Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 60 | Edição 3056 | 17 a 23 de junho de 2015
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Dom Airton, novo presidente, ladeado por Dom Pedro Luiz e por Dom Julio
Após mobilização da Arquidiocese e de setores da sociedade, a Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal retirou do texto do projeto do Plano Municipal de Educação a redação que visava implantar a ideologia de gênero nas escolas. Assunto ainda será colocado em votação no plenário da Câmara.
Em Aparecida (SP), na 78ª Assembleia dos Bispos do Regional Sul 1 da CNBB, entre os dias 9 e 11, o arcebispo de Campinas, Dom Airton José dos Santos, 58, foi eleito presidente do Regional, tendo como vice Dom Pedro Luiz Stringhini, bispo de Mogi das Cruzes; e como secretário-geral Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo. No encontro, os bispos emitiram notas referentes à ideologia de gênero nos planos municipais de educação; e ao desrespeito à fé cristã na “parada gay 2015”. Páginas 12 e 13
ideologia de gênero
na escola
Páginas 2 e 11 Robrto Zanin
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Regional Sul 1 tem nova presidência
Ministério Público Estadual confere honraria ao Cardeal Odilo Scherer Na quinta-feira, 11, o Ministério Público do Estado de São Paulo homenageou o Cardeal Odilo Pedro Scherer com o Colar do Mérito Institucional, outorgado pelo Órgão Especial do Colégio de Procuradores de Justiça. Na oportunidade, o Cardeal enalteceu a ação de todos que
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Um ano após a Copa, arenas têm déficit financeiro
do das missas, procissões e atos religiosos-culturais. Não faltaram a bênção dos pães e a partilha do bolo, este às vezes com grandes dimensões. Páginas 18, 19, 20 e 21 Luciney Martins/O SÃO PAULO
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Padre está na linha de frente da acolhida a imigrantes
Migrações, mobilidade humana e identidade religiosa
Coordenador da Missão Paz e missionário scalabriniano, o Padre Paolo Parise está Com a Palavra no O SÃO PAULO desta semana. Trabalhando com a acolhida de imigrantes em São Paulo, o Sacerdote fala sobre a cobertura da mídia em relação aos haitianos, a política migratória brasileira e a atuação da Igreja nesse contexto.
“Mobilidade humana e identidades religiosas” foi o tema do “I Simpósio Internacional sobre Religião e Migração”, que aconteceu entre os dias 8 a 10, no campus Perdizes da PUC-SP. O evento foi promovido pela universidade, a Missão Paz, o Centro de Estudos Migratórios e o Scalabrini International Migration Institute de Roma.
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Em paróquias, ruas e praças de São Paulo, a devoção a Santo Antônio No sábado, 13, fiéis nas paróquias e comunidades dedicadas a Santo Antônio nas seis regiões episcopais da Arquidiocese expressaram a devoção ao Santo, participan-
Sagrado Coração de Cardeal analisa Jesus leva centenas motivações da nova de fiéis à Catedral encíclica do Papa
trabalham pela dignidade humana. A distinção foi entregue em sessão solene, com a presença do Procurador-Geral de Justiça, Márcio Fernando Elias Rosa; do Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin; e do Presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez.
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Devota diante da imagem de Santo Antônio em paróquia no bairro do Pari
2 | Ponto de Vista |
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Editorial
Famílias como sal e luz do mundo
E
m sintonia com a Igreja, o jornal O SÃO PAULO acompanha de perto a tentativa de implementação da Ideologia de Gênero nas escolas municipais paulistanas. A Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal rejeitou a inclusão das questões de gênero no Plano Municipal de Educação, mas os adeptos desse movimento não darão trégua. O espaço que esse e outros temas que atingem a família ocupam nos meios de comunicação parece ter despertado a maioria silenciosa que, até há pouco tempo, assistia
atônita e inerte ao lobby de uma minoria ruidosa, que propagava (e propaga) que a família, tal qual a conhecemos, está falida. São João Paulo II, na Exortação Apostólica Familiaris Consortio, recordava que no plano de Deus Criador e Redentor, a família descobre não só a sua identidade - o que ela é -, mas também a sua missão - o que ela pode e deve fazer. As tarefas que a família é chamada por Deus a desenvolver na história brotam do seu próprio ser e representam o seu desenvolvimento dinâmico e existencial. O Papa recordava que “cada família des-
cobre e encontra em si mesma o apelo inextinguível, que ao mesmo tempo define a sua dignidade e a sua responsabilidade” e concluía com o apelo, feito há mais de 30 anos, mas que prossegue atualíssimo: “Família, torna-te aquilo que és!”. A família tem a missão de se tornar cada vez mais aquilo que é, ou seja, comunidade de vida e de amor, numa tensão que, para cada realidade criada e redimida, encontrará a plenitude no Reino de Deus. E numa perspectiva que atinge as próprias raízes da realidade, deve dizer-se que a essência e os deveres
da família são, em última análise, definidos pelo amor. Amor entre os esposos, de pais para filhos e de filhos para pais. Famílias sãs tornam o mundo são. Famílias enfermas tornam o mundo enfermo. Não é por acaso que o Papa Francisco convocou um Sínodo sobre a Família e, desde o final do ano passado, tem desenvolvido catequeses sobre o tema. Unidos ao Papa, renovemos nosso empenho em tornar nossos lares uma igreja doméstica. Lugar onde o amor e a fé são comunicados na família e, a partir da família, à toda a sociedade.
Opinião
A Igreja e a ciência Sergio Ricciuto Conte
Eduardo Rodrigues da Cruz Talvez o leitor não esteja familiarizado com esse tipo de conversa, mas é só pesquisar um pouco para se notar que muito se fala da Igreja como obstáculo para o avanço das ciências. O exemplo mais visível e recente é o da bioética, no caso específico da experimentação com pessoas humanas, nascidos e não nascidos, embriões e idosos. Nestes dias, encena-se em São Paulo a peça teatral “Galileu Galilei”, de Bertold Brecht. Nela, o autor, seguindo seu ideário socialista, apresenta Galileu como mártir da ciência, e a Igreja como a vilã e obscurantista. Penso na maioria das pessoas que assistem a essa peça. O que ficará impresso na mente delas, a versão de historiadores honestos, que apresentam as relações entre as partes envolvidas como muito complexas para caberem em estereótipos, ou a versão que acabaram de ver? O leitor, portanto, há de ficar de sobreaviso sobre o que de fato ocorreu. O que segue abaixo são apenas indicativos desses fatos. Como todos deveriam conhecer, a começar dos que se dizem herdeiros do iluminismo (uma palavra que, por si só, tem uma carga ideológica), foi a Igreja que preservou o saber antigo, à medida que o Império Romano chegava ao seu fim. Aos poucos, esse saber começa também a ser desenvolvido nos mosteiros, escolas de catedrais, e, por fim, em universidades, que começam a surgir ainda no século XII.
No surgimento da ciência moderna, no século XVII, todos os filósofos da natureza eram cristãos, e entendiam suas tarefas e o resultado de suas descobertas como expressão da glória divina. Se agora percorremos os séculos restantes, haverá muitos exemplos de incentivo da Igreja à atividade científica, seja em caráter global ou local. Já para o século XX, os dados são mais conhecidos, começando com Observatório Vaticano (1891)
e passando pela Academia Pontifícia de Ciências (1936) e o Concílio Vaticano II. Porém, mais importante que um balanço histórico é indicar alguns princípios doutrinários que movem as posturas da Igreja em relação à ciência. Esses princípios surgem do pensamento de Agostinho e Tomás de Aquino, os dois maiores teólogos da tradição católica. Por exemplo, a doutrina das “ordens de saber”, que
diz que não se podem confundir as ciências da natureza com a Metafisica e a Teologia, que vem sendo regularmente acolhida. Isso dá uma integridade e um valor ímpares às ciências da natureza – duas verdades não se podem contradizer mutuamente. Essa articulação entre fé e razão ganhou uma forma dogmática no Concílio Vaticano I, e tem sido reiterada pelo magistério da Igreja, desde então. Se, de modo geral, a ciência tem sido favorecida pela Igreja, de onde, então, se tem uma estranheza mútua e falas sobre conflito? A resposta é ao mesmo tempo simples e desafiadora: o pensamento humano (e a ciência dentro dele) não se dá em uma única classe de significados. Desse modo, a ciência empiricamente baseada vem acompanhada de toda sorte de filosofia e interesses escusos. O problema, portanto, não se encontra na atividade científica em si, mas com o cientificismo, a arrogância de uma ciência autossuficiente, que crê ser a chave para a compreensão da realidade. Somandose isso a certa dose de anticlericalismo, temos, então, a imagem de uma Igreja conservadora e uma ciência progressista. Oxalá pudéssemos ter uma ciência “pura”, que correspondesse aos mais altos anseios humanos e em harmonia com a fé cristã. Mas, afinal de contas, somos apenas homens, finitos e pecaminosos. Eduardo Rodrigues da Cruz é professor titular do Departamento de Ciência da Religião, tendo graus avançados em Física e Teologia; publicou extensamente sobre o relacionamento entre ciências naturais e fé cristã.
As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.
Semanário da Arquidiocese de São Paulo
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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo
H
á meses fala-se da publicação de uma nova encíclica pelo Papa Francisco; desta vez, sobre questões ambientais. Agora é fato: dia 18 de junho será publicada a encíclica prometida, ainda sem título conhecido; mas o tema é mesmo o das questões ambientais, com suas várias implicações. Não é a primeira vez que o Magistério da Igreja se ocupa com questões ambientais. Bento XVI já abordou o tema na encíclica Caritas in Veritate (2009), convidando a humanidade a um novo relacionamento com a natureza, tendo em conta o desígnio de Deus Criador e a solidariedade social (cf nº 48-52). Tratou da ecologia do ponto de vista ético – da “urgente necessidade moral de uma nova solidariedade”; ensinou que a responsabilidade pelo cuidado da natureza é global; que é preciso pensar num “governo responsável sobre a natureza para cuidar dela, fazê-la frutificar e cultivar, para que ela possa acolher e alimentar dignamente a família humana e quem mais nela habita. Os ensinamentos de Bento XVI são fundamentais para a dimensão ética da nossa relação com a natureza: “o ambiente natural não é apenas matéria de que possamos dispor ao nosso bel-prazer, mas obra admirável do Criador, contendo uma ‘gramática’, que indica finalidades e critérios para uma utilização sábia, e não instrumental ou arbitrária” (nº 48). Na sua encíclica, Bento XVI também ofi-
Louvado sejas, meu Senhor, por todas as tuas criaturas! cializou na linguagem do Magistério da Igreja o conceito de “ecologia humana”, tratando da correta convivência das pessoas em sociedade e em relação ao meio ambiente. O Papa Francisco, desde que foi eleito, deu sinais de que esta também seria uma preocupação sua. Nem poderia ser diferente, pois é missão do Magistério falar do sentido sobrenatural de toda realidade. Pouco tempo depois de eleito, na audiência geral de 5 de junho de 2013, já falou da necessidade de adequar o progresso econômico e o uso das novas tecnologias ao respeito pela natureza e pela “ecologia humana”. Em várias ocasiões, nos 27 meses de seu pontificado, retornou às temáticas ambientais, mostrando suas implicações para a fé e a moral, a solidariedade social e a paz. A publicação de sua encíclica reúne, agora, uma reflexão sistemática sem precedentes sobre a ecologia. Ninguém imagine que o Papa esteja interessado em alguma ideologia ou partido ambientalista... As questões postas têm basicamente três grandes motivações, à luz das quais convém ler a encíclica. Em primeiro lugar, a questão tem a ver com a fé cristã no Deus Criador. Estamos sendo levados, por teorias correntes sobre as origens do universo, a “crer” que o mundo surgiu por si mesmo, descartando a necessidade de um Criador. A teoria da evolução não é incompatível com a fé cristã, contanto que não exclua o Deus Criador. Mas a exclusão absoluta do ato criador de Deus – “no princípio” – requer um ato de fé ainda
maior do que a fé no Deus Criador. Precisamos voltar a valorizar o primeiro artigo de nossa profissão de fé: “Creio em Deus, Pai Criador do céu e da terra...” Tratar com o devido respeito a natureza, obra de Deus, é consequência de nossa fé em Deus. Em segundo lugar está a preocupação com a responsabilidade do homem sobre a natureza: ao homem está entregue o cuidado da natureza, que é a “casa comum” da família humana e o “jardim”, que acolhe, sustenta e alegra a família humana e as demais criaturas. Não podemos nos considerar os “donos absolutos do mundo” e nos transformar em predadores da natureza; dela devemos ser cultivadores responsáveis, para que continue a ser pródiga de bens para as criaturas de Deus que ela abriga. Estragar e depredar a natureza é pecado contra Deus e o próximo. A terceira “preocupação ambiental” do Magistério do Papa Francisco e da Igreja é a da solidariedade social: a terra, com seus frutos, o ar, a água e a luz do sol são para todos; a natureza não é propriedade de ninguém em absoluto, mas um bem destinado a todas as criaturas de Deus. O uso egoísta e ganancioso da natureza é contrário à justiça, à solidariedade e à paz. E ameaça a sustentabilidade da própria natureza. São Francisco de Assis compreendeu isso muito bem e o expressou no seu Cântico das Criaturas: “louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão sol, pela mãe terra, pela irmã água... e por todo ser!” Convido a acolher e ler a encíclica com profundo interesse.
| Encontro com o Pastor | 3
Conselho Permanente da CNBB O Cardeal Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, foi eleito, durante a 78ª Assembleia do Regional Sul 1 da CNBB, um dos representantes do organismo junto ao Conselho Permanente da conferência eiscopal. A primeira reunião na nova função acontece em Brasília desde terçafeira, 16, e segue até quinta-feira, 18.
Presidência do Regional Sul 1 Em entrevista à rádio 9 de Julho, Dom Odilo explicou que pediu aos bispos para não ser reconduzido ao cargo de presidente do Regional Sul 1. “Eu pedi para não ser reeleito, pois tenho muitas tarefas. Não gostaria de assumir encargos que, depois, eu não poderia desempenhar bem por falta de tempo”.
Encíclica sobre meio ambiente Na quinta-feira, 18, o Papa Francisco vai lançar a encíclica “Laudato si” (Louvado seja), sobre o cuidado da Terra. Na sexta-feira, 19, às 10h30, o Cardeal receberá jornalistas para uma coletiva de imprensa sobre o documento. Além do Cardeal, atenderão a imprensa o teólogo Francisco Catão e o ex-ministro do Meio Ambiente e Amazônia Legal, Rubens Ricupero.
