O SÃO PAULO - edição 2980

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Brasil prepara Plebiscito Popular para 2014

Pessoas com deficiência participam de encontro

Juristas católicos realizam assembleia em São Paulo

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo

Dom Celso de Queirós festeja 80 anos de vida Página 9

ano 58 | Edição 2980| 26 de novembro a 2 de dezembro de 2013

R$ 1,50

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br Luciney Martins/O SÃO PAULO

L’Osservatore Romano

Na Solenidade de Cristo Rei, termina o Ano da Fé No domingo, 24, a Solenidade Litúrgica de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, marcou o fim do Ano Litúrgico. Em Roma, os fiéis acompanharam a apresentação das relíquias de São Pedro e da

Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, do papa Francisco, sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual, fruto do Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus. Em São Paulo, na Catedral e em todas as

paróquias, celebrou-se o Dia do Leigo como discípulo missionário de Jesus. Com velas acesas, todos rezaram o Credo, Símbolo dos Apóstolos, no encerramento do Ano da Fé. Página 24

legado pontifício

natal dos sonhos

Consciência Negra

Paraguai celebra 25 anos de canonização do seu primeiro santo

‘Tudo aquilo que se compartilha se multiplica’, reflete Natal dos Sonhos

Pastoral Afro rememora o Dia da Consciência Negra na Catedral

As celebrações dos 25 anos de canonização do primeiro santo paraguaio, São Roque González de Santa Cruz, e seus companheiros mártires, Al-

fonso Rodrigues e Juan de Castillo, foram presididas pelo cardeal dom Cláudio Hummes, legado pontifício do papa Francisco. Página 10 Arquidiocese de Assunção-Paraguai

Evento promovido pela Pastoral do Menor Arquidiocesana em parceria com os colégios católicos, no sábado, 23, está em sua 13ª edição.

A campanha arrecada brinquedos para serem entregues em comunidades carentes da cidade de São Paulo. Página 12 Luciney Martins/O SÃO PAULO

Na quarta-feira, 20, o padre Eduardo Vieira, cura da Catedral Metropolitana, presidiu a missa pelo Dia da Consciência Negra e fez

memória da morte de Zumbi dos Palmares, líder da resistência negra no período escravocrata brasileiro. Página 13 Luciney Martins/O SÃO PAULO


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Fé e Vida

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 26 de novembro a 2 de dezembro de 2013 Gabirante

1º de dezembro DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A AIDS

frases da semana

“Precisamos de outro instrumento político, que é a assembleia constituinte. Porque, para algumas questões, não é preciso mudar apenas algum artigo, mas a lógica mesma da Constituição, como por exemplo, a questão da propriedade privada.”

José Antônio Moroni, no lançamento do Plebiscito Popular em Brasília (DF)

você pergunta

Espiritualidade

Qual a diferença entre o divino e o humano?

Estar na trindade Frei Patrício Sciadini

Diretor do O SÃO PAULO, semanário da Arquidiocese de São Paulo

Padre Cido Pereira

Maria Oziro, da Vila Nova Cachoeirinha, quer uma explicação, “bem simples”, acentua ela, sobre a diferença entre o divino e o humano. Ô Maria Oziro, eu tenho certeza de que você sabe a diferença entre divino e humano. Divino é o nosso Deus, que é onipotente, sabe tudo; onisciente, conhece tudo; onipresente, preenche todo o nosso ser e o universo. O que é divino merece a nossa adoração, a nossa acolhida no coração, o nosso amor reverente e filial. O divino é próprio de Deus, da divindade. Divinos são os mistérios de nossa fé, porque revelam o amor e a ternura que Deus tem pela humanidade, criando o homem, vindo ao seu encontro para revelar-lhe o seu amor, salvando-o do pecado, tornando-o seu filho em Jesus Cristo, seu Filho. E o humano? É tudo o que é próprio da natureza humana, do homem. O que é humano deve ser valorizado: a pessoa, as qualidades, os valores. Depois que Jesus assumiu a natureza humana, o humano foi iluminado pela luz divina. E a Igreja, em nome de Jesus, assume todas as dores, os sonhos, as alegrias, as lutas por dignidade que o homem vive e carrega no seu coração. Uma frase muito bonita resume quanto Deus nos amou quando quis que seu Filho, Jesus, se fizesse homem. O divino humanizou-se e o homem divinizou-se, o que equivale a dizer que: o Filho de Deus se fez homem, para que o homem fosse Filho de Deus. É isso aí, Maria Oziro. Reflita nisso, guarde isso no seu coração. Um abraço do padre Cido.

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

São dias de luz e muito grande na minha vida, que já se aproxima ao pôr do sol, e dias de trevas densas, mas bonitos porque aprendi com o meu mestre João da Cruz que quando a noite é intensa é porque a luz é forte. Noites de sofrimentos em ver o povo que sofre, em sentir as dificuldades da língua árabe e sentir a beleza de ser cristão num mundo onde as palavras não têm muito valor, mas onde podemos dia a dia testemunhar o Cristo no silêncio e na oferta de nossa vida. E estando assim no deserto e no jardim, luz e trevas, me caiu sob os olhos a oração da Beata Elisabeth da Trindade, esta monja carmelita descalça que encontrou o seu caminho e a porta para entrar mais profundo

“Participar da construção da nossa história e das transformações sociais e culturais de todas as áreas, para que a gente ocupe todos os espaços que são nossos por direito, enquanto cidadãos nesta sociedade, e como filhos de Deus neste mundo.”

Tuca Munhoz, no 7º Encontro Fraternidade e Pessoas com Deficiência

no mistério da Trindade. Ela compôs uma oração meditada pelos grande teólogos e que é uma contemplação de como devemos estar diante da ação de Deus. Quero oferecer fragmentos desta oração aos meus 25 leitores, já que o espaço não será suficiente para toda ela. Que Elisabeth da Trindade diga a cada um deles como se vive no mistério de Deus… “Ó meu Deus, Trindade que adoro, ajudai-me a esquecer-me inteiramente de mim mesma para fixar-me em vós, imóvel e pacífica, como se minha alma já estivesse na eternidade. Que nada possa perturbar-me a paz nem me fazer sair de vós, ó meu Imutável, mas que em cada minuto eu me adentre mais na profundidade de vosso Mistério. Pacificai minha alma, fazei dela o vosso céu. Que eu jamais vos deixe só, mas que aí esteja toda inteira, totalmente desperta em minha fé, toda em adoração, entregue inteiramente à vossa Ação criadora. Ó meu Cristo amado, cru-

“O brinquedo traz esse resgate do lúdico, do direito de brincar e de ser criança. Dentro dela trazemos o animo da solidariedade e, também, fortalecemos o que é previsto em lei o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente enfatiza o direito de brincar e de ser criança.”

Sueli Camargo, na 13º edição do Natal dos Sonhos da Pastoral do Menor

cificado por amor; quisera ser uma esposa para vosso Coração, quisera cobrir-vos de glória, amar-vos ... até morrer de amor! Ó Fogo devorador, Espírito de amor, ‘vinde a mim’ para que se opere em minha alma como que uma encarnação do Verbo: que eu seja para ele uma humanidade de acréscimo na qual ele renove todo o seu Mistério. E vós, ó Pai, inclinaivos sobre vossa pobre e pequena criatura, cobri-a com vossa sombra vendo nela só o Bem-Amado, no qual pusestes todas as vossas complacências. Ó meus Três, meu Tudo, minha Beatitude, Solidão infinita, Imensidade onde me perco, entrego-me a vós qual uma presa. Sepultai-vos em mim para que eu me sepulte em vós, até que vá contemplar em vossa luz o abismo de vossas grandezas. É assim que devemos ser. E só assim não teremos medo do deserto nem das trevas, porque será só luz que inunda e beatifica.”

palavras que não passam

A comunicação evangelizadora (9.1) PADRE AUGUSTO CÉSAR PEREIRA

A preocupação de Paulo 6º com a linguagem da evangelização é evidente na “exortação apostólica sobre a evangelização no mundo contemporâneo” (Evangelii Nuntiandi, EN, 1975). É o resultado do 3º Sínodo dos Bispos, com o tema da evangelização (1974). Transcrevo parte expressiva do documento (63), no qual o Papa insiste em que, para tingir o objetivo de evangelizar, a Igreja precisa “assimilar o essencial da mensagem evangélica, transpô-la sem a mínima traição à sua verdade essencial, para que os homens compreendam e, em seguida, a anunciem nessa mesma linguagem”. “Uma tal transposição há de ser feita com o discernimento, a seriedade, o respeito e a competência que a matéria

exige, no campo das expressões litúrgicas, como de igual modo no que se refere à catequese, à formulação teológica, às estruturas eclesiais secundárias e aos ministérios.” “E aqui linguagem deve ser entendida menos sob o aspecto semântico ou literário do que sob aquele aspecto que se pode chamar antropológico e cultural.” “O problema é, sem dúvida, delicado. A evangelização perderia algo de sua força e da sua eficácia se ela porventura não tomasse em consideração o poço concreto a que ela se dirige, não utilizasse a sua língua, os seus sinais e símbolos; depois, não responderia também aos problemas que esse povo apresenta, nem atingiria sua vida real.” “De outro lado, a evangelização correria o risco de perder a sua alma e de se esvaecer se fosse despojada ou fosse desnaturada quanto ao seu conteúdo, sob o pretexto de a traduzir melhor; o mesmo sucederia se aí querer adaptar uma realidade universal a um espaço localizado, se sacrificasse essa

realidade ou se destruísse a unidade, sem a qual já não subsiste a universalidade.” “Ora, sendo assim, só uma Igreja que conserva a consciência de sua universalidade e demonstra de fato ser universal pode ter uma mensagem capaz de ser entendida por todos, passando por cima de demarcações regionais.” “A legítima atenção para com as Igrejas particulares não pode senão vir a enriquecer a Igreja. Tal atenção, aliás, é indispensável e urgente. Ela corresponde às aspirações mais profundas dos povos e das comunidades humanas, a descobrirem cada vez mais a sua fisionomia própria.” Afirma ainda: “A ruptura entre o Evangelho e a cultura é, sem dúvida, o drama da nossa época, como o foi também das outras épocas” – da época atual (EN 20). “A evidente importância do conteúdo da evangelização não deve esconder a importância das vias e dos meios da mesma evangelização (EN 40).”

Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Antônio Aparecido Pereira • Reportagem: Daniel Gomes e Edcarlos Bispo de Santana • Colaboração: Nayá Fernandes • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Assinaturas: Djeny Amanda • Projeto Gráfico e Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Impressão: Atlântica Gráfica e Editora Ltda. • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinatura) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail• A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.


Fé e Vida

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 26 de novembro a 2 de dezembro de 2013

encontro com o pastor

A alegria do Evangelho

Arcebispo metropolitano de São Paulo

cardeal dom odilo pedro scherer

No Domingo de Cristo Rei, 24 de novembro, o papa Francisco brindou a Igreja com uma bela Exortação Apostólica sobre a evangelização, chamada: Evangelii gaudium – “A Alegria do Evangelho”. É um presente feito à Igreja no encerramento do Ano da Fé, ao longo do qual ela procurou, em todas as suas comunidades, recobrar o fervor da fé. A Exortação Apostólica traz as contribuições e impulsos da assembleia do Sínodo dos Bispos de outubro de 2012, sobre o tema da “Nova Evangelização para a transmissão da fé cristã”. Mas também representa uma palavra pessoal do papa Francisco e retrata sua experiência pessoal de “Nova Evangelização” na América Latina, especialmente, aquela do “Documento de Aparecida”. O Evangelho de Jesus, acolhido com fé verdadeira, traz alegria incontida e precisa ser partilhado com outras pessoas. Quem encontrou Jesus, o Salvador e Senhor, fica de tal modo marcado e fascinado, que não pode segurar só

para si essa boa experiência da fé; como os pastores da noite do nascimento de Jesus, em Belém (cf Lc 2, 8-20), ou como os apóstolos, no início da pregação do Evangelho (cf At 4,20), também a Igreja se sente impulsionada a comunicar também aos outros “o que viu e ouviu”. Assim aconteceu no tempo de Jesus e dos apóstolos e continuou a acontecer, ao longo da História, em tantas ocasiões e com uma multidão de pessoas. E acontece ainda hoje homens e mulheres que acolhem com fé e alegria o Evangelho de Cristo, orientando suas vidas para ele. Muitas pessoas batizadas fazem a experiência de se sentirem amadas por Deus e despertam para um generoso compromisso missionário e evangelizador. O Evangelho é boa notícia para o nosso mundo e assim deve ser anunciado. A alegria da fé, nascida do Evangelho, continua a levar a Igreja a anunciar e a compartilhar com outros o dom recebido, mesmo a custo de muitos sacrifícios e cruzes. No encerramento do Ano da Fé, somos todos novamente enviados em missão, como “discípulos do Reino de Deus”. Anunciar o Evangelho e testemunhar a força e a eficácia de sua ação transformadora não deveria ser uma obrigação pesada, mas uma necessidade

que brota do coração agradecido de quem encontrou as razões para crer: “Ai de mim, se eu não pregar o Evangelho!” (1Cor 9,16). No Brasil, a solenidade de Cristo Rei e, neste ano, o encerramento do Ano da Fé, coincidiu com o início da Campanha Nacional para a Evangelização. Durante três semanas, somos convidados a refletir sobre a realidade da evangelização no Brasil, a rezar e a nos empenhar para que ela aconteça em todos os cantos de nosso País; no terceiro Domingo do Advento, faz-se a coleta em favor da evangelização, como gesto concreto de apoio a esta obra prioritária da Igreja. Nada mais justo e acertado: o encontro renovado com Cristo Senhor aprofunda os laços da nossa fé; e esta leva-nos a anunciar a alegria do Evangelho, para ajudar outras pessoas a também se aproximarem de Deus. A evangelização é missão, deve envolver a todos os batizados; todos eles têm parte na missão de anunciar o Evangelho, de muitas maneiras. A transmissão da fé e a iniciação à vida cristã são desafios urgentes, que todos os membros da Igreja precisam assumir de forma renovada. A Exortação Apostólica Evangelii Gaudium – “A Alegria do Evangelho” – vem em boa hora para estimular e orientar a todos!

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editorial

‘Ai de mim se não evangelizar!’ Não podia ter dia melhor para terminar o Ano da Fé: a solenidade litúrgica de Cristo Rei. Cristo é o Senhor e Mestre de nossas vidas. E, ao celebrarmos a nossa fé durante o Ano Litúrgico, começamos implorando a sua vinda, no Advento, e terminamos proclamando que ele é o Rei do Universo, o Senhor de nossas vidas. Nele cremos, nos movemos e somos. No domingo passado, em nossa Catedral e em todas as nossas paróquias, pastores e fiéis proclamaram solenemente a sua fé. E, mais uma vez, repetimos o que nos foi pedido ao longo do ano: Confessamos a fé, celebramos a fé, nos comprometermos a viver a fé, a orar iluminados pela fé e a testemunha esta fé lá onde a vida nos coloca. Ano da Fé concluído, começamos um novo Ano Litúrgico com uma Campanha de Evangelização. E a frase do apóstolo Paulo, “Ai de mim, se eu não evangelizar!”, vamos repeti-la nesta campanha. Para o Apóstolo, a experiência profunda de Cristo fez com que ele gritasse a sua convicção: “Ai de mim, se eu não evangelizar!”. Para nós, também fica o convite de passar para os outros a mesma convicção. Cristo é tudo para nós. Ai de mim se não disser ao mundo a boa notícia que trouxe Jesus ao mundo, e se não disser ao mundo a boa notícia que é Jesus. A experiência pessoal com Jesus nos faz discípulos. O passar esta experiência para os outros nos faz missionários. Durante a Quaresma, a Campanha da Fraternidade prepara-nos para o encontro com o Cristo Pascal, através da oração, da penitência e de gestos concretos de amor ao próximo. A Campanha de Evangelização no tempo do Advento quer fazer crescer em nós a consciência de nossa corresponsabilidade no anúncio do Evangelho. Quem colabora com este anúncio tem merecimentos de evangelizador. Evangelizamos com a palavra. Evangelizamos com o testemunho de vida. Evangelizamos em nossas pastorais. Evangelizamos em nossos movimentos de apostolado leigo. Evangelizamos, enfim, com nossa contribuição financeira, que vai sustentar muitos projetos voltados para o anúncio do Evangelho. Participemos com alegria, participemos com generosidade.

Seminário Redemptoris Mater

Pascom Paróquia Nossa Senhora Aparecida

Em visita ao seminário Redemptoris Mater, no domingo, 24, o Cardeal entronizou solenemente as relíquias dos patronos São João Bosco e São Raimundo de Peñafort e ainda abençoou o presépio

No domingo, 24, o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, presidiu a missa de encerramento do Ano da Fé na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Moema, Região Ipiranga

agenda do Cardeal Quarta-feira (27)

Quinta-feira (28)

Sexta-feira (29)

Sábado (30)

15h – 18h30 – Pastoral nos MCSocial.

20h – Missa e crismas na Paróquia Nossa Senhora do Brasil.

14h – Encontro Regional da Pascom.

8h30 – Missa e encontro com os diáconos permanentes.

18h - Missa e crismas na Paróquia Nossa Senhora de Claraval, Ipiranga.


