Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 60 | Edição 3066 | 27 de agosto a 2 de setembro de 2015
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pme aprovado Medalha São Paulo Apóstolo: reconhecimento a quem estimula sem gênero e dinamiza a Arquidiocese Luciney Martins/O SÃO PAULO
Após especial mobilização de famílias e grupos católicos, o Plano Municipal de Educação (PME) da cidade de São Paulo foi aprovado na terça-feira, 25, na Câmara paulistana, sem expressões indicativas da ideologia de gênero. O texto final, um substitutivo proposto em acordo com o governo municipal e as lideranças dos partidos, prevê o acréscimo de 2% ao total das verbas arrecadadas pelo Município a serem investidas na educação, além da diminuição do número de alunos no ensino básico infantil, de 29 para 25 por sala de aula.
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Nostra Aetate: valorização do diálogo ecumênico e com as religiões não cristãs Cardeal Odilo Scherer fala sobre declaração conciliar Nostra Aetate – sobre a Igreja e as religiões não cristãs, publicada pelo Papa Paulo VI em 1965. Passados 50 anos do Documento, as perspectivas para o diálogo da Igreja com outras religiões aumentaram. Página 11 Luciney Martins/O SÃO PAULO
Premiados com a Medalha São Paulo Apóstolo posam para foto junto ao Cardeal Odilo Scherer, na terça-feira, 25, no Mosteiro de São Bento
“Instituímos a Medalha São Paulo Apóstolo, da Arquidiocese de São Paulo, para que as boas obras suscitadas pela fé deem ainda mais luminoso testemunho do Evangelho diante dos homens e estes glorifiquem o Pai do céu”, afirmou o Cardeal Scherer,
arcebispo metropolitano, na solenidade de entrega da Medalha, na terça-feira, 25, no Mosteiro de São Bento. Além dos condecorados em dez categorias – Luiza Erundina, Cônego Luis Geraldo Mello, Padre Patrick Clarke, Dalmo Dallari, Padre Andrés Gustavo
Marengo, Luiz Antônio Souza Amaral, Padre Julio Lancellotti, Coro Luther King, rádio Jovem Pan e Amparo Maternal -, a leiga consagrada Ruth Maria recebeu menção honrosa pelos 30 anos de atuação na Arquidiocese. Página 23
Cardeal Aviz é saudado por religiosa em SP
Encontro com o Pastor
A presença e a atuação da Igreja nas metrópoles
Educação e as atitudes simples colaboram no cuidado com o meio ambiente Página 22
Página 3
Missão na Amazônia
2 diáconos terão um mês de vivência missionária Página 13
Missa com catequistas
Cardeal Scherer agradece aos ‘pedagogos da fé’ Página 13
Manifestações em SP
Prioridade é por mudança na política econômica Página 14
Conferência de Saúde Em SP, 7 mil pessoas sugerem rumos ao SUS
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Testemunho e vocação
Dom Sergio de Deus, há 3 anos na Arquidiocese Página 20
Consagrados são parte do povo de Deus, afirma Cardeal Aviz em visita a São Paulo A Catedral da Sé ficou lotada, no dia 19, para o encontro dos religiosos, religiosas e consagrados com o prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Cardeal João Braz de Aviz. Ele que lembrou que Evangelho, profecia e esperança são palavras-chave neste Ano da Vida Consagrada. Página 12
2 | Ponto de Vista |
27 de agosto a 2 de setembro de 2015 | www.arquisp.org.br
Editorial
Catequista, guardião e anunciador da memória de Deus
T
odos lembramos com imenso carinho e gratidão daquelas pessoas que dedicaram parte de seu tempo a nos ensinar e formar. Quem, por exemplo, se esquece daqueles que lhes ensinaram as primeiras letras do alfabeto, a fazer as primeiras contas, a desenhar ou cantar? E como não se lembrar daquelas pessoas abençoadas que ajudaram a gerar em nossos corações a fé, ensinando-nos os significados das orações que já havíamos aprendido em casa, contando-nos as histórias da Sagrada Escritura, dando vida em nossas imaginações aos grandes personagens da Bíblia – Adão e Eva, Abraão, Moisés, os profetas até chegar a Je-
sus, revelando através deles o drama do pecado, por um lado, e o infinito amor de Deus, por outro? Pessoas fantásticas que assumiram como parte da missão de suas vidas ensinar-nos tudo sobre a bondade dos mandamentos de Deus, a introduzir-nos na vida sacramental, de modo especial, na Eucaristia, a descortinar para nós o significado das parábolas de Jesus descritas nos Evangelhos, enfim, em transmitir-nos esse verdadeiro patrimônio de verdades da qual a Igreja é depositária e que se chama Catecismo da Igreja Católica. A Igreja homenageia em agosto os catequistas e neles, a todas aquelas pessoas que na Igreja assumem em primeira pessoa a tarefa de instruir os
demais nas verdades de fé. Nos dizeres do Papa Francisco, o catequista “é aquele que guarda e alimenta a memória de Deus; guarda-a em si mesmo e sabe despertá-la nos outros.” Enquanto guardião da memória de Deus, o catequista conhece e interioriza toda a história da salvação como uma história que também é sua. Em outras palavras, é consciente de que todas as ações de Deus em favor da redenção humana dizem respeito a si. Interioriza essa história a partir de uma experiência pessoal que faz do encontro com Cristo e, assim, se torna “uma pessoa de fé”. Enquanto agente que desperta a memória de Deus nos outros, o catequista sabe que não existe verdadeiro
amor a Deus que não o remeta a amar o outro e de forma especial, ao outro que sofre, que necessita, que espera. E põe-se, primeiro com o testemunho de vida e depois com as palavras, a anunciar. Ao falar a um grupo de catequistas reunidos na Praça de São Pedro em 2013, o Papa Francisco ofereceu uma ideia bastante clara da missão dos catequistas: “O catequista é precisamente um cristão que põe a memória de Deus a serviço do anúncio: não para dar nas vistas, nem para falar de si, mas para falar de Deus, do seu amor, da sua fidelidade. Falar e transmitir tudo o que Deus revelou, isto é a doutrina na sua totalidade, sem cortar, nem acrescentar”.
Opinião
Compartilharmos nossas esperanças mais do que a nossa indignação Arte: Sergio Ricciuto Conte
Marcos Gregório Borges O Brasil vive uma gravíssima crise política, com um dos maiores escândalos de corrupção de nossa história. O País atravessa uma recessão econômica, tendo que suportar um duro ajuste fiscal. Entretanto, talvez nos cause maior perplexidade vermos o governo e o Congresso Nacional, diante deste difícil cenário, travarem uma terrível queda de braço por poder, em que os interesses pessoais se sobrepõem ao bem comum. Diante dessa situação, nos sentimos indignados, queremos fazer alguma coisa, desejamos que algo aconteça, que justiça seja feita. Assaltam-nos perguntas do tipo: O que temos que fazer? O impeachment é a solução? E a reforma política? Precisamos de novas lideranças, mas onde elas estão? Afinal de contas, qual é o meu papel em tudo isso? Eu posso fazer alguma coisa? E o que eu fizer, vai resolver alguma coisa? As manifestações contra o governo, no domingo, 16 de agosto, mesmo que não tenham sido tão grandes como as de 15 de março, foram um sinal claro de insatisfação popular. Mas essa insatisfação já se tornou evidente nas pesquisas de opinião pública, nas conversas informais ou nas análises políticas. Podemos dizer que as pessoas vivem um momento em que compartilham sua indignação, que se manifesta das formas mais diversas. Mas a indignação por
si mesma não é capaz de construir nada. Quando levada ao extremo, ela pode gerar a desesperança, à medida que nos faz acreditar que não há uma luz no fim do túnel. O Papa Bento XVI, na encíclica Spe salvi, nota que a esperança não é um olhar ilusório sobre o futuro, mas o reconhecimento de algo já presente e que tende a crescer. Ela nasce de experiências humanas concretas que são construtoras de humanidade, que
renovam em nós a alegria de sermos humanos: uma mãe, que em meio a uma situação social desfavorável é capaz de educar e criar o seu filho com todo carinho e amor, dando a ele a esperança de um futuro melhor; um profissional, que realiza o seu trabalho da melhor maneira possível porque sabe que existe outra pessoa que necessita do fruto do seu trabalho; um militante que se esforça para servir ao bem comum.
Quando vivemos e compartilhamos essas experiências, por mais simples que sejam, percebemos que a vida vale a pena e encontramos o sentido da caminhada. Essas pequenas experiências precisam, sem dúvida, de encontrar formas políticas de se expressarem, mas são fundamentais para que não nos percamos em jogos de poder e discursos ideológicos que não constroem a novidade que prometem. Neste tempo, somos convidados a compartilhar a nossa esperança, permitindo que ela nos vincule uns aos outros à medida que reconhecermos a humanidade na experiência do outro, construindo uma unidade em torno de uma mesma esperança compartilhada. Dessa experiência surge naturalmente um anseio comum por participação na construção de algo novo, e é nesse momento que as verdadeiras mudanças podem acontecer. Não se trata de, ingenuamente, negar as dificuldades da realidade, mas de perceber na vida compartilhada os sinais que nos indicam por onde sair da crise. A força do povo não pode nascer de discursos ideológicos, que mais cedo ou mais tarde se mostram ilusórios, mas da partilha dos gestos concretos de construção de uma nova realidade. Por isso, compartilhemos as nossas esperanças mais do que a nossa indignação. Marcos Gregório Borges é filósofo e um dos fundadores do Grupo Coração Novo para um Mundo Novo, dedicado ao trabalho integrado entre movimentos e novas comunidades na perspectiva de uma maior presença cristã na vida pública.
As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.
Semanário da Arquidiocese de São Paulo
Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator chefe: Daniel Gomes • Reportagem: Cônego Antônio Aparecido Pereira, Edcarlos Bispo, Filipe David, Nayá Fernandes e Renata Moraes • Institucional: Rafael Alberto e Fernando Geronazzo • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Secretaria de Redação: Djeny Amanda • Assinaturas: Ariane Vital • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Revisão: Maria Aparecida Ferreira • Impressão: S.A. O ESTADO DE S. PAULO • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.
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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo
A
reflexão sobre a presença e a atuação da Igreja nas metrópoles é o motivo principal da visita, ao Brasil, do cardeal Lluis Martínez Sistach, de Barcelona. Como arcebispo da bela e vibrante capital da Catalúnia, ele tem promovido diversos encontros teológico-pastorais sobre o tema; também no Rio de Janeiro, participou recentemente de um encontro de bispos de grandes cidades brasileiras. Em São Paulo, de 28 a 30 de agosto, ele tratará do tema em diversos momentos: dia 28, com a comunidade acadêmica da Faculdade de Teologia da PUC-SP; dia 29, com os agentes de pastoral da Arquidiocese, de maneira geral; ainda no dia 29, celebrará na paróquia pessoal Nossa Senhora de Guadalupe, no Glicério (igreja Nossa Senhora da Paz), onde terá um contato com a realidade das migrações em São Paulo, especialmente, com a comunidade hispano-americana. Uma das características marcantes das metrópoles é, justamente, a mobilidade de sua população e isso envolve também a vida e a missão da Igreja. Tradicionalmente, nas áreas rurais ou nas cidades pequenas, a população faz referência a uma capela ou igreja, em lugar bem conhecido; desses lugares, com os quais a comunidade local tem fortes laços, irradiam o atendimento pastoral e os serviços de evangelização. Diversamente nas metrópo-
Testemunhas do amor de Deus na metrópole les: as pessoas movem-se muito em função do trabalho, do lazer, do comércio e dos diversos interesses que movem a vida. Com frequência, até preferem ficar em completo anonimato em relação ao lugar de sua residência e de sua vida privada, com os quais os laços podem ser inexistentes ou apenas superficiais. Os lugares de referência para a vida “fora de casa” podem estar bem distantes do endereço de residência. Gostemos ou não, isso faz parte da lógica da cidade e precisa ser levado em consideração também no que se refere à vida religiosa e à ação pastoral. Se é verdade que o anúncio do Evangelho e a sua acolhida com fé devem levar à convivência fraterna com todos, não devem ser descuidados alguns fatores da vida urbana que podem contribuir para a maior eficácia da evangelização. Se é importante que os discípulos de Cristo tenham relações comunitárias com as pessoas fisicamente mais próximas, é preciso lembrar que o endereço da residência, muitas vezes, é apenas o lugar do refúgio na vida privada, que também é necessário na vida urbana. A ação evangelizadora da Igreja precisa, então, encontrar lugares, modos e momentos que se insiram na lógica da cidade, como as relações de trabalho e ocupação profissional, de responsabilidades sociais e tantas outras. Refiro-me, por exemplo, à necessidade de desenvolver serviços de evangelização nos locais de grande fluxo de pessoas. As igrejas situadas perto das estações de metrô ou dos terminais do trans-
porte urbano podem atender a milhares de “peregrinos urbanos”, que passam todos os dias diante de suas portas; de maneira semelhante, as crianças e jovens dos nossos bairros, geralmente, não adentrarão as portas das nossas igrejas e expedientes paroquiais durante semanas e até meses; mas poderão ser encontrados todos os dias, aos milhares, nas escolas, colégios e centros de estudos espalhadas pela cidade... O pároco, geralmente, não terá muito contato com os doentes no território de sua paróquia; mas eles poderão ser encontrados em hospitais de outros bairros, até bem distantes da sua igreja matriz; e as pessoas enlutadas pelo falecimento de algum membro da família poderão ser encontradas, de preferência, nos locais de velório, nos cemitérios ou crematórios... Por vezes, na paróquia, há realidades que parecem ir além das competências do pároco e das organizações pastorais locais, como os grandes hospitais, as prisões e instituições semelhantes. A metrópole nos desafia a pensar de forma criativa e dinâmica a presença e a ação evangelizadora e pastoral da Igreja, para estarmos plenamente inseridos na “lógica da cidade”. O Papa Francisco, na Exortação Evangelii gaudium, sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual, aponta para a necessidade de levar “a alegria do Evangelho” a todos, em todas as situações. Cabe aos discípulos de Cristo testemunhar, com alegria, o amor de Deus nos ambientes complexos da metrópole.
| Encontro com o Pastor | 3 Bispos de grandes cidades Gustavo de Oliveira/Arquidiocese do Rio de Janeiro
Na segunda-feira, 24, aconteceu, no Rio de Janeiro, o encontro “Grandes cidades: desafios para a unidade e a paz”. Durante todo o dia, cerca de 40 bispos de grandes metrópoles brasileiras, recepcionados pelo Cardeal Orani Tempesta, arcebispo local, estiveram junto ao Cardeal Lluís Martínez Sistach, arcebispo de Barcelona, que proferiu duas palestras. O Cardeal Sistach reforçou que a missão da Igreja é interpelada a evangelizar, em anunciar Jesus até os extremos confins da terra como “um aspecto essencial” da vida cristã. Participante do encontro, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, disse que tem se procurado ser uma Igreja em saída, como exorta o Papa Francisco, “mas é evidente que encontramos dificuldades porque é toda uma mudança de mentalidade, o que em Aparecida é chamado de conversão pastoral, que é necessária. Como o Papa diz: uma conversão missionária necessária”. Entre os dias 28 e 30, o Cardeal Sistach terá atividades na Arquidiocese de São Paulo, entre as quais a participação da reunião ampliada do Conselho Arquidiocesano de Pastoral (CAP), no sábado, 29, às 8h30, na Fapcom; missa na Igreja Nossa Senhora da Paz, no mesmo dia, às 19h, e na Catedral, no domingo, 30, às 11h.
