O SÃO PAULO - edição 3014

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 59 | Edição 3014 | 13 a 19 de agosto de 2014

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Francisco

chega à Coreia Em sua terceira viagem apostólica internacional, o Papa Francisco está na Coreia do Sul até o dia 18, onde participa da VI Jornada Asiática da Juventude, que reunirá cerca de 2 mil jovens. Ele beatificará 124 mártires coreanos, fundadores da Igreja na Coreia, e defenderá a reconciliação e a

paz entre as Coreias do Norte e do Sul. “Convido todos a rezarem comigo para que esta viagem apostólica dê bons frutos para a Igreja e a sociedade coreana”, afirmou o Papa, por meio de uma vídeo-mensagem antes de sua viagem. Na Coreia do Sul, a Igreja Católica cresceu 1,5% em 2013,

Um Disque Denúncia para combater a corrupção eleitoral em 2014

A vocação nos mais diversos serviços da Igreja e da sociedade

Foi lançado em São Paulo, na terça-feira, 5, um serviço para receber pelo telefone denúncias de atividades ilícitas de candidatos durante as campanhas eleitorais. O Disque Denúncia Eleitoral (DDE) é uma iniciativa de várias instituições que lutam contra a corrupção. As principais reclamações são acerca de compra de votos e, ao serem recebidas, são encaminhadas para o Ministério Público. Os candidatos ao Governo de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), Alexandre Padilha (PT) e Paulo Skaf (PMDB) falaram ao O SÃO PAULO sobre suas propostas para evitar e combater a corrupção. Na edição, é apresentada também a cartilha da CNNB para orientar os eleitores.

Em agosto, a Igreja no Brasil celebra o Mês Vocacional. Nesta edição, O SÃO PAULO apresenta a vida dos seminários arquidiocesanos: um panorama com as casas de formação e o trabalho que são desenvolvidos em cada uma delas. Recordando o dia do diácono, celebrado no domingo, 10, na festa de São Lourenço, diácono e mártir, é feita uma explanação da missão e do serviço diaconal. Por fim, na Semana Nacional da Família, tem espaço nas páginas do jornal a célula mater da sociedade, com a apresentação do tema deste ano, “A espiritualidade cristã na família: um casamento que dá certo” e as atividades que podem ser desenvolvidas a partir dessa temática.

Sul 1 pede ao governo fim da revista vexatória

Cristãos são vítimas de violência no Iraque

Página 10

Curso do clero trata da Iniciação à Vida Cristã Página 11

Página 24

Páginas 12 e 13

Página 9

Dom Edmar analisa discernimento vocacional Página 16

L’Osservatore Romano

Páginas 14 e 15

de acordo com estatísticas oficiais da Conferência Nacional dos Bispos da Coreia, superando o percentual de crescimento da população. No continente asiático, houve um aumento de 2% na quantidade de católicos.


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editorial

Advertências para o voto consciente Terminado o campeonato mundial de futebol e com a proximidade das eleições, o povo brasileiro começa a focar suas atenções na escolha de seus candidatos aos cargos do Executivo e do Legislativo federais e estaduais. Apesar de a campanha eleitoral ainda não ter oficialmente começado, percebe-se já uma grande movimentação: os políticos, com o respaldo da imprensa, começam a mostrar as “armas” que possuem uns contra os outros. Tudo indica que teremos uma campanha predominantemente marcada por denúncias de improbidades administrativas, falcatruas, mau uso

da máquina pública e do dinheiro dos contribuintes, além de um candidato procurar explorar ao máximo as fraquezas de outro e quase não apresentar plano de governo. Nessa “guerra” pelos votos em que “vale tudo”, evidente que as denúncias são importantes, desde que não sejam calúnias. O meio mais fácil de veiculação de informações distorcidas e mentirosas é, sem dúvida, a internet, ambiente que permite a disseminação do veneno da mentira sem cobrar a conta do autor cuja a identidade fica sob a custódia de falsos perfis criados nas redes sociais com fins espúrios.

A democracia não é construída com base na manipulação da informação e, muito menos, na compra dos votos. Assim, é preciso sim estar atentos aos políticos corruptos que tentam “ganhar” votos com troca de favores, distribuição de brindes, de gasolina, festinhas regadas a cerveja etc. Posto isso, ao lado do mau político, está também o mau eleitor que vende o seu voto e quase sempre, a preço de banana. Esse eleitor é igualmente corrupto. Não é novidade que a imprensa possui um papel fundamental na formação da opinião pública. E aqui,

vale uma advertência: jornalistas são seres humanos que possuem opiniões e causas pessoais. A imprensa é constituída por empresas que possuem tendências políticas e interesses institucionais. Não existe informação neutra. O que existe, e isso deve ser exigido, é isenção profissional. O leitor deve ler jornais e revistas e assistir a telejornais em busca de informações. Mas deve fazer tudo isso com senso crítico aguçado e estar atento para notícias enviesadas, daquele tipo que “fala” mais pelas omissões de informações do que por aquilo que propriamente noticiam.

opinião

A realidade imagética no cerne da violência Neide Coelho Boëchat

Mais do que o pífio desempenho da seleção brasileira, algo me inquietou durante a Copa: a escandalosa baderna que tomava conta do bairro de Vila Madalena após os jogos. Eu me perguntava, incrédula: Como é possível que se perca completamente o respeito à vida privada dos moradores daquela região? Quais limites demarcam a esfera pública da esfera privada? Na Grécia antiga, a esfera pública (polis) era o espaço em que o homem (e não a mulher) exibia suas aptidões, conquistas e feitos. Ali ele se mostrava tal como queria ser reconhecido (como o melhor entre os outros). Era o espaço do desvelamento do particular, do individual. Já a esfera privada dizia respeito à família, tida como sagrada. Ali, os homens viviam juntos, compelidos por necessidades e carências. Ambas eram estabelecidas por condições básicas: a necessidade (privada) e a liberdade (pública). Segundo a filósofa Hannah

Sergio Ricciuto Conte

Arendt, embora a linha demarcatória entre essas esferas fosse difusa, é provável que a pública tenha ocorrido a partir da esfera privada, da família e do lar: “Antes da era moderna, todas as civilizações tiveram por base o caráter sagrado da esfera privada.” Estabelecer limites entre as duas esferas sempre gerou conflito. Grosso modo, a pública sempre se opôs à privada, mas o respeito aos limites sempre foi algo a ser observado e mantido. Diante do que vimos nas ruas da Vila Madalena, vale refletir: o que ocorre com nossa sociedade que parece querer destruir essas fronteiras tão fortemente mantidas em nosso processo civilizatório? Arrisco uma suposição: embora seja comum colocar a culpa de tudo nas redes

sociais, não se pode deixar de reconhecer seu papel decisivo no comportamento. Sugiro que pensemos o uso (ou o mau uso) que se faz das redes, meio de comunicação que provocou profundas alterações no comportamento,

ma edição 3.011, por exemplo, o obituário do Sr. Plínio de Arruda Sampaio simplesmente omitiu que: 1) nas últimas três décadas e meia, a sua militância política foi em partidos de esquerda (PT e PSOL); e 2) na campanha eleitoral de 2010, quando candidato a presiden-

te, o ex-deputado (apresentado como “exemplo de cristão”) posicionou-se favoravelmente ao aborto. Acredito que, como eu, muitos outros leitores gostariam de encontrar mais moderação e equilíbrio nas reportagens de um semanário que fala em nome da Arquidiocese

fruto da distorção de alguns valores, entre esses, um que subverte o próprio conhecimento: a dualidade aparência-realidade. Explico: no mundo virtual, a realidade é constituída por imagens na tela do computador. Para o internauta, enquanto está ali envolvido por aquela realidade imagética, todo o seu corpo e suas emoções reagem imediatamente e aquele mundo se torna real: o que lhe aparece é o que existe, logo o que não aparece não existe. Para existir, é preciso aparecer, o que implica ver e ter certeza de que seu corpo apareceu para outro, isto é, foi visto, pois só em face dessa certeza sua existência estará garantida. Logo, para existir há duas alternativas: ou sai da privacidade de sua casa ou abre o computador

e se mostra para alguém que o identifica como existente. Basta isso e está aqui rompido o limite entre o lar - instituição privada - e o espaço público – esfera comum a todos. Assim, está rompido o mundo real, e confirmado como verdadeiro o mundo das aparências. Estamos diante de uma ambiguidade perigosa: um ser que vive sustentado por imagens (irreais) coloca em risco não só a realidade da própria existência, mas a de toda uma sociedade, adubando com suas condutas imaginárias o solo mais fecundo, disfarçado e mudo da violência. É possível que resida nessa ambiguidade a violência que destruiu a paz e a segurança dos moradores da Vila Madalena. Pior ainda é saber que podem estar vinculada a essas condutas muitos dos crimes violentos nas grandes cidades brasileiras. Neide Coelho Boëchat é coordenadora do Curso de Filosofia do UNIFAI – Centro Universitário Assunção, doutora em Filosofia e bacharel em Psicologia. Escreveu “História e escassez em Jean-Paul Sartre”, indicado ao Prêmio Jabuti 2012 em ciências humanas.

espaço do leitor

Sobre o jornal

“Prezados editores, gostaria de subscrever inteiramente a crítica do leitor Fernando Giannini, publicada na edição 3.011 deste jornal. De fato, inúmeras reportagens têm apresentado um nítido e recorrente viés governista e esquerdista. Nesta mes-

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

de São Paulo. A Paz de Cris- virá ilustrado por fotos e a arte condizentes e também acessível to!”. Rogério Schmitt (por e-mail) eletronicamente”. “Pensem um jornal vibrante, que seja gostoso de ler, que inspire nos jovens o gosto pela leitura, obviamente com aquele conteúdo necessário, que

Carlos Alberto Beatriz (pelo Facebook).

Redação do jornal O SÃO PAULO. Endereço: Avenida Higienópolis, 890, São Paulo (SP), CEP. 01238-000. E-mail: osaopaulo@uol.com.br Twitter: @JornalOSAOPAULO Facebook: Jornal O SÃO PAULO

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encontro com o pastor

A revista vexatória nas prisões é necessária? inevitável essa prática, que fere a dignidade humana e acrescenta sofrimento a quem já carrega um fardo de humiArcebispo metropolitano lhações e privações por causa de um de São Paulo familiar preso? Alega-se que a revista é necessária para evitar que a insegurança cardeal e o caos nas prisões. odilo pedro O argumento, porém, não convenscherer ce. Um levantamento realizado pela Recentemente, o Regional Sul 1 da Rede Justiça Criminal mostrou que a Conferência Nacional dos Bispos do apreensão de objetos proibidos com Brasil (CNBB) fez uma manifestação familiares ou visitantes é quatro veao Governo do Estado de São Paulo zes menor que a quantidade de armas, para pedir que seja sancionado o Projeto drogas e celulares encontrados com os de Lei Estadual nº 797/2013, aprova- presos. No Estado de São Paulo, tais do por unanimidade pela Assembleia objetos são encontrados em apenas Legislativa, em 3 de julho passado, ve- 0,03% das revistas, ou seja, três objedando a revista vexatória nos presídios tos ilícitos a cada 10 mil desses procepaulistas. dimentos degradantes. A revista vexatória é um procediExistem outras formas de controle, mento realizado em familiares de pre- menos invasivas e vexatórias, também sos e outras pessoas que visitam os pre- usadas em aeroportos e outros locais, sidiários. Mulheres, homens, gestantes, onde a segurança é fortemente zelada. idosos e crianças são obrigados a tirar a Equipamentos eletrônicos, como deroupa e a se submeter à revista íntima tectores de metais, scanners corporais e e invasiva, inclusive nos órgãos geni- aparelhos de raios-x poderiam ser usatais, diante de agentes penitenciários, dos, mesmo respeitando os limites de de outros visitantes e mesmo diante exposição à radiação. Uma resolução dos filhos. Nem sempre são levados em do Conselho Nacional de Política Criconta os padrões de dignidade humana e minal e Penitenciária, de 12 de julho de higiene. Há também quem se queixa de 2006, já recomendava a utilização de agressões verbais por parte dos funcio- equipamentos eletrônicos na revista em nários do presídio. presídios e a preservação da honra e da Com a revista, pretende-se impedir dignidade da pessoa durante os procesa entrada de armas, drogas, celulares e sos manuais de revista. outros objetos nas prisões. O visitante é A Constituição Federal, em seu artisubmetido a uma humilhação discrimi- go 1º, garante o princípio da dignidade natória e à violação de sua dignidade. A da pessoa humana. O artigo 5º, tratando prática é autorizada pela administração dos direitos e garantias fundamentais, penitenciária. prevê que ninguém será submetido a Não se nega ao Estado o direito e tratamento desumano ou degradante e mesmo o dever de controle e de segu- que a intimidade pessoal é inviolável. O rança nos presídios. Mas será mesmo mesmo artigo assegura que a pena não

passará da pessoa do condenado a outros, por exemplo, aos seus familiares. O artigo 18 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê a proteção da dignidade da criança e do adolescente e proíbe que sejam submetidos a qualquer tratamento constrangedor ou vexatório. Mesma coisa, no Estatuto do Idoso. O Brasil ratificou, em 1989, a Convenção da ONU contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes; isso obriga o País a seguir as recomendações internacionais sobre o tema. Para o Relator especial da ONU sobre tortura, as revistas íntimas são caracterizáveis como práticas humilhantes, degradantes e de agressão sexual, ou mesmo como tortura, quando feitas com uso de violência. Vários países, como a Colômbia e os Estados Unidos, já proibiram a revista vexatória. Sem dúvida, isso é mais civilizado. Estaria na hora de o Brasil também acabar com essa prática degradante, sem relaxar a segurança nos presídios. No Congresso Nacional tramita um projeto de lei (PLS n° 480/2013), que prevê o fim da revista vexatória nas unidades prisionais. Também os governos estaduais podem legislar sobre essa prática, mesmo abolindo-a. A Pastoral Carcerária Nacional, da CNBB, em parceria com a Rede Justiça Criminal (www.fimdarevistavexatoria.org.br), está em campanha nacional contra a obrigação de revista íntima em presídios, cobrando do Congresso Nacional a aprovação, em regime de urgência, do PLS nº 480/2013. E que a revista vexatória seja substituída por outros procedimentos mais eficientes e compatíveis com a dignidade humana.

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atos da cúria Nomeação e Provisão de Coordenador de Pastoral Em 04 de Agosto de 2014, Festa de São João Maria Vianney, por mandato do Eminentíssimo Sr. Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, foi nomeado e provisionado para o cargo de Coordenador de Pastoral do Vicariato Episcopal de Educação e Universidade, da Arquidiocese de São Paulo, o Rev.mo Pe. Vandro Pisanesch, pelo período de dois anos. Nomeações de Pároco, Administrador Paroquial e Vigário Paróquial Por mandato do Eminentíssimo Sr. Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, foram nomeados: Em 24 de julho de 2014, Pároco da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Bom Retiro, bairro Campos Elíseos, o Rev.mo Pe. Edmilson Rodrigues de Moraes, SDB, pelo período de seis anos. Em 28 de julho de 2014, Vigário Paroquial da Paróquia Santo Antônio, Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Bom Retiro, bairro do Canindé, o Rev.mo Pe. Frei Carlos Lúcio Nunes Corrêa, OFM. Em 02 de agosto de 2014, Pároco da Paróquia São João Batista, Região Episcopal Belém, Setor Pastoral Belém, bairro do Brás, o Rev.mo Pe. Marcelo Álvares Matias Monge, pelo período de três anos. Em 23 de agosto de 2014, festa de Santa Rosa de Lima, Pároco da Paróquia São José do Maranhão, Região Episcopal Belém, Setor Pastoral Tatuapé, bairro do Tatuapé, o Rev.mo Cônego Walter Caldeira, pelo período de seis anos. Em 23 de agosto de 2014, festa de Santa Rosa de Lima, Administrador Paroquial da Paróquia São Benedito das Vitórias, Região Episcopal Belém, o Rev.mo Pe. João Bosco dos Santos.

Congratulação O Eminentíssimo Sr. Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, congratula o Rev.mo Padre Dr. José Donizete Xavier pelo êxito na defesa de tese e conclusão do doutorado em Teologia, em Roma. O referido sacerdote já retornou à Arquidiocese de São Paulo. Entre outros encargos, será colaborador do Vicariato Episcopal para a Educação e Universidade. COLETA DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE

A Arquidiocese de São Paulo informa que o valor arrecadado na Coleta da Campanha da Fraternidade de 2014 totalizou R$ 681.446,51.


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liturgia e vida

palavra do papa

Jesus está sempre conosco!

ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA 17 DE AGOSTO DE 2014

Ana Flora Anderson

O grande sinal Hoje a Igreja no mundo inteiro canta louvores à nossa Mãe, Maria. Deus nos deu um grande dom na encarnação de seu Filho, Jesus. E, nesse mistério, Ele revelou o que significa ser mulher e mãe. A primeira leitura (Apocalipse 11,19. 12,1.3-6.10) apresenta o sentido profundo da mulher vestida de sol. A jovem do interior da Galileia dá à luz um filho, cuja missão divina consiste em enfrentar todos os males do mundo simbolizados na figura do dragão. É essa mulher que torna possível a realização da salvação. Na segunda leitura (1 Coríntios 15, 20-27), São Paulo ensina que a ressurreição de Jesus abriu um caminho para toda a humanidade. Nós conhecemos o pecado e a morte pela ação de Adão, mas é Nosso Senhor Jesus Cristo que nos liberta do peso do pecado e nos mostra a plenitude da vida em Deus. O Evangelho de São Lucas (1, 39-56) revela a vocação e o ser de Maria segundo a espiritualidade dos pobres. O grande hino que nós chamamos de Magnificat, começa glorificando a Deus porque ele viu que a pobreza de Maria tornava possível a encarnação de seu Filho. Deus é santo e poderoso e ele age junto aos pobres e humildes. O cântico afirma que os orgulhosos, os poderosos e os mais ricos não recebem facilmente a grande misericórdia de Deus. Maria, ao contrário, revela que a pobreza de coração sempre abraça o amor do Pai. Assim, como Isabel, podemos dizer: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre!”. leituras da semana

Segunda-feira (18): Ez 24,15-24; Dt 32,18-19.20-21; Mt 19, 16-22; Terça-feira (19): Ez 28, 1-10; Dt 32, 26-28.30-36; Mt 19, 23-30; Quarta-feira (20): Ez 34, 1-11; Sl 22 (23); Mt 20, 1-16; Quinta-feira (21): Ez 36, 23-28; Sl 50, 12-15.18-19; Mt 22, 1-14; Sexta-feira (22): Is 9, 1-6; Sl 112(113); Lc 1, 26-38; Sábado (23): 2 Cor 10,17-11,2; Sl 148; Mt 13, 44-46.

