O SÃO PAULO - 3049

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 60 | Edição 3049 | 29 de abril a 5 de maio de 2015

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SOLIDARIEDADE Papa Francisco envia ajuda financeira ao Nepal British Red Cross

Após um terremoto assolar o Nepal, no sábado, 25, matando ao menos 4,3 mil pessoas, o Papa Francisco enviou ajuda financeira de 100 mil dólares ao país asiático, para assistência às 8 milhões de pessoas afetadas. Em telegrama a Dom Paul Simick, vigário apostólico do Nepal, o Pontífice afirma estar “profundamente triste ao saber do terremoto e da consequente perda de muitas centenas de vidas”.

Páginas 3 e 9

CNBB critica ‘matérias que incidem diretamente na vida do povo’ Ao final da 53ª Assembleia Geral da CNBB, os bispos emitiram uma nota na qual avaliam o momento nacional e criticam a aprovação de leis e as medidas trabalhistas tomadas pelo Congresso e pelo Poder Executivo, além de destacar que somente uma “Refor-

ma Política que atinja as entranhas do sistema político brasileiro”, pode ser a solução dos problemas do País. Na Assembleia, houve ainda a escolha dos novos presidentes das Comissões Pastorais e de alguns regionais da CNBB. Páginas 14 e 15

Abril: mês de atenção Paróquia Santa Generosa testemunha à voz, ao sentido do beijo e ao Chorinho as mudanças de SP Situada no bairro do Paraíso, a Paróquia Santa Generosa celebra em 2015 um século de existência, revivendo sua rica memória e renovando forças para enfrentar as incessantes transformações da Metrópole. Erigida pelo primeiro arcebispo de São Paulo, a Paróquia começa a fazer agora “a primeira página do segundo centenário”, que será escrita “por cada um de nós”, disse o Cardeal Scherer, em missa solene no domingo, 26.

Dia das mães, dos pais e da cidade. Essas datas fazem parte do cotidiano e são vivenciadas com intensidade. Outras passam quase despercebidas, talvez porque poucos sabiam que existem. Nesta edição, O SÃO PAULO apresenta o histórico e curiosidades sobre três dias de abril: o do beijo, 13, cumprimento tradicional entre os primeiros cristãos; o da voz, 16, essência da expressividade humana; e o do Chorinho, 23, eternizado por Pixinguinha.

Página 21

Páginas 12 e 13

Como ficam as crianças diante do ritmo dos adultos? Página 10

Jilmar Tatto justifica a expansão de ciclovias em São Paulo Página 11


2 | Ponto de Vista |

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Editorial

‘As minhas ovelhas ouvem a minha voz...’ (Jo 10,27)

O

texto do capítulo 10 do Evangelho de São João nos propõe a amável figura de Jesus, o Bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas (cf. Jo 10,11). Ele as conhece pelo nome; diferente do mercenário, ávido por devorar a carne, o couro e pela lã que lhe pode propiciar, o bom pastor guarda, zela, defende as suas ovelhas. Seguindo as ilustrações bíblicas, quando a ovelha se afasta do redil, se perde e se machuca, o bom pastor a procura e encontra, cura suas feridas e a conduz ao redil seguro (cf. Lc 15, 3-7). Para além de expressar o infini-

to amor de Deus, a figura bíblica do Bom Pastor se impõe a todos aqueles que dentro e fora da Igreja exercem funções, cargos e ministérios, como uma boa medida: se atuam em modo a construir ou destruir, unir ou dispersar, ferir ou curar, se estão para servir ou se aproveitar, se o que buscam é o bem comum ou a satisfação de interesses pessoais, sejam eles de caráter político, material ou mesmo, simplesmente, do próprio ego. Infelizmente, a história da humanidade está repleta de exemplos de maus pastores: de “líderes religiosos” que semeiam o ódio, pregam a intolerân-

cia ou vendem ilusões. Em todos esses casos, usam o nome de Deus em vão. Governantes e políticos corruptos que assaltam os cofres públicos roubando de trabalhadores honestos melhorias na educação escolar dos filhos, saúde, boa alimentação e por fim, segundo o Papa Francisco, a esperança, são exemplos de “pastores mercenários”. Também usam o nome de Deus em vão e, por isso não podem ser identificados com Cristo, o Bom Pastor, aqueles se valem de aspectos do discurso religioso com fins meramente políticos, que impõe questões

opináveis como se fossem dogmas de fé, e os que traem os princípios do Cristianismo com comunicações que em sua forma e conteúdo têm por finalidade desmoralizar, constranger, humilhar, calar e obrigar. Onde a motivação de fundo não é o amor e a caridade, Deus aí não está. O Evangelho do Bom Pastor guarda uma sutileza que, não poucas vezes, passa despercebida ao leitor. As ovelhas de Cristo conhecem a sua voz e o seguem. “Elas não seguirão um estranho, mas fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos” (Jo 10,5).

Opinião

A pessoa humana permanece sempre preciosa Sergio Ricciuto Conte

Dalton Luiz de Paula Ramos Em 1993, o Santo Papa João Paulo II retomou o projeto, interrompido com o atentado à sua vida em 1981, de criar a Pontifícia Academia para a Vida, dedicada a estudar, informar e formar acerca dos principais problemas de biomedicina e de direito, relativos à promoção e à defesa da vida, sobretudo na sua relação direta com a moral cristã e as diretrizes do Magistério da Igreja. Para cuidar da tarefa de estruturar essa Academia, o Papa polonês contatou um amigo, o médico francês Jérôme Lejeune, geneticista que descobriu o gene responsável pela Síndrome de Down. Numa conversa telefônica, o Papa pede a ele a tarefa de organizar esta Academia. Lejeune lhe informa que está com câncer, em seu leito de morte e que por isso seria melhor pedir a outro, ao que o Santo Papa lembra-lhe que a vida, até o seu último momento, tem um significado e uma missão a cumprir. Jérôme Lejeune aceita a tarefa, organiza a Academia, que é instituída em fevereiro de 1994, sendo nomeado seu primeiro Presidente. Dois meses depois, Lejeune falece, sem ter tempo de participar da primeira das reuniões da Academia. Anualmente, essa Academia promove reuniões nas quais cientistas reconhecidos mundialmente, dedicados ao estudo das ciências médicas e da vida, debatem temas bioéticos atuais, num exemplo de diálogo entre fé e ciência.

No início de 2015, na 21ª reunião anual, o tema foi “Assistência ao idoso e cuidados paliativos”. Cuidados paliativos representam a atenção a pacientes para os quais não se encontram mais tratamentos, com prognóstico de morte a curto ou médio prazo. Esses cuidados servem para tornar o sofrimento mais suportável e assegurar ao paciente um adequado acompanhamento humano. No discurso que proferiu aos participantes dessa reunião, em

5 de março de 2015, o Papa Francisco proclamou que “os cuidados paliativos são expressão da propensão humana para cuidar uns dos outros, sobretudo dos que sofrem. Eles testemunham que a pessoa humana permanece sempre preciosa, mesmo quando está marcada pela velhice e pela doença. Com efeito, a pessoa, em qualquer circunstância, é um bem para si mesma e para os outros e é amada por Deus. Por isso, quando a sua vida se torna frágil e

se aproxima a conclusão da existência terrena, sentimos a responsabilidade de a assistir e acompanhar da melhor maneira.” Os cuidados paliativos a idosos doentes apresentam particulares dificuldades. Uma delas é proporcionar à sua família um apoio adequado, enquanto coparticipante das dores e necessidades do idoso. No plano das políticas públicas, e na linha da Doutrina Social da Igreja, cabe aos governantes e à legislação viabilizar recursos, quer seja na forma de liberação de subsídios financeiros e de acesso a pessoal especializado de apoio - quer seja na forma de leis que protejam e liberem o familiar para atuar como cuidador. No plano pastoral, as necessidades espirituais se referem à busca de significado e à necessidade, da pessoa idosa enferma e de seus familiares, de serem apoiados na esperança. Entre os diversos elementos que incidem nessa atitude de esperança está a proximidade de pessoas que evitam o abandono e o isolamento, e que ajudam a resgatar o significado da vida. Nesse sentido, a responsabilidade é de todos nós da comunidade cristã, para que testemunhemos uma amizade em Cristo, que recupera o significado da vida até seu último momento, como o fizeram São João Paulo II e Jérôme Lejeune. Dalton Luiz de Paula Ramos é professor titular de Bioética da USP, membro da Pontifícia Academia para a Vida do Vaticano e conselheiro do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP.

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo

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o próximo dia 3 de maio, a arquidiocese de São Paulo realizará sua 114ª. Romaria anual para Aparecida. Neste ano, os peregrinos levarão no coração uma prece especial pelas famílias, em vista da Assembleia ordinária do Sínodo dos Bispos, de outubro deste ano: “Virgem Mãe Aparecida, velai por nossas famílias”. A devoção do povo paulistano a Nossa Senhora Aparecida e a longa tradição das Romarias da arquidiocese de São Paulo ao Santuário da “Mãe de Deus e nossa” têm raízes remotas e profundas. De fato, quando a imagem foi pescada no rio Paraíba do Sul, em 1717, a região de Aparecida, como todo o Estado de São Paulo, faziam parte da “diocese” do Rio de Janeiro. Mas já em 1745, sendo criada a diocese de São Paulo, todo o território do Estado de São Paulo, além do Paraná e parte de Santa Catarina e Mato Grosso, passaram a pertencer à diocese de São Paulo. Portanto, também Aparecida. O Santuário de Aparecida ficou ligado ao “bispado” de São Paulo até 1958, ano em que foi erigida a diocese

Aparecida: rumo ao tricentenário de Aparecida. Mesmo depois que, em 1908, foi criada a diocese de Taubaté, abrangendo todo o vale do Paraíba, a cidade de Aparecida, com a sua basílica (velha), continuaram a pertencer à arquidiocese de São Paulo. O Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta, 3º arcebispo de São Paulo, deu início à construção da nova Basílica. Em 1964, ele próprio tornou-se o primeiro arcebispo de Aparecida; movido por devoção e amor profundo a Nossa Senhora Aparecida, deu grande impulso à edificação da nova Basílica, recebendo a colaboração dinâmica dos Missionários Redentoristas, a quem estava, e ainda está, confiado o cuidado pastoral da Basílica. Quem não se recorda do Padre Vítor Coelho de Almeida e de suas pregações pela Rádio Aparecida! Embora não tenha chegado a ver o templo plenamente concluído, o Cardeal Motta teve a alegria de testemunhar, em 1980, a visita de um peregrino mariano muito especial: São João Paulo II, que também fez a dedicação da Basílica naquela ocasião. Aproxima-se agora a comemoração do tricentenário do “achado” da imagem de Nossa Senhora Aparecida. Os preparativos já iniciaram e são muitas as dioceses que já es-

tão recebendo a visita da imagem peregrina de Virgem Mãe Aparecida. Haverá iniciativas de peregrinação também com jovens e vários outros grupos da vida eclesial. A ocasião se presta para amplas iniciativas de evangelização, a partir da devoção tão forte e tão “católica” do povo brasileiro à Senhora de Aparecida. A arquidiocese de São Paulo programou a visita da imagem peregrina da Mãe Aparecida a todas as paróquias para o período de maio de 2016 a maio de 2017. Por causa da quantidade de paróquias e comunidades da Arquidiocese, haverá uma imagem peregrinando em cada Região Episcopal. Onde estão os discípulos de Jesus, lá também está a Mãe de Jesus; ela, de fato, foi encarregada por Ele de estar com a Igreja e recomendou à Igreja de estar com ela: “mulher, eis o teu filho; filho, eis a tua mãe”. Como fez o apóstolo São João – “e daquele momento em diante, ela permaneceu com o discípulo” (cf Jo 19,27) – assim também cabe a nós hoje. Maria faz parte da Igreja. A preocupação com a família, que marcará a nossa Romaria anual, é bem compreensível, em vista da preparação da próxima assembleia do Sínodo dos Bispos, em outubro, que terá por tema a família.

| Encontro com o Pastor | 3

Festa no Seminário Bom Pastor Rafael Alberto

Na segunda, 28, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, presidiu missa no Seminário Bom Pastor, por ocasião da festa do Patrono. Além dos seminaristas residentes, participaram da celebração formadores e ex-formadores. Na homilia, Dom Odilo recomendou que os seminaristas aproveitem o período de formação em vista de serem bons pastores para o povo de Deus.

Visita de cortesia Rafael Alberto

Dom Odilo recebeu em audiência na segunda-feira, 28, o cônsul geral de Israel em São Paulo, Yoel Barnea; o rabino Michel Schlesinger, da Congregação Israelita Paulista (CIP), e o embaixador de Israel no Brasil, Reda Mansour. Durante o encontro, o Cardeal tratou do fanatismo que ameaça cristãos e judeus em diversas partes do mundo, das celebrações em Israel e no Brasil pelos 50 anos da declaração conciliar Nostra Aetate, e da inclusão de pontos turísticos judaicos no programa das peregrinações cristãs a Israel.

Missa com os Vicentinos Helena Ueno

No sábado, 25, o Cardeal Scherer presidiu missa com os integrantes da Sociedade de São Vicente de Paulo (Vicentinos), na Catedral da Sé. No dia 23, a Sociedade completou 182 anos de fundação e também comemorou os 202 anos do nascimento de seu criador, o Beato Frederico Ozanam. (Por Rafael Alberto e Daniel Gomes)


4 | Papa Francisco |

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o domingo, 26, após ordenar 19 sacerdotes na Basílica de São Pedro, o Papa rezou a prece mariana Regina Coeli com os peregrinos reunidos na praça de São Pedro, às 12h. Ele refletiu sobre o Evangelho do 4º Domingo da Páscoa, o “Domingo do Bom Pastor”. Francisco começou a reflexão lembrando que anualmente somos convidados “a redescobrir, com estupor sempre novo, esta definição que Jesus deu de si mesmo, à luz da sua paixão, morte e ressurreição”. Jesus deu a vida, ofereceu a sua vida como um sacrifício por todos nós. “Por isso é o bom pastor!” Cristo é o verdadeiro pastor, e o maior modelo de amor pelo rebanho: oferece a vida livremente em favor das ovelhas. Ao contrário dos falsos pastores, que só pensam em si mesmos, é “um guia cuidadoso que participa da vida do seu rebanho, não busca outro interesse, não tem outra ambição a não ser guiar, alimentar e proteger suas ovelhas. E tudo isso ao preço mais alto, o do sacrifício da própria vida”.

O Bom Pastor não nos deixa sozinhos Contemplamos em Jesus a ministrador e assumam a de “Providência de Deus, a sua servos, pede Francisco. “Dessolicitude paterna por cada pojando-se de si mesmo, nos um de nós” continua Francis- salvou com a sua misericórdia”. co. Jesus “não nos deixa soziA invocação a Maria fechou nhos” e é isso que leva à ad- a reflexão: “Maria, conceda miração contida na segunda para mim, para os bispos e saleitura do domingo em que cerdotes do mundo inteiro, a João nos convida: “Conside- graça de servir o povo santo rai com que amor nos amou o de Deus por meio do anúncio Pai...” (1 João 3,1). jubiloso do Evangelho, a cele“Amor surpreendente e ma- bração dos sacramentos e a paravilhoso”, continua Francisco, ciente e humilde guia pastoral”. porque dandonos Jesus como Jesus “não nos deixa pastor “o Pai nos sozinhos” e é isso que leva deu tudo aquilo à admiração contida na que de maior e mais precioso po- segunda leitura do domingo deria nos dar! É o em que João nos convida: amor mais alto e “Considerai com que amor mais puro, porque nos amou o Pai...” não é motivado Após a oração mariana, por nenhuma necessidade, não é condicionado por nenhum Francisco lembrou as vítimas cálculo, não é motivado por do terremoto no Nepal e paínenhum interessado desejo de ses vizinhos. “Rezo pelas vítimas, pelos feridos e por todos troca”. Francisco, porém, nos con- aqueles que sofrem por causa vida a ir além da contemplação dessa calamidade. Que tenham desse amor e a seguir o Bom o apoio da solidariedade fraterPastor, particularmente os que na. E rezemos a Nossa Senhora são pastores na Igreja. Que su- para que lhes seja próxima”. perem a mentalidade do ad(Por Padre Cido Pereira)

Ajuda ao Nepal O Santo Padre enviou uma ajuda de 100 mil dólares aos desabrigados e desalojados pelo terremoto de magnitude 7,9 que assolou o Nepal no sábado, 25, e atingiu 8 milhões de pessoas. O auxílio concreto vai chegar ao país dos Himalaias por meio do Pontifício Conselho Cor Unum, diretamente à Igreja local. Em telegrama enviado a Dom Paul Simick, vigário Apostólico do Nepal, o Pontífice afirma estar “profundamente triste ao saber do terremoto e a consequente perda de muitas centenas de vidas no Nepal, bem como nos países vizinhos, e expressa sua solidariedade a todos os afetados pelo desastre”, assegurando sua proximidade na oração “aos que sofrem pela perda de familiares”. Francisco também encoraja as autoridades civis e as equipes de emergência “a prosseguirem os seus esforços de resgate e assistência daqueles atingidos por esta tragédia”.

Encontro com Ban Ki-Moon L’Osservatore Romano

O Papa Francisco encontrou o Secretário Geral das Nações Unidas, Ban KiMoon, na manhã da terça-feira, 28, na sede da Pontifícia Academia das Ciências, no Vaticano. Ban Ki-Moon participou do seminário promovido pela Pontifícia Academia das Ciências, junto com as Nações Unidas sobre as dimensões morais das mudanças climáticas. O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, informou que Ban Ki-Moon agradeceu ao Papa por ter aceitado discursar na Assembleia das Nações Unidas no próximo dia 25 de setembro. Padre Lombardi afirmou, ainda, que é grande a expectativa na ONU pelo discurso de Francisco e também pela publicação de sua próxima encíclica.

