O SÃO PAULO - 3051

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 60 | Edição 3051 | 13 a 19 de maio de 2015

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Instituições católicas devem aceitar todos, sem perder a própria identidade Luciney Martins/O SÃO PAULO

O Cardeal Zenon Grocholewski, prefeito da Sagrada Congregação para a Educação Católica do Vaticano, visitou a Arquidiocese de São Paulo na sexta-feira, 8, e proferiu palestras durante eventos no campus Ipiranga da PUC-SP, promovidos pelas Faculdades de Direito Canônico e de Teologia. O Cardeal enfatizou que as instituições católicas de ensino devem aceitar todos, mas “não podemos perder nossa identidade”, e lembrou que o Direito Canônico considera cada pessoa em sua dimensão eterna. As atividades tiveram a participação do Cardeal Scherer, arcebispo de São Paulo. Página 14

Há 50 anos, coreanos têm paróquia em SP Página 8

Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, recepciona Cardeal Zenon Grocholewski, no campus Ipiranga da PUC-SP, dia 8

terroristas

recrutam jovens para a morte Desde a Primavera Árabe, as redes sociais se tornaram um forte instrumento de mobilização e engajamento de causas políticas e sociais. Assim, a mensagem do Estado Islâmico se espalha pelo mundo e recruta jovens de diversos lugares. Nessa seleção do terror, encontra-se, em sua maioria, jovens europeus que abandonam suas famílias para

Rubens Ricupero analisa a crise no País Página 2

Armênios recordam 1,5 milhão de mortos e cobram reconhecimento de Genocídio

se juntar aos jihadistas. O destino final de todos: a morte. O SÃO PAULO entrevistou especialistas no assunto e traz uma entrevista especial com a economista e jornalista autora do livro “A Fênix Islamista – O Estado Islâmico e a reconfiguração do Oriente Médio”, Loretta Napoleoni.

“Que o sacrifício deles não seja em vão e que fortaleça a nossa fé e identidade”, declarou o bispo Nareg Berberian, primaz da Igreja Apostólica Armênia, durante missa na Catedral da Sé, na sextafeira, 8, que recordou o centenário do Genocídio Armênio de 1915. Presidente de missa, o Cardeal Scherer também fez menção a massacres recentes, como os promovidos pelo Estado Islâmico.

Páginas 11, 12 e 13

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Luciney Martins/O SÃO PAULO

www.arquisp.org.br - lançado o novo portal da Arquidiocese Já está online, desde o domingo, 10, o novo portal da Arquidiocese de São Paulo, que mais moder-

no, completo e interativo unifica os sites das seis regiões episcopais em uma única plataforma, faci-

litando os processos de comunicação da Igreja na metrópole. Página 15

Na Sé, armênios e brasileiros unem-se em oração pelas vítimas do Genocídio


2 | Ponto de Vista |

13 a 19 de maio de 2015 | www.arquidiocesedesaopaulo.org.br

Editorial

O Estado Islâmico e o testemunho dos Mártires

O

mundo vê com assombro as manifestações de intolerância do Estado Islâmico, grupo que pretende, à força, propagar sua “fé”. Com táticas e armamento de guerra, invadem e dominam territórios (principalmente no Oriente Médio e na África) e obrigam os “infiéis” a se converterem e aderirem à Sharia, lei religiosa que passa a ser também a do Estado sob seu jugo. Estima-se que 52 mil soldados, a maioria jovens, de 80 nacionalidades, formem esse exército do terror. Muitos são recrutados através de redes sociais na internet. A falta de sentido para a

vida, mais o fascínio de pertencer a um grupo tão poderoso, acaba seduzindo rapazes e moças, inclusive brasileiros, para as fileiras da milícia. Esse e outros fenômenos de intolerância têm suscitado novos mártires da Igreja. Aos olhos do mundo (que não protesta com a mesma veemência vista, por exemplo, quando da chacina dos cartunistas do Charlie Hebdo), os cristãos são apenas vítimas. Mas aos olhos da fé, são sinais vivos de que é melhor morrer para esta vida do que renunciar a Cristo. Nessa perspectiva, o Papa Francisco disse em recente homilia: “Hoje

somos testemunhas dessas pessoas que matam os cristãos em nome de Deus, porque são infiéis, segundo eles. Esta é Cruz de Cristo: ‘E isso farão porque não reconheceram o Pai nem a mim’. ‘O que aconteceu a mim – afirma Jesus – acontecerá também a vós – as perseguições, as tribulações – mas, por favor, não vos escandalizeis: será o Espírito a guiar-nos e a fazer-nos entender’”, exortou o Sumo Pontífice. Um dos espetáculos mais chocantes perpetrados pelos fanáticos foi a execução de 21 cristãos coptas egípcios, em uma praia na Líbia. O Papa lembrou-se de um telefonema que recebeu do Pa-

triarca copta Tawadros II: “Eu recordei os seus fiéis, que foram degolados na praia porque eram cristãos. Esses fiéis, pela força que lhes deu o Espírito Santo, não se escandalizaram. Morreram com o nome de Jesus nos lábios. É a força do Espírito. O testemunho. É verdade, a força do Espírito. O martírio é justamente isso. O testemunho supremo”, concluiu Francisco. Diante desse quadro, rezemos pelos mártires dos nossos tempos e não cedamos à tentação de responder à intolerância com intolerância. Como diz o livro dos Cânticos, “o Amor é mais forte do que morte”.

Opinião

A Assembleia da CNBB e a crise brasileira Sergio Ricciuto Conte

Rubens Ricupero Qual a melhor mensagem que a assembleia dos bispos deveria transmitir ao povo brasileiro neste momento de crise e desalento? Convidado por Dom Raymundo Damasceno para apresentar a análise da conjuntura na abertura da Assembleia da CNBB, em Aparecida (SP), encontrei a inspiração que buscava ao ler a recente bula “O Rosto da Misericórdia” sobre o jubileu anunciado pelo Papa Francisco. A bula cita o discurso de encerramento do Concílio Vaticano II, no qual Paulo VI dizia que “em vez de diagnósticos desalentadores, se dessem ao mundo remédios cheios de esperança”. Com essa intenção, sugeri que precisamos de um “mínimo denominador comum”, um programa realista e exequível neste momento perigoso da vida nacional. Independentemente da preferência política de cada um, o importante seria adotar metas que todos possam aceitar. Elas se resumiriam em evitar retrocessos que coloquem em risco as conquistas políticas, econômicas e sociais que o Brasil acumulou em 30 anos de regime constitucional, desde que os militares deixaram o poder. Em alguns setores, o retrocesso já bate às portas. Perdemos o crescimento, a inflação ameaça escapar ao controle, a corrupção alcançou níveis destrutivos na Petrobras. Os dois aspectos que melhor resistiam, o emprego e a renda, começam a se deteriorar. Se isso não for rapidamente revertido,

se a economia não voltar a crescer a taxas entre 3% e 4,5% ao ano, será impossível continuar a avançar na luta contra a pobreza e a desigualdade. Na pior hipótese, de estagnação e inflação alta prolongadas, mesmo as conquistas até aqui se mostrarão insustentáveis. Se isso acontecer, o fracasso no econômico e no social acabará por contagiar a democracia política. Devido à premência e gravida-

de da crise, o enfoque tem de ser no curto prazo, no “aqui e agora”. Reformas, entre elas a política e a eleitoral, são importantes no médio e longo prazo. Não vão aliviar neste instante a perda do crescimento, a inflação, o desemprego, os impactos da operação Lava Jato. Não somente os bispos, mas os cristãos em geral não podem perder de vista dois critérios evangélicos para julgar as situações concretas da vida política. O primeiro é que a

Igreja, assim como a sociedade e cada um de nós, será julgada pela maneira como tiver tratado seus membros mais frágeis e vulneráveis. Não preciso apontar as incontáveis vezes em que Jesus afirma esse ponto no Evangelho. O segundo critério é que, ainda divergindo entre nós sobre a posição a adotar em relação ao governo ou a certos partidos e ideologias, somos obrigados, conforme nos lembrou o Papa Francisco no discurso no Teatro Municipal, a manter a atitude de “diálogo, diálogo, diálogo”, nunca de recurso ao confronto e à violência. Francisco insistiu na disponibilidade à cultura do encontro, com atitude de humildade social, de disposição de escutar e aprender com os outros. E concluiu: “Ou aceitamos o diálogo e a cultura do encontro, ou perdemos todos”. Esse não é um receituário para voltar a crescer e a melhorar a vida de todos, mas apenas o caminho para refazer um mínimo de unidade a fim de chegar a saídas efetivas para as várias crises brasileiras. Nada nesse caminho é incompatível e tudo nele se harmoniza com o que esperamos da Igreja, dos bispos, de todo cristão: que saibamos encontrar como o Papa Francisco a linguagem que abra o coração das pessoas à conversão de vida e à mensagem do Evangelho. Rubens Ricupero foi ministro da Fazenda (governo Itamar Franco) e Secretário Geral da UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) em Genebra; hoje é diretor da Faculdade de Economia da FAAP-SP. É conselheiro do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo

N

o domingo, dia 17 de maio, celebramos a Ascensão de Jesus ao céu; com esta solenidade litúrgica, recordamos também o envio missionário dos apóstolos: “ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura” (Mc 16,15). Essas palavras de Jesus referem-se à primeira e mais importante missão da Igreja, que é evangelizar. Nelas estão presentes três conceitos de comunicação: “ide”, “anunciai” e “Boa Nova”. Por isso, a Igreja relaciona o Dia Mundial das Comunicações Sociais com o Domingo da Ascensão e o envio missionário: a Igreja tem a missão de comunicar; evangelizar é ação comunicadora feita de muitos modos, sobretudo na relação de pessoa a pessoa; é levar uma mensagem – o Evangelho; a um destinatário – “a todos os povos”; com uma metodologia – “ide”, ou seja, saindo de si, dirigindo-se aos outros, inclusive com os modernos recursos técnicos da Comunicação Social. Na sua Mensagem para o 49º Dia Mundial das Comunicações Sociais, de 2015, o Papa Francisco trata da comunicação em família. Essa abordagem não podia ser mais oportuna, uma vez que a Igreja está preparando a assembleia do Sínodo, de outubro deste ano, sobre o tema da família. Achei a intuição do Papa Francisco muito iluminada! Com frequência, quando falamos do tema da família, pensamos logo nos

Sem comunicação, a família acaba grandes princípios cristãos que regem o casamento e a família; ou nos problemas do divórcio, da diminuição do apreço ao casamento e à família, nas questões morais ligadas à vida sexual e à transmissão da vida... Tudo isso tem sentido, mas as questões, tantas vezes, são bem mais simples: as pessoas não se falam mais, não há diálogo, não há sintonia no convívio familiar... E aí fica difícil manter viva a família! O Papa está nos recordando que há questões bem simples na vida familiar, que não devem ser descuidadas no casamento e na vida em família. E se refere à “comunicação” na vida familiar. Será que muitos daqueles “grandes” problemas da família não estão ligados às questões de “comunicação”? Será que a atual avalanche de mensagens de todo tipo, recebidas e assimiladas por meio de todos os recursos de comunicação ao nosso alcance, de maneira nem sempre criteriosa, não está sufocando a comunicação que precisa existir no seio da vida familiar? Seria interessante perguntar: quanto tempo ainda nos resta, cada dia, para a comunicação em família? Para conversar, trocar ideias, partilhar vivências, informações ou afetos? Ou, simplesmente, para “jogar conversa fora”, pelo prazer de estar juntos, comunicar a alma, partilhar o convívio e manifestar estima e afeto? E qual é a qualidade desse tempo que ainda temos para a comunicação em família? Talvez, enquanto conversamos, a televisão ligada pede atenção, navegamos na Internet, atendemos a telefonemas ou estamos ligados em mensagens de quem está bem distante de nós? O Papa Francisco, na sua Mensagem, recorda que a famí-

lia existe, acima de tudo, por um fato de comunicação: o namoro é comunicação; a vida do casal é comunicação; assim, as relações de paternidade e maternidade, de filiação e de fraternidade; sem esquecer que também as relações de parentesco se cultivam na comunicação dos parentes. Se os membros da família deixam de se comunicar de pessoa a pessoa, estas vão se distanciando e a família se torna insignificante, é sufocada e vai à falência múltipla, por falta de oxigenação... Muitos problemas e crises no casamento e na vida familiar não surgiriam se a boa comunicação fosse mais bem cultivada no seu convívio; e muitas questões doutrinais, como a fidelidade e a indissolubilidade matrimonial, não seriam “problemas”, se houvesse verdadeira comunicação na vida familiar. Quanta coisa uma boa conversa consegue resolver! A comunicação mais elementar é a boa conversa, a escuta, a busca sincera da sintonia com o outro, para estar “ligado” nas mensagens dos outros; às vezes, é preciso desligar um pouco dos próprios programas e dar atenção ao outro; não raro, é bom abaixar o volume da voz, ou ficar antenado nas mensagens cifradas dos outros, que pedem atenção e compreensão; e o diálogo, feito entrevista leal, consegue avivar novamente a qualidade dos relacionamentos... Para não ser vítima do excesso de comunicação formal, que invade todos os espaços e minutos do dia, a família precisa zelar pela boa qualidade da comunicação entre os seus membros. A família vive de comunicação. Vale a pena ler a Mensagem do Papa.

| Encontro com o Pastor | 3

Bênção da Santa Casa de São Paulo

Assessoria de Imprensa/Santa casa

Irmãos Mesários, médicos, enfermeiros, funcionários e pacientes participaram na quinta-feira, 7, em frente à Capela da Santa Casa de São Paulo, da cerimônia em que o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, abençoou a Irmandade. Durante a solenidade, Dom Odilo lembrou a importância da Santa Casa e frisou que confia na recuperação da Instituição. “Tenho certeza de que ela sairá ainda mais forte para continuar exercendo a caridade, que é uma das virtudes desta Casa”, afirmou o Arcebispo. (Com informações da assessoria de imprensa da Santa Casa).

Beatificação do Padre Luís Caburlotto No sábado, 16, o Cardeal Scherer estará em Veneza, na Itália, onde participará da cerimônia de beatificação do Padre Luís Caburlotto, fundador do Instituto das Filhas de São José. O Instituto também tem atuação na Capital e no interior paulista. Em 12 de julho, às 11h, na Catedral da Sé, será realizada uma celebração em ação de graças pela beatificação.