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Fé e Vida

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liturgia e vida

IMACULADA CONCEIÇÃO DE NOSSA SENHORA 8 DE DEZEMBRO DE 2013

palavra do papa

Cristo está no centro. Cristo é o centro

Ana Flora Anderson

Cheia de graça Esta é uma das celebrações litúrgicas mais profundas que a Igreja nos propõe: une-se a ação do Espírito Santo, a encarnação e a fé profunda da mãe de Jesus. A antífona de entrada cita Isaías com palavras proféticas que descrevem Maria: “Deus me revestiu de justiça e de salvação!”. A primeira leitura (Gênesis 3, 9 – 15. 20) é uma profecia, uma narrativa sobre o primeiro pecado da humanidade. O homem e a mulher caem na tentação de querer ter o mesmo conhecimento que Deus tem. Este promete que, no futuro, a descendência da mulher trará a salvação. A segunda leitura (Efésios 1, 3-6.11-12) é um hino de louvor a Deus, que, antes da criação do mundo, nos escolheu para sermos santos no seu amor. Por intermédio de Jesus, Ele nos predestinou para sermos seus filhos. O Evangelho de São Lucas (1, 26-38) narra a anunciação. Uma jovem do interior da Galileia, prometida em casamento, recebe uma revelação de Deus. A jovem, cheia de graça, ouve a mensagem de que ela dará à luz um filho, cujo nome será Jesus. Em aramaico, o nome significa “Javé salva”. A profecia do livro de Gênesis é realizada. Pelo orgulho humano, o pecado entrou no mundo. Pela pobreza de Maria, nasce a profunda obediência: “Faça-se em mim segundo a tua vontade!”.

Papa francisco Apresentamos aqui, trechos da homilia do papa Francisco na missa da Solenidade de Cristo Rei, que marcou também a conclusão do Ano da Fé. A solenidade de Cristo Rei do Universo, que hoje celebramos como coroamento do Ano Litúrgico, marca também o encerramento do Ano da Fé, proclamado pelo papa Bento 16, para quem neste momento se dirige o nosso pensamento cheio de carinho e de gratidão por este dom que nos deu. Com esta iniciativa providencial, ele ofereceu-nos a oportunidade de redescobrirmos a beleza daquele caminho de fé que teve início no dia do nosso Batismo e nos tornou filhos de Deus e irmãos na Igreja; um caminho que tem como meta final o encontro pleno com Deus e durante

o qual o Espírito Santo nos purifica, eleva, santifica para nos fazer entrar na felicidade por que anseia o nosso coração... As leituras bíblicas que foram proclamadas têm como fio condutor a centralidade de Cristo: Cristo está no centro, Cristo é o centro. Cristo, centro da criação, do povo e da história. O apóstolo Paulo, na segunda leitura tirada da Carta aos Colossenses, dá-nos uma visão muito profunda da centralidade de Jesus. Apresenta-o como o primogênito de toda a criação: nele, por ele e para ele foram criadas todas as coisas. Ele é o centro de todas as coisas, é o princípio: Jesus Cristo, o Senhor. Deus deu-lhe a plenitude, a totalidade, para que nele fossem reconciliadas todas as coisas (cf. 1, 12-20). Senhor da criação, Senhor da reconciliação... Além de ser centro da criação e centro da reconciliação, Cristo é centro do Povo de Deus. E hoje mesmo ele está aqui, no centro da nossa assembleia. Está aqui agora na Palavra e estará aqui no altar, vivo, presente, no meio de nós, seu povo. Assim

no-lo mostra a primeira leitura, que narra o dia em que as tribos de Israel vieram procurar David e ungiram-no rei sobre Israel diante do Senhor (cf. 2Sm 5, 1-3). Na busca da figura ideal do rei, aqueles homens procuravam o próprio Deus: um Deus que se tornasse vizinho, que aceitasse caminhar com o homem, que fizesse seu irmão. Cristo, descendente do rei David, é precisamente o “irmão” ao redor do qual se constitui o povo, que cuida do seu povo, de todos nós, a preço da sua vida. Nele, nós somos um só; um só povo unido a ele, partilhamos um só caminho, um único destino. Somente nele, nele por centro, temos a identidade como povo... E, por último, Cristo é o centro da história da humanidade e também o centro da história de cada homem. A Ele podemos referir as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias de que está tecida a nossa vida. Quando Jesus está no centro, até os momentos mais sombrios da nossa existência se iluminam: ele dá-nos esperança, como fez com o bom ladrão no Evangelho de hoje... L’Osseratore Romano

leituras da semana

SEGUNDA (9): Is 35, 1-10; Lc 5, 17-26 TERÇA (10): Is 40, 1-11; Mt 18, 12-14 QUARTA (11): Is 40, 25-31; Mt 11, 28-30 QUINTA (12): Gl 4, 4-7 ; Lc 1, 39-47 SEXTA (13): Is 48, 17-19; Mt 11, 16-19 SÁBADO (14): Eclo 48, 1-4. 9-11; Mt 17, 10-13

SANTOS E HERÓIS DO POVO – 27 DE NOVEMBRO

“Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho” (1Cor 9,16b) Neste dia, se faz memória do sequestro e assassinato de seis dirigentes da Frente Democrática Revolucionária, em El Salvador, no ano de 1980. Seus nomes: Henrique Alvarez Córdoba, Manuel Franco, João Chacón, Humberto Mendonza, Henrique Escobar Barrera e Doroteu Hernandéz. Seus corpos foram transportados para a Catedral e aí venerados, sendo enterrados depois na própria cripta da igreja-mãe da capital de El Salvador. Faz-se memória também de São Máximo (imagem), monge de Lerins, que sucedeu a Santo Honorato. Foi eleito bispo de Arles e recebeu, então, solicitações de todas as partes, para ajudar no pastoreio. Morreu em 462. Da França ao Sul, na Áustria, lembra-se de São Virgílio, também chamado pelos suíços de Fergal. Era abade de um mosteiro irlandês, mas depois se transferiu para Salzburgo, em 743, onde se tornou grande missionário, à imitação de São Bonifácio, que, aliás, não se entendia bem com ele. Somente após o martírio de São Bonifácio é que Virgílio foi sagrado bispo. Exerceu o pastoreio durante 30 anos. Fonte: “Santos e Heróis do Povo”, livro do cardeal Arns.

Tweets do papa

@Pontifex_pt 23 - Os Sacramentos são a pre-

sença de Jesus Cristo em nós. Por isso, é importante confessar-se e receber a Comunhão. 22 - O Reino dos Céus é para aqueles cuja segurança está colocada no amor de Deus, não nas coisas materiais. 21 - Ser Santo não é um privilégio de poucos, mas uma vocação para todos. 19 - Os Santos não são superhomens. São pessoas que têm o amor de Deus no coração e transmitem esta alegria aos outros.

O papa Francisco recebeu na sexta-feira, 22, no Vaticano, o presidente da FIFA, Joseph Blatter, numa audiência privada. Blatter comentou o encontro na sua conta da rede social Twitter, falando num “momento inacreditável”. Segundo o presidente da FIFA, o Papa, assumido adepto de futebol, falou sobre a capacidade deste desporto em “unir povos e construir pontes”. Fonte: www.agencia.ecclesia.pt

há 50 anos

O SÃO PAULO homenageia Kennedy O semanário da Arquidiocese de São Paulo lembrou a morte do presidente dos Estados Unidos da América, Kennedy. Na chamada de capa, a edição disse que “Kennedy enfrentava oposições terrivelmente prejudiciais à causa da paz social interna, querendo impor a verdadeira democracia cristã que ele, católico, mais do que ninguém conhecia e vivia, seus irmãos se digladiavam num ódio racial ,que, em última análise, serviam de amparo às prepotências moscovitas, petulantemente expostas no mesmo solo de liberdade que sedia as Nações Unidas”.

Outro destaque foi a homenagem prestada ao papa Paulo 6º. Na ocasião, após a audiência especial concedida ao excelentíssimo senhor Cardeal Arcebispo, foi feita uma fotografia, na qual se veem, o monsenhor José Motta, o secretário do senhor cardeal dom Vicente Marchetti Zioni, bispo auxiliar e diretor de O SÃO PAULO, sua Santidade, o excelentíssimo cardeal Motta, dom Antônio Alves de Siqueira, arcebispo coadjutor. Foi noticiada, ainda, a aprovação do início das obras do monumento a São Paulo Apóstolo, que se iniciaram em 25 de janeiro de 1964.

Capa da edição de 1º/12/1963


Viver Bem

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literatura

dicas de cultura

‘Presépios: Um Olhar, uma História’ em exposição no Museu de Arte Sacra de São Paulo O Museu de Arte Sacra (MAS) de São Paulo, instituição da Secretaria de Estado da Cultura, seguindo uma das mais fortes tradições cristãs nas festas de fim de ano, inaugura, na terça-feira, 26, a exposição “Presépios: Um Olhar, uma História”. Com curadoria de Cristina Ferraz, texto de Cesar Giobbi e expografia de Antonio Ferreira Jr.. Essa exposição, maior mostra sobre o tema já realizada no MASP, conta com um seleto grupo de 42 pessoas. Designers, arquitetos,

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 26 de novembro a 2 de dezembro de 2013

artistas plásticos, colecionadores e nomes da sociedade paulistana foram convidados a montar suas próprias versões deste símbolo natalino, resultando em 35 presépios. A exposição traz, ainda, uma sala do museu toda ambientada com peças de arte barroca e presépios do acervo da família Landmann, montados por Jorge e Julio Landmann em homenagem à sua mãe, Edith Landmann. As boas-vindas à exposição são dadas por Gica Mesiara com a instalação “Poder Divino, Poder Humano”, onde projeta uma imagem de Jesus em um jardim vertical de estrutura metálica com os dizeres “...aquele que crê em mim, esse fará também as obras que eu faço

vamos cuidar da saúde!

Diretório da Liturgia 2014

e fará ainda maiores...”. Os painéis de textos contam com delicados traços de Paulo von Poser, alusivos à data. Serviço: Abertura: 26 de novembro de 2013, terça-feira, às 19h Período: 27 de novembro de 2013 a 6 de janeiro de 2014 Local: Museu de Arte Sacra de São Paulo - Avenida Tiradentes, 676, Luz, São Paulo Tel.: (11) 3326-5393 – agendamento/ educativo para visitas monitoradas Horário: terça a sexta das 9h às 17h, sábado e domingo das 10h às 18h Ingresso: R$ 6,00 (estudantes pagam meia); grátis aos sábados Número de obras: 35 Dimensões: variadas

direito do consumidor

Insônia Muitas pessoas chegam ao consul-

tório relatando insônia, mas, depois de realizar uma boa higiene do sono, retornam transmitindo tanta melhora que, muitas vezes, não é necessário usar medicação. Eis aqui a higiene do sono: • Estabelecer rotinas e horários regulares para dormir e despertar; • Evitar a permanência na cama quando acordado; • Dormir a quantidade de horas suficientes para sentir-se restabelecido; • Ir para a cama somente quando estiver com sono; • Evitar cochilos durante o dia e, se for inevitável, somente 15 minutos; • Evitar uso de cafeína, nicotina e bebidas alcoólicas de quatro a seis horas antes de dormir; • Fazer refeição noturna leve; • Praticar atividade física regular até seis horas antes de dormir; • Expor-se à luz do sol diariamente; • Manter quarto sem luz excessiva e sem televisor. Dúvidas: dracassiaregina@gmail.com Cássia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF).

Assalto Se o cliente é assaltado no interior

da agência, o banco tem o dever de indenizá-lo? Sim. Trata-se de responsabilidade objetiva do banco, em razão do risco inerente à atividade bancária (art. 927, parágrafo único do CC e art. 14 do CDC). Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. O banco poderá alegar caso fortuito ou força maior? Não. Para o Supremo Tribunal Judiciário (STJ), em se tratando de instituição financeira, os roubos às agências são eventos totalmente previsíveis e até esperados, não se podendo admitir que o banco invoque as excludentes de responsabilidade do caso fortuito ou força maior e culpa de terceiros (Resp. 1.093.617-PE).

O jornal O SÃO PAULO

O “Diretório da Liturgia” de 2014 deseja ser um auxílio para a celebração diária da memória do Senhor Jesus. Nele encontramos, além das orientações gerais sobre a Liturgia e o calendário litúrgico, as informações sobre o episcopado, a organização e a vida da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O “Diretório” está disponível na versão espiral, brochura e agora também na versão de bolso, que contém apenas a parte litúrgica. Espiral: R$ 22,50 | Brochura: R$ 22,50 | Versão de bolso: R$ 6,00 | Disponível no site: www.edicoescnbb.com.br ou pelo telefone: (61) 2193-3019.

Ronald Quene é formado em Direito

está de cara nova

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Fé e Vida

direito canônico

fé e cidadania

A subsidiariedade em relação à lei civil

Onde nasce o Menino Jesus, hoje?

Padre Carlos Roberto Santana da Silva

Canonização da lei civil. A legislação canônica sobre os bens temporais foi sempre breve, emprestando seus institutos da legislação civil. Historicamente, a Igreja emprestou suas leis nesta matéria da legislação civil, especialmente do direito romano. O direito patrimonial da Igreja historicamente se confunde com o direito romano, enquanto este vigorava antigamente por toda a Europa. Nesse caso, valia a asserção de que “quando as leis não se contradizem aos cânones ambos podem ser escolhidas, uma ou outra. Se uma é mais clara do que a outra, uma vale por outra”. Na canonização, a lei é materialmente civil, mas formalmente se torna eclesiástica, e tem força jurídica em razão da autoridade eclesiástica competente: a lei se torna cânon. Os bens da Igreja têm um fim sobrenatural, e a única pessoa competente em relação a esses bens é a Igreja. O cânon 22 do Código de Direito Canônico estabelece o princípio geral sobre a canonização da lei civil, ao determinar que “as leis civis, às quais o direito da Igreja remete, sejam observadas no direito canônico com os mesmos efeitos, desde que não sejam

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contrárias ao direito divino e não seja determinado o contrário pelo direito canônico”. Em outros cânones, existem algumas aplicações concretas deste princípio: o cânon 197 trata da prescrição; o cânon 1290 sobre o contrato; o cânon 98, § 2, abordando a constituição de tutores, determina que se deve observar as prescrições do direito civil; o cânon 1500, tratando a ação possessória, estabelece que se deve observar as prescrições do direito civil do lugar onde se encontra a coisa, de cuja posse se refere. Idêntica legislação tem o Código de Cânones das Igrejas Orientais ao determinar no cânon 1162 que “sobre a natureza e efeitos da ação possessória, devem-se observar as normas do direito civil do lugar onde se encontra a coisa cuja posse se discute”; o cânon 1714 determina no que se refere à composição, ao compromisso e ao juízo arbitral, devem-se observar as normas escolhidas pelas partes ou, se as partes não tiverem escolhido nenhuma, a lei dada pela Conferência Episcopal se houver, ou a lei civil vigente no lugar onde se faz a convenção. Em observância da lei civil, há casos em que não se canoniza a lei civil, mas se determina a sua observância. Nesse caso, tal observância é exigida para proteger os bens eclesiásticos ou porque se trata de legislação legitimamente determinada. (Continua na próxima edição).

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Conselheiro Geral na Congregação dos Padres Salesianos

Padre Alfredo José Gonçalves

Desde a infância aprendemos que o Menino Jesus nasceu em Belém, numa gruta entre os animais, pois “não havia lugar para eles”. Os anjos cantaram, e os pastores vieram adorá-lo, mais tarde vieram também os Reis Magos do Oriente. Depois, com Maria e José, Jesus viveu e cresceu na casa de Nazaré. Esse era o pano de fundo do grande segredo que envolvia de sombras e estrelas a atmosfera do Natal. Hoje, o Menino Jesus nasce, em primeiro lugar, nos shopping centers, nos supermercados, nas lojas e nos grandes centros comerciais. Divide espaço com outro personagem do Natal, o Papai Noel. Embora este último tenha surgido mais tarde, atualmente ambos entram em concorrência pela compra e venda das mercadorias. Disputam os anúncios da publicidade e os olhares das pessoas, especialmente

das crianças. Com o passar no qual a simplicidade da grudos anos, porém, o segundo ta de Belém e da casa de Napersonagem ganhou espaço zaré é substituída pela revolusobre o primeiro, deixando-o ção eletrônica e informática. Como conviver com sememeio envergonhado, como que de escanteio diante de tantas lhante transformação? Não luzes, cores, música, apelo e se trata, evidentemente, do fascínio extraordinários. O colocar uma contra a outra. A ídolo do comércio sobrepõe- tradição natalina não se opõe -se ao Deus Menino e frágil às revoluções e ao progresso que “armou sua tenda entre da humanidade. Ao contrário, Deus nos visita para assumir a nós”. O que ocorreu? O mundo A tradição natalina não se opõe contemporâneo, materialista e de às revoluções e ao progresso da economia globahumanidade lizada move-se sobre outro pano de fundo. O volume de vendas nossa história, com a razão, a e dos ganhos, a oportunida- ciência e a tecnologia, com tode de acumular mais capital, dos os seus avanços e descoa ânsia febril das novidades, bertas. O mais importante, em a velocidade da produção, da meio à correria que ocorre nas comercialização e do consu- proximidades do Natal, é não mo... Tudo isso toma o lugar perder de vista a centralidade e o sabor do clima natalino. O do nascimento de Jesus. Está segredo desfaz-se, desnuda- em jogo o significado mais -se, perde seu revestimento profundo de um Deus “que humano-divino. O marketing se faz carne” e vem caminhar e a propaganda, sempre ape- conosco, trazendo-nos a Boa lativos e estridentes, encarre- Nova do Reino e da salvação. gam-se de apresentá-lo com É Ele o personagem central da outra roupagem. O mistério festa, assumindo e revestindo da encarnação ganha vestes a trajetória humana com o seu modernas ou pós-modernas, amor infinito.

espaço aberto

Biografia autorizada? Livre-docente da Universidade Federal do Espírito Santo, é magistrado aposentado, palestrante em atividade e escritor

João Baptista Herkenhoff

Quando alguém se torna muito conhecido, é natural que desperte curiosidade e interesse em torno de sua pessoa. Isto não é um fenômeno recente. Sempre foi assim. A curiosidade é o desejo de ver ou conhecer algo encoberto ou desconhecido. O olhar curioso observa lugares, fatos ou pessoas. Não houvesse curiosidade, e os navegadores portugueses não teriam se aventurado “por mares nunca dantes navegados, mais do que prometia a força humana” (Camões). Não houvesse o aguilhão curioso, e Bartolomeu de Gusmão não teria inventado o primeiro aeróstato; nem Alberto Santos Dumont, a primeira aeronave mais pesada que o ar; nem o juiz eleitoral Carlos Prudêncio, a urna eletrônica para votação. A curiosidade não tem limites. Cassar a curiosidade, enquadrar a curiosidade, submeter a curiosidade a controle

alheio é um desrespeito à inteligência humana. Isto de biografia autorizada lembra a censura prévia que vigorou no Brasil no tempo de nossa mais recente ditadura. Quem se torna figura pública tem de aceitar a consequência da notoriedade, ou seja, a legítima atração da pessoa comum em torno da pessoa diferente, singular. Haverá melhor estudo sobre o cronista Rubem Braga do que aquele produzido por José Castello na sua obra “Na cobertura de Rubem Braga”? Se o insuperável cronista estivesse vivo, o biógrafo apertaria a campainha do apartamento dele, na rua Barão da Torre, 42, e pediria licença ao cronista para biografá-lo? A história de um povo é a soma das histórias das pessoas que integram esse povo. Que grande serviço ao resgate da história capixaba está prestando o jornalista Antônio de Pádua Gurgel com a série de biografias sobre grandes figuras de nosso Estado. O legítimo direito dos biógrafos de penetrar, a fundo, na

vida e na obra do vulto escolhido não exclui o dever de respeitar certos princípios éticos e jurídicos. Assim não se pode tolerar a injúria numa biografia. A injúria é o xingamento. Seria inadmissível, por exemplo, publicar uma biografia com esse título: Vida e obra do canalha Fulano de Tal. A difamação consiste em atribuir a alguém um fato não criminoso ofensivo à reputação, seja o fato verdadeiro ou falso. A reputação resguarda a intimidade. O biógrafo não pode ser um difamador. Configura-se a calúnia quando se atribui a alguém, de maneira inverídica, um fato definido como crime. É defeso ao biógrafo caluniar o biografado. Observe-se que só ocorre a calúnia quando a imputação é falsa. Tratando-se de fato verdadeiro, o biógrafo pode retratar na biografia os crimes do biografado. Quando ocorre qualquer dos abusos citados, cabe ao ofendido o direito de processar criminalmente o ofensor e pleitear indenização, no juízo cível. Mas isto depois que a obra tiver sido editada.


