Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 60 | Edição 3053 | 27 de maio a 2 de junho de 2015
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Na Solenidade de Pentecostes, jovens são o sinal da Igreja em missão Jovens, a maioria crismandos de paróquias e comunidades da Arquidiocese, marcaram presença na Solenidade de Pentecostes, na Catedral da Sé, no domingo, 24, com missa presidida por Dom
Edmar Peron, bispo auxiliar de São Paulo. O Prelado ressaltou que, como os Apóstolos, os jovens devem perder o medo de sair em missão, especialmente para evangelizar outros jovens.
Ao final da celebração, os participantes protagonizaram uma ação evangelizadora na praça da Sé, organizada por movimentos e novas comunidades. Página 23 Luciney Martins/O SÃO PAULO
Jovens realizam intervenção católica na praça da Sé, após celebração de Pentecostes na Catedral, no domingo, 24
O Santo Sudário
Em exposição até junho A exposição do Santo Sudário, que teve início em 19 de abril, em Turim, na Itália, segue até 24 de junho, e terá como um dos visitantes o Papa Francisco, que irá à cidade nos dias 21 e 22 do próximo mês. A relíquia está exposta na Catedral de Piemonte, com acesso gratuito, e os organizadores esperam que a visitação deste ano supere os recordes anteriores. O
300 mil pessoas junto ao Beato Oscar Romero Foi beatificado no sábado, 23, Dom Oscar Romero, em celebração com mais de 300 mil pessoas em El Salvador, onde ele foi assassinado em 1980. “A voz do novo beato continua ressoando hoje”, afirmou o Papa em mensagem. Páginas 4 e 9
Haitianos são acolhidos sem planejamento Página 11
Dom Odilo: Guiados pelo Espírito de Cristo Página 3
Santo Sudário, que para os crentes é uma relíquia digna de veneração e uma mensagem de fé, para a ciência é um desafio. Confira nesta edição do O SÃO PAULO o fascinante histórico da relíquia e os impressionantes resultados obtidos pelas pesquisas científicas realizadas. Páginas 12 e 13
Cardeal Hummes: 40 anos dedicados ao episcopado Em entrevista exclusiva ao O SÃO PAULO, o Cardeal Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, fala sobre seus 40 anos de episcopado, completados na segunda-feira, 25, recordando momentos da história do Brasil que vivenciou, como a ditadura militar e a redemocratização. Sobre os desafios da evangelização nos dias atuais, ele considera que “a Igreja precisa moverse, sem medo do novo”. Página 15
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Reprodução
2 | Ponto de Vista |
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Editorial
Lições do Beato Oscar Romero
C
ristãos convictos e sinceros frequentemente são rotulados como sendo progressistas ou conservadores, de esquerda ou de direita, como se isso explicasse sua coerência evangélica. Sendo seres humanos e cidadãos como todos os demais, é natural que assumam posições nos diversos espectros da sociedade atual. O problema aparece quando essas categorias são usadas como rótulos para negar, ocultar ou diminuir a força do testemunho cristão. Oscar Romero, o bispo mártir de El Salvador, cuja cerimônia de beatificação ocorreu no dia 23 de maio, é um exemplo dos limites desses rótulos. Sua condução ao arcebispado de El Salvador foi considerada por muitos, na época, uma manobra da “ala conservadora” da Igre-
ja de seu País. Contudo, quando o amor cristão assim o exigiu, testemunhou até a morte o amor aos mais fracos, o compromisso com os direitos humanos e com a liberdade de seu povo. Quem conhece a história recente da Argentina sabe que o jesuíta Jorge Bergoglio foi frequentemente acusado de pertencer à direita peronista. Ele que foi um cardeal devotado ao trabalho social da Igreja nas “villas miséria” (as favelas de Buenos Aires) e depois como Papa Francisco tem um magistério fortemente comprometido com a questão social. São João Paulo II, frequentemente rotulado como “conservador”, sempre foi totalmente comprometido com a causa dos trabalhadores. Enquanto a queda do muro de Berlim e o fim da União Sovié-
tica anunciavam o colapso do comunismo, sua encíclica Centesimus Annus denunciava os perigos de um capitalismo vitorioso que não considerasse o primado da pessoa sobre a economia. A política, particularmente na sociedade moderna, sempre foi conduzida como uma luta de “nós contra eles”. Encontrar (ou construir artificialmente) um inimigo é uma das estratégias mais frequentes dos políticos que querem mascarar suas próprias mazelas. Existem muitos espectros ideológicos na sociedade moderna. Esquemas dualistas que simplificam essa complexidade e dividem o mundo neste “nós (os bons) contra eles (os maus)” não explicam a realidade em sua complexidade. Ainda mais nestes nossos tempos em que as coligações políticas são verdadeiras “torres
de Babel”, que reúnem antigos inimigos em alianças espúrias e motivadas apenas pela obtenção do poder. O anúncio do Evangelho nada ganha em alianças com o poder. Ao longo da história, os cristãos aprenderam essa verdade de formas muitas vezes dolorosas. Porém, o compromisso com a verdade e com o bem dos mais fracos sempre se mostrou o caminho de fortalecimento da Igreja de Cristo e de realização humana dos cristãos. Não existe contraposição entre amor à verdade e amor à pessoa, particularmente aos mais fracos. Não existe testemunho cristão se a verdade é sacrificada à mentalidade dominante ou o bem da pessoa é submetida aos interesses do poder e do lucro. Lições deixadas pelo martírio do Beato Oscar Romero.
Opinião
As Tecnologias de Informação e a Comunicação em Pauta Sergio Ricciuto Conte
Fernando Gregianin Testa Qualquer um concordará que as Tecnologias de Informação e Comunicação, abreviadas como TICs, forneceram novos instrumentos para nos comunicarmos e desenvolvermos as mais variadas atividades. Contudo, há mais coisa acontecendo além da proliferação de dispositivos bacanas para comprarmos ou da carta substituída pelo e-mail. A lista das atividades que envolvem as TICs cresce a cada dia. Vejamos alguns exemplos. A imagem de engravatados estressados com telefone na mão, gritando uns para os outros, fechando compras e vendas de ações em bolsa de valores é coisa do passado. Estima-se que a maioria desse tipo de transações seja feita por máquinas – alguns alegam que até 73%. Estas, baseadas em regras e códigos predefinidos, tomam a “decisão” de comprar ou vender ações sem a intervenção humana. Outro exemplo no setor econômico é o M-Pesa. Com ele, a compra de verduras na feira é feita por meio de uma troca de mensagens pelo celular, pelo qual o crédito é enviado diretamente ao vendedor, que pode sacá-lo em dinheiro nas lojas autorizadas. Com a facilidade da transação e o aumento da segurança, a utilização do serviço decolou, somando aproximadamente 8,4 bilhões de dólares em depósitos, em 2012, somente no Quênia, onde o serviço foi primeiramente lançado, em 2007, e depois exportado para outros países.
A revista Forbes noticiou recentemente um caso curioso de análise automática de dados de consumidores: foi quando, baseado no perfil de compras, a empresa de vendas online Target enviou cupons de desconto de roupas de bebê e berços para uma jovem consumidora. O pai protestou, dizendo que estavam induzindo a filha, ainda uma colegial, a ficar grá-
vida. Aconteceu que a Target estava correta em sua previsão de gravidez e o pai é que desconhecia alguns fatos. Não é necessário ir para pesquisa de ponta, tal como o grande acelerador de partículas em Genebra, o LHC, com seus 30 Peta bytes anuais de dados, para notar que praticamente qualquer pesquisa científica está direta ou indiretamente envolvida com
computação. Pesquisa científica e atividade industrial dependem de computadores e até a agricultura está se tornando agro-tech. Em 2012, estimou-se que o número de dispositivos conectados online era 8,5 bilhões e projetou-se que serão 50 bilhões para o ano 2050. Atualmente, o “Contador de dispositivos online” na internet indica mais de 15 bilhões. Praticamente, toda a economia depende, hoje, das TICs e o processo que está em curso é irreversível e acelerado. Trata-se somente de uma maior disponibilidade de ferramentas, algo circunstancial às questões importantes, ou ele efetivamente altera a condição humana? Quando a agricultura foi inventada, o homem se tornou sedentário e sua forma de viver mudou radicalmente. Quando surgiu a máquina a vapor, a revolução industrial mudou a figura econômica e social da Europa. Algo análogo aconteceu com a invenção da imprensa após Gutenberg. É de se esperar que, com a presença ubíqua das TICs na vida humana, uma outra alteração profunda está em curso com seus ganhos e perdas. Acredito que há mais a se ganhar, mas compreender o fenômeno do ponto de vista filosófico, ético e inclusive teológico, é urgente para discernir o joio do trigo. Fernando Gregianin Testa é professor de Filosofia no Centro Universitário Ítalo-Brasileiro. Possui bacharelado em Engenharia Eletrônica pela UFRGS com experiência em desenvolvimento de sistemas de telecomunicações e Mestre em Ciências da Religião pela PUC-SP.
As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.
Semanário da Arquidiocese de São Paulo
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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo
Q
ue diferença há entre ser cristão e não ser cristão? A pergunta pode parecer supérflua, uma vez que se dirá logo: um cristão é batizado e é membro da Igreja de Cristo. A resposta é correta, mas não é suficiente. Embora essas duas características sejam fundamentais para definir um cristão, elas ainda não fazem aparecer o que é próprio do cristão. Pode haver cristãos que vivem como se o Batismo nada tivesse modificado em suas vidas: vivem como se não fossem cristãos. Ou pode haver aqueles que procuram praticar a religião apenas de forma exterior e ritual, sem que a orientação de sua vida e seu comportamento sejam impregnados por Cristo e pelo seu Evangelho. O ser cristão manifesta-se na vida “conforme Cristo”, ou “segundo o Espírito de Cristo”, para usar expressões caras a São Paulo. Na Carta aos Gálatas (5, 1625), Paulo enfrenta essa questão pois, naquela comunidade, os fiéis eram tentados a tornar novamente às práticas da Lei Mosaica, como se nelas, em vez de Cristo, estivesse a sua segurança e salvação. O Apóstolo afirma com vigor que a justificação perante Deus é alcançada através da fé em Cristo, e não pelas práticas rituais. E fala da nova con-
Guiados pelo Espírito de Cristo dição dos que creem: tornam-se filhos de Deus e alcançam uma liberdade soberana, para viver sem temor, segundo o Espírito de Cristo. Não se trata de liberdade para fazer qualquer coisa, mas para viver livres do temor, confiantes em Deus e felizes por serem filhos amados de Deus, “em Cristo”. Creio que aqui está uma das características mais preciosas do “ser cristão”: ser filhos e filhas de Deus. Essa caracterização do cristão aparece abundante, sobretudo, nos textos de São João e São Paulo. A fé em Cristo e o Batismo conferem uma nova dignidade ao cristão. Paulo vai logo às consequências: “não se deixem escravizar novamente!” E o diz em dois sentidos: não abandonar a graça imensa da fé em Cristo, para submeter-se de novo a práticas que escravizam e tiram a soberana liberdade de filhos de Deus, mediante uma religião do temor, ou uma religião feita apenas de práticas humanas, sem contar com a graça de Deus e a ação do Espírito de Cristo; ou então, deixar-se escravizar pelas paixões humanas desordenadas e pelos vícios. “Fostes chamados, irmãos, para a liberdade: mas que essa liberdade não seja pretexto para satisfazer os desejos da carne” (5,13). “Carne” indica a vida humana levada apenas pela força dos impulsos, instintos e paixões desordenadas e ainda não orientadas pelo Espírito de Cristo. As “obras da carne” se manifestam nos vícios e nas ações destrutivas: “fornicação, impureza,
libertinagem, idolatria, superstição, inimizades, lutas, rivalidades e violências, ambições e discórdias, invejas, embriaguez e orgias, e todos os excessos dessa natureza” (cf 5, 19-21). Ao contrário, ensina Paulo, a vida orientada pelo Espírito de Cristo manifesta-se em todo tipo de virtudes, que são “frutos do Espírito”: amor, alegria, paz, magnanimidade, afabilidade, bondade e confiança, mansidão e temperança. “Os que são de Cristo crucificaram a carne, com suas paixões e seus maus desejos. Se vivemos animados pelo Espírito, deixemo-nos também conduzir por ele” (cf 5, 22-25). O ser cristão, portanto, aparece numa forma nova de viver que, de um lado, é graça de Deus e, de outro, fruto do esforço coerente para orientar a vida para Deus, conforme o exemplo e o ensinamento de Cristo. Tudo o que contradiz a dignidade cristã, ainda pertence ao “homem velho”, não renovado pelo Espírito de Cristo e, por isso, deve ser deixado de lado. E tudo o que é coerente com o Evangelho é expressão da “vida nova em Cristo e no seu Espírito”; e isso deve ser buscado com todo esforço e perseverança. O viver cristão é, portanto, uma proposta de “vida nova”, orientada pelo Espírito de Cristo. E isso requer a superação dos vícios e das práticas contrárias a Deus e ao próximo, ou contra a própria dignidade; ao mesmo tempo, a vida cristã floresce em todo tipo de belas virtudes, que tornam o viver nobre e santo.
| Encontro com o Pastor | 3 Sínodo de outubro Cardeal Odilo Pedro Scherer
O Cardeal Odilo Pedro Scherer está em Roma participando da reunião do Conselho Ordinário do Sínodo dos Bispos, que é composto por 15 cardeais e bispos, com o objetivo de preparar a próxima Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, que será realizada em outubro. O Papa Francisco participou da reunião um dia e meio.
Instrumento de Trabalho No encontro, que durou dois dias, o Conselho examinou detalhadamente o projeto do Instrumentum laboris resultante da Relatio Synodi da Assembleia Extraordinária, enriquecido com as numerosas contribuições fornecidas pelas respostas às perguntas contidas nos Lineamenta enviadas pelas Conferências Episcopais e por outros organismos, assim como por numerosas contribuições de diversas realidades eclesiais e de fiéis, chegadas à Secretaria Geral.
Publicação será em breve A ampla e profunda análise do texto ofereceu propostas e contribuições para a sua integração e a sua melhoria. O texto, assim revisado e partilhado pelos membros do Conselho, foi confiado à Secretaria Geral para a redação final, a tradução em diversas línguas e a publicação que deverá ocorrer em poucas semanas.
Nova Evangelização Nesta quarta-feira, 27, o Arcebispo participa da reunião plenária do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização.
