O SÃO PAULO 3074

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 60 | Edição 3074 | 21 a 27 de outubro de 2015

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Assembleia das Igrejas do Sul 1 enfoca ações evangelizadoras Tendo em conta os recentes documentos do Magistério da Igreja, como a Encíclica Laudato Si’ - Sobre o Cuidado da Casa Comum, a Assembleia das Igrejas do Regional Sul 1 da CNBB teve a participação de mais de 220 pessoas das (arqui) dioceses do Estado de São Paulo, de 16 e 18, em Itaici, no município de Indaiatuba (SP).

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Participantes do Sínodo aprofundam discussões sobre a família “A Missão é Servir”, destaca Campanha Missionária 2015; coleta do Dia Mundial das Missões viabiliza projetos de evangelização no mundo

Na Igreja, na família e na sociedade, a missão é servir No Dia Mundial das Missões, no domingo 18, o Papa Francisco presidiu a canonização de Vicenzo Grossi, fundador do Instituto das Filhas do Oratório; de Maria da Imaculada Conceição, da Congregação das Irmãs da Companhia da Cruz; e do casal Luís Martin e Maria Zélia Guérin, pais de Santa Teresinha do Menino Jesus, padroeira das missões. “Aqueles que hoje proclamamos santos, serviram constantemente, com humildade

Ataque à Catedral de Mar del Plata, na Argentina Manifestantes feministas atacaram a Catedral de Mar del Plata, agredindo os jovens que rezavam em torno da igreja, no dia 11. “Experimentamos um verdadeiro ato de barbárie”, lamentou a diocese local. Página 8

professores: construtores da paz Em sessão solene, Arquidiocese, Secretaria de Educação e Câmara Municipal homenagearam professores. Página 7

e caridade extraordinárias, os irmãos, imitando, assim, o Mestre divino”, afirmou o Pontífice. Na mesma data, em todo o Brasil, foi realizada a coleta da Campanha Missionária 2015, com a temática “A Missão é Servir”. O SÃO PAULO detalha o destino dos valores arrecadados e ainda apresenta reportagem sobre a missão dos idosos na Igreja e na sociedade.

A Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, cujo tema central é a família, acontece até domingo, 25, em Roma. Nas últimas semanas, os participantes, divididos em grupos menores, trataram dos temas do Instrumento de Trabalho do Sínodo.

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L’Osservatore Romano

Páginas 9 e 12 a 14

‘Juventude construindo uma nova sociedade’ Setor Juventude da Arquidiocese convida todos os jovens da cidade para o DNJ, em 8 de novembro. Página 7

Santa Teresa D´Ávila: 500 anos de nascimento No Mosteiro de Santa Teresa, na zona Sul, e na Comunidade Santa Teresa D´Ávila, na Região Episcopal Lapa, 500 anos do nascimento da Santa foram recordados com missa solene, na quinta-feira, 15. Páginas 21 e 22

O médico e o professor: educar para ser saudável Na coluna “Comportamento”, Doutor Valdir Reginato, médico e terapeuta familiar, enaltece atuação dos profissionais de educação e saúde, que têm atuação fundamental vidas saudáveis e com realizações. Página 6

A proximidade é a marca da misericórdia Assim destacou o Cardeal Hummes, em encontro com ministros extraordinários da sagrada comunhão na Sé. Página 21

Cardeal Scherer durante o Sínodo dos Bispos

Dom Odilo espera renovado interesse pela família com o Sínodo Citando o Papa Francisco, o Cardeal Scherer, arcebispo de São Paulo, comenta alguns dos temas tratados no Sínodo dos Bispos, como a indissolubilidade do Matrimônio, os desafios de novos casais e famílias e que frutos podem ser esperados com o Sínodo.

Páginas 3 e 15


2 | Ponto de Vista |

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Editorial

Hora de confiar

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a última semana, jornais de vários países deram um destaque despropositado a uma carta que alguns cardeais haviam escrito ao Papa. O problema, segundo o site italiano que divulgou a carta, é que nela cardeais importantes questionavam alguns procedimentos adotados na condução do Sínodo sobre a família. O verdadeiro problema, contudo, era outro... Tratava-se de uma carta particular endereçada ao Papa – e, portanto, não deveria ter chegado ao jornalista, nem foi escrita pensando em ser divulgada. E nisso não existe nada demais: que um bispo, tendo dúvidas sobre alguma coisa na Igreja, se reporte ao Papa é um sinal de unidade e de amor ao Sumo Pontífice. Além disso,

alguns dos supostos signatários desmentiram ter assinado a carta, tendo sido excluídos da lista inicial divulgada na internet e outros disseram que o texto divulgado não correspondia à carta que haviam assinado. Aparentemente, na pressa de dar “o furo”, o jornalista não se cercou dos cuidados necessários quanto à apuração dos fatos. O interesse midiático gerado pelo Papa Francisco, o justo desejo de bem com que as pessoas observam o Sínodo sobre a família e as polarizações normais em um evento dessa natureza, às vezes, nos levam a uma leitura equivocada dos acontecimentos. Tendemos a pensar a assembleia sinodal como uma versão, talvez “mais santa” ou “menos corrupta”, das assembleias políticas com as quais nos deparamos

na vida nacional. E pensamos a mentalidade dos padres sinodais, os mecanismos de participação e a lógica que determina os resultados do Sínodo como se fossem iguais à vida política nacional. Mas são coisas totalmente diferentes, na finalidade, no espírito e na lógica dos resultados. Um dos participantes do Sínodo observou, com muita propriedade, que havia um consenso na assembleia de que alguma coisa tinha que mudar, mas não era tudo que devia mudar. A Igreja não caminha quando as ideias de um grupo sobrepujam-se as de outro grupo, sejam eles quais forem. Caminha quando todos aprendem a ouvir e compreender melhor a voz do Espírito, que pode se revelar de muitas formas e maneiras, mas está particu-

larmente presente na unidade eclesial. “Jogadas” políticas, golpes midiáticos e torcidas facciosas não ajudam a resolver nenhum dos problemas que queremos ver resolvidos no Sínodo. Pelo contrário, só atrapalham! Neste momento, muitos tentam – de uma forma ou de outra – pressionar os padres sinodais e o próprio Papa a tomarem uma posição ou outra. Esta é a hora em que somos chamados a confiar na ação do Espírito e rezar, livres de qualquer pretensão ou posição particular. As famílias que sofrem, os jovens que ainda não formaram família, precisam de nossa conversão e nosso testemunho para crescerem no caminho do amor. A oração e o testemunho são nossas grandes contribuições para que o Sínodo sirva ao projeto de Deus no mundo.

