O SÃO PAULO - edição 3027

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 59 | Edição 3027 | 12 a 18 de novembro de 2014

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A política econômica só tem sentido com o bem comun Em entrevista, Dom Mario Toso, secretário do Pontifício Conselho Justiça e Paz, fala sobre a Doutrina Social da Igreja e de temas como trabalho e justiça social. Página 15

Dom Odilo comenta resumo final do relatório do Sínodo Resumo dos parágrafos 41 a 62, do relatório final do Sínodo da Família, tratando dos desafios diante das diferentes uniões civis, é analisado pelo Cardeal Scherer. Páginas 12 e 13

Em festa, rádio 9 de Julho ecoa na Catedral da Sé e em AM 1.600 kHz Os 15 anos de reabertura da rádio 9 de Julho AM 1.600 kHz foram comemorados no domingo, 9, com missa na Catedral da Sé, presidida por Dom Milton Kenan Júnior, bispo auxiliar da Arquidiocese, e concelebrada pelos padres comunicadores da emissora. Colaboradores e funcionários da rádio uniram-se a ouvintes e amigos evangelizadores da Arquidiocese e das dioceses vizinhas para a celebração. Ao falar sobre a missão da emissora, Dom Milton associou esse trabalho com as palavras da leitura do profeta Ezequiel (Ez 47, 1-2.8-9.12). “Quando nós olhamos para aquele rio que brota do templo e vai distribuindo vida por onde passa, não é difícil imaginar ou comparar aquele rio às ondas da rádio 9 de Julho, que vai transmitindo a Palavra de Deus, a mensagem do Evangelho”. Página 11

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Ouvintes da rádio 9 de Julho lotam a Catedral da Sé para a missa, presidida por Dom Milton Kenan Júnior, que marca os 15 anos de reinauguração da emissora

‘Igreja: a serviço da vida plena para todos’ será a urgência da Arquidiocese em 2015 Realizada no sábado, 8, no Centro de Pastoral São José do Belém, a Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, presidida pelo arcebispo metropolitano, Cardeal Odilo Pedro Scherer, abordou o tema “Igreja: a serviço da vida plena para todos”, da urgência pastoral da Arquidiocese de São Paulo para o ano de 2015. Com a participação dos bispos auxiliares, vigários episcopais e lideranças pastorais leigas e religiosas, foram refletidas as pospostas de ação para o próximo ano, a partir do 11º Plano de Pastoral da Arquidiocese (2013-2016). Página 24

Rejane Guimarães

Lançado itinerário de Iniciação à Vida Cristã

‘Família: patrimônio da humanidade’

Representantes dos 18 regionais da Igreja no Brasil estiveram no Seminário Nacional de Iniciação à Vida Cristã, entre os dias 6 e 9, em São Caetano do Sul (SP). O objetivo foi compartilhar experiências e pensar como reaprender o método catequético como inspiração catecumenal.

Evento promovido em conjunto pela Fundação São Paulo, pelo Pontifício Conselho para a Família e pela Academia de Jurisprudentes de Língua Portuguesa – que realizou seu 3º Encontro -, aconteceu na PUC-SP, nos dias 10 e 11, com o tema “Família: patrimônio da humanidade”.

Análise: Ministros e a Tripartição dos Poderes

Beato Mariano de La Mata é celebrado em SP

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Encontro arquidiocesano de pastoral reúne lideranças pastorais, padres e bispos

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2 | Ponto de Vista |

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editorial

O relativismo é inimigo da fé. A “ditadura do relativismo”, como disse Bento XVI, não pode saciar a sede de valorar os atos inerentes ao homem. O ser humano precisa de um “norte”, que vem de Deus, a orientá-lo; saber objetivamente se algo é certo ou errado, bom ou ruim. O ato de crer está intrinsecamente ligado ao agir. A fé sem obras é morta. A adesão à fé implica na humilhação (no bom sentido da palavra) da autossuficiência para tomar como própria a Doutrina de Cristo. Os sábios e entendidos (quem têm orgulho intelectual) quando esbarram no primeiro ponto do catecismo que lhes dificulta a vida, mudam de religião. Ou escolhem uma igreja que diga o que querem ouvir, ou, simplesmente, passam a

Nem tudo é relativo!

crer em si mesmos. Não é à toa que vemos milhares de “igrejas” ambulantes que, com ar empolado, definem em que o Papa erra, em que a Igreja se equivoca etc. As palavras do fundador, Cristo, são claras: “Quem me ama, obedece às minhas palavras”. Não se trata de uma frase relativista. A Igreja, em fidelidade a Cristo, é Mãe e Mestra, e como tal, educadora. E educar significa, muitas vezes, corrigir. Apontar ao filho o que está errado, visando seu próprio bem. O cristão deve estar alerta e a Igreja deve estar vigilante. O fiel deve cuidar para não ser picado pelo mosquito do relativismo. A mídia - e por extensão a sociedade - prega que “as coisas não são bem assim” e

dá a entender que o que sempre foi errado pode passar a ser certo, de acordo com as mudanças contemporâneas. A Igreja, de outra parte, deve ter sabedoria para acolher a todos, às ovelhas perdidas, feridas, mas para curá-las, à luz de saber o que é a enfermidade e qual é o remédio. Alguns desafios propostos no Sínodo para a Família devem ser vistos sob esse prisma. A Igreja deve ser acolhedora sim, sem, contudo, relativizar o que Cristo ensinou de forma clara e objetiva. Os problemas advindos de uma sociedade doente, que deu as costas ao Evangelho e abraçou egoisticamente o hedonismo, não devem ter o condão de fazer a Igreja mudar o imutável. Ela deve, porém,

se debruçar sobre seus filhos pródigos. Essa parábola, aliás, traz um traço em comum com todos os episódios em que Cristo se encontra com aqueles “enfermos” que precisam do médico: reconhecer que precisam mudar de vida. Se a Igreja disser, por exemplo, que um Matrimônio válido é passível de ser “deletado” ou que a prática homossexual não é pecado, deixaria de ser depositária da Verdade e se tornaria mais uma voz relativista, entre tantas outras. A Igreja deve ser acolhedora, mas não relativizar o que Cristo ensinou de forma clara, objetiva. Isso não significa ser intolerante ou não ser compreensiva e compassiva. Sem arrogância, a Igreja sabe que não é dona da Verdade, mas sua depositária.

opinião

As origens e a crise atual da universidade Sergio Ricciuto Conte

Marina Massimi Nos últimos anos, grandes universidades paulistas, públicas ou confessionais, têm passado por dificuldades. Em momentos assim, é importante voltarmos para a história e para as origens. Por meio do resgate da história, é possível entender melhor o presente e seu potencial para a construção do futuro. A criação da universidade representou a concretização do ideal platônico da comunidade dos filósofos. Platão (427-347 a.C.) afirma que a alma deve travar relações com todas as coisas, estando aberta para conhecer tudo o que existe no mundo. O aprofundamento do saber e sua transmissão deviam acontecer numa comunidade de vida entre mestres e discípulos, formando homens capazes de vivenciar os ideais de verdade, de justiça, de beleza e bondade. Foi essa concepção que séculos mais tarde inspirou a fundação da primeira universidade em Paris, na França, por um grupo de estudantes e mestres que se ocupavam de estudos teológicos, filosóficos e jurídicos. A partir do século XVI, sobretudo devido aos conflitos bélicos entre as nações e as separações religiosas ocasionadas pela Reforma, o espírito universitário da Europa Medieval se rompeu. As grandes mudanças políticas e culturais do século XVII, o desenvolvimento das pesquisas científicas e suas aplicações tecnológicas, foram

levando a uma crescente especialização dos estudos. No século XIX, as universidades passaram por profundas reformas para adaptarem-se ao objetivo de formar as elites políticas segundo a nova ordem social que se impunha e os quadros profissionais necessários para um mundo cada vez mais técnico-científico. Hoje, muitos autores veem na origem da crise humanística atual a ênfase

desmedida dada a certo tipo de instrução técnica que não desenvolve também uma sólida educação humana, gerando uma frustração que atinge a própria essência do homem. A técnica que, num primeiro momento, contribuiu para a humanização, pois visou atender às necessidades fundamentais, perdeu sua destinação original e agora o ser humano passou de dominador a dominado pela técnica e seus produ-

tos. Pelo contrário, uma autêntica formação humanística deve garantir ao homem o direito de conhecer, refletir e avaliar a herança cultural que recebeu, para ver despertado em si o desejo de viver a aventura de uma vida orientada pela verdade, a bondade e a beleza, que constituem a nossa herança humana. O filósofo contemporâneo alemão, Josef Pieper, afirma que o coração da atitude acadêmica é a capacidade de ver aquilo que é, a totalidade daquilo que é. Qual é para Pieper o sentido próprio da formação universitária, pela qual ela se diferencia da simples instrução profissional? Enquanto a instrução profissional dedica-se a um aspecto parcial e específico do ser humano e da realidade, a formação se dirige ao todo, ao conhecimento da vida em sua totalidade. Tal abertura à totalidade faz parte da essência do homem e constitui a vocação da universidade. Liberdade, razão, verdade, beleza, justiça são as palavras sobre as quais desde a origem funda-se a universidade, pois são as palavras que mais interessam ao ser humano. A superação das dificuldades atuais das grandes universidades passa não só por questões político-administrativas e financeiras, mas pela revalorização dessa sua origem humanista. Marina Massimi é professora de História da Psicologia na USP, campus Ribeirão Preto.

As opiniões expressas na seção “Opinião”são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editoriais do jornal O SÃO PAULO.

espaço do leitor ‘Não domestiquemos os pobres, não façamos deles pessoas inofensivas’ (edição 3026)

“Quando eu vejo Padre Julio Lancellotti, eu me lembro da frase de Santa Teresa de Ávila: ‘Quienes de veras aman

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

a Dios, todo lo bueno aman, todo lo bueno favorecen, todo lo bueno lo dan, con los buenos se juntan siempre y los

favorecen y defienden’. Quem dera houvesse mais homens como ele…” Lilian Contreira (pelo Facebook)

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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo

O 11º Plano de Pastoral – “Arquidiocese de São Paulo, testemunha de Jesus Cristo na Cidade” traduz o propósito da nossa Igreja particular neste imenso e complexo mundo, que é a metrópole paulistana: ser testemunhas de Jesus Cristo, conforme sua recomendação aos discípulos: “vós sereis minhas testemunhas” (At 1,8). Para isso, devem concorrer a vida e a ação da nossa Igreja, tudo o que somos, temos e fazemos, nossas organizações e instituições e também todo o nosso patrimônio espiritual, material e cultural: nossos templos, obras sociais, escolas, colégios e universidades, meios de comunicação e mídias sociais... Tudo o que faz parte da Igreja deve estar a serviço da sua vida e missão. O Plano de Pastoral para 2013 a 2016 é um instrumento pedagógico destinado a nos ajudar a dar mais eficácia à missão de testemunhar Jesus Cristo na cidade. Nele estão expostas as seis “urgências pastorais”, que agora merecem nossa atenção especial. Em 2014, trabalhamos para fazer da Igreja “casa de iniciação à vida cristã”. Isso caracteriza a missão da Igreja sempre; neste ano, porém, nos demos conta de quanto essa tarefa é urgente e como precisamos estar atentos aos méto-

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A serviço da vida plena para todos dos e ao planejamento, para que a iniciação à vida cristã, de fato, aconteça. Em 2015, vamos confrontar-nos com esta outra urgência: ser uma Igreja “a serviço da vida plena para todos”. De fato, Jesus Cristo é “o caminho, a verdade e a vida” e veio ao mundo “para que todos tenham vida e a tenham plenamente”. Ele confiou aos discípulos e à Igreja a missão de testemunhar e proclamar o Evangelho da vida e da esperança a todos os povos. Na cidade de São Paulo, a Igreja defronta-se com numerosas situações onde a vida e a dignidade das pessoas são duramente desrespeitadas: na miséria, pobreza material e moral; na violência e injustiça, na falta de oportunidades e condições para uma vida livre e digna. Mas, também, onde há dependência de vícios e outras adicções, onde há discriminação que ofende e fere, onde se exploram as pessoas como se fossem objetos em função do interesse e do lucro. Somos desafiados a estar a serviço da vida plena para todos onde se mata ou se impede de nascer, onde há doença e abandono de pessoas em situação de vulnerabilidade; onde a família, “santuário da vida e do amor”, passa por dificuldades; onde há jovens sem perspectivas de futuro; onde se degrada o ambiente da vida, o ar, a água, a terra, o verde, sem lembrar que esta casa

comum, com seus recursos, pertence a todos e ainda deverá abrigar a muitos depois de nós... Em 2015, a Campanha da Fraternidade vai tratar do tema “Igreja e Sociedade”, tendo como lema - “eu vim para servir”. A arquidiocese de São Paulo, ao longo do ano inteiro, estará em plena sintonia com o convite da Campanha, para sermos uma Igreja que não se volta apenas sobre si mesma, mas que está atenta e aberta àquilo que se passa ao seu redor, disposta a dialogar com todos para melhor servir o homem, em nome de Cristo, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida pela redenção da humanidade (cf Mc 10,45). Na recordação dos 50 anos do Concílio Vaticano II, voltaremos às grandes intuições da constituição pastoral Gaudium et spes, que fala das relações da Igreja com o mundo e do seu serviço à humanidade. O Papa Francisco aponta de maneira renovada, na exortação apostólica Evangelii Gaudium, a dimensão social da evangelização. Ele mesmo também tem dito que a Igreja precisa ser “samaritana”, pronta para curar as feridas da humanidade; ou, como “um hospital de campo” em tempos de guerra, próxima das situações de dor e sofrimento das pessoas, para aliviá-las. Sem esquecer que o serviço à vida plena também requer o cultivo da fé e da esperança na vida sobrenatural.

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Parceria com a Fapcom Por meio do Vicariato Episcopal para a Pastoral da Comunicação, a Arquidiocese de São Paulo firmou parceria com a Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (Fapcom) para oferecer a agentes de Pastoral da Comunicação uma especialização em “mídias religiosas”. O curso terá duração de três meses e será ministrado entre março e maio de 2015. As inscrições serão abertas nos próximos dias. A atividade é voltada para pessoas já graduadas, em qualquer área, ou graduandos. A ideia do Vicariato é profissionalizar os agentes que, às vezes, até têm formação em outras áreas e já ajudam na Pascom. Na quarta-feira, 5, o Cardeal Odilo Pedro Scherer recebeu em audiência o Padre Valdir José de Castro, diretor da Fapcom, com o professor Adriano Miranda, coordenador do curso, junto a outros professores da Fapcom.

TWeeTS DO CARDEAL @DomOdiloScherer 11 - Hoje lembramos São Martinho de Tours,

muito amado na França. Nasceu em 316 e morreu em 397. Uma vida fantástica!

08 - Do nascer do sol até o seu ocaso, Louvado seja o nome do Senhor!!

07 - Rm 1,16b-17 “O Evangelho é uma força salvadora de Deus para todo aquele que crê”.


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Precisamos de pontes e não de muros! O Papa Francisco, antes da oração mariana do Ângelus, às 12h do domingo, 9, refletiu com os fiéis sobre os textos bíblicos da festa da Dedicação da Basílica de São João de Latrão, definida pela tradição como a igreja “mãe de todas as igrejas da cidade de Roma e do mundo”. Francisco explicou que o termo “mãe” se refere não só ao edifício sagrado da Basílica, mas, especialmente, à obra do Espírito Santo que nele manifesta e frutifica por meio do ministério do Bispo de Roma, “em todas as comunidades que permanecem na unidade com a Igreja que ele preside”. Celebrar a dedicação de uma igreja é proclamar a verdade essencial de que o templo material é sinal da Igreja viva que atua na história e que Cristo é a pedra viva do templo espiritual. No Evangelho do dia, Jesus, ao falar do templo, revelou uma verdade: o templo de Deus não é somente a construção de pedras, mas é o seu cor-

po, a Igreja, feita de pedras vivas. “Na força do Batismo, todo cristão faz parte deste edifício de Deus”, torna-se a “Igreja de Deus”. Esse edifício espiritual, “comunidade dos homens santificados pelo sangue de Cristo e pelo Espírito do Senhor ressuscitado”, nos pede coerência com o dom da fé e que demos testemunho cristão. Não é fácil e exige esforço essa coerência na vida de fé. Mas é preciso “ir avante”, tendo em mente que o cristão se define não pelo que ele diz, mas pelo que ele faz. Essa coerência é graça do Espírito Santo e deve ser pedida. A Igreja desde o começo é uma comunidade constituída para confessar a fé em Cristo, Filho de Deus e redentor do homem. E essa fé é alimentada pelo amor. “Vamos juntos!”, convidou Francisco. “Também hoje, a Igreja é chamada a ser no mundo a comunidade que, enraizada no Cristo por meio do Batismo, professa com humildade e coragem a fé nele, testemunhando-a no amor.”

Tudo na Igreja – estruturas e organismos pastorais - deve ordenar-se para esta finalidade: “testemunhar a fé na caridade”. A caridade é a expressão da fé e a fé é o fundamento do amor. Que todos se empenhem para que a humanidade supere as fronteiras da inimizade, da indiferença e construa “pontes de compreensão e diálogo”, para que o mundo “se torne uma família de povos reconciliados entre si, fraternos e solidários”, pediu o Papa. Após o Ângelus, Francisco referiu-se aos 25 anos da queda do muro de Berlim, no dia 9 de novembro de 1989. Foi uma queda que custou lutas, súplicas e sofrimento de tantos, inclusive do Papa João Paulo II. Francisco pediu oração para que se estabeleça uma “cultura do encontro”, porque onde há um muro, há fechamento do coração. Que ninguém mais sofra por causa de sua fé. “Precisamos de pontes e não de muros”. (Por Padre Cido Pereira)

Nomeação do secretário das Relações com os Estados Papa Francisco nomeou, no sábado, 8, secretário das Relações com os Estados, o arcebispo Paul Richard Gallagher, 60, até então núncio apostólico na Austrália. O Prelado nasceu em Liverpool, na Inglaterra. O até então secretário das Relações com os Estados, Dom Dominique Mamberti, tornou-se prefeito do Supremo Tribunal da Signatura Apostólica, no lugar do Cardeal Raymond Leo Burke, nomeado patrono da Ordem Soberana e Militar de Malta.

