O SÃO PAULO 3073

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 60 | Edição 3073 | 14 a 20 de outubro de 2015

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Com a Padroeira do Brasil nas igrejas, nas ruas e pelo rio Luciney Martins/O SÃO PAULO

Arquidiocese na discussão sobre a Lei de Zoneamento A Comissão de Política Urbana destinada a tratar do Projeto de Lei 272/2015 realizou na quintafeira, 8, uma audiência pública na Câmara Municipal sobre os locais de culto, dentro da Lei de Zoneamento da cidade de São Paulo. Participaram grande número de leigos e também bispos e padres da Arquidiocese de São Paulo.

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Juventude vivencia dias de missão no bairro de Perus

Dom Devair Araújo da Fonseca acolhe imagem de Nossa Senhora Aparecida na ponte do Piqueri, lotada de devotos da Padroeira do Brasil

Na Solenidade de Nossa Senhora Aparecida, na segunda-feira, 12, a devoção pública à Padroeira do Brasil foi demonstrada pelos fiéis que foram à ponte do Piqueri, na zona Noroeste, para acolher a imagem peregrina, que chegou pelas águas poluídas do rio Tietê, na 12ª edição do projeto “Tietê Esperança Aparecida”, e seguiu em carreata para a Catedral da Sé, onde houve

25 anos da presença dos Franciscanos em Angola Uma exposição fotográfica no Convento São Francisco, no centro de São Paulo, apresenta imagens do trabalho dos frades brasileiros junto ao povo angolano, recordando a ação missionária dos franciscanos. Página 21

compromisso diário dos pais: Amar os filhos Simone Fuzaro, mestre em Educação, fala da responsabilidade dos pais em formar os filhos com amor. Página 6

missa solene presidida por Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese. “Que um dia, possamos celebrar a despoluição do rio, como fruto da nossa oração e do nosso trabalho”, desejou o Bispo. Em paróquias e praças em toda a cidade, aconteceram procissões e missas em honra à Mãe Aparecida.

Entre os dias 2 e 4, a Pastoral da Juventude realizou a 5ª Missão Jovem da Arquidiocese de São Paulo. Os jovens das seis regiões episcopais estiveram em Perus, na periferia Noroeste da cidade, para partilhar histórias de vida e de fé com a população.

Páginas 12 e 13 L’Osservatore Romano

Páginas 11, 18, 19, 21 e 22

atentado terrorista mata ao menos 95 na Turquia Alvo foram participantes de uma manifestação pela paz, no sábado, 10, em Ancara, capital do País. Página 8

Devoção e fé no Círio de Nazaré e em Aparecida Em Belém (PA), a devoção a Nossa Senhora de Nazaré reuniu 2 milhões de fiéis. Em Aparecida, no interior paulista, o Santuário Nacional acolheu 160 mil devotos na segundafeira, 12. Página 10

microempreendedores que sobrevivem na crise Sílvia Caironi, especialista em consultoria, comenta sobre os desafios do empreendedorismo no Brasil e dá orientações de como sobreviver no mundo dos negócios diante da crise econômica. Página 15

Parceira de fé e cultura no Museu de Arte Sacra O Vicariato para a Educação e a Universidade e o Museu de Arte Sacra farão formação para professores. Página 7

Papa Francisco com família durante o Sínodo

Sínodo: discernimento da vocação familiar em debate Cardeais, bispos e sacerdotes que participam da Assembleia do Sínodo dos Bispos debatem a segunda parte do Instrumentum Laboris, sobre o discernimento da vocação familiar, temática também em destaque no artigo semanal de Dom Odilo.

Páginas 3 e 23


2 | Ponto de Vista |

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Editorial

A companhia de Nossa Senhora na história do Brasil e das nações

M

esmo entre os católicos, pouca gente se deu conta que nesta última semana foram comemoradas duas das mais importantes festas marianas do mundo: Nossa Senhora Aparecida, na segunda-feira, 12, e Nossa Senhora de Nazaré, com a famosa procissão do Círio de Nazaré, que acontece em Belém do Pará, no segundo domingo de outubro, dia 11. Existe uma admirável semelhança na história dessas duas pequenas imagens de Nossa Senhora, ambas encontradas por pescadores pobres: a de Aparecida, no fundo do Rio Paraíba do Sul, em São Paulo; e a de Nazaré, nas margens do Igarapé Murucutu, no Pará.

Em ambos os casos, a imagem foi levada para onde não queria estar, mas voltou misteriosamente ao lugar onde queria ser reverenciada – e nesses locais foram erguidas as capelas que originaram duas grandes basílicas, que hoje estão entre os centros religiosos marianos que mais recebem romeiros no mundo. As datas dos achados também são significativas: 1700, no Pará, e 1717, em São Paulo. As datas são próximas, no início de um século difícil para a Igreja no Brasil, no qual aconteceu a expulsão dos jesuítas (1759) e muita perseguição ao trabalho missionário. Naquele período, o País encontrava-se dividido administrativamente e as grandes distâncias dificultavam a comunicação. As duas imagens re-

presentam, de modo eloquente, o desejo de Nossa Senhora de permanecer perto de seu povo, tanto ao norte quanto ao sul, ainda que as lutas políticas e a mentalidade iluminista, que começava a crescer e a deitar raízes nas elites luso-brasileiras, procurassem afastar a Igreja do povo. Ao longo da história das nações, a devoção mariana sempre cresceu associada a fatos como esses. Antecedendo momentos difíceis para o povo cristão, como guerras e perseguições, Nossa Senhora se aproxima de alguma forma, seja uma aparição milagrosa ou uma simples imagem no lodo de um rio, para reafirmar sua companhia, dar esperança e mostrar a ternura do mistério de Deus para conosco. A mariologia é um dos temas

mais ricos e fascinantes da teologia católica. Mas é também um dos mais facilmente entendidos pelo povo simples e por todo cristão que, na hora da dificuldade, se entrega à intercessão materna de Nossa Senhora. Neste mundo secularizado, é muito significativo que os papas recentes – como Francisco, Bento XVI, João Paulo II, só para citar os mais próximos – tenham incentivado a devoção mariana e tenham sido eles mesmos grandes devotos de Nossa Senhora. Ao longo da história do Cristianismo, a devoção mariana é um sinal evidente do amor de Deus por nós. Mais do que em mil discursos, o cristão experimenta, pela intercessão de Nossa Senhora, que Deus não quer nos deixar sós.

Opinião

Por que sofremos? Arte: Sergio Ricciuto Conte

Padre Reginaldo Manzotti Tenho percebido por meio das partilhas de vida, seja no rádio, na TV ou mesmo pessoalmente, que muitos não sabem lidar com o sofrimento e, por isso, hoje reflito sobre esse assunto. O Senhor permite, em sua sabedoria e pedagogia da cruz, a provação e a tribulação para nos tocar. Talvez pela atrição para o grande anseio de Deus, que cheguemos à contrição. Ele tem um propósito para todos nós e não permitiria algo ruim em nossas vidas somente para nos prejudicar. Deus só permite aquilo que pode se transformar em algo bom. Ele não brinca conosco, Ele cuida de nós como algo muito valioso. Nós somos muito preciosos para Ele. Tudo que falamos de Deus é pouco no que se refere ao que verdadeiramente Ele é. Se nós conseguimos imaginar que Deus é capaz de nos ferir para nos curar é porque Ele nos reserva algo de bom, como nos diz Oséias: “Ele nos feriu e há de tratar-nos, Ele nos machucou e há de curar-nos” (Os 6,1). Às vezes, Deus pode nos ferir para nos purificar. Não por crueldade ou por não nos amar, mas porque nos criou à sua imagem e semelhança. Porque nós somos preciosos para Ele, que sabe o quanto vivemos presos em vícios, em coisas fúteis e situações que dão alegrias

muito passageiras, mas Ele quer o melhor para nós. Deus permite passarmos por uma noite escura da fé, como viveu Madre Tereza de Calcutá, para crescermos espiritualmente. O próprio Jesus, na Sexta-feira Santa, se sentiu abandonado pelo Pai a ponto de dizer: “Eloi Eloi lama sabactani?” – Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste? Mas ele não desistiu. Ferido, Ele provou o silêncio profundo de Deus, mas não recuou.

Nossa Senhora também estava ferida, aos pés da cruz de Jesus, porque não deve ter sido fácil contemplar o Filho, inocente, morrendo daquela forma. Mas ela foi capaz de sepultá-lo, se encontrar e rezar com aqueles que o abandonaram. Ela o fez na esperança da madrugada da Ressurreição. Muitas vezes, somos insensíveis aos apelos de Deus. Formamos um escudo em nós mesmos e a flecha divina tem dificuldade de penetrar,

pois quanto mais sedimentados aos apegos das paixões, ao mundanismo, à satisfação pela satisfação, menos sensibilidade temos para Deus. E por isso sofremos! Deus não tenta ninguém, mas Ele permite que sejamos tentados. Ele é forte e poderoso, mas o inimigo existe e quer semear em nosso coração a dúvida e a confusão. Nossa alma tem fome de Deus e precisa ser alimentada por meio do Sacramento da Eucaristia. Ela é o alimento eterno. Temos necessidade de comungar. Ao receber Jesus, Ele que nos envolve com seu amor. Devemos dar mais valor à Eucaristia. É preciso, após cada comunhão, adorar Cristo Vivo dentro de nós. Isso irá nos curar. Quem dera deixássemos nos encontrar com Deus. A cada momento, Ele tenta nos encontrar. Caso deixemos de experimentar o amor de Deus e se em algum momento da vida nos cansarmos e nos dermos conta de nossa imperfeição, nos coloquemos diante Dele e recomecemos. Ele estenderá as mãos para que cheguemos mais perto de Seu amor, pois a Sua misericórdia é infinita. Deus abençoe! Padre Reginaldo Manzotti é coordenador da Associação Evangelizar é Preciso e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de Guadalupe, em Curitiba (PR). Apresenta diariamente programas de rádio e TV.

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator chefe: Daniel Gomes • Reportagem: Cônego Antônio Aparecido Pereira, Edcarlos Bispo, Filipe David, Nayá Fernandes e Renata Moraes • Institucional: Rafael Alberto e Fernando Geronazzo • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Secretaria de Redação: Djeny Amanda • Assinaturas: Ariane Vital • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Revisão: Maria Aparecida Ferreira • Impressão: S.A. O ESTADO DE S. PAULO • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.


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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo

dito por participantes do Sínodo que a família é caminho de santificação para os esposos e para os filhos. A vida do cristão, a partir do Batismo, é consagrada a Deus e animada pela ação do Espírito Santo; por isso, todas as ações feitas segundo Deus fazem crescer na comunhão com Deus e ajudam a progredir no caminho que leva a Deus. O casal, que vive retamente a vida matrimonial e se dedica ao bem recíproco com amor e generosidade, está fazendo frutificar a graça do Matrimônio e realizando obras meritórias. O casal que se abre generosamente à vida e tem filhos, “educando-os na lei de Cristo e da Igreja”, está sendo fiel à graça do Matrimônio, participa da ação criadora de Deus e realiza uma obra boa. A dedicação e o zelo pelos filhos, para lhes proporcionar o que eles necessitam para viver e se encaminhar bem na vida, é obra do mais alto valor santificador. Os esposos e pais devem confiar-se continuamente à graça de Deus na realização de tão nobre missão; sozinhos, talvez, não conseguiriam cumprir essa tarefa. Para viverem o caminho de santidade, marido e mulher, pai e mãe, não precisam fazer milagres nem coisas extraordinárias, mas realizar, de modo extraordinário, aquilo que faz parte de seus deveres naturais e diários, entre os quais também se inclui a iniciação dos filhos à vida na fé; assim, eles aprendem desde cedo a reconhecer Deus como Pai, a Jesus como Salvador e as outras pessoas como irmãos e irmãs. Os

Com os padres do Pio Brasileiro

pais têm enorme capacidade de testemunhar e transmitir a fé e a vivência religiosa aos filhos; se o fazem, realizam uma obra santificadora maravilhosa! A vocação e missão dos pais, na família, também é preparar pessoas de bem para a comunidade humana. Dos pais, esperase que eduquem bem os filhos para serem pessoas honestas, trabalhadoras, respeitosas dos outros, solidárias e possuidoras das belas virtudes humanas que se esperam de cidadãos de bem. Também essa tarefa educadora, para o benefício da comunidade humana, é santificadora para os pais. Também durante as reuniões do Sínodo, foram diversas as manifestações em favor da beatificação de casais, ou de um pai, ou uma mãe, de diversos países. Graças a Deus, já existe, como sempre existiu, muita santidade na vida em família! E isso é muito esperançoso para o futuro da família! No domingo, dia 18 de outubro, durante a assembleia do Sínodo, o Papa Francisco vai canonizar os pais de Santa Teresinha do Menino Jesus: Luís e Zélia Martin. Um casal proclamado “santo” bem durante o Sínodo sobre a família: isso tem um significado extraordinário e está a indicar justamente que o casamento e a vida em família são caminhos para a santificação. E o feliz acontecimento acontece no Domingo das Missões: isso indica que a missão do casal e da família é orientar a sua vida e a dos filhos no caminho da santidade.

L’Osservatore Romano

No dia 4, na Basílica de São Pedro, durante a missa de abertura do Sínodo, o Cardeal Scherer encontrou-se com padres que estão no Colégio Pio Brasileiro, em Roma. Na foto, o Arcebispo de São Paulo está ladeado (da esquerda para a direita) pelos padres Domingos Barbosa, diretor do Colégio; Ricardo Cardoso Anacleto e Alexandre Ferreira Santos, da Arquidiocese de São Paulo; Valdeir dos Santos Goulart, de São João da Boa Vista (SP); e José Anchieta de Carvalho, da Diocese de São Raimundo Nonato, no Piauí.