Homenagem à Nossa Senhora Aparecida Livia Moraes/Santuário Nacional
Por ocasião da celebração dos 300 anos do achado da imagem de Nossa Senhora Aparecida, a Escola de Samba Unidos de Vila Maria irá trazer o tema como enredo do Carnaval em 2017. Durante a execução do projeto, a escola será acompanhada pela Arquidiocese de São Paulo e assessorada pelo Santuário Nacional de Aparecida. No fim do mês passado, acompanhada por membros da Arquidiocese de São Paulo, a direção da Escola de Samba foi recebida pelo reitor do Santuário, Padre João Batista de Almeida (foto). (Por Rafael Alberto)
4 | Papa Francisco |
O
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Papa Francisco comentou com os peregrinos que foram à praça de São Pedro rezar com ele a oração mariana do Ângelus, às 12h do domingo, 14, o 11º do Tempo Comum, o texto evangélico da semente que cresce por si mesma, a do grão de mostarda. Nas duas parábolas, “Jesus apresenta a eficácia da Palavra de Deus e as exigências do seu Reino, mostrando as razões da nossa esperança e nosso compromisso na história”. O foco da parábola da semente que cresce por si mesma é a confiança do agricultor “na potência da própria semente e na fertilidade do solo.” A semente da Palavra cresce pelo poder de Deus no coração de quem a escuta e podemos confiar que ela produzirá frutos. Deus faz a semente de sua Palavra “germinar e amadurecer por meios que não podemos verificar e de uma forma que não sabemos”. E o Papa comenta: “é sempre Deus que faz crescer o Seu Reino – por isso rezamos que “venha o teu Reino”... O homem é o “seu humilde colaborador, que contempla e se alegra pela ação criadora divina e espera pacientemente pelos frutos”. Neste ponto, o Papa relembrou a importância de se trazer consi-
Sempre é Deus que faz crescer seu Reino go a Bíblia, o Evangelho e se ali- A vitória do Senhor é certa: o seu mentar da Palavra, “ler todos os amor fará despontar e fará crescer dias uma passagem do Evangelho, cada semente de bem presente na uma passagem da Bíblia. Nunca terra”. Conclusão: “Isto abre-nos à se esqueçam disso porque essa é a confiança e à esperança, não obsforça que faz brotar em nós a vida tante os dramas, as injustiças, os do Reino de Deus”. sofrimentos que encontramos. A Prosseguindo, o Papa falou da semente do bem e da paz brota e se semente de mostarda que, sendo desenvolve, porque a faz maturar o a menor das sementes, “é cheia de amor misericordioso de Deus.” vida e cresce até se tornar ‘a maior Após o Ângelus, Francisco rede todas as plantas do jardim’” feriu-se à anunciada carta encícliE ‘continua: “Assim é o Reino de ca sobre o cuidado com a criação. Deus, ‘uma realidade humana- “Convido-os a acompanharem mente pequena e aparentemente iné sempre Deus que faz crescer significante’. Para o Seu Reino – por isso rezamos entrar e fazer parte, é necessário ser po- que “venha o teu Reino”... bre de coração; não O homem é o “seu humilde confiar nas próprias colaborador, que contempla capacidades, e sim e se alegra pela ação criadora no poder do amor divina e espera pacientemente de Deus; não agir pelos frutos” de forma a ser importante aos olhos do mundo, mas esse acontecimento com uma reprecioso aos olhos de Deus, que novada atenção para a degradaprefere os simples e humildes”. ção ambiental, mas também para O Papa comentou, em seguida, a recuperação, em seus próprios o ensinamento das duas parábo- territórios. Esta encíclica é dirilas. O Reino de Deus se faz com gida a todos: rezemos para que nossa colaboração, porém, é ini- todos possam receber sua mensaciativa e dom do Senhor. Porém gem e crescer na responsabilidade a nossa obra tão fraca, tão peque- para com a casa comum que Deus na, “se inserida naquela de Deus, confiou a todos.” não tem medo das dificuldades. (Por Padre Cido Pereira)
Encontro com sacerdotes L’Osservatore Romano
O Papa Francisco se encontrou na sexta-feira, 12, com os participantes do 3º Retiro Mundial de Sacerdotes, realizado na Basílica São João de Latrão, em Roma, desde o dia 10. Promovido pelo Serviço Internacional da Renovação Carismática e pela Fraternidade Católica, o retiro de três dias teve como tema “Chamados à santidade para a nova evangelização”. Em sua meditação, pronunciada espontaneamente em espanhol, o Papa tratou o tema “Transformados pelo amor e por amor”. O Pontífice afirmou que os sacerdotes são transformados por amor, por amor trinitário. “O chamado ao sacerdócio é, antes de tudo, um chamado de amor e a nossa resposta deve ser uma resposta de amor”.
Páscoa em unidade Ainda no 3º Retiro Mundial de Sacerdotes, o Santo Padre, respondendo a perguntas de alguns participantes, voltou a falar do ecumenismo, reiterando que a divisão entre os cristãos é um escândalo e o trabalho ecumênico a ser feito é um mandamento de Jesus. O Pontífice falou da necessidade de curar as feridas do passado para que o Espírito possa estabelecer a unidade. Francisco apresentou o exemplo de tantos mártires, que foram e ainda continuam sendo testemunhas de unidade com o próprio sangue. Por outro lado, o Papa disse que a Igreja está disposta a estabelecer uma data fixa para celebrar a Páscoa com todos os cristãos: católicos, protestantes e ortodoxos.
Viagem à África Foi também no encontro com os sacerdotes que o Pontífice informou que pretende realizar em novembro deste ano a sua primeira visita à África, sendo a 10ª viagem internacional de seu pontificado. “Se Deus quiser, estarei na África no mês de novembro, primeiro na República Centro-Africana e depois em Uganda. Ainda é uma possibilidade, mas não é certo, porque há problemas para a organização”, revelou. Ele sublinhou, ainda, a importância da ação da Igreja Católica neste continente, em particular nas escolas e hospitais, e criticou a exploração dos recursos naturais africanos por parte das potências mundiais, sustentando que as respostas às emergências não chegam. (Por Fernando Geronazzo)
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Espiritualidade
Se me perseguiram... Dom Sergio de Deus Borges
Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana
T
emos acompanhado, pelos meios de comunicação, a terrível tragédia de tantos irmãos nossos, cristãos, perseguidos e martirizados, porque professam a fé em Jesus Cristo. O fato de homens e mulheres, discípulos missionários, terem sido assassinados porque cometeram o “delito” de amar, professar e anunciar Jesus Cristo, morto e ressuscitado, foi e é uma constante na caminhada da Igreja. Há outro martírio que acompanha a Igreja desde o seu nascimento, é muito próximo de nós e que não tem como consequência imediata a morte do discípulo missionário, mas pode trazer o desalento e a perda do entusiasmo no anúncio da alegria do Evangelho e da participação na vida das comunidades: o martírio da perseguição. Jesus já havia alertado seus discípulos sobre essa forma de martírio, quando disse: “O servo não é maior que o seu senhor. Se me perseguiram, perseguirão a vós também” (Jo 15,20).
Sofrem desse martírio milhares de zem parte da vida do discípulo missiodiscípulos missionários cheios do Espí- nário como fez parte da vida do Mesrito Santo e do amor de Deus. Homens e tre. Nesta hora, é fundamental voltar mulheres, de todas as idades, membros os olhos e o coração para as palavras das comunidades, os quais são persegui- de Jesus: “se o mundo vos odeia, sabei dos no dia a dia porque simplesmente que primeiro odiou a mim. Se fôsseis dizem que creem em Deus, participam do mundo, o mundo vos amaria como de uma comunidade de fé e trabalham ama o que é seu; mas, porque não sois na ação missionária da Igreja. do mundo, e porque eu vos escolhi do A perseguição que vem sorrateira meio do mundo, por isso o mundo vos e altamente venenosa apresenta-se de odeia” (Jo 15, 18-19). muitas maneiras: às vezes pela insisO mundo nos odeia, logo vai contência de membros da família ou de amigos O fato de homens e mulheres, para que você deixe a discípulos missionários, missão e se dedique terem sido assassinados mais à família, aos porque cometeram o “delito” de próprios interesses amar, professar e anunciar Jesus para estar mais com Cristo, morto e ressuscitado, os amigos (que ami- foi e é uma constante na gos?); outras vezes por caminhada da Igreja questionamentos perniciosos, como: o que você vai ganhar tinuar no combate contra a fé, contra com isso? Ninguém pensa em você; e o anúncio missionário e contra o seu você, por que continua com essa ati- trabalho na comunidade, mas não vidade? Noutras ocasiões, se apresen- sairá vitorioso. Em meio às pequenas ta como afronta, porque ao saber que ou grandes perseguições, dos de longe você é católico de coração, participa ou das pessoas próximas, mantenha o ativamente da Igreja como pediu Jesus, pé firme na comunidade e na missão alguém critica abertamente a Igreja, as que lhe foi confiada, porque “Eles vão instituições das comunidades e o seu combater contra o Cordeiro, mas o modo de viver a fé, deixando sem pa- Cordeiro, Senhor dos senhores e Rei lavras qualquer pessoa sensata. dos reis, os vencerá, e também serão O ódio do mundo e a perseguição, vencedores os que com ele são chamanão significam a ausência de Deus; fa- dos, eleitos, fiéis” (Ap 17,14).
| Fé e Vida | 5
Fé e Cidadania A Santíssima Trindade mora em nós Frei Patrício Sciadini, OCD
Celebramos no último dia do mês de maio a solenidade da Santíssima Trindade. Uma festa linda e cheia de sentido, pois se celebra o dia da família de Deus. Antes de mais nada, a Trindade não é um “conjunto de Deus”, mas são três Pessoas na plena comunhão do amor e da vida. Nós somos essa casa preferida do Pai e do Filho e do Espirito Santo, e devemos louvar e agradecer a Deus em todos os momentos de nossa vida. Para nos encontrarmos com Deus é só entrar no silêncio do nosso coração e adorar. É na adoração, que é amor, que vivemos a plena comunhão com todos. “Eis que estou com vocês todos os dias até o fim do mundo!” Essas palavras do Evangelho enchem o nosso coração de alegria, uma alegria que ninguém pode destruir e nem tirar, porque é divina e se fundamenta sobre as palavras de Jesus, que nunca mente e nunca nos engana. Quantas vezes, ouvimos de pessoas que, nos momentos difíceis da vida, dizem: “onde está Deus?” Não há resposta mais simples para ser dada: “Deus está aí, onde você está e está bem dentro do coração de cada um”. A presença do amor não é pesada e nem difícil. Um Deus que ama sempre está presente. Um Deus que é vida sempre está em nós. Todos os dias do ano são dias para se celebrar essa presença de Deus em nós. Mas, como celebrar essa festa? Pare um pouco e pense que a pessoa ao seu lado não é um número nem um desconhecido, mas é seu irmão, é casa de Deus. Deus não está só em alguns e nos outros não. Deus está sempre em todos. Mas é como uma casa, há casas bonitas e feias, casas que caem aos pedaços e casas bem fundamentadas, casas limpas e casas sujas... É assim conosco. Às vezes, o pecado não nos torna uma casa bem habitável e cômoda para Deus, nosso hóspede. Mas Deus nunca se recusa a morar em nós, mesmo quando cometemos pecados. Ele nos recebe na sua casa e nunca nos deixa faltar o abraço de Pai. Nosso coração deveria sempre estar em festa, em todos os momentos e em todos os dias, mesmo no meio do sofrimento e das lutas, próprias de nossa existência. Pois somos “casa de Deus” e Deus é sempre mais forte que tudo. Rezemos para que, em nenhum momento, sejamos uma casa vazia de Deus e da amizade das pessoas, mas sempre uma casa habitada de amor, de paz e de luz. Que Maria, Nossa Senhora da Trindade, nos abençoe!
Errata Na reportagem “Muito mais que uma ‘brincadeirinha’ de mau gosto” publicada na edição 3054, há a informação de que menores de 18 anos não podem ser legalmente punidos em casos de cyberbullying. Contudo, quando esses cometem atos infracionais podem sim ser punidos, com medidas socioeducativas nos termos do Estatuto da Criança e do Adolescente.
6 | Fé e Vida |
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Liturgia e Vida
Você Pergunta
12º Domingo do Tempo Comum 21 de junho de 2015
Nossa fortaleza e salvação ANA FLORA ANDERSON
A liturgia deste domingo nos convida a aprofundar a nossa fé em tempos de adversidade. A fé nos revela o amor profundo de Deus que nos dá firmeza diante dos sofrimentos que passamos ao longo da vida. Na primeira leitura (Jó 38, 1.8-11), o sábio apresenta em linguagem simbólica o que acontece quando sentimos que não há saída em tempos de perigo. Deus que criou os mares e controla as tempestades age com força no meio das adversidades deste mundo. Na segunda leitura (2 Coríntios 5, 14-17), São Paulo chama de Nova Criatura o amor de Cristo
que nos pressiona para ser mais. A missão da Igreja na evangelização consiste em testemunhar esse amor e esse poder de Jesus no meio da cidade. O Evangelho de São Marcos (4, 35-41) retoma o simbolismo das tempestades no mar que vimos no Livro de Jó. A barca simboliza a Igreja que enfrenta ondas de perseguição no decorrer da história. Os discípulos de ontem e de hoje temem pela segurança da Igreja. Jesus nos pergunta por que estamos tão medrosos se Ele sempre está no meio de nós! Como os discípulos de ontem, diante do poder e do amor de Jesus, devemos fazer um novo e mais profundo ato de fé.
A redenção de Jesus foi também para os anjos do céu? padre Cido Pereira osaopaulo@uol.com.br
Mateus Moura Moreira quer saber se os anjos do céu foram também redimidos pelo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Mateus, embora dotados de inteligência e vontade, os anjos são seres espirituais. Alguns deles chegaram a se revoltar contra Deus. É a história de Lúcifer, cujo nome significa “portador da luz”, e que chefiou os anjos revoltosos e tornouse o “príncipe das trevas” por ter sido o chefe desses anjos revoltosos. Foi vencido pelo Arcanjo São Miguel. A história da salvação, porém, Mateus,
é uma história de amor entre Deus e a humanidade. Então, meu irmão, ainda que seja verdade que a salvação que Cristo trouxe atinge todo o universo criado, ela atinge mesmo, de um modo particular e único, a pessoa humana que criada à imagem e semelhança de Deus não aceitou o projeto divino e, tentada pelo demônio, desobedeceu a Deus. Essa desobediência criou um abismo intransponível entre a humanidade e o Criador. E Jesus Cristo, enviado pelo Pai, construiu uma ponte sobre esse abismo, com seu sacrifício redentor. Jesus retomou o projeto inicial de Deus. E nós pode-
mos sintetizar todo o projeto de Deus para a nossa salvação numa única frase: “O Filho de Deus se fez homem para que o homem fosse filho de Deus também”. Não é mera figura de linguagem afirmar que a cruz de Cristo foi uma ponte pela qual o homem agora pode chegar a Deus e Deus se aproxima do homem. Jesus é um pontífice, um fabricante de ponte entre nós e o Pai. Então, meu irmão, pensemos que a salvação de Deus nos foi oferecida em Cristo. Repito: o Filho de Deus se fez homem para que o homem fosse filho de Deus também. A salvação é uma história de amor entre Deus e a humanidade.
Atos da Cúria INCARDINAÇÃO NO CLERO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO
Em 9 de junho, o Eminentíssimo Senhor Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, acolheu o Revmo. Pe. Antonio de Lisboa Lustosa Lopes no presbitério da Arqui-
diocese de São Paulo, no qual este passa a ser incardinado. Atualmente, o sacerdote é administrador paroquial da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, na Região Ipiranga.
DECRETO DE PROMULGAÇÃO DE ESTATUTO O Eminentíssimo Senhor Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, promulgou o Estatuto da Renovação
Carismática Católica na Arquidiocese de São Paulo, após este ter sido revisto e aprovado em assembleia “ad hoc”, realizada em 3 de junho. O Estatuto tem plena validade pelo período de 5 (cinco) anos.