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pastoral vocaconal

bioética

Simpósio Vocacional 2014

Animais como cobaias de pesquisa!

Promotor Vocacional da Arquidiocese de São Paulo

Padre Messias de Moraes Ferreira

Prezados Animadores Vocacionais de nossa Arquidiocese de São Paulo, quero saudar a cada um em Cristo Jesus. “Graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e de nosso Senhor, Jesus Cristo” (Rm 1, 5-7). Com o tema: “Ide e anunciai! Vocações diversas para uma grande missão!”, a Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, da CNBB, juntamente com o Instituto de Pastoral Vocacional (IPV), prepara o Simpósio Vocacional do Brasil. O evento será realizado entre os dias 16 e 18 de maio de 2014 e tem como objetivo incrementar a cultura vocacional na ação evangelizadora da Igreja no Brasil e avançar no discipulado missionário como legado batismal, na comunhão e complementariedade de vocações e ministérios na comunidade eclesial. O simpósio faz parte do 21º Plano Pastoral do Secretariado Geral da CNBB (Documento 95, p. 48). À luz do Documento de Apa-

recida e em conformidade com as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE 2011-2015), deseja-se fazer memória de alguns acontecimentos vocacionais. Em âmbito mundial, dos 50 anos do Concílio Vaticano 2º (1962-1965) e dos 50 anos da instituição do Dia Mundial de Oração pelas Vocações (1964). Em âmbito continental, dos dois Congressos Vocacionais da América Latina e Caribe (1994 e 2011). E, em âmbito

nacional, dos dois Anos Vocacionais (1983 e 2003) e dos três Congressos Vocacionais (1999, 2005 e 2010). Nesse contexto, deseja-se reforçar a articulação da Pastoral Vocacional e do Serviço de Animação Vocacional (PV/SAV) e revigorar as Equipes Vocacionais Paroquiais (EVPs), envolvendo membros da PV/SAV, do IPV, da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), da Comissão Nacional dos Presbíteros (CNP), da Comissão Nacional dos Diáconos (CND), da Organização dos Seminários e Institutos Filosófico-Teológicos do Brasil (Osib), da Conferência Nacional dos Institutos Seculares (CNIS), do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), do Setor Juventude, da Pastoral Familiar, da Catequese e do Movimento Serra. Pretende-se realizar o simpósio, de forma simultânea, em cinco regiões do País, para possibilitar maior participação dos agentes de pastoral dos 17 Regionais da CNBB. Participe dos grupos de estudos e reflexões. Entre em contato com o Centro Vocacional Arquidiocesano (CVA), pelo e-mail cvasp@uol. com.br ou pelo telefone 3104-1795 para ter mais informações.

espaço do leitor

Sobre a matéria “A grande tapera da Igreja Amazônica”, edição 2977 Obrigado pelo espaço de poder compartilhar, não só com os meus, mas com o País inteiro. Sempre firme e forte na caminhada, tendo Cristo como guia.

Sobre a coluna do Ano da Fé, edição 2974 Obrigado por divulgar a minha história na sua coluna Ano de Fé do jornal O SÃO PAULO, estarei sempre à sua disposição

Leonilda Arantes

José Aloncio Ferreira Santos

Redação do jornal O SÃO PAULO. Endereço: Avenida Higienópolis, 890, São Paulo (SP), CEP. 01238-000. E-mail: osaopaulo@uol.com.br Twitter: @JornalOSAOPAULO Facebook: Jornal O SÃO PAULO

padre leo pessini

Hoje, a sensibilidade humana em relação à proteção da vida dos animais, quando se trata de maus-tratos, abandono, dor e sofrimento, por ser objeto de pesquisa, está em alta. Recentemente em São Paulo, uma instituição de pesquisa na área de medicamentos, o Instituto Royal em São Roque, que utiliza animais para experimentos, a partir de uma simples denúncia de maus-tratos que sofriam os animais, sofreu a invasão e rapto deles (178 cães Beagles e 7 coelhos) por parte de ativistas na área. No dia seguinte, mais de 700 pessoas se postaram na entrada do laboratório protestando com a suposta “crueldade” praticada contra esses animais não humanos. Tal ação, amplamente divulgada pela mídia, volta a colocar, na pauta de discussão pública e acadêmicocientífica, a questão da utilização de animais para experimentação no processo de produção de novos fármacos e medicamentos. Pelas informações posteriormente divulgadas pelos responsáveis, a instituição não estava fazendo nada de mais e estava de acordo com a legalidade das regras elaboradas pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, que vigia esta área. Segundo o professor Marcelo Morales, coordenador do Concea, é impossível atualmente abolir o uso de animais em pesquisas de medicamentos. Não se saberia como esse fármaco funciona e qual a reação no organismo vivo. “Juridicamente, somos obrigados a fazer os testes de fármacos em animais. Primeiramente, fazemos os testes em ratos e camundongos. Não tendo nenhum problema, sabendo-se da dose certa e que tipo de reação causaria, chega-se ao animal de maior porte com segurança. Este medicamento é novamente testado. É feita a dose da segurança, para que não haja nenhum risco para aquele animal. Somente depois disso é que se passa para a fase de cobaia em humanos. Caso se queimem fases, estaríamos colocando a saúde da população em risco”, diz o professor, especialista na área. Mas a discussão não é tão tranquila assim, existem os radicais que vão dizer que a utilização de animais em centros de pesquisa, nas universidades, se baseia no mito segundo o qual a pesquisa biomédica somente é possível com experiências em animais, o que seria uma mentira e contra a ética. Lembram períodos históricos em que os próprios seres humanos foram considerados como propriedade, como coisa e tratados basicamente da mesma forma como hoje se tratam os animais (a escravidão, por exemplo), o que não deixa de ser verdade. (continua na próxima edição.)

é impossível atualmente abolir o uso de animais em pesquisas de medicamentos; não se saberia como esse fármaco funciona e qual a reação no organismo vivo; juridicamente, somos obrigados a fazer os testes em animais


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Igreja em Ação

Mundo do trabalho – pastoral operária

pastoral carcerária

As respostas da ordem

Padre Valdir fala das realidades do sistema prisional

Professor do Instituto de Economia da Universidde Estadual de Campinas

Plínio de Arruda sampaio Júnior

A reação dos governantes ao desacato das ruas revelou a inconsequência da “classe política” e seu total despreparo para enfrentar a nova situação da luta de classes. Pegos de surpresa por mobilizações populares gigantescas, que fugiam totalmente de seu controle, num primeiro momento as lideranças entraram em estado de catatonia. Durante quase duas semanas, a presidente da República sumiu de cena e os parlamentares abandonaram o Congresso Nacional. Lula, o grande líder do bloco de poder, nunca antes em toda a sua história tinha ficado tanto tempo em silêncio. Assistiu calado suas grandes obras tombarem em efeito dominó – Haddad, Dilma, a Copa do Mundo, o neodesenvolvimentismo. No vácuo de liderança, a grande mídia assumiu integralmente o papel de partido da ordem. Sem condições de se oporem às hordas de jovens irados, as redes de televisão e a grande imprensa procuraram disputar a direção das manifestações e neutralizar seu caráter subversivo. A principal preocupação foi barrar a presença das organizações de esquerda nas passeatas e garantir à própria mídia o monopólio da condução dos protestos. A fim de diluírem o componente de classe, bem visível nos primeiros atos, os ventríloquos da ordem fizeram de tudo para transformar a revolta popular numa grande festa cívica, atraindo a classe média e a direita aos atos. Com o objetivo de jogar os jovens uns contra os outros, as bandeiras vermelhas foram veementemente condenadas; e os manifestantes, divididos entre “pacíficos” e “violentos”, “ativistas do bem” e “vândalos do mal”. Em sintonia com a tradição autoritária brasileira, o enaltecimento da bandeira branca – da paz social – e da verde amarela – da ordem e progresso –, como as únicas legítimas, foi uma tentativa de canalizar a revolta popular para reivindicações moralistas, nacionalistas e institucionais. Em boa medida, a ação diversionista da grande mídia teve êxito. A intimidação e confusão geradas nos partidos de esquerda e a estigmatização da própria noção de partido criaram barreiras que dificultaram – mas não impediram

totalmente – o diálogo das vanguardas dos coletivos que convocaram as manifestações com a juventude que passava por sua primeira experiência de luta de classes. No dia 24 de junho, finalmente, a presidente saiu de seu auto-ostracismo e fez um pronunciamento à Nação. No outro dia, o Congresso Nacional, com casa cheia, procurou mostrar serviço. Começava a fase da comédia composta de um festival de declarações de boas intenções, bajulação aos jovens e juras de intenção sincera de ouvir as vozes das ruas e redimir-se dos erros do passado. No entanto, ao invés de medidas concretas, Brasília respondeu com factoides, evasivas, promessas vãs, espertezas e transferência de responsabilidades. Do pronunciamento de Dilma, de concreto e palpável, sobrou apenas a reafirmação dos compromissos de manutenção da austeridade fiscal – o oposto do que seria necessário para atender à demanda por melhoria nos serviços sociais. A proposta de reforma política não durou um dia. Das votações do Congresso Nacional, afora alguns projetos da pauta moralista e comportamental, imposta em boa medida pela grande mídia, sobrou apenas o reforço do poder de chantagem dos deputados frente a um Poder Executivo em frangalhos. Postos contra a parede pela população, o Governo de Dilma e o Congresso Nacional esmeraram-se em tranquilizar o grande capital, o grande irmão do norte e a plutocracia nacional de que aqui nas terras do Brasil tudo continuará como dantes. Olhando em retrospectiva, constata-se que a estratégia da ordem para enfrentar a rebelião popular se resumiu em abrir as comportas e deixar a enxurrada passar, na esperança de que, sem direção política, os protestos acabassem por se exaurir naturalmente. Bastou que o ímpeto das ruas arrefecesse, para que a farsa ficasse patente. Poucas semanas após o fim das grandes manifestações, Brasília retomou a rotina como se nada tivesse acontecido. Ficou como rescaldo uma presidente Zumbi, cercada de subordinados canhestros, que assiste atônita ao colapso de sua autoridade; um Congresso Nacional desmoralizado, incapaz de quebrar o círculo vicioso da desfaçatez parlamentar; e uma burguesia acuada pelo avanço da crise econômica, em pânico de que o povo volte às ruas.

imprensa@carceraria.org.br Em entrevista ao site da Pastoral Carcerária (PCr) Nacional, padre Valdir João Silveira, coordenador nacional da Pastoral Carcerária, comenta que reclamações dos presos do Mensalão se somam às da população prisional em todo o Brasil e que a Pastoral é solidária à defesa dos direitos dos encarcerados no episódio. Site PCr Nacional – As reclamações dos presos no episódio do Mensalão sobre as condições no Complexo Penitenciário da Papuda voltaram a destacar na mídia a discussão referente às condições carcerárias no Brasil. É algo que a Pastoral Carcerária há tempos tem alertado, não? Padre Valdir João Silveira – Conhecer os porões dos cárceres é novidade para a sociedade mais alta, mais rica, mas não para os pobres. Estar preso aguardando julgamento no Bra-

sil é a realidade para 40% da população carcerária do País, e, em estados como Amazonas e Piauí, esse percentual ultrapassa os 70%. Pessoas que estão condenadas ao semiaberto e cumprem a prisão integralmente em regime fechado há milhares no Brasil. Somente no Estado de São Paulo, 8.500 pessoas aguardam vaga para cumprir pena em regime semiaberto. É uma realidade muito conhecida, uma realidade sofrida, que agora vem à tona com as prisões do Mensalão. Site PCr Nacional – Na quinta-feira, 21, o presidente do STF, Joaquim Barbosa, determinou que o deputado José Genoino saia da prisão para se tratar em casa ou num hospital, por conta do agravamento de seu estado de saúde. Segundo o advogado do parlamentar, no presídio, ele não recebia os cuidados médicos de que necessita. Há muitos

presos na mesma situação no País? Padre Valdir – Há reclamações gerais em todos os presídios do Brasil sobre a grande ausência de assistência à saúde. Somente no Estado de São Paulo, em média, 495 presos morrem no interior do sistema prisional, e a maioria por falta de assistência à saúde. Em dez anos, praticamente 5 mil pessoas morreram. É quase a população de uma cidade, exterminada, esquecida, e isso nunca foi reconhecido, defendido, nem se pensou na família dessas pessoas também. Então, é bom que tais questões sejam destacadas agora para que a sociedade conheça e se mobilize a fim de mudar o sistema prisional, que é lugar de morte, destinado, especialmente, à morte de jovens e pobres. (Entrevista completa em: http://carceraria.org.br) Por Daniel Gomes Luciney Martins/O SÃO PAULO

pastoral da pessoa idosa

O que é a Pastoral da Pessoa Idosa? (1) jairo.fedel@terra.com.br Quero aproveitar este espaço para esclarecer o que de fato é a Pastoral da Pessoa Idosa, uma vez que muitos a confundem, inclusive bispos, com outros movimentos também voltados para a chamada terceira idade, tais como Pastoral do Idoso ou grupo de terceira idade. A PPI, como carinhosamente chamamos a Pastoral da Pessoa Idosa, foi fundada em abril de 2004 durante a Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, como gesto concreto da Campanha da Fraternidade de 2003, que teve como tema “Fraternidade e pessoas idosas” e como lema “Vida, dignidade e esperança”. O saudoso dom Aloysio Leal Penna, sj, foi indicado para acompanhar o projeto e a dra. Zilda Arns, de saudosa memória, para organizar e coordenar esta nascente pastoral, pois ela já tinha uma experiência comunitária de mais de 20 anos na Pastoral da Criança.

Sua fundação oficial se deu em 5 de novembro de 2004, tendo seu Estatuto aprovado. Enfatizamos aqui a palavra pessoa na nomenclatura porque em primeiro lugar para não definir gênero, se fosse Pastoral do Idoso, estaríamos limitando o atendimento apenas às pessoas idosas do sexo masculino; essa não é a proposta, o atendimento independe de sexo, religião, cor etc. Em segundo lugar é para deixar bem claro que uma pessoa é uma pessoa revestida de toda a dignidade de filha/o de Deus, e como tal deve ser vista e respeitada. A missão da PPI é a promoção e a valorização da pessoa idosa, dando-lhe a oportunidade para melhorar sua qualidade de vida, respeitando seus direitos por um processo educativo integrado à sua família e à comunidade. E o que isso quer dizer? Quer dizer que a PPI não fornece botijão de gás, cesta básica, não fornece medicamentos, nem leva ou traz a pessoa idosa aos hos-

pitais e centros de saúde. A PPI incentiva que a própria pessoa faça por si mesma, ou a família a acompanhe, nas diversas atividades quando há limitações de mobilidade. Temos como lema o versículo 12 do Salmo 89 (90): “Ensinainos a bem contar os nossos dias, e dai ao nosso coração sabedoria”. Qual o significado deste Salmo? O salmista depara-se com a realidade da vida e questiona: “O que é a vida humana perante a eternidade de Deus?”. Enquanto Deus ultrapassa todas as gerações humanas e a própria criação, o homem vive brevemente. Diante dessa realidade, só resta ao homem pedir a Deus um coração sábio para viver bem o tempo de que dispõe. Do conhecimento da fragilidade, provém a sabedoria, que é a confiança em Deus. Assim, surge a súplica para que o Senhor preencha esta vida breve com alegria, júbilo e sabedoria. Continua. na p´roxima edição.. Por Jairo Fedel


Geral

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Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

ANO DA FÉ

A história de fé e luta de Luiza Erundina NAYÁ FERNANDES

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Dom Celso foi recebido com carinho pelos fiéis, recebeu flores e uma carta enviada por dom Paulo Evaristo Arns; e abraçado por dom Odilo Scherer (dir.)