Visita a Bento XVI

Arquivo pessoal

Em sua página no Facebook, o Cardeal Odilo Pedro Scherer postou, na terça-feira, 13, uma imagem da visita ao papa emérito Bento XVI. “Hoje consegui saudar o Papa Bento XVI e rezei o Terço com ele. Ele está muito bem!”, escreveu Dom Odilo. Durante o Sínodo, o Cardeal também saudou o Papa Francisco. A imagem pode ser vista na página 23. (Por Daniel Gomes)

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O

s trabalhos do Sínodo dos Bispos, no Vaticano, estão na 2ª. semana. Ao falar da vocação e missão da família na Igreja e na sociedade contemporânea, vários padres sinodais trouxeram à reflexão aspectos nem sempre lembrados quando se fala de casamento e família. Olhando a vida com fé em Deus, precisamos reconhecer que o casamento e a formação de uma família também respondem a um chamado divino na vida das pessoas. Não se trata de mero instinto nem de força cega da natureza; o próprio amor humano entre o homem e a mulher, que leva ao casamento, já é uma primeira expressão daquele amor supremo, que procede do próprio Deus. Assim ensinou o Papa Bento XVI na encíclica sobre a caridade – Deus caritas est (Deus é amor). Considerando que o casamento e a família fazem parte de um chamado de Deus, seria preciso responder a esse chamado com muita fé, seriedade e discernimento; as pessoas que se preparam para casar, precisariam colocar-se em sintonia com Deus e se perguntar se Deus, de fato, as chama para unirem suas vidas no casamento e na vida em família. Quem se casa, precisaria perguntar-se sobre o que Deus quer no casamento e na vida em família? Como melhor corresponder a esse chamado? Mais vezes também tem sido

Família: caminho de santidade

| Encontro com o Pastor | 3


4 | Fé e Vida |

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Liturgia e Vida

Você Pergunta

29º DOMINGO DO TEMPO COMUM 18 DE OUTUBRO DE 2015

O Caminho do discípulo ANA FLORA ANDERSON A liturgia deste domingo é um convite à conversão. O verdadeiro amor não teme o sofrimento pelo bem dos outros. O serviço que agrada a Deus consiste em amar os irmãos e com a graça de Deus assumir as fraquezas que nos cercam. O profeta Isaías (53, 10-11) apresenta um cântico do Servo Sofredor. Essa figura que é central nos evangelhos mostra qual é o caminho da salvação escolhido por Deus. O Justo enviado por Ele oferecerá sua vida em expiação para que a humanidade possa alcançar a luz e a sabedoria. A segunda leitura (Hebreus 4, 14-16) revela Jesus como um Sumo Sacerdote capaz de partilhar de nossas fraquezas por causa de seu amor. Ele torna possível nossa aproximação do trono do Pai, pois, por seu amor, nós conseguimos misericórdia e alcançamos a graça de Deus. O Evangelho de São Marcos (10, 35-45) lembra que, mesmo depois de Jesus falar de sua paixão por três vezes, os discípulos não entenderam o sentido profundo desse sofrimento. Eles desejam ser importantes. Jesus, contudo, revela que os primeiros no Reino de Deus são os mártires que darão suas vidas ao exemplo dele, para o bem de todos. E, na sequência, pergunta-lhes se querem morrer assim. Pensando no prêmio, eles respondem que sim. Jesus, então, profetiza que, querendo ou não, é assim mesmo que vão morrer! A Palavra de Deus mostra-nos que não há um caminho mais direto para se chegar à glória.

Atos da Cúria NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO Em 6 de setembro de 2015, foi prorrogada a nomeação e provisão de Pároco da Paróquia São Pedro Apóstolo, da Região Episcopal Belém, Setor Pastoral Vila Prudente, o Revmo. Pe. Jesus Andrade da Silva, pelo período de 3 (três) anos, em decreto retroativo a 3 de setembro de 2015.

Divorciei-me e voltei a viver com minha esposa. Podemos comungar? padre Cido Pereira osaopaulo@uol.com.br

O Antonio (que não disse seu sobrenome) mora em Itaquaquecetuba e divorciou-se. Porém, nem ele nem a esposa tiveram um outro relacionamento. Agora, voltaram a viver juntos, frequentando a mesma comunidade. “Podemos comungar, padre? Mesmo sendo legalmente separados pelo divórcio?”, pergunta. Antonio, é claro que vocês podem comungar. Digo mais: não só podem, mais devem. Isso mesmo, devem comungar. Porque a Eucaristia vai enriquecer a união de vocês com muitas graças. A Eucaristia vai fortale-

cer vocês no amor. A Eucaristia vai manter vocês unidos. Até porque Jesus Cristo é fonte de união. A questão de terem um documento que afirme que vocês estão separados pouco significa. O que vale, na verdade, é o “sim” que vocês deram um ao outro no dia do casamento. Aquele “sim” foi para sempre e continua valendo mesmo quando o divórcio segundo a “lei dos homens”, como você diz, aconteceu. Agora, Antonio, é importante que essa experiência de separação, que não deve ter sido fácil para os dois, não se repita. O reatar a união certamente significou perdão de ambas as partes e isso foi bonito. Continuem

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a viver no amor, cultivando esse amor como se cultiva uma flor especial, sem permitir que mágoas, rancores e cobranças voltem a perturbar a união de vocês. Felizmente, vocês escolheram o caminho certo. Estão participando da missa, estão iluminando a relação de vocês com muita fé, esperança e amor. Vão em frente, amigos. E se ainda não fizeram, façam uma boa confissão, para que a comunhão de vocês seja um alimento para o amor que vocês reencontraram. Fiquem com Deus e que ele abençoe vocês e o lar que voltaram a construir. Sejam felizes, meus irmãos.

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PLANEJAMENTO PASTORAL: COMO FAZER? Como fazer um planejamento pastoral, paroquial e diocesano

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José Carlos Pereira

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Acessível e objetivo, o livro responde a questões fundamentais que surgem na hora de criar um planejamento pastoral bem-sucedido: onde, quando e como fazê-lo. Discute ainda os desafios pastorais enfrentados pela Igreja e propõe métodos para enfrentá-los. Prático, inclui ainda bibliografia complementar sobre o tema.

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Espiritualidade A imagem de Deus Dom Julio Endi Akamine

Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa

O

que é o ser humano? Sobre nós mesmos podemos ter muitos conhecimentos verdadeiros e outros falsos. Se, por exemplo, tivermos do ser humano uma concepção puramente materialista, cairemos na negação de toda transcendência. O ser humano seria assim apenas um animal dotado de um cérebro mais evoluído, cuja vida está encerrada no período em que as suas funções vitais permanecem ativas. A felicidade, nessa concepção antropológica, consistiria em “curtir” o momento com sofreguidão, uma vez que o futuro é incerto e sempre ameaçado pela morte. A fé cristã nos abre para uma visão bem mais positiva e realista. Jesus, revelando-nos o amor do Pai, nos revelou o que nós somos (GS 22). A fé nos dá a visão daquilo que, em última análise, nos caracteriza com maior radicalidade: a nossa relação com Deus. Gn 1,26s indica a especial dignidade do homem na sua condição de imagem de Deus.

De todas as criaturas visíveis, só o razões para isso, uma vez que a questão homem é capaz de conhecer e amar o da imagem é centrada na relação com seu Criador; é a “única criatura sobre a Deus. Duas características do ser pesterra que Deus quis por si mesma” (GS soal são colocadas em destaque: de um 24); só ele é chamado pessoalmente a lado, a capacidade de conhecer e de se partilhar, pelo conhecimento e pelo possuir; de outro, a possibilidade de se amor, a vida de Deus. Com esse fim foi doar livremente e de entrar em comucriado, e essa é a razão fundamental nhão com os outros. Os dois aspectos da sua dignidade (Catecismo da Igreja são igualmente importantes. A razão última da dignidade peculiar Católica, 356). O ser humano é uma criatura privi- do ser humano é, portanto, a vocação à legiada de Deus enquanto criada à sua aliança com o Criador e o chamado à imagem e semelhança, chamada à comunhão De todas as criaturas visíveis, só com Deus e à particio homem é capaz de conhecer pação na Sua vida por e amar o seu Criador; é a “única meio do conhecimento criatura sobre a terra que Deus e, sobretudo, através do quis por si mesma” (GS 24); só amor. ele é chamado pessoalmente a Porque é criado “à partilhar, pelo conhecimento e imagem de Deus”, o ser pelo amor, a vida de Deus humano possui a dignidade de pessoa: ele não é somente alguma coisa, mas alguém. resposta de fé e de amor. A condição É capaz de se conhecer, de se possuir pessoal, “de sujeito” do homem não e de livremente se dar e entrar em co- pode ser desligada desse chamado à munhão com outras pessoas. E é cha- vida divina. O homem é “alguém” e não mado, pela graça, a uma Aliança com somente “algo”, sobretudo porque Deus o seu Criador, a dar-lhe uma resposta quis criá-lo como seu interlocutor. Se de fé e amor que mais ninguém pode Deus criou o ser humano com essa cadar em seu lugar (Catecismo da Igreja pacidade de posse de si mesmo e de doação de si mesmo, foi para que pudesse Católica, 357). A condição pessoal do homem está se doar livremente a Deus e aos irmãos. relacionada com a da imagem (Cate- O ser pessoal alcança a sua plenitude no cismo da Igreja Católica, 357). Há boas dom e no amor, no seguimento de Jesus.

| Fé e Vida | 5

Fé e Cidadania Direito a transporte público e Doutrina Social da Igreja Padre Sancley Gondim O processo da crescente e desordenada urbanização – 50 milhões de pessoas passaram do campo à cidade a partir dos anos 1940 no Brasil - tem trazido graves dificuldades, pois os serviços públicos – habitação, água, energia elétrica, transporte, educação, saúde etc, –, não têm atendido satisfatoriamente à demanda. O Papa Paulo VI, em 1971, falou do “aparecimento de uma civilização urbana, que acompanha o incremento da civilização industrial, transtorna os modos de viver e as estruturas habituais da existência... Nesse crescimento desordenado, novos proletários começam a aparecer nos arrebaldes, molduras de miséria” (Octogesima Adveniens, n. 10). A Doutrina Social da Igreja propõe diretrizes em assuntos de natureza social, econômica ou política, em sentido amplo. Os direitos humanos, que Leão XIII definia como “obrigação essencial do Estado” (Rerum Novarum, 14), que Pio XII enumerou, seis anos antes da Declaração da ONU (Rádio-mensagem, Natal 1942), complementados por João XXIII (Pacem in Terris, 4-11) e reafirmados por João Paulo II (Discurso ONU, 02/10/1979): direito à vida, à existência digna, dos trabalhadores, da mulher, dos deficientes etc (Cf. Pe. F. B. de Ávila, SJ. Pequena Enciclopédia de DSI, Loyola, p. 158-159). De tais direitos derivam os “direitos sociais” (Const. Fed., Art. 6º): saúde, educação, previdência, trabalho, lazer, alimentação, proteção à infância e à maternidade, assistência aos desamparados, moradia e segurança. A PEC (Proposta de Emenda à Constituição), de autoria da deputada Luiza Erundina, proposta em 2011 e ora aprovada, inclui o transporte na lista dos direitos sociais básicos. “Mas qual a implicação disso? A lógica que tem dominado as políticas de transporte é tratá-lo como um negócio. O atendimento às necessidades de deslocamento da população se subordina à rentabilidade para o empresário que tem a concessão do serviço. Assim, os locais distantes, que no modelo urbanístico das cidades brasileiras concentram o maior número de usuários de transporte coletivo, são os que menos dispõem de uma oferta diversificada e frequente... Transporte deve ser entendido como direito elementar porque dá acesso a outros, do mesmo modo que a moradia. Ambos, espécie de “direitomeio” para alcançar outros direitos: sem um lugar adequado para permanecer, e sem possibilidade de se deslocar, não se tem acesso à saúde, à educação, à alimentação, ao lazer...” (Raquel Rolnik, Folha de S.Paulo 21/09/2015). O Papa Bento XVI recorda a necessidade de “investimentos em infraestruturas, sistemas de transportes..., capazes de utilizar o melhor possível os recursos humanos, naturais e socioeconômicos” (Caritas in Veritate, 27).


6 | Viver Bem |

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Comportamento Amar os filhos

Simone Ribeiro Cabral Fuzaro tem impregnado os vínculos

Filhos são preciosos. Que alegria a possibilidade de gerar a vida, de preservar a espécie, a família, o nome. Filhos são normalmente esperados, queridos, amados! As mudanças sociais, porém, são muitas e cada vez mais rápidas e vão nos levando, nos conduzindo, nos transformando sem nos darmos conta. Amar os filhos. Afirmação aparentemente óbvia e transparente, mas que precisa ser significada e ressignificada a cada etapa da vida em família. Desejar um filho, dispor-se inteiramente a gerar nova vida, transformar o corpo, a rotina, a casa, a relação, para acolher um novo alguém - primeiro gesto de amor. Depois deste, uma sequência infinita de outros gestos, ações, serviços, transformações do mais puro e decidido amor, irá formar do ponto de vista ético, humano e espiritual esses seres preciosos que chamamos de filhos. Amar, amor.... Visto predominantemente como sentimento aparece nessa cultura hedonista em que estamos imersos, quase sempre vinculado ao prazer: quando amo, sinto e promovo prazer. Na mídia social, há inúmeros esteriótipos de filhos amados, felizes frequentando festas super produzidas, passeios elaborados, com roupas de grife, rostos sorridentes.... Tudo tão fugaz, tão passageiro! Esse conceito de amor

Amar, especialmente nessa relação, para muito mais e além do prazer e do sentimento, é uma questão de decisão, empenho, cuidado e firme compromisso diário. Amar os filhos significa decidir pelo melhor para eles. Creiam: educar e formar moralmente os filhos é um grande gesto de amor e requer muita determinação e paciência. Requer renúncias e capacidade de repetir com constância e sem preguiça,

e os tornado também temporários - raros são os relacionamentos consistentes e duradouros. Tratando-se de filhos, porém, sejam como forem, serão para sempre. Nessa relação desigual, – pais e filhos –, refletir sobre algumas características é fundamental. Pais são responsáveis por formar e educar os filhos. São os únicos que tem poder natural para isso, pois nutrem o filho física e emocionalmente desde o ventre. São re- Amar, amor.... Visto ferências naturais para os pe- predominantemente quenos, são um como sentimento “porto seguro”. aparece nessa cultura Pais estão aptos a determinarem hedonista em que e escolherem o estamos imersos, quase melhor para os sempre vinculado ao filhos, os pequenos precisam prazer: quando amo disso na mesma sinto e promovo prazer. intensidade de que precisam de água e alimento. Sentem-se posições, atitudes, exemnutridos emocionalmente. plos. Nesse gesto de amor, Que importante na infância não podemos ser imediatisa certeza de que “cuidam de tas - nos visitará com maior mim”, de que escolhem o que frequência o cansaço e não “não tenho capacidade de es- o prazer. O resultado, pocolher”. Pais têm condições rém, é certo e esse sim trará de estabelecer objetivos, de enorme felicidade: vermos saber aonde querem chegar nos filhos pessoas virtuosas, com os filhos e planejar a equilibradas, que sabem faação. Pais agem, crianças re- zer escolhas, cuidar de si e agem. Para que possam resis- dos outros. Amar os filhos vale todo e tir corajosamente às reações dos pequenos, é preciso ter qualquer sacrifício. o objetivo bem determinado: Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é fonoauquando há clareza de onde dióloga e educadora; Mestre em Educação/ Distúrbios da Comunicação da PUC-SP; se quer chegar, fica mais fácil Especialista em linguagem e coordenadora da Escola de Educação Infantil Pedrita. trilhar o caminho.

