Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 60 | Edição 3059 | 8 a 14 de julho de 2015
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No Equador, Papa Francisco enfatiza que nenhuma instituição substitui a família Eduardo Santillan/Presidencia de la República del Ecuador
O Papa Francisco chega nesta quarta-feira, 8, à Bolívia, dando sequência à viagem apostólica que realiza pela América latina. Desde o dia 5, o Pontífice esteve no Equador, onde, entre outras atividades, presidiu duas missas: em Guayaquil, afirmou que a família “constitui a grande ‘riqueza social’, que outras
instituições não podem substituir”; e em Quito, reforçou que evangelização não é proselitismo, mas sim a atitude de atrair os afastados com o próprio testemunho e aproximar-se de quem se sente longe de Deus e da Igreja. Da sexta-feira, 10, ao domingo, 12, o Pontífice estará no Paraguai. Páginas 4 e 9
laudato si’ é urgente mudar comportamentos
No Equador, Papa é recepcionado por autoridades e saúda crianças; viagem pela América latina segue até domingo, 12
3 mil casais reafirmam a família nas Equipes de Nossa Senhora
Deputados aprovam, em primeira votação, redução da idade penal
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Igreja Ortodoxa Antioquina homenageia Dom Odilo Pelas boas relações de proximidade e por sua atuação em favor do diálogo ecumênico e da unidade entre as Igrejas, o Cardeal Odilo Pedro Scherer foi homenageado na Catedral Ortodoxa Antioquina, na segundafeira, 6. Dom Odilo recebeu de Dom Damaskinos Mansour, arcebispo metropolitano da Igreja Ortodoxa Antioquina, um ícone da Santíssima Virgem Maria. Página 7
Futuros Padres participam da Missão de Férias Os seminaristas da Arquidiocese iniciaram, no fim de semana, a Missão de Férias. Até o domingo, 12, estudantes das quatro casas de formação do Seminário Arquidiocesano Imaculada Conceição visitam paróquias, comunidades e outras realidades pastorais como presídios, hospitais e a vivência das pessoas em situação de rua. Página 11
O SÃO PAULO inicia uma série de reportagens sobre a encíclica Laudato si’, do Papa Francisco, e mostra como o Santo Padre propõe uma mudança de consciência e comportamento para as grandes nações do mundo, mas, também, para
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Produtos, serviços e inovações são apresentados na ExpoCatólica Uma das maiores feiras de negócios do segmento católico no País, a ExpoCatólica aconteceu, entre os dias 2 a 5, no Expo Center Norte, na capital paulista, mostrando produtos, serviços e tendências para igrejas e o turismo religioso. Nesta edição da feira, também aconteceu o primeiro Congresso Nacional da Pastoral do Dízimo e da Partilha (Conadiz), e o 11º Congresso Nacional de Gestão Eclesial (Conage), com o tema: “Gestão Integrada: compartilhando métodos e estratégias para uma paróquia renovada. ‘Continuem progredindo’ (1 Ts 4,1)”. A Arquidiocese de São Paulo recebeu visitantes em um dos estandes do evento. Páginas 12 e 13
cada ser humano que habita a “casa comum”, mostrando que todos são responsáveis pelo cuidado com o planeta. Nesta edição, saiba como pequenas mudanças de hábitos domésticos podem fazer a diferença. Página 14
Recifran promove reinserção social por meio da reciclagem Página 15 Luciney Martins/O SÃO PAULO
Na ExpoCatólica 2015, Cardeal Scherer visita o estande da Arquidiocese
2 | Ponto de Vista |
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Editorial
Os ‘3 Rs’ e o Papa
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eduzir, reutilizar, reciclar. As três ideias aparecem frequentemente na encíclica Laudato si’ do Papa Francisco. Especialistas em educação ambiental e gestão de resíduos reuniram as três ideias numa “regra de ouro” para minimizar os impactos ambientais das residências e das empresas: a regra dos “3 Rs”. Para causar menos impactos ambientais, uma família deve reduzir o seu consumo onde isso seja possível (não deixando luzes acesas inutilmente, demorando menos no banho, só usando máquinas de lavar quando estas estiverem cheias etc.). Onde não for possível reduzir, deve-se procurar reutilizar (evitando produtos descartáveis, preferindo garrafas e louças que podem ser reutilizadas, escrevendo rascunhos no
verso das folhas usadas de computador, usando sacos plásticos de compras para jogar o lixo etc.). Por fim, onde não for possível nada disso, colaborar na coleta seletiva de lixo, onde os materiais reaproveitáveis serão reutilizados ou reciclados... A reciclagem é sempre a última opção, pois implica em gasto de energia para carregar e reprocessar o lixo. Além de ser boa para o meio ambiente, a regra dos “3 Rs” é boa para o bolso, pois reduz o desperdício e diminui os gastos das famílias e empresas. Os gestores ambientais das indústrias sabem que lixo e poluição representam perda de matériaprima e energia, portanto, perda de dinheiro – e o mesmo vale para as famílias. Apesar das campanhas de conscientização da população e das vantagens dos “3 Rs” para o meio ambiente e a econo-
mia, a produção mundial (e brasileira) de lixo está aumentando. E aumenta mais que a população, isto é, não só mais pessoas estão produzindo lixo, como também cada um está produzindo mais lixo... Quanto mais consumista é uma sociedade, mais lixo ela produz. Existe um aumento de consumo necessário para que os pobres tenham acesso a uma vida digna. E este é moralmente justo e desejável. Mas existe um aumento de consumo que é desnecessário, que nasce da ostentação, do comodismo e de um estilo de vida insustentável para o planeta. Com qualidade de vida equivalente, um norte-americano produz cerca de 25% mais lixo que um europeu. Por isso, o Papa sugere, na Laudato si’, que alguns terão que reduzir o seu consumo, para que outros possam ter uma vida digna
e o planeta não se torne insustentável. Consumismo é consumo desnecessário, aquele que pode ser evitado sem comprometer a qualidade de vida. Francisco nos adverte que ele é uma fuga do “vazio inteiro” que as pessoas vivem em nossa sociedade. Existe uma sobriedade, lembra o Papa, que pode ser alegre, que não implica em mortificação. Para vivê-la, precisamos de paz interior – dessa paz que parece cada vez mais rara em nosso meio. A “conversão ecológica” não é moralista ou impositiva, mas é um convite para que preenchamos nossos corações com aquilo que tem valor, superando a necessidade de consumir o que não pode realmente preencher a pessoa. Aqui o encontro com Cristo mostra sua força também na busca da sustentabilidade ambiental.
Opinião
O problema não é a televisão Sergio Ricciuto Conte
Dalcides Biscalquin Os apocalípticos anunciam o entardecer da televisão. Segundo eles, estaríamos prestes a mergulhar num universo tecnológico fundado em novas mídias. Por outro lado, há os que sustentam que o universo televisivo ainda está em expansão e terá vida longa. De qualquer forma, a certeza que parece indiscutível é que o imaginário humano continuará buscando caminhos e modalidades para reencantar sua visão de mundo. E aqui se encontra o fascínio da era da imagem. Num mundo marcado pela opressão, pela violência, pela insegurança econômica, pela solidão urbana, pelo abandono de valores, o espetáculo da imagem parece ter o seu papel muito bem definido. A ele compete assumir o lado das massas, inclusive para garantir os bons índices de audiência. Embora esteja a serviço de interesses díspares, a televisão brasileira encontra seu ponto unificador ao resgatar a possibilidade do sonho, ao se fazer presente onde a carência humana grita silenciosamente. Ela invade os espaços deixados por uma escola que não conscientiza, por uma família que não dialoga, por uma política que não inspira credibilidade. Não são poucos os que depositam a confiança de justiça nesse nosso País às investigações paralelas protagonizadas por determinados veículos de comunica-
ção. Não são desprezíveis os números que mostram que a população brasileira tem acesso à informação quase que exclusivamente pelos noticiários televisivos. O problema é que, nesse universo, quase tudo é transformado em show. Basta ver que algumas emissoras se especializam na exploração da violência. Por que o interesse do público
nesse tipo de programação? Talvez por levar o telespectador, mesmo que por um tempo curto, a deixar a escala pessoal do sofrimento e a ter um pseudoconforto no encontro da dor coletiva ou da dor alheia. Tudo tende a se transformar em espetáculo. As críticas à situação econômica, aos órgãos governamentais, às denúncias de corrupção, tudo vem imerso numa
pluralidade de assuntos amenos e entremeados por comerciais encantadores. Basta ver o sucesso das telenovelas. Um povo que não tem acesso aos livros encontra de alguma forma quem lhe conte histórias. Tudo muito previsível e comum. Nada que exija muito esforço intelectual. E a busca do final feliz parece ser sempre uma exigência categórica. Parece uma compensação imaginária diante do descompasso do mundo real. No entanto, não consigo ver a televisão ou a sua pobre programação como a grande vilã social. Culpar a televisão pela destruição das instâncias pedagógicas e educativas, pela demolição dos valores morais, pelo aumento da violência, no meu ponto de vista, é errar o alvo. É atacar o problema na sua exterioridade e desconhecer as causas mais profundas. Mais do que brigar com a indústria do imaginário, é preciso brigar com a realidade. O problema não é a ficção, mas o cotidiano, a estrutura social, a falta de perspectivas. A televisão não é o problema, é apenas a ponta do iceberg. Portanto, banir a televisão ou seus programas considerados nocivos e deixar as estruturas geradoras de atrocidades intactas é, no mínimo, ingenuidade. Dalcides Biscalquin é Mestre em Comunicação, licenciado em Filosofia e bacharel em Teologia; foi gerente de marketing da TV Cultura e diretor-presidente da Editora Salesiana. Apresenta diariamente o programa “Tribuna Independente” na Rede Vida de Televisão.
As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.
Semanário da Arquidiocese de São Paulo
Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator chefe: Daniel Gomes • Reportagem: Cônego Antônio Aparecido Pereira, Edcarlos Bispo, Filipe David, Nayá Fernandes e Renata Moraes • Institucional: Rafael Alberto e Fernando Geronazzo • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Secretaria de Redação: Djeny Amanda • Assinaturas: Ariane Vital • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Revisão: Maria Aparecida Ferreira • Impressão: Alliance Editorial S.A. • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.
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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo
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urante algum tempo, os fenômenos que desencadeiam a crise ambiental foram vistos como naturais: tempestades magnéticas no sol, influências cósmicas ainda pouco identificadas, além da fumaça de vulcões e dos movimentos cíclicos do clima, que já produziram períodos de aquecimento e resfriamento do clima na história do nosso planeta Terra; já houve, antes de nós, longos períodos de glaciação e aquecimento, sem que o homem interferisse nisso. A atual crise ambiental poderia ser atribuída igualmente a fenômenos fora do controle humano, ou sem a participação do homem? O maior conhecimento dos fenômenos da crise ecológica atual leva a uma conclusão incômoda: o homem ajudou a desencadear essa crise. E o Papa Francisco, na encíclica – “Laudato si’. Sobre o cuidado da casa comum” – não tem medo de colocar o dedo na ferida e faz refletir. O paradigma tecnocrático que domina a economia e o estilo de vida é causa importante dessa crise. A tecnologia representa um avanço impressionante do domínio do homem sobre a natureza e lhe permite realizar intervenções nunca imaginadas na natureza, para colocar tudo a seu próprio dispor e utilidade. E assim, o homem consegue melhorar a qualidade de sua vida de uma forma extraordinária.
Encíclica: O homem tem parte na crise ecológica Nada mal, se tudo fosse feito na justa medida. Mas a justa medida e os fins visados no emprego da tecnologia são, justamente, o lado humano que pode interferir no equilíbrio da natureza. A tecnologia produziu máquinas de todo tipo, que demandam energia para funcionar e prestar o serviço desejado pelo homem; este passou a utilizar em demasia os recursos energéticos fósseis, como o carvão e o petróleo, que enchem a atmosfera de gazes de efeito estufa, com suas consequências conhecidas. A agricultura e a pecuária demandam grandes extensões de solos cultiváveis, para responder à demanda do mercado e a certa cultura alimentar, que poderia ser modificada. A destruição das florestas e a degradação ambiental são as consequências indesejadas, mas... Seria hora de colocar um freio naquilo que vai sufocando e matando a natureza, o homem incluído. Mas quem vai fazê-lo? As máquinas, cada vez mais numerosas, não podem parar, pois trazem comodidades e lucros, aos quais o homem não quer renunciar. E tudo segue em frente, como se nada estivesse acontecendo de errado. O domínio da técnica vai aumentando; parece inevitável que tudo o que é possível tecnicamente, também seja realizado e seja considerado bom. Onde está o limite? O desenvolvimento tecnológico é ambíguo: pode ser orientado para o bem e para o mal. E isso se verifica mais e mais
em relação à natureza, onde certas interferências humanas, possíveis pela técnica, acabam trazendo consequências funestas. Talvez, a humanidade ainda não se dá conta, de maneira suficiente, que faz mau uso do poder que alcançou com a técnica. Pior ainda, quando isso é claramente acompanhado por uma falsa ética utilitarista, que considera bom tudo o que for útil para o homem. Com essa lógica, o homem pode assemelhar-se às formigas, que cortam todas as folhas da planta que as nutre, até matar a própria planta, deixando-as sem alimento... A crise ecológica traz à evidência uma outra crise, que envolve o próprio homem, com sua maneira de entender a vida, os modelos de vida e de ação neste mundo. O antropocentrismo moderno acabou colocando a razão técnica acima da própria natureza. Nela, o homem já não reconhece mais uma norma referencial a ser respeitada, mas apenas um objeto e espaço de aplicação de seus próprios poderes e desejos. O homem se comporta como dono do mundo e déspota sobre a natureza. Essa mentalidade e cultura tecnocrática e utilitarista precisa ser revista pois, a continuar assim, a vítima será o próprio homem. Não se agride a natureza sem consequências. O Papa Francisco trata dessa questão no capítulo III da sua encíclica. Parece-me a parte mais questionadora do Documento, que precisa ser lido e conhecido em profundidade.
| Encontro com o Pastor | 3 Retiro dos diáconos permanentes da Arquidiocese
Diácono Paulo Roberto Oliveira
Entre os dias 3 e 5, no Santuário da Mãe Rainha, em Atibaia (SP), aconteceu o X Retiro Anual dos Diáconos Permanentes da Arquidiocese de São Paulo, com o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, para aprofundamento sobre o ministério diaconal e as obras de Misericórdia.
Coroação de Nossa Senhora de Fátima
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Na quarta-feira, dia 1º, durante missa na Catedral da Sé, o Cardeal Odilo Pedro Scherer realizou a coroação da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, que está em peregrinação pelas paróquias da Arquidiocese.