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Pastoral Carcerária
Tortura está institucionalizada nas prisões brasileiras Pastoral Carcerária
Padre Valdir Silveira, coordenador da Pastoral, durante abertura do seminário
“Tortura e Encarceramento em Massa”, duas realidades de quase todas as prisões brasileiras, foram temas de um seminário, no sábado, 13, no Ipiranga, promovido pela Pastoral Carcerária, Instituto Terra Trabalho e Cidadania, e o Núcleo Especializado de Situação Carcerária da Defensoria Pública de São Paulo, com o apoio do Fundo Brasil de Direitos Humanos. Agentes da Pastoral de todo o Brasil participaram da atividade. Nas três mesas de debates do evento, houve um consenso: a tortura é um procedimento que está institucionalizado nas unidades prisionais brasileiras e se perpetua com a conivência do poder público, inclusive do Judiciário, que deveria zelar pela legalidade das condições de aprisionamento. Para Rafael Godoi, Doutor em
Sociologia, e um dos palestrantes do seminário, “a prisão em si é um instrumento de tortura, por isso o esforço de combater a tortura nos cárceres deve se complementar ao de combater a própria existência da prisão”. Bruno Shimizu, defensor público, apontou que o aparato repressivo do Estado está voltado para o encarceramento preferencial de jovens, negros e periféricos. Ele detalhou que há uma tortura ostensiva, com perceptíveis marcas de agressões aos presos, e também uma tortura estrutural, sistematizada por diversas violações de direitos. As situações vivenciadas pelas mulheres nas prisões também foram discutidas. Em dez anos, a população carcerária feminina cresceu 246%, muito por conta do envolvimento das mulheres em
posições subalternas no tráfico de drogas. Sobre as presas, a tortura física e psicológica se dá também nos marcos da falta de atenção às especificidades do encarceramento feminino, e na constante estigmatização dessas mulheres, que não teriam “cumprido bem” o seu papel social pré-determinado de “boas mães e esposas”. Outra abordagem do seminário foi sobre a denúncia, em âmbito nacional e internacional, dos casos de tortura nas prisões. Patrick Cacicedo, defensor público, enfatizou que é preciso a máxima agilidade para denunciar os casos e ressaltou a importância da presença constante da Defensoria Pública nas prisões, bem como a abertura dos cárceres à sociedade. Uma inesperada visita intensificou as discussões no seminário: Renato De Vitto, diretor do Departamento Penitenciário Nacional, que falou de estratégias para reduzir a tortura nas unidades prisionais. Ele ouviu críticas dos participantes, especialmente sobre a escassez de dados sobre as prisões. Padre Valdir João Silveira, coordenador nacional da Pastoral Carcerária, comentou que a Pastoral estará atenta às ações governamentais, mas enfatizou que o que se espera é uma efetiva política de desencarceramento no Brasil.
| Pastorais | 7
RCC Renovação Carismática da Arquidiocese tem novo estatuto O reformulado estatuto da Renovação Carismática Católica (RCC) da Arquidiocese de São Paulo foi aprovado em assembleia extraordinária, no dia 3, na Paróquia Santa Cecília, no largo Santa Cecília, no centro da cidade. A assembleia, convocada pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, teve a participação de 34 pessoas, a maioria lideranças da RCC na Arquidiocese. Houve a exposição detalhada do novo estatuto, ressaltando as alterações realizadas após as dife-
rentes contribuições oferecidas, e os pontos mantidos por recomendações da coordenação nacional da RCC, do Cardeal Scherer e de Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese. O novo estatuto apresenta uma série de mudanças no sistema que rege a organização dos trabalhos de evangelização da RCC. O documento deverá ser registrado em cartório cível competente, e obedecido em toda Arquidiocese pelos membros da RCC. (Com informações de Maria Helena Soriano)
Divulgação
(Com informações da Pastoral Carcerária)
Pastoral dos Migrantes
Por uma Igreja ainda mais acolhedora A migração haitiana, africana, latino-americana e interna e os desafios pastorais dessas realidades foram assuntos de uma reunião, no dia 6, na Paróquia Nossa Senhora da Paz, no Glicério, com a participação de 17 pessoas, entre leigos e religiosos. O Padre Antenor Dalla Vecchia, CS, articulou a reunião, em diálogo com o Secretariado de Pastoral da Arquidiocese. A proposta foi intensificar ações para uma Igreja ainda mais presente e acolhedora na vida dos migrantes, imigrantes e refugiados. José Carlos, do Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM) e do Centro de Estudos Migratórios, contextualizou as motivações da migração em todo mundo: fuga da pobreza ou das perseguições políticas, religiosas e culturais; restrição à circulação; falta de políti-
cas públicas humanitárias; xenofobia e preconceito. Ele também falou das ações concretas de movimentos sociais e pastorais em vista da inclusão com dignidade. Os participantes do encontro relataram os recorrentes desafios no trabalho de acolhida aos migrantes: rotatividade das pessoas, falta de documentação, burocracia para regularizar os documentos, exploração dos coiotes, discriminação nas comunidades e paróquias, dificuldades dos migrantes em alugar uma casa, ter assistência de saúde e colocar os filhos em creches, além da violência e da exploração no trabalho. Também foram citadas iniciativas positivas, como a acolhida aos haitianos, oferecimento de cursos profissionalizantes e do idioma português, visitas pastorais, acompanhamento às famílias
de imigrantes, auxílio na vivência da religiosidade - novenas, preparação para sacramentos, missas em espanhol -; bazar da solidariedade e ações de saúde preventiva. Várias propostas foram elencadas, entre as quais a de dar visibilidade aos trabalhos de acolhida aos migrantes que já existem na Arquidiocese e a de elaborar subsídios sobre a Pastoral dos Migrantes. Formou-se uma equipe de seis pessoas para dar continuidade às articulações. A próxima reunião acontecerá em 22 de agosto, às 9h, na Paróquia Nossa Senhora da Paz. Ao final, todos foram convidados para a missa do Dia Nacional do Migrante, no domingo, 21, às 11h, na Catedral da Sé, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano. (Com informações de Roberval Freire)
EDITAL DE CONVOCAÇÃO ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA
Conforme Estatuto Social, em seu artigo 17, a Venerável Irmandade de São Pedro dos Clérigos vem pela presente convocar seus membros para se reunirem em Assembleia Geral Ordinária. A Assembleia Geral Ordinária terá a seguinte pauta: 1 – Oração inicial; 2 – Leitura da Ata da Assembleia Geral Ordinária realizada em 25/08/2014; 3 – Análise e Aprovação do Balanço Patrimonial de 2014; 4 – Assuntos Gerais; 5 – Almoço de confraternização. Data: 30 de Junho de 2015. Hora: 9h30 em 1ª convocação e 10h00 em 2ª convocação, conf. Artigo 16 do Estatuto Social Local: Salão Alvorada da Paróquia São Carlos Borromeu do Belém Rua Conselheiro Cotegipe nº 933 – Belém Distante uns 10 minutos, a pé, do Metrô Belém Estacionamento próprio à Av. Celso Garcia nº 2.840 São Paulo, 12 de junho de 2015. Venerável Irmandade de São Pedro dos Clérigos Pe. Márcio Leitão - Provedor
8 | Igreja em Missão |
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Nayá Fernandes
Destaques das Agências Nacionais
nayafernandes@gmail.com
Semana Nacional do Migrante: ‘Não ao preconceito, por direitos e participação’ Inspirada na Campanha da Fraternidade, a 30ª Semana do Migrante acontece em todo o Brasil, de 14 a 21 de junho, com tema “Sociedade e Migração” e o lema “Não ao preconceito, por direitos e participação”. No domingo, 21, em São Paulo, haverá missa na Catedral da Sé, presidida pelo Cardeal Odilo Scherer, arcebispo metropolitano. O Papa Francisco, na mensagem para a Jornada Mundial do Migran-
te e do Refugiado de 2015, afirmou que não raro, “os movimentos migratórios suscitem desconfiança e rejeição, mesmo nas comunidades eclesiais, antes até de se conhecerem as circunstâncias de perseguição ou de miséria das pessoas afetadas. Esses receios e preconceitos se opõem ao mandamento bíblico de acolher com respeito e solidariedade o estrangeiro necessitado”. Dom José Luiz Ferreira Salles,
presidente do Serviço Pastoral do Migrante (SPM), exortou “que a vivência deste tempo especial nos ajude a vencer o medo para, com coragem, nos colocar no mundo para servir no combate a toda forma de preconceito, na solidariedade com os migrantes e na luta por seus direitos. Possamos, assim, recriar um novo céu e uma nova terra, onde a pátria de todos seja o mundo e o idioma seja o amor que é sempre ca-
paz de fazer novas todas as coisas”. O SPM disponibilizou o texto-base com a mensagem de Dom José Luiz e a contextualização do tema e do lema escolhidos. Há também uma proposta de círculo bíblico elaborado por membros e equipes da Pastoral dos Migrantes em diversas cidades do Brasil. Para os encontros, foi indicada a metodologia “ver-iluminarcelebrar-agir”. Fonte: Serviço Pastoral dos Migrantes
Dom Wilson Luis Angotti Filho assume Diocese de Taubaté (SP) Ivan Simas/Diocese de Taubaté
Cardeal Raymundo Damasceno dá posse a Dom Wilson como bispo da Diocese de Taubaté
Dom Paulo Evaristo Arns tem alta hospitalar O Cardeal Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo, recebeu alta do Hospital Santa Catarina, na quarta-feira, 10. Aos 93 anos, o Cardeal foi internado no dia 1º, após sentir um mal-estar em sua residência, em Taboão da Serra, na região metropolitana. Ele foi encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde permaneceu até o dia 6. Todo o atendimento foi realizado pela equipe do Dr. Humberto Benedetti. Fonte: Portal da Arquidiocese de São Paulo
A Diocese de Taubaté (SP) acolheu no sábado, 13, o novo bispo, Dom Wilson Luís Angotti Filho. Na homilia da missa de posse, Dom Wilson falou sobre o significado de ter escolhido a data da celebração do Imaculado Coração de Maria para começar sua nova missão. “Se para nós o coração é símbolo do amor, na linguagem bíblica, o coração é considerado como a sede das decisões”, explicou. Tendo escolhido o lema episcopal “Cor Unun”, Dom Wilson expressou sua intenção de estar sempre a serviço. “Esse é o pedido que, confiantemente, apresento ao
Sagrado Coração de Jesus, fonte de amor e ao Imaculado Coração de Maria, que incondicional e fielmente se dispôs a sempre servir a Deus. Confiando-me a ambos, em minha prece, recorro e uno esses dois corações num só coração.” Entre os bispos participantes da celebração estava o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, e o Cardeal Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Apaecida (SP). Dom Wilson presidiu a primeira missa como bispo de Taubaté, no domingo, 14. Fonte: Diocese de Taubaté (SP)
Indígenas em São Paulo se manifestam contra reintegração de posse Na quinta-feira, 18, acontece o ato “O Jaraguá é Guarani! Agora é Tenondé!”, no vão Livre do MASP, na avenida Paulista. “Nós, indígenas Guarani da cidade de São Paulo, convocamos a todas e todos para o ato contra reintegração de posse no Itakupe e pela Portaria Declaratória do Tenondé Porã, com o objetivo de mostrar que não vamos aceitar a reintegração de posse contra a aldeia Itakupé, que faz parte da
Terra Indígena Jaraguá, reconhecida no dia 29 de maio, pelo Ministério da Justiça como terra de ocupação tradicional do nosso povo.” No mesmo dia, lideranças indígenas estarão em uma “audiência de conciliação”, determinada pelo Supremo Tribunal Federal entre a comunidade Guarani do município, a Funai e Antonio Tito Costa, que é quem busca na Justiça a posse do terri-
tório, que afirma ser propriedade sua. São mais de 2 mil guaranis na Grande São Paulo e, após essa audiência, o Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal vai decidir sobre o pedido feito pela Funai para que ele suspenda definitivamente a decisão de reintegração de posse, proferida contra a comunidade pela Justiça Federal. Fonte: Comissão Guarani Yvyrupa de São Paulo
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Destaques das Agências Internacionais
| Igreja em Missão | 9 Filipe David
Correspondente do O SÃO PAULO na Europa
Roma
Encíclica sobre o meio ambiente será apresentada no dia 18 A nova carta encíclia do Papa Francisco deverá ser apresentada na quinta-feira, 18, em uma entrevista coletiva. No domingo, 14, o Papa recomendou aos peregrinos na praça de São Pedro que acompanhem esse evento com “uma renovada
atenção à situação da degradação ambiental, mas também à recuperação”. O nome da encíclia será Laudato si, não em latim, e sim em italiano medieval, extraído do famoso hino de São Francisco de Assis que louva a Deus Nymban
1,5 milhão de crianças estão órfãs por causa da AIDS no Quênia
por suas criaturas: “Louvado sejais, meu Senhor, por nossa irmã, a mãe Terra, a qual nos sustenta e governa e produz diversos frutos com flores coloridas e ervas”. Fontes: Catholic Herald/ CNA
Quênia Um lar para crianças e jovens soropositivos Um lugar onde crianças e jovens podem encontrar refúgio, alimento, remédios e uma família. O orfanato Nyumbani é o lar de crianças e jovens portadores do vírus causador da AIDS. No Quênia, há 1,5 milhão de crianças orfãs por causa da AIDS. Uma em cada dez mulheres grávidas é portadora do vírus HIV e uma em cada três mortes infantis é consequência da doença.
O Orfanato Nyumbani foi fundado pelo padre jesuíta Angelo d’Agostino, que também era médico e psiquiatra. Hoje, a obra do Padre continua sob a liderança da Irmã Mary Owes. A primeira casa foi aberta em 1982 para abrigar três órfãos abandonados e doentes. Hoje, o número de jovens que vivem no orfanato é de 129. Fontes: Fides/ Site do Nyumbani
Iraque/ França O preço a pagar pela fé no Cristo Futuro chefe de uma das famílias xiitas mais importantes do Iraque, Mohammed al-Sayyid alMoussawi pôs sua vida em risco e teve que fugir de seu país e de sua própria família após converter-se ao Cristianismo. Mohammed, que hoje se chama Joseph Fadelle, começou a caminhada que levaria à sua conversão ao compartilhar – a contragosto – um quarto no serviço militar com
um camponês cristão, em 1987. Mohammed considerava os cristãos inferiores e impuros. Mas com o tempo e a convivência, suas opiniões começaram a mudar. Joseph Fadelle conta sua história no livro “O preço a pagar”, com dezenas de milhares de exemplares vendidos. O cristão com quem morava pediu-lhe, antes de entregar-lhe uma Bíblia, que estudasse o Corão, o livro sagrado do Islã, que
ele costumava recitar – como todo muçulmano praticante – mas sem compreender. O estudo do Corão deu início a uma verdadeira crise existencial. Foi nesse momento que sua vida sofreu uma modifição profunda: ele deixou de ser o favorito em seu grupo familiar para se tornar um cristão perseguido e ameaçado de morte – segundo a lei islâmica, a conversão ao Cristianismo é crime que pode
ser punido até mesmo com a pena capital. Longe de protegê-lo, seus próprios familiares ameaçaram-no. Não apenas Joseph Fadelle, mas também sua esposa e filhos se converteram ao Cristianismo e foram batizados na Igreja Católica. Por isso, tiveram que fugir – primeiro para a Jordânia e depois para a França, onde vivem até hoje sob proteção policial.
