O SÃO PAULO - edição 3013

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 59 | Edição 3013 | 29 de julho a 12 de agosto de 2014

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missão na cidade Seminaristas da Arquidiocese vão ao encontro das ‘periferias existenciais’ Para anunciar o Evangelho e vivenciar de maneira mais próxima a atuação da Igreja nas diferentes realidades da cidade de São Paulo, os seminaristas da Arquidiocese participaram, entre os dias 19 e 27, da Semana Missionária. Em paróquias, cárceres, hospitais, ruas e praças, eles apresentaram uma Igreja em saída, como exorta o papa Francisco, e levaram e receberam a esperança de que a fé pode transformar vidas. “A missão tem o impacto de despertar no seminarista aquilo que é a vocação da Igreja por força missionária. A Igreja que serve a Cristo, que vive o seu Evangelho, por conseguinte, constrói o Reino de Deus”, afirmou o padre José Adeildo Pereira Machado, responsável pelas missões. A avaliação das atividades foi feita na segunda-feira, 28, com a presença do cardeal Odilo Scherer. Páginas 12 e 13

Papa Francisco clama constantemente por paz entre Israel e Palestina

Os hospitais filantrópicos, a crise financeira e o repasse do SUS

“Na Faixa de Gaza existem cerca de 2 mil cristãos, dos quais 200 são fiéis da única paróquia católica.” O papa Francisco e crentes de diferentes religiões têm clamado insistentemente pelo fim do conflito Israel-Palestina, no qual já morreram centenas de crianças. O início das ofensivas começou em 8 de julho quando mais de mil palestinos foram mortos e 6 mil feridos.

A crise na Santa Casa de Misericórdia, que veio à tona nestas semanas, deixa a mostra um grave problema que afeta os hospitais filantrópicos em todo o Brasil: os baixos valores de repasse do SUS. Para além de questões políticas e desentendimentos partidários é preciso olhar os problemas que há anos vêm se arrastando e dificultando o trabalho das Santas Casas e dos hospitais filantrópicos.

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Páginas 14 e 15

PJ é eleita para o Conselho de Juventude Página 11

Setor turístico é campeão de faturamento na Copa Página 17

900 pessoas participam do Encontro da Pascom Página 24


2 | Fé e Vida |

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editorial

Chega de guerra e de perseguição religiosa Certamente os cristãos, os que creem em Deus nos mais diferentes jeitos, e os que, mesmo não crendo em Deus, sonham com a paz estão angustiados com as imagens de destruição, sofrimento e morte que chegam diariamente do Oriente Médio. Israel semeia a morte na Faixa de Gaza em resposta aos ataques do Hamas, que também semeia a morte em Israel. E não há respeito ao cessar fogo, não há acordos e não há caminhos de saída para uma guerra que, como qualquer guerra, é absurda. Nas guerras não há vencedores, todos são vencidos, porque vidas preciosas são destruídas, porque a esperança dá lugar ao desespero. O que pensar diante desse quadro de horrores que choca o mundo? Como entender que o berço da fé no único Deus

está sacudido pela violência? Judaísmo, Islamismo e Cristianismo, todos veneram o único Deus. E por que propostas de paz e de cessar fogo vão por água abaixo? São perguntas com muitas respostas. Nenhuma delas, porém, explica e justifica tanto horror. Fica cada vez mais claro que os chefes das nações não podem ficar assistindo a essa guerra, que pode configurar-se como genocídio, sem buscar caminhos de saída. O silêncio das grandes nações cheira a omissão. O papa Francisco visitou em maio os lugares santos que estão dos dois lados em luta. Peregrinou por onde nasceu, viveu, pregou o Reino de Deus, morreu e ressuscitou Jesus Cristo, o príncipe da

paz. Reuniu-se também com os líderes israelense e palestino nos jardins do Vaticano e orou com eles pela paz. E no domingo passado, pediu o fim dos bombardeios em nome da paz. Parece, porém, uma voz clamando no deserto. O mundo não pode torna-se um campo de guerra. O coração humano precisa da paz. Mas não bastasse esse quadro de horrores, chegam notícias da perseguição sofrida pelos cristãos em países árabes. Igrejas são destruídas e seguidores de Jesus Cristo agredidos e mortos. A Igreja conta entre os seus santos milhares e milhares de homens e mulheres que deram sua vida por Jesus Cristo. Não bastasse a lista imensa de mártires cujos nomes estão registrados no “Martirológico Cris-

tão”, em todo o mundo o testemunho da fé muitas vezes é feito com a entrega total da vida. Homens e mulheres preferem morrer a negar aquele que para eles é Caminho, Verdade e Vida. O direito de se ter uma fé, de viver e celebrar esta fé, é garantido por tantos códigos de direitos humanos. Esse direito, porém, está sendo negado e é preciso que o mundo saiba, é preciso que essa violência seja denunciada. É hora de se buscar a paz entre as nações. É hora de se respeitarem os diferentes jeitos de se cultuar a Deus. É hora de se multiplicarem gestos de respeito e de defesa da vida e do direito de crer e professar uma fé. Antes que seja tarde. Antes que mais sangue inocente banhe a história humana.

opinião

Falta d’água não é culpa de São Pedro Sergio Ricciuto Conte

Diego Ferreira Ramos Machado

O planeta Terra não é, como se costuma dizer por aí, o planeta água. Apenas dois terços de sua superfície são cobertos por esse líquido precioso, escasso, finito e essencial à vida. É verdade que o manto terrestre tenha uma grande quantidade de vapores d’água e que a atmosfera tenha outro tanto, junto com as calotas polares, as geleiras e os aquíferos profundos. Mas, disponível, potável e doce, são apenas 0,00009% do total. A maior parte da população, no entanto, parece não se preocupar com isso. Por onde se anda vê-se pessoas lavando as ruas e calçadas com mangueiras jorrando água potável, que, além de doce e rara, é tratada com flúor nas estações de tratamento (ETA). O desperdício também está presente nas lava-roupas, chuveiros, descargas, goteiras, torneiras etc. e, talvez por isso, chegamos a uma crise sem precedentes em São Paulo. Todos os dias virou assunto nos jornais de todo o País o nível do reservatório no Sistema Cantareira, que abastece 8,8 milhões de pessoas na Região Metropolitana. É claro que, agora, de imediato, o que se espera é que todos colaborem e economizem água; é urgente que todos colaborem porque, embora o racionamento seja negado pelo Governo do Estado, alguns moradores já o tem sentido durante alguns dias da semana e para muitos já tem faltado água! Entretanto, o que não pode deixar de ser

refletido – sobretudo em ano eleitoral! – é o que ninguém tem dito nos noticiários. Não se trata de achar culpados para a crise, mas de tomar para si o problema, de se corresponsabilizar para resolver a questão de uma vez. Não é somente a falta de chuvas que impede o abastecimento do reservatório Cantareira; é preciso ver além! Por exemplo: já repararam que no meio da cidade de

São Paulo passa um grande e caudaloso rio que, por esse motivo, em tupi foi chamado Tietê? Já repararam que ele e seus afluentes poderiam nos fornecer mais de mil metros cúbicos por segundo de água, se não fossem rumo ao interior e estivessem poluídos? Já repararam que nas campanhas políticas os rios são sempre um impasse, cuja solução é canalizar e esconder para não ver mais o pro-

blema? As águas das chuvas são impedidas, pela alta taxa de áreas construídas e poucas áreas verdes, de infiltrar no solo e recarregar os aquíferos. Assim, essas águas pluviais chegam muito rápido aos rios, quase sempre canalizados e desprovidos de suas matas ciliares e só o que causam são enchentes de verão, transtornos e prejuízos econômicos. Não servem para beber ou para lazer; muito embora alguns, em situação de rua, se arriscam em tomar banho ali, num desses canais ao longo do caudaloso rio. Então, nos perguntamos se alguém poderia se beneficiar com essa crise das águas. Claro! Basta pensarmos nas grandes indústrias que tem as concessões para engarrafar e vender o líquido e nas empresas que cobram milhões para tratar o esgoto e não o fazem com eficiência. Muitos são beneficiados quando deixamos tudo como está; menos a população que, inclusive, ultrapassa os 11 milhões e ocupa apenas 0,02% do território nacional. O assunto é muito sério. É preciso refletir e cobrar – de si, da sociedade e dos poderes públicos – ações efetivas, para que a gente pare de culpar São Pedro pela falta de chuvas e faça algo de concreto por essa dádiva tão preciosa, sem a qual não há vida! E que Deus nos ajude! Diego Ferreira Ramos Machado é licenciado em Geociências e Educação Ambiental. Coordenador da Pastoral da Ecologia da Região Episcopal Sant’Anna e conselheiro do CADES Regional Santana/Tucuruvi/Mandaqui

espaço do leitor

Evangelizar na Era da Cultura Digital (edição 3012)

“Excelente a reportagem do tema evangelização na era digital publicado pelo O SÃO PAULO. Na verdade, nós es-

tamos na era digital-neuralpós-neural. Uma era que é fundamental para, com a tecnologia da informação inteligente, nós levar a uma maior espiritualidade. Precisamos minimizar as grandes e nefas-

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

tas diferenças existentes entre os seres humanos no planeta em todos os continentes. Kant já havia comentado acerca da necessidade de uma Paz Perpétua. É o que se deve fazer, juntamente com a minimização

das desigualdades mundiais”. de nossa fé cristã e católica”. Vicente Lentini Plantullo (por e-mail)

Sobre o jornal

“Nosso grande e respeitabilíssimo jornal católico. Famoso e assertivo! Um baluarte

José Pedro Pereira (pelo Facebook).

Redação do jornal O SÃO PAULO. Endereço: Avenida Higienópolis, 890, São Paulo (SP), CEP. 01238-000. E-mail: osaopaulo@uol.com.br Twitter: @JornalOSAOPAULO Facebook: Jornal O SÃO PAULO

Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Reportagem: Cônego Antônio Aparecido Pereira, Daniel Gomes, Edcarlos Bispo e Nayá Fernandes • Institucional: Rafael Alberto • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Assinaturas: Djeny Amanda • Projeto Gráfico e Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Impressão: Atlântica Gráfica e Editora Ltda. • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail• A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.


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encontro com o pastor

Arcebispo metropolitano de São Paulo

cardeal odilo pedro scherer

Jesus recomendou que rezássemos intensamente ao “Senhor da messe”, para que envie operários à sua messe (cf Lc 10,2). A oração pelas vocações e para os serviços da missão da Igreja deve ser constante, e não apenas em algumas ocasiões. Entretanto, aqui no Brasil, o mês de agosto é dedicado à especial oração pelas vocações aos ministérios, serviços e à vida consagrada na Igreja. A falta ou a escassez dessas vocações tornaria difícil a realização da missão da Igreja. Por aí entendemos a insistência de Jesus: “pedi ao Senhor da messe...” Mas o Concílio Vaticano II nos lembra, de maneira oportuna, na constituição dogmática Lumen

A vocação de todos Gentium (cap. 5º), que todos os filhos da Igreja têm uma vocação em comum: a vocação à santidade. Esta vem do próprio Batismo e da adesão de fé ao Evangelho. No final do sermão da montanha, tendo ensinado o caminho das bem-aventuranças e do verdadeiro culto que se deve prestar a Deus, Jesus recomenda: “sede, pois, perfeitos como também vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48). Deus nos chama “a sermos santos e imaculados diante dele no amor” (cf Ef 1,4). Essa santidade, mais do que uma conquista de nossos esforços, é um dom que já recebemos “de graça”, com o Batismo, quando nos tornamos “filhos de Deus”. A filiação divina e a comunhão com Deus são o “estado de santidade”, recebido graças à redenção realizada por Jesus Cristo. Nós recebemos o Espírito Santo, ou “Espírito de santidade”, que nos capacita a levarmos vida santa; por isso, os batizados, ajudados pela graça de Deus, devem cultivar a santidade recebida e crescer

nela através das atitudes e comportamentos coerentes com esse dom. Devem viver “como convém a santos”, recomenda o Apóstolo (Ef 5,3). “Como escolhidos de Deus, santos e amados, revistí-vos de sentimentos de carinhosa compaixão, bondade, humildade, mansidão, longanimidade” (Cl 3,12), para, assim, produzir os “frutos do Espírito para a santificação” (cf. Gál 5,22). Santidade e pecado continuam marcando nossa vida, enquanto estamos neste mundo. Somos marcados por fraquezas e sujeitos ao pecado e temos a necessidade de recorrer continuamente à misericórdia divina, pedindo o perdão. Isso, porém, não impede que cresça em santidade quem se renova na graça de Deus. Só não progride quem se entrega conscientemente aos caminhos do pecado e não os abandona. Todos os cristãos, de qualquer estado de vida, são chamados a progredir na caridade e na plenitude da vida cristã. E a santidade do povo de Deus expande-se no

Quinta-feira (31)

Mãe de Jesus, na Região Ipiranga. 9h30: Confraternização anual do Clero da Domingo (3) Arquidiocese. 11h: Missa na Catedral – Abertura do mês vocacional - Ministérios de Leitor e AcóliSexta-feira (1º) 20h: Missa na Paróquia São Vicente – Se- to a seminaristas e candidatos ao Diaconato tor Anchieta, Região Ipiranga. permanente.

Segunda-feira a quinta-feira 16h: Participação na posse canônica do (4 a 7)

meio da comunidade humana, com abundantes frutos de virtude. O verdadeiro santo nunca beneficia apenas a si mesmo, mas à inteira comunidade humana na qual está inserido. Por aí, entendemos bem a palavra de São João Paulo II, em Florianópolis: “o Brasil precisa de muitos santos!” As vocações, na Igreja, não são para suprir a “mão de obra” para a realização da missão, nem podem ser escolhas para passar comodamente a vida: são caminhos especiais de santificação e para a realização da única e básica vocação de todos os batizados: a santidade. As vocações autênticas são, ao mesmo tempo, animadas pelo desejo e a disposição para viver a santidade. No mês de agosto, rezemos para ter uma consciência sempre mais clara da nossa altíssima vocação: ser santos. Havendo maior desejo e busca da santidade entre todos os batizados, também haverá mais vocações sacerdotais, religiosas, laicais e consagradas de todos os carismas. Tweets do Cardeal

agenda do Cardeal

Sábado (2)

| Fé e Vida | 3

“Nova evangelização e iniciação à vida cristã”.

@DomOdiloScherer

Quinta-feira (7)

27 – “Pedi e recebereis, procurai e achareis, batei e será aberta a porta”, disse Jesus

Sexta-feira (8)

26 – “Jesus então falou e disse a eles: Orai e vigiai aqui comigo, a fim de não cairdes em tentação”

17h: Celebração na festa do Seminário Santo Cura D’Ars.

9h: Reunião da Presidência do Regional Sul 1 da CNBB. Curso anual de aprofundamento teológico 20h: Missa com os Diáconos Permanentes novo Arcebispo de Pouso Alegre (MG). – Paróquia São Luís Gonzaga (Região Sé). 17h: Dedicação da Igreja Nossa Senhora e pastoral do Clero Arquidiocesano:

24 – “Senhor, sede uma rocha protetora para mim, um abrigo bem seguro que me salve! Sim, sois vós a minha rocha e fortaleza!”


4 | Fé e Vida |

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liturgia e vida

palavra do papa

O Reino de Deus está presente na própria pessoa de Jesus

18º DOMINGO DO TEMPO COMUM 3 DE AGOSTO DE 2014

Ana Flora Anderson

Um povo protegido Neste primeiro domingo de agosto, a liturgia nos apresenta o amor de Deus de maneira muito concreta. Ele é nosso socorro e libertador, que nos cerca com uma inesgotável bondade. Na primeira leitura (Isaías 55, 1-3), o profeta Isaías revela como é gratuito o amor de Deus para conosco. Tudo que um ser humano possa necessitar seja água, pão ou leite, Deus providenciou na criação. Quem tem sede da vida deve se aproximar do Pai, nosso Criador que nos cerca de amor. O Evangelho de São Mateus (14, 13-21) narra a tristeza de Jesus depois da morte de João Batista. Ele vai para um lugar afastado, mas o povo, sedento de suas palavras de vida, o segue à procura de esperança e de alívio para seus sofrimentos. Jesus responde com seu amor sem limites. A multidão é alimentada no corpo e na alma. Na segunda leitura (Romanos 8, 35.37-39), São Paulo canta louvor ao amor de Cristo para conosco. Ele declara que nada, nem perseguição, nem fome ou angústia podem nos separar desse amor divino. Podemos vencer todos os males do mundo porque o amor de Deus é graça que nos cerca e protege. leituras da semana

Segunda-feira (04): Jr 28,1-17; Sl 118,29. 43. 79. 80. 95. 102 ; Mt 14,22-36; Terça-feira (05): Jr 30,1-2.12-15.18-22; Sl 101, 16-18. 19-21. 29.22-23; Mt 15; Quarta-feira (06): Dn 7,9-10.13-14; Sl 96(97),1-2.5-6.9; Mt 17,1-9; Quinta-feira (07): Jr 31,31-34; Sl 50,12-13. 14-15. 18-19; Mt 16,13-23; Sexta-feira (08): Na 2,1.3; 3,1-3.6-7; Dt 32,35cd-36ab. 39abcd. 41 ; Mt 16,24-28; Sábado (09): Hab 1,12-2,4; Sl 9,8-9. 10-11. 12-13 ; Mt 17,14-20;

santo da semana – 31 de Julho Santo Inácio de Loyola Iñigo Lopez de Loyola (Imagem), este era o seu nome de batismo, nasceu numa família cristã, nobre e muito rica, na cidade de Azpeitia, da província basca de Guipuzcoa, na Espanha, no ano de 1491. O mais novo de treze filhos, foi educado, com todo cuidado, para tornar-se um perfeito fidalgo. Cresceu apreciando os luxos da corte, praticando esportes, principalmente os eqüestres, seus preferidos. Durante um ano, de 1522 a 1523, viveu retirado numa caverna em Manresa, como eremita e mendigo, o tempo todo em penitência, na solidão e passando as mais duras necessidades. Lá, durante esse período, preparou a base do seu livro mais importante: “Exercícios espirituais”. E sua vida mudou tanto que do campo de batalhas passou a transitar no campo das idéias, indo estudar filosofia e teologia em Paris e Veneza. Em Paris, em 15 de agosto de 1534, juntaram-se a ele mais seis companheiros, e fundaram a Companhia de Jesus. Entre eles estava Francisco Xavier, que se tornou um dos maiores missionários da Ordem e também santo da Igreja. Mas todos só se ordenaram sacerdotes em 1537, quando concluíram os estudos, ocasião em que Iñigo tomou o nome de Inácio. Três anos depois, o papa Paulo III aprovou a nova Ordem e Inácio de Loyola foi escolhido para o cargo de superior-geral. Entretanto, desde que esteve no cargo de geral da Ordem, Inácio nunca gozou de boa saúde. Muito debilitado, morreu no dia 31 de julho de 1556, em Roma, na Itália. A sua contribuição para a Igreja e para a humanidade foi a sua visão do catolicismo, que veio de sua incessante busca interior e que resultou em definições e obras cada vez mais atuais e presentes nos nossos dias. Foi canonizado pelo papa Gregório XV em 1622. A sua festa é celebrada, na data de sua morte, nos quatro cantos do planeta onde os jesuítas atuam. Santo Inácio de Loyola foi declarado Padroeiro de Todos os Retiros Espirituais pelo papa Pio XI em 1922. Fonte: http://www.paulinas.org.br/

Papa francisco

Na homilia do 17º Domingo do Tempo Comum, em que Jesus conta as parábolas do tesouro escondido e da pérola preciosa, o papa Francisco responde a três perguntas: o que é, onde está e o que fazer para possuir o Reino de Deus? Segue a palavra do Papa. O que é o Reino dos céus? Jesus não se preocupa em explicar. Explica-o desde o início do seu Evangelho: “O Reino dos céus está próximo”. No entanto, não nos faz vê-lo diretamente, mas sempre numa reflexão, narrando um modo de agir de um patrão, um rei, as dez virgens… Ele prefere deixar-nos a intuí-lo por meio de parábolas e comparações, sobretudo revelando os efeitos: o Reino dos céus é capaz de mudar o mundo, como o fermento escondido na massa; é pequeno e humilde, como um grão de mostarda que, no entanto, se tornará tão grande quanto uma árvore. As duas parábolas que queremos refletir nos fazem entender que o Reino de Deus está presente na própria pessoa de Jesus.

