Encontro Nacional de Presbíteros começa dia 5
Padre Libânio deixa à Igreja grande legado
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Acontece encontro do ‘Evangelizando a Casa’
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Um outro olhar sobre os rolezinhos em São Paulo
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Semanário da Arquidiocese de São Paulo
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ano 59 | Edição 2988| 4 a 10 de fevereiro de 2014
R$ 1,50
www.arquidiocesedesaopaulo.org.br Luciney Martins/O SÃO PAULO
Dom Odilo celebra 12 anos de episcopado O cardeal Odilo Pedro Scherer completou 12 anos de episcopado no domingo, 2, e celebrou missa em ação de graças às 9h, na Catedral. Dom Odilo foi ordenado bispo no dia 2 de
fevereiro de 2002, em Toledo, no Paraná. Em entrevista ao O SÃO PAULO, ele fala do grande desafio que é pastorear 7 milhões de habitantes. Página 11
Na Cracolândia, ‘salário’ paga drogas Paroquianos homenageiam padres que ao longo da história comandaram a Paróquia Santo Antônio, na Barra Funda
Paróquias comemoram jubileu com histórias, desafios e projetos No domingo, 2 , cinco paróquias da Arquidiocese festejaram 100 anos: San Gennaro, Santo Antônio do Pari, Nossa Senhora de Monte Serrat, Nossa Senhora Au-
xiliadora e Santo Antônio da Barra Funda. Nesta última, dom Odilo Scherer presidiu a celebração de dedicação do templo. No mesmo dia, o Arcebispo também esteve na
Agentes da Pastoral do Povo da Rua constatam que moradia, comida e trabalho não estão libertando do crack os moradores da Cracolândia assistidos pelo programa “De
Braços Abertos”, da prefeitura. Em vez de reorientar a vida dos usuários de crack, a remuneração que recebem tem sido usada para comprar a droga. Página 9 Luciney Martins/O SÃO PAULO
Paróquia São Luís Gonzaga, em Pirituba, que completou 50 anos. Celebrações resgataram histórias e desafios das paróquias na metrópole. Páginas 12 e 13 Luciney Martins/O SÃO PAULO
Francisco nomeia Jequitinhonha dom Edmilson para enfrenta grandes Diocese de Guarulhos desafios ambientais
Paróquia São Luís Gonzaga lota na celebração de jubileu de ouro, presidida pelo cardeal Scherer, no domingo, 2
Atual bispo diocesano de Barretos, dom Edmilson Amador Caetano, da Ordem Cisterciense, foi nomeado, na quarta-feira, 29, pelo papa Francisco para ser o quarto bispo da Diocese de Guarulhos (SP). Em primeira mensagem aos fiéis da diocese, pediu que todos rezassem por ele.
Missionários do Serviço Pastoral dos Migrantes visitaram comunidades rurais de Jenipapo de Minas, região nordeste de Minas Gerais, entre os dias 25 de janeiro e 1º de fevereiro, e constataram as dificuldades do povo do Vale que vive o drama da seca e da migração forçada.
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Fé e Vida
www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 4 a 10 de fevereiro de 2014 Gabirante
frases da semana
“Vivemos um momento de bênção na Igreja, graças ao carisma do papa Francisco. Tomara que saibamos aproveitar bem este momento, para dar nova vitalidade à Igreja. Não todos os problemas estão resolvidos, os desafios continuam, mas há novo ânimo e alegria na Igreja”.
Dom Odilo Pedro Scherer, em entrevista ao O SÃO PAULO.
“A gente apoia a iniciativa de oferecer a essas pessoas a possibilidade de deixarem a rua, de se tratarem, mas está errada a forma como vem sendo feito, é uma coisa pensada até a Copa do Mundo, para deixar o espaço bonito”.
Ana Maria Alexandre, da Pastoral do Povo da Rua, sobre a operação “De Braços Abertos”.
“As questões ambientais, como a preservação dos rios e das nascentes são urgentes. É preciso frear o desmatamento desordenado, as grandes extensões de monocultura e os projetos das barragens sem consulta e respeito às populações locais”. Maria Eva Souza Santos, da Comissão Pastoral da Terra e do SPM.
você pergunta
Espiritualidade
Na última ceia, os apóstolos já comungaram o corpo e o sangue de Cristo?
Igreja é como restaurante, se a comida é boa, o povo volta
Vigério episcopal para a Pastoral da Comunicação
Padre Cido Pereira
Na última ceia, o que os apóstolos comeram e beberam já era o corpo e sangue de Cristo, ou era vinho e pão? Se já era corpo e sangue, como isso foi possível antes do sacrifício da cruz? Essa é a dúvida de Antonio Santos Silva, de São Miguel Paulista. Antonio, confira nos textos da Instituição da Eucaristia e você irá perceber que, a partir daquela ceia, pão e vinho já eram corpo e sangue de Jesus e que os Apóstolos fizeram a primeira comunhão na história da Igreja e da humanidade. Mateus (26, 26-29) reproduz a cena da Instituição dizendo que, durante a ceia, Jesus tomou o pão e, tendo dito a fórmula da bênção, partiu-o e distribuiu aos seus discípulos dizendo: “Tomai e comei. Isto é o meu corpo”. Em seguida, tomando o cálice, deu graças e o entregou dizendo: “Bebei todos dele, porque este é o meu sangue, o sangue da Aliança, que vai ser derramado por muitos para a remissão dos pecados”. Marcos em 14, 22-24 e Lucas 22,14-17 relatam da mesma forma. Jesus fala do sangue que vai ser derramado no dia seguinte. A Eucaristia é um presente de Jesus para nós, é a certeza daquilo que ele prometeu: “Estarei com vocês todos os dias até o fim do mundo”. A sua presença em nossa vida tem muitas formas de acontecer. A presença na Eucaristia é concreta, porque pão e vinho têm suas substâncias transformadas no corpo e no sangue do Senhor. Então, Antonio, na última ceia, a Eucaristia foi instituída, antecipando a morte de Cristo, e em todas as santas ceias ou celebrações eucarísticas do mundo nós atualizamos o sacrifício redentor do Senhor. Não dá para ser cristão sem comungar o corpo e o sangue do Senhor, não é, Antonio? Fique com Deus e que ele abençoe você e sua família.
Semanário da Arquidiocese de São Paulo
Frei Patrício Sciadini
Comparar a igreja a um restaurante pode parecer uma imagem meio blasfema. Uma vez em Caratinga, pequena cidade de Minas, me queixava com o povo por estar vindo sempre menos fiéis à missa. E aí um do povo levantando a mão disse: “Para mim, o problema é simples demais. Desculpem a comparação, mas a igreja é como restaurante, se a comida é boa, de qualidade, o povo volta e não larga mais”. Aquelas palavras ficaram registradas na minha memória. A reflexão do meu amigo de Caratinga me levou a fazer muitas reflexões boas para os padres e boas para os fiéis. Devemos intensificar a nossa
maneira de ser igreja participativa, de ser comunidade, para que resplandeça em todos os momentos a beleza de seguir o Cristo Jesus, Bom Pastor. É interessante, quando lemos o Evangelho há uma frase que sempre me chamou muito a atenção: “Uma grande multidão seguia Jesus”. E me pergunto: por que as pessoas seguiam Jesus? Não era somente porque ele multiplicava os pães. Jesus queria que o povo o seguisse não pelos milagres, mas pelas “palavras de vida eterna, pelo anúncio do Reino”. Nós, evangelizadores, temos uma grande responsabilidade, fazer todo o possível para que o povo sinta em nós a presença viva de Jesus e que venham a nossas igrejas porque encontram “alimento substancioso”, bem equilibrado, que fortalece nas dificuldades da vida. Para que encontrem um ambiente agradável de fraternidade, de aco-
lhida, de amor. Nada de mais belo quando encontramos tudo isso e aí sentimos o desejo de voltar naquela igreja, porque aí encontramos palavras que nos sustentam no caminho da vida. O Povo de Deus tem “paladar refinado”, não quer uma comida qualquer, mal preparada e um ambiente que não leve à intimidade com Deus e a uma vida melhor. Mas o que é uma boa comida nesse sentido que estamos falando? É a palavra de Deus, é o mesmo Cristo que se fez nossa comida e nos recorda continuamente: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna”. Deveríamos sempre perguntar ao povo, depois de uma semana, o que restou das nossas homilias e Catequese, e pode ser que ficou bem pouco. E o povo, durante a semana, deveria ir à igreja e procurar o padre com humildade e dizer-lhe o que achou “de sua comida”.
palavras que não passam
Diálogo é também muita escuta (14) PADRE AUGUSTO CÉSAR PEREIRA
A Palavra de Deus revelada recebe distinção especial da Escritura: “Os Evangelhos gozam de merecida primazia, pois constituem o principal testemunho sobre a vida e a doutrina do Verbo Encarnado, nosso Salvador” (Dei Verbum - DV 18). Por isso, a Igreja sempre venerou as Escrituras da mesma forma que o próprio mistério eucarístico do Senhor. Daí que a Palavra é a “suprema regra de fé” da Igreja (cf. DV 18; 21). A Sagrada Liturgia, a comunidade de fé reunida, celebra o mistério da Palavra, do vinho e do pão e, nos sacramentos, a graça do amor. A Eucaristia atualiza o Mistério Pascal de Cristo, e os sacramentos distribuem ao povo o tesouro da fé e da graça. É a “obra da redenção”
acontecendo para o Povo de Deus. Com as Igrejas cristãs e orientais, a Igreja relaciona-se por sua natureza ecumênica, pelo diálogo de interlocutores em nível de igualdade e fraternidade, e pelas ações solidárias comuns; não de um disfarçado proselitismo conquistador, mas para favorecer a unidade dos cristãos (cf. UR; UUS). O ecumenismo é a esperança e o caminho para futura restauração da unidade do Cristianismo, de acordo com o projeto de Cristo. A manifestação de que havia clima para o ecumenismo está nos encontros de estudos anteriores ao próprio Concílio, que reuniam biblistas católicos e protestantes. A Igreja reconhece na pessoa humana de qualquer raça, povo, etnia ou crença a dignidade que a torna capaz de chegar ao conhecimento da ideia de Deus, porque o homem é naturalmente religioso: seja por inspiração da natureza, seja pela busca da verdade, da justiça e do amor (cf. NA 2; AG; LG 8; GS 22).
Em que nível a ciência e a cultura poderão esperar o novo relacionamento dialógico com a Igreja? A Igreja afirma que a mesma inteligência que pesquisa o macro e o micro cosmo é a que pesquisa os mistérios de Deus para melhor crer. Afinal, as leis que governam o universo não têm mistério, elas são perfeitamente inteligíveis à nossa inteligência humana. Por isso, não há contradição entre a fé, a ciência e a cultura, respeitados os respectivos âmbitos de atuação. As entidades culturais, científicas e educacionais da Igreja seguem hoje a recomendação de Bento 16 de que a fé não pode deixar de dialogar com a razão, porque ambas são necessárias como as duas asas do pássaro para voar. Conhecendo o mundo pelo diálogo com as ciências e as diferentes culturas, a Igreja se aperfeiçoa no modo de expressão da sua proposta. A abertura ao diálogo reforça a responsabilidade de escutar os questionamentos do interlocutor.
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Fé e Vida
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encontro com o pastor
A fim de apresentá-lo ao Senhor... Arcebispo metropolitano de São Paulo
cardeal dom odilo pedro scherer
A festa bonita da Apresentação de Jesus no Templo, celebrada na liturgia do domingo passado, 2 de fevereiro, nos faz refletir sobre a vivência da fé da Sagrada Família e sobre a preocupação de Maria e José em transmitir ao filho as tradições que faziam parte da sua comunidade de fé e da religião dos pais. Levar o primogênito a Jerusalém, para apresentá-lo a Deus, era uma dessas práticas, que as famílias faziam normalmente. Os pais reconheciam, assim, que o filho era uma bênção, um presente do amor de Deus e que eles próprios eram colaboradores de Deus na transmissão da vida e na formação de mais um membro do povo eleito; ouviam palavras de instrução e orientação sobre a criação do filho, em vista da sua missão diante de Deus e de seu povo. E recebiam a bênção do sacerdote, para que tudo na vida do filho andasse conforme o desígnio de Deus. Levando o filho para casa novamente, os pais estavam conscientes de que ele pertencia a
Deus, mais que a eles próprios, e que sua missão era a de ajudar o filho a reconhecer a voz de Deus e de segui-la em sua vida; de crescer na familiaridade com Deus. Seu papel de educadores orientava-se por esse princípio: preparar o filho para discernir os caminhos de Deus e para caminhar sob o seu olhar, seguindo seus mandamentos. Para nós, cristãos católicos, o que significa falar em “educação cristã dos filhos” ou de “iniciação à vida cristã”? Pode significar muitas coisas, mas não pode faltar o que fizeram Maria e José: apresentar os filhos a Deus, sentindo-se colaboradores na obra de Deus; ensinar os filhos a conhecerem a voz de Deus, a amar e sentir-se amados por ele, a se relacionar familiarmente com aquele que é seu verdadeiro Pai. Missão dos pais cristãos na educação de seus filhos nos caminhos da fé ainda é introduzi-los na comunidade de fé e ajudá-los a se reconhecerem parte da Igreja, membros vivos e participativos da família de Deus, que o Filho de Deus veio reunir neste mundo. Os filhos precisam aprender a sabedoria das coisas de Deus e crescer nela; crescer e amadurecer na fé cristã, tornando-se fortes nas virtudes, para produzir os frutos de bem, que Deus espera de seus filhos.
Não há dúvidas sobre a importância da iniciação à vida cristã na família, desde a mais tenra idade. É bonito quando os pais levam o filho recém-nascido à igreja, para “mostrá-lo a Deus” e para pedir a bênção para ele através dos ministros de Deus; muitos pais já o fazem, cheios de fé e gratidão, antes mesmo de o filho nascer. Vem, depois, o pedido do Batismo, acompanhado do desejo vivo de colaborar com a graça de Deus para educar mais um membro do Povo de Deus. E a vida em família é tecida de pequenas práticas de devoção, de instrução e de virtude, que vão moldando o coração do filho e encaminhando-o pelas vias da fé cristã. Chega também o momento da Catequese, quando o filho se insere mais e mais na grande comunidade de fé, da qual recebe o testemunho, a palavra e a vivência comunitária da fé e de suas consequências para a vida... Maria e José tiveram a alegria de ver o menino Jesus crescendo em sabedoria, idade e graça diante de Deus e dos homens (cf. Lc 2,52); assim também os pais cristãos têm a missão indispensável de iniciar os filhos nos caminhos da fé e na vida da Igreja. Os frutos e as alegrias, com a graça de Deus, não tardarão a aparecer. Helena Ueno
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editorial
Padres aprofundam o seu sim a Cristo e à Igreja “Mas, padre, eu li em um jornal que um bispo fez tal coisa, ou que um padre fez tal coisa. Oh, sim, também eu li, mas, me diga: os jornais dão também notícias daquilo que fazem tantos sacerdotes, tantos padres em muitas paróquias da cidade ou do interior, que fazem tanta caridade, tanto trabalho para levar avante o seu povo? Isso, não! Isso não é notícia. É sempre assim: faz mais barulho uma árvore que cai, do que uma floresta que cresce. Hoje, pensando na unção de Davi, nos faz bem pensar em nossos bispos e nos nossos sacerdotes corajosos, santos, bons, fiéis, e rezar por eles. Graças a eles, hoje nós estamos aqui.” O texto acima faz parte da homilia do papa Francisco, pronunciada na segunda-feira, 27, na missa que ele rezou na Casa Santa Marta, onde reside. E o texto vem ao encontro do que 500 padres vão refletir, em Aparecida, no 15º Encontro Nacional de Presbíteros. Esses 500 padres representam os 22 mil que atuam no Brasil, homens de Deus que o Papa define como sacerdotes corajosos, santos, bons e fiéis. Que grande inspiração teve a Comissão Nacional de Presbíteros na escolha do tema. Era hora de olhar para nossos padres com mais respeito, mais carinho. Era hora de parar um pouco de pensar nas pouquíssimas e barulhentas árvores que caem para pensar na grande floresta que cresce, como diz Francisco. Era hora de olhar a imensa maioria de nossos padres que santificam, ensinam e conduzem com amor o Povo de Deus e que, por isso mesmo, têm o respeito, a admiração e o carinho de nosso povo. Lá estão, em Aparecida, junto à Mãe de Jesus, os padres do Brasil. Com as constituições e decretos do Concílio Vaticano 2º, eles se reconhecem como “Testemunhas de Fé, Esperança e Caridade”. E todos, sem exceção, querem estar “sempre prontos a dar a razão da esperança a quem a pedir”. Deus seja louvado pelos padres do Brasil. Deus seja louvado particularmente pelo clero de São Paulo, homens que têm os mil rostos desta cidade e que querem testemunhar Jesus Cristo a ela. Nosso presbitério tem uma bonita história em que se misturam fé, esperança e amor, uma bonita história em que se misturam a alegria do “sim” e a coragem do testemunho. Deus abençoe nossos padres. Deus multiplique o número deles! agenda do Cardeal
Terça-feira (4) 19h30 – Reunião da equipe da romaria arquidiocesana a Aparecida (Igreja São Gonçalo).
Quarta-feira (5)
9h – Reunião com o Secretariado Arquidiocesano de Pastoral e coordenadores de pastorais.