Pentecostes L’Osservatore Romano
No domingo, 24, o Cardeal Odilo Pedro Scherer concelebrou a missa da Solenidade de Pentecostes na Basílica de São Pedro, presidida pelo Papa Francisco. (por Rafael Alberto)
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festa de Pentecostes nos faz reviver o início da Igreja”. Assim iniciou o Papa Francisco a reflexão antes de rezar com os peregrinos a oração Regina Coeli, na praça de São Pedro, com os peregrinos, às 12h do domingo, 24, na Solenidade de Pentecostes. Ele lembrou o episódio da descida do Espírito Santo sobre os discípulos que aconteceu com ruídos e vendaval. Transformados completamente por essa efusão, eles, de medrosos, se tornaram corajosos. Pentecostes foi “o Batismo da Igreja que começa assim o seu caminho na História, guiada pela força do Espírito Santo”. A vida dos Apóstolos foi mudada pelo evento e repercutiu lá fora, explicou Francisco. A porta fechada havia cinquenta dias se abriu “plenamente”, e a primeira comunidade se abre para o mundo e fala “sobre a Ressurreição de Cristo que foi crucificado”. Os presentes ouvem os discípulos falar em sua própria língua, restabelece-se a harmonia das línguas perdidas em Babel e fica claro que a missão dos Apóstolos é universal. O Papa explica: “A Igreja não nasce isolada, nasce universal, una e católica, com uma identidade precisa, mas aberta a todos, não
Em Pentecostes, a Igreja nasce una e católica fechada, e que abraça o mundo in- Recebemos a língua do Evangelho teiro, sem excluir ninguém. A mãe e o fogo do Espírito Santo, “para Igreja não fecha as portas para nin- proclamarmos Jesus ressuscitado, guém, para ninguém! Nem mesmo vivo e presente em nosso meio, para o mais pecador! E faz isso pela para aquecer o nosso coração e força, pela graça do Espírito Santo. também os corações dos povos e A mãe Igreja abre, escancara suas os conduzir para mais perto dele, portas para todos, porque é mãe.” caminho, verdade e vida”. Francisco continua lembranLembrando a presença de Mado que em Pentecostes se anuncia ria em Pentecostes, o Papa conviuma nova época do testemunho da a todos a se confiarem à intere da fraternidade, época que vem cessão dela “para que o Espírito do alto, de Deus, como as chamas Santo desça abundantemente soque pousaram sobre a cabeça de bre a Igreja de nosso tempo, encada discípulo. A chama do amor Hoje, também, o Espírito Santo queima a amargura, é derramado sobre a Igreja é a língua do Evan- e sobre cada um de nós. Para gelho que derruba quê? “Para sairmos de nossa barreiras e “toca os corações da multi- mediocridade e de nossos dão, sem distinção fechamentos e comunicarmos de língua, raça ou ao mundo o amor nacionalidade”. misericordioso do Senhor.” Hoje, também, o Espírito Santo é derramado sobre a cha os corações de todos os fiéis e Igreja e sobre cada um de nós. Para acenda neles o fogo do seu amor”. quê? “Para sairmos de nossa meApós a oração mariana, o Papa diocridade e de nossos fechamen- lembrou as beatificações acontecitos e comunicarmos ao mundo o das no sábado, com destaque para amor misericordioso do Senhor.” Dom Oscar Romero, arcebispo de Essa é a nossa missão. Também San Salvador, que imitou Jesus, “esnos foi dada a língua do Evange- colheu estar no meio de seu povo, lho e o fogo do Espírito. Comu- especialmente dos pobres e oprinicar o amor misericordioso do midos, pagando com a sua vida”. Senhor: esta é a nossa missão! (por Padre Cido Pereira)
Beatificação de Dom Romero O Papa Francisco enviou uma carta, no sábado, 23, ao arcebispo de San Salvador, Dom José Luis Escobar Alas, presidente da Conferência Episcopal de El Salvador, por conta da beatificação de Dom Oscar Arnulfo Romero. “Dom Romero, que construiu a paz com a força do amor, deu testemunho da fé com a sua vida entregue até o fim”, frisa. “A voz do novo Beato continua ressoando hoje para nos lembrar que a Igreja, convocação de irmãos em torno de seu Senhor, é a família de Deus, na qual não pode haver nenhuma divisão... A isso é chamada hoje a Igreja em El Salvador, na América e em todo o mundo: ser rica em misericórdia e converter-se em fermento de reconciliação na sociedade”.
Encontro com franciscanos
L’Osservatore Romano
Mais de 200 religiosos da Ordem dos Frades Menores foram recebidos pelo Pontífice na terça-feira, 26, no Vaticano. Franciscanos de todo o mundo estão reunidos no capítulo geral, que reelegeu o norte-americano Frei Michael Perry como ministro-geral. Em seu discurso, Francisco abordou os dois elementos essenciais da identidade franciscana: a minoridade e a fraternidade. “Quem não se reconhece como ‘menor’, como pecador, não compreende a misericórdia. Quanto mais cientes somos de ser pecadores, mais estaremos próximos da salvação”, disse o Papa. “A família franciscana é chamada a expressar essa fraternidade concreta, recuperando a confiança recíproca nos relacionamentos interpessoais, para que o mundo veja e creia”, apontou.
Mensagem para o Dia Mundial das Missões Foi publicada no domingo, 24, a mensagem do Papa Francisco para o 89º Dia Mundial das Missões, que neste ano será celebrado em 18 de outubro. O texto tem como pano de fundo o Ano da Vida Consagrada. “Entre a vida consagrada e a missão subsiste uma forte ligação, porque se todo o batizado é chamado a dar testemunho do Senhor Jesus, anunciando a fé que recebeu em dom, isto vale de modo particular para a pessoa consagrada”, afirma. O Pontífice também recorda os 50 anos do decreto conciliar Ad gentes e faz um convite à sua releitura. “É urgente repropor o ideal da missão com o seu centro em Jesus Cristo e a sua exigência na doação total de si mesmo ao anúncio do Evangelho”, destacou. (por Fernando Geronazzo)
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Espiritualidade
Proteção contra o demônio Dom Julio Endi Akamine
U
Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa
m jovem me perguntou uma vez: “O Demônio pode se manifestar em objetos, ou em maldições lançadas contra uma pessoa”? Compartilho com os leitores do O SÃO PAULO as reflexões feitas a partir dessa pergunta. A rebelião de Satanás contra Deus não se deu somente em um passado distante e durante a vida terrena de Jesus. A história da salvação não chegou ao seu termo, e o juízo final sobre os demônios deve ainda ocorrer. Até o retorno de Cristo, o mundo é ainda teatro do conflito entre o Reino de Deus e o de Satanás. Por isso, às potências demoníacas permanece a possibilidade de uma atividade (preste atenção: uma atividade limitada e permitida) na tentação e sedução dos homens. É preciso sempre lembrar que a vitória de Cristo é vitalmente muito mais eficaz e poderosa na defesa e proteção da Igreja. Na rebelião contra Deus, o influxo de Satanás sobre o homem nunca se iguala ao de Deus: somente Deus pode agir no íntimo da pessoa, a partir do seu interior (do coração). Por ser uma criatura, Satanás pode influenciar o homem somente por meio da instrução, da persuasão e da excitação, a partir de fora, das paixões e dos afetos do homem. Há também casos de ação demoníaca por possessão. Em senso estrito, possessão é a tomada de posse do corpo por parte de Satanás. Desconhecemos a extensão total dos poderes do demônio sobre o universo criado, no qual se inclui a humanidade. Sabemos que, tanto na Bíblia quanto na história, há casos em que o diabo penetra no corpo de uma pessoa e controla as suas atividades físicas (palavra, movimentos e ações). Mas o diabo não pode controlar a alma; a sua liberdade permanece inalterada e nem todos os demônios do inferno juntos têm o poder ou a permissão de forçá-la. Em princípio, não devemos menosprezar a influência do demônio e julgá-la insignificante; nem devemos julgar que todos os transtornos de personalidade (histeria, doença psíquica, distúrbios mentais, desvios) sejam possessão demoníaca. O remédio sacramental contra a possessão é o exorcismo. Além da sedução, sugestão, instrução (tentação a partir de fora) e da possessão, o demônio, enquanto criatura que pertence ao Cosmo, pode também se servir de elementos criados. Em sua rebelião contra Deus, o demônio pode atuar nos males físicos (para entender a distinção entre males físicos e morais – cf. Catecismo da Igreja Católica, 309-314) em modos e em graus diferentes. Mas, também nesse caso, é muito difícil ver com clareza se um evento no Cosmo (por exemplo, um cataclismo, uma catástrofe climática, uma pandemia) pode
ser explicado como fenômeno natural ou deva ser atribuído aos poderes demoníacos. De fato, atualmente o homem, graças ao progresso das ciências naturais, está em condições melhores para compreender e interpretar os eventos climáticos, sísmicos, ambientais, ecológicos do que as gerações passadas. De qualquer forma, devemos ter claro que Satanás e os seus anjos, em virtude da sua criaturalidade, estão inseridos no conjunto do Cosmo e têm a capacidade de exercer uma influência deletéria (a atividade demoníaca não é construtiva e sim destrutiva do mundo e da humanidade) também sobre as criaturas infra-humanas. Essa possível influência sempre se dá na medida da permissão divina e no âmbito do governo providente de Deus. Contra esse influxo de Satanás sobre os elementos criados, o remédio protetor é o sacramental da consagração. Satanás pode agir também por meio de maldições. Esse caso está incluído naqueles em que os demônios agem através de poderes desconhecidos e que não são explicáveis pelas ciências naturais (sortilégio, bruxaria, mandinga, feitiçaria, magia, adivinhação, satanismo etc.). Essas práticas, mesmo que não provoquem dano direto, causam geralmente confusão, inquietude e medo. Aqui é preciso discernimento prudente entre o campo das forças demoníacas e o das forças naturais. Por isso, não devemos descartar que uma pessoa dotada de forças demoníacas possa provocar um mal. Mas a verificação de tal possibilidade só deve ser admitida quando todas as explicações naturais forem insuficientes. Contra tal influxo de Satanás através do recurso a forças ocultas, o remédio protetor é a bênção. Diante da atuação demoníaca, a Igreja recebeu meios genuínos de defesa, nos quais se aplica o poder vitorioso de Cristo. São os sacramentais da consagração, da bênção e do exorcismo. Mas muito mais eficaz e importante é a defesa de uma vida santa, fundada na fé, na graça e na comunhão com Cristo. Para que Satanás fuja do cristão, não há providência melhor e mais eficaz do que a adesão firme e consciente a Cristo por meio dos sacramentos, da oração, da vigilância e de uma vida santa.
| Fé e Vida | 5
Fé e Cidadania Amo a Deus e amo o próximo Frei Patrício Sciadini, OCD
Estes dois amores são inseparáveis. Deus, que decidiu criar o ser humano e começar a falar com ele face a face, olhos nos olhos, sempre lhe recordou estes dois mandamentos: amar a Deus sobre todas as coisas, como único Deus, como centro da vida, sem ídolos e sem interferências; e amar ao próximo como único destinatário mais importante da criação. Antes de tudo Deus, sendo amor, respeita a nossa liberdade e não nos obriga a amá-lo. Ele está à porta e bate, mas não força a porta, não invade a nossa casa, está à espera até que nós, cansados de escutá-lo a bater, abramos a porta e, vendo que é Deus, o deixemos entrar. Gratuito é o amor de Deus para conosco e gratuito deve ser o nosso amor a Deus e aos outros. O amor só tem um preço: o amor e nada mais. Estamos cansados de saber, mas não de viver, que no fim da vida seremos julgados sobre os atos de amor que se não são gratuitos não são chave boa para entrar no paraíso. Jesus nos recorda com uma clareza impressionante a medida do amor: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei!” E o seu amor é amor que o levou à cruz. Penso que uma das santas que
mais entendeu isso e o manifestou ao longo de sua vida quando descobriu que rezar é se tornar “servo do amor” foi Santa Teresa de Ávila. Essa mulher que sentiu lentamente arder no seu coração a gratuidade do amor de Deus nos dizia: “A única maneira que temos para saber se verdadeiramente amamos a Deus é ver se amamos o próximo”. Discursos de amor os encontramos em todas as canções e livros. “Te amo, não posso ficar sem ti”... Mas devemos sempre subentender “até que não encontro outro ou outra”. No entanto, Deus quando nos diz que nos ama, ele o confirma dizendo-nos: “vendi todos os reinos por ti, tu és único, não tenho outro amor que não a ti”. E assim o ser humano que encontra o autêntico amor de Deus “vende tudo o que tem e não volta atrás no seu amor por Deus”. Que amamos os outros não se prova pelo tempo que passamos na igreja e em atos de oração, mas, sim, pela maneira como nós amamos os outros de verdade e os tratamos com carinho e somos “servos de todos”, prontos a deixar os atos de oração para atos de caridade e de atenção aos outros. Dividir os dois amores a Deus e ao próximo é divorciar dos dois e viver a solidão mais triste e mais deprimente.
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Liturgia e Vida
Você Pergunta
Santíssima Trindade 31 de maio de 2015
Por que guardar o domingo e não o sábado?
A glória da Trindade ANA FLORA ANDERSON
Nesta festa solene, a Igreja nos convida a refletir e aprofundar o mistério central da nossa fé. A antífona celebra esse mistério bendizendo o Pai, o Filho e o Espírito Santo, que nos abençoam com sua misericórdia. As leituras aprofundam a maneira de meditar sobre cada Pessoa da Trindade. A primeira leitura (Deuteronômio 4, 32-34.39-40) proclama que há um só Deus presente no meio do povo que sempre quer se comunicar conosco no meio de todos os conflitos e sofrimentos deste mundo. Ao seguir a sua vontade, seremos sempre felizes. Na segunda leitura (Romanos
8, 14-17), São Paulo revela que é pelo dom do Espírito Santo que nós nos tornarmos humanos filhos de Deus. Como filhos, podemos rezar com Jesus dizendo Abba, Pai. O Evangelho de São Mateus (28, 16-20) narra o encontro de Jesus Ressuscitado com seus discípulos num monte da Galileia. Os discípulos se prostram diante dele para ouvir as suas últimas palavras. Para Jesus, o essencial é sempre a missão. Os seus seguidores devem partir e, pela pregação e o testemunho, fazer discípulos em todos os povos. Estes entrarão na comunidade pelo Batismo, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Jesus promete estar conosco nessa missão até o fim do mundo.
padre Cido Pereira osaopaulo@uol.com.br
“Deus disse que devemos guardar os sábados. Por que os católicos guardam o domingo?” É a Rosa Maria, que mora em Diadema, que quer saber. Vamos conversar com ela. Rosa Maria, eu já respondi por várias vezes a essa pergunta. O sábado é o Dia do Senhor para os judeus. E eles se baseiam no relato da criação que está na Sagrada Escritura: Deus criou o mundo em seis dias e no sétimo descansou. O sétimo dia é o sábado. E quando o Senhor deu os dez mandamentos a Moisés, logo após a libertação do cativeiro do Egito, o que Deus quis foi estabelecer uma Lei de Liberdade, para que
seu povo nunca mais fosse escravo de ninguém e das coisas. Para que o povo de Deus não fosse mais escravo sem direito a descanso, o Dia do Senhor deveria ser o dia para se descansar o corpo e para se relacionar com Deus. Mas um dia Deus cumpriu sua promessa e nos enviou um salvador: Jesus. Ele é o Sol que nasceu para o mundo inteiro, a luz que brilhou para o povo que andava nas trevas. Ele morreu e venceu a morte. Ressuscitou no primeiro dia da Semana, chamado o “Dia do Sol”, para os pagãos. No primeiro dia da semana, Jesus ressuscitou, no primeiro dia da semana, ele apareceu ressuscitado aos discípulos. No primeiro dia
da semana, o Espírito Santo se manifestou. Então, o primeiro dia da semana para os cristãos, o Sunday, o Dia do Sol dos pagãos, passou a ser guardado pelos cristãos. Afinal de contas, o Sol que brilhou para a humanidade, que andava nas trevas, é Jesus. É preciso que entendamos, nessa discussão toda, que o importante é viver o Dia do Senhor com respeito. Que nele vivamos intensamente com os irmãos na fé a alegria do encontro com Deus e entre nós. Domingo em latim significa o Dia do Senhor. Vivamos intensamente este dia. Não deixemos que o trabalho nos escravize. E demos graças a Deus por tudo que ele é por nós.
