualmente, o Museu da Imagem e do Som (MIS) recebe em seu espaço alguma mostra fotográfica do programa “Nova Fotografia”, que tem como objetivo revelar novos profissionais da área que se destaquem de alguma forma. Dessa vez, foi escolhido Jonas Tucci, que apresenta o ensaio “Street Shot“, com fotografias do cotidiano de moradores da capital paulista. A mostra fica em cartaz entre 25 de outubro e 8 de dezembro e pode ser visitada de terças a sextas, das 12h às 22h, e aos sábados, domingos e feriados, das 11h às 21h. A entrada é gratuita. Com a proposta de documentar a cidade de São Paulo por meio de retratos dos seus habitantes, Jonas Tucci re-

gistrou 18 imagens espontâneas do cotidiano desses moradores. São fotografias com muita expressão e que confirmam a máxima “uma imagem vale mais que mil palavras”. Fotografar o instantâneo sempre foi emocionante para Jonas. “Registrar minha cidade e sua época vem se tornando um estudo de conflitos interpessoais”, completa. SERVIÇO O QUE: “Street Shot- Jonas Tucci” QUANDO: De 25/10 a 8/12 - sábados, domingos e feriados; das 11h às 21h; terças a sextas das 12h às 22h QUANTO: Grátis ONDE: Museu da Imagem e Som - MIS http://www.mis-sp.org.br - Avenida Europa, 158, Jardim Europa - São Paulo (SP) (11) 2117-4777

vamos cuidar da saúde!

direito do consumidor

Quedas Idosos com demência sofrem 30% mais quedas que a população idosa em geral. Algumas dicas: Retirar tapetes da casa e não encerar o piso; Regular temperatura da água para que o banheiro não fique muito quente, assim provocando hipotensão; Instalar barras de apoio no banheiro e ao lado do assento sanitário; Instalar corrimão arredondado; Deixar uma luz acesa durante a noite que ilumine o caminho do banheiro; Elevar sofás e cama, para que fiquem mais altos; Não usar chinelos que sejam “de dedo”. Dúvidas: dracassiaregina@gmail.com

O plano de saúde é solidariamente responsável pelos danos causados aos associados pela sua rede credenciada de médicos e hospitais. Assim, no caso de erro médico cometido por profissional credenciado, a operadora responderá, solidariamente (junto), com o médico, pelos danos causados ao paciente. O plano de saúde possui responsabilidade objetiva (não precisa demonstrar culpa) perante o consumidor, podendo, em ação, averiguar a culpa do médico ou do hospital. (Resp 866.371-RS, julgado em 27/3/2012).

Cássia Regina é medica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF).

Ronald Quene é formado em Direito

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Fé e Vida

direito canônico

fé e cidadania

Fundamentação teológica e canônica do princípio da subsidiariedade (I)

Primeiros catecismos do Brasil

Doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense, do Vaticano e professor da Escola Dominicana de Teologia (EDT)

Padre Carlos Roberto Santana da Silva

Entre os dez princípios diretivos da reforma do Código Canônico, fixados pelo Sínodo Ordinário de 1967, o quinto tratava do princípio de subsidiariedade. Dizia-se que pertencia ao direito canônico, enquanto confirma a unidade legislativa necessária a cada sociedade em si mesma completa e ao mesmo tempo promove a utilidade de cada uma das instituições, seja através do direito particular, seja por meio de uma sã autonomia do Poder Executivo que se lhes reconhece. Todavia, colocavam-se alguns limites à aplicação do princípio. É necessário, por outro lado, considerar dois aspectos do princípio de subsidiariedade, tal como foi formulado por Pio 11 para a sociedade civil. O primeiro é positivo: os grupos sociais inferiores devem resolver com seus próprios meios os problemas e tomar as decisões que habitualmente não ultrapassam sua possibilidade; o nível superior de governo pode fazer o que o nível inferior é incapaz de fazer por si mesmo, vindo em socorro (subsídio, subsidiariedade), seja por iniciativa do inferior, seja por iniciativa própria. O aspecto negativo consiste no fato de que, fora da situação de incapacidade de nível inferior de governo, a intervenção da autoridade superior é ilegítima, porquanto destruiria a necessária e

legítima autonomia do nível inferior. Além do mais, deve-se antepor que o princípio de subsidiariedade se aplica sempre a uma estrutura já constituída. Para tanto, se se deseja aplicá-lo à Igreja, deve ser feito dentro de seu quadro constitucional de direito divino revelado, e, por conseguinte, de modo analógico em relação à sociedade civil, cuja constituição se embasa sobre o direito divino natural. É evidente que o particular goza por direito divino de legítima autonomia, isto é, tem em si todos os meios naturais e sobrenaturais para cumprir sua missão que Deus confiou à Igreja a fim de realizá-lo neste mundo. Isso se deve ao fato de que por direito divino o Bispo diocesano tem na diocese que lhe foi confiada todo o poder ordinário, próprio e imediato que se requer para o exercício de seu múnus pastoral (cânon 381, § 1; Constituição Dogmática Lumen Gentium nº 27a.; Decreto Christus Dominus nº 8a). Por esse motivo, a Igreja particular, que legitimamente erigida, goza pelo próprio direito de personalidade jurídica (cânon 373), constitui um verdadeiro ordenamento jurídico, mesmo não sendo primário e originário, enquanto não é independente e soberano, sendo destinatário das normas emanadas da autoridade suprema e submetido às reservas feitas pelo próprio direito ou por um decreto do Sumo Pontífice à autoridade suprema ou a outra autoridade eclesiástica (cânon 381, § 1; Decreto Christus Dominus nº 8a). (Continua na próxima edição).

Professora titular de História, da USP. Presidente do Instituto J. Maritain do Brasil

Maria Luiza Marcílio

Desde os primórdios do Cristianismo já havia manuais sob a forma de Catecismo, com seu método dialógico de perguntas e respostas, para a Catequese, abrangendo a Doutrina, os mandamentos, as orações, as virtudes Teologais, os sacramentos, a liturgia. A Didaqué (século 1º) pode ser considerada o primeiro catecismo cristão. No século 4º, São Cirilo de Jerusalém e Santo Ambrosio de Milão escreveram, cada um, formas de Catequese para instruir os catecúmenos. Essa tradição segue com Santo Agostinho e depois com Santo Thomas de Aquino, que escreveu a Suma Teológica. O primeiro catecismo para crianças teve origem com o Bispo de Milão, em 1536. Do Concílio de Trento (1545-1563) saiu a deliberação da redação de um Catecismo romano. Redigido sob a determinação de Pio 5º, foi publicado em 1554. A partir de então, multiplicaram-se outras edições de catecismos pelas dioceses e paróquias. O primeiro catecismo impresso que chegou ao Brasil foi o “Catecismo de Marcos Jorge”, sj, em 1564. O padre Ignácio Martins, sj, baseando-se em Marcos Jorge, fez uma compilação da doutrina cristã, que

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compêndio breve de civilidade e urbanidade cristã para uso dos meninos, com regras básicas de comportamento, dos bons modos à mesa, sobre o modo do vestir, do andar, do falar, do advertir, do repreender e do gracejar. Teve inúmeras edições em português e largo uso nas escolas de ler e escrever em todo o Império, sendo adotado em muitas escolinhas até o início da República. Em 1994, foi editado o Catecismo da Igreja Católica, seguindo orientações do Concílio Vaticano 2º. Para o papa Francisco: “O catecismo é um dos pilares da educação da fé”. Reprodução

espaço aberto

Teologia na PUC-SP Doutor em Teologia Bíblica e Mestre em História

Matthias Grenzer

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ficou conhecida em todo o Brasil como a “Cartilha do Mestre Ignácio” e amplamente difundida pelos colégios jesuítas. Em 1574, o padre Leonardo do Vale traduziu a Cartilha para o tupi, que foi posteriormente aperfeiçoada por José de Anchieta. No século 18, após a expulsão dos Jesuítas, foi enviado ao Brasil o pequeno Catecismo de Montpellier, para uso das escolas de ler e escrever. Era organizado por uma sequência de perguntas e respostas acerca da doutrina religiosa sobre Deus, a origem da criação do mundo, a Santíssima Trindade, os anjos e demônios, o pecado original etc. Continha ainda um

Sabe-se que a Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção faz parte da PUC-SP. Com seu Curso de Bacharelado, diurno e noturno, e com o seu Programa de Estudos Pós-Graduados em Teologia, níveis mestrado e doutorado, ela ganha importância no cenário universitário. Cultiva-se a esperança de que os aproximadamente 420 alunos e alunas teólogos recebam uma formação de boa qualidade, a fim de que, no futuro, possam realizar um trabalho de acordo com a proposta oriunda da Igreja Católica. Além do mais, cerca de 700 alunos participam de cursos de extensão organizados

pela Faculdade de Teologia, sobretudo, fiéis leigos e leigas pastoralmente engajados. Contudo, os estudos teológicos realizados na PUC-SP não se limitam aos cursos que pertencem à Faculdade de Teologia, pois todo aluno-graduando da PUC-SP estuda 102 horas/aula de Teologia no decorrer de seu curso. Neste segundo semestre de 2013, são 95 turmas, com aproximadamente 3.500 alunos. Aliás, como universidade católica, a PUC-SP nasce desse diálogo entre a teologia e as demais ciências. Há três meses que coordeno o setor responsável pelos estudos teológicos dos alunos não teólogos na PUC-SP, que leva o nome de “Créditos Teológicos”. São, ao todo 26 professores-teólogos que dialogam, semana por semana, com os alunos ‘puquianos’ e, portanto, com as mais diversas

ciências, fazendo uma experiência de maior importância. A verdade da fé cristã não vem plenamente à tona, quando fica no isolamento, mas quando se incultura e é capaz de humanizar pessoas que, muitas vezes, nem tiveram a chance de serem alfabetizadas no que se refere à questão religiosa. Em contrapartida, a Teologia e, no caso, a Igreja Católica, também se tornam mais ricas quando se abrem àquilo que podem aprender dos que estavam, até agora, distantes a elas. De certo, o trabalho de fronteira a ser realizado pelos teólogos na PUC-SP é exigente. Em geral, voltamos cansados para casa. Contudo, com a sensação cristã de termos cumprido o nosso dever. Dialogamos com todos, como Jesus de Nazaré o mandou, indicando o sempre fascinante horizonte do Reino de Deus.


Igreja em Ação

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pastoral vocacional

bioética

Jovens no Retiro de Discernimento Vocacional

Bioética frente ao pluralismo e à diversidade

Promotor Vocacional da Arquidiocese de São Paulo

Padre Messias de Moraes Ferreira

Prezados animadores vocacionais de nossa Arquidiocese de São Paulo. Quero saudar a cada um em Cristo Jesus. “Graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e de nosso Senhor, Jesus Cristo” (Rm 1 ,5-7). A juventude é o melhor tempo para se fazer escolhas, uma vez que é nesse período da vida que se costuma elaborar os projetos de futuro que irão culminar na realização pessoal, além de consolidar valores da fé, em um mundo marcado por mudanças constantes. É nesse período também que o jovem busca uma orientação voca-

cional, alguém que o ajude na caminhada a dar um sentido para sua vida e a compartilhar seus ideais e valores, seja no campo profissional, seja no vocacional. É muito bom contemplar o rosto alegre e vibrante de um jovem que acerta na sua escolha vocacional e persevera em seu caminho com liberdade e energia; que busca, luta e corre atrás dos seus sonhos. É com essa convicção que 51 jovens participaram do Retiro de Discernimento Vocacional, realizado dos dias 18 a 20, no Centro de Espiritualidade Mary Ward, em Itapecerica da Serra (SP), sob a orientação do reverendíssimo padre Donizete Xavier. Foram momentos importantes de oração, reflexão, escuta e partilha da Palavra de Deus para responder ao chamado que Jesus fez

a cada um. A resposta a esse chamado será o ingresso nos seminários propedêuticos da Arquidiocese de São Paulo em 2014. Que nossas comunidades rezem pelas vocações desses vocacionados e de tantos outros que se dispõem a dedicar a vida em favor dos irmãos mais pobres, por meio do ministério sacerdotal na Igreja. Supliquemos a Deus por todos aqueles que doam a sua vida a serviço da evangelização e se dispõem a serem conduzidos pelo Espírito Santo em todos os momentos de suas vidas. As vocações surgem de comunidades orantes. Seja você também um animador vocacional em sua paróquia ou comunidades. Se precisar de informações, entre em contato conosco pelo e-mail cvasp@uol.com.br ou pelo telefone 3104-1795.

cáritas

Cáritas promove encontro de formação Na terça-feira, 22, a Paróquia São Gonçalo acolheu o encontro de formação da Cáritas Arquidiocesana de São Paulo (CASP), que teve por tema “Geração de trabalho e renda e economia solidária”, oferecido aos agentes Cáritas e interessados pelo tema. Padre Marcelo Monge, diretor da CASP, destacou a importância de a entidade manter-se aberta a possibilidades, projetos e experiências exitosas que contribuam com o fortalecimento das comunidades. Nesse sentido, apresentou-se a parceria CASP Núcleo Brasilândia com o Instituto CREDIPAZ, organização de microcrédito solidário sem fins lucrativos. Fundado em 2009 por Lorian von Fürstenberg, após encontro com o professor Muhammad Yunus, Prêmio Nobel da Paz (2006),

economista e idealizador do Grameen Bank. Yunus, conhecido como o banqueiro dos pobres, fundou o banco crendo que é possível romper o ciclo da miséria, garantindo acessos e promovendo autonomia das pessoas que tomam o crédito. Afirma, ainda, que é impossível ter paz onde impera a miséria. O Grameen Bank tem oferecido microcrédito a milhões de famílias na Índia. O instituto CREDIPAZ, a exemplo do Grameen Bank, oferece empréstimos a juros baixos em diversas comunidades carentes de São Paulo, dentro de uma metodologia solidária e de valorização do ser humano. Aparecida Botassini Tavares de Pinho e André Roberto Dias e Silva, funcionários do Instituto, apresentaram o trabalho que atualmente é realizado nos

territórios das regiões episcopais Lapa e Brasilândia, com o diferencial que na Brasilândia a inadimplência é igual a zero. Atribui-se este índice à metodologia aplicada pelo núcleo da Cáritas na Brasilândia, que envolve e ouve, valorizando as lideranças locais, monitoramento e gestão compartilhada do desenvolvimento do projeto. A relação entre Cáritas Brasileira e a Economia Solidária foi apresentada por Aguinaldo Luiz de Lima, diretor tesoureiro, respectivamente, da Cáritas Brasileira e da Cáritas Arquidiocesana de São Paulo, com destaque para o compromisso com uma nova economia, baseada em relações solidárias e em desenvolvimento solidário e sustentável. Por Fátima Giorlano