Opinião

O acolhimento da pessoa refugiada Arte: Sergio Ricciuto Conte

Carlos Camargo É notícia corrente nos veículos de comunicação que milhares de pessoas estão abandonando seus próprios países com propósitos legítimos de buscar proteção às suas vidas. Qualquer pessoa que consegue chegar a uma fronteira pedindo proteção tem o direito de – e precisa – ser acolhida prontamente. A horrenda tragédia a que são submetidos esses refugiados é fruto de graves estruturas de injustiça social, que atiçam conflitos de diversas naturezas ao redor do mundo. A Igreja Católica considera a ajuda aos refugiados uma obrigação sua, essencial, lembrando a responsabilidade evangélica de oferecer asilo aos que o procuram: “todas as vezes que fizestes isto a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes!” (Mt 25,40). A ajuda deve se estender para além do estritamente material e não se limitar ao simples fazer algo, mas envolve a participação solícita nas necessidades e no sofrimento do outro. Nesse sentido, no âmago da ação caritativa há um dar-se a si mesmo, isto é, a própria pessoa está presente na oferta àquele que recebe sua atenção, dando testemunho fértil e coerente da fé manifestada num amor que percebe a presença de Cristo nessa relação. A Cáritas Arquidiocesana, por meio

do seu Centro de Referência para Refugiados, é o órgão da Igreja Católica de São Paulo que cuida dos primeiros passos da assistência à maior parte das pessoas que chegam ao Brasil pedindo a proteção que lhe é legalmente garantida pela sua condição de solicitante de refúgio. É um trabalho desenvolvido junto com o Alto Comissariado das Nações Unidas para o Refugiado (ACNUR) e o Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), além da indispensável colaboração de várias outras entidades. Esse serviço objetiva garantir a assistência, proteção e integração dos

refugiados nas estruturas da sociedade, contribuindo para que resgatem sua autoestima e revelem suas próprias habilidades, para que se tornem independentes e respeitados, onde estabelecerem sua nova vida. Entretanto, o interesse em compreender e ajudar a aliviar o sofrimento dos que chegam solicitando o refúgio contrasta, às vezes, com o medo do excessivo aumento numérico deles, pois isso passa a provocar uma impressão de confronto com culturas estranhas, que poderiam perturbar os hábitos de vida já estabelecidos na sociedade que os recebe.

Os que antes eram vistos com simpatia ou compaixão, mas moravam em lugares longínquos, passam a ser inoportunos e rejeitados, quando se tornam demasiadamente vizinhos. Além disso, parte do preconceito também ocorre porque os refugiados são indevidamente responsabilizados, às vezes inconscientemente, por algum dano que eles eventualmente teriam provocado na sua terra de origem, ou que poderiam vir a provocar em sua nova terra de acolhida. Talvez esses estrangeiros recém-chegados e que pretendem construir uma nova vida por aqui, depois de penosa jornada, pudessem ser mais bem compreendidos se os meios de comunicação divulgassem os diversos exemplos reais de acolhimento fraterno surgidos da generosidade humana, de forma a repercutir na opinião pública como uma atenção positiva de maior tolerância. De fato, a capacidade do convívio entre as pessoas, independentemente de suas especificidades que podem distinguir umas das outras, está estritamente ligada ao desenvolvimento de uma mentalidade de acolhimento, fundado na caridade, que deve ser suscitada, quer na intimidade de cada uma, quer no senso comum da coletividade. Carlos Camargo é vice-diretor da Cáritas Arquidiocesana de São Paulo. Membro do Pontifício Conselho Cor Unum.

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator chefe: Daniel Gomes • Reportagem: Cônego Antônio Aparecido Pereira, Edcarlos Bispo, Filipe David, Nayá Fernandes e Renata Moraes • Institucional: Rafael Alberto e Fernando Geronazzo • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Secretaria de Redação: Djeny Amanda • Assinaturas: Ariane Vital • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Revisão: Maria Aparecida Ferreira • Impressão: S.A. O ESTADO DE S. PAULO • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.


cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo

N

o sábado, 17 de outubro, foi comemorado no Vaticano o 50º aniversário de criação do Sínodo dos Bispos, instituído pelo Papa Paulo VI no dia 15 de setembro de 1965, pouco antes da conclusão do Concílio Vaticano II. A criação do Sínodo havia sido pedida ao Papa pelos participantes do Concílio e devia ser uma expressão concreta da colegialidade dos bispos e de sua responsabilidade, junto com o Sucessor de Pedro, pela vida e a missão da Igreja inteira. Além disso, o Sínodo devia prolongar no tempo a experiência tão boa do Concílio, reunindo com regularidade representantes dos episcopados com o Papa para acompanhar os grandes temas examinados pelo Concílio e para aprofundar e atualizar a reflexão sobre esses temas. Nestes 50 anos, o Sínodo promoveu nada menos que 17 assembleias gerais e também dez assembleias especiais, como foram as assembleias continentais em preparação ao Jubileu do início do 3º milênio cristão. O Sínodo é um organismo permanente da Igreja, com uma Secretaria Geral estável e muito ativa; também possui um Conselho Permanente, composto de 15 membros, que se reúnem regularmente para acompanhar os trabalhos da Secretaria Geral, encaminhar o que foi pedido na última assembleia e preparar a

Sinodalidade da Igreja próxima assembleia. O Sínodo tem um Regulamento próprio, adequado de tempos em tempos. O Papa, enquanto chefe do Colégio Episcopal, convoca e preside o Sínodo, que é um organismo consultivo e não decisório. O Papa Francisco recordou que o Sínodo é um espaço para “ouvir de coração aberto e falar com humildade”. Mais ouvir, que falar... O próprio Sucessor de Pedro é o primeiro a ouvir atentamente a Igreja, por meio dos participantes da assembleia sinodal. Só depois, ele geralmente emite um documento magisterial, chamado Exortação Apostólica pós-sinodal, sobre o assunto tratado. Na comemoração, o Cardeal Christof Schönborn, de Viena, fez uma bela reflexão sobre a fundamentação bíblica do Sínodo, partindo do “concílio apostólico”, do qual nos falam os Atos dos Apóstolos (cf At 15, 6-29). Depois, resumiu em três os objetivos do Sínodo: promover a missão da Igreja com maior eficácia; exercer a comunhão eclesial sob guia do Espírito Santo; fazer o discernimento sobre a vontade de Deus a respeito das questões tratadas. Houve, também, cinco testemunhos sobre os desdobramentos e frutos do Sínodo em cada continente nestes 50 anos. O Papa Francisco fez um discurso precioso e iluminador sobre a “sinodalidade da Igreja”, afirmando: o Sínodo é uma das heranças mais preciosas do Concílio Vaticano II, que ainda precisa ser muito melhor leva-

do à prática da vida eclesial. É uma forma própria de exercer a comunhão e a participação da vida eclesial em todos os níveis da Igreja, e não apenas no nível universal. O Sínodo, portanto, é um organismo de comunhão na Igreja. A palavra “sínodo” já significa “caminho feito juntos” e expressa a própria realidade da vida eclesial: um povo chamado à comunhão com Deus e com os irmãos, a caminhar unido na peregrinação deste mundo, e não de maneira isolada; a abraçar juntos a missão da Igreja, cada um fazendo a sua parte; a se ajudar reciprocamente, constituindo, já neste mundo, a família de Deus chamada à vida plena na casa do Pai. O povo de Deus, caminhando unido, tem o “faro da fé” e conta com a assistência do Espírito Santo, para não se enganar na sua fé. O Papa desejou que toda a Igreja seja marcada pela “sinodalidade”, pela busca de uma vigorosa comunhão afetiva e efetiva, pelo envolvimento de todos os batizados na vida e na missão da Igreja. O nível básico dessa expressão sinodal da Igreja, disse ele, são as dioceses, com seus Conselhos e outros organismos de comunhão e participação: “na Igreja sinodal, todos são chamados a ocupar o seu lugar”, concluiu Francisco. Tenho a certeza de que a palavra do Papa Francisco terá fortes implicações no caminho da Igreja, daqui para frente. Estamos diante de uma orientação consistente para a renovação da vida eclesial.

| Encontro com o Pastor | 3 Entrevista à rádio Vaticano L’Osservatore Romano

A rádio Vaticano publicou em seu site (http:// br.radiovaticana.va), na segunda-feira, 19, entrevista exclusiva com o Cardeal Scherer, sobre as atividades da XIV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos (leia alguns trechos a seguir). Na página 15 desta edição, o leitor poderá ler a entrevista de Dom Odilo ao O SÃO PAULO e ao Portal da Arquidiocese (arquisp.org.br).