Encíclica concluída O chanceler da Pontifícia Academia das Ciências e da Pontifícia Academia das Ciências Sociais, Dom Marcelo Sánchez Sorondo, disse na terça-feira, 28, já estar pronta a encíclica do Papa Francisco dedicada a temas ambientais, cuja publicação sairá entre o final de maio o início de junho, assim que se concluir o trabalho de tradução em várias línguas. Na semana passada, o Papa lançou em sua conta no Twitter uma mensagem na qual convida à reflexão sobre o tema. “É preciso cuidar da Terra para que possa continuar a ser, como Deus a quer, fonte de vida para toda a família humana”. (Por Fernando Geronazzo)


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Espiritualidade Concílio Vaticano II: uma bússola! Dom Edmar Peron

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Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém

stes últimos dez dias, nós os dedicamos à realização da 53ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), junto ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. Ali, amparados pela materna proteção de Maria e as orações de nossas comunidades, pudemos experimentar o gozo da oração em comum, refletir e tomar decisões conjuntamente e saborear a alegria da fraternidade entre nós: “Como é bom, como é agradável os irmãos viverem unidos” (Sl 133,1). Auxílio necessário recebemos dos (as) assessores (as) da CNBB e dos (as) secretários (as) dos nossos regionais. Um dos momentos que desejo destacar aconteceu na tarde do dia 17 de abril, sexta-feira: a sessão solene em comemoração aos 50 anos da conclusão do Concílio Vaticano II, o maior evento eclesial do século XX, realizado “por singular dom da Providência divina” (São João XXIII, Discursos, Gaudet Mater Ecclesia, 11/10/1962). Contudo, poderíamos nos perguntar: Temos necessidade de fazer tal comemoração? O Concílio já não é uma obra acabada? E seus documentos não estão já ultrapassados? A esse respeito, é mui-

to inspirador o ensinamento de São João Paulo II, ao término do Grande Jubileu do ano 2000: “À medida que passam os anos, aqueles textos não perdem o seu valor nem a sua beleza. É necessário fazê-los ler de forma tal que possam ser conhecidos e assimilados como textos qualificados e normativos do Magistério, no âmbito da tradição da Igreja. Concluído o Jubileu, sinto ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça de que beneficiou a Igreja no século XX: nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa” (Novo millennio ineunte, 57). Essa imagem da “bússola” foi retomada pelo querido papa emérito Bento XVI, em suas catequeses sobre o Concílio. “Penso” - afirmou o Pontífice - “que esta imagem é eloquente. Os documentos do Concílio Vaticano II, sobre os quais é preciso meditar, libertando-os de um excesso de publicações que muitas vezes, em vez de nos ajudar a conhecê-los, os escondem, são também para o nosso tempo uma bússola que permite à barca da Igreja fazer-se ao largo, no meio de tempestades ou de ondas calmas e tranquilas, para navegar com segurança e chegar à meta” (Audiência geral, 10/10/2012). Esses grandes homens insistiram sobre a necessidade que temos de retornar aos textos do Concílio Vaticano II; não apenas conhecê-los, mas, principalmente, assimilá-los. Somente assim eles serão uma orientação segura para toda a Igreja. Às vezes, nos empenhamos em ler o que escreveram sobre os documentos conci-

liares, mas não bebemos das fontes límpidas: os próprios documentos. Bento XVI, nesse sentido, foi bem claro: somente os documentos “são também para o nosso tempo uma bússola” segura para a Igreja, e não o que foi escrito sobre eles (mesmo reconhecendo que tais escritos possuem um valor eclesial e podem ajudar a compreender melhor o Concílio ou, infelizmente, atrapalhar a sua assimilação). O Papa Francisco também se referiu às comemorações dos 50 anos do Concílio Vaticano II, chamando nossa atenção para o perigo que corremos: festejar esse aniversário quase “erigindo um monumento ao Concílio” (cf. Lc 11,47), desde que ele não nos incomode. E àqueles que querem “andar para trás”, desqualificando o Concílio, o Papa considerou teimosos; resistentes ao Espírito (cf. At 7,51), desejosos de “domesticar o Espírito Santo” (Meditações matutinas, 16/04/2013). Enfim, quero partilhar que, durante o retiro que Dom Geraldo Lyrio Rocha pregou aos bispos, pudemos fazer essa experiência. Para a nossa reflexão, ele propôs os próprios textos do Concílio, enriquecidos com as palavras dos papas, para que pudéssemos receber um poderoso auxílio para praticar o que o Vaticano II nos ensina a respeito do ministério do Bispo, isto é, do múnus episcopal. E como foi bom poder “ir às fontes cristalinas do Concílio Vaticano II para beber seus ensinamentos”! Também com relação ao Concílio, pode-se dizer com o Profeta: “Com alegria, vocês poderão beber água nas fontes da salvação” (Is 12,3).

| Fé e Vida | 5

Fé e Cidadania O Ano da Misericórdia

Frei Patrício Sciadini, ocd

Estamos habituados com as surpresas do Papa Francisco. Não é fácil prever o que ele vai fazer. Agora, ele nos surpreendeu mais uma vez quando anunciou com tranquilidade o Ano da Misericórdia, que começa no dia 8 de dezembro, festa da Imaculada deste ano, e termina no dia 26 de novembro de 2016. Uma iniciativa maravilhosa, porque nos oferece uma fotografia da vida interior, da Teologia e do amor deste Papa para com os pecadores. Leiamos algumas frases dessa proclamação: “Ninguém pode ser excluído da misericórdia de Deus; todos conhecem o caminho para ter acesso a ela e a Igreja é a casa que todos acolhe e a ninguém rejeita. Suas portas permanecem escancaradas, a fim de que aqueles que foram tocados pela graça possam encontrar a certeza do perdão... Pensei muitas vezes no modo como a Igreja pode tornar mais evidente a sua missão de ser testemunha da misericórdia. É um caminho que começa com uma conversão espiritual; e devemos fazer esse caminho. Por isso, decidi proclamar um Jubileu Extraordinário que tenha no seu centro a misericórdia de Deus. Será um Ano Santo da Misericórdia”... Estou certo que toda a Igreja poderá encontrar neste Jubileu a alegria para redescobrir e tornar fecunda a misericórdia de Deus, com a qual todos somos chamados a dar consolação a todo homem e toda mulher de nosso tempo. Desde já, o confiamos à Mãe da Misericórdia, a fim de que volte para nós o seu olhar e vele sobre nosso caminho.” Uma das frases que mais tocou o meu coração foi quando se dirigiu aos confessores para que sejam misericordiosos e não torturem intimamente as pessoas com interrogatórios inúteis e sem sentido. Saber acolher o pecador com amor, com braços abertos e viver a misericórdia juntos. Não é o confessor que morreu na cruz, mas Cristo, não é ele quem perdoa, é Deus. Não é o dono da misericórdia, mas simplesmente o distribuidor da misericórdia de Deus. Que belo viver este ano com a palavra misericórdia que entra a fazer parte da nossa vida! Gosto muito de fazer referência a Santa Teresa de Ávila, que, escrevendo a sua vida, a sintetiza com uma frase belíssima: “cantarei as misericórdias do Senhor!” Ela não diz: “contarei a triste história dos meus pecados”. Cantemos também nós a misericórdia de Deus!


6 | Fé e Vida |

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Liturgia e Vida 5º DOMINGO DA PÁSCOA 3 DE MAIO DE 2015

Permanecer no Senhor ANA FLORA ANDERSON

Os autores da Bíblia, inspirados pelo Espírito Santo, procuram infinitas maneiras para falar de Deus. Hoje, na oração, rezamos ao Pai da Bondade que nos dê a verdadeira liberdade. A primeira leitura (Atos dos Apóstolos 9, 26-31) fala da tensão em Jerusalém quando Saulo, conhecido como o perseguidor dos cristãos, procura se juntar aos outros discípulos de Jesus. Seu futuro companheiro nas viagens missionárias, Barnabé, o apresenta aos apóstolos como um convertido especial que encontrou Jesus Ressuscitado no

caminho de Damasco. A segunda leitura (1 João 3, 18-24) continua a reflexão sobre o sentido do amor cristão. Em primeiro lugar, devemos compreender que o amor se realiza em ações de verdade. Esse amor faz que os outros cresçam e sejam, cada vez mais, filhos de Deus. O Evangelho de São Jo ão (15, 1-8) des cre ve nossa relação com Jesus numa alegoria. Para dar frutos, os ramos devem ser unidos firmemente à figueira. Nessa relação mística, recebemos a vida eterna diretamente de Jesus. O Pai é o agricultor que nos purifica para poder dar, cada vez mais, frutos de amor.

Você Pergunta

Um casal apaixonado depois que morre se encontrará no céu? padre Cido Pereira osaopaulo@uol.com.br

A Maria Edwirges, de Santa Cecília, me pergunta se um casal apaixonado quando morre se encontrará no céu. Pois é, Maria. Quando professamos a nossa fé no Credo, nós dizemos: “Creio na comunhão dos Santos, creio na vida eterna e na ressurreição dos mortos”. A morte, portanto, para nós não é o fim de tudo. E Jesus é muito claro nisso quando nos diz que na Casa do Pai há muitas moradas e que ele tem preparado um lugar para nós. Agora, imaginar que a vida eterna vai ser igual à vida neste mundo é com-

plicado. Jesus chegou a dizer que no Reino dos Céus ninguém se casa nem se dá em casamento. Agora, que as pessoas que se amam vão se encontrar, eu não tenho dúvidas. Se de Deus viemos e para Deus voltaremos, temos um encontro marcado. Eu gosto muito de lembrar o que Dom Paulo Evaristo Arns disse quando foi orar junto ao corpo de minha querida mãe. Ele falou a mim e aos meus irmãos e familiares que déssemos graças a Deus porque nós ganhamos uma intercessora no céu. Desde aquele episódio, eu gosto muito de dizer às pessoas que, pela comunhão

dos santos, na qual cremos, os que amamos e morreram continuam a nos amar na eternidade, e nós que permanecemos neste mundo continuamos a amar os que morreram, pedindo a Deus que seja misericordioso para com eles. Então, para concluir este nosso papo, Maria Edwirges, eu digo a você: Vamos sim encontrar as pessoas que amamos na Casa do Pai. E juntos cantaremos eternamente louvores a Deus que nos fez seus filhos no seu Filho único Jesus, que morrendo destruiu a morte e ressuscitando nos garante que ressuscitaremos também. Deus abençoe você, minha irmã.

Atos da Cúria meado Pároco da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, da Região Episcopal Belém, o Revmo. Pe. Eduardo Aparecido Em 25 de abril Araújo, pelo período de (6) de 2015, foi no- seis anos. meado Pároco da Paróquia Santo Antônio de Pádua, da Em 26 de abril de 2015, foi noRegião Episcopal Belém, o meado Pároco da Paróquia Revmo. Côn. José Miguel de Santa Isabel Rainha, da ReOliveira, pelo período de (6) gião Episcopal Belém, o Revmo. Pe. José Carlos dos Anjos, seis anos. pelo período de (6) seis anos. Em 26 de abril de 2015, foi nomeado Pároco da Paróquia Em 26 de abril de 2015, foi Santa Maria Madalena, da nomeado Pároco da ParóRegião Episcopal Belém, o Re- quia Nossa Senhora Rainha vmo. Pe. Claudio de Oliveira, da Paz, da Região Episcopal pelo período de (6) seis anos. Lapa, o Revmo. Pe. Celso de Souza Guedes, pelo período Em 26 de abril de 2015, foi no- de (6) seis anos. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO

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CAMI e Anamatra promovem seminário sobre os direitos do trabalhador imigrante Da parceria entre o Centro de Apoio e Pastoral do Migrante (CAMI) e a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) surgiu a proposta do Seminário “Direitos do Trabalhador”, realizado na sede do CAMI, no dia 19. O evento contou com a presença de quatro juízes do trabalho e a equipe do CAMI: mais de cem pessoas, entre funcionários, multiplicadores, professores, monitores, voluntários, alunos dos cursos e convidados. O objetivo do evento foi orientar o trabalhador imigrante quanto aos direitos trabalhistas no Brasil, tornando-o vigilante do seu contrato de trabalho, para ter seus direitos respeitados. As juízas, Dra. Silvana Abramo, Dra. Patrícia Almeida Ramos, Dra. Susana Santiso, e o juiz Dr. Rodrigo Garcia Schwarz falaram sobre a importância do contrato e da carteira de trabalho, e dos direitos

que esta confere; dos direitos da mulher trabalhadora, da gestante, da criança; do trabalho escravo e de questões específicas ligadas ao trabalhador imigrante. Parte do seminário foi dedicada a pequenos grupos para rodas de conversa sobre questões trabalhistas trazidas pelos imigrantes. Os juízes tiveram papel essencial, esclarecendo dúvidas. Foram abordados temas como a lentidão no processo trabalhista; os direitos dos que trabalham na economia informal e das gestantes; o fundo de garantia, o controle governamental no ramo têxtil etc. Depois, em breves exposições, os juízes destacaram os seguintes pontos: todo trabalhador, imigrante ou não, usufrui dos mesmos direitos trabalhistas; cada categoria precisa lutar para ter e manter contratos regulares; os imigrantes precisam se inserir nos sindicatos e fazer valer a sua voz, ajudando-se mutuamente; a importância de

CAMI

Imigrantes participam do seminário ‘Direitos do Trabalhador’, em São Paulo, dia 19

se ler e discutir as cartilhas da Anamatra (do Trabalhador e do Direito Internacional do Trabalho), entre outros. Foi assinada, ainda, uma parceria entre CAMI e Anamatra. “Sonhamos com

um mundo sem fronteiras, já que o planeta foi construído para todos os seres vivos”, disse Roque Pattussi, coordenador do CAMI. (Redação: Henrique Sebastião/ Fonte: CAMI)

Retiro dos candidatos ao diaconato permanente trata dos ‘dons espirituais’ Aconteceu na Casa de Retiros Mary Ward, em Itapecerica da Serra (SP), o primeiro retiro anual dos candidatos ao diaconato permanente da Escola Diaconal São José, da Arquidiocese de São Paulo. O encontro, com o tema “Os Dons Espirituais”, teve início na sexta-feira, 24, e prosseguiu até o domingo, 26. Foi pregador o diácono Wainer Fracaro da Silva, professor de Geografia e pai de quatro filhos, diácono há uma década; ele lembrou aos participantes que Deus distribui seus dons para edificação do Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja. Como resposta positiva ao

Diácono Fábio José Parpinelli

Candidatos ao diaconato permanente durante retiro, entre os dias 24 e 26

reconhecimento do serviço prestado pelos diáconos, da parte dos bispos do Brasil, reunidos na 53ª Assembleia Geral da CNBB, os

candidatos se empenharam em aprofundar conhecimentos sobre o munus diaconal e o seu papel perante a Igreja.

fundação santa terezinha CNPJ nº: 69.273.050/0001-49 Balanço patrimonial ENCERRADO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2014 - Em R$ (reais)

ATIVO PASSIVO NÃO CIRCULANTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO Imobilizações 46.376,00 Patrimônio Social Total do ativo 46.376,00 Total do passivo

46.376,00 46.376,00

NOTA EXPLICATIVA Não houve movimentação financeira no exercício de 2014, haja visto o fato de os 02 (dois) apartamentos pertencerem à Fundação, estarem em comodato, conforme relatório de atividades. Padre João Julio Farias Júnior Primeiro Secretário

José Olímpio Cardoso Neto CRC/SP 1SP 181828/O-5 - Contador

característica muito própria do diaconato é o trabalho pastoral: os diáconos, até por uma questão de disponibilidade, dedicam os fins de semana às visitas nas comunidades. Levam a Palavra de Deus, confortam e acolhem os fiéis, distribuem donativos etc. Cumprem bem o que pede o Papa Francisco: que a Igreja vá às ruas e bata nas portas. Outras informações sobre o diaconato permanente podem ser obtidas no Centro Vocacional Arquidiocesano (rua Felipe de Oliveira, 36, 6º andar), ou pelo telefone (11) 3104-1795. (Com informações do diácono Fábio José Parpinelli)

1º de Maio: Dia do Trabalho e Memória de São José Operário A tradicional celebração eucarística na Memória de São José Operário, também conhecida com missa pelo Dia do Trabalho, acontecerá na sexta-feira, 1º de maio, às 9h, na Catedral da Sé. A procissão de entrada

será com todos os símbolos das pastorais, vicariatos e organizações dos trabalhadores. Após a celebração, às 10h30, haverá um ato público na praça da Sé, com a participação da Pastoral Operária Metropolitana. Luciney Martins/O SÃO PAULO

Saudável

Vida

Atualmente, há 83 diáconos permanentes ordenados na Arquidiocese de São Paulo e 58 candidatos em fase de formação. Recentemente, nove candidatos receberam a admissão ao estado clerical, sendo que deverão receber a ordenação das mãos do Cardeal Odilo Pedro Scherer na Catedral da Sé, em dezembro deste ano. De acordo com a Bíblia, os diáconos surgiram para ajudar os apóstolos na tarefa de prover alimentos às viúvas. Santo Inácio de Antioquia (35-98), discípulo de São João Evangelista, escreveu: “Uma Igreja (...) sem bispo, presbítero e diácono, parece impensável”. Uma

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Você pode viver bem, ter vida saudável melhorando seu modo de ver a si mesmo, os outros e o mundo. É isso que os médicos, Dr. Bruno e Dr. José, se propõem a fazer com você. Os interessados devem comparecer todas as quartas-feiras, às 14h30, nas instalações das paróquias:

Nossa Senhora da Assunção e São Paulo Pessoal Nipo-Brasileira de São Gonçalo Praça João Mendes 108, Tels. 3106-8110 e 3106-8119

Como em anos anteriores, 1º de Maio terá missa com pastorais na Catedral


8 | Igreja em Missão |

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Destaques das Agências Nacionais

Henrique Sebastião Especial para O SÃO PAULO

Exposição valoriza parto normal para redução de cesáreas Pesquisa coordenada pela Fiocruz revela que no Brasil 52% dos nascimentos são cesarianas, sendo que no setor privado de Saúde a porcentagem é de 88%. São dados preocupantes, já que a OMS recomenda que até 15% dos partos sejam por meio do procedimento cirúrgico. Em Belo Horizonte (MG), uma exposição pretende dar novo significado ao nascimento, valorizando o parto normal.

