Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 59 | Edição 3012 | 23 a 28 de julho de 2014
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Evangelizar
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na era da cultura digital Entre os dias 24 e 27, a cidade de Aparecida (SP) sediará o 4º Encontro Nacional da Pastoral da Comu-
nicação e o 2º Seminário de Jovens Comunicadores, com o tema: “Comunicação, Desafios e possibilidades para evangelizar na era da cultura digital”.
O SÃO PAULO preparou uma série de reportagens sobre a comunicação, sobretudo em âmbito eclesial. Uma entrevista com padre Antonio Spadaro, o monitoramento na rede, iniciativas da Igreja, comportamento ético e os aplicativos são alguns dos destaques desta edição. Repercussões da Copa nas redes e a geração das vovós conectadas também estão entre os temas principais. Páginas 9 a 16
8 mil participam de Romaria da PJ em Guarulhos Este ano, a Romaria teve como lema: “Com Maria rumo ao Cristo, fonte de libertação”, com destaques às questões abordadas na Campanha da Fraternidade 2014. O tema: “Juventude, 20 anos em Romaria”, recordou todas as romarias anteriores realizadas pela PJ no Regional Sul 1 da CNBB. No pátio do Paço Municipal, os jovens participaram de um momento de vigília e logo após da celebração eucarística, presidida pelo bispo diocesano de Guarulhos (SP), dom Edmilson Amador Caetano, e concelebrada por diversos sacerdotes ligados à PJ. Página 24
Dom Tarcísio será bispo coadjutor de Santos Dom José Roberto é acolhido no Ipiranga Página 22
Em artigo, cardeal Odilo Scherer fala da JMJ Página 3
“O Papa me surpreendeu e acolho essa surpresa de uma forma muito positiva, como um novo horizonte que se abre”, comentou, ao O SÃO PAULO, dom Tarcísio Scaramussa, bispo auxiliar da Arquidiocese, sobre sua nomeação, no dia 16, para bispo coadjutor da Diocese de Santos (SP). Página 20
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editorial
www. informação e desinformação O desenvolvimento dos novíssimos meios de comunicação ocorridos nas três últimas décadas revolucionou o mundo da informação. Desde o surgimento efetivo da internet na década de oitenta, seu uso em escala mundial na década de noventa, diversas tecnologias e plataformas foram criadas, diminuindo ou mesmo suprimindo distâncias de espaço e tempo. O mundo está mais globalizado. A internet, com suas ferramentas, hoje é usada por bilhões de pessoas, desde crianças em idade escolar, como estudantes universitários que, cada vez mais se distanciam das bibliotecas e usam a internet como fonte de pesquisa. Empresários e executivos substituem reuniões presenciais por meetings virtuais. Pessoas incorporaram a internet com suas redes sociais em seu dia a dia não apenas para comunicarem-se com
seus parentes e amigos, como também para obterem informações sobre o clima, o tempo, para programarem viagens de férias, ler jornais e revistas, consultarem horários, marcar consultas, vender e comprar produtos, encontrar empregos e trocar informações e opiniões. O número de usuários na internet tem crescido continuamente. Em 2010, 22% da população mundial tinha acesso a computadores, com 1 bilhão de buscas no Google todos os dias, 300 milhões de usuários de internet lendo blogs e 2 bilhões de vídeos assistidos diariamente no YouTube. Em 2012, cerca de 2,4 bilhões de pessoas – mais de um terço da população mundial – usaram os serviços da internet; cerca de cem vezes mais pessoas do que em 1995. No mesmo período, pulularam no am-
biente digital sites, blogs e redes sociais católicas, com o intuito tanto de acesibilizar informações institucionais como o de evangelizar . A Igreja, bem cedo, reconheceu a importância de sua presença nesse ambiente, que tornouse um verdadeiro fórum público. Em seus documentos, tem chamado a atenção para um aspecto importante da evangelização na era do mundo digital: a internet não deve ser vista apenas como um meio ou instrumento de propaganda da fé, mas sim, um ambiente cultural em que um cristão é chamado a viver com autenticidade o seu ser cristão. Esse poderoso ambiente onde o homem moderno se encontra, infelizmente é também instrumentalizado tornando-se um “meio” para bisbilhotar a vida alheia, divulgar a pornografia, promover e incentivar o abuso de
menores, veicular propagandas ideológicas, dar vazão a campanhas difamatórias, propagar calúnias, desinformação em geral, tudo isso, sem que haja responsabilidade pessoal. Esse “estado de coisas” exige que as pessoas que se fazem presentes no ambiente digital conheçam bem as suas ferramentas e os riscos que elas comportam para que as usem de forma ética e criteriosa. Exige que cada pessoa assuma a responsabilidade pessoal pelos conteúdos que veicula, que recebe e depois multiplica em sua rede de amigos. Exige que os pais estejam atentos ao que seus filhos, ainda em formação, estão “fazendo” na internet e com quem estão interagindo. Exige que cada cristão atue com coerência de vida no ambiente digital em modo a promover uma verdadeira cultura do encontro.
opinião
Imposto partidário: menos liberdade, nenhuma solução Marcelo Musa Cavallari
Toda vez que se fala em reforma política no Brasil, e fala-se disso o tempo inteiro sem muito efeito real, ganha destaque o tema do financiamento exclusivamente público das campanhas eleitorais: ficariam proibidas as doações por particulares ou empresas a partidos políticos, que hoje são aceitas, desde que declaradas. Apenas dinheiro arrecadado através de impostos seria repassado pelo governo aos partidos. A ideia não resolveria o problema da corrupção. Uma das principais alegações de quem defende o financiamento público de campanha, e, na forma como vem sendo proposta, acarretaria uma diminuição da liberdade do cidadão, que se tornaria um colaborador compulsório de partidos políticos. Já se usa dinheiro de impostos em benefício de políticos na forma do fundo partidário distribuído a partidos com representação no Congresso e na concessão de tempo de TV para os partidos, o que acarreta diminuição no imposto
cobrado das redes de TV e, portanto, gratuito não é. A ideia de que o financiamento exclusivamente público das campanhas políticas seria a solução para a corrupção que envolve as eleições no Brasil traz a influência de dois vícios de pensamento. Um deles, o solucionismo, que é generalizado no mundo. O outro tem algo de particularmente brasileiro e está ligado à “sanha legiferante” do país. Trata-se da ideia de que é mais importante fazer leis do que implementá-las. O solucionismo, para usar o termo criado em um livro recente sobre as ilusões geradas pelo poder da internet, é a crença, fortalecida por mais de um século de tecnologia, de que todos os problemas complicados têm uma solução única e definitiva. O finan-
ciamento exclusivamente público de campanha, segundo o argumento mais usado em sua defesa, isolaria os candidatos a cargos políticos
devedor, o político eleito usaria seu mandato para beneficiar seus doadores mais importantes. Sem dever nada a nenhum doador particular, continua o raciocínio, Sergio Ricciuto Conte o político não seria mais corrupto. Ora, o corrupto não é corrupto porque a lei permite. Afinal, a lei não permite. Ele é corrupto apesar da lei. E continuará sendo com o financiamento público exclusivo de campanha. Um candidato corrupto usará o dinheiro proveniente dos impostos e arrecadará, sem declarar, junto aos mesmos doadores privados com que contaria antes, usando de subterfúgios e escondendo-se como sempre fizeram e fazem os corruptos. Fazer leis, em vez de punir os infratores das doações feitas por particulares. das que já existem, também não Essas seriam, segundo esse racio- soluciona o problema. Não imporcínio, a causa básica da corrupção: ta o quão rigorosa seja uma lei, ela
será ineficaz no combate a um crime se não for punido o infrator. Há uma cultura contrária a punições no Brasil. Em meio ao Processo Penal 470, que julgou e puniu os crimes ligados ao mensalão, o ministro Luiz Fux não aceitou o elogio de um colega feito a seu “brilhante voto”, porque se tratava de um voto de condenação de alguém à prisão. Na opinião do ministro Luiz Fux, isso nunca deveria motivo de elogio. Mesmo sendo o condenado um criminoso. Ocorre que endurecer a legislação para tentar tornar o crime impraticável, em vez de mantê-lo punível, castiga o cidadão honesto. No caso do financiamento de campanhas com o dinheiro dos impostos, tira-se do cidadão o direito que lhe assiste de não financiar nenhum político. A não ser que, como acontece em outros países, cada cidadão tenha o direito de declarar se quer ou não que seu dinheiro seja usado em eleições. Marcelo Musa Cavallari é jornalista. Foi redator da Folha de S.Paulo e Revista Época. Formado em letras pela USP, é tradutor.
espaço do leitor
Migração: entre o risco e a liberdade (edição 3008)
tivo de orgulho não apenas para com as imprescindíveis fotos”. os cristãos católicos, mas para Carlos Alberto Beatriz (pelo Facebook) “A matéria está ótima! Traduz todos os cidadãos que se preobem o espírito do dia do migrante cupam com a construção de uma Prostituta. Por quê? e relata como foi a missa. Divul- imprensa séria e questionadora!” (edição 3007) garemos na rede”. Marcelo Tiago (pelo Facebook) “A matéria ficou bacana mesmo. José Carlos Pereira (por e-mail) Num momento muito propício. Esta “Temas palpitantes. Estou é nossa obrigação, mostrar a realidaSobre o jornal gostando da mescla de maté- de como ela é e defender os direitos “O jornal O SÃO PAULO é mo- rias, obviamente enriquecidas violados das pessoas envolvidas.
Semanário da Arquidiocese de São Paulo
Isto é o mínimo que podemos fazer pelas mulheres em situação de prostituição. Agradeço ao jornal O SÃO PAULO por oferecer este espaço. Abraços, seguimos na luta!” Sueli Silva (por e-mail)
“Parabéns pela matéria sobre a prostituição no Brasil. Principalmente nas semanas que estamos
vendo em programas de tevê o incentivo às mulheres encontrarem seu “gringo” neste período de Copa. Muito oportuna a matéria”. Edson Silva (por e-mail)
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encontro com o pastor
JMJ Rio 2013. Um ano depois
Arcebispo metropolitano de São Paulo
cardeal odilo pedro scherer
Completa-se um ano da Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro (JMJ-Rio 2013). Impossível não recordar os momentos marcantes da preparação daquela Jornada e a beleza daquele encontro. A peregrinação do ícone de Nossa Senhora e da cruz, sinais da Jornada, durante mais de um ano, congregou um grande número de jovens por onde esses passaram, em todo o Brasil. Ajudaram a atrair os jovens pela própria força irradiadora daqueles sinais: a cruz de Cristo, recordando o mistério da nossa redenção e o amor infinito de Deus por nós; e o ícone, recordando a presença materna de Nossa Senhora com os discípulos e irmãos de Jesus, onde quer que eles se encontrem. A Semana Missionária trouxe a percepção do rosto jovem da Igreja e do potencial missionário dos jovens; muitos jovens peregrinos vieram de outros países e se uniram aos de nossas comunidades para a partilha atos da cúria
da fé e das experiências da missão e da vida cristã. Houve uma movimentação bonita, espalhando alegria e esperança juvenil por todo o Brasil. E a Jornada propriamente dita, no Rio de Janeiro, quanta beleza e surpresa! A Cidade Maravilhosa ficou ainda mais bonita com tantos jovens circulando por toda parte com seus distintivos e camisetas coloridas! Será que o Rio de Janeiro viu em outra ocasião bandeiras de tantos países diversos agitadas pelas suas ruas e praças?! Quem esperava o caos, acabou sendo contagiado pelas manifestações festivas e ordeiras de jovens vindos de um grande número de países! O papa Francisco trouxe vigor e profundidade à JMJ-Rio 2013. Com seus gestos marcantes e sua comunicação fácil, chamou jovens e menos jovens para o foco da JMJ: devia ser uma peregrinação ao encontro de Cristo e dos irmãos. Ele próprio se fez peregrino e missionário de Jesus Cristo para ir ao encontro dos jovens. A multidão de jovens na orla de Copacabana só foi aumentando a cada dia da Jornada; a impossibilidade, por causa das intempéries, de realizar o encontro final no Campo da Fé, fora da cidade, ajudou a dar ainda mais consistência e beleza ao encontro, nos últimos dias. Os jovens par-
ticipantes foram capazes de enormes sacrifícios para estarem presentes na vigília e na missa de envio. Ainda lembramos as palavras de encorajamento do papa Francisco aos jovens na vigília do sábado à noite? Ficaram gravados seus apelos referentes à esperança, feitos à imensa multidão à beira do mar, atenta e concentrada: “jovens, não percam a esperança!” O jovem está voltado para o futuro e não deve viver como se todo o sentido da vida se esgotasse nas realizações do aqui e agora. A esperança grande, com o olhar voltado para Cristo, é capaz de oferecer um sentido alto para suas vidas. Mas a tentação é grande e muitas coisas conspiram para tirar a esperança dos jovens, incitando-os a consumir futilidades e ilusões para preencher o vazio existencial. Por isso, o papa Francisco apelou aos jovens: “não deixem que lhes roubem a esperança!” O jovem também precisa ser vigilante para não apostar no vazio nem edificar sua casa sobre bases inconsistentes... O terceiro apelo de Francisco foi lançado a todos os adultos e àqueles que têm responsabilidades na comunidade humana: “não roubem a esperança aos jovens!” Roubar a esperança aos jovens é negar-lhes a possibilidade de realização de
agenda do Cardeal Sábado e domingo (dias 26 e 27) Compromissos fora de São Paulo
Segunda (28)
Às 8h30, avaliação da Missão de Férias e missa, com os seminaristas
seus justos anseios. Descuidar dos jovens é comprometer o futuro da sociedade e da Igreja também. É tarefa de todos os adultos oferecer aos jovens motivos sólidos para esperar e edificar a própria vida. O Papa fez isso de maneira extraordinária durante a JMJ. Os jovens terminaram o encontro com a alma leve e cheios de esperança! Os participantes da JMJ-Rio 2013 foram muitos e, mais numerosos ainda, aqueles que não foram ao Rio, mas se envolveram na preparação e na realização da JMJ. Foi muito bom e proveitoso para quem se envolveu! Foi uma semeadura que dará frutos com o passar do tempo. No entanto, um cálculo sereno e objetivo nos leva a uma constatação preocupante: o percentual dos jovens que se sintonizaram realmente com a Jornada foi bastante restrito. E os outros jovens, aqueles que permaneceram distantes ou nem tomaram conhecimento da JMJ? Para estes, fica voltada nossa tarefa, que segue após a Jornada, na pastoral ordinária. Temos muito a fazer para ir ao encontro dos jovens e para envolvêlos na ação evangelizadora da Igreja! Enquanto isso, já foi iniciada a preparação da próxima Jornada, que acontecerá em Cracóvia, Polônia, em 2016. Às 14h, reunião com os bispos auxiliares
Terça-feira (30)
Às 9h, Gravação de MCS Às14h30, atendimentos
Tweets do Cardeal
@DomOdiloScherer 20 – Em 20/7/1969, após 4 dias de viagem, Neil Armstrong foi o 1º homem a pisar na lua. E... na terra, os problemas continuam os mesmos...
fermentada toda a massa”
20 – “O Reino dos Céus é semelhante ao fermento que tomou uma mulher e colocou em três medidas de farinha, até que fosse
18 – Grave tragédia! Um avião civil, com quase 300 pessoas, foi abatido pela irracionalidade da guerra!
18 – Com a guerra, nada se ganha. Com a paz, tudo é possível!
