O SÃO PAULO - edição 2977

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Nova diretoria do Centro Santo Dias é eleita

Matthias Grenzer fala sobre Chico Mendes

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo

Cônego Laerte Vieira completa 82 anos

Em SP, Pastoral busca 10% a mais de líderes

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ano 58 | Edição 2977| 5 a 11 de novembro de 2013

R$ 1,50

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Por uma comunicação democrática O 8º Mutirão Brasileiro de Comunicação, realizado em Natal (RN), de 27 de outubro a 1º de novembro, refletiu sobre a “Comunicação e participação ci-

dadã: meios e processos”. O encontro, sediado na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), teve intensa participação acadêmica, com conferên-

cias apresentadas por professores das universidades federais de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Norte. No último dia do evento, foi

anunciado que a Arquidiocese de Vitória (ES) receberá, em 2015, de 15 a 19 de julho, o 9º Muticom. Página 24

Edcarlos Bispo de Santana/O SÃO PAULO

plataforma sinergia

pastoral dos migrantes

Projeto combate a fome com o fim do desperdício

SPM realiza assembleia nacional em SP

Fundada em 2008, a Plataforma Sinergia desenvolveu tecnologia para produção da farinata, um alimento feito a partir de outros em bom estado e prontos para consumo, que seriam descartados. Iniciativa ganha destaque com a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, em 2014, e proximidade do lançamento, em 10 de dezembro, pelo papa Francisco, de uma campanha internacional de combate à fome, que atinge 1 bilhão de pessoas no mundo.

Entre os dias 1ª e 3, na zona sul de São Paulo, o Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM) realizou sua 16ª Assembleia Nacional com o tema: “O Bem Viver na missão com os migrantes”. O evento contou com a presença do bispo referencial do SPM, dom Luiz Ferreira Salles, e tratou sobre desafios e prioridades da Pastoral e os novos movimentos migratórios, externos e internos. Um dos temas abordados foi o trabalho escravo de imigrantes nos canaviais.

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De diversas dioceses, participantes do 8º Muticom discutem “Comunicação e participação cidadã: meios e processos”

Em manaus

Em 2 de novembro

Equipe de Comunicação/Igreja Católica na Amazônia Legal

1º Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal

no memorial da américa latina

Dia de Finados no Araçá e no Gethsêmani Anhanguera No Dia de Finados, O SÃO PAULO acompanhou o Ato Inter-Religioso em Memória dos Mortos e Desaparecidos, no cemitério do Araçá e a missa presidida pelo cardeal dom Odilo Pedro Scherer no cemitério

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Luciney Martins/O SÃO PAULO

Gethsêmani Anhanguera. O Semanário manterá também, durante o mês de novembro, a coluna ‘Cremos na vida eterna’, que tratará sobre temas escatológicos. Página 13 Luciney Martins/O SÃO PAULO

Henry Sobel recorda ato inter-religioso de 1975

Tráfico de pessoas, degradação da natureza, formação de agentes de pastoral, atenção à juventude, comunidades cristãs de base e os grandes projetos, como as hidrelétricas, foram os principais temas debatidos pelos bispos, coordenadores de pastoral, religiosos, leigos e convidados para o 1º Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal, entre os dias 28 e 31 de outubro, em Manaus (AM).

Após 43 anos de vivência no Brasil, o rabino Henry Sobel retornará aos Estados Unidos. Na quinta-feira, 31, ele foi homenageado no Memorial da América Latina, lembrou-se da celebração inter-religiosa realizada na Catedral da Sé, em 1975, por conta do assassinato do jornalista Vladimir Herzog, e ressaltou a atuação do cardeal dom Paulo Evaristo Arns na resistência à Ditadura Militar.

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Fé e Vida

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 5 a 11 de novembro de 2013 Gabirante

frases da semana

“Se queremos render tributo à memória de Vladimir Herzog, temos que preservar dentro de nós o sentimento de indignação e inconformismo, jamais nos acomodando com a violação dos direitos alheios”. Rabino Henry Sobel, em evento em que foi homenageado em São Paulo

“Se temos água, a terra produz e aí não precisaremos migrar. A minha luta e de todos que querem ficar lá é essa, mas também temos problemas nas áreas da saúde, do transporte e da educação. Quando o pobre demanda com o rico é difícil que tenha a vitória”. Joaquim Pereira Nunes, morador da Comunidade do Córrego Narciso, de Araçuaí (MG).

você pergunta

Espiritualidade

Em Mt 19, 10-12, Jesus fala de eunucos. Como entender?

Jesus Cristo está no meio do caminho

Diretor do O SÃO PAULO, semanário da Arquidiocese de São Paulo

Padre Cido Pereira

O Odeíno, residente no bairro do Jaçanã, em São Paulo (SP), diz que, lendo a Bíblia, se deparou com o texto Mt 19, 1012, no qual Jesus afirma que há eunucos que nasceram assim (o que significa?). Há outros que a si mesmos fizeram eunucos (seriam os padres?). Pode me explicar, padre Cido? Odeíno, este é um dos textos que justifica o celibato dos padres, e de uma forma muito bonita, diga-se de passagem. Vamos lê-lo, frase por frase. Disse Jesus, após falar da dureza do coração do povo de Israel, que fez Moisés permitir uma carta de divórcio à mulher e despedi-la. No começo não foi assim, disse Jesus, e garantiu que só um olhar de cobiça sobre uma mulher e o abandonar a esposa para se casar com outra faz do homem um adúltero. Em seguida, no versículo 10, prossegue Jesus: “De fato, existem eunucos que nasceram assim do ventre materno”. Vamos entender isso: Há homens que nascem impotentes e incapazes para gerar filhos. Isso é natural. Continua Jesus: “Outros foram feitos eunucos por mão humana”. Havia reis casados com várias mulheres, e eles castravam alguns homens para cuidar delas. Enfim, disse Jesus: “Outros, ainda, se tornaram eunucos por causa do Reino dos Céus”. Aqui Jesus claramente se referiu aos que renunciam ao casamento, assumem o celibato para servir com maior liberdade e disponibilidade a construção do Reino de Deus. Isso é muito bonito. Mostra que o celibato tem que ser assumido com liberdade. Não é uma incapacidade congênita ou provocada de amar. Pelo contrário, o celibato dos padres é por um amor maior que ultrapassa os limites de uma família. O padre renuncia ao amor de uma mulher e dos filhos que poderia gerar com ela para amar o Povo de Deus, cada homem e cada mulher que Deus coloca em sua vida. É isso aí, Odeíno. Fique com Deus. Que ele abençoe você e sua família.

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

Frei Patrício Sciadini

Deus sempre escuta o grito do pobre, recorda-nos o salmista. E Jesus, durante a sua vida, sempre se colocou na escuta de todos, especialmente dos mais pobres, dos doentes, dos pequenos. Aliás, ele mesmo quando apresentou a sua missão depois da leitura do texto do profeta Isaías (cf. Lc 4,16), ao fazer a lectio divina do texto, falou pouco, mas disse tudo: “Estas palavras hoje acabam de se realizar!”. E todos os olhos estavam fixos em Jesus. Foram e são as palavras programáticas de um novo caminho da humanidade. Todos os pobres, cegos, coxos, “quer no sentido material, espiritual ou moral”, estão à espera de uma liber-

tação. E para isso é necessário, sim, fazer passeatas, mas de paz. É necessário ser fermento de uma vida nova por meio do amor e do perdão. Se Jesus fosse uma verdade desconhecida, escondida, deveríamos buscála sem cessar. Mas Jesus é a verdade revelada, manifestada, feita carne. Ele veio, fixou a sua morada entre nós, mas não longe de nós, no nosso caminho. E todos nós, querendo ou não, o encontramos e nos damos cara a cara com ele. Não é possível não encontrá-lo; está no caminho e não serve fugir dele. Ele nos para e nos olha nos olhos. Pode ser que essa imagem não seja compartilhada por todos, mas é a verdade. Ninguém escuta o nome de Jesus sem sentir o desejo de conhecê-lo melhor e mais. É Jesus de Nazaré, o Messias, o Salvador. Eu o encontro no meu mundo, nele me encontro bem, pois me dá a coragem necessária quando peco, para

“Sempre digo que a Pascom não é só fazer um boletim ou um programinha de rádio, isso é meio, consequência de uma Pastoral da Comunicação organizada e sistemática”. Irmã Maria Alba Vega, paulina, em testemunho sobre o Ano da Fé.

me levantar, quando estou triste, para recuperar a alegria, quando estou doente, para saber que a doença me une a ele e a todos os sofredores do mundo. Jesus passou 30 anos na escola do silêncio de Nazaré para poder saber escutar o grito dos outros e reconhecer a voz das suas ovelhas. É ele que preenche o meu coração de paz, mesmo quando ao meu redor escuto o grito justo de quem reivindica pão, saúde, escola, liberdade, mas sem ele todas essas reivindicações cairão no vazio ou nos enganarão por um pouco de tempo. Somente em Cristo há a plenitude. Ele está no nosso caminho, não podemos desviá-lo, é necessário ou abraçá-lo ou bater a cabeça contra ele. Nos dois casos, sempre nos abraça e nos ama. Ele não veio para satisfazer a nossa curiosidade, mas para nos dizer: “Eu sou a Verdade, o Bom Pastor, a Vida, a Liberdade e… Não esqueçais que sem mim nada podeis fazer”.

palavras que não passam

Detectado grave problema de relacionamento PADRE AUGUSTO CÉSAR PEREIRA

O problema da Igreja na sua relação com o mundo atingiu proporções graves. A linguagem defasada fora do contexto do povo dificultava a transmissão da Boa Notícia do Evangelho. Projetava a imagem de uma Igreja arrogante, arredia ao diálogo, fixada em posições irredutíveis. Sem muita preocupação em ser compreendida, contanto que obedecida. O mundo tornou-se indiferente e hostil. Ele desconfiava da transformação do Concílio como se uma nova estratégia disfarçasse a intenção de manter a imposição de decisões a partir do núcleo central para serem cumpridas pela base sem questionamento. O Concílio percebeu que o conceito de comunicação depende da eclesiologia, isto é, de como se entende a natureza e a missão da Igreja. Então, procura responder à pergunta do discurso inaugural de Paulo 6º na segunda sessão:

“Igreja, o que pensas de ti mesma?”. A relações sociais da ética, da justiça, da liconstituição dogmática Lumen Gentium berdade e da fraternidade universal. Não (LG), “Cristo Luz dos Povos”, aborda a se trata de um mundo para a missão da natureza da Igreja: ela tem origem na Igreja, mas da Igreja para a missão no missão que lhe foi confiada por seu fun- mundo. Questionada e desprestigiada, dador, Jesus Cristo. A missão consiste porque alheia ao mundo, a Igreja quer em comunicar a Boa Notícia da vida e da rejuvenescer pelo diálogo na alegria e na liberdade, de preferência aos pobres. “As esperança. João 23, na abertura do Concílio, atuais condições do mundo tornam mais urgente esse dever da Igreja a fim de afirma: “Sempre a Igreja se opôs aos que os homens, hoje, mais intimamente erros; muitas vezes os condenou com a unidos por vários vínculos sociais, técnicos e culturais, Questionada e desprestigiada, alcancem também a total unidade em Cristo” (LG 1). porque alheia ao mundo, a Igreja A Igreja nasceu para ser quer rejuvenescer pelo diálogo na missionária da Boa Notícia (cf. EN 14; Documento de alegria e na esperança Aparecida, Dap, 347). Logo, sem conhecer o espírito da Lumen Gentium será muito difícil enten- maior severidade. Nos nossos dias, porém, a Esposa de Cristo prefere usar o der o espírito do Concílio. A constituição pastoral Gaudium et remédio da misericórdia, não a severiSpes (GS) “Alegria e Esperança”, trata dade: julga satisfazer melhor às necesda missão da Igreja, no serviço que a sidades de hoje mostrando a validade de Doutrina Social da Igreja deverá prestar sua doutrina do que condenando erros... para devolver a alegria e a esperança ao Como mãe amorosa, benigna, paciente, homem moderno, para um mundo re- cheia de misericórdia e de bondade com construído na civilização alicerçada em os filhos separados”.

Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Antônio Aparecido Pereira • Reportagem: Daniel Gomes e Edcarlos Bispo de Santana • Colaboração: Nayá Fernandes • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Assinaturas: Djeny Amanda • Projeto Gráfico e Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Impressão: Atlântica Gráfica e Editora Ltda. • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinatura) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail• A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.


Fé e Vida

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encontro com o pastor

A santidade é para todos

Arcebispo metropolitano de São Paulo

cardeal dom odilo pedro scherer

Quase no fim do Ano da Fé, a celebração da solenidade litúrgica de Todos os Santos nos deu a ocasião para recordar um dos artigos finais da Profissão de Fé da Igreja: “Creio na comunhão dos santos”. O Catecismo da Igreja Católica explica bem essa afirmação de nossa fé nos parágrafos 946 a 987. A Igreja possui um “patrimônio comum”, do qual todos participamos: a santidade, dom do Espírito Santo dado aos discípulos de Cristo. Todos contribuímos para esse patrimônio com nossa vida santa e todos somos por ele também beneficiados. Na Igreja, ninguém é herói solitário: estamos em boa companhia! Isso nos leva a ter uma atenção especial aos santos e santas, que são as testemunhas excelsas de Cristo; a Igreja, ao proclamar um santo, confirma que sua vida foi uma interpretação exemplar da vida cristã e um testemunho luminoso do Evangelho do Reino de Deus no mundo. E como os dons de Deus são inumeráveis, há também numerosas formas de

santidade e de vidas santas. Cada santo, a seu modo, é um exemplo de vida segundo o Evangelho e pode ser imitado pelos outros, sem medo de errar. Nossos santos católicos não são mitos criados pela fantasia humana. São pessoas que viveram num tempo e num espaço, tiveram uma história pessoal, que pode ser conhecida e verificada; eles são os membros da Igreja, que já chegaram lá, onde todos nós queremos chegar um dia. Mas pela “comunhão dos santos”, eles continuam ligados a nós e nós, a eles. Eles são mestres de vida cristã, testemunhas e exemplos de perseverança na fé, muitas vezes vivida em meio a inumeráveis dificuldades. Muitos deles morreram martirizados, proclamando essa fé, que também nós professamos. Penso, por isso, que a vida dos santos seja parte importante da Catequese e da iniciação à vida cristã. Eles já percorreram a estrada que nós somos chamados a percorrer; eles foram discípulos exemplares de Cristo, foram bons cristãos e viveram de modo exemplar as virtudes, que também nós somos chamados a viver. Gosto de retomar a Carta Apostólica Novo millennio ineunte (No início do novo milênio, 2001), do papa João Paulo 2º. É breve, iluminada, programática. Ali se diz que a santidade é a prioridade

das prioridades pastorais: “Não hesito em dizer que o horizonte para o qual deve tender todo o caminho pastoral é a santidade” (cf. n. 30). A santidade é a vocação universal dos batizados, conforme nos ensina o Concílio, ao falar da Igreja (cf. Lumen Gentium, cap. V). A santidade não é uma ilustração opcional à vida cristã, mas a sua própria meta; pela fé e pelo Batismo, estamos em comunhão com aquele que é o santo e a fonte de toda santidade. A santidade é uma das qualidades da Igreja e deve também ser a marca de todos os seus membros: “Esta é a vontade de Deus a vosso respeito: a vossa santificação” (1Ts 4,3). É a vocação de todos os batizados. A programação pastoral deve ser marcada pela busca da santidade. Por isso, diz ainda João Paulo 2º na mesma Carta Apostólica: “Perguntar a um catecúmeno – queres o Batismo? – significa ao mesmo tempo perguntar-lhe – queres ser santo?” (n. 32). A santidade, portanto, não é apenas para alguns poucos, mas para todos os discípulos de Cristo. E o papa Francisco, na homilia da solenidade de Todos os Santos, voltou a lembrar que a santidade tem um caminho, um rosto e um nome: Jesus Cristo. Estar em comunhão com Ele, seguir seus passos, imitar seu exemplo – eis o jeito da santidade.

