Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 60 | Edição 3069 | 16 a 22 de setembro de 2015
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‘Nada muda na doutrina a respeito da indissolubilidade do Matrimônio’ Na quarta-feira, 9, o Cardeal Scherer, esclareceu que as cartas do Papa Francisco, publicadas no dia 8, visam tornar mais acessíveis a ágeis os processos de nulidade matrimonial. “O Papa Francisco faz questão de esclarecer que não se trata de aprovar o divórcio e de ‘anular’ casamentos verdadeiros. Nada muda na doutrina da Igreja a respeito da indissolubilidade do Matrimônio”, afirma Dom Odilo, em artigo no O SÃO PAULO.
Laudato si’ sob a ótica de Rubens Ricupero Os aspectos sociais e políticos da encíclica Laudato si’, do Papa Francisco foram abordados em pelo embaixador Rubens Ricupero em entrevista ao O SÃO PAULO. No dia 29, às 19h, no Tuca, ele participará de evento sobre a Encíclica.
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Sínodo sobre a família terá 12 brasileiros
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A lista de participantes da 14ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que acontecerá, de 4 a 25 de outubro, com enfoque sobre a família, foi divulgada na terça-feira, 15, com 12 brasileiros, entre os quais os cardeais Scherer, Aviz e Raymundo Damasceno.
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assistência espiritual
Como fazê-la na hora do adeus? Quando a morte se aproxima, falar sobre ela pode ser uma grande dificuldade, tanto para quem dela está próximo quanto para quem acompanha a situação. Contudo, conversar sobre essa realidade é a melhor maneira de compreendêla e aceitá-la. Nesses momentos, a assistência espiritual torna-se uma porta aberta para tal diálogo. “No
nordestinos recordam Nossa Senhora das Dores Em missa realizada no sábado,12, na Catedral da Sé, os nordestinos que vivem em São Paulo expressaram a devoção a Nossa Senhora das Dores, recordada na memória litúrgica em 15 de setembro. Página 7
Bíblia: o livro mais popular do mundo No editorial desta semana, conheça um pouco da história e das curiosidades sobre a Bíblia, a Palavra de Deus. Página 2
momento em que o doente se abre, temos que ajudá-lo a encontrar o sentido da vida e da morte”, afirma o Padre João Inácio Mildner, assessor eclesiástico arquidiocesano da Pastoral da Saúde. Flávio César de Sá, professor de Ética e Bioética na Unicamp, garante que a “a assistência espiritual para o paciente terminal faz bem”. Página 14
Cardeal Hummes é homenageado em Sp A homenagem ao Arcebispo Emérito de São Paulo, foi prestada no domingo,13, pela Igreja Ortodoxa Antioquina. Página 8
Fiéis unem-se pela identidade da Vila Santa Isabel Paroquianos da Santa Isabel Rainha mobilizam-se para manter identidade do bairro da Leste, que já vem sendo considerado parte da Vila Carrão. Página 19
21 de setembro: dia pelos direitos das pessoas com deficiência Na segunda-feira, 21, comemora-se o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. Nas últimas duas décadas, houve avanços nas políticas públicas, mas a muito a ser conquistado em prol dos direitos de 45,6 milhões de brasileiros, 23,9% da população, que possuem algum tipo de deficiência. Página 11
Nova Presidência da CNBB encontra o Papa Em encontro com o Papa Francisco, a presidência da CNBB conversou sobre sua possível vinda ao Brasil em 2017, na comemoração dos 300 anos da descoberta da imagem de Aparecida. Página 8
Agenda 2030 da ONU propõe riscos e avanços Entre as medidas estão a erradicação da pobreza e a universalização de acesso ao aborto. Página 9
42 Ut eum labore moluptatium exeri officta
Arquidiocese abraça Dom Paulo aos 94 anos de vida “Eu vivo para vocês e vocês vivem comigo para Deus”, expressou o Cardeal Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo, ao lado do Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, em missa no domingo, 13, na Catedral da Sé, em ação de graças pelos seus 94 anos de vida, completados na segundafeira, 14, quando os bispos da Província Eclesiástica de São Paulo comemoraram o aniversário do Cardeal da Esperança. Página 23
2 | Ponto de Vista |
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Editorial
Ler a Bíblia com a Igreja
P
oucas pessoas talvez saibam que a Bíblia foi o primeiro livro imprenso no mundo. Originalmente escrito em pedras e papiros, conservados, reunidos e catalogados pela Igreja na antiguidade, traduzidos dos idiomas originais para o latim por São Jerônimo, copilados, recopilados e ilustrados pelos monges na Idade Média, foi somente a partir da invenção da imprensa (no século XV, por Johann Gutenberg) que a Bíblia tornou-se acessível à leitura do povo comum. Desde então, a Bíblia se tornou o livro mais popular do mundo. Traduzido para mais de 2.539 diferentes idiomas, é sempre o best seller mais publicado, estudado e meditado em todos os lugares. Seus textos inspiraram um número infinito de obras literárias, além de pinturas, gravuras e esculturas. O segredo de tanto sucesso é o fato de a Bíblia não ser apenas uma palavra humana, mas a Palavra de Deus. Ao ler os textos da Sagrada Escritura,
um leitor, se quiser subtrair dessa leitura o máximo proveito, deve saber que não está diante de um texto comum. De fato, São Jerônimo denominou a Bíblia como “Cartas de amor de Deus aos homens”. Escrito por mãos de autores humanos diferentes, em épocas, lugares e, até mesmo, empregando gêneros literários diferentes, cada livro que compõe a Bíblia foi concebido e escrito sob a inspiração do Espírito Santo, de modo que tem Deus como seu autor principal. Por isso, a Bíblia é também chamada de Sagrada Escritura. Tendo Deus como autor principal, a Bíblia não apenas contém a Palavra de Deus, mas ela é Palavra de Deus. Ao mesmo tempo, ela não é a totalidade dessa Palavra, é apenas uma parte da Palavra confiada à Igreja, que também a preserva, tutela e a guarda em sua Tradição. Tradição e Bíblia juntas contêm a totalidade da Revelação formal de Deus à humanidade. Por isso, a Bíblia só pode ser retamente interpreta-
da à luz dessa Tradição da qual o Magistério da Igreja é o guardião e interprete. Essa verdade é atestada pelo documento conciliar Dei Verbum, quando afirma: “A Sagrada Tradição, portanto, e a Sagrada Escritura, estão intimamente unidas e compenetradas entre si. Com efeito, derivando ambas da mesma fonte divina, fazem como que uma coisa só e tendem ao mesmo fim”. Assim, esvazia-se o sentido quando tomamos uma sem a outra, dificultando a contribuição que, juntas e sob ação do Espírito Santo, oferecem para a salvação das almas. Resulta que a Bíblia deve ser lida e meditada com a Igreja, o que não impede que o leitor cristão a leia individualmente. Pelo contrário, deve fazê-lo. Em seu conteúdo, a Sagrada Escritura narra a História da Salvação: da experiência da libertação da escravidão do Egito mediante a intervenção de Deus, Israel compreende que o Deus Libertador é o
Único e Verdadeiro; Ele é também o Criador, de quem a humanidade se apartou pelo pecado e Deus redimiu com a “economia da salvação”, iniciada com a escolha da Abraão, de cuja descendência Yahweh constitui um povo, levada à plenitude em Jesus Cristo, Deus que se fez homem, e continuada pelos Apóstolos, testemunhas da vida, morte e ressurreição de Cristo e “patriarcas” do novo Povo de Deus, a Igreja da qual fazemos parte. Ao narrar essa história, os textos da Bíblia trazem uma revelação que Deus faz de si mesmo à humanidade e de seus desígnios para essa. Nos dizeres de São João Paulo II, Deus ao mesmo tempo em que se revela, revela o homem ao próprio homem. Assim, além da história da salvação, um leitor bem instruído e atento encontrará na leitura bíblica verdades sobre si mesmo, conselhos práticos e sábios para a vida cotidiana, fonte para a sua oração pessoal. Boa Leitura!
Opinião
Tráfico de pessoas: coisificação da pessoa humana Carolina Alves de Souza Lima O tráfico de pessoas é um crime que se tem intensificado na atualidade, tanto no âmbito nacional quanto no internacional. Consiste em conduta cujo objetivo maior é a exploração da pessoa humana, por meio do trabalho escravo, da exploração sexual, da comercialização de crianças, da venda de órgãos do corpo humano e de condutas similares e que visam a tratar o ser humano como mero objeto. A prática desse crime revela a instrumentalização do ser humano, postura avessa à compreensão kantiana a respeito da dignidade da pessoa humana, definida como a condição que faz do ser humano um fim em si mesmo. Por isso, representa grave violação aos direitos humanos. Trata-se de atuação criminosa organizada de forma sofisticada e extremamente lucrativa. As vítimas são geralmente pessoas vulneráveis no campo econômico, social ou psíquico. Em sua maioria, mulheres, crianças e adolescentes. Dentre os documentos internacionais, o Protocolo de Palermo, adotado pelo Brasil em 2004, define as condutas que configuram o tráfico humano e estabelece quais providências devem ser tomadas pelos Estados na prevenção e repressão ao referido crime. No âmbito nacional, o Código Penal preceitua, em seus artigos 231 e 231-A, respectivamen-
te, o crime de tráfico internacional de pessoas para fim de exploração sexual e o tráfico interno de pessoas para fim de exploração sexual. Não obstante à referida previsão legal, a prática do
mentação das medidas de prevenção a esse delito, que devem ser coordenadas em parceria pelas autoridades nacionais e internacionais. Diante desse cenário, indaga-se Arte: Sergio Ricciuto Conte
referido crime vem-se intensificando globalmente. Várias razões podem ser destacadas, dentre elas a pouca eficiência na apuração, processo e responsabilização pela prática do tráfico de pessoas, assim como a falta de imple-
se o referido crime deveria ser considerado crime contra a humanidade e julgado pelo Tribunal Penal Internacional. O artigo 7º do Estatuto de Roma, tratado que criou o referido tribunal, define os crimes contra a hu-
manidade. Não especificamente o crime de tráfico de pessoas, mas faz referência a crimes diretamente ligados a ele, como a escravidão, a prisão ou outra forma de privação da liberdade física grave, em violação das normas fundamentais de direito internacional, a escravatura sexual, a prostituição forçada, e, ainda, atos desumanos de caráter semelhante, que causem intencionalmente grande sofrimento ou afetem gravemente a integridade física e mental do indivíduo. No meu entender, a previsão do crime de tráfico de pessoas como crime contra a humanidade pode ser uma importante medida para fortalecer o sistema internacional de proteção dos direitos humanos. No entanto, são necessárias inúmeras medidas de prevenção e repressão ao tráfico de pessoas, que devem ser coordenadas tanto pelas autoridades nacionais quanto internacionais, além da denúncia das vítimas, a sua proteção e o esclarecimento da população a respeito da incidência desse delito. Sabemos que o enfrentamento do tráfico de pessoas é tarefa complexa. Não há soluções imediatas e o Direito Penal não tem sido o instrumento mais eficaz na proteção dos direitos humanos. Ele continua sendo a ultima ratio. Carolina Alves de Souza Lima é Mestre, Doutora e Livre-docente em Direito pela PUC-SP, na qual é professora da Graduação e da PósGraduação em Direitos Humanos; Advogada.
As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.
Semanário da Arquidiocese de São Paulo
Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator chefe: Daniel Gomes • Reportagem: Cônego Antônio Aparecido Pereira, Edcarlos Bispo, Filipe David, Nayá Fernandes e Renata Moraes • Institucional: Rafael Alberto e Fernando Geronazzo • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Secretaria de Redação: Djeny Amanda • Assinaturas: Ariane Vital • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Revisão: Maria Aparecida Ferreira • Impressão: S.A. O ESTADO DE S. PAULO • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.
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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo
N
o dia 08 de setembro passado, foi publicada a Carta Apostólica Mitis Iudex, Dominus Iesus (O Senhor Jesus, Juiz clemente), do Papa Francisco, sobre o processo para a declaração de nulidade matrimonial. Trata-se de uma reforma do Direito Canônico, no que diz respeito a esses processos. A medida responde a numerosos pedidos, feitos em tal sentido durante a assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos, em 2014; mas também a indicações dadas pelos cardeais no Consistório de fevereiro de 2014. Era claro e forte o desejo de tornar mais ágeis e acessíveis aos fiéis os processos para a nulidade matrimonial. É bastante compartilhada entre teólogos e canonistas a convicção de que muitos casamentos realizados na Igreja são, de fato, nulos, porque tiveram alguma falha grave no consentimento ou na forma; seriam, portanto, nulos desde o princípio. Quando, por exemplo, falta a liberdade na decisão de casar, esse ato é nulo; da mesma forma, quando a pressão de circunstâncias externas impede de tomar uma decisão autônoma. Os argumentos de nulidade matrimonial são numerosos. Os casamentos nulos, geralmente, entram em crise bem depressa. Muitos casais pode-
Casamentos nulos riam ter reconhecida a nulidade do seu casamento fracassado para, em seguida, realizar um casamento verdadeiro. Outros, talvez, poderiam regularizar a nova relação, caso o vínculo anterior rompido fosse reconhecido nulo. A Igreja leva a sério o casamento; por isso, após ter sido apresentado a ela um pedido de reconhecimento da nulidade matrimonial, faz instaurar um processo para a verificação cuidadosa dos fatos. O que interessa, acima de tudo, é a verdade sobre o casamento rompido; para tanto, é necessário reunir documentos, ouvir testemunhas e efetuar um julgamento sobre as circunstâncias e as alegações apresentadas no processo. O Papa Francisco faz questão de esclarecer que não se trata de aprovar o divórcio e de “anular” casamentos verdadeiros. Nada muda na doutrina da Igreja a respeito da indissolubilidade do Matrimônio. A Igreja não anulará casamentos verdadeiros e legítimos. Também não se trata de alargar os argumentos de nulidade, que permanecem os mesmos e já são bem conhecidos dos canonistas. Continua valendo o que Jesus ensinou: “o que Deus uniu, o homem não separe”. Em certos casos, porém, é preciso verificar se Deus uniu mesmo! O Papa estabeleceu que os processos não precisarão mais passar por dois tribunais, nem receber duas sentenças de tribunais diversos. Por outro lado, dispôs, também, que, em cer-
tos casos, quando a nulidade aparece claramente, o próprio bispo pode ser o juiz, ou quem for delegado por ele para isso. A responsabilidade pessoal do bispo diocesano aumentou muito com essa decisão do Papa. A caridade pastoral da Igreja e a salvação das almas deve ser a motivação maior para todo o agir da Igreja. A reforma dos processos de nulidade matrimonial também traz essa mesma motivação: “salus animarum, suprema lex” (a salvação das almas é a lei suprema da Igreja). É preciso fazer todo o possível para ajudar as pessoas angustiadas a alcançarem o bem espiritual e a salvação eterna. Por isso, sem faltar para com a verdade e a justiça, a Igreja quer tornar acessíveis os serviço dos tribunais eclesiásticos a todos os que deles necessitam. Além de tribunais acessíveis e próximos, o Papa também estabelece que os processos devem ser ágeis, sem demorar muito: “justiça demorada é justiça negada”. As modificações introduzidas no Direito Canônico pelo Papa Francisco entrarão em vigor no próximo dia 8 de dezembro, mesmo dia da abertura do Ano Santo extraordinário da Misericórdia de Deus. Não é sem motivo: a Igreja é testemunha e mensageira da misericórdia de Deus e, ao mesmo tempo, está a serviço dos sinais da misericórdia de Deus para com os homens. As questões de nulidade matrimonial também devem ser tratadas à luz da misericórdia de Deus.
| Encontro com o Pastor | 3 Dom Odilo comemora 66 anos Na segunda-feira, 21, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, festeja 66 anos de vida. Filho de Edwino Scherer e Francisca Wilma Steffens Scherer, Dom Odilo nasceu em Cerro Largo (RS), em 21 de setembro de 1949. Ele foi ordenado padre em 7 de dezembro de 1976, na Diocese de Toledo (PR). Na mesma Diocese, aconteceu sua ordenação episcopal, em 2 de fevereiro de 2002, após ser nomeado pelo Papa João Paulo II, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo. Em 24 de abril de 2007, assumiu como arcebispo metropolitano, sendo nomeado pelo Papa Bento XVI. Em 24 de novembro do mesmo ano, foi feito cardeal também por Bento XVI.