União de pessoas do mesmo sexo “A posição da Igreja sobre essas uniões é clara: não há a possibilidade de equipará-las ao casamento de pessoas de sexos diferentes. O que se busca é a forma mais adequada de acompanhar pastoralmente essas pessoas, para que também elas acolham o Evangelho e alcancem a misericórdia e a salvação de Deus”.

Misericórdia e verdade não podem ser contrapostas “Misericórdia e verdade não podem ser contrapostas. Mas é verdade que há quem fique mais atento à verdade e quem fique mais atento à misericórdia. Essa tensão existirá sempre e será necessário trabalhá-la com sabedoria evangélica. A verdade do Evangelho sobre o casamento e a família nunca poderá ser omitida ou desprezada; o Evangelho é um chamado à conversão para todos. Mas nas situações concretas, o Evangelho da misericórdia de Deus precisa ser apresentado às pessoas, inclusive porque todos dependem dela, mais do que das próprias capacidades e virtudes”.

Perspectivas para o documento final do Sínodo “O trabalho é feito em vista de um ‘documento sinodal’, a ser votado como de costume. Mas será um documento condizente com a própria natureza do Sínodo, que não é um organismo decisório, mas consultivo. Em outras palavras, o texto final apresentará o resultado do trabalho feito, mas não será a palavra final sobre a questão. Como é normal, espera-se a palavra do Papa sobre o tema, após o Sínodo”.

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4 | Fé e Vida |

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Liturgia e Vida 30º DOMINGO DO TEMPO COMUM 25 DE OUTUBRO DE 2015

Deus salva seu povo ANA FLORA ANDERSON Neste domingo, a Igreja nos convida a aprofundar o mistério da misericórdia de Deus. Na primeira leitura (Jeremias 31, 7-9), o profeta revela que o povo de Deus deve se exultar de alegria. O Senhor ama e protege seu povo, cuidando dos cegos, dos aleijados e das mulheres grávidas. A misericórdia de Deus se revela entre nós como o amor de um Pai que está sempre presente entre seus filhos. A Carta aos Hebreus (5, 1-6) usa o simbolismo do sumo sacerdote que surge no meio do povo e que tem compaixão porque ele também conhece a fraqueza que nos cerca. O Pai escolheu Jesus para ser nosso Sumo Sacerdote e oferecer sacrifícios pelo perdão de nossos pecados. O Evangelho deste domingo (Marcos 10, 46-52) aprofunda o sentido de Marcos 10,45: “O Filho do Homem veio para servir e para dar a vida.” O maior dom de Jesus em seu ministério era o dom da fé. A cegueira simboliza a dificuldade em crer, isto é, ver o mundo com os olhos de Deus. No capítulo 10, Jesus está chegando ao fim do caminho que leva a Jerusalém. É somente a fé, de olhos abertos para o poder de Cristo, que faz ver o caminho que Ele trilha e o que devemos trilhar. O cego que clama a Jesus: “Mestre, que eu veja!” – simboliza todo cristão que deve aprofundar a sua fé.

Você Pergunta Onde cumprir minha promessa a Nossa Senhora? padre Cido Pereira osaopaulo@uol.com.br

Toscano Rafael, leitor do O SÃO PAULO, é quem faz a pergunta desta edição. Ele quer saber o seguinte: “Sem saber onde fica a Igreja de Nossa Senhora Desatadora dos Nós, prometi que, alcançando meu pedido, assistiria uma missa na igreja dela e acenderia uma vela. Graças a Deus, alcancei minha graça e procurei saber a localização da igreja, descobrindo que o Santuário de Nossa Senhora Desatadora dos Nós fica em Campinas (SP). Sou uma pessoa de idade, com 77 anos, não sendo isso motivo, porém, é uma distância considerável, razão pela qual gostaria de saber como devo proceder nesse caso. Por favor me ajude, pois, de alguma maneira pretendo cumprir minha promessa”. Seu Toscano, meu querido amigo. O senhor sendo uma pessoa de fé certamente sabe muito bem que todas as Nossas Senhoras são

a mesma Mãe de Deus. A mesma mulher cheia de graça, com a qual o Senhor sempre esteve; a mesma mulher que disse sim ao projeto de Deus a respeito de sua vida, recebeu dos discípulos de seu Filho milhares de títulos. Alguns desses títulos lembram os lugares onde ela se manifestou, como Fátima, Lourdes, Salete, Guadalupe, Aparecida. Outros títulos vêm das graças que ela concede ou que se esperam da intercessão dela junto a Deus como: Nossa Senhora das Graças, do Perpétuo Socorro, do Bom Parto.

Outros títulos ainda lhe foram dados por conta de sua participação na obra de nossa Salvação: Nossa Senhora, Mãe de Deus, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora dos Prazeres, Nossa Senhora da Assunção. Sendo tantos títulos dados à mesma Mãe de Jesus, Seu Toscano, o senhor pode pagar a sua promessa em qualquer Igreja dedicada a Nossa Senhora. Não precisa ir a Campinas. Não precisa fazer esforço. Foi Nossa Senhora, a mãe de milhares de títulos, que lhe deu essa graça que o senhor conseguiu.

EDITAL DE CONVOCAÇÃO

A FUNDAÇÃO METROPOLITANA PAULISTA, convoca seus membros diretores para a assembleia ordinária a realizar-se no dia 09 de novembro de 2015, às 14h, em sua sede à Av. Higienópolis, 890, sala 16, São Paulo, SP, em primeira chamada com todos os diretores presentes, e, às 14h30, em segunda chamada, com os que estiverem presentes. A assembleia terá como pauta: 1 - Ação Trabalhista da Sra. Maria Cristina Ortiz em face da Rádio 09 de julho; 2 - Ratificação da contratação das obras nas instalações da Rádio 09 de Julho; 3 - Apresentação do relatório de atividades e projetos da Rádio 09 de Julho; 4 - assuntos ordinários da “Rádio 9 de Julho”; 5 – Apresentação do relatório de atividades e projetos do jornal “O SÂO PAULO”; 6 - assuntos ordinários do Jornal “O SÃO PAULO”; 7 – outros assuntos. São Paulo, 21 de outubro de 2015. O Presidente


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Espiritualidade ‘Ide, eis que eu estarei convosco todos os dias’ Dom Eduardo Vieira

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Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé

stamos no mês missionário. A Igreja quer nos estimular e fazer reviver em cada um de nós o espírito missionário. Numa Igreja em “saída” somos convidados a conhecer os lugares de missão, a rezar pelas missões e por todos os missionários. A Igreja existe para evangelizar. A Boa-Notícia de Jesus Cristo deve ser anunciada a todos os povos e nações: “ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei. E eis que eu estarei convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28,19-20). É claro que quando se fala em missões, vem à nossa cabeça, em primeiro lugar, os missionários