Missa de ação de graças pela vida de dom Celso Bispo emérito de Catanduva (SP) comemorou seus 80 anos de vida com celebração na Paróquia Santa Rita de Cássia Edcarlos Bispo de Santana reportagem na Zona Sul

O bispo emérito da Diocese de Catanduva (SP), dom Antônio Celso de Queirós, celebrou no sábado, 23, na Paróquia Santa Rita de Cássia, na Região Episcopal Ipiranga, a missa de ação de graças pelos seus 80 anos de vida. A celebração, presidida por dom Celso, foi concelebrada pelo cardeal dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito da Arquidiocese de São Paulo, dom Mauro Morelli, bispo emérito da Diocese de Duque de Caxias (RJ), dom Antônio Gaspar, bispo emérito da Diocese de Barretos (SP), dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo emérito

da Diocese de Blumenau (SC), e padres convidados. “Nunca imaginei isso [celebrar 80 anos], e agora, que estou nos 80, sabe, não quero parar não, quero ir adiante, não quero por limite na misericórdia de Deus”, afirmou o aniversariante, que fez questão de permanecer na entrada da Igreja, por cerca de meia hora antes da celebração, para acolher os fiéis que chegavam. Dom Celso afirmou que não fez grandes coisas, mas procurou “ser um padre no meio de todos, e depois um bispo” e, para, além disso, “amar e ensinar as pessoas no caminho”. Na saudação que fez ao final da celebração, o bispo agradeceu a todos que estiveram presente na celebração e recordou brevemente os que estiveram com ele ao longo desses anos. O pároco da Santa Rita, padre Celso Paulo Torres, ressaltou sua alegria em acolher a celebração de aniversário de dom Celso, pois o mesmo foi quem o ordenou diácono, padre e o nomeou para a Paróquia que está atualmente. Para o padre, dom Celso é um “homem que acredita no

Reino de Deus e luta para que o mesmo aconteça. Uma pessoa que ama a Igreja, mesmo em um momento de sofrimento e dor”, afirmou o sacerdote, que foi um dos organizadores da celebração de ação de graças. A secretária do bispo, Maria Aparecida Thomazelli, lembrou que quando ele chegou à Região Episcopal ela tinha 21 anos e que a sua grande marca foi a ternura, atenção e cuidado para com a pessoa humana, algo que faz as pessoas se sentirem bem. Ao final da celebração, foi entregue para dom Celso, pelos bispos dom Angélico, dom Mauro e dom Antônio, uma mensagem enviada pelo cardeal dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo, de quem o bispo foi auxiliar. Em saudação realizada ao final da celebração, o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, lembrou-se do tempo em que trabalhou ao lado de dom Celso na CNBB e que este foi um momento de aprendizado para ele. O Cardeal ainda agradeceu a Deus vida “bem vivida e fecunda” do Bispo.

Ela é de Uiraúna, na Paraíba. Foi perseguida política e veio para São Paulo em 1971. Pa r t i c i p o u da fundação do Partido dos Trabalhadores, elegendo-se vereadora em 1982, e sendo a primeira mulher a assumir o cargo na capital. É integrante da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, na qual coordena uma Subcomissão Permanente, a Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça e está no quarto mandato como deputada federal. Mas, antes de ingressar na vida política, Luiza Erundina teve a infância e a adolescência difíceis, enfrentando a seca. Ela contou sua história em um encontro com membros de movimentos e pastorais sociais, por ocasião do lançamento da Agenda Latino-Americana, em São Paulo. Nascida no dia 30 de novembro de 1934, de uma família de dez irmãos, Luiza foi migrante desde criança, pois, a cada seca que tinha no Nordeste, a família saía para sobreviver. “Sou produto de uma família muito pobre, onde o clima gerava uma situação real de fome”, recordou. “Meu pai levava a gente para algum lugar desse imenso País, para não morrermos de fome, e essa situação antecipou a minha condição adulta. A gente nunca ia pra ficar, mas pra fugir. E, chegando lá,

não tínhamos outro pensamento senão a possibilidade de voltar. Com quatro ou cinco anos, nasceu meu desejo de liberdade.” Seu pai era agricultor, mas durante o período de inverno; pois, na seca, ele se dedicava à atividade artesanal e trabalhava com couro. “Ele era uma pessoa doce. As selas que fazia não machucavam os animais. Já minha mãe era forte, lutadora”, ressaltou. Luiza disse que não queria reproduzir aquele padrão de vida, sobretudo das mulheres, de casar e ter filhos. “Eu não me casei, porque o homem da minha geração, mais do que nos dias de hoje, era um patriarca, um dominador e, então, a esposa não tinha possibilidade de viver outras dimensões.” De família cristã católica, a maneira de ser dos seus pais, formou-a nos pilares da solidariedade e da justiça. “Eu nunca ansiei por uma liberdade individual, mas uma liberdade em que eu pudesse mudar a situação de vida daquele coletivo de onde eu vim. Meus pais não nos obrigaram a ir à missa, mas o modo de viver deles nos incentivou a assumir esta fé”, disse a deputada. “Meu modo de fazer política eu aprendi na Igreja Católica, na Igreja da Libertação, que se preocupa com a justiça. E hoje, por mais que eu enfrente situações frustrantes, acredito que o novo e a mudança não sou eu quem faz, mas é a coletividade humana. E esse sentido de viver livre, consciente e comunitário, está no plano de Deus. Isso me sustenta profundamente.” Arquivo pessoal


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Geral

Arsenal da Esperança promove campanha de Natal O Arsenal da Esperança Dom Luciano Mendes de Almeida, promove a campanha: ‘Neste Natal, doe um chinelo aos pés dos nossos acolhidos! O Arsenal acolhe durante o ano, 1.200 homens em situação de rua. Para contribuir, entre em contato pelo site www.arsenaldaesperanca.org.br ou pelo email arsenaldaesperanca@sermig.org.br.

Dom Cláudio representa o Papa no Paraguai Fotos: Arquidiocese de Assunção-Paraguai

Visita foi realizada nos festejos de 25 anos de canonização do primeiro santo paraguaio e de seus companheiros mártires

Cardeal dom Cláudio Hummes, legado pontifício do Papa para a celebração dos 25 anos da canonização do primeiro santo paraguaio, São Roque González

Edcarlos Bispo de Santana

redação com sites

“Foi um momento de muita emoção, pois, no Rio Grande do Sul, onde nasci e cresci, havia uma veneração muito grande pelos Mártires.” Assim o cardeal dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo e prefeito emérito da Congregação para o Clero, expressouse sobre o significado de ter sido legado pontifício do papa Francisco ao Paraguai, para a celebração dos 25 anos da canonização do primeiro santo paraguaio, São Roque González de Santa Cruz, e seus companheiros mártires, Alfonso Rodriguez e Juan del Castillo.

A visita aconteceu de 14 a 18 de novembro. O Cardeal afirmou que a “Igreja no Para-

guai é muito forte”, por isso, a sua visita foi caracterizada por momentos diversos, dentre

eles se destaca uma audiência com o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, na qual pude-

ram falar da realidade da Igreja e do País, além de um encontro com o clero e visita às comunidades locais. A celebração, realizada na sexta-feira, 15, reuniu milhares de fiéis, que, apesar de uma forte chuva, não se intimidaram e se apertaram na Catedral Metropolitana de Assunção. Bispos e vários sacerdotes concelebraram a missa, que teve a bênção com a relíquia de São Roque González. Esta foi à segunda vez que dom Cláudio representou um papa em visita a um país. A primeira, por incrível que pareça, foi ao Brasil, durante o 16º Congresso Eucarístico Nacional, em Brasília (DF). À época, dom Cláudio era prefeito da Congregação para o Clero. “Fazemos com muita humildade e muita simplicidade”, afirmou o Cardeal sobre representar o Papa e, ainda, destacou que é muito agradável falar do papa Francisco, pois ele é “muito amado, muito simples”. Segundo dom Cláudio, quando ele fala para as pessoas sobre a pessoa do Papa há sempre um auditório atento e simpático.

Assembleias da RCR e Signis Brasil debatem rumos na comunicação Deniele Simões

Especial para O São Paulo

Em assembleias realizadas no fim de semana, a Rede Católica de Radiodifusão (RCR) e a Associação Católica de Comunicação (Signis Brasil) elegeram suas novas diretorias e conselhos de gestão para o triênio 2014-2016. As duas assembleias aconteceram na Casa de Retiro das Irmãs Paulinas, na rodovia Raposo Tavares, em São Paulo (SP). A Assembleia Geral da RCR ocorreu durante toda a sexta-feira, dia 22 de novembro, e manteve na presidência o frei João Carlos Romanini (Redesul de Rádio) e Angela Morais (Rádio Imaculada Conceição) como 1ª vice-presidente. O padre Wiliam Betônio (Rede Aparecida) foi escolhido como 2° vice-presidente. Frei Romanini falou sobre os principais avanços realizados nos últimos três anos, como a implementação do Portal da RCR e a disponibilização de aplicativos para Android e iOS para a distribuição de conteúdo. Outros aspectos importantes foram a horizontalização da coordenação da RCR e a aquisição de duas novas geradoras (Rede Evangelizar é Preciso e Rede Scalabriniana de Comunicação), totalizando sete.

De acordo com Romanini, o trabalho para os próximos anos visa ao fortalecimento da Igreja no Brasil e traz uma série de desafios para a nova diretoria. “O primeiro é a questão da migração do rádio de AM para FM e a qualificação dos nossos profissionais”, explicou.

Signis Brasil

A 1ª Assembleia Geral da Associação Católica de Comunicação (Signis) começou na noite do dia 22, estendendose até o fim da manhã do domingo, dia

24, com homenagens, momentos de reflexão e oração, discussões sobre o cenário da comunicação católica e a definição da nova diretoria que irá gerir o organismo no próximo triênio. O foco da assembleia foi a discussão do tema “Cenário da Comunicação numa sociedade em mudança” reafirmando aos associados o compromisso dos meios de comunicação católicos para a promoção de uma Cultura de Paz. Na noite de abertura, quatro emissoras de rádio foram homenageadas com Eduardo Goes/Jornal Santuário de Aparecida

o Troféu Signis Brasil, em reconhecimento à ação evangelizadora. No dia 23, o professor André Barbosa Filho, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), proferiu a palestra “O Cenário da Comunicação numa sociedade em mudança: radiodifusão, telecomunicações e democratização da comunicação. Onde estamos e para onde vamos?” Três chapas concorreram às eleições da nova diretoria. Irmã Helena Corazza (Sepac) foi reeleita presidente, tendo como vice-presidente o padre Edward John Dougherty (Rede Século 21). Também compõem a nova diretoria o secretário padre Evaldo Souza (A12.com) e o tesoureiro padre Sérgio Gheller (Rede Scalabriniana/Redesul). O conselho fiscal eleito é formado por Geizon Sokachesk (Rede Evangelizar), padre Judinei Vanzeto (Revista Rainha dos Apóstolos) e padre Reinaldo de Sousa Leitão (Revista Rogate). Para a irmã Helena, a nova diretoria representa bem os setores que compõem a Signis Brasil. Uma das prioridades será o fortalecimento dos setores e a retomada do número de associados, para que a instituição se torne ainda mais conhecida e outros veículos da imprensa católica possam se integrar.


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“Rio de Fé”: documentário sobre JMJ será lançado em dezembro No dia 5 de dezembro será lançado o documentário “Rio de Fé, um encontro com papa Francisco”, que é dirigido por Carlos Diegues durante a Jornada Mundial da Juventude. O filme mostra a cultura do encontro pregada pelo papa Francisco, através de cinco olhares: o da Igreja, do peregrino, da cidade, da favela e o da tolerância religiosa. Renata Moraes/O SÃO PAULO

cremos na vida eterna

Há vida após o luto! Renata moraes

Especial para O SÃO PAULO

Recursos de acessibilidade, como a audiodescrição, para pessoas com deficiência visual e intelectual são oferecidos no 7º Enconfrater

Protagonistas da própria história Na sétima edição do Enconfrater, promovido pela Pastoral das Pessoas com Deficiência, foi discutido o tema ‘O Protagonismo das pessoas com deficiência na Igreja e na sociedade’ Renata Moraes

especial para o são paulo

Nem mesmo o tempo frio e chuvoso impediu que muitas pessoas com deficiência e seus familiares estivessem presentes no 7º Encontro Fraternidade e Pessoas com Deficiência (Enconfrater), promovido pela Pastoral das Pessoas com Deficiência da Arquidiocese de São Paulo. O evento ocorreu no sábado, 23, no Colégio Espírito Santo, no Tatuapé. Durante a manhã, houve a abertura dos trabalhos e a palestra com a jornalista Lia Crespo, militante da causa há mais de 30 anos, pelo Movimento Social de

Defesa dos Direitos das pessoas com Deficiência. Em seguida, eles formaram grupos de discussão com o objetivo de formular perguntas e apresentar propostas sobre o protagonismo. Na plenária, os participantes expuseram que uma das maiores barreiras que os impedem de viver e assumir seu protagonismo são as barreiras interiores, e que ser protagonista é abrir oportunidades de encontro. Após o almoço, houve um momento cultural, a apresentação de uma dupla sertaneja, que foi formada ali, de maneira improvisada, por dois jovens que nem se conheciam: Renato Alioti e Fabiano Gimenez. Eles embalaram vários sucessos, animando os participantes. Neste encontro, houve a participação de Tuca Munhoz, secretário municipal adjunto da Secretaria da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que também já foi coordenador da Pastoral. Para Tuca, ser protagonista da própria história é ter uma presença assertiva e contínua em tudo. “É participar da construção da nossa história e das transformações sociais e culturais de todas as áreas, para que a gente ocupe todos os espaços que são nossos por direito, enquanto cidadãos nesta sociedade, e como filhos de Deus neste mundo.” Segundo o secretário, a in-

clusão da pessoa com deficiência é uma via de mão dupla, que depende de duas coisas: que a sociedade seja mais humana e acessível e da postura que as pessoas com deficiência têm diante dos problemas que as afligem. Em entrevista ao O SÃO PAULO, o coordenador da Pastoral das Pessoas com Deficiência, Carlos Campos, lembrou que um dos principais desafios para o deficiente hoje é a acessibilidade arquitetônica; a comunicacional, que abrange o ensino da Língua Brasileira de Sinais, Libras; os folhetos em braile e os recursos em audiodescrição; e também a Catequese Inclusiva, no âmbito do Ensino Religioso destinado às pessoas com deficiência. O evento contou com alguns recursos de acessibilidade, como a audiodescrição para pessoas com deficiência visual e intelectual, oferecida pelo grupo Ver com Palavras. No fim, os participantes foram convidados pela Asssociação Amigos pra Valer, representada pelo seu coordenador José Vicente de Paula, a assistirem um espetáculo teatral gratuito. A associação atua desde 2008 com a inclusão de pessoas com deficiência visual por meio da cultura e do lazer, promovendo passeios a museus, teatros, cinemas e shows.

