O SÃO PAULO - 3046

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 60 | Edição 3046 | 8 a 14 de abril de 2015

R$ 1,50 Paulo Pinto/Fotos Públicas

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Deus é soberano no amor Em comunhão com toda Igreja, a Arquidiocese de São Paulo vivenciou a Semana Santa e da Páscoa da Ressureição do Senhor, em manifestações de fé nas vias-sacras pelas ruas, na bênção do “fogo novo” no marco zero da cidade, nas encenações teatrais em diversos bairros sobre paixão, morte e ressurreição de Cristo. Os fiéis também lotaram as paróquias para as missas do Crisma e da Ceia do Senhor, a

ação litúrgica da Paixão de Cristo, a celebração da Vigília Pascal e a missa de Páscoa. “Jesus Cristo ressuscitou para manifestar a glória e o poder de Deus: não um poder de vingança e de condenação. Deus não se põe a brigar com as mesquinharias humanas, mas é soberano no amor, na misericórdia e no perdão”, afirma o Cardeal Scherer, em artigo nesta edição. Páginas 3,7,12,13,18 a 23

‘Não se pode viver a Páscoa sem entrar no mistério’

Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, durante rito do Lava-pés na Quinta-feira Santa, 2, na Sé

Prevenção é o melhor caminho contra o câncer de mama 8 de abril é o Dia Mundial de Combate ao Câncer e O SÃO PAULO alerta para o câncer de mama, responsável por grande número de mortes. Para as mulheres, amamentar antes dos 30 anos é uma das maneiras de prevenir este tipo de câncer, assim como cultivar hábitos saudáveis, realizar exames e o autoexame. Página 14

Eva Wilma: atriz de sucesso perseverante na fé Em entrevista exclusiva, a dama do teatro e da televisão brasileira relata episódios marcantes de sua história de vida, e fala sobre a relação entre sua espiritualidade cristã católica e a carreira bem sucedida que construiu. Página 15

Com a expressão “entrar no mistério”, o Papa Francisco, na missa da Vigília Pascal, no sábado, 4, se referiu à capacidade de contemplação, “de escutar o silêncio e ouvir o sussurro de um fio de silêncio sonoro no qual Deus fala”. Para isso, explicou, o cristão precisa estar disposto a “não ter medo da realidade, não se fechar em si mesmo, não fugir diante

daquilo que não compreende, não fechar os olhos aos problemas, não negá-los, não eliminar as interrogações...” É preciso deixar de lado a preguiça e a indiferença e, enfim, ser humilde. Nesta edição, acompanhe os pontos de destaque das homilias do Papa nas missas do Tríduo Pascal e do Domingo de Páscoa.

Em quatro décadas,

clero no Brasil cresce

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88%

O SÃO PAULO apresenta com exclusividade os dados do novo Censo da Igreja no Brasil, que indicam que nos últimos 44 anos, o número de padres passou de 13.092, em 1970, para 24.598, em 2014, crescimento de 88%. Ao comentar os dados da pesquisa encomendada pela CNBB e executada pela Promocat Marketing Integrado, o Cardeal

Scherer, arcebispo de São Paulo avalia que “é animador ver que o número de padres aumenta”, mas lembra que “a população também aumentou muito nas últimas quatro décadas”, e que seria preciso, ao menos, “o dobro de padres no Brasil para dar ao povo um atendimento pastoral satisfatório”.

Pastoral da Saúde estimula doação de sangue

E o celular? Afeta a vida das pessoas hoje?

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2 | Ponto de Vista |

8 a 14 de abril de 2015 | www.arquidiocesedesaopaulo.org.br

Editorial

Aumentamos nossa tiragem para ir mais longe

O

jornal O SÃO PAULO acredita que a imprensa católica tem muito a dizer. Além das notícias próprias de nossa Igreja, temos algo que dá sal e luz aos fatos do cotidiano: a Boa-Nova do Evangelho. Cristo atrai a si todas as coisas e as ilumina com a sua perene Sabedoria, que não está sujeita ao sabor dos tempos e das ideologias dominantes deste ou daquele período histórico. Mais do que nunca, é necessário anunciar a vida e denunciar a cultura de morte, que viceja

em meio ao egoísmo que permeia a vida de tanta gente. Alguns meios de comunicação social, cada vez mais, apregoam conceitos e contra-valores contrários ao Evangelho, fomentando o indiferentismo ético e moral. Não temos, aparentemente, o mesmo poderio e alcance da chamada grande mídia, mas o Senhor nos compara ao fermento que, em pouca quantidade, leveda e faz crescer toda a massa. Diante desse quadro, buscamos, a cada dia, fazer de nosso jornal ar-

quidiocesano um veículo que leve a mais pessoas a Palavra que sacia os anseios dos homens e das mulheres de nosso tempo. Há oito meses, renovamos nosso design. Agora, com satisfação, conseguimos aumentar nossa tiragem para 50 mil exemplares. Tudo isso graças ao apoio dos sacerdotes e suas respectivas paróquias. Percebemos que alguns temas abordados no jornal puderam ser objeto de reflexão em nossas comunidades, levando aos cristãos a visão da Igreja sobre os assuntos da atualidade.

Acreditamos também que você, leitor, pode ser fundamental para que nosso jornal ganhe “asas”, vá para mais longe e atinja quem está afastado da Igreja. Por que não leválo aos ambientes que você frequenta e divulgá-lo para seus amigos e parentes? Talvez essa seja a ocasião que Cristo espera para trazer de volta ao aprisco muitas de suas ovelhas. É uma grande forma de apostolado deixar, ao alcance de todos, na correria cotidiana desta grande metrópole, este nosso instrumento de evangelização.

Opinião

O direito ao desarmamento

Sergio Ricciuto Conte

Wagner Balera Ao lançar a Pacem in terris, há mais de cinquenta anos, São João XXIII afirmou: a guerra jamais pode ser justa. Diante da imensidade dos problemas bélicos existentes no mundo de hoje, o verdadeiro esforço da comunidade internacional deve se voltar para a afirmação imediata do direito ao desarmamento. No entanto, parece existir um volume cada vez maior de armas por todos os cantos. Não se trata tão somente das armas de grande porte ou de grosso calibre, das quais são detentores os Estados e muitos grupos terroristas. Existe um crescente assustador de armas de pequeno porte, encontradas nas mãos até mesmo de crianças de tenra idade. A violência generalizada tem as suas explicações. Em 2013, a assembleia da ONU aprovou o Tratado Internacional sobre Comércio de Armas, assinado pelo Brasil, mas até agora não ratificado pelo Estado brasileiro, condição para que entre em vigor por aqui. Aliás, como um dos quatro maiores exportadores de armamentos no mundo (ao lado de Estados Unidos, Itália e Alemanha), parece ter optado o Brasil pelo negócio da guerra e não pelo negócio da paz. Apesar da crise econômica mundial, o gasto com armamentos tem aumentado significativamente. Só no ano de 2014, o comércio mundial de armas teve um incremento de 1,4%. E, mais uma vez, o Brasil desponta como o décimo primeiro país que mais gasta com armamentos.

Para que se tenha uma ideia em termos comparativos, o gasto com mais importante programa social do Governo Federal – o Bolsa Família – foi de R$ 25 bilhões, em 2013, e, no mesmo ano, o Brasil gastou R$ 33 bilhões com a aquisição de armas. Tudo isso revela um profundo paradoxo. Com efeito, na Declaração do Milênio, do ano 2000, a imensa maioria dos integrantes das Nações Unidas se comprometeu com o desarmamento, para libertar os povos da “praga” da

guerra! No entanto, passados os 15 anos assinalados naquele histórico compromisso, o que se fez foi o incremento cada vez maior nos gastos com o armamento. Impressiona, ainda, o fato de que tudo isso tenha acontecido nos anos subsequentes ao fim da guerra fria, pretexto que fora utilizado historicamente para que os blocos de poder do mundo intentassem a corrida armamentista. Quem são os atuais senhores da guerra?

A história da mais recente guerra mundial (1939-1945) identificava os líderes do Reino Unido, dos Estados Unidos da América e da então União Soviética como os senhores da guerra, unidos pelo objetivo comum da derrota do outro senhor da guerra que, não esperando para ser enforcado, cometeu o suicídio. Ocorre que os mesmos ocupantes dos cargos seguiram acumulando armamentos, e a eles se associaram a França e a China. Esse quinteto tem poder de veto em todas as decisões do Conselho de Segurança das Nações Unidas e nada tem feito para que se instaure, o quanto antes, o direito ao desarmamento. São eles os senhores da guerra, em tempo de paz, e não querem que a ameaça de novas guerras deixe de existir porque, coincidentemente, estão – os cinco – entre os dez maiores produtores de armas do mundo. É verdadeiro o aforismo dos romanos: si vis pacem para bellum (se queres a paz, prepara-te para a guerra)? Parece que sim, pois os senhores da guerra incentivam o armamento e, por consequência, impedem o desarmamento... Desde a histórica Resolução nº 1.378, de 1959, as Nações Unidas têm preconizado o desarmamento geral e completo. Todos os anos, a Assembleia Geral tem reassumido esse compromisso. Por que os senhores da guerra não deixam que se cumpra tal desiderato? Wagner Balera é professor titular de Direitos Humanos na Faculdade de Direito da PUC-SP e conselheiro do Núcleo Fé e Cultura

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo

Q

uando Jesus ressuscitado aparece aos apóstolos, saúda-os com estas palavras: “a paz esteja convosco!” (Lc 24,36; Jo 20, 19.26). Poderia ser apenas uma saudação normal, que também nós usamos hoje com frequência: shalom! Paz, irmão! Mas não se trata disso. Pensemos na situação dos apóstolos e demais discípulos: com medo de também serem presos, porque identificados como “o grupo de Jesus”; as autoridades poderiam querer exterminar esse grupo, junto com seu líder, já pregado na cruz... Estavam também desconcertados e decepcionados, pois haviam posto toda sua confiança em Jesus e, ver que tudo acabou como acabou... Com a morte de Jesus na cruz, todo o sonho bonito que haviam alimentado foi por terra, de maneira trágica... Lembremonos das palavras dos dois discípulos de Emaús: “nós esperávamos... mas...” (cf Lc 24,21). E eles, diante de Jesus que lhes aparecia e falava, também tinham lá seus motivos para estarem perturbados e sem paz: como crer logo naquilo que estavam vendo diante de si? Um fantasma? Uma ilusão? Um morto que volta a lhes falar? Além disso, todos eles, à exceção de João, tinham escapado, abandonando Jesus durante os momentos mais trágicos e dolorosos no caminho do Cal-

A paz esteja convosco! vário e junto da cruz. Talvez temessem cobranças e repreensões de Jesus... No entanto, as palavras de Jesus são de paz. É verdade que São Marcos retrata uma repreensão de Jesus aos seus apóstolos: mas não porque o abandonaram e fugiram durante sua paixão: ele os censura “pela falta de fé e pela dureza de coração, porque não tinham acreditado naqueles que o tinham visto ressuscitado” (cf Mc 16,14). Marcos relata duas aparições de Jesus a discípulos, aos quais os apóstolos não deram crédito (cf Mc 16, 9-13). Se Jesus ressuscitado oferece a paz aos seus amigos isso tem um significado novo: devem saber que ele mesmo está novamente com eles; está vivo, não é uma ilusão, é ele mesmo! Fala com eles e suas palavras tranquilizam e fazem com que o reconheçam: eles, talvez, ainda esperavam ver Jesus todo chagado e sofredor, pregado na cruz e aniquilado pelo sofrimento... Mas diante deles estava o Cristo transfigurado pela glória divina, vivo e sereno. Isso causou impacto, do mesmo jeito que o encontro com a glória de Deus: a primeira reação é o susto, medo, o pavor. Jesus tranqüiliza: “sou eu, não precisam ter medo!” (cf Lc 24, 36-39). Entre a paixão e a ressurreição aconteceu uma mudança radical. Aquele que foi “entregue nas mãos dos homens”, julgado, torturado e levado à morte pela trama das maldades humanas, agora não está tomando as contas com seus juízes e algozes... Tinha tudo para fazê-lo, mesmo porque

continuavam a resistir ao anúncio da ressurreição e ao triunfo do justo inocente, pregado na cruz, mas, pelo poder de Deus, “levantado do pó da morte”, mostrado vivo e triunfante sobre a maldade humana e sobre a própria morte. Jesus Cristo ressuscitou para manifestar a glória e o poder de Deus: não um poder de vingança e de condenação. Deus não se põe a brigar com as mesquinharias humanas, mas é soberano no amor, na misericórdia e no perdão. Não foi isso mesmo que Jesus fez, durante sua vida na terra, até o fim? “Pai, perdoai-lhes, não sabem o que fazem”, suplicou ele, enquanto era pregado na cruz (cf Lc 23,34). E, junto com o dom da paz, deu aos apóstolos o perdão e o poder de também perdoar os pecados aos outros: “recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, serão perdoados” (cf Jo 20, 2223). A paz de Jesus ressuscitado aos apóstolos é o fruto do perdão pleno, da verdade que não engana e da certeza de que ele está de novo com os seus e os acompanha nas jornadas missionárias, às quais os envia. Ele os faz suas testemunhas, com plena certeza e vigor. Não deve persistir nenhuma dúvida em seus corações. Só assim eles irão anunciar e testemunhar o Evangelho com vigor. Essa mesma paz o Senhor ressuscitado continua dando à sua Igreja e a toda humanidade, que se abre ao anúncio do Evangelho. “Disto nós somos testemunhas” (cf At 2,32).

| Encontro com o Pastor | 3

Sexta-feira Santa na rádio Jovem Pan Arquivo pessoal

O arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, participou na Sexta-feira da Paixão, 3, da “48ª edição do Sermão da Paixão na Jovem Pan”. Em sua intervenção, mediada pelo Padre Tarcísio Marques Mesquita, assessor do Secretariado Arquidiocesano de Pastoral, o Cardeal falou sobre a fraternidade, discernimento e paz, e ainda respondeu a perguntas variadas dos ouvintes, entre as quais sobre o momento político do Brasil. Na sexta-feira, a emissora dedicou a maior parte do tempo de sua programação para mesas de diálogos com leigos teólogos, padres e bispos atuantes nas dioceses da Província Eclesiástica de São Paulo. (por Daniel Gomes)

Tweets do Cardeal @DomOdiloScherer 5 – 1 Cor 15, 3b-5 “Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e, ao 3º dia, ressuscitou”. 4 - Ó Pai, vosso Filho desceu à mansão dos mortos e dela surgiu vitorioso: concedei-nos participar da vida eterna com ele. 4 - Hb 4,12 - “A Palavra de Deus é viva, eficaz e mais cortante do que uma espada de dois gumes. Ela julga os pensamentos e as intenções do coração”. 3 – “Adoramos, Senhor, vosso madeiro, vossa ressurreição nós celebramos. A alegria chegou ao mundo inteiro, pela cruz que nós hoje veneramos”. 2 – “Lembra-te de Cristo, ressuscitado dentre os mortos! Ele é nossa salvação e nossa glória eterna”.


