Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 59 | Edição 3028 | 19 a 25 de novembro de 2014
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Dom Odilo Scherer comenta posturas para combater a ‘cultura da corrupção’ Em seu artigo semanal, o Cardeal Scherer comenta as consequências da desonestidade e da corrupção na administração do bem público, e aponta que
Com a palavra: Dias Toffoli, presidente do TSE
combate à “cultura da corrupção” começa pela séria investigação das denúncias de desonestidade. Página 3
Em entrevista ao O SÃO PAULO, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral e membro do Supremo Tribunal Federal, Ministro Dias Toffoli, falou do processo eleitoral no País. Página 11
Juventude unida para aprender, promover e viver a liberdade A Arquidiocese de São Paulo, por meio do Setor Juventude, promoveu no domingo, 16, no Instituto Dom Bosco, o Dia Nacional da Juventude (DNJ). O evento contou com a participação de cerca de mil jovens e 200 voluntários, e reuniu pastorais, movimentos e novas comunidades. Na programação, debates, oficinas, shows e apresentações culturais aprofundaram o tema do tráfico humano, que, seguindo a inspiração da Campanha da Fraternidade, trouxe testemunhos e atividades acerca dessa problemática também na realidade urbana. Na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, os jovens participaram da missa, presidida por Dom Carlos Lema Garcia, e lembraram santos – testemunhos de fé e vida – como Santa Paulina e São José de Anchieta. Página 24
Os 25 anos do processo eleitoral brasileiro em números Como tem sido o comportamento do eleitorado brasileiro desde a primeira eleição direta para presidente, realizada em 1989? Para responder a esse questionamento, O SÃO PAULO apurou junto ao TSE os números das eleições – total de
Cardeal dedica templo de paróquia na zona norte No domingo, 16, o Cardeal Odilo Scherer dedicou o templo e o altar da Paróquia Santa Rita de Cássia, no Parque Novo Mundo, na zona norte. Relíquias de Santa Madre Paulina do
Times da proclamação da República Página 17
Coração Agonizante de Jesus, do Beato Mariano de La Mata Aparício, de São José de Anchieta e de Santa Rita de Cássia foram depositadas sob o altar. Página 14
eleitores, votos válidos, brancos, nulos e abstenções – e ouviu dois cientistas políticos, para mostrar aos leitores quais as faces e realidades do sistema eleitoral no Brasil. Páginas 12 e 13
As lutas do povo negro, celebradas no dia 20 Em 20 de novembro, os brasileiros, pela lei 12.519, são convidados a fazer memória do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Essa data, muito longe de ser uma comemoração apenas,
Novembro Azul: um alerta para os homens Página 8
é um dia para reivindicação e para chamar a atenção das autoridades e da sociedade para os alarmantes índices de homicídio da população negra. Página15
Região Lapa incentiva ‘Eleições Limpas’ Página 23
2 | Ponto de Vista |
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editorial
Que venham os jovens! O Dia Nacional da Juventude na Arquidiocese de São Paulo foi comemorado no domingo, 16. O tema “Feitos para sermos livres, não escravos” e o lema “Eis o que diz o Senhor: Praticai o direito e a justiça, e livrai o oprimido das mãos do opressor” (Jr 22, 3a) dão continuidade ao tema da Campanha da Fraternidade deste ano, uma prática que prolonga a reflexão para além dos 40 dias da Quaresma. Um rápido passar de olhos sobre os participantes de nossas assembleias pastorais permite constatar – e isto é triste! – a ausência dos jovens. Parece que achamos que de nada adianta convocá-los.
Entregando os pontos, concluímos que eles não vêm mesmo e pronto! Conformamo-nos! Há os que até estão convencidos de que eles não se interessam mais pelas coisas da fé. Será mesmo assim? E o que dizer do grande número de jovens que frequentam os encontros preparatórios para a Crisma, que vão às missas aos domingos, que atuam nas novas comunidades e até mesmo nos movimentos mais tradicionais como os “presidia” da Legião de Maria e outros? Não seria a hora de convocar esses jovens todos? Não seria a hora de deixar a animação de nossas assembleias para eles?
Não seria a hora de tornar sadiamente ruidosas nossas assembleias, permitindo que eles falem, que eles cantem, que eles testemunhem a alegria de ser discípulos de Cristo? Não seria a hora de aproveitar a familiaridade que eles têm com as novas mídias, com as redes sociais? Lamentar a ausência deles não basta. É preciso convidá-los, não apenas no atacado, mas no varejo, apontando o dedo para cada um e dizendo: “Estamos precisando de você. Que tal ajudar a gente? Traga seu notebook, seu tablet, seu iphone, seu ipad, traga seu violão, traga sua alegria! Pode vir com seu skate, sua bicicleta... Que tal
participar da aventura de conhecer Jesus Cristo e deixar-se tocar por ele, por sua Palavra?” Imaginem essa legião de jovens sentindo-se acolhida, ouvida, amada, respeitada? Tivemos nesse DNJ um tema fascinante. Temos muitos e muitos jovens atuantes em nossas comunidades e nas novas comunidades. Que venham para que, juntos com eles, entendamos que “fomos feitos para sermos livres, não escravos” e aprendamos juntos a “praticar o direito e a justiça e, num esforço comum, libertar o oprimido das mãos do opressor”.
opinião
As eleições e a redução da idade penal Cleomar Manhas Há eleitos que se dizem representantes das manifestações de junho, do anseio por mudanças, no entanto, são porta-vozes de políticas conservadoras, que, caso aprovadas, representarão graves retrocessos de direitos. Em uma análise preliminar, já apresentada por outras organizações tal como o Departamento Intersindical de Análise Parlamentar (DIAP), o novo (velho) Congresso Nacional eleito para a Legislatura 2015/2018 é um dos mais conservadores dos últimos tempos, apesar desse discurso de mudança “inspirado” nas jornadas de junho de 2013. O que não se sabe é qual leitura fizeram dessas mobilizações e se há apenas uma leitura possível para isso. A segurança pública foi uma das questões mais debatidas pelos (as) diferentes candidatos (as), seja aos Legislativos estaduais, seja à Presidência da República. No entanto, há algo digno de nota: vários desses candidatos elegeram a “idade penal” como panaceia que resolverá todos os problemas de violência. Aproveitaram da falta de informação geral sobre o tema para angariar votos. E angariaram bastante, pois em vários e populosos estados, os campeões de votos utilizaram a redução da idade penal como principal pauta de campanha. Com relação ao Congresso Nacional, não apenas eleitos para a Câmara Federal, mas ao Senado também. Destacam-se parlamentares mais votados de São Paulo, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Ceará, Goiás, Santa Catarina, Roraima, dentre outros. Mesmo jovens candidatos, agora
Sergio Ricciuto Conte
parlamentares, como é o caso dos senadores eleitos pelo Acre e pelo Distrito Federal, defendem essa pauta retrógrada, com base em dados não corroborados pelas pesquisas. A massificação de matérias veiculadas na grande mídia, defendendo a redução da idade penal, criou uma sensação de que a maior parte dos crimes é praticada por adolescentes. No entanto, considerando a população total de adolescentes no Brasil, o percentual de adolescentes infratores é de 0,09% e se considerar a população como um todo, esse percentual é de 0,01%, computados todos os que estão em cumprimento de medidas socioeducativas, sejam de privação de liberdade, semiliberdade ou meio aberto. E a maioria dos atos é contra o patrimônio e não contra a vida, que representa um percentual mínimo entre os adolescentes infratores. É preciso repetir que a inimputabilidade penal não significa impunidade, pois o sistema legal implantado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) faz dos (as) adolescentes sujeitos de direitos e de responsabilidades, prevendo medidas socioeducativas até mesmo de privação de liberdade. No entanto, o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) propõe que as medidas estejam adequadas à etapa de desenvolvimento de cada um e que sejam de caráter educativo, para que esse adolescente possa ser ressocializado. É necessário tratar as causas, e não os efeitos, conforme apresentado ao debate nestas eleições, até mesmo por candidatos ao Executivo Federal. Cleomar Manhas é assessora política do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc).
As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.
Semanário da Arquidiocese de São Paulo
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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo
As notícias sobre fatos de corrupção e desonestidade na administração do dinheiro e do patrimônio públicos só não assustam ainda mais, porque já nos acostumamos a elas, de tanto que aparecem na imprensa! Há alguns anos, talvez em 2005, numa coletiva de imprensa, o presidente da CNBB da época disse que um dos maiores males do Brasil é a corrupção; recebeu protestos e reprovação na opinião pública. Parece, entretanto, que os anos sucessivos só confirmaram esse alerta... Como enfrentar o mal da corrupção? A desonestidade e corrupção na administração do bem público têm consequências duplamente funestas: de um lado, fatos muito graves são denunciados e requerem séria investigação e uma justificação perante a sociedade; isso nem sempre acontece e fica a sensação de impotência e resignação, como se nada pudesse ser feito para impedir e mudar esse mal. Depois de cada escândalo, espera-se a divulgação de mais algum... Por outro lado, os fatos de desonestidade repercutem de maneira negativa na educação das consciências; a própria capacidade de discernir e reagir fica comprometida. Passa-se a impressão de que nada é esclarecido ou comprovado, ou que tudo não vai além da luta pelo poder; que tudo é lícito a quem tem poder, bastando
Muito bem, servo bom e fiel! defender-se, para se sair bem e, no final das investigações, escapar à justiça e ao rigor da lei. Existem caminhos para mudar isso e para se ter uma convivência mais respeitosa, onde os fatos de desonestidade sejam reprovados, sem jeitinhos e meias verdades? É sabido o dito popular: “o exemplo vem de cima”. O comportamento de quem está mais em evidência e ocupa postos de maior responsabilidade pública tem influência sobre os outros. O bom e o mau exemplo marcam o senso ético. Se o exemplo “de cima” não é bom, as pessoas ficam autorizadas a seguir os maus exemplos? Certamente não. O bem e a virtude são louváveis por si; o mal e os maus exemplos são reprováveis por si sós e também e pelos seus efeitos. O bem edifica e o mal destrói. Nada justifica imitar os maus exemplos. Mas é sempre louvável seguir os bons exemplos. Por isso, quem está mais em evidência tem, mais ainda, o dever de oferecer um exemplo de vida edificante aos outros. Por onde atacar a “cultura da corrupção”? De muitos modos e em muitas frentes. Começa com a séria investigação das denúncias de desonestidade no cumprimento dos deveres públicos, para averiguar a verdade, sem deixar dúvidas no ar, nem cometer injustiça contra inocentes. A clara reprovação pública dos crimes de desonestidade é o passo seguinte: deve ficar claro que não se compactua com a desonestidade. E, se ficar comprovada a lesão do patrimônio público, por desonestidade, deve haver ressarcimento justo do dano, para
não ficar a sensação de impunidade, ou que o crime compensa; em ambas essas hipóteses, teríamos um incentivo ao crime. A desonestidade é um comportamento viciado, que se aprende e consolida, como um modo de viver. A honestidade, a retidão e o senso de justiça são virtudes, que também se aprendem e precisam ser incentivadas e educadas. O vício não é bom, não faz bem e marca o caráter de forma negativa. A virtude é boa, merece apreço e marca o caráter de forma positiva. A educação para as virtudes da honestidade e da retidão precisa começar cedo; desde a mais tenra infância, a criança deve aprender que algumas coisas lhe pertencem e, outras, não; que não deve apropriar-se daquilo que é dos outros. A educação, de muitos modos, é fundamental para assegurar uma conduta honesta; deve-se ter em vista, antes de tudo, a formação do caráter, para que seja forte e se oriente por princípios éticos e morais sólidos. Os dez mandamentos da Lei de Deus apontam os caminhos da retidão e da justiça. A vida oferece muitas tentações. Sem um caráter bem formado, e sem princípios morais firmes, fica difícil resistir à tentação do agir desonesto e à lisonja dos vícios. Acima de tudo, nunca devemos esquecer que se pode burlar a lei e escapar à justiça dos homens. Mas, todos devemos prestar contas a Deus sobre nossa vida e o nosso agir. Nem o fato de dizer que não se crê em Deus isenta disso. E, diante de Deus, não há como burlar a lei, nem enganar o juiz.
| Encontro com o Pastor | 3
Reconhecimento aos padres jubilandos Helena Ueno
Em celebração na Catedral da Sé, no domingo, 16, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, parabenizou e enalteceu os trabalhos dos padres que em 2014 festejam jubileu de prata sacerdotal: Domingos Geraldo B. Almeida Jr, Enivaldo Santos Vale, José Enes de Jesus, Severino Martins da Silva, Vicente de Paula Moura, José Benedito Brebal, Luis César, Palmiro Carlos Paes, Carlos Roberto Froes, Leandro Duarte (PR), José Leoncio Jr. (PB) e José Carlos F. Spinola. Os padres que concelebraram foram homenageados, ao final, com cartões, velas e flores.
Diálogo com o superior dos Jesuítas
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Em visita ao País para a criação da Província do Brasil dos Jesuítas, que aconteceu no domingo, 16, no Rio de Janeiro, o Padre Adolfo Nicólas Pachón, Superior Geral da Companhia de Jesus, encontrou-se no sábado, 15, com o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, no Pateo do Collegio, na capital paulista. Antes de dialogar com o Cardeal, durante um almoço oferecido pelos Jesuítas, o Padre presidiu missa na igreja do Pateo, na qual ressaltou que a caridade é a chave da espiritualidade, que a perseverança impulsiona a missão e que todos devem se abrir para a transformação proposta por Deus.
Encontro com empresários “A força da fé para mobilizar pelas grandes causas do País” será o próximo assunto tratado durante o Almoço-Debate LIDE, desta vez com palestra do arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer. O encontro acontece na quarta-feira, 19, às 12h, no hotel Grand Hyatt (avenida das Nações Unidas, 13.301, em São Paulo). (por Daniel Gomes)
4 | Papa Francisco |
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Talento é para multiplicar No domingo, 16, às 12h, antes rezar o Ângelus com os peregrinos na praça de São Pedro, o Papa Francisco refletiu sobre a parábola dos talentos (Mt 25, 14-30), que era o texto evangélico do dia. Após resumir a parábola, o Papa, em sua mensagem, explica que Jesus é o homem que distribui seu patrimônio e nós os servos. Esse patrimônio é sua Palavra, a Eucaristia, a fé, o perdão... “enfim, os seus bens mais preciosos”, um patrimônio doado não para ser protegido, mas para crescer. No buraco cavado pelo “servo mau e preguiçoso”, o Papa vê “o medo do risco que bloqueia a criatividade e a fecundidade do amor”. E acentua: “Jesus quer que em vez de guardar sua graça num cofre, a usemos em benefício dos outros.