Missa no Seminário Redemptoris Mater Seminario Redemptoris Mater
O Cardeal Scherer, arcebispo metropolitano, presidiu na sexta-feira, 21, missa no Seminário Missionário Arquidiocesano Internacional Redemptoris Mater São Paulo Apóstolo, durante a qual foram instituídos no ministério de Leitor os seminaristas Nicolò Stauble (Itália) e Ignácio Torres Julián (Espanha). (Daniel Gomes – com informações da Arquidiocese do Rio de Janeiro e do Seminário Redemptoris Mater)
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4 | Papa Francisco |
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27 de agosto a 2 de setembro de 2015 | www.arquisp.org.br
o domingo, 23, concluiu-se a leitura do capítulo 6º do Evangelho de João, chamado de discurso sobre o pão da vida. E o Papa Francisco, na reflexão que antecedeu a oração do Ângelus, às 12h, após relembrar todo o capítulo que parte da multiplicação dos pães e da exortação de Jesus à multidão a procurar um pão que saciasse plenamente o coração humano, refletiu sobre a decepção que o Senhor provocou quando afirmou que ele é o Pão que desceu do céu e que daria sua carne como alimento e seu sangue como bebida, numa alusão ao seu sacrifício na cruz. A multidão e muitos discípulos acharam indignas e duras essas palavras. Não eram palavras dignas de um Messias, entenderam eles. Para Francisco, os discípulos entenderam bem o discurso de Jesus e por essa razão não quiseram escutá-lo. “As palavras de Jesus sempre nos colocam em crise, por exemplo diante do espírito do mundo, do mundanismo. Mas só Jesus oferece a chave para suportar as dificuldades, composta por três elementos: “Primeiro, a sua origem divina. Ele desceu do céu e subirá para onde estava antes; Segundo, as suas palavras só podem ser compreendidas por meio da ação do Espírito Santo, aquele
Fazer de Jesus o centro, o sentido de nossa vida! que dá a vida; Terceiro, a verdadei- vida por mim e caminha comigo?” ra causa da incompreensão de suas A bateria de perguntas que palavras é a falta de fé entre vocês e Francisco coloca é um convite a alguns que não acreditam”. uma revisão de vida: “Para você, Segue a confissão de Pedro, quem é Jesus? Você está com Jesus? “Senhor, a quem iremos? Tu tens Você tenta conhecê-lo na sua Palapalavras de vida eterna”. Francis- vra? Lê o Evangelho? Todos os dias co salienta que “ele não diz “aonde uma passagem do Evangelho para iremos?”, mas “a quem iremos?”. O conhecer Jesus? Carrega um peproblema básico não é ir e deixar a queno Evangelho no bolso, na bolobra iniciada, mas é a quem ir” por sa, para lê-lo em qualquer lugar? que “fidelidade a Deus é uma ques- Porque quanto mais estamos com tão de fidelidade a uma pessoa, com Ele, mais cresce o desejo de permaa qual se une por caminhar junto necer com Ele.” na mesma estrada. E essa pessoa é Jesus.” Quem é Jesus para mim? Nada no mundo satisfaz a nossa fome É um nome, uma ideia, de infinito, continua apenas uma figura Francisco. “Preci- histórica? Ou é realmente samos de Jesus, de aquela pessoa que me ama, estar com Ele, de que deu a sua vida por mim nos alimentar à sua e caminha comigo? mesa, das suas palavras de vida eterna!” E o Papa exorta a fazer de Jesus “o Após um pequeno silêncio pecentro, o sentido da nossa vida”. Ele dido pelo Papa para que cada um é pão vivo, “o alimento essencial”. dos peregrinos se fizesse a pergunTrata-se de relacionamento de ta “quem é Jesus para mim”, o Ponfé “profundamente livre”, que não tífice concluiu invocando Maria a acorrenta. Francisco, então, ques- ajudar a todos a “ir sempre a Jesus tiona a todos a se perguntarem: para experimentar a liberdade que “Quem é Jesus para mim? É um Ele nos oferece, e que nos permita nome, uma ideia, apenas uma figu- limpar nossas escolhas das sujeiras ra histórica? Ou é realmente aquela mundanas e dos medos”. pessoa que me ama, que deu a sua (Por Padre Cido Pereira)
Entre os fiéis L’Osservatore Romano
Entre os participantes da missa em memória de São Pio X, na sexta-feira, 21, esteve o Papa Francisco. O Santo Padre já estava em oração diante do altar de São Pio X desde cedo e, quando teve início a missa, presidida pelo Monsenhor Lucio Bonora, colaborador da Secretaria de Estado da Santa Sé, ficou e dela participou, colocando-se na fila dos fiéis para receber a comunhão. “Vim só para rezar diante dos restos mortais de Pio X, porque já tinha celebrado a missa bem cedinho, mas depois, vi que vinhas celebrar a este altar e, então, fiquei”, disse Francisco ao final da celebração.
Oferta para refugiados na Jordânia O Santo Padre enviará 68 mil euros aos necessitados, entre crianças e famílias de refugiados que estão atualmente na Jordânia – essas são as faixas mais sensíveis atingidas pelo conflito no Oriente Médio. Essa quantia foi arrecadada no pavilhão da Santa Sé na Expo 2015, em Milão, no norte da Itália. Desde o início da exposição internacional até a semana passada, 690 mil pessoas visitaram o espaço católico. Só no mês de agosto, segundo os responsáveis, mais de 200 visitantes conheceram o pavilhão.
Caminhada ao encontro do Papa Cem mulheres vão caminhar 100 milhas (160 km) para pedir ao Papa, em sua visita aos Estados Unidos, que eleve a voz em favor dos imigrantes. Originárias de El Salvador, Honduras e México, elas querem ajuda no sentido de frear as deportações, impedir a separação de famílias e acabar com a discriminação que sofrem no País. A peregrinação começará em 15 de setembro, no Estado da Pensilvânia e chegará ao Congresso, em Washington, em 22 de setembro, para celebrar, no dia seguinte, uma vigília de oração que coincidirá com os primeiros dias da visita do Papa, entre 22 e 27 de setembro. (Por Fernando Geronazzo)
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Espiritualidade
Vocacionados à santidade Dom Eduardo Vieira dos Santos
N
Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé
o mês de agosto, tivemos oportunidade de lembrar e refletir sobre as diferentes vocações na Igreja. Foram lembrados os ministérios ordenados (episcopado, presbiterado e diaconato), a vocação para constituir família, os vocacionados à vida religiosa e os chamados aos ministérios não ordenados (catequistas, ministros extraordinários da Eucaristia e todas pessoas inseridas em outras tantas pastorais ou serviços da comunidade eclesial). Todas as vocações na Igreja têm o objetivo de tornar a comunidade dos discípulos e missionários de Jesus Cristo lugar de comunhão e de fraternidade. Além dessas vocações, existe uma vocação que é o denominador comum de todas as vocações: a vocação à santidade. Hoje se fala pouco em santidade, mas essa é a vocação de todo cristão e cristã. Todos nós somos chamados à santidade em virtude de nosso Batismo. Os seguidores de Jesus, por meio do Batismo, se tornaram verdadeiros filhos de Deus e participantes da natu-
reza divina; e por essa razão, verdadei- escravizam e tiram o sono, e também ramente santos e santas (cf. LG 40). melhorará nossos relacionamentos. Essa semente ao ser semeada no coraOs meios de santificação são coloção de cada homem e de cada mulher cados à nossa disposição por meio dos deve produzir frutos que permaneçam sacramentos e da Palavra de Deus. Nós para a vida eterna. Temos a certeza de cremos na força transformadora da que não nos faltará a graça de Deus Palavra de Deus e da Eucaristia. nessa empreitada, graça esta que não Cabe aqui lembrar a exortação que dispensa o nosso esforço, a nossa par- São Paulo faz à comunidade de Filipos: ticipação, como manifestação da nossa “Tende em vós os mesmos sentimenvontade, o nosso querer. Queremos tos de Cristo Jesus” (Fl 2,5). Eis a chave ser santos? Já é um bom começo. Pe- da santidade. Se quisermos conhecer dimos a Deus o dom da santidade? É os sentimentos de Jesus Cristo, é preum passo a mais. O que importa é a santidade, Todos nossos pensamentos e se existe alguma pree nossas ações devem ser cedência entre os cristãos, essa é a santidade. informados pelo amor e se Como homens e assim for nossa vida melhorará, mulheres de fé, nós porque nos libertaremos encontraremos alegria, de muitos ídolos que nos felicidade e paz por escravizam e tiram o sono meio de um processo de nossa santificação que compreen- ciso ler os Evangelhos, praticar os seus de amar a Deus sobre todas as coisas ensinamentos de nos amarmos uns e ao próximo, por causa Dele, como aos outros. a nós mesmos. Sim, amar o próximo Alegramo-nos com a Igreja que aupor causa de Deus. “Deus é amor e toriza, a cada ano, a inscrição de novos aquele que permanece no amor per- beatos e beatas, santos e santas no seu manece em Deus e Deus nele” (1Jo calendário santoral, mostrando, assim, 4,16). O amor está por trás de todos que a santidade não é coisa impossível, os meios de santificação e só se chega mas que cada um pode se santificar nos à santidade pelo amor. Todos nossos vários estilos de vida e no exercício de pensamentos e nossas ações devem diferentes profissões. Lembremo-nos ser informados pelo amor e se assim de que é com o nosso testemunho que for nossa vida melhorará, porque nos nós transformamos o mundo, também libertaremos de muitos ídolos que nos chamado à perfeição.
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Fé e Cidadania O Enem, a família e o poder público segundo a Doutrina Social da Igreja Padre Sancley Lopes Gondim
Os dados do Enem de 2014 mostram piora na média dos colégios com alunos mais ricos e melhora naqueles com os de baixa renda. A notícia, porém, traz um alerta: “mas ainda há um abismo”, pois “para o governo federal, o contexto social dos estudantes é o fator que mais influencia o desempenho escolar”. Os últimos dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) apontam que o ensino médio não tem melhorado. Há necessidade de uma boa gestão escolar para melhorar as chances de acesso à universidade por estudantes com baixas condições sociais (Folha de S.Paulo, 06/09/2015). A Doutrina Social da Igreja defende a escola para todos (Gaudium et Spes, 60), e o São João Paulo II o reafirma na “Carta da Família”, (16). O “Compêndio da Doutrina Social da Igreja” recorda que o mesmo Pontífice sintetizou os direitos humanos num elenco: «o direito à vida...; o direito a fundar uma família e a acolher e educar os filhos, exercitando responsavelmente a sua sexualidade” (nº 155). E completa: “Com a obra educativa, a família forma o homem para a plenitude da sua dignidade pessoal, segundo todas as suas dimensões, inclusive a social”. A família constitui, efetivamente, “uma comunidade de amor e de solidariedade, insubstituível para o ensino e a transmissão dos valores culturais, éticos, sociais, espirituais e religiosos, essenciais para o desenvolvimento e bem-estar de seus próprios membros e da sociedade”. Exercendo a sua missão educativa, a família contribui para o bem comum e constitui a primeira escola das virtudes sociais, de que todas as sociedades necessitam. As pessoas são ajudadas, em família, a crescer na liberdade e na responsabilidade, requisitos indispensáveis para se assumir qualquer tarefa na sociedade. Com a educação, ademais, são comunicados, para serem assimilados e feitos próprios por cada um, alguns valores fundamentais, necessários para ser cidadãos livres, honestos e responsáveis (238). A família tem um papel de todo original e insubstituível na educação dos filhos. O amor paterno e materno, colocando-se ao serviço dos filhos para extrair deles (“e-ducere”) o melhor de si, tem a sua plena realização precisamente na tarefa educativa (239). E mais: “As autoridades públicas devem assegurar que «se distribuam as subvenções públicas de modo tal que os pais sejam verdadeiramente livres para exercer o seu direito, sem ter de suportar ônus injustos... Deve-se, portanto, considerar uma injustiça negar a subvenção econômica pública às escolas não estatais que dela necessitem e que prestam um serviço à sociedade civil” (241). Portanto, é imprescindível que haja parceria e colaboração entre a família, a escola e o poder público para a educação integral de todas as crianças e jovens.
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Liturgia e Vida
Você Pergunta
22º DOMINGO DO TEMPO COMUM 30 DE AGOSTO DE 2015
Um povo que nasce da Palavra ANA FLORA ANDERSON
A antífona de entrada deste domingo volta à reflexão fundamental da fé: nosso Deus é compassivo, misericordioso, bom e clemente. Por essa razão, a oração do dia pede que Ele derrame em nós o seu amor e em nós alimente tudo que é bom. A primeira leitura (Deuteronômio 4, 1-2.6-8) apresenta Moisés explicando que o povo recebeu o grande dom da aliança com Deus e deve viver segundo essa aliança. A sabedoria do povo vem da vivência de tudo que Deus lhe revelou. O importante é viver a Palavra que Deus nos revela porque é uma fonte de sabedoria. No Evangelho (Marcos 7, 1-8.14-15.21-23), Jesus aprofun-
da a revelação, ensinando que a observância da aliança com Deus deve vir do coração. A impureza e o afastamento de Deus surgem do interior da pessoa. As más intenções, as maldades, a inveja e o orgulho são pecados que nascem do nosso espírito interior. A segunda leitura (Tiago 1, 17-18.21-22.27) revela que Deus nos gerou como seu povo pela Palavra da Verdade. Nós devemos receber a Palavra de Deus com um coração pobre, livre e aberto, que nos transforma de ouvintes da Palavra a praticantes. Tiago ensina que a religião pura que agrada a Deus consiste em assistir os órfãos e as viúvas e não sermos contaminados pelo egoísmo do mundo.
Atos da Cúria NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL Em 6 de agosto de 2015, foi nomeado Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Loreto, da Região Episcopal Santana, Setor Pastoral Medeiros, o Revmo. Pe. Euripes Alves de Oliveira, OSJ. Em 21 de agosto de 2015, foi nomeado Vigário Paroquial “ad nutum episcopi” da Paróquia Santíssima Trindade, da Região Episcopal Belém, Setor Pastoral São Mateus, o Revmo. Pe. Rodrigo Aguiar Freitas.
Serei condenada se pedir a alguém que acabe com minha vida? padre Cido Pereira osaopaulo@uol.com.br
Ela assinou apenas como “Maria”. E vejam o que ela me diz: “Padre, sofro desde criança, escuto vozes, tive várias vezes depressão, nunca estou bem, meu namorado acha que eu sou fraca, mas a minha depressão é muito forte. Estou tomando muitos remédios, fico sozinha. E nem posso falar para meus pais sobre essas coisas, pois eles são velhinhos e doentes. Meu pai é alcoólatra e minha mãe tem mal de Parkinson. Eu cresci com eles pedindo a própria morte. Agora sou eu que quero morrer. Eu rezo muito, amo a Deus e a todos, mas não aguento mais. Até o psiquiatra
me ignora. Será que vou para o inferno se pedir para alguém tirar minha vida, pois acredito na misericórdia de Deus e só ele sabe o que estou passando”. Maria, Maria. Vamos respirar fundo. Vamos olhar para os lados e ver o quanto somos importantes. Vamos dar alegria para seus velhos pais que de você precisam. Você precisa de mais coragem. Precisa de mais paciência. Precisa de mais amigos com quem você possa dividir a sua cruz. O psiquiatra ajuda? Colabore com ele. Você tem amigos? Se não tem, arranje! Sabe, Maria, quando a gente vai se fechando dentro da gente mesmo, vai dar no que está dando! Ouvindo vozes, pensando em autodestruição.
Não, Maria, não, não, não. Pense no quanto você é importante para seus pais. Pense na beleza da aventura que é viver e não deixe que esses problemas tomem conta de você. Por fim, minha irmã querida, eu quero que você tome consciência do quanto é amada por Deus. E é amada do jeitinho que você é, com seus problemas, com suas cruzes, com as dificuldades que você conta. Não importam os problemas. Importa que você é amada de Deus. Experimente esse amor e descubra as saídas para o seu problema. Eu disse saída e não fuga. Eu disse mudar o estilo de vida e não acabar com a vida. E saiba que tem um velho padre aqui orando por você.