Os Movimentos e Novas Comunidades

Os Movimentos e Novas Comunidades na Arquidiocese movimentosnovascomunidades@gmail.com

Na Arquidiocese de São Paulo, as novas realidades eclesiais buscam contribuir de modo significativo para a ação evangelizadora e, destacadamente, na promoção da Nova Evangelização. A partir da instauração de uma coordenação pastoral, tendo como bispo referencial o cardeal dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, têm sido estimuladas a desenvolver-se, a amadurecer e “ser mais”. Vale pontuar que o beato João Paulo 2º gostava de se reportar aos movimentos e novas comunidades, particularmente, com a expressão “ser mais”, que significa “redescobrir a beleza do próprio carisma”. E ele recorda que nenhum carisma

é dado para si mesmo, mas para o bem da Igreja e da sua missão. É dessa consciência, segundo o cardeal Stanislaw Rylko, presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, que brota a extraordinária criatividade missionária que todos reconhecem às novas realidades eclesiais, a sua coragem de anunciar, sob a orientação dos pastores locais (bispos). Assim, este espaço pretende divulgar a missão realizada pelos Movimentos e Novas Comunidades na Arquidiocese de São Paulo, comunicar eventos, notícias de suas atividades e contribuir para que seja oferecido um amplo painel da multiforme ação do Espírito na cidade. Um espaço para testemunhar a fé, em questões relacionadas à vida

pública, bem como a possibilidade da apresentação do testemunho da experiência com Deus de cada fundador, de leigos consagrados e tantos outros irmãos. Eis aqui o merecido destaque, testemunhar o cerne da questão da Nova Evangelização: a centralidade de Deus na nossa vida. Parece evidente, mas não é bem assim. Apropriando-se das palavras de Bento 16, “podemos fazer muito, tantas coisas, tudo para Deus… E, ao fazê-lo, passar totalmente ao lado, sem nunca encontrar Deus”. É com essa premissa que se propõe, daqui por diante, apresentar neste espaço as realizações, desafios, dificuldades e alegrias dos Movimentos e Novas Comunidades da Arquidiocese de São Paulo.

padre leo pessini

No atual estágio da convivência humana, não podemos nem devemos fugir deste encontro inevitável com o “diferente”, mas temos que enfrentá-lo com humildade e sabedoria. O tema da diversidade frequentemente é associado à adversidade. Não aprendemos ainda a viver e a conviver com os diferentes, pois fomos educados para a homogeneidade e a unificação “forçada”. Em busca da tão sonhada “unidade universal”, a humanidade implementou estratégias e até guerras com o objetivo de “uniformidade estatal”. Precisamos, urgentemente, aprender a respeitar e conviver com os “outros plurais e diferentes” (“Estranhos morais”, bioeticista, Engelhardt), na busca da tão sonhada convivência em paz, no respeito pela diversidade e para além dela. A Unesco tem inúmeros estudos sobre essas questões ligadas à educação e culturas: “Nossa diversidade criativa” e “Investir na diversidade cultural e no diálogo” quando define o que é “diversidade” e o que é “cultura”, ao abordar o tema da diversidade cultural. Para a Unesco, a cultura “é o conjunto de traços distintivos espirituais e materiais, intelectuais e afetivos, que caracterizam uma sociedade ou grupo social. Inclui, além das artes e da literatura, as formas de vida, as maneiras de se viver em sociedade, os sistemas de valores, as tradições e as crenças”. Por sua vez, o que seria diversidade cultural? Esse termo é bastante novo, tem origem na terminologia ambientalista, como paralelismo à diversidade biológica. Diversidade cultural, portanto, quer dizer “que a cultura, e suas diversas manifestações, é um recurso imprescindível e perecível, não renovável, que permite a sobrevivência de um ecossistema”; cada vez que alguém desaparece, uma cultura ou um traço cultural, limita-se a capacidade de intercâmbio seminal, de inovação genética, de capacidade criativa e, pouco a pouco, poderíamos nos encontrar em um mundo sem diferenças, unipolar, em que todos pensariam e agiriam da mesma maneira, em que ninguém tentaria expressar algo, em que o acinzentado e a homogeneidade reduziriam a humanidade à “ in transcendência”. Nesse contexto, urge cultivarmos a tolerância, o respeito e o diálogo. É também a Unesco no documento “Sobre eliminação de todas as formas de intolerância e discriminação com base em religião ou crença” que define a tolerância como sendo “a harmonia na diferença”. Não é só um dever de ordem ética, é igualmente uma necessidade política e jurídica. É uma virtude que torna a paz possível e contribui para substituir uma cultura de guerra para uma cultura da paz. Nessa ”aldeia global” e plural, perguntamo-nos qual seria a contribuição da bioética? Educar-nos para discernirmos “as razões de nossa esperança”, e fazê-lo “com respeito, magnanimidade e boa consciência”, diz a sabedoria bíblica. Não será a homogeneização das diferenças, mas a convivialidade respeitosa com as diferenças, no cultivo de uma cultura de paz, que garantirá a existência do futuro da humanidade.


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Igreja em Ação

Mundo do trabalho – pastoral operária

campanha da Fraternidade Cris Arraes

O Pré-Sal privatizado, e eu com isto? Waldemar Rossi

todos os eleitos após a ditadura. Com isso, o futuro do povo brasileiro, particularmente de nossa juventude, está comprometido, porque tais empresas agem como sugadouros de nossas riquezas, a preço de fim de feira. Se considerarmos que essa exploração vem somada ao crescimento incontrolável da dívida pública (interna e externa), que já ultrapassou o montante de 3,5 trilhões de reais (isto mesmo: mais de 3 trilhões e 500 bilhões de reais), veremos que nossos governantes nos deixam reféns da dominação estrangeira, até porque vai se tornando uma “dívida” impagável.

“Quem mexe com piche, acaba se sujando, e quem frequenta o orgulhoso, torna-se como ele” (Eclo 13,1). Pode parecer estranho que tal assunto seja abordado nesta coluna. Porém, é da vida presente e futura do povo brasileiro que o tema se refere, pois, “Eu vim para que todos tenham vida...” (Jo 10,10). Segundo o livro do Êxodo, os escolhidos como governantes deveriam “administrar a justiça para o Após um curto espaço de tempo de povo” (cf. 18, certa independência econômica, 20-22). Entresaindo do antigo colonialismo, estamos tanto, o que estamos preretrocedendo para o neocolonialismo senciando é É bom que os nossos o descaso dos governantes com os interesses do seu leitores saibam que, além de entregar a exploração próprio povo. Após um curto espaço dessa enorme jazida de pede tempo de certa indepen- tróleo, o governo, por meio dência econômica, saindo da Petrobras, terá que emdo antigo colonialismo, es- pregar 6 bilhões de reais tamos retrocedendo para o (dinheiro nosso), e que o neocolonialismo. Desde a di- dinheiro que entrará fututadura militar, nossas rique- ramente do petróleo será zas e empresas estratégicas usado para amortização da vêm sendo entregues para a dívida pública. Portanto, exploração de grandes mul- não é verdade que ele será tinacionais, todas elas liga- aplicado na Saúde, Educadas a verdadeiros impérios ção e outras necessidades (europeus, norte-americanos da população. O dinheiro já e, agora, também aos asi- está comprometido. O povo áticos). Essa entrega vem não pode se calar diante de acontecendo inclusive por tanta aberração.

Encontro debate tema da CF-2014 egpos@uol.com.br O Regional Sul 1 da CNBB promoveu, dos dias 25 a 27, a capacitação sobre a Campanha da Fraternidade de 2014, “Fraternidade e Tráfico Humano”, para os coordenadores das (arqui) dioceses do Estado de São Paulo. Da Arquidiocese de São Paulo participaram 24 leigos, religiosas e padres que constituem a coordenação arquidiocesana e representam as equipes de cada região episcopal. O encontro proporcionou o estudo do Texto Base da CF 2014, que tem como lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1). A metodologia adotou os passos do Ver, Julgar e Agir com a contribuição dos participantes que já atuam na temática. Destacaram-se os depoimentos de integrantes da Arquidiocese de São Paulo, como

a explanação da irmã Maria Elilda, que apresentou aos participantes a situação do tráfico de órgãos no Brasil e as condições desumanas em que as pessoas vítimas e seus familiares se encontram, e da advogada da Missão Paz, a doutora Eliza Donda, que divulgou os contatos telefônicos e endereços de instituições públicas, em especial da Secretaria de Justiça responsável pelo Comitê Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, e enfatizou a importância da denúncia inclusive junto ao Ministério Público e Defensoria Pública do Estado. Na Arquidiocese de São Paulo, a coordenação da Campanha da Fraternidade já convocou as pastorais a fins para desenvolver ações conjuntas (Pastoral de Conjunto) para ampla divulgação da CF-2014. Essa parceria integrará a Cáritas, Ação dos

Cristãos para a Abolição da Tortura (ACAT) Centro Santo Dias de Direitos Humanos, Comissão de Justiça e Paz, Missão Paz, Conselho de Leigos da Arquidiocese de São Paulo (CLASP), Pastorais Sociais (Afro, Criança, Menor, Migrante, Mulher Marginalizada, Diversidade, Fé e Política, Juventude) e demais ações eclesiais. O primeiro passo neste ano será reunir representantes das comunidades eclesiais e pastorais para um encontro de sensibilização na Arquidiocese de São Paulo, conforme solicitado pelo cardeal dom Odilo Pedro Scherer, na Assembleia Pastoral ocorrida no sábado, 26. Também serão produzidos dois materiais: um encarte com dados e contados das instituições públicas, privadas e eclesiais vinculadas a temática e um folder explicativo e sensibilizador. Por Edson Silva

pastoral da pessoa idosa

Você está se preparando para a idade idosa?

espaço do leitor

A Constituição, 25 anos depois (edição 2972) Olá redação do jornal O SÃO PAULO, gostaria de parabenizá-los, em nome de todos os estudantes da Escola Técnica Estadual, Centro de Estudos e Pesquisas da Administração Municipal (ETEC CEPAM), pela contribuição que o jornal tem dado aos católicos, cristãos e não católicos ou cristãos, pois a evangelização se dará exatamente àquelas “ovelhas” longe do rebanho. Falo isso porque na condição de educador católico (e professor de Direito), utilizei exemplares do jornal em que fez uma belíssima matéria sobre os 25 anos de nossa Constituição Federal, e os 80 estudantes gostaram da imparcialidade de como fora abordado

Equipe arquidiocesana da CF-2014 durante encontro realizado, sábado, 26, e domingo, 27, em Itaici, Indaiatuba (SP)

o tema, e as duas entrevistas, e ainda, o quanto valioso para o conhecimento dos cidadãos, uma verdadeira festa da democracia, fruto inclusive de lutas de nossa Igreja por vidas em abundância e participação política nas decisões da Administração Pública de nosso povo. Obrigado pela contribuição profética e social, continuem assim! José Nildo Alves Cardoso – professor e coordenador do Curso Técnico Legislativo na ETEC CEPAM

Redação do jornal O SÃO PAULO. Endereço: Avenida Higienópolis, 890, São Paulo (SP), CEP 01238-000. E-mail: osaopaulo@uol.com.br Twitter: @JornalOSAOPAULO Facebook: Jornal O SÃO PAULO

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jairo.fedel@terra.com.br Se você que me lê já é uma pessoa idosa, pode ajudar os mais jovens a refletirem sobre o futuro. Mas, se você ainda não chegou aos 60 anos, reflita sobre como você quer viver quando chegar lá. Que tipo de planejamento você está fazendo para quando ultrapassar a barreira da idade legal, para ser considerado uma pessoa idosa? Com isto me vem à mente uma pergunta que nós temos feito há algum tempo: “Ser velho e ser idoso tem diferença?”. Ora, muitos dirão que é a mesma coisa, e que não há diferença nenhuma, e se formos ao dicionário veremos que são, de fato, sinônimos. Mas na vida não é bem assim, e estas duas palavras – velho/ idoso – adquirem sentidos próprios quando nos referimos às pessoas. O termo velho chega a ser até pejorativo, designa aquilo que não serve mais, que está

fora de moda, ou muito usado. Ao passo que idoso ou idosa dão mais dignidade a quem recebe este adjetivo, nos mostra que, provavelmente, tal pessoa teve bem vivido os anos que Deus lhe concedeu aqui na Terra, e soube aproveitar as graças derramadas pelo Criador. Seguiu o mandamento maior que Jesus nos deixou, que é amar a Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu espírito e amar ao seu próximo como a si mesmo (cf. Mt 22, 37-39), soube bem contar os seus anos e adquiriu o saber do coração cf Sl 89(90),12. Isso não quer dizer que a pessoa idosa ficou só rezando, participando da missa e contribuindo financeiramente com alguma entidade filantrópica. Certamente ela praticou tudo isso, mas seguir o mandamento do amor a Deus e ao irmão como a si mesmo é, também, ir ao médico com regularidade, ter uma alimentação saudável, não fumar, ser come-

dido com bebidas alcoólicas, praticar alguma atividade física, ter amizades sadias. Enfim, ter saúde física, mental e espiritual, afinal somos templo do Espírito Santo (cf. 1Cor 6,19), e isso nos obriga a cuidarmos de todo o nosso ser, físico, mental e espiritual. Reflita sobre a qualidade de vida que você está tendo hoje, para não se lamentar no futuro, para não ter que ouvir de seus filhos e netos que você é um peso para a família, ou ter que gastar toda a sua aposentadoria com remédios e desfrutar seu tempo livre nas filas dos postos de saúde, pois chegar à idade dos idosos hoje em dia é bastante comum. Graças a Deus! Se você quer fazer parte da Pastoral da Pessoa Idosa e nos ajudar a levar vida, dignidade e esperança aos que já deram muito de sua vida, escreva para jairo.fedel@terra.com.br, teremos imensa alegria em lhe explicar nossa ação pastoral. Por Jairo Fedel