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parte desta
mudança
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liturgia e vida
palavra do papa
Nosso Deus é um pai paciente
17º DOMINGO DO TEMPO COMUM 27 DE JULHO DE 2014
Ana Flora Anderson
Deus, nosso amparo A liturgia do 17º domingo traz uma grande consolação para o povo de Deus. A antífona louva ao Senhor, que reúne seu povo, dando-lhe força e poder. A oração agradece a Deus, nosso amparo que nos cerca de amor e santidade. A primeira leitura (1 Reis 3, 5.7-12) apresenta o Rei Salomão como um exemplo para todos que devem governar. Muito jovem, Salomão é chamado para liderar o povo de Israel. Num sonho, Deus lhe oferece um dom para melhor governar a nação. O jovem rei pede um coração compreensivo e com discernimento para governar. Deus responde, dando-lhe a sabedoria para governar com justiça. Na segunda leitura (Romanos 8, 28-30), São Paulo ensina que Deus tem um projeto de salvação. O amor divino nos transforma em seguidores fiéis de seu Filho Jesus. O Evangelho de São Mateus (13, 44-52) enfatiza o que é central na pregação de Jesus. Ele veio até nós para anunciar a vinda do Reino de Deus e um mundo de amor e justiça que nasce da graça. Jesus dá três exemplos de como devemos agir diante da vinda do Reino. Nós lutamos para receber os bens deste mundo e agora Deus nos chama para compreender que seu Reino é o bem superior, e toda a vida deve ser dedicada à sua vinda. leituras da semana
Segunda-feira (28): Jr 13,1-11; Dt 32, 18-21; Mt 13, 31-35 Terça-feira (29): 1 Jo 4, 7-16; Sl 33, 2-11; Jo 11, 19-27 Quarta-feira (30): Jr 15, 10.16-21; Sl 58; Mt 13, 44-46 Quinta-feira (31): Jr 18, 1-6; Sl 145, 1-6; Mt 13, 47-53 Sexta-feira (1º): Jr 26, 1-9; Sl 68, 5. 8-10.14; Mt 13, 54-58 Sábado (2): Jr 26, 11-16.24; Sl 68, 15-16.30-34; Mt 14, 1-12
SANTO DA SEMANA - 26 de Julho Santa Ana e São Joaquim Ana e seu marido Joaquim já estavam com idade avançada e ainda não tinham filhos. O que, para os judeus de sua época, era quase um desgosto e uma vergonha também. Os motivos são óbvios, pois os judeus esperavam a chegada do messias, como previam as sagradas profecias. Assim, toda esposa judia esperava que dela nascesse o Salvador e, para tanto, ela tinha de dispor das condições para servir de veículo aos desígnios de Deus, se assim ele o desejasse. Por isso a esterilidade causava sofrimento e vergonha. Ana e Joaquim não desistiram. Rezaram por muito e ela engravidou. Maria, ao nascer no dia 8 de setembro de um ano desconhecido, não só tirou dos ombros dos pais o peso de uma vida estéril, mas ainda recompensou-os pela fé, ao ser escolhida para, no futuro, ser a Mãe do Filho de Deus. A princípio, apenas a santa era comemorada. A partir de 1584, também São Joaquim passou a ser cultuado, no dia 20 de março. Só em 1913 a Igreja determinou que os avós de Jesus Cristo deviam ser celebrados juntos, no dia 26 de julho. Fonte: www.paulinas.org.br
Papa francisco
O papa Francisco na manhã do domingo, dia 20, da janela do escritório do Palácio Apostólico, rezou o Ângelus com os fiéis reunidos na Praça de São Pedro. Estas são as palavras pronunciadas pelo Papa antes da oração mariana. Queridos irmãos e irmãs, bom dia. Nestes domingos, a liturgia apresenta algumas parábolas evangélicas, ou seja, histórias curtas que Jesus usou para anunciar à multidão o Reino dos céus. Dentre as presentes no Evangelho de hoje, há uma bastante complexa: Jesus dá aos seus discípulos a explicação da boa semente e do joio, que aborda o problema do mal no mundo e destaca a paciência de Deus (cf. Mt 13, 24-30.36-43). A cena se passa em um campo onde o proprietário semeia o trigo; mas uma noite, o inimigo vem e semeia joio, um termo que vem da mesma raiz hebraica do nome “Satanás”, e referese ao conceito de divisão. Todos nós sabemos que o diabo é um “divisor”, aquele que sempre tenta dividir as pessoas, as famílias, as nações e os povos. Os servos queriam logo arrancar a erva daninha, mas o pro-
prietário impede, justificando: “Pode acontecer que, arrancando o joio, arranqueis também o trigo” (Mt 13,29), para que saibamos que a erva daninha, quando cresce, se parece com a semente boa e existe o perigo de confundi-las. O ensinamento da parábola é duplo. Primeiro, diz que o mal do mundo não vem de Deus, mas do inimigo, o Malígno. Curiosamente, o malígno vai à noite para semear a discórdia, no escuro, na confusão; ele vai onde não há luz para semear a discórdia. Esse inimigo é astuto: semeou o mal no meio do bem, de modo que é impossível para nós separá-los claramente; mas Deus, no fim dos tempos, poderá fazê-lo. E chegamos ao segundo tema: a contraposição entre a impaciência dos servos e a espera paciente do proprietário do campo, que representa Deus. Nós, às vezes, temos pressa de julgar, classificar, colocar aqui o bom e, para lá, o mau... Mas lembrem-se da oração do homem orgulhoso: “Graças te dou, ó Deus, que não sou como os demais homens: ladrões, injustos e adúlteros (...)” (Cf. Lc 18, 11-12). Mas Deus sabe esperar. Ele olha para o “campo” da vida de cada pessoa com paciência e misericórdia: ele vê muito melhor do que nós a sujeira e o mal, mas também vê as sementes do bem e espera com confiança que amadureçam. Deus é paciente, sabe esperar. Que lindo isso: o nosso Deus é um
pai paciente, que sempre espera por nós e nos espera com o coração na mão para nos acolher, para nos perdoar. Ele sempre nos perdoa se vamos a ele. A atitude do proprietário é a da esperança fundada na certeza de que o mal não tem nem a primeira nem a última palavra. E é graças a essa esperança paciente de Deus que a própria cizânia, ou seja, o coração ruim, com tantos pecados, pode se tornar ao fim trigo bom. Mas cuidado: a paciência evangélica não é indiferença ao mal; não se pode fazer confusão entre o bem e o mal! Diante das cizânias presentes no mundo, o discípulo do Senhor é chamado a imitar a paciência de Deus, a alimentar a esperança com o apoio de uma fé inabalável na vitória final do bem, que é Deus. No final, de fato, o mal será retirado e eliminado: no momento da colheita, que é o julgamento, os ceifeiros executarão a ordem do mestre separando o joio para queimar (Cf. Mt 13,30). Naquele dia, da colheita final, o juiz será Jesus, Aquele que semeou boa semente no mundo e que se tornou o “grão de trigo” que morreu e ressuscitou. No final, todos nós seremos julgados com a mesma medida com a qual julgamos: a misericórdia que tivemos para com os outros também será usada conosco. Peçamos à Virgem Maria, nossa mãe, que nos ajude a crescer na paciência, na esperança e na misericórdia para com todos os irmãos.
você pergunta
Vou partir para uma segunda união. O padre pode abençoar as alianças? Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação na Arquidiocese de São Paulo
Padre Cido Pereira
Ele se chama Jadir. Não informou onde mora. Apenas mandou um email com esta questão: “Vou me casar pela segunda vez no civil, pois não posso casar no religioso, por que me casei no religioso no primeiro casamento. Pergunto: Pode o padre abençoar somente as alianças neste segundo casamento?”. Jadir, vou lembrar a você o que aconteceu com um ex-jogador de
futebol, o Ronaldo famoso. Ele se casou segunda vez num castelo da Espanha com toda pompa e circunstância. Como não podia casar-se de novo na Igreja, ele convidou um padre midiático, desses que padres cantores, para apenas dar uma bênção. Acontece que a “bênção” foi dada com os noivos vestidos de noivos, com padrinhos em volta, com convidados. E o padre foi severamente repreendido por simular o sacramento. Para a revista que fotografou a cerimônia e para os convidados era sim um casamento. E sacramento é ação sagrada da Igreja não é para ser representada como se fosse um teatro.
No seu caso, meu irmão, os familiares e amigos podem entender como um sacramento essa bênção das alianças, principalmente se for pública, se for num salão, se os “noivos” estiverem vestidos como tal, se houver padrinhos. O ideal é você procurar a anulação do seu primeiro casamento no tribunal eclesiástico. Uma vez reconhecido nulo pelo tribunal, você poderá casar-se na Igreja, passando a ter direito à participação plena na vida da Igreja. Sua união só poderá ser legitimada pela bênção do sacramento do Matrimônio. Que tal tentar antes de partir para o casamento civil?
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fé e cidadania
bioética
De volta à realidade
Bioética e religiões na Ásia
PADRE ALFREDO JOSÉ GONÇALVES
“E agora, José?/ a festa acabou,/ a luz apagou,/ o povo sumiu,/ a noite esfriou,/ e agora, José?/ E agora, você?/ Você que é sem nome,/ que zomba dos outros,/ você que faz versos,/ que ama, protesta,/ e agora, José?” Poucas vezes, o poema de Carlos Drummond de Andrade serviu tão bem para exprimir um sentimento nacional de decepção. O sonho do “meu Brasil hexa campeão” converteu-se em pesadelo. De imediato, é necessário deixar claro que qualquer sentimento deve ser visto com respeito e reverência, mais ainda quando se estende a todo território nacional e à alma da imensa maioria dos brasileiros e brasileiras. A regra é jamais brincar ou jogar com a dor e as lágrimas alheias, sejam quais forem suas motivações. Feita essa ressalva, o desencanto da “seleção canarinho” na Copa do Mundo, e ainda por cima dentro da própria casa, levanta uma série de interrogações sem resposta. Deixando de lado os questionamentos e críticas
sobre a tática, técnica e estratégia do trás da fumaça dos fogos e da alegria futebol propriamente dito, desloca- e/ou tristeza, a condição real da saúmos o eixo do problema para outra de e educação públicas, do transporpergunta não menos importante. Até te coletivo e da segurança, do déficit que ponto os resultados do campeo- habitacional e do trabalho e relações nato mundial poderão influenciar a trabalhistas. política e a economia brasileiras? Agora, José, trata-se de pôr os A pergunta nos parece tanto mais pés no chão, entrar num outro tipo válida, quando nos damos conta que de jogo, dessa vez político, e resestamos em plena campanha eleitoral. De alguma forma, Passada a euforia da onda a autoestima dos torcedores mais aguerridos e do povo verde e amarela, apagadas as brasileiro em geral, viu-se luzes e silenciados os aplausos abalada pelas derrotas sofriou vaias, sufocados o gritos de das. Não terá tal sentimento um reflexo sobre a autoes“gol” – agora, José, é preciso tima dos cidadãos eleitores descer das arquibancadas que logo serão chamados às urnas? Afinal de contas, “torcedores” e “eleitores” são uma coisa ponder com o voto a tantas interrosó. gações. Desnecessário lembrar que a Passada a euforia da onda verde participação de todos e de cada um e amarela, apagadas as luzes e silen- torna-se decisiva para um programa ciados os aplausos ou vaias, sufoca- sério, de longo prazo e consequente dos o gritos de “gol” – agora, José, de mudanças urgentes e necessárias. é preciso descer das arquibancadas. Mudanças profundas, estruturais, Deixar o estádio, desligar a “teli- econômicas, e não apenas na supernha”, guardar a bandeira e voltar à fície das marés políticas (ou politirotina diária. Reemergem, então, por queiras).
Espaço aberto
A bicicleta Dudu Cruz
Duas rodas, dois pedais e um ser humano com sua mochila de sonhos nas costas. Essa é a imagem que eu tenho quando falam de bicicleta. Dizem que “Quem aprende a andar de bicicleta jamais esquece”. E isso é verdade! Mas por que será? Com certeza é por causa da emoção que sentimos quando aprendemos a andar de bicicleta, a sensação de liberdade, de independência, fazendo percursos diferentes dos já impostos pelas ruas e avenidas. Isso tudo, certamente, fica gravado em nossos corações. Mas, hoje, esse romantismo dá lugar a uma visão bem mais concreta e funcional. Muitos usam a bicicleta para o lazer, outros para esportes de correr. Existem ainda os que fazem dela o seu meio de transporte para sobreviver. Seja na cidade, seja no campo,
a bicicleta não é um transporte “alternativo”, como muitos querem qualificá-la. É o melhor transporte, pois tem grande variedade de funções e muitas qualidades: não polui, faz bem à saúde, tem baixo custo de manutenção, ocupa pouco espaço no trânsito e no estacionamento, e não faz ruído (a não ser o ciclista, quando perde o fôlego). Resumindo: A “magrela é show de bola”! Inclusive para quem quer ficar magrela... O lixo precisa ser reciclado... O transporte precisa ser repensado... A “bicicleta” precisa ser reavaliada... E essa reavaliação inclui qualidade de vida e segurança no trânsito para os ciclistas poderem fazer os seus programas de lazer e de trabalho: O ciclista pedalando atento ao trânsito e aos pedestres, mas sem medo de ser feliz... Bicicleta não combina com tristeza, medos ou receios. Ela combina
com liberdade, agilidade, tranquilidade e felicidade. Seja um tipo top de 27 marchas OCLV Red Carbon, seja uma velha “magrela” de ferro, não importa, a bicicleta faz o que precisa ser feito e com muita propriedade. Ela existe há tanto tempo, que não se pode precisar quando surgiu. E só agora está sendo valorizada pelo bem que faz à natureza e à saúde dos ciclistas. A cidade agradece, pois na medida em que a bicicleta vai tomando seu espaço nas vias públicas, os carros vão ficando em suas garagens. Menos fumaça, mais saúde. O ciclo dos motoristas está longe de ser completado... Mas o ciclo dos ciclistas está só começando. Boas pedaladas!!! Artísta plástico e diagramador do Folheto de Deus em São Paulo E-mail: duducruz@duducruz.com
Padre Leo Pessini
Na China, se o nascituro for mulher tem grande chance de ser abortada ou desprezada, devido a valores culturais e à política de governo que valorizam basicamente o “nascituro masculino”. Embora exista um rígido controle de natalidade a partir da “política do filho único”, que está sendo flexibilizada com a possibilidade de um segundo filho, se o primeiro for mulher. Aborto coercitivo em caso de meninas e rígido controle de natalidade são duas questões assumidas como política de Estado e ninguém ousa “dissentir”! Aliás, é impressionante a leitura do livro de Nie Jing-Bao, “Atrás do silêncio: vozes chineses sobre o aborto” (2005). Hoje uma geração inteira de chineses não tem irmãos, são filhos únicos... Na primeira vez que estivemos na China, em Pequim, há oito anos, em 2006, por ocasião da realização do VIII Congresso Mundial de Bioética, que tinha como tema: “Bioética, justiça e liberdade na sociedade”, sinceramente, admirei a postura da bela jovem guia turística chinesa, em plena praça da Paz Celestial (palco da revolta estudantil de 5 de junho de 1989, em que teriam sido massacrados de 2,5 mil a 5 mil jovens, segundo vozes não oficiais, a foto do estudante em frente a fila de tanques de guerra, “toureando” o comboio de blindados de guerra, correu o mundo e fez história) ao se apresentar a todos nós, dizendo “faço parte de uma geração de chineses que se sentem sós”! Se nós, ocidentais, temos na declaração dos Direitos Humanos da ONU (1945) um “exemplo de progresso moral”, como sendo a carta magna da defesa da dignidade intrínseca de todo e qualquer humano, no entanto, muitos escritores e políticos asiáticos veem esse movimento ocidental dos direitos humanos como “uma forma de imperialismo cultural”, uma imposição de um conjunto de valores liberais da sociedade Ocidental para o mundo Oriental, que culturalmente há milênios operam de maneira mais hierárquica (por exemplo, dinastias, castas etc.) e autoritárias (governantes com direitos divinos) baseadas nas tradições multimilenares. O confucionismo é uma filosofia poderosa e com enorme influência social em muitas partes da Ásia. É uma filosofia antiga, originária da China, há 2.500 anos e muito ativa e estudada na contemporaneidade. Confúcio (aprox.. 551 a 479 a.C) é e continua a ser um iluminado mestre da sabedoria, entre muitos sábios. O perfil espiritual de Confúcio, podemos conhecê-lo a partir dos Analectos (lun yu: “palavras escolhidas”) escritos por seus discípulos. Um dos seus aspectos característicos é que não é uma “teoria moral”, com o objetivo de resolver dilemas éticos, nem é descrita como uma religião. A sua preocupação refere-se com a prática da virtude da benevolência e se trata de uma orientação ética que abarca e guia todas as outras virtudes. Fan, um estudioso e proponente de uma “bioética confucionana”, diz que: “A moralidade do confucionismo está inserida numa forma de vida direcionada para a virtude e sustentada por rituais ou ritos. O foco não é resolver primariamente casos controversos, mas em compreender o que é viver como um ser humano virtuoso”. A humanidade para Confúcio deve ser entendida como “reciprocidade”, como atenção mútua, tal como é a explicação na Regra Áurea: “O que não desejas para ti mesmo, não o faças também a outros”. Jesus, cinco séculos mais tarde, vai falar o mesmo. Continuaremos esse assunto no próximo artigo. E-mail: superintendenciaiusc@saocamilo.br
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dicas de cultura
literatura
Reprodução
Teologia do Corpo - O amor humano no plano divino Durante cinco anos, o pontificado do papa João Paulo II trouxe uma daquelas novidades que só o Espírito pode suscitar no coração de um pontífice preocupado e interessado na formação do seu rebanho. Entre 1979 e 1984, nas suas catequeses de quarta-feira, o Papa foi apresentando (...) um verdadeiro tratado de antropologia e teologia moral-sexual, que com o passar do tempo adquiriu o nome de catequeses da Teologia do Corpo. [...] O tema de cada catequese foi sendo aos poucos desvendado até chegar ao que poderíamos afirmar o centro das
mesmas: o domínio “sobre” o outro na relação interpessoal. (...) O fato de o homem e a mulher tomarem consciência do seu corpo faz com que o sentimento de vergonha seja superado e inicie uma nova antropologia e cosmovisão - padre José Rafael Solano Durán (trechos do prefácio). Ficha Técnica Número de Páginas: 604 Editora: Ecclesiae Idioma: Português ISBN: 978-85-63160-66-9 Dimensões do Livro: 16 x 23 cm
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PASTORAL DA CRIANÇA
Campanha ‘Dormir de barriga para cima é mais seguro’ completa cinco anos
ESPIRITUALIDADE
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thaism@pastoraldacrianca.org.br
A campanha “Dormir de barriga para cima é mais seguro” foi lançada pela Pastoral da Criança em 22 de junho de 2009. Desde então, há um esforço para combater os mitos e informar a população sobre os riscos de deixar os bebês dormindo de bruços ou de lado. Os riscos de dormir de lado são semelhantes a dormir de bruços. Essa posição é instável e muitos bebês rolam e ficam de barriga para baixo. Se uma criança está deitada de barriga para cima e se afoga, sua tendência, por instinto, é tossir e com isso chamar a atenção dos pais. No caso da morte súbita, essa reação não acontece e o falecimento se dá de forma “silenciosa”. É importante ficar atento às seguintes recomendações: evitar o excesso de roupas e fraldas que possam dificultar os movimentos do bebê e o seu superaquecimento; deixar os braços do bebê livres, para fora das cobertas (assim, evita-se que ele deslize na cama e fique com a cabeça embaixo das cobertas); deixar a cama livre de almofadas, travesseiros, “cheirinhos” (paninhos usados por algumas crianças para dormir), bichos de pelúcia e outros brinquedos, que possam dificultar a respiração do bebê; manter a temperatura do quarto confortável para um adulto vestindo roupas leves (o bebê não deve parecer quente ao ser tocado). Amamentação exclusiva até os seis meses de idade e não exposição ao cigarro também são medidas de prevenção da morte súbita. O coordenador Augusto Alexandre dos Santos, de Santa Rita (MA), relata que algumas famílias ainda têm receio de deixar o bebê dormir de barriga para cima, com medo que ele se engasgue. “Mas com uma boa conversa as famílias aceitam a orientação”, diz. “No início, tivemos muita resistência com o assunto, tanto das mães quanto das lideranças, mas agora está sendo mais aceita esta campanha”, afirma a coordenadora Márcia Nobre Maschietto Lauria, do Setor Ipiranga, em São Paulo (SP). Na mesma capital, Ana Maria Perin Nunes, coordenadora que atua na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, conta que a líder
Os mafiosos estão excomungados? Não era nem preciso que o Papa o dissesse! FREI PATRÍCIO SCIADINI
Maria de Fátima Ferreira dos Santos conseguiu que duas mães aderissem à campanha. Apesar de pensarem de maneira diferente, elas resolveram seguir o que a líder orientou sobre dormir de barriga para cima, por acreditarem e confiarem no trabalho da Pastoral da Criança. Vale lembrar que essa é uma ação de prevenção, que reduz em 70% o risco de morte súbita de bebês. A partir das diretri-
zes técnicas e do esforço dos voluntários em levar a informação às famílias, esperase que os casos deste tipo óbito sejam cada vez mais raros. Conheça os exemplos e depoimentos sobre a campanha registrados pelas comunidades ao longo desses anos: http:// ec.pastoraldacrianca.org.br/?s=dormir+de+ barriga+para+cima. Por Thaís Mocelin
há 50 anos
Arcebispo de Porto Alegre comenta polêmica sobre cremação de corpos A edição do O SÃO PAULO de 26 de julho de 1964 trazia como uma de suas matérias uma entrevista exclusiva com o então arcebispo de Porto Alegre, dom Vicente Scherer, na qual o Prelado comentou sobre o posicionamento da Igreja em relação à prática de cremação de corpos. “A incineração de cadáveres em si mesma não se opõe ao direito natural nem aos princípios da fé. Acelerar o meio de combustão do cadáver em cinza e pó é questão moralmente indiferente. Mas inicialmente, a cremação foi apresentada e promovida como expressão de descrença e afirmação de materialismo negador da alma humana e da futura
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ressurreição dos corpos, proclamada nas páginas do Evangelho”, comentou o Arcebispo. A reportagem explicava que a Igreja condenou veementemente a prática de cremação desde o fim do século 19 – exceto nas situações de guerra e epidemia – por conta do desvirtuamento de sentido que associações de orientação materialista e sociedades secretas davam ao processo. Porém, ao longo da história, houve perda da força de argumentação destas e agora o procedimento tendia a ser aceito também pela Igreja por conta da falta de espaços disponíveis para seCapa da edição de 26 de julho de 1964 pultamentos nas grandes cidades.
