Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 60 | Edição 3061 | 22 a 28 de julho de 2015
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Sergio Ricciuto Conte
Liberdade religiosa sob ameaça, cristãos são os que mais sofrem A liberdade religiosa está em baixa. Em todo o mundo, 187 milhões de cristãos vivem em países com alto nível de perseguição religiosa e dezenas de milhares de cristãos perdem a vida todos os anos com a violência anticristã. A perseguição aos cristãos é tão antiga quanto o cristianismo, mas o momento mais sangrento da história da Igreja foi o século XX, em que milhões de cristãos foram mortos. Tanto o martírio quanto a própria perseguição têm um significado teológico. Entenda o que está por trás de tudo isso.
Páginas 10 e 11
Ser responsável pelo que se comunica O Muticom, em sua 9ª edição, tratou da ética nas comunicações. Como formar e não apenas informar, “colocar os pés no barro”, conhecendo a realidade do povo, e a responsabilidade por tudo o que se compartilha num mundo de redes sociais estão entre os assuntos discutidos. O encontro aconteceu em Vitória e reuniu mais de 500 comunicadores de todo o País. Página 7
Muticom
laudato si’
Do lixo doméstico, quase tudo pode ser reaproveitado
Padre Gildásio Mendes debate sobre ética nas comunicações no Muticom
Nomeado o vigário da comunicação da Arquidiocese Página 8
Com a Palavra: Regina Machado, do Projeto Âncora Página 15
O SÃO PAULO apresenta nessa edição a importância de “reciclar” o lixo orgânico produzido nas residências. Isso mesmo, sabe aquela casca de banana ou de alguma outra fruta, verdura e legume que acaba
Junto a EUA e Canadá, Brasil lidera ranking do Pan Página 17
indo parar no lixo? O método da compostagem doméstica pode ajudar a dar outro fim a esse tipo de material e, de quebra, produzir adubo para pequenas hortas e plantas da casa. Página 23
Nossa Senhora do Carmo é festejada na Arquidiocese Páginas 19 e 21
tudo o que você precisa saber Em 11 de agosto próximo os vereadores de São Paulo realizarão a primeira votação do Plano Municipal de Educação. Em pauta estará a
discussão em torno da inserção da ideologia de gênero nas escolas da rede municipal de ensino. O jornal O SÃO PAULO solicitou ao
Padre João Bechara Ventura, estudioso do tema, que acompanha de perto os trabalhos dos vereadores, uma matéria explicando o que é a ideologia de
“gênero” e por que tem sido motivo de preocupação para a Igreja, educadores e pais de família. Páginas 8, 12 e 13
2 | Ponto de Vista |
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Editorial
Ideologias terminam sempre em ditaduras
P
arte da mídia criticou o Papa Francisco, que recentemente, na Bolívia, fez críticas ao capitalismo selvagem e a lógica do lucro a todo o custo, que não leva em conta a exclusão social e a destruição da natureza. Segundo alguns formadores de opinião, o Pontífice não teria competência para falar sobre esses temas. Tal postura revela ou desconhecimento da história ou tentativa de relegar o catolicismo à sacristia. Quando se pronuncia sobre temas político-econômicos, a Igreja não fala como leiga no assunto.
É quase consenso no âmbito acadêmico, que os escolásticos da Idade Média foram os fundadores da Economia Científica. Ali começaram, por exemplo, os estudos sobre os efeitos destrutivos da inflação e como o aumento da circulação da moeda provocava a carestia. A Igreja também denunciava o pecado cometido pelos detentores do capital, que exploravam os mais pobres por meio da usura e de outras práticas desonestas. Desde então, ao longo dos séculos, a Igreja formou e constituiu uma sólida doutrina social, que não
se confunde com as várias teorias políticas ou ideologias revolucionárias formuladas por um sem número de “salvadores” da história. Ela poderá encontrar pontos de concordância com os postulados dessas doutrinas sempre que elas tocarem a verdade e quando o que ensinam constroem o bem comum, mas irá denunciá-las sempre que se afastarem destes ideais. Ao analisar o pronunciamento do Papa sobre Economia, não devemos nos limitar a fazer uma leitura ideológica do discurso. Suas palavras são ditas sempre sob a
perspectiva evangélica, do amor ao próximo, da fraternidade. Caso contrário, corre-se o risco de pensar que, ao criticar o capitalismo, o Papa veja o comunismo como melhor alternativa. Grave erro de interpretação. Nesse sentido, o Papa sinalizou que não são as ideologias que salvarão o homem das injustiças sociais: “As ideologias sempre terminam em ditaduras, terminam mal, não servem. Não assumem o povo, por isso pensem no século passado, em que terminaram as ideologias em ditaduras sempre”, ressalta Francisco.
Opinião
Francisco, a Igreja e a mídia Sergio Ricciuto Conte
Rodrigo Araújo Ferreira Quem lê na imprensa os comentários à atuação do Papa Francisco, como por ocasião da publicação da Laudato si’ ou de sua recente viagem pela América do Sul, encontra em muitos casos uma posição curiosa: “Falemos bem do Papa e mal da Igreja”. Críticos tradicionais da Igreja elogiam o Papa como se ele fosse um ponto totalmente fora da curva, como se dissessem: Este ‘papa’ é bom, mas o resto da Igreja continua sem merecer consideração. É difícil falar do catolicismo, porque é falar de nossa infância, de nossos pais, de nossa história. Mesmo na sociedade brasileira, já bastante secularizada, diversos temas – como as demandas da comunidade LGBTI, a educação dos jovens ou os problemas de segurança pública – remetem, ainda que por oposição, ao Catolicismo. E a força com que parcelas da sociedade tentam se afastar do catolicismo reafirma paradoxalmente o quão fundamental ele é na formação e na visão de mundo dos brasileiros, o quanto nos influenciou e o quanto está impregnado em nós. Se cada um deseja ou não seguir esta fé é uma outra questão, mas interessa a toda a sociedade civil que o debate seja feito com honestidade. Pois, sejamos católicos ou não, o catolicismo é um dos fundamentos, talvez o principal, da formação do povo brasileiro. Compreender o Catolicismo de forma clara, sem reducionismos ou preconceitos, é compreender grande
parte da própria gênese do nosso povo, de nossa cultura, é parte importante do conhecimento sobre nós mesmos. A mídia pouco fala nisso, mas um grande número de pessoas se converteu ao Catolicismo nas últimas décadas. Podem ser os não católicos que se batizaram ou, mais frequentemente, batizados que descobriram sua fé. Aos poucos vão descobrindo a beleza e a riqueza humana e cultural da
mensagem cristã. Descobrem que se houve conflitos com Galileu, o Padre Lamaître no início do século XX foi o precursor da Teoria do Big Bang, que Mendel, pai da genética era um monge, que a geologia teve importantes contribuições do Padre Nicolau Steno. Vão descobrindo catedrais e obras de arte feitas há séculos que as grandes multinacionais de hoje, mesmo com mais recursos e tecnologia, não conseguem imitar. Descobrem
que no período colonial os missionários, tão acusados hoje em dia por sua atuação junto aos índios, foram seus grandes defensores, enquanto governos e pensadores “laicos” permitiam e justificavam sua escravização e a expropriação de suas terras. Descobrem que a Igreja vai muito além da tríade do mau, inquisição-cruzadas-venda de indulgências, repetida ad nauseam no ensino médio e, não raro, de forma rasa e descontextualizada. Não conhecendo a doutrina e a história do povo cristão em sua riqueza e sua humanidade, o mundo de hoje confunde os erros de alguns cristãos com os valores que iluminaram e humanizaram nossa sociedade. Como se a culpa do mensalão fosse dos valores democráticos e todos os que militam pela democracia fossem culpados pela corrupção. Papa Francisco não é uma estrela solitária em um céu escuro e sem brilho. É o fruto providencial de uma história tanto de mártires heroicos quanto de santos do cotidiano. Ele é um cristão que “segue a Igreja”, como ele mesmo disse aos jornalistas no voo de retorno da América do Sul. Papa Francisco é o líder mundial mais respeitado da atualidade. Mas não há Papa Francisco sem toda a Igreja Católica, com toda a sua santidade e todos os pecado de seus filhos. Rodrigo Araújo Ferreira é economista e professor universitário. Participa do grupo Coração Novo para um Mundo Novo, dedicado ao trabalho integrado entre movimentos e novas comunidades na perspectiva de uma maior presença cristã na vida pública.
As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.
Semanário da Arquidiocese de São Paulo
Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator chefe: Daniel Gomes • Reportagem: Cônego Antônio Aparecido Pereira, Edcarlos Bispo, Filipe David, Nayá Fernandes e Renata Moraes • Institucional: Rafael Alberto e Fernando Geronazzo • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Secretaria de Redação: Djeny Amanda • Assinaturas: Ariane Vital • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Revisão: Maria Aparecida Ferreira • Impressão: S.A. O ESTADO DE S. PAULO • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.
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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo
É
bem interessante a compreensão que o Papa Francisco transmite, na encíclica “Laudato si’”, sobre a natureza e o meio ambiente: é a “casa comum” de toda a família humana, que depende do zelo e do cuidado de todos para se manter boa para abrigar e sustentar a todos. A compreensão que temos da natureza é fundamental para o nosso relacionamento com ela: um tesouro pronto para ser explorado e apossado? Um depósito de bens úteis, onde é só entrar e pegar? Uma espécie de “casa da mãe Joana”, onde cada um faz o que quer? Ou ainda, um tabu intocável? O Papa ensina que a natureza é a “casa comum”, que nos abriga e nutre, que todos precisam para viver; dela todos devem cuidar responsavelmente. Este modo de ver as coisas tem consequências para a nossa relação com a natureza. Na última parte da encíclica, o Papa Francisco afirma que o cuidado global da natureza vai além de atitudes individuais e pessoais, que certamente são necessárias; mas também se requerem políticas globais, assumidas por todos os países e governos. Parece óbvio mas, infelizmente, como é difícil pôr isso em prática! Muitas reuniões e Conferên-
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Encíclica: mudança de hábitos na casa comum cias já se fizeram, com belas declarações, mas poucos resultados efetivos... É verdade que uma formação ampla da consciência sobre os cuidados da natureza requer tempo e muito esforço. É difícil mudar os hábitos já adquiridos e cômodos. Mais difícil ainda é reformular o jeito de trabalhar e ganhar dinheiro, se a agressão à natureza está gerando lucros e vida confortável! Mas aqui é preciso pôr a mão na consciência e perguntar: aonde isso vai levar? O modo atual de tratar a natureza assegura um futuro para ela e para nós mesmos? É equivocado argumentar que o desenvolvimento dos países e das populações pobres leva necessariamente a avançar por cima da natureza, danificando-a. Francisco convida a mudar hábitos e estilos de vida: o consumismo requer sempre mais bens supérfluos e causa desperdícios; é predatório e acaba com a natureza, que nos deve sustentar e nutrir agora e no futuro. Além disso, Francisco convida os povos e governos a uma “reação global, mais responsável” (cf nº 175), procurando diminuir os efeitos danosos da economia tecnocrática e de consumo, ajudando, ao mesmo tem-
po, a desenvolver os países mais pobres. E volta a propor aquilo que já havia sido pedido por seus predecessores em mais de uma ocasião: que haja um “governo mundial” da economia, da justiça e da paz e também das questões ambientais. Não dá mais para fazer de conta que os problemas sócio-ambientais são isolados e dependem apenas de decisões locais. O Papa convida todos a verificar se estamos vivendo de maneira ambientalmente sustentável. De acordo com alguns estudiosos do problema, se toda a população do mundo tivesse o mesmo nível de consumo e demanda de bens da natureza dos países mais ricos, não bastariam três planetas Terra para satisfazer a voracidade do consumo humano... O desejo de consumir não conhece limites, se não for disciplinado a partir de referenciais éticos conscientemente assimilados, responsáveis do ponto de vista social e ambiental. Por isso, na encíclica aparecem os conceitos de “conversão ecológica” e “conversão do modelo de desenvolvimento global”. É necessário mudar (“converter”) hábitos irresponsáveis na nossa relação com o ambiente. Da mesma forma, é urgente mudar (“converter”) certos modos
de orientar a vida econômica pessoal, dos países e povos. A meta de lucro sempre maior, a qualquer preço, é insustentável e pode acabar com a natureza. Papel importante tem a educação e também a vida mística (cf cap. VI). É preciso e é possível educar para outros estilos de vida, mais respeitosos da natureza. E as motivações vindas da fé em Deus Criador poderão ajudar muito a adequar nossas relações com a natureza, que é um precioso dom do amor de Deus para suas criaturas.
Tweets do Cardeal @DomOdiloScherer 19 - “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e Deus de toda consolação” (2Cor,1,2). Bom Domingo! 18 - Sl 121,1: “Que alegria, quando ouvi que me disseram: Vamos à casa do Senhor!” - Domingo, Dia do Senhor e do alegre encontro com Ele! 16 - “Maria, alegra-te, ó cheia de graça; o Senhor é contigo! És bendita entre todas as mulheres e bendito é o fruto que nasceu do teu ventre!” 16 - Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós! 15 - Sl 125,5: “Os que lançam as sementes entre lágrimas, * ceifarão com alegria”
4 | Papa Francisco |
À
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s 12h do domingo passado, 19 de julho, diretamente da janela de seu esritório, o Papa Francisco refletiu com os peregrinos reunidos na Praça São Pedro, antes de rezar a oração mariana do Angelus. Sua saudação inicial foi um elogio à coragem do povo de se fazer presente ali apesar do intenso calor em Roma. Francisco refletiu sobre o Evangelho de domingo que retrata o retorno dos apóstolos. Eles tinham partido em missão e “voltaram felizes mas cansados”. Jesus percebendo que eles estavam cansados, cheio de compreensão, quis dar-lhes um pouco de alívio. A multidão, porém, percebeu o movimento deles e chegou ao local antes deles. Jesus viu a multidão e colheu os sentimentos de seu coração e “compadeceuse dela, porque era como ovelhas que não têm pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas”. Francisco destacou na ati-
Ver, ter compaixão e ensinar tude de Jesus três verbos: Ver, a acolhida afetuosa e caloroter compaixão e ensinar. E sa que teve nos três países. E explicou que esses verbos são louvou a Deus pela beleza dos os “verbos do Pastor”. Ver e países e de seus povos. E proster compaixão associam-se ao seguiu: comportamento de Jesus, que “O continente latino-amenão olha como um sociólogo ricano tem um grande poou um repórter fotográfico. tencial humano e espiritual, Jesus olha com os olhos do guarda os valores cristãos procoração. E a compaixão de Je- fundamente radicados, mas sus mais do que um sentimen- também enfrenta sérios proto humano “é a comoção do blemas sociais e econômicos” Messias em que se fez carne a acentou Francisco. Ele garanternura de Deus”. Desta compaixão ver e ter compaixão nasce o desejo de associam-se ao Jesus de nutrir a comportamento de multidão com o Jesus, que não olha pão da sua Pala- como um sociólogo ou vra, de ensinar a um repórter fotográfico. Palavra de Deus Jesus olha com os ao povo. olhos do coração Francisco passa então a falar de sua viagem tiu que “a Igreja está empeà América Latina: “Eu pedi nhada em mobilizar as forças ao Espírito de Jesus, o Bom espirituais e morais de suas Pastor, para me guiar duran- comunidades, colaborando te a viagem apostólica que fiz com todos os componentes nos últimos dias à América da sociedade”. Uma súplica à Latina e que me permitiu vi- padroeira da América Latina, sitar o Equador, a Bolívia e Nossa Senhora de Guadalupe o Paraguai”. Ele agradeceu a fechou a reflexão. Deus por este dom, agradeceu (Por Padre Cido Pereira)
Prefeitos brasileiros no Vaticano L’Osservatore Romano
Prefeitos de 60 grandes cidades de todo o mundo foram convidados a participar, no Vaticano, de um evento inédito: um simpósio para compartilhar as melhores práticas de contraste às mudanças climáticas e à escravidão moderna. Do Brasil, participam prefeitos de sete cidades – São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba, Salvador e Goiânia. O evento acontece nos dias 21 e 22 de julho, e contou com a presença do Papa Francisco. Também participam os prefeitos de cidades como Roma, Paris, Bogotá, Boston, Cidade do México, Oslo e Vancouver.