Cuidar da Saúde

Está com mioma? Fique tranquila, não é câncer! Cássia Regina

Mioma é um tumor benigno do útero que afeta 50% das mulheres entre 30 e 50 anos e pode causar dor pélvica, sangramento uterino de fluxo intenso, dor durante a relação sexual

e dificuldade para engravidar. Muitas mulheres se preocupam muito com isso. Algumas até perguntam se o mioma pode se transformar em um câncer. A resposta é: Não! A miomatose tem bom prognóstico. A princípio, o tratamento é com

medicamento oral ou injetável. Dependendo da evolução, é necessário fazer cirurgia. Caso apresente algum desses sintomas, procure um ginecologista. Dra. Cássia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF) E-mail: dracassiaregina@gmail.com


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| Pastorais | 7

Serviço Pastoral dos Migrantes

3ª Tarde Cultural Dos Migrantes: ‘Não ao preconceito, por direitos e participação’ Dos recantos das periferias da Grande São Paulo vieram os artistas populares, das muitas culturas migrantes e imigrantes, para participar da 3ª Tarde Cultural dos Migrantes, em 27 de setembro, com danças, músicas, poesias, cordel, coral, coreografias da terra de origem, tambores, entre outros. No salão da Paróquia Nossa Senhora da Paz, no Glicério, estavam aproximadamente 250 pessoas, entre crianças, senhoras do grupo da terceira idade da Diocese de São Miguel em trajes afro, capoeiristas, dançarinas de ballet da Brasilândia, grupos folclóricos, uma poetiza árabe, um cantor paraguaio, e grupos bolivianos, paraguaios e chilenos. Essa mostra cultural, ao estilo sarau, representou uma grande celebração da luta e da vida dos povos migrantes, unindo latino-americanos, africanos, árabes e haitianos acolhidos pela Missão Paz. Durante a atividade, foi enfatizada a necessidade de haver a globalização da caridade diante dos fluxos migratórios.

Serviço Pastoral dos Migrantes

Migrantes e imigrantes mostram aspectos culturais de seus estados e países durante evento na Paróquia Nossa Senhora da Paz em 27 de setembro

Também se destacou que no meio popular, onde predominam culturas migrantes, a arte aparece como resistência, para não esquecer as raízes e manter a luta por

Vicariato para a Educação e a Universidade Diálogo entre fé e cultura no Museu de Arte Sacra O Museu de Arte Sacra de São Paulo, por meio da Ação Educativa, desenvolve programas, projetos e atividades com o intuito de sensibilizar os visitantes para uma maior interação com seu acervo, que salvaguarda um patrimônio fundamental para o estudo e a compreensão da história, arte, arquitetura e cultura paulista e nacional. Nesse aspecto, o Museu de Arte Sacra de São Paulo, localizado no edifício colonial do Mosteiro da Luz (avenida Tiradentes, 677, próximo ao metrô Tiradentes) e o Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade da Arquidiocese de São Paulo estão promovendo uma parceria para auxiliar no diálogo entre fé e cultura, que,

de acordo com o Vicariato, permitirá que professores e alunos “percebam a beleza do amor de Deus expresso através da arte sacra”. A parceria compreende, entre outras coisas, formações para os monitores sobre a estrutura e organização da Igreja, o uso de objetos litúrgicos nas cerimonias religiosas – que fazem parte do acervo permanente do Museu –, tais como turíbulos, navetas e ostensórios. O Museu oferece visitas educativas, lúdicas e encontros com os professores. O agendamento de visitas pode ser feito pelo e-mail agendamento@museuartesacra.org.br ou pelo telefone (11) 3326-3336. Saiba mais detalhes em www.museuartesacra.org.br

justiça, reconhecimento e respeito. A 3ª Tarde Cultural dos Migrantes foi promovida pelo Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM), em parceria com Missão

Paz, as comunidades latino-americanas e as expressões da Pastoral dos Migrantes da Arquidiocese de São Paulo. (Com informações de Roberval Freire)

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Av. Gentil de Moura, 787 - Ipiranga

Na quarta-feira, 7, a Capelania Católica do Instituto de Infectologia Emílio Ribas realizou a festa pelo Dia da Crianças, para as crianças que lá estão internadas. Profissionais do Instituto e voluntários da Capelania, cujo capelão é o Padre João Inácio Mildner, participaram da atividade.

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8 | Pelo Mundo |

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Destaques das Agências Internacionais

Filipe David

Correspondente do O SÃO PAULO na Europa

França

‘Todos iguais, todos iletrados’ Milhares de pessoas, principalmente professores, foram às ruas em Paris, no sábado, 10, para se manifestar contra a reforma da educação do governo socialista de François Hollande. A organização do protesto foi feita principalmente pelos sindicatos de professores e uniu

pessoas com tendências políticas opostas, como a UNI (organização estudantil de direita), o Partido de Esquerda, a SOS Educação, entre outras. A reforma proposta pelo governo deve, entre outras coisas, praticamente eliminar o ensino do latim e do grego

nas escolas. Por isso, alguns cartazes da manifestação diziam “Ave Najat [Najat Vallaud-Belkacem é ministra da educação], os que vão morrer te saúdam!”. Em outros cartazes lia-se “Todos iguais, todos iletrados”, porque um dos objetivos da reforma, segundo o governo, é o de

aumentar a igualdade de oportunidades na educação. O número de manifestantes foi estimado entre 15 e 20 mil pelos organizadores. Segundo a polícia local, participaram pouco mais de 8 mil pessoas. Fontes: Le Monde/ Ouest-France

Turquia Atentado terrorista mata, ao menos, 95 pessoas e fere outras 245 AFP/Dokuz 8

Filmagem mostra a explosão atingindo manifestantes em Ancara, no sábado, dia 10

Um atentado terrorista deixou, ao menos, 95 mortos e 245 feridos em Ancara, capital do País, no sábado, 10. O atentado teve como alvo uma manifestação pela paz entre os curdos e o governo turco. O partido pró-curdo (HDP) estava presente e disse, em declaração, que acredita ter sido o alvo do ataque. O líder do partido, Selahettin Demirtas, culpou o governo pelo ataque, notando que as duas explosões provocadas por homensbomba ocorreram em meio a cortejos do partido e que não havia policiais nas proximidades; quando a polícia finalmente chegou, continua a declaração,

atacou, com bombas de gás lacrimogêneo, as pessoas que queriam ajudar os feridos. Segundo a BBC, um residente local afirmou que pessoas iradas tentaram atacar as viaturas policiais após as explosões. Durante a oração do Ângelus, no domingo, 11, o Papa Francisco disse que recebeu a notícia do atentado com grande dor e que reza pelas vítimas e suas famílias: “Enquanto rezo por esse país amado, peço ao Senhor que receba as almas dos que partiram e que conforte os que sofrem e suas famílias”. Fontes: BBC/ HDP/ CNA

Paquistão

Estados Unidos

Diretor de escola é agredido por colegas muçulmanos

Número de abortos caiu no Arizona, 501 bebês a menos

Siddique Azam, diretor de uma escola no vilarejo de Pernawa, foi violentamente agredido por colegas professores da escola, que não queriam reconhecer a autoridade de um cristão sobre eles e exigiram sua demissão. Siddique está hospitalizado e pode perder a visão de um dos olhos. Sua família está aterrorizada, temendo que ele possa ser agredido novamente ou que um de seus filhos seja também agredido para intimidá-lo. Pernawa fica no distrito de Kasur, nordeste do País, próximo à fronteira com a Índia.

A batalha contra o aborto nos Estados Unidos está longe de acabar, mas há algumas boas notícias. Uma delas foi divulgada pelo departamento de saúde do Estado do Arizona, que informou que, em 2014, o número de bebês abortados foi 3,7% menor em relação ao ano anterior. Isso representa 501 bebês a menos. O número de abortos feito durante o ano caiu de 13,4 mil,

Os agressores foram presos e a polícia registrou a queixa, segundo o advogado que tem acompanhado a família, Sardar Mushtaq Gill. “O caso de Siddique Azam é somente um de numerosos exemplos de como os cristãos no Paquistão sofrem devido à discriminação, abusos e violência. Muitos casos desse tipo não vêm à luz. É urgente erradicar a ideologia extremista e sectária que prevalece no seio da sociedade.”, afirmou Sardar. Fonte: Fides

em 2013, para 12,9 mil, em 2014. Segundo as estatísticas, do total de abortos realizados no Estado, 99% foram feitos apenas por escolha pessoal: praticamente nenhum foi feito para proteger a vida ou a saúde da mãe. A maior parte dos abortos foi cirúrgico, 72%. Houve, ainda, 45 abortos realizados em adolescentes sem o consentimento dos pais. Fontes: LifeSiteNews/ NRL News

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L’Osservatore Romano

‘É das famílias que Jesus recomeça a sua passagem entre os seres humanos’ Na audiência geral da quarta-feira, 7, Francisco, na sua Catequese, falou sobre o “espírito familiar”. Afirmou mesmo que “os homens e as mulheres de hoje necessitam de uma injeção de espírito familiar. O Papa afirmou que as famílias sabem bem o que significa a “dignidade do sentir-se

filhos e não escravos”. E é das famílias que “Jesus recomeça a sua passagem por entre os seres humanos para persuadilos de que Deus não os esqueceu”. No final da audiência, Francisco pediu orações “pelos padres sinodais, para que, iluminados pelo Espírito Santo, pos-

sam dar à Igreja, como família de Deus, um novo impulso para lançar as suas redes que libertam os homens da indiferença e do abandono, promovendo o espírito familiar no mundo”. (Por Nayá Fernandes, com informações da Rádio Vaticano)

| Papa Francisco | 9

Conferência Mundial sobre as mudanças climáticas, na Bolívia O Papa Francisco pediu no sábado, 10, que a II Conferência Mundial sobre as mudanças climáticas, na Bolívia, seja guiada “por princípios de uma justa ecologia integral” que tenha em consideração a pessoa humana. O Santo Padre enviou uma breve mensagem ao Fórum realizado na cidade boliviana de Tiquipaya, e que foi convocado pelo presidente do País, Evo Morales, a fim de recolher contribuições dos movimentos sociais sobre o tema das mudanças climáticas. Da abertura do Fórum, participaram aproximadamente 6 mil pessoas provenientes dos cinco continentes. O Fórum terminou na segunda-feira 12, e publicará suas conclusões à XXI cimeira mundial da ONU sobre mudanças climáticas (Cop 21), que se realizará entre os dias 7 e 8 de dezembro, em Paris. (NF)

Oração pelas vítimas da tragédia em Ancara, na Turquia L’Osservatore Romano

Atividades do Papa Francisco em outubro e novembro L’Osservatore Romano

No domingo, 18, o Papa Francisco preside, na praça de São Pedro, a missa das canonizações dos Beatos Vincenzo Grossi, Maria da Imaculada Conceição, e o casal Luís Martin e Maria Azelia Guérin, pais de Santa Teresinha do Menino Jesus. No domingo seguinte, dia 25, o Pontífice preside, na Basílica Vaticana, a missa de conclusão da XIV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos. No domingo, 1° de novembro, presidirá, na Solenidade de Todos os Santos, a eucaristia no Cemitério del Verano, em Roma. Na segunda-feira, 2 de novembro, Dia dos Fiéis Defuntos, o Santo Padre descerá à Cripta Vaticana para um momento de oração pelos pontífices falecidos. Na ter-

ça-feira, 3, no Altar da Cátedra da Basílica Vaticana, o Papa presidirá a missa em sufrágio dos cardeais e bispos falecidos nos últimos 12 meses; e na segunda-feira, 9, na solenidade da Dedicação da Basílica de São João de Latrão, que é a sede da Diocese de Roma, Francisco presidirá missa com ordenação episcopal, na Basílica Lateranense. Já terça-feira, 10, o Papa fará uma visita pastoral a Prato e Florença, no centro de Itália. No domingo, 15 de novembro, Francisco visitará a Igreja Evangélica e Luterana de Roma. De 25 a 30 de novembro, o Pontífice realizará a sua 11ª Viagem Apostólica Internacional, a primeira ao continente africano, visitando Quênia, Uganda e a República Centro-Africana. (NF)

Durante o Ângelus na praça de São Pedro, no domingo, 11, o Santo Padre propôs uma reflexão sobre o capítulo 10 do Evangelho de Marcos, da liturgia do dia. Após a recitação da oração mariana, Francisco fez um apelo sobre a tragédia em Ancara na Turquia: “Ontem, recebemos com grande dor a notícia da terrível tragédia acontecida em Ancara, na Turquia. Dor para os numerosos mortos, dor para os feridos, dor porque os responsáveis atingiram pessoas desamparadas que se manifestavam pela paz. Enquanto rezo por aquele querido País, peço ao Senhor de acolher as almas dos defuntos e de confortar os que sofrem e seus familiares.” (NF)


10 | Pelo Brasil |

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Edcarlos Bispo e Filipe David

Destaques das Agências Nacionais

osaopaulo@uol.com.br

Círio de Nazaré: a maior procissão católica do Brasil Cerca de 2 milhões de pessoas participaram da 223ª edição do Círio de Nazaré, a maior procissão católica do Brasil, realizada no domingo, 11, em Belém (PA). A romaria começou por volta de 6h, após missa de abertura realizada na Catedral de Belém pelo arcebispo metropolitano Dom Alberto