Não faz muito tempo que o papa Francisco, numa visita à Itália, durante a homilia surpreendeu muitas pessoas quando, deixando de lado o discurso preparado bem bonitinho, com todas as vírgulas, pontos e prudentes palavras, começou a falar espontaneamente. E disse que todos os que tomam o caminho do mal, levam os outros ao mal e fazem o mal, como a máfia, não estão em comunhão com Deus nem com a Igreja, estão excomungados. Estão excomungados, repetiu duas vezes. E não era nem preciso que o Papa o dissesse! Todos nós sabemos que excomunhão não é uma coisa antes de tudo jurídica, mas sim do coração, da fé. Quem não se esforça para estar em comunhão com Deus e nem com os outros e faz o mal como projeto de sua vida, está fora da comunhão com Deus. Eu mesmo, muitas vezes, me sinto e sou “excomungado”, com todas as letras maiores. Estou excomungado quando na minha vida me coloco do lado do mal e defendo, sabendo que é mau, determinadas posições, somente porque me fazem bem e me agradam. A excomunhão vem antes de tudo por parte de Deus, é ele que nos diz com toda a força: “tu não estás em comunhão comigo, se não te converter.” O Antigo e o Novo Testamentos estão cheios de passagens nas quais Deus excomunga o povo. A excomunhão não é uma punição, mas sim uma manifestação do amor de Deus. Pode ser retirada e Deus gosta de retirá-la imediatamente. Os primeiros a serem excomungados por Deus foram Adão e Eva, que desobedeceram aos mandamentos de Deus e foram colocados fora do paraíso terrestre. Mas, no mesmo momento, Deus anunciou que enviaria seu Filho Jesus para salvá-los. Não há dúvida de que as palavras do Papa foram duras, necessárias e fortes. E depois dessas palavras, até os bispos e padres começaram a ter mais coragem em condenar o mal. Quando se excomunga uma pessoa não se pune a pessoa, mas o pecado que ela faz. Queira Deus que as palavras do Papa possam ser para tantas pessoas um chamado à conversão. Não adianta colocar escapulário e rosário no pescoço: quem é mafioso e não se converte, mafioso continua sendo. Vestido não muda a pessoa. Às vezes, tem gente que rouba, mas dá um pouco de dinheiro para as obras boas e assim pensa que Deus está tranquilo e fica tranquilo. Nada disso. Deus fica ainda mais desgostoso com quem rouba e com quem aceita oferta de dinheiro roubado. Que eu possa me converter das minhas excomunhões!
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PALAVRAS QUE NÃO PASSAM
O legado da Copa
CAMI
Integração de imigrantes nas escolas públicas
PADRE AUGUSTO CÉSAR PEREIRA
cami.imigrantes@terra.com.br
O significado comum de “legado” é aquilo que fica de bom para aproveitar depois de algum acontecimento. A confiar nas pesquisas, os estrangeiros aprovaram a Copa no Brasil com a significativa porcentagem de 83%, descontando, naturalmente, algumas falhas que nós também reconhecemos. “Cada cabeça, uma sentença”. A minha sentença é que ficou duplo legado: um, para dentro, isto é, o que recebemos dos estrangeiros; outro é o que os estrangeiros apreciaram e levaram a nosso respeito. Numa herança, importa o que os filhos e pessoas mais jovens farão dela. Eles levaram consigo a lembrança da surpresa da nossa hospitalidade e a convivência com o nosso bom humor (+ 95%). Realmente, aquilo que se falava de violência não aconteceu – a menos que as autoridades tenham escondido. A não ser pequenos casos isolados e sem repercussão. Mas foram abafados pela sua insignificância e, sobretudo, pela acolhida sincera e calorosa do nosso povo. Se já existe muito de positivo no exterior sobre o nosso País, agora se acrescenta o legado que cerca de um milhão de turistas levaram para o mundo afora da receptividade do povo brasileiro. Isso não é marketing estudado e ensaiado, é a realidade cotidiana de um povo que consegue ser feliz, apesar de tantos motivos que poderiam justificar outro comportamento. O povo fez bonito e muito bonito para o mundo inteiro! O legado que ficou para nossa reflexão e aproveitamento tem muitas faces muito ricas, cada qual para serem valorizadas, aproveitadas. Porém, espero não fazer injustiça se me detiver na seleção alemã campeã e por muitos méritos. Começo pela afabilidade com que os jogadores se entrosaram com o povo, entrando no clima baiano com a maior cordialidade. Outro destaque vai para a elegância e respeito com que jogaram aquela partida - para nós, fatídica – sem tripudiar nem humilhar os derrotados, mas quase que pedindo desculpas pela sua superioridade e pela abundância de gols. Reforço minhas considerações ressaltando o espírito de equipe de sua seleção. Jogaram em conjunto e, se alguém brilhou, foi consequência do entrosamento com que executavam as jogadas. É importante notar que esse rendimento que a seleção alemã teve como conjunto não foi por acaso. Sabemos que o trabalho de cerca de dez anos, em que treinaram para aprender e sair do fracasso que amargaram outrora. Portanto, há que se valorizar uma preparação cuidadosa com objetivos definidos a alcançar. O legado é importante para a imagem do povo no exterior. Mas, cá entre nós, deve ser o estímulo para construirmos coletivamente o bem-estar do povo. “Sim, nós podemos!”
Com o propósito de uma integração da comunidade, famílias, escolas e sociedade, o projeto Escola da Diversidade Cultural, desenvolvido pelo CAMI, em parceria com escolas da rede pública de São Paulo, com incidência de alunos imigrantes do Brás, Casa Verde, Jardim Brasil e Carapicuíba, desenvolve atividades voltadas à integração, conscientização e prevenção, que garantem o respeito aos direitos, à cultura, às tradições, aos costumes e às diferenças. Atualmente, uma parcela expres-
E-mail: peaugustocesar@yahoo.com.br
siva de alunos imigrantes sofrem agressões e humilhações de colegas brasileiros e são vítimas de bullying e violência, tanto física quanto psicológica. Ante essa realidade preocupante, o CAMI está desenvolvendo uma agenda de atividades para atender e colaborar com a transformação dessa realidade para milhares de crianças e adolescentes imigrantes. O projeto Escola da Diversidade Cultural trabalha temas como a não violência, cultura de paz e combate ao bullying e à discriminação. O projeto atua em três esferas relacio-
nadas ao ambiente escolar: alunos, professores e funcionários, assim como com as famílias dos alunos. Os trabalhos procuram sempre utilizar os conteúdos já citados por meio das várias linguagens da arte-educação, tais como música, teatro (dramatização e de bonecos), contação de histórias e outras formas das artes plásticas. Interessados em integrar o voluntariado desse projeto podem contatar o CAMI pelo telefone (11) 26945428 ou pelo e-mail cami.imigrantes@terra.com.br. Por Assessoria de Imprensa
Cami
Pastoral da Saúde
Pastoral promove seminário sobre modelos de atenção à Saúde redação
No sábado, 26, das 8h30 às 13h, acontece na zona norte, na Fábrica de Cultura Vila Nova Cachoeirinha (rua Franklin do Amaral, 1.575), o seminário sobre Modelos de Atenção à Saúde, promovida pela Plenária Popular de Saúde, fruto concreto da CF-2012.
A abertura dos trabalhos será feita pelo padre Edson Jorge Feltrin, coordenador da Pastoral da Saúde na Arquidiocese de São Paulo, e por Cleusa Pavan, consultora da Política Nacional de Humanização no Estado de São Paulo. Durante o encontro haverá as conferências com os seguintes temas: Política Nacional de Atenção
Básica, com Erico Vasconcelos; Mapeamento dos Equipamentos da Atenção Primária em Saúde da Zona Norte, com Marcos Rubens; Estratégia Saúde da Família, com Camila Botti; e UBS Integral, com Marcelo Scrocco. A parte final do encontro será destinada à reflexão das temáticas apresentadas. Informações em 95434-5274.
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parte desta
mudança
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Desafios e possibilidades
na cultura
Encontro Nacional da Pascom refletirá anúncio da mensagem cristã no novo ambiente da comunicação
Nayá Fernandes Redação
Com o tema: “Comunicação, desafios e possibilidades para evangelizar na era da cultura digital”, a Pastoral da Comunicação (Pascom) Nacional e a CNBB promovem entre os dias 24 e 27 de julho, em Aparecida (SP), o 4º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação e o 2º Seminário de Jovens Comunicadores. O objetivo principal é “articular, animar e motivar a Pascom da Igreja no Brasil, tendo presente a cultura gerada pelas novas tecnologias que constituem um novo areópago para evangelizar a todos com a comunicação”, conforme informações do site criado para o evento. O número de inscrições passou de mil e o encontro reúne assessores nacionais e internacionais como Antônio Spadaro, padre, doutor em comunicação, autor dos livros
Web 2.0 e Ciberteologia; e Letícia Soberón, também doutora em Comunicação e membro do Comitê da Rede Informática da Igreja na América Latina (RIIAL). Leigos comprometidos ou não com a comunicação, sobretudo membros da Pascom e profissionais de meios de comunicação católicos, bispos, presbíteros, diáconos e seminaristas, religiosos e religiosas são o público alvo do evento. Na quarta edição, o encontro conta com uma noite cultural e oficinas específicas, como por exemplo, a realizada pela Casa da Juventude de Belém do Pará sobre a comunicação nas comunidades ribeirinhas. Além, é claro, da oportunidade que muitas pessoas têm de visitarem o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida pela primeira vez.
Um novo ambiente?
O termo ‘cultural digital’ não é novo, mas ainda permanece desconhecido. A maioria das pessoas entende por cultura o modo de ser de um determinado povo ou até mesmo relaciona a palavra ao nível intelectual de alguém: “ele tem cultura”. Falar em cultura digital é reconhecer e descobrir que a comunicação vai além do fazer e alcança o nível do estar. Ser em uma cultura. Vive-se num tempo em que o digital, a tecnologia e
digital
as novas formas de interação têm transformado o modo de ser das pessoas. Assim, a cultura digital chega a todos, não somente àqueles que estão presentes nas redes sociais ou que desenvolveram um ser comunicativo digital. Para simplificar, é a plaquinha de “Temos Wifi” naquela barraca de cachorro-quente que você sempre frequentou porque era amigo do dono, muito mais do que pelas vantagens que o vendedor oferecia. O transformar-se constantemente é uma característica deste tempo, uma nova fase da história, na qual o ser humano passa por uma sensação de vazio e incertezas. No livro “Cultura Midiática e Igreja: uma nova ambiência”, Joana Puntel, religiosa da Congregação das Irmãs Paulinas, recorda que é preciso analisar as mudanças a partir de três eixos principais: as novas tecnologias da comunicação, a globalização e a modernidade/pós-modernidade. “Do processo da globalização surgem novos comportamentos por parte das pessoas, pois se trata de “um novo ciclo da história, um processo histórico e ao mesmo tempo social, econômico, político e cultural, no qual se movem os indivíduos, os povos, os governos, a sociedade, as culturas, as línguas, as religiões, as nações e os conti-
nentes”, afirmou irmã Joana. A criação de um novo direito internacional, acolhida de migrantes, integração, sem destruição cultural surgiram como temas que precisam ser verificados mais de perto, sobretudo pela Igreja. Além disso, da cultura digital, advém a dificuldade conjugar globalização e identidade cultural, também se apresentam questões como a diferença entre os países desenvolvidos e subdesenvolvidos, uma aparente participação de todos e as consequentes mudanças, sobretudo no campo econômico. Fazse necessário a constituição de um novo tecido, em que cada um se sinta parte do todo. Mas, se a cultura digital constituiu um novo modo de ver a humanidade, uma ruptura com o passado, pretendendo o novo e o progresso, a modernidade, por sua vez, parece ter caminhado ao encontro do divórcio entre fé e razão, entre fé e política, entre a cultura e o Evangelho. E foi assim, desenvolvendo seus próprios valores, baseados na eficiência, na superioridade da estrutura sobre o conteúdo e da racionalidade. Abrem-se novas possibilidades e métodos para desenvolver a comunicação. Não é uma mudança somente de sistema (analógico para digital), mas da forma de produzir, a função do autor e do
receptor. Todos são produtores e receptores, basta observar o Facebook, os inúmeros blogs e sites, a multiplicação de informação. A hipermídia – como é chamada essa forma de comunicação – favorece o desenvolvimento da interatividade, onde cada pessoa se transforma em um “nó” comunicativo, parte de uma rede. A comunicação tornou-se, assim, uma cultura global, ambiente vital que articula as relações na sociedade. E, por isso, nasceu e já está por aí uma geração nova. Uma geração conectada, que muitas vezes, “tem forma, mas não tem conteúdo”, como cantou Chorão, o vocalista do Charlie Brown na canção “Zóio de Lula”. Desse modo, a comunicação não é só um conjunto de instrumentos e meios, mas constitui uma cultura. Integrar a mensagem cristã nesta cultura, e não somente utilizar os meios para transmití-la é desafio e oportunidade. Ninguém está fora deste processo, em que mudam as definições de tempo e espaço e faz-se primordial uma mudança de mentalidade, de métodos e de ação. Compreender o processo e refletir sobre a evolução do ato comunicacional, uma nova cultura, um modo de ser, um novo ambiente são aspectos imprescindíveis. E-mail: nayafernandes@gmail.com
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uma igreja em saída
Em saída. A qualquer hora, em qualquer lugar Iniciativas católicas na internet, como uma rede social para catequistas, mostram dinâmica da Igreja Nayá Fernandes Redação
O papa Francisco tem repetido com insistência, mas sempre é bom recordar: a Igreja precisa estar, sobretudo, nas “periferias existenciais” do mundo. Ser uma Igreja em saída. O mandato missionário, feito por Jesus aos apóstolos, é motivação constante para quem vive, na simplicidade de um almoço de acolhida em casa ou numa celebração comunitária, o testemunho cristão. Mas, missão não é somente “devorar quilômetros” como escreveu dom Helder Câmara em um de seus poemas. “É, sobretudo, abrir-se aos outros como irmãos, descobrilos e encontrá-los. E, se para encontrá-los e amá-los é preciso atravessar os mares e voar lá nos céu, então missão é partir até os confins do mundo.” Como propor o Evangelho numa sociedade que oferece inúmeras oportunidades e promessas de felicidade? Como comunicar, não somente ideias, mas a própria vida cristã e em todos os lugares? Os confins do mundo hoje são também os limites virtuais, os processos midiáticos, a nova maneira de desenvolver a evangelização. Compreender esse novo ambiente, para propor o Evangelho e não impor é uma questão importante. A Igreja progride no esforço para entender, na prática, como modificar suas ações pastorais e integrar-se na cultura da comunicação. Este ciberespaço pode apresentar-se para alguns, como um dom e uma grande oportunidade para a Evangelização, mas para outros como uma ameaça. É essencial estar nesta nova cultura, onde se entrelaçam crenças, códigos e cultos.
sa, que afirmou, ainda que há uma equipe estadual de apoio formada por profissionais de comunicação, diagramadores, engenheiros, professores, administradores e de outras áreas.
