O SÃO PAULO - edição 3021

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 59 | Edição 3021 | 1º a 7 de outubro de 2014

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Sínodo dos Bispos vai analisar os desafios atuais da família

L’Osservatore Romano

Começa no domingo, 5, no Vaticano, a 3ª assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos, com o tema “os desafios pastorais da família no contexto da evangelização”. Até o dia 19, serão ouvidos e debatidos testemunhos de casais e as posições de bispos, religiosos e grupos que trabalham

Eleições: candidatos ao Legislativo Você já pensou em quem votar para deputado estadual, federal e senador? Antes de decidir seu voto, entenda como funcionam as eleições proporcionais no Brasil. Páginas 12 e 13

com famílias. As eventuais propostas serão sistematizadas na próxima assembleia ordinária do Sínodo, em 2015. “O caminho será desafiador, por isso o Papa pediu um empenho especial de oração e apoio aos trabalhos sinodais”, comentou Dom Bruno Forte, secretário especial para o

Padre Giampietro fala da missão no Haiti Página 15

Cardeal dedica templo e altar de paróquia Página 19

Missão para libertar: começa a Campanha Missionária 2014 As Pontifícias Obras Missionárias apresentaram os subsídios para a Campanha Missionária deste ano. O tema “Missão para libertar” motivará as dioceses e prelazias em todo o País, que retomarão a questão do tráfico

humano. A Arquidiocese de São Paulo realizou, entre os dias 26 e 28, a Missão Jovem, na zona leste da capital. Na quarta edição, a missão foi organizada pela Pastoral da Juventude. Páginas 8 e 11

Sínodo da Família. Em seu artigo no O SÃO PAULO, o Cardeal Scherer, participante do Sínodo, conta detalhes de como será a assembleia extraordinária e aponta que possíveis frutos podem surgir dos trabalhos. Páginas 3 e 9

Missa na Sé marca 100 anos da Aliança de Amor do Movimento de Schoenstatt Luciney Martins/O SÃO PAULO

Os membros do Movimento Apostólico Internacional de Schoenstatt lotaram a Catedral da Sé no domingo, 28, para a celebração dos 100 anos da Aliança de Amor, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer. Fundado em 1914, pelo padre alemão José Kentenich, o Movimento de Schoenstatt deu origem, no Brasil, à Campanha da Mãe Peregrina, que visita mensalmente famílias, escolas e hospitais. Na Arquidiocese de São Paulo, onde há dois santuários de Schoenstatt, há mais de 3.600 capelinhas da Mãe Peregrina, o que representa mais de 100 mil famílias visitadas. Pagina 24


2 | Ponto de Vista |

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editorial

Bienal de Artes de São Paulo ofende para chamar a atenção Dos cerca de 80 “trabalhos” em exposição na 31ª Bienal de Artes de São Paulo, dez têm a Religião como tema. O leitor deve pensar que o visitante irá encontrar belas esculturas, gravuras e quadros da Virgem Maria, de Jesus Cristo e dos Santos. Afinal, quando se pensa no legado da presença da Religião na Arte, facilmente vem à nossa memória o Juízo Final, a Pietá, ou o Moisés, de Michelangelo; a Santa Ceia, de Da Vinci; a Madonna, de Botticelli, e inúmeras outras obras. Ledo engano. O objetivo das “obras de arte” da exposição é chocar, ofender, vilipendiar e blasfemar. Demonstração

gratuita de intolerância religiosa e flagrante desrespeito à esmagadora maioria da população brasileira que crê em Deus. O lixo travestido com o sublime substantivo da arte é despejado ante os olhos de todos sob as mais diversas formas: uma escultura da Virgem Maria coberta de baratas e escorpiões; uma instalação com Cristo retratado como transexual e um quadro com Nossa Senhora barbada; a Santa Ceia dentro de uma frigideira, para ser fritada, e uma imagem de Nossa Senhora prestes a ser triturada por um ralador de cozinha. Outra instalação,

chamada “Espaço para Abortar”, inclui vários “úteros” gigantes. O objetivo é que as mulheres entrem neles e gravem “testemunhos” de “experiências”, advogando a legalização do aborto no Brasil. Choca ainda mais pensar que a visita à Bienal é programa quase obrigatório para crianças que estudam nas escolas da cidade que, incautas, são expostas a esse tipo de ofensa à Fé e à Moral. Se a Igreja se manifesta contra esse tipo de agressão vulgar e gratuita, se transforma de vítima em vilã. Os irresponsáveis autores desse tipo de manifestação “artística”

posam como vítimas do obscurantismo. O curador associado da Bienal, Benjamin Seroussi, disse que o objetivo dessa baixaria é provocar a reflexão. Não, senhor Seroussi, o real objetivo é chocar para obter, através dessas bizarrices, a atenção para a Bienal que a qualidade desses artistas não atrairia. Arte autêntica remete, sim, à reflexão; mas aquela que evoca sentimentos nobres, remete ao inefável. Arte digna desse nome faz com que o observador se conecte com o transcendente, realidade essa que a Bienal quer menosprezar.

opinião

As eleições e o futuro do desenvolvimento Sergio Ricciuto Conte

Francisco Borba Ribeiro Neto As eleições de 2014 acontecem num momento em que o processo de desenvolvimento recente do Brasil está sendo posto em cheque, tanto no plano econômico quanto no social. Desde as manifestações de 2013, analistas e políticos procuram entender as causas e as respostas para a insatisfação popular. Ao mesmo tempo, estamos diante de uma redução da atividade econômica que põe em risco não só os lucros de empresas e corporações, mas o bemestar futuro de toda a população. Na perspectiva da Doutrina Social da Igreja, o grande problema é que nos falta um verdadeiro desenvolvimento humano integral, que atenda a todas as pessoas, em todas as suas dimensões. Mesmo do ponto de vista puramente econômico, temos um desenvolvimento que não acontece de forma integral, mas que se dá apenas em alguns setores e dimensões da vida econômica. Nosso inegável desenvolvimento econômico baseou-se principalmente no crescimento da produção e exportação de bens primários (produtos agrícolas, minérios etc.), sem os investimentos necessários para o aumento da eficiência da produção industrial e agrícola. Agora, enfrenta uma série de gargalos, determinados pela falta de uma educação que capacite adequadamente a mão de obra e de investimentos básicos na infraestrutura. No plano social, vemos uma melhoria recente principalmente na renda da população pobre. Mas salta aos

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

olhos as dificuldades relativas à educação, moradia, saúde e segurança. Também aqui o desenvolvimento, apesar de real, não é integral, no sentido de atingir a todos e

em todas as suas dimensões. Essa falta de desenvolvimento integral da pessoa se reflete diretamente no plano político. A corrupção e o populismo são reflexos

dessa situação. Quanto mais uma população se desenvolve integralmente, mais amadurece no plano político e cultural, menos se deixa enganar por políticos corruptos, mais participa da vida política. O processo de desenvolvimento brasileiro dos últimos 20 anos não teve a necessária universalidade e integralidade porque se supunha que o desenvolvimento institucional e socioeconômico gradativamente incluiria os mais pobres (o que é verdade, mas acontece muito lentamente) ou se acreditou que os esforços para o aumento do poder aquisitivo da população pobre tornariam secundária uma política global eficiente de efetivação da cidadania. Agora, temos que aprender a conduzir todos esses processos de forma integrada. Qual dos candidatos têm mais condições de efetivar um processo de desenvolvimento humano integral, recuperando o desenvolvimento econômico com vistas ao bem comum, incentivando políticas públicas que atendam à integralidade da pessoa? Cada um de nós tem que responder a essa pergunta. Contudo, podemos saber que essa integralidade não será conseguida sem gestão eficiente do Estado com políticas sociais inclusivas, investimentos em infraestrutura, educação de qualidade, apoio às organizações sociais que prestam real serviço ao bem comum, manejo sustentado do meio ambiente. Francisco Borba Ribeiro Neto é sociólogo, coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP

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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo

Está para ser aberta a 3ª assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos, com o tema: “Os desafios pastorais da família no contexto atual da evangelização”. Sendo extraordinária, essa assembleia terá como principais participantes os cerca de 120 presidentes das conferências episcopais de todo o mundo. Mas também contará com um bom número de outros membros, convidados pelo Papa Francisco. Ao todo, serão cerca de 250 pessoas. O Papa, como presidente dessa assembleia eclesial, ficará em silêncio a maior parte do tempo... Ele convocou a reunião para ouvir a Igreja, que falará através dos seus representantes; depois da assembleia sinodal, ele dará sua palavra a toda a Igreja, tendo em conta aquilo que ouviu e de acordo com seu carisma de “pastor universal e mestre da fé”, que confirma os irmãos no caminho da fé e da moral cristã. Os trabalhos serão conduzidos por um trio de cardeais, que serão presidentes “delegados”. Entre eles, também, Dom Raymundo, presidente da CNBB. Outros dois participantes terão papel relevante: o Relator, que apresentará o tema e as questões principais submetidas à reflexão dos participan-

| Encontro com o Pastor | 3

Os desafios atuais da Família. O que fazer? tes, já no início dos trabalhos; e o Secretário Especial, que recolherá a síntese das reflexões, organizando-as de maneira que possam ser votadas. Serão duas semanas de trabalhos, de 5 a 19 de outubro, de manhã e à tarde. Na primeira semana, o tempo quase todo será de intervenções individuais dos participantes, que terão cinco minutos para falar sobre algum aspecto do tema. Na segunda semana, haverá trabalhos de grupos, para a elaboração de sínteses e de propostas que, antes do encerramento, serão votadas. O trabalho é intenso, mas interessante. Ao saberem de minha participação na assembleia sinodal, muitas pessoas me perguntam sobre os frutos deste Sínodo: o que esperar, diante dos desafios pastorais da família? A Igreja modificará sua doutrina em relação ao casamento e à família? É bem compreensível que se espere por algum fruto, depois de tanto trabalho! Mas qual poderá ser esse fruto? Não queiramos colher o fruto antes de amadurecer... O Papa Francisco pede muita oração, para que o Espírito Santo ilumine os trabalhos do Sínodo e as decisões da Igreja em relação à família. Que Deus manifeste sua vontade e a Igreja lhe seja dócil, tomando as decisões certas. Mesmo assim, arrisco fazer alguns prognósticos sobre eventuais frutos do Sínodo.

O primeiro fruto vem de um claro sinal: a Igreja de Cristo não abandona a família, mesmo em meio às desorientações da cultura contemporânea; ela está ao seu lado, continua a defender e valorizar essa instituição humana, que tem muito a ver com o desígnio de Deus; continua a estimular e encorajar os seus membros na vivência dos valores da família e do casamento. E também continua a dar sua orientação sobre a família à comunidade humana. Haverá um esforço de “compreensão misericordiosa” diante das numerosas situações de “fracasso” do Matrimônio; a pastoral jurídica, mediante os tribunais eclesiásticos e outros serviços de assistência canônica aos casais, deverá crescer muito nos próximos anos. É possível que sejam revistas normas processuais sobre questões de nulidade matrimonial, inclusive para agilizar e tornar mais acessíveis esses serviços. Certamente, o Sínodo vai apontar para uma renovada vivência da mística matrimonial e familiar, a partir do Evangelho; vai apontar para a necessidade da boa preparação dos jovens ao Matrimônio cristão, da Pastoral Familiar vigorosa no contexto da vivência da fé e da prática da vida cristã; vai valorizar a família como “célula básica” da sociedade e da Igreja e sua importância para

a pessoa e a comunidade humana, em geral. A Igreja vai abençoar o divórcio neste Sínodo? Vai homologar o amor livre e as uniões esporádicas e descompromissadas? Vai “convalidar” as uniões de pessoas do mesmo sexo, como se fossem verdadeiros casamentos? Eu não apostaria nessa direção. Ninguém espere que a Igreja vai assinar uma espécie de “rendição” e de renúncia às suas convicções diante das pressões que sofre de vários lados... Por outro lado, tenho a certeza de que o Sínodo apontará caminhos para que a Igreja continue a ser portadora da Boa-Nova a todos, mesmo aos que vivem as situações humanas, matrimoniais e familiares mais complicadas e contraditórias; a Igreja procurará ser coerente com a atitude de Jesus, que convidava a todos a receberem a Boa-Nova da salvação, a se converterem aos caminhos de Deus... Ao mesmo tempo, ele também ia atrás da ovelha perdida, veio para os doentes, mais do que para os sãos e robustos; para os pecadores, mais que para os justos... Ninguém pode ser excluído, a priori, da Boa-Nova da salvação, da qual a Igreja é porta-voz. Esta é a questão de fundo: diante das questões difíceis da família no contexto atual, como evangelizar? Como continuar a fazer como Jesus fez? Arquivo Pessoal

O Cardeal Odilo Pedro Scherer celebrou com a Congregação das Pequenas Irmãs da Divina Providência a festa de sua fundadora, Santa Teresa Grillo Michel. A missa aconteceu na manhã de quinta-feira, 25, na comunidade religiosa localizada no bairro da Mooca, zona leste da capital.


4 | Papa Francisco |

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O encontro entre gerações é fundamental para o futuro de um povo Firme no seu propósito de valorizar as duas pontas da vida, a infância e a idade avançada, o Papa Francisco celebrou missa na praça de São Pedro, no domingo, 28, por ocasião da Jornada do Idoso. Lá estavam idosos e avós. Entre eles, cem padres vindos de várias nacionalidades. Eles concelebraram com o Papa. Francisco refletiu sobre a visita da jovem Maria a sua prima idosa, Isabel, que, com o esposo Zacarias, aguardavam a chegada de um filho. Maria vai para ajudar a prima, mas também vai aprender com ela a sabedoria da vida, acentuou Francisco. Aconteceu, então, um encontro de gerações “fundamental para o futuro de um povo”. Para Francisco, o mandamento de honrar os pais lembra a importância dos filhos “receberem com gratidão das mãos dos pais o testemunho

da vida”. E “dentro desta gratidão a quem transmitiu a vida, entra também a gratidão ao Pai que está nos céus”. Segundo o Papa, o desejo de gerações de jovens de serem autônomos, libertandose do legado deixado pelas gerações anteriores é como “um momento de adolescência rebelde”. Se, porém, lá na frente, o encontro com as gerações mais idosas não é recuperado, “o povo se empobrece e prevalece uma falsa liberdade”. Voltando a Maria, o Papa acentua que ela soube ouvir aqueles pais idosos e cheios de enlevo, aprendeu com a sabedoria deles, e “esta sabedoria foi preciosa para seu caminho de mulher, esposa e mãe”. O caminho indicado por Maria, portanto, é o do encontro entre jovens e idosos, prossegue Francisco, insistindo que este é o caminho do futuro de um povo: de um lado a força dos jovens, do outro a sabedoria dos idosos. Antes de concluir essa celebração e de rezar o Ângelus,

o Papa saudou todos os peregrinos, especialmente os idosos, vindos de tantos países. Saudou, também, os participantes do congresso-peregrinação “Cantar a fé”, promovido em ocasião do trigésimo aniversário do coro das dioceses de Roma, agradecendo a presença e incentivado a continuar “a desenvolver com alegria e generosidade o serviço litúrgico nas vossas comunidades”. Lembrou, ainda, a beatificação do bispo Álvaro del Portillo, desejando que “o seu exemplar testemunho cristão e sacerdotal possa suscitar em muitos o desejo de aderir sempre mais a Cristo e ao Evangelho”. Por fim, o Papa citou a assembleia sinodal sobre o tema da família, que começa no próximo domingo, dia 5. “Convido todos, indivíduos e comunidades, a rezar por este importante evento e confio essa intenção à intercessão de Maria Salus Populi Romani”, concluiu. (por Padre Cido Pereira)

Mensagem à ONU

O Papa Francisco encoraja todas as nações a promoverem a dignidade de toda pessoa humana. A mensagem pontifícia à Assembleia da ONU foi lida na quarta-feira, 24, pelo observador permanente da Santa Sé junto à ONU de Nova Iorque, Dom Bernardito Auza, na abertura da 69ª Sessão Plenária da Assembleia das Nações Unidas. No documento – assinado pelo Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin – o Pontífice auspicia que as soluções buscadas pela comunidade internacional “promovam a paz entre os povos” e que o problema da pobreza seja enfrentado através de um espírito de fraternidade, que partilhe alegria e sofrimento.

Congressos Eucarísticos Internacionais L’Osservatore Romano

O Santo Padre recebeu em audiência no sábado, 27, na Sala Clementina, no Vaticano, os participantes da Plenária do Pontifício Comitê para os Congressos Eucarísticos Internacionais. No discurso, após recordar que o próximo Congresso Eucarístico Internacional será nas Filipinas, em janeiro de 2016, Francisco ressaltou que a Eucaristia tem lugar central na Igreja porque é ela que “faz a Igreja”. Evocando o tema escolhido para o próximo Congresso Eucarístico Internacional – “Cristo em vós, esperança da glória” (Col 1,27) –, o Papa frisou que o tema evidencia o laço estreito e forte entre a Eucaristia, a missão e a esperança cristã.