Taveira. Às 11h30, a berlinda chegou à basílica santuário, após percurso de 3,6 km. Na Basílica, milhares de fiéis se reuniram para participar da missa presidida por Dom Irineu Roman, bispo auxiliar de Belém, realizada após a procissão. A romaria acontece todo segundo

domingo de outubro. Durante as cinco horas de procissão, paraenses e devotos brasileiros e estrangeiros pagaram promessas e prestaram homenagens a Nossa Senhora de Nazaré, considerada padroeira do Pará e Rainha da Amazônia. Durante a procissão, 13 carros acompanham a multidão para que os

devotos pudessem depositar suas promessas, em geral grandes velas ou objetos de cera que simbolizam as graças alcançadas. Chamados de ex-votos, esses objetos são posteriormente catalogados e passam a integrar o acervo do museu do Círio. Fonte: G1 e Agencia Brasil (Redação: Edcarlos Bispo)

160 mil pessoas no dia da padroeira em Aparecida Thiago Leon/A12

Imagem da Padroeira do Brasil é entronizada solenemente na Basílica, durante missa, dia 12

O Santuário Nacional de Aparecida, no interior paulista, acolheu 400.298 visitantes, entre os dias 5 e 12. No Dia da Padroeira do Brasil, na segunda-feira, 12, passaram pelo Santuário 160 mil fiéis. A principal missa do dia foi presidida pelo arcebispo de São Salvador (BA) a e primaz do Brasil, Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, SCJ, e concelebrada pelo bispo auxiliar de Aparecida, Dom Darci Nicioli, que representou o Cardeal Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida,

que está no Sínodo dos Bispos em Roma. Nessa missa, 35 mil pessoas lotaram a Basílica. Durante todo o dia, a imagem da Padroeira, encontrada há quase 300 anos, atraiu muitos olhares de gente que enfrentou horas na fila só para ficar de frente com a imagem. O dia de celebrações terminou, com procissão, missa e o colorido da queima de fogos no Santuaário Nacional, que iluminou a noite dos devotos de Nossa Senhora Aparecida. Fonte: A12 e G1 (Redação: Edcarlos Bispo)

Arquidiocese de Belém se prepara para Congresso Eucarístico Nacional A Arquidiocese de Belém lançou o projeto do Congresso Eucarístico Nacional 2016, no dia 5. O tema do Congresso será “Eucaristia e partilha na Amazônia missionária” e o lema “Eles

o reconheceram no partir do pão”. O evento, que ocorrerá no quarto centenário da cidade de Belém (PA) e da evangelização da Amazônia, deverá atrair meio milhão de fiéis e terá 150

expositores, 300 bispos e 1.500 padres. Segundo o site do evento, “o Congresso Eucarístico quer ser a convergência de todas as pessoas que pro-

‘Vamos resgatar nossas crianças’ O Conselho Federal de Medicina (CFM) e os Conselhos Regionais de Medicina (CRM) estão promovendo a campanha “Vamos resgatar nossas crianças”, que tem como objetivo colaborar para solucionar casos de crianças desaparecidas. A campanha conta com o apoio da CNBB e de outras entidades, e permite o cadastro e a busca por crianças desaparecidas no site do CFM. O site também aconselha médicos e familiares so-

bre como agir em casos suspeitos de desaparecimento. Um folder do CFM também dá dicas para evitar um desaparecimento, como, por exemplo, ensinar às crianças os nomes completos dos responsáveis e a nunca conversarem nem aceitarem nada de estranhos. Segundo o CFM, existem mais de 250 mil casos de crianças desaparecidas no Brasil. Estatisticamente, ocorre um novo caso de desaparecimento a cada 15 minutos. Fonte: Portal da CNBB (Redação: Filipe David)

fessam a fé católica na realidade da Santíssima Eucaristia, e desejam dar um testemunho público de sua fé na presença real do Senhor Jesus”. Fonte: ACI (Redação: Filipe David)

37ª Assembleia das Igrejas do Regional Sul 1 Começa na sexta-feira, 16, e segue até domingo, 18, a 37ª. Assembleia das Igrejas Particulares do Regional Sul 1 da CNBB. “Misericórdia e Missão” é o tema da Assembleia, que terá a participação de bispos, padres, religiosas e leigos de todo o Estado de São Paulo, em Itaici, no município de Indaiatuba (SP). (Com informações de Renato Papis, da assessoria de imprensa do Regional Sul 1)


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| Reportagem | 11 Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Nas águas do Tietê, a imagem de Nossa Senhora Aparecida é conduzida pelo Padre Palmiro Paes, que há 12 anos coordena o projeto que alerta para a despoluição e a preservação do rio

Mãe Aparecida: fé e esperança no rio Tietê Imagem peregrina da Padroeira do Brasil foi acolhida por fiéis na ponte do Piqueri e levada em carreata para missa na Catedral da Sé Renata Moraes

jornalismorenata@gmail.com

“Eu moro no bairro de Pinheiros. Acordei cedo, peguei o ônibus e vim até aqui em Pirituba expressar a minha fé em Nossa Senhora Aparecida. É ela que me dá forças, me sustenta, me concede saúde e paciência. Todos os dias pela manhã, eu rezo o Terço para Nossa Senhora, agradecendo todas as graças que ela me dá diariamente, sobretudo na ajuda no cuidado com a minha sogra, de 93 anos”, expressou Norma Grolla Zuccari, 73, emocionada, durante a chegada da imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida, na ponte do Piqueri, na zona Noroeste de São Paulo. Na segunda-feira, 12, em que se comemorou o Dia de Nossa Senhora Aparecida, a Padroeira do Brasil, a Arquidiocese de São Paulo realizou a 12ª edição do projeto “Tietê Esperança Aparecida”, com a peregrinação da imagem de Nossa Senhora Aparecida pelas águas do rio Tietê. O projeto teve início em 2004, por iniciativa do Padre Palmiro Carlos Paes, atual administrador paroquial na Paróquia Santa Cristina, na Região Ipiranga, motivado pela Campanha da Fraternidade daquele

ano “Fraternidade e Água – Água fonte de vida”, com o objetivo de expressar a fé em Nossa Senhora e conscientizar a população e as autoridades sobre a importância da despoluição do rio Tietê. Neste ano, as atividades começaram em 25 de setembro, com a realização de missa no Santuário de Aparecida, seguida da peregrinação da imagem de Nossa Senhora até a nascente do rio, em Salesópolis (SP). No dia 12, a imagem peregrina foi levada em uma pequena embarcação pelas águas do rio Tietê, partindo da Barragem da Penha, às 7h30, e chegando à ponte do Piqueri, às 9h, onde era aguardada por centenas de devotos. Na chegada, Padre Palmiro a entregou a Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia. Após dar a bênção sobre as águas do rio, o Bispo conduziu a imagem em procissão no meio das pessoas que estavam na Ponte.

‘Há vida e esperança no rio Tietê’

Padre Palmiro, em entrevista ao O SÃO PAULO, relatou o que viu durante a procissão pluvial. “Navegando pelo rio Tietê, desde as 7h, vimos uma imagem triste, mas, ao mesmo tempo, se percebe uma luta, ainda devagar, para despoluir o Tietê. Jogados no rio, havia sofás, peças de carro, de motos, geladeira e muito lixo, mas também há vida e esperança: alguns animais ali sobrevivem como aves e garças. Vimos até três capivaras bebendo daquela água, tentando sobre-

Na Catedral da Sé, Dom Devair Araújo da Fonseca abençoa de modo especial as crianças

viver. Encontramos, também, pessoas tomando banho nas barrancas do Tietê, dos córregos poluídos”. Segundo o Sacerdote, é importante lembrar todos os anos as autoridades de que o rio precisa ser despoluído, e a despoluição do Tietê somente se dará com muita perseverança de todos. O projeto “Tietê Esperança Aparecida” tem apoio do Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE). “Temos que voltar a ver o rio Tietê como presente de Deus e não só como esgoto da cidade”, expressou Padre Palmiro.

Em sintonia com a Laudato si’

O apelo do Papa Francisco no cuidado com o meio ambiente, direcionado a todos, na carta encíclica Laudato si’, vem ao encontro da proposta do projeto “Tietê Esperança Aparecida”, conforme analisou Dom Devair. “A casa comum é o meio ambiente. Assim o Papa Francisco nos convida a refletir como é que estamos cuidando da nossa casa? A Laudato si’ desperta em nós esse desejo do cuidado, mas também do compromisso, de cada um fazer a sua parte para despoluir o rio”, disse à reportagem.

A expressão de fé dos devotos da Mãe Aparecida

Durante a carreata em que a imagem foi conduzida da ponte do Piqueri à Catedral da Sé, muitos fiéis expressaram a devoção a Nossa Senhora Aparecida.

“Vimos pessoas em situação de rua, olhando para a imagem, como quem diz: ‘Mãe, olha para mim, veja minha situação e meu sofrimento’. Assim como um senhor que se ajoelhou na calçada, enquanto a imagem passava”, relatou Padre Palmiro. Dom Devair presidiu a missa solene na Catedral da Sé, na primeira participação no Projeto “Tietê Esperança Aparecida”. O Bispo relatou essa vivência com ao povo. “Uma expressão genuína, autêntica, da fé do nosso povo. Na confiança, aos pés de Maria, eles depositavam suas preces. O Documento de Aparecida nos fala que nas expressões populares da fé, existe um lugar de encontro com Cristo. E Maria, neste dia, nos fez encontrarse com Ele. ”

Nas Crianças, o futuro do Tietê

Dom Devair, no encerramento da missa, convidou as crianças a subirem no presbitério para receberem uma bênção especial. “Iluminados pelas palavras de Maria, ‘Fazei tudo que Ele vos disser’, que desperte no coração de todos nós o desejo do compromisso e da transformação. Que um dia essas crianças que aqui estão possam olhar para o rio Tietê e dizer: hoje nós vimos a vida desse rio. Que o nosso compromisso seja também com essas crianças, com o futuro e com o mundo que vamos deixar para elas”. E finalizou: “que um dia, possamos celebrar a despoluição do rio, como fruto da nossa oração e do nosso trabalho”.

Centenas de devotos acolhem a imagem peregrina da Mãe Aparecida, na ponte do Piqueri


12 | Reportagem |

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#Missãojovem2015

Luciney Martins/O SÃO PAULO

‘Juventude sendo vida e missão neste chão’

Entre os dias 2 e 4, jovens das seis regiões episcopais da Arquidiocese estiveram em Perus, na periferia da zona noroeste, onde partilharam histórias de vida e fé com a população Renata Moraes

jornalismorenata@gmail.com

“Animados pela mensagem evangélica do Papa Francisco e atendendo o chamado de sermos uma ‘Igreja em movimento de saída de si mesma, de missão centrada em Jesus Cristo, de entrega aos pobres’, nós, da Pastoral da Juventude da Região Brasilândia, nos colocamos a serviço, e nos candidatamos para acolher a 5ª edição da Missão Jovem da Arquidiocese de São Paulo. Escolhemos o solo sagrado de Perus, por ser um chão com uma forte ligação histórica com as lutas do povo da nossa cidade”, afirmou Gabriela Stephani Souza Ferreira, 19, integrante da Pastoral da Juventude (PJ) da Região Brasilândia e da equipe de coordenação dessa Pastoral na Arquidiocese. Na abertura do mês de outubro, dedicado às missões, Gabriela foi uma das participantes da Missão Jovem, realizada pela Pastoral da Juventude da Arquidiocese, entre os dias 2 e 4, na Paróquia Santa Rosa de Lima, em Perus, na periferia

da zona Noroeste de São Paulo, na Região Episcopal Brasilândia. Com o tema “Juventude sendo vida e missão neste chão” e o lema “Tira os sapatos de teus pés; porque o lugar em que estás pisando é solo sagrado” (Êxodo 3,6), aproximadamente cem jovens, vindos das diversas paróquias das seis regiões episcopais, e alguns jovens da Diocese de Santos, participaram da vivência missionária. “Assim como Moisés, resolvemos tirar nossas sandálias para sentir esse chão de luta, esperança e profecia junto às nove comunidades eclesiais de base da Paróquia Santa Rosa de Lima, que nos ajudaram em toda construção dessa Missão Jovem”, relatou Gabriela.

De casa em casa

Após serem recebidos pelas famílias acolhedoras da Paróquia Santa Rosa de Lima, na sexta-feira, 2, os jovens se encontraram no sábado, 3, no Centro Comunitário da Paróquia, de onde, após o café da manhã e um momento de oração, partiram para a missão em grupos. Os missionários, todos identificados com a camiseta da Missão Jovem 2015, iniciaram a caminhada pelas ruas do bairro, a fim de conhecerem as realidades sociais, dialogar com os moradores e evangelizar de casa em casa. “Saímos muito cedo. Para muitos, nossa visita era algo incômodo, pois ainda tinha muita gente dormindo e demos ‘de cara’ com muitas portas fechadas”,

recordou Thais Aparecida Santos de Almeida, 23, da Região Brasilândia. Com o passar das horas, o cenário foi mudando e mais moradores atendiam os missionários. “Fomos acolhidos por espíritas, evangélicos, católicos, cristãos e outros. Pudemos conhecer algumas histórias tristes e outras de superação, assim como a própria história do bairro de Perus”, relatou o jovem Ricceli Machado Homem, 19, da Região Ipiranga. Os jovens, alguns tímidos, outros mais confiantes, ouviram as histórias de vida dos moradores, os anseios e as preocupações sobre o bairro. Ao final da conversa, rezavam com cada família, entregavam um folheto com as informações da Paróquia Santa Rosa de Lima e sobre a fé católica, e convidavam as pessoas a participaram das celebrações e atividades das comunidades eclesiais do entorno, assim como das missas na Paróquia. Os que receberam as visitas ficavam agradecidos e retribuíam, com sorrisos e abraços, na maioria das vezes, ou até oferecendo café e bolo aos missionários, em alguns casos.

to-socorro, que nunca tem médico. Se temos um problema mais grave, precisamos nos dirigir ao Hospital do Mandaqui ou ao Hospital de Taipas, que ficam em bairros mais distantes”, lamentou José do Patrocínio, 71, que vive em Perus desde que nasceu. A falta de segurança e de policiamento, o aumento do uso de drogas entre os jovens e o crescimento da criminalidade também foram apontados como preocupações. Segundo alguns moradores, a Polícia só é vista quando há uma ocorrência ou se está à procura de alguém. Também houve reclamações sobre o transporte público. Embora haja uma estação de trem no bairro (desde 1867, em torno da qual se deu a urbanização de Perus), há poucas linhas de ônibus e o deslocamento até o centro da cidade é demorado. Outros moradores destacaram que a inauguração do CEU Perus, há 12 anos, agregou ações de cultura e entretenimento ao bairro.