Tweets do Cardeal @DomOdiloScherer 10 - Feliz domingo! Parabéns às mães! “Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! Eterna é a sua misericórdia!” 09 - 1 Jo 4,7ss: “Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus” 09 - Disse Jesus: “Como o Pai sempre me ama, assim também eu vos amei; permanecei no meu amor”


4 | Papa Francisco |

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O amor é maior que todas as nossas diferenças

O

Papa Francisco aprofundou com os peregrinos reunidos na praça de São Pedro, o Evangelho do 6º domingo da Páscoa (João 15), antes de rezar a oração mariana Regina Coeli. Começou acentuando que Jesus, reunido no Cenáculo com os discípulos, antes de morrer na Cruz, lembra que “ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos. Vós sois meus amigos, se fizeres o que vos mando”. Jesus resumiu tudo o que fez, explicou o Papa: “deu a sua vida por seus amigos. Amigos que não o compreenderam, que no momento crucial o abandonaram, traíram e negaram. Isso nos diz que Ele ama mesmo que não sejamos merecedores do seu amor: Jesus nos ama assim!” Jesus mostra o caminho para segui-lo, prossegue a mensagem. Mais do que um preceito, é um mandamento novo “porque Ele foi o primeiro a realizá-lo, deu-lhe a carne, e assim a lei do amor foi escrita de uma vez para sempre no coração do homem”. Escrita com o fogo do Espírito Santo, ela nos permite caminhar nesta mesma estrada “que nos leva ‘a sair de nós mesmos para

E Francisco mostra os destiir ao encontro dos outros’. Para Jesus, o amor de Deus e o amor natários desses gestos: o idoso, a ao próximo caminham juntos. criança, o enfermo, os sem teto, “As páginas do Evangelho estão os imigrantes, migrantes, os rerepletas deste amor: adultos e fugiados. E conclui: “Graças à crianças, cultos e iletrados, ri- força desta Palavra de Cristo, cos e pobres, justos e pecadores cada um de nós pode se fazer foram acolhidos no coração de próximo ao irmão e à irmã que encontra. Gestos de proximidaCristo. Somos chamados, pois, a nos de! Nesses gestos, se manifesta o querer bem mesmo às vezes não amor que Cristo nos ensinou”. Após a oração mariana, o nos compreendendo ou discordando, porque é aí que se vê o Papa lembrou que em muitos amor cristão que se manifesta nas As páginas do Evangelho diferenças de opinião ou de caráter. estão repletas deste amor: “O amor é maior adultos e crianças, cultos do que essas dife- e iletrados, ricos e pobres, renças!” Cristo nos justos e pecadores foram ensinou este amor acolhidos no coração novo renovado por ele e pelo Es- de Cristo pírito Santo. Amor redimido, livre do egoísmo que países o domingo era o Dia das dá alegria ao coração. Mães. Ele pediu uma salva de O amor de Cristo é derra- palmas para as mães presenmado em nossos corações pelo tes, abraçando com os aplausos Espírito Santo, continua Fran- “todas as nossas queridas mães: cisco, “para realizar a cada dia aquelas que vivem conosco fisiprodígios na Igreja e no mun- camente, mas também aquelas do”, traduzidos em pequenos e que vivem com a gente espiritugrandes gestos que obedecem ao almente. O Senhor abençoe a tomandamento do Senhor: “Amai- das, e Nossa Senhora, neste mês vos uns aos outros como eu vos dedicado a ela, as guarde”. amei”. (Por Padre Cido Pereira)

Unidade com cristãos no Egito L’Osservatore Romano

O Papa Francisco escreveu, no domingo, 10, uma carta para o patriarca da Igreja Ortodoxa Copta de Alexandria, Papa Tawadros II, por ocasião do segundo aniversário do encontro dos dois líderes no Vaticano. No texto, o Pontífice recorda os elos espirituais, o longo percurso de amizade e “o ecumenismo de sangue” que une as igrejas cristãs. Francisco garante a sua constante oração pela comunidade cristã no Egito e em todo o Oriente Médio, em especial pelos fiéis coptas recentemente martirizados por sua fé. “Mesmo que nossa comunhão ainda seja imperfeita – escreve o Papa – aquilo que temos em comum é maior do que aquilo que nos divide”. Após a publicação da mensagem, Tawadros II telefonou para Francisco. Na conversa, foram tocados principalmente dois temas: a vontade de prosseguir no empenho conjunto pela unidade dos cristãos e a proposta de um acordo para a celebração da Páscoa numa data comum.

Viagem à Bolívia A visita do Santo Padre à Bolívia, em julho, vai precisar da ajuda de 30 mil voluntários locais em diferentes tarefas, desde a organização à assistência de saúde. O Pontífice estará na Bolívia de 8 a 10 de julho, no contexto da viagem latino-americana que também o levará ao Equador e ao Paraguai. Segundo cálculos da Igreja boliviana, serão necessários 10 mil voluntários nas cidades de El Alto e La Paz, aonde chegará o Pontífice procedente do Equador, e outros 20 mil na cidade de Santa Cruz, na qual terá lugar a maior parte da programação do Papa – indicou o porta-voz da Conferência Episcopal Boliviana, completando que a missa terá uma participação maciça de fiéis.

Católicos cubanos à espera do Papa A Conferência dos Bispos Católicos de Cuba (COCC) publicou na segunda-feira, 11, que o Papa Francisco visitará Cuba, entre 19 e 22 de setembro, no contexto da sua viagem aos Estados Unidos. O Pontífice deve visitar o Santuário do Cobre, onde se venera a padroeira da ilha, e as cidades de Havana, Holguín e Santiago de Cuba, no leste do país. As datas foram confirmadas um dia depois do encontro entre o Pontífice e o presidente cubano, Raúl Castro, no Vaticano, no domingo, 10. O Secretário Adjunto e Porta-voz da COCC, Dom Josè Felix Rivera, chama a atenção para o fato de que a visita de Francisco à ilha será “um momento de grande intensidade eclesial, de esperança não somente para o povo católico, mas para todo o País. A Igreja de Cuba o aguarda como pastor universal”. (Por Fernando Geronazzo)


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Espiritualidade Nossa Senhora de Fátima e a paz no mundo Dom Carlos Lema Garcia

L

Vigário Episcopal para a Pastoral da Educação e a Universidade

úcia, a mais velha das videntes de Fátima, contava somente 10 anos quando Nossa Senhora lhes apareceu pela primeira vez, no dia 13 de maio de 1917. Seus primos, Jacinta e Francisco, tinham 7 e 8 anos, respectivamente. A Europa estava em plena Primeira Guerra Mundial. Era meio-dia. De repente, sobre uma azinheira, no centro de uma grande auréola de luz que os envolveu, as crianças viram uma formosa senhora, mais resplandecente que o sol. - De onde sois, Senhora? - Sou do Céu. Assim começou a primeira conversa entre Nossa Senhora e Lúcia. Entre maio e outubro, houve seis aparições de Nossa Senhora. Pediu-lhes que rezassem o terço todos os dias, e que fizessem penitência. Eles procuraram modos de fazer penitência: começaram a deixar seu lanche para o rebanho comer ou amarrar uma corda fortemente na cintura etc. Na terceira aparição, Nossa Senhora pediu a consagração da Rússia a seu Imaculado Coração - os pastorinhos ignoravam o significado da palavra Rússia – e a Comunhão reparadora dos primeiros sábados. Nessa aparição também recomendou:

Quando rezarem o terço, no final de cada dezena, digam: “Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno; levai todas as almas para o Céu e socorrei principalmente as que mais precisarem”. Na última aparição, em 13 de outubro, Nossa Senhora disse-lhes: “Eu sou a Virgem do Rosário. Desejo que neste lugar se levante uma capela em minha honra”. Como havia anunciado, nesse dia teve lugar o milagre do sol, presenciado por umas 70 mil pessoas, que se haviam dirigido à Cova da Iria, e foi publicado com detalhe na imprensa. “Chovia torrencialmente. De repente, a chuva cessou e as nuvens, escuras desde cedo, se dissiparam. O sol apareceu no zênite como um disco de prata que se podia olhar sem se ofuscar. Ao redor do disco distinguia-se uma coroa brilhante. De improviso, começou a tremer, a sacudir-se com movimentos bruscos, projetando, em todas direções, feixes de luz cuja cor mudava muitas vezes”. A mensagem de Fátima contém um aspecto de exigência cristã: é necessário desagravar a Deus por todos os pecados cometidos, fazer penitência, rezar o Rosário, difundir a devoção ao Imaculado Coração de Maria, e rezar muito pelo Papa. Jacinta e Francisco, tal como Nossa Senhora anunciou, morreram pouco depois das aparições. Lúcia, de acordo com o desejo expresso de Maria, aprendeu a ler e a escrever; em 1926 entrou para a Congregação das Doroteias na cidade do Porto. Mais tarde, foi admitida no Carmelo de Coimbra. Como Nossa Senhora havia previsto, a

Segunda Guerra começou muito mais violenta que a primeira. Portugal, por graça dela, ficou à margem do conflito. Na quarta-feira, 13 de maio de 1981, festa de Nossa Senhora de Fátima, havia a audiência geral na praça de São Pedro quando o Papa João Paulo II sofreu um grave atentado. Um terrorista de nacionalidade turca atirou no Papa a uma pequena distância. Por muito pouco, uma das balas não atingiu a veia aorta, o que produziria uma hemorragia instantânea, que lhe impediria chegar com vida ao hospital. Um ano depois, nesta mesma data, São João Paulo II viajou a Portugal para agradecer a Nossa Senhora de Fátima a sua sobrevivência ao atentado. A 25 de março de 1984, o Papa João Paulo II, em união com os bispos do mundo inteiro, decidiu renovar a consagração do mundo e da Rússia ao Imaculado Coração de Maria diante da Imagem de Fátima, trazida expressamente para a praça de São Pedro, com a presença de 200 mil pessoas. Em 9 de novembro de 1989 caiu o muro de Berlim: uma comprovação das revelações de Nossa Senhora dirigidas aos pequenos pastores de Fátima. Tal como na época das aparições de Nossa Senhora em Portugal, vivemos hoje semelhantes panoramas de agressão e de guerra, em que muitos cristãos sofrem amargas perseguições. Seguindo o exemplo dos pastorinhos de Fátima, elevamos a Deus a nossa oração, por intercessão de Maria, Mãe de Jesus, para consolar os que sofrem e encontrar um caminho para a paz nas nações em conflito, conforme o Papa Francisco não cessa de nos pedir.

| Fé e Vida | 5

Fé e Cidadania Vaidade das vaidades Padre Alfredo José Gonçalves

Século XXI: sociedade da imagem, do espetáculo (Guy Debord). As palavras sobram ou faltam. Os ouvidos parecem atrofiar-se, enquanto a vista aguça suas faculdades. O que não entra pelo olhar não existe, ou não tem importância. Na medida em que se atrofia o órgão da audição, porém, atrofia-se de igual modo o ouvido secreto do coração e da alma. Diante do fantástico impacto da imagem, a emoção e a sensibilidade acabam por tornar-se luxos supérfluos, descartáveis. Ver, tocar, apalpar, encher de fotos o álbum, de papel e eletrônico. Fotos de preferência com a imagem de si mesmo. O império da imagem gera a hipertrofia do narcisismo. Ver e ver-se, na magia da tela – eis a onda, a moda, a sensação das sensações. O “eu” sorridente e em primeiro plano – rodeado de paisagens, monumentos históricos e cenas de lazer – deixa à margem o “outro”. Pior ainda, perde a capacidade de surpreender-se com a alteridade e de ser por ela interpelado. Inchado e hipertrofiado, o “eu” ocupa todo espaço. Reduz tudo e todos a si mesmo ou ao seu ponto de vista. Busca a posse a qualquer custo. O desejo, possessivo, tirano e ilimitado, apropria-se do que encontra, acumulando coisas e pessoas como objetos de estimação. Perde o essencial que “é invisível aos olhos” (Saint-Exupéry). Acariciar o “ego”, cultivar o personalismo à máxima potência, não importa à custa de quem. Entra em cena o individualismo exacerbado, o hedonismo, prazer pelo prazer, a “vaidade das vaidades”. Sacrifica-se qualquer compromisso e paga-se qualquer preço para fazer de si mesmo o foco de todas as atenções. Chegamos com isso ao que se convencionou chamar de sociedade atomizada. Da mesma forma que, no átomo, as partículas giram magneticamente ao redor do núcleo, no ser humano, os interesses, desejos, esforços e paixões giram em torno do próprio umbigo. A fixação sobre si mesmo gera a miopia e a cegueira com relação ao “outro”, seja este de caráter sexual e afetivo, étnico ou cultural, comunitário ou sociopolítico, animal ou vegetal, orgânico ou inorgânico. Semelhante engrandecimento e absolutização de si mesmo e da visão narcisista impede o desenvolvimento da escuta. Impossível ouvir não só as palavras, mas especialmente o silêncio que reflete a alma do outro. Mais impossível ainda sentir não as palavras, mas o mistério silencioso e oculto do totalmente Outro. Não há tempo, nem espaço e menos ainda empenho para a busca da alteridade: natural, cotidiana, humana, histórica e transcendente. O que significa, retroativamente, em última instância, mutilar o próprio “eu”. Pois somente no confronto e na relação “eu-tu” (Martin Beber) a pessoa humana nasce, cresce, desenvolve-se e realiza todas as suas potencialidades. Descentrar-se para encontrar a si mesmo!


6 | Fé e Vida |

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Liturgia e Vida Ascensão do Senhor 17 de maio de 2015

A riqueza da herança ANA FLORA ANDERSON

A Festa da Ascensão faz parte do grande mistério da Morte, Ressurreição e Exaltação do Senhor Jesus. São Paulo enfatiza em suas cartas a pobreza amorosa de Jesus. Ele assumiu a fraqueza da nossa humanidade e, por amor, entregou sua vida na cruz. A Ascensão celebra a glória de Jesus e sua presença de maneira nova entre nós. A primeira leitura (Atos dos Apóstolos 1, 1-11) é uma síntese da morte, ressurreição e glorificação de Jesus que preparam o caminho para a vinda do Espírito Santo.

A segunda leitura (Efésios 1, 14-23) é uma oração que pede o dom da sabedoria para que os cristãos possam conhecer Jesus em profundidade. Ele é a Luz que dá esperança à Igreja. O Evangelho de São Marcos (16, 15-20) apresenta a cena da Ascensão de Jesus, quando os discípulos recebem solenemente a sua vocação. A pregação do Reino de Deus não pode ser limitada à Palestina, mas os seguidores de Jesus devem ir pelo mundo inteiro pregando a todo ser humano. Ao celebrar essa festa, todos nós somos chamados a participar de uma nova evangelização.

Você Pergunta Que motivos me dispensam de ir à missa aos domingos? padre Cido Pereira osaopaulo@uol.com.br

A Maria Laura, daqui de São Paulo, quer saber quais motivos a dispensam do preceito de ir à missa aos domingos. Maria Laura, o preceito de guardar o dia do Senhor foi dado num contexto em que o Povo de Israel tinha acabado de ser libertado da escravidão do Egito. Deus não queria que seu povo voltasse a ser escravo de ninguém e de nada neste mundo, inclusive do trabalho. O sábado para os judeus até hoje é sagrado. E nós cristãos celebramos no domingo o Dia do Senhor porque no primeiro dia da semana Jesus ressuscitou, manifestou-se aos apóstolos e

enviou o Espírito Santo. É um dia para descansar nosso corpo, para fazer festa em família, para encontrar-se com Deus. Mas nós não podemos ser escravos da lei. Deus conhece o nosso coração. Nós mesmos sabemos quando falhamos ou não, quando descumprimos esse preceito. Você com certeza sabe, Maria Laura, você mesmo pode julgar. Um exemplo: se você estava em viagem no domingo... como ir à missa? Se você no horário da missa visitava um doente para confortá-lo, para dar-lhe carinho... Se você teve um compromisso inadiável naquele domingo. Se você estava doente, sentia-se mal... são razões que

impedem de se cumprir o preceito e Deus sabe disso. Agora, minha irmã, eu, você, qualquer cristão pode ser mais carinhoso com Deus e mais fiel à sua lei. Se, de repente, eu não posso ir à missa no domingo, no Dia do Senhor, que tal fazer de outro dia da semana o Dia do Senhor? Imaginemos um feirante, um empregado de supermercado, um policial, um médico de plantão... não podem ir à missa no domingo... Que vão na segunda, na terça... deem um dia da semana, quem sabe no seu descanso, para Deus. Isso é prova de amor e de fidelidade a Deus que tanto nos ama. Pense nisso, Maria Laura. E que Deus abençoe você.