Ele é o tesouro escondido e a pérola de grande valor. É de se entender a alegria do agricultor e do comerciante: eles encontraram! É a alegria de todos nós quando encontramos a proximidade e a presença de Jesus em nossas vidas. Uma presença que transforma nossas vidas e nos torna sensíveis às necessidades dos irmãos; uma presença que nos convida a aceitar uns aos outros, incluindo os estrangeiros e imigrantes. Como se encontra o Reino de Deus? Cada um de nós tem um caminho particular. Para alguns, o encontro com Jesus é esperado, desejado, procurado por muito tempo, como é mostrado na parábola do comerciante. Para outros, acontece de repente, quase por acaso, como na parábola do agricultor. Isso nos lembra que o próprio Deus se deixa encontrar, no entanto, porque é Ele que primeiro quer nos encontrar e busca nos encontrar: veio para ser o “Deus conosco”. É Ele quem nos procura e se deixa encontrar também por aqueles que não o buscam. Às vezes, Ele se deixa encontrar em lugares incomuns e em momentos inesperados. Quando alguém encontra Jesus, fica fascinado, conquistado, e é uma alegria deixar o nosso modo habitual de vida, às vezes árido e apático para

abraçar o Evangelho e deixar-se guiar pela nova lógica do amor e do serviço humilde e desinteressado. O que fazer para possuir o Reino de Deus? Sobre esse ponto, Jesus é muito claro: não basta a emoção, a alegria da descoberta. Ele deve levar a pérola preciosa do Reino a todos os outros terrenos bons; precisa colocar Deus em primeiro lugar em nossas vidas, preferi-lo antes de tudo. Dar primazia a Deus significa ter a coragem de dizer não para o mal, a violência, a opressão. É viver uma vida de serviço aos outros e em favor da lei e do bem comum. Quando uma pessoa encontra Deus, o verdadeiro tesouro, abandona o estilo de vida egoísta e tenta compartilhar com os outros o amor que vem de Deus. Quem se torna amigo de Deus, ama seus irmãos, se empenha em proteger suas vidas e sua saúde, também respeitando o meio ambiente e a natureza. Isso é particularmente importante nessa bela terra de vocês que precisa ser protegida e preservada. Peço que tenham a coragem de dizer não a qualquer forma de corrupção e ilegalidade, que todos sejam servidores da verdade e assumam sempre um estilo de vida evangélico, que se manifesta no dom de si e na atenção aos pobres e excluídos.

você pergunta

Por que, no Credo, afirmamos que Jesus é o Filho único do Pai? Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação na Arquidiocese de São Paulo

Padre Cido Pereira

Vejam a pergunta que me fez a Letícia, que não se identificou de onde é. “Se todos somos filhos de Deus, porque no Credo afirmamos que Jesus é o Filho único do Pai?” Letícia, Jesus é o Filho único do Pai, sim, e é fácil você entender isso. Todo filho é da mesma

natureza do Pai, não é mesmo? Ora, o Filho de Deus é Deus. Nós não somos deuses, somos pessoas humanas. Jesus tem a mesma natureza do Pai e pode dizer: “Eu e o Pai somos um!” Mas nós não somos filhos de Deus? Insiste você em perguntar. E eu respondo: Sim, somos filhos de Deus pelos méritos de Jesus. Somos filhos de Deus não na ordem da natureza, mas na ordem da graça. Explicando mais ainda a você, Letícia. Pelo Batismo, o Pai de céu nos adota como filhos.

Deixamos de ser meras criaturas de Deus, embora as mais perfeitas, para serem filhos de Deus por adoção. Passamos a ser filhos de Deus no Filho Jesus. É por isso que a gente pode dizer com toda força e alegria: O Filho de Deus, Jesus, se fez homem, para que nós homens fôssemos filhos de Deus. Fica mais bonito ainda dizer com toda a Igreja: Em Jesus, o divino se humaniza para que o humano se divinize. Bela pergunta a sua, Letícia, e eu espero ter respondido.


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| Fé e Vida | 5

fé e cidadania

bioética

Imagina depois da Copa!

Saúde e Cidadania

PADRE ANTONIO MANZATTO

Não foram poucos os que diziam que o Brasil iria passar vergonha na Copa. Diziam até que já estavam com vergonha, porque tudo estava ruim, nada ia funcionar e o País passaria um grande mico internacional. Apenas dentro de campo a história seria diferente, porque o time era bom e poderia ser campeão. Fora de campo, porém, tudo ia de mal a pior. Bem, a gente viu exatamente o contrário. Dentro de campo, o time brasileiro passou vergonha: foi a defesa mais vazada do torneio, levando 10 gols nos dois últimos jogos. Aquele placar de 7 a 1 da Alemanha, campeã do torneio, deixou o país menos arrogante em termos de futebol, reconhecendo que há times melhores que o nosso. Porém, fora de campo, a organização do torneio e a cordialidade dos brasileiros deixaram os estrangeiros encantados.

Ao contrário do que se previa da Copa para suas reivindicações. quando se dizia: “imagina na Copa?”, O fato é que o País se saiu bem os aeroportos funcionaram, a internet como organizador da Copa. O melhor e o sistema de comunicação funcio- de tudo, como sempre, foi o povo branou, a infraestrutura do País foi sufi- sileiro. Depois do torneio, podemos ciente para receber os turistas que aqui continuar dizendo que somos brasileivieram e não houve reclamações sobre o jeito de o País O placar de 7 a 1 da Alemanha, se organizar para a Copa. O mico internacional ficou por campeã do torneio, deixou o País conta do time e dos setores menos arrogante em termos de da imprensa e da sociedade que apostavam no fracasso futebol, reconhecendo que há times da organização. melhores que o nosso; porém, fora A imprensa foi mudando de assunto, destacando de campo, a organização do torneio apenas o futebol e agora falando apenas da seleção e a cordialidade dos brasileiros pós-copa. Os que diziam se deixaram os estrangeiros encantados envergonhar do País, agora falam de outra coisa, como se não tivessem dito nada antes. As ros com orgulho, porque mostramos manifestações e greves confirma- ao mundo que somos capazes de granram que, na maior parte dos casos, des coisas. Imagina, então, depois da apenas aproveitavam a visibilidade Copa.

Espaço aberto

Desigualdade: pessoas sem casa, casas sem pessoas Marcos Rogério Sampaio

Os primeiros dados do Censo divulgados pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o número de domicílios vagos no País é maior que o déficit habitacional brasileiro. Existem hoje no Brasil, segundo o Censo, pouco mais de 6,07 milhões de domicílios vagos, incluindo os que estão em construção. O número não leva em conta as moradias de ocupação ocasional (de veraneio, por exemplo) nem casas cujos moradores estavam temporariamente ausentes durante a pesquisa. Mesmo assim, essa quantidade supera em cerca de 200 mil, o número de habitações que precisariam ser construídas para que todas as famílias brasileiras vivessem em locais considerados adequados: 5,8 milhões. O Brasil possui cerca de 33 milhões de pessoas sem moradia, segundo o relatório lançado pelo Programa das

Nações Unidas para Assentamentos Humanos. Desse número, cerca de 24 milhões que não possuem habitação adequada ou não têm onde morar - vivem nos grandes centros urbanos. O déficit de moradia no País chega hoje a 7,7 milhões, das quais 5,5 milhões estão em centros urbanos. Se o cálculo incluir moradias inadequadas (sem infraestrutura básica), o número chega a uma faixa de 12,7 a 13 milhões de habitações, com 92% do déficit concentrado nas populações mais pobres. A população favelada no Brasil aumentou 42% nos últimos 15 anos e alcança quase 11 milhões de pessoas, segundo análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE. Um total de 11.425.644 de pessoas: o equivalente a 6% da população do País, ou pouco mais de uma população inteira de Portugal ou mais de três vezes a do Uruguai. Esse é o total de quem

vive, atualmente, no Brasil em aglomerados subnormais, nome técnico dado pelo IBGE. Com base nos vários itens de monitoramento das condições de moradia, que levam em conta, por exemplo, o acesso a serviços de saneamento, o material de construção usado e até o número de pessoas que dormem por cômodo, o IPEA concluiu que 54,6 milhões pessoas nas cidades vivem em situação inadequada. Isso equivale a 34,5% da população urbana. Assim, como no início desse artigo, pode se ver, há um grande número de domicílios vagos - casas sem pessoas; em 2000, um estudo do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos, mostrava que, na América Latina, também existe um grande déficit de moradias: totalizando: 51 milhões – pessoas sem casas. Marcos Rogério Sampaio é diretor da Granmarcos e colaborador do Portal Planeta Voluntários http://www.planetavoluntarios.com.br.

há 50 anos

Novo núncio apostólico chega ao Brasil A edição do O SÃO PAULO de 2 de agosto de 1964 apresentou como notícia de destaque a chegada do novo núncio apostólico do Brasil, dom Sebastião Baggio, que foi recepcionado no Rio de Janeiro, pelo presidente da República, Castelo Branco. “A designação, feita pelo Santo Padre Paulo VI, para representa-lo no maior país católico do mundo, colheume de surpresa, em meio às atividades que vinha desenvolvendo no Canadá na qualidade de delegado apostólico. Faltaria à sinceridade se não confessasse que este gesto de confiança do Sumo Pontífi-

ce me honra sobremaneira e me encoraja no cumprimento da importante missão que estou por iniciar”, declarou o Núncio em entrevista à imprensa fluminense. Dom Sebastião também conversou com a reportagem da rádio 9 de Julho e do Semanário Arquidiocesano. Ele lembrou que o papa Paulo VI tinha certeza no futuro material e espiritual do Brasil, falou sobre os preparativos para a terceira sessão do Concílio Ecumênico Vaticano II, e comentou sobre a proximidade do Congresso Eucarístico Internacional, que aconteceria em Bombaim, na Índia, em novembro daquele ano.

Capa da edição de 2 de agosto de 1964

PADRE CHRISTIAN DE PAUL BARCHIFONTAINE

Hoje em dia, é importante conceituar saúde e cidadania para poder cobrar melhor o controle social do Sistema Único de Saúde.

Saúde

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), “a saúde é o completo bem-estar físico, psíquico, social e espiritual e não somente a ausência de doenças ou enfermidades”. Na realidade brasileira, bem como na América Latina, essa definição é muito vaga e fora da nossa realidade. Assim, por ocasião da VIII Conferência Nacional de Saúde – 1986, a saúde foi definida como “a resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso aos serviços de saúde”. Segundo a OMS, “a saúde pública é a ciência e a arte de prevenir as enfermidades, melhorar a qualidade, a esperança de vida, e contribuir para o bem-estar físico, mental, social e ecológico da sociedade”. Isso se alcança mediante o esforço concentrado da comunidade que permite o saneamento e a preservação do meio ambiente, assim como o controle das enfermidades. Pode-se definir também saúde pública como o conjunto de políticas públicas utilizadas para obtenção da saúde coletiva, que no caso, constitui-se em trabalho interdisciplinar, amplo, no qual o alvo é a saúde da coletividade.

Cidadania

Democracia e desenvolvimento são elementos importantes para entender a cidadania. Cidadania diz respeito à autonomia de uma sociedade para traçar suas políticas. Democracia, sob o viés político, é a capacidade das pessoas se organizarem e participarem ativamente. Sob o viés sociopolítico-econômico, é a consagração dos direitos mínimos do homem: educação, saúde, habitação, segurança, alimentação, trabalho. Sob o viés sociocultural, cidadania é a educação que propicia ao povo definir seus próprios valores. Sem democracia, a cidadania fica comprometida, podendo jamais existir em uma sociedade, cuja participação nas estruturas política-econômica-social e cultural é permitida apenas a uma minoria da população, com a condição intrinseca da exclusão e, consequentemente, da marginalização da maioria. Cidadania não é apenas crescimento socioeconômico que se traduz no acesso a bens e riqueza, mas é o desenvolvimento pleno das capacidades humanas. Na dimensão social, então, significa atuar criticamente para reverter a desigualdade social, ou seja, as diferenças que poderiam ser evitadas. Assim, a cidadania é compreendida como o exercício da plenitude dos direitos, como garantia da existência física e cultural e reconhecimento do cidadão, como ator social: por exemplo, votar, participar dos Conselhos Municipais ou Estaduais de Saúde, Educação, Idosos... E-mail: superintendenciausc@saocamilo.br


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PASTORAL DA PESSOA IDOSA

ESPIRITUALIDADE

26 de Julho: salve a vovó e o vovô

Foi declarada a guerra à paz

JAIRO FEDEL

Quem teve ou tem a alegria de poder conviver com os avós, sabe como é bom tê-los! Lembrar os bolinhos de chuva que a vovó preparava, recordar as histórias contadas pelo vovô, são memórias que os mantêm vivos em nossos corações, é uma espécie de ressurreição deles, quando já se foram para a morada do Pai. Para aqueles que ainda os têm ao seu lado, não os deixem na solidão, valorize-os, pois é por eles que você pode ler este artigo. O papa Francisco tem insistido em não nos deixar ser levados pela cultura do descartável, em que uma sociedade joga fora aquilo que não produz mais, que não serve mais, esse é o princípio que se descarta pessoas, sejam idosas ou com deficiência. Precisamos ter essa consciência de que toda vida é vida dada pelo Criador. E por falar em papa Francisco, reproduzimos abaixo a mensagem que ele deixou por ocasião do dia dos avós do ano passado, que coincidiu com a JMJ no Rio de Janeiro: “Hoje a Igreja celebra os pais da Virgem Maria, os avós de Jesus: São Joaquim e Sant’Ana. Na casa deles, veio ao mundo Maria, trazendo consigo aquele mistério extraordinário da Imaculada Conceição; na casa deles, cresceu acompanhada pelo seu amor e

pela sua fé; na casa deles, apren- que deve ser conservado e alideu a escutar o Senhor e seguir a mentado!” sua vontade”. O papa Francisco durante o Assim, São Joaquim e seu pontificado vem mostrando Sant’Ana fazem parte de uma lon- em seus discursos, falas e homiga corrente que transmitiu o amor lias a importância das pessoas a Deus, no calor da família, até mais velhas na vida dos mais joMaria, que acolheu em seu seio vens e de toda a família. Na missa o Filho de Deus e o ofereceu ao que inaugurava o seu pontificado, mundo, ofereceu-o a nós. Vemos no dia 19 de março de 2013, peaqui o valor precioso da famí- diu que os anciãos fossem tratalia como lugar privilegiado para dos com amor, porque “frequentransmitir a fé! temente eles ficam na periferia do Olhando para o ambiente fa- nosso coração”. miliar, então, hoje, na festa de São JoSão Joaquim e Sant’Ana fazem aquim e Sant’Ana, no Brasil como em parte de uma longa corrente que outros países, se transmitiu o amor a Deus, no calor celebra a festa dos da família, até Maria, que acolheu avós. Como os avós são importantes em seu seio o Filho de Deus e o na vida da família, ofereceu ao mundo, ofereceu-o a nós para comunicar o patrimônio de humanidade e de fé, que é essencial O Papa recordou que “vivepara qualquer sociedade! E como mos em um tempo em que os mais é importante o encontro e o diá- velhos não contam”. “É feio dizer logo entre as gerações, principal- isso, mas eles são descartados, mente dentro da família. porque cansam”, disse na homilia Esse aspecto é reforçado no na Casa Santa Marta do dia 19 de Documento de Aparecida, que novembro de 2013. afirma: “Crianças e anciãos “Um povo que não cuida dos constroem o futuro dos povos; avós, um povo que não respeita as crianças porque levarão por os avós, não tem futuro, porque adiante a história, os anciãos por- não tem memória”, disse Franque transmitem a experiência e cisco. Os avós “tiveram um papel a sabedoria de suas vidas” (DAp heroico na transmissão da fé em 447). Essa relação, esse diálogo tempos de perseguição”. E-mail: jairo.fedel@terra.com.br entre as gerações são um tesouro

PASTORAL DO DÍZIMO

O que aprendemos ao assumir o ato de ser dizimista MARTA ELIA

O dízimo é o plano econômico-pedagógico de Deus para que participemos ativamente da continuidade da obra da criação. Em sua infinita bondade, Deus convida-nos a, junto com ele, completar a sua obra. O dízimo é um dos caminhos. Por meio dele, colaboramos com nosso irmão, evangelizando-o e amparando-o em suas necessidades espirituais e materiais. Com o ato de ser dizimista, aprendemos sua espiritualidade, aprendemos a compartilhar. O que é a espiritualidade do dízimo? Ao assumirmos o dízimo, o Espírito Santo vai iluminando nossos atos gradativamente, de acordo com o “eu” mais profundo de cada um. E, na medida do entendimento e disponibilidade de cada pessoa, vai soprando lindas lições de sabedoria e discernimento, do aprendizado de dividir os bens e os dons. Deus é pai, amor, misericórdia, mestre e sabe quais lições necessitamos. E, quais são as lições? São aquelas que tornam nosso dízimo

agradável a Deus: • Praticar o perdão: assim como nós perdoamos nossos devedores. • Amar nosso irmão: amar o próximo como a ti mesmo. • Ter confiança em Deus: do Senhor eu digo: “Ele é meu refúgio, minha fortaleza, meu Deus: nele confio!” (Salmo 91,2). • Superar as amarras do egoísmo: ao oferecer o dízimo, estamos quebrando as amarras do egoísmo, dividindo. • Agir com coragem: aprendemos a vencer o medo e a insegurança. • Exercitar a justiça, misericórdia e fidelidade: “[...] Antes de oferecer o dízimo, o dizimista deve em primeiro lugar praticar a justiça, misericórdia e fidelidade.” (Mt 23,23). • Comprometer-se com corresponsabilidade: “[...] assumir as responsabilidades da Igreja junto com o pároco e a comunidade”. • Zelar pela pontualidade: “[...] manter o dízimo sempre em dia”. Quem ajuda a manter a casa de Deus, Deus ajuda a manter a sua casa.

