O SÃO PAULO - edição 3009

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 59 | Edição 3009 | 3 a 9 de julho de 2014

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Criado na Arquidiocese um Vicariato próprio para o mundo da educação O Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade assume a responsabilidade de “organizar e coordenar a Pastoral da Educação e do Ensino Religioso, envolvendo as regiões episcopais e comu-

nidades paroquiais nesta missão”. Para articular suas ações, o novo organismo fará um levantamento da situação dos diversos âmbitos educacionais na Arquidiocese, incluindo a maneira como está organizado o

atendimento religioso e pastoral nas muitas instituições de ensino, ligadas ou não à Igreja. O vigário episcopal para a Educação e a Universidade, dom Carlos Lema Garcia, começa a exercer sua função no dia 21 de

Na Catedral da Sé, dom Odilo ordena bispo auxiliar para SP Luciney Martins/O SÃO PAULO

julho. Em entrevista a O SÃO PAULO, o bispo aponta as perspectivas para a missão, que assume consciente das dificuldades e, ao mesmo tempo, esperançoso. Páginas 11, 12, 14

Luciney Martins/O SÃO PAULO

A Arquidiocese de São Paulo está em festa! No domingo, 29, solenidade de São Pedro e São Paulo, fiéis lotaram a Catedral da Sé para acompanhar a ordenação episcopal do monsenhor Carlos Lema Garcia. Nomeado pelo Papa, em 30 de abril, dom Carlos foi designado como “bispo titular de Alava e empossado no oficio de bispo auxiliar de São Paulo, no encargo de vigário geral da mesma arquidiocese e, ao mesmo tempo, o encarregamos como Vigário Episcopal do Vicariato para a Educação e a Universidade” descreve o decreto de nomeação. Seu lema episcopal é Iter para tutum (prepara um caminho seguro), verso tirado do hino mariano Ave Maris Stella. Página 12

Disponível instrumento de trabalho para Sínodo sobre a família De 5 a 19 de outubro acontecerá, em Roma, a 3ª Assembleia Extraordinária dos Bispos que terá como tema “Os desafios pastorais para as famílias no contexto da Evangelização”. Um questionário foi enviado para as dioceses em todo o mundo, e o resultado foi divulgado na quinta-feira, 24. Cardeal Lorenzo Baldisseri, secretário geral do Sínodo, em entrevista, destacou os principais temas abordados. Página 24

Ação black bloc não faz parte da prática do MPL Página 15

Na Copa da Fifa, há paz entre as torcidas? Página 17

Copa dos Refugiados reúne 16 países para um torneio em agosto Iraque, Camarões, Paquistão, Burquina Faso, Angola e Bangladesh são alguns dos países participantes da Copa dos Refugiados, que teve evento de abertura no sábado, 28, no pátio da Igreja Nossa Senhora da Paz, onde funciona também a Casa do Migrante e a Missão Paz. A copa pretende integrar os refugiados que, por diferentes motivos, saíram de seus países para continuar vivendo em paz. Na abertura, houve o sorteio dos jogos que acontecerão dias 2 e 3 de agosto. Página 16


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editorial

Vicariatos: presença evangelizadora da Igreja A presença da Igreja em determinados ambientes através de vicariatos episcopais revela o compromisso missionário da Arquidiocese de São Paulo. Ela já se faz presente junto à população de rua, num testemunho claro de que os filhos de Deus mais sofridos, reproduzem em seus rostos o rosto desfigurado de Cristo. Eles precisam saber que são amados por Cristo e que de desfigurados podem passar a transfigurados, com o respeito profundo dos cristãos. Padre Júlio Lancellotti é o vigário episcopal desta população de rua e sabemos com que garra ele a defende, não hesitando em interpelar as autoridades em sua defesa. O morador de rua vem sendo preocupação pastoral da Arquidiocese de

São Paulo desde o arcebispado de dom Paulo Evaristo Arns. A Igreja também se faz presente no vasto mundo da comunicação. O Vicariato da Comunicação promove a comunicação dentro da própria Arquidiocese, incentiva que a comunicação seja pastoral ativa em todas as comunidades e paróquias, articula a comunicação do jornal O SÃO PAULO, da rádio 9 de julho, do site arquidiocesano, e faz a ponte entre a mídia laica e a Igreja. Os comunicadores cristãos têm sua paróquia ambiental e podem recorrer ao Vicariato em qualquer circunstância. Dom Odilo Pedro Scherer quis o vicariato bem atuante e ele tem caminhado neste sentido. Agora, acaba de ser criado um novo vi-

cariato, o da Educação e da Universidade. E que bom saber que a Igreja, que jamais foi omissa no mundo da educação, vai estar presente de modo mais visível nele. A Pastoral da Educação, o Ensino Religioso nas Escolas, a Pastoral Universitária, os mestres e professores cristãos têm agora onde recorrer quando se tratar de testemunhar o Evangelho no ambiente escolar e universitário. É chegada a hora de uma discussão em alto nível sobre fé e razão que não se opõem, antes devem andar de mãos dadas em vista de uma sociedade mais solidária. E é chegada a hora da Igreja abraçar carinhosamente os jovens cristãos que querem viver a sua fé e têm de suportar dificuldades de todo tipo em sua vivência cristã.

A Arquidiocese de São Paulo, não é de hoje que, é sensível ao apelo de uma nova evangelização, querido pelos papas João Paulo II, Bento XVI e Francisco. Tem também como destaque nessa preocupação a iniciação à vida cristã. Os três vicariatos são frutos dessa sensibilidade e dessa resposta ao apelo da Igreja no Mundo. A iniciação à vida cristã passa pela comunicação, pelos diferentes níveis de educação, do primário à universidade e leva ao acolhimento fraterno dos filhos de Deus que vivem em nossas ruas, praças e avenidas. Deus seja louvado, portanto, pelos vicariatos episcopais da Igreja na cidade. E que eles produzam muitos frutos bons para esta cidade onde Deus habita.

opinião

Há algo de podre no ar Gilberto Di Pierro

“Há algo de podre no reino da Dinamarca”. Se Shakespeare transferisse Hamlet para o Brasil de hoje, a frase certamente seria muito diferente, a partir da quantidade de podridão no ar, só vista em antigas republiquetas latino-americanas de outros tempos ou em ditaduras do outro lado do planeta, que os brasileiros acompanham através de carnificinas diárias mostradas por agências de notícias e pelos correspondentes de emissoras de TV. Do lado de cá, a podridão tem um verdadeiro festival de ingredientes: corrupção, denúncias, assaltos aos cofres públicos, ética esmagada, saúde menosprezada e mesmo criminosa, ignorância, arrogância, abuso de poder, falta de caráter, mentiras, tudo o que de pior a humanidade já conseguiu cometer. E agora, nos últimos tempos, uma conspiração para a eternização do mando que avança lenta, quase desapercebida do brasileiro médio e cuja fúria começa a ser detectada. Não é diferente das velhas republiquetas ou das ditaduras orientais: o que importa é tentar permanecer no controle. Pode-se

usar das mais diversas artimanhas para enganar 200 milhões de pessoas que, meio aturdidas, sentem que alguma coisa insaciável paira no ar, almejando mesmo a destruição dos mais sacros princípios democráticos. Ninguém pode garantir que as vaias e o coro do Itaquerão não tenham sido planejadas: delas, tenta-se criar uma imagem de vítima ao mesmo tempo em que se espalha que os mais ricos criaram um pacto para impedir que os atuais governantes não permaneçam onde estão. O pacto não existe e se existisse, seria muito bem-vindo. Quando se acrescenta que além da “elite branca”, os míseros mortais também faziam parte da agressão, pode parecer, à primeira vista, um legitima constatação. Só que é outro passo da insolente conspiração que, se chegar a lograr êxito, fará deste País uma colossal lata de lixo. Será a glória da podridão. E

Sergio Ricciuto Conte

mais: quando o poder se reúne com os black blocs na surdina, antes de mais nada, evidencia-se que conhece quem são esses criminosos, pode até chamá-los pelo nome e lhes oferecer um café ou mesmo combinar algum novo tipo de ataque. Podem ser correligionários, partidários das mesmas causas ou bem pagos, porque o poder tem muito dinheiro arrancado diaria-

mente do bolso de cada brasileiro. A conspiração que marcha pelos subterrâneos nacionais começa a ter a mesma força das divisões Panzer do hitlerismo. Existe uma mídia atenta, que não poupa denúncias e críticas a essa subterrânea ação e que, agora, começa a ser apredejada e acusada de fomentar a discórdia. Fazem lista com seus nomes, numa espécie de novo macartismo, com o mesmo principio de ‘dedo-durismo’, chegando a ameaçá-los em seus empregos ou, quem sabe, mais do que isso. Em elucubrações rasteiras, planeja-se impor um programa nacional de controle da mídia que, certamente, não atingirá blogs ou sites patrocinados, que recebem dinheiro público, a título de publicidade. Ou seja: atenta-se contra o principio da livre manifestação, garantido na Constituição. Agora, contudo, uma pausa para melhor reflexão: milhões de

brasileiros jovens, mais maduros, familiares, ao lado de visitantes, vivem dias festivos por conta da Copa. É como um colossal desabafo, na impossibilidade de qualquer outra reação. Estão pintados, mas não vão à guerra. Gritam, mas não entram em campo na defesa do seu país, de seus familiares, de seu futuro. Nos tempos da ditadura militar, convencionou-se dizer que “o futebol era o ópio do povo”. Ninguém pode admitir que essa premissa se repita agora. A história nos mostra que uma massa unida foi às ruas, como começou a ir em junho do ano passado e a Marcha da Candelária foi a primeira grande festa para os olhos, para o espírito e para a alma. Lá atrás, o Brasil foi às ruas e é chegada a hora de ir de novo, às ruas e às urnas. E com dupla missão: recuperar o chão que é de todos, expulsando antes, dessas mesmas ruas, o que participam da ação do poder conspiratório, vândalos transvestidos de patriotas. A dignidade será a arma de cada um: terá a força de muitos canhões. Gilberto Di Pierro é jornalista, assina colunas diárias em 30 jornais com o pseudônimo de Giba Um, é também consultor de comunicação. E-mail: gibaum@gibaum.com.br

espaço do leitor

CORPUS CHRISTI: Tradição renovada no centro da cidade (edição 3008) “Bela capa. parabéns aos diagramadores, fotógrafos e equipe. Povão, Cristo e o bispo.

Tudo muito bonito e solene”.

texto OPINIÃO referente às Violações ao Estado Democrático de Direito do Sr. Faissal Yunes Opinião: Violações ao Junior, porém gostaria de contribuir com dados publicados no Estado Democrático de site do Portal da Legislação do Direito: e não é que dava para piorar! (edição 3007) Governo Federal (http://www4. “Primeiramente, parabenizo o planalto.gov.br/legislacao/legisFernando Altemeyer Junior (pelo Facebook)

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

lacao-1/medidas-provisorias) de lentado em gestões anteriores do que no período de Governo FCH que na atual”. foram 1.497 medidas provisórias, Edson Silva (por e-mail) no Governo Lula foram 418 meRedação do jornal O SÃO PAULO. didas e no atual governo Dilma Endereço: Avenida Higienópolis, 890, São Paulo (SP), CEP. 01238-000. foram 128 medidas provisórias. E-mail: osaopaulo@uol.com.br Portanto, o Estado Democrático Twitter: @JornalOSAOPAULO Facebook: Jornal O SÃO PAULO de Direito já foi muito mais vio-

Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Reportagem: Cônego Antônio Aparecido Pereira, Daniel Gomes, Edcarlos Bispo e Nayá Fernandes • Institucional: Rafael Alberto • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Assinaturas: Djeny Amanda • Projeto Gráfico e Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Impressão: Atlântica Gráfica e Editora Ltda. • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail• A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.


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encontro com o pastor

Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade

Arcebispo metropolitano de São Paulo

cardeal odilo pedro scherer

Após ouvir o Conselho de Presbíteros e os Bispos Auxiliares, e tendo tomado o conselho de mais outras pessoas, no dia 27 de junho passado, solenidade litúrgica do Sagrado Coração de Jesus, erigi na Arquidiocese de São Paulo o Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade. Ao lado dos seis vicariatos territoriais, ou Regiões Episcopais, este torna-se o 3º vicariato ambiental na Arquidiocese, junto com o Vicariato para o Povo da Rua e o da Pastoral da Comunicação. Com esse novo Organismo Pastoral, temos o propósito de aproximar mais, em São Paulo, a ação evangelizadora da Igreja nos ambientes da educação e do ensino superior, onde se encontram as crianças, adolescentes e jovens, além de numerosos profissionais de educação e ensino. Trata-se de responder a dois apelos da Igreja, que nos são feitos há algum tempo e, de maneira incisiva, pelo papa Francisco: ir ao encontro dos jovens e ser uma “Igreja em saída”, com nova disposição mis-

sionária. Os âmbitos da educação e da universidade são especialmente importantes para a missão da Igreja, pois é neles que se prepara o futuro da sociedade; e a “alegria do Evangelho”, o sal, o fermento e a luz do Reino de Deus não poderiam faltar na formação daqueles que assumirão os destinos da comunidade humana. Outro fato relevante, que levou à criação o novo Vicariato, é que na Arquidiocese de São Paulo há uma enorme concentração de instituições de educação e de ensino superior, estatais ou privadas, ligadas à Igreja ou não, com uma população estudantil que ultrapassa bem um milhão de pessoas! Nada indiferente para a missão da Igreja! Reconhecemos que a maior parte dessas pessoas não é envolvida nem está em contato com as “normais” estruturas pastorais da Igreja, como as paróquias e as diversas organizações eclesiais. Mediante o Vicariato para a Educação e a Universidade, esperamos ter uma possibilidade a mais para ir ao encontro dessa população e para estar em contato com ela, convidando-a para o encontro com Deus, por Jesus Cristo e a experiência da fé cristã e da vida eclesial. É missão primária da Igreja, anunciar o Evangelho a toda

criatura e em todos os ambientes. Nos âmbitos da educação e da universidade, os cristãos leigos, de maneira especial, têm um campo imenso para lançar as sementes do Evangelho e para contribuir nos processos sociais e culturais; as luzes do Evangelho e a sabedoria, que brota da experiência educadora secular da Igreja, podem beneficiar muito a educação. No desempenho dessa missão, os leigos precisam ser formados e estimulados de maneira adequada. O Vicariato para a Educação e a Universidade tem competências pastorais próprias e passa a ser coordenado por um vigário episcopal. Já nomeamos e provisionamos neste encargo o novo bispo auxiliar, dom Carlos Lema Garcia, que desempenhará suas atribuições nos âmbitos do Vicariato em sintonia com a Pastoral de conjunto da Arquidiocese de São Paulo. Cabe ao Vigário Episcopal fazer o planejamento de ações voltadas a alcançar os objetivos do Vicariato, propondo iniciativas de abrangência arquidiocesana, regional e paroquial. O novo Vicariato foi posto sob a proteção de Deus, o patrocínio do apóstolo São Paulo, patrono da Arquidiocese, e a especial intercessão de São José de Anchieta, educador e apóstolo do Brasil.

Tweets do Cardeal

@DomOdiloScherer 30 – Disse Jesus a Pedro: “Eu roguei por ti, ó Pedro, que tua fé não desfaleça. Quando estiveres convertido, fortalece os teus irmãos”. 29 – Lc 1,68-79 “Disse Pedro a Jesus: A quem nós iremos, Senhor Jesus

Cristo? Só tu tens palavras de vida eterna!”

29 – Festa de S.Pedro e S.Paulo, dia do Papa. “Oremus pro Pontifice nostro Francisco!” 28 – Bom dia, a paz esteja contigo!

27 – Sl 110,10: “Temer a Deus é o princípio do saber e é sábio todo aquele que o pratica”. 27 – Ef 2,4-7 “Deus é rico em misericórdia... Ele nos amou, quando estávamos mortos por causa das nossas faltas...”

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atos da cúria

Posse de Pároco Em 1 de junho O Revmo. Frei Marcelo Alves, OP, recebeu posse canônica como Pároco da Paróquia Sagrada Família, no bairro da Saúde, Região Episcopal Ipiranga, em cerimônia presidida pelo Revmo. Padre Anísio Hilário.

Criação do Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade Em 27 de junho de 2014, Solenidade do Sagrado Coração de Jesus Sua Eminência o Cardeal Dom Odilon Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, assinou o decreto de criação do Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade, como um Organismo Pastoral desta mesma Arquidiocese, em conformidade com os cânones 475 a 481 do Código de Direito Canônico.

Posses do Ofício de Bispo Auxiliar de São Paulo Em 29 de junho de 2014, Solenidade de São Pedro e São Paulo Dom José Roberto Fortes Palau, Bispo titular de Acufida, tomou posse do seu ofício de Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo. No mesmo dia, foi provisionado por Sua Eminência o Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, como Vigário Geral da Arquidiocese e Vigário Episcopal para a Região Ipiranga. A provisão entrará em vigor em 19 de julho do mesmo ano. Dom Carlos Lema Garcia, Bispo titular de Alava, tomou posse do seu ofício de Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo. No mesmo dia, foi provisionado por Sua Eminência o Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, como Vigário Geral da Arquidiocese e Vigário Episcopal do Vicariato para a Educação e a Universidade. A provisão entra em vigor em 21 de julho do mesmo ano.