Com tecnologia e criatividade, a exposição “Sentidos do Nascer” debate o nascimento de forma interativa, com vídeos interativos, obras de arte e encenações, mostrando os riscos da cesariana de forma bem-humorada. Sônia Lansky, coordenadora da Comissão Perinatal da Secretaria Municipal de Saúde, diz que a capacidade de dar à luz pelo parto natural “é uma força que a mulher tem, uma força que o bebê tem, e que é melhor para ambos”,

Reprodução

afirma. “Para o bebê é uma agressão, pois ele é retirado abruptamente sem estar pronto para nascer”, e “para a mãe é uma grande cirurgia, que interfere na descida do leite e necessita de um tempo de recuperação muito maior”, diz a coordenadora. Em Belo Horizonte, a exposição fica de 4 a 31 de maio no Shopping Boulevard, de onde segue para Rio de Janeiro e Brasília. Fonte: Canção Nova

Terceira Marcha Pela Vida no Rio de Janeiro No domingo, 3, a partir das 9h, será realizada a 3ª Marcha Pela Vida do Estado do Rio de Janeiro, na praia de Copacabana. O evento, realizado pelo Movimento Nacional da Cidadania pela Vida, quer a aprovação do projeto de lei 478/2007 - Estatuto do Nascituro - e aponta a adoção como alternativa ao aborto. “Está novamente tramitando no Congresso um projeto de lei que legalizaria totalmente o aborto, em qualquer fase da gestação”, alertou a presidente nacional do Movimento, Lenise Garcia. Segundo ela, é ameaça também o PL 236/2012 da Reforma do Código Penal,

que “propôs originalmente a legalização do aborto até a 12ª semana de gestação, em total desacordo com o pensamento do povo brasileiro e a Constituição, que garante o direito à vida. O substitutivo aprovado na Comissão Especial modificou esse ponto, em parte devido à pressão da população brasileira, (...) mas ainda há pontos a serem aperfeiçoados”, pontuou Lenise, que também ressaltou que é fundamental prestar muita atenção no desenrolar dessa verdadeira batalha. “Há um pequeno grupo militante que teima em contrariar a vontade soberana do povo: por isso, a presença da

população na marcha é importante para dar a conhecer a opinião pública, maciçamente contrária a legalização do aborto em nosso País”. A Marcha também apoia as PECs 164/2012 da Câmara e 29/2015 do Senado, que visam acrescentar no artigo 5º da Constituição Brasileira a expressão “desde a concepção” ao termo inviolabilidade do direito à vida. A cantora Elba Ramalho, madrinha do evento, estará presente à marcha, junto com representantes de diversos segmentos da sociedade civil e líderes religiosos. Fonte: Canção Nova

Trabalhos pastorais auxiliam migrantes e refugiados em Santa Catarina

Vazamento em duto da Petrobras despeja 7 mil litros de óleo na costa de Aracaju

Para a advogada e membro do Setor de Mobilidade Humana da CNBB, Irmã Rosita Milesi, os reiterados apelos do Papa Francisco demonstram que a Igreja, em parceria com o Estado e Organizações Internacionais, precisa oferecer uma acolhida mais humanitária aos migrantes e refugiados. “É um dos apoios mais expressivos, carinhosos, humanitários e mesmo afetivos que o Papa tem demonstrado e reiteradamente manifestado em seus pronunciamentos”, ressaltou a religiosa, que realiza um trabalho de assistência e acolhida aos migrantes e refugiados no Estado de Santa Catarina. Segundo ela,

Conforme informações da Agência Nacional do Petróleo e o sindicato dos petroleiros da região, o vazamento de um duto da Petrobras que interliga quatro plataformas de produção (PCM-5, PCM6, PCM-8 e PCM-9) no campo Camorim, Bacia de Sergipe-Alagoas, despejou no mar 7 mil litros de óleo e provocou a paralisação de quatro plataformas fixas. O vazamento aconteceu a 16 quilômetros da costa de Aracaju e já havia sido estancado no dia 23, segundo Stoessel Chagas, diretor do Sindipetro Alagoas/Sergipe.

a Cáritas regional e diocesana e os regionais da CNBB têm sido muito solicitados para atender a tais pessoas e inseri -las na sociedade. Esse atendimento aos migrantes e refugiados varia de região para região, pois é um trabalho de inserção da pessoa na sociedade. Para isso, é preciso oferecer hospedagem, alimentação, documentação e acolhimento. Santa Catarina é um dos estados que mais admitiu imigrantes haitianos no ano de 2014, com carteira assinada, algo em torno de 3.708 pessoas. Além do Haiti, os imigrantes são principalmente de Senegal, Bangladesh, Síria e Nigéria. Fonte: Canção Nova

As unidades paralisadas produzem juntas cerca de 400 barris por dia de petróleo e 60 mil metros cúbicos de gás natural, de acordo com dados do site da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). “Os pequenos vazamentos nessas plataformas são constantes, por falta de manutenção”, declarou Chagas, explicando que a Petrobras precisou vedar o duto com braçadeira. “A gente brinca que o número de braçadeiras é maior que a tubulação”. Fonte: Eclesia


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Destaques das Agências Internacionais

| Igreja em Missão | 9 Filipe david

Correspondente do O SÃO PAULO, na Europa

França

Atentado contra igreja é impedido por acaso Sid Ahmed Ghlam, homem que planejava um atentado contra uma ou duas igrejas em Villejuif, na periferia de Paris, foi preso graças a um ferimento a bala em sua perna, que o forçou a chamar uma ambulância. Tudo começou com uma ligação às 9h, no domingo, 19. Um homem afirmava ter sido agredido e perdia muito sangue. No local, o SAMU chamou a polícia, como manda o protocolo em casos de ferimento a bala. Os policiais seguiram o rastro de sangue até um carro estacionado

próximo ao local. Dentro do veículo, encontraram um arsenal de guerra: kalachnikov, pistola, colete a prova de balas, munição e uma sirene. No hospital, o homem admitiu ser o proprietário do carro. O próximo passo foi a busca no apartamento do suspeito, onde foram encontrados documentos escritos “que estabelecem, sem ambiguidade, que o indivíduo planejava cometer um atentado, provavelmente contra uma ou duas igrejas”, afirmou, à imprensa, Bernard Cazeneuve, ministro

do interior. Ele também precisou que o suspeito – que manifestara seu desejo de ir à Síria no ano passado – já era conhecido dos serviços de inteligência. O DNA de Sid Ahmed foi encontrado na cena de outro crime: o assassinato de Aurélie Châtelain, jovem mãe e professora de ginástica, morta em seu carro e encontrada pouco depois, no mesmo domingo. A polícia suspeita que, por algum motivo, Sid teria tentado roubar-lhe o carro e acabou matando-a e ferindo-se por acidente na perna.

A Conferência dos Bispos da França afirmou, em nota, que “as ameaças terroristas (...) têm por objetivo semear o medo, mas os católicos não consentirão [em se deixar levar pelo medo]”. O bispo de Créteil – diocese onde estão situadas as duas igrejas em questão – Dom Michel Santier, disse que “a melhor resposta que os cristãos podem dar a esse ato é ir [à igreja] ainda mais, em sinal de solidariedade com os cristãos que, em outros países, não são poupados”. Fontes: Le Parisien/ Le Monde/ Famille Chrétienne

Reino Unido Mulheres são mais pró-vidas que homens Recente pesquisa revelou que as mulheres são mais críticas do aborto que os homens. A pesquisa foi realizada pelo Instituto ComRes e apurou que 43% das mulheres são favoráveis a restringir o tempo máximo em que o aborto é permitido de 24 semanas para 12 semanas. Entre os homens, esse percentual é de apenas 32%. O professor Jack Scarisbrick, presidente da Life – organização caritativa de conselho a mulheres grávidas – disse que não

está surpreso com o resultado da pesquisa: “o aborto convém aos homens”, afirmou, fazendo referência aos casos de aborto por pressão do homem. O Professor afirmou ainda: “Por isso, as mulheres que defendem o aborto oferecem aos homens machistas sua maior vitória. É o que sempre dissemos. As feministas traíram sua irmandade nesse ponto, porque têm jogado no time do machismo agressivo”. Fonte: Catholic Herald

Tunísia

‘Eu sou a geração pró-vida’, diz o cartaz de jovens mulheres em manifestação

Nepal

Estado Islâmico mata mais 30 cristãos

Dois meses após a decapitação dos 21 cristãos coptas do Egito, o grupo terrorista Estado Islâmico divulgou um novo vídeo em que 30 cristãos foram mortos. O vídeo acusa os cristãos de serem protagonistas de uma cruzada, cujo objetivo seria de “assassinar muçulmanos”. O mesmo vídeo mostra a destruição de cruzes, altares e imagens religiosas em igrejas, que foram substituídos pelo emblema do grupo. As vítimas do ato eram cristãos etíopes. Metade deles foi executada a tiros e a outra metade dos homens foi deca-

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Terremoto vitima ao menos 4,3 mil pessoas

pitada. Dom Antonios Aziz Mina, bispo copta de Gizeh, afirmou à agência Fides: “nessa grande dor, nós continuamos a observar esses eventos com o olhar da fé. A lista de mártires não terminou e ela acompanhará toda a história, até o fim. Os cristãos não buscam o martírio, eles querem viver na paz e na alegria. Mas se o martírio vem, nós o aceitamos com a mesma paz que o aceitaram os coptas que pronunciavam o nome do Cristo e se confiavam a Ele enquanto tinham suas gargantas cortadas”. Fonte: ACI/ Fides

A equipe do Unicef no Nepal informou na segunda-feira, 27, que há um progressivo esgotamento das reservas de água e alimentos, interrupção da energia elétrica e da rede de telefonia móvel no País. Milhares de pessoas estão dormindo nas ruas após o terremoto do sábado, 25, que resultou na morte de, ao menos, 4,3 mil pessoas. Aproximadamente 940 mil crianças moram nas áreas mais atingidas pelo terremoto e como o acesso à água e aos serviços de higiene são

limitados, aumenta o risco de as crianças contaírem doenças transmitidas pela água. O Unicef mobilizou a equipe e está utilizando as reservas de emergência para atender às necessidades humanitárias urgentes das crianças vítimas do terremoto. Já foram enviados ao País dois voos com 120 toneladas de ajudas humanitárias, com material médico e hospitalar, cobertas e lonas para eventuais transportes aéreos à capital, Kathmandu. Fonte: Rádio Vaticano


10 | Viver Bem |

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Comportamento Reflexões sobre o cotidiano: necessidades infantis x ritmo de vida adulto Simone Ribeiro Cabral Fuzaro

Estamos diante de um grande dilema da vida familiar moderna: como conciliar o ritmo de trabalho e vida social dos adultos com as necessidades da rotina infantil? É comum, hoje em dia, termos crianças que vivem num ritmo adulto - saem cedo de casa quando os pais tem compromisso de trabalho cedo; vão mais tarde para a escola se o horário dos pais está mais flexível naquele dia, dormem tarde porque os pais chegam do trabalho mais tarde e somente à noite vão conviver um pouco mais; no final de semana mudam completamente a rotina pois acompanham os pais ao mercado, shopping, festas etc. Muito embora tudo isso possa ser feito com o objetivo de proporcionar mais momentos de convívio com os pequenos, é preciso considerar que crianças precisam ter uma rotina estruturada, clara e adequada às suas necessidades, inclusive de crescimento físico. A rotina - horários de sono, de refeição, de banho, de passeio, de TV - é fundamental para que a criança se sinta segura, para que vá se localizando no tempo, preparando-se para o que vem a seguir e para que cresça em autonomia. Claro que eventualmente essa rotina será quebrada e isso não trará nenhuma grande tragédia, porém, a rotina precisa existir e a exceção precisa ser de fato exceção. A rotina

não pode ser feita de exceções. modo a manter uma rotina Um dos maiores prejuízos saudável tanto para a saúde da falta de rotina infantil tem física quanto emocional dos sido o sono. Criança precisa pequenos. Se chegamos tarde dormir cedo. A necessidade com eles, fazemos brincadeide sono é biológica - neces- ras agitadas à noite, deixamos sitam de um tempo maior de que fiquem muito tempo nos sono (pelo menos dez horas) e tablets e videogames, com cerdevem dormir cedo e acordar teza teremos dificuldade de cedo. Motivos? O psiquiatra fazê-los dormir num horário infantil José Ferreira Belisário adequado, de contribuir para Filho nos apresenta alguns: que tenham um sono de quaCrescimento: o hormônio lidade e que acordem cedo. do crescimento (GH) vai ser Nada melhor do que uma rotisintetizado à noite (0:30 minutos), porém no estágio Fica então este grande REM do sono. É desafio: identificar o que importante que é fundamental para o nesse horário a crescimento saudável e criança já tenha equilibrado dos nossos alcançado esse filhos e adequar nosso estágio do sono ritmo acelerado às e, para isso, precisa ter dormido necessidades deles e algumas horas não o contrário antes; Atenção e memória: se- na bem estabelecida e um amgundo o especialista, durante biente que vai se tornando cada o sono profundo é que aquilo vez mais tranquilo e quieto que foi aprendido durante o para facilitar o sono. Fica então dia é armazenado na memó- este grande desafio: identificar ria. Se a criança dorme mal ou o que é fundamental para o pouco, acaba tendo os níveis crescimento saudável e equilide atenção, de memória e de brado dos nossos filhos e adeaprendizagem comprometidos. quar nosso ritmo acelerado às Sol da manhã: todos sabe- necessidades deles e não o conmos que é importante que a trário. Afinal, eles estão em forcriança esteja exposta ao sol do mação e não têm ainda os reinício da manhã (até às 10h) cursos que nós temos para nos para poder ativar a vitamina D adaptarmos e sobrevivermos às e ter uma melhor absorção e fi- intempéries da vida moderna. xação do cálcio. Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é Tendo em vista a gravidafonoaudióloga e educadora, Mestre em de dos prejuízos, é preciso que Distúrbios da Comunicação pela PUC-SP, especialista em linguagem; e coordenadora a vida familiar se estruture de da Escola de Educação Infantil Pedrita.

Cuidar da Saúde Anemia Falciforme CÁSSIA REGINA

Existem vários tipos de anemia, entre elas a falciforme, que não é a mais comum, mas é tão importante quanto saber sobre ela. É uma doença genética e hereditária, mais frequente em negros. Seu nome tem origem no formato de foice que a hemácia adquire e isso dificulta o transporte de oxigê-

nio dos tecidos. A doença só se manifesta se for transmitida pela mãe e pelo pai. Se somente um transmitir a doença, o filho terá apenas traço falciforme e não desenvolverá a doença. Os sintomas da anemia falciforme são: dores articulares, falta de ar intensa, palidez, atraso no crescimento, entre outros. Não há tratamento específico, mas é necessário ter um acompanha-

mento rigoroso com diversos especialistas para controlar as crises de dor e prevenir infecções. Essa anemia é detectada no teste do pezinho, ao nascer, ou depois, por um exame de sangue. Exija sempre o teste do pezinho na maternidade. Diagnóstico precoce evita muitas complicações. Dra. Cassia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF)


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| Entrevista | 11

Com a Palavra Jilmar Tatto

Secretário municipal de Transportes justifica implantação de ciclovias Assessoria de Imprensa/Secretaria Municipal de Transportes

Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

As polêmicas sobre a instalação de ciclovias na Capital paulista estiveram em destaque na reportagem “Ciclovias, uma boa ideia se...”, publicada no O SÃO PAULO, na edição 3041 (4 de março de 2015). Ao tomar ciência do conteúdo, a Secretaria Municipal de Transportes de São Paulo propôs que o Semanário Arquidiocesano realizasse uma entrevista com o secretário Jilmar Tatto para esclarecimentos sobre a política de implantação de ciclovias. Abaixo segue a íntegra da entrevista, feita por e-mail. O SÃO PAULO - Em uma cidade com intensos congestionamentos, buracos, especialmente nos bairros periféricos, e constantes problemas de semáforos após as chuvas, investir R$ 180 mil por quilômetro de ciclovia, como em 2014, é uma prioridade para melhorar o transporte urbano? Jilmar Tatto - A mobilidade urbana só melhorará em qualquer parte do mundo quando tratarmos o assunto buscando soluções técnicas que atendam, senão a todos, a maioria da população. Nós, na Prefeitura de São Paulo, por intermédio da Secretaria Municipal de Transportes e sob orientação do prefeito Fernando Haddad, estamos conseguindo atender essa maioria. Respeitamos e preservamos os espaços comuns como um bem de todos, público, e não como se fossem áreas que devessem ser de alguns, privadas. É fundamental saber que o transporte público se faz, ou deveria ser feito, por meio dos veículos de massa, trens e metrô. Em São Paulo, a expansão das linhas férreas está atrasada e é de competência do Governo Estadual. Não adianta construir viários, como o alargamento da Marginal do Tietê, que consumiu R$ 1,5 bilhão e continua com problemas sérios de fluidez. O Poder Público Municipal vem procurando cobrir essa lacuna. Estamos concretizando um dos maiores complexos de ações já realizados na cidade para melhorar a mobilidade. A ciclovia é apenas uma dessas ferramentas. Quando assumimos o Governo, havia apenas 63 quilômetros dessas vias. Até o momento, nossa gestão implementou mais 203,9 quilômetros. Com isso, estamos criando uma cultura de, mais do que tolerância, de respeito ao próximo. Primeiro ao pedestre, que tem as calçadas e as faixas de travessia garantidas como seu espaço sagrado. Depois os próprios ciclistas, inclusive com o compartilhamento harmônico, em algumas vezes, com esse

mesmo pedestre. Depois vêm os motociclistas e os motoristas de veículos com quatro ou mais rodas, que estão tomando consciência de que o viário é para todos. Também estamos em pleno processo de revitalização de 4.800 cruzamentos com semáforos na cidade, trabalho que estará pronto ao final deste ano. Desde já, os resultados têm sido muito positivos porque as quebras diminuíram drasticamente, menos de 1%, se equiparando a padrões internacionais. Daí que essa série de intervenções têm esse sentido: há investimentos em várias frentes, mas o fundamental é que os paulistanos e paulistanas estão se tornando mais compreensivos com o próximo. Embora algumas ciclovias sejam intensamente utilizadas, em outras, como na rua Albuquerque Lins, na Santa Cecília, o fluxo de bicicletas é mínimo, especialmente nos dias úteis. Quais são os critérios para a instalação de ciclovias? É útil para o trânsito que algumas fiquem sem fluxo com o congestionamento de carros ao lado? Assim como nas mais modernas e maiores cidades do mundo, em São Paulo estamos valorizando e criando oportunidades para quem vinha à margem dos atendimentos. Especialmente àqueles que não têm a opção do carro que, por sinal, ocupam muito espaço e transportam pouquíssimas pessoas. Aí temos as faixas exclusivas de ônibus, em que proporcionamos a economia de quatro horas semanais aos usuários, tempo que pode ser utilizado para lazer, estudo ou convivência com familiares e amigos. Com as ciclovias, estamos formando uma malha que faz ligação com terminais de ônibus, metrô,

trem, além de percursos junto a escolas, hospitais, parques, bibliotecas, comércios, enfim. O uso das ciclovias se dá justamente por esse processo de oferta e construção de um grande circuito em que o ciclista é respeitado e ganha opções de deslocamento. A Prefeitura faz algum tipo de consulta ou aviso prévio aos moradores dos bairros onde serão instaladas as ciclovias? Desde meados do ano passado estamos intensificando a divulgação das implementações. Esse processo teve início ainda com o Programa de Governo do então candidato à Prefeitura, Fernando Haddad. Posteriormente, foi incluído no Programa de Metas e debatido no Conselho Municipal de Trânsito e Transportes, que tem participação aberta à população. Também houve e há encontros com entidades de bairros, nas várias regiões da Capital, para apresentar e receber sugestões sobre a implementação. O Código Brasileiro de Trânsito, em seu artigo 24, determina que a administração municipal deva conceder autorização para a circulação de ciclistas, promover a segurança destes e registrar e licenciar as bicicletas, aplicando penalidades em caso de infrações. Isso foi levado em conta na expansão das ciclovias pela cidade? Todas as ações da Prefeitura são pautadas pelo respeito à legislação. Tanto é assim que a instalação do sistema cicloviário vem sendo realizada em completa atenção a esse aspecto. Que exigências a Prefeitura faz a quem

usa as ciclovias no que se refere à segurança, uma vez que trafega entre carros, muitas vezes na contramão do fluxo, e muito próximo a pedestres? Enfim, que fiscalização é feita nas ciclovias? O princípio da boa convivência no trânsito não se dá, de início, pela fiscalização, mas pela orientação, educação e bom trato com os condutores de todo e qualquer veículo. Além da adequada sinalização, temos uma atenção especial na abordagem não somente aos ciclistas, mas, também, aos motoristas, justamente para fazê-los ver que todos precisam ser compreensivos no trânsito. Além disso, a CET tem um curso específico aos ciclistas para que conduzam, da melhor forma, suas bicicletas. Outro aspecto que precisa ser lembrado é que o bom motorista, de qualquer tipo de veículo, é formado desde cedo, em casa, com familiares, na escola, com os amigos, nas igrejas, círculos de amizade, enfim. Antes de ser um ator no trânsito, somos cidadãos. Estão em curso as obras de uma ciclovia em baixo do minhocão. Por que a Prefeitura decidiu fazê-la? O que acontecerá com o corredor de ônibus no local? A ciclovia no eixo Amaral Gurgel – Avenida São João bem como das avenidas Paulista-Bernardino de Campos-Vergueiro, é um ótimo exemplo do que dissemos sobre a formação de uma malha cicloviária. Está havendo compartilhamento dos espaços, com prioridade para os pedestres e depois os ciclistas, que são os agentes mais frágeis desse sistema. Nessas ciclovias, especificamente, a bicicleta terá um espaço reservado no canteiro central. Da mesma forma, estará garantido o trânsito dos ônibus, à esquerda do viário, em seu respectivo corredor. Os demais veículos circularão nas outras faixas. Muito se comenta sobre a pouca durabilidade da tinta com que é pintada a ciclovia. Por quanto tempo deveria durar essa pintura? O que justifica tantas já estarem desbotadas? A Prefeitura voltará a pintá-las? A que custo? A durabilidade do material utilizado depende, muito, do uso. Outro componente é o tipo de aplicação. Num primeiro momento, a pintura foi feita a frio. Com a constatação de que o método poderia melhorar, passamos a utilizar a forma a quente, que se mostrou mais adequada. Esses ajustes não acarretam nenhum custo adicional porque estão previstos no contrato de trabalho.