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editorial

A comunicação na Igreja A Igreja precisa criar uma cultura de comunicação. Os tempos atuais a exigem. Tempos marcados pela explosão de novas tecnologias da comunicação, que interferem profundamente no ato de comunicar, tempos em que a Igreja assume com novo vigor a sua missão evangelizadora, razão de ser de sua existência, tempos em que se faz necessária uma Nova Evangelização para repropor Jesus Cristo a quem foi evangelizado e se esqueceu do anúncio e a quem nunca foi evangelizado. Como pensar uma Nova Evangelização sem os modernos meios de comunicação? Como tornar presente os valores do Evangelho nos ambientes que à primeira vista parecem impermeáveis a eles, sem o uso dos meios de comunicação? E como ser presença cristã nessa ambiência criada pelas novas mídias, pelas redes sociais? Essas perguntas todas e, mais ainda, a busca de respostas para elas estiveram presentes na cabeça e no coração dos 800 participantes do 8º Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom), promovido pela CNBB e realizado em Natal (RN), de 27 de outubro a 1º de novembro. “Comunicação e participação cidadã: meios e processos” foi o tema que motivou agentes de Pastoral da Comunicação e comunicadores da Igreja – leigos, religiosos e padres – numa bonita troca de experiências, avanço e recuos. A Igreja hoje tem seus meios de comunicação. Ela corre atrás do uso competente desses meios, uso competente associado a uma profunda formação cristã dos seus comunicadores. Ela precisa crescer na comunicação ad intra, dentro dela, e precisa crescer na comunicação ad extra, com o mundo à qual ela é enviada. Eventos como o Muticom são carregados de esperança. Dá para imaginar a riqueza de experiências, de propostas de ação, que cada participante levou consigo para seu trabalho na diocese, nas paróquias, nas comunidades. Aqui em nossa Arquidiocese, os nossos meios de comunicação estão prestando um serviço inestimável no anúncio do Evangelho, na integração dos evangelizadores, na convocação do Povo de Deus para a ação evangelizadora e para o exercício da cidadania em vista de uma sociedade mais solidária, fraterna e justa. Oxalá os frutos do Muticom realizado em Natal sejam úteis também à Igreja em São Paulo, que em seu 11º Plano de Pastoral se propõe a ser testemunha de Jesus Cristo à cidade.

mensagem do cardeal Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo

São Paulo, 28.10.2013 Peregrinação do Laicato no Ano da Fé A todos os Leigos/as e às suas organizações eclesiais na Arquidiocese de São Paulo Caríssimos (as), Aproxima-se o encerramento do Ano da Fé – marcado para o Domingo de Cristo Rei, neste ano, dia 24 de novembro. Ao mesmo tempo em que os saúdo com a paz de Cristo, desejo escrever-lhes uma palavra sobre a celebração conclusiva do Ano da Fé. No Domingo de Cristo Rei, celebra-se no Brasil o Dia dos Leigos; todos os batizados são “filhos do Reino de Cristo e de Deus”. Ao mesmo tempo que acolhemos o Reino de Deus como suprema graça, somos todos chamados a participar da edificação do Reino de Deus neste mundo mediante nossa vida na fé. Ao longo deste ano, todos nós fomos encorajados a reavivar nossa fé cristã católica. Vários foram os objetivos propostos:

aprofundar a experiência da fé mediante o renovado encontro pessoal e comunitário com Deus; fortalecer as raízes da nossa fé, mediante a instrução e o estudo das razões que temos para crer e dos conteúdos da nossa fé; testemunhar nossa fé publicamente; renovar a profissão de nossa fé e praticar as obras da fé. Nossa fé é pessoal, mas também de toda a grande comunidade da Igreja, que professa essa mesma fé em toda parte. Temos a mesma fé dos apóstolos, dos mártires, dos grandes pregadores e missionários, dos santos do passado e de hoje! Não estamos sós; ao contrário, estamos em muito boa companhia! Frutos muito desejados do Ano da Fé são a alegria e o encanto da fé; a firmeza e a perseverança na fé; o interesse em progredir na fé e em produzir os seus frutos, mediante a vida santa; a transmissão da fé, com renovado interesse e ardor. A fé, de fato, é um precioso dom de Deus, mas é também a nossa resposta a esse dom. Sem nosso esforço e dedicação na vivência da fé, ela enfraquece e pode até se extinguir em nós. E, sem a luz da fé, a vida perde o rumo e fica sem o brilho da esperança. No encerramento do Ano da Fé, continuemos a pedir, com insistência,

como os apóstolos: “Senhor, aumentai a nossa fé!” (cf. Lc 17,5). Pela fé somos salvos: a fé, como sincera e firme aceitação de Deus e adesão a Ele e como vida na fé. Que nossa fé se fortaleça, cresça e produza frutos abundantes, nutrida por nossos encontros frequentes com Deus: na sua Palavra viva e eficaz; na oração pessoal e comunitária; na participação da missa dominical; na prática das virtudes humanas e cristãs, especialmente da caridade e da justiça. E permaneçamos unidos à Igreja, pois assim não estaremos sozinhos, mas contaremos com a ajuda de tantos irmãos. Destaco também a necessidade de se instruir e de conhecer melhor a fé; sem isso, há o risco de não valorizar a fé da Igreja e até de a abandonar. O que não se conhece, não se ama; o que não se ama, facilmente se deixa de lado e abandona. O Catecismo da Igreja Católica, ou o seu Compêndio, são instrumentos preciosos para a instrução e o conhecimento da nossa fé, da fé da Igreja Católica. Nós precisamos valorizar e usar com frequência o Catecismo. Para o encerramento do Ano da Fé, no Domingo de Cristo Rei, 24 de novembro, Dia dos Leigos, convido todos os leigos da Arquidiocese, especialmente aqueles ligados às diversas

organizações do laicato (Pastorais, Associações, Movimentos, Novas Comunidades e outros grupos) a participar, em espírito de peregrinação, da missa solene, às 11h, na Catedral Metropolitana. Durante a missa, faremos uma solene renovação da Profissão de Fé; faremos também o renovado envio missionário de todos os leigos e de suas organizações, para participarem ativamente da transmissão da fé e da edificação do mundo, segundo Deus, pelo seu testemunho da fé. No Domingo de Cristo Rei, todos também podem obter a graça especial da indulgência plenária, observadas as condições que a Igreja normalmente põe: arrependimento dos pecados e confissão sacramental, participação da Santa Missa, renovação da Profissão de Fé e oração nas intenções do Papa e da vida e missão da Igreja. Enfim, meus queridos irmãos em Cristo, agradeçamos a Deus o dom precioso da fé cristã; por ela, estamos em comunhão com Deus e nos sabemos amados por Ele. Quem tem fé peça a perseverança fiel, até ser chamado para “ver” Deus face a face! E seja generoso em testemunhar e transmitir a fé aos outros. E quem não tem fé, ou tem pouca, continue a procurar e a pedir esse dom. Deus

não nega sua luz, nem esconde seus caminhos a quem os procura de coração sincero! Com o Domingo de Cristo Rei, encerra-se o Ano Litúrgico e inicia-se a Campanha Nacional para a Evangelização, que se prolonga até o 3º Domingo do Advento. Isso nos diz que a fé por nós professada supõe também nosso esforço missionário e evangelizador para que a Boa Nova do amor salvador do nosso Deus chegue a toda a humanidade. Deus quer que todos cheguem ao conhecimento da fé e sejam salvos. Deus os conserve firmes, perseverantes e operosos na fé! Sua graça os acompanhe! “Ó Deus, concedei-nos a graça de uma fé firme, num coração renovado e perseverante, para vos conhecermos como Deus vivo e verdadeiro e Aquele que enviastes, Jesus Cristo! Guiados pelo Espírito Santo, possamos progredir no caminho da fé com o coração repleto de alegria e ser para os outros testemunhas do vosso amor, atraindo-os para vós!”

Card. Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo


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Fé e Vida

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liturgia e vida

33º DOMINGO DO TEMPO COMUM 17 DE NOVEMBRO

palavra do papa

Os santos não são super-homens

Ana Flora Anderson

Pensamentos de paz Neste domingo estamos convidados a refletir sobre a importância da resistência na vida de fé. Os pensamentos de Deus são de paz e não de aflição, diz a antífona do dia. O mundo, porém, vive no meio da aflição. A primeira leitura (Malaquias 3,19-20) apresenta a base de nossa resistência. O profeta afirma que haverá tempos abrasadores, mas Deus promete que os soberbos serão vencidos e nascerá o sol da justiça. Os que resistem conhecerão a salvação. Na segunda leitura (2Timóteo 3, 7-12), São Paulo escreve sobre as divisões dentro das comunidades. Ele ficou sabendo que alguns cristãos vivem à toa, na ociosidade. Quando todos não contribuem para o bem do conjunto, a comunidade e a sociedade enfraquecem. O Evangelho de São Lucas (21, 5-19) narra o ensinamento de Jesus sobre o fim dos tempos. A multidão pede um sinal claro a fim de se preparar para enfrentar o fim. Jesus ensina que em toda a história da humanidade haverá guerras e revoluções, povos e países se atacando mutuamente. Ninguém se engane: ainda não é o fim. Quem crê em Jesus deve resistir e testemunhar. Podem ser perseguidos e presos, mas Jesus lhes dará as palavras certas para a defesa. Todos os que permanecerem firmes ganharão a vida! leituras da semana

SEGUNDA (18): 1Mc 1, 10-15.41-43.54-57.62-64; Lc 18, 35-43 TERÇA (19): 2Mc 6, 18-31; Lc 19, 1-10 QUARTA (20): 2Mc 7, 1.20-31; Lc 19, 11-28 QUINTA (21): Zc 2, 14-17; Mt 12, 46-50 SEXTA (22): 1Mc 4, 36-37.52-59; Lc 19, 45-48 SÁBADO (23): 1Mc 6, 1-13; Lc 20, 27-40

Santos e Heróis do Povo

“Reine em vossos corações a paz de Cristo, à qual fostes chamados em um só corpo” (Cl 3,15) O primeiro santo do dia é Leão Magno (imagem). Foi, sem dúvida, um dos maiores papas da História. Nos anos de 440 até 461, o mundo inteiro se relacionou com esse Papa. Soube levar sua autoridade para regiões conturbadas, orientando o povo tanto na doutrina quanto no esforço da comunhão. No grande Concílio de Calcedônia, em 451, todos exclamaram, ao ouvir sua mensagem: “Pedro falou pela boca de Leão”. Na invasão do terrível Caudilho, Átila, São Leão Magno conseguiu estabelecer a paz, embora três anos depois sofresse outra invasão, por parte do chefe bárbaro chamado Genserico. São Leão Magno conseguiu também, desse novo invasor, que poupasse as vidas e não incendiasse a cidade. De Roma, passa-se a El Salvador, onde morreu o pastor protestante Policiano Albeño López com o sobrinho Raul Albeño Martinez, depois de participarem de uma celebração religiosa, no dia 10 de novembro de 1980. Fonte: “Santos e Heróis do Povo”, livro do cardeal Arns.

Papa francisco No dia 1º de novembro, a Igreja celebra o Dia de Todos os Santos, que, no Brasil, é transferido para o domingo seguinte. Neste dia, o papa Francisco, da janela do seu escritório, no Vaticano, rezou a oração do Angelus com os peregrinos reunidos na praça de São Pedro. Abaixo, parte da mensagem do Papa antes da oração mariana. Os santos não são super-homens, nem nasceram perfeitos. São como nós, como cada um de nós, são pessoas que antes de chegar à glória viveram uma vida normal, com alegrias e tristezas, lutas e esperanças. Mas o que foi que mudou as suas vidas? Quando conheceram o amor de Deus, seguiram-no com

todo o coração, sem condições e hipocrisias; consumiram as suas vidas no serviço dos outros, suportaram sofrimentos e adversidades sem odiar e respondendo o mal com o bem, difundindo alegria e paz. Esta é a vida dos santos: pessoas que por amor a Deus não lhe colocaram restrições nas próprias vidas; não foram hipócritas; gastaram as suas vidas no serviço dos outros para servir o próximo; sofreram muitas dificuldades, mas sem odiar. Os santos nunca odiaram. Compreendam bem isso: o amor é de Deus, mas o ódio vem de quem? O ódio não vem de Deus, mas do diabo! E os santos se afastaram do diabo; os santos são homens e mulheres que têm a alegria no coração e a transmitem aos outros. Nunca odiar, mas servir os outros, os mais necessitados; orar e viver na alegria; esse é o caminho da santidade! Ser santo não é um privilégio de poucos, como se alguém tivesse recebido uma grande herança; todos

nós no Batismo temos a herança de poder nos tornar santos. A santidade é uma vocação de todos. Todos, portanto, somos chamados a percorrer o caminho da santidade, e este caminho tem um nome, um rosto: o rosto de Jesus Cristo. Ele nos ensina a sermos santos. Ele nos mostra o caminho do Evangelho: o das Bemaventuranças (cf. Mt 5, 1-12). O Reino dos Céus, na verdade, é para aqueles que não depositam sua confiança nas coisas, mas no amor de Deus; para aqueles que têm um coração simples, humilde, não presumem que são justos e não julgam os outros, aqueles que sabem sofrer com quem sofre e se alegrar com quem se alegra, não são violentos, mas misericordiosos e buscam ser artífices de reconciliação e de paz. O santo, a santa é artífice de reconciliação e de paz; sempre ajuda as pessoas a se reconciliarem e sempre contribui para que haja a paz. E assim, a santidade é bela; é um belo caminho! Canção Nova - Europa

Tweets do papa

@Pontifex_pt 2- A luta contra o mal é dura e longa; é essencial rezar com constância e paciência. 31 - Um cristão sabe enfrentar as dificuldades, as provações e também as derrotas, com serenidade e esperança no Senhor. 29 - Se os bens materiais e o dinheiro tornam-se o centro da vida, eles apoderam-se de nós e nos escravizam. 28 - Somos todos pecadores. Mas Deus nos cura com uma abundância de graça, misericórdia e ternura.

A tragédia que aconteceu entre o deserto e o mar, no Saara, e deixou 92 mortos foi lembrada pelo papa Francisco na celebração que ele presidiu no cemitério de Verano. O papa Francisco insistiu na esperança, que foi simbolicamente representada pela rosa vermelha depositada sobre uma das sepulturas históricas do cemitério monumental romano, onde o Papa celebrou, retomando uma antiga tradição interrompida há vinte anos.

há 50 anos

Primeira associação de futebol faz cem anos O semanário da Arquidiocese de São Paulo recorda à época o nascimento do futebol. “O dia 26 de outubro de 1963 constituiu um marco inolvidável na história da Associação Inglesa de Futebol. Há cem anos precisamente, surgia essa famosa associação na cidade de Londres.” Outro destaque dado na capa foi a entrevista coletiva concedida pelo general Albino Silva presidente da Petrobras. Os russos foram convidados a dar um parecer a respeito das reservas petrolíferas brasileiras. “O Brasil, quanto ao petróleo, possui uma das mais vastas áreas sedimen-

tares potencialmente prospectivas, bastando dizer que esta área perfaz 3,2 milhões de quilômetros quadrados.” Na seção “Diário do Concílio”, o jornal destacou o episcopado brasileiro. Há também uma lista de prelazias em que a Igreja ainda não alcançou um grau de desenvolvimento organizativo que as torne verdadeiras dioceses. Em outra reportagem, foi abordada a questão do descanso dominical, na qual se recorda, entre outros documentos, a encíclica Mater et Magistra, do papa João 23.

Capa da edição de 10/11/1963


Viver Bem 10ª Bienal de Arquitetura discute mobilidade urbana e direito à cidade

O que: 10ª Bienal de Arquitetura de São Paulo Inscrições: diariamente até 1º de dezembro. (Dom) das 7h às 22 h. Quanto: Grátis Onde: Museu da Casa Brasileira (MCB)

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literatura

dicas de cultura

A 10ª Bienal de Arquitetura de São Paulo está aberta com o tema “Cidade: modos de fazer, modos de usar”. O evento, que tem ênfase em mobilidade urbana e espaço público, conta com exposições, palestras, oficinas, seminários e debates. As atividades são realizadas em 16 lugares da capital paulista: Centro Cultural São Paulo, Sesc Pompeia, MASP, Museu da Casa Brasileira, Centro Universitário Maria Antônia – USP (Ceuma), Praça Victor Civita, Associação Parque Minhocão e Projeto Encontros – Estação Paraíso do Metrô, Casa de Francisca, Casa do Povo, Cemitério do Araçá, Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes, Galeria Choque Cultural, Instituto Lina Bo e P.M. Bardi, Instituto de Arquitetos do Brasil-São Paulo e Teatro Oficina. A programação completa pode ser encontrada no site da 10ª Bienal de Arquitetura de São Paulo (http:// www.xbienaldearquitetura.org.br).

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Campanha da Fraternidade

Avenida Brigadeiro Faria Lima, 2.705 - Jardim Paulistano - Zona Oeste - (11) 3032-3727/2564 Choque Cultural Rua João Moura, 997 - Pinheiros – Zona Oeste - (11) 3061-4051 Centro Cultural São Paulo (CCSP) Rua Vergueiro, 1.000 - Paraíso – Centro - (11) 3397-4002/4064 Estação Vergueiro (Metrô – Linha 1 Azul) Centro Universitário Maria Antonia Rua Maria Antonia, 294 - Vila Buarque – Centro - (11) 3255-7182 Sesc Pompeia Rua Clélia, 93 - Pompeia – Zona Oeste - (11) 3871-7700 Praça Victor Civita Rua Sumidouro, 580 - Pinheiros - Zona Oeste - (11) 3031-3689 Estação Pinheiros (Metrô - Linha 4 Amarela) Estação Paraíso (Metrô - Linha 1 Azul e Linha 2 Verde) Rua Vergueiro, 1.456 - Paraíso - 0800-770-7722 Casa de Francisca Rua José Maria Lisboa, 190 - Jardim São Paulo - (11) 3052-0547 Centro de Formação Cultural da Cidade Tiradentes Avenida Inácio Monteiro, 6.900 - Cohab Barro Branco Auditório do MASP Av. Paulista, 1.578 - Cerqueira César - Zona Oeste - Estação Trianon-Masp (Metrô – Linha 2 Verde) Espaço Casa do Povo Rua Três Rios, 252 - 2º andar - Bom Retiro - Centro Estação Tiradentes (Metrô – Linha 1 Azul) Estação Júlio Prestes (CPTM – Linha 8 Diamante)

vamos cuidar da saúde!

direito do consumidor

VITAMINAS X ANTIENVELHECIMENTO Hoje é comum pacientes chegarem à consulta pedindo vitaminas, achando que se não fizer bem, mal não irá fazer. Isso não é verdade. O uso indiscriminado de vitaminas pode provocar cálculos renais, alteração da acidez da urina e distúrbios gastrointestinais. Teorias de superdosagem de vitaminas como efeito antienvelhecimento não são comprovadas. Então, se você quer mesmo viver mais, com qualidade de vida, comece já a praticar atividade física regularmente, comer frutas e legumes, comer e tomar derivados do leite, ler bastante e ter uma vida social saudável. Isso sim é comprovado em vários estudos que podemos envelhecer como queremos: com qualidade de vida e independência. Dúvidas, dracassiaregina@gmail.com

Diz o ditado popular “o achado não é roubado”. Para o Direito, o bem que é achado tem importância no mundo jurídico, pois se pressupõe a existência de um proprietário. Trata-se da res desperdicta ou coisa perdida. Se a coisa é realmente perdida, de modo que se encontra distante de seu dono, fora de sua esfera de proteção, quem se apropria do bem incide no crime do art. 169, parágrafo único, II, do CP, que é a apropriação de coisa achada. Por esse artigo é crime “quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro do prazo de quinze dias”. Saiba dos seus direitos, consulte um advogado..

Dra. Cássia Regina é medica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF).