Férias do Papa O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi informou que o Papa Francisco está se preparando, para a sua décima Viagem Apostólica, que o levará a Cuba e EUA, de 19 a 27 de setembro. Francisco está escrevendo os discursos, que pronunciará nos dois países, sobretudo na ONU, no Congresso dos EUA e por ocasião do Dia Mundial da Família, em Filadélfia. Neste mês de julho, não há audiências gerais na Praça São Pedro e nem as missas na Capela Santa Marta, da qual sempre participa um grupo reduzido de fiéis.
Decretos de beatificação O Papa Francisco autorizou, no dia 16, o Cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, a promulgar oito Decretos de Beatificação dos seguintes servos de Deus: André Szeptyckyj, da Ordem de São Basílio, arcebispo-mor de Leopolis dos Ucranianos (1865-1944); Giuseppe Carraro, bispo de Verona, Itália (1899-1980); Agostino Ramírez Barba, sacerdote fundador da Congregação das Irmãs Servas do Senhor da Misericórdia (1881-1967); Simpliciano da Natividade, sacerdote italiano da Ordem dos Frades Menores e fundador das Irmãs Franciscanas dos Sagrados Corações (1827-1898); Maria do Refugio Aguilar y Torres, viúva mexicana, fundadora da Congregação das Irmãs Mercedárias do Santíssimo Sacramento (1866- 1937); Maria Teresa Dupouy Bordes, religiosa francesa da Sociedade do Sagrado Coração de Jesus e fundadora da Congregação das Missionárias dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria (1873-1953); Elisa Miceli, italiana, fundadora do Instituto das Irmãs Catequistas Rurais do Sagrado Coração (1904- 1976); Isabel Méndez Herrero, religiosa espanhola da Congregação das Servas de São José (1824- 1953).
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Espiritualidade ‘A globalização da esperança’ Dom Edmar Peron
P
Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém
udemos compartilhar a alegria de milhões de pessoas, suscitada pela presença do Papa Francisco na América Latina, de 5 a 13 de julho. Uma alegria ligada certamente ao fato de ele ter sido – em sua pessoa e em seus discursos – um sinal de esperança, especialmente para os mais pobres e as pessoas comprometidas com eles (Homilia, 9 de julho). Aos encarcerados (Santa Cruz de la Sierra, 10 de julho), Francisco recordou o fundamento de nossa esperança: Jesus crucificado, a manifestação do “amor que Deus tem por nós”. Pois quando ele, Jesus, entra na vida de uma pessoa, ela “não fica detida no seu passado, mas começa a olhar o presente de outra forma, com outra esperança”. Esta fé em Cristo se faz esperança, “uma esperança que estimula o amor” (População de Bañado Norte, Assunção, 12 de julho). À mulher se apresentou como símbolo de esperança. Carregando “seus filhos às costas”, as bolivianas carregam “sobre si a vida e o futuro do seu povo”; carregam “os motivos da sua alegria, as suas esperanças”, e
tecem com suas mãos “os sonhos do genar este mundo”. Fortalecidos pela amanhã” (Homilia, 9 de julho). As esperança, homens e mulheres podeparaguaias, “sobre os seus ombros de rão buscar “respostas globais para promães, esposas e viúvas, carregaram o blemas locais”. A Igreja, afirmou Francisco, pela peso maior, souberam levar adiante as suas famílias e o seu país, infundindo evangelização – “veículo de unidade nas novas gerações a esperança em de aspirações, sensibilidades, esperanum amanhã melhor” (Assunção, 10 ças e até de certas utopias” (Homilia, 7 de julho). E Maria é “verdadeira Mãe de julho) –, pela colaboração na “busca que nos ajuda a manter viva a fé e a do bem comum” e pela promoção “dos esperança no meio das situações mais valores éticos e espirituais” é chamada a ser “um sinal profético que leve um complicadas” (Homilia, 11 de julho). Porém, a esperança precisa ir sendo raio de luz e esperança a todos, especoncretizada em “oportunidades reais aos ci- À mulher se apresentou dadãos, especialmente como símbolo de esperança. aos jovens, criando emCarregando “seus filhos às prego, com um crescicostas”, as bolivianas carregam mento econômico que chegue a todos”, disse “sobre si a vida e o futuro do Francisco aos repre- seu povo”; carregam “os sentantes da sociedade motivos da sua alegria, as suas civil (Quito, 7 de julho). esperanças”, e tecem com suas E ninguém pode fi- mãos “os sonhos do amanhã” car fora de um grande desafio: uma “globalização da esperan- cialmente aos mais necessitados” (Quiça, que nasce dos povos e cresce entre to, 7 de julho). os pobres” capaz de substituir a “gloEnfim, que a oração do Papa Franbalização da exclusão e da indiferença” cisco com os jovens (Assunção, 12 de (II Encontro Mundial de Movimentos julho) inspire nossa oração e, também, Populares, Santa Cruz de la Sierra, 9 nosso agir: “Jesus, ensinai-nos a sode julho). É necessário semear a es- nhar, a sonhar coisas grandes, coisas perança pelas “periferias esquecidas belas, coisas que mesmo que pareçam do planeta”. Destas sementes brotarão ser do dia a dia, são coisas que engran“rebentos de ternura que lutam por decem o coração. Senhor Jesus, dai-nos subsistir na escuridão da exclusão” e fortaleza, dai-nos um coração livre, “crescerão grandes árvores, surgirão dai-nos esperança, dai-nos amor e enbosques densos de esperança para oxi- sinai-nos a servir. Amém”.
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Fé e Cidadania Desigualdade e Doutrina Social da Igreja Padre Sancley Gondim
Segundo o relatório da Union des Banques Suisses (UBS), a renda dos ultrarricos (0,004% da população adulta mundial) cresceu 6,6% ao ano entre 1992-2012. São os que têm ativos de US$ 30 milhões. Porém, “a regra para as pessoas que trabalham é a incerteza: renda baixa, empregos precários, com pouca ou nenhuma proteção social, é a realidade para demasiadas famílias”. O Brasil, é o décimo país do mundo em número de milionários. Supera a Espanha e a Suíça, e é o segundo país do mundo em crescimento na taxa de ricos e só fica atrás da China. Este número cresceu entre 2013-14 em torno de 350%. Nos Estados Unidos, ainda a maior concentração de ricos e ultrarricos, o crescimento foi de magros 20% aproximadamente. Segundo Clóvis Rossi (Folha de São Paulo, 4/6/2015) “ainda há gente que acredita que a desigualdade diminuiu no Brasil...” Diminuiu a diferença entre assalariados, mas não entre a renda do capital e a do trabalho. Pior, “a crescente desigualdade de renda não é mais apenas uma questão ética; tem custos econômicos e restringe uma recuperação [econômica] de base ampla e sustentada” que afeta o presente e também o futuro. Eis o que diz o Compêndio de Doutrina Social da Igreja a respeito (nn. 362-364): “Além das oportunidades que se abrem na era da economia global”, não faltam indícios reveladores de uma tendência ao aumento das desigualdades quer entre países avançados e países em via de desenvolvimento... O bem comum exige que se aproveitem as novas ocasiões de redistribuição de poder e riqueza entre as diversas áreas do planeta, em benefício das mais desfavorecidas e até agora excluídas ou à margem do progresso social e econômico: «O desafio, em suma, é o de assegurar uma globalização na solidariedade, uma globalização sem marginalização» (João Paulo II). Eis os critérios éticos que deveriam orientar as relações econômicas internacionais: a busca do bem comum e a destinação universal dos bens; a equidade nas relações comerciais; a atenção aos direitos e às necessidades dos mais pobres nas políticas comerciais e de cooperação internacional. Diversamente, os «pobres ficam sempre pobres e os ricos tornam-se cada vez mais ricos» (Paulo VI). Como alerta o Papa Francisco. “Enquanto não forem radicalmente solucionados os problemas dos pobres, renunciando à autonomia absoluta dos mercados e da especulação financeira e atacando as causas estruturais da desigualdade social, não se resolverão os problemas do mundo e, em definitivo, problema algum. A desigualdade é a raiz dos males sociais (A Alegria do Evangelho, 202).
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Liturgia e Vida
Você Pergunta
17º DOMINGO DO TEMPO COMUM 26 DE JULHO DE 2015
O amor que nos conduz ANA FLORA ANDERSON
A oração desse domingo constata que nós, seres humanos, não somos fortes nem santos sem o auxílio de Deus. É seu amor que nos conduz e que nos dá força e poder. As leituras fazem uma reflexão sobre a compaixão de Deus para com os mais humildes e os famintos. A primeira leitura (2 Reis 4, 42-44) apresenta o profeta Eliseu, que por vontade de Deus, multiplica vinte pães para alimentar cem pessoas. O Evangelho de São João (6, 1-15) mostra que o ministério de Jesus é a realização de tudo que foi prometido pelos profetas. Diante da necessidade do povo,
o Evangelho apresenta Jesus numa cena semelhante à última ceia. Ele toma o pão, dá graças e oferece o alimento a toda a multidão que está sentada na sua frente. Diante deste gesto poderoso, a multidão quer que Jesus seja o seu Rei, mas, Ele sabe que sua missão é outra e retira-se para rezar. Na Carta aos Efésios (4,1-6) temos a espiritualidade que deve sustentar este povo que Deus auxilia e ampara. Ela consiste em caminhar na humildade e na mansidão. O povo deve se suportar mutuamente com paciência e com amor. A fraternidade cria a unidade e a paz. Se seguirmos este caminho Deus permanecerá no meio de nós.
Rezo muito, posso diminuir minhas orações? padre Cido Pereira osaopaulo@uol.com.br
A Rosalba me afirma que reza demais e continua fazendo preces vinculadas a promessas já cumpridas. Então ele me pergunta: “Padre, posso diminuir o número de orações?” Rosalba, Jesus nos ensina a orar. Orar, sempre, orar sozinho, orar acompanhado, orar com insistência. Mas ele também lembra que não devemos ficar multiplicando muito nossas palavras como se Deus fosse surdo. Na oração como em muitas outras atividades de fé, mas vale a qualidade do que a quantidade, mais vale a disposição
da alma do que a posição do corpo, mais vale o diálogo do que o monólogo. Nós podemos até distinguir entre reza e oração, embora as duas formas acabem por significar o mesmo diálogo com Deus, no qual a gente fala e Deus escuta e Deus fala e a gente escuta. A reza é uma palavra que vem do verbo recitar. Na récita ou reza, nós repetimos preces que outros escreveram para nós. É um bom começo. Rezar como os santos rezavam. Já a palavra “oração” tem sua raiz na palavra latina “oris” que quer dizer boca. Nós conversamos com Deus com as palavras que nos brotam do coração, palavras ditadas
pelas nossas necessidades. Então, Rosalva, fica aí uma dica para você. Dialogue muito com Deus, falando de suas necessidades, com as palavras que brotarem do seu coração. Dialogue com os santos não pedindo graças a eles, mas pedindo a intercessão deles junto a Deus para que consigam dele as graças que você precisa. Seja, porém, simples na oração, minha irmã. Não multiplique preces sem necessidade. E não ore só por si mesma. Seja intercessora, colocando em sua prece as dores e as necessidades daqueles que você ama. E seja feliz!
Atos da Cúria NOMEAÇÃO DE VIGÁRIO EPISCOPAL Em 14 de julho de 2015, foi nomeado Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de São Paulo, o Excelentíssimo e Reverendíssimo Dom Devair Araújo da Fonseca, NOMEAÇÃO DE PRESIDENTE Em 13 de julho de 2015, foi nomeado e provisionado Presidente do Conselho Arquidiocesano da Renovação Carismática Católica da Arquidiocese de São Paulo
(RCC), a Sra. Maria Helena Soriano, pelo período de 2 (dois) anos. NOMEAÇÃO DA COMISSÃO JULGADORA DA MEDALHA “SÃO PAULO APÓSTOLO” Em 14 de julho de 2015, foi nomeada a Comissão Julgadora da Medalha “São Paulo Apóstolo” da Arquidiocese de São Paulo, composta pelos seguintes membros: Dom Edmar Peron (coordenador); Pe. Tarcísio Mesquita; Ruth Maria de Carvalho; Pe. Aparecido Silva; Diácono Ailton Machado Mendes. O mandato da comissão é de 3 (três) anos.
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| Geral | 7 Fotos: Muticom
9º Muticom recebe mais de 500 agentes da Pascom; equipes das regiões episcopais de São Paulo participaram do encontro (na foto, padre Luiz Cláudio Braga, coordenador arquidiocesano)
Vitória acolhe o 9º Muticom Muticom
passa a construir a religião de acordo com suas preferências e necessidades pessoais. Nas redes sociais encontramos mais uma religiosidade do que uma religião”. E encerrou afirmando “seja real ou digital a comunicação é sempre relação”.
Renata Moraes
jornalismorenata@gmail.com
Uma pequena ilha da região sudeste do Brasil sediou a 9ª edição do Mutirão de Comunicação, o Muticom, que acontece pela segunda vez em Vitória, no Espírito Santo. Promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, e organizado pelo Regional Leste 2, o encontro aconteceu no Centro de Exposições de Vitória e reuniu mais de 500 jornalistas, comunicadores populares e agentes da pastoral da comunicação dos quatro cantos do país. Ética nas Comunicações foi o tema que norteou as reflexões, esse também foi o assunto da primeira palestra ministrada na noite da quarta-feira, 15, pelo Padre Gildásio Mendes, sacerdote salesiano e Doutor em Comunicação. O sacerdote comunicador definiu a ética como um tema desafiador: “ A pessoa humana é o novo sujeito ético da comunicação, e viver a ética dentro do mundo midiático de hoje não é algo muito fácil”, expressou. O sacerdote salesiano discursou sobre como comunicar com consciência e critérios, apresentando a ética para as pessoas e a sociedade no contexto da comunicação digital e em redes. “Sentir- se responsável por aquilo que compartilhamos em nossas redes, principalmente na internet e jamais esquecer que toda ética na comunicação passa por um Deus Criador”. Encerrou apresentando o código de ética para a comunicação que está no Evangelho de Lucas 5, 1-11.
Quem não inquieta não comunica!
Dom Darci Nicioli, Bispo Auxiliar de Aparecida- SP e Presiden-
Sair da zona de conforto
Dom Luiz Mancilha, arcebispo de Vitória, na abertura do evento; próximo Muticom será em Joinville (SC), em 2017
te da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB, na homília durante a celebração da Eucaristia na manhã da quinta-feira, 16, chamou a atenção dos comunicadores sobre a forma de se comunicar. “ Temos que sair de uma pastoral de transmissão e passarmos para uma pastoral de testemunho. Quem não inquieta, não comunica”.