12 | Reportagem |

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Mês da voz, do

E

nquanto toca-se a flauta na roda de Choro, alguém lembra Pixinguinha e canta “Tico- tico no Fubá”, clássico da música brasileira. Ao

Não cale a própria voz Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

C

om ela é possível gargalhar, chorar, falar e cantar. A voz, de tão especial para a expressão humana, tem uma data solene no Brasil: 16 de abril, o Dia Nacional da Voz, decretado em 2008, para conscientizar a população sobre os cuidados com a voz. Mas quando é a hora de cuidar da voz? “Quando você tiver dificuldade para falar ou quando sua voz não sai da forma como você deseja, quando está com a voz rouca, quando se cansa ao falar, isso é sinal de que alguma coisa não está normal, e é importante verificar qual é a causa”, comenta, ao O SÃO PAULO, o Dr. Gustavo Polacow Korn, médico otorrinolaringologista. Ele recomenda, ainda, que mesmo quem não sente desconforto vocal deve procurar um especialista uma vez por ano, e para quem fala em público, o ideal é consultar um fonoaudiólogo para o uso eficaz da voz. Atuante na Academia Brasileira de Laringologia e Voz e na Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, Dr. Gustavo coordenou a 17ª Campanha Nacional da Voz, entre os dias 16 e 18, no Parque do Povo, em São Paulo, ação que explicou como é produzida a voz e as principais doenças que afetam o sistema vocal. “A alteração mais comum são os chamados nódulos de pregas vocais, mais conhecidos como calos, que acontecem principalmente em mulheres jovens e em crianças. Também há o pólipo de pregas vocais, mais nos homens; e o edema de Reinki, que afeta as duas cordas vocais e leva a uma voz grave, principalmente em mulheres que fumam muito. Há, ainda, as leucoplasias, que são lesões brancas que podem ter relação com uso abusivo da voz”, detalhou o médico.

Cuidar nunca é demais

“A voz é uma das minhas ferramentas de trabalho, algo que me define diante do público e que certamente gera as primeiras impressões para o ouvinte. Através dela e mesmo sem o recurso da imagem, podemos transmitir alegria, tristeza, seriedade, empolgação, credibilidade e empatia”, opinou a jornalista Jucelene Rocha, 37, da rádio 9 de Julho. Também radiojornalista, o Padre Cilto José Rosembach, 60, mestre em Comunicação e assessor da Pascom Brasilândia, considera que “a voz revela a personalidade da pessoa. Ela faz a diferença quando bem postada e articulada na comunicação, quer seja no rádio, na celebração ou atividade pastoral. Principalmente quando se lê algum texto”. Para manter uma voz saudável, o Padre diz que, entre outros hábitos, bebe muita água, fica em postura ereta enquanto fala, evita gritar, não come doces e nem toma café antes de falar em público. Ele deixa algumas recomendações a outros padres. “Procurem treinamento fonoaudiólogo e cursos simples quanto ao uso da voz e modulação. Há colegas a quem não se ouve, não modulam bem. Não utilizam retorno ao comunicar na igreja, gritam e o povo ‘paga a penitência’ de ouvir esse ruído”, alerta. Já Jucelene deixa dicas a todos que usam a voz em público. “Um microfone ou outro instrumento que potencialize uma voz pode colocar qualquer pessoa em situação de destaque, resta saber se ela vai gerar a empatia ou a antipatia nos seus ouvintes. Geralmente, somos todos bem sensíveis a posturas arrogantes, portanto, a nós que utilizamos os microfones para causas religiosas e humanitárias, a justa humildade, no mais genuíno sentido da palavra, é sempre a medida certa para tentar garantir a qualidade e a eficácia do uso que fazemos de nossa voz”.

DICAS DE SAÚDE PARA A VOZ • Evite: gritar, forçar a voz, usá-la em demasia, pigarrear, cochichar, fumar, ingerir bebida alcoólica. • Procure: falar pausadamente, tomar de 6 a 8 copos de água por dia, dormir bem, manter a postura ereta ao falar, poupar a voz em crises alérgicas e estados gripais.

• Importante: em caso de rouquidão por mais de 14 minutos, procure um otorrinolaringologista. O diagnóstico pode ser um simples desconforto ou até um câncer de laringe, que se descoberto na fase inicial tem maiores chances de cura. Fontes: Dr. Gustavo Polacow Korn e Conselho Regional de Fonoaudiologia.

mesmo tempo, a mãe beija a cabeça da filha pequena que pergunta “o que é um tico-tico, mãe?”. A cena, talvez comum e até cotidiana para alguns, esconde um elemento

Um beijo de

santidade, comunhão e unidade Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com

“J

udas, com um beijo você está traindo o Filho do Homem?” (Lucas 22,48). Talvez este seja um dos “beijos” mais famosos do mundo, representado nos cinemas e teatros ao longo dos séculos. O beijo é a porta de entrada para muitos sentimentos, uma demonstração de carinho e afeto. Dentro da tradição cristã, isso não é diferente. Tirando o beijo da traição de Judas, a Bíblia em diversos livros apresenta o beijo como expressão máxima de carinho, de perdão, de contato com o sagrado e, além disso, a marca principal das primeiras comunidades cristãs, conhecido como ósculo santo. De acordo com o professor Alex Vilas Boas, doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, em artigo publicado pela ocasião do 23º Congresso Internacional da Sociedade de Teologia e Ciências da Religião, em 2010, o beijo “tem raízes culturais muito antigas e seus registros remontam a literatura sânscrita dos Vedas hindus por volta de 1.500 anos a.C.”. “Na poesia-rito ao amor da divindade tudo se torna um. As referências ao beijo, aos lábios, à boca são modos poéticos de se predispor ao rito sacrifical, ou seja, da entrega de si, pois estão diretamente ligados à questão primordial para se entrar em unidade pelo desejo que é receptor, mas também doador é e pela boca que esse desejo é alimentado”, afirma. De acordo com o artigo do professor, é com Alexandre, o Grande, e seus soldados que o beijo é espalhado por todo o império, sua presença se torna forte personagem na literatura grega e romana. “A paixão para as épicas grega e latina no sacrifício de si, não mais como oferta que intensifica a união, mas como perda de si em que tal embriaguez se dá com o veneno do beijo apaixonado”.

E os cristãos?

“Lembremo-nos que o Cristianismo tem suas raízes no judaísmo. Jesus Cristo e a Sagrada Família, São José e Maria Santíssima, os primeiros discípulos e discípulas e os 12 Apóstolos eram judeus. Sendo assim, a Sagrada Escritura e os fundamentos comportamentais do judaísmo são essenciais para compreender o Cristianismo. Os judeus se cumprimentavam com o beijo fraterno”, afirma o Padre José Ulisses Leva, professor Doutor em História Eclesiástica pela Pontifícia Universidade Gregoriana, de Roma. O apóstolo Pedro em sua primeira epistola vai escrever: “Saudai-vos uns aos outros com ósculo de amor. Paz seja com todos vós que estais em Cristo Jesus. Amém.” (1 Pedro 5,14). Essa saudação, descreve Santo Agostinho, é um ato de comunhão entre os irmãos e com Deus. Nos primeiros cinco séculos, os cristãos se saudavam com o ósculo santo antes de receberem a Eucaristia, após receberem o Batismo, durante os ritos fúnebres, votos monásticos e em despedidas para o martírio. Segundo o professor Alex, o beijo era um gesto de acolhida, uma forma de receber alguém como membro da família com igual dignidade, inclusive os escravos, o que era impensável dentro de uma casa romana. “Não raro, esse gesto que aos poucos foi ritualizado ajudou o Cristianismo primitivo a caracterizar suas comunidades como uma família”, detalhou. Padre Ulisses destaca que “seguindo os passos dos judeus nas suas reuniões fraternas e, consequentemente, continuando a orientação sadia dos Apóstolos e as exortações dos Padres da Igreja, a igreja una, santa, católica e apostólica pratica de maneira salutar e fraterna o Ósculo Santo nas celebrações litúrgicas, em nome de Cristo Jesus, Vivo e Ressuscitado”.


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beijo e do chorinho comum: os lábios, que pela voz, entoam um canto; com o sopro, tocam um instrumento; e pelo beijo, expressam carinho. No mês de abril, comemorase o Dia Internacional do Beijo,

13; o Dia Nacional da Voz, 16; e o Dia Nacional do Choro, 23. Com esse conjunto de reportagens, O SÃO PAULO convida a conhecer a história dessas datas e o que elas valorizam.

Chorando

na garoa

Nayá Fernandes

nayafernandes@gmail.com

T

alvez poucos conheçam o conjunto “Atlântico”, que se reunia na casa de Antonio D’Áurea para tocar Choro e nos anos 1970 ficou conhecido após a gravação de um programa piloto para a TV Cultura. No “Atlântico”, tocou Izaías Bueno de Almeida, que nasceu no bairro do Tucuruvi, em São Paulo e depois foi para o Peruche, vista por ele como “a terra do Choro”. A primeira música que esse paulistano ouviu na vida foi um Choro e, por incentivo do pai, ainda criança, começou a estudar música. Foi quando ele escolheu o bandolim, pois, na época, só havia o Jacob do Bandolim e o Luperce Miranda, que tocavam o instrumento em São Paulo. O menino que começou tocando na casa do D’Áurea, onde conheceu Pixinguinha e Jacob, é hoje uma das principais referências do Choro no País, apresentando-se com o grupo “Izaías e seus Chorões”. Ao contrário do que muitos pensam, o Chorinho é uma música popular e nasceu a partir de adaptações feitas pelos brasileiros de influências europeias como a Polca, o Xote e a Valsa. Considerado o primeiro gênero autenticamente brasileiro de música urbana do Brasil, o Choro surgiu ainda no século XIX e na década de 1930 já estava consolidado. “1870 é considerado o ano de início do Choro, quando, ao fim da Guerra do Paraguai, os símbolos nacionais e a concepção de brasilidade estavam ainda sendo formados”, explicou José de Almeida Amaral Junior, professor, economista e clarinetista, autor do livro “Chorando na Garoa: memórias musicais de São Paulo”. E, se o Brasil é uma mistura de índio, português e negro, o Choro é uma composição de elementos diferentes que se encontram com essa cultura ainda em formação. Assim, os chamados chorões do Brasil se aglutinaram no Rio de Janeiro e, entre esses é claro, Alfredo da Rocha Vianna Filho, o Pixinguinha, que em 1914, aos 17 anos, conseguiu editar a primeira composição de sua autoria, o tango “Dominante”. Pouco tempo depois, ele gravou dois clássicos de sua obra “Sofre porque queres” e a valsa “Rosa”.

Memórias do Chorinho

O barulho das catracas a cada aluno, professor, funcionário ou visitante que entrava numa faculdade particular da capital paulista nada tinha a ver com a conversa descontraída e cheia de descobertas sonoras e históricas com o professor

Amaral. Ele, que durante quatro anos se dedicou à pesquisa sobre o Chorinho em São Paulo, fez um trabalho de registro bibliográfico, documental e mais de 40 entrevistas com nomes dos chorões e pessoas ligadas ao gênero no Estado. Fã de Paulinho da Viola e frequentador das rodas mais tradicionais da cidade, como a da “Loja Contemporânea”, na Luz, e a do “Izaías e seus chorões”, na rua Capital Federal, no Sumaré, o Professor também estudou música e como clarinetista, sabe muito bem o quanto ela constrói a identidade de uma pessoa, de uma cidade e, no caso do Choro, de um País. E era nas casas das pessoas com muita comida e bebida que as rodas de Choro aconteciam, sendo, antes de tudo, grandes festas. Embora existam nas livrarias dezenas de vezes mais livros sobre o Rock, por exemplo, do que sobre o Choro, música autenticamente brasileira, o Choro ainda resiste e tem conquistado jovens músicos. A única exigência do professor Amaral, ao ter o livro publicado pela Fundação Theatro Municipal de São Paulo, é que fossem distribuídos exemplares gratuitos para as bibliotecas das escolas públicas da Capital. Há várias versões para explicar porque o Choro é assim chamado. “Uma delas é a forma de planger a flauta ou a corda do bandolim. Outra é devido a baixaria do violão, que comunica certa tristeza e uma terceira, atribui o nome ao uso do chalumeau, instrumento de sopro feito de madeira, precursor da clarineta”, esclareceu Amaral. Ah! 23 de abril é o Dia Nacional do Choro, data escolhida por ser o dia do nascimento de Pixinguinha, nascido em 1897, no Rio de Janeiro, como não poderia deixar de ser.

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Nota da CNBB sobre o momento nacional “Entre vós não deve ser assim” (Mc 10,43). A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, reunida em sua 53ª Assembleia Geral, em Aparecida (SP), no período de 15 a 24 de abril de 2015, avaliou, com apreensão, a realidade brasileira, marcada pela profunda e prolongada crise que ameaça as conquistas, a partir da Constituição Cidadã de 1988, e coloca em risco a ordem democrática do País. Dessa avaliação, nasce nossa palavra de pastores convictos de que “ninguém pode exigir de nós que releguemos a religião para a intimidade secreta das pessoas, sem qualquer influência na vida social e nacional, sem nos preocupar com a saúde das instituições da sociedade civil, sem nos pronunciar sobre os acontecimentos que interessam aos cidadãos” (EG, 183). O momento não é de acirrar ânimos, nem de assumir posições revanchistas ou de ódio que desconsiderem a política como defesa e promoção do bem comum. Os três poderes da República, com a autonomia que lhes é própria, têm o dever irrenunciável do diálogo aberto, franco, verdadeiro, na busca de uma solução que devolva aos brasileiros a certeza de superação da crise. A retomada de crescimento do País, uma das condições para vencer a crise, precisa ser feita sem trazer prejuízo à população, aos trabalhadores e, principalmente, aos mais pobres. Projetos, como os que são implantados na Amazônia, afrontam sua população, por não ouvi-la e por favorecer o desmatamento e a degradação do meio ambiente. A lei que permite a terceirização do trabalho, em tramitação no Congresso Nacional, não pode, em hipótese alguma, restringir os direitos dos trabalhadores. É inadmissível que a preservação dos direitos sociais venha a ser sacrificada para justificar a superação da crise. A corrupção, praga da sociedade e pecado grave que brada aos céus (cf. Papa Francisco – O Rosto da Misericórdia, n. 19), está presente tanto em órgãos públicos quanto em instituições da sociedade. Combatê-la, de modo eficaz, com a consequente punição de corrompidos e corruptores, é dever do Estado. É imperativo recuperar uma cultura que prima pelos valores da honestidade e da retidão. Só assim se restaurará a justiça e se plantará, novamente, no coração do povo, a esperança de novos tempos, calcados na ética. A credibilidade política, perdida por causa da corrupção e da prática interesseira com que grande parte dos políticos exerce seu mandato, não pode ser recuperada ao preço da aprovação de leis que retiram direitos dos mais vulneráveis. Lamentamos que no Congresso se formem bancadas que reforcem o corporativismo para defender interesses de segmentos que se opõem aos direitos e conquistas sociais já adquiridos pelos mais pobres. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215/2000, por exemplo, é uma afronta à luta histórica dos povos indígenas que até hoje não receberam reparação das injustiças que sofreram desde a colonização do Brasil. Se o prazo estabelecido pela Constituição de 1988 tivesse sido cumprido pelo Governo Federal, todas as terras indígenas já teriam sido reconhecidas, demarcadas e homologadas. E,

assim, não estaríamos assistindo aos constantes conflitos e mortes de indígenas. A PEC 171/1993, que propõe a redução da maioridade penal para 16 anos, já aprovada pela Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça da Câmara, também é um equívoco que precisa ser desfeito. A redução da maioridade penal não é solução para a violência que grassa no Brasil e reforça a política de encarceramento num país que já tem a quarta população carcerária do mundo. Investir em educação de qualidade e em políticas públicas para a juventude e para a família é meio eficaz para preservar os adolescentes da delinquência e da violência. O Estatuto da Criança e do Adolescente, em vigor há 25 anos, responsabiliza o adolescente, a partir dos 12 anos, por qualquer ato contra a lei, aplicando-lhe as medidas socioeducativas. Não procede, portanto, a alegada impunidade para adolescentes infratores. Onde essas medidas são corretamente aplicadas, o índice de reincidência do adolescente infrator é muito baixo. Ao invés de aprovarem a redução da maioridade penal, os parlamentares deveriam criar mecanismos que responsabilizem os gestores por não aparelharem seu governo para a correta aplicação das medidas socioeducativas. O Projeto de Lei 3722/2012, que altera o Estatuto do Desarmamento, é outra matéria que vai na contramão da segurança e do combate à violência. A arma dá a falsa sensação de segurança e de proteção. Não podemos cair na ilusão de que, facilitando o acesso da população à posse de armas, combateremos a violência. A indústria das armas está a serviço de um vigoroso poder econômico que não pode ser alimentado à custa da vida das pessoas. Dizer não a esse poder econômico é dever ético dos responsáveis pela preservação do Estatuto do Desarmamento. Muitas destas e de outras matérias que incidem diretamente na vida do povo têm, entre seus caminhos de solução, uma Reforma Política que atinja as entranhas do sistema político brasileiro. Apartidária, a proposta da Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas, da qual a CNBB é signatária, se coloca nessa direção. Urge, além disso, resgatar a ética pública que diz respeito “à responsabilização do cidadão, dos grupos ou instituições da sociedade pelo bem comum” (CNBB – Doc. 50, n. 129). Para tanto, “como pastores, reafirmamos ‘Cristo, medida de nossa conduta moral’ e sentido pleno de nossa vida” (Doc. 50 da CNBB, Anexo – p. 30). Que o povo brasileiro, neste Ano da Paz e sob a proteção de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, supere esse momento difícil e persevere no caminho da justiça e da paz. Aparecida, 21 de abril de 2015. Cardeal Raymundo Damasceno Assis Arcebispo de Aparecida Presidente da CNBB Dom José Belisário da Silva, OFM Arcebispo de São Luís do Maranhão Vice-presidente da CNBB Dom Leonardo Ulrich Steiner Bispo Auxiliar de Brasília Secretário Geral da CNBB

‘O momento não é de acirrar ânimos, nem de assumir posições revanchistas ou de ódio’

Thiago Leon/A12

Edcarlos Bispo de Santana edbsant@gmail.com

Ao final da 53ª Assembleia Geral da CNBB, realizada de 15 a 24, os bispos emitiram duas notas. Em uma, avaliaram o momento atual do Brasil e em outra se solidarizam com os cristãos perseguidos e com o povo armênio no centenário do genocídio de 1915. “Esses irmãos e irmãs perseguidos não estão esquecidos. Convidamos nossas comunidades a interceder por eles e partilhar recursos, mantendo um forte elo de unidade e compaixão”. “Assim como na Igreja antiga o sangue dos mártires se tornou semente de novos cristãos, também nos nossos dias o sangue de muitos cristãos se torna semente da unidade” (Papa Francisco, Discurso no encontro com o Patriarca Karekin II, 05.08.2014)”, afirma a mensagem de solidariedade aos cristãos perseguidos e ao povo armênio. Já a nota de avaliação do momento atual do País é marcada

No encerramento da 53ª Assembleia, nova presidência toma posse

por críticas aos PLs 4330/04, que trata da regulamentação das terceirizações, e 3722/2012, que visa alterar o estatuto do desarmamento. Além das PECs 215/2000, sobre as demarcações das terras indígenas, e 171/1993, sobre a redução da maioridade penal. “Muitas destas e de outras matérias que incidem diretamente na vida do povo têm, entre seus caminhos de solução, uma Reforma Política que atinja as entranhas do sistema

político brasileiro. Apartidária, a proposta da Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas, da qual a CNBB é signatária, se coloca nessa direção”, afirma a nota, datada de 21 de abril. “O momento não é de acirrar ânimos, nem de assumir posições revanchistas ou de ódio que desconsiderem a política como defesa e promoção do bem comum”, consta em outro trecho (leia a íntegra ao lado).