O jornal O SÃO PAULO

A Campanha da Fraternidade 2014 aborda o tema Tráfico Humano e se propõe a identificar as diferentes formas e as maneiras de denunciá-las. O Manual da Campanha da Fraternidade reúne todos os subsídios da CF-2014 em um único volume. É acompanhado de um bem elaborado DVD, com temas correlatos ao tráfico humano e é um ótimo instrumento para ser usado na formação dos multiplicadores e agentes de pastorais. Valor: R$ 29,00 – Disponível no site: www.edicoescnbb.com.br ou pelo telefone: (61) 2193-3019

Ronald Quene é formado em Direito

está de cara nova

Assine O SÃO PAULO faça parte você também desta mudança e-mail: assinaturas@osaopaulo.org.br (11) 3666-9660 / 3660-3723 / 3660-3724


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Fé e Vida

direito canônico

fé e cidadania

A conciliação e o direito canônico

O papa Francisco e as mudanças na Igreja

Doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense, do Vaticano e professor da Escola Dominicana de Teologia (EDT)

Edson Luiz Sampel

O Instituto da Conciliação teve origem no direito canônico. Deveras, consoante prescreve o Código de Processo Civil Brasileiro (artigo 447), antes de encetar o julgamento propriamente dito, o juiz tem de admoestar as partes à composição amigável. Hoje em dia, o Conselho Nacional de Justiça, em todas as regiões do Brasil, está desenvolvendo uma ampla campanha com vistas na celebração de acordos judiciais. Em muitos lugares, erigiram-se gabinetes de conciliação ou centrais de conciliação. Ao que tudo indica, o influxo benfazejo dos valores cristãos está a permear as próprias instituições do Estado, com o recrudescimento das políticas conciliatórias no âmbito do Poder Judiciário. Correspondem à índole do cristianismo as posturas pacificadoras dos conflitos e das lides. Por este motivo, no bojo do direito processual canônico, o juiz precisa envidar esforços ingentes, esmerandose em evitar a instauração de uma demanda (cânon 1713). Felizmente, em nosso país, a conciliação não se limita mais a uma pergunta proforma

do magistrado às partes: há acordo? Ultimamente, o Poder Judiciário encontra-se de fato empenhado em suscitar no espírito dos litigantes a disposição para as boas transações, que, na medida do possível, deem a cada um o seu direito. Inúmeros institutos jurídicos hodiernos provieram do direito canônico. O processo escrito nasceu no ordenamento legal da Igreja Católica. A figura do advogado é, outrossim, criação da canonística. Além disso, o registro público, a pessoa jurídica, entre outros elementos relevantes do direito estatal, foram gestados nas entranhas das leis eclesiásticas. Oxalá haja cada vez mais operadores do direito comprometidos com a conciliação! Conciliar-se implica reconciliarse, ou seja, passar a viver bem com uma pessoa com quem há pouco contendíamos. É a virtude teologal da caridade posta em prática, inculcando seus imperativos nas estruturas jurídicas do Estado laico. É a doce força do argumento católico, que prefere a conciliação ao embate processual. No mês que vem, entre os dias 2 e 6, será realizada na cidade de São Paulo a Semana Nacional de Conciliação (Parque da Água Branca). Se você estiver envolvido em um processo judicial, veja com seu advogado a possibilidade de agendar uma audiência de conciliação.

TRF3 ABRE CONCURSO PÚBLICO PARA ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO As inscrições podem ser feitas no período de 4 a 29 de novembro O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) abriu concurso público para os cargos de Analista Judiciário e Técnico Judiciário, para preenchimento de vagas do quadro de pessoal do órgão e das Seções Judiciárias de São Paulo e Mato Grosso do Sul. A remuneração inicial para o cargo de Analista Judiciário é de R$ R$ 7.566,42 e para Técnico Judiciário é de R$ 4.635,03. As vagas disponibilizadas para quem tem o ensino superior completo são de Analista Judiciário – Área Judiciária e Oficial de Justiça Avaliador Federal (para os dois cargos é necessária a formação em Direito), também há vagas de Analista Judiciário – Área Apoio Especializado – Especialidades: Arquivologia, Biblioteconomia, Contadoria, Engenharia Civil, Engenharia Mecânica, Informática (Análise de Sistemas, Banco de Dados, e Infraestrutura), Medicina (Cardiologia, Ortopedia e Psiquiatria), Psicologia do Trabalho e Serviço Social. Para os candidatos ao cargo de Técnico Judiciário, com ensino médio completo (antigo 2º grau), as vagas são: Técnico Judiciário – Área Administrativa, além de Técnico Judiciário – Área Apoio Especializado – Especialidades: Segurança e Transporte, Telecomunicações e Eletricidade, Contabilidade, Enfermagem, Informática e Segurança do Trabalho. As inscrições serão realizadas, exclusivamente, via internet, no site da Fundação Carlos Chagas, no período das 10 horas do dia 04/11/2013 até 14 horas do dia 29/11/2013 (horário de Brasília). A taxa de inscrição é de R$ 75,00 para todos os cargos de Analista Judiciário e de R$ 65,00 para os cargos de Técnico Judiciário. As Provas Objetivas, Estudo de Caso e de Redação serão realizadas nas cidades de Araçatuba, Bauru, Campinas, Marília, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo e Sorocaba, no Estado de São Paulo, e em Campo Grande e Dourados, no Estado de Mato Grosso do Sul, conforme opções de Unidade de Classificação/Cargo/Área/Especialidade e Cidade de Realização das Provas indicadas pelo candidato no Formulário de Inscrição, com previsão de aplicação para o dia 19/01/2014, nos seguintes períodos: a) no período da MANHÃ: cargos de Técnico Judiciário - todas as Áreas/Especialidades; b) no período da TARDE: cargos de Analista Judiciário - todas as Áreas/Especialidades. O concurso será realizado sob a responsabilidade da Fundação Carlos Chagas. O Edital foi publicado hoje, 30 de outubro, no Diário Eletrônico da Justiça Federal da 3ª Região, Edição nº 202/2013 e está disponível para consulta no site do Tribunal Regional Federal da 3ª Região – www.trf3.gov.br. Assessoria de Comunicação Social do TRF3 - 3012-1329/3012-1446 Email: imprensa@trf3.jus.br

Padre Alfredo José Gonçalves

Nem precisaria lembrar que o papa Francisco (Jorge Mario Bergoglio) não é a Igreja. Mas, se de um lado isso é verdade, não é menos certo que sua figura representa a voz mais autorizada da mesma. Em suas mãos está o leme desta frágil embarcação, em seu poder a possibilidade de uma guinada, por menor que seja, quanto ao rumo da barca de Pedro. Esta, ao longo dos tempos, sempre navegou em águas mais ou menos agitadas, como o são as ondas das mudanças históricas. Diga-se de passagem que tudo o que dilacera o tecido socioeconômico e político-cul-

tural no seu conjunto – medos e angústias, dúvidas e perguntas, crises e turbulências, contradições e assimetrias – dilacera igualmente a Igreja e seus fiéis. Dita embarcação não goza do privilégio de imunidade diante dos mares bravios da trajetória humana. Um voo de pássaro sobre o pontificado de Francisco, numa leitura de caráter meramente pastoral, revela indícios de que essa nave bimilenar pode, sim, sofrer mudanças de rota. E que as mudanças podem, sim, ser positivas. Em relação à linguagem, tornaram-se emblemáticas as expressões do papa Francisco. Não tanto pela transmissão de novos conteúdos, mas pela novidade da linguagem. Sobre os discursos de natureza acadêmica, racional e conceitual, prevalece o colóquio direto,

simples, facilmente inteligível. Em lugar do recheio rebuscado de citações dos Santos Padres, da Escolástica ou dos documentos de seus predecessores, por exemplo, adquire maior importância o apelo ao modo de falar cotidiano, utilizado pelas pessoas em casa e nas ruas, nos pontos de ônibus e no metrô, nas feiras e supermercados, nos açougues e padarias... Não se trata, evidentemente, de contrapor um tratado bíblico-teológico a um diálogo informal entre amigos. Ambas as linguagens têm sua legitimidade e seu lugar. O que o papa Francisco tem feito é dirigir-se às pessoas com as palavras que lhes são mais familiares e compreensíveis. Uma prática presencial, espontânea e amiga substitui a pretensão da cátedra, da doutrinação ou do púlpito.

espaço aberto

Educação que liberta Centro de Referência Paulo Freire

João Baptista Herkenhoff

Dois modelos de educação podem ser concebidos. Um que se opõe a todas as mudanças estruturais porque defende a imobilidade social. “Que fique tudo como dantes no quartel de Abrantes”, como se dizia antigamente. Outro que pretende desnudar a realidade. Denuncia a injustiça do sistema. Nega a ideia de que alguns nascem para dominar e outros para serem dominados, segundo o dito popular: “Quem nasce para boi nunca chega a ferrão”. Discorda também de uma mudança de papéis entre opressores e oprimidos, conforme retratado com sutileza pelos versos de João Mulato e Douradinho: “Na boiada já fui boi, o carreiro me bateu, o carreiro virou boi, o ferrão agora é meu”. O mundo pretendido pela educação libertadora é um mundo de fraternidade, sem espada e sem ferrão, sem coronéis que ordenam e boiada que obedece. O projeto final da educação libertadora é contribuir para que as pessoas sejam agentes de transformação do mundo, inserindo-se na História. Não foi por acaso que Paulo Freire (foto) foi preso pela ditadura de 1964, nem foi sem motivo que o emérito educador foi obrigado a se exilar durante aquele sombrio tempo de Brasil.

Paulo Freire afirma que a educação libertadora busca desenvolver a consciência crítica de que já são portadores os educandos. Parte da convicção de que há uma riqueza de ideias, de dons e de carismas no cotidiano dos interlocutores. 1964 quis decretar a verdade, a democracia, o patriotismo: “Brasil, ame-o ou deixeo”. Se você não concorda com o modelo de Brasil imposto pelas armas, seu destino é pegar o avião e partir, ou fugir a pé pelas fronteiras. Sem dúvida, os ideólogos de 1964 leram Paulo Freire e perceberam que a proposta educacional de Freire não se coadunava com o modelo autoritário. Fala-se agora em estabelecer como norma constitucional a destinação de dez por cento do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação pública. Os

jovens que marcham nas ruas aprovam esta tese, que foi erguida nas bandeiras de reivindicações. Aprovo com veemência a proposta. Determinar que um décimo do Produto Interno Bruto seja endereçado à educação pública é uma grande vitória. Isto vai trazer como consequência a construção de novas escolas, a reforma e a ampliação das existentes, a contratação de mais professores e o aperfeiçoamento dos que já estão no quadro, a melhoria dos salários dos mestres, que hoje ganham muito pouco. Mas voltemos a Paulo Freire. Que os dez por cento do PIB, o incremento das verbas e tudo o mais que se pede, neste momento da vida brasileira, comunguem com os anseios de uma educação libertadora. Dez por cento do PIB para um tipo de escola que edifique justiça, liberdade e solidariedade.


Igreja em Ação

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Apostolado da Oração

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bioética Arquivo Loyola

México 2014: Sede Mundial da Bioética (1) padre leo pessini

Apostolado tem dia de formação e espiritualidade fabiana@loyola.com.br Mais de 200 associados do Apostolado da Oração (AO) e representantes do Movimento Eucarístico Jovem (MEJ) marcaram presença no 8º Encontro Nacional do Apostolado da Oração, que ocorreu no sábado, 26 de outubro. Eles vieram de São Paulo – capital e interior – e também de outros Estados, como Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pernambuco e Mato Grosso do Sul. O secretário nacional do Apostolado da Oração e do MEJ, padre Otmar Jacob Schwengber, explicou que o movimento, a serviço das dioceses e das paróquias há aproximadamente 170 anos, vive hoje intensas mudanças que estão renovando e fortalecendo ainda mais a associação. Com a palestra “O novo kairós no Apostolado da Oração”, padre Otmar refletiu com os participantes sobre a diferença entre kairós e khronos. Segundo ele, kairós, palavra da língua grega, significa “o momento oportuno”. O termo é usado também na teologia para descrever a forma qualitativa do tempo, como o “tempo de Deus”. Já khronos é de natureza quantitativa, e pode ser medido pelas horas, pelos dias e pelos anos. Para o secretário nacional, o Encontro do AO “foi um momento único, com

muita animação e troca de experiências em nível nacional, além de fortalecer os laços, transmitindo a ideia de que cada membro é responsável para que a ação missionária aconteça, e de fato este é o tempo da graça de Deus e de um novo sopro na vida e no trabalho do Apostolado”. Padre Otmar comentou ainda que o MEJ tem conquistado espaço e que os centros do AO reconhecem cada vez mais a importância de incentivar os jovens a conhecer a espiritualidade do Coração de Jesus. O coordenador nacional do MEJ, Everson Lima, informou que em 2014 haverá o 2º Encontro Nacional de lideranças do MEJ, previsto para o período de 2 a 4 de maio, no Mosteiro dos Jesuítas, em Baturité, Ceará. Everson disse que o MEJ já está trabalhando para oferecer aos mejistas uma experiência de vivência, partilha e aprendizado. “Iremos disponibilizar dez vagas para cada estado. Em breve, lançaremos um site especialmente criado para as inscrições, com informações sobre o encontro de lideranças jovens.” Ele enfatizou no momento da palestra que “os jovens precisam ser compreendidos e apoiados pelos membros do AO” e que os associados podem, com sua experiência, “incentivar a juventude a viver ao estilo de Jesus”.

Padre Roque Schneider, sj, também apresentou uma palestra, com o tema “Ser Apóstolo e Missionário hoje”. Ele destacou que todo cristão batizado tem a missão de evangelizar. “Para seguir adiante pelas estradas, os carros precisam encostar em algum posto para serem abastecidos. Sem combustível, nem mesmo saem da garagem. A leitura sadia é um admirável posto de reabastecimento intelectual, psicológico e espiritual para enfrentarmos o asfalto e as estradas do nosso cotidiano”, mencionou padre Roque. “O segredo para revitalizar o nosso Apostolado e o MEJ é estar em constante sintonia com o Papa e em conjunto com a nossa paróquia, a diocese e a comunidade; devemos também celebrar a liturgia diária. E precisamos ir além, intensificar nossa vida eucarística e sacramental”, disse padre Roque. Nesta edição, o evento contou, pela primeira vez, com um momento de adoração ao Santíssimo Sacramento, conduzido pelo secretário nacional. “Foi maravilhoso poder fazer este momento com Jesus eucarístico, ter um momento pessoal com Ele e finalizar com a Santa Missa. Com certeza todos saímos renovados”, acrescentou padre Otmar.

desde a formação, e posso afirmar que foi lindo ver o envolvimento de todos/as, as famílias, a paróquia entre outros. Seria muito bom se todos(as) procurassem saber mais sobre sua arquidiocese, o que está acontecendo nas regiões, como podemos colaborar... “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados de coração, a pregar liberdade aos cativos, E restauração da vista aos cegos, A pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor.” (Lucas 4, 18-19).

O São Paulo nos anos de chumbo da ditadura militar e Agenda LatinoAmericana: para recordar e viver (edição 2976)

Se no ano de 2014 o Brasil será a sede mundial do futebol, com a realização do Campeonato Mundial de Futebol, o México será a sede mundial da bioética. Trata-se do 12º Congresso Mundial de Bioética, de 25 a 28 de junho de 2014, promoção da Associação Internacional de Bioética (IAB) em associação com a Comissão Nacional de Bioética do México (Conbioética), e que abordará a instigante temática: “A bioética no contexto global: Ciência, sociedade e indivíduo”. Este evento mundial tem como objetivo geral examinar, a partir de diferentes pontos de vista, as propostas e o desenvolvimento da bioética nos âmbitos da ciência e tecnologia, bem como seu impacto na sociedade e na responsabilidade individual. Outro importante evento internacional programado para o mesmo período do ano, de 22 a 24 de junho, na cidade do México, é a realização da 10ª Cúpula Global de Comissões Nacionais de Ética/Bioética. Este evento tem como objetivo analisar as políticas públicas nacionais e mundiais de ética da saúde e bioética. Na programação, propõe-se como temas preliminares: justiça distributiva e acesso universal aos serviços de saúde; ética na pesquisa; saúde pública e bioética e biobancos. Este evento global na sua essência é um importante fórum de conhecimentos, debates e discussões sobre políticas públicas relacionadas com bioética dos mais diferentes países do planeta. A Bioética no México teve um extraordinário desenvolvimento nos últimos anos. O México conta com uma Comissão Nacional de Bioética (Conbioética), originada já em 1989¸com a liderança do doutor Manuel Velasco Suarez, um dos pioneiros da bioética naquele país. Em 2005, por meio de decreto presidencial, constitui-se como um órgão descentralizado da Secretaria da Saúde, com autonomia técnica e operativa, responsável por definir as políticas nacionais relacionadas com a bioética. (continua na próxima edição)

Por Vanessa Fonseca

espaço do leitor

No mês missionário, jovens vão à periferia (edição 2973) Parabenizo toda a equipe pelo trabalho sério e competente que vem realizando. Quando se trabalha com compromisso e seriedade, colhemos bons frutos. Em especial a matéria sobre a missão jovem com a Pastoral da Juventude (PJ) da Arquidiocese de São Paulo, nos dia 4, 5 e 6 de outubro, com o tema “Juventude e a fé que liberta da opressão” – aprofundando a seguinte reflexão: Como os jovens podem ser protagonistas deste projeto hoje assumindo a sua fé, esta fé que liberta de toda opressão. Pude participar desse momento,

Michele Pereira de Lima – PJ da Região Episcopal Santana

Parabéns pelas matérias, em particular, o modo de ‘sublinear’ a falta de mulheres na mesa. Foi um oportuno alerta para as instituições políticas e igrejas. Frei João Xerri

Redação do jornal O SÃO PAULO. Endereço: Avenida Higienópolis, 890, São Paulo (SP), CEP. 01238-000. E-mail: osaopaulo@uol.com.br Twitter: @JornalOSAOPAULO Facebook: Jornal O SÃO PAULO

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Igreja em Ação

Mundo do trabalho – pastoral operária

Pastoral da Ecologia

Sobre a espiritualidade do trabalho

A gestão dos resíduos domésticos na cidade

padre miguel pipolo

As pessoas trabalham o dia todo e a semana toda, e, na maior parte dos casos, durante toda a vida. É só pensar nos aposentados que buscam emprego nem que seja um “bico”, porque não aguentam o ócio... As duas principais razões pelas quais trabalhamos são: precisamos ou gostamos de trabalhar. As razões religiosas (a espiritualidade) para o trabalho diário não são assim tão claras. O espírito de cada pessoa que trabalha atribui inevitavelmente um significado e um valor a seu trabalho, mesmo àquele que se considera pouco significativo e quase sem nenhum trabalho. Quando se fala do “significado” do trabalho para alguém, fala-se do significado “religioso” do trabalho. Trabalhar é santificante. Será mesmo dentro dos atuais modos de produção da vida material? A incapacidade de enxergar o significado sacro do trabalho o reduz à secularidade e à imanência. O trabalho é trabalho e nada mais que trabalho, seria a única coisa que se poderia dizer dele. Uma “espiritualidade” do trabalho tem de ser criada “pelo” trabalhador, e não “para” ele. Se uma espiritualidade do trabalho desconsiderasse a “experiência pessoal de quem trabalha”, cairíamos numa “ideologia do trabalho”. Uma ideologia do trabalho resulta do pensar de sociólogos, de economistas etc., que ignoram a “minha” experiência, ou a experiência de alguém que trabalha. Desconsiderar a experiência pessoal resulta numa teologia do trabalho. Por outro lado, uma espiritualidade baseia-se no entendimento que se tem de Deus, dos dados teológicos que circundam esse entendimento. Um das mais explícitas passagens do Novo Testamento sobre o significado do trabalho diz que ele produz frutos. A metáfora completa é a da vinha e seus ramos. Jesus descreve seu Pai como “o lavrador” que está podando o ramo que não der fruto, para que “produza mais” (Jo 15). Será difícil encontrar uma imagem melhor para resumir uma espiritualidade do trabalho. Ela resume o seu propósito e valor. Acontece que estamos longe dos tempos e contextos do Novo Testamento. A chamada “Revolução Industrial” produziu um giro de 360 graus na compreensão da atividade laboral e de quem realiza aquela atividade. Seriam os tempos e contextos do Império Romano, dentro dos quais se elaborou o Novo Testamento, tão diferentes assim na era pós-moderna em que vivemos? Afinal, o trabalho escravo está ou não de volta em terras brasileiras?