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Fonte: ACI
10 | Viver Bem |
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Comportamento
Filhos, cães e liberdade Valdir Reginato criança, não se encontra uma mãe da vida. Contudo, ela os fará de amamentando, pais contando acordo com a sua vontade livre. Os últimos resultados do Ins- histórias a seus filhos. Não se in- Daí a importância de educarmos tituto Brasileiro de Geografia e veste tempo na educação dos “hu- as crianças para serem pessoas liEstatística (IBGE), em 2013, reve- manos”. O que está acontecendo? vres, o que não significa fazer o laram que já chegamos a uma soEvidentemente, não se pode que bem entendem, sem responciedade que tem mais cachorros culpar os cachorros, que não têm sabilidades e avaliação de suas condo que crianças em seus lares!! culpa de nada. Talvez aí esteja a sequências, mas com prudência. E a tendência é que a diferença resposta. Eles não têm culpa, por- Sem dúvida, tudo isso dá muito se torne cada vez maior, a favor que não podem tê-la. Culpado trabalho aos pais! Ninguém que do “amigo mais fiel do homem”, significa ato consciente de alguém já tenha se esforçado em fazê-lo na próxima década! O interesse que faz. E isso quer dizer que essa irá negá-lo. E o risco é alto de não pelos bichinhos é crescente, as- pessoa é livre para decidir o que conseguirmos. Não se educa um sim como a sofisticação em seus quer fazer. Uma criança de dois filho para viver de coleira. No encuidados. Acabou o tempo em anos não pode ser julgada culpa- tanto, isto é o que realmente vale a que minha avó dava o resto do da de nada, pois não tem ainda pena na vida, o que dá uma alegria almoço para a “Bolinha” comer. consciência plena do Cachorro cansado e muito doen- que faz. O mesmo te era indicação de “sacrificá-lo” não se diz de uma Na saúde, a vacinação para não fazer sofrer o animalzi- criança de 10. Para contra raiva ficou como nho. Nada disso, agora! um cachorro, nunum pequeno item numa As lojas que servem a esses ca há culpa, pois ele nossos amiguinhos ficaram tão atua com seus ins- lista que cresce a cada grandes que saíram de uma pe- tintos, e assim o faz dia. Agora, há veterinários quena prateleira no supermer- muito bem. Não há especializados, prevenção, cado e tornaram-se verdadeiros outra escolha senão cirurgias, unidades de “shoppings”, denominados PET. aquela que a natuLá se encontra de tudo: alimen- reza determinou ou terapia intensiva, próteses, tação balanceada e especializada o seu adestramento e, caso ele não sobreviva, para alergias, obesidade e outras estabeleceu. Pode já pode ser solicitado um moléstias; salão de beleza; casa; chocar a alguns, mas “espaço para despedida” vestuário; brinquedos; perfu- o animal segue suas maria; ginástica... E se não for o leis, sem liberdade suficiente, procure um psicólogo para contrariá-las. Contrariar a enorme: quando nos conscientizapara cães. Na saúde, a vacinação natureza cabe somente ao ho- mos do que é educar um filho para contra raiva ficou como um pe- mem, pela característica de ser ser uma pessoa! Esforçar-se por queno item numa lista que cresce livre. O cão terá sempre a coleira educar uma criança (ou muitas) a cada dia. Agora, há veterinários na mão do dono. A convivência é exigente para quem educa, mas especializados, prevenção, cirur- com os cães pode acarretar em acarreta uma contribuição inegágias, unidades de terapia inten- muitos benefícios como: ameni- vel para quem o faz. Tornamo-nos siva, próteses, e, caso ele não so- zar a solidão de idosos; colaborar menos egoístas. Superamos difibreviva, já pode ser solicitado um para a afetividade em crianças; culdades jamais pensadas. Saímos “espaço para despedida”. Sem fa- companhia aos doentes; guiar da zona de conforto. Compartilar da adoção canina. Realmente, cegos; segurança da família; e, lhamos. Entendemos o significado o adágio “levar uma vida de cão” porque não dizer, dar alegria pe- do sacrifício. Ampliamos o nosso deixou de significar uma dificul- las suas manifestações que geram sentido sobre a vida. Percebemos a dade terrível. Há 15 anos, isso pa- situações divertidas. Alguns che- nossa participação na obra criadoreceria uma ficção inimaginável, gam a considerá-lo “da família”! ra de Deus! Não nos esqueçamos: mas é totalmente real nos dias de Portanto, tenhamos atenção aos os casais na família são zeladores hoje! E não basta ter um. Pode-se animais, enquanto animais; e da transmissão da vida, pelo amor, criar dois, três ou mais! No entan- amemos aos filhos como pessoas. para a eternidade. to, no mesmo domicílio, cada vez A educação de uma criança Dr. Valdir Reginato é médico de mais não se ouve o choro de um está em procurar oferecer critérios família, professor da Escola Paulista de Medicina e terapeuta familiar bebê, não se vê o sorriso de uma de discernimento para as escolhas
Cuidar da Saúde
Úlcera gástrica Cássia Regina
Úlcera gástrica é uma complicação da gastrite, pela qual a camada interna do estômago está comprometida. Os sintomas são os mesmos da gastrite (dor no estômago após ingerir alguns alimentos e em estado de estresse e azia, queimação noturna). De-
pendendo da localização da úlcera, o paciente pode sentir dores nas costas. Sua complicação pode levar à perfuração do estômago, sendo necessária, nesse caso, uma cirurgia de emergência, por conta da dor abdominal intensa, a ponto de o paciente não suportar um simples toque no abdômen. Bebida alcoólica, cigarro e má alimen-
tação são fatores que aumentam as chances de complicações. O tratamento no início é por via oral e pelo abandono dos fatores de risco. Procure um médico de confiança e siga as orientações que receber para não ser surpreendido com uma cirurgia de emergência. Dra. Cássia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF)
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| Reportagem | 11
Luiz Frrança/CMSP
Entenda a ideologia de gênero
Em sessão da Câmara, no dia 10, ideologia de gênero é retirada do texto do Plano Municipal de Educação, após mobilização da Igreja e da sociedade
Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal diz não à ideologia de gênero Roberto Zanin
Especial para O SÃO PAULO
Graças à mobilização dos setores que representam a vontade da maioria da população, a estratégia de implantar a ideologia de gênero nas escolas de São Paulo sofreu um duro golpe. O texto do projeto do Plano Municipal de Educação da cidade de São Paulo, que continha programa voltado para a inclusão dessa ideologia, foi rejeitado pela Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal, reunida em sessão no Palácio Anchieta, na quarta-feira, 10. Dos oito vereadores que compõem a Comissão, sete votaram contra o texto do relator, o vereador Paulo Fiorilo (PT), por entenderem que a inclusão da ideologia de gênero no substitutivo aprovado anteriormente pela Comissão da Educação é impositiva, destrutiva da instituição familiar e intervém no direito dos pais educarem os filhos segundo os seus próprios valores. Antes da votação, o texto foi defendido pelos vereadores Paulo Fiorilo e Toninho Vespoli (PSOL). Fiorilo justificou que a redação submetida à votação acatou o parecer da Comissão da Educação, no que diz respeito às questões de “gênero e diversidade” e, por isso, “não mexeu no texto”. No seu entender, a discussão sobre essas questões não era matéria própria da
Comissão de Orçamento, que deveria focar-se nas questões relativas ao financiamento da educação pública e nas parcerias com o setor privado. Já Toninho Vespoli, que introduziu as questões de gênero no substitutivo do PME, quando este tramitava na Comissão para a Educação, afirmou que este não continha nenhuma referencia à ideologia de gênero. O vereador foi vaiado pelo público. Entendimento contrário tiveram os vereadores Aurélio Nomura (PSDB), Abou Anni (PV), Ricardo Nunes (PMDB), José Police Neto (PSD), Jair Tatto (PT) e Adilson Amadeu (PTB), que votaram pela exclusão das questões de gênero e diversidade presentes no texto. Aurélio Nomura defendeu que a questão do gênero deve ser mais amplamente discutida em plenário pelos 55 vereadores. Ele lembrou que tal questão já havia sido retirada do Plano Nacional de Educação. Disse, ainda, que o atual plano não atende às necessidades da educação pública, razão pela qual votou contra. Já o vereador Abou Anni defendeu que tais matérias, relacionadas à educação sexual e afetiva dos filhos, devem ser “tratadas em casa, na família”. Adilson Amadeu foi mais longe. Após denunciar que o site da Prefeitura, na página da Secretaria da Mulher, foi usado
para convocar o público em defesa da ideologia de gênero no PME – o texto do site afirmava que setores “conservadores” da sociedade estavam se mobilizando contra a inserção da igualdade de gênero - disse que se absteria de votar em Plenário caso o projeto fosse aprovado, por ser destrutivo da família. Após sua fala, entre aplausos de muitos e vaias de grupos LGBT, repetia para as mais de 500 pessoas presentes “Eu sou pela família”, e deu seu voto contra à inclusão do gênero no PME Ricardo Nunes afirmou ser favorável ao plano, desde que houvesse a exclusão da ideologia de gênero. Por fim, o petista Jair Tatto votou contra a ideologia de gênero e o texto do PME, mas se disse a favor da educação sexual nas escolas públicas e que constem bem definidas no plano as idades nas quais as crianças deverão recebê-la. A Comissão de Finanças aprovou, então, um novo substitutivo, proposto pelo vereador Ricardo Nunes (PMDB), que exclui a ideologia de gênero e deve ser submetido ao Plenário da Câmara nos próximos dias, onde tudo pode acontecer.
O Risco não acabou
A exclusão das questões de gênero e diversidade do Plano Municipal de Educação pela Comissão de Finanças e Orçamento representou um avanço na defesa da família, mas não
pôs fim à questão, segundo o Padre João Bechara Ventura, vigário da Paróquia São Vito. O Sacerdote tem acompanhado de perto os debates na Câmara “Existe uma tentativa por parte de vereadores representantes dos ativistas LGBT de reinserir as questões da diversidade e gênero no PME”, explicou. O vereador Toninho Vespoli (PSOL), membro da Comissão para Educação, divulgou em seu site, no mesmo dia em que a Comissão de Finanças e Orçamento aprovou substitutivo do PME, um ato-debate com o título “Por que discutir gênero nas escolas”, marcado para 19 de junho no Auditório Prestes Maia da Câmara Municipal. Na convocatória ao ato, Vespoli afirma que “com argumentos mentirosos e distorcidos, cristãos fundamentalistas estão fazendo pressão para que se retire do Plano Municipal de Educação (PME) todos os termos relativos a gênero. Segundo eles, o projeto impõe aos alunos a ideologia de gênero, ameaçando a família e incentivando a homossexualidade”. Não se sabe ao certo a que “cristãos fundamentalistas” o vereador se refere. Se aos mais de 400 manifestantes pró-família, muitos dos quais, pais e mães, que compareceram à votação; se aos membros das comunidades Missão Belém e Aliança da Misericórdia, que atuam na recuperação de dro-
A ideologia de gênero defende que quando a criança nasce não deve ser considerada como sendo do sexo masculino ou feminino. Ela deve ser educada de forma “neutra” e, depois, escolher se será menino ou menina. Segundo o movimento, a figura masculina e a figura feminina são apenas papéis desempenhados pelas pessoas, adquiridos por meio de tradições ultrapassadas e que, portanto, podem ser mudados. Nos países onde é adotada, a ideologia de gênero conta com a mão forte do Estado para usurpar a missão indelegável dos pais (educar os filhos). Quem discorda dessa interferência acaba sendo punido. O casal alemão Eugen e Luise Martens sentiu isso na pele: eles ficaram presos durante 40 dias por terem orientado a filha a não assistir às aulas sobre esse tema na escola.
gados e assistência aos sofredores de rua na cidade de São Paulo, que também estão acompanhando de perto as votações; se ao próprio Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, que no dia 10 publicou uma nota observando que “a Arquidiocese de São Paulo está acompanhando de perto as votações do PME e vê com preocupação o inserção da ideologia de gênero”; se aos bispos das Regionais Sul 1 e Nordeste 3, que também se manifestaram em notas no mesmo sentido e contra os riscos que a ideologia de gênero comporta para a educação das crianças (leia a nota do Sul 1 nas páginas 12 e 13); ou se ao Papa Francisco, que em duas de suas catequeses proferidas nas audiências públicas de quarta-feira, no mês de abril, fez duras críticas à ideologia de gênero. O vereador Ricardo Nunes (PMDB), um dos membros da Comissão de Finanças, defensor do papel primordial da família na Educação e opositor à ideologia de gênero, logo após a votação da quarta-feira, 10, também se manifestou através de seu perfil no Facebook. “Acabamos de aprovar o relatório final do Plano Municipal de Educação na Comissão de Finanças incluindo a valorização da família no processo de educação e de formação da criança. Até a próxima votação no Plenário. Conto com vocês!”.
12 | Reportagem |
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Eleita nova presidência do Regional Sul 1 Edcarlos Bispo
Enviado especial a Aparecida (SP) edbsant@gmail.com
O Arcebispo metropolitano de Campinas, Dom Airton José dos Santos, 58, é novo presidente do Regional Sul 1 da CNBB. Ele foi eleito, para um mandato de quatro anos, durante a 78ª Assembleia dos Bispos do Regional, realizada em Aparecida (SP), entre os dias 9 e 11. O Regional Sul 1 é o maior do Brasil, sendo composto por 41 dioceses e cerca de 50 bispos, em oito sub-regiões.
Em entrevista ao O SÃO PAULO, Dom Airton afirmou que acolheu essa nova missão com espírito de quem vai ajudar e servir a Igreja. Ele acredita que o conhecimento que adquiriu como secretário do Conselho Episcopal do Regional por dois mandatos consecutivos (2003 a 2011) o ajudará na nova função. Dom Airton destacou que o Regional Sul 1 continuará dando passos na evangelização, com um olhar atento aos desafios missionários e da organização das paróquias, além de aprofundar as “reflexões que vêm sendo feitas sobre a nova postura da Igreja na dimensão
missionária de ir ao encontro das pessoas. Penso que o tempo que fiquei como secretário vai ajudar a perceber as expectativas que o Regional tem. E a organização que o Regional tem hoje é um serviço para as dioceses do Estado de São Paulo”. Além do Arcebispo de Campinas, a nova presidência do Regional Sul 1 da CNBB é composta por Dom Pedro Luiz Stringhini, bispo da Diocese de Mogi das Cruzes, eleito vice-presidente; e Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, escolhido como secretário-geral do Regional.
sub-regionais
1- APARECIDA – Bispo de Lorena, Dom João Inácio Müller. 2- BOTUCATU – Bispo de Assis, Dom José Benedito Simão. 3- CAMPINAS – Bispo de Bragança Paulista, Dom Sérgio Aparecido Colombo. 4- SÃO PAULO I – Arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer. 5- SÃO PAULO II – Bispo de Guarulhos, Dom Edmilson Amador Caetano. 6- RIBEIRÃO PRETO I – Bispo de Franca, Dom Paulo Roberto Beloto. 7- RIBEIRÃO PRETO II – Bispo de São José do Rio Preto, Dom Tomé Ferreira da Silva. 8- SOROCABA – Bispo de Registro, Dom José Luiz Bertanha. Luciney Martins/O SÃO PAULO
No final da Assembleia, Cardeal Odilo Pedro Scherer entrega a presidência do Regional Sul 1 ao arcebispo de Campinas, Dom Airton José dos Santos, eleito na quarta-feira, 10
Foco será transformar Diretrizes em planos diocesanos e paroquiais Para tratar o tema “Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil para 2015-2019, aprovadas pela Assembleia Geral da CNBB, e suas implicações para o Regional”, os bispos tiveram a assessoria de Monsenhor Antonio Luiz Catelan Ferreira, assessor da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé da CNBB. “Cristianismo não é uma ideia, um projeto, mas um encontro pessoal com Jesus”, disse Monsenhor Catelan, citando os papas Bento XVI e Francisco. “Há três níveis de testemunho:
vida, obra (caridade) e Palavra. Missão é tudo isso, é mostrar o rosto de Cristo por meio de pequenos grupos, onde se partilha, se testemunha, olhando nos olhos das pessoas. Precisamos ajudar as pessoas a ter consciência missionária”, detalhou o assessor. Dentro das novas Diretrizes, Monsenhor Antonio destacou a formação, a espiritualidade e a organização. “Formação não significa curso, mas integra a vivência comunitária, a participação em celebrações e interação com os meios de comunicação”, afir-
‘4 anos de muito trabalho’, afirma Cardeal Scherer
mou. “Para viver Igreja, comunidade de Comunidades, é imprescindível o empenho por uma efetiva participação de todos”, enfatizou. Para o novo secretário do Regional, Dom Julio, é preciso “fazer com que as diretrizes se transformem em planos – diocesanos e paroquiais; e que os planos não fiquem nos papéis, mas se concretizem em projetos. Todo o trabalho deste quadriênio estará voltado para isso, para fazer com que as diretrizes sejam postas em ação”.
O Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, em entrevista ao O SÃO PAULO, avaliou os anos que esteve como presidente do Regional Sul 1 e destacou que foram quatro anos de muito trabalho e de muitas atividades, entre elas a realização da JMJ e das Semanas Missionárias, o Ano da Fé, e um profundo trabalho de reflexão sobre a paróquia. Ao se dirigir aos bispos, Dom Odilo agradeceu o trabalho e o empenho de toda a equipe do Regional do Sul 1, afirmando que a missão do Regional “é ajudar a Igreja a não perder as suas referências e, ao mesmo tempo, ir para frente, se lançar sempre mais e sempre de novo a novos horizontes, estando atenda e de olhos abertos às realidades presentes”.
‘A família é a escola primeira da fé’ Após ser eleito presidente do Regional Sul 1 da CNBB, Dom Airton José dos Santos, conversou com exclusividade com a reportagem. O SÃO PAULO - Na opinião do senhor, quais os maiores desafios que o Regional possui? Dom Airton José dos Santos Temos um grande desafio que são as distâncias entre as dioceses, mas isso do ponto de vista prático. No campo pastoral, os desafios são os
da dimensão missionária, compromisso com a Igreja, pertença à Igreja e depois o serviço da Igreja ao mundo e à sociedade. Temos que ajudar as pessoas a refletirem para que a Igreja cumpra seu papel.
Como colocar em prática as DGAE? Iniciamos a Assembleia pelo estudo das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora, que não mudaram muito em relação ao passado, mas que tiveram alterações importantes. O mais funda-
mental agora é fazer com que as DGAE penetrem a realidade da Igreja no Estado de São Paulo. Como já existe um caminho feito a partir das antigas Diretrizes, essas novas não terão dificuldade de serem assimiladas.