Os novos bispos referenciais da CNBB Ministérios Ordenados Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre (RS); É doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Antonianum, de Roma. Laicato Dom Severino Clasen, bispo de Caçador (SC); É pós-graduado em administração para a Organização do Terceiro Setor, pela Fundação Getúlio Vargas. Ação Missionária Dom Esmeraldo Barreto de Farias, bispo auxiliar de São Luís (MA); Foi presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, entre 2007-2011. Bíblico-catequética Dom José Antônio Peruzzo, arcebispo de Curitiba (PR); Possui mestrado em Ciências Bíblicas no Pontifício Instituto Bíblico de Roma. É doutor pela Pontifícia Universidade São Tomás de Aquino, de Roma.

Doutrina da Fé Dom Pedro Carlos Cipolini, bispo de Amparo (SP); É formado em Pedagogia. Seu doutorado em Teologia foi concluído na Universidade Gregoriana de Roma.

Educação e Cultura Dom João Justino de Medeiros Silva, bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG); É mestre e doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

Liturgia Dom Armando Baciol, bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA); Natural da Itália, é formado em Teologia por Vittorio Veneto, pós-graduado em Ensino Religioso Catequético e doutor em Sagrada Teologia, com especialização em Liturgia Pastoral, no Instituto Liturgia Pastoral em Santa Justina, Padova.

Vida e Família Dom João Bosco Barbosa de Sousa, bispo de Osasco (SP). É graduado em Jornalismo pela PUC-SP e cursou Comunicação Social na União Católica Internacional de Imprensa, dos países do leste europeu.

Ecumenismo Dom Francisco Biasin, bispo de Barra do Piraí-Volta Redonda (RJ); Natural da Itália, estudou Filosofia e Teologia no Seminário Maggiore di Padova, da Itália, e concluiu sua especialização em Catequese pelos Salesianos, em Milão, também na Itália. Caridade, Justiça e Paz Dom Guilherme Werlang, bispo de Ipameri (GO); Possui pós-graduação em Liturgia.

Comunicação Dom Darci José Nicioli, bispo Auxiliar de Aparecida (SP) É mestre em Teologia pelo Pontifício Ateneo St. Anselmo, de Roma. Juventude Dom Vilson Basso, bispo de Caxias do Maranhão (MA); Possui especialização em Planejamento Pastoral pela Universidade de Bogotá (Colômbia).


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As DGAE garantem a unidade da Igreja no Brasil Edcarlos Bispo edsant@gmail.com

A 53ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil não tinha somente o intuito de eleger a nova presidência da entidade. Para além do processo eleitoral, os bispos tinham a missão de revisar o texto das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE). Membro da equipe que há um ano revisa o texto, o bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, Dom Julio Endi Akamine, conversou com O SÃO PAULO e destacou alguns pontos na mudança do documento. “As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil foram atualizadas à luz da

exortação apostólica Evangelii Gaudium. Assim, os esforços da Assembleia da CNBB foram canalizados no sentido de responder solicitamente ao convite do Papa Francisco ‘para uma nova etapa evangelizadora marcada pela alegria’ (EG 1). Enquanto a comissão redatora trabalhava, o Papa Francisco publicou a bula de proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, Misercordiae Vultus. Durante as discussões da Assembleia, os bispos acolheram também o convite do Papa de ‘fixar o olhar na misericórdia para nos tornarmos nós mesmos sinal eficaz do agir do Pai’ (EG 3). Outra mudança significativa da revisão foi o de explicitar a recepção e a aplicação do documento de

Aparecida. Não é que as DGAE anteriores (2011-2015) não fossem inspiradas no Documento de Aparecida, mas as referências eram implícitas. A revisão se preocupou em tornar mais explícitas essas referências.” Para o Bispo, as DGAE são o planejamento da ação evangelizadora que inspira a realização dos projetos pastorais nos próximos anos. “Não se trata de um processo meramente técnico. É uma ação carregada de sentido espiritual. Por isso, todo processo precisa ser rezado, celebrado e transformado em louvor a Deus”, afirmou.

Sínodo

A 14º Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos deste ano de

2015 será realizada de 4 a 25 de outubro e refletirá “A vocação e missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”. Durante a 53ª Assembleia Geral da CNBB, os bispos do Brasil escolheram os quatro delegados: Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília (DF) e presidente da CNBB; Dom João Carlos Petrini, bispo de Camaçari; Dom Geraldo Lyrio Rocha, arcebispo de Mariana (MG); Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo (SP), além de dois suplentes: Dom João Bosco Barbosa de Sousa, bispo de Osasco (SP) e Dom Leonardo Steiner, bispo auxiliar de Brasília (DF)

Celam

O Conselho Episcopal Latino

Americano (Celam) é composto por representantes das conferências episcopais dos países da América Latina e Caribe. São membros da entidade: o presidente de cada conferência episcopal ou seu substituto, um delegado designado por cada representante da Conferência Episcopal do CELAM, os membros da Presidência do CELAM e os presidentes do Departamento, os funcionários dos departamentos e órgãos nomeados por um período de quatro anos. Como delegado brasileiro para o próximo quadriênio, a CNBB escolheu Dom José Belisário, arcebispo de São Luís (MA), e como seu suplente Dom Anuar Battisti, arcebispo de Maringá (PR). Com informações de arquidiocesedesao paulo.org.br/A12.com/cnbb.org.br Imprensa CNBB

Nova presidência do Regional Sul 1 será escolhida em junho Durante a assembleia geral da CNBB, os regionais da Conferência também elegeram sua nova presidência, durante reuniões privativas. Com exceção dos regionais Leste 1, Leste 2 e Sul 1, todos os demais têm novos presidentes, vice-presidentes e secretários (veja lista completa).

De acordo com a assessoria de imprensa do Regional Sul 1, do qual a Arquidiocese de São Paulo faz parte, e cujo presidente é o Cardeal Scherer, as eleições acontecerão de 9 a 11 de junho, em Aparecida (SP), durante a 78ª Assembleia dos Bispos do Regional SUL 1. Nesta assembleia, além da eleição

para a presidência para o próximo quadriênio (2015-2019), os bispos escolherão os delegados e suplentes para o Conselho Permanente da CNBB, os presidentes das sub-regiões pastorais e das comissões episcopais, o conselho econômico e o conselho fiscal. O encontro será oportunidade para os

bispos refletirem as atualizações das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora e suas implicações para o Regional. Ainda na Assembleia, serão levantadas pelos participantes as propostas para a próxima Assembleia das Igrejas Particulares, que acontecerá em outubro próximo em Itaici, Indaiatuba (SP).

- Vice-presidente: Dom Juarez Souza da Silva, bispo de Cabeceiras (PI) - Secretário: Dom Marcos Antônio Tavoni, Bom Jesus do Gurguéia (PI)

- Secretário: Dom Protógones José Luft, bispo de Barra do Garça (MT)

Novas presidências dos regionais já eleitas Norte 1 - Presidente: Dom Mário Antônio da Silva, bispo auxiliar de Manaus (AM) - Vice-presidente: Dom Marian Marek Piatek, bispo de Coari (AM) - Secretário: Dom Fernando Barbosa dos Santos, bispo prelado de Tefé (AM) Norte 2 - Presidente: Dom Bernardo Johannes Bahlman, bispo de Óbidos (PA) - Vice-presidente: Dom Alberto Taveira Corrêa, arcebispo de Belém (PA) - Secretário: Dom Irineu Roman, bispo auxiliar de Belém (PA) Norte 3 - Presidente: Dom Philip Eduard Roger Dickmans, bispo de Miracema (TO) - Vice-presidente: Dom Romualdo Matias Kujawski, bispo de Porto Nacional (TO) - Secretário: Dom Rodolfo Luís Weber, bispo de Cristalândia (TO) Nordeste 1 - Presidente: Dom José Antônio Aparecido

Tosi Marques, arcebispo de Fortaleza (CE) - Vice-presidente: Dom Ângelo Pignoli, bispo de Quixadá (CE) - Secretário: Dom Antônio Roberto Cavuto, bispo de Itapipoca (CE) Nordeste 2 - Presidente: Dom Antônio Fernando Saburido, arcebispo de Olinda e Recife (PE) - Vice-presidente: Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz, bispo de Campina Grande (PB) - Secretário: Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, bispo de Guarabira (PB) Nordeste 3 - Presidente: Dom João Carlos Petrini, bispo de Camaçari (BA) - Vice-presidente: Dom João Carlos Costa, bispo coadjuntor de Aracaju (SE) - Secretário: Dom Gilson Andrade da Silva, bispo auxiliar de Salvador (BA) Nordeste 4 - Presidente: Dom Jacinto Furtado de Brito Sobrinho, arcebispo de Teresina (PI)

Nordeste 5 - Presidente: Dom José Belisário da Silva, arcebispo de São Luís (MA) - Vice-presidente: Dom Élio Rama, bispo de Pinheiro (MA) - Secretário: Dom Sebastião Bandeira Coelho, bispo coadjutor de Coroatá (MA) Centro-Oeste - Presidente: Dom Messias dos Reis Silveira, bispo de Uruaçu (GO) - Vice-presidente: Dom João Casimiro Wilk, bispo de Anápolis (GO) - Secretário: Dom Levi Bonatto, bispo auxiliar de Goiânia (GO) Oeste 2 - Presidente: Dom Neri José Tondello, bispo de Juína (MT) - Vice-presidente: Dom Antônio Emídio Vilar, bispo de São Luís de Cáceres (MT)

Sul 2 - Presidente: Dom Mauro Aparecido dos Santos, arcebispo de Cascavel (PR) - Vice-presidente: Dom Geremias Stein Metz, bispo de Paranavaí (PR) - Secretário: Dom Francisco Carlos Bach, bispo de São José dos Pinhais (PR) Sul 3 - Presidente: Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre (RS) - Vice-presidente: Dom José Gilson, bispo de Erechim (RS) - Secretário: Dom Remídio José Bohn, bispo de Cachoeira do Sul (RS) Sul 4 - Presidente: Dom Francisco Salm, bispo de Tubarão (SC) - Vice-presidente: Dom Jacinto Inácio Flach, bispo de Criciúma (SC) - Secretário: Dom Onécimo Alberton, bispo de Rio do Sul (SC)


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Filipe David

osaopaulo@uol.com.br

Dica de Leitura

O Mundo Invisível Nesta obra, o Cardeal Alexis Lépicier define, com extrema clareza, e em harmonia com os princípios da fé, a condição e ações da alma depois que se liberta dos laços da carne. A literatura espírita tem aumentado de maneira assombrosa. Aparecem constantemente no mercado livros que ensinam a evocar os espíritos e grossos volumes registram as respostas obtidas em diversas sessões. De fato, em nossos dias, há uma grande confusão em relação ao espiritismo. Muitos até afirmam ser católicos e espíritas ao mesmo tempo. Com sua profundidade e erudição habituais, o Cardeal Lépicier vem apontar o erro de tal afirmação e esclarecer os fiéis da grande incompatibilidade que há entre as duas

doutrinas. O livro conta, ainda, com estudos e reflexões sobre o hipnotismo, a telepatia, a possessão demoníaca, o exorcismo, a bilocação, o mundo angélico, e muito mais. O Mundo Invisível é a obra ideal para quem busca um guia seguro e inspirado pelos verdadeiros princípios da Teologia Católica. Cardeal Lépicier foi um grande escritor, suas obras abordam o estudo das Sagradas Escrituras, Teologia, Filosofia, Apologética e Ascética. Procurou constantemente defender a fé e avivar a piedade dos fiéis. Tomou por guia e mestre a Santo Tomás de Aquino. Ficha técnica: Autor: Cardeal Alexis Lépicier Editora: Molokai

Divulgação

Música Nikita Boriso – Glebsky no Theatro Municipal Na quinta-feira, 7, o violinista Nikita Boriso–Glebsky se apresentará no Theatro Municipal de São Paulo. Sob a regência de Yoram David, a programação prevê uma suíte para sopros de Richard Strauss (Op. 4), um concerto para violino e orquestra de Mozart (N. 5, K. 219) e as “Variaciones Concertantes” do compositor argentino Alberto Ginastera. Nikita Boriso-Glebsky é um violinista russo. Nascido em 1985 em Volgodonsk, ele estudou no conservatório de Moscou e em seguida na Capela Musical Rainha Elisabeth, na Bélgica. Tornou-se conhecido mundialmente ao vencer os concursos internacionais de violino Fritz-Kreisler e Jean Sibelius. Quando: 7 de maio, 20h. Ingressos: podem ser comprados, entre R$ 20 e R$ 70, pelo telefone (11) 2626-0857, de segunda a domingo, das 9h às 21h, ou pela internet (compreingressos.com).


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| Balanço | 17

Fundação Capella Menino Jesus e Santa Luzia CNPJ nº 56.462.237/0001-49 Demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2014 e 2013

Balanços Patrimoniais

Demonstrações dos resultados

exercícios findos em 31 de dezembro de 2014 e 2013 (Valores expressos em reais)

Ativo Nota 2014 2013 Circulante Caixa e equivalentes de caixa 4 36.119,67 92.619,90 Aplicações financeiras 5 9.613,58 25.108,22 Adiantamentos a fornecedores 350,00 1.407,19 1.407,19 Impostos a recuperar 47.490,44 119.135,31 Não circulante Imobilizado 6 Imóveis 401.009,33 401.009,33 Móveis e utensílios 1.196,04 1.048,00 56.000,00 Benfeitorias em imóveis próprios 458.205,37 402.057,33 Total Ativo 505.695,81 521.192,64 Passivo Nota 2014 2013 Circulante Obrigações com pessoal e social 7 17.909,09 12.445,84 6.516,38 7.050,23 Contas a pagar 24.425,47 19.496,07 Não circulante Patrimônio líquido 8 Patrimônio social 120.000,00 120.000,00 Superávits acumulados 381.696,57 347.262,75 (20.426,23) 34.433,82 Déficit/Superávit do exercício 481.270,34 501.696,57 Total Passivo 505.695,81 521.192,64 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

Demonstrações das mutações do patrimônio líquido

exercícios findos em 31 de dezembro de 2014 e 2013 (Valores expressos em reais)

Nota

2014

Receita operacional líquida

2013

(reclassificado)

9

190.273,69

Despesas operacionais

212.508,29

Despesas com pessoal

10 (103.697,31)

(68.218,41)

Despesas paroquiais

11

(57.841,45)

(66.059,95)

Despesas administrativas e gerais

12

(22.700,44)

(15.071,28)

Despesas com serviços de terceiros

13

(18.582,00)

(22.388,00)

Despesas com serviços públicos

14

(6.932,65)

(6.893,77)

Despesas com manutenções

15

(2.721,67)

(1.745,36)

Despesas com depreciações

(1.180,96)

Total de despesas operacionais

(213.656,48) (180.376,77)

-

Déficit/Superávit operacional antes do resultado financeiro

(23.382,79) 32.131,52

Receitas financeiras

Despesas financeiras

(2.230,77) (1.674,14)

5.187,33

3.976,44

Déficit/Superávit do exercício

(20.426,23) 34.433,82

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

Demonstrações dos resultados abrangentes exercícios findos em 31 de dezembro de 2014 e 2013 (Valores expressos em reais)

2014

2013

Déficit/Superávit do exercício

(20.426,23) 34.433,82

Déficit/Superávit abrangente total

(20.426,23) 34.433,82

exercícios findos em 31 de dezembro de 2014 e 2013 (Valores expressos em reais)

Patrimônio Superávits Déficit / social acumulados Superávit Total do exercício Saldos em 1º janeiro de 2013 120.000,00 384.774,89 (37.512,14) 467.262,75 Transferência para resultados acumulados - (37.512,14) 37.512,14 Superávit do exercício - - 34.433,82 34.433,82 Saldos em 31 de dezembro de 2013 120.000,00 347.262,75 34.433,82 501.696,57 Transferência para resultados acumulados - 34.433,82 (34.433,82) Déficit do exercício - - (20.426,23) (20.426,23) Saldos em 31 de dezembro de 2014 120.000,00 381.696,57 (20.426,23) 481.270,34 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

Demonstrações dos fluxos de caixa – método direto

exercícios findos em 31 de dezembro de 2014 e 2013 (Valores expressos em reais)

2014 Fluxos de caixa das atividades operacionais Valores recebidos por venda de artigos religiosos e doações 190.273,69 Valores pagos a empregados (98.842,43) Valores pagos a fornecedores e prestadores de serviços (109.053,69) Caixa gerado pelas operações (17.622,43) Receitas financeiras recebidas 5.187,33 Despesas bancárias (2.230,77) Caixa líquido usado/gerado nas atividades operacionais (14.665,87) Fluxos de caixa das atividades de investimentos Aplicações e Regastes de CDB´s 15.494,64 Aquisição de Imobilizado (57.329,00) Caixa líquido usado nas atividades de investimentos (41.834,36) Caixa líquido usado/gerado no período (56.500,23) No início do exercício 92.619,90 No fim do exercício 36.119,67 Aumento de caixa e equivalentes de caixa (56.500,23)

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

2013

212.508,29 (69.665,74) (105.817,92) 37.024,63

3.976,44 (1.674,14)

10.563,24 -

42.729,73

39.326,93

10.563,24 49.890,17 92.619,90 49.890,17

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

Notas explicativas às demonstrações financeiras 1 Contexto operacional A Fundação Capella Menino Jesus e Santa Luzia é uma Entidade sem fins lucrativos, e tem por finalidade propugnar pela formação cívica, moral, cultural e religiosa do povo brasileiro.

e. Passivo circulante e não circulante São demonstrados pelos valores conhecidos ou calculáveis, acrescidos, quando aplicável, dos correspondentes encargos e variações monetárias incorridas até a data do balanço.