EDITAL DE CONVOCAÇÃO A FUNDAÇÃO METROPOLITANA PAULISTA, convoca seus membros diretores para a assembleia ordinária a realizar-se no dia 11 de setembro de 2015, às 14h, em sua sede à Avenida Higienópolis, 890, sala 16, São Paulo, SP, em primeira chamada com todos os diretores presentes, e, às 14h30, em segunda chamada, com os que estiverem presentes. A assembleia terá como pauta: 1 - assuntos ordinários da “Rádio 9 de Julho”; 2 – assuntos ordinários do Jornal “O SÃO PAULO”; 3 – outros assuntos. São Paulo, 27 de agosto 2015. O Presidente
Para assinar O SÃO PAULO: Escolha uma das opções e a forma de pagamento. Envie esse cupom para: FUNDAÇÃO METROPOLITANA PAULISTA, Avenida Higienópolis, 890 São Paulo - SP - CEP 01238-000 - Tel: (011) 3666-9660/3660-3724
ASSINATURA SEMESTRAL: R$ 45 ANUAL: R$ 78 FORMA DE PAGAMENTO CHEQUE (Nominal à FUNDAÇÃO METROPOLITANA PAULISTA) DEPÓSITO BANCÁRIO Bradesco ag 3394 c/c44159-7 COBRANÇA BANCÁRIA
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Pastoral do Povo da Rua
11 anos do Massacre da Sé Luciney Martins/O SÃO PAULO
Ujucasp Juristas Católicos debatem redução da maioridade penal e ideologia de gênero Redação
osaopaulo@uol.com.br
Padre Julio lancellotti preside missa em frente a Catedral da Sé, com participação da população em situação de rua
No domingo, 23, o vigário episcopal para a Pastoral do Povo da Rua, Padre Julio Lancellotti, presidiu, em frente a Catedral, missa em memória dos 11 anos do Massacre da Sé. Participaram os membros das novas comunidades que possuem trabalhos com a população em situação de rua. O chamado Massacre da Sé
foi uma sequência de homicídios realizados no centro da cidade, de 19 a 22 de agosto de 2004. A investigação da polícia atribuiu as mortes ao tráfico de drogas no centro. Os suspeitos seriam comandantes de um esquema de segurança clandestino e os assassinatos teriam ocorrido porque alguns moradores de rua sabiam do envol-
vimento de PMs no esquema. Passados 11 anos, ninguém foi punido, julgado ou condenado. Após a celebração, cerca de cem pessoas, carregando o solidéu dado de presente pelo Papa Francisco à Pastoral do Povo da Rua, caminharam até a frente do Tribunal de Justiça, onde cobraram a devida investigação e apuração dos fatos.
| Pastorais | 7
Aconteceu na segunda-feira, 24, na Paróquia Nossa Senhora do Brasil, a assembleia da União dos Juristas Católicos da Arquidiocese de São Paulo (Ujucasp). Além da exposição das atividades da Ujucasp no primeiro semestre, os participantes discutiram temas como a questão da redução da maioridade penal e da ideologia de gênero. Ives Gandra da Silva Martins, presidente da Ujucasp, destacou a participação junto aos deputados do Congresso Nacional na discussão sobre o anteprojeto de lei que dispõe sobre as organizações terroristas. “Segundo o texto que está em análise no Congresso Nacional, seria equiparado a ato de terrorismo, dentro outros, o preconceito contra o gênero. A Ujucasp está se mobilizando para evitar que a defesa da família e dos valores cristãos possa ser interpretada, de acordo com a nova legislação que está sendo votada, como ato de terrorismo”, diz o relatório da assembleia ao qual
O SÃO PAULO teve acesso. Em relação à redução da maioridade penal, “todos foram unânimes e reconheceram que a criminalidade decorre, em sua maior parte, da deterioração da família e que o Estado não tem logrado êxito em recuperar aqueles que praticam crimes. Mencionou-se a necessidade de um sistema que permita a recuperação dos infratores de 16 a 18 anos”. Sobre a questão da ideologia de gênero, a assembleia considerou que “é lesiva à instituição familiar e tem por objetivo destruir a família como forma de aumentar a dependência do Estado”. Outros assuntos fizeram parte da pauta, como o lançamento do livro da Ujucasp, pela editora Noeses, que trata da imunidade constitucional das entidades religiosas; e a preparação de outro livro sobre ideologia de gênero, que será lançado provavelmente em 2016. Também se falou sobre a necessidade de que a Ujucasp se manifeste a respeito do julgamento no Superior Tribunal Federal que trata da descriminalização do uso da droga.
Conselho Missionário Regional
CEBs
35º Encontro Estadual acontece neste fim de semana
‘Precisamos ser boa notícia aos pobres’
De 28 a 30 de agosto, acontece, na Casa de Formação Madre Paulina, o 35º Encontro Missionário Estadual do Conselho Missionário Regional (Comire Sul 1). Segundo os organizadores, encontro tem como objetivo repensar a prática missionária a partir das dioceses e irradiar o entusiasmo da missão para as paróquias e comunidades, reafirmando o compromisso com a causa do Evangelho em vista do Reino.
Participarão do encontro os representantes dos Conselhos Missionários (Comidis) das dioceses paulistas; integrantes da Infância Missionária; o bispo referencial de Comire Sul 1, Dom Vicente Costa; o bispo referencial do Comiar, Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo na Região Santana; e a coordenadora de Comire Sul 1, Maria de Fátima da Silva.
Divulgação
No sábado, 22, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, reuniu-se com os integrantes do Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM), para tratar da atuação pastoral diante da realidade migratória na cidade.
Peterson Prates
Peterson Prates
Especial para O SÃO PAULO
O Centro Pastoral São José, no Belém, acolheu no sábado, 22, uma manhã de formação das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) da Arquidiocese de São Paulo. Com o tema “CEBs a serviço da evangelização nas periferias da cidade”, o encontro contou com a presença de representantes das seis regiões Padre Antônio Manzatto assessora encontro das CEBs, dia 22 episcopais e de dioceses vizinhas. te que se relaciona e se relaciona em fraterCom assessoria do Padre Antônio Man- nidade. Capacidade de solidariedade, estar zatto, professor de Teologia na PUC-SP e junto, estar ao lado dos pobres. O Sacerdote vigário na Paróquia São José, em Perus, os disse, ainda, que “precisamos ser boa notícia participantes refletiram sobre a pergunta: aos pobres, e a boa notícia aos pobres é algo “Pode alguma coisa boa vir de Nazaré?”, muito concreto e muito real”. presente no primeiro capitulo do Evangelho “Mudamos a periferia, a cidade, o País, de João. a Igreja, e depois cansamos”, disse ManzatO Padre Manzatto lembrou que Nazaré to, fazendo um retrospecto da CEBs. “Preera a periferia da Galileia e esta a periferia cisamos ver a realidade, julgá-la, vendo da Palestina. “CEBs como jeito de ser Igreja possíveis caminhos, e agir”. O Padre ainda [...] qual é o jeito de ser Igreja na periferia da lembrou ser preciso estar nas periferias geocidade? Comunidade. E comunidade é gen- gráficas e existenciais.
8 | Pelo Brasil |
27 de agosto a 2 de setembro de 2015 | www.arquisp.org.br
Plano Municipal de Educação (PME) é aprovado em São Paulo Entre as principais determinações estão a exclusão da ideologia de gênero, o aumento do financiamento da educação em 2% e a diminuição de alunos por sala de aula Michelino Roberto osaopaulo@uol.com.br
Os vereadores de São Paulo concluíram na terça feira, 25, a votação do Plano Municipal da Educação. O texto aprovado é um substitutivo proposto em acordo com o governo municipal e as lideranças dos partidos, e prevê o acréscimo de 2% (R$ 700 milhões) ao total de verbas arrecadadas pelo Município a serem investidos na educação. O novo Plano também determina a diminuição do número de alunos no ensino básico infantil, de 29 para 25 por sala de aula, e mantém a exclusão total da palavra “gênero”. De acordo com o vereador Ricardo Nunes (PMDB), que juntamente com Adilson Amadeu (PTB), Edir Sales (PSD), Eduardo Tuma (PSDB), Aurélio Nomura
(PSDB) e Abou Anni (PV), encampou a defesa da primazia do papel e do direito da família em educar seus filhos com liberdade de consciência frente ao Estado, no novo texto substitutivo foi garantido o combate a toda forma de discriminação sem, contudo, incluir a ideologia de gênero. Nunes apontou, ainda, como pontos positivos do substitutivo, elaborado em conjunto e aprovado, a inclusão da ampliação da oferta de vagas na educação infantil nas redes direta, indireta e conveniada. No entanto, o Parlamentar havia elaborado uma emenda para apresentar caso esse item não fosse incluído ao Plano
Municipal de Educação. “Ainda temos 120 mil crianças fora das creches e o substitutivo avança para possibilitar o atendimento dessas crianças”, disse o Vereador. O vereador Paulo Fiorilo (PT) afirmou em plenário que o texto “ainda não é o ideal, mas representa um avanço”. Na opinião do líder da bancada do PSDB, o vereador Andrea Matarazzo, a polarização da discussão sobre as questões de gênero foi prejudicial, na medida em que impediu que outros aspectos fossem mais discutidos, como, por exemplo, a proposta de oferecer aos alunos e professores programas de intercâmbio internacional.
Dos 48 vereadores que votaram o Plano, apenas Toninho Vespoli (Psol), Netinho de Paula (PDT), Juliana Cardoso (PT) e Claudio Fonseca (PPS) votaram, por razões diferentes, contra o texto substitutivo, que depende agora da sanção do prefeito Fernando Haddad (PT) para entrar em vigor. Uma vez que o texto substitutivo foi uma proposta articulada com o próprio governo, é provável que não sofrerá nenhum tipo de modificação.
Repercussão
A aprovação do PME foi celebrada como vitória por manifestantes de movimentos Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
Em frente à Câmara de São Paulo, católicos reafirmam não à ideologia de gênero no Plano Municipal de Educação
Lançada a versão brasileira do hino da JMJ 2016 A versão brasileira do hino da jornada mundial da juventude de 2016, que será em Cracóvia, na Polônia, foi lançada na semana passada, no Santuário Nacional de Aparecida, na sexta-feira, 21, durante o 8º encontro dos responsáveis diocesanos pela evangelização da juventude. A canção foi adaptada do polonês e é uma composição do Padre Zezinho e do Padre Joãozinho, da Congregação do Sagrado Coração de Jesus, a pedido da CNBB. Fonte: ACI (Redação: Filipe David)
cristãos, católicos e de outras denominações que, apoiados por seus líderes religiosos, se fizeram presentes nos dois turnos da votação com palavras de ordem como “respeito sim, gênero não” e “direito da família, educação que gera a vida”. Apesar das insistentes críticas da vereadora Juliana Cardoso, que classificou em plenário os manifestantes pró-família como “fundamentalistas”, o fato é que a presença destes ganhou força com diversas manifestações contrárias à ideologia de gênero, tanto por parte do Papa Francisco, como foi publicado no jornal O SÃO PAULO, quanto em nota oficial da própria CNBB. Na reunião dos líderes das bancadas, que antecedeu as votações, os vereadores estavam divididos em dois grupos: os que tendiam a discutir o plano substitutivo do governo na terça-feira, 25, e votá-lo no dia seguinte, e outros que desejavam a votação do mesmo dia. Como o presidente da Câmara, o vereador Antonio Donato (PT), havia se comprometido anteriormente em concluir as votações, os líderes negociaram a derrubada de todas em emendas em bloco para aprovarem o substitutivo tal e qual.
Enquete da Câmara foi manipulada O deputado federal Diego Garcia (PHS-PR) denunciou, em sessão plenária na quinta-feira, 20, a manipulação de dados ocorrida na enquete sobre a família feita pelo site da Câmara dos Deputados. A questão era: “Você concorda com a definição de família como núcleo formado a partir da união entre homem e mulher, prevista no projeto que cria o Estatuto da Família?”. Desconfiado da vitória do “não”, o deputado, em seu primeiro man-
dato, solicitou ao Centro de Informática (Cenin) da Câmara os dados sobre a enquete e descobriu que mais de 3 milhões de votos vieram de apenas 66 computadores e 1,6 milhão vieram de um único IP. Além disso, 122 mil votos foram computados num único dia para uma única opção na cidade de Guaranhuns (PE), que possui apenas 112 mil habitantes. O mesmo ocorreu na cidade de Nova Jersey, nos Estados Unidos, em que uma única
opção recebeu 60 mil votos em um único dia. O Deputado pediu que Câmara investigue o caso e coloque uma nota no site com o resultado real, isto é, considerando apenas um voto por computador, em que o “sim” ganha por 67% dos votos. O presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que o assunto será investigado e o resultado da investigação disponibilizado publicamente. Fonte: ACI (Redação: Filipe David)
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| Pelo Mundo | 9
Destaques das Agências Internacionais
Peru
Filipe David
osaopaulo@uol.com.br
Estados Unidos
Arcebispo de Lima é acusado de ‘plágio’ por citar papas sem usar aspas O Cardeal Juan Luis Cipriani, arcebispo de Lima, foi cortado do jornal El Comercio por ter, em um artigo, citado trechos de textos dos papas Bento XVI e Paulo VI sem usar aspas e fornecer as referências. O jornal afirmou que não publicará mais artigos do Cardeal, como é sua política em casos de plágio. O Cardeal afirmou que os documentos papais são patrimônio da Igreja Católica e não possuem direitos autorais e que as fontes foram omitidas por uma questão de espaço no texto final, porém, reconheceu o erro e desculpou-se. Dom Juan Luis tem sido uma das maiores vozes contrárias à agenda da cultura da morte, especialmente no que se refere ao aborto e ao “casamento” entre pessoas do mesmo sexo. No ano passado, ele escreveu um artigo em que denunciava a pressão de organizações internacionais sobre o Peru e a cumplicidade de parte da mídia a favor da cultura da morte e contra os valores peruanos tradicionais. Em uma emissão de rádio, o Cardeal assegurou que continuará “lutando na defesa da vida, pelo casamento entre um homem e uma mulher, pela família”. Fontes: La Croix/ The Telegraph
Idosa agredida pede orações por seus agressores Uma mulher de 76 anos foi agredida durante um roubo na Catedral de Omaha por dois ladrões. O vídeo, gravado pela câmera de segurança, circula na internet e provocou a indignação de dezenas de pessoas. Segundo o Padre James Netusil, ela está se recuperando na casa
de amigos e agradeceu pelas orações da comunidade, pedindo que rezem também por seus agressores. A polícia já prendeu um homem suspeito do ataque, que teria sido identificado pelo vídeo. Fonte: CNA
Síria Estado Islâmico destrói monastério de 1500 anos Catholic Herald
Monastério de Mar Elian, em Quaryatayn, antes de ser destruído pelo Estado Islâmico
Militantes do Estado Islâmico destruíram o Monastério de Mar Elian, em Quaryatayn. O Monastério fora construído há mais de 1500 anos. O nome do Monastério foi tomado de um mártir que morreu nas mãos de seu pai, um oficial romano, por não renegar a fé cristã. A igreja fora construída no local em que ele morreu e guardava suas relíquias em um pequeno sarcófago. Além de promover a destruição, desde a tomada da cidade, o grupo também já sequestrou 230 pessoas, das quais cem teriam sido transferidas para a sua “capital”, Racca, no centro-norte da Síria. Fontes: Catholic Herald/ Daily Mail/ BBC
República Centro-Africana
Nepal
Católico, protestante e muçulmano recebem Prêmio Sérgio Vieira de Mello
Escola jesuíta ajuda sobreviventes do terremoto a superar o trauma
O arcebispo de Bangui, Dom Dieudonné Nzapalainga; o presidente da Aliança Evangélica da República Centro-Africana, Nicolas Guérékoyame-Gbangou; e o presidente da Comunidade Islâmica Centro-Africana, o Imã Omar Kobine Layama receberam, no dia 19, o Prêmio Sérgio Vieira de Mello, por seus esforços no diálogo inter-religioso e
O terremoto que atingiu o Nepal neste ano, de 7,9 graus na escala Richter, matando 9 mil pessoas, foi seguido de diversos outros tremores menores, que contribuíram para aumentar ainda mais o medo e a ansiedade dos sobreviventes, principalmente entre as crianças. Por isso, uma escola jesuíta em Catmandu, a Escola São Xavier, tem promovido o aconselhamento e programas de orientação para alunos e
na promoção da paz. O Prêmio traz o nome do diplomata brasileiro que durante 30 anos trabalhou para a Organização das Nações Unidas, e é concedido a líderes que tenham se notabilizado por sua atuação para reconciliar comunidades em conflito e promover a paz. Fontes: Catholic Herald/ Rádio Vaticano
pais, de forma a ajudá-los superar o trauma e o medo. A própria escola também sofreu com o impacto do terremoto em sua estrutura, com oito de seus prédios tendo sido declarados inseguros. Mesmo assim, muitos de seus ex -alunos se voluntariaram espontaneamente, estiveram engajados no auxílio aos sobreviventes, logo após a catástrofe. Fonte: CNA
10 | Viver Bem |
27 de agosto a 2 de setembro de 2015 | www.arquisp.org.br
Comportamento
Sobre ideologia de gênero. Ainda! Dr. Valdir Reginato bre as medidas tomadas e a si-
O Estudo Eurydice concluído em 2009, que aborda as políticas de educação nas escolas europeias, versa sobre a questão do gênero e dos resultados escolares. Assim, afirma: “A igualdade de gêneros é, desde há muito, um dos objetivos primordiais, a nível europeu. São várias as diretivas que, desde os anos 70, têm vindo a criar, na Europa, os fundamentos da igualdade de tratamento e da igualdade de oportunidade. Contudo, apesar da existência de quadros legislativos abrangentes, a igualdade de gêneros não foi alcançada. (...) No que diz respeito ao ensino e à formação, as diferenças persistem tanto nos resultados escolares, quanto na escolha de cursos.” E mais adiante aponta os “responsáveis” pelo “fracasso” do objetivo do projeto: “Contudo, como referido num recente artigo de investigação acerca da questão do gênero na educação, as atitudes dos docentes e dos formadores de docentes, a problemas relacionados com o gênero, são frequentemente conservadores e reproduzem ideias e expectativas tradicionais sobre os estereótipos de gênero. Muitos docentes não aprenderam, nem aprendem, a promover a igualdade de gênero nas escolas. Todos os programas de formação de docentes deveriam, portanto, incluir um módulo sobre a igualdade de gênero. Os docentes deveriam ser avaliados quanto às suas práticas de promoção de igualdade de gênero durante o estágio, assim como durante os programas de formação contínua”. (Diferenças de gênero nos resultados escolares. Estudo so-
tuação atual na Europa EURYDICE. A Rede de Informação sobre Educação na Europa. 2009). Fica bastante claro que após mais de 40 anos de uma forçada doutrinação de igualdade de gênero nas escolas, os professores não estão se esforçando o suficiente para promovê-la e deveriam ser “avaliados” por isso! As palavras soam como uma ameaça aos que não quiserem se empenhar nesses objetivos! No Brasil, apesar das repetidas derrotas sofridas em âmbito municipal e federal pelos defensores desta “política educacional”, estes efeitos já são percebidos em vários estabelecimentos de ensino. Mediante a ação do coordenador pedagógico, os professores são orientados a oferecer livros de leitura que apresentam a “nova verdade” a ser aprendida pelos estudantes; que há 40 anos na Europa, apesar dessa orientação, continuam se reconhecendo meninos e meninas! Os antigos clássicos, totalmente “tradicionais e conservadores”, portanto, incompatíveis com a realidade atual, precisam ser substituídos pelos novos autores, que educam os estudantes a se comportar nos novos tempos! Recentemente conversando com uma professora de Literatura de um antigo colégio em São Paulo, ela manifestava a sua admiração: “Somente um casal de pais apresentou-se para protestar!” Fico pensando: “Será que é porque os outros concordam?” Não!! O que ocorre de fato é que há pouco ou nenhum interesse por parte dos pais em conhecer o que os seus filhos estão lendo em sala de aula. Esta é, infelizmente, a
dura realidade. Seja por falta de tempo ou interesse, os pais se omitem em protestar contra estas leituras, pois desconhecem o que está acontecendo. Talvez se assustem, em breve, com as consequências destas leituras! Quando se promove uma errônea educação sexual, sem parâmetros mínimos voltados a dignidade da pessoa, que é muito mais do que o seu corpo, estimulando atividades envolvendo prazeres sexuais, como se fossem “exercícios de educação física”, fora das condições de maturidade e conscientização de compromissos e responsabilidades, estamos simplesmente deixando nossos filhos cada vez mais vulneráveis a armadilhas. As redes sociais já registram inúmeras evidências dessa irresponsável propaganda midiática, agora pressionada para ser “educacional e institucionalizada”! É imprescindível que os pais estejam mais atentos ao que está sendo proposto aos seus filhos por certos “Orientadores Pedagógicos”! É fundamental que questionem, discutam e protestem, se discordarem, daquilo que está sendo oferecido para leitura. O livro é um alimento, e alimentos estragados fazem mal, intoxicam. E podem até matar! A boa leitura, saudável, fortalece o desenvolvimento das virtudes, alimenta a dignidade humana; orienta o caráter e as diferenças do comportamento sexual; valoriza o compromisso e responsabilidade do relacionamento. Eleva o ser humano a se tornar livre, para conhecer e viver o verdadeiro amor! Dr. Valdir Reginato é médico de família, professor da Escola Paulista de Medicina e terapeuta familiar.