• Buscar a perseverança: “[...] o exercício de oferecer o dízimo mensalmente, na mesma data, torna-nos mais fortes na fé”. • Viver na alegria: “[...] a alegria faz bem ao homem, é tesouro de santidade. Um coração alegre mantém o homem em vida e o contentamento prolonga a duração de seus dias”. (Sl 30,22) Vamos tentar seguir as lições citadas para sermos dizimistas ativos e cristãos amadurecidos na fé! E nesse sentido, precisamos rezar muito, a oração liga-nos a Deus. E a bênção maior que o dizimista recebe é a de a cada mês ficar um pouquinho mais santificado e sábio, na doação e no exercício do amor aos irmãos, na confiança em Deus, na superação do egoísmo, do medo e da insegurança, na perseverança e na vivência da plena alegria. Assim, podemos dizer em oração: Senhor, é desafiador ser dizimista. Pedimos que nos mantenha fiéis ao Senhor, ao exercício do dízimo e a melhor vivência na comunidade, num aprendizado constante! E-mail: marta.elia@terra.com.br

FREI PATRÍCIO SCIADINI

Os homens não têm medo da guerra, mas da paz. É uma verdade que dói no mais íntimo do coração. A paz não vem das coisas, mas sim do coração das pessoas. É o que nos diz Jesus: “vos dou a paz, a minha paz e não como a dá o mundo”. Somente Jesus pode nos dar a verdadeira paz. Mas os homens poderosos confiam na guerra, nas armas, nos números de aviões de mísseis, de bombas que possuem e não na força da paz, do diálogo, do amor. A paz todavia é ameaçada pela força bruta dos homens, que querem mandar e ser poderosos. E defendem o quê? A morte e não a vida. Uma liberdade que tem seus vestidos manchados de sangue e cheios de explosivos, uma liberdade que vira libertinagem e que dá a alguém mais forte o direito de derrubar aviões, não importa quem está viajando, o que importa é mostrar a força. Morrem 300 pessoas ou três pessoas, é a mesma coisa. O que importa é que as fábricas de armas se enriqueçam sempre mais. No mesmo momento em que a plantinha da paz tenta nascer, crescer, chegam mãos ensanguentadas que a arrancam e a destroem. Quando a semente da paz se abre no deserto é porque recebeu uma gota de água. Alguém com coração duro a pisa e mata no seu nascer. Não importa, haverá outra semente que vai tentar nascer e dar frutos. Temos medo não da guerra, mas da paz. Terrível ter medo da paz. Os homens declaram guerra à paz e ela está sendo ameaçada. O Evangelho, a Igreja, os homens de boa vontade, os santos, não falam de guerra, mas de paz, e a paz vencerá em todos, quando cada um de nós deixar cair de suas mãos a força do mal, quando deixar secar no seu coração sementes da planta do egoísmo, do orgulho, do mal. É tempo de sermos semeadores de paz, em algum coração ela nascerá. Não devemos mais falar de guerra, mas de paz, aquela paz que não se compra com as armas e nem com a destruição, mas que se recebe se cada um de nós, desarmados, vai ao encontro dos outros pelo abraço da paz. Jesus, no alto do calvário na cruz, é a realidade mais bela da paz. Morre para fazer nascer a paz. Não podemos ter medo da paz e jamais declarar guerra à paz, mas declarar guerra à guerra, para que a paz surja e seja para sempre. Por que temos medo da paz? Não sei, mas no meu coração uma voz me diz: porque somos dominados pela ganância, pelo poder e queremos ver os outros não iguais a nós, mas sempre inferiores a nós. Porque não seguimos os ensinamentos de Cristo Jesus, a paz.

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PASTORAL FÉ E POLÍTICA

PALAVRAS QUE NÃO PASSAM

Pode? Não pode? Por que sim? Por que não? PADRE AUGUSTO CÉSAR PEREIRA

Encontro na Região Belém tratará das eleições 2014 contato@pastoralfp.com candidatos a deputado estadual; no dia

A Pastoral Fé e Política da Região Episcopal Belém realiza de 28 a 30 de julho, das 19h30 às 21h30, a Semana de Fé e Política da Região Belém, que acontecerá no Centro Pastoral São José Belém (rua Álvaro Ramos, 366, Belém - próximo à estação do metrô). O tema será “Eleições 2014”, assim dividido: No dia 28 haverá encontro com

Para assinar O SÃO PAULO: Escolha uma das opções e a forma de pagamento. Envie esse cupom para: FUNDAÇÃO METROPOLITANA PAULISTA, Avenida Higienópolis, 890 São Paulo - SP - CEP 01238-000 - Tel: (011) 3666-9660/3660-3724

29, encontro com candidatos a deputado federal; e no dia 30, o posicionamento teológico sobre os debates. Os encontros serão com candidatos que disputam seu primeiro mandato ou sua primeira reeleição, indicados pelos seus partidos e que estejam dentro dos critérios da Lei da Ficha Limpa. Outras informações em (11) 2211-9432. Por assessoria de imprensa

ASSINATURA SEMESTRAL: R$ 45 ANUAL: R$ 78 FORMA DE PAGAMENTO CHEQUE (Nominal à FUNDAÇÃO METROPOLITANA PAULISTA) DEPÓSITO BANCÁRIO Bradesco ag 3394 c/c44159-7 COBRANÇA BANCÁRIA

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O Sínodo dos Bispos procura esclarecer a compreensão dos católicos e do mundo moderno sobre a família, respondendo aos porquês do que se faz ou não se faz. É preciso levar em conta que o cristão faz certas coisas que outros não fazem; e não faz certas coisas que os demais fazem. Para o cristão, importante é o porquê que inspira sua missão e atitudes. Outra pergunta: para quê? Para orientar os cristãos a fim de que saibam como testemunhar a fé na prática do dia a dia. A Igreja procura orientar a consciência das pessoas para tomarem decisões de acordo com o projeto de Deus para a família Para guiar no decorrer dos estudos do Sínodo existe um documento que se chama “Instrumento de Trabalho” (IT). Os “Padres Sinodais” são os membros do Sínodo eleitos e enviados pelas dioceses de todo o mundo. O IT é provisório até que o Papa publique a chamada “Exortação Apostólica” sobre as propostas do Sínodo. A instituição do Sínodo dos Bispos deu-se por decreto do papa Paulo VI por sugestão do Concílio Ecumênico Vaticano 2º (1962-1965). O Sínodo Ordinário realiza-se costumeiramente de dois em dois anos; Extraordinário é o que se realiza por uma necessidade que o Papa julga urgente sondar as inquietações do povo. Esse é o caso que o papa Francisco convocou para outubro de 2014 e debaterá sobre o tema: “Os desafios pas-

torais da família no contexto da evangelização”. Desafios são situações da compreensão do que seja a instituição família e da maneira de viver a família, que precisam de boas informações para orientar a caminhada. Pastorais são orientações dadas pelos pastores do povo de Deus, especialistas nas questões de espiritualidade da família. Família é o conjunto em que a pessoa nasce e se desenvolve como pessoa humana e cristã. Contexto é todo o conjunto de situações que envolvem a família fora e dentro dela e que atingem o desenrolar da vida familiar. Evangelização é a iluminação do Evangelho, a fim de melhor promover reflexões que possam contribuir para que a família possa atingir suas finalidades e melhor viver de acordo com projeto de Deus. Concluído o Sínodo, o Papa dispõe de um tempo para elaborar um documento pessoal chamado de “Exortação Apostólica”, com as orientações que ele julgar necessárias para o povo de Deus. Exemplos de “Exortação Apostólica”: “O anúncio do Evangelho no mundo contemporâneo” (EN), 1975; “Christifideles Laici sobre a vocação e a missão dos Leigos”, 1987 (CL); “A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja” (VD), 2008; ”A alegria do Evangelho sobre a transmissão do Evangelho no mundo atual” (EG), 2012. E-mail: peaugustocesar@yahoo.com.br

COMIAR

Missão e o sofrimento no nosso mundo hoje Irmã Carolyn Moritz

“Separatistas na Ucrânia atiram num avião civil matando todos” e “Israel invade Gaza matando mais que quinhentos civis”. Essas foram algumas manchetes nos jornais nas últimas semanas, notando os horrores de guerra e conflito estourando em muitos lugares de nosso planeta. Como discípulos missionários de Jesus Cristo, nossa vocação missionária exige uma resposta como cristãos dedicados à paz. Frente a essas guerras e acontecimentos terríveis, como devemos responder? Penso que nós não podemos escapar às realidades do mundo. Um padre muito santo me falou que ele rezou com a Bíblia em uma mão e um jornal na outra. A ideia é que nossa oração nunca pode ser uma oração somente vertical - “Deus e eu”. Nossa vocação missionária sempre deve incluir a realidade de nossos irmãos e nossas irmãs que sofrem. Aprendemos isso de Jesus, que foi quem mais tocou o povo sofrido e mostrou amor para todos, em todas as situações. É provável que a coisa mais triste que observamos no mundo hoje é que tantos conflitos que o povo sofre, acontecem por causa da religião e do poder. É triste ver irmãos e irmãs, todos feitos à imagem e semelhança de Deus, matando

uns aos outros em nome de Deus. Isso é o que parece mais óbvio nas lutas no Oriente Médio. Quando a gente lê o Evangelho, observa que é o amor que anima Jesus quando ele observa as massas do povo sofrido e abandonado. Ele mostra misericórdia por eles. Jesus não somente reza a seu Pai sozinho nas montanhas, mas também sua oração está envolvida com o povo que sofre. Quando Jesus tocou e sarou o povo sofrido, o fez por causa de amor. Quando Jesus disse, “Venham a mim, todos vocês que estão cansados de carregar as suas pesadas cargas, e eu lhes darei descanso.” (Mt 11,28) não somente está falando em termos espirituais, mas também está falando ao mundo na realidade de seu sofrimento e de sua dor. É ele que alivia as dores reais do povo. Jesus nos ensina que, como discípulos missionários, somos chamados a ser seus ajudantes levando a paz e o amor dele nesse mundo sofrido. Como ele abriu seu coração à dor e à tristeza nas realidades dessas pessoas, também nós somos chamados à mesma generosidade, nas orações e em nossas ações. Temos a coragem suficiente para fazer o mesmo somente quando estamos em união com ele. E-mail: cmoritzmm@gmail.com


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A Igreja

Pelo Mundo

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Destaques das Agências Internacionais redação

IRAQUE

“Viveremos ou morreremos juntos” Assim afirmou o presidente da Região Autônoma do Curdistão Iraquiano, Masud Barzani, ao Patriarca de Babilônia dos Caldeus, Louis Raphael I Sako, e aos outros representantes das igrejas do norte do Iraque, em encontro no dia 23 de julho, em Irbil: “Nós morreremos todos juntos, ou continuaremos a viver todos juntos com dignidade”. Barzani disse que a Região Autônoma do Curdistão está pronta a acolher e socorrer os cristãos recém-expulsos da região de Mossul, no norte do Iraque, pelas forças do grupo Estado Islâmico. Fonte: Fides

Forças Curdas repelem ataque do Estado Islâmico a Tilkif Na noite de 22 de julho, milicianos do grupo Estado Islâmico atacaram com tiros de morteiro os vilarejos de Tilkif, para onde fugiram muitos dos cristãos expulsos da região de Mossul. Durante a noite, dezenas de famílias cristãs se mobilizaram para fugir para Dohuk, 50 quilômetros ao norte de Mossul, mas soldados curdos em um posto de controle lhes informaram que a situação estava sob controle e que eles podiam retornar para

Grupo Estado Islâmico do Iraque ordena mutilação genital de dois milhões de meninas Abu Bakr al-Baghdadi, líder do grupo, ordenou a todas as famílias que habitam em torno à cidade de Mossul, no norte do País, a circuncidarem suas filhas ou enfrentarão severa punição. A circuncisão de mulheres é reconhecida interna-

cionalmente como uma violação de vários direitos humanos – direito à saúde, à segurança e integridade física, a estar livre de tortura ou tratamento inumano, cruel ou degradante e, em alguns casos em que a operação causa a morte,

direito à vida. O grupo, que se pretende um novo califado, tem sido alvo de críticas mesmo dentro no mundo islâmico, que denuncia seus métodos brutais e seu caráter belicoso. Fonte: Fides/ Ibtimes

Tilkif em segurança. Segundo o sacerdote caldeu Paul Thabit Mekko informou à agência Fides, a reação dos Peshmerga – forças armadas curdas – “confirma que os curdos estão determinados a proteger esta área e estão firmes na intenção de rejeitar toda tentativa de ataque da parte dos milicianos jihadistas. Aqui, agora, quem garante a segurança da população são as forças militares curdas”. Fonte: Fides

A região do Curdistão possui autonomia de fato desde 1991, após a guerra do Golfo e as restrições impostas sobre o espaço aéreo iraquiano pelos Estados Unidos e a Grã-Bretanha. Forças do Curdistão tiveram um papel importante durante a guerra no Iraque, em 2003, quando juntaram forças com os Estados Unidos contra o regime de Saddam Hussein. Após um histórico de conflito com a Turquia, que possui grande parte do território curdo, o país hoje é a região mais estável, segura e promissora do Iraque.

ISRAEL/FAIXA DE GAZA

Uma paróquia sob as bombas Na Faixa de Gaza existem cerca de 2 mil cristãos, dos quais 200 são fiéis da única paróquia católica na região, a Paróquia da Sagrada Família, dirigida pelo padre Jorge Hernández, missionário argentino do Instituto do Verbo Encarnado. O Padre tem mantido contato com o mundo exterior através de página no Facebook, em que descreve a situação de uma paróquia sob as bombas. Segundo padre Hernández, a guerra não era imprevisível: “Esperávamos há tempo uma intensificação militar

– explica –, e que poderia durar muito tempo. A única coisa que surpreendeu foi que se registrou uma resistência em maior escala e uma melhor preparação por parte das autoridades locais em relação às guerras anteriores. Que o Hamas tenha golpeado Telavive e Jerusalém não é pouca coisa”. O papa Francisco enviou mensagem ao padre Hernández há uma semana, dizendo que está junto com ele e sua comunidade de fiéis e os acompanha com suas orações.

Rede de túneis é alvo da operação israelense Segundo o Ministério de Relações Exteriores de Israel, um dos objetivos principais da ofensiva terrestre na faixa de Gaza é a destruição de uma rede de túneis construídos pelo Hamas, muitos dos quais para dentro do território de Israel e que podem ser usados para ataques terroristas. Diversas tentativas de sequestro e assassinato contra Israel foram feitas pela rede de túneis, mas impedidas pelas forças de defesa israelenses, ocasionando mortes dos dois lados. Segundo relatório feito para o Journal of Palestine Studies, para construir essa rede de túneis foi utilizado trabalho infantil e pelo menos 160 crianças morreram durante a construção.

de 40. Apenas dois civis israelenses e um tailandês foram mortos por mísseis lançados pelo Hamas, porque Israel possui um sofisticado sistema de defesa antimíssil, que neutraliza a maior parte desse tipo de ataque sobre o seu território. Os bombardeios de Israel também destruíram casas, hospitais, escolas e mesquitas.