Agradecimento Luciney Martins/O SÃO PAULO
Na sexta-feira, 11, a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) visitou a cúria metropolitana de São Paulo para agradecer ao Cardeal Scherer pela Medalha São Paulo Apóstolo, conferida à deputada na categoria “Testemunho Laical”. Luiza Erundina não pôde comparecer à cerimônia de entrega, realizada em 25 de agosto, no auditório do Mosteiro de São Bento. (por Daniel Gomes)
Tweets do Cardeal @DomOdiloScherer 15 – Ef 1, 7-8a “Em Cristo, pelo seu sangue, nós somos libertados. Nele, as nossas faltas são perdoadas” 14 – “Cristo, que fostes obediente até à morte e morte humilhante numa cruz, concedei-nos a força de vos imitar na obediência e na paciência” 14 - Exaltação da Santa Cruz: “Nós vos adoramos, Jesus Cristo, e vos bendizemos, pois remistes o mundo pela vossa santa Cruz!”
4 | Papa Francisco |
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L’Osservatore Romano
12 brasileiros participarão do Sínodo sobre a família
Jesus é o servo obediente à palavra e à vontade do Pai O Santo Padre, na catequese que precedeu à oração do Ângelus, no domingo, 13, pregou sobre o trecho do Evangelho de Marcos, em que Jesus interroga os discípulos: “Que dizem os homens ser o filho do Homem?” (Mc 8,27). Esses respondem o que diziam as pessoas: alguns acham que é João Batista revivido, outros um dos grandes profetas. “As pessoas admiravam Jesus, o consideravam um enviado por Deus, mas ainda não o reconheciam como o Messias preanunciado e esperado por todos. Jesus olha os apóstolos e pergunta novamente: ‘E vós, quem dizeis que eu sou?’ (v.29). Eis a questão mais importante com a qual Jesus se dirige diretamente àqueles que o seguiam, para verificar a sua fé. Pedro, em nome de todos, exclama com sabedoria: ‘Tu és o Cristo’ (v.29). Jesus reconhece que a fé de Pedro é fruto de uma graça especial de Deus Pai e revela com clareza que o Filho do Homem (título messiânico que Jesus emprega para referir-se a si mesmo) deveria sofrer muito, ser morto, e depois de três dias, ressuscitar (v.31). “Ouvindo isso, o mesmo Pedro, que acabara de professar sua fé em Jesus como Messias, é escandalizado. Toma Jesus a parte e o repreende. Como Jesus reage? Repreende Pedro com palavras muito severas: ‘Afaste-se de mim Satanás – chama-o de Satanás! – Porque tu não pensas segundo Deus, mas segundo os homens’ (v. 33)”. Jesus percebe que em Pedro, como em outros discípulos – também em cada um de nós – a tentação do Maligno se opõe à graça do Pai com o intuito de desviar-nos da vontade de Deus. “Anunciando que deverá sofrer e ser morto para depois ressuscitar, Jesus quer que aqueles que o seguem compreendam que Ele é um Messias humilde e servidor. É o servo obediente à palavra e à vontade do Pai, até o sacrifício completo da própria vida. Por isso, dirigindo-se a toda a multidão que estava ali, declara que aquele que quiser ser seu discípulo deve aceitar ser servo como Ele e adverte: ‘Se algum de vós quer vir depois de mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e me siga’ (v. 35)”. (Por Padre Michelino Roberto)
Foi divulgada na terça-feira, 15, a lista dos participantes da 14ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que se realizará no Vaticano de 4 a 25 de outubro, sobre o tema “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”. No total, os participantes brasileiros serão 12. Além do arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, o Padre Tiago Gurgel do Vale, do clero arquidiocesano, formado em medicina e atualmente doutorando em Bioética, em Roma, estará no Sínodo como assistente. O presidente do Sínodo é o Papa Francisco. O secretário-geral é o Cardeal Lorenzo Baldisseri. Além do Cardeal Damasceno, há outros três presidentes-delegados: o Cardeal André Vingt-Trois, arcebispo
de Paris (França); o Cardeal Luis Antonio Tagle, arcebispo de Manila (Filipinas); e o Cardeal Wilfrid Fox Napier, arcebispo de Durban (África do Sul).
bispo de Manaus (AM); Chefe de dicastério da Cúria Romana Cardeal João Braz Aviz, prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.
Confira a lista dos brasileiros:
Colaborador do Secretário especial Frei Antonio Moser, professor emérito de Teologia Moral e Ética no Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis (RJ).
Presidente-Delegado Cardeal Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida (SP); Escolhidos pela CNBB Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília (DF) e presidente da CNBB; Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo (SP); Dom João Carlos Petrini, bispo de Camaçari (BA); Dom Geraldo Lyrio Rocha, arcebispo de Mariana (MG); Nomeado pelo Papa: Dom Sérgio Eduardo Castriani, arce-
Auditores Ketty Abaroa de Rezende e Pedro Jussieu De Rezende, docentes na Universidade Estadual de Campinas, engajados na pastoral sobre os desafios familiares. Assistente Padre Tiago Gurgel do Vale (Arquidiocese de São Paulo) Delegado fraterno Reverendo Walter Altmann (Conselho Mundial das Igrejas).
‘Quando não é mãe, Igreja é uma associação rígida’ Na missa matutina da Casa Santa Marta, na terça-feira, 15, o Papa Francisco enfatizou que a Igreja deve ser como a Virgem Maria, materna, e se expressar com atitudes de humildade, bondade, perdão e ternura. O Papa desenvolveu a homilia partindo da Palavra que Jesus, na cruz, dirige ao discípulo que Ele amava e a Maria. Em seguida, comentando o Evangelho do dia,
destacou que “não se pode pensar em Maria sem vê-la como mãe”. Ao mesmo tempo, prosseguiu o Pontífice, “a sua maternidade se estende àquele novo filho, se estende a toda a Igreja e a toda a sua humanidade” Ainda segundo Francisco, “a Igreja é mãe. É a nossa ‘santa mãe Igreja’, que nos gera no Batismo, nos faz crescer em sua comunidade e tem atitudes de maternidade, de meiguice, de bondade. A Mãe
Maria e a mãe Igreja sabem acariciar seus filhos, dão ternura. Pensar na Igreja sem essa maternidade é pensar numa associação rígida, sem calor humano, órfã”. Sem maternidade é somente rigidez e disciplina. A missa na Casa Santa Marta também teve a participação dos cardeais do “Conselho dos Nove’, o C9. (por Daniel Gomes e Fernando Geronazzo )
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Espiritualidade ‘Vós sois a luz do mundo’ (Mt 5,14) Dom Edmar Peron
J
Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém
esus Cristo, após anunciar as bemaventuranças, proclamou que os seus discípulos eram “a luz do mundo”. E concluiu: “Brilhe vossa luz diante dos homens, de modo que, ao ver vossas boas obras, glorifiquem vosso Pai do céu” (Mt 5,14a.16). Assim, ensinava que eles, assumindo na própria vida aquelas bem-aventuranças, iriam iluminar o mundo e levar as pessoas a Deus Pai, cuja vontade é ver o seu Reino ir acontecendo na Terra. Essa passagem bíblica nos ajuda hoje, ao fazermos memória de Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida, no seu 9º aniversário de sua morte, recordado no último dia 27. Na Região Episcopal Belém, marcada pelo seu ministério episcopal, celebramos missa na Creche Dom Luciano, no Jardim Sinhá. Pudemos, então, perceber concretamente o que ensina e crê a Igreja: o dia da morte do cristão é o dia do seu nascimento. Sim, as pessoas falam de Dom Luciano como de quem está vivo. As obras por ele iniciadas em favor das crianças e dos adolescentes pobres – e continuadas pelas pessoas que o conheceram pessoalmente e por aquelas
que não tiveram essa graça – é que dão testemunho dele e de sua santidade. Ele viveu as bem-aventuranças e é “luz do mundo” para que hoje nós glorifiquemos a Deus. Ele, usando a imagem da luz, insistia: “Se você acender uma luz na vida de uma criança, essa criança será a luz da sua vida”. E, sem a pretensão de ser exaustivo, lembrarei alguns elementos que marcaram a vida de Dom Luciano, testemunha de Cristo que veio para servir. “Em que posso ajudar?”, era a disposição continua do coração desse grande homem. Nascido em uma família da alta sociedade carioca e de linhagem nobre, recebeu no seio desta família a fé cristã. Ainda muito jovem, deixou a oportunidade de seguir uma grande e promissora carreira e escolheu ser padre, entrando para o seminário dos Jesuítas. Ali, no convívio com um grande número de adolescentes, viveu a experiência do nobre que voluntariamente se fez pobre para servir. Mais tarde, ele afirmou: “Descobri que o céu é ver os outros felizes”. Nomeado bispo, escolheu por tema: “em nome de Jesus”. E assim prosseguiu a sua vida! Visitando as periferias ou discursando em grandes eventos, presidindo a grande Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a CNBB, ou a uma reunião para organizar o serviço aos mais pobres – aqui na Arquidiocese de São Paulo e, depois, na Arquidiocese de Mariana – ele se revelou sempre um servidor de Jesus Cristo, servidor dos irmãos.
Contribuiu de forma decisiva com a Conferência dos Religiosos do Brasil no projeto “Operação periferia”, que motivava os religiosos a irem para as periferias das grandes cidades, e a se colocarem ao lado dos pobres. Como bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, à frente da Região Episcopal Belém, de entre suas inúmeras ações é preciso destacar: a criação da “Pastoral do Menor”, na década de 70. Essa referência a Dom Luciano tornouse ainda mais explícita pelo fato de o dia 27 de agosto – quando Dom Luciano morria (ou melhor, quando verdadeiramente nascia!) – ter sido instituído neste ano de 2015 como Dia da Pastoral do Menor. Como é bom fazer memória de Dom Luciano, que nos mostrou de modo concreto e prazeroso o quanto “Deus é bom”! Mas – assim como o Papa Francisco, a respeito do Concílio Vaticano II, chamou a atenção da Igreja para um perigo: erguer um “monumento” ao Concílio, celebrando os 50 anos de sua conclusão, mas não assumir a sua proposta – estejamos atentos. Ao fazermos memória de Dom Luciano, erguendo a ele “monumentos”, enaltecendo-o, somos chamados a assumir as causas pelas quais ele viveu: “em nome de Jesus” ir ao encontro dos mais pobres e sofredores, entre os quais estão as crianças e os adolescentes. Deixemo-nos iluminar pelo testemunho radiante de Dom Luciano, servo de Deus!
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Fé e Cidadania Drogas: usuário ou traficante será sempre um mal! Padre Sancley Gondim
Encontra-se em julgamento no Supremo Tribunal Federal a descriminalização do uso de drogas, com base na distinção entre usuário e traficante. Em 2006, aproximadamente 47 mil pessoas estavam encarceradas por narcotráfico no Brasil (14% dos detentos). Em 2010, eram 105 mil (21% do sistema carcerário). De acordo com a Lei nº 11.343/2006, mesmo que não seja preso como traficante, o usuário é processado administrativamente e perde a condição de réu primário. Segundo o Padre Fernando Bastos de Ávila, SJ, o uso de drogas “é talvez o mais devastador de todos os males sociais que afligem a cultura moderna, e movimenta o maior comércio clandestino de bilhões de dólares, com uma organização tão poderosa que resiste às formas mais enérgicas de repressão” (Pequeno Vocabulário de Doutrina Social da Igreja, Ed. Loyola, p.164). Esse vício atinge todas as classes e vai do popularizado crack às mais sofisticadas substâncias sintéticas. Por que as pessoas se drogam? “É o preço terrível que está pagando uma sociedade de consumo, que tem rejeitado as normas éticas e erigiu o prazer contínuo como único princípio de vida”, diagnostica Padre Ávila. O primeiro Papa a se referir ao problema foi Paulo VI, em 1971: “Por detrás das fachadas escondem-se muitas misérias: delinquência, criminalidade, droga, erotismo... (Octogesima Adveniens, 10). Em vários discursos, o Papa João Paulo II se referiu ao problema, mais incisivamente na Centesimus annus: “Consumo artificial, contrário á saúde e à dignidade humana, certamente difícil de ser controlado, é a droga. Sua difusão é índice de uma enorme disfunção do sistema social e subentende igualmente uma leitura materialista, em certo sentido, destrutiva das necessidades humanas” (n. 36). Sintoma do que nos adverte o Papa Francisco: “O grande risco do mundo atual, com sua múltipla e avassaladora oferta de consumo, é uma tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, da busca desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada. Quando a vida interior se fecha nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres, já não se ouve a voz de Deus, já não se goza da doce alegria do seu amor, nem fervilha o entusiasmo de fazer o bem” (Evangelii Gaudium, 2). Qual o antídoto? “Uma implacável repressão aos traficantes é necessária, mas não suficiente. Só uma educação preventiva eficaz poderá erradicar o vício. Sem mercado, o tráfico não terá recursos. Ou a sociedade vence o vício ou a nossa cultura estará seriamente ameaçada (Padre Ávila). “A droga não se vence com a droga! A droga é um mal, e com o mal não pode haver cedências nem comprometimentos”, assim reiterou o Papa Francisco o seu “não à droga” (audiência aos participantes da International Drug Enforcement Conference, em 20/06/2015).
6 | Fé e Vida |
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Liturgia e Vida
Você Pergunta
25º DOMINGO DO TEMPO COMUM 20 DE SETEMBRO DE 2015
Os frutos do amor ANA FLORA ANDERSON
A liturgia deste domingo apresenta um desafio para toda a vida dos cristãos. Todos sabem que o maior dom de Deus é o amor. Este, porém, precisa do dom da sabedoria. Na primeira leitura (Sabedoria 2, 12.17-20), o sábio ensina que os ímpios não toleram os justos, que incomodam a maneira de o injusto agir. Os injustos fazem tudo para pôr à prova a serenidade e a paciência dos justos sábios. A maior ofensa para os injustos é a convicção dos justos de que Deus sempre virá ao seu socorro. A segunda leitura (Tiago 3, 16 – 4,3) nos diz que onde há
inveja e rivalidade haverá desordem e maldade. A sabedoria que vem de Deus é pacífica, modesta e conciliadora. Os justos neste mundo promovem a paz. O Evangelho de São Marcos (9, 30-37) revela que até os primeiros discípulos de Jesus cobiçavam ser, cada um, maior do que os outros. Jesus aproveita da fraqueza deles para revelar o caminho da sabedoria. Quem quiser ser importante aos olhos de Deus deve dedicar sua vida ao serviço da humanidade. Jesus escolhe uma criança como modelo da pessoa que depende completamente dos outros. E Ele nos promete: se acolhermos a criança ou o pobre, estaremos acolhendo o próprio Deus.