Atos da Cúria PRORROGAÇÃO DE PROVISÃO DE PÁROCO Em 13 de maio de 2015, foi prorrogada a provisão de Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, da Região Episcopal Ipiranga, Setor Pastoral Ipiranga, o Revmo. Pe. Ubaldo Steri, pelo período de 2 (dois) anos. NOMEAÇÃO DE ASSISTENTES ECLESIÁSTICOS REGIONAIS Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico do Curso de Teologia para Agentes de Pastoral –CTAP da Região Episcopal Lapa, o Exmo. e Revmo. Dom Fernando José Penteado, pelo período de 2 (dois) anos. Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico da Pastoral da Criança da Região Episcopal Lapa, o Exmo. e Revmo. Dom Fernando José Penteado, pelo período de 2 (dois) anos. Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico da Pastoral do Menor da Região Episcopal Lapa, o Exmo. e Revmo. Dom Fernando José Penteado, pelo período de 2 (dois) anos. Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico da Pastoral Familiar da Região Episcopal Lapa, o Revmo. Pe. Raimundo Rosimar Vieira da Silva, pelo período de 2 (dois) anos. Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico da Pastoral dos Nômades da Região Episcopal Lapa, o Revmo. Pe. Jorge Pierozan, pelo período de 2 (dois) anos. Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico do Cursilho de Cristandade da Região Episcopal Lapa, o Revmo. Pe. José Pedro Batista, pelo período de 2 (dois) anos. Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico da Pastoral do Batismo da
Região Episcopal Lapa, o Revmo. Pe. José Oliveira dos Santos, pelo período de 2 (dois) anos. Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico das Comunidades Eclesiais de Base da Região Episcopal Lapa, o Revmo. Pe. José de Souza Paim, CSC, pelo período de 2 (dois) anos. Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico da Pastoral Fé e Política da Região Episcopal Lapa, o Revmo. Pe. José de Souza Paim, CSC, pelo período de 2 (dois) anos. Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico da Pastoral Social da Região Episcopal Lapa, o Revmo. Pe. José Carlos de Freitas Spínola, pelo período de 2 (dois) anos. Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico da Pastoral da Sobriedade - Reciclázaro da Região Episcopal Lapa, o Revmo. Pe. José Carlos de Freitas Spínola, pelo período de 2 (dois) anos. Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico da Pastoral da Ecologia da Região Episcopal Lapa, o Revmo. Pe. José Carlos de Freitas Spínola, pelo período de 2 (dois) anos. Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico do Encontro de Casais com Cristo da Região Episcopal Lapa, o Revmo. Pe. João Carlos Deschamps de Almeida, pelo período de 2 (dois) anos. Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico da Pastoral da Pessoa Idosa da Região Episcopal Lapa, o Revmo. Pe. João Carlos Deschamps de Almeida, pelo período de 2 (dois) anos. Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico da Pastoral da Saúde da Região Episcopal Lapa, o Revmo. Pe. João Carlos Borges, pelo período de 2 (dois) anos.
Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico do Movimento de Schoenstatt da Região Episcopal Lapa, o Revmo. Pe. João Carlos Borges, pelo período de 2 (dois) anos.
Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico da Renovação Carismática Católica da Região Episcopal Lapa, o Revmo. Pe. Edson Siqueira da Silva, CR, pelo período de 2 (dois) anos.
Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico da Pastoral das Secretárias da Região Episcopal Lapa, o Revmo. Pe. João Carlos Borges, pelo período de 2 (dois) anos.
Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico da Pastoral da Moradia da Região Episcopal Lapa, o Revmo. Pe. Edilberto Alves da Costa, pelo período de 2 (dois) anos.
Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico da Pastoral Bíblico Catequética Região Episcopal Lapa, o Revmo. Pe. Geraldo Raimundo Pereira, pelo período de 2 (dois) anos. Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico da Pastoral Missionária – COMIDI Região Episcopal Lapa, o Revmo. Pe. Geraldo Raimundo Pereira, pelo período de 2 (dois) anos. Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico da Campanha da Fraternidade da Região Episcopal Lapa, o Revmo. Pe. Geraldo Raimundo Pereira, pelo período de 2 (dois) anos. Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico dos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão da Região Episcopal Lapa, o Revmo. Pe. Geraldo Pedro dos Santos, pelo período de 2 (dois) anos. Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico do Setor Juventude da Região Episcopal Lapa, o Revmo. Pe. Geraldo Pedro dos Santos, pelo período de 2 (dois) anos. Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico do Apostolado da Oração da Região Episcopal Lapa, o Revmo. Pe. Euclides Eustáquio de Castro, pelo período de 2 (dois) anos. Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico da Pastoral Vocacional da Região Episcopal Lapa, o Revmo. Pe. Élio Vigo, pelo período de 2 (dois) anos.
Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico da Pastoral Litúrgica da Região Episcopal Lapa, o Revmo. Pe. Cristiano de Souza Costa, pelo período de 2 (dois) anos. Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico da Pastoral dos Coroinhas e Acólitos da Região Episcopal Lapa, o Revmo. Pe. Cristiano de Souza Costa, pelo período de 2 (dois) anos. Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico da Pastoral da Comunicação da Região Episcopal Lapa, o Revmo. Pe. Antonio Francisco Ribeiro, pelo período de 2 (dois) anos. Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico da Pastoral Universitária, Educação e Ensino Religioso da Região Episcopal Lapa, o Revmo. Pe. Antonio Francisco Ribeiro, pelo período de 2 (dois) anos. Em 1º de maio de 2015, foi nomeado Assistente Eclesiástico da Pastoral Ecumênica da Região Episcopal Lapa, o Revmo. Pe. Ailton António dos Santos, SBB, pelo período de 2 (dois) anos. NOMEAÇÃO DE ECÔNOMO Em 13 de maio de 2015, por mandato do eminentíssimo senhor Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, foi constituído Ecônomo da Região Episcopal Ipiranga, o Revmo. Pe. Uilson dos Santos, pelo período de 3 (três) anos.
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| Geral/Pastorais | 7
Vereadores permitirão que Ideologia de Gênero invada o Plano Municipal de Educação? João Bechara Ventura
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
Tomando-se como parâmetro notícia publicada pela Câmara Municipal de São Paulo (http://www.camara.sp.gov.br/ blog/comissao-de-financas-realiza-ultima-audiencia-para-debater-o-plano-municipal-da-educacao), podemos supor que os vereadores de nossa cidade pretendem simplesmente ignorar o clamor de mais de uma centena de jovens que compareceram à última audiência pública de debate do Plano Municipal de Educação (PME), na segunda-feira, 25. Ao tratar desse importante encontro, realizado no Auditório Prestes Maia, o site oficial da Câmara limitou-se a descrever em linhas gerais a finalidade do audiência, realizada pela Comissão de Finanças e Orçamento da Casa, com participação de mesa composta pelo Secretário Muni-
cipal da Educação, Gabriel Chalita, e pelos vereadores Paulo Fiorilo (PT), Toninho Vespoli (PT) e Ricardo Nunes (PMDB). Contudo, não fez sequer uma menção à reivindicação que unia a esmagadora maioria dos cidadãos que lotavam o recinto: a retirada da palavra “gênero” do texto do Projeto de Lei 415/12, que dará origem ao novo PME. OPlano, uma vez aprovado, fornecerá as diretrizes para a educação pública do município de São Paulo nos próximos dez anos. Embora pareça inofensiva para indicar a distinção homens e mulheres, aparentemente apenas substituindo o vocábulo mais habitual “sexo”, na verdade a palavra “gênero” esconde uma ideologia. Pertencer ao “gênero” masculino ou feminino não seria, como indica a palavra “sexo”, um simples fato biológico. Segundo a Ideologia de Gênero, cada indivíduo escolhe o seu próprio “gênero” a partir das suas experiências
sexuais e afetivas. Portanto, segundo essa compreensão, a escola deveria parar de ensinar claramente a diferença entre os sexos, tratando meninos e meninas como se fossem idênticos biológica, psicológica e pedagogicamente. Além disso, deveria favorecer às crianças o acesso a experiências que propiciassem escolher a sua “orientação sexual”, sem nenhuma referência a valores antropológicos ou religiosos claros, e independentemente dos valores de suas famílias. A questão é polêmica a tal ponto, que a terminologia “gênero” foi excluída, no ano passado, do Plano Nacional de Educação. Preocupados com a aventura pedagógica de se incluir a ideologia de gênero na educação municipal, centenas de pessoas - professores, estudantes, profissionais liberais e pais de família - compareceram à audiência. “Isso é algo que já discutimos longamente, foi votado em 2014 e rejeitado para o Brasil inteiro. Por que querem aprovar isso agora
para a cidade de São Paulo?!”, questionou ao microfone Andreia Medrado, professora do ensino fundamental e médio. “Ao simplesmente ignorar as diferenças entre homens e mulheres, a Ideologia de Gênero faz mal inclusive à causa feminista e à defesa dos direitos dos homossexuais”, disse Enrico Misasi, aluno do curso de Direito da USP. A Comissão tem poder para rejeitar o Projeto de Lei ou sugerir modificações, e deve enviá-lo ao plenário da Câmara até o próximo mês, para aprovação ainda no primeiro semestre. A intenção é que o texto final entre em vigor o quanto antes. E resta a dúvida: a reivindicação daqueles que lotaram a audiência - e exprimem a visão da maioria dos cidadãos paulistanos em tema tão delicado - será ignorada?! Os cidadãos podem contribuir enviando e-mails e fazendo telefonemas para manifestar sua opinião aos vereadores.
Ujucasp Dr. José Gregori é condecorado com o Prêmio Santo Ivo 2015 A União dos Juristas Católicos de São Paulo (Ujucasp) conferiu, no dia 19, o Prêmio Santo Ivo 2015, ao Dr. José Gregori, “em reconhecimento aos trabalhos desenvolvidos em prol do bem-estar do próximo, afirmando a estima pela integridade à vida, à luz dos ensinamentos cristãos”. Entre os participantes da solenidade estavam o Professor Dr. Ives Gandra da Silva Martins, diretor-presidente da Ujucasp; a Dra. Ana Paula de Albuquerque Grillo, diretora-secretária da Ujucasp; e Dom Carlos Lema Garcia, bispo auxiliar de São Paulo e vigário episcopal para a Educação e a Universidade. Em seu discurso de agradecimento, o Dr. José Gregori se disse emocionado por ser o primeiro a receber o prêmio, enalteceu ao Dr. Ives, a quem chamou de “um padrão ético e um exemplo de cidadão que transcende os limites da advo-
cacia. É um paradigma para várias gerações”. Dr. José Gregori também destacou que “Santo Ivo cultivou a verdade, buscou a justiça e confiou em Deus. Ter sido um competente operador de direito não o fez esquecer da bondade que beneficia os sofredores e necessitados”, afirmou. “Fazer justiça, na lição de Santo Ivo, não é fazer apenas o prevalecimento do justo e equânime, mas procurar reparar as causas da injustiça e lutar pela sua correção, sejam individuais ou sociais”. “Sei que não mereço o prêmio, mas farei tudo ao meu alcance para honrar o compromisso contido nos valores dos Direitos Humanos que Santo Ivo defendeu e que são os alicerces de uma sociedade justa, igualitária e humana”, concluiu. Formado pela Faculdade de Direito da USP e militante na área dos Direitos Humanos desde estudante universitário, o
Dr. José Gregori já foi chefe da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos e Secretário de Estado para Direitos Humanos, sendo o principal responsável pela elaboração da Lei 9.140/95, que reconhece como mortas as pessoas até então dadas como desaparecidas durante a ditadura militar. Foi, ainda, ministro da Justiça, de abril de 2000 a novembro de 2001, no Governo Fernando Henrique Cardoso. Foi embaixador do Brasil em Portugal de 2002 a 2004. Atualmente, é presidente da Comissão de Direitos Humanos da USP.
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Dr. José Gregori ladeado por Dom Carlos e pelo Dr. Ives Gandra Martins
Movimento Comunhão e Libertação Arquivo pessoal
Erramos Diferentemente do publicado na reportagem “Cracolândia precisa de atitudes mais humanizadas, afirma Padre Júlio” (edição 3050, página 15), durante as tensões na Cracolândia, em 29 de abril, foi a Irmã Chiara dos Pobres de Jesus, da fraternidade O Caminho, que prestou solidariedade às pessoas
em situação de rua enfermas, e não a Irmã Chiara, da Missão Belém, que não estava no local. Também houve equívoco na informação apurada de que a Irmã Chiara, da Missão Belém, havia sofrido uma lesão na úlcera. A Irmã Chiara dos Pobres de Jesus também não se lesionou naquele dia.
Movimento Comunhão e Libertação reza por mártires
Oração em memória dos mártires cristãos no Oriente Médio Atendendo ao pedido do Papa Francisco, o Movimento Comunhão e Libertação (CL) promoveu, no sábado, 23, um momento de oração em memória dos mártires cristãos do Oriente Médio. Durante a Vigília de Pentecostes, o grupo reuniu-se na Paróquia do Santíssimo Sacramento, no bairro do Paraíso, para rezar o Terço a Nossa Senhora e participar da missa, presidida por Dom Carlos Lema Garcia, vigário episcopal para a Educação e a Universidade. O Bispo lembrou que existem mais mártires hoje do que no início da vida da Igreja, e afirmou que o testemunho deles deve fortalecer a todos no desafio diário de afirmar Cristo no nosso ambiente de trabalho, nas famílias ou com os amigos.
8 | Igreja em Missão |
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Nayá Fernandes
Destaques das Agências Nacionais
osaopaulo@uol.com.br
40 anos de ordenação episcopal do Cardeal Hummes A celebração de ação de graças pelos 40 anos de ordenação episcopal do Cardeal Cláudio Hummes aconteceu na Catedral Nossa Senhora do Carmo de Santo André (SP). A missa que começou às 19h30 da segunda-feira, 25, foi um momento para recordar e agradecer pelo caminho vocacional do Cardeal Hummes, que nasceu em Montenegro (RS) no dia 8 de agosto 1934, filho de Pedro Adão Hummes e Maria Frank Hummes. O Cardeal Hummes foi ordenado sacerdote em Divinópolis (MG) no dia 3 de agosto de 1958, na Ordem Franciscana dos Frades Menores e em 25 de maio de 1975 foi ordenado bispo, assumindo a Diocese de Santo André no dia 29 de dezembro do
Diocese de Santo André
mesmo ano. No dia 21 de junho de 1996, foi nomeado arcebispo de Fortaleza (CE), onde ficou até 15 de abril de 1998, quando foi nomeado arcebispo de São Paulo. Em 30 de outubro de 2006 foi nomeado prefeito da Congregação para o Clero, no Vaticano. Desde 2011, exerce a função de vigário-geral da Arquidiocese de São Paulo e acompanha as coordenações pastorais do Mundo do Trabalho; Movimentos Eclesiais e Novas Comunidades em âmbito arquidiocesano e é presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia da CNBB. (Leia entrevista do Cardeal na página 15) Fonte: Diocese de Santo André (SP) e Arquidiocese de São Paulo
Cardeal Hummes durante celebração na Diocese de Santo André, dia 25
Mais de 100 mil na Festa de Pentecostes em Manaus (AM) “O Espírito nos foi dado para servir” (Cf 1Cor 12). Este foi o tema da Solenidade de Pentecostes realizada no domingo, 24, que reuniu mais de 100 mil pessoas. A programação das atividades de animação e teve a participação do
grupo de canto “Despertai Amazônico”. Às 17 h começou a celebração eucarística. Todos foram convidados a fazerem doação de um quilo de alimento não perecível. Esses alimentos serão doados às famílias afetadas pelas cheias.