Desconsiderar a experiência pessoal resulta numa teologia do trabalho. Por outro lado, uma espiritualidade baseia-se no entendimento que se tem de Deus, dos dados teológicos que circundam esse entendimento

ecologia.pastoral@gmail.com No tempo de Cristo, o lixo já era considerado um problema que piora a qualidade de vida das pessoas. No Evangelho escrito por Mateus (Mt 3,12; 18, 8-9), ele fala de um lugar chamado “Geena”, onde há um fogo eterno que consome tudo aquilo que não pode ser purificado. Esse lugar é detectado historicamente como o depósito de lixo da cidade de Jerusalém, para onde todos os seus habitantes levavam a sua carga de lixo. E, para que, esse depósito não ficasse tão grande, a ponto de colocar em risco a saúde das pessoas, misturavam-se pequenas quantidades de enxofre ao lixo e depois se ateava fogo. Ocorre que novas cargas de lixo chegavam ao local antes que o fogo consumisse totalmente a carga anterior, e o depósito de lixo tornou-se assim um lugar de fogo eterno, onde se queimava tudo aquilo que não prestava mais. Esse foi o fato que alimentou a mais forte ideia do inferno como um lugar de fogo eterno, onde se queimam impiedosamente todas as almas impuras. O lixo é um dos maiores problemas que afligem a humanidade. Nos grandes centros urbanos, como São Paulo, milhares de toneladas de lixo são confinadas diariamente em aterros sanitários, lixões, margens de córregos, estradas, terrenos baldios, becos e fundos de quintais. Ele polui a terra onde é diretamente depositado, tornando-a inutilizável por centenas de anos - grande parte da cidade está construída sobre terrenos contaminados. O chorume, líquido malcheiroso que escorre do lixo, infiltra-se pela terra contaminando córregos, lagos, represas, lençóis freáticos subterrâneos. Há indícios de que o Aquífero Guarany, maior reservatório subterrâneo de água do mundo e que está parcialmente localizado embaixo da cidade de São Paulo, já esteja recebendo contaminantes oriundos do lixo. Enfim, por meio de suas reações químicas que produzem gases tóxicos e cancerígenos, como o metano e o arsênio, o lixo também contamina o ar que as pessoas respiram. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu em relatório recente que o ar que se respira nas grandes cidades provoca câncer e doenças respiratórias letais. O simples fato de morar perto de um aterro sanitário aumenta em 20% as probabilidades de uma pessoa vir a desenvolver um câncer. A cidade de São Paulo produz aproximadamente 20 mil toneladas de lixo residencial por dia, que passam pelo sistema oficial de pesagem. Para a maioria das pessoas, trata-se de um problema invisível. Elas pensam que o problema não existe, pois acreditam que a Prefeitura dá uma destinação correta ao lixo recolhido da calçada, mas não é bem assim. Para começo de

conversa, existe muito lixo que não é recolhido pelas concessionárias e acabam emporcalhando as vias públicas e contaminando os mananciais. A parte que a Prefeitura recolhe é transportada e depositada, sem nenhuma forma de tratamento, em um aterro sanitário, que, como a própria palavra diz, é um grande buraco onde a Prefeitura esconde o lixo e joga terra em cima. Para construir um desses aterros, a Prefeitura destruiu em 2010 uma área de mais de 1 milhão de metros quadrados de Mata Atlântica na Área de Proteção Ambiental (APA) Cabeceiras do Aricanduva, que a população local preferia ver transformada em um parque ecológico. Em menos de três anos, o aterro já está se esgotando, a Prefeitura nem realizou as obras de compensação do aterro

dos resíduos que ainda não pode se reciclada (menos de 10% do total). Para implantar esse novo sistema será necessário quebrar o monopólio dos aterros sanitários e permitir que diferentes tecnologias de tratamento de resíduos, inclusive de sua parte orgânica, também possam participar das licitações. A cidade não pode ficar refém dos aterros sanitários. A luta contra o lixo requer um esforço muito grande e deve contar com a colaboração de todas as tecnologias alternativas disponíveis para a minimização de seus impactos negativos. O novo sistema não requer a destruição de uma nova área a cada cinco anos para confinar o lixo; deverá prever que o lixo recolhido deve ser tratado: separado; reciclado; convertido em energia; combustíveis; adubos; fertilizantes; e uma infinidade de Divulgação

construído e já quer construir outro. Se a cidade não mudar a política de aterros, em um futuro próximo precisará jogar lixo na Mata do Carmo, na Serra da Cantareira, na APA Capivari Monos, no Parque do Estado e em qualquer lugar que tenha um restinho de natureza. Fiéis à nossa missão de jardineiros de Deus (cf. Gn 2,15), não podemos nos conformar com soluções velhas que beneficiam apenas os eternos empresários do lixo, por isso elaboramos, junto com os movimentos populares e a assessoria independente da prefeitura e de suas concessionárias, uma proposta de gestão de resíduos em em que o lixo recolhido deve ser tratado: separado; reciclado; convertido em energia; combustíveis; adubos; fertilizantes; e uma infinidade de matérias primas e produtos com alto valor agregado. Para o aterro deve ser destinado apenas aquela parte

matérias-primas e produtos com alto valor agregado. Para o aterro deve ser destinada apenas aquela parte dos resíduos que ainda não pode ser reciclada (menos de 10% do total). Para implantar esse novo sistema, será necessário quebrar o monopólio dos aterros sanitários e permitir que diferentes tecnologias de tratamento de resíduos, inclusive de sua parte orgânica, também possam participar das licitações, incentivar as cooperativas de catadores; criar milhares de empregos; transformar uma atividade dispendiosa para a Prefeitura em uma atividade lucrativa e reduzir a demanda pela extração de novas matérias-primas da natureza. São Paulo não precisa de mais aterros sanitários. Na verdade, a cidade precisa garantir o direito constitucional de um ambiente saudável para a sua população. Por Vicente Pimenta


Geral

Uma pastoral para acompanhar quem sai Luciney Martins/O SÃO PAULO

O SPM realizou sua 16ª Assembleia Nacional, que teve como tema “O Bem viver na missão com os migrantes”

Assembleia Nacional do Serviço Pastoral dos Migrantes acontece em São Paulo

formação de novas lideranças, fortalecimento das parcerias e políticas públicas, luta contra o trabalho escravo, acompanhamento aos jovens no ambiente escolar. O Regional Norte falou sobre a situação dos haitianos em Manaus (AM) e o problema dos trabalhadores nas usinas em Porto Velho (RO). Da região sudeste, ressaltou-se a questão ambiental, o plantio de eucalipto, em Minas Gerais, e as tentativas de desenvolver a agroecologia. Sônia Nunes, secretária executiva na “Missão Paz”, falou sobre o trabalho em São Paulo, que compreende atendimento aos migrantes em situações emergenciais, promoção da cultura, parcerias com universidades, ONGs, Governo e outras instituições, atendimento psicossocial e acolhida na “Casa do Migrante”, além de outros serviços.

Padre Mario Geremia, missionário scalabriniano, apontou três prioridades: articulação e coordenação em rede; formação de novos agentes, e o conhecimento das novas culturas que chegam ao Brasil, “para conseguirmos nos aproximar dos migrantes”, explicou. “As mulheres são contratadas para tirar as pedras e facilitar a passagem das máquinas. Há aquelas que vão atrás com garrafões de água para as que catam pedras e outro grupo que passa veneno nas folhas. O trabalhador de cana continua aí, escondido, como as migrações internas continuam escondidas”, contou José Carlos Pereira, coordenador do SPM em São Paulo, ao falar sobre os deslocamentos internos, que ficam às margens das agendas brasileiras, como a situação nos canaviais.

Um serviço para apoiar quem fica Joaquim Pereira Nunes, 58, mora na Comunidade do Córrego Narciso, no município de Araçuaí (MG), região localizada no médio Jequitinhonha. Atualmente, é presidente da Associação da Co-

ANO DA FÉ

Religiosa, há mais de 30 anos a serviço da comunicação do Evangelho de Jesus Cristo encarnado na vida e transmitido pelos meios, não é [transmitido] depois. É algo que se No grupo de faz conjuntamente.” trabalho soO curriculum da irmã Mabre impressos, no 8º Muria Alba é extenso. Assessora ticom, a irmã de comunicação desde 1977, Maria Alba quando começou na cidade Vega, Paulina, de Pelotas (RS), colaborando partilhou a na diocese, já trabalhou na sua experiênCNBB, por dez anos, atuou cia sobre o jornal “Opinião”, na coordenação das revistas da Arquidiocese de Belo Ho- Paulinas, quando, no mesmo rizonte (MG), que, após 100 período, foi chamada para auanos de existência, passou a xiliar na comunicação do Reser apenas on line e se cha- gional Sul 1 da CNBB, atualmente está em Belo Horizonte mar “Opinião e Notícia”. A experiência da religiosa e ajuda na reestruturação da deixou todos os presentes ad- Pastoral da Comunicação. “Mas a nossa espiritualidade, a O carisma não é uma atividade nossa vivência única, isolada, mas o carisma comunitária, a da vocação das Paulinas é a nossa atuação é toda voltada comunicação, é a vivência e para a comunio anúncio do Evangelho de Jesus cação”, descreve Cristo encarnado na vida e a Irmã. Citando o transmitido pelos meios, não é fundador de sua congregação, o [transmitido] depois. É algo que bem-aventurado se faz conjuntamente Tiago Alberione, afirmou que é premirados. De cabelos brancos e ciso buscar sempre “os meios com uma clareza ímpar a cerca mais atuais para que a Palavra da comunicação, tanto dentro de Deus voe, chegue ao coraquanto fora da Igreja, a religio- ção das pessoas”. Para irmã Maria Alba, sa de 69 anos, que desde 1962 entrou para a vida consagrada, tudo o que se faz deve ser descreveu que a comunicação feito com fé, pois em tudo é em sua vida, como na vida de está a comunicação. Sobre a “qualquer outra paulina”, uma Pascom, a religiosa afirmou: “Sempre digo que a Pascom área da sua missão. “Porque o carisma não é não é só fazer um boletim uma atividade única, isolada, ou um programinha de rádio, mas o carisma da vocação isso é meio, consequência de das Paulinas é a comunica- uma Pastoral da Comunicação ção, é a vivência e o anúncio organizada e sistemática”. da redação

Nayá Fernandes

DA ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

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Edcarlos Bispo de Santana

Especial para O SÃO PAULO

A 16ª Assembleia Nacional do Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM) aconteceu entre os dias 1º a 3, na Casa de Encontros dos Salvatorianos, no Jabaquara. Representantes dos regionais Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul e dos setores “urbanos”, “imigrantes” e “temporários”, compuseram o grupo, que contou com a presença do bispo referencial do SPM, dom José Luiz Ferreira Salles, da Diocese de Pesqueira (PE). Com o tema “O Bem viver na missão com os migrantes”, a assembleia teve a presença de padres, religiosos e leigos que trabalham diretamente com migração. “Não viemos produzir nenhum documento, mas olhar nossa realidade e reforçar o trabalho”, afirmou dom Luiz ao O SÃO PAULO. O Bispo destacou que o grande desafio é incidir pastoralmente numa realidade migratória que muda constantemente. “A missão da Pastoral é lutar pelos direitos dos migrantes.” Os setores e regionais também apontaram desafios e prioridades de cada um, como

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munidade, que conseguiu ser reconhecida como quilombola. Apenas um dos seis filhos de Joaquim mora em Araçuaí, os outros saíram para estudar e trabalhar. “Fomos ajudados pelos SPM e agora estamos lutando pelos nossos direitos. Pedimos, principalmente, água. O Itamar Rodrigues

Comunidade protesta contra poços artesianos, que secam em poucos anos

Governo quer construir poços artesianos, mas sabemos que eles secam. Queremos água de uma barragem que fica a cerca de 5 km da comunidade.” Os poços fazem parte de um projeto do Governo de Minas, em parceria com o Governo Federal, através do “Programa Água para Todos”, e tem uma previsão de gastos em torno de R$ 170 milhões. A comunidade tem cerca de 60 famílias, que migram no período da seca. “Se temos água, a terra produz e aí não precisaremos migrar. A minha luta e a de todos que querem ficar lá é essa, mas também temos problemas nas áreas da saúde, do transporte e da educação. Quando o pobre demanda com o rico é difícil que tenha a vitória. Mas estamos na luta”, afirmou Joaquim. (NF)

Edcarlos Bispo de Santana/O SÃO PAULO


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Tem início viagem de dom Paglia ao Brasil O Presidente do Pontifício Conselho para a Família, dom Vincenzo Paglia, iniciou uma visita ao Brasil. Na terçafeira, às 20h, dom Paglia falará sobre “Família, sujeito de uma nova evangelização do amor”. Na quarta-feira, 6, às 15h, na Catedral da Sé, dom Vincenzo Paglia e o cardeal Scherer concedem entrevista coletiva à imprensa.

A grande tapera da Igreja Amazônica

Jovem em missão na periferia de Manaus

Fotos: Equipe de Comunicação/Igreja Católica na Amazônia Legal

Reunidos em Manaus (AM), bispos, religiosos e leigos debateram os principais desafios da região, no ‘1º Encontro da Igreja na Amazônia’

DA ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Nayá Fernandes Nayá Fernandes/O SÃO PAULO

“O preconceito contra a cultura amazônica começa em casa, e eu nunca ouvi falar em Pastoral Indígena.” O testemunho é da manauara Thayanne Bastos, 24, que participa, há nove anos, da Pastoral da Música, na Comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Manaus (AM). Ela era da Paróquia São José, mas decidiu mudar porque na comunidade “as coisas são mais simples e a fé mais intensa”, além disso, na Paróquia, disse que tinha “oportunidade, mas, não liberdade”, destacou. As realidades vividas pela jovem e outros temas como tráfico de pessoas, degradação da natureza, formação de agentes de pastoral, atenção à juventude, comunidades cristãs de base e os grandes projetos foram os principais temas debatidos pelos bispos, coordenadores de pastoral, religiosos, leigos e convidados para o “1º Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal”, entre os dias 28 e 31 de outubro em Manaus. O encontro, que foi uma iniciativa da Comissão Episcopal para a Amazônia, da CNBB, teve

Nayá Fernandes/O SÃO PAULO

Especial para O SÃO PAULO

Participantes do encontro em Manaus; imagem de Nossa Senhora de Nazaré inspira os debates; celebração da Vigília Pascal no lago do Janauacá, em 2010; barco utilizado na missão da Paróquia São Sebastião, da cidade de Guarapiranga (AM)

a abertura oficial com o cardeal Cláudio Hummes, presidente da Comissão. “É um momento histórico dentro do contexto dos 400 anos de evangelização na Amazônia e um resgate da caminhada da Igreja”, disse. A falta de ministros ordenados foi outro tema discutido no encontro. “É triste perceber que as pessoas ficam sedentas de Deus e que as perdemos. São as distâncias que impedem a chegada de um sacerdote ou ministro da Palavra”, lamentou Thayanne. Cerca de 160 pessoas partilharam dificuldades como as distâncias continentais e a

precariedade da realidade do povo mais pobre, atingido pelos impactos das hidrelétricas e de outras grandes obras. Em entrevista ao O SÃO PAULO, padre Sidnei Marco Dornelas, assessor da CNBB para a Comissão Episcopal da Missão Continental, falou que o encontro foi “riquíssimo, seja pela participação de todos os Estados da Amazônia Legal, que estavam representados, seja pelas exposições e debates”. “Os bispos da Amazônia estão muito sensibilizados, por exemplo, sobre a questão do tráfico humano, porque lá essa realidade é muito presente, so-

bretudo as adolescentes que são traficadas para o Suriname e para a Guiana Francesa”, reforçou o Padre, que foi convidado para o encontro e mantém um diálogo com a Comissão para a Amazônia, no que se refere ao tema das fronteiras. Padre Sidnei também ressaltou a situação dos ribeirinhos, dos indígenas e das comunidades de base. “Mas senti que faltou uma visão da PanAmazônia. Todos esses problemas ultrapassam o território nacional. São comuns aos países Pan-Amazônicos. É preciso, portanto, pensar em nível continental.”

