O SÃO PAULO - 3041

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 60 | Edição 3041 | 4 a 10 de março de 2015

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Sem planejamento, São Paulo registra ciclovias criam confusão 563 casos de dengue Espaços para circulação de bicicletas se espalham pelas ruas da cidade, mas instalados sem planejamento têm provocado engarrafamentos e confusão. O trânsito intenso que piora ante o menor acidente e todas as complicações inerentes a uma metrópole com 20 milhões de habitantes impõem ao prefeito não atrapalhar a já conturbada vida de seus habitantes. Página 15

Principais hipóteses para o aumento do número de casos no município são as altas temperaturas, que beneficiam a reprodução do mosquito transmissor; e a crise hídrica, que aumentou o armazenamento incorreto de água limpa. O balanço apresentado pela Secretaria Municipal de Saúde foi sobre o período de 4 de janeiro a 24 de fevereiro.

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No dia 22, uma só súplica: ‘Senhor, enviai a bênção da chuva’ Diante da escassez de chuvas em São Paulo, a Arquidiocese realizará em 22 de março, no Dia Mundial da Água, uma procissão penitencial, para pedir a bênção da chuva. A concentração será às 15h, na Paróquia Nossa Senhora da Consolação, seguida de caminhada até a praça da Sé, onde

haverá missa, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano. Em carta aos fiéis da Arquidiocese, Dom Odilo lembra que “em diversos momentos da história da cidade, o povo saiu às ruas, em oração e procissão, para pedir chuvas; a última grande manifestação nes-

se sentido aconteceu em 1957, quando o Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta saiu à frente da procissão, com muito povo, carregando a imagem de Nossa Senhora da Penha, do seu Santuário na Penha até à Catedral da Sé”. Página 24

Ao vivo na TV, todos os dias, a missa na Catedral Helena Ueno

Equipe técnica da TV UltraFarma durante transmissão ao vivo de missa na Catedral, no dia 1º, presidida pelo Cardeal Odilo Scherer, arcebispo metropolitano

Desde o dia 1º, a TV UltraFarma, sintonizada em sinal analógico pelo canal 33, transmite diariamente as missas na Catedral da Sé: de segunda a sábado, às 12h, e aos domingos, às 11h, esta tradicionalmente presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano. Também é possível acompanhar as celebrações pela internet, em www. tvultrafarma.com.br. “As transmissões pela TV e pela internet possibilitam que nossa evangelização chegue a mais pessoas e também leva as belezas da nossa Catedral para todo o Brasil”, afirma o cura da Catedral, Padre Luiz Eduardo Pinheiro Baronto. Página 7

Estado Islâmico Dom Edmar celebra 5 continua a fazer vítimas anos de episcopado

São Paulo terá eleição para diversos conselhos

Nas últimas duas semanas, o grupo Estado Islâmico sequestrou mais de 200 pessoas, na maioria cristãos, em ataques a vilarejos na Síria. O arcebispo de HassakeNisibi, Dom Jacques Behnan Hindo, afirmou que 200 famílias que conseguiram fugir tentaram sem sucesso cruzar a fronteira com a Turquia, que está fechada para os sírios.

Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (CMDCA) e Conselho Municipal de Políticas Urbanas (CMPU) elegerão seus representantes no domingo, 15. Leigos católicos, ligados a Arquidiocese de São Paulo, se candidataram e pleiteiam uma vaga junto aos conselhos. A participação na vida pública é uma das muitas formas de serviço à sociedade, como pede a CF 2015.

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No sábado, 28 de fevereiro, Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese e vigário na Região Episcopal Belém, presidiu celebração em ação de graças pelo seu aniversário natalício e de ordenação episcopal. A missa foi concelebrada por Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, e pelos padres atuantes na Região Belém. Página 19

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2 | Ponto de Vista |

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editorial

Um manifesto que nos compromete O recente “Manifesto em defesa da Democracia”, lançado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), quer ser mesmo uma convocação para que os leigos e leigas cristãs atuem no sentido de se concretizar a reforma política em nosso País. Estamos vivendo uma situação de crescente descontentamento por parte da sociedade brasileira. Não bastasse a corrupção que privatiza desavergonhadamente o que é de todos, um processo eleitoral totalmente contaminado pelo apoio financeiro escolhe políticos que acabam por ficar comprometidos com o poder econômico que os elege.

Não é coincidência. Foi tudo bem pensado. O Manifesto é divulgado dentro da Campanha da Fraternidade, que nos faz recordar a história da presença da Igreja em todos os momentos importantes de nossa história social, política e econômica. Ele provoca os cristãos e cristãs a atuarem na sociedade em que estão inseridos, no sentido de multiplicar ações humanizantes e construir uma sociedade fraterna, solidária, onde os direitos de todos a uma vida digna sejam respeitados. O Cardeal Raymundo Damasceno Assis, presidente da CNBB, resumiu de forma magistral, no discurso de apresentação do manifesto, a missão da Igreja:

“ensinar critérios e valores irrevogáveis, orientar as consciências, educar nas virtudes individuais e políticas e ser advogada da justiça e da verdade”. Essa é a posição firme da Igreja. Sem identificarse com os políticos nem com interesses partidários, a Igreja incentiva seus filhos – os leigos e leigas – a darem de si para a transformação da sociedade. Essa atuação dos cristãos se fará de forma mais concreta na coleta de assinaturas em vista da reforma política. A todas as ações humanizantes e fraternas que nos preparam para a experiência pessoal e comunitária da Páscoa de Jesus, da nossa Páscoa e da Páscoa do mundo,

somamos a nossa resposta pessoal e coletiva para que a reforma política aconteça. Não podemos esquecer que a atividade política legítima é e tem que ser uma forma bonita do exercício da caridade, que nos é pedido sempre e particularmente na Quaresma. As paróquias e comunidades, as pastorais sociais, as novas comunidades, todos os fiéis cristãos são convidados a registrar seu nome nesse exercício de cidadania. Com a participação de todos, chegaremos ao total de 1,5 milhão de assinaturas, que certamente há de acelerar a concretização da reforma política que todos queremos.

opinião

A presença dos cristãos em tempos difíceis Sergio Ricciuto Conte

Francisco Borba Ribeiro Neto Durante os protestos contra o aumento das tarifas de ônibus, em 2013, um grupo de jovens de um movimento católico saiu de sua reunião e teve que atravessar a manifestação que ocupava a Paulista. A certa altura, o grupo entrou por uma rua lateral, percorrendo seu caminho, e notou que estava sendo seguido por uma pequena multidão de manifestantes, que pensavam que eles eram uma ala que fazia um caminho alternativo. O padre que me relatou esse episódio disse que naquele momento percebeu a responsabilidade de nós cristãos num momento difícil e conturbado como este que o Brasil atravessa. Escândalos de corrupção, dificuldades no plano econômico que ameaçam também o social, deputados e senadores que parecem legislar em causa própria, crise hídrica ameaçando o abastecimento de água e energia... Um cenário que vai se tornando cada vez mais difícil, diante do qual parece difícil manter uma esperança razoável, levando ao ceticismo, ao conformismo ou à raiva. No ano em que a Igreja reflete sobre sua relação e seu serviço à sociedade, é mais do que justo nos perguntarmos sobre nossa responsabilidade de cristãos diante do momento atual. Em momentos críticos, as alternativas e esperanças verdadeiras não dependem de análises e ideologias, que podem até ser ferramentas úteis, mas não vão além disso. A capacidade de enfrentar e superar as dificuldades vem de acontecimentos que despertaram e

despertam nossa humanidade, que nos fazem viver a solidariedade, fazer sacrifícios, construir na própria dificuldade. Protestos e manifestações podem ter um grande impacto político, mas não ajudam a construir o novo se não refletem esses acontecimentos que despertam a humanidade e a solidariedade das pessoas. Sem

essa base de construção, as forças se perdem e se desorientam, como os manifestantes que seguiram por outra rua só porque viram um grupo coeso entrar por ela. Acontecimentos assim são cada vez mais raros numa sociedade individualista e consumista, mas são muito frequentes na vida da comunidade cristã – ao menos quando esta

vive com sinceridade o mandamento do amor que Cristo nos deixou e procura ser uma presença na vida da sociedade. São acontecimentos simples e que podem parecer até banais: a acolhida de alguém em necessidade, uma pequena obra social, um espaço de orientação humana e/ou espiritual, amizades sinceras e desinteressadas. O problema não é o tamanho do gesto, mas sim o quanto ele é um ponto de partida, um critério de juízo, que permite outro olhar sobre a realidade – um olhar cheio de humanidade, solidariedade e desejo de construção. Os cristãos não são nem melhores, nem mais inteligentes do que os outros. Pelo contrário, somos iguais a todos. O que temos é um primeiro acontecimento, o encontro pessoal com Cristo, que tocou nosso coração e, a qualquer momento, diante de qualquer dificuldade, pode dar uma direção e um sentido à nossa existência, nas palavras de Bento XVI, na Deus caritas est, repetidas por Francisco em sua carta a Eugenio Scalfari (04/09/2013). Mas esse encontro para se manifestar em todo o seu vigor, não pode ficar confinado a um limbo intimista. Ele tem que ser documentado em todos esses pequenos acontecimentos por meio dos quais a comunidade cristã pode irradiar, com humildade e sem pretensão, amor e esperança ao mundo. Daí nasce uma inteligência da fé que pode ser uma contribuição fundamental à sociedade brasileira atual. Francisco Borba Ribeiro Neto, sociólogo, coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo

A fé religiosa é preciosa, simples e complexa, ao mesmo tempo. É um dom, que recebemos no Batismo e expressa a condição nova da nossa relação com Deus: somos filhos amados de Deus, a quem podemos chamar de Pai e com quem podemos uma relação de confiante simplicidade, sabendo-nos amados, perdoados e envolvidos pela sua providência amorosa. Mas, de nossa parte, esta mesma fé teologal precisa ser acolhida, correspondida e desenvolvida. E aí começa a complexidade da fé: nem sempre acolhemos bem esse dom precioso; talvez deixamos de nos orientar por ela, anulando seu efeito na prática da vida quotidiana; talvez somos levados por uma fé mágica ou supersticiosa... Podemos até perder a fé, vivendo como se Deus não existisse, ou nada tivesse a ver conosco. A violência praticada em nome de Deus vem de uma compreensão equivocada da fé. Deus não é honrado, quando fazemos injustiça ou violência contra algum de seus filhos, ainda que esse tivesse uma fé diversa da nossa, ou fosse mesmo um pecador. Jesus recordou e confirmou palavras dos antigos profetas: Deus não tem prazer na morte do pecador, mas na sua conversão, para que viva (cf Ez 18.23.32).

Purificar o olhar de nossa fé No 2º Domingo da Quaresma, a Liturgia nos trouxe o texto do sacrifício de Abraão: para pôr a sua fé à prova, Deus lhe pediu que oferecesse em sacrifício o seu filho Isaac; Abraão já estava pronto para fazê-lo, mas então Deus o impediu, pois se tratava apenas de uma prova: “agora sei que temes a Deus, pois não me recusaste teu filho único”. E Deus recompensou Abraão com uma descendência numerosa e com uma bênção, que se estendeu para toda a humanidade. O que Deus esperava de Abraão era uma fé confiante e sem limites; e Abraão foi capaz de fazer os maiores sacrifícios para corresponder a Deus e obedecer àquilo que Deus lhe pediu. A fé purificada e autêntica se traduz na fidelidade e na obediência a Deus. De maneira equivocada, podemos achar que a fé consiste em impor nossas vontades e desejos a Deus, sem buscar a sintonia e a comunhão com Deus. Uma das qualidades da fé autêntica é a firme adesão a Deus, mesmo nos sofrimentos, e se traduz nesta bela oração do salmista: “andarei na presença de Deus na terra dos vivos; guardarei minha fé, mesmo quando o sofrimento é demais em minha vida” (cf Sl 116, 9-10). Acontece também conosco, como aconteceu com Abraão: a fé é provada no sofrimento. E Deus não deixa sem recompensa a quem fica firme e confia nele, mesmo nas situações mais extremas da vida.

Ainda no 2º Domingo da Quaresma, ouvimos o Evangelho da transfiguração de Jesus. No caminho para Jerusalém, onde se passaria o drama da paixão e morte do Mestre, os discípulos ainda eram fracos na fé e tinham pouca clareza sobre quem, de fato, era Jesus. Sua fé era interesseira, de olho nas vantagens e privilégios pelo fato de estarem com Jesus... A transfiguração, no alto de uma montanha, devia ajudá-los a firmarem sua fé nele, vendo sua glória divina e ouvindo a voz de Deus Pai: “é meu filho amado: escutai o que ele diz” (cf Mc 9,7). Deus socorre nossa fragilidade na fé. A fé é purificada e cresce na medida em que “ouvimos Deus”. De nossa parte, a fé é resposta a Deus, que se manifesta, de modo especial, na sua Palavra. Jesus é Palavra viva de Deus para nós. Escutar e acolher esta “palavra” nos traz a certeza do amor e da fidelidade de Deus, como aconteceu com São Paulo, a ponto de poder exclamar: “se Deus é por nós, quem será contra nós? Se Deus entregou por nós seu próprio Filho, para resgatarnos de nossos pecados, não nos daria também tudo o que precisamos e pedimos?!” (cf Rm 8, 31-34). Somos ainda muito “fracos na fé”, pessoas “de pouca fé” (cf Mt 8,26). A Quaresma nos chama a “purificar o olhar da nossa fé”, a crescer na fé, alimentando nosso espírito na sua Palavra viva e aprofundando nossa comunhão e sintonia com Ele.

| Encontro com o Pastor | 3 1ª reunião de 2015 do Regional Sul 1 da CNBB

Renato Pappis/Regional Sul 1

A Comissão Episcopal Representativa do Regional Sul 1 da CNBB esteve reunida em 26 de fevereiro, na Capital paulista, para a primeira reunião do ano. Na oportunidade, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo e presidente do Regional, falou sobre os acontecimentos recentes da Igreja, tais como o Sínodo sobre a Família, a coleta de assinaturas para a reforma política e a Campanha da Fraternidade de 2015. Também na reunião, foram sugeridos temas para a 78ª Assembleia dos Bispos do Regional Sul 1, que será realizada de 9 a 11 de junho em Aparecida (SP). Entre as sugestões mais destacadas estiveram o tema da CF 2015 “Fraternidade: Igreja e Sociedade”, as novas diretrizes gerais da ação evangelizadora da Igreja no Brasil, que serão votadas na Assembleia Geral da CNBB em abril deste ano, a missão social da Igreja, contida no documento Evangelii Gaudium, e o Sínodo da Família. Participam do encontro a presidência do Regional, os presidentes e membros das oito sub-regiões pastorais, assessores e representantes de organismos.

Missa no campus Santana da PUC-SP

ACI/PUC-SP

Em 25 de fevereiro, o Cardeal Scherer, arcebispo metropolitano e Grão-Chanceler da PUC-SP, presidiu a missa de início do ano letivo do campus Santana. “Vamos colocar nas mãos de Deus todo o trabalho que vai ser desenvolvido aqui e pedir a ele a graça da fortaleza e da perseverança. Espero que aproveitem esse tempo e a chance de poder estudar, porque mesmo que custe um pouco de cansaço, certamente não vão se arrepender disso”, afirmou durante a celebração.