Assembleia da Irmandade de São Pedro dos Clérigos
Padre Fausto Marinho
O Cardeal Odilo Pedro Scherer participou, em 30 de junho, da assembleia anual de prestação de contas da venerável Irmandade de São Pedro dos Clérigos, ocasião em que também se celebrou o padroeiro da Irmandade. Dom Carlos Lema Garcia, bispo auxiliar da Arquidiocese e vigário episcopal para a Educação e a Universidade, também esteve na atividade. Em nome dos demais participantes, Padre Maurício Luchini manifestou a Dom Carlos a alegria por um bispo paulista e paulistano estar no cuidado do mundo acadêmico. Durante a assembleia, vários assuntos foram discutidos como as melhorias que estão sendo realizadas, como uma casa de descanso dos sacerdotes em Guararema (SP) e a organização de um passeio para o início de 2016, cumprindo, assim, um dos objetivos da Irmandade, que é beneficiar a fraternidade universal, além dos cuidados com a saúde e o tempo da maturidade depois da aposentadoria. A atividade foi encerrada com um almoço de confraternização. (Por Daniel Gomes – com colaboração do Diácono Paulo Roberto de Oliveira e Padre Fausto Marinho)
4 | Papa Francisco |
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ou graças a Deus por me ter permitido voltar à América Latina e estar aqui hoje convosco, nesta linda terra do Equador. Sinto alegria e gratidão pelas vossas calorosas boas-vindas: é mais uma prova do carácter acolhedor que tão bem define as pessoas desta nobre nação.” Com um discurso de saudação e agradecimento pela acolhida, o Papa Francisco deu início à sua viagem ao Equador, à Bolívia e ao Paraguai, no domingo, 5. Foram ao encontro do Pontífice, o presidente do Equador, Rafael Correa, autoridades de Governo, o episcopado no País e uma multidão de fiéis. O Papa agradeceu a todos por abrirem-lhe “as portas do seu coração, da sua casa e da sua pátria”. Francisco relembrou as muitas visitas pastorais que fez ao Equador como cardeal e garantiu que ali estava “como testemunha da misericórdia de Deus e da fé em Jesus Cristo”. Essa mesma fé, continuou o Papa, “modelou a identidade deste povo e deu muitos frutos bons”. Francisco lembrou, então, os santos equatorianos Mariana de Jesus Molina, Miguel Febres, Narcisa de Jesus e a Beata Mercedes de Jesus, beatificada por São João Paulo II, há 30 anos. “Eles viveram a fé com intensidade e entusiasmo e, prati-
Papa exorta equatorianos a não perder a capacidade de acolher os mais humildes
cando a misericórdia, contribuí- escuras. O sol é Jesus Cristo e se a ram para melhorar, em diferentes Igreja se afastar ou esconder de Jeáreas, a sociedade equatoriana do sus Cristo, fica às escuras e não dá testemunho. Possa nestes dias torseu tempo”. Olhando para o hoje, o Papa ga- nar-se mais evidente para todos a rantiu que “também nós podemos proximidade ‘do Sol que nasce do encontrar no Evangelho as chaves Alto’, sendo nós reflexo da sua luz, que nos permitam enfrentar os de- do seu amor.” safios atuais, avaliando as diferenO Papa saudou todo o Equador ças, fomentando o diálogo e a parti- e exortou: “nunca percais a capacicipação sem exclusões, para que as dade de dar graças a Deus pelo que realizações alcançadas no progresso Ele fez e faz por vós, a capacidade e desenvolvimento se consolidem e de proteger o humilde e o simples, possam garantir um futuro melhor para todos, prestando es- Nós, cristãos, vemos Jesus Cristo pecial atenção aos como se fosse o sol, e a Igreja nossos irmãos mais como a lua; a lua não tem luz frágeis e às minorias própria e, se se esconder do sol, mais vulneráveis, fica às escuras. O sol é Jesus uma dívida que tem Cristo e se a Igreja se afastar ou ainda toda a Améri- esconder de Jesus Cristo, fica às escuras e não dá testemunho ca Latina”. E dirigindo-se ao Presidente, o Papa garantiu que este poderá sempre cuidar das suas crianças e dos seus contar com a colaboração da Igreja. idosos, que são a memória do seu “Amigos todos, com entusias- povo, confiar na juventude, maravimo e esperança, começo os dias lhar-se com a nobreza da sua popuque se seguem”, prosseguiu o Papa, lação e a beleza singular do seu País, fazendo referência sobre o monte que, segundo o senhor presidente, é Chimborazo, considerado “mais o paraíso”. E concluiu: “O Sagrado próximo do sol, da lua e das es- Coração de Jesus e o Coração Imatrelas. “Nós, cristãos, vemos Jesus culado de Maria, a quem foi consaCristo como se fosse o sol, e a Igreja grado o Equador, derramem sobre como a lua; a lua não tem luz pró- vós a sua graça e bênção”. pria e, se se esconder do sol, fica às (Por Padre Cido Pereira)
O que o Papa Francisco falou sobre a família no Equador? Bodas de Caná e os problemas que afetam as famílias
“O vinho é sinal de alegria, de amor, de abundância. Quantos dos nossos adolescentes e jovens percebem que, em suas casas, há muito que não existe desse vinho! Quantas mulheres, sozinhas e tristes, se interrogam quando foi embora o amor, quando o amor se diluiu da sua vida! Quantos idosos se sentem deixados fora da festa das suas famílias, abandonados num canto e já sem beber do amor diário dos seus filhos, dos seus netos, dos seus bisnetos”. “A falta desse vinho pode ser efeito também da falta de trabalho, das doenças, situações problemáticas que as nossas famílias atravessam em todo o mundo”. Carlos Silia/Presidência da República do Ecuador
Referência imprescindível
“A família é a primeira escola das crianças, é o grupo de referência imprescindível para os jovens, é o melhor asilo para os idosos. A família constitui a grande ‘riqueza social’, que outras instituições não podem substituir, devendo ser ajudada e reforçada para não perder jamais o justo sentido dos serviços que a sociedade presta aos seus cidadãos”.
Família orante
“E rezar sempre nos arranca do perímetro das nossas preocupações, fazendonos transcender aquilo que nos magoa, o que nos agita ou o que nos faz falta a nós mesmos, e nos ajuda a colocarmo-nos na pele dos outros, calçarmos os seus sapatos. A família é uma escola onde a oração também nos lembra que há um “nós”, que há um próximo vizinho, patente: que vive sob o mesmo teto, que compartilha a vida e está necessitado”.
Igreja doméstica
“A família também forma uma pequena Igreja – chamamo-la ‘Igreja doméstica’ – que, juntamente com a vida, canaliza a ternura e a misericórdia divina. Na família, a fé mistura-se com o leite materno: experimentando o amor dos pais, sente-se mais perto do amor de Deus”. (Por Michelino Roberto e Fernando Geronazzo)
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Espiritualidade Jesus sentou-se com os pecadores Dom Devair Araújo da Fonseca
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Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia
o Evangelho de Lucas, encontramos o texto que narra a presença de Jesus na Sinagoga de Cafarnaum. Ele, tomando o Livro do Profeta Isaías, fez a leitura de um trecho e parou no ponto que anunciava o “ano da graça do Senhor” (cf. Lc 4,19). O anúncio do ano da graça é também o anúncio da misericórdia de Deus. A misericórdia é a maneira como Deus age para chegar aos que estão subjugados pelo pecado. Da criação à redenção, todo o agir de Deus é marcado pela misericórdia. Por diversas vezes, encontramos passagens do Evangelho que falam do agir misericordioso de Jesus, que acolhia os pecadores públicos. Seus gestos são claros e mostram que ele não se limitava a um simples contato superficial. Jesus se sentava com os pecadores, comia com eles, tocava em suas feridas e perdoava seus pecados. A presença de Jesus, mais que um contato social, era um convite à conversão. Compreender a ação de Jesus como convite à conversão é fundamental para não entender, de forma equivocada, a presença de Jesus entre os pecadores. Algumas vezes, se pretende justificar
erros e enganos a partir da presença de Jesus entre os pecadores. É importante distinguir que essa presença não é aceitação passiva de ideologias, mas é antes convite à transformação, à mudança de uma realidade para outra. Jesus entra na realidade do pecador para, então, conduzi-lo em outra direção. Jesus é o Caminho, que convida a sair. A sua misericórdia é transformadora para além da paralisia do pecado e da morte. Jesus é a Verdade, que não se confunde com as “verdades subjetivas”. Por isso, para não confrontar-se com essa Verdade, parece mais fácil simplesmente desconsiderar algumas passagens do Evangelho, dizendo de forma parcial que, “Jesus se sentou com os pecadores”. Jesus é a Luz que ilumina a escuridão. A escuridão hoje assume muitas formas. Ela se disfarça em alegria, em prazer, em amor. Assume a forma de estruturas, dentro da família, nos meios de comunicação, na política e em tantas outras realidades. A luz que é Jesus precisa iluminar tudo isso. Em Lucas 19, 1-10, Zaqueu é atraído para ver Jesus, que depois tomou a iniciativa de entrar na casa desse pecador público. Essa visita causou espanto e rejeição da parte dos sacerdotes e religiosos, mas de outra parte, provocou a conversão e a mudança na atitude de Zaqueu. A pregação de Jesus levou a uma revisão de vida, e consequentemente à mudança concreta, com atitudes. Em João 8, 1-11, a mulher conhecida apenas como “adúltera” foi conduzida à presença de Jesus depois de ser surpre-
endida em pecado. Aqueles que a conduziram esperavam, da parte de Jesus, uma condenação, segundo a Lei. Jesus surpreendeu a todos com uma atitude de quase indiferença, escrevendo na terra. Mas, com palavras bastante claras, respondeu: “Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra”. Nas palavras de Jesus, encontramos a coragem de enfrentar a realidade do pecado, mas preservar a pessoa. A presença de Jesus entre os pecadores é um julgamento do pecado, e não da pessoa. Jesus se senta como juiz daquilo que desfigura a pessoa humana, que é o pecado, e sua palavra tem como finalidade o resgate da dignidade e da vida. Apropriarse da ação de Jesus para justificar ideologias, de qualquer natureza, é falsificar grosseiramente o anúncio do Reino e a misericórdia de Deus. Tenhamos sempre presente que o compromisso de Jesus é com a vontade do Pai e com o Reino, e que esse compromisso se confirma no mistério da cruz. Exatamente por isso, não se pode pendurar na cruz bandeiras com propostas opostas aos valores do Reino. A cruz não é um palco de debates, ela é sinal do compromisso de Deus com toda a humanidade, marcada pelo pecado, mas redimida pelo sangue derramado. Ao sentar-se com os pecadores, Jesus indica sua disposição em acolher a todos, sem distinção, sem discriminação (cf. Misericordiae Vultus, 1). Ele é o rosto da misericórdia do Pai oferecida para cada pessoa, que suscita ternura, compaixão, indulgência, conversão e perdão, para uma vida nova.
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Fé e Cidadania A Laudato Si’ nos faz pensar Cônego Antônio Manzatto O Papa Francisco publicou recentemente sua encíclica sobre o cuidado da casa comum. Para além das questões do meio ambiente, há toda a temática ampla da criação para ser pensada, que envolve as pessoas, as relações e as estruturas do mundo. Porque são muitos os problemas. Além da poluição do ar, dos rios e da água, existe a ameaça de extinção de tantas espécies animais e vegetais, incluindo o ser humano. Transformamos a criação em um grande deserto simplesmente para poder gerar mais riqueza. Diz o Papa que isso é fruto de uma má compreensão do lugar do ser humano na criação: ele não está acima da natureza para simplesmente usar de tudo como quiser, mas inserido na criação e, se não cuidar da natureza na qual vive, logo não haverá mais condições de existência da própria vida humana. Existem algumas questões abordadas pela encíclica que são tremendamente importantes e, para além do cuidado com a natureza, se ligam à sua sempre lembrada opção pelos pobres. Uma dessas questões é a água. Francisco diz que o acesso à água é condição para a continuação da vida, já que ninguém pode continuar vivendo se não tem acesso à água. Isso faz parte do direito à vida das pessoas. Impedir alguém de ter acesso à água potável é como matá-lo. Por isso, a água não pode ser simplesmente vendida para quem puder pagar. Os pobres precisam ter acesso a ela, pois é uma questão de justiça. Os responsáveis por nossos governos bem que precisam ouvir o que diz Francisco. Outra questão importante é a dívida que os países ricos têm para com os países pobres. As primeiras vítimas da devastação do meio ambiente são os pobres. São eles que são condenados a viver no deserto, nos lixões ou em áreas devastadas e quase que apodrecidas. Os países ricos destruíram praticamente toda a natureza que existia nos seus domínios para produzir industrialização. Agora eles querem que os países pobres mantenham suas florestas e sua natureza intactas porque sem isso o planeta entraria em colapso. Então, o Papa entra em cheio na questão: se mantêm os países pobres na pobreza, se impede seu desenvolvimento e se exige que preservem, com seus próprios recursos, a natureza. E ainda se cobra sua dívida externa, o que os mantêm em subdesenvolvimento. Não se pode concordar simplesmente com a lógica que se quer salvar os bancos, e não olhar o valor da vida humana. Os países ricos devem pagar a dívida ambiental que contraíram junto aos países pobres, investindo ali recursos para o desenvolvimento humano e a proteção ambiental. A lógica do descartável não tem lugar nas relações humanas e nem na preservação da natureza. Curioso como as palavras do Papa não ecoam em nosso meio. Parece que existe medo de repercutir o que ele diz. Será porque desagradam alguns setores sociais e eclesiais? Talvez. Mas não se podem escamotear essas questões que se referem à Doutrina Social da Igreja.
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Liturgia e Vida
Você Pergunta
15º DOMINGO DO TEMPO COMUM 12 DE JULHO DE 2015
A riqueza da graça ANA FLORA ANDERSON bênção [beraka] dos judeus. É um hino de louvor que anunA liturgia deste domingo nos cia que o Deus bendito nos ensina o caminho do discípulo abençoou com todas as graças de Jesus como profeta. A antífo- que vêm do Espírito Santo. na revela que o primeiro passo Somos tão amados por está na contemplação da face Deus que nos tornamos filhos de Deus. É aí que encontramos adotivos e recebemos os dons a luz da verdade e o caminho da sabedoria e da prudência. para sermos discípulos e mere- É em Cristo que acolhemos a cer sermos chamados cristãos, Palavra da Verdade e o Evangelho que nos salva. seguidores de Jesus Cristo. O Evangelho de São MarNa primeira leitura (Amós 7, 12-15), o profeta enfrenta cos (6, 7-13) narra o envio a autoridade religiosa e o go- dos Doze para evangelizar e verno real. Um simples pastor enfrentar o mal que existia de gado, Amós, entende que nas aldeias da Galileia. Jesus quando Deus o envia a profe- ensina que aquele que sai em tizar, ele não pode recusar por missão deve ir junto com um medo de autoridades deste outro discípulo. Ele lhes deu o mundo. poder de sua graça e pediu que A segunda leitura (Efésios eles não se preocupassem com 1, 3-14) se baseia na famosa necessidades materiais.
O que é ‘falar em línguas’ ou ‘orar na língua dos anjos’? padre Cido Pereira osaopaulo@uol.com.br
Ouçam o que diz o nosso leitor Valdemir (que não falou seu sobrenome). Ele é da Paróquia Santa Clara, que fica no Setor Guarani da Região Belém. Ele leu minha resposta sobre repouso no espirito e concordou com ela. E pede um esclarecimento sobre o “falar em línguas”, sobre o “orar na língua dos anjos”, que muitos fazem em grupos de oração, e que ele não consegue compreender. Como eu posso saber que língua os anjos falam, e como posso compreender o que estão orando quando agem assim? “Vejo que muita gente também fica meio constrangida por não entender, e acho que até se sente inferiorizada por não entender essa língua”.
Valdemir, o apóstolo Paulo coloca entre os dons do Espírito Santo, o dom das línguas. Como você já deve ter visto em programas ou igrejas evangélicas e em grupos de oração católicos, de repente as pessoas começam a falar línguas estranhas, aparentemente desconexas, quando se está em oração. As pessoas emitem sons desarticulados quando estão orando. Esse fenômeno tem um nome esquisito chamado glossolalia, palavra grega que significa esse jeito de falar em línguas estranhas. Como esse fenômeno era muito comum nas comunidades de Corinto, o apóstolo Paulo começou a perceber que tinha gente dando mais importância a isso do que ao amor fraterno, à oração comunitária.