SANTO da semana São Maximiliano Maria Kolbe – 14 de agosto Maximiliano Maria Kolbe nasceu no dia 8 de janeiro de 1894, na Polônia, e foi batizado com o nome de Raimundo. Ingressou no Seminário Franciscano da Ordem dos Frades Menores Conventuais aos 13 anos de idade, logo demonstrando sua vocação religiosa. O carisma do apostolado de Padre Kolbe foi marcado pelo amor infinito a Maria. O seu objetivo era conquistar o mundo inteiro para Cristo por meio de Maria Imaculada. Quando a 2ª Guerra Mundial estava começando, em 1939, as tropas nazistas tomaram a Polônia. Padre Kolbe foi preso duas vezes. A última e definitiva foi em fevereiro de 1941, quando foi enviado para o campo de concentração de Auschwitz. Em agosto de 1941, quando um prisioneiro fugiu do campo, como punição foram sorteados e condenados à morte outros dez prisioneiros. Um deles, Francisco Gajowniczek, começou a chorar e, em alta voz, declarou que tinha mulher e filhos. Padre Kolbe, o prisioneiro n. 16.670, solicitou ao comandante para ir em seu lugar e ele concordou. Todos os dez, despidos, ficaram numa pequena, úmida e escura cela dos subterrâneos, para morrer de fome e sede. Depois de duas semanas, sobreviviam ainda três com Padre Kolbe. Então, foram mortos com uma injeção venenosa, em 14 de agosto de 1941. Padre Kolbe foi beatificado em 1971 e canonizado pelo papa João Paulo II em 1982. Fonte: www.paulinas.org.br

Papa francisco

Às 12h do domingo, 10, na Praça São Pedro, o Papa Francisco, antes de rezar a oração mariana do Ângelus, pronunciou a seguinte mensagem: O Evangelho de hoje nos apresenta o episódio de Jesus que caminha sobre as águas do lago (cf. Mt 14, 22-33). Após a multiplicação dos pães e dos peixes, ele convida os discípulos a subir na barca e a ir à frente para outra margem, enquanto ele despede a multidão, e depois se retira sozinho para rezar sobre o monte até à noite. No entanto, sobre o lago se levanta uma forte tempestade e bem no meio da tempestade Jesus chega à barca dos discípulos, caminhando sobre as águas do lago. Quando o veem, os discípulos se assustam, pensam que é um fantasma, mas ele os tranquiliza: “Coragem, sou eu, não tenhais medo” (v.27). Pedro, com seu típico jeito, lhe pede quase como uma prova: “Senhor, se és tu, manda que eu vá em tua direção sobre as águas”. Jesus diz: “Vem!” (vv 28-29). Pedro desce da barca e se põe a caminhar sobre as águas, mas o vento forte investe sobre ele,

que começa a afundar. Então, ele grita: “Senhor, salva-me!” (v.30), e Jesus lhe estende a mão e o ergue. Essa narrativa é um belo ícone da fé do apóstolo Pedro. Na voz de Jesus que lhe diz “Vem!”, ele reconhece o eco do primeiro encontro sobre a margem daquele mesmo lado e, de repente, uma vez mais, deixa a barca e vai em direção ao Mestre e caminha sobre as águas! A resposta confiante e pronta ao chamado do Senhor o faz realizar sempre coisas extraordinárias. Mas Jesus mesmo nos disse que nós somos capazes de fazer milagres com a nossa fé: a fé nele, a fé na sua Palavra, a fé na sua voz. Pedro, ao contrário, começa a afundar no momento em que desvia o olhar de Jesus e se deixa envolver pelas adversidades que o circundam. Mas o Senhor está sempre ali, e quando Pedro o invoca, Jesus o salva do perigo. Na personagem de Pedro, com os seus lances e suas fraquezas, vem descrita a nossa fé: sempre frágil e pobre, inquieta e, todavia, vitoriosa, a fé do cristão que caminha ao encontro do Senhor ressuscitado, no meio das tempestades e dos perigos do mundo. É muito importante também a cena final. “Logo que subiu na barca, o vento cessou. Os que estavam sobre a barca se prostraram diante dele, dizendo: “Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!” (vv.32-33). Na barca estão

todos os discípulos, abatidos pela experiência da fraqueza, da dúvida, do medo, da “pouca fé”. Mas quando sobre aquela barca sobe Jesus, o clima logo muda: todos se sentem unidos na fé nele. Todos, pequenos e apavorados, se tornam grande no momento em que se põem de joelhos e reconhecem no seu mestre o Filho de Deus. Quantas vezes também a nós acontece o mesmo! Sem Jesus, distantes de Jesus, nos sentimos amedrontados e inadequados ao ponto de pensar que não daremos conta. Falta a fé! Mas Jesus está sempre conosco, escondido talvez, mas presente e pronto para nos sustentar. Essa é uma imagem eficaz da Igreja: uma barca que deve enfrentar as tempestades e, às vezes, para a ponto de virar. Aquilo que a salva não são as qualidades e a coragem dos seus homens, mas a fé, que permite caminhar mesmo no escuro, no meio das dificuldades. A fé nos dá a segurança da presença de Jesus sempre ao lado, da sua mão que nos segura para nos tirar do perigo. Todos nós estamos sobre essa barca, e aqui nos sentimos em segurança apesar de nossos limites e de nossas fraquezas. Estamos em segurança, sobretudo, quando sabemos nos colocar de joelhos e adorar Jesus, o único Senhor da nossa vida. A isso nos chama sempre a nossa Mãe, Nossa Senhora. A ela nos voltemos confiantes.

você pergunta

Meu noivo não é crismado. Vamos nos casar na Igreja... Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação na Arquidiocese de São Paulo

Padre Cido Pereira

A jovem Adriana Ferrareis me envia um e-mail com a seguinte pergunta: “Eu queria saber se posso casar na Igreja, uma vez que meu noivo não é crismado? Ele só fez a Eucaristia. Eu já sou crismada”. Adriana, o fato do seu noivo não ser crismado não é impedimento para o casamento. Vocês podem, sim, casar-se na Igreja. Futuramente, se ele desejar

ser crismado, ele poderá receber o sacramento da Crisma e assim vocês dois terão mais uma força incrível para construírem um lar cristão. Foi bom você ter feito essa pergunta, porque mostra que você pensa seriamente na graça do sacramento do Matrimônio para você e seu noivo. Isso mesmo, minha irmã, procure construir uma família verdadeiramente cristã. Olhe para seu noivo como um presente de Deus para você. E faça de tudo para que seu noivo olhe para você como um presente de Deus. Vocês, dessa forma, vão ser felizes e vão construir um lar feliz. E quando Deus lhes

der a graça dos filhos, eles deverão agradecer a Deus por tê-los como pais. E vocês poderão descobrir no rosto deles os traços físicos de vocês e no coração deles os sinais da fé que irão dar-lhes como uma bonita herança. Adriana, espero que você seja muito feliz no casamento. Você e seu noivo usem o tempo do noivado para se conhecerem melhor e para terem a certeza de que Deus os destinou um para o outro. E se preparem para fazer da celebração do casamento um ato de profunda fé. Não se esqueçam que o Matrimônio é um sacramento de serviço ao amor, à vida e à família.


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fé e cidadania

bioética

Primavera Árabe? PADRE ANTONIO MANZATTO

Há alguns anos, o mundo conheceu o que se convencionou chamar de Primavera Árabe. Diversos países foram chacoalhados por manifestações, protestos e revoluções que derrubaram governos e encantaram os ocidentais. Era como se aqueles países, finalmente, se decidissem pela instauração do regime democrático e o encantamento ocidental era o de ver seu modo de vida triunfando do norte da África ao Golfo Pérsico. Nem sempre se percebeu, e os meios de comunicação têm responsabilidade nisso, que os motivos das manifestações não se esgotavam na forma de governo, mas iam a questões fundamentais como emprego, sa-

lários, oportunidades para os jovens, violência, condições de vida da população e outras questões relacionadas ao convívio social. Dava-se sempre a entender que a questão se esgotava em protestos contra o governo. Tempos depois, a região está mergulhada em conflitos bastante sangrentos. Há guerra civil na Síria, há combates na Líbia, no Egito e em outros países. Há mesmo a dolorosa situação na Faixa de Gaza. E os governos ocidentais não externam maiores preocupações com tal situação, ou ao menos não estabelecem ações em prol da instauração da paz. E os meios de comunicação, agora, têm outras preocupações e não noticiam mais aquilo que ali acontece. Não parece que a Primavera tenha fracassado. Ela

apontou para conflitos existentes no seio da sociedade, e esses eclodiram como se poderia supor. Cada povo, a seu jeito, encontra formas de se organizar e superar seus conflitos. Há que se perceber, porém, que as populações do Ocidente e do Oriente têm culturas diferentes e é um erro julgar uma pelos olhos da outra. Se for assim, nunca haverá solução que instaure a paz. Há também que se perceber o papel desempenhado pelos meios de comunicação, sobretudo quando noticiam o que lhes interessa da forma que lhes interessa. Nós precisamos aprender a ler nas entrelinhas. Será preciso perceber que a paz é sempre mais importante que os motivos que levam à guerra, não importam quais sejam. E-mail: antoniomanzato@gmail.com

Espaço aberto

Irmã Beatriz: uma guerreira que partiu BENEDITO PREZIA

Toda morte é sempre uma perda que nos abala, sobretudo, quando vem de forma repentina e quando leva pessoas no vigor da existência. Foi o que ocorreu com a partida de Irmã Beatriz Maestri, da Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas, que nos deixou no dia 1º de agosto, vítima de um acidente doméstico. Após oito anos de trabalho em São Paulo, pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), junto aos povos indígenas, sobretudo os que vivem fora de suas aldeias, ela voltou a Blumenau (SC) para assumir a coordenação provincial de sua Congregação. Nesse período, pudemos conhecêla de perto e admirar sua dedicação e garra, apoiando essas comunidades que tanto lutam para ver alguns de seus direitos reconhecidos. Não media esforços e nem se assustava com as distâncias, enfrentando muitas vezes incompreensões de pessoas ou o

desgaste da burocracia e lentidão do Poder Público. Além de ajudar a consolidar a comunidade Pankararé, em Osasco (SP), uma de suas lutas foi acreditar na viabilidade de um conjunto habitacional para o povo Pankararu, que vive no contexto urbano, numa cidade como São Paulo, onde o metro quadrado é extremamente disputado. Morreu sem ver esse sonho realizado, mas que certamente em breve se tornará realidade. Uma das características da Igreja de nosso continente é ser uma “Igreja de mártires”. Ao longo desses últimos 50 anos, muitos sacerdotes, religiosos, religiosas, leigos e até alguns bispos, com seu sangue uniram-se à causa dos excluídos. Beatriz foi sempre presente na Celebração dos Mártires, que anualmente as comunidades cristãs de São Paulo celebram. E grande participação teve na organização da Tenda dos Mártires, erguida durante a Conferência do CELAM, em Aparecida (SP). Ela não foi vítima da violência

urbana ou política de nosso tempo, mas sua morte foi banhada de sangue, nesse acidente doméstico inexplicável, mas que pode ter um forte simbolismo. O apóstolo Paulo escrevia que na antiga lei “todas as coisas eram purificadas com sangue e sem derramamento de sangue não existe perdão” (Hb 9,22). Beatriz não necessitava de perdão, mas uniu-se a milhares de outros que deixam essa vida de forma inexplicável, rápida e em pleno vigor dos anos. Num poema que escreveu revela seu compromisso cristão: Se a Vida me chamar, estarei alerta, com as “armas” da garra, da persistência e da esperança, sem medo de levantar a voz contra as injustiças, contra todo tipo de opressão e exploração. Se a Vida me chamar, estarei amando e semeando sonhos! Benedito Prezia é coordenador da Pastoral Indigenista na Arquidiocese de São Paulo. E-mail: benedito.prezia@yahoo.com.br

há 50 anos

Semanário convida para o Rosário em Família no Vale do Anhangabaú “A família vai rezar no Anhangabaú, domingo”. O destaque da capa do O SÃO PAULO de 16 de agosto de 1964 foi um convite para que todas as famílias presentes à capital paulista se reunissem para rezar o Rosário, às 15h30, daquele dia, no Vale do Anhangabaú. “Um comício para falar a Deus? Um comício em que suas palavras não voltarão em eco repetidor e enganoso do que você deseja escutar, mas juntas com as palavras em coro de centenas de milhares de famílias – unidas! - chegarão aos céus até um Deus que é infinitamente bom, infini-

| Fé e Vida | 5

tamente justo, infinitamente misericordioso? Deus nada promete – tudo concede, de acordo com sua sabedoria: desde a sua vida, a sua saúde – até a felicidade de sua família, porque a família que reza unida permanece unida”. A reza do Rosário seria conduzida pelo padre Patrick Peyton, que àquela época divulgava em todo o mundo o tema “A Família que Reza Unida, Permanece Unida”. O evento foi preparado desde fevereiro daquele ano e envolveu a participação de autoridades municipais para a organização do ambiente.

Capa da edição de 16 de agosto de 1964

Algumas notas sobre bioética e religiões na Ásia Leo Pessini

Na China, a grande maioria dos ritos e rituais é familiar, como, por exemplo, os ritos funerais. Para os mais próximos da família, a cor do luto é o branco. O retrato do falecido é colocado sobre o altar da casa ao lado dos deuses domésticos. Dessa forma, o falecido assume seu lugar como ancestral da família. Alguns ritos tratam das relações com os outros, por exemplo, rituais de acolhida. O importante é que espírito e forma são necessários para o cultivo de uma personalidade humana e o ordenamento das relações humanas em direção a uma vida florescente e significativa. Essa filosofia antiga provê insights e recursos interiores para as pessoas e famílias no enfrentamento de problemas existenciais e doenças, apelando para a sabedoria do passado e para a força dos rituais. A veneração aos ancestrais está no centro da religiosidade chinesa. Para os chineses nem tudo acaba com a morte. A morte é a passagem para uma vida diferente, e as relações entre os vivos e os mortos continuam a existir. O conceito de família também se estende, em essência, aos antepassados e ao tempo anterior. “A veneração aos mortos está no centro da piedade chinesa desde tempos remotíssimos. Não poder mais se comunicar com os mortos, para muitos chineses foi e continua a ser a razão mais importante para não se converterem ao Cristianismo”, afirma o teólogo católico Hans Kung, na sua obra: “Religiões do mundo: em busca dos pontos comuns” (Papirus, Campinas, p. 98). Temos ainda na China o Taoísmo (lendário sábio Lao Tse: “Velho mestre”, supostamente do séc. IV a.C.), uma religião da imortalidade. Sua grande promessa: ao morrer, o taoista vai para um dos paraísos, ou para as ilhas da bem-aventurança fora da China. A “Igreja taoísta” é a principal herdeira da antiga religião popular chinesa, que hoje festeja seu renascimento na população campesina chinesa (75%, dos 1,3 bilhão de pessoas), que não se deixou abater pelos 50 anos de perseguição comunista à religião. Para o povo, existe água benta e incenso, festas pomposas com base no ritmo anual, a festa do Ano Novo chinês, com dança dos leões ou dos dragões, para expulsão dos demônios. Além do Taoísmo, existe na China, o Budismo, única religião que veio de fora e com ele temos o tríplice rosto da religião chinesa. A tão propalada “revolução cultural” liderada por Mao Tse Tung (1949-1976) que com a revolução comunista aboliu o mandato celeste dos mandatários, e passou a ocupar o lugar “do Filho do Céu”, aprovou a morte de aproximadamente 80 milhões de chineses, segundo historiadores. Com Mao Tse Tung, implanta-se um culto idolátrico à sua personalidade, que é alimentado até hoje. No centro da Praça da Paz Celestial se localiza o enorme e pomposo mausoléu a ele dedicado, onde se encontra seu corpo embalsamado, recoberto com a bandeira vermelha com os símbolos comunistas da foice e martelo. Diariamente, centenas de milhares de chineses, em filas quilométricas, caminham várias horas até chegar na “sala do eterno respeito” para prestar uma homenagem ao fundador da China moderna, depositando uma flor. Na entrada da “cidade proibida”, onde se encontram inúmeros palácios da China antiga, do tempo das dinastias dos Imperadores, existe uma grande foto colorida de Mao Tse Tung... E-mail: superintendenciausc@saocamilo.br


6 | Viver Bem |

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dicas de cultura

literatura

MAS homenageia os 200 anos de Restauração da Companhia de Jesus

O Combate Espiritual Reprodução

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

O Museu de Arte Sacra de São Paulo (MAS-SP) exibe “Ad Maiorem Dei Gloriam: 200 anos de restauração da Companhia de Jesus”, com curadoria de Dalton Sala e expografia de Maria Alice Milliet e Silvia Bressiane. A mostra conta com diversas obras significativas – entre esculturas, talhas e pinturas - e alguns textos que traçam uma linha do tempo com a história dos jesuítas, especialmente no Brasil. A exposição reúne obras do acervo do MAS-SP, que se relacionam com a evan-

gelização praticada pelos jesuítas, contando a trajetória da Companhia desde sua fundação até os dias de hoje, com especial atenção à produção cultural e artística associada a sua ação catequizadora. Fundada em 1534 e reconhecida pelo Papa Paulo III em 1540, a Companhia de Jesus, também conhecida como a ordem dos jesuítas, foi liderada por Inácio de Loyola e teve atuação marcante na expansão ultramarina de Portugal e Espanha, disseminando o Evangelho aos pagãos e nas novas terras descobertas.

O QUE: Ad Maiorem Dei Gloriam: 200 anos da Restauração da Companhia de Jesus QUANDO: Até 14 de setembro ONDE: Museu de Arte Sacra de São Paulo (avenida Tiradentes, 676). TELEFONE: (11) 3326 -3336. HORÁRIO: de terça a sexta-feira, das 9h às 17h, sábado e domingo, das 10h às 18h. INGRESSO: R$ 6,00 (estudantes pagam meia-entrada); grátis aos sábados.