Encontro com as equipes de coordenação O Cardeal Scherer participará no sábado, 7, do Encontro das Equipes de Coordenação das Regiões, Setores, Vicariatos, Pastorais, Movimentos, Associações, Novas Comunidades e outros Organismos da Arquidiocese, que acontecerá, das 8h30 às 13h, na Fapcom (rua Major Maragliano, 191, na Vila Mariana). O objetivo do encontro é refletir sobre as perspectivas pastorais e os encaminhamentos que devem ser dados para a concretização do Projeto de Evangelização para 2015: “Igreja: a serviço da vida plena para todos”. A atividade é restrita a participantes que foram previamente convocados pelo Secretariado Arquidiocesano de Pastoral. (Por Daniel Gomes - colaboraram diácono José Carlos Pascoal e Bete Andrade)


4 | Papa Francisco |

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O amor transfigura tudo Antes da oração mariana do Ângelus, no domingo, dia 1º, o Papa Francisco refletiu com os fiéis reunidos na praça de São Pedro e lembrou que no primeiro domingo da Quaresma o Evangelho mostrou Jesus vitorioso contra a tentação e, no segundo, a Igreja mostra que o caminho de conversão leva à participação na glória de Cristo. Francisco se refere à Transfiguração como o “cume do ministério público de Jesus”. Jesus está a caminho de Jerusalém, onde se cumprirá as profecias e onde se dará seu sacrifício redentor. As multidões que esperam um libertador do jugo romano, e mesmo os discípulos, não entendem o discurso de Jesus, que, então, decide mostrar a Pedro, Tiago e João uma antecipação de sua glória, “para confirmá-los na fé e encorajá-los a segui-lo no caminho da prova, no caminho da cruz.” No alto do monte, “se transfigura diante deles: o seu rosto e toda a sua pessoa irradia uma luz fulgurosa. Os três discípulos se assustam,

enquanto uma nuvem os encobre e soa do alto - como no Batismo no Jordão - a voz do Pai: ‘Este é meu Filho muito amado; ouvi-o’ (Mc 9,7).” E o Papa explica: “Jesus é o Filho que se fez Servo, enviado ao mundo para realizar, por meio da cruz, o projeto de salvação, para salvar a todos nós. A sua plena adesão à vontade do Pai torna sua humanidade transparente à glória de Deus, que é amor”. “Ícone perfeito do Pai, esplendor da sua glória”, em Jesus se cumpre a revelação como deixa entender a presença de Moisés e Elias, a Lei e os Profetas, “como se quisesse dizer que tudo termina e começa em Jesus, na sua paixão e na sua glória”. A voz do Pai – “Escutai-o” - é para os discípulos e para nós, continua Francisco, que nos exorta: “Escutem Jesus, Ele é o Salvador: sigam-no. Ouvir Cristo, de fato, consiste em assumir a lógica do seu mistério pascal, colocar-se a caminho com Ele para fazer da própria existência um dom de amor aos outros, em dócil obediência à vontade de Deus, com atitude de despojamento das coisas mundanas e

de liberdade interior. Em outras palavras, estar preparado para ‘perder a própria vida’ (cf. Mc 8,35), doando-a a fim que todos os homens sejam salvos: assim, nos encontraremos na felicidade eterna”. O caminho de Jesus sempre nos leva à felicidade apesar das cruzes. “Jesus não nos engana, nos prometeu a felicidade e nos dará se seguirmos em seus caminhos.” A mensagem se conclui com um convite a todos a “subir ao monte da transfiguração e a contemplar o rosto de Jesus, colher a mensagem, traduzi-la em nossas vidas, “para que nós também possamos ser transfigurados pelo amor”, porque “o amor é capaz de transfigurar tudo”. Após a oração do Ângelus, Francisco se referiu à violência sofrida pelos cristãos e outros grupos na Síria e no Iraque, pedindo fim a essa “brutalidade intolerável”. Esta situação foi motivo de oração dos que participaram do retiro da Cúria Romana. O Papa também lamentou a tensão vivida na Venezuela, inclusive com a morte de um menino, em San Cristobal. (Por Padre Cido Pereira)

Intenções para março

L’Osservatore Romano

O Santo Padre propôs, ao Apostolado da Oração, as seguintes intenções para este mês de março: Intenção Universal: “Cientistas ao serviço do bem. Para que todos aqueles que se dedicam à investigação científica se ponham ao serviço do bem integral da pessoa humana”. Intenção pela Evangelização: “Contributo da mulher na Igreja. Para que se reconheça cada vez mais o contributo específico da mulher na vida da Igreja”.

Bolívia e Paraguai a espera de Francisco Os bispos do Paraguai e da Bolívia já se preparam para a visita do Papa Francisco aos dois países, prevista para julho. No roteiro da viagem apostólica também está programada sua passagem pelo Equador. O secretário da Conferência Episcopal Boliviana, Dom Eugenio Scarpellini, informou que a Igreja boliviana deu início à preparação para a visita. Embora não se saiba com exatidão a data da viagem, o próprio Papa adiantou à diretora do cotidiano La Razón/ La Paz, com as palavras “Um abraço grande a todos os bolivianos, irei ao país em julho”. “Com imensa alegria e profunda emoção, nos dispomos a preparar nossos corações, nossos lares e famílias, nossas comunidades eclesiais e nossa nação para receber o Papa Francisco, mensageiro da alegria e da paz”, escreveram os bispos paraguaios, em carta endereçada a toda a Igreja local.

Esclarecimento aos mexicanos O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, emitiu uma nota de esclarecimento sobre a expressão “evitar a mexicanização”, usada pelo Papa Francisco em um e-mail privado e informal, em resposta a um amigo argentino muito comprometido na luta contra as drogas, que tinha usado essa frase. A Secretaria de Estado entregou uma nota ao embaixador do México junto à Santa Sé, na qual esclarece que com a expressão usada o Pontífice não tinha a intenção absolutamente de ferir os sentimentos do povo mexicano, que ama muito, nem ignorar o compromisso do Governo mexicano no combate ao tráfico de drogas. A nota destaca que, evidentemente, o Papa não tinha outra intenção do que chamar a atenção para a gravidade do fenômeno do tráfico de drogas que afeta o México e outros países da América Latina. (Por Fernando Geronazzo)


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Espiritualidade

Para educar a afetividade Dom Julio Endi Akamine Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa

Para educar a afetividade corretamente é necessário, primeiramente, conhecer as emoções e os sentimentos. Isso não é óbvio? Sim, mas infelizmente as coisas mais básicas parecem ser as que menos damos atenção. A todo o momento, somos movidos pelos nossos sentimentos, mas não temos consciência disso. Somos dominados por emoções que nos fazem agir impulsivamente e de maneira contraditória, ferindo pessoas e a nós mesmos. Não sabemos reconhecer os sentimentos alheios; incapazes de acolher as emoções das pessoas com quem nos relacionamos. Se não queremos continuar vivendo como “analfabetos emocionais”, é preciso aprender a dar nome às emoções para ter consciência delas. Retomo a metáfora do artigo anterior (cf. a metáfora da casa de dois andares: a vida sensitiva e a vida espiritual). É pela escada da afetividade bem educada que os sentimentos e emoções podem ser conduzidos ao andar de cima. Conhecer os sentimentos e emoções, saber os seus nomes, é um pressuposto necessário para conhecer a si mesmo e aos outros.

Em si mesmo, as emoções e os sen- no andar de cima para o andar de baixo. timentos não são nem bons nem maus. Posso exprimir sentimentos de raiva ou A alegria, enquanto sentimento ou emo- de alegria se estes foram integrados na ção, não é nem boa nem má. A tristeza virtude. não é em si mesma, boa ou má. É o que Foi uma afetividade educada que fazemos com tais sentimentos que deter- permitiu que Jesus exprimisse toda a sua minam se eles são bons ou maus. Se eu raiva e cólera de maneira justa e construme alegro com o sofrimento do outro, tiva quando ele expulsou os vendilhões experimento uma alegria perversa. Se eu do templo. Ele exprimiu sua indignação fico triste e com raiva, quando vejo uma quando enfrentou a hipocrisia dos douinjustiça cometida contra uma pessoa tores da lei. Foi também uma afetividavulnerável, demonstro uma sadia reação de bem educada que fez com que a sua emocional que está fundada em uma boa misericórdia se exprimisse em gestos afetivos de compaixão, de tristeza e de formação moral. Para educar a afetividade, é preciso integrar os sentimentos e emo- É a afetividade educada que ções na prática do bem. conduz o que foi elaborado “As emoções e os senti- e integrado no andar de cima mentos podem ser as- para o andar de baixo. Posso sumidos em virtudes ou exprimir sentimentos de raiva pervertidos em vícios” ou de alegria se estes foram (Catecismo da Igreja Caintegrados na virtude tólica, 1768). A afetividade educada é que me permite conhecer e aceitar alegria. “Em Cristo, os sentimentos huquem tenha sentimentos de raiva, ódio, manos podem receber sua perfeição na cólera, tristeza. Ela conduz tais emoções caridade e na bem-aventurança divina” para o andar de cima. E é no andar de (Catecismo da Igreja Católica, 1769). A plena realização da pessoa humacima que se dá o discernimento das motivações desses sentimentos. É no andar na não consiste somente em que ela seja de cima que os sentimentos podem ser movida ao Reino de Deus unicamente integrados na prática do bem. por sua vontade, mas também pelos seus Por fim, para educar a afetividade, sentimentos e emoções. é necessário exprimir de maneira consEducar a afetividade consiste em alciente e construtiva os sentimentos e as cançar de maneira prática o ideal que é emoções. É a afetividade educada que expresso no salmo 84,3: “Meu coração e conduz o que foi elaborado e integrado minha carne exultam pelo Deus vivo”.

eSPAÇO ABERTO

Uma visita a Aparecida Alcindo Garcia Ao deixar a faixa cinzenta da Rodovia Nova Dutra, você percorre um trevo de acesso e ingressa em um cenário deslumbrante de cores, de paz e de bênçãos. É o trevo de Aparecida, a capital mariana do País. Engata a marcha, diminui a velocidade e se deslumbra com aquelas verdes colinas, tendo ao fundo a vista monumental do maior santuário mariano do mundo, o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. É a visita à Casa da Mãe. Sente como se chegasse à casa de nossa mãe biológica, que tanta falta faz a cada um de nós, e não tenha dúvida disso, porque em Aparecida se está realmente na Casa da Mãe. Naquele vale encantado de paz e de bênçãos, você se depara, de um lado, com os picos verdejantes da serra da Bocaina, e de outro lado com os contrafortes azulados da serra da Mantiqueira. Foi nesse cenário que a Virgem Maria apareceu para os brasileiros no formato de uma simples imagem negra, encontrada nas águas do

rio Paraíba em 1717, no local em que o blica, realizando o primeiro de seus milagres. Foi em um casamento em Caná da rio forma a letra M. Ao pisar nesse solo abençoado, você Galiléia. Lá, Maria percebeu que os noinão percebe de início, mas na volta terá vos não tinham mais vinho e intercedeu a certeza de que a Mãe o modificou para junto a Jesus. Embora respondendo que melhor. Nessa sua visita, você poderá ter ainda não havia chegado a sua hora, Ele a virado uma página da sua vida. Vai per- atendeu e transformou a água no melhor ceber milagres que não são aparentes, porque estão na alma e não no Nossa Senhora Aparecida é a corpo. São milagres que figura da mãe, a imagem da nos tornam melhores, Virgem Maria, a Imaculada a cada visita à Casa da Mãe, porque voltamos Conceição, a mãe de Jesus, que de lá trazendo as mes- assim quis se manifestar ao mas bênçãos maternas povo brasileiro. Está na bíblia. que nos acompanharam durante tantos episódios da vida. A propósito, quem não ouviu um vinho. Maria se encarrega de levar nossas aflições até Jesus. Para estarmos sempre dia um “Deus te abençoe, meu filho”?... Nossa Senhora Aparecida é a figura com Ele, Maria nos deixou um conselho da mãe, a imagem da Virgem Maria, a de mãe naquela ocasião: “Fazei tudo o Imaculada Conceição, a mãe de Jesus, que que Ele vos disser”. (João 2, 1-12). assim quis se manifestar ao povo brasileiro. Está na bíblia. Foi a pedido da Virgem Alcindo Garcia é jornalista e já trabalhou em mídias Maria que Jesus antecipou sua vida púcatólicas - E-mail: alcindogarcia@uol.com.br

As opiniões expressas na seção “Espaço Aberto ” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.

| Fé e Vida | 5

fé e cidadania

Mediterâneo e migração: muro, cemitério ou ponte? Padre Alfredo José Gonçalves, CS Em um único dia – 17 de fevereiro de 2015 –, a Guarda Costeira itaiana recolheu 2, 1 mil migrantes das águas do Mediterrâneo. Em embarcações precárias e apinhadas, dirigiam-se perigosamente à Ilha de Lampedusa ou à Sicília, extremo sul do País. Entre os prófugos, havia mulheres e crianças, embora a maioria fosse constituída de homens jovens. Dias antes, calcula-se que mais de 300 haviam desaparecido em meio às ondas. São fugitivos da violência que se agrava do outro lado do mar, particularmente na Líbia, com o avanço das forças do “Islamic State of Iraq and Syria” (ISIS). Porém as coisas não terminam aí! No decorrer de 2014, por exemplo, mais de 40 mil refugiados desembarcaram na região sul da Itália, espalhando-se depois pelos vários países da Europa. Para 2015, no entanto, o relator especial das Nações Unidas para os direitos dos migrantes, François Crépeau, prevê um aumento desse número não somente na Itália, mas também em Malta e em outras localidades do continente. A verdade é que, na outra margem do Mediterrâneo, milhares de outras pessoas aguardam apenas uma oportunidade para partir com destino à Europa. Algumas o fazem devido à pobreza, mas a grande maioria tenta escapar dos conflitos armados entre as várias facções que dominam o território líbio. Denúncias dos recém-desembarcados indicam que boa quantidade de migrantes, sob ameaça de arma, são obrigadas a entrar nas embarcações. As autoridades italianas (e europeias) se dividem: num extremo, estão os que tentam salvar os migrantes de um possível naufrágio, proporcionando-lhes uma acolhida humanitária; no outro extremo, estão os que simplesmente propõem rechaçá-los como “indesejados e perigosos”, alegando infltração de terroristas entre eles, com o intuito de espalhar o terror pelos países europeus. Entre os dois pólos, o País procura envolver os demais Estados europeus na chamada “ajuda humanitária aos fugitivos de guerra”, evitando que o Mediterrâneo se converta em “cemitério de migrantes”. O Papa Francisco, por seu lado, desde sua visita à Ilha de Lampedusa para “chorar os mortos que ninguém chora” (julho de 2013), não se cansa de alertar para os direitos e a dignidade humana dessas vítimas da violência, forçadas à busca de uma pátria. Se é verdade que as águas do mar constituem um “muro” de separação entre África e Europa, também é certo que tais migrantes não são apenas “vítimas”, mas tornam-se ao mesmo tempo “sujeitos”, ao estabelecer uma “ponte” entre os continentes.