A Fundação é isenta da tributação do imposto de renda e da contribuição social, de acordo com a Lei nº 9.532/97, que estabelece no seu art. 15, que a Fundação deverá reunir as seguintes condições, cumulativamente, para fazer jus a essa isenção:

f. Demonstrações Financeiras comparativas As demonstrações financeiras do exercício findo em 31 de dezembro de 2013 tiveram alguns saldos reclassificados para uma melhor comparabilidade com as demonstrações financeiras do exercício corrente.

a. Não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados.

4 Caixa e equivalentes de caixa

b. Aplicar integralmente seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos seus objetivos sociais.

Caixa e bancos conta movimento Aplicações financeiras livre de risco (a)

c. Manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das formalidades que assegurem a respectiva exatidão. d. Conservar em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contado da data da emissão, os documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas, assim como, a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar sua situação patrimonial. e. Apresentar, anualmente, a declaração de rendimentos. Todas as condições apresentadas são rigorosamente atendidas pela Fundação. 2 Base de preparação (a) Declaração de conformidade (com relação às normas IFRS e às normas do CPC) As demonstrações financeiras foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. A presente demonstração financeira inclui dados não contábeis e dados contábeis como, operacionais, financeiros. (b) Base de mensuração As demonstrações financeiras foram preparadas com base no custo histórico com exceção pelos instrumentos financeiros mensurados pelo valor justo por meio do resultado. (c) Moeda funcional e moeda de apresentação Essas demonstrações financeiras são apresentadas em Real, que é a moeda funcional da Fundação e atualmente usada no país. 3 Resumo das principais práticas contábeis a. Apuração do déficit /superávit do exercício O reconhecimento das receitas e despesas é efetuado em conformidade com o regime contábil de competência de exercício. A receita com vendas de artigos religiosos são reconhecidas no resultado em função de sua realização. Uma receita não é reconhecida se há uma incerteza significativa na sua realização. b. Estimativas contábeis A elaboração de demonstrações financeiras de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil requer que a Administração use de julgamento na determinação e registro de estimativas contábeis. A Fundação revisa as estimativas e premissas pelo menos anualmente. c. Ativo circulante e não circulante • Caixa e equivalentes de caixa Caixa e equivalentes de caixa abrangem saldos de caixa, banco conta movimento e aplicações financeiras com vencimento original de três meses ou menos a partir da data da contratação, os quais são sujeitos a um risco insignificante de alteração no valor, e são utilizadas na quitação das obrigações de curto prazo. • Demais ativos circulantes e não circulantes São apresentados ao valor líquido de realização. d. Ativo Imobilizado Registrado ao custo de aquisição, formação ou construção, inclusive juros e demais encargos financeiros capitalizados.

10 Despesas com pessoal 2014 2013 Salários e ordenados (49.684,14) (37.032,67) Encargos sociais (19.725,55) (13.650,06) Benefícios sociais (20.896,91) (9.994,20) Férias (7.676,05) (4.338,61) (5.714,66) (3.202,87) 13º. salário (103.697,31) (68.218,41) Esses gastos referem-se a despesas com pessoal, sendo incluso eventuais benefícios sociais ofertados aos funcionários.

2014 19.902,10

16.217,57 36.119,67

2013 56.191,71

11 Despesas paroquiais

36.428,19 92.619,90

2014 2013 Espórtula de missa (a) (25.000,00) (28.600,00) Velas (20.419,00) (22.464,00) Artigos religiosos (4.873,47) (5.080,70) Imagens (4.118,80) (6.355,85) (3.430,18) (3.559,40) Vinhos e frascos (57.841,45) (66.059,95)

(a) Essas aplicações possuem características de equivalentes de caixa em função de estarem em aplicações de curtissímo prazo e livres de risco. 5 Aplicações financeiras 2014 Aplicações financeiras - CDB 9.613,58 9.613,58

2013 25.108,22 25.108,22

As aplicações financeiras referem-se a Certificado de Depósito Bancário (CDB), atualizados com base na variação do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), remuneradas a taxas que variam entre 92% e 97% do CDI para os períodos abrangidos por estas demonstrações financeiras. 6 Imobilizado 2014 2013 Imóveis 401.009,33 401.009,33 Móveis e utensílios 2.377,00 1.048,00 Benfeitorias em imóveis próprios 56.000,00 459.386,33 402.057,33 Depreciação de móveis e utensilhos (1.180,96) - Imobilizado líquido 458.205,37 402.057,33 7 Obrigações com pessoal e social 2014 2013 Salários a pagar 5.386,00 4.891,00 INSS sobre folha de pagamento a recolher 1.680,88 1.498,81 FGTS a recolher 554,20 473,89 PIS sobre folha de pagamento a recolher 84,29 79,33 Férias e encargos a pagar 9.535,35 5.502,81 Contribuição sindical e assistencial a pagar 668,37 17.909,09 12.445,84 Estas obrigações referem-se àquelas relacionadas com a remuneração de empregados e os respectivos encargos sociais incidentes sobre essas remunerações. 8 Patrimônio líquido O Patrimonio Social da Fundação, no motante de R$ 120.000,00, conforme escritura de alteração e consolidação dos estatutos da Fundação registrado, microfilmado e digitalizado no Primeiro Oficial de Registro de Títulos e Documentos Civil de Pessoa Juridica, sob o nº 298.644, em 22 de março de 2004. As doações, geralmente, ocorrem em dinheiro e são registradas em contas de resultado. 9 Receita operacional líquida 2014 2013 Donativos (a) 150.190,94 165.830,62 Artigos religiosos (b) 40.082,75 46.677,67 190.273,69 212.508,29 (a) Receitas oriundas de doações efetuadas por pessoas físicas. (b) Venda de artigos religiosos, como velas, escapulários,e outros.

(a) Esses gastos referem-se a despesas com Missas que são realizadas diariamente nas paróquias, segundo o costume aprovado pela Igreja, a qualquer sacerdote que celebra ou concelebra a Missa, é permitido receber a espórtula oferecida para que ele aplique a Missa segundo determinada intenção. 12 Despesas administrativas e gerais 2014 2013 Alimentação (8.007,30) (4.542,44) Material de escritório (1.329,98) (1.164,18) Donativos/auxílios (8.103,58) (2.041,80) Transporte (2.468,94) (2.070,00) Copa e cozinha (766,39) (668,98) Gastos com eventos (779,33) (2.033,65) Bens de natureza permanente - (845,90) Cópias eletrostáticas e fax (138,40) (1.147,00) (1.106,52) (557,33) Outras despesas administrativas (22.700,44) (15.071,28) 13 Despesas com serviços de terceiros 2014 2013 (18.582,00) (22.388,00) Serviços contratados pessoa física (18.582,00) (22.388,00) Esses gastos referem-se a despesas com autônomos contratados. 14 Despesas com serviços públicos 2014 2013 Telefone (3.398,11) (3.236,05) Energia elétrica (2.274,92) (2.522,42) (1.259,62) (1.135,30) Água e esgoto (6.932,65) (6.893,77) Despesas oriundas de utilização de serviços públicos e infraestrutura consumida, diariamente, nas atividades paroquiais. 15 Despesas com manutenções 2014 2013 Consertos e reparos (688,65) (1.176,00) Manutenção de máquinas e equipamentos (320,00) (315,00) Material de conservação e limpeza (360,00) (191,86) (1.353,02) (62,50) Outros gastos com manutenção (2.721,67) (1.745,36) Esses gastos referem-se a despesas com manutenção e reparos de bens.

Cônego José Pedro dos Santos Diretor Secretário

Padre João Júlio Farias Júnior Diretor Financeiro

José Olímpio Cardoso Neto Contador - CRC 1SP181828/O-5


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PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL CNPJ/MF 62.340.203/0001-84 Rua Borges Lagoa, 1209 - Vila Clementino - CEP 04038-033 - São Paulo/SP.

BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO - (Em Reais 1) ATIVO PASSIVO Nota Nota Explicativa 2014 2013 Explicativa CIRCULANTE ....................................... 25.644.251 24.628.265 CIRCULANTE ....................................... Caixa e equivalentes de caixa ........... 4 23.791.854 21.757.994 Fornecedores....................................... DIREITOS REALIZÁVEIS .................... 1.817.552 2.814.740 Obrigações sociais e trabalhistas ........ 9 Aplicações financeiras de liquidez Tributos, impostos e encargos a não imediata ..................................... 202.770 182.991 recolher .............................................. Valores a receber ............................... 5 1.049.282 660.286 Direito de férias adquirido e encargos Adiantamentos a fornecedores .......... 278.112 1.768.242 sociais ................................................ 3-h Adiantamentos diversos ..................... 60.443 59.497 Adiantamentos de clientes................... 10 Outros direitos realizáveis .................. 226.945 143.724 Outras obrigações ............................... ESTOQUES ......................................... 24.670 NÃO CIRCULANTE .............................. DESPESAS ANTECIPADAS................ 34.845 30.861 Doações para investimentos ............... 11 NÃO CIRCULANTE .............................. 286.716.092 287.799.799 Provisão para contingências fiscais e REALIZÁVEL A LONGO PRAZO ......... 264.510 228.892 trabalhistas ......................................... 12 Depósitos judiciais ............................. 264.510 228.892 PATRIMÔNIO LÍQUIDO ........................ 13 INVESTIMENTOS................................ 6 140.630.272 139.088.821 Patrimônio social ................................. IMOBILIZADO...................................... 7 145.694.186 148.354.058 Déficit do Período ................................ INTANGÍVEL ........................................ 8 127.124 128.028 TOTAL DO PASSIVO E PATRIMÔNIO TOTAL DO ATIVO ................................. 312.360.343 312.428.064 LÍQUIDO .............................................. (As notas explicativas integram o conjunto das demonstrações contábeis)

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO PERÍODO - (Em Reais 1) PERÍODO 2014 3.512.302 460.811 312.898

2013 4.779.567 2.234.698 340.428

36.060

37.419

621.708 1.706.633 374.192 45.730.058 27.402.058

577.250 1.344.542 245.230 28.134.258 27.401.258

18.328.000 263.117.983 279.514.239 (16.396.256)

733.000 279.514.239 283.938.766 (4.424.527)

312.360.343

312.428.064

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO - PERÍODO DE 01/JAN./2013 A 31/DEZ./2014 - (Em reais 1)

Nota

01/JAN./2014

Expli-

A

A

cativa

31/DEZ./2014

31/DEZ./2013

RECEITA BRUTA ...........................................

27.956.933

24.775.440

Contribuições e donativos ............................

16.137.490

15.376.077

Receitas patrimoniais ...................................

10.552.829

8.187.081

Espórtulas recebidas ....................................

1.102.161

981.811

Receitas com atividades comerciais.............

-

33.798

Receitas educacionais ..................................

164.453

158.732

Subvenções e convênios públicos................

-

01/JAN./2013

37.941

DEDUÇÕES .................................................

(734.039)

(35.274)

Descontos concedidos ................................

(734.039)

(33.197)

Impostos e contribuições ............................

-

RECEITA LÍQUIDA ........................................

27.222.894

CUSTOS......................................................... Custo com projetos sociais e assistenciais .. Custo das mercadorias vendidas .................

14

(2.077) 24.740.166

(1.810.034)

(2.117.404)

(1.810.034)

(2.099.728)

-

(17.676)