Atos da Cúria NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO Em 2 de maio de 2015, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia Bom Jesus, da Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Brás, o Revmo. Mons. Sérgio Tani, pelo período de 6 (seis) anos, em decreto que entrou em vigor em 10 de maio de 2015. Em 10 de maio de 2015, foi nomeado e provisionado Pároco

da Paróquia Santo Alberto Magno, da Região Episcopal Lapa, Setor Pastoral Butantã, o Revmo. Pe. Antonio Francisco Ribeiro, pelo período de 6 (seis) anos. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL Em 10 de maio de 2015, foi nomeado Vigário Paroquial da Paróquia Santo Alberto Magno, da Região Episcopal Lapa, Setor Pastoral Butantã, o Revmo. Pe. Hayang Lim Koo (Pe. Daniel).

Em 31 de março de 2015, foi nomeado Vigário Paroquial da Paróquia Santa Bernardete, da Região Episcopal Belém, Setor Pastoral Vila Alpina, o Revmo. Pe. Aziel Correa dos Santos, pelo período de 1 (um) ano. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE DIÁCONO COMO COOPERADOR Em 30 de abril de 2015, o Diácono Benedito Raimundo de Siqueira foi nomeado como cooperador do Revmo. Pe.

Benedito Hércules Daniel na Paróquia São Luiz Gonzaga, da Região Episcopal Santana, Setor Pastoral Jaçanã. Em 30 de abril de 2015, o Diácono José Antonio Vieira Ferreira foi nomeado como cooperador do Revmo. Pe. Fernando Baptistute na Paróquia Nossa Senhora do Loreto, da Região Episcopal Santana, Setor Pastoral Medeiros. Em 30 de abril de 2015, o Diácono Permanente Nilo Bara dos

Santos Nora foi nomeado como cooperador do Revmo. Pe. Antonio Lima da Silva na Paróquia São Roque, da Região Episcopal Santana, Setor Imirim. USO DE ORDENS Em 28 de abril de 2015, por mandato do eminentíssimo senhor Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, foi concedido Uso de Ordens ao Revmo. Pe. Célio Pedro Saldanha Dornelles, IMC, nesta Arquidiocese, pelo período de 1 (um) ano.


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| Pastorais | 7

Ordinariado Militar do Brasil

Membros das forças armadas lotam Catedral da Sé na Páscoa dos Militares David Domingues/Arautos do Evangelho

Representantes das forças armadas entronizam imagem peregrina de Nossa Senhora, durante missa que marca a Páscoa dos Militares

CNPJ: 01.817.591/0001-57

Ativo Circulante Caixa e Equivalentes de caixa Aplicação Financeira Adiantamento de Empregados Imposto a recuperar Não Circulante Imobilizaso Depreciação de Imobilizado Total do Ativo

2013

2014

13.312,08 917.532,12 125.594,09 1.105,10

29.408,44 742.044,45 55,53 -

712.743,99 (252.618,89)

791.028,34 (324.336,08)

1.387.858,14

1.238.200,68

Passivo Circulante Antecipaão do Conv. PMSP Salarios e Encargos Sociais Tributos a Recolher Outras Patrimonio Social Superávit/défict Acumulado Superávit/défcit do Exercicio Total do PL e Passivo

(Por Henrique Sebastião, com informações da TV Arautos)

Cáritas Arquidiocesana

INSTITUTO J.V.I.F.E.C. PROF. DANIEL COMBONI BALANÇOS PATRIMONIAIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2013 E 2014.

A Catedral da Sé ficou repleta de membros das forças armadas brasileiras na quinta-feira, 7, para a celebração da Páscoa dos Militares. A celebração existe desde o ano 1924 e é parte do calendário oficial das forças armadas brasileiras, e tem o objetivo de dar aos militares que, por estarem envolvidos em missões, não puderam participar da celebração pascal, viver comunitariamente a Páscoa do Senhor. Um dos momentos significativos da missa foi a entronização da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, que percorrerá, pelos próximos dois anos, toda a família militar do Brasil. O amor à pátria também foi manifestado com a entrada das bandeiras e com a execução do hino nacional. A celebração foi presidida por Dom Fernando Monteiro Guimarães, arcebispo militar do Brasil, e concelebrada por presbíteros e capelães. “O tempo da Páscoa, para nós, se torna um pouco elástico, porque vai do período próprio da Páscoa até praticamente o final do ano, como tempo de transformação, de ressurreição e de esperança”, disse Dom Fernando.

(Valores em Reais)

2013

2014

371.202,20 76.359,66 7.166,85 - 3.770,00 987.141,09 72.028,69

192.446,11 91.766,68 8.691,85 6.327,86 3.770,00 1.059.169,78 (123.971,60)

1.387.858,14

1.238.200,68

Paróquia Santíssima Trindade recebe carro premiado

Fátima Giorlano

Reconhecemos a exatidão do presente Balanço Patrimonial, cujos os valores do Ativo e Passivo mais Patrimônio Líquido importam em R$1.238.200,68 (Um milhão, duzentos e trinta e oito mil, duzentos reais e sessenta e oito centavos) Marcos Antonio Navas Faé CRC 1SP096866/0-0

DEMONSTRÕES DOS RESULTADOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2013 E 2014

DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DO CAIXA EM 31 DE DEZEMBRO DE 2014

(Valores em Reais)

(Valores em Reais)

2013 2014 Receitas Operacionais C/ Restrições Cotribuição/Doação 4.097.141,36 4.929.444,44 Receitas Operacionais 4.097.141,36 4.929.444,44 Custos/Despesas Operacionais Custo com Programa de Educação - (607.346,69) Custo com Programa de Assist. Social (2.512.956,10) Gerais e Administrativas (4.065.541,51) (1.964.429,68) (4.065.541,51) (5.084.732,47) Operações Descontinuadas Receitas/Despesas Financeiras 38.168,89 34.666,43 Superávit Operacional 69.768,74 (120.621,60) Outras Despesas/Receitas 2.259,95 (3.350,00) Superávit/Défict Líquido do Exercício 72.028,69 (123.971,60)

2014 Superavit/Defit líquido do exercício (123.971,60) Depreciação e amortização 67.017,19 (56.954,41) Variação Aumento/ Redução dos ativos 126.643,66 Aumento/ Redução dos Passivo (155.496,21) Caixa líquido gerado nas atividades operacionais (28.852,55) FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO Aquisição de ativo imobilizado, diferido e intangível (73.584,35) Caixa líquido gerado (consumido) nas atividades de investimento (159.391,31) FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO AUMENTO (DIMINUIÇÃO) NO CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA (159.391,31) Caixa e equivalente de caixa no início do exercício 930.844,20 Caixa e equivalente de caixa no fim do exercício 771.452,89 AUMENTO (DIMINUIÇÃO) NO CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA (159.391,31)

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - DMPL

(Valores em Reais)

Capital Patrimônio Reserva de Reserva de Superávit/ Deficit Social Social Capital Lucros Acumulado

Saldo em 31 de dezembro de 2012 - 3.770,00 - - Aumento de Capital - - - - Realização de Reserva - - - - Déficti do Exercicio Transferecnia para Reservas - - - - Saldo em 31 de dezembro de 2013 - 3.770,00 - - Aumento de Capital - - - - Realização de Reserva - - - - Superávit do Exercicio Transferecnia para Reservas - - - - Saldo em 31 de dezembro de 2014 3.770,00

987.141,09 - - 72.028,69 - 1.059.169,78 - - (123.971,60) - 935.198,18

Total

990.911,09 72.028,69 1.062.939,78 (123.971,60) 938.968,18

Reconhecemos a exatidão da presente Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, cujos os valores do Patrimônio Líquido importam R$ 938.968,18 ( novecentos e trinta e oito mil e novecensots e sessenta e oito reais e dezoito centavos). São Paulo,31 de dezembro de 2014 Marcos Antonio Navas Faé CRC 1SP096866/0-0

Padre Marcelo entrega ao Padre Marcos carro ganho em ação entre amigos

No final de 2014, simpatizantes da Cáritas Arquidiocesana de São Paulo organizaram uma Ação Entre Amigos para levantar recursos financeiros em favor das ações sociais da Arquidiocese de São Paulo. Para tanto, foram distribuídos 200 mil bilhetes de uma Campanha com cinco prêmios a serem sorteados a partir do resultado da Loteria Federal do dia 25 de março. Essa ação contou com o envolvimento e o estímulo da sociedade, com o apoio das regiões episcopais, paróquias, associações de apostolado leigo, escolas católicas, pastorais, entidades e muitas pessoas de boa vontade. O bilhete do primeiro prêmio, um Toyota Etios X 13 Flex 16v 5p, foi adquirido pela Paróquia Santíssima Trindade, do Se-

tor Rio Pequeno da Região Episcopal Lapa. No dia 10 de maio, depois da missa das 18h30, presidida pelo Padre Marcos Roberto Pires, pároco, e concelebrada pelo Padre Marcelo Monge, diretor da Cáritas Arquidiocesana de São Paulo, foi feita a entrega da chave e do veículo de cor preta. Padre Marcelo Monge agradeceu à comunidade e apresentou os trabalhos da Cáritas Arquidiocesana. Além disso pediu a todos que acolham os imigrantes e refugiados. Lembrou que a Sagrada Família de Nazaré também um dia teve que se refugiar no Egito para fugir da maldade de Herodes. Segundo o Padre, “ter participado desta Ação foi uma forma de cumprir o mandamento de Jesus, ‘amai-vos uns aos outros como eu vos amei’”.


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Henrique Sebastião

Destaques das Agências Nacionais

Especial para O SÃO PAULO

Coreanos festejam jubileu de ouro de paróquia pessoal em São Paulo No domingo, 10, foi celebrada, na Catedral da Sé, missa festiva pelo cinquentenário de instalação da Paróquia Pessoal Coreana São Kim Degun, em São Paulo. A Catedral ficou lotada para a celebração, majoritariamente por coreanos e descendentes de todas as idades, muitos dos quais vestidos em trajes típicos, com grande afluência de jovens e crianças. Os principais cantos litúrgicos foram no idioma coreano, pelo coral da Paróquia Pessoal Coreana São Kim Degun. Os coreanos, conhecidos mundialmente por seu aspecto introspectivo, mantiveram-se em profundo recolhimento e oração durante toda a missa, mas não deixaram de saudar com empolgação a entrada do Cardeal

Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, que presidiu a celebração. Na homilia, Dom Odilo homenageou o primeiro sacerdote coreano, o santo mártir Kim Degun (ou, como é chamado na liturgia, Santo André Kim Taegon), e elogiou a fé viva e o espírito missionário dos membros

da paróquia homônima, no Bom Retiro, onde se reúne boa parte da comunidade coreana em São Paulo. Exortou aos mais velhos que não deixem de incentivar os mais jovens a manter viva a tradição cristã, no amor, na caridade e na beleza de ser católico. Motivou, também, que todos os membros da Igreja em

São Paulo rezem pelos fiéis católicos na Coreia do Sul, país em que cerca de 10% da população já é católica e que tem muitas vocações sacerdotais, por seus missionários e mártires. Ao final da celebração, Dom Odilo recebeu de presente, como lembrança pela data especial, um cálice liLuciney Martins/O SÃO PAULO

Comunidade coreana participa de missa na Catedral da Sé, no domingo, 10, presidida por Dom Odilo

Imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida é entronizada em Fátima Milhares de peregrinos reuniram-se em Fátima, Portugal, na terça-feira, 12, para a celebração de entronização da imagem de Nossa Senhora Aparecida no Santuário da Padroeira de Portugal. A celebração, presidida pelo Cardeal Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida (SP), fez parte da programação de comemorações dos Centenários de Bênçãos, pelos cem anos das aparições em Fátima, Portugal, e 300 anos do encontro da imagem da mesma Santíssima Virgem em Apa-

recida, em São Paulo; ambos os centenários serão comemorados em 2017. Durante a cerimônia, às vésperas do Dia de Nossa Senhora de Fátima, 13, a imagem de Aparecida seguiu em cortejo da Capelinha das Aparições até o Santuário português. Durante a cerimônia, o bispo de Leiria-Fátima, Dom Antônio Marto, destacou que, independentemente do título, Nossa Senhora é uma só, e é mãe de todos os cristãos. “Tantos peregrinos passam por aqui, tantos devotos passam por

Aparecida, mas não podemos esquecer que em Portugal ou no Brasil Nossa Senhora é uma só, e não podemos esquecer que ela é nossa Mãe”, enfatizou. Para a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi construído um trono especial no Santuário de Fátima, onde permanecerá perpetuamente. No encerramento da cerimônia, Dom Raymundo pediu que esse momento de comunhão entre Brasil e Portugal seja uma oportunidade de crescimento da fé. Fonte: A12

túrgico com a patena. Logo após, ele saudou uma fiel católica coreana com mais de 100 anos de idade, que foi à celebração. Duas imagens sacras ainda foram entregues ao Cardeal: a de Nossa Senhora Rainha ou da Assunção, feita de porcelana e com traços ao estilo coreano, e um ícone mosaico representando Santo André de Taegon, por 17 crianças tradicionalmente trajadas, que entraram levando lanternas azuis e vermelhas. As duas peças foram abençoadas e incensadas por Dom Odilo. No encerramento, o Cardeal abençoou os rosários que haviam sido distribuídos à multidão como lembrança. À saída, abençoou muitas crianças de colo, que lhe eram trazidas em fila.

Sacrosanctum Concilium em destaque na Semana Teológica Segue até sexta-feira, 15, a Semana Teológica no campus Santana da PUC-SP (rua Voluntários da Pátria, 1.653, em Santana), que este ano destaca o documento conciliar Sacrosantum Concilium. A atividade foi iniciada na segunda-feira, 11, com a conferência de Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese, sobre a “Renovação Litúrgica – Mistagogia e Leigos”. Atividade gratuita é aberta a todos os interessados no saber teológico, especialmente estudantes de Teologia, agentes de pastoral e toda a comunidade pucquiana. Outras informações pelo telefone (11) 2226-6170.


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Destaques das Agências Internacionais

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Correspondente do O SÃO PAULO na Europa

Cuba/Roma

Raúl Castro visita o Papa No domingo, 10, o presidente cubano Raúl Castro encontrou-se com o Papa Francisco no Vaticano. Os dois conversaram durante 50 minutos principalmente sobre a situação de Cuba e de sua relação com os Estados Unidos. Após o encontro, Raúl Castro afirmou que, graças ao Papa Francisco, ele pretende “voltar para a Igreja”. O presidente

cubano explicou: “Eu sou do Partido Comunista Cubano, que não permite crenças [religiosas], mas agora estamos permitindo, é um passo importante”. Após a revolução cubana nos anos 1950, o governo tomou propriedades da Igreja, expulsou clérigos e declarou Cuba uma nação ateia. As relações entre Cuba e o Vaticano, bem

como entre Cuba e os Estados Unidos, foram muito difíceis desde então. O Papa Francisco tem trabalhado ativamente para melhorá-las. Em sua viagem aos Estados Unidos, em setembro, o Papa pretende passar por Cuba. Ele será o terceiro Pontífice a visitar a Ilha Comunista, seguindo os passos de João Paulo II e de Bento XVI. Fontes: CNA/ Catholic Herald/ BBC

L’Osservatore Romano

Raúl Castro em visita ao Papa Francisco no Vaticano

China

‘O governo permanece totalitário e a liberdade religiosa não existe’ São as palavras do Cardeal Joseph Zen, bispo emérito de Hong Kong, em recente entrevista a L’Homme Nouveau. O Cardeal considera difícil que as relações entre o governo comunista chinês e o Vaticano melhorem no curto prazo: “Recentemente, [o governo] revomeu a cruz de diversas igrejas e demoliu outras. Dois bispos ainda estão na prisão. Dizem que um dos dois está morto, mas as

notícias são tão contraditórias que não se sabe ao certo. O Cardeal explicou a situação da Igreja no País – dividida entre a Igreja Patriótica (cujos bispos são escolhidos pelo governo comunista chinês) e a Igreja Clandestina (independente do governo) – relembrando um pouco sua história: “A partir dos anos 50, aqueles que não aceitaram a Igreja Patriótica foram parar nos campos

França

de trabalho. Em seguida, com a revolução cultural, a Igreja desapareceu completamente. (...) Todas as religiões tinham desaparecido (em 1974). No início dos anos 80, a Igreja recomeçou. Os que estavam na prisão nos anos 50 puderam sair: eles se juntaram à Igreja clandestina”. Dom Joseph Zen também chamou a atenção para a importância de os bispos serem escolhidos pelo Vaticano e

não pelo governo comunista: “Como um governo ateu pode apresentar os nomes [dos candidatos ao episcopado]? O que eles entendem de bispos? O Bispo não é um homem político, mas um pastor. A iniciativa deve vir de Roma. Claro que se pode consultar o governo, que pode rejeitar um ou outro por lhe ser muito ferrenhamente contrário. Mas a escolha deve partir do Vaticano e não o contrário”.