Comunicar a família

Na segunda-feira, 29, a Santa Sé divulgou o tema do Dia Mundial das Comunicações Sociais 2015: “Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor”. A Mensagem do Santo Padre para o Dia Mundial das Comunicações Sociais é tradicionalmente publicada em ocasião da festa de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas (24 de janeiro).

Doação à Fundação Auschwitz-Birkenau

O Papa Francisco doou 100 mil euros para a Fundação Auschwitz-Birkenau, que administra o Museu do maior campo de concentração nazista, localizado em Oswiecim, sul da Polônia. O Vaticano é o 31º país a contribuir com o “fundo perpétuo” de 120 milhões de euros fixado pela Fundação, para resolver o problema dos custos da manutenção do Museu. Símbolo do Holocausto, Auschwitz-Birkenau foi o maior campo de extermínio nazista. Entre 1940 e 1945, mais de 1,1 milhão de prisioneiros perderam a vida, a maior parte era de judeus. (por Fernando Geronazzo)


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Espiritualidade

fé e cidadania

A importância da Catequese sobre a criação

No dia 5 de outubro, vote por mim

Dom Julio Endi Akamine

Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa

Querido leitor do jornal O SÃO PAULO, nos artigos anteriores, refletimos sobre as etapas da Iniciação Cristã. Hoje, proponho uma questão utilizando como referência de explicação o Catecismo da Igreja Católica. A questão é: “que importância tem a Catequese sobre a criação?” O Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 282, nos explica de maneira clara a importância do tema da criação, diz que: a Catequese sobre a criação reveste-se duma importância capital. Diz respeito aos próprios fundamentos da vida humana e cristã, porque torna explícita a resposta da fé cristã à questão elementar que os homens de todos os tempos têm posto a si mesmos: “De onde vimos?”; “Para onde vamos?”; “Qual a nossa origem?”; “Qual o nosso fim?”; “De onde vem e para onde vai tudo quanto existe?”. As duas questões, da origem e do fim, são inseparáveis. E são decisivas para o sentido e para a orientação da nossa vida e do

nosso proceder. O ser humano sempre foi perseguido por perguntas sobre o sentido da vida e do universo. Qual é a origem da vida? De onde veio o ser humano? Ele é fruto do acaso? O ser humano foi criado bom por um Deus bom ou é resultado de um destino cego e do acaso? A ciência moderna responde a essas perguntas? Pode contribuir para respondê-las ou só atrapalha os que têm fé? O Catecismo dá um destaque especial à fé na criação porque crer na criação do mundo por Deus é a resposta que os cristãos dão para as questões fundamentais sobre o sentido de nossa vida e do mundo. É preciso que fique claro, desde o início, que o Catecismo da Igreja Católica não tem a intenção de ensinar ciências naturais. É exatamente isso o que os parágrafos 283 e 284 nos explicam. Parágrafo 283: a questão das origens do mundo e do homem tem sido objeto de numerosas investigações científicas, que enriqueceram magnificamente os

nossos conhecimentos sobre a idade e a dimensão do cosmos, a evolução dos seres vivos, o aparecimento do homem. Parágrafo 284: o grande interesse atribuído a essas pesquisas é fortemente estimulado por uma questão de outra ordem, que ultrapassa o domínio próprio das ciências naturais. Porque não se trata apenas de saber quando e como surgiu materialmente o cosmos, nem quando é que apareceu o homem; mas, sobretudo, de descobrir qual o sentido de tal origem: se foi determinada pelo acaso, por um destino cego ou uma fatalidade anônima, ou, antes, por um Ser transcendente, inteligente e bom, chamado Deus. E se o mundo provém da sabedoria e da bondade de Deus, qual a razão do mal? De onde vem ele? Quem é por ele responsável? E será que existe uma libertação do mesmo? Em poucas palavras, diante da pergunta: “o nosso ser é fruto da vontade livre e amorosa de Deus bom ou é o resultado de um destino cego e do acaso?”, como cristãos, respondemos professando a nossa fé: Creio em Deus Pai, Criador.

Cardeal Odilo Scherer nomeia Dom Edmar Peron vigário geral da Arquidiocese

Luciney Martins/O SÃO PAULO

FREI PATRÍCIO SCIADINI Ser político não é um cargo e nem um trabalho para ganhar o pedaço de pão que se come, mas sim uma vocação. E as vocações não deveriam ser remuneradas, mas serem todas gratuitas ou, no máximo, cada um deveria receber uma “oferta livre”, segundo o trabalho apresentado, se for bem feito ou não. A alegria de servir o povo não pode ser colocada na lista dos trabalhos remunerados, mas sim na lista da pura alegria de servir, como diz Jesus: “gratuitamente recebeste e gratuitamente deveis dar”. Ou também “não vim para ser servido, mas sim para servir”. E deu o exemplo de um desprendimento total. Levantou a sua voz em favor dos pobres, dos desvalidos, dos pequenos e dos marginalizados. Ele foi acolhido por eles como um libertador e libertou não com a força e violência, mas sim com o caminho do amor e do perdão. Levantou a sua voz contra os poderosos do seu tempo, contra os que cometiam injustiças e se serviam do poder para oprimir e serem cada vez mais ricos; ele foi rejeitado; Nasceu pobre, viveu pobre, morreu ainda mais pobre, numa cruz, só porque tinha feito o bem. É um pouco contrário de muitos políticos que vemos andando por aí. Nasceram pobres, viveram uma parte de sua vida pobres, mas depois que entraram na política começaram a se tornar ricos e morrem cada vez mais ricos. Nessa lógica, provavelmente deve existir alguma coisa que não funciona bem. No dia 5 de outubro, não sei quantos milhões de brasileiros vão votar para escolher o presidente. Eu deveria votar aqui no Egito, mas “dormi no ponto” e não pedi a tempo, então, não posso votar. Não tenho acompanhado todo o desenvolvimento das campanhas eleitorais e não saberia mesmo como fazer. Naquele dia, vou rezar, e muito, para que Deus ilumine todos os eleitores do Brasil, para que votem com consciência e responsabilidade. E vou pedir aos meus leitores, que, por favor, votem também por mim, não com dois votos, mas com um voto de “peso”, e sem dúvida isso vai contribuir para que o nosso Brasil possa caminhar nos caminhos da justiça. Votem em quem defende a pessoa humana, da sua concepção até a morte, votem em quem defende os pobres, os doentes, os sofredores. Votem nos que, de verdade, defendem e lutam para uma “família unida”, constituída de marido e mulher, e votem em quem é justo, correto e não diz uma coisa e faz outra. Aí teremos, sem dúvida, um futuro melhor. O meu voto é o voto que você, meu amigo,vai realizar.


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LITURGIA E VIDA

novos santos e beatos

27º DOMINGO DO TEMPO COMUM 5 DE OUTUBRO DE 2014

A vinha de Deus ANA FLORA ANDERSON

Duas das leituras litúrgicas deste domingo se referem ao Povo de Deus como sua Vinha amada. O profeta Isaías critica a infidelidade do Povo e o Evangelho critica a liderança das autoridades religiosas. A antífona proclama que Deus é o Criador e não se pode resistir à sua vontade. A oração fala do imenso amor de Deus que perdoa as nossas infidelidades. Na primeira leitura (Isaías 5, 1-7), o profeta narra uma parábola. A Vinha recebe todos os cuidados para ser produtiva, mas, infelizmente, seus frutos selvagens só criam injustiça. Na segunda leitura (Filipenses 4, 6-9), São Paulo orienta a comunidade de Filipos a viver na justiça, no respeito, com honra e amor mútuo.

Não devemos ficar inquietos com nossas falhas, mas rezar a Deus que nos dará a paz que supera o nosso entendimento. O Evangelho de São Mateus (21, 33-43) narra uma parábola de Jesus que questiona as autoridades religiosas da época. Como Isaías, Jesus usa o simbolismo da Vinha para falar do Povo de Deus. Ele, o Dono da Vinha, deixa o seu Povo nas mãos de líderes religiosos. Quando há dificuldades, ele envia profetas, mas, infelizmente, as lideranças religiosas perseguem os enviados de Deus. Por fim, o Pai envia seu Filho, mas, mais uma vez, os dirigentes se recusam a ouvi-lo. Jesus declara a essas autoridades religiosas que, então, o Reino de Deus será entregue somente ao povo que dá frutos.

você pergunta

Em lugar do casamento, não basta uma bênção do padre? Padre Cido Pereira

Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação

A Jacqueline, que mora em Pouso Alegre (MG), me escreve contando que se casou somente no civil. “Estou em pecado?”, pergunta ela. E prossegue: “Mas onde na Bíblia fala que devemos nos casar na Igreja? É possível que um padre nos conceda a bênção sem precisarmos fazer uma cerimônia de casamento?” Jacqueline, minha irmã. Se Jesus fala com tanta clareza que “o que Deus uniu o homem não separe”, e de repente você simplesmente resolveu viver ao lado da pessoa que ama sem nenhuma referência a Deus, alguma coisa não está funcionando, não é mesmo? Se Jesus nos deixou sete sinais da vida da Graça para os momentos mais decisivos de nossa vida - nascimento (Batismo), desenvolvimento (Crisma), sustento (Eucaristia), cura do corpo (Unção dos Enfermos) cura da alma (Penitência) serviço a Deus (Ordem), serviço ao amor e à vida (Matrimônio) - por que achar que a missão de construir uma família no amor pode começar apenas a partir de uma simples união? Se Deus pensou em salvar o ho-

mem em comunidades, por que insistir numa vida isolada sem dar uma satisfação àqueles com quem convivemos fazendo do Matrimônio um ato comunitário também? Sabe, Jacqueline, você pergunta se basta uma bênção simples do padre, sem a celebração do Matrimônio, eu diria que nenhum padre pode fazer isso... contentar-se em dar uma bênção ao casal. O que o padre pode fazer é uma celebração bem simples, você seu esposo, um casal de testemunhas, a presença dos que amam vocês, mas sem todos aqueles acessórios da indústria do Matrimônio. Isso é possível. Agora, essa celebração simples do Matrimônio não dispensa o processo em que os dois vão testemunhar que são batizados, que não têm vínculo com outra pessoa, e que são maduros para o Matrimônio. Que pena que você mora em Pouso Alegre. Morasse você aqui em São Paulo e eu teria a maior alegria e prazer em casar vocês, sem fugir de nenhuma exigência da Igreja, mas com a simplicidade que vocês pensam e querem. Deus abençoe você. Case-se na Igreja e seja feliz!

Erramos Na página 10 da edição 3020, o artigo “O Terço, os livros, o carro e o trânsito” foi erroneamente identi-

ficado como um texto da seção “Direito do Consumidor”. A identificação correta da seção é “Tecnologia”.

Beato Álvaro del Portillo 27 de setembro

Álvaro del Portillo nasceu em Madrid, em 11 de março de 1914, e faleceu inesperadamente em Roma, em 23 de março de 1994, algumas horas depois de regressar de uma intensa peregrinação à Terra Santa, onde celebrou a sua última Santa Missa no cenáculo (local onde Jesus instituiu a Eucaristia na presença dos Apóstolos). Foi o primeiro sucessor de São Josemaria Escrivá de Balaguer, fundador do Opus Dei, frente à prelazia. Álvaro foi o terceiro dos oito filhos de Rámon del Portillo e Clementina Diez de Sollano. O ambiente cristão familiar em que cresceu foi descrito pelo próprio Álvaro com as seguintes palavras: “Deus Nosso Senhor quis que eu fosse amigo de meu pai”. Álvaro recebeu de sua mãe, dona Clementina, uma devoção muito especial ao Sagrado Coração de Jesus e ao Espírito Santo (pouco comum para a época) e uma particular veneração à Santíssima Virgem com o título de Nossa Senhora do Carmo. Teve uma infância normal, apesar de sua saúde não ser muito forte. Sua mãe ensinou-lhe desde cedo a suportar com a alegria a enfermidade, pois começou a padecer de doenças não muito graves, porém, incômodas, como o reumatismo, aos 2 anos. Como estudante, manifestou grande potencial cultu-

L’Osservatore Romano

ral, gosto por esporte e dotes artísticos. Segundo sua irmã Pilar descreve, “desenhava muito bem, mas não ostentava. Ao contrario, era profundamente simples e de uma grandíssima humildade”. Ao terminar o ensino médio, decidiu estudar Engenharia. Porém, uma crise econômica afetou sua família, o que o fez decidir adiar sua entrada na Escola Técnica Superior e ingressar, em 1932, em um curso de Ajudante de Obras Públicas. Desse modo, pôde trabalhar para sustentar-se e continuar os seus estudos até obter o título de engenheiro. Álvaro conheceu São Josemaria Escrivá em 1935. Desse encontro, vislumbrou a sua vocação de viver a santidade em meio ao mundo através da santificação do trabalho, da oração e uma intensa vida apostólica. Recebeu admissão no Opus Dei em 1936. Trabalhou como enge-

nheiro no Ministério de Obras Públicas, ao mesmo tempo em que foi um estreito colaborador de São Josemaria Escrivá, que em 1939 o nomeou secretário geral do Opus Dei. Recebeu a ordenação sacerdotal em 1944. Foi transferido para Roma com a missão de obter aprovação pontifícia para o Opus Dei. Em Roma, foi amigo de Pio XII. Foi nomeado por João XXIII para diversas comissões preparatórias do Concílio Vaticano II e presidiu a comissão de estudos sobre os leigos. Paulo VI o manteve como perito e consultor do Concílio. Foi secretário da comissão que elaborou o Decreto Presbyterorum ordinis (sobre a ordem dos presbíteros). Após o Concílio, foi consultor da Congregação para a Doutrina da Fé, entre 1966 até 1986, e juiz da mesma, e membro da comissão que preparou a revisão do Código de Direito Canônico, publicado em 1982. Notabilizou-se por sua humildade e serviço à Igreja. Sua fama de santidade foi confirmada pelo Papa João Paulo II que, ao saber de sua morte, quis rezar diante de seus restos mortais. Por ocasião da cerimônia em que foi beatificado em 27 de setembro de 2014, foi apresentado como modelo de fidelidade a ser seguido por todos os cristãos. (por Padre Michelino Roberto)

0 5 Cardeal Câmara: samba há

anos

e liturgia não se misturam

Diante de uma notícia publicada em Lima, no Peru, de que “os seminaristas brasileiros estão tomando lições do popular baile do samba”, o Cardeal Jaime de Barros Câmara, arcebispo do Rio de Janeiro, desmentiu a informação em seu programa “A Voz do Pastor”, ao enfatizar que “os bispos do Brasil não são botocudos, não têm mentalidade profana para permitirem a mistura do samba com a liturgia”. O assunto ganhou des-

taque no O SÃO PAULO de 4 de outubro de 1964, que trouxe a notícia de que o Cardeal Câmara enfatizou que “as cerimônias da Igreja são essencialmente santas e que as coisas santas devem ser tratadas santamente ‘e não com essa falta de respeito, que alguns andam por ai assoalhando sem nenhum fundamento’”. Na mesma edição, o jornal lembrava que quando o Concílio Vaticano II permitiu o uso de música popular dos países na litur-

Capa da edição de 4 de outubro de 1964

gia, “os padres conciliares não pretenderam que, em cada país, a música a ser empregada fosse um determinado gênero”.