Quinta-feira (6)
8h – Missa de início do ano letivo na Faculdade de Teologia da PUC-SP, campus Ipiranga. 19h30 – Missa de início do ano letivo na Faculdade de Teologia da PUC-SP, campus Santana.
Sexta-feira (7)
19h30 – Posse do padre Boris Agustin Nef Ulloa, na Paróquia Imaculada Conceição (Ipiranga).
Sábado (8)
9h – Encontro com os seminaristas – Seminário Bom Pastor. 18h – Posse do padre Benedito Vicente de Abreu como pároco da Igreja Santo Afonso Maria de Ligório (Ipiranga).
Domingo (9) Na festa da Apresentação do Senhor no Templo, no domingo, 2, o cardeal Scherer, arcebispo metropolitano, festejou 12 anos de ordenação episcopal. Ele presidiu a missa das 9h na Catedral da Sé, quando crianças entregaram-lhe 12 flores. Ele também recebeu o carinho dos fiéis.
8h – Missa no Santuário Nacional de Aparecida, no 15º Encontro Nacional de Presbíteros. 11h – Missa na Catedral da Sé.
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Fé e Vida
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liturgia e vida
5º DOMINGO DO TEMPO COMUM 9 DE FEVEREIRO
palavra do papa
O consagrado é um dom para o Povo de Deus
Ana Flora Anderson
Como a luz do meio-dia As três leituras deste domingo são entre as mais importantes da Bíblia. Na segunda leitura (1 Coríntios 2, 1-5), São Paulo coloca o problema central da vida cristã. Os cristãos de Corinto eram estudiosos e pregavam muito bem. Paulo procura mostrar que estes são dons de Deus, mas o dom mais importante é o amor ao próximo. O próprio Paulo não era um bom pregador, mas ele vê esta sua fraqueza e reconhece, porém, que o Espírito Santo lhe deu o dom de levar a comunidade que amava à vida de fé. No Evangelho de São Mateus (5, 13-16), Jesus nos chama para ser o sal da terra e a luz do mundo. Ele insiste que isso só acontecerá quando o mundo puder ver nossas ações em favor dos outros. Os fariseus sabiam a Torá de cor, mas julgavam os outros sem misericórdia. Podemos ter muitas qualidades, mas se não tivermos o amor ao próximo, nossa luz se apaga e o mundo não consegue ver o Deus de amor. A primeira leitura (Isaías 58, 7-10) fala de uma maneira muito concreta. A nossa luz brilhará se dermos pão ao faminto, veste aos nus e hospitalidade aos pobres. Quando nossa justiça é concreta, a glória de Deus é conhecida. É necessário que não haja nenhum tipo de opressão ou de autoritarismo. Quem crê em Deus deve, de coração aberto, acolher os necessitados. Se assim foi feito, nascerá nas trevas deste mundo um sinal divino como a luz do meio-dia. leituras da semana
SEGUNDA (10): 1Rs 8, 1-7.9-13; Mc 6, 53-56 TERÇA (11): 1Rs 8, 22-23.27-30; Mc 7, 1-13 QUARTA (12): 1Rs 10, 1-10; Mc 7, 14-23 QUINTA (13): 1Rs 11, 4-13; Mc 7, 24-30 SEXTA (14): 1Rs 11, 29-32; 12, 19; Mc 7, 31-37 SÁBADO (15): 1Rs 12, 26-32; 13, 33-34; Mc 8, 1-10
Santos e heróis do povo – 4 de fevereiro
“A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas para aqueles que se salvam, para nós, é poder de Deus” (1Cor 1,18) Hoje, na Colômbia, é lembrado o dirigente indígena, Benjamin Didincué (imagem), que morreu mártir pela defesa da terra do seu povo. Isso foi em 1979. Em Portugal, São João de Brito (1647-1693) sempre foi venerado com especial fervor. O papa Pio 12 estendeu seu culto à Igreja Universal, canonizando-o em 1947. Apesar de nobre e doentio, conseguiu não só entrar na Companhia de Jesus, mas transformar-se, a partir de seus 26 anos, em missionário de espantosa atividade. Na Índia, assumiu língua e costumes locais, penetrando-os com a força nova do Evangelho. Morreu mártir, durante trágico levante contra os cristãos. Na Idade Média, encontra-se outro santo muito conhecido também no Brasil. É são Gilberto. Nasceu na Inglaterra e era filho de um soldado. Ainda moço entrou para o mosteiro dos beneditinos e alcançou quase a idade de cem anos. Tornou-se célebre, ainda na Idade Média, por ter sido declarado santo pelo papa Inocêncio 3º. Fonte: “Santos e heróis do povo”, livro do cardeal Arns
Papa francisco Apresentamos aqui parte da mensagem que o papa Francisco passou aos peregrinos que se reuniram na praça São Pedro, às 12h do domingo, 2, antes de rezar com eles a oração mariana do Angelus. Hoje celebramos a festa da Apresentação de Jesus no templo. Nesta data, ocorre também o Dia da Vida Consagrada, que sublinha a importância para a Igreja de quantos acolheram a vocação de seguir Jesus de perto no caminho dos conselhos evangélicos. O Evangelho do dia conta que, quarenta dias depois do nascimento de Jesus, Maria e José levaram o Menino ao templo para oferecê-lo e consagrá-lo a Deus, como prescrito pela lei judaica. Este episódio evangélico constitui tam-
bém um ícone da doação da própria vida por parte daqueles que, por um dom de Deus, assumem os traços típicos de Jesus casto, pobre e obediente. As pessoas consagradas são sinal de Deus nos diversos ambientes da vida, são fermento para o crescimento de uma sociedade mais justa e fraterna, são profecia de partilha com os pequenos e os pobres. Assim entendida e vivida, a vida consagrada nos parece propriamente como ela realmente é: um dom de Deus, um dom de Deus à Igreja, um dom de Deus ao seu povo! Cada pessoa consagrada é um dom para o Povo de Deus em caminho. Há tanta necessidade dessas presenças, que reforçam e renovam o empenho da difusão do Evangelho, da educação cristã, da caridade para com os mais necessitados, da oração contemplativa; o empenho na formação humana, na formação espiritual dos jovens, das famílias; o empenho pela justiça e a paz na família humana. Mas pensemos um pouco o que seria se não fossem as irmãs nos hospi-
tais, as irmãs nas missões, as irmãs nas escolas. Mas pensem em uma Igreja sem as irmãs! Não se pode pensar: elas são esse dom, esse fermento que leva adiante o Povo de Deus. São grandes essas mulheres que consagram a sua vida a Deus, que levam adiante a mensagem de Jesus. A Igreja e o mundo precisam desse testemunho de amor e da misericórdia de Deus. Os consagrados, os religiosos, as religiosas são o testemunho de que Deus é bom e misericordioso. Por isso é necessário valorizar com gratidão as experiências de vida consagrada e aprofundar o conhecimento dos diversos carismas e espiritualidade. É preciso rezar para que tantos jovens respondam “sim” ao Senhor que os chama a consagrar-se totalmente a ele para um serviço desinteressado aos irmãos; consagrar a vida para servir Deus e os irmãos. Por todos esses motivos, como já foi anunciado, o próximo ano será dedicado de modo especial à vida consagrada.
L’Osservatore Romano
Tweets do papa
@Pontifex_pt 2 - Que o Dia Mundial da Vida Con-
sagrada seja uma ocasião propícia para redescobrirmos a centralidade de Jesus Cristo na nossa vida! 1 - Às vezes estamos tristes por causa do peso dos nossos pecados. Não desanimemos! Foi para tirar tudo isso que Cristo veio; ele dános a paz. 30 - Não consigo imaginar um cristão que não saiba sorrir. Procuremos dar um testemunho alegre da nossa fé. 28 - Rezemos pela unidade dos cristãos. Muitas e preciosas são as coisas que nos unem!
“Promover e tutelar a doutrina sobre a fé e os costumes em todo o orbe católico” é a função da Congregação para a Doutrina da Fé, ligada à missão do Sucessor de Pedro de “confirmar os irmãos na fé”: recordou-o o papa Francisco, ao receber, na sexta-feira, 31, os participantes na assembleia plenária desta Congregação da Cúria Romana, no final da respectiva assembleia plenária. “Quando a fé brilha na sua simplicidade e pureza originária, também o tecido eclesial se torna o lugar em que a vida da Igreja emerge com toda a sua fascinação e dá fruto”, completou o Papa. Fonte: site Rádio Vaticano
há 50 anos
Mensagem de Paulo 6º aos trabalhadores “O papa Paulo 6º celebrou na noite de 27 de janeiro [1974], na Basílica de São Pedro, a missa para os operários romanos e suas famílias, por ocasião da entrega de prêmios do 12º Concurso de Presépios entre os trabalhadores e em residências particulares.” O Papa falou sobre a solidariedade humana aos operários de Roma e declarou ainda: “Quais são os problemas fundamentais de vossa vida?”. Ao responder a esta pergunta, ele afirmou que não se deve buscar magnificência
ou títulos, mas a igualdade e a fraternidade. Na seção “Diário do Concílio”, o jornal publicou a aprovação do Decreto sobre os Meios de Comunicação. “Entre as maravilhosas invenções da técnica que, sobretudo nos tempos atuais, com o auxílio de Deus, a inteligência humana extraiu da natureza, a Santa Madre Igreja acolhe e acompanha com particular solicitude especialmente à alma do homem e abriram novas vias para a fácil comunicação de toda espécie de notícias, ideias e ensinamentos.”
Capa da edição de 2 de fevereiro de 1964
Viver Bem
literatura
dicas de cultura
Arquitetura poética: confira exposição gratuita na Carbono Galeria Poesia e arquitetura nunca estiveram tão juntas quanto na nova exposição que toma conta da Carbono Galeria. A mostra “Estudos, esboços e ensaios poéticos sobre arquitetura e territórios afins” tem curadoria de Agnaldo Farias e fica em cartaz de 4 de fevereiro a 15 de março, podendo ser visitada de segunda a sexta, das 10h às 19h, e aos sábados das 11h às 15h. A entrada é Catraca Livre. O tema da exposição segue os rumos da investigação acadêmica do curador, que leciona na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. As obras têm a arquitetura como ponto de partida. Cada um dos participantes desenvolveu um trabalho com uma visão criativa e pessoal sobre o assunto, seja através de sua impressão particular ou de sua trajetória profissional. A arquitetura dialoga com o conceito com o qual a Carbono Galeria trabalha, exclusivamente com múltiplos, já que tanto um projeto arquitetônico quanto o design de um objeto de arte tem seu início no papel ou num protótipo.
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Reprodução
Divulgação
serviço O que: “Estudos, esboços e ensaios poéticos sobre arquitetura e territórios afins” Quando: terça-feira, 4/2, às 18h30, e de 5/2 a 15/3 Segundas, Terças, Quartas, Quintas e Sextas das 10h às 19h Sábados das 11h às 15h Quanto: grátis Onde: Carbono Galeria Rua Joaquim Antunes, 59, Jardim Paulistano
vamos cuidar da saúde!
direito do trabalhador
Osteoporose
Cartão de ponto
Você sabia que a vitamina D é essencial para prevenir a osteoporose? A ingestão dessa vitamina se inicia nos primeiros dias de vida e vai até os dois anos, quando a ingestão de cálcio aumenta para ajudar na prevenção dessa doença que é tão prevalente na fase da terceira idade. Mas não é só isso. Também é necessário se alimentar da forma adequada, com derivados do leite, para que o corpo possa absorver a quantidade adequada de cálcio. Outro fator muito importante: sol. Devemos tomar 15 minutos de banho de sol por dia, mas deve ser no início da manhã ou no fim da tarde, já que deve ser sem protetor solar. Mulheres que estão na menopausa têm que estar mais atentas, pois a diminuição dos hormônios também aumenta a chance de desenvolver a osteoporose. Pergunte a seu médico e ele dirá muito mais. Dúvidas, dracassiaregina@gmail.com
Algumas empresas têm o hábito de obrigar os seus empregados a “bater o ponto”, mas obrigam-nos a continuar na empresa prestando serviços, omitindo-se quanto às horas adicionais. Isso não está certo e pode ser ajuizada uma reclamação trabalhista para pedir os direitos do empregado prejudicado por ter trabalhado a mais sem ganhar nada por isso. Art. 59, CLT: A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em nº não excedente de 2, mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho. § 1º - Do acordo ou do contrato coletivo de trabalho deverá constar, obrigatoriamente, a importância da remuneração da hora suplementar, que será, pelo menos, 50% superior à da hora normal. Saiba dos seus direitos, procure um advogado.
Dra. Cássia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF).
Ronald Quene é formado em Direito
O jornal O SÃO PAULO
Evangelii Gaudium ‘A Alegria do Evangelho’ “A Alegria do Evangelho” enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Essa exortação dirige-se aos fiéis cristãos, a fim de convidá-los para uma nova etapa evangelizadora, marcada por essa alegria, e indicar caminhos para o percurso da Igreja nos próximos anos. serviço Formato: 14 x 21 cm | 168 páginas Valor: R$ 6,50 Disponível em: www.edicoescnbb.com.br
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Fé e Vida
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direito canônico
fé e cidadania
Os crucifixos nos órgãos públicos
Misericórdia é o nome de Deus
Doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense, do Vaticano, e professor da Escola Dominicana de Teologia (EDT)
Padre Alfredo José Gonçalves
Edson Luiz Sampel
O Estado brasileiro é laico, haja vista os preceitos constitucionais que salvaguardam a liberdade de exercício de qualquer religião (Art. 5º, 6) e que interditam ao Poder Público criar cultos religiosos e Igrejas ou, ainda, patrocinar essas entidades (Art. 19, 1). Reza o preâmbulo da Constituição Federal: “Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado democrático (...) promulgamos, “sob a proteção de Deus”, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil” (grifos meus). Em face deste preâmbulo, formalmente constitucional e jurídico, uma vez que é parte integrante da Constituição Federal, não há que se falar em Estado ateu ou propugnador do laicismo absoluto, mesmo porque a própria Lex legum determina a obrigatoriedade do Ensino Religioso nas escolas públicas, com frequência facultativa (Art. 210, § 1.º). A mais relevante consequência jurídico-moral da inserção do nome de Deus na Constituição é a seguinte: se o poder constituinte originário desenvolveu todas as atividades tendentes à elaboração da carta magna sob a proteção de Deus, logo, o poder constituinte derivado (Legislativo, Executivo e Judiciário) deve agir igualmente sob a proteção de Deus, ao menos em termos de congruência de princípios. Dessa feita, um deputado, ao preparar um anteprojeto de lei, atua, constitucionalmente falando, sob a proteção de Deus; o mesmo fenômeno constitucional-divinoprotetor, digamos assim, ocorre com um prefeito que expede um decreto ou com um juiz que prolata uma sentença. Note-se que a Constituição ab-rogada de 1967 pressupunha a “invocação” de Deus. Os constituintes da carta política de 1988, ora em vigor, foram mais longe e deram por certa a presença efetiva do Altíssimo, que os protegeu ao longo dos trabalhos de feitura da lei maior do País. A aludida proteção é de ordem metafísica ou sobrenatural, porém, pode ser simbolizada pelo crucifixo, um elemento cultural da tradição brasileira, que anela exprimir a presença divina em determinado ambiente, tirante qualquer corrente religiosa específica. O crucifixo, particípio passado irregular de crucificar (a forma regular é “crucificado”), num primeiro súbito de vista, representa, sem dúvida, a religião cristã, principalmente o catolicismo. Nada obstante, a afixação de cruzes ou crucifixos nos órgãos públicos corresponde aos sentimentos religiosos do povo brasileiro e não deixa de ser um sinal visível de que o poder político deve ser exercido sob a proteção de Deus e, portanto, precisa estar a serviço do povo.