Sexo com a esposa que não se ama mais é pecado? padre Cido Pereira osaopaulo@uol.com.br
Não amo mais minha esposa. Mantenho relações com ela, mas não a amo mais. Estou pecando? É a pergunta do João. Vamos conversar com ele. João, a sua pergunta é a pergunta de quem afirma não amar alguém. Todavia, usa esse alguém para satisfazer seus desejos sexuais. Um dia, você prometeu a sua esposa amor e fidelidade na saúde, na doença, na tristeza e na alegria. Onde foi parar essa promessa? E em vez de fazer o possível para resgatar esse amor, o que você na verdade está fazendo é desrespeitando
sua esposa. O que é isso, meu irmão? O amor exige respeito pelo ser amado. Por isso mesmo, eu entendo que você não tem mesmo amor por sua esposa. Porém, ela continua merecendo seu respeito. Não a trate como coisa. Não a trate apenas como objeto do seu prazer. Usá-la como coisa não agrada a Deus, e você mesmo já percebeu isso porque não está se sentindo bem agindo dessa maneira. Você já parou para pensar que mais cedo ou mais tarde ela vai descobrir que você não a quer? Ao menos seja corajoso e diga a ela que não a ama. Ela vai sofrer, eu tenho certeza disso, porque deve ser uma mulher sensível, amoro-
sa, correta e fiel. Mas é preferível que ela sofra sabendo que você não a ama mais, a descobrir que está sendo usada como coisa, como objeto, como fruta, cujo suco se aproveita e o bagaço joga-se fora. Curiosamente, você omitiu algumas coisas na sua pergunta. Você não disse se está fazendo alguma coisa para reconquistar sua esposa. Apenas afirma que faz sexo com ela sem amor. Você não me disse se vocês têm filhos. Se tiverem, olhe para a família que você construiu com ela e pense no que está fazendo com você, com sua esposa e com sua família. Deus o ajude a encontrar o caminho correto, meu irmão.
Atos da Cúria NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO
de 6 (seis) anos, em decreto que entrou em vigor em 12 de setembro de 2015. NOMEAÇÃO DE ASSESSOR REGIONAL
Em 28 de agosto de 2015, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, da Região Episcopal Ipiranga, Setor Pastoral Anchieta, o Revmo. Pe. William Day Tombini, pelo período de 6 (seis) anos, em decreto que entrou em vigor em 10 de setembro de 2015.
Em 8 de setembro de 2015, foi nomeado Assessor Regional da Pastoral do Dízimo da Região Episcopal Sant´Ana, o Revmo. Pe. Wagner Aparecido Scarponi, CAM, pelo período de 2 (dois) anos.
Em 28 de agosto de 2015, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia São João Clímaco, da Região Episcopal Ipiranga, Setor Pastoral Anchieta, o Revmo. Pe. Antônio de Lisboa Lustosa Lopes, pelo período
Em 8 de setembro de 2015, foi nomeado Assessor Regional da Pastoral Carcerária da Região Episcopal Sant´Ana, o Revmo. Pe. Maércio Angelo Pissinati Filho, pelo período de 2 (dois) anos.
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| Geral/Pastorais | 7
Nordestinos em São Paulo em dia de devoção a Nossa Senhora das Dores Fábio Augusto
Especial para O SÃO PAULO
“Somos nordestinos e nordestinas na Grande São Paulo para acolher o valor de nossa Catequese que aprendemos na infância. Quanto mais firme for a nossa devoção a Nossa Senhora, mais temos que ser atentos à Palavra de Jesus Cristo. Não basta ser devoto e guardar na memória se isso não é utilizado na prática dos nossos dias”. A exortação é do Padre Jefferson Carneiro da Silva, o Padre Jéo, da Diocese de Cratéus, no Ceará. Ele foi um dos concelebrantes da missa na Catedral
da Sé, na tarde do sábado, 12, na qual os nordestinos que vivem em São Paulo expressaram a devoção à Nossa Senhora das Dores, recordada no calendário litúrgico em 15 de setembro. A missa foi presidida pelo Padre Luiz Eduardo Baronto, cura da Catedral, e teve também como concelebrante, o Padre Helmo Faccioli, auxiliar do cura. Padre Jéo recordou a intensa devoção a Nossa Senhora das Dores no Nordeste do País, especialmente em Juazeiro do Norte, no Ceará, onde uma multidão de fiéis se reúne em 15 de setembro. Pernambucano, Padre Jéo
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Nordestinos participam de celebração na Catedral da Sé, no sábado, 12
afirmou que em São Paulo os nordestinos ajudam a manter a devoção à Nossa Senhora das Dores na metrópole, uma tradição que no Nordeste se espalhou
pelo empenho do Padre Cícero Romão Batista (1884-1934), a partir de Juazeiro do Norte. A devoção, segundo Padre Jéo, “faz com que as pessoas sobretudo na
condição de vida empobrecida no Nordeste, encontrem forças para superar suas próprias dores”, afirmou ao O SÃO PAULO. A missa nordestina em honra a Nossa Senhora das Dores foi celebrada na Catedral da Sé pelo segundo ano consecutivo. De acordo com o Padre Baronto, a missa já se tornou parte do calendário permanente da Catedral. Após a celebração, houve a apresentação da “Orquestra Sanfônica”, com dezenas de sanfoneiros sob a regência da maestrina Renata Sbrighi, fundadora da Orquestra, em 1988, em São Paulo.
Comissão de Liturgia
Cami
Em destaque, o canto litúrgico nas paróquias
‘Migração, mulheres e sociedade’ em música e poesias
A Comissão Arquidiocesana de Liturgia realizou no sábado 12, o 2º Encontro Arquidiocesano de Formação Litúrgica, com os responsáveis pela animação do canto litúrgico nas paróquias. A atividade, no Centro Pastoral São José, na Região Belém, teve a participação de Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese e referencial da Comissão Arquidiocesana de Liturgia. O encontro reuniu 52 pessoas e foi assessorado por Márcio Antônio de Almeida, Doutor em Música, com a colaboração de José Sérgio Dias. O ano litúrgico e a celebração do mistério Pascal foram temas centrais da formação. O Ano Litúrgico “revela todo o mistério de Cristo no decorrer do ano, desde a encarnação e nascimento até a ascensão, ao Pentecostes e a expectativa da feliz esperança da
Num céu de poesia declamada e cantada, da Praça Kantuta, no bairro do Canindé, para o mundo, povos de diferentes nacionalidades participaram da 4ª edição do Festival de Música e Poesia, promovido pelo Centro de Apoio e Pastoral do Migrante (Cami), no dia 6. A temática do festival foi “Migração, mulheres e sociedade”. Com um repertório poético de jogo das palavras, de rimas e de repetições, 29 imigrantes se apresentaram com ritmos, formas e estilos variados, retratando os problemas sociais nos quais estão imersos. A cada ano, o evento procura despertar a consciência crítica, vivificar e dar
vinda do Senhor”, expressou Márcio. “Para fazer memória do Mistério, a liturgia se utiliza de três ritmos diferentes: o ritmo diário, alternando manhã e tarde, dia e noite, luz e trevas; o ritmo semanal, alternando trabalho e descanso, ação e celebração; e o ritmo anual, alternando o ciclo das estações e a sucessão dos anos”, disse o Assessor. O período do Advento, tempo de preparação para a festa do Natal, foi detalhado desde seu significado até as atitudes práticas vivenciadas nas comunidades paroquiais. A formação também tratou dos textos litúrgicos, cores e cantos para o período do Advento e do Natal; e se fez menção, ainda, aos textos eucológicos (conjunto de orações litúrgicas) e patrísticos (escritos pelos primeiros teólogos da Igreja) do tempo do Advento e do Natal. (Colaborou: Christina Saddi)
Cami
29 imigrantes se apresentam durante Festival de Música e Poesia
esperanças às comunidades imigrantes que resistem ante a realidade conflitante e violenta em que vivem. Em 2015, destacou-se o papel da mulher na sociedade, com reflexões sobre o que significa ser mulher, mãe, profissional, ser pessoa. Também trouxe luz a importância da lei Maria da Penha.
Notadamente, da poesia concreta à marginal assim como da música romântica ao rap, todas as letras expressaram a urgência nas transformações políticas e sociais para os imigrantes e todos que sofrem com a ausência de direitos. (Com informações do Cami, com colaboração de Elisete Avelar)
Pastoral Carcerária Privatizar o sistema prisional é manter a engrenagem de morte Em nota pública, divulgada na quarta-feira, 9, a Pastoral Carcerária Nacional reafirmou seu posicionamento contrário a qualquer forma de privatização do sistema carcerário. “O sistema carcerário é uma engrenagem de morte que atenta contra a promoção da dignidade humana e a construção de uma sociedade pautada pela justiça social. As prisões brasileiras são produtoras de violências, maustratos e torturas. Frente à precariedade das unidades prisionais do país, não são poucas as vezes que oportunistas surgem com soluções que acabam por aprofundar ainda mais o encarceramento em massa e as agressões às mulheres e homens presos. A privatização do sistema prisio-
nal, especialmente as Parcerias Público-Privadas (PPP’s) e os modelos de cogestão, representam a expansão das cadeias e o atendimento dos interesses de alguns grupos econômicos e políticos”, consta em um dos trechos da nota, cuja íntegra está em www.carceraria.org.br. A Pastoral apontou, ainda, que a mercantilização da liberdade das pessoas é inconstitucional e imoral. “Auferir lucros a partir da tragédia alheia é um verdadeiro descalabro que o Estado e a sociedade brasileira não podem aceitar. Do contrário, teremos que assumir que a violência e a prisão são nichos de mercado, e que ao produzir lucratividade se tornam desejáveis na perspectiva de alguns grupos fortes o suficiente para produzir as
condições que as propiciam”. “A Pastoral Carcerária, oposta a qualquer medida de ampliação do sistema prisional, se posiciona veementemente contra a privatização e contra as diversas formas de terceirização do sistema carcerário. O que colocamos em pauta é uma profunda política de desencarceramento e de redução dos males desumanizadores das prisões”, consta na conclusão da nota, assinada por Dom Otacílio Luziano da Silva, bispo referencial da Pastoral Carcerária, e pelo padres Valdir João Silveira e Gianfranco Graziola, respectivamente, coordenador e vice-coordenador nacional da Pastoral. (Com informações da assessoria de imprensa da Pastoral Carcerária)
8 | Pelo Brasil |
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Filipe David
Destaques das Agências Nacionais
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Possível milagre de Madre Teresa de Calcutá O processo de canonização da Madre Teresa de Calcutá está em andamento e o milagre que servirá para elevá-la aos altares pode vir do Brasil. Um homem tinha oito absessos no cérebro e teria que passar por uma cirurgia. Sua família, que tivera contato com Madre Teresa, recebeu do Padre Elmiran Ferreira uma
oração pedindo a intercessão da Madre. A saúde do homem (cujo nome deve permanecer em sigilo durante o processo) foi completamente restabelecida e os médicos não sabiam explicar como isso foi possível. A primeira fase do processo, no tribunal sobre a causa da Bem-Aventurada Madre Teresa
Reprodução
de Calcutá, já foi concluída em junho deste ano na Diocese de Santos. O Papa Francisco expressou o desejo de poder canonizar a Madre durante o Ano da Misericórdia, já que ela se destacou como um dos modelos da prática da misericórdia para com os pobres e doentes. Fonte: ACI
Encontro da CNBB com o Papa trata da vinda do Pontífice ao Brasil Em encontro com o Papa Francisco, a nova presidência da CNBB conversou sobre sua possível vinda ao Brasil em 2017, quando o Santo Padre pretende, “se a saúde permitir”, cumprir a promessa que havia feito na Jornada Mundial da Juventude de 2013, de visitar o Santuário de Aparecida. Em 2017, se come-
morarão os 300 anos da descoberta da imagem por pescadores, em meados de 1717. A nova presidência da CNBB, eleita em abril deste ano, esteve no Vaticano entre os dias 4 e 10. A reunião com o Papa foi no dia 5, com a participação do presidente da CNBB, Dom Sérgio
o dia 16 de um encontro de reflexão, organizado pela Congregação para os Bispos da Santa Sé. Entre os prelados estão os bispos auxiliares da Arquidiocese de São Paulo, Dom Devair Araújo da Fonseca e Dom Eduardo Vieira dos Santos.
da Rocha, arcebispo de Brasília; do vice -presidente, Dom Murilo Krieger, arcebispo de Salvador; e do secretário geral, Dom Leonardo Steiner, bispo auxiliar de Brasília. Ainda no Vaticano, no dia 10, o Papa Francisco recebeu um grupo de 125 novos bispos, que participam até
Fontes: ACI/ CNBB
Cardeal Hummes é homenageado pela Igreja Ortodoxa Antioquina Tony Boueire/Catedral Ortodoxa
Cardeal Hummes recebe Comenda dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, honraria do Patriarcado Ortodoxo de Antioquia
No domingo, 13, celebrando antecipadamente a Festa da Exaltação da Santa Cruz em sua Catedral de São Paulo, a Igreja Ortodoxa Antioquina, integrante do Movimento de Fraternidade de Igrejas Cristãs (Mofic), prestou homenagem ao Cardeal Cláudio Hummes, 80, arcebispo emérito de São Paulo e prefeito emérito da Congregação para o Clero. Dom Damaskinos Mansour, arcebispo Ortodoxo Antioquino, conferiu ao Cardeal Hummes a Comenda dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, honraria e condecoração oficial do Patriarcado Ortodoxo de Antioquia e todo o Oriente, com diploma assinado por seu Patriarca, Sua Beatitude João X. Foi um reconhecimento à atuação de Dom Cláudio à causa da unidade cristã, especialmente no estreitamento das relações entre as duas Igrejas, Católica e Ortodoxa Antioquina, especialmente quando esteve à frente da Arquidiocese de São Paulo. Estiveram presentes na homenagem autoridades religiosas e civis, entre as quais o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Fonte: Igreja Ortodoxa Antioquina (Redação: Daniel Gomes)
Refugiados sírios em São Paulo procuram auxílio em mesquitas
Duas irmãs franciscanas dizem sim à missão no Haiti
A guerra civil síria, que começou com a então mundialmente aclamada “Primavera Árabe” há quatro anos, já matou mais de 250 mil pessoas e levou 4 milhões a deixar o País. Uma pequena parte destes veio para o Brasil, a maior parte para São Paulo. Sem falar português nem conhecer o Brasil, eles foram bater à porta da mesquita de Guarulhos, a dez quilômetros de distância do aeroporto em que chegaram. Segundo dados da ONU, o Brasil já possui mais de 2 mil refugiados sírios.
A Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB Nacional) e a CNBB enviarão duas missionárias para compor a comunidade intercongregacional do Haiti: Irmã Zenaide Laurentina Mayer, da Congregação das Irmãs Franciscanas de São José; e a Irmã Vanderleia Correa de Melo, da Congregação das Franciscanas de Cristo Rei. Desde o terremoto que assolou o Haiti em 2010, a CRB Nacional tem enviado missionárias àquele País para
Devido à superlotação, a mesquita de Guarulhos já não abriga mais refugiados, que são enviados para duas ONGs. As mesquitas do Brás e de Santo Amaro têm desenvolvido projetos de ressocialização para os refugiados, com cursos de português e distribuição de cestas básicas. Uma das grandes dificuldades é encontrar bons empregos: além da barreira da língua, a validação dos diplomas sírios é muito difícil. Fonte: Veja
colaborar e favorecer a dignidade das pessoas atingidas e amenizar ou erradicar possíveis dores e sofrimentos. “Minha vocação é religiosa e missionária, embora nunca tenha pensado em missão ad gentes mas agora será”, afirmou Irmã Vanderleia. “Tenho este impulso de ir, aberta à realidade, com a expectativa de conviver e dentro da realidade, o que é possível, ajudar, colaborar”, declarou a Irmã Zenaide. Fonte: CRB Nacional (Redação: Daniel Gomes)
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Destaques das Agências Internacionais
| Pelo Mundo | 9 Filipe David
Correspondente do O SÃO PAULO na Europa
Organização das Nações Unidas
Agenda para 2030 pretende erradicar a pobreza e universalizar o acesso ao aborto UN photos
A Organização das Nações Unidas (ONU), por ocasião da comemoração de seus 70 anos, está propondo uma agenda para mudar radicalmente o mundo até 2030. A declaração deverá ser aprovada pelos países membros em uma reunião em sua sede, na cidade de Nova Iorque, entre os dias 25 e 27 deste mês.
17 metas globais
A agenda contém 17 metas a serem atingidas: erradicar a pobreza e a fome, “garantir vidas saudáveis e promover o bem-estar para todos”, “garantir educação de qualidade, inclusiva e igualitária”, “alcançar a igualdade de gênero”, garantir o acesso à água e serviços sanitários, à energia sustentável, a empregos decentes, construir infraestrutura, reduzir a desigualdade entre os países, tornar as cidades “inclusivas, seguras, resistentes e sustentáveis”, garantir um padrão de consumo e produção sustentáveis, “tomar ação urgentemente para combater a mudança climática e seus impactos”, conservar os oceanos, proteger os ecossistemas, promover sociedades justas e pacíficas, e fortalecer a parceria global para o desenvolvimento sustentável.
Como o aborto está discretamente presente?
Embora as metas sejam descritas sempre com uma linguagem positiva, estudiosos têm feito diversas críticas ao Documento. Por exemplo, a meta 3,
Sede da ONU em Nova Iorque, nos Estados Unidos, receberá reunião de países membros entre os dias 25 e 27 para discutir pontos da Agenda 2030
de garantir “vidas saudáveis e promover o bem-estar”, inclui, no item 3.7, o seguinte objetivo: “garantir o acesso universal para serviços de saúde reprodutiva e sexual”. Embora não seja explícito no texto, os especialistas no assunto sabem que essa linguagem foi criada para significar, de forma discreta, o acesso ao aborto e à contracepção. Sabese, também, que a ONU, muitas vezes, pressiona os países pobres a aceitarem esse tipo de agenda sob pena de perderem a ajuda financeira prometida.
Ideologia de gênero
Outro ponto importante é a presença da ideologia de gênero no texto. A noção de gênero está presente na meta 5, de “alcançar a igualdade de gênero”. Embora o texto também fale de “mulheres e meninas”, o uso do
termo “gênero” em vez de “sexo” é significativo. O texto traz objetivos nobres como acabar com o tráfico de mulheres, com o casamento infantil e com a mutilação genital, mas no item 5.6 promove novamente a ideia da “saúde reprodutiva e direitos reprodutivos”, isto é, aborto e contracepção.
Governo mundial
Outra crítica que tem sido feita ao Documento é sobre os meios que serão utilizados para se atingir todas essas metas. Teme-se que o meio necessário para isso seja o aumento gradual e cada vez mais significativo do poder da própria ONU e de uma governança global, isto é, um quase governo mundial controlado pela burocracia das Nações Unidas. Como já acontece na União Europeia, o aumento do
poder do governo central seria feito em detrimento da soberania dos países membros.
O apoio com reservas da Santa Sé
Em declaração oficial, a delegação da Santa Sé comentou o Documento, elogiando o comprometimento na erradicação da pobreza e na preservação do meio ambiente, mas fez uma série de “reservas” com relação a certos pontos. A primeira é sobre os termos “saúde sexual e reprodutiva” e “direitos reprodutivos”, que, para a Santa Sé, não devem incluir o aborto. Com relação aos termos “contracepção”, “planejamento familiar” e, novamente, “saúde sexual e reprodutiva” e “direitos sexuais e reprodutivos”, a Santa Sé reafirmou sua posição que distingue os métodos que res-
peitam a dignidade dos esposos e são moralmente aceitáveis dos métodos que não respeitam a dignidade humana e são inaceitáveis. Com relação ao termo “gênero”, a Santa Sé entende que ele deve estar baseado na identidade sexual biológica, masculina ou feminina. Em outras reservas ao Documento, a Santa Sé expressou sua preocupação com os direitos dos pais de educarem seus filhos de acordo com suas consciências, incluindo o direito à liberdade religiosa, e enfatizou “as distinções importantes que precisam ser preservadas” entre tratados formalmente aceitos pelos países com a intenção de produzir efeitos jurídicos, e outros documentos internacionais que não têm a mesma autoridade. Fontes: Missão da Santa Sé nas Nações Unidas/ Organização das Nações Unidas
10 | Viver Bem |
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Comportamento
Quando os casamentos acabam... Simone Ribeiro Cabral Fuzaro mento não são as melhores.
Realidade cada vez mais presente são os casamentos desfeitos. Incompatibilidades, dificuldades, atritos. Casais separados: ex-mulher e ex-marido, porém, pai e mãe. Seja qual for a circunstância, as situações e as causas, pai é pai, mãe é mãe e cada um tem seu papel e função junto aos filhos - não dá para negar. Ambos são fundamentais, insubstituíveis e necessários para o crescimento físico e emocional equilibrado e saudável. Mesmo que tratemos com naturalidade a separação, para os filhos não há nada de natural em ver seu lar se “desagregar” sob seus pés. Uma medida muito importante, apesar do desconforto ou das dificuldades no trato com o ex ou a ex, é manter um relacionamento respeitoso e sensato para garantir um desenvolvimento emocional equilibrado para os filhos. É difícil lidar com os sentimentos que surgem num momento de separação, porém, os filhos não podem entrar nesse turbilhão. É comum surgirem movimentos muito inadequados em relação aos filhos: disputa pelo amor, colocá-los no vazio deixado pela relação que acabou (por pior que tenha sido), culpa, necessidade de suprilos pela perda gerada pela separação. Pior a “emenda do que o soneto”. Pior ainda quando se resolve compartilhar com os filhos as impressões e sentimentos que se tem sobre o ex ou a ex, que com certeza, nesse mo-
mana, propondo brincadeiras e atividades prazerosas. Ninguém ganha com essa disputa imatura, com essa “punição” escondida; ao contrário: perdem os únicos que não poderiam perder, aqueles que são frutos de uma relação que um dia foi de amor, que precisam receber muito para tornarem-se adultos lúcidos e equilibrados - os filhos. Todo mundo tem o “direito” de ser feliz, de buscar novos caminhos, novos horizontes, novos relacionamentos - diz a cultura moderna. Porém, sendo pais, é preciso nos perguntar: o que de fato é ser feliz? Nossa felicidade não está intimamente ligada e comple-
Os filhos têm o direito de amar os pais e de não escolher entre eles. Precisam ser respeitados em sua necessidade de conviver e admirar ambos. As críticas surgirão com o tempo, são naturais e importantes, porém, frutos de reflexões e vivências em uma fase mais avançada da vida. Diante de um casamento falido, é preciso um compromisso sério de amor aos filhos, que supera as frustrações e decepções dos ex-companheiros, em prol da felicidade dos pequenos. As dificuldades serão imensas, porém, alguns aspectos precisam ser considerados e preservados. Embora a guarda fique com É comum surgirem um dos pais, o movimentos muito convívio com inadequados em relação ambos é impor- aos filhos: disputa pelo tante: as crianças amor, colocá-los no vazio se formam no convívio, no co- deixado pela relação que tidiano, no trato acabou (por pior que tenha diário em que se sido), culpa, necessidade de colocam limites, supri-los pela perda gerada se escutam necessidades e an- pela separação gústias, se organiza o quarto, as tarefas, se “dá tamente implicada com a felicolo”. Impossível formar pes- cidade e equilíbrio de nossos soas aos finais de semana. Há filhos? Não nos deixemos levar que se esforçar para que um mínimo de convívio com am- por modismos e facilidades bos seja preservado, para que - ser pai, ser mãe é intransfeum dos dois não seja o vilão rível. Sejamos sensatos e rese o outro o mocinho, ou seja, ponsáveis. um que coloca os limites, ensina a comer, vestir, acompanha Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é fonoaudióloga e educadora; Mestre em Educação/ as tarefas pequenas e árduas Distúrbios da Comunicação pela PUC-SP; do cotidiano, e outro que leva especialista em linguagem e coordenadora da Escola de Educação Infantil Pedrita para passear aos finais de se-
Cuidar da Saúde
Ser barrigudo faz mal? Cássia Regina
Muita gente brinca com a barriga grande, chamando de “barriga de chopp”, mas o assunto é sério. Recentes protocolos pedem que meçamos a circunferência abdominal, durante as consultas, para mensurar o risco cardiovascular. Os valores normais são: 85 cm para as mulheres e 100 cm para
os homens. Estudos comprovam que ao ultrapassar esses valores, aumentam as chances de problemas cardiovasculares como, por exemplo, o infarto do miocárdio. Se existe gordura acumulada no abdome, como estará dentro das artérias? E se você fuma, tem hipertensão, aumento do colesterol e é sedentário, então, o problema é mais sério ainda. Se você está pre-
ocupado com suas medidas, marque uma consulta. E até lá, já pode começar a fazer caminhadas regulares e reeducação alimentar. Não espere adoecer para tomar providência. Comece a cuidar hoje de um problema que pode atrapalhar seus planos amanhã. Dra. Cássia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF) E-mail: dracassiaregina@gmail.com
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| Reportagem | 11
Pelo reconhecimento dos direitos de 45,6 milhões de brasileiros Arquivo pessoal
No Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, 21 de setembro, há razões para comemorações, mas ainda resta muito a ser conquistado Renata Moraes
jornalismorenata@gmail.com
“A pessoa com deficiência não deixa de ter eficiência. O deficiente não deixa de ser eficiente por causa da sua limitação, e é isso que nós ‘lutamos’ para mostrar. Lutamos para sermos reconhecidos como iguais, como pessoas com grande potencial e que conseguem se adaptar e, muitas vezes, realizar as mesmas tarefas que as pessoas comuns, com muito mais eficiência”, expressou Juliana Ferreira dos Santos, 34, administradora de empresas e estudante de Psicologia, que possui distrofia muscular, uma alteração genética degenerativa que causa perda de força muscular e de equilíbrio. Juliana está entre os 45,6 milhões de brasileiros (23,9% da população) que possuem alguma deficiência, segundo dados do Censo de 2010. Em São Paulo, vivem 9,3 milhões de pessoas (2,7% da população paulista) com alguma deficiência auditiva, visual, motora, mental ou intelectual.
de das pessoas em nos ajudar para atravessar a rua”, relatou Shirlei. Para ela, o Metrô ainda é o melhor transporte, pois nele sempre obtém ajuda dos funcionários. Sidnei sente dificuldades ao usar o sistema de ônibus, pois sempre depende das pessoas para ler o itinerário. Para Juliana Ferreira há coisas positivas a favor das pessoas com deficiência, como a isenção de impostos para a compra de veículos, o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras), o uso do ‘braile’ para os deficientes visuais e a oficialização, pela lei federal nº 11.133/2005, da data de 21 de setembro como o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. A data, oficializada há dez anos, foi escolhida em 1982, durante um encontro nacional promovido por movimentos sociais que atuam com as pessoas com deficiência, e tem por objetivo de divulgar as lutas por inclusão social.