Encontro com presidente de Gana e crise do Ebola L’Osservatore Romano

O Papa Francisco recebeu na manhã da segunda-feira, 10, o presidente de Gana, John Dramani Mahama. Na audiência, foram destacadas as boas relações entre a Santa Sé e Gana, e o contributo da Igreja no âmbito social, educativo e sanitário, e também na promoção do diálogo social. Além disso, falou-se, ainda, da promoção da família e, por fim, de algumas questões da atualidade internacional e, sobretudo, sobre a grave crise humanitária causada pela recente epidemia do vírus Ebola na África Ocidental.

Virtudes heroicas de Padre Pelágio Saúter Seis religiosos tiveram reconhecimento de suas virtudes heroicas pelo Vaticano. Entre eles está o sacerdote redentorista, Padre Pelágio Saúter, que viveu no Brasil durante muitos anos, em Goiás. Membro da Congregação do Santíssimo Redentor, Padre Saúter nasceu em Hausen am Thann, na Alemanha, em 9 de setembro de 1878. Faleceu em Goiânia (GO), em 23 de novembro de 1961. Papa Francisco autorizou a Congregação para as Causas dos Santos a publicar os decretos dos novos veneráveis, o que possibilita, agora, a abertura de possível processo de beatificação. O prefeito da Congregação, Cardeal Angelo Amato, recebeu o parecer após audiência privada com o Papa, no dia 7. (Por Fernando Geronazzo)


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Espiritualidade

fé e cidadania

O amor é a nossa missão

Terra, planeta água?

Dom Sergio de Deus Borges Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana

No próximo ano, entre os dias 22 a 27 de setembro, acontecerá em Filadélfia, nos Estados Unidos da América do Norte, o 8º Encontro Mundial das Famílias. O encontro terá como tema: “O amor é a nossa missão. A Família plena de vida”. A Palavra de Deus nos mostra em suas páginas como Deus nos ama. No livro do Êxodo, vemos o Senhor que manifesta seu amor pelo povo: “Eu vi a opressão de meu povo no Egito... desci para libertá-lo das mãos dos egípcios” (Ex 3, 7-8). No livro de Isaías, há uma verdadeira declaração de amor da parte de Deus para seu povo: “qual mãe que acaricia os filhos, assim vou dar-vos meu carinho, em Jerusalém é que sereis acariciados” (Is 66,13). “Jesus teve lágrimas. Os judeus, então, disseram: vede como Ele o amava” (Jo 11, 35-36). O amor de Jesus por nós é um amor efetivo e afetivo; Ele demonstra o sentimento que nasce no coração e a decisão em dar o amor que procede da missão: “Eu sou o bom

Pastor. O bom Pastor dá vida por suas nossa fé sobre o Matrimônio e a famíovelhas [...] é por isso que o Pai me lia. O autêntico ensinamento católico ama: porque dou a minha vida” (Jo 10, sobre o Matrimônio e a família sabe separar o amor verdadeiro de todo o falso 11.17). São textos de uma grande beleza amor” (cf El Amor es Nuestra Mision. que nos ensinam como o amor que Catequesis preparatória para el encuennasce do coração de Deus é um amor tro Mundial de las Famílias, p.30). No Encontro Mundial das Famílias, real, que gera doação, dedicação ao outro e leva a dar a própria vida. O amor vamos falar sobre tudo isso, do que é na Bíblia não se concentra somente no duradouro, do que vale a pena dedicar sentimento carinhoso e na aparência, a vida, os esforços e o “investir nos soporque isso edificaria o amor sobre a nhos”: o amor. Porque nós cremos que o amor é nossa missão e esse amor deve areia movediça. Projetar uma família sem essa ex- ser ensinado, compartilhado e difundiperiência do amor, vivida em Jesus Cristo, é edificar sobre a areia. Um projeto de amor Na Palavra de Deus, “o amor que não inclui doação, dedi- real, o amor que dura e cação ao outro, não sustenta que fortalece e satisfaz o no tempo uma relação fami- coração humano ao longo liar, não constrói uma família. da vida, cresce a partir do Gera pessoas egoístas e voltadas somente para si mesmas. que somos capazes de dar aos demais, não do que Esse tipo de amor não é real. Na Palavra de Deus, “o queremos somente amor real, o amor que dura e para nós mesmos que fortalece e satisfaz o coração humano ao longo da vida, cresce a do nas famílias. (cf El Amor es Nuestra partir do que somos capazes de dar aos Mision. Catequesis preparatória para el demais, não do que queremos somente encuentro Mundial de las Famílias, p. para nós mesmos. O Senhor Jesus mor- 8). reu na cruz para nossa salvação. Esse Vamos divulgar e participar do tipo de capacidade radical e libertado- Encontro Mundial das Famílias. Para ra, de abandonar nossas prerrogativas e outras informações, procure a Pastoral de entregar-nos aos demais, é o fio de Familiar de sua região episcopal. Nós ouro que une todo o ensinamento de cremos no amor.

eSPAÇO ABERTO

O ódio à política para pobre José Nildo Alves Cardoso Com o término das eleições, é preciso ressaltar que nenhuma das duas candidaturas representava mudanças significativas capazes de reduzir substancialmente as desigualdades sociais, pois para isso seria preciso buscar a justiça social e taxar a excessiva riqueza de poucos. Para tanto, é preciso que reformas fundamentais como, por exemplo, a agrária, política e tributária, aconteçam. Todavia, a candidatura que o povo rejeitou é sinal de retrocesso de distribuição de renda, uma vez que a lógica apresentada era a velha política da meritocracia, pois seu sistema econômico coloca o lucro acima da pessoa humana e propõe primeiro fazer o bolo crescer para depois dividir e, enquanto isso, os pobres ficam recebendo as migalhas que caem da mesa. Outro detalhe, abordado de forma leviana, é atribuir a corrupção - em que culpados já foram presos – a um único partido, como se isso fosse cria de apenas uma única legenda partidária ou ainda como se esse tipo de crime existisse a menos de 12 anos

no Brasil e somente na esfera federal. Além disso, muito se falou da “alternância de poder”, principalmente os paulistas, porém esqueceu-se que o mesmo grupo político governa há mais de 20 anos o Estado de São Paulo, e nem por isso houve irresponsabilidade da oposição em caráter de revanche em deslegitimar o processo democrático. O fato é que a autonomia dos pobres sempre causou desconforto aos poderosos, pois estes preferem aquela assistência - tipo cesta básica - que acaba domesticando o indivíduo. E é por uma revanche nada democrática que suscitam ódio aos bolsistas, pobres e nordestinos por optarem por um projeto político social que pode avançar e não retroagir. A vitória da democracia é exatamente a participação popular, e não a disputa nela mesma. Portanto, o maior crime contra o poder que emana do povo é duvidar do processo democrático e da lisura manifestação popular expressada nas urnas. Em 2002, a esperança venceu o medo, e agora vencerá o ódio. Assim, os que votaram ou não em Dilma têm a missão de

unir forças para que o projeto político dê certo, com uma oposição responsável, e não dividir o País em ódio gratuito aos beneficiários do Bolsa Família. Dessa forma, prefiro errar com os mais pobres a acertar com os mais ricos. Assim, embora nossa maioria seja hoje a classe média, os mais pobres da periferia optaram por ficar do lado de uma política que têm possibilidade de reduzir a desigualdade social, de fazer uma opção preferencial pelos pobres. Com certeza, serei insultado por pensar o Brasil em classes sociais, será mais uma falácia com o intuito do ódio para com aqueles que se colocam ao lado dos mais empobrecidos. Termino com as palavras do Papa Francisco no discurso do Encontro Mundial dos Movimentos Populares “... para alguns, significa que o Papa é comunista. Não se entende que o amor pelos pobres está no centro do Evangelho. Terra, teto e trabalho – isso pelo qual vocês lutam – são direitos sagrados. Reivindicar isso não é nada raro, é a Doutrina Social da Igreja”. José Nildo Alves Cardoso é professor e advogado.

As opiniões expressas na seção “Espaço Aberto”são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editoriais do jornal O SÃO PAULO.

Padre Sancley Lopes Gondim Temos testemunhado como a água tem sido um bem cada vez mais raro e distante para ser buscado. Nos últimos 80 anos, não se assistiu a uma crise tão severa. Paisagens com leitos secos, solos ressequidos e esponjosos, falta de chuva e torneiras vazias põem em cheque o “mito” planeta água. O Pontifício Conselho Justiça e Paz, órgão ligado ao Papa para tratar de questões humanitárias, propõe uma espécie de “decálogo” para o uso correto e responsável da água, de modo a garantir o destino universal desse bem comum, e para que as futuras gerações possam dele usufruir. Isso subentende ações ligadas à educação, conscientização e adoção de determinados comportamentos concretos por parte de todos, desde a sobriedade no consumo e o combate ao desperdício, a qualidade da água e preços acessíveis, a eliminação da poluição doméstica, industrial e agrícola, a defesa da biodiversidade, a coordenação administrativa, planejamento, controle técnico e legal no abastecimento e na distribuição, a busca de modalidades de satisfação de seus diversos usos – consumo pessoal, industrial, agricultura e higiene -, a inclusão e garantia de acesso aos mais pobres e marginalizados, enfim, gestão dos recursos hídricos em espírito democrático e responsável. Cada um desses itens tem responsáveis claramente identificáveis, que devem desenvolver as suas funções em sadio espírito de solidariedade e subsidiariedade, de modo eficaz e clarividente, com especial atenção, de acordo com as necessidades das gerações futuras, ao respeito pelos ecossistemas e a uma intensificação sustentável dos processos produtivos. A Doutrina Social da Igreja recorda que não se pode ver a questão da água de modo isolado, sem a relacionar com outras temáticas sociais, econômicas e ambientais: da fome e da subalimentação, da economia e das finanças, da energia, do meio ambiente, da produção e da indústria, da saúde, da agricultura, da urbanização e das catástrofes naturais. Tal interdependência exige enfrentamento em conjunto, na perspectiva de um verdadeiro e autêntico desenvolvimento integral e sustentável. Não se pode prescindir de princípios fundamentais da Doutrina Social como o destino universal dos bens, a subsidiariedade e o bem comum, ligado à solidariedade. Portanto, urge dizer “não” a uma concepção mercantil da água, que é dom de Deus e essencial para a existência humana. Ela não é mercadoria e não se pode deixar de considerar o seu valor público. De modo que “todos os sujeitos – indivíduos, famílias, organizações sociais, empresas, pesquisadores - só desempenharão bem a tarefa de garantir o destino universal do bem da água se trabalharem na perspectiva do bem comum, com eficácia, e direcionada ao desenvolvimento integral e sustentável de todos” (Dom Mario Toso). Cristãos que somos, temos o dever moral de louvar a Deus pela “casta irmã água”, como a chamava São Francisco de Assis, cuidando desse inestimável e indispensável bem, utilizando-o de forma racional e amorosa. Padre Sancley Lopes Gondin é presbítero, bacharel em História, Mestre em Direito Canônico, e defensor do vínculo do Tribunal Eclesiástico de São Paulo


6 | Fé e Vida |

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LITURGIA E VIDA 33º DOMINGO DO TEMPO COMUM 16 DE NOVEMBRO DE 2014

Pensamento de paz ANA FLORA ANDERSON

Estamos chegando perto do final do ano litúrgico e hoje a liturgia convida as comunidades a refletirem sobre a sua vida cristã e o julgamento de Deus. A antífona nos fortalece ao afirmar que os pensamentos de Deus são de paz e Ele sempre escuta nossos apelos. A oração pede que procuremos a verdadeira alegria no serviço de Deus. A primeira leitura (Provérbios 31, 10-13.19-20.30-31) apresenta a mulher forte como imagem de uma vida sábia. Quem é sábio trabalha bem e ajuda os pobres e os necessitados. A mulher forte teme o Senhor Deus e merece o louvor. Na segunda leitura (1 Tessalonicenses 5, 1-6), São Paulo nota que a comunidade de Tessalônica sabe que o julgamento de Deus aparecerá de repente. Quem crê em Jesus e vive segundo essa fé, é filho da luz e não deve temer o julgamento final. O Evangelho de São Mateus (25, 14-30) narra uma parábola de Jesus sobre o sentido desse julgamento final. A graça de Deus nos cerca de muitos dons e o sentido da vida cristã consiste em desenvolvê-los para ajudar o próximo a crescer no amor de Deus e dos irmãos. Quem viver assim conhecerá a alegria de Deus ao receber a plenitude da vida e do amor.

você pergunta

Existem sites e livros para defender a Virgem Maria? Padre Cido Pereira

Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação

“Meu nome é Renata Silva Ribeiro e moro em Itabira (MG). Padre, gostaria de saber de algum site ou livro que me fale mais da vida da Virgem Maria, pois conheço alguns evangélicos que ficam falando dela. Gostaria de saber mais sobre ela para defendê-la. Aguardo ansiosa”. Renata, não faltam livros e sites que falem de Maria sob o ponto de vista católico. Mas o melhor mesmo é a Bíblia, que os evangélicos gostam de citar. Não precisa muito esforço para lembrar a saudação do anjo a Maria nos dois primeiros capítulos do Evangelho de Lucas. Ela é saudada pelo anjo como “agraciada” e que “Deus que está com ela”. E ela é saudada por Isabel, que diz de sua alegria por receber a “Mãe de meu Senhor”. Ao anjo, Maria diz que não conhece homem e o anjo lhe diz que o “Espírito Santo a cobrirá com sua sombra e o menino que dela nascer será chamado filho do altíssimo”. Quer mais? Na cruz, Jesus se preocupa com Maria. Dá-lhe João por filho e a dá a João por mãe. Eu entendo, então, Renata, que nosso carinho por Maria é aprendido na Bíblia. A filhinha de uma amiga minha deu a resposta mais bonita que eu já vi sobre o nosso carinho por Maria. Uma professora evangélica questionou a menininha sobre o carinho dela por Maria: “Por que vocês gostam tanto dela?” E a menininha respondeu: “porque Jesus gosta dela”. Precisa mais? E Dom Duarte Leopoldo e Silva, o primeiro arcebispo de São Paulo, deixou-nos uma frase lapidar. Ele dizia que “nós católicos não somos órfãos de mãe”. E eu acho que no coração de todo evangélico há um amor escondido por Maria. Eu mesmo ouvi de um pastor que após convencer uma senhorinha a se batizar na Igreja dele, ao afundá-la na água de uma piscina, ela gritou: “Valei-me Nossa Senhora! Que água fria!” Renata, amemos a Mãe de Jesus. Nossa devoção a ela nos leva a Jesus, nosso Senhor e Mestre.

novos santos e beatos

Padre Mariano de La Mata Aparício 5 de Novembro

Beato Mariano de La Mata Aparício, mais conhecido como Padre Mariano, nasceu em La Puebla de Valdavia, na Espanha, em 31 de dezembro de 1905, e faleceu em São Paulo, em 5 de abril de 1983. Padre Mariano veio ainda jovem ao Brasil, em 1931, um ano após sua ordenação. Em todas as atividades e serviços sempre deixou um vestígio de bondade. Era de caráter firme e generoso, coração aberto e sensível. Distribuindo santinhos de Nossa Senhora, doces e balinhas, era a alegria das crianças, dos jovens e de todos aqueles que encontrava pelo caminho. O milagre aprovado pela Congregação para as Causas dos Santos e pelo Papa Bento XVI para a beatificação de Padre Mariano ocorreu com o garoto João Paulo Polotto, em 1996, em Barra Bonita (SP): o menino, então com 5 anos, sofreu um acidente quando se soltou de sua mãe e atravessou a rua: foi atingido por um caminhão e teve fratura do crânio. Foi internado com parada respiratória e hemorragia cerebral, em estado muito grave. Padres e alunos do Colégio Agostiniano São José, de São José do Rio Preto, onde Padre Mariano viveu, pediram em oração que intercedesse junto a

Reprodução

Deus e, dez dias depois, o menino era visto nas ruas da cidade caminhando e brincando, sem qualquer sequela do acidente. Os médicos não puderam explicar a imensa recuperação. Padre Mariano foi beatifica-

do em 5 de novembro de 2006. A missa de sua beatificação foi realizada na Catedral da Sé. Em virtude disso, o “Dia do Beato Mariano”, é comemorado sempre em 5 de novembro. Fonte: www.paulinas.org.br

0 5 Dom Agnelo Rossi é há

anos

nomeado arcebispo de São Paulo

“Atendendo ao comunicado da Nunciatura Apostólica, na sexta-feira, 6 de novembro, ao meio dia, a rádio 9 de Julho anunciava à população de São Paulo que Sua Santidade Paulo VI havia transferido para a sé metropolitana de São Paulo, o Exmo. e Remvo. Sr. Dom Agnelo Rossi, que até o momento ocupava a sé metropolitana de Ribeirão Preto”. Assim noticiava a edição do O SÃO PAULO de 15 de novembro de 1964 sobre a nomeação de Dom Agnelo como quarto arcebispo da história da Arquidiocese, substituindo ao Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta. Nascido em Campinas, em 1913, Dom Agnelo foi ordenado bispo em 1956, para a Diocese Barra do Piraí (RJ), onde ficou até 1962, quando foi nomeado arcebispo de Ribeirão Preto, lá permanecendo até a transferência para São Paulo, em novembro de 1964. “São Paulo, de agora em diante, passa a ser o que há de mais caro em meu coração. A esta

Capa da edição de 15 de novembro de 1964

Arquidiocese dedicarei todo o meu trabalho e o meu carinho de pastor que ama as suas ovelhas e as quer a todas e a cada uma em particular”, expressou em sua primeira entrevista, ainda em Roma, onde participava de uma das sessões do Concílio Vaticano II.