O papa Francisco tem pedido insistentemente pela paz na Palestina. Em 8 de junho, o Papa recebeu no Vaticano os presidentes Shimon Peres e Mahmoud Abbas, quando rezaram pela paz. Após o acirramento do conflito, em 18 de julho, o Papa telefonou para ambos, compartilhando suas preocupações sobre a guerra, Desde o início das ofensivas, em 8 de ju- assegurando suas orações e de toda Igrelho, mais de mil palestinos foram mortos ja e pedindo esforços concretos pela paz. e seis mil foram feridos. O número de Fonte: Ministério de Assuntos Exteriores de Israel/ Al Jazeera/ News.va soldados israelenses mortos se aproxima

Fonte: crbnacional


10 | Viver Bem |

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literatura

dicas de cultura

Sócrates encontra Kant

Curso discute a imagem de Deus na História da Arte

Reprodução

Utilizando a forma de diálogos filosóficos, Peter Kreeft analisa uma série de filósofos modernos e suas filosofias, num divertido e estranho encontro com Sócrates no mundo do além, na eternidade. Neste volume, Kreeft inicia uma investigação socrática sobre a teoria do conhecimento de Kant, chamada ‘revolução copernicana da filosofia’. A ética kantiana pretende estabelecer as bases racionais para a moralidade, mas ela atinge esse objetivo? O que Sócrates teria a dizer sobre isso? É o que o leitor encontrará nesta obra. Como nos outros volumes da série Sócrates encontra, o leitor se deparará neste livro com uma leitura profunda e espirituosa, através de uma divertida e perspicaz exploração da filosofia moderna que certamente irá agradar tanto ao leitor comum como àqueles com maior inclinação às leituras filosóficas.

A PUC-SP realiza a partir de 26 de agosto o curso “Os virtuosos do invisível: A imagem de Deus na História da Arte”. Ministrado pela professora doutora Wilma Steagall De Tommaso, e supervisionado pelo professor doutor Luiz Felipe Pondé, o curso é dirigido a todos os interessados – não apenas de profissionais ligados às artes plásticas, mas também às Ciências Sociais, Filosofia, Teologia, História e Ciências da Religião. Ao longo de dez aulas, serão abordados mais de 2 mil anos de história, das origens da arte cristã, suas crises até a iconoclastia no século XX e a discussão da imagem de Deus na arte moderna e contemporânea. As aulas serão realizadas na unidade Unifai da PUC-SP (rua Afonso Celso 671/711, Vila Mariana), às terçasfeiras, das 19h às 22h.

Ficha Técnica Número de Páginas: 284 Editora: Vide Editorial Idioma: Português ISBN: 9788567394039 Dimensões do Livro: 14 x 21 cm

direito do consumidor

vamos cuidar da saúde!

Venda casada é crime

Pele seca

O fornecedor de um produto não pode condicionar a venda do produto à compra de outro produto, isto é, para levar um produto o consumidor não pode ser compelido a adquirir outro. Por exemplo: para comprar

o pão, você tem que comprar um litro de leite da marca que seja. Isso tem nome: É venda casada e é crime, conforme a Lei nº. 8137/1990, artigo 5º, inciso II. Pode ocorrer também quando contraímos empréstimos no banco. Ligue para o PROCON na hora. O telefone é 151. Ronald Quene é advogado

E-mail: ronaldquene@gmail.com

Muitos pacientes procuram o médico com um problema comum: pele seca. Nosso corpo é composto de 70% de água e com o passar dos anos nossa pele vai ficando mais seca e ao consumir menos água esse ressecamento piora. Por isso, devemos estar sempre nos hidratando, principalmente com água, mas também podemos tomar suco e chá. Bebidas gasosas e alcoólicas não entram nessa lista. Só um detalhe:

Segundo a professora doutora Wilma De Tommaso, o objetivo é aperfeiçoar o conhecimento referente à relação entre arte e religião. Especificamente, acrescenta, “é desenvolver com os alunos uma distinção conceitual entre a função mistagógica da arte sagrada e a função meramente estética da arte após o Renascimento”. As inscrições para o curso devem ser feitas no campus Consolação da PUC-SP. A atividade é paga e há formas de parcelamento. O QUE: Curso “Os virtuosos do invisível: A imagem de Deus na História da Arte”. QUANDO: A partir de 26 de agosto QUANTO: pago ONDE: PUC-SP, campus Consolação. INFORMAÇÕES: (11) 3124-9600 ou em www.pucsp.br.

caso tenha problema renal, é preciso perguntar para seu nefrologista a quantidade de água que você pode tomar. Tudo em excesso faz mal, incluindo água. Algumas dicas para amenizar esse problema: Tomar banhos rápidos com água morna e não quente; Usar creme hidratante ou óleo na pele todos os dias; Usar sabonete que contenha hidratante; Tomar bastante líquido; Usar protetor solar. Dra. Cássia Regina é médica atuante na Estratégia

de Saúde da Família (PSF)


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Pastoral da Juventude ocupará cadeira no Conjuve Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Conselho tem a função de formular e proporá diretrizes voltadas para as políticas públicas de juventude Edcarlos Bispo

redação

A Pastoral da Juventude (PJ), nos próximos dois anos, integrará o Conselho Nacional de Juventude (Conjuve). Criado em 2005, o conselho tem, entre suas atribuições, a de formular e propor diretrizes voltadas para as políticas públicas de juventude, desenvolver estudos e pesquisas sobre a realidade sócioeconômica dos jovens e promover o intercâmbio entre as organizações juvenis nacionais e internacionais. A eleição para o Conselho aconteceu na quarta-feira, 23, em Brasília. Em entrevista ao O SÃO PAULO, a secretária nacional da PJ, Aline Ogliari, destacou que a Conjuve tem o papel de “ouvir e ver as juventudes do Brasil, construir e estruturar políticas públicas para promover a vida da juventude, na intenção de que sejam acolhidas pela Secretaria Nacional de Juventude e Governo Federal”. Citando o Documento 85 – que trata das questões da evangelização da juventude –, Aline afirmou que em vários momentos, o Documento incentiva “a inserção da juventude nos espaços políti-

cos”. De acordo com a secretária, dois pontos do Documento 85 incentivam mais claramente a inserção dos jovens nestes espaços: “O número 233 defende a ideia de que as políticas públicas são mecanismos dos quais os direitos podem ser universalizados e que visam uma reorientação do Estado para uma sociedade justa e solidária, refletindo que a democracia se exerce não apenas pelos eleitos e eleitas por nós, mas também pela participação ativa de toda a sociedade na vida política. O número 242 fala que é preciso estimular o debate no interior da Igreja sobre diversos temas que afetam a vida dos/das jovens, e que exigem um posicionamento público (como a redução da

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maioridade penal, educação popular, geração de renda, questões socioambientais, política de cotas nas universidades...).” Quem representará a PJ no Conjuve é o goiano Samuel Werneck, 21, membro da Pastoral desde os 13 anos, o jovem afirmou que encara “essa nova jornada com entusiasmo e responsabilidade”. “Sou mais um que se coloca a serviço de cuidar da nossa juventude num espaço onde são feitas discussões importantes e decisivas pra vida da juventude, erguendo as bandeiras e lutas da PJ, sendo a voz de milhares de jovens que comungam dos mesmos anseios de uma vida digna e segura”, destacou. Samuel afirmou que, ao lon-

go dos 40 anos, a Pastoral tem “provocado diversas discussões sobre assuntos importantes para a vida da juventude” e que pretende se posicionar defendendo o que a PJ “acredita e defende”. “A voz no Conjuve não será somente minha, e sim de toda a juventude pejoteira”, afirmou. “Acredito que toda discussão num espaço de controle social, como o Conjuve, reflete de uma forma ou de outra na sociedade. Mas não posso negar que esse seja um dos desafios. Temos que trabalhar pra que essas discussões e os debates cheguem até os/as jovens, em suas diversas realidades”, destacou Samuel. Para Aline, a PJ tem importante papel em ajudar a pautar políticas públicas para a juventude, pois com a participação popular fica garantido que “serão levadas e canalizadas as necessidades que ecoam no Brasil inteiro, fazendo assim que todas as realidades sejam vistas e ouvidas. Isso amplia a compreensão de democracia, e favorece que o povo esteja junto acompanhando e cobrando as ações desenvolvidas pelo Poder Executivo e Legislativo”. Samuel agradeceu as mensagens de incentivo que tem recebido desde o momento em que foi escolhido para representar a PJ no Conjuve, “estou na luta com toda essa juventude que grita e não se acomoda com a cruel realidade que vivemos, sou alguém que partilha dos mesmos sonhos de lugares melhores pra gente viver”. E-mail: edbsant@gmail.com


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Uma visão humanizada sobre o doente “Eles são maravilhosos. Sempre me sentia melhor após nossas conversas. Tudo na vida é aprendizado, e talvez tenhamos passado para eles algo, foi uma troca de experiências”, assim expressou Solange Aparecida Pessoto da Silva, 46, paciente do Instituto de Infectologia Emílio Ribas (IIER), ao falar da presença dos seminaristas da Arquidiocese no Instituto durante a semana de missão junto à Capelania Católica. Sulliver do Prado, do 2º ano do Seminário de Filosofia Santo Cura D´Ars, disse ter uma nova perspectiva da dimensão humana após a missão. “Aqui é mais importante levar a experiência de Cristo do que falar”. Rodney Paulino da Silva, do Seminário Propedêutico Nossa Senhora da Assunção (Propedêtico II) revelou ter ficado impressionado com a fé e a esperança de algumas crianças, e comentou que não se esquece do dia em que visitou uma paciente na UTI. “Vi, de fato, o que é caridade, algo mais além do que eu faço”. Outros seminaristas ressaltaram que puderam vivenciar a ação misericordiosa

de Deus nos doentes e a importância da assistência espiritual para a recuperação da saúde. Além de Sulliver e Rodney, os seminaristas Renato Ziviane, Luciano Louzan, Francisco Rocha, Edson Amaro, Maykom Florêncio e Antônio de Pádua Santos, e o diácono Maércio Filho participaram da missão, durante a qual também receberam palestras sobre direitos e deveres dos pacientes, aspectos técnicos hospitalares, e espiritualidade do agente de pastoral. “A gente sente que os seminaristas cresceram e têm uma visão mais humanizada em relação ao doente, vendo-o não só como um objeto de sacramentos, mas como um ser humano que procura acolhida, amor e compreensão da parte da Igreja. A experiência do Emílio Ribas, onde existe muito sofrimento, mas muito amor, vai fazer com que sejam mais humanos no tratamento com quem sofrer. Eles encontraram no doente o Cristo sofredor, e essa é a grande lição que estão levando para as suas vidas e aos seminários”, opinou o padre João Inácio Mildner, capelão do IIER. (DG) Luciney Martins/O SÃO PAULO

Seminaristas da missão nas ‘perife Daniel Gomes

Em presídios, praças, ruas, hospitais e paróquias de São Paulo, os seminaristas da Arquidiocese, entre os dias 19 e 27, vivenciaram a semana missionária. “A missão tem o impacto de despertar no seminarista aquilo que é a vocação da Igreja por força missionária. A Igreja que serve a Cristo, que vive o seu Evangelho por conseguinte, constrói o Reino de Deus. Isso vale para todo batizado na Igreja Católica, sobretudo para aqueles que serão futuros padres na Arquidioce-

Realidades e aprendizados nos cárceres Apesar de diferentes cárceres, o cenário quase sempre foi o mesmo: celas superlotadas, precárias condições de higiene e desrespeito ao direito dos presos à saúde e à assistência jurídica. Assim relataram os dez seminaristas da Arquidiocese que vivenciaram a semana de missão, junto a agentes da Pastoral Carcerária - incluindo o coordenador nacional, padre Valdir João Silveira - nos CDPs de Pinheiros, Belém, Vila Independência, penitenciárias femininas, e em unidades prisionais de Franco da Rocha (SP). Arley da Silva, 21, do 1º ano do Seminário de Filosofia Santo Cura D´Ars, afirmou que ficou chocado com a forma como os presos são tratados. “Às vezes, não temos noção do que acontece nos presídios. Os irmãos não são tratados como seres humanos. São jogados em celas lotadas e o ambiente é propício para o contágio de doenças”, afirmou à reportagem. Segundo os seminaristas, a precariedade em que os presos vivem faz com que se agarrem na primeira palavra de fé que encontram, tanto assim que até alguns evangélicos pediram terço e água benta aos missionários. “Talvez a Igreja precise estar

mais presente, trazendo constantemente a Palavra, um aprofundamento”, apontou Arley, recordando que alguns presos buscaram saber como receber a Primeira Eucaristia. Na avaliação do padre Eugênio Luis de Barros, 54, atuante na Pastoral Carcerária no CDP de Pinheiros, a ida às prisões “desperta nos seminaristas um interesse muito grande pelo oprimido, pelo excluído, por aquele não tem voz, nem vez. A nossa Igreja, e principalmente o papa Francisco, tem batido muito na tecla de que é preciso sair ao encontro daqueles que não têm oportunidade”. Para Renan Dantas, 29, do 1º ano do Seminário de Teologia Bom Pastor, a missão juntos aos presos “enriqueceu muito a visão que nós temos que levar a Palavra de Deus, levar a esperança, e também ajudar na questão humana deles. Mostrou para minha vocação que esta é a nossa primeira missão: levar a Palavra, o conforto, a assistência para aqueles que mais precisam. Percebi que um dos fatores que levam alguém à criminalidade é perder a dignidade de ser humano”. (DG)

se”, explicou, ao O SÃO PAULO, o padre José Adeildo Pereira Machado, vice-reitor do Seminário de Filosofia Santo Cura D´Ars e responsável pelas missões. O encerramento da semana missionária aconteceu na segunda-feira, 28, no Seminário de Teologia Bom Pastor, no Ipiranga, com a participação do cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, dos bispos auxiliares e dos padres formadores dos seminaristas. “Estamos fazendo aquilo que o papa Francisco quer, uma Igreja em saída”, avaliou, à reportagem, o seminarista Alex PauPadre Valdir João Silveira


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Arquidiocese em erias existenciais’ lo da Silva, 23, do Seminário Propedêutico Santo Antônio de Sant´Anna Galvão, que participou da missão na Paróquia Santa Domitila, na Região Lapa. Maicon Wesley, 27, seminarista do 3º ano de Teologia, foi em missão à cidade de São Paulo de Olivência, no Amazonas. Com ele estiveram outros seminaristas e missionários da associação privada de fiéis Aliança de Misericórdia, que realizaram atividades de evangelização junto a indígenas das comunidades locais. “Lá realmente a Igreja precisa chegar. Uma das paróquias tinha 64 comu-

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Olhares de fé na periferia da zona norte A manhã da sexta-feira, 25, foi diferente para as crianças que estudam no CCA São José, no Jardim Peri, na periferia da zona norte. Elas receberam a visita de seis seminaristas da Arquidiocese, que estiveram em missão pelo bairro na última semana. Bruno Muta, Marcos Lucas, Thiago Peluso, Álvaro Moreira, Waldir Sabóia e Bruno Santana interagiram com as crianças, apresentaram músicas religiosas e explicaram o sentido do terço. Giovana Bezzera, 9 anos, gostou de tudo que vivenciou e demonstrou uma certeza: “eles vão ser bons padres, são legais e creem em Deus”. “Antes de ser um bom administrador, um bom médico, é preciso ser uma boa pessoa, e aqui estou experimentando a prática disto: em cima de um bom homem, vai se construir um bom padre”, afirmou Bruno Santana, do Seminário Propedêutico Nossa Senhora da Assunção (Propedêutico II), que comentou, ainda, que mesmo diante das situações de pobreza material, às vezes em grau extremo, as pessoas não perdem a esperança. “A fé dessas pessoas é a mais pura e verdadeira, porque de uma forma humana, eles

não têm razões para acreditar, pois vivem uma realidade que os joga para baixo, mas, mesmo assim, conseguem sorrir. A gente vai visitar e acaba sendo visitado”, comentou. O CCA São José é um dos projetos mantidos pelo Centro Comunitário Nossa Senhora Aparecida, vinculado à Paróquia São Marcos Evangelista. Durante os dias de missão, as comunidades da Paróquia receberam as visitas dos seminaristas, que participaram de celebrações e orações. Eles também visitaram famílias e se depararam com realidades de algumas que vivem em precárias casas, acessadas por vielas estreitas, próximas a um córrego já poluído com lixo e esgoto. “A vinda dos seminaristas para a nossa comunidade foi de grande relevância, deu mais impulso, revigorou as forcas missionárias, sobretudo visitando as mais de 200 casas, dando vida e esperança para doentes, se encontrando com as crianças nos projetos sociais, levando a alegria do Evangelho”, comentou Valdeir dos Santos, animador pastoral, que coordenou a visita dos seminaristas junto com a irmã Doris Valencia. (DG) Luciney Martins/O SÃO PAULO

nidades, conseguimos visitar 16 e há comunidades que nunca receberam padres. A experiência que tive foi de viver a simplicidade, de não reter nada para mim”, recordou Wesley. Durante a última semana, a reportagem acompanhou as missões realizadas junto às pessoas em situação de rua, nos cárceres, no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, e na comunidade periférica do Jardim Peri, na zona norte (reportagem ao lado). (Colaborou Luciney Martins) E-mail: danielgomes.jornalista@gmail.com