Recomendações da ONU ao Brasil
Para retratar a realidade das pessoas com deficiência no Brasil, o ministro chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Juliana observa que na cidade de São Avenida Paulista do que na minha rua, Presidência da República, Pepe Vargas, e representantes do Estado brasileiro estiPaulo existem muitas coisas para serem por exemplo”. A mesma queixa de acessibilidade fa- veram em Genebra, na Suíça, nos dias 25 melhoradas para as pessoas com deficiência, sobretudo nas questões de acessibili- zem Shirlei Ferreira Santos, 38, e Sidnei e 26 de agosto, no Comitê da ONU sodade e mobilidade urbana. Ela possui um Pires dos Santos, 53, deficientes visuais, bre Direitos das Pessoas com Deficiência veículo adaptado, mas conta que muitos casados há oito anos. “Temos muita difi- (CRPD). amigos reclamam da acessibilidade no culdade de andar nas ruas. As calçadas são No dia 4 deste mês, o Comitê divulgou Superação reconhecida em lei transporte público. “É muito mais fácil ruins, não há semáforos inteligentes e, na observações sobre o relatório apresentado Juliana foi diagnosticada aos 17 anos se locomover com a cadeira de rodas na maioria das vezes, dependemos da carida- pela comitiva de autoridades brasileiras. com distrofia muscular de cintuApesar de elogiar alguns avanras, o que faz com que os moviços nas políticas públicas voltamentos de seu corpo diminuam das ás pessoas com deficiência, o com o passar dos anos. CadeiCRPD recomendou a adoção de nos espaços físicos e de comuUma das conquistas dessa Pastoral atua rante há dois anos, ela leva uma nicação nas paróquias para as pastoral desde maio deste ano é legislação, políticas e programas contra isolamento pessoas com deficiência. vida normal: estuda Psicologia, interssetoriais para responder às que as missas das 11h de dominse diverte com amigos e partiSegundo Carlos Campos, go na Catedral da Sé são traduzimúltiplas formas de discriminae exclusão cipa do grupo de Teatro Emação contra as pessoas com deficoordenador da Pastoral, a das em Libras para os deficientes nuel, da Paróquia Santa Maria Fundada em 2006, ano em missão é “fortalecer as pessoas auditivos e há, ainda, audiodesciência, especialmente crianças, Madalena, na Região Belém. “Os que a Campanha da Fraterni- com deficiência para que saiam crição para os deficientes visuais. mulheres, afrodescendentes e indade teve como tema “Frater- do isolamento e da exclusão so- Na Paróquia Nossa Senhora do dígenas. Indicou, ainda, a necesamigos do teatro me dizem que nidade e Pessoas com Defici- cial, assumindo o papel de pro- Bom Parto, na Região Belém, sidade de melhorias nas políticas eu os ajudo mais do que eles a ência”, a Pastoral da Pessoa com tagonistas da própria história, em todo terceiro sábado de cada de educação, saúde, trabalho e mim, mas garanto que na hora Deficiência da Arquidiocese de para libertarem-se da condição mês, acontece a missa inclusiva emprego, participação na vida de fazer força pra empurrar essa São Paulo atua por uma cultura de assistidos e ascenderem à voltada especialmente para as cultural, recreação, lazer e esporcadeira e subir e descer escadas, te para a plena garantia dos direide acessibilidade e acolhimento posição de evangelizadores”. pessoas com deficiência. (RM) não sei o que seria de mim sem tos dessa parcela da população. eles”, conta. Juliana Ferreira dos Santos, 34, estudante de Psicologia possui distrofia muscular de cinturas
Prefeitura afirma trabalhar por uma cidade mais inclusiva A Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (SMPED), por meio de sua assessoria de imprensa, apresentou à reportagem alguns dados sobre as ações da atual gestão voltadas para as pessoas com deficiência. Em maio, foi anunciada a adequação de 1 milhão de m2 de calçadas até o final de 2016. “As obras já estão em andamento na região central e em diversos bairros da cidade, principalmente em zonas periféricas, e são executadas pelas subprefeituras. Até outubro, haverá uma consulta
pública para a instalação de 125 semáforos sonoros na cidade, que vão oferecer mais segurança e autonomia a pedestres com deficiência visual. Em relação aos ônibus, no início desta gestão, a frota municipal acessível era de 59% e hoje, 84% dos veículos já são adaptados”, informou a Secretaria. Na educação, conforme a Secretaria, houve ampliação de 24,5% no número de Salas de Apoio e Acompanhamento à Inclusão (480 salas) e de 92,3% na quantidade de professores de apoio à inclusão (cem
pessoas). Na Saúde, já foram habilitados 19 Centros Especializados em Reabilitação, que oferecem um atendimento integral e multidisciplinar à pessoa com deficiência física, visual, auditiva e intelectual. Em 2011, foi lançado em âmbito federal o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Viver sem Limite, que tem a meta de implementar novas iniciativas e intensificar ações já desenvolvidas em benefício das pessoas com deficiência. “O Estado de São Paulo não aderiu
ao Plano Nacional, ao contrário do que fez a Prefeitura logo no início desta gestão. Dessa forma, a política municipal para pessoas com deficiência, o ‘São Paulo Mais Inclusiva’, segue as diretrizes do Viver Sem Limite”, afirmou, ao O SÃO PAULO, Mariane Pinotti, secretária da SMPED. Procurada pela reportagem, a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência não respondeu aos questionamentos sobre adesão ao Viver Sem Limite. (RM)
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Nulidade m
Mudanças nos proce eclesial mais pr fernando geronazzo
especial para o são paulo
Proximidade em relação aos fiéis nos pedidos de verificação de nulidade matrimonial. Esse é o destaque da reforma apresentada pelo Papa Francisco, no dia 8, com a publicação das cartas apostólicas em forma de Motu Proprio ‘Mitis Iudex Dominus Iesus’ (Senhor Jesus, meigo juiz), para o Código de Direito Canônico, e ‘Mitis et misericors Iesus’ (Jesus, meigo e misericordioso), para o Código dos Cânones das igrejas Orientais. “A justiça eclesial precisa estar fisicamente mais próxima dos fiéis, através do fortalecimento da missão do bispo, como juiz da justiça eclesiástica em sua diocese. Quanto ao desenvolvimento do processo, o Papa torna o processo mais breve e fica supressa a necessidade de duas sentenças conformes na declaração da nulidade matrimonial”, explicou o arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, durante entrevista coletiva no dia 9. Também participaram da coletiva Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese e moderador do Tribunal Eclesiástico Interdiocesano de Primeira Instância, o Cônego Martin Segú Girona, vigário judicial da Arquidiocese, e o Monsenhor Sérgio Tani, Doutor em Direito Canônico. O Cardeal esclareceu um equívoco feito pelos grandes meios de comunicação ao afirmarem que, com a decisão de Francisco, a Igreja estaria facilitando a “anulação de casamentos”. Dom Odilo reforçou que a Igreja não anula matrimônios, mas declara nulas aquelas uniões que nunca existiram. “O conceito não é ‘anulação’ do casamento, que significa tornar nulo algo que existiu como verdadeiro, mas se trata do reconhecimento da nulidade matrimonial. Existem casamentos que, desde a origem são nulos porque houve alguma falha no momento de realiza-lo”, afirmou, reforçando que, com o novo documento, o Pontífice não aprovou o divórcio. O próprio Papa Francisco em entrevista exclusiva concedida à jornalista portuguesa Aura Miguel, da rádio Renascença, publicada segunda-feira, 14, falou brevemente sobre o assunto e confirmou que o objetivo da reforma foi simplificar, “facilitar a fé às pessoas”, para que “a Igreja seja mãe”.
Em sintonia com o Sínodo
Dom Odilo informou, ainda, que a medida do Pontífice não veio de repente, frisando que o Papa, na introdução do Documento, recorda a Assembleia
Extraordinária do Sínodo dos Bispos, de outubro passado, sobre “Os desafios da família no contexto da evangelização”, da qual participou. “Um dos assuntos muito tratados no Sínodo foi este, que seria necessário que se revisse o processo de reconhecimento da nulidade, que, até aqui, era bastante complicado, demorado, e muitas pessoas até gostariam de introduzir um pedido de reconhecimento da nulidade e acabavam desistindo de ten- Monsenhor Sérgio Tani, Dom Sergio de Deus, Cardeal Scherer e Cône tar pôr essa questão em ordem”, disse, informando, ainda que, o Arcebispo pode consultar para julgar após o Sínodo, o Papa, imediatamente uma sentença. Ele explicou quem tem constituiu uma comissão para a revisão dúvidas a respeito do seu casamento dos processos. “Portanto, agora, essa de- tem o direito de impugná-lo, ou seja, cisão é a resposta àquele pedido e o traba- protestá-lo. O primeiro passo é a petição lho daquela comissão”. inicial, que deve se enquadrar dentro de algum dos títulos da nulidade, segundo Proximidade o Direito Canônico, são 29 títulos de Dom Sergio destacou que a grande nulidade chamados vícios de consentipreocupação da Igreja é que as pessoas mento). Além dos advogados, que, como no possam viver um caminho de santidade e muitas delas, às vezes, estão impedidas Direito comum, defendem os interesses porque não conseguem chegar ao tribu- das partes envolvidas no processo, há o nal eclesiástico para averiguar a verdade defensor do vínculo, que age como um sobre o seu Matrimônio. “É um direito dos fiéis descobrir qual é a verdade sobre o seu Matrimônio num tribunal eclesiástico competente”. O Bispo também apontou que a reforma visa tornar a justiça eclesial mais próxima das pessoas e os processos mais rápidos. “Proximidade física, sobretudo nos tribunais diocesanos, nas pessoas dos bispos, e proximidade na própria estrutura dos processos. Não podemos pensar que estamos favorecendo a nulidade do matrimônio. Estamos tornando promotor de justiça em defesa do Sacrao processo mais rápido”. mento. “A petição de verificação da nuliOs processos dade deve ser encaminhada, em primeiro Como vigário judicial, Cônego Segú lugar, ao defensor do vínculo, que vai veé encarregado pelo Arcebispo para re- rificar se concorda ou não com os moticeber as questões que dizem respeito à vos apresentados pelo advogado para que justiça eclesiástica e dar o devido enca- haja nulidade. Uma vez que o defensor minhamento. É também aquele ao qual aceita, o juiz vai decretar a constituição
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matrimonial
essos tornam justiça róxima dos fiéis Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
Uma instância
Dom Sergio também explicou aos jornalistas a dupla sentença surgiu em 1740 com o Papa Bento XIV, num contexto em que o Matrimônio religioso tinha muita relevância no âmbito civil. O direito eclesiástico regia toda a vida civil. Diante dos muitos problemas que existiam na época, esse Pontífice achou necessária uma segunda sentença”. A alteração do ego Segú falam sobre mudanças nos processos de nulidade matrimonial Papa Francisco corresponde ao atual do tribunal, isto é, o processo em si”, con- contexto vivido pela Igreja nesse âmbito. tinuou Cônego Segú. “O Matrimônio, na maioria dos países, O processo possui três modalidades: não tem mais relevância civil. Percebeno breve, para causas evidentes de nuli- do que as pessoas buscam a declaração dade; o ordinário, o processo mais co- de nulidade, sobretudo em vista do demum, que pode levar um pouco mais sejo de contrair as núpcias validamente de tempo; e o documental, cuja causa na Igreja, é possível que haja uma única de nulidade se dá pela irregularidade de instância para que se torne executiva a algum documento relacionado ao pro- sentença”, acrescentou. cesso matrimonial. Dom Odilo, completou que o Papa, A mudança apresentada pelo Papa em todo caso, ainda conserva a possiestá relacionada principalmente ao pro- bilidade de uma segunda sentença, socesso mais breve. Um caso evidente de mente quando uma das partes apela para nulidade é, por exemplo, quando o noivo, uma segunda instância, como o próprio Pontífice confirmou à jornalista portuguesa: “Agilizar os processos nas mãos do bispo. Um juiz, um defensor do vínculo, só uma sentença, porque até agora havia duas sentenças. Se não houver apelo, já está. Se houver apelo, vai para o metropolita”.
Custos
por causa de uma gravidez inesperada, foi forçado pelos pais da noiva a se casar. “Neste caso, é evidente que a pessoa disse ‘sim’ contra a vontade”, afirmou Cônego Segú. Nessas situações, como o Papa detrminou na reforma, o bispo diocesano define em uma primeira instância sem apelação.
Sobre os custos do processo de verificação de nulidade, o Vigário judicial informou aos jornalistas que uma causa custa hoje o equivalente a sete salários mínimos e meio. Mas explicou que as pessoas que justificam não ter condições conseguem facilitação no pagamento, como o parcelamento e “o patrocínio de pessoas generosas”. “No nosso tribunal, ninguém ficou sem justiça por causa de dinheiro, mas também ninguém a conseguiu gratuitamente”, disse o Cônego, ressaltando o sen-
tido pedagógico que existe no pagamento, mesmo que mínimo do processo, bem como as despesas necessárias. “Temos despesas com correio aéreo, secretarias, luz, água, advogados, defensores, juízes etc. Em geral, temos 26 pessoas trabalhando em uma causa” Dom Odilo destacou que aquilo que o Papa afirma no documento: pagadas as justas despesas devidas do processo, este seja, na medida do possível, gratuito. Cônego Segú completou que, com a não obrigatoriedade da segunda instância e a agilidade para a conclusão dos processos breves nas causas evidentes de nulidade, há a possibilidade de uma diminuição de custos.
Valorizar a família
Monsenhor Sérgio Tani afirmou que a renovação das normas sobre o processo de nulidade matrimonial vem ao encontro do desejo do Santo Padre de valorizar sempre mais as famílias. “O próprio Papa Francisco vem tratando o tema da família de forma insistente e com bastante autoridade em suas catequeses semanais. É justamente esse tema que o Papa quer colocar em evidência: que a Igreja continue a tratar as famílias com muito carinho e muito respeito, e esteja cada vez mais próximas delas”. Nesse sentido, o canonista chama a atenção para o fato de o Papa, com o Motu Proprio, reforçar a indissolubilidade do Matrimônio. “Igreja continua a reafirmar a indissolubilidade do Matrimônio. Da mesma forma, faz com que se agilize os processos para que as pessoas com Matrimônios falidos possam ter a certeza da validade ou não do Matrimônio contraído”. Para o Monsenhor Tani, cuidar melhor da pastoral matrimonial também será um desafio da Igreja. Tanto que uma novidade apontada pelo Documento é um acompanhamento pastoral anterior à procura do tribunal eclesiástico. “O Papa fala da eventualidade de se criar novas estruturas no âmbito da pastoral matrimonial diocesana, ou seja, a atenção da Igreja para com a família deve ser algo importante no trabalho do tribunal, de uma diocese e do próprio bispo”.
Colocar em prática
O Cardeal afirmou que com a reforma, haverá mudanças no trabalho dos tribunais, mas todos deverão estudar o Motu Proprio. “Teremos que estudar como pôr em prática isso: em primeiro lugar, cada bispo na sua diocese; depois, no âmbito de uma província eclesiástica e, enfim, nos organizarmos de uma forma nova para atender essa demanda que vai surgir”.
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Falar ou não sobre a morte quando ela se aproxima? Nayá Fernandes
nayafernandes@gmail.com
Desde sempre, a realidade da morte foi para a humanidade um tabu. Há quem diga que os primeiros registros pictográficos humanos tenham sido sobre a morte, pois foi esta que proporcionou o desenvolvimento da imaginação e, por consequência, da arte. Uma das mais conhecidas obras literárias da humanidade, a “Divina Comédia”, de Dante Alighieri, conta a história de um homem após a morte e, é claro, para as religiões do Livro, entre elas o catolicismo, a Bíblia é o grande livro que ajuda a compreender o início, o fim da vida e a eternidade. Os cristãos católicos creem na ressurreição dos mortos. “Se Cristo não ressuscitou”, diz São Paulo na carta que escreve aos Romanos, “vã é a vossa fé”. Jesus foi ressuscitado por Deus dos mortos e sua ressurreição possibilitou à humanidade a expectativa de também ressuscitar. Assim, a morte já não é o fim, mas o início de uma vida plena “onde não haverá mais choro nem dor”. A doutrina católica é clara nesse sentido e lembra a todos os crentes que não há motivo para o desespero diante do fim da vida, pois ela continua na eternidade. E até para os que creem, falar sobre a morte é, uma prática pouco comum, mesmo quando a morte se aproxima. Quando alguém está em estado terminal e – profissionais da saúde, parentes e amigos sabem disso – nem sempre há quem se disponha a conversar com o paciente e, em muitos casos, se prefere não tocar no assunto, considerando que, assim, a pessoa terá uma morte mais tranquila. Há um serviço que pode ajudar para que a pessoa se sinta mais fortalecida e consciente nesse momento: a assistência espiritual.
A assistência espiritual morte, ela perde o sentido”, res- que os médicos não devem fazer gina o dia da morte, quem vai no Flávio César de Sá é professor de ética e Bioética na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e trabalha na bioética clínica, prestando assistência aos profissionais da saúde. Em entrevista ao O SÃO PAULO, ele ressaltou que, em sua experiência médica, a assistência espiritual é, em muitos casos, uma das únicas maneiras de ajudar o paciente a compreender o momento da morte. “Se perguntarmos para qualquer pessoa: ‘Você vai morrer?’, todos responderão: ‘Sim, claro
saltou Flávio. É importante lembrar também que aceitar a morte não significa sentir alegria, pois todos sabem o quanto doloroso e triste é o momento de uma perda. Porém, Flávio recorda que só “se vive bem a partir do momento em que se aceita a morte. Quem vive o tempo todo ignorando a morte, não consegue ter uma vida plena”. Para o médico e professor de ética e Bioética, “a primeira porta aberta para uma morte melhor, é a assistência espiritual. É essencial que se possa falar sobre a situação que se está vivendo.
que eu vou morrer’. Mas quase ninguém consegue lidar bem com esse momento e quer conversar sobre ele. Quando um paciente está em estado terminal, por exemplo, sente que está no fim da vida, mas ninguém conversou com ele e, em alguns casos, ele morre sem nenhum apoio”, explicou Flávio. “Por outro lado, os médicos no Brasil estão numa tendência de tratar sempre, e, procurar ao máximo prolongar a vida, quando, em muitos casos, o melhor a se fazer pelo paciente é deixar que a morte ocorra naturalmente e, a partir de então, transformá-la num momento de amor e significado. Quando a pessoa fica lutando contra a
Não há dúvidas de que, hoje em dia, a assistência espiritual para o paciente terminal faz bem. Só precisamos permitir, enquanto profissionais da saúde, que isso aconteça e que as demais pessoas também se deem esse espaço”. Flávio insistiu que precisa haver uma nova compreensão dos profissionais da saúde em relação à morte. “Quando o médico aceita que não há mais o que fazer pois o paciente está morrendo, se consegue dar um passo em cada caso, e a aceitação de todo o resto dos envolvidos é mais fácil e tranquila. Também é importante lembrar que esse tipo de conduta já está incorporada no sistema jurídico e médico. Há artigos específicos que dizem
tratamentos que prolonguem a vida dos pacientes inutilmente.” Padre João Inácio Mildner é capelão no Instituto de Infectologia Emílio Ribas em São Paulo e tem experiência na assistência espiritual. Entre os dias 5 e 6, ele participou, em São Paulo, do XXXIV Congresso Brasileiro de Humanização e Pastoral da Saúde, no campus Ipiranga do Centro Universitário São Camilo. O tema central do evento foi: “Que modelo de pastoral e assistência espiritual necessita o mundo moderno?”. “No hospital, nós construímos a verdade juntos. Na maio-
velório, quem vai visitar, como serão as flores... As pessoas escrevem muitas páginas. Depois, peço que escrevam como seria após sete dias, após 15 dias, após 30 dias e dez anos. E as páginas vão diminuindo. Ou seja, a morte é um salto para o escuro. Por isso, no momento em que o doente se abre, temos que ajudá-lo a encontrar o sentido da vida e da morte.”