Quando a Palavra conduz
Comunicação em rede
Iniciativas não faltam. Em todo o Brasil, há grupos que se fazem presente nas redes de forma criativa. Com mais de 20 mil seguidores, a rede social “Sou Catequista” é um ambiente de encontro e partilha entre cate-
contou Susana ao O SÃO PAULO. Para ela, as pessoas necessitam de esperança e alegria, de inspirações e exemplos para praticar e valorizar o bem. “Como escrevo semanalmente no site da Arquidiocese de São Paulo, na Região Santana e para um site sobre a Bíblia que tem como público alvo os caminhoneiros (www.expressodedeus.com.br), uso também as redes sociais para divulgar esses artigos e assim dar meu testemunho cristão contribuindo também na formação in-
motivo aglutinador para formação, articulação e mobilização de todas as forças da Igreja em vista da juventude, sensibilizado à construção de um plano de evangelização juvenil para o Estado a curto, médio e longo prazo”, explicou irmã Zenilde Fontes, coordenadora do Serviço de Evangelização da Juventude no Estado do Rio Grande do Sul. Para articular, animar e ser um espaço de interação entre carismas e as dioceses, surgiu em 2011 um canal de comuni-
quistas de todo o País. Susana Aparecida da Silva é bacharel em teologia pela PUC-SP e membro desta rede. “Nesses sites de relacionamento, costumo publicar quase diariamente imagens e mensagens de conteúdo ético com frases que podem estimular as pessoas ao bem e a ter mais esperança nesse mundo que às vezes não preenche muitas aspirações do coração humano”,
telectual e bíblica”, continuou a teóloga e catequista. Constituído por 18 Arquidioceses e 725 paróquias com milhares de comunidades, o Regional Sul 3 da CNBB compreende o Estado do Rio Grande do Sul e, atualmente, tem se esforçado para organizar as diferentes realidades juvenis presentes na Igreja. “A Jornada Mundial Juventude, em julho 2013, no Rio de Janeiro (RJ) se tornou
cação entre 18 jovens católicos, que depois foi crescendo e se transformou no site “E, aí? Tchê” que reúne espiritualidade, juventude, comunhão, unidade na diversidade e, sobretudo, questionamento da vida e das escolhas que se faz na vida. “Os canais de comunicação: site, face, twiter, canal de you tub, Flickr tem a missão de comunicar a missão da juventude católica”, completou a Religio-
Pequenos grupos organizados tornam-se força de representação e luta pelos direitos do povo. No cenário das novas tecnologias nascem tentativas de mudança, com a criação de mídias alternativas.
“Hoje, na era da internet, muitas pessoas sofrem com a solidão, a falta de sentido e a angústia. Criam-se relacionamentos virtuais. Uns encontram a namorada, outros até mesmo a esposa e assim por diante. A internet é esse espaço de interatividade, criatividade e crescimento”, expressou Eder Vasconcelos, um jovem de Manaus (AM) que fabrica e vende velas e círios pascais com temas religiosos. Autor do livro “Orações, bênçãos e celebrações para a Família” ele é também membro da Comunidade Lectionautas Brasil. “É um espaço virtual sério e comprometido com o Evangelho, a Boa Notícia. Quando esses espaços são bem utilizados eles contribuem para o crescimento humano, afetivo e espiritual do ser humano. “Lectionautas” é uma comunidade que faz a diferença, pois esta imbuída de valores profundamente humanos, éticos e evangélicos”, enfatizou Eder. Presente em 20 países, Lecionautas é um programa conjunto da Conferência Episcopal Latino Americana (Celam) e do Centro Bíblico Pastoral para América Latina (Cebipal) com as Sociedades Bíblicas Unidas (SBU). No Brasil, o projeto é resultado de uma parceria entre a CNBB e a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB). Com objetivo de divulgar o método da Leitura Orante da Palavra e capacitar jovens líderes católicos a lerem a Bíblia, os Lecionautas são convidados a viver o encontro verdadeiro com Jesus pela leitura, meditação, contemplação e vivência da Palavra. E-mail: nayafernandes@gmail.com
Conecte-se
www.eaitche.com.br www.soucatequista.com.br www.lectionautas.com.br
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Aplic_ativos
| Especial | 11
Criado em 2004, o Facebook atingiu a marca de 1 bilhão de usuários ativos em outubro de 2012,. Em média mais de 300 mil pessoas se cadastram, por dia, na rede. As pessoas podem criar um perfil pessoal, adicionar perfis de outras pessoas como amigos e trocar mensagens. Além disso, os usuários podem participar de grupos de interesse comum. O Facebook tem investido nas mensagens instantâneas, chegando até a desenvolver um aplicativo móvel somente para essa função.
Com a popularização dos smartphones, começa a surgir um conceito de rede social a partir de ferramentas móveis Fernando Geronazzo Especial para O SÃO PAULO
Embora ainda seja considerada uma das redes sociais mais influentes da atualidade, o Facebook começa a dividir espaço com outras formas de presença no ambiente digital, sobretudo entre os jovens e adolescentes com os aplicativos de mensagens instantâneas. Redes como Instagram, Twitter e aplicativos de mensagens como WhatsApp, WeChat e Snapschat estão entre os favoritos nas telas dos smartphones dos adolescentes.
Choque de gerações
Existem diversas razões para esta migração acontecer, mas entre elas a mais citada é a chegada da família para as mídias digitais. “Vítima de seu próprio sucesso”, como apontou uma reportagem do jornal britânico The Guardian, o Facebook já passou de 1,2 bilhões de usuários, todo esse sucesso trouxe a curiosidade das gerações mais velhas, que começam a trocar o uso do e-mail pelas redes sociais. Segundo a reportagem, seria justamente a falta de privacidade dos jovens que tem desinteressado as novas gerações pelo Facebook. Eles não se sentem mais à vontade para expressar o que sentem, quando os pais, tios e avós também frequentam esses ambientes digitais.
Das praças aos grupos
Para a doutora em Comunicação Social e professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Pollyana Ferrari, a mídia social, desde seu surgimento em 2004, primeiramente com a chegada do Orkut, se comporta em ondas. “Quando o Orkut estava em alta, ninguém comentava ou usava o Facebook, que também nasceu no mesmo ano. São dez anos e essas plataformas saturaram porque foram pensadas como grandes praças de encontro. A timeline (linha do tempo) do Facebook, por exemplo, agrupa assuntos díspares e usuários diferentes na mesma plataforma”, pontua. Nos aplicativos de mensagens, os usuários dão preferência para pequenos grupos. “Já faz uns 4 anos que presenciamos a preferência por nichos, tribos. Os usuários estão escolhendo os grupos no WhatsApp em vez de usar o Facebook. Veremos cada vez mais segmentações”, ressalta Pollyana.
Entre o público e o privado
Esse fechamento em tribos levanta algumas questões sobre a mudança de conceitos como o limite entre público e privado. Recentemente, explodiram casos de jovens e adolescentes que compartilharam imagens íntimas em grupos de mensagens que depois se espalharam até saírem dos grupos e se tornarem públicos. Mas a professora de comunicação alerta que esse risco não é apenas dos adolescentes. “Cada vez mais precisamos ser os próprios cuidadores de si. Ou seja, é o usuário, de 9 a 90 anos que precisa cuidar do que publica, seja foto, texto, vídeo e independe da rede social. “A vida privada tornou-se pública e cabe a nós dizer
isso eu posto, isso não. O controle está e estará cada vez mais nas mãos do indivíduo. Por isso, a importância de se educar crianças e jovens”. Embora tenham surgido como apenas ferramentas de comunicação, os novos aplicativos de mensagens se transformaram em verdadeiras redes sociais. “O uso os modificou. Quando o Twitter surgiu em 2006 ele tinha outra proposta e slogan e foi mudado pelo uso. Isso é comum na mídia social”, afirma a professora, recordando que quando o microblog que permite a publicação de textos de até 140 caracteres surgiu, a pergunta que aparecia na caixa de texto era “O que você está fazendo?”, com o tempo, seus desenvolvedores perceberam que o Twitter tinha ampliado o alcance pensado e logo a questão foi mudada para “O que está acontecendo?”.
Na palma da mão
O sucesso desses novos aplicativos também reforçam uma tendência da forma com que as pessoas estão lidando com a cultura digital, cada vez menos vivenciada por meio dos navegadores de internet, cada vez mais, pelas plataformas móveis dos smartphones e tablets. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), a cada quatro aparelhos de celular vendidos no Brasil, três são smartphones. “Não conseguimos prever muito, tudo muda muito rápido, mas é clara a ascensão dos APPs (aplicativos) em detrimento do acesso pela URL (endereço do site). Isso vai crescer muito mais ainda. E quando se baixa e se usa um aplicativo, a escolha é de cada usuário, cada dono de celular. Personaliza-se muito mais a oferta de produtos e serviços”, conclui Pollyana.
Microblog que permite aos usuários enviar e receber atualizações pessoais de outros contatos em textos de até 140 caracteres, conhecidos como “tweets”, por meio do website ou pelo celular. O twitter possui várias ferramentas, como o retweet, que consiste em replicar uma determinada mensagem de um usuário para a lista de seguidores, dando crédito a seu autor original, trending topics ou TTs, que são uma lista em tempo real das palavras mais postadas no Twitter pelo mundo todo, e podem ser divididos por países.
Comprado pelo Facebook em fevereiro, o aplicativo que permite o envio de mensagens instantâneas é sucesso no mundo inteiro. No Brasil, 90% de todos os smartphones registrados tem o aplicativo instalado. Além de mensagens de texto, os usuários podem enviar imagens, vídeos e mensagens de áudio de mídia.
Snapchat
Criado e desenvolvido por estudantes da Universidade de Stanford, com o aplicativo, usuários podem tirar fotos, gravar vídeos e adicionar textos e desenhos à imagem, e escolher o tempo em que a imagem ficará no visor do amigo de sua lista. Cada snap é de 1 à 10 segundos, e após aberto, a imagem ou vídeo somente poderá ser vista pela duração escolhida pelo remetente. A imagem é excluída do dispositivo e também dos servidores.
O WeChat é um dos serviços de mensagens instantâneas mais populares na China e é tão fácil de usar quanto o WhatsApp. Funciona basicamente da mesma maneira: usa o número de telefone do utilizador como seu identificador, dentro do serviço.
Rede social de fotos e vídeos, com filtros digitais e possibilidade de compartilhamento em diversas outras redes. Criado em 2010, o serviço rapidamente ganhou popularidade, com mais de 100 milhões de usuários ativos em abril de 2012.
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Sorria, você está sendo monitorado A internet e o uso dos dados dos usuários para fins comerciais e de melhorias dos serviços prestados na grande rede Edcarlos Bispo
Redação
Você já teve a sensação de ser vigiado, de entrar em um lugar e perceber que tem pessoas olhando para você, seguindo seus passos, suas ações e, quando menos esperar, essas pessoas farão um relatório de tudo que você tem feito, onde tem andado, com quem tem saído, quem são seus amigos e mais uma centena de informações? Quando se fala em internet e redes sociais essa sensação é real. A cada vez que o usuário está conectado a um site ou ao seu perfil de uma rede social, ele está sendo monitorado. É como se aquele aviso “sorria você está sendo filmado”, aparecesse na tela do computador, tablet, ou smartphones. Mas até que ponto esse monitoramento é permitido pela lei? Até onde os usuários sabem que determinadas ações que realizam na grande rede são públicas? Ao se cadastrar em uma rede social, ou ao baixar um aplicativo em seu celular e concordar com os termos de uso – na maioria das vezes sem ter lido as letras miúdas – o usuário tem a ciência do que está aceitando? De acordo com Pedro Ekman, coordenador do coletivo Intervozes, o recém aprovado Marco Civil da Internet estabelece punições sobre o uso das informações privadas dos usuários, ou seja, e-mails e mensagens privadas, mandadas em particular não podem ser monitoradas ou vigiadas. Porém, muitas vezes, ao mandar um e-mail para um amigo, falando daquele tênis, por exemplo, que você viu em promoção em um site da internet, aparecem propagandas em sua caixa de mensagens eletrônica de lojas e promoções de tênis. Segundo Pedro, esses são indícios de que esteja havendo uma violação das mensagens particulares dos usuários. “Há fortes indícios de que a Google está lendo seus e-mails e lhe direcionando publicidade. A própria Google já disse que leem os e-mails, e que isso não é uma especulação. Já disseram tembém que fazem isso para fazer esse tipo de negócio. Depois do Marco Civil, esse tipo de violação não pode ser feita”, afirmou em entrevista ao O SÃO PAULO. Para além do monitoramento privado, que a partir do Marco Civil da Internet encontra impedimentos legais, há o monitoramento das informações públicas dos usuários, aquela postagem feita nas redes sociais, aquele “curtir”, “comentar”, “compartilhar” feitos no Facebook; aquela “ twittada” ou “retwittada” feita no Twitter, além dos comentários feitos em sites e blogs. “O mais comum é que as postagens de usuários em plataformas de mídias sociais como o Facebook, Twitter, dentre outros e em sites e blogs e as buscas feitas nos motores de busca como o Google seja monitorada. Na prática isso significa verificar se há
citações a marcas de empresas, produtos ou serviços e se elas são positivas ou negativas. Identificado isso é possível propor alguma ação entre determinada marca e pessoa que fez a postagem seja para esclarecer alguma dúvida, entender melhor o motivo de alguma queixa ou insatisfação (e até tentar resolver algum problema) ou ainda agradecer algum elogio ou menção positiva. Isso se dá num âmbito mais individualizado. De forma coletiva monitora-se ‘movimentos maiores’, ou seja, ações que estão sendo tomadas por uma quantidade maior de usuários e que podem indicar alguma tendência. Estamos nos aproximando das eleições e, certamente, nesse período as equipes dos principais candidatos irá monitorar como os usuários se manifestam com relações a propostas de campanhas, apresentações dos candidatos nos programas políticos ou mesmo reações a fatos que representem as carências e preocupações nacionais”, afirmou o consultor e palestrante de Marketing Digital/Mídias Sociais e professor de Pós-Graduação/MBA, Luiz Semine. Esse tipo de monitoramento é positivo, ao menos para as empresas, pois serve como norte para melhorias de serviços e
correções de eventuais falhas que o produto possa ter, quantas vezes os produtores de aplicativos de tablets e smartphones pedem para que seus produtos sejam avaliados e classificados, pensando em manter um serviço de qualidade.