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| Pastorais | 7

Cami

Imigrantes brilham no festival de música e poesia Composições sobre tráfico humano, migração e trabalho sensibilizaram o público na terceira edição do Festival de Música e Poesia do Migrante, realizado no domingo, 21 de setembro. As interpretações dos concorrentes, de diferentes nacionalidades, arrancaram aplausos do público que lotou a praça Kantuta com visual colorido, dando o toque de início da primavera. No final da tarde, após as apresentações, um ar de suspense de quem seriam os vencedores. Depois do sorteio de passagens aéreas para Cusco, no Perú, foi anunciado o resultado do festival. “Força Clandestina”, do boliviano Armin Nicolás Flores, conquistou o primeiro lugar na categoria música, e Miguel Angel Saavedra Aguilar com seu poema “Ela e El” foi o vencedor na categoria poesia. Os concorrentes receberam seus prêmios, recompensados pelo esforço de uma etapa cumprida. O vencedor da música disse

que fez a composição nas noites, depois de trabalhar na máquina de costura e quando a mulher e filha já dormiam. “Não estou acreditando, estou muito contente. Assim que vi o anúncio do Festival no Belenzinho, já comecei a compor e valeu a pena”. A esposa, com a filha no colo, disse se sentir orgulhosa do esforço do marido. Linhas da composição falam das experiências de imigração: “sueños que se estrellan en la nueva era, esclavitud moderna diferente ubicación...toda tu ilusión y toda tu esperanza está en un passaje y un adiós... las tristes despedidas y cariño a la distancia; no importan las barreras, no importan las fronteras”, são trechos da composição. Com o prêmio em mãos, que irá doar a um projeto voltado aos imigrantes que apoia e participa, o vencedor na categoria poesia disse que não foi difícil compor porque é a sua realidade e a de muitos imigrantes também: “todos chegamos aqui cheios de

Cami

esperanças e sonhos e enfrentamos no dia a dia duras situações, muitas de discriminação. Então, é só colocar essas verdades e experiências no papel”, assinalou,

agradecendo a oportunidade. Fragmentos da poesia dizem: “El es un viajante que viene retumbante, Ella, ve sus esperanzas mientras el sol se aleja, Ella, no

tiene nadie a su lado, ni siquiera su consulado... no, no te rias, del imigrante, porque él tiene outro semblante”. Colaborou Carmen Hilari e Nelson Bison

Pastorais Sociais

Um dia para refletir a Evangelii Gaudium Foi realizado na quarta-feira, 17 de setembro, no Centro de Pastoral São José, da Região Episcopal Belém da Arquidiocese de São Paulo, o Fórum das Pastorais Sociais do Regional Sul 1 da CNBB. Na pauta, o estudo da exortação “Evangelii Gaudium”, do Papa Francisco: “As Pastorais e Movimentos Sociais à luz da Evangelii Gaudium”. O encontro teve início com mística de espiritualidade, coordenada por Maria Aparecida Pereira de Lima (Cidinha), da Pastoral Operária, e Irmã Maria Aparecida Claus, da Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo. A oração fez memória dos mártires da luta pela igualda-

de social e também em repúdio à violência praticada contra os agentes sociais e criminalização dos movimentos sociais, levada em prática pelos governos em todos os níveis. A síntese do documento foi apresentada pelo diácono José Carlos Pascoal, da Comissão Regional dos Diáconos – CRD Sul 1 da CNBB, Moderador do Fórum das Pastorais Sociais do Regional Sul 1 de maneira interativa, com participação da assembleia. O capítulo 4 da Exortação Apostólica, “A Dimensão Social da Evangelização” provocou maiores debates, acompanhados de narrativas e testemunhos. Como conclusão desse debate, destacou-se a difi-

culdade de ser agente de pastoral social por falta de apoio, em alguns casos da diocese, em outros da paróquia e, também, por parte de conselhos paroquiais e agentes de outras pastorais. “A exortação Evangelii Gaudium chega num momento propício em que a Igreja sabe das muitas formas de pobreza e de exclusão dos tempos atuais, faz um belo discurso, mas não dá o necessário apoio aos agentes sociais. Que essa exortação seja livro de cabeceira, junto com a Bíblia, para todos da Igreja”, disseram os participantes. Carmem Cecília de Souza Amaral (Caci), coordenadora da Pastoral Fé e Política da Arqui-

Pastorais Sociais

diocese de São Paulo, falou sobre a Rede de Escolas de Cidadania e Fé e Política, que nasceu na Arquidiocese de São Paulo e está se espalhando, com muitos frutos na formação e na conscientização política dos cristãos. “Mais

importante que os resultados são as formas de processos. Estamos sempre ansiosos pelos resultados rápidos, mas é preciso desenvolver um processo para alcançarmos os objetivos”, afirmou. (ColaborouDeyvidLivrini/PastoralCarcerária)

Pastoral Afro

Em outubro, festa da glorificação de Nossa Senhora do Rosário • A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de São Paulo realiza e convida toda comunidade para Festa de Glorificação de Nossa Senhora do Rosário Programação Novena: composta pelo Terço, Ladainha e Bênção do Santíssimo

Dias: 1, 2, 3, 4, 7, 8, 9 às 18h Dia 7, às 18h – Dia festivo de Nossa Senhora do Rosário, com missa solene e troca de coroas Dia 12, às 9h30 - Festa homenagem a Nossa Senhora do Rosário e Nossa Senhora da Conceição Aparecida, com procissão e missa solene

Dia 31 – Encerramento da Festa, com a solene coroação da imagem de Nossa Senhora do Rosário. Coordenação: Padre Lázaro Fernandes – Capelão da Irmandade Local: Igreja de Nossa Senhora do Rosário - Largo do Rosário s/n° Centro (SP).

• As entidades negras católicas da Região Metropolitana da Grande São Paulo e a Paróquia de Nossa Senhora das Angústias convidam para o evento afro-litúrgico-cultural em ação de graças pelo mês da Consciência Negra.

Quando: 25 de outubro, às 18h. Onde: Paróquia de Nossa Senhora das Angústias (rua Dr. Rubens Meirelles, n° 96, Barra Funda, próximo da estação Barra Funda do Metrô e da Federação Paulista de Futebol). (colaborou Guilherme Botelho Júnior)


8 | Igreja em Missão |

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Destaques das Agências Nacionais

Nayá Fernandes

nayafernandes@gmail.com

Disponível material da Campanha Missionária 2014 “Missão para libertar” é o tema da Campanha Missionária 2014, que foi lançada na segunda-feira, 22, durante coletiva de imprensa, em Brasília (DF). O objetivo da campanha é retomar a problemática do Tráfico Humano, tema da Campanha da Fraternidade promovida pela CNBB neste ano. A Campanha Missionária é coordenada pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM), com a colaboração da CNBB por meio da Comissão para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial, a Comissão para a Amazônia e outros organismos que compõem o Conselho Missionário Nacional (Comina). O cartaz, a novena, o DVD com testemunhos, a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões, marcadores de páginas com a Oração da

Campanha e as imagens de Santa Teresinha do Menino Jesus, São Francisco, Nossa Senhora Aparecida e do Papa Francisco são os subsídios preparados para divulgação da Campanha. Todos os materiais foram enviados às 276 dioceses e prelazias do Brasil e podem também ser encontrados no site www.pom.org. br. Além disso, as POM colaboram com textos para serem utilizados nas orações dos fiéis para os quatro domingos de outubro e 11 milhões de envelope para as ofertas nas missas e celebrações. Padre Camilo Pauletti, diretor nacional das POM, ressaltou o significado do envelope para a Coleta. “A nossa oferta ajuda muitas situações de carência. Às vezes, achamos que o Brasil está bem e de certa forma está, mas ainda assim precisa de solidariedade. Imaginem, então,

Jaime Patias

as necessidades de países da África, da Ásia e outras regiões do mundo e da importância de ajudar também economicamente, além de enviar missionários. Por isso, incentivamos todos os cristãos para que façam a sua contribuição com alegria”, disse. A coleta, que acontece nos dias 18 e 19 de outubro,

cada um foi convidado a ler uma carta, escrita por jovens, que fazem um apelo à consciência de um mundo menos violento, onde todos convivam sem agressões ou qualquer tipo de preconceito. O ato foi realizado em sintonia com o 4º Encontro Mundial dos Jovens da Paz, que acontecerá no dia 4 de outubro, em Nápoles, na Itália. Fonte: Arsenal da Esperança

A nova diretoria da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) foi eleita por aclamação na 5ª Assembleia Geral Eletiva da entidade, realizada na terça-feira, 23, em Brasília (DF). Com atuação no triênio 2014-2017 foram escolhidos: Paulo Fossati, UNILASALLE (RS), diretor presidente da associação; Irmã Irani Rupolo, Franciscana da Penitência e Caridade Cristã (RS), diretora 1ª vice-presidente, e Irmã Eulália Maria Wanderley de Lima,

da Associação das Religiosas da Instrução Cristã (PE), diretora 2ª vice-presidente. Presente em todo o território nacional, a entidade representa cerca de 430 mantenedoras, 2 mil escolas, 130 instituições de ensino superior e cem obras sociais, totalizando 2,5 milhões de alunos e aproximadamente 100 mil professores e funcionários. Padre Jose Marinoni, reitor da Universidade Católica Dom Bosco (MS), agradeceu a todos os que o ajudaram nessa lon-

7,7 milhões de votos no plebiscito popular pela reforma política De 1º a 8 de setembro, aconteceu, em todo o País, o Plebiscito Popular por Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político, no qual 7,7 milhões de brasileiros votaram em favor da proposta de uma reforma política. O resultado foi divulgado na quarta-feira, 24, em entrevista coletiva. Um total de 97,05% dos participantes votaram “sim” à proposta, enquanto 2,57% disseram “não” à Constituinte. Brancos (0,2%) e nulos (0,17%) não chegaram a 0,5%. A entrega do resultado do

sa (PR), lembrou a situação das populações indígenas e quilombolas que também são retratadas nos encontros da Novena. Ele apontou três formas de cooperar com a Campanha: por meio da oração, colocando-se à disposição para partir em missão, e com a ajuda financeira. Fonte: POM/ Padre Jaime Patias

ANEC tem nova diretoria

Em silêncio, pela paz Os “Jovens da Praça”, grupo que nasceu do encontro entre o Arsenal da Esperança e a Paróquia Nossa Senhora Aparecida dos Ferroviários, em São Paulo, realizaram no sábado, 27, o encontro “Em silêncio pela paz para ouvir a nossa consciência”. Na Praça da Sé, o grupo convidou a todos a fazerem meia hora de silêncio pela paz no mundo. Durante esse tempo

é enviada ao Fundo Universal de Solidariedade para apoiar projetos em todo o mundo. A contribuição do Brasil contabiliza um pouco mais de R$ 8 milhões. Dom Sergio Arthur Braschi (foto), presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária da CNBB e bispo de Ponta Gros-

Plebiscito Popular será realizada nos dias 14 e 15 deste mês, em Brasília (DF), dirigida à Presidenta da República, Dilma Rousseff; ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski; e ao presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros. O próximo passo é encaminhar o resultado positivo aos três poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e propor ao Congresso Nacional que uma consulta oficial seja realizada. Na mesma ocasião da entrega dos números em Bra-

sília, acontecerá a Plenária Nacional (a 5ª plenária da campanha), que pretende reunir entre 1,5 mil e 2 mil participantes dos comitês de campanha de todo o Brasil para discutirem as próximas ações do movimento. Segundo os organizadores, mesmo não tendo atingido o total de 10 milhões de votos, objetivo primeiro, o Plebiscito foi um sucesso, principalmente porque não contou, em nenhum momento, com o apoio da grande mídia e ainda assim teve grande adesão. Fonte: Adital/ Marcela Belchior

ga caminhada em que esteve à frente da entidade. Ele assumiu a vice-presidência do Conselho Superior da Anec, que também foi eleito na ocasião e terá como diretor para o próximo triênio o Padre Marcelo Fernandes de Aquino, reitor da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (RS). A secretária do Conselho é Irmã Mariluce Nilo Moucort, vice-diretora da Fundação Centro de Educação Comunitária e Social do Nordeste (PE). Fonte: Anec

Semana Nacional da Vida De 1º a 7 acontece a Semana Nacional da Vida, recordando o Dia do Nascituro, 8 de outubro. O evento é motivado pela Igreja no Brasil, a partir da publicação do subsídio “Hora da Vida”, elaborado pela Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB e a Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF). A atividade pastoral trata-se de mobilização em todo o País, com intensa programação nas dioceses, paróquias e co-

munidades, com objetivo de propor à sociedade um debate sobre os cuidados, proteção e a dignidade da vida humana, em todas as suas fases. A Semana Nacional da Vida foi instituída, em 2005, durante a 43ª Assembleia Geral da CNBB. O Dia do Nascituro é um dia em homenagem ao novo ser humano. A data celebra o direito à proteção da vida, à saúde, à alimentação, ao respeito e a um nascimento sadio. Fonte: Zenit


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Destaques das Agências Internacionais

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Filipe Domingues

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO, EM ROMA

Cresce expectativa para o Sínodo da Família, mas propostas de mudança virão somente em 2015 L’Osservatore Romano

Um Sínodo diferente Analistas do Vaticano observam neste Sínodo características especiais em relação aos anteriores. O editor do jornal norteamericano National Catholic Reporter, Dennis Coday, analisou, em artigo do dia 26 de setembro, três aspectos essenciais da assembleia que começa nesta semana. O primeiro é justamente o fato de que não é esperado agora nenhum resultado concreto após as reuniões. Esta assembleia extraordinária existe “para discutir as experiências vividas das experiências das famílias hoje”. Por isso, em vez de uma exortação pós-sinodal (documento assinado pelo Papa com as conclusões do encontro), “este sínodo deve produzir um relatório das discussões, que será enviado às dioceses de todo o mundo, em preparação para o sínodo do ano que vem”. O segundo aspecto levantado por Coday é o fato de que se espera do Papa Francisco uma participação ativa nos debates do Sínodo. “O tópico é uma iniciativa de Francisco”, lembra o jornalista. Em assembleias anteriores do Sínodo dos Bispos, os papas João Paulo II e Bento XVI tiveram papel secundário durante os encontros, de observação e oração. O olhar desses Papas aparecia mais no documento

final. “Francisco, por sua vez, gosta de envolver os participantes das reuniões com perguntas, piadas e comentários.” O terceiro ponto, diz Coday, diz respeito exatamente à metodologia das discussões. A secretaria do Sínodo tentou estruturá-las de maneira a estimular o confronto de ideias. Haverá discursos de 40 minutos, respostas mais breves e sessões em pequenos grupos de trabalho, o que, para Coday, será o “coração da reunião”. Esse estilo de debates, observa o editor, foi muito usado por Jorge Mario Bergoglio nos encontros do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam) de 2007, em Aparecida. Mais de um ano separa a atual assembleia extraordinária e a assembleia ordinária em 2015. Tempo que, segundo Dom Bruno Forte, será usado para “refletir, consultar as igrejas locais, maturar o discernimento” sobre os debates deste ano. “Esperamos que a maturação possibilitada pelas duas etapas possa ajudar toda a Igreja a encontrar as melhores propostas a serem apresentadas para o juízo do sucessor de Pedro”, explicou ao Città Nuova. “O caminho será desafiador, por isso, o Papa pediu um empenho especial de oração e apoio dos trabalhos sinodais.”

O olhar de toda a Igreja estará voltado para Roma entre os dias 5 e 19 de outubro. Quando o Papa Francisco convocou a III Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos, há cerca de um ano, despertou uma grande expectativa de mudanças na forma como a Igreja analisa e age diante dos problemas das famílias. Casais divorciados, pessoas que convivem sem se casar, famílias monoparentais, uniões entre pessoas do mesmo sexo, casais inter-religiosos, poligamia, reprodução assistida, abandono da fé pelos jovens... são inúmeros e complexos os problemas das famílias no mundo todo para os quais a Igreja deve propor uma nova abordagem pastoral. Na verdade, a discussão entre os mais de 250 participantes do Sínodo já começou nos bastidores, mas será longa, ampla, pública e confrontará fortes opiniões divergentes. Por isso, segundo analistas, a presidência do Papa Francisco é essencial nesse processo.

Objetivo da atual assembleia Refletindo sobre os “desafios pastorais da família no contexto da evangelização”, o grande objetivo atual do Sínodo é justamente apresentar propostas para uma “nova pastoral”, como definiu o cardeal italiano Dom Lorenzo Baldisseri, secretário do Sínodo dos Bispos. “É evidente que a crise social e espiritual do mundo atual incide sobre a vida familiar e cria uma verdadeira urgência pastoral, que justifica a convocação de uma assembleia extraordinária”, afirmou Dom Lorenzo, em uma das coletivas

de imprensa sobre o Sínodo. Porém, em entrevista ao jornal online italiano Città Nuova, o secretário especial para o Sínodo da Família, Dom Bruno Forte, declarou que “o Sínodo não pretende mudar a doutrina, que é confiada pelo Senhor à Igreja, mas quer discernir quais são os caminhos para aplicá-la melhor, com a compreensão e a paciência que a caridade sugere”. De qualquer forma, as propostas não serão apresentadas já nesta próxima assembleia, que começa dia 5. O caráter da atual reunião é mais ana-

lítico, mais de observação dos problemas. Serão ouvidos e debatidos testemunhos de casais e as diferentes posições de bispos, religiosos e grupos que trabalham com as famílias em todo o mundo. A ideia é fazer um verdadeiro raio-x sobre a difícil realidade das famílias, seguindo o chamado “método indutivo” da Doutrina Social da Igreja: Ver, Julgar e Agir. As eventuais propostas, portanto, serão apresentadas somente na próxima assembleia ordinária o Sínodo da Família, a ser realizada em outubro do ano que vem.

Milhares de idosos encontram Francisco e Bento XVI no Vaticano Cerca de 30 mil idosos compareceram à Praça de São Pedro, no Vaticano, para a festa dos idosos com o papa, organizada pelo Pontifício Conselho para a Família. A convite do Papa Francisco, o papa emérito, Bento XVI, também compareceu ao evento. Francisco repetiu que ter Bento XVI vivendo no Vaticano é como “ter um avô dentro de casa” e completou: “Felizes as famílias que têm os avós por perto.” Ele denunciou duramente a violência cometida contra os idosos, muitas vezes dentro de casa. Francisco também tem repetido constantemente que a sociedade atual marginaliza as pessoas mais velhas, assim como aquelas mais jovens. Foi a quinta vez que os dois papas se encontraram em público (FD).