#NãoEmMeuNome A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou, no dia 31 de março, a admissibilidade da proposta de emenda à Constituição (PEC), que reduz a maioridade penal no Brasil de 18 para 16 anos. Diante desse cenário, e tendo em vista que argumentos religiosos são utilizados para legitimar a redução, o CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil) lançou, no início de abril, uma campanha nas redes
sociais denominada redução da maioridade penal com Argumentos Religiosos? #NãoEmMeuNome. O objetivo do Conselho é chamar atenção para a importância de um debate mais profundo sobre o tema e, também, rechaçar o viés religioso como argumento para a redução. A participação tem sido ampla e pessoas de diferentes Igrejas e religiões aderiram a hashtag #NãoEmMeuNome. Fonte: Conic
Segundo a Cáritas Arquidiocesana, foram arrecadadas 7 toneladas de alimentos. Um destaque do evento foi a sustentabilidade. Para a limpeza do sambódromo, onde ocorreu a solenidade, foram adquiridas
Desafios e oportunidades para a educação católica Com o tema “Mística, conhecimento e competências – Desafios e oportunidades para a Educação Católica nas Culturas C o nt e mp o r â n e a s”, o 3º Congresso Nacional de Educação Católica debaterá os desafios enfrentados na educação e as transformações para o ensino hoje. O even-
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Núncio Apostólico vai à periferia de São Paulo
to é organizado pela Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (Anec) e ocorrerá de 15 a 18 de julho, na PUC-PR. O Congresso refletirá, ainda, sobre o processo de mercantilização da educação no Brasil nas últimas três décadas. Informações: www.anec.org.br.
A Paróquia Natividade do Senhor, na Região Episcopal Santana, receberá no sábado, 30, a visita do Núncio Apostólico, Dom Giovanni D’Aniello, e do Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo. Às 18h haverá uma missa na nova matriz paroquial (rua Augusto Rodrigues, 2.200), concelebrada pelo Padre Andrés Gustavo, pároco.
Fonte: Anec
(por Edcarlos Bispo)
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Destaques das Agências Internacionais
| Igreja em Missão | 9 Filipe David
Correspondente do O SÃO PAULO na Europa beatificacionromero.org
El Salvador
Beato Oscar Romero: opção evangélica pelos pobres Dom Oscar Romero foi beatificado na manhã do sábado, 23, em El Salvador, em celebração que contou com a participação de mais de 300 mil pessoas. O Papa Francisco determinou que o martírio do beato seja celebrado em 24 de março, dia em que Dom Oscar Romero “nasceu para o céu”. A missa de beatificação foi presidida pelo Cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos. Na homilia, Dom Angelo disse que “sua opção pelos pobres não foi ideológica, mas evangélica”. Oscar Arnulfo Romero nasceu em 1917, na Ciudad Barrios, em El Salvador. Conhecido por seu caráter tímido e reservado, ingressou no seminário menor em San Miguel com padres claretianos aos 14 anos e, em seguida, foi estudar com padres jesuítas em San José. Terminou sua formação em Roma e foi ordenado sacerdote aos 25 anos. Seu trabalho pastoral foi desempenhado durante 20 anos em San Miguel. Foi elevado ao episcopado em 1970, com o lema “Sentir com a Igre-
ja”. Foi nomeado diretor do semanáro Orientación. Tornou-se arcebispo de San Salvador em 1977. No contexto da guerra fria, San Salvador, capital do país tornou-se o palco de conflitos internos cada vez mais acirrados entre guerrilhas e grupos comunistas, de um lado, e o governo, de outro. Uma terceira fonte de violência foram os “esquadrões da morte”, organizações paramilitares criadas por policiais e militares para combater os guerrilheiros, muitas vezes com assassinatos e outros crimes. Dom Romero denunciou a violência de ambos os lados, atraindo sobre si o ódio de comunistas e anticomunistas. Em 1980, após uma homilia em que pedia o fim da repressão, Dom Romero foi assassinado com um tiro no coração durante a missa que celebrava. Em 1983, o Papa João Paulo II, em visita a San Salvador, recordou o testemunho do “pastor zeloso e venerável”, que “lutou pelo fim da violência e pelo restabelecimento da paz”, e fez um pedido: “Ao recordá-lo, peço que sua memória seja sempre respeitada e
que nenhum interesse ideológico pretenda instrumentalizar seu sacrifício de pastor entregue ao seu rebanho”. A causa para a beatificação de Dom Romero foi aberta em 1993. Ambos os papas, Bento XVI e Francisco, têm grande estima por ele. Neste ano, o Papa Fransisco reconheceu oficialmente o seu martírio, já que morreu em ato de ódio contra a fé. Isso significa que não é necessário comprovar um milagre para que ele seja beatificado. Em sua carta ao atual arcebispo de San Salvador, Dom José Luis Escobar Alas, o Papa Francisco afirmou: “Em tempos de difícil convivência, Dom Romero soube guiar, defender e proteger o seu rebanho, permanecendo fiel ao Evangelho e em comunhão com toda a Igreja. Seu ministério se distinguiu por uma atenção particular aos mais pobres e marginalizados. E no momento de sua morte, enquanto celebrava o Santo Sacrifício do amor e da reconciliação, recebeu a graça de se identificar plenamente com Aquele que deu a vida por suas ovelhas”. Fontes: CNA/ ACI/ Catholic Herald
Dom Oscar Romero, beatificado no dia 23
Síria
Sacerdote e diácono são sequestrados Na quinta-feira, 21, homens armados entraram no Monastério de Mar Elian, na cidade de Qaryatayn, no centro-oeste da Síria, e sequestraram o superior, padre sírio Jacques Mourad, e também o diácono Boutros Hanna. Na manhã do mesmo dia, o Padre Jacques enviava uma mensa-
gem a amigos em que expressava sua inquietude com respeito ao avanço do grupo Estado Islâmico na região: “Nós vivemos neste momento um tempo difícil, [com] muita tensão, já que os extremistas do ‘Daesh’ [acrônimo do ‘Estado Islâmico’ em árabe] se aproximam de nossa cidade de Qarya-
tayn após suas conquistas de Palmyra, onde mataram muitas pessoas, cortando-lhes a cabeça... É terrível o que vivemos... Hoje estamos aqui, amanhã não se sabe... A vida se torna complicada... Rezem por nós, por favor.” Na quarta-feira, 20, a cidade de Palmyra foi tomada pelo grupo. Ao
menos 217 pessoas foram executadas depois do início dessa ofensiva, incluindo mulheres e crianças. O Patriarca católico-sírio de Antioquia, Dom Inácio José Younan, convidou os fiéis a orar pelos sequestrados. Fontes: Le Monde/ Famille Chrétienne/ Fides
Portugal
Reino Unido
Diretor do Museu Nacional de Arte Antiga entrega manifesto ao Papa
Coro da Capela Sistina cantará com anglicanos
António Filipe Pimentel, diretor do Museu Nacional de Arte Antiga de Lisboa, junto com outros 16 historiadores de diversos países, vai entregar ao Papa, na quarta-feira, 27, um manifesto sobre o patrimônio e a cultura como formas de diálogo fraterno entre os povos. Segundo Felipe Pimentel, não se trata “apenas” da destruição de “bens insubstituíveis e de primeira grandeza”, mas sim de valores que definem a humanidade. Para ele, o patrimônio e a cultura são portadores daquilo que
O Coro da Capela Sistina, conhecido como “Coro do Papa”, vai cantar na Abadia de Westminster, em Londres, no fim de semana de 30 e 31, oferecendo ao público, gratuitamente uma rara oportunidade de apreciar uma das mais célebres fundações musicais do mundo. No sábado, 30, às 17h, a “Oração da Tarde” terá peças musicais das tradições Católica Romana e Anglicana. A visita tem um sig-
de “melhor foi feito ao longo dos tempos por cada geração”, e nesse sentido são também como que “mensageiros da paz”. Oferecendo o manifesto “Arte e Cultura a Serviço da Paz no Mundo” ao Papa, o responsável português quer dar força ao seu alerta: “Devido à ação do Estado Islâmico, a humanidade está pouco a pouco a perder meios privilegiados de comunhão, de aprendizagem, transmissão de valores e tradições entre os povos. Fonte: Ecclesia (redação: Henrique Sebastião)
nificado especial para a Abadia, onde, em setembro de 2010, Bento XVI rezou com o arcebispo de Cantuária no Altar de São Eduardo. Daí partiu o convite ao Coro de Westminster para cantar na Basílica de São Pedro, na solenidade de São Pedro e São Paulo, em junho de 2012. A visita do Coro da Sistina a Londres representa um novo passo para as ações de reconciliação entre as duas comunhões. Fonte: News.Va (redação: Henrique Sebastião)
10 | Viver Bem |
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Comportamento
Ser mãe no século XXI Simone Ribeiro Cabral Fuzaro culiaridades na formação dos
Neste mês em que celebramos o dia das mães, parece bastante adequado refletirmos sobre o papel de mãe e sua importância na sociedade hoje. Nos dois últimos séculos, passamos por diversas mudanças socioculturais, por uma série de revoluções e pela busca de uma nova organização social, especialmente no que diz respeito ao papel social da mulher. Com base nos conceitos de igualdade da Revolução Francesa, eclodiu o movimento feminista e se deu a saída da mulher para o mundo do trabalho, para um acesso amplo às formações universitárias, à busca de cargos gradativamente mais altos nas empresas, bem como salários cada vez mais significativos no orçamento familiar. Essa nova ocupação e função social da mulher com certeza trouxe ganhos: mulheres lideram equipes de modo diferente, dão um tom feminino aos ambientes empresariais, por serem competitivas se saem muito bem comercialmente. Além disso, engrandeceram-se com formações sólidas e especializadas, ganhando do ponto de vista cultural. Contribuem com a ascensão socioeconômica da família, na medida em que cooperam com o orçamento familiar... Porém, existe uma questão bastante polêmica e ainda mal resolvida na vida da mulher moderna: como fica a maternidade nesse novo panorama feminino? É mesmo verdade que existem pe-
Hoje, nos surpreendemos correndo atrás de recursos materiais para maior conforto, para escolas melhores, viagens maravilhosas e não percebemos que a fome de nossos filhos é de outra natureza - de companhia, de afeto, de um cheiro gostoso de “lar”. Não tenciono recriminar, aumentar a culpa e nem fazer um discurso machista, ao contrário, penso que precisamos encarar essa realidade de olhos e mente bem abertos para acharmos soluções adequadas e equilibradas. Não
filhos e na constituição da família que fazem parte da natureza feminina ou essa seria somente uma ideia machista, construída culturalmente para manter a mulher mais presa à família, dando ao homem maior liberdade e projeção social? Segundo o psiquiatra e psicanalista Pedro Carlos Primo, muitos estudos na área mostram a importância crucial de uma boa maternagem para a saúde física e mental dos bebês e crianças. Tendo o feto sido gerado dentro da mãe, criase uma unidade Com base nos conceitos de biopsiquíca, que igualdade da Revolução a torna a pessoa Francesa, eclodiu o mais indicada para cuidar, se movimento feminista e se deu comunicar, per- a saída da mulher para o ceber e conter mundo do trabalho, para um as angústias do acesso amplo às formações pequeno. Além universitárias, à busca de disso, não se cargos gradativamente pode negar que mais altos nas empresas, durante grande parte da vida bem como salários cada das mulheres, vez mais significativos no mens a lmente, orçamento familiar. o organismo feminino se prepara para a ma- é possível mantermos essa ternidade. Seria possível que situação que vem nos consutodo esse aparato biológico mindo e consumindo pessoas fosse absolutamente cindi- e valores que tanto prezamos. do da estrutura psíquica da Mulheres, mães, somos mulher, não proporcionando inteligentes, somos criativas, nenhum tipo de “tendência” temos muitos dons: vamos usá à maternagem? Já temos visto -los na promoção de uma reque, quando não desempe- flexão profunda e de mudannharmos esse papel que nos ças efetivas em favor de nossas é próprio, as famílias ficam famílias e de nós mesmas! menos adequadas ao cresciSimone Ribeiro Cabral Fuzaro é mento saudável e equilibrado fonoaudióloga e educadora; Mestre em Distúrbios da Comunicação pela PUC-SP; dos filhos - essa sim a maior especialista em linguagem; e coordenadora riqueza de nossas vidas! da Escola de Educação Infantil Pedrita
Cuidar da Saúde
Amigdalite precisa de antibióticos? Cássia Regina
Amigdalite é a inflamação das amigdalas que pode ser de causa viral ou bacteriana. Os sintomas mais comuns são: congestão nasal, dor de garganta, mal-estar geral e, em alguns casos, febre. É importante saber que nem toda
amigdalite é tratada com antibiótico, pois quando a causa é viral o tratamento é sintomático, devendo o médico ofertar abundantes líquidos, mel, principalmente à noite, e soro fisiológico para umidificar e desobstruir as vias nasais. Quando a causa for bacteriana é que se precisa de antibióticos. En-
tão, fique atento às informações que os profissionais de saúde dão durante a consulta. Se automedicar com antibióticos só faz com que as bactérias fiquem resistentes e as doenças se tornem mais difíceis de serem tratadas. Dra. Cassia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF)
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Falta de planejamento dificulta integração de haitianos Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com
O falatório é generalizado. Dispersos pelo pátio e estacionamento da Paróquia Nossa Senhora da Paz, no Glicério, algumas dezenas de haitianos se aglomeram logo que veem uma câmera fotográfica ou uma filmadora. A reação não é para ter 15 minutos de fama, mas para mostrar a indignação diante de uma imagem publicada em um jornal da grande imprensa na quarta-feira, 20. A foto em questão mostra um jovem negro haitiano, nu, usando o mictório para fazer higiene pessoal nas instalações improvisadas da Paróquia Nossa Senhora da Paz, no Glicério, que abriga imigrantes. Em entrevista ao O SÃO PAULO, o Padre Paolo Parisi, coordenador da Missão Paz, mantida pelos missionários scalabrinianos, explicou que devido ao pouco espaço que possuem, diante da demanda sempre crescente, o ambiente mostrado na fotografia não é usado como mictório. “A impressão da foto é que o mictório é utilizado para urinar e a pessoa estava tomando banho, mas foi feito um acordo entre os próprios haitianos para que aquele espaço não fosse usado para urinar e apenas para lavar roupas”. Ana Paula Caffeu, assistente social da Missão Paz, se referiu à foto como “horrorosa e de mau gosto”.
A situação dos haitianos no Brasil
Atualmente, a Casa do Migrante, também ligada aos missionários scalabrinianos, acolhe cerca de 110 imigrantes, e a Paróquia Nossa Senhora da Paz, cerca de 170. Na sua maioria são haitianos que receberam o visto humanitário e legalmente entraram no País. A grande questão é que ao dar o visto humanitário, o governo brasileiro não criou as condições favoráveis para que os imigrantes pudessem sobreviver no País. O Padre Paolo destaca a importância que o Brasil teve ao conceder o visto humanitário, porém as autoridades brasileiras não pensaram nas consequências. “Precisa planejar. Se fez uma boa ação ao abrir as portas, não percebeu que isso cria demandas de serviços de acolhida, cursos de português, mecanismos de integração. Quando se oferece vagas de tra-
balho, por exemplo, precisa-se de pessoas que falem francês. Tudo isso criou uma bola de neve, que encontrou o governo despreparado. Algumas coisas começaram a acontecer. Em 2014, surgiu em São Paulo um abrigo emergencial, mas a Igreja Católica já fazia isso desde 2010 em Manaus, Cuiabá, Rio de Janeiro...”, afirmou. Além disso, a lei de imigração brasileira é ultrapassada e tem resquícios da ditadura militar. A falta de uma ação conjunta entre os países latino-americanos tem dado espaço para que “coiotes” entrem em ação, aliciem os imigrantes e criem rotas clandestinas para a entrada no País. “Todos os países envolvidos precisam conversar e estabelecer regras para esse assunto. As pessoas são assaltadas no caminho e chegam no Brasil sem nada, muito iludidas acreditando que aqui é uma coisa esplendorosa”, destaca a assistente social Ana Paula.