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AJUDA PSICOTERAPÊUTICA Você pode viver bem, ter vida saudável melhorando seu modo de ver a si mesmo, os outros e o mundo. O Dr. Bruno e o Dr. José darão a você ajuda continuada, indicando o caminho a seguir Os interessados devem comparecer as quartas-feiras, às 14h30, nas instalações das paróquias:
Nossa Senhora da Assunção e São Paulo Pessoal Nipo-Brasileira de São Gonçalo Praça João Mendes 108, Tels. 3106-8110 e 3106-8119
PRORROGAÇÃO DA NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO Em 1º de julho de 2015, foi prorrogada a nomeação e provisão de Pároco da Paróquia Espírito Santo, da Região Episcopal Brasilândia, Setor Pastoral São José Operário, do Revmo. Pe. Jaime Estevão Gomes, pelo período de 1 (um) ano. NOMEAÇÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL Em 24 de junho de 2015, foi nomeado Vigário Paroquial
da Paróquia Natividade do Senhor, da Região Episcopal Santana, Setor Pastoral Jaçanã, o Revmo. Pe. Wagner Aparecido Scarponi, CAM. Em 26 de junho de 2015, foi nomeado Vigário Paroquial da Paróquia Santa Teresinha, da Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Santa Cecília, o Revmo. Frei Claudiano de Aragão Lima, OCD. Em 26 de junho de 2015, foi nomeado Vigário Paroquial da Paróquia Santa Cecília, da Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Santa Cecília, o Revmo. Pe. Sérgio Henrique Nouh.
Então, o Apóstolo quando fala desse dom das línguas o coloca entre os últimos. Ele relativiza essa forma de rezar. E chega a dizer: ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se eu não tivesse caridade, de nada adiantaria. Os bispos do Brasil, na preocupação de evitar abusos no pentecostalismo católico, representado pela Renovação Carismática Católica, trataram logo de dar algumas orientações. É a missão deles como pastores. E sobre esse orar em línguas, eles pedem que se evite esse tipo de oração, porque se todo dom de Deus e todo carisma são dados para ser colocados a serviço da comunidade, rezar em línguas estranhas acaba sendo uma barreira à comunicação, e, muitas vezes, deixa a impressão de um puro exibicionismo de quem reza. E é bom que se pense que o primeiro Pentecostes foi o oposto do que aconteceu no episódio bíblico da Torre de Babel. Em Pentecostes, todos entendiam o que os apóstolos falavam. Vamos, então, orar em particular, em grupos, orar pelos salmos, orar na liturgia da Igreja. A oração é como o ar que a gente respira. Nossa vida espiritual se acaba sem oração. Mas vamos evitar determinadas manifestações que nada acrescentam à nossa vida cristã e às vezes chegam a pôr em risco a comunhão fraterna que deve haver entre nós, filhos e filhas amados de Deus. “Sentire cum ecclesia”, isto é, “sentir com a Igreja”, aceitar a orientação de nossos pastores é o melhor caminho para a comunhão entre nós discípulos missionários de Jesus.
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Ortodoxos homenageiam Dom Odilo Renata Moraes
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A Igreja Ortodoxa Antioquina homenageou o Cardeal Odilo Pedro Scherer, na segunda-feira, 6, pelas boas relações de proximidade e por sua atuação em favor do diálogo ecumênico e a unidade entre as Igrejas. A cerimônia aconteceu na Catedral Ortodoxa Antioquina, no bairro do Paraíso. Dom Odilo foi recebido por Dom Damaskinos Mansour, arcebispo metropolitano da Igreja Ortodoxa Antioquina, e saudou toda comunidade árabe e libanesa, incluindo autoridades civis e religiosas do Líbano, Síria e Grécia. “Há poucos dias, celebramos os Santos Pedro e Paulo, príncipes dos apóstolos, e ao falar deles, nós lem-
bramos da Igreja de Roma fundada pelo Apóstolo Pedro, e da Igreja Antioquina fundada por Pedro e Paulo. E hoje podemos agradecer a Deus, pois Antioquia e Roma tem também uma mesma missão e apostolado, uma só visão, que seja divulgar Cristo, seu Evangelho e sua ressureição, que é base da Fé Cristã”, afirmou Dom Damaskinos, que também destacou a relação de amor entre as igrejas e seus filhos. “Queremos transmitir ao Cardeal Dom Odilo a benção patriarcal de João X, Patriarca de Antioquia e de todo o Oriente, todo o nosso carinho e gratidão, oferecendo-lhe como amostra de nossa consideração um ícone da Santíssima Virgem Maria, para que marque esta data, ao qual desejamos que se repita por muitas vezes”, concluiu.
Valter Boulos, presidente do Conselho Administrativo Ortodoxo da Cidade de São Paulo, também enalteceu o papel do Cardeal Scherer “no estreitamento das relações fraternas entre as duas igrejas”. Dom Odilo agradeceu pela amizade demonstrada e expressou a importância de os cristãos estarem unidos, dando testemunho de união e fraternidade para o mundo, conforme Jesus Cristo ensinou. “Agradeço de todo o coração o carinho e a amizade, e quero manifestar a minha alegria em estar com vocês, e agradecer de todo o coração, Dom Damaskinos, por esse gesto tão singelo e bonito” O Cardeal retribuiu a homenagem presenteando Dom Damaskinos com a encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco.
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Dom Damaskinos entrega ícone da Virgem Maria ao Cardeal
EQUIPES DE NOSSA SENHORA
Fotos: Padre Michelino Roberto
Casais de diferentes idades e diversas gerações fazem parte do movimento Equipes de Nossa Senhora, fundado na França, em 1938, e que atualmente no Brasil atinge cerca de 130 mil famílias
Michelino Roberto osaopaulo@uol.com.br
Uma pessoa que acreditasse que a família, baseada no Matrimônio cristão, é uma instituição falida, mudaria facilmente de ideia ao presenciar a vibração dos mais de 3 mil casais, provenientes de diversas partes do Brasil, reunidos para o III Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora, no Centro de Convenções de Aparecida (SP), entre os dias 30 de junho e 3 de julho. O casal Rosita Medina Velletri, 64, e Marcos Velletri, 69, são um exemplo dessa vibração. Casados há 44 anos, são pais de cinco filhos (todos casados) e possuem 12 netos, contando com os dois em fase de gestação. Ela de Buenos Aires, ele de São Paulo, conheceram-se quando ainda eram bastante jovens e casaram-se após dois anos de namoro à distância. Eles aderiram ao movimento de casais Equipes de Nossa Senhora em 1997 e, desde então, passaram por quase todos os serviços que garantem o funcionamento e expansão do movimento, que atualmente conta com 22 mil equipes e está presente em praticamente todas as capitais do Brasil.
Casais que sabem perdoar e sentir-se perdoados experimentam um amor para sempre
Durante encontro das Equipes de Nossa Senhora, coral de equipistas se apresenta na Basílica de Aparecida
Sob o tema “Matrimônio, Festa da alegria e do amor conjugal” e o lema “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo, 2,5), o encontro reuniu cerca de 7 mil participantes entre casais de todas as idades, bispos, padres, religiosos e religiosas que atuam como conselheiros espirituais. Juntos, rezaram, cantaram, participaram de celebrações eucarísticas e se aprofundaram sobre temas relacionados à vocação da família cristã em meio ao mundo. Fundado na França, em 1938,
pelo Padre Henry Cafarrel, as Equipes de Nossa Senhora são um movimento católico criado com a finalidade de ajudar os casais a transformarem um Matrimonio em um itinerário de santidade de vida. Os casais formam pequenos células (equipes), compostas de no máximo sete casais e um sacerdote ou religioso (a) conselheiro (a) espiritual. Uma vez constituída a equipe, os casais se reúnem mensalmente em encontros de estudo, oração e
partilha de suas experiências de vida entorno de questões como educação dos filhos, vida profissional, diálogo em família e evangelização. O caminho espiritual proposto pelas Equipes de Nossa Senhora prevê que o casal ore junto, mantenha vivo o diálogo entre si e com os filhos, e se abra à missão da Igreja. Cada casal membro da Equipe é estimulado a ter uma participação ativa nas comunidades paroquiais a que pertence. Muitos, pela própria profundi-
dade que adquirem em um processo de formação permanente e ininterrupto, atuam em suas paróquias como catequistas, ministros, em cursos de preparação para os noivos, entre outros. Como conclusão do III Encontro Nacional, o movimento publicou uma carta-resumo em que afirma: “Ao mesmo tempo em que assistimos, com pesar, a ‘desconstrução’ de tantos lares, tantos conflitos conjugais, temos casais que querem basear sua vida conjugal e familiar no Evangelho. Casais que sabem perdoar e sentir-se perdoados, tendo a oportunidade de experimentar um amor que é para sempre, que nunca passa, num seguimento incondicional, bebendo da fonte que é Jesus. (...) As equipes de Nossa Senhora têm o desafio de ser presença no meio de casais necessitados de redescobrir a possibilidade e a beleza do amor. (...)Temos a grande missão de instaurar o Reino nos lares, fazer que a santidade crie raízes em pleno mundo moderno, evangelizando casais, para que todos sejam sólidos apóstolos de Cristo”. Outras informações sobre as Equipes de Nossa Senhora (ENS) podem ser obtidas no site www.ens.org.br.
8 | Pelo Brasil |
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Filipe David
Destaques das Agências Nacionais
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Avança na Câmara Federal PEC da redução da maioridade penal Luciney Martins/O SÃO PAULO
Foi aprovada na madrugada da quinta-feira, 2, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propõe a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos nos casos de crimes hediondos, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte. O texto foi aprovado apenas um dia após uma proposta semelhante ter sido rejeitada na casa. O resultado da votação foi de 323 votos a favor e 155 contra. Por se tratar de uma emenda à Constituição, eram necessários ao menos 308 votos para o texto ser aprovado. Para se tornar lei, o texto ainda precisa ser votado num segundo turno na Câmara – o que acontecerá após o recesso de julho – e em dois turnos no Senado. O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE) discursou contra a proposta: “Não queremos jovem infrator na rua, mas queremos lugares decentes para que eles sejam punidos. Mas não dá para misturar os jovens com bandidos de
alta periculosidade. O que está em jogo é o futuro dessas gerações. É um retrocesso se aprovarmos essas emendas”. O texto aprovado estabelece que os jovens de 16 e 17 anos condenados pelos crimes mencionados deverão cumprir pena em estabelecimento penal separado dos menores de 16 anos e dos maiores de 18. Fonte: G1
Nota da CNBB
Em nota no mês passado, a CNBB havia criticado a proposta de redução da maioridade penal, denunciando alguns equívocos na argumentação dos que defendem a redução, como a impunidade dos adolescentes, cuja responsabilização penal começa aos 12 anos. Também chamava a atenção para um possível “efeito dominó”, que faria “com que algumas violações aos direitos da criança e do adolescente deixem de ser crimes como a venda de bebida alcoólica, abusos sexuais, dentre outras.” Fonte: CNBB
Frustrada nova tentativa de imposição da ideologia de gênero em São Paulo João Bechara Ventura
Especial para O São Paulo
Nas últimas semanas, a Câmara Municipal de São Paulo assistiu a um acirrado debate, realizado em sua Comissão de Finanças, acerca do Plano Municipal de Educação (PME). O centro da discussão foi a inserção da ideologia de gênero no projeto de lei, que deverá orientar a educação na cidade pelos próximos dez anos. Com a presença de famílias, jovens e até mesmo de religiosos nas votações, a ideologia de gênero foi, por enquanto,
retirada do texto da lei. A decisão final sobre o tema foi adiada para duas votações, que ocorrerão nos dias 11 e 18 de agosto. No entanto, no dia 29, uma surpresa fez com que o tema voltasse à tona. Na mesma Comissão de Finanças, que uma semana antes havia rejeitado por unanimidade a inserção da ideologia de gênero do PME, tramitou outro projeto de lei, desta vez a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que tem, entre outras coisas, a finalidade de orientar o investimento do Poder Público Municipal para o ano de 2016.
De relatoria do vereador Jair Tatto (PT), que na votação anterior se manifestou contra a inserção da ideologia de gênero no PME, o projeto da LDO, em seu artigo 5º, inciso VII, apontava como uma das “orientações gerais” do uso do dinheiro público promover a igualdade de “gênero e orientação sexual”. Percebendo o contra-senso de se aprovar na LDO, algo que foi rejeitado pela mesma Comissão no PME, e reconhecendo que a cidade de São Paulo possui inúmeras outras formas de desigualdade não ideológicas, e que de-
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vem sim ser combatidas, os vereadores presentes à Comissão de Finanças propuseram, antes mesmo da votação, um consenso que excluísse a ideologia de gênero. Assim, o texto foi simplificado, limitando-se a afirmar que se deve buscar “Acesso e oportunidades iguais para toda a sociedade”. Estavam presentes os vereadores Abou Anni (PV), Milton Leite (PMDB), Ricardo Nunes (PMDB), Masataka Ota (PROS), Paulo Fiorilo (PT) e o próprio Jair Tatto, que alegou que “não notou” a presença da ideologia de gênero no texto e concordou em modificá-lo antes da votação.
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Destaques das Agências Internacionais
| Pelo Mundo | 9 Filipe David
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Reprodução
América do Sul
Papa Francisco: ‘podemos encontrar no Evangelho as chaves para os desafios atuais’ L’Osservatore Romano
O Papa Francisco iniciou no domingo, 5, a sua nona viagem internacional e a segunda à América latina, em que visita o Equador, a Bolívia e o Paraguai. Francisco chegou no Aeroporto Internacional Mariscal Sucre, em Quito, bem disposto, após um vôo de 13 horas procedente de Roma. A viagem foi realizada por um avião fretado da Alitália. Além de sua comitiva, o Papa foi acompanhado por 75 jornalistas credenciados pela Sala de Imprensa do Vaticano. Duran-
te o voo, Francisco limitou-se a fazer uma breve saudação aos jornalistas, sem conceder entrevistas. Em Quito, o Papa foi recebido pelo presidente Rafael Correa. Em seu discurso de boas-vindas, o Presidente saudou o Pontífice e afirmou que o grande pecado da América Latina é a injustiça, referindo-se, entre outras coisas, à grande disparidade entre ricos e pobres existente no Continente. Em resposta, o Papa agradeceu o Presidente equatoria-
Família Na homilia da missa pelas famílias, o Santo Padre comentou a passagem do evangelho das Bodas de Caná, na qual a Virgem Maria diz a Jesus que eles “não têm mais vinho”. O vinho, segundo Francisco, é um símbolo do amor e da alegria, dos quais muitas famílias sentem a falta e têm necessidade. O Santo Padre chamou a atenção para o exemplo de Maria, que “está atenta” e “é solícita pelas necessidades dos esposos”, “dirige-se com confiança a Jesus” – ou seja, reza – e também age. Francisco deixou claro como a família é essencial para a sociedade, uma verdadeira escola de virtudes. Para o Papa, a família é insubstituível: nenhuma outra instituição pode exercer o papel que ela desempenha.
no pelas palavras e lembrou os grandes testemunhos de fé do País, como Santa Mariana de Jesus, o santo irmão Miguel Febres, Santa Narcisa de Jesus e a Beata Mercedes de Jesus Molina. Para Francisco, ainda hoje “também nós podemos encontrar no Evangelho as chaves que nos permitam enfrentar os desafios atuais”. Francisco permaneceu em solo equatoriano por três dias e cumpriu uma agenda apertada: uma viagem a Guayaquil, visita ao presidente da República, visita à Catedral,
encontro com os bispos do Equador, duas missas, encontros com o mundo escolar e universitário e com a sociedade civil, visita privada à Iglesia de la Compañia e ida à Casa de Repouso das Missionárias da Caridade. Teve, ainda, um encontro com o clero, religiosos e seminaristas Os pontos altos de sua estadia foram as duas missas que presidiu, uma em Guayaquil, pelas famílias, e outra, em Quito, pela evangelização dos povos. Juntas, reuniram mais de 2 milhões de pessoas.