E os bens colocados a serviço dos outros crescem”. É como se nos dissesse: “Aqui está a minha misericórdia, a minha ternura, o meu perdão: peguem e façam largo uso”. E nós, o que fazemos? – pergunta o Papa. “Quem ‘contagiamos’ com a nossa fé? Quantas pessoas encorajamos com a nossa esperança? Quanto amor partilhamos com o nosso próximo?” “Estas perguntas nos farão bem”, continua Francisco. E todo ambiente pode se tornar lugar onde fazer frutificar os talentos. Jesus nos pede um testemunho aberto e isso depende de nós. Não esconder nossa fé e nossa pertença a Cristo, não enterrar a Palavra do Evangelho, circular essa palavra na vida pessoal, nas relações, nas situações concretas, é o que nos exorta a parábola, prossegue Francisco. “Da mesma forma, o perdão recebido na Penitência deve desencadear
uma força que derrube os muros do egoísmo, e nos fazer dar o primeiro passo para reabrir relações, retomar o diálogo”. Francisco aconselha a todos a ler Mateus 25, 14-30 e a meditar: “os talentos, as riquezas, tudo aquilo que Deus me deu de espiritual, de bondade, a Palavra de Deus, como faço com que cresçam nos outros? Ou somente os protejo em um cofre?” Embora o Senhor não distribua as mesmas coisas e nem do mesmo jeito, ele nos conhece e nos confia o que é certo para nós. O que é igual para todos é a “imensa confiança” que tem em nós. “Não o desiludamos! Não nos deixemos enganar pelo medo, mas vamos retribuir confiança com confiança!”, conclui o Papa, mostrando que Maria é nosso exemplo porque acolheu Jesus como um dom sublime e o ofereceu à humanidade. (Por Padre Cido Pereira)
Beata Assunta Marchetti
L’Osservatore Romano
Durante a audiência geral na quarta-feira, 12, o Santo Padre recebeu o quadro oficial da Beata Assunta Marchetti, beatificada em 25 de outubro, em São Paulo. De autoria da pintora russa Natália Tsarkova, o quadro mostra a mesma imagem apresentada durante a cerimônia de beatificação na Catedral da Sé.
Complementariedade: base do Matrimônio Na manhã da segunda-feira, 17, o Papa Francisco participou da primeira sessão do Simpósio Inter-religioso internacional sobre o tema “A complementaridade entre homem e mulher”. Francisco frisou que a complementaridade entre o homem e a mulher está na base do Matrimônio e da família, “que é a primeira escola na qual aprendemos a apreciar nossos dons e os dos outros e onde começamos a aprender a arte de viver juntos”.
Contribuição do homem e da mulher O Santo Padre também afirmou que “as crianças têm o direito de crescer em uma família com um pai e uma mãe, capazes de criar um ambiente adequado para o seu desenvolvimento e maturidade emocional”. “Quando falamos de complementariedade entre homem e mulher, neste contexto, não devemos confundir tal termo com a ideia simplista que todos os papéis e as relações de ambos os sexos estão presos em um modelo único e estático. A complementariedade assume muitas formas, porque todo homem e toda mulher dão a sua contribuição pessoal para o casamento e a educação dos filhos”, disse.
Família é família Ainda no Simpósio, o Pontífice acrescentou que a família é um fato antropológico e, portanto, uma dimensão social, cultural, que não pode ser definida com conceitos ideológicos. “Não podemos ser rotulados com conceitos ideológicos. Não se pode falar hoje da ‘família conservadora’ ou de ‘família progressista’: família é família; tem uma força em si”. “Que este encontro possa ser fonte de inspiração para todos os que sustentam e reforçam a união do homem e da mulher no matrimônio como um bem único, natural, fundamental e belo para as pessoas, as famílias, as comunidades e as sociedades”, concluiu Francisco. (Por Fernando Geronazzo)
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| Fé e Vida | 5
Espiritualidade
fé e cidadania
Apóstolo Moderno
Onde está a água nossa de cada dia?
Dom Carlos Lema Garcia Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade
Ouvimos no domingo, a parábola dos Talentos. Vamos aplicá-la aos estudantes, que estão na reta final do ano e na época de exames. Os dois primeiros empregados puseram em jogo os talentos recebidos e duplicaram seu valor. Por isso, cada um deles ouviu dos lábios do Senhor estas palavras: “Muito bem, servo bom e fiel; porque foste fiel no pouco, eu te constituirei sobre o muito: entra na alegria do teu Senhor”. O terceiro empregado teve medo de perdê-lo e enterrou seu talento, não o negociou: perdeu o tempo e não tirou nenhum proveito. Não acrescentou nada. Ocupou-se, talvez, em muitas coisas, mas não realizou aquilo que foi recomendado, não cumpriu sua missão, seu dever. No entanto, a recomendação estava muito clara: negociar, desenvolver, fazer crescer. Deus distribui o talento da inteligência de modo diferente a cada estudante. Por isso, o empenho no estudo depende das circunstâncias pessoais e da dificuldade das matérias que deve cursar. Para o estudante, render o talento signifi-
ca estudar com sentido profissional, aprofundar-se nas leituras, prestar atenção nas aulas, aproveitar as horas de estudo, sem se deixar se contagiar pela ociosidade. É a atitude do terceiro, chamado servo mau e preguiçoso: os outros estão trabalhando, com o tempo todo tomado, arriscando aquilo que receberam; mas ele perde seu tempo. Hoje, ele é o aluno que gira dentro de casa: dorme demais, perde o tempo na internet, no som, no sofá. Que pena! A primeira condição para render os talentos é vencer a preguiça e o comodismo. Fazer render os talentos também significa aceitar novos desafios. Lançar-se sem medo. Lembre-se da primeira vez que fez uma prova de admissão numa escola. Lembre-se da primeira apresentação de trabalho que fez diante da turma. O mesmo acontece na prova do Enem, no vestibular, na dissertação de mestrado, etc. Tudo na vida tem uma primeira vez. Quais são as qualidades do bom estudante? Em primeiro lugar, responsabilidade. Ele assume e resolve seus problemas. Dá conta das suas tarefas. Pede ajuda quando necessário, mas assume suas próprias responsabilidades. É responsável o aluno que tem um horário definido para o estudo. Sabe quando vai estudar, o que deve estudar, e da maneira que precisa estudar. Depois, a constância, que é o segredo do
sucesso em qualquer atividade humana. Dizia o grande músico Liszt, que caso passasse um só dia sem tocar piano, ele o notava. Se passasse dois dias, sua esposa percebia; se passasse três... o público reparava. Aquele estudante que – mesmo com menos talento e inteligência que seus colegas – sabe vencer a preguiça e trabalha com constância, acaba triunfando. Em terceiro lugar, intensidade. Um aluno que estuda de verdade, que se empenha seriamente, acaba ganhando uma enorme segurança, acumula conhecimentos, assimila o conteúdo das matérias. Mas podemos dar um passo a mais. São Josemaría, pioneiro da promoção da santidade dos leigos, faz uma afirmação surpreendente em seu pequeno e famoso livro “Caminho”: “Para um apóstolo moderno, uma hora de estudo é uma hora de oração.” Se tivermos a consciência de que Deus está junto de nós continuamente, realizaremos com a maior perfeição o nosso trabalho e o estudo, e assim, o converteremos em oração. Como? Ao iniciar a nossa tarefa, podemos elevar o coração a Deus, oferecendo-lhe esse estudo, essa leitura. E depois, devemos realizá-lo da melhor maneira possível. Desse modo, teremos transformado esse tempo de estudo em oração grata a Deus. Assim também aconteceu com os empregados que fizeram render seus talentos: receberam um prêmio. Entra na alegria do teu Senhor.
ATOS DA CÚRIA NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ASSESSORES DE PASTORAIS ARQUIDIOCESANAS Por mandato de Sua Eminência, o Sr. Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, em 15 de novembro de 2014, foram nomeados e provisionados, ou confirmados no encargo, pelo período de 3 (três) anos, os seguintes assessores de pastorais arquidiocesanas: Revmo. Pe. Marcelo Delcin, para a Pastoral Bíblico-Catequética; Revmo. Pe. Helmo César Faccioli, para a Comissão Arquidiocesana de Liturgia; Revmo. Pe. Zacarias José de Carvalho Paiva, para a Pastoral da Família; Revmo. Pe. André Torres, para o Setor Juventude da Pastoral; Revmo. Pe. José Bizon, para o Ecumenismo e do Diálogo InterReligioso; Revmo. Pe. Júlio Lancelotti, para a Pastoral com o Povo da Rua; Revmo. Pe. Vandro Pisaneschi, para o Vicariato para a Educação e a Universidade; Revmo. Pe. José Enes de Jesus, para a Pastoral dos Afro-Descendentes; Revmo. Pe. Fausto Marinho de Jesus, para a Pastoral da Juventude (PJ); Revmo. Pe. Vidal Becerril, para a Pastoral da Moradia; Revmo. Pe. Uilson dos Santos, para a Pastoral do Dízimo; Revmo. Pe. Vando
Valentini, para a Pastoral Universitária; Revmo. Pe. Messias Ferreira, para a Pastoral das Vocações; Revmo. Pe. Antônio dos Santos da Silva, SCJ, para o COMIAR; Revmo. Pe. João Mildner, para a Pastoral da Saúde; Revmo. Pe. Luiz Cláudio Braga, para a Pastoral da Comunicação (PASCOM); e Revmo. Pe. José Roberto Pereira, para a Renovação Carismática Católica (RCC). PROVISÃO DE MEMBROS DO CONSELHO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS DA CATEDRAL DA SÉ Por mandato de Sua Eminência, o Sr. Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, em 6 de novembro de 2014, foram nomeados e provisionados, pelo período de 3 (três) anos, como membros titulares do Conselho de Assuntos Econômicos da Catedral Metropolitana de São Paulo, o Revmo. Pe Eduardo Vieira dos Santos; Revmo. Pe. Zacarias José de Carvalho Paiva; Revmo. Pe. Luiz Eduardo Pinheiro Baronto; Revmo. Côn. Martin Segú Girona; e Revmo. Pe. Michelino Roberto; e como membros suplentes, o diácono André Iasz Filho; e o Sr. Mauro Rodrigues. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VICE-REITOR Em 13 de novembro de 2014, foi nomeado
Vice-Reitor do Oratório Público de Nossa Senhora da Boa Morte ou da Dormição da Bem-Aventurada Virgem Maria, Região Episcopal Sé, pelo período de 2 (dois) anos, retroativo a 15 de fevereiro de 2014, o Revmo. Pe. Paulo Ramos, pertencente ao clero de São Paulo e membro da Associação Privada de Fiéis de Direito Diocesano Aliança de Misericórdia. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL Em 5 de novembro de 2014, foi nomeado Vigário Paroquial da Paróquia Imaculada Conceição, Setor Ipiranga da Região Episcopal Ipiranga, pelo período de 1 (um) ano, o Revmo. Pe. Israel Mendes Pereira. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ADMINISTRADOR PAROQUIAL Em 14 de novembro de 2014, foi nomeado Administrador Paroquial da Paróquia Santa Cristina, Setor Cursino da Região Episcopal Ipiranga, pelo período de 1 (um) ano, o Revmo. Pe. Palmiro Carlos Paes. NOTA DE CONHECIMENTO A Mitra Arquidiocesana de São Paulo informa que o valor arrecadado na Coleta do Óbulo de São Pedro 2014 foi de R$ 306.846,37 (trezentos e seis mil, oitocentos e quarenta e seis reais e trinta e sete centavos), em valor bruto.
PADRE AUGUSTO CÉSAR PEREIRA Falta água no país que é o maior reservatório de água doce do planeta? Nós exploramos irresponsavelmente tudo o que a natureza construiu por milênios. Com nada lhe retribuímos! Observando a criação do mundo, alguém reclamou de Deus porque deu coisas demais para o Brasil. Poderia ter distribuído melhor as riquezas naturais. Ao que Deus respondeu: “Calma, você vai ver que gente eu vou colocar lá”. Outros falam do desperdício de que o próprio Criador é culpado, porque espalhou bens à beça em nosso País. Outros ainda reclamam porque a Natureza tem feito tanto a nosso favor e nós tão pouco ou nada fazemos a favor da Natureza. Inclusive, precisa acabar a brincadeira muito sem graça de que São Pedro tenha descuidado da torneira do céu. Creio, porém, que devamos mudar bastante nosso costume de culpar em tudo e por tudo o nosso povo. Embora as queixas contra o povo sejam em boa parte verdadeiras, não é o povo o responsável maior pela falta de água que nos castiga. Por isso, as campanhas de conscientização para o uso responsável da água não podem ser dirigidas somente ao povo, mas, sobretudo, às autoridades. Um documento chamado “Atlas do abastecimento urbano de água”, publicado em 2011, alerta cientificamente que nossos municípios estão ameaçados pela falta de água na próxima década. Isto é, em menos de dez anos, faltará água, se assim as coisas continuarem. Por “essas coisas”, entendamos, em primeiríssimo lugar, a falta incrível de cuidado das autoridades com os mananciais e reservas de água para o presente e o futuro. Não se compreende que, diante da absoluta necessidade da água para a vida, haja tamanha irresponsabilidade e inexplicável desleixo. Não se pode, de maneira alguma, jogar para os ombros do povo, quando a falha é exclusividade das autoridades que devem responder pelo absurdo. Um dado que constrange. A Campanha da Fraternidade de 2004, a respeito da importância do zelo com a água, portanto há exatamente uma década, previu e preveniu “profeticamente” sobre a ameaça da realidade que ronda a saúde e a vida da população. Entre tantos alertas, a CF insistiu no cuidado com os mananciais e reservatórios das fontes de água. A ação dos governantes não correspondeu à importância do alerta! Não é mera coincidência que o Sistema Cantareira tenha tido a pior estiagem dos últimos 11 anos. Porque a falta de chuva também é causada pela omissão do homem com a Natureza. Quem sofre? O povo. Naturalmente! Depois de criar a água, diz a Bíblia, “Deus viu que era bom”! E-mail: peaugustocesar@yahoo.com.br
6 | Fé e Vida |
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LITURGIA E VIDA
novos santos e beatos
São Rafael de São José
JESUS CRISTO REI DO UNIVERSO 23 DE NOVEMBRO DE 2014
O Rei Pastor ANA FLORA ANDERSON
O ano litúrgico termina com a celebração da realeza de Cristo, o Bom Pastor. A antífona cita o Livro do Apocalipse, revelando que a divindade, o poder e a sabedoria pertencem ao Cordeiro Imolado. A oração pede que todos os que foram libertados da escravidão do pecado possam glorificar a Deus eternamente. A primeira leitura (Ezequiel 34, 11-12.15-17) soa como um trecho do Evangelho. O Bom Pastor cuida do rebanho disperso, resgatando-o de lugares perigosos e levando-o para descansar. Ele irá fortalecer os doentes e fará justiça entre todos. Na segunda leitura (1 Coríntios 15, 20-26.28), São Paulo ensina que a ressurreição de Jesus revela que aqueles que lhe pertencem conhecerão a vida eterna com Deus. Através de Adão, conhecemos a morte e através de Jesus a plenitude da vida imortal. O Evangelho de São Mateus (25, 31-46) apresenta a visão do Cristo Rei no fim da história. Jesus revela como será o julgamento final. Para conhecer a plenitude da vida eterna, devemos viver agora a serviço dos irmãos. Jesus pede que alimentemos os famintos, acolhamos os estrangeiros, cuidemos dos doentes e visitemos os encarcerados. Quem negar socorro ao irmão está negando a vida e a missão de Jesus.
você pergunta
É válido rezar deitado? padre Cido Pereira
Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação
A pergunta é da Maria (que não disse seu sobrenome), que mora na Casa Verde. Penso que costuma fazer suas orações deitada. Ela pergunta se é válido orar nessa posição. Ó Maria, se você costuma ler meus textos ou me ouvir na rádio 9 de Julho, certamente você já me ouviu dizer que na oração, na comunhão com Deus, vale mais a disposição do coração do que a posição do corpo. É claro, minha querida, que cada posição do corpo na oração tem o seu sentido. A gente se ajoelha em sinal de adoração e em sinal de humildade, pedindo a Deus as graças que necessitamos. Adoramos o Senhor e nos colocamos em suas mãos para que ele faça de nós o que lhe aprouver. Também, de joelhos, manifestamos o quanto somos pecadores e necessitados do perdão de Deus, de sua misericórdia. A oração em pé também tem um significado bonito. Nós manifestamos o nosso respeito a Deus e falamos a Deus com confiança e disponibilidade. A Deus suplicamos, louvamos, adoramos também, e isto é bonito. E de pé, nos mostramos prontos a caminhar nos caminhos de Deus, anunciando a salvação que Jesus trouxe ao mundo. E sentados? Nós nos sentamos para escutar o que Deus tem a nos dizer. Em nosso meio, como um pai junto a seus filhos, Deus nos fala e nós falamos a Deus. Repare que na missa, nós nos sentamos durante a liturgia da Palavra. E dizemos a Deus: Fala, Senhor! Teus filhos te ouvem! E deitados? Há duas formas de oração que se faz deitado. A primeira é a prostração. Caímos de bruços diante de Deus em profunda entrega de nossa vida. Você já deve ter visto uma ordenação sacerdotal, não é mesmo? Pois é, o candidato ao sacerdócio cai no chão, prostrado, mostrando-se, ao mesmo tempo, pequeno e necessitado da ajuda de Deus para cumprir a missão que o Senhor lhe confia. E há a oração que fazemos deitados, porque estamos cansados, porque estamos enfermos. Ela tem o mesmo valor que as orações feitas nas demais posições do corpo. Deus entende as nossas razões. E mesmo que não houvesse uma razão, mesmo deitados podemos adorar, agradecer, suplicar, louvar a Deus e interceder por quem precisa. É isso aí, Maria, reze sempre, reze nas posições que você achar melhor. É incrível a força da oração.