Suas informações valem ouro
“Ao utilizar um serviço grátis como o Facebook, que é a maior plataforma social do mundo atualmente, na verdade estamos fazendo uma troca. Disponibilizamos nossos dados de cadastro e nosso histórico de navegação, o que inclui o que curtimos, páginas que visitamos, comentários que fazemos etc... para serem utilizados para a venda de publicidade”, afirma Luiz. O professor destaca que a venda de publicidade é a maior forma de faturamento dos meios de comunicação, até dos mais tradicionais como jornais, por exemplo. Porém com as redes sociais esses anúncios se tornam cada vez mais direcionados, com um maior número de respostas positivas o que aumenta os anúncios e assim se torna um ciclo. O coordenador do Coletivo Intervozes, por sua vez, salienta que o problema não se
trata de o usuário ter seus dados utilizados para fins publicitários, mas a falta de clareza com que as empresas fazem isso. De acordo com ele, o Marco Civil da Internet obriga que as notificações de uso de dados não conste apenas nos termos de uso, que na maioria das vezes são aceitos sem serem lidos, deverá haver informações mais claras sobre a aplicação dos dados dos usuários, como telas de pop-up, por exemplo, trazendo essa informação. Luiz vai além, para ele a preocupação com os dados para uso comercial é o menor dos problemas dos usuários que acessam à internet. Para ele, acontece uma divulgação de hábitos pessoais, o que fornece informações que “subsidiam crimes como furtos, roubos e sequestros dentre outros. Vivemos numa era de digitalização de muitos hábitos e conexões intensas.” Para o professor, essa era de “digitalização” exige um outra postura das pessoas, e até mesmo uma “educação digital”, que segundo dele “deveria incluir assuntos como privacidade e os perigos do mundo digital”. Essa educação, de acordo com Luiz “deveria ser ensinada desde a escola”. E-mail: edbsant@gmail.com
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Eticamente conectado Comportamento nas redes sociais requer cuidados com posturas antiéticas, que podem ter consequências legais ou prejudicar a própria imagem Daniel Gomes Redação
Em fevereiro deste ano, um episódio nas mídias sociais ganhou repercussão nacional: o advogado Marcelo Santos foi fotografado de bermuda, tênis e camiseta regata no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, pela professora universitária Rosa Meyer, que postou a imagem no Facebook com o seguinte texto: “aeroporto ou rodoviária?”. A postagem foi ratificada por outras pessoas, com comentários como “o ‘glamour’ foi pro espaço”; “Isso é só uma mostra do que tenho visto pelo Brasil kkkk”, e a professora completou:
“O pior é que Mr. Rodoviária está no meu voo. Ao menos, não do meu lado. Ufa!”. Dias depois, Marcelo tomou ciência da postagem e lamentou o ocorrido, dizendo ter sido humilhado. À sua indignação se somaram a de outras pessoas pelas mídias sociais, o que fez com que a professora pedisse desculpas pela postagem. Apesar disso, Rosa perdeu as funções de chefia na universidade onde lecionava. O episódio é um dos muitos que frequentemente colocam em discussão quais os limites dos comportamentos nas redes sociais, temática que já foi tratada até pelos papas Bento XVI e Francisco em recentes mensagens para o Dia Mundial das Comunicações Sociais (leia ao lado). Em diferentes sites é possível encontrar listas de dicas sobre posturas éticas na internet. “Em geral, são recomendações de bom senso, que se utilizam de regras de comportamento social já conhecidas há muitos anos, como o respeito à privacidade, o compromisso com a verdade e o desejo de comunicar os valores positivos”, explicou, ao O SÃO PAULO, Pedro Paulo de Magalhães Junior, engenheiro de computação e diretor de operações da Netfilter, empresa que de-
senvolve sistemas de filtragem de conteúdo de internet. O Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa define ética como o “estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto”. Para Magalhães Júnior, “a postura ética no uso das redes sociais tem exatamente os mesmos aspectos da postura ética na vida real. Todos os valores que devemos viver no nosso cotidiano se aplicam no uso da internet e das redes sociais”. O engenheiro da computação também comentou que a legislação brasileira, assim como a de alguns outros países, aproxima os delitos feitos na internet àqueles cometidos em qualquer outro meio de comunicação. “Assim a calúnia, difamação, injúria, fraude, ameaça etc., cometidos via internet são tratados na maior parte dos casos como crimes comuns. Existem situações especiais, como a invasão de redes de computadores, que é popularmente conhecida como ‘hackear’, que são punidos pela lei específica derivada no Brasil do Marco Civil da Internet”. Sergio Ricciuto Conte
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Papas e a atenção às ações nas redes sociais Da Redação
A preocupação com o comportamento nas redes sociais foi mencionada pelos papas Bento XVI e Francisco nas mais recentes mensagens para o Dia Mundial das Comunicações Sociais. Na mensagem de 2009, “Novas tecnologias, novas relações. Promover uma cultura de respeito, de diálogo, de amizade”, Bento XVI estimula que a comunicação nessas redes promova “uma cultura do respeito, do diálogo, da amizade”. O Pontífice orienta que se evite a partilha de palavras e imagens degradantes, de conteúdos que alimentem ódio e intolerância, ou que desonrem a beleza e a intimidade da sexualidade humana. Bento XVI também alerta que o cultivar de novas amizades online não deve ser feito à custa da disponibilidade de tempo para os contatos presenciais e reforça esse apelo na mensagem de 2011, “Verdade, anúncio e autenticidade na era digital”. “É importante nunca esquecer que o contato virtual não pode nem deve substituir o contato humano direto com as pessoas, em todos os níveis da nossa vida”. Alerta similar faz o papa Francisco na mensagem “Comunicação a serviço de uma autêntica cultura do encontro”, em 2014. “O desejo de conexão digital pode acabar por nos isolar do próximo, de quem está mais perto de nós”. Francisco também aponta que é preciso refletir e discernir sobre as informações recebidas para que haja no ambiente digital um verdadeiro encontro entre as pessoas. Nas mensagens entre 2010 e 2013, Bento XVI também apontou para a necessidade de uma presença consciente nas mídias sociais e da manutenção de um perfil autêntico. “A autenticidade dos fiéis, nas redes sociais, é posta em evidência pela partilha da fonte profunda da sua esperança e da sua alegria: a fé em Deus, rico de misericórdia e amor, revelado em Jesus Cristo. Tal partilha consiste não apenas na expressão de fé explícita, mas também no testemunho, isto é, no modo como se comunicam ‘escolhas, preferências, juízos que sejam profundamente coerentes com o Evangelho, mesmo quando não se fala explicitamente dele’”, afirma na mensagem de 2013, “Redes sociais: portais de verdade e de fé; novos espaços para a evangelização”. Na avaliação de Pedro Paulo de Magalhães Junior, engenheiro de computação, tais manifestações dos papas são positivas ao estimular “que o encontro pessoal e a reflexão não sejam substituídos pelo contato meramente virtual ou pelo uso de tecnologia como uma fuga da reflexão sobre problemas mais profundos da existência humana”, mas considera que em muitas dioceses “a tecnologia ainda é pouco utilizada e os desafios que a internet trouxe para a sociedade ainda não são completamente enfrentados”. Ele apontou, ainda, que os sacerdotes precisam entender “os benefícios e riscos do uso dessas novas tecnologias para orientar seus fiéis na pregação e na confissão”. (DG)
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Geração
conectada
Fotos: Arquivo pessoal
Os avós Raul, Shirley e Dudu contaram ao O SÃO PAULO quando e como entraram no Facebook e o que pensam sobre as relações em rede Nayá Fernandes Redação
As gerações “x”, “y” e “z” dos nascidos após as décadas de 1980 e 1990 já crescem conectados e super adaptados às novas tecnologias. Mas, e aqueles que já têm mais de 50 anos e estão acompanhando o crescimento dos netos, como se veem diante desse ambiente comunicativo? Tem gente que se irrita com a mesmice, com os comentários indiretos. Há aqueles que se desentendem, saem, excluem ou são excluídos de um determinado perfil. Tem ainda quem sai e volta com outro nome e, até mesmo, aqueles que nunca entraram, pois tem medo de se expor. Se homens e mulheres se comportam de maneira diferente, ou os mais jovens dos mais idosos são questionamentos ainda sem respostas claras. Diversidade é a palavra de ordem neste ambiente, afinal, a rede é um lugar para todos. Mas, o que os perfis de vovôs e vovós têm diferente? Receitas, fotos nostálgicas? É fato que escrever cartas já não faz parte do cotidiano de muitos deles que, 26 de julho, no dia dos avós, irão receber os cumprimentos também pelo Facebook e por outras redes sociais.
A casa da vovó continua sendo, sem dúvida, um lugar aconchegante, divertido e cheio de novas experiências gastronômicas. E o Facebook da vovó e do vovô, como será? O jornal O SÃO PAULO ouviu alguns deles e descobriu que, com opiniões e atitudes diferentes, estão curtindo este modo de compartilhar a vida na rede. Afinal, o que pode trazer felicidade maior que um abraço da vovó? Uma curtida dela na foto do perfil também vale?
Quando o incentivo vem dos pequenos
Raul Motta de Carvalho, 60, tem três filhos e dois netinhos. Ele começou a usar o Facebook para se adaptar à realidade dos amigos, filhos, colegas de escola etc. “De modo geral, é um meio de compartilhar ideias, pensamentos, situações. Saber notícias, novidades do cotidiano. É um meio rápido e fácil de me relacionar com as pessoas, mas ao mesmo tempo, acho muito descompromissado. Na verdade, gosto muito mais do ‘téte-a-téte’”, contou o estudante de teologia, que
também está se preparando para receber a ordem do diaconato permanente. Shirley Joana Augusto Couto, 64, tem um casal de filhos e 4 netos. “Comecei a usar o Facebook com incentivo do meu neto que tem agora 16 anos. Gosto de ver e ler assuntos de atualidades, mensagens e até mesmo desabafos das pessoas. Aprendo muito e gosto de ver as fotos, as obras de arte, as mensagens positivas e construtivas”, disse. Ele toca cajon e trabalha como diagramador na Mitra Arquidiocesana de São Paulo. Eduardo Augusto Carrilho Cruz, 53, é um jovem avô, casado há 28 anos, pai de duas filhas e avô da Luisa. Dudu, como é conhecido, entrou no Facebook em setembro de 2010, incentivado pelas filhas. Ele, como milhares de brasileiros, abandonou o Orkut assim que entrou no Facebbok e, além de compartilhar as imagens de arte digital que ele cria, também curti coisas engraçadas, vídeos de piadas, e outros assuntos. “Gosto também de provocar as pessoas
com assuntos mais complexos ou mais contestáveis, e de parabenizar pessoas desejando muito amor. O amor precisa estar sempre sendo demonstrado, vivido, relatado. Isso de forma poética. Falar de Deus de forma inovadora”, completou Dudu.
Solidão compartilhada
Quando os filhos crescem, se casam e saem de casa, muitas vezes, bate aquela solidão. Em algumas situações, a rede pode ser uma boa companhia. Não a rede em si, mas as pessoas que compartilham ali um pouco daquilo que são. Dudu reencontrou um amigo de juventude que mora no Canadá. “Esse novo contato fez relembrar momentos que estavam apagados na minha memória. O meu amigo relembrou a minha primeira fase da juventude, quando eu procurava descobrir minha vocação, quando eu começava na música, tocando meu pandeiro, e achava que a vida era a boemia. E também aqueci meus contatos com amigos do Rio de Janeiro, que efetivamente não tinham de-
saparecido, mas por conta da distância poderiam estar só nas lembranças remotas.” Mas, para Dudu, a rede é um lugar onde se vive experiências únicas. “Por exemplo, o que incomoda virtualmente tem a ver com o que a incomoda pessoalmente. O problema não é o Facebook, mas o que e como você participa dele... Saindo você continua a conviver com você mesmo... E aí vai bater a saudade das boas coisas que viveu com as pessoas e vai querer voltar.” Raul vê a rede como um lugar artificial. “Não me ajuda em nada quando me sinto sozinho. Ainda não precisei encontrá-los por ali. Bem, o que eu não gosto é quando se fica atrás de frivolidades. Por outro lado, somos assim: perdemos muito tempo com aquilo que não é essencial.” Shirley, ao contrário, vive uma experiência diferente. “Em momentos que já estive sozinha, o Facebook me ajudou a encontrar amigos que há muito tempo não tinha notícia e também a fortalecer aqueles que eu já tinha.” E-mail: nayafernandes@gmail.com
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#Mundial de Futebol no universo das mídi@s sociais Copa superou recordes no Facebook e no Twitter; no ambiente virtual, atletas ficaram mais próximos dos torcedores Arte: Jovenal Pereira/O SÃO PAULO
Daniel Gomes Redação
O intervalo foi de apenas quatro anos, mas o fenômeno multiplicou-se 300 vezes: na final da Copa de 2010, entre Espanha e Holanda, o pico de postagens no Twitter foi de 2 mil twits por segundo. Já na decisão da Copa de 2014, entre Alemanha e Argentina, o índice máximo chegou a 619 mil tuítes por segundo. No Facebook, as repercussões foram ainda maiores. O conteúdo oficial da Fifa nessa mídia social atingiu 451 milhões de usuários, enquanto no Twitter o público alcançado foi de 16 milhões de pessoas. No total, 3 bilhões de publicações no Facebook fizeram menção à Copa do Mundo, enquanto no Twitter houve 672 milhões de mensagens relacionadas ao megaevento. “É uma questão momentânea. Às vezes, há um aumento de mensagens via Twitter, Facebook ou Instagram, depende muito do tipo de ferramenta que cada rede social está conseguindo dimensionar. Neste momento, me parece que o Facebook tem sido a ferramenta com maior aceitação, com maiores conexões de interatividade, o que faz com que o público propague mais mensagens. Estamos em uma área em plena evolução. Talvez o Twitter, o Instagram ou outra ferramenta que ainda não exista possa ser a grande ferramenta de comunicação na próxima Copa”, avaliou, ao O SÃO PAULO, Adalberto Leister Filho, professor universitário de jornalismo esportivo e mestre em História pela USP.
A Copa dos aparelhos móveis
Segundo dados da Fifa, 1 bilhão de torcedores se reuniram nas plataformas digitais oficiais da entidade durante a Copa, por meio das hashtag #FaçaParte. Desse total, 107 milhões acessaram os conteúdos da página e do aplicativo através de aparelhos móveis. Um estudo desenvolvido pelas empresas RIOT, MMA e Scup, entre 23 de junho e 4 de julho, avaliou como os brasileiros utilizaram os smartphones durante
bilhão de pessoas no Estádio Global reflete o sentimento de união que a Copa do Mundo proporciona e a emoção compartilhada que as plataformas digitais oferecem”, comentou Joseph Blatter, presidente da Fifa.
Redes de amizades e ameaças
a Copa. Os dispositivos móveis mais usados foram Check-in Instagram (21%), o Check-in Foursquare (18%) e Selfie Instagram (15%). Durante as partidas, 29% dos usuários estavam na rua, 25% nas Fan Fests, 32% em bares ou praças e 6% em estádios. “O número de usuários com tecnologia 3G nos celulares saltou de 18 milhões em 2010, quando aconteceu o Mundial da África do Sul, para 105 milhões em
2014. Só no Brasil, nesse mesmo período, a penetração de smartphones cresceu quase dez vezes, chegando a 40 milhões de usuáros”, lembrou Fiamma Zarife, vicepresidente de novos negócios da RIOT. O aplicativo oficial da Fifa para a Copa bateu o recorde até então alcançado em um evento esportivo, tendo 28 milhões de downloads durante o Mundial. “Vimos um enorme crescimento nas nossas contas nas mídias sociais. O público de um
Ao longo da Copa, a influência das redes sociais no relacionamento entre os jogadores e a torcedores ficou evidente. Menos de 24 horas após o lance em que Neymar teve uma vértebra quebrada pelo colombiano Zúñiga nas Quartas de Final, o Twitter registrou mais de 5,5 milhões de posts referentes ao jogador brasileiro ou ao perfil oficial do atleta, a maioria com mensagens de apoio. Em contrapartida, em diferentes mídias sociais, Zúñiga recebeu milhares de insultos e até ameaças de morte. Outro fato que mostrou a força das mídias sociais na Copa foi o pedido de desculpas do uruguaio Luis Súarez pela mordida no italiano Chiellini no jogo entre as duas seleções. Chiellini aceitou as desculpas, respondendo também pelas redes. Mas se há um personagem das redes sociais na Copa este é Lukas Podolski. Pelo Twitter, ele divulgou vídeos e fotos da interação dos atletas germânicos com os brasileiros e também pediu respeito ao futebol brasileiro, após a goleada dos alemães sobre o Brasil. “Respeite a Amarelinha com sua história e tradição. O mundo do futebol deve muito ao futebol brasileiro, que é e sempre será o país do futebol”, postou logo após o jogo de 8 de julho. “Para os jogadores, o uso das mídias sociais é uma maneira mais rápida, barata e eficaz de conseguir uma interação com os fãs. O torcedor se sente parte da família, da vida do atleta, pois este posta mensagens, fotos, vídeos com o filho, a mulher, e se mostra mais próximo. Isso humaniza as relações”, comentou Leister Filho, observando que tanto os clubes brasileiros quanto a CBF precisam valorizar mais a interação pelas mídias sociais. “Acho necessário a CBF pensar não só na reformulação geral do futebol brasileiro, mas também fazer um plano eficaz de comunicação a partir do uso das ferramentas de mídias sociais para a próxima Copa, ou já para a Copa América do ano que vem ou à Olimpíada de 2016”, opinou.
Rafael Ribeiro/CBF
A Copa do Mundo nas redes sociais
Ele voltou: Na manhã de terça-feira, 22, a CBF anunciou o retorno do técnico Dunga à seleção brasileira. Em entrevista, o treinador disse não temer a rejeição por seu nome e afirmou que procurará ter melhor relação com a imprensa, sem exclusividades. Dunga treinou o Brasil de 2006 a 2010, por 60 jogos, com 42 vitórias.
Mais de 1 bilhão de torcedores fizeram parte das plataformas digitais oficiais da Fifa, por meio da hashtag #FaçaParte. O aplicativo oficial da Copa no Instagram teve crescimento de 1.600% no número dos seguidores. O conteúdo oficial da Fifa no Facebook atingiu 451 milhões de usuários e no Twitter atingiu 16 milhões de pessoas. No Facebook, foram registradas 3 bilhões de publicações relacionadas à Copa, e no Twitter 672 milhões de mensagens referentes ao megaevento. Fonte: Fifa
Curiosidades
Na abertura do Mundial, o Twitter oficial da Copa registrou uma média de dez novos seguidores por segundo, e no Facebook 58 milhões de pessoas enviaram 140 milhões de mensagens no decorrer da partida. No jogo entre Brasil e Alemanha, registrou-se o recorde histórico de twits: 35,6 milhões, três milhões e meio a mais que na final da Copa. Neymar foi o jogador mais citado no Twitter durante o
megaevento. No dia da abertura, o endereço @NeymarJr teve o acréscimo de 165 mil novos seguidores. Juntos, os jogadores da seleção brasileira postaram 500 fotos no Instagram, número quatro vezes e meio superior aos 111 chutes a gol da seleção no Mundial. Neymar foi o que mais chutou, 18 vezes; David Luiz, o que mais postou, 55 vezes. Todas as 32 seleções na Copa possuíam contas no Twitter.
Com a palavra
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Padre Antonio Spadaro
Evangelizar na era da cultura digital Luciney Martins/O SÃO PAULO
Edcarlos Bispo
redação
Talvez ele seja um dos nomes mais esperados para o 4º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação e o 2º Seminário Nacional de Jovens Comunicadores. Diretor da revista mais antiga da Itália, La Civiltà Cattolica, é consultor de dois Pontifícios Conselhos: para a Cultura e para as Comunicações Sociais. Com a palavra o jesuíta italiano padre Antonio Spadaro. Na entrevista exclusiva ao O SÃO PAULO, o Sacerdote fala sobre a evangelização na era da cultura digital – tema do encontro do qual será um dos palestrantes –, fala sobre cyberteologia, pastoral digital e da sua expectativa em relação ao encontro. “Não imagino este encontro como uma série de conferências ou de puro debate abstrato, mas sim, como troca, como convergência de experiências e de vontade de compreender melhor e mais a fundo o ambiente digital. Como um momento de verificação da experiência de cada dia”, afirma.