Geral

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Luciney Martins/O SÃO PAULO

ANO DA FÉ

O poeta-cantor da ‘Utopia’ “Eu fui sempre um cantor da porta da igreja. Do altar e da praça. Ao mesmo tempo que cantava para celebrar, cantava “Vai ser tão para animar e colaborar com a bonito se oucultura da paz, com o comprovir a canção, misso, com a transformação cantada de social.” novo. No olhar “A missão nossa com a arte da gente a é encantar, não tanto doutricerteza de irnar, encantar as pessoas para mãos, reinasentir alegria, prazer de ter a do do povo”. Para o poeta-cantor, como gos- fé”, afirmou o cantor, que entre ta de ser intitulado, José Vicen- uma fala e outra, recita poete Filho (foto), ou Zé Vicente, sias de sua carreira e lembracomo é conhecido, esta é uma se histórias suas e de pessoas de suas composições que mais que passaram pela sua vida. De família católica, Zé Vimarcaram gerações e mais o cente conta que iniciou particiemocionam, ainda hoje. Em viagem a São Paulo para pando com sua família da comunidade, depois o grupo de jovens. A utopia não se encerra Dentro deste pronessa canção, ela perpassa cesso, conta o toda a minha obra, toda a minha carinho que tem pela Pastoral Jucriação; porque o que será de ventude do Meio Popular (PJMP), uma canção, de um poeta em os primeiros ditempo de urgência se não vulgadores do seu trabalho, além de trouxer dentro de si a ressaltar a imporesperança, a utopia tância dos setores sociais da Igreja, lançamento do seu novo CD, “Zé as Comunidades Eclesiais de Vicente da Esperança”, o cantor Base, o Centro de Estudos Bíconversou com a reportagem blicos (CEBI), entre outras. “A utopia não se encerra do O SÃO PAULO e contou a importância da fé e da Igreja nessa canção, ela perpassa durante a sua vida e carreira. toda a minha obra, toda a miNascido no Ceará, no mu- nha criação. Porque o que será nicípio de Orós, Zé Vicente de uma canção, de um poeta afirmou que o começo de tudo em tempo de urgência se não foi ainda na roça, nas brinca- trouxer dentro de si a espedeiras de criança e, depois, a rança a utopia”, disse sobre comunidade, onde era realiza- a canção que abre este texto da a celebração da Palavra e – “Utopia”. “Quando a voz da os teatros. Logo após, quando verdade se ouvir e a mentira mais jovem, foi para a sede da não mais existir, será, enfim, diocese, em Iguatu, lá entrou no tempo novo de eterna justigrupo de jovens e começou a ça, sem mais ódio, sem sancriar poesias na linha do cordel. gue ou cobiça, vai ser assim.” Edcarlos Bispo de Santana

reportagem na zona oeste

Fiéis festejam São Frei Galvão no Mosteiro da Luz Na sexta-feira, 25, seis missas foram celebradas, a última delas por dom Sergio de Deus Borges Daniel Gomes

Reportagem no centro

Em todos os cantos da pequena capela do Mosteiro da Luz, no centro de São Paulo, a memória de Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, São Frei Galvão (1739-1822), canonizado pelo papa Bento 16 em maio de 2007, é marcante, a começar pela própria capela, construída pelo Santo, durante 14

anos, e inaugurada em 1802. Na sexta-feira, 25, data da memória litúrgica do Santo, os devotos foram ao Mosteiro para receber as pílulas de São Frei Galvão, confeccionadas pelas irmãs franciscanas Concepcionistas, para pedir a intercessão do primeiro Santo nascido no Brasil e para demonstrar afeto com deposição de flores sobre seu túmulo. Também puderam participar de uma das seis missas celebradas no dia. Devotos como Rosamaria Benites, que desde quando era adolescente vai ao Mosteiro da Luz. “A gente houve falar de muitas graças com a intercessão dele. Não venho só aqui na missa, faço oração em casa”, revelou. Também lá estavam os que um dia entraram para assistir a uma missa

Fábio Jr P Lima/Seminário Frei Galvão

Na memória litúrgica do padroeiro do Seminário Propedêutico Santo Antonio de Sant´Ana Galvão (Propedêutico I), o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, presidiu, na tarde da sexta-feira, 25, missa no seminário, concelebrada por padres formadores e bispos auxiliares da Arquidiocese.

e hoje atuam de forma constante no Mosteiro, como Celina de Souza Figueiredo, ministra da Eucaristia. “Venho aqui desde 1990. Hoje cheguei às 6h30. É tanto movimento que a gente não sabe para aonde correr, mas estou muito feliz e enquanto puder vir ajudar aqui, virei”, garantiu. “É uma devoção de quase dois séculos que sempre se manteve a mesma. Depois que Frei Galvão foi elevado aos altares, a devoção se difundiu, saiu de São Paulo. Nós recebemos cartas do mundo inteiro, de pessoas que dão testemunho de graças recebidas”, garantiu, ao O SÃO PAULO, o padre José Arnaldo Juliano, capelão do Mosteiro. Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese, presidiu a missa de encerramento da festa, quando destacou que Santo Frei Galvão soube reconhecer a manifestação da misericórdia de Deus no tempo em que viveu, escolheu seguir a Cristo e, com o próprio exemplo de vida, convida a todos a testemunhar a fé para vencer o pecado. “São Frei Galvão fez da dádiva, da misericórdia, da verdade e do perdão o estilo de sua vida, do seu relacionamento com as pessoas. Dádiva e perdão lembram-nos da profunda necessidade de amar e da profunda necessidade de sermos amados”, comentou, na homilia, o Bispo, que após a realização de procissão, por cerca de 30 minutos, com as imagens de São Frei Galvão e de Nossa Senhora Aparecida, proferiu a bênção final aos fiéis.

Luciney Martins/O SÃO PAULO


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Pastoral Afro-Brasileira Nacional promove encontro O bispo referencial da Pastoral Afro-Brasileira, dom João Alves dos Santos, coordenou, na quinta-feira, 24, em Brasília (DF), encontro para elaboração do material de divulgação, e de uma parceria com o Ministério da Educação para lançamento do subsídio “A História das culturas Africana e Afro-brasileira” nos espaços educativos.

Comunidades negras católicas celebram 25 anos Pastoral Afrobrasileira recordou caminhada e se preparou para o mês da Consciência Negra

Candido; além dos seminaristas e hoje padres, Luiz Fernando e Enes, e a irmã Lindaura. O destaque foi para o carisma da Pastoral Afro, herdeira das irmandades e que busca, na inculturação do Evangelho, a força para inserção dos afrodescendentes na Igreja, servindo de trincheira e porto de resistência contra ações pre-

conceituosas, racistas, homofóbicas e intolerantes. O cristão negro católico engajado na pastoral, cumpre a missão de fomentar na sociedade a Boa-Nova do Reino de Deus, pois o Criador ama seus filhos e filhas e jamais desiste. Da mesma forma, os ensinamentos disseminados pela Pastoral Afro tornam seus

Guilherme Botelho Junior

seguidores apaixonados pelo Senhor e por seu Evangelho, discípulos que experienciam Cristo, tornando-os modelo e testemunho. O ato litúrgico teve a presença das Irmandades do Rosário dos Homens Pretos de São Paulo (302 anos); Rosário dos Homens Pretos da Freguesia da Penha de França (213 anos); Pastoral Afrobrasileira Arquidiocesana

Especial para O SÃO PAULO

No sábado, 26, a Paróquia de Nossa Senhora das Angústias, na Barra Funda, acolheu as Comunidades Negras Católicas da região metropolitana da Grande São Paulo, para celebrar e comemorar o jubileu de 25 anos da Pastoral Afro-brasileira e a abertura do Mês da Consciência Negra. A missa solene no Rito Romano Inculturado em Estilo Afro-brasileiro, presidida pelo pároco padre Ademário Gama Cambrainha, refletiu sobre a caminhada do povo negro. Fez memória da caminhada da Pastoral Afro e de seus fundadores, padres Toninho, Batista, Tião, Mauricio e o deputado José

Paróquia Nossa Senhora das Angústias recebe as comunidades que se preparam para o mês da Consciência Negra

São Benedito da Casa Verde (72 anos); São Benedito das Vitórias; São Benedito da Praia Grande; Nossa Senhora Aparecida e São Benedito do Lauzane Paulista; São Benedito do Jaçanã. Pastorais Afro da Achiropita (25 anos); Jesus Adolescente (10 anos); Vila Nhocuné; Região Sapopemba; Heliópolis; Região Brasilândia; Diocese de São Miguel Paulista; Diocese de Mogi das Cruzes; Diocese de Santo André; Diocese de Osasco; Diocese de Campo Limpo. E o Grupo Mariama da Terceira Idade e o grupo de animação afro Negritude, Consciência e Fé. Além da Missa Afro, aconteceu uma “feirinha afro”, onde artesãos e quituteiras ofereceram seus produtos africanos e deliciosos doces e salgados. Encerrando o evento, a Pastoral conclama toda a comunidade negra a participar no dia 9 de novembro da Romaria do Povo Negro ao Santuário Nacional de Aparecida (SP) em agradecimento a “Mãe Negra Mariama”, e a missa pelo Dia da Consciência Negra a ser celebrada na Catedral da Sé no dia 20 às 9h.

Dom Odilo fala à 4ª Conferência Nacional do Meio Ambiente Ministério do Meo Ambiente

Redação

Com o objetivo de elaborar propostas para a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que entrará em vigor em 2014, aconteceu de 24 a 27, em Brasília (DF), a 4ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, promovida pelo Ministério do Meio Ambiente, com a participação de 1.340 delegados, dos 27 estados. Um dos focos do evento foi pensar a gestão de resíduos sólidos para aumentar a taxa de material reciclado do País. Nesse contexto, um dos painéis do evento tratou sobre o “Desperdício de alimentos e combate à fome”. Rosana Perroti, representante da Plataforma Sinergia – iniciativa que tem o apoio da CNBB e que busca conseguir o reaproveitamento de alimentos que são geralmente descartados –, indicou como solução para o problema da fome mundial levar 50% de alimentos que vão para o lixo para o prato de quem tem fome.

Resíduos sólidos são tema da 4ª Conferência Nacional do Meio Ambiente; dom Odilo participa em mensagem de vídeo

Convidado como representante da CNBB para participar deste painel, o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, foi representado pelo padre Jamil Alves de Souza e deixou mensagem gravada em vídeo, na qual lembrou que o Brasil é um grande produtor de alimentos, mas que há grande desperdício mesmo dos alimentos prontos para consumo.

“A FAO reafirmou recentemente, no Dia Mundial da Alimentação, 16 de outubro, que um terço dos alimentos disponíveis é desperdiçado. E isso, numa época em que mais de 1 bilhão de pessoas ainda passam fome e outros 2,5 bilhões sobrevivem todos os dias, com uma alimentação insuficiente, conforme publicado em Bruxelas no Relatório do Global Hunger Index”, indicou o Arcebispo.

Para dom Odilo, “o desperdício de alimentos requer áreas de cultivo cada vez maiores, emprego crescente de combustíveis fósseis para o cultivo, o transporte e o processamento final dos alimentos. E, no descarte, onera-se novamente o meio ambiente com a incineração ou o depósito e a decomposição dos alimentos nos lixões. Eis por que considero este painel uma ocasião oportuna para

que os diversos agentes sociais, com o Governo, possam pensar em soluções, que venham ao encontro do interesse de todas as partes, mas, acima de tudo, levem em conta a solidariedade social e o zelo pelo meio ambiente, que é a casa comum de todos”, avaliou. O Cardeal também manifestou o desejo de que haja esforços para que os alimentos que não mais são postos no mercado sejam encaminhados para entidades e organizações idôneas, para que lhes possam dar um uso social. “Muitos brasileiros poderiam, dessa forma, deixar de passar fome. As próprias empresas poderiam ter um ganho econômico e ético; e o meio ambiente seria melhor preservado para continuar a ser a casa comum que ampara a família humana”, comentou. Na quarta-feira, 30, às 22h30, dom Odilo falará sobre a temática do combate ao desperdício de alimentos no programa Tribuna Independente, da Rede Vida de televisão.


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Frei Galvão, o arquiteto da luz O filme de Malcolm Forest, ‘Frei Galvão, o arquiteto da Luz’, estreou mundialmente, na sexta-feira, 25, pela Rede de Comunicação TV Aparecida. Apresentado também durante a JMJ Rio-2013, o filme documentário dramatizado sobre a vida do primeiro santo brasileiro, Antonio de Sant’Ana Galvão. Informações em www.arquitetodaluz.com.br.

Festa de São Judas Tadeu lota Santuário

mês das missões Fotos: Arquivo pessoal

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Durante toda a segunda-feira, 28, fiéis demonstraram devoção ao Santo ‘intercessor das pessoas que ainda têm esperança’ Daniel Gomes

Reportagem na zona sul

A segunda-feira, 28, foi de intensa devoção a São Judas Tadeu, na Paróquia-Santuário a ele dedicada no bairro do Jabaquara, na zona sul. Nas 14 missas celebradas, a primeira às 5h e a última às 20h, no decorrer da procissão com a imagem do Santo, no fim da tarde, e também no velário e nos espaços para confissões e bênçãos, os fiéis manifestaram carinho ao santo intercessor das pessoas que ainda têm esperança. Todos os dias, o mineiro Ibraim dos Anjos vai à ParóquiaSantuário para agradecer às graças recebidas. No dia 28 de outubro, ele ganha a companhia de cerca de 300 mil devotos de São Judas Tadeu, conforme dados dos organizadores da festa. “As pessoas têm carinho por São Judas por conta das graças que recebem por sua intercessão, tendo fé, claro”, disse ao O SÃO PAULO.

Em missas, no templo e na avenida Jabaquara, fiéis mostram devoção ao Santo

Na manhã do dia 28, Maria José, moradora da zona leste de São Paulo, aguardava, animada, no fim da fila para acesso ao velário. “Como diz o papa Francisco, as pessoas nunca devem perder a esperança, ainda mais tendo São Judas como intercessor.” Não menos disposta estava Rita Ferreira de Lima, uma das cerca de mil pessoas que trabalharam voluntariamente na festa. “Tenho muita fé em São Judas e já alcancei muitas graças com ele. Sempre venho ajudar e, quando posso, fico o dia todo.” Neste ano, a festa do padroeiro teve por tema “Com São Judas Tadeu e o testemunho da juventude, celebramos o Ano da Fé”. e foi iniciada com novena, entre os dias 18 e 26. No domingo, 27, houve ainda celebrações e momentos de oração (leia mais na página 14), e a Rede TV iniciou

transmissões das missas dominicais das 7h no Santuário. Na avaliação do padre Luiz Fernando Pereira, pároco e reitor, a Paróquia-Santuário é para o devoto de São Judas Tadeu um lugar de esperança, que não se limita à veneração ao Santo, e que leva o fiel a uma experiência devocional que o aproxima de Cristo. “Esse cristão tem um amor profundo pela Eucaristia, pela Igreja e sabe que São Judas Tadeu é um intercessor. Tenho relatos de católicos que voltaram para a Igreja por causa de São Judas. Eles voltam a ter frequência de missa diária, começam a perceber que tem que mudar a atitude, voltar a levar a sério a sua fé, passam por uma verdadeira conversão. Aí está a beleza da religiosidade popular”, destacou o Padre à reportagem.