“A luta e o sonho assumimos de todo aquele que tombou. E a nossa missão se alimenta fazendo memória do seu pelejar. Que o sangue desses missionários lateje nas veias da Igreja viva e inunde este altar.” A música “Nossa vida é missão”, de Manoel Nerys foi muitas vezes cantada por Leonilda Arantes, 25, da Pastoral da Juventude. Ela mora no bairro Compensa 3, periferia de Manaus (AM), e contou ao O SÃO PAULO que enfrenta realidades de fragilidade da educação, da saúde, da marginalidade, do extermínio de jovens e da prostituição e tráfico humano. “Quando veio o papa Francisco, guardei suas palavras: ‘Quero uma Igreja pobre e para os pobres’. Tenho vontade de mudar essa realidade, da qual somos parte. Convivemos com os pequenos, e lutamos para que a sociedade seja mais justa e igualitária”, afirmou Leonilda. A jovem também falou sobre a ausência de padres em algumas das comunidades, não só nas periferias, mas principalmente as ribeirinhas. “A nós foi dada a missão de sermos sal e luz diante dessas duras e difíceis realidades; hoje contamos com leigos e leigas, irmãos e irmãs de várias congregações e instituições, missionários e missionárias, e os nossos ministros da Eucaristia e da Palavra. Aí também estamos presentes, Cebs, Pastoral da Juventude e todo o Povo de Deus.” (NF)

Eparquia dos Greco-Melquitas no Brasil tem bispo coadjutor Divulgação

Redação

O papa Francisco nomeou na quinta-feira, 31, o padre Joseph Gébara, 48, como bispo coadjutor da Eparquia Nossa Senhora do Paraíso dos Greco-Melquitas, que tem sede em São Paulo. A nomeação ocorreu a pedido do arcebispo titular, dom Farés Maakaroun. A Eparquia Greco-Melquita Católica é uma circunscrição eclesiástica católica bizantina, em plena obe-

diência e comunhão com a Sé Apostólica, em Roma. Foi criada em 1971, sendo uma diocese sufragânea da Arquidiocese de São Paulo. Possui sete paróquias no Brasil, que atendem a comunidade sírio-libanesa. Nascido em Amatour, no Líbano, o monsenhor Joseph Gébara é pároco da Igreja Nossa Senhora do Livramento, em Hadath, desde 2003. Doutor em História das Religiões e Antropologia Religiosa, ele leciona em univer-

sidades libanesas e, desde setembro deste ano, é diretor do Instituto de Estudos Cristãos e Islâmicos da Universidade São José. Ainda na quinta-feira, dom Leonardo Ulrich Steiner, secretário-geral da CNBB, enviou saudação ao Monsenhor. “A CNBB acolhe monsenhor Joseph e deseja que seja frutuosa sua missão junto à comunidade sírio-líbanesa que vive no Brasil”, expressou. (com CNBB e Zenit)


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Moradores da zona sul participam da 18ª Caminhada pela Vida e pela Paz Moradores da zona sul participaram, no sábado, 2, da 18ª Caminhada pela Vida e pela Paz. Desde 1995, milhares se reúnem na caminhada pelo fim da violência e por condições de vida mais dignas. Neste ano, os manifestantes prestaram solidariedade à comunidade da Vila Medeiros , onde o estudante Douglas Rodrigues, 17, foi morto por um policial.

Chico Mendes: a força dos humildes

cremos na vida eterna

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Em entrevista exclusiva, Matthias Grenzer fala sobre o líder de Xapuri (AC) Nayá Fernandes

Especial para O SÃO PAULO

nalísticos. Foi assim que nasceu o Projeto de Pesquisa e a Dissertação de Mestrado.

parece adquirir um determinado conhecimento e uma sabedoria única. Chega a crer na possibilidade da inversão de seu destino. Com isso, em meio a sua árdua luta pela sobrevivência, parece lhe nascer uma força histórica.

Por ocasião do 1º Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal, O SÃO PAULO – O que mudou na que aconteceu em Manaus (AM), sua compreensão acerca do caso, entre os dias 28 e 31 de outubro, após a pesquisa? O SÃO PAULO entrevistou Mat- Matthias – O estudo me causou a thias Grenzer, doutor em Teologia impressão de que o mistério de O SÃO PAULO – A Igreja na AmaBíblica e mestre em História do sua pessoa tenha girado em torno zônia tem sido solidária em relação Brasil, que realizou uma pesquisa da humildade. O termo humilde às questões ambientais e sociais? sobre Chico Mendes, líder sindical descreve a postura de pessoas Matthias – Nas últimas décadas do assassinado por sua intensa luta que, em princípio, se contentam século passado, com certeza. Dom Giocondo Grotti e dom pela preservação da Fotos: Arquivo pessoal Moacyr Grechi atuAmazônia, intitulada: aram a partir de um “Chico Mendes como forte compromisso vereador xapuriense com a justiça, provin(1977-1982)”. da de sua fé em Jesus. Em 22 de dezembro Conduzidos por eles, de 2013, recorda-se padres, irmãs religioos 25 anos que Chico sas e, de um modo Mendes foi assassinaespecial, os líderes do, no quintal da sua leigos das mais de casa em Xapuri (AC). 1.200 Comunidades Ameaçado, ele disse Eclesiais de Base na que buscou proteção, Diocese de Rio Branco mas as autoridades e Chico Mendes (no lado direito) durante uma Sessão Solene da significavam um poa imprensa não deram Câmara Municipal de Xapuri, no início da década de 1980 tencial de resistência atenção. A situação de considerável. Justaameaças a lideranças mente em meio às luda região continua hoje tas por uma sobrevie foi tratada no enconvência mais digna do tro em Manaus. povo sofrido, fazendo oposição a quem deO SÃO PAULO – Como tinha o poder político, surgiu o interesse em judicial e econômico desenvolver uma pesem suas mãos, surgiquisa sobre a vida de ram muitas lideranças Chico Mendes? que se destacaram, Matthias Grenzer – Em sendo que vários dejulho de 2010, nas féles tombaram como rias, estava lecionando verdadeiros mártires. no Seminário de Rio A Câmara Municipal atual de Xapuri (AC) Branco. No fim, um dos meus alunos ia O SÃO PAULO – Qual para Xapuri, para fazer foi o legado deixado um estágio pastoral. pela “geração Chico Acompanhei-o. Após Mendes”? cinco horas de ôniMatthias – Temos que bus, encontrava-me, apreender desta gede repente, na frente ração. Encorajados da casa de Chico Menpelo Evangelho, assudes, onde tinha sido miram seu comproassassinado, em 1988. misso com a questão Noutro dia, fiz uma de fazer justiça ao visita à Câmara Municimiserável. No que se pal de Xapuri. Sabia que refere ao Acre, a geraChico Mendes tinha sido ção de Chico Mendes vereador ali, de 1977 Matthias Grenzer, durante a pesquisa nos jornais de 1977 a 1982 provocou mudanças no Arquivo do Museu da Borracha, em Rio Branco a 1982. No arquivo da significativas. Como, Câmara, achei as atas por sua vez, a pobredas Sessões do Poder Legislativo com uma vida e sobrevivência za nasce sempre de novo, nós, os de Xapuri, formado, naqueles anos, marcadas pela simplicidade. Exis- cristãos de hoje, precisamos assupor sete vereadores. Posteriormen- te nos humildes, em geral, uma mir também a nossa vocação, no te, realizei outras duas visitas a experiência histórica de opressão sentido de sermos símbolos atuXapuri. Durante algumas semanas, e exploração, que provoca a hu- antes da justiça e solidariedade li as atas, uma por uma. Eram 800 mildade como resultado da humi- neste mundo. E isso, simplesmenlaudas. Procurei ainda por outras lhação. Contudo, ao passar pelo te, por seguirmos nosso Mestre, fontes, fotografias e artigos jor- sofrimento, o “povo dos humildes” Jesus de Nazaré.

‘A Bíblia nos aponta um final feliz’ Nayá Fernandes

Especial para O SÃO PAULO

Quem visitar o parque da Água Branca, em São Paulo, até o dia 12 de janeiro, irá encontrar a exposição: “Tudo tem um fim?”, que trata de forma leve e lúdica a questão da morte. A mostra é composta por 12 painéis e duas instalações inspiradas em tradições mexicanas: o Dia dos Mortos e a Santa Muerte. A vida e a morte é o que O SÃO PAULO irá ressaltar no mês de novembro na coluna “Cremos na vida eterna”, com ações de pastorais e organismos que lidam com situações de fim da vida e apoio às famílias que perderam entes queridos. A Igreja Católica tem uma área teológica na qual aborda especificamente desse tema, a escatologia. Frei Osmar Cavaca, professor de Teologia da PUCSP, falou ao semanário da Arquidiocese sobre o que é escatologia, quais são suas fontes e como a reflexão pode iluminar a compreensão popular. “A escatologia trata da ultimidade, isto é, a razão última da nossa existência. É o ramo da ciência teológica que estuda as realidades últimas da pessoa e do mundo. As fontes da escatologia são a Escritura, a Tradição e o Magistério. Numa escatologia individual, da pessoa, se fala em céu, morte, inferno, juízo final, purgatório, os chamados novíssimos. Já na escatologia do mundo se fala em Reino de Deus, fim do mundo, Parusia, ou seja, a 2ª vinda de Cristo”, explicou. Sabe-se, contudo, que há muita fantasia em torno da morte e o que vem depois dela. “Ora, a mente humana é muito fértil quando pensa essas realidades. Porque toca diretamente e profundamente a todos. Quem de nós não está preocupado com o futuro?”, recordou frei Osmar. Ele salientou que tudo o que se sabe sobre os novíssimos é o que a Bíblia permite entender. “Popularmente, no entanto, isso se mistura com outras culturas e fontes não bíblicas. Porém, a Bíblia nos aponta um final feliz que se chama Reino de Deus. O homem, com sua liberdade, pode escolher se quer ou não viver neste Reino, mas não aponta um final catastrófico ou desastroso. Ela mostra a possibilidade de um final feliz. Finados é um dia em que nós sentimos a ausência de pessoas queridas e isso é humano. Mas é também um dia para nos recordar dessas pessoas e pensarmos no nosso futuro, porque nós também viveremos estas ultimidades. É um dia portanto para renovar a vida e a esperança.”


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Rabino Henry Sobel é homenageado em São Paulo Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Após 43 anos no Brasil, o religioso que foi uma das vozes ativas contra a Ditadura Militar voltará a residir nos Estados Unidos Daniel Gomes

Reportagem na zona oeste

Há 38 anos, em 31 de outubro de 1975, um ato inter-religioso na Catedral da Sé prestou homenagem ao jornalista Vladimir Herzog, assassinado seis dias antes, e denunciou violações aos direitos humanos cometidos pela Ditadura Militar. “O que mais me impressionou, e juro que isto não sai da minha cabeça, foi o número de pessoas na Catedral, mais de 8 mil pessoas, vindas de todas as partes para um ato político de oposição à tortura e ao assassinato em plena Ditadura”, recordou o rabino Henry Sobel, 69, na quinta-feira, 31, durante evento em que foi homenageado, no Memorial da América Latina, pela família Herzog, a Congregação Israelita Paulista e a Comissão Nacional de Diálogo Católico-Judaico. Participaram autoridades civis e religiosas, entre as quais o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, que destacou o papel do Rabino para a cidade e para o diálogo Católico-Judaico. “O rabino Henry Sobel marcou a sociedade brasileira, aqui em São Paulo, sobretudo, com sua presença e atuação em favor da dignidade humana, dos direitos humanos, das liberdades políticas no período da redemocratização, ao lado

No Memorial da América Latina, rabino Henry Sobel recebe homenagens e recorda detalhes do ato inter-religioso de 1975, por conta do assassinato de Vladimir Herzog; cardeal dom Odilo Pedro Scherer prestigia a atividade

do cardeal dom Paulo Evaristo Arns”, disse o Arcebispo a jornalistas. Para dom Pedro Luiz Stringhini, bispo de Mogi das Cruzes (SP), que por uma década esteve próximo do Rabino por meio da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso, Sobel “é uma referência de um momento histórico do Brasil, em que era preciso vencer o período difícil da Ditadura”, disse ao O SÃO PAULO. Nascido em Portugal, em 1944, e criado nos Estados Uni-

dos, Sobel voltará a viver neste país, após 43 anos no Brasil. Em 1975, foi o primeiro a denunciar que Vladimir Herzog havia sido assassinado e não cometido suicídio, como indicava a versão dos militares. “Eu estava consciente de que era preciso fazer algo a mais para que as barbaridades não acontecessem outra vez. Procurei, então, dom Paulo Evaristo Arns, um homem iluminado”, disse, recordando que partiu do cardeal Arns a ideia do ato. “‘Que tal realizarmos um culto ecumênico em home-

nagem a Herzog?’, indagou o Cardeal. E eu acrescentei: ‘Para que o ato não seja visto como um ato judaico, vamos fazê-lo na Catedral da Sé’. É óbvio, o problema não era um problema judaico, era um problema político”, recordou. Sobel apontou que o ato inter-religioso foi determinante para a redução da tortura no Brasil, e recebeu como lembrança uma reprodução do mural “25 de Outubro”, de Elifas Andreato, que homenageia Herzog. “Se queremos render tributo à memória de Vladimir

Herzog, temos que preservar dentro de nós o sentimento de indignação e inconformismo, jamais nos acomodando com a violação dos direitos alheios. O silêncio é o mais grave dos pecados, a indiferença em face do mal é o incentivo ao recrudescimento do mal. Se fecharmos os olhos, se virarmos a cabeça, se fingirmos não saber, tornarmonos, todos nós, cúmplices. Digamos não à tortura, digamos não à violência institucionalizada e, inspirados pelo legado de Vladimir Herzog, digamos sim à dignidade humana”, concluiu o Rabino.


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Ato por justiça aos mortos da ditadura militar Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Em frente ao Ossário Geral do cemitério do Araçá, no sábado, 2, evento reuniu familiares, amigos e companheiros de desaparecidos políticos Nayá Fernandes

Especial para O SÃO PAULO

“Aqui, aguardam identificação os restos mortais de 1.046 pessoas desaparecidas nas décadas de 1960 e 1970, muitas delas vítimas do terrorismo de Estado praticado durante a ditadura militar, encontradas na vala coletiva do cemitério Dom Bosco, Perus, em 1990.” A inscrição está no Ossário Geral do Cemitério do Araçá, nas Clínicas, onde aconteceu o 2º Ato Inter-Religioso em Memória dos Mortos e Desaparecidos, no sábado, 2, Dia de Finados.

Pelo dever e pelo direito de sepultar os mortos, familiares, amigos e companheiros de pessoas que lutaram contra a ditadura e foram presas, torturadas e assassinadas no anonimato, se reuniram para um ato emocionado e cheio de poesia e música. Nomes como Edson Luiz, frei Tito, Rubens Paiva, Olavo Hansen, Nelson Cardoso da Silva, Alexandre Vanucchi, Carlos Marighella, Margarida Alves, Joaquim Câmara Ferreira, Costa Pinto, Maria Lúcia Petit da Silva, Antonio Rabello, Isis Dias de Oliveira e Vladimir Herzog foram

lembrados no Ato, enquanto flores eram depositadas sobre uma mesa central. Autoridades religiosas e civis participaram do Ato, como Luiza Erundina, que, ao O SÃO PAULO, disse que foi emocionante e ao mesmo tempo revoltante. “É preciso processar os comprovadamente responsáveis, até mesmo para cumprir uma sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos, que obriga o Governo Brasileiro a dar conta desta tarefa: descobrir a verdade, identificar os responsáveis e fazer justiça. Só assim a gente cumprirá esta tarefa.”

O cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano da Arquidiocese de São Paulo, motivou um momento de oração e lembrou que “nosso coração clama por justiça” e isso faz parte da nossa fé, não só cristã, mas de todas as religiões. A peça “Antigone” foi apresentada pelo Instituto Religare, grupo que nasceu na antiga Febem e depois se abriu à comunidade e ainda tem membros que foram internos, como a jovem Nice Pequena, 28, há mais de dez anos no Religare. “Acho que foi a personagem que eu fiz com mais realidade. A minha gera-

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ção não tem acesso a isso. Eles sofreram muito e hoje não são reconhecidos.” “Desde 2012, as comissões da verdade se multiplicaram e houve avanços nas investigações dos crimes. Por isso, pretendemos dar continuidade a este Ato”, avaliou Anivaldo Padilha, da Igreja Metodista e um dos organizadores do evento. Mariluce Moura é esposa de Gildo Macedo Lacerda, que foi preso e assassinado em outubro de 1973, em Recife (PE). Ela acha que os restos mortais estão lá, mas veio com os filhos e netos para homenagear outros mortos e desaparecidos na ditadura. “Quando fomos presos em Salvador (BA), eu estava grávida e nossa filha também veio hoje.” Um grupo de vândalos destruiu parcialmente na madrugada de domingo, 3, uma instalação de arte que faz alusão aos desaparecidos da ditadura militar, montada dentro do Ossário do Cemitério do Araçá. A Comissão da Verdade de São Paulo “Rubens Paiva” escreveu uma nota de repúdio, que pode ser lida na íntegra no site www. cnv.gov.br.

Dia de Finados: realismo e crença na Ressurreição Daniel Gomes

Reportagem na zona noroeste

Quem chegava ao Cemitério Gethsêmani Anhanguera na tarde do sábado, 2, Dia de Finados, encontrava um ambiente silencioso, com pessoas em clima de oração próximas aos túmulos de seus entes ou debaixo de uma tenda branca, onde foram celebradas três missas, a última presidida pelo cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano. Localizado na rodovia Anhanguera, KM 23,5, na zona noroeste de São Paulo, o cemitério está no território da Paróquia Nossa Senhora das Graças, que cuida da animação das missas de 2 de novembro, bem como das celebrações mensais que acontecem na capela, no último sábado de cada mês, às 16h.

“Preparamos as famílias que vêm no cemitério o ano inteiro e as convidamos para participar deste dia em que celebramos a esperança da ressurreição, celebramos, sobretudo, a vida eterna”, explicou, ao O SÃO PAULO, padre José Osmar Rosa, capelão do

Cemitério e pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças. Dom Odilo, na homilia, apontou que o Dia de Finados é um momento de realismo, para que todos tomem consciência de que a própria vida um dia acaba. Lembrou, também, que o chamado para a vida eterna

não é algo terrível, mas que é preciso estar preparado sempre, permanecendo em sintonia com Deus e também ajudando que outras pessoas se atentem para essa realidade. Ao recordar as verdades da fé professadas no Credo, o Arcebispo comentou que os Cemitério Gethsêmani Anhanguera

católicos creem no Deus Pai, todo-poderoso, que vive e é o autor da vida; na ressurreição da carne, a ressurreição do ser humano; e na vida eterna, a participação na plenitude da existência, a vida na alegria e na felicidade plena junto a Deus. Dom Odilo também ressaltou que os católicos rezem pelos falecidos, mas não façam culto aos mortos, pois só se faz culto a Deus, pelos mortos se intercede, por meio do oferecimento da oração. Após a comunhão, o Cardeal comentou que tão importante quanto viver bem é morrer bem, e lembrou que é preciso lidar com a morte com simplicidade e realismo de fé, sendo também solidário com aqueles que se aproximam da morte, a fim de que não se desesperem, se arrependam dos pecados e façam a renovação da fé.