A família continuará sendo prioridade no Regional? São João Paulo II dizia: “Uma Igreja que não tenha a família no centro das suas preocupações é uma Igreja que está doente”, pois a família é para nós um ponto
de referência fundamental, seja para sociedade seja para a Igreja. A família é a escola primeira da fé, porque as pessoas nascem na família, devem nascer na família. Certamente no Regional, todo o trabalho com a Pastoral Familiar, com a dimensão da vida e da família, vai ser incentivado, como já é incentivado.
Qual a posição do Regional diante do atual cenário político nacional? A questão política é uma questão
da sociedade e nós estamos envolvidos como cidadãos. Temos que dar nossa contribuição, sem temer. Nos vários grupos da sociedade, cada um busca dar sua contribuição. A Igreja no Brasil veio antes que a sociedade estivesse organizada politicamente, e temos nossa contribuição a dar e não nos furtaremos a isso. A compreensão é que toda política é um serviço à sociedade, ela não se serve das pessoas, ela deve ser um serviço desinteressado a todas as pessoas da sociedade e queremos dar essa contribuição.
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Bispos repudiam acontecimentos da recente ‘parada gay 2015’ e a ideologia de gênero Luciney Martins/O SÃO PAULO
Bispos repudiam os recentes atos de desrespeito ocorridos contra a fé
Mensagem aos católicos e a todos os cidadãos Nós, Bispos Católicos das Dioceses do Estado de São Paulo, reunidos na 78ª Assembleia do Regional Sul 1 da CNBB, diante dos acontecimentos da recente “parada gay 2015”, ocorrida na cidade de São Paulo, com claras manifestações de desrespeito à consciência religiosa de nosso povo e ao símbolo maior da fé cristã, Jesus crucificado, em nome da verdade que cremos, vimos através desta, como pastores do Povo de Deus: Afirmar que a fé cristã e católica, e outras expressões de fé encontram defesa e guarida na Constituição Federal: “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias” (artigo 5º, inciso VI). Lembrar que todo ato de desrespeito a símbolos, orações, pessoas e liturgias das religiões constitui crime previsto no Código Penal: “escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso” (Art. 208 do Código Penal). Apelar aos responsáveis pelo Poder Público, guardiães da Constituição e responsáveis pela ordem social e pelo estado democrático de direito, que defendam o direito agredido. Expressar nosso repúdio diante dos lamentáveis atos de desrespeito ocorridos; queremos contribuir com o bem-estar da sociedade, pois somos, por força do Evangelho, construtores e promotores da liberdade e da paz. Manifestar nossa estranheza
ao constatar um evento, como citado seja autorizado e patrocinado pelo poder público, e utilizado para promover atos que afrontam claramente o estado de direito que a Constituição garante. Lembrar a todos as atitudes firmes do Papa Francisco quanto ao respeito pelo ser humano, aos mais pobres, aos mais simples, à religiosidade popular. Recordar aos católicos que a profanação de símbolos religiosos pede de nós um ato de desagravo e de satisfação religiosa, pela oração e pela penitência, pedindo ao Senhor Deus perdão pelos pecados cometidos e a conversão dos corações. Reafirmar, iluminados pelo Evangelho e conduzidos pelo Espírito Santo, nosso respeito a todas as pessoas, também a quem pensa diferente de nós. E convidamos os católicos e pessoas de boa vontade a contribuírem, em tudo, para a edificação da justiça e da paz, do respeito a Deus e ao próximo. Por fim, confirmamos nosso seguimento a Jesus Cristo e damos testemunho da beleza de nossa fé católica, na certeza de que, assim, contribuímos para o bem da sociedade, anunciando o que de melhor recebemos: Jesus Cristo crucificado, “força e sabedoria de Deus” (1Cor 1,23s), fonte de toda misericórdia. Aparecida, 11 de junho de 2015. Memória Litúrgica do Apóstolo São Barnabé Dom Odilo Pedro Scherer Presidente do Regional Sul I – CNBB Dom Moacir Silva Vice-Presidente do Regional Sul I – CNBB Dom Tarcísio Scaramussa Secretário do Regional Sul I – CNBB
Durante a Assembleia do Regional Sul 1, os bispos emitiram notas sobre a “parada gay 2015”, na cidade de São Paulo, e a questão da ideologia de gênero nos planos municipais de Educação (leia as íntegras abaixo). O Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, destacou que é importante que os católicos “estejam atentos à voz de seus pastores, porque hoje muitos falam”. Para ele, há muitas vozes que as vezes con-
fundem, “vozes apaixonadas que acabam, de alguma forma envolvendo as pessoas; é preciso estar atento para que não se perca a referência daquilo que a Igreja ensina, orienta”, afirmou à reportagem. “As duas notas têm essa intenção de ir ao encontro dos sentimentos do povo para um conforto, esclarecimento e orientação. Uma palavra pública em defesa daquilo que são os direitos daqueles que creem, católicos
ou não, para que suas convicções não sejam vilipendiadas, mas também para que seu simbolismo e suas imagens não sejam de alguma forma vilipendiadas e profanadas”, complementou. Dom Odilo orientou que gostaria que o povo refletisse e guardasse no coração, “tendo uma posição serena, sem com isso pretender fazer uma espécie de guerra santa contra ninguém. Nós pedimos respeito e respeitamos”, afirmou. (EB)
Nota do Regional Sul 1 da cnbb sobre ideologia de gênero na educação Aos Srs. Prefeitos, Presidentes e Vereadores dos Municípios, educadores e pais no Estado de São Paulo; Nós, Bispos católicos do Estado de São Paulo (Regional Sul 1 da CNBB), no exercício de nossa missão de Pastores, queremos manifestar nosso apreço ao empenho dos Conselhos Municipais de Educação na elaboração dos Planos Municipais de Educação para o próximo decênio, a serem votados nas Câmaras Municipais. Destacamos nesses projetos, além da universalização do ensino, o empenho em colocar, como eixo orientador da educação, a inclusão social, para que uma geração nova de homens e mulheres possa se tornar construtora de uma sociedade onde todas as pessoas, grupos sociais e etnias sejam respeitados e possam participar e se beneficiar da produção dos bens materiais e culturais, numa nação cada vez mais próspera e justa. Consideramos, entretanto, oportuno e necessário esclarecer o que segue, no que se refere à ideologia de gênero, nos Planos Municipais de Educação: A discussão dos Planos Municipais de Educação, deveria ser orientada pelo Plano Nacional de Educação (PNE), votado no Congresso Nacional e sancionado em 2014 pela Presidente da República, do qual já foram retiradas as expressões da ideologia de gênero. Os projetos enviados aos Legislativos Municipais
incluíram novamente, em suas propostas, a ideologia de gênero, como norteadora da educação, tanto como matéria de ensino, como em outras práticas destinadas a relativizar a natural diferença sexual. A ideologia de gênero, com que se procura justificar esta “revolução cultural”, pretende que a identidade sexual seja uma construção exclusivamente cultural e subjetiva e que, consequentemente, haja outras formas igualmente legítimas de manifestação da sexualidade, devendo todas integrar o processo educacional com o objetivo de combater a discriminação das pessoas em razão de sua orientação sexual. A ideologia de gênero subverte o conceito de família, que tem seu fundamento na união estável entre homem e mulher, ensinando que a união homossexual é igualmente núcleo fundante da instituição familiar. As consequências da introdução dessa ideologia na prática pedagógica das escolas contradiz frontalmente a configuração antropológica de família, transmitida há milênios em todas as culturas. Isso submeteria as crianças e jovens a um processo de esvaziamento de valores cultivados na família, fundamento insubstituível para a construção da sociedade. Diante dessa grave ameaça aos valores da família, esperamos dos governantes do Legislativo e Executivo
uma tomada de posição que garanta para as novas gerações uma escola que promova a família, tal como a entendem a Constituição Federal (artigo 226) e a tradição cristã, que moldou a cultura brasileira. Pedimos ainda que seja cumprido o que dispôs o Conselho Nacional de Educação, através da Câmara de Educação Básica, que, dispõe que o ensino religioso integra a base nacional comum da Educação Básica (na resolução número 4, de 13/07/2010, em seu artigo 14, § 1, letra F). Seja, pois, incluído nos Planos Municipais de Educação o ensino religioso, em sintonia com a confissão religiosa da família, que tem filhos na escola. Queremos também solidarizar-nos com todos os que sofrem discriminação na sociedade. Que as escolas ofereçam uma educação que valorize a família e a prática das virtudes, acolhendo bem a todos, seja qual for a orientação sexual. Deus abençoe a todos que trabalham na educação das crianças, adolescentes e jovens. Aparecida, 11 de junho de 2015. Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer Presidente do Conselho Episcopal Regional Sul 1 – CNBB Dom Moacir Silva Vice-Presidente do Conselho Episcopal Regional Sul 1 – CNBB Dom Tarcísio Scaramussa Secretário do Presidente do Conselho Episcopal Regional Sul 1 – CNBB
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Missão Paz
Mesa final do I Simpósio Internacional sobre religião e migração, com líderes religiosos do Catolicismo, Judaísmo e Islamismo e os representantes da PUC-SP, do SIMI e da Missão Paz
Migração: em todo mundo, o desafio de manter as identidades religiosas Nayá Fernandes
nayafernandes@gmail.com
O “I Simpósio Internacional sobre Religião e Migração” aconteceu em São Paulo, entre os dias 8 a 10, no campus Perdizes da PUC-SP. O evento foi promovido numa parceria entre o Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências da Religião da universidade, a Missão Paz, o Centro de Estudos Migratórios (CEM) e o Scalabrini International Migration Institute (SIMI), de Roma. “Mobilidade humana e identidades religiosas” foi o tema principal do Simpósio, que reuniu conferencistas nacionais e internacionais como os professores Fabio Baggio e Gioachino Campesi, ambos do SIMI e da Pontificia Università Urbaniana, de Roma. Relatos de experiências, comunicações e momentos culturais também fizeram parte da programação. Transmitido pela Rádio Migrantes, em português e em espanhol, o evento ajudou numa releitura da história da imigração, sobretudo no Brasil, e desconstruiu mitos e preconceitos que podem dificultar a acolhida de imigrantes e refugiados. Fabio Baggio, do Scalabrini International Migration Institute, falou sobre o panorama contemporâneo das migrações internacionais, o panorama religioso dos migrantes e os desafios que surgem a partir daí. Ele destacou que há 232 milhões de migrantes internacionais, correspondendo a 3,2% da população mundial. Contudo, 17 milhões são refugiados. “De 1990 a 2013, houve um aumento de 50% (77 milhões), a maioria com um fluxo entre 2000 e 2010 (4,6 milhões por ano). Destes, quase a metade (48%) são mulheres e 75% têm
entre 20 e 64 anos”, afirmou. Outro dado apresentado pelo professor foi a distribuição geográfica desses migrantes no mundo: na Europa, 72 milhões; na Ásia, 71 milhões; nos Estados Unidos da América e Canadá, 53 milhões; na África, 19 milhões; na América Latina e Caribe, 9 milhões; e na Oceania, 8 milhões.
‘A liberdade religiosa é também um motivo de migração’
Histórias comuns entre católicos, judeus e mulçumanos foram contadas na mesa final do evento, que teve como tema principal “Os nômades de Deus: diálogos inter-religiosos a partir da sobrevivência humana”. Tiveram
a palavra o Rabino Michel Schlesinger, da Congregação Israelita Paulista; o Sheikh Mohamad Al Bukai, da União das Entidades Islâmicas; e o Padre Alejandro Cifuentes, da Missão Paz. O Rabino recordou que Congregação Israelita Paulista foi fundada há 79 anos por judeus alemães que estavam fugindo do nazismo na Europa. “A vocação da Congregação durante os primeiros anos de existência foi a de acolher migrantes que desembarcavam no porto de Santos e se instalavam pertinho da estação da Luz, no bairro do Bom Retiro”, contou. O Sheikh que nasceu em Damasco, capital da Síria, está no Brasil há oito anos e começou sua exposição ressaltando que
ele mesmo é um imigrante neste “País feito de imigrantes que é o Brasil”. Ele lembrou que o calendário islâmico começa com a migração do profeta Mohamed. “Foi a migração que fez com que a religião islâmica seja uma religião forte. Assim, onde um mulçumano não pode praticar sua religião, ele deve sair para praticá-la. A liberdade religiosa é também um motivo de migração. A mais recente imigração dos árabes, nos últimos 30 anos, aconteceu devido às guerras e, nos últimos quatro anos, devese, sobretudo, à crise na Síria.” Sobre os conflitos na Síria, na Líbia, no Iêmen e em outros países da região do Oriente Médio, o Sheikh reforçou a influência da questão política. “Eles não discu-
Ondas Migratórias para o Brasil Época 1559-1888
Origens
Religiões
Imigrantes africanos trazidos como escravos
Religiões africanas
1871-1930
Chegada de 4 milhões de imigrantes para o Estado de São Paulo. A maioria composta de italianos, portugueses e espanhóis e, em menor proporção, alemães e suíços
Luteranos Católicos
1910-1920
Chegada de sírios-libaneses, japoneses e judeus
Católicos maronitas Mulçumanos Budistas Judeus
1930-1990
Chegada de 500 mil imigrantes ao Brasil
Cristãos Mulçumanos Judeus
Pós 2ª Guerra – 1949
Chegada de “deslocados de guerra”, principalmente do Leste Europeu (Bulgária, Croácia, Eslovênia, Estônia, Letônia, Hungria, Lituânia, Polônia, Rússia, Ucrânia). Cerca de 300 mil.
Ortodoxos Mulçumanos
A partir de 1960
Coreanos, chineses e latino-americanos (bolivianos, peruanos, equatorianos, paraguaios).
A partir de 1990
Imigrantes de diversos países da África, (Nigéria, Angola, Moçambique, Costa do Marfim, Congo, Senegal).
Confucionistas Taoístas Budistas Cristãos Mulçumanos
A partir de 2010
Imigração haitiana e aumento da chegada de imigrantes de diversos países da África, (Nigéria, Angola, Moçambique, Costa do Marfim, Congo, Senegal) e de Bangladesh.
Cristãos Mulçumanos Hinduístas
(Com informações do Padre Paolo Parise)
tem direitos humanos ou democracia, mas o que há de riqueza. Estão usando a religião para promover interesses políticos e econômicos. Quando a religião é praticada, o resultado sempre vai ser paz e nunca conflito. O problema é sempre político”, disse. Já o Padre Alejandro mostrou as faces plurais da religião em manifestações populares dos imigrantes latino-americanos em São Paulo, sobretudo no que se refere às devoções marianas.
O crescimento da imigração em São Paulo
De janeiro a maio deste ano, a Missão Paz, na rua do Glicério, em São Paulo já atendeu aproximadamente 1.200 haitianos. Em 2014, o número chegou a 4.642. Segundo o Ministério da Justiça, este ano foram concedidos 5 mil vistos para haitianos; em 2014, foram 25.556 vistos. O número total, desde o terremoto em 2010, chega a 52 mil. Em relação à comunidade boliviana, segundo dados do Consulado da Bolívia, estima-se que até 2014 havia 350 mil bolivianos em São Paulo. Destes, apenas 100 mil têm os documentados regularizados. Entre os desafios políticos, Padre Paolo Parise, diretor do CEM, que fez uma conferência sobre “Imigração no Brasil: os números e os desafios sociais e éticos”, lembrou a problemática de uma nova lei migratória e uma política migratória planejada e articulada. Ele lembrou, também, a necessidade de uma política continental para frear os “coiotes”, que realizam ilegalmente o transporte de imigrantes e são responsáveis por grandes tragédias como as que têm acontecido com navios de imigrantes que querem desembarcar na Europa.
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| Entrevista | 15
Com a Palavra Padre Paolo Parise
Falta diálogo e articulação política nas questões de imigração Luciney Martins/O SÃO PAULO
Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com
Grupos de haitianos e de outras nacionalidades não param de chegar ao Brasil, o que amplia a necessidade de uma resposta das autoridades brasileiras para as questões migratórias. Trabalhando na linha de frente de acolhida de imigrantes, o Padre Paolo Parise, coordenador da Missão Paz, explica ao O SÃO PAULO os desafios diários dessa atividade mantida pelos Missionários de São Carlos Borromeu, Scalabrinianos.