O papel da Igreja
A Igreja não é o poder público, ou seja, ela não deve ser o principal ator quando o assunto é criar mecanismos legais, gerenciar recursos financeiros e fazer ações que a ele compete, porém desde a chegada dos primeiros grupos de haitianos no Brasil, a Igreja Católica – em suas diversas frentes de trabalho – tem sido a principal articuladora e realizadora das ações de acolhida e encaminhamentos dos imigrantes que entram no País. O Padre scalabriniano conta que sua congregação fez e faz tudo o que pode para acolher as centenas de milhares de imigrantes que chegam ao Brasil, porém o poder público em suas três instâncias – federal, estadual e municipal – devem se articular para tratar dessa questão. “A ação da Igreja quase que substituiu a ação do Estado. O Estado tem que se mexer mais, não pode delegar que a Igreja faça o que é papel do Estado fazer”, afirmou.
O trabalho e o resgate da dignidade
O haitiano Moise Jean, 37, mostra o crachá da empresa que o contratou. Há dois meses no Brasil, o pai de quatro filhos precisa mandar dinheiro para o Haiti, porém a empresa que o contratou para fazer serviços de pedreiro, após um mês de trabalho não pagou o que havia sido combinado. Moise,
então, deixou a cidade de Parauapebas (PA), voltou para São Paulo, e agora aguarda no pátio da Igreja da Paz a oportunidade de trabalhar novamente. Ana Paula, que também é responsável pelo eixo trabalho da Missão Paz, destaca que há uma triagem entre os empregadores. Uma palestra de duas horas em dois dias da semana para explicar o que é a Missão Paz, quem são os imigrantes e o que buscam no País. Só depois da participação do empresário nessa palestra e a assinatura dos termos de compromisso que assinará a carteira de trabalho do funcionário e agirá de forma ética, é que a contratação pode ser feita. De acordo com ela, apenas um terço das empresas que procuram a Missão Paz acabam contratando. O problema se dá nas ruas ao entorno da Missão, pois muitas empresas que não são aprovadas para contratar, colocam “aliciadores” que acabam enganado os imigrantes. Além disso, Ana Paula destaca que os trabalhadores imigrantes “são pessoas incríveis que trazem na bagagem uma formação técnica, uma qualificação acadêmica” e mesmo que o índice de formados tenha caído – até novembro de 2014 era 90% dos imigrantes que chegavam na cidade, atualmente esta em 75% -, o percentual ainda é elevado.
Luciney Martins/O SÃO PAULO
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a revelação da qualidade de negativo da imagem, que desencadeou todo o grande interesse, ocorreu exatamente no período histórico em que o materialismo e o cientificismo tomavam conta dos corações, e reverteu as atenções para as coisas santas
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Henrique Sebastião Especial para O SÃO PAULO
egue até 24 de junho, uma nova exposição do Santo Sudário, que teve início em 19 de abril, em Turim, na Itália. O arcebispo da cidade, Dom Cesare Nosiglia, presidiu a missa de abertura da mostra da relíquia aos fiéis. O Papa Francisco viajará a Turim entre 21 e 22 de junho para venerar a relíquia, junto com um milhão de pessoas que já se inscreveram para ver o pano sagrado. Como em 2010, quando atraiu 2 milhões de pessoas, o Sudário está exposto na Catedral de Piemonte, com acesso gratuito. Os organizadores esperam que a visitação deste ano supere os recordes.
Um homem transpassado de dores
Sudário vem do latim sudarium, e designa o lençol que era usado para envolver cadáveres, ou mortalha. O Santo Sudário é um manto retangular de puro linho, de 4,36 por 1,10 metros, fiado à mão. No ano 1532, houve um incêndio na Capela de Chambéry, na França, onde a relíquia estava guardada dentro de uma caixa de prata. Com o calor, a prata derreteu e gotejou sobre o tecido, provocando queimaduras. Os triângulos irregulares que se vê são ao longo do Sudário são os remendos dessas partes queimadas, feitos por Irmãs Clarissas. Quem observa a peça estendida pode ver a sútil e impressionante figura de um corpo humano em tamanho natural. De fato, são duas imagens no tecido: o corpo de frente e de costas. A imagem mostra claramente que o corpo foi depositado sobre uma metade do lençol, sendo a outra parte depois passada por cima da cabeça e estendida até os pés. A figura é formada por manchas e mostra um homem esguio, de mais ou menos 1,80 metros de altura. O “Homem do Sudário” é semelhante à imagem clássica de Jesus. O exame da figura mostra que foi espancado, flagelado e crucificado. O rosto apresenta sinais de traumas, com deformações do inchaço causado por pancadas; os ombros estão erguidos, como se o corpo tivesse permanecido suspenso pelos braços até o momento da morte; há uma ferida no ombro direito; os joelhos estão escoriados; fios de sangue na nuca e na testa dão a impressão que algum tipo de coroa de espinhos foi cravada na cabeça. As mãos estão cruzadas sobre o abdômen e nos pulsos notam-se feridas graves. Os polegares não aparecem na imagem, o que é particularmente
interessante, já que a lesão do nervo mediano, provocada por cravos atravessando os pulsos, faria os polegares se contraírem. Acima do flanco direito nota-se uma ferida perfeitamente compatível com a que causaria uma lança romana. Ao redor da mancha sanguínea há uma outra, somente visível por meio de raios ultravioleta, mostrando que sangue e água fluíram abundantemente da ferida. No torso, há decalques de sangue em formas regulares, aos pares e paralelamente, indicando chicotadas repetidas (estudos demonstram que foram 120), produzidas por dois homens de estaturas diferentes, posicionados um a cada lado do supliciado. O pé direito foi apoiado diretamente no madeiro; o esquerdo foi posto sobre o direito e ambos pregados juntos.
Pesquisas científicas
As primeiras fotografias tiradas do Sudário determinaram o grande interesse popular e científico pela relíquia, até então considerada mais um simples objeto de devoção. Tudo começou em 1898, quando Secondo Pia obteve autorização para fotografar o Sudário. Na câmara escura, revelando as imagens, o advogado e fotógrafo teve a maior surpresa de sua vida: diante de seus olhos espantados foram surgindo, aos poucos, definições cada vez mais perfeitas e ricas em pormenores. Trêmulo, percebeu que a imagem da chapa era muito mais nítida do que a que se via diretamente no pano. Como fotógrafo, imediatamente percebeu que a imagem do Sudário era uma espécie de negativo fotográfico! Desde então, o Sudário passou a ser estudado como um dos mistérios mais apaixonantes. Haveria como um falsificador reproduzir, há séculos, uma imagem com características de negativo fotográfico? Com o passar do tempo e o uso de computadores e técnicas cada vez mais avançadas, foram sendo feitas descobertas impressionantes sobre a relíquia. Em 1973, o Dr. Max Frei Sulzer, perito criminalista, descobriu na peça certas espécies de pólen provenientes de plantas encontradas exclusivamente na região da Palestina, típicas de Jerusalém e arredores. Averiguações científicas certificaram que a imagem do Sudário não apresenta sinal de direção, isto é, não foi pintada nem desenhada.
Novos estudos
Assim, o estudo da famosa relíquia foi intensificado. Em 1978, formou-se uma grande equipe internacional de
O Santo Mortalha experts, que recebeu a sigla STURP (do inglês Shroud of Turim Research Project: Projeto de Pesquisa do Sudário de Turim), num esforço para avaliar a relíquia segundo a metodologia científica mais avançada. Seus resultados finais foram publicados em 1981, com a seguinte conclusão: “Não é produto de um artista. As manchas de sangue são compostas de hemoglobina e também foram positivadas para albumina de soro. A imagem é um mistério contínuo, (...) o problema permanece sem solução”, consta em texto disponível no Portal Stera. De todas as questões levantadas pelo estudo do Sudário, a que mais impressiona é o fato de sua “impressão” ser extremamente superficial: a coloração que forma a imagem não penetra os fios, tocando apenas as microfibras externas da trama, sobre uma profundidade mínima (40 microns), conforme detalha Eurípides Cardoso Menezes, no livro “O Santo Sudário à Luz da Ciência”. Isso exclui aplicação de líquidos ou impregnação. A impressão é composta apenas
por fibrilas amareladas, e a coloração que compõe a imagem é produto de uma desidratação da celulose de origem desconhecida; em outras palavras, trata-se de uma espécie de queimadura, que só poderia ser provocada por exposição a uma fonte de luz extremamente intensa. De fato, ali se encontram – e isso não é matéria de fé – registros até hoje inexplicados de alguma forma de energia desconhecida, gerada no momento exato da formação, por inteiro, da imagem no Sudário. Em 1988, um pequeno pedaço foi recortado do Sudário e submetido ao teste de Carbono 14, sistema de datação de artefatos. Se o Sudário era a mortalha de Jesus, teria que ser do primeiro século. O teste foi aplicado por equipes independentes, das universidades de Oxford (Inglaterra), Tucson (Estados Unidos) e Instituto de Tecnologia de Zurique (Suíça). O relatório final, supervisionado pelo Museu Britânico, determinou: “Data entre 1260 e 1390. Século XIII”. Muitos fiéis ficaram decepciona-
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Reprodução
Descoberta coloca em dúvida resultados do C-14
Sudário de Cristo? dos. O então arcebispo de Turim, Cardeal Anastacio Ballestrero, declarou que o Sudário não era uma relíquia dos tempos de Cristo, mas uma reprodução medieval. Seria o Sudário uma impressionante obra de arte, de um período em que centenas de relíquias religiosas eram falsificadas e in-
discriminadamente comercializadas? Algo não se encaixava. O fato é que um único resultado contrariava todos os resultados das muitas análises realizadas antes. Como descartar tantas evidências em prol da autenticidade em razão de um único teste negativo?
O Sudário de Turim, uma mensagem para os dias de hoje O Padre Alessandro de Bourbon Savoia Aosta, descendente da família Savoia, que por séculos foi a proprietária do Santo Sudário (até 1983, quando a relíquia foi doada ao Vaticano após a morte de Umberto II), prestou a maior parte das informações deste artigo. Ele cresceu ouvindo histórias sobre o tema, inclusive a respeito de sua bisavó, que cerziu o tecido sagrado assistida por freiras e de joelhos, em oração e usando agulhas de ouro. Para ele, o Sudário é uma mensagem para os dias de hoje; a revelação da qualidade de negativo da imagem, que desencadeou todo o grande interesse, ocorreu exatamente no período his-
tórico em que o materialismo e o cientificismo tomavam conta dos corações, e reverteu as atenções para as coisas santas. O sacerdote lembra que é assim que Deus costuma agir: deixa pistas, mas não se mostra claramente. É missão de cada ser humano encontrá-Lo, oculto por trás das aparências. Se o Sudário não for o pano que envolveu o corpo do Cristo, isso não muda em nada a fé cristã. Mas, se for, é o objeto mais sagrado de todos os tempos, porque pode ser a prova viva de um tremendo e inexplicável fenômeno que aconteceu àquele corpo, guardado num túmulo escuro há 2 mil anos.
No ano 2000, um casal de leigos sem formação científica, fez a descoberta de algo que até então nenhum doutor havia notado. Os norte-americanos Joseph Marino e Susan Benford, por meio de simples exame visual em imagens disponibilizadas pelo STURP na internet, notaram que havia uma espécie de “remendo invisível”, exatamente na parte do Sudário recortada para análise. Aprofundaram a pesquisa e descobriram que esse tipo de remendo era muito usado na Idade Média para reforçar tecidos de valor, conhecido como “retecelagem francesa”. Maravilhados, perceberam que estavam diante de uma grandiosa descoberta: a análise por C-14 poderia ter sido feita numa parte remendada do tecido, o que provocaria um erro completo na datação. Procuraram o Beta Analytic – maior laboratório de datação por C-14 do mundo -, que confirmou que uma mistura de remendos do ano 1500 ou posterior causaria uma falsa datação para o século XIII. Tudo se encaixava. Joseph e Susan procuraram a ajuda dos membros do STURP, mas foram ridicularizados por cientistas céticos, como o paleontólogo Dr. Raymond Rogers. Como leigos poderiam contestar resultados obtidos por uma equipe científica abalizada? Só com muita insistência, e depois de apresentarem fortes evidências em favor de sua teoria, conseguiram a preciosa colaboração de outro membro do STURP: o Dr. Barriem Schwortz. As reproduções ampliadas das fotografias das amostras do Sudário datadas pelo C-14 foram, então, submetidas à apreciação de diversos especialistas, sem revelar que se tratava do tecido do Sudário. O resultado foi a opinião unânime de que aquela amostra parecia mesmo retecida. Tais evidências levaram Dr. Schwortz a reexaminar as imagens das amostras microscopicamente, e assim ele comprovou que ali, diferente de todo o restante do tecido do Sudário, havia sinais de algodão, pigmentação e resina. Além disso, notou que as fotografias com ultrafluorescência mostravam, naquela área específica, um contraste diferente do restante do material, o que demonstrava clara adulteração. Assim, ele resolveu, pessoalmente, pedir ajuda ao seu colega, que ainda tinha em seu poder alguns pre-
ciosos fios do material coletado do Sudário: o cético Dr. Raymond Rogers. Dr. Rogers, conhecido pela truculência e ironia com que recebia as contestações aos resultados obtidos pelo C-14, muito a contragosto localizou os fragmentos que tinha guardado da amostra do Sudário, para examiná-los sob o microscópio de seu laboratório particular. E esse breve exame fez com que mudasse sua atitude cética e se tornasse um dos maiores defensores da necessidade de um novo teste de datação. Sob a poderosa lente de aumento, ele mesmo detectou a presença de micro fragmentos de algodão, pigmentação e resinas, elementos que não existem em nenhuma outra parte do Sudário, feito de puro linho. – Uma prova incontestável de que a parte do tecido retirada para datação estava contaminada. Levando-se em conta a hipótese da retecelagem, todas as lacunas encontradas no estudo do Sudário são perfeitamente preenchidas, como a margem de erro de praticamente 200 anos entre um resultado e outro. A Universidade do Arizona, no teste 1, datou a relíquia como sendo do ano 1238; Oxford como do ano 1246; O Instituto Tecnológico de Zurique como do ano 1376; e o teste 2, da Universidade do Arizona, como do ano 1430. Os resultados obtidos por C-14 costumam ser específicos (a margem de erro comum é de 30 anos para mais ou menos); no caso do Sudário, estranhamente, há uma variação de praticamente 200 anos. Dr. Rogers voltou a acreditar. Logo após a sua incrível descoberta, enviou seus fragmentos ao colega microscopista Dr. Robert Vilarreal, que tinha acesso a equipamentos mais avançados para análise do material. Quando o resultado saiu, Dr. Rogers já havia falecido, vítima de câncer. Ele nunca soube que as análises demonstraram que as amostras eram constituídas, de fato, por duas fibras de materiais diferentes entrelaçadas, coladas e tingidas para tornar o remendo invisível. Estavam derrubados, afinal, os polêmicos resultados da datação de 1988. As informações sobre as pesquisas e esforços do casal Joseph Marino e Susan Benford estão disponíveis no documentário “O Mistério do Santo Sudário”, produção do Discovery Channel, do ano de 2004.