As realidades sociais de Perus

Para os jovens que não sabiam da história do bairro, as visitas também serviram de conhecimento histórico e político sobre Perus. Em várias casas visitadas, as pessoas contaram que seus pais e parentes trabalharam na antiga fábrica de cimento de Perus. A Portland Perus, instalada em 1924 no bairro, era a principal produto-

Pelas ladeiras e morros de Perus, bairro com 80 mil habitantes, os jovens ouviram relatos da preocupação das pessoas com a insuficiência de políticas públicas locais, especialmente nas áreas de saúde, segurança e transporte público. “Aqui em Perus só temos o pron-

Nos passos da história do bairro


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| Reportagem | 13

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

“Nunca havia pisado dentro de uma favela, e gostei bastante da experiência. Conheci pessoas diferentes e com histórias de vida tocantes. Pude estar próximo das crianças, que pelas ruas de Perus se alegraram com a nossa presença. Participar da missão fortaleceu muito o meu sentimento de justiça. E eu sei que nada será em vão. Devagar, nós jovens conseguiremos ser ouvidos e é nessa persistência contínua que vamos continuar a nossa caminhada em defesa da vida”.

Ricceli Machado Homem, 19, Região Ipiranga

“Muitas experiências ficaram marcadas nesta missão, mas o momento que mais ficou na mente foi quando encontramos um grupo de garis, responsáveis pela limpeza das ruas, e conversamos com eles. Rezamos juntos, pedindo intercessão a Deus por cada um deles, pelo seus trabalhos e pelas suas famílias. Eles ficaram tão felizes e nos agradeceram muito. Foi muito importante para eles e para nós também. Mesmo tão pouco, o que fizemos foi de tamanha gratidão”. Vitor Scotton

ra de cimento do País. Na época da ditadura militar, por questões trabalhistas, os funcionários mantiveram-se em greve por sete anos, entre 1962 e 1969. A fábrica de cimento foi desativada em 1987, e em 1992 foi tombada como patrimônio histórico da cidade de São Paulo. Hoje, há mobilizações pela transformação do patrimônio em espaço público de cultura. Os missionários também conheceram a história da antiga creche CJ, da Paróquia Santa Rosa Lima, inaugurada nos anos 1970, e que acolheu crianças de famílias pobres até 1996. “O trabalho da creche naquele tempo foi importante. Muitas crianças não se perderam nas drogas e na criminalidade graças ao nosso trabalho”, contou Silmara Aparecida Ferreira Camargo, 51. Ela foi educadora do CJ durante 12 anos, e hoje é babá. A Paróquia Santa Rosa de Lima, que sediou a Missão Jovem 2015, foi inaugurada em 1940, tendo ao longo de sua história a atuação das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Desde 1966 está sob os cuidados da Congregação dos Padres Monfortinos.

cido como Cemitério de Perus. Construído pela Prefeitura de São Paulo em 1971, o cemitério recebia cadáveres de pessoas não identificadas (indigentes) e vítimas da repressão política na ditadura militar. Em 1990, uma vala clandestina foi descoberta e ali foram encontradas 1.049 ossadas de indigentes. Diante do Memorial da Vala de Perus, essa história foi contada aos jovens, que acenderam velas e rezaram por aqueles indigentes e suas famílias. “A história da vala de Perus não pode cair no esquecimento. Nós hoje aqui estamos fazendo memória, para que situações como essas nunca mais aconteçam”, expressou Célia Aparecida Leme, das CEBs da Região Brasilândia, que conduziu os jovens juntamente com o Padre Luciano Andreol, SMM, pároco da Santa Rosa de Lima. Os jovens também rezaram e depositaram flores em frente ao túmulo de cinco das sete pessoas em situação de rua assassinadas em 2004, em uma chacina no centro de São Paulo.

No Cemitério Dom Bosco

No encerramento da Missão Jovem, as famílias acolhedoras e os missionários partilharam as experiências vivenciadas. “A experiência de acolher foi

Na manhã do domingo, 4, em procissão e com flores nas mãos, os jovens missionários seguiram até o Cemitério Dom Bosco, mais conhe-

Estado permanente de missão

muito boa, pois pudemos aprender com pessoas diferentes do nosso convívio, fora a prática do amor que recebemos, e ainda ganhamos um novo integrante para a nossa família. Nossa esperança é que as sementes que eles deixaram em nossa comunidade tenham caído em terra fértil”, expressou Liliane Dias de Souza, 39, que acolheu uma jovem missionária em sua casa. “Pisamos o solo sagrado de Perus, conhecemos a realidade da periferia e a luta de um povo. É momento de renovar o ardor missionário de cada dia, receber da terra sagrada, que é mãe, que acolhe e que nos dá frutos”, motivou a coordenadora Gabriela Stefani. Antes da missa de encerramento da Missão Jovem 2015, na matriz paroquial, cada participante recebeu um pequeno vaso com terra e algumas sementes, como símbolo da missão, que deve ser permanente. “Jesus está abraçando cada um de vocês”, disse, em agradecimento, o Padre Luciano, pároco, destacando que a presença dos jovens missionários na Paróquia Santa Rosa de Lima despertou o avivamento, a força e a missão da juventude de Perus. O Sacerdote presidiu a missa de encerramento, concelebrada pelos padres Taddeo Pasini, SMM, vigário paroquial, e Assis Tavares, CSSP, vigário paroquial da Área Pastoral São José Operário, na Região Belém.

Thais Aparecida Santos de Almeida, 23, Região Brasilândia

O momento que mais me marcou foi a visita ao cemitério. Ali fiquei refletindo como podemos nos esquecer dessas pessoas que foram completamente desumanizadas e tratadas como um mero objeto. Pensei muito sobre como é importante nos lembrarmos e honrarmos cada uma daquelas pessoas que sofreram e as que ainda sofrem com a opressão. Temos que lutar para que isso não ocorra mais. Não podemos nos calar e temos que fazer nossa voz ecoar para que a vida seja sempre preservada”.

Vinicius Kilder de Melo Silva, 26, Região Santana

“Centenas de jovens de diferentes lugares, buscando integração, superação espiritual e atitude missionária. Viver isso tudo me causou profundo impacto, foi a primeira vez que tive uma experiência desse tipo dentro da Igreja. Conversando com as pessoas, percebi como nossa gente é uma verdadeira comunidade de fé. Vi a Igreja para frente, o jeito novo de ser Igreja, tradição viva e marca insistente da Pastoral da Juventude”.

Vitor Hugo Scotton, 30, Região Lapa

“Estou no Brasil há um ano e minha estadia aqui é uma experiência missionária. Participar da Missão Jovem foi uma experiência excelente. Eu me senti unido a esse povo ouvindo as histórias das famílias que visitamos. Aprendi muitas coisas com elas. Fui marcado, sobretudo, pela esperança que anima esse povo, que apesar de tantos momentos difíceis não desanima. Isso mostra que juntos podemos tornar o nosso mundo melhor, e fazer chegar o Reino de Deus aqui na terra.”

Mbaidiguim Djikoldigam Leonard, 25 missionário comboniano, nascido em Chade, na África, e que estuda Teologia na PUC-SP


14 | Reportagem |

14 a 20 de outubro de 2015 | www.arquisp.org.br

Arquidiocese participa de audiência pública sobre Lei de Zoneamento Luciney Martins/O SÃO PAULO

A Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente da Câmara municipal se comprometeu a tratar os “locais de culto” em um capítulo à parte dentro do PL 272/2015 Nayá Fernandes

nayafernandes@gmail.com

O Plenário 1º de Maio da Câmara Municipal de São Paulo ficou lotado para a 41ª audiência pública realizada pela Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente, destinada a tratar sobre o Projeto de Lei (PL) 272/2015, referente ao Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, conhecido como Lei de Zoneamento da cidade de São Paulo. A comissão é presidida pelo vereador Gilson Barreto (PSDB) e tem como relator o vereador Paulo Frange (PTB). A audiência aconteceu na quintafeira, 8, e tratou especificamente sobre o funcionamento, controle e permissão para construção de locais de culto, o que inclui as paróquias e comunidades da Igreja Católica e das demais denominações religiosas. O principal pleito levado para a audiência foi de inserir no PL 272/2015 um capítulo à parte destinado aos locais de culto

Audiência pública na Câmara municipal na quinta-feira, 8, trata sobre funcionamento, controle e permissão para a construção de locais de culto

e não incluí-los como uma subcategoria dos locais de evento e reuniões com fluxos diferenciados de pessoas. Isso devido a algumas características específicas dos locais com fins religiosos, como o tipo de atividade desenvolvida, o agregamento de pessoas do entorno, não gerando grande fluxo de carros ou de transporte público, os dias e horários das principais atividades e os serviços prestados à comunidade que, na maioria das vezes, são um apoio direto ao poder público. Grande número de leigos da Arquidiocese de São Paulo e parte do clero

participaram ativamente da audiência, inclusive com contribuições concretas expressas por meio de comunicações durante o evento e também protocoladas por escrito. Membros das dioceses vizinhas a São Paulo e de outras igrejas cristãs e instituições religiosas também fizeram apontamentos, que serão analisadas pela Comissão competente até a data da votação do PL. Contribuições ainda podem ser entregues pessoalmente para a Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente, diretamente na Câmara (via-

duto Jacareí, 100, no centro da capital). A revisão participativa da Lei de Zoneamento normatiza a ação pública e privada sobre as formas de uso do solo da cidade. Já foram realizadas outras 40 audiências em todas as subprefeituras e na sede da Câmara. Outras audiências estão marcadas para o mês de novembro nas diferentes regiões do município e a próxima a ser realizada na Câmara será em 18 de novembro, das 19h às 22h, no Salão Nobre, que fica do 8º andar. Mais informações em www.camara.sp.gov.br/ zoneamento/agenda

Igreja em diálogo com a metrópole Dom Sergio de Deus Borges, Dom José Roberto Palau e Dom Eduardo Vieira dos Santos, bispos auxiliares da Arquidiocese de São Paulo, participaram da audiência pública junto com outros clérigos da Arquidiocese, como o Padre Zacarias José de Carvalho Paiva, procurador da Mitra arquidiocesana. Padre Zacarias enfatizou à reportagem a positiva e grande participação dos leigos na audiência, sendo um aspecto importantíssimo para que as autoridades políticas percebam que a Igreja está acompanhando esse momento de revisão e reestruturação urbana em São Paulo. Logo no início da audiência, o vereador Paulo Frange mostrou como está o trabalho da Comissão e ressaltou que, até então, mais de 6 mil pessoas já tinham participado das audiências anteriores e que 162 mil acessos foram registrados na internet na página sobre a temática até 7 de outubro. Dom Sergio de Deus Borges, durante sua fala na audiência, saudou os participantes e agradeceu à Câmara e ao Poder Executivo pela sensibilidade dispensada aos lugares de culto. “Com este ato, estamos alcançando um lugar que parecia, em certas ocasiões, uma contradição entre o Estado e as instituições religiosas

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese, apresenta posicionamento da Igreja de São Paulo sobre a Lei de Zoneamento

e até mesmo um ateísmo de Estado. Ao separar os lugares de culto dos lugares de evento, vence-se o laicismo e caminhase para uma sã laicidade. Afinal, 94% da população no Brasil é religiosa. Temos um país religioso composto de tantas denominações que trazem muita riqueza para o Brasil”, disse. Membro da Paróquia Santa Maria Madalena, da Região Sé, Estevão Dias Ramos deu sua contribuição ao debate, ressaltando que “há uma disputa por espaço e uma demanda de moradores que não moram no bairro, mas ainda fre-

quentam a Paróquia”. Ele falou, também, sobre a construção de um local de culto em áreas residenciais já existentes. Já o Padre Edilberto Alves da Costa, vigário da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, da Vila Leopoldina, na Região Lapa, lembrou que “a cidade de São Paulo surge em torno do Colégio dos Jesuítas e que hoje as igrejas são também casas de acolhida de todos. A Igreja está de portas abertas e muitos de vocês nos procuram durante as campanhas eleitorais. As leis precisam ser votadas em prol do bem comum”.

As propostas da Arquidiocese de São Paulo para aprovação e alterações nos artigos existentes e inclusões de artigos específicos no que se refere aos parâmetros de ocupação e condições especiais de instalação para locais de culto foram distribuídas durante a audiência. A Comissão responsável pela elaboração do capítulo destinado a tratar especificamente sobre os locais de culto comprometeu-se a considerar as observações feitas oralmente e aquelas protocoladas por todos para a elaboração do texto que fará parte da Lei de Zoneamento. (NF)


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| Entrevista | 15

Com a Palavra: Silvia Caironi

‘Ser empreendedor é ter o desejo de colocar a mão na massa’ Arquivo pessoal

Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com

Qual o perfil do microempreendedor brasileiro e como é possível sobreviver no mundo dos negócios diante da crise econômica que o Brasil enfrenta? Silvia Caironi, administradora da empresa de consultoria “A Aventura de Construir”, trata dessas e outras temáticas do empreendedorismo em entrevista ao O SÃO PAULO, com base na experiência de atuação de sua consultoria social para microempreendedores das regiões Norte e Oeste de São Paulo. O SÃO PAULO – Quando alguém

procura a consultoria e diz que deseja se tornar um microempresário, qual o tom dessa conversa inicial? Silvia Caironi - Construir um relacionamento, ajudar os microempreendedores para que sejam protagonistas é uma aventura. Cada empreendedor é um mundo. Cada um deles está construindo o próprio empreendimento, então, você ajuda a construir a pessoa do microempresário, ajuda na construção do tecido da comunidade e isso é uma aventura, um desafio. Por isso, sempre partimos da realidade de cada pessoa. Partir da realidade é fundamental para decidir o que fazer para responder às necessidades de cada um. Um modelo imposto, feito de cima para baixo, nunca funciona.

Qual o perfil dos microempreendedores que vocês auxiliam? Esses microempreendedores são, sobretudo, comerciantes e operam no setor da alimentação, beleza e roupa – seja porque costuram, seja porque vendem. A maioria é assim. Poucos são de pequenas empresas, como de serralherias ou de empresas que produzem instrumentos odontológicos. Atualmente, temos, nesses dois anos e meio, uma base de 1.300 empreendedores e um relacionamento estável com aproximadamente 400 deles. Para caracterizar um pouco o microempreendedor, essa frase eu acho que é boa: “são pessoas que têm um negócio que querem dar sustentabilidade, continuidade à própria atividade e também que querem aumentar o nível de vida da própria família”.