Outra missão igualmente deque deixam a própria pátria, a própria cultura e vão para ter- safiadora para a Igreja em nosras longínquas, inserindo-se em sos dias é anunciar a Boa-Nova novas culturas, onde Jesus Cris- de Jesus nos grandes centros urto ainda não é conhecido. Re- banos. O Papa Francisco fala de cordamos dos missionários que uma Igreja “em saída”. Para ele, vieram para o Brasil desde o des- a Igreja em saída é a comunidacobrimento e aqui trabalharam de dos seguidores de Jesus que na evangelização, e também dos toma a iniciativa de ir ao enconmissionários que hoje saem do tro de todas as pessoas que viBrasil e vão para a África, a Ásia vem afastadas e excluídas, tanto e para a Europa como evangeli- nas Igrejas como nas sociedades zadores. Padres, religiosas e religiosos, ide, portanto, e fazei que todas leigas e leigos abnegados e generosos, as nações se tornem discípulos, imbuídos de espíri- batizando-as em nome do Pai to missionário dei- do Filho e do Espírito Santo e xam tudo e cruzam ensinando-as a observar tudo o Atlântico para quanto vos ordenei. E eis que eu anunciar Jesus Cris- estarei convosco todos os dias, to em outras terras. até a consumação dos séculos (Mt 28,19-20) Além dessa missão realizada para outros povos, há no Brasil um (cf. EG, 24). Não podemos ficar fluxo missionário principalmen- esperando que as pessoas vete para a Amazônia legal. Padres, nham ao nosso encontro. Nós, religiosos e leigos deixam seus cristãos católicos, devemos totrabalhos no Sul e Sudeste do País mar a iniciativa de ir ao encone se dirigem para áreas de missão, tro delas. Na mesma Exortação onde há grande falta de padres, Apostólica, o Papa Francisco diáconos, religiosos e leigos e lei- adverte: Não deixemos que nos gas para o serviço missionário. roubem a força missionária.

| Fé e Vida | 5

Fé e Cidadania A quem interessa o Sínodo sobre a família? Frei Patrício Sciadini, OCD O mês de outubro é denso de acontecimentos que nos ajudam a viver com mais entusiasmo a nossa fé, que nos ajuda a descobrir a chama da alegria do Evangelho, que arde nos nossos corações. É o mês missionário, onde a Igreja se olha no espelho e faz uma séria reflexão para ver como anda o fogo do entusiasmo missionário no mundo inteiro. Em outubro se celebra a festa de Santa Teresinha, padroeira das missões, mesmo sem nunca ter saído de seu carmelo. Festejamos Francisco de Assis, São João Paulo II e tantos outros santos que estão no coração de cada um de nós. Não posso deixar de dizer que nós celebramos a festa de Santa Teresa de Ávila e, neste ano, encerramos a celebração dos 500 anos do seu nascimento. Se depois de 500 anos se recorda uma pessoa, é porque ela fez algo de bom, de diferente, de excepcional. Gosto de dizer que Santa Teresa de Ávila “é mestra da oração e da evangelização.” Queria fundar carmelos para que, com sua presença, fossem sinais vivos de Deus e isso é evangelizar. Mas este ano, a Igreja celebra o Sínodo da família. A quem interessa esse Sínodo sobre a família? Só aos casais? Só aos divorciados e de Matrimônio de segundas núpcias, que esperam para ver se a Igreja permite ou não ao casal receber a comunhão? Não. Interessa a todo cristão. Seja qual for a resposta da Igreja sobre “casos particulares”, no meu coração, tenho certeza que a Igreja vai procurar “curar as feridas e estar perto dos que sofrem” e encontrar respostas pastorais para que todas as pessoas se sintam não rejeitadas, e sim amadas. O Sínodo da família é um acontecimento de uma importância única neste momento, diante do qual não podemos perder o “trem da história”. Devemos procurar compreender que a família não é algo superado e nem com data de validade vencida, e sim uma realidade a ser revitalizada, a ser fermentada com novo fermento do amor e do respeito. A família é o que Deus quer que seja desde o início, um encontro de amor, gerador da vida, de ajuda, de compreensão. Se as máscaras da família não servem, é necessário ir até o centro e a fonte de toda família, a Trindade Santa, família de Deus e modelo de toda família. O Sínodo interessa a cada um de nós. Rezemos para que os participantes, na fidelidade ao Evangelho, na criatividade pastoral, nos mostrem novos caminhos para a santificação da família.

Seja qual for a resposta da Igreja sobre “casos particulares”, no meu coração, tenho certeza que a Igreja vai procurar “curar as feridas e estar perto dos que sofrem” e encontrar respostas pastorais para que todas as pessoas se sintam não rejeitadas, e sim amadas


6 | Viver Bem |

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Comportamento

Educar para ser saudável Valdir Reginato Educação e saúde são sempre citadas como aspectos fundamentais para o caminho de uma vida de bom comportamento e realizações. Neste mês de outubro, na semana passada, comemoraram-se duas datas a esse respeito: o Dia do Professor (15) e o Dia do Médico (18 - São Lucas). São dois grandes personagens de uma sociedade cada vez mais multiprofissional, que continuam tendo um destaque teórico, cantado em prosa e verso nos seus méritos, mas, infelizmente, isso não corresponde na sua valorização prática, pois estão cada vez mais esquecidos por todos, por não dizer humilhados principalmente pelas autoridades governamentais. Mas como este não é um artigo político, gostaria de chamar a atenção para outro ângulo desses dois temas – educação e saúde. Antes mesmo de estarem sob a batuta dos mestres e da assistência dos médicos, todos têm suas primeiras lições e cuidados no ambiente familiar. Aliás, como já muito bem conhecido, a educação não se delega a ninguém, é responsabilidade direta dos pais, assim, professores e outros profissionais são colaboradores. Da mesma forma, atenção à saúde, muito depende da boa educação, fica vinculada aos hábitos de sono, alimentação, estudo, trabalho, exercícios e lazer saudáveis vividos numa família. A ação dos profissionais da saúde colabora em intercorrências de doenças e acidentes, orientando o tratamento mais adequado, mas que jamais dispensa a participação da família em promover um ambiente saudável.

A educação não pode estar limitada ao aprendizado do conhecimento adquirido nas escolas em disciplinas diversas, que instruem uma formação cultural rica aos estudantes, incluídas línguas, matemática, ciências, artes. Ela deve estar acompanhada de uma referência familiar, onde, mediante o exemplo dos pais, se educa mais do que pelo esforço das aulas. Assistimos hoje uma “terceirização” para as professoras nas escolas dessa atitude fundamental que cabe aos pais. Educar, mais do que adquirir conhecimento, é apresentar um caminho de formação integral para uma pessoa que cresce na direção de referências abraçadas pelos pais como o melhor para que tornem os filhos cidadãos livres, responsáveis, solidários e virtuosos para o compromisso com o amor, onde reside a felicidade humana. Esse anseio pela felicidade, comprometida com o amor é, já se sabe, um forte estímulo para que se possa manter uma conduta saudável no comportamento cotidiano. Cuidar do corpo não é somente uma proposta de aspectos visuais limitados no “corpo sarado”, modelado pelas dietas e academias. Comportamento saudável é compatibilizar-se com uma coerência de respeito ao corpo e a mente, para que estes possam estar aptos a serviço da pessoa. Portanto, a saúde é um meio de promover condições dessa pessoa (corpo, mente e espírito) estar mais disponível não somente para si, mas também aos demais. Inclua-se nesses, aqueles que nasceram ou são portadores de deficiências, que tornam as suas vidas mais difíceis que a de outros que não as

tenham, para atingir esses objetivos. Fica claro que educar não é mera escolaridade, e que saúde não é ausência de doença. É possível que mesmo em condições de escolaridade menos favorecidas se possa promover uma educação integral à pessoa. Assim, pode-se viver com espírito saudável, ainda que portador de determinadas limitações ou doenças físicas. Já se admite que cuidar da formação espiritual é promover condições mais saudáveis, assim como uma consciência educada por critérios retos é condição indispensável para se guiar e escolher diante da diversidade de caminhos que se apresentam na vida como “educativos”, mesmo em alguns ambientes escolares. Além de parabenizar a todos os profissionais da área da Educação e Saúde, é justo nestas datas recordar-se das ações educadoras e para a saúde desenvolvida pelos pais. A harmonia dos profissionais com os pais constrói um caminho pelo qual devem ser conduzidas as crianças para um futuro de esperança. Não um futuro longínquo, mas um futuro que já se faz presente no compromisso de se realizar a cada dia o necessário para a sua construção. Dessa forma, saberemos por que e para que educar e esforçar-se por ser saudáveis, e entender que se a educação favorece a saúde, esforçar-se por preservar a saúde colabora muito para se desenvolver a educação. Parabéns aos pais, professores e cuidadores deste projeto maior que com a lição do amor se dirige a felicidade de ser saudável. Dr. Valdir Reginato é médico de família, professor da Escola Paulista de Medicina e terapeuta familiar