Colômbia

Fórum discute a liberdade de Adolescentes recrutados pelas consciência no Islã FARC em situação grave Um fórum em Paris discute a questão da liberdade de consciência dos muçulmanos que vivem na França. Em entrevista à Famille Chrétienne, Jeanne Gouadain, coordenadora do evento, explicou: “A questão é, principalmente, sobre a liberdade de deixar o Islã para responder ao chamado do Cristo. Os muçulmanos são livres para fazê-lo em teoria, segundo a lei civil francesa, mas frequentemente eles não são livres na realidade”. A razão é “o medo e as ameças” que pairam sobre os apóstatas (muçulmanos

que abandonam sua religião), inclusive de morte. Diante da questão sobre a suposta “islamofobia” dos católicos que questionam o Islã, Jeanne respondeu: “O termo ‘islamofobia’ encerra uma armadilha: confundir a crítica ao Islã com a rejeição dos muçulmanos. (...) Esse amálgama é um instrumento de intimidação. Ao contrário, os primeiros beneficiários da possibilidade de criticar o Islã são os próprios muçulmanos”. Fonte: Famille Chrétienne

Após um combate entre o exército colombiano e as Forças Revolucionárias Armadas da Colômbia (FARC), as autoridades encontraram sete guerrilheiros armados e camuflados com idades entre 12 e 17 anos. Os jovens foram convencidos pelos militares a se dirigirem ao Instituto Colombiano pelo Bem Estar Familial (ICBF). Eles tinham acabado de passar por uma formação de dois meses, na qual aprenderam a combater, a matar e a instalar explosivos. Constatou-se, além disso, que os jovens estavam infectados com o vírus do papiloma humano,

uma doença sexualmente transmissível. Estima-se que 2 mil menores fazem parte dos quadros de guerrilheiros das FARC. A guerrilha prometeu em fevereiro – devido às negociações de paz com o governo, que estão em andamento desde 2012 – que não mais recrutaria crianças e menores. Segundo o representante da guerrilha nas negociações, Carlos Antonio Lozada, as FARC não violaram sua promessa, porque nunca foi prometido que os menores que já haviam sido recrutados deveriam ser liberados. Fonte: Fides


10 | Viver Bem |

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Comportamento

‘Queremos ter um filho’: reflexões para antes desta decisão Simone Ribeiro Cabral Fuzaro

Há impresso no ser humano um desejo de manutenção da espécie. Casar-se e gerar descendência sempre foi meta e ocupou um lugar central na vida das pessoas. Quase todos nós brincamos de “mamãe e papai” e sonhamos com o dia em que de fato o seríamos. Com a mudança radical no estilo de vida e com a nova organização familiar que se estabeleceu, é preciso revermos nossos valores e decidirmos o que de fato queremos colocar como objetivo de vida. Para a maioria das pessoas, houve um deslocamento de meta do campo familiar para o profissional. As pessoas sentem-se valorizadas socialmente quando bem sucedidas profissionalmente e, na corrida em busca desse objetivo, não se pode “perder tempo”. Não há mal em buscarmos uma formação boa, consistente e nem de almejarmos bons cargos e desafios profissionais; ocorre que em determinado momento dessa caminhada desperta o “relógio biológico” da paternidade e, via de regra, nos rendemos a ele e encaramos o desafio de gerar a vida - de viver a alegria de sermos pais. É uma experiência maravilhosa, única, porém é uma decisão que mudará radicalmente nossas vidas para sempre. A alegria, o imenso amor, as delícias da paternidade são divulgadas de modo que todos já as conhecem. Mas,

para que se decida com plena li- ração de “órfãos de pais vivos”, de berdade e responsabilidade sobre crianças “abandonadas” em casas esse assunto crucial, é preciso que bem montadas, com brinquedos nos conscientizemos dos com- caros e viagens para Disney. Não promissos e mudanças que esse é disso que elas precisam! papel exigirá. É importante que tenhamos Ter um filho significa abrir- coragem de refletir seriamente se a um outro que será absolu- sobre isso. Não é obrigatório ter tamente dependente de nós no filhos, podemos não tê-los. Poinício, que para se tornar “sujeito” rém, precisamos ser coerentes. precisará de nosso amor, cuida- Eles não podem ser a realização do, auxílio, estímulo e dedicação. imatura de um sonho. Criança Significa assumirmos a maior de não é sonho - é realidade e a todas as responsabilidades que a paternidade é difícil, às vezes vida pode nos oferecer, pois, uma árdua, mas se tomada com resvez nascido o filho, não há como ponsabilidade, certamente nos dará a maior riqueza que poretroceder. Estamos conscientes de que demos adquirir nesta vida. Essa cuidar significa identificar as ne- riqueza não estará visível em cessidades do pequeno e nos de- nossa conta bancária e talvez dicarmos a elas até abrindo mão das nossas, rever prio- Criança não é sonho - é ridades e metas realidade e a paternidade profissionais, redistribuir o tempo? é difícil, às vezes árdua, Criança precisa ser mas se tomada com levada ao médico preventivamente, responsabilidade, precisa de comida certamente nos dará especial, precisa a maior riqueza que ser desfraldada na hora certa, precisa podemos adquirir passear em lugares nesta vida adequados, precisa de pais que participem de sua vida, que a ajudem não nos coloque em posição nas tarefas escolares, nos peque- social de destaque, mas gera nos desafios cotidianos, que con- uma alegria e realização que vivam, que a conheçam, que se habitarão eternamente nossos doem, que amem. Por falta dessa corações. consciência, estamos vivendo a Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é fonoaudióloga e educadora, Mestre em triste realidade de encontrarmos Distúrbios da Comunicação da PUC-SP; nos shoppings, nas escolas, nos especialista em linguagem; e coordenadora consultórios pediátricos uma geda Escola de Educação Infantil Pedrita.

Cuidar da Saúde Incontinência urinária Cássia Regina

A incontinência urinária é a perda involuntária de urina, que pode ocorrer em ambos os sexos, com maior frequência no sexo feminino. Essa condição afeta dramaticamente a qualidade de vida no âmbito emocional e social. A pessoa com incontinência se isola e se deprime, e muitas vezes não conta ao médico nem

aos familiares por vergonha ou por acharem que faz parte da velhice. Isso não é verdade. Essa problema não está relacionado com a idade. Suas causas são diversas e muitas são reversíveis facilmente, como: reações de medicações, infecções de urina, constipação intestinal. Outras são mais complexas, mas também tem tratamento: fraqueza de alguns músculos, aumento da

próstata, cirurgias ginecológicas anteriores. O mais importante é saber que é um problema frequente que tem tratamento, mas que muitas vezes não é encarado assim pelas pessoas ao seu redor e, portanto, não é tratado. Se você tem perda de urina, não se envergonhe. Procure um médico e recupere sua qualidade de vida. Dra. Cássia Regina é médica na Estratégia de Saúde da Família (PSF)


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| Entrevista | 11

Com a Palavra Loretta Napoleoni

Atual política de combate ao Estado Islâmico ‘é um erro’ Arquivo pessoal

Edcarlos Bispo e Filipe Domingues osaopaulo@uol.com.br

Autora de “A Fênix Islamista – O Estado Islâmico e a reconfiguração do Oriente Médio” (Ed. Bertrand Brasil), um livro que investiga a jihad pela formação do Estado Islâmico, a jornalista e economista italiana Loretta Napoleoni, que estuda movimentos terroristas há mais de 20 anos, em entrevista ao O SÃO PAULO, fala do Estado Islâmico e o que ele representa para a comunidade internacional. O SÃO PAULO - O que faz do Estado

Islâmico um movimento diferente dos outros é o fato de que se autodeclarou um califado?

Loretta Napoleoni - Existem outras diferenças, não é simplesmente essa. Obviamente esse é o primeiro grupo que conseguiu fazê-lo, porque todos os outros gostariam de fazer isso. Para mim, a coisa que o diferencia, acima de tudo, é esse comportamento nacionalista, a criação de um Estado, o que pressupõe também uma conscientização por parte da liderança sobre a importância que a população tem. Não falamos aqui de um Estado como as áreas dos talibãs, onde a população é simplesmente detida. É um Estado em que se quer obter o consenso da população. Essa é uma coisa nova. Nenhum grupo jihadista jamais teve esse comportamento, até porque o jihadismo é baseado na luta. Não há esse aspecto político.

De onde vêm os recursos do grupo, por quem é financiado e de onde vêm as armas?

As armas, eles já têm muitíssimas. Não é que precisam comprar em outro lugar. Em toda aquela região ali, no Iraque, todos estão armados até os dentes. Sobre o financiamento, a partir do momento em que dominaram os recursos de regiões estratégicas, passaram a não precisar mais do dinheiro de patrocinadores (sponsors). Portanto, se organizaram exatamente do mesmo modo como se organiza um Estado. Os recursos são geridos pela população e a população paga uma taxa. Ou, então, a população faz parte integrante da atividade econômica e social. Cria-se como que uma joint venture entre a população e o Estado Islâmico. Claramente, tudo através de líderes tribais.

Da maneira como se organiza hoje, o Estado Islâmico é uma ameaça somente regional ou também

sima. Praticamente estão se aliando com os iranianos para combater o Estado Islâmico no Iraque. Para mim, isso é um erro. Ter todos os revolucionários iranianos dentro do triângulo sunita é um erro enorme. Cria ainda mais tensão entre as tribos sunitas. No Sul, os Estados Unidos, na verdade, estão do lado da Arábia Saudita. Estão bombardeando o Iêmen, contra os xiitas. É uma coisa absurda. Num lugar estão com os xiitas, em outro estão com os sunitas, contra os xiitas. Não funciona. Essa é uma política que convém ao Estado Islâmico. Demonstra a falta de coesão por parte da política externa americana. Em todo caso, validam o que o Estado Islâmico diz: que os Estados Unidos são os opressores, que sustentam e apoiam as elites oligárquicas corruptas, no Oriente Médio, contra as quais o Estado Islâmico se rebela. Se a mensagem deve ser percebida como anti -imperialista, é claro que os americanos, com essa política externa, a reforçam. Por isso, para mim é um erro.

E a Europa? está na espera?

para outras regiões do mundo, para o Ocidente?

Seguramente, o Estado Islâmico não pode atacar a Europa. Essa história de que desembarcam em Roma é um pouco fantástica. Eles não têm a Marinha e não têm aviação, então o que fazem? Como vêm? Não. Mas, para mim, a ameaça existe e é uma ameaça internacional, que é esse front anti-imperialista que se está formando. Vai da Nigéria, onde há o Boko Haram, que se declarou vassalo do Estado Islâmico. O mesmo para o Al-Shabaab. No fim, todos esses grupos, de uma forma ou de outra, pelo sucesso demonstrado pelo Estado Islâmico, estão se unificando. Não quer dizer que criarão nações, ou uma nação unida. Mas, seguramente, vê-se a formação desse front, que é um front que vai da Nigéria, Norte da África, África Oriental, Iêmen, e depois continua na Ásia Central e desce. É a faixa do jihadismo onde a maior parte da população é muçulmana. Isso, para mim, é um problema. Neste momento, o Estado Islâmico se torna uma nova ideologia. Torna-se uma ideologia que se contrapõe a nós. Do ponto de vista do perigo objetivo que existe no Ocidente, claramente é um perigo relacionado a ataques. Mas serão sempre ataques muito pequenos, feitos por indivíduos que não podem ou não querem ir combater com o Estado Islâmico onde está e, portanto, fazem estas coisas aqui, entre nós (na Europa). Mas não é uma ameaça

verdadeira do ponto de vista da invasão do Estado Islâmico no Ocidente.

Então, na Europa, atuam como outros grupos terroristas, com ataques pontuais?

Também nisso são um pouco diferentes. Não é que ativamente organizam um ataque em Londres, ou em Roma. Lançaram uma mensagem: façam o que podem fazer onde quer que estejam. É tudo baseado em uma iniciativa privada dos indivíduos. Isso não tinha acontecido nunca. Existia o terrorista “faça você mesmo”, digamos, depois de 2003, mas não havia um comportamento semelhante a este. Em todo caso, eram interligados, tinham ligações. Agora, essas ligações não existem mais. O califa não conhece aqueles que fizeram os ataques na Europa, no Canadá ou na Austrália. Não há nenhuma relação. Isso porque hoje há condições tecnológicas. Isso mudou a estrutura do terrorismo. No passado, claramente havia muito mais coesão, até do ponto de vista do contato físico, porque senão não se podiam fazer ataques. Agora, fazem tudo no espaço cibernético. E eles são espertos porque se adaptaram a essa mudança.

Neste momento, a comunidade internacional tem uma estratégia ativa em relação ao Estado Islâmico?

Os Estados Unidos entram, mas estão seguindo uma política externa perigosís-

A Europa não está em espera. Para mim, a Europa faz aquilo que dizem os americanos. A Europa não tem uma política sua, que é um erro absolutamente enorme. A Europa não pode perseguir uma política externa baseada sobre os americanos. Não faz sentido, mas na realidade é assim. O Oriente Médio sempre foi uma região controlada pelos Estados Unidos. Para mim, é um suicídio. É loucura o que fazem os europeus. O Mediterrâneo é a nossa casa. Sou bastante pessimista sobre o futuro. Será sempre pior.

Mas em certo momento devem tentar uma política comum?

Não creio. Poderiam não encontrá-la e terminaremos em uma guerra. Não é a primeira vez que acontece. É muito provável que aconteça assim.

E como é a relação do Estado Islâmico com o Islã como religião?

Eu diria que o Estado Islâmico é bastante popular. Claro, entre os moderados não. Mas também do ponto de vista da Primavera Árabe. No fim, alguma coisa o Estado Islâmico está fazendo, a partir do ponto de vista deles. O perigo é que exista uma tendência, por parte também dos jovens, de que, como o Estado Islâmico conseguiu fazer algumas coisas que a Primavera Árabe não fez, terminem abraçando essa ideologia, mesmo se, claramente, não creem na parte mais retrógrada, no fundamentalismo islâmico etc. Mas, no fim, sem alternativas...