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Com a Palavra Cardeal Cláudio Hummes
‘Igreja precisa mover-se, sem medo do novo’ Rafael Alberto
Especial para O SÃO PAULO
Aos 80 anos, o Cardeal Cláudio Hummes celebrou, na segunda-feira, 25, seus 40 anos de ordenação episcopal. Nomeado bispo pelo Papa Paulo VI, em 1975, Dom Cláudio foi arcebispo de São Paulo entre 1998 e 2006. Depois tornou-se prefeito da Congregação para o Clero. Hoje emérito, o Cardeal segue como presidente de uma comissão da CNBB responsável pela Igreja na região da Amazônia. Nesta entrevista exclusiva, ele recorda a trajetória de seu episcopado. O SÃO PAULO – 40 anos como bispo.
O senhor pode fazer um retrato do seu episcopado?
Cardeal Cláudio Hummes - Não me sinto muito à vontade para fazer este retrato, pois é longo e complexo. Digo apenas que hoje me sinto feliz e grato a Deus por ter-me chamado, confiado em mim, apesar de tantos limites meus. Nunca pedi para presidir ou coordenar tal ou tal serviço eclesial. Sempre acolhi o que a comunidade, por meio de seus responsáveis, me pediu, enxergando nisso o chamado de Deus. Assim, sei que foi Deus quem me conduziu e me deu o encorajamento constante e as forças para ir em frente, apesar das dificuldades e o tamanho da estrada a percorrer. O Espírito de Deus me iluminou e fortaleceu. Tive, assim, a graça de experimentar tantas vezes como Deus ama seu povo, como me ama e me amou primeiro. A Ele hoje eu canto, com São Francisco de Assis: “Louvado sejas, meu Senhor!” Na verdade, sei que estou escrevendo o último parágrafo de minha vida. Se ele será breve, médio ou longo, não sei. Só peço a Deus que “enquanto perdurarem meus dias”, Ele continue a meu lado me ampare e me dê serenidade.
O senhor testemunhou momentos históricos diferentes no Brasil: Ditadura, redemocratização... Poderia nos falar sobre isso?
Quando, como bispo recém-ordenado, cheguei à Diocese de Santo André (SP), em junho de 1975, estávamos ainda sob a ditadura militar. Já havia sentido seu peso antes, quando, entre 1969-72, fui diretor da Faculdade de Filosofia de Viamão (RS), onde estudava grande parte dos seminaristas gaúchos. Ali houve prisões de alguns de nossos estudantes, acusados de “subversão” política! Fui chamado ao DOPS de Porto Alegre para prestar explicações. Por fim, conseguimos libertar os seminaristas. Mais tarde, um seminarista, Bolzan, que trabalhava na secretaria da nossa Faculdade, foi morto a tiros no centro de Porto Alegre. Alegou-se que fora vítima de tiros cruzados! Chegando a Santo André,
não foi nenhuma surpresa dar de cara de novo com a repressão da ditadura contra os que ela chamava de “subversivos”, com a característica de serem principalmente operários (as). A Diocese de Santo André se estende sobre todo o Grande ABC (Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra). Era, então, o coração da indústria moderna do Brasil, com concentração enorme de multinacionais, especialmente montadoras de automóveis, entre as quais se destacava a Volkswagen com mais de 40 mil funcionários! Em toda a Diocese, na época, havia cerca de 250 mil metalúrgicos e muitas outras categorias de trabalhadores. Tudo estava sempre fortemente vigiado pela ditadura, pois ali havia enormes forças de resistência esperando o momento de levantar a cabeça. Ouvi, então, muitas histórias de torturas e mortes de pessoas que tinham sido presas. O levante dos metalúrgicos do ABC paulista começou a crescer a partir das greves parciais de 1977 e 78 e depois as gerais de todo ABC em 1979, 80, 81 e assim por diante até a redemocratização, conduzidas por novas lideranças sindicais, que depois se transformaram em lideranças políticas. Os trabalhadores tinham a convicção que tudo, por fim, deveria passar pela política. Foi nesse longo e sofrido período da redemocratização que fui bispo de Santo André, por 21 anos. A Igreja no ABC foi iluminada por Deus para não se omitir nesse processo. Entramos na ambiguidade das situações diárias, para apoiar “as reivindicações justas e os métodos pacíficos”, ao mesmo tempo que consolar os feridos, curar suas feridas, renovar-lhes a esperança e evangelizar a grande sociedade, com “a opção preferencial pelos pobres”. As CEBs se multiplicaram, chegando a mais de 500 na Diocese. As pastorais sociais floresceram. O Cursilho de Cristandade fazia um bom trabalho. Após a redemocratização, veio a Renovação Carismática Católica, muito discutida na época e por muitos rejeitada. Como levar em frente um rebanho agora mais diversificado e já
num outro momento histórico? Meu tempo do ABC foi tudo isso e algo mais.
O que o senhor pode nos falar sobre sua relação com os papas?
Um bispo deve ter uma relação muito forte com cada papa e muito próxima. Não foi diferente comigo. Paulo VI – hoje beato – me nomeou bispo. Não cheguei a encontrá-lo pessoalmente, já que logo depois ele veio a falecer. Sempre o admirei pela capacidade, lucidez e energia com que levou a feliz término o Concílio Vaticano II, iniciaLuciney Martins/O SÃO PAULO do por São João XXIII (Este, sim, conheci de perto e encontrei no Vaticano, numa audiência, com grande emoção, quando eu era ainda padre e fazia doutoramento em Filosofia, em Roma). João Paulo I, que teve poucos dias de pontificado, o conheci antes de ele ser papa, quando veio visitar algumas irmãs na Diocese de Santo André. São João Paulo II, em seu longo pontificado, eu o encontrei muitíssimas vezes, sobretudo nas “Visita ad limina” e nos Sínodos. Era o Papa das multidões! Das viagens! No primeiro encontro com ele, em 1979, quando as greves do ABC estavam fervendo e na Polônia fervia o Solidarnosc, falamos longamente sobre o papel da Igreja em tais movimentos. Ele apoiou muito o Solidarnosc e no Brasil – em especial no ABC – a Igreja apoiava o movimento dos trabalhadores. Bento XVI me chamou a Roma para ser Prefeito da Congregação para o Clero, num tempo que se tornou cada vez mais difícil, culminando com a renúncia do Papa. Para mim, foi muito enriquecedora a experiência. Como a Igreja estava sofrida na época!
Com Francisco, o senhor foi decisivo na escolha do nome...
Sim; ele mesmo contou esta história, dias após sua eleição, num encontro com jornalistas do mundo inteiro. Assim, o fato se espalhou. Foi tal qual ele contou. De fato, num impulso interior, eu disse ao seu ouvido (eu estava sentado ao lado dele): “Não te esqueças dos pobres”. Somos amigos, como ele mesmo declarou. Tenho
uma imensa estima por ele. Admiro-o profundamente. Novo Papa, novo tempo. O povo de Deus voltou a sorrir, a levantar a cabeça e ter esperança segura de que este papa fará a necessária reforma da Igreja, tornando-a integralmente missionária, “em saída”, para as periferias, misericordiosa, que não condena, mas encoraja a sair das malhas do pecado e a confiar na misericórdia sem limites de Jesus Cristo e, por fim, uma Igreja pobre e para os pobres, uma Igreja que vai para curar as multidões feridas, excluídas, esquecidas, descartadas, desempregadas, desesperançadas.
Como o senhor vê os desafios na evangelização hoje?
O primeiro desafio é deixar-se interpelar pelo Papa Francisco e decidir-se a caminhar, não para trás, mas para frente, como ele diz. A Igreja precisa mover-se, sem medo do novo. Depois, vêm os desafios que o Papa Francisco nos propõe na Evangelii Gaudium: uma Igreja missionária, misericordiosa, pobre e para os pobres, “em saída”, que derruba muros e faz pontes para chegar a todos, com a alegria do Evangelho. Jesus Cristo deve sempre ser uma boa notícia, a notícia do amor misericordioso e ilimitado com que Deus ama o seu povo e ama a cada um de nós.
O senhor é presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia da CNBB. Como é o trabalho da Igreja lá?
Trabalhar na Amazônia foi um enorme presente de Deus nesta última etapa de minha vida. Além do mais, sentir o apoio explícito do Papa, quando ele veio para a Jornada Mundial dos Jovens e em tantos outros momentos foi um consolo e estímulo a mais. Junto com os demais bispos da Comissão Episcopal para a Amazônia, procura-se sensibilizar as dioceses do restante do País a participar – com envio de missionários (as) e meios materiais – da missão amazônica. Ao mesmo tempo, procuro visitar as dioceses/prelazias, seus bispos, povo, comunidades, na Amazônia Legal. Isso é muito importante, porque me faz conviver com eles, ouvi-los, apoiá-los. Já visitei 25, mas faltam outras tantas. E agora, foi criada a REPAM, a Rede Eclesial Pan-amazônica, da qual também me fizeram presidente neste período inicial de sua concretização. A Rede congloba as dioceses/prelazias/vicariatos apostólicos dos nove países sul-americanos que têm parte da região amazônica. Trata-se de uma rede em que queremos somar forças neste momento crítico para a Amazônia, para evangelizá-la, preservá-la, dar um desenvolvimento sustentável e uma evangelização inculturada, sobretudo para sua população originária, os indígenas, e também todo o grande restante da população local. Sobre isto, poderia falar longamente, mas aqui não há espaço.
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Filipe David
osaopaulo@uol.com.br
Dica de Leitura
Reprodução
São Pio X O Papa Pio X foi eleito em 1903, quando o mundo assistia ao fervilhar de revoluções e ideologias de massa, principalmente o anarquismo. Mas o Papa teve que enfrentar não apenas essa situação externa, mas também reformar internamente a Igreja. Seu trabalho foi essencial para o Código de Direito Canônico que seria publicado em 1917, por seu sucessor Bento XV. O combate aos erros doutrinais que se instalavam na Igreja foi o objeto da sua encíclica contra o modernismo, Pascendi Dominici Gregis. Também o acesso à Eucaristia foi ampliado graças aos seus eforços, que permitiram e incentivaram a comunhão diária dos fiéis e a comunhão das crianças. Nas palavras do Papa João Paulo II: “Um testemunho comovedor de amor pastoral pelas crianças foi dado pelo meu predecessor São Pio X (...). Ele não somente reduziu a idade necessária para aproximar-se da Mesa do Senhor, fruto este de que eu mesmo gozei em maio de 1929, mas ofereceu também a possibilidade de receber a Comunhão até mesmo antes de ter completado sete anos de idade, caso a criança em questão demonstre um discernimento que se possa considerar suficiente.
Cinema Adaline – da importância de envelhecer
(...) Foi uma decisão pastoral que merece ser recordada e elogiada. Ela produziu muitos frutos de santidade e de apostolado entre as crianças, favorecendo o surgimento de mais vocações sacerdotais”. José Maria Javierre conta neste livro, num estilo vivo e penetrante, a vida exemplar de São Pio X, uma criança pobre que se tornaria o Papa que governou com suave firmeza a Igreja entre 1903 e 1914.
Está nos cinemas o filme “A incrível história de Adaline”, com Blake Lively e participação de Harrison Ford. O filme conta a história de Adaline, que, devido a um acidente, parou de envelhecer aos 29 anos. O que deveria ser o sonho de toda mulher (afinal, quanto não se pagaria por nunca ter nenhuma ruga), para Adaline trouxe consequências indesejáveis. Nunca envelhecer significa viver uma vida de solidão, separada do resto da humanidade, sem poder criar raízes, ter uma vida em família. Mas seria esse o maior problema? Será que uma vida puramente humana sem a perspectiva do envelhecimento e da morte não perderia também o seu sentido mais profundo mesmo se todos estivessem na mesma situação? A narrativa do Gênesis nos en-
sina que a morte entrou no mundo como consequência do pecado original. O que é descrito como uma “punição” divina, não seria ao mesmo tempo um ato de misericórdia? É claro que a vida humana é um bem, mas é também uma vida de privação, um “vale de lágrimas”, um tempo de combate. Sem fim, a vida – como todo movimento – não teria sentido. Mas “fim” é uma palavra ambígua. Significa o término, o ponto em que um movimento acaba, ou pode significar o seu objetivo, sua finalidade. A vida eterna, tal como prometida pelo Cristo, não pode ser uma mera continuação desta vida, mas um estado diferente, glorioso, em que “Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem luto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas” (Ap 21,4).
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Mulheres e futebol: união de longa data Pablo de Sousa
Exposição ‘Visibilidade para o Futebol Feminino’, inaugurada no Museu do Futebol, mostra a relação das mulheres com o esporte mais popular do País Daniel Gomes
danielgomes.jornalista@gmail.com
A partir de 9 de junho, a seleção brasileira tentará conquistar o inédito título da Copa do Mundo de futebol feminino, no Canadá. A lista das jogadoras convocadas foi divulgada pela CBF na segunda-feira, 26 (veja abaixo). Por muito tempo considerado como “esporte pra homem”, o futebol tem passado por uma releitura histórica e isso pode ser percebido na exposição “Visibilidade para o Futebol Feminino”, inaugurada no dia 19, no Museu do Futebol, e que segue até 30 de dezembro. A exposição inclui no acervo principal do Museu a trajetória das mulheres dentro e fora dos gramados. Parte dos itens foi garimpada junto às próprias atletas, e também em contato com clubes e centros de memória no Brasil e no exterior. Há registros, por exemplo, de mulheres jogando futebol no Reino Unido já no final do século XIX. Segundo Daniela Alfonsi, diretora de conteúdo do Museu do Futebol, a exposição atende aos pedidos do público e muitas descobertas foram feitas ainda na fase de preparação e pesquisa, com a ajuda da professora Silvana Goellner, coordenadora do Centro de Memória do Esporte da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Museu do Futebol, no Pacaembu, inaugura exposição que trata da visibilidade do futebol feminino
“Inicialmente, foi difícil encontrar referências da participação feminina no futebol do Brasil. Então, mudamos o foco da pesquisa e em vez de procurar nas páginas esportivas dos principais jornais brasileiros, começamos a achar notícias da participação feminina nas ocorrências policiais. En-
contramos e colocamos na exposição várias manchetes de quando a polícia perseguia as mulheres porque estavam jogando futebol ou de notícias de espaços não oficiais onde as mulheres jogavam. Encontramos a publicidade de um circo famoso da época, nos anos 1920 e 1930, anunciando partidas de
futebol feminino. Esses dois fatos são muito exemplares de como as mulheres sempre jogaram, mas em espaços muito diferentes que os dos homens, que estavam nos clubes e organizavam campeonatos nos espaços oficiais”, detalhou Daniela ao O SÃO PAULO, contando, ainda, que em 1941, por determinação do governo de Getúlio Vargas, as mulheres foram proibidas de jogar futebol no Brasil. A medida só foi revertida na década de 1980. O Museu do Futebol preparou, ainda, uma série de debates e ações educativas sobre o futebol feminino no País. Também foi lançado o site www.futebolfeminino.museudofutebol.org.br, que traz uma agenda de atividades, vídeos e textos; e está sendo feita a digitalização de acervos sobre a história e a participação das mulheres no futebol. Vínculado à Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, o Museu do Futebol fica no Estádio do Pacaembu (praça Charles Miller, s/nº) e pode ser visitado de terça a domingo, das 9h às 17h (permanência até às 18h). O valor do ingresso é R$ 6 e há meia entrada para estudantes, idosos e professores. Pessoas com deficiência e crianças até 7 anos não pagam, e aos sábados a entrada é gratuita para todos. Saiba mais detalhes em (11) 3664-3848.