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Região Ipiranga

‘Encontro com Cristo e outros amigos’, o Ecoa Gabby Zambrana

Desde 2001, evento reúne pessoas solteiras com mais de 30 anos, separadas, desquitadas e viúvas Lenilde Ringis Borba

Colaboradora de Comunicação da Região

A Pastoral Familiar da Região Episcopal IpiIPIRANGA ranga teve seu início por volta de 1990, com a iniciativa de dom Celso de Queirós, bispo emérito de Catanduva (SP), e do 1º casal coordenador, César e Maria de Lourdes, da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes. Tem como objetivo promover o bem-estar da família por meio de trabalhos e encontros nos setores Pré-Matrimonial, Namorados Com Cristo (NCC), Pós-Matrimonial, Retiro das

Paróquia Santuário São Judas Tadeu reúne participantes do ‘Encontro com Cristo e outros amigos’, no domingo, dia 3

Famílias, Encontro de Casais com Cristo (ECC) e Casos Especiais, 2ª União e Encontro com Cristo e Outros Amigos (Ecoa). No ano de 1999, o casal Wagner e Silda foi convidado para assumir a coordenação da Pastoral Familiar da Região Ipiranga, sendo diretor espiritual da mesma, o padre Dagoberto Boim. Conforme pedido do papa João Paulo 2º para que fossem incluídos casais de 2ª União na Igreja, Wagner e Silda implantaram

o Encontro com Jesus O Bom Pastor (2ª União). Eles deram início em 2001 ao Encontro com Cristo e Outros Amigos (Ecoa) devido à necessidade das pessoas sós de se encontrarem e trocarem suas experiências. Este encontro é destinado às pessoas solteiras com mais de 30 anos, separadas, desquitadas e viúvas. Este último encontro, o Ecoa, realizou-se no dia 3, na Paróquia Santuário São Judas Tadeu, com o objetivo de

acolher e inserir os irmãos, independentemente de suas realidades, no próprio Cristo que acolhe a todos. Foi composto por três palestras com os seguintes temas: autoestima, depressão e Carta de São João. Após as mesmas, os participantes reuniram-se em grupos e depois apresentaram suas conclusões em plenário. Os lanches e o almoço foram comunitários para uma maior interação entre eles. O encontro conta com uma

equipe, a mais importante, que é a da vigília e adoração eucarística, durante todo o dia, e o encerramento com a missa, que neste dia foi presidida pelo frei José Maria, assessor da Pastoral Familiar da Região Ipiranga. Porém, outras equipes fazem parte, como a da liturgia, cozinha, ordem e limpeza, visitação, compras, sala, segurança e apoio. A Pastoral Familiar dá um grande apoio ao Grupo Ecoa, que atualmente conta com um pessoal próprio e organizado, tornando o encontro um sucesso. Ao término, por volta das 18h, todos foram convidados a participar dos pós-encontros, que acontecem mensalmente, para que se dê continuidade aos trabalhos, no cultivo de amizades e vivência da Palavra de Deus. Nestes pós-encontros, o pessoal faz a leitura da Palavra, às vezes, participam da Santa Missa e partilham de um lanche comunitário. Por vezes vão a um cinema, teatro ou outra diversão e assim a amizade cada vez mais se solidifica.


Região Lapa

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Dom Julio preside celebração em cemitério Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região ressaltou necessidade de renovar a fé na Ressurreição Benigno Naveira

Colaborador de comunicação da Região

No sábado, 2, Dia de Finados, na capela do LAPA Cemitério Público da Lapa (rua Bergson, 347) foram celebradas cinco missas por vários padres da Região Episcopal Lapa, em memória de todos os que morreram “no sinal da fé”. A primeira missa foi às 8h, na sequência às 10h, 12h, 15h e 17h. A celebração da missa das 10h foi presidida pelo bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, dom Julio Endi Akamine e concelebrada pelo pároco da Paróquia Nossa Senhora da Paz, padre Vittorio Moregola. Dom Julio na homilia disse: “Hoje é um dia de muita saudade, de lembranças dos que já faleceram, as pessoas que amamos e continuamos amando. Nessa ocasião, recordamos a vida destas pessoas, junto a elas, além da saudade, fica um vazio, às vezes, um sentimento de culpa, de peso na consciência, porque disse o que não deveria ter dito e não fez o que deveria ter feito para com essas pessoas”. Dom Julio recordou que aquele era o dia de renovar a fé na Ressurreição e que os que já faleceram não foram tirados da companhia de quem vivo está, mas sim ficam mais próximos do que nunca, porque todos estão unidos a Jesus Cristo. E, nessa união, essas pessoas ouvem e todos podem continuar essa relação, num nível diferente, porque as pessoas podem ainda crescer depois da morte. Para todos, é possível se reconciliar, “porque de fato cremos em Jesus Cristo, nossa vida, nossa ressurreição, Jesus não explica o porquê da morte e o sofrimento, mas ele sofre junto, ele morre assumindo a nossa morte para dar esta segurança de uma companhia”, disse o Bispo. Dom Julio lembrou a história de Jó, que era um homem que tinha razões de sobra para ser revoltado contra Deus, porque de fato levava uma vida próspera, tinha filhos, tinha

palavra do bispo

A fé supera a razão, mas não a destrói Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa

Dom Julio Endi Akamine

Prezado leitor do jornal O SÃO PAULO: quem crê pensa, e pensando acredita. Evidentemente, há muitas coisas na fé que causam dificuldade, pois ela nos remete a realidades que transcendem o mundo das coisas, das evidências científicas, do utilitarismo redutivo, do imediatismo eficientista. Além disso, ela nos chama a atitudes e comportamentos que nem sempre estão na moda e vão contra

o senso-comum do egoísmo. Em situações limites, pode inclusive conduzir a pessoa a sacrifícios muito grandes, a renúncia de amores menores por um amor maior. Qualquer que seja a situação, os cristãos precisam se explicar: Por que você age assim? Por que você não se enquadra? Em suma, por que você crê? Essa cobrança não é necessariamente negativa, uma vez que o cristão deve também responder a si mesmo: Por que eu creio? De fato, o cristão deve estar sempre pronto a dar as razões da sua fé. O esforço de dar as razões da sua fé nem sempre é uma empresa fácil, mas é ela que

nos permite dialogar com os que não partilham as mesmas convicções. Trata-se de uma responsabilidade que faz o cristão dialogar não para ter razão, mas para mostrar as razões. Mesmo que a fé não seja produto da razão humana, o mistério da encarnação revela que Deus vem ao encontro do homem e lhe fala como um amigo (cf. DV 2) e não como um tirano que coage. O cristão, portanto, sempre se pergunta se o conteúdo de sua fé é aceitável e inteligível, e, ao mesmo tempo, se pode encontrar na história indícios que o ajudem a aceitar essa irrupção de Deus que deu origem a

um novo ser e a uma vida nova. Ele se pergunta também se é possível encontrar na revelação bases certas e suficientes para poder correr o risco da fé. Refletir sobre o motivo de crer significa, portanto, arrancar a fé do mundo do arbitrário, do absurdo e do subjetivismo desvairado. Crer tem uma coerência com a estrutura humana, racional e livre, e, por isso, tal ato pode passar pelo crivo da racionalidade concreta, histórica e prática. A fé supera a razão, mas não a destrói. A fé não é fruto da razão, mas o dom de Deus não a paralisa. A fé transcende a razão e por isso mesmo a estimula, a eleva e, em muitos casos, a pode salvar.

Benigno Naveira

No sábado, 2, no Cemitério Público da Lapa, dom Julio Endi Akamine preside celebração no Dia de Finados, em memória daqueles que morreram no sinal da fé

riqueza, tinha saúde, mas da noite para o dia perdeu tudo: os filhos, a riqueza e a saúde, e ficou leproso. Mas, do fundo deste sofrimento, aparece essa confissão de fé, que gostaria que ficasse marcada na pedra com ponteiro de ferro e com chumbo. Jó tem tudo para ser incrédulo, para se revoltar contra Deus e, mesmo assim, ele agenda regional

sabe que há uma companhia que está presente, que em todos os seus sofrimentos, suas dores, tem alguém que o consola para a morte, não é uma explicação teórica, mas é uma experiência de uma companhia amorosa, Deus está presente também no momento de dor e de sofrimento. Após a missa, padre Vitto-

rio distribuiu a oração pelos falecidos. Desde o século 1º, os cristãos rezavam pelos falecidos e costumavam visitar os túmulos dos mártires nas catacumbas para rezar pelos que morreram. Desde o século 5º, a Igreja dedica um dia por ano para rezar pelos fiéis defuntos. A palavra defunto originou-se no latim. Era o

particípio passado do verbo defungor, que significava satisfazer completamente, cumprir inteiramente uma missão. Mais tarde, foi utilizada e difundida pelo Cristianismo, para dizer que uma pessoa falecida era aquela que já havia cumprido sua missão cristã e conquistou a glória do Reino do Céu.

Quarta-feira (6), 11h

Sábado (9)

Reunião dos padres do Setor Rio Pequeno, na Paróquia São Mateus (avenida Professor José Alkimim, 254, Jd. Esmeralda).

Das 14h às 20h, Curso de Parapsicologia do Instituto padre Quevedo, na paróquia São Patrício (avenida Octacílio Tomanik, 1.555, Rio Pequeno). Às 16h, Crisma na Paróquia São João Maria Vianney (praça Cornélia, s/nº, na Água Branca). Às 19h, Crisma na Paróquia São João Gualberto (rua Miguel Pereira Landim, 85, no Jardim Jaraguá).


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Região Santana

Cônego Laerte Vieira faz 82 anos com festa Celebração foi realizada na Paróquia Santa Terezinha, no Jaçanã, e presidida por dom Sergio de Deus Borges diácono Francisco gonçalves Colaborador de comunicação da Região

Figura querida do clero, cônego Laerte Vieira da SANTANA Cunha completou 82 anos. Na Paróquia Santa Terezinha do Jaçanã, onde é vigário paroquial, ocorreu missa presidida por dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar na Região Santana, e concelebrada pelos padres Geraldo Pereira, pároco, e José Roberto Novaes, vigário paroquial. Tendo nascido em 29 de outubro de 1931, sua vocação sacerdotal surgiu quando criança, na Mooca, na Paróquia São Rafael, administrada pelos padres barnabitas. Foi seu próprio pai que o introduziu para ser coroinha. Ora, toda a beleza da liturgia foi moldando a vocação da criança para se tornar mais adiante sacerdote. Menino normal e participante de brincadeiras e paqueras, Laerte não era digno de crença pelos Barnabitas, que um dia pudesse ser padre. Seu pai pertencia a um conjunto regional, o que hoje denominamos de banda. O pai tocava bandolim, violão e violino e logo ensinou o filho a tocar, o que mais tarde seria um dom a ser partilhado por Laerte a quem dele se aproximava. Mesmo assim quis entrar, aos 14 anos, no Seminário de Pirapora e por ter dons musicais fez parte da banda. Fez ali seus estudos e, em 3 de dezembro de 1961, ordenou-se sacerdote. Faz agora 52 anos de padre. Depois voltaria ao seminário como professor de música e latim. Um de seus alunos foi o cônego Cido Pereira (vigário da Comunicação). A vida sacerdotal teve vários momentos marcantes, mas o que o deixou mais sensibilizado foi o carinho demonstrado pelos fiéis de sua primeira Paróquia, São Francisco Xavier, no Jardim Japão, quando do falecimento de sua mãe, em 1970. Há 26 anos, começou, a convite de dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo, a atuar como vice-chanceler na Mitra Arquidiocesana. Passou a secretariar dom Paulo na elaboração

de correspondência, o que faz até hoje. “O que move minha vida é o Evangelho. A gente se torna na idade que tenho muito reflexivo. Quero chegar aos cem anos”, diz cônego Laerte, mesmo levando em conta que sua vida foi marcada por muitas doenças, como câncer, mas conseguiu superar esses infortúnios. “Laerte é como um verdadeiro pai na fé. Sua atenção para com os jovens, principalmente os músicos, ensinando e ensaiando todas as semanas com o grupo de canto para as missas dominicais, despertou muitos dons e talentos na Paróquia. Padre Laerte é para mim um exemplo de sacerdote. Com ele aprendi a amar a Eucaristia diária, a liturgia e a Igreja como um todo. Vejo nele Jesus Bom Pastor”, diz o jornalista Fernando Geronazzo.

Giuseppe D’Leo

Dom Sergio preside missa, concelebrada pelos padres Geraldo e José Roberto, pela vida do cônego Laerte

palavra do bispo

Sede santos! Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana

Dom Sergio de Deus Borges

O mês de novembro é o penúltimo mês do ano; por ser assim, algumas pessoas já estão cansadas das atividades e do trabalho cotidiano e esperam, com ansiedade, as merecidas férias; outras não recordam mais ou já desistiram dos bons propósitos e projetos pessoais a que se comprometeram no início do ano; outras, ainda, dizem que o ano já se foi e foi um ano perdido. Muitos se desencantaram com 2013 e já fazem novos planos para 2014. Tudo isso é uma armadilha do tempo, à qual não podemos entrar e pela qual não

podemos nos deixar levar. O calendário litúrgico é um ótimo auxílio na caminhada para nos manter alertas, para recomeçar a cada dia, retomar os propósitos e a grande meta de nossa vida. Não devemos nos resignar diante do tempo; precisamos levantar nossa cabeça e recordar a nossa vocação, o alto pensamento de Deus sobre cada um de nós. O Pai, em seu mistério de amor, nos criou à sua imagem e semelhança. Ele é Santo e nos criou para a santidade: “Nele, Deus nos escolheu, antes da fundação do mundo, para sermos santos e íntegros diante dele no amor” (Ef 1,4). Nosso Senhor Jesus Cristo, Mestre e modelo divino, pregou a santidade de vida da qual ele mesmo é o autor e o

consumador, dizendo: “Sede, portanto, perfeitos, como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48). Nos passos de Jesus, celebramos durante o ano a memória de tantos santos e santas que não baixaram a guarda e permaneceram firmes diante do Senhor e do tempo, aproveitando cada dia e cada mês de sua vida. Mantiveram firme a palavra do Apóstolo, quando exortou: “Fazei o bem enquanto há tempo” (cf. Gl 6,9). Por isso, no primeiro dia do mês de novembro, a Igreja nos presenteia com a belíssima festa de todos os santos e santas de Deus. Na memória de todos aqueles que se configuraram com Cristo e se fizeram discípulos e missionários, surge dentro de nós um novo entusiasmo, um novo ardor. O beato papa João Paulo 2º, de

saudosa memória e admiração, disse que neste início de milênio é necessário propor de novo a todos, com convicção, este alto grau da vida cristã ordinária (NMI 30). Ao celebrarmos a festa de todos os santos, somos impulsionados pelo Senhor a retomar, com intensidade, nossos projetos e propósitos, ou melhor, o sonho de Deus para cada um de nós, porque ainda há tempo para amar como Jesus amou; há tempo para se purificar mais; há tempo para se tornar mais semelhante ao Senhor Jesus, o Cordeiro imaculado; há tempo para ser discípulo missionário, a exemplo do Missionário do Pai. Temos, diante dos olhos, dois meses, por isso, há muito tempo para ser santo como Deus é Santo.

Realizado o sacramento da Confirmação no Setor Imirim José Henrique Monfré

da região episcopal

Crisma Setorial é celebrado na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, dia 3 agenda regional

No domingo, 3, dom Sergio de Deus presidiu a celebração do Sacramento da Confirmação no Setor Imirim. A missa foi celebrada na Paróquia Nossa Senhora de Fátima do Imirim e concelebrada pelos párocos e vigários do Setor. Foram crismados 164 jovens e adultos das paróquias Santo Antonio do Lauzane, Nossa Senhora de Fátima do Imirim,

Nossa Senhora Consolata e Comunidade Santa Gertrudes, São José Operário e Comunidade São Francisco de Assis e Nossa Senhora Aparecida e São Matias Apóstolo. O mesmo Espírito Santo, que animou a vida e as ações de Jesus Cristo e veio sobre os apóstolos em Pentecostes, dandolhes a coragem para anunciar o Evangelho, se fará presente para serem força e vida na caminhada de fé de cada crismando.

Quinta-feira (7), 9h Sexta-feira (8)

Sábado (16), 17h

Domingo (17) 10h

No Centro de Pastoral, Retiro das Secretárias.

Celebração do Sacramento da Confirmação para o Setor Mandaqui, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima (rua Gomes Leal, 329 - Vila Dionísia).

Celebração do Sacramento da Confirmação para o Setor Santana, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida (praça Domingos Luiz, 273 Santana).

9h30 - Reunião da Comissão de Presbíteros, na Cúria. 20h - Palestra de dom Sergio Borges para o Encontro de Casais com Cristo (ECC), no Centro Pastoral.


Região Sé

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Liturgia da missa é tema destacado em encontro Formação para agentes de pastoral reflete sobre estrutura da celebração eucarística Fernando Geronazzo

Colaborador de Comunicação da Região

A Região Episcopal Sé realizou nos dias 29 e 30 SÉ mais um Encontro de Formação Litúrgica, realizado no Centro Regional da Pastoral, na zona oeste de São Paulo. Essa edição do encontro teve como tema a celebração eucarística e contou com a participação de agentes da Pastoral da Liturgia e demais pastorais das paróquias da Região. Assessorado pelo padre Helmo Cesar Faccioli, coordenador da Comissão Regional de Liturgia, o primeiro dia do encontro destacou os fundamentos teológicos, litúrgicos e bíblicos da celebração eucarística. “A natureza da Eucaristia como Ceia do Senhor e o direito e o dever de a assembleia nela participar ativa, consciente e plenamente, exigem, antes de mais nada, que na missa se faça aquilo que Jesus fez na última ceia e que ele mandou fazer em sua memória – tomou o pão, deu graças, o partiu e o deu a seus discípulos, depois tomou o cálice, deu graças e o deu a seus discípulos – para assim celebrar sua entrega total ao Pai para a salvação do mundo”, destacou padre Helmo, a partir dos ensinamentos do Concílio Vaticano 2º e de outros documentos da Igreja sobre o tema. Sobre a liturgia, padre Helmo salientou o dever de respeitar a estrutura fundamental da celebração eucarística. “Ela (Eucaristia) nos é dada no rito da missa. Esse, ao longo da história, foi enriquecido e, em certas épocas, deturpado. O Concílio Vati-

cano 2º restaurou sua forma clássica”, disse. “No Novo Testamento, encontramos vestígios de uma Liturgia da Palavra, que precede a própria ceia eucarística, sobretudo no caminho dos dois discípulos de Emaús (cf. Lc 24, 3-35) e em Trôade (cf. At 20, 7-12). Desde o segundo século, essas duas partes da missa, Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística, que formam um único ato de culto, são claramente documentadas”, explicou o Padre. No segundo dia, os participantes vivenciaram de forma prática a estrutura da celebração eucarística, participando de uma missa presidida pelo padre Helmo, na qual ele explicou os elementos que compõe a liturgia desse sacramento.