Por que vocês se focaram no microempreendedor? Nos focamos, inicialmente, no microempreendedor que mora nessa área da Associação dos Trabalhadores Sem Terra (ATST). Depois que várias instituições passaram a nos contatar, o Sebrae foi uma delas, começaram a chegar outros microempreendedores e também microempreendedores que não moram nessas áreas, mas que têm um nexo com a Associação dos Trabalhadores Sem Terra – porque esta tem outra associação que acompanha o tema da universidade ou auxilia pessoas que estão no caminho para comprar a terra. Hoje, além de oferecermos microcrédito, temos três tipos de capacitações: em gestão e administração de negócios; em técnicas mais especializadas e setoriais, pelas quais temos parcerias com outras instituições como o Sebrae e o Senac; e depois fazemos capacitação em desenvolvimento humano, porque esses microempreendedores não têm a possibilidade econômica de investir em inovação, mas o fato de poderem participar dessas palestras permite que desenvolvam mais a originalidade e a criatividade. São palestras que têm o objetivo de abrir os horizontes. Por exemplo, fizemos uma palestra sobre “A Beleza como fator de construção”, com Cláudio Pastro; e em novembro vamos fazer uma palestra com o professor Jorge Meléndez, da USP, que está

liderando uma equipe internacional de astrofísica que recentemente fez a descoberta de um planeta com características semelhantes à Terra. Ele vai vir dar uma palestra para ampliar os horizontes culturais dessas pessoas. E dia 21 de outubro, dois microempreendedores nossos e mais um microempreendedor amigo darão uma palestra sobre como é ser um microempreendedor na situação atual de crise

A esse respeito, como tem sido o impacto do atual cenário econômico na vida do microempreendedor? Eu diria que, em geral, essas são pessoas que estão acostumadas a lutar, que não desistem diante de uma dificuldade como pode ser a dificuldade da crise atual. Alguns estão percebendo mais essa crise. Outros estão percebendo menos. Quem está percebendo mais, percebe uma diminuição de vendas ou, por exemplo, aqueles que produzem algo têm demorado mais para receber os pagamentos. Nesse sentido, eu entendo que o desafio, não só pra eles, mas também pra nós que trabalhamos com eles, é encarar a crise como uma possibilidade, como uma oportunidade. E uma coisa que eu vi, encontrando os empreendedores: há como que uma medida em cima de você, pois se tenta alcançar um objetivo de faturamento, de lucro, e não se consegue pela crise.

Quando alguém decide ser microempreendedor, somente pensa na questão individual ou coloca essa perspectiva também com um olhar para a comunidade? Assim, de forma tão direta, eu diria que não. Porém, eles entendem que uma mudança deles pode servir de exemplo. Sempre ouvi dizer que o Cristianismo se comunica pelo exemplo, de você ver uma coisa bonita e interessante e querer ter a mesma coisa. Então, essa dinâmica funciona também com eles: o empreendedor abre uma loja, consegue trabalhar bem e os outros, ao verem essa coisa, começam a desejar isso. Nesse sentido, acredito que pode causar um impacto na comunidade. Sempre tentamos, nas palestras de gestão e administração, colocar dinâmicas para trabalhar em grupo, fazer exercícios e simulações para que se acostumem a trabalhar em grupo. Há, ainda, a questão de produzirem coisas que podem ser usadas por outros empreendedores. Por exemplo: um faz camisetas, outro tem um restaurante e quer que os funcionários usem uniforme. Estimulamos a parceria em situações assim.

Você acha que o brasileiro tem esse espirito para ser empreendedor? Eu acho que tem. As tendências dos últimos anos mostram que tem. Porém, acho que, algumas vezes, muitos se laçaram, mas não sabem no que implica tudo isso. Não conseguem ter um olhar integral do que é preciso para ser um empreendedor. Por exemplo: uma moça faz um curso para manicure e ai já pensa que já pode abrir um salão, mas uma coisa é fazer a própria unha e a unha das amigas. Montar uma microempresa é outra coisa. No Brasil, agora com a crise, muitas pessoas querem se tornar empreendedoras e montamos cursos mais voltados nesse sentido.

Existem pessoas que não têm características para serem empreendedoras? Eu acho que há pessoas que têm mais pré-disposição que outras, mas todos fazendo um trabalho pessoal de aprofundamento de conhecimento e de estudo podem se tornar empreendedores. O que significa ser empreendedor? É ter o desejo de colocar a mão na massa, ter um ideal na base do qual se quer construir algo, porque mesmo a pessoa que tem pré-disposição precisa ser preparada para isso.


16 | Fé e Cultura |

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Filipe David

osaopaulo@uol.com.br

Dica de Leitura

Evento

O livro do Gênesis Este livro conduz o leitor por um profundo estudo do Gênesis, usando como guia o próprio texto bíblico e as diretrizes da própria Igreja Católica para sua interpretação. Cada página traz várias observações e oferece novos esclarecimentos e comentários dos renomados professores Scott Hahn e Curtis Mitch, especialistas em estudo bíblico, além de algumas interpretações feitas pelos Padres da Igreja, há muito consagradas. Essas notas de estudo ajudam a tornar explícito aquilo que o autor do livro do Gênesis frequentemente deixa pressuposto, além de fornecerem também informações históricas, culturais, geográficas e teológicas, pertinentes ao Antigo Testamento. Nesse estudo, ainda incluem-se quadros, ensaios sobre determinados tópicos e estudos específicos sobre algumas palavras; há em cada página uma seção de referências facilmente utilizável e, para cada capítulo, são propostas questões para aprofundar o entendimento pessoal da Palavra de Deus. Há, ainda, um ensaio introdutório que abarca questões de autenticidade, data, destinatários, estrutura e temas do

Vamos ao que interessa Reprodução

livro do Gênesis, além de um esquema de sua estrutura e diversos mapas. FICHA TÉCNICA Autor: Scott Hahn e Curtis Mitch Páginas: 192 Editora: Ecclesiae

O novo livro de João Pereira Coutinho, “Vamos ao que interessa”, terá seu lançamento na Livraria Cultura. “‘Este não é um livro de crônicas. É um livro de obsessões.’ Assim o escritor e cientista político português João Pereira Coutinho define ‘Vamos ao que interessa’, reunião dos cem melhores textos que ele escreveu para a Folha de S.Paulo entre 2008 e 2015. As obsessões de Coutinho são variadas: vão desde o irracionalismo dos profetas socialistas até a pregação sanguinária dos fundamentalistas, desde as asneiras dos politicamente corretos até as sandices dos relativistas da cultura. Para o escritor, todos esses, cada qual em seu quintal, conspiram em conjunto para um propósito: fazer de nosso tempo uma era de brutalidade e loucura. Para eles, Coutinho tem apenas uma resposta, indo diretamente ao que interessa: a defesa incondicional da liberdade individual e da tradição democrática do Ocidente. Como afirma o autor, na introdução inédita escrita para o livro, é preciso “cultivar o que merece ser preservado e cultivado”, como a “beleza possível” e “a fruição dos domésticos prazeres: lugares, memórias, histórias”. Entre a análise política e o comentário social, entre a crítica da cultura e a crônica de costumes, os textos conduzem o leitor por temas essenciais de nossa época, convidando-o a recuperar a reflexão, a serenidade e o humor.” O lançamento será na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (avenida Paulista, 2.073, Bela Vista), na terça-feira, 20, às 18h30.


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| Esporte | 17

Brasil confirma status de potência esportiva militar Felipe Barra/Ministério da Defesa

Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

Repetir as 114 medalhas, 45 destas de ouro, conquistadas nos Jogos Mundiais Militares de 2011, disputados no Rio de Janeiro, era uma missão difícil para os 282 esportistas que representaram o Brasil nos 6º Jogos Mundiais Militares, entre os dias 2 e 11, em Mungyeong, na Coreia do Sul: há quatro anos, os brasileiros competiram com o apoio da torcida e não tiveram a concorrência da Rússia, principal potência do desporto militar, que não enviou atletas aos jogos de 2011. Os russos voltaram às disputas na Coreia do Sul e retomaram a hegemonia no desporto militar, conquistando 135 medalhas. China e Brasil duelaram até o último dia de competições pelo segundo lugar. Os chineses acumularam 98 medalhas contra 84 dos brasileiros, mas o Brasil terminou em segundo lugar, por ter duas medalhas de ouro a mais: 34 contra 32 da China.

Reforço civil

Dos 282 atletas do Brasil que foram à Coreia do Sul, apenas 39 eram militares de carreira. Os outros 243 foram incorporados às Forças Armadas como militares temporários, por meio do Programa Atletas de Alto Rendimento, iniciado em 2008. Eles são remunerados e têm todo o suporte para treinamentos. De acordo com o Brigadeiro Carlos Augusto Amaral, diretor do Departamento de Desporto Militar do Ministé-

Com desempenho de atletas olímpicos, Brasil termina na vice-liderança dos 6º Jogos Militares

rio da Defesa e chefe da delegação brasileira nos 6º Jogos Mundiais Militares, os 282 atletas foram selecionados a partir dos melhores índices. “Desde o encerramento dos 5º Jogos Mundiais do Rio, em 2011, foi feito um trabalho de coordenação com as federações e confederações desportivas, com vistas a planejar o calendário de competições e treinamentos dos atletas, e participar não só dos Jogos da Coreia, como também dos Jogos Rio 2016”, detalhou o Brigadeiro ao O SÃO PAULO. Entre os representantes brasileiros nos Jogos Militares, 33 foram medalhistas no Pan de Toronto. Esse é o caso de Iris Sing, do Taekwondo, que no Pan conquistou um bronze e na Coreia do Sul foi medalhista de ouro. Para ela, o Programa Atletas de Alto Rendimento

“foi a melhor coisa que fizeram pelo esporte no Brasil. Hoje, dependo praticamente desse salário, inclusive para poder fazer empréstimos para as viagens, para poder lutar”, disse em entrevista ao site do Ministério da Defesa. Segundo o Brigadeiro Amaral, “a meta é que cerca de cem atletas militares de alto rendimento participem das equipes olímpicas, como aconteceu recentemente nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, com a participação de 123 militares”.

Destaques nos Jogos

Das 84 medalhas brasileiras nos Jogos Mundiais Militares, 28 foram alcançadas na natação (1/3 do total). O destaque foi Etiene Medeiros, que conquistou quatro ouros - nos 50 e 100 metros costas,

50 metros livre e no revezamento 4x100 livre misto –, confirmando a excelente temporada, em que alcançou quatro medalhas no Pan de Toronto e uma prata no Mundial de Esportes Aquáticos, em agosto, um feito inédito para a natação feminina do Brasil. Rosângela Santos, no atletismo, também teve vitoriosa participação nos Jogos, com medalhas de ouro nos 100 metros e no revezamento 4x100 feminino, e um bronze nos 200 metros. No judô, os brasileiros conquistaram 11 medalhas, com ouros nas disputas masculinas e femininas por equipes e no individual com Filipe Kitadai, Eduardo Bettoni e Mariana Silva. Na esgrima, Renzo Agresta alcançou uma inédita medalha de ouro para o País na história dos Jogos Mundiais Militares. Nos esportes coletivos, os brasileiros foram campeões no vôlei masculino e feminino e no futebol feminino.

AGENDA ESPORTIVA Brasileirão de Futebol

QUARTA-FEIRA (14) 21h – Palmeiras x Ponte Preta (Allianz Parque) QUINTA-FEIRA (15) 19h30 – Corinthians x Goiás (Arena Corinthians) SÁBADO (17) – Série C 19h – Portuguesa x Vila Nova (Canindé) DOMINGO (18) 16h – São Paulo x Vasco (Morumbi)

Benegrip Multi: paracetamol 13,30 mg/mL, cloridrato de fenilefrina 0,33 mg/mL, maleato de carbinoxamina 0,13 mg/mL Indicações: Analgésico e antitérmico. Descongestionante nasal em processos de vias aéreas superiores. MS 1.7817.0768. Setembro/2015. Benegrip Multi é um medicamento. Durante seu uso, não dirija veículos ou opere máquinas, pois sua agilidade e atenção podem estar prejudicadas.

SE PERSISTIREM OS SINTOMAS O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.


18 | Regiões Episcopais |

Belém

14 a 20 de outubro de 2015 | www.arquisp.org.br

Peterson Prates

Colaborador de comunicação da Região

Nas ruas, templos e praças, a devoção à Padroeira do Brasil Em toda a Região Episcopal Belém, em especial nas 19 paróquias e comunidades dedicadas a Nossa Senhora Aparecida, os

fiéis manifestaram a devoção à Padroeira do Brasil, na segunda-feira, 12. Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese

na Região, presidiu missas na Paróquia Nossa Senhora Aparecida e São Luciano, do Setor Guarani, e na Paróquia Nossa

Senhora Aparecida, do Setor Carrão/Vila Formosa. A seguir fotos de algumas dessas celebrações.

Peterson Prates

Peterson Prates

Na Paróquia Nossa Senhora Aparecida e São Luciano, do Setor Guarani, a 57ª festa da padroeira, com o tema “Com Maria, Em Jesus, chegamos a Glória”, segue até o dia 25. Na segunda-feira, 12, com grande presença de fiéis, Dom Edmar Peron presidiu a missa das 10h, concelebrada pelo Padre Arlindo Teles Alves, pároco. À tarde, houve uma carreata com a imagem de Nossa Senhora Aparecida pela avenida Professor Luiz Ignácio Anhaia Mello.

A paróquia dedicada a Padroeira do Brasil, na Vila Nova York, no Setor Pastoral Vila Antonieta, iniciou o Dia de Nossa Senhora Aparecida, na segunda-feira, 12, com missa festiva para as crianças. Os festejos continuaram com os mais de 400 fiéis que participaram da missa solene, à tarde, presidida pelo Padre Paulo Eduardo Santos, pároco. Após a celebração, houve quermesse.

Peterson Prates

Paróquia São João Batista do Brás

Na segunda-feira, 12, os fiéis da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, do Setor Pastoral Carrão/Vila Formosa, saíram em procissão pelas ruas do bairro da Vila Carrão, antes da segunda missa do dia, presidida por Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Episcopal Belém, e concelebrada pelo Padre Syllas Reschilliani, pároco. Após a celebração, houve quermesse festiva.