Comecemos com três referências. A primeira é uma citação do saudoso papa João 23: “Nos dias de hoje a Esposa de Cristo (Igreja) prefere usar o remédio da misericórdia”, frase extraída do discurso de abertura do Concílio Ecumênico Vaticano 2º, em outubro de 1962. Evento epocal, que haveria de abrir as portas e as janelas da Igreja aos desafios do mundo contemporâneo. Quase 20 anos mais tarde, em novembro de 1980, o então papa João Paulo 2º publica a encíclica Dives in misericordia, sobre a misericória divina. Um de seus subtítulos refere-se ao mistério da Encarnação como “Encarnação da Misericórdia”. Por fim, tendo presente a postura do atual papa Francisco, nem precisa lembrar quanto o tema da misericórdia divina lhe esteja no coração, nas palavras e nos gestos, no sorriso e na alegria – acrescido “della bontà e della tenerezza” (da bondade e da ternura). A referência primordial, porém, nos chega-nos através do Evangelho, especialmente no chamado Sermão da Montanha. Na quinta bem-aventurança do relato de Mateus, Jesus afirma: “Bem-aventurados os que são misericordiosos, porque encontrarão misericórdia” (Mt 5,7). A palavra misericórdia remete às vísceras, às entranhas, à intimidade mais profunda do ser humano, de onde, segundo o pensamento antigo, se originavam os sentimentos e emoções mais puros, genuínos e sagrados. Derivam daí expressões como “compadecer-se” (padecer com a dor
profundidades do nosso ser, naquelas regiões de nossa pessoa que não são ainda exploradas e que se recusam ou se encontram impossibilitadas de aderir a Ele. Ele penetrará nas regiões da inteligência e naquelas do coração, atingirá a nossa carne até as vísceras, assim que, também nós, poderemos ter um dia vísceras de misericórdia” (Roger Schutz, em “Humanidade no pluralismo”). E ainda: “Quando a misericórdia se faz perdão não permanece como fato individual, mas se torna uma virtude política, capaz de plasmar o tecido social, de inspirar a convivência civil, de mudar o curso da história, sempre tentada a fundar-se sobre a força e a potência” (Enzo Bianchi, em “Jesus e as BemDeixar descer o Cristo às profundidades aventuranças”). do nosso ser, naquelas regiões de nossa Na trilha da misericórdia, somos pessoa que não são ainda exploradas convidados a passar e que se recusam ou se encontram por três estágios entrelaçados e indissoimpossibilitadas de aderir a Ele. Ele ciáveis, sem ordem penetrará nas regiões da inteligência e de prevalência: a) naquelas do coração, atingirá a nossa carne um estremecimento até as vísceras, assim, também nós poderemos das entranhas/vísceras, um sublime ter um dia vísceras de misericórdia êxtase contemplativo, sem nome e sem 49,15). Quanto ao Novo Testamento, palavras, diante da face do Senhor que uma série de parábolas ou episódios nos ama e perdoa incondicionalmenrevelam o nome de Deus, em primei- te; b) uma conversão pessoal que, por ríssimo lugar, como misericórdia: o fi- sua vez, nos leva a se compadecer e lho pródigo ou pai misericordioso (cf. a perdoar o próximo, com particular Lc 15, 11-32), a mulher surpreendida atenção “agl’ultimi e più bisognosi” em adultério (cf. Jo 8, 1-11), o bom (aos últimos e mais necessitados), na samaritano (cf. Lc 10, 25-37), só para expressão do papa Francisco; c) um citar três exemplos que sublinham a desdobramento do compromisso sotrajetória de Jesus, toda alicerçada cial e político que, qual gota d’água sobre a compaixão, o perdão, o amor no oceano, pode sim contribuir para a e a misericórdia do Pai. transformação da sociedade e manter Mas podemos ampliar o leque das abertas as múltiplas e diferenciadas citações. “Deixar descer o Cristo às potencialidades da história. do outro), estremecer (sentir contração nas entranhas), comover-se (até as lágrimas) – todas atribuídas ao comportamento e à prática do próprio Jesus. Sua atitude reflete uma constante compaixão diante das “multidões cansadas e abatidas, como ovelhas sem pastor” (Mt 9, 35-38). De tudo isso resulta que, se Jesus é a revelação de Deus, a misericórdia é sem dúvida um de seus traços fundamentais. Baste-nos uma só citação do Antigo Testamento que o profeta coloca na boca de Javé: “Pode a mãe esquecer do seu bebê, pode ela deixar de ter amor pelo filho de suas entranhas? Ainda que ela se esqueça, eu não me esquecerei de você” (Is
espaço aberto
Busca amorosa e dialogal pela paz Religiosa da Congregação Nossa Senhora de Sion.
Irmã Cristiane dos santos
Uma busca amorosa e dialogal pela paz entre os povos. Este é o objetivo central do papa Francisco face à onda de violência e guerra em diversas partes do mundo. A começar pela Síria, devido às “imagens de destruição e de morte” que chegam ao conhecimento do mundo. Há pouco tempo, ele anunciou a visita à Terra Santa, que será em maio deste ano. Mas, qual é a relevância da visita do Sumo Pontífice a Israel do ponto de vista do diálogo inter-religioso? Sem dúvida nenhuma é a “paz”. E, para isso, o papa Francisco convocará, com a sua habilidade para o diálogo e sua pessoa e mente pacificadoras, líderes das diferentes esferas, inclusive e, principalmente, os líderes religiosos e políticos para que se
empenhem em redobrado esforço pela paz, porque a vida e a dignidade da pessoa humana são os valores fundamentais queridos e amados por Deus. E, mais do que isso, fazem parte dos direitos humanos, que são universais. As religiões monoteístas presentes no Oriente Médio podem ser “um caminho” possível para se chegar a esse sonho milenar para os povos que vivem naquela região. Mas sozinhas não! A Paz é a garantia de se ter um lugar estável e concreto para morar e para construir uma vida frutuosa e sem os pesares de sonhos destruídos. Por estes e outros motivos, que é chegada a hora de cessar com as guerras, perseguições, violências etc. Inúmeros cristãos vêm sendo perseguidos, violentados e dizimados no Oriente Médio. O que até então vem afetando os judeus pela via do antissemitismo, está tomando proporções mais complexas, pois atinge agora outros grupos religiosos e não religiosos. Por essas razões e outras ainda desconhe-
cidas, é que a visita do Papa representa um “emergente grito” dos sem voz. Vozes, estas, que ora é silenciada, ora transmitida pela mídia em seu poder de repercussão global. Por isso que seria algo “muito bom e desejável” que mais católicos e mais cristãos de diferentes denominações; mais judeus; mais muçulmanos; mais budistas; hinduístas; mais espíritas; tradição afro; e demais religiões; movimentos pela justiça e paz; a sociedade de modo geral e todas as pessoas de boa vontade se dessem as mãos num grande círculo de diversidade cultural e religiosa – em aberto – em favor do diálogo da vida e pela vida, tendo como sopro de vida que inclui a outros neste dinamismo, a justiça e a paz. Façamos então uma subida da guerra à paz na Síria e em nossas famílias e comunidades; dentro de nós mesmos; da injustiça à justiça, da inimizade à amorosa amizade. Que os atos do papa Francisco sejam fonte de inspiração às nossas ações cotidianas em favor da paz!
Igreja em Ação
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cami
bioética
Alasitas 2014: onde seus desejos são realidades
Bioética e as sementes suicidas! (2)
Cami
hilaricarmen@hotmail.com Milhares de residentes bolivianos no Brasil se concentraram na praça Cívica do Memorial da América Latina, na sexta-feira, 24, para a celebração de Alasitas 2014, que venera Ekeko, Deus da Fortuna e Abundância. O tradicional evento, que foi organizado neste significativo espaço pela diretiva da praça Kantuta, com o apoio do Centro de Apoio e Pastoral do Migrante (CAMI), reúne todo ano, mais de 30 mil bolivianos em diferentes bairros e locais de São Paulo. A celebração andina Alasitas, que em idioma aimará significa “compre de mim”, tem como principal característica a aquisição de miniaturas com a finalidade de que se convertam em realidades. Os produtos vêm das mãos de artesãos e são bem variados: imóveis, móveis, utensílios e acessórios domésticos, malas, casas, carros, celulares, títulos, valores, uma variedade infinita de tipos de alimentos, enfim, cada objeto ou bem material que as pessoas desejariam possuir, todos eles vão acompanhados com um sapo feito em gesso ou uma ferradura da boa sorte. Atrações principais de miniaturas, na festa deste ano: os tipos de máquinas de costura; as notas de papel em dinheiro, dólares, reais e o peso boliviano de diferentes valores foram os mais procurados ao meio-dia; segundo a tradição, justamente nesta hora os objetos devem ser comprados e cha´llados, ritual feito por um feiticeiro. Milton Colque e sua mulher compraram, no dia, duas máquinas de costura e dizem que o seu maior desejo é montar sua própria oficina de costura neste ano. Para a pacenha
padre leo pessini
Martha Choque, no entanto, comprar dinheiro é o mais importante, “sem dinheiro não se faz nada nesta vida, é o único que sempre comprou”, disse, com dois maços de dinheiro de papel na mão. Já para Sabina Cuellar e seus filhos, os alimentos são a base de tudo “se faltar a comida em casa, não se consegue trabalhar, nem ter boa saúde”, afirma a costureira de 20
anos, que carrega seu filho enquanto leva carrinhos de supermercado lotados de caixas de alimentos. Entre os objetos feitos em gesso estão também os galos e as galinhas, para os solteiros(as) que desejam encontrar namorado(a). E, se o que você quer é casamento, pode levar um casal de gesso embrulhado num tari ou aguayo (tecido andino colorido).
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Padre Michelino Roberto assume direção do O SÃO PAULO. Na tarde da segunda-feira, 3, o cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, deu posse ao padre Michelino Roberto como diretor do O SÃO PAULO, semanário arquidiocesano. Na oportunidade, o Arcebispo agradeceu os 31 anos de trabalho do cônego Antonio Aparecido Pereira (padre Cido) no jornal, 14 dos quais como diretor.
Quais seriam as consequências da introdução dessa tecnologia suicida para a produção de alimentos? A introdução de sementes “suicidas” na agricultura pode acarretar impactos irreversíveis nas relações entre agricultura e cultura local, biodiversidade e conhecimento tradicional, segurança alimentar e autodeterminação dos agricultores. Caso os genes Terminator sejam transmitidos a outros cultivos, transferindo-se os genes ativadores do mecanismo de esterilidade, podemos ter como resultado uma perda, em larga escala, na diversidade biológica agrícola. Por exemplo, existem estudos confirmando que o DNA do milho transgênico já contaminou as variedades nativas de milho cultivadas por camponeses indígenas no México. Mais de 1,4 bilhão de pessoas, principalmente famílias de agricultores em pequena escala no mundo em desenvolvimento, dependem das sementes colhidas como principal fonte de sementes para a próxima safra. Se for introduzido o Terminator, eles passarão a depender de fontes externas, e sua prática ancestral de seleção de melhoramento e troca de sementes das comunidades indígenas e locais, base da segurança de sementes e da soberania alimentar das comunidades com uma história de mais de 10 mil anos, poderá ser completamente destruída. Não é à toa que os povos indígenas do mundo inteiro veem o Terminator como “uma ameaça à soberania alimentar, à sobrevivência da cultura e da autodeterminação”. Além disso, uma ameaça de “destruir as tradições de guardar, selecionar, trocar e melhorar as sementes, que estão intimamente relacionadas com a prática e conservação do conhecimento tradicional e com as práticas culturais e espirituais”. Mas o perigo não para por aí, temos mais um fator agravante. Através do fluxo de pólen, os genes Terminator podem contaminar os cultivos dos camponeses e, se os camponeses, inadvertidamente, guardarem e replantarem sementes contaminadas, estas não germinarão. As Terminator são sementes uniformes que vão acabando com a diversidade à medida que são aplicadas. A uniformidade produz uma espantosa vulnerabilidade e mais demanda de tóxicos. Não obstante esta ameaça planetária de sobrevivência humana, felizmente a grande maioria das sementes do mundo ainda continua nas mãos dos camponeses e dos agricultores familiares, que usam suas próprias sementes ou as misturam com sementes comerciais. As sementes são a chave para toda a rede alimentar. Quem controla as sementes, controla a cadeia alimentar.
Não é à toa que os povos indígenas do mundo inteiro veem o Terminator como ‘uma ameaça à soberania alimentar, à sobrevivência da cultura e da autodeterminação’
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Igreja em Ação
Mundo do trabalho – pastoral operária
pastoral da pessoa com deficiência
A exortação do papa Francisco influencia a Pastoral Operária de SP
Audiodescrição, braile e linguagem de sinais são usados em missa na Catedral
Operário e ex-metalúrgico, é coordenador da Pastoral Operária na Arquidiocese de São Paulo
José Lucas dos Santos
truindo uma prática com os pés no chão e contribuindo com gestos concretos de pertença. Toda a assembleia resvalou na necessidade de aprofundar ainda mais a exortação do Papa, como um importante instrumento de formação, de busca de compreensão e de esperança de sentir mais firmeza no compromisso evangélico com as dores e o sofrimento dos trabalhadores. Combinada a presença do documento nas mãos de cada participante, também o trecho do livro de Eclesiástico – capítulo
Reunidos em assembleia, representantes das regiões episcopais e dioceses vizinhas, que compõem Região a Metropolitana de São Paulo, nos dias 7 e 8 de dezembro de 2013, foram iluminados e inspirados pelo primeiro documento do papa Francisco: Evangelii Gaudium – “A Alegria do Evangelho” – e seu subtema sobre o anúncio do Evangelho no O documento do papa Francisco mundo atual. Inspirou os chega para a Pastoral Operária representantes num momento em que combina a o sentimento reflexão de ser uma Pastoral de de alegria por encontrar, na Trabalhadores, com trabalhadores, exortação do de diálogo e solidariedade com papa Francisos trabalhadores, denunciando co, trechos de todas as formas de injustiças compreensão dos tempos em que vivemos da leitura mais 34, 20-22: “20 Como quem abrangente do contexto em imola o filho na presença do que estão colocados os po- próprio pai, assim é aquele bres, os trabalhadores de um que oferece sacrifícios com os bens dos pobres. 21 O modo especial. O documento do papa pão dos indigentes é a vida Francisco chega para a Pas- dos pobres, e quem tira a toral Operária num momen- vida dos pobres é assassino. to em que combina a refle- 22 Mata o próximo quem lhe xão de ser uma Pastoral de tira seus meios de vida, e Trabalhadores, com traba- derrama sangue quem priva lhadores, de diálogo e soli- o operário de seu salário” –, dariedade com os trabalha- fortaleceu nossa disposição dores, denunciando todas as ao longo do ano de 2014, por formas de injustiças e, mais ser estes dois instrumenainda, colocando para a Pas- tos presentes na formação toral o desafio de encontrar da coordenação da Pastoral pistas que nos levem ao en- Operária na Arquidiocese e contro das exigências, cons- na cidade de São Paulo.
Luciney Martins/O SÃO PAULO
pastoral.pcd.sp@gmail.com A Pastoral das Pessoas com Deficiência participou, pela primeira vez, da Missa em Ação de Graças pelo aniversário da cidade de São Paulo, em comemoração aos 60 anos de fundação da Catedral Metropolitana da Sé e à conversão de Paulo Apóstolo, patrono da Arquidiocese. Realizada no dia 25 de janeiro, na Catedral, a celebração foi presidida pelo cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, e contou com recursos de acessibilidade, que propiciaram às pessoas com deficiência uma plena participação e entendimento de tudo que foi apresentado. Entre os recursos utilizados, destacam-se: - audiodescrição, para pessoas com deficiência visual e intelectual; - folhetos em braile e em letra ampliada, para pessoas com deficiência visual; - Língua Brasileira de Sinais, para pessoas com deficiência auditiva; No fim da celebração, dom Odilo convidou todos a irem para fora da Catedral, em frente à imagem de Paulo Apóstolo, para a bênção final. Enfim, foi um momento marcante para todas as pessoas com deficiência, inclusive para a Pastoral. Fato este que nos anima a trabalhar, cada vez mais, por uma Igreja mais inclusiva e acessível, onde todos possam partilhar dos ensinamentos cristãos transmitidos, sem distinção de qualquer natureza. E, também, por uma
sociedade mais justa e humana, em que todos se respeitem e pratiquem um dos mandamentos mais importantes, deixados por Cristo: “Amai o teu próximo como a ti mesmo”. Por isso, esperamos que, em 2014, possamos avançar no processo de sensibilização da Igreja e de evangelização
das pessoas com deficiência. Sendo assim, diversas atividades estão programadas para este ano, a fim de alcançarmos nossos objetivos. Esperamos contar com a colaboração e participação de todos aqueles que se sentirem inspirados a caminhar conosco.
pastoral da criança
Aleitamento materno: colostro danielfieo@bol.com.br Para assinar O SÃO PAULO: Escolha uma das opções e a forma de pagamento. Envie esse cupom para: FUNDAÇÃO METROPOLITANA PAULISTA, Avenida Higienópolis, 890 São Paulo - SP - CEP 01238-000 - Tel: (011) 3666-9660/3660-3724
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Quando o bebê é colocado para mamar logo depois que nasce, é bom para a mãe e para ele, pois o leite desce mais cedo, e a ligação entre eles fica mais forte. Quando o bebê suga o peito, isso ajuda na saída da placenta, a mãe perde menos sangue e o útero volta mais rapidamente ao tamanho normal. Portanto, amamentar é bom para o bebê e também para a mãe! A amamentação é um ato que precisa ser aprendido pela mãe e pelo bebê. Por isso é importante ela saber que pode precisar da ajuda dos profissionais de saúde para amamentar.
Todo apoio para promover a amamentação é abençoado! Saiba mais sobre aleitamento materno aqui! Atenção: A mãe deve amamentar somente o seu bebê. Ela nunca deve dar seu bebê para que outra mãe amamente. Algumas doenças podem passar para o bebê pelo leite materno. Nos primeiros dias, o bebê mama o colostro. Rico em proteínas e sais minerais, ele é um leite mais grosso, transparente-amarelado, e contém defesas contra certas doenças. Além de ser fonte de saúde, o colostro auxilia na eliminação das primeiras fezes do bebê. Chamadas de mecônio, essas fezes
são escuras e grudentas como piche de asfalto. Algumas mulheres, entre o segundo e o quinto dia após o parto, sentem as mamas mais pesadas, um pouco doloridas e ligeiramente quentes. Isso é normal. O importante é a mãe continuar amamentando. Assim o desconforto passa e a amamentação segue bem. Ao longo do tempo, o corpo da mulher modificará o leite de acordo com a necessidade do bebê. O leite materno terá outros nutrientes para que o bebê se desenvolva com saúde. Portanto, o leite materno é sempre adequado para a idade do bebê.