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Mão amiga à população em situação de rua Alguns moradores em situação de rua procuravam os seminaristas apenas para conversar. Outros para pedir orações. Houve também os que participassem das celebrações na Cracolândia e em outros pontos degradados do centro de São Paulo. Aconteceu, ainda, missa nas escadarias da Catedral da Sé e atividades de cuidado pessoal, como corte de cabelo, no estacionamento da Igreja Mãe de São Paulo. Essas foram algumas das experiências vivenciadas por quatro seminaristas da Arquidiocese que participaram da semana missionária com os leigos da Paróquia São Gonçalo, os integrantes da fraternidade O Caminho e o cura da Catedral da Sé, o padre Eduardo Vieira dos Santos. Para Francisco Ferreira da Silva, 33, do 1º ano do Seminário de Teologia Bom Pastor, as experiências vivenciadas ajudaram no seu amadurecimento vocacional. “Com essa missão, a gente repensa a vocação, porque tem contato diretamente com o irmão, precisa ouvir as pessoas, olhá-las nos olhos, sentar-se com elas no chão das ruas, abraçá-las e conhecer

muitas histórias, até de pessoas viciadas, envolvidas com drogas e com a prostituição”, afirmou à reportagem. Também para Fábio Nunes dos Santos, 31, do Seminário Propedêutico Nossa Senhora da Assunção (Propedêutico II), a semana de missão fortaleceu sua vocação ao sacerdócio. “Sentimos aquilo que o papa Francisco nos convida a fazer: ser uma Igreja em saída, que tenha o cheiro das ovelhas. Ao ter o contato com mendigos, ao ouvir o sofrimento deles, percebendo que precisam de um abraço, um carinho, de atenção, tivemos nossa vocação fortalecida, pois percebemos o que estão sentindo, a exemplo de Jesus, que passava pelo meio das pessoas, sentia e tinha compaixão. Isso foi muito intenso na experiência dessa semana”, comentou, complementando que o universo das pessoas em situação de rua “é de um Brasil que ninguém conhece, ou que não quer enxergar. Elas estão nas periferias existenciais e somos convidados a ter um olhar sensível para essas pessoas”. (DG)


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As parcerias entre as entidades filantrópicas e o Governo Amparo Maternal e Instituto Brasileiro de Combate ao Câncer recebem verbas do poder público, que por si não seriam suficientes Nayá Fernandes

Reportagem nas zonas oeste e sul

Padre Niversindo Antônio Cherubin é superintendente do Instituto Brasileiro de Combate ao Câncer (IBCC) que é o maior hospital de Combate ao Câncer da zona leste de São Paulo e atende pelo SUS e também a convênios médicos particulares. Segundo informações da própria instituição, o IBCC é reconhecido pelo tratamento humanizado e acompanhamento integral da pessoa. São 180 leitos distribuídos entre internação, UTI, Unidade de Transplante de Células – Tronco Hematopoiética (TCTH), pronto-atendimento e cuidados paliativos, o hospital conta também com 10 salas centro cirúrgico, setor de quimioterapia, setor de radiologia e de radioterapia. 60% do custeio do IBCC é financiado pelo SUS e o restante vem de doações, dos convênios e do montante arrecadado com a campanha “O câncer de mama no alvo da moda” que promove corridas anuais em São Paulo e no Rio de Janeiro. “Hoje, o IBCC não passa por problemas financeiros devido ao trabalho de telemarketing e venda de camisetas com a campanha contra o câncer. Mas, se dependêssemos do SUS somente, nossa situação seria caótica”, afirmou o Padre. O Amparo Maternal, localizado na zona sul da capital, completará 75 anos no dia 20 de agosto deste ano. Com 100% de atendimento pelo SUS, o hospital mantém o Centro de Acolhida de alta complexidade para gestantes, mãe e bebês em situação de vulnerabilidade e/ou risco social. Além de se orgulhar por seu trabalho exclusivo no SUS, o Amparo tem um quadro com mais de 400 colaboradores e 100 voluntários, sendo responsável por quase oito mil partos por ano. “Cerca de 7% dos partos realizados pelo SUS na cidade de São Paulo são realizados aqui”, afirmou Júnia Rjeille Cordeiro, diretora executiva do Amparo. Ela explicou que 50% dos gastos do Amparo são custeados pelo SUS, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). “Ainda assim, a entidade ficaria com um déficit mensal de 50%”, disse. Também o Amparo Maternal fecharia

as portas se não fossem as doações individuais, as empresas que apoiam e a parceria com a Associação Congregação das Irmãs de Santa Catarina, que começou em 2008. Mas a diretora afirmou que o ideal seria envolver novamente a comunidade, como aconteceu no início da fundação, bem como convocar a comunidade católica com mais força. Responsável por uma grande parcela dos atendimentos médicos no País, as entidades filantrópicas realizam um giro dos fundos arrecadados. Isso acontece com a Congregação de Santa Catarina e também com a União Social Camiliana, dos padres e irmãos camilianos. “Quando conseguimos economizar algum recurso aqui, no Amparo, sabemos que esse valor servirá para fazer algum investimento em outras unidades, em outros estados. Isso só é possível com uma boa gestão”, contou Júnia. Segundo o estudo “Fatores Associados ao Desperdício de Recursos da Saúde Repassados pela União aos Municípios Auditados pela Controladoria Geral da União”, publicado na Revista Contabilidade & Finanças, da USP, a existência de desperdícios da verba pública precisa chamar mais atenção da mídia e da sociedade. “O desperdício passivo ou a má gestão, afeta diretamente a qualidade dos serviços prestados à população e provoca prejuízo aos cofres públicos, bem como os desperdícios ativos, ou seja, os casos de corrupção”, conclui o estudo. A boa gestão depende, é claro, da idoneidade das instituições e as parcerias podem, inclusive, agilizar processos que, se feitos totalmente pelos hospitais e unidades públicas acabam por ser bem mais demorados no contexto atual. O resultado é o bom atendimento e a provisão do direito à saúde para todos. “Tenho observado melhorias na qualidade do atendimento ambulatorial por parte dos profissionais. Por exemplo, havia sugerido a instalação de painel de senhas na recepção e no Ambulatório para facilitar a chamada dos pacientes, e este pedido foi concretizado. Fiquei também muito satisfeito com o atendimento durante internação na Clínica Médica. Fui acompanhado pela doutora Luciana, excelente médica, assim como a todos os profissionais de enfermagem e equipes de apoio.” O elogio foi registrado por José Rodrigues Mano, na segunda-feira, 28, atendido pelo SUS no Hospital Geral de Itapevi (SP), com gestão da São Camilo. O paciente agradeceu ainda a toda equipe médica do ambulatório e à equipe de enfermagem responsável. “Agradeço aos funcionários da recepção pela atenção, assim como a toda equipe de Segurança Patrimonial, pelo bom atendimento.”


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Santa Casa de Misericórdia de São Paulo; uma crise anunciada Depois de suspender por 28 horas os serviços de urgência e emergência do pronto socorro, o hospital filantrópico recebeu verba que permite seu funcionamento por um mês Edcarlos Bispo

Reportagem nas zonas oeste e sul

Na edição 2994, de 18 a 24 de março deste ano, O SÃO PAULO trazia um artigo do padre camiliano Niversindo Antonio Cherubin, na sessão de bioética, em que o religioso destacava as dificuldades que passam as Santas Casas e Entidades Filantrópicas; “A grave situação econômica das Santas Casas e Entidades Filantrópicas”. “A situação aflitiva em que vivem e operam as Santas Casas e Entidades Filantrópicas se deve há muitos anos à defasagem entre os custos e a remuneração dos serviços prestados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Um levantamento mostra que, de cada R$ 100 gastos no atendimento aos pacientes, o SUS só ressarce R$ 65, gerando uma diferença de 54%. Até 2013, os números apontam para um déficit de R$ 5,3 bilhões. Esta verdadeira hemorragia não foi estancada, a dívida acumulada dos últimos anos fechou 2013 com um déficit de mais de R$ 11 bilhões.” Quatro meses depois, na terça-feira, 22, a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, surpreendeu pacientes e cidadãos ao fechar as portas por 28 horas dos serviços de urgência e emergência do pronto-socorro. A Santa Casa é um hospital filantrópico privado, que não cobra dos

pacientes. O atendimento é financiado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e complementado pelo governo do estado. A Irmandade é referência no atendimento hospitalar no estado e a estimativa é que tenha sido fundada em 1560. A sede no bairro Santa Cecília foi inaugurada em 1884. A volta do atendimento aconteceu após acordo firmado entre o provedor da Santa Casa, Kalil Rocha Abdalla, e o governo do Estado. O secretário estadual de saúde, David Uip, liberou a verba de R$ 3 milhões, porém em contrapartida a Santa Casa passará por uma auditoria em suas contas. Segundo a Santa Casa, a dívida total supera R$ 300 milhões. A dívida com fornecedores, que levou ao fechamento do PS, é de R$ 50 milhões. Após essa ação do governo do estado, as ações que se seguiram não buscaram solucionar as dificuldades da Santa Casa, mas apenas, trocar acusações entre o governo federal e o estadual. O ministro da saúde, Arthur Chioro, afirmou que um repasse feito pelo ministério à secretária de saúde não foi encaminhado à Santa Casa. Já o secretário David Uip, em entrevista coletiva na manhã de segunda-feira, 28, afirmou que a tabela do ministério está errada, e pedirá ao ministro da saúde uma retratação formal pela acusação feita. Além disso, o secretário irá pedir que um membro do Ministério Público estadual faça parte da equipe que fará a auditória na Santa Casa. Procurado pela reportagem do O SÃO PAULO, o provedor da Santa Casa, Kalil Rocha Abdalla, informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que só irá se manifestar após a finalização da auditoria nas contas da instituição. O editorial do jornal O Estado de São Paulo de sábado, 26, traz a fala do provedor da Santa Casa destacando que “faz questão” da auditoria.

Pastoral da Saúde Arquidiocesana discute situação da Santa Casa da redação

Em reunião realizada na Cúria Metropolitana, na sexta-feira, 25, a equipe que forma a coordenação da Pastoral da Saúde da Arquidiocese de São Paulo discutiu os problemas que estão afetando a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. O grupo formado por membros de diversas entidades, como, por exemplo, Conselho Orçamentário Municipal, Conselho Participativo Municipal, Conselho de Planejamento, Comitê Arquidiocesano em Humanização da Cidade de São Paulo, entre outros, refletiu que é preciso avançar na dimensão política da Pastoral e realizar

uma ponte com a entidade, sendo presença e acompanhando nas dificuldades. Representantes da Santa Casa foram convidados, porém não compareceram a encontro. Como atividades, o grupo pretende se reunir com a diretoria da Santa Casa para conversar sobre as dificuldades e problemas da instituição, depois marcar uma audiência com o cardeal Scherer, para deixá-lo a par de toda a situação. Outra diretriz apresentada pela pastoral será se reunir com as entidades filantrópicas, que também passam por dificuldades, para refletir sobre as suas situações e o que pode ser feito no âmbito de articulação e melhorias. (EB)

Internações hospitalares do Sistema Único de Saúde – 2013 Entidades estatais 4.998.564 (45%) Santas Casas e Entidades Filantrópicas 4.978.433 (44,45%) Privadas 1.140.637 (10,2%) Total de internações em 2013 11.117.634

E completa “eles colocaram em cheque a gestão, então, agora, quero meu atestado de capacidade e honestidade”.

Atualização da tabela do SUS

Umas das reclamações apresentadas pelo provedor da Santa Casa e apresentada pelo padre Cherubin em seu artigo é o valor do repasse feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) às entidades filantrópicas. De acordo com o Padre, houve a formação de uma subcomissão que “se destina a analisar e diagnosticar a situação econômica em que se encontram as Santas Casas e Entidades Filantrópicas e apontar uma solução que dê a elas condições de poderem continuar prestando os serviços imprescindíveis na assistência à saúde, como fizeram até hoje”. “Entre as medidas apresentadas pela subcomissão, está o reajuste da tabela de remuneração do SUS de 100% sobre os 100 procedimentos de internação com maior incidência, que correspondem a 84% das internações e 81% dos valores pagos, o que geraria um impacto de 4 bilhões para o setor filantrópico”, afirmou. Padre Cherubin é o vice-presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado de São Paulo, em entrevista ao O SÃO PAULO destacou que o SUS paga R$ 10 por uma consulta realizada, sendo que o custo da consulta é de aproximadamente R$ 52, além de atender 1.800 casos por dia, 3.600 por mês. De acordo com ele, a Santa Casa quis instaurar o confronto ao fechar as portas, porém não poderia deixar que a situação chegasse aonde chegou. Outro ponto defendido pelo padre é o fato de todos falarem na questão financeira, porém isso é apenas um dos pontos e a auditória vai mostrar onde podem estar os outros eventuais problemas, como excesso de funcionários entre outras coisas.

O SUS e a Constituição Desde a Constituição de 1988 e a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) a situação dos atendimentos públicos em relação à saúde mudou muito no Brasil. O novo sistema afirmou que saúde é um direito de todos e um dever do poder público. Mas antes de 1988 já havia instituições no País que prestavam atendimento à população, sobretudo aos mais pobres. A maioria delas, instituições de caridades e ligadas às igrejas. A Igreja Católica sempre atendeu as mais diferentes vulnerabilidades sociais e, partir da Constituição, muitas delas fizeram parcerias com os governos e se tornaram entidades filantrópicas. A parceria é boa, pois tem benefícios para ambas às partes e um bom serviço prestado à população, mas o que muitas entidades alegam é que se dependessem somente dos recursos públicos estariam com as portas fechadas ou com um atendimento deficitário e de má qualidade. Por Nayá Fernandes


Com a palavra

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Doutora Carolina Delage

Humanae Vitae inspira médica a indicar método natural de fertilização

papa Paulo VI, escrita há 46 anos, mas que é especial para o são paulo incrivelmente atual. Foi A ginecologista-obstetra Caroli- uma revolução interna na Delage percorreu o caminho para mim. de tantos outros profissionais. Formou-se em Medicina pela O São Paulo PUC de São Paulo, campus So- Qual trecho da rocaba; fez residência médica Humanae Vitae em ginecologia e obstetrícia na lhe chamou mais a Universidade São Francisco, em atenção? Bragança Paulista, e especializaDoutora Carolina ção em endocrinologia gineco- A Encíclica é muito rica, lógica na Santa Casa de Miseri- mas o parágrafo 13 diz córdia de São Paulo. Montou e algo que foi decisivo no estabilizou seu consultório, até meu processo de muque se deparou com um pro- dança: “Assim, quem blema pessoal: a dificuldade de refletir bem, deverá reengravidar. Católica, procurava conhecer de igual modo explicações sobre a restrição da que um ato de amor Igreja aos métodos de fertiliza- recíproco, que prejudição e reprodução assistida. Um que a disponibilidade amigo lhe deu a Encíclica Hu- para transmitir a vida manae Vitae, do Servo de Deus que Deus Criador de todas as Paulo VI, e outros documentos coisas nele inseriu segundo leis da Igreja. Começava um pro- particulares, está em contradicesso de conversão que resultou ção com o desígnio constitutivo no conhecimento do Creighton do casamento e com a vontade Model System, método natural do Autor da vida humana. Usar de conhecimento da fertilidade. desse dom divino, destruindo o Doutora Carolina quer torná-lo seu significado e a sua finalidaconhecido no Brasil. de, ainda que só parcialmente, é estar em contradição com a natuO São Paulo – Na reza do homem, bem como com Faculdade de Medicina, a da mulher e da sua relação mais íntima; e, por conseguinte, é estar os professores ensinam em contradição com o plano de os métodos naturais de Deus e com a sua vontade”. Esse planejamento familiar? Doutora Carolina - Na fa- trecho me mostrou que quando culdade, os professores apenas você interrompe o fluxo da vida citam que existem os métodos no ato conjugal, você exclui naturais, mas não os ensinam Deus dessa relação. a fundo, simplesmente porque acreditam que esses métodos O São Paulo – Além não funcionam. da Humanae Vitae, roberto zanin

O São Paulo – Qual era sua postura nos anos anteriores à sua descoberta sobre o ensinamento da Igreja com relação aos anticoncepcionais?

Doutora Carolina – Sempre tive uma abordagem humana e de respeito à paciente, mas receitava anticoncepcionais como a maioria dos meus colegas.

O São Paulo – E como se deu a mudança?

Doutora Carolina – Começou com uma experiência pessoal. Eu não conseguia engravidar. Cheguei a tentar conceber através dos desgastantes métodos de reprodução assistida, mas veio o questionamento: Por que a minha Igreja é contra isso? Depois de tanto perguntar e refletir, um amigo da nossa paróquia nos sugeriu a leitura da Humanae Vitae. Li essa Encíclica do

algum outro documento da Igreja lhe ajudou nesse processo?

Doutora Carolina - A Donum Vitae, instrução sobre o Respeito à Vida Humana Nascente e Dignidade da Procriação, da Congregação para a Doutrina da Fé, de 1987. Ela traz como ponto central: “o embrião deve ser tratado como pessoa e defendido em sua integridade”. Nota da Redação: O 7º Relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio), elaborado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), aponta que em 2013 o Brasil tinha cerca de 38 mil embriões congelados em clínicas de reprodução assistida.

O São Paulo – Depois dessa “revolução interna”, o que aconteceu?