Evangelização No entanto, a família não é apenas necessária para a sociedade: ela tem uma responsabilidade fundamental na santificação das almas, constituindo uma “igreja doméstica”, pela qual são dadas a conhecer a fé e a misericórdia divina. O Papa também lembrou que Deus usa mesmo o que é mau, como o pecado, para daí tirar um bem, porque “onde abundou o pecado, superabundou a graça”. Isso se aprende também em família, onde ninguém é descartável e todos devem se aceitar como são, com seus defeitos e virtudes. Francisco também pediu orações pelo Sínodo da Família e para que Deus transforme milagrosamente o mal e o pecado, pois é disso que as famílias têm necessidade hoje.
Na terça-feira, 7, de volta a Quito, o Papa presidiu missa no Parque Bicentenário. Na homilia, disse que a Palavra de Deus pede unidade, para que o mundo creia no Evangelho, e alertou: “A unidade é impensável se a mundanidade espiritual nos faz estar em guerra uns com os outros, na busca estéril do poder, do prestígio, do prazer ou da segurança econômica.” O Papa Francisco distinguiu a evangelização do proselitismo: “A evangelização não consiste em fazer proselitismo. – o proselitismo é uma caricatura da evangelização – mas em atrair os afastados com
o nosso testemunho, em aproximar-se humildemente daqueles que se sentem longe de Deus e da Igreja, daqueles que se sentem condenados ‘a priori’ por aqueles que se sentem perfeitos e puros; aproximar-se daqueles que têm medo ou dos indiferentes, para lhes dizer: ‘O Senhor também te chama para seres parte do seu povo, e fá-lo com grande respeito e amor”. O Papa segue para a Bolívia na quarta-feira, 8 e, na sexta-feira, 10, para o Paraguai. O retorno a Roma está previsto para o domingo, 12. Fontes: News.va\ Vaticano\ El Comercio\ CNA
10 | Viver Bem |
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Comportamento
As redes sociais e o ‘poder de análise’ Simone Ribeiro postado, temos a possibilidaCabral Fuzaro de fácil e rápida de mostrar
Com o advento da internet, temos assistido a um fenômeno, antes não imaginado, de possibilidades comunicativas. Instantaneamente, sabemos notícias de todas as partes do mundo: atentados, acidentes, mortes, nascimentos. Também conhecemos conteúdos que provavelmente, em outras épocas, nem em muitos anos viríamos a ter contato. Pesquisas são publicadas, estudos divulgados, enfim, muitos benefícios são possíveis graças à rapidez e acessibilidade desse meio de comunicação. Por outro lado, já se torna comum recebermos notas de algum jornalista ou escritor conhecido esclarecendo que este ou aquele texto divulgado pela internet não são de sua autoria, como se fazia acreditar. Algumas fotos produzidas falam de uma “realidade” que nunca, de fato, aconteceu. Algumas instituições e pessoas já chegaram a ser “difamadas” e condenadas por esse tipo de iniciativa de autoria anônima e irresponsável, afinal, a internet aceita tudo. Difícil, não? Está entrando na juventude a primeira geração fruto dessa rede de comunicação instantânea, simultânea e “em grupo”, e estamos assistindo a um fenômeno bastante preocupante que é o do “curtir” e “compartilhar”. Há uma mensagem subliminar muito clara aqui: diante de algo
A maioria dos jovens e por vezes até os próprios adultos, levados pelo movimento de “massa” promovido pelas redes sociais, perderam a noção do que é público e do que é privado, expondo-se excessivamente; também curtem, compartilham e imitam ideias e posturas sem sequer saber exatamente do que se tratam, quais as consequências que trazem para a sociedade e para sua própria vida futura. Na rapidez da internet, na dinâmica do “despejar”
concordância, porém, não de registrar com a mesma facilidade uma posição contrária os que discordam são estimulados ao silêncio. Que difícil, em fase de formação de opinião, de aquisição de valores, tomar uma posição contrária à “onda” de opiniões que as redes sociais vêm promovendo dos mais diversos assuntos! Ao mesmo tempo em que jovens e crianças estão mais conectados às redes sociais e grupos de WhatsApp, Snapchat, recebendo informações e modis- Algumas fotos produzidas mos de modo falam de uma “realidade” que rápido e aluci- nunca, de fato, aconteceu. nante, temos Algumas instituições e cada vez menos pessoas já chegaram a ser tempo para as “difamadas” e condenadas longas conver- por esse tipo de iniciativa sas em família, de autoria anônima e nas quais valores irresponsável, afinal a são transmitidos internet aceita tudo ao se contar histórias de vida, compartilhar situações co- ideias e imagens, a palavra tidianas, discutir problemas tornou-se efêmera e a rescorriqueiros. Esses momen- ponsabilidade pelo que se tos, importantes para for- diz e se posta “relativa”. É marmos nos filhos critérios preciso retomarmos uma de análise, para nos fazermos postura crítica diante do que conhecer e nos abrirmos a se apresenta diariamente a conhecê-los, são hoje mui- nós. Formar nos jovens crito raros. Torna-se cada vez térios sólidos de análise para mais comum, pais se surpre- que a sociedade realmente enderem com publicações se beneficie dessas redes e dos filhos que parecem ir em não seja vitimizada por elas. direção contrária ao que penSimone Ribeiro Cabral Fuzaro é fonoausavam estar ensinando, o que dióloga e educadora; Mestre em Educação/ Distúrbios da Comunicação pela PUC-SP; leva a pensar: “quem está for- Especialista em linguagem; e coordenadora da Escola de Educação Infantil Pedrita. mando nossos filhos?”
Cuidar da Saúde
Olhos atentos para a catarata Cássia Regina A catarata é uma lesão ocular que atinge e torna opaco o cristalino, fato que compromete a visão. No início da lesão, a pessoa vê como se estivesse com a lente dos óculos embaçada. Depois, o paciente passa a enxergar apenas vultos. A
principal causa para a doença é o envelhecimento. Outras causas são diabetes, uso de colírios sem indicação médica, especialmente os que contêm corticoides, inflamações intraoculares e traumas, como socos ou batidas fortes na região dos olhos. O diagnóstico deve ser sempre feito pelo oftalmolo-
gista. O tratamento é cirúrgico, em procedimento relativamente simples, no qual é realizada a substituição do cristalino danificado por uma lente artificial. Visite regularmente o oftalmologista, principalmente se você faz uso de óculos. Dra. Cássia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF)
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Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
| Reportagem | 11
#missaoarqsp2015 Pastoral Carcerária
No primeiro dia de missão junto à Pastoral Carcerária, seminaristas da Arquidiocese acompanham Padre Valdir João Silveira em visita ao CDP de Pinheiros.
Arquivo pessoal
Dom Carlos e padres da Arquidiocese entregam cruz missionária a seminaristas que estão em Missão de Férias pela cidade
Seminaristas vão ao encontro das periferias da sociedade Missão de férias de futuros padres da Arquidiocese de São Paulo tem ação pastoral em hospitais, paróquias e presídios, e com pessoas em situação de rua Fernando Geronazzo
Especial para O SÃO PAULO
Os seminaristas da Arquidiocese de São Paulo iniciaram no fim de semana mais uma edição da Missão de Férias na cidade. Até o domingo, 12, os 80 estudantes das quatro casas de formação do Seminário Arquidiocesano Imaculada Conceição estão visitando paróquias, comunidades e realidades pastorais de “fronteira”, como presídios, hospitais e as pessoas em situação de rua. Boa parte desse grupo foi enviada no domingo, 5, durante a missa presidida pelo bispo auxiliar de São Paulo e vigário episcopal para a Educação e a Universidade, Dom Carlos Lema Garcia, na Catedral da Sé. Dom Carlos destacou, na homilia, que os jovens formandos vão ao encontro das várias “periferias” existentes na sociedade. “Eles farão como Jesus, que disse aos seus apóstolos, ‘ide por todo mundo e a todos pregai o Evangelho’”, afirmou, recordando o tema da Jornada Mundial da Juventude de 2013, no Rio de Janeiro, “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”. “Todo bati-
zado é discípulo missionário... Todos devemos ir ao encontro daquelas pessoas que estão fora da Igreja, nas periferias”. Um grupo de seminaristas visita o Hospital Dom Pedro, no Jaçanã, zona Norte. Outro grupo está sendo acompanhando pela Pastoral Carcerária em presídios. A Comunidade Aliança de Misericórdia acompanha o grupo que fará missão com as pessoas em situação de rua. Há também seminaristas atuando na Comunidade Deus Pai dos Humildes (Região Brasilândia) e nas paróquias São Paulo Apóstolo (Região Belém), Bom Jesus do Brás e Nossa Senhora dos Remédios (Região Sé), Santo Estevão Rei (Região Lapa), Nossa Senhora Aparecida (Região Ipiranga) e Nossa Senhora de Fátima (Região Santana).
Despertar o espírito missionário
Padre José Adeildo Machado, reitor do Seminário Propedêutico Nossa Senhora da Assunção, e responsável pela organização da Missão, explicou ao O SÃO PAULO que a iniciativa tem o objetivo de
ajudar os seminaristas a conhecer e a aprofundar a experiência missionária que já realizam nos finais de semana junto às paróquias e outras frentes pastorais, buscando responder aos apelos da 5ª Conferência de Aparecida, do Diretório da Formação da Arquidiocese e do 11º Plano Arquidiocesano de Pastoral, sob a orientação do arcebispo de São Paulo, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, e de seus bispos auxiliares. Ainda de acordo com o Reitor, com a Missão, pretende-se “despertar nas paróquias e outros ‘areópagos’ da Arquidiocese, um espírito missionário capaz de impulsionar a ação evangelizadora missionária da Igreja nesta cidade imensa; proporcionar aos futuros sacerdotes uma experiência de pastoral urbana missionária, capaz de prepará-los para atuarem na Evangelização da cidade com todos os seus desafios; contribuir de forma mais intensa e direta na formação dos agentes leigos de nossas paróquias, especialmente a juventude, servindo-se da experiência de vida, de formação filosófica, teológica e pastoral dos diáconos e seminaristas”. Outro aspecto apontado pelo Padre Adeildo é a promoção vocacional nas paróquias e comunidades, especialmente para o clero da Arquidiocese. Nesse sentido, Dom Carlos destacou que além de enviar os missionários, a celebração era ocasião de rezar pelas vocações em geral, especialmente a sacerdotal.
Seminaristas da Arquidiocese em missão na Área Pastoral Santíssima Trindade, na Região Episcopal Brasilândia, ministram formação para jovens crismandos.
Alex Paulo
Acolhidos na Paróquia Bom Jesus do Brás, na Região Sé, para Missão de Férias, seminaristas posam para fotos com paroquianas no presbitério, no domingo, 5.
Felipe Batista
Seminaristas da Arquidiocese durante celebração eucarística com atendidos no Hospital Geriátrico e de Convalescentes D. Pedro II, no Jaçanã, na zona norte.
Afonso Ferreira de Lima
No domingo, 5, Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, presidiu a missa de envio dos seminaristas, na Paróquia São Paulo Apóstolo.
12 | Reportagem |
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ExpoCatólica 2015:
Uma feira de novidades e atualizações Criada em 2002, uma das maiores feiras de negócios do segmento católico no País, a ExpoCatólica, aconteceu entre os dias 2 a 5, no Expo Center
Norte, na capital paulista, mostrando produtos, serviços e tendências para igrejas e o turismo religioso. A Arquidiocese de São Paulo montou
Muitas novidades a cada metro quadrado Renata Moraes
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O mercado de livros e artigos religiosos, o turismo religioso, a música católica e a Igreja como espaço de promoção vocacional foram destaques na feira.
Sustentabilidade e fé
A empresa Design Cristão esteve pela primeira vez na feira. A marca, criada em agosto de 2014, tem o objetivo de “transmitir a fé e o amor através de seus produtos”, conforme afirmou Leonardo Lanzetta, proprietário. Parte do lucro da empresa é destinado às Obras Sociais Irmã Dulce, núcleo educacional do município de Simões Filho (BA). Uma linha de brochuras com a imagem do Papa Francisco é elaborada com um papel reciclado e ecológico feito de sementes de flores.
Comunhão em todos os continentes
A empresa Milagros, especializada em incensos de resina e carvões, trouxe à ExpoCatólica um novo projeto: o Urbi et Orbi (Da Cidade para o Mundo), que mistura os incensos dos cinco continentes, o mesmo usado pelo Papa Francisco na JMJ Rio-2013. Junto com o incenso, há uma proposta de comunhão de orações de todos os povos pelo Papa.
Ministério do Turismo
Na ExpoCatólica deste ano, houve uma área reservada ao Ministério do Turismo, que fez uma mostra sobre o turismo religioso no Brasil, apresentando detalhes da religiosidade nos estados do País, com seus respectivos padroeiros e igrejas históricas.
Turismo Religioso: Embaixada da Jordânia
Também pela primeira vez na feira, a Embaixada da Jordânia buscou promover o País como destino de turismo religioso. “Muitas vezes, as pessoas vão para a Terra Santa e ficam somente do lado de Israel, e estamos mostrando que a Jordânia faz parte de onde Jesus viveu. Ele foi batizado, como narra a Bíblia, além de Bethânia, do outro lado do Rio Jordão”, afirmou Camila Araújo, que trabalha na Embaixada. ExpoCatólica apresenta produtos e serviços
(Colaboraram: Igor Andrade, Fábio Augusto e Millena Guimarães)
seu estande na feira e a equipe de redação do O SÃO PAULO por lá esteve e apresenta nas reportagens a seguir detalhes da edição 2015.