Cuidar da Saúde
Constipação x analgésicos Cássia Regina
Existem algumas doenças que provocam dor de moderada a forte intensidade e para as quais é necessário fazer uso prolongado de analgésico potente. Os mais usados são à base de tramadol e codeína. Porém, o que muita gente não sabe é que eles causam, com frequência,
constipação (alteração do trânsito intestinal, levando a dificuldade na evacuação). Por isso, é necessário que ao fazer uso de medicações que contenham esses princípios ativos, o paciente tome bastante água, coma fibras, caminhe e faça uso de laxantes. Tudo isso geralmente é orientado na hora que a medicação é prescrita, mas a dor quando
muito forte não deixa que você preste atenção nisso, porque há o hábito de acreditar somente no efeito da medicação e pouco valor se dá ao tratamento não medicamentoso, que é tão essencial quanto. Siga todas as orientações do seu médico. Dra. Cássia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF) E-mail: dracassiaregina@gmail.com
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| Entrevista | 11
Com a Palavra: Cardeal Odilo Pedro Scherer
Nostra Aetate valorizou o diálogo ecumênico e o diálogo com as religiões não cristãs Luciney Martins/O SÃO PAULO
REDAÇÃO
osaopaulo@uol.com.br
Em 28 de outubro de 1965, o Papa Paulo VI publicou a declaração conciliar Nostra Aetate – sobre a Igreja e as religiões não cristãs. Passados 50 anos do Documento, as perspectivas para o diálogo da Igreja com outras religiões aumentaram. “Já se pode tratar com tranquilidade e respeito quem crê de outra forma; mas ainda há muito a fazer para superar de vez alguns preconceitos históricos, enraizados na própria cultura. Eu diria que podemos agora passar a uma fase mais madura do diálogo, em que será preciso encarar mais os elementos que unem, do que aqueles que dividem; mas também enfrentar com serenidade os pontos de divergência, na busca da unidade pedida por Jesus”, afirma o Cardeal Odilo Pedro Scherer, em entrevista exclusiva ao O SÃO PAULO. Em 2 de setembro, às 20h, no Teatro da PUC-SP, Dom Odilo participará de uma cerimônia comemorativa pelos 50 anos da Declaração Conciliar, junto ao Cardeal Kurt Koch, Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos da Cúria Romana, e autoridades políticas e religiosas, entre as quais o Rabino Michel Schlesinger, da Congregação Israelita Paulista.
O SÃO PAULO – Qual o impacto da
Declaração Nostra Aetate para o Diálogo católico-judaico?
Cardeal Odilo Pedro Scherer - A Declaração Nostra Aetate é fruto do Concílio Vaticano II, que valorizou o diálogo ecumênico e o diálogo com as religiões não cristãs. Essa atitude nova da Igreja Católica teve um impacto relevante; nem todos aceitaram imediatamente a atitude dialogante da Igreja e houve quem a interpretasse de maneira equivocada, como se a Igreja reconhecesse o erro de sua própria doutrina;
podemos agora passar a uma fase mais madura do diálogo, em que será preciso encarar mais os elementos que unem, do que aqueles que dividem
ou que ela estivesse assumindo uma atitude eclética, quanto à fé. Aos poucos, porém, compreendeu-se que não se tratava de abdicar da própria fé, mas de tratar com respeito e consideração quem crê de modo diferente.
Após 50 anos da Declaração Conciliar, quais as perspectivas de avanço no diálogo?
Os primeiros passos foram dados e significaram muito. Já se pode tratar com tranquilidade e respeito quem crê de outra forma; mas ainda há muito a fazer para superar de vez alguns preconceitos históricos, enraizados na própria cultura. Eu diria que podemos agora passar a uma fase mais madura do diálogo, em que será preciso encarar mais os elementos que unem, do que aqueles que dividem; mas também enfrentar com serenidade os pontos de divergência, na busca da unidade pedida por Jesus.
Qual foi a recepção da Declaração Nostra Aetate em diferentes documentos pontifícios pós-Vaticano II?
A recepção pelos católicos, em geral, foi muito boa. Mas também houve resis-
tências à proposta do diálogo inter-religioso.
Atualmente, um crescente antissemitismo europeu e perseguição aos cristãos no Oriente Médio ameaçam as relações inter-religiosas. Como manter o lugar do diálogo entre Igreja e Sinagoga na sociedade em situações de crise?
Não creio que essas atitudes devam necessariamente ameaçar as relações entre católicos e judeus. Podem até fortalecê-las, uma vez que está claro que nem a Igreja Católica, nem os judeus aceitam o antissemitismo. A atual perseguição aos cristãos parte, geralmente, de franjas sociais radicais, que usam o preconceito religioso ou étnico para encontrar algum inimigo a combater. O diálogo franco e a colaboração entre católicos e judeus, e entre as demais religiões, são a melhor forma de prevenir a instrumentalização da religião para fins político-ideológicos.
Que práticas podem ser adotadas para intensificar o diálogo católico-judaico?
São importantes o conhecimento recíproco, o apreço pelos valores que o outro culti-
va em sua vida; mas também é importante participar de causas boas, realizadas em conjunto, como ações solidárias, ou de preservação ambiental, ou pelo respeito aos direitos humanos, sem esquecer as ações culturais e de promoção da paz, feitas em comum. Elas ajudam a aproximar as pessoas, no pleno respeito pela forma diversa de crer.
Sabe-se que o sincretismo religioso eclodiu em países como o Brasil devido à formação cultural de diversas religiões. Isso dificulta ou facilita o diálogo?
O sincretismo é uma expressão de religiosidade que se apropria de elementos de várias religiões e os mescla de forma indistinta. De um lado, o sincretismo leva à tolerância religiosa; por outro, torna o diálogo mais complicado, por causa da ausência de uma identidade clara. Só podemos dialogar com quem tem um rosto e uma identidade.
Que tipo de consequência as interferências políticas trazem às relações religiosas e teológicas com os judeus, como, por exemplo, o reconhecimento do Estado palestino pelo Vaticano?
Espera-se que não haja interferências ou entraves políticos no diálogo entre as religiões, pois isso representaria um complicador a mais. Na prática, porém, nem sempre é fácil manter clara essa distinção. Mais ainda as coisas se complicam, quando a religião é usada como ideologia política, de partido ou de Estado. As religiões têm a missão de contribuir para a promoção da dignidade humana, da justiça e da paz, sem se identificarem com a ideologia.
O que cada cristão pode fazer em prol do diálogo, em diferentes partes do mundo?
Todos somos chamados a promover o respeito pelas pessoas, a justiça, a solidariedade e a paz. As pessoas que têm religião encontram na sua fé em Deus um motivo muito forte para fazê-lo, empenhando-se em toda obra boa no seu convívio social.
Arquidiocese e Confederação Israelita nos 50 anos do diálogo católico-judaico REDAÇÃO
osaopaulo@uol.com.br
A Arquidiocese de São Paulo e a Confederação Israelita do Brasil (Conib) realizarão, em 2 de setembro, uma cerimônia para celebrar os 50 anos de publicação da declaração Nostra Aetate (Nossa Época), do Concílio Vaticano II,
que abriu caminhos para o diálogo entre católicos e judeus. O evento, que acontecerá no Teatro da PUC-SP (Tuca), às 20h, terá a presença do Cardeal Kurt Koch, Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos da Cúria Romana, e autoridades políticas e religiosas. O ator Odilon Wagner fará a lei-
tura do texto da declaração. Haverá, ainda, apresentação do Coro Martin Luther King. O Cardeal Koch também preside a Comissão para as Relações Religiosas com os Judeus, e vem ao Brasil a convite da Conib e das Arquidioceses de São Paulo e do Rio de Janeiro. Publicada em 1965 pelo Papa Paulo VI,
durante o Concílio Vaticano II, a declaração Nostra Aetate afirma que “sendo assim tão grande o patrimônio espiritual comum aos cristãos e aos judeus, este sagrado Concílio quer fomentar e recomendar entre eles o mútuo conhecimento e estima, os quais se alcançarão, sobretudo, por meio dos estudos bíblicos e teoló-
gicos e com os diálogos fraternos”. Antes da cerimônia, às 19h, o Cardeal Kurt Koch; o Cardeal Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo; Fernando Lottenberg, presidente do Conib, e o Rabino Michel Schlesinger, da Congregação Israelita Paulista, concederão entrevista coletiva à imprensa, em uma das salas do Tuca.
12 | Reportagem |
27 de agosto a 2 de setembro de 2015 | www.arquisp.org.br
‘Nós, consagrados, somos parte do povo de Deus’, diz Cardeal Aviz Fernando Geronazzo
Especial para O SÃO PAULO
podemos viver fora deste povo, chamados para uma vocação particular que vem do Evangelho, de Jesus. Mas essa vocação particular é um dos dons para o povo de Deus”. Ao falar sobre o Ano da Vida Consagrada, o Cardeal Aviz pontuou três palavras-chave: Evangelho, profecia e esperança. “É preciso voltar a amar, contemplar e praticar a Palavra de Deus... Não fazer o Evangelho
para o mundo os valores do Reino de Deus: pobreza, castidade e obediência. “Os consagrados conservam dentro da Igreja uma parte da herança, que é a mais bela que existe”, comentou.
mos que nossa cidade também conte com a presença significativa de religiosos santos e bem-aventurados. Os santos religiosos dignificam a vida da Igreja em nossa cidade”, afirmou. “Nós estamos como Igreja em São Paulo e queremos continuar a ser sinal de Deus nesta cidade. Para isso, as comunidades religiosas, que são muitas, dão uma contribuição muito importante para que a presença da
educação, onde estão presentes os religiosos”.
A Catedral da Sé ficou lotada Testemunho O encontro foi encerrado para o encontro dos religiosos, com missa, presidida pelo Carreligiosas consagrados com o deal Aviz. No final da celebração, prefeito da Congregação para os Religiosos em São Paulo o coordenador regional da CRB Institutos de Vida Consagrada e Ao acolher a Dom João Braz, agradeceu a Dom João Braz pela as Sociedades de Vida Apostólica, o Cardeal João Braz de Aviz, o Cardeal Scherer destacou que presença e reforçou o convite no dia 19. a cidade de São Paulo nasceu da Igreja, por meio de seus pronunciamentos e documentos, a O evento aconteceu no concom os religiosos. Ele lembroutexto do Ano da Vida Consagra“enxergar solidariamente os rosse dos jesuítas que fundaram a da e reuniu religiosos tos dos empobrecidos, Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO que atuam em todo o sofredores desamparados, tristes e perdidos”. Estado de São Paulo. Ainda segundo o CoorTambém participaram denador, “desta capacio arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro dade de olhar, gerou na Scherer; o bispo auxiverdadeira caridade, e liar e referencial para a no compromisso pastoral sincero, muitíssimos vida consagrada na Arquidiocese, Dom Julio e essenciais projetos Endi Akamine; o arceem defesa de preciosas bispo emérito de Passo vidas, que brotaram, se Fundo (RS), Dom Anmultiplicaram, tornantonio Carlos Altieri; e o do-se frutuosos”. coordenador do RegioIrmã Maristela Nenal São Paulo da Congrello, 69, é consagraferência dos Religiosos da há 51 anos na Congregação das Filhas de do Brasil (CRB), Padre Nossa Senhora da MiRubens Pedro Cabral. sericórdia. Ela destacou Dom João Braz ao jornal O SÃO PAUtransmitiu a saudação LO a alegria e esperane a bênção do Papa Francisco e destacou Recepcionado pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, no dia 19, Cardeal João Braz de Aviz encontra-se com religiosos na Catedral da Sé ça trazidas pelo Cardeal Aviz. “Ele nos convidou que o Pontífice chama a vida consagrada de “tesouro da dizer o que nós queremos, mas cidade, especialmente São José Igreja seja efetiva em todos âm- a uma vida religiosa mais despoIgreja”. “Este Ano da Vida Con- nos deixarmos levar pelo Evan- de Anchieta. Recordou, tam- bitos da vida da cidade”, acres- jada e mais aberta ao diálogo e à sagrada trouxe um vento novo gelho como ele é, deixar que o bém, a memória dos outros dois centou, ressaltando que somente misericórdia”. para todos nós”, afirmou, recor- apelo de Deus entre em nosso santos religiosos intimamente na Arquidiocese de São Paulo, Para a Irmã Samanta Furtadando os 50 anos da conclusão coração”, explicou, mais uma vez ligados à capital paulista – Santo segundo dados recentes, vivem do, 24, religiosa há cinco anos do decreto conciliar Perfectae citando o Papa Francisco, que Antônio de Sant’Anna Galvão, 1.956 religiosos, sendo 1.407 na Congregação da Sagrada Família de Bergamo, Dom João Caritatis, sobre a renovação da já manifestou que “os consagra- franciscano; e Santa Paulina, da mulheres e 549 homens. dos precisam voltar ao primeiro Congregação das Irmãzinhas vida religiosa. “Nós temos uma presença Braz trouxe uma rica mensagem O Cardeal Aviz lembrou, ain- amor”. da Imaculada Conceição – além significativa de casas provin- sobre a vida fraterna. “O Papa da, que o Concílio Vaticano II siDom João Braz afirmou dos beatos Padre Mariano de ciais e também de casas gerais Francisco sempre nos fala que tuou a vida consagrada no meio que o Papa apresenta a profecia la Mata, agostiniano; e Madre de comunidades fundadas aqui temos que ser peritos em comudo povo. “Nós, consagrados, so- como a característica própria Assunta Marchetti, missionária no Brasil, casas de formação e nhão. Essa deve ser nossa maior mos parte do povo de Deus. Não do consagrado, que testemunha scalabriniana. “Nós nos alegra- várias instituições de cultura, profecia”.