Mais cedo ou mais tarde, o luto será uma realidade na vida de todas as pessoas. Mas como encarar o luto, após a perda de pessoas queridas? Foi a partir desta inquietação e do trabalho desenvolvido com a Pastoral da Esperança, juntamente com os frades que frei Gustavo Wayand Medella, escalado para celebrar a encomendação dos mortos e levar esperança e consolo aos seus familiares, o decidiu escrever sobre o tema. Na publicação do seu primeiro livro “Há vida após o luto!”, o Frei leva palavras de esperança para quem perdeu um ente querido. Medella foi amadurecendo a ideia de preparar mensagens que pudessem servir, a partir da fé, de conforto para quem passa por esta dura experiência. “Busquei apoio nas Sagradas Escrituras e também em peças da nossa música e da nossa literatura, sempre na perspectiva de encontrar as sementes de esperança espalhadas em cada acontecimento da vida.” Em entrevista ao O SÃO PAULO, sobre como encorajar as pessoas que acabaram de perder seus entes queridos, o religioso comentou que é uma situação muito delicada e que cada pessoa reage de forma diferente. “Pela fé, precisamos acreditar que toda força, todo conforto, vem de Deus, e nós, na medida de nossas possibilidades, podemos oferecer um abraço, um momento de nossa atenção e até mesmo nossas lágrimas para chorar juntos.” Nem sempre as pessoas estão preparadas para viver uma situação de luto. Na opinião do Frei, isso vem com o amadurecimento e a experiência de vida, pois a perda, não só em relação à morte, é inerente à condição humana. “O processo de luto tem seus passos que precisam ser respeitados e acompanhados, parentes e amigos de alguém que esteja enlutado não devem interferir neste processo interior, mas devem manifestar a proximidade e o carinho, ajudando a pessoa a caminhar e superar esta experiência traumática”, explicou. Para o autor, quando a morte chega de surpresa, é mais difícil de consolar, mas é preciso manifestar a solidariedade, que pode se dar por uma pessoa próxima, por um ombro amigo e pela disponibilidade de estar junto num momento tão doloroso. “Sempre lembrando que toda consolação vem de Deus e da certeza de que, em Jesus Cristo, a vida sempre prevalece.” Frei Gustavo Wayand Medella é também jornalista e pós-graduado em Comunicação e Cultura pela PUC-SP/SEPAC. Atualmente trabalha na Frente de Evangelização da Comunicação da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil. Arquivo pessoal


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Pastoral do Menor realiza Natal dos Sonhos Com o tema “Tudo aquilo que se compartilha se multiplica”, 13ª edição do evento foi realizada no auditório da Fapcom no sábado, 23

nino Deus e seu nascimento. “Essa é parte do anúncio da Pastoral do Menor”, afirmou Sueli Camargo, coordenadora da Pastoral, referindo-se ao momento vivido por centenas de crianças no sábado, 23, em mais uma edição do Natal dos Sonhos. Neste ano, a atividade trazia como tema uma frase do papa Francisco: “Tudo aquilo que se compartilha, se multiplica”, e, mais uma vez, o apelo para a solidariedade e

ajuda àqueles que menos têm. A atividade foi promovida pela Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo com a parceria dos colégios católicos e tem a participação de entidades sociais mantidas pela Igreja. Logo no início houve uma celebração da Palavra presidida por dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese e vigário na Região Lapa. “Deus não dá coisas. Quando Deus dá um presente ele não dá objetos, ele dá

Edcarlos Bispo de Santana

a si mesmo”, afirmou dom Julio. Sueli destacou que o principal objetivo da campanha, que é “educar, incentivar e animar para a solidariedade”, está sendo atingido. A coordenadora da Pastoral do Menor afirmou, ainda, que a Pastoral “aproveita e deixa claro que o brinquedo é coisa séria, ele tem um papel muito importante na vida da criança, mas que o brinquedo só, na realidade do País, não resolve o período de descaso e Luciney Martins/O SÃO PAULO

reportagem na zona sul

Foi só Clarinha e Miguelito entrarem no palco, que as crianças que estavam no auditório da Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (Fapcom) ficaram em silêncio para não perder nada do que estava acontecendo. “Por que recebemos presentes no Natal?”, foi a pergunta apresentada pelos dois bonecos de fantoche e a base para explicar às crianças o nascimento de Jesus. E assim, em forma de encenação, foi apresentada desde a anunciação do anjo a Maria até a concepção do Me-

No encerramento do Natal dos Sonhos, encenação do nascimento de Jesus foi apresentada por teatro de fantoches

abandono do Poder Público referente à criança e o adolescente”. “Temos a consciência disso, mas o brinquedo traz esse resgate do lúdico, do direito de brincar e de ser criança. Dentro dela trazemos o ânimo da solidariedade e, também, fortalecemos o que é previsto em lei, o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente enfatiza o direito de brincar e de ser criança”, afirmou Sueli. Joyce dos Santos, mãe da pequena Lorena dos Santos, de apenas 2 meses, que na encenação do Natal representou o Menino Jesus, estava muito emocionada. Atendida pelo Amparo Maternal, entidade filantrópica mantida pelas Irmãs de Santa Catarina, Joyce afirmou que, atualmente, possui outra visão sobre o Natal. O que antes para ela era só presente, atualmente tem o significado de partilha e família. Quem ainda quiser doar presentes para a campanha Natal dos Sonhos pode fazer até a primeira semana de dezembro, nas paróquias da Arquidiocese ou procurar diretamente a Pastoral do Menor (tel. 3105-0722).

Projeto de Lei para combater a fome e promover a função social dos alimentos Luciney Martins/O SÃO PAULO

redação

A situação de desigualdade no Brasil fez com que cerca de 14 milhões de pessoas passassem fome em 2004, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, publicada no site www.senado.gov.br. Porém, há iniciativas de organizações sociais e da Igreja Católica, no combate à fome e ao desperdício de alimentos no mundo, como a da Plataforma Sinergia. A plataforma lançou um projeto com soluções que permitem beneficiar alimentos que seriam descartados ou incinerados pelas indústrias de alimentos, supermercados, agricultura, bares, hotéis, restaurantes, açougues, padarias para serem ofertados gratuitamente para populações que sofrem pela fome. Na manhã de segunda-feira, 25, a PUC-SP entregou ao de-

Na manhã da segunda-feira, 25, Projeto de Lei para combater a fome é apresentado ao deputado federal Arnaldo Jardim

putado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP), um Projeto de Lei para combater a fome e promover a função social dos alimentos no Brasil, que deverá ser protocolado pelo deputado no dia 26, no Congresso Nacional. A ação foi realizada pelo cardeal dom Odilo Pedro Scherer, grão-chanceler da Universidade e arcebispo metropolitano de São Paulo, e pela reitora da Universidade, Anna Cintra.

“É bom começarmos a semana de trabalho com algo que nos faz lembrar dos outros, sobretudo daqueles que mais sofrem, daqueles que estão à margem da sociedade, do bem comum. Num mundo onde existe abundância de alimentos, mas os alimentos não chegam à mesa de todos, onde, apesar de tudo, ainda muitos passam fome, mesmo quando isso não aparece e mesmo quando não

se fala mais muito disso”, ressaltou dom Odilo. Na ocasião, foi anunciada a criação de um centro internacional de pesquisas na área de saúde, nutrição e tecnologias voltadas para o combate à fome. Além disso, também em dezembro, membros da Plataforma Sinergia, criada por Rosana Perrotti, participarão de encontro na Organização das Nações Unidas para a Alimentação.

O papa Francisco lançará em Roma, no próximo dia 10 de dezembro, uma campanha de combate à fome e o desperdício de alimentos. Dom Odilo lembrou o apelo do papa Francisco, para que se faça um esforço concentrado para erradicar a fome do mundo, que é um fato vergonhoso, num mundo que tem possibilidade de oferecer alimento tanto mais quando estes alimentos já estão prontos e por alguma razão são descartados, e aqueles que poderiam usufruir deles são privados de fazê-lo. “O projeto vai se transformar em uma lei, mas que precisará ter no seu processo de construção um processo de convergência, de adesão para que ela oriente políticas públicas em todos os níveis”, destacou Arnaldo Jardim. (Com informações da Assessoria de Comunicação Institucional/PUC-SP)


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Sem racismo, a juventude negra quer viver!

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Com esta mensagem, a Pastoral Afrobrasileira exclamou seu grito por igualdade e dignidade em favor da população negra Por Renata Moraes especial para o são paulo

Na quarta-feira, 20, na Catedral da Sé, foi celebrada a missa em memória do líder negro Zumbi dos Palmares, e Dia da Consciência Negra promovida pela pastoral Afro-brasileira Arquidiocesana e o Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A missa foi presidida pelo padre Eduardo Vieira, cura da Catedral da Sé e concelebrada por padres da Arquidiocese de São Paulo e dioceses vizinhas. Na procissão de entrada, elementos e símbolos que representam a luta da comunidade negra foram trazidos ao altar, destacando o clamor em favor dos jovens negros que são vítimas da violência nas periferias da cidade. Em sua homilia, o padre Eduardo destacou a importância de celebrar a data. “Como comunidade negra, reunimo-nos para celebrar este dia, e rememorar a herança dos nossos irmãos que lutaram bravamente contra a discriminação, o preconceito e a desigualdade.”

Pastoral Afro da Arquidiocese de São Paulo reúne suas comunidades na Catedral da Sé, para celebrar o Dia da Consciência Negra e rememorar o líder Zumbi dos Palmares; Mãe Negra Aparecida abençoa o povo, que em oração clama por igualdade; a missa foi presidida pelo padre Eduardo Vieira, Cura da Sé Metropolitana e concelebrada por padres da Arquidiocese

“À luz do Evangelho, o Cura da Catedral refletiu e alertou sobre a condição do povo hoje. “Crianças negras que ainda passam fome? Os jovens negros que ainda estão sem trabalho, sem educação e sem oportunidades e sonhos? E aqueles que morrem todos os dias, vítimas da violência.” E encerrou a fala encorajando a todos. “Como Jesus nos ensina: Não tenhais medo, quem dá sentido a nossa luta é Cristo, e que a palavra de

Deus nos faça cada vez mais homens e mulheres livres.” Em entrevista ao O SÃO PAULO, o padre Luiz Fernando Oliveira, coordenador da Pastoral Afro na Arquidiocese lembrou os desafios da pastoral em São Paulo. “As bases devem ter suas manifestações, principalmente nas periferias de nossas regiões. O meu sonho é que em todas as paróquias tenham núcleos da Pastoral Afro, que justamente deem respostas às

suas realidades e sua presença junto ao segmento social em que vivemos, principalmente nas periferias.” E fez memória também dos 25 anos da Campanha da Fraternidade de 1988, que refletiu o tema: ‘Ouvi o clamor deste povo. ’ A missa também contou com a presença de Netinho de Paula, secretário de Promoção da Igualdade Racial, pasta criada pela primeira vez na gestão do prefeito Haddad, com a in-

cumbência de tratar as questões raciais. Ainda neste dia aconteceu a 10ª Marcha da Consciência Negra: 10 anos de Luta por um Brasil sem Racismo, promovida por várias entidades que representam grupos Afrodescendentes. O ato reuniu cerca de 800 manifestantes no vão do MASP, que além do ato político, houve um ato inter-religioso, com a participação do padre José Enes de Jesus, da Região Episcopal Sé.

Novas Expressões para uma Nova Evangelização Marcos gregório Borges especial para o são paulo

Entre os dias 23 e 24 de novembro, a Comunidade Católica Shalom, em parceria com a Arquidiocese de São Paulo, promoveu o Simpósio sobre Fé e Missão, com o tema Novas Expressões para uma Nova Evangelização. O evento aconteceu no Colégio São Bento. Os participantes puderam acompanhar uma série de reflexões sobre a fé, especialmente a partir da encíclica Lumen Fidei. O padre João Paulo Dantas, membro da Comunidade Shalom e doutor em Teologia, falou a respeito do mistério da fé enquanto luz que ilumina a inteligência, que potencializa e amplia os horizontes da razão humana. “A fé é fonte de conhecimento, uma vez que ela permite ao homem acessar conteúdos que a razão natural limitada não é capaz de alcançar. A fé é racional, pois o agir de Deus é sempre racional.” Na parte da tarde, Moysés Azeve-

do, fundador da comunidade, ajudou os participantes a entender a fé como uma “resposta a uma Palavra que nos interpela pessoalmente, a um Tu que nos chama pelo nome”. E completou: “Assim como aconteceu na vida de Abraão, o ‘pai de todos os que creem’, Deus intervém diretamente na história pessoal de cada um, convidando pela fé, a ‘sair

da terra’ da própria vontade, para abraçar o projeto de Deus”. Em seguida, o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, falando sobre o Ano da Fé, fez uma reflexão sobre as motivações fundamentais pelas quais o papa emérito Bento 16 convocou a Igreja a celebrar este Ano da Fé. Em primeiro lugar, o Cardeal afirmou que a Igreja não pode Comunidade Shalon

se esquecer da importância da sua fé, de cultivar a própria fé, e lembrou que a Igreja é a comunidade de todos os batizados, de modo que todos estes são corresponsáveis por tal cultivo. Segundo o Cardeal, há um risco real de que a fé se perca, à medida que ela não é testemunhada com vigor, ânimo e alegria pelos fiéis. Há muitas pregações que procuram transmitir a fé buscando apenas promover uma forma de consolo e alívio momentâneos, mas que não realizam o anúncio do “Evangelho integral” de Jesus Cristo, o único capaz de libertar verdadeiramente o ser humano. Por fim, ele lembrou que transmitir a fé implica não apenas em iniciar as pessoas na vida cristã, mas também em acompanhar as pessoas neste longo e belo caminho. No domingo, 24, todos os participantes do simpósio celebraram juntos a missa de encerramento do Ano da Fé, que foi presidida pelo cardeal dom Odilo Pedro Scherer na Catedral da Sé.


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Região Ipiranga

Palestra marca Dia da Consciência Negra Pascom

Atividade aconteceu na Paróquia Santa Paulina e teve como palestrante o frade dominicano Carlos Josaphat, para falar sobre o amor universal Padre Pedro Luiz Pereira

colaborador de comunicação da Região

A Paróquia de Santa Paulina, no Heliópolis, IPIRANGA possui, entre os seus trabalhos atuais, uma ativa Pastoral Afro, que ajuda a comunidade paroquial a refletir sobre a realidade afro na cultura brasileira e até mesmo na vivência de nossa fé cristã católica. Durante diversas ocasiões no ano, a Pastoral anima as liturgias da Paróquia, pontuando os valores comuns da cultura do continente africano com o Evangelho de Jesus Cristo. Na quarta-feira, 20, a Pastoral Afro promoveu uma noite de formação para a comunidade paroquial relativa ao Dia da Consciência Negra. A palestra aconteceu na Comunidade Santa Clara de Assis, uma das quatro comunidades pertencentes à Paróquia de Santa Paulina. O assessor da noite de formação foi o frade dominicano Carlos Josaphat, que atualmente reside na Região Episcopal Ipiranga, na Paróquia Sagrada Família. O tema da palestra foi “A consciência negra apontando para o amor universal”. O tema do amor universal, muito caro para o pensamento de frei Carlos Jo-

Frai Carlos Josaphat, na quarta-feira, 20, na Paróquia Santa Paulina, em Heliópolis, fala sobre “A consciência negra apontando para o amor universal”

saphat, vem sendo trabalhado incessantemente pelo dominicano, que é autor de diversas obras permeadas pelo assunto. Frei Carlos abriu sua palestra lembrando que a valorização da consciência negra pode partir de uma leitura histórica. Lembrou que desde que o Brasil foi incluso nos registros históricos, mesmo antes da escravidão, os povos africanos eram lembrados como exímios agricultores que poderiam contribuir com a construção do País. No entanto, o Frade lembrou que a consciência pode ser manipulada, e a escravidão e suas consequências e mentiras são um exemplo de como a manipulação de consciência

pode servir ao egocentrismo, e àqueles que se utilizam do poder para criar pessoas e instituições dependentes dele. “O despertar de consciência do Brasil como país explorado serviu como pano de fundo para outros despertares de consciência sobre a exploração humana”, ressaltou frei Josaphat, e como um facho de luz, essa consciência fez-se presente em Zumbi dos Palmares. “Zumbi dos Palmares foi consciência humana resplandecendo no Brasil”, afirmou o dominicano. Recordou também que havia outras consciências humanas contra a escravidão, como os Jesuítas no Brasil. Mas Zumbi é o representante máximo deste despertar da consciência humana.

O frade dominicano fez um paralelo entre a figura de Zumbi com os profetas e Moisés, em sua colocação, lembrou que o profeta é aquele que supera a mentalidade comum, e Zumbi superou a mentalidade de colonizado. Recordou também que Moisés guiou o Povo de Deus para a liberdade, e que Zumbi também o fez ao receber escravos no Quilombo de Palmares. Na conclusão, frei Josaphat recordou que as recentes manifestações no Brasil demonstram uma nova onda de consciência humana, que, com exceção das manifestações com depredações, buscam maneiras de fazer com que a sociedade seja mais justa e a justiça, uma característica do

Reino de Deus, tão desejado pelos cristãos. Em seguida, algumas perguntas foram direcionadas a frei Josaphat, uma delas questionava a existência de cotas para negros nas universidades públicas. O frade dominicano recordou que a sociedade brasileira possui um débito histórico com os povos vindos do continente africano que não vieram para o nosso país de forma espontânea, vieram escravizados, e que a libertação dos escravos negros é algo recente em nossa história, por isso a necessidade de dar alguns acessos que até hoje ainda são negados aos herdeiros culturais e sociais dos escravos libertos de 1888.


Região Lapa

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Jovens e adultos são confirmados na fé Dom Julio Endi Akamine celebrou o sacramento do Crisma na Paróquia Nossa Senhora do Líbano, no Setor Pirituba

Benigno Naveira

Colaborador de Comunicação da Região

Na noite de sábado, 23, na Paróquia Nossa LAPA Senhora do Líbano, Setor Pirituba, realizouse a celebração do sacramento do Crisma, com a presença de nove crismandos. A missa foi presidida pelo bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, dom Julio Endi Akamine, e concelebrada pelo pároco Júlio Cesar de Mello Almo. Em seu pronunciamento inicial, dom Julio falou sobre a solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo, que encerra o Ano Litúrgico, e sobre o Ano da Fé. E citou também alguns irmãos e irmãs, que irão receber o sacramento da Confirmação. Dom Julio convidou a todos da assembleia a rezar com um só coração, uma só voz, suplicando ao Pai de bondade que envie sobre eles o dom de Deus, o dom do Espírito Santo. Após a proclamação do Evangelho, padre Júlio Cesar, comentou a leitura: “Reverendíssimo dom Julio, é com alegria que neste encerramento do Ano da Fé, apresentamos os jovens e adultos, que fizeram uma caminhada na catequese e na formação e descoberta no caminho de Jesus. Hoje, querem dar mais um passo, neste caminho da fé, através do sacramento da Crisma”. Dom Julio respondeu que muito se alegrava com esses irmãos e irmãs, e perguntou ao padre Júlio Cesar se eles estão conscientes do que agenda regional

Sábado (30)

Às 15h30, Crisma na Paróquia Santo Antônio de Pádua (rua Otacílio Tomanik, 520 no Jardim Bonfiglioli). Às 19h, Crisma na Paróquia São João Batista (rua Tonelero,967 na Lapa).

estão pedindo à Igreja. O Pároco respondeu que sim, pois depois de vários encontros, reflexões e um retiro os crismandos estão preparados. Em sua homilia, dom Julio comentou: “Como podemos dizer que Jesus é o Rei, não esqueçamos o Evangelho de hoje, que nos mostra o que está escrito na cruz. ‘Este é o Rei dos Judeus’, fizeram isto para ironizar, ofender Jesus, sem saber que estavam dizendo a mais pura verdade. Ele é o rei que está na cruz, as pessoas desafiavam Jesus: ‘Salva a ti mesmo, desce da cruz, mostra o seu poder’. Jesus podia mostrar este tipo de poder, certamente todos seriam submissos, seria o meio da imposição, do medo, mas Jesus não iria conquistar nenhum coração, ele é rei de verdade, mas um rei diferente daquilo que a gente imaginava”. A palavra Crisma é vocábulo grego que designa também “unção, ungido”. Daí vem a palavra Cristo. Isto é, o Ungido. O Filho de Deus foi ungido para sua missão de redentor, revestindo-se da natureza humana. O sacramento da Crisma ou Confirmação é o sacramento que confirma o Batismo, dá ao cristão a plenitude do Espírito Santo para ele ter a força e a coragem de viver sua fé e morrer pela fé. Dom Julio foi homenageado pelos paroquianos com presente e lembrado com o canto antecipado de parabéns pelo seu aniversário que acontecerá no dia 30.