A Internet e as redes sociais
Abrindo os trabalhos do segundo dia do Muticom, Dom Gebhard Fürst, Presidente da Comissão para a Comunicação Social da Conferência Episcopal Alemã falou aos comunicadores sobre a internet e as redes sociais. O bispo alemão observou que a internet constitui parte integrante do nosso dia a dia, como certamente nenhum outro meio de comunicação no passado. “ A internet exerce influência sobre o estilo de vida, a comunicação e a mobilidade das pessoas. A internet multiplica a capacidade de comunicar do ser humano de modo incomensurável”. Dom Gebhard recordou aos
presentes que na mensagem por ocasião do Dia Mundial das Comunicações Sociais, em 2014, o Papa Francisco constata: “Neste mundo, os meios de comunicação podem ajudar a sentir-nos mais próximos uns dos outros, a fazer-nos perceber um renovado sentido de unidade da família humana, que impele à solidariedade e a um compromisso sério para uma vida mais digna para todos”. Revelando com precisão a relação do Papa com os meios de comunicação, deu exemplos da presença de Francisco nas redes sociais. “O próprio Papa usa todos os canais de comunicação, também os meios digitais. Ele é usuário do Twitter. Sua conta “@Pontifex”, com endereços em nove línguas, ultrapassa os 13 milhões de seguidores”.
A comunicação social e a construção ética do indivíduo
Maria Elizabeth Barros, Psicóloga, Professora e Doutora em Educação discursou sobre a construção ética do indivíduo.
De acordo com a professora a ética é uma postura, modo se se colocar na vida e afirmou que é necessário a construção de um plano comum, permitindo a possibilidade de partilhar e ouvir o que o outro tem a dizer. “Essa partilha deve nos tirar do lugar, provocar o conflito, para que novas subjetividades sejam criadas. Falo de uma comunicação imidiática, que é aquela feita por processos comunicativos por contágio, que se dão através dos movimentos sociais e populares”.
“Mais do que informar, temos que formar”
Trabalhando o aspecto religioso, Dom Leomar Brustolin, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre, refletiu sobre “A era da desintermediação: o senso religioso contemporâneo”. Segundo o bispo gaúcho temos que estar atentos a forma de comunicar: “ Mais do que informar, temos que formar”. Falando sobre as redes sociais, o bispo exortou sobre o perigo de se viver uma religiosidade demasiada e não a religião. “A internet oferece um espaço criativo e interativo, que
“Colocar os pés no barro, conhecer a realidade do povo, conhecer suas histórias, ir a campo, deixar o telefone de lado, seja sair do escritório, voltar ao contato com a pessoa, perceber o entorno, saber ouvir, faz toda a diferença para que possamos contar uma bela história, desse povo que trabalha na Igreja, que leva Jesus aos necessitados”, disse Elson Faxina, professor de Comunicação da Universidade Federal do Paraná. Para Faxina, o bom comunicador deve sair de sua zona de conforto, conhecer a realidade de sua comunidade e voltar a contar as histórias de seu povo.
A espetacularização da notícia
Encerrando as palestras do encontro, o jornalista, escritor e apresentador Caco Barcellos trouxe ao público do Muticom exemplos de reportagens por ele produzidas, ao longo dos seus 40 anos de vivência no jornalismo, e refletiu sobre os assuntos que mais geram sensacionalismo, dentre eles a violência, e a forma que as notícias são apresentadas ao público. Para Barcellos o bom repórter deve deixar o preconceito de lado e saber diferenciar a opinião da investigação. “Precisamos contar a história das pessoas. Assim é o jornalismo. Contar todo o lado da história, e não apenas o lado do privilegiado. O primeiro papel do jornalista é informar”.
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Destaques das Agências Nacionais
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Luciney Martins/O SÃO PAULO
Dom Devair Araújo da Fonseca é nomeado vigário da comunicação redação
Novo vigário da comunicação recebe nomeação com alegria
O Arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, nomeou na terça-feira, 14, o bispo auxiliar Dom Devair Araújo da Fonseca como vigário episcopal para a Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de São Paulo. O novo vigário da Comunicação afirmou que recebe a nomeação com alegria e também com surpresa. “Neste ano no qual aconteceram grandes
mudanças em minha vida pela nomeação episcopal e com os trabalhos na Região Brasilândia, agora foi me pedido esse trabalho junto ao Vicariato da Comunicação (Vicom). Sob as bênçãos de Nossa Senhora, vamos trabalhar juntos”. Dom Devair destacou que “nos dias atuais, a comunicação e fundamental para todas as atividades humanas” e ao considerar as dimensões da Arquidiocese de São Paulo, “tudo isso se torna ainda mais urgente e necessário”.
Para ele, o trabalho do Vicom “não é um trabalho voltado apenas para a ação interna da Igreja, mas da sua relação com a metrópole”, o que pode ser verificado nos meios que compõem o Vicom, como O SÃO PAULO, Rádio 9 de Julho, Folheto Litúrgico Povo de Deus, o Portal ArquiSP e a Pastoral da Comunicação (Pascom). “Isso mostra a importância e o alcance da comunicação na Arquidiocese, ela vai de um extremo ao outro, da vida litúrgica, à formação e informação”, destacou.
Governo federal impõe a ideologia de gênero Após ter sido rechaçada com amplo apoio da população brasileira do PNE e do PME da grande maioria dos municípios, é introduzida a ideologia de gênero, por resolução do MEC, na formação dos professores
Trata-se da Resolução n. 2, de 1º de julho 2015, do Conselho Nacional de Educação, que determina as diretrizes curriculares nacionais para a formação de professores para a educação básica. A palavra “gênero” aparece sete
vezes no documento. Ele determina que o projeto de formação dos professores deve contemplar questões de gênero e “reconhecer e valorizar” a diversidade de gênero. O profissional formado deverá estar apto a “contribuir Prefeitura Municipal de Esteio
para a superação de exclusões” de gênero e “respeitar as diferenças” de gênero. Ainda segundo a resolução, os cursos de formação deverão garantir, nos currículos, formação na área de gênero. A resolução foi publicada
pouco tempo depois de a ideologia de gênero ter sido removida do PNE e da maior parte dos PMEs, graças à intensa pressão de pais de famílias preocupados com as influências dessa ideologia na formação de seus filhos.
Sul
Chuvas fortes obrigam mais de 4 mil pessoas a deixarem suas casas
Donativos recolhidos em solidariedade às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul
As chuvas dos últimos dias afetaram os três estados da região sul do Brasil, deixando pessoas desabrigadas e danificando casas. No Paraná, as chuvas afetaram mais de 50 mil pessoas, das quais 500 tiveram que deixar suas casas. Estima-se que 4,6 mil casas estejam danificadas. A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil anunciou o reconhecimento da situação de emergência nos 28 municípios paranaenses. No Rio Grande do Sul, 38 mil pessoas foram afetadas e 2,7 mil estão em abrigos.
As chuvas podem afetar o abastecimento de água, já que algumas estações de captação foram inundadas. Também em Santa Catarina, 1,5 mil pessoas tiveram que deixar suas residências e o estado registrou duas mortes. As chuvas afetaram 13,5 mil pessoas em 54 municípios, destruindo ou danificando 1,2 mil casas. Também 41 instalações públicas e 582 pontes foram destruídas ou danificadas. O Rio Canoinhas continua subindo 1 centímetro por hora mesmo sem chuvas, ameaçando transbordar. Fonte: Agência Brasil
Caravana do Senado contra a Terceirização do Trabalho
No Pará, jovens promovem ‘mochilaço’
O Senado Federal vem percorrendo os estados brasileiros contra o projeto que estabelece a terceirização para as atividadesfins das empresas. Na terça-feira, 21, o Estado do Ceará recebeu uma audiência pública para debater os prejuízos do chamado “Projeto de Lei da Terceirização” [PL 4330]. A Caravana já passou por São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de
Cerca de 200 jovens participaram, de 17 a 19 de julho, do primeiro “Mochilaço da Juventude”, da diocese de Santarém (PA). A iniciativa da atividade missionária, organizada pela Pastoral da Juventude Diocesana (PJ), teve por objetivo refletir sobre a importância da solidariedade na vida comunitária como impulso para a transformação social. Os participantes eram do
Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais. Durante a atividade no Ceará, organizações sindicais cobraram posições dos senadores eleitos pelo Estado, Tasso Jereissati (Partido da Social Democracia Brasileira – PSDB), José Pimentel (PT) e Eunício Oliveira (Partido do Movimento Democrático Brasileiro – PMDB), contra o texto. Além deles, as organizações cobram o posicionamento con-
trário de toda a bancada de deputados federais cearenses. “Quem votou contra o trabalhador, pode agora mudar de posição, pois, caso contrário, terá de lidar com a reprovação de toda a classe trabalhadora”, diz Enedina Soares, presidente da Federação dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal do Ceará (Fetamce). Fonte: Por Nayá Fernandes/ com informações do site Adital
município de Santarém, desde os bairros centrais até regiões de rios e floresta. Durante os três dias, a programação contou com o compartilhamento de experiências e a integração com a realidade social dos moradores locais. Também houve debates, mesas-redondas, momentos de espiritualidade e cultura. Fonte: Por Nayá Fernandes/ com informações da Diocese de Santarém (PA)
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Destaques das Agências Internacionais
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Paraguai
Guatemala Entre a violência e a morte, garoto de 12 anos escolhe a morte
Grupo EPP mata 5 policiais em 2 ataques Cinco policiais foram mortos em dois atentados atribuídos ao grupo Exército do Povo Paraguaio (EPP), uma guerrilha comunista que pretende desestabilizar o País para instaurar um governo de tipo marxista-leninista. Os dois atentados ocorreram próximos à fronteira entre os departamentos de San Pedro e Amambay, a aproximadamente 50 quilômetros da fronteira com o Mato Grosso do Sul, no Brasil. O bispo de Caacupé, Dom Catalino Claudio Giménez Medina, lamentou o ocorrido, expressando “repúdio, dor e indignação” e disse: “Sentimo-nos todos profundamente desiludidos pelo fato de entre nós, paraguaios, sermos tão desumanos”.
Ángel Ariel Escalante Pérez abraçado pelo pai quando encontrado embaixo da ponte
Fonte: Fides
Líbia
França
Cristãos e funcionários de empresa petrolífera são seqüestrados
no centro da cultura’
Três cristãos – um ganês, um nigeriano e um egípcio – foram sequestrados por um grupo de extremistas ligados ao grupo Estado Islâmico. O sequestro ocorreu na região de Nufliyah, ao sul de Sirte. Também em Mellitah, quatro italianos – funcionários de uma empresa petrolífera – foram seqüestrados. Ainda não se tem detalhes sobre o sequestro e quem seriam os sequestradores. Fonte: Fides
Ángel Ariel Escalante Pérez, com apenas 12 anos de idade, foi confrontado por membros de uma gangue que exigiam – sob ameaça de morte – que ele matasse o motorista de um ônibus, na cidade da Guatemala. O garoto disse não. Em conseqüência, ele foi atirado de uma ponte pelos criminosos. Ele foi encontrado em estado crítico embaixo da ponte e levado a um hospital. Os médicos ouviram-no dizer: “Queriam que eu matasse um motorista e me jogaram da ponte”. Após 15 dias de tratamento intensivo, Angel faleceu no Hospital General San Juan de Dios. Fonte: CNA
Síria ‘É preciso recolocar Deus Reconstruir para ficar Na abertura do salão do livro, no monastério beneditino de Santa Ana de Kergonan, o Cardeal Robert Sarah lembrou a necessidade de se cultivar a fé e afirmou que a missão dos cristãos consiste em colocar Deus no centro da cultura: “No contexto do ateísmo radical de que sofremos, um monastério é um local feito para se aproximar
de Deus. Consolidar nossa fé é uma coisa absolutamente essencial nos nossos dias. É preciso cultivar essa virtude sobrenatural que dispõe nossa inteligência a amar a Deus e a aderir às verdades reveladas.” Para o Cardeal, “é preciso recolocar Deus no centro de nossa vida e de nossa cultura”. Fonte: Famille Chrétienne
O arcebispo de Aleppo, Dom Jean-Clément Jeanbart, quer ajuda para que os sírios, e principalmente os cristãos, possam reconstruir seu país e lá permanecer. O projeto chama-se “construir para ficar” e é destinado a oferecer formação no setor de construção civil, o primeiro onde se espera que haja oferta de empregos após a guerra. Aleppo ainda está sob bombardeio e o abasteci-
mento de água e eletricidade estão prejudicados. Por instante, a Igreja procurar oferecer ajudas provisórias, ajudando as escolas a manter seus cursos e auxiliando as famílias em dificuldade. Mas o Arcebispo tem esperança de que haverá uma solução política e diplomática para o conflito, sem o que “a guerra ainda pode durar muito tempo”. Fonte: Famille Chrétienne
EUA Atirador mata 4 fuzileiros navais no Tennessee
Venda de partes de bebês abortados para pesquisa
O tiroteio ocorreu na quinta-feira, 16. O atirador, Muhammed Youssef Abdulazeez, com 24 anos de idade, começou um tiroteio num centro de recrutamento da marinha às 10h45 e fugiu da cena num Mustang, sendo perseguido pela polícia. Ele foi finalmente morto em um confronto com as autoridades num centro de reserva da marinha, a 10 km de distância do primeiro tiroteio. Abdulazeez foi enviado à Jordânia no ano
Em um vídeo feito com câmera escondida, uma diretora da Planned Parenthood – a maior empresa de abortos do mundo – aparece discutindo a venda de partes do corpo de fetos abortados para pesquisa médica. Durante a conversa, ela explica quais são as partes do corpo mais demandadas e quais são os custos a serem reembolsa-
passado pela família, para afastá-lo de sua vida depressiva e do uso de drogas. As autoridades americanas e jordanianas estão investigando o caso, na suspeita de se tratar de um ato de terrorismo. O bispo de Knoxville, Dom Richard Stika, convidou a comunidade local à oração: “Pedimos por vossas orações pelas almas daqueles que perderam suas vidas, pela recuperação do policial ferido nos tiroteios e por suas famílias”. Fontes: CNA\ BBC\ CNN
dos para que sua empresa não perca dinheiro. O vídeo – em circulação nas redes sociais – provocou uma verdadeira comoção nacional e levou diversos políticos a fazerem duras críticas à organização, pedindo que ela seja investigada e que o Estado pare de financiá-la. Fontes: Catholic Herald\ The Guardian
Inglaterra
Resgatado do nazismo agora salva cristãos O judeu George Weidenfeld foi salvo aos 18 anos da Áustria ocupada pelos nazistas por iniciativas de cristãos, como o kinder-
transport, operação que salvou 10 mil crianças judias da perseguição nazista. Agora, aos 95 anos, ele criou um projeto para salvar 2
mil cristãos da Síria e do Iraque durante os próximos dois anos: “Tenho uma dívida a pagar”, disse ao jornal The Times, “nós, ju-
deus, deveríamos estar agradecidos e fazer alguma coisa pelos cristãos em perigo”. Fonte: CNA
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Cruz e esperança
O desrespeito à liberdade religiosa tem aumentado em todo o mundo e os cristãos são os que mais sofrem. O que está por trás da perseguição anticristã? reportagem: filipe david ilustração: sergio ricciuto
T
odo casal que já teve filhos conhece a ansiedade do fim de uma gravidez, quando, impaciente, o marido deve esperar para saber se tudo correu bem. Agora, imagine dar à luz presa, com as pernas acorrentadas, sem saber se você será libertada para ver seu filho crescer, correndo até mesmo o risco de perder a vida. Foi o que aconteceu com Miriam Ibrahim. Ela foi presa ao tentar deixar seu país, o Sudão, para viver com seu marido nos Estados Unidos. Seu crime? Ela é cristã, embora seu pai, que abandonou a família quando ela tinha 6 anos, fosse muçulmano. O governo do Sudão, obediente à lei islâmica, considera que os filhos de um muçulmano estão obri-
gados a seguir a religião do pai. A conversão ao cristianismo é vista como uma apostasia, crime punível até mesmo com a morte. Com efeito, Miriam enfrentou a prisão e um julgamento por seu “crime”, no qual foi condenada à morte por enforcamento. Na prisão, foi-lhe exigido abandonar sua fé em Cristo. Ela recebeu um prazo de 3 dias, mas se recusou, dizendo ter sido cristã durante toda a sua vida e que não poderia mudar sua fé só por causa de uma decisão judicial. Com a pressão internacional sobre o Sudão, ela foi finalmente libertada e hoje vive com seu marido e filhos nos Estados Unidos. O caso de Miriam Ibrahim é emblemático e ficou conhecido mundialmente. Muitos outros casos semelhantes, no entanto, permanecem anônimos e têm desfechos trágicos.