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| Pastorais | 7

VICARIATO EPISCOPAL PARA A EDUCAÇÃO E a UNIVERSIDADE

Dom Carlos exorta colégios a mostrar que têm identidade católica Diretores de escolas católicas, educadores, orientadores educacionais, professores de ensino religioso e agentes da Pastoral da Educação reuniram-se com Dom Carlos Lema Garcia, bispo auxiliar de São Paulo e vigário episcopal para a Educação e a Universidade, em 22 de outubro, no Colégio Mary Ward, na zona leste. Após oração inicial, Dom Carlos apresentou o Vicariato, destacando que sua criação se deu em virtude da necessidade de aproximar a Igreja dos jovens nos lugares onde estão, especialmente nas escolas, tendo a finalidade de contribuir para que as escolas católicas, cada vez mais, apresentem uma nítida identidade católica nos seus centros educativos. Segundo o diácono Mario Braggio, coordenador da Pastoral da Educação na Região Belém, o encontro permitiu a divulgação dos projetos voltados para o mundo da Educação na Região Belém

Mário Braggio

Diretores de escolas católicas, educadores e professores do ensino religioso se reúnem com Dom Carlos Lema Garcia

e promoveu uma aproximação com Dom Carlos. “Ele pôde explicar com clareza o que vem a ser o Vicariato; também esclareceu dúvidas que lhes foram apresentadas na ocasião”. O grupo se encontrará novamente em 11 de março de 2015, quando será elaborado o calendário de atividades do ano. Na avaliação de Dom Carlos, o evento mostrou que os colégios

estão animados em zelar pela própria identidade católica. “Os representantes dos colégios manifestaram grande alegria e satisfação em perceber que a Igreja está mostrando o vivo interesse pelo jovem e pelo mundo da Educação”, afirmou o Bispo, que confirmou que fará 50 visitas pastorais aos colégios por ano. Dom Carlos citou um trecho

do documento da 5ª Conferência Geral do Episcopado Latinoamericano e do Caribe, realizada em 2007, em Aparecida (SP), que discorre sobre a situação da Educação no continente Sulamericano. “Devemos resgatar a identidade católica de nossos centros educativos por meio de um impulso missionário corajoso e audaz, de modo que chegue a ser

uma opção profética plasmada em uma Pastoral da Educação participativa. Tais projetos devem promover a formação integral da pessoa, tendo seu fundamento em Cristo, com identidade eclesial e cultural, e com excelência acadêmica”. Durante a reunião, foram destacados três projetos da Região Belém que prometem dar vida nova e estreitar os laços com a Igreja são eles: criação do Núcleo Regional de Educação, formado por representantes de escolas católicas da Região; núcleos de educadores (em nível paroquial e setorial), que objetivam tornar visível, articular e integrar as pastorais, especialmente ligadas à Educação; e o Grupo de Apoio a Educadores, que tem como meta reunir professores, principalmente os de escolas públicas, que se encontram desmotivados, tristes, deprimidos e amedrontados diante da realidade que enfrentam em seu dia a dia. Colaborou Diego Monteiro Divulgação

Pastoral fé e política

Coalizão pela Reforma Política e Eleições Limpas recolhe assinaturas O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) São Paulo e as várias entidades reunidas na “Coalizão/SP pela Reforma Política Democrática” convocam cidadãos para a coleta de apoios ao Projeto de Lei de Iniciativa Popular “Eleições Limpas”, a ser entregue ao Congresso Nacional, acompanhado de 1,6 milhão de assinaturas de eleitores. O arcebispo metropolitano de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, manifestou apoio à iniciativa e incentiva as comuni-

dades, pastorais, movimentos e entidades eclesiais a participarem da campanha. “Conto, sobretudo, com o empenho das lideranças leigas de nossas paróquias, comunidades e organizações eclesiais na obtenção do número de assinaturas necessário”, afirma. Apoiam essa iniciativa mais de cem entidades, muitas com ligações ou pertencentes à Igreja Católica, dentre as quais a CNBB, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), o Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), Associação Nacional

de Educação Católica do Brasil (Anec), Cáritas Brasileira e Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP).

Como participar Entre no site da Arquidiocese de São Paulo (www.arquidiocesedesaopaulo.org.br), imprima a folha anexa para coleta de assinaturas, recolha os apoios, com atenção para preencher a assinatura do apoiador e o número do título de eleitor; envie a folha para o endereço registrado na mesma; organize bancas e pos-

tos de coleta de assinaturas em igrejas, praças, locais de trabalho, clubes etc; envie fotos de atividades de coleta e divulgação do projeto para caciamaral@gmail. com; consulte a cartilha e o projeto no site: www.reformapoliticademocratica.org.br ou www. facebook.com/ReformaPoliticaDemocratica

Próxima reunião Na sexta-feira, 14, das 16h às 18h30, na Mitra Arquidiocesana de São Paulo, avenida Higienópolis, 890).

ATOS DA CÚRIA Nota de conhecimento A Mitra Arquidiocesana de São Paulo por intermédio da presente nota vem informar e dar ciência ao Povo Católico e membros das Comunidades Católicas, colaboradores e funcionários da Igreja de São Paulo, e a quem de interesse for, que a Nunciatura Apostólica do Brasil, na data de 12.09.2014, acusou o recebimento e emitiu agradecimento ao Emno. Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, pela remessa

do valor de R$ 194.589, 63 (cento e noventa e quatro mil, quinhentos e oitenta e nove reais e sessenta e três centavos) correspondente à “Coleta dos Lugares Santos” do ano de 2014, sendo o montante de R$ 175.130,67 (cento e setenta e cinco mil, cento e trinta reais e sessenta e sete centavos) destinado à “Terra Santa” e R$ 19.458,96 (dezenove mil, quatrocentos e cinquenta e oito reais e noventa e seis centavos) para a Catholica Unio.

Nota de conhecimento A Mitra Arquidiocesana de São Paulo por intermédio da

presente nota vem informar e dar ciência ao Povo Católico e membros das Comunidades Católicas, colaboradores e funcionários da Igreja de São Paulo, e a quem de interesse for, que a Secretaria de Estado do Vaticano, na data de 16.06.2014, emitiu agradecimento ao Emno. Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, pela oferta do valor de R$ 266.230, 59 (duzentos e sessenta e seis mil, duzentos e trinta reais e cinquenta e nove centavos), correspondente ao “Óbolo de São Pedro de 2013”, angariado na Arquidiocese de São Paulo.

Para assinar O SÃO PAULO: Escolha uma das opções e a forma de pagamento. Envie esse cupom para: FUNDAÇÃO METROPOLITANA PAULISTA, Avenida Higienópolis, 890 São Paulo - SP - CEP 01238-000 - Tel: (011) 3666-9660/3660-3724

ASSINATURA SEMESTRAL: R$ 45 ANUAL: R$ 78 FORMA DE PAGAMENTO CHEQUE (Nominal à FUNDAÇÃO METROPOLITANA PAULISTA) DEPÓSITO BANCÁRIO Bradesco ag 3394 c/c44159-7 COBRANÇA BANCÁRIA

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Destaques das Agências Nacionais

Nayá Fernandes

nayafernandes@gmail.com

Repensar a Catequese a partir dos primeiros cristãos Mistagogia, Kerigma, Iniciação Cristã, Experiência... Essas eram algumas das palavras que se podia ouvir durante a partilha dos grupos no Seminário Nacional de Iniciação à Vida Cristã, que aconteceu entre 6 e 9, na Paróquia Matriz Sagrada Família, em São Caetano do Sul (SP). Com o lema “Quanto a nós, não podemos deixar de falar sobre o que vimos e ouvimos” (Atos 4, 20), a Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB convidou os 18 regionais que compõem a Igreja no Brasil e teve a participação de representantes de todos eles. “São mais de 200 participantes, entre eles dez bispos, 30 padres, religiosos e leigos, que são a maioria nos grupos de animação bíblico-catequética”, ressaltou o Padre Jordélio Siles Ledo, pároco da Paróquia Sagrada Família, assessor da Catequese na Diocese de Santo André (SP) e membro da equipe nacional da CNBB. Também participou do Seminário, a equipe executiva da Catequese junto às Pessoas com Deficiência e o Grupo de Reflexão Bíblico-Catequética (Grebicat). Padre Jordélio explicou ao O SÃO PAULO que a Paróquia foi escolhida, pois ela é a “Casa da Palavra” e que o Seminário foi preparado a partir da inspiração catecumenal para que todos já se sintam inseridos nesse novo método. Para Rose Medeiros, coordena-

dora do Regional Norte 1 (norte do Amazonas e Roraima), precisa haver um processo de conversão. “No nosso regional, estamos trabalhando há mais de dois anos, desde a 3ª Semana Nacional de Catequese. A principal dificuldade ainda continua sendo o das distâncias. Há comunidades que não têm catequistas e muitas que ainda não se adaptaram à Catequese com inspiração catecumenal.” Idalina Pereira é coordenadora do Regional Nordeste 5 (Estado do Maranhão). Ela mora em São Luís e é catequista de adultos. “A nossa primeira tarefa na Catequese com adultos é provocar o encantamento, é promover a relação entre o grupo, a troca de experiências. Só depois há

a apresentação dos catequizandos à comunidade.”

Um itinerário para continuar o caminho Na sexta-feira, 7, às 19h, no Teatro Santos Dumont, em São Caetano do Sul, aconteceu o lançamento do livro: “Itinerário Catequético – um processo de Iniciação à Vida Cristã, com inspiração catecumenal” da CNBB. Em entrevista à reportagem, Dom Jacinto Bergmann, arcebispo metropolitano de Pelotas (RS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, explicou qual o objetivo e conteúdo desse Itinerário. “Este subsídio apresenta as gran-

des orientações da CNBB de como fazer o processo de Iniciação à Vida Cristã em todas as igrejas particulares. Ele é uma resposta a uma demanda de a CNBB proporcionar estas orientações gerais que depois serão concretizadas nas arquidioceses e dioceses com fundamentações bíblicas e catequéticas, mas também pedagógicas e práticas. Contudo, o foco deste livro são os itinerários para as crianças, adolescentes e jovens, e também dois itinerários para adultos, tanto os que já receberam os sacramentos mais por tradição e agora querem assumir a vida cristã como para aqueles que nunca estiveram em uma comunidade”, disse Dom Jacinto. Por Nayá Fernandes Luciney Martins/O SÃO PAULO

Primeiro Seminário de Iniciação à Vida Cristã reúne participantes dos 18 regionais da CNBB, em São Caetano do Sul (SP)

Em missão na Amazônia Desde que se sentiu chamado, Padre Márcio Roberto Pereira Campos, sacerdote há 15 anos, queria ser missionário. “Sinto que esta não é uma vontade só minha, é um apelo de Deus para que eu vá em missão”, afirmou, ao ser enviado para a cidade de Anori, na Diocese de Coari, Estado do Amazonas. O Sacerdote participará do Projeto Missionário

Sul 1 – Norte 1 e por três anos deixará a Diocese de São José dos Campos (SP) para substituir padre Antônio Silva França, que completou três anos de missão na Paróquia Imaculada Conceição, em Anori, distante 160 quilômetros da capital, Manaus (AM). O tempo pode ser menor ou maior, dependendo das necessidades de ambas as dioceses. Tendo participado do curso da CNBB que pre-

para missionários, Padre Márcio afirmou que o curso o ajudou “a manter os pés fixos ao chão e ter o conhecimento da realidade de um missionário e a ter mais segurança para os trabalhos”. Ele partiu no dia 11 de novembro para a cidade que tem 14 mil habitantes e onde o principal meio de transporte é o barco. Fonte: Jornal Expressão

Vozes e olhares cruzados, a troca de experiências entre migrantes Rodrigo Borges/Migra Mundo

Apresentação cultural durante o evento

Na terceira edição, o Seminário Vozes e Olhares Cruzados aconteceu no auditório da Missão Paz, no centro da capital paulista, na sexta-feira, 7. A Missão Paz abriga a Casa do Migrante, que hospeda migrantes de todo o mundo e oferece serviços, como ajuda para providenciar a documentação, aulas de português, cursos profissionalizantes e encaminhamentos de empregos. Padre Paolo Parise, diretor do Centro de Estudos Migratórios

(CEM), lembrou que o lugar é simbólico pois, só em abril deste ano, por exemplo, o local chegou a abrigar de forma emergencial quase 200 imigrantes ao mesmo tempo. Ele lembrou que, em média, dois a três ônibus chegam por dia a São Paulo vindos do Acre. Segundo dados da Missão Paz, somente em 2014, 2.344 imigrantes que passaram pelo eixo trabalho foram contratados por alguma empresa (dados atualizados até 30 de outubro).

“O que realmente dá certo são as boas relações humanas”, diz Ana Paula Caffeu, coordenadora do eixo trabalho da Missão. Testemunhos de imigrantes, funcionários, religiosos e empresários que têm experiências de contratação por meio do eixo trabalho da Missão Paz, participaram do Seminário. Houve também o lançamento do número 74 da revista Travessia – sobre imigração paraguaia em São Paulo. Fonte: Migra Mundo


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Destaques das Agências Internacionais

| Igreja em Missão | 9 Filipe David

osaopaulo@uol.com.br

QUÊNIA

Igreja confirma: campanha de vacinação é usada como controle populacional A Conferência Episcopal do Quênia publicou, na quinta-feira, 6, novo comunicado no qual reitera sua posição com relação à campanha de vacinação antitétano em curso no País, promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Unicef. Apesar da não cooperação dos órgãos gover-

namentais, a Igreja teve acesso a diversas amostras da vacina e enviou-as a quatro laboratórios não relacionados. Todos os testes comprovaram que a vacina contém o Beta HCG, um hormônio que, combinado com a vacina antitétano, impede ou dificulta a gravidez. A Igreja começou a suspeitar da

campanha devido ao sigilo e à falta de transparência com que tem sido conduzida e devido à população-alvo: apenas mulheres em idade fértil, embora o tétano afete também homens e mulheres de diferentes idades. A Igreja chamou a atenção para a falsidade de um relatório apresentado pelo Ministé-

rio da Saúde a um Comitê Parlamentar, que assegurava que a vacina estava isenta do Beta HCG, e denunciou as tentativas de intimidação e chantagem de profissionais de saúde que corroboraram as denúncias sobre a vacina. Fontes: Fides/Conferência dos Bispos Católicos do Quênia

ESTADOS UNIDOS

Estado quer obrigar cristãos a celebrar ‘casamento’ gay Um casal de protestantes em Coeur d’Alene, no Estado de Idaho, abriu um processo judicial contra as autoridades locais, que os têm ameaçado repetidamente – com multa e prisão – para que celebrem “casamentos” entre pessoas do mesmo sexo. Donald e Evelyn Knapp, um casal sexagenário de protestantes que realiza cerimônias de casamento em sua capela, foram repetidamente advertidos de que seriam processados e arriscariam incorrer em multa e prisão caso se recusassem a celebrar “casamentos” entre pessoas do mesmo sexo. As ameaças tinham como fundamento uma lei regional que proíbe a dis-

criminação pela orientação sexual. O casal está sendo orientado legalmente pela Alliance Defending Freedom (Aliança Defendendo a Liberdade), organização engajada na defesa da liberdade religiosa frente à crescente perseguição jurídica enfrentada por cristãos devido aos seus valores, ligados à defesa da vida humana desde a concepção e à sacralidade da família. O processo foi aberto para evitar o risco de que as autoridades locais possam puni-los com multa e até seis meses de prisão, como haviam ameaçado. No Estado de Nova Iorque, outro casal de cristãos foi con-

Alliance Defending Freedom

denado em decisão judicial a pagar multa por ter se recusado a celebrar um “casamento” entre duas mulheres. O casal, acusado de “homofobia”, afirma que já contratou funcionários abertamentamente homossexuais e que não odeia nem discrimina ninguém. Mas para o Estado de Nova Iorque, isso não é o suficiente. Cynthia e Robert Gifford foram condenados a pagar multa de US$ 13 mil por sua recusa em realizar a celebração em sua própria fazenda, onde moram há 25 anos, e trabalham e criaram seus dois filhos. Fontes: ACI/ New York Post/ Alliance Defending Freedom

Donald e Evelyn Knapp, em frente à capela que lhes pertence

ALEMANHA

25 anos da queda do muro de Berlim No domingo, 9, foi o aniversário de 25 anos da queda do muro de Berlim. O Muro fora construído no início da década de 60 para impedir que os alemães que viviam sob o regime comunista pudessem fugir para o lado capitalista da cidade. Um dos grandes responsáveis pelo colapso do comunismo soviético e, por

consequência, pela queda do muro de Berlim, foi o Papa São João Paulo II. Oriundo ele mesmo de um país que vivia sob o jugo do totalitarismo comunista, a Polônia, o Papa foi uma figura chave no enfraquecimento moral do regime e na fomentação dos movimentos de contestação, como o sindicato polonês Solidariedade.

O Papa Francisco declarou, por ocasião do aniversário da queda do muro de Berlim, que o mundo precisa de pontes, não de muros, e que o fim do Muro só foi possível devido “aos longos e árduos esforços das pessoas que lutaram, rezaram e combateram para isso, alguns sacrificando suas vidas”. Fonte: CNA

PAQUISTÃO

Casal de cristãos é assassinado por suposto crime de ‘blasfêmia’ Os cristãos, Shahzad e Shama, casados, ele com 26 anos e ela, grávida, com 24, pais de quatro filhos, foram assassinados por uma multidão de uma centena de pessoas, que os sequestraram, espancaram e mantiveram presos durante dois dias, até terça-feira, 4, quando foram mortos queimados. Tudo isso porque Shama, ao limpar a casa de seu sogro, teria queimado alguns objetos pessoais e papéis inúteis.