O jornal O SÃO PAULO está de cara nova 3666-9660 - 3660-3723 - 3660-3724

faça parte desta mudança


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liturgia e vida 14º DOMINGO DO TEMPO COMUM 6 DE JULHO DE 2014

Ana Flora Anderson

palavra do papa

Em Pedro e Paulo a graça de Cristo realizou grandes coisas

Mansos de Coração A antífona da liturgia de hoje faz-nos lembrar de que louvamos a Deus porque Ele é nossa fonte de misericórdia e de justiça. A oração apresenta o tema central do dia: é pela humildade que o Filho de Deus reergueu o mundo. A primeira leitura (Zacarias 9, 9-10) nos convida a exultar, pois nosso Deus é um salvador justo e humilde. Ele nos salva dos perigos deste mundo e oferece paz a todas as nações. Na segunda leitura (Romanos 8, 9.11-13), São Paulo nos lembra de que é possível ser discípulo de Jesus somente quando somos inspirados e fortificados pelo Espírito Santo. O Apóstolo usa o termo “carne” para descrever nossas limitações e fraquezas. O Espírito que habita em nós liberta-nos para viver como verdadeiros discípulos. Essa experiência nos leva a promover a paz, fruto da mansidão. O Evangelho de São Mateus (11, 25-30) aprofunda o ensinamento do profeta Zacarias na primeira leitura. Jesus é o manso Salvador que revela por palavras e gestos que o Pai protege os pobres e os humildes. Jesus dá esperança a todos que estão cansados de carregar os sofrimentos deste mundo. Ele se revela como aquele que nos dará sempre descanso e ânimo para enfrentar o futuro. O nosso caminho consiste em segui-lo na pobreza e na mansidão do coração. leituras da semana

Segunda-feira (7): Os 2, 16.17b-18.21-22; Sl 144; Mt 9, 18-26; Terça-feira (8): Mt 9, 18-26; Sl 113; Mt 9, 32-38; Quarta-feira (9): Os 10,1-3.7-8.12; Sl 104; Mt 10, 1-7; Quinta-feira (10): Os 11,1-4.8c-9; Sl 79; Mt 10, 7-15; Sexta-feira (11): Os 14, 2-10: Sl 50; Mt 10, 16-23; Sábado (12): Is 6,1-8; Sl 92, 1ab. 1c-2. 5; Mt 10,24-33

SANTOS HERÓIS DO POVO 3 DE JULHO O dia 3 de julho é todo consagrado ao apóstolo São Tomé (imagem). Ele tornou-se célebre por duas passagens narradas no Evangelho. Uma, durante a última Ceia, em que ele interroga o Mestre sobre o “caminho para ir ao pai”. Outra vez, quando ele, não acreditando na ressureição de Jesus, quis apalpar as chagas das mãos, dos pés e do lado. Muita outra coisa que não se sabe sobre São Tomé. Alguns até acham que ele tenha vindo ao Brasil. Segundo o maior historiador da Antiguidade, Eusébio teria ido até os Partos e chegou, segundo outra tradição, ás Índias, onde teria sofrido o martírio. Daí a ideia de que ele teria vindo até o Brasil. São Francisco Xavier fez uma grande peregrinação a Meliapour, antes de embarcar para o Japão, sinal de que aí ele era venerado. Vamos à Síria, venerado ai Santo Anatólio, bispo e confessor. Antes de ser bispo, era conhecido pela sua habilidade e coragem, sobretudo, salvando a população de Alexandria, cercada pelos romanos. Depois, eleito bispo, ele se celebrizou pelos Dez Tratados sobre Aritmética e pelo cálculo sobre as datas da Páscoa, tão discutidas naquele tempo. Santo Anatólio deve ter morrido pelos anos 280. Fonte: “ Santos e Heróis do Povo” livro do cardeal Arns

Papa francisco

Seguem as palavras do papa Francisco antes de rezar a oração mariana do Angelus na praça São Pedro, no domingo, 29, Solenidade de São Pedro e São Paulo Desde os tempos antigos, a Igreja de Roma celebra os apóstolos Pedro e Paulo em uma única festa no mesmo dia, 29 de junho. A fé em Jesus Cristo tornou-os irmãos e o martírio os fez se tornarem uma só coisa. São Pedro e São Paulo, tão diferentes entre eles no plano humano, foram escolhidos pessoalmente pelo Senhor Jesus e responderam ao chamado oferecendo as suas vidas. Em ambos a graça de Cristo realizou grandes coisas, transformou-os. E como os transformou! Simão havia renegado Jesus no momento dramático da paixão; Saulo havia perseguido duramente os cristãos. Mas ambos acolheram o amor de Deus e se deixaram transformar pela sua misericórdia; assim se tornaram amigos e apóstolos de Cristo. Por isso esses continuam a falar à Igreja e ainda hoje nos indicam o

caminho da salvação. Também mesmo lugar, ficar bloqueado nós, hoje, se por acaso caísse- nos próprios hábitos. Esta immos nos pecados mais graves pulsiona-nos a vencer o egoíse na noite mais escura, Deus é mo que temos no coração para sempre capaz de nos transfor- seguir decididamente aquele mar, como transformou Pedro e Mestre que deu a sua vida por Paulo; transformar o nosso co- seus amigos. Mas é Ele que com ração e perdoar tudo, transfor- a sua palavra muda-nos; é Ele mando assim a nossa escuridão que nos transforma; é Ele que do pecado em uma aurora de nos perdoa tudo, se nós abrimos luz. Deus é assim: transforma- o coração e pedimos o perdão. -nos, perdoa-nos sempre, como Queridos irmãos e irmãs, esta fez com Pedro e como fez com festa suscita em nós uma granPaulo. de alegria, porque nos coloca O livro dos Atos dos Após- diante da obra da misericórdia tolos mostra muitos traços de de Deus no coração de dois hoseus testemunhos. Pedro, por exemplo, ensina-nos Ambos acolheram o amor a olhar para os pobres de Deus e se deixaram com olhar de fé e a doar a eles aquilo que temos de transformar pela sua mais precioso: o poder do misericórdia; assim se nome de Jesus. Fez isto tornaram amigos e apóstolos com aquele paralítico: deu-lhe tudo aquilo que de Cristo; por isso esses tinha, isso é, Jesus (cf. At continuam a falar à Igreja 3, 4-6). e ainda hoje nos indicam De Paulo, é contado o caminho da salvação por três vezes o episódio do chamado no caminho de Damasco, que marca a revi- mens. É a obra da misericórdia ravolta de sua vida, marcando de Deus nestes dois homens, nitidamente um antes e um de- que eram grandes pecadores. E pois. Antes, Paulo era um fér- Deus quer encher também nós reo inimigo da Igreja. Depois, com esta graça, como fez com coloca toda a sua existência a Pedro e com Paulo. A Virgem serviço do Evangelho. Também Maria nos ajude a acolhê-la para nós o encontro com a Pala- como eles com coração aberto, vra de Cristo é capaz de trans- a não recebê-la em vão! E nos formar completamente a nossa ajude no momento da provação, vida. Não é possível ouvir esta para dar testemunho de Jesus Palavra e continuar parado no Cristo e do seu Evangelho.

você pergunta

Há diferença entre raiva e ódio? Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação na Arquidiocese de São Paulo

Padre Cido Pereira

“Eu gostaria de saber qual a diferença entre raiva e ódio e se é pecado sentir raiva das atitudes de uma pessoa? Veja bem, padre. Das atitudes e não da pessoa!” O Mateus, que mora em Curitiba (PR), me passou um e-mail com esta pergunta. Vou conversar com ele. Sabe, Mateus, há muita diferença entre raiva e ódio. A raiva é momentânea. É aquele sentimento que toma conta da gente quando alguém nos irrita, quando não concordamos com algu-

ma coisa, quando uma pessoa ou algo nos tira do sério... Ficamos furiosos. Mas logo passa e a gente se acalma, põe a cabeça no lugar e pronto. E o ódio? O ódio é aquele sentimento que toma conta do coração da gente e que fica latente lá dentro de nós. Não podemos ver o objeto do nosso ódio que nos desequilibramos. Podemos dizer que é uma paixão que nos leva a desejar ou a praticar o mal contra alguém. Às vezes, o ódio pode ser confundido com a raiva. Mas a raiva, penso eu, vem num momento, permanecendo pouco ou muito tempo em nós. Mas o ódio é mais profundo, ele se instala em nós e nos leva a fazer coisas terríveis. Um acesso de raiva todos nós podemos ter alguma vez na vida. Mas o

ódio dentro de nós, o ódio adquirido, o ódio alimentado diariamente nos faz perder a medida das coisas. Um acesso de raiva pelas atitudes de uma pessoa é coisa normal. Quem fica com raiva de alguém por uma ingratidão, por uma traição está tendo uma reação natural. Alimentar esta raiva, porém, conservá-la dentro de nós, deixar que ela se transforme em ódio mortal, não é coisa dos filhos de Deus. Peçamos a Jesus, manso e humilde de coração, que faça nosso coração semelhante ao dele. E saibamos nos controlar, para que a raiva não nos tire a serenidade e para que o ódio não nos cegue a ponto de fazer de nós pessoas cruéis e sem controle. Um abraço, Mateus! E-mail: padrecido@uol.com.br


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fé e cidadania

bioética

Imigração na Europa

Reflexões sobre uma ‘Bioética Asiática’

PADRE ALFREDO José GONÇALVES

Em 24 horas, nada menos que 3.300 imigrantes provindos no norte da África desembarcaram no sul da Itália, recolhidos com a ajuda das autoridades deste País (“Operação mare nostrum”). Parte considerável dessa população em êxodo é formada de mulheres e crianças, inclusive recém-nascidas. De janeiro até o início de junho, a quantidade de pessoas desembarcadas na região já ultrapassa a casa dos 40 mil. Prevê-se para breve um aumento desse número, dada a situação de de-

sespero nos portos do outro lado do mar Mediterrâneo. Por trás dessa “multidão expatriada” de prófugos e refugiados, o horror do inferno. Inferno de pobreza, miséria e fome, de conflitos armados, de guerras fratricidas, de perseguição e fuga... “No meio do caminho tinha uma pedra”, como diria o poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade: a máfia dos coyotes, intermediários, atravessadores – ou na linguagem mais realista de J. B. Scalabrini, “os mercadoes de carne humana” – que agem dos dois lados do Mediterrâneo.

No fim da linha (um fim que não deixa de ser um novo começo), uma acolhida precária por parte da Itália, em instalações saturadas e à beira do colapso, e uma indiferença de avestruz por parte dos demais países da União Europeia. No horizonte, persiste a esperança e a incerteza dos que caminham em busca de uma nova pátria: esperança de conquistar, enfim, “um lugar ao sol” para si e a família; incerteza de como fazê-lo em meio a um labirinto de tantas adversidades. E-mail: vicariogenerale@scalabrini.org

espaço aberto

A justiça do Reino para hoje Padre Augusto César Pereira

A justiça do Reino é ajustar a sociedade à proposta da Palavra de Deus. Na proposta do Reino, para o estabelecimento da justiça, é preciso, por exemplo, que de tempos em tempos o salário seja ajustado para cobrir as necessidades da família do trabalhador. Portanto, a justiça do Reino não considera o merecimento nem o posto ocupado para justificar que alguém ganhe mais do que precisa. Durante a 20ª Copa do Mundo de Futebol no Brasil, a opinião pública dividiu-se não tanto quanto à realização do torneio, mas com relação aos gastos astronômicos especialmente na construção de 12 suntuosos estádios. O prometido é que parte do dinheiro sairia das empresas particulares. No entanto, o governo precisou acudir com 85% dos gastos, recorrendo aos cofres públicos. Os desgostosos com a situação repudiam o gasto exorbitante como desperdício, demonstrando a insatisfação por meio de passeatas, protestos e greves; criticam o gasto do dinheiro que deveria ser empregado para reparar as necessidades do povo em hospitais, escolas, moradias, trans-

portes e segurança principalmente. viviam em paz, porque repartiam Além disso, foi alvo de repúdio o dinheiro (os bens) “conforme a popular a elitização da Copa, pelos necessidade de cada um” (cf. At 2, ingressos aos estádios serem tão caros 44-45). que até os considerados mais baratos Outra consideração, em torno estão acima das condições de compra das manifestações populares legítipela maioria da população. mas, tirando a ação violenta dos que Já os favoráveis argumentam que o querem calar o povo, as passeatas de retorno cobrirá os gastos e ainda apresentará lucro. Durante a 20ª Copa do O volume despendido proMundo de Futebol no Brasil, va que existia tanto dinheiro. Por que não foi empregado em a opinião pública dividiu-se obras que tivessem beneficiado não tanto quanto à realização as necessidades da população? do torneio, mas com relação O povo sofre ainda o problema sério da falta de água, por neaos gastos astronômicos gligência em preservar os maespecialmente na construção nanciais desprezados. Apesar de 12 suntuosos estádios do alerta da Campanha da Fraternidade (2004), exatamente há10 anos! rua demonstram a tomada de consciConstata-se que, na realidade, falta ência, embora ainda difusa, de que a justiça, o que será feito com as obras estamos em busca do caminho para para ajustar às necessidades imperio- conquistar as mudanças para o novo, sas da população! Vivemos num país que é inadiável. Nada a temer do em que vigora a injustiça instituciona- povo, mas incentivar uma revisão do lizada! Como poderemos assim viver nosso modelo social e político, para em paz? que surja logo a clareza da consciênJá os cristãos da primeira comu- cia dos objetivos e das reformas urnidade católica de Jerusalém eram gentes a construir. E-mail: peaugustocesar@yahoo.com.br admirados e atraíam novos fieis, e

há 50 anos

Papa Paulo VI alerta para perigos do controle da natalidade As palavras do papa Paulo VI sobre os possíveis riscos do controle da natalidade – “um “problema extremamente grave” – estiverem em destaque na edição do O SÃO PAULO de 5 de julho de 1964. “Afirmamos francamente que ainda não temos motivos suficientes para considerar superadas e, portanto, não mais obrigatórias, as normas outorgadas pelo Papa Pio XII a esse respeito; essas normas, portanto, devem ser tidas por válidas, ao menos enquanto não nos sentirmos, em consciência, obrigados a modifica-las. Em assunto de tanta gravidade parece acertado quei-

ram os católicos seguir uma única lei como a que a Igreja, autorizadamente, propõe”, afirmou o Pontífice. O Semanário Arquidiocesano também informou que dom Antonio Alves de Siqueira se tornou vigário capitular da Arquidiocese de São Paulo. “O novo vigário Capitular, que regerá a Arquidiocese de São Paulo até a escolha, pelo Papa, do novo arcebispo – talvez dentro de alguns meses –malgrado seja a autoridade máxima, terá seus direitos limitados, de acordo com as normas que, para cada caso, estabelece o Código de Direito Canônico”.

Capa da edição de 5 de julho de 1964

Leo Pessini

A medicina ocidental também é muito desenvolvida na Ásia, e em muitos países se transformaram hoje em “centros de turismo da saúde”, com qualidade, custos menores de práticas médicas e cirúrgicas comparando-se com Estados Unidos e Europa, além de atrair pacientes de todo o mundo. É o que ocorre hoje na Índia, por exemplo, com centros de saúde certificados pela “Joint Comission” norte-americana, empresa que assegura qualidade e excelência de serviços de saúde, nos Estados Unidos e mundo afora. É no bojo dessa realidade que surgem muitas denúncias em nível internacional da existência do hediondo tráfico internacional de órgãos. Devido o tamanho, a diversidade cultural, social, política e religiosa, em frenética evolução da Ásia, torna-se um tanto arriscado falarmos de uma “bioética asiática”, embora alguns pensadores o fazem. Usualmente, desenha-se um contraste com a “bioética ocidental”, com sua ênfase na autonomia e direitos individuais e justiça garantidos através de contrato e negociação. A Bioética Asiática, por outro lado, baseia-se na harmonia social, refletida numa visão de sociedade bem ordenada, em que há o predomínio dos deveres sobre os direitos individuais e as preferencias individuais subordinando-se ao bem-estar da família e sociedade como um todo. Esses elementos juntos podem se sumarizados no “comunitarismo familiar”. Assim como no ocidente criticamos a ênfase exagerada na autonomia e individualismo que obstaculizam a construção de um projeto comunitário (sociedade do “eu” sem o “nós”), pensadores orientais também criticam a ênfase perigosa na ordem social que alimenta facilmente o paternalismo e patriarcalismo no aconchego familiar e no contexto da saúde, bem como na supressão do ato de “dissentir ou protestar” na sociedade civil (sociedade do “nós” sem o “eu”). Uma abordagem e visão antropológica cultural mais aprofundada (Inculturação), poderia nos mostrar que alguns dos valores tradicionais das sociedades asiáticas podem assegurar uma visão mais equilibrada do lugar do individuo na sociedade. Este exercício pode ser benéfico tanto para a cultura Ocidental, bem como para a Oriental. Ninguém duvida que nossas crenças morais e decisões éticas são influenciadas pelo nosso contexto cultural, e esse inclui as crenças e práticas de uma determinada tradição religiosa, no nosso caso ocidental, em geral, trata-se do Cristianismo. Muitas práticas culturais presentes em alguns países asiáticos, simplesmente não podemos aceitar. Por exemplo, a mutilação genital de meninas, prática essa apoiada pelas mães em algumas culturas porque elas temem que suas filhas não se casem se não passarem por este ritual. As condições sociais que incentivam tais danos são também muito difíceis de superá-las. Por exemplo, em países em que a violação de jovens é muito comum, existem mães que queimam a face e os seios de suas filhas, na esperança de que elas se tornem menos atrativas para os que procuram violentar estas meninas. Claro que isso nos causa repulsa e aí estamos diante de um relativismo moral inaceitável. Outro exemplo disso é a discriminação racial. Novamente, essa questão não nos parece ser uma questão relativa moralmente. Reconhecer os direitos civis e políticos de todas as pessoas, independentemente de da cor de sua pele, defendemos que seja seguramente um valor moral universal. E-mail: superinterdendenciausc@saocamilo.br


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dicas de cultura

literatura

SESC Pompeia tem programação especial para crianças em julho

Rezando com São João Paulo II Reprodução

São João Paulo II foi, até hoje, o terceiro Papa mais longevo em Pontificado na história da Igreja, sendo Beatificado pelo Papa Bento XVI e Canonizado pelo Papa Francisco. Neste livro reunimos e apresentamos as orações que ele incluiu dentro dos seus numerosos escritos e parte daquilo que ele escreveu, propriamente sobre a oração, demonstrando assim, que era um homem de oração, um evangelizador de profunda oração, um verdadeiro discípulomissionário, subindo ao Monte Tabor para contemplar, mas na

Reprodução

certeza de que deveria descer para anunciar. Isso vem claramente demonstrado pelas orações que apresentamos e que eram as suas orações preferidas, as quais rezava com muita frequência, além de ser devotíssimo do Santo Rosário. Por meio deste texto, estaremos unidos em oração e com o modo de rezar do nosso João de Deus. Ficha Técnica Título: Rezando com São João Paulo II Editora: Edições CNBB Reprodução

Durante o mês de julho, o SESC Pompeia recebe uma programação diferente para as crianças. Oficinas de bonecos de biscuit, desenhos de observação e histórias em quadrinhos acontecem no espaço; sendo todas com entrada totalmente gratuita e indicadas para crianças acima de 6 anos. E os pais não ficam de fora, já que as atividades também

são abertas para que eles possam participar. As oficinas são orientadas por Victor Canela e Eng Goan. Crianças e jovens costumam desenhar de memória, dando vazão a sua imaginação, mas não têm o hábito de desenhar de observação. Esse exercício aguça o olhar sobre os arredores, e inevitavelmente interfere no modo como a criança desenha. Para aproximar essa atividade do universo infantil, os objetos são pilhas de bagunça, como

instrumentos musicais, bichos de pelúcia, abajures, bonecas e etc. Tranqueiras de modo geral, inclusive dando nome à oficina. O QUE: Oficinas de bonecos de biscuit, desenhos de observação e histórias em quadrinhos. QUANDO: Dias 5,6 12, 20, 26 e 27 de julho, das 15h30 às 17h30. QUANTO: Gratuito ONDE: Sesc Pompeia (rua Clélia, 93, Pompéia, São Paulo). CONTATOS: www.sescsp.org.br/sesc ou (11) 3871-7700.

vamos cuidar da saúde!

Fungos (Tinea) Este mês, vou falar sobre alguns tipos de fungos, que chamamos de tinea. Os fungos se instalam em ambientes quentes e úmidos. Existe fungo no couro cabeludo, no rosto, no corpo, na virilha, nas mãos, nos pés e nas unhas. Hoje, falarei sobre a tinea captis, do couro cabeludo, que pode ocorrer em crianças e adultos, principalmente em idosos imunodeprimidos. Sua transmissão acontece através de pentes e acessórios para cabeça. É possível observar descamação e alopecia (perda de cabelo), que fica mais intensa em casos de desequilíbrio emocional. Mas

nem toda alopecia é causada por fungo. Produtos químicos, cicatrizes, traumas, cabelos amarrados diariamente também podem justificar queda de cabelo localizada. Outro ponto importante é que muitas pessoas lavam o cabelo todos os dias e, além disso, ficam presos. Com isso, o couro cabeludo fica sempre úmido e se torna um ambiente propício para o fungo. Mas não se preocupe: esse problema tem solução. É necessário que haja acompanhamento médico, pois o tratamento é longo e no caso de abandono de tratamento o fungo se fortifica e fica resistente. Por isso, procure o quanto antes seu médico e siga corretamente suas orientações. Dra. Cássia Regina é médica atuante na estratégia de Saúde da Família (PSF).