Pascom

Dom Julio, bispo auxiliar na Lapa, preside celebração do sacramento do Crisma na Paróquia Nossa Senhora do Líbano

palavra do bispo

O Depósito da Fé é confiado por Deus à sua Igreja Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa

Dom Julio Endi Akamine

Prezado leitor do jornal O SÃO PAULO, você sabia que tudo aquilo que Deus revelou definitivamente mediante Cristo para a nossa salvação é considerado como um tesouro a ser guardado zelosamente e que precisa ser interpretado e proclamado fielmente a todos até os fins dos tempos e que este patrimônio confiado por Deus à Igreja recebe o nome de Depósito da Fé – depositum fidei? A importância e preciosi-

dade desse Depósito da Fé, está no fato de ser Palavra de Deus. Por isso, o Depósito da Fé não pode ser traído: trair esse patrimônio seria o mesmo que falsificar, deturpar, arruinar, destruir a Palavra de Deus. No entanto, devemos entender que a fidelidade à Palavra de Deus não significa imobilismo. Deus, em sua bondade e condescendência, vem ao encontro do homem e, enviando o Filho que se encarna, fala-lhes como a amigos para convidá-los à comunhão com Ele (cf. DV 2). Na encarnação, fé e história se unem sem se misturar nem se confundir. Mesmo que a Palavra de Deus seja imutável em si mesma, deve-

mos reconhecer que ela é dinâmica na Igreja e nos fiéis. Por isso, graças à assistência do Espírito Santo, a compreensão das realidades e das palavras do Depósito da Fé pode e deve crescer na vida da Igreja e na dos cristãos. O Catecismo da Igreja Católica enumera como se dá tal crescimento no parágrafo 94: a inteligência da fé cresce nos cristãos e na Igreja 1. Através do estudo e da contemplação das coisas de Deus, 2. Através da vida e da prática dessas realidades de fé e 3. Através da pregação do Magistério. A fé é dinâmica porque a Igreja cresce junto com a compreensão e na vivência da Palavra de Deus. Ora,

para garantir um crescimento fiel e aderente à Palavra de Deus, o Magistério desempenha um papel importante. Magistério é o termo técnico usado para indicar o ensino da Palavra de Deus feito com autoridade: autoridade essa dada pelo próprio Cristo e sustentada pelo Espírito Santo. O serviço do Magistério está inserido na comunhão de fé eclesial e orienta os cristãos em seu diálogo permanente entre tradições recebidas e novas experiências da atualidade. Assim, no Magistério, os católicos possuem um critério claro e visível para manter a fidelidade criativa à Palavra de Deus.


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Região Santana

Abadia de Monjas Beneditinas faz 102 anos A fundação do Mosteiro de Santa Maria aconteceu em 24 de novembro de 1911, e foi elevado à dignidade de abadia em 1918 Francisco Gonçalves

Colaborador de Comunicação da Região

Neste domingo, dia 24, a Abadia de Santa Maria SANTANA das Monjas de São Bento, no Jardim Tremembé, comemorou 102 anos de fundação. Foi a primeira comunidade monástica beneditina feminina da América Latina. Dom Miguel Kruse (18641926), então abade do Mosteiro de São Bento, foi quem solicitou um mosteiro de monjas na capital paulista a ser incorporado na Congregação Beneditina do Brasil. Para tanto, teve ajuda da Abadia de Stanbrook, na Inglaterra, que, em 14 de setembro de 1907, iniciou a formação de uma jovem vocacionada brasileira, Ana Abiah da Silva Prado, que após a formação monástica recebeu o nome de irmã Gertrudes Cecília da Silva Prado. Em 28 de setembro de 1911, partiram de Stanbrook, no navio “Aragon”, para a fundação em São Paulo, a prioresa inglesa Dame Domitila Tolhurst, e duas monjas inglesas, a irmã Gertrudes Cecília e mais três vocacionadas brasileiras que também haviam ido para a Inglaterra. No entanto, devido a uma epidemia durante a viagem, Domitila faleceu. Então, a Abadessa de Stanbrook nomeou, em 18 de outubro de 1911, como nova prioresa, a irmã Gertrudes da Silva Prado. A fundação do Mosteiro de Santa Maria aconteceu em 24 de novembro de 1911. Em 25 de janeiro de 1918, o papa Bento 15 elevou o Mosteiro de Santa Maria à dignidade de abadia, nomeando sua primeira abadessa a Madre Gertrudes. O mosteiro foi fundado no local onde hoje fica o Hotel Maksoud, na Avenida Paulista e se mudou para a Região Santana, em 26 de novembro de 1976. Madre Gertrudes esteve à frente dessa comunidade monástica até março de 1944. Após sua morte, foi sucedida pela madre Rosa de Queiroz Ferreira (19441978). A terceira abadessa, madre Maria Teresa Amoroso Lima, ficou à frente da abadia até sua morte, em julho de 2011. Em 9 de outubro de 2011, dom Odilo Pedro Scherer celebrou a bênção

Diácono Francisco Gonçalves

abacial da 4ª abadessa, madre Escolástica Ottoni de Mattos. Na Abadia de Santa Maria residem atualmente 25 monjas que oram e laboram, produzindo licores, mosaicos e três tipos de biscoitos, pães, cartões de Natal, calendários e porcelanas, que podem ser adquiridos pelo público em geral na loja da abadia, aberta no horário comercial e nas missas diárias (7h15) e aos domingos (9h30) com cantos gregorianos. Na abadia, existe uma hospedaria onde qualquer pessoa pode realizar retiro individual ou em grupo. A abadessa Escolástica convida o povo a participar com as monjas do oficio diário gregoriano.

Monjas Beneditinas na clausura da Abadia de Santa Maria, no Jardim Tremembé, vivem para oração e trabalho

palavra do bispo

Pedagogia da Santidade (Beato João Paulo 2°) Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana

Dom Sergio de Deus Borges

Está bem claro no texto do Concílio Vaticano 2° que a santidade é um caminho a ser percorrido por todos os batizados. Como muitos batizados não têm consciência do percurso a ser feito, o Beato João Paulo 2° nos diz que devemos propor na ação pastoral uma verdadeira e própria pedagogia da santidade que se adapte ao ritmo de cada batizado (Cf. NMI 31).

A pedagogia da santidade tem como centro a arte da oração, porque hoje não podemos pensar que todas as pessoas sabem rezar. Observem as crianças que vêm para a catequese, a maioria não sabe fazer nem mesmo o sinal da santa Cruz ou a oração da Ave Maria. Elas precisam aprende a rezar, rezando na comunidade. Entre os adultos, encontramos muitos que estão se aproximando da fé e não conhecem adequadamente o caminho da oração e acabam vivendo superficialmente a sua intimidade com o Senhor. O Beato João Paulo 2° nos diz que ‘é necessário aprender

a rezar, voltando sempre de novo a conhecer esta arte dos próprios lábios do divino Mestre, como os primeiros discípulos: « Senhor, ensina-nos a orar » (Lc 11,1). Na oração, desenrola-se aquele diálogo com Jesus que faz de nós seus amigos íntimos: « Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós » (Jo 15,4). Esta reciprocidade constitui precisamente a substância, a alma da vida cristã, e é condição de toda a vida pastoral autêntica. Obra do Espírito Santo em nós, a oração abre-nos, por Cristo e em Cristo, à contemplação do rosto do Pai’. (NMI 32). A vida dos primeiros dis-

cípulos se transformou e se tornou fecunda pela arte da intimidade com o Pai, por meio de Jesus na oração. As nossas comunidades, à luz da primeira comunidade, precisam tornar-se autênticas escolas de oração, onde os fiéis aprendam a viver uma oração intensa, profunda, que abre o coração ao amor de Deus, que leva a apaixonar-se por Jesus e impulsiona para a tarefa da Nova Evangelização. Renovar a paróquia é fazer com que a educação para a oração se torne de qualquer modo um ponto qualificativo de toda a programação pastoral no signo da santidade.

Paróquia Nossa Senhora da Penha realiza Crisma Henrique Monfré

da região episcopal

No sábado, dia 23, celebrou-se o sacramento da Confirmação na Paróquia Nossa Senhora da Penha, Setor Mandaqui, para 71 crismandos da paróquia e suas comunidades. A missa foi presidida por dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, e concelebrada pelo pároco, padre Pietro Plona. Dom Sergio dirigiu-se aos jovens pedindo que fossem testemunhas de Cristo e que tivessem, em seus corações, o Espírito de Deus. O mesmo Espírito que animou a vida e as ações de Jesus Cristo e veio sobre os apóstolos em Pentecostes, dando-lhes a coragem para anunciar o Evangelho, se fará presente para serem força e vida na caminhada de fé de cada crismando.

Dom Sergio crisma 71 crismandos da Paróquia Nossa Senhora da Penha, Setor Mandaqui

agenda regional

Quinta-feira (28) das 8h30 às 11h

Domingo (1º) às 15h

Encontro da Pastoral da Educação no Centro Pastoral Frei Galvão (avenida Eurico Gaspar Dutra, 1.853).

Reunião da Pastoral do Ecumenismo no Centro Pastoral Frei Galvão (avenida Eurico Gaspar Dutra, 1.853).


Região Sé

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Paróquia Santa Cecília celebra padroeira Fiéis homenagearam uma das mártires mais populares da Igreja, venerada como padroeira dos músicos Fernando Geronazzo

Colaborador de Comunicação da Região

A Paróquia Santa Cecília, localizada no bairro de SÉ mesmo nome, na região central de São Paulo, celebrou a sua padroeira, sexta-feira, dia 22. As comemorações contatam com uma novena preparatória com a presença de vários padres amigos da Paróquia, sendo abordados temas relacionados à vida e à devoção da mártir padroeira dos músicos e da música sacra. No dia da festa, foram celebradas quatro missas. A festa se estendeu até o fim da tarde do domingo, quando houve uma procissão pelas ruas do bairro com a imagem da padroeira. O pároco, cônego Alfredo Nascimento Lima, explicou que a devoção à Santa é muito forte. “Há muitos músicos que residem no centro da cidade. Eles vêm frequentemente à Paróquia para fazer suas orações, agradecer. Alguns trazem seus instrumentos musicais para serem abençoados. Sem contar as pessoas que nem moram mais na região, mas que se casaram ou foram batizadas aqui e que, por isso, mantêm esse vínculo com nossa comunidade.” Nos 118 anos de presença da Paróquia no bairro, muita coisa mudou no bairro de Santa Cecília. “Hoje nós temos, por exemplo, uma estação do metrô em frente à Paróquia, por onde circula uma multidão de pessoas das 5h à meia-noite. A Santa Casa de Misericórdia, que fica aqui ao lado, cresceu e também acolhe pessoas de toda a cidade e do País”, destacou o Pároco. Por outro lado, cônego Alfredo lamenta a presença da pobreza crescente nas redondezas. “É muito triste ver tantos irmãos caídos pela droga, pelo álcool, principalmente depois que muitas pessoas que viviam na chamada “Cracolândia” migraram para essa região.” Além das várias pastorais que realizam um trabalho de evangelização, a Paróquia Santa Cecília promove um trabalho social que atende as famílias carentes do bairro e também

palavra do bispo

‘Ide vós também para a minha vinha’ (Mt 20,7) Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé

Dom Tarcísio Scaramussa

A comemoração do Dia Nacional dos Cristãos Leigos e Leigas, na Festa de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, que coincide com o encerramento do Ano da Fé, é um momento eclesial oportuno para ressaltar a vocação e a missão de todos os batizados na Igreja, e a sua participação no tríplice múnus de Jesus Cristo, sacerdote, profeta e Rei. A reflexão sobre a identidade e a missão dos leigos e lei-

gas na Igreja já avançou muito. Percebemos também muitos avanços na participação e engajamento nas pastorais, principalmente nas pastorais intra-eclesiais, como reflexo de uma consciência nova de ser discípulo de Cristo e participante ativo da comunidade eclesial. Os milhares de leigos catequistas de crianças, jovens e adultos dão visibilidade nítida para esta realidade. Talvez, não possamos afirmar os mesmos avanços com relação à consciência, participação e engajamento dos fiéis leigos e leigas como Igreja “no mundo”, na família, nos ambientes não eclesiais, no espaço laico da sociedade, nos ambien-

tes profissionais, nos meios de comunicação, no campo da educação, da cultura, da política, entre outros. A interação fé-vida é um princípio ainda não bem assimilado e vivenciado. A atuação nestas realidades deveria distinguir os fiéis leigos por uma presença que revele um diferencial com relação aos que não são movidos pela fé. Estas formas de engajamento devem ser mais consideradas também nos processos de iniciação à vida cristã, em momentos fortes como o da preparação para a Crisma e de outros sacramentos, para reconhecer tantas outras formas de engajamento na missão da Igreja em meio à sociedade. O cristão é fermento,

sal e luz transformando o mundo de acordo com os critérios do Reino de Deus. O chamado do Senhor é para todos: “Ide vós também para a minha vinha” (Mt 20,7)! Portanto, vai para a vinha você também, Joana, dona de casa, que não sabe como fechar as contas no final do mês. Você também, Fernando, que busca servir honestamente o povo na política. Você também, Renato, que está às voltas com o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e que sonha em meio às incertezas da vida. Você também, Francisco, que sempre encontra tempo para servir voluntariamente os pobres e doentes.

Walkiria Rocha

Cônego Alfredo Nascimento Lima preside missa solene em honra a Santa Cecília, que é lembrada como padroeira dos músicos, na sexta-feira, dia 22

com os muitos idosos que moram na região. Outro aspecto que o Pároco destacou é a acolhida da Paróquia. “Nossa Paróquia abre às 6h30 e fecha às 20h. Qualquer horário que entramos na igreja vemos pessoas rezando.” O psicólogo e professor Francisco Kumagai é diácono permanente e está na Paró-

quia Santa Cecília desde 1973, quando ainda tinha 12 anos de idade. “Essa Paróquia marca minha vida em todos os sentidos, pois aqui passei a minha adolescência, participei de muitas atividades da Paróquia, principalmente o grupo Jovens Unidos de Santa Cecília”, contou. Casado há quase 27 anos e com dois filhos, Francisco ga-

agenda regional

rantiu que foi na Santa Cecília que sua vocação para o matrimônio e, posteriormente” para o diaconato nasceu. É provável que Santa Cecília tenha sido martirizada entre 176 e 180, sob o império de Marco Aurélio. Escavações arqueológicas não deixam dúvidas sobre sua existência, mas sua história só foi regis-

trada no século 5º. Santa Cecília é a santa da Igreja Católica que mais tem basílicas em Roma (nenhuma outra santa conseguiu tal feito) e é uma das santas mais veneradas da Idade Média, além de ser a primeira santa encontrada com corpo incorrupto, no ano de 1599, mesmo depois de tantos séculos.

Quarta-feira (27), 9h30

Quinta-feira (28), 9h

Reunião do Clero - Paróquia Santíssimo Sacramento (rua Tutoia, 1.125, Paraíso).

Encontro Regional de Secretárias Paroquiais – Centro de Pastoral da Região Sé (avenida Pacaembu, 954).


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Região Brasilândia

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 26 de novembro a 2 de dezembro de 2013

Pastoral Afro vive Dia da Consciência Negra Fotos: Renata Moraes

‘O fim do genocídio dos jovens negros em nossas periferias’, foi o clamor da comunidade negra reunida na Brasilândia Renata Moraes

COLABORADORa DE COMUNICAÇÃO DA REGIÃO

Na noite de quarta-feira, 20, a Pastoral Afro da Re- BRASILÂNDIA gião Episcopal Brasilândia reuniu-se na Comunidade Santo Antônio de Taipas, para celebrar o dia da Consciência Negra. A missa foi presidida pelo padre Valdiran Ferreira dos Santos e concelebrada pelos padres Alessandro Zanta e Luiz Augusto Stefani. Durante a procissão de entrada, os membros da pastoral trouxeram ao altar os símbolos de luta e do trabalho da comunidade negra. No Ato Penitencial, foram relembrados os 125 anos da Abolição da Escravatura no Brasil. Na homilia, padre Luiz destacou que é preciso rememorar a história do povo e suas raízes. “Feliz é o povo que mantém viva a sua história, que reconhece a beleza e a luta dos nossos irmãos africanos.” Padre Valdiran comentou sobre a realidade dos negros em nossas periferias. “As grandes senzalas de nosso País são hoje as favelas, os cortiços, as Cracolândias, onde o nosso povo vive uma situação de extremo abandono.” E lembrou o triste número da violência contra os negros, de acordo com um estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) na terça-feira (19): morrem assassinados 17,4 negros para cada vítima de outra cor. Em todo o Brasil, cerca de 39 mil negros são assassinados todos os anos, enquanto indivíduos de outra cor somam 16 mil. Em entrevista, a coordenadora da Pastoral Afro na Brasilândia, Conceição Rosa, destacou que o principal desafio é trazer mais pessoas para esta caminhada. E ela fez um convite a todos: “A Pastoral Afro não é somente para os negros, mas para aqueles que abraçam a causa”.