6 | Fé e Vida |

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LITURGIA E VIDA 3º DOMINGO DA QUARESMA 8 de março de 2015

O conforto da misericórdia ANA FLORA ANDERSON Em geral, nossa sociedade despreza a fraqueza e a humildade. Mas, neste domingo da Quaresma, a antífona e a oração ensinam que a vida está cheia de armadilhas e somente aqueles que olham para Deus encontrarão o remédio contra o pecado. Deus é cheio de bondade e nos conforta quando reconhecemos a nossa fraqueza. A primeira leitura (Êxodo 20, 1-17) revela esse amor de Deus na libertação de seu povo da escravidão no Egito. Para superar a fraqueza do povo, Deus apresenta mandamentos como orientação. Na relação com o próprio Deus, o povo deve honrar o seu Ser [Nome] e não considerar nada [outros deuses] como mais importante. O Povo de Deus deve viver no amor e na fraternidade. Na segunda leitura (1 Coríntios 1, 22-25), São Paulo revela que a base de nossa fé é Jesus Crucificado. Outros povos podem desejar sinais milagrosos ou sabedoria humana, mas em Jesus encontramos o poder e a sabedoria de Deus. O Evangelho de São João (2, 15-25) narra o famoso gesto de Jesus no Templo de Jerusalém, quando Ele profetizou sobre sua morte e ressurreição. Nessa Nova Aliança com Deus, o verdadeiro Templo é o próprio Jesus. O poder de Roma e do Sinédrio podem levá-lo à morte, mas o amor, o poder e a sabedoria de Deus o fazem viver para sempre.

você pergunta

Faltei um domingo à missa. Posso comungar no próximo domingo? padre Cido Pereira

Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação

A pergunta da Márcia [que não disse seu sobrenome], de Santo Amaro, é esta: “Se a gente não foi à missa num domingo, pode comungar normalmente na missa do domingo seguinte?” Márcia, nós devemos ser muito exigentes no nosso compromisso cristão. Devemos estar sempre atentos para cumprir os mandamentos de Deus. Devemos viver a fé que proclamamos. O mundo precisa saber que somos felizes seguindo os caminhos de Deus. Para isso, porém, Márcia, não precisamos ser legalistas e viver uma religião do medo. Há muitas e muitas razões que podem nos impedir de ir à missa aos domingos. A enfermidade, uma viagem, uma emergência qualquer, um trabalho inadiável, o socorro a alguém que precisa. Ora, havendo uma razão séria, por que deixar de comungar no domingo seguinte? Quando me chegam perguntas como a sua, eu fico imaginando, por exemplo, aquela filha que queima sua vida ao lado do pai ou da mãe enferma; aquela mãe que não pode sair de perto de um filho com deficiência; aquela outra pessoa que no caminho para a Igreja parou os passos para cuidar de uma pessoa que precisou de sua ajuda; aquela que está distante de casa em viagem... Como ir à missa nessas circunstâncias. Imaginar que essas pessoas estão em pecado é despir-se de todo sentimento de compaixão. O que estou dizendo a você, Márcia, é que você examine as razões de sua falta à missa. Se não foi por relaxamento, por desânimo na fé, por má vontade, ou se foi por alguma das razões que enumerei acima, você não falhou com Deus e não só pode como deve comungar sim. Repito, minha irmã: Deus conhece o nosso coração. Deus sabe antecipadamente de nossas falsas desculpas ou de nossas razões. Um bom exame de consciência nos permite ver onde falhamos com nossos deveres cristãos. Fique com Deus e que ele a abençoe, hoje e sempre.

novos santos e beatos

Santa Teresa Eustochio Verzeri 3 de março

Ana Maria Teresa Eustochio Josefa Catarina Inácia Verzeri, ou apenas Teresa Eustochio Verzeri, como ficou conhecida, nasceu no dia 31 de julho de 1801, em Bergamo, na Itália. Os estudos iniciais ela fez em casa. Inteligente, dotada de espírito aberto, quando menina, queria ser rapaz, para empreender nobres façanhas, como Santo Inácio, nas fileiras de Cristo. Após uma experiência de vida religiosa entre as monjas beneditinas de Santa Grata, em Bergamo, percebeu que sua vocação era o apostolado ativo. Orientada pelo Monsenhor Benaglio, seu diretor espiritual, aos 25 anos, iniciou obras de assistência às crianças pobres e abandonadas. Atraiu, para seu ideal, jovens generosas e disponíveis, com as quais, em 1831, fundou a Congregação das Filhas do Sagrado Coração de Jesus A primeira metade de 1800 foi um período de grandes transformações na história da Itália, da sociedade de Bergamo e do mundo, marcado por mudanças políticas, por revoluções, por perseguições que não pouparam a Igreja, atingida, também, pela crise de valores, resultante da Revolução Francesa. Nesse contexto, ela percebeu com clareza a urgência e as necessidades do seu tempo e abraçou sua missão de orientadora espiritual, evangelizadora e pedagoga. Após consolidar sua obra em

Reprodução

várias cidades italianas, Teresa faleceu no dia 3 de março de 1852, num gesto total de oblação a Deus. Foi beatificada pelo Papa Pio XII, em 1946, e canonizada pelo Papa João Paulo II, em 2001.

As suas relíquias são veneradas na capela da escola das Filhas do Sagrado Coração de Jesus, em Bergamo, recebendo as homenagens no dia de sua morte. Fonte: www.paulinas.org.br

0 5 Dom Agnelo é feito cardeal pelo Papa Paulo VI

anos

Capa da edição de 28 de fevereiro de 1965

Em consistório público realizado no Vaticano em 22 de fevereiro de 1965, Dom Agnelo Rossi, então arcebispo de São Paulo, foi feito cardeal pelo Papa Paulo VI, junto a outros 26 bispos. O novo Cardeal concedeu entrevista à rádio Vaticano - reproduzida na edição do O SÃO PAULO do dia 28 daquele mês -, na qual manifestou sua alegria pelo cardinalato. “Hoje, tumultuado o coração por emoções profundas e inolvidáveis, como representante brasileiro e porque não dizê-lo, latino-americano, cerquei o altar da Basílica Vaticana, ao lado de 26 companheiros de todo o mundo, na mais augusta e impressionante

concelebração, que o mundo jamais presenciou e sobre o túmulo do Príncipe dos Apóstolos, São Pedro, tornei-me cardeal da Santa Igreja. Ainda se me afigura um sonho”. Na entrevista de rádio, o Cardeal também comentou as escolhas do Papa Paulo VI. “Parece mesmo que neste consistório, preferiu o Sumo Pontífice buscar pastores espalhados pelo mundo, preocupado com a evangelização dos povos, para dizer à humanidade, nesta época de profunda renovação pastoral do Concílio Vaticano II, que a missão da Igreja continua sendo a preocupação de promover, antes e acima de tudo, o Reino de Deus e a sua justiça”.


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TV e internet transmitem ao vivo, diariamente, missa da Catedral da Sé Rafael Alberto

da missa pela internet, por meio do site www.tvultrafarma.com. br. Para viabilizar a transmissão, dez profissionais estão presentes diariamente na Catedral da Sé. “As transmissões pela TV e pela internet possibilitam que a nossa evangelização chegue a mais pessoas e também leva as belezas da nossa Catedral para todo o Brasil”, defende o cura da Catedral, Padre Luiz Eduardo Pinheiro Baronto. Ele explicou que as equipes litúrgicas estão se adaptando para que as celebrações sejam belas também para quem as acompanha pela TV e pela internet. Segundo o Padre, a Catedral está convidando corais de outras igrejas para cantar nas missas semanais. Além do canal 33, as missas das 11h de domingo podem continuar sendo acompanhadas

Especial para O SÃO PAULO

No domingo, dia 1º, a TV UltraFarma (canal 33 do sinal analógico) transmitiu pela primeira vez, ao vivo, diretamente da Catedral da Sé, a missa dominical das 11h, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano. Graças a uma parceria com o presidente da rede de farmácias, Sidney Oliveira, a TV UltraFarma transmitirá as missas ao vivo da Catedral da Sé, de segunda a sábado, às 12h, e aos domingos, às 11h. “A partir de hoje, teremos a companhia de telespectadores e internautas que nos acompanham no canal 33”, afirmou o Cardeal no início da missa. Além de acompanhar pela TV, as pessoas podem participar

| Geral | 7

Helena Ueno

Desde o dia 1º, missas na Sé podem ser acompanhadas diariamente pelo canal 33; além da rádio 9 de Julho, aos domingos

pela rádio 9 de Julho. Após a reinauguração da emissora, em 1999, transmissões de missas di-

retamente da Catedral passaram a ser feitas de modo esporádico em 2002, e de modo permanente

em 2007 aos domingos, quando Dom Odilo tornou-se arcebispo metropolitano.

Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima está em São Paulo Redação

osaopaulo@uol.com.br

Produzida segundo as indicações de Irmã Lúcia, Vidente de Fátima, Portugal, a primeira imagem da Virgem Peregrina de Fátima foi oferecida pelo Bispo de Leiria e coroada solenemente pelo arcebispo de Évora, no dia 13 de maio de 1947. A partir dessa data, a imagem percorreu, por diversas vezes, o mundo inteiro. No dia 12 de maio de 2013 teve início, no Santuário de Nossa Senhora de Fátima do Rio de Janeiro, a peregrina-

ção desta imagem, que deverá percorrer todas as dioceses do Brasil até ao dia 13 de outubro de 2017. Pela ocasião, o Cardeal Secretário de Estado do Vaticano, Dom Tarcísio Bertone, dirigiu uma carta ao Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, em que manifestou a alegria de Sua Santidade pela iniciativa evangelizadora sob os auspícios da Santíssima Virgem, fazendo votos de que fosse uma oportunidade para reforçar as consciências da importância e beleza da oração do Terço, que permite aprender de Nossa Senhora a con-

templar os Mistérios da vida de Jesus, percebendo sempre mais a Sua presença entre os fiéis. Essa peregrinação, que tem por objetivo celebrar o Centenário das Aparições de Fátima, é coordenada pela Associação Arquidiocesana do Rio de Janeiro “Tarde com Maria”. Em São Paulo, de 21 de fevereiro a 1º de março, a Imagem Peregrina foi acolhida na Paróquia Santa Rita do Pari. Depois, dos dias 5 a 8, segue para a Paróquia Nossa Senhora Mãe de Deus (rua Manuel de Arzão, 85, na Vila Albertina).

Próximas visitas em março de 2015:

Divulgação

De sexta-feira (13) a domingo (15): Mosteiro da Luz (avenida Tiradentes, 676, na Luz). De sexta-feira (20) a domingo (22): Paróquia Nossa Senhora das Dores (rua Lucila, 160, na Casa Verde). Segunda-feira (23): Hospital Santa Catarina (avenida Paulista, 200, na Bela Vista). Terça e quarta-feira (24 e 25): Paróquia Santa Rosa de Lima (rua Apiacás, 250, Pompeia). Quinta-feira (26): Hospital Beneficência Portuguesa (Maestro Cardim, 769, na Bela Vista). (Com informações do Santuário de Fátima, em Portugal)

Até dia 26, imagem peregrina estará em SP

ATOS DA CÚRIA PRORROGAÇÃO DA NOMEAÇÃO DE COORDENADOR REGIONAL DE PASTORAL Em 2 de fevereiro de 2015, foi prorrogada a nomeação de Coordenador Regional de Pastoral da Região Episcopal Santana, do Revmo. Pe. João Luiz Miqueletti, pelo período de 2 (dois) anos. PRORROGAÇÃO DA NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO Em 10 de fevereiro de 2015, foi prorrogada a nomeação e provisão de Pároco da Paróquia

Santa Joana D´Arc, da Região Episcopal Santana, do Revmo. Pe. José Roberto Abreu de Mattos, pelo período de 3 (três) anos. Em 10 de fevereiro de 2015, foi prorrogada a nomeação e provisão de Pároco da Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres, da Região Episcopal Santana, do Revmo. Pe. Humberto Robson de Carvalho, pelo período de 6 (seis) anos. Em 23 de fevereiro de 2015, foi prorrogada a nomeação e provisão de Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Esperança, da Região Episcopal Ipiranga, do Revmo. Côn. Dagoberto Boim, pelo período de 2 (dois) anos.

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ADMINISTRADOR PAROQUIAL Em 21 de fevereiro de 2015, foi nomeado Administrador Paroquial da Paróquia Sagrada Família, da Região Episcopal Santana, o Revmo. Pe. Erly Avelino Guillén Moscoco, MSA.

Em 22 de fevereiro de 2015, foi nomeado Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, da Região Episcopal Santana, o Revmo. Pe. Renildo Jesus Brito, MS.

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL

Em 22 de fevereiro de 2015, foi nomeado Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Salette, da Região Episcopal Santana, o Revmo. Pe. Luciano Santos Batista, MS.

Em 6 de fevereiro de 2015, foi nomeado Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima, da Região Episcopal Sé, o Revmo. Frei Hilário Valcanaia, TOR.

Em 23 de fevereiro de 2015, foi nomeado Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora Mãe de Jesus, da Região Episcopal Ipiranga, o Revmo. Pe. Eduardo José dos Santos Ribeiro, SJS.


8 | Igreja em Missão |

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Destaques das Agências Nacionais

Henrique Sebastião Especial para O SÃO PAULO

Mais de mil religiosos participarão do Seminário Nacional da Vida Consagrada A Conferência dos Religiosos do Brasil prepara um Seminário Nacional da Vida Consagrada, a partir do tema “Assumir o Núcleo Indentitário da VC: Atitude Profética, Processo Mistagógico”, e do

lema “Não ardia nosso coração quando Ele nos falava pelo caminho?” (Lc 24,32). O encontro já superou as expectativas, somando no começo desta semana mais de 1,2 mil inscrições de todo

o País, excedendo o número de vagas inicialmente disponibilizadas. O prazo para as inscrições termina em 5 de março. O evento acontecerá de 7 a 10 de abril no Centro de

Eventos do Santuário Nacional de Aparecida (SP). Na abertura será realizada a conferência “As grandes linhas apontadas pelo Papa Francisco à Vida Consagrada”, com assessoria da Irmã

Márian Ambrósio. A missa de abertura será presidida pelo arcebispo de Aparecida e presidente da CNBB, Cardeal Raymundo Damasceno Assis.

Religiões pelos direitos das mulheres

Vaticano destaca atuação da Rede Pan-Amazônica

“As religiões pelos direitos das mulheres” é o tema da iniciativa organizada pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) com entidades religiosas diversas. O evento, na quinta-feira, 5, consistirá em momentos de reflexão e uma caminhada pelo Dia da Mulher. A pastora luterana Romi Benke, secretária-geral do Conic, falou sobre as razões do evento, lembrando o ano dedicado à Hypatia, primeira mulher documentada como matemática: “Queremos reafirmar nosso compromisso em favor do diálogo, da promoção de uma cultura de paz e, principalmente, chamar a atenção para os altos índices de violência contra a mulher em nosso País”. O ato será também um momento para reafirmar que as religiões precisam

As lideranças da Rede Eclesial PanAmazônica (Repam) participaram de uma conferência na Santa Sé, na segunda-feira, 2. No encontro, foram apresentadas a proposta e missão da Rede, criada em setembro de 2014. Participaram o Cardeal Peter Turkson, presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz; Dom Pedro Jimeno, arcebispo de Huancayo, no Peru, e presidente do Departamento de Justiça e Solidariedade do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam); Michel Roy, secretário geral da Cáritas Internacional; e Mauricio Oropeza, secretário executivo da Repam. O território amazônico é a maior floresta tropical do mundo, abrangendo 6 milhões de km² na Guiana, Suriname e Guiana Francesa, Venezuela, Equador, Colômbia, Bolívia, Peru e Brasil. Nessa região vivem quase 3

colaborar para a promoção da paz. Para a presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), Irmã Maria Inês Vieira Ribeiro, é preciso unir forças nesta luta: “Temos que nos unir para conquistar cada vez mais os nossos lugares na sociedade”, destacou. O Conic convidou a CRB a participar desse evento, segundo sua presidente, porque as mulheres consagradas são protagonistas dessa missão ao assumir trabalhos desafiadores. “São protagonistas (...) na defesa das mulheres em situação de exploração por meio do tráfico humano, trabalho escravo e prostituição infantil e feminina. Independente de apoio ou reconhecimento (...) procuram ocupar o seu espaço na Igreja e na sociedade”, finalizou. Fonte: Portal A12 Reprodução

Fonte: CNBB

milhões de pessoas, entre as quais 390 povos indígenas. Os grandes projetos extrativistas, os monocultivos e a mudança climática colocam em risco suas terras e o entorno natural. Segundo o Cardeal Turkson, entre as características principais da Rede estão a transnacionalidade, a eclesialidade e o compromisso pela defesa da vida. A Rede eclesial Pan-Amazônica conta com o trabalho de bispos, sacerdotes, missionários, religiosas e leigos. Nasceu a partir da união de entidades como o Departamento de Justiça e Solidariedade do Celam, a Comissão Episcopal para a Amazônia da CNBB, a Confederação Latino-Americana de Religiosos e Religiosas, a Secretaria da Cáritas América Latina e Caribe, e do Pontifício Conselho Justiça e Paz. Fonte: Adital

CNBB disponibiliza cartilha sobre o projeto de reforma política A CNBB disponibilizou, por meio do Centro de Pastoral Popular, a cartilha “Reforma política democrática já: o sistema político a serviço do povo”. O subsídio sugere quatro encontros para esclarecer as principais dúvidas em relação ao projeto de Lei de Iniciativa Popular proposto pela CNBB e as outras 105 entidades da Coalizão pela Reforma. Em carta enviada às dioceses e paróquias do Brasil, o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, explicou a

necessidade sentida pelo Conselho Permanente da entidade em “oferecer às comunidades subsídios que as ajudem na compreensão do projeto de Lei”. Preparada pela Comissão para a Reforma Política da CNBB, a cartilha detalha as propostas em relação ao financiamento democrático das campanhas eleitorais, à eleição proporcional em dois turnos para os cargos legislativos, ao aumento do número de mulheres na política e à democracia direta. Fonte: CNBB

Conselho Missionário debate exortação apostólica Evangelii Gaudium “A alegria do Evangelho, mística e alma da missão” foi o tema do Seminário Missionário promovido pelo Conselho Missionário Regional (Comire) do Nordeste 2 da CNBB, de 26 a 28 de fevereiro. O evento aconteceu no Centro Mariápolis, em Igarassu (PE), e reuniu participantes vindos de Ala-

goas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco, para refletir sobre a exortação apostólica Evangelii Gaudium e suas contribuições na missão da Igreja. Os trabalhos foram assessorados pelo coordenador do Comire Nordeste 1, da Diocese de Limoeiro do Norte (CE), Padre Antônio Lopes. Segundo

ele, a Evangelii Gaudium é uma “provocação evangélica” no sentido de lembrar a missão do cristão, que deve ser feita com alegria e generosidade. “A gente fica feliz porque no início dos trabalhos do Papa ele lança um convite para assumir, com muita alegria, o serviço de anunciar a Boa-Nova do

Evangelho”, declarou. Durante o Seminário, foi aprovado que cada Estado do regional deverá promover um seminário missionário anual aberto às pessoas engajadas na missão, e também a realização da assembleia regional anual, em fevereiro de 2016. Fonte: CNBB – NE2


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Destaques das Agências Internacionais

| Igreja em Missão | 9 Filipe David

Correspondente do O SÃO PAULO na Europa

Síria

Estado Islâmico sequestra 200 cristãos em ataques a vilarejos Nas últimas duas semanas, o grupo Estado Islâmico sequestrou mais de 200 pessoas, na maioria cristãos, em ataques a vilarejos na Síria. O arcebispo de Hassake-Nisibi, Dom Jacques Behnan Hindo, afirmou à CNA que 200 famílias que conseguiram fugir tentaram sem sucesso cruzar a fronteira com a Turquia, que está fechada para os sírios.