Gestão eclesial para uma paróquia renovada Um dos eventos da ExpoCatólica foi o 11º Congresso Nacional de Gestão Eclesial (Conage), com o tema: “Gestão Integrada: compartilhando métodos e estratégias para uma paróquia renovada. ‘Continuem progredindo’ (1 Ts 4,1)”. A atividade teve como objetivo oferecer às dioceses, paróquias, congregações e demais comunidades, cursos e palestras sobre gestão eclesial e prática pastoral. Entre os temas abordados, destaca-se a administração, contabilidade, recursos humanos, direito civil e canônico, patrimônio, comunicação, marketing, relações humanas e interpessoais, liturgia, formação pastoral para clero e agentes, planejamento, projetos, liderança e atendimento ao público. Participando pela quinta vez do Conage, o Padre José Roberto Pereira, pároco da Nossa Senhora da Consolação, na Região Sé, destacou que o Congresso auxilia a ver “que direção estamos tomando desde a acolhida de
uma pessoa que chega a como lidar na administração financeira, e também na administração dos conflitos dentro e fora de nossas paróquias” O Conage não fica somente na parte administrativa, mas, sobretudo, no lidar com as pessoas nas suas diversas situações, “desde aquele paroquiano que está aflito por ocasião da morte de um ente querido, dos que estão enfermos e outros que querem um acompanhamento psicológico e até jurídico por parte de voluntários de nossas comunidades”, destacou o Sacerdote. “O tema deste ano ajudou e pensar a igreja como um todo e que não podemos pensar a administração e as pastorais como um trabalho isolado”, afirmou o Padre José Roberto, dizendo que fica o aprendizado para que as paróquias tenham um melhor acolhimento para aqueles que chegam e que querem trabalhar na comunidade, além de descobrir e respeitar o talento de cada um. (EB) Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
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| Reportagem | 13
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‘Precisamos assumir o dízimo como parte essencial da missão’
Com a participação de aproximadamente 300 pessoas, 1º Conadiz discute desafios para aprimoramento da Pastoral do Dízimo
Dizimistas: mais que contribuintes, corresponsáveis pela paróquia Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com
“Um dízimo pastoral, que não se reduz a questões econômicas, mas abarca uma responsabilidade maior dentro do processo de missão”. Essa é uma das ideias de Aristides Luis Madureira, um dos idealizadores e palestrante do primeiro Congresso Nacional da Pastoral do Dízimo e da Partilha (Conadiz), realizado durante a ExpoCatólica. Responsável pela palestra a “Pastoral do dízimo no desenvolvimento humano, espiritual e pastoral da paróquia”, Aristides destacou, ao O SÃO PAULO, que o dízimo “realiza uma dimensão cristã que é muito necessária e urgente hoje para a construção da paróquia, não apenas no aspecto financeiro, mas para o desenvolvimento do sentido de pertença dos fiéis para com os afazeres da comunidade”. O dízimo, em um primeiro mo-
mento, pode representar uma “instância de bolso”, mas a não é o que de fato ele representa. De acordo com Aristides, o dízimo é uma “instancia de coração”. O dizimista é corresponsável pela manutenção da paróquia, bem como por suas obras sociais e todo o trabalho que é realizado. O Conadiz, para ele, é um sonho de todos os que trabalham com o dízimo, “é bom lembrar que a Pastoral do Dízimo cresceu e está presente em praticamente 100% das paróquias do Brasil. Temos um contingente de dizimistas hoje que gira em torno 5 milhões de fiéis, com mais de 300 mil agentes espalhados pelo Brasil e não tínhamos um encontro desta Pastoral, então, para nós, é um sonho”. Para Fábio Castro, produtor da ExpoCatólica, a ideia do Conadiz é dar “subsídios técnicos aos agentes de pastoral”, além de ajudá-los e mostrar como fazer as campanhas do dízimo e como prestar contas do
dinheiro arrecadado. Fábio destacou que a ideia da ExpoCatólica está na mesma esteira de dar subsídios aos evangelizadores e não apenas evangelizar.
Troca de experiências
O grande foco do Congresso foi a troca de experiências que cada dizimista trouxe de sua realidade e partilhou com os outros. “A nossa proposta é uma troca de experiência para que os agentes de Pastoral do Dízimo possam prestar um bom trabalho”, afirmou Fábio Castro. Aristides destaca que, no Conadiz, as pessoas “ouviram a confirmação do que experimentam, conseguiram fortalecer aquilo que, em algumas paroquias, ainda é a fragilidade pastoral. As experiências trocadas vão servir para fortificar os trabalhos”.
Outro olhar sobre o dízimo
Dos desafios enfrentados em relação a Pastoral do Dízimo está a mudança da percepção das pessoas em relação a essa pastoral. Não se trata apenas da pastoral que paga as contas da igreja, mas da pastoral que, com seu trabalho, dá subsídios para que as outras pastorais se foquem na evangelização. Fábio acrescenta que é preciso converter o fiel em dizimista, fazer com que cada membro da paróquia não seja apenas um “contribuinte”, mas que se torne um “dizimista fiel”, percebendo que ele “não dá o dinheiro, mas devolve parte do seu ganho”. Para Aristides, um dízimo pastoral “não se reduz a questões econômicas, mas abarca uma responsabilidade maior dentro do processo de missão”. “O dízimo é a única pastoral da igreja que tem membros de todas a demais pastorais participando, diferente, por exemplo, de uma pastoral da juventude, que trabalha só com a juventude, ou da criança, que trabalha só com criança”, destacou. “A Pastoral do Dízimo compreende toda a paróquia. Essa Pastoral nasce para atender as outras pastorais. Não existe outra razão que não seja as pastorais anunciarem a Boa-nova de um modo mais eficiente e eficaz”, afirmou Aristides.
O bispo auxiliar da Arquidiocese e vigário episcopal na Região Santana, Dom Sergio de Deus Borges, participou do primeiro Congresso Nacional da Pastoral do Dízimo e da Partilha (Conadiz). Em uma breve entrevista ao O SÃO PAULO, o Bispo comentou que o que mais chamou sua atenção no Congresso foi o “entusiasmo dos participantes e a qualidade das conferências. Os conferencistas estavam em profunda sintonia com as diretrizes da CNBB e com o projeto de reflexão sobre a Pastoral do Dízimo à luz do atual Magistério da Igreja, sobretudo os ensinamentos do Papa Francisco”. O SÃO PAULO - Qual a importância de
congressos que tragam uma visão sobre o papel do dízimo na vida da comunidade?
Dom Sergio de Deus Borges - Este foi o primeiroCongresso com o tema sobre o dízimo. Foi uma bela iniciativa tendo em vista a importância do dízimo no processo de evangelização. O Congresso vem nos ajudar a assumir o dízimo como uma dimensão da missão. Alguns encontram dificuldade de falar sobre o dízimo porque têm uma visão compartimentada: uma coisa é evangelização e outra coisa é Pastoral do Dízimo. Precisamos vencer este tipo de concepção e assumir o dízimo como parte essencial da missão, assim como foi na comunidade apostólica (At 4, 32-37).
Por que o senhor participou do Conadiz?
Eu participei do Congresso para partilhar a rica experiência pastoral da Igreja no Brasil em relação ao dízimo. Nas conferências, vimos tantas experiências de conscientização, formação e evangelização que nos auxiliarão no trabalho cotidiano. A partilha e a decisão em ouvir os irmãos de outras comunidades nos enriquece muito e nos motiva para um novo vigor na missão.
O dízimo não sustenta apenas a vida financeira de uma paróquia, mas a sua vida de evangelização. Como transmitir isso aos fiéis e incentiválos para continuarem ou se tornarem dizimistas? A atual cultura nos incentiva a investir nossas forças e recursos no que é transitório, aparente e que nos dá uma sensação momentânea de alegria. E como nós gastamos nessas coisas e dedicamos somente o tempo que sobra para Deus e o dinheiro que “sobra” para Deus, através da santa Igreja. Deus e suas obras estão em segundo plano, mesmo quando dizemos que Deus é o centro de nossa vida. Se faz necessária uma mudança de mentalidade, precisamos reaprender a investir recursos, gastar nossas forças no que é permanente, duradouro, no que dá sentido à vida; a investir na fé. Sabemos que somente Deus dá sentido à vida, somente Ele nos dá perfeita alegria e por isso precisamos investir parte substancial de nossa vida e de nossos recursos para a obra de Deus, no que cremos. É a partir dessa mudança de base que terá êxito a Pastoral do Dízimo como dimensão da evangelização. (EB)
14 | Reportagem |
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Papa Francisco e o óleo de cozinha Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com
Você já fritou um pastel em casa? E um bolinho de chuva? O óleo usado foi parar no ralo ou teve um outro fim? Antes que você se pergunte se esta será uma matéria sobre culinária, a resposta é: não. Esta é uma matéria sobre a encíclica do Papa Francisco, a Laudato si’. Lançada em 18 de junho, a carta do Santo Padre fala sobre o meio ambiente e o cuidado com a “casa comum”. Na sua Encíclica, o Papa propõe mudanças de comportamento em relação ao meio ambiente. Essas mudanças devem afetar grandes governos e poderes econômicos, assim como, de forma geral, toda a população mundial, para que entenda que cuidar da natureza é o papel de qualquer ser humano. Nessa lógica, cada pessoa deve ser responsável por reduzir o consumo e colaborar para a preservação do meio ambiente. “Uma mudança nos estilos de vida poderia chegar a exercer uma pressão salutar sobre quantos detêm o poder político, econômico e social. Verifica-se isso quando os movimentos de consumidores conseguem que se deixe de adquirir determinados produtos e assim se tornam eficazes na mudança do comportamento das empresas, forçando-as a reconsiderar o impacto ambiental e os modelos de produção. É um fato que, quando os hábitos da sociedade afetam os ganhos das empresas, estas se veem pressionadas a mudar a produção. Isso lembra-nos a responsabilidade social dos consumidores. ‘Comprar é sempre um
ato moral, para além de económico’. Por isso, hoje, ‘o tema da degradação ambiental põe em questão os comportamentos de cada um de nós’”, escreve o Papa em trechos da Encíclica. Para Tânia Cristina Gonçalves Pereira, 42, moradora da zona norte de São Paulo, a prática de reutilizar e diminuir o consumo é algo antigo. Desde os potes de sorvete, aos copos de requeijão, tudo é reutilizado em sua casa. A prática, de acordo com ela, “ajuda o meio ambiente e, também, nos custos de casa”. Tânia não possui uma ideia exata de valores que economiza ao longo do ano, mas acredita ser mais que R$ 50,00, o que contribuiu para “o pagamento de uma conta mensal de água”, afirma. Mãe de uma menina de 11 anos, Tânia conta que a filha já aprendeu a importância de guardar e reutilizar as coisas e, sobretudo, evitar o lixo desnecessário.
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Mas o que o óleo de cozinha tem a ver com isso?
Dentro das coisas que Tânia reutiliza em sua casa está o óleo usado. Ela, assim como alguns brasileiros, aprendeu a dar um outro fim, que não o ralo da pia a esse material que pode causar entupimento das tubulações, além de ser um produto que prejudica o solo, a água, o ar e a vida de muitos animais. Conforme dados Sabesp, um litro de óleo de fritura pode contaminar até 25 mil litros de água. Se acabar no solo, o líquido pode impermeabilizá-lo, o que contribui com enchentes e alagamentos. Além disso, quando entra em processo de decomposição, o óleo libera o gás metano que, além do mau cheiro, agrava o efeito estufa. Tânia recolhe o óleo usado e encaminha para sua mãe ou para sua vizinha que fazem um sabão caseiro, usado para lavar louça. Mas essa é apenas uma das destinações dadas ao produto. Para evitar que o óleo de cozinha usado seja lançado na rede de esgoto, cidades, instituições e pessoas de todo o mundo têm criado métodos para reutilizá-lo. As possibilidades são muitas: produção de resina para tintas, sabão, detergente, glicerina, ração para animais e até biodiesel. Há na cidade de São Paulo diversos lugares que recolhem o óleo usado, além de receitas na internet para fazer o sabão caseiro. Para saber mais, acesse: www.ambiente.sp.gov.br ou www.oleosustentavel.org.br.
óleo de cozinha usado pode ter como destino a produção de sabão
Redução do consumo por atitudes individuais e políticas governamentais Renata Moraes
jornalismorenata@gmail.com
Existem atitudes simples que qualquer pessoa pode fazer para reduzir o consumo, em prol do cuidado com a “casa comum”. O uso racional da água, a redução de itens com embalagens plásticas, coleta seletiva, reciclagem do lixo, menor gasto de energia elétrica, são alguns exemplos.
Especializado em promover a educação ambiental na cidade de São Paulo, o Departamento de Educação Ambiental da Universidade Aberta do Meio Ambiente e Cultura (Uma Paz), da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, adotou uma forma de uso consciente de embalagens plásticas, ao trocar o uso de copinhos descartáveis por canecas de alumínio. “Temos o costume de usar
copos de papel ou a própria caneca para o consumo de água ou café, isso relacionado aos funcionários do departamento. No caso dos participantes dos nossos cursos e palestras, pedimos que tragam sua própria caneca”, afirmou, ao O SÃO PAULO, Mirna Salazar Camacho, diretora da Divisão de Formação da UMAPAZ 3. A entidade também cultiva um minhocário, onde são
colocados certos alimentos, transformados posteriormente em chorume, que serve para adubar as plantas. “Tentamos, na medida do possível, reciclar nosso lixo, separando e reaproveitando o papel sulfite reciclado que usamos como rascunho”, contou Mirna. A Prefeitura de São Paulo planeja renovar toda a rede de iluminação pública da cidade, substituindo lâmpadas
comuns por lâmpadas de LED, com a meta de reduzir em 50% o consumo de energia elétrica e dobrar a vida útil das lâmpadas. Porém, a iniciativa depende da aprovação de um edital de concorrência internacional, que foi suspenso temporariamente em junho, a pedido do Tribunal de Contas de Município (TCM), que exige esclarecimentos sobre algumas questões técnicas.
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| Entrevista | 15
Talita Tecedor
Com a Palavra
‘A ideia de consumismo foi naturalizada e isso precisa ser revertido’ Daniel Gomes
Fabiano Viana/Sefras
danielgomes.jornalista@gmail.com
Diariamente, se produz na cidade de São Paulo 20 mil toneladas de resíduos sólidos, sendo que 12,5 toneladas são provenientes da coleta domiciliar de lixo, e somente 3% é reciclado, conforme dados da Prefeitura. Parte desse trabalho é realizado desde 2002 pelo Serviço Franciscano de Apoio à Reciclagem (Recifran), que tem como meta fazer com que as pessoas em situação de rua e catadores de recicláveis sejam inseridos no mundo do trabalho. Há dois anos, a assistente social Talita Luzia Alves Tecedor, 29, coordena o Recifran, instalado na baixada do Glicério, no centro da capital. Ao O SÃO PAULO, ela detalha as origens do projeto e faz críticas à lógica atual de produção, consumo e descarte.
O SÃO PAULO – Quais as origens
do Recifran?
Talita Tecedor - O Recifran surgiu da ação dos frades franciscanos com os catadores de materiais recicláveis na rua e com suas famílias, em 2002. Os franciscanos começaram a organizar o trabalho que os catadores já faziam, tornando-o mais qualificado. Com o tempo, os catadores foram progredindo e os franciscanos entenderam não haver a necessidade de estar mais com eles, pois já tinham conseguido autonomia. Foi quando surgiu o espaço hoje conhecido como Cooper Glicério, em baixo do viaduto do Glicério, que é uma cooperativa autônoma sob a organização dos próprios catadores. Então, os franciscanos fizeram um outro projeto com a Prefeitura para ajudar a população de rua, que é o Recifran.
Como são organizadas as ações do Recifran?
Nós acolhemos a população em situação de rua que nos é encaminhada pelo serviço de assistência social da Prefeitura de São Paulo. Recebemos materiais para triagem envidados pela Prefeitura ou pela comunidade próxima. Os participantes fazem formação e aprendem todo o processo de reciclagem: recebimento dos materiais, triagem nas esteiras e separação por componentes e qualidade. Também fazemos formação sobre educação ambiental, cidadania e direitos humanos, que é para fortalecê-los na reconquista de direitos sociais. Há, ainda, um trabalho de assistência social conforme cada caso. Seis meses após a pessoa ingressar no Recifran, ela é encaminhada para cooperati-
vas de reciclagem parceiras, tendo, assim, um primeiro emprego e uma referência para que saia da situação de rua. Mensalmente, atendemos 50 participantes, mas como as formações são contínuas, desse grupo de 50 sempre alternam 20 pessoas. Conforme há as saídas, ingressam outros participantes.
Na recente encíclica Laudato Si´, o Papa Francisco aponta que a atual cultura do descarte afeta tanto os seres humanos excluídos quanto as coisas que se convertem rapidamente em lixo. Como vocês atestam essa realidade no dia a dia?