Mãe Negra Aparecida é entronizada em Ação de Graças, nos festejos da Consciência Negra, e padres da Região Brasilândia celebram a missa, no dia 20

Conselho Regional de Pastoral encerra o ano de 2013 da região episcopal

Lideranças leigas, padres, e o bispo dom Milton Kenan Júnior, participaram na manhã do sábado, dia 23 da última reunião de 2013, do Conselho Regional de Pastoral (CRP). O evento ocorreu na Paróquia Santos

Apóstolos, Setor São José Operário. Foi o momento de avaliar as atividades realizadas durante o ano. Dom Milton ressaltou que foi um ano bem difícil, principalmente pelas perdas e falecimento dos padres da Brasilândia, mas que também foi

um ano muito produtivo, com grandes atividades, como a Semana Missionária, as formações regionais, a Jornada Teológica, o Mutirão Bíblico, a Peregrinação à Catedral da Sé e a Assembleia Regional de Pastoral. Para 2014, foram levan-

tadas as principais questões a serem trabalhadas: Articulação das pastorais sociais; Formação, Missão, Juventude e Iniciação à Vida Cristã. Foi agendado um novo encontro para o dia 8 de fevereiro de 2014, para aprofundar os encaminhamentos.

Considerando o ano de 2014, vislumbramos alguns passos de grande importância na vida de nossa Arquidiocese, sobretudo, no que diz respeito ao Projeto de Evangelização: a continuação do estudo de duas partes importantes do Catecismo da Igreja Católica, agora: “A fé que celebramos e rezamos”; da Constituição “Sacrosanctum Concilium”; e as Urgências Pastorais: “A fé em estado permanente de missão”; “A Igreja e a evangelização dos jovens” e, “A Igreja: casa da iniciação à vida cristã”. Dois âmbitos da vida pastoral se destacam em nossa Arquidiocese em 2014: o primeiro é o da liturgia, a partir da reflexão sobre a 2ª parte do Catecismo da Igreja Católica: “A celebração do mistério

cristão” e o segundo o da catequese, a partir da urgência de pensar a formação dos fiéis cristãos, como itinerário de fé e compromisso com a vida da comunidade. Se por um lado o fim de um ano desperta em nós gratidão e reconhecimento; de outra parte o início de um novo ano exige de nós abertura para a conversão. E aqui não se trata apenas de conversão pessoal, mas “conversão pastoral” que exige abandonar estruturas já ultrapassadas, passando de uma pastoral de manutenção, para uma pastoral missionária, como preconizava a Conferência de Aparecida. Cada ano é sempre um novo tempo. É tempo de sonhar e renovar. É tempo de recomeçar!

palavra do bispo

Tempo de recomeçar! Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia

Dom Milton Kenan Júnior

À medida que se aproxima o fim de mais um ano, somos levados a rever nossa caminhada de fé e, ao mesmo tempo, renovar nossas esperanças diante do novo ano que se aproxima, na certeza de que Deus caminha conosco e nos ampara no seu imenso amor. Recordando as iniciativas de 2013, que aos poucos se encerram; como não agradecer o empenho de nossas paróquias, setores pastorais, regiões episcopais, e movimentos eclesiais de âmbito arquidiocesano na elaboração dos pro-

jetos pastorais, a partir do 11º Plano de Pastoral? Como não reconhecer os frutos do Ano da Fé que despertou em tantos corações o desejo de conhecer melhor a fé que professamos para anunciá-la e testemunhála aos irmãos? Entre os fatos importantes do ano, destacamos a Jornada Mundial da Juventude, que foi uma verdadeira demonstração da seriedade com que os nossos jovens “botam fé” em Cristo e na Igreja; e o gesto de coragem e humildade do papa Bento 16, como a eleição do papa Francisco que irradiaram na Igreja um misto de gratidão e alegria: gratidão ao papa Bento 16 pela sua coragem e humildade; e, alegria com o papa Francisco, pela sua disponibilidade e simpatia.

agenda regional

Quarta- feira (27), às 20h

Sábado (30), às 18h

Missa da Novena na Comunidade Nossa Senhora das Graças, presidida por dom Milton Kenan Júnior, (rua Petiá , 80, no Jardim Donária). Outras informações: (11) 3941-1868.

Lucernário de Advento - Missão Magis da Paróquia São Judas Tadeu (rua João Alves Pimenta ,152, na Vila Miriam). Outras informações: (11) 3975-2121.


Região Belém

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Unicef lança Movimento Paz e Proteção João Carlos Gomes

Movimento interreligioso visa a união e a fé para garantir os direitos fundamentais de crianças e adolescentes JOÃO CARLOS GOMES

COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO DA REGIÃO

Na manhã de sábado, 23, em comemoração bELÉM ao Dia Mundial de Oração e Ação pela Criança ocorrido no dia 20, cerca de 350 pessoas, em grande parte crianças e adolescentes, participaram da cerimônia de lançamento do Movimento Paz e Proteção no salão da Paróquia São Mateus Apóstolo, no Setor São Mateus, da Região Episcopal Belém. O Movimento Paz e Proteção é uma grande aliança entre o Fundo das Nações Unidas para a Infância, da Unicef, e as organizações religiosas em favor das crianças e adolescentes. Participaram da mesa da cerimônia os representantes da Unicef no Brasil, Gary Stahl e Casimira Benge; da ONG Visão Mundial, pastor Welinton Pereira; do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), pastores Roni e Rolf Schunemann; da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro), as mães de santo Iyalorixá Cristina de Oxum, Mameto Kaiywandewa e Iyalorixá Maria Emília Campi, da Pastoral da Criança da Arquidiocese de São Paulo, a coordenadora Aparecida Gonçalves de Jesus, a Cida, e o pároco da São Mateus Apóstolo, padre Lauro Wisniesk. O Governo Federal, que apoia o Movimento, também se fez representado pelo secretário nacional de Articulação Social, Paulo Roberto Martins Maldos e pelo coordenador geral da Secretaria de Direitos Humanos da presidência da República, Marcelo Nascimento.

Animação e compromisso

Como anfitrião do encontro, padre Lauro acolheu todos os presentes pedindo bastante energia para todos. “Para viver este evento tão importante, é preciso muita energia, alegria e disponibilidade; dessa maneira é que nos comprometeremos em garantir os direitos das crianças e adolescentes”, disse, convidando a todos a

Dia Mundial de Oração e Ação pela Criança é marcado pelo lançamento do Movimento Paz e Proteção da Unicef

cantarem junto com o coral de crianças da Paróquia São Mateus, que animou o evento. Em seguida, Casimira, que é chefe de Programa de Proteção da Unicef, explicou as motiva-

ções do Movimento Paz e Proteção: “É uma grande mobilização das nações, instituições, organizações, lideranças e pessoas pela valorização dos direitos das crianças. Nós sabemos

que todas estas citadas desenvolvem um trabalho de proteção às crianças e adolescentes e gostaríamos de fortalecê-las, para que não trabalhemos de maneira isolada, mas para que

cada um em seu espaço possa disseminar a cultura da paz e do respeito às crianças”, disse. Em mais um momento simbólico, foi dada a bênção às mães com crianças de colo e gestantes, para depois crianças da catequese fazerem a Oração pela Criança, reza feita em parceria com a Rede Global de Religiões pelas Crianças, para o Dia Mundial de Oração e Ação pela Criança. Após os pronunciamentos dos representantes na mesa, deu-se por lançado o Movimento Paz e Proteção, com a garantia de compromisso de todos os presentes, representados pelo padre Lauro: “Para a nossa Arquidiocese, região, setor e em particular a nossa Paróquia foi muito importante receber este evento, pois estamos consolidando a Pastoral da Criança, e ela aqui na periferia tem um significado muito grande como estímulo para todos nós”.

palavra do bispo

‘Seguir com fidelidade o desenrolar do Ano Litúrgico’ Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém

Dom Edmar Peron

O Ano da Fé, concluído no domingo, Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, impulsiona-nos a prosseguir o caminho; somos peregrinos (1Pd 2,11), em busca da cidade que Deus preparou para nós (Hb 11,16); caminhamos à luz da fé (Lumen Fidei) e suplicamos continuamente: “Senhor, aumenta a nossa fé” (Lc 17,5). Passamos por essa porta quando acolhemos a Palavra de Deus e nos deixamos transformar pela graça divina. Contudo, lembrava o papa Bento 16, atravessar a porta da fé “implica embrenhar-se num caminho que dura a vida inteira” (Porta Fidei, 1). Este caminho teve seu início sacramental no Batismo (Rm 6,4) e alcançará sua conclusão quando passarmos da “morte para a vida eterna, fruto da ressurreição do Senhor Jesus, que, com o dom do Espírito Santo, quis fazer participantes da sua

agenda regional

própria glória quantos creem nele (Jo 17, 22)”. Esse caminhar na fé encontra no Ano Litúrgico sua fonte espiritual, por ser ele “o caminho privilegiado” para sermos introduzidos “no mistério da salvação”, mistério “anunciado pela ação evangelizadora” da Igreja e que “se torna presente nos sinais sagrados” da Liturgia. Portanto, é preciso continuar a seguir “com fidelidade o desenrolar do ano litúrgico” (Mane Nobiscum Domini, 17). O Concílio Vaticano 2°, depois de ensinar que a Liturgia, no conjunto da missão da Igreja, não é a única atividade, mas é o “cume” para o qual se dirige toda a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, é a “fonte” de onde emana toda a sua força (Sacrosanctum Concilium, 9-10), apresenta sinteticamente o sentido do Ano Litúrgico (SC 102). “Em determinados dias do ano”, a Igreja celebra “a memória sagrada da obra de salvação do seu divino Esposo”, Jesus Cristo; centro dessa obra salvadora é o mistério pascal do Senhor. Por isso, “em cada semana, no domingo, celebra a Ressurreição do Se-

nhor”, a qual é celebrada uma vez por ano, no Tríduo Pascal, na “Páscoa, a maior das solenidades”. Seguindo a pedagogia de fé, a Igreja “distribui, pois, todo o mistério de Cristo pelo correr do ano, da Encarnação e Nascimento à Ascensão, ao Pentecostes, à expectativa da feliz esperança e da vinda do Senhor”. Dessa maneira, enquanto caminhamos no “hoje” de nossa história, nos são oferecidas as “riquezas das obras e merecimentos” de nosso Senhor e salvador Jesus Cristo, “a ponto de os tornar como que presentes a todo o tempo” e, assim, cumular de graça. Procurando, pois, “seguir com fidelidade o desenrolar do Ano Litúrgico” quero apresentar brevemente o sentido do Tempo do Advento. Ele é o início do ciclo do Natal, e nos orienta para o encontro com o Senhor, o Verbo de Deus. O Tempo do Advento inclui 4 domingos, ainda que nem sempre inclua 4 semanas inteiras; ele “possui dupla característica: sendo um tempo de preparação para as solenidades do Natal, em que se comemora a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens

[característica especial dos 3º e 4º Domingos], é também um tempo em que, por meio desta lembrança, voltam-se os corações para a expectativa da segunda vinda do Cristo no fim dos tempos [principalmente nos 1º e 2º Domingos]. Por este duplo motivo, o Tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa e alegre expectativa. [...] Os dias de semana de 17 a 24 de dezembro inclusive visam de modo mais direto a preparação do Natal do Senhor”, e são, por comparação com a Quaresma, a Semana Santa do Advento (Normas para o Ano Litúrgico e o Calendário, 39 e 42). Essa dupla característica está presente nas orações, leituras e cantos desse tempo litúrgico. Vivamos intensamente esse tempo de espera, em que, a Cristo, “o Espírito e a Esposa dizem: «Vem!»”. E à pessoa sedenta, diz: “receba de graça a água da vida” (Ap 22, 17). dediquemos um momento diário para ler e meditar as leituras de cada dia, ou, ao menos, o Evangelho. Sigamos fielmente “o desenrolar do ano litúrgico”, em meio às conclusões do ano civil.

Quarta-feira (27), 20h

Quinta-feira (28), 19h30 Sexta-feira (29), 18h

Domingo (1º), 14h30

Missa da Padroeira na Paróquia Nossa Senhora das Graças (rua Serra do Capivaruçu, 274, Jardim Elba).

Conselho Regional de Pastoral (Centro Pastoral São José, avenida Álvaro Ramos, 366).

Apresentação da Campanha da Fraternidade (Centro Pastoral São José - avenida Álvaro Ramos, 366).

Missa no Colégio Santa Catarina (rua da Mooca, 3.758, Mooca).


Entretenimento PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

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O advogado entre nós e o Pai (I Jo 2:1) Inteligência Artificial (abrev.)

“Alimento” do cristão recém-convertido (I Co 3:2)

O mais grave instrumento de metal

Apropriada; adequada

Antônio Olinto, romancista brasileiro

Cantor de “A Cristo” Jeoiaquim (Dn 1:1) Sensato Pedaço de madeira Cooperador de Paulo (Fl 1:24)

Santa (?), ordenança de Jesus

(?) de Corá, autores do Salmo 47

Almeida Garrett, romancista português (?) medida, a roupa feita em alfaiate

Misericordioso Cidade para onde Paulo ia ao ouvir Jesus (At 9:3-5)

Ausenta-se

Mãe de Ismael (Gn 16:15)

Agasalho de lã que se veste pela cabeça Desejos intensos Vitamina abundante na acerola

Bruxa (?) de novo, condição para ver o Reino de Deus (Jo 3:3)

Demonstra alegria Equipes esportivas (?) Club International, entidade de serviços humanitários Brado de touradas Abrir, em inglês

(?) José, jornalista esportivo

A favor (?) HasO de sum, coJesus se mediante iniciou aos 30 anos (Lc 3:23)

“(?), Nossa História de Amor”, filme de Lúcia Murat sobre uma favela carioca

A ela virá o Redentor (Is 59:20)

Filhos do mesmo pai Emissora italiana Otto Rank, psicanalista austríaco

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Procure e marque, no diagrama de letras, as palavras em destaque no texto.

Psicólogo Embora seja parte da área médica, a PSICOLOGIA teve seu início com os FILÓSOFOS, na Antiguidade, que procuravam entender a ALMA humana e a relação entre ela e o CORPO. Contudo, com a evolução da CIÊNCIA, sua ACEPÇÃO modificou-se, e hoje é tida como estudo dos FENÔMENOS mentais e comportamentais do ser humano. Assim, procura ajudar os indivíduos a enfrentarem suas dificuldades psíquicas e a encontrarem o EQUILÍBRIO entre a razão e a EMOÇÃO, visando ao autoconhecimento. O psicólogo não atua apenas na CONSULTA ambulatorial, mas em ESCOLAS (orientação vocacional), em empresas (SELEÇÃO de pessoal, pesquisa de consumidores), em HOSPITAIS (em atendimento a PACIENTES e familiares), entre outros CAMPOS. Essa atividade está subdividida em seguimentos como Psicologia da personalidade, social, compara t i va , d o d e s e n v o l v i m e n t o , experimental e CLÍNICA, a mais conhecida. No dia 27 de AGOSTO, homenageia-se o psicólogo, esse profissional que tanto contribui para uma sociedade mais saudável.

T E A F Q I E Q U I L I B R I O z E I I A Y R O O Q I O A P A C I

I S J I O z z A I D A B I A A E A I C N E I C M A A A L E J T w A

X C F L O V A Y I I E I B A A R I O C I w I w A A S M I A O L X C

P O T O E D L A L B E Y H C L I N I C A J A X F T A O A A O U A E

C L E S E T N E I C A P O R F I B I z C A z A C A E Y M O E S Y P

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A P T O F k I O w X S E J C H z L N D B O A G P N N O N O E C O O

H E T S J w A V A G P S I C O L O G I A D O O O I R H A C z A I V

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Curso de Verão 2014 Promovido pelo Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular , estão abertas as inscrições para o Curso de Verão 2014, com o tema: Juventudes em foco: Por políticas públicas inclusivas em trabalho, educação e cultura.Acontecerá entre os dias 4 e 12 de janeiro na PUC-SP. Inscrições em www.ceseep.org.br ou (11) 3105-1680.

Diáconos para o serviço da caridade aos pobres No dia 14 de dezembro, acontecerá, na Catedral da Sé, a ordenação diaconal de seis seminaristas da Arquidiocese NAYÁ FERNANDES

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

“A diakonia, serviço da caridade, é vocação da Igreja de Jesus Cristo, como resposta à caridade, que o Verbo de Deus manifestou com as suas palavras

e as suas obras. É necessário que a Palavra de Deus leve ao amor do próximo. Em muitas comunidades, procurase que o encontro com a Palavra não se feche na escuta e na celebração em si mesma, mas se traduza em empenho concreto, pessoal e comunitário,

com o mundo dos pobres, enquanto sinal da presença do Senhor.” O texto está no número 39 do documento “A Palavra de Deus na Vida e na Missão da Igreja”, do Sínodo dos Bispos, na 12ª Assembleia Geral Ordinária, em 2008, e resume o teste-

munho dos jovens, que, no dia 14 de dezembro, serão ordenados diáconos na Arquidiocese de São Paulo. Eles falaram ao semanário da Arquidiocese como se sentem nesta nova etapa e o que os motiva na caminhada vocacional.

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Ajudar as pessoas a se encontrarem com Deus da mesma forma como eu já encontrei e o continuo encontrando no dia a dia é uma alegria, além disso, vejo que é um momento de felicidade tanto para mim quanto para os meus amigos que sempre me apoiaram nessa caminhada. O testemunho de fé de uma simples mulher marcou minha infância, “dona Geralda”, que podemos dizer foi a grande motivadora de hoje eu estar aqui. E a presença dos padres que passaram por minha Paróquia e despertou a semente da minha vocação: “padre Edimilson e padre Airton”, cada um teve uma grande participação no despertar da minha vocação.