L’Osservatore Romano


Direito do Consumidor

Comportamento

10 | Viver Bem |

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Crianças mentem? Simone Ribeiro Cabral Fuzaro É comum ouvirmos declarações diversas neste aspecto: “meu filho jamais mente”, “minha filha mentiu”, “eu não admito mentiras”, “se ela disse que o fulano bateu, é porque bateu, pois ela não mente...”. Mas, na verdade, crianças mentem ou não mentem? Sim, mentem! Estudos feitos pela pesquisadora Victoria Talwar (Universidade de McGill, Montreal, no Canadá), mostram que já com 2 anos as crianças são capazes de mentir. Precisamos considerar, em primeiro lugar, que uma criança pequena (2 anos), embora fale, na maioria das vezes, não domina bem a linguagem oral, podendo gerar muitos malentendidos - não compreender bem o que se pergunta a ela, não saber o significado de várias palavras, repetir aquilo que foi dito pelo outro... Os pequenos (até aproximadamente 4 anos) não têm consciência plena da mentira e de suas consequências. Eles têm um mundo simbólico muito diferente do adulto e nele fantasia e realidade se misturam. Além disso, têm outra percepção do mundo, do tempo, dos acontecimentos. Desse modo, é muito mais fácil que, quando questionados, acabem falando algo que não aconteceu de fato. Essas “mentiras” podem ser frutos de fantasias, de desejos, de medos, de uma percepção errada da situação ou do acontecimento, enfim, podem ter as mais diversas naturezas, porém, são informações que não condizem com a verdade. É preciso que os adultos estejam muito conscientes disso para que desconfiem das informações que

as crianças trazem, pois muitos conflitos e mal-entendidos podem ser evitados. Um pouco mais velhas, as crianças começam a perceber melhor a diferença entre fantasia e realidade, circulando nesses dois mundos com mais clareza. Percebem melhor também o mundo que as rodeia e os adultos com os quais convivem. Nesse momento (6 ou 7 anos), passam a mentir nas situações em que têm consciência de terem agido errado, temendo a punição ou reação do adulto. Podem também mentir para conseguirem algo que desejam, para desviarem a atenção de alguma coisa, para “proteger” sua imagem diante de um amigo, para se autoafirmar ou até mesmo por imitação. Nós, adultos, precisamos saber lidar com essas mentiras. Em primeiro lugar, precisamos nos conscientizar dessa realidade sem preconceitos, sabendo que os pequenos estão em fase de formação e que as mentiras acontecem. Depois, mostrarmos que não queremos a mentira, que não é boa para ninguém. Precisamos orientá-los e corrigi-los com clareza para que, com o tempo, adquiram a virtude da sinceridade. É fundamental, porém, que não se tenha o hábito de dizer mentiras, mesmo que pequenas, no ambiente familiar. Somos exemplos fundamentais para os filhos! Como exigir que não façam algo que nós fazemos? Como educadora, tenho presenciado muitos mal-entendidos e acusações, baseadas em informações dadas por crianças pequenas. Quando acreditamos plenamente que nossos filhos não mentem, sem nenhum

Desistência de compra fora do estabelecimento: prazo sete dias O consumidor pode desistir do contrato no prazo de sete dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial. Sobretudo e especialmente isso poderá ocorrer se a compra for por telefone ou em domicílio, ou ainda, pela internet, conforme prevê o artigo 49 do Código de Defesa do Consumidor. Saiba dos seus direitos, procure um advogado. Ronald Quene é bacharel em Direito

Sergio Ricciuto Conte

tipo de questionamento, além dos possíveis mal-entendidos que virão, estaremos também, na verdade, incentivando essa prática, pois os pequenos perceberão que, não importa o que digam, terão sempre razão diante dos pais. Muito cuidado! Eles, muitas vezes, não têm certeza do que estão falando! Nós sim, precisamos ser cuidadosos

e criteriosos tanto com o que perguntamos quanto com e no que acreditamos! Só assim, estaremos formando adequadamente nossos pequenos. Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é fonoaudióloga e educadora, mestre em Distúrbios da Comunicação pela PUC-SP, especialista em Linguagem e coordenadora da Escola de Educação Infantil Pedrita.

espaço aberto

A ‘festa’ da democracia Sidnei Ferreira de Vares Estamos a poucos dias das eleições, a poucos dias da responsabilidade de escolher quem nos representará nas esferas federal e estadual. Os candidatos nos bombardeiam com propostas, estratégias de gestão, mudanças e manutenções de programas sociais. Pouco se discute o verdadeiro significado do termo democracia. Há alguns anos, um comercial do Superior Tribunal Eleitoral terminava com a frase: “Eleição, a festa da democracia!” O tempo passou e, infelizmente, ainda é assim que a maior parte da população entende o democrático exercício

de votar: como uma “festa”. Aproximar, ainda que metaforicamente, a eleição de uma festa é, no mínimo, irônico. Frequentamos festas de aniversário, casamento, despedida etc. Recebemos um convite formal, geralmente feito pelo anfitrião, levamos presentes, dançamos, comemos, bebemos e, ao fim, quase sempre, saímos com uma lembrancinha, prova da gratidão e felicidade de quem nos convidou. Infelizmente é assim que o eleitor-cidadão brasileiro é tratado: como um convidado. Somos “convidados” (na verdade, convocados) de quatro em quatro anos para uma “festa”. Devemos nos dirigir à zona

eleitoral, escolher um candidato e, ao fim, ganhamos como lembrancinha um canhoto que prova o dever cumprido. Vamos para casa e aguardamos um novo convite que, sem falta, virá quatro anos depois. A impressão é de que o importante é participarmos da “festa”, uma visão demasiadamente tacanha, primeiro porque numa democracia dinâmica, o povo não é “o convidado”, mas “o anfitrião”, e, segundo, porque uma democracia não pode ser reduzida a uma festa, com começo, meio e fim (como todas as festas). A democracia é um processo do qual todos participamos, inclusive quando decidimos não participar.

Participar da democracia exige acompanhar os desfechos, as ações e os comportamentos de nossos representantes, pois os convidados são eles. O povo brasileiro precisa perceber o que está em jogo. Democracia exige tomar o próprio destino nas mãos, construí-lo. O sufrágio é a ferramenta, o meio, e não um fim em si mesmo. Somos os donos da casa, os donos da “festa”. Os políticos é que são “os convidados”. E convidados desagradáveis não deveriam estar presente na festa seguinte. Definitivamente, quando o assunto é política, o clima não está para festas! Sidnei Ferreira de Vares é professor dos cursos de Filosofia e História do UNIFAI


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| Reportagem | 11 Fotos: Edcarlos Bispo/O SÃO PAULO

Paróquia Santíssima Trindade acolheu, entre os dias 26 e 28 de setembro, cerca de 80 jovens da Pastoral Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com

Maíra Brandão

especial para o são paulo

Ao encerrar o Mês da Bíblia e iniciar o Mês das Missões, a Pastoral da Juventude (PJ) da Arquidiocese de São Paulo realizou a 4ª Missão Jovem. Com o tema: “Juventude mística e profética a serviço da libertação”, a PJ reviveu a Campanha da Fraternidade 2014, que tratou da questão do tráfico de pessoas. Este ano, a Missão foi realizada na Paróquia Santíssima Trindade, na Região Episcopal Belém, que, como ressaltou a coordenadora da Missão Jovem, Juliana Silva, é a “periferia da periferia”. Participaram mais de 80 jovens de diversas paróquias da Arquidiocese de São Paulo,

PJ realiza missão na periferia da capital da Diocese de São Miguel e, este ano, da Pastoral da Juventude Marista (PJM). Formada por 11 comunidades, a Paróquia está localizada no extremo da zona leste, próximo ao município de Mauá. A maioria das moradias é fruto de ocupação, o que dificulta e serve de desculpa para que serviços e equipamentos públicos sejam negados à população dos bairros onde está a Paróquia. “O choque de realidade foi muito importante para sairmos de nossas realidades e irmos ao encontro de outras. Ir ao encontro de quem mais necessita”, ressaltou Juliana. Esse “choque de realidade” foi sentido pelos jovens já na chegada à Missão. No bairro, os celulares não dão sinal. “Aqui os meios de comuni-

cação são escassos e alguns lugares que estes jovens estiveram andando não tinham acesso à internet e celular. Isso já foi um sinal de que tinham que conviver com alguém, mas agora em uma relação interpessoal. Esse choque dessa realidade fez com que olhassem não mais para si, mas para o todo e assumissem a postura de Cristo Jesus, de ir ao encontro do outro, algo que está faltando nas pessoas nos ambientes religiosos e não religiosos”, ressaltou o pároco, Padre Jefferson Mendes de Oliveira. Para o Sacerdote, foi uma alegria acolher a Pastoral na Paróquia, pois, “dá uma alegria e um vigor. Os jovens, com sua presença, vêm tirando aquele ar de um conservadorismo, de uma Igreja parada, estática e vão assim renovando pelo espírito a dinâmica pastoral”.

A missão Divididos em três grupos, os missionários começaram a caminhada pelo bairro, em busca de um diálogo com os moradores, para descobrir as principais dificuldades que enfrentam dia após dia, as necessidades que têm e precisam ser sanadas com mais urgência, os aspectos positivos da região e ser presença de uma “Igreja em saída” no meio da comunidade. Poucos passos foram necessários para que os jovens se deparassem com uma realidade assustadora; moradores ilhados em suas residências, falta de saneamento básico, carência de postos de saúde e ausência de creches. Por esses dias, não tem chovido muito em São Paulo, porém, quando isso acontece, muitos moradores, ficam ilhados em suas casas, impossibilitados de chegar

até à rua, pois o “barranco” que dá acesso à rua havia desmoronado e estava completamente bloqueado pela lama que escorre por conta da intensidade das chuvas. Os jovens missionários foram confrontados com os anseios relatados pelos pais, que não têm creches para deixar as crianças que ainda não iniciaram o período de alfabetização escolar, pois não há escolas com esse perfil no bairro. Relatos de idosos, que têm dificuldade de locomoção, mas que, quando precisam de atendimento médico, têm que se dirigir a hospitais distantes, pertencentes a outras subprefeituras, pois no bairro onde vivem há uma Unidade Básica de Saúde (UBS) sem médicos. Igor Gomes Xavier, 18, da Rregião Episcopal Brasilândia, ressaltou que certos aspectos do local são muito parecidos com os do bairro onde mora. Participando pela segunda vez da Missão Jovem, Igor afirmou que essa Missão o marcou, pois, diferente dos outros lugares, as pessoas do bairro “têm bastante consciência dos problemas que eles têm aqui. É um problema social mesmo”.

Catequistas participam de encontro arquidiocesano Luciney Martins/O SÃO PAULO

Fernando Geronazzo

Especial para O SÃO PAULO

A implementação do processo de Inciação à Vida Cristã foi o tema que norteou o Encontro Arquidiocesano de Catequistas, realizado no sábado, 27, no Instituto Dom Bosco, no Bom Retiro, região central de São Paulo. No encontro, o arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, apresentou oficialmente o bispo auxiliar que irá acompanhar a Animação Bíblico-catequética da Arquidiocese, Dom José Roberto Fortes Palau, que assume a função antes exercida por Dom Tarcísio Scaramussa, agora bispo coadjutor de Santos (SP). “Vou continuar a caminhada já começada por vocês. A Catequese é um grande desafio para nós”, afirmou o Bispo. Ao falar da urgência pastoral assumida pela Arquidiocese em 2014, a partir do 11º Plano de Pastoral – “Igreja: Casa de Iniciação à Vida Cristã” –, Dom Odilo ressal-

tou que a evangelização passa essencialmente pela Catequese e uma formação permanente. “O cristão católico nunca é ‘diplomado’, nem quem tem doutorado em Teologia, foi ordenado padre ou bispo. Nós somos todos discípulos”, disse. Nesse sentido, ele salientou a importância de uma Catequese mistagógica, ou seja, que proporcione o contato com o mistério de Cristo, sobretudo pela Palavra de Deus e vivência da fé em comunidade.

Padre Paulo César Gil, coordenador arquidiocesano da Animação Bíblico-catequética, destacou que é preciso que cada comunidade possa preparar uma equipe para implantar esse processo catequético de estilo catecumenal e mistagógico. Para isso, foi criada uma comissão com o objetivo de elaborar um projeto de longo prazo para a implementação da Iniciação à Vida Cristã na Igreja de São Paulo, que passe desde a formação

de seminaristas e do clero, dos catequistas, ajuda às paróquias a se estruturarem para uma nova evangelização e como fruto desse processo, a elaboração de uma revisão do Diretório dos Sacramentos e a criação de diretrizes para a Iniciação à Vida Cristã na Arquidiocese. Catequista desde 2006 na Paróquia Santa Teresinha, Região Episcopal Santana, Pedro de Arruda Monteiro relatou que na comunidade eles vivem a experiência

da Catequese familiar. “Enquanto as crianças se preparam para a Primeira Eucaristia, nós fazemos encontros quinzenais com os pais, fazendo um reavivamento da experiência cristã dentro da família, de modo que esses pais, transmitam essa vivência aos filhos”, relatou.

São José de Anchieta patrono dos Catequistas Durante o encontro, Padre Paulo Gil comunicou que a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos da Santa Sé confirmou São José de Anchieta como patrono dos catequistas do Brasil. A decisão foi tomada atendendo à solicitação feita durante a 51ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, pelo arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, e encaminhada pela CNBB, em 2013. Também foi confirmado o Beato Francisco de Paula Castelló i Aleu como patrono dos profissionais químicos do Brasil.


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daniel gomes /

osaopaulo@

Voto no Legislativo: para quem Agência Câmara

De acordo com pesquisa Ibope, divulgada pela seção “Painel” do jornal Folha de S. Paulo em 17 de setembro, a poucos dias da eleição, somente 12% dos paulistas sabiam dizer em quem votariam para deputado. Para o secretário geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, está se dando destaque apenas para as eleições de presidente da República, porém, “os cargos legislativos são muito importantes, no estado e na federação, e não estamos prestando a suficiente atenção nesse debate, para conhecermos esses candidatos, sabermos da sua vida, propostas, sabermos se realmente são aptos a nos representar no Legislativo, que é muito importante para a sociedade brasileira. Temos nos descuidado nestas eleições de ver as propostas desses candidatos e candidatas”. O SÃO PAULO após publicar o plano de governo dos candidatos ao Palácio dos Bandeirantes e entrevistas com os três candidatos mais bem posicionados nas pesquisas Datafolha e Ibope – Alexandre Padilha (PT), Pau-

lo Skaf (PMDB) e Geraldo Alckmin (PSDB) –, apresenta nesta reportagem alguns aspectos sobre a eleição para os cargos de senador, deputado federal e deputado estadual. A reportagem entrevistou a mestre em Ciência Política pela USP, professora Lara Mesquita, 32, que explicou o sistema proporcional, a formação do quociente eleitoral, as coligações partidárias, a composição de cadeiras nas casas legislativas, entre outros aspectos. Para ela, é importante que os eleitores se atentem às coligações em que os candidatos que votarão estão, pois o voto é dado em primeiro momento na legenda, para que se obtenha o quociente eleitoral, e depois nos candidatos mais bem votados. “Quando vamos escolher nosso candidato temos que olhar quem são os partidos em determinada coligação, quem são os outros candidatos que eu potencialmente posso ajudar a eleger. Está bem pra mim isso? Tem uma pessoa [na coligação] que eu não quero eleger de

passo a passo das eleições legis Para esclarecer o processo das eleições legislativas no Brasil, O SÃO PAULO apresenta um panorama explicativo. Em alguns casos, para melhor detalhamento houve simulações. As informações foram obtidas junto à Lara Mesquita, 32, professora do Núcleo de Cidadania e Política da Oficina Municipal, doutoranda em Ciência Política no Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UFRJ, e mestre em Ciência Política pela USP.

Função de deputados e senadores O deputado estadual legisla sobre ques-

tões de âmbito do estado da federação em que foi eleito. Ele representa a população. Em São Paulo são eleitos, para um mandato de quatro anos, 94 deputados. O deputado federal legisla sobre questões de âmbito federal, na condição de representante da população. A Câmara dos Deputados é composta por 513 parlamentares, com mandato de quatro anos. O Senador legisla sobre questões de âmbito federal, na condição de representante de um estado da federação. O Senado é composto por 81 senadores. O eleito ocupa o cargo por oito anos, mas as eleições ocor-

rem a cada quatro anos: em um pleito se elege 1/3 do Senado (como será este ano, com um eleito por estado) e em outro 2/3 dos representantes.

Como se determinou as quantidades de legisladores? A Lei Complementar nº 78, de 30 de dezembro de 1993, estabelece que o número de deputados federais não pode ultrapassar 513, sendo que a representação mínima de cada estado na Câmara é de 8 deputados e a máxima de 70 (essa é a quantidade de representantes do Estado de São Paulo).

A quantidade é baseada na população de cada estado e o número de deputados estaduais é proporcional ao número de deputados federais de cada estado. Para o caso do senadores, cada estado, independentemente da quantidade populacional, é representado por três legisladores.

Qual a diferença da atuação de um senador e de um deputado federal? A maioria das legislações do País precisa ser aprovada pela Câmara Federal e pelo Senado, mas algumas questões competem ape-

A distribuição das vagas de dep

Para entender o processo de preenchimento das 70 vagas do Estado de São Paulo na Câmara Federal (a lógica é a mesma para a escolha dos 94 deputado Passo 1 – formação das coligações Todo voto dado a um candidato é inicialmente computado para o partido ou a coligação a que pertença. As coligações para as eleições de deputados (e também para as de senador) só podem ser formadas por partidos que apoiem o mesmo candidato a governador. Porém, um partido que não apoie nenhum candidato a governador, pode se juntar a uma coligação já formada; e numa coligação formada para as eleições ao Executivo Estadual podem existir mais de uma coligação para as eleições legislativas. Nesse cenário hipotético, os candidatos a deputado federal estão nos seguintes partidos/coligações: Coligação ABC, Coligação DE, Partido F, Partido G, Partido H.