De acordo com um muçulmano que teria presenciado o ato, entre os papéis estavam algumas páginas do Corão, o livro sagrado do Islã. O homem teria, então, espalhado rumores sobre o ocorrido na região, o que fomentou a multidão para o sequestro e assassinato. A Igreja se pronunciou sobre o incidente: “estou perplexo, ficamos sem palavras, obviamente, perante um ato de tamanha barbárie. Aquilo que é ainda

mais grave é que foi invocada a religião, em modo específico. (...) Uma religião não pode justificar crimes desse gênero”, afirmou o Cardeal Jean-Louis Tauran, presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso. A polícia prendeu 45 suspeitos pelo assassinato, que foi condenado pelo primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif. Fontes: Fides/ ACI


Os sites das paróquias Um tema delicado, mas que precisa ser enfrentado é o dos sites das paróquias e, por que não, de outras entidades católicas? Bento XVI, na mensagem por ocasião do Dia Mundial das Comunicações de 2009, dizia: “A vós, jovens, que vos encontrais quase espontaneamente em sintonia com estes novos meios de comunicação, compete de modo particular a tarefa da evangelização deste ‘continente digital’”. Durante a coleta de dados para o site horariodemissa.com.br, visitamos inúmeros sites de paróquias, comunidades e dioceses. Sem dúvida, há muitos sites bons, eficientes e elegantes, mas uma boa parte deixa bastante a desejar. Usando uma expressão viva, meu irmão dizia que há sites “mais feios que bater na mãe por causa de comida” e ele tem toda razão. Aqui vão algumas breves dicas para fazer um bom site da sua paróquia. Contrate um designer profissional. Dê destaque às informações mais relevantes: missas e Confissão. Crie uma política de atualizações constantes. Muitas pessoas querem saber como casar ou batizar os filhos na paróquia, as informe. Outras precisam de certidões de Batismo, diga como. Não toque som, nem inicie vídeos automaticamente nas páginas. Use fotos de boa qualidade. Uma foto da fachada da Igreja ajuda e facilita localizá-la. Um mapa é fundamental. Se existe um formulário ou e-mail de contato, é preciso responder às mensagens com prontidão. Informe com clareza quem é o pároco. Informe quando e como é usado o confessionário. Se sua paróquia ainda não tem Pastoral de Comunicação (Pascom), é hora de ter. Acredite, melhorando seu site, você estará fazendo um enorme bem às pessoas que moram na região. Pedro Paulo de Magalhães Oliveira Jr. é Engenheiro pela PUC-Rio e Doutor em Medicina pela USP. Atualmente ocupa o cargo de Diretor de Operações da Netfilter.

Comportamento

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Experiência imperdível Acabada a cerimônia de casamento inicia-se a “aventura familiar”! Tudo se apresenta na imaginação dos recém-casados como um mundo de sonhos a realizar: casa nova decorada a gosto do casal, rotina marcada pelos gostos e possibilidades dos dois, viagens, passeios, vida profissional em alta e... Filhos. Crianças saudáveis, bonitas, alegres, que crescem naturalmente bem (será?). Formar uma família é de fato um grande e bonito sonho, porém, sua realização requer mudanças grandes, generosidade enorme e um trabalho árduo. Criar os filhos é trabalho fundamental dos pais e não podemos esquecer que transformar aquelas pequenas criaturinhas em seres humanos é um processo trabalhoso e de imensa responsabilidade que assumimos com o mundo quando decidimos gerar a vida! Nesta sociedade hedonista que estamos vivendo, somos levados pela ideia da facilidade - a vida é feita para sermos felizes, para buscarmos o prazer, nada e nem ninguém pode nos impedir de fazermos aquilo que queremos... Triste ilusão. A vida é repleta de imprevistos, de dificuldades, de impossibilidades e de deveres. Aliás, deveres são para os maduros, os fortes, aqueles que foram estimulados de modo saudável para assumirem na vida seu lugar e papel de adultos! Ser adulto amadurecido significa ser alguém e reconhecer os outros como “alguém” e, nessa perspectiva, sair daquele egocentrismo infantil de viver de desejos e direitos: o meu primeiro, o mais gostoso para mim, vou à frente, quero agora, tenho direito de descansar - e assumir os deveres que os novos papéis de marido, esposa e pais oferecem. Importante saber: não há “estacionamento de crian-

Direito do Consumidor

Tecnologia

10 | Viver Bem |

ças”, não dá para “abduzir” os filhos conforme a conveniência; faz parte da tarefa paterna suportar manhas, aguentar as manifestações de raiva dos pequenos causada pelos “nãos” ouvidos, brincar, conversar, ouvir a mesma história várias vezes, assistir ao mesmo vídeo outras tantas, lutar contra a resistência de entrar no banho, de escovar os dentes... Delegar isso a outros (babás, avós, escola etc.) é temerário - deve ser esporádico e bem orientado. Não podemos esquecer que educar se faz nos pequenos gestos e atitudes do dia a dia e não em grandes eventos. Educar é criar gente digna, que se respeite e respeite os outros, que tenha vontades, projetos e que reconheça que os outros também os têm. É formar pessoas que sabem cuidar de si e dos outros.

Sergio Ricciuto Conte

A boa notícia é que isso tudo, apesar dos pesares, é uma aventura maravilhosa! Quando assumimos nossa família como um desafio de crescimento no afeto, no amor, nas virtudes e como possibilidade de gerarmos homens lúcidos para habitarem esse mundo, vivemos experiências imperdíveis! Nunca mais seremos os mesmos! Quanta alegria e quanta história para contar! Precisamos lembrar algo que nosso mundo pós-moderno já se esqueceu: tudo que dá mais trabalho gera mais aprendizado, crescimento e uma felicidade muito maior! Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é fonoaudióloga e educadora, Mestre em Distúrbios da Comunicação pela PUC-SP, especialista em linguagem e coordenadora da Escola de Educação Infantil Pedrita.

Perda e furto de bagagem Casos de perda e extravio de bagagem são bem comuns no dia a dia do consumidor e isso ocorre quando o dono da bagagem não está presente. Em algumas situações, contudo, o

que acontece é o furto da mala durante o desembarque. É certo que, em qualquer que seja a situação (perda, extravio ou roubo), o direito do consumidor diz que a companhia aérea

é responsável e tem o dever de indenizar quem foi prejudicado. Nesses casos, procure primeiro o PROCON e depois, se não resolver, um advogado. Ronald Quene é bacharel em Direito


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| Reportagem | 11

‘Família: patrimônio da humanidade’ Luciney Martins/O SÃO PAULO

Tema foi tratado no 3º Encontro de Jurisprudentes de Língua Portuguesa, realizado entre os dias 10 e 11, em São Paulo Fernando Geronazzo Especial para O SÃO PAULO

A PUC-SP sediou, nos dias 10 e 11, o 3º Encontro de Jurisprudentes de Língua Portuguesa, com o tema “Família: patrimônio da humanidade”. O evento foi promovido em conjunto pela Fundação São Paulo, pelo Pontifício Conselho para a Família e pela Academia de Jurisprudentes de Língua Portuguesa. No encontro, foram refletidas questões como “A Família como uma entidade interdisciplinar”; “O direito e a família: os direitos das famílias”; “Os novos horizontes da família: mudança, evolução ou quebra de paradigmas?”; “A educação das famílias e a missão de formar pessoas”; “As cidades e as famílias: a questão da urbanização e a moradia nas metrópoles” e “Família e comunicação: os desafios no século XXI”. “Este encontro vem de uma

3º Encontro de Jurisprudentes de Língua Portuguesa acontece no campus Perdizes da PUC-SP, nos dias 10 e 11

sequência de dois eventos realizados no Vaticano, que discutiram sobre a família em diferentes aspectos, como a ética e o que a família representa na atualidade”, explicou, ao O SÃO PAULO, o professor da Faculdade de Direito da PUC-SP, Marco Antonio Marques da Silva. Também de acordo com o Professor, a família é a base de tudo, independentemente de qual seja a visão ideológica ou política. Nesse sentido, as mesas de debates do encontro contaram com a participação não somente

de juristas, mas de psicólogos, sociólogos, educadores, arquitetos, para que houvesse uma noção de como as famílias vivem na atualidade, em busca de “uma visão da família realmente como célula principal da existência do Estado e de uma sociedade”. Entre os participantes estavam o arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, e o secretário do Pontifício Conselho para a Família, Monsenhor Ricardo Menusali, que elogiaram a iniciativa e ressaltaram a importância de espaços de reflexão

sobre esse tema na atualidade. “Temos que agradecer à Fundação São Paulo. Conforme o desejo do Papa Francisco, a Igreja deveria viver uma temporada de ‘caminho sinodal’. Todos somos chamados a refletir sobre os problemas, as angústias, mas também os sonhos e as alegrias, a beleza das famílias cristãs e também de todas aquelas famílias que no mundo levam a cabo um trabalho muito importante na educação e no desenvolvimento do ser humano”, pontuou Monsenhor Ricardo.

‘Não há lugar no mundo onde não exista a família’ Dom Odilo destacou que os trabalhos da Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos, realizada em outubro, sobre os “desafios pastorais da família no contexto da evangelização”, proporcionaram uma reflexão sobre a situação da família no mundo todo. “Não há lugar no mundo onde não exista a família, embora com conotações diversas, vários ambientes culturais, mas é uma realidade”, afirmou Dom Odilo, que, ainda, chamou a atenção para o fato de a família estar “exposta a uma imensa pressão que vem de vários fatores, sobretudo uma mudança cultural ou de época, que atingem todos os ambientes da vida, dos referenciais e dos valores”. O Arcebispo também manifestou apreço pela iniciativa do encontro. “Do ponto de vista da lei civil, da jurisprudência, que se olhe para a família e se esteja interessado em perceber o que está acontecendo e como ajudar a família de alguma forma. Há muitos desafios decorrentes desse conjunto de fatores que não só percebemos do ponto de vista religioso, da Igreja, mas do ponto de vista da realidade da família na sociedade”.

9 de Julho: pelas ondas do rádio, 15 anos de transmissão da Palavra de Deus Luciney Martins/O SÃO PAULO

Jucelene Rocha

Especial para O SÃO PAULO

Os 15 anos de reabertura da rádio 9 de Julho AM 1.600 kHz foram comemorados com uma celebração eucarística, na Catedral da Sé, no domingo, 9, presidida por Dom Milton Kenan Júnior, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e nomeado bispo de Barretos (SP), e concelebrada pelo vigário episcopal para o Vicariato da Comunicação, Cônego Antônio Aparecido Pereira; pelo diretor geral da rádio, Padre José Renato Ferreira, e outros padres comunicadores, entre os quais o Cônego Dario Bevilacqua, primeiro diretor da emissora após a reabertura, em 1999. Colaboradores e funcionários da rádio uniram-se a centenas de ouvintes e amigos evangelizadores da Arquidiocese e das dioceses vizinhas, que marcaram presença e responderam de maneira generosa ao convite para a ação solidária que arrecadou donativos para as mães e bebês as-

Comunicadores da rádio 9 de Julho saúdam os fiéis durante missa festiva pelos 15 anos de reinauguração

sistidos pelo Amparo Maternal. A iniciativa solidária da rádio motivou os participantes da celebração a doarem um pacote de café ou um sabonete líquido infantil. Ao falar sobre os motivos da iniciativa beneficente, Padre José Renato destacou que “este gesto de solidariedade é também um sinal concreto, uma homenagem e reverência ao Menino Jesus que sempre

nasce neste Belém, nesta manjedoura atual que é o Amparo Maternal na cidade de São Paulo. Isso também ajuda a definir para quem a rádio 9 de Julho dirige de modo especial o seu serviço: aos empobrecidos, àqueles e àquelas a quem devemos cuidar com maior atenção, com mais carinho,” explicou. Na homilia, Dom Milton destacou o sentido da celebração li-

túrgica da Dedicação da Basílica de Latrão, a mãe de todas as Igrejas, a catedral do Papa. O Bispo ressaltou que ao celebrar essa festa, a Igreja notabiliza sua unidade e seu compromisso de ser presença viva de Jesus Cristo no mundo. “Nesta celebração, expressamos a comunhão de toda Igreja, desde aquelas menores, àquelas que estão nas periferias, no cam-

po ou pelo mundo afora, até às catedrais basílicas construídas nas grandes cidades, que são sinais da presença do Cristo ressuscitado, da verdade e da força do Evangelho”, enfatizou o Bispo. Ao falar sobre a missão da rádio da Arquidiocese de São Paulo, Dom Milton associou esse trabalho com as palavras da leitura do profeta Ezequiel (Ez 47, 1-2.89.12). “Quando nós olhamos para aquele rio que brota do templo e vai distribuindo vida por onde passa, não é difícil imaginar ou comparar aquele rio às ondas da rádio 9 de Julho, que vai transmitindo a Palavra de Deus, a mensagem do Evangelho; que entra nas casas, nos hospitais; que atinge distâncias que fisicamente não podemos alcançar, e assim vai possibilitando vida, dignidade, alegria para muitos”, completou. Ao final da celebração, o cantor e compositor, Padre João Carlos Ribeiro, fez uma breve apresentação musical, destacando, assim, uma das principais formas de evangelização pelo rádio, a música.


12 | Reportagem |

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Relatio Synodi da 3ª Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos:

‘Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização’ REDAÇÃO

osaopaulo@uol.com.br

Para concluir a série sobre o relatório final da 3ª Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, ocorrida entre 5 e 19 de outubro, O SÃO PAULO publica a tradução em português dos principais trechos, entre os parágrafos 41 e 62, da terceira parte do relatório, o “Agir”. O resumo dos conteúdos entre os parágrafos 29 e 40, que também compõem esta parte do documento, foram publicados na edição da semana passada. Anteriormente, o jornal apresentou a síntese do diagnóstico dos principais problemas que afetam as famílias no mundo atual (Parte I - Olhar) e o referencial analítico teológico e de fé sobre a família segundo o plano de Deus (Parte II - Julgar), O texto original do relatório se encontra no site do Vaticano (www.vatican. va). A tradução dos trechos publicados no Semanário Arquidiocesano é de autoria e responsabilidade do diretor e editor do jornal, assim como os subtítulos que antecedem os trechos traduzidos.

Cuidado pastoral com as pessoas que vivem no matrimônio civil ou em convivência Dialogar para transformar “Ao mesmo tempo em que continua a anunciar e promover o Matrimônio cristão, o Sínodo encoraja o discernimento pastoral sobre as situações de tantos que não vivem mais essa realidade. É importante entrar em diálogo pastoral com tais pessoas para evidenciar os elementos de suas vidas que possam conduzir a uma maior abertura ao Evangelho do Matrimônio na sua plenitude. Os pastores devem identificar elementos que possam favorecer a evangelização e o crescimento humano e espiritual. Uma sensibilidade nova da pastoral de hoje consiste em acolher os elementos positivos presentes nos matrimônios civis, e, consideradas as devidas diferenças, nas convivências”. (N.41)

Tratar das famílias feridas A necessária ajuda da Igreja aos casais em crise de relacionamento “Quando os esposos experimentam problemas em seu relacionamento, devem poder contar com a ajuda e o acompanhamento da Igreja. A pastoral da caridade e da misericórdia tendem à recuperação das pessoas e dos relacionamentos. A experiência mostra que com uma ajuda adequada e com a ação reconciliadora da graça, um grande percentual de crises matrimoniais se superam de modo satisfatório”. (N.44) O perdão: garantia do amor que não passa “Saber perdoar e sentir-se perdoado é

uma experiência fundamental na vida familiar. O perdão entre os esposos permite a experiência de um amor que é para sempre e que não passa nunca (cf 1 Cor 13,8)”. (N.44)

Necessidade de caminhos novos e de opções pastorais corajosas “No Sínodo, ressoou clara a necessidade de escolhas pastorais corajosas. Reconfirmando com força a fidelidade ao Evangelho da família e reconhecendo que separações e divórcio são sempre uma ferida que provoca profundos sofrimentos aos cônjuges que os vivem e aos filhos, os Padres sinodais advertiram à urgência de caminhos pastorais novos, que partam da efetiva realidade das fragilidades familiares, sabendo que essas, frequentemente, são ‘incorridas’ mais como sofrimento do que como escolhas em plena liberdade”. (N.45) A arte de acompanhar “Toda família seja, em primeiro lugar, ouvida com respeito e amor fazendo-se companheiros de caminho como o Cristo com os discípulos na estrada de Emaús. Valem de maneira particular (…) as palavras do Papa Francisco: ‘A Igreja deverá iniciar os seus membros – sacerdotes, religiosos e leigos – nesta arte do acompanhamento’, para que todos aprendam sempre a tirar as sandálias diante da terra sagrada, o outro (cf. Es 3,5)”. (N.46) Acompanhamento pastoral de separados: discernimento e valorização da dor de quem foi injustiçado “Um discernimento especial é essencial para acompanhar pastoralmente separados, divorciados, abandonados. Seja acolhido e valorizado especialmente o sofrimento daqueles que sofreram injustamente separação, divórcio ou abandono, ou que foram forçados por maus-tratos de um cônjuge a romper a coabitação”. (N.47) A Graça torna o caminho para o perdão possível “O perdão para a injustiça não é fácil, mas é um caminho que a graça faz com que seja possível. Daí a necessidade de um ministério de reconciliação e da mediação, também através de centros de aconselhamento especializados a serem estabelecidos nas dioceses”. (N. 47) Tratar de maneira leal e construtiva as consequências da separação: as crianças não podem ser objeto de lutas “Da mesma forma, se enfatizou que é essencial cuidar de maneira leal e construtiva das consequências da separação ou divórcio sobre as crianças, inocentes vítimas da situação. Elas não podem ser um ‘objeto’ de luta e faz-se necessário buscar as melhores maneiras para que

elas possam superar o trauma de crescer em uma família dividida, da maneira mais serena possível”. (N.47)