A vida consagrada diante dos desafios contemporâneos REDAÇÃO
osaopaulo@uol.com.br
Em visita à Arquidiocese de São Paulo, no dia 19, o Cardeal João Braz de Aviz, prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, atendeu à imprensa e falou sobre os desafios da vida consagrada no mundo. “Nós estamos em um momento de passagem de uma grande tradição de consagrados a Deus que produziu na atualidade 1 milhão de religiosos e religiosas, de institutos seculares, ordem das virgens, eremitas, monges e monjas, frades e freiras. Todos têm um estilo de vida que veio de seus
fundadores e do Evangelho, naturalmente. Agora, o confronto grande é com o momento atual da cultura. Nós temos valores e realidades novas que estão surgindo e que exigem uma verificação”, disse o Cardeal. Segundo Dom João Braz de Aviz, na Europa, Estados Unidos, Canadá e Austrália quase não há novos vocacionados e a maioria dos consagrados estão idosos. Já na África e Ásia há muitas pessoas buscando a vida religiosa. Na América latina, “estamos em um momento médio, em que a procura pela vida religiosa não é tão abundante como já foi, mas é alta devido à presença das novas comunidades”, detalhou. O Purpurado considerou que a expansão das novas comunidades no Brasil tem
aproximado diferentes vocações: “o consagrado, a consagrada, os casados e o padre. Isso é próprio das comunidades, uma coisa que era antiga na Igreja, mas que se perdeu bastante e hoje está voltando e nos ajudando a entender que santidade é para todos, não podemos falar de radicalidade evangélica só para os consagrados”. Dom João Braz de Aviz revelou estar feliz com o incentivo que o Papa Francisco tem dado à vida consagrada. “Ele chama a vida consagrada de pérola da Igreja. Eu parafraseio uma frase de Santo Agostinho, em que ele fala da Santíssima Trindade: ‘tarde te conheci, beleza sempre antiga e sempre nova’. Eu falo isso da vida consagrada. A vida consagrada vivida bem é
uma reserva da Igreja para a vida cristã, mas tem que ser vivida realmente bem, reconstruir essa felicidade da vida consagrada, o que o Papa diz, onde há um consagrado tem que existir uma pessoa alegre”. Sobre como a vida consagrada pode viver a “Igreja em saída”, pedida pelo Papa Francisco, o Cardeal ressaltou que Deus deve ser o centro das ações de evangelização, sempre feitas próximas às pessoas. “Não podemos nos apartar do povo, não podemos nos apartar daquilo que é a Igreja. Todos somos parte de um corpo que está aqui. Eu tenho que ir para esse meio e ali ser o que devo ser, e depois, naturalmente, voltar para meu lugar”. (Colaborou Edcarlos Bispo)
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| Reportagem | 13 Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
Gratidão aos ‘pedagogos da fé’ Em missa na Catedral da Sé, Cardeal Scherer agradeceu o empenho dos catequistas da Arquidiocese e estimulou a serem perseverantes Daniel Gomes danielgomes.jornalista@gmail.com
estejam com vontade de assumir um projeto mais consistente de formação, de evangelização. No entanto, estamos conseguindo ver resultados muito bonitos em paróquias que já têm implementado processos de inspiração catecumenal, conforme a indicação do rito de iniciação cristã de adultos. Porém, a falta de catequistas é hoje uma das grandes dificuldades”, comentou o Padre. De acordo com o Sacerdote, nas regiões episcopais há formações permanentes e incentivo à iniciação à vida cristã, in-
quistas da Arquidiocese de São Paulo, durante a missa no sábado, em que destacou que a Catequese está no coração da missão evangelizadora da Igreja. O Cardeal exortou que os catequistas sejam perseverantes, mesmo diante das eventuais dificuldades. “Os catequistas precisam ter bem esta consciência: não semeamos agora para colher já. Semeamos na esperança, semeamos a semente de Deus, e não a nossa, a partir da Palavra de Deus, a fé da Igreja. Nós anunciamos Cristo, o Evangelho, e temos confiança que a graça de Deus, a ação do Espírito
etapas de um caminho de crescimento, aprofundamento e amadurecimento da fé”. Ainda segundo Dom Odilo, os catequistas são “pedagogos da fé”, aqueles que ajudam as pessoas a darem os passos no caminho de Jesus, devendo, também, introduzi-las na comunidade de fé.
Ao encontro com Deus
O Cardeal, ainda durante a homilia, Ser catequista. Uma vocação que Anlembrou que a Catequese não deve se reduzir à instrução, e sim levar ao encondréa Siqueira Cavalcante, 37, percebeu ter tro com Deus. O objetivo final, segundo ao observar a dedicação pastoral de sua o Arcebispo, é ajudar que mãe. “Eu a via evangelizando na Catequese e tive um cada pessoa reconheça, despertar deste chamado verdadeiramente, que Jesus é o caminho, a verdano meu coração”, recordou. de e a vida. Há sete anos, Andréa Fazer com que os cavive essa vocação na Paróquia São João Batista do tequizandos cheguem a Brás, na Região Belém. Juntal objetivo é desafiador, to a outros animadores da mas não impossível. “O Catequese na Arquidiocese que é mais difícil é o fato de São Paulo, ela participou de os pais não ajudarem. no sábado, 22, de missa na Muitos pais obrigam as Catedral da Sé, presidida crianças a irem na Catequese e como elas já pelo Cardeal Odilo Pedro chegam desmotivadas, Scherer, arcebispo metropolitano, em ação de graças fica difícil a gente plantar a Palavra de Deus no pelos catequistas da Arquidiocese. coração delas. No entanto, graças a Deus, muitas Andréa é uma das dez depois da Catequese quecatequistas da Paróquia São Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, saúda catequistas durante missa na Catedral da Sé, no sábado, 22 rem ser coroinhas, queJoão Batista do Brás, que têm número superior à média de 6 a 7 ca- cluindo a padronização e implementação Santo, vão trabalhando no coração das rem participar de outros grupos da Parótequistas por paróquia na Arquidiocese, de uma escola de catequistas para coorde- pessoas”. quia”, afirmou a catequista Andréa. segundo informou, ao O SÃO PAULO, nadores e os catequistas iniciantes. E também não gostariam de ser paO Arcebispo enfatizou que a Catequese é a iniciação à vida cristã, um ca- dres ou religiosas? Dom Odilo, ao final o Padre Marcelo Delcin, assistente eclesiástico arquidiocesano da Animação Bíbli- ‘Não semeamos agora para minho que deve ser contínuo ao longo da missa, recordou que sua vocação ao colher já` co-Catequética. da vida. “Na Igreja não existe formatura sacerdócio surgiu na Catequese, e, assim, Gratidão. Esse foi sentimento ex- de cristão. A primeira comunhão não é pediu aos catequistas que também aju“Uma das coisas que nos pesam é a falta de catequistas e de cristãos que presso por Dom Odilo a todos os cate- formatura, a Crisma também não. São dem na promoção vocacional. Luciney Martins/O SÃO PAULO
Diáconos João Henrique e Wellington Laurindo irão em missão à Amazônia
Futuros padres em missão na Amazônia Durante a missa com os catequistas, no sábado, 22, na Catedral da Sé, o Cardeal Scherer, arcebispo de São Paulo, realizou o envio dos diáconos transitórios João Henrique Novo do Prado, 26, e Wellington Laurindo dos Santos, 32, para um mês de vivência missionária na Amazônia, na Diocese de Castanhal, no Pará.
“Essa missão ajudará muito na minha formação sacerdotal, pois terei um conhecimento maior da realidade da Igreja e vou vivenciar aquilo que a Igreja nos pede: ser discípulo missionário”, afirmou o diácono João Henrique, que assim como o diácono Wellington deve ser ordenado padre em dezembro deste ano. “Vamos levar um pouco
da Palavra de Deus e acolher aquilo que as pessoas têm a nos mostrar, uma realidade de fé e uma realidade social diferente. Espero encontrar na Igreja na Amazônia um povo acolhedor, um povo sofrido, mas que não se cansa de lutar. Espero ver o rosto misericordioso de Deus, que se preocupa com seu povo”, comentou o diácono Wellington. (DG)
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27 de agosto a 2 de setembro de 2015 | www.arquisp.org.br
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Manifestantes, no Largo da Batata, em São Paulo, posicionam-se favoráveis à continuidade do governo Dilma, mas exigem mudanças na política econômica e plena apuração dos casos de corrupção
Manifestação em SP pede mudanças na política econômica do governo Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com
“Fora já, fora já daqui, Eduardo Cunha, junto com Levy”. Com essas e outras palavras de ordem, faixas e cartazes, milhares de manifestantes se reuniram no Largo da Batata, na zona Oeste da capital paulista, na quintafeira, 20, para participar de um ato convocado por mais de uma dezena de movimentos sociais e partidos políticos de esquerda. Além de críticas ao pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), os manifestantes atacaram as medidas econômicas do governo federal, na figura do ministro da fazenda Joaquim Levy, a chamada “pauta conservadora e antipopular” votada pela Câmara dos Deputados e, por fim, a “Agenda Brasil”, apresentada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDBAL), que visa retomar o crescimento econômico e realizar reformas necessárias para que o Brasil supere a crise. A concentração de manifestantes no Largo da Batata começou às 17h. De acordo com o Datafolha, participaram do protesto aproximadamente 37 mil pessoas – sendo que o pico foi às 20h30,
quando 29 mil pessoas estavam no ato simultaneamente. Os organizadores estimam que cerca de 100 mil pessoas participaram. Já a Polícia Militar fala em 40 mil. O término na marcha foi às 22h, na avenida Paulista. Para o casal Lúcia Filomena e Mauro Coan, participar da manifestação é “lutar pelos direitos dos trabalhadores”. Ambos são contra o impeachment da presidente Dilma, porém acreditam que sua política econômica é inadequada e rompe com o que vinha sendo feito pelo ex-presidente Lula. “Estamos aqui para ser contra o impeachment, mas para lutar por uma política econômica para a classe trabalhadora”, afirmaram. Ao serem questionados sobre o que fazer para que a Presidente ouça os clamores da população e faça com que seu governo e política econômica atendam às demandas dos trabalhadores, ambos afirmaram que é preciso permanecer nas ruas. “Só com mobilização e movimento popular. O povo tem que ir para a rua. Rua todo dia”. Para o estudante de Ciências Sociais, Daniel Pires, o ato é uma “resposta para aqueles que são contra a democracia”. Além dis-
so, ele acredita que os movimentos querem “uma mudança na politica econômica para acelerar o crescimento do País e aumentar as antigas políticas sociais e de direito dos trabalhadores”
Os organizadores
Entre os grupos que convocaram o ato estava o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). De acordo com o coordenador do grupo, Guilherme Boulos, a manifestação não foi uma resposta à que havia acontecido no domingo, 16, no sentido de apoiar o governo, mas para deixar claro que eles são contra o impeachment. Ao mesmo tempo que não concordam com o impedimento da Presidente, os manifestantes pedem uma política econômica que não corte direitos dos mais pobres e dos trabalhadores. Nós não viemos para as ruas para fazer um ato que seja de defesa de governo, mas viemos para rechaçar o ajuste fiscal que está tirando direitos dos trabalhadores, o ajuste fiscal e essa política econômica que está aumentando juros, e que está cortando investimentos sociais, em moradia, saúde, atrasando o seguro desemprego e PIS”, afirmou Boulos.
O Coordenador do MTST lembrou, ainda, que a Presidente assumiu o compromisso de assinar até o dia 10 de setembro a fase três do programa de moradia “Minha Casa, Minha Vida”, mas se a promessa não for cumprida o “País vai parar”. Para Vagner Freitas, presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), é necessário acabar com o “terceiro turno”. Ele acredita que é preciso ter respeito à democracia e ao Estado de Direito, juntamente com a interrupção e mudança da política econômica do governo, a qual ele chamou de “nefasta”, acrescentando que é necessário que haja a “taxação das grandes fortunas”, o fim do “repasse de lucro para o capital internacional” e que nenhum direito dos trabalhadores seja tirado ou mexido.
Políticos
Um pouco antes do final da manifestação, representantes dos partidos políticos - PT, PDT, PC do B, PSOL e PCO - discursaram em um caminhão de som. Todos destacaram a necessidade de manutenção e respeito às instituições democráticas. O representante do PSOL, Paulo Bufalo, vereador em
Campinas (SP), fez críticas ao governo Dilma, destacando que é preciso um posicionamento contra a “Agenda Brasil” e contra o ajuste fiscal. Para ele, o governo não faz os enfrentamentos que precisam ser feitos, e com isso “se junta não ao povo, mas à classe econômica do País. A governabilidade precisa se dar com o povo na rua e não com banqueiro e latifundiário”. O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) destacou que seu partido alertou à Presidente sobre a necessidade de retomar o crescimento do País e proteger o trabalhador. “A politica econômica faz o governo enxugar gelo. Quando você aumenta os juros, a dívida pública cresce demais”, afirmou. Ao ser questionado se seu partido pedirá o afastamento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB -RJ) – denunciado pela Procuradoria Geral da República no STF por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em contratos da Petrobras com fornecedores da Estatal, em 20 de agosto – mesmo dia em que ocorria a manifestação, Orlando afirmou que se reunirá com a bancada do Partido para avaliar o que será feito.