Jornal O SÃO PAULO - Muito se fala, hoje em dia, sobre evangelização na era da cultura digital. Como vê essa questão? Padre Antonio Spadaro - O Sínodo sobre a Nova Evangelização reconheceu nos desafios da comunicação um cenário fundamental que os cristãos hoje estão chamados a compreender porque, atualmente não existe lugar no mundo que não possa ser alcançado e por isso, de ser sujeito à influência da cultura mediática e digital que se estrutura sempre mais como o “lugar” da vida pública e da experiência social. Evangelizar na era da cultura digital não significa, de forma alguma, fazer propaganda do Evangelho na rede, usando a rede como um mero instrumento de propaganda. Significa sim ser si mesmo como cristão e viver no ambiente digital uma vida cotidiana em tudo alimentada pela fé: visão de mundo, escolhas, orientações, gostos e também, modo de comunicar, de construir amizades e de relacionar-se fora e dentro da rede. Consequentemente, como escreveu o Papa Bento XVI, testemunhar com coerência, no próprio perfil digital e no modo de comunicar, escolhas, preferências, juízos que sejam profundamente coerentes com o Evangelho, mesmo quando não se fala explicitamente sobre ele. O SÃO PAULO - O senhor tem
falado sobre um fenômeno que chamou de “Cyberteologia”. O que é isso? Padre Spadaro - A lógica da Rede, com suas fortes metáforas que atuam mais no imaginário que sobre a inteligência, está modelando a capacidade de pensar e viver a fé. É fácil constatar como sempre
O SÃO PAULO - Ao referir-se
à internet muitos usam as expressões “ambiente real” e “ambiente virtual”. Como a Igreja trata essa relação? Padre Spadaro - É preciso sempre lembrar o que Bento XVI escreveu em sua Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações intitulada “Redes Sociais: portais de verdade e de fé; novos espaços de evangelização”. “O ambiente digital – escreve Bento XVI – não é um mundo paralelo ou puramente virtual, mas é parte da realidade cotidiana de muitas pessoas, especialmente dos mais jovens”. Esta é a posição correta: considerar o espaço digital não como inautêntico, alienado, falso ou aparente, mas como uma extensão do nosso espaço vital cotidiano, que mais a internet contribui para construir a O SÃO PAULO - Porque o senhor requer responsabilidade e compromisso identidade religiosa das pessoas. É aqui- afirma que o “digital” é um com a verdade. lo que chamo “cyberteologia”. Se a rede ambiente e não um meio? Qual muda o modo de pensar e a teologia é a diferença? O SÃO PAULO - É possível falar pensar a fé, como a rede mudará o modo em uma pastoral digital nos de pensar a fé? Mas, sobretudo: o desafio Padre Spadaro - A internet é uma dias de hoje? não é estar sempre up-to-date (atualiza- realidade que atualmente faz parte da dos às últimas novidades), mas sim de vida cotidiana. Se até algum tempo Padre Spadaro - A Internet não é um compreender qual é a vocação das tec- atrás, a Rede era ligada a uma imagem meio de evangelização. Não é porque a nologias digitais com relação à vida no de algo frio, técnico, que exigia com- internet não é um meio. É um ambiente espírito. E, sobretudo, dado que a rede petências específicas, hoje é um lugar de evangelização, porque a Rede é um tem um impacto muito forte sobre a hu- a ser frequentado para manter-se em ambiente. Por pastoral digital entendo manidade, ocorre compreender como a contato com os amigos distantes que uma pastoral que se ocupa do homem sabedoria da Igreja pode ajudar a rede a temos, para ler notícias, para comprar enquanto tal, não apenas em sites ou ser aquilo que deve ser no plano de Deus um livro ou marcar uma viagem, para perfis de Facebook. Uma pastoral que é sobre o homem e seu desenvolvimento compartilhar interesses e ideias. E atenta à presença do homem no ambiensobre a terra. tudo isso é possível mesmo quando te digital: como se comunica, como se estamos em movimento graças àque- exprime espiritualmente, quais desejos O SÃO PAULO - No Brasil, les que no passado eram simples apa- manifesta. Consequentemente pensa em relhos celulares e que hoje são verda- como acompanhar o homem neste amnos últimos anos, houve um deiros computadores de bolso. biente, está atenta em como cuidar do ser “boom” das redes sociais A internet é antes de tudo, uma humano. E esta tarefa hoje é particulardigitais. De quanto conhece, experiência. Enquanto se pensar (a in- mente importante e delicada. que impressões possui da ternet) em termos instrumentais não se presença da Igreja no Brasil compreenderá nada da Rede e do seu O SÃO PAULO - Qual a sua nesse meio? significado. A Rede não é um conjunto expectativa em relação a esse Padre Spadaro - Primeiramente me de cabos, fios, modem, computador: é encontro? permita uma pequena observação. As uma experiência, isto é, a experiência redes sociais digitais não são um meio que aqueles cabos e fios tornam pos- Padre Spadaro - Não imagino este ene sim um ambiente. Posto isso, a minha síveis assim como as paredes domés- contro como uma série de conferências experiência da Igreja no Brasil através de ticas tornam possível a experiência de ou de puro debate abstrato, mas sim, uma série de encontros que participei no sentir-se em casa. A Rede é uma rede como troca, como convergência de exRio de Janeiro, Brasília, São Paulo, Por- de pessoas, não de fios. Assim escre- periências e de vontade de compreender to Alegre, Belo Horizonte, Recife, me veu o papa Francisco em sua Mensa- melhor e mais a fundo o ambiente digital. faz compreender que existe um grande gem para o dia Mundial das Comuni- Como um momento de verificação da exentusiasmo e capacidade de presença da cações deste ano. Internet é portanto periência de cada dia. Imagino os jovens Igreja no espaço digital. De resto, de for- um espaço de experiência que sempre que desejam compreender melhor (…). ma geral, a Igreja deve estar na rede por mais está se tornando parte integrante, Pessoalmente, espero ainda poder dizer vocação. A Igreja é chamada a estar onde em maneira fluída, da vida cotidiana: tantas coisas, mas também de aprender. os homens estão. Hoje, os homens estão um novo contexto existencial. A tec- Vim ao Brasil tantas vezes falar sobre também na rede, portanto, a Igreja deve nologia da comunicação está criando cyberteologia. Todas às vezes, retornei à estar também na rede. E precisamen- um ambiente digital na qual o homem Itália cheio de ideias. Estou convencido te no ambiente digital observamos que aprende a informar-se, a conhecer o que exista uma via latina de compreensão frequentemente, até mesmo nos perfis mundo, a estreitar e manter vivos re- da Rede. Atualmente vivemos dos juros no Facebook ou nas fotografias no Insta- lacionamentos, contribuindo até mes- da reflexão anglossaxônica, que é muito gram, de grande valor simbólico, emer- mo para definir um modo de habitar rica. Mas estou convencido que existe gem desejos, necessidades, dúvidas, o mundo e de organizá-lo, orientando um caminho diferente de sociabilidade tensões de caráter espiritual. A tarefa da e inspirando os comportamentos in- em rede, a sociabilidade latina que foca e Igreja é estar presente e também de escu- dividuais, familiares, sociais. Somos valoriza em primeiro lugar a comunidatar. Não é preciso pensar que a presença chamados a viver bem sabendo que a de e depois o indivíduo. O encontro será da Igreja significa apenas fazer coisas, Rede é parte do nosso ambiente vital, para mim, e espero que para todos os ativismo. Estar presente significa tam- e que nele se desenvolve uma parte da participantes, um verdadeiro laboratório. E-mail: edbsant@gmail.com bém simplesmente escutar, acompanhar. nossa capacidade de fazer experiência.
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A Igreja
Pelo Mundo
| Geral | 17
Destaques das Agências Internacionais redação
VENEZUELA
Esposa de preso político venezuelano pede libertação de seu marido Lilian Tintori, esposa do oposicionista venezuelano Leopoldo López, busca apoio internacional para pressionar o governo socialista da Venezuela a libertar seu marido e outros presos políticos: “meu marido é um pai, marido e político devotado, cujo único crime foi ter incentivado os venezuelanos a exercer pacificamente os seus direitos de se reunir, protestar e ex-
pressar suas opiniões sobre nosso governo”. Leopoldo López está preso sob a acusação de incitação ao crime, dano à propriedade e conspiração criminosa, e corre o risco de ser condenado a dez anos de prisão. López é um dos principais líderes oposicionistas na política venezuelana. Ele já havia sido impedido de concorrer a prefeito de Caracas em 2008, quan-
do pesquisas apontavam para a sua provável vitória. Segundo Tintori, seu marido está preso porque o presidente venezuelano Nicolás Maduro tem medo dele: López já mobilizou milhões de venezuelanos a exigir sem violência a saída constitucional de Maduro e o respeito às liberdades individuais no país. Fonte: Washingtonpost
SUDÃO
Europa
Proibida construção de novas igrejas
Corte de Direitos Humanos: a Europa não pode ser forçada a redefinir o matrimônio
O ministro sudanês Shalil Abdallah declarou que o governo não autorizará a construção de novas igrejas no país. Segundo o ministro, o número de igrejas existentes já é suficiente para atender os cristãos que permaneceram no país, após a separação do Sudão do Sul, cuja população é majoritariamente cristã. Segundo relatório publicado em Abril deste ano pela Christian Solidarity Worldwide, logo após a separação do Sudão do Sul, líderes cristãos no norte tornaram-se alvos frequentes das Forças Armadas do Sudão. O governo atual já expressou sua intenção de implantar no país a sharia, a lei islâmica que tem como fonte o Corão, livro sagrado dos muçulmanos. Ainda segundo o relatório, desde dezembro de 2012 tem havido aumento do número de prisões e deportações de cristãos, principalmente das duas maiores cidades: Khartoum e Omodorum. Algumas etnias também estão sob pressão, principalmente a etnia Nuba. Fonte: Fides
A Corte Europeia de Direitos Humanos emitiu uma sentença na qual assinala que não reconhecer o “matrimônio” entre pessoas do mesmo sexo não viola a Convenção Europeia de Direitos Humanos. Em sentença com data de 16 de julho, a Corte de Estrasburgo assinalou que mesmo que “alguns Estados-membro tenham estendido o matrimônio a casais do mesmo sexo”, a lei europeia estabelece que o direito de homens e mulheres ao casamento “não pode construir-se como a imposição de uma obri-
gação sobre os Estados-membro para permitir o acesso aos casais do mesmo sexo”. – A sentença aconteceu depois de um caso na Finlândia no qual um homem processou o Estado por não querer reconhecer a sua mudança de sexo, de homem a mulher, realizado em 2009. O alto tribunal explicou ainda que a Convenção Europeia de Direitos Humanos “consagra o conceito tradicional de matrimônio como aquele formado por um homem e uma mulher”. FONTE: ACI Digital
IRAQUE
Papa faz apelo pela paz no Oriente Médio e pelos cristãos Após o Angelus da manhã do último domingo (20), o Santo Padre fez um intenso apelo pela paz e pela situação dos cristãos perseguidos no Oriente Médio. “Recebi com preocupação as notícias que chegam das comunidades cristãs de Mossul, no Iraque, e outras partes do Oriente Médio,
comunidades essas que, desde o início do Cristianismo, viveram com seus cidadãos oferecendo contribuição significativa para o bem da sociedade. Hoje são perseguidas. Os nossos irmãos são perseguidos, são expulsos, devem deixar suas casas sem a possibilidade de levar nada consigo.
Asseguro a estas famílias e a estas pessoas a minha proximidade e oração constante. Queridos irmãos e irmãs tão perseguidos, eu sei o quanto vocês sofrem. Eu sei que vocês são despojados de tudo. Estou com vocês na fé Naquele que venceu o mal”, disse o Pontífice.
O Papa pediu ainda que todos os católicos do mundo rezassem pelos cristãos perseguidos e perseverassem na oração pelas situações de tensão e conflito que persistem em várias partes do mundo, especialmente no Oriente Médio e na Ucrânia. Fonte:ACI Digital
Últimos cristãos abandonam Mossul sob ameaça de morte
Em Mossul, casas de cristãos foram marcadas com a letra árabe “nun” (em vermelho), de “nazareno”, termo utilizado para se referir aos cristãos. Em preto está escrito: “propriedade do Estado Islâmico do Iraque”
Após receberem ultimato do grupo Estado Islâmico, que tomou o controle de algumas regiões no norte do Iraque, algumas das últimas famílias cristãs tiveram que abandonar suas casas e sair de Mossul, cidade em que outrora viviam mais de 30 mil cristãos. O ultimato era para escolher entre converter-se ao Islã, sair da região ou morrer. Os cristãos tinham até esse último sábado ao meio-dia para irem embora. Na saída, ainda tiveram seu dinheiro roubado pelas forças do Estado Islâmico. Segundo
a Organização Hamurabi de Direitos Humanos, com sede no Iraque, 1.500 famílias cristãs abandonaram Mossul nos últimos quatro dias. Nas últimas semanas, tem havido relatos de estupros, roubos e assassinatos por parte do grupo, que é conhecido pelos seus métodos brutais, que incluem tortura, execuções públicas e crucifixões. Desde o final do mês passado, graças à perseguição, pela primeira vez em 1.600 anos não há missa aos domingos na cidade. Fonte: Thedailybeast
18 | Região Brasilândia |
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Reforma Política e Plebiscito Popular Pascom Brasilândia
Pastoral Fé e Política da Região Brasilândia prepara formação regional dos leigos marcada para 16 de agosto
O próximo passo será a com o tema Plebiscito Poarticulação de um momen- pular e Reforma Política. to formativo envolvendo as comunidades e suas lide- Audiência pública ranças. Dom Milton envia- Aconteceu na manhã do rá uma carta convocando sábado, 19, na EMEF Gaos representantes de todas briel Prestes, em Pirituba, a as paróquias da região. Audiência Pública Popular A formação será rea- com os representantes da lizada no dia 16 de agosto Educação e da Sociedade de 2014, das 8h às 12h, em Civil para acompanhar a local ainda não definido, e implantação do Instituto contará com a presença de Federal de Educação CiênRenata Moraes Caci Amaral (coordenado- cia e Tecnologia em Piritura da Pastoral Fé e Política ba. O evento contou com Colaboradora de Comunicação da Região da Arquidiocese de São a presença de dom Milton Na tarde do sábaPaulo) e Kamila Gomes, Kenan Júnior, vereadores e Audiência Pública reúne membros da Pastoral Fé e Política na Paróquia Santos Apóstolos do, 19, na Paróquia na assessoria do encontro a população local. Santos Apóstolos, no Jardim Mara- BRASILÂNDIA palavra do bispo canã, aconteceu a reunião da Pastoral Fé e Política da Região Brasilândia. O objetivo do encontro foi dis- Bispo auxiliar da nhor, na sua obra “Jesus de Naza- mos ir. A paternidade “nos céus” re- eterno e alegrar-se com sua compana cutir e aprofundar as questões da Arquidiocese ré” (Primeira Parte), afirma que, mete-nos para aquele “nós” maior, nhia, não tem necessidade de ir ao Região Brasilândia Reforma Política e do Plesbicito Poao repetir as palavras “Pai nosso, que ultrapassa todas as fronteiras, céu, nem de clamar em altas vozes? pular, que estão em pauta no âmbito que estais nos céus”, nós “não des- abate todos os muros e cria a paz.” Por baixinho que fale, está ele tão Dom Milton politico do País. locamos Deus Pai para uma consO Catecismo frisa ainda que perto que sempre nos ouvirá. Para Kenan Júnior Além da presença dos leigos telação situada muito longe, mas “o símbolo dos céus nos remete ao ir buscá-lo não precisa de asas: e membros da Pastoral, também afirmamos que nós, que temos tão mistério da Aliança que vivemos, basta pôr-se em solidão e olhá-lo compareceram a esse encontro o Imediatamente depois de invocar diferentes pais terrenos, viemos to- quando rezamos ao nosso Pai. Ele dentro de si mesma. Não estranhe bispo auxiliar da Arquidiocese de a Deus como “Pai nosso”, Jesus dos, no entanto, de um único Pai, o está nos céus que são a sua mora- tão bom hóspede. Fale-lhe como São Paulo para a Região Brasilân- acrescenta “que estais nos céus”, qual é a medida e a origem de toda da; a casa do Pai é, portanto, nossa a um pai, com grande humildade. dia, dom Milton Kenan Júnior e o não tanto para indicar um lugar, a paternidade. “Eu dobro os meus “pátria”. Foi da terra da Aliança Peça-lhe como a um pai. Conte-lhe padre José Domingos Bragheto, mas para revelar a maneira de ser joelhos diante do Pai, do qual deri- que o pecado nos exilou e é para o seus sofrimentos e implore remévigário paroquial da Área Pastoral de Deus que ultrapassa nosso en- va toda a paternidade no céu e na Pai, para o céu, que a conversão do dio para eles, entendendo que não Nossa Senhora e Santana. E contou tendimento e vai muito além das terra”, diz São Paulo (Ef 3,14s). É coração nos faz voltar” (n. 2795). é digna de ser sua filha” (Caminho também com a assessoria de Kamila nossas medidas. “Nosso Pai não como se ouvíssemos ao fundo a A palavra de Santa Teresa de de Perfeição 28,2). Gomes, da Pastoral Fé e Política da está ‘em outro lugar’, Ele está ‘para Palavra do Senhor: Não chameis Jesus, no comentário ao Pai nosso, Chamando a Deus de Pai, que Região Santana. além de tudo’ quanto possamos a ninguém sobre a terra vosso Pai, no seu livro “Caminho de Perfei- nos lembremos que “nele viveApós um momento de espiri- conceber a respeito de sua santida- porque um só é o vosso Pai, o que ção” nos ajuda a entrar neste misté- mos, nos movemos e existimos” tualidade, dom Milton comentou o de, porque ele é três vezes Santo, está nos céus” (Mt 23,9).” rio: “Deus está em toda parte. Onde (At 17,28). Embora sua Presença plebiscito popular e a necessidade está bem próximo do coração huE completa Bento XVI: “céu, está Deus, aí está o céu... Será de transcenda infinitamente nossas de reforma política, e entregou aos milde e contrito” (CIC, n. 2794). significa, portanto aquela outra ele- pouca importância para uma alma medidas, ele habita em nós e nos membros a cartilha de orientação O papa emérito Bento XVI, vação de Deus, de onde todos nós dissipada compreender esta verda- convida a viver em comunhão com política com o tema: “A Igreja e as quando comenta a Oração do Se- viemos e para onde todos nós deve- de e ver que, para falar a seu Pai ele, participando da sua vida. Eleições 2014” (CNBB- Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). O documento servirá como reflexão e tem como objetivo levar às urnas cristãos católicos conscientes do voto. Júnior, bispo auxiliar da Arqui- Cristã com inspiração catecu- João Jacinto Mendonça, 134, na Da região episcopal Na sequência, Kamila Gomes diocese na Região; “O Proces- menal”, com o padre Diogo Vila Operária – telefone: 3917falou do trabalho que a Pastoral Fé e Entre 28 e 31 de julho, das 20h so Catecumenal de Iniciação à Cassiano Maciel. 2423); Paróquia Santo Antônio Política está desenvolvendo na Re- às 22h, acontece a formação re- Fé a partir do RICA”, com o A formação acontecerá dia- (rua Parapuã, 1.903, na Vila Bragião Santana, ressaltando a urgência gional sobre a Iniciação à Vida padre Eduardo Binna; “Que- riamente nos seguintes locais: silândia – telefone: 3921-6046); e da reforma política brasileira. “O Cristã. Os temas abordados se- rigma – A Força do Anúncio”, Paróquia Santos Apóstolos (ave- Paróquia São Luís Gonzaga (praplebiscito popular é um espaço para rão: “A Transmissão da Fé no com o padre Antonio Francisco nida Itaberaba, 3.907, Jardim ça dom Pedro Fulco Morvidi, 1, promover o debate das estruturas Período da ‘mudança de épo- Lelo (padre Lelo); e “Os Mi- Maracanã - telefone: 3851-4535); Vila Pereira Barreto – telefone: políticas e apontar alternativas”. ca’”, com dom Milton Kenan nistérios da Iniciação à Vida Paróquia São José – Perus (rua 3975-6790).