O SÃO PAULO: UMA EQUIPE TRABALHANDO POR VOCÊ

ro Diego Montei

Natural de Fortaleza (CE), jornalista profissional e pós-graduado em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero, Diego Monteiro, 28, atua no site da Arquidiocese de São Paulo. Envolvido com a Pastoral do Diálogo Ecumênico e Inter-religioso, escreve sobre estes temas, de modo colaborativo, para O SÃO PAULO. E está ansioso com o portal, que surgirá em breve. “Os fiéis da maior Arquidiocese do Brasil e uma das maiores do mundo merecem um portal que os deixe ainda mais atualizados em relação à vida da Igreja metropolitana”.

direito do consumidor

Estabilidade para quem detém guarda de filho de mãe falecida No dia 25 de junho entrou em vigor e foi publicada uma lei assegurando que, em caso de falecimento da genitora (mãe), será assegurado a quem detiver a guarda do seu filho a estabilidade a que ela (mãe falecida) teria direito no caso de gravidez no emprego. Assim, imagine que Maria devidamente empregada, tenha notícia que esteja grávida. Seu empregador (patrão) pode despedi-la sem justa causa? Não, pois ela tem estabilidade e se for demitida poderá ser reintegrada ou ainda ser indenizada. E se Maria, infelizmente, falecer deixando seu filho pequeno, que acabara de nascer, aos cuidados de sua irmã, Cecília, que ficou com a guarda da criança? Cecília terá o direito de estabilidade que Maria teria se viva estivesse. Saiba de seus direitos, procure um advogado. Ronald Quene é advogado - E-mail: ronaldquene@gmail.com


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Pastoral da 3ª Idade

Espiritualidade

Na escalada a integração psicossocial e espiritual

E depois do apito do árbitro… a vida continua

MARIA JOSÉ HILKNER

Na escalada da vida, estamos sempre iniciando uma nova fase. No início de nossa vida, fase muito curiosa, ainda indefesa e insegura, começamos nossa experiência na subida da montanha. Na juventude de uma maneira impulsiva, aos poucos vamos saindo da dependência paterna, reconhecendo nossas capacidades, amadurecendo e assumindo nossa vida adulta. Fazemos muitas escolhas, derrubamos muitas barreiras para lutar pelos nossos ideais, pela sobrevivência e conseguir nossos anseios de amor e autorrealização. E agora, quando estamos mais próximos do topo da montanha, como uma águia de hipoma que chegou onde planejou, será que é hora de parar, de criar dúvidas, medos? O anseio pela autorrealização continua e a luta para satisfazer as nossas aspirações interiores dependem da integração que fizer-

mos de todas as nossas expecta- desapegando de coisas supérfluas. tivas passadas e presentes, assim Não é mais o ego que comanda, como das condições exteriores, os mas sim o self que se torna presenrelacionamentos que iremos esta- te e assume o comando unificando belecer, a confiança e o conceito o ser, individualizando-o, dando que cada um de nós, fizer de nós segurança e autonomia. Deixarmesmos. -se guiar por um sentir do seu self Agora é hora de usar toda nossa criatividade, dar espaços Não é mais o ego que para nossos impulsos, comanda, mas sim o self que outrora reprimidos por falta de tempo ou se torna presente e assume oportunidade e atender as exigências de o comando unificando o ser, nossa mente mais exindividualizando-o, dando periente. Mesmo com as limitações próprias segurança e autonomia da idade, com um corpo mais fragilizado, que pede mais cuidados, é hora onde as vivências anteriores, os vade continuar, de escolher madu- lores, as experiências ganham uma ramente entre diferentes possi- nova consciência no processo de bilidades que se abrem na nossa individualização e assim uma nova existência, com um sentimento de dimensão de ser humano, olhando liberdade de responsabilidade da para a totalidade e os inter-relaciomissão cumprida. namentos dos elementos que consÉ também hora de se soltar, de tituem o ser total. E-mail: mjhilkner@uol.com.br se abrir para os outros, para a vida,

PASTORAL DA PESSOA IDOSA

A importância do perdão para a pessoa idosa Jairo Fedel

Dentre os muitos problemas que as agentes da Pastoral da Pessoa Idosa encontram em suas visitas domiciliares mensais às famílias e às pessoas idosas, um é a falta de perdão. E dessa falta de perdão gera-se tantos outros problemas a elas mesmas, tais como solidão, descaso, abandono, indiferença, e outras formas de violências. Sabemos que o ato de perdoar é um processo, que muitas vezes leva anos para se decidir perdoar, e outros tantos para perdoar verdadeiramente. Deve-se perdoar setenta vezes sete, já nos dizia Jesus (cfe Mt 18,22). Porém, nem sempre é fácil, principalmente quando a própria pessoa idosa não perdoa a si mesma, culpando-se diuturnamente por ações do passado que não voltam mais e sobre as quais ela não tem mais poder. Lembranças negativas de coisas sofridas tais como: “se fulano não tivesse falado daquele jeito, ou não tivesse feito tal coisa, hoje seria diferente...”, normalmente é isso que ouvimos das pessoas idosas e mesmo das famílias que abrigam essas pessoas sob o mesmo teto. Isso se torna um desafio para a agente da Pastoral da Pessoa Idosa, pois ela precisa ter muita sensibilidade, fé e amor, para transmitir, com muito cuidado, a necessidade do perdão mútuo, sim, com muito cuidado, para não revolver um passado doído e carregado de mágoas, e piorar ainda os sentimentos negativos. Igualmente as agentes, tem que ter

discernimento para não julgar, ape- ela tende a culpar a Deus por todas nas tentar aproximar aqueles que se as coisas ruins e negativas que lhe distanciaram por atitudes passadas. aconteceram na vida. Nesse caso, Esse é o trabalho da agente de pas- a dificuldade de perdão e entenditoral, levar fé, esperança e vida às mento das situações ocorridas no famílias e, principalmente às pesso- passado é mais difícil. Muitas pesas idosas. soas reclamam que, apesar de parRetornando à falta de perdão, ticiparem das missas e ajudarem na acrescentamos que leva ao senti- comunidade, Deus lhes “tirou” o mento de culpa. A pessoa se culpa filho a filha, “levou” minha esposa, por ter feito ou não ter feito deter- meu esposo, e outras queixas nesminadas coisas. É um processo so- se sentido. É necessário saber que frido, que deixou marcas e dores, imagem que a pessoa faz de Deus: é mas é preciso deixar o passado ir- um Deus que se quer controlar, com -se, deixar o passado no passado, é mais É preciso que aquele que do que uma frase de carrega consigo mágoas e efeito, é uma atitude necessária que se deve frustações do passado, domine tomar o mais rápido o seu presente, reconhecendo possível, para que esses sentimentos negaque não se muda o passado, tivos não bloqueiem mas pode mudar sua atitude uma vida feliz e plena pelo tempo que elas com relação a ele têm para viver. Não se pode deixar dominar-se pelo passado ruim, é uma deci- sentimentos e atitudes humanas, ou são que a pessoa idosa, em especial, um Deus, às vezes incompreensível precisa conscientizar-se de que ela é e por isso devo devotar-me a Ele? que esta no comando de sua vida e Na velhice é um desafio abandonar deixar de sofrer por coisas que não as imagens humanas que temos de se podem mudar mais, em que não Deus, e admitir a incompreensibilise tem mais domínio. É preciso que dade de Deus, mas tendo a certeza aquele que carrega consigo mágoas de que essa incompreensibilidade e frustações do passado, domine o ou mistério é puro Amor. E nesse seu presente, reconhecendo que não sentido, a agente da Pastoral da Pesse muda o passado, mas pode mu- soa Idosa sabe levar esse amor e midar sua atitude com relação a ele, sericórdia de Deus às pessoas idodessa atitude depende a sua felici- sas e às suas famílias e assim pode dade e alegria de viver. ajudá-las a viverem melhor. Quando a pessoa é religiosa, e Jairo Fedel é multiplicador da Pastoral não se resolveu com seu passado, da Pessoa Idosa. E-mail: Jairo.fedel@terra.com.br

Frei Patrício Sciadini, ocd.

Não acompanho os jogos do futebol por estar no Egito. Mas tenho um pouco acompanhado os protestos do Brasil diante do desperdício de dinheiro público para que se realizasse a Copa. Também não entendo de economia e não sei avaliar as quantia, mas o que sei avaliar é outra coisa: que os estádios são bonitos e mostram uma cara do Brasil que não é a verdadeira. E que há milhões de irmãos brasileiros e no mundo que não estão muito preocupados em viver 90 minutos de euforia, de gritos, e depois a vida volta ao normal. A copa do mundo sem dúvida deve ser feita, deve ser mantida e bela, é um jogo que une e que faz sentir a alegria da vida a tantas pessoas. Mas não é necessário gastar tantos milhões para “fazer bonito na aparência”... jogos normais, viagens normais, cada país paga as suas estadias, as suas viagens; vem joga e pronto. E depois parte de novo. Um futebol que tem a força da união, da fraternidade, mas não esbanjamento que dói ao coração. E se nós somos sinceros até o fundo do nosso ser, o que mais desejamos não é dinheiro e nem futebol, desejamos ter uma vida feliz, uma família unida, onde se possa viver a alegria da existência humana, onde seja possível ter um teor de vida de paz e de amor. Os desejos não são de coisas passageiras, mas de valores. A copa do mundo nos dá a ilusão de grandeza, mas sempre as partidas terminam e depois volta a cotidianidade e nos despertamos à realidade. E quem sabe que muitos depois choram aquele dinheiro gastado para ir ao estádio para ver o futebol... É necessário formar outros times para uma copa do mundo onde todos sejamos vencedores e não haja algum que perde e outro que vence. A copa do mundo da solidariedade, da fraternidade, da paz. Unidos juntos para vencer, uma vez para sempre, em todos os países do mundo, o analfabetismo. Ainda são milhões de pessoas que não sabem ler e escrever. Recordo minha mãe Domênica que dizia: “meu filho, leia para mim o que está escrito.” E um dia me disse: “quando você me escreve do Brasil vejo a carta, mas não sei ler tudinho que está escrito. Você, de vez em quando, me mande uma foto e pela foto eu vejo se você está bem ou mal, se emagreceu ou engordou”. Era a sabedoria. É preciso nos unir na copa de um mundo, de um time, só o time do bem contra o outro time, o time do mal. E unidos seremos sempre vencedores. Quem luta com as regras do evangelho nunca perde, sempre ganha.

O jornal O SÃO PAULO está de cara nova

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pastoral carcerária

ASSOCIAÇÃO MARIA FLOS CARMELI C.N.P.J.: 06-272-037/0001-55

BALANÇO PATRIMONIAL - Encerrado em 31/12/2013

CONTA NOME DA CONTA 1-0-0-00-000 A T I V O 1-1-0-00-000 ATIVO CIRCULANTE 1-1-1-00-000 DISPONIBILIDADES 1-1-1-01-000 CAIXA 1-1-1-01-001 Caixa - Quintal da Criança 1-1-1-01-002 Caixa - Assoc Maria Flos 1-1-1-01-003 Caixa - Polo Literasampa 1-1-1-01-004 Caixa - Espaço da Criança 1-1-1-01-005 Caixa - Projeto Virando o jogo 1-1-1-02-000 BANCOS C/MOVIMENTO 1-1-1-02-001 Bco do Brasil - c/21.291 1-1-1-02-003 Bco do Brasil - c/34.617 1-1-1-02-004 Bco Bradesco - c/124.828 1-1-1-02-005 Bco Itau - c/67.244 1-1-1-02-006 Banco Brasil c/c 27702-9 1-1-1-02-007 Bco. Brasil c/39.087-9 1-1-1-04-000 APLICAÇÕES FINANCEIRAS 1-1-1-04-001 Bco do Brasil - Poupança c/21.291 1-1-1-04-002 Bco do Brasil-Poup c/27.702 Var 51 1-1-1-04-007 Bco Itau - Poupança c/654-1/500 1-1-1-04-008 Bco Itau - Aplicação c/67.244 1-1-1-04-009 Bradesco 124828 INVEST PLUS 1-1-1-04-010 Banco Brasil c/34617 RF LP 90 MIL 1-1-1-04-011 Bco Brasil - Poup c/27702 Var 01 1-1-1-04-012 Bco Brasil CDB c/21291-1 1-1-1-04-013 Bco Brasil c/39087-9 Poupança 1-1-5-00-000 OUTROS CRÉDITOS 1-1-5-05-000 ADIANTAMENTOS A FORNECEDORES 1-1-5-05-001 Obraplan Construtora Ltda 1-1-5-06-000 ADIANTAMENTOS A FUNCIONÁRIOS 1-1-5-06-002 Empréstimos a Funcionários 1-1-5-06-003 Adiantamento de Férias 1-1-6-00-000 ESTOQUES 1-1-6-01-000 MERCADORIAS/DOAÇÕES 1-1-6-01-001 Mercadorias/Doações 1-1-9-00-000 DESPESAS DE EXERCÍCIO SEGUINTE 1-1-9-01-000 DESPESAS ANTECIPADAS 1-1-9-01-002 IRF Antecipado 1-3-0-00-000 ATIVO NÃO CIRCULANTE 1-3-5-00-000 ATIVO IMOBILIZADO 1-3-5-01-000 BENS EM OPERAÇÃO 1-3-5-01-005 Máquinas e Equipamentos 1-3-5-01-010 Imoveis 1-3-5-01-011 Instalações 1-3-5-01-012 Móveis e Utensílios 1-3-5-01-013 Equipamentos de Informática 1-3-5-01-015 Veículos 1-3-5-09-000 DEPRECIAÇÕES E AMORTIZAÇÕES 1-3-5-09-005 Deprec Máquinas e Equipamentos 1-3-5-09-010 Deprec Imoveis 1-3-5-09-011 Deprec Instalações 1-3-5-09-012 Deprec Móveis e Utensílios 1-3-5-09-013 Deprec Equipamentos de Informática 1-3-5-09-015 Deprec Veículos 1-3-6-00-000 IMOBILIZADO EM ANDAMENTO 1-3-6-01-000 IMOVEIS EM CONSTRUÇÃO 1-3-6-01-001 OBRA - Rua São Paulo, 269/271

SALDO 1.775.317,15 D 950.359,62 D 905.917,36 D 986,96 D 0,93 D 0,56 D 808,07 D 175,88 D 1,52 D 55.479,34 D 10.807,48 D 16.756,29 D 1,00 D 150,00 D 17.498,61 D 10.265,96 D 849.451,06 D 27.109,69 D 51.190,25 D 1.347,58 D 18.684,08 D 40.228,17 D 680.524,57 D 18.724,30 D 3.650,50 D 7.991,92 D 43.261,25 D 1.520,06 D 1.520,06 D 41.741,19 D 1.300,00 D 40.441,19 D 751,26 D 751,26 D 751,26 D 429,75 D 429,75 D 429,75 D 824.957,53 D 599.394,78 D 648.881,53 D 25.006,18 D 500.000,00 D 1.669,76 D 35.693,59 D 28.012,00 D 58.500,00 D 49.486,75 C 3.609,24 C 29.999,96 C 250,44 C 2.464,42 C 5.779,37 C 7.383,32 C 225.562,75 D 225.562,75 D 225.562,75 D

2-0-0-00-000 2-1-0-00-000 2-1-3-00-000 2-1-3-01-000 2-1-3-01-251 2-1-5-00-000 2-1-5-01-000 2-1-5-01-003 2-1-5-01-011 2-1-5-01-016 2-1-5-03-000 2-1-5-03-001 2-1-6-00-000 2-1-6-01-000 2-1-6-01-002 2-1-6-01-003 2-1-6-01-005 2-1-6-01-011 2-7-0-00-000 2-7-1-00-000 2-7-1-01-000 2-7-1-01-001

1.775.317,15 C 6.332,36 C 500,00 C 500,00 C 500,00 C 512,56 C 482,56 C 366,68 C 79,15 C 36,73 C 30,00 C 30,00 C 5.319,80 C 5.319,80 C 442,51 C 271,16 C 2.736,73 C 1.869,40 C 1.768.984,79 C 1.768.984,79 C 1.768.984,79 C 1.768.984,79 C

P A S S I V O PASSIVO CIRCULANTE FORNECEDORES FORNECEDORES NACIONAIS Das Trilhas Coração Prod Artisticas Ltda OBRIGAÇÕES FISCAIS/TRABALHISTAS OBRIGAÇÕES FISCAIS PIS/Folha de Pagamento a Recolher IR Fonte Funcionários a Recolher PIS/Cofins/CSLL Fonte a Recolher OBRIGAÇÕES SOCIAIS/TRABALHISTAS Salários a Pagar OUTRAS OBRIGAÇÕES CONTAS E SERVIÇOS A PAGAR Energia Elétrica a Pagar Telefone a Pagar Agua e Gas a pagar Honorários Contábeis a Pagar PATRIMÔNIO LÍQUIDO SOCIAL PATRIMÔNIO SOCIAL FUNDO PATRIMONIAL SOCIAL Fundo Patrimonial

GERSON DINIZ BRANCO CRC 1SP068651/O-4 CPF 498-509-978/34

Para assinar O SÃO PAULO: Escolha uma das opções e a forma de pagamento. Envie esse cupom para: FUNDAÇÃO METROPOLITANA PAULISTA, Avenida Higienópolis, 890 São Paulo - SP - CEP 01238-000 - Tel: (011) 3666-9660/3660-3724

MARIA HELENA MONTES SILVA DIRETORA GERAL CPF 035-216-328/30

ASSINATURA SEMESTRAL: R$ 45 ANUAL: R$ 78 FORMA DE PAGAMENTO CHEQUE (Nominal à FUNDAÇÃO METROPOLITANA PAULISTA) DEPÓSITO BANCÁRIO Bradesco ag 3394 c/c44159-7 COBRANÇA BANCÁRIA

NOME___________________________________________________________ _________________________________________________________________ DATA DE NASC. ___/___/____CPF/CNPJ _________________________________ ENDEREÇO ___________________________________________________________ __________________________________________________________ nº __________ COMPLEMENTO ______________________ BAIRRO ___________________________ CEP ____________ - ___________ CIDADE____________________________________ ESTADO ______ E-MAIL: ________________________________________________ TEL: (__________) ______________________________________ DATA ____/___/____

Heidi Cerneka despede-se do Brasil após 17 anos imprensa@carceraria.org.br

Após 17 anos de vida no Brasil, atuando pastoralmente na atenção a pessoas nas prisões e em regiões periféricas, a norte-americana Heidi Ann Cerneka, integrante da Pastoral Carcerária desde 1997, retornou aos Estados Unidos, seu país de origem, para estudar Direito. Na noite de 26 de junho, seus colegas de Pastoral Carcerária e da Congregação das Irmãs Missionárias de Maryknoll organizaram uma missa de despedida para Heidi, rea-

lizada na Igreja da Boa Morte, no centro de São Paulo. Na celebração presidida pelo padre Valdir João Silveira, coordenador nacional da Pastoral Carcerária, integrantes da Pastoral relembraram os momentos vivenciados com Heidi e foram apresentados, no ofertório, símbolos de sua atuação no País. A norte-americana, ao final da missa, comentou que a vivência no Brasil a fez crescer enquanto pessoa e confessou: “Meu coração é do tamanho das 35 mil mulheres presas”, destacando que ter es-

perança foi um dos principais aprendizados com os trabalhos desenvolvidos na Pastoral Carcerária. Heidi também agradeceu ao apoio que teve dos integrantes da Pastoral para implantar projetos “mesmo os mais malucos” e estimulou que eles jamais parem de agir diante dos desafios da missão, especialmente no que se refere à luta pelo fim da revista vexatória, a qual se dedicou com afinco como coordenadora nacional da Pastoral Carcerária para a Questão da Mulher Presa. Por Assessoria de Imprensa