19 de Novembro
Nascido no dia 1º de setembro de 1835, em Vilna, na capital da Lituânia, São Rafael de São José era filho do casal André e Josefina, ambos de famílias nobres. Foi batizado com o nome de José e educado pelos pais dentro da religião cristã. Na juventude, pensando em cursar estudos superiores, o pai sugeriu-lhe que frequentasse a universidade de agronomia, mas ele preferiu estudar engenharia civil. A sua fé durante a vida juvenil decorreu à sombra do Santuário de Nossa Senhora do Carmo. Em janeiro de 1863, foi convidado para o cargo de ministro da Guerra da Lituânia. Assumiu porque havia estourado a guerra contra a Polônia, e queria lutar pela liberdade do seu povo e nação. Mas, ao mesmo tempo, também se reconciliou com a fé. Nesse mesmo ano, se confessou, comungou e iniciou uma vida de intensa espiritualidade e devoção a Jesus, José e Maria. Os lituanos foram os perdedores e ele acabou prisioneiro. Foi deportado para a Sibéria, levando consigo apenas o Evangelho, o livro “Imitação de Cristo” e um crucifixo bento, presente de uma de suas irmãs. Foram dez anos no campo de concentração, passados nos trabalhos forçados e rezando com seus companheiros. Libertado e repatriado, entrou na Ordem dos Carmeli-
há
50
Reprodução
tas Descalços de Graz, aos 42 anos, em 1877. Vestiu o hábito dos carmelitas e tomou o nome de Rafael de São José, em 1882, quando recebeu a ordenação sacerdotal. O grande restaurador da Ordem dos Carmelitas na Polô-
nia morreu em 15 de novembro de 1907, em Vadovice, cidade natal do Papa João Paulo II, que o canonizou em 1991. A festa em memória a São Rafael de São José foi indicada para o dia 19 de novembro. Fonte: www.paulinas.org.br
anos
Capa da edição de 22/11/1964
Dom Agnelo Rossi envia mensagem à Arquidiocese de São Paulo Recém-nomeado arcebispo de São Paulo, Dom Agnelo Rossi enviou mensagem aos fiéis da Arquidiocese, através da Rádio Vaticano, diretamente de Roma, onde participava do Concílio Vaticano II. A mensagem foi colocada em destaque na capa da edição do O SÃO PAULO de 22 de novembro de 1964. “Unicamente firmado na virtude do Altíssimo, que levanta da terra os pobrezinhos para colocá-los a serviço do povo de Deus, aceitei, sem vacilação de nenhum minuto sequer, a vontade do Senhor, manifestada pela decisão do Santo Padre, o Papa Paulo VI”, afirmou sobre sua nomeação.
Dom Agnelo manifestou, ainda, com quais perspectivas chegaria à Arquidiocese: “Que vos posso dizer, meus queridos arquidiocesanos de São Paulo? Que irei feliz e contente para o posto mais difícil, sem dúvida, que a Divina Providência me confia. Mas Deus não abandona àqueles que obedecem, com simplicidade, à sua Palavra [...] Irei para São Paulo a fim de servir o povo de Deus, em missão de paz, de amor e fraternidade. Sem nenhuma vinculação a partidos, grupos ou facções, procurarei unir as forças católicas para que cumpram sua missão apostólica – que é a nossa valiosa contribuição para o bem comum”.
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| Pastorais | 7
Apostolado da Oração
10º Encontro Nacional: ‘A ação do Espírito Santo’ O Apostolado da Oração (AO) se reuniu na sede de Edições Loyola, na zona sul da cidade de São Paulo, em 1º de novembro, para seu 10º encontro nacional. Estiveram presentes 200 pessoas, aproximadamente, entre elas coordenadores e representantes do AO e do Movimento Eucarístico Jovem (MEJ), dos estados de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro, e também de mais 15 municípios de São Paulo. O encontro teve como tema: “A ação do Espírito Santo no AO-MEJ”. Segundo o secretário nacional do AO e do MEJ, Padre Otmar Jacob Schwengber, SJ, “o Apostolado é um caminho espiritual que a Igreja propõe a todos os cristãos para ajudá-los a serem amigos e apóstolos de Jesus Ressuscitado na vida diária e o Espírito Santo nos renova a cada dia e transforma a nossa missão.”, disse. A novidade desta edição foi a
participação do Padre Alexandre de Souza, diretor do Anchietanum (obra da Companhia de Jesus em São Paulo, capital), que falou ao público sobre a juventude hoje e como é importante buscar compreender o jovem em sua totalidade, saber sobre a sua origem e como é possível o Apostolado se aproximar deles e apoiá-los. “A espiritualidade do AO trabalha muito a parte do afeto, dos sentimentos. O jovem do MEJ não é diferente dos outros jovens. Ele quer ser aceito, ser amado, ser ouvido. É necessário ter o diálogo aberto para quebrar as barreiras existentes”, enfatizou. “É importante olhar para a juventude de maneira geral, cuidar e acompanhar seriamente e de cada um em particular. Descobrir e amparar os que apresentam problemas sociais comportamentais e/ou psicológicos. Nesse sentido, os Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola podem auxiliar no desenvolvimento dos
Vanessa Fonseca
Sede das Edições Loyola, em São Paulo, recebe Encontro Nacional do Apostolado da Oração, em 1º de novembro
trabalhos”, declarou o Sacerdote. Outra novidade foi a apresentação, durante o evento, da nova Cruz do MEJ no Brasil, símbolo oficial desenvolvido a partir do desenho da Cruz do MEJ In-
ternacional. A peça em metal é uma das ações para preparar a celebração dos 100 anos do MEJ em 2015, em Roma. “Através do sacramental, podemos evangelizar e manifestar a nossa fé pu-
blicamente. Aliás, a Cruz já foi enviada até para o Equador para que também possam usá-la”, disse o coordenador nacional, Everson Lima. Colaborou Vanessa Fonseca
Pastoral Carcerária
Padre Valdir João Silveira é reeleito coordenador nacional Em assembleia realizada em Belo Horizonte, entre 7 e 9 de novembro, o Padre Valdir João Silveira, 62, foi reeleito coordenador nacional da Pastoral Carcerária, função que ocupa desde 2010. Na oportunidade, o Padre Gianfranco Graziola, Missionário da Consolata e integrante da Pastoral em Roraima, foi indicado para vice-coordenador nacional, em lugar da Irmã Petra Silvia Pfaller, da Congregação das Irmãs Missionárias de Cristo, que foi eleita coordenadora nacional para a questão da mulher presa. Representantes da Pastoral que atuam em 22 estados e no Distrito Federal participaram da assembleia nacional, assim como Dom Pedro Luiz Stringhini, bispo de Mogi das Cruzes (SP) e atu-
al bispo referencial da Pastoral no Brasil. Os participantes socializaram preocupações com o aumento do encarceramento no Brasil e com o tratamento degradante a que estão submetidos os presos, e ratificaram as propostas da Agenda Nacional pelo Desencarceramento. Foram destaques nas reflexões os temas que constituem desafios permanentes para a Pastoral Carcerária em todo o País: promoção da Justiça Restaurativa, atenção às condições das mulheres presas, e empenho pelo fim da revista vexatória. Conforme o Regimento Interno da Pastoral Carcerária, a assembleia nacional ocorre a cada dois anos com a finalidade de: tratar das linhas, projetos e definições da Pastoral em nível nacional; avaliar os
EDITAL DE CONVOCAÇÃO
A Fundação Metropolitana Paulista, convoca seus membros diretores para a assembleia ordinária a realizar-se no dia 10 de dezembro de 2014, às 14h, em sua sede à Avenida Higienópolis, 890, sala 16, São Paulo, SP, em primeira chamada com todos os diretores presentes, e, às 14h30, em segunda chamada, com os que estiverem presentes. A assembleia terá como pauta: 1 – assuntos ordinários da “Rádio 9 de Julho”; 2 – assuntos ordinários do “Jornal O São Paulo”; 3 - outros assuntos. São Paulo, 19 de novembro de 2014. O Presidente
relatórios das coordenações regionais, estaduais e nacionais; e eleger, a cada quatro anos, os membros da coordenação nacional – coordenador, vice, e coordenadora
Para assinar O SÃO PAULO: Escolha uma das opções e a forma de pagamento. Envie esse cupom para: FUNDAÇÃO METROPOLITANA PAULISTA, Avenida Higienópolis, 890 São Paulo - SP - CEP 01238-000 - Tel: (011) 3666-9660/3660-3724
nacional para a mulher presa – com mandatos de quatro anos, passíveis de uma reeleição consecutiva. Colaborou assessoria de imprensa da PCr
ASSINATURA SEMESTRAL: R$ 45 ANUAL: R$ 78 FORMA DE PAGAMENTO CHEQUE (Nominal à FUNDAÇÃO METROPOLITANA PAULISTA) DEPÓSITO BANCÁRIO Bradesco ag 3394 c/c44159-7 COBRANÇA BANCÁRIA
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Destaques das Agências Nacionais
Nayá Fernandes
nayafernandes@gmail.com
Depois do ‘Outubro Rosa’, é hora da campanha ‘Novembro Azul’ Instituto Lado a Lado pela Vida
diagnóstico deste tipo de câncer, é feito pelo toque retal e só depois o médico pede exames laboratoriais para verificar se há ou não a presença de tumor maligno. A partir daí, o paciente pode passar por vários tipos de tratamento como cirurgia, a prostatectomia, que é a retirada da próstata; radioterapia e hormonioterapia. Fonte: PUC-SP e Instituto Lado a Lado pela Vida
previna-se: Edifícios iluminados com a cor rosa e muitas pessoas com uma fitinha junto ao peito tinham a função de lembrar o “Outubro Rosa”, mês dedicado à conscientização das mulheres para o câncer de mama. Em seguida, o mês de novembro foi dedicado aos homens a respeito da prevenção do câncer de próstata, e muitos edifícios foram iluminados com o azul. O médico Valtécio Alencar de Souza, do Ambulatório de Saúde Ocupacional da PUC-SP, explicou que a próstata é uma glândula que só o homem possui e se localiza na parte baixa do abdômen. Ela produz parte do sêmen, líquido que contém os espermatozoides. No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele. O Médico explicou também que este tipo de câncer
acontece, em cerca de três quartos dos casos, em homens a partir dos 65 anos. “Em 2014, cerca de 68 mil brasileiros terão recebido o diagnóstico da doença, sendo a segunda causa de morte por câncer entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pulmão”, disse Valtécio. Realizado mundialmente, o Novembro Azul surgiu na Austrália, em 2003. O público alvo são homens a partir de 40 anos e pessoas próximas que possam influenciar o processo de prevenção e cuidado, como familiares e amigos. Mas o principal desafio da campanha é quebrar o preconceito sobre o assunto e informar a população por meio de ações interativas, além de conscientizar sobre a importância da realização dos exames periódicos relacionados ao câncer de próstata, de grande incidência entre os brasileiros. Uma das principais causas do preconceito é que o
Sintomas do câncer de próstata: A maioria dos casos cresce lentamente e não causa sintomas, mas os tumores mais avançados podem ocasionar sintomas urinários: • urinar pouco de cada vez; • urinar com frequência, especialmente durante a noite; • dor ou ardor à micção; • presença de sangue na urina; • ejaculação dolorosa. Recomendações da Sociedade Brasileira de Urologia (2013) e outras entidades: • Homens sem risco maior de desenvolver a doença devem começar a fazer os exames preventivos aos 50 anos; • Homens com casos da doença na família deverão realizar esses exames aos 45 anos; • Dieta balanceada, com pouca gordura de origem animal e prática regular de atividade física são aliados da prevenção.
Na Paraíba, acontece a I Feira de Agricultura Familiar SPM/NE
Comunidade se reúne na sede do SPM, em Ingá, na Paraíba, para organizar a Feira de Agricultura Familiar da região
No ano Mundial da Agricultura Familiar, a sede do Serviço Pastoral dos Migrantes Nordeste (SPM/NE), acolheu na sexta-feira, 14, a I Feira de Agricultura Familiar. A feira é uma realização da Central das Associações, juntamente com o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável e o Serviço Pastoral dos Migrantes do Nordeste, com o apoio da Prefeitura Municipal de Ingá (PB). A ideia é de que a feira aconteça quinzenalmente, por famílias agricultoras da região do Ingá, comercializando vários alimentos saudáveis, produzidos sem agrotóxicos, e que incentive a comercialização da produção agroecológica dos agricultores e agricultoras da região. Fonte: SPM/NE
Núncio Apostólico visita região paulista do Grande ABC “Volto para Brasília levando todos vocês no meu coração”, foi uma das frases repetidas por Dom Giovanni D’Aniello, Núncio Apostólico no Brasil, na terça-feira, 11, ao deixar a região do Grande ABC. Na segunda-feira, 10, o Núncio presidiu a missa na Catedral Nossa Senhora do Carmo, em Santo André (SP), concelebrada por Dom Nelson Westrupp, bispo de Santo
André (SP), e por outros padres da região. “A alegria é grande de nossa parte por ter a presença do Papa Francisco na pessoa do nosso Núncio Apostólico. Queremos assegurar as nossas orações, pedindo ao Espírito Santo que continue na sua nobre e elevada missão de representar o Santo Padre e pedir uma bênção apostólica do Papa Fran-
cisco para todo o povo de Deus. Queremos demonstrar nosso afeto, nossa amizade e nosso amor, pode ter certeza que sempre continuaremos a orar por sua presença”, afirmou Dom Nelson, que a participação do clero, assim como religiosos, seminaristas, pastorais, movimentos e associações da Diocese. Fonte: Humberto Pastore/Diocese Santo André (SP)
Humberto Pastore
Dom Nelson acompanha visita do Núncio Apostólico
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Destaques das Agências Internacionais
| Igreja em Missão | 9 Filipe david
osaopaulo@uol.com.br
ROMA
Praça de São Pedro terá chuveiros para moradores de rua Após ouvir de um morador em situação de rua que é mais difícil encontrar um chuveiro para se lavar do que comida, o arcebispo da Esmolaria Apostólica, Dom Konrad Krajewski, determinou
que chuveiros sejam instalados nos banheiros da praça de São Pedro para uso dos moradores em situação de rua. A decisão aconteceu durante uma noite em que o Arcebispo levou para
jantar um morador em situação de rua, Franco, que fazia aniversário de 50 anos. Franco lhe disse que lá “ninguém morre de fome, sempre dá para arranjar um sanduíche. Em compensação, não há
nenhum lugar para usar o banheiro e se lavar”. Os banheiros serão instalados sob as colunatas de Bernini. As obras devem começar ainda neste mês. Fonte: CNA
LÍBANO/SÍRIA
Freiras arriscam a vida para ajudar refugiados sírios Perto da fronteira entre os dois países, duas freiras trabalham em um campo de refugiados para dar consolo e esperança a milhares de pessoas que fugiram da guerra civil em curso na Síria. O conflito já provocou a fuga de milhões de pessoas e opõe os partidários do regime de Bassar al Assad aos fundamentalistas muçulmanos e outros grupos rebeldes que se insurgiram no que então foi chamado de “primavera árabe”, há quatro anos. Micheline Lattouff, irmã do Bom Pasteur, disse à CNA que procura ajudar as crianças e famílias, vítimas em seu próprio País. Ela e outra irmã fazem parte da equipe do Centro Comunitário e Social do Bom Pastor em Deir-al-Ahmar, um vilarejo cristão no vale do Beqaa, no Líbano. Além de ajudar a população local, eles também acolhem mais de 8 mil refugiados sírios, número que aumenta em algumas centenas a cada mês. Com a população cristã, os refugiados – na maioria muçulmanos sunitas – sentem-se seguros, pois trata-se, para eles, de um povo pacífico. As irmãs ajudam na educação das crianças, tendo encontrado professores para ensiná-las de acordo com o currículo utilizado na Síria.