www.arquisp.org.br | 27 de agosto a 2 de setembro de 2015
População sugere prioridades de saúde para SP e o Brasil Conferência Estadual de Saúde de São Paulo/Divulgação
7ª Conferência Estadual de Saúde indica reflexões para etapa nacional, que acontecerá em Brasília de 1º a 4 de dezembro
Etapas da conferência estadual tiveram a participação de 7 mil pessoas, que fizeram propostas para discussão nacional, que acontecerá em dezembro Nayá Fernandes
nayafernandes@gmail.com
Mais de 7 mil pessoas mobilizadas pelo Conselho Estadual de Saúde, e isso só no Estado de São Paulo. O número pode parecer pequeno, mas representa uma participação intensa na sugestão e debate de propostas para a 15ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), que acontecerá de 1º a 4 de dezembro, em Brasília (DF). Em preparação à CNS, que terá como tema “Saúde pública de qualidade para cuidar bem das pessoas: direito do povo brasileiro”, foram realizadas etapas regionais e estaduais em todo o Brasil. A 7ª Conferência Estadual de Saúde de São Paulo (CES) aconteceu entre 21 a 24 de julho, em Águas de Lindóia (SP), com o tema “Saúde pública de qualidade para cuidar bem das pessoas por meio de políticas públicas direcionadas também aos segmentos específicos (mulher, homem, crianças, idoso, negro e outros): direito do povo brasileiro”. Participaram do encontro em Águas de Lindóia, todos os delegados eleitos nas 18 etapas regionais,
envolvendo os 645 municípios paulistas, realizadas entre junho e julho de 2014. Direito à saúde, Garantia de acesso e atenção de qualidade; Participação social; Valorização do trabalho e da educação em saúde; Financiamento do SUS e Relação público-privado; Gestão do SUS e Modelos de Atenção à Saúde; Informação, Educação e Política de Comunicação do SUS; Ciência, Tecnologia e Inovação no SUS; e Reformas democráticas e populares do Estado foram os eixos temáticos que orientaram a 7ª CES. Houve amplo debate sobre a saúde com apresentação de debilidades e propostas em diferentes eixos temáticos. Um deles, por exemplo, em nível nacional, foi o “de melhorar o acesso e qualificar a oferta aos serviços de saúde, em tempo oportuno, com ênfase na humanização e justiça social respeitando os princípios de Equidade, Integralidade e Universalidade no atendimento das necessidades de saúde, promovendo o cuidado integral às pessoas nos vários ciclos de vida”. O que será da saúde nos próximos anos? Padre João Inácio Mildner, membro do Conselho Estadual de Saúde e assessor da Pastoral da Saúde na Arquidiocese de São Paulo, participou de nove etapas regionais da conferência estadual e estará na 15ª CNS como delegado, junto a outros 460 delegados de todo o País. “A grande preocupação que senti de parte da população de
São Paulo é que tenha assistência integral nos bairros e cidades. Muitas unidades básicas de saúde não têm médicos e demais profissionais para atender à demanda. Outra preocupação é a falta de medicamentos para a distribuição à população e a falta de locais para fazerem os exames”, disse o Padre João Mildner ao O SÃO PAULO. Após a 7ª Conferência Estadual, ele explicou que, junto à equipe técnica da saúde, foi realizado um planejamento da saúde para os próximos quatro anos (20162019). Passada essa negociação e planejamento com a área técnica da Secretaria da Saúde, haverá a apresentação das propostas ao Conselho Estadual de Saúde para que elas também possam fazer parte do Planejamento Plurianual do Estado (PPA). É missão do Conselho analisar as propostas para depois fazer as devidas ponderações e aprovação. A população poderá acompanhar a sua efetivação pela página do Conselho Estadual de Saúde na internet (www.saude.sp.gov.br) ou pelo Facebook do Conselho (www.facebook.com/cmssp). “Eu acredito na participação do povo na gestão da saúde pública. É importante implantar os conselhos gestores nas unidades de saúde de administração direta ou indireta pelas Organizações Sociais de Saúde. Somente com o povo fiscalizando e planejando na base é que a saúde no Estado se tornará aquilo que a população necessita”, ressaltou Padre João Mildner. (Colaborou Daniel Gomes)
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21 propostas da Conferência Estadual de Saúde para o Plano Estadual de Saúde (PES) que foram negociadas com a equipe técnica da Secretaria da Saúde para (2016-2019) Implantar rede de cuidados à saúde da pessoa com deficiência e os centros especializados de reabilitação intelectual para atenção às pessoas com transtornos do espectro do autismo; Implementar rede de atenção oncológica para facilitar o acesso das pessoas em tratamento com câncer e a humanização da atenção e agilização dos processos; Garantir pelo Estado a implantação da Redes de Atenção Psicossocial (RAPS) com a instalação de leitos para saúde mental nos hospitais gerais do Estado de São Paulo; Implementar os conselhos gestores em todos os equipamentos e serviços de saúde do Estado de São Paulo, que recebam verbas do Sistema Único de Saúde (SUS); Combater a precarização das relações de trabalho, evitando a transferência de responsabilidades ou terceirização de serviços públicos para o setor privado; Implementar a mesa estadual de negociação permanente do SUS aos moldes da mesa nacional; Cumprir o pacto federativo firmado em 17 de junho de 2015 e garantir o repasse tripartite (Federal, Estadual e Municipal); Pactuar com o Governo do Estado de São Paulo o aumento gradual no PES de 0,5% ao ano (para além da LC 141/2012) de 12% para 14% do seu orçamento, tendo em vista a integralidade e qualidade no atendimento do SUS; Garantir o repasse gradual e pactuar com o Governo do Estado de São Paulo para o aumento do Programa de Atenção Básica (PAB) estadual para 50% do valor do PAB-Fixo ao final de quatro anos; Retirar das Organizações Sociais a administração da Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (CROSS) e o Centro de Distribuição de Insumo da Saúde (CEADIS), pois este é um serviço de Estado. Induzir de forma enfática o investimento estadual sob a lógica regional mediante pactuação intermunicipal, indicando a responsabilidade estadual na articulação; Ampliar e adequar os Ambulatórios Médicos de Especialidades (AME), conforme necessidade de cada região; Instituir câmara técnica com profissionais especializados em atenção à saúde para subsidiar o poder judiciário na tomada de decisões com vistas à saúde pública. Intensificar a comunicação em saúde a todos os profissionais da rede pública e privada, como instrumento de educação permanente e de compromisso com a defesa do SUS; Estabelecer uma Política de Comunicação para valorização e divulgação do SUS; Garantia de acessibilidade de comunicação em Libras e braile e demais obstáculos de comunicação em todos os eventos da saúde Implantar e monitorar Política de práticas integrativas e complementares, respeitando as especificidades territoriais; Estabelecer e Priorizar política Estadual de incorporação de tecnologia ao SUS, fortalecendo os Institutos e Fundações Estaduais; Viabilizar a implantação de tecnologias de estratificação de risco e apoio diagnóstico por telemedicina como ferramenta aos serviços de Atendimento Pré-Hospitalar e urgência e emergência fixa da Rede SUS, pela Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo; Que a Secretaria Estadual de Saúde promova ações para solicitar que o governo Estadual, por meio de lei, faça com que as concessionárias que administram rodovias estaduais e intermunicipais arquem com no mínimo de 5% da receita líquida anual em função dos acidentes ocorridos em suas vias e atendimentos feitos pelo SUS nas cidades cujos acidentes venham ocorrer; Implementar no Estado de São Paulo, imediatamente, a operacionalização da Política Nacional da Saúde da População Negra nas áreas de prevenção da violência e de saúde da população negra.
16 | Fé e Cultura |
27 de agosto a 2 de setembro de 2015 | www.arquisp.org.br
Filipe David
osaopaulo@uol.com.br
Dica de Leitura
‘A Cinza do Purgatório’(nova edição) “A Cinza do Purgatório” é uma coletânea de ensaios sobre literatura publicados originariamente no jornal Correio da Manhã, do Rio de Janeiro, nos anos de 1941 e 1942. Em “A Cinza do Purgatório”, o leitor verá Otto Maria Carpeaux em seu máximo esplendor. Os ensaios sobre Jacob Burckhardt, Santa Teresa D’Ávila, Giambattista Vico, Franz Kafka, Joseph Conrad, Dostoiévsky, e outros, estão entre as mais sublimes produções intelectuais em solo brasileiro. A obra é composta por 28 ensaios, divididos em três partes: profecias, interpretações e julgamentos. Essa nova edição de “A Cinza do Purgatório” foi preparada por Eduardo Zomkovski e Diogo Fontana, a partir da análise dos originais publicados em jornal. As citações em francês foram traduzidas pelo poeta Wladimir Saldanha e as citações em latim pelo Professor Ronaldo Bohlke. Ficha técnica: Autor: Otto Maria Carpeaux Páginas: 340 Editora: Livraria Danúbio
Divulgação
Para escutar
Cartas de Santo Inácio de Antioquia em CD Santo Inácio de Antioquia enfatizou a unidade da Igreja, exortando os fiéis a se unirem aos seus bispos, apoiou a primazia da Sé de Roma, afirmou a virgindade de Maria Santíssima e declarou que os cristãos não guardam mais o sábado, mas se reúnem no dia do Senhor, o domingo. As exortações do santo têm grande valor pastoral e unitivo para toda a Igreja, de modo que elas se identificam particularmente com sua trajetória de vida. Após ensinar àqueles primeiros fiéis, especialmente os de Antioquia, por meio de cartas e pregações, derramou seu sangue sob o solo da cidade eterna, Roma, e a História se encarregou de confirmar a frase de Tertuliano: “O sangue dos mártires é semente de novos cristãos”. Santo Inácio de Antioquia foi discípulo do apóstolo João, co-
nheceu São Paulo e sucedeu São Pedro como bispo de Antioquia da Síria, que era a terceira maior cidade do Império Romano, depois de Roma e Alexandria. Chamado de “teóforo”, ou “portador de Deus”, sua fama de santidade cresceu muito no Oriente. Por confessar a fé em Jesus Cristo, foi perseguido pelo imperador Trajano e levado ao Coliseu para ser devorado por leões, no ano 107. Em uma de suas cartas, ele diz: “Permiti-me ser alimento das feras, pelas quais me será possível alcançar Deus; sou trigo de Deus e quero ser moído pelos dentes dos leões, a fim de ser apresentado como pão puro a Cristo. (...) Então, serei verdadeiro discípulo de Cristo”. A locução é de Roberto Nonato. Para mais informações: editoramolokai.com.br.
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E o G4? Vai mudar no returno? Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians
Em 2013 e 2014, quatro melhores na primeira fase se mantiveram ao término do Brasileirão. Locutor esportivo da Jovem Pan acredita em alterações Daniel Gomes
danielgomes.jornalista@gmail.com
“O futebol é uma caixinha de surpresas”, segundo o dito popular, mas isso não significa que seja imprevisível. O retrospecto do Brasileirão nos últimos três anos mostra um indicador que pode se repetir nesta edição: quem terminou no G4 e, por consequência, se garantiu na Libertadores da América sempre fez mais que 30 pontos no primeiro turno. Assim foi em 2012, quando o São Paulo encerrou a primeira fase em 5º, com 31 pontos, e no returno subiu para a 4ª posição, tomando o lugar do Vasco da Gama. Nos dois campeonatos seguintes, os quatro mais bem colocados no primeiro turno mantiveram-se no G4 ao final: Cruzeiro, Grêmio, Atlético Paranaense (4º no primeiro turno, com 34 pontos) e Botafogo, em 2013; e Cruzeiro, São Paulo, Internacional e Corinthians (4º na primeira fase, com 32 pontos), em 2014. No Brasileirão 2015, Corinthians, Atlético Mineiro, Grêmio
Corinthians e Atlético Mineiro, times com melhores campanhas no primeiro turno do Brasileirão 2015
e Fluminense terminaram o primeiro turno no G4 e permanecem entre os melhores após o começo do returno: no fim de semana, o Corinthians venceu o Cruzeiro, o Atlético derrotou o Palmeiras, o Grêmio empatou com a Ponte Preta, e o Fluminense, mesmo com a derrota para o Joinville, manteve-se na 4ª posição, com 33 pontos, dois a mais que São Paulo, Palmeiras e Sport, que perderam no fim de semana e seguem com 31 pontos.
‘Atlético campeão, Sport no G4’, projeta locutor
Na avaliação de Nilson Cesar, locutor esportivo da rádio Jovem Pan desde a década de 1980, ao menos uma mudança deve ocorrer no G4. “Acho que o Fluminense sai. O Sport tem um time muito ajeitado, muito regular. Ganhar deles em Recife é muito complicado e o time vai conquistar mui-
to ponto fora. O Sport tem boas chances de ficar entre os quatro”, avaliou ao O SÃO PAULO. Mesmo com o Atlético Mineiro distante quatro pontos do líder Corinthians, o narrador aposta no título atleticano. “O Atlético é o melhor time, mais pronto. Esse momento do Corinthians não é verdadeiro. O time não fez nenhuma grande partida no primeiro
Confederação Brasileira de Canoagem
turno, vem ganhando muito pelo fator sorte. O Luciano se machucou [lesionou o joelho e só volta a jogar em 2016], o clube perdeu o Sheik e o Guerreiro para o Flamengo, então, acho que o Corinthians vai ter até dificuldade para se classificar para a Libertadores”, analisou, comentando, ainda, que o único clube que pode ameaçar o Atlético é o Grêmio.
CANOA PREMIADA – No domingo, 23, Erlon Souza e Isaquias Queiroz conquistaram medalha de ouro na categoria C2 1.000 metros do Mundial de Canoagem Velocidade. No sábado, 22, Isaquias também faturou o bronze no C1 200 metros.
Desfalques por convocações
Além dos rivais em campo, os clubes terão outro adversário no segundo turno: as convocações para as seleções. Em setembro, há duas datas Fifa e em outubro e novembro acontecerão rodadas duplas das eliminatórias da Copa de 2018. “A seleção ultimamente para os clubes só vem atrapalhando, não vem somando absolutamente nada. As convocações vão impactar sim, trarão baixa de rendimento”, lamentou Nilson Cesar. Na terça-feira, 25, a CBF anunciou o calendário do Futebol Brasileiro para 2016. Haverá pausas em todas as séries do Brasileirão durante as rodadas das eliminatórias da Copa. No entanto, um jogador que for convocado para todos os jogos das eliminatórias, Copa América do Centenário e da seleção da Olimpíada, desfalcará seu clube por até 18 rodadas, quase um turno inteiro do Brasileirão.
AGENDA ESPORTIVA Brasileirão de Futebol Sábado (29) 21h – São Paulo x Ponte Preta (Morumbi) Domingo (30) 16h – Palmeiras x Joinville (Allianz Parque)
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Sé Em Perdizes, 46 anos de devoção a Santa Rosa de Lima
Fernando Geronazzo
Colaborador de Comunicação da Região
Paróquia Santa Rosa de Lima
Dom Eduardo preside missa solene na festa da padroeira da Paróquia Santa Rosa de Lima, dia 22
A Paróquia Santa Rosa de Lima, em Perdizes, realizou, no último fim de semana, a 46ª Festa das Nações, por ocasião das comemorações da padroeira da América latina, celebrada no dia 23. No sábado, 22, o bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, Dom Eduardo Vieira dos Santos, presidiu missa solene, concelebrada pelo recémnomeado pároco, Padre Sérgio Lucas Câmara, que já exercia a função de administrador paroquial desde fevereiro de 2014. No domingo, 23, aconteceu a tradicional procissão pelas ruas do bairro, seguida da missa solene, às 10h30, que contou com a participação do cônsul-geral do Peru em São Paulo, Arturo Jarama, e do cônsul adjunto, Fernando Alvarez. Apresentações musicais e folclóricas fizeram parte da festa, assim como pratos típicos de algumas nações.
Setor Paraíso aprofunda Evangelho segundo João
Festa de Bom Jesus do Brás termina dia 30
O Setor Paraíso realizará em setembro uma série de encontros de formação, animados pela equipe bíblica do Verbo Divino, sobre o Evangelho de São João. O primeiro será no dia 2, na Paróquia Santíssimo Sacramento (rua Tutóia, 1.125, Paraíso); o segundo, no dia 9, na Paróquia Santo Agostinho (praça Santo Agostinho, 37, Aclimação); o terceiro, no dia 16, na Paróquia Santa Rita de Cássia (rua Dona Inácia Uchoa, 106, Vila Mariana); o quarto, no dia 23, na Paróquia Santa Generosa (avenida Bernardino de Campos, 370, Paraíso); e o quinto, no dia 30, na Paróquia Santo Inácio de Loyola (rua França Pinto, 115, Vila Mariana). Todos os encontros acontecerão das 19h30 às 21h. Informações com Cláudio Amaral e Sueli Amaral, pelos telefones (11) 99995-7621 e (11) 99943-3605.
A Paróquia Bom Jesus do Brás (foto) encerra no domingo, 30, a festa do padroeiro, com missa solene às 17h. Após a celebração, a imagem centenária do Senhor Bom Jesus, que ficou exposta e próxima aos devotos durante todo mês de agosto, será recolocada no nicho do altar-mor. No sábado, 29, às 17h, será celebrada missa em ação de graças pelos 101 anos da Sociedade Esportiva Palmeiras, cujos fundadores eram moradores do Brás, quando no bairro havia uma grande presença de imigrantes italianos e seus descendentes. Além dos italianos, o bairro de origem portuguesa já acolheu espanhóis, árabes, armênios, migrantes de todo Brasil e hoje acolhe os povos latinos, caribenhos e africanos. A festa acontece em prol das obras sociais da Paróquia e em vista do restauro da matriz inaugurada em 1903. Informações pelo telefone (11) 3229-1404.