4 | Papa Francisco |

F

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eliz Páscoa! Jesus Cristo ressuscitou! O amor venceu o ódio, a vida venceu a morte, a luz afugentou as trevas!” Assim começa a mensagem de Páscoa do Papa Francisco “Urbi et orbi” - à cidade e ao mundo. Ele lembra que “com a sua morte e ressurreição, Jesus esvaziouse de sua glória e mostrou que este é o caminho da felicidade, caminho da humildade, da humilhação”. – Segundo o Papa, “o orgulhoso olha de cima para baixo, o humilde olha de baixo para cima.” O Papa tem no coração a cena da manhã de Páscoa: as mulheres avisam Pedro e João, eles correm ao túmulo, encontram-no aberto e vazio. Eles se inclinam para entrar no sepulcro. “Para entrar no mistério, é preciso inclinar-se, abaixar-se. Somente quem se abaixa compreende a glorificação de Jesus e pode segui-lo na sua estrada”, explica Francisco. Diferentemente do mundo da competição, os cristãos, “pela graça de Cristo morto e ressuscitado, são os rebentos duma outra humanidade, em que se procura viver ao serviço uns dos outros, não ser arrogantes, mas disponíveis e respeitadores”. Trata-se de uma

Um veemente apelo de paz na mensagem de Páscoa verdadeira força, a força de versidade no Quênia e pelas víDeus, “o seu amor e a sua jus- timas da violência na Ucrânia. “Paz e liberdade, pedimos tiça”, que dispensa a violência e “fala e age com a força da ver- para tantos homens e mulhedade, da beleza e do amor”. res, sujeitos a formas novas e O Papa invoca ao Senhor antigas de escravidão por parte Ressuscitado “a graça de não de indivíduos e organizações cedermos ao orgulho que ali- criminosas. Paz e liberdade menta a violência e as guerras, para as vítimas dos traficantes mas termos a coragem humilde de droga, muitas vezes aliados do perdão e da paz” e “que alivie com os poderes que deveriam os sofrimentos de tantos irmãos defender a paz e a harmonia nossos perseguidos por causa do na família humana. E paz peseu nome, bem como de todos dimos para este mundo sujeito aqueles que sofrem injustamente as Diferentemente do mundo consequências dos da competição, os cristãos, conflitos e das vio- “pela graça de Cristo morto e lências em curso, e ressuscitado, são os rebentos que são tantas”. duma outra humanidade, Francisco imem que se procura viver ao plora a paz para a Síria e o Iraque. serviço uns dos outros, Pede à comunida- não ser arrogantes, mas de internacional disponíveis e respeitadores” que não se omita diante da “imensa tragédia” aos traficantes de armas, que que vivem esses países e atinge lucram com o sangue dos honumerosos refugiados. Implora mens e das mulheres.” paz para os habitantes da Terra Enfim pede Francisco que a Santa com uma convivência se- paz desejada pelo Ressuscitado rena entre judeus e palestinos. chegue os encarcerados, aos poPede pela Líbia banhada em bres, aos migrantes, aos doentes sangue, pelo Iêmen, pela Nigé- e atribulados, às crianças vítiria, pelo Sudão do Sul e pela Re- mas de violência, aos que estão pública Democrática do Congo. de luto e “a todos os homens e Exorta à oração de todos pelas mulheres de boa vontade”. pessoas assassinadas numa uni(Por Padre Cido Pereira)

Ano Santo da Misericórdia No sábado, 11, o Papa Francisco formalizará a convocação do Jubileu da Misericórdia, com a publicação da Bula oficial. O rito prevê a leitura de alguns trechos da Bula diante da Porta Santa da Basílica Vaticana. A seguir, Francisco presidirá a celebração das Primeiras Vésperas do Domingo da Divina Misericórdia. O Ano Santo Extraordinário terá como tema “A Misericórdia de Deus” e se iniciará em 8 de dezembro deste ano, na Solenidade da Imaculada Conceição, se extendendo até o dia 20 de novembro de 2016.

100 anos do genocídio armênio L’Osservatoere Romano

No domingo, 12, o Papa Francisco presidirá missa para os fiéis de rito armênio, por ocasião do centenário do “Grande Mal”, como é conhecido o massacre e a deportação de milhares de pessoas de origem armênia que viviam no antigo Império Otomano. A celebração contará com a presença do Patriarca de todos os armênios católicos, Nerses Bedros XIX Tarmouni, que foi recebido por Francisco em junho de 2013, acompanhado da filha de uma família sobrevivente. Ao ouvi-la e cumprimentá-la, o Pontífice afirmou: “Foi o primeiro genocídio do século XX”.

Gesto concreto Pela segunda vez na noite de Sexta-feira Santa, o Papa Francisco pediu que fossem distribuídos envelopes com donativos a 300 sem-teto que dormiam nos arredores das estações ferroviárias de Roma. Nos envelopes, havia um cartão do Pontífice com seus votos de Páscoa, uma foto de Francisco e uma quantia em dinheiro. “Uma pequena carícia do Papa”, era o que diziam seus enviados ao entregar o envelope. “Muitos, visivelmente emocionados, beijaram a fotografia de Francisco, pedindo para lhe agradecer pessoalmente”, relata o jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano. (Por Fernando Geronazzo)


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| Fé e Vida | 5

Espiritualidade

Fé e cidadania

A presença de Jesus, sinal de amor e comunhão

O que a Igreja tem a ver com a sociedade?

Dom Devair Araújo da Fonseca Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia

Após a ressurreição, a comunidade apostólica, juntamente com tantos outros discípulos, teve a oportunidade de encontrar-se com o Ressuscitado. Essa experiência foi profunda e marcante, pois, a partir desse encontro, o medo foi dissipado e renasceu a alegria e a esperança, nas palavras anunciadas por Jesus: “Alegrai-vos” (Mt 28, 9). Ele não é um fantasma nem um estrangeiro que caminha sem saber dos fatos (cf. Lc 24, 13-33), e nem um puro espírito. Ele é o mesmo Jesus que os discípulos conheceram, e é também o que foi crucificado e morto, mas a quem “Deus ressuscitou” (At 2,32). Após a ressurreição, ele caminhou com os discípulos e com eles se entreteve, permitindo que o tocassem (cf. Jo 21, 1-23). Esse Jesus, o Cristo, aos olhos dos discípulos, foi para junto do Pai, onde permanece à sua direita. A celebração do mistério de Cristo na vida litúrgica da Igreja obedece à lógica da presença e da comunhão. Em cada ato litúrgico, em cada celebração, a Igreja tem sempre a certeza que o seu Senhor se faz presente de maneira sacramental (cf. SC 7).

Do nascimento até a morte na cruz, se abre para que os discípulos possam a presença é física e os discípulos apren- testemunhar o que aprenderam do seu deram a conhecer Jesus, e foi a partir Senhor, pastor manso e humilde (cf. At desse contato que aprenderam também 1, 6-11). a conhecer o Pai: “pois quem me viu, viu A presença de Jesus Cristo, na glória o Pai” (Jo 14,9). Entre a ressurreição e a com o Pai e o Espírito, é também uma ascensão, a presença de Jesus é real, num indicação do grande amor de Deus, e a corpo glorioso. A partir da ascensão, continuidade de seu desejo de comuJesus permanece com seus discípulos nhão com o homem. O Deus, que por amor veio ao encontro dos seus e não os como presença sacramental. A presença de Jesus entre os discípu- abandonou, celebrado como Deus Uno los é sempre uma indicação do grande e Trino, mostra que a comunhão aponta amor de Deus e do seu desejo em fazer para o amor. comunhão com a humanidade. Um Deus A ressurreição e a ascensão que, por amor, veio ao não são o tempo do abandono, encontro dos seus, não mas o tempo novo que se pode abandoná-los. Isso faz da ascensão uma ce- abre para que os discípulos lebração do amor que possam testemunhar o que aponta para a comu- aprenderam do seu Senhor, pastor manso e humilde nhão. Vivemos numa realidade que é histórica, ou seja, vivemos Dessa forma, as celebrações litúrgineste tempo e com os acontecimentos cas da Páscoa, da Ascensão, da Santíssideste tempo. Aqui, desempenhamos ma Trindade vêm expressar a identidade nossas atividades, vivemos nossas vi- única de Deus, o amor. Ao mesmo temdas, celebramos nossa fé, nos alegra- po, revelam a real intenção de toda a hismos e, às vezes, nos entristecemos. tória de salvação, iniciada com a criação Cada dia exige de nós a renovação da e levada à plenitude em Jesus Cristo. O fé, da esperança e da caridade, frente às caminho percorrido pelo homem tem dificuldades. uma única direção, que é chegar à coA certeza que nos acompanha é que munhão com esse Deus. No mistério da Deus se faz presente em cada aconteci- paixão, morte e ressurreição, o homem mento. Presença suave e mansa, e que experimenta a redenção, levantado e dá sentido à nossa história. A ressur- conduzido por Cristo, e entra na intimireição e a ascensão não são o tempo dade da Trindade, seu definitivo porto do abandono, mas o tempo novo que de chegada.

Padre Sancley Gondim

Com o tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade” e lema “Eu vim para servir” (cf. Mc 10,45), a Campanha da Fraternidade 2015 buscou recordar a vocação e missão de todo o cristão e das comunidades de fé, a partir do diálogo e colaboração entre Igreja e sociedade, propostos pelo Concílio Vaticano II, no que tange à “Dignidade humana, ao bem comum e à justiça social”. Alguém poderá indagar o que tem a Igreja com isso, numa cultura secularizada, na qual o que predomina é apenas uma visão técnico-científica do mundo, sem referência aos valores transcendentes, e num Estado laico, em que há distinta separação entre religião e Estado? Eis o que diz a respeito o Compêndio da Doutrina Social da Igreja (www.vatican.va/textosfundamentais): “A Igreja põe-se concretamente ao serviço do Reino de Deus, antes de mais nada, anunciando e comunicando o Evangelho da salvação e constituindo novas comunidades cristãs. Ela, ademais, ‘serve o Reino’, difundindo pelo mundo os ‘valores evangélicos’, que são a expressão do Reino, e ajudam os homens a acolher o desígnio de Deus”. (n. 50). O objeto da Doutrina Social da Igreja (DSI) é o mesmo que constitui e motiva a sua razão de ser: o ser humano chamado à salvação e como tal confiado por Cristo à cura e à responsabilidade da Igreja. A Igreja se preocupa com a vida humana na sociedade, ciente de que da qualidade da experiência social, ou seja, das relações de justiça e de amor que a tecem, depende de modo decisivo a tutela e a promoção das pessoas, para as quais toda comunidade é constituída. Efetivamente, na sociedade estão em jogo a dignidade e os direitos das pessoas e a paz nas relações entre pessoas e entre comunidades de pessoas (n. 81). O intento da DSI é de ordem religiosa e moral. Religioso porque a missão evangelizadora e salvífica da Igreja abraça o homem “na plena verdade da sua existência, do seu ser pessoal e, ao mesmo tempo, do seu ser comunitário e social”. Moral porque a Igreja visa a um “humanismo total”, vale dizer à “libertação de tudo aquilo que oprime o homem” e ao “desenvolvimento integral do homem todo e de todos os homens” (n. 82). Autores abalizados distinguem “Estado” e “sociedade”, segundo os quais a laicidade do primeiro não implica automaticamente na segunda, pois é constatável o quanto incidem os valores religiosos na sociedade e na cultura em sua compreensão de mundo, de ser humano, de organização social e de valores. Como as ciências não são capazes de por si somente oferecerem possibilidades de sentido para a vida pessoal e coletiva, tal papel cabe à arte, à filosofia e à religião, expressões típicas do “espírito humano”, consoante o filósofo Hegel. A Igreja traz em seu bojo a experiência de dois milênios de história no trato com a pessoa humana e a sociedade, nas mais diversas expressões – pessoa, família, educação, cultura, política, economia, instituições. Todo cristão/cristã é chamado a testemunhar sua fé mediante as obras (cf. Tg 2,13), no plano pessoal e comunitário, de forma articulada.


6 | Fé e Vida |

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Liturgia e Vida 2º DOMINGO DA PÁSCOA 12 DE ABRIL DE 2015

A eterna misericórdia ANA FLORA ANDERSON

A liturgia deste domingo reflete sobre um tema precioso para o Papa Francisco – a eterna misericórdia de Deus. A oração é um resumo profundo do sentido do Mistério Pascal. Nesta festa, recebemos a graça de compreender o sentido do dom do Batismo, a ação do Espírito Santo e a redenção pela morte de Jesus na cruz. A primeira leitura (Atos dos Apóstolos 4, 32-35) é uma Boa-nova que descreve como os cristãos devem viver em comunidade. Aqueles que acreditam na misericórdia de Deus relacionam-se com os irmãos no espírito da partilha. A segunda leitura (João 5, 1-6) aprofunda o senti-

do da comunhão fraterna. Quem ama a Jesus só pode viver de maneira amorosa com os irmãos. O amor é um dos frutos da fé. O Evangelho de São João (20, 19-31) narra duas cenas dos discípulos reunidos em Jerusalém depois da morte de Jesus. O Ressuscitado aparece duas vezes e por três vezes lhes deseja a paz. Com essa paz, eles recebem o Espírito Santo e a graça de perdoar pecados. Tomé profere um ato de fé muito profundo, mas somente depois de ter visto o Ressuscitado. Por essa razão, Jesus nos abençoa dizendo que: “bem-aventurados são aqueles que creram sem ter visto.” João 20, 29 Ele promete que todos que têm fé terão vida em seu Nome.