Doutora Carolina – Conheci uma médica que também

Arquivo pessoal

naquele momento ou não. Dr. Hilgers, a partir do método Billings, padronizou a forma de as mulheres observarem a secreção vaginal e classificou os tipos de secreção. Com isso, além do método possibilitar a identificação do período ovulatório, o sistema viabiliza o diagnóstico de alterações no ciclo fértil das usuárias do método. Com tratamento desses distúrbios, o Creighton Model System ajuda as pacientes com problemas de fertilidade a engravidarem no ato conjugal com seus maridos e não através tinha dificuldade para engravi- de métodos de reprodução artidar. Ela me falou sobre um mé- ficial. todo Natural de Planejamento Familiar, Creighton Model Sys- O São Paulo – Qual tem, que além de possibilitar o o índice de fertilização espaçamento do nascimento dos obtida com esse método? filhos, também ajuda os casais Doutora Carolina - O índiinférteis a engravidar, estando ce de fertilização das usuárias do de acordo com os preceitos de método é de até 80%, aliando-o nossa fé. No entanto, para co- ao tratamento médico. nhecer esse tratamento teria que ir aos Estados Unidos, pois ain- O São Paulo – O que da não existia nenhum médico mais lhe encanta nesse aqui no Brasil que conhecesse método? Doutora Carolina – O mée aplicasse esse método. Nessa ocasião, fiz um curso de Teo- todo permite à mulher se conhelogia, ministrado pelo Instituto cer e cooperar com a sua saúde, Papa Paulo VI, que abordava as pois ela aprende a ler as inforquestões morais da contracep- mações que seu próprio orgação e da reprodução artificial nismo oferece. Aos casais, o sismais a fundo. Voltei ao Brasil tema gera uma maior partilha de decidida a dar uma guinada na amor e de responsabilidade. De forma de atender minhas pa- um modo geral, faz as pessoas cientes. Resolvi não prescrever refletirem sobre suas escolhas mais pílulas anticoncepcionais e decisões e não levarem a vida ou outros tipos de métodos no automático. Como usuária contraceptivos, mas ainda não do método, percebi a verdadeira tinha todo o embasamento téc- forma de usar o livre-arbítrio, nico para ministrar o Creighton exercido com responsabilidade. Model System. Foram seis me- Aprendi que somos chamados a ses de sofrimento, até conseguir sermos co-criadores do Reino retornar aos Estados Unidos e de Deus e não “árbitros”, como fazer o curso médico para daí quando se opta por um método mudar a minha prática clínica. contraceptivo, contra a vida. Como médica aprendi uma ciO São Paulo – Em ência que de fato visa a contrique consiste esse método? buição para saúde das minhas Doutora Carolina – O pacientes e não a supressão do criador do sistema, Dr. Thomas funcionamento do organismo Hilgers, há cerca de 35 anos foi ou omissão diagnóstica. Veja, para a Austrália estudar com por exemplo, os casos de muo Dr. Billings, criador do mé- lheres que têm síndrome do todo de planejamento natural ovário policístico. Elas apresenda família que leva seu nome. tam ciclos menstruais irreguO método Billings, também lares e por isso são orientadas aprovado pela Igreja, consiste a usar anticoncepcionais (é o na auto-observação da mulher que existe de consenso no meio e identificação do seu período científico). No entanto, o antifértil, possibilitando ao casal es- concepcional inibe o funcionacolher se deseja gerar uma vida mento do organismo da mulher,

que passa a ser regido quimicamente. Quando a paciente, por algum motivo, tiver que parar de tomar o anticoncepcional, a chance de o quadro clínico retornar é muito grande. O Creighton Model System possibilita corrigir esse problema de forma que seu organismo passe a ser regido fisiologicamente, sem precisar do anticoncepcional para menstruar regularmente.

O São Paulo – E se o problema de fertilidade estiver relacionado com o homem?

Doutora Carolina – Nesse caso, o método também pode ser indicado, melhorando ainda mais o organismo da mulher, atuando no muco cervical, na ovulação, no endométrio, capacitando o corpo para melhor receber o espermatozoide do marido em ato conjugal e desenvolver a gravidez.

O São Paulo – Com o conhecimento adquirido com o método, a senhora não receita mais anticoncepcionais e contraceptivos. Qual a reação de suas antigas pacientes?

Doutora Carolina – Em primeiro lugar, vejo que cresce o número de mulheres que querem optar por métodos naturais, seja por motivos ético-religiosos, seja por preocupação com a própria saúde, já que eles não têm efeitos colaterais. Explico o método natural, Creighton Model System, e falo sobre minha postura profissional. Se a paciente não concorda, procura outro médico.

O São Paulo – O que você diria a um casal que não consegue engravidar, mas que não quer recorrer a métodos contrários ao ensinamento da Igreja?

Doutora Carolina – Em primeiro lugar, peço que façam uma reflexão: “queremos ser pais, ou apenas ter um filho?” A primeira opção envolve amor; a segunda, talvez envolva egoísmo. Também gostaria que vissem a adoção não como para alguns casais, a última opção, mas mais uma opção, uma bela opção, aliás. Além disso, é possível recorrer ao método de procriação natural com base no Creighton Model System. E-mail: crmsbrasil@gmail.com


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copa do mundo

Mundial de Futebol impulsiona turismo no Brasil Luciney Martins/O SÃO PAULO

Copa atraiu quase 1 milhão de estrangeiros, mas especialistas afirmam que é necessária gestão permanente do turismo para que um dia retornem Daniel Gomes Redação

A realização da Copa no Brasil fez com que os gastos dos turistas estrangeiros em junho e julho fossem 41,59% superiores aos valores registrados em 2013. Conforme balanço divulgado pelo Banco Central, na sexta-feira, 25, de 1º de junho a 23 de julho, os estrangeiros deixaram no País US$ 1,406 bilhão (o equivalente R$ 3,13 bilhões), ante os US$ 993 milhões (R$ 2,2 bilhões) do mesmo período do ano passado. Os números refletem a vinda de quase 1 milhão de estrangeiros, de 203 países, para o Mundial, superando a projeção inicial do governo federal de receber 600 mil pessoas. A maioria dos turistas, 364 mil, veio de países da América do Sul, predominantemente da Argentina, 166,7 mil. “É comum, no turismo internacional, as pessoas se locomoverem para regiões relativamente próximas de onde moram. O que não se esperava é que tivéssemos essa quantidade de estrangeiros da América do Sul”, comentou, ao O SÃO PAULO, Roberto Mauro dos Santos, professor das Faculdades Integradas Rio Branco, mestre em Serviços pela Universidade Paris-Sorbonne e especialista em Turismo e Hotelaria.

Para Anderson Gurgel, professor universitário e especialista em comunicação e esporte, a motivação e o desempenho das seleções latino-americanas na Copa impulsionaram a vinda de seus torcedores. “A Copa contribuiu um pouco para mostrar o Brasil como opção turística para os países vizinhos. É até engraçado pensar que o Brasil, que é tão próximo desses países, acaba não sendo visto como uma opção nesse sentido”.

A Copa acabou, e agora?

Segundo o Ministério do Turismo, 95% dos turistas da Copa têm intenção de voltar ao Brasil, 61% ainda não conheciam o País e 83% disseram que foram atendidos em suas expectativas, especialmente nas áreas de hospitalidade e gastronomia.

Mauro dos Santos observa que não basta o turista querer voltar, é preciso uma gestão permanente para atraí-lo. “Teríamos que ter uma política contínua de atração desses turistas no exterior, um processo de divulgação das coisas que nós temos no Brasil. Não adianta ter acontecido a Copa, num instante haver visibilidade mundial, e depois o Brasil sumir das vitrines das agências de turismo. Por trás do processo de escolha do destino de um turista, existe um trabalho que precisa ser feito com regularidade”. Também para Gurgel, a Copa deu boa visibilidade ao Brasil no exterior, mas isso não é suficiente para atrair os turistas. “O turismo funciona como produto e o Brasil, visto como produto, tem que ser, do ponto de vista do marketing,

continuamente ativado, para fazer com que essa perspectiva cresça, senão vira um turismo não sustentável, fica pontual. É preciso continuar o trabalho, divulgar a marca, consolidá-la no imaginário do público que viaja. Temos um começo de trabalho com uma matéria prima muito boa, que é essa imagem que se formou na Copa, mas precisa haver continuidade”.

Turistas em menos de 7% das cidades

Os turistas estrangeiros estiveram em 378 cidades, menos de 7% do total dos 5.570 municípios que existem no Brasil. Na opinião de Mauro dos Santos é comum que o número de localidades visitadas seja pequeno, mas na Copa poderia ser melhor. “Geralmente, as cidades bene-

Legados e desafios do pós-Copa Da redação

Organizar a Copa deixou aprendizados e tarefas para a gestão do futebol brasileiro, conforme avaliou, ao O SÃO PAULO, Anderson Gurgel, professor universitário e especialista em comunicação e esporte. Para ele, já existe o legado de arenas, de infraestrutura, do conhecimento adquirido com a organização do evento e da imagem do Brasil “como país hospitaleiro, de cultura rica, e dinâmico”. Porém, há o questionamento se esse resultado foi proporcional ao montante investido na Copa. “Em megaevento, de maneira geral e não só no Brasil, essa

é uma equação que não fecha, sempre custa mais que o projetado e sempre impactam mais na economia enquanto festa, enquanto turismo, do que do ponto de vista da infraestrutura”, observou. Sobre as arenas da Copa, Gurgel comentou que é preciso encontrar um modelo rentável para mantê-las. “O futebol brasileiro é um produto, então, como fazer que a relação do jogo com as arenas tenha um valor agregado que valha mais, que leve um público mais qualificado, disposto a gastar mais? Há dentro desse cenário os estádios que correm risco de virar elefantes brancos. Do ponto de vista do marketing esportivo, esse é um dos maiores

ficiadas tem algum atrativo turístico devidamente estruturado para a recepção de turistas. É óbvio que esse número poderia ser muito mais incrementado se tivéssemos uma estrutura adequada de recepção: mapas, indicações seguras dos lugares mais atraentes, onde ficar, o que comer, o que beber, o que comprar. Na ausência disso, fica difícil para um estrangeiro se deslocar pelo País, ainda mais no Brasil que tem dimensões de um continente”. Para ele, outros fatores que explicam a quantidade de cidades visitadas são a malha ferroviária brasileira, que não é tão boa quanto a europeia, e o menor poder aquisitivo do turista latino-americano em comparação a europeus e norteamericanos. E-mail: danielgomesjornalista@gmail.com

Turistas estrangeiros na Copa 2014 desafios, mas pode ser uma oportunidade muito boa”. Em relação à imagem da seleção brasileira, abalada após a goleada de 7 a 1 para a Alemanha nas semifinais da Copa, Gurgel avaliou que sob a ótica da gestão, “o futebol brasileiro está parado no tempo” e só trocar o técnico não resolverá o problema. “Deveria haver um processo, um plano de modernização do futebol brasileiro. Infelizmente não é o que pensam os líderes da CBF. O acaso pode levar a seleção do Dunga a se dar bem, mas a lógica, pensando pelo lado da gestão, citando o exemplo da Alemanha, é que, com trabalho, você colha frutos, e não por acaso”. (DG)

1 milhão de turistas, de 203 nacionalidades, vieram ao Brasil durante o Mundial A cidade do Rio de Janeiro recebeu 471 mil turistas estrangeiros; São Paulo, 200 mil Média de permanência foi de 13 dias no país A maioria, 61% não conhecia o Brasil 95% declararam que têm intenção de voltar ao País De 1º de junho a 23 de julho, os turistas estrangeiros movimentaram US$ 1,406 bilhões, valor 41,59% superior ao mesmo período de 2013 Itens mais bem avaliados pelos turistas estrangeiros: hospitalidade (98%), gastronomia (93%).


18 | Região Brasilândia |

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“Pastoral deve ter objetivo e planejamento” A partir do Projeto de Evangelização da Arquidiocese de São Paulo, foram realizados encontros formativos que ofereceram sugestões para a elaboração dos projetos pastorais de 2015

receram em número expressivo. Em sua avaliação, na reunião do CRP que aconteceu no sábado, 26, na paróquia Santos Apostólos, o Bispo ressaltou que foi uma semana muito intensa e proveitosa. “Fiquei muito feliz ao ver lideranças e os padres das paróquias atenderem ao convite, e surpreso com o numero significativo de pessoas”. Além disso, dom Milton reforçou os próximos passos: “A semente foi

lançada e semeada, agora precisa ser cuidada e regada pelos padres e lideranças dos conselhos de pastorais das paróquias, no sentido de que os projetos sejam elaborados de maneira coletiva, com a participação da comunidade”, destacou. Para o padre José Domingos Bragheto, vigário paroquial da Área Pastoral da paróquia Nossa Senhora e Santana esses encontros são importantes, pois ani-

mam as lideranças pastorais, e o instrumento utilizado favoreceu a compreensão da proposta. “As lideranças que foram enviadas para o encontro são pessoas que tem agora o desafio de contribuir na elaboração do projeto de pastoral da paróquia”, enfatizou padre Jaime Estevão, pároco da Paróquia Espírito Santo. Nos setores Jaraguá e Pereira Barreto, 85 pessoas participaram do encontro na paró-

quia São Luiz Gonzaga. Padre Alécio Ferreira disse que ficou muito contente e satisfeito com a presença de todos. Regina Silva, do setor pastoral Cântaros, ressaltou que os padres precisam animar as lideranças no sentido de encaminhar as questões. Um formulário didático e acessível será enviado nos próximos dias para colaborar na preparação do projeto pastoral paroquial. Renata Moraes

Renata Moraes

Colaboradora de Comunicação da Região

Entre os dias 22 a 25 de julho foram realizados na região Brasi- BRASILÂNDIA lândia os encontros formativos voltados para os representantes dos Conselhos Pastorais - CPP. O objetivo foi enriquecer a elaboração dos projetos pastorais e a realização das Assembléias nos âmbitos paroquiais, regionais e arquidiocesano. Durante quatro noites, a formação aconteceu em diversos setores. Em Perus, foi na Paróquia São José. No setor São José Operário e Freguesia do Ó, Na Paróquia Santos Apóstolos, no Jardim Maracanã dom Milton Kenan Júnior dá pistas para a elaboração dos programas pastorais foi na paróquia Santos Apóstolos. Nos setores Jaraguá e Pereira Barreto, foi na Paróquia São palavra do bispo Luiz Gonzaga. No setor Cântaros e Nova Esperança, foi na Paróquia Santo Antônio. A assessoria da formação auxiliar da foi ministrada por dom Milton Bispo do dizem respeito à nossa vida, uma santificação retomada sem Pedir, já no início da oração na Kenan Júnior, bispo auxiliar Arquidiocese como tal, seja para alimentá-la, cessar. [...] Recorremos, portan- do “Pai nosso”, que “santificado Região Brasilândia da Arquidiocese para a região seja para curá-la do pecado. Os to, à oração para que esta san- seja o vosso Nome” é suplicar Brasilândia. No início, o Bispo dois últimos referem-se ao nos- tidade permaneça em nós” (De que ele não permita que percaDom Milton apontou sugestões de como se so combate pela vitória da vida, dominica oratione, 12). mos, apesar da sua proximidade, Kenan Júnior deve elaborar o plano de paso combate da própria oração” Ao revelar o seu nome, Deus a consciência do seu mistério e toral da paróquia, enfatizando (CIC 2805). demonstra a vontade de estabe- do amor que ele merece, uma que, antes de tudo, é necessário Se a invocação inicial: “Pai nosO primeiro dos pedidos é lecer uma relação de amizade, vez que é unicamente por amor planejar, identificar as urgên- so” nos coloca na presença do para que o nome de Deus seja re- de amor conosco. Ele, como diz que ele se aproxima e se dá a cias pastorais e trabalhar em Pai, “para adorá-lo, amá-lo e conhecido e tratado como Santo: o papa emérito Bento XVI, “se nós. equipe, sempre respondendo às bendizê-lo, o espírito filial faz “Santificado seja vosso Nome”. entrega de algum modo ao nosso Ainda o papa emérito Bennecessidades da comunidade: brotar de nossos corações sete Trata-se, porém, de “reconhecer mundo humano”. Podendo ser to XVI, ao comentar esse pedi“Levar em conta as perguntas: pedidos, sete bênçãos. Os três como Santo, de tratar de manei- invocado, ele se torna vulnerá- do do “Pai nosso” nos convida o que precisamos fazer?, quan- primeiros, mais teologais, nos ra santa” o nome de Deus (CIC vel, sujeito a ser tratado com a um exame de consciência, do devemos fazer? e quem vai atraem para a glória do Pai; os 2807). desprezo. Diz ainda Bento XVI: no modo como tratamos o fazer? Ter um objetivo, uma jus- quatro últimos, como caminhos No seu belíssimo comentá- “Ele assume o risco da relação, nome de Deus: “como é que tificativa e planejar as ações”. O para Ele, apresentam nossa mi- rio ao Pai nosso, São Cipriano de estar conosco”. eu me relaciono com o santo encontro também se baseou nos séria à sua graça” (CIC 2803). diz: “Quem poderia santificar a A partir do momento que Je- nome de Deus? Situo-me com destaques pastorais para 2015, As três primeiras súplicas Deus, já que é Ele mesmo quem sus entregou-se em nossas mãos respeito diante do mistério da a partir do projeto de evangeli- “nos levam em direção a Ele, santifica? Mas, nos inspirando e aceitou sobre si a cruz, a Face sarça ardente, diante do modo zação do 11º Plano de Pastoral para Ele: vosso nome, vosso rei- nesta palavra: ‘Santificai-vos e e o nome de Deus tornaram- inefável da sua proximidade da Arquidiocese de São Paulo, no, vossa vontade! É próprio do sede santos, porque eu sou san- se acessíveis à nossa fraqueza. até a presença da Eucaristia, cujo título é “Testemunha de Je- amor pensar primeiro naquele to’ (Lv 11,44), nós pedimos que, “Quanto mais ele se entrega nas na qual ele realmente se ensus Cristo na Cidade”. que amamos...” (CIC 2804); a santificados pelo Batismo, per- nossas mãos, tanto mais pode a trega nas nossas mãos? Preosegunda série de súplicas “é a severemos naquilo que come- sua luz ser escurecida; quanto cupo-me com que a presença Avaliação e apresentação de nossas expecta- çamos a ser. Pedimos isto todos mais próximo estiver, tanto mais de Deus no meio de nós não encaminhamentos tivas (...), sobe de nós e nos diz os dias, porque cometemos fal- o nosso abuso pode torná-lo irre- seja jogada na lama, e que nos Os leigos atenderam ao convite respeito desde agora, neste mun- tas todos os dias e devemos nos conhecível”, afirma o papa Ben- puxe para cima, para a sua pude dom Milton e do Conselho do (...), o quarto e o quinto pedi- purificar dos nossos pecados por to XVI. reza e santidade?” Regional de Pastoral e compa-

Santificado seja o vosso Nome


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| Região Belém | 19

São Mateus realiza encontro da Pastoral da Educação A primeira reunião foi realizada no sábado, 26, a próxima está marcada para o dia 13 de setembro pascom

Aconteceu no sábado. 26 de julho, o 4º. Encontro da bELÉM Pastoral da Educação do setor São Mateus, que reúne profissionais da educação com o fim de alcançar melhorias na qualidade do ensino básico. O Núcleo São Mateus da Pastoral da Educação foi implantado em fevereiro de 2014, na paróquia São Mateus e já havia realizado três encontros. Os dois primeiros possibilitaram a aproximação de pessoas interessadas (e preocupadas) com a situação da Educação como um todo, particularmente em relação ao ensino, aos educadores e aos educandos, além de favorecer a troca de experiências e de informações entre os participantes. O terceiro contribuiu para a reflexão sobre a Pastoral da Educação em si, a atuação de seus agentes, campos de ação, etc., segundo o documento-base da CNBB. Após a oração inicial e a acolhida feita pelo pároco, Pe. Lauro Wisnieski, Michele Maria leu a ata da reunião anterior. A seguir, o di-

ácono Mario Braggio apresentou uma síntese do Encontro da Pastoral da Educação do Regional Sul 1, ocorrido em Araras (SP), de 6 a 8 de junho, do qual o bispo dom Carlos Lema Garcia, vigário episcopal para a Educação e a Universidade, também participou. O texto da criação do Vicariato para a Educação e a Universidade da Arquidiocese de São Paulo – recebido por todos com alegria e otimismo – foi lido na íntegra, refletido e comentado. Os próximos encontros estão marcados para os dias 13 de setembro, 18 de outubro e 8 de novembro, às 9h15, no salão paroquial Os participantes leem o texto de criação do Vicariato para a Educação e Universidade da Arquidiocese São Mateus Apóstolo.