AP
Crianças vivem no campo de refugiados em Deir-al-Ahmar, um vilarejo cristão localizado no Líbano
A escola das irmãs é apoiada pela Associação Católica de Ajuda ao Oriente, uma instituição pontifícia fundada em 1926 pelo Papa Pio XI. As famílias no campo de refugiados são sustentadas pela organização Catholic Relief Services, uma agência
humanitária da comunidade católica dos Estados Unidos. As irmãs temem que entre os refugiados possam existir alguns simpatizantes do Estado Islâmico, o que colocaria em risco não apenas o campo, mas também a população local.
Em resposta aos que dizem que ela pode ser morta pelo grupo por causa do seu trabalho, a Irmã Lattouff responde que é possível, mas que “isso não é motivo para abandonar a minha missão”. Fonte: CNA
PARAGUAI
Projeto anti-família é rejeitado pelo Senado Foi rejeitado por 21 votos contra 17, o projeto de lei intitulado “contra todo tipo de discriminação”. O projeto de lei incluía em seu texto, como exemplo
de “discriminação” qualquer tipo de distinção em função de “sexo, orientação sexual, identidade de gênero”. O projeto poderia ser
usado para impor nas escolas o ensino da “ideologia de gênero”, segundo a qual toda diferença entre homens e mulheres é socialmente construída
– sem fundamento natural – e serve apenas para a exploração de um sexo pelo outro. O texto também poderia ser utilizado para considerar qualquer
pregação religiosa contra a prática do homossexualismo como discriminatória, violando, assim, a liberdade religiosa e de expressão. Fonte: Fides
LAOS
Famílias são expulsas de vilarejo por terem se convertido ao Cristianismo Seis famílias foram expulsas do vilarejo de Ki Hai, na província de Borikhamxay, em Laos central, após terem se convertido do animismo ao Cristianismo. Após a conversão, dois homens, os chefes de família,
foram presos durante um mês pelas autoridades locais, que exigiam que eles renunciassem à fé cristã. Por terem recusado, foram despejados e deixaram o vilarejo entre agosto e setembro, perdendo suas
propriedades: casa, terreno e sítio. O vilarejo é da etnia Hmong, que é perseguida pelas autoridades do Laos devido à sua antiga oposição ao regime comunista que data do período da guerra do Vietnã
(entre os anos 50 e 70). Embora o regime tenha mudado formalmente, as autoridades pertencem aos mesmos grupos de poder da época comunista. Fonte: Fides
Polêmica gerada por mudança no WhatsApp Luiz Otávio Ugolini Vianna Uma das coisas que gerou bastante comentários nas redes sociais e nas rodas de pessoas ligadas à tecnologia nas últimas semanas foi uma pequena alteração feita em um aplicativo de comunicação por mensagens: o WhatsApp. O aplicativo para smartphones diz que conta com mais de 600 milhões de usuários no mundo e cerca de 40 milhões no Brasil. A última versão disponibilizada aos usuários trouxe uma nova funcionalidade, aparentemente bastante útil se nos lembrarmos que a função do aplicativo é o de transmitir mensagens. Até então, ao enviar uma mensagem, o aplicativo indicava que foi entregue ao destinatário. A alteração fez com que ele também indique que a mensagem foi aberta e, provavelmente, lida pelo mesmo. Útil, não? Enviei a mensagem, sei que foi entregue e que foi lida. Fim da história. Mas não foi com essa tranquilidade que muitos usuários receberam a notícia. A principal reclamação está, em alguns casos, ligada à expectativa e frustração ao tentar entender porque alguém leu a mensagem e não respondeu prontamente. Outros reclamam que não terão mais a liberdade de ler as mensagens e depois inventar desculpas ao dizer que não leram; ou, ainda, que isso poderia ser uma invasão de privacidade. O ponto central a se meditar aqui não é se o aplicativo fez bem ou mal, ou se deveria ou não passar tal informação, mas qual é a nossa relação com a tecnologia e, porque não, com as pessoas. Vivemos uma supervalorização do “eu” e a tecnologia está colaborando com isso. A maioria das pessoas passa mais tempo nos restaurantes olhando seus próprios dispositivos do que olhando ao redor. Postamos informações nas redes sociais e aguardamos a aceitação do que fazemos ou falamos. No final do dia, preferimos falar o que agrada em vez de compartilhar o que pensamos de fato, afinal, o pessoal pode “não curtir”. Centrados no “eu”, não admitimos que nossas respostas não sejam imediatas, mas não aceitamos que os outros nos exijam o mesmo. Vale pensar: quem está errado: o aplicativo ou nós mesmos? Luiz Otávio Ugolini Vianna é engenheiro e Diretor de Tecnologia da Mult.Connect
Comportamento
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Cuidar da saúde
Tecnologia
10 | Viver Bem |
A família é ‘um mal necessário’ Valdir Reginato Concordando com Lacan, psicanalista do século XX, o Dr. Albert Eiguer, presidente da Associação Internacional da Psicanálise de Casal e Família, responde a uma entrevista da Revista Mente e Cérebro da Scientific American de outubro de 2014 (páginas 58-63), onde aponta a família como “um mal necessário, mas que também tem de entender o que ela proporciona como fonte de apoio, transmissão de valores e conhecimento. São aspectos fundamentais da formação para que mais tarde a criança possa seguir seu próprio caminho”. O tema da importância da conjuntura familiar atual é abordado com suas variáveis de “novas famílias”, que foram se formando em função de mudanças no aspecto cultural a partir, principalmente, da segunda metade do século XX, influenciando de modo marcante o comportamento da mulher. Essas transformações favoreceram mudanças enormes no comportamento das famílias, desde a idade ideal para casar, o número de filhos (cada vez mais reduzido), a angústia de compartilhar os desafios de um trabalho absorvente com os cuidados de casa, as tensões de uma sociedade urbana, fonte inesgotável de elementos para a depressão, ansiedade, e, de modo particular nos adolescente, para a procura de drogas. Como afirma o psicanalista, nesse horizonte, “qualquer resposta à pergunta sobre os grandes impasses vividos pela família hoje, seria incompleta”. Contudo, na sua tentativa de resposta, apresenta: a questão da autoridade desautorizada dos pais diante dos filhos. O volume de informações as quais os filhos têm acesso, gerando confrontos cada vez mais precoces e acirrados entre os dois. A outra questão fundamental que ele aponta é para a quantidade de bens – objetos – que os pais procuram dar aos filhos como compensação daquilo que não podem oferecer, como tempo e atenção. Alerta de modo particular o entrevistado, que as condições atuais estão promovendo transformações que levam a família a viver uma crise de “sociedade democrática”, que ocupa o lugar de uma “sociedade patriarcal”. Apesar de reco-
nhecer que o tempo e os dados hoje obtidos são insuficientes para uma conclusão sobre essas observações, assinala que neste quadro, o papel dos irmãos tem assumido uma importância significativa para assegurar certa solidez à família. Encerra a entrevista afirmando: “Sim, há uma crise na família contemporânea, o que não quer dizer que há catástrofe.” Essas palavras finais do Dr. Albert Eiguer devem nos levar a entender de modo otimista que “crise” encerra períodos de transição, quando há a necessidade de ajustes para que se possa dar continuidade ao caminho, ao projeto. A adolescência, citada pelo psicanalista, como uma das fases em que encontramos a maior parte de dificuldades, (que não é característico somente destes últimos tempos), espelha bem o que é uma crise. São ajustes, difíceis, mas necessários para um crescimento que dará continuidade a um projeto de vida. Sem essa fase, é quase impossível crescer para a idade adulta, e ficamos angustiados numa infância represada em dependências fora de lugar e
de corpo que aprisionam e sufocam. É necessário “adolescer” para crescer. Por outro lado, como afirma Dr. Albert, a situação não é “catastrófica” para a família, como uma instituição que desabou. Pelo contrário, a exemplo do que ocorre na França, depois de muitos anos em que o número de casamentos estava se reduzindo, agora voltou a aumentar. Afirma, ainda, Dr. Albert: “Penso que o casamento está gerando uma nova dinâmica conjugal. Os jovens hoje necessitam estar juntos para vencer e para combater um grande problema da sociedade que é a solidão, o desemprego e uma tremenda insegurança. Então, começam a redescobrir formas novas de se amar, se ajudar, para fazer frente, juntos, a esta situação”. Trata-se, então, de uma crise (para crescer), não uma catástrofe! Um “mal” que exige renúncias pessoais, sacrifícios, crescimento em virtudes; mas absolutamente “necessário” para alcançar o amor! Dr. Valdir Reginato é médico de família, professor da Escola Paulista de Medicina e terapeuta familiar.
Campanhas de vacinação de Poliomielite e Sarampo Cássia Regina Desde 2000, não havia mais relatos de casos de Sarampo em São Paulo, mas em diferentes regiões do mundo continuam ocorrendo. Em 2014, países da Europa, Ásia, África, Oceania e das Américas registraram casos da doença. No Brasil, este ano, esse quadro se modificou e tivemos casos confirmados em São Paulo e Rio de Janeiro. O maior número de casos está aparecendo nos estados do Ceará e Pernambuco.
A alta transmissão do sarampo e a facilidade de deslocamento nacional e internacional dificultam sua eliminação. Os viajantes devem informar-se antes de viajar para poder tomar as medidas de prevenção necessárias, sendo que a vacina deve ser feita com 15 dias de antecedência. O Sarampo se manifesta com febre e manchas vermelhas pelo corpo. Então, todo viajante que retornar de zona endêmica e tiver esses sintomas, deve procurar o mais breve uma avaliação
médica. Até o dia 28, juntamente com a campanha de Poliomielite (que já está erradicada), acontece nos postos de saúde a Campanha de Sarampo. E no dia 22, sábado, os postos de saúde também estarão abertos para a vacinação de crianças de 1 ano a 4 anos, 11 meses e 29 dias. Essa vacina também protege contra a Caxumba e Rubéola. Mesmo quem está com a caderneta vacinal atualizada deve vacinar-se. Dra. Cássia Regina é médica na Estratégia de Saúde da Família (PSF)
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| Entrevista | 11
Ministro José Antonio Dias Toffoli
‘O povo brasileiro é o grande protagonista do processo eleitoral’ Elza Fiúza/ABr
Edcarlos Bispo
independentemente do custo, deve garantir que mesmo nesses locais em que há uma alta abstenção seja disponibilizada a urna eletrônica. Não importa o preço. Democracia não tem preço.
edbsant@gmail.com
No Brasil, quem organiza as eleições é a Justiça Eleitoral um “ramo especializado do Poder judiciário, com atuação em três esferas: jurisdicional, em que se destaca a competência para julgar questões eleitorais; administrativa, na qual é responsável pela organização e realização de eleições, referendos e plebiscitos; e regulamentar, em que elabora normas referentes ao processo eleitoral”. A Justiça Eleitoral foi criada pelo Código Eleitoral de 1932, e é composta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por 27 Tribunais Regionais Eleitorais, sediados nas capitais dos Estados e no Distrito Federal; pelas juntas eleitorais e pelos juízes eleitorais. O TSE é o órgão máximo da Justiça Eleitoral e tem ação conjunta com os Tribunais Regionais Eleitorais, que são os responsáveis diretos pela administração do processo eleitoral nos estados e municípios. A Corte é composta por sete ministros: três são originários do Supremo Tribunal Federal (STF), dois do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e dois representantes da classe dos juristas – advogados com notável saber jurídico e idoneidade. Cada ministro é eleito para um biênio, sendo proibida a recondução após dois biênios consecutivos. A rotatividade dos juízes no âmbito da Justiça Eleitoral objetiva manter o caráter apolítico dos tribunais, de modo a garantir a isonomia nas eleições. O TSE é presidido por um ministro oriundo do STF. Atualmente, o ministro José Antonio Dias Toffoli, 47, preside a Corte. Em entrevista ao O SÃO PAULO, o presidente do TSE avaliou as eleições deste ano, falou sobre os números das abstenções e o valor das eleições para os cofres públicos que, segundo ele, é de R$ 4,80 por eleitor. Em valores aproximados, as eleições custam ao Brasil cerca de R$ 685.545.820,80. O valor citado acima é em relação ao número total de eleitores, mais de 142 milhões neste ano de 2014. Como não é possível prever as abstenções, os cerca de 30 milhões de eleitores que não comparecem às urnas oneraram de alguma forma a Justiça Eleitoral.
O SÃO PAULO - Como o senhor avalia a realização das eleições deste ano? Ministro José Antonio Dias Toffoli - O povo brasileiro é o grande protagonista do processo eleitoral. Ele foi tranquilamente às urnas nestas eleições para definir o rumo do nosso País nos próximos quatro anos, demonstrando, assim, a força e a vitória da democracia no Brasil. As eleições foram
Falando em custos, em termos gerais, quanto custou aos cofres públicos a realização das eleições em 2014? O custo estimado do voto para as eleições deste ano, por eleitor, é de R$ 4,80.
Muitos comentam sobre a falta de atualização dos dados dos eleitores, porque os números de abstenções não levam em conta, por exemplo, eleitores que já morreram. Haveria maneiras de atualizar mais rapidamente o número de eleitores do País?
O que o senhor acha do número de abstenções? Quanto isso custa para o processo eleitoral?
extremamente disputadas, mas o povo, o conjunto de cidadãos, levou esse debate de forma civilizada. Além disso, graças a toda a equipe que temos e formamos, e à expertise que a Justiça Eleitoral tem, tudo ocorreu com grande sucesso. Buscamos integrar os vários setores, os vários tribunais, e incentivar todos os milhares de juízes eleitorais da primeira instância, os seus servidores, os terceirizados, os mais de 2 milhões de mesários, enfim, todos aqueles que atuam em uma eleição.
A Justiça Eleitoral organiza as eleições para que, de maneira segura, o eleitor possa se dirigir às seções eleitorais e o voto dado seja apurado devidamente. Análises sobre o comparecimento às urnas cabem à sociedade, à imprensa, às universidades, aos analistas, e não à Justiça Eleitoral. Destaco, ainda, que a Justiça Eleitoral,
Brancos e nulos % votos
1º turno
20
17,8
2º turno
Essas abstenções podem ser vistas, também, como um protesto ou desinteresse?