Famílias monoparentais: ajuda às mulheres abandonadas “Deve ser dada especial atenção ao acompanhamento de famílias monoparentais, de modo particular sejam ajudadas as mulheres que têm de carregar sozinhas a responsabilidade da casa e de educar os filhos”. (N.47) Verificação da veracidade do vínculo: simplificação dos procedimentos “Um número grande de Padres sinodais destacou a necessidade de tornar mais acessíveis e ágeis, possivelmente totalmente gratuitos, os procedimentos para o reconhecimento dos casos de nulidade. Entre as propostas, foram indicadas: a superação da necessidade de dupla sentença conforme; a possibilidade de determinar uma via administrativa sob a responsabilidade do bispo diocesano; a adoção de um processo sumário nos casos de nulidade notória”. (N.48) “Alguns Padres sinodais se dizem, contudo, contrários a essas propostas porque não garantiriam um juízo confiável. Seja reiterado que em todos esses casos se trata da verificação da veracidade sobre a validade do vínculo”. (N.48) Pessoas divorciadas, mas não recasadas, busquem a força na Eucaristia e contem com a assistência das comunidades “As pessoas divorciadas, mas não recasadas, que são testemunhas da fidelidade matrimonial, sejam encorajadas a encontrar na Eucaristia o alimento que lhes sustentem em seu estado. A comunidade local e os Pastores devem acompanhar essas pessoas com solicitude, sobretudo quando há filhos ou é grave a sua situação de pobreza”. (N.48) Pessoas divorciadas e recasadas: respeito e acolhimento “Também as situações dos divorciados recasados exigem discernimento e um acompanhamento de grande respeito, evitando linguagens e posturas que lhe façam sentirem-se discriminados e promovendo a sua participação na vida da comunidade”. (N.51) Admissão de divorciados e recasados à Penitencia e à Eucaristia “Se refletiu sobre a possibilidade de os divorciados e recasados terem acesso aos sacramentos da Penitência e da Eucaristia. Diversos Padres sinodais insistiram em favor da disciplina atual, em razão da relação constitutiva entre a participação na Eucaristia e a comunhão com a Igreja e o seu ensinamento sobre o Matrimônio indissolúvel. Outros se expressaram a

favor de um acolhimento não generalizado à mesa eucarística, em algumas situações particulares e sob condições bem precisas, sobretudo quando se trata de casos irreversíveis e ligados a obrigações morais em relação aos filhos sobre os quais incorreriam sofrimentos injustos. (Nestes casos), o eventual acesso aos sacramentos deverá ser precedido por um caminho penitencial sob a responsabilidade do bispo diocesano. A questão seja ainda aprofundada tendo bem presente a distinção entre a situação objetiva de pecado e circunstâncias atenuantes, dado que a ‘imputabilidade e a responsabilidade de uma ação podem ser diminuídas ou anuladas’ por diversos ‘fatores psíquicos ou mesmo sociais’ (Catecismo da Igreja Católica 1.735)” . (N.52) “Alguns Padres defenderam que as pessoas divorciadas e recasadas ou conviventes podem recorrer frutuosamente à comunhão espiritual. Outros padres se perguntaram porque, então, não podem ter acesso àquela sacramental? Foi, portanto, solicitado um aprofundamento temático em grau de fazer emergir a peculiaridade das duas formas (de comunhão) e a sua conexão com a teologia do Matrimônio” . (N.53)

Atenção pastoral para com pessoas com tendências homossexuais “Algumas famílias vivem a experiência de ter dentro delas pessoas com orientação homossexual. Nesse sentido, temos sido questionados sobre qual cuidado pastoral seria oportuno diante dessa situação, referindo-se a quanto a Igreja ensina: Não há nenhum fundamento para assimilar ou estabelecer, até mesmo remotamente, analogias entre as uniões homossexuais e o casamento e a família no plano de Deus. No entanto, os homens e as mulheres com tendências homossexuais devem ser acolhidos com respeito e delicadeza. Em relação a eles, devem ser evitados todo e qualquer sinal de discriminação injusta (Congregação para a Doutrina da Fé, Considerações sobre os projetos de reconhecimento legal das uniões entre pessoas homossexuais, 4)”. (N.55) A transmissão da vida e o desafio da baixa natalidade “Não é difícil ver a difusão de uma mentalidade que reduz a geração de vida a uma variável da projeção individual ou de casal. Os fatores econômicos exercem um peso decisivo, por vezes, contribuindo para a queda acentuada da taxa de natalidade, o que enfraquece o tecido social, compromete o relacionamento entre as gerações e faz com que pareça mais incerto sobre o futuro”. (N.57) “A abertura à vida é uma exigência intrínseca do amor conjugal. Sob essa luz, a Igreja apoia as famílias que acolhem, educam e circundam de seu amor as crianças com deficiência”. (N. 57)


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| Reportagem | 13

Síntese Final do Sínodo sobre a Família Luciney Martins/O SÃO PAULO

Cardeal Odilo Pedro Scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo

Na terceira parte do texto de síntese, votado no final da assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre “os desafios pastorais da família no contexto da evangelização”, são tratados alguns dos desafios mais delicados, como os novos casamentos civis de cônjuges separados ou divorciados, ou as uniões civis de pessoas do mesmo sexo. Foram também esses que polarizaram mais as atenções da imprensa nas abordagens do Sínodo. Além dessas duas situações, existe a realidade, sempre mais comum das uniões livres, sem algum vínculo matrimonial. Que tipo de “trato pastoral” a Igreja precisa ter diante dessas e de outras realidades matrimoniais e familiares imperfeitas, irregulares ou feridas? Essa foi a preocupação do Papa Francisco e dos membros do Sínodo. A atitude da Igreja não poderia ser diferente daquela que teve o bom pastor, Jesus Cristo. Antes de tudo, não seria uma boa atitude pastoral negar a existência desses problemas e desafios pastorais. A Igreja, a exemplo de Jesus, não pode dizer, simplesmente, que está tudo bem, que casar ou não casar é a mesma coisa; ser fiel ou não ser fiel ao cônjuge é a mesma coisa; perseverar ou não no casamento é a mesma coisa... O problema não pode ser negado nem varrido para debaixo do tapete. Existem diversas situações irregulares no que diz respeito ao casamento cristão.

‘Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização’ são tratados no Sínodo

Firme está que a Igreja Católica Apostólica Romana não pode aceitar nem praticar o divórcio; seria contra o ensinamento claro de Jesus no Evangelho, ao qual a Igreja deve obediência. Também não reconhecerá, como “casamento”, a união civil de pessoas do mesmo sexo. Sobre isso, não devem pairar dúvidas nem confusões. Por outro lado, esses temas não podem ser tratados com um seco “pode - não pode”, ou na base do “tudo ou nada”... Insuficiente seria também a simples

constatação dos fatos e a apresentação da doutrina da Igreja, com as consequências das irregularidades, como a negação de um novo casamento cristão, ou de receber a Eucaristia e de confessar, enquanto perduram certas situações. O Sínodo refletiu sobre o acompanhamento pastoral de situações matrimoniais e familiares que não realizam plenamente a proposta cristã. Sempre e em todos os casos, o Evangelho da conversão, da misericórdia e da salvação precisa ser anunciado. E isso significa muito!

As pessoas que vivem essas situações precisam saber que não estão excluídas da Igreja nem da misericórdia de Deus. Mesmo se a Igreja não pode atender ao desejo delas de fazer um novo casamento cristão e de participar dos sacramentos, como todos os demais, essas pessoas precisam de atenção pastoral, de acolhimento e orientação para viverem aqueles elementos do casamento e da família que já são possíveis na sua condição; precisam de ajuda para se abrirem sempre mais a Cristo, que acolhe e orienta a viver vida nova; elas precisam ser estimuladas a participar da vida e da missão da Igreja na sua condição própria. E há muitas possibilidades! Foram muitas as intervenções no Sínodo sobre os processos de nulidade matrimonial, que poderiam ser simplificados e mais rápidos, tornados mais acessíveis aos fiéis que desejam uma palavra da Igreja sobre a validade do seu casamento, eventualmente desfeito. O Papa Francisco já havia encarregado, antes do próprio Sínodo, uma Comissão para estudar a questão; o trabalho dessa Comissão ainda não se completou. O texto de síntese final do Sínodo também traz o resultado das reflexões sobre o trato pastoral em relação às pessoas com tendências homossexuais; sem ignorar, nem ocultar os graves desafios de tais situações, a Igreja pede que essas pessoas não sejam desprezadas nem discriminadas, mas orientadas e estimuladas a viverem a sua fé e a se voltarem aos caminhos de Cristo, como todos os demais batizados.


14 | Análise |

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A República sob ameaça?

STF – A nomeação dos ministros e a Tripartição dos Poderes Sergio Ricciuto Conte

Faissal Yunes Junior Especial para O SÃO PAULO

Desde a aposentadoria precoce do ministro Joaquim Barbosa, ocorrida em julho deste ano, muito se tem discutido a respeito da nomeação do seu substituto. Como se sabe, o Supremo Tribunal Federal (STF) é composto por 11 ministros, todos indicados pelo presidente da República, nos termos do que dispõe o artigo 101 da Constituição Federal de 1988: “Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada. Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.” Dessa forma, a presidente reeleita terá a atribuição de escolher, em breve, o próximo ministro do STF, com base nos critérios estabelecidos pela Constituição (art. 101 supra), e com isso o STF passará a ter dez dos seus ministros indicados pelo Partido dos Trabalhadores, que está no poder desde 2003.

E no Brasil, como poderia ser?

É aqui que mora o perigo Para muitos críticos, o atual sistema de nomeação do STF acabou por “politizar” a escolha dos ministros do órgão mais importante do Poder Judiciário, uma vez que os critérios estabelecidos pela Constituição, de notório saber jurídico e reputação ilibada, admitem certo grau de subjetividade que acaba implicando na indicação política dos seus membros. Nem mesmo a posterior e necessária aprovação pelo Senado Federal, do nome indicado para assumir o cargo no STF, tem o condão de coibir o uso político deste “poder” por parte do chefe do Poder Executivo. Historicamente, o Senado Federal normalmente aprova as indicações do presidente da República. A única exceção ocorreu em 1893, e assim mesmo por razões estritamente políticas, quando Cândido Barata Ribeiro, abolicionista e republicano inflamado, ex-prefeito do Rio de Janeiro, nomeado em 1893 pelo presidente Floriano Peixoto (1891-1894), teve o seu nome recusado pelo Senado Federal. Isso demonstra que a indicação do presidente, na maioria esmagadora dos casos, é chancelada pelo Senado, sem maiores dificuldades, não existindo qualquer controle ou avaliação de ordem jurídica em relação ao candidato indicado.

Consequências do atual sistema A consequência nefasta desse sistema retrógrado de indicações e nomeações de

Na Itália, dos 15 ministros do Tribunal Constitucional, um terço é escolhido diretamente pelos integrantes dos tribunais superiores, outro terço é indicado pelo Parlamento e os demais pelo presidente da República, com a aprovação do primeiroministro. Há uma série de requisitos profissionais exigidos, e, tal como na Alemanha, os ministros têm mandato de 12 anos, vedada a recondução sucessiva. Em Portugal, todos os 13 ministros da Corte são escolhidos pela Assembleia da República – seis deles, no entanto, precisam obrigatoriamente provir dos tribunais superiores. Também lá não há a vitaliciedade existente no Brasil: os ministros atuam no tribunal por no máximo nove anos, sem possibilidade de recondução.

ministros para o STF é a influencia política nas decisões do STF. Muitos são os casos em que o STF deixa de julgar com base em critérios técnicos e jurídicos e passa a analisar as questões sob o ponto de vista do interesse político da União Federal, o que fere os “sobreprincípios” da Segurança Jurídica e da Certeza do Direito, além da tripartição dos Poderes. Com isso, o Poder Judiciário recebe influência direta do Poder Executivo, em seu órgão mais importante, o STF, sendo certo que a independência e a autonomia dos Poderes são fatores essenciais para a manutenção da República. Da mesma maneira que o presidente não deve utilizar de forma excessiva a expedição de Medidas Provisórias com força de lei (artigo 62 da CF/88), para não invadir a competência do Poder Legislativo, fazendo uso desse instrumento apenas em casos excepcionais, o Poder Executivo não deve exercer poder de pressão contra o órgão do Poder Judiciário. Tudo para o bem da República. Como já foi dito, teremos em breve dez dos 11 Ministros do STF nomeados pelo Partido dos Trabalhadores, o que é compreensível em função do tempo em que estão à frente da Presidência, mas o que representa, no mínimo, um risco contra a garantia de autonomia entre os Três

Poderes e, portanto, para a democracia de um país. Algo semelhante ocorreu com o PSDB quanto teve o presidente Fernando Henrique Cardoso durante oito anos no Poder, mas não com tamanha dimensão, pois houve alternância no Poder, ao final do seu segundo mandato.

Exemplos de outros países Diante disso, em tempos em que o tema da Reforma Política está na “crista da onda”, valeria a pena pensar em mudanças e aperfeiçoamentos no sistema atual vigente, purificando-o dos restos da ditadura militar e com o fim de proteger o STF de eventuais pressões políticas por parte do Executivo, seja lá quem for o presidente. Uma proposta seria que as indicações e posteriores nomeações dos ministros do Supremo obedecessem a critérios técnicos e não somente políticos. Exemplos não faltam: na Alemanha, os 69 integrantes da Câmara Alta ou Senado escolhem metade dos 16 ministros do Tribunal Constitucional. A outra metade compete aos 603 deputados da Câmara Baixa. Sendo que seis desses 16 ministros devem necessariamente ser membros dos tribunais superiores federais. Os ministros têm mandato de 12 anos e não podem ser reconduzidos ao posto.

No Brasil, várias propostas surgiram considerando as nossas particularidades. Nesse diapasão, vale mencionar a proposta do professor Ives Gandra da Silva Martins. Segundo essa proposta, o Conselho Federal da OAB indicaria o nome de seis consagrados juristas, o Ministério Público (MP) outros seis e os tribunais superiores mais seis (dois STF, dois STJ e dois TST), com o que o presidente da República receberia uma lista de 18 ilustres nomes do direito brasileiro para escolher um. Todas as três instituições participariam, portanto, da indicação. O Presidente, por outro lado, entre 18 nomes, escolheria aquele que, no seu entender, pudesse servir melhor ao País. Por fim, ainda de acordo com o professor Ives Gandra, o Senado Federal examinaria o candidato, não apenas protocolarmente, mas em maior profundidade, por comissão especial integrada por senadores que possuíssem a melhor formação jurídica entre seus pares. Além disso, o mesmo professor propõe a manutenção do denominado “quinto constitucional”, ou seja, três dos 11 ministros viriam da Advocacia e do Ministério Público, com alternância de vagas: ora haveria dois membros do MP e um da Advocacia, ora dois ministros vindos da Advocacia e um do Ministério Público. De qualquer forma, para as vagas dos 11 ministros, as três instituições (Judiciário, Advocacia e MP) elaborariam suas listas sêxtuplas. Propostas dessa natureza permitiriam uma escolha mais democrática e qualitativa, com a participação do Legislativo, do Executivo, do Poder Judiciário, do MP e da Advocacia. Certamente, existem muitas alternativas ao atual sistema brasileiro de nomeação de ministros do STF, que para o bem da República precisa ser revisto urgentemente. Faissal Yunes Junior é professor de Direito da PUC-SP, membro da UJUCASP e advogado em São Paulo.


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| Entrevista | 15

Dom Mario Toso

Economia, política, trabalho e justiça na Doutrina Social da Igreja Luciney Martins/O SÃO PAULO

Nayá Fernandes

nayafernandes@gmail.com

Dom Mario Toso, bispo de Bisarcio, na Itália, secretário do Pontifício Conselho Justiça e Paz, sacerdote salesiano e professor de filosofia social e política na Pontifícia Universidade Salesiana, conversou com a reportagem do O SÃO PAULO durante o I Congresso Internacional de Doutrina Social da Igreja (DSI), que aconteceu entre os dias 29 e 31 de outubro, em São Paulo. Convidado para proferir a conferência magna do evento, Dwom Toso falou sobre a DSI no Magistério, e permaneceu durante os demais dias, dando sua contribuição para aprofundar o tema, como um dos poucos pensadores católicos que se dedicou a falar sobre o bem-estar, na complexa reforma do sentido social, dentro de um contexto filosófico, histórico, ético e cultural. Autor de mais de 40 livros, o Bispo contribuiu no texto que confluiu no Compêndio da Doutrina Social da Igreja e colaborou com a escrita da encíclica do Papa Emérito Bento XVI Caritas in Veritate. Na entrevista, falou sobre questões concernentes à DSI, como terceirização do trabalho, justiça social, diálogo inter-religioso e o contexto latino-americano.

O SÃO PAULO – Em que medida a encíclica Caritas in Veritate, de Bento XVI, e a exortação apostólica Evangelii Gaudium, do Papa Francisco, reforçam o pensamento social da Igreja? Dom Mario Toso – Neste aspecto, as duas são parecidas e a comparação é possível porque a Evangelii Gaudium contém um capítulo sobre a questão social e a economia da exclusão. Os dois documentos falam da crise financeira e econômica, mesmo que em momentos diferentes. Por isso, podemos considerá-los contínuos. Mas é preciso, sobretudo, pensar os desafios que derivam dessas propostas: uma democracia inclusiva e participativa. A Caritas in Veritate é a confirmação da DSI apresentada por Joao Paulo II, colocada mais explicitamente a serviço da caridade na verdade.

O que é preciso para manter esse ensinamento atualizado mesmo com as rápidas transformações sociais? Apoiado no amor cheio de verdade que se experimenta vivendo Cristo,

para superar as situações de pobreza, mas também de precariedade do trabalho, buscando criar condições de trabalho suficientes para formar uma família, ressaltar a dignidade da pessoa e permitir a participação na gestão pública e na vida política. O trabalho que propõe o Papa Francisco deve ser capaz de colocar o trabalhador bem representado na política, de modo que ele não seja uma pessoa marginalizada e esquecida. E assim, não esteja à mercê dos novos mecanismos de terceirização. O trabalho deve ser livre, solidário e participativo.

Podemos falar de uma inculturação da Doutrina Social da Igreja na realidade latino-americana?

vemos que é necessária uma nova epistemologia para as questões sociais que permitam focar na realidade em sua complexidade, e assim, promover um renascimento cultural e um novo humanismo integral. A Caritas in Veritate, por exemplo, repropõe uma ordem na qual o ser humano não vive só por si mesmo, mas em comunhão com os outros e com Deus. É preciso reconstruir nesta época as bases de um pensamento novo e uma ética diferente daquela secular, que contém uma dicotomia entre ética pessoal e ética pública, entre família e justiça social. Devemos apresentar o Cristianismo não como um depósito de sentimentos, mas como uma religião que incide na dimensão pública.