Focolares lançam rede com 40 obras sociais Carla Cotignoli

Carla Cotignoli

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Um passo para a criação de uma rede entre as mais de 40 organizações sociais latino-americanas, nascidas do carisma da unidade do Movimento dos Focolares, marcou o seminário que, de 21 a 24, reuniu representantes dessas obras provenientes do Brasil e de outros 12 países latino-americanos e caribenhos, em Mariápolis Ginetta, em Vargem Grande Paulista (SP). “Periferias existenciais” foi a palavra que mais ecoou. Da troca de experiências se via que o encontro com as periferias, incentivado pelo papa Francisco, já acontece há anos onde o tráfico de drogas semeia a morte, especialmente entre os jovens; onde as crianças vivem nas ruas; onde os agricultores não têm nenhuma

Participantes do seminário em Vargem Grande Paulista (SP) posam para foto

fonte de sustento e migram para as cidades, multiplicando as favelas. São muitas as histórias de pessoas que se envolveram nas mais diversas obras de resgate social. Daí a necessidade comum de criar uma rede, para uma troca permanente de experiências, dificuldades, recursos, com o objetivo de uma maior incidência na transformação social. O seminário, que teve como tema “Fraternidade em ação: fundamento para a coesão social no século XXI”,

também foi um confronto com o cenário sociopolítico do continente e com a Doutrina Social da Igreja. A socióloga Vera Araújo focalizou pontos fundamentais radicados no patrimônio espiritual de Chiara Lubich: o ágape, o “tornar-se o outro”, método evangélico indispensável para construir relacionamentos; Jesus crucificado, que com o seu grito de abandono “se identificou com todos os crucificados da terra” e “sempre abre novos espaços de ressurreição”.

Ernandes Teones durante missão popular pela Fraternidade de Emaús, fundada por padre Valdiran Ferreira dos Santos (det.)

Fraternidade de Emaús: 13 anos em missão popular Daniel Gomes Redação

Espalhados em três paróquias da Região Episcopal Brasilândia – São Luis Maria Grignion Montfort, Santa Terezinha e Nossa Senhora Aparecida, da Vila Souza, – os 20 integrantes da Fraternidade Missionária de Emaús (FME) levam adiante as atividades dessa missão popular surgida em outubro de 2000, “como resposta concreta à realidade do povo, sendo presença da Igreja Católica na periferia junto aos empobrecidos e aos jovens e aos migrantes”, como explicou, ao O SÃO PAULO, padre Valdiran Ferreira dos Santos, fundador e responsável pela Fraternidade. “Todos os membros da Fraternidade são engajados em pastorais, Catequese, coordenações e ministérios nas comunidades. Há um grupo que acompanha o povo em situação de rua, no bairro da Cachoeirinha e na Pastoral de Rua, também participamos de missões no norte e sul de Minas Gerais e no Nordeste do País e acompanhamos jovens e adolescentes em situação de risco, encaminhando alguns dependentes químicos para tratamento”, explicou o Padre. Participante da FME há seis anos, Ernandes Teones, 46, coordena o grupo Bom Samaritano, que atua junto à população em situação de rua, com iniciativas de evangelização e de conscientização sobre os direitos que possuem.

“Quando vi nos estatutos da Fraternidade que o carisma era acolher o jovem, o pobre e o migrante, isso me chamou a atenção. Esse carisma é minha vida, ir à busca daqueles que são mais pobres.” De acordo com Ernandes, os que acompanham pela primeira vez as visitas da FME nas ruas se surpreendem com a forma carinhosa e respeitosa com que são recebidos. “O papa Francisco vem citando que temos que ir ao encontro de quem necessita”, complementou. Ciente do estímulo à cultura do encontro propagada pelo Papa, Maria Helena Freire, 52, participante da Fraternidade desde outubro de 2010, ressaltou que viver em missão “é sair e levar esperança ao povo” e “não ficar nas quatro paredes”. Para o padre Valdiran, a Fraternidade tem atendido ao apelo da cultura do encontro “respondendo uma das características do nosso carisma, que é a acolhida”, disse, complementando que há atenção à formação dos leigos, “preparando-os para as missões em paróquias e comunidades. Organizamos visitas missionárias, encontros específicos com crianças, jovens, com homens, com mulheres e com casais e momentos de místicas ou celebração eucarística após as visitas”. Os trabalhos da FME podem ser conhecidos no blog http://fraternidademissionariaemaus.blogspot.com.br.


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Arquidiocese planeja ações pastorais para 2014 Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Assembleia no sábado, 26, também avaliou o primeiro ano das atividades de implantação do 11º Plano de Pastoral Edcarlos Bispo de Santana reportagem na zona sul

Representantes das seis regiões episcopais, coordenadores de pastorais e movimentos, leigos, padres, bispos e o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, reuniram-se, no sábado, 26, no Colégio Marista Arquidiocesano, para a realização da Assembleia Arquidiocesana de Pastoral. O encontro foi um momento de planejamento das atividades de 2014, amparadas no 11º Plano de Pastoral, “Arquidiocese de São Paulo Testemunha de Jesus Cristo na cidade”, tendo como fundamentação bíblica o texto de 1º Coríntios 14, 25 “Verdadeiramente, Deus está entre vós”, e como tema: “A fé que celebramos e rezamos”, tendo como texto conciliar que fundamenta a Sacrosanctum Concilium. Para mais um ano a “juventude continua merecendo a atenção e o empenho”, como destacou Ruth Maria, do Secretariado Arquidiocesano de Pastoral. Há, ainda, como uma das urgências na ação evangelizadora, o tema “Igreja: casa de iniciação à vida cristã”, além disso, permeia os quatro anos do 11º Plano de Pastoral, o convite e a urgência de uma

À luz do 11º Plano de Pastoral da Arquidiocese de São Paulo, participantes da assembleia, no Colégio Marista Arquidiocesano, planejam ações para o ano de 2014 e avaliam iniciativas já colocadas em prática em 2013

“Igreja em estado permanente de missão”. O casal coordenador da Pastoral Familiar na Região Episcopal Ipiranga, Lenilde Ringes Borba Barbosa e Frederico Borba Barbosa, destacou que este tema faz um convite para todas as pastorais, mas em especial à Pastoral Familiar e que é preciso “começar a formação dos próprios agentes da pastoral”. “A Pastoral Familiar tem um papel importante, temos que implantar em todas as paróquias, tendo o respaldo de todos os párocos e que possa-

mos acompanhar e formar as famílias”, destacou o casal sobre as ações a serem tomadas em 2014. Dom Milton Kenan Júnior, bispo referencial do Secretariado de Pastoral, afirmou que a Assembleia Arquidiocesana deste ano “foi à conclusão de todo um processo que se iniciou nas paróquias e se estendeu em alguns setores pastorais e agora na Arquidiocese de São Paulo”. Para dom Milton, a assembleia recolhe todos os esforços e iniciativas realizadas para a execução do 11º Plano e “co-

mensagem do cardeal Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo

CONVOCAÇÃO PARA A REUNIÃO ORDINÁRIA DO CONSELHO DE PRESBÍTEROS DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO Por meio desta, convoco os membros do Conselho de Presbíteros de nossa Arquidiocese para a próxima reunião, no dia 08 de novembro, das 9h00 às 12h00, na sede da Cúria Metropolitana. São membros da nova composição do Conselho de Presbíteros, com mandato de três anos a partir da presente data, os seguintes Presbíteros: Côn. Antônio Aparecido Pereira; Côn. Celso Pedro da Silva; Côn. José Adriano; Côn. Martin Segú Girona; Côn. Severino Martins da Silva Filho; Pe. Júlio Renato Lancelotti; Pe Jaidan Gomes Freire; Pe. Andrés Gustavo Marengo Macagnoni; Pe. Anísio Hilário; Pe.

loca diante da Arquidiocese as preocupações mais importantes para a elaboração de projetos, mais do que isso, coloca diante da Arquidiocese os desafios para 2014 a partir da realidade das comunidades, mas também a partir do projeto de evangelização”. Sobre o tema que fala da iniciação cristã, dom Milton disse que a “iniciação cristã diz respeito a toda Igreja, toda a Igreja tem que mudar seu jeito de ser para acolher a todos os que chegam, acolher aqueles que se abrem à fé, os que estão no processo de ini-

ciação da fé. E isso deve dizer mais próximo as pastorais específicas como Catequese, Pastoral do Batismo, Perseverança, Pós-crisma e Juventude”. O Cardeal, por sua vez, destacou que este ano foi muito intenso, de muitas atitudes e várias realizações. No fim do encontro, dom Odilo partilhou com os presentes a notícia de que, em 2014, será realizada, em São Paulo, a missa de beatificação de Madre Assunta Marchetti, cofundadora das Irmãs Missionárias Scalabrinianas.

mensagem do cardeal Antônio Leite Barbosa Júnior; Pe. Aparecido Silva; Pe. Carlos Alves Ribeiro; Pe. Cícero Alves de França; Pe. Claudinei de Arruda Lúcio; Pe. Ermerson José da Silva, SAC; Pe. Jaime Izidoro de Sena; Pe. Jorge Bernardes; Pe. José Enes de Jesus; Pe. José Maria Mohomed Júnior, O. de M.; Pe. José Rodolpho Perazzolo; Pe. Juliano Maroso Gonçalves; Pe. Michelino Roberto; Pe. Pedro Luiz Amorim; Pe. Raimundo Rosimar Vieira da Silva; Pe. Rodrigo Thomas; Pe. Tarcisio Marques Mesquita; Pe. Valeriano Santos Costa; Pe. Zacarias de Paiva Recomendo a todo o povo da Arquidiocese a oração pelas vocações sacerdotais e pelos sacerdotes. Paz e bênção para todos! São Paulo, na festa dos apóstolos São Simão e São Judas, 28 de outubro de 2013.

Card. Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo

CÚRIA METROPOLITANA DE SÃO PAULO DECRETO PROVISÃO DO COLÉGIO DE CONSULTORES DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO Aos que esta nossa Provisão virem, saudação, paz e bênção no Senhor. Pede a Mãe Igreja que nas Dioceses, dentre os membros do Conselho de Presbíteros, o Bispo escolha alguns para constituírem o Colégio de Consultores da Diocese, cujas atribuições são definidas pelo Direito (cf. Cân. 502). Portanto, pelo presente, nomeio e provisiono como membros do Colégio de Consultores da Arquidiocese de São Paulo, para o mandato de 5

(cinco) anos a partir da presente data, os seguintes sacerdotes: Côn. Martin Segú Girona; Côn. Antonio Aparecido Pereira; Côn. Celso Pedro da Silva; Pe. José Rodolpho Perazzolo; Pe. Anísio Hilário; Pe. Aparecido Silva; Pe. Valeriano Santos Costa; Pe. Zacarias José de Carvalho Paiva; Pe. Michelino Roberto; Pe. Juliano Maroso Gonçalves São Paulo, na festa dos apóstolos São Simão e São Judas, 28 de outubro de 2013, Ano da Fé.

Cardeal Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo Pe. Eduardo V. dos Santos Chanceler do Arcebispado


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‘Somos peregrinos, pois caminhamos pela fé’ Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Inspirados na Carta de São Paulo aos Coríntios, a Região Sé caminhou à Catedral, e participou da missa presidida pelo Cardeal Nayá Fernandes

Especial para O SÃO PAULO

A última Região Episcopal da Arquidiocese de São Paulo a peregrinar à Catedral Metropolitana foi a Sé. No domingo, 27, dom Tarcísio Scaramussa, vigário episcopal da Arquidiocese e auxiliar na Região, caminhou com fiéis, religiosos e sacerdotes do largo São Bento até a Catedral. O tema escolhido para a Peregrinação, que aconteceu por ocasião do Ano da Fé, foi a frase inspirada em 2Cor 5, 6a. 7ª.: “Somos peregrinos, pois caminhamos pela fé”. Na homilia da missa, presidida pelo cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, ele ressaltou que a Igreja oferece um momento privilegiado para mostrar o dom precioso que é a fé. O Arcebispo recordou aos fiéis que esse dom se baseia na Palavra de Deus e que “não somos os primeiros a crer, pois muitos creram e foram martirizados por essa fé”. Ele destacou a oração inicial da missa proposta para a liturgia dominical, na qual se rezou:

Do largo São Bento até a Catedral Metropolitana, caminham fiéis, sacerdotes e religiosos com dom Tarcísio Scaramussa, na Peregrinação da Região Episcopal Sé; durante celebração eucarística, todos renovam a fé

“Aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade”. “Prezado dom Odilo, aqui está o povo de nossas comunidades das paróquias da Região Episcopal Sé, participando desta Peregrinação convocada pelo senhor, neste Ano da Fé, momento de renovação. O senhor escreveu a carta pastoral ‘Senhor, aumentai a nossa fé!’, que serviu para nós como um itinerário no caminho e no processo de crescimento da fé”, disse dom Tarcísio, no início da celebração eucarística.

Um grupo de crianças e adolescentes que se preparam para receber o sacramento da Eucaristia veio à Peregrinação com os catequistas e os pais. Samanta de Jesus Lopes, 11, disse que “foi legal participar da celebração”. Ela estava com a mãe, Dirce de Jesus Lopes, que, ao ser questionada pelo O SÃO PAULO sobre a transmissão da fé na família, ressaltou que “procura sempre ensinar aos filhos aquilo em que acredita e educá-los na fé da Igreja”.

Padre Elmo César Faccioli, da Paróquia Imaculado Coração de Maria, Setor Santa Cecília, afirmou que, pessoalmente, ele aproveitou imensamente a Peregrinação. “Ver o povo de Deus renovar a fé é muito significativo e, ao mesmo tempo, nos anima no pastoreio.” Da Congregação das Irmãs Dorotéias de Santa Paula Frassinetti, que tem a sede provincial na Região Sé, vieram sete irmãs. “É importante estar junto com o povo fazendo com que

a fé cresça mais no meio de nós e lutando para que ela não se apague em nossas vidas”, disse irmã Maria das Graças de Assis Vasconcelos. Momento forte da celebração foi a renovação solene da fé, em que todos acenderam as velas na Luz do Círio Pascal, enquanto recitaram o credo Nicenoconstantinopolitano em que se diz: “Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra; de todas as coisas visíveis e invisíveis”.