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Surgimento O Estado Islâmico surge em 2003, no bojo da invasão dos Estados Unidos ao Iraque. De acordo com Loretta Napoleoni, é a última mudança de um grupo que se chamava Twahid al Jirah, que é o grupo de Abu Mus’ab al-Zarqawi - um militante do fundamentalismo islâmico, guerrilheiro e autoproclamado líder da Al-Qaeda no Iraque. É um grupo de salafismo radical e praticamente durante os anos 2003 a 2010 mudou de nome, se tornou Estado Islâmico do Iraque, depois se tornou Al Qaeda no Iraque e, quando, em 2010, Al Baghdadi, que é o atual líder, foi eleito novo chefe, voltou à denominação de Estado Islâmico do Iraque. O grupo era muito fraco, teve grandes perdas em 2007, as tribos sunitas haviam se recusado a apoiar o jihadismo e naquele momento todos os movimentos do gênero tiveram problemas de manutenção no Iraque. A ideia do futuro califa, Al Baghdadi – que futuramente se auto declararia califa – era de se transferir para a Síria e utilizar a guerra civil para poder reconstituir o grupo, portanto, para poder ter dinheiro suficiente para financiar o grupo. E assim aconteceu. Em vez de atacar as tropas de Bashar Al Assad, presidente da Síria, buscaram os próprios interesses. Não atacaram nenhum grupo jihadista, e deste modo conseguiram conquistar regiões importantes, que tinham grandes recursos e constituir o embrião do que hoje é o califado. Esses recursos foram geridos juntamente com a população. Jihadista: Os militantes do Estado Islâmico são chamados de jihadistas, nome dado aos integrantes da jihad, termo traduzido no Ocidente como “guerra santa”. A palavra, originalmente, tem um significado mais espiritual, porém com o tempo passou a ser usado para designar a ação de grupos que pegam em armas com o objetivo de impor um estado islâmico ou para lutar contra aqueles considerados inimigos do Islã. Califado: é a forma islâmica monárquica de governo que representa a unidade e liderança política do mundo islâmico. A posição de seu chefe de Estado, o califa, baseia-se na noção de um sucessor do profeta islâmico Maomé. Salafismo: Movimento surgido no Egito no final do século XIX, cujo objetivo primário era reformar a doutrina islâmica de forma a adaptá-la aos novos tempos, foi um produto do intenso contato que começou, desde os inícios do século XIX, entre o mundo islâmico e o mundo ocidental e pretendia chamar a atenção para uma via de desenvolvimento especificamente islâmica.

Desespero e preconceito jogam jovens nos braços do ‘Estado Islâmico’ Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com

Filipe Domingues

Especial para O SÃO PAULO, de Roma

De acordo com a ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos, em uma notícia publicada em seu site, em 30 de abril, pelo menos 1.600 britânicos já fugiram do Reino Unido para se juntar a grupos de fanáticos terroristas do autodenominado “Estado Islâmico” (EI). Ainda de acordo com o Site, acredita-se que destes, cerca de 500 já retornaram ao Reino Unido, aumentando temores de uma conspiração terrorista em solo britânico. O Site não informa o perfil dos recrutados, mas destaca que há até famílias inteiras desembarcando na Síria para se juntarem ao EI. Nessa seleção do terror, encontra-se um grande número de jovens europeus que abandonam suas famílias para se juntarem aos jihadistas. O destino final de todos é um só: a morte. Para o professor Reginaldo Nasser, do departamento de Relações Internacionais da PUC-SP, não há ainda

uma explicação clara do porquê tantos jovens se associam ao EI. Segundo o mesmo, por ora, o que é possível perceber é que a grande parte se situa na faixa etária dos 15 aos 19 anos, idade em que os jovens são mais vulneráveis. “É uma faixa de idade que leva o jovem ou o adolescente que está em busca de identidade a um sentimento de revolta não objetiva”, afirma Nasser. O Professor acredita ainda que existem semelhanças com os jovens que eram aliciados e aderiam a movimentos terroristas nas décadas de 60 e 70. Além disso, o professor destaca que a mensagem propagada pelos extremistas do EI é que o grupo “é um ator que luta pela liberdade dos oprimidos. Os países do Oriente Médio são explorados por países do Ocidente e, portanto, lançam um apelo para as pessoas

que tem uma preocupação em lutar pelos oprimidos. Nisso, já aparecem como libertadores. Como aqueles que vão fazer justiça”. Já para o professor Frank Usarski, do programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião da PUC-SP, o Islã está passando por uma forte crise que implica um sentimento de inferioridade diante do Ocidente. Nesse sentido, existem varias reações diante dessa crise: uma delas e a tentativa de recuperar o orgulho muçulmano e demonstrar a superioridade do Islã e sua capacidade de combater a ameaça da globalização no sentido de uma infiltração de valores e padrões decadentes ocidentais. “Isto é particularmente atraente para jovens marginalizados pelo sistema capitalista e carente de uma identidade capaz de aguentar as contradições da modernidade. Nesse cenário, organizações como a do EI reduzem a complexidade por oferecer uma cosmovisão dualista (a luta entre o bem e o mal) e por fornecer uma identidade coletiva inequívoca”, avalia o professor Frank. Na mesma linha de pensamen-


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to está o jornalista brasileiro Alexandre Gonçalves, doutorando em Comunicação Social na Universidade de Columbia, em Nova Iorque. Para o especialista em mídia, o que leva tantos jovens europeus a aderirem à propaganda o Estado Islâmico é o desespero. “Os jovens europeus muçulmanos encontram na Europa o bem estar material, mas são socialmente discriminados, carecem de identidade e afeto”. A economista e jornalista autora do livro “A Fênix Islamista – O Estado Islâmico e a reconfiguração do Oriente Médio”, Loretta Napoleoni, em entrevista ao O SÃO PAULO, afirmou que muitos desejariam que um movimento democrático tivesse mudado as coisas no oriente médio, porém não foi o que se viu, e a “Primavera Árabe não funcionou”. Dentro desse fiasco, é provável que muitos jovens que queriam a mudança e se envolveram com a Primavera Árabe, se inclinem para aceitar o Estado Islâmico “ao menos num breve período”, destaca Loretta. Além disso, outros podem pensar em aderir ao grupo para “de dentro” fazerem alguma coisa. Para a escritora, o que atrai esses jovens é a mensagem “nacionalista do Estado Islâmico, que é muito forte”, o que representa um perigo. Assim como destacou o professor Nasser, Loretta também acredita que

esses jovens estão desorientados e em busca da afirmação de uma identidade, pois “não fazem parte da cultura original dos pais - muitos chegaram quando eram crianças -, e também não fazem parte do Ocidente. Sentem-se em desconforto no Ocidente”. Logo, o Estado Islâmico oferece a eles uma alternativa ilusória, a possibilidade de ser parte de uma entidade, que é uma entidade nacionalista. “Mas também de realizar o sonho dos pais, da utopia da realização política muçulmana. É uma mensagem fortíssima, sedutora, porque é uma mensagem patriótica”, destaca.

O papel das redes sociais

Desde a já citada Primavera Árabe, as redes sociais se tornaram um forte instrumento de mobilização e engajamento de causas políticas e sociais. Da mesma forma, a mensagem do EI se espalha pelo mundo e recruta jovens de diversos lugares. O professor Nasser destaca que em uma pesquisa da CIA sobre conexão de internet, os Estados Unidos estão entre os quatro países em que há mais pesquisas sobre o Estado Islâmico,

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perdendo apenas para a Ará- mentando a existência do radicalismo bia Saudita, Síria e Iraque. dentro da própria religião. A opressão “Não é uma mensagem dos muçulmanos comuns pela organiforte só na Europa. Não sei zação e a imagem que o EI deixa sobre quantos muçulmanos há no o Islã em geral devido a incapacidade Brasil, mas seguramente é do público mundial de avaliar adequauma mensagem. Aquele ho- damente os extremistas como fenômemem que em um vídeo der- no minoritário”, afirmou o professor rubava a fronteira entre a Síria Frank Usarski. e o Iraque era um chileno. É O EI tem dado grande visibilidade claro que fizeram de propósi- midiática às atrocidades que comete to, para mostrar que chegam contra os cristãos, mas também islâaté o Chile. E as redes sociais micos que discordam deste têm sido são fundamentais”, afirma Lo- assassinados. retta Napoleoni. O Padre Felix Körner destaca que, Por ora, não há consenso agora, os próprios líderes muçulmanos entre a comunidade interna- “veem o perigo do abuso fácil dos texcional de que o EI forneça tos para justificar a violência e, portanarmamentos àqueles que a to, entendem a sua responsabilidade de ele se alinham pelo mundo, educação, a chave para não ir em uma uma vez que ainda não é uma direção assim brutal”. potência militar. Porém, pela Para o jesuíta, um dos caminhos internet orienta seus adeptos para que os seguidores do Islã e de a possíveis ações de modo qualquer outra religião fujam do exisolado, o que faz com que tremismo e do radicalismo é o diálogo. neste momento haja menor “Agora, muitos líderes do Islã que têm risco de um ataque orques- grande credibilidade enxergam o diálotrado como o ocorrido em go como uma tentativa de formar nossa 11 de setembro de 2001 nos sociedade juntos, também a partir de Estados Unidos. diferentes pontos de vista e diferentes A profissionalização midi- religiões. Apesar do terrível sofrimenática é outra coisa que chama to causado por esses grupos radicais, o atenção na prática do Estado Islâmico. diálogo com o Islã é um fruto positivo”, “Eles vendem a sua brutalidade, para afirmou. (Colaborou Padre Michelino Roberto e Daniel Gomes) criar medo com os seus vídeos, mas, ao mesmo tempo, com as publicações de vídeos, revistas, utilização de Sunitas: É o nome dado aos adeptos da glossy papers, um papel corrente majoritária do Islamismo. muito especial para fazer Constituem maioria em quase todos belas fotos. Vendem não os países muçulmanos, menos no Irã e somente a sua brutaliIraque. O nome tem origem no fato de dade, mas também a sua aderirem à “Suna”, livro que conta a atração para os jovens”, vida de Maomé. Originalmente, os suafirmou o Padre Felix nitas teriam uma interpretação mais flexível dos textos sagrados e adaKörner, jesuíta, professor ptariam sua crença ao tempo em que de Teologia na Pontifícia vivem. Sua ação política e religiosa é Universidade Gregoriamarcada pela conciliação e pragmana, em Roma, um dos tismo, com o diálogo entre povos e maiores especialistas careligiões. Porém, os sunitas do Estado tólicos em Islã.

E o Islã com isso?

“Há especialistas sobre o islã - tanto cientistas ocidentais quanto cientistas muçulmanos - que afirmam que as verdadeiras vítimas do fundamentalismo exercido pelo Estado Islâmico são os próprios muçulmanos e isso se refletiria nos discursos dos últimos, la-

Islâmico são radicais e têm adotado uma conduta violenta no conflito.

Xiitas: A minoria xiita acredita que a

adoção de princípios rígidos na vida garantiria o retorno do último descendente direto de Maomé para governar a humanidade, pois acreditam que só os descendentes do profeta Maomé podem ser líderes legítimos do Islamismo.

Curdos: Os curdos são um povo origi-

nal da região do Curdistão, que inclui áreas da Turquia, Iraque, Irã, Síria, Armênia e Azerbaijão. Para retomar seus territórios, os peshmergas (como são chamados os combatentes curdos) do Iraque, Síria e Turquia iniciaram uma ofensiva contra os jihadistas do Estado Islâmico.


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Prefeito da Congregação para a Educação Católica visita a Arquidiocese Cardeal Zenon Grocholewski esteve nas faculdades de Direito Canônico e de Teologia, na sexta-feira, 8 Nayá Fernandes

nayafernandes@gmail.com

Em visita à Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo, na sexta-feira, 8, o Cardeal Zenon Grocholewski, prefeito da Congregação para a Educação Católica do Vaticano, participou de evento que reuniu, no campus Ipiranga da PUC-SP, professores, alunos, ex-alunos e funcionários do Tribunal Eclesiástico de São Paulo, além de outros interessa-

dos em aprofundar o tema do Direito Canônico e enfrentar os desafios da educação. Em substituição ao Cônego Martin Segú Girona, decano da Faculdade, que não pôde comparecer devido a motivos de saúde, Padre Jean Rafael Eugenio Barros, vice-decano e professor de Direito Canônico, deu boasvindas aos participantes e leu um breve histórico da Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo, que foi aprovada no dia 26 de fevereiro de 2014, a primeira do Brasil. Presente à atividade, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, enfatizou a importância do Direito Canônico para a Igreja e os desafios da Educação. Os participantes fizeram perguntas relacionadas

ao Direito e à pastoral e foram orientados a acolher, com amor e verdade, a todos os que se dirigem aos tribunais eclesiásticos.

O Direito considera a pessoa em sua dimensão eterna

“O atual código de Direito Canônico (CDC) reflete a Doutrina do Concílio Vaticano II, sendo um fruto do Concílio. João Paulo II fala que é uma forma de o Direito Canônico traduzir a eclesiologia do Concílio” afirmou Dom Zenon, ao começar sua fala durante o evento. Sobre a dimensão antropológica, o Cardeal Grocholewski insistiu que “o Direito Canônico considera a pessoa em sua dimensão eterna. O Direito está ao serviço do homem. Assim,

o homem que quer compreender-se deve procurar Cristo. As correntes antropológicas que partem de um ideia pessimista não estão de acordo com a antropologia cristã, nem mesmo aquelas que mantêm uma visão exageradamente otimista”. Dom Zenon ressaltou que o homem criado à imagem de Deus é capaz de conhecer a verdade e fazer o bem. “O homem é chamado a superar as dificuldades com a graça do Senhor, sabendo que o bem supremo do povo é a salvação eterna.” Outro ponto de reflexão da manhã de estudos foi a questão de que o Direito se encontra estritamente ligado à justiça. Dom Odilo lembrou que é essencial sempre relacionar a aplicação do Direito à miseri-

córdia e advertiu que “muitas vezes, as questões são levadas ao tribunal não com o objetivo de restaurar a justiça, mas de obter vantagens”. Sobre esse ponto, foi observado que o Direito da Igreja é expressão de amor, pois ajuda a pessoa a aproximar-se de Deus e a realizar a própria vocação. “Sempre procurei encontrar soluções, e devo dizer sinceramente, que quando conseguíamos realizar uma conciliação, todos ficavam felizes e, ao invés, quando haviam processos, nem quem ganhava ficava feliz”, contou o Cardeal Zenon. “Devemos acolher com compreensão e amor, e também devemos apresentar a verdade. Eu penso que o mais importante é a verdade”, afirmou. Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Dom Zenon Grocholewski visita o campus Ipiranga da PUC-SP, participa de atividades com professores e alunos da Faculdade de Direito Canônico, do curso de Teologia e das escolas católicas

‘Nossas escolas e universidades são apreciadas em todo o mundo’ Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com

Na tarde da mesma sextafeira, 8, ainda na Faculdade de Teologia, no campus Ipiranga da PUC-SP, o Cardeal Zenon Grocholewski, prefeito da Congregação para a Educação Católica, proferiu uma palestra que contou com a presença de professores e alunos da PUC-SP, além de diretores, gestores e professores de outras faculdades e colégios católicos. No evento estavam presentes o Cardeal Odilo Pedro Scherer, grão-chanceler da Universidade e arcebispo de São Paulo, Dom Carlos Lema Garcia, bispo au-

xiliar da Arquidiocese e vigário episcopal para a Educação e a Universidade, Anna Maria Marques Cintra, reitora da PUCSP, Padre Valeriano dos Santos Costa, diretor da Faculdade de Teologia, e o professor Wolmir Therezio, reitor da PUC-GO, presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub) e membro do Conselho Superior da Associação Nacional de Educação Católica (Anec). O Cardeal Grocholewski fez, em sua palestra, uma breve reflexão sobre elementos que devem caracterizar o trabalho do teólogo e do educador católico. Ao responder às perguntas dos

participantes, enfatizou que a principal preocupação das instituições de ensino vinculadas à Igreja deve ser a clareza quanto a sua identidade católica. “Nossas escolas e universidades são apreciadas em todo o mundo. Temos mais de 50 milhões de estudantes, há países em que nossas escolas e universidades têm mais alunos do que o número de católicos em toda a nação”. De acordo com Dom Zenon, as instituições católicas de ensino devem aceitar todas as pessoas, mas “não podemos perder nossa identidade. Se alguém estuda numa escola católica, deve respeitar essa característica”, completou. Ele afirmou, ainda,

que o principal objetivo desses estabelecimentos deve se relacionar à missão evangelizadora da Igreja, e não ao lucro. Dom Zenon citou como exemplo a Coreia do Sul, onde os católicos eram 1 ou 2%, e atualmente são quase 11%. “Mais de 100 mil pessoas adultas por ano recebem o Batismo após 18 meses de preparação, são principalmente estudantes das universidades católicas. No País, atualmente, são mais de 5 milhões de católicos e com 8 universidades católicas”, contou. Dom Carlos, por sua vez, destacou que as instituições católicas de ensino devem superar algumas tentações, das quais: de

concorrer com o mercado e esconder sua identidade católica; de desistir no acompanhamento dos pais; do cansaço na formação dos professores. Ao agradecer a presença de Dom Zenon, o Cardeal Scherer destacou que a Igreja no Brasil “tem muita coisa a tratar sobre a educação católica”, lembrando que das 19 universidades pontifícias no mundo, sete estão no Brasil e duas em São Paulo. Para Dom Odilo, a visita do prefeito da Congregação para a Educação Católica recorda a importância da educação católica, do ensino, da pesquisa, da extensão, da formação cultural e das pessoas.