Um dos livros favoritos de São Francisco de Sales, “O Combate Espiritual”, é um clássico da ascética cristã. A primeira edição, publicada em 1589, em Veneza, foi logo seguida de sucessivas traduções e reimpressões, que se espalharam pelo mundo. Essas páginas vigorosas e diretas oferecem conselhos a todos aqueles que não querem perecer no combate pela própria alma. Quem confia em Deus e substitui o egoísmo pela caridade vence; já quem se apoia nas próprias forças acaba por sucumbir. O leitor tem em mãos um tratado de estratégia cristã para a guerra, que todos travamos dentro de nós mesmos contra os vícios e as tentações com as armas da oração e da expiação.

vamos cuidar da saúde!

direito do consumidor

Coqueluche

Imóvel comprado com débitos no pagamento da conta de água

Coqueluche também conhecida como tosse comprida é uma doença infectocontagiosa aguda do trato respiratório transmitida pela bactéria Bordetella pertussis. Em meados dos anos 90, houve uma queda importante dos casos de coqueluche devido à extensão da cobertura vacinal, mas em meados de 2011 houve um aumento súbito dos casos em relação com 2010. Sua prevalência é maior em crianças menores de 2 anos e idosos. Por isso, é importante saber como se manifesta.

É uma doença que no início tem características de uma gripe comum que dura uma semana. Mas na segunda semana se caracteriza por uma tosse súbita e incontrolável, com tossidas rápidas e curtas em uma única expiração, seguida de um guincho. A tosse é tão incontrolável que a pessoa fica com dificuldade de respirar, fica cianótica e pode até vomitar. Os quadros graves podem levar a complicações respiratórias, pulmonares e hemorrágicas. Seu tratamento é simples, com antibióticos, via oral, desde que seja diagnosticado precocemente. Cassia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF) E-mail: dracassiaregina@gmail.com

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modo, você não pode ser responsabilizado pelo pagamento de serviço de fornecimento de água utilizado por outra pessoa. Nesse sentido, decidiu recentemente o STJ e esse raciocínio pode ser aplicado também para os casos de fornecimento de energia elétrica, de telefone fixo ou de TV a cabo. Ronald Quene é bacharel em Direito E-mail: ronaldquene@gmail.com


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Uberaba e São Paulo dão adeus a Dom Benedito Ulhoa Vieira PADRE CIDO PEREIRA padrecido@uol.com.br

Faleceu no dia 4, aos 93 anos, Dom Benedito Ulhoa Vieira, arcebispo emérito de Uberaba (MG). E é preciso lembrar com profundo carinho e gratidão essa figura de pastor, de intelectual e de pregador. Felizmente há ainda um bom grupo de padres que tiveram o privilégio de conviver e aprender com ele. Eles conservam no coração e na memória a sua figura nobre, serena, gentil e bem humorada. Nasceu em Mococa (SP), aos 9 de julho de 1920. No Seminário de Pirapora, fez o ensino fundamental e o segundo grau. Depois, estudou Filosofia e Teologia no Seminário Central do Ipiranga. Foi ordenado padre pelo cardeal arcebispo Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, aos 8 de dezembro de 1948. Dom Benedito pertenceu ao clero de São Paulo e ajudou a escrever belíssimas páginas da História da nossa Arquidiocese. Em 1953, doutorou-se em Teologia pela Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção e foi professor, vice-reitor e capelão da PUC-SP. Impulsionou a Pastoral Universitária como Pároco dos Universitários. Será lembrado sempre como Reitor do Seminário Central do Ipiranga, tendo formado várias gera-

ções de padres. Nomeado bispo auxiliar de São Paulo, em janeiro de 1972, prestou relevantes serviços à Arquidiocese, tendo colaborado com Dom Paulo Evaristo Arns, seu amigo pessoal, e com a Igreja no Brasil, como vice-presidente da CNBB. Foi vigário geral da Arquidiocese, e atuou na sua reforma administrativa. Dom Benedito destacou-se, também, como grande pregador. Seus sermões, escritos e ditos em estilo clássico, encantavam a todos pela sabedoria, pelo fervor com que eram pronunciados e pela emoção que passavam. Alguns deles foram publicados e vale a pena serem lembrados agora. Aos 14 de julho de 1978, ele foi nomeado arcebispo de Uberaba. E ganhou ali o carinho do clero e do povo de Deus, tendo governado a Arquidiocese até 1996. Dom Benedito sempre teve um carinho muito grande pelos padres e destes sempre recebeu muito ca-

Arquidiocese de Uberaba

rinho. Ele mesmo dizia que destes o tratavam como filhos, cuidando até da casa em que ele morava. A Arquidiocese de São Paulo se une à Arquidiocese de Uberaba nas preces em ação de graças pelo dom de Deus que foi Dom Benedito e nas súplicas em sufrágio de sua alma.

Aos 98 anos, falece Dom Armando Cirio Redação

osaopaulo@uol.com.br

O arcebispo emérito da Arquidiocese de Cascavel (PR), Dom Armando Cirio, faleceu na segunda-feira, 11, aos 98 anos. Ele estava internado na UTI para tratamento de um quadro grave de pneumonia

e não resistiu a uma parada cardíaca, após complicações respiratórias. Durante sua trajetória no episcopado, também foi bispo de Toledo (PR), entre 1960 a 1978, tendo ordenado padre, em 1976, o Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo.

Arquidiocese de Cascavel

(Com CNBB)

Luciney Martins/O SÃO PAULO - 7.dez.2012

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ESPIRITUALIDADE

Não é a palavra do profeta que dá medo... é a sua vida FREI PATRÍCIO SCIADINI

Sempre que falo dos profetas, me vem à cabeça um exemplo “patriciano” meio bobo, mas que dá a ideia de quem é o profeta. O profeta é como o maribondo: mexeu, pica, e não mexeu, pica. O que dá medo não são as palavras do profeta. Qualquer um pode dizê-las e tudo termina por aí. Mas é a vida do profeta que mexe com a gente e nos perturba no mais íntimo de nós mesmos. As palavras de Jesus podem ser ditas por muitas pessoas. Mas quando nós tentamos compreender Jesus, vemos que não há divórcio entre a palavra e a vida. Há uma coerência impressionante. É essa coerência que nos dá medo. Hoje em dia, vivemos num mundo em que surgem por aí muitos que se dizem “profetas”, fazem promessas bonitas, que seduzem e nos fazem esperar um mundo melhor, numa sociedade em que o amor reine soberano. Mas, na verdade, quando olhamos a vida deles mais de perto, não com as lentes para ampliar, vemos que não é assim. O que dizem e o que fazem não nos convencem. Profeta, antes de tudo, nunca escolhe ser profeta, é escolhido e tenta recusar essa missão porque sabe que lhe vai comportar muitas dores de cabeça e muito sofrimento. Deus chama os seus profetas e os “empurra” docemente deserto afora, e os obriga docemente a dizer sim ao chamado. Deus insiste e é exigente. A nós não serve dar desculpa esfarrapada porque ele não aceita desculpa. Moisés tentou se livrar de ser profeta, encontrou até uma boa desculpa: “sou gago, tenho a língua pesada. O meu irmão é bom falador, manda ele ou quem quiser, mas eu não posso”. E Deus lhe dirá: o teu irmão bom falador será a tua boca e você será a sua palavra. Vai! E Moisés se viu obrigado a assumir a missão de ser profeta, de dizer só o que Deus mandava que ele dissesse. Os profetas sentem-se pobres. A força de Deus os invade e aí vão eles corajosamente. Quando nós não somos capazes de viver o Evangelho, muitas vezes o que fazemos? Criticamos os que o vivem... são armas dos que não são profetas e não querem se converter. Quem deseja converter-se e vê que não é profeta, sofre por não ser capaz de viver a palavra de Deus. Não são as palavras dos profetas que perturbam e fazem mal, mas a vida e a coerência dos profetas que nos fazem mal... um “mau bom”, que se soubermos aceitar, nos dará uma vida mais segundo o Evangelho de Jesus.

Arquidiocese despede-se de Padre Ilson Alex Pedroso/Foto Studio Equipe - set.2012

Redação

osaopaulo@uol.com.br

Faleceu em 1º de agosto, aos 49 anos, a Irmã Beatriz Catarina Maestri, que por décadas atuou no Conselho Indigenista Missionário (Cimi), em diferentes partes do País, inclusive na Arquidiocese de São Paulo. A Irmã estava em Blumenau (SC), quando sofreu uma queda em um acidente doméstico, que resultou em sua morte (leia mais na página 5)

Aos 90 anos, 62 dos quais dedicados ao sacerdócio, faleceu, em 2 de agosto, Padre Ilson José Frossard, que por 38 anos foi pároco da Paróquia Nossa Senhora Mãe do Salvador, a igreja da Cruz Torta, no Alto de Pinheiros. Natural de Divino (MG), padre Ilson tinha especial carinho por bichos, tanto que costuma dizer que “os animais nos revelam Deus”. Em setembro de 2012, ao festejar 60 anos de padre, já com a saúde debilitada, declarou todo o seu amor à vida sacerdotal. “Se eu fosse começar tudo de novo, começaria, pois minha maior alegria é ser padre. Não que eu seja uma pessoa diferente. O padre é, ao contrário, uma pessoa familiar. Nele está a soma de todas as famílias do mundo”. (Com Portal da Arquidiocese de São Paulo)


8 | Igreja em Ação |

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setor juventude

Em preparação para o DNJ, Setor Juventude aborda as questões da migração Setor Juventude

Nei Márcio Oliveira de Sá

No sábado, 9, no Instituto Dom Bosco, obra social salesiana, mais de cem lideranças, vindas das Regiões Episcopais, pastorais, movimentos eclesiais e novas comunidades que integram o Setor Juventude da Arquidiocese, participaram do Treinamento em Preparação do DNJ – Dia Nacional da Juventude. No encontro, o novo bispo auxiliar da Arquidiocese, Dom Carlos Lema Garcia, teve seu primeiro contato com o Setor Juventude, apresentou-se e proporcionou uma reflexão, salientando a importância da vivência da fé, através da oração pessoal e da direção espiritual como elementos fundamentais para o testemunho e a experiência de Deus. O lema do Dia Nacional da Juventude deste ano é: “Feitos para sermos livres, não escravos”, tendo como eixo bíblico: “Eis o que diz o Senhor: praticai o direito e a justiça, e livrai o oprimido das mãos do opressor” (Jr 22,3a), e apresenta uma continuidade do tema da Campanha da Fraternidade deste ano, sobre o tráfico humano e a dignidade da pessoa humana. Padre Paolo Parise, missio-

nário scalabriniano e diretor da Missão Paz, apresentou um panorama dos trabalhos realizados, mostrando a situação de pessoas vindas de diversas nacionalidades, especialmente do Haiti e dos países da América do Sul, por meio de relatos e experiências de acolhida e inserção social, sendo presença eclesial de amor e solidariedade para o resgate da cidadania de milhares de pessoas. Na conversa com os jovens, o Sacerdote destacou alguns comportamentos que podem ser ado-

tados para ajudar na adaptação e acolhida aos migrantes. “Tentar libertar-se dos preconceitos, na linguagem, em piadas, no comportamento, no isolamento das pessoas”, disse o Padre. Entre as “dicas” dadas por Padre Paolo está o incentivo para que os jovens procurem estudar sobre a migração e “não acreditem em tudo que aparece nas redes sociais e na internet. Busquem ler sobre os assuntos, aprofundem-se, tenham contato, dados concretos, antes de julgar

situações de exploração e programas governamentais”. Outro ponto que toca mais diretamente no comportamento dos jovens é o mundo da moda. Nesse aspecto, o Padre pediu que “procurem saber quais são as empresas do mundo da moda que utilizam mão de obra escrava. Não comprem produtos cujos lucros são obtidos através da exploração do trabalho humano”. A utilização do subsídio nacional do DNJ foi incentivada pela secretaria do Setor Juventu-

de, que destacou a importância do itinerário formativo dos grupos de jovens de toda a Arquidiocese. Esse itinerário é iniciado na Campanha da Fraternidade, passa pela reflexão da mensagem do Papa no Dia Mundial da Juventude e é intensificado pela utilização desse livreto, que apresenta três sugestões de roteiros para encontros com jovens, uma celebração e diversas sugestões de ações missionárias. O subsídio nacional foi aprovado por diversas comissões da CNBB e conta com a apresentação de Dom Leonardo Ulrich Steiner, secretário geral da Conferência. Luciano de Azevedo Farias Ferreira, membro da equipe de animação do Setor Juventude, apresentou o processo de preparação para o DNJ que, na Arquidiocese de São Paulo, acontecerá no dia 16 de novembro, domingo, das 12h às 18h, no Instituto Dom Bosco. O evento reunirá milhares de jovens das paróquias e das expressões de trabalho com juventude e é preparado de maneira participativa coletiva, pelas equipes de comunicação, liturgia, apresentações musicais, infraestrutura e executiva. E-mail: neisa@uol.com.br

cami

Mulheres imigrantes desabafam em roda de conversa sas situações de exploração, como, por exemplo, morar e viver em condições precárias. Porém, dizem que não há escolha e isso se torna uma situação de alto risco à saúde por estarem expostas a doenças como a tuberculose. Mulheres grávidas, empregadas nas oficinas de costura, não recebem licença-maternidade e têm que retornar logo Situações degradantes de ao trabalho para evitar prejuízos. Relataram, também, que crianças trabalho Ao falar de trabalho escravo, elas ficam trancadas, por longas horas, reconheceram que existem diver- enquanto elas trabalham. Mesmo nessas condições degradantes, aceitam trabalhar para não terem de se preocupar com os altos custos CONVOCAÇÃO de aluguel e comida. Disseram que embora a remuneração seja baixa ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA ainda compensa devido ao fator Conforme Estatuto Social, em seu artigo 17, a Venerável Irmandade de São Pedro dos de conversão na moeda de origem Clérigos vem pela presente convocar seus membros para se reunirem em Assembleia Geral Ordinária. que, em alguns casos, chega a triA Assembleia Geral Ordinária terá a seguinte pauta: plicar o valor recebido no Brasil. 1 – Oração inicial; “Sujeitamo-nos a essas situações 2 – Leitura da Ata da Assembleia Geral Ordinária realizada em 26/08/2013; 3 – Prestação de contas do Exercício de 2013; indignas, sem escolha, suportando, 4 – Relatório da Auditoria: pela nossa família. Fui costureira e 5 – Assuntos Gerais; 6 – Almoço de confraternização. camelô durante dois anos, mesmo grávida de nove meses”, disse uma Data: 25 de agosto de 2014 das participantes. Enfatizaram que, Hora: 10h em 1ª convocação e 10h30 em 2ª convocação, mais do que os homens, sofrem conf. Artigo 16 do Estatuto Social controle no ambiente de trabalho.

Tema invisível, ainda, para a sociedade brasileira é a situação das mulheres imigrantes que, desde sua condição vulnerável, são vítimas de exploração laboral, discriminação, tráfico de pessoas, violência doméstica e sexual. Embora se saiba que metade da população imigrante no mundo seja composta de mulheres, não existem dados estatísticos reais no Brasil sobre a sua situação. Ciente dessa realidade, o Centro de Apoio e Pastoral do Migrante

Local:

Cami

(Cami) ouviu a voz da comunidade imigrante, numa roda de conversa com diferentes temáticas sobre a “realidade da mulher imigrante”. O evento ocorreu no dia 20 de julho, em São Paulo. Participaram jovens mulheres, trabalhadoras e também trabalhadores da área da costura têxtil.

Salão de Eventos da Churrascaria Radial Grill Radial Leste nº 3.300 – à 100 mts da Estação Belém do Metrô Estacionamento próprio São Paulo, 11 de agosto de 2014. Venerável Irmandade de São Pedro dos Clérigos Pe. Márcio Leitão - Provedor

cipalmente médicos, encontram fortes obstáculos de compreensão. Não se sentem à vontade para pedir explicações porque o profissional não se mostra interessado em alongar a consulta com explicações, como relata uma imigrante boliviana: “Eles não entendem direito o que falo e eu, na verdade, também não entendo o que eles me dizem”. No decorrer do debate, participantes bolivianas disseram que se sentem constrangidas quando chegam ao serviço de saúde Acesso a serviços de saúde porque sempre são associadas à gravidez. No tocante ao parto e parto humanizado Por não falar português, quando humanizado, relataram que a cesão atendidas por agentes públi- sariana é imposta a elas sem que cos que não falam espanhol, prin- tenham o direito de escolha. Isso,

segundo elas, prejudica à volta ao trabalho pela demora da cicatrização. “Dia não trabalhado, dia sem dinheiro”, salientaram.