18,7
15
10,3
10 5
6,4 5,8
0 Fonte: TSE
1989
1994
1998
9,6
8,6
8,4 6
6
2002
2006
6,3
6,7
2010
2014
Abstenções % votos
1º turno
2º turno
25
21,5
20
17,9
15 10
11,9
20,5 17,7
19 16,8
21,5 18,1
21,1 19,4
14,4
5 0 Fonte: TSE
1989
1994
1998
Daqui para frente, temos como um dos projetos da Justiça Eleitoral dar continuação ao recadastramento biométrico, para que tenhamos, o quanto antes, todo o País já com a identificação biométrica. Esse é um projeto iniciado em gestões anteriores à minha e ao qual daremos continuidade. Temos, ainda, uma proposta inovadora, apresentada por mim no meu discurso de posse — e já criamos inclusive um grupo de trabalho internamente no TSE, além de levarmos uma proposta ao Executivo — que é criar, dentro da Justiça Eleitoral, o cadastro nacional do cidadão brasileiro, desde o nascimento até a morte. Ou seja, a Justiça Eleitoral será aquela que realmente identifica quem é o cidadão brasileiro.
2002
2006
2010
2014
Como disse, não cabe à Justiça Eleitoral fazer essa análise. Vale ressaltar, ainda, que, em comparação a outros países, o comparecimento no Brasil é muito elevado.
As peças publicitárias do TSE convocavam a população para ir às urnas. O Tribunal cogita criar peças publicitárias que expliquem o sistema político brasileiro, ou, por exemplo, qual a diferença entre voto proporcional e majoritário, ou o que faz um deputado? Publicidades institucionais que abordem esses temas estão previstas para futuras campanhas da Justiça Eleitoral.
12 | Reportagm |
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As eleições presiden
Em um primeiro momento, é necessário saber qual a compreensão dos cidadãos sobre política. Para algumas pessoas, política se faz apenas durante o processo eleitoral, e, nesse
Representatividade em relação ao total de eleito
40 30 20 10 0 Fonte: TSE
35,15%
33,87%
1989
1994
1998
Comparecimento nas urnas 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Fonte: TSE
1989
Se você deixa de votar a sanção não é tão grande assim quanto alguns imaginam; já ouvi um comentário dizendo assim: ‘não fui votar porque a multa que ia pagar é menos que o valor da
1989 82.074.718 1994 97.743.043 1998 106.101.067 2002 115.254.113 2006 125.913.479 2010 135.804.433 2014 142.822.046
Crescimento de 1989 a 2014 – 60.767.328 – 74,01%
83.296.067 (78,51%)
% do eleitorado
Crescimento do eleitorado
Fonte: TSE
42,75%
Fernando Henrique
50
Fernando Henrique
% do eleitorado
80.282.344 (82,13%)
Quais fatores podem ser responsáveis por esses números?
ponto, Consentino afirma que é preciso haver uma educação política, que seja incluída de maneira oficial nos currículos escolares, a exemplo, segundo ele, da Alemanha, que trabalha esse tema com as crianças desde a pré-escola. É preciso, conforme Consentino, que os brasileiros se engajem no processo político e se interessem por este, assim, participem de todos os momentos de construção política. Além disso, segundo o professor Amaral, se faz necessário diminuir a distância “entre o universo político e o cotidiano das pessoas comuns”. “A política é um ‘espetáculo’ para poucos, na compreensão das pessoas. São ‘personagens’ distantes do dia a dia. Estão na TV, no rádio, na imprensa. Político aparece apenas para conquistar votos e depois some, dizem as pessoas com constância. São poucas aquelas que se interessam e vão atrás para conhecer cartas partidárias, ficha limpa etc. Por esse desvínculo, as pessoas logo se esquecem dos seus candidatos a cargos legislativos, mostram as pesquisas. Corrupção e esses elementos, dificultam uma cultura política mais qualificada no País. Aliás, esta eleição 2014 apresentou um número menor de filiação partidária frente às últimas três eleições”, afirmou o professor. Outro fator que pode ser colocado na balança e pesa a favor dos votos brancos, nulos e abstenções é o problema da locomoção em algumas regiões do País. Para os moradores de grandes cidades isso é mais fácil, mas em outras regiões é uma dificuldade maior. Se contar, como ressalta Consentino, que “o voto no Brasil é obrigatório, mas mais ou menos obrigatório.
70.260.701 (85,60%)
Após o fim das eleições que reelegeram Dilma Rousseff à Presidência da República, cientistas políticos, estudiosos e curiosos no assunto se debruçaram sobre os números das eleições na tentativa fazer uma previsão do cenário político nacional nos próximos anos. Ouvindo especialistas no assunto - os professores José de Almeida Amaral Junior, pósgraduado em Ciências Sociais; e Leandro Consentino, doutorando em Ciências Políticas -, a reportagem do O SÃO PAULO traz uma análise sobre os números das eleições no Brasil – votos totais, abstenções, brancos e nulos –, polarização do cenário político, divisão do eleitorado brasileiro e comportamento do governo/base governista e oposição frente a uma das eleições mais acirradas da história. O crescimento do eleitorado é um dos fatores que mais chama a atenção. Em 25 anos, o colégio eleitoral brasileiro cresceu 74% (saltou de 82.074.718, em 1989, para 142.822.046, em 2014). O Brasil tem hoje o quarto maior colégio eleitoral do mundo, perdendo para os Estados Unidos, Índia e Indonésia, nesta ordem. No mesmo período, a população brasileira aumentou em 38% (de 146.0917.459, em 1991, para 203.428.567, em 2014), segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao comparecimento às urnas, os números demonstram que os brasileiros gostam de votar. Os índices de comparecimento nas eleições presidenciais foram sempre acima de 78% da população apta a votar e menos de 90%. A obrigatoriedade do voto contribui, evidentemente, para essa média. Levando-se em conta que as penalidades para quem se abstém de comparecer às urnas são brandas, a alta média de participação do colégio eleitoral no dia das eleições é algo a se celebrar. O maior índice de comparecimento às urnas (88,06%) em uma eleição presidencial ocorreu em 1989, na primeira eleição direta após a ditadura militar, na qual se elegeu Fernando Collor de Mello.
Nas eleições deste ano, os números do segundo turno não variaram muito em relação às anteriores. Em um eleitorado de mais de 142 milhões de pessoas, compareceram às urnas 78,90%, dos quais 1,71% e 4,63% votaram, respectivamente, branco ou nulo. Já as abstenções ficaram na casa dos 21,10%. Na opinião de Consentino, esse número “não representa necessariamente, desânimo”. Se for levado em conta a média desde 1994 com o que acontece em outros países, se tem, na opinião dele, “um retrato constante dos números das eleições anteriores até 94. Percebe-se que não houve grande variações, mantivemos a média”. Já para o professor Amaral, o fato de os brancos e nulos diminuírem do primeiro para o segundo turno representa uma “mobilização para o voto, uma definição entre as propostas apresentadas, mesmo que entendida como ‘votar no menos ruim’”. Comparando com as abstenções, que tiveram uma alta em relação ao primeiro turno, o professor destaca que olhar os dois cenários – brancos/nulos X abstenções - e afirmar, de modo absoluto, que hoje existe um desânimo por parte do eleitorado, “é um risco, porque há uma certa estabilidade nesses números ao longo das recentes décadas”.
Fernando Collor de Mello
edbsant@gmail.com
Votos brancos, nulos e abstenções
72.280.909 (88,06%)
Edcarlos Bispo
1994
1998
condução que ia gastar’”. Ainda, nessa balança, precisam ser acrescentados os problemas com o recadastramento do TSE – muitos apontam que o Tribunal demora a ser noti-
4
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| Reportagem | 13
nciais em números
ores
Dilma Vana Rousseff
38,16%
Dilma Vana Rousseff
41,05%
Luiz Inácio Lula da Silva
46,30%
Luiz Inácio Lula da Silva
45,80%
2002
2006
2010
2014
lhorar esse número de cadastro de eleitores, se conseguiria abaixar as abstenções”. O processo de informatização das eleições, de acordo com o professor Amaral, pode colaborar para diminuir as porcentagens das abstenções. “E o TSE já caminha para a implantação da biometria, ou seja, acessar o voto pela impressão digital. Espera-se que em 2018 o sistema já esteja todo funcionando. E isto vai ajudar na revisão dos cadastros dos eleitores e num melhor controle do TSE. É possível, dessa maneira, reduzir o número de abstenções, porque os dados são renovados e, por exemplo, domicílios eleitorais serão reajustados, atualizados, ajudando também o eleitor para o caminho à urna”, afirmou.
2002
2010
ficado, por exemplo, nos casos de morte, e muitos eleitores contabilizados como aptos a votar não estão mais vivos. Claro, afirma Consentino, o número dos problemas de cadastro não
) 112.683.879 (78,90%
) 115.122.883 (80,60%
) 106.606.214 (78,50%
)
2006
111.193.747 (81,88%
101.998.221 (81%)
104.820.459 (83,25%
91.664.259 (79.53%)
94.804.126 (82,25%)
)
País dividido?
2014
é suficiente para justificar ou diminuir a média de 18% a 22%, porém “influencia em algo para que o número se mantenha nesse patamar; se houvesse uma atualização mais correta e me-
Apesar de os números acima apresentados indicarem para a polarização política PT/PSDB, para o professor Amaral, a percepção de que o País está politicamente dividido em dois grandes blocos, PT e PSDB, “não faz sentido”. Tão pouco faz sentido a ideia de que quem elegeu Dilma foram os pobres e nordestinos, e que quem votou em Aécio é rico. “Dilma teve 45% dos votos no Rio Grande do Sul e 36% em São Paulo. Obteve maioria dos votos válidos no Rio de Janeiro (54,94%) e Minas Gerais (52,41%). Sem esses votos, não teria sido eleita ‘ninguém se elege para Presidente apenas com votos do Nordeste’”, observou Amaral. Consentino analisa, dessa mesma forma, e não acredita na “divisão da população” e no maniqueísmo de que “ricos votam no PSDB e pobres no PT, nordestinos na Dilma e sul e sudeste
Crescimento da população 1991 146.917.459 2000 169.590.693 2010 190.755.799 2014 203.428.567
Crescimento de 1991 a 2014 – 56.511.108 – 38.46% Fonte: IBGE
em Aécio”. O professor, porém, afirma que houve “uma polarização das urnas”. Segundo ele, se verificará se o “país está dividido no decorrer do mandato”. De acordo com Consentino, é preciso “verificar” o comportamento da Presidente e da oposição, duas coisas que parecem óbvias, segundo ele. Além disso, comenta, “se não houver concessões” por parte do governo e da oposição, essa impressão de Brasil dividido pode ser aprofundada.
Republicanos X Democratas
Desde 2002, as eleições presidenciais vão para o segundo turno, e sempre a disputa se dá entre PT e PSDB. Se for levado em consideração que mesmo não indo ao segundo turno em 1994 e 1998 o Partido dos Trabalhadores ficou em segundo lugar diante da eleição do candidato da Social Democracia Brasileira, se evidencia o fato que há 20 anos, nas eleições presidenciais, o cenário está polarizado. Porém, a crença de que o Brasil se tornará uma democracia bipartidária, não é real, de acordo com os dois professores ouvidos pela reportagem. Eles enfatizaram a importância do PMDB no cenário político brasileiro. “É uma terceira força muito grande que acaba moderando essa disputa”. Existe ainda o PSB que, na avaliação de Consentino, também possui força, além de outros diversos protagonistas. A “força” que tem o PMDB se evidencia no número de prefeituras que o partido possui - 1.031, de acordo com dados do TSE, de 2012 – além dos 66 deputados federais, sendo a segunda maior bancada da casa e
a maior do Senado, com 19 senadores. Além desses números, o professor Amaral destaca que este partido, mesmo não lançando candidato ao governo federal desde 1994, “é também o partido com maior número de filiados, com mais de 2 milhões de pessoas; o PT tem por volta de 1 milhão e meio, em segundo lugar. Entre os grandes partidos, o PSDB foi o que registrou, segundos do TSE de 2013, o maior número de perda de filiados com vistas a esta votação [de acordo com assessoria do PSDB, o partido possuiu 1 milhão e 400 mil filiados]”.
Representatividade
Os números, vistos em um primeiro momento, revelam que em relação ao total de eleitores, mais de 142 milhões, a presidente Dilma Rousseff não representa nem 38,16% da população apta a votar e 27% da população brasileira. O que, em uma rápida análise, poderia significar uma baixa representatividade da Governante do País em relação à população. Porém, ao analisar a média histórica, é possível perceber que os demais presidentes nunca atingiram os 50% da representatividade – tanto em relação ao número total de eleitores, quanto da população geral – sendo o menor índice o de Fernando Henrique Cardoso, em 1998, com 33,87%, e o maior de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, com 46,30%. Os professores destacam que o grande problema que terá que ser enfrentado pela Presidente não é quanto à sua representatividade, mas a pouca força que terá no Congresso que chega em 2015 mais pulverizado, menos favorável a ela e com possíveis rachas na base aliada, principalmente no PMDB. Para ambos, a promessa de diálogo feita logo após a confirmação da vitória, terá que se efetivar de fato, pois com o cenário menos favorável que em 2010, a Presidente terá que “apresentar grande jogo de cintura”. Esse “diálogo” se dará, também, com a oposição que, diante da derrota por cerca de 3 milhões de votos, fica mais fortalecida e se sente mais respaldada pelos votos que recebeu.
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Cardeal Scherer dedica templo e altar da Paróquia Santa Rita, no Parque Novo Mundo Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
Diego Monteiro
Especial para O SÃO PAULO
Uma multidão de fiéis lotou a Paróquia Santa Rita de Cássia, no Parque Novo Mundo, na Região Episcopal Santana, na noite de domingo, 16, para a dedicação do templo e do altar, em celebração presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano. Concelebraram os freis que trabalham ou trabalharam na Paróquia e nas seis comunidades que a compõem, entre os quais Cláudio de Camargo, prior provincial da Província Agostiniana do Brasil; Maciel Bueno, pároco; Rodrigo Vieira, vigário paroquial; e Adeodato Schembri, primeiro pároco. Segundo o Cardeal explicou, dedicar o templo e o altar é entregá-los a Deus. Ao acompanhar a sequência do rito com os seus símbolos, se compreende melhor o que cada cristão é como parte da Igreja de Deus.
O verdadeiro templo O rito da dedicação iniciou-se com a aspersão da água sobre o altar, sobre as paredes do templo e sobre o povo. Em seguida, os
Cardeal Scherer preside rito de dedicação do templo e do altar da Paróquia Santa Rita, onde jovens dão testemunho de vida cristã
leitores entregaram o Lecionário a Dom Odilo, que o depositou sobre o ambão. Durante a reflexão sobre o Evangelho (Jo 2, 13-22), na passagem em que Jesus afirma a comerciantes que reedificaria o templo três dias após sua destruição, Dom Odilo recordou que Je-
sus não estava falando do templo de Salomão, um templo de pedras, mas, sim, Dele próprio, do templo que é o seu corpo. O Cardeal enfatizou, ainda, que Jesus Cristo, sendo Deus que se fez homem, é o único mediador entre os homens e Deus , “que nos abre as portas do ceú que dá acesso a Deus, que é o mediador entre Deus e os homens, o Salvador e o Redentor”.