Brasilândia
Reprodução
Padre Cilto José Rosembach Colaboração especial para a Região
Na Igreja, deve-se servir sem esperar nada em troca Larissa Fernandes
Juscelino Neves assessora encontro de espiritualidade, dia 22
“É necessário fazer uma experiência íntima com Jesus para poder comunicá-lo”. Assim enfatizou Juscelino
Neves, comunicador social com MBA em Gestão de Pessoas pela Fundação Getúlio Vargas, durante encon-
tro promovido pela Pastoral da Comunicação da Região Brasilândia, no sábado, 22, no Colégio Santa Lúcia Filippini, na Freguesia do Ó. A espiritualidade do comunicador foi o tema central da atividade, durante a qual o assessor convocou a todos a pensarem sobre a dimensão do serviço, alertando para que não se faça da Igreja ou da pastoral um serviço para si, mas para a comunidade. “Que a Igreja não seja lugar para descarregar as frustrações, para chamar atenção sobre si, mas sim para servir
sem esperar nada em troca”. Ao falar sobre o trabalho pastoral, Juscelino orientou os comunicadores para que façam um planejamento mínimo com os objetivos a serem alcançados; e motivou todos a se comunicarem com fé, alegria e vibração. “Frustrações não devem ser projetadas em lideranças da Igreja. Deve-se, sim, ir ao trabalho, unidos com alegria e criatividade”. O Assessor citou o Papa Francisco, que se lança ao encontro das pessoas e não mede palavras ao dizer aqui-
lo que lhe compete. Entre os participantes da atividade estiveram o Padre Luiz Cláudio Braga, assistente eclesiástico da Pastoral da Comunicação na Arquidiocese, e Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia e vigário episcopal para a Pastoral da Comunicação, que enalteceu o palestrante. “Trata-se de um cristão comprometido com a Igreja e um profissional qualificado pelo trabalho que realiza em várias empresas pelo Brasil”, comentou.
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Ipiranga Pedalada no caminho das vocações Frei Bruno Moreira
Colaboração especial para a Região
Atentos à exortação do Papa Francisco para que a Igreja seja anunciadora e profética, crianças, jovens, casais, religiosos, religiosas e sacerdotes pedalaram pelas ruas de São Paulo em prol das vocações, no domingo, 23 no “PedalaVoc”, atividade promovida pela Pastoral Vocacional da Região Ipiranga. Com o tema “#DigaSimETrilheEsteCaminho”, o evento fez parte das comemorações do mês vocacional e contou com a participação de aproximadamente 70 pessoas, vindas de diversas paróquias da Região Ipiranga e de outras regiões da Arquidiocese de São Paulo. Durante o trajeto, aconteceram algumas paradas, passando pela Pa-
róquia Nossa Senhora de Lourdes, no Planalto Paulista, seguindo para o Santuário São Judas Tadeu, no Jabaquara, passando, ainda, pela Paróquia Santa Rita de Cássia, no bairro de Mirandópolis, encerrando o evento na Paróquia Nossa Senhora da Saúde, na Vila Mariana, onde os participantes foram recebidos pelo Padre Anísio Hilário, vigário geral da Região Ipiranga; Padre Messias de Moraes Ferreira, coordenador arquidiocesano da Pastoral Vocacional; e Padre João Paulo Rizek, coordenador da Pastoral Vocacional na Região Ipiranga. Juntos, eles rezaram com o grupo, parabenizando pela iniciativa, e proferiram a bênção pelas vocações. Ao final da atividade, os organiza-
Frei Bruno Moreira
Pedalada vocacional tem a participação de religiosos e leigos na Região Ipiranga
dores do “PedalaVoc” consideraram que se tratou de um testemunho de uma Igreja que promove a cultura do
encontro, que sai de si para ir em direção às pessoas distantes, com o objetivo de suscitar diferentes vocações.
Sim, renovar a Catequese é possível Renata Moraes
Renata Moraes
jornalismorenata@gmail.com
Em agosto, a Igreja comemora a vocação dos catequistas. Por isso, no sábado, 22, o jornal O SÃO PAULO acompanhou o trabalho da Pastoral da Catequese da Paróquia Nossa Senhora das Graças, no Setor Pastoral Imigrantes, da Região Ipiranga. Na virada do milênio, entre os anos 1999 e 2000, Fábio Antônio da Silva, hoje com 62 anos, pensou em como renovar a Catequese na Paróquia. Catequista desde 1990, Fábio, após participar de cursos, assembleias e formações, criou um método diferenciado de Catequese: inspirado nos seminários da caridade, ele desenvolveu uma formação dividida em espaços de vida, com os temas família, comunidade, lazer, escola, hospital, trabalho
Todos os sábados, cem crianças participam de uma catequese renovada
e governo. Desse modo, em vez de as crianças serem separadas por salas, elas participam dos encontros em forma de rodízio, passando em cada um desses espaços. “As crianças não têm um catequista próprio, mas sim um grupo de catequistas que é responsável por todas as turmas. Não há mais o catequista detentor do saber, mas alguém que orienta e aprende junto”, explicou Fábio.
Também foram eliminados os livros e cadernos, e adotadas apostilas, a leitura orante da Bíblia, teatro e filmes bíblicos para trabalhar os temas de cada encontro. A preparação é dividida em dois anos de Catequese, e cada um destes em seis turmas. Os temas trabalhados seguem esta ordem: identidade, missão, ação e celebração, sendo que no primeiro ano há o enfoque do livro do Êxodo e
no segundo o foco é o Evangelho. Além da Catequese, também existe espaço para os 15 adolescentes do grupo da Perseverança, de 12 a 14 anos, que voluntariamente se encontram para escutar a Palavra de Deus e também ajudam nas atividades da Paróquia, como na confecção de artesanatos para o bazar e na preparação do presépio ecológico feito para a celebração do Natal.
Catequese para pais e filhos
Todos os sábados das 10h às 11h30, as cem crianças, com idade entre 10 e 12 anos, participam simultaneamente da Catequese na Paróquia Nossa Senhora das Graças. As que estão no segundo ano, receberão o sacramento da Eucaristia, em 27 de setembro. Os pais das crianças que estão na Catequese também
são convidados a participarem dos encontros, mas em uma sala reservada. Assim, tanto os pais quanto os filhos debatem o mesmo tema tratado na Catequese. “É um momento celebrativo, de partilha da vida, de temas bíblicos e com valores cristãos”, garante Fábio.
40 anos de evangelização na Catequese
Maria Aparecida Camargo, 79, conhecida como Dona Cida, é catequista há 40 anos, sendo uma das mais experientes do grupo. “Sou catequista pela minha fé e pela minha experiência de vida. Amo as crianças, sempre as preparamos com muito carinho e amor. Nossa Catequese é renovada todos os dias. Estou aprendendo sempre. A gente ensina, mas também aprende muito com as crianças”, garantiu.
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Santana
Diácono Francisco Gonçalves
Colaborador de comunicação da Região
Testemunho e vocação a serviço do povo de Deus Diácono Francisco Gonçalves
Dom Sergio celebra terceiro ano de ordenação episcopal com jubilandos, dia 23
“Todos vocês decidiram fazer parte do grupo de Jesus, que é a nossa única meta e a beleza que encerra toda a beleza. Que o vosso testemunho vocacional seja motivo de incentivo a todos nós cristãos”, expressou Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, na missa em comemoração às religiosas e presbíteros jubilandos que
atuam na Região, no domingo, 23. A celebração na Paróquia Sant’Ana, que reuniu sacerdotes, diáconos, religiosos, religiosas e fiéis,
34 Jovens crismandos da Paróquia São Gabriel da Virgem Dolorosa receberam no sábado, 22, o sacramento da Crisma pela imposição das mãos de Dom Sergio Borges, em missa concelebrada pelo Padre Zacarias José de Carvalho Paiva, pároco.
no olhar de Jesus e no poder do Espírito Santo. As irmãs renovaram a consagração a Jesus Cristo e os padres fizeram a renovação das promessas sacerdotais. “Nasci em Blumenau (SC) e minha vocação de missionário me levou a diversos lugares, como Moçambique; ao trabalho com índios em Roraima e agora estou trabalhando com os índios em São Paulo”, recordou o Padre Geraldo Deretti, missionário da Consolata. Padre João da Silva Holek, disse que dedicou sua vida sacerdotal aos mais humildes e desejou a graça da fidelidade e da perseverança em sua missão. Já Irmã Angélica externou seu pedido constante a Deus de perseverar na fé até o fim.
‘Todo conselheiro tutelar deve lutar pelos direitos das crianças e adolescentes’ Marcelo Naves
Diácono Francisco Gonçalves
também marcou o terceiro ano de ordenação episcopal de Dom Sergio e o jubileu sacerdotal dos Padres Geraldo Deretti, IMC, (60 anos); José de Coito Pita (50); Atico Passini, MS (50); Benedito Hércules Daniel (25); João da Silva Holek, MS (25); além do jubileu das religiosas da Congregação das Irmãs Passionistas de São Paulo da Cruz: Aparecida Bonfim (50anos); Naoko Hiraima (50); Maria Giacomozzi (50); Ornélia Buozo (50); Rosa Franzoi (50); Ana Silva (25) e Cleide Serikawa (25), bem como da Irmã Angélica Fioresi, que já dedicou 85 de seus 101 anos à vida religiosa. Dom Sergio recordou que os jubilandos podem ter passado por muitas dificuldades e obstáculos na caminhada, mas devem seguir confiantes
Especial para O SÃO PAULO
Com a presença de mais de 60 pessoas, entre as quais aproximadamente 40 candidatos aos Conselhos Tutelares da cidade de São Paulo, aconteceu no dia 18, na Cúria Regional de Santana, a formação sobre os direitos da criança e do adolescente e as atribuições dos Conselhos Tutelares e do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA). A atividade fez parte da
programação da Escola de Fé e Política Dom Paulo Evaristo Arns. A assessoria foi de Sueli Camargo, coordenadora arquidiocesana da Pastoral do Menor e membro do CMDCA, que apresentou a história, os documentos e os princípios que nortearam a construção do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Durante a atividade, houve críticas à PEC 171, projeto de emenda constitucional aprovado pela Câmara, que prevê a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. A assessora destacou a persisten-
Belém
te distância entre o que está previsto no ECA e a efetivação de direitos, e a importância dos Conselhos Tutelares como instrumentos para exigir, junto à sociedade e ao Poder Público, a promoção do direitos garantidos às crianças e adolescentes. Para Gláucia Máximo, da coordenação da Escola de Fé e Política da Região Santana e candidata ao Conselho Tutelar de Casa Verde, “todo conselheiro ou conselheira tutelar deve lutar pelos direitos das crianças e adolescentes e zelar por sua prática”.
Peterson Prates
Colaborador de comunicação da Região
São Filipe Neri: presença fiel no Parque São Lucas Peterson Prates
Cardeal Odilo Scherer preside missa em visita pastoral no Belém
“Muitos são os membros e um só é o corpo. É preciso que todos os membros façam sua parte para que a Igreja, comunidade de fé e comunidade viva, seja testemunha do Evangelho e realize bem sua missão no mundo”, expressou o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, em missa durante vi-
sita pastoral na Paróquia São Felipe Neri, no Parque São Lucas, no domingo, 23. A Paróquia, que é o único oratório em língua portuguesa dedicado a São Felipe Neri, estava lotada, com aproximadamente 500 pessoas. A devoção ao Santo no bairro remonta à metade do século XX, quando o Pa-
dre italiano Aldo Giuseppe Maschi chegou ao Parque São Lucas e se encantou com a população local e com uma pequena capela dedicada a Santo Antônio. A partir dessa capela, o Padre ergueu a Paróquia São Filipe Neri, em homenagem ao fundador da Congregação do Oratório, e também fez o Oratório dedicado ao Santo. Atualmente, a Paróquia possui 40 pastorais e movimentos. Além disso, há o trabalho com dependentes químicos, com o AA (Alcoólicos Anônimos) e ação social com a Associação Padre Aldo Giuseppe Maschi, que atende mais de 120 famílias. Segundo o Padre Norival da Silva, pároco, que concelebrou a missa com o Padre Fabiano
Micali, vigário paroquial, a juventude também têm atuação marcante nas atividades paroquiais.
500 anos de São Filipe Neri
São Filipe Neri nasceu em Florença, na Itália, em 21 de junho de 1515. Aos 36 anos, foi ordenado sacerdote e dedicou seu ministério especialmente à confissão. Tinha um carinho especial pelos jovens e pelos enfermos. Em 1565, fundou a Congregação do Oratório, para clérigos seculares que viviam em comunidades dedicadas à evangelização e educação da juventude, administração dos sacramentos e as obras sociais. O ensinamento de São Filipe se resumia em
“Servir o Senhor com alegria”. A Congregação atuou no Brasil entre os séculos XVII e XIX, retornando, posteriormente, em 1957, com a chegada de Padre Aldo Maschi ao País. Hoje a Congregação dos Oratorianos de São Paulo é formada por quatro sacerdotes e nove seminaristas. No território da Paróquia São Filipe Neri existe um convento feminino das Irmãs Auxiliadoras do Oratório, que ajudam nos trabalhos pastorais e obras sociais. A Paróquia é uma das poucas que ainda hoje celebra missas no rito extraordinário (em latim). Em 2015, se completam 500 anos do nascimento do Santo.
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Benigno Naveira e Padre Antônio Ribeiro Colaboradores de comunicação da Região
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Lapa
Religiões unidas na atenção à ‘casa comum’ “Independente do seu credo ou da sua fé, todos devem cuidar da ‘casa comum’, nosso planeta”, discursou Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, durante o encontro “Fé e Mudanças Climáticas”, no dia 9. Inspirada na encíclica do Papa Francisco Laudato si’, que trata sobre o meio ambiente e o cuidado com a casa comum, a WWFBrasil, organização sem fins lucrativos, promoveu o debate na Casa do Saber, reunindo líderes religiosos e especialistas para pensar em formas de colabo-
rar com o meio ambiente. Além de Dom Julio, participaram o Rabino Nilton Bonder, líder espiritual da Congregação Judaica do Brasil; o Sheikh Jihad Hammadeh, presidente do Conselho de Ética da União Nacional das Entidades Islâmicas do Brasil; Carlos Nomoto, secretário geral do WWF-Brasil; e Wilson Nobre, professor de inovação da FGV-SP. A mediação foi de Henrique Lian, superintendente Executivo de Políticas e relações externas da WWF. O debate, com participação de 60 pessoas, promoveu um diálogo qualificado
Benigno Naveira
Carlos Nomoto, Dom Julio, Wilson Nobre, Sheik Jihad Hammadeh, Rabino Nilton Bonder e Henrique Lian
sobre os pontos de intersecção e união entre cientistas, especialistas e religiosos, discutindo as questões das mudanças climáticas e a
capacidade de mobilização das religiões para tal enfretamento. Para Carlos Nomoto, da WWF-Brasil, é necessário
convocar todas as organizações para se unirem e mobilizarem as pessoas por uma causa maior que é a conservação do planeta.
‘Vida consagrada implica partilha de riscos, esperanças e preocupações’ Ângela Santos
Consagrada participa de missa presidida por Dom Julio no dia 18
“Vida Consagrada no seguimento de Cristo implica partilha da vida, de riscos e esperanças, preocupações, projeto existencial, atitudes vitais e observância dos conselhos evangélicos por meio dos votos de castidade, pobreza e obediência”, afirmou Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, em missa em ação de graças pelo Ano da Vida Consagrada, no dia 18, na Paróquia São João
‘Teologia é o esforço da nossa inteligência que se coloca a serviço da fé’ “Felizes os que promovem a paz porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9). Este foi o tema escolhido pelos 20 formandos do Curso de Teologia para Agentes de Pastoral (CTAP), concluído após quatro anos e meio de estudos na Região Lapa. A missa em ação de graças pela formatura aconteceu no sábado, 22, na Paróquia Nossa Senhora da Lapa e foi presidida por Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na
Região Lapa, e concelebrada por Dom Fernando José Penteado, bispo emérito de Jacarezinho (PR) e pelo Padre Adalton Pereira de Castro, pároco da Nossa Senhora da Lapa, e Padre Cristiano de Souza Costa, pároco da Santa Domitila. O Bispo agradeceu a Deus pela perseverança dos alunos no tempo de estudo. “Quando a gente começa a pensar na fé, ela se torna mais firme, mais valiosa, e nos causa mais ardor. Não pensar na fé leva-nos
a estranhar a fé e estranhá-la é o primeiro passo para perdê-la. Teologia é o esforço da nossa inteligência que se coloca a serviço da fé”, afirmou. “A conclusão do curso é o começo de um novo olhar sobre a religião e sobre a minha fé. Daqui pra frente, começa nova caminhada que pretendo empreender em direção a uma nova realidade não apenas de vida, mas da minha própria fé”, relatou Ana Maria de Matos Ferreira, formanda do curso.