Segundo o Arcebispo, o número de reféns já chegava a 250, os quais eram mantidos em Sheddadi, sob o poder do Estado Islâmico. Alguns dias depois, 19 reféns foram libertados, todos na faixa dos 50 anos ou mais idosos. Não se sabe direito por que motivo eles foram libertados, é possível que algum tipo de resgate tenha sido pago. Líderes tribais muçulmanos sunitas têm

Polônia

mediado o contato com o grupo fundamentalista para a libertação dos reféns. Em 2011, cerca de 10% da população da Síria era cristã, mas desde o início da guerra – que já forçou 9 milhões de pessoas (metade da população) a se deslocar internamente ou fugir para o exterior – boa parte deles já deixou o País. Fontes: Catholic Herald/CNA

Paraguai

Mãe descobre que bebê in vitro não é seu

ONU deve parar de promover a cultura da morte

Uma mãe polonesa, Monika, descobriu que seu bêbê, fruto de uma fertilização in vitro, foi concebido com o esperma de seu marido, Lukasz, mas com o óvulo de outra mulher, devido a um “erro técnico”. O hospital não sabe informar a que mulher pertencia o óvulo utilizado. E o caso não é único: existem diversos relatos de erros cometidos em procedimentos de fertilização in vitro nos Estados Unidos, na Grã-Bretanha, no Japão, na Índia e na Itália. A imprensa polonesa tem qualifi-

É o que afirmou o arcebispo de Assunção, Dom Edmundo Valenzeula, ao Secretário Geral da ONU, Ban Ki Moon, que estava em visita ao País durante a semana: “Não podemos omitir nossa preocupação com a pressão exercida constantemente sobre o Paraguai, que é um Estado livre e soberano, pelos assim chamados “especialistas da ONU”, muitos dos quais aderem a ideologias obscuras que contradizem abertamente nos-

cado o incidente como uma tragédia, mas para o Dr. Andrzej Lewandowicz, que comentou o caso em entrevista à LifeSiteNews, a verdadeira tragédia é o uso da fertilização in vitro em seres humanos: “A dissociação entre a procriação e o casamento, congelando seres humanos em nitrogênio líquido, a seleção eugênica e o tratamento deles como se fossem pedaços [de carne] de porco é mais uma face da cultura da morte”. Fonte: LifeSiteNews

sos valores humanos e cristãos”. Segundo o Arcebispo, essa pressão incide sobre áreas sensíveis como “a constituição natural da família, a contracepção, o aborto e a proteção total e integral da vida humana desde a concepção até a morte natural”. Para o Arcebispo, a ONU deve respeitar os valores e crenças dos povos e aceitar que “o papel de guiar espiritualmente e moralmente pertence à família e à religião”. Fonte: CNA

Venezuela

Tensão aumenta e jovens são assassinados A tensão aumentou na Venezuela após a prisão do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, na semana retrasada. Na quarta-feira, 25, dezenas de pessoas se reuniram em frente à Nunciatura Apostólica de Caracas para pedir em manifestação que o Papa Francisco interceda na crise por que passa o País. A manifestação ocorreu logo depois que um jovem de 14 anos foi morto em um protesto contra o governo. O arcebispo emérito de Los Teques, Dom Ramon Ovidio Perez Morales, perguntou em mensagem enviada à Fides: “Quantos jovens ainda terão que morrer para que a transição [de governo] seja decidida?” Após 15 anos de “socialismo do século XXI”, como dizia Hugo Chavez, o País enfrenta uma dura crise econômica, com 70% de inflação ao ano e escassez de bens importantes. Em vídeo recente que circula nas re-

des sociais, uma manifestante venezuelana conta porque protesta: “Protestamos porque estamos cansados de entrar em longas filas para comprar leite, farinha, açúcar, óleo, frango, papel higiênico e assim por diante. (...) Protestamos porque não podemos nos informar do que se passa em nosso próprio país, já que o governo censurou e fechou os meios de comunicação independentes, (...) porque existem estudantes e líderes políticos que estão presos apenas por discordar”. Os bispos da Venezuela pediram às autoridades que ponham um fim à violência e para que elas não utilizem “métodos ou armamentos contrários à lei e à dignidade do ser humano”, afirmou Dom Mario Moronta, bispo de San Cristobal, onde foi morto o jovem. Outros manifestantes – pelo menos 15, segundo a manifestante do vídeo – também foram mortos em protestos.

Arquivo pessoal

Mãe de Jimmy Vargas e pai de Kluiverth Roa, mortos em protesto, na marcha pela vida

O Cardeal Jorge Urosa Savino, arcebispo de Caracas, afirmou em nota: “Deploramos de todo o coração os recentes homicídios de vários jovens em Táchira, Zulia e Caracas;

dois deles perpetrados por funcionários da segurança do Estado”. E conclui sua nota afirmando: “Chega dessa violência assassina!” Fonte: Fides


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Reflexões sobre o cotidiano: o lugar simbólico dos filhos Sergio Ricciuto Conte

Simone Ribeiro Cabral Fuzaro

Direito do Consumidor

Que lugar ocupam hoje os filhos no imaginário dos pais? Com todas as mudanças socioculturais e tecnológicas, temos hoje um universo simbólico bem diferente daquele em que a maioria de nós, pais, foi criado. Os tempos foram mudando: as mulheres se envolvendo cada vez mais no mercado de trabalho e tendo filhos mais tarde, o desenvolvi-

Propaganda enganosa e a garantia de receber o produto anunciado Ronald Quene O consumidor tem o direito de exigir que o produto comprado seja exatamente igual ao anunciado na publicidade. Isso está previsto no artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor. Caso o estabelecimento se negue a vender, tire fotos da oferta, chame o gerente e exija esse direito! Se o gerente negar atender a sua solicitação, procure a fiscalização do Procom e denuncie essa prática abusiva. Saiba dos seus direitos, procure um advogado. Ronald Quene é bacharel em direito

mento tecnológico foi invadindo nossas vidas (informações diversas e rápidas, possibilidade de se descobrir o sexo do bebê praticamente simultânea à descoberta da gestação, ultrassons potentíssimos que permitem visualização de detalhes mínimos do bebê, informações nutricionais, de estimulação cognitiva e de segurança...), famílias menos numerosas, inúmeros produtos criados para garantir segurança e saúde para os bebês (coleira, joe-

Tecnologia

Comportamento

10 | Viver Bem |

lheiras, capacetes)... Enfim, todo um cenário de muitas conquistas e possibilidades maravilhosas para uma vida de maior conforto e qualidade. Tudo isso gerou, por outro lado, uma grande ilusão de controle - pensamos ser praticamente capazes de prever, prevenir, proteger e definir quase tudo na vida dessas pequenas crianças. Imersos nessa avalanche de mudanças socioculturais, nós pais nem percebemos que nossas pequenas crianças foram se transformando em nossas mentes. Hoje, a maioria das mulheres espera em suas gestações príncipes, princesas e reis. Crianças que acreditamos que sabem o que querem, que são muito articulados desde bebês. Sendo “monarcas”, nascem para reinar e, sendo de uma geração altamente estimulada, “determinam o que querem” desde a maternidade. É verdade que as crianças estão nascendo num mundo onde as informações e estímulos são intensos e que isso facilita a aprendizagem. Porém, também é verdade que essas mesmas informações e tecnologias têm “engessado” os pais, têm criado gerações de pais inseguros, pouco espontâneos, que temem agir diante de tanta “sabedoria” e querer infantil. Esse é um grande perigo, pois embora pareçam saber o que querem, crianças pequenas não tem querer. Explico-me melhor: Não se trata de uma opinião

minha, mas de estudos que mostram que bebês são movidos pelo desejo, o que é muito diferente de vontade. Reagem, não agem. Só vão funcionar no âmbito da vontade e criar critérios para decidir com prudência se, na primeira infância, alguém maduro, lúcido, responsável e sereno fizer isso por eles - ou seja, nós, os pais. Nós, sim, temos critérios fundamentados em valores para decidir o que de fato é bom para eles, embora nem sempre possa ser prazeroso. Se carinhosamente chamamos de príncipes e princesas nossos pequenos, que tenhamos em mente que precisamos ser os reis, aqueles que têm sabedoria para tomar decisões e fortaleza para implantá-las com amor, carinho e determinação. Afinal, disso dependerá o futuro de nossos filhos. Vamos rever com carinho que lugar simbólico eles têm ocupado na família. Vamos pensar que serão verdadeiramente felizes se forem vistos e pensados como de fato são: crianças pequenas que precisam ser cuidadas e formadas; amadas e orientadas para, aí sim, se transformarem em adultos que realmente sabem querer o que é bom, que sabem ser felizes e promover a felicidade dos que conviverem com eles! Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é fonoaudióloga e educadora, Mestre em

Distúrbios da Comunicação pela PUC-SP, especialista em linguagem e coordenadora da Escola de Educação Infantil Pedrita.

Alternativa para o videogame Pedro Paulo de Magalhães Jr. Ao longo dos últimos anos, em várias palestras que dei sobre o bom uso de novas tecnologias, uma das perguntas que sempre está presente é: “quanto tempo devo deixar meu filho jogar videogame?” Não há uma resposta mágica, nem um número que seja o melhor, mas sim outra pergunta que se deveria fazer antes: “que alternativas posso oferecer ao videogame?” Existem formas de lazer que não são jogos eletrônicos. Digo essa atitude na esperança de que o leitor fique chocado com o óbvio ululante que para muitas crianças não é nada óbvio. Ao pensar em alternativas, você

perceberá que elas dão mais trabalho para você que deixá-lo jogando Xbox ou Playstation. Ajudar uma criança a desenvolver um hobby, aprender a pintar ou fazer projetos eletrônicos ou experimentos científicos, ou ganhar gosto pela leitura exigem um comprometimento por parte dos pais. Os pais são imprescindíveis para ajudar a criança a sair da inércia e gostar dessa atividade. Levar a uma escola de futebol, ensinar a jogar tênis ou a nadar também demandam tempo e dinheiro. Apesar dessas dificuldades, creio que o cultivo do gosto por atividades não relacionadas ao videogame pode ser um poderoso aliado na educação da sua filha ou do seu filho. E o que fazer se o dinheiro ou

o tempo estão escassos? Improvisar. Numa cidade enorme como São Paulo, há inúmeras oportunidades de encontrar coisas para as crianças fazerem: SESC, diversos museus e espaços culturais por preços baixos ou até gratuitos, atividades nos parques da cidade, ou mesmo associar-se a outros pais para em conjunto oferecer diversão de qualidade para as crianças. E, então, quanto tempo deixo no videogame? Sugiro pouco, já que haverá tempo para ele depois, mas para ser criança não haverá outra oportunidade. Pedro Paulo de Magalhães Oliveira Jr. é Engenheiro pela PUC-Rio e Doutor em Medicina pela USP. Atualmente ocupa o cargo de Diretor de Operações da Netfilter.


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| Entrevista | 11

Ana Paula de Albuquerque Grillo

‘A preservação do patrimônio histórico é um direito fundamental do cidadão’ Luciney Martins/O SÃO PAULO

Redação

osaopaulo@uol.com.br

Assessoria de Comunicação Institucional (ACI-PUC-SP) imprensa@pucsp.br

A advogada Dra. Ana Paula de Albuquerque Grillo, consultora jurídica chefe e procuradora da Fundação São Paulo, foi reconduzida ao Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat). A nomeação para o mandato de dois anos, realizada pelo governador Geraldo Alckmin, foi publicada em 24 de fevereiro no Diário Oficial. A posse foi realizada na segunda-feira, 2. A Dra. Ana Paula integra o Condephaat desde 2013 e ocupa a representação da CNBB – Conselho Episcopal Regional Sul 1. Reproduzimos a seguir a entrevista concedida pela advogada à Assessoria de Comunicação Institucional da PUC-SP.

Destaca alguma ação do primeiro mandato? Alguns casos polêmicos passaram pelo Conselho no biênio 2012-2014, entre eles o do Belas Artes e do Teatro Oficina. Mas para mim, o que mais marcou foi o tombamento da imagem de Nossa Senhora Aparecida, quando conseguimos fazer, do ato administrativo, uma homenagem à Padroeira do Brasil.

Qual será o foco do trabalho neste segundo mandato?

Como recebe esta recondução ao Condephaat? Avalia ser o reconhecimento do trabalho que vem realizando no órgão? Ana Paula de Albuquerque Grillo - Entendo que o trabalho articulado, realizado ao longo dos dois últimos anos, entre a CNBB e o Condephaat, tenha propiciado a minha recondução. Trazer o órgão estadual para mais perto da Igreja e da sociedade é uma preocupação que tenho enquanto conselheira. É preciso que se entenda que o Condephaat não esta ali para tolher direitos relativos à propriedade, ou para impor condições vazias

Nação. Todo esse caldeirão cultural que aqui foi vivenciado não pode ser esquecido. Somos todos reflexos dos atos ocorridos no passado e precisamos deles para construir um futuro melhor, com base nas boas experiências, reavaliando e até rechaçando as ruins. Por isso, a preservação do patrimônio histórico é um direito fundamental do cidadão.

de uso de bens tombados. A função do órgão é, sim, garantir que a memória de uma determinada região ou comunidade de pessoas seja preservada. Quando você consegue garantir isso às pessoas, a interlocução fica mais fácil e frutífera. E é isso que tenho procurado fazer, enquanto representante da CNBB no Conselho.