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| Santana | 19
Frutos da Jornada Mundial da Juventude 2013 Na comemoração do aniversário da JMJ , Região Santana faz balanço das atividades com jovens após o evento no Rio
ventude, seguindo o documento 85 da CNBB que diz: “Organizar o Setor Juventude em cada igreja particular, de forma criativa e participativa, para fortalecer e di-
namizar a juventude”. Fazendo parte do Setor Juventude da Arquidiocese de São Paulo, foi criada uma Comissão Regional de Juventude, eleita
após assembleia, composta de jovens de todos os nove setores que compõem a Região. Esse grupo ficou encarregado de promover várias ações com os jovens. Padre Guttemberg Souza Filho
Diácono Francisco Gonçalves Colaborador de comunicação da Região
A 28ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que aconteceu no SANTANA Rio de Janeiro, de 23 a 28 de julho de 2013, ficou na memória de todos os seus participantes. “Esse sonho da JMJ no Brasil motivou todas as dioceses a olhar mais para a realidade da juventude que está na vida da igreja e precisava ser vivida com mais intensidade. A preparação intensa sensibilizou o coração de todas as pessoas que participam da vida da Igreja. Com isso, as mobilizações cativaram os jovens”, diz padre Guttemberg Edson de Souza Filho, ms, coordenador do Setor Juventude da Região Santana. Na recordação desse acontecimento marcante na vida da Igreja, padre Guttemberg relembra: “Ainda podemos sentir a emoção. Os vários grupos, ao saírem de nossas paróquias, lotaram as estradas, rodoviárias e aeroportos da capital fluminense. E ao olhar para trás... sentir aquele arrepio na espinha com tantos jovens caminhando, cantando e rezando nas ruas do Rio. Depois de um ano da JMJ, ainda se vê grupos animados, vivendo sua espiritualidade enraizada em Jesus Cristo, desembocando na participação e interação dos jovens nos vários movimentos e pastorais da Igreja. O crescente número de jovens em nossas paróquias deseja cada vez mais sentir a vida que brota do coração da Igreja para desembocar na sociedade. É gratificante!”. Se a JMJ influenciou a juventude, o mesmo se pode dizer da Região Episcopal Santana, pois a partir desse evento, a vida jovem na Igreja aflorou com muita ênfase, com o surgimento de uma melhor estruturação do Setor Ju-
Jovens reunidos na capela da Cúria de Santana durante evento de espiritualidade promovido pelo Setor Juventude
Diversos encontros aconteceram, como aqueles em que os jovens refletiram sobre a Campanha da Fraternidade 2014, analisando com a experiência juvenil a situação em que vivem as várias pessoas e jovens submetidos ao tráfico humano. Em termos de espiritualidade, o Setor Juventude promoveu momentos celebrativos com reflexão, adoração e vigílias. “Haverá também um festival de músicas, danças e teatros a ser realizado, no dia 14 de setembro, no Colégio Salesiano (rua Dom Henrique Mourão, 201), no qual as paróquias irão se apresentar para celebrar a riqueza e a criatividade dos jovens dos vários grupos paroquiais. O encerramento será com a celebração eucarística. Nesse dia, todas as manifestações artísticas refletirão o tema: ‘Igreja, casa da Juventude: onde descubro a minha vocação!’, tema esse inspirado pelo 11º Plano de Pastoral da Arquidiocese de São Paulo”, informa padre Guttemberg.
palavra do bispo
O direito de proteger as crianças Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana
Dom Sergio de Deus Borges
‘As crianças representam a “coroa do Matrimônio”, a verdadeira riqueza da humanidade. O lugar natural para a sua educação é a família. É aqui, na comunidade de vida e de amor, que elas são formadas como membros da Igreja de Cristo. É aqui que, honrando e amando os seus pais, elas podem enriquecer a vida de todos os membros da família mais alargada’ (Pontifício Conselho da Família, Encontro de Manila). Porém, a família não é a única
e exclusiva educadora das crianças. Conforme vão crescendo, precisam interagir, devem estudar, abrir novos horizontes e conhecer a comunidade mais ampla da sociedade organizada e, assim, entram em contato com uma grande avalanche de conteúdos, informação e valores. Papel predominante nesta interação com o mundo é exercido pelos meios de comunicação, principalmente pela internet. Essa forma de comunicação apresenta muitos benefícios: as famílias podem permanecer em contato apesar de separadas por enormes distâncias; os estudantes têm acesso mais fácil e imediato a bibliotecas digitais e, pela sua natureza interativa, são facilitadas formas
mais dinâmicas de aprendizagem e comunicação que contribuem para o desenvolvimento pessoal e comunitário. A internet, como disse o papa Francisco, é uma benção, mas pode se tornar também um buraco sem saída. Isso ocorre pela utilização imprópria e quando ela se introduz no seio da vida familiar e debilita os direitos e os deveres dos próprios pais, ou quando o desejo de ligação virtual se torna obsessivo e tem por consequência o isolamento, interrompendo a interação social real. Isso acaba por perturbar também as formas de repouso, de silêncio e de reflexão necessárias para um correto desenvolvimento humano. Precisamos proteger as crian-
agenda regional
ças do uso inadequado desses meios para evitar riscos à sua formação e à própria família. Simplesmente proibir a utilização desses meios não educa, pois reprime potencialidades. A melhor forma de proteger é ensinar a usar adequadamente, com regras claras de utilização, acompanhamento sobre os conteúdos e os sites frequentados e o tempo em que a criança e o adolescente permanecem conectados. Por último, devem os pais incentivar as crianças a utilizar as novas redes digitais que cultivam os mesmos valores ensinados no lar e que procuram promover a solidariedade humana, a paz, a justiça, a família, a fé, o respeito pela vida e pelo bem da criação.
Sábado (26)
Domingo (27)
Das 8h às 12h30 - Formação Mesac para os Setores Jaçanã e Tremembé, na Paróquia São Benedito (rua Igarité, 338). 19h - Missa presidida por dom Sergio Borges na festa de Sant’Ana, na Paróquia Sant’Ana, (rua Voluntários da Pátria, 2.060).
10h – Sacramento da Confirmação, na Paróquia São Marcos Apóstolo (rua Ita, 313, Pedra Branca).
O jornal O SÃO PAULO está de cara nova 3666-9660 - 3660-3723 - 3660-3724
faça parte
desta mudança
20 | Sé |
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Dom Tarcísio é nomeado bispo coadjutor de Santos Luciney Martins/O SÃO PAULO
Auxiliar de São Paulo desde 2008, prelado afirmou assumir ‘com o coração aberto’ nova missão confiada pelo papa Francisco
Santos
Fundada em 4 de julho de 1924, a Diocese de Santos abrange nove municípios do litoral paulista, com cerca de 1,7 milhões de habitantes (confira o quadro). “Estou indo de coração aberto. Tenho certeza de que estou indo para o encontro de irmãos, uma nova família, e vou com a disposição de servir. Para isso, peço as orações de todos para ser um bom pastor segundo o coração de Cristo”, pede dom Tarcísio. Inspirado em seu lema episcopal, “E habitou entre nós”, dom Tarcísio pretende encontrar essa presença de Deus na Diocese. “Quero descobrir como bate o coração de Cristo na realidade da Igreja de Santos”.
Fernando Geronazzo
Colaborador de comunicação na Região
Confiança e serenidade. Esses foram os sentimentos de dom Tarcísio Scaramussa SÉ ao receber a notícia de que o papa Francisco o nomeava bispo coadjutor da Diocese de Santos (SP), na quarta-feira, 16. Bispo auxiliar de São Paulo desde 2008, dom Tarcísio exerce as funções de vigário geral da Arquidiocese e vigário episcopal para a Região Sé. “Sempre entendi, numa visão de fé, que Deus vai nos chamando nos acontecimentos da história, através da Igreja. Isso me traz muita serenidade para enfrentar as novas missões e o que me é pedido, porque entendo como uma vontade de Deus”, disse dom Tarcísio ao O SÃO PAULO.
Surpresa
Natural de Vargem Alta (ES), ordenado presbítero em dezembro de 1977 e nomeado bispo em 2008, dom Tarcísio não negou ter sido surpreendido pela nomeação, mas garantiu ser uma grata surpresa. “O Papa me surpreendeu e acolho essa surpresa de uma forma muito positiva, como um novo horizonte que se abre. Um novo desafio para a missão”. Dom Tarcísio Scaramussa recebeu o co-
de Santos, dom Jacyr Francisco Braido, que em 2015 completará 75 anos, idade indicada pelo Código de Direito Canônico para que os prelados apresentem ao Pontífice sua renúncia da função de bispo diocesano.
Diocese de Santos
Bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo irá exercer o ministério na Diocese de Santos (SP)
municado de sua nomeação por intermédio do núncio apostólico no Brasil, dom Giovanni d’Aniello no início do mês de julho. “Foi tudo muito rápido. Manifestei a minha aceitação e como eu estava com uma viagem já programada para o Líbano, ficou confirmada a publicação da nomeação assim que eu retornasse para o Brasil”, explicou.
Coadjutor
O bispo coadjutor é um bispo auxiliar, com a diferença é que este tem o direito de sucessão. “É alguém que colabora mais estritamente com o bispo diocesano”, esclareceu dom Tarcísio. Normalmente, o próprio bispo solicita ao papa um bispo coadjutor, como fez o bispo
Bispo: Dom Jacyr Francisco Braido Área: 2.369 km² Municípios: 9 (Santos, São Vicente, Cubatão, Guarujá, Bertioga, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe) Paróquias: 42 População: 1.710.000 habitantes (Censo 2010) População Católica: 1.464.000 habitantes Padres seculares: 51 Padres religiosos: 47 Diáconos permanentes: 24 Religiosos: 55 Religiosas: 131
‘Em São Paulo, eu realmente descobri como Deus habita esta cidade’ Do colaborador de comunicação na Região
Ao falar sobre os seis anos de serviço na Arquidiocese de São Paulo, dom Tarcísio enfatizou que foi um experiência extraordinária de Igreja, de verdadeira aprendizagem de como ser bispo. “É uma realidade muito diversa, desafiadora, cheia de riquezas e desafios para a evangelização”. O Bispo recordou que chegou a São Paulo no ano da comemorações do centenário da Arquidiocese, cujo lema era o versículo “Deus habita esta cidade” (Salmo 47,9). ‘Em São Paulo, eu realmente descobri como Deus habita esta cidade. Reconhecer os sinais dessa presença de Deus foi um exercício de espiritualidade e de pastoral muito importante”.
Juventude e Catequese
Como bispo referencial do Setor Juventude e da Animação Bíblico-Catequética da Arquidiocese, dom Tarcísio afirma levar grandes experiências. “Procuramos fortalecer o Setor Juventude da Arquidiocese. Conseguimos articular e reunir as várias pastorais, mo-
vimentos, comunidades, congregações e grupos. Não é fácil congregar a todos, mas temos feito um bom caminho e dado passos importantes e investindo na animação da juventude”, destacou. Sobre a Animação Bíblico-Catequética, dom Tarcísio afirma que também foi uma caminhada muito enriquecedora. “A Arquidiocese tem uma boa organização de Catequese. Agora estamos trabalhando em um processo de renovação, principalmente em relação à iniciação à vida cristã, urgência pastoral deste ano”. “Gostaria de agradecer por esses seis anos vividos aqui na Arquidiocese. Me senti acolhido como irmão. Tive uma verdadeira experiência de comunhão com todos os bispos, com os padres, com os leigos”, completou dom Tarcísio. Nos próximos dias, dom Tarcísio terá um encontro com o bispo de Santos para combinar a data de sua posse canônica na Diocese, que provavelmente será no prazo de 60 dias. Enquanto isso, ele permanece exercendo suas funções na Arquidiocese. Somente após sua posse em Santos e que será designado pelo Arcebispo um vigário episcopal para a Região Sé. (FG).
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| Região Belém | 21
São Mateus e Sapopemba realizam semana de CEBs João Carlos Gomes
Evento organizado há 21 anos recebeu cerca de 200 pessoas por noite e visou integrar e fortalecer os setores e as comunidades eclesiais de base João Carlos Gomes
Colaborador de comunicação da Região
Os setores São Mateus e Sapopemba da Região bELÉM Episcopal Belém realizaram, nos dias 16, 17 e 18 de julho, a 21ª edição da Semana de Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Com o objetivo de integrar e fortalecer os setores, bem como as comunidades eclesiais de base, o evento teve como tema geral “Justiça e Profecia a Serviço do Reino e da Liberdade” e em cada uma das três noites um assunto relacionado ao tema, assim definido: na primeira noite, o diretor da Cáritas Arquidiocesana e pároco da São João Batista do Brás, do Setor Belém, padre Marcelo Álvares Matias Monge, falou sobre o “Profetismo da Comunidade na Luta Contra o Tráfico Humano”. Na segunda noite, o promotor de Justiça, Dr. Eduardo Dias, conduziu o tema Justiça a Serviço da Dignidade e dos Direitos Humanos. Na última noite, o administrador
Com média de 200 pessoas em suas três noites, a Semana Missionária tem Justiça como tema central no encontro das Comunidades Eclesiais de Base
da Imaculada Conceição, do Setor Sapopemba, padre Gilberto Orácio de Aguiar, e a equipe de CEBs do Belém relembraram o 13º encontro dos representantes das comunidades eclesiais de base, o 13º Intereclesial, realizado no início do ano em Crato, no Ceará, cujo tema foi “Justiça e Profecia a serviço da Vida”, e discutiram o seu legado.
Importância na Igreja
Para o padre Marcelo, que é oriundo das Comunidades Eclesiais de Base, é sempre uma alegria voltar para aquela região da Capital, onde iniciou sua missão, para falar sobre um assunto que lhe é tão caro, que é o profetismo da comunidade. “As CEBs tiveram, têm e, acredito, sempre terão uma grande importância na vida da Igreja no Brasil e no
mundo; os setores que preservam e que tiveram a oportunidade de constituir paróquias organizadas em comunidades de base conseguem um número significa-
tivo de pessoas para participar de suas atividades, sobretudo as Catequeses”, disse padre Marcelo, que finalizou: “As pastorais nos setores onde as CEBs estão
constituídas são muito mais presentes, mais atuantes. Por isso, é para mim uma alegria muito grande participar deste momento profético”.
Arquivo pessoal
Correspondentes em Londres Residindo desde fevereiro deste ano em Londres, onde reiniciam sua caminhada de trabalho e pastoral, o casal Wander e Cristina Arraes - participantes ativos da Região Belém, quer na Cáritas Regional, quer no programa da Família Missionária ou tantas outras atividades paroquiais, setoriais ou da Região - deixaram saudades por sua fé, simpatia e compromisso sem medida com a justiça. Estão mais longes do abraço, mas nem por isso, longes do nosso coração!