AGENDA ESPORTIVA Convocadas para a Copa do Mundo de Futebol Feminino Bárbara, Letícia Izidoro e Luciana (goleiras); Géssica, Mônica Hickmann, Tayla e Erika (zagueiras); Fabiana, Poliana, Rafaelle e Tamires (laterais); An-
dressa, Formiga e Thaisa (volantes); Andressa Alves, Maurine, Beatriz, Darlene, Gabi Zanotti, Marta, Rosana e Raquel (meia-atacantes); Cristiane (atacante).
QUARTA-FEIRA (27) Copa do Brasil de Futebol 22h - Palmeiras x ASA (Allianz Parque) DOMINGO (31) Brasileirão de Futebol 16h – Corinthians x Palmeiras (Arena Corinthians)
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Fernando Geronazzo
Colaborador de comunicação da Região
Dom Eduardo Vieira: Cristãos, ‘que todos sejam um’ O Movimento de Fraternidade de Igrejas Cristãs (Mofic) realizou no dia 18, na Paróquia Santa Cecília, uma celebração ecumênica por ocasião da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Estavam representadas as igrejas Católica Apostólica Romana, Ortodoxa Antioquina, Evangélica de Confissão Luterana e Presbiteriana Unida, com a presença de líderes e fiéis. Dom Eduardo Vieira dos Santos, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, acolheu a todos e lembrou o desejo de Jesus Cristo de que “todos sejam um” sob o seu Nome e como é importante rezar pelo respeito e a comunhão entre os cristãos.
Padre Gregório Teodoro, da Igreja Ortodoxa Antioquina, fez a homília sobre o Evangelho de Jesus e a mulher samaritana (Jo 4, 1-42), que inspira o tema desta Semana de Oração – “Dá-nos um pouco da tua água”. Ele destacou que o Senhor não despreza os samaritanos e nem diminui a mulher como naquele tempo os do seu povo faziam. O Padre enfatizou que o ser humano é imagem e semelhança de Deus, de modo que, independentemente do povo e da cultura, todas as pessoas têm a mesma dignidade. Ressaltou, ainda, que não é preciso ir para longe, como ao Oriente Médio, para verificar que a dignidade humana é desprezada, pois
Sé
Paróquia Santa Cecília
Líderes cristãos participam de celebração ecumênica na Paróquia Santa Cecília, dia 18
em cidades como São Paulo isso também acontece. Durante a celebração, todos recitaram o Credo Ni-
ceno-constantinopolitano, como sinal de testemunho de comunhão. Em seguida, rezaram a oração do Pai-
Nosso e houve as preces da comunidade. (Colaborou Padre Pedro Augusto Ciola de Almeida)
Vai começar a 19ª Festa de Rua São Vito Mártir Começa no sábado, 30, e segue até 5 de julho, a 19ª edição da festa de rua da Paróquia São Vito Mártir, no Brás. Considerada a maior festa italiana de rua coberta do Brasil, o evento tem acesso gratuito às mais de 40 barracas com comidas típicas: shows com música ao vivo, entre outras atrações. A festa, que está no calendário de festividades da cidade de São Paulo, é uma iniciativa dos descendentes dos primeiros imigrantes italianos, que desembarcaram em São Paulo. Dentre os diferenciais da culinária local, vale destacar a barraca da guimirella, um prato típico que só é possível de ser degustado nesse evento. Durante o período da festa, haverá missas aos sábados e domingos, às 18h. No dia 14 de junho, acontecerá missa solene em honra a São Vito, às
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Festa terá atividades aos sábados e domingos até 5 de julho, com shows e barracas de comidas típicas
18h30, seguida de procissão com a imagem do padroeiro. A Paróquia São Vito Mártir foi criada em 1940 com o empenho dos imigrantes italianos que vieram da cidade de Polignano a Mare, na província de Bari. São Vito nasceu na Sicília e foi martirizado por volta do ano 300. Embora sua
vida esteja envolta de várias lendas, sabe-se que aos 7 anos já era cristão convicto, contra a vontade do próprio pai. Após ter sido levado ao tribunal e ser açoitado, foi posto em liberdade, mas para não ter que desistir de sua fé fugiu da Sicília junto com seu professor Modesto e sua ama-seca Cres-
cência e sofreram o martírio sob o imperador romano Diocleciano, justamente aquele a quem Vito havia milagrosamente curado da epilepsia. Toda a renda obtida durante as festividades é empregada na manutenção da Paróquia, e em obras sociais como a Inclusão Digital, pela qual
são oferecidos cursos gratuitos de informática a pessoas de baixa renda e atendimentos odontológicos gratuitos à comunidade carente da região do Brás. Parte da renda também será empregada no programa São Vito em Casa que, há anos, conta com a colaboração de diversos voluntários que visitam cortiços instalados na região do Brás, distribuindo cestas básicas, botijões de gás, entre outros itens. Mensalmente, o programa atende a mais de 400 famílias carentes. A19ª Festa de Rua São Vito Mártir, entre 30 de maio a 5 de julho, terá atividades aos sábados e domingos, das 18h à meia-noite. A entrada gratuita na quermesse será pela Rua Polignano A Mare, no Brás. Saiba mais detalhes em (11) 3227-2296 ou www.festadesaovito.com.br.
Gaudium et Spes em destaque no Setor Pinheiros
Festa de Santa Rita na Vila Mariana
O Setor Pinheiros realizou um curso de formação sobre a constituição pastoral Gaudium et Spes, entre os dias 12 e 14, na Paróquia São Paulo da Cruz (Igreja do Calvário). O encontro contou com a participação dos membros dos con-
A Paróquia Santa Rita de Cássia, na Vila Mariana, celebrou a festa de sua padroeira na sexta-feira, 22. Durante todo o dia, a igreja ficou repleta dos devotos da “Santa das causas impossíveis”, nas diversas missas celebradas, uma das
selhos de pastorais paroquiais e agentes de pastorais das seis paróquias que compõem o Setor. O tema foi assessorado pelos padres Siro da Silva Chaves, vigário da Igreja do Calvário, e Renato Cangianelli, pároco da Paró-
quia Mãe do Salvador, que apresentaram os principais aspectos do documento do Concílio Vaticano II proposto pelo 11º Plano Arquidiocesano de Pastoral para ser aprofundado em toda a Arquidiocese em 2015.
quais presidida por Dom Eduardo Vieira dos Santos, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé. Além das missas, aconteceu no pátio da igreja a tradicional quermesse, que se estendeu pelo sábado, 23, e no domingo, 24.
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Santana
Diácono Francisco Gonçalves
Colaborador de comunicação da Região
‘Queremos pedir a Deus o dom da unidade’ Diácono Francisco Gonçalves
Representantes de igrejas cristãs reunidos na Paróquia Sant’Ana
A Paróquia Sant’Ana sediou na quinta-feira, 21, uma celebração ecumênica por ocasião da Semana de Oração
pela Unidade dos Cristãos. A celebração teve como tema “Dá-nos um pouco da tua água” (Jo 4,7) e foi organi-
zada pelo Padre Paulo Gozzi, assessor eclesiástico da Comissão Regional de Ecumenismo, que acolheu a todos. Pastores, reverendos e padres de diversas denominações cristãs participaram da procissão de entrada e se alinharam no presbitério para a cerimônia presidida por Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana. Após a leitura do Evangelho, narrativa de João 4, 7-14, que trata do encontro de Jesus com a samaritana, o Pastor Ernani Roopke, da
Igreja de Confissão Luterana, fez uma reflexão versando sobre a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Em seguida, Lea Herter, da Comissão Regional de Ecumenismo, conclamou os presentes a contribuírem com a oferta destinada à Casa da Reconciliação, sede do Mofic – Movimento de Fraternidade das Igrejas Cristãs, local de encontros para o diálogo ecumênico e inter-religioso, sob a coordenação arquidiocesana do Cônego José Bizon. “Nós queremos pedir a
Deus o dom da unidade, pois num Cristianismo dividido é impossível testemunhar e trabalhar em prol da humanidade”, disse o Cônego Bizon, que está animado com a visibilidade do ecumenismo do Papa Francisco, que tem mantido encontros ecumênicos e falado sobre a importância do tema. Para o Cônego, desde o Concilio Vaticano II, o ecumenismo tem avançado; neste ano, várias celebrações foram realizadas no Brasil e há um noticiário mais intenso no propósito da unidade.
Devoção a Santa Rita leva centenas de fiéis ao Parque Novo Mundo Após a preparação dos devotos em uma novena, a Paróquia Santa Rita de Cássia, no Parque Novo Mundo, festejou sua padroeira, na sexta-feira, 22, com missas durante todo o dia. Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu a missa solene na tarde, concelebrada pelo Frei Maciel Bueno, OSA, pároco; pelo Frei Rodrigo da Silva, vigário e por outros frades agostinia-
nos. Houve ainda a participação do diácono José Carlos Iziquiel. Na homilia, Dom Sergio assinalou que a virtude de Santa Rita em fazer a vontade de Deus se destaca, e assim todos devem pedir por sua intercessão junto a Deus para que sejam amigos de Jesus Cristo e mais determinados na causa do Evangelho. “Quando comemoramos os dons e as virtudes de nossa santa padroeira, Rita de Cás-
sia, tenho sempre bem presente em meu coração o ensinamento de nosso Pai Santo Agostinho, que dizia o quanto é importante que nossa veneração aos santos, necessariamente, seja acompanhada do esforço em praticar as virtudes de tais santos”, afirmou Frei Maciel, destacando que uma das virtudes de Santa Rita foi sua perseverança, “por isso devemos pedir a Deus que nos dê o dom de perseverar junto ao Cristo”.
Brasilândia
Diácono Francisco Gonçalves
Fiéis durante missa com Dom Sergio na Paróquia Santa Rita de Cássia
Durante o dia, a Paróquia Santa Rita também deixou a relíquia da santa (fragmento do osso do seu
corpo) exposta para o público. A relíquia foi dada à Paróquia em 1969, ano de sua fundação.
Wilmar Junior
Colaboração especial para a Região
Comunidade dedicada a Dom Oscar Romero festeja novo beato da Igreja Wilmar Junior
Dom Devair preside missa na Comunidade Dom Oscar Romero
Na noite do sábado, 23, na Comunidade Dom Oscar Romero, pertencente à Pa-
róquia Cristo Rei, no Setor Perus da Região Brasilândia, ocorreu a missa em ação de
graças pela beatificação de Dom Oscar Romero, mártir salvadorenho e patrono da comunidade. A celebração foi presidida por Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo na Região Brasilândia, e Padre Neil Crombie, vigário paroquial. Na homilia, o Bispo lembrou a vida de Dom Oscar Romero, que esteve em missão junto ao povo assim como Jesus Cristo. Naquele mesmo dia,
em San Salvador, capital de El Salvador, na América Central, cerca de 250 mil pessoas lotaram a praça do Divino Salvador do Mundo para a cerimônia de beatificação de Dom Oscar Romero. O arcebispo salvadorenho viveu em um período em que seu País estava em uma guerra civil, na década de 1970, sob um regime altamente repressivo. Dom Oscar Romero preferiu ficar do lado dos marginalizados e foi
assassinado em 24 de março de 1980, por um franco-atirador, enquanto presidia missa na capela do Hospital da Divina Providência, em San Salvador. A Comunidade Dom Oscar Romero surgiu de encontros realizados por moradores do bairro em uma garagem, há quase duas décadas. Ao final da celebração foi realizada uma confraternização em comemoração ao novo beato da Igreja.
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Peterson Prates
Colaborador de comunicação da Região
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Belém
‘Santa de Rita de Cássia em tudo se esforçou para viver a paz e o perdão’ Na sexta-feira, 22, a Igreja celebrou a memória litúrgica de Santa Rita de Cássia. A Paróquia dedicada à “santa das causas impossíveis”, no Pari, no Setor Belém, com quase 80 anos de história, esteve em festa, acolhendo os devotos de Santa Rita. Durante todo o dia, milhares de fiéis passaram pela matriz da Paróquia. Muitos para pagar promessas, acender velas, fazer pedi-
dos, oferecer rosas à Santa Rita e participar da Eucaristia, em uma das cinco missas celebradas. Às 19h, aconteceu a última missa, presidida pelo bispo auxiliar de São Paulo na Região Belém, Dom Edmar Peron. Durante a homilia, o Bispo pediu aos fiéis que nunca se esqueçam de que “para Deus tudo é possível”, e que, a exemplo de Santa Rita, possam ter “fortaleza na tribulação, ser Peterson Prates
Dom Edmar durante Crisma de adultos
semeadores na paz e perseverantes na oração”. Após a missa, os fiéis participaram da procissão pelas ruas do Pari, tendo à frente os penitentes, que guardavam o andor e iluminavam a procissão. Durante os fins de semana do mês de maio, até o domingo 24, se instalou na Rua Santa Rita de Cássia uma quermesse, com barracas típicas e atrações para crianças.
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Fiéis manifestam devoção pública a Santa Rita de Cássia no bairro do Pari
‘Pentecostes não é divisão, é a unidade do diferente’ A Comunidade São Judas Tadeu, da Paróquia Divino Espírito Santo, no Setor Sapopemba, celebrou a Vigília de Pentecostes, na noite do sábado, 23. Na oportunidade, 16 adultos, catequizados nas comunidades da Paróquia, receberam o dom do Espírito Santo pelo sacramento da Crisma.
Presidiu a celebração Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese, que teve como concelebrante o Padre Carlos Mariano, pároco. “Pentecostes é o contrário de Babel. Pentecostes não é divisão, é a unidade do diferente”, lembrou Dom Edmar. Depois da homilia, seguiu-se
com a renovação das promessas batismais e a imposição das mãos. Em seguida, os crismandos foram ungidos com o óleo da Crisma. “Vocês receberam o Espírito Santo de modo especial, do mesmo modo que foi dado aos apóstolos”, afirmou Dom Edmar aos crismandos.
Ipiranga
Caroline Dupim
Colaboradora de comunicação da Região
‘CASSA’ para o desenvolvimento cultural, recreativo e artístico Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, visitou, junto a membros do núcleo regional da Cáritas, na quarta-feira, 20, o Centro de Assistência Social Santo Agnelo (CASSA), na Vila Livieiro, no Setor Anchieta. Atualmente sob a coordenação do Padre Pedro Pereira, pároco da Paróquia Santo Agnelo, o Centro de Assistência Social Santo Agnelo, atua desde o ano de 1987. É uma obra sem fins lucrativos, que tem o objetivo de desenvolver um trabalho social a fim
de suprir as necessidades da comunidade a qual pertence. Atualmente, o CASSA desenvolve um trabalho em parceria com o poder público, por meio das secretarias de Educação e Assistência de Desenvolvimento Social, promovendo atendimento a crianças e jovens, proporcionando-lhes pleno desenvolvimento social, cultural, recreativo e artístico. Os dirigentes da Instituição, que atende 240 crianças, trabalham constantemente atentos à organização e manutenção do espaço, oferecendo uma convivência cris-
tã e humana, estabelecendo respeito mútuo, entre funcionários e atendentes. Organizam, também, eventos a fim de envolver as famílias e a comunidade. “A necessidade que um pássaro tem para voar, o homem tem para pensar. A nossa, em particular, é de identificar como eu posso servir melhor a missão que a Igreja me deu e confiou. Presidir juntamente com o quadro de funcionários, escolhidos pela imensidão da qualidade de transparência e disponibilidade, essas pequenas sementes, que serão futuras árvores
Arquivo pessoal
Dom José Roberto visita Centro de Assistência Social Santo Agnelo
grandes amanhã, ‘homens e mulheres’ de nosso futuro”, conta o Padre Pedro, coordenador do CASSA. “Alme-
jamos muito que as nossas atitudes sejam longas estradas de felicidade para eles”, conclui.