Pastoral Carcerária

COMIAR

Evangelização: essência de nossa vocação missionária Irmã Carolyn Moritz

“...A tarefa de evangelizar todos... constitui a missão essencial da Igreja...” (Evangelii Nunciandi 14) Por causa de nosso batismo todos os cristãos tomam parte da missão essencial da Igreja, que é a missão de Jesus. “Eu preciso anunciar também em outras cidades a boa notícia do Reino de Deus, pois foi para fazer isso que Deus me enviou.” (Lc 4, 43) Hoje, é muito fácil entrar nas frustrações da vida cotidiana. Nós, os cristãos não somos tão diferentes de toda a população nas situações da vida moderna, que são o pão cotidiano da humanidade com: violência, guerra, pobreza, opressão e morte. Face a face com estas realidades, às vezes nós perdemos a esperança, querendo sabe se será possível resolver estes problemas, esquecendo que nós temos a responsabilidade como discípulos missionários de evangelizar as pessoas que vivem essas realidades. Tantas vezes esquecemos que Jesus prometeu a seus dis-

cípulos, e também a nós: “Po- gelizar exige que nós proclamerém, quando o Espírito Santo mos o Evangelho com verdade desce sobre vocês receberão e clareza. O desafio é ficar aberpoder e serão minhas teste- to ao Espírito, quem nos dá a munhas... até nos lugares mais força para anunciar a Boa-Nova distantes da terra.” (Atos 1, 8). do Reino de Deus com coragem Na luz dessa missão e confian- e com testemunho de nossa vida tes na promessa de Jesus, nós e nosso serviço. também somos chamados a Chamados como uma coabraçar a tarefa de evangeliO desafio é ficar aberto ao zação, anunciando e dando Espírito, quem nos dá a força testemunha na para anunciar a Boa-Nova do Boa-Nova do Reino de Deus Reino de Deus com coragem e em qualquer com testemunho de nossa vida e lugar onde estejamos. Fazenosso serviço mos isso na fé, na esperança e na confiança nas promessas de munidade cristã de fé, esperanJesus. ça, amor e serviço, cada um de Todos cristãos estão sendo nós tem a vocação e a responchamados a serem missionários, sabilidade a continuar a missão evangelizando o mundo. Evan- de Jesus Cristo. Evangelização gelização consiste em ser “... a precisa ser mútua e contínua. testemunha de uma vida auten- Deve ser um processo integral ticamente cristã, entregue nas na história tendo o mistério pasmãos de Deus,... e dedicada ao cal no centro. Temos que nos próximo com um zelo sem limi- esforçar para responder mais tes”. (Evangelii Nunciandi 41) inteiramente a este chamado. Nosso compromisso para evanE-mail: cmoritzmm@gmail.com


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A Igreja

Pelo Mundo

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Destaques das Agências Internacionais Padre MICHELINO ROBERTO, Diretor do o São Paulo

ISRAEL AP

‘Gravíssimo obstáculo no caminho rumo a paz’ “O papa Francisco se une à dor inenarrável das famílias atingidas pela violência homicida e à de todas as pessoas feridas em consequência do ódio e pede a Deus que inspire em todos, pensamentos de compaixão e de paz”. É o que consta em uma nota divulgada pelo Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, após a confirmação de que

os três adolescentes israelenses que haviam desaparecido no início de junho foram encontrados mortos na Cisjordânia. Naftali Frenkel e Gilad Shaar, de 16 anos, e Eyal Yifrach, de 19 anos, eram alunos de escolas religiosas judias e foram vistos pela última vez perto de um assentamento israelense nas proximidades de Hebron, quando voltavam

para casa após a aula em um seminário. Segundo informações da mídia israelense, os corpos foram encontrados em uma vala bem próxima ao local onde foram vistos pela última vez, pedindo carona. Padre Lombardi define o assassinato “execrável e inaceitável”, além de um “gravíssimo obstáculo no caminho rumo à paz pela qual

temos que incansavelmente rezar”. O primeiro ministro israelense Benjamin Netanyahu responsabilizou o Hamas pelos assassinatos e prometeu retaliações. Apesar da organização de resistência islâmica ter oficialmente negado a autoria dos crimes, o premier israelense iniciou um bombardeio na Faixa de Gaza na segunda-feira, 30. Fonte: Rádio Vaticano/ Globo.com

ESTADOS UNIDOS

COLôMBIA

EWTN consegue vitória sobre mandato abortista de Barack Obama

“ Desabrigados internos” chegam a 5,5 milhões

A Corte de Apelações do 11º Distrito Federal dos Estados Unidos concedeu uma liminar que isenta o grupo EWTN, – maior canal católico de TV do mundo, de submeter-se ao mandato abortista da administração Obama, que obriga instituições de filiação religiosa a contratar seguros de saúde para seus empregados que cubram custos fármacos abortivos e esterilização, práticas contrárias aos ensinos da Igreja Católica, bem como de outras religiões. Duas semanas atrás, um juiz ordenou à EWTN que obedecesse o mandato abortista e a cadeia de TV anunciou que apelaria. Michael P. Warsaw, Diretor Executivo e CEO da EWTN, disse então que “não temos outra opção além de seguir com processo jurídico contra o mandato. Estamos fazendo uma imediata apelação da sentença ante um tribunal de Atlanta”. Agora, depois de conhecer a sentença, Warsaw disse que “este foi um muito bom dia para a liberdade religiosa na América”. Fonte: ACI Digital

Urge encontrar soluções adequadas, do ponto de vista humano e social, para a grave situação dos deslocados internos: é o apelo lançado às instituições públicas por dom Hernán Giraldo Jaramillo, administrador apostólico da diocese de Magangué, a cerca 500 km ao norte de Bogotá. Na região, é grande o número de famílias que abandonam suas terras de origem para fugir da violência e da guerrilha. Os deslocados ocupam áreas públicas ou terrenos particulares, o que causa tensão e conflitos com a população local de Magangué.

A cidade possui 125 mil habitantes, dos quais, 10 mil estão desalojados. Segundo dom Hernán, somente nas últimas semanas 14 terrenos foram ocupados. O prelado tem pedido a população local que tiveram seus terrenos ocupados que não recorram à violência e utilizem meios jurídicos legais para buscar soluções. O último relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) aponta que na Colômbia, cerca de 5,5 milhões de pessoas já foram forçadas a abandonar suas casas para proteger suas vidas.

NAÇÕES UNIDAS

CIDADE DO VATICANO

ONU aprova resolução histórica em favor da proteção da família

Bispo filipino é nomeado observador permanente da Santa Sé junto a ONU

O Conselho de Direitos humanos da ONU aprovou a resolução de “Proteção à Família”, que reconhece a família como o núcleo “natural e fundamental da sociedade, e tem direito a proteção por parte da sociedade e do Estado”. Na resolução, aprovada por 26 votos contra 14, em 25 de junho, o Conselho de Direitos Humanos re-

O Santo Padre nomeou como Observador Permanente da Santa Sé junto à Organização das Nações Unidas em Nova Iorque, dom Bernardito Cleopas Auza, arcebispo titular de Suacia, até agora Núncio Apostólico no Haiti. Dom Bernardito nasceu em Talibon, Filipinas, em 10 de junho de 1959 e sucede a dom Francis Chullikatt, nomeado pelo papa emérito Bento XVI em 17 de julho, assumindo o cargo em 15 de setembro de 2010.

conhece também “que a família tem a responsabilidade primária de nutrir e proteger as crianças da mesma forma em que as crianças, para o desenvolvimento completo e harmonioso de sua personalidade, devem crescer em um ambiente familiar e em uma atmosfera de felicidade, amor e entendimento”. Fonte: ACI Digital

Fonte: News.Va


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Refugiar-se em Deus e não no mundo Em missa com arcebispos, papa Francisco insiste nos temas da humildade pessoal e da fidelidade à Igreja L’Osservatore Romano

FILIPE DOMINGUES

Especial para O SÃO PAULO em Roma

O nosso verdadeiro refúgio é a confiança em Deus, e não nas coisas do mundo. Assim insistiu o papa Francisco na solenidade de São Pedro e São Paulo, em missa celebrada na Basílica de São Pedro, no Vaticano. A mensagem do Papa foi destinada especialmente aos novos arcebispos metropolitanos, pois a data é tradicionalmente marcada pela entrega do pálio – uma espécie de faixa de lã usada sobre os ombros, que representa a missão do “Bom Pastor”, aquele que cuida de suas ovelhas. Além disso, é também uma cerimônia em que os arcebispos fazem um juramento de obediência e fidelidade ao bispo de Roma, reforçando a mensagem bíblica de que Jesus fundou a Igreja sobre o apóstolo Pedro. Líderes de arquidioceses grandes ou historicamente importantes, os arcebispos também re-

presentam a catolicidade da Igreja, isto é, sua presença em todo o mundo e a mensagem universal do Evangelho. “O Senhor nos libera de todo medo e toda prisão, para que possamos ser verdadeiramente livres”, disse o papa Francisco. “Pergunto-me, caros irmãos bispos, nós temos medo? De que coisa temos medo? Que refúgio procuramos na nossa vida pastoral?”, questionou. “Buscamos talvez apoio daqueles que têm poder neste mundo? Ou nos deixamos enganar pelo orgulho que busca gratificações e reconhecimento, e assim parecemos estar seguros? Caros irmãos bispos, onde colocamos a nossa segurança?” Segundo Francisco, o testemunho do apóstolo Pedro mostra que o único refúgio verdadeiro “é a confiança em Deus”, que afasta qualquer medo e qualquer “tentação mundana”. “Hoje, o bispo de Roma e os outros bispos, especialmente os metropolitas que Luciney Martins/O SÃO PAULO

receberam o pálio, nos sentimos interpelados pelo exemplo de São Pedro a verificar nossa confiança no Senhor.” Foram 24 os arcebispos que neste ano receberam o pálio das mãos do papa Francisco. Entre eles, dois brasileiros, dom Jaime Spengle, arcebispo de Porto Alegre (RS), e dom José Luiz Majella Delgado, arcebispo de Pouso Alegre (MG). Também compareceu uma delegação ortodoxa enviada pelo patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I, para assistir à celebração. Em uma iniciativa ecumênica, o Coral Sinodal do Patriarcado de Moscou (Rússia) cantou com o Coral da Capela Sistina. Em anos anteriores, também luteranos e anglicanos participaram da mesma missa. Papa cansado – Aumentaram nas últimas semanas, especialmente em Roma, as especulações sobre a saúde do papa Francisco. Ele tem demonstrado cansaço nos eventos públicos e cancelou

ao menos cinco nos seis últimos meses. O último foi uma visita ao hospital Gemelli, sábado passado, em Roma, onde tudo já estava pronto para a chegada do papa. Pacientes e funcionários o esperavam com cartazes e faixas, mas receberam de repente um aviso de que Francisco não viria mais. Quem celebrou a missa e leu a homilia do papa foi o cardeal Angelo Scola, de Milão. “Quem decide a agenda é ele”, afirmou o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, ao jornal italiano La Stampa. “O Santo Padre tem um ritmo de vida muito intenso porque se sente chamado a serviço do Senhor com todas as suas forças. Nem quando era arcebispo de Buenos Aires tirava férias.” De fato, Francisco tem assumido um maior número de atividades diárias do que os últimos dois papas, Bento XVI e João Paulo II. Além disso, não saiu de férias no ano passado e nem vai

A rotina do Papa Conforme reportagem do vaticanista italiano Andrea Tornielli, do jornal La Stampa, o papa Francisco tem uma rotina que, mesmo sem os eventos públicos, cansaria não só um homem de quase 77 anos, mas a maioria das pessoas. 4h45 – Acorda e se veste sem ajuda. Lê relatórios das nunciaturas (embaixadas) de todo o mundo. Por uma hora reza e medita textos da Bíblia, preparando a homilia da missa diária. 7h – Desce do quarto para presidir a missa na Casa Santa Marta. Após a missa, cumprimenta a todos os presentes e toma café da manhã. Continua com audiências privadas e encontros pessoais. 13h – Almoço seguido de meia hora de “siesta” (cochilo). Depois, retoma os encontros privados, com intervalos para ler cartas e fazer ligações telefônicas. 20h – Janta na Casa Santa Marta. Um pouco antes, faz uma hora de adoração eucarística. Porém, confessou o papa a um grupo de seminaristas, às vezes não consegue fazer tudo. Se o dia for cheio, “cai a siesta, cai a adoração”. Mas o ideal é que todo sacerdote “termine o dia cansado”. tirar neste ano. Não faz a pausa de um dia na semana. Prefere trabalhar todos os dias e descansa pouco. Entretanto, o Vaticano diz que não há motivos para preocupações. Segundo Lombardi, é normal que em alguns dias o Pontífice se sinta um pouco indisposto. Espera-se que nos meses de verão – especialmente julho e agosto – possa reduzir o ritmo das atividades, sem presidir missas ou conceder audiências públicas.

Sagrado Coração de Jesus é exaltado na Arquidiocese Ana Lúcia Contarelli Especial para O SÃO PAULO

Na solenidade litúrgica do Sagrado Coração de Jesus, na sexta-feira, 27, diversas celebrações acontecerão na Catedral da Sé, em santuários, paróquias e capelas, com orações pelos padres, como o papa Francisco pede. Na Catedral da Sé com a presença de grupos das seis regiões episcopais da Arquidiocese de São Paulo, e também com associados da Diocese de Osasco. A missa foi presidida por dom Edmar Peron,

bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, e concelebrada pelo padre Otmar Jacob, secretário nacional do Apostolado da Oração no Brasil; padre Armênio Rodrigues Nogueira, diretor espiritual do Apostolado da Oração da Arquidiocese de São Paulo, e padre José Florentino, diretor Espiritual do Apostolado da Oração da Região Belém. Outro acontecimento importante foi na Brasilândia, Comunidade São Mateus, em Perus, o padre Neil Charles Crombie fundou um novo grupo do apos-

tolado com aproximadamente 18 pessoas, sob a coordenação de Marlene Marcondes. Na Paróquia São Geraldo das Perdizes, o Apostolado faz 100 anos, com a presença do Movimento Eucarístico Jovem. No Santuário São Judas houve uma celebração presidida pelo padre Damião Silva. Em todas as celebrações, os associados do Apostolado da Oração lembraram: “Jesus manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao vosso”.


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Um vicariato para impulsionar a evangelização nas escolas e universidades dimento religioso e pastoral nas muitas instituições de ensino, ligadas ou não à Igreja.

Idealizado e criado pelo cardeal Scherer, novo organismo soma e expande atuação da Igreja no campo da educação

Somando forças

O novo organismo deve “buscar a sinergia e a colaboração de todos os responsáveis pelas instituições de educação ligadas à Igreja”. Além disso, será favorecida uma interação com movimentos apostólicos, associações de fiéis e novas comunidades, “em vista da colaboração com os objetivos do próprio Vicariato”. O vicariato também se esforçará para “colaborar com entidades e grupos eclesiais já voltados para a educação e a universidade, como a Associação Nacional da Educação Católica (ANEC), institutos e congregações religiosas e associações de fiéis”.

rafael alberto

especial para o são paulo

O cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, assinou na sexta-feira, 27, o decreto de criação do Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade – novo organismo pastoral, “cujo objetivo é promover a ação evangelizadora da Igreja Católica nos âmbitos da educação e das instituições de Ensino Superior”. Para a função de Vigário Episcopal, o Cardeal designou o recém-nomeado bispo auxiliar dom Carlos Lema Garcia, cuja provisão passa a ter validade a partir de 21 de julho. O novo organismo não substitui as instâncias de atuação pastoral já estruturadas no mundo da educação, mas tem como desafio somar e expandir essa presença da Igreja nos ambientes acadêmicos.

Paróquia universitária

Com sede física junto à capela da PUC e com abrangência arquidiocesana, a Paróquia Universitária deverá ser acompanhada e supervisionada pelo novo vicariato. O organismo também passa a responder pelas capelanias presentes nos ambientes educacionais na Arquidiocese de São Paulo.

Sede

Assistência religiosa

“Anunciar a alegria do Evangelho nos âmbitos da Educação e da Universidade, com especial atenção para as crianças, adolescentes e jovens” é o primeiro objetivo do vicariato recém-criado. Para isso, o organismo deverá se tornar referência na assistência e no atendimento religiosos nos âmbitos da educação e da universidade, supervisionando a ação evangelizadora e pastoral desses ambientes. O novo vicariato também deverá suscitar a formação de agentes pastorais que possam garantir os atendimentos religiosos aos estudantes, professores e funcionários das instituições de ensino.