O senhor teme que políticas intransigentes de imigração, como acontece no Reino Unido, possam ser aprovadas no Brasil?
Sim, o medo é que aconteça. Mas já na área de imigração do aeroporto de Guarulhos existe algo similar, em escala menor. Há histórias de imigrantes que ficam retidos por semanas. Tivemos um caso de uma família em que a esposa e o filho passaram pela imigração e o marido foi enviado novamente para a Nigéria.
O SÃO PAULO - Qual a atual situação
dos haitianos em São Paulo?
Padre Paolo Parise - Todo esse fluxo, que foi ajudado pela postura de abertura do Brasil em relação aos haitianos, graças ao visto humanitário, foi uma ação muito boa, louvável, que facilitou a entrada aos haitianos, um povo imigrante por tradição. Para ter uma ideia, há mais de 1 milhão de pessoas fora do Haiti. Foi um grande gesto de humanidade, porém, não se pensou nas consequências. É preciso planejar. Se fez uma boa ação ao abrir as portas, mas não se percebeu que isso cria demandas de serviços de acolhida, cursos do idioma português, mecanismos de integração. Criou-se uma bola de neve que encontrou o governo despreparado. Algumas coisas começaram a surgir. Em 2014, foi criado em São Paulo um abrigo emergencial, mas a Igreja Católica já fazia isso desde 2010, em Manaus, Cuiabá, Rio de Janeiro... O número de vistos dados pela embaixada em Porto Príncipe [capital do Haiti] é pequeno em relação à grande demanda. Isso criou um fluxo e os “coiotes” se aproveitam e exploram os migrantes cobrando 4 mil dólares em média pela viagem.
Qual a atuação da Igreja nesse contexto?
A Congregação dos Scalabrinianos se “arrebentou” para tentar acolher esses haitianos, desde Manaus até Curitiba. A ação da Igreja quase que substituiu a ação do Estado. O Estado tem que se mexer mais, não pode delegar que a Igreja faça o que é papel dele.
Há articulação das esferas federal, estadual e municipal nesta questão?
Não. Um faz uma coisa, outro faz outra, um outro não dialoga... Ano passado, em agosto, em um seminário, foram assinar um termo de compromisso o ministro da Justiça, o representante do governo estadual e um representante do municipal. Foi uma foto bonita. Mas não mudou nada, aconteceu tudo igual antes. Está faltando diálogo, articulação política.
de dominicanos, senegaleses... Eles deixam a pessoa na prisão até que a família libere o dinheiro.
O como o senhor avalia a missão de paz no Haiti?
Não é um exemplo a Itália, mas quando deslocam as pessoas que chegam a Lampedusa, eles avisam as outras regiões, planejam lugar de chegada, onde vão ficar e tudo mais. Entendo o Estado do Acre que tem uma dificuldade, mas o Governo Federal não tem somente que repassar verbas, mas sim pensar em um lugar de destino. Nesse ponto, acredito que falta diálogo. Conversei com as pessoas do Acre e elas desabafam que a situação é muito complicada, seja pela quantidade de imigrante que está chegando, seja pela população que muitas vezes tem manifestado muita xenofobia porque dizem: “vou no hospital está cheio de imigrante, vou no banco está cheio de imigrante”.
Qual sua avaliação sobre a política migratória do Brasil?
Estamos assistindo a um problema estrutural nos últimos anos que é o Estatuto do Estrangeiro, defasado, é da época da ditadura militar. Estamos atrasados, o atual Estatuto do Estrangeiro é velho, anti-imigrante, antidignidade do ser humano e olha o imigrante como ameaça. O novo paradigma deveria ser o imigrante como ser humano, com seus direitos garantidos. É essa mudança que esperamos que aconteça. Além do Estatuto, há o problema das políticas. A plataforma legal não é garantia de fazer uma política migratória boa, às vezes, não há diálogo. Falta uma política migratória municipal, estadual e nacional bem articulada.
Há uma pressão sobre o poder público?
Trabalhamos em rede, em mais de dez redes. Junto com a advogada, vou ao Ministério do Trabalho, Ministério da Justiça, conversamos na Prefeitura, dialogamos
com secretarias do Estado de São Paulo. Pressionamos a Prefeitura, em outubro de 2014, para ampliar o espaço de acolhida, mas até agora ainda não tivemos resposta.
Como é a contratação de mão de obra dos imigrantes?
Antes de ser contratados, os imigrantes passam por uma palestra para saber seus direitos e deveres. Também o empresário passa por uma triagem e um esclarecimento de que tem de assinar a carteira e um compromisso ético com CNPJ da empresa e tudo. Infelizmente, depois da contratação, só conseguimos visitar uma em cada oito empresas. Não dá para visitar todas. Só em 2014, foram 816 empresas que contrataram das 2 mil que vieram aqui, ou seja, apenas um terço contrata porque as outras não querem assinar carteira e aí já são excluídas do processo. O problema é que essas empresas não selecionadas ficam nas ruas próximas à Missão contratando, e ainda dizem que contrataram aqui. Tivemos um processo em que a empresa foi acusada de trabalho escravo e disse que contratou na Missão Paz, mas tínhamos os documentos de que ela não havia contratado ninguém e nem assinado o termo ético.
Uma ação conjunta da América Latina nessa acolhida aos imigrantes não seria positiva?
Sim. Deve haver uma ação em conjunto. Sentar e encontrar soluções. Ouvimos muito sofrimento dos imigrantes que passam pela rota Equador – Peru até chegar ao Acre. Nessa rota, os protagonistas são os coiotes, porque os países não estão sendo. Eles [os coiotes] estão tirando dinheiro, criando cárcere privado, trabalham com drogas e com os imigrantes. Essa rota da imigração ilegal não é mais de haitianos, é
A reconstrução internacional do Haiti e a força tarefa de paz não estão dando certo, porque a reconstrução não está acontecendo. Eles continuam migrando. E existe outro problema: precisa haver uma ação de esclarecimento. Está sendo passada uma imagem que não é real do Brasil. Numa noite dessas, em uma roda de conversa, um dos imigrantes me contou que falam no Haiti que você chega no Brasil e começa a trabalhar.
Como o senhor vê a cobertura da mídia em relação aos haitianos no Brasil?
Não podemos generalizar. Temos jornalistas e meios de comunicação muito bons, mas há muitos sensacionalistas, sem nenhuma dignidade, como o caso da foto feita por um jornalista de um grande veículo de comunicação. Eu soube que o fotógrafo entrou no banheiro sem pedir autorização e saiu tirando fotos. A impressão da foto é que o mictório é utilizado para urinar e a pessoa estava tomando banho, mas foi feito um acordo entre os próprios haitianos para que aquele espaço não fosse usado para urinar e apenas para lavar roupas. Passa uma imagem de que foi um furo, mas é uma ideia errada, preconceituosa, um corpo negro dando uma ideia de escravidão e de desrespeito da dignidade humana.
De que tipo de ajuda a Missão Paz precisa?
Ter iniciativas de grupos e pessoas que venham aqui ao meio dia com lanche aos migrantes. Estamos disponibilizando o jantar, mas não o almoço. É possível acompanhar o que fazemos por meio do site www.missaonspaz.org. Ficamos receosos em falar em dinheiro, mas, para se ter uma ideia, somente de água estamos pagando R$ 4 mil, e de luz R$ 3 mil. Quem quiser ajudar é só entrar em contato conosco
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Filipe David
osaopaulo@uol.com.br
Dica de Leitura
Reprodução
A Verdadeira Devoção ao Espírito Santo Monsenhor Luis María Martínez y Rodríguez foi uma glória do clero mexicano. Homem de vida espiritual verdadeira e profunda, muito trabalhou pela unificação do povo mexicano após a trágica Guerra dos Cristeros, e sobretudo pela restauração da Igreja Católica, arruinada pela severa perseguição sofrida por uma política abertamente anticlerical. Foi ordenado bispo em 30 de setembro de 1923 e, posteriormente, elevado a arcebispo primaz do México, em 20 de fevereiro de 1937. Faleceu em 9 de fevereiro de 1956. Atualmente, seu processo de beatificação já está em fase bastante avançada. Como mestre espiritual, tinha uma característica peculiar: a sua “doutrina das misérias” ou “mistérios da debilidade”, sabendo animar as almas no seu caminho de devo-
ção, inspirando-lhes confiança no amor misericordioso e auxiliando-as em meio às noites e tribulações, tentações e lutas. Este livro traz um compêndio do seu magistério espiritual. É um verdadeiro clássico da literatura religiosa do século XX, fruto de sua própria vida mística e de seu ministério de diretor de almas – sobretudo de duas grandes místicas: a Serva de Deus Madre María Angélica Alvaréz Icaza e a Venerável Concepción Cabrera de Armida, a Conchita. Ele, enfim, ensina-nos a crescer na virtude a partir da consagração ao Espírito Santo, inserida na grande obra da santificação da
Cinema
Divertida mente
alma e de sua união a Cristo sacerdote. Ficha técnica: Autor: Monsenhor Luis María Martínez y Rodriguez Páginas: 176 Editora: Ecclesiae
Estreia na quinta-feira, 18, o novo filme da Disney, “Divertida Mente”, para ir assistir com as crianças. Trata-se de uma animação que conta a história de Riley, uma garota de 11 anos que deve abandonar sua cidade natal – no estado de Minnesota – para ir morar em São Francisco, onde seu pai obteve um novo emprego. Como todos nós, a vida de Riley é influenciada por suas emoções: Alegria, Medo, Raiva, Nojo e Tristeza. Essas emoções, verdadeiros personagens vivendo dentro da mente de Riley, ficam na “sala de controle”, onde buscam aconselhá-la no seu dia a dia. Mas justo quando Riley e suas emoções lutam para se adaptar à nova vida na cidade grande, uma confusão na sala de controle faz com que alegria e tristeza sejam expelidas no local. Agora, elas precisam percorrer as várias ilhas existentes nos pensamentos de Riley para que possam retornar à sala de controle - e, enquanto isso não acontece, a vida da garota muda radicalmente. De acordo com o diretor, Pete Docter, cada emoção foi desenhada com base em uma forma diferente: alegria é uma estrela, tristeza é uma lágrima, raiva é um nervo à flor da pele, e nojo é um brócolis. Apesar disso, Pete detalha que ele gosta muito de brócolis.
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O custo do ‘
gero’ Daniel Gomes
Um ano após a Copa, arenas do Mundial no Brasil arrecadam menos do que precisam para manter operação e saldar dívidas de construções Daniel Gomes
danielgomes.jornalista@gmail.com
Janeiro de 2015, alta temporada do verão brasileiro. De uma das arquibancadas da Arena Dunas, em Natal (RN), quatro casais, de diferentes partes do País, fotografam o estádio, inaugurado em janeiro de 2014, e que acolheu quatro jogos da Copa do Mundo. “Por ser uma arena multiuso é usada não só para jogos. Aqui já teve casamento, culto evangélico e grandes shows”, diz aos visitantes um dos guias da empresa que administra a Arena Dunas, um dos poucos estádios da Copa que encerrou 2014 com saldo positivo de operações, R$ 20 milhões de superávit, graças a inclusão no balanço financeiro de R$ 105 milhões que deveriam ser contabilizados no fundo do pagamento da construção. Segundo levantamento do jornal Folha de S.Paulo, dos 12 estádios da Copa, apenas a Arenas Dunas, o Mineirão, o Beira-Rio e a Arena Corinthians fecharam 2014 com superávit. O
Palco da abertura da Copa 2014, Arena Corinthians é um dos quatro estádios do Mundial com superávit financeiro
prejuízo acumulado das operações nos outros oito estádios totalizou R$ 126 milhões. No caso do estádio em São Paulo, a conta da construção só começará a ser paga em julho, em parcelas mensais de R$ 5 milhões ao BNDES. No ano passado, o Itaquerão, como é mais conhecido, teve saldo positivo de R$ 11 milhões, montante que serviria para pagar apenas dois meses da dívida.
Sem público e sem planejamento
Entre os administradores dos estádios, a situação do Corinthians não é das piores. O maior problema está onde o nível do futebol local redunda em arquibancadas vazias, como é o caso da
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Arena Pantanal, em Cuiabá (MT); do Mané Garrincha, em Brasília (DF); e da Arena da Amazônia, em Manaus (AM). Nesta última, em 2014, foram arrecadados R$ 2,5 milhões e os gastos operacionais somaram R$ 6 milhões. “Todo o problema começou em escolher 12 cidades-sedes e não oito, como a Fifa recomendava, e também ter selecionado cidades que não tinham potencial de futebol. A coisa nasceu errada e assim foi até o final: atrasos nas obras, falta de planejamento, aumento de custos e falta de previsão de legado de forma mais clara”, opinou, ao O SÃO PAULO, Rodrigo Prada, diretor de comunicação do Sindicato Nacional das Empresas de
Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco), entidade que desde o começo da década mantém o Portal 2014, com notícias sobre as cidades sedes da Copa. Outro problema, segundo Rodrigo, é o custo para a manutenção das arenas, que em alguns casos chega até a R$ 800 mil mensais. “São necessárias ações para tornar essas arenas mais úteis e lucrativas, pois elas precisam aumentar receitas e isso não será possível somente com o futebol, porque há um limite para o valor dos ingressos, que até já foi ultrapassado, estão caríssimos”, avaliou.
Em busca de soluções
Em maio deste ano, em au-
diência pública na Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados, gestores das arenas construídas para a Copa de 2014 relataram as dificuldades para mantê-las. Eduardo Martins, presidente da Associação Brasileira dos Operadores de Arenas Multiuso, afirmou que a realização de eventos ajuda, mas a solução definitiva é a melhoria da qualidade do futebol brasileiro, para que mais pessoas prestigiem as partidas. Uma experiência partilhada no evento foi a adotada no estádio Mané Garrincha, onde agora estão instaladas três secretarias do governo do Distrito Federal, que antes funcionavam em imóveis alugados. Com a mudança, o governo distrital vai economizar R$ 15 milhões. O custo médio de manutenção mensal do estádio é de R$ 800 mil e outras alternativas de gestão ainda estão em estudo.
AGENDA ESPORTIVA DOMINGO (21) Circuito Popular de Corrida de Rua de São Paulo 7h – Etapa da Cidade Ademar (largada da rua do Mar Paulista com a rua do Sossego, Cidade Ademar) Brasileirão de Futebol 16h – São Paulo x Avaí (Morumbi)
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Brasilândia
‘Santo Antônio nos ensina a viver a paz’ Lázaro Jorge Scarabote
Na Vila Brasilândia, devotos de Santo Antônio festejam o padroeiro, no dia 13
Renata Moraes
jornalismorenata@gmail.com
Inspirados pelo Ano da Paz, da CNBB, os fiéis da Paróquia Santo Antônio, da Vila Brasilândia, escolhearm a temática “Santo Antônio,
homem da paz e do bem, rogai por nós”, para celebrar a trezena em honra ao padroeiro, festejado no sábado, 13. As comemorações iniciaram-se em 29 de maio, no aniversário de 61 anos da Paróquia. No dia 30, houve missa com a coroação de Nossa Senhora e o hasteamento da bandeira de Santo Antô-
nio, simbolizando o início dos festejos. Para fazer memória das virtudes e dos ensinamentos do Santo que morreu aos 36 anos, e viveu em função do anúncio do Reino de Deus, em cada noite da trezena as missas foram presididas por padres convidados com o nome de Antônio ou que são frades franciscanos. “Doutor da Igreja”, “Fidelíssimo Filho de São Francisco”, “Amigo da Pobreza”, “Homem de Fé e de Amor para a Santa Eucaristia”, “Propagador da Fé” e “Restaurador da Paz”, foram alguns títulos de Santo Antônio refletidos junto aos fiéis durante a trezena. No dia 13, aconteceram cinco missas e antes da última, a procissão com a imagem do Padroeiro pelas ruas da Vila Brasilândia, conduzida pelo Padre José Renato Ferreira, pároco, que fez reflexões sobre a vida do Santo de Pádua, e também sobre as questões de violência, saúde e a falta de moradia que assolam os moradores da região.