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Arquidiocese lança novo ambiente digital Portal arquisp.org. br entrou no ar em fase experimental no domingo, 10, e integra os sites das seis regiões episcopais Fernando Geronazzo

Especial para O SÃO PAULO

No domingo, 10, entrou no ar uma versão experimental do novo portal da Arquidiocese de São Paulo na internet. A grande novidade da nova plataforma é a integração dos sites das seis regiões episcopais num único espaço – possibilitando o intercâmbio de conteúdos e informações noticiosas e institucionais. O endereço do portal também mudou para “arquisp.org.br”. Coordenado pelo Vicariato Episcopal para a Pastoral da Comunicação, o projeto do novo portal levou três anos para ser finalizado. “A estrutura é muito grande e todos os detalhes foram discutidos exaustivamente para que o resultado contemplasse a necessidade de todas as regiões”, explicou o coordenador do projeto, Rafael Alberto. “Ao entrar no portal, logo se precebe que realmente é o ambiente da Arquidiocese de São Paulo, encontrando aquilo que faz parte da vida de nossas comunidades, organizações pastorais, das relações internas de nossa Igreja em São Paulo”, afirmou o arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, recordando o Papa Bento XVI, que observou que mais do que um meio de comunicação, a internet é um ambiente no qual as pessoas se encontram, se comunicam, se relacionam e também vivem a sua fé. A Igreja em uma realidade complexa como a de São Paulo precisa utilizar todos os meios possíveis para cumprir o desafio de ser testemunha de Jesus Cristo na cidade, como propõe o 11º Plano Arquidiocesano de Pastoral. “A unidade é um elemento essencial no nosso trabalho pastoral. Nada melhor do que termos um canal comum de comunicação, diálogo e troca de experiências”, ressaltou o coordenador de pastoral da Arquidiocese, Padre Tarcísio Mesquita. O portal trará um ambiente de interação para os organismos pastorais da Arquidiocese. Cada pastoral, movimento, nova comunidade e associação terá uma página institucional com informações básicas sobre

a sua missão e as ações que executa no território da Arquidiocese. Será possível, ainda, que as coordenações dessas expressões eclesiais compartilhem, nesses espaços, notícias de suas atividades. O portal foi desenvolvido pela Divisão de Tecnologia da Informação da PUC-SP (DTI). “Foi um projeto muito longo e completo, quase dois anos de trabalho intenso, que envolveu 15 pessoas diretamente”, disse o professor Victor Emannuel Vicente, diretor da DTI. Quem acessar o novo portal vai encontrar, além das notícias da vida da Arquidiocese e da Igreja no Brasil e no mundo, também serviços novos, como a busca de paróquias e de clero, com informações de endereços e horários dos sacramentos. “Para isso, foi desenvolvido um banco de dados robusto, com muitas conexões entre si”, explica o professor Victor. As conexões do banco de dados tornam possível, por exemplo, que os internautas acessem na nova seção “Santo do Dia” não somente as histórias e orações dos santos celebrados naquela determinada data, mas também as paróquias, capelas e comunidades que tenham esses santos como padroeiros. É possível, ainda, pesquisar missas por horários, localização e idioma. “No futuro, pretendemos criar um aplicativo para smartphones, a partir do banco de dados do portal, que vai possibiliar que as pessoas encontrem informações de missas por meio de geolocalização”, adiantou o professor Victor. Houve também uma preocupação em desenvolver um visual gráfico e funcional do portal que mantivesse a identidade da Arquidiocese. Uma das novidades, que em breve estará disponível, é o design responsivo, isto é, a visualização do portal se adaptará aos formatos e tamanhos de telas dos diferentes dispositivos eletrônicos – computadores, notebooks, tabletes e celulares. Também há um menu fixo superior que permite que todas as páginas sejam acessadas com rapidez em qualquer área do portal. “Convido todos para entrar neste ambiente de comunicação, participar da vida da nossa Igreja em São Paulo e, de alguma maneira, contribuir também com sua parte”, motiva o Cardeal Scherer.

| Reportagem | 15 Reprodução


16 | Fé e Cultura |

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Filipe David

osaopaulo@uol.com.br

Dica de Leitura

Compêndio de História da Filosofia

O livro é indicado para estudantes de Filosofia e Teologia, mas também para o público culto em geral, já que é preciso estar bem informado para não se deixar levar pelo acaso no cumprimento dos deveres que nos impõe nossa época tão agitada. Hoje mais do que nunca, são as ideias que conduzem o mundo. A história da Filosofia é apenas um aspecto da história do pensamento humano. No entanto, desenvolvendo-se entre as ciências particulares – domínio próprio da razão natural – e as doutrinas sobrenaturais e religiosas dadas por Revelação, ela é provavelmente o seu aspecto mais atraente, solicitando a atenção de ateus e de crentes. O autor se dirige a uns e outros e deseja que, seguindo-o através das épocas no esforço da razão em sua busca pela verdade, todos os seus leitores aprendam a ver mais claramente como a Divina Providência deu ao homem o precioso dom da sabedoria natural para conduzi-lo à inefável luz da graça e da fé católica. Esse compêndio informa, com abundância de referências, sobre os diferentes aspectos do pensamento filosófico. Cada uma das doutrinas é cuidadosamente descrita e criticada, com ênfase nos mestres escolásticos.

Ficha técnica: Autor: François-Joseph Thonnard, A.A. Páginas: 1.030 Editora: Cultor de Livros

Reprodução

Internet

Para aprender latim online Ao instituir a Pontifícia Academia de Latinidade, no dia 10 de novembro de 2012, o Papa Bento XVI afirmava: “Nota-se na cultura contemporânea, dentro de um contexto de enfraquecimento generalizado dos estudos humanistas, o perigo de um conhecimento cada vez mais superficial da língua latina, e igualmente nos estudos filosóficos e teológicos dos futuros padres”. Segundo Bento XVI, o latim é “mais do que nunca necessário para o estudo das fontes das quais procedem diversas disciplinas eclesiásticas, como a Teologia, a liturgia, a patrística e o direito canônico”. Mas o latim é uma língua complicada, cheia de declinações, impossível de aprender, certo? Errado. É o que afirma o professor Rafael Falcón, que é formado em latim pela USP, já ensina latim há alguns anos e oferece um curso de latim pela internet, com um método próprio: “O Curso de Latim Online é um programa de estudos completo que abrange desde os fundamentos da gramática até a leitura de textos literários e filosóficos. (...) O método é original e intensivo: para desenvolver competências de leitura, avança por camadas progressivas de sentido, de modo que é possível ler textos originais desde a primeira aula”. Para mais informações: cursodelatimonline. com.br


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| Esporte | 17

‘Acorda, tá na hora de jogar bola!’ Oito primeiras rodadas do Brasileirão de futebol terão jogos às 11h de domingo; atletas passarão por mudança na rotina Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

A Arena do Grêmio, em Porto Alegre (RS) recebeu 13.164 torcedores no domingo, 10, para a estreia do Tricolor Gaúcho no Brasileirão de futebol diante da Ponte Preta. O jogo, que terminou empatado em 3 a 3, foi o de maior número de gols da série A no fim de semana e teve público superior à média de 12.261 pessoas por partida nessa rodada. O jogo foi o primeiro de oito já agendados para as 11h de domingo no Brasileirão 2015. As outras sete partidas serão entre Figueirense x Vasco (17/05), Palmeiras x Goiás (24/05), Santos x Sport (31/05), Internacional x Coritiba (07/06), Ponte Preta x Goiás (14/06), Cruzeiro x Chapecoense (21/06) e Atlético-MG x Joinville (28/06).

Mudança de hábitos

Para adaptar os jogadores ao horário da partida, a comissão técnica do Grêmio, cinco dias antes, passou os treinos da tarde para o período da manhã e fez com que os atletas se apresentassem no clube às 7h45 diariamente. No domingo, o café da manhã foi servido às 8h. Por duas vezes neste ano, no Campeonato Paulista, o Palmeiras também jogou às 11h e venceu as partidas. Segundo Marco Aurélio Schiavo, 37, preparador físico do clube, não houve mudanças na preparação física dos atletas, mas sim na rotina de alimentação e repouso.

“A principal mudança está na alimentação. No café da manhã, antecipado para umas 7h30 e 8h, os jogadores precisam comer bastante carboidratos, como macarrão e purê de batata. Além disso, a nossa nutricionista, Alessandra Favano, evita um cardápio com fibras e alimentos que acelerem a digestão. Sobre a concentração, os jogadores recebem a recomendação de dormirem cedo. Ou seja, eles têm de evitar o uso de aparelhos luminosos, como celulares e ta-

o mesmo, pois o jogador treina ao extremo, está acostumado a mudanças climáticas”.

Descanso entre os jogos

Ao término da partida na Arena Grêmio, o técnico da Ponte Preta, Guto Ferreira, alertou que ao marcar os jogos às 11h a CBF deve respeitar um período mínimo de repouso dos atletas. “A Ponte Preta teve que jogar quinta-feira à noite em São Luis do Maranhão [pela Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Futebol, e como foi tomada em primeira instância ainda cabe recurso. No Regulamento Geral de Competições da CBF para 2015, o tempo mínimo de descanso entre as partidas é de 60 horas. De acordo com Rinaldo Martorelli, presidente do Sindicato de Atletas de São Paulo, já há uma ação judicial, ainda sem sentença definitiva, que impõe um intervalo regular de 66 horas entre os jogos. “Vamos fazer valer tal medida”, enfatizou à reportagem, garantindo que o Sindicato também está atento às partidas marcadas às 11h. “Conversamos com a CBF e mostramos nossa preocupação com o horário porque pode ser que a temperatura, caso esteja alta, exponha demasiadamente o atleta, e esse tipo de situação não toleramos. A resposta foi que a tendência é marcar jogos em lugares que a temperatura não atrapalhe, tampouco exponha os atletas. Esse horário é uma tentativa comercial de melhorar a competição. Vamos aguardar, mesmo porque nenhum atleta ainda reclamou”, garantiu Rinaldo.

AGENDA ESPORTIVA Grêmio e Ponte Preta fazem o primeiro dos jogos das 11h de domingo do Brasileirão, dia 10

blets, antes de dormir”, afirmou Marco Aurélio ao O SÃO PAULO. Ele considerou, ainda, que os jogos pela manhã facilitam a posterior recuperação física dos atletas. Para Leonardo Ribeiro da Costa, 33, preparador físico da equipe sub 20 da Francana, do interior paulista, em jogos às 11h os atletas enfrentam dificuldades com a temperatura. “O grande problema é o sol do meio-dia. Os atletas sentem mais desgaste físico no segundo tempo”, afirmou, destacando, porém, que nada muda na preparação física. “O treinamento em si é

Copa do Brasil] e entrou às 11h hoje aqui, com menos de 72 horas. A recuperação do jogador interfere diretamente no rendimento da partida”, disse o técnico em entrevista coletiva. Em dezembro de 2014, a juíza Milena Casacio Ferreira Beraldo, da 8ª Vara do Trabalho de Campinas (SP), condenou a CBF a respeitar um período mínimo de 72 horas entre os jogos de um mesmo time nas competições que organiza. A decisão decorreu de uma ação movida pela Federação Nacional dos Atletas Profissionais de

QUARTA-FEIRA (13) Libertadores da América de Futebol 22h – Corinthians x Guarani-PAR (Arena Corinthians). SÁBADO (16) Brasileirão de Futebol 21h – Corinthians x Chapecoense (Arena Corinthians). DOMINGO (17) Maratona Internacional de São Paulo 6h40 – largada da prova para cadeirantes; 7h – largada da prova feminina; 7h35 – largada da prova masculina (Parque do Ibirapuera – avenida Pedro Álvares Cabral).


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Brasilândia

Padre Cilto José Rosembach

Colaborador de comunicação da Região

Dom Angélico: ‘O presbítero, homem de Deus, precisa viver a Trindade, comunidade’ Padre Cilto José Rosembach

Padres atuantes na Brasilândia durante retiro orientado por Dom Angélico Sândalo Bernardino

Com a orientação de Dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo emérito de Blumenau (SC), o clero atuante na Região Brasilândia

AGENDA REGIONAL De quinta-feira a sábado (14 a 16)

Semana de Fé e Compromisso Social, na Paróquia Santa Cruz de Itaberaba (avenida Itaberaba, 2.093). Serão refletidos temas como a regulação da mídia, crise econômica e desenvolvimento, reforma política e democracia. Nos dias 14 e 15 a atividade terá início às 20h, e no dia 16, às 14h

vivenciou, entre os dias 3 e 8, em Atibaia (SP), seu retiro anual com tema “comunhão e participação”. Ao longo do retiro, Dom Angélico fez referência a documentos da Igreja e a palavras do Papa Francisco, que convoca a ida às periferias geográfica e existencial. O Bispo conclamou o clero a estar unido contra a globalização da indiferença, da cultura líquida, que é superficial. Lembrou, ainda, sobre os grandes problemas inter-

nacionais, como o avanço do Estado Islâmico, os terremotos do Nepal, os refugiados do Mediterrâneo. Também mencionou a crise econômica no Brasil, a ida do população às ruas, a corrupção, a composição atual do Congresso Nacional, considerado pelo Bispo como conservador, por discutir propostas como o de porte de arma, redução da idade penal e a terceirização do trabalho. Citou, ainda, a realização do Ano da Paz, pela CNBB, e do

Ano da Misericórdia, anunciado pelo Papa Francisco. “Estamos entre flores e lágrimas, uma Igreja marcada pelo sangue de inocentes. Para atuar nesta realidade, é preciso o fortalecimento do amor entre os padres. Conhecer melhor um ao outro, sentir-se como uma família, viver em comunhão é nosso grande desafio. Somos chamados a nos converter, para isso é preciso tirar a máscara”, afirmou Ao falar sobre o dia a dia de ser padre, Dom Angélico disse aos sacerdotes: “O nosso relacionamento com a Trindade deve ser o nosso relacionamento com o universo. Uma comunidade que se ama e se cuida no amor. O presbítero, homem de Deus, precisa viver a Trindade, comunidade. Porque Deus é comunidade e ali que se desenvolve o relacionamento e as pessoas se formam enquanto cristãos-cidadãos. É uma vida de oração, de contemplação, vida de amor

Belém

infinito”, apontou. “O rezar com o povo e para o povo, pela Tua graça sou o que sou, graça da compaixão, da aflição e da dor. (1 Jo. 13, 31-35), amar uns aos outros. Um presbítero conectado na Trindade Santa, na contemplação, na oração, e no amor fraterno”, completou. Dom Angélico salientou, também, que o presbítero pastor é aquele que anima a comunidade pela Palavra, pela vivência da misericórdia, é acolhedor, vai ao encontro dos afastados, dos pobres e doentes. Investe na formação de novos pastores e pastoras leigas, valoriza os meios de comunicação, acolhe os fiéis, não é legalista, tem competência e criatividade. Durante o retiro, que teve a participação de Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, houve momentos celebrativos dinâmicos, desenvolvidos pelos padres atuantes nos sete setores pastorais da Região.