Cuidar da Saúde

A mamografia dói? Cássia Regina Todas já estamos cansadas de saber que é necessário fazer mamografia para detectar precocemente o câncer de mama. Muitas mulheres não a fazem por que acham que dói. A dor do exame é relativa, pois umas sentem mais dores do que ou-

tras e isso também depende da máquina que faz a mamografia. Muitas mulheres não sabem, mas a dor do câncer de mama é muito maior e dura muito mais tempo do que aqueles minutos do exame. O câncer de mama quando dá sintomas já está em um estágio onde buscamos remediar o que poderia ter sido

evitado com a mamografia. Então, o que é mais viável: fazer um exame que dói alguns minutos ou torcer para não ter um câncer que trará dor durante muito mais tempo? Pense bem. Dra. Cássia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF) E-mail: dracassiaregina@gmail.com


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| Pastorais/Geral | 7

Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade

‘Professores Construtores da Paz’ Maria Clara Guimarães ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Por iniciativa da Câmara Municipal, da Secretaria Municipal de Educação e da Arquidiocese de São Paulo aconteceu na quinta-feira, 15, na Câmara, a sessão solene “Professores Construtores da Paz”, em homenagem ao Dia do Professor. Após a apresentação do Quinteto de

Metais, do Instituto Baccarelli, Dom Carlos Lema Garcia, bispo auxiliar de São Paulo e vigário episcopal para a Educação e a Universidade, prestou homenagem aos professores, enfatizando que “ser professor é uma vocação”. Ele lembrou que, com dedicação, os educadores podem e devem colaborar com os pais na formação sadia dos seus filhos. O Bispo Auxiliar também apresentou o Vicariato Epis-

copal para a Educação e a Universidade e disse que “a Igreja está empenhada em auxiliar o trabalho das escolas e dos professores, e que o Vicariato está à disposição para cooperar no que for necessário”. Também discursaram na sessão solene o secretário municipal de Educação, Gabriel Chalita, o idealizador da sessão; o vereador Ricardo Nunes (PMDB) e a vereadora Edir Sales (PSD). Houve,

ainda, uma palestra sobre interdisciplinaridade, proferida por Ivani Catarina Arantes Fazenda, professora titular da Faculdade de Educação da PUC-SP. No encerramento, a contadora de histórias, professora Andrea Souza, também prestou homenagem aos cerca de 300 professores presentes, que ganharam ao final da sessão exemplares da encíclica Laudato Si´, do Papa Francisco.

Setor Juventude ‘Juventude construindo uma nova sociedade’ O Setor Juventude da Arquidiocese de São Paulo convida todos os jovens para o Dia Nacional da Juventude (DNJ). Neste ano, comemorando os 30 anos do DNJ, o tema será “Juventude e Sociedade” e o lema: “Juventude Construindo uma Nova Sociedade”, dando continuidade às reflexões iniciadas na Campanha da Fraternidade, com base na celebração dos 50 anos da Gaudium et Spes. Na Arquidiocese de São Paulo, o DNJ será celebrado no domingo, 8 de novembro, com a seguinte programação: Concentração da juventude da Arquidiocese, às 12h, na Paróquia Sant´Anna (rua Vo-

luntários da Pátria, 2.060); Às 13h, celebração eucarística presidida pelo Cardeal Scherer, arcebispo metropolitano. Após a missa, haverá caminhada até o Parque da Juventude (próximo à estação Carandiru do metrô); No Parque da Juventude, das 14h30 às 18h, acontecerão apresentações artísticas, testemunhos, relatos de experiências e atividades formativas e espirituais. O Cardeal Scherer e Dom Carlos Lema Garcia, bispo auxiliar da Arquidiocese e referencial do Setor Juventude arquidiocesano, motivaram as paróquias e comunidades a estimularem os jovens a participar do DNJ, por meio de uma mensagem en-

Pastoral da Saúde Para cuidar do corpo e prevenir doenças A Pastoral da Saúde da Paróquia-santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, na zona Oeste, está realizando um ciclo de palestras sobre o cuidado com o corpo e a prevenção de doenças. Com a orientação do Frei José Maria Botelho, pároco, a Pastoral da Saúde reuniu os fiéis da comunidade paroquial e das comunidades vizinhas para alertar sobre a importância da preservação da saúde. O projeto iniciado em maio já contou com palestras de profissionais da área médica, que por meio de suas experiências ensinam as pessoas a mudarem atitudes em busca de uma vida longa e saudável.

A cada mês, um novo tema é tratado, dentre os quais já foram destaques: “Dor muscular e atividade física”; “Saúde bucal e prevenção”; “Os problemas da dor crônica, como tratá-la preveni-la”; e “Diabetes e obesidade”. No dia 26, às 10h30, o tema será “Enfraquecimento muscular e osteoporose”, e em 27 de novembro será abordada a prevenção a quedas. Todas as palestras são gratuitas. A Paróquia-santuário está localiza na avenida Doutor Arnaldo, 1.831, Sumaré. Outras informações em (11) 98153-8743. (Com informações do Padre João Inácio Mildner)

Arquivo pessoal

Em 11 de outubro, o artista plástico Claudio Pastro, responsável pelo projeto da Basílica de Aparecida (SP), conduziu a visita a pontos históricos do centro de São Paulo de um grupo de microempreendedores de baixa renda do Jaraguá, da zona Noroeste da cidade, atendidos pelo projeto “A Aventura de Construir”, cujos trabalhos foram detalhados na entrevista de Silvia Caironi na edição 3073, página 15, do O SÃO PAULO

viada a sacerdotes, diretores de escolas católicas e representantes arquidiocesanos. “Sendo atividade permanente do Setor Juventude da CNBB, o DNJ é um momento forte de celebração, de sentido de pertença dos jovens à Igreja e de sua visibilidade na sociedade. Em todo o Brasil, inúmeras manifestações serão promovidas através do Dia Nacional da Juventude”, consta em um trecho da carta.