Medo de estar na rua

Outro fato ressaltado foi o grande medo de estar na rua e ser esfaqueada. Se, por acaso, estiver sem documento, há risco de ficar no hospital como indigente e, posteriormente, se vier a óbito, ser enterrada como indigente. Isso ocorre, disseram, porque muitos imigrantes não carregam consigo o documento de estrangeiro (RNE) quando saem na rua porque se perdê-lo custa caro tirar outro, além da demora na entrega. E-mail: Cami.imigrantes@terra.com.br


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A Igreja

Pelo Mundo

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Destaques das Agências Internacionais filipe david

IRAQUE

Papa Francisco: ‘Não se odeia em nome de Deus’ O Papa Francisco exprimiu, após a recitação do Angelus no domingo, 10, seu sentimento de “incredulidade e consternação” com os acontecimentos no Iraque: “Milhares de pessoas – entre os quais muitos cristãos – expulsos de maneira brutal das próprias casas, crianças mortas de sede e de fome durante a fuga, mulheres sequestradas, violências de todos os tipos, destruições de

patrimônios religiosos, históricos e culturais. Tudo isso ofende gravemente a Deus e ofende gravemente a humanidade. Não se odeia em nome de Deus!”. O Papa nomeou o Cardeal Fernando Filoni, prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, seu enviado pessoal ao Iraque. O Papa também pediu a todos os homens de boa vontade que se unam às suas orações “pelos

cristãos iraquianos e por todas as comunidades perseguidas”. O dia 6 de agosto foi um dia de oração pelos cristãos no Iraque, a pedido da organização Ajuda à Igreja que Sofre e do patriarca caldeu Dom Louis Raphael I Sako. Também o arcebispo Dom Silvano Maria Tomasi, observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, comentou a situação do Iraque em entrevista

à rádio Vaticano: “A ação militar é porventura necessária neste momento, mas parece-me também urgente fazer com que venham à luz aqueles que fornecem aos fundamentalistas armas e dinheiro, os países que os apoiam taticamente, e que ponham de lado esse tipo de apoio, que ao fim e ao cabo não faz bem nem aos cristãos nem aos muçulmanos.” Fonte: Rádio Vaticano

Milhares de cristãos sofrem com violência no Iraque No dia 6 de agosto, militantes do grupo Estado Islâmico tomaram a cidade de Qaraqosh, 30 quilômetros a sudeste de Mossul, no norte do Iraque. A grande maioria da população da cidade, com cerca de 50 mil habitantes, é cristã. Além dos residentes, a cidade abrigava milhares de refugiados vindos de ou-

tras regiões já tomadas pelo Estado Islâmico, notadamente de Mossul. Também foram conquistados pelos combatentes diversos vilarejos vizinhos na planície de Nínive, de onde fugiram 40 mil famílias – cerca de 200 mil pessoas, na grande maioria cristãos. Segundo conta a Irmã Luigina, das

Irmãs Caldéias Filhas de Maria Imaculada, “os jihaidistas do califado chegaram em grande número [quarta, 6], às 23h, e com alto-falantes intimaram a população a abandonar suas casas do jeito em que estavam. As pessoas foram obrigadas a fugir de pijama”. A cidade estava sob a proteção dos

Peshmerga, força militar do Curdistão. Um refugiado cristão informou à agência Fides que os Peshmerga receberam ordens de abandonar a cidade diante do avanço do Estado Islâmico e assim a população foi obrigada a se retirar para dentro do território do Curdistão. Fonte: Fides/Orthodox News

Mulheres e crianças enterradas vivas A cidade de Sinjar, no noroeste do País, com mais de 20 mil habitantes, a maior parte composta por Yazidis, um grupo étnico-religioso que pratica uma antiga religião persa, também foi conquistada, assim como as áreas vizinhas, pelos combatentes do Estado Islâmico. Na conquista da cidade, 500 pessoas foram executadas. Estima-se que 40 mil Yazidis dessa região tenham sido afugentados para as montanhas e estejam lutando para sobreviver, com dificuldade para obter água e comida. Centenas de pessoas já morreram. Os combatentes também sequestraram 300 mulheres para, ao que tudo indica, serem escravas sexuais. Outras vítimas do Estado Islâmico, inclusive mulheres e crianças, foram enterradas vivas. Segundo oficiais, cerca de 20 mil pessoas que estavam encurraladas nas montanhas conseguiram esca-

Orthodox News

par para dentro do território curdo. Os Estados Unidos iniciaram uma série de bombardeios sobre as posições do Estado Islâmico. No sábado, 9, foram feitos quatro ataques. A Grã-Bretanha tem con-

tribuído com ajuda humanitária, enviando comida e suprimentos por pacotes com paraquedas. No entanto, uma parte desses suprimentos é perdida no impacto com o solo, segundo testemunhos de

Estados Unidos

CAMBOJA

Projeto apoiado por Bill Gates está desenvolvendo chip subcutâneo que pode ser usado como anticoncepcional (ou como abortivo) e que será ativado ou desativado por controle remoto. O Chip funciona liberando pequenas quantidades de hormônio por dia sob a pele da mulher, onde fica implantado durante 16 anos, podendo

Pertencentes ao famigerado grupo Khmer Vermelho, os dois líderes de mais alta patente ainda vivos do antigo regime comunista no Camboja (entre 1975 e 1979) foram condenados na quintafeira, 7, por crimes contra a humanidade. Nuon Chea, segundo na linha de comando, logo abai-

Tecnologia a serviço da morte ser interrompido por controle remoto. Em entrevista à BBC, o engenheiro biomédico Gavin Corley sugeriu que o dispositivo será importante para controlar a população em países pobres, aplicação que, segundo o engenheiro, é “humanitária e não visa a satisfazer uma necessidade do primeiro mundo”. Fonte: LifeSiteNews/ BBC

Yazidis. No domingo, um oficial curdo disse à agência Reuters que, aproveitando os bombardeios americanos, forças curdas conseguiram tomar de volta duas cidades no norte do Iraque, Gwer e Makhumur. O presidente do Curdistão Iraquiano, Massoud Barzani, tem insistido junto aos Estados Unidos e à comunidade internacional para prover os curdos com armas, de forma que eles estejam equipados para fazer frente aos combatentes do Estado Islâmico. Até recentemente, os Estados Unidos se recusavam a vender armas diretamente aos curdos, porque a região do Curdistão, embora seja autônoma na prática, não é formalmente reconhecida como um Estado independente, mas faz parte do Estado iraquiano. Fontes: Orthodox News/ Time/ Skynews/The Guardian

Líderes comunistas condenados por crime contra a humanidade xo de Pol Pot, e Khieu Samphan, presidente do Camboja entre 1976 e 1979, foram condenados à prisão perpétua. Ambos também estão sendo julgados por genocídio. Durante o regime do Khmer Vermelho, 2 milhões de cambojanos morreram por execução, excesso de trabalho ou fome, em

decorrência das políticas de reengenharia social adotadas pelo partido em nome da utopia marxista. Segundo Andrew Cayley, promotor internacional, o controle exercido pelos líderes do regime “sobre todos os aspectos da sociedade era assustador, invasivo e total”. Fonte: BBC


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Bispos pedem sanção do PL 797/2013 Projeto de lei, aprovado por unanimidade pelo Legislativo paulista, que prevê que o fim da revista vexatória, aguarda sanção do governador do Estado Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com

Para somar força a luta da Pastoral Carcerária, e de outras entidades, que há muito requerem o fim da revista vexatória, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano e Presidente do Regional Sul 1 da CNBB – que reúne as dioceses do estado de São Paulo –, junto ao bispo referencial para essa Pastoral no mesmo Regional da CNBB, Dom Otacilio Luziano da Silva, assinaram uma carta pedindo que o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), sancione o Projeto de Lei (PL) Estadual nº 797/2013, aprovado com unanimidade pelo Legislativo paulista em 3 de julho. No documento, os bispos destacam a sacralidade do corpo e como a prática da revista vexatória ataca princípios básicos da Constituição Federal, que “inclusive, veta que a pena ultrapasse a pessoa do condenado”. O Cardeal Scherer, em arti-

go publicado no site da Arquidiocese de São Paulo (www.arquidiocesedesaopaulo.org.br), desconstruiu um dos principais argumentos dos defensores da revista vexatória, de que a prática serve para evitar a insegurança e o caos nas prisões. “O argumento, porém, não convence. Um levantamento realizado pela Rede Justiça Criminal mostrou que a apreensão de objetos proibidos com familiares ou visitantes é quatro vezes menor que a quantidade de armas, drogas e celulares encontrados com os presos. No Estado de São Paulo, tais objetos são encontrados em apenas 0,03% das revistas, ou seja, três objetos ilícitos a cada 10 mil desses procedimentos degradantes”, afirmou o Arcebispo. Dona Maria (nome fictício) passa por esse tipo de revista há cinco anos. Com um filho encarcerado em uma penitenciária na cidade de G uarulhos (SP), a senhora de 55 anos, contou ao O SÃO PAULO que os familiares são expostos a situações desumanas. “Botaram uma plataforma, acham que a gente é vitrine. Uma plataforma de 20 centímetros de altura que você passa sem roupa e tem que agachar até o chão três vezes de frente e mais três de costas e as agentes ficam olhando”, afirmou dona Maria, que relatou ainda a falta de higiene no manuseio dos alimentos que são levados para os detentos. Em entrevista à reportagem, o assessor jurídico nacional da Pastoral Carcerária, Paulo Cesar Malvezzi Filho, afirmou que a

Divulgação

carta assinada pelos bispos tem uma “importância imensa”, pois, de acordo com ele, “amplia o debate e a luta pelo fim da revista vexatória para muito além das possibilidades da Pastoral Carcerária”. Sobre a revista vexatória, Paulo destaca que é preciso que

a sociedade, de um modo geral, entenda melhor essa prática e compreenda que “um familiar de pessoa presa não pode ser humilhado e punido apenas porque um ente querido seu cometeu um crime”, além de entender que “tampouco essa forma de revista é eficaz para coibir a

presença de armas e drogas no cárcere, que entram por outras vias bem conhecidas. Tanto isso é verdade que, apesar da revista vexatória ser praticada na quase totalidade das penitenciárias paulistas, esses objetos ilícitos são parte da realidade das nossas prisões”, concluiu.

A partir da próxima edição, em todas as paróquias da Arquidiocese

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Os desafios do clero na Iniciação à Vida Cristã FLuciney Martins/O SÃO PAULO

Reunidos em Itaici (SP), sacerdotes da Arquidiocese de São Paulo receberam assessoria do Padre Lima, doutor em Teologia Pastoral Catequética Rafael Alberto

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO em Itaici, Indaiatuba (SP)

Oportunidade de pausa para formação e integração do clero da Arquidiocese, o 12º Curso de Aprofundamento Teológico e Pastoral contou com a participação de cerca de 250 padres, dez diáconos e oito bispos, entre os dias 4 e 7, em Itaici, no município de Indaiatuba (SP). Neste ano, o tema do curso seguiu a urgência apontada no 11º Plano de Pastoral, “Igreja, casa da iniciação à vida cristã”, e foi assessorado pelo Padre Luiz Alves de Lima, salesiano, Doutor em Teologia Pastoral Catequética, assessor de Catequese na CNBB e CELAM, e responsável pela “Revista de Catequese”. Segundo a percepção dos padres ouvidos por O SÃO PAULO, o maior desafio da Igreja no que se refere à Iniciação à Vida Cristã é a falta de prática. Segundo eles, é preciso repensar as estruturas de evangelização na paróquia, valorizando os estágios da Iniciação à Vida Cristã, não apenas na lógica de uma “burocráti-

Ao clero da Arquidiocese de São Paulo, Padre Lima diz que Igreja precisa aprimorar o jeito de iniciar as pessoas na fé

ca” obrigação de preparação para os sacramentos, mas como parte de um processo que leve as pessoas ao encontro pessoal com Deus. Padre Lima acredita que é preciso aprimorar o jeito de iniciar as pessoas na fé. A Igreja, segundo ele, se acostumou em apenas dispensar os sacramentos, sem evangelizar de fato seus batizados. Durante o curso, o Sacerdote apresentou aos padres o documento 97 da CNBB, cujo título é “Iniciação à vida cristã: um processo catecumenal”. “As mudanças no mundo criaram uma espécie de ‘descristianização’, e o pressuposto de que todos têm os fundamentos da fé já não é válido”, avalia o padre Tarcísio Marques Mesquita, coordenador geral do Secretariado de

Pastoral da Arquidiocese de São Paulo. Nesse sentido, ele acredita ser “necessário criar um clima de envolvimento, fundamentado na Bíblia, com rituais que ajudem a pessoa a ir se introduzindo no mistério de fé da Igreja”.

Peregrinação interior

Padre Paulo Cesar Gil, coordenador do setor de catequese do Regional Sul 1 da CNBB, explicou à reportagem que a Iniciação à Vida Cristã é “uma peregrinação interior para o encontro com o Senhor, é uma ação transformante realizada por Deus na vida de quem inicia o caminho do discipulado”. Além disso, a Iniciação é “uma renovação na transmissão da fé”, sendo um processo “dinâmico e envolven-

te”, que convoca a Igreja a executar “de maneira nova” toda a atividade catequética. Ainda segundo Padre Gil, “a Catequese com inspiração catecumenal leva à experiência do encontro com Deus, renovando a alegria do discipulado”. Ele acredita que a Catequese, como “ação eclesial” deve ser assumida por todos os membros de uma comunidade e, neste sentido, o curso foi determinante para motivar os padres para uma “dedicada e especial atenção aos envolvidos no processo de iniciação”.

Experiências

Durante o curso, foram apresentadas experiências bem sucedidas de Iniciação à Vida Cristã no âmbito da Liturgia, da

Catequese, da evangelização do povo da rua e na formação para o Matrimônio na Arquidiocese de São Paulo. Entre as experiências, teve grande impacto o testemunho do Padre Giampietro Carrara, responsável pela “Missão Belém”, que narrou as atividades que a Comunidade realiza no Haiti e em regiões de grande degradação humana, como a chamada “Cracolândia”, no centro da capital paulista e que, nos últimos anos, tem recuperado com sucesso centenas de usuários de drogas. Padre Giampietro contou que somente no mês passado, os missionários da Missão Belém encaminharam uma centena de dependentes químicos para as suas casas de recuperação. O tratamento consiste basicamente na acolhida afetuosa, na leitura orante da Sagrada Escritura, roupa limpa, boa alimentação e vida em comunidade. Durante o período de recuperação, os acolhidos que manifestam interesse, recebem Catequese de iniciação cristã.

Catequese é momento forte de evangelização

Ao concluir o curso, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, chamou a atenção dos padres para o fato de ser importante levar o aprendizado daqueles dias de formação para o concreto das práticas pastorais em cada paróquia e comunidade. O Cardeal destacou a necessidade de dar mais valor à Catequese, que, segundo ele, é um momento importante e, em muitos casos, o único sistematizado de evangelização.


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Vocação: cham

Em agosto, a Igreja no Brasil celebra o Mês Vocacional, uma oportunidade para que os fiéis reflitam so espaços da sociedade. Nesta edição, O SÃO PAULO apresenta a vida dos seminários arquidioce

Formando padres há mais de um século Fernando Geronazzo Especial para O SÃO PAULO

A formação dos futuros padres em São Paulo começou antes mesmo da criação da Arquidiocese de São Paulo, com o antigo Seminário Episcopal Imaculada Conceição, fundado em 1856, na então Diocese de São Paulo. Ao longo desses quase 160 anos, o seminário acompanhou as transformações da Arquidiocese e da sociedade e hoje é composto por casas de formação voltadas para as diferentes etapas e necessidades da preparação dos sacerdotes.

Propedêuticos

A primeira etapa do seminarista na Arquidiocese é o Seminário Propedêutico, fase preparatória de um ano para os seminários de Filosofia e Teologia. Há duas casas para a acolhida dos propedeutas, o Propedêutico Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, na Vila Formosa, para rapazes menores de 25 anos com o ensino médio concluído; e Propedêutico Nossa Senhora da Assunção, na Vila Nova Cachoeirinha, para rapazes maiores de 25 anos e que geralmente possuem curso superior.

casa, os estudantes permanecem por três anos. Além de cursarem Filosofia no Centro Universitário Assunção (Unifai), os estudantes recebem formação no seminário, como direção espiritual e humano-afetiva, formação para o celibato, cursos de língua (português e latim), formação religiosa, musical, e além de orientações e acompanhamento pessoal.

Teologia

A etapa conclusiva da formação sacerdotal se dá no Seminário de Teologia Bom Pastor, no Ipiranga, onde continuam a caminhada começada nas etapas anteriores enquanto estudam por quatro anos na Faculdade de Teologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) até a ordenação diaconal. Nessa fase eles são enviados para paróquias da Arquidiocese para uma espécie de estágio em diferentes dimensões pastorais.

Seminário Missionário

Em 2011, foi instituído o Seminário Missionário Arquidiocesano Internacional Redemptoris Mater “São Paulo Apóstolo”, totalmente direcionado para a formação missionária dos sacerdotes. Este é o segundo a ser insFilosofia talado no Brasil. O primeiro fica No bairro da Freguesia do Ó, em Brasília. está localizado o Seminário de Os alunos deste seminário Filosofia Santo Cura d´Ars. Nesta recebem a mesma formação te-

ológica e filosófica dos demais seminaristas da Arquidiocese. Porém, num período entre a Filosofia e a Teologia, eles vivem uma experiência de evangelização em alguma parte do Brasil ou no exterior. “Após ordenados, são incardinados na Igreja de São Paulo, sendo posteriormente enviados em missão pelo Arcebispo”, explicou o reitor, Padre José Francisco Vitta. O Redemptoris Mater está aos cuidados dos padres do Caminho Neo-Catecumenal e está localizado em uma sede provisória no bairro do Jaraguá, onde residem 10 seminaristas. Também há outros dois estudantes na experiência evangelizadora fora dessa casa.

Aliança de Misericórdia

Também faz parte da formação presbiteral arquidiocesana o Seminário São José, no centro da Capital, da Comunidade Aliança de Misericórdia, associação privada de fiéis, qual seus padres são incardinados no clero de São Paulo. Atualmente, esta casa conta com 6 estudantes, membros da Comunidade, que, após passarem pela formação inicial da comunidade a cerca da espiritualidade e carisma próprio da Aliança de Misericórdia, começam os estudos de Filosofia e Teologia, intercalados por um ano de experiên-

cia missionária, principalmente entre os mais pobres, a partir do carisma da Comunidade.

Formação integral

Atualmente, a Arquidiocese conta com 97 candidatos ao sacerdócio entre seminaristas e diáconos transitórios. Sua formação leva em consideração as dimensões humano-afetiva, intelectual-cultural, espiritual e pastoral-missionária. Cônego José Adriano, reitor Propedêutico Nossa Senhora da Assunção, contou que entre os seminaristas há rapazes de diferentes realidades. “Temos médico, dentista, professores, economistas e outros profissionais. Alguns já tiveram experiências em seminários religiosos e, hoje, se sentem chamados para o clero arquidiocesano”. De acordo com o Padre Edivaldo, durante a formação, os seminaristas vão conhecendo também as prioridades pastorais da Arquidiocese e tomando contato com suas diferentes realidades. “Toda a diversidade é uma riqueza, sobretudo quando é vivida em comunhão. Assim, os rapazes, com diferentes personalidades e diferentes experiências de vida, vão sendo preparados para trabalharem em comunhão no presbitério Arquidiocesano para bem servir ao povo da cidade de São Paulo”, concluiu.