Bosco, no Setor Leopoldina. O Ano da Vida Consagrada segue até 2 de fevereiro de 2016, Dia Mundial do Consagrado, e insere-se no contexto da celebração dos 50 anos do Concílio Vaticano II, tanto como do decreto conciliar Perfectae Caritatis, sobre a conveniente renovação da vida religiosa. A vida consagrada está no coração da Igreja, como elemento decisivo para a missão, visto que exprime a íntima natureza da
vocação cristã. E continua a ser um dom precioso e necessário também no presente e para o futuro do povo de Deus, porque pertence intimamente à sua vida, santidade e missão. Os consagrados são chamados a assumir, na radicalidade do seu ser, a mesma exigência que é feita a todos os discípulos de Cristo, no horizonte das bem-aventuranças: “Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste” (Mt 5,48).
Benigno Naveira
No sábado, 22, o Cardeal Scherer, arcebispo metropolitano, presidiu missa na Paróquia Nossa Senhora Rainha da Paz, no Setor Leopoldina, por ocasião da festa da padroeira. O Arcebispo disse que a partir dos conceitos bíblicos, Maria é rainha porque é Mãe de Cristo, o Rei. Rainha também porque excede todas as criaturas em santidade.
Ângela Santos
18 anos de excelência nos serviços prestados • TRABALHISTA • CIVEL • TRIBUTÁRIO •
Formandos do Curso de Teologia para Agentes de Pastoral posam para foto com Dom Julio Akamine
11 – 3883.3131 – www.rribeiro.com.br
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27 de agosto a 2 de setembro de 2015 | www.arquisp.org.br
Educação para o cuidado casa comum”, o Pontífice aprofunda a necessidade de se educar para a aliança entre a humanidade e o ambiente. E cuidar do ambiente não significa apenas evitar a poluição ou desligar a torneira enquanto se escova os dentes, mas, como afirma o próprio texto da encíclica, Pequenas atitudes “renunciar àquilo que o mercado são importantes oferece. Nos países que deveriam na atenção com realizar as maiores mudanças nos o ambiente, mas hábitos de consumo, os jovens é necessário ir têm uma nova sensibilidade ecoalém para obter lógica e um espírito generoso, e alprogressos guns deles lutam admiravelmente significativos pela defesa do meio ambiente, mas cresceram num contexto de Nayá Fernandes altíssimo consumo e bem-estar nayafernandes@gmail.com que torna difícil a maturação de outros hábitos. Por isso, estamos diante de “No caminho da escola, um desafio educativo”. Ao falar de educaparados no semáforo. ção para o cuidado, é - Mamãe, olha, ele jogou! importante lembrar - O quê? todos os níveis do João continuava olhando para equilíbrio ecológico: o interior consigo meso carro ao lado e para o chão. mo, o solidário com os - O moço jogou no chão. outros, o natural com Não pode, né? todos os seres vivos. - Não... Num mundo onde - É feio, né? cresce a intolerância em todos os sentidos, É, João. É feio e não pode pedir licença ou dizer jogar lixo na rua. ” “obrigado” pode parecer até desnecessário, O relato acima é de Andreia mas “são os pequenos gestos que Schweitzer, mãe do João, 4, que ajudam a construir uma cultura mora na zona Sul de São Paulo. A da vida compartilhada e do resatitude do pequeno João mostra peito pelo que nos rodeia”, ressalta como as novas gerações têm sido o artigo 213 da Laudato si’. E educação é caminho para educadas para a preservação e o cuidado com o ambiente, sobre- crianças e jovens, mas também tudo em pequenas atitudes como para adultos e idosos, pois a renão jogar lixo na rua ou separar educação cotidiana propõe mumateriais que podem ser reci- danças de hábitos e reflexão críclados. Porém, a discussão sobre tica sobre os apelos do mercado. o cuidado com o ambiente vai Evitar a troca do carro, mesmo muito além disso. Na encíclica tendo condições financeiras para Laudato si’, documento do Papa fazê-lo, ou aderir a sites de trocas Francisco “sobre o cuidado da de roupas para bebês e crianças,
Um artigo escrito por Patrícia Forte Rauli e Ricardo Tescarolo, intitulado “Educação para o cuidado e para a espiritualidade”, publicado pela Escola de Educação e Humanidades da PUC-PR, analisa o exercício da educação com caminho possível para uma sociedade pós-moderna mais humanizada. “No início do terceiro milênio, a humanidade vive um estado de crise e perplexidade. O aumento desenfreado das diversas formas de violência contra o meio ambiente e os próprios seres humanos, desafia-nos
das apenas na reflexão e que ignoram as demais dimensões do ser humano como “a constatação de que os caminhos percorridos pela civilização ocidental, sustenCaminhos possíveis tados pelo paradigma racionalisCausam indignação e até ta-fragmentador, levaram os seres humanos e a vida no planeta medo notícias como as divulgadas a extremos de degradação jamais recentemente de que haitianos foram baleados em frente à Paróquia imaginados antes, torna imprescindível que as ciências e a razão Nossa Senhora da Paz, no centro se interroguem sobre seus próde São Paulo, simplesmente por prios limites”, continua o artigo. serem imigrantes; ou de que uma Contudo, é importante lemjovem sofreu um abuso coletivo no brar que existem iniciativas de metrô de São Paulo e os usuários pessoas e grupos que desenvolao redor começaram a gritar “esvem práticas Nayá Fernandes sustentáveis e as incentivam. A educadora Neide de Souza, que trabalha em uma escola de Educação Infantil com faixa etária de 0 a 3 anos no bairro da Prainha, em Guarujá (SP), explicou que as crianças atendidas pertencem a uma comunidade carente que têm situações como mães joO cuidado cotidiano com o ambiente precisa ser integral e abranger todas as dimensões da vida vens, e núcleos familiares fragtupra, estupra”, depois de reclamar a repensar o significado e senti- mentados. de um possível usuário que estava do do educar. Do latim, o termo “Fazemos rodas de conversa aproveitando a situação de lotação educare tem como significado sobre não jogar lixo na rua, na alimentar, cuidar, criar; educe- escola não temos contato, nem espara abusar dela. O extremo do desrespeito ao re: conduzir para modificar um paço para eles vivenciarem a naoutro ou à outra, em qualquer que estado. Pensar sobre a educação tureza. O que por um lado é bom, seja a situação, reflete uma socie- implica refletir a respeito do mo- pois acabamos saindo para algum dade que não está preparada para mento em que nos encontramos, espaço externo. Dentro do planeo cuidado e isso desencadeia uma com vistas a reorientar nossa jamento das atividades, fizemos série de atitudes irrefletidas que práxis de maneira a comprome- atos de cidadania mirim como podem fazer “perdurar o mode- tê-la com a vida em todas as suas recolher lixo nas ruas no entorno lo consumista, transmitido pelos dimensões.” da escola e entregar panfletos solimeios de comunicação e por meAlém de constatar uma de- citando a ajuda dos vizinhos para canismos eficazes do mercado”, gradação constante do planeta, o cuidado com o bairro”, contou alerta o artigo 215 da Laudato si’. o texto questiona práticas basea- Neide.
por exemplo, são caminhos de resistência ao consumismo e de adesão a novos comportamentos humanos e ecológicos.
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Medalha São Paulo Apóstolo homenagem a quem estimula e dinamiza a Arquidiocese Nayá Fernandes
nayafernandes@gmail.com
A entrega da Medalha São Paulo Apóstolo, prêmio de reconhecimento que tem os objetivos de valorizar, estimular e dinamizar a vida eclesial e pastoral na Arquidiocese de São Paulo, aconteceu na noite de terça-feira, 25, no auditório do Mosteiro de São Bento, em cerimônia com a presença do Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, dos contemplados nas onze categorias ou seus representantes, membros da Comissão Organizadora e demais convidados.
Numa face, a medalha tem a efígie do apóstolo Paulo, e na outra, a vista frontal da Catedral Metropolitana. Padre Patrick Clarke, que foi premiado na categoria “Ação Missionária”, ressaltou que as pessoas merecedoras desta honra são aquelas com as quais ele teve o privilégio de conviver durante os anos de peregrinação missionária. “Perante Deus, a eles, aos meus queridos pais e irmãos, e à Congregação do Espírito Santo que me enviou em missão, devo a minha gratidão e a alegria em servir como servo inútil do Evangelho”. O regente do Coro Luther King, Maestro Martinho Lutero Galati, premiado na categoria “Cultura”, disse à reportagem do O SÃO PAULO que foi uma surpresa, pois embora o Coro já trabalhe com a Ar-
quidiocese há muitos anos, não conhecia o prêmio. “Nos sentimos honrados pelo fato de a Igreja contemplar também a cultura, ela que é uma grande guardiã de cultura, principalmente da cultura musical e, no nosso caso, da cultura coral”, afirmou. Dalmo Dallari, que trabalhou nos primeiros anos da Comissão Justiça e Paz em São Paulo, igualmente afirmou ter se sentido honrado com a notícia da concessão da medalha. “Realmente, atuei muito junto a Dom Paulo Evaristo Arns [arcebispo emérito de São Paulo], que foi extremamente corajoso e agiu objetivamente na implantação da Comissão Justiça e Paz. Estávamos na linha de frente, dando apoio às famílias dos presos e perseguidos e a eles próprios”, contou. Luciney Martins/O SÃO PAULO
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Medalha pelo Testemunho Laical: Luiza Erundina Natural de Uiraúna (PB), Luiza Erundina está no quarto mandato como deputada federal, tendo assumido seu primeiro cargo público em 1958. Em 1971, veio para São Paulo, perseguida pela ditadura militar e, de 1989 a 1992, foi prefeita da capital paulista. Atua próxima às bases e é reconhecida pelo trabalho de inclusão dos excluídos e das minorias, tendo como princípio a justiça e a igualdade de direitos. É integrante da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, na qual coordena a Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça. Medalha pelo Serviço Sacerdotal: Cônego Luis Geraldo Amaral Mello Cônego Gerado Mello nasceu na cidade de São Paulo em 28 de setembro de 1913. Foi ordenado presbítero em 1938. Ao longo de sua caminhada vocacional, recebeu os títulos eclesiásticos de cônego honorário, em 1943; cônego catedrático, em 1949; e monsenhor, em 1953. Entre suas atividades, foi diretor do Seminário Preparatório - de 1977 a 1978; e presidente e arcediago do Cabido Metropolitano. Medalha pela Ação Missionária: Padre Patrick Gerard Clarke Membro da congregação dos Padres Espiritanos, Padre Patrick Clarke nasceu na Irlanda e, há mais de 40 anos, atua na promoção da dignidade e dos direitos humanos no Brasil. Sua luta começou na década de 1970. Foi um dos fundadores do Movimento em Defesa do Favelado (MDF), cuja primeira assembleia aconteceu em 1978 e também iniciador do Centro de Convivência de Vila Prudente. Medalha pela Ação Caritativa e de Promoção Humana: Dalmo de Abreu Dallari Nascido em Serra Negra (SP), no dia 31 de dezembro de 1931, Dalmo Dallari formou-se em direito na Universidade de São Paulo, em 1957. Em 1963, concorreu à livre-docência, passando a integrar o corpo docente em 1964. Após a instalação da ditadura, viveu com intensidade resistência democrática e a oposição ao regime que se estabelecia, na defesa dos direitos humanos. Medalha pela Inovação na Metodologia Pastoral: Padre Andrés Gustavo Marengo Nascido em 1965, na cidade de Mendoza, na Argentina, onde foi ordenado sacerdote, Padre Andrés Gustavo Marengo veio para o Brasil na década de 1990. Em São Paulo, é responsável pela Paróquia Natividade do Senhor, na Região Episcopal Santana, onde está desde 2001. Além da construção da igreja, o Padre coordena uma intensa atividade pastoral e social. Medalha pela Educação Cristã: Luiz Antônio de Souza Amaral Luiz Antônio de Souza Amaral é biólogo e pedagogo, secretário executivo do Centro Santo Dias de Direitos Humanos e membro fundador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral. Foi coordenador da Campanha da Fraternidade do Regional Sul 1, entre 1982 e 2009; e assessor nacional da Pastoral da Educação, entre 2000 e 2010. Atualmente, é coordenador arquidiocesano da Pastoral da Educação e do Ensino Religioso. Medalha pela Defesa e Promoção da Vida Humana: Padre Julio Renato Lancellotti Padre Julio Lancellotti é formado em Pedagogia e Teologia. Foi professor primário e universitário, membro da Pastoral do Menor desde seu início e, há mais de dez anos, é vigário episcopal para a Pastoral do Povo da Rua. Nasceu em 1948 e foi ordenado presbítero em 1985, na Arquidiocese de São Paulo. Pároco da Paróquia São Miguel Arcanjo, na Mooca, recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela PUC-SP e o Prêmio Alceu Amoroso Lima, pela Universidade Cândido Mendes.
Ruth Maria, leiga consagrada, é uma das condecoradas com a Medalha São Paulo Apóstolo, na terça-feira, 25
‘Que as boas obras suscitadas pela fé deem ainda mais testemunho do Evangelho’ Fernando Geronazzo
Especial para O SÃO PAULO
Logo no início da cerimônia da entrega da Medalha São Paulo Apóstolo, na terça-feira, 25, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, explicou que a iniciativa é um reconhecimento e louvor a Deus para socializar as coisas bonitas que acontecem na vida da Igreja. “Instituímos a Medalha São Paulo Apóstolo, da Arquidiocese de São Paulo, para que as boas obras suscitadas pela fé
deem ainda mais luminoso testemunho do Evangelho diante dos homens e estes glorifiquem o Pai do céu”, afirmou. O Cardeal destacou que a Igreja vive as comemorações dos 50 anos da conclusão do Concílio Ecumênico Vaticano II, que, de acordo com ele, “quis despertar uma ‘nova primavera do Espírito’, tendo em conta que todos os batizados foram constituídos como povo de Deus e são participantes do múnus sacerdotal, profético e régio do próprio Cristo”. Dom Odilo recordou, ain-
da, que em 2015, comemorase 270° aniversário de criação da Diocese de São Paulo, que aconteceu em março de 1745. “Agradecidos a Deus, fazemos a memória de todos aqueles que dedicaram suas vidas à evangelização. Faço votos que a Medalha seja motivo de alegria e um estímulo para que todos nós, que temos a graça de servir, neste tempo, a Igreja de Deus em São Paulo, continuemos a ser dedicados e perseverantes testemunhas de que ‘Deus habita esta cidade e tem amor por este povo’”.
Medalha pela Cultura: Coro Luther King Criado em 1970, o Coro Luther King é muito articulado e têm vários grupos, sendo o maior deles composto por cerca de 60 cantores. É responsável e promotor do Fórum Coral em São Paulo, uma reunião sem limites de cantores para determinados projetos. Entre as obras importantes na história do Coro está a realização das primeiras audições das missas populares, como a missa dos Quilombos e da Terra Sem Males. O atual regente é o maestro Martinho Lutero Galati. Medalha pela Comunicação: Rádio Jovem Pan, pelo Programa “O Sermão da Paixão segundo a Jovem Pan” Há 48 anos, a rádio Jovem Pan realiza o “Sermão da Paixão segundo a Jovem Pan”, uma programação especial que começa sempre à meia noite da quinta-feira que antecede à Sexta-Feira da Semana Santa. Sacerdotes, religiosos e leigos são convidados para participar da programação, com reflexões sobre a festa litúrgica da Páscoa, a realidade social e eclesial. Medalha pelo Serviço Social: Amparo Maternal Fundado em 1939, por um grupo de pessoas lideradas pela franciscana Madre Marie Domineuc, pelo Doutor Álvaro Guimarães Filho e pelo então arcebispo de São Paulo, Dom José Gaspar d´Afonseca e Silva, o Amparo Maternal nasceu para abrigar gestantes que não tinham lugar para dar à luz, muitas vivendo nas ruas ou rejeitadas pela família, missão que desempenha ainda hoje, com a prestação de muitos outros serviços. Com o tempo, o Amparo começou o convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS) e outras parcerias. Medalha de Menção Honrosa: Ruth Maria de Carvalho Ruth Maria de Carvalho nasceu em Descalvado (SP) e em 1973 fez a consagração religiosa, sendo uma das primeiras leigas consagradas da Arquidiocese de São Paulo. Formada em letras neolatinas, atuou como professora no Estado de São Paulo e exerceu cargos na Secretaria Estadual de Educação. Em 1985, foi convidada pelo Cardeal Paulo Evaristo Arns, então arcebispo de São Paulo, para trabalhar no Secretariado Arquidiocesano de Pastoral, onde atuou por 30 anos.
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27 de agosto a 2 de setembro de 2015 | www.arquisp.org.br