Padre José Renato, que assumiu a Paróquia no início deste ano, animou a comunidade e exortou a todos à verdadeira promoção da paz. “Santo Antônio nos ensina a viver a paz, a paz em plenitude, a paz consigo mesmo e a paz entre os irmãos e na comunidade. Temos que aprender de Antônio, que aprendeu de Jesus”, expressou o Sacerdote. Na homilia, o Pároco relembrou os sermões e temas refletidos na novena e parabenizou a vivacidade e participação de toda a comunidade, durante os dias festivos. Ao final da celebração, Padre José Renato agradeceu o empenho dos fiéis. Estes retribuíram com uma homenagem ao pároco, ao Padre Márcio Chen, vigário paroquial, e ao diácono Rogério Lopes Camargo. Os pães de Santo Antônio foram distribuídos para a assembleia e os participantes puderam, ainda, partilhar os 30 bolos feitos pelos confeiteiros da paróquia.
Aos 80 anos, Padre Daniel é testemunho da Igreja junto aos pobres Gratidão e carinho marcaram a missa em ação de graças pelos 54 anos de sacerdócio e 80 anos de vida do Padre Daniel Francis McLaughlin, no domingo, 14, na Paróquia São José, no Setor Pastoral Perus. Lideranças leigas das comunidades onde o Padre Daniel trabalhou nos últimos 20 anos celebraram com ele o dom da vida e seu ministério. Padre Daniel é missionário do Instituto Maryknoll no Brasil desde 1981. Sua missão iniciou-se na extinta Região Episcopal de São Miguel, hoje diocese, no período em que era conduzida por Dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo emérito de Blumenau (SC) na época bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo. Desde 1995, o Sacerdote atua nas
paróquias da Região Brasilândia, já tendo passado pelas paróquias Bom Pastor, no Jardim Carumbé; e Santa Rita de Cássia, no Morro Grande. Atualmente é vigário na Paróquia São José, em Perus. Em 54 anos de vida sacerdotal, ele dedicou-se aos
ASSOCIAÇÃO INDÍGENA SOS COMUNIDADE INDÍGENA PANKARARU Retificação do edital da Assembleia Geral Extraordinária de 2 de agosto de 2014 Pela presente e atendendo às disposições do artigo 14, parágrafo 2, do estatuto social vigente, comunico que a Assembleia Geral Extraordinária convocada para o dia 2 de agosto de 2014 será realizada às 14 horas, no Centro Cultural Casulo, à rua Paulo Bourroul, 100, Real Parque, São Paulo, conforme o edital anterior publicado a 16 de julho de 2014, para preencher os cargos de vice-presidente e tesoureiro, e a apresentação das propostas de trabalho da atual diretoria. Se no horário indicado não houver o comparecimento da maioria simples dos associados, instalar-se-á meia hora depois, em segunda convocação, com qualquer número de associados. São Paulo, 18 de julho de 2014 Maria Lindinalva de Jesus RG. 19.513.319-5 - Presidente
Juçara Terezinha Zottis
pobres e à formação de lideranças. Ainda hoje, mesmo com 80 anos de vida, cabelos brancos e limites próprios da idade, Padre Daniel continua sua ação missionária, com palavras de incentivo e otimismo. (Colaborou Juçara Terezinha e Padre Cilto Rosembach)
Presbítero celebra 54 anos de sacerdócio na Paróquia São josé
Tomaz Lourenço da Silva
No domingo, 14, lideranças juvenis de pastorais, movimentos e novas comunidades da Região Brasilândia participaram da Assembleia das Juventudes na Comunidade São Pedro Apóstolo, no bairro de Pirituba.
Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese, reuniu-se com religiosos e religiosas que atuam na Região Brasilândia no sábado, 13, no Centro Pastoral Santa Fé – Anhanguera. O encontro foi inspirado pela realização do Ano da Vida Religiosa Consagrada, por isso, houve uma reflexão em conjunto sobre as cartas de Papa Francisco sobre a Vida Religiosa Consagrada.
ASSOCIAÇÃO DAS DAMAS DA CARIDADE DE SÃO VICENTE DE PAULO CNPJ/MF Nº 60.904.711/0001-12
Convocação Assembleia Geral Ordinária/Extraordinária
A ASSOCIAÇÃO DAS DAMAS DA CARIDADE DE SÃO VICENTE DE PAULO, devidamente cadastrada no CNPJ /MF sob o nº 60.904.711/0001-12, com sede na Alameda Barros, nº 539, Santa Cecília, São Paulo/SP, CEP 01232-001, nos termos dos Artigos 15 e 16 do seu Estatuto Social, por meio de sua Presidente a Srª Carmen Terezinha de Paula Ferrante, convoca as suas associadas a participar da Assembleia Geral Ordinária/ Extraordinária, que será realizada em 07 de julho de 2015, às 09h30, em primeira convocação, ou às 10h30, em segunda convocação, na sede da Associação, para
deliberar sobre a seguinte ordem do dia: (I) Eleição dos novos membros da Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal, bem como as respectivas suplentes; (II) Alienação do imóvel descrito na transcrição do 3º Oficial de Registro de Imóveis da Capital Transcrição nº 32.082, situado na Avenida Rangel Pestana nº 1.039, 1.043 e 1.047; (III) Outros assuntos de interesse da entidade. São Paulo, 16 de junho de 2015. Carmen Terezinha de Paula Ferrante Presidente
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Belém ‘Santo Antônio: grande pregador e intercessor do povo de Deus’ Peterson Prates
Colaborador de comunicação da Região
No sábado, 13, a Igreja celebrou a memória litúrgica de Santo Antônio de Pádua. Na Região Belém, a paróquia a ele dedicada no bairro Chácara Mafalda, no Setor Pastoral Guarani, realizou seis missas, nas quais os fiéis puderam pedir a intercessão do Santo e agradecer pelas graças alcançadas. Desde o começo do mês, foi realizada a trezena em louvor ao padroeiro. A última celebração do dia foi presidida pelo bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, Dom Edmar Peron, que lembrou aos fiéis que neste ano, a festa de Santo Antônio coincidiu
com a festa do Imaculado Coração de Maria, outro motivo de festa. “Que o que nós falarmos não seja destruído pelo que fizermos”, afirmou o Bispo, na homilia. “Peçamos sempre a intercessão deste grande pregador e intercessor do povo de Deus, em todas as nossas necessidades”, finalizou. Ao fim de todas as missas, os fiéis saíram em procissão com o andor do Santo e receberam a bênção dos pães de Santo Antonio, que foram distribuídos aos fiéis. Estes também puderam venerar uma relíquia do Santo que está sob os cuidados da comunidade.
Peterson Prates
Na Chácara Mafalda, devotos de Santo Antônio celebram o dia do padroeiro
Com amor aos irmãos, no Sagrado Coração de Jesus “Celebrar a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus é fazer a experiência de sermos amados por Deus, para amarmos os irmãos”, expressou, na sexta-feira, 12, o Padre Manuel dos Santos, superior provincial dos Missionários do Sagrado Coração.
O Padre presidiu missa na Paróquia-santuário Nossa Senhora do Sagrado Coração, no Setor CarrãoVila Formosa, com a participação do Apostolado da Oração e da Fraternidade Leiga dos Missionários do Sagrado Coração. Concelebraram o
Arquivo pessoal
No sábado, 13, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, presidiu missa na Paróquia Santo Antônio de Lisboa, no Tatuapé, na memória litúrgica do Santo.
Peterson Prates
O núcleo Belém da Cáritas Arquidiocesana realizou entre os dias 11 e 13 um bazar beneficente no CEU Rosa da China, em Sapopemba, com vistas a arrecadar recursos para os projetos realizados pela Cáritas. Foi a primeira vez que o Bazar foi promovido fora do Centro Pastoral São José, onde é realizado frequentemente.
Padre Valdecir Soares, MSC, reitor da Paróquia; e o Padre Milton Tassoni, MSC. Na oportunidade, houve o rito de instituição da ordem do Leitorato e do Acolitato, dos missionários do Sagrado Coração, Frater Rogério dos
Santos e Frater José Eduardo, que se preparam para o presbiterado. Ao fim da celebração, os membros da Fraternidade Leiga dos Missionários do Sagrado Coração de Vila Formosa renovaram as promessas missionárias da Fraternidade.
Nossa Senhora de Fátima inspira orações pela paz “Obedientes à súplica de Fátima, possamos rezar sempre pela paz”, disse o Frei José Edson Biazio, pároco do Paróquia-santuário Nossa Senhora de Fátima e São Roque, do Setor Sapopemba, na ocasião do acolhimento da imagem peregrina de Fátima, no dia 8. A imagem, que está peregrinado por toda a Arquidiocese, permaneceu na Paróquia até o domingo, 14. Na missa de recepção, Frei José Edison, pároco, lembrou que a visita da imagem permitiria aos fiéis “pedir, agradecer, louvar e bendizer à Virgem de Fátima, Mãe de Deus e Mãe nossa”. No sábado, 13, a comunidade se reuniu para celebrar Santo Antônio, patrono de
Cidinha Fernandes
Imagem peregrina de Fátima é acolhida no Setor Sapopemba
uma das comunidades da Paróquia. Em carreata os fiéis seguiram com a imagem peregrina de Fátima e a de Santo Antônio, até a comunidade, onde foi celebrada a missa com bênção e distribuição dos pães. Para se despedir da imagem peregrina, os fiéis parti-
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ciparam na noite de domingo, 14, da celebração presidida pelo Frei José Edison, concelebrada pelo Padre Armênio Rodrigues, responsável por acompanhar a imagem peregrina na Arquidiocese, que agora está na Paróquia Nossa Senhora do Brasil, onde permanece até domingo, 21.
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Santana ‘O amor se transforma em missão’
Diácono Francisco Gonçalves
Colaborador de comunicação da Região
Diácono Francisco Gonçalves
Dom Sergio de Deus preside missa na Paróquia Sant´Ana, dia 12
Na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, na sexta-feira, 12, Dom Sergio
de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, afirmou que o
Apostolado da Oração pode intensificar a missão de levar o amor a muitas pessoas, visitando também os idosos que estão isolados em suas casas. A reflexão foi feita durante a missa por ele presidida na Paróquia Sant´Ana, concelebrada pelos padres Mauricio Vieira de Souza, pároco, Maércio Pissinatti Filho, vigário, e Luiz César Bombonato, coordenador regional do AO, com a participação
dos membros do Apostolado atuantes em paróquias da Região. O AO começou em um colégio de jesuítas na França, em 1884, quando seus estudantes queriam fazer algum apostolado. Seu orientador, Padre Francisco Xavier Gautrelet, SJ, orientou os estudantes que tinham o desejo de colaborar com a evangelização a oferecerem seus estudos, sacrifícios voluntários e outros atos de piedade, por
Em missão, pelas ruas e lares, o avivamento da fé Por meio da evangelização e da pregação, as santas missões populares oferecem avivamento da fé cristã e impulsão da vida comunitária nas paróquias e comunidades eclesiais de bases (CEBs). Cientes disso, os fiéis da Paróquia Jesus no Horto das Oliveiras, da Vila Maria, saíram em missão, no sábado, 13, pelas ruas do bairro. Como parte do processo formativo das missões, em 30 de maio, a Paróquia realizou um retiro, com vistas a fortalecer a espiritualidade dos missionários e preparálos para as visitas às casas. O momento de oração e reflexão, com a participação de
50 missionários, foi conduzido pelos frades Ernane Marinho, SIA, pároco, e Guilherme Anselmo, SIA. “Visitaremos nesta etapa um dos quatro quadrantes, em que foi dividido o território paroquial. Durante o ano, desenvolveremos de seis a sete visitas. Cada missionário sai com um kit contendo água e óleo bentos, a Bíblia e uma oração especial. Em seguida, eles retornam para o almoço na paróquia e partilham as experiências”, explicou, no início da missão, o Frei Ernane. “Os missionários colocaram em prática todo o aprendizado reunido até aqui. Todo o entorno da Paróquia
Diácono Francisco Gonçalves
Dom Sergio abençoa participantes das Santas Missões Populares
receberá a visita das santas missões populares. Um grande e minucioso mapeamento está sendo realizado, para que nenhuma rua ou avenida da região fique de fora na visitação desse importante projeto”, disse Adriana Toledo,
da Comunidade Bom Pastor. Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, abençoou os missionários, salientando que muitas pessoas necessitam da Palavra de Deus.
meio de uma pequena organização, que foi denominada de “Apostolado da Oração”. O Padre publicou o livro “O Apostolado da Oração”, tendo como embasamento teológico a devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Tanto o livro quanto a devoção obtiveram a aprovação do Papa Pio IX em 1849. A sede da Associação está em Roma, e o superior geral dos jesuítas é também o superior geral do Apostolado da Oração.
Semana Social da Região Santana A Pastoral Fé e Política, o CNLB Santana e o núcleo regional da Cáritas promovem a “Semana Social da Região Santana”, no Centro de Formação Pastoral Frei Galvão (avenida Marechal Eurico Gaspar Dutra, 1.853). Na terça-feira, 23, às 19h30, Padre Julio Lancellotti falará sobre “Profetismo - Doutrina Social”; na quinta-feira, 25, às 19h30, integrantes das pastorais sociais palestrarão sobre “Igreja e Sociedade”; e no sábado, 27, às 9h, acontece o 2º Dia da Cidadania, na Comunidade Sagrada Família (rua Sete Cachoeiras, 35, Jardim Peri).
Ipiranga
Com Santo Antônio, de casa em casa, a evangelização acontece Paróquia Santo Antônio
Renata Moraes
jornalismorenata@gmail.com
Santo é venerado na Vila Independência
Desde que chegou à Paróquia Santo Antônio, da Vila Independência, no Setor Ipiranga, em 2007, o Padre Renato Júnior Braga de Souza, pároco, iniciou o trabalho de evangelização nas casas, por meio da Pastoral de Rua. “Essa experiência é o fruto da ideia de levarmos a Igreja até o povo, de ser uma igreja missionária, ou seja, uma igreja em saída”, afirmou ao O SÃO PAULO. Como parte da programação religiosa dos festejos ao padroeiro, a Paróquia realizou a trezena de Santo Antônio nas casas. Divididos em sete grupos, durante 13 encontros, preparados previamente pelo Pároco, os fiéis se reuniram para refletir a Palavra de Deus, evangelizar os que estavam afastados e participar
das missas, celebradas pelo Padre Renato, que visitou todos os grupos. Os encontros aconteceram, sobretudo, nas comunidades mais carentes, pois a Paróquia está situada em um bairro periférico da zona sul de São Paulo. Em um dos grupos, a Pastoral de Rua escolheu rezar os 13 dias na casa de uma senhora idosa e enferma, que estava impossibilitada de frequentar a comunidade. Padre Renato relatou que essa experiência lhe recordou as primeiras comunidades cristãs. “A Igreja é a casa do povo, a Igreja é cada um de nós. Essa ação foi uma forma de trazer mais pessoas para a igreja, pois muitas delas nem tinham o costume de frequentar a comunidade paroquial. A partir do trabalho com a Pastoral de Rua e da trezena nas casas, conseguimos alcançar e evangelizar mais pessoas, chegando naquelas que estão afastadas de Deus”, expressou.
Segundo o Padre, a exemplo de Santo Antônio, que foi um exímio pregador do Evangelho, as experiências com a Pastoral de Rua permitem formar fiéis que saibam pregar, evangelizar, que tenham amor à Eucaristia e amor a Maria, e que permanecem devotos de Santo Antônio. No sábado,13, dia dedicado à memória do padroeiro, foram celebradas seis missas. Em cada uma, houve a distribuição de pães e a venda do tradicional bolo de Santo Antônio. Além das missas, houve dias de quermesse, que seguem até 5 de julho. A matriz da Paróquia fica na rua Álvaro Fragoso, 674, na Vila Independência. Durante todo o ano, a comunidade paroquial visita as casas no bairro, por ocasião de momentos do calendário litúrgico: Quaresma, mês mariano (maio), vocações (agosto), Bíblia (setembro), missões (outubro) e novena de Natal (dezembro).