Geral
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‘Salário da Cracolândia’ é usado para mais drogas Leigos da Igreja que atuam na região constatam que dependentes químicos utilizam remuneração do programa ‘De Braços Abertos’ para manter vício
to em hotéis, alimentação e uma remuneração diária de R$ 15, paga ao final de cada semana, pelos serviços prestados na zeladoria da cidade. “Como ex-usuário de droga, acredito que isso não está muito certo, porque a pessoa pega esse dinheiro e compra mais pedras de crack. Se a pessoa trabalhar usando droga vai é se prejudicar
cada vez mais”, comentou Elizeu, um dos 30 integrantes da Missão Belém na região. De acordo com Ana Maria, nos dias de pagamento aos integrantes do programa, o preço da pedra de crack aumenta de R$ 10 para R$ 20. A agente de pastoral também comentou que usuários de outras cidades têm migrado para São Paulo a fim de conseguir
ingressar no programa, embora as 400 vagas disponibilizadas nos hotéis já não sejam suficientes para as quase 2 mil pessoas que estão na Cracolândia. “Alguns que estão no hotel social não têm o acompanhamento adequado. Não basta dar o lugar para ficar, pois o usuário vai ganhar o dinheiro e no fim de semana terá um quarto para
usar droga, sossegado. Ninguém quer que fiquem se drogando, é preciso ter um acompanhamento. A gente apoia a iniciativa de oferecer a essas pessoas a possibilidade de deixarem a rua, de se tratarem, mas está errada a forma como vem sendo feito, é uma coisa pensada até a Copa do Mundo, para deixar o espaço bonito”, avaliou Ana Maria. Luciney Martins/O SÃO PAULO
Daniel Gomes Redação
“Uma usuária, que conheço faz tempo, chegou pra mim e disse: ‘Agora, fico ali naquele hotel da esquina’. E eu perguntei: ‘E o que você faz?’. ‘Ah, vou trabalhar a semana toda e daí você sabe onde a gente usa o dinheiro..’, disse.” O relato é de Ana Maria da Silva Alexandre, agente da Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo, que conversou com a usuária que se preparava para consumir crack. O que Ana Maria tem constatado ao visitar ao menos duas vezes por semana a Cracolândia, Elizeu Dias, missionário da Missão Belém, também testemunha diariamente. “Está complicado, pois para alguns que estavam na rua deram moradia, comida e trabalho, mas eles estão um pouco iludidos com isso, pois recebem o dinheiro e continuam usando droga”, garantiu ao O SÃO PAULO. Os relatos sobre a realidade da Cracolândia foram dados à reportagem na semana em que a Prefeitura de São Paulo anunciou os primeiros resultados do programa “De Braços Abertos”, iniciado em 14 de janeiro, com a meta de revitalizar a Cracolândia e proporcionar nova perspectiva de vida aos que aderiram à iniciativa: dos 370 dependentes químicos cadastrados, 53 iniciaram tratamento nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), 1.131 pedras de crack foram apreendidas e 25 pessoas presas. Aqueles que aderiram ao programa recebem abrigamen-
Especialistas defendem intervenção sem violência Da redação
Em meio à realização do programa “De Braços Abertos”, uma ação do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), da Polícia Civil, que em 23 de janeiro usou de violência para prender traficantes na Cracolândia, foi criticada pela Prefeitura de São Paulo e grupos de direitos humanos. No dia 27, o Centro Santo Dias de Direitos Humanos (CSDDH), entidade ligada à Arquidiocese de São Paulo, divulgou nota lamentando o ocorrido. “A ação foi uma tragédia e um desastre que poderia ter comprometido todo um tra-
balho entre governos estadual e municipal. A Secretaria de Segurança e as policias têm todo o direito de continuar o trabalho de inteligência e dar segurança para resolver esses problemas, mas tem que ser com inteligência, para evitar ações que possam acarretar tragédias e pôr todo o trabalho a perder”, avaliou, ao O SÃO PAULO, o advogado Luciano Santos, presidente do CSDDH. Para a professora doutora em Educação, Maria Stela Santos Graciani, que, por quatro anos, atuou no Centro de Formação da Guarda Civil Metropolitana, o comportamento da Polícia Civil no dia 23 “foi completamente equivocado no
trato da população em situação de rua, que por inúmeras razões já se encontra vulnerabilizada. Faltou não só preparo de quem efetuou o comando desta operação, bem como o entendimento de como atender essa população, o que requer especialização tática e bom senso humano”. Maria Stela, que coordena o Núcleo de Trabalhos Comunitários da Faculdade de Educação da PUC-SP, ressaltou que quem vive nas ruas está “na última possibilidade do ser humano” e que políticas públicas para tais pessoas deveriam ser prioridade, colocando em prática conhecimento de diferentes áreas do saber, em ações interdepen-
dentes dos órgãos municipais, estaduais e federais. A professora, assim como o presidente do CSDDH, classificou como positivo o programa “De Braços Abertos”. Para ela, a iniciativa favorece o aumento da autoestima, da autovalorização e da autorrealização dos participantes, “mas não é suficiente nem digno para um trabalhador. Ele precisa de muito mais para sair de seu vício e ganhar saúde. Precisa de um salário suficiente para manterse com dignidade, longe da Cracolândia, ou seja, precisa de um programa municipal qualificado, de excelência, a nível socioeconômico e de saúde”, concluiu Maria Stela. (DG)
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Geral
A juventude e o fenômeno dos rolezinhos Luciney Martins/O SÃO PAULO
Desde dezembro, atividade realizada nos shoppings centers tem provocado diversos debates e discussões Edcarlos Bispo de Santana
redação
“Rolé” ou “Rolê”, uma gíria brasileira que de acordo com o “dicionário Aurélio da Língua Portuguesa”, em sua 5ª edição, significa “dar uma volta, dar um giro”. O diminutivo dessa palavra já usada nas periferias, rolezinho, domina, desde dezembro de 2013, as discussões nos noticiários, jornais, revistas, sites, redes sociais e rodas de conversa dentro e fora do País. Mas o que é um rolezinho? De acordo com seus organizadores, o rolezinho é um encontro marcado pelas redes sociais e que pode acontecer nas praças, parques ou shoppings. Sua finalidade primeira é de diversão, “curtição” e “azaração”. Porém, na cidade de São Paulo, essa prática ganhou proporções maiores. Depois que, em algumas ocasiões, esse “passeio” virou caso de polícia, levando a prisões e apreensão de alguns jovens, e a proibição, na justiça, de que esses eventos acontecessem nos shoppings, dando a liberdade aos mesmos de proibir a entrada de pessoas consideradas “suspeitas”. Os movimentos sociais, então, entraram na discussão, acusando o judiciário paulista de provocar um “Apartheid”. Douglas Belchior, professor de História e Sociologia da rede
Redes sociais e os movimentos de massa
Policiais militares fazem cordão de isolamento em frente ao Shoping Light durante manifestação no centro da cidade
pública e militante do movimento negro pela Uniafro, foi um dos organizadores de um rolezinho puxado pelos movimentos sociais, que, de acordo com ele, representou um simples apoio ao direito dos jovens de circularem e mostrarem sua cultura. “Os partidos e movimentos não tomaram para si essa pauta, apenas tomaram esse debate para fazer uma luta política a favor dos meninos”, afirmou. Sobre essa questão política, Douglas salienta, ainda, que os próprios jovens não reivindicam as suas ações como políticas, porém, ao querer usar um espaço “voltado às elites”, eles tornam o movimento um ato político. Para buscar um maior aprofundamento desse “fenômeno”, o jovem Marco Júnior, da Ar-
quidiocese de Aparecida, junto com mais dois amigos, resolveu estudar os rolezinhos para buscar entender quais as reivindicações desses jovens. Em sua análise, descobriu que “o rolezinho é a expressão de um sentimento legítimo do jovem”. “E percebemos que os jovens ‘rolezeiros’, mesmo sem perceber, trazem uma atitude subversiva que escancara a desigualdade”, afirmou o estudante de Jornalismo e militante da Pastoral da Juventude. Para Marco, a Igreja se insere em tal processo quando escuta esses jovens. “A juventude sempre só é vista quando falam de forma subversiva. Se esperássemos alguém dar voz, quando os ‘rolezeiros’ seriam vistos?” Da mesma forma pensa a jovem Mylenna Souza Lírio, da
Pastoral da Juventude da Arquidiocese de São Paulo. Para ela, é papel da Pastoral “sonhar e buscar a Civilização do Amor, além de debater temas sociais, afinal, queremos que a juventude tenha vida em plenitude”. Formada em Relações Internacionais e atualmente estudando Conflitos Armados, Genocídios e Massacres Contemporâneos, na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a jovem de 24 anos salienta que “os rolezinhos deixam claro a falta de espaços de lazer para os jovens, como eles precisam ser vistos, como não temos políticas públicas decentes para a juventude, ou como o Estatuto da Juventude não é aplicado como deveria”. Sobre as piadas realizadas nas redes sociais como, por
Libânio, ‘no espaço da liberdade, sonhos alimentados’ Nayá Fernandes Redação
“Estamos na cultura da exterioridade, da vulgaridade. Precisamos nos aprofundar em cada coisa e ter mais consistência espiritual”, disse padre João Batista Libânio, em entrevista ao O SÃO PAULO, durante a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, em julho de 2013. A Igreja no Brasil e no mundo perdeu um dos mais geniais teólogos da sua história. Nascido no dia 19 de fevereiro de 1932, esse mineiro de Belo Horizonte (MG) deixou um legado valioso com cerca de 130 livros,
exemplo, “porque não fazer um rolezinho na biblioteca”, Mylenna afirma que muitas vezes tentam “encapsular a juventude numa biblioteca” e que estudar é um direito e um dever da juventude. Porém, ela questiona: “Mas será que é só estudar?”. “O pensamento de que todo o nosso tempo tem que ser voltado pra algo que vá dar lucro intelectual ou bancário tem fonte, bibliografia, partido e época”, afirmou Mylenna.
dos quais 36 de autoria própria e os demais em colaboração com outros autores, alguns editados em outras línguas. O sacerdote jesuíta sofreu um infarto e faleceu na manhã de quinta-feira, 30, em Curitiba (PR), com 81 anos. Professor de Teologia em faculdades do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, Libânio era mestre e doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Atualmente, ensinava na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia e era vigário da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, em Vespasiano, na grande Belo Horizonte.
Em sua página oficial no Facebook, no dia 4 de janeiro, o Padre escreveu: “Novo ano. Astronomicamente continua tudo igual. Os astros não mudaram nenhuma rota. Simbolicamente, seres humanos imaginamos que o futuro é sempre melhor, sem nunca precisar provar. Nesse sentido simbólico, desejo-lhes que 2014 manifeste belezas e realizemos, no espaço da liberdade, sonhos alimentados. Que sinais do Reino!”. Sinal do Reino por aqui foi padre João, que em suas palestras lembrava sempre dos ensinamentos da sua mãe, com a simplicidade de quem descobriu que
é preciso ser como criança para entrar no Reino, como lembrou Luan Rocha de Campos, estudante de Teologia da PUC-SP. “Ele foi uma das figuras mais proeminentes de nosso tempo. Sua contribuição acadêmica para as Ciências Humanas, seja na área da Filosofia quanto da Teologia, foi de uma enormidade sem fim. O que mais me atraía em Libânio era seu jeito espontâneo de falar, sua profundidade simbólica e mistérica e sua simplicidade humana. Como um bom Jesuíta, sua vida foi extremamente ativa e produtiva. Ficará em nossas memórias, com certeza.”
Desde a Primavera Árabe, em 2012, as redes sociais assimiram um novo papel dentro da sociedade contemporânea. De acordo com a professora de Graduação em Jornalismo e Multimeios e Pós-graduação em Comunicação da PUC-SP, Pollyana Ferrari, esse movimento tende a crescer ainda mais. A professora diz acreditar que nem mesmo os jovens tinham a noção que reuniriam tantas pessoas. De acordo com ela, são mais de 70 milhões de brasileiros conectados ao Facebook, por exemplo, o que torna esse movimento incontrolável. Por isso, não é preciso mais aparecer na grande mídia para poder ser famoso, vide o caso de muitos jovens que convocaram os rolezinhos terem mais de 5 mil seguidores, ou seja, no seu círculo de amizade, em suas redes sociais, possuem uma “grande fama”. Para além disso, a professora destacou a questão do fenômeno não ser piramidal, ou seja, não possuir lideranças específicas, o que, segundo ela, é a marca dos movimentos convocados pela internet. De acordo com Pollyana, o movimento é circular, possuindo lideranças variadas e decentralizadas. Arquivo pessoal
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Campanha S.O.S Filipinas arrecada mais de 890 mil reais A Campanha S.O.S Filipinas, para ajudar as milhares de pessoas vítimas do tufão Hayian, que atingiu o país, arrecadou, até o momento, mais R$ 890 mil. A colaboração pode ser feita por meio das seguintes contas: BB - Ag: 34754 - CC: 29368-7, Caixa Econômica Federal - Ag: 1041 - CC: 832-0 - Op. 003 e Bradesco - Ag: 0606 – CC: 66000-0.
Ao celebrar 12 anos de ordenação episcopal, dom Odilo Scherer fala em entrevista concedida ao O SÃO PAULO sobre os impactos do carisma do papa Francisco na missão da Igreja Rafael Alberto e Fernando Geronazzo
Especiais para O SÃO PAULO
“Vivemos um momento de bênção na Igreja, graças ao carisma do papa Francisco”, avalia dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano. O cardeal completou 12 anos de ordenação episcopal no último domingo, 2. Uma missa na Catedral da Sé, na Festa da Apresentação de Jesus no Templo, marcou a homenagem. Dom Odilo foi ordenado bispo no dia 2 de fevereiro de 2002, em Toledo, no Paraná. Nesta entrevista, o Arcebispo aponta as mudanças esperadas na Cúria Romana e revela quais as maiores dificuldades de pastorear quase 7 milhões de católicos em São Paulo. O SÃO PAULO – Qual a missão do bispo? Dom Odilo Pedro Scherer – É a de um sucessor dos Apóstolos, colocado pelo Espírito Santo no meio e diante de uma porção do povo de Deus, a diocese, para animar, servir e conduzir esta comunidade nos caminhos do Evangelho. Usando as palavras do papa Francisco, o bispo é alguém que recebeu a unção especial do Espírito Santo para ensinar, governar e santificar o povo de Deus. O SÃO PAULO – O que mais aflige o coração de um pastor responsável por quase 7 milhões de ovelhas? Dom Odilo – Muitas coisas afligem: ver que as pessoas são cada vez mais reduzidas a peças de uma imensa máquina, que esquece e despreza os fracos, esmaga os pequenos, despreza e exclui os que não podem acompanhar o seu ritmo alucinante. Aflige a grande pobreza que continua, apesar de esta ser a cidade mais rica do Brasil, a violência que se alastra, o trânsito que aumenta... O SÃO PAULO – Como a sua formação intelectual o ajudou no ministério episcopal? Dom Odilo – Sempre gostei de estudar, mas não passava pela minha cabeça que seria bispo um dia. Hoje, porém, me dou conta como foi importante ter estudado, ter tido grandes professores, um bom seminário, bons cursos na universidade, boas leituras, ter estudado lín-
‘Vivemos um momento de bênção na Igreja’, diz Cardeal Luciney Martins/O SÃO PAULO
guas... Tudo isso me ajuda hoje no meu serviço à Igreja.
e muito humilde. Mostrou especial interesse pelo Brasil.
O SÃO PAULO – Do tempo de bispo auxiliar em São Paulo, quais lembranças o senhor traz? Dom Odilo – Muitas boas lembranças. A Região Santana, onde atuei primeiramente, me acolheu bem; lá pude “colocar o pé em São Paulo”; aprendi muito com o Arcebispo, dom Cláudio, e com os outros auxiliares. Fiquei edificado com a fé e a dedicação à Igreja de muitos padres, religiosos e leigos.
O SÃO PAULO – O senhor esteve no conclave que elegeu o papa Francisco. Como foi participar de um momento tão importante na vida da Igreja? Dom Odilo – Foi um privilégio, uma experiência eclesial única, que agradeço muito a Deus. Senti-me um pouco como os apóstolos no cenáculo, quando estavam reunidos à espera do Espírito Santo. Nem podia acreditar que, naquele momento, eu participava de uma decisão vital para a Igreja. Senti imensa emoção, paz e gratidão a Deus.
Dom Odilo – Vivemos um momento de bênção na Igreja, graças ao carisma do papa Francisco. Tomara que saibamos aproveitar bem este momento, para dar nova vitalidade à Igreja. Não todos os problemas estão resolvidos, os desafios continuam, mas há novo ânimo e alegria na Igreja.