Passo 2 – votos descartados Para efeito da distribuição de vagas, os votos brancos e nulos são descartados, apenas os votos válidos (dado em um candidato ou partido) contam para definir o quociente eleitoral. No exemplo trabalhado, dos 3.000 eleitores, 500 votaram em branco ou nulo, e os 2.500 votos válidos, dados a candidatos ou partidos, resultaram na seguinte distribuição final: Coligação ABC (1.100 votos - sendo 600 do Partido A, 400 do Partido B e 100 do Partido C), Coligação DE (600 - sendo 400 do Partido D e 200 do Partido E), Partido F (540), Partido G (230) e Partido H (30). Passo 3 – quociente eleitoral Quociente eleitoral é um número obtido a partir da divisão dos votos válidos pela quantidade de cadeiras disponíveis. Na eleição para deputado federal em 2010, em

São Paulo, o quociente eleitoral obtido foi de 318.140 votos, ou seja, qualquer partido/ coligação que obteve menos votos que isso não conseguiu eleger um deputado federal. Na situação hipotética trabalhada, com 2.500 votos válidos, divididos pelas 70 vagas, chega-se ao número de 35,71. Mas como o quociente eleitoral precisa ser um número inteiro, se descarta a casa decimal chegando ao quociente eleitoral de 35 votos. Ou seja, o Partido H, que não alcançou essa quantidade de votos, não elegerá deputado.

Passo 4 – quociente partidário O passo seguinte é a definição do quociente partidário, obtido pela divisão do número de votos de cada partido/coligação pelo quociente eleitoral, cujo resultado (descartando as casas decimais) indicará o número de cadeiras a ser ocupado por cada partido.

Na situação hipotética, o quadro seria: Coligação ABC: 1.100/35 = 31,42 (31 cadeiras) Coligação DE: 600/35 = 17,14 (17 cadeiras) Partido F: 540/35 = 15,42 (15 cadeiras) Partido G: 230/35= 6,57 (6 cadeiras)

Passo 5 – distribuição das sobras Uma vez feito o cálculo da distribuição das cadeiras por partido, pode acontecer de não haver o preenchimento de todas as vagas. Nesse caso, é preciso distribuir as sobras, através da regra das maiores médias, obtida pela divisão do número de votos de cada partido/coligação pelo número de cadeiras mais uma. Determinado o resultado sempre um número inteiro o partido que obtiver o maior número fica com a vaga. O processo se


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/ Edcarlos Bispo

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vai? para que serve? jeito nenhum?”, alertou a professora. Lara opina, ainda, que há atitudes que podem ser tomadas e melhorariam, na opinião dela, o sistema político, ações que não precisam de uma mudança na Constituição, como, por exemplo, acabar com as coligações nas eleições proporcionais o que “diminuiria a fragmentação partidária, ou seja, o número de partidos que elegem representantes”. Todas essas mudanças e reformas, no entanto, passam pela educação política de cada cidadão. A professora destacou que sempre são apresentadas diversas soluções para fazer com que o povo tome mais parte na política, se interesse, se envolva e compreenda o sistema. “A minha solução para o grande problema [da falta deconhecimento do sistema político] é que se tenha uma disciplina obrigatória nas escolas sobre esse tema para todos adolescentes com 15 anos – idade em que você está entrando na vida política -, porque aos 16 anos você já pode votar”, opinou.

Alesp

egislativas nas aos senadores, como, por exemplo, a sabatina a alguém que tenha sido indicado para ministro do Supremo Tribunal Federal(STF). Teoricamente, ao legislar, um senador decide pensando no que é melhor para o país e para unidade da federação que ele representa, já o deputado federal legisla atendendo às demandas que são apresentadas pela população de seu estado.

Há diferenças na eleição de deputados e senadores? Sim. A eleição para senador é feita pelo

chamado sistema majoritário, ou seja, em cada estado, o candidato que obtiver mais votos é eleito. Já a eleição para deputado federal acontece pelo chamado sistema proporcional, compatível à quantidade da população, e não necessariamente os mais votados são eleitos (veja abaixo).

Com quem fica a vaga se um candidato eleito não assumir o cargo? Se for um deputado, assume o suplente mais bem votado na se-

quência da lista da coligação/partido. Assim, se uma coligação conquista cinco cadeiras e um dos eleitos não pôde tomar posse (porque se tornou ministro de Estado, por exemplo), o sexto colocado da lista da coligação, independente do partido a que pertença, assume. No caso dos senadores, os dois suplentes já são conhecidos no período das eleições. Se o titular e os suplentes estiverem impedidos de assumir o cargo, será necessário convocar uma eleição suplementar para senador.

deputado

os estaduais), se partirá de uma situação hipotética, com 3.000 eleitores e oito partidos (A,B,C,D,E,F,G e H). repete até que se completem todas as vagas. No exemplo apresentado, o quadro de vagas preenchidas seria: 31 (Coligação ABC) + 17 (Coligação DE) + 15 (Partido F) + 6 (Partido G) = 69 cadeiras. Restaria, portanto, uma cadeira para completar as 70 vagas.

Cálculo da distribuição das sobras: Coligação ABC: 1.100/(31+1) = 34,37 (34) Coligação DE: 600/ (17+1) = 33,33 (33) Partido F: 540/(15+1) = 33,75 (33) Partido G: 230/ (6+1) = 32,85 (32) Assim, a Coligação ABC, por obter a maior média, ficaria com a vaga restante.

Quadro final da distribuição de vagas: Coligação ABC (32 cadeiras), Coligação DE (17), Partido F (15), Partido G (6) e Partido H (0). Passo 6: definição dos eleitos Apenas quando é definida a quantidade de cadeiras de cada partido/coligação se passa a distribuição das vagas entre os mais votados. No caso das coligações, isso independente do partido a que o candidato pertença. No caso hipotético trabalhado, pode-se pensar na seguinte situação: a Coligação DE conquistou 17 cadeiras e o 17º mais votado que ocupará a vaga é do Partido D, tendo recebido 18 votos individualmente. Do seu mesmo partido, outros cinco candidatos, também eleitos, obtiveram

mais votos que ele. Se o Partido D, que recebeu 200 votos para deputado federal, concorresse sozinho nas eleições, teria direito a cinco vagas, pelo cálculo votos/quociente eleitoral (200/35 = 5,71, com arredondamento 5), o referido candidato não seria eleito, já que foi o sexto mais votado do partido. Porém conseguiu se eleger por conta de o partido concorrer por uma coligação.

Caso concreto da eleição de 2010 PSDB e DEM faziam parte da mesma coligação nas eleições para deputado federal. Se tivessem concorrido isoladamente, o PSDB teria obtido 14 cadeiras e o DEM cinco, mas na coligação, o PSDB ficou com 13 cadeiras e o DEM com seis.

Ficha Limpa, um ‘marco no combate a corrupção eleitoral’ Aprovada e sancionada em 2010, a Lei da Ficha Limpa - que impossibilita candidatos condenados na justiça de assumirem cargos públicos – não entrou em vigor nas eleições daquele ano, sendo aplicada em 2012 nas eleições municipais. Quatro anos depois, quando será aplicada pela primeira vez para os cargos de deputado estadual e federal, senador, governador e presidente, a lei pode mudar o cenário político nacional. “Entendo que a aplicação da lei da Ficha Limpa neste ano consolida de vez a Lei e sua eficácia, já que acabou alcançando um número grande de indeferimentos de candidaturas e nomes expressivos que já estavam há anos sendo combatidos, sem contar os inúmeros que sequer se candidataram por saber que seriam alcançados”, afirmou Luciano Santos, advogado especialista em direito eleitoral e membro do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral. Em São Paulo, o Tribunal Regional Eleitoral barrou a candidatura de 69 pessoas que foram enquadradas na Lei da Ficha Limpa. Porém, é preciso destacar que os candidatos barrados podem recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), responsável pela análise dos recursos apresentados pelos candidatos. A legislação permite que os candidatos barrados pela Ficha Limpa continuem em campanha até que se esgotem as possibilidades de apelação. Para Luciano, mesmo com o anseio de que “se faça uma limpeza” no Congresso Nacional e nas assembleias estaduais, deve-se evitar o imediatismo, por isso a importância de que os candidatos impugnados em uma primeira instância tenham o direito a ampla e irrestrita defesa, o que “não acontece de um dia para o outro, requer que se respeite o devido processo legal para que se construa uma lei com jurisprudência forte para ser perene e não uma lei que caia por não ter embasamento legal”. E prossegue, “os recursos são morosos, muito menos do que na justiça comum, mas ainda assim podem prejudicar alguns momentos do processo, mas o resultado, que é o mais importante, não fica comprometido”. A lista, composta por políticos de 23 partidos (leia abaixo), é figurada por alguns candidatos “famosos” e de nome na política nacional. Sobre este aspecto, Luciano destaca que independente de nomes famosos que ficaram fora, o importante, salienta, “é que o conceito de moralidade e improbidade seja debatido e que o eleitor possa ser consciente na hora de escolha do candidato para evitar que sejam eleitos representantes que tenham uma vida pregressa indesejável”. Para ele, a “Lei da Ficha Limpa, sem dúvida, é um marco no combate à corrupção eleitoral, citada inclusive por organismos internacionais”. ranking dos partidos PEN ................................................8 PT .....................................................8 PSB .................................................7 PMDB ...........................................4 PSC .................................................4 PP ....................................................4 PV ....................................................4 PSD ................................................5 PTB .................................................5 PPS .................................................2

PR ....................................................2 PRB ................................................2 PDT ................................................2 PSDB ............................................2 SD ....................................................2 DEM ...............................................1 PCdoB .........................................1 PRP .................................................1 PMN ..............................................1 PTN ................................................1 PSDC .............................................1 PSL .................................................1 PSTU .............................................1 Fonte: Congresso em Foco e TRE


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Um carisma e muitas vidas oferecidas Madre Assunta Marchetti, que será beatificada em outubro, é exemplo e inspiração para a família scalabriniana Nayá Fernandes

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Dia 25 de outubro de 2014, a família scalabriniana em todo o mundo e, sobretudo no Brasil, onde acontece a beatificação da Madre Assunta Marchetti, lembrará a vida e a obra da religiosa que se dedicou totalmente ao carisma dado por Deus a Dom João Batista Scalabrini, fundador da família religiosa, que nasceu na Itália e se espalhou por todo o mundo. Para uma congregação religiosa, o carisma é a essência e determina o modo de ser e viver de seus membros, o trabalho cotidiano, a espiritualidade, as escolhas feitas a cada dia, seja individual ou coletivamente. O carisma é dado ao fundador e outras pessoas são convidadas a pertencer a ele com seus dons pessoais. Irmã Ana Paula Rocha, missionária scalabriniana, nascida

no Paraná que migrou, ainda criança, com a família para Rondônia e usou para definir o carisma scalabriniano a metáfora da água. Ela recordou a travessia do oceano, que as primeiras missionárias scalabrinianas fizeram de Gênova a Santos (SP), trajeto também percorrido por Madre Assunta. A cofundadora da Congregação Scalabriniana teve como primeira missão cuidar dos órfãos, filhos dos imigrantes italianos que morriam na viagem até o Porto de Santos. “A missão e a vivência da espiritualidade foi fortificada inicialmente sobre as águas. Um rio é formado de muitas águas. As águas tiveram que sair de si próprias, doar-se, percorrer grandes distâncias, abrir caminho e saltar cachoeiras, enfrentar pedras e paus, superar barragens, obstáculos e desafios. Na simplicidade do encontro-encanto das águas, acontece o milagre da explosão da diversidade da vida”, ressaltou Irmã Ana Paula. Ela lembrou, ainda, que as irmãs partiram em busca da própria “água”, de um lugar para ser migrante com os migrantes, enfrentando toda a instabilidade da travessia, para servir na simplicidade. “Hoje, a saga dos migrantes continua de muitas formas, entre

Arquivo pessoal

MIssionárias scalabrinianas em missão com os haitianos em Brasileia (AC)

as quais nas travessias em embarcações sub-humanas no Mediterrâneo, saindo dos países do norte da África para Europa; do Oriente Médio para os territórios palestinenses; da América Latina para os Estados Unidos; da América Central para a Amazônia brasileira.” Outra religiosa, Irmã Carolina de França, também missionária scalabriniana, que vive em Goiânia (GO), lembrou as palavras do fundador, Scalabrini: ‘No migrante eu vejo Deus, a cada dia, quando recebo uma pessoa

para ser atendida, eu me pergunto como ver a face de Deus nesse migrante?’. Para ela, é sempre “Deus que vê e provê. Posso dizer que a beatificação de Madre Assunta é a confirmação do amor de Deus por todos aqueles que a ele se confiam”. Irmã Carolina atende os migrantes que a procuram na Rodoviária de Goiânia, por meio do centro de atendimento. “Eles vêm de outros estados, principalmente do nordeste do Brasil. Fazemos a primeira acolhida, encaminhamos para outros ser-

viços nessa grande cidade”, contou a Religiosa, enfatizando que, para um atendimento eficaz, se faz necessária a articulação com outras instituições do Governo, da sociedade civil e da Igreja. Assim, com modos diferentes de se expressar, as pessoas que conhecem a história de Scalabrini e Assunta Marchetti vão transformando o modo de estar no mundo para se manterem fiéis à inspiração primeira de serem presença entre os migrantes e também se sentirem migrantes hoje. Com informações do site www.scalabrini.org

PUC-SP começa núcleo exclusivo para estudar a Doutrina Social da Igreja Luciney Martins/O SÃO PAULO

Nayá Fernandes

nayafernandes@gmail.com

“Os ensinamentos da Igreja acerca de situações contingentes estão sujeitos a maiores ou novos desenvolvimentos e podem ser objeto de discussão, mas não podemos evitar de ser concretos, sem pretender entrar em detalhes, para que os grandes princípios sociais não fiquem meras generalidades que não interpelam ninguém. É preciso tirar as suas consequências práticas, para que possam incidir com eficácia também nas complexas situações hodiernas.” O texto acima é retirado do artigo 182 da exortação apostólica Evangelii Gaudium, do Papa Francisco, e foi citado pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano e grão-chanceler da PUC-SP, durante a cerimônia de abertura do Núcleo de Estudos de Doutrina Social da Igreja (NEDSI), na segunda-feira, 29. O evento aconteceu no campus Ipiranga da PUC-SP e reuniu professores, alunos e convidados, além de Anna Maria Marques

Cintra, reitora da Universidade; Padre Valeriano dos Santos, diretor da faculdade de Teologia, e Rosana Manzini, professora de Teologia e coordenadora do NEDSI. Apresentada por Denilson Geraldo, professor de Direito Canônico e coordenador do curso de Teologia no campus Santana, Rosana explicou que o objetivo do Núcleo é aprofundar o estudo e promover a difusão da Doutrina Social da Igreja (DSI), em seu compromisso histórico de buscar uma sociedade que esteja à altura da pessoa humana, segundo o Evangelho e os documentos da Igreja. Ela localizou o Núcleo na

Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, no Departamento de Teologia Prática. O NEDSI está formado, inicialmente, por quatro eixos principais: estudo por temas; cursos e conferências; produção e publicação acadêmica e popular; e a escola itinerante. Cada eixo terá um professor responsável, respectivamente, Tarcísio Moura, José Bizon, Denilson Geraldo e Agnese Costalunga. “Nossa utopia é a terra da promessa e se fundamenta na Palavra de Jesus, pois sonhamos em outro mundo possível. Mas esse mundo depende também do nosso trabalho”, disse Rosana, e continuou, afirmando que “espera

corresponder às expectativas da teologia e da Igreja de São Paulo”. O Cardeal Scherer lembrou outras iniciativas que já existem na Universidade como o Núcleo Fé e Cultura e um grupo na Faculdade de Direito, mas ressaltou que não poderia faltar na Teologia, pois a DSI é parte integrante desta disciplina, relacionada à antropologia, à concepção de ser humano, e toca, assim, as relações humanas e sociais e suas finalidades nas comunidades locais, políticas e internacionais. Dom Odilo expressou, o que espera do NEDSI. Que todos os que fizerem o curso de Teologia conheçam o Compêndio da Dou-

trina Social da Igreja, as encíclicas sociais da Igreja, desde Leão XIII, e que o Núcleo se irradie dentro da própria Faculdade e na sociedade. Ele fez também um apelo aos seminaristas e ressaltou a importância de que todos, mas, sobretudo os ministros ordenados, conheçam e vivam com profundidade o que ensina a DSI.