Nesse sentido, a Igreja fala da nova evangelização? Sim, pois Jesus Cristo não redime só as pessoas individualmente, mas as relações sociais. Precisamos pensar na macroeconomia e na ética da política e fazer um discernimento evangélico para olhar com profundidade a realidade. Uma nova evangelização só acontecerá se for fiel a Antropologia e a uma ética mun-

dial. A conversão exige um crescimento evangélico, um repensar os objetivos e os métodos.

Vivemos uma supremacia da economia... Como o senhor vê a relação entre política e economia, hoje? A questão econômica não é ética nem prejudicial em si, mas deve ser direcionada para o bem comum. As instituições por si são boas. Mas acerca do primado da economia sobre a política, uma consequência que podemos citar é a fragmentação do trabalho ou a economia da exclusão. Nessa situação, é necessário que a política recupere a autonomia e não deixe a economia autônoma. Do contrário, não seremos capazes de respeitar os direitos dos trabalhadores e os direitos sociais. A política econômica só tem sentido se colocar em evidência o bem comum e privilegiá-lo.

E sobre as novas situações trabalhistas, a terceirização, por exemplo? Na exortação apostólica do Papa Francisco há um chamado claro

Aqui podemos lembrar a teologia da libertação. E é importante explicar que não há somente uma teologia da libertação, pois sabemos que são diversos pensadores. Por isso, devemos falar da teologia da libertação pensando em uma só figura, a própria DSI ensinou a respeito desse fenômeno complexo que há aspectos exagerados e também aspectos positivos e com frequência as abordagens da teologia da libertação são confluentes com aos da DSI, sobretudo nas solicitudes sociais. Partindo da experiência de fé em Cristo, se consegue ler a realidade, não com categorias ideológicas, mas com fidelidade aos valores do Evangelho que propõe a DSI. No complexo da teologia da libertação, a Igreja não apresentou uma condenação geral, mas procurou tomar o melhor desse pensamento que são visões desenvolvidas e orientadas sobre as transformações que advêm da experiência de Cristo. Pois a missão da Igreja é libertar, mas também humanizar as pessoas e a sociedade.

Quais são os aspectos comuns entre a DSI e o pensamento social nas demais religiões? Há muitos aspectos em comum entre a DSI e o ensinamento social de outras igrejas e comunidades religiosas, sobretudo nos aspectos relativos à pessoa humana, à liberdade responsável e à solidariedade, como também no que se refere à justiça social. A propósito dessas semelhanças, a DSI sempre afirmou que é importante construir uma plataforma sobre a qual se possa desenvolver uma colaboração a serviço da humanidade, da dignidade e da construção da paz e da justiça.


16 | Fé e Cultura |

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Felipe David

Este livro começa com uma reflexão a respeito da Santa Eucaristia como sacrifício e sacramento, a importância da fé de nossa parte, e a necessidade de reverência devida a Nosso Senhor neste mistério. A celebração eucarística ocupa um lugar central na vida de oração da Igreja e, portanto, dos seus membros. A própria Igreja tem sua origem no mistério pascal da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Quando ela celebra esse mistério na Santa Eucaristia, atinge o ponto mais elevado do seu culto público. Além disso, na celebração eucarística, a Igreja se encontra na fonte da qual todo o seu poder emana. Não foram poucas as mudanças introduzidas nos ritos litúrgicos, especialmente nos últimos 40 anos. Uma visão geral das alterações na missa nos será útil. Aqui considero o lugar da adaptação e inculturação no que diz respeito à

Divulgação

Traduções e interpretações rabínicas: o que o hebraico nos diz sobre a Bíblia

Curso

Celebrando a Santa Eucaristia

A Casa Guilherme de Almeida oferece curso sobre literatura rabínica na quartafeira, 19, das 19h às 21h: “O curso apresentará o desenvolvimento da literatura interpretativa rabínica pós-bíblica, desde a formação da Mishná (cerca 130 d.C.) até as Responsa rabínicas atuais. Através desse estudo, poderá ser observado como a exegese rabínica se apoia fundamentalmente sobre a língua hebraica (idioma da fonte bíblica), e como o conhecimento desse idioma acaba se constituindo em uma ferramenta central

para a compreensão da interpretação (ou interpretações) do documento bíblico desde a ótica judaica” (Descritivo do curso). O curso será ministrado por Theo Hots, historiador pela Universidade de São Paulo (USP), coordenador do Departamento Religioso da Congregação Israelita Paulista e professor visitante da Cátedra de Cultura Judaica da PUC-SP. Para mais informações: www.casaguilhermedealmeida.org.br ou pelo telefone (11) 3673-1883 ou (11) 3803-8525.

Uma longa viagem

Cinema

Dica de leitura

osaopaulo@uol.com.br

missa e à importância de observar normas litúrgicas estabelecidas. A celebração eucarística envia os cristãos à missão, para evangelizar. Além do papel do indivíduo, o papel da família merece aten-

ção especial nessa missão evangelizadora. FICHA TÉCNICA Autor: Cardeal Francis Arinze Editora: Ecclesiae Páginas: 140

Baseado em uma história real, “Uma longa viagem” estreia na quinta-feira, 20, nos cinemas. O filme conta a história de Eric Lomax, engenheiro capturado durante a Segunda Guerra Mundial e levado para participar da construção da ferrovia da Birmânia, que ficou conhecida como Ferrovia da Morte, por causa do número de trabalhadores – muitos dos quais forçados – que morreram no projeto. Como punição por ter montado um rádio para escutar

secretamente as transmissões sobre o progresso da Guerra, Lomax foi cruelmente torturado pelos japoneses. Cinquenta anos mais tarde, ainda atormentado pelo que sofreu durante a Guerra, Lomax busca o homem que o torturou, que agora trabalha em um Museu na Birmânia, no sudeste da Ásia. Apesar de algumas cenas fortes das atrocidades cometidas e de um suicídio, trata-se de um belo filme sobre o desejo de vingança e o poder do perdão. Fonte: MovieGuide


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Como se preparar para a São Silvestre? Inscrições para a 90ª edição da corrida de rua terminam dia 30; Antes de pensar no percurso, é preciso cuidar da própria saúde Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

“Na minha primeira São Silvestre, terminei os 15 quilômetros em uma hora e 30 minutos, totalmente destruído. Hoje, com preparação e treino adequados, consigo terminar em uma hora, e bem fisicamente, pronto para outros desafios!”. O relato é de Diego Ribeiro dos Santos, 30, corredor amador desde 2010, e que hoje já possui registro de corredor de rua e integra uma equipe de assessoria esportiva e o Grupo de Corrida de Rua do Palmeiras. A história de Diego com a São Silvestre poderá se repetir com outras pessoas que este ano participarão pela primeira vez da prova que acontece em 31 de dezembro, em São Paulo, e que está com inscrições até 30 de novembro (www.saosilvestre. com.br). Serão 30 mil corredores, que devem desde já pensar não só nos desafios do percurso, mas se estão preparados para a corrida de 15 quilômetros.

Corra... para o consultório médico “Antes de tudo, procure um médico e peça um check-up, ir a um ortopedista também é recomendável”, aconselha Diego. A mesma dica é dada pela médica de saúde da família, Cássia Re-

gina da Silva, 33, articulista do O SÃO PAULO. “Quando uma pessoa vai realizar exercícios de resistência com alta intensidade e em longos trajetos como a Corrida de São Silvestre, deve antes procurar um médico para fazer exames e saber como seu corpo responderá durante a Corrida através do teste ergométrico e também rastrear possíveis problemas cardíacos”, destaca Cássia Regina, alertando, ainda, que quem decide correr sem orientação está mais suscetível a riscos como desidratação, trauma, ensolação e até a um infarto.

Treino, descanso e alimentação na medida certa Na edição deste ano, os organizadores da São Silvestre disponibilizam um aplicativo gratuito (www.saosilvestre.com.br/ app) para auxiliar os corredores nos treinamentos. A solução desenvolvida traz informações sobre a duração, velocidade, distância percorrida e histórico dos treinos realizados. Segundo o corredor Diego, se preparar fisicamente para a prova é fundamental. Ele faz musculação duas vezes por semana, treina corrida semanalmente em ruas e parques, e realiza exercícios educativos para corrigir a passada, a respiração e melhorar postura. Além disso, faz treinos mais intensos nos finais de semana, quando corre de 20 a 30 quilômetros, tudo com o devido acompanhamento. “Apesar de hoje, na internet, haver planilhas prontas de treinamento, o melhor é procurar uma assessoria esportiva e começar os treinos com acompanhamento técnico, pois cada pessoa tem suas

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Corrida Internacional de São Silvestre - Funadação Cásper Líbero

singularidades, que somente um profissional devidamente capacitado pode orientar. Em geral, a preparação ocorre de forma crescente. Muita gente começa caminhando, depois alternando com trote até a corrida”, comenta. Diego também detalha os cuidados com a alimentação e hidratação. “Antes dos treinos, me alimento com carboidratos para dar energia e tomo isotônicos para reposição e hidratação. No pós-treino, ingiro proteínas para ajudar na regeneração muscular. Nada de bebidas com álcool e extravagâncias com doces, mas, uma vez por semana, me permito comer guloseimas, no entanto, tento manter uma alimentação bem rica em frutas, verduras e legumes”, explica.

Respeito aos limites do corpo Embora o desejo de todos que se inscrevem na São Silvestre seja o de concluir a prova, o corredor deve saber a hora de parar. “Durante a corrida, se o maratonista começar a sentir dor no peito, fadiga intensa, visão turva e sensação de desmaio, deve interromper a prova e pedir ajuda aos médicos que se encontram de plantão no local. Não insista em completar a prova”, enfatiza a médica Cássia Regina. “Procure focar em chegar bem ao final, mas respeitando seus limites. Monitore-se, se hidrate durante a prova. Existe água e isotônicos a vontade, deu sede, beba. Recomendo um sache de gel enérgico para ingerir entre os quilômetros seis a nove. Use roupas confortáveis e o tênis que você treinou”, recomenda Diego.

World Karate Federation

Participantes da Corrida Internacional de São Silvestre, como Diego dos Santos (abaixo), já podem fazer download gratuito do aplicativo de treinamento para a prova Arquivo pessoal

Bicampeão Mundial

No sábado, 8, o brasileiro Douglas Brose, 28, conquistou pela segunda vez na carreira o Campeonato Mundial de Karate, disputado este ano em Bremen, na Alemanha. Na final da categoria até 60 quilos, ele venceu o holandês Geoffrey Berens. Douglas já havia conquistado o ouro no Mundial de 2010, na Sérvia, além de prata, em 2012, na França, e bronze, em 2008, no Japão. Outro brasileiro medalhista em Bremen foi Vinicius Figueira, bronze na categoria até 67 quilos.

Reprodução

AGENDA ESPORTIVA Quarta-feira (12) 20h – Liga Nacional de Basquete Paulistano x Limeira (Ginásio do Paulistano – rua Colômbia, 77, Jardim América) 22h – Brasileirão de Futebol São Paulo x Internacional (Morumbi) Sexta-feira (14) 20h – Liga Nacional de Basquete Paulistano x Rio Claro (Ginásio do Paulistano) Domingo (16) 16h – Brasileirão de Futebol São Paulo x Palmeiras (Morumbi)


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CENTRO SOCIAL NOSSA SENHORA DO BOM PARTO Balanços Patrimoniais Ativo

2013 2012 Circulante Caixa e Equivalentes de Caixa 15.733.021 13.823.347 Bancos Conta Vinculada 3.259.979 1.847.323 Convênios a Receber 1.176.133 1.731.380 Valores a Receber 1.800 740 Adiantamento a Fornecedores 7.790 17.221 Despesas Pagas Antecipadamente 12.297 12.522 20.191.020 17.432.533 Não Circulante Imobilizado 6.660.961 6.720.548 6.660.961 6.720.548 Total 26.851.981 24.153.081

Passivo

2013 2012 Circulante Reclassificado Salários e Encargos Sociais 2.484.296 2.261.655 Provisão para Rescisão Contratual 3.322.465 2.465.331 Férias e Encargos Sociais 2.775.111 2.548.766 Fornecedores 697.084 875.013 Contas a Pagar 72.942 138.076 Impostos a Recolher 67.092 67.092 Conta Corrente - Contribuições 410.528 209.189 9.829.517 8.565.122 Não Circulante Provisão para Ações Trabalhistas 454.034 491.233 Patrimônio Social Patrimônio Social 16.272.061 14.800.357 Reserva de Doações 296.369 296.369 16.568.430 15.096.726 Total 26.851.981 24.153.081

Demonstrações de Superávits

Exercícios Findos em 31 de Dezembro de 2013 e 2012 (centavos eliminados)

2013 2012 Receita bruta para serviços prestados Convênios com entidades públicas SMADS - Secretaria Munic. De Assist. e Desenv. Social 18.986.689 16.910.183 SME - Secretaria Munic. de Educação 18.432.750 17.212.733 SMS - Secretaria Municipal da Saúde 8.192.952 7.553.054 Outros Convênios e Projetos 1.709.252 1.691.809 47.321.643 43.367.779 Convênios / Projetos com Entidades Privadas 2.686.690 2.247.904 Doações de Entidade Privadas 450.896 1.016.735 Doações Particulares e Campanhas 102.144 91.781 Outras Receitas 809.470 194.383 4.049.200 3.550.803 (-) Custo dos Serviços Prestados (50.976.116) (47.183.893) Superávit/Déficit Bruto 394.727 (265.311) Receitas Operacionais Administrativas e Gerais Financeiras Líquidas Superávit do Exercício

330.285 746.692 1.076.977 1.471.704

341.815 725.166 1.066.981 801.670

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis

Demonstrações das Mutações do Patrimônio Social

Exercícios Findos em 31 de Dezembro de 2013 e 2012 (centavos eliminados)

Reclassificado Reclassificado Reclassificado Ajustes de Reserva Reserva Patrimônio Avaliação de de Superávits Social Patrimonial Doações Contingências Acumulados Total Saldos em 31 de Dezembro de 2011 12.398.687 - 296.369 1.600.000 - 14.295.056 Superávit do Exercício - - - - 801.670 801.670 Transferência para o Patrimônio Social 1.600.000 - - (1.600.000) - Transferência para o Patrimônio Social 801.670 - - - (801.670) Saldos em 31 de Dezembro de 2012 14.800.357 - 296.369 - - 15.096.726 Superávit do Exercício - - - - 1.471.704 1.471.704 Transferência para o Patrimônio Social 1.471.704 - - - (1.471.704) Saldos em 31 de Dezembro de 2013 16.272.061 - 296.369 - - 16.568.430

Demonstrações dos Fluxos de Caixa

Exercícios Findos em 31 de Dezembro de 2013 e 2012 (Centavos eliminados)

2013 2012 (reclassificado) Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais Superávit Líquido do Exercício 1.471.704 801.670 Despesas que não Afetam o Caixa: Depreciação 133.274 133.750 Provisões 819.933 662.554 Provisão créditos em discussão 829.577 Variações de Ativos e Passivos Bancos conta vinculada (1.412.656) 160.355 Valores a Receber (1.060) 147 Convênios a Receber (274.330) (333.245) Adiantamento a Empregados - 200 Impostos a Compensar - 41.124 Adiantamento a Fornecedores 9.431 120.872 Despesas Pagas Antecipadamente 225 (28) Fornecedores (177.929) (261.815) Salários e Encargos Sociais 222.641 64.776 Férias e Encargos Sociais 226.345 377.640 Impostos a Recolher - (104.013) Contas a Pagar (65.134) 128.541 Conta Corrente Contribuições 201.339 126.338 Disponibilidades Líquidas Geradas pelas Atividades Operacionais 1.983.360 1.918.866 Fluxo de Caixa das Atividades de Investimentos Adições no Imobilizado Caixa Aplicado nas Atividades de Investimento

(73.686) (25.033) (73.686) (25.033)

Disponibilidades Líquidas Aplicadas no Exercício 1.909.674 1.893.833 Demonstração do Aumento nas Disponibilidades No Início do Exercício 13.823.347 11.929.514 No Fim do Exercício 15.733.021 13.823.347 Aumento nas Disponibilidades 1.909.674 1.893.833 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis

Judith Elisa Lupo Presidente CPF 011.898.678-34

Roman Peter Ciupka Técnico Contabilista CRC-SP 055773/O-0

RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES À Diretoria do Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto São Paulo – Capital 1. Examinamos as demonstrações contábeis do Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, que compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 2013 e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio social e dos fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas. 2. Responsabilidade da Administração sobre as Demonstrações Contábeis A Administração da Entidade é responsável pela elaboração e pela adequada apresentação dessas demonstrações contábeis de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração de demonstrações contábeis livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro. 3. Responsabilidade dos Auditores Independentes Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que a auditoria seja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis estão livres de distorção relevante. Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeito dos valores e divulgações apresentados nas demonstrações contábeis. Os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis, independentemente se causada por fraude ou erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos relevantes para a elaboração e a adequada apresentação das demonstrações contábeis da Entidade para planejar os procedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não para fins de expressar uma opinião sobre a eficácia desses controles internos. Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela Administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto. Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião. 4. A Entidade por não ter fins lucrativos, tem parte de suas receitas provenientes de doações e contribuições de terceiros. Como algumas destas doações e contribuições de terceiros são anônimas, não podem ser identificadas, porém são registradas na contabilidade; por essa razão, nossas verificações dessas receitas ficaram restritas, exclusivamente, aos valores constantes dos registros contábeis. 5. Em nossa opinião, as demonstrações contábeis referidas no parágrafo 1 representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira do Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto em 31 de dezembro de 2013, o superávit de suas operações, as mutações do patrimônio social e dos fluxos de caixa referentes aos exercícios findos naquelas datas, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. 08 de setembro de 2014

Mário Vieira Lopes CRC-RJ 60.611 “S”SP 2604

Mário Severino de Barros CRC-SP 1SP115526/O-7

Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis

Exercícios Findos em 31 de Dezembro de 2013 e 2012 (Centavos eliminados)