Rádio 9 de Julho leva ouvintes em peregrinação a Aparecida Patrícia Diniz/rádio 9 de Julho

PADRE CIDO PEREIRA

DIRETOR DO O SÃO PAULO

Ainda na comemoração dos 14 anos do seu retorno às transmissões, após 27 anos de silêncio, a rádio 9 de Julho, com o patrocínio da empresa Ultrafarma, levou cerca de 250 ouvintes de toda a cidade e das cidades vizinhas em romaria a Aparecida (SP), no sábado, 26. Para esses ouvintes romeiros, que se cadastraram durante o mês, a alegria de ir à casa da Mãe Aparecida se somou à alegria de poder conviver com os padres e leigos comunicadores da emissora. Por volta das 5h30 da manhã, já havia festa no pátio do Mosteiro da Luz. Chegavam os ouvintes que haviam se cadastrado para a romaria. Eles receberam camisetas e kits de alimentação e ocuparam cinco ônibus, cada um deles tendo como monitores um padre e um leigo. Na viagem, como é de praxe em toda romaria, rezou-se o terço e

Para marcar o aniversário de 14 anos da reabertura da rádio 9 de Julho, ouvintes vão ao Santuário

houve cânticos em honra a Nossa Senhora. Em Aparecida, todos participaram da missa das 9h, misturados às centenas de fiéis da Diocese de Teixeira de Freitas, da Bahia. Liderados pelo seu bispo diocesano, dom Carlos Alberto

dos Santos e seus párocos e vigários, eles também faziam sua romaria anual. Dom Carlos Alberto refletiu sobre as necessidades de se optar pelo caminho da justiça e questionou a todos se estavam sendo coerentes com a opção feita. Após a missa, todos ficaram livres

para as preces individuais, a compra de lembranças, a visita à sala das promessas, a partilha dos lanches. Às 15h, pontualmente, os ônibus partiram de volta a São Paulo. Durante todo o dia, o diálogo dos romeiros dava conta do carinho que eles têm pela emissora da Arquidiocese. De fato, a rádio tem um poder de convocação das pessoas para os grandes momentos religiosos da vida da Igreja em São Paulo. Ela tem criado em seus ouvintes o sentido de pertença à Igreja. A rádio, através de sua programação variada, tem favorecido o crescimento na fé, a comunhão com Deus e, de forma equilibrada, oferece informação, formação e entretenimento. Padre José Renato Ferreira, diretor da emissora, faz questão de agradecer à Ultrafarma, que proporcionou a ouvintes e comunicadores um momento tão forte em que se misturaram fé e alegria.


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Região Ipiranga

10 mil pessoas na novena a São Judas Tadeu Nos dias do novenário na Paróquia-Santuário do Jabaquara, fiéis participaram intensamente das festividades Franscisco David da Silva

Colaborador de Comunicação da Região

Aconteceu entre os dias 18 e 26, a Novena a São IPIRANGA Judas Tadeu, na ParóquiaSantuário no Jabaquara, na zona sul de São Paulo, que teve como tema: “Com São Judas Tadeu e o testemunho da Juventude, celebramos o Ano da Fé!” A novena abordou o tema Juventude, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude realizada em julho, e sobre o Ano da Fé, que a Igreja vive, de modo geral, uma intensa e profunda reflexão sobre a fé.

Foram dias intensos para os fiéis e devotos de São Judas Tadeu. Participaram cerca de 10 mil pessoas, somando todos os dias da novena, que contou com duas missas diárias na igreja nova, às 15h e às 19h30, durante a semana, e nos fins de semana às 15h e às 20h. Na véspera da Festa de São Judas Tadeu, dia 27, aconteceu na igreja nova a missa solene às 15h, presidida pelo pároco e reitor do Santuário, padre Luiz Fernando Pereira, scj, seguida da oração da Ladainha em louvor a São Judas e procissão dentro da própria igreja.Também aconteceram missas durante todo o dia, no intuito de alcançar as pessoas que não poderiam participar da festa na segunda-feira, 28 (leia mais na página 11). São Judas era natural de Caná da Galileia, na Palestina. Sua família era constituída do pai, Alfeu ou Cléofas, e a mãe, Maria Cléofas. Eram parentes de Jesus. O pai, Alfeu, era irmão de São José; a mãe, Maria Cléofas, prima irmã de Maria Santíssima. Portanto, Judas

Pascom

Paróquia-Santuário no Jabaquara lota em novena preparativa à festa do Padroeiro

era primo irmão de Jesus. O irmão de Judas Tadeu, Tiago, chamado o menor, também foi discípulo de Jesus. A Paróquia de São Judas Tadeu no Jabaquara foi criada em 25 de janeiro de 1940, por decreto expedido por dom José Gaspar Fonseca e Silva, à época, arcebispo metropolitano de São Paulo. Um pobre salão, na avenida Felício Fagundes, foi alugado e transformado em capela, onde eram celebrados as missas e demais sacramentos.

A nova Paróquia foi confiada à Província Brasileira Meridional dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus, os dehonianos. Em 17 de março de 1940, o padre João Buescher, scj, tomou posse como primeiro pároco da nova Paróquia de São Judas Tadeu, e procurou um terreno e, com a ajuda da comunidade, construiu a primeira igreja, ainda provisória, que substituía a capela improvisada. No ano seguinte, imediatamente após a construção da igreja

provisória, ele já iniciava a definitiva, inaugurada em abril de 1944, e hoje conhecida como igreja antiga. São Judas também não tinha imagem. Padre João Buescher, scj, mandou esculpir uma em madeira, mas o escultor ficou doente, e como a festa do Padroeiro estava próxima, a imagem acabou sendo fundida em gesso. É a que se tornou oficial na igreja do Jabaquara. O extraordinário aumento da afluência dos devotos, fazendo crescer o movimento religioso, trouxe a necessidade de uma nova igreja. Em janeiro de 1963, sacerdotes, paroquianos e devotos iniciam a nova construção, conhecida, hoje, como igreja nova. Esse novo templo é de linhas modernas, amplo e funcional. Internamente, apresenta forma circular inscrita num quadrado, tendo sua cúpula 22 metros. O ritmo arquitetônico e a sobriedade das linhas da igreja nova conduzem espontaneamente para o que deve ser o centro de uma igreja: o altar do sacrifício.


Região Lapa

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Paróquia na Água Branca comemora 80 anos Cardeal dom Odilo presidiu, na manhã do domingo, 27, a missa em ação de graças pela comunidade Benigno Naveira

Colaborador de comunicação da região

Na manhã de domingo, 27, às 10h, na ParóLAPA quia São João Maria Vianney (praça Cornélia, S/N Água Branca), Setor Lapa, realizou-se a celebração solene em comemoração aos 80 anos de evangelização da Paróquia. A missa foi presidida pelo cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, e concelebrada pelos padres Raimundo Rosimar Vieira da Silva, pároco, e pelo padre Vito Domenico Curci (Rogacionista). Dom Odilo na homilia cumprimentou e parabenizou a todos pelo aniversário de 80 anos da paróquia. Citou que tudo começou com a preocupação do primeiro arcebispo de São Paulo, dom Duarte Leopoldo e Silva, o qual participou, em Roma, da canonização do Santo Cura D’Ars, um padre que lutou muito na vida, um homem de Deus. Dom Odilo recomendou a toda a Paróquia, “refazendome, recordando a intenção de dom Duarte meu predecessor aqui em São Paulo, eu sou o sexto sucessor e o sétimo Arcebispo de São Paulo, quero recordar esta motivação, esta intenção do primeiro arcebispo de São Paulo preocupado com as vocações sacerdotais, e a santificação do clero, trazendo para os dias de hoje mais visivelmente o exemplo do Santo Cura D’Ars”. A história da igreja começa em 1925, com o arcebispo de São Paulo, dom Duarte Leopoldo e Silva, participando em Roma da canonização de São João Maria Vianney. Dom Duarte, ao voltar de Roma, teve o propósito de construir nesta Arquidiocese uma paróquia em homenagem a este santo, padroeiro de todos os padres. Dom Duarte empenhou-se pessoalmente na aquisição do terreno e acompanhou de perto a construção da igreja. A celebração da primeira missa foi no dia 17 de abril de 1932, presidida pelo monsenhor Antônio Rau, que permaneceu apenas

palavra do bispo

A fé é resposta ao Deus que se comunica e propõe o seu projeto Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa

Dom Julio Endi Akamine

Prezado leitor do jornal O SÃO PAULO, muitas vezes a fé é descrita como um salto no escuro. Isso é verdade? Pensando sobre isso, me deparei com um discurso do papa João Paulo 1º no qual ele cita o poeta romano Trilussa. Eis a poesia: “Aquela velhinha cega, que encontrei / na tarde em que me perdi no meio do bosque, / disse-me:

um ano. O cônego Roque Vigiano ficou como padre responsável pela Paróquia no período de três anos, na sequência monsenhor Luiz Gonzaga de Moura, tomou posse e permaneceu na Paróquia por mais de 50 anos, depois vieram os padres Rogacionistas que permaneceram durante dez anos, em seguida

— se o caminho não o sabes / vou acompanhar-te eu, que o conheço. / Se tens a força de vir atrás de mim / de vez em quando te chamarei, até lá ao fundo, onde há um cipreste, / até lá acima, onde há uma cruz. Eu respondi: Assim será... mas acho esquisito / que me possa guiar quem não vê... / A cega, então, pegou-me na mão / e suspirou: — Caminha. — Era a fé”. O papa João Paulo 1º comentou: “Como poesia, é graciosa. Como teologia, defeituosa. Defeituosa porque, ao tratar-se de fé, quem nos guia é Deus” (cf. audiência de 13 de

setembro de 1978). De fato, se dissermos que a fé é cega, poderíamos acusar Deus de exigir de nós o sacrifício da razão. Crer não é uma atitude que nos cega, porque Deus quer que respondamos com todo nosso ser, isto é, com nossa inteligência e vontade, com nossa liberdade, com nossos sentimentos e com nossa razão. A fé não faz dos cristãos religiosos fanáticos, devotos intolerantes, exaltados insensatos. Exatamente o contrário. É a própria natureza da revelação cristã como proposta divina respeitosa e humilde, como convite desafiador e atraente que reclama uma res-

posta integral e decidida, uma aceitação sensata e certa da parte do ser humano. A fé é uma resposta ao Deus que se comunica e nos propõe o seu projeto. Confiamos nele, porque ele não é uma velhinha cega, que conhece o caminho mas não o enxerga. Pelo contrário. O próprio Deus se fez nosso Caminho para que possamos chegar até Ele, a Verdade e a Vida. Trata-se de uma compreensão errada pensar que a fé exerça sobre as pessoas uma influência que as cega e as conduza a uma adesão fanática a um sistema de ideias absurdas.

vieram os padres José Carlos Spinola como pároco e seu vigário padre Cesar Teixeira que ficaram 14 anos, e há quase três anos o padre Raimundo Rosimar tomou posse como pároco, dando continuidade na evangelização dos fiéis da Paróquia. Na cidade de Ars, sul da

França, uma comunidade de maioria pagã e poucas pessoas frequentavam a igreja, o bispo confiou a este Padre, que tinha sido ordenado com certa idade, a Paróquia d’Ars. Ele começou a rezar sozinho, iniciou a evangelização visitando as pessoas, fazendo catequese, resgatando a fé da comunidade, onde pas-

sava horas no confessionário ouvindo seus fiéis. A Igreja invoca o Santo Cura D’Ars como patrono dos sacerdotes e também patrono das vocações sacerdotais. Após o término da missa, padre Raimundo Rosimar agradeceu a presença de dom Odilo e de seus paroquianos. Benigno Naveira

Dom Odilo preside missa na Paróquia São João Maria Vianney, na comemoração dos 80 anos de evangelização da comunidade paroquial, no domingo, dia 27

agenda regional

Quarta-feira (30), 20h

Sábado (2), 8h

Sábado e domingo (2 e 3), 9h

Paróquia Nossa Senhora da Lapa rua Nossa Senhora da Lapa, 298, dom Julio Endi Akamine bispo auxiliar da Arquidiocese, ministra aula de Catequese.

No cemitério público da Lapa (rua Bergson, 347), serão celebradas cinco missas por vários padres da Região e às 10h a celebração será presidida por dom Julio Endi Akamine.

Na Paróquia São Francisco de Assis (avenida General Mac Arthur, 1.130 Jaguaré). Encontro de Jovens com Cristo. No domingo, 3, palestra de dom Julio Endi Akamine.


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Região Santana

Comunidade Canto de Maria celebra 24 anos Diácono Nilo Carvalho Neto

Dom Sergio de Deus Borges visitou, no sábado, 26, a casa dos missionários que tem a música como meio de evangelização Diácono Francisco

Colaborador de comunicação da Região

No sábado, 26, a Comunidade Canto de Maria SANTANA recebeu em sua sede, na rua José Debieux, 89, dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana. No fim do encontro, o Bispo presidiu celebração eucarística em ação de graças pelos 24 anos da Comunidade. Padre Roberto Fernando Lacerda, diretor espiritual da Comunidade concelebrou. Em festa, a Comunidade recebeu o Bispo pela primeira vez em sua casa, oportunidade que permitiu que dom Sergio visse as dependências e manifestasse sua alegria de estar ali. No início da celebração eucarística, o moderador da Comunidade, José Carlos dos Santos, acolheu o Bispo, com estas palavras: “Dom Sergio, estamos muito felizes pela sua presença em nossa sede. Uma casa que foi desejada por muitos anos e por graça de Deus, Ele nos concedeu! Obrigado, a casa é do senhor!” Em sua homilia, dom Sergio renovou sua alegria de estar na Comunidade e encorajou seus membros, a exemplo de São Paulo, “a combater o bom combate, a completar a corrida e a guardar a fé”. Disse que certamente nos 24 anos de caminhada a comunidade enfrentou muitas lutas para chegar até hoje. Lembrou que o nome “Canto de Maria” vem do canto “de música”, mas que também seja um canto “de lugar”, onde Nossa Senhora ocupe e que a comunidade seja Mariana. Exortou os membros da Comunidade a viverem uma vida de oração. Contou o moderador José Carlos que em julho de 1989, vários jovens do Brasil se reuniram na cidade de Cruzeiro, interior de São Paulo, para participar do primeiro congresso de música, organizado pela Renovação CArismática Católica (RCC). A proposta foi instruir quanto à importância da música na evangelização e

Dom Sergio preside missa comemorativa dos 24 anos da Comunidade Canto de Maria e recebe, no fim da celebração, o estatuto da comunidade, no sábado, 26

em especial na preparação das liturgias. Fruto do congresso, nasceu a Comunidade Canto de Maria, em 8 de outubro de 1989, que após o sim dos seus membros, saiu em missão para exercer seu ministério.

A comunidade promove retiros para jovens, dias de louvor, dias de formação, missas, shows, feiras vocacionais, etc. Em muitos lugares estiveram por este Brasil, empenhandose em anunciar Jesus Cristo pela música, Palavra, comu-

nicação, teatro, coreografia e ações sociais. Dificuldades foram superadas pela graça de Deus, que sempre os sustentou na fé, gerando nos membros da comunidade o amor, a disponibilidade e unidade para servir.