Pastoral da Educação e do Ensino Religioso

O Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade assume a responsabilidade de “organizar e coordenar a Pastoral da Educação e do Ensino Religioso, envolvendo as Regiões epis-

Orientado pelas normas gerais da vida da Igreja e pelas normas e orientações pastorais específicas da Arquidiocese de São Paulo, o Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade será composto por conselho pastoral e coordenador próprios, que atuarão em estreita colaboração com Dom Carlos Lema Garcia. A secretaria do novo vicariato funcionará na Cúria Metropolitana de São copais e comunidades paroquiais nesta Paulo (avenida Higienópolis, 890), missão”. com horário a ser definido, e poderá Para articular suas ações, o novo or- ter núcleos em cada uma das regiões ganismo fará um levantamento da situ- episcopais. ação dos diversos âmbitos educacionais na Arquidiocese de São Paulo, incluindo Informações: vicariatodaeducacao@gmail.com Expediente de segunda à sexta-feira, das 8h às 17h. a maneira como está organizado o aten-

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3 a 9 de julho de 2014 | www.arquidiocesedesaopaulo.org.br Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Com o tema “Iter para tutum” (prepara um caminho seguro), o prelado será auxiliar da Arquidiocese e provisionado vigário episcopal do Vicariato para a Educação e a Universidade

Monsenhor Carlos Lema Garcia é ordenado bispo na Catedral o Espirito Santo o ajude e ilumine nessa nova missão”, afirmou Maria Inês. A Arquidiocese de São Paulo está Para o pai de dom Carlos, Cloem festa, no domingo, 29, solenida- vis Lema Garcia a celebração foi de de São Pedro e São Paulo, cente- de uma “emoção indescritível”. De nas de fiéis lotaram a Catedral da Sé acordo com ele, “colocar alguém para acompanhar atentos e emocio- da família na linha de frente da nados a ordenação do monsenhor divulgação da Igreja de Deus” é Carlos Lema Garcia. A celebração muito significativo, pois a pessoa, teve como bispo ordenante princi- neste caso o bispo, ajudará a Igrepal o cardeal Odilo Pedro Scherer, ja como Deus manda e fará tudo arcebispo metropolitano, e os bis- que é possível para a salvação das pos ordenantes dom Rafael Llano almas e a divulgação do Reino de Cifuentes, bispo emérito de Nova Deus. Friburgo (RJ) e dom Roberto FerSobre a vocação do filho, Clorería Paz, bispo de Campos (RJ). vis destacou que ele sempre teve Nomeado pelo papa Francisco, muita visão religiosa da vida e, por isso, estava integrado às Imposição das mãos: “A consagração episcopal, juntamente com a função coisas da Igrede santificar, confere também as funções de ensinar e governar [...] De fato, pela ja. Ao fim da imposição das mãos e pelas palavras da consagração, a graça do Espírito Santo é entrevista ao O dada e é impresso o carácter sagrado, de tal modo que os bispos fazem às vezes, de uma forma eminente e visível, do próprio Cristo, Mestre, Pastor e Pontífice, e SÃO PAULO, agem em seu nome” CIC 1558 (foto da capa) o pai do recém ordenado bisLivro dos Evangelhos: O bispo é todo posto em baixo da Palavra de Deus po desejou que para ser obediente à Palavra de Deus, submisso às inspirações do Espírito Santo. “ele seja digno Unção do Óleo do Crisma: Significa a unção divina mais uma vez. da missão do Deus derrama sobre a pessoa daquele que foi escolhido para ser bispo a bispo e peça plenitude dos dons. muito a Deus a graça necesEvangelho: Sinal do compromisso com o anúncio da Palavra de Deus sária para tocar Anel episcopal: Significa a sua união e consagração em frente essa à Igreja, esposa de Cristo. vida no episcopado”. Mitra: Deve ser coroa de santidade. Aquela santidade que vem do Edcarlos Bispo

reportagem no centro

testemunho do evangelho da dedicação a Cristo e a sua igreja. Coroa que não é coroa de honrarias e vaidades, mas coroa que será muitas vezes de espinho. Báculo: Representa e significa sua missão de pastor. O bastão do pastor que acompanha o seu rebanho, que conduz seu rebanho, que espanta o ladrão e a fera. O Báculo de Jesus Bom Pastor

em 30 de abril, dom Carlos foi designado como “bispo titular de Alava e empossado no ofício de bispo auxiliar de São Paulo, no encargo de vigário geral da mesma Arquidiocese e, ao mesmo tempo, o encarregamos como vigário episcopal do Vicariato para a Educação e a Universidade”, descreve o decreto de nomeação. Presente na celebração os familiares do Bispo não escondiam a emoção. Sua irmã mais nova, Maria Inês Lema Garcia, relembrou que o irmão foi convidado pelo, então, prelado do Opus Dei, em 1985, dom Álvaro del Portillo, para se tornar um sacerdote da Prelazia, sendo, anos depois, ordenado pelo papa João Paulo II. “É muita alegria não só pra mim, mas para toda a igreja participar dessa cerimonia. Ele recebeu o sacramento da ordem em plenitude, agora participa do colégio episcopal, é o sucessor dos apóstolos. Que

A missão do bispo

Ao desejar que o filho seja “digno da missão do bispo”, Clóvis foi ao encontro da homília do cardeal Scherer que, minutos antes, destacava a missão do bispo e sua ação na condução do Povo de Deus. “Quem é o bispo?”, perguntou o Arcebispo a dom Carlos. Que ao continuar sua reflexão destacou que o bispo deve animar a comunidade e zelar pela igreja em todos os âmbitos para que a missão seja levada a diante. Como sucessores dos apóstolos, aqueles que receberam em primeira pessoa e recebem em primeira pessoa a missão de proclamar o evangelho, os bispos devem testemunhar a fé com fidelidade, verdade e perseverança.

Mensagem de Agradecimento

“Não duvides a tua vocação é a maior graça que o Senhor pode dar. Agradece”, citando São Josemaria Escrivá, fundador do Opus Dei, dom Carlos começou a sua mensa-

gem de agradecimento a Deus e a todos que acreditaram e contribuíram na sua formação e caminhada, enquanto presbítero. Relembrando sua caminhada, o Bispo recordou que há 10 anos, quando chegou a São Paulo, vindo de Porto Alegre, estava temeroso, pois saia de um trabalho junto às pastorais para fazer um trabalho mais interno e burocrático, porém uma frase, dita por um senhor na fila do checking do aeroporto, o encheu de coragem para prosseguir com fé nessa nova fase. “Deus é grande. Ele é forte e quando Deus quer não há quem não queira” (Ayrton Senna). Sobre o recém-criado Vicariato para a Educação e a Universidade, o bispo destacou que é um novo desafio e será preciso o apoio de todos os professores, alunos e funcionários para o desenvolvimento de um trabalho de qualidade e eficiência.

Prelazia do Opus Dei

Monsenhor Vicente Ancona Lopez, vigário regional do Opus Dei no Brasil, destacou em entrevista ao O SÃO PAULO o estreito e antigo laço que há nas relações entre a Arquidiocese de São Paulo e a Prelazia. Dom Paulo Evaristo Arns, então arcebispo de São Paulo, recebeu, em 1974, Josemaria Escrivá na Arquidiocese e, em 2002, de acordo com o Monsenhor foi o primeiro cardeal a celebrar uma missa em ação de graças pela canonização do fundador da Obra, ainda no mesmo dia da canonização. Monsenhor Ancona destacou que dom Carlos enfrentará dificuldades, pois irá desbravar um caminho que ainda não foi trilhado, já que o Vicariato acabou de ser erigido, porém pode contar, assim como toda a Arquidiocese, com o apoio do Opus Dei e de seus fiéis.

Mundo da educação

Presente na celebração de ordenação de dom Carlos Lema Garcia, a reitora da PUC-SP, doutora Ana Maria Marques Cintra destacou que a nomeação e a criação do Vicariato foi algo “muito bom e uma inspiração de dom Odilo”. A reitora desejou poder conversar com o Bispo e pensar em coisas novas para as universidades e colégios católicos, além de destacar que os desafios são muitos, Ana Cintra deixou uma mensagem de apoio e de incentivo para que seja realizado um grande trabalho, com muito diálogo entre as universidades e escolas católicas.


Com a palavra

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Dom Carlos Lema Garcia

‘A missão do Vicariato é suprir essa demanda de Deus e de valores entre os estudantes’ der a ser bom cidadão, a ter responsa- Lusíadas: “Dilatar a fé e o império”. bilidade pela sociedade, e a desempe- Reconhecida como obra literária mais nhar sua profissão como um serviço. famosa do segundo milênio, A Divina Especiais para O SÃO PAULO Do ponto de vista espiritual, ele precisa Comédia, de Dante Alighieri, tem conOrdenado bispo no domingo, 29, dom testemunhar sua fé com a própria vida. teúdo essencialmente escatológico – o Carlos Lema Garcia começa a exercer purgatório, inferno e céu. sua função como vigário episcopal para O SÃO PAULO –Como o senhor a Educação e a Universidade no próxi- interpreta os preconceitos à religião O SÃO PAULO - Como surgiu a mo dia 21 de julho. Na terça-feira, 1º no mundo acadêmico? ideia de criar um vicariato para de julho, dom Carlos esteve na Cúria Universidade? Metropolitana para organizar a sede do Dom Carlos - Falta informação, danovo organismo e concedeu entrevista dos sobre importância da Igreja na Dom Carlos - Dom Odilo, logo na priexclusiva a O SÃO PAULO. História. Muitos dos grandes passos meira ocasião que conversamos sobre Dom Carlos explicou que o recém- da humanidade foram influenciados este vicariato, explicou que a ideia surgiu -criado Vicariato não começa um tra- por pessoas da Igreja ou dentro de seu durante a Jornada Mundial da Juventude balho do zero. “Vamos cumprir nossa âmbito. A própria universidade come- de 2013. O próprio lema da jornada, “Ide tarefa apoiando-nos nas iniciativas, çou junto dos cursos de teologia que e fazei discípulos entre todas as nações”, muito valiosas, que têm feito um gran- a Igreja promovia. Além disso, temos inspirou o cardeal a indagar “Onde é que de serviço evangelizador na nossa Arquidiocese no campo da educação”, garantiu. Nesta entrevista, o bispo aponta as A ideia é fazer o que o papa Francisco perspectivas para a missão que assutem dito sempre, ou seja ir ao encontro me, consciente das dificuldades e, ao mesmo tempo, esperançoso. “Meu sodas pessoas onde elas estão, não só esperar nho é abrir uma capelania na USP”. Rafael Alberto e Fernando Geronazzo

que as pessoas venham à paróquia

O SÃO PAULO – Como o senhor vê o mundo da educação? Dom Carlos Lema Garcia - Vejo com os olhos da própria igreja. O mundo acadêmico não deveria se resumir à mera formação intelectual. A universidade e todas as instituições de ensino deveriam estar em condições de formar a pessoa integralmente (do ponto de vista humano, social, etc.). Não basta dar um estudo apenas científico se o estudante, durante os anos de formação, não cresce como pessoa humana. A Igreja tem muito a oferecer neste campo. O estudante tem que aprender não apenas a ciência técnica e teórica de sua área, mas precisa apren-

grandes nomes da Igreja ligados a progressos da ciência, como, por exemplo, Mendel e suas descobertas no campo da genética. A Igreja tem muito a dizer para o mundo universitário. As grandes obras da arquitetura, da música, e da arte nasceram por inspiração cristã, como as famosas catedrais, como a Duomo de Milão, a Notredame de Paris, a Pietá e o Moisés de Michelângelo. Por exemplo, normalmente se aprende nas aulas de História que os descobrimentos do século XVI foram motivados apenas por razões políticas e comerciais, mas se esquece do que Camões deixou escrito nos versos de

estão esses jovens, se eles não estão em nossas paróquias?”. Eles estão em seus colégios e faculdades. Então, temos que encontrar uma forma de mobilizar as forças da Igreja para chegar até eles. Assim surgiu a ideia de erigir um vicariato no âmbito da Arquidiocese com um bispo a sua frente.

O SÃO PAULO – Como o novo vicariato fará isso? Dom Carlos – A missão do Vicariato é suprir essa demanda de Deus e de valores entre os estudante. Para que os jovens tenham condições de se capa-

citar para evangelizar outros jovens, o novo organismo promoverá encontros de estudo, cursos, seminários, retiros espirituais, adaptados às condições e ao sistema de vida dos estudantes.

O SÃO PAULO – Em que consiste o projeto do Vicariato, se já existem os grupos de jovens nas paróquias? Dom Carlos – Além da evangelização que se realiza nas paróquias, também está dentro dos projetos do Vicariato oferecer cursos de Iniciação Cristã nas escolas, aproveitando o interesse dos próprios pais que queiram dar a oportunidade de seus filhos fazerem uma catequese na escola, também nas instituições públicas. A ideia é fazer o que o papa Francisco tem dito sempre, ou seja ir ao encontro das pessoas onde elas estão, não só esperar que as pessoas venham à paróquia. O SÃO PAULO –A ação do Vicariato se restringirá às instituições e estudantes católicos? Dom Carlos – Queremos dialogar com todos os estudantes, não só os católicos, mas também com aqueles que professam outras religiões e com aqueles jovens que estão afastados ou mesmo não acreditam em Deus, que se dizem agnósticos. Independentemente de crença religiosa, a pessoa humana tem no coração um desejo de encontrar felicidade e sentido para sua vida. Diante dessa inquietação, muitas pessoas encontram na doação de si e no serviço ao próximo um caminho para Deus. Por isso, o Vicariato irá oferecer possibilidades de trabalhos voluntários para os universitários de todas as áreas de atuação.


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Pluralidade de ações no ambiente educacional Com pastorais e instituições de ensino católicas, voz da Igreja chega a professores, estudantes e leigos na educação básica e nas universidades Sergio Ricciuto Conte

Daniel Gomes Redação

A atuação da Igreja no ambiente educacional está disseminada em todas as regiões episcopais da Arquidiocese de São Paulo, pelas ações da Pastoral da Educação e do Setor do Ensino Religioso, e também, por intermédio da Pastoral Universitária, chega a diferentes universidades, de modo especial às 29 instituições de ensino superior e as 114 escolas congregadas à Associação Nacional das Escolas Católicas (ANEC) de São Paulo. Esse é o panorama obtido pelo O SÃO PAULO em conversa com representantes da ANEC, do Setor de Ensino Religioso e das pastorais Universitária e da Educação, que enalteceram a criação do Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade da Arquidiocese (veja abaixo). Não há precisão de dados sobre a quantidade de agentes e do número de estudantes e professores impactados pelas ações pastorais, reuniões e momentos formativos, mas os entrevistados citaram a estruturação das atividades e os desafios quem enfrentam. Padre Vando Valentini, 65, coordenador da Pastoral Universitária da PUC-SP comentou que a maioria dos grupos universitários católicos está ligada a pequenas comunidades, movimentos, associações ou à própria instituição, e se reúnem para rezar, refletir e realizar atividades missionárias ou trabalhos sociais. Para ele, é fundamental que haja “uma comunidade de cristãos – jovens ou professores – que vivam com entusiasmo e paixão sua fé no cotidiano da universidade”, devendo a Pastoral chegar a quem está no ambiente universitário e também “mostrar que a fé não está em contradição com o uso adequado da razão”. Para Antonio Boeing, 55, secretário da ANEC São Paulo, um dos maiores desafios, especialmente no ensino superior, é formar alunos com valores para uma postura ética. “Temos insistido que a excelência acadêmica não é o diferencial da escola católica, o diferencial é ela ser

AÇÕES NO MUNDO DA EDUCAÇÃO E DA UNIVERSIDADE

Pastoral da Educação

Reúne-se bimestralmente e conta com aproximadamente 20 coordenadores de pastoral, que realizam momentos formativos e de planejamento de ações, especialmente voltadas para as escolas da rede pública, usando, entre outras metodologias, o incentivo à formação de ‘Equipes Docentes’: organização de pequenos grupos de professores que meditam seu protagonismo de educador cristão, à luz do Evangelho. Anualmente, leva à rede pública a cartilha sobre a Pastoral da Educação pública e o tema da Campanha de Fraternidade. Tem cadastrado professores católicos participantes das comunidades paroquiais.

ANEC São Paulo

Realiza reuniões periódicas com as pastorais Universitária e da Educação. Oferece formações em diferentes níveis para diretores, coordenadores e professores das escolas católicas. Anualmente, promove duas oficinas sobre como trabalhar o tema da Campanha da Fraternidade em sala de aula. As ações desenvolvidas contam com maior participação de professores da educação básica em comparação aos do ensino superior. Também faz encontro com os educadores sociais e desde os preparativos para a JMJ Rio-2013 articula eventos com os jovens, atingindo, assim, as diferentes instâncias da educação católica.

Setor do Ensino Religioso

cristã católica, com os seus fundamentos no Evangelho, claro que com toda a riqueza de cada congregação”, afirmou. “Temos que ter um projeto político pedagógico mais pastoral, agregando a pastoral no projeto e não no apêndice”, complementou. O professor Luiz Antônio de Souza Amaral, 75, coordenador da Pastoral da Educação da Arquidiocese, comentou que a Pastoral tem dificuldade “em encontrar, agrupar e formar professores, que em função de uma carga pesada de trabalho, dificilmente dispõem de tempo para reuniões de formação e planejamento”. Uma das metas assumidas pela Pas-

toral em 2014 é consolidar uma equipe de coordenação em cada região episcopal. Wilma Rosa Canonaco, vice-diretora da Diretoria Arquidiocesana do Ensino Religioso, listou alguns desafios, entre os quais a luta, em nível federal, pelo ensino religioso pluriconfessional; a necessidade de implementar a Lei Municipal do Ensino Religioso; ampliação das atividades de formação de agentes e professores; pautar essa temática nas prioridades pastorais da Arquidiocese; e promover uma ampla sensibilização para o alcance da Pastoral da Educação e do Ensino Religioso também na formação da juventude.

Está estruturado na Diretoria Arquidiocesana do Ensino Religioso (DAER), que se reúne mensalmente. Nas regiões episcopais, articula-se na Pastoral da Educação e Ensino Religioso, que conta com padres, diáconos e leigos, incluindo professores e professoras. As ações são mais voltadas às escolas públicas e não confessionais, mas existem parcerias com escolas confessionais e a ANEC. Promove formações aos professores e tem uma biblioteca atualizada de publicações sobre o tema do Ensino Religioso e Pastoral de Educação. Em agosto, fará, com a PUC-SP, o curso de extensão universitária “Para uma sociedade em crise: uma Educação em valores”.

Pastoral Universitária

Congrega a Coordenadoria de Pastoral da PUC-SP, movimentos e novas comunidades que atuam em universidades (católicas ou não), e as pastorais institucionais de outros centros culturais católicos. Realiza encontros de universitários com o cardeal Scherer, para diálogos sobre os problemas vividos pela juventude católica no meio universitário e o envio missionário a esse ambiente. São pilares dos trabalhos a oração e a dimensão sacramental da Igreja, para que o jovem descubra o sentido desta vida de oração e da frequência aos sacramentos diante de um mundo cada vez mais desumanizado.

repercussões dA CRIAÇÃO DO VICARIATO “A criação, na Arquidiocese de São Paulo, do Vicariato atingindo os vários níveis do ensino, desde a creche até a universidade, tem caráter pioneiro na Igreja do Brasil. A presença de um bispo auxiliar será importante no mundo da educação especialmente junto ao colégio de bispos da Arquidiocese”.

Professor Luiz Antônio de Souza Amaral, coordenador da Pastoral da Educação

“A criação do Vicariato irá auxiliar, e muito, na superação de desafios. A pastoral de conjunto que agora se vislumbra, educação e universidade, abre caminho para o enfrentamento de diversos entraves. O olhar da Arquidiocese para o mundo da educação agora, com o Vicariato, abre novos horizontes e nos traz muita esperança”.

Wilma Rosa Canonaco, vice-diretora da Diretoria Arquidiocesana do Ensino Religioso.

“O fato de poder contar com um Vicariato Episcopal voltado especificamente para este âmbito será uma grande ajuda para o trabalho pastoral. Não podemos esquecer que a Igreja é um corpo orgânico, onde os bispos são o ponto de unidade. Caminhar junto com eles é a ocasião para fortalecer a nossa fé e o nosso empenho missionário”.

Padre Vando Valentini, coordenador da Pastoral Universitária da PUC-SP.

“O Vicariato pode ajudar a dar mais visibilidade para a educação em São Paulo, pois não é fácil falar disso nesta cidade complexa. Esse desafio é para todos, para articularmos, juntarmos as nossas forças, para marcamos uma presença mais efetiva no cenário da educação brasileira”.

Antonio Boeing, secretário da Associação Nacional das Escolas Católicas de São Paulo.