1 - Breve Histórico da Entidade e Contexto Operacional O Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, fundado em 11 de dezembro de 1946, sociedade sem fins lucrativos, de natureza filantrópica, mantenedora de 56 (cinquenta e seis) unidades de atendimento mais a sua Sede, que conforme art. 18, inciso IV da Lei 8742 de 01/12/93, tem por finalidade estatutária a defesa dos direitos da criança e do adolescente, o resgate e garantia do exercício da plena cidadania de toda pessoa humana destituída de direitos fundamentais e contribuir para o desenvolvimento integral da pessoa através de práticas educacionais e assistenciais diversificadas envolvendo a comunidade. 2 - Apresentação das Demonstrações Contábeis e das Principais Práticas Contábeis Adotadas 2.1. Base de apresentação As demonstrações contábeis foram preparadas e estão sendo apresentadas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, incluindo as disposições da Resolução do Conselho Federal de Contabilidade n° 1.409/12, que aprovou a Interpretação Técnica ITG 2002- “Entidades sem Finalidade de Lucros”. Essas práticas contábeis adotadas no Brasil compreendem aquelas incluídas na legislação societária brasileira e os pronunciamentos, as orientações e as interpretações técnicas emitidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e aprovados pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC). 2.2. Uso de estimativas A preparação das demonstrações contábeis requer o uso de certas estimativas contábeis críticas e também o exercício do julgamento por parte da administração da Entidade no processo de aplicação das políticas da Entidade. Essas políticas são revisadas anualmente. 2.3. Resultado abrangente A Entidade não apresentou a Demonstração do Resultado Abrangente, pois não houve mutações no patrimônio social durante o exercício que resultassem de transações ou outros eventos que não os derivados de transações com os sócios na sua qualidade de diretores. 3 - Resumo das Principais Práticas Contábeis a) Práticas contábeis As principais políticas contábeis aplicadas na preparação destas demonstrações contábeis estão definidas abaixo. Essas políticas vêm sendo aplicadas de modo consistente nos exercícios apresentados, salvo quando indicado de outra forma. b) Caixa e equivalente de caixa Caixa e equivalente de caixa abrangem saldos de caixa e investimentos financeiros, estão apresentados pelos valores aplicados, acrescidos dos rendimentos financeiros auferidos até a data do balanço. c) Bancos – conta vinculada Prefeitura Municipal de São Paulo Os convênios mantidos com a Prefeitura Municipal de São Paulo preveem que seja mantido numa conta vinculada, 21,57% da folha de pagamento, para atender seus funcionários referentes à: férias, 13º salário e encargos, aviso prévio, auxílio doença e multa do fundo de garantia por tempo de serviço, cujo montante em 31 de dezembro de 2013 foi de R$ 3.259.979 (R$ 1.847.323 em 2012). d) Convênios a receber Representam serviços prestados conforme convênios com a Prefeitura Municipal de São Paulo mediante prestação de contas. e) Imobilizado Os bens do imobilizado estão registrados ao valor de custo de aquisição ou doação. As depreciações foram calculadas com base nos saldos contábeis, de acordo com o método linear, levando-se em conta a vida útil econômica dos bens. f) Passivo circulante São demonstrados pelos valores conhecidos ou calculáveis.

Em 31 de Dezembro de 2013 e 2012 (centavos eliminados )

g) Apuração do superávit O resultado do exercício é apurado pelo regime de competência. As receitas de doações são registradas quando da efetiva entrada dos recursos. 4 - Convênios a Receber 2013 2012 Prefeitura Municipal de São Paulo 1.867.468 1.642.510 Outros convênios 138.242 88.870 Sub-total 2.005.710 1.731.380 Provisão para créditos em discussão (829.577) Total líquido 1.176.133 1.731.380 5 - Imobilizado Taxa de Depreciação 2013 2012 Bens Imóveis Terrenos e edificações - 6.417.572 6.417.572 Bens Móveis Aparelhos de telecomunicações 10% 32.342 32.342 Instalações 10% 31.761 31.761 Máquinas e equipamentos 10% 562.387 550.737 Móveis e utensílios 10% 615.043 595.291 Veículos 20% 369.849 336.345 Computadores e periféricos 20% 454.470 445.689 Software - 5.781 5.781 8.489.205 8.415.518 Depreciações acumuladas (1.828.244) (1.694.970) Total 6.660.961 6.720.548 6 - Provisão para Ações Trabalhistas A entidade possui diversas reclamações trabalhistas em andamento judicial. Foi provisionada no montante de R$ 454.034 (R$ 491.233 em 2012), de acordo com a opinião de seus assessores jurídicos, em função da expectativa de desfecho dos processos, e não são esperadas perdas no encerramento desses processos, além dos valores já provisionados. Existem outros processos avaliados como sendo de risco possível no montante de R$ 547.229 (R$ 64.029 em 2012), para os quais nenhuma provisão foi constituída, tendo em vista que as práticas contábeis adotadas no Brasil não requerem sua contabilização. 7 - Concessão de Gratuidades e Beneficências A Entidade aplica toda receita bruta em serviços prestados na defesa, proteção e promoção da infância, da adolescência, da juventude, da família e de adultos em consonância com a Lei Orgânica da Assistência Social; com esse procedimento, atende gratuitamente além do limite mínimo fixado pelo artigo 3º, inciso VI do Decreto nº 2.536 de 06 de abril de 1998. 8 - Tributos e Contribuições Previdenciárias Isentas a) Para atender os requisitos da legislação pertinente, Decreto nº 2.536/98, artigo 4º, parágrafo único, os valores relativos às isenções previdenciárias gozadas, como se devidas fossem, correspondem ao montante em 31 de dezembro de 2013 foi de R$4.667.822 (R$ 4.203.879 em 2012). b) A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, em função da isenção da cota patronal, efetua a redução das verbas pagas a Entidade. c) Em virtude de ser uma Entidade sem fins lucrativos de caráter assistencial, é imune do pagamento de tributos federais incidentes sobre o superávit, de acordo com os artigos 167 a 174 do Regulamento do Imposto de Renda e artigo 195 da Constituição Federal. 9 - Patrimônio Social Representa o patrimônio inicial da Entidade acrescido dos superávits apurados anualmente e de reserva de contingências. 10 - Convênios Vinculados O superávit do exercício incluiu receitas recebidas de convênios para os quais existem compromissos com gastos, cujo desembolso ocorrerá no exercício de 2013, estando o valor compromissado no montante de R$ 4.057.183 em 2013 (R$ 4.290.415 em 2012), incluído na rubrica de disponibilidades e aplicações financeiras. 11 - Convênios Filantrópicos A Entidade mantém convênios filantrópicos com outras entidades com o objetivo de obter apoio financeiro, técnico e material para o desenvolvimento mais eficiente de suas atividades. No ano de 2013 estes convênios foram com as entidades a seguir: Entidade

Valores Recebidos

Sociedade Civil Casas de Educação - SCCE 1.446.779 Fundação Nossa Senhora Auxiliadora do Ipiranga 300.214 Associação de Instrução Popular e Beneficência 689.099 Receita FUMCAD 169.180 Associados 134.081 Total 2.739.353 12 - Cobertura de Seguros (Não auditada) A Entidade possui cobertura de seguros contra roubo de veículos, cobrindo danos materiais e corporais, bem como contra incêndio, roubo cobrindo 9 núcleos, o que é considerado suficiente pela Administração para cobertura de eventuais riscos. As premissas de risco adotadas, dada a sua natureza, não fazem parte do escopo de uma auditoria de demonstrações contábeis, consequentemente não foram examinadas pelos nossos auditores independentes. 13 - Outras Informações O processo de renovação do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social, junto ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome foi protocolado em 17 de janeiro de 2011, conforme processo sob nº 71000.114862/200911, onde foi encaminhado os documentos complementares do exercício de 2009, solicitando a manutenção da isenção das contribuições para a seguridade social. Em 30 de março de 2011 o referido ministério, confirmou que a Entidade protocolou tempestivamente o requerimento de renovação da referida certificação, comprovando a responsabilidade da certificação até o julgamento do processo.

PARECER DO CONSELHO ECONOMICO PARA ASSUNTOS FISCAIS O Conselho Econômico para Assuntos Fiscais , no exercício de suas funções legais e estatutárias, em reunião realizada neste dia 07 de outubro de 2.014, examinou o relatório anual da administração e as demonstrações contábeis, seguidas do Parecer dos Auditores, BKR-Lopes Machado Auditores, representado pelo sócio Mario Severino Barros CRC 1SP115.526/O-7, relativo ao exercício encerrado em 31 de dezembro de 2.013. Com base nos exames efetuados, o Conselho Econômico Para Assuntos Fiscais, opinou favoravelmente à aprovação dos referidos documentos. São Paulo, 07 de outubro de 2.014 Tarciso Raghiant Marcos Antonio Domingues Reginaldo Donatoni


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Ipiranga

Padre Ricardo Pinto e Francisco David Colaboradores de comunicação da Região

Um retiro para fortalecer o agir pastoral autenticamente missionário Nos últimos finais de semana, as paróquias Santa Paulina, do Heliópolis, Santa Ângela e São Serapião, da Vila Morais, realizaram retiros espirituais com as lideranças e animadores das comunidades, pastorais e movimentos. O orientador foi o Padre Ricardo Pinto, a partir do Documento de Aparecida e do Documento 100 da CNBB “Comunidade de comunidades: Uma nova Paróquia. A conversão pastoral da Paróquia”. O retiro da comunidade Santa Paulina foi no Seminário de Teologia Bom Pastor, no Ipiranga, e teve a participação de 45 pessoas, sob orientações do Padre Pedro Luiz Amorim Pereira. As paróquias Santa Ângela e São Serapião estiveram em reflexão e oração na Comunidade Imaculada Conceição, com a presença de cerca de 90 pessoas, junto

com o Padre José Lino Motta Freire. Houve momentos de oração, meditação, deserto, dinâmicas e partilha. Enfatizando o aspecto trinitário do caminho espiritual, Padre Ricardo convidou à percepção dos “lugares” em que a pessoa de Jesus quer ser encontrada, no hoje da Igreja e do mundo. “Essa é a base para se recuperar as relações interpessoais e de comunhão e tornar as comunidades autenticamente missionárias”, sinalizou. Entre os momentos mais significativos do retiro estiveram as reflexões surgidas a partir da exibição do documentário “Um milagre na floresta”, que mostra a experiência feita pelo Movimento dos Focolares no resgate social e religioso de uma tribo ameaçada de extinção na República de Camarões, na África.

Francisco David

Padre Ricardo Pinto orienta retiro para leigos de paróquias da Região Ipiranga

Cardeal Scherer: há uma militância contra a família no campo religioso e Legislativo O arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, participou, na terça-feira, 4, da reunião do clero atuante na Região Episcopal Ipiranga. Cerca de 60 padres estiveram na reunião, assim como Dom José Roberto Fortes Palau, vigário episcopal da Região Ipiranga. O Arcebispo falou sobre a Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos, da qual participou em outubro. Ele ressaltou a importância dada à família no Sínodo e comentou sobre a valorização do dom da família: “A Igreja não vai fazer a liberação do divórcio; não está em discussão no Sínodo a dissolubilidade do Matrimônio”. Os padres interviram com algumas

dúvidas, especialmente sobre como se trabalhará o questionário que será enviado da Santa Sé às conferências episcopais e depois às dioceses. Dom Odilo ressaltou: “O momento é oportuno para que os padres conheçam a fundo os assuntos tratados no Sínodo para bem poder formular as respostas do questionário que será enviado em breve”. O Cardeal explicou, também, que a Igreja quer acelerar os processos de nulidade matrimonial, mas com prudência: “Se vê que é necessário a criação de uma Pastoral Jurídica mais desenvolvida na Igreja aos casais que poderiam ter um reconhecimento de nulidade, pois um

grande número de casamentos são nulos, pois não respondem o requisito principal: a Fé.” O Arcebispo também esclareceu que a Igreja não irá aceitar o casamento de pessoas do mesmo sexo. O Sínodo aponta para um novo trato pastoral com elas, pois o critério da Igreja não é de gênero e sim o critério de fé recebido no Batismo. Por fim, Dom Odilo disse que foi constatado pelos padres sinodais uma grande pressão contra a família tradicional. “A família existe em todo mundo, com mentalidades diferentes, mas existe. O que acontece é uma militância contra a família, não só no campo religioso, mas também no campo Legislativo.”

AGENDA REGIONAL Festa pelos 75 anos da Paróquia Nossa Senhora de Sião Tríduo preparatório entre os dias 10 e 12, às 15h às 20h; e missa em honra à padroeira, nos dias 13, às 20h; 15, às 18h; e 16, às 8h, 10h30 e 18h.

ERRAMOS Na edição 3026, página 19, nos conteúdos referentes à Região Ipiranga, a redação do O SÃO PAULO inverteu as fotolegendas que retratavam a realização da Semana de Liturgia e da visita de Dom José Roberto ao Seminário Propedêutico Dehoniano.

Brasilândia

Renata Moraes

Colaboradora de Comunicação da Região

Renovação de compromissos com o Matrimônio e a comunidade Entre 7 e 9 de novembro aconteceu o 34º Encontro de Casais com Cristo (ECC) da Paróquia Nossa Senhora do Retiro, do Setor Pereira Barreto. O evento contou com a participação de 13 casais da comunidade, os quais puderam compartilhar momentos de espiritualidade, troca de experiências. Foi o momento também dos casais renovarem seu compromisso com o Matrimônio e com a comunidade de fé em que estão inseridos. O ECC é um serviço da Igreja em favor da evangelização das famílias. Procura construir o Reino de Deus, aqui e agora, a partir da família, da comunidade paroquial, mostrando pistas para que os casais se reencontrem com eles mesmos, com os filhos, com a comunidade e com Cristo. Ainda este mês acontecerão outros encontros do ECC: no Setor Pereira Barreto, na Paroquia Nossa Senhora de Fátima, entre os dias 14 e 16, e na

Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus, será do dia 21 a 23; e no Setor Freguesia do Ó, será na Paróquia Bom Jesus dos Passos, entre os dias 28 e 30.

A missa de encerramento das atividades será no dia 6 de dezembro, às 18h na Paróquia São José (rua Ribeirão das Almas, 337, na Vila Palmeiras). Divulgação

Divulgação


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Santana

Diácono Francisco Gonçalves e Cecilia Cardoso da Silva Colaboradores de comunicação da Região

‘Fraternidade: Igreja e Sociedade’, tema da CF 2015, já é alvo da atenção do clero

A Campanha da Fraternidade de 2015, que tem como tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade” e lema “Eu vim para servir” (cf. Mc 10,45), foi ob-

jeto de estudo pelos padres e diáconos da Região Santana, que estiveram na Cúria de Santana, no dia 4, para sua reunião mensal com Dom Sergio de

Clero na Região Santana participa da exposição de Frei Guilherme sobre a CF 2015

Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região. A reflexão teve como assessor Frei Guilherme Anselmo, SAI, coordenador da CF na Região Santana, que ofereceu uma compreensão abrangente do tema, embasada no Concílio Ecumênico Vaticano 2º, trazendo considerações sobre o histórico das relações entre Igreja e sociedade no Brasil, além de refletir sobre a dimensão da vida em sociedade. A dignidade humana, o bem comum e a justiça social também foram abordados, norteando a ação das pastorais. Frei Anselmo fez com que os participantes rememorassem o Concílio e apresentou algumas ações concretas a serem aplicadas: grupos familiares de reflexão; momentos de discernimento evangélico sobre o que ocorre na comunidade, bairro, cidade etc; além

de identificar ameaças à vida e propor formas e superação dessas situações; conhecer os trabalhos que a Igreja já tem a serviço dos mais necessitados e realizar ações solidárias a esses trabalhos; promover debates e sensibilizações sobre sustentabilidade, respeito, educação, bens públicos etc.; criar serviços paroquiais específicos para atender às necessidades locais (reforço escolar, biblioteca, mutirões de ajuda etc.); promover o diálogo com outras denominações religiosas; conhecer os elementos locais de violência e debater propostas concretas de solução; inscrever no plano pastoral da Região ou paroquial a participação nos conselhos paritários ou conselhos de políticas públicas, que são órgãos colegiados com a incumbência de formulação, supervisão e avaliação das políticas públicas.

Na Semana Teológica, bispos analisam realização do Sínodo da família Nos dias 28, 30 e 31 de outubro, ocorreu a Semana Teológica, promovida pelo Centro de Formação Pastoral Frei Galvão, constituído pela Escola de Teologia e Escola de Evangelização da Região Santana. O evento abordou a 3ª Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos, tendo como assessores, Dom Carlos Lema

Garcia, vigário episcopal para a Educação e a Universidade; Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana; e Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga. Durante a Semana Teológica, realizada no auditório do Campus Santana da PUC-SP, houve significativa participa-

ção de alunos e interessados no tema. “O Centro de Formação Pastoral Frei Galvão, através da Escola de Teologia para leigos, tem o objetivo de oferecer uma formação teológica, pastoral e espiritual para os agentes de pastoral, assessores e lideranças para que possam dar testemunho da fé e serem discípulos e missionários de

Jesus Cristo. Sob a orientação de Dom Sergio de Deus, busco sempre maior excelência do seu currículo”, disse Padre José Esteves Filho, coordenador do Centro e também pároco da Paróquia Santo Antônio do bairro Lausanne Paulista. A Escola de Teologia para leigos é um curso com duração de três anos, com uma aula por semana, que pode ser

pela manhã, tarde ou noite. A Escola também oferece cursos de formação permanente, com duração de um ano, aberto, a quem deseja participar. Em janeiro de 2015, começam as matrículas para o novo ano letivo. Informações pelo telefone (11) 2991-5882, no site www.regiãosantana.org.br ou pelo e-mail cpfreigalvão@ gmail.com.

Jovens confirmam compromisso como católicos a serviço da Igreja Cecília Cardoso da Silva

No domingo, 9, na Paróquia Nossa Senhora da Anunciação, na Vila Guilherme, Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Re-

AGENDA REGIONAL Sábado (15) 9h às 16h – Retiro anual de catequistas, na Paróquia Nossa Senhora da Luz (rua Heloisa Moya, 59). 17h - Sacramento da Confirmação, com missa presidida por Dom Sergio de Deus Borges, na Paróquia Santa Rita de Cássia (rua Fritz Jank, 40).