Juntamente com a carta, o Setor Juventude enviou para as seis regiões episcopais o cartaz de divulgação e o subsídio de estudos do DNJ, com roteiros para os encontros com os jovens, pedindo que todo o material seja entregue aos catequistas de Crisma, coordenadores de grupos de jovens e lideranças paroquiais. (Com informações do Setor Juventude)

Divulgação


8 | Pelo Mundo |

21 a 27 de outubro de 2015 | www.arquisp.org.br

Filipe David

Destaques das Agências Internacionais

Argentina

Comunicado da Diocese de Mar del Plata sobre o incidente

Correspondente do O SÃO PAULO na Europa

Feministas atacam a Catedral de Mar del Plata Reprodução da Internet

Manifestantes pró-aborto atacam Catedral de Mar del Plata; ‘experimentamos um verdadeiro ato de barbárie’, lamenta a Diocese em nota

Manifestantes de uma passeata feminista – o 30º Encontro Nacional de Mulheres –, que pediam o fim da “violência de gênero” e a legalização do aborto, atacaram a Catedral de Mar del Plata, agredindo, lançando objetos e até mesmo excrementos e urina sobre os jovens que rezavam em torno da igreja. A manifestação e o ataque ocorreram no dia 11. Os manifestantes derrubaram a grade para poder chegar até os jovens e agredi

-los, deixando diversos feridos. Segundo Christian Heit, que cobria a manifestação para um jornal local, havia “uma coluna que pude identificar como ‘abortistas’ (...) com 3 mil pessoas” contra “um grupo de 40 homens que defendiam a igreja, abraçados e rezando”. Um dos jovens que rezava foi separado à força dos outros para ser violentamente agredido. A polícia finalmente interveio para proteger os jovens e afastar os manifestantes.

O Conselho Nacional das Mulheres (CNM) e a rede latinoamericano das Católicas pelo Direito de Decidir – uma organização pseudocatólica criada para defender o aborto – repudiaram os “atos de repressão da polícia” contra os manifestantes e condenaram os jovens que rezavam em torno da igreja, chamando-os de “neonazistas”. O ataque foi gravado e o vídeo está disponível na internet.

“Experimentamos um verdadeiro ato de barbárie. O abundante material filmado(...) permite medir o tamanho do ódio irracional contra a fé cristã e a Igreja Católica. Violência física, blasfêmias prolongadas, show de obscenidades, com insultos de todo calibre e pichações contra Deus, a Virgem Maria e o Papa Francisco. (...) As duas portas corrediças das grades para a entrada no templo foram derrubadas e os fiéis que estavam no átrio suportaram durante tempo prolongado intermináveis ataques físicos, com pedras, garrafas e outros objetos, enquanto rezavam o Rosário. É muito contraditório falar de direitos e ao mesmo tempo atacar o direito dos outros, ofendendo o sentimento religioso da imensa maioria dos argentinos. Querer impor aos outros com violência o próprio parecer é cair em uma intolerância inadmissível. Como cristãos, perdoamos, convidamos a rezar e renovamos nossas convicções. Rezamos especialmente pela conversão dos que realizaram essa agressão violenta, para que o Senhor os preencha com seu amor que ainda não conheceram e que com certeza lhes faz falta. Como cidadãos, chamamos à concórdia sobre os valores de respeito mútuo e da mais elementar humanidade.” Fonte: Diocese de Mar del Plata

Nações Unidas Relatório que pede censura na internet contém erros grosseiros Um relatório produzido pela Broadband Comission for Digital Development – entidade ligada à Organização das Nações Unidas (ONU) – pede o aumento do controle sobre a internet para combater a “ciberviolência” contra mulheres e crianças. Porém, uma análise do documento, feita pela American Enterprise Institute (AEI), revelou que alguns

dos dados citados no relatório contêm erros grosseiros de estatística. O dado mais importante do documento, que foi manchete em diversos jornais no mundo, é que 73% das mulheres já teriam sido vítimas de “ciberviolência” ou violência virtual. O documento oferece como fonte uma outra publicação das Nações Unidas que não menciona

em nenhum momento os supostos 73%. A AEI insistiu por email e telefone para que a instituição lhe enviasse a fonte do número, o que finalmente aconteceu. O dado vem de uma pequena instituição de apoio a pessoas que recebem ameaças pela internet. Eles registraram 349 casos de abuso ou violência pela internet em 2010, nos quais 73% das vítimas que

buscaram seus serviços eram mulheres. “Imaginem se eu dissesse que 73% das pessoas que assistiram o meu vídeo são mulheres e que, portanto, 73% das mulheres do mundo assistiram ao meu vídeo”, ironizou Christina Hoff Sommers, da AEI, em vídeo disponível no site da instituição, no qual analisa o documento. Fontes: ONU/ AEI/ haltabuse.org


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| Papa Francisco | 9

Visita a abrigo para pessoas sem casa em Roma L’Osservatore Romano

Na quinta-feira, 15, no começo da noite, o Papa Francisco visitou os sem-abrigo no novo dormitório inaugurado nos últimos dias pela Esmolaria Apostólica, na Via dei Penitenzieri, em Roma, um local posto à disposição pela Cúria Geral dos Jesuítas. Os 30 hóspedes do dormitório acolheram com alegria o Papa, que os saudou um por um. O Pontífice quis conhecer pessoalmente a estrutura do novo dormitório. A visita durou pouco menos de meia -hora. O local pode acolher até 34 homens durante a noite, por 30 dias, e é administrado pelas Irmãs de Madre Teresa de Calcutá. (Por Nayá Fernandes, com informações da rádio Vaticano)

Mensagem pela Jornada Mundial da Alimentação 2015 Por ocasião da Jornada Mundial da Alimentação, em 16 de outubro, quando se celebrou os 70 anos de aniversário Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Papa Francisco escreveu uma mensagem sobre a situação de miséria e fome en-

frentadas por tantas pessoas em todo o mundo. Na mensagem, Francisco afirma que “vivemos em uma época em que a gananciosa busca pelo lucro, a concentração sobre interesses particulares e as consequências de políticas injustas diminuem as ações internas dos países ou

impedem uma cooperação eficaz no seio da comunidade internacional”. O Papa afirma, ainda, que a Igreja não tem a missão de tratar diretamente de tais problemas do ponto de vista técnico. “Todavia, os aspectos humanos dessas situações não a deixam indiferen-

Recém-casados brasileiros recebem bênção do Papa no Vaticano “Era uma multidão de recém-casados, cerca de 150, mas nós conseguimos falar com o Papa e receber sua bênção. Ainda rimos juntos quando o lembramos de uma brincadeira que ele gosta de fazer sobre a cachaça brasileira. O Santo Padre também abençoou a pequena cruz que colocaremos na porta da nossa casa.” O relato foi escrito por Fernando Geronazzo, jornalista da Arquidiocese de São Paulo, em seu perfil no Facebook na quinta-feira, 15, dia em que ele e a esposa Rejane Guimarães receberam a bênção do Pontífice na Praça de São Pedro. Para eles, o encontro com o Papa foi significativo pois confirmaram a vocação para o Matrimônio ao tocarem, ao mesmo tempo, a mão do Papa Francisco no meio

de uma multidão, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em 2013. Outro casal de brasileiros também recebeu a bênção de recém-casados, são eles:

Arquivo pessoal

Gustavo Huguenin e Fabíola Goulart, que estão trabalhando como voluntários para a JMJ na Polônia. (Por Nayá Fernandes, com informações da rádio Vaticano)

te. Os frutos da terra são dons de Deus dados a todos os seres humanos, que são, ao mesmo tempo, responsáveis e beneficiários. Por isso, são destinados a serem igualmente divididos entre todos.” (Por Nayá Fernandes, em tradução livre, a partir da mensagem disponível em www.vatican.va)