Com Santa Rita, as relíquias dos santos e beatos missionários no Brasil Após a Profissão de Fé e a Ladainha de Todos os Santos, foram depositadas sob o altar as relíquias de Santa Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus, do Beato Mariano de La Mata Aparício, de São José de Anchieta e de Santa Rita de Cássia. Dom Odilo fez a Oração de Consagração e ungiu o altar com o óleo do Crisma, lembrando que Cristo é o ungido do Pai; e depois, ungiu as paredes da igreja. Sobre o altar foi queimado o incenso. Em seguida, o Arcebispo incensou o altar, a igreja e o povo. Ao final do rito, a igreja foi iluminada, lembrando a presença luminosa de Cristo Ressuscitado. Templos vivos de Deus O Arcebispo concluiu a celebração exortando os paroquianos a frequentar a igreja para rezar, professar a fé e louvar a Deus. “Continuem! Sejam o templo de Deus vivo neste bairro e o sinal de que aqui está o templo de
Deus vivo. Que aqui você encontre sempre a alegria de manifestar a sua fé e o consolo da bênção de Deus, o conforto da presença e ajuda de Deus em todos os momentos da sua vida”.
Um templo erguido pela comunidade “Essa é a paróquia? Cadê a Igreja? Onde vamos celebrar?”. Foram essas e outras indagações feitas pelo Frei Adeodato Schembri, junto a outro frei agostiniano, em abril de 1969, quando saiu da Ilha de Malta, para ser missionário no Brasil e, aqui chegando, deparou-se com um imenso terreno com uma cruz no centro. O susto inicial deu lugar ao anseio de anunciar Cristo às pessoas daquela região carente e pantanosa. Frei Adeodato contou à reportagem que uma senhora emprestou a garagem de sua casa para ele celebrar a missa. Ele externou sua gratidão a todos que colaboraram para a construção do templo. “Dou graças a Deus e a toda comunidade. O povo é muito bom, generoso e conosco esteve e fez tudo isto que temos hoje aqui”. Frei Maciel Bueno, atual pároco, disse que em 20 de fevereiro de 1969, a paróquia teve o seu nome alterado de São Francisco (nome do bairro na época) para Santa Rita de Cássia, a fim de estar em sintonia com a espiritualidade agostiniana. A Paróquia possui um Conselho de Assuntos Econômicos (CAE), composto por cinco ca-
sais e o pároco, que administram os valores arrecadados pelas pastorais, além do dízimo. Toda quantia é depositada na conta bancária da Paróquia e depois usada para custear as ações sociais promovidas na comunidade.
Juventude mantém a chama da fé Três vezes por ano, cerca de 400 jovens da Paróquia Santa Rita de Cássia, das seis comunidades e moradores do Parque Novo Mundo participam de um encontro de evangelização. Carolina Oliveira, 22, que coordenará o 70º encontro, que acontecerá nos dias 6 e 7 de dezembro, acredita que este é momento precioso para resgatar os jovens que estão afastados da Igreja. “Esse encontro salva vidas. Jovens, que não tinham contato com a Igreja, nos veem como uma família”. O pós-encontro é realizado semanalmente na Paróquia pelos Jovens Unidos Construindo Amor e Paz (Jucap) Carolina acredita que o protagonismo juvenil é importante para a vida da Igreja, uma vez que são os jovens quem darão continuidade a tudo que já foi e está sendo conquistado. “É importante que o jovem seja formado desde cedo como cristão, como católico, para poder continuar o trabalho dos que estão aqui hoje”. Além disso, uma vez por mês, nas comunidades, sempre é realizada uma missa para a juventude, por meio do Projeto Jovem na Missa (PJM).
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| Reportagem | 15 Luciney Martins/O SÃO PAULO
20 de novembro: celebração e luta No Dia da Consciência Negra, movimentos convidam para a reflexão sobre o preconceito e a exclusão Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com
Em 20 de novembro de 1695, morria Zumbi dos Palmares. Ícone da resistência contra a escravidão, Zumbi deixou sua marca na história e na vida do povo negro, que desde 1538, segundo alguns historiadores, foi arrancado de suas terras e trazido para cá em situações degradantes. Para lembrar essa data, foi instituída a Lei nº 12.519, que criou o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Para diversos líderes de movimentos negros, ou de defesa do povo negro, essa data não é apenas para comemoração, mas para lutar por mais direitos e por igualdade. Nesse caminho de luta, muitos movimentos e entidades se inserem nas diversas realidades do povo negro para, a partir dali, com a ajuda das próprias pessoas, criar ações de promoção do bem estar
social e de aprofundamento das realidades e dificuldades da comunidade local, bem como, de forma mais abrangente, a realidade dos afrodescendentes no Brasil. Um desses movimentos é a Uneafro, um grupo que se organiza em núcleos de atuação em diversas áreas, a mais conhecida refere-se aos cursinhos pré-vestibulares comunitários, que atendem jovens e adultos oriundos de escolas públicas, prioritariamente negros (as), que sonham ingressar no ensino superior e preparar-se para o Enem ou concursos públicos. Formada em uma das primeiras turmas do cursinho, Marilia Tais atualmente é advogada e afir-
ma que a passagem pela Uneafro foi fundamental para sua formação. “Acredito que foi o cursinho que me mostrou a realidade do mundo. Fez-me querer ser alguém que a sociedade iria olhar com outros olhos”, afirmou. Para Marilia, o cursinho a fez “buscar justiça e igualdade”, além de impulsioná-la na “luta por um mundo melhor”. “O Cursinho ajuda muito nessa questão, pois são os professores de cidadania que te mostram como a sociedade trata de forma desigual às pessoas”. Uma das características dos cursinhos da Uneafro é o fato de muitos dos estudantes, depois de formados ou durante o período
de formação, ajudarem a dar aulas de matérias que mais dominam. Marilia, atualmente, não ajuda mais no cursinho, mas conta que durante o estudo trabalhou e colaborou com o seu núcleo, no que pode. Para o professor de História e Sociologia da rede pública e militante do movimento negro pela Uneafro, Douglas Belchior, “a prática da educação popular é uma forma de combate ao genocídio”, além de ser, segundo ele, uma “forma de combate ao racismo”. “Vivemos em um País violentamente racista. Pior, vivemos em um país reconhecido e denunciado internacionalmente pela negação de direitos básicos Luciney Martins/O SÃO PAULO
Negros são maioria entre as vítimas de homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte
à população negra, pela desigualdade de oportunidades, pela nula representação política e mais: um país que tortura, aprisiona e mata, como que em uma guerra, mulheres, homens e, principalmente, a juventude negra”, afirmou.
A cor de uma tragédia Divulgado, em 11 de novembro, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o 8º Anuário Brasileiro de Segurança Pública revela uma realidade no País: em 2013, aconteceram 53.646 mortes violentas, que incluem vítimas de homicídios dolosos e ocorrências de latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Das vítimas fatais do ano passado, 36.479 eram negras. O valor corresponde a exatamente 68% do total. A maioria das vítimas (53,3%) tinha entre 15 e 29 anos e era de homens (93,8%). Outro dado apontado pelo relatório é o número de presos no Brasil: o País já possui 574.027 pessoas encarceradas – cerca de 23 mil a mais que em 2012. Deste total, 307.715 são negros/pardos, 61,7% a mais que brancos. A maioria das pessoas - 75% - se encontra privada de liberdade por conta do tráfico de drogas e crime contra o patrimônio.
Novena de Natal focaliza as lições do presépio Padre Cido Pereira
Vigário episcopal para a Pastoral da Comunicação
“Lições do Presépio”. É este o tema da Novena de Natal preparada pelo Secretariado de Pastoral para toda a Arquidiocese de São Paulo. Dom Odilo Pedro Scherer, na apresentação, fala da alegria de se fazer a novena que vai preparar o Natal de 2014. O motivo dessa alegria é o presente de amor que Deus deu ao mundo em seu Filho
Jesus que “veio habitar entre nós”. Olhar para o presépio é o convite que é feito no roteiro da Novena, continua Dom Odilo. Ele explica que o presépio traz retratados vários aspectos do Natal que nos dizem respeito. Porque na cena do presépio, estamos presentes, todos nós. Dom Odilo convida os participantes da Novena a se deixarem envolver por essa maravilha que Deus fez em nosso favor. A aprender com João Batista a preparar os caminhos do Senhor; com Jesus
menino, a humildade e a simplicidade do Filho de Deus que se despiu de sua divindade para estar conosco; com os anjos, a cantar as glórias de Deus; com os magos do Oriente, a nos deixar conduzir pela estrela ao encontro do Mistério do Natal. A Novena traz uma novidade: orienta as famílias a entronizar o presépio em suas casas com solenidade, com a participação da família e visitantes convidados. Cada um dos nove encontros
da Novena tem um subtema diferente, que é refletido, cantado e rezado. Há um diálogo de fé, uma leitura bíblica com perguntas que ajudam a aprofundar o conteúdo do texto e as preces em comum. Os nove temas são: 1. As promessas do Salvador; 2. A pobreza em que Jesus nasceu; 3. Zacarias, Isabel e o bebê João Batista; 4. A manjedoura de Belém; 5. João Batista prepara o caminho do Senhor; 6. Os Magos ou Sábios do Oriente; 7. A estrela de Belém; 8.
Maria e José: gente fiel; 9. Os Anjos anunciam a chegada do Salvador. O livreto da Novena traz, ainda, vários cânticos, que ajudarão a tornar mais viva a participação de todos. De fato, como o tema principal da Novena explicita a cada encontro, entre reflexões, orações e cânticos, as lições do presépio vão sendo passadas aos participantes, que se espera sejam crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, homens e mulheres.
16 | Fé e Cultura |
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Divulgação
Filipe David
Cursos
Dica de Lieitura
osaopaulo@uol.com.br
espaço do leitor “Obrigado, O SÃO PAULO pela cobertura de nossas atividades de 15 anos”. Padre José Renato Ferreira, diretor geral da rádio 9 de Julho (pelo Facebook)
Com início no dia 27, a Casa do Saber promove um curso sobre a imaginação: “O curso pretende realizar um pequeno percurso histórico das diferenças que marcam algumas visões filosóficas do controvertido poder da imaginação. Nos encontros, será possível acompanhar algu-
filhos, do amor que lhes temos, do amor que nos dão. É graças ao amor que conseguimos escalar as nossas montanhas. Estou certa que é o amor que faz girar o mundo. Quis transformar uma situação extraordinária num cotidiano normal” (a autora).
Redação do jornal O SÃO PAULO. Endereço: Avenida Higienópolis, 890, São Paulo (SP), CEP. 01238-000. E-mail: osaopaulo@uol.com.br Twitter: @JornalOSAOPAULO Facebook: Jornal O SÃO PAULO
reito e Ciência Política em Paris, onde obteve seu doutorado com a tese “Greve Geral de 1905, o mito francês e a realidade russa”. O Padre, que foi ordenado sacerdote pelo Papa João Paulo II, em 2001, possui também pós-doutorado em economia pela Universidade de Harvard e licenciatura em Teologia pela Universidade Friburgo, na Suíça. Além disso, é professor convidado Pontifícia Universidade Lateranense de Roma. Para mais informações: www.oficinamunicipal.org.br
mas etapas do pensamento de grandes filósofos em que a capacidade de imaginação recebe uma definição e um lugar especial na produção de conhecimento e, consequentemente, na transformação da realidade”. O curso, que terá quatro encontros às quintas-feiras, Divulgação
Cinema
FICHA TÉCNICA Autor: Anne-Dauphine Julliand Páginas: 224 Editora: Ecclesiae
A associação Oficina Municipal promove, nos dias 24, 25 e 26, o curso “Princípios para a ação social e política”. O curso é gratuito e aberto ao público: “especialmente útil a professores e estudantes universitários, lideranças políticas, militantes em ONGs e associações de bairro, representantes de movimentos eclesiais, servidores e gestores públicos” (descritivo do curso). A atividade será ministrada pelo padre francês Patrick de Laubier, formado em Di-
Padre Patrick de Laubier
Uma filosofia da consciência e imaginação
Dois pequenos passos na areia molhada Uma família perfeitamente normal. Um casal feliz. Dois filhos pequenos, Thais e Gaspard, e um bebê a caminho. Até que um dia, num passeio pela praia, a forma como Thais vira o seu pezinho ao andar muda tudo. Trata-se de uma doença genética rara: leucodistrofia metacromática. “Este livro mostra que devemos acreditar sempre que a felicidade é possível. Em todas as circunstâncias. A minha força advém do amor, do amor aos nossos
Princípios para a ação social e política
será ministrado por Franklin Leopoldo e Silva, professor titular aposentado da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Sociais da USP. Entre os grandes filósofos mencionados estão Descartes, Kant e Sartre. Para mais informações: www.casadosaber.com.br
Duas Vidas
Estreia neste mês nos cinemas, o filme alemão “Duas vidas”, do diretor Georg Maas. O filme conta a estória de Katrine, fruto da relação entre um soldado alemão e uma norueguesa durante a ocupação do País pelos nazistas ao longo da Segunda Guerra Mundial. Ela vive uma vida feliz com sua família até ser abordada por um advogado, que lhe pede para testemunhar em um processo contra o Estado norueguês. Ela resiste, mas pouco a pouco sua vida parece entrar em uma reviravolta e sua família se vê obrigada a fazer uma escolha difícil.
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República Futebol Clube No sábado, 15, ao menos dez times do Brasil festejaram aniversário de fundação Daniel Gomes
danielgomes.jornalista@gmail.com
O que há em comum entre as fundações do Flamengo, o clube de maior torcida do Brasil, do Ibís, “o pior time do mundo”, das equipes do Jabaquara, XV de Piracicaba e XV de Jaú, e a proclamação República Federativa do Brasil? Resposta, o dia 15 de novembro. E, olhando a história dessas e outras equipes fundadas nesta data, parece ser mesmo o feriado da proclamação da República a razão principal para tal coincidência. “O Flamengo foi fundado em 1895, apenas seis anos após a proclamação da República, em 1889. Além disso, nasceu no bairro do Flamengo, vizinho ao bairro do Catete, onde ficava a sede do presidente da República. Além de ser uma homenagem à recém-criada República, o clube faria aniversário sempre em um feriado, favorecendo as festividades”, explicou, ao O SÃO PAULO, Bruno Lucena, coordenador do Departamento de Patrimônio Histórico do Flamengo. Há evidências de que o time carioca, fundado por um grupo de remadores, tenha inspirado a criação de, ao menos, dois rubro-negros que aniversariam na mesma data: o Flamengo de Rondônia, criado em 1955, e Ibís, de Pernambuco, que surgiu em 1938. “A data foi escolhida por coincidência mesmo, conforme a assinatura da ata para oficialização do clube. Sabemos que o Flamengo comemora nesse dia, achamos que existe uma ligação com os dois clubes: primeiro a data de fundação, depois as cores, os mascotes - são ‘pássaros’ - e atualmente o futebol deles caiu tanto de nível, que estamos achando que estão nos homenageando por completo”, recorda, em tom de brincadeira, Nilsinho Filho, publicitário e voluntário do Ibís.
Jabaquara
Flamengo RO 15 de Campo Bom Barra Mansa
DEZ TIMES FUNDADOS EM 15 DE NOVEMBRO Clube de Regatas do Flamengo – Rio de Janeiro – 1895 Barra Mansa Futebol Clube – Rio de Janeiro - 1908 Clube 15 de Novembro (15 de Campo Bom) – Rio Grande do Sul - 1911 Esporte Clube XV de Novembro (XV de Piracicaba) – São Paulo - 1913 Jabaquara Atlético Clube – São Paulo – 1914
A fama do Ibís de “pior time do mundo” foi alcançada nos anos 1980, após uma série de 48 derrotas em 55 jogos. Atualmente, o clube fundado para o entretenimento de trabalhadores de uma tecelagem, disputa a segunda divisão do Campeonato Pernambucano.