O chamado da família para o serviço Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com

Com o tema: “A espiritualidade cristã na família: um casamento que dá certo”, começou no domingo, 10, Dia dos Pais, e se estende até o dia 16, na Igreja do Brasil, a Semana Nacional da Família. Com a proposta da prática espiritual do casal e em família, o evento é motivado pela Comissão Nacional da Pastoral Familiar, organismo vinculado à Comissão Episcopal para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Para os coordenadores da Pastoral Familiar da Arquidiocese de São Paulo, Silvio e Ester dos Santos, a Semana Nacional da Família foi pensada como um acontecimento importante a nível nacional, para trabalhar com temas que

ajudem as famílias a perceberem o valor de ser família nos dias de hoje. Os coordenadores destacaram o subsídio “Hora da família”, para auxiliar na elaboração das atividades durante essa semana. “‘Hora da Família’ sempre com temas atuais, para ser trabalhado em cada paróquia, de maneira que a Pastoral juntamente com o seu pároco levem a todas as pessoas da Comunidade esse precioso conteúdo”, afirmam. A Semana da Família é celebrada no mesmo mês em quem a igreja do Brasil dedica as vocações, destacando o chamado das famílias ao amor e ao serviço. “A prática da espiritualidade cristã é uma graça, um recurso precioso, que colabora para que a família torne-se cada vez mais um lugar, cujo amor funda o seu reino e onde se vi-

vem as maiores exigências da fé fiel, da esperança gratuita e do amor doação e acolhimento” afirmam Silvio e Ester. A abertura das atividades da Semana da Família aconteceu no sábado, 9, na Catedral da Sé em missa presidida por Dom Sergio de Deus Borges, bispo referencial para a família, porém deve ser vivenciada ao longo da semana nas Regiões Episcopais, paroquias e comunidades. Para o assessor nacional da Comissão Vida e Família, padre Rafael Fornasier, a Semana Nacional da Família é uma iniciativa da Igreja Católica, mas vem abordando temas de interesse tanto da sociedade civil como de outras religiões e confissões cristãs. Para ele, “cabe às Igrejas particulares suscitarem parcerias tanto a nível sócio-cultural,

como, por exemplo, uma sessão solene nas assembleias legislativas ou nas câmaras municipais, quanto ecumênico e inter-religioso, como, por exemplo, celebrações comuns”.

1º Congresso LatinoAmericano da Pastoral Familiar

No Panamá foi realizado de 4 a 9 o 1º Congresso Latino-Americano da Pastoral Familiar. Estão presentes no evento mais de 350 participantes, entre bispos do Celam, delegados da Pastoral Familiar e da Pastoral Juvenil do Brasil, Argentina Colômbia, México, Venezuela, Costa Rica, Honduras e República Dominicana. Participam do Congresso 20 pessoas do Brasil, sendo três do estado de São Paulo. “Estamos sendo guiados

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mados a servir

obre o chamado de Deus no serviço na família, no sacerdócio, na vida consagrada e nos mais diversos esanos, o trabalho da Escola Diaconal São José e as atividades da Semana Nacional da Família. Luciney Martins/O SÃO PAULO

Diáconos no exercício da caridade Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com

A Arquidiocese de São Paulo possui, atualmente, 70 diáconos permanentes ordenados e 51 candidatos na Escola Diaconal. A faixa etária vai de 40 a 73 anos de idade, aproximadamente. Todos tem curso superior, no mínimo em Teologia, mas ainda há professores, advogados, engenheiros, contabilistas, empresários, compradores e operários. A Escola Arquidiocesana São Jose para o Diaconato Permanente é o organismo responsável, na Arquidiocese, pela formação dos diáconos permanentes. De acordo com o coordenador da escola diaconal, Ailton Machado Mendes, o “múnus diaconal é Liturgia, Palavra e Caridade”. O surgimento da diaconia está escrito no capítulo 6 do livro dos Atos dos Apóstolos, quando por ocasião do aumento do número dos discípulos e o surgimento de murmurações dos helenistas contra os hebreus, os 12 apóstolos decidiram escolher sete homens de “boa reputação, repletos do Espírito Santo e de sabedoria” para o serviço e o atendimento a todos os discípulos. Na Arquidiocese o serviço do diaconato permanente surgiu ainda na década de 1970, quando o então arcebispo metropolitano, Cardeal Arns, ordenou Ary Bru-

o ao amor

irito Santo, revisando nosso pastoral e buscando juntos s novos, para enfrentar os que hoje nos apresenta a realifamílias Latino-Americanas e as”, afirmou Maria Célia Pinenadora da Pastoral Familiar nal Sul I da CNBB. mensagem aos participantes ngresso Latino-americano de Familiar, o Papa Francisco zou e agradeceu os agentes rais e pessoas comprometiavor da família, que segundo -se de “um valor tão querido ante hoje em nossos povos. , o Papa fala da importância a, recordando as palavras de érito, Bento XVI, na Encíclias in veritate e também faz a ao Documento de Apare-

cida. “Frente a uma visão materialista do mundo, a família não reduz o homem ao estéril utilitarismo, mas dá canal aos seus desejos mais profundos”, disse Francisco. Para o bispo de Camaçari (BA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom João Carlos Petrini, cada família precisa participar das decisões que envolvem seus interesses. “Se ignoramos a família e ela não se constitui para nós uma prioridade, podem-se avançar organizações contra a família que podem destruí-la. É necessário que as famílias possam pensar, refletir e organizar para defender os seus próprios interesses”, destaca. (com informações do site da Pastoral Familiar)

netti para essa função. Por mais de 30 anos, o diácono Ary foi o único em toda a Arquidiocese. A formação de novos diáconos permanentes só foi retomada no ano 2000, com o Cardeal Hummes, arcebispo a época.

A formação

O candidato deverá cursar Faculdade de Teologia na PUC-Santana com duração de cinco anos. Já na escola diaconal, no primeiro e no segundo ano, os candidatos tem aulas sobre o Catecismo da Igreja Católica e Espiritualidade dos Salmos. No quarto e quinto ano dedicam-se ao aprofundamento sobre a Espiritualidade Diaconal, sacramentos do Batismo, Matrimônio e as bênçãos e práticas diaconais. No sexto ano passam pelo Ano Pastoral devendo apresentar estudos sobre alguns dos textos do Concílio Vaticano tais como: Dei Verbum, Lumen Gentium, Gaudium et Spes, entre outros. Os diáconos apresentam relatórios e estudos que são avaliados pelos seus párocos e pela Escola Diaconal. No curso propedêutico que vai sempre do primeiro sábado de agosto até o ultimo sábado de novembro, ministrado pelo padre Aury Brunetti, os candidatos ouvem sobre o discernimento vocacional com temas como:

vocação diaconal, história do diaconato e Leitura Orante da Bíblia. Durante a formação há ainda dois retiros, sendo, um no primeiro semestre e o outro no segundo semestre de cada ano e um Retiro de Ordenação de cinco dias.

A caridade

Casado há 29 anos e pai de dois filhos, Ailton destaca que é na caridade onde o diácono encontra um vasto campo para trabalhar pela Igreja de Jesus Cristo. De acordo com ele, a caridade é o trabalho junto às pessoas mais necessitadas e sofredoras, nos hospitais, presídios, cemitérios e escolas, por exemplo. Além disso, o diácono é “ministro do sacramento do Batismo, ministro ordinário da Comunhão Eucarística, além de ministrar todos os sacramentais; dar as bênçãos próprias de ministro ordenado (objetos de devoção, casas, automóveis inclusive a benção com o Santíssimo Sacramento), podendo também presidir a celebração da Palavra, das Ezéquias e do Matrimônio”. “Para ser ordenado diácono na Arquidiocese de São Paulo é preciso ser casado há mais de 10 anos, ter no mínimo 35 anos de idade e no máximo 65 anos. Ter ensino médio ou superior, pois, deverá cursar faculdade de Teologia”, afirmou Ailton.


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Disque Denúncia Eleitoral espera receber 10 mil ligações Lançado no dia 5, o serviço encaminha os casos para investigação no Ministério Público Nayá Fernandes nayafernandes@gmail.com

Oferecer tratamento dentário, entregar brindes no final da consulta médica, dar cestas com arroz e feijão. Essas atitudes, boas a princípio, são realizadas durante campanhas eleitorais, em que o objetivo primeiro parece não ser o de fazer o bem, mas de conseguir o voto do eleitor. Essas e outras denúncias foram feitas nas eleições de 2008 e fazem parte de um relatório que contabiliza o número de denúncias realizadas pelo Disque Denúncia Eleitoral (DDE) nas últimas eleições. O lançamento do serviço para as eleições 2014 aconteceu na terça-feira, 5, na sede do Movimento Pensamento Nacional das Bases Empresariais (PNBE), na capital paulista. O canal funciona pelos telefones 4003-0278 (capitais e regiões metropolitanas) e 0800-881-0278 (demais localidades), de segunda à sexta-feira, das 8h às 20h e aos sábados das 8h30 às 14h. Apoiam o DDE, o Movimento Voto Consciente (MVC), o Ministério Público Democrático (MPD), o Instituto Brasil Verdade (IBV), o Movimento de Com-

Geraldo Alckmin, Paulo Skaf e Alexandre Padilha opinaram ao O SÃO PAULO sobre o Disque Denúncia e quais projetos têm para evitar a corrupção Nayá Fernandes e edcarlos bispo osaopaulo@uol.com.br

Para Geraldo Alckmin (PSDB), “não há hipótese de ser tolerado qualquer tipo de desvio”, sendo favorável a toda e qualquer nova medida para ampliar o combate a corrupção. E para a administração ser transparente, precisa ter

bate à Corrupção Eleitoral Estadual SP (MCCE), a AMARRIBO Brasil e a Associação de Bares e Restaurantes (Abrasel). Após passar pela central de atendimento, as denúncias são encaminhadas para investigação dos Procuradores da Justiça Eleitoral e Ministério Público. Só em 2012, na eleição municipal, o Disque Denúncia Eleitoral recebeu cerca de 4 mil denúncias, segundo dados oficiais do PNBE. Este ano, em 7 dias, o DDE já recebeu ligações com reclamações e denúncias. Tentativa de compra de votos, uso da máquina pública por candidatos ou partidos, propaganda na internet, ficha

suja, crimes contra fé pública ou contra a justiça eleitoral e outras irregularidades estavam entre as principais denúncias, mas a maior parte delas continua sendo a propaganda eleitoral irregular. Além do lançamento do DDE 2014, as entidades enfatizaram a urgência da reforma política no País e a fiscalização dos gastos exagerados nas campanhas. As entidades concordam que o canal direto da população é essencial para que o processo eleitoral ocorra de maneira adequada. “Cidadãos de todo o País podem contar o que estão vendo e ouvindo, saber se os fatos configuram indícios de crime eleitoral, man-

ter-se anônimo e acompanhar o desdobramento da denúncia encaminhada à Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo e de todos os demais estados e territórios da Federação”, afirmou Mario Ernesto Humberg, presidente do PNBE durante o lançamento. Em entrevista coletiva à imprensa, Mario destacou que as pessoas podem denunciar qualquer suspeita de atitude irregular por parte dos candidatos. “Mas, o mais comum é a tentativa de compra de voto, o uso da máquina pública, a propaganda na internet”, afirmou. Ele explicou ainda que a maioria das denúncias nas últimas eleições foi confirmada,

mas nem todas viraram processos no Ministério Público. Para Luciano Santos, advogado e membro do MCCE, “o maior trabalho é a conscientização do eleitor, do cidadão que está sempre sendo prejudicado, porque o dinheiro que é desviado é o dinheiro da educação, da saúde. Assim como foi falado hoje, muitas pessoas têm o sentimento da troca imediata e por isso precisamos trabalhar este elemento e ressaltar que a coletividade é mais importante, e, que quando você, no processo eleitoral, escolhe bem seus representantes, estará evitando que a coletividade padeça”. Exemplos de denúncias recebidas no Estado de São Paulo

Compra de voto por gasolina; Compra de voto por uniformes de time de futebol; Compra de uniforme para times de futebol; Funcionários de empresa fazem entrega de folheto no horário do expediente; Comícios regados a churrasco e cerveja; Afixação de cartazes de candidatos até no cemitério; Funcionários públicos fazem encarte de material de campanha no horário do expediente; Crianças levam para casa recado por escrito para os pais informarem em quem irão votar. Fonte: Assessoria do PNBE

Candidatos ao Governo do Estado falam sobre o DDE boa gestão e eficiência no gasto público. O candidato apresentou como propostas: prover serviços eletrônicos aos cidadãos paulistas pela utilização da internet e da telefonia móvel, ampliando e criando programas como o Portal Detran e o E-Poupatempo; universalizar os programas da Fundap voltados para a capacitação dos servidores públicos; continuar a disseminação de sistemas e processos inovadores e desmaterializar processos adotando sistemas eletrônicos de administração pública; universalizar a política de bonificação salarial para servidores públicos; aferir junto ao usuário a qualidade dos serviços prestados à população em todas as áreas do governo. Paulo Skaf (PMDB), diz que

“avalia positivamente todo o mecanismo que coíba a corrupção, que deve ser apoiado pelas pessoas de bem”. Ele enfatizou que sua instrução para toda a equipe é de cumprir a legislação à risca, sem a mínima tolerância. “Estamos muito atentos. Intensificaremos as atividades de corregedoria do Estado, ampliaremos as auditorias em todos os processos que envolvam compra e utilizaremos mecanismos eletrônicos de compras e cotações com vistas a garantir sempre as melhores cotações.” Sobre a punição para casos de corrupção, Skaf afirmou que “por mais que aconteçam punições, não podemos nos contentar enquanto existirem casos impunes. Precisamos intensificar a fiscalização e a punição. Por isso, apoio

rência e autonomia, aproveitando para isso a experiência da CGU no governo federal, que tem sido exemplo no combate à corrupção. A Corregedoria já existe, mas não tem atuado como deve, ao contrário do que tem ocorrido no âmbito federal. O mais importante de tudo é a certeza da punição. A eficiência do sistema está centrada no combate à impunidade”.

fortemente a iniciativa do Disque Denúncia contra corrupção eleitoral.” Para o candidado Alexandre Padilha (PT), o DDE é positivo. “Todo mecanismo criado para coibir o abuso econômico no processo eleitoral tem nosso apoio”. O candidato ressaltou, ainda, que todas as instâncias do partido e da campanha estão O SÃO PAULO os candidatos abertas para que a população que estão à frente na pesquie os eleitores se manifestem. sa Ibope encomendada pela “Nosso site está de portas aber- TV Globo sobre a disputa pelo tas para manifestações e todas Governo de São Paulo, divulserão encaminhadas para as au- gada dia 30 de julho. Como os demais candidatos estavam, toridades competentes”, disse. Padilha defende que “o com- nesta pesquisa, empatados com bate deve ser feito com mecanis- 1%, escolheu-se aleatoriamenmos de transparência e controle te Gilberto Maringoni (PSOL), social. Vamos dotar a Corregedo- que não se manifestou sobre o ria do Estado de maior transpa- assunto.


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Seu voto tem consequências: um novo mundo, uma nova sociedade duziu a cartilha, que salienta também que estas serão as primeiras eleições após as manifestações Para as eleições de 2014, a CNBB de junho e julho de 2013, quando lançou uma cartilha, com o objetivo de orientar os eleitores de acordo com os valores cristãos. “Vamos, mais uma vez, explicitar a nossa cidadania, por meio das eleições: presidenciais, de governadores, de deputados federais e estaduais e parte dos senadores”, diz o texto, logo na sua introdução. “Envolver-se na política é uma obrigação de todo cristão”, afirmou o Papa Francisco e reproNayá Fernandes nayafernandes@gmail.com

milhares de pessoas ocuparam as O texto explica, ainda, que a ruas, levando suas insatisfações e política se ocupa de leis e de mereivindicações políticas, econô- didas concretas que afetam diremicas e sociais. tamente os cidadãos, não apenas Sergio Ricciuto Conte

um grupo, mas a totalidade dos membros de uma comunidade. “Assim, na medida em que a política pode propiciar o bem-estar e a garantia dos direitos a todos, é um exercício de amor e de justiça”, assegura o documento. Elaborada segundo o método ver, julgar e agir, a cartilha enfatiza também que “a base sobre a qual deve se dar tal atuação está no fato de que o compromisso político é uma expressão qualificada e exigente do compromisso cristão a serviço da vida”.

VER

AGIR

1. As jornadas de junho e julho de 2013 levantaram diversificados temas, tais como: • A má qualidade dos serviços públicos de transporte, saúde e educação; • A má qualidade de alguns serviços públicos, os investimentos nestas políticas sociais estão muito aquém do necessário; • O abismo existente entre os representantes (governos e parlamentares) e os representados; • A forma como alguns meios de comunicação exercem o seu trabalho, deturpando notícias, omitindo fatos, desconsiderando o conteúdo dos protestos. 2. Conquistas significativas: • Nos últimos dez anos, aproximadamente de 28 milhões de brasileiros deixaram a extrema miséria e a pobreza; • Houve um aumento real do salário-mínimo – acima da inflação; • A taxa de desemprego vem caindo regularmente desde 2003 e ficou em 5,4% em 2013; • O Brasil é um dos países onde houve maior redução da pobreza nesse período. 3. Os desafios atuais - com um olhar para as eleições: • Os recursos para a saúde e para a educaçã são bastante limitados; • Crescente violação dos direitos dos povos indígenas e quilombolas, com a construção de dezenas de usinas hidrelétricas e grave impacto ambiental; • Priorização de investimentos no agronegócio e lentidão da Reforma Agrária; • As sucessivas privatizações e a injustiça do sistema tributário e a desigualdade social.

1. O necessário horizonte sobre a política: • Discutir em grupo, em comunidade; • Refletir sobre como contribuir para as mudanças; • Debater com os candidatos e questionando-os; • Conhecer as propostas em disputa. 2. Construir meios de participação permanente e de controle social e em relação aos candidatos, conhecer: • Suas propostas; • O que já fizeram em sua vida para levar à frente estas propostas; • Diante das questões sociais - a desigualdade social, o desemprego, a exclusão e os desafios aqui levantados - o que pensam fazer? • Como fazem e quem financia sua campanha? 3. O que fazer para que aconteça a reforma política urgente: • Afastamento do poder econômico das eleições; • Adoção do sistema eleitoral em dois turnos: primeiro, o voto dado ao partido (valorizando os seus projetos de governo); segundo, o voto nos candidatos de uma lista formada democraticamente; • Valorização da alternância de gênero nas listas dos candidatos; • Favorecimento do uso dos mecanismos de democracia direta, através da regulamentação do artigo 14 da nossa Constituição: Projeto de Lei de Iniciativa Popular, Referendos e Plebiscitos.

julgar 1. Não a uma economia da exclusão e da desigualdade social: • Papa Francisco provocou reações dos defensores do capitalismo neoliberal com a exortação “A Alegria do Evangelho”; • Francisco diz que “Desenvolveu-se uma globalização da indiferença”; • O Pontífice fala ainda que a sociedade “acusa da violência os pobres e as

populações mais pobres”; • “Quando a sociedade abandona na periferia uma parte de si mesma, não há programas políticos que possam garantir indefinidamente a tranquilidade”, diz o Papa. 2. Sinais de resistência e criatividade: • O voto consciente é um dos meios para obter mudanças na sociedade; • As mobilizações popula-

res, como a Lei da Ficha Limpa, em 2010; • É preciso dizer que, apesar das dificuldades, há políticos responsáveis, éticos, comprometidos com a defesa dos direitos humanos. 3. O Brasil que queremos: • Promover uma Reforma do Sistema Político com participação democrática; • Rever o modelo econômico; • Realizar uma auditoria da

dívida pública, conforme exigência da Constituição; • Repensar os megaprojetos em execução que estão destruindo o habitat dos povos indígenas, quilombolas, das populações ribeirinhas e o meio ambiente; • Realizar a Reforma Agrária e promover a Reforma Urbana; • Democratizar os meios de comunicação e universalizar os direitos humanos.