Você pergunta ‘Posso ser diácono permanente, sendo solteiro e tendo uma filha menor?’ padre Cido Pereira osaopaulo@uol.com.br

Quem pergunta é o Adriano (que não disse o seu sobrenome), que mora em São Caetano do Sul. Adriano, você me dá poucas informações sobre a sua situação. Além disso, meu irmão, é bom que você saiba que cada diocese tem suas normas para o Diaconato Permanente. Por exemplo: em São Paulo eles têm que ser casados. Têm que estar com uma situação financeira estável. Têm de ter a aprovação da esposa e dos filhos. E têm que passar por um longo período de formação e um curso completo de Teologia. Você, Adriano, me afirma não ser casado

e ter uma filha. Porém, não fala se você está cuidando bem dessa filha, se ela mora com você. E não se refere à história do seu chamado, da sua vocação ao diaconato. Você deve procurar a sua diocese que, no caso, é Santo André. Ela tem um diretório sobre o diaconato permanente como a Arquidiocese de São Paulo tem. Os critérios de admissão variam de diocese para diocese. Vá até lá e converse com o responsável pela pastoral vocacional, que é o Padre Guilhermo Daniel Micheletti. Ele vai orientar você. É louvável o seu desejo de ser diácono permanente. Os diáconos na vida da Igreja estão

a serviço da evangelização e a serviço da caridade. Como você sabe, o diaconato, é o terceiro grau do sacramento da Ordem: o primeiro, é o episcopado; o segundo, é o presbiterato; e o terceiro, o diaconato. Ele surgiu da preocupação dos apóstolos em relação ao atendimento dos pobres na Igreja primitiva. Mas nós temos a história bonita do diácono Estêvão, o primeiro mártir. Ele, além de exercer o serviço da caridade na comunidade primitiva, também evangelizava, e com todo entusiasmo, como registra o livro dos Atos dos Apóstolos. Vá atrás do seu sonho e tomara que dê tudo certo.


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Jesus e o povo da rua clamam: ‘Tenho sede’

| Pastorais | 7

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com

Durante todo e percurso da Via-sacra do Povo da Rua, ela não parou um minuto. Pegou um dos bonés azuis distribuídos pelos membros da Pastoral, distribuiu água, cumprimentou um, abraçou outro, sorriu para outro... Emocionou-se. Mesmo não sendo católica, Beatris Guarita Dotta, 24, se emocionou ao falar do trabalho que realizou em 2014 junto aos moradores em situação de rua na Casa de Oração do Povo de Rua. “É gratificante estar aqui, mesmo não participando dos mesmos valores religiosos. Acho que a simbologia disso [da Via-sacra] é o que pra mim, a torna especial”. A estudante de psicologia da PUC-SP afirma admirar muito o trabalho dos “franciscanos, do atual Papa e do Padre Júlio”. Para ela, “eles têm uma maneira que aproxima as pessoas da religião, do amor e do trabalho ao próximo”.

Falta d’água e o povo da rua

Todos os anos, a Via-sacra partilha um tema específico, sempre trazendo as dores da vida do povo de rua. Neste ano, com a crise hídrica, o Vicariato Episcopal para a Pastoral do

Pelas ruas do centro da cidade, Vicariato do Povo da Rua realiza Via-sacra, na sexta-feira, 3, rememorando Jesus a caminho do calvário

Povo de Rua refletiu: “Povo de rua é o primeiro atingido pela falta de água”. Para o Padre Júlio Lancellotti, vigário episcopal do Povo da Rua, as pessoas precisam ouvir, de fato, o grito de Jesus na cruz: “Tenho sede”. Pois esse é o grito dos moradores de rua, eles também têm sede: “Sede de água, sede de amor, sede de justiça, sede de afeto, sede de ser acolhido em nossas comunidades como irmãos e não ser tratados como empecilhos e postos para fora”, afirmou o Sacerdote. Em uma das paradas da Via-crucis, realizadas no Vale do Anhangabaú, foi denunciaLuciney Martins/O SÃO PAULO

da pela União dos Movimentos de Moradia a construção de um empreendimento que, na visão deles, “privatizará o Vale” e colocará os moradores de rua que vivem na região para fora de suas malocas. Para o Padre, a população de rua precisa de “um lugar para morar”, mas enquanto isso não acontece, “as malocas são a casa do povo da rua e não devem ser machucados como fazem as subprefeituras com ações higienistas e de limpeza”.

Da rua para a rua

Ex-usuário de drogas e morador de rua, Jaury de Toledo Junior agora está na fraternida-

de O Caminho. Ela está na rua novamente, mas dessa vez para ajudar as pessoas. Para ela, a rua tem um imã, “são muitas facilidades e felicidades rápidas”, que muitas vezes são acentuadas pela falta de políticas públicas, mas é preciso mostrar para as pessoas que outra vida é possível. De acordo com Jaury, os moradores de rua vivem e sentem as mesmas dores de Cristo.

Um olhar diferente

Para a estudante de Psicologia, citada no início da matéria, o “trabalho que a Pastoral faz, resgata valores cristãos que muitas vezes são proferidos em

palavras, mas não são vistos na prática”. Além disso, afirma ela, as concentrações de pessoas de rua em São Paulo são “campos de concentração a céu aberto”. Por isso, é importante a existência de políticas públicas que atendam a essas pessoas. Beatris faz um convite: pede para as pessoas que cotidianamente passam pelas ruas da Capital a “olharem o próximo”. Principalmente para os cristãos, destaca, pois, de acordo com ela, é fácil ser “cristão com seu semelhante”, mas é preciso ser cristão com “aquele que é diferente, que está em uma situação de opressão”.

Pastoral da Saúde ‘Solidariedade tá na veia!’

Na terça-feira, 31, tomaram posse os novos integrantes do Conselho Municipal de Defesa da Criança e do Adolescente (CMDCA). Entre eles, estão os eleitos com o apoio da Arquidiocese de São Paulo. O evento ocorreu na sede da Prefeitura e contou com a presença da sociedade civil organizada, do prefeito Fernando Haddad e do secretário municipal de Direitos Humanos, Eduardo Suplicy.

Atos da Cúria PRORROGAÇÃO DA NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO Em 4 de abril de 2015, foi prorrogada a nomeação e provisão de Pároco da Paróquia Santa Cruz, da Região Episcopal Brasilândia, do Revmo. Pe. Bernardo (Dermot) Daly, sps, pelo período de 1 (um) ano.

Neste mês de abril, a Pastoral da Saúde realiza uma campanha para incentivar a doação de sangue. Chamada de “Solidariedade tá na veia!”, a ação acontece em todo Brasil até o dia 30 e tem por objetivo capacitar e orientar a população na busca de doadores e também incentivar o ato de doar. Para o coordenador nacional da Pastoral da Saúde, Sebastião Geraldo Venâncio, o ato de doar sangue é simples e pode salvar vidas. “Este simples ato, doar sangue, significa muito para quem recebe e para quem doa, pois é um gesto a favor da vida e da saúde plena”, finaliza Sebastião Geraldo Venâncio, coordenador nacional da Pastoral da Saúde. A doação de sangue é, ainda hoje, um problema de interesse mundial; pois não há uma subs-

tância que possa, em sua totalidade, substituir o tecido sanguíneo. Os Hemocentros têm dificuldades em manter o estoque de sangue para atender às necessidades específicas e emergenciais, colocando em risco a saúde e a vida da população. As estatísticas mundiais mostram que as doações de sangue não acompanham o aumento de transfusões. Muitos países enfrentam dificuldades em suprir a demanda de sangue e hemocomponentes, principalmente, aqueles onde há uma política proibitiva em relação à comercialização do sangue, assim como o Brasil. A doação de sangue é um ato de cidadania e solidariedade. É preciso sensibilizar a comunidade sobre a importância do sangue e da necessidade de

se tornar um doador fidelizado, pois para construir a cultura da doação de sangue é necessária uma educação continuada. Assim, os agentes da Pastoral da Saúde estão orientados a aproveitar as oportunidades para divulgar a importância e necessidade da doação de sangue. Segundo a coordenadora da Pastoral da Saúde do Regional Sul 1 da CNBB, Wilda Aparecida Haynes, “ainda a doação de sangue não faz parte da vida da maioria dos brasileiros e brasileiras, e precisamos entrar nessa corrente de solidariedade. Doação de sangue é um gesto de Servir!”. Para saber detalhes da campanha, acesse o site http://solidariedadetanaveia.com.br/ index.php. Fonte: Pastoral da Saúde


8 | Igreja em Missão |

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Destaques das Agências Nacionais

Henrique Sebastião Especial para O SÃO PAULO

Conser do Centro-Oeste discute a questão do ‘gênero’ na educação brasileira O mais recente Conselho Episcopal Regional (Conser), realizado no final de março em Goiânia (GO), teve um momento de formação com o professor Felipe Nery, presidente do Observatório Interamericano de Biopolítica. O professor alertou sobre a inserção dissimulada e imposta da ideologia de “gênero” em todos os municípios do Brasil. “Pessoas poderosas estão trabalhando para im-

plantar a ‘ideologia de gênero’ em nosso País. Trata-se de uma linha de raciocínio que afirma que ninguém nasce homem ou mulher, mas deve construir a sua própria identidade, isto é, o seu ‘gênero’, ao longo da vida”, explicou. Segundo Nery, a Igreja precisa estar atenta a essa discussão, pois somente em 2012 mais de 15 projetos de lei foram apresentados no Congresso Na-

cional tentando introduzir o termo “gênero”. Nery relembra que grupos de estudantes, pais e professores conseguiram convencer os deputados federais a retirar a famigerada ideologia do Plano Nacional de Educação (PNE), mas os seus militantes, mesmo atuando contra a vontade da maioria absoluta da população, estão determinados e são persistentes. Fonte: CNBB

Uma Páscoa feliz para catadores de materiais recicláveis Diocese de Governador Valadares

Catadores de materiais recicláveis durante a Páscoa com Dom Félix

Com apoio da Cáritas diocesana e do Grupo Fermento, a Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis Natureza Viva (ASCANAVI) promove celebrações com os catadores de materiais recicláveis da cidade de Governador Valadares (MG). Na quarta-feira, dia 1º, o bispo diocesano, Dom Antônio Carlos Félix, participou da missa de Páscoa no galpão da

Associação. Ele destacou as festividades do Tríduo Pascal, salientando as dificuldades dos discípulos em compreender a missão de Cristo. “Jesus já estava a caminho de Jerusalém, de onde entregaria sua vida pela nossa salvação e, mesmo assim, eles discutiam quem ficaria à direita e à esquerda de Jesus no seu Reino. Isso prova que os discípulos, no momento final da vida

terrena de Jesus, ainda não haviam entendido a sua missão”. Referindo-se ao espírito de felicidade e às expressões de alegria estampadas nos rostos dos catadores, o Bispo afirmou que “o sofrimento comporta também a alegria”. Ele assegurou ao grupo suas orações, sua amizade e seu apoio em palavras e ações. Fonte: Diocese de Governador Valadares

Brasil não é imune a um atentado do grupo Estado Islâmico

Colatina realiza II Cavalgada da Saúde

“Rezo para que as autoridades brasileiras deixem de cometer o erro de ignorar o terrorismo”, disse o embaixador Roger Noriega, norte-americano neto de imigrantes mexicanos e especialista em América Latina, ao alertar que o terrorismo islâmico está infiltrado na América Latina e chegou ao Brasil. Em recente texto intitulado “Qual o risco de um atentado terrorista do ISIS no Brasil?”, Gustavo Chacra, mestre em Relações Internacionais pela Universidade

No domingo, 12, o Santuário Diocesano de Nossa Senhora da Saúde, em Colatina (ES), realizará a 2ª edição da “Cavalgada da Padroeira”, que reuniu grande número de pessoas ano passado e promete se tornar um evento dos mais populares no município. Pelo segundo ano, o evento reúne grupos de cavaleiros que saem às ruas e avenidas

de Columbia e comentarista de política internacional do jornal Estado de S.Paulo e do programa Globo News Em Pauta, tratou os riscos efetivos de ocorrer um ataque terrorista no Brasil, “a probabilidade é próxima de zero”, disse Chacra, embora saliente: “Isso não significa que não irá ocorrer. (...) O Estado Islâmico vem perdendo a guerra no Iraque e na Síria. Para mostrar que não está enfraquecido, talvez tente atentados em outras partes do mundo”. Diferente da Al Qaeda, o Es-

tado Islâmico não tem planejamento para ações globais, e aqui poderiam ocorrer ataques por “lobos solitários”. Mesmo o Brasil não sendo um alvo potencial, Chacra aconselha às autoridades brasileiras precaução “especialmente com a Olimpíada”, e que fiquem “de olho em possíveis terroristas dentro do País ou que possam cruzar a fronteira”, mas diz que “ninguém precisa deixar de dormir à noite” com medo de um atentado no Brasil. Fonte: Ecclesia

da cidade num ato de fé em Nossa Senhora. A cavalgada começa às 9h30, com saída da área de eventos de Ibiraçu, depois segue rumo ao santuário diocesano, onde haverá missa presidida pelo reitor, Padre Roberto Marcelino de Oliveira, às 11h. A Cavalgada será finalizada com o almoço e música ao vivo. Fonte: Diocese de Colatina


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Semana Santa e Páscoa no Vaticano

| Igreja em Missão | 9 Filipe domingues

Especial para O SÃO PAULO, em Roma

Papa critica o orgulho dos que causam a guerra Na manhã em que Jesus ressuscitou, logo cedo, segundo o relato bíblico, as mulheres entraram no sepulcro e viram o túmulo vazio. As discípulas foram as primeiras a “entrar no mistério” da ressurreição e foi esse trecho do Evangelho de Marcos que o Papa Francisco destacou em sua homilia da Vigília Pascal, no sábado, 4, quando se ce-

lebra a liturgia mais importante do catolicismo. “Nos faz bem refletir sobre a experiência das discípulas de Jesus, que desafia também a nós. Para isso estamos aqui: para entrar. Entrar no mistério que Deus realizou com sua vigília de amor”, afirmou o Pontífice. “Não se pode viver a Páscoa sem entrar no mistério. Não é um fato intelectual, não

é só conhecer, ler. É mais, é muito mais!” Com a expressão “entrar no mistério”, o Papa Francisco se referiu à capacidade de contemplação, “de escutar o silêncio e ouvir o sussurro de um fio de silêncio sonoro no qual Deus fala”. Para isso, explicou, o cristão precisa estar disposto a “não ter medo da realidade, não

Humildade como resposta A humildade foi também um importante ponto apresentado por Francisco durante a bênção Urbi et orbi (expressão latina que quer dizer “para a cidade – de Roma – e para o mundo”), na praça de São Pedro, no Vaticano. “Com sua morte e ressurreição, Jesus indica a todos o caminho da vida e da felicidade. Esse caminho é a humildade, que comporta a humilhação. Essa é a estrada que conduz à glória. Só quem se humilha pode andar em direção ‘às coisas do alto’, rumo a Deus. O orgulhoso olha de cima para baixo. O humilde olha de baixo para cima”, disse. Retomando o relato evangélico, ele explicou que os apóstolos Pedro e

João, quando chegaram correndo ao sepulcro vazio, se aproximaram e se “inclinaram” para entrar. “Para entrar no mistério, é preciso inclinar-se. Só quem se abaixa compreende a glorificação de Jesus e pode seguir a sua estrada.” Também na missa de Ceia do Senhor, da Quinta-feira Santa, 2 , o Papa insistiu no tema da humildade aplicando-o à figura de Cristo. O Pontífice, que celebrou em uma prisão de Roma e lavou os pés de homens e mulheres, recordou que nos tempos de Jesus apenas escravos lavavam os pés dos senhores. “Era um trabalho de escravos e Jesus lava, como escravo, os nossos pés. Os pés dos discípulos. E, por isso,

diz a Pedro, ‘aquilo que eu faço, agora você não entende; entenderá depois’. Jesus é tanto amor que se fez escravo para nos servir, para nos curar, para nos limpar.” No mesmo dia, na Missa dos Santos Óleos, celebrada pela manhã e na qual os padres renovam suas promessas sacerdotais, a lição de humildade do Papa se manifestou na sua identificação com o “cansaço dos padres”. “Penso muito nisso e rezo frequentemente, especialmente quando também eu estou cansado”, afirmou aos padres. “E o nosso cansaço, caros sacerdotes, é como incenso que sobe silenciosamente ao céu. O nosso cansaço vai direto ao coração do Pai.”