Ao fim da celebração, o moderador José Carlos entregou para dom Sergio, o estatuto da Comunidade Canto de Maria, renovando a obediência e a disponibilidade dos membros em servir a Cristo e sua Igreja.

palavra do bispo

A missão permanente! Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana

Dom Sergio de Deus Borges

Celebramos o mês missionário e muito se falou de missão. Nas homilias, os sacerdotes falaram da necessidade de ir ao encontro do outro, principalmente nas regiões menos privilegiadas de nossa cidade, as periferias e as periferias existenciais; nas mídias se destacou que a missão é uma dimensão essencial do ser cristão. A partir das motivações do tema do mês missionário, surgiram algumas iniciativas

localizadas e bem motivadas, levando vários fiéis às ruas através de semanas missionárias, jornadas, visitas às famílias etc. Participei de uma missão jovem na Região Santana, promovida pela Pastoral da Juventude, que me trouxe muita alegria ao ver o entusiasmo dos jovens discípulos missionários. Essas atividades no mês “missionário” têm a bonita função de recordar que a Igreja é missionária, nós somos discípulos missionários. Porém, como são atividades muito localizadas e determinadas no tempo, parece que não estão atendendo ao atual contexto que estamos vivendo e a urgência do mandato missionário.

agenda regional

Não podemos manter esta estrutura eclesial de incentivar a missão somente no mês de outubro, através de algumas ações. Estas ações são o exemplo bonito de que temos mão de obra especializada e disposta para um grande salto de qualidade na divulgação e promoção da fé: a missão permanente. Esta é também uma exigência do 11º Plano de Pastoral da Arquidiocese: ‘A dimensão missionária não é, portanto, mais uma realidade a ser trabalhada, mas é a exigência que deve estar presente em tudo o que se faz. As iniciativas, preocupações e programas pastorais devem estar impregnados

pelo anseio e o compromisso de anunciar Jesus Cristo’ (Arquidiocese de São Paulo, 11º Plano de Pastoral. n. 78). O papa Francisco insiste, coerentemente, que precisamos ser rueiros da fé, precisamos sair em missão e exercer esta dimensão essencial do nosso ser cristão; pelo Batismo somos necessariamente discípulos missionários. Assim, posso dizer que o mês missionário não terminou, a missão apenas começou. A missão deve estar presente como primeira urgência em todas as atividades de nossas paróquias, pastorais, movimentos, serviços, comunidades e associações.

Terça-feira (5)

Quinta-feira (7), 9h30

Sexta-feira (8), 9h30

Às 9h, reunião geral do clero, na Cúria de Santana.

Retiro Anual das Secretárias Paroquiais, no Centro de Pastoral, na Cúria de Santana.

Reunião da Comissão de Presbíteros, na Cúria de Santana.

Às 14h30, reunião dos coordenadores de setor, na Cúria de Santana.


Região Sé

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Igreja é sinal de reconciliação na cidade Capela histórica no centro de São Paulo tornou-se referência no atendimento de confissões de fiéis de todo o Brasil Fernando Geronazzo

Colaborador de comunicação da Região

A realidade urbana da Região Episcopal Sé é SÉ marcada pela presença de algumas igrejas históricas na região central de São Paulo. Mesmo não sendo paróquias, mas capelas ou oratórios públicos, geralmente ligadas a congregações religiosas, esses templos têm grande importância na vida pastoral da Arquidiocese, como a Igreja Santo Antonio, popularmente conhecida como a “igreja das confissões”. Localizada na praça do Patriarca, próxima à sede da Prefeitura de São Paulo e do Viaduto do Chá, cartão-postal da cidade, essa igreja é considerada a mais antiga entre as igrejas remanescentes de São Paulo. “A mais remota referência ao templo aparece no testamento de Afonso Sardinha, datado de novembro de 1592, em que o bandeirante doa a quantia de dois cruzados para a ‘ermida de Santo Antonio’, o que leva a supor que sua construção é anterior a essa data”, explicou o capelão, padre Sextílio Bortolo Focchesatto, missionário scalabriniano, congregação que há mais de 100 anos é responsável pelo templo. Padre Sextílio e mais três sacerdotes revezam-se de hora em hora, durante todo o dia, no atendimento de confissões na Igreja. “No meio de todo barulho da cidade, aqui é um pequeno ‘oásis’ onde há silêncio para a oração e reconciliação com Deus. É a igreja da escuta”, disse o Capelão, que define o atendimento aos fiéis em três palavras: “acolher, escutar e reconciliar”. “Não conseguimos calcular, mas passam muitas pessoas. Estamos aqui o dia todo atendendo e sempre tem fila”, ressaltou padre Sextílio. Na Igreja Santo Antonio, chegam fiéis não só de toda a cidade, como também de todo o Brasil em busca da Confissão. “Há muitas pessoas que vêm de outros estados fazer compras, por exemplo, e muitos já conhecem a igreja. Há também um núme-

palavra do bispo

Buscando a renovação das paróquias Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé

Dom Tarcísio Scaramussa

A Assembleia das Igrejas do Regional Sul 1, realizada em Itaici, de 18 a 20 de outubro, concentrou-se sobre o tema da renovação das paróquias. Para mim, ela representou uma busca de discernimento dos caminhos do Espírito, em clima de oração, de reflexão, de partilha. Sentimos a força da comunidade, e fomos ajudados pelos irmãos e irmãs a entender melhor a realidade da missão da Igreja nos dias

atuais, os desafios urgentes e inadiáveis, a necessária conversão pessoal e pastoral. Escolhemos o caminho da partilha, porque sabemos que o Espírito se manifesta na comunidade, quando abrimos nossa mente e nosso coração para acolher na liberdade a sua ação. Com alegria, constatamos muitos sinais da nova evangelização acontecendo, novas estruturas surgindo, novos métodos, novo ardor pastoral. Percebemos uma Igreja que se sente impelida para a missão: “O amor de Cristo nos impele”. O testemunho de São Paulo manifestou-se mais uma vez no testemunho de nossos

irmãos e irmãs que nos animam. “Missão”, “missionário”, foram certamente as palavras mais repetidas nos dias da Assembleia. O Espírito apontou-nos caminhos de ação comum para o Regional, a partir da experiência da Assembleia. Foi uma provocação a mais para a missão, um horizonte que se abre à nossa frente. Obrigado, Senhor, pela rica experiência de Igreja vivida nesta Assembleia. Fazendo alusão à visão do profeta Ezequiel (Ez 37), se, ao analisarmos a realidade das paróquias, nos pareceu ver um vale cheio de ossos ressequidos, a Assembleia nos con-

vocou a profetizar sobre esses ossos, e dizer-lhes: “Ossos ressequidos, ouvi a palavra do Senhor: ‘Vou infundir-vos, eu mesmo, um espírito para que revivais. Eu vos darei nervos, farei crescer carne e estenderei por cima a pele. Porei em vós um espírito, para que revivais’”. Sim, a Assembleia nos ajudou a abandonar o pessimismo e a construir caminhos de conversão, de renovação, de mudança, na fidelidade ao Evangelho e à ação do Espírito Santo. Deus quer sua Igreja viva, e cheia de vida. E a paróquia, ele a quer como expressão dessa vitalidade.

Fernando Geronazzo

Localizada na praça do Patriarca, no centro de São Paulo, Igreja de Santo Antonio é datada do século 16 e conhecida como ambiente convidativo a confissões

ro muito grande de padres e religiosas que procuram esta igreja para confissões”, destacou o Padre. Arlindo Batista, 68, frequenta sempre a Igreja Santo Antonio. Como todo imigrante português, é muito devoto do padroeiro da capela, mas também vai muito a essa igreja por causa das confissões. “Somos humanos e, por isso, erramos, e se nos arrependemos, nada melhor do que nos confessar para retomarmos a caminhada”, afirmou.

Para o padre Sextílio, cada vez mais tem aumentado o número de pessoas interessadas pela Confissão. “Há uma necessidade profunda dentro das pessoas. Todo mundo tem sede de Deus. Mesmo que nós nos afastemos um tempo, às vezes por muitos anos, há sempre um clamor, uma voz interior que nos chama de volta para Deus.” Além da Igreja Santo Antonio, localizam-se na da Região Sé mais dez oratórios públicos: a Basílica Nossa Senhora

da Assunção (Mosteiro de São Bento); e as igrejas Beato José de Anchieta (Pátio do Colégio); das Chagas do Seráphico Pai São Francisco; Menino Jesus e Santa Luzia; Nossa Senhora da Boa Morte; Nossa Senhora do Carmo (Ordem Terceira); Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos; Nossa Senhora dos Aflitos; Santa Cruz das Almas dos Enforcados; Santo Antônio de Sant’Anna Galvão (Mosteiro da Luz). Os atendimentos na Igreja Santo Antonio são de segunda

a sexta-feira, das 7h às 11h30 e das 14h às 18h30; sábado: das 7h às 9h30 e das 17h30 às 18h30; e domingo: das 8h às 10h30 e das 17h30 às 18h30. agenda regional

Terça e quarta-feira (29 e 30), 19h30 Encontro Regional de Formação Litúrgica, no Centro de Pastoral da Região Episcopal Sé (avenida Pacaembu, 954).


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Região Brasilândia

Devotos realizam novena a São Judas Tadeu Em nove dias, fiéis de paróquia do Setor Nova Esperança recordaram seu Padroeiro e participaram de missa solene Renata Moraes

Colaboradora de Comunicação da Região

Na noite do domingo, 27, no encerramento da novena ao BRASILÂNDIA santo patrono, a Paróquia São Judas Tadeu, na Vila Miriam, reuniuse para celebrar a fé. Com o tema da novena: “Com São Judas Tadeu, renovamos a nossa fé”, a missa foi presidida por dom Milton Kenan Júnior, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, e concelebrada pelo padre Jaime Izidoro de Sena, pároco da Igreja de São Judas Tadeu. À luz do Ano da Fé, os paroquianos refletiram com os subtemas: a fé que cremos; a fé renovada nos sacramentos: do Batismo, da Eucaristia, da Crisma, da Reconciliação, da Unção dos Enfermos, do sacramento da Ordem, do Matrimônio, e encerrando com o tema “A fé que professamos”.

Em sua homilia, dom Milton enalteceu a devoção ao Santo. “Muitas são as graças que recebemos por intermédio da oração e intercessão de São Judas Tadeu. Aquele que foi chamado por Jesus para ser seu Apóstolo e colaborar na sua missão.” Sobre o tema proposto da celebração: “A fé que professamos”, o Bispo destacou que a fé é um tesouro e um dom que Deus concede a todos. “É preciso alimentar a fé, de tal forma que ela não se apague, mesmo diante das dificuldades. A fé, que não é doutrina nem sentimento, mas que é alicerçada em Jesus”, encerrou. No dia de São Judas Tadeu, 28, houve missas durante o dia todo. Às 20h, foi celebrada a missa solene de encerramento, seguida de procissão.

Ana Claudia Ferreira

Com o lema: ‘A fé que professamos’, fiéis participam do 9º dia da novena ao seu patrono, na Paróquia São Judas Tadeu

Jornada Teológica discute Comunidade de Comunidades da região episcopal

Entre os dias 21 e 23, na Paróquia Santos Apóstolos, aconteceu a Jornada Teológica promovida pela Região com o tema “Comunidade de Comunidades: uma nova paróquia”, e contou com as assessorias dos professores Fernando Altemeyer Júnior, e o cônego Antonio Manzatto, ambos da PUCSP, e de dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo emérito de Blumenau (SC) e ex-auxiliar da

Arquidiocese de São Paulo. Na primeira noite, o cônego Manzatto ajudou os fiéis a refletirem sobre o tema “Vivência da Fé, Evangelho da Vida em Comunidade”, falando sobre a fé e a confiança em Deus. E que a Igreja é a comunidade dos que confiam em Jesus e vivem a dinâmica da fraternidade. Na segunda noite, Altemeyer abordou a “Eclesiologia do Vaticano 2°”, e destacou as principais mudanças pós-Con-

agenda regional

cílio: uma Igreja que dialoga com o mundo, que tem opção preferencial pelos pobres e que é feita de pessoas que assumem seus ministérios. E, encerrando, a última noite com dom Angélico, que falou sobre “Rede de Comunidades.” Ele lembrou que é preciso sair dos templos e ir para as periferias humanas, descentralizar as paróquias, criando comunidades. “A Igreja tem que ser missionária, renovada e mais acolhedora.”

Em entrevista, o Bispo mencionou a importância de os padres formadores encaminharem os seminaristas para o trabalho com os doentes, nas prisões, nos asilos. “Que os padres tenham o cheiro do povo. E que os leigos também assumam sua missão nesta renovação. Multipliquem os grupos de rua e as comunidades eclesiais de base, para que vivam a verdadeira conversão pastoral que nos convida o Documento de Aparecida.” encerrou.

Quarta-feira (30), 20h

Sábado (2), 10h

Missa dos Mártires da Caminhada, na Comunidade Sagrado Coração de Jesus, Paróquia Santo Antônio (rua Antonio Augusto Queiroga ,109 em Vila Serralheiro), Outras informações: (11) 3921-6046.

Missa de Finados, presidida por dom Milton Kenan Júnior, no Cemitério de Perus (estrada do Pinheirinho, 860). Outras informações: (11) 3924-0020.