Quatro novos santos No domingo, 18, o 29º Domingo do Tempo Comum, o Papa Francisco, na Praça de São Pedro, no Vaticano, canonizou quatro novos santos. Sua Santidade, na homilia, ressaltou que na comunidade cristã aquele que serve sem buscar prestígios é quem exerce a verdadeira autoridade. Assim, os dois novos santos e as duas novas santas são exemplos para nós de homens e mulheres que entenderam a mudança de mentalidade proposta por Nosso Senhor: Desarraigar-se do instinto de domínio sobre os outros e exercer a virtude da humildade. Nas Palavras de Francisco: “Aqueles que hoje proclamamos santos, serviram constantemente, com humildade e caridade extraordinárias, os irmãos, imitando assim o Mestre divino. São Vicente Grossi foi pároco zeloso, sempre atento às necessidades do seu povo, especialmente à fragilidade dos jovens. Com ardor, repartiu o pão da Palavra para todos e tornou-se bom samaritano para os mais necessitados. Santa Maria da Imaculada Conceição, bebendo nas fontes da oração e da contemplação, serviu pessoalmente e com grande humildade os últimos, com uma atenção especial aos filhos dos pobres e aos doentes. Os santos esposos Luís Martin e Maria Zélia Guérin viveram o serviço cristão na família, construindo dia após dia um ambiente cheio de fé e amor; e, neste clima, germinaram as vocações das filhas, nomeadamente a de Santa Teresinha do Menino Jesus.” (Por Padre Alexandre Ferreira Santos, em Roma)


10 | Pelo Brasil |

21 a 27 de outubro de 2015 | www.arquisp.org.br

Edcarlos Bispo

Destaques das Agências Nacionais

edbsant@gmail.com

Regional Sul 1: ação pastoral e conversão ecológica Pastoral da Comunicação CNBB Sul 1

Clérigoss, religiosas e leigos assumem missão de animar as iniciativas missionárias nas dioceses

Com participação de mais de 220 pessoas das (arqui) dioceses do Estado de São Paulo que compõem o Regional Sul 1 da CNBB aconteceu em Itaici, no munícipio de Indaiatuba (SP), entre os

dias 16 e 18, a 37ª Assembleia das Igrejas Particulares. A assembleia se inseriu nos recentes documentos do magistério da Igreja, como a Encíclica Laudato Si’; a bula de

Vereadores conferirão Medalha Anchieta ao Papa Francisco Vereadores de São Paulo aprovaram, no dia 7, por iniciativa do vereador Gilberto Natalini (PV), a concessão da Medalha Anchieta e o Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo ao Papa Francisco. A medalha Anchieta é a maior honraria da cidade de São Paulo concedida a

personalidades que tenham conquistado a admiração e o respeito do povo paulistano. Segundo o vereador Natalini a honraria poderá ser entregue no Vaticano ou na possível visita do Papa ao Brasil em 2017. Fonte: Câmara Municipal de São Paulo

proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia - Misericordiae Vultus; e as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE 20152019), aprovadas na última assembleia geral dos bispos. O arcebispo metropolitano de Campinas e presidente do Regional Sul 1, Dom Airton José dos Santos, destacou que o Regional Sul 1 já tem um caminho realizado dentro da reflexão sobre a missão permanente, no entanto, é um tempo novo, principalmente com os incentivos vindos do Papa Francisco. Como ações práticas, foi estabelecido que cada (arqui)diocese elabore para si três linhas de ação evangelizadora. Dos compromissos eclesiais e pessoais a serem assumidos estão: promover a espiritualidade da misericórdia a partir dos documentos do magistério; celebrar o Ano da Misericórdia como continuidade do caminho da renovação conciliar; na ação evangelizadora, evidenciar que mi-

sericórdia e missão são inseparáveis; testemunhar as verdades da fé; apresentar com mais clareza o rosto da misericórdia na Igreja; redescobrir e reeducar a comunidade na misericórdia; acolher e escutar os pobres que buscam a Igreja. Da conversão ecológica, resultaram 10 propostas de ações, entre as quais, envolver os órgãos administrativos nas ações de conversão ecológica; denunciar as injustiças humanas e ambientais; valorizar a CF 2016, dando atenção ao diálogo ecumênico; valorizar a conversão ecológica como prática do diálogo inter-religioso; na Catequese e na pregação, redescobrir a doutrina e teologia da criação; estimular atitudes de respeito ao meio ambiente; sair da teoria e passar à prática – uma ecologia do papel; promover um estilo de vida de sobriedade e de simplicidade; viver a misericórdia que inclua a natureza; multiplicar práticas semelhantes a da romaria da terra e da água. (Colaborou Renato Papis, do Regional Sul 1 da CNBB)

Governo busca sugestões para enfrentar mudanças do clima O Ministério do Meio Ambiente (MMA) está com uma consulta pública aberta para a elaboração do Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima (PNA), que vai definir o que deverá ser feito no País para reduzir os impactos dessas mudanças sobre

as pessoas, atividades econômicas e os ecossistemas. As contribuições devem ser enviadas por meio de um formulário no site do ministério (www. mma.gov.br) até o dia 21 de novembro. Fonte: Agência Brasil

Missão Ecumênica contra a violações a indígenas no Mato Grosso do Sul Com o objetivo de dar visibilidade às violações de direitos sofridas pelos povos indígenas do Mato Grosso do Sul e apoiar o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), que tem sido investigado por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa daquele estado, foi realizada, nos dias 7 e 8, a Missão Ecumênica, promovida pela

Coordenadoria Ecumênica de Serviço (Cese), em parceria com o Centro de Estudos Bíblicos (Cebi) e Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic). A iniciativa, em apoio aos Guarani -Kaiowá, etnia indígena do Mato Grosso do Sul que tem sofrido diversos ataques nos últimos meses, iniciou-se com uma visita à comunidade Terena Futuro da

Criança. A comitiva que participou da missão também foi recebida pelo procurador chefe da matéria indígena no Mato Grosso do Sul, Emerson Kalif, na sede do Ministério Público Federal no estado. Houve, ainda, um ato ecumênico na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. O momento teve a participação do presidente do Cimi, Dom Roque Pa-

loschi. Na ocasião, os presentes pediram a instalação da CPI do Genocídio, para investigar possível envolvimento de forças de segurança pública em milícias e a omissão do Estado nos casos de violência contra os indígenas, alguns parlamentares sinalizaram positivamente a respeito da solicitação do grupo. Fonte: CNBB


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12 | Reportagem |

21 a 27 de outubro de 2015 | www.arquisp.org.br

Protagonistas ou coadjuvantes? Os idosos, que representam mais de 12% da população brasileira têm muito a contribuir, mas nem sempre lhes é dado o espaço necessário Nayá Fernandes

nayafernandes@gmail.com

A experiência torna-se, cada dia mais, pré-requisito para muitas empresas na hora de contratar um novo funcionário, mas e a experiência da vida, pode-se dizer, tem sido igualmente considerada? Nem sempre valorizada é a experiência acumulada pelos anos, que marca a história de grande parte da população brasileira. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2013, apontaram um crescimento do número de pessoas acima dos 60 anos, passando de 12,6%, em 2012, para 13%, em 2013. Lygia Benvenuti nasceu nos anos 1950 na cidade de São Paulo. É voluntária na Associação Helena Piccardi de Andrade Silva (AHPAS), entidade sem fins lucrativos, destinada a oferecer acesso ao tratamento e apoio sociofamiliar a crianças e adolescentes com câncer na capital paulista. “Nessa associação, participo do Grupo de Estudos Saudar, que se reúne para encontrar novas maneiras de beneficiar os atendidos da AHPAS”. Ela realiza palestras, conferências e debates voltados ao tema do envelhecimento. A entrevista, concedida ao jornal O SÃO PAULO, foi realizada por intermédio do Facebook, rede social na qual ela criou uma página intitulada “Vital Idade”, com propostas que promovam qualidade de vida às pessoas acima dos 60 anos. “O processo de envelhecimento humano sempre foi meu foco de interesse pessoal e profissional. Não tenho dificuldade com o acesso ao mundo virtual, mas reconheço que isso não acontece com a maioria dos idosos. Muitos não possuem condições de adquirir um equipamento e os que a têm não conseguem utilizá-lo por falta de conhecimento. Estudos com-