Crítica social

Indiferença

Na Urbi et orbi, o Papa tocou no problema da falta de humildade dos poderosos e fez uma dura crítica àqueles que chamou de “orgulhosos” que promovem a guerra. Para isso, mencionou conflitos armados que atingem diversas regiões do mundo, entre elas a Síria, Iraque, Terra Santa, Nigéria, Sudão e Sudão do Sul, República Democrática do Congo, Ucrânia e o recente atentado terrorista em uma universidade no Quênia, que matou 147 pessoas.

Na mesma linha foi também a homilia do pregador do Papa, o sacerdote franciscano Raniero Cantalamessa, que fez a homilia na cerimônia da Paixão de Cristo, na Sexta-feira Santa. Ele lamentou a indiferença das instituições internacionais para as situações de crueldade e sofrimento humano. “Quantos prisioneiros se encontram nas mesmas condições de Jesus no pretório de Pilatos”, recordou o Pregador, lembrando-se principalmente da perseguição de cristãos. Esses “não são certamente as únicas vítimas da violência ho-

O Pontífice pediu com firmeza que a comunidade internacional não permaneça inerte à “imensa tragédia humanitária dentro destes países e ao drama dos numerosos refugiados”. “Pedimos paz e liberdade para as vítimas dos traficantes de droga, tantas vezes aliados com os poderes que deveriam defender a paz e a harmonia na família humana. E paz pedimos para este mundo submisso aos traficantes de arma, que ganham com o sangue de homens e de mulheres.”

se fechar em si mesmo, não fugir diante daquilo que não compreendemos, não fechar os olhos aos problemas, não negá-los, não eliminar as interrogações...” É preciso deixar de lado a preguiça e a indiferença e, enfim, ser humilde. “Para entrar no mistério, é preciso esse abaixamento que é impotência, esvaziamento das próprias idolatrias, adoração.” L’Osservatore Romano

Papa no Lava-pés em presídio em Roma

micida no mundo, mas não se pode ignorar que em muitos países eles são vítimas designadas e frequentes”, declarou. O Padre Cantalamessa citou, ainda, o filósofo Blaise Pascal, quando escreveu: “Cristo está em agonia até o fim do mundo: não dorme durante este tempo. Jesus é em agonia em cada homem ou mulher submetido aos mesmos tormentos que os seus. Ele não disse ‘Fizeram isso a mim!” somente àqueles que creram nele. Disse-o a cada homem e a cada mulher famintos, nus, maltratados, encarcerados”.

Atentado mata 148 pessoas em universidade no Quênia Filipe David

Correspondente do O SÃO PAULO na Europa

O grupo al-Shabab atacou uma universidade em Garissa, deixando 148 mortos, na quinta-feira, 2. Entre os mortos estão 142 estudantes, três policiais e três soldados. O alvo do atentado eram os estudantes cristãos. Al-Shabab significa “a juventu-

de” em árabe. O grupo está baseado na Somália, país vizinho do Quênia. Após a guerra civil de 1991, a Somália foi o palco de muitos conflitos entre grupos rivais que reivindicavam o poder. Um desses grupos era a União das Cortes Islâmicas (UCI), que controlava parte do território do País, impondo a sharia, a lei islâmica, até ser derrotada pelo Governo Federal de Transição em 2006. Al-Shabab é

uma subdivisão da UCI surgida nessa época. O grupo foi alvo de operações militares do governo do Quênia, após inúmeras invasões do território queniano para sequestrar pessoas. O Quênia também auxilia o ainda frágil governo federal da Somália – estabelecido em 2012 – a combater os militantes do al-Shabab. O recente atentado é a forma de vingança esco-

lhida pelos terroristas contra o governo do Quênia e sua população, que o elegeu. Em resposta ao atentado, o governo do Quênia bombardeou dois campos do grupo na Somália. Segundo o porta-voz do exército queniano, “o bombardeio é parte do processo contínuo de combate ao al-Shabab, que vai continuar”. Fonte: BBC


10 | Viver Bem |

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Comportamento O fenômeno do celular Valdir Reginato um “complemento da criança” professor já está de celular”. Em ao deixar a maternidade. Para outras palavras: “Ele vive!” FiRecentemente, uma pacien- outros, deveria só ser introdu- quei impressionado! Apesar de te, senhora de 76 anos, con- zido após a crítica da razão. Há não desmerecer a grande utitou-me que o filho a convidou quem não consiga mais viver lidade desse aparelho, sou dos para ir jantar com a família no sem a sua companhia, e o re- que nasceu há 60 anos, cresci, restaurante. Aceitou de bom gistro de “dependentes do ce- me formei, casei, tive filhos e grado na expectativa de poder lular” não é assunto do futuro, trabalhei sem celular. A vida estar com os netos, a nora, que mas que ocupa ambulatórios já existia antes do celular. Isto não via há muito, e o filho. Ao de psiquiatria. É possível en- pode surpreender a alguns e no chegarem ao restaurante, cada contrar aqueles que se sentem futuro próximo a muitos! um fez o seu pedido e de ime- mais sozinhos sem o seu celuA tecnologia jamais pode diato “sacaram” seus celulares. lar, do que pela falta de amigos ser condenada, mesmo porO neto menor para o jogui- reais. Passou a ser obrigatório que em si mesma ela “não tem nho. A neta adolescente para para o exercício profissional de consciência de seus atos”. Conconfirmar a saída da noite. A muitos e tornou-se frequente o tudo, o emprego da tecnologia nora para saber como estava a “celular da empresa”, onde so- pelo homem tem acarretado sua mãe. E o filho para um as- mente é utilizado para este fim. algumas consequências no sunto do escritório que estava Isto acarreta a pessoa ter mais comportamento pessoal e sopendente. Chegou a comida e de um, podendo ter dois, três cial que devem merecer uma a minha paciente aguardava a ou mais celulares. Cada nú- maior atenção dos pais, prooportunidade de poder fazer mero para uma algumas perguntas, que rapi- atividade espedamente eram respondidas, cífica: trabalho, É possível encontrar entre ligações que se sucediam. família, amigos e aqueles que se sentem Terminada a sobremesa e o outro para desco- mais sozinhos sem o seu café o filho perguntou: “E en- nhecidos. celular, do que pela falta tão, gostou?” Senti pessoalde amigos reais. Passou Estamos vivendo uma ver- mente essa sensadadeira revolução tecnológica ção quando estive a ser obrigatório para o que nasceu há mais de um sé- em um encontro exercício profissional culo, mas nada, absolutamente de universitá- de muitos e tornou-se nada, se compara ao “fenômeno rios em Campi- frequente o “celular da do celular”. Uma marca para nas (SP). Percebi empresa”, onde somente é toda a história da humanida- que a bateria do utilizado para este fim de. A quantidade de estudos, meu celular estareflexões e debates sobre o as- va alertando do sunto cresce a cada dia. Posi- seu fim e estava sem o carrega- fessores, orientadores e líderes. cionamentos a favor ou contra, dor. Comentei, inocentemente, Já se encontram anúncios com não importa, o tema cresce em numa rodinha de jovens estu- estas advertências: “Não temos interesse em diferentes áreas, dantes no intervalo da minha internet, e não pega celulares”, desde o âmbito comercial até os palestra: “Vou ficar sem celu- como condições privilegiadas aspectos da saúde mental, pas- lar”. Aquilo soou pelas redes para você passar suas férias. sando pelo universo da educa- sociais como um alarme de in- Pode parecer um exagero, mas ção infantil, censura de jogos, cêndio. “O professor está sem não é. O importante é que se instrumento de salvamento, lo- celular! Quem tem carregador você convidar a vovó para alcalização... E redes sociais que para modelo... se apresente”. moçar no domingo, por favor, estão transformando regimes Quase como numa ação de res- desligue o seu aparelho e conpolíticos. O que afeta mais o ser gate, em poucos minutos, che- verse com ela. humano hoje do que o celular? gou-me as mãos um carregador. Dr. Valdir Reginato é médico de Não é resposta simples. Para A sensação foi de terem ressusfamília, professor da Escola Paulista de Medicina e terapeuta familiar. alguns, ele já deveria sair como citado uma parada cardíaca. “O

Cuidar da Saúde Chocolate x insônia vemos tomar alguns cuidados, pois além de diarreia e azia, o O chocolate é uma fonte de chocolate pode provocar inenergia que costumamos con- sônia. Além disso, alimentos sumir em grande quantidade energéticos como o açaí e chonesta época do ano. Porém, de- colate podem justificar essa Cássia Regina

falta de sono. Procure comer chocolate em moderada quantidade e de preferência não o consuma no período da noite. Dra. Cássia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF).


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| Reportagem | 11 Luciney Martins/O SÃO PAULO

Em 44 anos, número de sacerdotes no Brasil aumentou 88%, tendo o País, ao final de 2014, o total de 24.598 padres, conforme censo da Igreja encomendado pela CNBB

Cresce número de padres no País Novo Censo da Igreja no Brasil, obtido com exclusividade pelo O SÃO PAULO, vai ser divulgado na 53ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, entre os dias 14 a 24, em Aparecida (SP) Rafael Alberto

Especial para O SÃO PAULO

Nos últimos 44 anos, o número de padres cresceu significativamente em todo o Brasil, passando de 13.092, em 1970, para 24.598, em 2014, crescimento de 88%. É o que revela o novo Censo da Igreja do Brasil, obtido com exclusividade pelo O SÃO PAULO. A pesquisa, encomendada pela CNBB e executada pelo Ceris e pela Promocat Marketing Integrado, será divulgada na 53ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, que tem início na próxima semana, na cidade de Aparecida (SP). “De um lado, é animador ver que o número de padres aumenta”, avalia o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, lembrando que, no entanto, “a população também aumentou muito nas últimas quatro décadas”. De fato, o novo Censo demonstra que persiste, ainda,

um déficit significativo entre o aumento da população e o crescimento no número de padres. Segundo os dados, em 1990, a população brasileira era de pouco mais de 146 milhões de pessoas, passando para quase 203 milhões em 2014, o que representa um aumento de 38,63%. No mesmo período, a evolução no número de padres foi de 73,25%. “Esse resultado mostra que o número de padres vem evoluindo bem acima da população”, avalia o Padre José Carlos Pereira, religioso Passionista, doutor em Sociologia, responsável pela análise dos dados do Ceris. O quadro da evolução do número de habitantes por presbíteros mostra, porém, que, “embora tenha tido aumento no número de presbíteros, a distância entre habitantes e presbíteros vem

aumentando”, explica o Padre. Sobre a quantidade de sacerdotes no Brasil, Dom Odilo avalia que “ainda não é suficiente; precisaríamos ter, ao menos, o dobro de padres no Brasil para dar ao povo um atendimento pastoral satisfatório”. O Arcebispo destaca que “ainda há paróquias muito extensas e com um número elevado de pessoas para serem atendidas”. Além disso, recorda, “temos a necessidade de atender às demandas missionárias dentro e fora do País. Há carências de padres na Amazônia, em estados do Centro-Oeste do Brasil e mesmo no Nordeste. Há também carências nas grandes áreas urbanas”. Sobre isso, a pesquisa mostra que as maiores dificuldades estão nos regionais da Amazônia brasileira. Ainda assim, o Regional que mais sofre com a diferença entre o número de habitantes e o

número de padres é o Regional Centro-Oeste, que corresponde a Goiás e o Distrito Federal. Lá, são pouco mais de 100 mil habitantes por padre – para comparação, no Estado de São Paulo, a média é de pouco mais de 8 mil habitantes por padre. Para Dom Odilo, é inevitável não perceber certa “crise” nas vocações. “O motivo principal dessa situação é a crise de fé e a percepção pouco clara dos valores sobrenaturais na existência humana”, acredita. “Desta crise mais profunda decorre a das vocações. O apreço autêntico pela vocação sacerdotal e religiosa só pode acontecer onde há uma boa experiência da fé em Deus”. O Cardeal destaca, ainda, que “é preciso estar sempre atento para ter a qualidade das vocações; os números, por si sós, não são a solução do problema vocacional”, acredita.