Vemos isso na questão de validade humana: não só os materiais têm um alto teor de consumismo, as pessoas também. Tudo o que não é mais utilizado é descartado, e isso inclui os seres humanos. A maior parte dos nossos participantes já trabalhou anteriormente, mas em algum momento de extremo desgaste, com o trabalho ou com a família, sucumbiu para a situação de rua. Alguns chegam ao Recifran com o sentimento de “ah, é o que sobrou para mim, não sou mais nada, nem ninguém, por isso vou trabalhar com o lixo”. Porém, nós resignificamos esse trabalhar com o “lixo”. A reciclagem do material é uma ressignificação, é o recuperar das coisas, assim como o trabalho social que é feito com eles.
Joga-se muita coisa no lixo que poderia ser reaproveitada?
Sim. As pessoas descartam as coisas só porque essas envelheceram. Chegam panelas, pratos, móveis, ferramentas. Alguns moradores de rua são muito encantados por leitura. No Recifran, os livros que chegam vão para o bazar dos catadores, são vendidos em sebos ou lidos. Mas se não estão em perfeito estado, são desmontados para que se tornem papel para a reciclagem. Já chegou até geladeira e muitas ou-
tras coisas que a gente não espera. A cada dia é uma novidade.
Ainda na Laudato Si´, o Papa afirma que o sistema industrial, ao final do ciclo de produção e consumo, não tem sido capaz de absorver resíduos e escórias. O que pode ser feito para reverter esse cenário?
Acho que as pessoas precisam se organizar politicamente. Nós sempre ensinamos aos participantes do Recifran que eles juntos são mais capazes de questionar as coisas, entendê-las. Além disso, as pessoas unidas não terão a necessidade de consumo que existe hoje, não gerarão tanto descarte. É hora de alguns questionamentos. Hoje não existe eletrodoméstico que dure mais que dois anos. É um absurdo! Antes as coisas eram feitas para durar 40 anos, 50 anos. Quase ninguém se manifesta contra isso, porque a ideia de consumismo foi naturalizada. Isso precisa ser revertido, desmistificado, questionado. As coisas não quebram assim naturalmente. Elas são feitas para durar pouco. Por quê? Se enfrentarmos esse tipo de situação, quem sabe as coisas serão feitas para as pessoas verdadeiramente e não para o consumo.
O consumismo, então, é o principal fator para a grande produção de lixo?
O consumismo é um dos fatores, mas não só. É preciso que se fale da produção exacerbada, do interesse capitalista de produzir para que as pessoas consumam. Existe um alto estímulo para o consumo pelas políticas e na mídia.
Na cidade de São Paulo, somente se recicla 3% dos resíduos sólidos jogados no lixo. A situação não é muito diferente em todo o Brasil. Por que tão pouco?
Ainda que seja um percentual baixo, o Brasil é um dos países que mais recicla, ou
seja, há uma lógica mundial de descarte. Por exemplo: foi aprovado o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, que, em teoria, cobraria das grandes indústrias, dos grandes produtores, grandes condomínios, shoppings, que estes se responsabilizassem pelo lixo que produzem. Havia uma ideia de logística reversa para repassar às indústrias a responsabilidade sobre o descarte. Na cidade de São Paulo, isso deveria ter sido aprovado e entrado em vigor no ano passado, mas ainda não foi. Era para ser implantado nacionalmente, aliás. O município de São Paulo é um dos poucos que tem defendido a ideia de que os materiais precisam ser reaproveitados, reciclados, e tem encampado as cooperativas de catadores, mas há outros municípios do entorno de São Paulo que acham que os incineradores são uma resposta melhor. Porém os incineradores só vão resolver, de imediato, a questão de acúmulo de lixo e ainda gerarão outros impactos. O lixo doméstico pode ser diminuído? Sim, mas é uma pequena fagulha perto do lixo industrial. A maior responsabilidade recai sobre as famílias, mas os grandes consumidores e geradores não são elas.
O Plano Nacional de Resíduos Sólidos poderá levar a alguma mudança quanto à produção e descarte de lixo?
O Plano pode dar um grande passo para melhorias, mas ter a lei é só um primeiro passo. A implantação efetiva é que vai mostrar as possíveis modificações. Um projeto pequeno como o Recifran, que não chega ao patamar de uma cooperativa de triagem, recicla aproximadamente 20 toneladas por mês. Uma grande cooperativa de reciclagem tem um volume de 100 toneladas. Não é pouca coisa. Porém, um grande shopping produz bem mais do que 100 toneladas de resíduos. Quando se responsabilizar de forma correta aqueles que mais produzem lixo e quando os materiais forem consumidos de uma outra forma, sendo reaproveitados, redestinados, ai sim será um grande passo, mas é preciso pensar de uma forma mais integrada, não apenas nos resíduos sólidos. Há os resíduos líquidos. Precisa haver, por exemplo, uma política para a coleta de óleo, já que este acaba com os canais de água, não existe o descarte adequado. Enfim, é necessário um olhar maior para essa questão ambiental.
SERVIÇO Serviço Franciscano de Apoio à Reciclagem (Recifran) Recepção de recicláveis, de segunda a sextafeira, das 8h às 17h (rua Junqueira Freire, 176, Liberdade). Saiba mais: (11) 3209-4112 ou pelo e-mail recifran.sefras@fransciscanos.org.br
16 | Fé e Cultura |
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Filipe David
osaopaulo@uol.com.br
Dica de Leitura
Aprender a rezar para aprender a amar Dizia um santo que todas as crises na história humana são crises de santos, são o sintoma de uma sociedade que se afastou de Deus, na qual faltam homens e mulheres santos. Ora, ninguém se santifica sem oração. É, pois, urgente, aprender e começar a rezar: “É disto que o mundo de hoje tem mais necessidade: de oração. É daí que nascerão todas as renovações, as curas, as transformações profundas e fecundas que todos queremos para a nossa sociedade. Nossa terra está bastante doente e apenas o contato com o céu poderá curá-la. A coisa mais útil para a Igreja de hoje é comunicar aos homens a sede da oração e ensiná-los a rezar”. Jacques Philippe, sacerdote desde 1985 e membro da Communauté des Béatitudes, ensina neste livro por que e como rezar. A oração é, antes de tudo, um chamado de Deus, que nos convoca a rezar, porque “deseja ardentemente entrar em comunhão conosco”. “Seja qual for a vocação de cada um, o primeiro chamado que Jesus e o Espírito Santo nos dirigem é o da oração. Nesse diálogo, Jesus Cristo nos dá a conhecer o rosto do Pai, e também a nossa identidade mais profunda”. “Aprender a rezar para aprender a amar” guiará o leitor rumo a uma maior intimidade com Deus, ajudando-o a aprender a arte de orar e a consolidar hábitos para que esse encontro pessoal se prolongue durante toda a sua vida.
Divulgação
Ficha técnica: Autor: Jacques Philippe Páginas: 155 Editora: Quadrante
Para as crianças Oficinas e atividades na Livraria da Vila Durante as férias de julho, a Livraria da Vila oferece uma série de atividades para as crianças. Na unidade Fradique Coutinho, na quinta-feira, 16, às 16h, haverá uma “oficina de tecido”: Cada participante escolhe um tecido e a partir dele, usando a escrita, corte, cola e costura, conta uma pequena história na forma de livro. Ao final da oficina, o objetivo é termos um livro com contos, escritos e ilustrados com tecidos. Na mesma unidade, no domingo, 19, às 16h, haverá um “Pocket show”: “Um show de crianças feito para crianças com repertório que agrada pais e filhos, desde a canção popular “O sapo não lava o pé” até o clássico do rock Beatles-ticket ride.” Com essa formação, e de
uma maneira surpreendente, a banda tem se apresentado em livrarias, buffets, shoppings, escolas e eventos em geral.” Em Moema, na sexta-feira, 17, às 16h, haverá uma oficina de culinária: As crianças serão estimuladas a reconhecer alimentos, sentir texturas, aromas, cor e sabor, permitindo descobrir sua natureza e suas fontes nutricionais. As crianças serão convidadas a cozinhar brincando. No Shopping JK Iguatemi, na sexta, 17, às 16h, as crianças poderão brincar com jogos educativos e quebra-cabeças com personagens infantis, como Frozen e Vingadores. A programação completa está disponível no site: www. livrariadavila.com.br
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| Esporte | 17
590 vezes Brasil no Pan de Toronto Daniel Gomes
Assessoria de Imprensa do atleta Thiago Pereira
danielgomes.jornalista@gmail.com
Com a maior delegação brasileira em um Pan disputado fora do País, o Brasil será representado por 590 atletas na 17ª edição dos Jogos Pan-americanos, que começa oficialmente na sexta-feira, 10, e segue até o dia 26, em Toronto, no Canadá. O objetivo do Comitê Olímpico do Brasil (COB) é que o País fique entre os três primeros no quadro de medalhas das modalidades olímpicas e supere os 141 pódios (48 ouros) obtidos no Pan de Guadalaraja 2011. O SÃO PAULO apresenta, a seguir, uma síntese das chances dos brasileiros nas modalidades em disputa. Atletismo (80 atletas): Meta é ao menos igualar as 23 medalhas do Pan 2011. Fabiana Murer e Thiago Braz, no salto com vara, e Rosângela Santos e Ana Cláudia Lemos, nas provas de pista, têm as melhores chances de medalhas de ouro. Badminton (8): Um dos destaques é Daniel Paiola, bronze em Guadalaraja 2011. As irmãs Lohaynny e Luana Vicente têm alcançado bons resultados internacionais. Basquete (24): Chegar ao pódio já será uma grande conquista, pois as seleções masculina e feminina não terão os atletas que atuam nos Estados Unidos e nas ligas europeias. Boliche (4): O destaque é Marcelo Suartz, atual campeão brasileiro e medalhista de bronze no Pan 2011. Boxe (8): Sem os irmãos Falcão, medalhistas olímpicos que se profissionalizaram, Julião Neto é a grande esperança de pódio. Ele foi bronze em Guadalaraja 2011. Canoagem (19): O Brasil terá representantes na canoagem slalom (4), entre estes Ana Sátila, prata no Mundial Sub-23 em 2015; e na canoagem velocidade (14), com destaque para Isaquias Queiroz, bicampeão mundial da categoria C1 500 metros. Ciclismo (24): Os brasileiros competirão no ciclismo BMX (4), de Estrada (7), Mountain Bike (4) e de pista (9). Há boas chances de medalhas com Renato Rezende, que conquistou prata no
Thiago Pereira será um dos brasileiros no Pan
sul-americano BMX em maio deste ano. Esgrima (18): O principal nome é Renzo Agresta, que em abril ganhou bronze no pan-americano da modalidade. O atleta já possui três medalhas em Pans. Esqui Aquático (2): Felipe Neves e Luciano Rondi ainda não têm medalhas em Pans. Futebol (36): Mesmo sem Marta, a seleção feminina é favorita a estar entre as três primeiras. No masculino, o time Sub-22 tentará conquistar o ouro que o Brasil não ganha desde o Pan de Indianápolis 1987. Ginástica (20): O Brasil terá representantes na ginástica artística (10), entre os quais o campeão olímpico Arthur Zanetti, e também na ginástica rítmica (8) e trampolim (2). Golfe (4): Entre os convocados, apenas Adilson da Silva é golfista profissional. Handebol (30): Campeã mundial, a seleção feminina é favorita ao ouro. Já a masculina, prata em Guadalaraja 2011, precisará superar a Argentina, principal adversária. Hipismo (12): O Brasil tem representantes no Adestramento (4), CCE (4) e no Saltos (4), com destaque para Doda Miranda, bronze nas olímpiadas de Atlanta 1996 e Sydney 2000. Hóquei sobre grama (16): Seleção masculina disputará pela primeira vez um Pan fora do Brasil e precisa ficar entre as seis primeiras colocadas para ir às olimpíadas de 2016. Judô (14): Meta é que todos brasileiros sejam
medalhistas. No Pan de 2011 foram 13 pódios entre 14 possíveis. Felipe Kitadai e Mayra Aguiar, medalhistas de bronze na olimpíada de Londres 2012, estarão em Toronto. Karatê (7): Principal nome é Douglas Brose, bicampeão mundial da categoria kumite até 60 kg. Levantamento de peso (8): Fernando Saraiva Reis, ouro no Pan de 2011, é o principal halterofilista do Brasil. Lutas (8): Aline da Silva Ferreira é o destaque. Em 2014, ela alcançou inédita medalha de prata no Mundial de lutas Associadas, na categoria até 75 kg. Maratonas Aquáticas (3): Principais nomes do Brasil na modalidade estarão no Mundial de Esportes Aquáticos, na Rússia. Assim, os brasileiros em ação no Pan serão Carolina Bilich, Luiz Arapiraca e Samuel de Bona, que não são favoritos ao ouro. Natação (35): A principal estrela da delegação é Thiago Pereira, dono de 18 medalhas em Pans, 12 destas de ouro. Há expectativa pelo desempenho de Matheus Santana, medalhista de ouro nos 100 metros livre nos Jogos Olímpicos da Juventude 2014. Nado Sincronizado (9): Projeção é que o País ao menos repita as medalhas de bronze alcançadas em Guadalaraja 2011 nas disputas por equipes e no dueto. Patinação artística (2): Os representantes brasileiros são Talitha Haas e Marcel Stürmer, que tentará o tetracampeonato no masculino. Pentatlo Moderno (5): O principal nome do Brasil é Yane Marques, medalhista de bronze em Londres 2012. Polo Aquático (26): Seleções feminina e masculina tentarão ao menos repetir o bronze do Pan de 2011. No masculino, equipe vem de inédito terceiro lugar na Liga Mundial, em junho. Remo (21): O principal nome do País é Fabiana Beltrame, que já foi campeã mundial na categoria single skiff leve. País não conquista ouro em Pans desde Indianápolis 1987. Rugby (24): Seleção masculina tem melhores chances que a feminina, mas é improvável que homens ou mulheres consigam medalhas. Saltos Ornamentais (8): Juliana Veloso, dona de três medalhas em Pans, é o principal nome do Brasil. Squash (3): Representado só por mulheres, País tentará ao menos repetir bronzes do masculino no Pan do Rio 2007 e em Guadalaraja 2011. Softbol (15): Sem tradição na modalidade, dificilmente brasileiras chegarão a medalhas.