Uma pastoral para cuidar da vida
Márcio Cesena, 59, é engenheiro civil, casado e tem dois filhos. Está cursando o último ano do curso de Teologia pela Luciney Martins/O SÃO PAULO Escola Diaconal São José da Arquidiocese de São Paulo, e integra a Pastoral da Saúde há sete anos, no Complexo Hospitalar do Mandaqui, na zona Norte. A Pastoral Saúde que Márcio participa pertence à Paróquia Nossa Senhora da Salette e realiza visitas nas residências dos enfermos, em casas de repouso e nos hospitais da região. Nas residências, a visita acontece periodicamente a partir de uma solicitação da família e, nos hospitais, é feita semanalmente. “Dada a particularidade da missão da Pastoral da Saúde nos hospitais, o atendimento ao paciente é dificultado pelo período que ele passa no leito hospitalar. A maioria dos casos de ria dos casos de morte encefálica, pessoas idosas é grave e, pora equipe multiprofissional cha- tanto, nossa presença trata-se de ma o capelão para discutir o caso acompanhamento dos familiares e falar com a família, pois é pre- e amigos em situações-limite, ciso olhar o ser humano na sua pois o paciente já se encontra, integralidade e, por isso, os ser- muitas vezes, na Unidade de viços psíquico, físico e espiritual Terapia Intensiva (UTI), e não são essenciais. ‘Olha, o paciente temos acesso a ele. O agente de morreu, está respirando por cau- pastoral acolhe, conforta, tenta sa dos aparelhos’. É importante ser misericordioso nessa hora ser claro quanto ao diagnóstico tão doída para os parentes que, do paciente para que ele não crie em alguns casos, foram pegos nenhuma fantasia. Pois quando de surpresa. É uma presença de a fantasia não ajuda, vem a de- solidariedade e partilha”, contou pressão e a ansiedade.” Márcio. O Padre contou que, no hospital, fazem uma experiência de pedir que os pacientes escrevam sobre a sua morte. “Fazemos um trabalho que consiste em pedir que cada um escreva como ima-
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Com a Palavra: Rubens Ricupero
Todos pela ‘conversão ecológica’ Luciney Martins/O SÃO PAULO
Nayá Fernandes
nayafernandes@gmail.com
Ex-ministro do Meio Ambiente e da Amazônia Legal, entre 1993 e 1994, e ex-secretário Geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), de 1995 a 2004, o embaixador Rubens Ricupero concedeu entrevista exclusiva ao O SÃO PAULO sobre alguns aspectos sociais, políticos e econômicos da encíclica do Papa Francisco “Laudato si’ - sobre o cuidado da casa comum”. O SÃO PAULO – Quando o Papa Francisco fala de um “projeto de casa comum”, ele se refere também em sentido de uma política internacional?
Rubens Ricupero - O Papa Francisco utiliza a expressão “casa comum” para indicar que o aquecimento climático é o mais global de todos os problemas, uma vez que afeta a todos os habitantes do planeta. Nesse sentido, as condições planetárias constituem uma “casa comum”, que não devemos sujar ou destruir. A solução para o desafio do aquecimento global terá de vir da colaboração de todos: se um só grande poluidor ficar de fora e se recusar a reduzir as emissões de gás de efeito estufa, de pouco servirá o esforço dos demais.
Há vontade política internacional de preservação ou esta é refém da economia?
A vontade política se forma gradualmente à medida que cresce a consciência da gravidade e da iminência do perigo. É preciso lembrar que a questão ambiental, sobretudo em seu aspecto mais grave, o do aumento da temperatura e da extinção das espécies, é problema relativamente recente, do qual se começou a tomar conhecimento a partir das revelações científicas na década de 1960 e da Conferência da ONU de Estocolmo em 1972. Na Cúpula da Terra ou Conferência da ONU no Rio de Janeiro, em 1992, deu-se um passo avante importante com a assinatura da Convenção sobre Mudança Climática e a Convenção sobre a Biodiversidade. Anos mais tarde, assinou-se o Protocolo de Kyoto, primeiro compromisso firme de governos para cortar emissões. Desse modo, o processo vem avançando por etapas. Infelizmente, poderosos interesses econômicos, em especial ligados aos combustíveis fósseis, como carvão, petróleo, vêm gastando fortunas para influenciar congressistas, políticos, formadores da opinião pública, com o fim de adiar ou evitar medidas que firam seus interesses e desvalorizem os valores gigantescos dos ativos em jazidas de carvão ou petróleo.
No Brasil há políticas efetivas nesse sentido?
Sim e não. Graças à sua riqueza em recursos hídricos – com cerca de 12% do total, o Brasil é o que detém o maior estoque de água doce do planeta –, o País ostenta uma matriz energética na qual as usinas hidrelétricas são as principais geradoras de eletricidade, ao contrário da maioria dos demais países, nos quais a energia elétrica vem mais das termoelétricas poluentes de carvão, petróleo e gás. Pode-se até dizer que, devido à matriz com elevada participação de fontes de energia limpa e renovável (hidroeletricidade, etanol, energia gerada pelo bagaço da cana), o Brasil poderia converter-se numa “potência ambiental”. Com efeito, além da energia renovável e limpa, nosso País possui a maior floresta tropical do mundo, desenvolveu o mais amplo programa de biocombustível em escala maciça com o etanol de cana e, como antes mencionado, dispõe da maior reserva do crescentemente escasso recurso da água doce. Lamentavelmente, em alguns aspectos tem havido retrocesso entre nós. Por exemplo: vem crescendo nos anos recentes a participação das maiores poluidoras, as termoelétricas, devido às falhas de planejamento e execução do programa hidroelétrico. Estamos, também, muito atrasados em comparação com outros países no aproveitamento de fontes alternativas limpas como a eólica e, mais ainda, solar. É difícil de justificar que um dos países mais ricos em quantidade e força de luz solar, em números de dias de sol sem nuvens, tenha feito tão pouco nessa matéria, enquanto a China, por exemplo, vem reduzindo cada vez mais o custo de geração. Outro exemplo negativo é na geração de energia a partir da biomassa, área em que raros são os países que poderiam rivalizar conosco, mas onde pouco temos
investido em pesquisa para reduzir o custo e aumentar a eficiência. O setor da floresta é, incontestavelmente, a área ambiental de contribuição mais relevante do Brasil. A maior parte das emissões poluentes de nosso País costumava vir e ainda provém do desmatamento, da destruição da Mata Atlântica, dos cerrados, da Floresta Amazônica. Nos últimos 20 anos, o Brasil tem conseguido reduzir o ritmo dos desmatamentos da Amazônia, com muito menor sucesso no Cerrado. Mesmo as conquistas, porém, são sempre ameaçadas de reversão, como temos visto cada vez que o preço da soja ou da carne bovina estimula a destruição de mata virgem. O País dispõe de leis adequadas, mas a aplicação deixa muito a desejar. As multas elevadas impostas a madeireiros clandestinos ou a incendiários da floresta raramente ou nunca são recolhidas. Tem se registrado, também, retrocesso na instalação de usinas que ameaçam a sobrevivência de povos indígenas, como se viu na construção de Belo Monte e agora os projetos novos perto do Parque Nacional do Xingu. Deve-se aplaudir a disposição do governo de assumir o compromisso de “desmatamento zero”, mas é preciso ficar vigilante para que o compromisso seja cumprido.
Para o Estado de São Paulo, sobretudo na Grande São Paulo, existem soluções mais ecológicas integradas ao contexto urbano?
O Estado de São Paulo apresenta, em geral, políticas públicas mais avançadas que as do Governo Federal. São Paulo foi o primeiro a adotar, antes até da Conferência de Copenhague, uma lei fixando limites de emissão de gases de efeito estufa. É também o Estado que mais avançou na proibição da queimada da cana antes da colheita, prática em vias de extinção nos
canaviais paulistas. Os órgãos ambientais paulistas se destacam igualmente pelos quadros de funcionários e pela eficiência na atuação. Essas deficiências se manifestam de modo especialmente grave nos setores mais pobres da periferia da Grande São Paulo. Nessa região, ainda não se conseguiu proteger os mananciais, os rios se encontram completamente infestados, não há tratamento suficiente de esgoto, não existem nos municípios separação seletiva do lixo, usinas para reciclar e converter o lixo em energia, deslizamentos mortais de terra na época de chuvas, inundações recorrentes todos os anos etc. Um problema que se converteu em grande ameaça potencial é o do abastecimento de água que vivemos no momento. Embora seja certo que a estiagem dos últimos dois anos não teve precedentes históricos e não poderia ser prevista, a verdade é que, a partir das mudanças climáticas em curso, fenômenos como esse tendem a se tornar mais frequentes, sendo necessário começar a planejar para situações de calamidade que seguramente ocorrerão no futuro.
O Papa fala também de uma globalização do paradigma tecnocrático. Podemos citar intenções políticas e econômicas nesse processo?
O Papa Francisco foi particularmente feliz em dar ênfase à necessidade de redefinir o progresso, em repensar nosso conceito de crescimento econômico, de passar por uma profunda “conversão ecológica”, o que requer, por sua vez, uma integral conversão e mudança de vida. Os que depositam a esperança em paradigmas tecnológicos, em eventuais, e incertas, descobertas de tecnologias que permitam continuar a queimar carvão, petróleo, gás, a depredar o solo, a envenenar os mananciais, a poluir os oceanos, esquecem que a situação de perigo que o mundo vive é consequência direta da Revolução Industrial da primeira metade do século XVIII. A Encíclica, além de seus notáveis ensinamentos científicos, políticos, além de ser uma espécie de fecho de ouro da Doutrina Social da Igreja, se baseia solidamente numa profunda Teologia e Filosofia da relação do homem com Deus e com a natureza criada por Deus, único Senhor dos céus e da terra. Francisco vai buscar na fonte pura do Evangelho e na poesia inigualável de São Francisco de Assis a expressão de nossa fraternidade não apenas com os animais e plantas, mas com a água, o fogo, o vento, as forças naturais, a natureza da qual somos parte. Leia a íntegra da entrevista no site www.arquisp.org.br ou utilize o leitor de Qr Code do seu celular. No dia 29, às 19h30, Rubens Ricúpero participará do encontro “Laudato Si’: um chamado à ecologia integral”, no Tuca.
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Filipe David
osaopaulo@uol.com.br
Dica de Leitura
Arte
Poder global e religião universal Neste mês, a Organização das Nações Unidas (ONU) deve definir as metas para mudar radicalmente o mundo até 2030 (veja mais na página 9). Um livro essencial para conhecer a agenda dessa Organização é “Poder global e religião universal”, do Monsenhor Sanahuja. “A crise da Igreja é grave. Tenho a impressão de que não se esconde de ninguém que o cataclismo social – que afeta o respeito à vida humana e à família – tem essa triste situação como causa. Michel Schooyans afirma, sem nenhuma dúvida, que a Nova Ordem Mundial, ‘do ponto de vista cristão, é o maior perigo que ameaça a Igreja desde a crise ariana do século IV’, quando, nas palavras atribuídas a São Jerônimo, ‘o mundo dormiu cristão e, com um gemido, acordou ariano’. Soma-se à atitude vacilante de muitos católicos, a ditadura do politicamente correto, muito mais su-
til que as anteriores e que reivindica a cumplicidade da religião, uma religião que, por sua vez, não pode intervir nem na forma de conduta nem no modo de pensar. A nova ditadura corrompe e envenena as consciências individuais e falsifica quase todas as esferas da existência humana. A sociedade e o Estado excluíram Deus, e “onde Deus é excluído, a lei da organização criminal toma seu lugar, não importa se de forma descarada ou sutil. Isso começa a tornarse evidente ali onde a eliminação organizada de pessoas inocentes – ainda não nascidas – se reveste de uma aparência de direito, por ter a seu favor a proteção do interesse da maioria”.
Divulgação
Ficha técnica: Autor: Monsenhor Juan Sanahuja Páginas: 205 Editora: Ecclesiae
Salão de Artes no Clube de São Paulo
O Clube de Campo São Paulo (CCSP) promove, a partir do dia 19, às 20h, seu tradicional Salão de Artes, expondo obras de seus associados, com pinturas, desenhos, esculturas, fotografias e cerâmicas. Entre os expositores está a artista plástica Maria Gilka, premiada nos mais conceituados salões de arte do País. Ela participa com três obras: “Flores e frutos”, “O Velho Mestre” e “Moça”. Maria Gilka enfatiza que já se sente premiada só de participar de uma exposição de tão alto nível, em companhia de artistas plásticos tão talentosos. “Ainda mais por constatar que as Belas Artes e o Clássico figurativo ainda são apreciados”, pontua. As obras estarão expostas à visitação pública: das 8h às 22h. O encerramento está previsto para o dia 10 de outubro, no Clube de Campo de São Paulo (praça Rockford, nº 28, Jardim Pouso Alegre, em São Paulo). Outras informações pelo telefone (11) 59235999.