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Lapa ‘Eu sei em quem pus a minha fé’
Benigno Naveira
Colaborador de comunicação da Região
Márcia Rodrigues de Lima
Benigno Naveira
Lideranças cristãs durante celebração ecumênica na Paróquia Santo Antônio de Pádua, dia 21
Na noite de quinta-feira, 21, na Paróquia Santo Antônio de Pádua, Setor Rio Pequeno, aconteceu uma celebração ecumênica, com o tema “Eu sei em quem pus a minha fé”, reunindo várias comunidades cristãs. Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, participou da celebração junto com Dom
Fernando José Penteado, bispo emérito de Jacarezinho (PR). Concelebraram o Padre Antônio Soares, coordenador da Pastoral do Ecumenismo e pároco da Paróquia Santo Antônio de Pádua; o Pastor Carlos Musskopf, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil da Paróquia do ABCD- IECLB; o Pastor Ivan Vieira, da Igreja Anglicana da Paróquia São
Lucas do bairro de Vila Maria, e o Pastor Celso Soares de Oliveira, da Igreja Presbiteriana Unida. Dom Julio iniciou a celebração e após a proclamação do Evangelho (Jo 17, 20-26) cada concelebrante, demonstrando a integração entre as religiões cristãs, expressou seu testemunho de fé, justiça, liberdade, bondade e amor.
Assembleia extraordinária da Medida Socioeducativa em Meio Aberto - Lapa A Medida Socioeducativa em Meio Aberto - Lapa (rua Guaipá, 1.605, na Vila Leopoldina), mantida Ages/Pastoral do Menor regional, realizou na quinta-feira, 21, sua assembleia geral extraordinária, com a presença de seu presidente, Dom Fenando
EDITAL DE CONVOCAÇÃO
Pelo presente edital fica convocada o (a) NOBERTO DA SILVA FRANCO, com endereço desconhecido para que compareça de terça à sexta feira, das 13:00 hs., às 15:00, ao Tribunal Eclesiástico Regional e de Apelação de São Paulo, à Av. Higienópolis, 901 – Higienópolis – São Paulo – SP, para tratar de assunto que lhe diz respeito. São Paulo, 19 de maio de 2015. Côn. Martin Segú Girona Vigário Judicial
José Penteado, bispo emérito de Jacarezinho (PR) – atuante na Região Lapa; João Clemente de Souza, secretário; José Rubens, tesoureiro; e demais coordenadores de áreas. A assembleia iniciou-se com uma oração feita por Dom Fernando. Em seguida, o secretário João Clemente falou dos assuntos da pauta da reunião: Apresentação e aprovação do plano de trabalho 2015; apresentação e aprovação do relatório de atividades de 2014; apresentação e aprovação do balanço patrimonial 2014; abertura de novo serviço e alteração do Estatuto, de acordo com o novo marco regulatório “Lei 13019/2014”, que regulamenta convênios com as parcerias. Na sequência, os coordenadores fizeram os relatos de suas áreas.
No dia 22, a Paróquia Santa Maria Goretti realizou um curso de preparação para o Batismo, com a participação de 40 pessoas. Os casais Jean e Graça Narbot e Romualdo e Juana Marcondes, agentes da Pastoral, coordenaram o curso, junto a Yran Pascoal e Izabel Bossi
ASSOCIAÇÃO MARIA FLOS CARMELI C.N.P.J.: 06-272-037/0001-55 BALANÇO PATRIMONIAL Encerrado em 31/12/2014
CONTA NOME DA CONTA............................................................................ SALDO 1-0-0-00-000 AT I V O............................................................................................. 2.007.320,63 D 1-1-0-00-000 ATIVO CIRCULANTE....................................................................... 365.529,46 D 1-1-1-00-000 DISPONIBILIDADES........................................................................ 306.031,50 D 1-1-1-01-000 CAIXA............................................................................................... 6.554,71 D 1-1-1-01-001 Caixa - Quintal da Criança................................................................ 0,63 D 1-1-1-01-002 Caixa - Administrativo e Gestão....................................................... 850,39 D 1-1-1-01-004 Caixa - Espaço da Criança............................................................... 5.703,69 D 1-1-1-02-000 BANCOS C/MOVIMENTO............................................................... 27.077,87 D 1-1-1-02-001 Bco do Brasil - c/.21291.................................................................... 5.682,37 D 1-1-1-02-003 Bco do Brasil - c/.34617.................................................................... 406,22 D 1-1-1-02-004 Bco Bradesco - c/. 124.828.............................................................. 1,00 D 1-1-1-02-005 Bco Itau - c/.67244............................................................................ 10,00 D 1-1-1-02-006 Banco Brasil c/c - 27702................................................................... 6.263,29 D 1-1-1-02-007 Bco. Brasil c/.- 39087........................................................................ 14.714,99 D 1-1-1-04-000 APLICAÇÕES FINANCEIRAS........................................................ 272.398,92 D 1-1-1-04-001 Bco do Brasil - Poupança c/.21291.................................................. 49.358,09 D 1-1-1-04-002 Bco do Brasil-Poup c/. 27702 Var 51................................................ 78.207,47 D 1-1-1-04-004 Bco do Brasil - CDB c/34617............................................................ 16.060,80 D 1-1-1-04-007 Bco Itau - Poupança c/6541500....................................................... 6.516,96 D 1-1-1-04-008 Bco Itau - Aplicação c/62244............................................................ 242,69 D 1-1-1-04-009 Bradesco INVEST PLUS 124828..................................................... 55.603,38 D 1-1-1-04-011 Bco Brasil - Poup c/ 27702Var 01..................................................... 19.742,96 D 1-1-1-04-012 Bco Brasil CDB c/21291................................................................... 3.921,61 D 1-1-1-04-013 Bco Brasil c/- Poupança 39087........................................................ 42.744,96 D 1-1-5-00-000 OUTROS CRÉDITOS....................................................................... 56.082,97 D 1-1-5-06-000 ADIANTAMENTOS A FUNCIONÁRIOS......................................... 55.621,53 D 1-1-5-06-002 Empréstimos a Funcionários............................................................ 2.318,77 D 1-1-5-06-003 Adiantamento de Férias.................................................................... 53.302,76 D 1-1-5-10-000 IMPOSTOS A COMPENSAR........................................................... 461,44 D 1-1-5-10-015 IRF a Compensar.............................................................................. 461,44 D 1-1-6-00-000 ESTOQUES...................................................................................... 985,64 D 1-1-6-01-000 MERCADORIAS/DOAÇÕES........................................................... 985,64 D 1-1-6-01-001 Mercadorias/Doações....................................................................... 985,64 D 1-1-9-00-000 DESPESAS DE EXERCÍCIO SEGUINTE....................................... 2.429,35 D 1-1-9-01-000 DESPESAS ANTECIPADAS........................................................... 2.429,35 D 1-1-9-01-001 Premios de Seguros a Apropriar...................................................... 1.671,22 D 1-1-9-01-002 RF Antecipado................................................................................... 758,13 D 1-3-0-00-000 ATIVO NÃO CIRCULANTE............................................................. 1.641.791,17 D 1-3-5-00-000 ATIVO IMOBILIZADO...................................................................... 575.655,02 D 1-3-5-01-000 BENS EM OPERAÇÃO................................................................... 669.498,07 D 1-3-5-01-005 Máquinas e Equipamentos............................................................... 25.006,18 D 1-3-5-01-010 Construções...................................................................................... 500.000,00 D 1-3-5-01-011 Instalações........................................................................................ 1.669,76 D 1-3-5-01-012 Móveis e Utensílios........................................................................... 48.963,13 D 1-3-5-01-013 Equipamentos de Informática........................................................... 35.359,00 D 1-3-5-01-015 Veículos............................................................................................. 58.500,00 D 1-3-5-09-000 DEPRECIAÇÕES E AMORTIZAÇÕES........................................... 93.843,05 C 1-3-5-09-005 Deprec Máquinas e Equipamentos.................................................. 6.109,85 C 1-3-5-09-010 Deprec Construções......................................................................... 49.999,96 C 1-3-5-09-011 Deprec Instalações........................................................................... 417,41 C 1-3-5-09-012 Deprec Móveis e Utensílios.............................................................. 6.333,34 C 1-3-5-09-013 Deprec Equipamentos de Informática.............................................. 11.899,17 C 1-3-5-09-015 Deprec Veículos................................................................................ 19.083,32 C 1-3-6-00-000 IMOBILIZADO EM ANDAMENTO................................................... 1.066.136,15 D 1-3-6-01-000 IMOVEIS EM CONSTRUÇÃO......................................................... 1.066.136,15 D 1-3-6-01-001 OBRA - Rua São Paulo.................................................................... 1.066.136,15 D 2-0-0-00-000 P A S S I V O..................................................................................... 2-1-0-00-000 PASSIVO CIRCULANTE................................................................. 2-1-3-00-000 FORNECEDORES........................................................................... 2-1-3-01-000 FORNECEDORES NACIONAIS...................................................... 2-1-3-01-999 Fornecedores Diversos..................................................................... 2-1-5-00-000 OBRIGAÇÕES FISCAIS/TRABALHISTAS.................................... 2-1-5-01-000 OBRIGAÇÕES FISCAIS.................................................................. 2-1-5-01-003 PIS/Folha de Pagamento a Recolher............................................... 2-1-5-03-000 OBRIGAÇÕES SOCIAIS/TRABALHISTAS.................................... 2-1-5-03-002 INSS a Recolher............................................................................... 2-1-5-03-004 Contrib Sindical/Assist a Recolher................................................... 2-1-6-00-000 OUTRAS OBRIGAÇÕES................................................................. 2-1-6-01-000 CONTAS E SERVIÇOS A PAGAR.................................................. 2-1-6-01-002 Energia Elétrica a Pagar................................................................... 2-1-6-01-003 Telefone a Pagar............................................................................... 2-1-6-01-005 Agua e Gas a pagar.......................................................................... 2-1-6-01-011 Honorários Contábeis a Pagar......................................................... 2-7-0-00-000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO SOCIAL.................................................... 2-7-1-00-000 PATRIMÔNIO SOCIAL..................................................................... 2-7-1-01-000 FUNDO PATRIMONIAL................................................................... 2-7-1-01-001 Fundo Patrimonial.............................................................................
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Dom Edmar preside Solenidade de Pentecostes na Catedral, após a qual jovens fazem intervenção religiosa na Sé
Como os apóstolos em Pentecostes, jovens são enviados em missão Celebração reuniu crismandos da Arquidiocese na Catedral da Sé, no domingo, 24 Fernando Geronazzo
Especial para O SÃO PAULO
“Pentecostes é a festa da juventude da Igreja”. Com esta frase, Dom Edmar Peron, bispo auxiliar e vigário-geral da Arquidiocese de São Paulo, motivou os jovens na celebração da Solenidade de Pentecostes, que reuniu os crismandos das paróquias e comunidades de toda a Arquidiocese na Catedral da Sé, na tarde do domingo, 24. A missa foi concelebrada pelos bispos auxiliares Dom Carlos Lema Garcia, vigário episcopal para a Educação e a Universidade, além de referencial do Setor Juventude da Arquidiocese; Dom Eduardo Vieira dos Santos, vigário episcopal para a Região Sé; Dom José Roberto Fortes Palau, vigário episcopal para a Região Ipiranga e referencial da Animação Bíblico-Catequética; Dom Julio Endi Akamine, vigário episcopal para a Região Lapa;
além de vários padres. A afirmação inicial de Dom Edmar foi inspirada em Dom Oscar Romero, arcebispo e mártir salvadorenho, beatificado no sábado, 23. O Vigário-geral também transmitiu aos jovens e adolescentes, que se preparam para o sacramento da Confirmação, a saudação do Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, que se encontra no Vaticano para atividades junto à Santa Sé. Na homilia, o Bispo chamou a atenção para as duas assembleias apresentadas nas leituras da missa, que mostram os discípulos reunidos em situações diferentes, ambas com as portas fechadas por medo dos judeus, e apresentou como terceira assembleia a que estava reunida na Catedral. “Nossas portas não estão fechadas, mas pode acontecer que tenhamos medo da evangelização. Celebramos a vinda do Espírito Santo que nos faz Igreja em São Paulo e nos envia em missão”, disse.
Jovens evangelizadores
Dom Edmar ressaltou que, como os apóstolos, os jovens ali reunidos devem perder o medo
de sair em missão. “Ir à rua para evangelizar não é somente o desejo do Papa Francisco, também é o nosso desejo poder chegar aos jovens com a linguagem dos jovens. Ninguém sabe melhor a linguagem dos jovens do que vocês, jovens e adolescentes, que conhecem o jeito de evangelizar, são criativos, têm ideais, desejam mostrar Cristo às outras pessoas. É preciso, então, deixar que Cristo vença os nossos medos, que vão colocando barreiras. Muitas vezes, somos nós que nos encontramos reunidos a portas fechadas, esperando que nos venha o sopro de Deus que nos envia”, exortou. “Há pessoas que estão a portas fechadas mesmo estando conectados com todo mundo”, alertou o Bispo, referindo-se à forte presença da juventude no ambiente digital. “O jovem conectado não é o que tem WhatsApp [aplicativo de mensagens instantâneas] somente, é o jovem que se reúne com outros jovens nas suas comunidades e ali vão vencendo os medos, preconceitos, vão dando nova esperança a si mesmos e a todos os outros”, acrescentou, incentivando os jovens a usarem todos
os meios de comunicação sem deixar de concretamente ir ao encontro das pessoas. Recordando a exortação apostólica Evangelii Gaudium, do Papa Francisco, Dom Edmar afirmou que a “alegria do Evangelho é jovem”, mas enfatizou que não haverá tal alegria sem um encontro com Jesus. “Por isso, os discípulos, medrosos, ficam alegres porque encontraram Jesus vivo no meio deles e se enchem de alegria”.
Igreja em saída
No final da celebração, inspirados no testemunho dos apóstolos em Pentecostes, os jovens vivenciaram essa experiência missionária seguindo para fora da Catedral para uma ação evangelizadora na praça da Sé, por meio da iniciativa “Intervenção Católica - uma Igreja em saída”, organizada por movimentos e novas comunidades da Arquidiocese. A maioria dos crismandos que foi à Catedral teve nessa celebração seu primeiro contato com uma realidade eclesial maior que a de suas paróquias. A proposta da celebração, organizada pelo Secretariado Arquidiocesano de
Pastoral com o apoio do Setor Juventude da Animação Bíblicocatequética, é justamente inserir os jovens e adolescentes na vida da Igreja Particular de São Paulo. Simone Maria do Carmo de Lima é catequista de Crisma na Comunidade São João Evangelista, da Paróquia São Mateus Apóstolo, na Região Episcopal Belém, e levou para a Catedral os 21 crismandos que acompanha. “Nós fazemos questão de trazer os jovens para esta celebração para encontrarem e se identificarem com outros crismandos que estão na mesma caminhada que eles, no mesmo barco”, relatou. Thainá Rezende Espindola, 13, foi crismada em novembro de 2014 na Paróquia Santa Rosa de Lima, na Região Episcopal Santana, e já é a terceira vez que ela participa da Solenidade de Pentecostes na Catedral. “É muito importante quando encontramos outros jovens, porque sentimos que não estamos sozinhos em meio a tantos desafios e tentações que a sociedade nos oferece; sabemos que há pessoas no mesmo caminho e com os mesmos valores e a mesma vontade que nós temos de mudar o mundo”.
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