Esporte Clube XV de Novembro (XV de Jaú) – São Paulo – 1924 Ibís Sport Club – Pernambuco – 1938 Clube de Regatas Flamengo – Rondônia – 1955 (atualmente licenciado de competições) Fernandópolis Futebol Clube – São Paulo – 1961 Sociedade Esportiva do Gama (Gama) – Distrito Federal – 1975
‘Presidente, eu? Só se o nome do time for XV de Novembro’ O ano era 1913 e os funcionários da Marcenaria Guerrini, em Piracicaba (SP), decidiram fundar um time de futebol, junto a outras pessoas com quem jogavam bola na hora do almoço. Pela proximidade
do feriado de 12 de outubro, o nome faria menção à data, mas um dos boleiros sugeriu que a equipe se associasse com outro time já existente, o Vergueirense F.C. A ideia foi aceita, mas restou um problema, que foi resolvido pelo primeiro presidente, Carlos Wingeter, ao homenagear a proclamação da República. “Com a fusão, o nome não poderia ser nem 12 de Outubro e nem Vergueirense. Sugestão? XV de Novembro, nome proposto pelo dentista e capitão da Guarda Nacional - dai a data escolhida - Carlos Wingeter, que havia sido convidado para ser o presidente da nova agremiação!”, relata Eduardo Castellari, assessor de imprensa do XV de Piracicaba, que atualmente disputa a primeira divisão do futebol paulista.
De Hespanha a Jabaquara, uma história centenária Há cem anos, um grupo de jornaleiros espanhóis uniu-se para articular a formação de um clube de futebol na cidade de Santos (SP). “Houve uma reunião, em 14 de outubro de 1914, para a fundação de um clube de futebol. Já existia um time no bairro, o Afonso XIII, mas eles queriam um clube de verdade. Na hora de denominar o clube, escolheram Hespanha Foot Ball Club, e o dia determinado foi 15 de novembro, por já ser uma data festiva”, explicou, à reportagem, Sérgio dos Santos Silveira, torcedor fanático do time. “Se jogar a seleção brasileira e o Jabaquara, eu sou Jabaquara”. De acordo com Sérgio, o primeiro jogo do Hespanha aconteceu ainda no dia 15 contra o próprio Afonso XIII e terminou empatado em 1 a 1. “Nesse dia, teve banda de música, flores, discursos e foi o hasteado o pavilhão do clube em vermelho e amarelo”. Em 1942, por conta da determinação do Ministério da Justiça de que nenhuma entidade esportiva tivesse o nome de outros países, o Hespanha passou a se chamar Jabaquara Atlético Clube, time que atualmente está no quarto nível do futebol paulista, o Campeonato da Segunda Divisão.
AGENDA ESPORTIVA
de volta pra casa Na quarta-feira, 19, às 22h, acontece a primeira partida oficial na Allianz Arena, o novo estádio do Palmeiras. Cerca de 40mil torcedores devem lotar a Arena para a partida entre Palmeiras x Sport, pela 35ª rodada do Brasileirão. O estádio teve custo total de R$ 630 milhões
Quarta-feira (19) 19h – Liga Nacional de Basquete Palmeiras x Brasília (Ginásio do Palmeiras - rua Turiaçu, 1.840, Perdizes) 19h – Liga Nacional de Basquete Pinheiros x Basquete Cearense (Ginásio do Pinheiros – rua Angelina Maffei Vita, 493, Jardim Europa).
Sexta-feira (21) 19h – Liga Nacional de Basquete Palmeiras x Basquete Cearense (Ginásio do Palmeiras) 19h – Liga Nacional de Basquete Pinheiros x Brasília (Ginásio do Pinheiros)
22h – Brasileirão de Futebol Palmeiras x Sport (Allianz Parque)
Sábado (22) 8h30 – Taça Brasil de Beisebol Adulto (Estádio Mie Nishi – avenida Castelo Branco, 5.446, Bom Retiro)
Quinta-feira (20) 7h30 – Corrida da Consciência Alvinegra (Em torno da Arena Corinthians, em Itaquera)
Domingo (23) 19h30 – Brasileirão de Futebol Corinthians x Grêmio (Arena Corinthians)
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Brasilândia
Renata Moraes
Colaboradora de Comunicação da Região
Conhecer a si, ao outro e aos propósitos de Deus no namoro Laércio Silva
‘Conheça-te! Aceita-te! Supera-te!’ é o tema do 2º Retiro de Namorados realizado no dia 15 na Comunidade Missão Mensagem de Paz
A Comunidade Católica Missão Mensagem de Paz realizou no sábado, 15, o 2º Retiro de Namorados, com o tema “Conheça-te! Aceita-te! Superate!’’ (Santo Agostinho). O encontro foi realizado na sede da Comunidade, em Pirituba, e teve o objetivo de trabalhar
a afetividade, a sexualidade, o conhecimento de si e do outro e os propósitos de Deus para a relação. Participaram o casal Roberto Aguiar Faria e Cristina Negrão Faria, da Paróquia Nossa Senhora do Rosário da Pompéia, trabalhando o tema “Superando as
diferenças”, de modo a partilharem sobre as dificuldades existentes, a importância do diálogo, o acolhimento dos sentimentos, a fim de poder olhar o outro com o olhar construtivo (cf Lc 10, 25-37), visto que “o amor se expressa no ordinário da vida e não no extraordinário”.
Em seguida, Henrique Santos Filho, fundador da Comunidade Anuncia-me, pregou sobre a afetividade e sexualidade, ressaltando que ao longo da vida os casais não recebem formação que trabalhe esses temas. Além disso, ele discursou sobre as etapas do relacionamento, do processo natural do corpo e da importância de se viver um namoro na castidade. Após os momentos de pregações, os casais partilharam dúvidas, experiências e dificuldades no ato de amar e ser amado mediante a castidade no namoro. Houve, na sequência, a celebração da Palavra, presidida pelo fundador Fernando Baptista, solicitando aos casais que colocassem o outro como oferta a Deus, pedindo as bênçãos e a capacidade de amar em toda e qualquer circunstância. Ao fim do retiro, os 23 casais participantes foram presenteados com um jantar, ao som de músicas românticas com violão e voz, momento de descontração e partilha do dia.
Região Brasilândia enaltece a Consciência Negra 20 de novembro é o Dia da Consciência Negra e feriado em alguns municípios brasileiros, entre os quais a capital paulista. Neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares. Trata-se de um momento para celebrar a liberdade e valorizar os
antepassados africanos, sua cultura e costumes. Na Região Brasilândia, o dia será comemorado com diversas atividades. A Associação dos Moradores do Alto da Brasilândia promoverá o 1º festival cultural AfroBrasa - Dia da Consciência Negra, iniciando com uma celebração ecumênica às 9h. Em se-
guida, haverá apresentações de capoeira, música black , flash back e pagode. O evento é gratuito na praça Tangurupará, na Vila Terezinha. Duas missas inculturadas, também conhecidas como “missa afro”, serão celebradas na Região em comemoração ao Dia da Consciência Negra. No Setor Pereira Barreto, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida (praça 25 de Novembro, 53, na Vila Zatt), a juventude está organizando uma missa inculturada, que terá como presidente da celebração o Padre Assis Tavares, CSSP, de Cabo Verde. Será no dia 20, às 18h. A Pastoral Afro da Região Brasilândia também fará missa em rito romano inculturado na Paróquia Nossa Senhora do Retiro (rua Hermínia Fidélis, 321, na Vila Mirante), no dia 20, às 19h.
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João Carlos Gomes
Colaborador de Comunicação da Região
Belém
Comunidade Luz das Nações: 10 anos de ‘trabalho missionário e de caridade ampla e eficaz’ O sábado, 15, foi um dia especial não só pelo feriado da Proclamação da República, mas também pelo 10º aniversário da Comunidade Católica Luz das Nações, que foi celebrado na Paróquia Sagrado Coração de Maria, no Setor Carrão-Vila Formosa da Região Episcopal Belém. O bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo na Região Belém, Dom Edmar Peron, presidiu a missa, que também contou com a presença de Dom Pedro Luiz Stringhini, hoje bispo da Diocese de Mogi das Cruzes, mas que por dez anos foi bispo auxiliar na Região Belém. “É uma alegria poder rever meus irmãos e amigos, nesta mesma Paróquia em que realizei a minha missa de despedida e de sua acolhida, querido irmão Dom Edmar”, disse Dom Pedro Luiz. “Em nome do casal Erionaldo e Vanúbia Rocha, fundadores da Comunidade Luz das Nações, eu saúdo a todos os presentes, agradecendo a Deus pelos frutos que esta árvore – a Comunidade Luz das Nações – proporcionou com um trabalho missio-
João Carlos Gomes
Comunidade Católica Luz das Nações celebra 10 anos de vida dedicada à caridade aos mais necessitados
nário de uma caridade ampla e eficaz, indo ao encontro dos mais necessitados; é pelo fruto que reconhecemos a importância da árvore”, acrescentou.
“Nós nos alegramos no Senhor por esta Eucaristia e por sua presença entre nós, Dom Pedro Luiz; e nos alegramos ainda mais, quando percebe-
mos a Comunidade em sintonia com a Igreja, com membros suscitados por uma missão, por causa de Deus e de seu Reino”, agradeceu Dom Edmar.
Dom Odilo: ‘Estar nas comunidades, junto ao povo, é o meu trabalho, a minha missão’ Na tarde do sábado, 15, cerca de 150 paroquianos da Paróquia Sagrada Família deram graças e festejaram junto com Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, e com o pároco, Padre José Osterno de Aquino, o padre Ostermo a inauguração do novo salão paroquial, primeira parte do projeto de restauração da Igreja. “Estimado Dom Odilo, louvamos a Deus por sua vinda, e mais que isso, por sua disponibilidade e presença em nosso meio. Também sou muito grato por seu incentivo, já que – desde que eu lhe comuniquei a nossa intenção
– recebi do Senhor incentivo e apoio”, disse Padre Osterno, agradecendo ao Cardeal pela presença. “Nós sabemos todos os compromissos de sua agenda, dom Odilo, e, ainda assim, o Senhor sempre encontra espaço para estar no meio de sua comunidade. É muito significativa sua presença hoje aqui”, finalizou Padre Osterno.
Missão “Quero dizer a vocês, irmãos e irmãs, que este aqui é o meu lugar. Estar nas comunidades, junto ao povo, é o meu trabalho, a minha missão”, afirmou Dom Odilo.
AGENDA REGIONAL Quinta-feira (20), 20h Festa da padroeira da Paróquia Nossa Senhora das Graças (rua Serra do Capivaruçu, 274, no Jardim Elba). Sexta-feira (21), 19h30 Crisma na Paróquia São João Batista (rua Cel. Marques, 174, na Chácara Califórnia). Sábado (22), 16h Crisma na Paróquia São Rafael (Largo São
João Carlos Gomes
E incentivando ainda mais a construção não só do templo, mas da unidade dos cristãos, Dom Odilo finalizou: “Ao visitar sua comunidade e suas obras para o conforto dos fiéis, quero dar a minha palavra de incentivo e de encorajamento para que vocês continuem a trabalhar unidos tanto pelas obras físicas como também pela edificação da Igreja Viva, formada por pessoas, famílias e organizações de vida eclesial e pastoral”. Ao final da celebração, todos foram convidados para confraternização no novo saCardeal preside missa e inaugura salão paroquial na Sagrada Família lão paroquial.
Rafael, s/nº, na Mooca).
Domingo (23) 10h – Paróquia Santa Luzia e São Pio X (avenida Sapopemba, 1.500, na Vila Leme). 16h – Paróquia Jesus Ressuscitado (rua Plutão, 61, no Jardim Santa Bárbara). 19h – Paróquia São Judas Tadeu (rua Padre Estevão Pernet, 1.484, no Tatuapé).
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Santana
Diácono Francisco Gonçalves
Colaborador de comunicação da Região
Catequistas, ‘permanecei em meu amor... vós sois meus amigos’ Diácono Francisco Gonçalves
Catequistas da Região Santana durante missa na Paróquia Nossa Senhora da Luz, onde participam de retiro com o Padre Paulo Cesar Gil
Aconteceu no sábado, 15, na Paróquia Nossa Senhora da Luz, no Setor Tucuruvi, o retiro anual de catequistas da Região Episcopal Santana. Com o tema: “Permanecei em meu amor... Vós sois meus amigos” (Jo 15, 9.14), Padre Paulo Cesar Gil, assessor da Animação Bíblico-catequética, motivou os catequistas para
um dia de espiritualidade de frente com Jesus, aprendendo com Ele e permanecendo ao seu lado como discípulo e missionário. O dia foi muito especial para os catequistas que neste ano, em muitos momentos, refletiram sobre a importância do encontro com o Senhor, a peregrinação interior de cada pessoa
no processo de Iniciação à Vida Cristã. “Fazer um verdadeiro encontro com o Senhor pode mudar sua vida. Facilitar o encontro de seus catequizandos com Jesus pode produzir um impacto na vida deles. Será o início de uma nova realidade. Mas é necessário abrir o coração e deixá-lo conduzir os nossos passos, motivando-
nos para um novo agir”, expressou Padre Paulo. O retiro foi iniciado com acolhida da Palavra de Deus, em que todos os participantes fizeram um tempo de exercício de parar para ouvir o Senhor e acolher o que ele anuncia. “Sua Palavra é viva e eficaz! Deus, fonte de vida e esperança, nos convida a ouvir sua voz. A escuta orante da Palavra de Deus nos aproxima para mais perto dele, um Deus rico em misericórdia, compassivo e bondoso, fonte de alegria que se revela na comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo, comunidade de amor”, disse Padre Paulo. A celebração eucarística final foi presidida por Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, que convidou a todos para uma prática fundamentada no amor de Deus, na perseverança da fé e fidelidade no serviço da Catequese. Ao final, houve um momento de oração e louvor à Virgem Maria, mãe fiel que peregrina com seu povo no caminho de Jesus. Em 2015, o retiro será na Paróquia Joana D’Arc, no Setor Tremembé.
Secretárias reforçam a espiritualidade e a confiança em Deus Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, acolheu na capela da Cúria de Santana, no dia 6, os secretá-
Diácono Francisco Gonçalves
rios e secretárias paroquiais para um dia de encontro espiritual, com assessoria do Padre Moisés Roberto Facchini, imc, pároco da Paróquia Nos-
AGENDA REGIONAL Sábado (22), 8h às 17h Retiro para as coordenações de pastoral, associações, movimentos e comunidades, no Recanto Consolata (rua Epaminondas Luiz Amorim, 288a). Domingo (23), 10h Missa do jubileu de prata sacerdotal do Padre José Benedito Brebal Hespaña, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima (rua Gomes Leal - 329, na Vila Dionísia). Quarta (26), 20h Encontro da Catequese com coordenadores paroquiais, na Paróquia Menino Jesus (avenida Mazzei, 491, na Vila Mazzei).
Dom Sergio acompanha atividades do encontro espiritual com secretários e secretárias de paróquias
sa Senhora da Consolata. O encontro teve como tema “Em busca da Sobrevivência”. Após um momento de oração inicial, preparada pelo Padre João Luiz Miqueletti, coordenador regional de Pastoral, os participantes se dirigiram ao auditório da Cúria, onde Padre Moisés discorreu sobre o livro bíblico de Rute, fazendo um paralelo com a realidade atual. “Diante da crise, fugimos ou enfrentamos as dificul-
dades colocando nossa confiança em Deus?”, perguntou Padre Moisés, para complementar: “Nunca culpar a Deus pelas adversidades, pelos momentos de crise, pelos fracassos, pois eles podem ser resultado de nossas próprias escolhas erradas e atitudes a revisar. Diante de escolhas erradas, das fugas baseadas em necessidades primárias, podemos cair na tentação de contarmos somente com nossas próprias
forças e, saindo da vontade de Deus, a bênção não nos acompanhará”. Os secretários e secretárias paroquiais ao longo do ano já tiveram outros encontros de formação com o objetivo de melhorar o atendimento nas secretarias paroquiais, tendo em vista pesquisas sobre a realidade paroquial e alicerçados nos estudos da CNBB, como o Documento 104 “Comunidade de Comunidades: Uma Nova Paróquia”.