Região Belém

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Missa recorda 10 anos da Comunidade Frei Galvão Cerca de 150 pessoas da Paróquia Santo André Apóstolo lotaram a comunidade no Parque das Flores. As festividades encerraram-se com uma festa entre os dias 25 e 27

palavra do bispo

Crescer na fé, agradecendo a Deus Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém

Dom Edmar Peron

De diferentes maneiras, nos últimos domingos Jesus tem nos ajudado a compreender o lugar da oração em nossas vidas. Na cura dos dez leprosos (Lc 17, 11-19), um dos dez voltou a Jesus, prostrou-se, o agradeceu, e Jesus exaltou sua fé. Com a parábola da viúva (Lc 18, 1-8), Jesus mostrou-nos “a necessidade de rezar sempre, e nunca desistir”. E no último domingo, o 30º do Tempo comum, Jesus contou-nos a parábola da oração do fariseu e do publicano (Lc 18, 9-14), “para alguns que confiavam na própria justiça e desprezavam

João Carlos Gomes

Colaborador de comunicação da Região

Na quinta-feira, 24, cerca de 150 pessoas lotaram bELÉM a Comunidade Frei Galvão, no Setor Conquista da Região Episcopal Belém, para celebrarem os 10 anos do início da Comunidade e o dia de seu padroeiro, Santo Antonio de Sant’Ana Galvão, cuja data de celebração litúrgica é 25 de outubro. O bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e vigário da Região Belém, dom Edmar Peron, presidiu a celebração, concelebrada pelos padres Carlos Roberto Fróes, o padre Roberto, pároco da Santo André Apóstolo, paróquia a que pertence a Comunidade Frei Galvão, e Tarcísio Marques Mesquita, coordenador arquidiocesano de pastoral, que desde o início da Comunidade Frei Galvão tem ajudado em sua construção e fortalecimento. Também concelebrou o diácono João Bechara Ventura. A missa teve início com uma saudação feita pelo padre Roberto, agradecendo a vinda de dom Edmar e de sua mãe, Aparecida Besagio Peron, a dona Cida, e do padre Tarcísio. “É com muita alegria que acolhemos hoje, nosso bispo dom Edmar, sua mãe dona Cida, e os irmãos de outras comunidades e paróquias, como padre Tarcísio e o diácono João, neste que é o último dia da novena em honra ao nosso padroeiro, antes da festa de amanhã [sexta-feira, 25]”, disse padre Roberto.

os outros”. Assim, foram apresentados a nós dois agradecimentos, o do leproso curado e o do fariseu cheio de si; ambos agradeceram, mas um só foi apresentado como modelo, o leproso: “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou”. Agradecer, portanto, não é simplesmente começar a oração com “Deus, eu te agradeço”. É preciso considerar atentamente quem está no centro da oração. O leproso agradeceu à ação de Jesus na vida dele, enquanto o fariseu enumerou diante de Deus as próprias ações, e, acrescentando o desprezo pelas pessoas: “eu não sou como os outros homens”. Como aprender a rezar agradecendo a Deus? Você, indo à missa, acompanhe atentamente e com fé as palavras da Oração Eucarística, a qual

nos mostra como Deus Pai, pelo Filho, no Espírito Santo, é o centro da ação de graças. De fato, agradecendo a Deus, entramos no mistério de sua salvação; ao ouvir: “Demos graças ao Senhor nosso Deus”, respondemos prontamente: “É nosso dever e nossa salvação”. A respeito da Oração Eucarística, lemos na Instrução Geral do Missal Romano, n. 78: ela é “centro e ápice de toda a celebração, prece de ação de graças e santificação. [...] O sentido desta oração é que toda a assembleia se uma com Cristo na proclamação das maravilhas de Deus e na oblação do sacrifício. A Oração Eucarística exige que todos a ouçam respeitosamente e em silêncio”. A ação de graças – expressa principalmente na parte do Prefácio, concluído pelo canto do Santo – “glorifica

a Deus Pai e lhe rende graças por toda a obra da salvação ou por um dos seus aspectos, de acordo com o dia, a festa ou o tempo” (IGMR 79a). A Igreja prevê a possibilidade de que essa oração – que nunca deve ser interrompida com comentários nem com outros cantos ou ações – seja precedida por um convite à assembleia para que, de preferência em silêncio, reze a Deus apresentando-lhe, cada pessoa, os próprios motivos de gratidão. Convido você a meditar a Oração Eucarística n. 4 – infelizmente tão pouco usada! – e a descobrir a cada dia a alegria de agradecer: agradecer às pessoas e, na oração, agradecer a Deus. É essa gratidão que recoloca Deus no centro de nossas vidas e faz crescer a nossa fé.

João Carlos Gomes

Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese da Região Belém, saúda os fiéis participantes da celebração pelos 10 anos da Comunidade Frei Galvão

Comunidade de Fé

Dom Edmar elogiou os participantes da Comunidade pelos 10 anos de trabalho, que resultaram na construção do prédio da igreja. Porém, o combustível que abastece a comunidade é a união das pessoas. “Os 10 anos da comunidade se mostram bastante frutuosos quando percebemos que ela é bastante viva, organizada e tem seu espaço para celebrar, mas ainda mais importante que a constru-

agenda regional

ção é a união das pessoas de fé que se reúnem para refletir e colocar em prática a Palavra de Deus. Por isso, é importante dois fatores: a comunidade de fé e o local onde esta comunidade de fé se reúne”, disse, pedindo que a assembleia repetisse com ele, “Nós somos a Igreja do Senhor”, para ressaltar o valor das pessoas nesse contexto. Referindo-se ao padroeiro, dom Edmar explicou o significado da palavra beato e mostrou

que é essa a marca da santidade. “Beato significa feliz e isto quer dizer que pessoas como Frei Galvão eram, antes de tudo, felizes por fazerem a vontade de Deus; aí está a marca da santidade: a fé que nos sustenta, nos dá a liberdade e a felicidade”. Encerrou convidando a todos para que busquem a cada dia a felicidade. “Os santos existem para que possamos imitar suas ações, com a conversão pessoal a cada dia, que nos leva a dar o

testemunho de Jesus Cristo e nos tornará mais felizes tal qual o nosso padroeiro, Santo Antonio de Sant’Ana Galvão”, finalizou. No encerramento da missa, dom Edmar e os padres abençoaram medalhas com a oração de Frei Galvão, que foram distribuídas para todos os participantes. Terminada a novena, a comunidade festejou a data do padroeiro com festa que durou da sexta-feira, dia 25, até o domingo, 26.

Sábado (2)

Domingo (3)

Segunda-feira (4), 20h30

8h, missa no Cemitério São Pedro (rua Francisco Falconi, 437, Vila Alpina).

10h, Crisma na Paróquia São Pedro Apóstolo – Vila Prudente (rua Ibitinga, 838, Vila Oratório).

Festa do padroeiro da Paróquia São Carlos Borromeu (rua Conselheiro Cotegipe, 933, Belenzinho).

16h, Missa no Cemitério da Vila Formosa (rua João XXIII, 2.537, Vila Formosa).

15h30, Crisma no Colégio Agostiniano Mendel – Paróquia São Carlos Borromeu (rua Conselheiro Cotegipe, 933, Belenzinho). 18h30, Crisma na Paróquia Santo Antônio de Pádua (avenida Monte Magno, 842, Chácara Mafalda).


Entretenimento PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

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© Revistas COQUETEL 2013

Cantora gospel de "Desde o Tamanho da fé neces- Objeto de Primeiro Momento" Jardim sária para transportar estudo da onde Je- um monte (Mt 17:20) Semiótica Bolo de (?): a ele se assemelha(pl.) sus suou va o sabor do maná (Êx 16:31) sangue (Lc 22:44) Alimento multiplicado por Jesus (Mc 8:1-9)

Nicodemos (Jo 3:1)

Destinatário de uma epístola de Paulo (?) Clézio, Nobel de Literatura de 2008

Aumentar (a velocidade de)

A (?): sem rumo Norma; preceito Museu paulistano

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Cântico de louvor e alegria (p. ext.)

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(?) kwon do, luta (?) Damme, ator Dispositivo intrauterino (sigla)

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Procure e marque, no diagrama de letras, as palavras em destaque no texto.

Psicólogo Embora seja parte da área médica, a PSICOLOGIA teve seu início com os FILÓSOFOS, na Antiguidade, que procuravam entender a ALMA humana e a relação entre ela e o CORPO. Contudo, com a evolução da CIÊNCIA, sua ACEPÇÃO modificou-se, e hoje é tida como estudo dos FENÔMENOS mentais e comportamentais do ser humano. Assim, procura ajudar os indivíduos a enfrentarem suas dificuldades psíquicas e a encontrarem o EQUILÍBRIO entre a razão e a EMOÇÃO, visando ao autoconhecimento. O psicólogo não atua apenas na CONSULTA ambulatorial, mas em ESCOLAS (orientação vocacional), em empresas (SELEÇÃO de pessoal, pesquisa de consumidores), em HOSPITAIS (em atendimento a PACIENTES e familiares), entre outros CAMPOS. Essa atividade está subdividida em seguimentos como Psicologia da personalidade, social, compara t i va , d o d e s e n v o l v i m e n t o , experimental e CLÍNICA, a mais conhecida. No dia 27 de AGOSTO, homenageia-se o psicólogo, esse profissional que tanto contribui para uma sociedade mais saudável.

T E A F Q I E Q U I L I B R I O z E I I A Y R O O Q I O A P A C I

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Seminário Vozes e Olhares Cruzados 2 A Missão Paz de São Paulo promove, dia 8 de novembro, das 9h às 18h, a 2ª edição do seminário “Vozes e Olhares Cruzados”, que se propõe a discutir e apresentar experiências de imigrantes e refugiados e seus processos de integração. A entrada é gratuita e mais informações podem ser obtidas no telefone (11) 3340-6952 ou no site www.missaopaz.org.

Agenda Latino-Americana: para recordar e viver Luciney Martins/O SÃO PAULO

O tema “Liberdade, liberdade!”, deu o tom ao lançamento, na sexta-feira, 25, que reuniu pastorais e coletivos sociais

Mensagem de Dom Pedro Casaldáliga

Nayá Fernandes

Especial para O SÃO PAULO

Andando com dificuldade, devido à idade, e vestidos com camisetas azuis, nas quais se lia Movimento de Defesa do Favelado (MDF), chegou um grupo que se juntou a outros grupos para o Lançamento da “Agenda Latino-Americana Mundial 2014”. O evento aconteceu na sexta-feira, 25, no Centro de Pastoral São José do Belém. Com o tema “Liberdade, liberdade!”, a equipe de organização, chamada de “Grupo Amig@s da Agenda”, escolheu cinco coletivos para serem homenageados: o Serviço Pastoral dos Migrantes, o Centro de Direitos Humanos e Educação Popular de Campo Limpo, o MDF, o Comitê Popular da Copa

Luiza Erundina e representantes dos coletivos homenageados no lançamento da Agenda Latino-Americana Mundial 2014

de São Paulo e o Movimento Passe Livre Nacional. Frei João Xerri, dominicano e integrante do Grupo Amig@s da Agenda, ressaltou que a agenda, em primeiro lugar, é um espaço para organizar os eventos anuais, como qualquer outra. “Mas, ao mesmo tempo”, continuou, “estimula a refletir sobre a liberdade e escutar, porque há opiniões diferentes”. Publicada pela primeira vez em 1992, a genda é um projeto de dom Pedro Casaldáliga,

bispo emérito de São Félix do Araguaia (MT), e do padre José María Vigil, teólogo. “Liberdade é um sentimento individual, um apelo natural do ser humano. Mas isso não basta, porque cada conquista não é suficiente. A liberdade não se realiza no plano individual, ela é coletiva”, afirmou Luiza Erundina, convidada a dar seu depoimento sobre o tema. Elisa Helena Rocha de Carvalho, Teca, 69, participa do lançamento há 23 anos. “O

primeiro foi na Livraria Cultura e dom Pedro apenas deu os autógrafos. Então, o pessoal pediu que ele falasse, porque queriam escutá-lo e assim, no ano seguinte, promovemos um evento maior.” O lançamento acontecia no Parlamento Latino-Americano e reunia tanta gente que mudou para o Sesc Vila Mariana. “Hoje, diminuiu o número de pessoas, mas isso está relacionado ao modelo de Igreja que vivemos”, avaliou Teca.

Somos o povo da memória. O Primeiro Testamento insiste em estimular a memória com a palavra que é uma espécie de fórmula de identidade nacional: “Recorda, Israel”. E o Novo Testamento nos entrega a herança da memória da Páscoa: “Fazei isto em memória de mim”. É selo de identidade cristã celebrar a memória do mistério pascal. Juntamos a celebração da memória martirial com o lançamento da Agenda Latino-Americana, que tem por tema, este ano, o dom e o desafio da “Liberdade”. Somos o povo da Liberdade também. Livre “com aquela Liberdade com que Cristo nos Libertou”, e queremos viver agradecidamente esse precioso dom. Fazer de cada um , cada uma de nós, uma vivência de Libertação no dia a dia e a militância libertadora de todo cativeiro. “Agenda” significa “o que se tem de fazer”, que é o programa do Reino, o sonho do Deus de Jesus. Revolucionar as estruturas caducas, na sociedade e na Igreja, e construir um tempo novo, um Kairós de Graça, felizmente propiciado pela chegada do papa Francisco. Vamos lutar com renovado entusiasmo, sem medo e sem ambiguidades, com uma esperança do tamanho da nossa utopia, que é a utopia de Jesus, o Reino do Pai.

Todos os anos, o Bispo do Araguaia participava do lançamento, até que sua saúde permitiu.

Juventude debate as manifestações ocorridas em junho Pastoral da Juventude

Edcarlos Bispo de Santana

Reportagem na zona oeste

A Pastoral da Juventude (PJ) da Arquidiocese de São Paulo, em parceria com o Anchietanum e demais entidades que trabalham com a juventude, como, por exemplo, o Centro de Capacitação da Juventude (CCJ) e o Instituto Paulista de Juventude (IPJ), realizou, no sábado, 26, a atividade intitulada “Tardes de Formação”. Neste encontro, os jovens participantes debateram sobre as manifestações acontecidas em São Paulo, e no Brasil, no mês de junho e julho. “Além das manifestações: Formas de participação política da juventude”, era o tema do encontro, que teve, em um primeiro momento, a assessoria do professor de Gestão Pública da USP Leste, José Carlos Vaz. “Esse movimento de junho

‘Tardes de Formação’ acontece no Colégio Anchietanum e reúne grupos de jovens para debater as manifestações de junho

foi um movimento catártico, mas ele não se repete na mesma forma e, na verdade, é preciso avançar agora na organização da juventude em torno de assuntos-chave que são importantes para a transformação da sociedade, se não é muito fácil

que a juventude fique presa de manipulações que venham daí” afirmou o professor. Para Vaz, é preciso que haja uma formação estendida, para que não se corra o risco de se viver de “manifestações em manifestações”. O professor

abordou o papel da internet, em especial o das redes sociais, principalmente no seu papel convocatório, porém, para ele, é preciso pensar sobre o poder “mobilizador” da rede, mas também pensar sobre o papel que ela tem na “amplificação”

da discussão e debate dos temas manifestados. Os jovens foram divididos em grupos e abordaram os diversos aspectos das manifestações e da ação pós manifestações. Rodrigo Amaral Gomes, da equipe de coordenação da PJ arquidiocesana, afirmou que é importante debater sobre as manifestações, pois elas foram “um espaço de protagonismo juvenil, no qual os jovens puderam ir à luta pelos seus direitos”. Antes do encerramento do encontro, foi falado sobre as articulações da juventude para a participação do Conselho Municipal de Juventude. Atual representante no Conselho, o jovem Andersom Gonçalves de Brito (Dinho), da Diocese de São Miguel, convocou os jovens para se organizarem para as próximas eleições e ocuparem os espaços públicos destinados a eles.


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Comissão Justiça e Paz apoia atitude do coronel Reinaldo “A atitude sensata do coronel Reinaldo em resposta a covarde agressão de que foi vítima serve de antídoto aos que pretendem utilizar as ações de criminosos e provocadores para criminalizar as manifestações sociais legítimas e necessárias.” Trecho da Carta Aberta ao Governador da Comissão Justiça e Paz, com moção de apoio a atitude do coronel Reinaldo.