I Congresso Internacional em São Paulo Em parceria com o Centro Universitário Salesiano de São Paulo (Unisal), a PUC-SP realiza, de 29 a 31 de outubro, em São Paulo, no campus Santa Teresinha, o Congresso Internacional da Doutrina Social da Igreja, com o objetivo de discutir “A Doutrina Social da Igreja no magistério recente: continuidade e desafios”. Rosana Manzini confirmou a participação de mais de 30 professores e estudantes da DSI da América Latina e também da Europa. O encontro convoca estudantes de Teologia, e, também, estudantes e profissionais de outras áreas das ciências humanas. Informações no site www.unisal.br.


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Padre Giampietro Carraro

‘O problema é o desânimo, a ideia de que no Haiti nada vai mudar’ Missão Belém

Padre João Bechara Ventura

Especial para O São Paulo

Ao término de uma missa em 2010, logo após o terremoto que devastou o Haiti deixando um saldo de cerca de 230 mil mortos (entre os quais a brasileira Dra. Zilda Arns), além de cidades e bairros inteiros em ruínas, o Cardeal Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, perguntou a membros da Missão Belém: “Por que vocês não vão para lá?”. Na ocasião, o Padre Giampietro Carraro, fundador do grupo, interpretou o convite discreto do Cardeal como um autêntico chamado de Deus. Por isso, lá foram seis missionários começar um trabalho de evangelização em Porto Príncipe, capital do Haiti, mais especificamente no bairro de Wharf Jeremie, o mais pobre e um dos mais violentos da cidade. A fim de conhecer melhor a delicada situação do Haiti, bem como os frutos e dificuldades dessa missão ousada e desafiadora, O SÃO PAULO entrevista o Padre, coordenador dos missionários, que três vezes ao ano visita o país caribenho. A entrevista completa está disponível no site da Arquidiocese (www.arquidiocesedesaopaulo.org.br).

O SÃO PAULO - Quatro anos após a tragédia, ainda é possível ver em Porto Príncipe as consequências do terremoto? Padre Giampietro Carraro - Sim. Somente foram reconstruídos supermercados, hotéis e outros estabelecimentos que possuem investimento estrangeiro. Em Porto Príncipe, o povo simplesmente levantou barracas de lona na frente da antiga casa demolida ou invadiu as montanhas que ficam ao redor da cidade. Especialmente na periferia, há ainda muitas ruínas.

Como o governo haitiano tem colaborado para a reconstrução? Praticamente não houve reconstrução por parte do governo. A maioria dos fundos que contêm as doações feitas por outros países está bloqueada, devido à falta de clareza na administração dos recursos. Além disso, coisas que foram reconstruídas, como estradas, foram mal feitas, e já deterioraram novamente em três anos. Não há muito interesse de se refazer o País: diz-se que há cerca de dez famílias que detêm o poder econômico do Haiti, que sequer moram lá, estão nos Estados Unidos. É possível verificar alguma mobilização do povo para que essa reconstrução aconteça? Não vi mobilização popular. A gran-

de dificuldade é a seguinte: o maior sonho dos haitianos é sair do Haiti, ir para os Estados Unidos, Brasil… Se alguém estuda, não pensa “vou ser médico no Haiti”, mas sim “vou ser médico nos Estados Unidos”. Quando alguém elabora ideias, sai do País. Isso empobrece o Haiti! Essa é nossa grande luta. Por essa razão, fizemos uma escola para que pessoas preparadas possam permanecer lá. Existem no Haiti recursos materiais e humanos, o problema é o desânimo, a ideia de que “no Haiti nada vai mudar”.

Há muita violência entre o povo haitiano? É um país que, em poucos anos, sofreu três golpes de Estado. E eu posso dar meu testemunho: na favela onde estão os nossos missionários, que deve ter cerca de 100 mil habitantes, somente em 2013, houve 42 pessoas assassinadas com facas e machados, por moradores de lá mesmo. Eles têm um costume muito cruel: a maioria dessas pessoas foi cortada em pedaços; queimadas e jogadas no oceano. É uma violência inacreditável. Houve momentos em que tememos pelos missionários, e é preciso dizer que recebemos uma ajuda muito boa da Minustah [“Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti”, é uma força de paz criada pela ONU em 2004, chefiada pelo Exército Brasileiro e formada por soldados de diversos países estrangeiros, que tem a função de garantir a segurança da população haitiana]. Como é a relação com a Missão de Paz da ONU? Em certa ocasião, os chamamos a Wharf Jeremie e eles ficaram 15 dias pacificando onde estamos, na favela. Bandidos tinham incitado o povo a

matar sete mulheres inocentes no meio da rua, na frente de todos, uma espécie de “caça às bruxas”. Algumas dessas mulheres trabalhavam no nosso “Centro” e faltou pouco para que atacassem também nossos missionários. Em Porto Príncipe, o povo ama muito a Minustah. Quando os soldados chegam, as crianças se aproximam sem medo. Não é raro achar crianças falando português, devido à proximidade com os soldados, que são brasileiros. Todos os dias, eles enviam um caminhão de água potável para a nossa escola, que beneficia as cerca de mil pessoas que estudam ou trabalham lá.

E sobre a religiosidade do povo haitiano: sabemos que é um país famoso pelo vodu. Em algum momento o Haiti foi evangelizado? Há um ditado que diz que a religião dos haitianos é a seguinte: 70% católicos; 30% evangélicos; e 100% adeptos do vodu… Houve evangelização, com erros e acertos; muitas pessoas deram a vida lá. Mesmo os evangélicos gostam de Nossa Senhora. Assim que chegamos, em maio de 2010, fizemos uma procissão mariana de cerca de três horas da qual participaram somente evangélicos… É um povo muito religioso, sim. Mas o povo é pouco esclarecido sobre a fé. Há muitas pessoas que vão de manhã à igreja e à noite vão fazer “trabalhos” no vodu. Em geral, o povo é escravizado pelo medo das forças malignas do vodu: “tenho que satisfazer este ou aquele espírito, para ele não se voltar contra mim”. É comparável aos tipos piores de macumba, candomblé, e mesmo ao satanismo. É sabido que houve a utilização do vodu inclusive para fins po-

líticos… De que forma o vodu influencia a maneira de ser dos haitianos? Aristide [presidente Jean-Bertrand Aristide, ex-padre que foi três vezes presidente do país], fez do vodu a religião de Estado. No tempo do seu governo, voltaram os sacrifícios humanos - escondidos, é claro. Era comum encontrarem-se corpos de crianças utilizadas em magia negra. Mas, com um programa político focado nos pobres, Aristide criou esperança no povo, que, em geral, gosta dele. O vodu possui um lado satânico muito forte, há envenenamento. Um haitiano não aceita comida de outro haitiano, com medo de ser envenenado. O vodu favorece a violência. Naquele episódio do assassinato das mulheres, em que a Minustah nos ajudou, os bandidos diziam “vamos matar o diabo”, e com esse grito envolveram o povo. Mataram uma mulher boa que frequentava nossa comunidade e ia à missa todos os domingos. Esquartejaram-na e queimaram-na na frente de todos, e todos se envolveram. Há muitas brigas, apedrejamentos. Até as crianças pequenas, de dois anos, quando brigam parecem querer se matar. Uma vez, no nosso “Centro”, uma mãe atirou uma pedra no filho. A lógica do Evangelho precisa chegar lá e mudar os corações. E quais são as maiores dificuldades para que a lógica do Evangelho penetre em Wharf Jeremie? O primeiro grande desafio é o consumismo desenfreado. A lógica do bem-estar econômico se dá de modo até absurdo. Moram em barracos, mas os haitianos têm em média dois celulares, que às vezes estão quebrados ou não são carregados, pois não há energia elétrica suficiente. Querem estar “na moda”. É preciso mostrar-lhes que a alegria de Deus é mais forte e maior. O segundo desafio é o sincretismo e a confusão do vodu. Um dia, em nossa escola apareceu um gato e, quando alguém ia bater no animal, o outro disse: “não é um gato, é a alma de um antepassado, não bata!”, e então começaram a brigar. O terceiro grande desafio é a falta de evangelizadores. Quando os jovens começaram a se converter nos retiros “Ieshuá” (atualmente, temos cerca de 200 jovens fiéis), os bandidos passaram a exigir-lhes dinheiro, pensando: “se estão indo lá, é porque os missionários lhes dão dinheiro”. Um dia puseram a faca no peito de um dos jovens ameaçando matá-lo se não desse dinheiro. Tivemos que dar abrigo para ele por alguns dias até que se mudasse para outro bairro. É um desafio ter evangelizadores.


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Filipe David

Dica de Leitura

Cultura

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O direito e a família É famosa decisão da Suprema Corte americana que, em 1973, permitiu o aborto nos Estados Unidos, conhecida como Roe v. Wade. A mudança não passou pelo Legislativo nem pela aprovação popular, mas foi decidida unicamente pelos nove membros da Corte, contrariamente à opinião do chefe de justiça, Warren Burger: “Em uma sociedade democrática, é o Legislativo – e não o Judiciário – que é constituído para responder à vontade e consequentemente aos valores morais do povo”. A decisão serviu para que as grandes fundações internacionais que fomentam a “cultura da morte” (expressão do Papa São João Paulo II) aprendessem uma forma mais eficiente de promover mudanças na apli-

cação das leis em um País, sem ter que se submeter ao processo democrático habitual. Também no Brasil foram introduzidas mudanças de maneira análoga, sem passar pelo processo previsto num regime verdadeiramente democrático. Em 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou que o art. 1.723 do Código Civil – “É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher” – deveria ser interpretado de maneira a incluir a união entre pessoas de mesmo sexo, porque seria essa a intenção do poder constituinte em 1988, embora o art. 226 da Constituição fale explicitamente da convivência entre “um homem e uma mulher”. Em 2012, o Supremo Tribunal Federal considerou que

o aborto de bebês anencéfalos não deveria ser considerado crime, porque, segundo o STF, os bebês anencéfalos não estariam vivos. A decisão, que desafia o bom senso – afinal, existem bebês anencéfalos que vivem até vários anos – também serve como exemplo do hábito do judiciário brasileiro de ir além de suas funções constitucionais. Por isso, é muito oportuno o livro recém-lançado pela União dos Juristas Católicos de São Paulo (UJUCASP) - “O direito e a família” - com estudos de renomados juristas brasileiros. Nas palavras do Doutor Ives Gandra Martins, um dos coordenadores do livro: “A criação de supostos princípios implícitos que, embora conflitantes com o texto maior,

Aparecida: Devoção Mariana e a Imagem Padroeira do Brasil A história da imagem de Nossa Senhora Aparecida contada desde seu surgimento nas águas no rio Paraíba do Sul, em São Paulo, no século XVIII, até a visita do Papa Francisco, em 2013, tornando-se o terceiro pontífice a visitar o Santuário Nacional de Aparecida, é o tema de “Aparecida: Devoção Mariana e a Imagem Padroeira do Brasil”. O livro, de autoria de José Cordeiro, João Rangel e Denílson Luís foi concebido para auxiliar estudantes, pesquisadores e demais interessados em conhecer a invocação que é visitada anualmente por 11 milhões de peregrinos de todo o Brasil e do exterior.

ganharam a preferência de alguns preclaros magistrados e operadores do direito por motivos de variada natureza, tem esmaecido tais valores, fragilizando a instituição familiar, que o legislador maior entendeu como a base da sociedade” (art. 226 da CF/88). O presente livro, de forma não emocional e despido de preferências ideológicas, pretende propor a reflexão sobre tema tão relevante para a sociedade exclusivamente à luz do direito positivo, não transigindo em conceitos e fundamentos da Carta

Magna, pois que, neste capítulo do Título VIII da CF/88, houve por bem, o Constituinte, com inequívoca clareza, delinear os princípios relevantes da organização familiar à luz de valores.”

Brinquedos que giram Em comemoração ao Dia das Crianças, 12 de outubro, a Casa Guilherme de Almeida convida pais e filhos a conhecerem a casa onde o poeta de mesmo nome viveu, e a participarem de uma atividade lúdica voltada a brinquedos que fizeram a alegria de gerações passadas e hoje nem sempre são oferecidos às crianças. Na oficina, os participantes aprenderão a confeccionar algumas variações de um dos brinquedos mais tradicionais da cultura brasileira, o

pião, além de outro estimulante brinquedo giratório, o corrupio. O poeta Guilherme de Almeida fez alusões ao pião em textos seus, como no poema “Bailado russo”, do seu livro Encantamento (1925): “A mão firme e ligeira / puxou com força a fieira: / e o pião / fez uma elipse tonta / no ar e fincou a ponta / no chão”. Menores de 14 anos devem estar acompanhados dos pais. É necessário inscrever-se antecipadamente, pelo telefone (11) 3673-1883.

Ficha Técnica Editora: Cultor de livros Autores: José Cordeiro, João Rangel e Denílson Luís. 246 Páginas

ATOS DA CÚRIA NOMEAÇÃO DE VIGÁRIO GERAL DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO Sua Eminência Revma. o Sr. Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de São Paulo, nomeou e provisionou como Vigário Geral da Arquidiocese de São Paulo, sua Excelência Reverendíssima Dom Edmar Peron, em 26 de setembro de 2014. DECRETO DE RENOVAÇÃO DA NOMEAÇÃO DE DIRETOR GERAL DA RÁDIO 9 DE JULHO Sua Eminência Revma. o Sr. Cardeal Odilo Pedro Scherer,

Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de São Paulo, prorrogou, pelo período de 3 (três) anos, o mandato de Diretor Geral da Rádio 9 de Julho, do Revmo. Pe. José Renato Ferreira, em 29 de setembro de 2014. ADMINISTRADOR PAROQUIAL Em 29 de setembro de 2014, foi nomeado Administrador Paroquial “ad nutum episcopi” da Paróquia São Marcos Evangelista, Região Episcopal Belém, o Revmo. Pe. Wojciech Mittelstaedt, SVD. DECRETO DE PRORROGAÇÃO DA NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO

Sua Eminência Revma. o Sr. Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, prorrogou a nomeação de provisão de pároco: - Revmo. Pe. Vando Valentini, Pároco da Paróquia Pessoal Universitária Imaculado Coração de Maria - PUC, no Bairro de Perdizes, Região Episcopal Sé, pelo período de 1 (hum) ano, em 21 de Setembro de 2014. - Revmo. Pe. Vando Valentini, Pároco da Paróquia Imaculado Coração de Maria - PUC, no Bairro de Perdizes, Região Episcopal Sé, pelo período de 1 (hum) ano, em 21 de Setembro de 2014.


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Promessa de um basquete mais dinâmico FIBA

Federação internacional da modalidade altera regras, que valem para torneios iniciados após 1º de outubro Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

Entram em vigor na quarta-feira, dia 1º, algumas mudanças nas regras de basquete sancionadas pela federação internacional da modalidade, FIBA. A proposta é que esse esporte se torne ainda mais dinâmico e disciplinado. A alteração que deve causar mais impacto no jogo refere-se ao rebote ofensivo. Antes, quando uma equipe errava um arremesso e recuperava a posse de bola, tinha 24 segundos para realizar um novo ataque. Agora, esse tempo será de 14 segundos. Não houve alterações para o rebote defensivo. “Essa mudança do rebote ofensivo é interessante e vai fazer com que as equipes tenham maior número de ataques, vai proporcionar um basquete ainda mais rápido com os times não querendo segurar tanto o jogo”, opinou, ao O SÃO PAULO, Raul Togni Filho, 49, técnico de basquete. Para o treinador, que já comandou as equipes do Bauru Basquete e do Minas Tênis Clube, a preparação para as partidas deve mudar, pois será preciso fazer com que os jogadores se organizem mais rápido em quadra. Em seu entender, as mudanças exigirão mais atenção de todos e em especial do armador, pois “muitas vezes, a bola tem que passar pelas mãos dele, mas isso depende do sistema de jogo de cada técnico”. Outra alteração refere-se às faltas técnicas (reclamações, gestos e ofensas). Antes, a falta técnica era computada ao atleta e dava o direito de dois lances livres e à posse de bola ao adversário. Agora, quando acontecer, o rival terá direito a um lance livre e à posse bola, e o jogador que acumular duas faltas técnicas será expulso, assim como já acontece para o caso de duas faltas antidesportivas (em que se atinge o adversário sem visar ter a bola). “É preciso disciplinar mesmo o esporte, porque hoje todo mundo reclama

muito. Se souberem utilizar a regra, teremos um basquete melhor jogado, sem muita falação”, comentou Raul. Também pelas novas regras, se um jogador de defesa estiver com o pé na linha do semicírculo do aro e bloquear o adversário, ele cometerá uma falta defensiva. “Essa mudança serve para evitar a discussão: se o defensor está fora ou dentro do semicírculo. Além de proporcionar ao jogador ofensivo maior proteção enquanto estiver no ar em ato de arremesso”, explicou Marcelo Ávilla, coordenador geral de arbitragem da Confederação Brasileira de Basketball (CBB), em entrevista ao site da entidade. A partir de agora, os times também poderão usar numerações de 0 a 00 e de 1 a 99, antes se permitia de 4 a 99. Outra mudança referese ao tempo técnico: foi mantido o direito de cada time pedir dois tempos na primeira etapa, e três no período final, porém, nos dois minutos restantes da partida, nenhuma equipe poderá solicitar mais que dois tempos. “No basquete jogado em alto nível, eu não acredito que essa diminuição dos tempos pedidos vá interferir no cronograma da partida”, avaliou, ao site da CBB, Luiz Zanon, técnico da seleção feminina do Brasil, que disputa, desde o dia 27, a Copa do Mundo de Basquete Feminino, na Turquia, que por ter sido iniciada antes de 1º de outubro, não adota as novas regras.