RELAÇÃO ENTRE HABITANTES POR PRESBÍTERO - 1970 / 2014

EVOLUÇÃO - 1970/2014 Ano Padres 1970 13.092 1971 12.941 1972 12.868 1973 12.713 1974 12.630 1975 12.589 1976 12.596 1977 12.582 1978 12.629 1979 12.617 1980 12.688 1981 12.723 1982 12.838 1983 12.970 1984 13.154 1985 13.207 1986 13.436 1987 13.537 1988 13.892 1989 14.149 1990 14.198 1991 14.419 1992 14.708 1993 14.826 1994 15.126 1995 15.310 1996 15.652 1997 15.879 1998 16.120 1999 16.516 2000 16.772 2002 17.167 2004 17.976 2008 20.561 2010 22.119 2014 24.598


12 | Reportagem |

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Luciney Martins/O SÃO PAULO

A Igreja nasce para a ressurreição de C Fernando Geronazzo

Especial para O SÃO PAULO

Em Missa do Crisma, padres renovam promessas diante do Arcebispo Do Especial para O SÃO PAULO

Antes do Tríduo Pascal, na manhã da Quinta-feira Santa, 2, a Catedral da Sé ficou lotada na Missa do Crisma, na qual acontece a renovação das promessas sacerdotais do clero diante do Arcebispo. A celebração tem esse nome porque acontece a bênção dos santos óleos usados nos sacramentos do Batismo e Unção dos Enfermos e a consagração do Crisma, usado em diversos sacramentos, como o próprio Batismo, Confirmação, nas ordenações presbiterais, episcopais e na unção de altares e igrejas. Concelebraram a missa os sete bispos auxiliares da Arquidiocese e o arcebispo emérito de São Paulo, Cardeal Cláudio Hummes, que também é prefeito emérito da Congregação para o Clero, da Santa Sé. A maioria dos padres concelebrantes pertence ao clero que atua na Região Episcopal Sé, uma vez que, neste ano, as demais regiões celebraram a Missa do Crisma na noite anterior, com seus respectivos vigários episcopais. No início da celebração, Dom Edmar Peron, bispo auxiliar e vigário-geral da Arquidiocese, saudou o Arcebispo em nome de todo o clero. “Estamos em comunhão de fé e também comunhão de missão expressa no nosso 11º Plano de Pastoral da Arquidiocese. Agradecemos a Deus por tê-lo entre nós e pelo seu sacerdócio. Queremos mostrar que o senhor não está sozinho e pode contar

conosco nesta caminhada evangelizadora”, manifestou o Bispo. Dom Odilo recordou os padres idosos, enfermos e falecidos no último ano. Também saudou os religiosos e religiosas presentes, destacando o Ano da Vida Consagrada, instituído pelo Papa Francisco. A saudação também se estendeu aos leigos, que, como ele destacou, são “povo sacerdotal, povo ungido com a graça do Espírito Santo para testemunhar as maravilhas do Reino de Deus”. Ao explicar sobre o significado dos óleos para a tradição cristã, especialmente o Santo Crisma, o Cardeal frisou que a unção configura a pessoa com o Cristo, de quem o Crisma sagrado toma o nome. “Cristão é quem foi crismado, isto é, ungido, revestido, marcado por Cristo. Fomos assinalados com a pertença a Cristo. Somos dele, pertencemos a ele, a seu povo e somos consagrados à missão”. Falando sobre o sacerdócio cristão, Dom Odilo recordou que sacerdotes tiveram suas mãos ungidas pelo Crisma na ordenação “para poderem abençoar, apresentar os dons do povo de Deus, para louvor de Deus”. “São mãos de servidores em nome de Cristo, de consoladores, confortadores em nome de Cristo, mãos de quem administra a misericórdia de Deus. Mãos ungidas para realizar os gestos de Cristo no meio do mundo, diante a Igreja, do povo de Deus, povo sacerdotal”, completou. (FG)

“Este é o dia que o Senhor fez para nós; alegramo-nos e nele exultemos” (Sl 117,24), diz o salmo entoado na missa do Domingo de Páscoa, 5, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São

Paulo, na Catedral da Sé. Assim, canta a Igreja ao manifestar a grande realidade se sua fé: Jesus Cristo, verdadeiramente morto na cruz, sepultado, ressuscitou ao terceiro dia. “Dessa verdade, de fato, nasceu a Igreja de Jesus Cristo. Se Jesus, morto na

cruz não tivesse ressuscitado, a Igreja, certamente, não teria nascido”, disse Dom Odilo, na homilia, recordando as palavras de São Paulo ao afirmar que “se Jesus não tivesse ressuscitado, a nossa fé seria vã”. Para o Cardeal, a fé em Jesus não consiste somente

Noite santa Luciney Martins/O SÃO PAULO

A Páscoa foi solenemente proclamada na noite do Sábado Santo, 4, na Vigília Pascal, que concluiu a celebração central da fé cristã, o Tríduo Pascal. Considerada a “mãe de todas as vigílias”, a celebração do sábado começou na praça da Sé, em torno de uma fogueia acesa diante do marco zero da Cidade. Do “fogo novo”, abençoado pelo Cardeal Scherer, ar-

cebispo de São Paulo, foi aceso o Círio Pascal, grande vela que representa o próprio Jesus Ressuscitado, que iluminou a escuridão da Catedral, à medida que as pessoas acendiam suas velas na chama do Círio. A Liturgia da Palavra é composta de sete leituras do Antigo Testamento, que narram a história da Salvação do Povo de Deus, salmos e orações Luciney Martins/O SÃO PAULO

até que é entoado solenemente o hino de louvor “Glória a Deus nas Alturas”, quando as velas do altar são acesas e os sinos tocam festivamente. Em seguida, é proclamada a leitura da Carta de São Paulo aos Romanos. O Evangelho da ressureição é precedido da aclamação “Aleluia”, que durante toda a Quaresma não foi entoado.

Novos cristãos Outro momento significativo da Vigília é a Liturgia Batismal, na qual foram batizados 29 ex-moradores de rua acolhidos pela Missão Belém, alguns deles, também ex-usuários de drogas, que tiveram suas vidas restauradas e agora são inseridos no corpo de Cristo pelo Batismo. “No Batismo, realiza-se para nós o mistério da Páscoa. Jesus morreu por causa do pecado. No Batismo, somos mergulhados em Cristo e recebemos a vida nova em Cristo”, afirmou Dom Odilo, na Catedral, convidando todos a fazer o propósito de renovar a adesão a Cristo nas promessas batismais. Os recém-batizados também receberam o sacramento da Confirmação e a Primeira Eucaristia.


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Luciney Martins/O SÃO PAULO

a anunciar Cristo em crer em “alguém que talvez disse coisas bonitas”, uma vez que em seu tempo, houve muitas outras pessoas que disseram coisas belas. “Não. Com Jesus foi diferente. Deus o levantou de novo depois da morte, o pôs em pé de novo, lhe mos-

trou vivo, lhe concedeu aparecer vivo depois de sua morte àqueles que tinham o conhecido antes, que tinham estado com ele antes, lhes confirmou novamente a fé e os enviou a pregar. E assim, até hoje a Igreja faz”, acrescentou o Arcebispo.

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Dom Odilo incensa Círio Pascal na Missa da Páscoa da Ressureição do Senhor na Catedral da Sé, no domingo, 5

‘Onde nos posicionamos no drama da Paixão?’ Na tarde da Sexta-feira Santa, 3, houve a Ação Litúrgica da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Pontualmente às 15h, mesmo horário em que, segundo as Sagradas Escrituras, Jesus morreu na Cruz, Dom Odilo, acompanhado de alguns padres e ministros, aproximou-se silenciosamente do altar desnudado e prostrou-se por uns instantes. Na cerimônia, é proclamado o Evangelho da Paixão de Cristo segundo São João. Este é o único dia do ano em que não se celebram missas. Dom Odilo explicou que o relato de São

João, rico em detalhes dos últimos momentos de Jesus antes da ressurreição, trata-se de uma catequese para que não somente saibam o que aconteceu com Jesus, mas também o conheçam e creiam “em Jesus que foi crucificado e é o filho de Deus, nosso Salvador”. “Diante da narração da Paixão, quais são as nossas atitudes? Onde nos posicionamos no drama da Paixão?”, indagou o Cardeal, lembrando que ainda há quem defenda Jesus até o próprio martírio e citou os mais de 140 cristãos mortos no ataque a uma universidade no Quênia, no dia 2. “Estes se

posicionaram no drama da Paixão, não renegaram o nome de Cristo”, salientou. Na Ação Litúrgica da Paixão também acontece o rito de adoração da cruz, que é trazida pelo corredor central da Igreja por um diácono, que vai descerrando-a aos poucos, enquanto entoa-se o refrão “Eis o lenho da cruz, do qual pendeu a salvação do mundo!”, e o povo aclama: “Vinde, adoremos!”. Diante do altar, a cruz foi adorada pelo Arcebispo, com um beijo, e em seguida, pelos demais fiéis em um momento de profunda piedade. Nessa celebração tam-

Luciney Martins/O SÃO PAULO

bém é feita em todo mundo a coleta para os lugares santos, como gesto concreto de solidariedade para com as comunidades cristãs que vivem na Terra Santa. Após celebração, os jovens da Comunidade Católica Shalom realizaram uma encenação da Paixão de Cristo nas escadarias da Catedral. No início da noite, aconteceu a tradicional procissão pelas ruas do centro de São Paulo com a imagem do “Senhor Morto” e de Nossa Senhora das Dores, simbolizando o cortejo do corpo de Jesus para o sepulcro. Luciney Martins/O SÃO PAULO

‘A vida só tem sentido se for colocada a serviço’ Luciney Martins/O SÃO PAULO

O Tríduo Pascal foi aberto na noite da Quinta-feira Santa, 2, com a Missa da Ceia do Senhor, na qual se comemora instituição da Eucaristia e do sacerdócio. Um dos momentos marcantes da celebração é o rito do Lava-pés, que recorda o gesto de Jesus, que lavou os pés dos discípulos, mandando que esses seguissem seu exemplo. Na Catedral, inspirado pelo tema da Campanha da Fraternidade 2015, cujo tema é “Fraternidade: Igreja e Sociedade”, Dom Odilo lavou os pés de representantes da sociedade e da Igreja (gari, bombeiro, defensor público, político, médico, agente de pastoral, seminarista, diácono permanente, religiosa, missionário e funcionário da Catedral). Dom Odilo destacou que Jesus, na última ceia, mudou o significado do rito da ceia judai-

ca e recomendou que o fizessem não mais em memória da libertação do Egito, mas de um fato novo para toda a humanidade, a libertação do pecado e da morte por meio da vida doada de Jesus. “Também nós, se queremos ter parte com Jesus, devemos nos colocar a serviço uns dos outros. A Eucaristia é para nós a recordação da suprema atitude de serviço do Filho de Deus em favor da humanidade”, recordou o Cardeal, citando a frase de Jesus usada como lema da CF 2015, “Eu vim para servir”. “A vida só tem sentido se for colocada a serviço [...]. Não sejamos tentados pelas propostas de vida egocêntricas, baseadas apenas na vantagem pessoal, incapazes de se abrir para as necessidades do próximo. A vida se enriquece na medida em que se doa”, acrescentou o Arcebispo.


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Diagnóstico tardio é responsável por altas taxas de mortalidade por câncer de mama Nayá Fernandes

nayafernandes@gmail.com

Kelly Reis, 35, mãe do pequeno Kauã Reis, 5, percebeu aos 32 anos um carocinho na axila, mas não deu muita importância. Assim começou a história de Kelly com o câncer do qual ela recebeu, dia 3 de setembro de 2013, o diagnóstico de cura e de “recomeço de vida”. Quando a conheci, estávamos no sambódromo de São Paulo tentando comprar ingressos para o espetáculo da Escola de Samba que iria homenagear a cantora Elis Regina. Naquela noite ela me disse que, depois de tudo e de ter vencido o câncer, ela não via mais o mundo como antes daquele carocinho, “mas depois eu te conto esta história”, brincou. O câncer de mama é o tipo mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos novos casos a cada ano, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). “No Brasil, as taxas de mortalidade continuam elevadas, provavelmente porque a doença é diagnosticada em estágios avançados. Em 2014, foram diagnosticados 57 mil novos casos, ocupando o terceiro lugar nos cânceres mais incidentes na população brasileira – primeiro o de pele não-melanoma

(182 mil) e segundo próstata (69 mil)”, explicou Marcelo. Calil, diretor-médico do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC). “Depois apareceu um caroço na minha mama direita bem palpável e até visível e só então me preocupei e fui procurar um clínico. Já na consulta inicial fizeram a biopsia e uma punção. Disseram-me que era benigno e fiquei muito mais aliviada, porém o resultado desta biopsia ficaria pronto somente após 30 dias. Neste intervalo, fiz mamografia e ultrassom, que acusavam o nódulo e minha mama teve reações, ou seja, começou a ficar endurecida. O primeiro resultado veio negativo para o câncer. No entanto, na consulta com o mastologista, quando ele examinou minha mama, pediu uma nova biopsia em um centro cirúrgico, e após mais 30 dias, tive o diagnóstico de câncer de mama agressivo triplo negativo”, contou Kelly.

‘Por que comigo, meu Deus?

Ela estava muito ansiosa e só conseguia chorar e perguntar-se por quê? Mas, por coincidência, Kelly teve uma consulta com o mesmo mastologista que havia realizado seu parto. “Eu te trouxe uma alegria no mundo, mas hoje a notícia é outra, infelizmente você está com câncer”, recorda-se sobre o quedisse o médico que a encaminhou para o oncologista. “Foram determinadas seis sessões de quimioterapia e, depois, a cirurgia de mastectomia, ou seja, a retirada total da mama. No meu caso, a quimioterapia tinha que ser feita primeiro para que o tumor se reduzisse e só depois retirar a mama, pois ele já estava muito grande.” O tratamento começou dia 23 de novembro de 2012 com a primeira sessão de quimioterapia. “Eu estava ansiosa e frustrada com tudo, mas confiante e pensando que seriam apenas alguns medicamentos”, IBCC

Fonte: IBCC

disse Kelly que sofreu todos os efeitos colaterais de cada uma das sessões. “16 dias depois da primeira sessão começaram a cair os cabelos. O tratamento acabou no dia 21 de março de 2013. Também tomei muitos banhos de chá de camomila nos braços para as veias que somem e inflamam.” Ela contou, ainda, que se preparou para a queda do cabelo e havia comprado um lenço e uma peruca de cabelo natural. “No 18° dia, fui à cabeleireira e pedi que raspasse, pois no dia anterior estava brincando com meu filho na cama e ficou um monte de cabelo nele. Não estava me importando muito em ficar careca, só queria ficar curada. Usava lenços, perucas, boinas. Quando caiu minha sobrancelha, eu usava Henna. Enfim, às vezes até brincava com a situação.” “Minha família ajudou muito, mas muitas pessoas se afastaram, às vezes por piedade, medo de perguntar e me ferir, sei lá, cada um reage de uma forma. A força vinha do meu pequeno filho. Eu o amo muito e não queria que ele me visse triste e nem caída. Precisava cuidar dele, ver ele crescer, dar educação. Foi aí que juntei forças e fé para passar por tudo”, contou Kelly, que hoje ainda faz acompanhamento médico a cada seis meses, mas como disse: “graças a Deus estou curada”.