Liberdade religiosa no mundo A Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), entidade católica que oferece apoio às vítimas de perseguição, publica periodicamente um relatório em que analisa a questão da liberdade religiosa em 196 países no mundo inteiro. O seu último relatório, que cobre o período entre outubro de 2012 e junho de 2014, mostra uma triste realidade. A perseguição religiosa tem aumentado no mundo. O relatório divide os países pelo nível de perseguição: baixa, média e alta. Em 20 países a perseguição é alta e, em 36, média. Segundo o relatório, “Embora o direito à liberdade de religião esteja presente no artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Hu-
manos, ele está sob ameaça em praticamente todo lugar”. Dos 20 países com alto nível de perseguição religiosa, em 14 o responsável é o extremismo islâmico. Na China e na Coréia do Norte – cujos governos estão nas mãos do partido comunista – bem como nos restantes, a perseguição é devida ao forte controle exercido pelo Estado sob as atividades religiosas.
Coisa do passado? Engana-se quem pensa que o martírio e a perseguição religiosa são coisas do passado distante. O mais sanguinolento momento da história da Igreja foi o século XX, em que 45 milhões de cristãos foram mortos. Ainda no final do século XX, após o fim da União Soviética, 160 mil
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cristãos eram mortos a cada ano. A informação é do relatório World Christian Trends (dos pesquisadores David Barret e Todd Johnson), que analisou a perseguição religiosa nos 2 mil anos de história do cristianismo.
cristãos contra cristãos. Talvez o martírio mais emblemático desse período seja o de São Tomás Moro, que foi executado por se recusar a reconhecer Henrique VIII, rei da Inglaterra, como chefe supremo da Igreja.
Hoje, dos 2,2 bilhões de cristãos no mundo, 187 milhões vivem em países com alto nível de perseguição religiosa. E, segundo a AIS, a situação tem piorado: “Onde houve mudança no que se refere à liberdade religiosa, essa mudança foi quase sempre para pior. Nos 196 países analisados, uma mudança para melhor foi encontrada em apenas seis. Condições cada vez piores foram registradas em 55 países.”
No século XVIII, inspirado no iluminismo de autores como Voltaire e Diderot, os revolucionários franceses tomaram o poder, assassinando o rei Luís XVI e sua família. A Igreja Católica tornou-se novamente o alvo de uma intensa perseguição. Os revolucionários tentaram criar sua própria religião, instituindo até mesmo um novo calendário.
A falta de respeito à liberdade religiosa não afeta apenas cristãos. Outras comunidades, geralmente minoritárias, também sofrem com a perseguição. Mas, em parte por ter a maior população mundial, com 2,2 bilhões de pessoas, o cristianismo é também a maior vítima da perseguição religiosa no mundo.
Perseguição na antiguidade A perseguição anticristã é tão antiga quanto o próprio cristianismo, a começar pelo próprio Cristo – morto pelos romanos a pedido das autoridades judaicas da época – e seus Apóstolos, todos mártires (com a exceção de São João, que, segundo a tradição, sobreviveu milagrosamente ao martírio). Durante o Império Romano, os cristãos foram alvo de diversas perseguições. A primeira delas foi no ano 64, por parte do imperador Nero. Alguns foram dilacerados por cachorros, outros foram queimados vivos. O cristianismo era proibido por lei: “christianos esse non licet”, não é licito ser cristão, dizia o princípio jurídico da época. Apesar disso, nem todos os imperadores perseguiram ativamente os cristãos. Ao contrário, houve períodos de perseguição intercalados com tempos de relativa tranqüilidade, até que, finalmente, o imperador Constantino, no século IV, decidiu legalizar oficialmente a religião cristã.
Em tempos modernos Mais de mil anos depois, a Reforma Protestante dividiu a Europa, colocando
Dezenas de milhares de sacerdotes e religiosos foram mortos ou expulsos do País. No dia 17 de julho de 1794, um grupo de carmelitas foram guilhotinadas pelos revolucionários. O episódio tornou-se objeto de um romance histórico que depois foi adaptado para o teatro por Georges Bernanos com o título “Diálogo das Carmelitas”.
No século XX Nada se compara ao terror inaugurado pelos regimes totalitários do século XX, principalmente o comunismo. Na Alemanha nazista, além dos 6 milhões de judeus assassinados, também muitos católicos foram mortos nos campos de concentração. O padre franciscano São Maximiliano Maria Kolbe – que fora preso pela polícia secreta alemã e enviado para o campo de concentração de Auschwitz – se ofereceu para morrer no lugar de um pai de família judeu, o polonês Franciszek Gajowniczek, como punição pela fuga de um prisioneiro. Se a Alemanha nazista foi responsável pela morte de milhões de inocentes, as vítimas da União Soviética e da China comunista se contam às dezenas de milhões. A religião foi um dos principais alvos do regime comunista, desde o início: “Nos anos 1920, a educação religiosa de crianças foi classificada como um crime político sob o artigo 58-10”, conta Aleksandr Solzhenitsyn, famoso escritor russo, que foi prisioneiro em campos de trabalho forçado por criticar o governo, autor do livro que se tornou um clássico, o “Arquipélago Gulag”.
Significado teológico do martírio O Catecismo da Igreja Católica explica o significado do martírio: “O martírio é o supremo testemunho dado em favor
da verdade da fé; designa um testemunho que vai até a morte. O mártir dá testemunho de Cristo, morto e ressuscitado, ao qual está unido pela caridade. Dá testemunho da verdade da fé e da doutrina cristã. Suporta a morte com um ato de fortaleza.” (§ 2473). Segundo São Tomás de Aquino, na Suma Teológica: “O martírio, entre todos os atos virtuosos, é o que mais demonstra a perfeição da caridade, porque uma pessoa tanto mais mostra o quanto ama alguma coisa, quanto mais amado for aquilo a que por ela renuncia (...). Ora, é evidente que, entre todos os outros bens da vida presente, o que é mais amado pelo homem é a própria vida”. Por isso, no evangelho de São João, Jesus diz que “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos.” (Jo 15, 13)
A perseguição sutil ou disfarçada Em muitos países ocidentais, não há uma perseguição aberta e violenta contra o cristianismo. No entanto, o relatório da AIS aponta para uma ameaça crescente à liberdade religiosa no Ocidente: “Especialmente no que diz respeito a assuntos como escolas confessionais, casamento homossexual e eutanásia, há um conflito crescente entre os pontos de vista religiosos tradicionais e o consenso ‘progressista’ liberal. Enquanto a opinião pública aceita que os fiéis devam ser pelo menos livres para praticar sua fé em privado, há cada vez menos acordo sobre o quanto se deve permitir que essa fé seja manifestada na sociedade.” O relatório cita o exemplo de agências de adoção católica no Reino Unido que se recusavam a colocar crianças com “casais” homossexuais e foram obrigadas a mudar suas regras ou fechar as portas. No Brasil, podemos citar o exemplo do projeto de lei da Câmara 122 de 2006, a chamada “lei anti-homofobia”, que, na prática, tornaria crime qualquer crítica ao comportamento homossexual. Outro exemplo é o da psicóloga Marisa Lobo, que foi cassada pelo Conselho Regional de Psicologia do Paraná por oferecer tratamento a homossexuais que desejavam abandonar o homossexualismo. A tentativa de imposição da ideologia de gênero nos Planos Municipais de Educação também é um atentado à liberdade religiosa e de consciência, já que as escolas ensinariam às crianças valores contrários aos de seus pais, sem nem mesmo consultá-los.
Uma guerra de ocupação de espaços Antonio Gramsci, fundador do Partido Comunista Italiano, bem como outros intelectuais comunistas, aconselhavam uma estratégia diferente para os revolucionários. Em vez de tomar o poder pelas armas, deveriam conquistar pouco a pou-
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co todos os meios de formação e transmissão cultural. Nesse sentido, a Igreja Católica era um dos inimigos mais formidáveis à revolução e precisaria ser neutralizada. Inspirado no livro “O Príncipe”, de Maquiavel, ele afirmava que o moderno príncipe não seria uma pessoa, mas um partido, que assumiria o controle total da sociedade: “O moderno príncipe, ao se desenvolver, revoluciona todo o sistema de relações intelectuais e morais. Seu desenvolvimento significa precisamente que todo ato é considerado útil ou prejudicial, virtuoso ou vicioso, somente na medida em que tem como ponto de referência o próprio moderno príncipe e ajuda a fortalecê-lo ou se opõe a ele. O príncipe toma o lugar, na consciência das pessoas, da divindade ou do imperativo categórico, e se torna a base para um laicismo moderno e para uma laicização completa de todos os aspectos da vida e de todos os costumes.”
Os quatro cavaleiros do Apocalipse Assim como o martírio tem um significado teológico, também a perseguição à Igreja tem um significado teológico. Ricardo de São Vítor, um dos maiores teólogos da história da Igreja, no seu comentário ao Apocalipse, de São João, explica o que representam os quatro cavalos descritos no texto. O primeiro é um cavalo branco, que representa os fiéis purificados pelo batismo e “tornados mais brancos que a neve pelos dons do Espírito Santo”. Pelos seus fiéis, e principalmente os pregadores, Cristo combate o demônio. O segundo é um cavalo “vermelho pelo derramamento de sangue”. O primeiro “tinha Cristo como cavaleiro, este tem o demônio”. Trata-se dos perseguidores da Igreja, que são instrumento do demônio. Mas a perseguição aberta é apenas uma das formas pelas quais o demônio procura combater a Igreja. O terceiro cavalo é negro e representa “a astúcia oculta dos hereges, pois o negro significa o oculto”. Assim, quando o demônio percebe que a perseguição aberta não surte o efeito desejado, procura “debilitá-los pela oculta malícia dos hereges”. Finalmente, o quarto cavalo é amarelo e representa os hipócritas. O hipócrita é quem não combate a Igreja abertamente: ele finge ser seu amigo e pode até mesmo fazer parte dela; no entanto, em seu coração, não serve a Deus, mas ao mundo. A perseguição – aberta ou disfarçada – é, portanto, a maneira pela qual o demônio se opõe à obra da salvação e santificação da humanidade. No entanto, o Catecismo, citando São Paulo, nos ensina que “a permissão divina da atividade diabólica é um grande mistério, mas ‘nós sabemos que Deus coopera em tudo para o bem daqueles que o amam’ (Rm 8,28)”. O demônio, ao perseguir a Igreja, acaba contribuindo a contragosto para o bem dos que amam a Deus. Afinal, já na antiguidade, Tertuliano dizia que “o sangue dos mártires é a semente da Igreja”.
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E
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m 11 de agosto próximo, os vereadores da capital paulista realizarão a primeira votação do Plano Municipal da Educação. Uma vez aprovado, o plano trará diretrizes básicas a serem aplicadas no ensino fundamental em todas as escolas da rede municipal de ensino, pelos próximos dez anos. A questão mais polêmica que está sendo discutida e que gerou amplo debate entre os vereadores e diversos setores
da sociedade é a tentativa de alguns políticos como os vereadores Toninho Vespoli (Psol) e Juliana Cardoso (PT) de inserirem no PME a chamada “ideologia de gênero”. O embate se deu quando o plano estava sendo discutido na Comissão de Finanças e Orçamentos. Atendendo aos protestos e manifestações de centenas de pais de família, educadores e líderes religiosos, em sua maioria católicos, que lotaram o plenário, os vereadores membros da comissão
retiraram de seu relatório final enviado para a votação no plenário a palavra “gênero”. A questão porém, deverá ser rediscutida na votação final que, ao que tudo indica, será acompanhada de perto pela população. O jornal O SÃO PAULO solicitou ao Padre João Bechara Ventura, estudioso do tema e que tem acompanhado de perto a questão uma matéria explicando o que é a ideologia de gênero e o por quê é motivo para tanta preocupação.
Tudo o que você precisa saber sobre Por João Bechara Ventura
Especial para o São Paulo
Sergio Ricciuto Conte ilustrações
1- O QUE É A “IDEOLOGIA DE GÊNERO”?
É a ideia de que ninguém nasce homem ou mulher, mas deve formar a sua própria identidade sexual. Diferente do “sexo” masculino ou feminino, que já é definido desde o nascimento, o “gênero” seria algo a ser definido por cada indivíduo: cada um seria livre para ser “transgênero”, “cisgênero”, “gay”, lésbica”, “neutro”, etc.
ENTÃO NÃO IMPORTARIAM AS 2-DIFERENÇAS FÍSICAS, PSICOLÓGICAS E ESPIRITUAIS ENTRE OS SEXOS?
Para a ideologia de gênero, esses dados não são relevantes. O importante é a “identidade de gênero” que cada um escolhe para si mesmo: tendo nascido homem, alguém poderia se considerar do “gênero feminino”. Além disso, cada um deveria escolher a sua própria “orientação sexual”, isto é, se gosta de relacionar-se sexualmente com homens, mulheres ou ambos.
A IDEOLOGIA DE GÊNERO LEVA EM 3-CONTA ALGUMA LEI MORAL OU RELIGIOSA?
Não. Cada um seria livre para escolher arbitrariamente a sua “identidade de gênero” e a sua “orientação sexual”, independentemente da Lei de Deus, ou de quaisquer valores morais ou religiosos. O único critério seria a vontade do indivíduo e a busca de prazer sem regras.
SE EXPLICARIA QUE 4-A COMO MAIOR PARTE DAS PESSOAS SEJAM HETEROSSEXUAIS? Segundo os adeptos da ideologia de gênero, a maior parte das pessoas é heterossexual devido a uma “imposição” da sociedade (eles chamam isso de “heteronormatividade”). Dizem que, como as crianças são desde cedo acostumadas a desempenhar “papéis” e comportamentos de meninos e de meninas (por exemplo, meninos brincam de bola, vestem-se de calça e usam cabelo curto; meninas brincam de boneca, utilizam saia e cabelo comprido), acabam sendo constrangidas a assumir a “identidade de gênero” correspondente ao seu sexo biológico, masculino ou feminino. Mas isto, segundo defendem, deveria mudar.
QUE TENTAM INSERIR 5-A POR IDEOLOGIA DE GÊNERO NO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO? Os defensores do “gênero” insistem tanto em se “discutir gênero nas escolas” por dois motivos principais: 1 - Porque, para definir o seu próprio “gênero”, as crianças deveriam ser introduzidas desde cedo nos mais variados aprendizados e experiências sexuais, livres de regras morais e expostas a uma “educação sexual” que os encoraje à masturbação, às relações sexuais precoces e à homossexualidade. 2 - Porque, para isso, a escola deveria substituir os pais na educação sexual e moral das crianças, uma vez que, em sua maioria, os pais ensinam a heterossexualidade e não aceitam facilmente comportamentos como a transexualidade, a masturbação, as orgias e as relações homossexuais. Os defensores do “gênero” veem a introdução dessa ideologia na escola como algo essencial, para se superar o “conservadorismo” das famílias!