Com a palavra

16 | Geral |

13 a 19 de agosto de 2014 | www.arquidiocesedesaopaulo.org.br

Dom Edmar Peron

‘A doação de si é o que faz a pessoa ser feliz’ Luciney Martins/O SÃO PAULO

Deus, uma bela experiência de fé a ser aprofundada na vida familiar. Nós acreditamos que, sob a luz da fé, aquela palavra de Paulo se realiza, ou seja, o Matrimônio de fato será um sinal concreto do amor de Cristo para com a Igreja. Naquele amor específico entre o homem e a mulher, há uma expressão do amor de Cristo para com a humanidade inteira. Se nós falamos que o padre é, diante da comunidade, um sinal sacramental de Cristo, o homem e a mulher casados são para a grande comunidade da Igreja e da família humana um sinal sacramental do amor d’Ele, amor de entrega, oblação.

Rafael Alberto

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Bispo referencial para a Coordenação Pastoral dos Ministérios Ordenados na Arquidiocese de São Paulo, que engloba o acompanhamento vocacional, Dom Edmar Peron, vigário episcopal para a Região Belém, falou com O SÃO PAULO sobre como os jovens podem realizar um bom discernimento vocacional em tempos de uma cultura que valoriza o esquema do “que vantagem eu levo?”. O Bispo explicou que a vida de casado também é um sinal de Deus para a comunidade e, por isso, o caminho para o Matrimônio deve ser tão bem pensado quanto o que leva ao sacerdócio.

E como fazer para realizar esse despertar?

O SÃO PAULO – Por que um

mês vocacional?

Dom Edmar Peron – A Igreja no Brasil procurou tematizar alguns meses para destacar o que deve ser vivido pelas comunidades. Por isso, se deve falar das vocações quando, por exemplo, o Evangelho é aquele do chamado dos discípulos; deve-se aproveitar bem esses momentos que a própria liturgia nos apresenta para falar de vocação. Mas aquilo que é da vida cotidiana da Igreja – o cuidado com as vocações – ela destacou pastoralmente no mês de agosto, assim como as missões em outubro. Desse modo, o mês de agosto recebeu algo específico: ser tido, na pastoral, como o “mês das vocações”.

Os testes vocacionais estão na moda. No sentido cristão, a vocação é a mesma dos testes? Os testes são importantes para mostrarem habilidades, como um auxílio às pessoas. Ele mostram tendências, pontos fortes, indicam caminhos por onde a pessoa pode “produzir mais” e ser uma pessoa bastante realizada. Porém, quando nós falamos de vocação sacerdotal, vocação religiosa e vocação ao Matrimônio, nós compreendemos que há algo a mais, algo específico, a dimensão de fé. Há, na vocação cristã, a necessidade de uma comunhão com Deus, de uma proximidade e amizade com Deus. Isso pode ficar fora dos testes vocacionais, mas, ao falarmos de vocação na Igreja, temos que situar a resposta nesse contexto de fé.

Vocação e “ter jeito pra coisa” têm o mesmo sentido? Penso que não. A pessoa que tem vocação, também precisa “ter jeito pra coisa”, claro. Mas, acima disso, nós consideramos que ela precisa ter e cultivar uma profunda comunhão com Deus; quem se sente chamado, chamada por Deus, precisa unir essa dimensão espiritual a algumas capacidades. Umas

serão as capacidades para viver a vocação religiosa em uma congregação, cujo carisma é trabalhar com doentes, em hospitais, por exemplo. Outras capacidades serão exigidas para quem deseja viver sua vocação em uma congregação monástica, de clausura. Àquela comunhão com Deus, o terreno em que uma vocação deve ser cultivada, a gente vai acrescentar habilidades, qualidades, para que não haja um desencontro e para que a vida vocacional não seja um peso àquela pessoa e nem para a sua comunidade. As qualidades e o chamado, na dimensão da fé, irão florescer na vida concreta da Igreja: na paróquia, na congregação, no carmelo, no mosteiro. Deus dá o dom da vocação como uma resposta à Igreja orante, e a pessoa chamada, para concretizar sua vocação, precisa também de qualidades, habilidades para responder àquele chamado; necessita, nesse caso, “ter jeito pra coisa”.

ao Matrimônio. A vida de casados também é um chamado de Deus?

Quando nós falamos de vocação, falamos de uma maneira concreta de o cristão, de a pessoa batizada viver a sua fé. Então, se eu falo que a vida religiosa é uma vocação, se eu falo que o ser padre é uma vocação, eu também tenho que dizer que ser casado é uma vocação. A pessoa precisaria discernir se é chamada à vida conjugal, e não apenas se deixar levar por pressões da sociedade ou da própria família; sim, é muito importante discernir se, como cristão, a pessoa se sente chamada para o Matrimônio, e se tem condições para assumi-lo. “Eu quero dividir a vida cristã com outra pessoa? Eu quero levar à fé aos filhos que vão surgir desse Matrimônio, sejam gerados, sejam adotados? Quero transmitir a eles o amor a Deus e ao próximo como mandamentos centrais?... essas são algumas perguntas que alguém que pensa em se casar na Igreja deve Muita gente pensa que fazer. O Matrimônio, para ser bem vivocação é só para ser padre e freira, e o senhor falou em vocação vido, requer grande comunhão com

Por primeiro, a pessoa, na sua experiência familiar e comunitária, vai caminhando à luz da fé, desejosa de fazer a vontade de Deus, como Jesus, e, assim, vai percebendo que o projeto de Deus pode acontecer no jeito concreto de sua vida. Essa pessoa, portanto, faz um caminho espiritual, como pessoa iniciada na fé, e poderá dizer que tem consciência do chamado ao Matrimônio. Depois, nós temos de enfrentar essa questão apresentando o Matrimônio como vocação desde a primeira Catequese, inserindo-o no plano de salvação de Deus. E penso, também, que devemos ser claros com os namorados e com os noivos, de que o Matrimônio pertence a esse sonho de Deus para seus filhos e filhos, e não é apenas um ato social – ainda que ele também seja um grande e importante ato social, na vida de cada pessoa, das famílias e da sociedade. Se os noivos tivessem consciência do verdadeiro significado do Matrimônio, muitos iriam aderir com uma alegria ainda maior à vida a dois. E outros, talvez, iriam mesmo desistir, porque não quererem assumir tal compromisso religioso.

A mentalidade que faz perguntar “que vantagem eu levo” tem impedido as pessoas de se consagrarem a Deus? Sim, acredito que impede sim. A vocação nos faz configurar o coração ao coração do Cristo, que é todo doação. A vida de quem responde com consciência à vocação religiosa é uma vida de doação e não uma vida “do que eu ganho”; será uma vida “do que eu dou” e de como eu mesmo vou me dar para poder servir. Enquanto a mentalidade for a do “toma lá, dá cá”, pensando quase exclusivamente do meu próprio bem estar, será difícil acolher uma vocação específica. O triste é que esse caminho que busca apenas “ganhos”, não é um caminho de realização profunda para a pessoa humana. Vai deixar sempre a pessoa insatisfeita e na mediocridade da vida. O caminho da doação é que faz a pessoa ser feliz!


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Criar 8 filhos ‘não é tão difícil quanto parece’ Daniela Leme/Arquivo pessoal

No Dia dos Pais, O SÃO PAULO conversou com Antonio Biselli, que falou sobre as vantagens de conviver em uma família grande Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

A família brasileira é composta por três integrantes, em média, segundo a Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (Pnad), de 2012. Mas esse número, nem de perto, reflete a realidade da família Biselli: o casal Antonio, 47, e Andrea, 46, tiveram oito filhos: Mateus, 23, Tobias, 21, Regina, 19, Lourenço, 18, Lavínia, 11, Verônica, 9, Gregório, 7, e Isadora, 4. “Uma família grande assim não te deixa cair, sempre te eleva, é uma autoajuda sempre. Chego em casa, posso ter tido o maior problema no trabalho, mas vejo minha filha me receber ‘oi pai!’ Não há nada na vida que recom-

Antonio Biselli (sentado), pai de oito filhos, garante que família numerosa é ‘escola de humanidade’ e de solidariedade

pense isso, é o que me faz ser melhor, não se acomodar”, conta, orgulhoso, Antonio Biselli. Engenheiro mecânico de formação, Antonio casou-se com Andrea disposto a acolher “todos os filhos que viessem”. Ele contou ao O SÃO PAULO que criar oito filhos “não é tão difícil quan-

to parece”. Embora os custos, especialmente com educação, sejam maiores que o de outras famílias, é recompensador a vivência em um ambiente fraterno. “Há uma escola de humanidade. É preciso dividir as coisas, ser generoso, compartilhar. O coletivo é algo natural numa família grande”.

Antonio garante não ter percebido grandes mudanças em educar os filhos em décadas diferentes. “Meu pai costumava dizer que um filho você educa até 10, 12 anos. É como árvore: você plantou, tomou conta direitinho, colocou as escoras, vai nascer reta. Agora, se não cuidou no co-

meço, está torta, você vai passar a vida inteira corrigindo, mais não adianta”, avaliou. Antonio também sempre se preocupou em transmitir a fé aos filhos, especialmente levandoos às missas na Paróquia Nossa Senhora do Brasil, na zona sul, mas considera que a espiritualidade é uma escolha individual. “Na transmissão da fé, vale muito mais o exemplo: o filho ver um pai ajoelhado, rezando, tem muito mais valor do que explicar todo o Antigo e Novo Testamento, ou porque Cristo veio à Terra”. E o que o “super pai” deixaria de dicas aos outros casais? A primeira é que as exigências aos filhos devem ter tom diferente conforme a importância; “casar é um chamado, precisa ser bem feito, bem decidido com a esposa”; e que a paternidade seja sempre um ato responsável. “Nunca vi ninguém se arrepender por ter tido filhos, mas já vi muitas pessoas que vêm e nos falam ‘ah, se eu pudesse voltar atrás’, ou ‘porque eu não tive mais’, vejo arrependimento nas pessoas que não tiveram mais filhos”.

Projeto permite ‘experimentar diferenças’ no esporte Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

Até o domingo, 17, quem for ao Shopping Eldorado, na zona sul de São Paulo, poderá vivenciar a sensação de praticar esportes paralímpicos, jogando futebol com os velhos vendados, basquete em cadeiras de rodas, andando de handbike ou na prática de outras modalidades, no projeto “Experimentado Diferenças”. Criado em 2013, a iniciativa busca sensibilizar o público para as conquistas e o valor do atleta paralímpico. “Para as pessoas que vêm ao shopping é uma surpresa, pois não se programaram para a atividade, mas experimentam e gostam. Uma deficiência não é um impedimento para a vida, ainda mais no esporte, que supera desafios”, comentou, ao O SÃO PAULO, Fernando Rigo, idealizador do projeto, que passou por shoppings centers de Salvador, Recife, Natal, Curitiba, Brasília e Rio de Janeiro. O casal Fábio e Juliana Borges levou Gabriel, 7, e Lucas, 2, para praticar as atividades. “Trouxemos nossos filhos para verem que as pessoas com deficiência não são diferentes das outras e como atletas conseguem coisas que nós, os ditos ‘normais’, na maioria das vezes, não conseguimos”, afirmou Fábio. “Tudo

mundo é normal. Alguns não conseguem andar, mas nem por isso a gente é melhor que eles”, disse Gabriel.

Paradesportistas buscam reconhecimento e apoio

A solenidade de lançamento do projeto aconteceu na sexta-feira, 8, com a presença do ex-jogador de futebol Raí Oliveira, do campeão olímpico de ginástica artística Arthur Zanetti, de esportistas paralímpicos e de representantes do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e da Caixa Loterias, patrocinadora da iniciativa. O judoca Antonio Tenório, campeão nas Paralimpíadas de Atlanta 96, Sydney 2000, Atenas

2004 e Pequim 2008, além de medalhista de bronze em Londres 2012, destacou que o evento “traz a população para conhecer as nossas modalidades. Em 2016, todo mundo vai estar consciente que há atletas que praticam essas modalidades paralímpicas”, projetou. Alan Fonteles, medalhista de ouro no atletismo na Paralimpíada de Londres 2012, diz que os bons resultados do Brasil nas competições internacionais aumentaram o reconhecimento dos paradesportistas no País, mas ainda faltam patrocínios. “Há apoios para os atletas de alto rendimento, mas para a iniciação no esporte paralímpico empresas privadas poderiam patrocinar os atletas”.

Antonio e Alan estão entre os esportistas retratados na mostra “Caravana Vencedores”, que como parte do projeto exibe 60 imagens do fotógrafo Sérgio Dutti, que retratam a preparação e o desempenho dos brasileiros na Paralimpíada de Londres 2012. Jady Malavazzi, esportista do handbike, atesta o crescimento do paradesporto no País. “No ciclismo, por exemplo, a gente teve um grande aumento de atletas nos últimos anos”, comentou. Maciel Santos competiu em Londres 2012, na bocha adaptada e sagrou-se campeão olímpico. “Representar no Brasil em uma olimpíada é uma emoção inex-

plicável, é auge que todo atleta sonha. Ser campeão olímpico foi algo além do meu sonho”. “Ainda falta a popularização do esporte paralímpico no Brasil e a maior visibilidade do feito dos nossos atletas”, expressou Mizael Conrado, um dos vicepresidentes do CPB, durante o lançamento do “Experimentando Diferenças”. SERVIÇO Projeto Experimentando Diferenças Local: Shopping Eldorado (avenida Rebouças, 3.970). Site: www.experimentando diferencas.com.br


18 | Região Brasilândia |

13 a 19 de agosto de 2014 | www.arquidiocesedesaopaulo.org.br

Irmã Brígida: uma vida entregue a Deus e aos irmãos Luciney Martins/O SÃO PAULO

Com 43 anos de trabalho missionário realizado na Brasilândia, sobretudo com jovens e mulheres, ela morreu no dia 6

Gratidão a Irmã Brígida “Ela foi uma discípula de Jesus em tempo integral, entregou sua vida em favor da causa do Reino de Deus. Trabalhou nas periferias, sendo solidária, enxugando as lágrimas e se alegrando com seu povo, em defesa dos direitos e na promoção da dignidade da Mulher. Foi sal, luz e fermento e levou a Brasilândia em seu coração”.

Dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo emérito de Blumenau (SC).

Renata Moraes

Colaboradora de Comunicação da Região

Nascida na Irlanda, em 16 de setembro de 1935, Irmã Brígida McDonagh, BRASILÂNDIA filha da Congregação das Irmãs Missionárias Médicas de Maria, chegou ao Brasil nos anos 1970. Depois de uma estadia no Amparo Maternal, escolheu a periferia para viver a sua missão e testemunhar a sua consagração a Deus. Dedicou sua vida aos menos favorecidos, aos jovens e às mulheres, especialmente no trabalho missionário na Região Brasilândia com a Pastoral da Mulher. Com a saúde já debilitada, suas condições físicas não permitiam mais o cumprimento de sua missão. Irmã Brígida, que sofria de esclerose múltipla desde o ano 2000, também fazia o uso de cadeira de rodas para se locomover. Despediu do Brasil em setembro de 2012, voltando para seu País de origem. Uma missa em sua homenagem e despedida foi celebrada naquele ano, ocasião em que Dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo emérito de Blumenau (SC), presenteou-a, com a sua cruz de bispo. “Tomei a agenda regional

De segunda-feira a quinta-feira (18 a 21 de agosto), 20h Semana Regional de Formação, nas paróquias Santos Apóstolos (avenida Itaberaba, 3.907), Santo Antônio (rua Parapuã, 1.903) São Luís Gonzaga(praça dom Pedro Fulco Morvidi, 1); e São José ( rua João Jacinto Mendonça, 134).

“Irmã Brígida foi uma das pessoas mais encantadoras que encontrei aqui, no início do meu ministério episcopal. Mulher de ternura desmedida e, ao mesmo tempo, tenaz no cumprimento da sua missão, semeando sempre justiça e paz, alegria e fé. Sua vida foi um encanto e seu testemunho foi uma lição para nós”.

Dom Milton Kenan Júnior, bispo auxiliar da Arquidiocese para a Região Brasilândia.

decisão que darei a minha cruz de bispo para a Brígida levar para Irlanda como sinal do nosso compromisso com o povo de Deus desta Região”, disse o Bispo naquela ocasião.

Irmã Brígida faleceu no dia 6, vítima de uma infecção generalizada. A missa de 7º dia foi celebrada na terça-feira, 12, na Paróquia Santos Apóstolos, no Jardim Maracanã.

“Nos conhecemos em 1990, com o trabalho da Cáritas. Nos tornamos amigas e companheiras. Ela ajudou as mulheres da Brasilândia a se organizarem, ampliarem a confiança em si mesmas, e a perder o medo de enfrentar o mundo. Irmã Brígida deixou pra nós o compromisso com os mais pobres; o respeito às mulheres; a importância da formação”.

Fátima Giorlano, integrante da Cáritas Arquidiocesana.