Quanto antes, melhor 8 de abril é o Dia Mundial de combate ao Câncer. O de mama é o tipo mais frequente na região Sul do País, seguindo da Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Marcelo Calil explicou que a campanha “O Câncer de Mama no Alvo da Moda” busca conscientizar as mulheres sobre a importância do diagnóstico precoce desse tipo de câncer, o que pode aumentar consideravelmente as chances de cura. “São 20 anos levando informações e mostrando para a mulher a importância de prestar atenção aos sinais do seu corpo. A campanha não atua diretamente na diminuição de casos, seu trabalho visa disseminar informações para a população e desmistificar a doença”, esclareceu. O Médico insistiu que para a prevenção a qualquer tipo de câncer, é essencial evitar alguns hábitos e adquirir outros como os da alimentação saudável, atividade física, consultas regulares ao médico. “No caso do câncer de mama, a mulher que amamenta antes dos 30 anos tem um elemento protetor, além do autoexame, claro. A ausência da amamentação ou da gravidez até

os 30 anos também pode ser um dos fatores-causa, pois é como se a mama não completasse o seu ciclo e, junto a isso, é importante analisar o histórico familiar.” Sobre o tratamento, o Diretor do IBCC explicou que, geralmente associa-se a radioterapia e a quimioterapia, mas que cada vez mais há menos efeitos colaterais e o diagnóstico precoce é importante, pois, se necessária uma cirurgia, ela será conservadora e a mulher poderá lidar mais fácil com todo o processo. A prevenção é essencial e para isso são necessárias mudanças de hábito, exame precoce com a mamografia antes de a doença ser palpável, ou seja, antes do aparecimento do nódulo. O que é importante no câncer de mama é que há tratamento com grande chance de cura. “São Paulo se aproxima muito de países desenvolvidos, seja na incidência, seja no tratamento, mas há lugares no Brasil em que não há mamógrafos, nem profissionais habilitados para o diagnóstico precoce”, alertou Marcelo Calil. Hoje, Kelly vive mais intensamente cada momento e sente que muita coisa mudou no seu dia a dia. “Depois de um diagnóstico desses, vivemos como se houvesse uma faca em nossa direção. Mas sou muito feliz por ter passado por tudo e estar curada.”


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Com a Palavra Eva Wilma

‘Sempre achei que Nossa Senhora simboliza a força de todas as mulheres e de todas as santas’ Luiz Otávio Ugolini Vianna

Henrique Sebastião Especial para O SÃO PAULO

Eva Wilma é o nome de batismo da atriz paulistana que, aos 81 anos, é considerada patrimônio artístico nacional, emprestando inclusive seu nome a um teatro na Capital paulista. Sua mãe, Luísa Carp, judia, nasceu em Buenos Aires, filha de judeus ucranianos que imigraram para a Argentina. Foi com o pai, Otto Riefle Jr., um alemão que chegou ao Rio de Janeiro, em 1929, para trabalhar em uma empresa de metalurgia, que Eva Wilma teve os primeiros contatos com a fé católica. “Com 6 anos de idade, ele me levava para assistir as missas na Igreja Nossa Senhora do Brasil”. Eva estudou nos colégios paulistas mais tradicionais: Elvira Brandão, Ofélia Fonseca, Rio Branco. Desde cedo, se sentiu atraída pelo mundo das artes: com a saudosa mestra Inezita Barroso, recém-falecida, tomou aulas particulares de piano, canto e violão. Católica praticante, todos os anos, chova ou faça sol, Eva participa da cerimônia da Paixão de Cristo, na Paróquia Nossa Senhora do Brasil, na Região Sé, e empresta a sua voz e arte para dar vida e emoção ao Stabat Mater dolorosa (Estava a mãe dolorosa), tradicional hino católico de origem medieval, que relata a dor de Maria ao pé da cruz. “Sempre achei que Nossa Senhora simboliza a força de todas as mulheres e de todas as santas; estão todas sintetizadas nela”.

O SÃO PAULO - Como foi o início da sua vida de fé? Eva Wilma - Desde criança, fui levada às coisas da fé pelas mãos de meu pai. Ele tinha uma fé muito bonita, muito firme. Com 6 anos de idade, ele me levava para assistir as

missas na Igreja Nossa Senhora do Brasil. Lembro-me disso com vívida memória. Desde então, eu continuei sempre nesse caminho. Durante a sua trajetória de vida, em algum momento, você se afastou desse caminho? Muitas vezes esse afastamento aconteceu, por questões da própria vida. Muitas vezes, estive em trânsito, em longas viagens, pela minha própria profissão. E também há momentos de desesperança... Mas, no final, tudo isso serviu para eu retomar a fé, cada vez mais fortalecida. Eu sou pelo ecumenismo, e acho que mesmo as pessoas que dizem que não acreditam em Deus, o fazem graças a Deus (risos).

Sua devoção por Nossa Senhora é conhecida... Sempre achei que Nossa Senhora simboliza a força de todas as mulheres e de todas as santas; estão todas sintetizadas nela. Em sua carreira artística, houve algum papel relacionado à fé cristã? Um momento bonito da minha carreira foi quando, num programa semanal chamado “Caso Verdade”, interpretei Madre Paulina. Foi algo muito marcante na minha carreira. Na época, fiz uma pesquisa sobre a vida da Santa, que me enriqueceu muito. Outro episódio interessante foi o dia em que os diretores do Colégio Mary Ward

me procuraram, querendo dar meu nome ao seu teatro. Num primeiro momento eu não queria aceitar, então fui pessoalmente ao colégio, para dar a resposta negativa. Quando cheguei lá e me mostraram a sala, quando as cortinas se abriram e eu vi aquele teatro lindo, respondi: “Eu aceito e eu estreio!” (risos). – Mary Ward foi uma grande religiosa, que eu admiro, e tem uma bela história. Há muitos séculos, ela foi perseguida por defender o direito das meninas de irem também à escola, assim como os meninos. E como a senhora vivencia a espiritualidade cristã no trabalho? Em cada espetáculo, quando me preparo, estou sempre

no palco antes de se abrirem as cortinas. Mesmo quando comecei, no teatro de arena, que não tinha cortinas, eu fazia isso. Eu me concentro primeiro, mergulho bem dentro de mim e faço uma pequena oração. Especialmente nesses últimos dois anos, em minha última turnê, esses dizeres me acompanharam antes de a cortina abrir, e fortificaram mais ainda a minha inspiração: “Senhor, tu podes todas as coisas; Tu podes conceder-me a graça que eu tanto almejo. Cria, Senhor, as possibilidades para a realização do meu desejo, em Nome de Jesus, Amém.” Esse desejo era transmitir ao público tudo aquilo que o nosso espetáculo trazia, partindo da proposta do autor, passando pela visão do diretor, do encenador e de todos nós, atores, trabalhando e nos expressando. É uma doação ao público, não deixa de ser um ritual, também. Eu acho que nunca tive uma experiência mística/espiritual, mas tenho esse hábito de mergulhar bem dentro de mim e encontrar a fé, a força que me inspira no dia-a-dia. Como a senhora vê a relação entre a Igreja e a sociedade? Vejo que a resposta disso tudo pode estar no nosso Papa atual. Para mim, é uma maravilha como ele se posiciona com relação às questões atuais, com todas as suas dificuldades, e também em relação a todas as crenças e problemas da humanidade. O Papa Francisco tem uma alegria interior e uma maneira tão saudável de se expressar e encarar tudo isso! É essa linha que eu sempre imaginei como ideal, e que sempre procurei seguir em minha vida. Sou católica, mas respeito todas as religiões.


16 | Fé e Cultura |

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Filipe David

osaopaulo@uol.com.br

Dica de leitura

Reprodução

O jovem de caráter Este livro é uma reflexão sobre as virtudes necessárias para se tornar um jovem de caráter firme. Por meio da análise de cada aspecto imprescindível à formação do jovem, o bispo Tihamer Toth procura suscitar o desejo de um caráter viril nas almas. Longe de pertencer a outro século ou geração, esse grandioso trabalho talvez nunca tenha sido mais necessário do que em nossa época, quando a virilidade é atacada, e o verdadeiro cavalheirismo é desprezado. Segundo Tihamer Toth, a palavra caráter designa a vontade humana fixada no bem. Para aqueles que desejam entender o sentido e a beleza de um caráter firme, bem como encarar o desafio de forjá-lo na verdade e na virtude, esta obra é indispensável. Tihamer Toth, bispo e professor, nasceu na Hungria em 1889. Estudou na Universidade de Pázmány, em Budapeste, e foi ordenado sacerdote em 1912. Sua obra trata de

temas como convivência, vocação profissional, esportes, estudos, amizade, leituras e muito mais, sempre sob a ótica cristã e com bom humor. Especializou-se em escrever para a juventude. Seu propósito de atrair jovens para Cristo nasceu na época em que foi capelão do exército austro-húngaro na Primeira Guerra Mundial, quando conheceu a profunda miséria moral em que estava a juventude do seu tempo. Tornou-se um conhecido educador, sendo nomeado, em 1924, professor de Pedagogia na Universidade de Pázmány. Em 1916, começou um programa de rádio que se tornou famoso no País. Em 1931, foi escolhido para ser diretor do seminário de Budapeste. Foi sagrado bispo em 1938, mas faleceu pouco depois, em 1939. Em 1943, iniciouse o processo para a sua beatificação. As obras de Toth podem ser aproveitadas por jovens de todos os tempos, pois tratam de valores

Música Coral Paulistano canta missa de Mozart no Theatro Municipal

e princípios eternos. Ele procura lidar com os anseios mais profundos do ser humano. Por essa razão, podemos afirmar que seus escritos não são indicados exclusivamente para jovens, mas também para pais, pedagogos e todas as pessoas desejosas de, a qualquer época da vida, crescer no amor a Deus. Ficha técnica: Autor: Tihamer Toth Editora: Molokai

Na sexta-feira, 17, o Coral Paulistano cantará a Missa Waisenhaus, no Theatro Municipal. A obra foi composta por Mozart – na época, com apenas 12 anos de idade – em 1768, em Viena, a pedido de um sacerdote jesuíta para a consagração da igreja de um orfanato (“Waisenhaus”, em alemão). Foi sua primeira “missa longa”. O Coral Paulistano foi criado em 1936, por iniciativa de Mário de Andrade, então diretor do Departamento Municipal de Cultura. Durante 78 anos, o grupo esteve sob a orientação de alguns dos mais destacados músicos do Brasil e, em 2013, o grupo passou por um fortalecimento e revalorização, recebendo o novo nome de “Coral Paulistano Mário de Andrade”, com uma programação extensa de apresentações de música brasileira erudita em diferentes espaços da cidade, com encomenda de obras e um diretor artístico próprio. Local: Theatro Municipal de São Paulo Data: 17 de abril, 20h. Para mais informações: theatromunicipal.org.br


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Sete anos depois, Juventus e Nacional fazem o derby dos clubes com menor torcida da capital paulista

‘Orra meu, é clássico!’ Joca Duarte

Reprodução da internet

Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

Em uma cidade com clubes de maior projeção como São Paulo, Palmeiras e Corinthians, um clássico paulistano com 79 anos de história volta a ser realizado na quarta-feira, 8, às 15h: Nacional e Juventus, no estádio Nicolau Alayon, na Água Branca, jogam pela antepenúltima rodada da série A3 do Campeonato Paulista. O Juventus, fundado em 1924 pela colônia italiana, lidera o campeonato, seis pontos a frente do segundo colocado, enquanto Nacional, originário de ferroviários ingleses, em 1919, está a três pontos de uma das oito vagas para a fase seguinte. A partida pela terceira divisão paulista é inédita na história do derby, disputado pela primeira vez em 1936, quando os juventinos venceram por 3 a 1. No último jogo, em 2008, o Juventus triunfou por 1 a 0. O Nacional venceu o derby pela última vez em 2005, por 5 a 4.

‘Pequenos em terra de gigantes’

Juventus e Nacional estão entre os clubes fundadores da Federação Paulista de Futebol, em 1941, mas nos últimos anos têm oscilado nas divisões de acesso no campeonato estadual. “Se o Nacional estivesse na série A1 do Paulista seria muito interessante porque teríamos algum tipo de mídia sobre o clube e a possibilidade de trazer patrocínios com essa visibilidade. Estando na A3, a gente fica sem mídia em São Paulo, porque os times grandes tomam todo esse espaço”, avaliou, ao O SÃO PAULO, Pedro

Clássico ‘Juve-Nal’ coloca frente a frente times fundadores da Federação Paulista de Futebol

Pali, o PP, diretor de futebol do Nacional. Segundo PP, a falta de investimento dificulta a manutenção do clube, que assim como o Juventus tem um reconhecido trabalho nas divisões de base no futebol. “A gente tenta suprir dentro de campo a falta de investimento, com jogadores de qualidade e a nossa experiência no futebol, mas não é fácil”. No Juventus, conforme o presidente Rodolfo Certertick, a procura por investimentos também é constante, mas as finanças estão equilibradas. “Praticamente não temos dívidas, estamos relativamente tranquilos, e não fazemos as loucuras cometidas pelos times grandes”, contou. “O nosso sonho, é de pelo menos, voltar para a A1 do Paulista”, garantiu.