SUPERÁVIT BRUTO ..................................... 25.412.860 22.622.762 PATRIMÔNIO DOAÇÕES DÉFICIT DO ESPECIFICAÇÕES CONTAS SOCIAL PATRIMONIAIS PERÍODO TOTAL RECEITAS (DESPESAS) OPERACIONAIS .. (43.828.766) (22.744.590) SALDOS EM 01 DE JANEIRO DE 2013 ................................................. 285.493.684 143.000 (1.697.918) 283.938.766 Despesas gerais e administrativas ............... (45.725.436) (23.977.695) Incorporação do resultado do exercício Despesas financeiras ................................... (286.871) (217.083) Anterior - 2012 ........................................................................................... (1.697.918) 1.697.918 Receitas financeiras ..................................... 2.183.541 1.450.188 Incorporação de doações patrimoniais...................................................... 143.000 (143.000) Déficit do período ...................................................................................... (4.424.527) (4.424.527) RESULTADO OPERACIONAL ...................... (18.415.906) (121.828) SALDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2.013............................................. 283.938.766 (4.424.527) 279.514.239 Outras receitas ............................................. 2.352.196 1.609.951 Incorporação do resultado do exercício Outras despesas........................................... (332.546) (5.912.650) Anterior - 2013 ........................................................................................... (4.424.527) 4.424.527 Déficit do período ...................................................................................... (16.396.256) (16.396.256) DÉFICIT DO PERÍODO.................................. (16.396.256) (4.424.527) SALDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2.014............................................. 279.514.239 (16.396.256) 263.117.983 (As notas explicativas integram o conjunto das demonstrações contábeis) (As notas explicativas integram o conjunto das demonstrações contábeis) e) Investimentos NOTA 7. IMOBILIZADO DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA - (Em reais 1) São imóveis definidos formalmente pela administração da entidade como propriedades Está representado pelos valores originais. Quando cabível, deduzidos da depreciação PERÍODO acumulada, conforme demonstrado no quadro seguinte: para investimentos, cujo objetivo final é a obtenção de renda por meio de locação. 01/JAN./ 01/JAN./ Descrição 2014 2013 f) Imobilizado 2014 A 2013 A 159.021.518 Está demonstrado pelo custo de aquisição, acrescido de reavaliação espontânea, Imóveis .......................................................................... 159.021.518 31/DEZ./ 31/DEZ./ Móveis e utensílios ........................................................ 5.013.293 4.851.044 FLUXO DE CAIXA NAS ATIVIDADES OPERACIONAIS 2014 2013 deduzido das suas depreciações e amortizações correspondentes. Instalações .................................................................... 1.619.808 1.610.608 Déficit do Período .............................................................. (16.396.256) (4.424.527) g) Intangível Máquinas e equipamentos ............................................ 4.438.744 4.110.569 Ajustes: Está demonstrado pelo custo de aquisição, deduzido das amortizações acumuladas, Veículos ......................................................................... 5.064.307 4.859.124 Depreciação e amortização ............................................. 4.025.223 5.409.597 calculadas pela expectativa de vida útil ou o prazo contratual do direito de uso. Imobilizações em andamento ........................................ 29.421.559 29.308.442 Baixa de bens do ativo imobilizado, intangível e h) Direito de férias adquirido e encargos sociais Outras imobilizações ..................................................... 438.090 182.853 investimentos ................................................................. 621.331 5.907.649 Foram constituídas com base no regime de competência, observando as férias (-) Depreciação acumulada ........................................... (59.323.133) (55.590.100) Receita na alienação de bens do ativo imobilizado ........ (2.295.185) (1.497.548) Totais ............................................................................ 145.694.186 148.354.058 Provisão para contingências ........................................... 17.595.000 233.000 transcorridas e ainda não gozadas, apropriadas até a data de encerramento do NOTA 8. INTANGÍVEL Resultado líquido ajustado ............................................. 3.550.113 5.628.171 balanço. Foram calculadas partindo do número de dias de férias, convertidos para valor em Está representado pelos valores originais, deduzidos da amortização acumulada, Variação nas aplicações financeiras de liquidez não conforme demonstrado no quadro seguinte: imediata............................................................................ (19.779) 5.192.658 moeda pelo salário atual de cada funcionário, acrescidas de um terço constitucional e Descrição 2014 2013 Variação nos valores a receber ......................................... (388.996) 185.390 os respectivos encargos sociais, conforme legislação trabalhista em vigor. Sistemas aplicativos ......................................................... 191.281 191.281 Variação nos adiantamentos a fornecedores .................... 1.490.130 (1.732.577) NOTA 4. CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA Direitos de uso e patentes ................................................ 127.124 127.125 Variação nos estoques....................................................... 24.670 17.676 Correspondem ao caixa, depósitos bancários e investimentos de curto prazo (-) Amortização acumulada............................................... (191.281) (190.378) Variação no adiantamento ao SEFRAS ............................. 1.188 compostos por títulos de renda fixa com liquidez imediata. Totais ............................................................................... 127.124 128.028 Outras variações ativas ..................................................... (123.769) (42.142) NOTA 9. OBRIGAÇÕES SOCIAIS E TRABALHISTAS Descrição 2014 2013 Variação nas contas a pagar com fornecedores ............... (1.773.887) 1.918.241 Estão representados pelos valores originais, conforme demonstrado no quadro Caixa ................................................................................ 204.715 215.858 Variação nas obrigações sociais e trabalhistas ................. (27.530) 72.560 seguinte: 548.431 872.517 Variação nos tributos, impostos e encargos a recolher ..... (1.359) 5.258 Bancos.............................................................................. Descrição 2014 2013 Variação nas obrigações com férias e encargos ............... 44.458 (13.971) Aplicações de liquidez imediata ....................................... 23.038.708 20.669.619 Salários a pagar ............................................................... 81.437 101.774 Variação nos adiantamentos recebidos de clientes ........... 362.091 (325.181) Totais ............................................................................... 23.791.854 21.757.994 Contribuição previdenciária .............................................. 151.370 151.788 Outras variações passivas................................................. 128.963 (14.264) NOTA 5. VALORES A RECEBER FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço ........... 41.900 40.227 Caixa líquido proveniente das atividades operacionais 3.265.105 10.893.007 Estão apresentados pelos valores originais e correspondem ao informado no quadro PIS – Programa de Integração Social .............................. 7.110 6.347 FLUXO DE CAIXA NAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO a seguir: IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte ..................... 11.804 10.254 Aplicações no ativo imobilizado e intangível ..................... (1.467.181) (3.672.585) Descrição 2014 2013 Autônomos a pagar .......................................................... 11.761 8.147 Aplicações em investimentos permanentes ...................... (2.060.049) (2.458.273) Clientes de aluguel ........................................................... 751.663 525.537 IRRF s/ autônomos........................................................... 266 8.103 Recursos provenientes das doações para investimento ... 800 1.826.027 Outros valores e contribuições ......................................... 7.250 13.788 Títulos a receber............................................................... 294.489 131.849 Recursos recebidos da venda de bens do ativo Totais ............................................................................... 312.898 340.428 Outros valores a receber .................................................. 3.130 2.900 imobilizado ....................................................................... 2.295.185 1.497.548 NOTA 10. ADIANTAMENTOS DE CLIENTES 660.286 Caixa líquido usado nas atividades de investimento... (1.231.245) (2.807.283) Totais ............................................................................... 1.049.282 Os adiantamentos de clientes correspondem, preponderantemente, a recebimentos VARIAÇÃO NO CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA ..... 2.033.860 8.085.724 A avaliação feita pela Entidade conclui que a inadimplência dos recebíveis tem se oriundos de compromissos de venda de imóveis da entidade, os quais permanecem CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA ............................... 2.033.860 8.085.724 apresentado muito baixa, o que tornaria desnecessária a manutenção de saldo para a em aberto aguardando a respectiva escritura pública de compra e venda. No início do exercício ........................................................ 21.757.994 13.672.270 conta de perdas estimadas para créditos de liquidação duvidosa. NOTA 11. DOAÇÕES PARA INVESTIMENTOS No fim do exercício ............................................................ 23.791.854 21.757.994 NOTA 6. INVESTIMENTOS Trata-se de recursos obtidos para obras de restauração de imóveis da Província que (As notas explicativas integram o conjunto das demonstrações contábeis) A administração da entidade definiu como propriedades para investimentos, os foram tombados pelo Patrimônio Histórico Nacional. A partir do exercício de 2008, os valores recebidos passaram a ser registrados no Passivo Não-Circulante, como imóveis que serão utilizados para a obtenção de renda por meio de locação. NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Doações para Investimento, e os valores estão sendo aplicados nos respectivos DO EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2014 Descrição 2014 2013 projetos. Os valores recebidos em 2007 foram contabilizados como Receita Não PERÍODO DE 01 DE JANEIRO A 31 DE DEZEMBRO DE 2014 Imóveis ............................................................................. 140.440.226 138.911.773 Operacional e somam R$ 1.650.000. VALORES EXPRESSOS EM R$ 1 Outros investimentos ........................................................ 190.046 177.048 No quadro a seguir estão demonstrados os valores recebidos durante o exercício de NOTA 1. CONTEXTO OPERACIONAL Totais ............................................................................... 140.630.272 139.088.821 2014 e os respectivos Projetos de Restauração: A Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, constituída em 11.a) Valores lançados no Passivo Não Circulante: 15 de julho de 1675, é uma entidade de caráter religioso, beneficente, cultural, sócio Inscrição Saldo Recebido Baixado Saldo educacional e de assistência social, com personalidade jurídica de direto privado, de Projeto Cidade Estado no PRONAC em 2013 em 2014 em 2014 em 2014 natureza associativa, apolítica e sem fins lucrativos, composta de pessoas físicas do Restauração e revitalização do Complexo Arquitetônico do sexo masculino e com duração por tempo indeterminado. Rio de Janeiro RJ 067408 27.401.258 800 27.402.058 As atividades da Província estendem-se pelos Estados do Espírito Santo, Convento Santo Antônio - Largo da Carioca Total............................................................................................ 25.575.231 800 27.402.058 Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, tendo por finalidade: a) Exercer a espiritualidade cristã através de atividades religiosas, propagando os 11.b) Valores lançados em Receita Não Operacional no ano de 2007: valores do Evangelho propostos pelo fundador da Ordem Franciscana, a saber: a Descrição Valor misericórdia, a compaixão, a simplicidade, o acolhimento, o cuidado, a cortesia, a BNDES - 27/11/2007 ............................................................................................................................................................................................................................. 600.000 cordialidade, a paciência, a fraternidade, a alteridade, a qualidade das relações, Petróleo Brasileiro S/A - 13/08/2007 ..................................................................................................................................................................................................... 600.000 a integração entre feminino e masculino, a criatividade, a beleza e a bondade, a Petróleo Brasileiro S/A - 22/11/2007...................................................................................................................................................................................................... 450.000 sabedoria, a ternura, a alegria e consciência ecológica; Total ...................................................................................................................................................................................................................................................... 1.650.000 b) Promover a assistência social, realizando atendimento e assessoramento NOTA 12. PROVISÃO PARA CONTINGÊNCIAS aos usuários dos serviços e projetos, visando o enfrentamento da pobreza e a A Entidade possui ações trabalhistas, cíveis e administrativas tramitando em juízo, na qualidade de requerida, cujos valores e riscos associados foram determinados mediante universalização dos direitos sociais; a análise dos processos por parte do departamento jurídico. c) Defender e promover os direitos humanos, incentivando ações ligadas às causas Descrição 2014 2013 da justiça; Contingências trabalhistas .................................................................................................................................................................................... 1.096.025 446.000 d) Promover e incentivar a valorização da cultura, inclusive dos meios de comunicação Contingências cíveis.............................................................................................................................................................................................. 211.975 287.000 social; Contingências administrativas ............................................................................................................................................................................... 17.020.000 e) Fomentar a pesquisa científica e histórica; Totais .................................................................................................................................................................................................................... 18.328.000 733.000 f) Oferecer e desenvolver o ensino em seus variados graus, por meio de escolas próprias ou mantidas por entidades congêneres, religiosas ou não, objetivando A contingência administrativa de R$ 17.020.000 refere-se à discussão em âmbito administrativo (processo PRONAC 01400.007485/2006-16 - 067408), da prestação de promover a formação educacional, cívica, física, familiar, moral e religiosa por todos contas ao Ministério da Cultura, relativa a obras para restauro e revitalização do Convento de Santo Antônio, localizado na Cidade do Rio de Janeiro/RJ. os meios e modos, optando preferencialmente pelos necessitados e carentes no A empresa contratada responsável pelo gerenciamento, fiscalização e prestação de contas deste projeto (PRONAC 067408), já foi citada através do processo judicial n° 0478137-35.2014.8.19.0001 - 13° Vara Cível do Rio de Janeiro - RJ - a prestar esclarecimentos e responder judicialmente sobre o descumprimento contratual. Cabe ainda contexto de nosso país. ressaltar que está em andamento o processo de produção antecipada de provas onde será realizada a perícia física no imóvel a fim de apurar o que de fato foi executado no NOTA 2. APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS As demonstrações contábeis foram elaboradas segundo as práticas contábeis local, processo judicial Nº 0125661-93.2014.8.19.0001 - 15º Vara Cível do Rio de Janeiro - RJ. adotadas no Brasil, que abrangem, além das disposições da legislação societária NOTA 13. PATRIMÔNIO LÍQUIDO brasileira, os Pronunciamentos, Orientações e Interpretações emitidas pelo Comitê O Patrimônio Social está composto pelos superávits acumulados ao longo dos períodos anteriores, cujos valores foram reinvestidos na ampliação e manutenção dos objetivos sociais da entidade, seja na ampliação e manutenção de suas instalações ou na prestação de seus serviços. de Pronunciamentos Contábeis - CPC. As alterações trazidas pela Lei número 11.638/07, pela Lei número 11.941/09 à Lei A Entidade não remunera os membros componentes de sua diretoria, conselheiros, associados ou equivalentes e não distribui ou concede vantagens sob nenhuma forma. número 6.404/76 estão sendo observadas integralmente e adotadas quando aplicável. NOTA 14. CUSTEIO DOS PROJETOS SOCIAIS Foi adotada, também, a Resolução do Conselho Federal de Contabilidade 1.409/2012, As aplicações de recursos em programas sociais resumem-se da seguinte forma: que se refere à ITG 2002 - Entidade sem finalidade de Lucros, a qual trata em 2014 específico dos aspectos contábeis das entidades sem fins lucrativos. Recursos aplicados Para fins de comparabilidade, foram realizadas algumas reclassificações nas Investimento Demonstrações do exercício de 2013, não alterando os efeitos apresentados Serviços Unidades Cidade / Estado com recursos Convênios Total anteriormente. Nome do Centro de Custo próprios Investido NOTA 3. PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTÁBEIS Apoio à Projetos Sociais da Associação Franciscana de Associação Franciscana Dentre as principais políticas contábeis adotadas para a preparação das Solidariedade de Solidariedade São Paulo, SP 1.810.034 1.810.034 demonstrações contábeis ressaltamos: SEFRAS a) Apuração do resultado Total do Projeto SEFRAS 1.810.034 1.810.034 As receitas contratuais e financeiras estão reconhecidas pelo regime de competência. 2013 As doações e contribuições para custeio são contabilizadas em contas de receita pela Recursos aplicados sua realização financeira. Investimento Os custos e as despesas estão registrados pelos seus valores originais, e de acordo Serviços Unidades Cidade / Estado com recursos Convênios Total com a sua competência, e referem-se a gastos necessários à manutenção das Nome do Centro de Custo próprios Investido atividades mantidas pela entidade. Apoio à Projetos Sociais da Associação Franciscana Associação Franciscana São Paulo, SP 2.099.728 0 2.099.728 b) Caixa e equivalentes de caixa de Solidariedade de Solidariedade - SEFRAS O caixa e equivalentes de caixa incluem os saldos em caixa e bancos contas Total do Projeto SEFRAS 2.099.728 0 2.099.728 movimento e aplicações financeiras, acrescidas dos rendimentos auferidos até a data O Apoio a Projetos Sociais é uma iniciativa fundamentada nos princípios estatutários da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, e se dá através de Termo do balanço, as quais não superam os respectivos valores de mercado. de Parceria com a Associação Franciscana de Solidariedade- SEFRAS, assinado em 17 de março de 2010 e aditivado semestralmente. c) Aplicações de liquidez não imediata Estão demonstradas pelos valores aplicados, atualizadas com os respectivos NOTA 15. RECOLHIMENTO DA COTA PATRONAL A partir de 01 de janeiro de 2010, a Entidade passou a recolher a cota patronal do INSS juntamente com as contribuições para com terceiros, bem como o seguro de acidentes rendimentos até a data de encerramento do balanço patrimonial. de trabalho. No decorrer do ano de 2014 seus recolhimentos somaram R$ 1.396.648. d) Estoques Os estoques estão representados basicamente por artigos religiosos e semoventes NOTA 16. COBERTURA DE SEGUROS avaliados pelos custos médios de aquisição, líquidos de impostos, que não superam A administração da Entidade adota a política de contratar cobertura de seguros, para bens sujeitos a riscos, por montantes considerados suficientes para cobrir eventuais os valores de recuperabilidade. perdas.

continua...


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continuação

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PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL CNPJ/MF 62.340.203/0001-84 Rua Borges Lagoa, 1209 - Vila Clementino - CEP 04038-033 - São Paulo/SP. DIRETORIA FIDÊNCIO VANBOEMMEL Diretor Presidente CPF/MF 521.424.777-04

CONTADOR ADRIEL DE MOURA CABRAL CRC/SP 219.179/O-0 CPF/MF 855.179.336-53

MÁRIO LUIZ TAGLIARI Ecônomo CPF/MF 167.911.859-53

PARECER DO CONSELHO FISCAL DA PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL Aos 22 dias do mês de abril, do ano de dois mil e quinze, reuniu-se na sede da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - PFICB, na Rua Borges Lagoa n° 1.209, Bairro de Vila Clementino, cidade de São Paulo/SP, o Conselho Fiscal da PFICB, para analisar a Demonstrações Contábeis, encerradas em 31 de Dezembro de 2014, complementadas por Notas Explicativas. Após verificação e exame dos relatórios e dos documentos contábeis apresentados pelo Responsável Técnico, Contador Adriel de Moura Cabral (CRC-SP n° 1SP 219.179/O-0), no exercício da competência que lhe é atribuída, o Conselho Fiscal é de Parecer que estas peças sejam aprovadas pela Assembléia Geral.

Frei Volney José Berkenbrock CPF 005.465.907-80 Presidente do Conselho Fiscal

Frei Mario José Knapik CPF 924.498.249-87 Conselheiro Suplente Frei Valdecir Schwambach CPF 289.052.278.48 Conselheiro

São Paulo, 22 de abril de 2015.

RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Ilmos. Srs. Associados e Diretores da PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL São Paulo - SP Examinamos as demonstrações contábeis da PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL, que compreendem o balanço patrimonial levantado em 31 de dezembro de 2.014 e as respectivas demonstrações do resultado do período, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas. Responsabilidade da administração da PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL sobre as demonstrações contábeis A administração da Entidade é responsável pela elaboração e adequada apresentação dessas demonstrações contábeis, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, e pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração de demonstrações contábeis livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro. Responsabilidade dos auditores independentes Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas

brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que a auditoria seja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis estão livres de distorção relevante. Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeito dos valores e divulgações apresentados nas demonstrações contábeis. Os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis, independentemente se causada por fraude ou erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos relevantes para a elaboração e adequada apresentação das demonstrações contábeis da PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL para planejar os procedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não para fins de expressar uma opinião sobre a eficácia desses controles internos da Entidade. Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto. Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião.

Opinião Em nossa opinião, as demonstrações contábeis acima referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL em 31 de dezembro de 2.014, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o período findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. Curitiba, 02 de abril de 2015.

AUDIACTO AUDITORES INDEPENDENTES SS CRC-PR - 04.618/0-9-S-SP

SANDRO GABRIEL DA SILVA KAIBER CONTADOR CRC - PR - 045891/O-1

Belém

Iracema da Silva e Peterson Prates Colaboração especial para a Região

Dom Edmar dá posse a padres em 4 paróquias No último fim de semana, dias 25 e 26, Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, presidiu o rito de posse de quatro párocos em paróquias da Região. No sábado, 25, o Cônego José Miguel de Oliveira assumiu a Paróquia Santo Antonio de Pádua, no Setor Guarani, que antes tinha como administrador paroquial o Padre Alexandre Ferreira. “Vocês cuidaram de mim como um filho, agora cuidem do Padre Miguel como um Pai”, desejou o Padre Alexandre. Na manhã do domingo, 26, tomou posse da Paróquia Santa Isabel Rainha, no Setor Carrão-Vila Formosa, o Padre José Carlos dos Anjos, em celebração que contou com grande presença de fiéis da Paróquia Santa Maria

Madalena, onde o sacerdote foi pároco por oito anos. No inicio da celebração, Dom Edmar saudou a todos. Na sequência, o Padre Emerson Juarez, coordenador do Setor, fez a leitura do decreto de nomeação e provisão do novo pároco. Ainda no domingo, foi a vez dos fiéis da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, no Setor Vila Alpina, acolherem seu novo pároco, Padre Eduardo Aparecido, que permaneceu por quase cinco anos na Paróquia Santa Isabel Rainha. “Eu vim caminhar com vocês, não tenho outra palavra senão caminhar juntos”, afirmou. “Que nossa caminhada seja de felicidade”, complementou. Para encerrar o domingo dedicado ao Bom Pastor, Dom Edmar Peron deu posFábio Gomes

Leigos atuantes no Setor Sapopemba participam de Caminhada da Paz

Fábio Gomes

Dom Edmar dá posse ao Padre Claudio Oliveira na Paróquia Santa Maria Madalena, dia 26

se ao Padre Claudio Oliveira como pároco da Paróquia Santa Maria Madalena, no Setor Sapopemba. “Estou vindo para somar a esta caminhada”, disse o Sacerdote, que foi saudado pelos fiéis que lotaram a igreja matriz da Paróquia.

“Seria muito triste se na hora da saída de um padre os paroquianos dissessem: ‘Graças a Deus que foi embora’”, lembrou Dom Edmar, que ressaltou, ainda, que os momentos de posse são um misto de choro e risos.

Os quatro padres foram nomeados por um período de seis anos e receberam das mãos de lideranças da comunidade paroquial os símbolos que recordam o ministério sacerdotal, além de renovarem as promessas sacerdotais.

Setor Sapopemba grita pela paz As sete paróquias que compõem o Setor Sapopemba da Região Belém realizaram na manhã do sábado, 25, a Caminhada da Paz. Motivados pelo pedido da Papa Francisco - “Eu quero que a Igreja vá para as ruas” - e animados pela promulgação pela CNBB do Ano da Paz no Brasil, mais de 200 pessoas foram às ruas para pronunciar um grito de paz, onde, por muitas vezes, a realidade é de violência.

Ao longo da caminhada, realizada nas imediações do Parque Linear Zilda Arns, foram realizados sete momentos, que refletiram sobre os diversos tipos de violência que impedem a convivência fraterna e a paz, como as praticadas contra as crianças, mulheres, idosos, o meio ambiente, além do extermínio da juventude e a intolerância religiosa. Durante a caminhada, houve manifestações con-

tra a redução da maioridade penal, além de panfletagem com a nota da CNBB contra a medida de redução. Entre os participantes da caminhada estavam o Padre Carlos Mariano, coordenador do Setor Sapopemba; o diácono Jorge Luiz, vice-coordenador do Setor; Padre Marcelo Maróstica, coordenador de pastoral da Região Belém; e o Frei Longarez, OFMCap, que animou a caminhada.


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Santana

Diácono Francisco Gonçalves e Marcelo Schmitz Colaboradores de comunicação da Região

No Jaçanã, um dia de devoção pública a Santo Expedito Capela Santo Expedito

Dom Sergio de Deus preside missa na rua Murilo Furtado, no dia de Santo Expedito

Os festejos em comemoração ao dia de Santo Expedito, o padroeiro das causas imediatas, em 19 de abril, movimentaram igrejas que promovem a devoção ao Santo na Região

Episcopal Santana. Uma delas é a Paróquia São Paulo Apóstolo, na Vila Isolina Mazzei, que tem como pároco, o Padre Antonio Simões Dias; e a outra é a Paróquia Sagrado Coração

de Jesus, no Jaçanã, cujo pároco é o Padre Luiz César Bombonato, auxiliado pelo Padre Eduardo Rodrigues Coelho. No dia da comemoração, desde as 5h até meia-noite, uma extensa programação foi seguida na capela do Jaçanã, com missas e procissões Ao final a banda do Exército, do 4º Batalhão de Infantaria Leve de Osasco, tocou pela primeira vez na zona norte paulistana. “Só posso dizer que a apresentação da banda comoveu a todos, foi fantástica”, disse Padre Luiz César. Segundo os organizadores, essa festa já é tradição na capital paulista por atrair pessoas de vários bairros, como também de outros municípios e até mesmo de estados vizinhos com caravanas formadas para par-

ticiparem do dia de louvor e festa. Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, que estava participando da Assembleia da CNBB, em Aparecida (SP), veio especialmente presidir a missa em frente à capela, na rua Murilo Furtado. “Santo Expedito é um santo Mártir que viveu nos primeiros séculos do Cristianismo, em um tempo de grandes perseguições religiosas. O mártir é aquele que derrama seu sangue para testemunhar sua fé. Durante as perseguições contra os cristãos nos primeiros séculos, muitos homens e mulheres entregaram a própria vida para não renegarem a fé. Preferiram que lhes matassem o corpo, mas não matassem a alma”, expressou o Padre Eduardo Rodrigues.

‘Luz da Vida’ para 130 crianças na Paróquia São Luiz Gonzaga Os fiéis da Paróquia São Luiz Gonzaga, no Setor Casa Verde, celebraram no sábado, 25, missa em ação de graças pelo primeiro ano de existência do Projeto Luz da Vida. A obra social nasceu de um sonho do casal, Gilson e Adriana Silva, viabilizado pelo Padre Mauricio Luchini, pároco. Hoje, conta com a participação de cerca de 130 crianças, que semanalmen-

te, aos sábados, recebem dos atuais 50 voluntários aulas de reforço escolar, judô, futebol, vôlei e dos idiomas de espanhol, inglês e francês. Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Episcopal Santana, presidiu a missa e incentivou a comunidade a cada vez mais abraçar esse projeto. O Bispo parabenizou os voluntários pela doação de

seus dons em prol das crianças e adolescentes. Ao final da celebração, Padre Mauricio se emocionou ao relembrar as dificuldades iniciais, mas viu que mesmo com elas o projeto cresce com a participação dos voluntários, que doam os seus dons e o seu tempo, pela dedicação integral do casal idealizador e com a comunidade paroquial sempre disposta a ajudar.