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- NA PRÁTICA, COMO ACONTECE A IDEOLOGIA DE GÊNERO NAS ESCOLAS?
A ideologia de gênero manifesta-se nas escolas, por exemplo: • Retirando-se toda separação entre meninos e meninas na educação física, nos banheiros e nos vestiários. • Obrigando-se os meninos a brincar de bonecas ou casinha, e as meninas a brincar de futebol ou carrinhos, alegando-se que deste modo “eliminam-se as diferenças”, ou dizendo que cada um “pode ser o que quiser”. • Substituindo-se o Dias dos Pais e o Dia das Mães por “Dia do Cuidador” ou “Dia da Família”. • Ensinando-se às crianças em aulas, materiais didáticos ou “debates”, que cada um pode viver a sexualidade como achar melhor, equiparando heterossexualidade, homossexualidade, bissexualidade e transexualidade, como se fossem todos comportamentos equivalentes e normais. • Dizendo que o Casamento entre homem e mulher seria apenas a “família tradicional”, mas que hoje em dia há muitas formas de famílias; e chamando de “conservador”, “fundamentalista” e “homofóbico” quem pense diferente. • Oferecendo a crianças desde cedo uma “educação sexual” que não leva em conta valores morais, apresentando como única regra o pretenso “direito” de cada um ter prazer como quiser.
COMO A IDEOLOGIA DE 7-GÊNERO É INTRODUZIDA NAS LEIS E NAS ESCOLAS?
A ideologia de gênero é colocada nas leis e projetos pedagógicos de maneira escondida, para que as pessoas não se choquem. Em geral, aparece por meio de expressões como: “debate de gênero”, “identidade de gênero”, “igualdade de gênero”, “diversidade”, “orientação sexual”, “heteronormatividade”, “empoderamento das mulheres”, etc.
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- COMO AS PESSOAS ACEITAM A IDEOLOGIA DE GÊNERO, SE ELA É TÃO RUIM?
Para dar uma aparência de bondade a essa ideologia, os seus defensores a justificam e disfarçam como algo inofensivo, alegando que ela visa “acabar com o machismo”, “prevenir a discriminação”, “pôr fim à homofobia”. Em geral, acusam as pessoas que não a aceitam de ser “intolerantes”, “fundamentalistas”, “conservadores” ou “homofóbicos”.
O QUE A IGREJA TEM DITO SOBRE A IDEOLOGIA DE GÊNERO? PAPA FRANCISCO
“Há as colonizações ideológicas das famílias (…) [há] o erro da mente humana que é a teoria do gênero, que cria muita confusão. Assim a família está sob ataque.” (Encontro com Jovens em Nápoles, 21 de Março de 2015) “Pergunto-me se a chamada teoria do gênero não é também expressão de uma frustração e resignação, que visa cancelar a diferença sexual porque já não sabe confrontar-se com ela. Sim, corremos o risco de dar um passo atrás. Com efeito, a remoção da diferença é o problema, não a solução.” (Audiência Geral de 15 de abril de 2015) “É necessário ter apreço pelo próprio corpo na sua feminilidade ou masculinidade, para se poder reconhecer a si mesmo no encontro com o outro que é diferente (…) não é salutar um comportamento que pretenda «cancelar a diferença sexual, porque já não sabe confrontar-se com ela»” (Encíclica Laudato Si’, n. 155)
PAPA BENTO XVI
“Salta aos olhos a profunda falsidade da teoria do gênero e da revolução antropológica que lhe está subjacente. O homem contesta o fato de possuir uma natureza pré-constituída pela sua corporeidade, que caracteriza o ser humano. Nega a sua própria natureza, decidindo que esta não lhe é dada como um fato pré-constituído, mas é ele próprio quem a cria.(…) Se, porém, não há a dualidade de homem e mulher como um dado da criação, então deixa de existir também a família como realidade pré-estabelecida pela criação.” (Discurso à Cúria Romana, 21 de dezembro de 2012)
| Reportagem | 13
principais ideólogos Do GÊNERO
KATE MILLET:
Em seu livro Política Sexual (1970), afirmou que a verdadeira revolução que mudaria o mundo seria a “revolução sexual”, para a qual seria necessário “antes de tudo, o fim das inibições e das proibições sexuais, especialmente aquelas que mais ameaçam o casamento tradicional: a proibição da homossexualidade, das uniões ilegítimas, das relações sexuais pre-matrimoniais e na adolescência”.
SHULAMITH FIRESTONE:
Influenciada pelo marxismo, em sua obra A Dialética do Sexo (1970), apontou a diferença entre homem e mulher como a causa das opressões no mundo, devendo portanto ser eliminada. Seria necessária “não apenas a eliminação do privilégio masculino, mas da própria distinção sexual”. Firestone assume posições radicais sobre o incesto: “O tabu do incesto hoje é necessário somente para preservar a família; então, se nós nos desfizermos da família, iremos de fato desfazer-nos das repressões que moldam a sexualidade”; e sobre a pedofilia: “Os tabus sexuais como as relações homossexuais ou entre adultos e menores irão desaparecer, assim como as amizades não sexuais .... todas as relações próximas irão incluir o físico”.
JUDITH BUTLER:
Atualmente, é a mais renomada teórica do “gênero”. Mas sua posição é ainda mais radical: “o gênero se torna uma artificialidade livremente flutuante. A consequuência é que homem e masculino podem facilmente significar tanto um corpo feminino como um corpo masculino, e mulher e feminino podem significar tanto um corpo masculino como um corpo feminino.” (O Problema do Gênero: Feminismo e Subversão da Identidade, 1990). Para ela, em outras palavras, não há verdade definida quanto ao “gênero” e tampouco quanto ao sexo biológico: cada qual é aquilo que quiser, e pode mudar a qualquer instante.
CNBB
“A ideologia de gênero desconstrói o conceito de família, que tem seu fundamento na união estável entre homem e mulher. A introdução dessa ideologia na prática pedagógica das escolas trará consequências desastrosas para a vida das crianças e das famílias. O mais grave é que se quer introduzir esta proposta de forma silenciosa nos Planos Municipais de Educação” (Nota sobre a Inclusão da Ideologia de Gênero nos Planos de Educação, 2015
VOCABULÁRIO DA IDEOLOGIA DE GÊNERO: IDENTIDADE DE GÊNERO: É o sentimento subjetivo que uma pessoa tem acerca de si mesma: de ser “masculino” ou “feminina”. Seria mais importante do que o sexo biológico da pessoa, podendo coincidir com ele ou não. Uma mesma pessoa poderia mudar de “identidade de gênero” várias vezes ao longo da vida, conforme sua vontade. ORIENTAÇÃO SEXUAL: Indica os gêneros pelos quais uma pessoa se sente atraída. Poderse-ia ser assexual, bissexual, heterossexual, homossexual ou pansexual. É interessante notar que, para a ideologia de gênero, um homem transexual (que se identifica como mulher) pode ter orientação sexual voltada para mulheres, considerando-se “lésbica”.
PAPEIS SOCIAIS: É o conjunto de comportamentos e hábitos associados à masculinidade e à feminilidade: roupas, corte de cabelo, modo de falar, trabalhos, etc. Segundo a ideologia de gênero, não se pode dizer que um papel social (ex. usar saia) seja apenas de mulher ou de homem. Os papeis seriam somente imposições da sociedade, devendo portanto ser incorporados tanto por homens como por mulheres. TRANSGÊNERO: É a pessoa que se atribui uma “identidade de gênero” distinta do seu sexo biológico; ou ainda, a pessoa que muda frequentemente de “identidade de gênero”, ora se considerando homem, ora mulher. CISGÊNERO: Seria a maior parte das pessoas:
indivíduos que se atribuem uma “identidade de gênero” correspondente à do seu sexo biológico (ex.: uma mulher que se considere mesmo mulher). DIVERSIDADE: É o termo pelo qual a ideologia de gênero indica as várias formas de homossexualidade: lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transgêneros, abreviadas pela sigla “LGBT”. HETERONORMATIVIDADE: Seria a “imposição” da heterossexualidade pela sociedade, como se ela não fosse algo natural, mas sim “compulsório”, fruto dos “preconceitos” sociais, políticos e religiosos. NOME SOCIAL: É o nome que a pessoa adota para si a partir de sua nova “identidade de
gênero”: por exemplo, o homem transexual registrado como Paulo que passa a usar o “nome social” Camila. TABU: É o modo pejorativo para se aludir aos preceitos morais relativos à sexualidade. Com esse termo, procura-se depreciar e taxar de fanatismo, por exemplo, a proibição bíblica do incesto, dos atos homossexuais, e do adultério. FUNDAMENTALISMO: É o rótulo feito pela ideologia de gênero às pessoas que dela discordam por motivações religiosas. HOMOFOBIA: É a acusação feita àqueles que discordam da ideologia de gênero, rotulando -os de “preconceituosos” ou “intolerantes” com homossexuais, ou até mesmo de “homicidas”.
14 | Viver Bem |
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Comportamento
TV no quarto das crianças, por que não? Simone Ribeiro Cabral Fuzaro em esportes, além do aumento
Nesse tempo de “boom” tecnológico, facilidade de aquisição de aparelhos eletrônicos, acesso à programas, desenhos, jogos eletrônicos, fomos nos acostumando a ver os pequenos, desde muito pequenos, diante da televisão, dos tablets ou com celulares nas mãos. Faz-se cada vez mais comum, crianças se relacionando mais tempo com aparelhos eletrônicos e programas televisivos do que com outras crianças ou adultos da casa. É frequente encontrarmos nas casas um número grande de aparelhos de TV - normalmente igual ao de quartos utilizados pelos moradores. Deste modo criam-se algumas facilidades: cada um pode assistir ao programa que deseja no momento que quer, os pais podem realizar seus afazeres com mais tranquilidade enquanto a criança se distrai em outro ambiente com um programa que lhe agrada... Porém, como tudo na vida, as escolhas trazem sempre dois lados: benefícios e prejuízos. É nossa função de pais avaliarmos com critérios bem estabelecidos esses aspectos antes de decidirmos o que vamos proporcionar aos nossos filhos, uma vez que eles serão formados por nossas decisões. Estudos mostram que o hábito de assistir televisão em excesso na infância e adolescência “está ligado a uma pior alimentação, a dificuldades de aprendizado e de desempenho
televisão está no quarto, se torda gordura corporal e, conse- na mais difícil controlar o conquentemente, do risco da obe- teúdo ao qual eles têm acesso. Por outro lado, a própria desidade.” Um estudo mostra que o fato de uma criança possuir cisão de cada um ter seu apareuma televisão em seu próprio lho já transmite valores: é imquarto pode aumentar tais pre- portante cada um fazer aquilo juízos, especialmente em re- que deseja ao invés de abrir mão lação ao acúmulo de gordura, pelo outro, é mais importanuma vez que a TV no quarto te realizar as vontades do que acaba proporcionando menor conviver - assistir juntos a um número de horas de sono, pior programa, jogar, brincar. Perdequalidade do mesmo e aumento se a oportunidade de ensinar a de refeições feitas em frente ao generosidade, a possibilidade aparelho (Centro de Pesquisas de dividir, de descobrir a alegria Biomédicas Pennington, Esta- que existe em fazer o outro feliz. O ideal é que os aparelhos dos Unidos). Estudos realizados por pesquisadores do Johns eletrônicos - televisão, comHopkins Bloomberg School of putadores - estejam em um côPublic Health e da Stanford modo onde a família se reúne University, também apontaram É nossa função de pais para notas significativamente avaliarmos com critérios mais baixas entre bem estabelecidos esses as crianças que aspectos antes de têm televisão no decidirmos o que vamos quarto. Além proporcionar aos nossos dessas, são apon- filhos, uma vez que eles tadas questões serão formados por relativas à dificuldade de atenção nossas decisões e aumento nos comportamentos agressivos. e pode compartilhar o uso e a Para além dessas questões programação. de saúde e desempenho escoLembrem-se pais: regular o lar, também precisamos ava- que e o quanto as crianças asliar como essa prática acaba sistem não é uma atitude autoinfluenciando na formação de ritária ou totalitária, mas sim nossos filhos. Eles estão ad- sensata e coerente com o papel quirindo valores, aprendendo de educadores de seus filhos. critérios, atitudes e posturas. Simone Ribeiro Cabral Fuzaro, Os programas televisivos, bem fonoaudióloga e educadora, mestre como os jogos e demais aplicaem educação/distúrbios da comunicação - PUC/SP, especialista tivos influenciam diretamente em linguagem e coordenadora da nesse aspecto e, uma vez que a Escola de Educação Infantil Pedrita
Cuidar da Saúde
Prurido vaginal intenso? Pode ser candidíase Dra. Cássia Regina
A candidíase é uma infecção fúngica causada pelo crescimento excessivo do fungo denominado Candida albicans, que se localiza em lugares quentes e úmidos, como o canal vaginal. Muitas pacientes chegam em consulta queixando-se de co-
ceira intensa na área vaginal e de um corrimento branco como queijo cottage. A cândida é um fungo que faz parte da nossa flora de proteção mas existem algumas coisas que a faz ficar agressiva, como: uso de antibióticos frequentes, de anticoncepcionais por longo tempo, higiene íntima excessiva, uso de prote-
tor diário e uso de calças apertadas. Seu tratamento é simples, desde banhos de assento até medicamentos orais e pomadas. Visite seu ginecologista com frequência. Ele é quem vai te ajudar a entender o que acontece com seu corpo. Dra. Cássia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF)
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| Entrevista | 15
Com a Palavra: Regina Machado
As crianças são impedidas do direito de brincar? Arquivo pessoal
educação dos seus filhos. Escrevi num papelzinho e, a mais de uma década, carrego esse papel na minha carteira. Nele escrevi que nos finais de semana e férias me dedicaria aos meninos, que privilegiaria estar com eles ao ar livre, envolvidos com esportes, arte ou cultura. Um compromisso como tantos outros que assumimos. Um compromisso com um filho é um compromisso com o futuro da humanidade.
Nayá Fernandes
nayafernandes@gmail.com
Regina Celi de Albuquerque Machado Steurer é arquiteta, educadora, mãe do João e do Pedro e uma das fundadoras do Projeto Âncora. No Projeto, localizado em Cotia (SP), já foram atendidas mais de seis mil crianças, adolescentes e suas famílias com programas como creche, educação infantil, atividades culturais, artísticas e esportivas e cursos profissionalizantes. Uma das grandes referências é o Circo Teatro Escola Vagalume, lugar do encontro, das festas, espaço aberto à comunidade, a praça da Cidade Âncora. Na entrevista desta semana, O SÃO PAULO conversou com a Regina sobre o valor da brincadeira no desenvolvimento das crianças, e de que maneira pais e educadores podem contribuir para garantir o direito de brincar dos pequenos. Ainda é possível aproveitar a última semana de julho para brincar ainda mais com a garotada. O SÃO PAULO – Podemos dizer
que hoje as crianças têm sido impedidas de brincar?