No domingo, 28, o Flamengo conquistou pela primeira vez o título de campeão do mundo interclubes de basquete, ao vencer, no Rio de Janeiro, o Maccabi Tel Aviv, de Israel por 90 a 77. É o segundo time brasileiro a conseguir esse feito: o primeiro foi o Sírio, de São Paulo, em 1979.

MUNDO DOS ESPORTES

AGENDA ESPORTIVA Quarta-feira (1º) 22h – Copa do Brasil – Quartas de Final - Corinthians x Atlético Mineiro (Arena Corinthians)

Basquete • O basquetebol surgiu em 1891 nos Estados Unidos, criado pelo professor de educação física James Naismith, com a proposta de conciliar um jogo que não fosse violento e que estimulasse os estudantes da Associação Cristã de Moços (ACM) a praticar esportes durante o inverno. • O primeiro jogo oficial aconteceu em 11 de março de 1892, entre professores e alunos da ACM, com a vitória dos estudantes por 5 a 1. Cada equipe atuou com nove jogadores. Apenas em 1897, foram registrados jogos com cinco atletas para cada time. • No jogo, a meta dos times é acumular mais pontos que o adversário, com base em ar-

Gilvan de Souza/Flamengo

remessos certeiros na cesta, que, conforme o ponto da quadra de onde partiram, valem dois ou três pontos. Em lances livres, que resultam de punições ao adversário, os arremessos certos valem um ponto. • As partidas têm duração de 40 minutos. Caso haja empate, é disputada uma prorrogação de cinco minutos. Se persistir a igualdade, outras prorrogações de 5 minutos serão feitas até que se chegue a um vencedor. • Atribui-se a Augusto Shaw, um professor de artes, a montagem da primeira equipe de basquete no Brasil: o time masculino do Mackenzie, em 1896. Em 1912, no Rio de

Janeiro, aconteceram os primeiros torneios oficiais no Brasil; e em 1933 foi fundada a Federação Brasileira de Basketball, que, em 1941, daria lugar à CBB. • Oficialmente, o basquete é uma modalidade olímpica desde os Jogos de Berlim 1936. O país mais vezes campeão é os Estados Unidos: 14 no masculino e sete no feminino. • O Brasil possui cinco medalhas olímpicas: no masculino, bronzes em Londres 1948, Roma 1960 e Tóquio 1964; no feminino, prata em Atlanta 1996 e bronze em Sydney 2000. Foi ainda campeão mundial masculino, em 1959 e 1963, e feminino, em 1994.

Quinta-feira (2) 19h30 - Brasileirão de Futebol Palmeiras x Chapecoense (Pacaembu) 20h – Paulista de Basquete Masculino – Semifinal* Paulistano x Limeira (Ginásio do Paulistano – rua Colômbia, 77, Jardim América) * Não será realizada caso um dos times vença os três primeiros jogos.

Sábado (4) Campeonato Brasileiro de Remo – categoria júnior (Raia Olímpica da USP) 18h30 - Brasileirão de Futebol Corinthians x Sport (Arena Corinthians)


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Brasilândia

Renata Moraes

Colaboradora de Comunicação da Região

Mutirão Bíblico: quem promove a paz será chamado filho de Deus Juçara Terezinha

Os setores pastorais da Região Episcopal Brasilândia realizaram no fim de semana, dias 27 e 28, o encerramento do mês na Bíblia, com eventos de Mutirão Bíblico. O tema do encontro foi “Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9). A mensagem central foi as bem-aventuranças, extraídas do livro de São Mateus. Iniciando na noite do sábado, 27, na Paróquia Santa Rita de Cássia, o Setor Nova Esperança realizou seu mutirão. Na tarde do domingo, os outros seis setores pastorais realizaram o encerramento do mês da Bíblia. No setor Jaraguá, cerca de 1.200 pessoas participaram do evento, na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, com destaque para o grande número de jovens. Os setores Freguesia do Ó, Cântaros, São José Operário (foto), Perus e Pereira Barreto também realizaram atividades eferentes ao Mutirão Público.

Em Perus, um apelo contra a violência Tendo como apelo deste Mutirão a questão da Paz: “Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus” (cf. Mt 5, 9), o Setor Perus realizou seu Mutirão, na Área Pastoral Santíssima Trindade, no bairro do Recanto dos Humildes. Durante a caminhada, os fiéis recordaram as memórias que traduziam as suas lutas, tais como: habita-

ção, saúde, educação, o movimento dos “Queixadas” (antigos operários e seus familiares da fábrica de cimento de Perus), a indignação com a vala comum do Cemitério de Perus, onde muitas pessoas assassinadas foram jogadas na época da ditadura militar e local onde o Cardeal Paulo Evaristo Ars, então arcebispo de São Paulo, fazia questão de cele-

Área Pastoral Santíssima Trindade

brar a missa de finados a cada ano. Na última parada da caminhada, foi refletida a questão da violência e da juventude. “Direto de nossos morros e de nossas favelas, o Povo de Deus dizia, não à violência, sim a Paz!”, afirmou o Padre Adeildo Machado, pároco da Área Pastoral Santíssima Trindade.

Destaques para as atividades pastorais no Setor Pereira Barreto Renata Moraes

No domingo 28, reunidos no Mercado Municipal de Pirituba, as cinco paróquias que compõem o Setor Pastoral Pereira Barreto iniciaram o encontro que marcou o encerramento do mês da Bíblia. O início foi marcado pela presença dos idosos, que ajudaram a entronizar a Palavra de Deus, recordando os patriarcas e as matriarcas do primeiro capítulo de Mateus. O ato foi dividido entre con-

centração, caminhada e celebração. O trabalho das pastorais sociais com membros atuantes no Conselho Tutelar, Pastoral da Saúde, Vicentinos e Associação Antialcoólica foram apresentados como destaque do Setor. Como gesto concreto, foram arrecadados materiais de limpeza e higiene pessoal, que serão doados para as pessoas presas nas penitenciárias 1 e 2 de Franco da Rocha (SP).

Em entrevista à Pascom Brasilândia, Padre Reinaldo Torres, coordenador do Setor, falou sobre a realização do Mutirão. “O ápice do nosso mutirão foi a meditação e a recordação do que representam as oito bem-aventuranças, as oito portas que nós atravessamos para celebrar o grande mistério do Reino de Deus, que se constrói no coração e na vida de cada um”, encerrou.


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João Carlos Gomes

Colaborador de comunicação da Região

Belém

Dom Odilo dedica templo e altar de igreja Fechando as homenagens que se iniciaram em 24 de setembro, com a primeira noite de tríduo em louvor à Padroeira, a Paróquia Nossa Senhora da Esperança, no Setor Sapopemba da Região Episcopal Belém, realizou na noite do sábado, 27, a missa de dedicação do altar e do templo, com a participação de cerca de 300 pessoas. O Cardeal arcebispo de São Paulo, Odilo Pedro Scherer, presidiu a celebração, que foi concelebrada pelos padres Cláudio Anselmo Santos Silva, pároco; Ronaldo Sabino de Pádua, vigário paroquial; e Luis Rodrigues Batista, Superior Provincial da Congregação dos Sacerdotes Redentoristas em São Paulo, missionários responsáveis pela Paróquia.

A Igreja do Deus Vivo Em sua saudação inicial,

Dom Odilo falou da importância da solenidade. “Hoje estamos aqui para um rito muito significativo, que mostra que Deus habita entre nós. Entretanto, é importante levar Deus e Jesus Cristo para os ambientes de nossas casas, de nossas famílias, de nosso trabalho e assim testemunharmos que ele está nos meio de nós”, disse. E assim seguiram-se os momentos da solenidade de dedicação: a aspersão e bênção do altar, das paredes do templo e dos fiéis; a colocação do lecionário no ambão, e o depósito, no altar, de relíquias de São José de Anchieta, Santo Antônio de Sant´Ana Galvão e de Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus, “Preparamos esta casa para que ela seja um sinal da presença de Deus e que ele seja bem-vin-

Fotos: João Carlos Gomes

do aqui e neste bairro”, disse Dom Odilo. Dando continuidade ao rito, o Arcebispo ungiu o altar e as paredes da Igreja, para, em seguida, queimar sobre o altar o incenso. O gesto final foi a preparação do altar e o ato de acender as velas do templo. No final da celebração, Dom Odilo recebeu, das mãos do Padre Cláudio, a imagem do padroeiro da congregação

Assembleia regional será em 11 de outubro Com o objetivo de avaliar os trabalhos pastorais realizados em 2014 e preparar o ano 2015, sob a luz do 11º Plano de Pastoral arquidiocesano, em sua quinta exigência - “A Igreja a Serviço da Vida Plena para Todos”- a coordenação de Pastoral da Região Belém convoca os coordenadores de pastorais

e movimentos e dos dez setores da Região, a participarem da assembleia anual de avaliação e planejamento. “Somos todos convidados a participar deste importante momento regional, com a presença de nosso bispo auxiliar, Dom Edmar Peron, para juntos encaminharmos os nossos

trabalhos e esforços em fazer o Reino de Deus acontecer nessa porção da Arquidiocese de São Paulo”, convidou o coordenador regional do Belém, Padre Alexandre Ferreira. A assembleia regional será realizada no dia 11, às 8h, no Centro Pastoral São José (avenida Álvaro Ramos, 366, Belém).

redentorista, Santo Afonso de Ligório. “Agradecemos de coração ao nosso pastor, Dom Odilo, e também a cada um de vocês que ajudaram na reforma dessa nossa comunidade, que não fecha: fica sempre de portas abertas. Mas, como disse Dom Odilo, a missão começa aqui na comunidade e continua em nossas casas”, finalizou Padre Cláudio.

AGENDA REGIONAL Sexta-feira (3), 13h30 Encontro com os Crismandos Colégio Agostiniano Mendel (rua Marques de Abrantes, 365, Belém).

Domingo (5), 8h30 Crisma Paróquia Nossa Sra. do Perpétuo Socorro (rua Grecco, 599/613, Vila Diva).

Sábado (4), 16h Crisma na Paróquia São João Batista do Brás (largo Senador Moraes Barros, s/nº. Brás).

Quarta-feira (8), 8h30 Reunião do Clero, no Centro Pastoral São José (avenida Álvaro Ramos, 366, Belém).


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Santana

Diácono Francisco Gonçalves e Oswaldo dos Santos Araujo

Colaboradores de comunicação da Região

Padre Angelo Moroni: 90 anos de dedicação aos mais necessitados Diácono Francisco Gonçalves

Os padres da Congregação dos Servos da Caridade (Guanellianos) festejaram, no sábado, 27, com missa de ação de graças na Paróquia Santa Cruz, no Horto, os 90 anos do Padre Angelo Moroni, sacerdote de vida dedi-

cada aos mais necessitados. Após a missa, houve jantar no Recanto Nossa Senhora de Lourdes com amigos que o Padre angariou ao longo de sua vida sacerdotal, entre eles o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo,

que fez questão de participar desse evento. Nascido em Paderno D’Adda, região da Lombardia, na Itália, Angelo Moroni, aos 15 anos, ingressou no Seminário de Milão e depois seguiu o carisma de São Luís

Guanella. Ordenado sacerdote em 26 de maio de l951, partiu para o Brasil com a missão específica de dar formação religiosa aos primeiros adolescentes brasileiros que desejavam entrar nesta Congregação em Carazinho (RS). Foi esse o caso do Padre Selso Eügen Feldkircher, SC, atual pároco da Paróquia Santa Cruz. Padre Selso relembrou na missa que sendo de Carazinho (RS), Diocese de Passo Fundo, quando foi despertada sua vocação sacerdotal, procurou o seminário diocesano, mas não encontrou lugar. Porém, naquele mesmo ano, em dezembro de 1953, encontrou uma vaga no internato para meninos de rua. Assim, mesmo não tendo ainda completado 12 anos, Selso foi viver com Padre Angelo, que era um dos primeiros

italianos formadores, e seis outros garotos nesse primeiro local de formação da Congregação no Brasil. Esse contato de tão longo tempo, pois o próprio Padre Angelo diz que o conheceu de calças curtas, serviu para Padre Selso ter no sacerdote aniversariante um exemplo de vida dedicada aos pobres. Em seus primeiros 20 anos de sacerdócio, Padre Moroni dedicou-se à formação. Em 1992, passou a atuar no Recanto Nossa Senhora de Lourdes, no bairro do Tremembé, onde até hoje continua sendo um pai bondoso para as crianças com deficiência, assim com pra as suas famílias. Ao ser questionado sobre a maior alegria ao viver no Brasil, assim respondeu Padre Angelo: “Ver os seminaristas chegarem ao sacerdócio”.

‘Com Salette, testemunhando Jesus Cristo na cidade’ A festa da padroeira da Paróquia Nossa Senhora da Salette começou com a novena, que foi uma inovação, pois durante quatro dias aconteceu em paróquias vizinhas, com a assistência do pároco, Padre Marcos Almeida. O tema da novena foi “Com Salette, testemunhando Jesus Cristo na cidade”, inspirado no 11º Plano de Pastoral arquidiocesano e, numa visão missionária, os paroquianos da Salette visitaram as seguintes paróquias: Nossa Senhora Aparecida, do Jardim São Paulo; Paróquia Santa Teresinha; Paróquia Santa Luzia; e Paróquia de Sant’Ana.

Na segunda semana, a novena continuou com missionários saletinos de vários locais do Brasil, como Santuário da Salette de Várzea Grande (MT), Rio de Janeiro (RJ), Equipe Missionário, da Bahia, e foi finalizada pelo Padre Ildefonso Salvadego, de Curitiba. No dia 19, a comunidade de Nossa Senhora da Salette do Alto de Santana celebrou 168 anos da aparição de Nossa Senhora nos Alpes Franceses, com missas e quermesse. A primeira missa, às 7h, foi transmitida pela Rede Canção Nova, com a presidência

do Padre Isidro Perin, superior dos Missionários Saletinos no Brasil. O momento de muita emoção foi a coroação de Nossa Senhora. A missa das 9h foi em intenção da pessoa idosa, com participação de três corais. A missa das 12h foi em intenção dos trabalhadores, enquanto a missa das 15h foi dedicada aos enfermos e contou com a presença do Padre Antônio Maria sendo transmitida pela rede de Rádio Milícia da Imaculada. A missa da comunidade foi realizada às 20h e contou com a presença da Banda da Policia Militar do Estado de São Paulo

Osvaldo dos Santos Araújo

e também repetiu a coroação, com mais efeitos visuais e foi transmitida pela Salette WebTV. No domingo, 28, houve encerramento da Festa da Salette. O destaque ficou por conta da procissão que percorreu as ruas do bairro, sen-

do que em cada parada refletiu-se o tema de um dos dias da novena. Após a procissão, foi celebrada a missa de encerramento, com a participação da Escola de Violões, constituída por membros das comunidades saletinas.

AGENDA REGIONAL Sábado (4), 18h Festa do padroeiro da Comunidade São Francisco de Assis (travessa Nova Paulista, 630, Jardim Flor de Maio), da Paróquia Natividade do Senhor. Domingo (5) 10h: Festa do Padroeiro, na Paróquia São Benedito (rua Igarité, 338). 19h: Missa pelos 25 anos do Canto de Maria, na Paróquia de Sant’Ana (rua Voluntários da Pátria, 2.060).


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Ipiranga

Francisco David, Renata Quito e Nei Márcio

Colaboradores de comunicação da Região

Fé e cidadania em diferentes dimensões da sociedade

Entre os dias 23 e 26, a Paróquia Santa Rita de Cássia, no bairro Mirandópolis, promoveu a Semana de Fé e Cidadania. Cerca de 120 pessoas acompanharam a série de palestras e também puderam tirar dúvidas e debater os temas.

O primeiro dia contou com a participação do vigário episcopal da Região Ipiranga, Dom José Roberto Fortes Palau, que falou sobre “Caridade e Mística Cristã”. O Bispo ressaltou a importância da oração. “O místico transmite a

paz que vem da oração. Como o corpo se não for lavado fica sujo, assim a alma sem oração se torna impura. Nosso combustível é a oração, sem ela não existe caridade e muito menos mística”, disse. Com o tema “Assistência Renata Quito

social, promoção humana e inclusão social”, o Padre Júlio Lancellotti, vigário episcopal para a Pastoral do Povo da Rua, mostrou de que forma se pode ajudar o próximo. Para o Padre, uma das descobertas que mais o surpreendeu na vida é que por amor também se erra, pois o amor não leva só ao acerto, leva também a situações de desafio, o que não falta quando se fala em inclusão social, por isso é preciso espelhar-se na pessoa de Jesus. “A mansidão é que persiste e resiste, que insiste e não desiste, que sofre, mas se mantém firme, por isso Jesus é o Cordeiro de Deus, aquele que assume a dor e o sofrimento do povo”, resumiu. Padre Tarcísio Marques Mesquita, coordenador do Secretariado Arquidiocesano de Pastoral, apresentou o

tema “Paróquia: comunidade de comunidades”, destacando: “É importante termos bons núcleos comunitários, onde as pessoas se aproximam e interagem”. “A Igreja e a política” foi o tema desenvolvido pelo Cardeal Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, que refletiu sobre as orientações da Arquidiocese para as eleições e também falou sobre a importância da política. “Só não exerce reações políticas quem vive isolado. Acostumamos ver a política exercida como uma profissão, como se política fosse uma atividade dos outros, mas não é assim, temos que buscar o que é bom para todos”, concluiu. Ao final, o Cardeal respondeu algumas perguntas sobre o Sínodo dos Bispos, que terá como tema a família.