Taekwondo (8): Principais esperanças brasileiras estão em Iris Sing, no feminino, e Venilton Teixeira, no masculino, que conquistaram bronzes no Mundial, em maio. Tênis (6): As maiores chances do Brasil são com Orlando Luz e Marcelo Zormann, medalhistas de ouro nas duplas dos Jogos Olímpicos da Juventude 2014. Tênis de mesa (6): Chances de medalhas são maiores no masculino. Hugo Calderano foi bronze nos Jogos Olímpicos da Juventude, e junto a Gustavo Tsuboi alcançou a prata nas duplas do Aberto do Catar, em fevereiro. Tsuboi e Thiago Monteiro compuseram o time de ouro do Brasil em Guadalaraja 2011. Tiro com arco (6): Marcus Vinicius D´Almeida, prata nos Jogos Olímpicos da Juventude 2014 é o principal nome do País. Tiro esportivo (19): Retrospecto de oito medalhas no Campeonato das Américas de Tiro, em 2014, indicam chances de pódios para o Brasil em Toronto. Triathlon (6): Ouro no Pan de 2011, Reinaldo Colucci busca o bicampeonato. Vela (18): Martine Grael e Kahena Kunze são atuais campeãs mundiais da categoria 49erFX. Com cinco medalhas em olimpíadas, Robert Scheidt também é favorito a medalhas. Vôlei (24): Seleção masculina não terá força máxima e feminina irá com equipe mista. Mesmo assim, são boas as chances de que ouros do Pan 2011 se repitam. Vôlei de Praia (4): Abrindo mão de etapas do Circuito Mundial, as duplas Carol/Lili e Álvaro Filho/Vitor Felipe vão representar o Brasil em Toronto. (Com agências e COB)
AGENDA ESPORTIVA Brasileirão de Futebol QUARTA-FEIRA (8) 21h – Palmeiras x Avaí (Allianz Parque) QUINTA-FEIRA (9) 19h30 – Corinthians x Atlético Paranaense (Arena Corinthians) DOMINGO (12) 11h – São Paulo x Coritiba (Morumbi)
18 | Regiões Episcopais |
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Brasilândia
Padre Cilto José Rosembach, Padre Reinaldo Torres e Matheus Maciel Colaboradores de Comunicação da Região
Dom Devair: ‘Dízimo é sinal visível da participação dos fiéis na comunidade’ Padre Jaime Estevão Gomes
Dom Devair conduz oração com participantes do encontro regional da Pastoral do Dízimo, dia 4
“Quando falamos de dízimo, não estamos falando apenas do ato que nos liga a receber um dinheiro, um valor. Dízimo é conscientização dos fiéis sobre a partilha consciente que se dá, por meio da consciência que to-
dos nós somos responsáveis pela obra de evangelização. O dízimo é o suprimento necessário e essencial para que a obra se desenvolva”. A afirmação é de Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidio-
cese na Região Brasilândia, e foi feita no sábado, 4, durante encontro regional com 120 coordenadores e representantes da Pastoral do Dízimo, realizado na Paróquia Santos Apóstolos. A formação foi elabora-
da a partir da necessidade de compor a nova equipe regional de animação da Pastoral do Dízimo e também com vistas a apresentar o material da Campanha Arquidiocesana de Conscientização do Dízimo. Dom Devair, referenciando-se em documentos da CNBB, ressaltou que o dízimo é uma partilha de todos em benefício da comunidade, “algo que cada um experimenta em favor dos outros”, disse, acrescentando que “o dízimo é também um sinal visível da participação dos fiéis na vida da comunidade, por meio de suas responsabilidades”. Ele ainda enfocou a necessidade de uma administração transparente dos recursos materiais da comunidade e reforçou o aspecto da gratidão que está na base da ação da pastoral e da vida dos dizimistas. O Bispo também elogiou a forte presença dos agentes do dízimo no encontro, sinalizando que os leigos estão
preocupados com a organização pastoral da Igreja. Ele chamou atenção sobre os caminhos positivos da Pastoral do Dízimo bem organizada no interior das paróquias, para que responda aos investimentos nas áreas de manutenção das comunidades, formação de líderes e investimentos sociais. Também destacou que o dízimo deve corresponder aos investimentos de sustentação das comunidades em todos os aspectos. Durante o encontro, os participantes refletiram, em grupos, sobre o papel da pastoral regional do dízimo, atualmente assessorada pelo Padre Pedro Ricardo Pieroni, e escolheram um representante de cada setor para compor a nova equipe de animação do dízimo na Região Brasilândia, que se reunirá pela primeira vez em 22 de agosto, às 15h, na Paróquia São Luis Gonzaga (praça Dom Pedro Fulco Morvidi, 01, Vila Pereira Barreto).
CEBs conectadas às mídias sociais na realidade da juventude Rodrigo Oliveira
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75 pessoas participam na Região Brasilândia do Encontro das Juventudes com as CEBs, dia 5
CEP ____________ - ___________ CIDADE____________________________________ ESTADO ______ E-MAIL: ________________________________________________ TEL: (__________) ______________________________________ DATA ____/___/____
A influência das novas mídias na comunicação, o impacto que geram na vida da juventude (relações, demandas e projetos de vida) e o desafio de filtrar o conteúdo real em um universo virtual repleto de falsa informação foram alvos de reflexão do Encontro das Juventudes com as CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), realizado no domingo, 5, na Casa Nossa Senhora de Fátima, no Setor Pastoral
São José Operário da Região Brasilândia. A atividade, que teve a participação de aproximadamente 75 pessoas, foi assessorada por Alex Pontes Tadeu, sociólogo e representante do Regional Sul 1 da CNBB na ampliada nacional das CEBs. Além de momentos de reflexão, o encontro teve animação musical com a banda da Pastoral da Juventude, Legião Pejoteira. Os padres Jaime Estevão
Gomes, coordenador do Setor São José Operário; Natanael Pires, assessor do Setor Juventude da Região Brasilândia; e José Domingos Bragheto, assessor das CEBs na Região, participaram do encontro. Padre Bragheto motivou os jovens para que “utilizem das ferramentas para fortalecer a evangelização e os laços”, e que não percam a oportunidade de se valer das mídias sociais para enviar mensagens de esperança.
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Benigno Naveira
Colaborador de comunicação da Região
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Lapa
Motociclistas pedem proteção a Deus por intercessão de Santa Maria Goretti Durante o tríduo da festa da padroeira da Paróquia Santa Maria Goretti, do Setor Pastoral Butantã, motociclista foram abençoados na missa do domingo, 5, presidida pelo Padre Geraldo Pereira, pároco, que pediu à intercessão da Santa para que proteja todos os motociclistas e motoristas. Iran Pascoal Eloi dos Santos, motociclista e paroquiano, foi uma das 200 pessoas que esteve na missa. Em entrevista, ele comentou que atualmente as pessoas estão muito irritadas no trânsito e que ter participado da missa lhe trará proteção. “A celebração e bênção nos protege, nos dá força, paciência, para poder encarar estes dias no transito”. Padre Geraldo recordou que a bênção dos motociclistas começou há três anos, após uma missa de sétimo dia pela morte de um motociclista da comunidade. Hoje, essa benção é proferida regularmente no primeiro domingo de cada mês, na missa das 18h. Após o tríduo, que aconteceu entre os dias 3 e 5, Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, presidiu missa solene de encerramento da festa de Santa Maria Goretti, na segundafeira, 6.
Benigno Naveira
No domingo, 5, Padre Geraldo Pereira preside missa na Paróquia Santa Maria Goretti, durante a qual abençoa motociclistas
CTAP: 20 anos na capacitação de leigos e religiosos em Teologia Estão abertas matrículas para o Curso de Teologia de Agentes de Pastoral (CTAP) da Região Episcopal Lapa, que terá início em 3 de agosto, com aulas sempre às segundas feiras, das 20h às 22h, na Paróquia Nossa Senhora da Lapa (rua Afonso Sardinha, 62). Carmem Cecília, uma das responsáveis pelo curso, recorda que o CTAP está completando 20 anos, e que já formou mais de 450 alunos, leigos, leigas e religiosos, que atuam nas paróquias, pastorais, movimentos da Região Lapa e na Arquidiocese. O objetivo geral do CTAP é formar agentes de pastoral, ajudando-os a crescer na maturidade da fé, na caminhada cristã, na intimidade com a Palavra de Deus, para o exercício da sua missão evangelizadora. Carmem ressalta, ainda, que o curso é destinado
a catequistas, coordenadores de movimentos pastorais, missionários, ministros da Palavra, ministros da Eucaristia. A duração é de quatro anos e meio, distribuídos em nove semestres, com as seguintes matérias: Teologia Bíblica, Teologia Sistemática, Vida Cristã, Liturgia, História da Igreja, Teologia Pastoral, estágios pastorais, descoberta-crescimento-ação, totalizando 334 horas de curso. O CTAP tem a coordenação de Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, e de Dom Fernando José Penteado, bispo emérito de Jacarezinho (PR), juntamente a Carmem Cecilia de Souza Amaral (Caci), Rosa dos Santos Ramicelli (Rosinha), Maria Ângela Palma Ribeiro e José Pavanelli Galbe. Saiba mais detalhes com Rosa Ramicelli, pelo telefone (11) 3865-1542.
Dom Julio conhece realidade pastoral da Paróquia São José Operário Os fiéis da Paróquia São José Operário, no Setor Rio Pequeno, receberam a visita pastoral de Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa. No primeiro dia de visita, em 28 de junho, Dom Julio foi recebido pelo Padre Raimundo Ribeiro Martins, pároco, e por muitos fiéis. O Bispo presidiu missa às 8h e encontrou-se com os idosos, na Comunidade Santa Teresa D’Ávila. Às 10h, presidiu missa na matriz da Paróquia, com a participação das crianças. À noite, após outra missa, reuniu-se com as famílias na Comunidade Santa Teresa D’Ávila. Um café comunitário, no dia 29, deu início ao segundo dia de visita, pela Comunidade Santa Teresa D’Ávila. Na sequência, o Bispo conheceu os limites da área pastoral, abençoando casas e lojas de comércio local. Ele também visitou a Creche São Luiz Gonzaga e o Hospital Dr. Mario Degni. No terceiro dia, 30, as ati-
Benigno Naveira
Dom Julio Endi Akamine fala a fiéis da Paróquia São José Operário
vidades foram iniciadas com a Liturgia das Horas, às 7h30, e com café comunitário na Comunidade Santa Teresa D’Ávila. No fim da tarde, Dom Julio presidiu missa na Comunidade Eucarística Voz dos Pobres, e no começo da noite fez atendimentos na comunidade e comandou a adoração ao Santíssimo Sacramento, na igreja matriz. No quarto dia, 1º de julho, após a Liturgia das Horas e o café comunitário, pela manhã, Dom Julio atendeu os fiéis da igreja matriz à tarde e após a missa da noite encontrou-se com coordenadores de pastorais, movimentos
e membros do conselho de administração. No dia 2, após presidir missa, o Bispo visitou famílias e verificou os livros na secretaria paroquial. No encerramento da visita, no domingo, 5, à tarde, Dom Julio proferiu sua catequese na igreja matriz, com o tema “O caminho a Palavra e Anuncio” (At 8, 26-40), e, na sequência, presidiu missa, concelebrada pelos padres Raimundo Ribeiro, pároco; Jorge Pierozan (Rocha), vigário-geral da Região Lapa; e Antonio Francisco Ribeiro, coordenador de Pastoral e da Pascom Regional, e Julio Cesar de Mello (SJC).
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Santana
Diácono Francisco Gonçalves
Colaborador de comunicação da Região
Semana Social apresenta caminhos para impulsionar ações das pastorais Nelson Teixeira
Agentes pastorais reunidos com Padre Julio Lancelotti, dia 23
“Todas pastorais reafirmaram a luta com os mais pobres, que estão à margem da sociedade. Elas, muitas das vezes, assumem o papel do Estado pela falta de políticas públicas. Fomos convidados a olhar como está a
acolhida do povo de rua em nossa comunidade, como trazemos para os nossos debates os jovens e adultos encarcerados, como acolhemos, de fato, a população migrante. Esses questionamentos permearam todo o debate
e deixaram pistas de ação mediante os trabalhos que vem sendo desenvolvidos na Arquidiocese”, expressou Kamila Gomes, da Escola de Fé e Política, sobre 1ª Semana Social da Região Santana, realizada de 23 a 27 de junho, na Cúria regional. Promovida pela Escola de Fé e Política, Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB) Santana e Cáritas, a semana foi iniciada com a palestra “Profetismo e Doutrina Social”, assessorada pelo Padre Julio Lancellotti, vigário episcopal para a Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese. Segundo Kamila, “a formação aconteceu como uma roda de conversa e nos
trouxe muitas indagações e luzes para o caminho. Fomos convidados a refletir nossa ação como cristãos, se o nosso dia a dia tem nos levado a ações concretas”. No segundo dia do evento, houve apresentação das conquistas e dificuldades das pastorais sociais: Povo de Rua, Migrantes, Moradia, Menor, Carcerária, Saúde, Ecologia, Fé e Política; e na sequência, a exibição de um vídeo no qual Dom Angélico Bernardino, bispo emérito de Blumenau (SC), motiva as ações da pastorais sociais. O Padre Andrés Marengo, da Cáritas Regional, agradeceu a todos os 33 participantes, com proposta de realizar outra semana em 2016.
Na conclusão da 1ª Semana Social da Região Santana, em 27 de junho, aconteceu o 2º Dia da Cidadania, na Paróquia Sagrada Família. “Foram prestados vários serviços à comunidade por meio de parcerias, como o Poupatempo do Governo de São Paulo; teste de visão; tratamento de beleza, com alunos do Curso de Estética e Beleza do Centro Social São José (Irmãs de São José de Chambery); Curso para Empregada Doméstica pela Fundação Casa Bombril; orientação de advogados, e da Sabesp, com palestra e brincadeiras para as crianças”, informou Nelson Teixeira, um dos organizadores da atividade.
Padre Simões: 40 anos de sacerdócio no anúncio da Palavra de Deus “Eu tornei-me ministro da Igreja, quando Deus me confiou esse encargo em vosso benefício: anunciar a realização da Palavra de Deus, o mistério escondido desde o começo dos tempos e gerações. É a esse Cristo que anunciamos, aconselhando e ensinando a todos com plena sabedoria, para que todos sejam cristãos perfeitos”, falou
Padre Antônio Simões, pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo, durante a celebração de seus 40 anos de ordenação sacerdotal, comemorados em 29 de junho. Nascido num lar de pais portugueses católicos, desde cedo, participou das atividades da Igreja, tendo pertencido à Legião de Maria. Aos 18 anos, ele iniciou seus estudos
para o sacerdócio. Estudou na Universidade Gregoriana, em Roma, Itália, onde cursou Teologia e, em seguida, fez pósgraduação em Dogmática. Lá foi ordenado sacerdote, em 29 de junho de 1975, pelo Papa Paulo VI, juntamente com 365 padres, correspondentes a cada dia do ano. Após ter rezado sua primeira missa em Portugal, retonou ao Brasil.
Diácono Francisco Gonçalves
Padre Antônio em missa comemorativa pelos 40 anos de sacerdócio
Há quatro décadas, Padre Valdevir multiplica vocação em dons Diácono Francisco Gonçalves
Padre Valdevir na missa de seu jubileu sacerdotal
Junto a Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, padres e fiéis participaram, em 29 de junho, na Paróquia Nossa Senhora da Luz, da missa em ação de graças pelos 40 anos de sacerdócio do Padre Valdevir Cortezi. Dom Sergio, na homilia, expressou a alegria em comemorar o jubileu de um fecundo ministério sacerdotal e pediu que o Padre Valdevir considerasse o caminho percorrido de sua vocação,
que se consolidou por meio de um sim diário, feito no encontro pessoal com Cristo. Pelo trabalho do Padre Valdevir surgiram 16 vocações consagradas ao serviço de Deus, das quais oito sacerdotes e oito religiosas. Padre Paulo Gil e Antonio Robson Gonçalves, que naquele dia concelebraram a missa, foram parte desses. Ao final da missa, Padre Mauricio Luchini, pároco da Paróquia São Luiz Gonzaga, enalteceu as virtudes em-
preendedoras do jubilando, citando as obras de construção do novo prédio da Cúria de Santana e da TV Santana, que forneceu programação voltada à evangelização e divulgação de conhecimentos. Também se recordou a atuação do Padre Valdevir no projeto “Juventude em Ação”, que envolveu competições esportivas e culturais com jovens na Região Santana e que tinha entre outros objetivos atrair os jovens que se encontravam afastados.