O SÃO PAULO – Quais são os impactos dos momentos históricos vividos pela Igreja desde a renúncia de Bento 16 até a eleição e o início do pontificado de Francisco, para a vida pastoral da Arquidiocese de São Paulo? O SÃO PAULO – O senhor foi Dom Odilo – Creio que são os nomeado arcebispo e acolheu no Brasil o papa Bento 16. Como foi mesmos para todas as dioceses: essa experiência? O SÃO PAULO – Como o senhor alegria renovada, nova escuta da Dom Odilo – Eu apenas havia define o momento que a Igreja vive Igreja através da voz do Papa, tomado posse, como arcebispo, atualmente, depois da JMJ e da busca de renovação da Igreja a e já tive o privilégio de acolher e visita do papa Francisco ao Brasil? partir de dentro e da conversão missionária. Creio ser anfitrião do papa que se percebe Bento 16 em São maior otimismo de Paulo. Já estava tudo A Igreja, por certos aspectos, muitos, ao olharem preparado antes da minha chegada e foi precisará ser sempre ‘conservadora’ para a Igreja. fácil. Ficar próximo do e, por outros, ousadamente Papa por vários dias O SÃO PAULO ‘progressista’; não por orientação foi muito especial. – Nos meios de Ele é uma pessoa, ao comunicação fala-se ideológica, mas por fidelidade a mesmo tempo, simmuito na reforma de ples e finíssima, culta estruturas da Igreja, Cristo e ao Evangelho.
como a Cúria Romana. Muitas vezes, tem-se a impressão de que acontecerão mudanças rápidas e radicais. O que o senhor espera dessas mudanças? Dom Odilo – Já tive a ocasião de afirmar várias vezes que reformas são necessárias, mas que elas acontecerão lentamente. A Igreja é grande e complexa. Por outro lado, a principal reforma é a da atitude dos membros da Igreja; esta é lenta e gradual e depende muito da vontade das pessoas e de sua colaboração com a graça de Deus. O SÃO PAULO – Qual o impacto, para a Igreja, dos escândalos morais envolvendo membros da Igreja, que foram muito divulgados nesses últimos anos? Dom Odilo – Causaram um enorme dano à credibilidade da Igreja. O afrouxamento moral, que entrou também na Igreja, e os fatos lamentáveis, envolvendo clérigos, religiosos ou outros membros da Igreja, só pode ter sido uma estratégia do inimigo para danificá-la; o sofrimento e o dano causados foram grandes. Mas Deus sabe tirar do mal o bem: toda essa crise está levando a Igreja à purificação. Passada essa tempestade, a Igreja sairá fortalecida e com nova credibilidade. O SÃO PAULO – Constantemente a mídia tenta comparar os papas, definindo uns como mais conservadores e outros como mais progressistas. É possível estabelecer essa dicotomia na Igreja? Dom Odilo – Essa forma de classificar as coisas e pessoas na Igreja é simplista e retrógrada. Não leva em conta a complexidade e diversidade da Igreja. A Igreja, por certos aspectos, precisará ser sempre “conservadora” e, por outros, ousadamente “progressista”; não por orientação ideológica, mas por fidelidade a Cristo e ao Evangelho. O SÃO PAULO – Quais são os maiores desafios internos que a Igreja precisa enfrentar, para promover a reforma necessária? Dom Odilo – Os maiores desafios são o desânimo, as divisões internas, a formação adequada do clero e dos leigos e a efetiva participação dos leigos na vida e missão da Igreja, naquilo que lhe é próprio.
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Paróquia completa 50 anos de desafios e conquistas Missa do jubileu da São Luís Gonzaga, em Pirituba, foi presidida pelo cardeal Scherer, no dia 2, quando este completou 12 anos de ordenação episcopal
trimônio da fé é missão dos pais e de todos os batizados, apontou dom Odilo na homilia, em que refletiu a liturgia do dia, sobre a Apresentação de Jesus no Templo por Maria e José. O Arcebispo também destacou que a comemoração do jubileu de instalação da igreja é momento para recordar os fundadores e para que
todos reafirmem o compromisso de manter a missão da Paróquia como comunidade de fé e testemunha de Cristo. Para Célia, atrair novas pessoas para as atividades pastorais, especialmente os jovens, é um dos desafios da Paróquia. “A comunidade vai envelhecendo e você não tem a renovação na
mesma proporção que seria necessária”, avaliou. Já Univaldo apontou para outro problema. “Antes todo mundo se conhecia no bairro, a proximidade era muito grande. Agora, o bairro cresceu e embora a comunidade seja grande, não há essa mesma interação.” Ao fim da celebração, os fi-
éis e o pároco, padre Pedro Ricardo Pieroni, homenagearam o cardeal Scherer com um bolo de aniversário e presentes por conta dos 12 anos de sua ordenação episcopal, realizada em 2 de fevereiro de 2002, em Toledo (PR), pelo cardeal dom Cláudio Hummes, então arcebispo de São Paulo. Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
Daniel Gomes
Reportagem na zona noroeste
O domingo, 2, foi de festa para os fiéis da Paróquia São Luís Gonzaga, no bairro de Pirituba, que nesta semana completa 50 anos. A missa das 11h, que marcou o encerramento dos festejos do jubileu de ouro, foi presidida pelo cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, que no mesmo dia comemorou 12 anos de ordenação episcopal. Univaldo Torniero, 73, paroquiano desde que a São Luís Gonzaga ainda era uma capela, recordou ao O SÃO PAULO como a comunidade se uniu para a construção da igreja matriz, a partir do lançamento da pedra fundamental, em 1955. “Houve uma mobilização geral. O pessoal era muito ativo, fazia quermesses o ano inteiro, todo fim de semana, para arrecadar fundos para construir a igreja”. Localizada no alto da Vila Pereira Barreto, a Paróquia São Luís Gonzaga é referência na evangelização dos fiéis que moram na Região Episcopal Brasilândia. Há 12 anos, Célia Morau, 67, passou a frequentar as missas de domingo e não demorou muito já proclamava leituras. “Começaram a me chamar sempre para a leitura. Tempos depois, me convidaram para um curso de formação para ministra extraordinária da sagrada comunhão. Essa acolhida que tive foi uma coisa que me marcou demais”, recordou. Tendo como padroeiro São Luís Gonzaga, patrono da juventude católica, a Paróquia tem preocupação constante com o protagonismo dos jovens na evangelização. Janaína Parnaíba, 18, que coordena um grupo juvenil na matriz, contou que os jovens sempre estão disponíveis para auxiliar nas atividades paroquiais e também em ações como a visita a hospitais e asilos. “Queremos mostrar para a comunidade que a juventude não é uma idade, mas um estado de espírito, e que não é chato estar a serviço da Igreja.” Estimular que as novas gerações tenham contato com o pa-
Dom Odilo Scherer preside missa no jubileu da Paróquia; Célia Morau, Janaína Parnaíba e Univaldo Torniero comentam ações pastorais e história da São Luís Gonzaga
De pequeno oratório a igreja de referência na Brasilândia da reportagem
A história da Paróquia São Luís Gonzaga remonta ao ano de 1923, quando sitiantes, colonos da Fazenda Barreto e outras famílias que moravam na beira da Estrada de Ferro, em Pirituba, construíram um pequeno oratório dedicado a São
Luís Gonzaga, jovem jesuíta que viveu no século 16, dedicando-se aos enfermos, e que foi canonizado em 1726. Com o crescimento da população do bairro, o oratório foi transformado em capela. Em 1955, houve o lançamento da pedra fundamental do atual templo, que foi viabilizado com
especial empenho do monge beneditino dom Pedro Fulco Morvidi, primeiro vigário paroquial da Paróquia, que foi criada em outubro de 1963 e teve a missa de instalação em 4 de fevereiro de 1964. Atualmente, além de atividades tradicionais como Catequese, Crisma e Vicentinos,
a igreja mantém outras ações, como atendimento psicológico, oficina de artesanato, grupo de organização familiar e de terceira idade. Frequentemente, a Paróquia, que tem como pároco o padre Pedro Ricardo Pieroni, sedia as principais celebrações que mobilizam toda a Região Episcopal Brasilândia. (DG)
Tiago Ribeiro
Érika Augusto/Pastoral da Comunicação
Entre 24 de janeiro e 1º de fevereiro, a comunidade da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora celebrou a novena em preparação para o centenário da igreja, contando com a presença de alguns dos párocos que nela já exerceram seu ministério. Na data festiva do jubileu, no domingo, 2, houve celebrações presididas por dom Tarcísio Scaramussa e por dom Antonio Carlos Altieri. Um almoço festivo de toda a comunidade paroquial celebrou desfecho do centenário.
A Paróquia Santo Antônio do Pari completou seu centenário no domingo, 2. A missa solene foi presidida por dom Tarcísio Scaramussa, bispo auxiliar da Arquidiocese. A celebração contou com as presenças do ministro provincial, frei Fidêncio Vanboemmel, ofm; do frei Adriano Freixo Pinto, ofm, atual pároco; do padre João Benedicto Villano, da Paróquia São Cristóvão; e de diversos frades do Pari e de outras fraternidades do Regional São Paulo. Ao final da missa, houve a inauguração de uma placa comemorativa.
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No dia de seu centenário, igreja é dedicada Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
Criada pelo primeiro Arcebispo de São Paulo, comunidade vê transformações do bairro criarem novos desafios para a evangelização Edcarlos Bispo de Santana
reportagem na zona oeste
“Um passado que valeu a pena, e um futuro que inspira”, esse foi o tema que motivou os paroquianos da Paróquia Santo Antônio, no bairro da Barra Funda, zona oeste de São Paulo, durante os dias da festa que rememorou os 100 anos de fundação da comunidade e culminou com a celebração, no domingo, 2, de dedicação do templo. De acordo com o padre Luiz Claudio Braga, vigário paroquial, as celebrações foram iniciadas no domingo, 26 de janeiro, e, a partir da quinta-feira, 30, se iniciou o tríduo com missas presididas por bispos que têm sua história de vida ligada a Região Episcopal Sé, ou ao bairro da Barra Funda. A celebração de dedicação foi presidida pelo cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, e concelebrada pelos padres Luiz Claudio Braga e Ricardo Anacleto. Logo na saudação, dom Odilo lembrou que a celebração da dedicação da igreja e do altar diz muito sobre a liturgia e a vida da Igreja, pois o lugar é ritualmente dedicado à glória de Deus, à celebração dos santos mistérios e ao encontro com Cristo. Durante a homilia, referindose à Festa da Apresentação do Senhor no Templo, dom Odilo salientou a importância de que as famílias repitam o gesto de
Celebração de dedicação é realizada no domingo, 2, e faz memória da história centenária da Paróquia Santo Antônio
apresentar seus filhos ao templo e entregá-los aos cuidados e à proteção do Senhor. Sobre a dedicação do templo, dom Odilo disse que dedicar o templo significa afirmar que Deus é bem-vindo no meio das pessoas. “Nós não mandamos Deus embora, não somos tão fechados de coração a ponto de pensarmos que Deus não tem espaço entre nós”, afirmou. Por fim, o Arcebispo lembrou que os ritos de dedicação da igreja são importantes, mas a casa de Deus não se limita às paredes do templo: “O verdadeiro templo é cada um dos fiéis”.
Recordação da história
Um momento emocionante da celebração aconteceu durante a procissão das oferendas, os fiéis entraram com os quadros dos padres que já passaram pela igreja nesses 100 anos de
história. Ao anunciar o nome de alguns padres, como do cônego Vicente Miguel Marino, que por mais de 30 anos foi pároco da Santo Antônio, os aplausos foram generalizados. Os fiéis se emocionaram quando o quadro do padre Roberto Gonçalves, falecido no ano de 2013, foi anunciado. Para a jovem Fabíola Silva Viana, que entrou com a casula que pertenceu ao sacerdote, relembrar a história da comunidade é muito importante. De acordo com ela o padre Roberto teve um momento muito importante na vida da paróquia. Fabíola salientou que a paróquia tem a preocupação com a evangelização no bairro, trazer novas pessoas. Para a jovem, a preocupação maior é com as crianças, pois, de acordo com ela, “vão dar continuidade à caminhada”. O padre Luiz Claudio disse
se sentir muito privilegiado. Ordenado há apenas dois anos, o Sacerdote falou da responsabilidade em representar a todos os padres que já passaram pela paróquia. “Outros padres poderiam estar aqui e até mereceriam, mas graças a Deus sou eu. E juntos fizemos esta linda festa”, disse.
Uma paróquia centenária
Décio Russo, 91 anos, nascido na região central da capital. Casado e pai de dois filhos. No salão paroquial, ao lado da esposa, aguardava o início da celebração eucarística de dedicação do templo. “Desde minha mocidade conheci essa igreja”, conta ele, no começo da entrevista. Com uma memória lúcida, lembra-se dos padres que já passaram pela paróquia. Lembra com saudosismo do cônego Vicente Miguel Marino, segundo ele, um “baluarte” na história da
Ailton Fernandes
Paroquia Nossa Senhora de Monte Serrat
A missa de ação de graças pelo centenário da Paróquia São Januário (Igreja San Gennaro), foi presidida no domingo, 2, pelo pároco, padre Claudiomiro Bispo. Queima de fogos de artifício, fixação de uma placa alusiva à data na entrada da igreja e almoço comunitário no salão paroquial foram os pontos marcantes da festa realizada na igreja matriz, no bairro da Mooca, na zona leste. Antes aconteceu o tradicional tríduo de preparação com missas realizadas nos dias 30 e 31 de janeiro e 1º de fevereiro.
A parÓquia nossa senhora de monte serrat completou no domingo, 2, 100 anos. Por conta disso, foi realizada uma novena, da qual participou o abade do Mosteiro de São Bento, dom Mathias Tolentino Braga. Ele recordou que foram os Monges Beneditinos que trouxeram a devoção de Nossa Senhora de Monte Serrat para o bairro de Pinheiros. No dia 2, às 10h, houve missa presidida por dom Fernando Penteado, bispo emérito de Jacarezinho, dando início aos festejos que seguem até setembro.
comunidade. “Em homenagem a ele, essa rua que foi, muitos anos, desde minha mocidade, rua Garibaldi, passou a se chamar rua Cônego Vicente Miguel Marino”, disse, apontando para a rua na frente da igreja. No passado, conta Décio, o bairro já teve muitas moradias, depois passou por um processo de ter pequenos comércios como, por exemplo, pequenas oficinas mecânicas, atualmente, com o crescente número de prédios é que tem aumentado o número de moradores. “A turma dessa igreja trabalha pelo amor que tem pela igreja, sem interesse de nada”, afirmou. De acordo com ele, até mesmo as procissões estão voltando a ser grandes como eram no passado. “Fui batizado nessa igreja, meus filhos também e agora vou ter um bisneto que vai ser batizado aqui”, disse. Já Angelina Maria Manzini Rodrigues, 60, não para um minuto. Coordenadora da Pastoral da Terceira Idade e dos eventos da paróquia foi preciso tirá-la do meio das pessoas para que ela conseguisse conversar com a reportagem. Para ela, a paróquia centenária assumiu um novo ardor missionário, se tornando cada vez mais uma igreja viva e presente, que conduz a evangelização. Angelina conheceu a antiga construção, fez parte do grupo de crianças que fazia escola dominical com o cônego Vicente e depois viria a se tornar o primeiro grupo da Pastoral da Juventude da paróquia. Batizada, crismada e tendo feito sua primeira comunhão na Santo Antônio, Angelina destaca a garra da “velha guarda”, que, segundo ela, “tiveram um trabalho muito forte, pois o bairro está passando por uma transformação. Olhem o que era a Barra Funda há 30 anos e o que é hoje”. Com alegria a coordenadora da Pastoral da terceira Idade fala do atual administrador paroquial, que há pouco mais de dez meses está à frente da comunidade. Para ela, o Padre foi um grande presente “um padre jovem, que pegou uma paróquia com fiéis na maioria da terceira idade está conseguindo unir a juventude com a terceira idade”. O padre Luiz, por sua vez, ao ser questionado do que pensa e como vê o futuro da paróquia afirmou vislumbrar “uma igreja participativa, com mais agentes de pastoral e com uma juventude de maneira mais expressiva”. Para ele, estar em uma paróquia, com a história da Santo Antônio, e com essa dimensão “é um privilégio e uma responsabilidade, pois é preciso corresponder às expectativas da comunidade”.