Pascom Belém

palavra do bispo

Como eu amo, ó senhor, a vossa lei, vossa palavra! Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém

Dom Edmar Peron

O Concílio Vaticano II reconheceu que a Bíblia é fonte necessária para a Liturgia. É, pois, da Sagrada Escritura que a Liturgia: toma os textos que são lidos e, depois, explicados na homilia, e também os salmos para serem cantados; inspirados nela, surgiram na Igreja preces, orações e hinos litúrgicos; e nela, as ações e sinais da liturgia encontram o seu significado. Portanto, “para promover a reforma, o progresso e a adaptação da sagrada Liturgia, é necessário desenvolver aquele

suave e vivo amor pela Sagrada Escritura, que é confirmado pela venerável tradição, tanto dos ritos orientais como dos ocidentais” (Sacrosanctum Concilium 24). Isso quer dizer que, quando maior for o amor pela Sagrada Escritura, melhor será a compreensão da Liturgia e mais autêntica a sua expressão ritual, ou seja, o nosso jeito de celebrar. Dessa maneira, podemos compreender mais adequadamente a norma conciliar que orientou: restaurar, nas celebrações litúrgicas, “a leitura da Sagrada Escritura, mais abundante, variada e apropriada” (SC 35,1); favorecer “a celebração sagrada da Palavra de Deus” (SC 35,4); e preparar com maior abundância para os fiéis a mesa da Palavra de

Deus, “abrindo largamente os tesouros da Bíblia, de modo que dentro de certo número de anos, sejam lidas ao povo as partes mais importantes da Sagrada Escritura” (SC 51). Por isso, todas as nossas celebrações litúrgicas contém hoje uma Liturgia da Palavra como parte integrante das mesmas. Essas leituras, organizadas como estão no atual Elenco das Leituras da Missa, possibilitam aos cristãos “o conhecimento de toda a Palavra de Deus” de maneira gradual, conforme o desenvolvimento do ano litúrgico, apresentando passo a passo “os principais fatos e palavras da história da salvação”, que se torna sempre atual na ação litúrgica (Introdução ao Lecionário da Missa, 60-61). Esse elenco

de leituras foi organizado para o Domingo e demais solenidades do rito latino, em um ciclo de três ano, apresentados em anos A, B e C. Sobre esse ciclo trienal, falaremos em outra oportunidade. Empenhemo-nos, pois, com renovado ardor, para fazer resplandecer em nossas celebrações o “suave e vivo amor pela Sagrada Escritura”, como cantamos no Salmo Responsorial desse último domingo, o 17º do Tempo Comum, do ano A: “Como eu amo, ó Senhor, a vossa Lei, vossa Palavra! O dia todo ela é a minha meditação (Salmo 118,97). Sim, o amor pela Palavra de Deus requer, sua leitura e meditação diárias, pois, como sabemos, o amor cresce e se solidifica se for cultivado dia após dia.

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20 | Região Santana |

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Comunidades recordam um ano da JMJ Rio-2013 Paróquia Sant’Ana e Comunidade Canto de Maria celebraram evento discernindo ações diante dos desafios apresentados atualmente Diácono Francisco Gonçalves

percebi como Cristo está perto das pessoas quando vamos ao encontro dele. Hoje, depois de um ano, continuo firme na comunidade”. A Celebração Eucarística, presidida pelo pároco, padre João Luiz Miqueletti, teve momentos marcantes, como a entrada da cruz da JMJ, que percorreu todas as paróquias da Região Episcopal Santana como preparação para a jornada. Tam-

bém foi marcante a entrada da bíblia e os testemunhos dos jovens espanhóis, que estiveram na Paróquia Sant`Ana, na Semana Missionária e que enviaram vídeos e cartas relatando suas experiências. Já a Virada Jovem, realizada no pátio da Igreja, contou com a participação de muitos jovens, muitos deles vindos da Paróquia Santa Joana D´Arc e da Comunidade Famílias Novas, que

cantaram e dançaram, relembrando, entre outras músicas, o hino da JMJ e o flash mob. Ao final, num grande círculo, de mãos dadas, os jovens rezaram e receberam a bênção dada pelo padre João Luiz. Uma das promotoras do evento, a Comunidade Canto de Maria, completa no corrente ano, 25 anos de vida. Na comemoração está previsto a realização de um retiro para jovens, no

mês de setembro. Outro evento programado será a Celebração Eucarística, no dia 5 de outubro, presidida por dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana. Em 25 de outubro, ocorrerá um Evangelizashow, com o título “Frutos”. Informações sobre os eventos estarão sendo divulgados pelo Facebook, na Comunidade Canto de Maria. Verônica Carvalho

Colaborador de comunicação da Região

Durante o domingo, 27, na Igreja de Sant’Ana, a Comunidade SANTANA Canto de Maria, juntamente com os jovens e os crismandos da Paróquia Sant`Ana realizaram o evento “#1anoJMJ”. O objetivo foi comemorar um ano da realização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que ocorreu em julho de 2013, no Rio de Janeiro, e ainda da Semana Missionária, realizada na Arquidiocese de São Paulo. O evento teve em sua programação três momentos importantes: apresentação de vídeo com retrospectiva da Semana Missionária e da JMJ, com várias mensagens das catequeses e homilias do papa Francisco durante a jornada; celebração Eucarística; e Virada Jovem. “Vi a beleza e a riqueza da Igreja, jovens do mundo inteiro falando a mesma língua, a de Cristo. Com um sorriso, com Comunidade Canto de Maria faz apresentação na Paróquia de Sant’Ana, no domingo em que recorda um ano da Jornada Mundial da Juventude realizada no Rio um olhar, era possível conversar” testemunhou Raphael Ferreira, 16 anos. Já Mariana Lima palavra do bispo de Carvalho, 13 anos, disse: “Percebi que mesmo sendo diferentes as culturas, os jovens trazem o mesmo amor por CrisBispo auxiliar da to”. das mães, dia dos pais, a semana e oferece subsídios preciosos mília, há dez roteiros para celena Relembrando a JMJ, Giu- Arquidiocese nacional da família e semana da não somente para a semana da brações: dia das mães, dia dos Região Santana liana Pessighello, 15 anos, disvida, etc. família, em agosto, mas ilumi- pais, dos avós, aniversário de se que a Semana Missionária: Dentre esses acontecimen- na o ano inteiro. O tema deste casamento, momentos difíceis Dom Sergio “Estava eu iniciando no Crisma tos, a Semana Nacional da Fa- ano é a “espiritualidade cristã na da família, eleições 2014, III de Deus Borges e não conhecia ninguém quanmília tem sido uma ocasião es- família: casamento que dá cer- Sínodo dos Bispos, família e frado fui convidada a participar e pecial de promoção da família. to”. Sete roteiros para encontro ternidade e orações do dia a dia A missão evangelizadora em Para melhor refletir sobre sua de famílias ajudam a valorizar de uma família de fé. favor da família, no Brasil, está missão e a beleza da vida fa- e viver em família gestos de esÉ um ótimo subsídio para organizada em duas grandes áremiliar, todos os anos, a CNBB piritualidade que podem fazer a o bem-estar do núcleo familiar agenda regional as de atividades: A primeira é edita o livro “Hora da Família” grande diferença na convivência e para àqueles que trabalham Sábado (2 de agosto) uma ação contínua que acontece com um tema geral e temas es- dos esposos, no crescimento dos nas paróquias e comunidades, e 9h – Reunião do CRP no dia a dia das comunidades e pecíficos voltados para os prin- filhos na fé, na renovação da ale- que precisa ser mais conhecido (Conselho Regional de paróquias através da catequese, cipais momentos da vida de gria pelo amor que se renova no por todos nós. Caso você não Pastoral) na Cúria de Santana homilia, movimentos, serviços uma família. Dom João Carlos dia a dia pelo dom da graça que conheça este rico subsídio, pro(avenida Marechal Eurico e pastorais, sobretudo a Pastoral Petrini, presidente da Comissão Deus derrama com abundância cure o seu pároco, que ele terá a Gaspar Dutra, 1877). Familiar. Episcopal para a Vida e a Famí- nos corações de quem o invoca alegria de colocar em suas mãos A segunda área de ativida- lia, da CNBB, apresenta o Hora e pelo dom de si que cada um faz mais este serviço à sua família e 14h - Pastoral Fé e Política da des, que nasce da primeira e da Família 2014 do seguinte aos outros, à imitação de Jesus à evangelização das famílias na Paróquia Santa Zita promove é sua coroação, se concentra modo: que nos doa sua vida, seu corpo paróquia. debate com candidaturas à na promoção e celebração dos ‘É com imensa satisfação e sangue, para a nossa felicidade Deus abençoe a sua família deputado/a estadual e federal acontecimentos principais em que apresento o Hora da Família e para a nossa paz’ (Hora da Fa- e a grande família da qual parna Vila Maria, na quadra da favor da família, em determina- 2014, o livro que orienta e for- mília 2014, p. 7). ticipamos pelo Batismo. Agora e paróquia (rua Padre Sabóia de dos momentos do ano, como: dia talece a família cristã no Brasil Além disso, no Hora da Fa- sempre, é a hora da família! Medeiros - 827 - Vila Maria).

Hora da família


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| Região Sé/Entretenimento | 21

palavra do bispo

Caminhos de Iniciação à Vida Cristã (10) Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé

passa tempo

Dom Tarcísio Scaramussa

Se acontecer que algum cristão católico não consiga viver a dimensão e a atitude do diálogo, devemos concluir que a iniciação à vida de fé deixou a desejar neste aspecto. Desejo recordar hoje algumas iluminações a este respeito que encontramos na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium do papa Francisco. Primeiro, é preciso considerar que “a evangelização implica também um caminho de diálogo. Neste momento, existem sobretudo três campos de diálogo onde a Igreja deve estar presente, cumprindo um serviço a favor do pleno desenvolvimento do ser humano e procurando o bem comum: o diálogo com os Estados, com a sociedade – que inclui o diálo-

go com as culturas e as ciências – e com os outros crentes que não fazem parte da Igreja Católica” (E.G., n. 238). Tarefa empenhativa de nosso tempo é o diálogo entre a fé, a razão e as ciências. “O cientificismo e o positivismo recusam-se a ‘admitir, como válidas, formas de conhecimento distintas daquelas que são próprias das ciências positivas’. A Igreja propõe outro caminho, que exige uma síntese entre um uso responsável das metodologias próprias das ciências empíricas e os outros saberes como a filosofia, a teologia, e a própria fé que eleva o ser humano até ao mistério que transcende a natureza e a inteligência humana... Toda a sociedade pode ser enriquecida através deste diálogo que abre novos horizontes ao pensamento e amplia as possibilidades da razão. Também este é um caminho de harmonia e pacificação” (E.G., n. 242.), uma

tarefa importante para a iniciação cristã. O diálogo ecumênico, com os cristãos, e o diálogo interreligioso, com todos os homens que procuram com sinceridade a Deus, é o outro aspecto lembrado pelo papa. “O compromisso ecumênico corresponde à oração do Senhor Jesus pedindo ‘que todos sejam um só’ (Jo 17, 21). A credibilidade do anúncio cristão seria muito maior, se os cristãos superassem as suas divisões e a Igreja realizasse ‘a plenitude da catolicidade que lhe é própria naqueles filhos que, embora incorporados pelo batismo, estão separados da sua plena comunhão’. Devemos sempre lembrar-nos de que somos peregrinos, e peregrinamos juntos. Para isso, devemos abrir o coração ao companheiro de estrada sem medos nem desconfianças, e olhar primariamente para o que procuramos: a paz no rosto do único Deus” (E.G., n. 244; cf. Também nn. 246 e 257).


22 | Região Ipiranga |

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“Jesus deseja se tornar um conosco” 495 ministros extraordinários da Eucaristia são investidos por dom José Roberto Palau Francisco David

Colaborador de Comunicação da Região

No último sábado, aconteceu a Santa Missa de Investidura dos IPIRANGA Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Ipiranga, zona sul de São Paulo. Celebrada pelo recém-nomeado vigário episcopal, Dom José Roberto, a missa contou com a presença de muitos sacerdotes da Região e com centenas de fiéis das diversas paróquias. No início da celebração, o padre Ricardo Antônio Pinto, pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Arapuá, e assessor eclesiástico dos Ministros da Eucaristia da Região, deixou uma mensagem de agradecimento a dom José Roberto. Em entrevista, o padre Ricardo afirmou: “É uma alegria enorme ver esses 495 novos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão atuando em nossa Região Episcopal Ipiranga. É uma página do Concílio Vaticano II acontecendo. Vejo com bons olhos esse protagonismo dos leigos, sobretudo a vontade de se colocar em disposição para que a Igreja em saída, que o papa Francisco pede, aconteça verdadeiramente na Arquidiocese de São Paulo. Vejo de uma forma feliz e entusiasmada essa participação dos leigos e tenho certeza que gerarão muitos frutos para a Igreja, para a pastoral e a evangelização”. Em sua homilia, dom José Roberto refletiu sobre a passagem bíblica dos ‘Discípulos de Emaús’: “É preciso convidar Jesus para entrar no coração e fazer lá sua morada”. Também falou sobre o mistério da Eucaristia: “Jesus deseja se tornar um conosco, esse é o mistério da comunhão plena”. Essa é a primeira missa de investidura de ministros que dom José Roberto celebra na Região Ipiranga. Em entrevista, o bispo afirmou: “Como padre, eu já havia celebrado uma Missa de Investidura dos Ministros da Eucaristia, mas agora como bispo é diferente, foi bem emocionante. Um grupo bem preparado, uma boa presença de sacerdotes, foi um momento marcante de fé na Região Ipiranga, eu estou muito contente”.