Dom José Roberto alerta para o perigo de uma religião de práticas formais Pela primeira vez desde que foi empossado no ofício de bispo auxiliar de São Paulo na Região Ipiranga, Dom José Roberto Fortes Palau presidiu

missa no Santuário São Judas Tadeu, no domingo, 28, Dia Nacional da Bíblia. Na homilia, o Bispo alertou sobre as práticas formais

da religião: “Jesus nos alerta para o perigo de uma religião que somente realiza práticas formais, mas não se coloca em prática com a Palavra de

Deus.” Também destacou a compreensão da Palavra de Deus sobre a vida dos fiéis. “Para compreender a Palavra de Deus, não podemos so-

mente lê-la, temos que meditá-la e meditar é “saborear aquilo que se escuta”, guardar na memória e praticá-la com o corpo”, concluiu o Bispo.

O adeus ao Padre Antônio Luciano de Lima Com grande comoção, cerca de 600 pessoas, entre padres e fiéis, se despediram pela última vez, na Paróquia São Bernardo de Claraval, do Padre Antônio Luciano de Lima, 42, que faleceu na quartafeira, 24. Nascido em 13 de dezembro de 1971, em Barro Duro (PI), Padre Luciano foi ordenado sacerdote em 5 de março de 2006, pelo, até então, arcebispo de São

Paulo, Cardeal Cláudio Hummes. Desde 2007, Padre Luciano desempenhava seu ministério presbiteral na Paróquia São Bernardo de Claraval, sendo o primeiro pároco dessa comunidade. O corpo do Padre Luciano foi sepultado no Cemitério Santíssimo Sacramento, que pertence à Irmandade de São Pedro dos Clérigos. Por meio de nota, Dom José Roberto, bispo auxiliar de São PauJosé Rodrigues

Francisco David

lo na Região Ipiranga, manifestou seu pesar pela morte do Padre Luciano. “Neste momento, de profunda consternação, unamo-nos em oração para suplicarmos a Deus, para que Ele, em sua infinita misericórdia, possa dar-lhe a recompensa dos justos e que o Padre Luciano, na Eternidade, possa contemplar a face de Cristo, que com tanto zelo apresentou ao povo de Deus, a ele confiado”.

40 jovens participam do 2º CDC No último final de semana, dias 27 e 28, no Centro de Apostolado Salvatoriano, na Vila Guarani, aconteceu o 2º CDC - Curso de Dinâmica Cristã para Lideranças Jovens de 2014, promovido pelo Setor Juventude da Região Ipiranga. Contando com mais de 40 jovens de várias paróquias e áreas pastorais dos cinco setores, o curso foi conduzido pela equipe de assessores do Setor Juventude, formada por

Nei Márcio, José Eduardo, Áurea Rodrigues, Márcio Nascimento, Reinaldo Siqueira, Edson Machado, Elaine Cristina e Antônio Almeida. As atividads do curso foram palestras e dinâmicas sobre autoconhecimento, trabalho em equipe, tipos de coordenadores, método Ver-Julgar-Agir, dignidade da pessoa humana, Jesus Cristo e ser cristão, Igreja e comunidade a partir dos documentos Lumen Gentium e Gau-

dium et Spes, o papel dos grupos de jovens e do Setor Juventude como organismo aglutinador das várias expressões de trabalho com jovens. No encerramento houve uma celebração eucarística, presidida pelo Padre José Lino Freire, pároco da Paróquia Santa Ângela e São Serapião e assessor eclesiástico do Setor Juventude; e pelo Frei Júlio Amezua, OAR, pároco da Paróquia Nossa Senhora da Saúde.


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Benigno Naveira e Padre Antonio Ribeiro Colaborador de comunicação da Região

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Lapa

Projetos para 2015 são articulados na assembleia regional Na manhã do sábado, 27, a reportagem da Pastoral da Comunicação da Região Lapa acompanhou a realização da assembleia regional, na Paróquia São João Bosco, Setor Leopoldina, que reuniu cerca de 80 participantes, entre padres, diáconos e leigos-agentes pastorais. As atividades foram iniciadas pelo coordenador da assembleia, Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, que após a oração inicial, lembrou que o encontro tinha por objetivos fazer uma avaliação do que aconteceu nas pastorais na sua caminhada de evange-

lização e elaborar os projetos de planejamento pastoral da Região para 2015. Dando continuidade, foi realizada a leitura da ata da última reunião. Na sequência, houve um tempo livre de plenária, em que cada participante, em até três minutos, podia falar da própria caminhada pastoral, das dificuldades, necessidades e projetos. Dom Julio ressaltou, ainda, as urgências pastorais “Igreja a serviço da vida plena para todos”, em que a Igreja se reconhece servidora do Deus da vida e “Igreja em estado permanente de missão”. Após o intervalo, teve

Benigno Naveira

início a segunda parte da assembleia, com a divisão de grupos apresentando as propostas dos projetos pastorais da Região para 2015: revitalização da Cáritas; Núcleo do

Vicariato da Educação; organização da Coordenação Serviço a Caridade, Justiça e Paz; Formação dos Conselhos de Leigos setoriais e do Conselho Econômico Administrativo.

Na sequência, houve a avaliação dos grupos pelos participantes e os avisos da coordenação. Ao fim, Dom Julio agradeceu a participação de todos.

Festa a Nossa Senhora das Mercês: a peregrina humilde da gratuidade de Deus Aconteceu na quarta-feira, 24, na Capela do Lar das Mercês, a missa em ação de graças e louvor a Nossa Senhora das Mercês. Cerca de 70 pessoas participaram da celebração, entre visitantes e residentes. A festa foi organizada pelas Irmãs Mercedárias da Caridade, que atuam no Lar desde a sua fundação, em 1956. O capelão, Padre An-

tonio Ribeiro, explicou que a invocação ou nome de Nossa Senhora das Mercês é uma a mais entre as muitas que são dadas à única Virgem Maria, Mãe de Jesus Cristo e, por isso, mãe espiritual de cada cristão e de toda Igreja. Essa invocação das Mercês data de aproximadamente 1218, quando a Ordem Mercedária nasceu, cresceu e espalhou-se em seguida

pelo mundo inteiro, tendo como carisma o resgate dos cativos. A Congregação das Irmãs Mercedárias da Caridade foi fundada pelo Padre João Nepomuceno Zegri e Moreno, que colocou a congregação sob a proteção e inspiração de Maria das Mercês, a peregrina humilde da gratuidade de Deus, em Málaga, na Espanha, em 16 de março

de 1878. O objetivo: praticar todas as obras de misericórdia espirituais e corporais na pessoa dos pobres, pedindo às religiosas que tudo quanto fizessem fosse para o bem da humanidade, em Deus, por Deus e para Deus. Dona Saudade, a moradora mais antiga do Lar, com seus 103 anos de idade, disse: “Já perdi a conta de quantas festas já participei,

mas a cada ano está melhor, estou muito feliz e agradeço a Deus por me dar a graça de participar da missa todos os dias”.

AGENDA REGIONAL Quinta-feira (2), 9h Reunião regional para coordenadores de Setores da Pastoral da Saúde, na Cúria da Lapa (rua Afonso Sardinha,62, Lapa).

Fernando Geronazzo

Colaborador de Comunicação da Região

Com Cardeal Scherer, clero atuante na Região reflete sequência das atividades O clero atuante na Região Episcopal Sé realizou sua reunião mensal na quarta-feira, 24, na Paróquia Nossa Senhora de Monte Serrate, em Pinheiros. A atividade contou com a presença do arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, que falou aos padres e diáconos sobre a caminhada da Região após a transferência do então vigário episcopal, Dom Tarcísio Scaramussa, para a Diocese de Santos (SP), como bispo coadjutor. Agora a Região tem como vigário episcopal o Padre Aparecido Silva. O Cardeal também tratou sobre a 3ª Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, que começa no domin-

go, 5, e terá como tema “Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização”. A reunião também teve a assessoria do Padre João Edênio Valle, Doutor em Pedagogia, psicólogo e professor de Psicologia da Religião no Programa de Pós-graduação em Ciências da Religião da PUC-SP, que refletiu sobre vários aspectos das dimensões humana e afetiva da vida sacerdotal.

celebrada liturgicamente em 15 de outubro. O evento acontece no dia 18 e faz parte do calendário oficial de festas do município de São Paulo. Na atividade circulam cerca de 6 mil pessoas entre as 17 barracas temáticas que oferecem comidas típicas de vários países e regiões, como também artesanatos, brincadeiras e shows. A renda da festa é destinada para atividades sociais da Paróquia.

Festa dos Povos no Itaim A Paróquia Santa Teresa (rua Clodomiro Amazonas, 50, Itaim Bibi) realiza mais uma edição da Festa dos Povos, dentro das comemorações do dia de sua padroeira,

Assembleia Regional de Pastoral A Região Sé realiza sua assembleia de pastoral no sábado, 4. O encontro reúne párocos, administradores paroquiais, membros do Con-

Luciney Martins/O SÃO PAULO

selho Regional de Pastoral (CRP) e representantes das paróquias para refletirem sobre as diretrizes arquidiocesanas da pastoral e avaliar a caminhada realizada no último ano, a partir das sínteses

das assembleias paroquiais. A assembleia acontece das 8h30 às 12h, na Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (Fapcom), localiza na rua Major Maragliano, 191, Vila Mariana.


24 | Geral |

1º a 7 de outubro de 2014 | www.arquidiocesedesaopaulo.org.br

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Na Catedral, 100 anos da Aliança de Amor de Schoenstatt Fernando Geronazzo

Especial para O SÃO PAULO

Um “mar de capelinhas” com a imagem de Nossa Senhora tomou a Catedral da Sé na tarde do domingo, 28. Eram os membros do Movimento Apostólico Internacional de Schoenstatt reunidos para celebrar os 100 anos da Aliança de Amor, em missa presidida pelo arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer. A Aliança de Amor com Maria é a forma original que Schoenstatt possui de viver a aliança batismal, instituída pelo fundador do movimento, o Padre alemão José Kentenich, em 18 de outubro de 1914. “A Aliança é uma forma de consagração a Maria não somente devocional, mas também algo pelo qual nos colocamos como instrumentos nas mãos de Maria”, explicou a Irmã Márcia Maria Gusmão, da Congregação das Irmãs de Maria de Schoenstatt.

Do Movimento de Schoenstatt, nasceu no Brasil, há 64 anos, por inspiração do Servo de Deus Luiz Pozzobon, a Campanha da Mãe Peregrina, que consiste na visita regular da imagem da Mãe Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt às famílias, escolas, hospitais e a todos os lugares onde famílias ou pessoas individualmente a recebem.

Mais de 100 mil famílias Somente na Arquidiocese de São Paulo, onde há dois santuários de Schoenstatt, – na Vila Mariana e no Jaraguá – há mais de 3.600 capelinhas da Mãe Peregrina. Cada imagem é acolhida por 30 famílias em média, o que significa que mais de 100 mil famílias são atingidas pelo Movimento. Também são muitas as missionárias encarregadas de acompanhar a peregrinação da imagem pelas casas ao longo do mês. “A família brasileira passa por um momento muito difícil, com

grandes desafios. A espiritualidade é um ponto muito importante. A entrada da Mãe Peregrina em cada lar, faz com que a família possa ter uma experiência de paz. É a mãe que traz o seu filho Jesus que nos acolhe a cada dia”, afirmou Fátima Bracco, coordenadora da Campanha da Mãe Peregrina da Região Sé. Na homilia, Dom Odilo ressaltou a forte ligação do Movimento com as famílias e lembrou que a Igreja no mundo todo volta sua atenção para os desafios pastorais da família no contexto da evangelização, tema da assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos que começa no domingo, 5. “Que este centenário seja ocasião de alegria, bênção e renovado empenho para difundir essa devoção para que as famílias, chamadas a ser igreja doméstica, célula básica da sociedade, cultivem aquilo que faz parte da mística da vida familiar e cristã”, disse o Cardeal.

Cardeal Scherer destaca atividades de interesse no mês de outubro Redação

osaopaulo@uol.com.br

Em carta aos bispos auxiliares, padres, diáconos, consagrados e leigos da Arquidiocese de

São Paulo, datada do dia 26, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, destacou temas de interesses aos cristãos para o mês de outubro. Um dos assuntos por ele enfati-

Cardeal Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo São Paulo, 26.09.2014 Aos Bispos Auxiliares, Padres, Diáconos, Consagrados/as e Leigos/as da Arquidiocese de São Paulo Caríssimos/as, Escrevo para saudar a todos neste final do mês de setembro. Agradeço de coração a todos os que me enviaram saudações e mensagens e, especialmente, a quem rezou por mim, no meu aniversário natalício, dia 21 de setembro. Deus lhes pague! E continuem rezando por mim. Aproxima-se a assembleia extraordinária

zado é a assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos, que terá início no domingo, dia 5, com o tema “Os desafios Pastorais da Família no Contexto da Evangelização”. Na carta, o Arcebispo pede aos fiéis

do Sínodo dos Bispos: a abertura será no dia 05 de outubro em Roma e a conclusão, no dia 19 de outubro; neste mesmo dia conclusivo, que será o Domingo das Missões, o papa Francisco fará a beatificação do papa Paulo VI. Foi este Papa que instituiu o Sínodo dos Bispos na Igreja de rito latino, em 1965, a pedido dos Padres Conciliares. O tema da assembleia extraordinária do Sínodo, como já é bem conhecido, será: “Os desafios Pastorais da Família no Contexto da Evangelização”. Convocada pelo papa Francisco, a Igreja se interroga sobre como realizar a (nova) evangelização da família nos atuais contextos desafiadores que ela vive? Muitas serão as questões abordadas, como podem ver no Instrumento de Trabalho (Instrumentum laboris) do Sínodo, e encontrável site www.arquidiocesedesaopaulo.org.br. O papa Francsico pede que o domingo, dia 28 de setembro, seja um dia de especiais preces pelo Sínodo. Peço-lhes lembrarem isso nas suas comunidades, especialmente

que “continuem a rezar pelo Sínodo e acompanhem com vivo interesse o desenrolar desta assembleia extraordinária do Sínodo”. Dom Odilo, na carta, cuja íntegra pode ser vista abaixo, tam-

nas Missas deste domingo. Ao mesmo tempo, continuem a rezar pelo Sínodo e acompanhem com vivo interesse o desenrolar desta assembleia extraordinária do Sínodo. Os Meios de Comunicação ligados à Igreja transmitirão abundante informação sobre esse evento eclesial. Eu também estarei participando da assembleia do Sínodo, a convite do Papa Francisco. Outras questões de particular interesse no início do mês de outubro são a Semana Nacional pela Vida (dias 01 a 08) e o Dia do Nascituro (08 de outubro), por iniciativa da CNBB. O foco é a valorização da vida humana e da vida em geral. Sugiro que em todas as comunidades sejam feitas manifestações especiais de apreço e valorização da vida humana e de defesa da vida, onde ela estiver sendo desprezada ou ameaçada. Seria belo promover momentos de oração e bênção das mães gestantes e lactantes, dos enfermos e idosos; e também manifestações públicas de denúncia contra aquilo que ameaça a saúde e a vida das

bém aponta para a realização da Semana Nacional pela Vida, entre os dias 1 º e 8, o Dia do Nascituro, 8, e a beatificação de Madre Assunta Marchetti, no dia 25, às 10h, na Catedral da Sé.

pessoas e da natureza. Um pouco de criatividade e fantasia ajuda... Dia 8 de outubro sejam feitas manifestações de valorização e acolhida alegre da vida nascente. Enfim, no dia 25 de outubro, teremos em São Paulo, na Catedral da Sé, às 10h00, a beatificação de Madre Assunta Marchetti, cofundadora das Irmãs Missionárias Carlistas (Scalabrinianas), que nasceu na Itália, mas veio ao Brasil em 1895 e faleceu em São Paulo, em 1948. Dedicou a sua vida aos pobres, aos doentes e às crianças. Foi uma grande testemunha do Evangelho de Jesus Cristo em nossa Cidade! Trata-se de um evento singular, pois não acontece todos os dias... Por isso, convido todos a participarem desse momento de alegria e louvor a Deus. Aproveito a ocasião para saudar a todos e para lhes desejar todo o bem! Fiquem com Deus e sua bênção os/as acompanhe! Card. Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo


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