Qual a importância desta nomeação para a PUC-SP

e a Fundação São Paulo? Tanto a PUC-SP como a Fundação São Paulo, sua mantenedora, entendem a importância de preservar a história, para que ela possa ser contada às futuras gerações. Acredito firmemente que isso faz parte de suas missões educadoras. A PUC-SP já foi palco de importantes acontecimentos na história desse País, contribuindo, por meio de sua postura crítica, para a redemocratização da

Para o próximo mandato, temos a questão do Seminário de Aparecida em foco. Penso que existem também alguns acervos históricos da época da ditadura que poderiam ser objeto de proteção por parte do Condephaat. A minha atuação na Comissão da Verdade da PUC-SP me fez compreender melhor que a memória cultural é e pode ser também memória política e, por consequência, memória libertadora. Nossa preocupação é também sempre fazer com que o povo da cidade de São Paulo se aproprie de seu patrimônio cultural, com o foco de divulgar os bens tombados e fazer com que a consciência preservacionista possa fazer parte de seu cotidiano.


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‘Não pode dar frutos bons a planta que não é bem cultivada’ Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com

“Os cristãos não desejam privilégios, mas têm o direito de participar da vida da sociedade. Os documentos do Concílio Vaticano II afirmam que os cristãos são chamados a servir. No servir, transformar. No servir, construir uma sociedade sempre mais fraterna, justa e solidária.” Com a frase acima, o texto-base da Campanha da Fraternidade de 2015, no número 248, ressalta o serviço do cristão à sociedade. Da mesma forma, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, destaca que a relação “‘Igreja-Sociedade’ não acontece tanto em nível ‘de cúpula’, mas ‘na base’, através da atuação quotidiana dos leigos nos seus ambientes de vida e trabalho. Ali se faz muito necessária uma ação qualitativa dos cristãos leigos, com o seu testemunho, e para compartilharem com o seu ambiente os valores cristãos. A relação qualitativa da Igreja – e os leigos são membros da Igreja – com a sociedade deve suscitar fraternidade, solidariedade, justiça, respeito, dignidade e paz”. Essa relação “na base”, ao menos na Arquidiocese de São Paulo, tem se estreitado e se tornado frequente. Muitos leigos católicos têm encontrado apoio da Igreja e participado ativamente dos conselhos de saúde, conselho tutelar, conselho participativo, entre outros. Para a coordenadora da Pastoral Fé e Política, Caci Amaral, a participação dos cristãos nos conselhos na cidade de São Paulo está “longe de ser considerada como maciça principalmente porque na maioria das vezes esta participação é uma resposta e vocação individual, que não vem acompanhada pelo conhecimento, envolvimento e apoio da comunidade”. Porém, destaca Caci, é preciso que os cristãos ouçam o chamado que a Campanha da Fraternidade está fazendo “para uma conversão pessoal e comunitária, tendo em vista realizar o serviço da Igreja aos irmãos e irmãs, como profetas do bem comum, da justiça, da paz, da defesa da dignidade da pessoa humana e de todos os direitos para todos e todas”. O Cardeal Scherer afirma ver com “bons olhos que haja um novo despertar da atuação dos cristãos leigos em diversos âmbitos da vida social”, além de desejar que essa participação “se intensifique, a partir das motivações do Evangelho e dos grandes princípios da Doutrina Social da Igreja”. “É importante que os leigos façam uma boa experiência de vida cristã e cresçam na fé. Não pode dar frutos bons a planta que não é bem cultivada... Por outro lado, é necessário ir além de uma religiosidade individualista, onde se procura o bem para si sem se importar com os outros”, afirmou Dom Odilo, que acrescentou: “Isso significa envolver-se na promoção do bem comum, na superação dos sofrimentos e angústias das demais pessoas. A sintonia e a comunhão com os Pastores da Igreja é muito importante para que os cristãos leigos possam formar-se bem e desempenhar com fruto a sua grande missão no mundo”. Para Caci, não há uma única receita para criar uma consciência sobre a importância da participação dos cristãos, não apenas na política, mas na vida pública da cidade. E esse questionamento deve ser feito pelas comunidades, pastorais, grupos de rua, movimentos e entidades, “tendo em vista a conversão quaresmal e a reflexão sobre a campanha da fraternidade, sempre considerando que toda ação pessoal ou omissão frente ao cotidiano da cidade é participação, ou não, na vida pública e, ao mesmo tempo, participação na política, que não acontece apenas quando depositamos o voto na urna, mas que se constrói no agir cotidiano, pessoal e comunitário”. A íntegra das entrevistas com o Cardeal Scherer e Caci Amaral estão disponíveis no site www.arquidiocesedesaopaulo.org.br

Uma votação das crianças e A eleição do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de São Paulo, aberta a todos, acontecerá no dia 15 nas subprefeituras da Capital Nayá Fernandes

nayafernandes@gmail.com

Era hora do intervalo no Colégio Arquidiocesano de São Paulo, na Vila Mariana, quando a reportagem conversou com Andréia Souza, Solange Sampaio, Sueli Camargo e Wilsilene Cabral Chaves sobre a candidatura delas e de mais quatro candidatos para o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de São Paulo (CMDCA). Eles se reuniram num encontro que aconteceu em 24 de fevereiro, quando falaram sobre as eleições dos conselheiros que acontecerá no domingo, 15. Os oito candidatos (veja no box ao lado) indicados para participar do Conselho, que trabalharão sem nenhuma remuneração, estão envolvidos com coletivos e instituições que lidam diretamente com a defesa e promoção de iniciativas para o bem estar e melhor desenvolvimento das crianças e adolescentes no município de São Paulo. O apoio da Arquidiocese de São Paulo à candidatura de membros das pastorais e pessoas que têm uma trajetória de engajamento social demonstra também uma ação concreta da Campanha da Fraternidade deste ano, que tem como tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade”. Criado para propor, deliberar e acompanhar as políticas públicas em prol das crianças e adolescentes do município, o CMDCA é composto por 32 membros, sendo 16 representantes da sociedade civil. O Conselho também auxilia na seleção de projetos que poderão ser beneficiados com os fundos públicos disponíveis para as crianças e adolescentes e atua junto aos conselheiros tutelares das regiões e dos municípios. Uma das candidatas, Sueli Camargo, advogada da Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo e membro da coordenação das Pastorais Sociais da CNBB, foi uma das organizadoras do evento no Arquidiocesano e ressaltou a importância deste momento. “Estamos vivendo um processo muito importante hoje. Sei que não começamos agora, mas essa fase é essencial para dar continuidade ao trabalho junto às crianças e adolescentes realizado até aqui”, afirmou.

QUANDO?

de março

o QUE LEVAR?

Título de eleitor e um documento com foto.

Como e onde

• A votação acon site: www.prefe • É preciso escol seguidas, anula


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o pelo bem adolescentes Divulgação

Sueli, na Pastoral do Menor desde 1989, atua também na organização do evento “Natal dos Sonhos”, que acontece anualmente na Arquidiocese, acompanha as iniciativas da Pastoral junto à Fundação Casa e está sempre presente na defesa das crianças e adolescente na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa de São Paulo, cada vez que, nas discussões, está em pauta o presente e o futuro do País, ou seja, as crianças e adolescentes.

Para ampliar e fortalecer

Para Andréia, que mora na zona leste e faz parte do Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, essa é eleição de uma quarta gestão, em cenários muito diferentes. “No Conselho há sempre o fortalecimento das políticas para crianças e adolescentes. Nesse processo de amadurecimento, de representar a sociedade civil, há também um outro cenário que é o dos conselhos tutelares da cidade de São Paulo, que precisam ser fortalecidos e ampliados”, insistiu. Ela é da época das discussões para a publicação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e acompanha a CMDCA desde 1992. Porém, este será o primeiro pleito de Solange Cristina Sampaio como conselheira. A candidata reafirmou que uma das funções importantes é o fortalecimento do conselho tutelar nas regiões e no município. “Esperamos que, na nossa gestão, consigamos fazer um processo de formação continuada.” Outra candidata que compõe a chapa é Iracema Araújo, atualmente coordenadora do Núcleo de Apoio e Prevenção a dependentes de álcool e drogas. Ela já foi presidente do CMDCA. Mas nesse time não estão somente mulheres: Valdir Gugiel, Geraldo Heliópolis e o mais novo dos oito candidatos, Carlos Júnior, 21, também foram indicados para o Conselho. Élida Miranda, membro do Grupo de Trabalho Jovem do Unaids, pedagoga que atua com os temas “violência e juventude negra”, “direitos sexuais e reprodutivos” e AIDS, foi convidada a falar durante o evento que reuniu os oito candidatos no Colégio Arquidiocesano. Ao recordar a luta dos movimentos sociais nos anos 1970 a 1990, Élida ressaltou que o cenário atual “exige da nossa parte uma ação incisiva. Temos uma bancada que está colocando na mídia constantemente as questões da pena de morte e da redução da maioridade penal. É um cenário político que exige muita atenção”. Ela falou, também, sobre a necessidade de pensar em uma política de proteção para defensores da infância.

onde votar?

ntecerá em 31 locais, um em cada subprefeitura da cidade. Para saber onde votar, acesse o eitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/direitos_humanos. lher oito candidatos diferentes, pois a votação em um mesmo candidato por duas vezes a um dos votos.

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Por um olhar da Igreja nos rumos da cidade Arquidiocese de São Paulo apoia candidatura de Irene Brito, da Pastoral da Moradia, para o Conselho Municipal de Política Urbana

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

No próximo dia 15, pessoas que votam na cidade de São Paulo poderão eleger parte dos 60 integrantes do Conselho Municipal de Política Urbana (CMPU), órgão ligado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano. Instituído em 2002, pela lei nº 13.430, o CMPU tem, entre outras atribuições, a missão de debater a política urbana do município e as questões relativas ao Plano Diretor Estratégico, acompanhar a aplicação dos recursos do Fundo de Desenvolvimento Urbano, e atentar-se à ação dos conselhos municipais nas políticas de transporte, habitação, meio ambiente, paisagem urbana, uso do solo, e proteção ao patrimônio histórico e cultural. Pela primeira vez, o CMPU terá representação para o segmento Entidade Religiosa. Diante disso, a Arquidiocese de São Paulo apresentou a candidatura de Irene Brito, 49 (foto), atuante na Pastoral da Moradia, que terá como suplente Iracema da Silva, 73, da Pastoral da Ecologia. A chapa que compõem, a de nº 51, concorre com a de um templo de umbanda. “A participação da Igreja neste conselho permitirá que haja uma visão mais humana nas discussões das políticas urbanas. O que farei, se eleita, é trazer à sociedade e para o âmbito da Igreja as

discussões que acontecerem no Conselho. Sou participante do Fórum das Pastorais Sociais da Arquidiocese e sei que no que se refere às políticas urbanas há muitas questões que têm haver com as pastorais sociais”, afirmou Irene ao O SÃO PAULO.

Como votar

As eleições do CMPU serão no dia 15, das 9h às 17h, nos mesmos locais de votação do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA). No site www.gestaourbana. prefeitura.sp.gov.br, é possível descobrir onde votar, conforme a seção eleitoral em que se está cadastrado. No dia de votação, será preciso comparecer com o título de eleitor e um documento oficial com foto. O voto deve ser dado em apenas uma chapa entre dos vários segmentos existentes. O resultado final das eleições será publicado no Diário Oficial da Cidade no dia 24 deste mês. “Vejo muitos católicos reclamando, com razão, sobre a qualidade dos serviços públicos na cidade, mas é preciso fazer alguma coisa. Como católico, a gente não tem que ser o sal da terra? Eis um bom motivo para participar dessa votação”, comentou Irene.

A formação do conselho

• O CMPU é composto por 60 membros: 26 são indicados pela prefeitura; 12 representam outros conselhos municipais 22 são eleitos em votação da população * Quando o número de candidatos é igual ou inferior ao de vagas, são estes eleitos automaticamen-

te. Isso se deu este ano para os segmentos de Setor Empresarial (4 vagas); Entidades Profissionais (1 vaga); Trabalhadores (1 vaga); Movimentos Ambientalistas (2 vagas); Movimentos de Mobilidade Urbana (1 vaga) e Movimentos Culturais (1 vaga); * Para os demais segmentos, haverá a eleição no dia 15: Movimentos de Moradia (4 vagas); Associações de Bairro (4 vagas); Entidades Acadêmicas e de Pesquisa (2 vagas); Organização não governamental – ONG (1 vaga); e Entidade Religiosa (1 vaga)


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Dengue:

Altas temperaturas e armazenamento errado de água aumentam riscos

sandro Giangola, há duas hipóteses para o aumento do número de casos no município. O primeiro seria as altas temperaturas que, segundo ele, beneficiam a procriação do mosquito transmissor. “Quanto mais alta a temperatura, mas rápido esse mosquito se reproduz, mais mosquito eu tenho, mais difícil fica o combate e mais transmissão da doença a gente tem”, afirmou ao O SÃO PAULO. A outra hipótese apresentada é a de que com a crise hídrica, que afeta os moradores da Capital e de todo o Estado, aumentou o armazenamento de água limpa. Essa água muitas vezes é guar-

dada sem o devido cuidado, se tornando um fácil criadouro do Aedes aegypti. “Outra questão que a gente está levantando, uma hipótese, é o armazenamento de água pela população. É um novo criadouro do mosquito, então, a gente está se atentando a esse fato e tentando sensibilizar a população para que evite esse criadouro. Lógico que não vamos pedir para as pessoas não armazenarem água, mas vamos pedir para que tomem cuidado com esse outro recipiente e cubram para que o mosquito não tenha acesso e isso vire um criadouro do mosquito da dengue”.

A dengue está mais associada às altas temperaturas e à água limpa do que simplesmente à chuva, porque qualquer pequena concentração de água, desde uma tampinha de garrafa a um prato de vaso, pode ser um criadouro. “Água parada e limpa não quer dizer potável”, afirma Alessandro. “Por exemplo, uma água que esteja com um pouco de sujeira, e está bem escura é suficiente para o mosquito se reproduzir. Ele não necessita de uma água potável para se reproduzir.”

nicipal de Combate ao Aedes aegypti afirmou que a prefeitura tem mantido constante trabalho de vigilância e fiscalização, além de campanhas de conscientização sobre os riscos da água parada e combate a criadouros do mosquito. “Durante todo ano, fazemos visita casa a casa tentando eliminar os criadouros e tentando educar a população para não ter esses criadouros dentro de casa. No final do ano, lançamos uma campanha para a população na qual incluímos esses recipientes [de acúmulo de água limpa] para a população ter atenção em relação a eles”, afirmou. Para Alessandro é importante que a população entenda que as equipes da prefeitura que combatem e orientam sobre a dengue não estarão “em todos os lugares para combater todos os criadouros. Sem a ajuda da população, não conseguiremos eliminar essa doença”, afirmou. Em relação a residências fechadas e abandonadas, o biólogo destaca que há um pedido para que as subprefeituras notifiquem os proprietários e as residências sejam abertas para fiscalização, porém a administração pública não prevê nenhuma sanção para quem for notificado mais de uma vez ou que não abrir a residência para a fiscalização.

Campanhas de combate

Febre chikungunya

Período de incubação: 3 a 15 dias Inicio dos sintomas: após o período de incubação Tempo médio da doença: 6 dias Tipo: dengue clássica e dengue hemorrágica

Sintomas de Dengue Hemorrágica No início é igual a clássica, mas depois complica. • Dores abdominais fortes e contínuas. • Vômitos persistentes. • Pele pálida, fria e úmida. • Sangramento pelo nariz, boca e gengivas. • Sonolência, agitação e confusão mental. • Sede excessiva e boca seca. • Pulso rápido e fraco. • Dificuldade respiratória. • Perda de consciência.

também se desenvolvem em aguá suja, basta estar parada. • Borra de café nas plantas não matam os ovos. • Ar condicionado e ventilador dificultam a picada, mas não matam o mosquito. • Deixar os reservatórios secos não eliminam os ovos, pois eles podem permanecer “vivos” por um ano. É necessário limpar. • Geladeiras antigas possuem um reservatório de aguá, na parte inferior. É necessário remover essa água diariamente. • Calhas mal posicionadas podem acumular água.