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Ipiranga
Francisco David
Colaborador de comunicação da Região
Casa da Solidariedade: aberta a pessoas de todas as classes sociais Francisco David
Na terça-feira, 11, Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar de São Paulo na Região Episcopal Ipiranga, visitou a Casa da Solidariedade, localizada próxima ao metrô Praça da Árvore. A Casa da Solidariedade nasceu da Campanha da Fraternidade de 1999 “Sem trabalho, Por quê?” A origem desse projeto está na Pastoral Operária junto com as pastorais sociais da Região Episcopal Ipi-
Dom José Roberto Fortes Palau em conversa com Raimundo Perillat, responsável pela Casa da Solidariedade, no dia 11
ranga, contando com a colaboração de várias comunidades e entidades da Região. Em sua visita, Dom José Roberto conheceu os diversos espaços físicos da Casa da Solidariedade, como o espaço
Sé
dos cursos de Eletricidade e de Corte e Costura. Durante a visita do bispo auxiliar, o responsável pela Casa da Solidariedade, Raimundo Perillat, junto com membros da Casa, fizeram uma dinâmica de oração e no final alguns
pedidos de ampliação do trabalho. A Casa da Solidariedade atende várias pessoas durante o dia, de todas as classes sociais, raças e etnias, com cursos de Alfabetização, Artesanato e Pintura, Atendimento Psicológico, Bazar da Pechincha, de Cooperativas de Produção, reciclagem e prestação de serviços, o encontro bíblico com dimensão ecumênica e um encontro mensal com palestras e debates de temas atuais. Os principais objetivos da Casa são: propiciar a organização dos trabalhadores e trabalhadoras desempregados, para que possam exigir dos órgãos públicos o seu direito ao trabalho e salários dignos; e criar condições profissionais para que o trabalhador – principalmente o jovem e a mulher – se coloque no mercado de trabalho.
Fernando Geronazzo
Colaborador de comunicação da Região Divulgação
Paróquia em festa pela padroeira dos músicos Começou na quinta-feira, 13, na Paróquia Santa Cecília, na região central da capital paulista, a novena preparatória da festa da padroeira, que será celebrada no sábado, 22. A cada dia da novena, haverá bênçãos específicas, como às
famílias, aos enfermos, aos noivos e namorados, aos jovens, às crianças, às pessoas da terceira idade, aos desempregados, às casas e a objetos de devoção. No dia da festa da padroeira dos músicos, serão celebradas três missas, às 9h,
12h e às 19h. No domingo, 23, Solenidade de Cristo Rei, haverá missas às 7h30, 9h, 10h30, 12h, 18h e 19h30. Às 17h, acontecerá uma procissão com a imagem de Santa Cecília pelas ruas do bairro. Durante todos os dias de
comemoração, haverá a tradicional festa de rua com barracas típicas instaladas no largo Santa Cecília, junto à estação Santa Cecília do Metrô. Mais informações sobre a festa de Santa Cecília pelo telefone (11) 3331-5195.
Missa dos noivos Paróquia Santa Cecília, no centro
Os casais que celebraram o sacramento do Matrimônio na Capela do Colégio Nossa Senhora do Sion (avenida Higienópolis, 983) estão con-
vidados para uma missa em ação de graças no dia 29, às 10h. A iniciativa da Equipe de Matrimônio da Capela é de
manter o acompanhamento pastoral com os muitos casais que celebraram suas bodas na Igreja, para que possam compartilhar experiências com
outros casais e recordar o dia em que se uniram diante da comunidade eclesial. Só entre os anos de 2008 e 2014 foram celebrados 579 Matrimônios.
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Padre Antonio Francisco Ribeiro e Benigno Naveira Colaboradores de comunicação da Região
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Lapa
Paróquias mobilizam-se por Eleições Limpas Aconteceu na terça-feira, 11, a reunião do clero atuante na Região Lapa, com objetivo de preparar o tempo do Advento, Natal e o calendário do mutirão de confissões nas paróquias. Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, apresentou a proposta da Campanha “Eleições Limpas” ao clero e solicitou que fosse feita, a partir do dia 16, a coleta de assinaturas nas paróquias. Os formulários da coleta se encontram disponíveis no Site da Arquidiocese (www. arquidiocesedesaopaulo.org. br) e da Região Lapa (www. regiaolapa.org.br), bem como a carta de apoio de Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano.
Expressivas entidades da sociedade civil se juntaram e criaram a Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas, que defende a ampliação da participação popular nas instâncias de Poder. A Coalizão optou por elaborar um projeto voltado para as questões estruturantes, para uma reforma política democrática que pudesse ser aprovada sem a necessidade de emenda constitucional. Para a Coalizão, não há como avançar no processo democrático sem resolver quatro problemas: o financiamento da campanha por empresas e a consequente corrupção eleitoral; o sistema eleitoral proporcional de lista
Padre Antonio Ribeiro
Padres acompanham as orientações de Dom Julio Endi Akamine sobre a campanha ‘Eleições Limpas’
aberta de candidatos; a sub-representação das mulheres; a deficiente regulamentação dos mecanismos da democracia direta.
Como a legislação brasileira atual não permite assinaturas digitais para consulta pública, os interessados em aderir à Campanha precisam
imprimir o formulário, recolher as assinaturas e enviá-las à Cúria da Lapa (rua Afonso Sardinha 62; CEP: 05070000, São Paulo-SP).
ECC proporciona crescimento dos casais e da comunidade Na Paróquia São João Batista, na Vila Ipojuca, no Setor Lapa, aconteceu na quintafeira, 13, a celebração da missa do Encontro de Casais com Cristo (ECC), presidida por Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, e concelebrada pelo Padre João Carlos Deschamps, pároco da Paróquia São João Gualberto e coordenador do ECC. Dom Julio, na homilia, disse que naquela missa, todos agradeciam a Deus pelo trabalho do ECC, em todas as três etapas. “Agradecemos, também, pela recuperação de casais, de fortalecimento do vínculo de aprofundamento da espi-
Benigno Naveira
Participantes do ECC durante missa na Paróquia São João Batista, presidida por Dom Julio
ritualidade do casal cristão”. O Bispo deu graças pela realização da 3ª Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, no Vaticano, realizada em outubro, sobre os desafios pastorais da família. Dom Julio refletiu, ainda,
Bispo confirma na fé crismandos de três paróquias No sábado, 15, na Paróquia Nossa Senhora do Líbano, no Setor Pirituba, aconteceu a celebração da missa da Crisma de dez jovens, presidida por Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, e concelebrada pelo Padre Julio Cesar, pároco. Na manhã do domingo, 16, na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, no Setor
Butantã, aconteceu a celebração do Crisma de 50 crismandos, também presidida por Dom Julio e concelebrada pelo Padre Jorge Pierozan (Rocha), pároco. No mesmo domingo, à noite, na Paróquia São José, no Setor Butantã, o Bispo conferiu o sacramento a 19 crismandos, em missa concelebrada pelo Padre Roberto Grandmaison, pároco.
sobre o Evangelho daquele dia, que enfatizava o Reino de Deus. O ECC nasceu da inquietude de um sacerdote (Padre Afonso Pastore), que dedicou sua vida à Pastoral da Saúde e à Pastoral Carcerária. Teve
inicio em 1970, na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, na Vila Pompeia, em São Paulo. Foi idealizado para ser desenvolvido em três etapas distintas, indispensáveis, relacionadas entre si, cada uma com características e finalidades
próprias. Uma etapa prepara a outra e deve ser observada a partir de um crescimento de seus integrantes e de sua comunidade. A primeira etapa é o momento evangelizador e missionário, é o despertar, o chamado aos casais afastados da Igreja. Na segunda etapa, se pretende levar o casal a refletir sobre o verdadeiro sentido da fé batismal para que viva plenamente a mensagem de Jesus Cristo. E na terceira etapa, se propõe aos casais uma reflexão profunda, séria e adulta do homem que vive em uma sociedade cheia de injustiças, de opressão, de miséria, de egoísmo, de dominação e de marginalização.
Festa pelo primeiro ano de dedicação da Santíssima Trindade A reportagem da Pastoral da Comunicação regional acompanhou, no domingo, 16, junto à comunidade da Paróquia Santíssima Trindade, no Setor Rio Pequeno, os festejos em comemoração pelo aniversário de um ano da dedicação da igreja e do altar, realizada na área de estacionamento da Paróquia, onde foram montadas barracas de pastel, churrasco, doces etc., reunindo centenas de fiéis que por ali passaram. As celebrações da missa solene aconteceram às 8h, 10h e 18h, presididas pelo Padre Marco Roberto Pires, pároco. O Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano,
Benigno Naveira
Padre Marco Roberto Pires durante missa na Paróquia Santíssima Trindade
no dia 16 de novembro de 2013, presidiu a solene de dedicação da igreja e do altar da Paróquia Santíssima Trindade. E em sua fala
final, O Cardeal pediu que, em todos os anos, essa data seja celebrada solenemente pela dedicação da igreja.
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Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
1.200 jovens participam da 29ª edição do Dia Nacional da Juventude (DNJ), no Instituto Dom Bosco e na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, na região central, no domingo, 16
Livres para ser jovens
O Dia Nacional da Juventude na Arquidiocese de São Paulo aconteceu no Instituto Dom Bosco, no domingo, 16, e reuniu pastorais, movimentos e novas comunidades Nayá Fernandes
nayafernandes@gmail.com
Da tranquila praça Coronel Fernando Prestes, ao lado da estação Tiradentes do metrô, se podia ouvir o som dos instrumentos e as vozes entoando o mesmo canto com grande animação. Quem passou pela Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora no domingo, 16, percebeu que havia uma alegria diferente nos jovens que se reuniram para celebrar a vida e a juventude. Era o Dia Nacional da Juventude (DNJ) 2014, que na sua 29ª edição, em todo o País, reuniu jovens de diferentes pastorais, movimentos e novas comunidades. A Arquidiocese de São Paulo escolheu a data para realizar o DNJ por causa das eleições e também do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), já que costuma acontecer sempre no último fim de semana do mês de outubro, explicou Luciano Ferreira, da equipe de animação do Setor Juventude da Arquidiocese de São Paulo e de infraestrutura do DNJ. Foram 1.200 jovens e 200 voluntários divididos nos ambientes do Instituto Dom Bosco, que fica ao lado da Paróquia, no centro da capital. Um palco central com música e
dança, um teatro para apresentações artísticas e nove salas com oficinas fizeram parte da programação do evento, que começou às 12h e terminou às 18h, após a celebração da missa, na igreja. “A opção de ‘oferecer palco’ aos jovens de nossas paróquias é pastoral é porque queremos valorizar, coerentes com o Evangelho do dia, os dons e talentos dos nossos jovens, atuantes nas comunidades, ao invés de trazer conjuntos musicais ou cantores católicos famosos”, declarou Nei Márcio Oliveira de Sá, secretário-executivo do Setor Juventude. Nei destacou também a realização das oficinas, oferecidas por grupos ligados ao Setor Juventude: Pastoral da Juventude, Pastoral da Juventude Estudantil, Ministério Jovem da Renovação Carismática Católica, Setor Belém (com a participação do Padre Júlio Lancellotti, vigário episcopal para o Povo da Rua, Movimento Juvenil Dominicano, Ordem dos Servos de Maria e outros. Luciano ressaltou que, ao longo dos anos, há a preocupação do Setor de variar as formas de celebrar o DNJ, para que os jovens façam também experiências diferentes. Com o tema “Feitos para ser livres, não escravos”, o objetivo foi dar continuidade à temáticaa da Campanha da Fra-
ternidade sobre tráfico de pessoas. “Tivemos um momento de debate no teatro às 13h, em que Irmã Maria Ângela, da Pastoral da Mulher Marginalizada, e o Padre Marcelo Monge, diretor da Cáritas Arquidiocesana, falaram sobre o tema central e deram testemunho concretos para aproximar essa realidade do cotidiano dos jovens”, disse Luciano.
Migração e tráfico humano Gislaine Almeida Alves, com roupas e olhos pintados de azuis, estava com os amigos comemorando a apresentação que tinham acabado de fazer. Aos 18 anos, a “Gi”, como é conhecida, compreende bem a realidade dos imigrantes que chegam a São Paulo, pois mora no centro e participa da Paróquia Nossa Senhora da Paz, no Glicério, onde funcionam a “Missão Paz” e a “Casa do Migrante”. “Fizemos um teatro e em seguida, dançamos uma música em que a letra fala de liberdade. A cor azul também foi proposital. Sabemos que muitos jovens não conhecem a realidade dos imigrantes e como eles sofrem ao chegar aqui. Nós convivemos com a questão de perto e ficamos muito felizes em compartilhar essa experiência”, relatou a jovem. Em uma das salas no piso superior, Carolina Fonseca, 22, co-
ordenadora da Pastoral da Juventude da Região Episcopal Belém, conduzia uma dinâmica em que os jovens precisavam de equilíbrio, silêncio e confiança. Ela foi uma das responsáveis pela oficina em que participaram 40 jovens. Debate, animação, dinâmicas e momentos de oração fizeram parte da atividade, e Carolina se mostrou muito feliz com o retorno positivo dos demais jovens. “A participação foi muito boa, mas, no geral, cada um procurou ficar com o grupo que já tinha afinidade, nesse sentido, sinto, faltou integração. A realidade do tráfico humano é pouco conhecida e não chega às bases. Pra mim, ainda falta muito para termos uma ação efetiva no que se refere ao tráfico de pessoas e sair da teoria e dos discursos”, expressou a jovem, que explicou à reportagem que a principal tarefa da atividade era a de contar histórias reais e ajudar os jovens a compreenderem como esse crime é uma realidade que não está distante.
Uma juventude missionária Dom Bosco, fundador da Família Salesiana e padroeiro dos jovens, não podia ter sido esquecido no instituto que leva o seu nome. E a motivação veio do Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São
Dom Carlos Lema Garcia, bispo auxiliar da Arquidiocese, preside missa de encerramento do Dia Nacional da Juventude
Paulo, que visitou os jovens durante o DNJ e a eles dirigiu suas palavras no início da celebração eucarística, às 16h. Dom Odilo lembrou a experiência da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em 2013, no Rio de Janeiro, e convidou os jovens a se organizarem para a próxima JMJ, que será em 2016, em Cracóvia, na Polônia. Ele falou também sobre a dimensão vocacional cristã e que os jovens devem viver um discernimento seja para o Matrimônio, o Sacerdócio ou para a vida religiosa consagrada. Presidida por Dom Carlos Lema Garcia, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo para o Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade e referencial do Setor Juventude, a missa marcou a conclusão do dia festivo. Na homilia, Dom Carlos alertou os jovens para que vivam com intensidade cada momento como o estudo, a vida familiar e comunitária e, assim, possam multiplicar os talentos recebidos como dom. O Bispo chamou atenção dos jovens quando lembrou uma frase que ele ouviu certa vez: “Menos Facebook e mais face on the book”, ao destacar que o Facebook é um instrumento maravilhoso, mas que os jovens devem também se preocupar com os estudos e assim se prepararem bem para o futuro. Santa Paulina, Santo Antônio de Sant´Anna Galvão, São José de Anchieta e os beatos Padre Mariano e Madre Assunta foram lembrados no fim da missa por meio de quadros e imagens trazidos em procissão. Esses homens e mulheres, que viveram na cidade, são testemunhos de fé e de esperança para os jovens e para todos os que desejam um mundo mais fraterno e justo.