22 | Região Ipiranga |
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Dom José Roberto: Vim para servir Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
“Coloco-me diante de vocês como servo, dedicando cada instante de minha vida, conforme meu lema episcopal, ao serviço da Verdade para o bem da Igreja” Francisco David
Colaborador de Comunicação da Região
No sábado, 19, centenas de fiéis lotaram a Paróquia Imaculada IPIRANGA Conceição, no bairro do Ipiranga, para participar da missa de acolhida de dom José Roberto Fortes Palau, nomeado pelo Papa Francisco bispo auxiliar de São Paulo e designado pelo arcebispo metropolitano, cardeal dom Odilo Scherer, como vigário episcopal da Região Ipiranga. Na missa, além de dom Odilo, estavam presentes o Cardeal dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, dom José Valmor César Teixeira, bispo de São José dos Campos, dom Tarcísio Scaramussa, bispo
Região Ipiranga acolhe dom José Roberto com missa solene na Paróquia Imaculada Conceição, no sábado, 19
auxiliar de São Paulo, nomeado pelo papa Francisco na última semana como bispo coadjutor de Santos, padres, diáconos e autoridades civis, como o corregedor do Tribunal de Contas do Município, Dr. Domingos Dissei e o subprefeito do Ipiranga, Dr. Alcídes Gasparetto Júnior. No início da santa missa, o Padre Eduardo Vieira dos Santos, chanceler do arcebispado, fez a leitura do Decreto de No-
meação, expedido pelo cardeal dom Odilo Scherer, que dá o encargo de vigário episcopal à dom José Roberto. Logo depois, os padres da Região Ipiranga saudaram dom José com um abraço fraterno. Em sua homilia, dom José Roberto falou sobre a paciência de Deus. As três leituras indicaram sobre a misericórdia, que é a vontade de salvar. Dom José também alertou para o perigo
do “imediatismo”: “Não podemos e nem devemos atropelar as pessoas com o imediatismo, pois a paciência não é vistosa, nem fanfarrona, nem apressada. Ela é semelhante ao fermento na massa: não aparece, é discreta, mas, gradativamente, transforma toda a realidade”. Ainda segundo dom José, o bem e o mal se encontram misturados em nosso coração: “Bem e mal se encontram misturados, como o joio e o trigo do
campo, e existem no nosso coração e no dos outros. O que realmente importa é, auxiliados pela graça divina, resistirmos e superarmos o mal, mantendo-nos fiéis ao bem”. Também citou uma frase de São Basílio Magno: “O bispo deve viver persuadido de que quanto maior for o seu rebanho, mais tem que servir”. E continuou: “Coloco-me diante de vocês como servo, dedicando cada instante de minha vida, conforme meu lema episcopal, ao serviço da Verdade para o bem da Igreja, e como servo devo lavar os pés daqueles que estão sob os meus cuidados. Lavar os pés implica também curar as feridas que vão se formando ao longo do caminho”. O momento de Ação de Graças foi presenteado pelo ‘Coral Schola Cantorum Tagaste’ de São José dos Campos, que cantou uma canção gregoriana. Ao final da celebração, o padre Vicente de Abreu, pároco da Paróquia Santo Afonso Maria de Ligório e coordenador de pastoral da Região Ipiranga, agradeceu o padre Anísio Hilário pelo trabalho que desempenhou por um ano e oito meses à frente da Região e deixou uma mensagem de acolhida ao novo vigário episcopal: “Temos certeza que dom José Roberto é um presente de Deus. Queremos que ele seja bem acolhido por todos e sintase em casa, tanto na Arquidiocese quanto em nossa Região Ipiranga”.
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www.arquidiocesedesaopaulo.org.br | 23 a 28 de julho de 2014
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Área Pastoral São João Batista, no Butantã, institui missa em espanhol Iniciativa visa a atender universitários latino-americanos. Celebração terá horário fixo às 11h30, em todos os domingos
aprova e motiva a iniciativa da Comunidade. A missa é aberta a todos, e muitos jovens brasileiros aproveitam o horário para participar da missa e também assim exercitar o espanhol, curso que é oferecido gratuitamente na comunidade. O padre Mario Lopes (Pauli-
no) presidiu a celebração e fez a homilia. Segundo o padre Mario, quando Jesus conta a parábola do joio e do trigo para o povo, quer ensinar que Deus Pai se apresenta tolerante e paciente e deixa crescer a boa semente e a ruim até o tempo da colheita. No coração do homem também aparece o trigo e
o joio, construindo a vida entre luzes e sombras, em que temos que aprender a ter paciência e esperar para amadurecer, tendo tolerância com os outros e com seus defeitos, e reconhecendo os próprios defeitos e debilidades. Quem julga, no momento certo, é Deus. O celebrante ressaltou que as outras Benigno Naveira
Benigno Naveira
COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO DA REGIÃO
Na manhã de domingo, 20, às 11h, a reportagem da LAPA Pastoral da Comunicação da Região Episcopal Lapa visitou a Área Pastoral São João Batista - Setor Butantã e acompanhou junto com a comunidade a celebração da santa missa em espanhol. Antes da celebração, a reportagem entrevistou o vigário paro- Missa em espanhol na Lapa é iniciativa pastoral que busca dialogar com estudantes imigrantes, a maioria da USP quial padre Antonio Francisco Ribeiro, que explicou como iniciou e qual é o objetivo da celebração da palavra do bispo missa em espanhol. A celebração em espanhol é uma iniciativa do coordenador da Pastoral da Crisma da comunidade local, Eduardo auxiliar da cido também como “querigma”. Note bem: o querigma não é Luiz Thomaz, junto com o padre Bispo na O primeiro anúncio ou quetodo o caminho, mas é seu início. Antonio Ribeiro e jovens de língua Arquidiocese Região Lapa rigma é a mensagem central que Ou melhor: é mais do que só o iníespanhola da comunidade, com o anuncia a ação e o oferecimento cio. É o oferecimento de um dom propósito de atender aos jovens esDom Julio Endi decisivos de Deus de salvar com do qual dependem todos os pastudantes hispanófonos que moram Akamine a morte e a ressurreição de Jesus sos a serem dados. É a percepção e frequentam o Butantã. (cf. Rm 16,25; 1Cor 1,21; 15,3-5). e a intuição do Mistério da fé que A comunidade é frequentada por muitos jovens universitários Querido leitor do jornal O SÃO Esse primeiro anúncio já contém o se oferece ao iniciante. A partir da estrangeiros, vindos principal- PAULO, na edição anterior, refle- essencial. Podemos até dizer que aceitação do querigma, o iniciante mente da América do Sul, de pa- timos brevemente sobre a iniciação contém tudo o que a iniciação cristã pressente claramente que entrará íses como a Argentina, Bolívia, à vida cristã. Naquela ocasião, vi- quer comunicar. Ao iniciante é ofe- numa caminhada cuja meta ele Chile e Equador. Padre Antonio mos que a iniciação é um caminho recida a salvação em Jesus Cristo vislumbra. Já no início, ao iniciante ressaltou que, por ser uma área feito de várias etapas, que tem o de maneira vital e existencialmente é oferecida a meta do caminho: Jesus Cristo, a comunhão com Deus, pastoral, a comunidade São João objetivo de transmitir a uma pes- significativa. O querigma, quando feito por a unidade e a paz com os irmãos e Batista já realizava um trabalho de soa uma identidade cristã. Como acolhida aos Universitários, tanto você pode perceber, as etapas pres- cristãos maduros, responde a to- as irmãs. O querigma está no início, mas para os que vêm de outros esta- supõem uma progressão rumo à das essas perguntas que inquietam dos quanto para os estrangeiros. A maturidade na fé, uma caminhada o coração humano. É claro que o isso não significa que seja só o ideia é que seja um horário fixo, feita de crescimento e de passa- primeiro anúncio não responde a primeiro passo. Ele é mais do que com missa em todos os domingos, gens, uma educação da fé que vai todas as dificuldades existenciais isso. O primeiro anúncio oferece o ficando o horário das 9h em por- gradativamente avançando rumo do ser humano, mas ele refulge vislumbre da meta, o abraço feliz tuguês, o das 11h30 em espanhol, à plena inserção na comunidade com luz suficiente para iniciar uma do Pai que nos ama, nos espera e e o das 18h em português. Por se da Igreja. A primeira etapa desse nova caminhada, para provocar no nos deseja. Para que o primeiro anúncio tratar da mesma liturgia romana, itinerário é o pré-catecumenato, iniciante uma ascensão, uma subinão é preciso autorização espe- que consiste no primeiro anúncio. da que promete a plena realização aconteça realmente como oferta cial. O bispo auxiliar na Região Esse primeiro anúncio é conhe- da pessoa e a salvação do mundo. de salvação, é preciso que o anunLapa, dom Julio Endi Akamine,
duas parábolas, a da semente de mostarda e a do fermento, nos mostram que, no silêncio e sem perceber, Deus, com sua graça e seu Espírito, faz crescer o Reino. Assim, também a nossa missão é ser fermento no mundo, comunicar o Evangelho a todos. A reportagem conversou com Ana Lucia Morocho Jacome, equatoriana e estudante de doutorado na USP, que mora há seis anos no Brasil. A estudante disse que tem satisfação e orgulho de poder participar da organização da missa junto com o padre Mario e poder transmitir sua fé e experiência de vida para a comunidade como também ter o encontro com os irmãos de língua espanhola. Após o término da celebração, foi entrevistado o padre Mario, chileno que está no Brasil há 15 anos. O Padre disse que tem alegria e satisfação em celebrar a missa em espanhol para toda a comunidade, pois também promove melhor integração dos imigrantes.
Iniciação à Vida Cristã: “o querigma”
ciador esteja atento e identifique as perguntas fundamentais do iniciante, as suas inquietudes mais sofridas, a busca incessante de quem deseja se superar. O efeito que o querigma se propõe a realizar no iniciante é muito bem descrito por Santo Agostinho. Nas Confissões (10, 27,38), ele descreve o que significou o seu encontro com Deus, depois de uma longa, sedenta e sofrida busca: “Tarde te amei, Beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Tu estavas dentro de mim, e eu te buscava fora de mim. Brilhaste e resplandeceste diante de mim, e expulsaste dos meus olhos a cegueira. Exalaste o teu Espírito, e aspirei o teu perfume, e te desejei. Saboreei-te, e agora tenho fome e sede de ti. Tocaste-me, e abrasei-me na tua paz”. De Cristo recebemos gratuitamente um tesouro precioso, como a beleza que não passa, como o amor incondicional e fiel de Deus.
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23 a 28 de julho de 2014 | www.arquidiocesedesaopaulo.org.br
Em Guarulhos, 20ª Romaria da PJ reúne 8 mil Edcarlos Bispo/O SÃO PAULO
Com o lema: “Com Maria rumo ao Cristo, fonte de libertação”, evento teve a participação de jovens de todo o Estado de São Paulo Edcarlos Bispo
Enviado especial a Guarulhos (SP)
Não eram nem 4h30 da manhã, o sol não havia nascido e os ônibus que traziam os jovens vindos de todas as dioceses do estado de São Paulo não paravam de chegar ao pátio da sede da prefeitura do município de Guarulhos (SP) para participar, no domingo, 20, da 20° Romaria da Pastoral da Juventude do Regional Sul 1. Segundo as primeiras estimativas feitas pela organização do evento, antes do início da celebração eucarística, às 8h da manhã, cerca de 3.300 participantes já estavam presentes. Durante a romaria, esse número cresceu para 8 mil, de acordo com as informações da Guarda Civil Metropolitana. Neste ano, a Romaria teve como lema: “Com Maria rumo ao Cristo, fonte de libertação” , com destaque, às questões abordadas na Campanha da Fraternidade 2014. O tema “Juventude,
Tendo a frente a imagem de Nossa Senhora de Aparecida, juventude caminha pelo centro de Guarulhos (SP)
20 anos em Romaria” recordou todas as romarias anteriores realizadas pela PJ no Regional Sul 1 da CNBB. “Ela vem de dentro, de dentro ela vem. Toda a energia que a PJ tem”. Assim cantavam os jovens enquanto caminhavam pelas ruas do centro de Guarulhos. Ao longo do percurso, moradores saíam às janelas ou portas de suas casas para saudar e acenar aos jovens. Uma senhora que mostrava, da janela de seu prédio, uma imagem de Nossa Senhora Aparecida foi ovacionada pelos jovens, que respondiam ao gesto de carinho com gritos e aplausos.
A celebração
No pátio do Paço Municipal, os jovens participaram de um momento de vigília e logo após da celebração eucarística presidida pelo bispo diocesano de Guarulhos, dom Edmilson Amador Caetano, e concelebrada por diversos sacerdotes ligados à Pastoral da Juventude. Na homilia, o Bispo refletiu sobre o evangelho do 16º Domingo do Tempo Comum, a Parábola do joio e do trigo (Mt 13, 24-43), e destacou que, muitas vezes, as pessoas tendem a querer acabar com o joio, porém a dinâmica do Reino de Deus é outra, opta-se por deixar que tri-
Dom João Bosco toma posse na Diocese de Osasco Aloísio Maurício/Diocese de Osasco
go e joio cresçam juntos e depois cada um faça a sua escolha e decida se quer o trigo ou o joio. “Quero dizer uma coisa para vocês nessa Romaria: que saibam ser o trigo do reino, sendo fortes, não se deixando levar por aquilo que atrapalha”, afirmou dom Edmilson, convidando os jovens a viver a liberdade de serem filhos de Deus.
A caminhada
Durante os mais de 3 km do percurso da romaria os jovens realizaram quatro paradas, nas quais refletiram sobre algumas realidades da juventude e da sociedade:
protagonismo feminino, cidadania, violência, tráfico humano. Os jovens romeiros destacaram a necessidade de que o poder público dê maior atenção à juventude e aos problemas que os aflige. Ao falar de violência, por exemplo, Tales Farias, da Diocese de Bauru, destacou o número de jovens que são mortos nas periferias e, na visão dele, “de como é seletiva a abordagem da PM que parece acreditar que todo negro morador da periferia é suspeito”. Enquanto Tales falava à multidão, outros jovens atrás dele escreviam em um cartaz a frase de uma das campanhas encabeçadas pela PJ nacional, “chega de violência e extermínio de jovens”. As jovens Gabriela Costa de Gaspar e Angélica da Silva Lopes, da Região Episcopal Belém, acreditam que a Romaria “é um convite para que as pessoas que não conhecem [a Pastoral da Juventude] a conheçam e sentam o calor do grupo, é para as pessoas que já conhecem sentirem a motivação e continuarem participando”. Para as jovens, “o mais legal” da romaria é o que elas levam de volta para os seus grupos e compartilham com aqueles que não puderam estar presentes. Apesar do cansaço, afirmam que sentiram a força que precisavam para ficarem, ainda mais, animadas para a caminhada pastoral ao longo do ano. E-mail: edbsant@gmail.com
Dom Joseph Gébara é novo eparca Greco-Melquita Eparquia de Nossa Senhora do Paraíso
Da Redação
Da Redação
A Diocese de Osasco (SP) acolheu dom João Bosco Barbosa de Sousa, que tomou posse nesse domingo, 20, como terceiro bispo diocesano, em celebração no Ginásio José Corrêa, em Barueri (SP). A celebração contou com a presença de 19 bispos, entre eles o arcebispo metropolitano de São Paulo, cardeal Odilo Pedro Scherer. Após a leitura da bula pontífícia pela qual o papa Francisco o nomeou bispo diocesano de Osasco em 16 de abril, dom João Bosco recebeu o báculo pastoral das mãos de seu antecessor e agora bispo emérito, dom Ercílio Turco.
Na homilia, ao dirigir suas primeiras palavras ao povo de Osasco, dom João Bosco dispensou o texto que havia preparado e falou de improviso: “Permitam-me, meus caros e filhas desta Diocese que me acolhe, permitam-me dizer palavras muito simples e até deixar de lado o que eu escrevi aqui (… ) Dizer que a grande mensagem e a homilia de hoje quem faz são vocês, a presença de vocês neste fato de igreja, que é a sucessão apostólica, é que é a verdadeira homilia”, disse. Com 25 anos, a Diocese de Osasco foi criada em 15 de março de 1989, desmembrada do território da Arquidiocese de São Paulo. (www.arquidiocesedesaopaulo.org.br)
Na segunda-feira, 21, o papa Francisco aceitou o pedido de renúncia de dom Farès Maakaroun ao governo pastoral da Eparquia de Nossa Senhora do Paraíso, em São Paulo, dos Greco-Melquitas, em conformidade com o cânon 210, parágrafo primeiro do Código dos Canônes das Igrejas Orientais – CCEO. Por conta disso, o governo pastoral da Eparquia de Nossa Senhora do Paraíso será assumido por dom Joseph Gébara, 49 anos, até então eparca coadjutor. Nascido no Líbano, dom Joseph Gébara estudou Filosofia no Instituto Teológico São Paulo de Harissa e Teologia no Instituto Católico de Paris. É doutor em História das Religiões e Antropologia Religiosa, pela Universidade Sorbonne. Ele foi ordenado sacerdote para a Arquieparquia de Beirute e Jbeil dos greco-melquitas em julho de 1993 e nomeado bispo auxiliar da Eparquia de Nossa Senhora do Paraíso em outubro de 2013. De acordo com o Anuário Católico 2012, a Eparquia de Nossa Senho-
ra do Paraíso em São Paulo para os fiéis do Rito Melquita residentes no Brasil tem cinco paróquias pelo país e foi criada em novembro de 1971 pelo papa Paulo VI e constituída sufragânea da Arquidiocese de São Paulo. (Com CNBB)