De acordo com balanço da Secretaria Municipal de Saúde, 2015 apresenta 563 casos, quase três vezes mais que o mesmo período de 2014

Reprodução

Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com

Calor, tempo abafado, chuvas de verão – geralmente no final do dia –, um terreno baldio, pneus velhos, alguns tambores, garrafas pet ou de vidro viradas pra cima... Esse é o cenário mais que propício para um comercial da prefeitura de combate à dengue. Porém, situações descritas acima são extremos da vida cotidiana dos cidadãos e, na maioria das vezes, não são os principais focos do mosquito da dengue. Já o pratinho do vaso de planta no quintal de casa, a caixa d’água descoberta, o balde na varanda com água da chuva e mais dezenas de situações que, a primeira vista, parecem naturais e corriqueiras, são, na maioria das vezes, as maiores vilãs no combate à dengue. Para se ter ideia, em um balanço apresentado no dia 26 de fevereiro pela Secretaria Municipal de Saúde, no período de 4 de janeiro a 24 de fevereiro, 2.708 casos foram notificados e 563 foram confirmados autóctones (contraídos no município). No mesmo período de 2014, a cidade teve 1.440 casos notificados e, destes, 214 autóctones confirmados. Um óbito ocorrido em janeiro continua em análise. No ano passado, a Capital registrou 28.990 casos autóctones – 97,7% ocorreram no primeiro semestre – com 14 óbitos ao longo do ano. Em 2015, a estimativa da Secretaria Municipal de Saúde, baseada no coeficiente de incidência das primeiras seis semanas e na taxa de positividade dos exames feitos no laboratório municipal, é que o número pode ser até três vezes maior. De acordo com o biólogo e coordenador do Plano Municipal de Combate ao Aedes aegypti, Ales-

Sintomas da Dengue Clássica • Febre alta com início súbito. • Dor de cabeça. • Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento deles. • Náuseas e vômitos. • Tonturas. • Extremo cansaço. • Manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, principalmente no tórax e membros superiores. • Muitas dores nos ossos e articulações.

Curiosidades • Repelentes não protegem do mosquito da Dengue • Tomar complexo B não afasta o mosquito da Dengue • As larvas dos mosquitos

O coordenador do Plano Mu-

Informações: Dra. Cassia Regina, colunista de Saúde do O SÃO PAULO

Outra doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, é a febre chikungunya. Com os primeiros casos notificados no Brasil em 2014, principalmente nos Estados do Amapá, Bahia e Mato Grosso, a doença tem os mesmos sintomas da dengue, diferenciando-se pelo fato de as dores e inchaços nas articulações serem mais fortes e durarem até seis meses. Em São Paulo, foram notificados dez casos, durante todo no ano de 2014, porém, todos eles importados – ou seja, pessoas que adquiriram a doença fora do Estado ou do País e sentiram os sintomas e receberam o tratamento aqui. Nestes dois primeiros meses do ano, foram registrados quatro casos da doença, nenhum deles adquiridos na Capital ou no Estado.


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Ciclovias, uma boa ideia se... Espaços para circulação de bicicletas se espalham pelas ruas da cidade, mas instalados sem planejamento têm provocado trânsito e confusão entre pedestres, ciclistas e motoristas Fotos: Arquivo pessoal

Roberto Zanin

Especial para O SÃO PAULO

A mobilidade urbana é um dos grandes desafios para a administração municipal. A baixa qualidade do transporte público, aliada aos incentivos do governo nos últimos anos para a compra de automóveis novos e usados, agravou o fluxo viário na cidade. Para enfrentar o problema, a gestão Fernando Haddad tem, até o momento, duas grandes iniciativas: as faixas exclusivas para ônibus e as ciclovias. Mas o ritmo frenético do cotidiano da cidade, o trânsito intenso que piora ante o menor acidente e todas as complicações inerentes a uma metrópole com 20 milhões de habitantes impõem ao prefeito, como primeira obrigação, não atrapalhar a já conturbada vida de seus habitantes. Não é o que vem ocorrendo.

Mais faixas exclusivas, mesmos ônibus e trânsito intenso

Diante desse quadro, optou-se por uma medida mais simples: pintar uma faixa exclusiva para ônibus no asfalto e impor pesadas multas aos motoristas dos carros que ousarem invadi-la. A medida aumentou a velocidade média dos trajetos, mas são frequentes as queixas dos passageiros. A diminuição da frota circulante, a extinção de algumas linhas e o agravamento da superlotação dos coletivos, são as reclamações mais ouvidas nos pontos de parada. “A viagem ficou mais rápida, mas parece que tem menos ônibus; está demorando mais para eles passarem no ponto”, observa a empregada doméstica Maria Arlete dos Santos. Por outro lado, motoristas que utilizam seus carros para trabalhar reclamam da piora do trânsito com a extinção de uma faixa de rolamento. Ninguém discorda da importância da adoção de uma cultura que incentive a utilização do transporte público. Porém, se a prefeitura quer que mais pessoas utilizem ônibus e abandonem seus carros, deveria, primeiro, melhorar a qualidade dos coletivos. Um exemplo é a temperatura interna dos ônibus no verão. Apenas 0,4% da frota têm ar condicionado. Nos dias mais quentes, os passageiros enfrentam temperaturas de até 50 graus centígrados. Dados como esse mostram como é difícil fazer o motorista abrir mão do seu carro para viajar, quase sempre em pé e transpirando.

‘Pintou a ciclovia’, mas e a segurança dos ciclistas e pedestres? Skatista e ciclista trafegam sem equipamento de segurança em ciclovia na avenida Liberdade; na rua Álvares Penteado, ciclistas têm que andar em meio a buracos; trafegar no contrafluxo, como na praça da República, põe em risco vida de ciclista, afirma especialista da USP

Da mesma forma, como negar que o incentivo ao uso de bicicletas seja desejável? Mas, também nesse assunto, a prefeitura poderia ter planejado melhor. São Paulo, a exemplo da maioria

das grandes cidades ao redor do mundo, não foi concebida para abrigar ciclovias. O problema se agrava com o tamanho da metrópole, o trânsito intenso e a má formação (ou educação) dos motoristas. Isso torna óbvio o primeiro quesito que deveria ser levado em conta na elaboração do projeto: a segurança do ciclista. “A prefeitura está incentivando as pessoas ao uso da bicicleta, mas não investe na formação dos ciclistas, pondo em risco a segurança de quem pedala”, afirma o engenheiro e Mestre em Transportes pela Universidade de São Paulo (USP), Sérgio Ejzenberg. Ele explica que a prefeitura descumpre o Código Brasileiro de Trânsito que, em seu artigo 24, incisos 17 e 18, determina que a administração municipal deva dar a habilitação para o ciclista, o que requer formação prévia. Além disso, cabe ao município registrar e licenciar as bicicletas, na forma da legislação, fiscalizando, autuando, aplicando penalidades e arrecadando multas decorrentes de infrações, o que não está ocorrendo: “vemos ciclistas na contramão, que pensam ser mais seguro ver os carros de frente. Se recebessem orientação da prefeitura, saberiam que, em caso de colisão, soma-se, no impacto, a velocidade da bicicleta com a do veículo”, explica Ejzemberg. Quem percorre São Paulo diariamente, como o taxista Hélio Sergio dos Santos, observa os prós e os contras dessa intervenção: “As ciclovias são boas quando feitas nos lugares certos. No Ibirapuera e na Faria Lima ficou bom, mas em ruas estreitas e com tráfego, é perigoso para todos, principalmente para os ciclistas”, opina. O motorista afirma que já presenciou discussões e incidentes: “Dia desses, um morador, ao entrar com o carro na garagem de casa, quase atropelou um ciclista. Não basta instalar ciclofaixas. Para evitar acidentes, é necessária a reeducação dos motoristas, ciclistas e pedestres”, defende. O número de acidentes com bicicletas ainda é pequeno, mas compatível com a baixíssima ocupação desses espaços exclusivos. Tornou-se cena comum na cidade o trânsito parado ao lado de ciclofaixas desertas. Nota-se, ainda, que apesar de recém-construídas, 60% das pistas apresentam buracos e rachaduras e metade está com a pintura desaparecendo do asfalto.

Faltou diálogo

Quando o Poder Público decide realizar projeto que gera impacto tão grande na vida comum do cidadão, espera-se que haja diálogo com aqueles que terão suas rotinas mudadas. Viver e ganhar a vida em São Paulo não é tarefa simples e tais mudanças afetam o cotidiano do cidadão que paga pesados impostos. Não foi o que ocorreu. O caso do Colégio Madre Cabrini é em-

blemático. Lá, a ciclovia ficou entre a faixa para os carros que desembarcam os alunos e a calçada, com sério risco de atropelamento para as crianças. Neusa Rosa, diretora da escola, explica que após o processo de implantação, houve um momento de avaliação da equipe da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) juntamente com a direção do colégio, mas todos os problemas levantados foram ignorados. Como não houve escuta e a CET não respondeu aos questionamentos, a instituição de ensino decidiu recorrer à Justiça. A juíza Simone de Moraes Leme determinou que a prefeitura retirasse a ciclovia. A magistrada argumentou que “causa espécie a implantação da ciclofaixa no local, com potencial risco para crianças e adolescentes que estudam no colégio”. O Madre Cabrini ressalta que não é contra as ciclovias, mas apenas questiona a falta de diálogo e a ausência de planejamento com que o projeto tem sido colocado em prática. Os inconvenientes seriam relevados se quem foi prejudicado percebesse que as faixas exclusivas para bicicletas têm atendido a muita gente. Mas a pressa demonstrada pela prefeitura é inversamente proporcional à demanda. Alguns grupos e associações de ciclistas defendem o projeto e concordam com o Prefeito ao defender que São Paulo deve estar em sintonia com o que ocorre nas cidades mais desenvolvidas. O problema é que naquelas metrópoles, a implantação foi mais cuidadosa: “Em Nova Iorque, a prefeitura dialogou com a população, verificou qual seria a demanda e as ciclovias não geraram perda de vagas de garagem”, explica Sérgio Ejzenberg.

Preço

Somando-se os trechos entregues e as pistas em construção, a prefeitura de São Paulo vai gastar em 177 quilômetros de ciclovias, um total de R$ 116 milhões, ou seja, R$ 650 mil por quilômetro. O prefeito Fernando Haddad contesta esses números. Segundo a prefeitura, nesse cálculo estão somados orçamentos de projetos diferentes e divididos pela quilometragem de ciclovias. De acordo com o Prefeito, o custo correto é de R$ 180 mil por quilômetro. De qualquer forma, como justificar o emprego de tal volume de recursos por uma administração que, segundo o próprio Haddad, assumiu a prefeitura “quebrada”? Prefeitura que não consegue resolver questões fundamentais, como os alagamentos, a insuficiência de vagas nas creches, a falta de carros para combate à dengue, a troca e a manutenção de semáforos velhos, a remoção de árvores caídas etc. As ciclofaixas e ciclovias seriam muito bem vindas se a cidade tivesse priorizado e resolvido, antes, seus problemas mais urgentes.


16 | Fé e Cultura |

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Filipe David

Didascalion A Vide Editorial está publicando em português um dos autores mais importantes – mas não tão conhecido – do pensamento católico. Trata-se de Hugo de São Vítor, que viveu no século XII e organizou a escola de Teologia do mosteiro de São Vítor, em Paris. “É principalmente por dois instrumentos que alguém adquire o conhecimento: a leitura e a meditação. Observando ambos, notamos que é a leitura que vem em primeiro lugar na instrução, e justamente por isto este livro que segue trata dos preceitos e regras para a boa leitura. De pronto, afirmo o seguinte: são três, os preceitos mais necessá-

rios para a arte de ler: o primeiro preceito, ‘que saibamos previamente o que devemos ler’. O segundo: ‘a ordem a seguir durante a leitura, isto é, qual o primeiro texto a ser destrinchado, qual o segundo e assim por diante’. E o terceiro preceito: ‘como devemos ler’. [...] Mas, para que possamos saber o que devemos ler, e, pelo menos, o que principalmente devemos ler, na primeira parte deste texto há a enumeração da origem de todas as artes. Em seguida, expomos a descrição e a distribuição delas, isto é, de que modo uma arte contém a outra, ou como uma está contida em outra e assim por diante [...]” (Trecho do livro).

Para assinar O SÃO PAULO: Escolha uma das opções e a forma de pagamento. E nv i e e s s e c u p o m p a ra : FUNDAÇ ÃO METROPOLITANA PAULISTA, Avenida Higienópolis, 890 São Paulo - SP - CEP 01238-000 - Tel: (011) 3666-9660/3660-3724

Internet

Dica de leitura

osaopaulo@uol.com.br

Ficha técnica: Autor: Hugo de São Vítor Tradutor: Dr. Tiago Tondinelli Páginas: 246 Editora: Vide Editorial

ASSINATURA SEMESTRAL: R$ 45 ANUAL: R$ 78 FORMA DE PAGAMENTO CHEQUE (Nominal à FUNDAÇÃO METROPOLITANA PAULISTA) DEPÓSITO BANCÁRIO Bradesco ag 3394 c/c44159-7 COBRANÇA BANCÁRIA

NOME___________________________________________________________ _________________________________________________________________ DATA DE NASC. ___/___/____CPF/CNPJ _________________________________ ENDEREÇO ___________________________________________________________ __________________________________________________________ nº __________ COMPLEMENTO ______________________ BAIRRO ___________________________ CEP ____________ - ___________ CIDADE____________________________________ ESTADO ______ E-MAIL: ________________________________________________ TEL: (__________) ______________________________________ DATA ____/___/____

O que é o Cristianismo? Quem passou pelas aulas de religião ou de catecismo na infância, vai à missa aos domingos e vive em um ambiente católico pode ter a impressão de que sabe exatamente o que é o Cristianismo. Mas essa religião que parece tão familiar pode estar ainda cheia de surpresas: “Aqueles que se põem diante do Evangelho, no início não percebem toda a sua grandeza. Mas, se têm a disposição de aceitá-lo por fé e colocá-lo sinceramente em prática com o desejo de vivê-lo profundamente, logo depois de algum tempo descobrirão estarem na presença de alguma coisa que está além de tudo quanto poderiam ter imaginado e que, mesmo assim, ainda agora seu próprio pensamento não consegue alcançar. Diante da plenitude de sua essência, percebemos que nossas categorias mentais são estreitas demais.” O parágrafo acima foi tirado do site www. cristianismo.org.br, que apresenta o Cristianismo por meio dos maiores e mais importantes teólogos, filósofos e mestres

espirituais da história da Igreja, notadamente São Tomás de Aquino e Hugo de São Vítor: “Ao tratarmos do Cristianismo, tema de nossas palestras, temos a intenção, ademais, de nos utilizarmos de fontes que pertençam reconhecidamente ao patrimônio filosófico e teológico da Igreja Católica ou que nela foram recebidos e desenvolvidos, como muitos trabalhos dos filósofos gregos. Utilizarnos-emos, também, de um modo especial, dos valiosos recursos que nos foram deixados para tanto na obra de São Tomás de Aquino e de Hugo de São Vitor.” O site contém em versão eletrônica o livro “Educação Segundo a Filosofia Perene”, que explica em que consiste a pedagogia de Hugo de São Vítor e conta de forma resumida toda a história da filosofia grega até Platão e Aristóteles, além de disponibilizar, traduzidos em português, textos de muitos dos autores mais importantes da história da Igreja. O acesso é livre: www.cristianismo.org.br


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| Esporte | 17

Iguais no amor pelo esporte Com características físicas semelhantes, pessoas com síndrome de Down desenvolvem múltiplas habilidades em práticas esportivas Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

Para muitos pais, saber que a filha ou o filho terá que conviver com a síndrome de Down não é, inicialmente, uma notícia agradável. Por conta de uma alteração genética produzida pela presença de um cromossomo a mais, o par 21, as pessoas com a síndrome têm características físicas semelhantes e tendem a apresentar limitações intelectuais e de aprendizado. Porém, elas têm personalidade própria, e é no esporte que muitas constroem a própria história. No ano passado, por exemplo, Fabrício Galvão, 30, morador de Cuiabá (MT), se tornou o primeiro lutador de jiu-jitsu do mundo com síndrome de Down a conquistar a faixa preta da modalidade. Também em 2014, Kelly Antunes, 32, fez história no Mundial de Natação para pessoas com síndrome de Down, disputado no México, ao conquistar oito medalhas de ouro na competição que reuniu 200 atletas, entre os quais 25 brasileiros, que ao todo faturaram 11 ouros e quatro bronzes.