Centro de Pastoral da Região Sé

Padre Helmo Faccioli preside missa durante o Encontro de Formação Litúrgica sobre a celebração eucarística

Dia de Finados no Santuário das Almas Santuário das Almas

da região episcopal

Imagem de Jesus morto recorda a vitória da vida sobre a morte para os fiéis no Dia de Finados

agenda regional

O Dia de Finados, 2, na Paróquia-Santuário Sagrado Coração de Jesus em Sufrágio das Almas, popularmente conhecida como “Santuário das Almas”, foi marcado com a presença de milhares de fiéis que participaram das 14 missas realizadas na igreja localizada na região central da capital paulista. A primeira missa foi celebrada às 6h, a última às 19h30, sendo que a missa das 8h foi presidida pelo cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, e a das 14h por dom Tarcísio Scaramussa, bispo auxiliar de São Paulo e vigário episcopal para a Região Sé. A Paróquia, que está aos cuidados dos Missionários do Sagrado Coração, é conhecida como local de referência para as pessoas que querem rezar pelos seus entes falecidos, sobretudo àqueles cujos familiares estão sepultados em outros estados. Um gesto de homenagem às pessoas mortas que marca a decoração do templo é demonstrado pelas pequenas lajotas com os nomes dos falecidos que ornam as paredes e colunas do Santuário.

Quarta-feira (6), 20h

Sábado (9), às 19h30

Domingo (10)

Celebração da Confirmação, no Colégio Nossa Senhora de Sion (avenida Higienopolis, 983).

Celebração da Confirmação, na Paróquia Santa Teresa de Jesus (rua Clodomiro Amazonas, 50, Itaim Bibi).

Às 12h, celebração da Confirmação na Paróquia Santa Margarida Maria (avenida Lins de Vasconcelos, 2.129, Vila Mariana). Às 19h, celebração da Confirmação, na Paróquia Santo Antonio (praça Pe. Bento, sem número, Pari).


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Região Brasilândia

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Em Perus, missa rememora finados indigentes Renata Moraes

O cemitério Dom Bosco é conhecido pelo grande número de mortos sem identificação enterrados em vala comum Renata Moraes

Colaboradora de comunicação da Região

Centenas de fiéis compareceram ao Cemitério Dom Bosco, no BRASILÂNDIA bairro de Perus, na manhã do sábado, 2, para celebrar o Dia de Finados e fazer memória daqueles que já tiveram passagem para a vida eterna. A missa das 10h foi presidida por dom Milton Kenan Júnior, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, e concelebrada pelo padre Julio Lancellotti, vigário episcopal para a Pastoral do Povo da Rua, e demais padres do Setor Pastoral Perus. A missa foi celebrada em frente ao Memorial da Vala de Perus, inaugurado em agosto de 1993, sobre a vala comum do Cemitério, onde foram encontrados em 4 de setembro de 1990, 1.574 corpos de desaparecidos políticos e indigentes, incluindo os restos mortais de cerca de 500 crianças. Dom Milton explicou a importância do Dia de Finados. “Celebrar os falecidos é fazer memória de todos aqueles que foram dom de Deus para nossas vidas e, ao mesmo tempo, reafirmar nossa certeza na Ressurreição. Mais forte do que a morte é a vida, é o amor de Deus.” Em prece, o Bispo pediu que todos rezassem pelos fiéis defuntos enterrados como indigentes, sendo a grande maioria vítima da violência. Em entrevista, padre Julio Lancellotti lembrou os números de indigentes enterrados nesse cemitério entre os anos de 2008 a 2013. “Com os números dos Cemitérios Vila Formosa I e II, somam 4.544 pessoas enterradas como indigentes. A maioria é morta à bala, vítima da violência”, e expressou sua indignação com o fato: “É terrível uma cidade que tem esse número de indigentes e vítimas de violência. Nós estamos tratando essas questões pra ver como isso pode ser visto de uma maneira mais humana para se evitar tanta indigência e tanta violência”, encerrou.

No Cemitério de Perus, fiéis unem-se a dom Milton Kenan Júnior para rememorar finados, em especial indigentes que estão sepultados no local, no sábado, 2

palavra do bispo

A democratização da santidade Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia

Dom Milton Kenan Júnior

Nestes dias, ao preparar-me para a celebração de Todos os Santos, lembrava-me de uma conferência de dom Aloísio Lorscheider, sobre a constituição dogmática Lumen Gentium, na qual ele afirmava que a grande novidade do Concílio Vaticano 2º, quando tratou do Mistério da Igreja, foi afirmar a vocação universal à santidade. De fato, lemos na Lumen Gentium: “Todos na Igreja, quer pertençam à hierarquia, quer sejam dirigidos por ela, são chamados à santidade segundo a

palavra do Apóstolo: ‘Esta é a vontade de Deus, a vossa santificação’” (1Ts 4,3; cf. Ef 1,4); (LG 39). Hoje, para nós, isso talvez represente muito pouco, mas se consideramos a mentalidade existente no início do século passado, nos surpreenderemos por constatar que para a maioria dos fiéis cristãos, a santidade era algo exclusivo para poucos, membros do clero ou da vida religiosa, distante da condição e da vocação dos leigos. O Concílio diz que a santidade se destina a todos! Alguém já afirmou que o Concílio Vaticano 2º “democratizou” a santidade, demonstrou que todos são chamados a abraçar a santidade, conforme seu estado de vida, “nas diversas condições, nas

suas ocupações e circunstâncias, e precisamente através de todas estas coisas, desde que as recebam com fé, das mãos do Pai celeste, e cooperem com a vontade divina, manifestando a todos, no próprio serviço temporal, a caridade com Deus amou o mundo” (LG 41). Nós brasileiros vemos hoje alguns de nossa nação, na glória dos altares; e, particularmente, a Arquidiocese de São Paulo tem o privilégio de ter tido entre os seus membros santos e beatos, como é o caso de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, Santa Paulina, Beato José de Anchieta, Beato Mariano de La Mata, e, no próximo ano, a Beata Assunta Marchetti, fundadora das Irmãs Scalabrianas. Todos nós, chamados à

santidade, temos a tarefa de responder à nossa vocação, fazendo brilhar em nossas vidas aquela caridade que nos faz amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo por causa dele. Os santos enobrecem a Igreja, a tornam atraente no mundo e permitem que a força do Evangelho se espalhe por todos os cantos da terra. Deixemo-nos tocar pelo convite que o Senhor nos faz. Ao celebrar nossos irmãos que alcançaram a santidade, reconheçamos que este ideal não é impossível para nós! Os santos lutaram, caíram e levantaram, recomeçaram inúmeras vezes, foram fiéis até o fim, não desistiram, ao contrário perseveraram. Aprendamos com eles e imitemos os seus exemplos! Sejamos também nós santos!

Paróquia Santa Rosa de Lima encerra ações de ano missionário Cibele Barbi

da região episcopal

Em sintonia com o Ano da Fé, a Paróquia Santa Rosa de Lima encerrou no domingo, 3, um projeto de missão paroquial. Com o tema “Fé e Vida” e o lema “Discípulos de Jesus Cristo, construindo comunidades unidas, fraternas e solidárias”, todas as comunidades se reuniram para celebrar o encerramento do ano missionário, que começou em outubro de 2012. A celebração aconteceu no pátio do Colégio Cândido Portinari, da Vila Caiúba, e foi presidida pelo padre Valdiran Ferreira dos Santos e concele-

Leigos da Paróquia Santa Rosa de Lima participam de encerramento da missão

brada pelo padre Luiz Stefani, missionário monfortino e pároco da Santa Rosa de Lima, e

agenda regional

demais padres do Setor Perus. A animação da missa foi feita pelas crianças da Infância

Missionária, jovens e corais. Após a celebração foi oferecido um almoço comunitário e houve festa durante o dia. Durante o ano, mais de 30 missionários leigos visitaram as famílias da paróquia; organizaram encontros de reflexão bíblica; terços dos homens, mulheres e famílias. Celebraram a “Missa da aurora ou dos trabalhadores” nas casas, becos e escadões das vilas do bairro. Padre Luizinho parabenizou todas as comunidades pelo dinamismo, organização e alegria durante o tempo da missão e pelos detalhes da preparação da festa de encerramento.

Sábado (9), 18h

Domingo (10), 10h

O Ministério de Artes Cristo Libertador apresenta a peça: “ATOS, dos cristãos de hoje pela fé do amanhã”, no CEU Vila Atlântica (rua Cel. José Venâncio Dias, 840, Jaraguá). Outras informações: (11) 3975-3406.

Crisma na Comunidade Nossa Senhora da Esperança da Paróquia Nossa Senhora das Graças (rua Francisco Perazza, 22 , Parque da Esperança). Outras informações: (11) 39111595.


Região Belém

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Celebrações acontecem em cemitérios na zona leste João Carlos Gomes

Com missas campais durante todo o dia 2 de novembro, Região Belém fez memória de seus falecidos João Carlos gomes

Colaborador de comunicação da Região

No dia 2 de novembro, paróquias próximas bELÉM aos três cemitérios da Região Episcopal Belém (São Pedro, no Setor Vila Alpina, Quarta Parada, no Setor Belém e Vila Formosa, no Setor Carrão/Vila Formosa) organizaram missas durante todo o dia para celebrar a memória dos fiéis defuntos. Cerca de 5 mil pessoas acompanharam as celebrações. O bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e vigário da Região Belém, dom Edmar Peron, presidiu duas celebrações: no início da manhã, às 8h, no cemitério São Pedro e, às 16h, na Vila Formosa. Na missa da manhã, no cemitério São Pedro, concelebrada pelos padres Tarcísio Marques Mesquita e Luiz Fernando de Oliveira, valendose da oração Eucarística “Anunciamos Senhor a vossa morte e proclamamos a vossa Ressurreição”, dom Edmar convidou as cerca de 200 pessoas presentes a repetirem a oração, que é o centro da fé cristã. “O apóstolo Paulo disse que se Jesus Cristo não tivesse ressuscitado dentre os mortos, a nossa fé de nada valeria, e a nossa reunião aqui neste dia não teria qualquer sentido; estamos aqui porque cremos no Cristo ressuscitado, porque cremos na nossa ressurreição”, disse.

‘Ele não está aqui’

Mas, lembrando-se da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 24, 5-6), em que o anjo fala às mulheres no sepulcro, dom Edmar recordou sobre a necessidade de traagenda regional

Cerca de 5 mil pessoas acompanham as celebrações realizadas nos cemitérios localizados na Região Episcopal Belém, no sábado, 2, Dia de Finados

balharmos pela vida na terra. “O cemitério é um local de respeito, entretanto, reconhecemos que as palavras do anjo às mulheres, ‘Ele não está aqui, mas ressuscitou’, tam-

bém para nós é uma realidade: a morte não é o fim, aqui não é o último lugar que ficaremos, mas é uma porta para a vida nova”, disse dom Edmar. E completou: “Mas não

devemos esperar pela morte para conquistar a vida nova, acreditar na ressurreição é lutar para organizar em nossos bairros, em nossa cidade grupos que defendam a vida. É

assim que revelamos a nossa crença na ressurreição”, finalizou, para depois abençoar as centenas de nomes de fiéis defuntos, deixados no altar pelos presentes.

palavra do bispo

Crescer na fé, a exemplo dos santos e santas Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém

Dom Edmar Peron

Temos visto, em nossos dias, uma crescente devoção aos santos e santas, homens e mulheres de fé, que viveram neste mundo a vida de cada dia por causa de Cristo e de seu Evangelho. Eles já chegaram à “cidade do céu, a Jerusalém do alto, nossa mãe. [...] Para essa cidade caminhamos apressados, peregrinando na penumbra da fé” (prefácio próprio da solenidade de Todos os Santos). Como lemos no Evangelho, Mateus 5,1-12, “os nossos irmãos, os santos”, foram pobres, aflitos, mansos, jus-

tos, misericordiosos, puros de coração, promotores da paz, defensores da justiça, firmes na fé em Jesus Cristo. Enfrentaram a tribulação e saíram vitoriosos. Aguentaram firmes por causa de Cristo e receberam uma grande recompensa no céu. Eles são para nós “exemplo e intercessão”, e não somente intercessores. Podemos, certamente, pedir a intercessão de Maria, Mãe de Deus, e dos santos e santas; mas precisamos, principalmente, imitar seus exemplos. “Venerando a memória dos santos, esperamos fazer parte da sociedade deles” (SC 8). Os santos, cada qual à sua maneira, revelam para nós a “plenitude da misericórdia de Deus”, o santo; é essa graça, participar da misericórdia di-

vina, que suplicamos “ao celebrar numa só festa os méritos de todos os santos” (Oração do Dia). É Deus quem, em sua misericórdia, socorre os desesperados. Essa face de Deus é que podemos encontramos ao venerar Santa Rita, Santa Edwiges, São Judas Tadeu: “Certos de que eles já alcançaram a imortalidade, esperamos sua contínua intercessão pela nossa salvação” (Sobre as Oferendas). E, desse modo, vamos caminhando, na esperança de passar da “mesa de peregrinos”, o Altar da Eucaristia, ao “banquete” do Reino dos Céus (Depois da Comunhão). Enfim, nós gostamos de ter em nossas casas e em nossas igrejas os retratos dos santos, seus ícones, suas imagens ou estampas. E fazemos isso

não por superstição ou para adorá-los. Não, absolutamente. Adoramos unicamente a Deus, a Santíssima Trindade. “Quadros e imagens são uma lembrança constante de como se vive o Evangelho de Jesus e que temos bons amigos e companheiros de caminhada que estão lá no céu, intercedendo por nós”, escreveu o padre Celso Pedro, em sua reflexão para o último Domingo (www.regiaobelem.org.br). Encorajados pelo “exemplo e intercessão” dos santos e santas, busquemos cada dia crescer na fé; onde estivermos – na família ou no trabalho, na escola ou na diversão – sejamos testemunhas da fé. Fé “que recebemos da Igreja e sinceramente professamos, razão de nossa alegria em Cristo, nosso Senhor. Amém”.

Terça-feira (5), 19h30

Sexta-feira (8), 19h30

Sábado (9), 15h30

Domingo (10)

Comissão de Pastoral, Centro Pastoral São José (avenida Álvaro Ramos, 366, Belém).

Crisma Paróquia Santo Emídio (rua Ingaí, 67, Vila Prudente).

Crisma Paróquia São Rafael (largo São Rafael, s/n – Mooca).

Às 10h, Crisma Paróquia São Judas Tadeu (rua padre Estevão Pernet, 1.484, Tatuapé). Às 16h, Crisma Colégio Agostiniano na Paróquia São Carlos Borromeu (rua Conselheiro Cotegipe, 933, Belenzinho).


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Entretenimento PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

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Cantora gospel de "Desde o Tamanho da fé neces- Objeto de Primeiro Momento" Jardim sária para transportar estudo da onde Je- um monte (Mt 17:20) Semiótica Bolo de (?): a ele se assemelha(pl.) sus suou va o sabor do maná (Êx 16:31) sangue (Lc 22:44) Alimento multiplicado por Jesus (Mc 8:1-9)

Nicodemos (Jo 3:1)

Destinatário de uma epístola de Paulo (?) Clézio, Nobel de Literatura de 2008

Aumentar (a velocidade de)

A (?): sem rumo Norma; preceito Museu paulistano

Profeta oriundo da tribo de Judá

Clive Owen, ator inglês

Cântico de louvor e alegria (p. ext.)

É usado pelo crupiê no cassino Livro que descreve a queda do homem

Blake Edwards, cineasta dos EUA

Nara Leão, cantora brasileira

Letra formadora de plural

(?) Mahal, atração turística da Índia Jesus é o único, segundo Paulo (I Tm 6:15) Bajulador

(?) kwon do, luta (?) Damme, ator Dispositivo intrauterino (sigla)

Rasgou-se na morte de Jesus Assunto

Em presença de

Tribunal Regional Eleitoral (sigla) (?) Harris, ator de "Medo da Verdade"

A Rainha Má, em relação à Branca de Neve (Cin.) Composição para dois executantes (pl.)

Rutênio (símbolo) Os dos judeus estão no Decálogo 2

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Procure e marque, no diagrama de letras, as palavras em destaque no texto.

Psicólogo

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Embora seja parte da área médica, a PSICOLOGIA teve seu início com os FILÓSOFOS, na Antiguidade, que procuravam entender a ALMA humana e a relação entre ela e o CORPO. Contudo, com a evolução da CIÊNCIA, sua ACEPÇÃO modificou-se, e hoje é tida como estudo dos FENÔMENOS mentais e comportamentais do ser humano. Assim, procura ajudar os indivíduos a enfrentarem suas dificuldades psíquicas e a encontrarem o EQUILÍBRIO entre a razão e a EMOÇÃO, visando ao autoconhecimento. O psicólogo não atua apenas na CONSULTA ambulatorial, mas em ESCOLAS (orientação vocacional), em empresas (SELEÇÃO de pessoal, pesquisa de consumidores), em HOSPITAIS (em atendimento a PACIENTES e familiares), entre outros CAMPOS. Essa atividade está subdividida em seguimentos como Psicologia da personalidade, social, compara t i va , d o d e s e n v o l v i m e n t o , experimental e CLÍNICA, a mais conhecida. No dia 27 de AGOSTO, homenageia-se o psicólogo, esse profissional que tanto contribui para uma sociedade mais saudável.