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Região Ipiranga
Padre Jorge toma posse na Paróquia Santa Rita Padre Pedro Luiz
A missa foi presidida pelo padre Anísio Hilário, vigário episcopal para a Região Ipiranga, e marcada pela emoção e gratidão padre Pedro Luiz
colaborador de comunicação da região
A ensolarada manhã de domingo, 2, foi ainIPIRANGA da mais especial para os paroquianos de Santa Rita de Cássia no bairro de Mirandópolis. Na missa das 11h, o vigário episcopal para a Região Ipiranga, padre Anísio Hilário, empossou o novo pároco desta comunidade paroquial, o padre Jorge Bernardes. Padre Jorge Bernardes, foi pároco da Paróquia de Santa Cândida (setor pastoral Ipiranga), e os católicos da antiga paróquia também fizeram questão de comparecer à posse do novo Pároco da Santa Rita
No domingo, 2, padre Jorge Bernardes é empossado como pároco na Paróquia Santa Rita de Cássia
de Cássia. Também estiveram presentes na missa de posse, o frei Djalmo Fuck, ofm, pároco da paróquia de São Francisco de Assis; padre Messias Moraes, assessor arquidiocesano da Pastoral Vocacional e o frei Fábio Luiz Ribeiro, osm, pároco da Paróquia de Nossa Senhora das Dores (setor pastoral Ipiranga). Na homilia, o vigário episcopal padre Anísio Hilário ressal-
tou que a festa da apresentação de Jesus nos remete também à maneira como nós católicos, apresentamos Jesus. Recordou também que no dia da apresentação de Jesus a comunidade paroquial está sendo apresentada àquele que será o responsável por levar Cristo até as pessoas daquela paróquia. No entanto, padre Anísio Hilário fez questão de recordar que “aos olhos de Deus,
todos somos iguais, mas cada um com uma missão específica. O padre não é eleito, mas escolhido pela Igreja para ser a pessoa de Cristo na comunidade. Pessoa da cruz, do sofrimento mas também pessoa da ressurreição, mas isso não o torna melhor que ninguém!”, disse. Padre Anísio também elogiou a Paróquia de Santa Rita de Cássia pela bonita cami-
Campanha da Fraternidade é tema de primeiro CRP Ernesto Cinquetti
Francisco David
Setor Juventude da Região Ipiranga faz 2ª reunião de reorganização Nei Márcio de Oliveira Sá
colaborador de comunicação da região
Na manhã do dia 1º de fevereiro, aconteceu na Região Ipiranga o primeiro Conselho Regional de Pastoral (CRP) no ano de 2014. Como todo ano o primeiro CRP tratou como assunto principal a Campanha da Fraternidade que, neste ano, tem como tema: “Fraternidade e Tráfico Humano”. O encontro, organizado pela Cáritas Arquidiocesana, núcleo Ipiranga, iniciou com uma oração conduzida pelo diácono Anivaldo Blasques, gestor do núcleo Ipiranga, também dando as boas-vindas aos participantes. Logo após foi apresentado o filme-tema produzido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), abordando o tema com profundidade e demonstrando casos acontecidos e estudos realizados. A Cáritas foi escolhida para a organização deste encontro, devido ao seu trabalho muito notório com a mobilidade humana e o trabalho com os imigrantes refugiados, disse a vice-gestora da Cáritas, Nilda Blasques. Apresentado o filme-tema, a palavra foi dada a Carlos Camargo, vice-diretor da Cáritas Arquidiocesana de São Paulo. Carlos fez uma
nhada que fez com o pároco antecessor, padre Celso Torres, “agora, é tempo de caminhar com a mesma beleza com o novo pároco, padre Jorge, que vem ficar, mas que um dia também vai embora”, lembrou. Uma ocasião de espontaneidade mostrou a beleza e a leveza da celebração eucarística. No momento da prece dos fiéis, um leigo da Paróquia de Santa Cândida levantou-se, caminhou até o local onde eram proferidas as preces e agradeceu em nome dos paroquianos de Santa Cândida todos os valores evangélicos e a retidão ética e moral, também vindas do Evangelho e que tão bem foram ensinados por padre Jorge Bernardes àquela comunidade paroquial. Animada por padre Anísio, uma leiga ofereceu-se voluntariamente para representar os leigos da Paróquia de Santa Rita de Cássia, e desejou ao novo Pároco que ele seja contagiado pela felicidade que é característica da Paróquia, pediu também que ele saiba levar todos ao encontro com Jesus Cristo. Para mais informações sobre as posses do próximo fim de semana, acesse: www.regiaoipiranga.com.br.
colaborador de comunicação da Região
Carlos Camargo realiza apresentação do trabalho da Cáritas em São Paulo
apresentação do trabalho da Cáritas em São Paulo nas suas diversas frentes e regionais, sobretudo a articulação com a Campanha do Agasalho, que é uma motivação do trabalho caritativo com as paróquias. Esse encontro contou com a participação de todas as pastorais ativas da Região Ipiranga, cerca de 92 pessoas, entre coordenadores, vice e representantes dos diversos setores da Região. Prosseguindo sobre o tema, a jornalista boliviana Carmem Ilari, coordenadora do Centro de Apoio Pastoral ao Imigrante, falou sobre o tráfico de pessoas entre a Bolívia e o Brasil e sobre o trabalho escravo nas oficinas e fábricas de confecção de roupas, destacou que a jornada de trabalho chega a 18h por
dia, muito além do permitido pela Lei, e passam até três meses sem salário, trabalhando somente em troca de moradia e alimentação. Após esse tempo os salários das costureiras variam de R$ 300,00 a R$ 500,00 ao mês, abaixo do salário mínimo vigente no Brasil que é de R$ 724,00, conforme decretado pela presidente Dilma Rousseff, em dezembro passado. Finalizando o encontro, o doutor Ricardo Burrattino Félix, advogado do Centro de Acolhida para Refugiados da Cáritas Arquidiocesana, falou sobre o caráter jurídico do tráfico humano e seus conceitos, modalidades e o enfrentamento na legislação brasileira e internacional, que aborda o tema do tráfico de pessoas.
No sábado, 1º de fevereiro, 23 das 35 paróquias da Região Episcopal Ipiranga, uma Nova Comunidade, três Movimentos Eclesiais e quatro Congregações Religiosas se fizeram presentes na 2ª reunião de reorganização do Setor Juventude. Com muito ânimo, os jovens e adultos que participaram desta reunião tiveram um momento de formação sobre o tema da Campanha da Fraternidade 2014, sobre o tráfico humano, e receberam subsídios para o trabalho com jovens A Região convidou para o Retiro Espiritual do Setor Juventude Arquidiocesano, que acontecerá no dia 22 de fevereiro, no Arsenal da Esperança, e que será orientado por dom Milton Kenan Júnior, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, e prepara, para 12 de abril, uma “Noite de Oração” para os jovens
de toda a Região. Os setores Anchieta e Cursino se fizeram representados quase na totalidade das paróquias. O Setor Ipiranga também se fez presente e os setores Imigrantes e Vila Mariana são os que precisam de uma maior atenção para a evangelização da juventude. No mês de março, os cinco setores terão reuniões, reorganizando o trabalho com a juventude. Cada setor terá, em breve, um assessor leigo e um eclesiástico para acompanhar os trabalhos. O Setor Juventude da Região está programando para o semestre uma boa participação do Curso Arquidiocesano de Assessores e prepara os Cursos de Dinâmica para Liderança Cristã (CDC), destinado para a formação de coordenadores jovens. A Coordenação do Setor Juventude em visita aos párocos, está em pleno contato com o vigário geral da Região, padre Anísio Hilário.
Região Lapa
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Começam preparativos para a Semana Catequética Benigno Naveira
Dom Julio Endi Akamine participou da reunião que organizou detalhes da atividade, que será entre os dias 10 e 15 deste mês Benigno Naveira
Colaborador de comunicação da Região
Na tarde de quarta-feira, 29, na sede da Região LAPA Episcopal Lapa, realizou-se a reunião da equipe de coordenadores da Animação Bíblico-Catequética, para a caminhada da Semana Catequética, que será de 10 a 15 de fevereiro, com a presença do bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, dom Julio Endi Akamine. O coordenador, padre Geraldo Pereira, iniciou a reunião com uma oração e em seguida comentou os assuntos da pauta para a realização da Semana Catequética, com o tema Iniciação à Vida Cristã. O Padre lembrou aos coordenadores as responsabilidades e compromissos que têm nas atividades da Animação Bíblico-Catequética, que são desenvolvidas dentro de um processo participativo do bispo referencial com os padres das paróquias dos setores. Todo o projeto de ação está fundamentado nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, no Diretório Catequético Geral, no Catecismo da Igreja Católica, no Diretório Nacional de Catequese, nas orientações da CNBB e do Regional Sul 1, e dos encontros nacionais de Catequese e da Semana Brasileira de Catequese. Portanto, o processo de iniciação à vida da fé cristã não deve ser entendido como um evento, um curso, como etapas cumpridas, mas, sim, como um caminho que leva a pessoa a um constante ouvir ao convite do Senhor, deixá-lo agir, responder aceitando um caminho de conversão transformadora e de comunhão na vida da Igreja. É um caminho que leva a pessoa sempre mais ao mergulho no mistério, para que “seja transformado de glória em glória à imagem do Senhor” (cf. 2Cor 3,18). A coordenação da Região tem como objetivos: perceber os desafios e oportunidades com relação à prática catequética; elaborar um planejamento com objetivos claros, ações
Com a presença de dom Julio Endi Akamine, equipe de Animação Bíblico-Catequética da região é capacitada sobre atribuições que possui, na quarta-feira, 29
concretas, integrado com o Projeto Pastoral da Região e o Plano Pastoral da Arquidiocese. Na coordenação paroquial, tem como missão: orientar, animar e coordenar, em comunhão com o pároco, a Catequese paroquial, em vista da acolhida e educação da fé; elaborar em conjunto o planejamento paroquial com os agentes de
Catequese; preocupar-se com a formação sistemática e permanente desses agentes de Catequese. O agente de Catequese não trabalha sozinho. Ele está inserido numa comunidade eclesial, num grupo. Em nome da Igreja, é chamado a ser “testemunha ativa do Evangelho, participando da vida eclesial, encontrando na Eucaristia uma
grande fonte de crescimento pessoal e de inspiração para a realização de suas aspirações”. (DNC 174-176). Padre Geraldo lembrou, ainda, que o Batismo, a Crisma e a Eucaristia são sacramentos intimamente ligados entre si. Constituem, na verdade, três etapas e um único caminho da fé e vida, por meio do qual a
Igreja introduz os fiéis no mistério pascal de Cristo, tornando-os novas criaturas, filhos de Deus, membros vivos de seu povo santo. Por isso, são chamados de Sacramentos da Iniciação Cristã. Padre Geraldo encerrou a reunião com uma oração, desejando felicidades a todos em seu trabalho de evangelização.
palavra do bispo
‘Amar Cristo sem amar a Igreja é uma dicotomia absurda’ Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa
Dom Julio Endi Akamine
Querido leitor do jornal O SÃO PAULO. O papa Francisco disse que “amar Cristo sem amar a Igreja é uma dicotomia absurda”. Para continuar na mesma linha, partilho com você um texto já bem antigo, mas muito atual. Boa leitura e meditação.
“Amo a Igreja. Esta Igreja santa às vezes é abandonada por alguns que receberam tudo dela e que se tornaram cegos aos seus dons. Por vezes, em certos momentos, como agora, se mofam dela alguns que continuam a receber dela seu alimento. Um vento de crítica amarga, universal e sem inteligência chega por vezes a transtornar as cabeças e a apodrecer os corações. Um vento assolador, esterilizante, um vento des-
agenda regional
truidor, hostil ao sopro do Espírito. É nesse momento, quando contemplo o rosto humilhado de minha mãe, que mais a amo. Sem me lançar a contracríticas, saberei demonstrar que a amo na sua forma de escrava. E, justamente na hora em que alguns ficam hipnotizados diante dos traços de um rosto apresentado como envelhecido, o amor me fará descobrir nela, com muito mais verdade, suas forças ocultas, suas
atividades silenciosas, que constituem sua perene juventude, todas as grandes coisas que nascem no seu coração e que converterão a terra por contágio. A Igreja, hoje mesmo, está me dando Jesus. Explica-me, ensina-me a vê-lo, conserva para mim sua presença. Dizer isto é dizer tudo. Que poderia eu saber de Jesus, que vínculo haveria entre nós dois sem a Igreja?” (H. DE LUBAC, “Paradoja y misterio de la Iglesia”, 25.20).
Sábado (8)
Domingo (9), 18h
Segunda-feira (10), 20h
Às 9h, missa de ordenação de diáconos salesianos, com a presença de dom Julio Endi Akamine, na Paróquia São João Bosco (rua Cerro Corá, 2.101), Setor Leopoldina.
Missa de colação de ministros, com dom Julio, na Paróquia Santo Thomas More (rua Juvevê, 52).
Início da Semana Catequética, que segue até dia 15, com a presença de dom Julio, na Paróquia São José (rua Bartolomeu de Ribeiro, 33, no Jaguaré).
Às 19h, missa de formatura do curso de Teologia, com a presença de dom Julio, na Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição, (rua João Millan, 288, Jardim Ester).
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Região Santana
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Padres colocam-se a serviço da Igreja e do povo Monica Uliana
Que a Paróquia Santo Antonio esteja perto das pessoas é o desejo do novo pároco, padre Marcos Luís, empossado no domingo, dia 2 Diácono Francisco Gonçalves
colaborador de comunicação da Região
Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar na SANTANA Região Santana, empossou, dia 2, como pároco na Paróquia Santo Antonio, no Limão, padre Marcos Luís Erustes Polonio, pertencente ao Caminho Neocatecumenal, comunidade nascida na Espanha, em 1964, como uma nova experiência de iniciação cristã. Em cinco décadas, o Caminho difundiu-se em mais de 900 dioceses e 105 nações, com mais de 20 mil comunidades espalhadas. Na Região Santana, além da Paróquia Santo Antonio, do Limão está ao encargo do Neocatecumenato a Paróquia Nossa Senhora Aparecida, do Edu Chaves. Padre Marcos nasceu em Madri, Espanha, em 26 de novembro de 1973. Crescendo, ele verificava que sua vida era vazia. Depois, entrou numa comunidade Neocatecumenal e sua vida foi transformada. Possuía 24 anos quando, já formado em fotografia e possuindo uma empresa fotográfica, participou em Paris, França, em 1997, da Jornada Mundial da Juventude. Ali, verificou que deveria se colocar a serviço da Igreja sendo missionário. Partiu para o Chile em missão, ali permanecendo dois anos. Esse trabalho lhe discerniu sua vocação sacerdotal. Vem para Brasília, entra no seminário e se ordena Padre em 1º de dezembro de 2007. Após ser Pároco em duas paróquias em Brasília, vem em missão a São Paulo. Padre Marcos segue na expectativa de dar sua vida pela comunidade que está assumindo, servindo aos pobres e a todos necessitados de evangelização, sendo o que o papa Francisco pede, ser Igreja junto das pessoas. “Ninguém pode amar o que não conhece. Eu me senti amado por Deus porque ele me conheceu. Hoje, quero fazer conhecer aquele que primeiro me amou para que as pessoas possam sentir o que eu senti”, disse padre Marcos aos seus novos paroquianos.
Padre Marcos recebe a Palavra de Deus de dom Sergio ao assumir a Paróquia Santo Antonio, no Limão, querendo que ela seja evangelizadora e missionária
Paróquia São José Esposo da Virgem Maria tem novo Pároco Diácono Francisco Gonçalves/Pascom
da região episcopal
Padre Vicente Paulo Moreira Borges foi empossado por dom Sergio Borges, bispo auxiliar na Região Santana, dia 1°, como pároco na Paróquia São José Esposo da Virgem Maria. De família católica atuante na Igreja, Vicente nasceu em Campina Verde (MG), em 9 de março de 1973. A família mudou-se depois para Mato Grosso, onde na paróquia conheceu os padres do Instituto Missionário São José. Desejando ser sacerdote, entrou no seminário daquela congregação, em Taubaté (SP), sendo ordenado em 5 de janeiro de 2002. Seu ministério começou em Paranaíba (MS), ficando até 2005, quando foi ser reitor do seminário onde tinha estudado. Em 2007, acumula a reitoria com a Paróquia do Menino Jesus de Taubaté. Padre Vicente sente-se feliz por ser padre e grato à Igreja e ao instituto missionário a que pertence nesse novo desafio de sua vida. “Peço a todos muito companheirismo, muita compreensão e que possam ter paciência com aquilo que não sei, e que possamos juntos fazer uma boa caminhada, dando sequência àquilo que já vem sendo feito”, diz padre Vicente aos seus paroquianos. agenda regional
Padre Aléscio Bombonatti, superior-geral do Instituto Missionário São José, e dom Sergio junto ao padre Vicente
Formação sobre a Campanha da Fraternidade 2014 da região episcopal
Frei Guilherme Anselmo, coordenador da Campanha da Fraternidade (CF) na Região Santana, convida para encontros setoriais de formação e sensibilização sobre a CF-2014. O Setor Imirim iniciou a formação, dia 2, que terá a seguinte programação de conti-
nuidade por Setor: Casa Verde (avenida Professor Celestino Bourroul, 715), dia 8, às 9h; Tucuruvi (rua Tanque Velho, 941), dia 8, às 15h; Santana (rua Voluntários da Pátria, 2.060), dia 9, às 15h; Tremembé, dia 15, às 15h (rua Maestro Bortolucci , 303); Jaçanã, dia 15, às 15h (rua Igarité, 338); Medeiros, dia 16, às 15h
(avenida Nossa Senhora do Loreto, 914); Vila Maria, dia 22, às 15h, (praça Nossa Senhora da Candelária, 1); Mandaqui, dia 23, às 15h (avenida Santa Inês, 2.229). Além disso, a abertura regional da CF-2014 será dia 9 de março, na Igreja de Santana, às 17h, com a presidência de dom Sergio Borges.
Sexta-feira (7), às 20h
Domingo (9)
Posse do pároco, padre Roberto Fernando Lacerda na Paróquia Santa Rosa de Lima (avenida Professora Virgília Rodrigues Alves de Carvalho Pinto, 176).
Às 10h, posse do padre José Esteves Filho (Gabriel), na Paróquia Santo Antonio (rua Conselheiro Moreira de Barros, 2.221, Lauzane Paulista). Às 18h30, posse do padre Dalmir Oliveira dos Anjos e apresentação do vigário, padre Eduardo Higashi, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima (avenida Imirim, 1.382).
Região Sé AGENDA REGIONAL Terça-feira (4), às 19h30
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palavra do bispo SÉ
Encontro Regional de Formação para a Campanha da Fraternidade 2014, na Paróquia Santa Generosa (avenida Bernardino de Campos, 360).
Quarta-feira (5), às 19h30
Conselho Regional de Pastoral (CRP), no Centro de Pastoral da Região Sé (avenida Pacaembu, 954).
De 10 a 14, às 19h30
Semana Bíblico-Catequética, na Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima (avenida Dr. Arnaldo, 1.831, Sumaré).