Divulgação

Inclusão social a partir dos tatames

Em São Paulo, desde 2009, o Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural (www.institutoolgakos. org.br) oferece aulas gratuitas de karatê e taekwondo para pessoas com deficiência intelectual, particularmente com síndrome de Down. As atividades acontecem nos Centros Educacionais Unificados (CEUs) e em outras instituições parceiras da Grande São Paulo, atendendo mais de 1.500 alunos, em turmas com 25, 50 ou 75 participantes, mesclando pessoas com deficiência intelectual e outras em condições de vulnerabilidade social. “Por meio dessas atividades, crianças e jovens com síndrome de Down acabam tendo contato com pessoas da mesma faixa etária, o que ajuda muito na disseminação do processo de inclusão”, explicou, ao O SÃO PAULO, Natália Mônaco, coordenadora de esportes do Instituto. Natália detalha que com a prática das artes marciais, as pessoas com síndrome de Down conseguem desenvolver habilidades motoras individuais e o trabalho em equipe, além de cooperação e companheirismo, organização, cortesia, humildade, aumento da autoestima e da autoconfiança, e melhoras em aspectos ligados à saúde. “A gente faz avaliação física, médica, laboratorial e uma avaliação social e psicológica no início do projeto. No final, são feitas as mesmas avaliações e cientificamente se comprova que esses alunos acabam tendo uma melhora na socialização”, garante Natália.

Arquivo pessoal

Aulas de karatê e taekwondo são oferecidas a pessoas com síndrome de Down pelo Instituto Olga Kos, em São Paulo

De acordo com a coordenadora de esportes do Instituto, as dinâmicas de treinamento nos tatames de pouco diferem das técnicas convencionais dessas artes marciais, exceto pelo menor contato físico entre os participantes. “O que muda é como a gente consegue trabalhar, é o retorno que os alunos dão aos professores nas aulas. Em uma equipe de competição, um técnico espera como retorno a habilidade que seus alunos vão ter. No nosso caso, o que muda é como as pessoas com síndrome de Down podem trabalhar de forma igual às demais. Então, a gente consegue

atuar na diferença de cada participante, mas em um único contexto de aula”, detalhou.

Correr, caminhar, incluir

Para demarcar o Dia Internacional da síndrome de Down, celebrado em 21 de março, o Instituto Olga Kos realiza no dia 22, a partir das 8h, a primeira edição da Corrida e Caminhada pela Inclusão. As inscrições, no valor de R$ 40, podem ser feitas até o dia 15, por meio do site www.minhasinscricoes.com.br/institutoolgakos/2015. A largada será na praça Charles Miller, no Pacaem-

Alexandre Lops/Internacional

bu, e a expectativa é que até 4 mil pessoas participem da corrida de 5 km ou 10 km, ou da caminhada de 4 km, sendo que nesta última também estarão pessoas com síndrome de Down atendidas pelo Instituto. Os recursos arrecadados com as inscrições serão revertidos para a continuidade dos projetos do Instituto, que além das oficinas de karatê e taekwondo, realiza ações esportivas e culturais, em parceria com diversas instituições, voltadas para pessoas com deficiência intelectual e em vulnerabilidade social, com idades entre 4 e 60 anos.

AGENDA ESPORTIVA SÁBADO (7) 9h - Dia Internacional da Mulher Esportista Será realizado em cinco centros esportivos da cidade de São Paulo, com programação especial para as mulheres: CE Pirituba, CE Vila Guarani, CE Lapa, CE Tietê e Ceret. Outros detalhes no site http:// www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/esportes. 18h30 – Paulistão de Futebol Palmeiras x Bragantino (Allianz Parque)

MELHOR DO MUNDO – Em 25 de fevereiro, Eduarda Amorim, 28, armadora esquerda da seleção brasileira de handebol feminino, foi eleita a melhor jogadora da modalidade em 2014 pela Federação Internacional de Handebol. Duda, como é mais conhecida, é a segunda brasileira a conseguir tal feito: a primeira foi Alexandra Nascimento, em 2012.

TORCIDA EM PAZ – Não houve confusões na torcida mista do clássico entre Internacional e Grêmio, pelo Campeonato Gaúcho, no domingo, dia 1º. No Beira Rio, mil torcedores de cada time viram o jogo lado a lado. Já as torcidas organizadas entraram em confronto nas imediações do estádio antes da patida: 12 pessoas foram detidas e depois liberadas.

21h30 – Superliga masculina de vôlei – quartas de final SESI-SP x Maringá (Ginásio do Sesi – rua Carlos Weber, 835, na Vila Leopoldina) DOMINGO (8) 16h – Paulistão de Futebol São Paulo x Corinthians (Morumbi)


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Brasilândia

Juçara Terezinha Zottis

Colaboração especial para a Região

Conselho Regional de Pastoral tem primeira reunião com Dom Devair Padre Jaime Estevão Gomes

Foi em clima de expectativa que os membros do Conselho Regional de Pastoral (CRP) da Região Episcopal Brasilandia realizaram no sábado, 28 de fevereiro, na Paróquia Santos Apóstolos, a primeira reunião do ano, com a presença de Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese, desig-

AGENDA REGIONAL Quarta-feira (4), 20h

Reunião para organização da Jornada da Juventude, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima (avenida Paula Ferreira, 1.522, Pirituba).

Sábado (7), 14h

Formação regional de Catequese, no espaço Creche Azul (avenida Deputado Cantídio Sampaio, 6.481, Taipas). A formação terá sequência no dia 14 no mesmo horário.

Domingo (8), 9h

Celebração dos 25 anos de atuação da Pastoral da Mulher na Brasilândia. Será na Paróquia Santos Apóstolos (avenida Itaberaba, 3.909, Jardim Maracanã).

Pela primeira vez, Dom Devair reúne-se com integrantes do CRP da Região Episcopal Brasilândia

nado vigário episcopal para a Região no mês passado. Dom Devair conduziu uma reflexão, apontando que a missão evangelizadora necessita de compromisso efetivo e não só afetivo com o Evangelho. Segundo o Bispo, o seguimento de Jesus convoca a entrar no mistério da Cruz de Cristo e servir até às últimas consequências. Os participantes enalteceram a Dom Devair por já ter visitado paróquias dos setores pastorais Cântaros,

Jaraguá e São José Operário. Representantes dos setores também falaram de iniciativas que estão em curso. No Jaraguá, está em andamento um projeto de formação de catequistas; no Cântaros, está sendo preparado o primeiro festival de música da juventude, que irá acontecer em setembro; e no Setor Nova Esperança acontecerá no dia 14, das 9h às 12h, na Paróquia Santa Rita de Cássia (rua João Melo Câmara, 47, na Vila Progresso), um

Lapa

momento de estudo sobre o Sínodo da Família. Integrantes do Setor Freguesia do Ó recordaram as mobilizações dos últimos meses para que acontecesse a apresentação regional da CF 2015, na Paróquia Bom Jesus dos Passos, em 22 de fevereiro; o Setor Pereira Barreto apresentou sugestões para o mutirão bíblico; do Setor São José Operário vieram relatos do trabalho de assistência religiosa desenvolvido no Cemitério da Cachoeirinha; e do Setor

Perus veio a notícia que se realizará um momento de estudos sobre as perguntas e respostas referentes ao Sínodo da Família. Foi informado, ainda, que o novo administrador desse setor será o Padre Gleidson Novaes, vigário da Paróquia São José. Os membros do CRP também avaliaram positivamente a apresentação regional da CF 2015, que teve intensa participação de jovens e idosos. Houve destaque para o momento em que as pastorais e movimentos apresentaram os trabalhos que realizam na Brasilândia. Por fim, a Pastoral Fé Política regional apresentou uma proposta para a realização de três dias de formação, entre 14 e 16 de maio, com os seguintes temas: “Regulação e democratização da mídia”, “Economia e a regulação social” e “Reforma política. Houve aprovação unânime do projeto, que será assumido como uma atividade regional.

Benigno Naveira

Colaborador de comunicação da Região

Leigos manifestam a presença de Deus nas realidades humanas “Ministérios dos Cristãos Leigos” foi o tema da palestra de Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, no sábado, 28 de fevereiro, no Colégio Madre Paula Montalt, na Vila Leopoldina, para os fiéis da Paróquia Nossa Senhora de Fátima. Dom Julio explicou que os leigos são aqueles que foram incorporados à Igreja pelo Batismo, e ressaltou que eles têm a missão de manifestar a presença atuante de Deus nas realidades humanas; proclamar a

AGENDA REGIONAL Quarta-feira (4)

9h - Reunião das secretárias da Região Lapa, na cúria regional (rua Afonso Sardinha, 62). 10h - Reunião de padres no Setor Rio Pequeno, na Paróquia Santíssima Trindade (avenida Marechal Fiuza de Castro, 861).

Benigno Naveira

Dom Julio durante palestra sobre ministérios dos cristãos, dia 28

Palavra de Deus, defendendo a justiça e a verdade para que todos tenham vida plena; participar na construção do Reino; e servir a Deus na vida eclesial. O Bispo apontou, ainda, que desde o Concílio Vaticano II houve grande despertar na Igreja em relação aos papeis que os leigos podem

desempenhar na missão evangelizadora, tais como os ministérios extraordinários, a organização das pastorais, a liderança das comunidades, o estudo e o ensino, inclusive científico, da Bíblia e das ciências religiosas. Dom Julio também refletiu sobre as palavras “minis-

térios” e “ministro”: ministérios, do latim ministerium, refere-se a serviços diversos realizados de modo permanente ou transitório pelo bem da comunidade; ministro, do latim minister, é o qualificativo que recebe quem exerce um serviço litúrgico pelo bem da comunidade. Jesus Cristo é o grande servidor, o ministro “que não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate pela multidão” (Mt 20,28). Nele tem origem todos os ministérios na Igreja. Dom Julio explicou, ainda, a diferença e função dos ministros: Ministro Extraordinário - é quem exerce um serviço na comunidade, mas não foi ordenado, nem instituído, porém está autorizado para esse ministério por certo período de tempo; Ministro Instituído - é o leitor e o acólito que realiza de modo

estável determinada função na comunidade; Ministro Ordenado - é quem possui o diaconato, o presbiterado ou o episcopado. Os que exercem esses ministérios, servindo de modo permanente à comunidade, são configurados por meio do sacramento da Ordem a Cristo, Pastor e Mestre. Segundo o Bispo, o binômio “comunidade – carismas e ministérios” deve, porém, ser completado pela perspectiva da missão que a Igreja é chamada a desempenhar no mundo. A partir de uma eclesiologia de totalidade, a Igreja toda - pastores, leigos e leigas, consagrados e não consagrados - está no mundo e é sacramento de salvação no mundo. Cada um, porém, realiza a missão do povo cristão na Igreja e no mundo a partir do carisma recebido e, eventualmente, do serviço ou ministério que exerce.


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João Carlos Gomes

Colaborador de Comunicação da Região

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Belém

Dom Edmar: ‘Agradeço a Deus pela vocação que dele recebi’ Nem a forte chuva que caiu em toda a Capital Paulista, no sábado, 28 de fevereiro, impediu que cerca de 250 pessoas, de diferentes locais da Região Episcopal Belém, celebrassem na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, no Setor Vila Alpina, o quinto aniversário da ordenação episcopal e o 50º aniversário natalício de Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região. A missa foi presidida por Dom Edmar e concelebrada por Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, e pelos padres atuantes na Região Belém. Também marcaram presença os pais de Dom Edmar, Leonildo e Aparecida Besagio Peron, e seus irmãos, Almir e Ana Paula Peron, além da mãe de Dom Julio, Teruko Oshiro Akamine.

Na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, Dom Edmar Peron é homenageado em missa pelo seu quinto ano de ordenação episcopal, no dia 28

No início da celebração, o vigário geral da Região Belém, Cônego José Miguel de Oliveira, pároco da Nossa Senhora do Carmo, saudou o aniversariante. “Neste início de ano, comemoramos, na vida de nosso Bispo, acontecimentos importantes: em janeiro, seus 25 anos de vida presbiteral, hoje o quinto aniversário de seu ministério

episcopal e na próxima semana, seu 50º Aniversário [4 de março]. Nesse sentido, convido a todos a rezarem por sua vida. Dom Edmar, agradecemos a Deus por sua vida, pedindo a Ele que o preserve sempre atuante no exercício de seu pastoreio na Região Belém”, disse o Cônego. “E saiba que estamos todos aqui para colaborar como seu

ministério episcopal”, ressaltou. Dom Edmar agradeceu a presença de todos, reforçando sua gratidão à Arquidiocese de São Paulo e aos participantes da Região Belém. “É com alegria e gratidão que agradeço a Deus pela vocação que dele recebi e por formarmos esta imensa comunidade que enxergo hoje, bem diferente de cinco anos

atrás: se naquele momento, me encontrava ainda ‘perdido’, hoje nos encontramos na alegria para celebrar”, disse o Bispo. “Agradeço muitíssimo a Deus a acolhida e a abertura de todos vocês, padres, religiosos, diáconos, leigos e leigas. Como é boa a experiência de estar entre vocês, queridos irmãos e irmãs”, finalizou.

Paróquia Cristo Rei inicia projeto ‘Missas de Mozart na Igreja’ No domingo, dia 1º, a Paróquia Cristo Rei recebeu o Coral Paulistano Mário de Andrade e a Orquestra de Câmara da Escola de Comunicação e Artes (ECA-USP), sob a regência do maestro Martinho Lutero, para a abertura da temporada do Projeto Ciclo Integral das Missas de Mozart na Igreja. O projeto é uma parceria entre a Arquidiocese de São Paulo e o Coral Paulistano Mário de Andrade, para a realização de nove missas celebradas

em paróquias da Arquidiocese durante o ano de 2015. O cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, presidiu a celebração, concelebrada pelo Padre Marcelo Maróstica Quadro, pároco, e pelo Cônego José Bizon, responsável pelo Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso na Arquidiocese de São Paulo. “Quero convidar a todos a celebrar a Eucaristia acompanhando o canto do coral que é da missa de Réquiem, que é

para os falecidos, como fazemos sempre em nossas celebrações, rezando por eles. Só que hoje a arte do Coral, a música, tem a tonalidade específica de Réquiem. Assim, celebraremos o nossa missa dominical, a do segundo domingo da Quaresma, junto também com esta bela obra de Wolfgang Amadeus Mozart”, explicou Dom Odilo para as 400 pessoas que lotaram a igreja para acompanhar o ‘Requiem em Ré Menor’, de Mozart.

Arquivo pessoal

Reunião com candidatos ao diaconato permanente – Em 21 de fevereiro, Dom Edmar Peron reuniu-se com os candidatos ao diaconato permanente da Região Episcopal Belém, no salão da Paróquia Nossa Senhora da Conceição. Participaram desse

5º encontro todos os 17 candidatos. Dom Edmar incentivou a todos para que deem continuidade aos estudos e à formação ministerial, aproveitando da melhor maneira possível este tempo de preparação para o exercício do ministério diaconal.