Marcelo Schmitz

Crianças durante missa com Dom Sergio na São Luiz Gonzaga

Dom Sergio visita capela na periferia da zona norte Diacono Francisco Gonçalves

No domingo, 26, Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu missa na Capela São João, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida da Boa Viagem, no Parque Novo Mundo. O Bispo foi recepcionado

saúde com voluntários para atendimento daquela comunidade carente de serviços

médicos. O Padre apresentou, ainda, um histórico da comunidade.

Paroquia Sagrada Família

AGENDA REGIONAL Quinta-feira (30), 20h

Reunião de Dom Sergio Borges com os diáconos atuantes na Região, na Cúria regional (avenida Marechal Eurico Gaspar Dutra, 1.877, em Santana).

Sexta feira (1º), 9h30

Celebração dos 74 anos de fundação do Centro Social Leão XIII (rua Santa Maria Goretti, 179, na Vila Maria Alta).

Terça-feira (5), 8h30

Reunião Geral do Clero, na Cúria regional.

Padre Silva precede Dom Sergio na procissão de entrada da missa

pelo pároco, Padre Dorvalino José da Silva, que lhe apresentou as lideranças da comunidade e os jovens crismandos. Dom Sergio comentou da alegria que tem sentido ao visitar as comunidades pertencentes às paróquias da Região. Ele pretende estar em todas as comunidades, o que levará alguns meses. Aproveitando a passagem

do Evangelho sobre Cristo, o Bom Pastor, Dom Sergio mostrou que a sucessão apostólica é mantida até hoje na figura do Papa Francisco, sucessor de Pedro, representante de Cristo na terra, e com os bispos, sucessores dos apóstolos. Após a missa, Padre Silva apresentou ao Bispo, no alto da capela, um salão onde é executado um trabalho de

Dom Sergio Borges esteve domingo, 26, na Paróquia Sagrada Família, no Jardim Peri, para ministrar a Crisma. Na ocasião, entregou ao Padre Erly Moscoso mil exemplares de um livreto com os textos do Evangelho para serem utilizados na evangelização.


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Fernando Geronazzo

Colaborador de Comunicação da Região

Centenária, Paróquia Santa Generosa enfrenta transformações da cidade A Paróquia Santa Generosa (avenida Bernardino de Campos, 360, no Paraíso), celebrou seus 100 anos de fundação em missa solene presidida pelo arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, no domingo, 26. A missa foi concelebrada pelo Cônego José Mayer Paine, pároco, Padre Fábio Fernandes, vigário paroquial, e vários padres que tiveram suas histórias ligadas à Paróquia centenária, como o Monsenhor Vicente Ancona Lopez, vigário regional do Opus Dei no Brasil, que foi crismado na Santa Generosa em 1959, e o Padre João Paulo Rizek, do clero arquidiocesano, cuja vocação tem origem na Paróquia. Logo no início da celebração, Cônego Paine, 94, recordou a história da Paróquia na qual está desde 1955. Ele também agradeceu à solicitude de Dom Odilo em celebrar o centenário. Erigida em 4 de abril de 1915, pelo primeiro arcebispo de São Paulo, Dom Duarte Leopoldo e Silva, a Paróquia Santa Generosa nasceu de uma capela construída no antigo largo Guanabara. Cônego Paine destacou, ainda, que do

Fernando Geronazzo

território da paróquia – cuja extensão era da região da praça da Sé, no centro, até o bairro de Santo Amaro, na zona sul –, nasceram 18 paróquias nestes 100 anos.

Um recomeço

Seu primeiro pároco foi o Padre Marcello Franco, que inaugurou parcialmente a matriz, em 1924. As obras continuaram até 1943, quando o segundo pároco, Cônego Pedro Gomes, recebeu um comunicado da Prefeitura dizendo que, em razão das obras de urbanização da cidade, onde hoje passa a avenida 23 de maio, a matriz de Santa Generosa deveria ser desapropriada e, por isso, as obras foram paralisadas. Em 1948, tendo tomado posse o terceiro pároco, Cônego Alberto Baccili, e, percebendo que não seria possível desempenhar as atividades sem atender às urgentes necessidades da comunidade, e como a Prefeitura não concretizava sua medida de desapropriação, reiniciou as obras, inaugurando a nova igreja em 1950. Somente em 1967, já com o Cônego Paine como pároco, que foi a prefeitura resolveu,

Aos 94 anos, Cônego Paine conta a história centenária da Paróquia Santa Generosa

de fato, desapropriar e demolir a matriz. “Foram 25 anos de silêncio, aborrecimento, constrangimento e o pensamento: onde fazer uma nova Igreja? Quem vai fazê-la?”, relatou o pároco, referindo-se à tensão vivida pelos paroquianos desde o anúncio da necessidade de desapropriação até a concretização da demolição. Mas a comunidade não desanimou e, em 1968, motivada pela afirmação de Jesus a São Pedro, “sobre esta pedra eu edificarei minha Igreja”, começou a ser construída uma nova matriz, onde, então, fun-

cionava o salão e a casa paroquial. A nova matriz foi inaugurada em 27 de setembro de 1970, pelo então arcebispo, o Cardeal Agnelo Rossi. “Esta igreja foi construída sob os olhares do céu. Hoje, mais do que nunca, agradecemos ao Senhor, o que ele fez para nos dar uma nova igreja de Santa Generosa, no mesmo bairro com as mesmas pedras. Aqui está a nova Paróquia de Santa Generosa”, disse Cônego Paine. Maria Cecília de Souza Dessi, 73, lembra bem daquele período. “Nós ficamos mui-

to tristes na época da demolição da igreja antiga. Mas não desanimamos e fomos à luta para a construção da nova matriz”. Ela que atualmente é secretária paroquial, começou a frequentar a Paróquia quando tinha 11 anos e tem boas lembranças da infância na Santa Generosa. “Nós participávamos da Cruzada Eucarística e chegávamos a ter 500 crianças na Catequese. Era uma maravilha! Fico até emocionada de lembrar. Sinto-me muito orgulhosa por fazer parte da história desta Paróquia”.

‘Um povo sem memória, nunca chegará a lugar nenhum’ Ao falar do centenário, Dom Odilo recordou as pessoas falecidas que contribuíram com a história da paróquia, entre elas, Dom Duarte Leopoldo e Silva e os muitos sacerdotes que ali viveram seu ministério. “Hoje, a Santa Generosa está bem no coração movimentado da cidade [...]. Vocês são testemunhas da Igreja presente aqui”, disse aos paroquianos. O Arcebispo também lembrou que ao celebrar 100 anos, a Paróquia inaugura a história de seu segundo centenário. “Quem está escrevendo a primeira página do segundo centenário somos cada um de nós. Vamos legar todo esse patrimônio, história e testemunho, missão à nova geração.” No final da celebração, em nome da comunidade, Paulo de Tarso Magalhães Gomes, 60, que está na Paróquia desde seu nascimen-

Fotos: Arquivo Paróquia Santa Generosa

Matriz antiga, demolida em 1967 para dar lugar a novas vias da cidade

to, agradeceu ao Padre José, como o pároco é chamado carinhosamente pelos fiéis, por ter sido sempre um testemunho do Bom Pastor entre o povo. “Junto com nossos pais, tios, avós, o senhor, Padre José, nos ensinou a trilhar o caminho da verdade”, disse. O leigo também se dirigiu ao Padre Fábio e ao grupo

de jovens da Paróquia, “Juventude Generosa”, a quem confiou a missão de continuar história da paróquia. “Hoje, nós estamos passando para vocês a nossa memória. Que vocês continuem essa obra maravilhosa e nunca percam a memória, porque uma igreja, um povo sem memória, nunca chegará a lugar nenhum”.

Igreja atual, construída na avenida Bernardino de Campos, em 1970


22 | Regiões Episcopais |

Lapa

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Benigno Naveira

Colaborador de comunicação da Região

Padre Celso Guedes assume Paróquia Nossa Senhora Rainha da Paz Benigno Naveira

Dom Julio entrega a chave do sacrário ao Padre Celso Guedes

No domingo, 26, em celebração presidida por Dom Julio Endi Akamine, bispo

AGENDA REGIONAL Quarta-feira (29)

14h – Reunião em preparação para a IX Mostra Cultural na Cúria da Lapa (rua Afonso Sardinha, 62, na Lapa). 14h – Reunião do Apostolado da Oração na Paróquia Nossa Senhora da Lapa (rua Nossa Senhora da Lapa, 298, na Lapa).

auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, o Padre Celso de Souza Guedes foi empossado como pároco da Paróquia Nossa Senhora Rainha da Paz, no Setor Leopoldina. Cerca de 250 pessoas participaram da missa, concelebrada por Dom Mathias Patrício de Macedo, arcebispo emérito da Arquidiocese de Natal; Monsenhor Luis Carlos Parede, Padre Marcelo Prótassio Alves, Padre José Carlos Spínola, Padre Antônio Francisco Ribeiro, Padre

José Donizete Fiel Rolim e o novo pároco. Dom Julio, ao iniciar a celebração, recordou que aquele era o Domingo do Bom Pastor. “Jesus mesmo se apresenta ‘eu sou o Bom Pastor’, dá a vida pelas suas ovelhas, e hoje nos reunimos também com muita alegria para posse do novo pároco”. Na sequência, foi feita a leitura, pelo Padre José Carlos Spínola, do decreto de nomeação de tomada de posse do novo pároco, pelo período de seis anos. Dom Julio, na homilia, comentou que Jesus fala de si mesmo como o Bom Pastor e revela qual é o mistério da sua pessoa, algo que não se trata somente de uma ideia de um conceito, trata-se de uma revelação pessoal. O Bispo refletiu, ainda, que Jesus é o Bom Pastor que dá a vida por todos, que não é como um mercenário que está preocupado com

Brasilândia

seu salário, com aquilo que vai ganhar. “Jesus nos ama, Jesus dá a vida, não porque esteja interessado em algo que nós podemos dar. Ele não tem outra intenção, a não ser de fato cuidar da gente, ele é o pastor que dá a vida pelo rebanho”. O Bispo disse, ainda, que não poderia haver um domingo mais adequado para a posse de um pároco do que Domingo do Bom Pastor, e pediu que comunidade, por um minuto, rezasse pelos bispos, padres e em especial pelo novo pároco. Após a homilia, Dom Julio convidou o Padre Celso a fazer a renovação de suas promessas sacerdotais, e em seguida realizou a cerimonia de entrega das chaves da igreja e do sacrário ao novo pároco. Antes da bênção final, Dom Matias expressou a alegria de participar da posse do Padre Celso, de quem é amigo há mais de 40 anos. Padre

Antônio, em nome do clero atuante na Região, parabenizou o novo pároco e a comunidade. Padre Celso agradeceu a presença de Dom Julio, de Dom Matias, de seus amigos padres, da comunidade e de seus familiares.

Novena

Começou no dia 22 e segue até o dia 30, com missas diariamente, às 19h30, a novena em honra ao padroeiro da Paróquia São José, do Setor Rio Pequeno (rua Dr. Coriolano Pompeu Eliezer, 5, Jardim Sarah). Na sexta-feira, 1º, dia de São José Operário, haverá o ofício de São José, às 9h, e a celebração eucarística, às 17h, presidida por Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa.

Renata Moraes

Colaboração especial para a Região

Jovens testemunham Cristo em jornada regional Renata Moraes

600 jovens participam da Jornada Regional da Juventude, dia 26

Na tarde do domingo, 26, cerca de 600 jovens lotaram a Comunidade Missão Mensagem de Paz, em Pirituba, na zona noroeste de São Paulo, para a Jornada Regional da Juventude, comemorativa ao Dia Mundial da Juventude, que oficialmente acontece no Domingo de Ramos. À luz da reflexão bíblica da sexta bem-aventurança “Bemaventurados os puros de coração, porque verão a Deus” (Mateus 5,8), jovens de diversos carismas se reuniram na atividade, a primeira de Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidioce-

se na Região Brasilândia, com a juventude regional. “Fomos surpreendidos com a quantidade de jovens, que celebrou, cantou, dançou e rezou”, declarou o Bispo. A animação inicial do encontro foi com a banda da Pastoral da Juventude. Em seguida, os jovens vivenciaram um momento de louvor e adoração, com a banda da Comunidade Aliança da Misericórdia. Jovens do Movimento Escalada apresentaram um teatro, cujo tema central foi a realidade social. Na encenação, num misto de humor e serie-

dade, os jovens mostraram os maiores conflitos da fase juvenil, com a mensagem central do poder da fé e da prática do bem. A Pastoral da Juventude regional trouxe o apelo em favor da vida dos jovens, com a mensagem “Chega de violência e extermínio de jovens”, fazendo memória, também, dos jovens que foram assassinados, vítimas de chacinas nos últimos anos na Região. Testemunhos de vocações religiosas e matrimoniais foram apresentados, como exemplos concretos de viver a fé e o seguimento a Jesus Cristo. Para encerrar o encontro,

foi realizada a missa, presidida por Dom Devair, e concelebrada por padres atuantes na Brasilândia. No domingo, em que a Igreja celebrou o dia do Bom Pastor e rezou pelas vocações, Dom Devair, em entrevista, expressou sua alegria e gratidão pela atividade. “Foi um dia muito importante e bonito, a diversidade dos carismas aqui presentes, pastorais, movimentos, comunidades de vida, toda essa união foi um bonito sinal de comunhão”. Para Deivid França, do Movimento Escalada, a Jornada Regional da Juventude permitiu “conhecer novos grupos,

pessoas unidas em um só objetivo. Atendemos o chamado, e viemos todos em um só coração”. Matheus Maciel, da Pastoral da Juventude, lembrou que “muitas mãos construíram esse dia. Viemos trazer a mensagem que o jovem é o protagonista da sociedade e da Igreja, também construtor dessa jornada”. “Somos igreja e não estamos sozinhos, todos com o mesmo desejo de ser de Deus, a nossa alegria maior é a evangelização”, declarou Lilian Blanda, missionária da Comunidade Aliança de Misericórdia.

Fernando Santos

Entre os dia 17 e 26, aconteceu a festa em louvor ao padroeiro da Comunidade Bom Pastor, da Paróquia Nossa Senhora das Dores, do Setor Jaraguá (foto). Também a Paróquia Bom Pastor, do Setor Cântaros, celebrou o padroeiro no domingo, 26.


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O Supercampeonato alviverde www.palmeiras.com.br

Na única vez em que decidiu o Paulistão em confronto direto contra o Santos, o Palmeiras fez o que parecia impossível: desbancar o time de Pelé Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

Após a vitória por 1 a 0 no domingo, 26, na primeira partida da final do Paulistão contra o Santos, com gol de Leandro Pereira, o Palmeiras só precisa empatar no próximo domingo, na Vila Belmiro, para repetir um feito de mais de 50 anos. Em 1959, após as disputas das 38 rodadas do Campeonato Paulista, Santos e Palmeiras terminaram empatados com 63 pontos e a definição do campeão ficou para janeiro de 1960: os dois times se enfrentariam em até quatro jogos, no estádio do Pacaembu, e o título seria daquele que alcançasse quatro pontos primeiro. Naquela época, a vitória valia dois pontos. Era difícil imaginar outro resultado que não o título santista, afinal, Pelé, artilheiro do Paulistão por 11 vezes na história e herói

Para pedir uma ‘forcinha’ a São Jorge O Dia de São Jorge, festejado em 23 de abril, foi comemorado com procissão e missa na capela dedicada ao santo na sede do Corinthians, no sábado, 25 (foto). “Esta celebração é feita há anos e

Jogadores do Palmeiras comemoram título paulista de 1959, no estádio do Pacaembu

da primeira Copa conquistada pelo Brasil em 1958, jogava no alvinegro praiano. Além disso, o Santos já havia vencido os estaduais de 1955, 56 e 58, enquanto o último título paulista do alviverde fora em 1950. Quando a bola rolou para o primeiro jogo do chamado Supercampeonato, em 5 de janeiro de 1960, Pelé abriu a contagem, mas Zequinha empatou para o Verdão. Dois dias depois, o Santos voltou a sair na frente, com Pepe, o Palmeiras virou o jogo com um gol contra e outro do atacante Chinesinho, mas Pepe assegurou o empate em 2 a 2.

essa capela existe desde a fundação do Corinthians. São Jorge é o padroeiro do Corinthians”, explicou, ao O SÃO PAULO, André Luiz Oliveira, primeiro vicepresidente do clube. Marco Antônio de Paula Rodrigues, da diretoria da Torcida Camisa 12, participa dessa missa há mais de 15 anos. “É um momento de reflexão sobre Deus Pai e de devoção a São Jorge. É sem-

Com dois pontos para cada time, quem vencesse o terceiro jogo, em 10 de janeiro, seria o campeão. E o favoritismo do Santos parecia se confirmar quando Pelé, aos 14 minutos, fez 1 a 0. Porém, aos 43 minutos, Julinho Botelho empatou. E o que aconteceu aos três minutos da etapa final não sai da memória do palmeirense que vivenciou aquele dia. “Valeu a conquista do Supercampeonato pelo Palmeiras. Foi repleto de emoções, culminando com o gol de Romeiro, em magistral cobrança de falta, selando o placar de 2 a 1”, recordou, ao O SÃO PAULO,

pre bom estarmos reunidos em paz”. A celebração foi presidida pelo Padre Jéferson Flavio Mengalli, da Diocese de Bragança Paulista, que é corintiano. “Estamos junto ao povo, evangelizando através do futebol, do esporte, mostrando Deus, sem superstição, sem as falsas religiosidades, mas vivendo de fato a fé, o que é mais importante”. (DG) (Colaborou Luciney Martins)

José Bento Pane, 83, torcedor palmeirense. “Agora é esperar que o feito se repita em 2015 para maior alegria da galera alviverde”, completou. Com 2 a 1 no placar, Valdir Joaquim de Moraes, Valdemar Carabina, Aldemar, Geraldo, Djalma Santos, Zequinha, Chinesinho, Américo, Nardo, Julinho Botelho e Romeiro, comandados pelo técnico Oswaldo Brandão, conseguiram o improvável: vencer em uma final o Santos de Pelé, artilheiro daquele campeonato com 44 gols. Até a final do Paulistão deste ano, aquela foi a única vez em que Santos e Palmeiras decidiram o torneio em confronto direto, desde que é organizado pela Federação Paulista de Futebol. (Com informações da Federação Paulista de Futebol, Palmeiras.com e Lancepédia).

AGENDA ESPORTIVA SÁBADO E DOMINGO (2 e 3) Campeonato Paulista de Atletismo Das 8h30 às 17h – (Estádio Ícaro de Castro Melo – Ibirapuera). DOMINGO (3) Paulistão de Futebol – Final 16h – Santos x Palmeiras (Vila Belmiro, em Santos)

Luciney Martins/O SÃO PAULO


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