Tradição F.C

Hamilton Kuniochi, 29, mantém um

blog sobre todas as camisas do Juventus (http://mantojuventino.blogspot.com.br). Morador da Mooca, ele começou acompanhar os jogos do time, se tornou um “juventino puro”. “Existem muitos juventinos que também torcem para um time grande, e os juventinos ‘puros’, que só torcem para o Juventus. Essa segunda escolha é um caminho de pedras, e é até difícil explicar a alguém o motivo. Certamente não é pela ambição em vitórias e títulos. Mas os outros torcedores, em geral, têm simpatia e até gostam do Juventus, pois, pelas atuais circunstâncias do futebol, não se trata de um rival, propriamente, mas de uma espécie de sobrevivente, que tenta retornar às divisões de elite. Com o Nacional, creio que seja a mesma coisa”. Mais que um duelo, o clássico “JuveNal”, do dia 8, deve ser um jogo de tradi-

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ção. “O Juventus já está classificado e nós estamos brigando para ficar entre os oito times, e vamos buscar o resultado positivo. É um jogo tradicional, não tem muita rivalidade”, avaliou Paulo Tognasini, diretor executivo de futebol do Nacional, que já treinou os dois times. “O Juventus está fazendo uma campanha acima das minhas expectativas. Estamos felizes pelo retorno do Nacional e pela possibilidade de fazer de novo o clássico. Mas acho que o Juventus deve vencer mais uma vez, por estar embalado”, projetou Hamilton. “Juventus e Nacional é um jogo maravilhoso, de tradição. Dentro das quatro linhas, com a bola rolando, que vença o melhor, mas nossa amizade com o Nacional é grande”, afirmou o presidente Rodolfo.

AGENDA ESPORTIVA QUARTA-FEIRA (8) Campeonato Paulista de Futebol série A3 15h – Nacional x Juventus (estádio Nicolau Alayon – rua Comendador Souza, 348, Água Branca). Paulistão de Futebol 22h – São Paulo x Portuguesa (Morumbi) SÁBADO E DOMINGO (11 e 12) 20h30 (sábado) – Liga Nacional de Basquete Pinheiros x Brasília (Ginásio do Pinheiros – rua Hans Nobling, s/nº, no Jardim Europa). Paulistão de Futebol A Federação Paulista de Futebol ainda decidirá os locais e os horários dos jogos das quartas de final: São Paulo x Red Bull Brasil; Corinthians x Ponte Preta; Palmeiras x Botafogo de Ribeirão Preto; Santos x (Penapolense ou XV de Piracicaba).


18 | Regiões Episcopais |

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Brasilândia

Encenação da Paixão de Cristo é mais que uma peça de teatro

Fotos: Marcos Paulo

Pelas ruas do bairro de Taipas via-sacra recorda os passos de Jesus a caminho do calvário; Paixão de Cristo é lembrada em encenação teatral, acompanhada por 6 mil pessoas

Nayá Fernandes

nayafernandes@gmail.com

Mais que o silêncio da sexta-feira, 3, dia em que a Igreja Católica recorda e celebra, a cada ano, a morte de Jesus, tendo sempre presente a certeza da Ressurreição, no estacionamento do Supermercado Atacadão, no bairro da Parada de Taipas, podia-se ouvir o burburinho das pessoas que foram assistir à encenação da Paixão de Cristo, atividade que reuniu 6 mil pessoas, segundo informações da Polícia Militar. Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, fez a abertura do evento e, em entrevista, ressaltou que “a Semana Santa oferece muitos meios para

celebrar a fé. A encenação é um deles. Não é só um espetáculo, é uma expressão de fé. Um momento de alegria ao ver como as pessoas se emocionam e se sentem solidárias com o sofrimento de Cristo e com o sofrimento umas das outras”. O elenco do espetáculo é composto por quatro grupos que fazem parte de paróquias da Região Brasilândia. São eles: o Grupo Teatral Arte de Viver (GTAV), o Cia de Teatro Monfort, a Comunidade Missão Mensagem de Paz e o Ministério de Artes Cristo Libertador. Paulo Gratão, assessor de imprensa do evento, explicou que é a segunda vez que esses quatro grupos se unem para a apresentação. “São cerca de 150 pessoas no elenco. Elas reali-

representou Cristo, chegou à sétima vez interpretando Jesus. “Meu corpo inteiro está numa tensão muito forte. Mas essa tensão faz parte da vida do ator. É uma emoção interpretar Jesus, o maior personagem da história, sem dúvida. Cristo veio mostrar o caminho do amor e esse amor transborda. Isso é muito importante”, disse. Além da encenação, que durou cerca de três horas, aconteceu a via-sacra pelas ruas do bairro. O grito pela paz e as dores de todas as mães que perderam seus filhos vítimas da violência, sobretudo nas periferias, foi um dos momentos fortes da noite, na cena em que Maria acolhe em seu colo Jesus morto e retirado na cruz. A Campanha da Fra-

zaram ensaios desde fevereiro de 2015, mas a preparação do roteiro e da produção começou ainda em 2014. Vemos este ano um amadurecimento desta parceria, o que faz com que o momento não seja só uma peça de teatro”, disse. Foi a primeira vez que Beatriz Luz, 17, atriz, participou da encenação. Desde criança ela queria ser atriz. “Apresentei a primeira peça aos 10 anos e desde então comecei a estudar, fazer cursos. Nunca tinha feito uma personagem religiosa e por isso, para representar Verônica, mulher que enxuga o rosto de Jesus, precisei de muita pesquisa. Além disso, o elenco é maravilhoso e muito dedicado”, relatou a jovem. Clayton Lima, ator que

ternidade deste ano, com o tema Igreja e Sociedade, foi contemplada no roteiro que teve como mote principal: “Quem quer ser grande, que se faça servo. Uma Igreja de portas abertas sem medo de amar. Eu vim para servir”. Dom Devair falou ainda sobre a cultura da indiferença, como tem insistido o Papa Francisco. “Que este dia de oração nos ajude a quebrar a indiferença e isso pode ser feito com pequenas atitudes, até mesmo a de limpar a nossa casa ou nosso quintal. Isso também é testemunho cristão. É importante que cada um assuma no seu papel social com a missão de testemunhar o amor de Cristo”. Colaborou Renata Moraes/ Pascom Brasilândia

Missa dos Santos Óleos dá início ao Tríduo Pascal na Brasilândia Amanda de Farias

Dom Devair preside Missa do Crisma na São Luís Gonzaga, dia 1º

Sexta-feira Santa na Paróquia Nossa Senhora da Expectação Na sexta-feira que antecede à Páscoa, na Paróquia Nossa Senhora da Expectação, tradicionalmente, durante a adoração cantam-se os chamados “impropérios”. A palavra “improperia” quer dizer repreensões, reprimendas. É Jesus quem

Padres, diáconos, religiosos e leigos lotaram a Paróquia São Luís Gonzaga, na Vila Bonilha, para a missa dos Santos Óleos, na quarta-feira, dia 1º. Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo na Região Episcopal Brasilândia, presidiu a celebração em que foram abençoados os Óleos dos Catecúmenos e

dos Enfermos e consagrado o Óleo do Crisma. E ainda, em unidade presbiteral, os sacerdotes fizeram a renovação dos seus votos. O Óleo do Crisma é usado no Sacramento da Confirmação, quando o cristão é confirmado na graça e no dom do Espírito Santo, para viver como adulto na fé. Este óleo também é usado

no Sacramento da Ordem. O Óleo dos Catecúmenos é utilizado na unção dos que irão receber o Batismo, sejam adultos ou crianças, antes do rito da água. O Óleo dos Enfermos, conhecido como “extrema-unção” simboliza a força do Espírito de Deus num momento de dor e fortalecimento da pessoa. (Juçara Terezinha Zottis )

Caminhada da Ressurreição em Perus

exorta os homens pela falta de amor. A sexta-feira da Semana Santa é o dia em que não se celebra a Eucaristia, ação de graças, por excelência. Ou seja, é o dia de confessar a fé, enquanto pecador, fraco e mortal.

Ao amanhecer do domingo, 5, centenas de pessoas saíram de suas casas e se reuniram na Praça do Samba, em Perus, para seguir em caminhada anunciando a Ressurreição de Jesus. Um trompete fez a abertura da caminhada, seguido por orações, cânticos e frases alusivas a vida nova que Cristo trouxe nesta Páscoa bem como referências ao lema da Campanha da Fraternidade “Eu vim para servir”. Esta manifestação de fé continuou com uma missa muito participada e um café comunitário.

(Ana Lúcia Contarelli)

(Juçara Terezinha Zottis)

Pascom Paróquia São José

‘Jesus ressuscitou’ anunciam fiéis em Perus


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Belém

Um renovado compromisso de evangelizar Redação

osaopaulo@uol.com.br

“Povo de reis, assembleia santa, povo sacerdotal. Povo de Deus, canta ao teu Senhor”. Entoado por fiéis e padres, o canto “Povo sacerdotal” mar-

cou o início da Missa do Crisma, na quarta-feira, dia 1º, no Colégio Nossa Senhora de Lourdes, presidida por Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém. A celebração foi oportunidade para que os padres atuantes nos dez

setores pastorais da Região reafirmarem seu compromisso batismal de evangelizar. Foram consagrados os óleos da Crisma, dos catecúmenos e dos Enfermos. “Eles nos tornam um povo sacerdotal, um povo que pertence a Deus”, afirmou Dom Edmar.

Ao encerrar a celebração, o Bispo agradeceu o empenho de todos e recomendou a efetiva participação nas celebrações do Tríduo Pascal, para testemunhar a fé de um povo que busca o Senhor em comunidade, sendo ungido para que leve a Boa-Nova a todos.

Dom Edmar vivencia Semana Santa e Páscoa na Vila Zelina O bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo na Região Belém, Dom Edmar Peron, presidiu as celebrações do Tríduo Pascal na Paróquia São José de Vila Zelina, no Setor Vila Prudente, entre os dias 2 e 4. A Páscoa da Ressurreição do Senhor também foi presidida pelo Bispo na mesma Paróquia, no domingo, 5, às 6h, com intensa participação dos fiéis. “Com as alegrias do Cristo Ressuscitado, nossa paróquia vem hoje, com imenso prazer, agradecer a Dom Edmar pela excelente companhia neste Trí-

duo Pascal. Em três dias, pudemos aprender muito. Com suas palavras, toques de incentivo, pudemos de forma solene e linda passar por este Tríduo com as esperanças renovadas e ‘relembrar’ que, sem Cristo nada somos, sendo Ele nosso início, meio e fim (...) Quantas alegrias... Nós é que ficamos contentes pela sua vinda! Leve em sua bagagem sacerdotal nossos votos de bênçãos e muitas orações de cada um de nós!”, manifestaram os coordenadores da Paróquia São José, em mensagem de agradecimento ao Bispo.

Fábio Gomes

Dom Edmar Peron preside celebração do Tríduo Pascal e missa da Páscoa na Paróquia São José de Vila Zelina

AGENDA REGIONAL

Arquivopessoal

Dom Carlos Lema Garcia, bispo auxiliar da Arquidiocese e vigário episcopal para Educação e a Universidade, presidiu a celebração da Sexta-feira da Paixão, na Paróquia Santíssima Trindade, no Jardim Alto Alegre, na Região Belém.

Sábado (11), 17h

Missa, com Dom Edmar Peron, no Arsenal da Esperança (rua Doutor Almeida Lima, 900, Brás).

Serra de Japi, 1.146, Tatuapé). 18h – Crisma na Paróquia Santo Antônio de Lisboa (rua Euclides Pacheco, 1.980, Tatuapé).

Domingo (12)

Segunda-feira (13), 8h

10h30 - Crisma na Paróquia Nossa Senhora do Bom Parto (rua

Confraternização do clero atuante na Região Belém


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Santana

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Diácono Francisco Gonçalves e Maria Inês de Oliveira Colaboradores de comunicação da Região

Vida de oração para um sacerdócio da misericórdia de Deus Diácono Francisco Gonçalves

Dom Sergio, na Missa do Crisma, evidencia que o óleo da unção é um sinal da misericórdia de Deus

Na Paróquia Sant’Ana foi realizada, na quarta-feira, dia 1º, a Missa do Crisma, com presidência de Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, e concelebrada por grande número de sacerdotes, que renova-

vam suas promessas sacerdotais. O centro da liturgia daquela noite foi a bênção dos santos óleos: o óleo para a Unção dos Enfermos, o óleo dos catecúmenos, e o óleo do Crisma para os grandes sacramentos que conferem

o Espírito Santo, ou seja, a Confirmação, a Ordenação Sacerdotal e a Ordenação Episcopal. Nessa missa, a concelebração do bispo com seus presbíteros manifesta a plenitude do sacerdócio. Na procissão de entrada, os fiéis, que lotaram a as-

sembleia, cantaram o hino que em uma de suas estrofes diz: “reunidos em torno de nossos pastores, nós iremos a Ti; armados com a força que vem do Senhor, nós iremos a Ti; professando todos uma só fé, nós iremos a Ti; sob o impulso do Espírito Santo, nós iremos a Ti; Igreja santa, templo do Senhor, glória a Ti”. O turíbulo com incenso, o cântico, diáconos, padres e bispo em procissão, tudo criava um ambiente sacral que se estendeu por toda a celebração. Foi isso que ocorreu quando os sacerdotes renovaram as promessas feitas no dia da ordenação e na hora que adentraram no templo três diáconos portando os vasos com os óleos a serem abençoados. Cada um deles, ao se aproximar do presbitério, proclamava

respectivamente: “Eis o óleo para o Santo Crisma”; “Eis o óleo dos enfermos”, e “Eis o óleo dos catecúmenos”. Dom Sergio fez a bênção dos óleos, que ao final da missa foram fornecidos às paróquias para que os utilizem nos ministérios ao longo do ano. Na homilia, Dom Sergio assinalou que na Sagrada Escritura se encontra sempre uma ligação da unção do óleo como sinal da misericórdia de Deus. Por isso, a unção sacerdotal significa que é missão dos sacerdotes levar a misericórdia de Deus aos fiéis. O Bispo orientou os padres a terem uma vida de oração, demorando na oração, no colóquio com o Senhor para que possam ser sacerdotes da misericórdia de Deus.

Dom Sergio: a ressurreição de Cristo é um acontecimento de amor Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, foi acolhido no sábado, 4, pelos fiéis da Paróquia São Luiz Gonzaga, na Vila Santa Maria. O Bispo presidiu a Vigília Pascal, a noite santa em que Cristo ressuscitou. A celebração eucarística, marcada por grandes sinais da liturgia, como a bênção do fogo novo e a renovação das promessas batismais, levaram os fiéis

a um profundo clima de oração e, ao mesmo tempo, de grande alegria. Na homilia, Dom Sergio enfatizou que a ressurreição de Cristo é um acontecimento de amor: amor do Pai, que entrega o Filho para a salvação do mundo; amor do Filho, que por todos se abandona à vontade do Pai; e amor do Espírito, que ressuscita Jesus dentre os mortos com o seu corpo transfigurado. O Bispo destacou,

ainda, que todos devem unir os próprios sofrimentos e dores aos de Cristo, que derramou o seu sangue pela humanidade, pois só com Ele é possível encontrar a Ressurreição verdadeira. Ao final da celebração, o pároco, Padre Maurício Luchini, agradeceu a Dom Sergio pela celebração da Vigília Pascal. O Bispo, por sua vez, agradeceu à acolhida recebida e desejou a todos uma feliz Páscoa.