Renato Sette/CBLA/CBW
Nos Jogos Rio 2016
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Ricardo Bufolin/CBGinástica
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Daniel Gomes
danielgomes.jornalista@gmail.com
Na quinta-feira, 10, as duas brasileiras asseguraram vaga para as olimpíadas, respectivamente, nas disputas de luta livre e ginástica rítmica
A força de Aline Silva Foram seis minutos de um combate disputadíssimo. Aline Silva, 28, precisou reverter a desvantagem inicial para vencer a russa Ekaterina Bukina por 5 a 4, nas quartas de final da categoria até 75 quilos da luta livre feminina, no Mundial de Luta Olímpica, em Las Vegas, nos Estados Unidos. Com a vitória, na quinta-feira, 10, Aline, medalhista de prata no Mundial 2014, assegurou lugar na Olimpíada Rio 2016, mesmo perdendo as duas lutas seguintes, na semifinal e na decisão do bronze. “A alegria é imensa por ter a chance de, em agosto do ano que vem, representar o Brasil nas Olimpíadas. Vou chegar mais do que 100% para conquistar um bom resultado e, quem sabe, a primeira medalha da modalidade na história”, disse Aline ao site Globoesporte.com. Ela será a terceira brasileira na história a disputar os Jogos. Antes dela, somente Rosângela Conceição, em Pequim 2008, e Joice Silva, em Londres 2012. Joice e outros atletas do País ainda terão chance de classificação em seletivas em 2016. “Pelos resultados, obviamente, a Joice
A leveza de Natália Gaudio
Natália Gaudio e Angélica Silva campeã dos Jogos Pan-americanos e Pan-americana, e Davi Ablino, Kvieczynski são as principais atletas bronze no Pan de Toronto, possuem do Brasil na ginástica rítmica. Nos últimos anos, Natália venceu quatro dos chances. Também temos outros atletas cinco campeonatos nacionais e Angécomo Eduard Soghomonyan, Giullia lica acumulou medalhas em competiPenalber, Adrian Jaoude e a Laís Nunes, que são esperanças de garantir ções continentais. vaga”, avaliou, ao O SÃO PAULO, RoEm Stuttgart, na Alemanha, no berto Leitão, 50, superintendente da Mundial de Ginástica Rítmica, as duas Confederação Brasileira de Lutas Asentraram no tablado já sabendo que sociadas. quem fosse melhor seria a representante do Brasil nos Jogos Rio 2016. Natália Roberto, que participou das olimpíadas de 1988 e 1992, assegurou a vaga na analisou que por quinta-feira, 10, somando nas apresenconta do alto nível tações das fitas, arco, do Mundial, a parBrasileirão de Futebol ticipação brasileira bolas e maças 46,766 foi positiva. “Lógipontos contra 46,649 QUINTA-FEIRA (17) co que queríamos e de Angélica. 19h30 – São Paulo x Chapecoense (Morumbi) poderíamos ter tido “É uma conquista incrível para o um número maior SÁBADO (19) Brasil. Para mim é a de vitória, mas esse 18h30 – Palmeiras x Grêmio realização de um sofoi o campeonato (Pacaembu) nho poder represenmundial em que os DOMINGO (20) tar a ginástica brasibrasileiros obtive11h – Corinthians x Santos ram o maior númeleira na olimpíada. (Arena Corinthians) ro de vitórias”, disse. Isso vai atrair muitos
AGENDA ESPORTIVA
olhares para a ginástica rítmica e tenho certeza que mais meninas vão começar a praticar a modalidade. Espero ser espelho para outras ginastas, para que consigam chegar aonde cheguei”, disse Natália, 22, ao O SÃO PAULO. Após uma participação sem medalhas no Pan de Toronto, a atleta pediu ajuda financeira a amigos e simpatizantes e partiu para 18 dias de treinamentos na Bulgária, ao lado da técnica Monika Queiroz. “Foi importante porque fiz melhorias na coreografia, mudei alguns detalhes que fizeram a diferença”, contou. Natália acredita que pode estar entre as 15 ou 20 melhores da Olimpíada. Para isso, espera avançar em suas pontuações chegando à casa dos 16 ou 17 pontos. No Mundial, sua nota mais alta foi 15,750 nas fitas. Independemente da colocação em 2016, ela entrará para a história como a terceira esportista do País a competir no individual da ginástica rítmica em olimpíadas. As pioneiras foram Rosane Favilla, em Los Angeles 1984, e Marta Schonhorst, em Barcelona 1992.
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Lapa
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Padre Antonio Francisco Ribeiro e Benigno Naveira Colaboradores de comunicação da Região
Catequese: pilar para a educação da fé “Amar e Servir!” foi o tema escolhido para a realização do XV Retiro de Catequistas, da Região Episcopal Lapa, no sábado, 12, na Casa Santa Terezinha, no Alto da Lapa. O retiro, que teve a participação de 120 catequistas, foi coordenado pelo Padre Geraldo Pereira, que há 15 anos o realiza com a equipe de animação bíblico-catequética. Padre Júlio Cesar de Mello Almo conduziu as atividades pela manhã, a partir do discurso do Papa Francisco na Jornada dos Catequistas, de 2013, por ocasião do Ano da Fé. O Sacerdote lembrou que segundo o Papa, “a Catequese é um pilar para a educação da fé, e precisamos de bons catequistas!”, mesmo que, às vezes, seja difícil por não haver resultados aparentes.
O Palestrante lembrou que o Papa fala em “‘Ser catequistas!’, vejam bem, não disse ‘fazer’ os catequistas, mas ‘sêlo’, porque envolve a vida. Conduz-se ao encontro com Jesus com as palavras e com a vida, com o testemunho. E ‘ser catequistas’ requer amor, amor sempre mais forte por Cristo, amor pelo seu povo santo. E esse amor, necessariamente, parte de Cristo”. Uma peregrinação com a imagem de Nossa Senhora Aparecida demarcou o início das atividades na parte da tarde, quando os catequistas refletiram e representaram três momentos de Maria: “De agora em diante todas as gerações me chamarão de bem-aventurada, pois o Todo-Poderoso fez em mim grandes coisas” (Lc 1,48-49); “Eu sou a Imaculada Con-
Benigno Naveira
Catequistas participam de peregrinação com a imagem de Nossa Senhora Aparecida
ceição”; e “Maria: a mulher que nos ensina a catequisar”. Padre Geraldo presidiu a missa de encerramento do retiro. “Quinze anos atrás, em pleno feriado prolongado, nas montanha do Pico do Jaraguá, na Casa de Retiros Pio XI, sob
a ação do Espírito Santo na comunidade, nós catequistas da Região Episcopal Lapa, assessorados pela Irmã Gabriela Sperandio, fazíamos nosso primeiro retiro”, recordou o Sacerdote, em entrevista à Pastoral da Comunicação da Região Lapa.
Pastoral da Família é tema de reunião do clero AGENDA REGIONAL Quarta-feira (16), 19h
Reunião da Área Pirituba da Pastoral da Criança, na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora (rua Padres Valombrosanos, 126).
Domingo (20), 9h
Reunião da Pastoral da Moradia, no CEPIC (rua Antonio Almeida Naves, 04, Jd. São Domingos).
Como implantar a Pastoral da Família nas paróquias? Essa foi a pergunta central da reunião do clero atuante na Região Episcopal Lapa, no dia 8, na cúria regional. Padre Raimundo Rosimar, coordenador da Pastoral da Família na Região Lapa, apresentou o Diretório da Família e explicou que a meta é oferecer, além de elementos informativos, as razões, motivos e explicações para esclarecer e aplicar, no contexto atual, a doutrina da Igreja.
O Documento oferece subsídios de reflexão, situando as circunstâncias em que a família se encontra hoje, com as suas luzes e sombras, a fim de que se possam indicar, para as situações e problemas da realidade atual, respostas pastorais concretas e adequadas. Durante a reunião, foi lembrado que essa Pastoral surgiu da necessidade de atuação da Igreja junto às famílias diante das transformações da sociedade e da
Brasilândia
cultura. A Paróquia tem importância capital na realização e desenvolvimento da Pastoral da Família, pois é nas estruturas paroquiais que se reúnem todos os fiéis e é na paróquia que a Pastoral Familiar tem melhor chance de sucesso. “A família deve ser a vossa grande prioridade pastoral! Sem uma família respeitável e estável, não pode haver organismo social sadio. Sem ela, não pode haver uma verdadeira comunidade eclesial”, afirmava São João Paulo II.
Anderson Braz e Ricardo Luciano Colaboração especial para a Região
‘Discípulos missionários a partir do Evangelho de João’ Em diferentes paróquias da Região Brasilândia, padres, religiosos e leigos participaram, entre 31 de agosto e 3 de setembro, de formações em preparação para o mês da Bíblia, que este ano tem como tema “Discípulos Missionários a partir do Evangelho de João” e lema “Permanecei no meu amor para produzir muitos frutos” (Jo 15, 9-16). Na Paróquia Nossa Senhora Mãe e Rainha, no Setor Pastoral Jaraguá, aproximad amente 200 pessoas, a cada noite, estudaram o Evangelho de João, com detalhamentos do prólogo (1, 1-18), do Livro dos Sinais (1, 19 – 12,50), do Livro da Glória (13,1 – 20,31) e do epílogo (21). Durante a formação foi também apresentado o banner do mês da Bíblia,
que percorrerá as paróquias do Setor Pastoral. Os padres Alécio Ferreira da Silva, pároco da Nos-
sa Senhora Mãe e Rainha; Hamilton Wagner da Rosa, da Nossa Senhora das Dores; Ezael Juliatto, da Cristo
Libertador; Sergio Bernardi, da São Luís de Montfort; Rogério Valadares, da Área pastoral Santo Antonio e;
Clodoaldo Kamimura, da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, acompanharam a atividade.
Marcos Paulo
Ricardo Luciano de Souza
“Mãe das Dores: semblante de misericórdia, modelo de serviço” foi o tema da festa da padroeira Paróquia Nossa Senhora das Dores, encerrada na terça-feira, 15, com missa presidida pelo pároco, Padre Hamilton Wagner da Rosa. No domingo, 13, foi realizada procissão com a imagem da padroeira pelas ruas do bairro de Taipas.
No sábado, 12, aconteceu na Paróquia Santa Cruz de Itaberaba, a 11ª edição do Cristo Dance, evento de evangelização jovem. Aproximadamente 350 pessoas vivenciaram momentos de louvor, oração e animação musical. No começo da atividade, Padre Airton Pereira Bueno, pároco, conduziu a adoração ao Santíssimo Sacramento.
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Peterson Prates
Colaborador de comunicação da Região
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Belém
Nossa Senhora de Siluva: a permanente esperança da comunidade lituana “Neste domingo em que celebramos a festa de Nossa Senhora de Siluva, a liturgia nos convida a uma atitude cheia de esperança [...] Devemos olhar com esperança para nosso País, olhar com esperança para nossas famílias, e também ter um olhar cheio de esperança pela comunidade lituana, sobretudo os jovens, que guardam a tradição transmitida por suas famílias”. Assim expressou Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, no dia 6, em missa na Paróquia São José de Vila Zelina,
no Setor Pastoral Vila Prudente, no contexto da festa de Nossa Senhora de Siluva, recordada no calendário litúrgico em 8 de setembro, Natividade de Nossa Senhora. A devoção a Nossa Senhora de Siluva é uma das mais tradicionais da comunidade lituana. A aparição da Virgem na cidade de Siluva, na Lituânia, foi a primeira que ocorreu na Europa, em 1608. Era o auge do avanço protestante no País, e Virgem Maria apareceu inicialmente a algumas crianças e, dias depois, a um pastor calvinista e a outras pessoas. Após o episódio,
o catocilismo foi restaurado no País. “Nossa Senhora é uma mulher aberta à Palavra do Senhor. Que Nossa Senhora de Siluva ajude a comunidade a celebrar, ajude os que saíram da Lituânia, ajude a todos a olhar pelo caminho que precisamos sempre seguir”, concluiu o Bispo, na missa que teve leituras proclamadas em lituano e animação musical feita pelo Coral Lituano, que está prestes a completar 80 anos de história.
Presença na Vila Zelina
Em 1927, chegaram os primeiros
lituanos à Vila Zelina. Em 1931, foi criada a Comunidade Lituana Católica Romana de São José, mas somente após cinco anos, em 16 de fevereiro de 1936, data de independência da Lituânia, inaugurou-se a Igreja de São José de Vila Zelina, elevada a Paróquia em 1940. Dois anos antes, em 1938, as Irmãs Franciscanas da Providência de Deus, de origem lituana, chegaram ao bairro, onde ajudaram a fundar a Escola São José de Vila Zelina – atual Colégio Franciscano São Miguel Arcanjo –, com o objetivo de atender os filhos de migrantes lituanos.
Paroquianos da Santa Isabel Rainha mobilizam-se para manter identidade do bairro Durante muitos anos, a Vila Santa Isabel, bairro da zona Leste, foi símbolo de tradições de fé, como a montagem de tapetes de Corpus Christi pelas ruas e a realização da Festa do Divino Espírito Santo. Porém, por conta de uma redistribuição geográfica, localidades do bairro hoje já estão sendo consideradas pelo
poder público como partes da Vila Carrão ou da Vila Fernandes, bairros próximos em expansão. A Alameda Rainha Santa, onde está instalada a Paróquia-santuário Santa Isabel Rainha, já é considerada parte do território da Vila Carrão. A situação não é bem vista pelos paroquianos, que estrutura-
ram dois abaixo-assinados: um para que as ruas do bairro voltem a ser consideradas como pertencentes à Vila Santa Isabel; e outro para que a futura estação de metrô na localidade receba o nome do bairro. “A gente falava com orgulho que morava na Vila Santa Isabel. Agora não, agora é Vila Carrão”, lamentou Dorival Bezon, morador do bairro há 50 anos e participante da Paróquia-santuário, no entorno da Peterson Prates qual cresceu o bairro. Nesse contexto, Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, presidiu missa na Paróquia-santuário, no domingo, 13, na qual destacou a importância da fé testemunhada conNo dia 9, aconteceu no Centro Pastoral São José a reucretamente. Ele desenião do clero atuante da Região Episcopal Belém, com a jou que “Santa Isabel presença de Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquide Portugal nos ajude diocese. A principal pauta foi o Ano Santo da Misericóra experimentar semdia, a partir da bula de proclamação do Ano Santo da pre a fé traduzida em Misericórdia, Misericordiae Vultus, do Papa Francisco. obras”.
Peterson Prates
Abaixo-assinado na matriz da Paróquia-santuário Santa Isabel Rainha, que pode passar a pertencer à Vila Carrão
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Santana
Diácono Francisco Gonçalves
Colaborador de comunicação da Região
Padre Angelo Moroni: vida consagrada a Deus e aos mais pobres há 70 anos Diácono Francisco Gonçalves
Dom Odilo expressou que em 70 anos, Padre Angelo dedicou-se a servir os mais pobres na Congregação, e apontou ser aquela missa um importante momento para mostrar um testemunho de vida religiosa no Ano da Vida Consagrada.
Um italiano com sacerdócio no Brasil Padre Angelo Moroni (sentado) concelebra missa com o Cardeal Odilo Pedro Scherer, no sábado, 12
Aos 91 anos, o Padre Angelo Moroni está em recuperação de saúde após sofrer um AVC. No Recanto Nossa Senhora de Lourdes, no bairro do Tremembé, onde construiu boa parte de sua história, ele participou no
sábado, 12, da missa em ação de graças pelos seus 70 anos de vida religiosa, 64 dos quais como sacerdote. A celebração foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, e teve entre os conce-
lebrantes o próprio aniversariante, além do Padre Mauro Vogt, provincial da Congregação dos Servos da Caridade de Don Luis Guanella (Guanellianos), e o Padre Elisandro Iserhard da Silva, formador da Congregação.
Padre Angelo nasceu em 25 de setembro de 1924, em Paderno D’Adda, na região da Lombardia, na Itália. Aos 15 anos, entrou no Seminário Menor de Milão e, depois, fez os estudos de Filosofia no Seminário Maior da mesma Arquidiocese. Ao concluir o curso, percebeu que sua verdadeira vocação sacerdotal era a de consagrar-se aos úl-
timos da sociedade, conforme o carisma inspirado por Deus a São Luís Guanella. Ao ser ordenado sacerdote em 26 de maio de l951, já estava com vinda programada ao Brasil, com a missão específica de dar formação religiosa aos primeiros adolescentes brasileiros que desejavam entrar na Congregação. Nos primeiros 20 anos de sacerdócio, dedicou-se à formação seminarística, começando em Carazinho (RS), passando Santa Maria (RS) e Canela (RS). Depois, continuou a missão junto aos mais pobres na Baixada Fluminense, inicialmente em Itaguaí (RJ), depois em Anchieta (RJ). Em seguida, chegou ao Recanto Nossa Senhora de Lourdes, no Tremembé.