Regina Machado - Outro dia vi um grupo de crianças de três anos saindo de uma escola para brincar num parque ao lado. Duas educadoras despejaram num piso de concreto uma série de brinquedinhos de plástico e não permitiam que as crianças saíssem dessa pequena área de uns 20 m2. As mais ousadas, que se aventuravam, logo eram capturadas para voltar ao cercado imaginário. Ao redor haviam tantas árvores para subir, pequenos taludes para escorregar, gramados para correr. Mas as crianças não podiam chegar até eles. As educadoras diziam que era perigoso, poderiam cair, se machucar, se sujar. Não sei se eu sentia mais pena das crianças que ousavam desobedecer e eram reprimidas ou daquelas que se contentavam em olhar resignadas aquele paraíso interditado. Os brinquedinhos no chão... ninguém se interessou. As duas educadoras papeavam entre si. A relação delas com as crianças se resumia a cuidar para que não saíssem do quadrado. Ninguém brincava com ninguém.
Que fatores sociais e culturais poderíamos destacar nesse processo?
Um dia, enquanto esperava meu filho
Poderia explicar melhor sobre a experiência do Projeto Âncora nesse sentido?
de quatro anos na aula de natação, puxei papo com outra mãe. Seu filho está em alguma escola? Sim, ela respondeu, mas lá ele só brinca, no próximo ano vamos colocá-lo numa escola de verdade. Enquanto isso, eu agradecia aos céus ter tido o privilégio de ter meus filhos numa escola com natureza exuberante, onde as crianças só entravam quando chovia. Onde as brincadeiras brotavam da necessidade das crianças, necessidades corporais, emocionais, sociais, culturais. Onde os adultos estavam atentos o tempo todo, repletos de repertório de músicas, danças, brincadeiras e prontos para ajudar as crianças em suas necessidades e desejos. Impedir a brincadeira livre, a possibilidade da criança criar seus brinquedos e brincadeiras e de se aventurar nos espaços e nas relações, impedir a liberdade de escolha e a administração do seu próprio tempo, são mecanismos de controle social. Essa ficha ainda não caiu para muitos pais. Darcy Ribeiro dizia que a crise na educação não é uma crise, mas um projeto. Penso que nem os pais e nem os educadores têm total noção de que projeto é esse. Mas quando pais e educadores se dão conta, quando acordam, é como se um véu fosse tirado de seus olhos. Eles entendem que a brincadeira é a linguagem natural da criança e que ali elas estão aprendendo as bases da matemática e das ciências, as regras da vida em comunidade, os limites do corpo e da liberdade, suas capacidades e dons. Na brincadeira aprendem a conviver e respeitar o outro.
O quanto poderíamos responsa-
bilizar a mídia e as novas tecnologias nesse processo de “perda da infancia”?
Tecnologia sempre existiu, quando o ser humano aprendeu a cultivar, desenvolveu tecnologia, quando inventou o arado ou o ferro, criou tecnologia. As novas tecnologias podem estar ou não a serviço da vida. O mesmo para as mídias. Somos nós que decidimos o que usar, como, quando, o que comprar, ler ou assistir. Um dia, num debate entre pais na escola, escutei uma mãe dizendo que ela não conseguia ter domínio sobre a TV. E eu pensei: sobre o fogão, outro equipamento doméstico tal qual a TV, essa mãe tem domínio? Ou seu filho pequeno pode ligar os botões e acender o fogo? Seu filho pode brincar com as facas da cozinha ou com os cristais? Por que os pais não deixam filhos ligarem o carro, o fogão ou enfiar grampos nas tomadas, mas não conseguem colocar limites em relação à TV ou ao computador? Ainda estou buscando a resposta. Talvez porque os pais também estejam reféns desses aparelhos. Talvez porque presos aos aparelhos, os pais, cansados de tanto trabalho e trânsito, não precisam se dedicar a conversar, brincar, contar histórias, essas coisas que as crianças demandam dos adultos.
Como a família e a escola podem contribuir para o desenvolvimento lúdico e criativo dos filhos?
Quem disse que não há aprendizagem no jogo, na brincadeira, no ócio? Quando meus meninos eram pequenos, um dia, numa atividade da escola, os pais foram convidados a se comprometerem com a
Em 1995 fundamos, eu e meu marido, o Projeto Âncora, eu arquiteta e ele empresário. No fim de 1996 começamos a receber crianças a partir de 1 ano e meio na entidade. Nosso primeiro filho nasceu em 1997 e o segundo em 2001. Até então não entendíamos nada de pedagogia ou cultura da infância. Começamos a oferecer atividades circenses para as crianças do Âncora, e com isso acertamos em cheio. O circo é lúdico por si só, seu espaço circular já é um convite à cooperação, as atividades privilegiam o trabalho coletivo e a disciplina, tudo é uma grande brincadeira, e como tal, muito séria. Em 1999 conhecemos Maria Amélia Pereira, a Peo, fundadora da Casa Redonda, referência em Educação Infantil e, a partir daí, definimos qual caminho educacional queríamos seguir no Projeto Âncora. Passamos 7 anos frequentando a Casa Redonda diariamente. E quando, há 4 anos, nos tornamos também uma escola de Ensino Fundamental, essa pedagogia continuou a nos inspirar e alimentar. Diz a Peo que precisamos de educadores inteligentes e sensíveis, que saibam acolher os mistérios da vida que se expressa dentro de cada criança, caso contrário, em nome de uma sociedade pautada na competição e na competência, se anula o sujeito, criase um rebanho uniforme, pronto para a aceitação do mercado que irá consumi-lo na corrida por um mundo dessacralizado porque sem sentido. Acredito que a criança traz dentro de si os recursos para o seu processo de desenvolvimento físico, emocional e mental, que brincar socializa e é o modo privilegiado como a criança se apropria do mundo. A criança que brinca aprende o que é alegria, liberdade e prazer, valores que não abrirão mão durante a vida.
Leia a entrevista na íntegra no site www.arquisp.org.br ou utilize o qrCode para abrir a página. É preciso ter no celular um aplicativo com leitor de QrCode.
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Filipe David
osaopaulo@uol.com.br
Dica de Leitura
A paz da alma Em A Paz da Alma, Sheen fala sobre remorso, perdão, culpa, morbidez, ansiedade, frustração e muitos outros assuntos que atormentam a alma do homem. “Se as almas não forem salvas, nada se salvará. Não poderá haver paz no mundo se não houver paz na alma. As guerras mundiais não passam de projeções dos conflitos travados dentro das almas dos homens modernos, pois nada acontece no mundo exterior que não tenha primeiro acontecido dentro de uma alma.” Depois de estudar Freud por muitos anos, Fulton Sheen escreveu A Paz da Alma, uma crítica à crescente popularidade da psicanálise. Assim como naquela época, nos dias de hoje também temos a tendência de não assumir a culpa pelos nossos erros e defeitos. Quando agimos bem, é porque somos naturalmente bons; quando agimos mal não
é culpa nossa, mas de alguém que nos fez sofrer ou nos pressionou a reagir assim. “O bispo Fulton Sheen reconhece a utilidade da psicologia e de muitos métodos usados nesse campo para ajudar as pessoas a sair de seus problemas psicológicos. No entanto, ele critica certas maneiras de pensar que acompanham esses métodos. Ele discorda da opinião – comum entre muitos psicólogos – segundo a qual o pecado não existe. Ele também desaprova os psicólogos que buscam separar o sentimento de culpa das más ações cometidas. O bispo Sheen professa que, além da doença psicológica, existe também a doença espiritual, que só pode ser curada pela confissão do pe-
Divulgação
cado enquanto pecado e pelo recebimento do perdão” (comentário do leitor Yuri Mozo, no site na Amazon). Ficha técnica: Autor: Fulton Sheen Editora: Molokai
Arte
Obras de Rafael a Ticiano, no MASP Estão em exposição no MASP obras de Rafael, Mantegna, Bellini, Ticiano e Tintoretto, entre outros: “Esta exposição inclui obras da coleção do MASP do século 13 ao 19, do período medieval à Renascença e ao Barroco. Ao lado das pinturas, na mesma parede, são mostrados documentos e fotografias sobre doações, aquisições, empréstimos, atribuições e exposições, parte dos arquivos histórico e fotográfico do museu.” A arte da Itália está centrada na Renascença: “O núcleo central de Arte da Itália são as transformações estéticas e técnicas da Renascença, período fundamental da história da arte, abrangendo um arco temporal que vai do classicismo de Rafael às experiências cromáticas de Ticiano, que influenciaram as gerações posteriores. Os trabalhos exibidos foram produzidos na região que hoje se conhece como Itália,
mas que até o século 19 era um conjunto de pequenos Estados, administrados por poderes locais independentes, pela Igreja Católica ou por potências estrangeiras. Dessa forma, cada região desenvolveu uma produção em pintura bastante particular, com características distintas, como as linhas precisas em Florença, a preocupação com a arquitetura e a perspectiva na Úmbria ou o uso da cor em Veneza. Cada artista utilizava esse repertório local à sua maneira, recebendo também influências externas, e produzindo obras que refletiam momentos específicos, expressando visões próprias.” Data: 26 de junho a 20 de setembro de 2015 Local: 2º subsolo do MASP Endereço: Avenida Paulista, 1578, São Paulo, SP Telefone: (11) 3149-5959
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| Esporte | 17
Na liderança do Pan, EUA, Canadá e... Fotos: Comitê Olímpico do Brasil
Desempenhos no atletismo e no boxe serão decisivos para que o Brasil fique entre os três primeiros no quadro de medalhas em Toronto Daniel Gomes
danielgomes.jornalista@gmail.com
O Brasil iniciou a última semana do Pan de Toronto na posição que projeta ficar ao final dos jogos: no terceiro lugar. Até a noite da segundafeira, 20, o País acumulava 102 medalhas, sendo 30 de ouro, atrás apenas do Canadá, com 148 pódios (55 de ouro), e dos Estados Unidos, com 169 no total (65 ouros). A colocação no ranking é definida pelas medalhas de ouro. Até o dia 20, a delegação brasileira tinha seis a mais que as 24 douradas da Colômbia e sete a mais que os 23 primeiros lugares de Cuba. A briga pela terceira posição no ranking panamericano está em aberto e deve ser definida pelas 43 medalhas de ouro em disputa no atletismo e pelas 13 medalhas douradas das competições de boxe. Caso Cuba iguale a performance do Pan de Guadalaraja 2011, quando obteve 18 ouros no atletismo e oito no boxe, deve
Joice Silva conquista inédito ouro para as lutas e o nadador Thiago Pereira se torna o recordista em Pans, com 23 medalhas
ultrapassar o Brasil. Entretanto, em Toronto, o desempenho dos cubanos tem sido inferior a do último Pan: foram cinco ouros a menos na luta olímpica, decréscimo de três ouros no judô e duas douradas a menos no levantamento de peso. Em contrapartida, Cuba conquistou dois ouros a mais na canoagem e dois a mais na ginástica artística, em comparação com 2011. As chances de a Colômbia ultrapassar o Brasil são menores. Os colombianos não têm tradição no boxe e no atletismo conquistaram apenas três ouros em 2011. O desempenho do País nesta edição (24 ouros até segunda-feira – igual ao de Guadalaraja) foi impulsionado por três inéditos ouros no golfe, três na ginástica artística (dois a mais que em 2011) e oito no levanta-
mento de peso (cinco a mais que no último Pan). Para manter-se na terceira posição, o Brasil aposta em medalhas de ouro nos esportes coletivos, já que está entre os favoritos do vôlei, futebol e handebol. No atletismo, igualar os dez ouros de Guadalaraja 2011 já será uma conquista, pois os atletistas do País não foram ao pódio na olimpíada de 2012 e no Mundial da modalidade em 2013, e alcançaram 11 ouros no Sul-americano de Atletismo deste ano, sem a presença de Cuba.
Surpresas e confirmações
No Pan de Toronto, que segue até o dia 26, o brasileiro Thiago Pereira se tornou o maior medalhista do megaevento. Com uma prata, um bronze e três ouros, o nadador chegou a 23 medalhas
na história do Pan, superando vem Ana Sátila, 19, conquistou o antigo recordista, o ex-atleta ouro na canoagem slalom; e na cubano Erick Lopez, que tem 22 ginástica rítmica foram dois oupódios panamericanos na ginás- ros - no conjunto e no conjunto tica artística. com fitas – e cinco pódios ao Dos 30 ouros conquistados todo, com destaque para Angélipelo Brasil até a noite da segunda- ca Kvieczynski, que teve bronzes feira, dez foram da natação. Ou- no individual das fitas e do arco, tros destaques: do tiro esportivo, chegando a sua sexta medalha vieram três medalhas douradas em Pans. com Felipe Wu, Júlio Almeida e Cássio Ripel; na vela, Patrícia Freitas e Ricardo Winicki Domingo (26) venceram suas categorias; Yane Marques conCorrida de Rua firmou o favoritismo 7h – Etapa Lapa do Circuito Popular no pentatlo moderno; de Corrida de Rua de São Paulo (Clube Escola Lapa – rua Belmonte, Joice Silva conquistou 957, Lapa). inédito ouro na luta olímpica; Fernando Brasileirão de futebol Saraiva chegou ao bi16h – São Paulo x Cruzeiro campeonato no levan(Morumbi) tamento de peso; a jo-
AGENDA ESPORTIVA
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Ipiranga
Caroline Dupim
COLABORADORA DE COMUNICAÇÃO DA REGIÃO
Dom José Roberto Fortes Palau celebra o primeiro ano de Ordenação Episcopal Caroline Dupim
Em festa, Ipiranga celebra em ação de graças por Dom José Roberto
O primeiro ano do Ministério Episcopal de Dom José Roberto Fortes Palau, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, foi celebrado com missa e festa na noite do domingo,19, na Paróquia
Nossa Senhora Aparecida, no Ipiranga. Nascido na cidade de Jacareí (SP), em 09 de abril de 1965, Dom José Roberto Fortes Palau foi ordenado presbítero em 06 de fevereiro de
1993, sendo incardinado no clero da Diocese de São José dos Campos/SP. Sua ordenação episcopal ocorreu em 21 de junho de 2014 na cidade de São José dos Campos (SP). A posse canônica se deu em 29 de junho, na Catedral Metropolitana de São Paulo. O bispo auxiliar foi acolhido na Região Ipiranga em 19 de julho de 2014, em missa presidida por Dom Odilo Pedro Scherer, Cardeal Metropolitano na Paróquia Imaculada Conceição, no Ipiranga. Durante o primeiro ano de pastoreio, Dom José Ro-
berto visitou todas as paróquias, algumas capelas, congregações e obras sociais da região Ipiranga. Realizou retiros com o Clero, presidiu Sacramentos da Crisma, e deu palestras para agentes de pastoral. Os fiéis receberam Dom José Roberto com carinho, ele por sua vez, retribuiu com muita dedicação e cuidado. A celebração Eucarística contou com a presença do clero da região, diáconos, seminaristas, lideranças pastorais, funcionários da Cúria, fiéis do Ipiranga, e também os amigos da Diocese de São José dos Campos (SP), onde
Dom José Roberto atuava anteriormente. Na homília, o bispo, ressaltou que a liturgia do domingo remete ao Bom Pastor, que vem diretamente de encontro ao ministério episcopal. E pediu aos fiéis que continuem rezando por seu ministério e fortalecimento. Após a missa, a paróquia preparou uma recepção e foi transmitido aos presentes um vídeo com a retrospectiva dos principais momentos de Dom José Roberto na região. Ao final os paroquianos cantaram “parabéns” ao bispo aniversariante.