Os fiéis das nove paróquias do Setor Pastoral Belém se reuniram, na segunda-feira, 12, na Paróquia São João Batista do Brás, para celebrarem a Padroeira do Brasil. Entre as centenas de participantes, houve maciça presença de migrantes, inseridos na vida pastoral da Igreja em São Paulo. A missa foi presidida pelo Padre Marcelo Monge, pároco, e concelebrada pelos demais padres atuantes no Setor.

Brasilândia

Flavio Rogério Lopes

Colaboração especial para a Região

‘Com a Mãe Aparecida nos renovamos na esperança’ Ricardo Luciano

Devotos de Aparecida em procissão com a imagem da Padroeira, na Vila Zatt

Os fiéis da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Zatt, celebraram na segunda-feira, 12, o encerramento da festa da Padroeira do Brasil, com missa solene presidida por Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, e concelebrada pelo Padre José Dirceu Passos, pároco. Durante todo o dia, houve missas dedicadas à Mãe Aparecida. Anteriormente, aconteceu a novena com o tema “Com a Mãe Aparecida nos renovamos na esperança”. A importância da devoção a Nossa Senhora Aparecida no Bra-

sil foi destaque na homilia de Dom Devair. “Dificilmente existe algum católico que não venere Maria, Mãe de Deus, através da figura da Mãe Aparecida”. Ao falar do Evangelho, o Bispo ressaltou a intercessão da mãe de Jesus. “Ao ver que o vinho, a alegria da festa, tinha se acabado, pediu ao seu filho que amparasse aquele povo, e Jesus não recusando o pedido de sua mãe, realizou o milagre, transformando água em vinho”. Após a missa, houve a procissão com a imagem de Nossa Senhora Aparecida pelas ruas da Vila Zatt.


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| Regiões Episcopais | 19

Padre Raimundo Rosimar e Benigno Naveira Colaboradores de comunicação da Região

Lapa

Pastoral Familiar tem meta de integrar as diferentes ações nas paróquias A Pastoral Familiar realizou, no dia 3, na Paróquia Nossa Senhora da Lapa, um encontro para aprimorar sua atuação na Região Lapa. Participaram os coordenadores das paróquias da Região; o Padre Raimundo Rosimar, assistente eclesiástico da Pastoral; e Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região.

Dom Julio refletiu sobre a importância da família como projeto de Deus, salientando o aspecto divino presente na humanidade, imprimido por Deus na criação do homem e da mulher. Padre Raimundo destacou a urgência e a finalidade dessa Pastoral e também os desafios que esta enfrenta em uma sociedade que prega

o individualismo, o consumismo e a fragmentação dos valores cristãos. Algumas paróquias já possuem iniciativas como ECC, encontros com a juventude, grupos de casais de segunda união e Equipes de Nossa Senhora, mas é preciso haver um intercâmbio dessas experiências. Na oportunidade, também se

definiram algumas metas de ação e foram nomeados casais como representantes regionais da Pastoral em âmbito arquidiocesano. Por fim, Padre Raimundo afirmou que o desejo é que todas as paróquias da Região desenvolvam a Pastoral Familiar e que estejam integradas em ações na Região e na Arquidiocese.

Jovens, em retiro, na busca de uma formação integral Com a participação de jovens da Diocese de Governador Valadares, em Minas Gerais, cem jovens de paróquias da Região Episcopal Lapa participaram entre os dias 9 e 11, na EMEF Desembargador Amorim Lima, do 2º encontro do FIJ- Formação Integral dos Jovens. Segundo Erick Almeida Cândido, que participa do grupo de jovens da Comunidade São João Batista, da Paróquia Santo Alberto Magno, do Setor Pastoral Butantã, o encontro possibilitou a troca de experiências na caminhada nos grupos de oração da Renovação Carismática Católica (RCC).

O roteiro da atividade seguiu as orientações atuais da Igreja no Brasil, indicadas no Documento 85 da CNBB “Evangelização da juventude, desafios e perspectivas pastorais”. A finalidade é a formação integral dos jovens, compreendida nas dimensões Psicoafetiva (processo de personificação), Mística (processo teológico/espiritual), Sociopolíticaecologia (processo de participação/ conscientização) e Capacitação técnica (estudo e conhecimentos práticos para a vida humana). O encontro terminou na Comunidade São João Batista, com missa

Benigno Naveira

Dom Julio Endi Akamine posa para foto com participantes do 2º Encontro do FIJ

presidida por Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, concelebrada pelo

Padre Antonio Francisco Ribeiro, pároco da Paróquia Santo Alberto Magno.

Benigno Naveira

Benigno Naveira

Na última semana, Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, proferiu sua Catequese na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, no Setor Pastoral Pirituba.

Na segunda-feira, 12, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, do Setor Pastoral Lapa, houve a celebração das crianças à Padroeira, presidida pelo ministro da Palavra Fernando Rodrigues, com a participação do Padre Elio Vigo, pároco.

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Santana

Diácono Francisco Gonçalves

Colaborador de comunicação da Região

Livro indica como transformar paróquia em comunidade missionária Diácono Francisco Gonçalves

Padre Humberto apresenta livro de sua autoria a Dom Sergio e ao clero, dia 6

“Paróquia Missionária, projeto de Evangelização e missão Paroquial na cidade” é o mais novo livro do Padre Humberto Robson de Carvalho,

pároco da Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres, que foi apresentado na reunião do clero atuante na Região Santana, no dia 6.

Padre Humberto, que é Mestre em Educação e especialista em Catequese e liturgia, explicou que seu livro, editado pela Paulus Editora, apresenta uma metodologia para transformar a comunidade paroquial numa comunidade missionária. Durante a reunião, Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, salientou que a obra de Padre Humberto é um projeto de saída missionária que ajuda a cumprir o mandato de Cristo e o desejo do Papa Francisco de haver uma comunidade paroquial missionária.

“É uma obra que vale a pena ser lida, aprofundada e utilizada na vida pessoal e no trabalho pastoral junto às comunidades paroquiais”, recomendou o Bispo. No dia 22, às 19h, no Museu de Arte Sacra de São Paulo (avenida Tiradentes, 676, próximo da estação Luz do Metrô) haverá o lançamento da obra e de outro livro escrito pelo Padre “Ministério do Catequista”. O evento será promovido pelo Governo do Estado de São Paulo, a Secretaria de Cultura, o Museu de Arte Sacra de São Paulo e a Paulus Editora.

Morre na França, Padre Aleixo, ex-pároco da São Luiz Gonzaga Padre Alexis Jean Maleplate, missionário da Imaculada Conceição de Lourdes (Lourdista), mais conhecido como Padre Aleixo, faleceu na França, no Santuário de Garrison, em 20 de setembro, por complicações da doença de Alzheimer. Chegado ao Brasil em 1956, o Padre esteve, por 43 anos, na Paróquia São Luiz Gonzaga, do Setor Pastoral Casa Verde. Ele também foi coordenador regional do Apostolado da Oração e professor do Colégio Padre Moye. “Notícia triste, mas iluminada de esperança. Amigo querido. Irmão querido. Vivemos por longos anos no Setor Casa Verde. Parecido muito com ele. Tenho certeza que a Vila San-

Paróquia São Luiz Gonzaga

Faixa com homenagem ao Padre Aleixo, morto em 20 de setembro, na França

ta Maria, a Paróquia São Luiz Gonzaga está se lembrando dele hoje. Padre Aleixo foi homem de Deus e homem do Brasil, embora fosse francês... Até o céu, Padre Aleixo!”, expressou o Padre Cido Pereira, pároco da Paróquia Nossa Senhora das Dores.

Padre Agostinho Romano Zacchetti, O.Cist, vigário geral da Região Santana, externou seu sentimento e pediu que Padre Aleixo seja homenageado para que sua lembrança permaneça. A Paróquia São Luiz Gonzaga,

por meio do atual pároco, Padre Maurício Luchini, promoveu uma homenagem ao Padre Aleixo, com uma edição do jornal paroquial onde muitos paroquianos falaram de suas experiências de vida marcadas pela presença do Sacerdote. “O que dizer de um sacerdote no serviço pleno de sua vocação, que gastou uma vida inteira a serviço dos irmãos na fé? Foi para mim um pai na maior acepção da palavra. Amigo presente sempre que necessário, sabia amar e também corrigir na hora certa. Um guerreiro como São Paulo. Combateu o bom combate, venceu a corrida e guardou a fé. Vai, meu amigo, fazer festa no céu”, disse, saudosa, Maria da Graça Lacerda.

Terceira idade: tempo de integração, fé e descontração Diácono Francisco Gonçalves

para se engajarem no encontro, o que gerou a participação de aproximadamente 150 idosos. As atividades começaram às 14h, com missa, e, em seguida, houve ginástica, palestras sobre a melhor nutrição para a idade e aspectos importantes para lidar com

os problemas geriátricos, como a osteoporose. No final do encontro, Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, entregou faixas em homenagem a casais idosos das paróquias do Setor que se dedicam às missões evangelizadoras. Marilene Braga

Dom Sergio, durante encerramento do 1º Encontro da Terceira Idade do Setor Jaçanã

O 1º Encontro da Terceira Idade do Setor Jaçanã foi realizado no dia 3, na Paróquia São Luiz Gonzaga. Idealizado pelo pároco, Padre Benedito Hércules, há seis meses, o evento busca agregar pessoas idosas, a partir de 60 anos, que normalmente ficam isoladas por falta de eventos que as integrem.

Com ajuda de paroquianos que exercem funções que lidam com a terceira idade, como nutricionista, geriatra, fisioterapeuta, Padre Hércules montou um programa que trouxesse informações juntamente com atividades lúdicas. Ao saberem dessa ideia, outras paróquias do Setor Jaçanã pediram

Em 27 de setembro, jovens que têm a direção espiritual do Padre Silvano Alves e que são coordenados por Marilene Braga participaram do 1º Retiro EJC - Setor Medeiros, realizado em Atibaia (SP). A pregação ficou a cargo do Padre Bennelson Silva Barbosa, de Londrina (PR). O próximo encontro será no Colégio Victor Santos Cunha (avenida João Simão de Castro, 180, na Vila Sabrina), nos dias 7 e 8 de novembro.


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Padre Manoel Quinta

Colaboração especial para a Região

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Após curso em Roma, Dom Eduardo fala sobre o ministério do bispo O clero atuante na Região Episcopal Sé esteve reunido com Dom Eduardo Vieira dos Santos, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, na quarta-feira, 7, na Paróquia Santo Antônio, na Barra Funda. Dom Eduardo, recém-chegado de Roma, onde participou, com Dom Devair Araújo da Fonseca, também bispo auxiliar da Arquidiocese, de um curso para novos bispos promovido pela Sagrada Congregação para os Bispos e a Sagrada Congregação para as Igrejas Orientais (dos 122 novos bispos, 18 eram do rito oriental), falou sobre o encontro que enfocou a pessoa e o ministério do bispo. Dom Eduardo explicou que todo bispo é bispo da Igreja universal; deve ser instrumento de comunhão; tem responsabilidade sobre o povo que lhe é confiado e sobre o presbitério como um pai de família; está

a serviço da diocese e é aquele que serve, a exemplo de Jesus Cristo. Também deve viver na simplicidade e na alegria de ser servidor de Cristo. O Prelado recordou, ainda, da audiência dos bispos com o Papa Francisco, em 10 de setembro. O Papa evidenciou que os bispos são testemunhas da Ressurreição, sendo essa tarefa primordial e insubstituível. É a única riqueza que a Igreja transmite. Os bispos são pedagogos, guias espirituais e catequistas para os que frequentam habitualmente a Igreja; são também mistagogos, enquanto se preocupam com as pessoas batizadas que não vivem as exigências do Batismo; e são pastores missionários da salvação gratuita de Deus, indo ao encontro de quantos não conhecem Jesus Cristo. Ainda na reunião do clero, Padre José Enes de Jesus, coordenador regional de Pastoral, lembrou que no

dia 24 acontecerá a Assembleia da Região Sé, na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, no Bom Retiro. Segundo ele, será um momento de tomar ciência da situação das comunidades e pastorais e de atestar se, de fato, as paróquias e comuni-

dades vivenciam a “Igreja em saída”. Padre André Cunha de Figueiredo Torres, da Pastoral da Juventude regional, conclamou o clero a enviar o máximo possível de jovens para a Jornada Mundial da Juventude, em 2016, em Cracóvia, na Polônia. Pascom Paróquia Nossa Senhora Aparecida dos Ferroviários

Na segunda-feira, 12, Dom Eduardo Vieira dos Santos, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, presidiu missa em honra à Padroeira do Brasil, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida dos Ferroviários, concelebrada pelo Padre Marcelo Delcin, pároco.

Do Brasil a Angola, missão franciscana frutifica há 25 anos Fotos: Frei Gustavo Medella

Daniel Gomes e Fernando Geronazzo osaopaulo@uol.com.br

Aos 86 anos, Frei Odorico Decker tem viva na memória as lembranças dos primeiros anos do trabalho missionário dos frades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil em Angola. Era o começo da década 1990, e o país africano ainda vivia a tensão da guerra civil angolana, iniciada em 1975 e que só terminaria em 2002. Arquivo pessoal

Frei Odorico Decker, nos anos 1990

“Visitávamos muitas pessoas. Eu andava sempre de hábito franciscano – na rua, na estrada, na cidade. As minhas viagens eram sempre a pé ou de bicicleta para visitar as famílias, os idosos, as pessoas que não podiam sair de casa. Levava o conforto, a Eucaristia e rezava com todos”, recordou o Frei, lembrando-se, ainda, que durante a guerra parte dos templos e das casas mantidas pelo franciscanos foram danificadas. Frei Odorico chegou a Angola em 1991 e por lá permaneceu por quase uma década. Os pioneiros no país africano foram os frades Pedro Caron, José Zanchet e Plínio Gande da Silva, que partiram do Brasil para lá em setembro de 1990. Estes 25 anos da presença dos franciscanos brasileiros em Angola estão sendo recordados, até o fim deste mês, no Convento São Francisco, no centro de São Paulo, em uma exposição fotográfica com imagens do trabalho dos frades junto ao povo angolano, em três das 18 províncias daquele País: Luanda, na cidade de Luanda e em Viana; Malange, no município de mesmo nome; e em Kwanza-Sul, na cidade de Quibala.