Marcelo Schmitz

Dom Sergio preside Vigília Pascal na Paróquia São Luiz Gonzaga

Sonia Paulino

Edcarlos Bispo/O SÃO PAULO

Eliane Mendes

Na Sexta-feira da Paixão, 3, jovens da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, de Vila Albertina, realizaram a encenação da Paixão de Cristo, prestigiada por muitos fiéis.

Pelas ruas do Jardim Fontális, fiéis participaram, no dia 3, da procissão com o Senhor Morto, após a celebração da Paixão, na Paróquia Natividade do Senhor, e de uma encenação teatral.

No sábado, 4, fiéis lotaram a Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Jardim São Paulo, para a celebração da Vigília Pascal, presidida pelo pároco, Padre Antonio Bezerra Moura.

*As imagens foram captadas pela Redação do O SÃO PAULO, por meio das redes sociais


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‘Mãos dadas com Deus, que nos ama até a morte’ Henrique Sebastião Especial para O SÃO PAULO

As celebrações da Sextafeira da Paixão na Paróquia Nossa Senhora do Brasil, na Região episcopal Sé, contaram com grande afluência de fiéis. A igreja ficou completamente lotada para a celebração das 15h, hora da consumação do sacrifício de Jesus, na cerimônia de Adoração da Santa Cruz, com as leituras do Evangelho que relatam a paixão, crucifixão e morte do Cristo. A celebração foi abrilhantada pela execução de cantos sacros tradicionais pelo Coral Mater Dei, e pela leitura emocionada da atriz Eva Wilma. Concelebraram o pároco, Padre Michelino Roberto, e o vigário, Padre Vandro Pisaneschi, que durante a homilia

assinalou: “quem sai das celebrações da Semana Santa do mesmo jeito que entrou, é porque nada entendeu”, e finalizou: “Olhar as chagas de amor abertas deve impactar sim, mas para que se retorne para casa transformado. Ao sair da igreja na Sexta-feira Santa, não saímos de um velório, mas saímos de mãos dadas com um Deus que nos ama até a morte!”. Logo após a celebração, houve a encenação da Paixão de Cristo, organizada pelo grupo de jovens “Divino Coração”. O grupo, que segundo a coordenadora Beatriz Queiroz atua desde a JMJ Rio-2013 e conta com 30 membros comprometidos na evangelização, levou muita gente às lágrimas com uma abordagem da Paixão pela

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Luiz Otávio Ugolini Vianna

Jovens encenam a Paixão de Cristo na Paróquia Nossa Senhora do Brasil, na sexta-feira, 3

perspectiva da Virgem Maria, interpretada pela jovem Ana Carolina Silveira, desde a Anunciação até a morte de Cruz de Jesus, interpretado pelo jovem Rafael de Andrade. Os espectadores viram

como Maria, amorosa, cumpriu sua missão fundamental na história da Salvação. Ainda segundo Beatriz, a participação na encenação teatral é, para todos os envolvidos, uma especial opor-

tunidade de viver a Páscoa, pessoal e comunitariamente. Após a apresentação, finalizaram-se as celebrações da Sexta-feira Santa, com a Procissão do Senhor Morto e da Virgem Dolorosa.

Celebração penitencial: ‘Confessar-se é humanizar-se’ Fernando Geronazzo

Colaborador de Comunicação da Região

Antes de celebrarem a Páscoa, os padres que atuam na Região Episcopal Sé se reuniram na Quarta-feira Santa, dia 1º, para a Celebração Penitencial do Clero, na Paróquia São Francisco de Assis, na região central. A celebração foi presidida por Dom Eduardo Vieira dos Santos, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé. A reflexão do momento de oração foi conduzida pelo Padre Helmo Cesar Facciolli, auxiliar do cura da Catedral Metropolitana, que destacou que o perdão provoca uma sensação

de alegria, de bem estar para quem o perdoa e para quem é perdoado. “Ter vida pura não é ‘puritanismo’, mas é o purificar-se. Essa purificação nos torna pessoas plenamente novas. A preparação para a Páscoa é a grande purificação”, afirmou. Padre Helmo lembrou, ainda, que a misericórdia devolve a identidade e a dignidade à pessoa humana e ressaltou que “Jesus não é um acusador, mas libertador”. “Nós ensinamos, insistimos que aqueles que nos procuram confessem-se bem. Devemos, ao menos, nos confessar bem também. A reconciliação não pode ser vista como uma rotina, mas como um propósito, um desejo

de caminho de vida. Reconciliai-vos sempre, lembra o apóstolo São Paulo”, acrescentou. Recordando palavras de São João Paulo II, o Padre salientou que a Confissão não é um evento, mas é um estilo de vida que humaniza. “Confessar-se na nossa condição presbiteral é humanizar-se e nos capacita para humanizar as pessoas. O mundo precisa de sinais que devolvam a cada pessoa a dignidade humana”, afirmou Padre Helmo, lembrando, ainda, do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, proclamado pelo Papa Francisco, que se inicia em dezembro próximo. A celebração penitencial tam-

bém contou com um momento de exame de consciência conduzido pelo Frei Luiz Henrique Ferreira Aquino, pároco da Paróquia São Francisco de Assis. A partir de um roteiro de exame de consciência proposto pelo Papa Francisco, os padres refletiram sobre sua caminhada presbiteral para, em seguida, confessarem-se uns com os outros. “Que Deus sempre nos proporcione a graça da reconciliação, do perdão com Deus, com o nosso próximo, com nossos irmãos”, manifestou o Bispo, um dos primeiros a se confessar. Após a celebração, os frades franciscanos ofereceram aos padres um almoço de confraternização.

Cristo ressuscitado é sinal de salvação no Emílio Ribas Assessoria de Imprensa do IIER

Semana Santa é vivenciada no Emílio Ribas

A Semana Santa foi intensamente vivenciada pelos pacientes, familiares e funcionários do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, nas celebrações do Domingo de Ramos, da instituição da eucaristia, com rito de Lava-pés, e a celebração da Paixão do Senhor. “Para mim foi muito emocionante seguir os passos de Jesus em seus últimos dias nesta terra”, afirmou o paciente J.M.S. Na tarde da segunda-feira, 6, Dom Carlos Lema Garcia, bispo auxiliar da Arquidiocese, presidiu a missa da Páscoa dos enfermos, com a participação de toda a comunidade hospitalar, e com animação musical da equipe de canto da capela da PUC-SP.

Dom Carlos lembrou a todos que “Deus não nos abandona na dor e no sofrimento, porque Jesus carregou nossas dores na cruz. Jesus ressuscitado nos recorda que um dia vamos ressuscitar também. Ele está vivo entre nós e em nosso corpo glorificado não haverá mais dor e sofrimento”, disse o Bispo. Para o Padre João Inácio Mildner, capelão há 23 anos no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, “celebrar a Semana Santa e a Páscoa com os enfermos é motivo de alegria e esperança, pois Cristo ressuscitado vem convidar todos a seguirem seu exemplo de amor, doação e de serviço, afinal, celebramos que a vida venceu a morte”.

Paróquia Divino Salvador

No sábado, 4, Dom Eduardo Vieira dos Santos, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, presidiu a Vigília Pascal, na Paróquia Divino Salvador, na Vila Olímpia.


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Ipiranga

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Padre Ricardo Pinto

Colaborador de comunicação da Região

Dom José Roberto: que a alegria seja conservada em cada sacerdote Renata Quito

Dom José Roberto preside missa do Crisma na Paróquia-santuário São Judas Tadeu, dia 1º

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A pergunta “Quereis renovar as promessas que um dia fizestes perante o vosso bispo e o povo de Deus?”, feita por Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, na quarta-feira, dia 1º, é uma das que fazem parte da Renovação das Promessas Sacerdotais, na Missa do Crisma, presidida pelo Bispo na Paróquia-santuário São Judas Tadeu. “Quero!”, foi a resposta forte e em uníssono dadas pelos presbíteros da Arquidiocese de São Paulo que exercem o ministério na Região. Na chegada se notou que aquele era um encontro entre irmãos que compartilham a missão evangelizadora. Abraços fraternos, alegria, diálogos e presença de muitos leigos acompanhando os padres e diáconos que estão nas paróquias. Não por acaso, logo no começo da

celebração, Dom José afirmou que “trabalhar para a comunhão e a unidade é a ação mais necessária na Igreja, hoje”. Na homilia, o Bispo falou do efeito que os óleos que abençoou na celebração provocam nas pessoas e nas comunidades. “Ungidos pelo Espírito, para ser outro Cristo no mundo” é o que faz o Óleo dos Catecúmenos”. “O Óleo dos Enfermos é expressão visível da cura que o anúncio do Reino de Deus deve trazer aos que sofrem”. E ao preparar o Óleo do Crisma, Dom José Roberto enfatizou que cada sacerdote é um “santuário de Deus, no mundo e para o mundo”. Ele, ainda, definiu a alegria como característica especial do sacerdócio, que está “ungido até os ossos com a alegria que é presença do Espírito de Deus em nós”, vivendo a “alegria missionária que atrai o povo”. Invocando São Camilo de Lellis, Irmã Dulce, Madre Tereza de Calcutá e outros santos e santas de Deus que testemunharam o amor de Jesus pelos 18 anos de excelência nos serviços sofredores, Dom prestados para filantrópicas José pediu em oração que a alegria de • TRABALHISTA • CIVEL • TRIBUTÁRIO • servir seja conservada em cada sacer11 – 3883.3131 – www.rribeiro.com.br dote.


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Lapa

Entre os pobres, Ele ressuscitou

Daniel Gomes/O SÃO PAULO

Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

Nos últimos anos, o dia de Páscoa de João dos Santos Oliveira Filho, 56, foi vivido na solidão das ruas. Porém, no domingo, 5, ao chegar à Casa Virgem de Guadalupe - São Pio de Pietrelcina, da Missão Eucarística Voz dos Pobres, no bairro Rio Pequeno, João já tinha a certeza que aquela seria “uma Páscoa diferente, de esperança”. Ele e outros moradores em situação de rua uniramse aos missionários e às pessoas doentes atendidas pela Missão Voz dos Pobres para celebrar a Páscoa da Ressurreição do Senhor, em missa presidida por Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, após a qual houve um almoço festivo. “Vemos na pessoa do irmão o próprio Cristo, por isso fazemos questão que as pessoas de rua participem, porque esse momento é para eles, não para nós que já vivemos uma Páscoa diariamente. Para eles, a oportunidade de viver a ressurreição do Senhor é hoje”, comentou, ao O SÃO PAULO, o Irmão Agostino da Grande Mãe de Deus, 41, leigo consagrado e

Dom Julio preside missa de Páscoa na Missão Eucarística Voz dos Pobres, junto a pessoas em situação de rua e de saúde fragilizada

que cuida do secretariado eclesiástico da Missão Voz dos Pobres, que tem como carisma a adoração e o cuidado com as pessoas em situação de rua. Na pequena capela da Casa Virgem de Guadalupe - São Pio de Pietrelcina não couberam todas as pessoas, mas lá estavam um cadeirante e dois acamados atendidos pela Missão. Muitas outras participaram da missa lotando os corredores e a garagem da casa, entre as quais, João dos Santos.

“A Páscoa representa muita coisa linda e é maravilhoso estar com todos aqui”, disse à reportagem. “O anúncio da Páscoa é que Cristo ressuscitou. Essa é a nossa esperança, alegria e força”, afirmou Dom Julio, na homilia, na qual também ressaltou que a ressurreição de Jesus, narrada pelos evangelistas, não foi uma invenção dos cristãos, ou uma estratégia de divulgação dos seguidores de Cristo, pois se assim o fosse não encontraria relevância ao colocar

como protagonistas as mulheres nas aparições de Jesus, dado que naquela sociedade elas não eram levadas em consideração. Também o túmulo vazio, segundo o Bispo, é um indício importante da ressurreição, evidenciando que Cristo ressuscitou e não que seu corpo foi roubado. “A ressureição é algo que os discípulos demoraram a entender porque não é a normalidade da vida. A ressurreição é um mistério maior que a morte”, concluiu o Bispo.

AGENDA REGIONAL Terça a sexta-feira (7 a 10), 20h

Catequese com Dom Julio Endi Akamine, na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora (rua Padres Valombrosanos, 126).

Sábado (11)

8h30 às 17h - Retiro espiritual da Pastoral da Saúde regional, na Congregação das Irmãs de Jesus Bom Pastor – Pastorinhas (rua Mario Giannini, 91, Raposo Tavares). 20h - Festa beneficente, com jantar dançante dos anos 60, 70, 80, na Paróquia São João Batista de Vila Ipojuca (rua Tonelero, 967).

Paróquia Sao Francisco de Assis

Pascom Lapa

Pascom Lapa

Na São Francisco de Assis, no Setor Butantã, aconteceu na quarta-feira, dia 1º, a missa com enfermos, presidida pelo Padre Heliton, administrador paroquial.

Na Área Pastoral São João Batista, no Setor Butantã, fiéis lotaram a igreja para participar da via-sacra, na Sexta-feira da Paixão, 3.

No sábado, 4, Padre Adalton Pereira Castro, conduziu celebração da Vigília Pascal na Paróquia Nossa Senhora da Lapa.

Pascom Sao Jose Operario

Joao Cesar Pereira Fernandes

Pascom Lapa

Na Sexta-feira Santa, 3, os fiéis da Paróquia São José Operário, no Setor Rio Pequeno, participaram da celebração da Paixão do Senhor.

A comunidade de fiéis se uniu ao Padre Roberto Grandmaison, pároco, para a celebração da Vigília Pascal, na Paróquia São José do Jaguaré, no sábado, 4.

Na Sexta-feira Santa, 3, fiéis da Paróquia Santíssima Trindade, com o Padre Marcos Roberto Pires, fizeram via-sacra pelas ruas da Vila São Domingos.

As imagens foram selecionadas pela Redação do O SÃO PAULO, a partir de fotos enviads pela Pascom Regional


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