Peterson Prates

Colaborador de comunicação da Região

Jovens e adultos recebem a Crisma na Paróquia Santa Cruz Cerca de 600 pessoas entre crismandos, padrinhos e familiares lotaram o galpão da matriz da Paróquia Santa Cruz, no Setor Vila Antonieta, da Região Belém, no

AGENDA REGIONAL Quarta-feira (13)

08h30 – Reunião do Clero, na cúria regional 19h30 – Festa da padroeira na Paróquia Nossa Senhora de Fátima (rua José Antônio Fontes, 36, em Sapopemba)

Sábado (16)

18h – Missa presidida por Dom Edmar, na Comunidade Nossa Senhora do Rosário (rua Jean Billon, 4, Recanto Verde do Sol), da Paróquia Santíssima Trindade. 19h30 - Missa na Comunidade São Pedro Apóstolo (rua Serra dos Milagres, s/n°, Recanto Verde do Sol)

Domingo (17), 19h

Crisma na Paróquia Imaculada Conceição (rua José Barbosa da Silva, 31, Jardim Sapopemba).

sábado, 9, quando Dom Carlos Lema Garcia, bispo auxiliar da Arquidiocese e vigário episcopal para a Educação e a Universidade, presidiu o sacramento da Confirmação a 33 pessoas, entre as quais 15 adultos. A Crisma, como também é chamado o sacramento da Confirmação, compõe, juntamente com o Batismo e a Eucaristia, os sacramentos da iniciação cristã. Após a proclamação do Evangelho, foi realizada a apresentação dos crismandos ao Bispo, que depois de saudá-los fez a homilia, ressaltando o valor do sacramento da Crisma, além de comentar as leituras. Depois da homilia, seguiramse os ritos para a Confirmação. Os crismandos renovaram as promessas batismais, antes que Dom Carlos impusessem as mãos sobre eles. “Recebe por este sinal o Espírito Santo, dom de Deus”. Com essas palavras, cada crismando foi ungido na testa com o óleo da Crisma. Após a unção, o Bispo desejou a paz a cada crismando.

Em entrevista, Wilson de Oliveira recordou o momento em que foi convidado para assumir a Catequese de Crisma para adultos e das formações que participou, e lembrou que o material usado na Catequese foi preparado pelos catequistas da própria Paróquia com o auxílio do diácono Marco Antonio Domingues. Wilson afirmou que a Crisma “é a confirmação do Batismo. Eles [crismandos] precisam vir de coração aberto, livres e de espontânea vontade e dizer o sim para Deus”, afirmou complementando que os crismando deve “recomeçar uma vida cristã, com mais responsabilidade”. Para o Padre Edenildo Pereira, administrador paroquial, que concelebrou a missa, os jovens e adultos crismados têm a “obrigação e responsabilidade de passar a mensagem de Jesus Cristo, anunciar a boa-nova àqueles que não conhecem”, afirmou, ressaltando, que uma vez crismados “somos feitos definitivamente discípulos, agora conscientes de nossa missão”.

Kaique Mazaia

Dom Carlos confere sacramento da Crisma, dia 9


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Lapa Padre Antonio Ribeiro assume Paróquia Santo Alberto Magno Benigno Naveira

Colaborador de comunicação da Região

No domingo, 10, em celebração presidida por Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, o Padre Antonio Francisco Ribeiro foi empossado como pároco, e o Padre Daniel Koo apresentado com vigário da Paróquia Santo Alberto Magno, no Setor Butantã. No início da celebração, Dom Julio fez menção ao dia das mães, comemorado naquele domingo. “Esta relação com as mães é também com Maria, uma mulher que amou de fato seu filho, e se tinha alguém que amava de coração a mãe, este foi Jesus, que entregou sua mãe para nós como nossa Mãe”. Na sequência, foi feita a leitura, pelo próprio Padre

Antonio, do decreto de nomeação de tomada de posse como novo pároco, pelo período de seis anos. Em seguida, o sacerdote fez o juramento de fidelidade à Igreja. Dom Julio, na homilia, comentou que Jesus ordenou o amor mútuo entre as pessoas e que somente pode entender o “amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei”, quem ama de verdade, pois ninguém deve ser obrigado a amar. O Bispo lembrou que Jesus amou a cada pessoa antes que o conhecessem e o amassem, com tamanho amor capaz de entregar a própria vida pela humanidade. Após a homilia, Dom Julio convidou o Padre Antonio a fazer a renovação de suas promessas sacer-

Benigno Naveira

Dom Julio entrega chave da Paróquia Santo Alberto Magno ao Padre Antonio Ribeiro, novo pároco

dotais, e em seguida realizou a cerimônia de entrega das chaves da igreja e do sacrário ao novo Pároco. Antes da bênção final,

Padre Antonio fez a leitura do decreto de nomeação e de provisão do Padre Daniel Koo, como vigário paroquial, e na sequência o Bispo pro-

feriu a bênção sobre todas as mães. Por fim, o Padre Antonio agradeceu pela presença das cerca de 200 pessoas que participaram da celebração.

Evangelli Gaudium em destaque na Paróquia São Patrício A exortação apostólica Evangelli Gaudium, do Papa Francisco, foi o tema de uma semana de estudos realizada na Paróquia São Patrício, entre os dias 4 e 8, com a participa-

ção de aproximadamente 40 pessoas. No primeiro dia de atividades, o Padre João Carlos Borges, pároco, refletiu sobre o tema “A transformação missionária da Igreja”. No dia 5, o pa-

lestrante foi o Padre Mario Lopes, que falou sobre “A crise do Compromisso Comunitário”. No dia 6, o seminarista Renato de Moraes destacou o tema “O anúncio do Evangelho”. No dia 7, o

seminarista Ermelindo falou sobre “A dimensão social da evangelização”; e dia 8, encerrando o círculo de palestras, o Padre Mario Lopes tratou do tema “Evangelizadores com espírito”.

Iniciação à vida cristã é tema de formação de Dom Julio em setores pastorais Benigno Naveira

Dom Julio durante a Semana Catequética na Nossa Senhora da Lapa

Vida

Saudável

A equipe da Animação Bíblico-catequética da Região Episcopal Lapa organizou mais uma edição da Semana Catequética setorial, com assessoria de Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região. A primeira Semana Catequética aconteceu de 10 a 13 de março, na Paróquia Nossa Senhora dos Pobres, reunindo os setores Butantã e Rio Pequeno. Entre os dias 7 e 10 de abril, na Paróquia Nossa

Senhora Auxiliadora, aconteceu a segunda edição da Semana, somente com o Setor Pirituba. A última etapa da Semana Catequética neste semestre aconteceu entre os dias 5 e 8 deste mês, na Paróquia Nossa Senhora da Lapa, reunindo os setores Lapa e Leopoldina. Na sexta-feira, 8, a reportagem da Pastoral da Comunicação regional acompanhou o encontro. Dom Julio fez uma retrospectiva dos dias an-

teriores e refletiu sobre tema “A oração e a iniciação a vida cristã”. Ao final, o Bispo lembrou que no segundo semestre haverá a continuidade da Semana Catequética nos setores.

AGENDA REGIONAL Sábado (16), 9h

Reunião de formação de equipe vocacional paroquial e regional da Lapa, com a presença do coordenador, Padre Élio Vigo, na Paróquia Nossa Senhora da Lapa (rua Nossa Senhora da Lapa, 298).

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Santana

Diácono Francisco Gonçalves e Robson Soares Urschei Colaboradores de comunicação da Região

Diretório Homilético é instrumento de orientação ao clero Diácono Francisco Gonçalves

Padre Eduardo Coelho fala ao clero atuante na Região Episcopal Santana, no dia 5, com Dom Sergio

O “Diretório Homilético”, documento elaborado pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, que serve para auxiliar o clero na preparação de homilias, foi detalhado pelo Padre Eduardo Coelho aos sacerdotes e diáconos da Região Santana, no dia 5,

durante a reunião do clero, presidida por Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região. O estudo desse tema é de apreço do Papa Francisco, que na exortação apostólica Evangelli Gaudium afirma que “a homilia deve ser uma pregação breve e não parecer uma

conferência ou uma aula”. Essas orientações motivaram a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos a elaborar esse documento a partir do convite do Sínodo dos Bispos sobre a Eucaristia, em 2005, com base também na exortação Sacramentum ca-

ritatis, do Papa Bento XVI. O “Diretório Homilético” é um suporte eficaz para os sacerdotes e diáconos e está dividido em duas partes e dois apêndices: a homilia e o âmbito litúrgico; ars praedicandi. Na primeira parte, descreve-se a natureza, a função e o contexto peculiar da homilia; na segunda, exemplificam-se as coordenadas metodológicas que o homileta deve conhecer. Os apêndices recolhem as referências do Catecismo da Igreja Católica e do Magistério pós-conciliar sobre a homilia. O texto evidencia que a homilia é: Parte da liturgia, indispensável para nutrir a vida Cristã; Baseada nos textos bíblicos e litúrgicos, sob a ótica da morte e ressurreição de Cristo; Instrumento para levar os fiéis a uma ativa participação na Eucaristia, a fim de que vivam a fé que

professam; Atendimento às exigências e necessidades específicas dos ouvintes. Dom Sergio forneceu o Diretório Homilético a cada participante. Ele exortou o clero a dedicar um tempo para preparar a homilia, estudando e meditando a Palavra de Deus, rezando e fazendo a Lectio Divina, uma vez que além de pregar a Palavra, a missa deve ser um encontro com o povo. O Bispo sugeriu que cada um dedique uma hora para oração, desligando o celular e se afastando de atividades que possam servir de obstáculo a essa intenção. Ao final, Dom Sergio fez um relato de sua ida à última Assembleia da CNBB e convidou à participação no retiro do clero, que será entre os dias 25 e 28, em Atibaia (SP). A próxima reunião do clero ocorrerá no dia 16 de junho, na Cúria de Santana.

Jovens evangelizam em praça no Setor Vila Maria Focada na evangelização dos jovens foi realizada, em 25 de abril, uma noite de louvor na praça Novo Mundo, na Vila Maria, com o tema “Jovem, Levanta-te”, que contou com a participação de seis grupos de jovens do Setor Vila Maria da Região Santana. O encontro foi organizado pelas irmãs da congregação

Agostinianas Servas de Jesus e Maria, e pelo Frei Caio Marcio, OSA. O ministério Trilha da Luz animou o encontro, que teve também a participação do grupo de jovens CONCRI (Conquistados por Cristo), que fez um teatro evangelizador. O encontro reuniu aproximadamente 180 jovens.

Reprodução

Priscila Leite

Jovens fazem ato de louvor na praça Novo Mundo, na zona norte, no dia 25 de abril

Arquivo pessoal

AGENDA REGIONAL Quarta-feira (13), 7h30

Missa na Comunidade Nossa Senhora de Fátima (praça Rio Brilhante, 8, na Vila Maria Alta), da Paróquia Nossa Senhora da Candelária.

Sábado e Domingo (16 e 17)

“Celebrar a Diversidade dos Dons e da cultura para animar nossa caminhada”. Este é o tema que animará a Vigília da Juventude. A Pastoral da Juventude da Região Santana convida todos grupos de jovens para participarem desse momento de partilha e Oração, em sintonia com o tema da 21ª romaria estadual da PJ. A vigília vai ser realizada no sábado, 16, às 19h, na Paróquia de Sant’ana, (rua Voluntários da Pátria, 2.060, ao lado do metrô Santana).

Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, visitou, no dia 2, a Comunidade Santa Luzia, pertencente à Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres, onde Padre Geraldo Alves Pereira foi nomeado vigário paroquial. Ao final da celebração, Dom Sergio e Padre Geraldo se uniram aos fiéis para festejar a nomeação.

Encontro com Jesus, O Bom Pastor, promovido pela Pastoral Familiar para casais de segunda união, no Recanto Nossa Senhora de Lourdes (rua Luís Carlos Gentile de Laet, 1.736, Horto Florestal).

Domingo (17), 10h

Missa do Centenário dos Josefinos de Murialdo na Paróquia São Benedito (rua Igarité, 338, Jaçanã).


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Fernando Geronazzo

Colaborador de comunicação da Região

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De volta ao Brasil, Monsenhor Sergio Tani assume Paróquia Bom Jesus do Brás A Paróquia Bom Jesus, no bairro do Brás, região central da cidade, acolheu seu novo pároco, Monsenhor Sergio Tani, que tomou posse no domingo, 10, em missa presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo. Paulistano, Monsenhor Sérgio tem 41 anos e foi ordenado padre em 12 de dezembro de 1998. Na Arquidiocese, desempenhou as funções de formador no seminário arquidiocesano e de professor de Direito Canônico. Nos últimos oito anos, trabalhou na Cúria Romana, mais especificamente na Congregação para o Clero. De volta a São Paulo, ele assume uma das paróquias mais antigas da cidade. “Queremos confiar-lhe esta paróquia para que ele possa dela cuidar e ajudar este povo que aqui se congrega para viver, crescer e caminhar na fé. Será um grande serviço que você poderá prestar a este povo neste bair-

ro tão tradicional e querido aqui em São Paulo”, afirmou Dom Odilo, logo no início da celebração. A história do bairro do Brás se identifica com a da Paróquia. Em 1765, a atual avenida Rangel Pestana, onde está localizada a matriz paroquial de Bom Jesus, era chamada de “Caminho da Penha” ou “Rua do Brás”. O nome do bairro é atribuído ao português José Brás, que, em 1769, ergueu uma capela em honra a Bom Jesus de Matosinhos, devoção popular de Portugal e presente no Brasil Colônia. Mais tarde, em 1903, a capela foi substituída por uma igreja e em 8 de junho de 1818, Dom João VI, rei de Portugal, decretou a criação da “Freguesia do Brás”, dedicada a Bom Jesus. O lançamento da pedra fundamental da atual matriz foi em 1896 pelo então bispo de São Paulo, Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcante, e a solene inauguração em 1º

de janeiro de 1903, por seu sucessor, Dom Antônio Cândido de Alvarenga.

Sinal de acolhimento

“Esta Igreja tem uma longa história na nossa cidade em um bairro que hoje é repleto de contrastes, sinais de dor e sofrimento. Que a Igreja seja um sinal de acolhimento de todas as pessoas prostradas debaixo de sofrimentos e cruzes”, afirmou o Cardeal Scherer durante a homilia. Recordando a história do bairro ligada à imigração, Dom Odilo destacou que lá foram recebidos os imigrantes italianos e hoje também há acolhida a muitos imigrantes, em especial, os bolivianos. Nesse sentido, incentivou o novo Pároco a dar atenção especial a essa parcela da população, realizando até celebrações em língua espanhola. No final da missa, Monsenhor Sergio agradeceu a Dom Odilo pela confiança. “Peço a Deus que me dê a

graça de ser fiel neste novo ministério, como pastor desta comunidade”, disse. Em nome dos paroquianos, o leigo Wanderley Matheus saudou o Monsenhor. “Um bairro que acolheu tantos imigrantes da cidade de São Paulo, recebe o senhor com todo o carinho e de braços abertos. Que o Bom Jesus ilumine o caminho do senhor para que possa também iluminar o caminho das pessoas que aqui vierem”.