Dom José Roberto: “A Igreja é missionária por natureza”

a Missão de férias. O evento, que teve início no ano de 2009, tem a finalidade de exercer o ardor missionário, incentivando os fiéis a sair de porta em porta anunciando o Evangelho de Jesus Cristo. Na sexta-feira, 25, dom José

Roberto Fortes Palau, recém-nomeado vigário episcopal da Região Ipiranga, realizou a celebração da Santa Missa, também em ação de graças pela Semana Missionária. Em sua homilia, dom José

Roberto disse que “A igreja é missionária por natureza, está no DNA da igreja ser missionáNa semana de 21 a 27 de julho, a ria” e que “o cristão não deve se paróquia Santa Ângela e São Seesconder, deve estar presente no rapião, recebeu 7 seminaristas da mundo, assim como fermento no Arquidiocese de São Paulo para bolo: sutil, mas essencial”. Dom José Roberto também explicou Pascom Ipiranga que “o trabalho da Igreja só persevera quando estamos em sintonia com Cristo e que isso é a essência do ardor missionário”. O Bispo disse também que precisamos seguir o ensinamento do missionário São João Batista: “devemos ser uma placa que aponta para Jesus Cristo”. E terminou sua homilia dizendo que “o mensageiro não pode ser maior que a mensagem: estamos a serviço de Cristo, quando assumirmos essa posição, seremos de fato uma Igreja Missionária.” Dom José foi muito bem acolhido pelos paroquianos da paróquia Santa Ângela, todos ficaram muito contentes por receber o novo bispo. Encerrou sua visita em um jantar com os seminarisRecém-nomeado vigário episcopal para o Ipiranga, dom José Roberto, institui novos ministros da Sagrada Comunhão tas.

teológica, pois revela que a disciplina é um dado fundamental da existência humana, um imperativo antropológico, algo que não pode ser simplesmente eliminado sem graves prejuízos ao ser humano. Para se alcançar objetivos, independentemente da motivação originária, é indispensável o esforço pessoal, uma vida pautada pela disciplina. A ascese, em sentido amplo, é isso: disciplina para atingir um objetivo. Por essa razão, a ascese é parte integrante da educação humana. Pois bem, vamos refletir, nas próximas semanas, sobre a importância da ascese para a espiritualidade cristã. A identidade cristã: fundamento teológico da ascese. A identidade cristã está diretamente relacionada à nossa estrutura antropológica: ‘fomos criados à imagem e semelhança de Deus’ (cf. Gn 1, 26-27). Não somos nós os autores dessa identidade, ela nos é oferecida gratuitamente por Deus Pai, que livremente nos criou. Todavia, bem sabemos que essa imagem foi quebrada e a semelhança foi desfigurada pelo pecado (cf. Gn 3, 1-13). Mas novamente nossa identidade é restaurada por Jesus Cristo, que nos recriou por meio de seu Mistério Pascal: “Pois Deus quis fazer habitar nele (em Cristo) toda a plenitude e, por ele, reconciliar consigo todos os seres, tanto na terra como no céu,

estabelecendo a paz por meio dele, por seu sangue derramado na cruz” (Cl 1, 19-20). No mistério pascal, toda a criação é ‘recapitulada’ em Cristo (cf. Ef 1, 7-10). A partir de então, em Cristo ressuscitado, glorioso, é restaurada na natureza humana a identidade divina. Cristo é, simultaneamente, ‘modelo de santidade’ e ‘fonte de santificação’. Tornar-se semelhante a Cristo é uma obrigação intrínseca, um imperativo para nós, cristãos. Pois cristão é justamente aquele que deixa Cristo se formar nele (cf. Gl 4, 19). A identidade do cristão é a mesma identidade de Jesus Cristo, com a única distinção de que Cristo é Filho de Deus por natureza e nós o somos por adoção. Cristo é o ‘primogênito entre muitos irmãos’ (cf. Rm 8, 29). No processo histórico de tornar-se “filho de Deus em Cristo” encontra-se a nossa “identidade”, a nossa vocação última. Pelo batismo somos como que “gerados filhos de Deus”, no seio da Igreja, Esposa de Jesus Cristo e Mãe de todos os renascidos nas águas do batismo. A identidade cristã começa a existir a partir desse momento. Com o batismo, tem início nosso processo de configuração a Jesus Cristo. O batismo, além da remissão dos pecados, confere ao cristão a ‘graça santificante’, tornando-o um “homem novo” (cf. Ef 2,

palavra do bispo

Ascese cristã Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga

Dom José Roberto Palau

“Ascese” parece hoje ser uma palavra desconhecida de muitos. Parece um termo que ficou engessado num passado bastante distante. Será mesmo? A realidade é que a ascese continua existindo e desfrutando de amplo espaço no cotidiano de nosso povo. Evidentemente não o termo, mas a vida disciplinada, que é propriamente o núcleo da ascese. Uma vida regulada por dietas e exercícios físicos é assunto relevante para a cultura contemporânea. Pessoas de todas as idades se exercitam, caminham ou correm diariamente e, quando podem, submetem-se a privações alimentares de certas dietas e processos de purificação em ‘spas’, para recuperar ou preservar a saúde. Homens e mulheres submetem-se diariamente a exercícios físicos e até mesmo a jejuns para manter um corpo esbelto, magérrimo, segundo os atuais padrões de beleza. Do mesmo modo, atletas se sujeitam a exigentes programas de condicionamento físico para serem competitivos. Mesmo sem referência a valores religiosos, essa realidade é importantíssima para a reflexão

15; 4, 24; Cl 3, 10), participante da natureza divina (cf. 2Pd 1, 4), templo do Espírito Santo (cf. 1Cor 6, 19), unido a Cristo e a seu Corpo, que é a Igreja (cf. 1Cor 6, 15; 12, 27), e capacitado a caminhar numa existência nova (cf. Rm 6, 4), libertada do poder do pecado. Contudo, nosso comportamento ético deve ser manifestação do que aconteceu e foi celebrado no sacramento do batismo. Dito de outro modo, a “santidade ontológica” deve se transformar em “santidade moral”. Sem a superação do “homem velho” não é possível viver a nova existência, própria do “homem novo”, pois a morte ao pecado é o único caminho para o objetivo que realmente interessa: a vida nova da ressurreição. O “homem velho” é o “Adão pecador”. É preciso morrer a si mesmo para participar da existência do “homem novo”, do “Novo Adão”, Jesus Cristo. Enfim, o batismo cria o homem novo, mas seu desenvolvimento não ocorre automaticamente, pois é imperativa a colaboração humana. Desse modo, como bem alerta São Paulo, existe o risco real de a graça ser desperdiçada (cf. 2Cor 6, 1). Infelizmente, muitos cristãos recebem o batismo, mas acabam retornando à antiga vida do “homem velho”, prisioneiro do pecado. Falta para esses cristãos a colaboração com a graça. Falta-lhes “ascese”.


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Lar das Mercês: centro de espiritualidade para idosas

Padre Antônio

Casa que conta com a dedicação das Irmãs Mercedárias da Caridade e de profissionais especializados no atendimento a idosas

regularmente com as idosas. Todas são convidas a participar dos momentos de oração, não existe obrigação, mas espontaneamente, quem pode, participa de todas as atividades. Com uma capela interna para cerca de 250 pessoas e missa diária aberta a todas as residentes e moradores do bairro, o lar das Mercês vem atraindo cada vez mais famílias interessadas em confiar seus parentes aos cuidados das Padre Antonio Ribeiro irmãs. Segundo o Capelão Padre Antonio F. Ribeiro, a casa Colaborador de comunicação da Região

se tornou um centro de espiritualidade que tem seu ponto alto a celebração eucarística, que conta com breve homília e momento de adoração eucarística. A pastoral da saúde da Região Lapa visita regularmente as idosas e participa dos momentos de oração. Com objetivo de levar alegria as idosas e proporcionar momentos de convivência, os agentes são recebidos com carinho por todas as residentes. Para Izabel e Regina membros da Pastoral da Saúde, respeitar o

idoso é reconhecer seu papel enquanto pessoa, garantindo a ele dignidade, moradia, alimentação, condições de saúde e qualidade de vida. Devemos respeitar seus direitos adquiridos com o avanço da idade e cuidarmos para que os outros também os respeitem. Aceitar a realidade do idoso e ensinar as crianças a fazerem o mesmo. Tratamos o idoso como idoso, não como criança ou adolescente, mas enquanto um cidadão com direitos, deveres e ampla carga

de experiência. Quando o Lar incluí os idosos nas atividades sociais, educacionais, laborais e familiares, respeitando seu ponto de vista, dando espaço para que ele também dialogue está promovendo a dignidade de uma pessoa que deve ser amada e respeitada por todos. Quem quiser conhecer o lar pode agendar uma visita: Rua Dona Elisa de Moraes Mendes, 250, Alto de Pinheiros – Tel: (11) 30215971 – Email: larnsmerces@ uol.com.br. Pascom Lapa

Cuidar de pais ou familiares idosos nem sempre LAPA é algo possível e a alternativa na maioria dos casos é confiar em um lar de idosos. Uma vez que este pode ser um passo difícil na vida do idoso e da sua família muitas vezes se torna complicado escolher um lugar que ofereça um ambiente familiar, onde o idoso possa se sentir bem e acolhido. Com a profissionalização do serviço muitas casas perderam sua característica fundamental de ambiente familiar. Pensando nisto que o Lar das Mercês, no alto de Pinheiros, fundado em 16 de junho de 1956, pelas Irmãs Mercedárias da Caridade resolveram dedicar seu carisma no atendimento às idosa em São Paulo. A casa atende somente mulheres e se destaca pelo ambiente familiar e religioso. Irmã Manuela, superiora e responsá- A Pastoral da Saúde da Lapa visita as idosas e participa dos momentos de oração levando alegria proporcionando momentos agradáveis de convivência vel pelo Lar disse que todos se esforçam para que a lugar não seja um simples asilo, mas a palavra do bispo casa da idosa, um lar. Deixar o lugar onde provavelmente viveu há dezenas de anos, para passar a residir num casa de idosos auxiliar da A Catequese catecumenal tem além de instruir, deve também tecúmeno deve se exercitar nas pode ser uma alteração de vida Bispo Arquidiocese na um elemento doutrinal. O catecú- introduzir o catecúmeno na fa- virtudes cristãs e em que, prodramática para qualquer pessoa Região Lapa meno é instruído na doutrina da fé miliaridade com a Palavra de gressivamente, ele vai se liberde idade. Daí a importância de para que ele possa dar as razões Deus e com os ritos litúrgicos. tando dos vícios aos quais estava um lar de terceira idade com Dom Julio Endi da própria fé. O catecumenato é A vida cristã, de fato, não é so- apegado. infraestrutura moderna, amplos Akamine o tempo próprio para a catequese mente doutrina; é sobretudo Além de ser instruído no espaços, acomodações confordoutrinal que se realiza na expli- realidade e mistério. Por isso, a conhecimento dos dez mandatáveis e convidativas, e com o diferencial de um ambiente fa- Querido leitor do jornal O SÃO cação aprofundada do Símbolo catequese catecumenal tem a fi- mentos e das bem-aventuranças, miliar que conta com a presença PAULO, hoje vamos refletir so- Apostólico, dos mandamentos da nalidade de introduzir o catecú- o catecúmeno é auxiliado a code uma comunidade religiosa e bre a segunda etapa da iniciação Lei de Deus, do Pai-nosso e dos meno na vida de oração, pessoal locar em prática a Nova Lei de sua espiritualidade. O lar das cristã que é a catequese catecu- sete sacramentos. É claro que só e comunitária e ensina-lhe uma Jesus Cristo. Assim, aos poucos, os conteúdos doutrinários não nova linguagem que é a lingua- o catecúmeno poderá perceber Mercês se destaca não só pelo menal. A Catequese catecumental fazem de uma pessoa um cristão gem dos símbolos. em sua própria vida que viver acompanhamento personalizaO senso do mistério, a in- as virtudes do Reino não é um do, mas principalmente por ser é a etapa mais longa de todo o verdadeiro. Mas é verdade tamum casa de religiosas que rezam processo de iniciação. Durante bém que sem conteúdo doutriná- timidade com Deus, a oração sonho irrealizável, um ideal inalesse tempo, o catecúmeno vai rio, a fé arrisca permanecer senti- perseverante e a obediência à cançável. Instruído na ética crisprogressivamente criando fami- mentalista e intimista. Palavra não são capacidades que tã, fortalecido pela vida de oraliaridade com a Palavra de Deus, A Catequese catecumenal se adquirem sem um exercício ção e pela celebração da liturgia, agenda regional recebe formação catequética, é não se limita aos conteúdos de perseverante e cotidiano. A Ca- incentivado pelo exemplo dos Quarta-feira (30), 14h introduzido nos ritos litúrgicos doutrina. Ela é principalmen- tequese catecumenal tem em vis- fiéis cristãos e, sobretudo, ajuda14h - Reunião Lapa- Apostolado e se exercita na prática da vida te narração das maravilhas que ta tudo isso. do pela graça, o catecúmeno vai da Oração- Paróquia Nossa cristã. Como se pode notar a ca- Deus realizou em favor de seu A vida cristã é vida nova em descobrindo aos poucos como a Senhora da Lapa, (rua Nossa tequese catecumenal tem vários povo ao longo de toda a história Cristo, que inclui comportamen- vida cristã exige o combate espiSenhora da Lapa, 298, Lapa). elementos que convergem para da Salvação. A catequese catecu- tos novos, atitudes concretas e ritual e, ao mesmo tempo, que a uma única finalidade que é a de menal se torna assim catequese ações renovadas pela Boa Nova. vida de santidade é uma realida15h - Missa no hospital ajudar o catecúmeno a assumir bíblica. Nesse sentido, o catecumenato de misteriosa presente na Igreja Municipal Pirituba, (Av. Menotti um novo modo de ser. A Catequese catecumenal, é também a etapa em que o ca- que o acolhe. Laudisio, 100, Pirituba).

Iniciação à Vida Cristã: “Catequese Catecumenal”


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29 de julho a 12 de agosto de 2014 | www.arquidiocesedesaopaulo.org.br

Cultura do encontro em tempos de rede Direto de Roma, por meio de videoconferência, o presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, dom Claudio Maria Celli, também falou aos participantes do evento. Ele recordou que a Igreja cresce por meio da atração fraterna, do testemunho. Segundo ele, este é o tema forte da teia comunicativa da Igreja. Dom Celli citou a mudança cultural que as tecnologias Fernando Geronazzo oferecem, por já não serem instrumentos, mas ambientes de vida Especial para O SÃO PAULO em Aparecida (SP) onde a Igreja precisa ser presença. Mais de 900 pessoas, entre comunicadores, profissionais, estudantes e agentes de pastoral, se reuniram em Aparecida (SP) para 4º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação (Pascom) e o 2º Seminário Nacional de Jovens Comunicadores dos dias 24 a 27 de julho. Os eventos aconteceram simultaneamente e foram organizados pelas comissões episcopais para a Comunicação e para a Juventude, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com o objetivo de refletir sobre novos caminhos para formar e motivar os agentes da Pascom no Brasil. Bispos, sacerdotes, religiosos e leigos comprometidos com a comunicação participaram do encontro. Com o tema “Comunicação, desafios e possibilidades para evangelizar na era da cultura digital”, os comunicadores contaram com as assessorias de grandes nomes da área, como o jesuíta Antonio Spadaro, doutor em Teologia e consultor dos conselhos para a Cultura e para a Comunicação Social; Letícia Soberón, membro do Comitê da Rede de Informática da América Latina (RIIAL); o jornalista, professor e doutor em comunicação Elson Faxina; o professor e escritor Moisés Sbardelotto, entre outros.

Papa envia mensagem para comunicadores brasileiros Do Especial para O SÃO PAULO em Aparecida (SP)

O papa Francisco enviou uma mensagem para os participantes do 4º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação (Pascom) e do 2º Seminário Nacional de Jovens Comunicadores. A carta, assinada pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, foi lida pelo cardeal Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da CNBB. “De fato, uma pastoral no mundo digital é chamada a levar em consideração também aqueles

que não creem, caíram no desespero e cultivam no coração o desejo do absoluto e da verdade não efêmero dado que as novas mídias permitem entrar em contato com seguidores de todas as religiões, com não crentes e pessoas de todas as culturas”, afirmou Francisco. O Santo Padre também ressaltou que “o continente digital, antes de ser uma mera realidade tecnológica, é, antes de tudo, um lugar de encontro entre homens e mulheres, cujas aspirações e desafios não são virtuais, mas reais, e tem a necessidade de uma resposta concreta”.

Troca de experiências

Além das conferências, aconteceram seminários temáticos sobre teoria e prática de áreas como Pascom, web convergência midiática, arte, e assessoria de imprensa. Nesses seminários foram relatadas experiências como a da Pascom da Arquidiocese de Natal (RN), que tem se esforçado em implantar grupos em todas as paróquias. Para isso, foi criada uma escola de comunicação, que capacita agentes na produção de

textos, elaboração de vídeos, programas de rádio. Camyla Costa, 20 anos, é coordenadora da Pascom da Paróquia São Judas Tadeu em Palmas (TO), implantada há sete meses, afirmou para O SÃO PAULO que volta do encontro cheia de ideias. “É muito válida toda a experiência e troca de ideias que fizemos aqui entre pessoas de várias regiões do País. Vou promover oficinas, formar pessoas para otimizar o trabalho da pastoral e quem Gustavo Huguenin/Jovens Conectados

sabe contribuir para a Arquidiocese.

Cultura da comunicação

Para o arcebispo de Campo Grande (MS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB, dom Dimas Lara Barbosa, a numerosa adesão aos eventos gera esperança e confirma o que Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil se propõe: “criar uma cultura da comunicação na Igreja no Brasil”. “Assumimos a consciência de que vivemos, como disse o papa emérito Bento XVI, num continente digital, passamos a entender que a Internet não é um mero instrumento, mas uma ambiência na qual as novas gerações são formadas. Mais uma vez, precisamos adequar a linguagem do Evangelho anunciado para que ele seja interessante e inteligível às novas gerações, sobretudo dos nativos digitais”, disse dom Dimas.

Esperança

Rejane Guimarães/Jovens Conectados

Em Aparecida (SP), agentes de pastoral e jovens comunicadores refletiram sobre evangelização na era digital

De acordo com o padre Clovis Andrade de Melo, assessor da Comissão para Comunicação da CNBB, o encontro foi uma riqueza. “O entusiasmo e o interesse dos participantes por tudo o que foi proposto aqui nos dá a alegria de que valeu a pena todo o esforço feito, para que esse encontro pudesse ser feito assim. A também assessora da Comissão de Comunicação, irmã Élide Maria Fogolari, afirmou ter se surpreendido com a qualidade, a participação e o desejo de crescimento de todas as pessoas que estiveram nos eventos. “Tenho certeza que isso vai se repetir nos locais onde essas pessoas vivem. Com isso, quem sai ganhando é Jesus Cristo, pois ele deve ser anunciado e comunicado”, completou a assessora. (Colaborou Renata Moraes)

Lançada rede Nacional de Jovens Comunicadores Do Especial para O SÃO PAULO em Aparecida (SP)

No sábado, 26, durante os eventos em Aparecida, a Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB lançou a Rede Nacional de Jovens Comunicadores. A iniciativa tem o objetivo de conectar todos os jovens que atuam na comunicação. A rede é destinada a todos os responsáveis pela comunicação das expressões juvenis que estão ligadas à Comissão para a Comunicação a fim de compartilharem suas diferentes realidades de evangelização e promoverem uma verdadeira “cultura do encontro”.

A iniciativa também visa otimizar a comunicação direta entre líderes e participantes, capacitar colaboradores de diferentes áreas da comunicação, dar suporte às diferentes neces-

sidades da evangelização da juventude no ambiente digital. De acordo com o assessor da Comissão para Juventude, padre Carlos Sávio da Costa Ribeiro, a Rede era um sonho que se realiza. “Essa rede é um grande sonho que sempre tivemos de conectar os jovens espalhados pelo Brasil, para trocar experiências e para podermos, com maior eficácia, evangelizar e ter a unidade que não é uniformidade, mas projetos e pensamentos comuns que podem ser desenvolvidos entre as diferentes realidades eclesiais”. Para se cadastrar na rede, basta acessar o site www.jovensconectados.org.br/rede.


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