Antalya - Demre
Encontro, missão da Igreja Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé
Dom Tarcísio Scaramussa
A palavra encontro carrega em si inúmeros significados. A vida humana é feita de encontros, mas também de desencontros, o que normalmente provoca grandes sofrimentos. A festa da Apresentação do Senhor, celebrada no domingo, 2, tem raízes antiquíssimas no Oriente, numa festa que se chamava “do encontro”. Como tal, carregava o sentido do encontro do Senhor com a humanidade, cujo significado salvífico é assim descrito na
Antalya - Passeio de barco a Kekova
Carta aos Hebreus: “Visto que os filhos têm em comum a carne e o sangue, também Jesus participou da mesma condição, para assim destruir, com a sua morte, aquele que tinha o poder da morte, isto é, o diabo, e libertar os que, por medo da morte, estavam a vida toda sujeitos à escravidão. Pois, afinal, não veio se ocupar com os anjos, mas com a descendência de Abraão. Por isso, devia fazer-se em tudo semelhante aos irmãos, para se tornar um sumo sacerdote misericordioso e digno de confiança nas coisas referentes a Deus, a fim de expiar os pecados do povo” (Hb 2, 14-17). Os anciãos Simeão e Ana, movidos pelo Espírito, per-
Antalya - Perge
cebem imediatamente esta presença, e a explicitam aos pais de Jesus e a toda a comunidade reunida no Templo no dia da apresentação do Senhor. Esta criança é o Messias esperado para a libertação do povo, é luz para iluminar as nações. A festa das velas, surgida posteriormente no Ocidente, destaca esta realidade do mistério de Cristo, luz para a humanidade. A Igreja tem como missão específica ser lugar do encontro com Cristo. A primeira Constituição Dogmática do Vaticano 2º chama-se justamente Lumen Gentium. Este encontro realizado no Templo é paradigmático para a missão da Igreja. Ela tem a missão de
Antioquia - Igreja de São Pedro
Capadocia - Passeio de balão
anunciar Cristo e torná-lo presente pelos sacramentos. A comunidade de fé, como parte do corpo místico de Cristo, deve irradiar a sua luz por toda parte, e conduzir todos para o encontro com o Senhor. A Igreja é chamada a ir ao encontro das pessoas, pois esse é o caminho que Jesus faz, encarnando-se na história humana, e a ser instrumento e sinal do encontro que Deus quer realizar com toda criatura. O papa Francisco tem insistido sobre esta dimensão da vida da Igreja, como o fez também na JMJ, no Rio, em 2013: “Somos chamados por Deus a anunciar o Evangelho e a promover com alegria a cultura do encontro”.
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Região Brasilândia
Padre Roberto é o novo pároco da Bom Jesus Josino Bentes Monteiro
Relembrando os próprios lemas de ordenações diaconal e sacerdotal, o sacerdote assumiu o pastoreio de sua nova comunidade Renata Moraes
colaboradora de comunicação da região
Na manhã do domingo, 2 , em missa presidida por dom Milton Kenan BRASILÂNDIA Júnior, o padre Roberto Carlos Queiroz Moura, conhecido com padre Beto, foi empossado como novo pároco da Paróquia Bom Jesus dos Passos, do setor Freguesia do Ó. Padre Beto recebeu sua ordenação como presbítero em 27 de maio de 1995, por dom Angélico Sândalo Bernardino. Foi pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, na Vila Bonilha, de 1995 a 2000, sendo transferido, para a Paróquia Nossa Senhora Mãe de Deus, por lá permanecendo como pároco até 2008, quando foi transferido para assumir o pastoreio na Paróquia Santa Cruz de Itaberaba, até janeiro de 2014. Em 18 anos de sacerdócio, além das funções de pároco, também atuou comocoordenador de setor e região, e, por 12 anos como assessor regional da Pastoral Litúrgica. Na festa litúrgica da Apresentação do Senhor, a igreja estava lotada de fiéis. Eles se reuniram para dar as boas-vindas ao Padre. No início da celebração, padre Beto recebeu das mãos de dom Milton as chaves da igreja, sinal da responsabilidade de zelar pelo templo e cuidar do novo rebanho que Deus lhe confiou. Na homilia, o Bispo acolheu o novo Pároco e à luz do Evangelho, pediu que padre Beto nunca deixasse apagar a luz de Cristo. “Mantenha viva a chama do Evangelho, como diz o profeta, não deixe apagar a chama que ainda fumega”. Em entrevista à Pascom Brasilândia, padre Beto agradeceu o tempo que trabalhou na Paróquia Santa Cruz de Itaberaba. “É uma paróquia unida e acolhedora, de gente dedicada e disponível em tudo que se convoca.” E relatou que é com grande alegria que inicia essa nova caminhada. “Espero contribuir com afinco nas atividades existentes e concentrar forças para colocar em prática o 11º Plano de Pastoral da Arquidiocese de São Paulo. A expectativa é grande e sei que somarei com esse povo, nos trabalhos de evangelização.”
No domingo, 2, Festa da Apresentação do Senhor no Templo, padre Beto Moura recebe de dom Milton Kenan Júnior as chaves da Igreja Bom Jesus dos Passos
No Setor Perus, padre Adeildo é nomeado vigário paroquial Renata Moraes
da região episcopal
Padre José Adeildo, novo vigário
Na noite do sábado, 1º, a Área Pastoral Santíssima Trindade, localizada no bairro do Recantos dos Humildes, recebeu o padre José Adeildo Pereira Machado, como seu novo vigário paroquial. A missa foi presidida por dom Milton Kenan Júnior e concelebrada por padres do Setor. Pertencente à Paróquia São José, do setor pastoral Perus, a Área Pastoral é composta de quatro comunidades, e já possui uma caminhada em preparação para se tornar paróquia. Padre José Adeildo foi or-
denado em 25 de fevereiro de 2007, por dom Manuel Parrado Carral, administrador apostólico da Arquidiocese de São Paulo, na época. Trabalhou nas regiões Santana e Belém, estudou durante três anos em Roma- Itália. Na Brasilândia, serviu durante um ano como vigário paroquial, na Paróquia Santa Terezinha, do Setor Cântaros. Atualmente é vice-reitor do Seminário de Filosofia Santo Cura D’Ars. Em entrevista, dom Milton comentou a indicação do Padre. “Nomear o padre José Adeildo como vigário paroquial desta Área Pastoral é dar respostas a
essa comunidade, um padre jovem, cheio de alegria e entusiasmo e que já vinha se destacando na Igreja por suas qualidades, e por seu trabalho na formação dos presbíteros”. Para o padre José Adeildo é uma grande oportunidade de viver o Evangelho com as comunidades e a dimensão missionária. “Acolho essa nomeação com muita alegria e esperança, peço que Deus me ilumine para que eu possa cumprir aquilo que ele me pede, sendo apenas um instrumento de Deus na salvação do povo e desse Padre também”.
que invoca a própria essência de Deus, a fim de salvar as cidades pecadoras: “Abraão não pede a Deus algo contrário à sua essência, bate à porta do coração de Deus, conhecendo a sua verdadeira vontade. Abraão sabe que Deus tem outros meios para deter a propagação do mal. É o perdão que interrompe a espiral do pecado e, no seu diálogo com Deus, Abraão apela precisamente a isto”. Apelando para os cinquenta justos habitantes de Sodoma, o relato da intercessão de Abraão manifesta que “o mal não pode ser aceito, deve ser indicado e destruído através da punição. Mas o Senhor não quer a morte do ímpio, mas que se converta e viva (cf. Ez 18,23; 33,11); o seu desejo é sempre o de perdoar,
salvar, dar a vida, transformar o mal em bem.” O profeta Jeremias dirá que basta um justo apenas para que Deus salve Jerusalém (cf. Jr 5,1). Deus envia o seu Filho, o Justo definitivo, o inocente perfeito, que trará a salvação ao mundo inteiro, morrendo na cruz, perdoando e intercedendo por quantos “não fazem o que fazem” (Lc 23,34). Nele, temos a certeza de que as nossas súplicas são atendidas, nossos pedidos obterão resposta. A oração de Abraão nos leva a descobrir a verdadeira face de Deus, que, em Jesus, alcançou a sua máxima manifestação: a face da misericórdia. Na Misericórdia de Deus, encontramos sempre motivo para perseverar e ousar na nossa súplica.
palavra do bispo
A oração de Abraão Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia
Dom Milton Kenan Júnior
Os grandes personagens da Antiga Aliança: Abraão, Moisés, Maria, irmã de Moisés, Davi, Elias, Judite, Rute são homens e mulheres de oração. Ao ler a primeira parte da Sagrada Escritura, vemos que “a oração, está assim ligada à história dos homens, e a relação com Deus nos acontecimentos da história.” (cf. CIC 2568). Abraão é aquele cujo “coração se mostra ‘submisso à Palavra’, obediente. Ao acompanharmos sua trajetória, vemos que se destaca a ‘escuta do
coração’”. O Catecismo afirma: “A oração de Abraão se expressa primeiro por atos: como homem de silêncio, ele constrói, a cada etapa, um altar ao Senhor. Somente mais tarde, aparece sua primeira oração com palavras”. (cf. CIC 2570). Um dos textos mais bonitos do Antigo Testamento é Gênesis 18, que ilustra a oração de intercessão de Abraão. Ele intercede pelas cidades de Sodoma e Gomorra, onde a maldade atingiu índices insuportáveis. Apelando para a misericórdia divina, Abraão implora a salvação daquelas cidades, evocando o mérito dos justos que residem nelas. O papa Bento 16 numa Catequese destinada a este texto bíblico (18 de maio de 2011), fala da oração ousada de Abraão,
agenda regional
Sábado (8), às 19h30
Domingo (9), às 18h
Missa de posse do padre Airton Pereira Bueno e apresentação do vigário paroquial padre Palmiro Carlos Paes, na Paróquia Santa Cruz de Itaberaba (avenida Itaberaba, 2.093, Itaberaba) Informações 3924-0515.
Missa de posse do padre Alécio Ferreira da Silva, na Paróquia Nossa Senhora Mãe e Rainha (avenida Pinheirinho D’Água, 435, Parque Panamericano). Informações 3941-1865.
Região Belém
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‘Ninguém pode ser luz do mundo sem ir ao encontro do irmão’ João Carlos Gomes
Em celebrações realizadas nos dias 1º e 2 de fevereiro, padres assumiram igrejas nos setores Conquista, Sapopemba e Tatuapé João Carlos Gomes
Colaborador de comunicação da Região
No fim de semana em que a Igreja celebrou a bELÉM apresentação de Jesus no Templo de Jerusalém, dias 1º e 2 de fevereiro, três paróquias da Região Episcopal Belém tiveram também a apresentação de novos párocos, nomeados em celebrações presididas pelo bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo para o Belém, dom Edmar Peron. No dia 1º, padre Paulo Henrique Lino assumiu a Paróquia Imaculado Coração de Maria, no Setor Conquista; no domingo, 2, pela manhã, o padre Francisco Reinaldo Miranda tomou posse da Paróquia Nossa Senhora das Graças, no Setor Sapopemba; e à tarde, padre Luciano Macedo agenda regional
Terça-feira (11), 15h Celebração da padroeira Paróquia Nossa Senhora de Lourdes (rua João Soares, 13, Água Rasa).
Ao ser empossado por dom Edmar, padre Paulo Henrique Lino, novo pároco da Paróquia Imaculado Coração de Maria, recebe o pão, símbolo da comunhão
foi provisionado pároco da Paróquia Santo Antonio de Lisboa, no Setor Tatuapé. “O início do ano é o momento de fazermos novos propósitos, novos empenhos, enriquecendo a nossa experiência de ser Igreja”, disse dom Edmar Peron, explicando o momento.
Ser Luz do Mundo e ir ao encontro
“A entrada do Senhor no templo de Jerusalém nos mostra que, se de um lado Je-
sus nos chama a sermos ‘Luz do Mundo’, por outro lado nos mostra a necessidade de ir ao encontro: ninguém pode ser luz do mundo se não for ao encontro do irmão e se não tiver uma amizade profunda com o Cristo”, disse dom Edmar, que continuou: “A festa de hoje nos ajuda a entender a chegada do novo pároco; ele não chega para iluminar sozinho o bairro, mas para – junto com a comunidade paroquial – ser luz e ir ao encontro das pessoas”. Rito comum em todas as
celebrações de posse, foram apresentados por lideranças paroquiais símbolos para os novos párocos: a água e o óleo (Batismo), o missal (Eucaristia) a estola roxa (Penitência), o pão (Comunhão) e as chaves da comunidade. Para o padre Paulo Henrique Lino, que foi pároco por oito anos da Nossa Senhora das Graças, onde padre Francisco Reinaldo tomou posse, este é momento em que os paroquianos devem ter muita fé e compreensão. “Como novo
Pároco, peço a compreensão de vocês, pois eu entro na caminhada junto com vocês; seria imprudente da minha parte querer iniciar a história de vocês do zero. Tenho de respeitar a caminhada. Nós passamos, mas Deus fica” e finalizou, com um pedido comum para todos os novos padres: “Peço aos irmãos e irmãs da nova paróquia que trabalhemos sempre juntos e que me façam sempre ser um Padre a serviço da Paróquia e, sobretudo, dos mais necessitados”.
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PUC-SP promove curso de capacitação de conciliadores e mediadores sociais Começa na quinta-feira, 6, das 19h às 22h, o curso de capacitação de conciliadores e mediadores sociais, promovido pela PUC-SP, sob a coordenação da desembargadora Maria Cristina Zucchi e do cônego José Bizon. Inscrições pelo e-mail conciliadores@hotmail.com.br, aos cuidados da Dra. Priscila Coelho, ou pelo telefone (11) 3120-3839. Luciney Martins/O SÃO PAULO
Direto de Roma
Veneza: dom Parolin abençoa estrutura da Cáritas dedicada ao papa Francisco
Encontro acontece no Centro Pastoral São José, no Belém, e reúne membros de grupos interessados em realizar evangelização na Fundação Casa
‘Evangelizando a Casa’ realiza primeiro encontro em 2014 Projeto Arquidiocesano foi uma das propostas mais votadas na ação concreta de evangelização na Assembleia de Pastoral, em 2013 Edcarlos Bispo de Santana
reportagem na zona leste
A Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo realizou no sábado, 1º, mais um encontro de formação do projeto “Evangelizando a Casa”, o primeiro deste ano. A atividade aconteceu no Centro Pastoral São José, Região Episcopal Belém, e abordou as questões da “Definição e tipificação do Ato Infracional e seu procedimento legal”. O encontro foi assessorado pelo advogado José Nildo Alves Cardoso, que, apesar da complexidade do termo jurídico da formação, explicou detalhadamen-
te o procedimento legal adotado desde o momento da apreensão do menor até a definição de sua pena. O advogado destacou que, mesmo sendo apenas um agente de evangelização, é preciso conhecer o processo legal para entender os caminhos pelos quais o adolescente em conflito com a lei passou até ser apreendido e privado de sua liberdade. “Tem um contexto, uma história. Tem um contexto de processo, ele [o adolescente] foi condenado por um ato infracional e por isso ele está ali”, afirmou. De acordo com a coordenadora da Pastoral do Menor, Sueli Camargo, este projeto engloba toda a Arquidiocese de São Paulo e nasceu na perspectiva do Ano da Fé. E, durante a Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, no fim do ano de 2013, foi uma das propostas mais votadas como ação concreta de evangelização. “É um projeto único da Arquidiocese de São Paulo, com um conteúdo programático único e a metodologia é de acordo com a criatividade de cada gru-
po de evangelização. Então vão para as unidades da Fundação Casa com a mensagem do YouCat e a metodologia para atrair esses jovens [os internos] para que se sintam protagonistas da questão da evangelização”, afirmou Sueli. Durante o momento de partilha das visitas que já estão sendo realizadas nas unidades da Fundação Casa, Rogério das Flores Marcondes, da Comunidade Instrumento de Deus, relatou a visita feita durante o Natal na Casa Paulista, no complexo da Vila Maria. De acordo com ele, quem recebeu o presente de Natal foram os agentes que fizeram a visita, pois os internos não sabiam de nada, todos foram tomados pela surpresa e isso foi muito emocionante. “Conseguimos autorização para fazer um retiro dentro da Casa e para fazer catequese às sextas-feiras pela manhã e à tarde. Estamos vendo o quanto esse projeto está sendo bom para eles, que têm necessidade. Toda quartafeira, ficam nos esperando e ansiosos para saber o que vamos falar para eles”, contou Rogério.
O Secretário de Estado, dom Pietro Parolin, futuro cardeal, irá abençoar na próxima quarta-feira, 5, o “Dormitóriorefeitório papa Francisco” que a Caritas Veneziana está construindo, em Marghera, a pedido do patriarca de Veneza, dom Francesco Moraglia. A cerimônia de bênção da nova estrutura, dedicada ao Santo Padre, contará com a presença de autoridades locais e comunidades eclesiais do território. O papa Francisco foi informado pelo patriarca Moraglia sobre a iniciativa. Não se trata de uma verdadeira inauguração, pois os trabalhos de reestruturação do edifício, que era uma escola, ainda estão em andamento. “Este é um sinal de que a Igreja em Veneza é um campo aberto. Procuramos responder a uma necessidade: dar abrigo, jantar e café da manhã a quem precisa”, disse o diretor da Caritas de Veneza, padre Dino Pistolato.
Elemosineiro Pontifício celebra missa em memória de moradores de rua
Na manhã do domingo, 2, o Elemosineiro Pontifício, responsável pelas obras de caridade do papa, dom Konrad Krajewski, presidiu a celebração eucarística na Igreja de Santa Maria em Trastevere, em Roma, em memória de Modesta Valenti, moradora de rua de 71 anos. Valenti morava perto da estação ferroviária Termini, na capital italiana. Em 31 de janeiro de 1983, ela se sentiu mal e a equipe da ambulância que deveria socorrê-la se recusou, pois estava suja e tinha piolhos. A idosa morreu depois de horas de agonia. Todos os anos, essa missa recorda todos os sem-teto que perderam a vida por causa da pobreza extrema. A iniciativa começou em 1983 com a morte de Valenti.