Encontro regional aborda a Iniciação à Vida Cristã Da Região Episcopal

Entre os dias 28 a 31 de julho, aconteceu na Região Brasilândia a semana de formação regional com o tema: “Iniciação à Vida Cristã”. Em quatro noites, foram abordados os temas: “A Transmissão da Fé no Período da ‘mudança de época”, com Dom Milton Kenan Júnior; “O Processo Catecumenal de Iniciação à Fé a partir do RICA”, com o Padre Eduardo Binna; “Querigma – A Força do Anúncio”, com o Padre Antonio Francisco Lelo (padre Lelo); e “Os Ministérios da Iniciação à Vida Cristã com inspiração catecumenal”, com o Padre Diogo Cassiano Maciel. Dom Milton enfatizou que houve um grande interesse das comunidades em repensar a transmissão da fé, principalmente no contexto de mudança de época. Ele se mostrou feliz com a grande participação das pessoas na Região Brasilândia.

palavra do bispo

Venha a nós o vosso Reino Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia

Dom Milton Kenan Júnior

As três primeiras preces que se sucedem na Oração do Pai-nosso parecem insistir na mesma realidade: santificar o nome, a vinda do Reino e a vontade do Pai indicam a mesma realidade, vista, porém, por ângulos diferentes: a soberania de Deus, o reconhecimento do Absoluto que é unicamente Deus, e a disposição em viver na dependência dele. Quando suplicamos: “Venha

a nós o vosso Reino”, reconhecemos, por primeiro, que o Reino de Deus se antecipa ao nosso pedido, ele já está presente entre nós. São Cipriano, no seu belíssimo comentário ao Pai-nosso, diz que “O Reino de Deus pode até significar o Cristo em pessoa, a quem invocamos com nossas súplicas todos os dias e cuja vinda queremos apressar por nossa espera. Assim como Ele é nossa Ressurreição, pois nele nós ressuscitamos, assim também pode ser o Reino de Deus, pois nele nós reinaremos” (ibid). Sem prescindir de todas essas considerações, “na Oração do Senhor, trata-se principal-

mente da vinda final do Reinado de Deus mediante o retorno de Cristo”, afirma o Catecismo (n. 2.818); o que não desincumbe, mas, ao contrário empenha ainda mais a Igreja na sua missão nesta terra de restaurar todas as coisas em Cristo! O Catecismo ainda afirma, citando a constituição Gaudium et Spes: “A vocação do homem para a vida eterna não suprime, antes reforça, seu dever de acionar as energias e os meios recebidos do Criador para servir neste mundo à justiça e à paz” (n. 2.820). Belíssimo, enfim, o trecho do teólogo alemão Schneider, citado pelo Papa Bento XVI,

quando comenta essa invocação do Pai-nosso: “A vida deste Reino é Cristo, que continua a viver nos seus; no coração que já não for alimentado pela força de vida de Cristo, termina o Reino; no coração que for por ela tocado e transformado, ele começa nas raízes da árvore que não pode ser destruída procuram penetrar em semelhante coração. Empenhados na transformação das realidades terrestres, não percamos de vista de que o Reino é dom e graça, que germinou neste mundo pela morte e ressurreição de Jesus, mas que alcançará sua plenitude quando Deus for tudo em todos!


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| Região Belém | 19

Deus no centro da Família Paróquia Imaculada Conceição, no Setor Sapopemba, recebeu 300 pessoas na missa de abertura de atividades cristãs sobre as famílias João Carlos Gomes

Colaborador de comunicação da Região

A Paróquia Imaculada Conceição, no Setor bELÉM Sapopemba da Região Belém, preparou várias atividades para celebrar a Semana da Família. Desde o domingo, 10, a Paróquia vem realizando uma série de momentos celebrativos e de oração, com o tema geral “A Espiritualidade cristã na famí-

João Carlos Gomes

Padre Gilberto preside celebração que dá início à Semana da Família em paróquia na Região Belém, no domingo, 10

lia: um casamento que dá certo”. comunidade católica A Eternun Dei, falou sobre “Família de NaDeus como centro da zaré, modelo de espiritualidade pela confiança e obediência”. família A programação teve início com a A sequência da semana terá atimissa solene celebrada pelo pá- vidades sempre às 20h, com os seroco, Padre Gilberto Orácio de guintes temas e assessores: “A EuAguiar, com a participação do di- caristia Dominical: expressão maior ácono José Augusto Gomes da Sil- da espiritualidade cristã”, no dia 13, va, reunindo cerca de 300 pessoas. com o professor Joel Graciano, da Na segunda-feira, 11, foi trata- comunidade Aliança de Misericórdo o tema “A prática espiritual do dia; “A religiosidade e a piedade casal/família: comunhão e fideli- popular no exercício da espirituadade”, com Fledsneri da Silva, da lidade cristã”, dia 14, com Regina comunidade católica Recado; e na Maria de Almeida Nagy; “Família, terça-feira, 12, Willian Alves, da Igreja doméstica: lugar especial da

espiritualidade cristã”, dia 15, com o diácono Mário Braggio; “Casamento comunitário”, no dia 16, às 18h, seguida de Noite de Adoração para as famílias; No dia 17, às 19h, haverá o encerramento, com a missa: “desafios da espiritualidade cristã na família”, com o bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo na Região Belém, Dom Edmar Peron. Ao valorizar um casal em visita à Paróquia, vindos da Bahia, Ivanilzo dos Santos e Neusa Gonçalves dos Santos, com 42 anos de casados e 10 filhos, Padre Gilberto deu a tônica do que as famílias

precisam para serem felizes: “O que deve estar no centro da família?”, questionou Padre Gilberto. “Não é a televisão, o trabalho, as baladas, nada disso: o que salva a família é colocar Deus no centro de sua vida”, respondeu. E finalizando, completou: “A família que não tem Jesus no meio está fadada à sua própria destruição”.

São Mateus homenageia perseguidos da ditadura No sábado, 9, cerca de 300 pessoas se reuniram no salão de festas Classe A, para o lançamento do livro “Um tempo para não esquecer. Ditadura: Anos de Chumbo”, de Antonio Prado de Andrade, e para homenagear Manoel Messias do Nascimento, o Manu, que tanto como o autor do livro e seus irmãos, lutaram contra a Ditadura Militar e, por conta disso, foram perseguidos e presos políticos. O evento foi organizado pela Comissão da Verdade da Assembleia Legislativa de São Paulo.


20 | Região Santana |

13 a 19 de agosto de 2014 | www.arquidiocesedesaopaulo.org.br

Pastoral Fé e Política faz debate com candidatos Evento pluripartidário na Paróquia Santa Zita teve participação de Dom Sergio Borges e pleiteantes a cargos de deputado estadual e federal

os candidatos, que tinham aproximadamente dois minutos para responder o que entendem por reforma, se apoiam ou não, e como fazê-la acontecer”, disse Edcarlos. “Aliado a isso, uma verdadeira reforma política precisa superar os limites da atual democracia representativa em vista de uma democracia plena, que seja direta e plural, diminuindo ao máximo (em vista de uma total eliminação) a influência do poder econômico e das oligarquias”, expresDiácono Francisco Gonçalves sou Marcelo. Colaborador de comunicação da Região

A Pastoral Fé e Política promoveu no dia 2, na Paróquia Santa SANTANA Zita e Nossa Senhora do Caminho, na Região Santana, um debate com candidaturas ao Poder Legislativo Estadual e Federal. O encontro, que reuniu aproximadamente 90 pessoas, teve acolhida feita por Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, e pelo Padre Maurício de Souza. O Bispo destacou o interesse dos cristãos pela política e lembrou que os eleitores devem saber a função e o papel dos deputados. Marcelo Naves, coordenador paroquial da Pastoral Fé e Política, informou que dentre as motivações para o debate estava o documento “Por uma Reforma do Estado com Participação Democrática”, da CNBB, que diz: “a exigência é passar de uma política centrada nos interesses do capital financeiro para uma política centrada nos interesses da sociedade, sobretudo daqueles que estão em pior situação e têm, por isso, privilégio ético” (Doc 91, CNBB, 78). “Todas essas posições são reforçadas pelas palavras do nosso Papa Francisco, quando nos alerta: ‘envolver-se na política é uma obrigação para um cristão. (...) Devemos participar da política porque a política é uma das formas mais altas de caridade, porque busca o bem comum’”, explicou Marcelo. Participaram do debate Douglas Belchoir (PSOL), Luiza Erundina (PSB), João Bico (PSD) e Tadeu Marim (PV), candidatos à Câmara dos Deputados; e Daniel Lima (PSOL), Renato Simões (PT) e Rosana Chiavassa (PSB), candidatos à Assembleia Legislativa de São Paulo. A mediação foi de Edcarlos Bispo de Santana, jornalista do O SÃO PAULO e membro da Pastoral Fé e Política. “Como um dos principais temas, a Reforma Política foi o assunto em comum entre todos

Rogerio Fonseca

Durante o evento, foi aberta sessão de perguntas aos candidatos. Vários temas foram abordados, entre os quais, críticas às propostas de redução da maioridade penal; o encarceramento massivo e a violência sofrida pelas juventudes; falta de políticas públicas para a população imigrante; condições de atendimento dos prontos-socorros públicos; a influência de bancadas religiosas nos poderes Legislativo e Executivo; aborto e legalização das Comunidade local ouve propostas e questiona candidatos a cargos legislativos drogas.

Na Água Fria, Cardeal Scherer preside dedicação da Capela Cristo Rei New Star

Da redação

Nas comemorações do jubileu de ouro da Capela Cristo Rei, vinculada à Paróquia Santa Joana D´arc, na Região Episcopal Santana, a comunidade de fiéis participou, na manhã do domingo, 10, da celebração de dedicação do templo, presidida pelo Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, e concelebrada pelos padres José Roberto Abreu de Mattos, pároco, e Ricardo Anacleto, com a participação do diácono permanente Josmar Cassemiro. Há 50 anos, a capela é presença da Igreja no bairro da Água Fria, na zona norte, e o ambiente onde as 150 pessoas que participaram da missa vivenciam a fé. Dom Odilo, na homilia, lembrou aos participantes que o edifício dedicado de

pedras é sinal visível da Igreja viva ou casa de Deus, que eles próprios constituem. Destacou, ainda, que toda a obra da criação é templo de Deus, o que torna desnecessário a construção de grandes templos ao Senhor, pois Ele habita todo universo. Durante a celebração, o Cardeal também exortou que as atividades da Capela aumentem para que a presença dos jovens possa ser percebida. Ele destacou, também, a importância da oração para as vocações sacerdotais e ressaltou o papel da família para encorajar os jovens ao Matrimônio. Referindo às comemorações do Dia dos Pais, naquele dia, o Arcebispo conclamou que cada pai se inspire no modelo da paternidade de Deus. (Colaborou Angélica Cabrera Lopes)

palavra do bispo

Chamaste-me para...??? Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana

Dom Sergio de Deus Borges

Fala-se muito sobre o sentido da vida; o porquê se está no mundo e para que se vive neste determinado espaço de tempo. Porém, as propostas de uma vida com sentido, em sua maioria, são insuficientes e irreais, porque são propostas imediatistas, fechadas à transcendência, fechadas para Deus, e, por isso, não conseguem preencher o coração dos jovens, colocados neste mundo por um ato do amor eletivo de Deus. As consequências na vida daqueles que seguem essas

propostas são evidentes em todos os ambientes: encontramos “jovens, embora inteligentes e bem dotados, nos quais parece apagada a vontade de viver, de acreditar em alguma coisa, de tender para grandes objetivos, de esperar num mundo que, graças a seus esforços, pode se tornar melhor. São jovens que parecem sentir-se ‘supérfluos’ no jogo ou no drama da vida, quase demissionários em relação a ela, meio perdidos ao longo de caminhos interrompidos, e reduzidos aos níveis mínimos da tensão vital. Sem vocação, mas também sem futuro, ou com um futuro que, no máximo, será uma fotocópia do presente” (Cf. POVE, 11). Qualquer proposta sobre o sentido da vida sem a abertura ao transcendente, sem Deus, sem o

sentido do chamado, tende para o vazio, para a insatisfação, para a agonia, porque o homem e a mulher não foram feitos para o mínimo da tensão vital, para uma vida sem futuro. Deus, em seu plano de amor, criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança, para uma vida plena de sentido, onde poderão exercitar e viver ao máximo a sua tensão vital. Padre Zezinho, em uma de suas músicas, apresenta o princípio fundamental de qualquer projeto de vida com sentido - Me chamaste para caminhar na vida contigo... – que é à consciência vocacional, e esta é natural a todo homem e mulher. Daqui deve partir o caminho da evangelização, do primeiro anúncio – o querigma - para

evangelizar a vida e o significado da vida, a exigência de liberdade e de subjetividade, o sentido da própria presença no mundo e do relacionamento com os outros. Caso falte essa dimensão, não haverá evangelização que abra as portas do coração dos jovens à beleza do Evangelho, notícia perenemente boa, rica de vida e sentido, como anúncio capaz de responder às suas expectativas e de iluminar seu horizonte e abrir seu futuro. Cabe à comunidade de fé, comunidade profética, espaço de vida, a missão de testemunhar que existe uma vocação específica para cada pessoa, existe um sentido para a existência e a vida, um projeto de amor do Pai para cada um.


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| Região Sé | 21

Três décadas de devoção a Bom Jesus dos Passos Fernando Geronazzo

Paróquia localizada no bairro de Pinheiros celebrou veneração bicentenária vinda de Portugal

Semana Nacional da Família Da Região Episcopal

Fernando Geronazzo

Colaborador de comunicação da Região

A Paróquia Senhor Bom Jesus dos Passos, em SÉ Pinheiros, zona oeste, celebrou no domingo, 10, a festa de seu patrono, que contou com a presença do arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer. Tradicionalmente comemorado no mesmo dia da Festa da Transfiguração do Senhor, em 6 de agosto, a Paróquia optou por celebrar a data no domingo, para que mais paroquianos pudessem participar da missa.

Senhor dos Passos

O culto ao Senhor Bom Jesus dos Passos tem sua origem em Portugal, mais precisamente na cidade Matosinhos, onde existe um grande santuário com este título. No Brasil, a devoção se expandiu a partir do Sul do país. A história da Paróquia Senhor Bom Jesus dos Passos, criada em 8 de setembro de 1985, começa cerca de 200 anos antes, com a presença da Venerável Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos, nascida em torno da imagem de Bom Jesus.

Cardeal Scherer motiva fiéis à manterem-se firmes na missão evangelizadora em Pinheiros; após celebração, Arcebispo encontra-se com morador em situação de rua

Pároco desde o início da Paróquia, Padre Vitor Bertoli, 86, explicou que o que mais marca o culto a Bom Jesus dos Passos é justamente a relação das pessoas com essa imagem localizada no altar da igreja.

Piedade

“Todos os dias, eu vejo pessoas diante da imagem do Senhor Bom Jesus, quando não vão atrás do altar beijar os pés da imagem”, disse o Pároco, que ressaltou ainda a identificação dos fiéis com a frase escrita na base da imagem: “Filho, tem confiança. Conta-me tuas mágoas que eu te livrarei”. Madalena Sitrangulo Fenile, 79, e sua irmã, Maria Aparecida Sitrangulo, 90 estão na Paróquia desde sua fundação. Mesmo pertencendo à Irmandade há 18 anos,

a “amizade” delas com Bom Jesus dos Passos é de décadas. “Todo primeiro domingo do mês, nós nos reunimos, partilhamos, fazemos nossas orações, procuramos sempre estar com o Senhor Bom Jesus”, contou Madalena. “O Senhor Bom Jesus é tudo na nossa vida. Muitas pessoas não gostam muito de sua imagem, pois acham que ela é triste. Mas quando contemplo o sofrimento de Jesus, me recordo que ele carregou sobre si todas as nossas dores e sofrimentos. Isso me enche de alegria”, afirmou Maria Aparecida.

pobres”, disse, referindo-se ao programa assistencial aos pobres da região, que serve cerca de 300 refeições por semana aos moradores de rua. Dom Odilo motivou os paroquianos a continuarem firmes na missão evangelizadora no bairro e ressaltou a importância da pequena Igreja em meio aos prédios da região, como sinal da presença de Deus na cidade. Após a missa, o Cardeal participou da confraternização dos paroquianos e pessoas assistidas pela Paróquia.

Os pobres

Quarta-feira (20)

Padre Vitor também salientou o trabalho social realizado nesses 30 anos na Paróquia. “A grande graça da nossa Paróquia são os

classificados

agenda regional

Conselho Regional de Pastoral (avenida Pacambu, 954, Pacaembu).

Durante a Semana Nacional da Família, de 10 a 16, várias paróquias da Região Sé realizam atividades relacionadas ao evento. A Pastoral Familiar da Paróquia Nossa Senhora do Carmo da Aclimação (rua Braz Cubas 163, Aclimação) realizará um encontro no domingo, 17 , das 14h às 17h, para celebrar a Semana Nacional da Família. Mais informações em (11) 55797386. A Paróquia São Domingos, em Perdizes, realizou no domingo, 10, o Rosário pela Vocação Familiar, nas intenções dos pais, filhos e por todas as necessidades materiais e espirituais das famílias.

Formação sobre Evangelii Gaudium

A Paróquia São Paulo da Cruz (Igreja do Calvário) realizou de 5 a 7 um encontro de formação para as lideranças sobre a Exortação Apostólica Evangelli Gaudium, do Papa Francisco. De acordo com o pároco, Padre Rogério de Lima Mendes, o encontro teve o objetivo de formar, integrar e promover unidade entre as pastorais e movimentos da paróquia.

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80 anos de vida completou o Cardeal Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo e prefeito emérito da Congregação para o Clero, na sexta-feira, dia 8. No domingo, 10, Dom Cláudio presidiu missa festiva na Catedral da Sé e foi saudado pelos fiéis da Arquidiocese.


22 | Região Ipiranga |

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Sair ao encontro do próximo, como Anchieta Pascom Ipiranga

Cardeal Scherer presidiu celebração em honra ao padroeiro de um dos setores da Região Ipiranga Francisco David

Colaborador de Comunicação da Região

Os fiéis do Setor Anchieta, na Região Ipiranga, se reuniram no dia 1º, para celebrar São José de IPIRANGA Anchieta, na Paróquia São Vicente de Paulo, no Moinho Velho. A missa foi presidida pelo Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, e concelebrada por Dom José Roberto Fortes Palau, vigário episcopal da Região Ipiranga, além dos padres do Setor. Em sua homilia, Dom Odilo falou que São José de Anchieta celebrou a primeira missa onde seria fundada a cidade de São Paulo, com o trabalho missionário dos jesuítas. “A fundação da cidade foi com uma missa! Deus está presente na cidade. Deus habita nesta cidade”, afirmou o Cardeal, que também convidou o povo a seguir o exemplo de São José de Anchieta, deixando uma marca como ele deixou. “A Igreja nos pede para sairmos! Não somente manter as portas abertas, mas sim sair ao encontro do próximo como São José de Anchieta”, acrescentou Dom Odilo. Frei José Maria, coordenador do Setor Anchieta, agradeceu a presença dos fiéis nesta primeira missa em honra ao padroeiro. Ao final da celebração, o povo, padres e bispos confraternizaram-se na praça em frente à igreja.