“A única coisa que peço a todos é que rezem por mim. Isto nós aprendemos muito rápido com o Papa Francisco em Roma nesses dois primeiros anos de pontificado: pedir às pessoas que rezem por nós. De fato, não é uma formalidade, mas uma necessidade que não só o Papa tem, mas que todos nós temos para que sejamos sacerdotes santos segundo o coração do Bom Jesus”, concluiu o novo Pároco. Luciney Martins/O SÃO PAULO

Dom Odilo dá posse ao Monsenhor Sergio Tani, no domingo, 10

Formação em canto litúrgico A Região Episcopal Sé realizou o Encontro Regional de Formação Litúrgica, nos dias 5 e 6, na Paróquia São Paulo da Cruz (Calvário), em Pinheiros. A formação reuniu especialmente os setores Pinheiros, Cerqueira César e Jardins. Seguindo a proposta da Comissão Regional de Liturgia, o tema aprofundado

foi “Canto e música litúrgica: expressão do Mistério Pascal nas celebrações do Tempo Comum”, com assessoria de Eurivaldo Silva Ferreira, mestre em Teologia pela PUC-SP, com concentração em liturgia. “Cantar faz parte de nosso cotidiano. Música e canto tocam nossa existência, dela falando e nela se inserindo.

Canto e música são formas de arte que conduzem uma beleza que transcende o indizível para além do trivial. Com suas metáforas, conseguem exprimir o inexprimível, narrar o inenarrável e conduzir o intransponível. A mensagem do artista através da beleza se faz muito forte quando esta vem carregada de significados. Dessa forma,

a arte verdadeira concorre para a eficácia primaz da comunicação da palavra. É a linguagem universal dos seres humanos para expressar o belo”, explicou o assessor. Os próximos encontros terão como temas: “Cantar as Festas do Senhor, Festas de Maria, Festas dos Santos e Santas e (Setores: Perdizes e Santa Cecília), nos dias 11

115ª Festa de Casaluce segue até dia 31 Começou dia 1º, a 115ª edição da festa da Paróquia de Nossa Senhora de Casaluce. O evento que reúne 100 voluntários da comunidade na preparação dos festejos conta com mais de 28 barracas de comidas, bebidas e doces típicos italianos ao longo da rua Caetano Pinto, tendo, ainda, shows gratuitos todos os dias. A festa também oferece um espaço reservado para 250 pessoas, onde acontecem shows de música italiana, além da culinária típica. A festa acontece todos os sábados e domingos até o fim do mês, sendo esperadas 30 mil pessoas a cada final de semana. A programação religiosa será

SP Cultura

Fiéis reverenciam a santa que tem devotos na comunidade italiana em São Paulo

marcada pelo tríduo preparatório, de 27 a 29, às 19h, e no dia 31, às 16h, haverá procissão pelas ruas do bairro

e missa solene. Outras informações pelo telefone (11) 3209-6051 ou pelo site www.casaluce.com.br.

e 12 de agosto na Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima (avenida Dr. Arnaldo, 1831, Sumaré); “Cantar o Advento e o Natal do Senhor” (Setores: Bom Retiro e Brás), nos dias 6 e 7 de outubro na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora (rua Três Rios, 75, bom Retiro). Outras informações pelo telefone (11) 3826-4999.

Festa de Santa Rita na Vila Mariana A 46ª Festa de Santa Rita de Cássia, na paróquia dedicada à Santa (rua Dona Inácia Uchoa, 106, na Vila Mariana), acontece nos dias 16, 17, 22, 23 e 24. Também será celebrado o Tríduo a Santa Rita nos dias 19, 20 e 21, antecedendo o dia da Padroeira, 22. Além de missas e a tradicional distribuição gratuita de rosas, haverá barracas com caldo verde, doces, pizzas, vinho quente e quentão, fogazza, pastéis, churrasco, bebidas, brechó, sorteio de brindes e o Cantinho de Santa Rita. Mais informações pelo telefone (11) 5573-9205.


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Ipiranga

Caroline Dupim e Nei Márcio Oliveira de Sá Colaboradores de comunicação da Região

Padre José Maria Leite é o novo administrador da Paróquia São José Caroline Dupim

Dom José Roberto Fortes Palau ladeado pelos Padres Dozinete Ribeiro e José Maria Leite

Na quinta-feira, 6, Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, presidiu a missa de acolhida do Padre José Maria Leite, NSD, como administrador paroquial da Paróquia São José. Padre José Maria é natural de Gonçalves (MG). Tendo concluído os cursos de Filosofia, Teologia e a formação especifica, em 2009, foi ordenado presbítero no mesmo ano na Congregação Nossa Senhora de Sion, em sua cidade natal, por Dom Tomé Ferreira da Silva. Viveu e trabalhou em Paris e em Jerusalém, onde também iniciou o mestrado em Bíblia. Nos últimos dois anos, foi vigário paroquial da Paróquia São Pedro Apóstolo, em Mauá (SP), além de colaborador dos padres Ramires Henrique

de Andrade, NSD, e Antônio Glugoski, NSD, na Paróquia São José. Em 2011 e 2012, foi também diretor geral do Colégio Sion, em Arujá (SP). Também na quinta-feira, 6, foi feita a despedida de Padre Ramires, até então pároco. Padre Ramires cursou a faculdade de Filosofia no Instituto Paulo VI, durante os anos de 2000 a 2003, e a faculdade de Teologia no ITESP, nos anos de 2004 e 2005. Chegou à Região Ipiranga no ano de 2010, onde assumiu o cargo de vigário paroquial na Paróquia São José. Em janeiro de 2011, tornou-se administrador paroquial, e em novembro de 2011 foi nomeado pároco. Além dos diversos trabalhos realizados nessa Paróquia, Padre Ramires exercia na Região a coordenação da Pastoral de Liturgia.

Nossa Senhora: ‘a presença de Deus em nossas vidas’ Os coordenadores regionais de pastoral estiveram reunidos no sábado, 9, na sede da Região Ipiranga, para uma formação sobre o tema “Nossa Senhora”, destaque do mês de maio, dedicado às mães. No início da atividade, Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, lembrou que em 2017 se recordará os 300 anos da aparição da imagem de Nossa Senhora, em Aparecida (SP). Na sequência, Padre Jorge Bernardes, pároco da Paróquia Santa Rita de Cássia, no Setor Vila Mariana, ressaltou que cada mãe “é a presença de Deus em nossas vidas”, e que toda mãe tem um pouco de Nossa Senhora em si. Ele la-

mentou que hoje haja um pouco da perda da devoção a Nossa Senhora e comparou que antigamente era tradição rezar o terço e fazer novenas aos diversos títulos de Mãe de Jesus. O Padre estimulou que se fale aos jovens da importância da Maria, que teve papel fundamental no plano da salvação. Segundo ele, para falar de Jesus é preciso voltar o olhar a Maria, que ensina a acreditar, confiar e amar Jesus Cristo. O Sacerdote disse ser fundamental a participação dos agentes de pastoral nas romarias regionais e arquidiocesanas, pois é um momento em que a Igreja se reúne, em plena comunhão, para saudar a Mãe de Deus. Durante o encontro, foi realizada a meditação do

Caroline Dupim

Padre Jorge Bernardes conduz dia de formação sobre Nossa Senhora Aparecida, no sábado, 9

Terço, que se seguiu da explicação do Padre Jorge sobre os diferentes títulos que Nossa Senhora recebe relacionados aos locais onde houve as aparições. Ele lembrou, no en-

tanto, que apesar dos diversos títulos de Nossa Senhora ela é única. Em seguida, houve uma palestra sobre a imagem de Nossa Senhora Aparecida

e sobre o Santuário Nacional, conduzida por Maria Aparecida Lealdini Tedrus, doutora em Sociologia, que dedicou três anos de estudo à Padroeira do Brasil.

Setor Juventude e as cinco dimensões da formação integral No sábado, 8, aconteceu a reunião do Setor Juventude da Região Ipiranga, com as lideranças jovens e adultas de diversas paróquias, áreas pastorais e novas comunidades dos cinco setores pastorais. Nos dias 16 e 17 será realizado o CCC - Curso de Capacitação para Coordenadores de Grupos com Jovens, na sede provincial dos Padres Salvatorianos, no Jabaquara. O curso enfocará as cinco

dimensões da formação integral (personalização, integração, senso crítico, espiritualidade, e capacitação técnica), oferecendo subsídios e dinâmicas para o trabalho nos grupos de jovens. Na reunião, foi também lida e refletida a “Carta sobre o ‘Momento Atual’”, elaborada pelos bispos do Brasil em assembleia geral, em abril. Houve destaque para a proposta de redução da maioridade

penal e a reforma política. Foi ainda iniciada a preparação da “Jornada Regional da Juventude”, que acontecerá na PUC-SP campusIpiranga, no dia 30 de agosto, com a participação do bispo regional, Dom José Roberto Fortes Palau. Estão programadas diversas atividades, como shows, esportes, artes, oficinas temáticas e missa. O Setor Juventude conta com a assessoria eclesiástica do Padre

José Lino Freire e a coordenação de Nei Márcio Oliveira de Sá que, com o apoio da Equipe de Assessores dos Setores, buscam a formação de lideranças jovens e um processo de criação de grupos de jovens e acompanhamento aos já existentes, em sintonia com as propostas do Documento 85 da CNBB – “Evangelização e perspectivas pastorais” e do 11º Plano de Pastoral da Arquidiocese.


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Bispo Nareg Berberian, primaz da Igreja Apostólica Armênia, saúda Cardeal Odilo Pedro Scherer durante missa na Catedral da Sé, no dia 8, que recorda o centenário do Genocídio Armênio

Cem anos depois, armênios ainda pedem reconhecimento de Genocídio

Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

“Eles não são mais vítimas, mas a voz que clama por justiça. Vivem entre nós e nos inspiram a lutar por justiça e verdade... Que o sacrifício deles não tenha sido em vão e que fortaleça a nossa fé e identidade”, declarou o bispo Nareg Berberian, Primaz da Igreja Apostólica Armênia, na noite da sexta-feira, 8, na Catedral da Sé, no início da celebração eucarística em recordação ao centenário do Genocídio Armênio. O Primaz também lembrou que em 23 de abril, o líder da Igreja Apostólica Armênia, o

Catholicos Karelin II, canonizou simbolicamente as 1,5 milhão de vítimas do Genocídio Armênio, deflagrado em 24 de abril de 1915, quando o governo do partido dos Jovens Turcos, à frente do Império Turco -Otomano (atual Turquia), intensificou perseguições que culminaram no “primeiro genocídio do século XX”, conforme palavras do Papa Francisco, em missa para fiéis armênios no Vaticano, em 12 de abril. Ao chegar à Catedral da Sé na sexta-feira, cada pessoa recebeu um adesivo com a representação da flor-símbolo do centenário do Ge-

nocídio Armênio, a Miosótis – Não me Esqueças. E o propósito da missa, com partes da liturgia em português e no idioma armênio, foi mesmo fazer memó-

ria do genocídio, orar pelas vítimas, pedir perdão a Deus pela violência e o genocídio do passado e do presente, e orar pela paz, conforme destacou o Cardeal Odilo Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, presidente da celebração, que teve como um dos concelebrantes Dom Vartan Wadir Boghossian, eparO Passado: O centro preto representa o sofrimento de 1915 e as duras consequência do Genocídio Armênio. ca da Igreja Católica Armênia. Reprodução

Cardeal Scherer presidiu na catedral da sé missa que recordou o centenário do extermínio de 1,5 milhão de vidas

O Presente: As pétalas em lilás representam a união entre os povos armênios ao redor do mundo – os quais se mantêm unidos neste centenário de rememorações. O Futuro: As cincos pétalas representam os cincos continentes aonde os sobreviventes do Genocídio encontraram um novo lar. O roxo escuro lembra as vestes sacerdotais da Igreja Armênia. A Eternidade: Os doze trapézios representam os 12 pilares do Memorial do Genocídio Armênio Dzidzernagapert em Yerevan, Armênia. A cor amarela representa a luz, criatividade e esperança.

Violência contra o próximo é ofender a Deus

O Cardeal Scherer recordou, na homilia, as motivações históricas que redundaram na morte

dos 1,5 milhão de armênios, “um momento trágico de sua história, quando houve fato não de amor, mas de ódio, não de amizade, mas de inimizade”. Dom Odilo enfatizou que quem segue a Jesus não pode compartilhar com a violência contra o próximo, pois isso é ofender a Deus. Também apontou que o genocídio é um crime contra a humanidade e fez menção a outros genocídios do século XX e aos mais recentes, como o promovido no Iraque e na Síria pelo Estado Islâmico. “Genocídio, geralmente, é a solução final de um longo processo de discriminação, intolerância e ódio, alimentado no meio da população por grupos fundamentalistas radicais e fanáticos ou por partidos oportunistas”, expressou. O Cardeal afirmou, ainda, que o Genocídio Armênio serve de alerta para o combate a todo tipo de intolerância na sociedade.

Apoio do Papa Francisco é visto como decisivo Entre os presentes na missa na Catedral de Sé, na sexta-feira, 8, estavam líderes de outras denominações cristãs, do budismo, do espiritismo e do judaísmo, além de autoridades civis, entre as quais Ashot Galoyan, embaixador da Armênia no Brasil. Galoyan, em discurso, afirmou que a missa presidida pelo Papa Francisco, em 12 de abril, tornou-se ponto crucial para o reconhecimento do Genocídio Armênio. “O líder do mundo cristão, ao falar sobre as densas consequências da negação do Genocídio Armênio, e des-

tacando o maior dano que se é causado à humanidade como resultado dessa negação, afirmou: ‘camuflar ou negar o mal significa manter a sangria da hemorragia sem enfaixar a ferida’”. O Embaixador comentou, ainda, que “o objetivo da política externa da República da Armênia com relação ao reconhecimento do Genocídio Armênio está alicerçada sobre este princípio, que é testemunhada sob o lema evocativo do Genocídio Armênio: ‘Lembro e Reivindico’”. Galoyan enalteceu o fato de

que algumas assembleias legislativas no Brasil já reconhecem o Genocídio Armênio. “Estou convicto de que não está longe o dia em que, o Congresso Nacional do Brasil, seguindo este exemplo positivo, também o reconhecerá”, afirmou. Atualmente, cerca de 100 mil armênios vivem no Brasil, a maioria em São Paulo.

‘Este ato hediondo não deve se repetir na humanidade’

No encerramento da celebração, Dom Vartan Wadir

Boghossian agradeceu ao Cardeal Scherer pela realização da missa em recordação ao centenário do Genocídio Armênio. Em entrevista ao O SÃO PAULO, o Eparca da Igreja Católica Armênia lamentou que esse genocídio ainda não tenha o reconhecimento de toda a comunidade internacional (a Turquia, por exemplo, contesta que tenha havido genocídio, embora a União Europeia já afirme que foi o que aconteceu). Para ele, com as manifestações do Papa Francisco sobre o Genocídio será possível “que a justiça caminhe

com o perdão, que se reconheça e se faça justiça”. Dom Vartan comentou, ainda, que não reconhecer o Genocídio Armênio é “a demonstração de que o crime, mesmo sendo de lesa humanidade não é punido. Que mesmo a lei dizendo que não pode ser esquecido, ele consegue varar por um século sem punição, e esses gestos vão se repetindo até os nossos dias de hoje. É necessário que haja reconhecimento, com a punição, pois este ato hediondo não deve se repetir na humanidade”, concluiu. (DG)


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13 a 19 de maio de 2015 | www.arquidiocesedesaopaulo.org.br


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