Papa recebe chefe de Estado Independente de Samoa
O papa Francisco recebeu em audiência, na segunda-feira, 3, no Vaticano, o chefe de Estado Independente de Samoa, Tui Atua Tupua Tamasese Efi. Segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé, durante o encontro foram destacados alguns aspectos da vida social e econômica do país, e a contribuição da Igreja Católica nos vários setores da sociedade samoana, em particular no âmbito da promoção humana. Houve também uma troca de opiniões sobre a situação internacional, sobretudo no que diz respeito à cooperação regional e temas ambientais que envolvem vários países do Pacífico. (com agências internacionais de notícias)
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PUC-SP lança campanha institucional contra o fumo “A sua liberdade termina onde começa a dos outros.” Esse é o tema da campanha antifumo da PUC-SP, com o foco na proteção da saúde do fumante passivo e, também, na oferta de hábitos mais saudáveis àqueles que, voluntariamente, desejam parar de fumar. Segundo a OMS, o fumo passivo é a terceira maior causa de mortes evitáveis no mundo.
Jequitinhonha: viver no vale é valer na vida Fotos: Sergio Ricciuto
As causas da seca na região nordeste do Estado de Minas Gerais que forçam a migração foram tema da Missão do Serviço Pastoral dos Migrantes Nayá Fernandes
Enviada especial ao Vale do Jequitinhonha (MG)
“Um cruzeiro fincado na serra, uma capelinha perdida no mato. O terço que uma pessoa usa no pescoço ou o quadro de um santo na sala da casa. Nisso se percebe a presença da Igreja desde sempre, na religiosidade popular.” Esta foi a declaração de dom Marcello Romano, bispo da Diocese de Araçuaí (MG), que permaneceu durante toda a semana visitando as comunidades rurais do município de Jenipapo de Minas, no Vale do Jequitinhonha, o Vale, situado na região nordeste do Estado de Minas Gerais. Neste ano, a missão no Vale levou cerca de 40 missionários de diferentes Estados do Brasil a uma média de 23 comunidades atendidas. Foi a segunda vez que o Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM) nacional esteve no município, com visitas às zonas rurais, realização de encontros e celebrações de 25 de janeiro a 1º de fevereiro. Além disso, um seminário com o parecer de especialistas e testemunhos das lideranças comunitárias concluiu a semana. Dom Marcello ressaltou, porém, que ainda falta muita coisa a fazer. “Precisamos
Francisco; dom Marcello; Eva; mãe do Vale na tenda de farinha; rios secando e monocultura de eucalipto próximo à comunidade de Tamanduá, em Jenipapo de Minas
Barragens na região deslocam as populações locais e privilegiam o agronegócio; SPM denuncia violação de direitos
de uma atuação também sob o aspecto social, para ajudar a transformar a realidade, minimizar o sofrimento das pessoas, fazer parcerias com outros organismos da sociedade. Nisso, a Igreja precisa avançar.” Para Maria Eva Souza Santos, 45, agente da Comissão Pastoral da Terra e do SPM, que ficou na organização desta edição, a 29ª no Vale, a missão tocou aspectos essenciais da realidade local. “Na primeira vez, foram menos comunidades e não aconteceram os dois momentos [missa de envio e o seminário] que também atingiram o público da cidade”, explicou a agente. “Importante destacar que não é somente o nosso município que está envolvido, mas também as cidades vizinhas do baixo e médio Jequitinhonha e que conseguimos uma participação grande dos grupos e pastorais da paróquia e até mesmo de outras Igrejas”, disse Eva. Uma das características da
presença dos missionários na região do Vale é a discussão com as lideranças sobre os conflitos e desafios que cada comunidade enfrenta, para iluminar caminhos e apontar possíveis soluções. A seca e suas consequências é o principal deles, mas também as suas causas, como a construção de barragens e o incentivo ao agronegócio. “Deu tristeza cruzar os rios secos, onde a água não corre mais, somente em época de chuva. A falta de água força a migração, que é outro grande desafio. Além disso, há a dificuldade de escoamento da produção dos agricultores, pela má situação de estradas. Doentes e idosos vivendo em lugares inacessíveis, onde o carro não vai, é outra realidade difícil. Assim, melhorar as condições de vida deste povo é missão da Igreja”, completou dom Marcello. Foi a primeira vez que Francisco Salvador de Moura, religioso da Congregação da Trindade Santa, participou da missão. Ele visitou as famílias
das comunidades Tamanduá e Lagoa Grande, que ficam no alto de um morro. Membro das pastorais sociais em Materlândia (MG), Francisco disse que foi muito bom escutar as histórias do povo. “Eles ficaram entusiasmados para dar continuidade ao processo. As principais dificuldades aqui são a falta de água e a higiene dela, que vem do poço e, muitas vezes, chega suja”, contou. Eva destacou ainda que é urgente que se criem leis ou se façam valer as que já existem para preservar o meio ambiente. “Na verdade, sobram leis e falta justiça. As questões ambientais, como a preservação dos rios e das nascentes são urgentes. É preciso frear o desmatamento desordenado, as grandes extensões de monocultura e os projetos das barragens sem consulta e respeito às populações locais. É preciso repensar os incentivos ao agronegócio, em que o camponês vai perdendo suas terras, suas raízes, sua cultura e sua vida.”
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Curso para Bispos aborda a missão na Igreja A vida consagrada e a missão dos bispos são as temáticas escolhidas para a edição 2014 do Curso para Bispos promovido pela Arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ), até do dia 7. Entre os conferencistas está o prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, o cardeal dom João Braz de Aviz.
A luta para preservar a história e a cultura do povo Fotos: Sergio Ricciuto
Moradores das comunidades rurais do Vale desenvolvem atividades de resgate histórico e cultural Nayá Fernandes
Enviada especial ao Vale do Jequitinhonha (MG)
Para se chegar à comunidade de Tamanduá, cerca de 40 minutos de Jenipapo de Minas, município mineiro que fica a 734 quilômetros da capital, Belo Horizonte, é preciso atravessar muitos “mata-burros” e enfrentar um longo caminho morro acima, desviando-se das pedras soltas e dos animais que, muitas vezes, invadem a estrada. Lá moram cerca de 20 famílias, das quais 7, até o fechamento desta edição, tinham deixado suas casas e migrado para trabalhar nas fazendas de café ou de cana, ou mesmo na construção civil, onde ficam de fevereiro a dezembro de cada ano. Mas há quem lute para permanecer,
Olímpio e Claudiana ajudam a construir a comunidade de Tamanduá, que pertence à cidade de Jenipapo de Minas, no Vale do Jequitinhonha (mg)
mesmo em condições adversas como é o caso de Olímpio Cardoso de Souza, 56, e Claudiana dos Santos, 30. Olímpio foi um dos primeiros moradores da região. “Aqui era só chapada. A gente celebrava embaixo de um pé de pequi. Depois, o padre que nos acompanhava sugeriu que começássemos a formar uma comunidade”, contou. Depois de cantar algumas modas de viola, ele relatou à reportagem que trabalhou no corte de cana durante cerca de
quatro meses, mas depois resolveu não mais migrar. “Não aguentei trabalhar, porque era muito pesado e a gente não ganhava nada. Eles pagavam o que queriam. Então, eu preferi mexer com roça e ficar aqui na comunidade. Dediquei toda a minha vida aqui.” No posto de saúde comunitário não há médicos suficientes e, quando chove, as crianças precisam caminhar cerca de 2 quilômetros para pegar o ônibus que leva até a escola mais próxima. Mas, a comuni-
dade conta com uma “Casinha de Cultura”, projeto da ONG “Fundo Cristão para Crianças”. Claudiana trabalha há dez anos no projeto. “Fui voluntária durante quatro anos. Depois, fiz educação infantil e aprendi muitas coisas. Gosto muito do que faço. Mas é preciso dedicar o tempo, e gostar das crianças, afinal, aqui é a casa delas.” No povoado Tamanduá são cerca de 20 crianças. “Algumas vão e voltam, porque acompanham os pais na migração, e a gente perde muito com isso.
Confeccionamos carrinhos de madeira, bonecas de pano. Todo início de ano é uma festa. As crianças hoje não brincam mais. Então, a Casinha é um incentivo ao brincar”, explicou Claudiana. Assim, os lutadores anônimos do Jequitinhonha vão construindo um Brasil desconhecido e dedicam a sua vida aos outros. Afinal, como diria o cantor mineiro Vander Lee, na canção “Do Brasil”: “Falar do Brasil sem ouvir o sertão é como estar cego em pleno clarão”.
Migração forçada gera situações de trabalho degradantes Nayá Fernandes
Enviada especial ao Vale do Jequitinhonha (MG)
“O que quero pedir ao Poder Público é uma melhora para a nossa região. Assim, não precisaremos mais migrar. Porque ficar na nossa terra é muito bom.” Esse foi o testemunho de Andreciano Soares de Lima, 30, morador de Jenipapo de Minas, cidade do Vale do Jequitinhonha, região nordeste do Estado de Minas Gerais. Ele participou do seminário “Conflitos socioambientais, migração e direitos: desafios no Vale do Jequitinhonha”. O encontro aconteceu na conclusão da 29ª edição da missão que anualmente é realizada pelo Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM) na região. Andreciano migra desde 2008 para o corte de cana em fazendas dos Estados de Minas Gerais e São Paulo. Ele contou à reportagem uma das últimas
experiências de violação de direitos que sofreu, quando trabalhou na Usina Nova Alvorada, em Guaranésia (MG), de 14 de maio a 5 de novembro de 2012. “Eram cerca de 200 pessoas que trabalhavam lá. No início, recebíamos o pagamento, mas depois, eles começaram a não mais pagar conforme o combinado.” Além da falta de pagamento, os trabalhadores viviam em condições subumanas. “Não tinha
faxineira, a comida não vinha na hora certa, porque as panelas eram pequenas. O refeitório era a céu aberto, e os pardais ficavam nas mesas enquanto almoçávamos.” O desfecho do caso foi uma manifestação, na qual mais de 150 trabalhadores bloquearam um trecho da BR-491. Claudilene da Costa Ramalho, membro do SPM, foi a única mulher a participar da ocupação. Ela sou-
be da situação dos trabalhadores por meio de troca de e-mails da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e saiu de Vitória (ES) para apoiá-los. “O bonito foi que eles mesmos, ajudados pelo sindicato dos trabalhadores, tomaram conta do processo.” Ainda hoje, os trabalhadores não receberam todas as parcelas do seguro-desemprego e, Andreciano, emocionado, em frente ao prefeito de Jenipapo de Minas, Fotos: Sergio Ricciuto
Ocupação da BR-491 no conflito em Guaranésia (MG); Seminário promovido pelo SPM discute questões ambientais
Márlio Geraldo Costa, não pediu para si, mas pediu por todos, pela sua região, pelo povo do Vale. Situações como esta se repetem na maioria das histórias daqueles que migram em busca de uma vida melhor. Com chapéu de couro e sentado entre os demais participantes, estava João Teodoro, de uma das comunidades rurais do município. Durante o seminário, ele confirmava cada uma das informações fornecidas por José Carlos dos Santos, o Carlinhos, sociólogo e pesquisador. “O que acontece com os trabalhadores lá tem a ver com o que acontece aqui no Jequitinhonha desenvolvimentista prioriza as grandes fazendas e gera muita riqueza material para poucos. A maioria das pessoas é obrigada a sair, porque não tem escolhas e, por não ter escolhas, tem que se sujeitar às condições de trabalho degradantes”, afirmou Carlinhos.
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Papa nomeia dom Ilson como secretário do Colégio de Cardeais Na terça-feira, 28, o papa Francisco nomeou o bispo brasileiro dom Ilson de Jesus Montanari, 54, como secretário do Colégio Cardinalício, que atualmente é constituído por 199 cardeais, que auxiliam o Pontífice nas decisões da Igreja. Dom Ilson é natural de Sertãozinho (SP) e ocupa o cargo de secretário da Congregação dos Bispos.
Dom Edmilson é nomeado bispo de Guarulhos Assessoria de Imprensa/Diocese de Guarulhos
Diocese localizada na região metropolitana de São Paulo estava vacante desde setembro de 2013 Redação
Dom Edmilson Amador Caetano, 53, da Ordem Cisterciense, assumirá a Diocese de Guarulhos (SP) em 16 de março, às 15h, em celebração no Ginásio Thomeuzão. A informação foi confirmada na quinta-feira, 30, um dia após a sua nomeação pelo papa Francisco, transferindo-o da Diocese de Barretos (SP), que dirigia como bispo desde 2008. Na primeira visita a Guarulhos, no dia 30, dom Edmilson reuniu-se com o clero diocesano e concedeu coletiva de imprensa, na qual disse que pretende conversar com cada padre e visitar as paróquias para conhecer as realidades pastorais. Comentou, ainda, que a Igreja precisa trabalhar com todos os segmentos da sociedade, e que as paróquias não devem cultivar pastorais
Transferido da Diocese de Barretos (SP), dom Edmilson Amador Caetano assumirá como quarto bispo da história de Guarulhos (SP), em 16 de março
de manutenção, mas ser missionárias. Dom Edmilson, nascido na capital paulista em 20 de abril de 1960, será o quarto bispo de Guarulhos. Ele sucede a dom Joaquim Justino Carreira, falecido em 1º setembro de 2013, aos 63 anos. Em junho de 2012, a Diocese também perdeu seu bispo emérito, dom Luiz Gonzaga Bergonzini, que faleceu aos 76 anos. Em sua primeira mensagem aos fiéis da Diocese de Guarulhos, dom Edmilson pe-
diu: “Rezem por mim para que eu seja um pastor zeloso para este povo que me é confiado. Sei que enfrentarei desafios pastorais com os quais nunca tive contato, mas o meu ‘sim’ foi dado em espírito de fé e não poderia ser de outro modo”. Ainda na mensagem, o bispo disse que acolhe sua nova missão com alegria, confiança e disponibilidade. “O meu lema episcopal é ‘Deus providenciará’, inspirado na resposta que Abraão dá a seu filho Isaac na subida do monte. Diante das
minhas incapacidades, Deus me fará capaz. Diante dos meus temores e tremores, o Senhor me fortalecerá. Diante do incompreensível humanamente, o Espírito me iluminará. Na indigência, o Senhor saciará de bens os famintos. Diante dos meus pecados e debilidades, o Senhor me fará misericórdia. Diante dos soberbos, opressores e injustos, o Senhor derruba os poderosos e exalta os humildes. Espero que todos vocês assumam comigo esse lema, para que possamos na fé
viver a obra da evangelização que o Senhor nos confia neste momento da história.” Dom Edmilson Amador Caetano 53 anos Natural de São Paulo (SP) Ordenação presbiteral: 7/12/1985 Ordenação episcopal: 23/3/2008 Bispo de Barretos, entre 2008 e 2014. Nomeado bispo de Guarulhos (SP), pelo papa Francisco, em 29 de janeiro de 2014.
115 delegados de São Paulo participarão do 15º ENP Daniel Gomes Redação
Começa na quarta-feira, 5, e segue até o dia 11, em Aparecida (SP), o 15º Encontro Nacional de Presbíteros (ENP), que reunirá sacerdotes de todo o Brasil, para a reflexão do tema “O Concílio Vaticano 2º e os presbíteros no Brasil: testemunhas de fé, esperança e caridade” e do lema “Estai sempre prontos a dar razão da esperança a quem pedir” (cf. 1Pd 3,15). Do Regional Sul 1 da CNBB (São Paulo), 115 delegados estão inscritos para o encontro. Em setembro de 2013, eles participaram do chamado “Paulistão Presbiteral”, organizado pela Comissão Regional de Presbíteros (CRP), quando se preparam para participar do 15º ENP. De acordo com o padre Carlos Alves Ribeiro, do clero da
Arquidiocese de São Paulo e presidente da CRP, os delegados do Regional Sul 1 levarão ao 15º ENP “a preocupação no que se refere a refazer o caminho da esperança. Temos que recuperar a nossa esperança para que a alegria nos contagie e nos impulsione a viver o
ministério presbiteral a serviço do anúncio da boa notícia ao povo”, comentou ao O SÃO PAULO. Padre Carlos avaliou que o tema do encontro levará a reflexões sobre o papel do presbítero no Brasil como “o homem da esperança”. O pre-
sidente da CRP acredita que os padres “falarão acerca de seus trabalhos, nos indicando ‘a razão de sua esperança’ num mundo marcado pelo pessimismo e pela perda do sentido da vida. Será um convite a cada presbítero para olhar sua vida e seu ministério, sempre sob a Luciney Martins/O SÃO PAULO - fev. 2010
ótica da esperança”. A última edição do ENP aconteceu em fevereiro de 2012 e refletiu sobre “a identidade e a espiritualidade do presbítero, no processo de mudança de época”. Entre os aspectos destacados pelos 409 participantes daquele encontro, apontou-se que o presbítero não aceita mais que sua identidade seja imposta externamente, mas nem todos estão dispostos a construir uma identidade própria. Segundo o padre Carlos, com base nas reflexões do último ENP, o Regional Sul 1 da CNBB buscou incentivar a Pastoral Presbiteral nas dioceses. “O presbítero deve viver em comunhão. Entendemos que, isolado, perde sua identidade. ‘Sacramentalmente’ unido a seu bispo e a todo o presbitério, forma unidade na diversidade”, concluiu o presidente da CRP.