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Passe Livre e a tática black bloc Após polêmica em torno da nota, publicada no ato de 19 de junho, MPL afirma não poder julgar quem adota essa prática Edcarlos Bispo

redação

“A Polícia Militar de SP, acostumada a reprimir os manifestantes, agora se diz ‘traída’ pelo Movimento Passe Livre (MPL). Diante disso é preciso fazer alguns esclarecimentos. O que manifestamos por escrito à Secretaria de Segurança Pública foi nossa preocupação com a presença ostensiva da polícia, tendo em vista as provocações e confrontos com manifestantes que ela sempre desencadeia. Isso não significa que a polícia não estivesse presente no ato. Ela se fez presente, tanto com as

ameaças, as provocações, como também com os policiais à paisana e a repressão.” E continua a nota: “Entendemos a revolta da população com a constante repressão da polícia, dentro e fora das manifestações. Entendemos também que as pessoas têm direito de preservar a sua identidade, utilizando máscaras, para evitar a perseguição por parte do Estado, como vem ocorrendo com todas as pessoas que tem se manifestado. Além disso, sabemos que historicamente os quebra-quebras fizeram parte das lutas populares. Não cabe a nós legitimar ou deslegitimar essas ações, no entanto elas nunca estiveram entre os objetivos do ato do dia 19 [de junho]”. Conclui a nota que: “É lamentável a postura do secretário de segurança pública, Fernando Grella, de utilizar o ocorrido para voltar a criminalizar diretamente o MPL, tentando retomar um inquérito ilegal, indo novamente até a casa de militantes e intimidando seus familiares.” O trecho citado a cima foi

retirado da nota publicada pelo Movimento Passe Livre (MPL), após o ato realizado na quinta-feira, 19, para marcar a data em que, há um ano, após uma série de protestos e manifestações, o valor do transporte público, que havia sofrido um aumento de R$ 0,20, voltou a ser R$ 3. Mais uma vez, como comumente tem acontecido nos protestos realizados na capital, o desfecho da manifestação foi de depredação e pancadaria. De um lado, manifestantes mascarados destruíam tudo que encontravam pela frente, de outro, a falta de tato da Polícia Militar e da Secretária de Segurança Pública do Estado de São Paulo, produzia lamentáveis cenas de violência e brutalidade. A nota, porém foi vista por algumas pessoas como uma forma de apoio do MPL à tática black bloc, o que gerou críticas ao Movimento, já que o mesmo, junto a dezena de outros movimentos, luta contra a criminalização dos movimentos sociais e o livre di-

reito a manifestações, greves e reivindicações. Em entrevista ao O SÃO PAULO, Matheus Preis, 20, estudante de Ciências Sociais na USP e membro do MPL destacou que a nota do movimento vem no sentido de demonstrar uma preocupação com os militantes dos movimentos sociais quem têm sido perseguidos pela polícia. Para o estudante, a única forma de alguns manifestantes se protegerem da PM é cobrindo seus rostos e escondendo suas identidades, porém essa defesa – da proteção da identidade – não significa ser a favor da depredação e da violência. Matheus ainda destaca que não cabe ao MPL julgar quem adota a tática black bloc, pois cada um responde pelos seus atos. O estudante de Ciências Sociais afirma não sair mascarado nas manifestações, pois essa “não é a tática do MPL” e faz um questionamento a sociedade: “Temos que discutir o que é violência. Qual a violência maior?”, per-

guntou, e prosseguiu, “violência maior é contra a população que não consegue pegar um ônibus porque não tem o dinheiro da passagem, é contra a população que vai se manifestar e apanha da polícia”. Os apontamentos feitos por Matheus tiveram, de certa forma, respaldo quando, na cidade de São Paulo, militantes ligados ao MPL e outros movimentos sociais começaram a ser encaminhados para interrogatórios e até mesmo serem detidos para averiguações por suspeitas de terem cometido crimes nas manifestações, ou por terem ido as mesmas. Nesse aspecto, o ouvidor da polícia do Estado de São Paulo, Júlio César Fernandes Neves, afirmou que a Ouvidoria acompanha o caso das prisões de manifestantes e membros do MPL e que, não se pode afirmar que o movimento apóia a tática black bloc, pois em vídeos postando por militantes do Passe Livre, deu a entender que eles pediam para que se parasse com o quebraquebra.

Toma posse o novo Conselho Consultivo da Ouvidoria da Polícia do estado de SP Luciney Martins/O SÃO PAULO

Edcarlos Bispo

reportagem na zona oeste

O ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Julio Cesar Fernandes Neves, deu posse aos membros do Conselho Consultivo da instituição, em cerimônia realizada na quarta-feira, 25, na sede da Cúria Metropolitana de São Paulo. O ato contou com a presença de diversas autoridades, representantes de entidades da sociedade civil, profissionais de imprensa e servidores do órgão. Em entrevista ao O SÃO PAULO, Julio destacou que “a partir da posse dos novos membros da Ouvidoria e por consequência a Secretaria de Segurança Pública, o governo e a sociedade paulista terão um enorme ganho no sentido do aperfeiçoamento das instituições e na possiblidade da implantação de uma política de governo. Melhorando a segurança pública, princi-

palmente com respeitos básicos da cidadania e dos direitos humanos, também demonstrando fortalecimento da democracia participativa”. De acordo com ouvidor, o grupo de conselheiros irá contribuir positivamente para o trabalho da Ouvidoria – um grupo composto, entre outros, de um ex-ministro e quatro ex-ouvidores – “um conselho de

uma personalidade quase nunca vista na ouvidoria”, afirmou. O conselho fará com que a ouvidoria funcione melhor e não apenas ouça, mas fale também. Os dez membros do Conselho, indicados pelo ouvidor e designados pelo secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, por meio da Resolução SSP nº 32, para o exercício de mandato de dois

anos são: Carmen Cecilia de Souza Amaral (secretária-geral do Centro Santo Dias de Direitos Humanos), José Gregori (advogado, ex-ministro da Justiça), Benedito Domingos Mariano (secretário de Segurança Urbana de São Bernando do Campo, ex-ouvidor da Polícia), Firmino Fecchio Filho (advogado, ex-ouvidor da Polícia), Antônio Funari Filho (advogado, ex-ouvidor da Polícia, presidente da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo), Ivo Herzog (engenheiro, presidente do Instituto Vladimir Herzog), Willian Fernandes (advogado, ex-ouvidor da Defensoria Pública de São Paulo), Marcos da Costa (advogado, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção São Paulo), Luiz Antônio de Souza Amaral (professor, secretário executivo do Centro Santo Dias de Direitos Humanos) e Carlos Gilberto Pereira (presidente da ACAT - Ação dos Cristãos pela Abolição da Tortura).


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Uma Copa ainda mais ‘do mundo’ Refugiados de 16 países participarão de um torneio de futebol que acontecerá dias 2 e 3 de agosto Nayá Fernandes

Reportagem no Centro

Cadê a bandeira da Síria? As outras 15 estavam lá. Teria sido uma falha da organização do evento representar a Síria com um pedaço de papel em branco? A resposta veio no fim da abertura da Copa dos Refugiados, sábado, 28, no pátio da Igreja Nossa Senhora da Paz, onde funciona também a Missão Paz e a Casa do Migrante, no Glicério. “A atual bandeira da Síria não representa o povo, é a bandeira de um país em guerra, dominado por interesses de fora.” Quem explicou foi Abdul Ibrahim, 40, sírio que está no Brasil há 18 meses e, atualmente, é professor de inglês. O lugar foi escolhido propositalmente e, além dos representantes de cada uma das seleções, participaram da abertura os apoiadores, hóspedes e um grupo de crianças que está na Casa dos Migrantes com os pais. Uma delas, de Angola, na África, começou a dar os primeiros passos na Casa. Outra, da República Democrática do Congo,

Jogos da Copa dos Refugiados

Dias 2 e 3 de agosto no Centro Esportivo do Glicério, mais conhecido como Campo da Tia Eva.

Camarões

x

Iraque

Paquistão

x

Siria

Costa do Marfim

x

Guiné Conacri

Serra Leoa

x

Burkina Faso

Mali

x

Colombia

Cuba

x

Afeganistão

Nigéria

x

Angola

Bangladesh

x

República do Congo

ficou 19 dias em um navio de carga até chegar a Santos (SP). As crianças brincavam com um grupo de voluntários e enquanto isso, os paroquianos construíam as barracas para a festa junina que começou também no sábado à noite. Mas, o clima de normalidade esconde dramas e histórias de superação e sofrimento. Os refugiados, diferente dos imigrantes comuns, saíram do seu país por uma situação limite e, a maioria, para continuar vivendo. Alguns deles preferem não aparecer na mídia, e, por isso, foram identificados com uma faixa laranja no braço. Uchen Henry, 21, é cantor e veio da Nigéria. Ele precisou sair do país porque estava sendo perseguido e um dos seus irmãos já tinha sido assassinado por isso. Com uma camisa do Brasil e muita animação, Uchem cantou durante o evento e, mesmo sendo nigeriano, disse que está torcendo para o Brasil na Copa da Fifa. Já a seleção escolhida por Miguel Soufan, 27, foi a Alemanha. Ele também é sírio e está há cin-

co meses no Brasil. Membro da equipe de organização da Copa dos Refugiados, afirmou que “a ideia é muito boa. O Brasil abre as portas para os refugiados que vêm em busca de trabalho, de um lugar para viver em paz. As atividades promovem o conhecimento e a integração entre diferentes países”. Miguel já morou na Síria e na Malásia e disse se adaptar facilmente, mas sente por outras pessoas, para quem essa adaptação é muito difícil. “Tive que sair do meu país porque participei de protestos na rua e pedi liberdade na política, na economia, como aconteceu no Brasil há 50 anos. Os Estados Unidos da América usam a Síria, mas não fornecem nenhum tipo de ajuda à população. Então, a polícia de inteligência da Síria começou a me perseguir.” Para ele, o Governo do Brasil ainda não respeita os sírios e é conveniente com as ações dos Estados Unidos. As Nações Unidas realizam sanções que, na verdade, não favorecem os interesses da Síria, são ações pro form.

De quem é o primeiro chute? Da reportagem

Desde o início do ano, um grupo de estrangeiros refugiados trabalhando em conjunto e com o apoio do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ANCUR), da Caritas Arquidiocesana de São Paulo e da Missão Paz, começou a organizar a Copa. Entre eles, um é poeta, outro é engenheiro de informática; dois são músicos e um é dono de uma pequena lan house. E, entre experiências de guerra e perseguição, eles mantêm e transmitem um clima de muita alegria e animação. O hino desta Copa foi composto por dois rappers refugiados e a realização dos jogos que estava prevista para os dias 5 e 6 de julho, foi adiada em virtude do advento do Ramadã. Muitas das seleções que participa-

rão são compostas por muçulmanos e, em respeito ao período sagrado e de jejum que celebram, a organização do evento decidiu pela transferência das datas. Os jogos acontecerão nos dias 2 e 3 de agosto, no Centro Esportivo do Glicério, mais conhecido como Campo da Tia Eva. No primeiro dia do campeonato, sábado, 2, a partir das 8h, as 16 equipes se enfrentaPara colaborar com a Copa dos Refugiados você pode fazer um depósito de qualquer quantia para Caritas Arquidiocesana de São Paulo Banco Itaú (0341) Agência 7657 – Conta 10834-1 CNPJ 62021308/0001-70

*As doações serão utilizadas na compra de uniformes e materiais para os jogos.

rão em oito jogos eliminatórios e os vencedores passarão para a fase seguinte da competição. As quartas de final, as semifinais e a grande final ocorrerão no domingo, 3, que será o dia mais festivo do evento, com a presença de torcida e com apresentações culturais, atividades recreativas, oficinas de arte e exposições realizadas. Fotógrafos, jornalistas e até um DJ também dividirão as tarefas do evento. Larissa Leite, responsável pelas relações externas do Centro de Acolhida para Refugiados, afirmou que a premiação, por enquanto, será com a entrega de medalhas para primeiro e segundo lugar e de um troféu para o campeão. “Mas outras ações estão sendo pensadas a partir do resultado da campanha de doações”, explicou Larissa. (NF)


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copa do mundo

Paz entre as torcidas: um possível legado da Copa? Luciney Martins/O SÃO PAULO

Convivência pacífica entre torcedores de diferentes seleções é uma das marcas do Mundial, há esperança de que continue após o evento Daniel Gomes Redação

A cena tem sido comum nos estádios da Copa e nos espaços de exibição pública das partidas: torcedores de diferentes países unem-se para fotografias, interagem por linguagens ou gestos e veem os jogos lado a lado, respeitando-se na derrota ou na vitória. Uma realidade difícil de imaginar no Brasil. No começo de maio, por exemplo, um torcedor morreu em Recife, ao ser atingido por um vaso sanitário arremessado pela torcida adversária em uma partida da Série B do Campeonato Brasileiro. Diante desses diferentes comportamentos surge a pergunta se a convivência pacífica entre as torcidas pode continuar após o

Mundial. Na avaliação de Felipe Tavares Paes Lopes, 35, doutor em Psicologia Social pela USP e estudioso da segurança em espetáculos futebolísticos, ainda é precipitado avaliar o comportamento na Copa. “Temos que deixar primeiro acabar a Copa para ter um diagnóstico preciso sobre como se deu, de fato, esse comportamento dentro dos estádios. No entanto, o que dá pra dizer é que o público de Copa do Mundo e o público de clubes são bastante diferentes. Até por uma questão financeira e pela

Luciney Martins/O SÃO PAULO

dificuldade de adquirir os bilhetes para os jogos, o Mundial agrega muito mais pessoas que não são torcedoras assíduas em estádios”, afirmou ao O SÃO PAULO. Até a noite do domingo, 29, nas 52 partidas já realizadas na Copa foram registrados ao menos quatro casos de confusão entre as torcidas nos estádios. A situação mais grave aconteceu no sábado, 28, no Maracanã, no jogo em que a Colômbia eliminou o Uruguai. Um torcedor com a camisa do Fluminense foi agredido com

chutes e socos na cabeça e houve discussão dos uruguaios com brasileiros e colombianos nas arquibancadas. Outras pequenas confusões aconteceram nos jogos entre Bélgica e Coreia do Sul, em São Paulo; França e Honduras, em Porto Alegre, envolvendo torcedores do Grêmio e do Internacional; e Argentina e Bósnia, no Rio de Janeiro. Nas três situações, os atos foram repudiados pelos demais torcedores e os envolvidos aparentavam estar embriagados.

Três chances de uma ‘Final’ antecipada Daniel Gomes redação

Quatro seleções da Europa e quatro das Américas seguem na Copa do Mundo. Caso Brasil, Holanda e Argentina vençam suas partidas pelas Quartas de Final, as Semifinais do Mundial, nos dias 8 e 9, marcarão reedições de decisões de Copa. Uma classificação diante da Colômbia levará o Brasil a enfrentar a França ou a Alemanha por uma vaga na Final. Em 1998, a seleção brasileira sucumbiu diante da França na decisão, 3x0, com dois gols de Zidane; mas na Copa de 2002, diante da Alemanha, o Brasil chegou ao Penta, vencendo por 2x0, com gols de Ronaldo. Do outro lado da tabela, caso a Holanda supere a Costa Rica e a Argentina triunfe sobre a Bélgica, a briga por uma vaga da decisão colocará frente

a frente as finalistas do Mundial Janeiro. As duas seleções de 1978, quando a Argentina, chegaram às Quartas de Final após partidas “apertadas”: os país sede, conquistou o título. franceses fizeram 2x0 na NiMas antes disso... géria, com gols nos minutos O Brasil precisará derrotar finais; e os alemães derrotaa Colômbia nas Quartas de ram a Argélia por 2x1, apenas Final, na sexta-feira, 4, às na prorrogação. 17h, em Fortaleza. Após a No outro lado dos emsofrida classificação nos pê- parelhamentos da fase final, naltis contra o Chile, em que Holanda e Costa Rica fazem o time deu indícios de dese- inédito confronto no sábado, quilíbrio emocional, Felipão 5, às 17h, em Salvador. De ‘convocou’ a psicóloga Re- Jong, meio-campista titular gina Brandão, que conversou holandês está fora do Muncom os jogadores na terça- dial após uma lesão na viri-feira, 1º. O técnico precisará lha. A outra partida será entre encontrar um substituto para Argentina e Bélgica, no meso volante Luiz Gustavo, sus- mo dia, às 13h, em Brasília. penso após receber o segundo Será a reedição da Semifinal cartão amarelo. O meio cam- da Copa de 1986, quando os po colombiano conta com o argentinos eliminaram os belhabilidoso James Rodríguez, gas. Na Copa 2014, as duas artilheiro da Copa com cinco seleções só conseguiram gols. derrotar seus adversários das Se avançar, o Brasil terá Oitavas de Final na prorropela frente França ou Ale- gação: a Argentina fez 1 a 0 manha, que jogam também na Suiça, e Bélgica venceu os no dia 4, às 13h, no Rio de Estados Unidos por 2x1.

De acordo com Lopes, o pouco envolvimento emocional das pessoas quando acompanham partidas que não sejam de seus clubes ou seleção colabora para a menor incidência de manifestações violentas, assim como a própria configuração dos estádios. Ele recordou o caso das arenas na Inglaterra, que foram reformuladas após situações de violência entre as torcidas no fim da década de 1980. “Os estádios ingleses passaram por transformações estruturais profundas e isso tem impacto sobre o comportamento do torcedor: se você não o trata como um animal, ele não age como um animal”. No entanto, Lopes acredita que o melhor modelo a ser seguido pelo Brasil é o da Alemanha, que ouviu comitês de torcedores para “construir estádios seguros, bastante confortáveis, mas, que ao mesmo tempo, contemplasse uma cultura popular de torcer”. Ele alertou, porém, que “não adianta nada ter um estádio com uma estrutura adequada, se toda a organização e gestão do evento não são pertinentes”.

Ponto de vista “Aproveita agora que é Copa, porque depois que acabar já sabe, né?”. A mensagem de um corintiano a torcedores vestidos com as camisas de São Paulo e Palmeiras que assistiam ao jogo entre Bélgica e Coreia do Sul, na Arena Corinthians, indica que a harmonia entre as torcidas na Copa, dificilmente se repetirá em outras competições. Estive neste jogo, como torcedor (uma experiência inesquecível!), e percebi um clima de muita festa e confraternização entre as pessoas. Porém, aos 25 minutos do segundo tempo, a atenção com o jogo foi divida com a discussão travada entre um argentino e um brasileiro. Ambos foram retirados das arquibancadas pelos seguranças da Fifa, sob vaias e os gritos de “fora, fora, fora”. Quem sabe constranger os que vão aos estádios para brigar não seja um caminho para conter os ímpetos violentos.


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Comunidade São Pedro festeja seu padroeiro Paróquia no Jardim Cidade Pirituba, que neste ano completará 30 anos de criação de sua capela, celebrou solenemente o dia 29 Renata Moraes

Colaboradora de Comunicação da Região

No domingo, 29, dia em que toda a Igreja celebrou a solenidade BRASILÂNDIA dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, a Comunidade São Pedro Apóstolo da Paróquia Nossa Senhora do Retiro, em Pirituba também estava em festa. Com o tema: “Animados pelo exemplo de São Pedro, nos inspiramos” e com o lema do dia “ A viver no coração a alegria de sermos filhos de Deus”, a missa solene foi presidida pelo padre Natanael Pires da Silva, atual pároco. O início da celebração foi marcado pela apresentação dos símbolos que compuseram cada dia da programação da festa, que aconteceu durante toda a semana. A reza do terço das mulheres e do terço dos homens, adoração ao Santíssimo Sacramento e o tríduo em louvor a São Pedro foram momentos fortes na comunidade. Em cada noite, um padre convidado refletiu com os fiéis, por meio do exemplo do santo que é o guardião das chaves do céus. Na primeira noite do tríduo, o padre Reinaldo Torres pregou sobre a defesa da vida. No segundo dia, foi a vez do padre Telmo Figueiredo refletir sobre a prática da perseverança da fé, e encerrando a terceira noite, o padre Fábio Bezerra exortou a todos sobre a esperança de mundo melhor.

“Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”

Em sua homilia, o padre Natanael destacou grande exemplo de São Pedro, que antes era Simão, o primeiro apóstolo e seguidor do Cristo. Aquele que mesmo depois de ter negado Jesus por três vezes, se

arrependeu e viveu toda a sua vida dedicada a pregar o Evangelho. “O simples e humilde pescador de peixes, passa a ser pescador de almas, aquele que recebe de Jesus a missão de apascentar suas ovelhas, o primeiro papa de nossa Igreja”. O pároco ainda exortou as pessoas a seguirem o exemplo de São Pedro e dos primeiros cristãos, acrescentou que todos devem se amar e se unir em oração. “Esta comunidade deve ser sempre exemplo de amor e de oração, e que neste dia possamos escolher o exemplo de São Pedro em nossas vidas”. Em entrevista à Pascom da Região, José Luiz de Souza, 68, um dos primeiros paroquianos e fundadores da Capela São Pedro relembra de como a comunidade foi criada. Ela nasce a partir do desejo de um grupo de jovens que participava na Paróquia São Luis Gonzaga, mas sentia necessidade de uma igreja, de um espaço de oração no bairro do Jardim Cidade Pirituba. Ajudados por padre Peter, da São Luis Gonzaga e padre Pedro, na época pároco da Nossa Senhora do Retiro, juntos iniciamos a construção da comunidade e escolhemos como padroeiro, São Pedro, em homena-

São Pedro é lembrado com solenidade pela comunidade do Jardim Cidade Pirituba no último dia do Tríduo

gem ao nome dos dois padres que tanto nos ajudaram para a fundação da comunidade e criação da Capela em 1984.” Enquanto acontecia a missa, um mutirão de pessoas trabalhava arduamente para que a festa de rua acontecesse com grande êxito, como todos os anos. A tradicional quermesse de São Pedro é conhecida e esperada pelos paroquianos e moradores do entorno. Após a celebração, houve a festa de rua com barracas típicas Quermesse envolve membros das pastorais e cria integração entre elas e apresentação de show católico.

palavra do bispo

“Pai!” Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia

Dom Milton Kenan Júnior

Ao chamar de Pai, é preciso, antes de tudo, uma atitude de humildade que nos leva a reconhecer que “ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt 11,27), ou seja, “os pequeninos” (Mt 11,25). Seria um engano nosso projetar em “Deus-Pai” as imagens que herdamos de nossa história pessoal e cultural a respeito do “pai”. “Deus, nosso Pai transcende as categorias do mundo criado. Transpor para ele, ou contra

ele, nossas ideias neste campo seria fabricar ídolos, para adorar ou para destruir” (CIC 2779). Invocamos a Deus como Pai, “porque ele nos foi revelado por seu Filho feito homem e porque seu Espírito nos leva a conhecêlo” (CIC 2780). Um dos melhores comentários a respeito do termo “Pai”, dá-nos Santa Teresa: “Ó Senhor meu, como pareceis Pai de tal Filho, e ele como parece Filho de tal Pai! Bendito sejais para sempre, eternamente. Já não seria excessivo, Senhor, no final da oração, conceder-nos a graça de chamar-vos nosso Pai? Mas vós nos encheis as mãos e fazeis logo no começo tão grande favor [...] Ó Filho de Deus e Senhor meu! Quantos bens juntos nos

dais, logo à primeira palavra! Como tão grandes extremos vos humilhais, a ponto de vos unirdes a nós para pedir conosco, fazendo-vos irmão de criaturas tão vis e miseráveis! Querendo que vosso Pai nos tenha por filhos, em nome de vosso Pai, dais tudo o que se pode dar. Como vossa palavra não pode faltar, obrigais vosso Pai a cumpri-la e a nos atender” (S. Teresa, Caminho de perfeição 27,1.2). O Catecismo nos diz que “a primeira palavra da Oração do Senhor é uma benção de adoração, antes de ser uma súplica, pois a Glória de Deus é, que nós o reconheçamos como “Pai”, Deus verdadeiro. A ele rendemos graças por nos ter revelado seu nome, por nos ter concedido

crer nele e por sermos habitados por sua presença” (n. 2782). Ao mesmo tempo, o Catecismo nos lembra que “Rezar a nosso Pai deve desenvolver em nós, duas disposições fundamentais: O desejo e a vontade de nos assemelharmos a ele [...] Um coração humilde e confiante nos faz nos tornarmos “como crianças” (Nt 18,3). “Levanta, pois, os olhos para o Pai que te resgatou por seu Filho e dize: Pai nosso! [...] Mas não exijas nenhum privilégio. Somente de Cristo ele é o Pai, de modo especial; para nós é Pai em comum, porque gerou somente a ele; a nós, ao invés, ele nos criou. Dize, portanto, também tu, pela graça: ‘Pai nosso’ a fim de mereceres ser seu filho” (Santo Ambrósio).

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Comunidades e paróquias celebram São Pedro João Carlos Gomes

Setores Conquista e Sapopemba e paróquias nos setores Vila Alpina e Vila Prudente viveram o dia de São Pedro e São Paulo Apóstolo, com missas solenes e quermesses

dos em anunciar o Evangelho, falar de Jesus Cristo e da nossa Igreja”. Respondendo ao padre Jesus, dom Edmar falou sobre sua satisfação em poder celebrar o padroeiro na paróquia, bendizendo também o santo padre, papa Francisco. “Celebro com vocês o padroeiro desta paróquia, com a certeza que – assim como Jesus Cristo disse a Pedro que edificaria sua Igreja na pedra que seria ele - o Senhor continua a querer contar com cada um de nós para construir a Igreja hoje”, disse, lembrando, em seguida da força e vitalidade do papa Francisco. “De onde vem a força do papa João Carlos Gomes Francisco? – Vem da alegria do Colaborador de comunicação da Região Evangelho e do encontro com No domingo, Jesus Cristo. E com esta alegria Dom Edmar presidiu missa dedicada a São Pedro e São Paulo, no dia 29 29, dia em que a que nos reconhecemos pecaIgreja reza pelos dores, mas chamados à servir à bELÉM mos a todos e ao nosso queri- nosso padroeiro; que juntos Cristo, como nosso Papa e pelas Santos Pedro e do bispo regional, dom Edmar, possamos destacar a nossa fé e colunas da Igreja, Pedro e PauPaulo e também encerrando as festividades de sair dessa celebração empenha- lo”, concluiu. pelo papa Francisco, sucessor de Pedro, várias comunidades e paróquias da Região Episcopal palavra do bispo Belém - cujo padroeiro é São Pedro - celebraram a data solene, com novenas e festas. Numa das celebrações mais auxiliar da (Sl 31,25); fonte de pensamen- tica da espiritualidade, dentro tradicionais, a paróquia São Pe- Bispo Arquidiocese na tos, dos desejos e das ações das do Tempo Comum: o coração. dro Apóstolo da Mooca, do Se- Região Belém pessoas (Dt 15,9; Mc 7,21-23; Celebramos, respectivamente, a tor Vila Prudente, a Solenidade Lc 6,45). Ser obstinado indica solenidade do Sagrado Coração encerrou a 44ª Festa Junina da Dom Edmar um coração duro (Ex 7,14; Jr de Jesus e a memória do ImacuParóquia, com quatro missas duPeron 3,17), daí a necessidade de mu- lado Coração de Maria. Cristo rante todo o dia 29. dar o coração de pedra por um se apresenta como modelo para A missa principal teve a presidência do bispo auxiliar da Ar- “Te amo de todo o meu cora- coração de carne (Ez 36,26), de seus discípulos, por ser manso e quidiocese de São Paulo para o ção!” ou “Te agradeço de todo converter-se de todo o coração humilde de coração (Mt 11,29); Belém, dom Edmar Peron, e foi coração”, dizem muitas vezes as (Jl 2,12-13), de perdoar o irmão e Maria, Mãe de Deus e nossa e concelebrada pelo pároco da São pessoas que se amam e aquelas de todo o coração (Mt 18,35) e, imagem da Igreja, foi apresenPedro, padre Jesus Andrade da que são agradecidas; que bom se acima de tudo, de amar a Deus tada como exemplo de pessoa Silva e pelo diácono Celso San- as pessoas soubessem expressar de todo o coração (Dt 6,5; Mt que medita e guarda no coração tos Acuña. Cerca de 250 pessoas sempre mais o amor e a gratidão! 22,37; Mc. 12,13; Lc 10,27). o mistério de Jesus Cristo (Lc Ao dizerem “de coração” estão Nesse contexto, pode-se com- 2,19.51). Ela tornou-se o protóparticiparam da solenidade. afirmando que são autênticos e preender melhor a súplica do tipo de quem escuta a Palavra de profundos o amor e a gratidão salmista: “Meu sacrifício é um Deus e faz dessa Palavra o seu Alegria do Evangelho A celebração teve início com as que sentem. E isso sem consi- espírito contrito. Um coração tesouro. Com Maria aprendemos boas-vindas do padre Jesus aos derar os inúmeros “Aguenta... contrito e esmagado tu não o a descobrir, por meio de meditapresentes e a dom Edmar. “É coração”, ditos durante os jogos desprezas... Ó Deus, cria em ção profunda, a atualidade da mim um coração puro, e renova mensagem divina, atentos aos com muita alegria que acolhe- do Brasil! A Bíblia, em muitas pas- no meu peito um espírito firme... sinais dos tempos, isto é, ao que sagens, se refere ao coração. Tu amas o coração sincero, e, no Deus vai realizando na história, Ela o apresenta como centro e íntimo, me ensinas a sabedoria. por trás das aparências da noragenda regional fonte das emoções, como por (Sl 51,8.12.19). malidade; em uma palavra, quer Sexta-feira (4), 15h exemplo, alegria (Pr 15,13; At A liturgia, por sua vez, na dizer refletir, como Maria, sobre 2,26), angústia (Sl 25,17; Jr semana passada, dias 27 e 28, os acontecimentos da vida cotiMissa Solene da Padroeira da 23,9), medo (Dt 28,67; Sl 27,3), nos ofereceu a possibilidade diana, tirando destes, como ela o Paróquia Santa Isabel (alameda amor (2Cor 6,11; 7,3), coragem de considerar essa caracterís- fazia, conclusões de fé. Rainha Santa, 322 – Vila Santa Isabel).

Paróquia São João Batista do Brás

Com diversas atrações, como apresentações musicais, dança, bingo comes e bebes e especialmente alegria, a paróquia São João Batista do Brás, no Setor Belém da Região, encerrou suas festividades do padroeiro (celebrado no dia 24 de junho) no domingo, 29.

Tempo Comum: “O nosso coração está em Deus!” Contudo, os profetas no Antigo Testamento e, depois, Jesus, denunciaram uma incoerência de vida, quando a fé celebrada não era traduzida em ações: “Esse povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim” (Mt 15,8). Tal separação entre fé e vida pode ser vencida bebendo da fonte da liturgia; de fato, no diálogo inicial da Oração Eucarística, nos é proposto sempre de novo e sinteticamente o ideal de vida de comunhão com Deus, assim explicitado: “Corações ao alto – O nosso coração está em Deus”; é assumir hoje a exortação do profeta Joel: “Pois agora-oráculo do Senhor – voltem para mim de todo o coração... Voltem para o Senhor, o Deus de vocês, pois ele é piedade e compaixão, lento para a cólera e cheio de amor” (2,12-13) Esse é um ideal a ser retomado, buscado cotidianamente, como elemento de nossa espiritualidade inspirada na liturgia do Tempo Comum.

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20 | Região Santana |

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Paróquias promovem Santas Missões Populares Comunidades do Setor Vila Maria buscam atingir nessas ações as famílias afastadas da Igreja e pessoas que perderam a fé Diácono Francisco Gonçalves Colaborador de comunicação da Região

O Setor Vila Maria da Região Episcopal Santana, composto SANTANA por seis paróquias (Nossa Senhora da Candelária, Jesus no Horto das Oliveiras, São Sebastião, Anunciação, Nossa Senhora da Boa Viagem, e Santa Rita de Cássia), realiza um trabalho missionário por meio de um grupo chamado “Comissão Paroquial das Santas Missões Populares”. No Brasil, há várias experiências de missões populares, mas o grupo escolheu seguir aquela desenvolvida pelo padre Luis Mosconi que criou em Belém do Pará, em 1990, um instrumento de inspiração espiritual, revigoramento pastoral através do eixo permanente e prioritário que é a “missão”, e de transformação social entre agentes pastorais e lideranças das CEBs. Padre Mosconi teve essa visão ao constatar que as pastorais, em geral, não conseguiam sintonizar com as aspirações dos muitos católicos que viviam afastados de suas comunidades. Criou, então, as Santas Missões, não como um movimento pastoral à parte e, sim, um serviço à pastoral com o objetivo de fazer das paróquias uma rede de pequenas comunidades eclesiais e com as seguintes características: missionários vindos do meio do povo; missões inculturadas e seguimento a Jesus Cristo. Ao longo desses anos foram preparados cerca de 100 mil missionários. A duração das missões populares está ligada aos objetivos e à situação do lugar onde elas acontecem. Geralmente, deve ter a duração de dois anos, com as seguintes etapas: estudo do livro das Santas Missões Populares, publicado por padre Mosconi e que funciona como um manual;

Diacono Francisco Gonçalves

criação de coordenação paroquial com a tarefa de articular e acompanhar todo o processo; etapa da pré-missão com grande retiro dos missionários; etapa da semana missionária; etapa da pós-missão, para se saber se foi bem captado o espírito da missão popular e se ela foi bem acompanhada. Na Região Santana, as paróquias do Setor Vila Maria, para se aprofundar no tema, realizaram uma formação ministrada pelo padre Luis Mosconi, a que compareceram 150 lideranças, nos dias 21 e 22 de junho, no salão da Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, com base em seus livros: “A Vida é Missão” e “Santas Missões Populares”. Dom Sergio de Deus Borges esteve presente no evento dando apoio a essa iniciativa evangelizadora que, conforme padre Luis Mosconi, se desenvolverá, de 2014 a 2017, como um período de preparação para o desenvolvimento Missa na Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, onde se realizou formação para as Santas Missões Populares das atividades missionárias. palavra do bispo

Atos que brotam de fé! Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana

Dom Sergio de Deus Borges

O dízimo é um ato de fé e de ação de graças a Deus, Deus que é sumamente bom e digno de ser amado. Essa experiência está enraizada na fé de nossos primeiros pais, como podemos ver a partir da Bíblia Sagrada, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. O livro do Gênesis relata a primeira experiência do dízimo, acontecida em um ambiente de fé e de celebração: “Melquisedec, rei de Salém, trouxe pão e vinho e, como sacerdote de Deus Altíssimo, abençoou Abrão, dizendo: ‘Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, Criador do céu

e da terra. Bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou teus inimigos em tuas mãos’. E Abrão entregou-lhe o dízimo de tudo” (Gn 14,18-20). O sentimento de gratidão à presença amorosa de Deus foi tão grande em Abraão, que ele percebeu que sua experiência de fé não estava completa, pois faltava um modo de expressar todo o seu agradecimento ao Deus Altíssimo. Ele louvava, bendizia, celebrava, mas não era o suficiente. Ele queria ir além, mais a fundo na experiência de fé, porque sentia que era necessário louvar e bendizer a Deus com algo de si, com o fruto do seu trabalho, com o labor de suas mãos, e encontrou na experiência de entregar o dízimo a justa medida. Contribuir com o dízimo, para Abraão, não foi somente dar uma ajuda material

Das 8 às 17h30, retiro da Pastoral da Criança na Paróquia Nossa Senhora de Loreto (avenida Nossa Senhora do Loreto, 599).

ças: Maria, chamada Madalena, de quem saíram sete demônios; Joana, mulher de Cuza, alto funcionário de Herodes; Suzana e muitas outras mulheres, que os ajudavam com seus bens” (Lc 8,1-3). Essas mulheres, agradecidas por tudo o que Jesus fez, glorificam a Deus seguindo o Mestre e Senhor, porque ele é o doador de todos os dons e a fonte de todas as bênçãos, e colocam à disposição de Jesus e seus discípulos, parte dos bens. Abraão e essas mulheres têm muito a nos ensinar no caminho da fé, no seguimento de Jesus; ensinam-nos que o dízimo nasce de um coração agradecido e de um ato de fé; ensinam-nos que a fé fortalecida nos leva à maior gratidão a Deus, nos leva à experiência de entregar o dízimo, segundo a medida do coração.

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Sábado (5)

para o culto, num ato que não envolve a fé e nem o coração; para ele, o dízimo foi, na verdade, um grande ato de fé no Deus Altíssimo que caminhou ao seu lado. O Novo Testamento não apresenta o dízimo do mesmo modo como está organizado no Antigo Testamento, mas apresenta discípulos e discípulas que têm a mesma fé e a mesma atitude fundamental de ir além, de dar um passo a mais no caminho da fé e do seguimento do Senhor. Como exemplo dessa atitude, podemos tomar o relato do Evangelho de São Lucas: “Depois disso, Jesus percorria cidades e povoados, proclamando e anunciando a Boa-Nova do Reino de Deus. Os doze iam com ele e, também, algumas mulheres que tinham sido curadas de espíritos maus e de doen-

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| Região Sé | 21

Apostolado da Oração celebra 100 anos em Perdizes Fiéis da Paróquia São Geraldo comemoram um século de devoção ao Sagrado Coração de Jesus

A coordenadora destacou que todos os anos ingressam novos membros no grupo. “Além dos que renovam suas fitas, há muitas moças, rapazes e senhoras que se

aproximam da devoção ao Sagrado Coração e se interessam em participar do Apostolado”. Para o pároco, padre José Augusto Schramm Brasil, o Aposto-

lado da Oração foi sempre uma presença significativa na São Geraldo. “Muitas vezes animou a espiritualidade desta paróquia, sustentou a vida de oração, o Fernando Geronazzo

Fernando Geronazzo

Colaborador de comunicação da Região

No ano do centenário da Paróquia São Geraldo, nas SÉ Perdizes, zona oeste, o Apostolado da Oração também comemora seus 100 anos de existência nessa comunidade. Para marcar o jubileu, foi celebrada uma missa na sexta-feira, 27, solenidade do Sagrado Coração de Jesus. A assembleia tomada pelas famosas fitas vermelhas sobre os ombros dos membros do apostolado louvou e agradeceu pelo Tradicionais fitas vermelhas tomam assembleia na comemoração dos 100 anos do Apostolado da Oração século de caminhada e devoção. Iniciado em 1884, na França, o Apostolado da Oração se defi- palavra do bispo ne em seus estatutos como “uma união de fiéis que, por meio do oferecimento cotidiano de si mesmos, se juntam ao Sacrifício auxiliar da Eucarístico, no qual se exerce Bispo de poder, que as tornariam vi- trução de uma sociedade justa e na continuamente a obra de nossa re- Arquidiocese ciadas, corruptas e pesadas: “A fraterna, superando, portanto, o Região Sé denção, e desta forma, pela união solidariedade é uma reação es- grande fosso existente entre rivital de Cristo, da qual depende pontânea de quem reconhece a cos e pobres, buscando a incluDom Tarcísio a fecundidade apostólica, colabofunção social da propriedade e o são social. Na base do comproScaramussa ram na salvação do mundo”. destino universal dos bens como misso social deve estar o amor Maria Lúcia Simões Salgado realidades anteriores à proprie- aos pobres e a decorrente opção dos Santos, 71, coordenadora do Dando continuidade à reflexão dade privada. A posse privada pelos pobres. A esse respeito o Apostolado na Paróquia São Ge- sobre caminhos de Iniciação à dos bens justifica-se para cuidar Papa lembra que “no coração de raldo, explicou para O SÃO PAU- Vida Cristã, à luz da exortação deles e aumentá-los de modo Deus, ocupam lugar preferenLO que o grupo atualmente conta apostólica do papa Francisco, a servirem melhor o bem co- cial os pobres, tanto que até Ele com 65 membros, além das crian- Evangelii Gaudium, destaca- mum, pelo que a solidariedade mesmo ‘Se fez pobre’ (2 Cor 8, ças e jovens que participam do mo- remos hoje a dimensão social deve ser vivida como a decisão 9). Todo o caminho da nossa vimento Eucarístico Jovem (MEJ), e política da caridade. A inicia- de devolver ao pobre o que lhe redenção está assinalado pelos ligado à mesma espiritualidade. ção deve conduzir também à corresponde. Estas convicções e pobres” (E.G. n. 197). Além desse aspecto, os parti- vivência desta dimensão. práticas de solidariedade, quanAs atitudes de fé a serem cipantes do Apostolado da OraA caridade transcende o as- do se fazem carne, abrem cami- cultivadas na relação com os ção valorizam a ação pastoral, so- pecto das relações pessoais, e nho a outras transformações es- pobres são apontadas pelo Papa bretudo nas diferentes atividades tem também uma dimensão so- truturais e tornam-nas possíveis. como um caminho de libertaque desempenham na comunida- cial e política, que o Papa chama Uma mudança nas estruturas, ção movido pelo Espírito: “O de paroquial. “A maioria das nos- de solidariedade social que leva sem se gerar novas convicções nosso compromisso não consas zeladoras participam da Pas- à transformação das estruturas. e atitudes, fará com que essas siste exclusivamente em ações toral da Saúde, visitam enfermos, Também nesta ação é necessário mesmas estruturas, mais cedo ou em programas de promoção também na Pastoral da Criança, o critério evangélico da carida- ou mais tarde, se tornem corrup- e assistência; aquilo que o Esministros [extraordinárias da Sa- de, para que as mudanças nas tas, pesadas e ineficazes” (E.G., pírito põe em movimento não grada Comunhão], entre outras estruturas sejam sustentadas por n. 189). é um excesso de ativismo, mas atividades da Paróquia”, contou esta convicção, e não por briga A transformação visa a cons- primariamente uma atenção Maria Lúcia.

prolongamento da ação da missa através da adoração eucarística. Os padres que por aqui passaram sempre registraram o apoio que sentiam nos seus trabalhos apostólicos”. Reinaldo Dal Col, 65, é do apostolado há 6 anos. Ele recordou que embora atualmente o Apostolado da Oração seja um grupo de maioria feminina, no início de sua organização era predominantemente de homens. “Eu já conhecia o grupo há muitos anos, mas foi aqui na São Geraldo que eu decidi ingressar de fato no Apostolado”. Aos 91 anos, Maria Croci Lambert é a integrante mais antiga do Apostolado da Oração da Paróquia São Geraldo. “Desde menina eu estou no Apostolado. Passei minha vida inteira aqui”, relatou a senhora, que ainda ressaltou que o acha mais belo no grupo é a união e o fervor. “É muito bonito ver as pessoas colocando Jesus em primeiro lugar em suas vidas”.