Paróquia Santa Cristina acolhe imagem de Nossa Senhora Paróquia Santa Cristina
A Paróquia Santa Cristina, do Setor Pastoral Cursino, realizou no sábado, 18, a celebração de entronização da Imagem de Nossa Senhora Aparecida, doada pelo Santuário Nacional de Aparecida, a pedido do Administrador Paroquial, Padre Palmiro Carlos Paes, para agregar as celebrações do Mês da Padroeira. A imagem veio de Aparecida em carro fechado, até a Capela Sagrada Família e Santa Paulina, localizada na Av. Nazaré, de onde seguiu em carreata escoltada pelos batedores da polícia militar, algumas viaturas, 20 carros
de paroquianos e um ônibus. Realizaram o percurso passando pela Av. Nazaré, R. Dr. Gentil de Moura, Av. do Cursino e Av. Padre Arlindo Vieira, até chegar a paróquia Santa Cristina, localizada no Parque Bristol. A imagem foi recepcionada por centenas de devotos e uma grande queima de fogos. No início da celebração de entronização, a imagem entrou na igreja, seguida por três homens que simbolizavam os três pescadores, que carregavam redes de pesca. No término da procissão de entrada, a imagem foi entregue a Dom José Roberto
Policia Militar com a imagem que foi doada pelo Santuário Nacional
Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo na Região Ipiranga, que seguiu por todo o interior da igreja e em seguida depositou
a imagem no local destinado a ela. Muitas pessoas se emocionaram durante a entronização. Grande parte dos
Brasilândia
paroquianos possuem uma grande devoção a Nossa Senhora Aparecida, e receber a réplica da imagem original em sua paróquia, foi um momento de muita alegria e emoção. Após a entronização da imagem, Dom José Roberto presidiu a Missa, no início foi lida a carta de doação enviada pelo Santuário. Na homilia, Dom José Roberto, ressaltou a importância da família para a sociedade e para a igreja, pedindo a todos que rezem pelo bom êxito do Sínodo da Família, que acontecerá em outubro próximo, em Roma.
Anderson Bráz
Colaborador especial para a região
Setor Jaraguá propõe projetos para preparar bons oradores Vitor Galvani
Agentes da Pastoral da Comunicação
No sábado, 18, os agentes da pastoral da comunicação do Setor Pastoral Jaraguá, se reuniram na Paróquia São Luís Maria Grignion de Montfort, no Jardim Rincão, para uma manhã de formação para a comunicação setorial. Acolhidos pelo Padre Sérgio Antônio Bernadi, pároco, que conduziu a oração inicial, este foi o segundo encontro da nova pastoral setorial. Eles se reuniram pela primeira vez no mês de junho, na paróquia Nossa Senhora Mãe e Rainha, no Jardim Panamericano. No primeiro encontro foram apresentados os representantes paro-
quiais do setor Jaraguá, assim como discutidas as prioridades pastorais e de comunicação, apontar as saídas para as principais questões. Os novos agentes expressaram seus anseios “ As prioridades pastorais são esquecidas ao longo do ano, e após a campanha da fraternidade as pastorais não se conversam e criam e recriam novos projetos por não olharem o que foi decidido pela maioria”, expressou o jovem. Projetos voltados para a comunicação dedicados a oratória e a leitura da palavra de Deus foram apontados como as principais ne-
cessidades das comunidades paroquiais A participação nas Assembleias em todas as instâncias, o incentivo à juventude e a inserção dos jovens nas paróquias, sempre com o olhar voltado para a família e a Iniciação Cristã foram as principais urgências apontadas pelo grupo. O primeiro compromisso da nova pastoral será a participação na semana regional de formação, entre os dias 27 e 30 de julho, motivando também a presença dos paroquianos. A próxima reunião será dia 15 de agosto, na Paróquia Nossa Senhora da Paz.
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Belém Cebs como encantamento da Vida Peterson Prates
Colaborador de comunicação para a Região
Com o tema: “Justiça e Paz se abraçarão” e o lema da semana das comunidades eclesiais de base, “Comunidade: Resistência, Esperança e Encantamento da Vida”, entre os dias 15 e 17, aconteceu nos setores pastorais Sapopemba e São Mateus a 22ª Semana de cebs – Comunidades Eclesiais de Base, na Paróquia São Sebastião. A cada noite, um tema diferente foi refletido, a partir da exposição de um assessor. Além de ser um momento de formação, a semana das cebs é, para os dois setores, um momento de celebrar a vida das comunidades eclesiais de base, e ocasião para um encontro fraterno. “Igreja a serviço da vida plena para todos”, foi o tema do primeiro dia de encontro, inspirado na 5ª urgência
do 11º Plano de Pastoral da Arquidiocese de São Paulo, assessorado por Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém. Dom Edmar lembrou que “somos semeadores de mudança” e pediu que não paremos de semear. Recordou os três principais pontos do discurso do Papa Francisco na Bolívia, com os movimentos populares: por uma economia a serviço do povo; unir o nosso povo na caminhada da justiça e da paz; e defender a mãe Terra. O coordenador de Pastoral da região Belém, Padre Marcelo Maróstica, assessorou o segundo dia, e falou sobre o tema “ Igreja e Justiça Social”. Padre Marcelo recordou que não é possível falar de Igreja e justiça social sem falar na Doutrina Social da Igreja. Finalizou lembrando
Tati Karine
Na Região Belém, os setores pastorais Sapopemba e São Mateus realizam a 22ª Semana de Cebs
os dizeres do Papa Francisco, onde ressaltou que são direitos sagrados da dignidade humana: teto, trabalho e terra. O professor da PUC- SP, Fernando Altemeyer, foi o convidado do último dia, e
refletiu o tema: “cebs como encantamento da vida”. Altemeyer utilizou em sua exposição, algumas dicas do Papa Francisco para alcançar a santidade. Não deixou de lembrar que devemos enxer-
gar o rosto do nosso irmão marginalizado, esquecido, no rosto de Jesus. “Nosso encantamento é tentar compreender porque o pastor foi atrás de uma ovelha deixando as noventa nove”.
“Faça-se em nós segundo a vossa palavra” Peterson Prates
Na Vila Alpina, devotos de Nossa Senhora do Carmo testemunham a fé em Maria
Foi com fé e alegria que a Paróquia Nossa Senhora do Carmo, na Vila Alpina, celebrou a XXXII festa em honra a padroeira, com o tema “ Faça-se em nós segundo a vossa palavra”. Entre os dias 7 a 15, a comunidade paroquial celebrou a novena de Nossa Senhora do Carmo, com a presença de diversos sacerdotes da Região Belém. No dia 16, quando toda a Igreja celebrava a festa da Virgem Maria do Monte Carmelo, na matriz paroquial foram celebradas três missas em honra a padroeira.
Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, presidiu uma das celebrações no dia da padroeira, e recordou o exemplo de santas carmelitas, que inspiradas na devoção à Virgem do Carmelo, viveram uma vida de santidade. Após as missas foram distribuídos escapulários, símbolo da devoção à Nossa Senhora do Carmo. No sábado 18, a carreata de Nossa Senhora animou com a devoção à Maria, as ruas da Vila Alpina. As festividades em honra a padroeira se encerram no dia 26, última noite de quermesse.
Comunidade implanta projeto do CCA Na noite do sábado, 18, a comunidade Nossa Senhora do Carmo, da Paróquia São Rafael, do Setor pastoral Conquista teve motivos para se alegrar: além de receber a visita de Dom Edmar Perón, celebrou a festa de sua padroeira e 16 jovens receberam o sacramento da Confirmação A comemoração pela festa de Nossa Senhora do Carmo teve início na quarta-feira, 15 e se estendeu até a noite de domingo, quando toda a comunidade manifestou de maneira pública a sua devoção à Virgem do Carmo, com uma procissão pelas rua do bairro, seguida pela Missa. Na homilia, Dom Ed-
mar recordou a origem do escapulário, o principal devocional associado ao título mariano do Monte Carmelo. A comunidade também se alegra, pois, a partir de agosto, o espaço comunitário será utilizado no atendimento a 180 crianças e adolescentes de 6 a 15 anos com a implantação do Centro para a Criança e Adolescente (CCA) Nossa Senhora do Carmo, projeto da “Assistência Social A Colmeia” em convênio com a Prefeitura Municipal de São Paulo, que beneficiará toda comunidade local no atendimento a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.
Peterson Prates
Na comunidade Nossa Senhora do Carmo, Dom Edmar Peron celebra a Crisma de 16 jovens
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Santana Paróquia Sant’Ana comemora 120 anos ‘de portas abertas’
Rubens da Cruz
Colaboração especial para a Região
Cida Mendasoli
A Paróquia Sant’Ana celebra 120 anos de fundação com missa presidida por Dom Sérgio de Deus Borges
Com o lema “120 anos de portas abertas”, a Paróquia Sant’Ana celebrou no dia 12, seu aniversário de fundação com missa solene presidida por Dom Sérgio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana. Concelebraram os padres Maurício Viera de Souza, pároco, Maércio Ângelo Pissinatti Filho, vigário paroquial, e Bolívar Hauck, religioso da Congregação
dos Missionários de Nossa Senhora Salette. Dom Sergio recordou que a Igreja é a casa dos vocacionados do Reino de Deus. “Nestes 120 anos muitos discípulos e missionários descobriram sua vocação, descobriram sua missão, porque aqui se anunciou sempre e continuamos a anunciar Jesus, aquele que chama seus novos discípulos”, enfatizou. O bispo também lembrou
que a comunidade paroquial precisa fazer nascer entre todos o encanto da missão. “Devemos ser temerosos com pessoas que olham para trás, isto é, querem manter tudo como está sem nenhuma renovação, sem abrir a porta aos outros, sem sair em missão. O encanto da missão consiste em trazer a graça de Deus e doá-la aos outros”. Ao final da celebração, Padre Maurício agradeceu a
presença de todos e destacou a importância desta comunidade que se faz presente na região central de Santana, e por isso encontra inúmeros desafios na missão de anunciar o Evangelho. Padre Bolívar, falou em nome da comunidade Saletina e salientou que os laços que unem a Paróquia Sant’Ana e o Santuário da Salette, devem existir além da oração no compromisso de caminhada conjunta.
Centenários na Evangelização
Fundada em 12 de julho de 1895, por meio do decreto do bispo diocesano de São Paulo, Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, a Paróquia Sant’Ana nasceu de um desmembramento da Paróquia Santa Ifigênia. Tendo como Matriz Provisória a Capela de Santa Cruz, o território paroquial abrangia toda a zona norte da cidade, a partir do Rio Tietê, até a cidade de
Guarulhos. Desta paróquia foram desmembradas cerca de 65 paróquias. Seu primeiro pároco foi o cônego Antônio Augusto Lessa, que lançou a pedra fundamental do templo em 1896, tendo sido iniciadas de fato as obras somente em 1906. Em 1904, com a chegada dos primeiros Missionários Saletinos ao Brasil, a paróquia foi entregue aos cuidados pastorais do padre Clemente Henrique Moussier. Em 1986, os cuidados da Igreja foram entregues aos padres do clero secular. Dentre os párocos que passaram pela paróquia em seus primórdios, pode-se destacar a presença do Padre Roberto Landell de Moura, que desempenhou sua função entre os anos de 1898 e 1900, uma vez que aqui, realizou as primeiras experiências de transmissão de rádio, sendo considerado o pioneiro do Rádio no Brasil.
Pastoral da Criança tem dia de espiritualidade e formação Cida Viana
Diácono Francisco Gonçalves Colaborador de comunicação da Região
A Pastoral da Criança da Região Santana promoveu no dia 4, o Encontrão de líderes na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, na Vila Dionísia, momento voltado para a espiritualidade e formação. “Em clima de alegria e descontração, cerca de 140 pessoas entre líderes e agentes de apoio participaram deste encontro”, disse Arlete Agostinho, coordenadora regional da Pastoral da Criança. Com o tema “O com-
Agentes da Pastoral da Criança se reúnem na Paróquia Nossa Senhora de Fátima da Vila Dionísia
prometimento com o amor de Jesus”, foi apresentado aos agentes um mapa da região, apontando as paróquias onde a pastoral está presente.
Isto permitiu que os líderes tivessem conhecimento da presença e da importância da Pastoral da Criança. Pela manhã, os setores
pastorais realizaram espetáculos: musical, teatral, de telejornal e comédia, evidenciando as paróquias que tem a presença da Pastoral da Criança. Em seguida os coordenadores paroquiais orientaram os participantes como realizar o trabalho
AGENDA REGIONAL Domingo (26), 15h Festa de Nossa Senhora de Sant’Ana, Dia dos Avós. A missa será presidida por Dom Sérgio de Deus Borges, na Paróquia Sant’Ana (avenida Voluntários da Pátria, 2060, Santana)
nas comunidades, de acordo com o carisma da pastoral. Expondo como fazer a visita domiciliar, a celebração da vida, a reunião de reflexão de avaliação e a reunião mensal regional. “Foi um momento em que trabalhamos as dificuldades da liderança e as conquistas na caminhada pastoral. Outro ponto foi a Oficina dos ‘Mil Dias’ (que são os 270 dias de gestação + 365 dias do 1º ano + 365 dias do 2º ano de vida da criança), período importante para que a criança se desenvolva adequadamente”, informou Arlete. O evento contou com a participação de Aparecida Gonçalves de Jesus, Coordenadora da Pastoral da Criança da Arquidiocese de São Paulo, dos Padres Erly Avelino Guillén Moscoso, da Paróquia Sagrada Família do Mandaqui, Geremias Gomes dos Santos, Assessor Eclesiástico Regional da Pastoral Criança e José Benedito Brebal Hespaña , pároco da paróquia Paróquia Nossa Senhora de Fátima, anfitrião do encontro.
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Fernando Geronazzo
Colaborador de Comunicação na Região
Paróquias da região celebram Nossa Senhora do Carmo A Paróquia e Basílica Nossa Senhora do Carmo na Bela Vista, região central de São Paulo, celebrou solenemente a festa de sua padroeira na quinta feita, 16. A missa foi presidida pelo pároco, Frei Rothmans Darles de Campos, e contou com a presença da comunidade dos frades Carmelitas e inúmeros fiéis que lotaram a Basílica. Frei Rothmans destacou que a Padroeira é invocada pela Ordem do Carmo como “senhora dos claustros, da vida interior aquela que desde as origens da Ordem, lá no Monte Carmelo, é modelo, âncora na dinâmica do bemviver, na administração do carisma carmelitano”. “Para nós, carmelitas, é uma alegria celebrar todos os anos a Senhora do Carmo e a cada ano tem um sentido novo, especial”, acrescentou. A celebração também foi ocasião de os frades carmelitas renovarem seus votos diante da imagem da Padroeira. A Festa foi preparada por um tríduo que, como em uma espécie de retiro espiritual, convidou os paroquianos a aprofundarem o tema “A alegria em servir a casa de Deus como Maria”. No fim de semana também aconteceu a festa social da Paróquia, que concluiu as comemorações na noite do domingo, 19,
Sé
Paróquia e Basílica Nossa Senhora do Carmo
com uma procissão pelas ruas do bairro, seguida de missa.
História
Os Carmelitas começaram a sua fundação em São Paulo no ano de 1594, sendo erguida uma pequena Igreja que deu origem à atual Igreja da Ordem Terceira do Carmo, na esquina da rua do Carmo (atualmente avenida Rangel Pestana), no centro. Anos depois, os frades adquiriram uma chácara de flores na rua Martiniano de Carvalho, onde construíram uma capela provisória, transferindo-se para lá em 1928. No dia 1º de abril de 1934, o então arcebispo Dom Duarte Leopoldo e Silva inaugurou solenemente o grande templo que se tornaria matriz da Paróquia de Nossa Senhora do Carmo, instituída em 1940 pelo arcebispo seguinte, Dom José Gaspar de Affonseca e Silva. Em 8 de dezembro de 1950 a Igreja foi elevada à categoria de Basílica Menor, por decreto do Papa Pio XII, publicado em 13 de maio do mesmo ano. Uma curiosidade pouco conhecida da basílica é o fato de até hoje haver expostas na sacristia as vestes usadas por este Pontífice, presenteadas pela Santa Sé
Frades Carmelitas renovam seus votos religiosos diante da imagem de Nossa Senhora do Carmo
como recordação de sua ligação com a história do templo.