PUC-SP cria Cátedra sobre Nova Evangelização Luciney Martins/O SÃO PAULO

Com o nome do beato João Paulo 2º, ambiente universitário foi instalado na Faculdade de Teologia Edcarlos Bispo de Santana reportagem na zona sul

No dia 22, terça-feira, a Igreja celebrou a memória litúrgica do bem-aventurado João Paulo 2º. Nesta data, há 35 anos, o cardeal Karol Wojtyla, então arcebispo da Arquidiocese de Cracóvia (Polônia), foi eleito Papa. Essa mesma dada, foi escolhida pela Faculdade de Teologia da PUC-SP, para ser inaugurada a “Cátedra João Paulo 2º para estudos avançados sobre a Nova Evangelização”. De acordo com o padre Valeriano dos Santos Costa, diretor da Faculdade de Teologia da PUC, a Cátedra será “uma instância de estudo, uma instância provocativa”. “A Cátedra é um expediente da universidade, ela é um ambiente universitário para provocar estudos e pesquisas sobre aquele tema que se propõe, não é a única da PUC, mas com certeza será a que mais vai se entusiasmar pelo trabalho que tem

‘Cátedra João Paulo 2º para estudos avançados sobre a Nova Evangelização’ é instalada pelo cardeal Scherer na Faculdade de Teologia da PUC-SP, dia 22

pela frente”, afirmou o diretor. Aluno da pós-graduação, Marivam Soares Ramos destacou que a instalação da Cátedra “parece muito oportuna, principalmente por conta dos desafios que aparecem hoje na sociedade. A Igreja sempre e cada vez mais está inovando e sendo provocada por conta desses novos desafios”. Durante sua fala, na cerimô-

nia de instalação da Cátedra, o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano e grãochanceler da PUC, destacou que a “preocupação da Igreja com a Nova Evangelização não é nova”, pois mesmo sem empregar esse conceito, “já houve vários momentos de ‘Nova Evangelização’, que sempre trouxeram um bom fruto de renovação da vida e da missão da Igreja”.

O Cardeal manifestou ainda o desejo de que a Cátedra “ajude a difundir mais a consciência sobre a urgente tarefa da Nova Evangelização; a recolher o muito que já se escreveu sobre o tema; a reunir as muitas experiências da Nova Evangelização, já realizadas na Igreja no Brasil e na América Latina, e a promover uma reflexão e análise teológica pastoral sobre ela”.

Para a reitora da PUC-SP, professora doutora Anna Maria Marques Cintra, a instalação da “Cátedra João Paulo 2º para estudos avançados sobre a Nova Evangelização”, representa um “momento histórico para a PUC”. A Reitora disse acreditar muito na pesquisa e na capacidade de reflexão das pessoas que se juntarem à Cátedra.

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Setor jovem do Pontifício Conselho para os Leigos tem novo responsável Padre João Wilkes Rebouças Chagas Júnior, missionário da Comunidade Católica Shalom, é o novo responsável pelo Setor Jovem do Pontifício Conselho para os Leigos. A função era exercida pelo Padre Enric Jaquinet, da Comunidade Emanuel. Dentre as atividades do setor, está a organização das Jornadas Mundiais da Juventude.

Ordenação sacerdotal na Diocese de Guarulhos Pascom/Diocese de Guarulhos

Os diáconos Cássio Fernando e Pedro Nacélio foram ordenados no sábado, 26, em missa presidida por dom Odilo Redação

“Creio que seja importante reavivar sempre em nós esta realidade que, frequentemente, damos por descontada em meio a tantas atividades do dia a dia: ‘Não fostes vós que me escolhestes, mas eu que vos escolhi’, diz-nos Jesus (Jo 15,16). Significa retornar à fonte do nosso chamado.” A exortação é do papa Francisco e foi pronunciada na missa por ocasião da JMJ Rio-2013, com os bispos, sacerdotes e seminaristas, no sábado, 27 de julho. Com esse espírito, a Igreja concedeu aos diáconos Cássio Fernando e Pedro Nacélio, da Diocese de Guarulhos (SP),

Pela imposição das mãos do Arcebispo de São Paulo, jovens diáconos recebem o sacramento da Ordem

pela imposição das mãos do cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo da Arquidiocese de São Paulo, o sacramento da Ordem, em missa por ele presidida. A celebração aconteceu no sábado, 26, na Catedral Nossa Senhora da Conceição de Guarulhos, que lotou com a

presença do administrador diocesano, padre Antônio Bosco, demais padres e um grande número de familiares e amigos. Durante o rito de ordenação, dom Odilo pediu que as famílias rezassem pelos sacerdotes. “Deus tem um cari-

nho muito grande pelas mães dos padres”, disse. Ele entregou uma imagem de São João Maria Vianey, Padroeiro dos Sacerdotes, para os neo-ordenados. “A Igreja muito se alegra pela presença de novos sacerdotes em seu meio, agradecendo a Nossa Senhora das Vocações pelo sim verdadeiro dado pelos padres Cássio e Pedro”, comentou o casal Alexandre e Adriana [sobrenome não identificado], da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no site da Diocese. Com 32 anos de história e uma população em torno de 1 milhão e trezentos mil habitantes, a Diocese conta com 39 paróquias, 165 comunidades, mais de 50 padres; 15 congregações religiosas femininas, e a Congregação Religiosa masculina dos padres Teatinos. Padre Pedro se tornará administrador paroquial da Paróquia Santa Rosa de Lima e Santuário Bom Jesus da Cabeça, enquanto o padre Cássio Fernando será administrador paroquial da Paróquia São Vicente de Paula. Colaborou Pascom da Diocese de Guarulhos

Espiritanos irlandeses celebram jubileu missionário no Brasil José Ferreira/Congregação Espiritanos

NAYÁ FERNANDES

Especial para O SÃO PAULO

De Jacobina, na Bahia veio Edvaldo Rodrigues da Silva, 44, diácono na Congregação do Espírito Santo, em latim denominada Congregatio Sancti Spiritus sub tutela Immaculati Cordis Beatissimae Virginis Mariae (CSSp), mais conhecida por padres Espiritanos. Há seis anos na congregação, Edvaldo será ordenado presbítero no dia 14 de dezembro. Ele e muitos outros membros celebraram no sábado, 26, os 50 anos da presença dos missionários irlandeses no Brasil. A missa, em ação de graças, foi na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, na Vila Alpina, presidida por dom Sérgio Eduardo Castriani, Cssp, arcebispo de Manaus (AM). “Estou muito feliz! Estes confrades chegaram ao Brasil com toda a sua cultura, fortemente irlandesa, idioma, e uma experiência de Igreja diferente da América-Latina. Eles assumiram com garra a

Na missa, jovens apresentam teatro sobre os desafios dos primeiros missionários irlandeses no País

missão no alvorecer do Concílio Vaticano 2° e em tempos de ditadura militar. Foi preciso muita abnegação, inculturação e intimidade com Deus”, testemunhou o Diácono ao O SÃO PAULO. Com a igreja lotada e calorosa participação de leigos, os Espiritanos festejaram este cinquentenário da chegada dos

padres David Regan e Enda Watters, que desembarcaram no Rio de Janeiro no dia 9 de setembro de 1963. Padre Jorge Boran, CSSp, irlandês e diretor do Centro de Cursos de Capacitação da Juventude (CCJ), destacou que a missa foi “empolgante e criativa”. Ele ressaltou também a mensagem enviada

pelo cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, lida, logo no início da celebração. Já o padre Patrick é o Espiritano irlandês mais velho no Brasil e trabalha, ainda hoje, no Movimento de Defesa do Favelado (MDF), da Região Belém. Ao recontar a história da congregação, o Padre ressaltou um capítulo acontecido em 1971. “Influenciamo-nos pelo Vaticano 2º, por Medellin e suas ideias de ‘Igreja: povo de Deus’, ‘opção pelos pobres’, a Teologia da Libertação”, destacou o Padre. “Os confrades integraram-se no caminhar da Igreja na América-Latina. Muitos destes foram pioneiros em missões no Estado de Rondônia, erigindo comunidades num tempo difícil de perseguição; estenderam-se no semiárido nordestino, em Juazeiro (BA) e nas periferias de cidades grandes. Por isso, e por tantos outros motivos, celebramos com alegria este jubileu de vidas alegremente imoladas para a construção do Reino”, afirmou Edvaldo.


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Conselho Episcopal Latino-Americano realiza encontro sobre Teologia Indígena Com o objetivo de avaliar, discernir e refletir quais aspectos da cultura indígena podem ser incorporados à prática da religião católica, será realizado em Bogotá, na Colômbia, o 5º Simpósio sobre a Teologia Indígena. Promovido pelo (CELAM), Conselho Episcopal Latino-americano, o encontro acontecerá em maio de 2014.

Livro rememora feitos do ‘Cardeal da Resistência’ Luciney Martins/O SÃO PAULO

Vida e atos de dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito, são retratados em obra escrita pelo jornalista Ricardo Carvalho Daniel Gomes

Reportagem no centro

Ele nunca possuiu conta em banco, mas, alvo do Regime Militar, teve seu nome registrado em 46 fichas do Departamento de Ordem Política e Social (Dops). Curiosidades como essas e relatos sobre os feitos daquele que foi arcebispo de São Paulo, entre 1970 e 1998, estão no livro “O Cardeal da Resistência – As muitas vidas de dom Paulo Evaristo Arns”. De autoria do jornalista Ricardo Carvalho, com colaboração de Antonio Carlos Fester, Inês Caravaggi e Maria Angélica Rittes, o livro, viabilizado pelo Instituto Vladimir Herzog e o Ministério da Cultura, foi lançado na quarta-feira, 23, na Li-

Ricardo Carvalho, autor do livro sobre dom Paulo Evaristo Arns, autografa obra em evento de lançamento, no dia 23

vraria Cultura do Conjunto Nacional, no centro de São Paulo. Segundo Carvalho, com 312 páginas e dividida em 65 capítulos, a obra é uma biografia ilustrada da vida de dom Paulo e também traz relatos daqueles que vivenciaram momentos marcantes com o Cardeal. “Ele foi a luz do farol. Um progressista comprometido com a luta

do povo, com a denúncia da tortura, com a defesa dos direitos humanos. Considero dom Paulo um dos cinco brasileiros mais importantes do século 20. Para São Paulo, então... O que este homem fez, especialmente pelos pobres. Com 5 milhões de dólares com que vendeu o Palácio Episcopal, construiu 1.200 centros co-

munitários”, lembrou o autor. Padre Ubaldo Steri, primeiro articulador da construção desses centros, na chamada Operação Periferia, esteve no lançamento do livro. “Dom Paulo foi um grande inovador, que realizou logo o espírito e o programa do Concílio Ecumênico Vaticano 2º: se abriu para o povo, para a Igreja-comuni-

dade, valorizando os leigos e a mulher.” Maria Angélica, colaboradora do livro, por 33 anos trabalhou na comunicação da Arquidiocese. Ela explicou que, para a elaboração da obra, houve consulta ao Arquivo Metropolitano, a edições do jornal O SÃO PAULO, a uma autobiografia de dom Paulo, além de entrevistas com aqueles que tiveram proximidade com ele, como os bispos auxiliares de São Paulo à época e os familiares do cardeal Arns, que contribuíram especialmente com fotografias. “O livro é uma fotorreportagem, mas há coisas que ninguém nunca havia contado, particulares de dom Paulo.” Entre os relatos inéditos estão os de Maria Angela Borsi, que por 40 anos foi secretária particular de dom Paulo. “A gente temia pela segurança dele, mas como é uma pessoa maravilhosa, com seu carisma franciscano, com sua jovialidade, se ele tinha temores, não deixava a gente perceber”, comentou. “Dom Paulo é tudo isto: sucessor dos apóstolos, um homem de Igreja e esse brasileiro da resistência e da esperança”, complementou.

O SÃO PAULO nos anos de chumbo da ditadura militar Luciney Martins/O SÃO PAULO

NAYÁ FERNANDES

Especial para O SÃO PAULO

“Sinto-me, como cidadão, pertencente a um povo em marcha, que avança à medida que está unido e organizado e fica estancado quando suas lideranças estão envoltas em outros interesses.” O sentimento foi expresso por dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo emérito de Blumenau (SC), no depoimento a Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva. Presidida pelo deputado Adriano Diogo, a Comissão reuniu-se na quarta-feira, 23, na Assembleia Legislativa de São Paulo, para dar continuidade às audiências referentes à Imprensa de Resistência à Ditadura. Entre os depoentes, estiveram Anivaldo Padilha, do Conselho Mundial das Igrejas; Amelinha Telles, da Comissão Estadual da Verdade; Douglas Mansur, fotógrafo; e Gilberto Nascimento, jornalista. Padre Júlio Lancellotti, vigário episcopal da Arquidiocese de São Paulo para o Povo da Rua, insistiu na questão dos enterros de indigentes hoje, na capital, feitos em valas comuns e do não cruzamento dos dados de pessoas em

Comissão da Verdade Rubens Paiva promove audiência sobre ‘Imprensa de Resistência à Ditadura’

situação de rua desaparecidas e dos indigentes. Dom Angélico foi diretor do O SÃO PAULO entre os anos 1977 a 2000 e do jornal “Grita Povo”, produzido e divulgado na zona leste. “O que nos guiava, sempre, era a fome e a sede de justiça. Eram os anos de chumbo da ditadura e é de conhecimento histórico que a Igreja em São Paulo se colocou decididamente na defesa da justiça social, contra a cen-

sura e a favor da liberdade”, afirmou. O Bispo recordou que o Semanário sofreu censura prévia, sobretudo dos anos 1971 a 1978, e teve um exemplar falsificado, no qual o cardeal dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo à época, pediria perdão por colocar-se contra a ditadura. A edição é do período de 20 a 26 de agosto de 1982. A tese de doutorado do padre Antônio Aparecido Pereira, atual diretor do

Semanário: “A Igreja e a Censura Política à Imprensa no Brasil 1968-1979: com particular atenção à censura ao semanário arquidiocesano O SÃO PAULO”, foi citada pelo Bispo como documento histórico para reconstruir e manter viva esta história. “Assim, todo jornal de Igreja, em minha opinião, que não queira ser um jornal de sacristia, de assuntos secundários, deve ter um compromisso com a defesa do povo, com a moradia, trabalho, justiça, saúde, educação”, ressaltou o Bispo. Na audiência, frei João Xerri, dominicano, contou à reportagem que cedeu seu lugar para Amelinha Telles. “Quando vi que na mesa não tinha nenhuma mulher, convidei-a para ficar no meu lugar. Afinal, ela viveu a ditadura e, neste ano, faz 40 anos que foi presa”, disse. “Meu marido, César Telles, e dom Angélico foram correspondentes e quero agradecer porque isso nos deu força. Muitas vezes, não sabíamos se iríamos desaparecer no dia seguinte. E havia uma esperança que vinha daquelas cartas. Eu não lutei sozinha”, reforçou Amelinha.


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