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Fernando Geronazzo
Colaborador de Comunicação da Região
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Sé
Luciney Martins/O SÃO PAULO
No sábado, 13, paroquianos partilham bolo de Santo Antônio com devotos do padroeiro, que lotam a paróquia localizada no bairro do Pari durante as dez missas do dia
No pão partilhado, Santo Antônio se faz servidor da vida e da esperança Na 101ª festa do padroeiro, cerca de 50 mil pessoas passaram pela Paróquia Santo Antônio, no Pari, na região central de São Paulo, no sábado, 13. Foram celebradas dez missas pelos frades franciscanos, responsáveis pela igreja, sendo que após a última houve procissão pelas ruas do bairro com a imagem do Santo. A festa foi precedida pela tradicional trezena. Neste ano, o tema das comemorações foi “Santo Antônio, servidor da vida e da esperança”. “O mundo vive uma de suas maiores crises que não é nem de fé, nem econômica e social, mas a crise do sentido da própria história, isto é, de esperança”, explicou o vigário paroquial, Padre Anacleto Luiz Gapski. Segundo o Frade, a festa é uma ocasião de reunião da comunidade Paróquia Santo Antônio, na Barra Funda
do bairro e das redondezas e envolve a todos, seja no serviço ou na mão de obra, seja com donativos em dinheiro, prendas ou materiais. Wanda de Freitas Lavia, 67, coordena há 35 anos o grupo de 20 senhoras na confecção do tradicional bolo de Santo Antônio. Neste ano, foram 150 bolos, cerca de 4 toneladas no total. “São cerca de 200 quilos de farinha, 200 quilos de açúcar e 60 dúzias de ovos”, contou a colaboradora. “É uma alegria e uma grande satisfação poder colaborar nessa festa! Primeiro, porque eu nasci e me criei aqui nesta Paróquia. Depois, porque eu já recebi grandes graças pela intercessão de Santo Antônio. Por isso, mesmo um pouco doente, eu estou aqui”, afirmou. “O bolo já é a expressão que reúne Luciney Martins/O SÃO PAULO
a fraternidade, a alegria da comunidade”, acrescentou o Frei.
Amigo dos pobres
Ainda de acordo com o vigário paroquial, Santo Antônio - que nasceu em Lisboa, em Portugal, em 1195 e morreu em Pádua, Itália, em 1231 -, tornou-se muito popular por ter transformado os ideais franciscanos de vida em experiência prática. “Ele é um santo do mundo inteiro. Quase todas as igrejas acabam por deixar um espaço aberto para uma devoção a Santo Antônio porque ele era amigo dos pobres, dos doentes, atendia e acolhia a todos, era pastor, confessor, portanto, orientava as pessoas, sem contar que era um profundo conhecedor da Palavra de Deus e se tornou uma grande luz para a Renata Moraes
Igreja de seu tempo”, salientou Frei Anacleto. “O bolo, a fama de santo casamenteiro e de restituidor das coisas perdidas são consequências das graças alcançadas por sua intercessão. A grande devoção a Santo Antônio nasce do pão partilhado, do ‘pão dos pobres’. O primeiro grande fato que tornou Antônio popular era que ele realmente não negava pão para ninguém. Esse era seu milagre referencial. As pessoas que durante o ano inteiro frequentam as igrejas já se acostumaram e, mesmo que ajudem outras obras da Igreja, reservam uma quantia para o pão dos pobres”, afirmou o Frade. Uma dessas devotas é Martíria Gomes, 84. “Há muitos anos, eu trabalhava aqui perto e sempre no horário do almoço eu dava uma corridinha para vir rezar aqui na igreja”, contou a aposentada que hoje mora na Vila Carrão, na zona leste, mas faz questão de ir ao Pari celebrar a festa do padroeiro. Divulgação
Na Paróquia Santo Antônio, na Barra Funda, Dom Eduardo Vieira dos Santos, presidiu uma das cinco missas no dia do padroeiro, 13. A última celebração foi concluída com procissão pelas ruas do bairro.
Na praça do Patriarca, a Igreja de Santo Antônio, a mais antiga com o título do Santo em São Paulo, realizou a festa do padroeiro com missas e distribuição dos tradicionais pães abençoados, no sábado, 13.
A Paróquia São Vito Mártir, no Brás, festejou seu padroeiro com missa solene presidida por Dom Eduardo Vieira do Santos, seguida de procissão pelas ruas do bairro, no domingo, 14.
Segue até domingo, 21, a peregrinação da imagem de Nossa Senhora de Fátima na Paróquia Nossa Senhora do Brasil (praça Nossa Senhora do Brasil, 01). Informações: (11) 3082-9786.
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Lapa ‘Profeta da caridade’, São João de Deus inspira religiosos em 52 países
Benigno Naveira
Colaborador de comunicação da Região
Benigno Naveira
Frei Valdir com diretora da Casa da Saúde mantida pela Ordem Hospitaleira
Diante da situação de abandono e marginalização em que viviam os pobres e doentes do século XVI, São João de Deus radicalizou a própria vida e passou da compaixão à ação. O patrono dos doentes, dos hospitais e dos enfermeiros é celebrado em 8 de março, e atualmente a Ordem Hospitaleira por ele fundada atua em 52 países, com mais de 300 obras apostólicas.
No Brasil, Ordem Hospitaleira de São João de Deus realiza ações em Divinópolis (MG), no Hospital São João de Deus; Aparecida do Taboado (MS), na Casa da Hospitalidade; Itaipava (RJ), no Lar São João de Deus; e na cidade de São Paulo, na Casa de Saúde, localizada na Estrada Turística do Jaraguá, na área de abrangência da Região Episcopal Lapa.
Segundo o Frei Valdir Moreira, que pertence à Ordem, São João de Deus – nascido em Portugal em 1895 e morto na Espanha em 8 de março de 1550 – foi um homem adiantado ao seu tempo, tanto que ficou conhecido como o “Profeta da Caridade”. Em 1539, São João de Deus fundou um hospital inovador para época, a “Casa de Deus”, em que cada paciente era atendido em todas as suas dimensões - físicas, psíquicas, social e espiritual – e visto como o próprio Cristo. O exemplo de São João de Deus atraiu muitos colaboradores para a continuidade da obra. Eles fundaram hospitais em diferentes países, São João de Deus inspira ainda hoje vocacionados para a Ordem Hospitaleira. “Somos Religiosos consagrados e procuramos viver nossa entrega a Jesus Cristo misericordioso, servindo ao homem que sofre, defendemos os direitos dos enfermos, pobres e necessitados. Procuramos imitar nosso fundador São João de Deus”, afirmou
Frei Valdir. Os religiosos professam os votos públicos de castidade, pobreza, obediência e hospitalidade, e se preparam profissionalmente para atuar como enfermeiros, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, psicólogos, médicos, fisioterapeutas, entre outras atividades. Eles trabalham em hospitais gerais, centros psiquiátricos, lares para idosos e desenvolvem projetos sociais. “Lutamos e promovemos a humanização e a dignidade do ser humano. Nossa missão é cuidar da saúde das pessoas, aliando comprometimento dos colaboradores, ciência, humanização, ética e qualidade, segundo os valores de São João de Deus”, afirmou o Frei, lembrando que, por vezes, alguns frades são ordenados sacerdotes. Em 2015, a Ordem celebra o Ano das Vocações Hospitaleiras, em todo o mundo. Os interessados em ingressar na Ordem podem entrar em contato no e-mail ohbrasil@ohbrasil. org.br.
40 crianças e adolescentes dizem sim ao Ministério dos Coroinhas No dia em que toda a Igreja celebrou a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, 40 crianças e adolescentes renovaram o compromisso de servir à Igreja no Ministério dos Coroinhas, na sexta-feira,12, na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, no Setor Butantã. “Neste dia em que estamos comemorando o Sagrado Coração de Jesus, a nossa paróquia acolhe com carinho algumas crianças e adolescentes que renova-
rão o compromisso de servir a Igreja no Ministério dos Coroinhas. Eles dirão novamente o seu ‘sim’ ao ministério para qual foram instituídos”, afirmou o Padre Jorge Rocha, pároco, durante a missa presidida por Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, e que teve como concelebrantes os padres Cesar Borges, Flávio Heliton da Silva, José de Souza Paim, e a participação do
diácono André Iasz Filho. Dom Julio, na homilia, falou sobre a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus e sobre a Cruz de Cristo. “Se amamos a cruz, mostramos o verdadeiro amor a Deus. Se não amamos a cruz, não existe em nossos corações o verdadeiro amor a Deus e aos nossos irmãos. Amando a cruz, podemos descobrir até que ponto o amor é capaz de amar” Durante a missa, que teve a participação de 300
Benigno Naveira
Padre Jorge Rocha e Dom Julio abençoam coroinhas, no dia 12
pessoas, houve, ainda, o rito de entrega das fitas do Apostolado da Oração às associadas Aparecida Cardoso
Pontes Octaviani, Maria do Carmo Moraes dos Santos, Suzana L’abbate Marcondes e Eliana Aguiar dos Reis.
Vania Kawamoto
Benigno Naveira
No sábado, 13, animadores da Pastoral Vocacional se reuniram, na Paróquia Nossa Senhora da Lapa, para rezar pelas vocações e planejar atividades na Região Episcopal Lapa. A atividade foi comandada pelo Padre Elio Vigo, coordenador da Pastoral na Região.
No domingo, 14, Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, presidiu missa na Paróquia São Francisco de Assis, no Setor Butantã, durante a qual realizou a colação de 67 Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão.
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Dom Odilo Scherer recebe honraria do Ministério Público Estadual Luciney Martins/O SÃO PAULO
Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com
“Eu me sinto emocionado diante desta homenagem [...] Nessa ocasião especial para mim e para a Igreja que represento”. Essas foram as palavras do Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, ao iniciar, na quinta-feira, 11, o discurso de agradecimento diante do auditório lotado do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE). Na ocasião, o Cardeal foi homenageado com o Colar do Mérito Institucional, outorgado pelo Órgão Especial do Colégio de Procuradores de Justiça. O título foi entregue durante sessão solene do Órgão Especial, com a presença do ProcuradorGeral de Justiça, Márcio Fernando Elias Rosa; do Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin; do Presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez; da reitora da PUC-SP, Anna Maria Marques Cintra, e de diversas autoridades. Dom Odilo retribuiu a homenagem recebida, enaltecendo a “todos aqueles do Ministério Público que trabalham pela justiça e pela promoção da reta or-
Laureado com o Colar do Mérito Institucional, Dom Odilo agradece o trabalho do Ministério Público de São Paulo
dem na sociedade”, e prosseguiu, destacando que o trabalho do MPE dá espaço para que haja “novas possibilidades de postura ética na sociedade, em todos os campos”. O Cardeal também dedicou o colar “a todos aqueles que não estão no Ministério Público, mas que de maneira oculta e escondida, muitas vezes, estão com a
mão na massa, nas situações em que a defesa das pessoas, os direitos humanos, a liberdade e a dignidade humana estão precisando de presença muito próxima. São tantas organizações sociais, e nesse caso, tantas organizações da minha Igreja e de outras igrejas, outras organizações religiosas, que, partindo dos princípios da própria fé, dedicam grande
amor ao próximo em quem reconhecem a imagem e a semelhança de Deus, e por isso, defendem as pessoas e a dignidade nelas presente, mesmo quando ninguém fala por elas”. Dom Odilo criticou a corrupção e exortou a busca pelo bem comum, lembrando que o Papa Leão XIII, na primeira grande encíclica social, a Rerum No-
varum, já afirmava que a busca e a promoção do bem comum “constituem a própria razão de ser dos Poderes Públicos”. Para o autor da proposta que concedeu o Colar do Mérito Institucional ao Cardeal, o procurador de Justiça Vidal Serrano Nunes Júnior, Dom Odilo teve atuação fundamental em iniciativas de moralização da política e de proteção dos vulneráveis, em especial o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, o Movimento da Ficha Limpa e o convênio “Via Rápida para a Cidadania”, firmado com o Ministério Público e o Centro Santo Dias de Direitos Humanos, da Arquidiocese de São Paulo. “Logo, a iniciativa, mais do que homenagear nosso Arcebispo Metropolitano, constitui-se um tributo a um ser humano que, afastando-se de parâmetros ínsitos a uma sociedade materialista e se aproximando dos pobres e marginalizados, fez dos valores cristãos uma razão de fé e uma pauta de existência, demonstrando, pelo exemplo de sua conduta, como consubstanciar em ações o rol de direitos criados para a proteção da dignidade do ser humano”, afirmou. (com informações: www.mpsp.mp.br)
‘Do Sagrado Coração de Jesus brota a misericórdia de Deus’ Luciney Martins/O SÃO PAULO - 27.jul.2014
Fernando Geronazzo
Especial para O SÃO PAULO
A Catedral da Sé ficou tomada de bandeiras e estandartes do Apostolado da Oração (AO) e do Movimento Eucarístico Jovem (MEJ), na sexta-feira, 12, na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, na missa presidida pelo Cardeal Scherer, arcebispo metropolitano. A missa foi concelebrada por vários padres, entre eles o diretor-delegado mundial do Apostolado da Oração e do MEJ, Padre Frédéric Fornos; o Padre Eliomar Ribeiro, diretor nacional do AO, e o Padre Armênio Rodrigues, que acompanha esses organismos na Arquidiocese. Na homilia, Dom Odilo recordou que naquela Solenidade a Igreja também celebrava o Dia de Oração pela Santificação do Clero e, por isso, convidou todos a rezarem pelos seus pastores. Ele destacou que os associados do Apostolado da Oração não somente promovem a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, mas “aquilo que brota do coração de
Mantendo tradição de fé, membros do Apostolado da Oração celebram a devoção ao Coração de Jesus, na Sé
Cristo: o amor, aos doentes aos pobres, à Igreja, a dedicação a Deus”. “Do Sagrado Coração Jesus brota a misericórdia de Deus para conosco”, afirmou. Em 2015, o MEJ comemora 100 anos de fundação, e nesse contexto Dom Odilo estimulou que se envolva cada vez mais os jovens, para que deem continuidade a essa espiritualidade eclesial.
Rede de oração do Papa
Criado na França em 1844,
pelo Padre Francisco Xavier Gautrelet, jesuíta, o Apostolado da Oração hoje conta com 40 milhões de pessoas em todo mundo, em 86 países. Padre Frédéric destacou que essa associação de fiéis é considerada pela Igreja como a “rede mundial de oração do Papa”. No Brasil, estima-se que haja entre 3 e 6 milhões de membros, número ainda impreciso, segundo o delegado mundial, justamente pelo processo de restruturação e articulação do Apostolado.
100 anos do MEJ
De acordo com o Padre Frédéric, o MEJ está em 56 países, com mais de 1 milhão de jovens. “Em todo mundo, estão sendo realizados encontros e celebrações para marcar o centenário. Porém, a grande comemoração será em um encontro em Roma, em agosto, com a presença do Papa Francisco”, afirmou. O coordenador nacional do MEJ, Everson Donizete Araújo Lima, 32, informou que, no Brasil, para comemorar o cen-
tenário foram criados subsídios mensais que tratam da história do MEJ e os pilares de sua espiritualidade – Eucaristia, Evangelho e Missão. Também estão previstas celebrações pelo País, em setembro. O Brasil enviará 45 jovens para o encontro mundial. Entre esses está Ana Carolina Santos Cruz, 19, coordenadora do Movimento na Arquidiocese. “Será uma oportunidade única de representar não somente a Arquidiocese, mas o Brasil. Queremos ouvir o que o Santo Padre tem a nos dizer depois destes 100 anos de trajetória do Movimento, nos quais fechamos um ciclo e iniciamos um novo”, disse a jovem, que festejou a articulação do MEJ na Arquidiocese. “É um ‘trabalho de formiguinha’. Já conseguimos formar núcleos com grupos oficiais nas regiões Belém e Sé. Temos visitado as regiões e o setores para apresentar o Movimento e motivar os grupos do Apostolado da Oração a formarem grupos do MEJ em suas paróquias”.
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17 a 23 de junho de 2015 | www.arquidiocesedesaopaulo.org.br