João Carlos Gomes

‘Requiem em Ré Menor’ inicia projeto de ‘Missas de Mozart na Igreja’


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Santana

Diácono Francisco Gonçalves e Carlos Roberto Minozzi

Colaboradores de comunicação da Região

Paróquias Sagrada Família e São Paulo Apóstolo têm novos padres Fotos: Diácono Francisco Gonçalves

Dom Sergio de Deus Borges dá posse ao Padre Erly, na Sagrada Família, e ao Padre Simões, na São Paulo Apóstolo

Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, objetivando o desenvolvimento de ação pastoral, tem promovido uma série de remanejamentos de padres na Região. Nesse sentido, em 21 de fevereiro, o Bispo empossou o Padre Erly Avelino Guillén Moscoso,

MAS, como administrador paroquial da Paróquia Sagrada Família, e no dia 22, deu posse ao Padre Antonio Simões Dias, como pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo. Nascido num lar de pais portugueses católicos, Padre Simões, desde cedo, participou das atividades da

Igreja, tendo pertencido à Legião de Maria. Com 18 anos, iniciou seus estudos para o sacerdócio. Ele passou pouco tempo num seminário religioso, quando decidiu ser um padre diocesano e conseguiu se transferir para um seminário arquidiocesano. Depois, foi estudar na Universidade Gregoriana,

em Roma, onde cursou Teologia e, em seguida, fez pós-graduação em Dogmática, sendo ordenado sacerdote, em 29 de junho de 1975, pelo Papa Paulo VI, juntamente com 365 padres. Após ter rezado sua primeira missa em Portugal, retornou ao Brasil. Na Região Santana, assumiu a Paróquia Santo Antonio dos Bancários e agora está na São Paulo Apóstolo. Padre Erly veio do Peru, em 1989, como seminarista da Sociedade dos Missionários dos Santos Apóstolos para atuar na Paróquia Santa Terezinha do Jaçanã, que estava, então, sob a responsabilidade daquela Congregação. Estudou na Faculdade Nossa Senhora da Assunção e, ao término de seus estudos, foi ordenado no Peru, em 1992. No retorno ao Brasil, atuou na cidade de Paraguaçu Paulista (SP), na Diocese de Assis, onde ficou por dois anos. Depois, foi para Campinas (SP), onde permaneceu por 12 anos, vindo, então, para a Capital Paulista. Após ajudar nas paróquias Nossa Senhora da Anunciação e Santíssima Trindade, foi nomeado para assumir a Paróquia Sagrada Família.

Missão Jovens Sarados: por uma vida de radicalidade ao Evangelho A Missão Jovens Sarados da Parada Inglesa, que se reúne todo sábado, às 18h30, na Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres (avenida Ataliba Leonel, 3.013), promove cerca de cinco retiros de conversão por ano, chamados de Maranathá. Entre 13 e 17 de fevereiro, em Itu (SP), na casa de retiro Maria de Nazaré, foi realizado o primeiro retiro do ano para cerca de 250 jovens. Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, celebrou missa para os participantes, no dia 15.

Daniel Bernardes

Dom Sergio de Deus Borges junto à juventude participante do retiro promovido pela Missão Jovens Sarados

A Missão Jovens Sarados Parada Inglesa, criada em 2011, é uma das 71 missões espalhadas por todo Brasil.

Ela surgiu quando a Missão Barra Funda (base de toda obra Jovens Sarados) já estava sem espaço físico para

acolher tantos jovens. Então, Padre Edimilson Lopes, presidente geral do movimento e membro da comunidade

Eventos demarcam edição 100 do jornal da Paróquia Santa Terezinha O jornal Santa Teresinha em Ação, instrumento de comunicação da Pascom da paróquia de mesmo nome, aproximase de sua edição número 100. Para celebrar essa marca, a Pascom tem promovido eventos comemorativos. O primeiro aconteceu em 22 de fevereiro, com a presença de Irmã Helena

Corazza, fsp, doutora em comunicação e coordenadora de cursos no Serviço à Pastoral da Comunicação (Sepac). Irmã Helena foi à Paróquia Santa Teresinha apresentar a mensagem do Papa Francisco para o Dia das Comunicações Sociais de 2015, que se realizará no dia 17 de maio e que tem como tema “Comu-

nicar a Família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor”. No mesmo dia, Ana Filomena Garcia, da Pascom paroquial, anunciou o próximo evento comemorativo, um cine-fórum a ser realizado, no dia 29, com o filme “Confiar”, que trata da problemática entre pais e filhos e o uso da internet pelos adolescentes.

Carlos Roberto Minozzi

Irmã Helena em palestra comemorativa

Canção Nova, convidou Daniel e Daniela Bernardes, consagrados desde 2008, para que abrissem outra missão em São Paulo. “Nosso foco é o jovem marginalizado. Jovens a margem da vida pelas drogas, por uma vida prostituída em sua sexualidade, sua afetividade, uma vida sem Deus. Queremos levar esses jovens a Jesus e mostrar que é possível viver uma vida de radicalidade ao Evangelho, ser jovem sem deixar de ser de Deus! Mostrar a esses jovens como é bela a Igreja Católica, uma mãe acolhedora e profundamente amorosa com todos seus filhos e filhas”, expressaram Daniel e Daniela. Outras atividades já estão programadas para este ano: entre os dias 19 e 21 deste mês acontecerá o Acampamento Jovens Sarados – Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP); em 16 de maio, o Kairos Jovens Sarados; e de 29 a 30 de maio, o Retiro Maranathá Jovens Sarados, em São José dos Campos (SP). Outros detalhes podem ser obtidos pelo e-mail znsp@jovenssarados. com.


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Fernando Geronazzo

Colaborador de comunicação da Região

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Catedral de portas abertas para universitários Um grupo de 360 formandos da Escola Politécnica (Poli), da Universidade de São Paulo (USP), e seus familiares, participaram de uma celebração inter-religiosa na Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção em São Paulo (Catedral da Sé), no centro da Capital, no sábado, 28 de fevereiro, em ação de graças pela formatura nos vários cursos de Engenharia da Instituição. O momento de oração foi conduzido pelo Cônego José Bizon, diretor da Casa da Reconciliação e responsável pelo Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso na Arquidiocese de São Paulo; pelo Pastor Carlos Musskof, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil; e por Afonso Moreira Júnior, da Federação Espírita do Estado de São Paulo. A celebração contou com momentos de preces, leituras bíblicas e reflexões dos líderes religiosos, animados pelo

coral Capela Musical da Sé Catedral de São Paulo, sob a regência do maestro Ronaldo Santurbano. Pedro Henrique Hernandez Facchini, 23, formando em Engenharia Mecânica, explicou que a iniciativa partiu dos próprios estudantes. “Infelizmente, essa não era uma tradição na Poli, há muitos anos não tinha. Mas, inspirados nos cursos de Medicina e de Direito, decidimos fazer essa celebração, pensando principalmente nos nossos familiares. Muitas vezes, a formatura não tinha um momento para as famílias”, afirmou. O formando disse, ainda, que, embora a Universidade seja laica, muitos estudantes professam uma fé e, por isso, também querem agradecer a Deus pela etapa concluída de suas vidas. “Cada um de nós tem sua crença e, com certeza, isso nos ajudou a suportar esses anos de estudo e empenho”, afirmou Pedro.

Fernando Geronazzo

Formandos de Engenharia da Politécnica da USP participam de celebração inter-religiosa na Catedral

De acordo com o Cônego Bizon, nos últimos anos, alunos de várias universidades têm procurado a Catedral para um momento de ação de graças. “Os estudantes reconhecem a pluralidade religiosa que há entre eles, uma vez que, durante o per-

curso do curso que fizeram, sendo eles de diferentes seguimentos, também querem, juntos, agradecer a Deus por isso”, disse o Sacerdote, acrescentando que “a Catedral, estando no coração da cidade, acaba sendo aquela casa de oração que está com

as portas abertas para todos”. As universidades e estudantes interessados em realizar missas, cultos ecumênicos ou inter-religiosos em ação de graças para formaturas podem entrar em contato pelos telefones: (11) 5575-8649 ou (11) 97150-9554.

CF 2015: serviço, diálogo e cooperação da Igreja com a sociedade O clero atuante na Região Episcopal Sé teve sua primeira reunião de 2015 na quinta-feira, 26 de fevereiro, na Paróquia São Paulo da Cruz (Igreja do Calvário), em Pinheiros, na zona oeste. Essa foi a primeira reunião com a presença de Dom Eduardo Vieira dos Santos, bispo auxiliar da Arquidiocese, como vigário episcopal para a Região. O encontro teve como tema principal a Campanha da Fraternidade 2015 (CF 2015), cujo tema é “Fraternidade: Igreja e Sociedade”. Já no início da reunião, Dom Eduardo agradeceu novamente a acolhida dos padres na Região. “Depois da ordenação episcopal, tive a oportunidade de me encontrar com vários padres. Porém, ainda não consegui cumprimentar a todos. Compartilho minha alegria de estar aqui com vocês para juntos trabalharmos”, disse, reforçando que conta com a oração, apoio e a amizade de cada sacerdote. A assessoria do tema ficou a cargo do Padre Manuel da Conceição Quinta, sacerdote Paulino e assistente eclesiástico para a CF na Arquidiocese, que apresentou

Fernando Geronazzo

Dom Eduardo participa pela primeira vez da reunião do clero regional após sua ordenação episcopal

a estrutura do texto-base da Campanha, em especial a terceira parte, que fala sobre “Igreja e sociedade: serviço, diálogo e cooperação”. “A Igreja atua em tudo o que eleva a dignidade humana, consolida a coesão social e confere sentido mais profundo à atividade humana. A Igreja pensa que pode ajudar muito a tornar mais humana a família humana e a sua história. O cristão, que descuida de seus deveres temporais, falta aos seus deveres para

com o próximo”, destacou. O padre que acolheu a reunião, Rogério de Lima

Mendes, pároco da Igreja do Calvário, apresentou um pouco da Paróquia, que

em 2014 celebrou 75 anos de criação. “Como lugar de celebração e de presença dos religiosos Passionistas, já estamos aqui há mais de cem anos”, disse. Entre os projetos sociais desenvolvidos pela Paróquia, Padre Rogério destacou a fazenda de acolhimento a dependentes químicos, fundada há dois anos. “Essa fazenda atualmente tem 30 internos e se tornou uma referência no tratamento de dependência química”, explicou. Também um grupo de crianças assistidas por outra obra social da Paróquia fez uma apresentação musical de acolhida aos padres no encontro, que foi concluído com um almoço de confraternização servido pela comunidade.

Clero em retiro em Campos do Jordão (SP) Os padres atuantes na Região Sé, reunidos com Dom Eduardo Vieira dos Santos, iniciaram na segunda-feira, 2, o retiro anual do clero, que segue até sextafeira, 6, na Casa Vila Dom

Bosco, em Campos do Jordão (SP). Os exercícios espirituais são orientados por Dom Milton Kenan Junior, bispo diocesano de Barretos (SP).

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Ipiranga

Francisco David

Colaborador de comunicação da Região

Dom José Roberto visita Amparo Maternal pela primeira vez Francisco David

Dom José Roberto conhece maternidade do Amparo Maternal, em visita no dia 26

Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, visitou pela primeira vez o Amparo Maternal, no Setor Vila Mariana, na quinta-feira, 26 de fevereiro. O Bispo presidiu uma missa e conheceu as estruturas da maternidade, que é mantida em parte pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pela Associação Congregação de Santa Catarina (ACSC). O Amparo Maternal foi fundado em agosto de 1939 e há mais de 70 anos representa um dos mais importantes centros de formação profissional do País nas áreas de Obstetrícia e Neonatologia. Anualmente, estudan-

tes de diferentes instituições estagiam no Amparo Maternal, tanto no Centro de Parto Normal quanto no setor de Pré-Natal e Clínica Obstétrica, sempre acompanhados por supervisores habilitados. Mais de 700 mil crianças nasceram no Amparo Maternal desde a sua fundação, um contingente superior ao da maioria das cidades brasileiras. Nessa maternidade, há um índice de 80% de partos naturais e 20% de cesáreas, percentuais excelentes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Outros detalhes sobre o Amparo Maternal podem ser obtidos no site www. amparomaternal.org.br.

Lideranças pastorais articulam ações da CF 2015 No sábado, 28 de fevereiro, aconteceu na sede da Região Episcopal Ipiranga, o encontro do Conselho Regional de Pastoral (CRP). O foco foi a Campanha da Fraternidade 2015 (CF 2015), que tem como tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade” e lema “Eu vim para servir” (cf. Mc 10,45). Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, acolheu os participantes, destacando a boa participação das pastorais

no encontro. Logo após, o diácono permanente Anivaldo Blasques, coordenador do núcleo regional da Cáritas, fez a oração inicial e motivou que todos se abraçassem, no sentido de lembrar que a CF 2015 coloca sempre em primeiro lugar a Fraternidade entre as pessoas. O Diácono destacou os objetivos específicos da CF 2015: compreender, discernir, fazer, aprofundar, incentivar, atuar e identificar; e também

Francisco David

Início de atividades No sábado, 28 de fevereiro, a Pastoral Familiar, junto com os casais do Conselho do Encontro de Casais com Cristo (ECC) da Região Ipiranga, deram início às suas atividades pastorais, participando de um momento de espiritualidade, conduzido por Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, e pelo Padre Pedro Luiz Amorim Pereira, coordenador de pastoral da Região Ipiranga.

Francisco David

Diácono permanente Anivaldo explica propósitos da CF 2015 durante reunião do CRP

o objetivo geral: servir à sociedade, abrindo as portas para acolher, mas também para sair ao encontro das pessoas. Ele citou, ainda, a situação dramática de cristãos coptas decapitados pelos extremistas do Estado Islâmico. Durante o encontro, o Padre Pedro Luiz Amorim Pereira, pároco da Paróquia Santa Paulina e coordenador regional de pastoral, falou aos coordenadores sobre a necessidade de uma espiritualidade mais profunda. “Não podemos ser coordenadores por uma espiritualidade individual, como eu

não posso ser padre por uma espiritualidade individual, tenho que servir a todos.”, apontou. O Padre falou, ainda, sobre a iniciativa de “24 horas para o Senhor”, que será realizada na Região Ipiranga, seguindo o pedido do Papa Francisco expresso na mensagem para a Quaresma. A atividade começará no dia 13, às 20h, na Paróquia-santuário São Judas Tadeu (avenida Jabaquara, 2.682, no Jabaquara) e será encerrada na mesma igreja no dia 14, às 19h, com missa presidida por Dom José Roberto.


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22 de março: Dia de pedir chuva para São Paulo Redação

osaopaulo@uol.com.br

No Dia Mundial da Água, 22 de março, a Arquidiocese de São Paulo convida todos os paulistanos a se unirem em oração para pedir a Deus a bênção da chuva. Diante da escassez de chuvas que afeta o Estado de São Paulo, será feita uma procissão penitencial, pedindo para que chova o necessário. A concentração será às 15h, na matriz da Paróquia Nossa Senhora da Consolação (rua da Consolação, 585), seguida de caminhada até a praça da Sé, onde será celebrada uma missa, presidida pelo arcebispo metropolitano, Cardeal Odilo Pedro Scherer. Em carta enviada a toda a Arquidiocese, Dom Odilo faz o convite para a manifestação religiosa e pede para que no domingo anterior, 15, “se faça intensa oração nas missas das paróquias e comunidades para pedir a chuva”, e indica uma oração do Beato Paulo VI nesta intenção. A íntegra da carta e da oração estão disponíveis no site da Arquidiocese (www.arquidiocesedesaopaulo.org.br). O Arcebispo também lembrou que não é a primeira vez que se faz isso em São Paulo. “Em diversos momentos da história da cidade, o povo saiu às ruas, em oração e procissão, para pedir chuvas; a última grande manifestação nesse sentido aconteceu em 1957, quando o Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta saiu à frente da procissão, com muito povo, carregando a imagem de Nossa Senhora da Penha, do seu Santuário na Penha até à Catedral da Sé”. Para recordar essa tradição, na procissão do dia 22 também serão carregadas as imagens de Nossa Senhora da Penha, padroeira da cidade de São Paulo, e de São José, patrono universal da Igreja, cuja festa se celebra em 19 de março. A caminhada passará pelo viaduto do Chá e em frente à prefeitura; depois pelo largo São Francisco. O acesso ao trajeto da procissão pode ser feito facilmente pelo metrô (estações República ou Anhangabaú). “Recomendo que levem todos uma garrafinha de água para beber e para receber a bênção da água. Podem ser feitas faixas com dizeres religiosos sobre a água, ou com frases educativas sobre o bom uso da água”, motiva Dom Odilo na carta.

Reprodução


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