“É nesse espírito de celebrar, de agradecer e de também olhar para o futuro da nossa missão, que decidimos e empreendemos essa exposição”, contou, ao O SÃO PAULO, Frei Gustavo Medella, coordenador da frente de evangelização da comunicação da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil.

Frutos da Missão

A ação missionária dos franciscanos em Angola despertou, ao longo dos anos, interesse pela vida religiosa em muitos jovens angolanos. Atualmente, os franciscanos mantêm naquele País uma casa de formação para os candidatos à vida religiosa, em Malange; outra para os que estão no postulantado, em Quibala; e duas casas para o pós-noviciado, em Luanda e em Viana. “No nosso processo formativo, duas etapas são realizadas aqui no Brasil pelos angolanos. Eles ingressam primeiro no aspirantado, em Malange, depois são admitidos no postulantado, em Quibala, e o ano do noviciado eles fazem no Brasil, na cidade de Rodeio (SC), junto com os formandos brasileiros. Depois, eles

retornam a Angola, fazem os estudos de Filosofia e voltam ao Brasil, na cidade de Petrópolis (RJ), para cursarem Teologia”, detalhou Frei Gustavo, destacando que cerca de cem jovens angolanos estão em formação para se tornarem frades menores. Frei Ermelindo Francisco, 28, há cinco anos está no Brasil. Nascido em Angola, ele se encantou pelo trabalho dos franciscanos e decidiu ingressar na congregação. “O povo angolano teve pronta identificação com os franciscanos, pelo fato de ambos serem formandos por pessoas simples. O enraizamento franciscano foi muito profundo. Não existe diferença entre ser franciscano e angolano, pois são iguais na simplicidade, alegria e humildade”, avaliou Ermelindo à reportagem. SERVIÇO Exposição fotográfica sobre os 25 anos da presença missionária dos Franciscanos em Angola Convento São Francisco (largo São Francisco, 133, centro de São Paulo) Visitação diária sempre a partir das 7h, com término às 15h no domingo; às 16h, no sábado; e às 18h nos demais dias. Para mais informações: www.franciscanos.org.br


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Ipiranga

Raquel Anna Salles, Teresa Geribello e Renata Quito Colaboradoras de comunicação da Região

Devoção a Aparecida na Vila Arapuá Renata Quito

Crianças com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, em missa na Vila Arapuá, dia 12

Os fiéis da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Arapuá, no Setor Pastoral Anchieta, vivenciaram, com alegria e fé, a festa da padroeira, encerrada na segunda-feira, 12. Na variada programação da festa, aconteceram missas, reza do Terço com as famílias, adoração ao Santíssimo Sacramento, coroação da imagem de Nossa Senhora Apa-

recida, além de atividades culturais, como a “Noite dos Anos 60”, “Noite Sertaneja”, sessão de cinema no salão paroquial, show de palhaços para as crianças e apresentação da peça “Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna. No dia 12, Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, pre-

sidiu uma das missas. “Maria está atenta às necessidades do povo. Ela é cheia de graça, repleta da presença de Cristo. Maria é mãe, rainha e intercede por toda a Igreja”, afirmou o Bispo. Após a missa, aconteceu a tradicional carreata pelas ruas do bairro, quando mais de cem carros acompanharam a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Das casas, muitas das quais visitadas anteriormente por uma equipe de paroquianos, as pessoas dirigiam orações, acenos e homenagens com pétalas de flores à Padroeira. “Em uma cidade tão carente como a nossa, a carreata leva pelo bairro o testemunho de ternura, bondade e paz, que aprendemos de Maria. O mais importante é a bênção que chega ao coração das pessoas”, disse o Padre Ricardo Pinto, administrador paroquial em

entrevista a uma emissora de tevê. A Paróquia está vivendo o triênio de preparação para a celebração do jubileu dos 50 anos. A devoção a Nossa Senhora Aparecida é uma marca na vida de muitos paroquianos, como é o caso de Vilma Garibaldi, que participa da Paróquia desde a fundação. Na gravidez de seu filho mais novo, hoje com 22 anos, Vilma teve uma série de problemas. Ela pediu a intercessão de Nossa Senhora Aparecida e seu filho nasceu saudável. Hoje, toda a família está inserida na comunidade. Tão devoto quanto Vilma é Andrei Nascimento, 16, que se empenhou para a realização da festa. “Sou muito feliz em ajudar na igreja. Tenho certeza que toda minha dedicação será retribuída em graças. Nossa Senhora Aparecida é minha protetora, sei que ela está ao meu lado, dando força na caminhada”, afirmou.

73 anos de união à Padroeira do Brasil O dia 12 de outubro foi especial para os fiéis da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Setor Pastoral Ipiranga. As comemorações do dia da Padroeira começaram com missa às 5h30. A missa seguinte, das 7h, com a igreja lotada, foi presidida por Dom José Roberto Fortes Palau, bispo

Auxiliar da Arquidiocese na Região Episcopal Ipiranga. Durante o dia, muitos padres se revezaram para atender confissões. Houve, ainda, quermesse e foi servido o tradicional macarrão à milanesa. Ao entardecer, aconteceu a procissão com a imagem de Nossa Senhora

Aparecida pelas ruas do Ipiranga, após a qual houve a missa campal, seguida da coroação, pelas crianças da Catequese, da imagem da Padroeira que está na entrada da igreja. A 73ª festa paroquial à Mãe Aparecida foi preparada com a novena. A cada dia, sob uma bênção especial,

flores foram ofertadas aos pés da Virgem e doados alimentos para a confecção de cestas básicas, que serão destinadas aos atendidos pela Pastoral da Caridade. No dia 10, também houve um show preparado pelo grupo de oração Rainha da Paz, com a presença do ministério de música Shalom.

Em Moema, três dias de festa a Nossa Senhora Aparecida Uma missa campal, presidida por Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, na noite da segundafeira, 12, demarcou o encerramento

Erramos Na edição 3072, página 18, a foto que ilustrou a reportagem “Com a juventude, ‘construindo uma nova sociedade’” não condiz à tarde cultural ao Setor Pastoral Cursino, retratada na notícia, mas sim de evento similar no Setor Pastoral Anchieta. Na mesma página, na fotolegenda sobre o Dia da Secretária, informamos erroneamente que o Padre Ricardo Antonio Pinto é o coordenador de pastoral da Região. A informação correta é que tal função é exercida pelo Padre Pedro Luiz Amorim.

dos festejos à Padroeira do Brasil, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, do Setor Pastoral Vila Mariana, no bairro de Moema. Após a celebração, os fiéis receberam velas e seguiram em procissão luminosa com a imagem de Nossa Senhora Aparecida pelas ruas do bairro. As festividades foram concluídas com a bênção proferida por Dom José Roberto e uma apresentação da Camerata Brasileira de Música Barroca. Os três dias de festa foram iniciados no sábado, 10, com missa, após a qual os paroquianos saíram dois a dois pelas ruas de Moema ao encontro das pessoas, levando uma rosa branca em sinal de paz, espe-

Tereza Geribello

Devotos de Nossa Senhora Aparecida em procissão luminosa pelas ruas de Moema

rança e fé, e também a primeira edição do novo jornal paroquial, cujo nome é “Aurora de Moema”. Voltando para a praça Nossa Senhora Aparecida, aconteceu uma hora de

adoração ao Santíssimo e de louvor, animada pelo Ministério de Música da Paróquia. No domingo, 11, a festa continuou na praça, com música o dia todo.


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Nesta semana, Sínodo trata do discernimento da vocação familiar L’Osservatore Romano

Assembleia geral ordinária segue até dia 25; arcebispos brasileiros falam sobre atividades nos círculos menores REDAÇÃO

osaopaulo@uol.com.br

Na terça-feira, 13, o XIV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que acontece no Vaticano, até dia 25, com a temática “A Vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”, chegou à sua 9ª sessão. O encontro é dividido entre as Congregações Gerais e os Círculos Menores. “A vantagem dos Círculos Menores é que ali há espaço para mais intervenções. Desta forma, o debate se torna muito mais rico e dinâmico. Também se manifestam as percepções e visões diferentes sobre as mesmas questões. E, externando-se, os participantes enriquecem também o conjunto. Os grupos são formados por línguas, então, os mundos culturais são um pouco semelhantes em cada grupo. Embora, num grupo de língua francesa ou inglesa, possa haver um norte-americano ou um africano, do sul ou o norte da África, um asiático. De modo que, nestes grupos, há sim uma grande variedade também de percepções de cultura. E isso também é enriquecedor quando, justamente, percebe-se que a mesma questão – no caso, casamento e família – é vivida com revestimentos culturais próprios, vivida segundo o Evangelho: o Evangelho que se encarna nas culturas e toma expressões próprias”, afirmou o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, em entrevista à rádio Vaticano, também na terça-feira. Ainda de acordo com o Cardeal, “no

Sínodo dos Bispos entra na segunda semana; durante as Congregações Gerais, padres sinodais abordam os desafios na evangelização das famílias

final do dia, cada Círculo Menor deve ter uma série de propostas, emendas ao texto do Instrumento de trabalho. E essas emendas elaboradas, votadas nos Círculos Menores, vão ser apresentadas no grande plenário por meio da Comissão que está encarregada de elaborar o texto”.

Instrumento de trabalho

Na segunda-feira, 12, os 270 padres sinodais, cardeais, bispos e sacerdotes que participam da Assembleia começaram a debater sobre a segunda parte do “Instrumentum Laboris” (instrumento de trabalho), que analisa “o discernimento da vocação familiar”. Será o momento de pensar, a partir da Palavra de Deus, sugestões de indicações da Igreja para as diversas situações enfrentadas pela família. Outro ponto de análise deve ser o debate sobre a questão dos divorciados em novo matrimônio. Segundo o Padre Federico Lombardi, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, “a maioria dos participantes do Sínodo sobre a Família julga necessário encontrar soluções a respeito dos sacramentos para os divorciados recasados” e “embora os bispos estejam ainda divididos sobre este tema, a novidade é

que a maior parte da Assembleia concordou que ‘não fazer nada ou mudar tudo’ não são posturas representativas ou realistas”, afirmou em coletiva de imprensa.

Carta divulgada na imprensa não corresponde à original

Padre Lombardi, no dia 13, esclareceu que a carta de alguns padres sinodais ao Papa, com supostas críticas à metodologia do Sínodo, era reservada e que o que foi publicado na mídia não corresponde à que foi entregue ao Santo Padre. O Diretor da Sala de Imprensa reportou o que efetivamente declarou, a propósito, o Cardeal George Pell: que a missiva ao Pontífice era e deveria permanecer reservada e que o que foi publicado não corresponde, nem no texto, nem nas assinaturas, à que fora entregue ao Papa. De fato, quatro padres sinodais – os cardeais Angelo Scola, André Vingt-Trois, Mauro Piacenza e Péter Erdő – desmentiram têla assinado. “Substancialmente, as dificuldades mencionadas na carta tinham sido evocadas na tarde de segunda-feira, 5 de outubro, na sala do Sínodo, como havia dito, embora não de modo tão amplo e detalha-

Bispos brasileiros falam sobre participação no Sínodo REDAÇÃO

osaopaulo@uol.com.br

Dos seis bispos brasileiros que participam do Sínodo - Cardeal Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de

Aparecida (SP); Dom Sérgio Da Rocha, arcebispo de Brasília e presidente da CNBB; Dom João Carlos Petrini, bispo de Camaçari (BA); Dom Geraldo Lyrio Rocha, arcebispo de Mariana (MG); Cardeal Odilo Pedro Scherer,

“Muitas vezes, as pessoas já querem ir direto nas questões de ordem prática, nas propostas pastorais, e é claro que é justo que haja uma expectativa maior a respeito da terceira parte, isto é, das questões de caráter mais pastoral. Porém, é muito importante fundamentar tudo isso na Palavra de Deus, no Magistério da Igreja, para ter uma base sólida para construir esta ‘casa’ representada pelas propostas pastorais”. Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília e presidente da CNBB

do. Eu tinha falado de objeções e dúvidas sobre o procedimento. Como sabemos, o secretário geral do Sínodo, Cardeal Baldisseri, e o Papa haviam respondido com clareza na manhã seguinte, terça-feira, dia 6. Portanto, quem, passados alguns dias, deu esse texto e essa lista de assinaturas a serem publicadas fez um ato de transtorno não pretendido pelos signatários. Portanto, é preciso não se deixar condicionar por isso”, afirmou o Padre Lombardi.

Relatório Final

Sobre o documento conclusivo do Sínodo, a Relatio Finalis, o Padre Lombardi, em coletiva de imprensa na segunda-feira, 12, detalhou que este deverá ser votado com as propostas dos padres sinodais, no dia 24, cabendo ao Papa publicá-lo ou não. “O que hoje não sabemos ainda com certeza é o que o Papa decidirá sobre a Relatio. Ele pode fazer como ano passado e ordenar a sua publicação imediata; ou dizer aos padres sinodais: ‘Obrigado, eu a tenho para mim e faço uma exortação apostólica’. Pode, também, receber, refletir e publicá-la depois de alguns dias”. (Com informações da rádio Vaticano)

Arquivo pessoal

arcebispo de São Paulo (SP); e Dom Sérgio Eduardo Castriani, arcebispo de Manaus (AM) – três deles falaram sobre suas percepções e expectativas acerca do Sínodo à rádio Vaticano. (Com informações da Rádio Vaticano)

“Estou trazendo para o Sínodo a família real. Acho que, em primeiro lugar, trago um grande desejo de ‘viver família’. Nós todos queremos viver em família, é um desejo humano. Todas as culturas, todos os povos, indígenas, ribeirinhos, queremos ‘ser família’. Se você perguntar a um jovem qual é o seu desejo ele responde: casar, estudar e trabalhar. A família é o lugar onde vivemos os vínculos definitivos”. Dom Sérgio Eduardo Castriani, arcebispo de Manaus

“O Papa é quem vai dizer a palavra de orientação, eventualmente de afirmação, de algum ponto doutrinal ou de alguma questão específica. Sobre as questões das famílias, aquelas que estão querendo ouvir uma palavra do Papa, vão ouvir uma palavra de orientação, uma palavra que dê tranquilidade e segurança sobre como continuam as coisas nas famílias”. Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo


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