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Fenando Geronazzo
Colaborador de Comunicação da Região
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Sé
‘É preciso que nos alimentemos de Cristo para servi-lo nos enfermos’ “Deixar-se afetar pelo sofrimento do outro” foi o tema tratado no primeiro retiro espiritual dos agentes da Pastoral da Saúde da Região Episcopal Sé, realizado no sábado, 4, na Casa de Encontro Santa Terezinha, no Alto da Lapa. Os exercícios espirituais foram orientados pelo Padre José Carlos Dias, sacerdote camiliano e capelão do Hospital São Camilo, na Pompeia. “Convidamos os agentes a olhar para a experiência
dos pacientes e permitir que esse sofrimento nos afete em nossa história pessoal, para que mergulhemos na experiência de Jesus Cristo. Também motivamos os voluntários a assumir o compromisso da misericórdia no cuidado com o outro. Para isso, é preciso que nos alimentemos de Cristo para que possamos servi-lo nos enfermos”, disse o Padre. O coordenador regional da Pastoral da Saúde, Padre Luciano Donizete Naves, explicou que a Pastoral está
Fernando Geronazzo
Padre José Carlos Dias conduz retiro com agentes da Pastoral da Saúde da Região Episcopal Sé, dia 4
em processo de articulação na Região. “Estamos dando os primeiros passos. Já houve muitos encontros de
Um dia para pensar a Catequese e o ‘encontro pessoal com Jesus’ Animação Bíblico-catequética
Agentes da Animação Bíblica-catequética durante retiro, dia 5
Agentes da Animação Bíblico-catequética participaram no domingo, 5, no Arsenal da Esperança, na Mooca, do Retiro Regional de Catequistas. Assessorado pelo Padre Humberto Robson de Carvalho, pároco da Paróquia
Nossa Senhora dos Prazeres, da Região Santana, o retiro teve como tema “O encontro pessoal com Jesus”. Padre Humberto iniciou a sua pregação apresentando como “grande pregador” o próprio Espírito Santo. Suas meditações foram ali-
cerçadas em seis aspectos: “O encontro pessoal com o amor de Jesus que nos salva”; “Jesus Cristo, filho de Deus feito homem, morto e ressuscitado, catequista, centro e fonte da Catequese”; “A pessoa do catequista: identidade e vocação”; “A espiritualidade do catequista”; “O catequista e o serviço da caridade”; e “A leitura orante da Bíblia”. Dom Eduardo Vieira dos Santos, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, presidiu a missa de encerramento. Também participou do retiro o Padre Marcelo Delcin, coordenador regional e assistente eclesiástico arquidiocesano da Animação Bíblico-catequética. (Colaborou Ana Luiza José)
formação, faltava a oportunidade de um momento de oração e espiritualidade. Por isso, estamos realizando este primeiro retiro”, disse. O coordenador também ressaltou que a missão dessa Pastoral é “olhar para a saúde com o olhar misericordioso de Deus, não somente se preocupando com o doente, mas também em evitando que as pessoas fiquem doentes e
para que tenham uma qualidade de vida melhor”. Iracema de Toledo atua na Pastoral desde 2008, no Hospital das Clínicas. Para ela, o momento de espiritualidade é fundamental para os agentes. “Podemos parar para um encontro com Deus, para avaliarmos nossa missão e recobramos as forças para seguir em frente nesse serviço”.
Vadico Pinheiro
A 19ª Festa de Rua da Paróquia São Vitor Mártir, iniciada em 30 de maio, no bairro do Brás, foi encerrada com missa solene na noite do domingo, 5. A celebração foi presidida pelo vigário paroquial, Padre João Bechara, seguida de uma procissão com a imagem do padroeiro.
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Ipiranga
Caroline Dupim, Padre Ricardo Pinto, Gabriel Zambrana e Fátima Zambrana Colaboradores do Comunicação da Região
36 padres em espírito de oração e meditação Pedro Luiz Amorim
Cardeal com o clero atuante no Ipiranga, em retiro em Atibaia (SP)
A indicação de que os padres devem participar do retiro anual está prevista no Código de Direito Canônico. Mais
do que uma obrigatoriedade, os dias de retiro são oportunidade para o crescimento espiritual do padre e para reforçar
a unidade com o bispo e a Igreja particular onde ele está inserido. Não foi diferente no retiro anual do clero atuante na Região Ipiranga, realizado na Casa Tabor, em Atibaia (SP), de 29 de junho a 2 e julho. Na introdução, Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, motivou os 36 padres inscritos a viverem o retiro com espírito de oração e meditação. “No silêncio é possível fazer uma ultrassonografia da alma!”, afirmou. A programação foi rica pelo conteúdo das reflexões, momentos de ora-
ção e convivência fraterna. A partir da analogia com o cálice usado na liturgia eucarística, o Bispo convidou todos a olharem com coragem para dentro do “cálice” da própria vida e refletir sobre o que se está vivendo pessoalmente e a fidelidade ao ministério. A ascese que nasce de uma verdadeira experiência com Deus foi indicada como caminho que leva ao testemunho do mistério inerente à vida sacerdotal. Além da oração pessoal nos jardins, os momentos de oração mariana, a Via Sacra e a Adoração ao Santíssimo Sa-
Nossa Senhora Aparecida e o Santuário: história, arte e devoção “Arte e História de Nossa Senhora Aparecida” foi o enfoque central de uma palestra promovida, no sábado, 4, na Paróquia de Santa Rita de Cássia, no bairro Mirandópolis, pelo conselho diocesano do Encontro de Casais com Cristo (ECC), da Região Episcopal Ipiranga, com o apoio da Pastoral Familiar, reunindo 50 pessoas. A assessoria foi da professora Ma-
Capela de São Peregrino
ria Aparecida Tedrus, que disse que quando se trata da história dos quase 300 anos de devoção a Nossa Senhora Aparecida e da beleza da arte que conduz a Cristo, “estamos falando do fio condutor que os entrelaça: a jubilosa esperança de salvação que o povo encontra em Jesus Cristo, por mãos de Maria, no Santuário de Aparecida”.
Belém
cramento foram motivadores para estar em intimidade, ainda mais profunda, com Deus. Dom José Roberto animou os padres a redescobrirem a força da vida sacerdotal no sentir-se amado por Deus, “pois não aderimos a uma ideologia, mas a um Alguém que ama, Deus”, concluiu. Em uma das manhãs do retiro, o Cardeal Scherer, arcebispo metropolitano, celebrou a Eucaristia, e em estilo fraterno enfatizou a necessidade do cuidado com a saúde, com a vida espiritual e com a fraternidade presbiteral.
No sábado, 4, a Paróquia Nossa Senhora das Dores e São Peregrino (rua Tabor, 283, no Ipiranga), inaugurou a Capela de São Peregrino, em missa presidida por Dom José Roberto Fortes Palau. Frei Fábio Luiz Ribeiro, OSM, pároco, durante a celebração, disse que a construção da capela era um sonho dos sacerdotes e dos paroquianos. São Peregrino é o santo de devoção de quem sofre de câncer.
Peterson Prates
Colaborador de comunicação da Região
Dom Edmar abençoa templo de comunidade na periferia Peterson Prates
Dom Edmar abençoa sacrário durante missa
Dom Edmar, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, presidiu na sexta-feira, 3, missa na Comunidade São Francisco de Assis, da Paroquia Nossa Senhora de Fátima e São Roque, no Setor Pastoral Sapopemba, que demarcou a reinauguração da comunidade, com a bênção do templo e do novo altar. As origens da comunidade re-
montam a 1976, mas o primeiro espaço próprio só foi concluído em 1983, com missa festiva presidida por Dom Luciano Mendes de Almeida, então bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém. A reforma da comunidade durou seis meses. Durante esse tempo, as celebrações foram realizadas na associação de idosos de Sapopemba “Vida Nova”, no Jardim Grimaldi.
“Nós somos Igreja de Deus plantada no mundo”, lembrou Dom Edmar, na homilia, durante a qual recordou a importância da oração diária, da leitura da Palavra de Deus e da participação nos sacramentos. No fim da celebração, Dom Edmar lembrou aos fiéis que “o cuidado com as paredes não pode ser maior que o cuidado com os irmãos”.
Santa Isabel Rainha inspira caridade com atos de verdade A Paróquia Santa Isabel Rainha, no Setor Pastoral CarrãoVila Formosa, celebrou nos primeiros dias de julho a festa da padroeira, com reflexões sobre a família, a caridade e a paz. Santa Isabel foi rainha de Portugal. Ela viveu entre os séculos XIII e XIV, sendo conhecida como Rainha da Paz, pela forma pacifica com que tratava os assuntos referentes ao reinado. Após a morte do marido, Isabel recolheu-se em um mosteiro e
dedicou-se às obras de caridade. Seus últimos anos de vida foram em silêncio, oração e atendimento de pobres e doentes. No sábado, 4, os festejos começaram às 6h, com alvorada de fogos e a saudação a Santa Isabel. Às 10h, Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, presidiu a missa, em que recordou que os santos existem para que as pessoas possam admirá-los e imitá-los. Também lembrou
que Santa Isabel “gostava do silêncio e da oração”, e que “não se deixou corromper pela corte, mas foi ao encontro dos mais necessitados”. Para finalizar, Dom Edmar pediu, que a exemplo de Santa Isabel Rainha, “não façamos a caridade de boca e com palavras, mas com obras e de verdade” (cf. 1 Jo 3,18) e que “sejamos mensageiros da comunhão e da paz”. Após às 15h, foi realizada outra missa solene.
Peterson Prates
Bispo durante missa na Paróquia Santa Isabel Rainha
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| Geral | 23 Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
Paroquianos da São Carlos Borromeu expressam devoção à Beata Assunta Marchetti; Dom Odilo preside missa na Catedral da Sé e na Paróquia, com a participação das Scalabrinianas
Há 1 ano, a mãe dos órfãos, migrantes e abandonados é beata Luciney Martins/O SÃO PAULO
Na quarta-feira, dia 1º, dom odilo presidiu missas na memória litúrgica da Beata Assunta Marchetti, na Catedral da Sé e na Paróquia São Carlos Borromeu Renata Moraes
jornalismorenata@gmail.com
“Madre Assunta dedicou a sua vida aos órfãos, migrantes, pobres e abandonados, enquanto crescia no amor de Deus”, recordou Irmã Leocádia Mezzomo, postuladora da causa de canonização da Bem Aventurada Madre Assunta Marchetti, na quarta-feira, dia 1º, quando houve, pela primeira vez, a celebração da memória litúrgica da Madre, que foi beatificada em 25 de outubro de 2014. Dom Odilo Scherer, arcebispo metropolitano, presidiu duas missas no dia 1º: às 12h, na Catedral da Sé, com a participação de centenas de religiosas, e às 20h, na Paróquia São Carlos Borromeu (rua do Oratório, 3.712, no Alto da Mooca), na região onde a religiosa italiana, cofundadora da Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeu (Scalabrinianas), viveu cerca de 30 anos.
Fé, devoção e atenção aos migrantes
A Congregação das Irmãs
enfatizou o lugar especial que é a Vila Prudente, região em que a Beata viveu em missão de amor junto aos pobres, órfãos e migrantes. Dom Odilo pediu aos fiéis que rezem suplicando a intercessão de Madre Assunta, sobretudo nas situações de doença, “para que um novo milagre seja alcançado pela intercessão de Madre Assunta, junto a Deus. Lembrando que não é o santo que faz o milagre, mas é Deus que o realiza pela intercessão dos santos”, ressaltou.
Rumo à canonização
Scalabrinianas conduzem banner com imagem da Beata Assunta Marchetti na Paróquia São Carlos Borromeu, dia 1º
Missionárias de São Carlos Borromeo foi fundada pelo Beato João Batista Scalabrini, em Piacenza, na Itália, em 25 de outubro de 1895, e tem como cofundadores os irmãos Padre José Marchetti e Madre Assunta Marchetti. Presente em mais de 27 países, a ordem religiosa mantém o carisma e a vocação de serviço evangélico e missionário aos migrantes, especialmente aos mais pobres e necessitados. “No Brasil, somos em mais de 500 irmãs, quase 200 comunidades, dando continuidade a missão dada por Madre Assunta. Agora, a Congregação vem atualizando o seu carisma, e visamos atender toda a situação de migração, tanto nacional quanto
internacional, sempre com o olhar fixo e atento às pessoas em situação de migração” contou, à reportagem, a Irmã Sandra Maria Pinheiro, superiora provincial da Província Nossa Senhora Aparecida – Regional de São Paulo. Na Vila Prudente, na zona leste da cidade, está a Casa Madre Assunta, onde as crianças carentes da região realizam atividades complementares de estudo, aulas de religião, música, artes e dança. No Pari, o Centro Scalabriniano de Proteção ao Migrante (Cesprom) oferece aos migrantes diversos serviços, como os cursos de formação humana, intelectual e religiosa; e cursos profissionalizantes de padaria e
confeitaria, corte e costura, informática e de língua portuguesa. “Madre Assunta tinha um amor grande a Jesus Eucarístico e uma fé sem tamanho. Sempre que faltava alimentos no orfanato, ela reunia as crianças e ia rezar na capela, suplicando a providência divina. Quase no mesmo instante, alguém aparecia no portão para fazer doações”, recordou Irmã Leocádia ao O SÃO PAULO.
Os santos são amigos de Deus
Durante a missa na Paróquia São Carlos Borromeu, que teve como um dos concelebrantes o Padre Fausto Marinho Carvalho, pároco, o Cardeal Scherer
Segundo Irmã Leocádia, o processo de canonização da Bem -Aventurada Assunta Marchetti possivelmente avançará por conta do maior conhecimento dos fiéis sobre a Beata. “As relíquias de Madre Assunta visitaram algumas cidades do Rio Grande Sul, lugar onde também viveu e realizou missão. As visitas tendem a promover a devoção a Beata. Toda a comunidade está empenhada em despertar a devoção dos fiéis”. Para quem quiser fazer orações diante das relíquias da Bem-Aventurada e conhecer o “Memorial da Beata Assunta Marchetti”, as visitas podem ser feitas de segunda a sexta-feira, das 9h às 10h30 e das 14h às 15h30, e aos finais de semana, das 15h30 às 17h. O endereço é rua do Orfanato, 883, na Vila Prudente.
Paróquia São Carlos Borromeu inicia comemorações de jubileu A missa da memória litúrgica da BemAventurada Madre Assunta Marchetti, no dia 1º, marcou o início dos festejos pelo jubileu de 50 anos da Paróquia São Carlos Borromeu, fundada em 8 de julho de 1966. Carmem Rodrigues Morengui, 79, associada do Apostolado da Oração, participa da Paróquia desde a fundação.
“Sempre trabalhei aqui, desde o começo. Trabalhamos muito nas quermesses, vendendo carnês e ajudando na construção da igreja. Me sinto feliz participando desta Paróquia. Espero continuar aqui até o dia que eu morrer”. Em entrevista ao O SÃO PAULO, o Padre Fausto Marinho, pároco, afirmou que a Paróquia já vem preparando inicia-
tivas para marcar os festejos. A proposta central no ano jubilar é enfatizar a ação missionária. “Refletir sobre as pastorais, grupos e movimentos, que todos sejam promotores da vocação e da missão” A Paróquia já tem tradição em realizar ações de evangelização e missão, como os Encontros de Casais com Cristo (ECC), que acontecem duas vezes ao ano; e os en-
contros de jovens, que ocorrem três vezes ao ano). Há, também, forte presença do Grupo de Oração “Aviva”, que atrai fiéis católicos de diversas partes da cidade. Em julho, mês de aniversário da Paróquia, é celebrada, durante três finais de semana, a Festa da São Carlos Borromeu, com barracas típicas, shows e bingos. Saiba mais detalhes em (11) 2965-6084. (RM)
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