Padre Odacir assume Paróquia Santa Cruz Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, deu posse no domingo, 13, ao Padre Odacir Lazarretti, SDC, como pároco da Paróquia Santa Cruz, no Jardim Peri. Ele substitui o Padre Selso Eügen Feldkircher, SDC, que foi designado para formador da Congregação dos Servos da Caridade de Don Luis Guanella (Guanellianos) para a América Latina, cuja sede fica em Lujan, na Argentina. Padre Odacir, nascido no Rio Grande do Sul, numa família de nove irmãos, criados num ambiente profun-
damente religioso, em que a reza do Terço era diária, viu desde cedo despertar sua vocação para o sacerdócio. Aos 14 anos, ingressou no seminário dos Servos da Caridade. Ordenado sacerdote, Padre Odacir começou a trabalhar na formação dos aspirantes ao sacerdócio da Congregação, sendo seu último posto o de formador para a América Latina. Agora, assume pela primeira vez a função paroquial. Tendo participado do curso de aprofundamento do clero da Arquidiocese de São Paulo, em agosto, ele pre-
Diácono Francisco Gonçalves
Dom Sergio de Deus Borges dá posse ao Padre Odacir como pároco da Paróquia Santa Cruz, dia 13
tende aplicar os ensinamentos voltados à evangelização na grande cidade. Dom Sergio, na homilia, destacou que a missão
Crisma: graça permanente para toda a vida Giuseppe D’Aleo
Dom Sergio junto a crismados da Paróquia Nossa Senhora Aparecida
Os fiéis da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Albertina, acolheram no domingo, 13, Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, que
presidiu missa, durante a qual foram crismados 43 jovens, apresentados ao Bispo pelo Padre Adailton Costa, pároco. Dom Sergio enalteceu a ação dos pais dos crismandos
por incentivá-los a viverem sua fé, por transmitirem amor aos filhos e por apresentarem-nos à Igreja no Batismo e também agora, na Crisma, na confirmação da fé. Em mensagem aos jovens, o Bispo falou que como os apóstolos reunidos no início da Igreja receberam os dons do Espirito Santo, e que igualmente, a partir daquele momento, os crismados seriam assistidos pelo Espirito Santo em suas vidas, uma graça permanente que os ajudará em todos os instantes.
do pároco está alicerçada em três diretrizes: ensinar, para isso recorrendo aos catequistas; santificar, – nessa missão a santificação ocorre
por meio da celebração dos sacramentos; e, por último, a missão de governar, dirigindo as pastorais e serviços.
Pascom
O Centro Comunitário Nossa Senhora Aparecida (rua Condessa Amália Matarazzo, 13, no Jardim Peri), pertencente à Paróquia São Marcos Evangelista, recebeu, no dia 6, a visita de Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana. Após presidir missa, o Bispo se reuniu com os jovens para ouvi-los em suas inquietações e motivá-los na fé. A obra é mantida pelas missionárias da Consolata e atende 1.500 pessoas diariamente, em projetos que visam cuidar da formação humana e cristã da comunidade.
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Fernando Geronazzo
Colaborador de Comunicação da Região
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Sé
Jubileu da Misericórdia será aberto em 13 de dezembro na Arquidiocese O Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, proclamado pelo Papa Francisco, foi o tema principal da reunião do Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, com o clero atuante na Região Episcopal Sé, realizada na Paroquia Pessoal Coreana São Kim Degun, no Bom Retiro, no dia 9. O Cardeal ressaltou que o Ano da Misericórdia deve ser vivido a partir do que foi proposto pela bula pontifícia Misericordiae Vultus (Rosto da misericórdia). O Jubileu terá início oficialmente no dia 8 de dezembro, solenidade da Imaculada Conceição
da Virgem Maria, e término em 20 de novembro de 2016, na solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo. Dom Odilo informou que abertura do Jubileu na Arquidiocese será em 13 de dezembro, na Catedral da Sé, e simultaneamente nas demais regiões episcopais. Na Bula, o Papa Francisco manifestou que além da “porta santa” aberta na Basílica de São Pedro, nas dioceses poderão ser abertas portas santas nos santuários. “Assim, cada igreja particular estará diretamente envolvida na vivência deste Ano Santo como um
celebrado, quer em Roma quer nas igrejas particulares, como sinal visível da comunhão da Igreja inteira”, destaca o Documento.
Peregrinações
momento extraordinário de graça e renovação espiritual. Portanto, o Jubileu será
Frei Patrício: ‘Santa Teresa foi a grande reformadora do carmelo’ Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus
entre os dias 4 e 7, em Aparecida (SP), abordou com os paroquianos de Higienópolis o tema “Teresa 500 anos: ainda vive entre nós”. Ele ressaltou que Teresa d’Ávila, como também é conhecida a santa espanhola, foi mulher, mística, poetisa, e grande reformadora do Carmelo. É admirada e estudada profundamente por frades, monjas, leigos, psicanalistas e pessoas de outros credos. O Frade salientou, ainda que a grande contribuição da “Santa Madre”, primeira mulher proclamada doutora da Igreja, foi o seu método de oração e sua grande intimidade com Deus como “um trato de amizade com Cristo”. Segundo o Frei, as ideias de Santa Teresa “são indispensáveis para o mundo moderno independentemente do credo. Qualquer um, mesmo um ateu, pode sentir-se fascinado por essa personagem”, afirmou. Frei Patrício na Paróquia Santa Teresinha, dia 12 A Paróquia Santa Teresinha programou uma série de Em continuidade às comemorações atividades culturais e espirituais com dos 500 anos do nascimento de Santa base na espiritualidade teresiana, com Teresa de Jesus, os Carmelitas Descalços objetivo não só de homenagear a sanda Paróquia Santa Teresinha do Menino ta, mas também de fazê-la conhecida Jesus, em Higienópolis, realizaram uma de uma maneira mais ampla, e, assim, oficina de oração no sábado, 12. O en- inspirar as pessoas com seus exemplos. contro foi assessorado pelo Frei Patrício Esses encontros mensais acontecem Sciadini, missionário carmelita, autor de desde janeiro e contam com a presença livros de espiritualidade teresiana, além de frades e monjas carmelitas, leigos da de colunista do O SÃO PAULO. Ele ordem secular e admiradores da Santa. atualmente vive no Egito. A programação se encerra com o tríduo Frei Patrício, que chegou ao Brasil há de 12 a 14 de outubro, culminando com uma semana para participar do fórum a festa de Santa Teresa, celebrada liturgi“500 anos de Teresa de Jesus”, realizado camente no dia 15 do mesmo mês.
O Arcebispo informou que em cada região episcopal haverá um santuário de peregrinação. Na Região Sé, o santuário será a própria Catedral Metropolitana. Sobre o sentido da peregrinação, o Santo Padre ressalta, na Bula, que a vida é uma peregrinação e o ser humano é viajante, “um peregrino que percorre uma estrada até à meta anelada”.
“Também para chegar à Porta Santa, tanto em Roma como em cada um dos outros lugares, cada pessoa deverá fazer, segundo as próprias forças, uma peregrinação. Esta será sinal de que a própria misericórdia é uma meta a alcançar que exige empenho e sacrifício. Por isso, a peregrinação há de servir de estímulo à conversão: ao atravessar a Porta Santa, deixar-nos-emos abraçar pela misericórdia de Deus e comprometer-nos-emos a ser misericordiosos com os outros como o Pai o é conosco”, acrescenta o texto pontifício.
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Ipiranga Dom José Roberto dá posse a párocos no Setor Anchieta
Padre Pedro Luiz Amorim, Padre Ricardo Pinto, Caroline Dupim e Nei Márcio de Sá
Colaboradores de comunicação da Região
Fiéis de paróquias do Setor Pastoral Anchieta acolheram na primeira quinzena de setembro seus
novos párocos, em missas de posse presididas por Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da
Arquidiocese na Região Ipiranga: Padre William Day Tombini, assumiu a Paróquia Nossa Senhora de
Fátima; e Padre Antônio de Lisboa Lustosa Lopes, foi empossado na Paróquia São João Clímaco.
Paróquia: centro de onde brota ‘O padre deve ser um a caridade e a misericórdia especialista nas coisas de Deus’ Paróquia Nossa Senhora de Fátima
Padre William durante posse na Paróquia Nossa Senhora de Fátima
A posse do Padre William na Paróquia Nossa Senhora de Fátima foi na quinta-feira, 10. Nascido em São Paulo, ele cursou Direito na Faculdade Integrada de Guarulhos antes de sua ordenação presbiteral, em 2002. Anteriormente, foi pároco na Paróquia São João Clímaco, onde estava desde 2006.
Na missa de posse, Padre William destacou que “a comunidade paroquial deve ser um centro do qual brota a caridade e a misericórdia, um lugar de vivência de fé, em que aqueles que estão de fora devem sentir-se atraídos a viver, junto aos que aqui estão, a alegria de Evangelho”.
Padre Antônio de Lisboa foi empossado na São João Clímaco no sábado, 12. Durante a missa, ele ressaltou a importância da espiritualidade do padre para bem exercer o ministério. “Só se fala bem quando se conhece. Sem conhecer Jesus o anúncio deixa de ser anúncio e se torna propaganda. As pessoas esperam alguém que os proporcione uma profunda experiência com Deus. O padre deve ser um especialista nas coisas de Deus. O povo espera que seu padre seja um homem de oração”. Ainda segundo o Sacerdote, o principal serviço do padre “é formar uma comunidade madura na fé. O padre deve manter a unidade e a comunhão na comunidade. Harmonizar para que ninguém se sinta estranho, mas que todos se sintam membros. Deve saber escutar, dia-
Ney
Paróquia São João
Dom José Roberto empossa Padre Antônio na São João Clímaco
logar, valorizar qualidades e dons do povo. Deve ser apaixonado pelo povo. A pastoral é movida de amor. O poder sacerdotal é ouvir o povo” destacou. Padre Antônio de Lisboa é natural de Balsas, no Maranhão. Após ser ordenado padre em 1996, veio a São Paulo para cursar o mestrado em Teologia Pastoral, na Faculdade Nossa Senhora
da Assunção; e doutorado em Ciências da Religião, na Universidade Metodista de São Paulo. Com uso de ordens na Arquidiocese de São Paulo, em 2009 foi nomeado responsável da Área Pastoral Nossa Senhora de Fátima que, em 2012, passou a ser a paróquia, tendo Padre Lisboa como administrador paroquial até este ano.
A BÍBLIA E O JOVEM – Pelo terceiro ano consecutivo, o Setor Juventude e o Centro de Estudos Teológicos do Ipiranga realizaram no sábado, 12, no campus Ipiranga da PUC-SP, o encontro “A Bíblia e o Jovem”, com o tema “Eu vos chamo amigos” (Jo 15,15). O encontro reuniu aproximadamente 40 lideranças jovens dos cinco setores da Região, tendo por assessor o Padre Mauro Negro, OSJ, professor da PUC-SP e Doutor em Sagrada Escritura. Também houve trabalhos em grupo, coordenados pela equipe de assessores do Setor Juventude, frades dominicanos, missionários da Consolata e integrantes da Pastoral Vocacional. Os participantes receberam subsídios da Paulinas Editora e das Edições CNBB para ampliar trabalhos com os grupos de jovens paroquiais.
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Dom Paulo Evaristo: 94 anos de coerência na fé Aniversário natalício do arcebispo emérito de São Paulo foi recordado em missa na Catedral da Sé, no domingo, 13
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Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com
“Dom Odilo me pediu que déssemos a bênção final em conjunto: isso é muito bom, porque nós dois demos a vida por São Paulo e as daremos um dia a Deus para a felicidade de todos que estão aqui. De todos que tem Deus no coração”. Com as mãos trêmulas e certa dificuldade na fala, o Cardeal Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo, ao lado do Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, deu a bênção final na missa do domingo, 13, na Catedral da Sé em ação de graças pelos seus 94 anos de vida, completados na segundafeira, 14. A missa, presidida por Dom Odilo, contou com a presença de três dos bispos auxiliares que colaboram com Dom Paulo no tempo em que esteve à frente da Arquidiocese: Dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo emérito de Blumenau (SC); Dom Antônio Gaspar, bispo emérito de Barretos (SP); e Dom Fernando Penteado, bispo emérito de Jacarezinho (PR); além de Dom Pedro Luiz Stringhini, bispo de Mogi das Cruzes (SP), ordenado sacerdote pelo Cardeal Arns. “No aniversário de 94 anos, gostaria de resumir a minha vida em poucas palavras, porque eu vivo para vocês e vocês vivem comigo para Deus”, disse Dom Paulo, em sua mensagem de agradecimento feita no início da celebração.
Na segunda-feira, 14, o Cardeal Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo, completou 94 anos de vida e festejou com os bispos da Província Eclesiástica de São Paulo, entre os quais o Cardeal Odilo Scherer, arcebispo metropolitano. Também participou o Cardeal Cláudio Hummes, arcebispo emérito. A atividade foi na Casa São Paulo, que acolhe padres idosos e em recuperação de saúde.
Na Catedral, Dom Paulo festeja 94 anos de vida, em missa presidida pelo Cardeal Scherer, com a participação de amigos e admiradores do Arcebispo Emérito
“Me obrigo a pedir perdão por tanta coisa que podia ter sido feita e não aconteceu porque a graça nos deu o tanto que deu, mas nós falhamos no tanto que recebemos. Vamos, então, agradecer uns aos outros, de modo especial, todos os que estão presentes, para lembrar os 94 anos de vida que foram oferecidos por todo povo de São Paulo e por toda a nossa terra do Brasil”, expressou o Cardeal Arns. Dom Odilo, na homilia, recordou as inúmeras pessoas que
“são mártires por causa da fé, da coerência da fé”, mas que ainda assim dão um bonito testemunho. Nesse sentido, o Arcebispo recordou que a missa era em agradecimento à vida e à coerência de fé de Dom Paulo. “Queremos também agradecer, Dom Paulo, pela coerência da sua fé, coerência do seu testemunho de cristão e pastor mesmo em meio de tantos sofrimentos e cruzes que não lhe faltaram durante o tempo em que esteve também à frente da Arquidiocese. Que Deus o recompense por
isso”, afirmou o Cardeal Scherer, pedindo a todos que sejam encorajados pelo exemplo de Dom Paulo e dos muitos pastores e santos que deram a vida pela Igreja. Algumas pessoas que trabalharam com Dom Paulo estiveram na celebração. Maria Ângela Borsoi, secretaria dele por mais de 40 anos, não conseguiu segurar a emoção ao vê-lo novamente na Catedral. Sobre o trabalho ao lado do Arcebispo Emérito, ela destacou que a característica principal de Dom Paulo
é a “jovialidade permanente”. “Em todos os momentos do dia a dia, por mais que as turbulências dos mares agitados da cidade, do País, do mundo e mesmo da Igreja o angustiassem e preocupassem, ele sempre nos impressionou – a nós de sua casa -, por est e traço! Para mim, fruto inquestionável da intimidade com Deus desse grande pastor de São Paulo, homem de uma fortíssima espiritualidade, fora de série, franciscano até o fundo da alma e grande apóstolo e profeta da esperança”.
Luciney Martins/O SÃO PAULO
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