Em missa na Paróquia São Vicente de Paulo, com Dom José Roberto, Cardeal Scherer motiva fiéis a seguirem exemplo de São José de Anchieta

Conselho de Pastoral reflete sobre a Pastoral Familiar Da Região Episcopal

Pela primeira vez com a participação de Dom José Roberto Fortes Palau, novo vigário episcopal da Região Ipiranga, aconteceu, no dia 2, a reunião do Conselho Regional de Pastoral, com a temática principal sobre a família, e a Pastoral Familiar apresentou seus trabalhos na Região. Dom José Roberto, após ser recepcionado pelo Padre Benedito Vicente de Abreu, coordenador de pastoral, falou ao Conselho sobre a missionariedade da Igreja neste tempo: “Temos que ir atrás das pessoas. Elas têm sede de Deus. Temos

que ser como o Papa Francisco pede: Uma Igreja em saída.” Também ressaltou a importância que as reflexões pastorais têm na Igreja para uma boa estratégia de evangelização: “É preciso buscar, em conjunto, as soluções por uma Igreja em estado permanente de missão. Há uma frase que sempre me marcou muito, do Cardeal Joseph Ratzinger, antes de tornar-se Papa: “A Igreja tem que evangelizar por atração”. A Igreja precisa ser uma comunidade atraente. O que pesa muito hoje é o nosso testemunho eclesial. O bom testemunho, dentro da Igreja, traz as pessoas para a comunidade”, afirmou o Bispo. Logo após, o Frei José Maria Mohomed Júnior, pároco da Paróquia Nossa Senhora das Mercês e assessor eclesiástico da Pastoral Familiar, falou sobre as iniciativas pastorais na evangelização das famílias da Região. O casal coordenador

Lenilde e Frederico Barbosa relatou a história da Pastoral, que teve seu início na década de 90 com a iniciativa do até então bispo auxiliar de São Paulo, Dom Antônio Celso de Queiróz. Eles também explicaram que a Pastoral Familiar é dividida em diversos setores pastorais, tais como o Pré-Matrimonial, o Pós-Matrimonial e o setor de Pastoral para casos especiais, com as famílias de pais e mães separados e matrimônios mistos (celebrados entre católicos e outros cristãos ou não cristãos). O setor pastoral de casos especiais tem um trabalho, sobretudo com os viúvos e promove o Encontro com Cristo e Outros Amigos (ECOA) e com os casados em segunda união. Na Região Ipiranga, a Pastoral Familiar está implantada em sete paróquias, mas os coordenadores disseram que há um grande esforço para que esteja em todas as 35.

palavra do bispo

Ascese: querer bem a si mesmo! Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga

Dom José Roberto Palau

A construção de uma autêntica identidade cristã passa necessariamente pela ascese, cuja finalidade é justamente levar o cristão a passar da consciência de ser batizado à vivência da força do Batismo, à vivência daquilo que já se é na graça de Deus; levar à realização histórica aquilo que se recebeu como dom: a vida nova em Cristo, a santidade! Ascese é querer bem a si mes-

mo. É optar por tudo aquilo que me faz crescer como cristão. O prazer que podemos dar a Deus é o nosso próprio crescimento. O que somos no plano ontológico não depende de nós, mas desenvolver todas as nossas potencialidades no plano moral, isto, sim, depende de nós, é fruto da ascese. De modo muito prático, ascese é lutar para viver em sintonia com os valores do Evangelho. Isso, sem dúvida, exige determinação e disciplina, pois lutamos contra o individualismo, a vontade de poder, o consumismo, o hedonismo, a religião de acomodação e de fuga do compromisso com o necessitado, a utilização depredató-

ria da natureza, a coisificação das pessoas e das relações humanas, entre tantas outras tentações, que nos afligem diariamente. Por isso mesmo, ensina o grande místico São João da Cruz, que somente persevera na prática ascética aqueles que fazem uma experiência marcante do mistério de Deus. Pois a exigência ascética é sempre precedida e motivada pelo amor a Deus, antes de qualquer renúncia ou mortificação. É sempre uma “ascese mística”. Do contrário, motivado unicamente pela renúncia, dificilmente alguém persevera no desapego ascético. Na obra ‘Cântico Espiritu-

al’, São João da Cruz compara o comportamento ascético ao efeito provocado pela paixão. A pessoa apaixonada não se mortifica renunciando ao amor de outras pessoas, ou deixando à parte outros divertimentos, ou encarando sacrifícios para encontrar-se com a pessoa amada. Tais renúncias são coisas naturais para um amor concentrado. Assim acontece com toda pessoa que verdadeiramente se encanta por Cristo! O Evangelho de Mateus também nos ensina que quem descobre um tesouro ou uma pérola de grande valor não pode hesitar, tem que se dispor a todos os sacrifícios para adquirir aquele bem precioso

(cf. Mt 13, 44-46). Vender significa desfazer-se de algo, significa desapegar-se. É necessário, para aderir ao Reino, estabelecer uma hierarquia de valores, conferindo a cada coisa seu peso verdadeiro; renunciando a tudo aquilo que se configura como obstáculo ao Reino. Detalhe importante das duas parábolas: renunciar com alegria, pois se encontrou algo muito melhor. Quem ainda não encontrou Cristo, não consegue entender o motivo pelo qual, nós cristãos, somos ‘desapegados’ de tantas coisas, e somos felizes. Não descobriu, ainda, o verdadeiro sentido da ascese.


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| Região Lapa | 23

Conselho de Pastoral discute ações para Iniciação à Vida Cristã Atividade na Paróquia São Domingos Sávio, avaliou o projeto das paróquias, alinhados à proposta do 11º Plano de Pastoral da Arquidiocese

na Região, propôs que na reflexão em grupos, a partir dos diálogos e textos apresentados, fossem indicadas experiências

já existentes, que possam servir de referência nesse processo e que se apresentassem sugestões de acréscimos e ajustes necessá-

rios para ajudar a despertar nas No evento, também houve comunidades o interesse pela um momento de confraternizainiciação à vida cristã e a sua ção pelo terceiro ano de ordenaconcretização. ção episcopal de dom Julio. Pascom Lapa

Padre Antonio Ribeiro

Colaborador de Comunicação da Região

Aconteceu no dia 2, no salão da Paróquia São LAPA Dom Julio Endi Akamine participa de encontro, no qual exorta que leigos e padres ajudem a despertar nas comunidades o interesse pela Iniciação à Vida Cristã Domingos Sávio, em Pirituba, a reunião do Conselho de Pastoral da Região Lapa, com objetivo de avaliar, discutir e articular novas ações para o projeto “Igreja: Casa de Iniciação à Vida Cristã”, Costa, em conjunto com a Pas- ensinar às crianças a responsabi- das 10h, na Paróquia São FranDa Região Episcopal que é uma das urgências assutoral Vocacional, coordenada lidade do trabalho que eles têm cisco de Assis, no Jaguaré, Setor midas pela Arquidiocese de São No dia 2, no salão paroquial pelo Padre Flavio Heliton da ao servir no altar. Butantã. Paulo, com base nas urgências e da Paróquia Nossa Senhora da Silva. Padre Cristiano iniciou o A formação de grupos de tradiretrizes do 11º Plano de Pasto- Lapa, a reportagem da Pastoral Segundo Lauricy Troniero encontro com uma oração e de- balho para apresentar as proposral, no qual está especificado o da Comunicação acompanhou Baldrati, coordenadora dos co- pois explicou a proposta de rea- tas acontecerá próxima reunião, Projeto de Evangelização qua- o encontro dos coordenadores roinhas da Paróquia Nossa Se- lização de uma “gincana”, para no dia 16, às 14h, na Paróquia drienal (2013-2016). regionais da Pastoral dos Co- nhora da Lapa, que exerce esse maior integração de todos. Ficou São Francisco de Assis (aveniPadre José Carlos acolheu os roinhas e Acólitos, coordenada trabalho há mais de 30 anos, é decidido que a data da gincana da General Mac Arthur, 1.130, 70 participantes da reunião, que pelo Padre Cristiano de Souza uma alegria e satisfação poder será em 6 de setembro, a partir Jaguaré). foi composta por um momento de oração e reflexões sobre a Iniciação à Vida Cristã, orientadas pelo Padre Geraldo Raimundo, coor- palavra do bispo denador da Pastoral Catequética, e houve, ainda, momentos de reflexão em grupo e partilha. Algumas paróquias da Reauxiliar da de um fim que é o de fazer uma Hoje gostaria de refletir a terceira um tempo em que se realça mais gião Lapa desenvolveram pro- Bispo Arquidiocese na pessoa discípulo e missionário de etapa: o período de purificação e o cultivo da vida interior. O Cajetos e ações que estão em an- Região Lapa Jesus Cristo. A iniciação cristã é iluminação, e em outro momen- tecúmeno procura purificar seu damento desde 2013. Segundo um caminho formado por diver- to a quarta etapa: a mistagogia. coração e aprofundar a convero Padre Geraldo isso justifica a Dom Julio Endi sos elementos: o anúncio da Pa- Como podemos perceber, as eta- são pelo exame de consciência e necessidade de organizar um diAkamine lavra de Deus, o acolhimento do pas pressupõem uma progressão pela penitência e a sua iluminaretório de Catequese, que conteEvangelho, a conversão pessoal, rumo à maturidade na fé, uma ção por meio do conhecimento nha as orientações necessárias, para que toda a Arquidiocese de Querido leitor do jornal O SÃO a profissão de fé, o Batismo, a caminhada feita de crescimento mais aprofundado de cristo sale de passagens, uma educação da vador. Tudo isto se faz por meio São Paulo possa ter uma refe- PAULO, refletimos nas edições Confirmação e a Eucaristia. anteriores que no contexto crisNesse caminho, a primeira fé que vai gradativamente avan- de vários ritos, sobretudo pelos rência no assunto. Dom Julio Endi Akamine, tão, iniciação consiste no proces- ajuda vem dos pais, que apresen- çando rumo à plena inserção na “escrutínios” e pelas “tradições”. O período de purificação e de ilubispo auxiliar da Arquidiocese so de admitir uma pessoa como tam os filhos para o Batismo, que comunidade da Igreja. membro da comunidade eclesial, ensinam os primeiros passos na Depois das duas primeiras minação conduz imediatamente significa também tornar a pessoa fé, que os levam à missa domi- etapas, encerra-se o catecume- à celebração dos sacramentos da capaz e idônea de viver como nical: Aos catequistas que prepa- nato propriamente dito e se dá iniciação cristã. Assim, na noite agenda regional cristão e de celebrar a Sagrada ram para a Primeira Comunhão início ao período da purificação e de Páscoa, os eleitos recebem Quarta-feira (13), 20h Liturgia. Iniciação à Vida Cristã e para a Confirmação; os padres da iluminação. É nesse momento os sacramentos do Batismo, da é, portanto, um processo em que que atendem às confissões; os que o catecúmeno declara diante Confirmação e da Eucaristia. Catequese do bispo dom Julio uma pessoa se torna realmen- outros fiéis que rezam pelo ini- do bispo ou do seu representante Tendo recebido o perdão dos peEndi Akamine, na Paróquia te cristã. Esse processo é uma ciado para que seja um bom tes- o desejo e a decisão de se tornar cados, o catecúmeno é incorpoNossa Senhora da Lapa (rua ação continuada e prolongada no temunho de Jesus Cristo: todas cristão. O bispo, então, ouvindo rado ao Povo de Deus, torna-se Nossa Senhora da Lapa, 298). tempo. Consiste numa sequência essas pessoas nos introduziram o testemunho dos padrinhos em filho adotivo de Deus, é introde ações (anúncio e Catequese, no “ser cristão”. favor do catecúmeno, acolhe e duzido pelo Espírito na prometiSábado (16), 9h diálogo e serviço, presença, tesDas quatro etapas que com- o declara apto para uma prepa- da plenitude dos tempos e, pelo temunho e vida sacramental), põe a iniciação cristã, já refleti- ração imediata aos sacramentos sacrifício e refeição eucarística Abertura da VIII Mostra ações essas que apresentam uni- mos o pré-catecumenato (querig- da iniciação cristã. Esse período passa a viver, por antecipação, o Cultural, com a presença de dom dade e coerência entre si em vista ma) e a Catequese catecumenal. de purificação e de iluminação é Reino de Deus. (RICA, 21-26). Julio, no Colégio Santa Cruz (Arruda Botelho, 255).

Pastorais articulam realização de gincana

Iniciação à Vida Cristã: ‘período de purificação e iluminação’


24 | Geral |

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Papa jesuíta visita a Ásia popekorea.catholic.kr

Depois de 15 anos, um pontífice retorna ao continente mais populoso do mundo e reacende a esperança dos católicos asiáticos Fernando Geronazzo especial para o são paulo

O Papa Francisco embarcou hoje, 13, para a Coreia do Sul. Essa é terceira viagem apostólica internacional do Papa Francisco, que acontece entre os dias 14 e 18. A visita aos coreanos é por ocasião da VI Jornada Asiática da Juventude, que reunirá cerca de 2 mil jovens representando 23 países asiáticos; a beatificação de 124 mártires coreanos, fundadores da Igreja na Coreia; e a reconciliação e a paz numa península dividida entre as Coreias do Norte e do Sul. A última vez que um pontífice esteve na Ásia foi em 1999, quando São João Paulo II foi à Índia. O Papa polonês também visitou a Coreia por duas vezes, em 1984 e 1989. Por esse motivo, a viagem à Coreia é considerada uma prioridade para Francisco, que é jesuíta, como São Francisco Xavier, e muitos outros missionários da Companhia de Jesus, os grandes responsáveis pela expansão do Cristianismo no Continente.

Esperança

Católicos coreanos aguardam chegada do Papa Francisco para a celebração da VI Jornada Asiática da Juventude

recepção e convido todos a rezarem comigo para que esta viagem apostólica dê bons frutos para a Igreja e a sociedade coreana”, afirmou o Papa, por meio de uma vídeo-mensagem transmitida pela rede coreana KBS. ‘Juventude da Ásia, Na mensagem, Francisco também se dirigiu à juventude. levanta-te!’ “Agradeço desde já pela sua “Aos jovens, de modo especial,

levarei o apelo do Senhor: ‘Juventude da Ásia, levanta-te! A glória dos mártires resplandece em ti’. A luz de Cristo ressuscitado brilha como num espelho no testemunho de Paul Yun Jichung e de 123 companheiros, todos mártires da fé, que proclamarei beatos no dia 16 de agosto”.

popekorea.catholic.kr

Principais atividades do papa na Coreia - datas e horários do Brasil Quinta-feira, 14 3h45 Cerimônia de boas-vindas Quarta-feira, 13 22h Chegada à Seul

5h30 Encontro com os Bispos da Coreia 22h - Santa Missa na Solenidade da Assunção e Oração do Angelus*

5h30 - Encontro com os jovens da Ásia no Santuário de Solmoe**

Sexta-feira, 15 20h55 Visita ao Santuário dos Mártires

1h30 - Almoço com os jovens no Seminário Maior de Daejeon

em Seo So mun

22h Santa Missa de sábado, 16 Beatificação de Paul 4H30 Visita ao Centro de Yun Ji-Chung e 123 recuperação para pessoas companheiros mártires* com deficiências 21h45 Santa Missa pela Paz e a Reconciliação na Catedral de Myeong-dong em Seul* 23h Encontro com os Bispos da Ásia no Santuário de Haemi * (Transmitida pelas TVs Aparecida, Canção Nova e Século 21) ** (Transmitida pela TV Canção Nova)

uma missa que será celebrada pelo Papa Francisco no dia 18, na Catedral de Myeongdong. Porém, as autoridades da Coreia do Norte recusaram o convite feito por meio das autoridades eclesiásticas sul-coreanas. Coincidentemente, a data da missa é a mesma em que são realizados os exercícios militares anuais conjuntos dos sul-coreanos e norte-americanos, condenados pela Coreia do Norte. A Associação Católica da Coreia do Norte declarou por meio de carta que “nestas circunstâncias, ir para Seul seria um passo agonizante”.

Domingo, 17 4h30 Santa Missa conclusiva da VI Jornada da Juventude Asiática no Castelo de Haemi **

Segunda-feira, 18 1h Partida de Seul

Pela paz e reconciliação

A presença do Papa na Coreia suscitou nos coreanos a esperança de um passo concreto em direção a reconciliação entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte, separadas desde a Guerra da Coreia (1950 a 1953). Esperava-se que um grupo de nortecoreanos pudesse participar de

Dom Peter U-ill Kang, bispo de Cheju e presidente da Conferência Episcopal da Coreia, se diz relativamente confiante de que a situação vai evoluir em um futuro não muito distante. “Somos o mesmo povo, temos a mesma língua e cultura”, disse. De acordo com Dom U-ill Kang, as mudanças na Coreia do Norte terão início a partir de dentro e já há sinais esporádicos, mas significativos de rebelião contra o regime. Ele também explica que essas rebeliões não têm motivações políticas, mas são ditadas pelas duras condições de vida no País. “A fome é um motor de rebelião mais forte do que os ideais de democracia e justiça”. O Bispo afirmou, ainda, que a visita do Papa poderia ser uma oportunidade para relançar a questão das desigualdades e injustiças sociais, que afetam especificamente os jovens na Coreia do Sul.

O catolicismo nas Coreias do especial para o são paulo

A Igreja Católica na Coreia do Sul cresceu 1,5% em 2013, de acordo com as estatísticas oficiais da Conferência Nacional dos Bispos da Coreia, superando o crescimento vegetativo da população de 50 milhões de habitantes, Em 2013, foram batizados 118.830 pessoas, na sua maioria adultos (63.285). Também foram batizadas 25.589 crianças. Na Coreia do Norte, a situação é bem diferente. Embora a Igreja Católica não seja totalmente proibida no País, o Relatório sobre Liberdade Religiosa Internacional de 2013, da Organização das Nações Unidas (ONU), afirma que a Coreia do Norte é um dos países que mais desrespeitam a liberdade religiosa em todo o planeta, juntamente com a Arábia Saudita, o

Irã, o Paquistão, o Sudão, a China e Cuba. Na Coreia do Norte, toda atividade religiosa sofre restrições gravíssimas e quem não obedece às leis é tratado com repressão e, em alguns casos, até com a pena de morte. A Associação Católica da Coreia do Norte afirma ter 3 mil católicos inscritos, mas, segundo a agência AsiaNews, estima-se que os católicos sejam menos de 800, sendo que a maioria é composta por idosos, batizados antes da Guerra da Coreia Resume-se. A prática da fé resume-se a ocasiões como a celebração do Natal. Em toda a Ásia, segundo o Anuário Pontifício de 2013, houve um aumento de católicos superior ao da população (2,0% contra 1,2%), o que representa cerca de 131 milhões de fieis. (FG) (Com Rádio Vaticano, Zenit , AsiaNews e Ucan)


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