Restauro
A Basílica está passando por uma restauração completa iniciada há 4 anos. Frei Rothmans explicou que quando assumiu a paróquia o templo estava pedindo socorro. “Ao ver o estado da basílica, percebi que minha missão aqui, além de ser um instrumento para que Deus restaure almas, tenho que restaurar o templo. Afinal, a casa manifesta muito como estão os filhos dentro”. De acordo com o Pároco, o restauro já está na metade, tendo a parte frontal da Basílica pronta e sendo concluída
uma das laterais. “No começo eu fiquei um pouco assustado com a grandiosidade da basílica [...]. Mas desde o primeiro momento não faltou ajuda e os frutos são visíveis. Aos poucos chegamos lá”, concluiu.
Ordem Terceira
A igreja histórica da Venerável Ordem Terceira do Carmo, no centro, ficou lotada durante todo o dia para a celebração de Nossa Senhora do Carmo. Fundada em 1590, a Ordem Terceira é um ramo leigo associado ao carisma dos frades carmelitas e já teve entre os irmãos membros da corte brasileira, condes e barões, inclusive pessoas da Família Real.
Carreata na Aclimação
Festa de São Cristóvão
O Dia de Nossa Senhora do Carmo também foi festejado na Paróquia que recebe seu título no bairro da Aclimação. O ápice da festa, que começou com o tríduo preparatório, no dia 13, foi celebrado no domingo, 19,
A Paróquia São Cristóvão (avenida Tiradentes, 84, Luz) inicia hoje, 22, as comemorações do dia do padroeiro dos motoristas, celebrado sábado, 25. No tríduo preparatório, que vai até o dia 24, sempre às 19h, serão recordados os motoristas falecidos, os enfermos, pobres e motoristas profissionais. No sábado, serão celebradas missas às 7h, 9h, 15h e 18h, sendo que a das 9h será presidida pelo arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, e a das 15h, por Dom Eduardo Vieira dos Santos. Ao longo de todo dia 25 acontece a tradicional bênção dos carros na porta da Igreja.
com uma carreata pelas ruas dos arredores com a imagem de Nossa Senhora levada em um carro do Corpo de Bombeiros. Em seguida, houve uma missa solene presidida por Dom Eduardo Vieira dos Santos. Paróquia Nossa Senhora do Carmo
Imagem da padroeira em carro do Corpo de Bombeiros
Hoje, o grupo conta com 40 irmãos entre professos, noviços e postulantes, sob a direção espiritual de Frei Alonso Malaquias. Entre os dias 7 e 15 de julho foi celebrada a novena preparatória, com a presença de frades carmelitas e de Dom Eduardo Vieira dos Santos, bispo auxiliar da Arquidiocese e vigário episcopal para a Região Sé. No dia 16 foram celebradas seis missas e distribuídos 3.700 escapulários de Nossa Senhora do Carmo, objeto de devoção que recorda parte da veste do hábito carmelitano, usado como sinal externo de devoção mariana, que consiste na consagração à Virgem Maria.
Luciney Martins/O SÃO PAULO - 25.jul.2010
Carreata com imagem do padroeiro dos motoristas
A festa será encerrada domingo, 16, com missa às 9h, seguida de carreta com a imagem de São Cristóvão pelas ruas do
bairro em parceria com o Sindicato dos Condutores em Transportes Rodoviários de Cargas Próprias de São Paulo.
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Lapa
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BENIGNO NAVEIRA
COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO DA REGIÃO
Padre Rocha é reeleito vice-presidente da Pastoral dos Nômades do Brasil Pascom Lapa
Padre Rocha, da Pastoral dos Nômades junto com os irmãos ciganos, em acampamento
“Tolerância já não basta, se faz necessário a fraternidade, que sejamos fraternos com os ciganos, você que faz parte de uma comunidade da igreja em São Paulo ou em algum lugar desse pais, não discrimine os ciganos, seja amigo dos ciganos, faça seu trabalho missionário de evangelização, levando a palavra de Deus nas barracas dos acampamentos ciganos”, expressou Padre Jorge Pierozan, pá-
roco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, Vice-Presidente da Pastoral dos Nômades no Brasil, em entrevista à PASCOM Lapa. Padre Jorge que é popularmente conhecido como Padre Rocha, é o atual Coordenador da Pastoral dos Nômades da Arquidiocese de São Paulo, atua há mais de 30 anos com o trabalho de evangelização, na Pastoral do Nômades, visitando os acam-
pamentos ciganos, circos e parques de diversões, preparando os nômades para a recepção dos sacramentos, (batizados e casamentos) e celebrações nos acampamentos. Durante a 28ª Assembleia Geral da Pastoral dos Nômades, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizada de 7 a 10 de julho, no Centro de Formação Dom João Batista, em Vitória (ES), foi realizada a eleição da nova diretoria da Pastoral dos Nômades, Padre Rocha foi reeleito pela quarta vez vice-presidente na Pastoral dos Nômades do Brasil. A eleição para o triênio 2015/2018, aconteceu com a votação dos 17 agentes presentes, ciganos e não ciganos de diversos estados do país, que ficou assim constituída: Dom José Edson Santana Oliveira, presidente; Padre Jorge Rocha Pierozan; vice-presidente; Cristina Garcia, secretária; Padre Tadeu Luiz Fernandes, tesoureiro; Padre Wallace do Carmo Zanon, diretor executivo. Entre as propostas de ações para
o próximo período estão: a difusão da Pastoral nos regionais, arquidioceses e dioceses; a divulgação junto ao clero sobre o trabalho realizado e a realidade do povo cigano; a intensificação da proximidade da Pastoral com os ciganos em suas lutas por melhores direitos e políticas públicas; a inserção e o incentivo da atuação da demais pastorais nas barracas, circos e parques. A paroquiana Viviane Brito de Souza, estudante do curso de Ciências Sociais, na Universidade de São Paulo (USP) estuda o comportamento do “Povo Cigano”, relatou que seu interesse pela cultura cigana, começou antes de entrar para universidade. “Como aluna posso desenvolver meu projeto de pesquisa, visitando os acampamentos ciganos, conhecendo a realidade de vida e cultura desse povo, para poder desenvolver meu trabalho, no caminho de integração social com outras culturas e no caminho de evangelização, levando a palavra de Deus”.
Pastoral Vocacional planeja atividades para o Mês das Vocações O apóstolo Pedro foi escolhido e chamado diretamente por Jesus, foi dócil a este chamado e o acolheu, mesmo com limitações de conhecimento, mas com grande sensibilidade humana. Paulo tinha vasta formação, era bastante capacitado intelectualmente, e só depois de tanta negação, direcionou a sua vida para a promoção do Reino. Os dois, com perfis tão diferentes, foram vocacionados.
Isso é para provar que ninguém escapa do chamado de Deus” afirmou Padre Élio Vigo, pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em encontro da pastoral vocacional. O encontro mensal da Pastoral Vocacional da Região Lapa aconteceu no sábado ,18, na Paróquia Nossa Senhora da Lapa, e contou com a presença dos agentes animadores vocacionais, sob a coorde-
nação do Padre Élio Vigo. A reunião iniciou-se com uma oração pelo oficio vocacional, na sequência o coordenador pediu aos animadores para terem paciência, pois o trabalho da pastoral Vocacional é “gota a gota” e sugeriu aos agentes para planejarem as atividades para o mês de agosto, data em que a Igreja celebra as vocações. O coordenador pastoral propôs ainda que os agen-
tes levassem aos grupos de jovens e crisma, o debate e a reflexão sobre os conceitos de vocação humana, vocação cristã, e ressaltou: “ às vezes confundimos vocação com profissão, pois, a vocação se utiliza do conhecimento de várias profissões”. O sacerdote refletiu sobre os conceitos: “profissão” e “vocação”, e concluiu “profissão” é aprendizado, “vocação” é colocar este aprendizado a serviço do Reino.
AGENDA REGIONAL Segunda-feira, (27), 20h XI Curso de Férias. Tema: Constituição Pastoral Gaudium et Spes (dias 27 e 28), com a presença de Dom Júlio Endi Akamine, Bispo Auxiliar da Arquidiocese, na Paróquia Nossa Senhora da Lapa (rua Nossa Senhora da Lapa, 298)
Ângela Santos
Dom Júlio Endi Akamine
Com a Pastoral da Saúde, Dom Júlio Endi Akamine preside missa em 14 de julho, no dia de São Camilo de Léllis, na Paróquia Nossa Senhora dos Pobres, no Setor Butantã
Dom Júlio participou do III Congresso Internacional da União do Apostolado Católico dos dias 14 a 17 de julho, no Centro Mariápolis Ginetta, em Vargem Grande Paulista.
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Até o lixo orgânico, porque reciclar é preciso “E não se pense que estes esforços são incapazes de mudar o mundo. Estas ações espalham, na sociedade, um bem que frutifica sempre para além do que é possível constatar; provocam, no seio desta terra, um bem que sempre tende a difundir-se, por vezes invisivelmente. Além disso, o exercício destes comportamentos restitui-nos o sentimento da nossa dignidade, leva-nos a uma maior profundidade existencial, permite-nos experimentar que vale a pena a nossa passagem por este mundo” (Laudato Si’ 212) Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com
Sempre quando se fala em reciclagem, o que vem a sua cabeça? Latinha de alumínio, papel, plástico...? Você já parou para pensar que o lixo orgânico que produz em sua casa, também pode ser reciclado? Sabe aquela casca de banana ou de alguma outra fruta, verdura e legume que por, aparentemente, não ter nenhuma utilidade acaba indo parar no
Fábio Arantes/Secom
Dona Lourdes de Luna, moradora da zona sul, participa do programa ‘Composta SP’ da Prefeitura de São Paulo
lixo? Então, é esse tipo de material que necessita de um cuidado maior. Como a reciclagem de lixo orgânico não traz lucro – ao menos não como no caso do alumínio, do papel e do plástico – muitas vezes é esquecido e pouco divulgado. Na maioria das vezes o lixo residencial não é separado, e acaba sendo misturado a outros materiais que, de fato, não podem ser reciclados. Nessa linha, a prefeitura de São Paulo lançou em 2014 um projeto de incentivo a reciclagem do lixo úmido, o “Composta SP”. O projeto visa a conscientização dos munícipes sobre a compostagem domésti-
ca como forma de “reciclagem de resíduos orgânicos”.
O projeto
Os selecionados participaram de oficinas de compostagem receberam kits com uma composteira, minhocas, manual e acessórios. Após dois meses de prática, foram novamente convidados a participar de oficinas de pequenos plantios urbanos, para aprenderem a utilizar os compostos produzidos. Em seis meses, mais de 250 toneladas de resíduos orgânicos foram compostadas. De acordo com a Morada da Floresta – uma das entidades parceiras da Prefeitura na realização do projeto -, apenas 47
residências (2,3%) desistiram de participar. Ainda segundo a empresa, 1.535 munícipes responderam às três pesquisas realizadas para avaliar os resultados. Desse total, 97% declararam-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a técnica; 98% disseram acreditar que é uma boa solução para o tratamento de resíduos orgânicos da cidade; e 86% afirmaram ser fácil praticar.
Uma senhora recicladora
Aos 81 anos, dona Maria Cecília de Luna, ou apenas Lourdes de Luna – como prefere ser chamada – é uma referência no Jardim das Belezas,
Faça você mesmo: Produzindo uma composteira Materiais. - Furadeira - Brocas em três tamanhos (fina, média e 5/8) - Torneira (5/8) - Óculos - Caixa com três módulos e tampa * 15 litros para uma pessoa que não se alimenta muito em casa * 28 litros para duas pessoas que não se alimentam muito em casa * 39 litros para quatro pessoas que não se alimentam muito em casa * 60 litros para seis pessoas que não se alimentam muito em casa Use a broca média para fazer furos embaixo das duas caixas superiores. Os furos devem estar equidistantes em média três dedos. Com a broca mais fina, abra pequenos orifícios ao redor da tampa, que irão garantir a oxigenação dos resíduos. Com a broca maior, fure a caixa inferior,
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onde será encaixada a torneira. Essa caixa coleta o líquido que escorre dos resíduos orgânicos, também chamado de biofertilizante líquido. Depois de acoplar a torneira, por onde você poderá colher o fertilizante líquido, a parte estrutural da composteira está pronta. Materiais para a compostagem: - Serragem (de madeira sem tratamento), folhas, grama, palha secas - Terra preta - Minhocas Nas duas caixas digestoras (a superior e a do meio), adicione cinco centímetros de terra Depois, coloque as minhocas até cobrir toda a superfície Descarte apenas os resíduos recomendados abaixo: - frutas, legumes, verduras, grãos e sementes
- saquinhos de chá, erva de chimarrão, borra de café e de cevada (com filtro) - sobras de alimentos cozidos ou estragados (sem exageros) e cascas de ovos - palhas, folhas secas, serragem, gravetos, palitos de fósforo e dentais, podas de jardim - papel toalha, guardanapos de papel, papel de pão, papelão, embalagem de pizza e papel jornal Depois de pronta, a composteira
deve ficar em local protegido do sol e da chuva. Dispense o resíduo orgânico na caixa digestora de cima, sempre o cobrindo com material vegetal seco, como a serragem. Assim que ela encher, coloque-a no meio do sistema, e passe a jogar os resíduos na outra caixa. Utilize o líquido que fica na caixa de baixo para borrifar e/ou regar as plantas. (Fonte: www.moradadafloresta.org.br)
bairro da zona sul de São Paulo. Ela foi uma das escolhidas para fazer parte do projeto da Prefeitura de compostagem doméstica. “Resto de frutas e de verduras, só isso [que põe na composteira]. Casca de ovo e pó de café, também. Não pode por laranja e nem nada com pimenta. Junto em uma vasilha e misturo com serragem, ponho lá e cubro com outra serragem. E esse cuidado é para não entrar mosca nem entrar lava” conta ela sobre o processo de cuidar da composteira. Além disso, o recipiente que recebe os alimentos orgânicos, deve ficar protegido do sol e da chuva. Dona Lourdes destaca que antes mesmo do projeto de compostagem da Prefeitura, ela já separava o seu lixo entre “seco e úmido”, juntava papel, latas de alumínio, e objetos de plástico e levava para o Centro Educacional Unificado (CEU) próximo a sua residência e depositava em containers. “Separo as coisas e tenho o cuidado de preservar o meio ambiente e se tenho que preservar eu começo pela minha casa”, destacou. A composteira da dona Lourdes gera adubo para que ela possa cuidar da pequena horta que tem em casa e no CEU, além de poder vender o “chorume” ou adubo liquido o composto líquido é o excesso de líquido presente nos alimentos, que por sua vez, é rico em nutrientes e sais minerais. Trata-se de um adubo natural, de fácil utilização e fácil absorção pelas plantas. Na horta que tem em casa, dona Lourdes produz couve, coentro, rúcula e outras verduras para seu consumo. Já a horta que mantém no CEU é para um projeto que desenvolveu com as professoras, para ensinar os alunos a cultivarem verduras e legumes e depois preparar alimentos simples, como bolos e saladas, por exemplo. (Com informações da Prefeitura de São Paulo) Mais informações: www.moradadafloresta.org.br e www.compostasaopaulo.eco.br
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22 a 28 de julho de 2015 | www.arquidiocesedesaopaulo.org.br