Nessa nova etapa da minha vida me sinto feliz e convicto da minha vocação, feliz por ter sido alcançado pela misericórdia de Deus, que ama a todos, para servir a Igreja de Cristo que serei ordenado para o serviço da Caridade, da Palavra e do Altar. Assim me sinto muito amado por Deus, tranquilo, pois, sei que é o Senhor que chama e confirma a vocação por meio da Igreja. O que motiva a minha caminhada vocacional é próprio Jesus Cristo por meio da vida de oração, da devoção a virgem Maria, de rezar o terço e do serviço às pessoas que mais precisam; e a certeza de ser um instrumento de Deus.

Everton Augusto, 32

Antonio Pedro dos Santos, 40

A ordenação diaconal não é um privilégio. É uma resposta sincera e verdadeira ao chamado de Deus, diante da caminhada na fé e do discernimento vocacional acolhido na liberdade e, sobretudo, consciente dos grandes desafios para uma Nova Evangelização tão necessária nos tempos atuais. O diácono, no exercício de seu ministério na vida da Igreja, é chamado ao serviço: da Caridade, da Palavra de Deus e da Liturgia. A vocação é um precioso dom de Deus, por isso é uma resposta diária de encontro profundo e pessoal com Jesus Cristo, se deixar conquistar por ele, para depois conquistar outras pessoas para Deus.

animada por corresponder a vontade de Deus. Para isso, é necessário uma vida de oração e intimidade com o Senhor, que dá força e coragem para ser sinal do Reino onde a Igreja pedir o nosso trabalho pastoral.

Estou iniciando um período muito bonito na minha vida. Um tempo de amadurecimento vocacional, fortalecido pela graça de Deus e as constantes formações para os futuros diáconos. A esperança! Escolhi por lema de ordenação diaconal “fé, esperança e caridade” (1 Cor 13,13). As pessoas precisam cotidianamente olhar para a cruz de Cristo, trabalhar e manter a vida ordinária... Eu sou diferente? Pois bem, não! Se o diácono não tiver Amor, não adiantou anos de formação. Eu não amarei mais depois do dia 14 de dezembro. O diácono não é um popstar, e sim um mestre em serviço. A motivação é sempre Deus.

Pedro Augusto Ciola de Almeida, 30

Gleidson Luis de Sousa Novaes, 31

Maércio Angelo Pissinatti Filho, 27

Eu estou muito feliz por iniciar [em 2014], o ano pastoral exercendo o ministério diaconal. A minha família e as comunidades por onde passei vivem esse momento especial junto comigo, me apoiando como sempre fizeram. Essa nova

etapa da minha vida será um ano que aprenderei muito e poderei servir a Deus na sua Igreja. O Espírito de Deus distribui os carismas “para a edificação do Corpo de Cristo” (Ef 4,12), por isso toda vocação deve ser


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S.O.S Filipinas: Ajude as vítimas do Tufão Haiyan A Cáritas Brasileira lança uma campanha de arrecadação de recursos em solidariedade às pessoas afetadas pelo supertufão Haiyan, que devastou as Filipinas no dia 8 de novembro. Os recursos arrecadados pela campanha emergencial no Brasil serão destinados à Cáritas Filipinas. Outras informações no site: caritas.org.br e no telefone (61) 3521-0350

Em assembleia, Ujucasp cria Prêmio Santo Ivo Luciney Martins/O SÃO PAULO

Entidade entregará a outorga a juristas que “tenham atuação na defesa dos interesses e do direito à vida, desde sua concepção até a morte natural” Edcarlos Bispo de Santana

reportagem na zona oeste

Na segunda-feira, 25, a União dos Juristas Católicos de São Paulo (Ujucasp) realizou, no salão da Paróquia Nossa Senhora do Brasil, uma assembleia ordinária para tratar de assuntos pertinentes à entidade. No encontro, presidido pelo presidente da entidade, o jurista Ives Gandra Martins, foi apresentada a proposta da criação do Prêmio Santo Ivo. De acordo com a diretora-secretária, doutora Ana Paula de Albuquerque Grillo, pode-se dizer que o prêmio tem dois olhares, o “primeiro, uma homenagem a Santo Ivo, patrono da carreira jurídica. E o segundo, o de reconhecer, até externamente a Ujucasp,

Durante assembleia da Ujucasp foi estabelecido a criação do Prêmio Santo Ivo; outorga será entregue a jurista comprometido com a defesa da vida

pessoas que tenham atuação na defesa dos interesses e do direito à vida, desde sua concepção até a morte natural”. “É uma resposta da Ujucasp à sociedade, mostrando que ela tem uma atuação que extrapola seus muros, a defesa desses bens maiores, ela tem que ser uma defesa social, procuramos reconhecer isso na criação desse Prêmio”, afirmou a doutora Ana Paula. Na assembleia, foi apre-

sentado o livro “Inviolabilidade do direito à vida”, uma iniciativa da Ujucasp, que teve como coordenadores os juristas Ives Gandra Martins e Paulo de Barros Carvalho. O livro é composto por uma série de artigos de médicos e juristas versando sobre o direito à vida. Para o doutor Paulo de Barros, o livro passa a ter uma importância significativa, pois “vem a ser um ponto de referência para

discussões, reflexões, novas posturas, novas meditações sobre o tema, inviolabilidade do direito à vida, que é um tema fundamental”. O livro já foi entregue a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e a políticos de diversos partidos. Sobre esse contato com a política, a doutora Ana Paula afirmou que a União dos Juristas Católicos está sendo muito

bem recebida, e tem conseguido manter uma atuação efetiva junto ao Congresso Nacional, com o apoio de muitos parlamentares. Para o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, a justiça é uma questão fundamental na vida, na cultura e no convívio humano, por isso é importante que os juristas, à luz das convicções cristãs e da Igreja ,procurem atuar na área do direito.

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Curso Ecumênico de Formação Litúrgico Musical A PUC-SP já está com as inscrições abertas para o Curso Ecumênico de Formação Litúrgico Musical. O curso de extensão cultural integra música e liturgia, é dirigido a pessoas engajadas nas ações litúrgico musicais. Início das aulas em 6 de janeiro de 2014, no Campus Ipiranga. Informações no telefone (11) 3885-5025 e no email secretaria@celmu.com.br

Por uma assembleia constituinte exclusiva e soberana do sistema político Darcy Pereira de Carvalho/Mariana (MG)

Movimento de debate político e mobilização popular propõe um plebiscito para reforma da Constituição, em setembro de 2014 NAYÁ FERNANDES

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Foi lançado, no Dia da Proclamação da República, 15 de novembro, na Universidade Católica de Brasília, o Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político. O evento reuniu movimentos sociais, centrais sindicais, partidos políticos, pastorais sociais e a Plataforma dos Movimentos Sociais para a Reforma do Sistema Político e participantes do 9º Encontro Nacional Fé e Política, em Brasília (DF). O plebiscito vai acontecer de 1º a 7 de setembro de 2014, na Semana da Pátria. A proposta é de, até lá, promover debates sobre o tema, cursos de formação sobre o Estado, explicando as competências dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, e à sociedade brasileira, quais as reformas necessárias e urgentes. O lançamento, no Distrito Federal, teve na organização, a Marcha Mundial das Mulheres, que abriu o evento com um grupo de mulheres tocando instrumentos feitos de materiais recicláveis. Na entrada do auditório, onde aconteceu o lançamento, as camisetas da Marcha foram vendidas, e os cantos e vozes das mulheres davam o tom da participação popular esperada pelo Movimento. Para Lourdes Simões, coordenadora do comitê nacional de Campinas (SP) da Marcha das Mulheres, “o plebiscito é consequência de uma reflexão, feita há anos, sobre a reforma política. A grande questão é o financiamento público e a sub-representação das mulheres, que impede uma participação real das mulheres na política”. O Plebiscito quer trabalhar

Direto de Roma Oração pelas vítimas da violência e pela chegada do Senhor

Foram publicadas na segundafeira, 25, as intenções de Oração do Apostolado da Oração, propostas pelo Papa para o mês de dezembro. Como intenção geral, Francisco sugere “que as crianças abandonadas ou vítimas de qualquer forma de violência encontrem o amor e a proteção de que necessitam”. Já a intenção missionária para o último mês do ano é “que os cristãos, iluminados pelo Verbo Encarnado, preparem a humanidade para a chegada do Senhor”.

Migrantes chegam a cerca de 1 bilhão de seres humanos

Cardeal Antonio Maria Vegliò, presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, falando aos alunos do Instituto teológico de Leopoli, na Ucrânia, revelou que cerca de 1 bilhão de seres humanos vivem na própria pele o fenômeno da migração. A Organização Internacional para as Migrações (OIM) estima que o número de migrantes internos chegue a 740 milhões de pessoas. “Somando as duas contas, vemos que cerca de 1 bilhão de seres humanos, ou seja, um sétimo da população global vive como migrante.”

Em Brasília, no 9º Encontro Nacional Fé e Política, de 15 a 17, movimentos sociais participam do lançamento do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político, que será em 2014

Greco-católicos ucranianos nos 50 anos da deposição das relíquias de São Josafat com formação nas bases, como aconteceu com a campanha contra a proposta da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), em 2002. Para José Antônio Moroni, membro da coordenação do Fórum Nacional de Participação Popular, a convocação é necessária porque, mesmo que haja vários movimentos na sociedade que lutam pela reforma do sistema político, a iniciativa popular não pode, por exemplo, apresentar Propostas de Emenda à Constituição (PECs). “Precisamos de outro instrumento político, que é a assembleia constituinte. Porque, para algumas questões, não é

preciso mudar apenas algum artigo, mas a lógica mesma da Constituição, como, por exemplo, a questão da propriedade privada”, explicou Moroni. Mais de 70 entidades já assinaram a cartilha explicativa, que está disponível para download no site www.levante.org.br e em outros sites de movimentos populares. Será feita somente uma pergunta no plebiscito: “Você é a favor de uma constituinte exclusiva e soberana sobre o sistema político?”. Uma das reivindicações principais é o financiamento das campanhas políticas, a maioria feita por empresas privadas.

Assim, por exemplo, dos 594 parlamentares (513 deputados e 81 senadores) eleitos em 2010, 273 são empresários e não há representatividade das minorias sociais. “Precisamos construir uma nova cultura política, para que aconteça, de fato, alternância de gênero e paridade, e aí, sim, transformar. Quando entrei nesse plenário e escutei a música do Zé Vicente, senti que um novo tempo vai chegar, e nele, mulheres e homens vão caminhar juntos”, disse, emocionado, João Paulo Furtado, vice-presidente da União Nacional dos Estudantes.

Na segunda-feira, 25, no altar central da Basílica de São Pedro, o Arcebispo Maior da Igreja Católica Ucraniana, Sviatoslav Shevchuk presidiu, juntamente com o cardeal Leonardo Sandri, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, a Liturgia em honra de São Josafat, Bispo e mártir, no quinquagésimo aniversário da deposição das respectivas relíquias, na Basílica de São Pedro. No fim desta celebração, o papa Francisco deslocou-se à basílica de São Pedro para saudar os presentes. Fonte: www.radiovaticana.va


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Encontro Arquidiocesano Campanha da Fraternidade 2014 O Conselho de Leigos da Arquidiocese de São Paulo (Clasp) promoverá no dia 7 de dezembro, das ssss8h30 às 12h30, no Centro Pastoral Belém (rua Álvaro Ramos, 366) o encontro em preparação da Campanha da Fraternidade 2014, que terá como tema “Fraternidade e tráfico humano”, e o lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou”. (Gl 5,1).

Na Catedral da Sé, leigos professam a fé Luciney Martins/O SÃO PAULO

Missa da solenidade de Cristo Rei, no domingo, 24, encerrou o Ano da Fé e celebrou o Dia do Leigo e o início da Campanha de Evangelização Edcarlos Bispo de Santana

reportagem no centro

A solenidade de Cristo Rei, último Domingo do Tempo Comum, encerra o calendário litúrgico, nesta mesma data a Igreja no Brasil celebra o Dia do Leigo. Na ocasião, esta celebração foi marcada por algo ainda mais especial, o encerramento do Ano da Fé. Na Catedral da Sé, leigos das diversas pastorais, movimentos, novas comunidades e organismos da Arquidiocese participaram da celebração presidida pelo cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, e por demais padres da Arquidiocese.

Representantes dos diversos organismos, pastorais, novas comunidades e movimentos são saudados por dom Odilo

Na homilia, o Cardeal ressaltou que o ser humano é peregrino neste mundo, e que a liturgia do domingo mostra para onde caminha a humanidade, pois ninguém tem morada permanente neste mundo. Por isso, o mundo deve acolher a Lei de Deus, que é o Evangelho. Dom Odilo afirmou ainda, que atuando na sociedade, onde se dá a convivência humana, cientes das convicções da fé cristã, os católicos ajudarão o mundo a sintonizar sempre mais com a

proposta do Reino de Deus. Na solenidade de Cristo Rei se inicia também a Campanha para a Evangelização (CE). Instituída pelos bispos em 1997 e realizada pela primeira vez em 1998, com o objetivo de despertar nos fiéis o compromisso evangelizador e a responsabilidade pela sustentação das atividades pastorais da Igreja no Brasil. A CE se estende pelo Tempo do Advento. Este ano a campanha tem como tema “Eu vos anuncio uma grande alegria” e a

coleta será no dia 15 de dezembro em todas as paróquias e comunidades espalhadas em todo o território nacional. A celebração do domingo teve, ainda, a participação de diversos deficientes físicos que, organizados pela Pastoral das Pessoas com Deficiência, conseguiram que houvesse na celebração o sistema de audiodescrição, para os deficientes visuais, e intérprete de libras, para os surdos-mudos. Para o coordenador da Pasto-

ral das Pessoas com Deficiência, Carlos Campos, “a pessoa com deficiência precisa fazer parte da sociedade. Não só reivindicando seus direitos, mas também participando como agente capaz de desfrutar de tudo que a sociedade oferece, e mostrando que podemos desfrutar com igualdade de condições desde que tenhamos esses recursos”. Carlos contou que esta foi a primeira vez que a Pastoral se fez presente na celebração de Cristo Rei. Para ele, o trabalho da Pastoral é algo de mão dupla, pois anima as pessoas a estarem no meio da sociedade, como destacou a Campanha da Fraternidade de 2006, além de mostrar que a Igreja tem o olhar voltado para as pessoas deficientes. Para o presidente do Clasp, Edson Gonçalves Silva, celebrar o Dia do Leigo é ver a Igreja “reconhecendo a importância da vida laical”. Para ele, o leigo deve dar um testemunho de fé nas áreas próximas a ele, como a vida familiar, comunitária e do trabalho, por exemplo. “Esse testemunho de fé”, completa Edson, “deve ser dado através de pequenos gestos”.

Papa encerra o Ano da Fé e apresenta as relíquias de São Pedro L’Osservatore Romano

redação

No Vaticano, o papa Francisco celebrou a missa da solenidade de Cristo Rei e do encerramento do Ano da Fé para um público de aproximadamente 60 mil pessoas, com a participação de cardeais e bispos, além de patriarcas e arcebispos Maiores das Igrejas Orientais Católicas (Médio Oriente, Europa Oriental e Índia), e ainda 500 catecúmenos, de 47 diferentes nacionalidades, dos quatro cantos do mundo, da China e Mongólia, Rússia, do Egito e Marrocos a Cuba. Na homilia, o Santo Padre começou por recordar que a solenidade de Cristo Rei, que hoje se celebra como “coroamento do Ano Litúrgico, marca também o encerramento do Ano da Fé, proclamado pelo papa Bento 16”, ao qual dirigiu um “pensamento cheio de carinho e gratidão”, classificando de “iniciativa providencial” aquela decisão que, disse, nos ofereceu a oportunidade de redescobrirmos a beleza daquele caminho de fé que teve início no dia do nosso Batismo e nos tornou filhos de Deus e irmãos na Igreja”. No final da missa, antes da recitação do Angelus dominical, o Santo Padre

nalistas a exortação apostólica sobre o anúncio do evangelho no mundo atual. Com a presença de dom Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, dom Lorenzo Baldisseri, secretário geral do Sínodo dos Bispos e dom Claudio Maria Celli, presidente do Pontifício Conselho para a Comunicação Social.

Relíquias de São Pedro

Papa exibe relíquias de São Pedro pela primeira vez na missa de encerramento do Ano da Fé

procedeu à entrega simbólica da Exortação Apostólica “Evangelii Gaudium” (“A alegria do Evangelho”) a 36 pessoas, de 17 diferentes países, representando a diversidade de situações no interior da Igreja e na sociedade: um bispo, um padre e um diácono; um religioso e uma religiosa; um seminarista e uma noviça; uma família; pessoas recentemente

crismadas; catequistas; jovens; representantes de confrarias e de movimentos eclesiais; e, finalmente, dois artistas (um escultor japonês e uma pintora polaca) e dois jornalistas. A um deficiente visual, o Papa entregará a Exortação Apostólica em versão auditiva. No dia 26, em coletiva de imprensa na Santa Sé, será apresentada aos jor-

Durante a missa, após a leitura do Evangelho e a homilia, foi levado ao Papa o relicário que contém alguns fragmentos ósseos do apóstolo Pedro, expostos publicamente neste domingo, 24, pela primeira vez. O Papa reteve a pequena caixa de bronze por alguns minutos, num gesto de recolhimento e oração. Antes da cerimônia, o relicário foi levado em procissão ao adro e deposto, fechado, no pedestal junto ao altar. No início da missa, foi aberto e enquadrado pelas câmeras de TV, sendo possível ao público ver os oito fragmentos através dos telões espalhados na Praça. Neste momento, o Papa se dirigiu ao altar e incensou as relíquias. (com agências de notícias)


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