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17ª Romaria das Comunidades Negras a Aparecida do Norte Com o lema “Na ternura da Mãe Negra celebramos Negritude e Fé”, a Pastoral Afro Brasileira realizará a Romaria das Comunidades Negras à Aparecida (SP), nos dias 8 e 9. A romaria marca o início das comemorações do mês da consciência negra para os agentes da Pastoral. Mais informações: pastoralafrobrasileirarj@gmail.com

Plataforma Sinergia: contra a fome e o desperdício Luciney Martins/O SÃO PAULO

Iniciativa tem o apoio da Igreja e é alternativa a municípios e empresários diante da Política Nacional de Resíduos Sólidos Daniel Gomes Redação

Em todo o mundo, 1 bilhão de pessoas passam fome, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), mas do total de alimentos produzidos, apenas 50% é consumido pelos demais 6 bilhões de habitantes do planeta. Atento a esse cenário de miséria e desperdício, o papa Francisco lançará em 10 de dezembro uma campanha internacional para combater a fome. Incomodada com essa realidade no Brasil, onde 64% dos alimentos vão para o lixo, Rosana Perrotti fundou, em 2008, a Plataforma Sinergia, que possui tecnologia para a produção da farinata, um alimento feito a partir de outros que seriam descartados. Conforme Rosana explicou ao O SÃO PAULO, especialmente em restaurantes, uma grande quantidade de alimentos prontos para consumo é descartada por não ser comercializada. Nos estabelecimentos parceiros, a Plataforma os retira e leva para uma central

vão resolver um problema ambiental, o descarte de alimento, e priorizar o combate à fome local”, avaliou Rosana. Com o apoio governamental e de empresas, a Plataforma pretende instalar 5 mil centrais de beneficiamento de alimentos no Brasil. A primeira foi inaugurada em 2012, em São Paulo, em evento com a participação do cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, que apoia a iniciativa desde quando a conheceu e, segundo Rosana, tem conferido maior credibilidade ao projeto. Na sexta-feira, 8, às 9h, haverá uma apresentação sobre a Plataforma Sinergia na PUC-SP (rua Monte Alegre, 984, Prédio Bandeira de Mello, Auditório 100 A). FOME NO BRASIL E NO MUNDO

Ivan Baldini e Rosana Perrotti, da Plataforma Sinergia, exibem farinata, alternativa para combate à fome no planeta

de beneficiamento, onde são transformados na farinata, também feita com alimentos de boa qualidade descartados por indústrias e comércios. A farinata pode ser consumida assim que fica pronta ou compor receitas diversas. Também é possível que tenha uma composição específica para cada demanda alimentar. “É um alimento com amplas características para matar a fome ou a necessidade de quem for receber. Uma criança, por exemplo, precisa de muita proteína, um idoso precisa de muito cálcio, então, podemos adequar

à necessidade do consumidor, é um produto extremamente balanceado”, garantiu Ivan Baldini, integrante da Plataforma, e que articula o projeto junto a entidades dos setores de gastronomia e hotelaria. Segundo Rosana, por meio de uma parceria com a Cáritas, a farinata vai ser disponibilizada mundialmente. “Esse alimento vai ser distribuído gratuitamente para todos os que padecem pela fome”, afirmou. Durante a 4ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, realizada em outubro, Rosana apresentou, a pedido da

ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, a proposta da Plataforma Sinergia como uma alternativa para adequação de municípios e empresas à Política Nacional de Resíduos Sólidos, que passará a vigorar em 2014 e que qualifica como crime ambiental o descarte de alimentos em lixões e aterros. “A ministra pediu que apresentassemos a solução na conferência e os municípios que quiserem aderir terão o apoio do governo federal. Ao implementarem a unidade de beneficiamento, os municípios

1 bilhão de pessoas passam fome no planeta; Apenas 50% de todo o alimento produzido alimenta as outras 6 bilhões de pessoas; Do total de alimentos prontos para consumo no Brasil, 64% são desperdiçados, um total de 250 toneladas por dia

PLATAFORMA SINERGIA Criada em 2008; Transforma alimentos em boas condições de consumo, mas que seriam descartados, em um alimento nutritivo, gratuito e que pode ser conservado por até 2 anos: a farinata; É uma alternativa para adequação de municípios e empresas à Política Nacional de Resíduos Sólidos, que qualifica como crime o descarte de alimentos em lixões e aterros. Informações: rosana.perrotti@ plataformasinergia.com.br.


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9º Encontro Nacional de Fé e Política “Cultura do Bem viver: partilha e poder” Brasília vai acolher o 9º Encontro Nacional de Fé e Política entre os dias 15 a 17, com o seguinte lema: “Cultura do Bem viver: partilha e poder”. Os organizadores do evento esperam receber de 3 mil a 8 mil participantes. Várias lideranças das igrejas católica e evangélicas estão se mobilizando desde 2011 para o bom êxito do encontro.

Centro Santo Dias elege diretoria para nova gestão Luciney Martins/O SÃO PAULO

Mandato segue até 2015; entidade atua na defesa dos direitos humanos e na cobrança de melhorias em segurança pública Daniel Gomes

Reportagem na zona oeste

O advogado Luciano Pereira dos Santos, um dos articuladores da Lei da Ficha Limpa, é o novo presidente do Centro Santo Dias de Direitos Humanos. Ele foi eleito em assembleia ordinária da entidade ligada à Arquidiocese de São Paulo, na quarta-feira, 30, na Cúria Metropolitana, para um mandato de dois anos, e substituirá ao também advogado Vidal Serrano Nunes Júnior, que ocupava a função desde 2007. Na assembleia, que teve a participação do cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo e presidente de honra do Centro, Vidal Serrano apresentou a composição da nova diretoria (veja a relação completa ao lado) e detalhou a situação financeira da entidade e os projetos em curso. Dom Odilo pediu que a nova gestão procure agregar mais membros e motive a participação de universitários nos projetos que desenvolve, especialmente dos cursos de Direito e Serviço Social.

Integrantes do Centro Santo Dias de Direitos Humanos apresentam atividades realizadas e nomes da nova gestão ao cardeal dom Odilo Pedro Scherer, dia 30

O Cardeal também recomendou que o Centro promova momentos de reflexão sobre os direitos humanos, ressalte a temática da Campanha da Fraternidade de 2014, que trata do tráfico humano, e tenha maior integração com as pastorais da Arquidiocese e com a Comissão Justiça e Paz. Segundo Vidal Serrano, o Centro Santo Dias tem gradativamente renovado o quadro de membros e, especialmente no último ano, ampliado a atuação com as pastorais. “Está tudo orientado para que haja uma intensificação maior do Centro Santo Dias com as pastorais da Igreja, sendo-lhes uma es-

pécie de apoio em direitos”, garantiu ao O SÃO PAULO. O ex-presidente também ressaltou os projetos que são mantidos pelo Centro, tais como a formação para os grupos católicos que atuam na

recuperação das pessoas em estado de drogadição, apoio à reinserção social de egressos do sistema prisional, divulgações sobre os direitos humanos, incluindo a colaboração em programas da rádio 9 de

Centro Santo Dias de Direitos Humanos Fundado em 1980, atua na defesa da pessoa e da coletividade, prestando assistência jurídica, e na cobrança de melhorias em políticas de segurança pública, especialmente de controle da violência policial. Nova gestão – mandato até 2015 Presidente: Luciano Pereira dos Santos

Vice-presidente: Emídio Pereira de Souza 1ª Secretária: Carmen Cecília de Souza Amaral (Caci) 2ª Secretária: Sueli Camargo 1ª Tesoureira: Maria Stela Santos Graciani 2ª Tesoureira: Estela Catarina Gonçalves Conselho fiscal: padre João Júlio Farias, padre Julio Lancellotti e Fernando Altemeyer Junior.

Julho, defesa das vítimas de violência em processos judiciais, e intervenções contra o avanço da violência policial. Luciano afirmou à reportagem que a integração com as pastorais será ampliada pela nova gestão, bem como as iniciativas que garantam a dignidade das pessoas. “Não sofremos mais o problema que tínhamos na época da Ditadura, quando os direitos humanos eram diretamente suprimidos. Hoje isso acontece de forma indireta, porque quando a população não tem os serviços básicos de que precisa, ela se manifesta, e essa insatisfação gera violência”, comentou o presidente.


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Exposição ‘Pontificalis’ pode ser vista no Mosteiro de São Bento até o dia 24 O cardeal Scherer inaugurou no domingo, 3, a exposição “Pontificalis: uma relação entre a Arquidiocese de São Paulo e o Mosteiro de São Bento”. A visitação pode ser feita no Mosteiro até o dia 24, nos seguintes horários: de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h; aos sábados, das 8h às 12h; e aos domingos, após a missa das 10h, até às 12h.

Pastoral da Criança quer expansão em SP

Arquivo pessoal

Eunice Gomes, nova coordenadora estadual, diz ao O SÃO PAULO, que meta é ter 10% a mais de líderes no Estado Daniel Gomes Redação

A Pastoral da Criança do Regional Sul 1 da CNBB pretende aumentar em 10% a quantidade de líderes no Estado de São Paulo “para melhorar um pouco o atendimento e garantir auxílio a mais crianças” conforme revelou, ao O SÃO PAULO, Eunice Gomes Rodrigues, que assumiu a coordenação estadual em agosto, tendo a experiência de 12 anos como voluntária da Pastoral, com atuação na Diocese de Guarulhos. Durante a realização da Assembleia das Igrejas, em Itaici, Indaiatuba (SP), em outubro, Eunice comprometeu-se a ir às dioceses para buscar apoio dos bispos nesse propósito. “Vou passar em visita aos sub-regionais, conversar particularmente com cada bispo para ver de que forma eles podem nos ajudar nessa motivação”, contou à reportagem.

Nova coordenadora da Pastoral da Criança no Regional Sul 1, Eunice Gomes (centro), visitará dioceses paulistas

Segundo Eunice, a Pastoral trabalha com a prioridade de acompanhar as gestantes. “Há um grande número de gestantes fora de acompanhamento e isso faz com que o índice de mortalidade ainda seja grande, principalmente o de morte neonatal”, explicou. A nova coordenadora da Pastoral também comentou que outro problema a ser enfrentado é o combate à obesidade infantil, fruto da melhoria do poder aquisitivo das famílias brasileiras e que

é intensificada pela propagação do consumismo, especialmente por meio da mídia, “que trabalha contra a saúde, porque sempre quer vender e nem sempre o que se oferece é benéfico”. Eunice explicou, ainda, que a nova realidade levou a mudanças no trabalho da Pastoral. “Se antes tínhamos mais o acompanhamento para os desnutridos, hoje lutamos contra a obesidade e em favor de políticas públicas que favoreçam o bom acompanhamen-

to das gestantes, no sentido da prevenção.” A coordenadora garantiu que são feitas formações contínuas com os líderes para que possam se inteirar sobre a realidade da saúde e que para os que se interessam em ingressar na Pastoral, “há uma formação inicial de 50 horas, durante 15 encontros, nos quais o líder, além de receber a formação, já começa a fazer a parte prática para a gente já poder melhorar os acompanhamentos”, detalhou.

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Direto de Roma JMJ de Cracóvia já tem data definida: 25 de julho a 1° de agosto de 2016 O arcebispo de Cracóvia, cardeal Stanisław Dziwisz, anunciou a data da próxima Jornada Mundial da Juventude de 2016. Será de 25 de julho a 1° de agosto. No próximo mês de fevereiro o papa Francisco criará novos cardeais No início do mês de outubro, por ocasião das reuniões do Conselho de Cardeais (1-3 de outubro) e do Conselho do Sínodo dos Bispos (7-8 de outubro), o papa Francisco informou os participantes que tencionava convocar um consistório para a criação de novos Cardeais por ocasião da festa da Cátedra de São Pedro (22 de fevereiro). Antes desta reunião –, prevista para 17 e 18 de fevereiro – terá lugar também a terceira reunião do Conselho de Cardeais, enquanto que logo depois do consistório, nos dias 24 e 25, se reunirá o Conselho do Sínodo dos Bispos. E pode-se prever que, como nos outros anos, também a próxima reunião do Conselho dos Cardeais para os problemas econômicos e organizativos da Santa Sé terá lugar também em fevereiro, provavelmente na semana precedente ao consistório. Dia Mundial do Enfermo em Nazaré A edição 2016 do Dia Mundial do Enfermo terá a sua sede em Nazaré, foi o que informou o arcebispo, dom Zygmunt Zimowski, presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral da Saúde, que visitou a Terra Santa nestes dias. O Dia é celebrado todos os anos em nível local (dioceses e paróquias) e de modo solene a cada três anos, sempre em um santuário mariano. O anúncio foi feito por ocasião da festa de Nossa Senhora, Rainha da Palestina, que se realizou no Santuário de Deir Rafat, entre Tel Aviv e Jerusalém.


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Práticas de comunicação apresentadas no Muticom Fotos: Edcarlos Bispo de Santana/O SÃO PAULO

Evento foi realizado na cidade de Natal (RN) e reuniu pessoas de todo o Brasil para debater ‘Comunicação e participação cidadã: meios e processos’ Edcarlos Bispo de Santana Enviado especial a Natal (RN)

A palavra mutirão, de acordo com o dicionário Aurélio, vem do tupi e, dentre alguns significados, é o “auxílio gratuito que prestam uns aos outros membros de uma determinada comunidade, reunindo-se todos em proveito de um de seus membros ou de todos”. Para o arcebispo de Campo Grande (MS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação Social, dom Dimas Lara Barbosa, o mutirão é um “exercício comunitário de construção do conhecimento da comunicação, um espaço de comunicação bastante democrático”. Nesta perspectiva foi realizado, na cidade de Natal (RN), de 27 de outubro a 1º de novembro, o 8º Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom). Este ano, o encontro teve como tema “Comunicação e participação cidadã: meios e processos”. Participaram do encontro,

Participantes do Estado de São Paulo interagem ativamente no encontro realizado em Natal; GTs são a grande novidade

membros das Pastorais da Comunicação de diversas dioceses do Brasil, jornalistas dos diversos veículos de imprensa ligados a arquidioceses, dioceses, congregações, movimentos e novas comunidades. Fazendo uma avaliação do encontro para a reportagem do O SÃO PAULO, o coordenador do 8º Muticom, padre Edmilson Nobre, destacou como importante

Arquidiocese de Vitória acolherá 9ª edição do evento do Enviado especial a Natal (RN)

Em 2015 a Arquidiocese de Vitória (ES) sediará, de 15 a 19 de julho, o 9º Muticom. De acordo com o bispo auxiliar de Vitória, dom Joaquim Wladimir Lopes Dias, desde a Assembleia Geral dos Bispos, realizada neste ano em Aparecida (SP), foi decidido que o encontro seria em Vitória e, desde então, os membros da diocese e de dioceses vizinhas se reuniram para preparar o encontro. Dom Joaquim informou que

o tema do encontro será sobre “Ética na comunicação” e que será tomado o cuidado de que o encontro não discuta o que a Pascom nacional discute em seus encontros. A ideia, segundo o bispo, é expandir o tema e o encontro para que até comunicadores não ligados à Igreja se sintam convidados a participar. Tornar a discussão mais acadêmica e com um olhar mais abrangente, firmando diretrizes para que a Pascom discuta e debata seu encontro bianual. (EBS) Edcarlos Bispo de Santana/O SÃO PAULO

as experiências dos grupos de trabalho, na tentativa de aprofundamento e enriquecimento do tema. “Olhando o todo, o trabalho realizado pelos assessores, o conteúdo trabalhado, as experiências dos grupos de trabalho que também foram uma inovação, pois, nos outros Mutirões, trabalhávamos com oficinas. Os Grupos de Trabalho nos dão a

consciência que já estamos na oitava edição, então se supõem que existem experiências ricas que merecem ser partilhadas, por isso, ousamos conscientemente que isso poderia ajudar mais na produção de quem participou do encontro”, comentou o padre. No Grupo de Trabalho (GT) sobre impressos, Patrícia Luz, jornalista do jornal “São Salvador”, da Arquidiocese de São

Salvador da Bahia, apresentou as mudanças que foram feitas no periódico de notícias da Arquidiocese. Patrícia destacou que o processo de mudança foi estudado por aproximadamente um ano e que há um trabalho de reestruturação da Pascom. André Louro Birck, do jornal “Mundo Jovem”, afirmou que considera estes encontros entre comunicadores muito importantes, pois vê “um ambiente de debate muito profundo com as ideias levantadas”. No GT de impressos, do qual André participou, foram levantas discussões sobre as dificuldades que as revistas e os jornais católicos possuem de manter os assinantes, mesmo diante deste quadro, o jornalista do “Mundo Jovem” se disse otimista por acreditar que é preciso que os impressos saibam usufruir melhor da internet, “os impressos são diferentes dos outros meios de comunicação, o impresso tem um sentido fundamental na construção do raciocínio”, afirmou. Em 2014 será realizado na cidade de Aparecida (SP) um encontro voltado para os membros da Pascom. De acordo com o vice-coordenador do Setor de Comunicação do Regional Sul 1, padre Marcos Vinícius, o Regional terá grande responsabilidade, pois o encontro é “em casa” e os membros do Sul 1 ficaram responsáveis por cuidar da hospedagem e da recepção dos participantes.

Participação acadêmica marca encontro Edcarlos Bispo de Santana/O SÃO PAULO

do Enviado especial a Natal (RN)

Durante os dias do encontro, foram realizadas na parte da manhã conferências temáticas que aprofundaram o olhar acadêmico sobre o assunto central do Mutirão Brasileiro de Comunicação: comunicação e a participação cidadã. Debatedor durante um dos dias do encontro, o professor doutor Juciano de Souza Lacerda, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), local onde se realizou o encontro, destacou que uma de suas responsabilidades foi a definição de que a edição deste ano do mutirão fosse com apresentação de trabalhos, em vez de oficinas. Para Juciano, ao longo dos mutirões sempre tiveram especialistas da Igreja, sobre comunicação, porém se decidiu pensar a comunicação para além do eixo religioso, porém pensado o lugar do comunicador. Os alunos da UFRN, também participaram ativamente

Professores Laurindo Lalo (em pé) e Manoel Chaparro (dir.) apresentam seminário falando do conteúdo e mensagens dos meios de comunicação

do mutirão. Muitos colaboraram nos GTs e produziram matérias e reportagens para os meios de comunicação da universidade. Danilo Vieira, Arildo Gabriel e Judson Gurgel do curso de Comunicação destacaram que, mesmo não podendo participar ativamente do 8º Muticom, foi importante perceber que a preocupação e os debates foram de

temas que não envolvem só a Igreja, mas a comunicação de um modo geral. Para os estudantes de Comunicação da UFRN, é indispensável avaliar a permanente discussão que está sendo feita a cerca da forma e do conteúdo que se comunica, pois essa discussão, segundo eles, é muito presente no meio acadêmico. (EBS)


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