Domingo (16) 10h - Sacramento da Confirmação, com missa presidida por Dom Sergio Borges, na Paróquia São José Operário do Imirim (alameda Afonso Schmidt, 96). 15h - Sacramento da Confirmação, com missa presidida por Dom Sergio Borges, na Paróquia Nossa Senhora da Candelária (praça Nossa Senhora da Candelária, 1).

Jovens crismandos reunidos com Dom Sergio de Deus Borges no domingo, dia 9

gião Santana, ministrou o sacramento da Confirmação a 34 crismandos, incluindo três oriundos da Paróquia Nossa Senhora Aparecida da Vila Albertina. A liturgia do domingo contemplou a festa da dedicação da Basílica de Latrão, mãe de todas as igrejas. Na homilia, Dom Sergio relacionou o Evangelho do dia - no qual Jesus vê, com muita tristeza e dor no coração, pessoas usando o templo

de Deus para o comércio, vendem o próprio corpo, morada de Deus. Elas fazem desse templo local de comércio, trocando oportunidades de amor e afeto em suas famílias por um tempo perdido com a internet, onde, às vezes, expõem a intimidade de seus lares, dando munição aos ladrões que roubam sua fé, valores e afeto. “Não façam do seu coração um covil de maldade”, pediu Dom Sergio.

Gabriel Gomes, 13, o mais jovem entre os crismandos, aguardava ansioso entre os padrinhos tornar-se mais um “soldado de Cristo”. O pároco, Padre Edival Alves dos Santos, comentou com a assembleia que, em certa oportunidade, perguntou ao jovem Gabriel o que ele pretendia fazer após receber o Sacramento e ouviu como resposta: “Continuar ajudando em tudo que posso”. Padre Edival disse que esse é o compromisso da maioria dos que fizeram a Confirmação neste domingo. Continuar assumindo seus papéis como cristãos e católicos, colocando-se a serviço da Igreja. A missa, presidida por Dom Sergio e concelebrada pelo Padre Edival, com a participação do diácono Rogério Ruiz Soler, foi encerrada com a reunião de todos os crismandos no altar para a foto oficial com o Bispo. Dom Sergio ainda se dispôs a atender todos que quiseram posar ao seu lado com os familiares.


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Fernando Geronazzo

Colaborador de comunicação na Região

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Mariano de La Mata: beato da cidade de São Paulo Os fiéis na Paróquia Santo Agostinho, na Liberdade, região central de São Paulo, celebraram solenemente, na quarta-feira, 5, a memória do Beato Mariano de la Mata Aparício, sacerdote agostiniano espanhol que viveu boa parte de seu ministério na capital paulista, onde morreu e foi beatificado. A celebração foi presidida pelo arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, e concelebrada pelos frades agostinianos, entre eles, o prior

provincial, Frei Cláudio de Camargo. De acordo com o Pároco, Frei Caio Márcio Moraes, a celebração também teve o objetivo de tornar o Beato Mariano mais conhecido, principalmente entre os paulistanos. Por isso, no final da missa, foram distribuídas relíquias de fragmentos de tecidos que tiveram contato com os restos mortais do Padre Mariano e oração pedindo sua intercessão. “Isso também motiva as pessoas a conhecerem mais a vida do

Beato, também pelas necessidades que as próprias pessoas têm de conseguir uma graça, uma intervenção através da intercessão do Beato Mariano”. Mariano de la Mata Aparício nasceu em La Puebla de Valdavia, na Espanha, em 31 de dezembro de 1905. Veio para o Brasil em 1931, um ano após ser ordenado sacerdote. Chegou em Taquaritinga (SP) e começou a trabalhar como vigário paroquial e capelão do colégio das Irmãs Agostinianas

Testemunho de santidade na Arquidiocese Dom Odilo manifestou alegria especial pela celebração, pois o Beato Mariano foi um padre que trabalhou, celebrou e viveu na Arquidiocese. “Muitas pessoas o conheceram. Trata-se de alguém que faz parte desta Paróquia, desta cidade, desta Igreja que está em São Paulo”, afirmou Dom Odilo, na homilia, destacando que o Bem-aventurado está sepultado na matriz da Paróquia. O Cardeal ainda lembrou que o Beato Mariano não só viveu a santidade, como manifestou a santidade da Igreja e contribuiu para que essa santidade não só se manifestasse no seu testemunho, mas também naqueles que serviu, celebrando os sacramentos e atendendo. “Um padre que serviu a Deus e a comunidade, e deixou seu testemunho

de vida que edificou a Igreja”, disse. Padre Pablo Tejedor, 72, conviveu com o Padre Mariano por aproximadamente dez anos. Ele ressaltou à reportagem que o Beato teve uma vida “dedicada de corpo e alma a atender aos mais necessitados”. “Na praça em frente à igreja, havia muitas pessoas em situação de rua, com as quais Padre Mariano conversava. Muitos deles saiam mais agradecidos pela acolhida do Padre, ou por ele colocar a mão em seu ombro, do que pelo dinheiro que ele dava. Quantas vezes, as pessoas viram-no saindo de casa para colocar cobertores sobre as pessoas que dormiam na rua”, relatou. Maria José Sessino, 92, também conheceu bem o Beato Mariano, e testemunha sua constante disponibilidade.

Missionárias. Depois de passar por São José do Rio Preto (SP), foi transferido para a capital paulista, onde morreu em 1983, vítima de câncer no abdômen. Em 1997, teve início o processo de pedido de beatificação junto ao Vaticano. Sua beatificação foi realizada na Catedral da Sé, em 5 de novembro de 2006, presidida pelo então prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal José Saraiva Martins. Fernando Geronazzo

Fiéis rezam diante do altar onde estão os restos mortais do Beato Mariano de La Mata

“Padre Mariano era uma pessoa que não deixava de atender ninguém que precisasse dele. Certa vez, uma amiga ficou muito doente e me telefonou pedindo que eu levasse o Padre até ela para confessar-se e receber a Unção

dos Enfermos. Quando fui chamalo, o porteiro disse-me que ele estava dormindo. Então, eu disse para não chamá-lo. Mas o porteiro me disse que se ele não o chamasse, Padre Mariano lhe chamaria a atenção, e foi acordá-lo”.

Paróquia São Geraldo: 100 anos de fé vivida de geração em geração A Paróquia São Geraldo, em Perdizes, na zona oeste, celebrou o seu centenário com missa solene presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, no domingo, 9. Na homilia, Dom Odilo destacou que a Paróquia São Geraldo tem uma bela história e um grande significado para a Arquidiocese de São Paulo e mesmo para cidade. O Cardeal lembrou que foi dessa matriz que partiu a procissão solene do Congresso Eucarístico Nacional de 1942 sobre o repique do “Sino da Independência”, que havia pertencido à antiga Sé Metropolitana, e anunciou à cidade a proclamação da Independência do Brasil, em 1822. “Quero recordar, sobretudo, todas as pes-

soas que aqui trabalharam e edificaram. Os padres, os leigos, religiosos e religiosas, as organizações de apostolado que fizeram a vida desta Igreja. Aos 100 anos, chegamos com esta Paróquia viva porque de geração em geração todos fizeram a sua parte para zelar pela vida da Paróquia e para transmitir a fé”, salientou o Arcebispo. De acordo com o pároco, Padre José Augusto Schramm Brasil, este é um momento de louvor a Deus. “Tanta coisa bonita aconteceu. Tantas expressões de fé, tanta dedicação, essas gerações que foram construindo esta comunidade paroquial muito bem representada por este templo tão bonito, sinal da presença da Igreja aqui neste bairro”.

Fernando Geronazzo

Fiéis apresentam ao Cardeal livro-tombo da Paróquia São Geraldo


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Benigno Naveira

Colaborador de comunicação da Região

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Lapa

Crisma confirma e consolida a graça batismal Na noite de sábado, 8, aconteceu na Paróquia São João Operário, no Setor Rio Pequeno, a celebração do sacramento da Crisma a oito crismandos. A missa foi presidida por Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, e concelebrada pelo pároco, Padre Raimundo Ribeiro Martins, e pelo Padre José Maria Veloso, da Área Pastoral Nossa Senhora do Carmo, da Região Belém. Em seu pronunciamento inicial, Dom Julio suplicou ao Pai de Bondade que enviasse sobre os crismandos o dom de Deus, o dom do Espírito Santo. Após a proclamação do Evangelho, Padre Raimundo apresentou a Dom Julio os crismandos, “jovens e adultos

que fizeram uma caminhada na Catequese e na formação e descoberta no caminho de Jesus. Hoje, querem dar mais um passo, confirmando a graça batismal, através do sacramento da Crisma”. Dom Julio respondeu que muito se alegrava com esses irmãos e irmãs, e perguntou ao Pároco se eles estão conscientes do que pedem a Igreja. Padre Raimundo respondeu que os crismandos estão preparados. Dom Julio, na homilia, ressaltou que a Igreja nasceu com uma pequena comunidade que se reunia nas casas das pessoas, não havia edifício público, porque era proibido, já que os cristãos eram tidos como ateus. À época, os romanos eram considerados o povo mais religioso da Terra, porque acolhiam a todos

Benigno Naveira

Dom Julio Endi Akamine preside celebração da Confirmação, na Paróquia São José Operário

os deuses. Quando os cristãos falavam de Jesus Cristo crucificado, que morreu e ressuscitou e era um só Deus, os romanos achavam que estes eram ateus, que mereciam morrer, era uma religião proibida. Porém, quando o imperador romano se tornou cristão, mandou

construir uma basílica, uma edificação pública para os cristãos, essa foi exatamente a Basílica de São João do Latrão, que é a primeira Igreja construída como edifício público, sendo considerada a mãe de todas as Igrejas. Antes da bênção final,

Dom Julio e Padre Raimundo foram homenageados pela comunidade. O Sacerdote agradeceu à presença do Bispo e da comunidade, parabenizou os crismandos e convidou a todos para participarem da festa pelo seu aniversário de 60 anos de vida.

CF vai aprofundar o diálogo e a colaboração entre Igreja e sociedade Na tarde da quarta-feira, 5, a Pastoral da Comunicação da Região acompanhou, na Cúria da Lapa, a reunião da equipe regional da CF, que avaliou o Encontro Estadual da Campanha da Fraternidade, realizado de 24 a 26 de outubro, em Itaici, no município de Indaiatuba (SP). O encontro em Itaici foi coordenado por Dom Fernando Legal, bispo emérito de São Miguel Paulista, responsável pela Campanha da Fraternidade no Regional Sul 1 da CNBB; pelo Padre Antonio Frizzo, coordenador estadual da CF, e Toninho Evangelista, secretá-

Benigno Naveira

Equipe da CF 2015 na Região Lapa articula ações da Campanha

rio da Campanha no Sul 1. Pela Região Lapa, participaram do encontro os agentes de pastoral Rosa dos Santos Ramicelli, coordenadora re-

gional da CF, Maria Lucia Costa, Maura Araújo dos Santos e Leila de Castro. Rosa Ramicelli informou que o Encontro Regional de

Formação Permanente da Campanha da Fraternidade de 2015, com o tema “Igreja e Sociedade” e o lema “Eu vim para servir” (Mc10,45) acontecerá em 6 de dezembro, das 14h às 17h, na Paróquia Nossa Senhora da Lapa (rua Nossa Senhora da Lapa, 298, Lapa). A Campanha em 2015 quer lembrar os 50 anos do Concílio Vaticano II, de modo particular a constituição pastoral Gaudium et Spes sobre a Igreja no mundo de hoje. Tem como objetivo geral: “Aprofundar, à luz do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja a sociedade, propostos pelo Concílio Ecumênico

Vaticano II, como serviço ao povo brasileiro, para a edificação do Reino de Deus”.

AGENDA REGIONAL Quarta-feira (12) 19h - Reunião da Pastoral da Criança na Paróquia São Domingos Sávio (rua Tomas Lopes Ferreira, 131, no Parque São Domingos, em Pirituba). 20h – Catequese de Dom Julio Endi Akamine, na Paróquia Nossa Senhora da Lapa (rua Nossa Senhora da Lapa, 298, Lapa).

Quinta-feira (13), 20h Missa de Ação de Graças do ECC, na Paróquia São João Batista (rua Tonelero, 967, Vila Ipojuca).

Belém

João Carlos Gomes

Colaborador de Comunicação da Região

Diáconos Permanentes compartilham experiências pastorais Em 26 de outubro, ocorreu um encontro dos diáconos permanentes atuantes na Região Episcopal Belém, dessa vez na Paróquia Menino Deus, no Setor Vila Antonieta. Na ocasião, o diácono Roberto Zanchetta informou que assumirá, em dezembro, a assessoria eclesiástica da Pastoral Familiar regional, tarefa que vem sendo desempenhada pelo diácono Mario Braggio. O diácono Carlos Ribeiro

relatou as ações da Pastoral das Exéquias e o diácono Celso Acuña, coordenador do Núcleo Belém da Cáritas, trouxe informações e propostas em relação à Campanha Contra a Fome, o apadrinhamento de crianças haitianas pela Missão Belém e o Instituto Credipaz. Na reunião, houve o informe da realização da assembleia eletiva da Comissão Regional de Diáconos (CRD) do Regional Sul 1, que acontecerá

em 22 e 23 de novembro, em Aparecida (SP). Já no dia 6 de dezembro, às 20h, os candidatos ao diaconato permanente terão reunião, na Paróquia Nossa Senhora do Bom Parto, com Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém. A próxima reunião dos diáconos permanentes será realizada em 19 de novembro, às 20h, na Paróquia Santa Rita, no Setor Belém.

Arquivo pessoal

Diáconos permanentes durante reunião na Paróquia Menino Deus


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12 a 18 de novembro de 2014 | www.arquidiocesedesaopaulo.org.br

‘Igreja: a serviço da vida plena para todos’ será a urgência da Arquidiocese em 2015 Rejane Guimarães

Prioridades pastorais para o próximo ano foram refletidas no sábado, dia 8, em assembleia arquidiocesana Fernando Geronazzo Especial para O SÃO PAULO

“Igreja: a serviço da vida plena para todos” será a urgência pastoral da Arquidiocese de São Paulo para o ano de 2015. O tema foi abordado na Assembleia Arquidiocesana de Pastoral realizada sábado, 8, no Centro de Pastoral São José do Belém. Presidida pelo arcebispo metropolitano, Cardeal Odilo Pedro Scherer, a Assembleia contou com a presença dos bispos auxiliares, vigários episcopais e lideranças pastorais leigas e religiosas, que refletiram sobre pospostas de ação para o próximo ano, a partir do 11º Plano de Pastoral da Arquidiocese (2013-2016). Houve uma alternância entre as urgências propostas pelo Plano para os próximos dois anos. A urgência antes prevista para 2016 foi antecipada para 2015, enquanto a urgência “Igreja: lugar de animação bíblica da vida e da pastoral” passa para o ano seguinte. Dom Milton Kenan Júnior, bispo auxiliar de São Paulo e refe-

Junto a bispos auxiliares, Cardeal Odilo Pedro Scherer conduz Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, no sábado, 8

rencial do Secretariado Arquidiocesano de Pastoral, explicou que essa mudança foi realizada devido ao fato de a Igreja no mundo todo celebrar em 2015 os 50 anos da constituição pastoral Gaudium et Spes, do Concílio Vaticano II, documento que ilumina essa urgência. Nesse sentido, os coordenadores regionais de pastoral apresentaram a síntese dos destaques para 2015 (veja quadro abaixo). Os principais foram: Missão, Vida Plena, Juventude, Família,

Iniciação à Vida Cristã e Pastorais Sociais. A partir desses destaques, foram criados grupos para discutir e apresentar propostas pastorais em âmbito arquidiocesano, as quais serão sistematizadas pelo Secretariado Arquidiocesano de Pastoral e encaminhadas para os coordenadores regionais de pastoral, que irão viabilizar sua aplicação nos setores e paróquias. O Cardeal Scherer recordou o caminho traçado pelo 11º Plano de Pastoral, cujo tema é “Teste-

munha de Jesus Cristo na Cidade”. “Este Plano de Pastoral nos orienta, nos chama a tomarmos a sério, a viabilizarmos, da melhor forma possível, a nossa missão, nossa presença na cidade de São Paulo”. O Cardeal também frisou que não se trata de uma “presença qualquer”, mas a missão de testemunho de Jesus Cristo e seu Evangelho de muitas formas para, “não só manter viva a memória do testemunho de Jesus Cristo, mas também sua missão”. Dom Milton salientou que a

Destaques pastorais Regionais para 2015 Belém Missão Vida Plena Juventude

Brasilândia Família Juventude

Ipiranga Juventude Vida Plena Iniciação à Vida Cristã

Lapa Família

Santana Missão Família Pastorais Sociais

Sé Iniciação à Vida Cristã Missão

maioria das indicações do Plano de Pastoral procura valorizar aquilo que já existe na Arquidiocese. “Podemos notar que os verbos utilizados pelo Plano são ‘apoiar’, ‘fortalecer’, ‘reanimar’, ou seja, dar um novo espírito, novo impulso àquilo que nós já temos e que não deixa de ser hoje uma resposta aos desafios que a Igreja enfrenta e estão dentro dessa urgência pastoral”, comentou o Bispo Auxiliar da Arquidiocese, recém-nomeado para a Diocese de Barretos (SP). Sobre a urgência para 2015, Dom Milton chamou a atenção para o fato de a Igreja Católica ser uma referência na cidade de São Paulo, que “valoriza, aguarda e conta com a presença da Igreja na defesa dos direitos humanos e na promoção da dignidade humana”.

O Plano nas bases Dom Odilo também observou que após a elaboração das propostas em âmbito arquidiocesano, as paróquias terão seu próprio planejamento, isto é, vão refletir “como fazer as indicações de âmbito arquidiocesano serem viabilizadas na base”. “Não podemos perder de vista que nesse processo o ponto de partida é o mais importante. O Plano tem que acontecer em cada comunidade e em cada paróquia. Nosso compromisso é para que isso aconteça”, acrescentou Dom Milton.


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