Caminhos de Iniciação à Vida Cristã (8)

prestada ao outro ‘considerando-o como um só consigo mesmo’. Esta atenção amiga é o início duma verdadeira preocupação pela sua pessoa e, a partir dela, desejo procurar efetivamente o seu bem. Isto implica apreciar o pobre na sua bondade própria, com o seu modo de ser, com a sua cultura, com a sua forma de viver a fé. O amor autêntico é sempre contemplativo, permitindo-nos servir o outro não por necessidade ou vaidade, mas porque ele é belo, independentemente da sua aparência... Quando amado, o pobre ‘é estimado como de alto valor’, e isto diferencia a autêntica opção pelos pobres de qualquer ideologia, de qualquer tentativa de utilizar os pobres ao serviço de interesses pessoais ou políticos... Não seria, este estilo, a maior e mais eficaz apresentação da boa nova do Reino?’” (E.G., n. 199)


22 | Região Ipiranga |

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‘Servir o povo de Deus no amor do Coração de Jesus’ Pascom Ipiranga

Padre Jorge Bernardes celebrou jubileu de prata na Paróquia Santa Rita de Cássia; Cardeal recordou a missão dos padres Francisco David

colaborador de Comunicação da Região

No sábado, 28, na Paróquia Santa Rita de Cássia, o Setor Vila Ma- IPIRANGA riana da Região Episcopal Ipiranga celebrou missa em comemoração ao jubileu de prata sacerdotal do padre Jorge Bernardes. A missa foi presidida por dom Odilo Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo e concelebrada por uma quantia numerosa de padres, inclusive o padre Anísio Hilário, vigário episcopal da Região Ipiranga e pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida do Setor Ipiranga. Padre Jorge, filho de Manoel Bernardes Filho e Carmem Bonizol, nasceu em setembro de 1.957 e foi ordenado sacerdote pelo car-

Jubileu de prata do padre Jorge Bernardes e a solenidade do Sagrado Coração de Jesus foram celebradas em missa presidida pelo cardeal Odilo Pedro Scherer

deal dom Paulo Evaristo Arns, até então arcebispo de São Paulo, em 25 de junho de 1989 na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, Região Belém e trabalhou por 13 anos nessa mesma paróquia. Em 2003, foi transferido para a Paróquia Santa Cândida, setor Imigrantes da Região Ipiranga e ficou até o final de 2013, data em que foi transferido para a Paróquia Santa Rita de Cássia como pároco. Paralelamente, assumiu diversos trabalhos, como coordenador de setor, representante do presbitério e coordenador do Centro de Estudos Teológicos da Região Ipiranga, onde atualmente realiza diversos cursos à

distância para o Brasil inteiro. Na homilia, dom Odilo destacou a data do Sagrado Coração de Jesus, falou também sobre a dia de oração pela santificação do clero que tem a missão de transmitir esse amor de Deus, que provém do Coração de Jesus: “Os sacerdotes têm esta vocação e esta missão de serem testemunhas do amor de Deus, de maneira toda particular, no meio da comunidade, dos fiéis, no meio da Igreja... E servir o povo de Deus no amor do Coração de Jesus”. Continuou: “Coração de Cristo que manifesta o amor que Deus Pai, humanamente, por todos nós. Conheceríamos, nós, o amor de Deus, se

Deus não manifestasse humanamente a nós? Nós só conhecemos a linguagem humana. A linguagem dos anjos, não conhecemos. E a linguagem de Deus... Se Deus não pronunciasse humanamente, nós também não a conheceríamos, mas Deus se fez humano, por meio de seu Filho, que assumiu nossa carne”. Durante a homilia, o Cardeal também destacou a nomeação do novo bispo auxiliar de São Paulo que terá o encargo de ser o vigário episcopal da Região Ipiranga, dom José Roberto Fortes Palau, e agradeceu ao padre Anísio, por sua dedicação e paciência e pediu que Deus recompensasse todo o

trabalho realizado na Região. Pediu ao padre Anísio que ajudasse o bispo auxiliar até que ele esteja bem entrosado na região e encaminhado as várias atividades. No fim da celebração, padre Jorge foi homenageado pelos paroquianos da Paróquia Santa Rita de Cássia, como também das diversas paróquias por onde ele passou. Padre Jorge, muito emocionado, agradeceu a presença de todos, sobretudo a disponibilidade do cardeal dom Odilo Scherer, bem como do padre Anísio e concelebrantes para celebrar esse dia de ação de graças. Houve confraternização na praça Santa Rita.

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| Região Lapa | 23

Alegria de participar da mesa Eucarística Membros do Apostolado da Oração e Catecúmenos participaram da missa solene do Sagrado Coração de Jesus

Após a homilia, dom Julio convidou todos os catecúmenos e catecúmenas que iriam receber a 1ª comunhão a ficarem de pé. Eles acenderam as velas e fizeram a renovação das promessas batismais. Na sequência, o Pároco apresen-

tou ao Bispo as medalhas com as fitas do Apostolado para a bênção e convidou os que iriam recebê-las a comparecerem à frente. Padre Rocha, antes da bênção, chamou ainda as catequistas Maria Helena Tavares de Pinho Tinoco

Soares e Marinalva Rodrigues Salazar da Silva, que foram homenageadas recebendo flores de uma catequizada. O Bispo manifestou sua alegria pela participação de todos, agradeceu a presença da comuniAngela Santos/Pascom Lapa

BENIGNO NAVEIRA

COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO DA REGIÃO

Na noite de sexta-feira, 27, às 19h30, na PaLAPA róquia Sagrado Coração de Jesus, Setor Butantã, a pastoral da comunicação da Região Episcopal Lapa acompanhou junto aos membros do Apostolado da Oração, paroquianos e doze catequizandos adultos, a missa solene do Sagrado Coração de Jesus. A celebração foi presidida pelo bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Episcopal Lapa, dom Julio Endi Akamine e concelebrada pelo padre Jorge Rocha Pierozan, pároco. Dom Julio, em sua homilia, exaltou que Deus nunca se cansa de amar seus filhos, mesmo quando cometem pecados. E continuou: “Porque ele criou tudo, guardou o seu segredo em todos os tempos, para que agora, por meio da Igreja, conheçam a sabedoria de Deus em todas as suas formas”. Dom Julio falou ainda que ele fez isto de acordo com seu eterno propósito realizado em Jesus Cristo e através da confiança da fé, que aproxima de Deus. “Hoje celebramos este mistério, como lemos no Evangelho de João. Para não permitir que os corpos ficassem expostos no dia de sábado, os soldados foram quebrar as pernas dos crucificados, quebraram as pernas dos dois que estavam ao lado de Jesus, mas quando se aproximaram de Jesus viram que ele já tinha morrido, um dos soldados atravessou o coração de Jesus com uma lança e do coração aberto jorrou sangue e água. E reforçou: “Do lado aberto de Cristo, seu coração transpassado brotou sangue e água, símbolo do sacramentos da Eucaristia e do Batismo”.

Comunidade acolhe os adultos que renovam as promessas batismais e recebem pela primeira vez a Eucaristia

dade do Apostolado da Oração e convidou a todos a cantarem parabéns aos novos irmãos em Cristo. A reportagem entrevistou dois entre os doze catecúmenos, sendo três protestantes e um com 54 anos. Ana Clara Ferraz Tonelli conversou com a reportagem dizendo que era protestante, mas seu noivo era católico e, por isso, começou a frequentar a Igreja. “Senti o chamado e me converti ao catolicismo, sendo hoje um dia muito especial na minha vida, por receber pela primeira vez a Eucaristia, o Corpo de Cristo”, afirmou. Já Nelson Penha Bansi, 54, mostrou emoção e alegria em poder receber a Eucaristia pela primeira vez, e disse que foi através da fé que ele se tornou católico, sendo catequizado pelo seu sobrinho Fernando Bansi.

palavra do bispo

Nossa salvação depende da revelação de Deus Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa

Dom Julio Endi Akamine

Querido leitor do JORNAL O SÃO PAULO, gostaria de retomar os temas da primeira parte do Catecismo da Igreja Católica. Como você já sabe essa primeira parte é a explicação da profissão de fé. A fé cristã é fé em Deus, em Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Em sua bondade e amor, Deus se revelou realmente como ele é em si mesmo: um só Deus e três pessoas distintas em inefável comunhão de amor. É preciso que fique claro: a revelação de Deus Uno e Trino não é mera informação sobre Deus. É muito mais do que isso: trata-se de uma graça finalizada a nos salvar. Da revelação do Pai, do Filho

e do Espírito Santo depende a nossa salvação. Deus não se revelou para nos dar um mero conhecimento teórico de si, mas para nos salvar e para nos fazer participar de sua vida. A verdade não se revela simplesmente para nossa erudição, mas para que sejamos acolhidos na comunhão trinitária. Em outras palavras, o próprio Deus é a nossa salvação. Por isso não devemos buscar a salvação a não ser em Deus Uno e Trino. Nós conhecemos Deus, porque Jesus nos revelou Deus como o seu Pai, revelando-se, ao mesmo tempo, como o Filho e prometendo o Espírito Santo como dom de ambos. A revelação da paternidade de Deus é um dos pontos fundamentais, para não dizer central, da mensagem evangélica. Conforme o Catecismo da Igreja Católica no nº 240, a revelação do Pai está essencialmente ligada à pessoa de Jesus. Ao ler os evangelhos, nota-

agenda regional

remos que Jesus não somente fala de Deus como seu Pai, mas que o invoca como tal (cf. Mc 14,36; Rm 8,15; Gl 4,6). Quando Jesus tem como interlocutor Deus, sempre o chama de “Pai” (cf. Mc 15,34; Mt 27,46; 11,2527; Lc 10,21-22). Manifesta com esse modo peculiar de invocação a consciência de sua proximidade a Deus, a familiaridade e o imediatismo de sua relação com o Pai. Assim a experiência humana que Jesus faz do Abbá, nos introduz no núcleo central da identidade pessoal e do mistério de Jesus. Em Jesus de Nazaré, se revela uma profundidade, até então insuspeita, da paternidade de Deus e da filiação que dela deriva. O Evangelho segundo João é o que mais destaca a função reveladora de Jesus, a sua obediência à vontade do Pai e a sua contínua referência ao Pai. Se você ler com atenção este

Evangelho notará que, nos lábios de Jesus, “Pai” é o modo normal de designar Deus, enquanto que “Filho” é a denominação habitual que Jesus usa para se apresentar a si mesmo. O Pai é aquele que enviou Jesus ao mundo (cf. Jo 5,36-37; 6,44.57; 8,42; 13,3; 16,17-28); Ele marcou o Filho com seu selo (6,27). Com a missão do Filho, Deus mostrou seu amor pelos homens (3,16s; 1Jo 4,7-21) e, desse modo, abriu-nos uma nova perspectiva para conhecer o ser mesmo de Deus. O Pai é o constante ponto de referência de Jesus. Nenhum aspecto de sua vida e de sua morte, de sua palavra e de suas obras, de sua ação e de sua oração se explica sem essa referência ao Pai. Sem a referência ao Pai é impossível para nós termos acesso ao mistério da pessoa do Filho: Jesus vive constantemente orientado para o Pai: a comunhão entre eles é total.

Quarta-feira (02), 14h

Sexta-feira (04), 14h

Reunião da equipe ampliada para VIII Mostra Cultural, na Cúria da Lapa (rua Afonso Sardinha, 62, Lapa).

Reunião mensal do Curso de Teologia, na Cúria da Lapa (rua Afonso Sardinha, 62, Lapa).


24 | Geral |

3 a 9 de julho de 2014 | www.arquidiocesedesaopaulo.org.br l’Osservatore Romano

Um Sínodo para ver, à luz do Evangelho, a família hoje De 5 a 19 de outubro acontecerá, em Roma, a 3ª Assembleia Extraordinária dos Bispos convocada pelo papa Francisco nayá fernandes redação

Foi divulgado em 26 de junho, pelo Vaticano, o Instrumentum Laboris (Instrumento de Trabalho) que servirá de texto-base para as reflexões e debates durante o 3º Sínodo

Extraordinário dos Bispos, entre 5 a 19 de outubro próximo. A Assembleia reunirá na Cidade do Vaticano, bispos do mundo inteiro para refletir sobre o tema: “Os desafios pastorais para as famílias no contexto da Evangelização”. Dividido em três partes, o documento de 84 páginas faz um levantamento geral dos principais problemas e dificuldades em relação à família no mundo contemporâneo, sem fugir daqueles mais espinhosos, como a crise de fé e a perda dos valores em sociedades secularizadas; a consequente falta de conhecimento e recepção dos ensinamentos do Magistério da Igreja; casais separados, divorciados e recasados e sua relação com a Igreja; as

desafios e propostas

Dificuldade de compreensão da Lei Natural

Melhorar a linguagem e o quadro conceitual de referência com ênfase decididamente maior ao papel da Palavra de Deus como instrumento privilegiado na concepção da vida conjugal e familiar

Divorciados recasados

Encontrar formas de acompanhamento com as quais apoiar os pais e seus filhos num percurso de reconciliação. Simplificar os procedimentos jurídicos de nulidade matrimonial.

União entre as pessoas do mesmo sexo

Cuidado pastoral das Igrejas particulares em direção a estas situações, incluindo as questões relativas aos eventuais filhos existentes.

Solicitação do matrimônio sem uma fé explícita

Continuar a acompanhar os jovens casados também depois das núpcias.

Preparação para o matrimônio

Promover catequeses diferenciadas: para os jovens até antes do noivado; para os pais dos noivos; para as pessoas já casadas; para as pessoas separadas; para a preparação para o Batismo; para o conhecimento dos documentos pastorais dos Bispos e do Magistério da Igreja.

uniões entre pessoas do mesmo sexo e a Iniciação Cristã de filhos em países onde a lei permite que adotem filhos; métodos contraceptivos, entre outros. Segundo o secretário geral do Sínodo e, portanto, responsável pela preparação do instrumento de trabalho, cardeal Lorenzo Baldisseri, o documento é o fruto de oito meses de trabalho, iniciado tão logo, em 8 de outubro de 2013, quando foi convocado pelo papa Francisco. Desde então, a Secretaria do Sínodo enviou um questionário com 39 perguntas, parte do documento inicial de trabalho, a todas as conferências episcopais do mundo, com o fim de identificar os principais problemas e desafios pastorais presentes nas diversas sociedades, no que tange à família e que merecem especial atenção da Igreja. O Instrumentum Laboris fornece uma visão da realidade familiar no contexto atual, que representa o início de uma profunda reflexão cujo desenvolvimento se realizará em duas etapas: Assembleia extraordinária e a Assembleia Ordinária, estritamente ligadas ao tema da família à luz do Evangelho de Cristo. Os resultados da primeira assembleia serão utilizados para a preparação da sucessiva, em 2015, apenas depois da qual será publicada um documento final, submetido ao Papa, explicou o cardeal Baldisseri. Para o teólogo e bispo dom Bruno Forte, em coletiva imprensa do Vaticano, a característica forte desse Intrumentum Laboris é a aderência à realidade em toda a sua diversidade e complexidade e, consequentemente, o rigor e honestidade em não fechar os olhos para alguns problemas, por mais inquietantes e incômodos que possam parecer. Antes, quer vê-los, estudá-los, debatê-los a fim de encontrar respostas, à luz dos evangelhos em busca de uma ação pastoral que respondam a estes desafios.

Ponto de Vista

É preciso formar e cuidar das ovelhas Padre Michelino Roberto

A conclusão do 3º Sínodo Extraordinário dos Bispos em Roma coincidirá com a cerimônia de beatificação do papa Paulo VI, marcada para 19 de Outubro em Roma. Autor da corajosa encíclica Humanae Vitae, documento do Magistério sobre a dignidade da transmissão da vida humana, profetiza com clarividência o porvir de uma anti-cultura contrária à vida e destrutiva da família. O Instrumentum Laboris, divulgado pelo Vaticano em 24 de junho, aponta como um dos fatores que estão na raiz do enfraquecimento da instituição familiar a falta de conhecimento e dificuldade na “recepção” dos ensinamentos do Magistério. Longe de propor mudanças na doutrina exposta na Humanae Vitae, o documento que servirá de base para os trabalhos dos bispos se direciona na afirmação da necessidade de formação do povo de Deus. Em outras palavras, na percepção dos bispos, ao que parece, falta empenho por parte dos pastores no aprimoramento dos cursos de preparação para o casamento e no desenvolvimento de projetos pastorais direcionados à consolidação da vida familiar. O documento fala ainda da necessidade de se abandonar perspectivas meramente casuísticas, traduzidas pelas simplificações “pode”, “não pode” e de adotar uma atitude verdadeiramente pastoral, que se comprometa com a vida das pessoas, sem abandoná-las, nem à fria aplicação da letra da lei por um lado, e nem à permissividade mundana das novelas por outro. Como o papa Francisco tem insistido, é preciso cuidar das ovelhas!


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