provam que os idosos que acessam as redes sociais conseguem se socializar melhor e afastar o fantasma da depressão”, afirmou Lygia. A vida dessa paulistana cheia de entusiasmo e histórias para contar confirma a experiência de Seonio Lima, gestor de enfermagem do Bloco Cirúrgico Hospital IGESP. Para ele, o protagonismo pode ser verificado quando o idoso tem acesso à comunicação e à internet e procura manter relacionamentos sociais e projetos. “O envelhecimento é um fenômeno social e não impede a pessoa de contri-

com infraestrutura, lazer de qualidade e que gere integração, transporte público adequado e assim, passam por situações constrangedoras e desrespeitosas”. Ele acredita que reeducar a sociedade é o caminho. “Com o respeito à frente, nenhum idoso se sentiria incapaz de algo e tudo seria tolerado ou discutido da melhor forma. Assim evitaríamos humilhações e frustrações”, ressaltou Anésio.

buir para mudar o patamar econômico, inclusive no orçamento familiar. Sabemos que o idoso é o protagonista dentro de muitas famílias com poder aquisitivo baixo”, disse. Por outro lado, Anésio Lima Neto, psicólogo e diretor do Residencial Jardim do Carmo para a Terceira Idade, percebe que “o idoso tem hoje um papel de coadjuvante, sobretudo os das classes “C” e “D”. “Eles não conseguem bom atendimento em locais

muitos casos, a maioria. Atuam nas pastorais e atividades litúrgicas, nos encontros e ritos dominicais. Maria Garcia Parreiras, 71, mora há 43 anos no bairro da Freguesia do Ó e participa da Paróquia Nossa Senhora da Expectação desde 1987. No grupo de canto, na preparação de eventos ou da festa Divino Espírito Santo, na equipe do dízimo e em outros serviços, ela está sempre presente. Motivada pela fé vivida na cotidianidade, Maria fez muitos amigos

Sempre é tempo de missão Nas comunidades grandes e pequenas da Igreja Católica eles são, em

durantes esses anos e se sente acolhida por todos, inclusive pelos jovens. “Ajudo no que posso, mas tenho a certeza de que não sou insubstituível. Porém, o que seria das comunidades se não fosse os idosos?”, pergunta. Porém, ainda há muito a ser feito. Como padre e psicoterapeuta no Espaço Terapêutico Vivares, localizado na zona Leste da cidade de São Paulo, Cyzo Assis Lima fica impressionado ao ouvir alguns relatos: “Estou velho e não tenho nenhum sentimento de utilidade, pois já fiz o que tinha que fazer” de uma pessoa só tem 67 anos; ou “Quando jovem você é dono do seu próprio nariz e quando velho não é dono nem mesmo do seu corpo. Até sua própria casa já não lhe pertence mais”, de uma senhora aos 73 anos. “É chocante que no Brasil, culturalmente falando, se associe velhice com enfermidade. Esta visão é responsável por tratar milhares de idosos como pessoas condenadas a caminharem para o óbito, quando se poderia viver anos ou décadas com sentido e alergia. O idoso é visto como alguém com um projeto de vida acabado e, às vezes, aceita passivamente e acriticamente a ideia de que seu mundo ficou limitado, pequeno, controlado”, lamentou. Ele afirmou que, devido a essa realidade, muitos adoecem, acabam tendo um acentuado consumo do álcool ou passam horas frente à televisão. “Eu os vejo como pessoas com a ‘síndrome do tatu’. Existem os fatores sociais, econômicos etc, mas um grande fator é a falta de humanidade e amor”, continuou. Na Bíblia, há um personagem citado uma única vez, Simeão, mas em quem esse protagonismo pode ser identificado de maneira decisiva. O evangelista Lucas, no capítulo dois, reserva a ele um ministério cheio de significado. É Simeão quem toma Jesus nos braços, quando ele tinha 8 dias de nascimento, e bendiz a Deus. Considerado justo e piedoso, a missão de Simeão é uma profecia que ele comunica à Maria e José e, após a qual ele pode partir em paz. Durante toda a vida, ele esperou por este momento e sua trajetória foi uma oferta a Deus, coroada pela bem-aventurança de ver a salvação na encarnação de Jesus Cristo.


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| Reportagem | 13

Campanha Missionária auxilia nas ações da Igreja no Brasil e no mundo Coleta realizada no domingo, 18, em todas as paróquias do País, é indispensável para a manutenção de projetos missionários Edcarlos Bispo

Tabela de valores arrecadados pelas Campanhas Missionárias nos últimos anos REGIONAL CM/2010 CM/2011 CM/2012 CM/2013 CM/2014 Norte 1

111.831,85

133.816,95

111.362,95

149.273,56

152.589,85

Norte 2

117.337,59

174.061,01

174.825,60

202.569,49

209.159,18

Norte 3

-

-

-

39.804,41

51.556,23

edbsant@gmail.com

Nordeste 1

210.390,64

219.231,30

228.518,34

253.440,50

226.778,90

Você já pensou em ser missionário? Talvez essa pergunta provoque em você, leitor, aquelas respostas que demoramos horas para dar, que vai além de um mero sim ou um não. E é fruto de muitas reflexões. Claro que de acordo com o que propõe a Igreja, podemos e devemos ser missionários e evangelizadores em todos os lugares e momentos. Como diz a frase atribuída a São Francisco de Assis “Evangelize. Se necessário, use palavras”, ou como escreve o Papa Francisco na mensagem para o 89º Dia Mundial das Missões; “No mandamento de Jesus: ‘ide’, existem cenários e sempre novos desafios para a missão evangelizadora da Igreja. Nela, todos são chamados a anunciar o Evangelho por meio do seu testemunho de vida”. Porém, há muitas pessoas que elevam esse ser missionário a uma experiência maior: decidem sair de sua casa, de sua cidade, de seu Estado e, muitas vezes, de seu país e ir para outras terras, outros povos, acolhendo e pregando o Evangelho. Para ajudar esses missionários, no Brasil, ligado à CNBB, existe o Centro Cultural Missionário (CCM), um organismo que tem por finalidade oferecer um percurso de iniciação à missão no País para missionárias e missionários que chegam do exterior; promover cursos de formação missionária para brasileiras e brasileiros enviados a outra região ou país como missionários além-fronteiras; realizar eventos de estudo e aprofundamento sobre teologia, espiritualidade e prática de missão para diversos segmentos eclesiais; fomentar o surgimento e a capacitação específica de animadores missionários na Igreja no Brasil. De acordo com o Padre Estêvão Raschietti, SX, diretor do CCM, ao longo do ano são realizadas dezenas de atividades. “Cursos de iniciação à missão no Brasil, de 90 dias de duração, para missionárias e missionários que vêm do exterior; um curso de aprimoramento e inserção no Brasil, de um mês, sempre para missionários estrangeiros; um curso de formação missionária de um mês, para missionárias e missionários que são enviados à Amazônia; um curso de um mês para missionárias e missionários brasileiros que são enviados ao exterior; dois cursos, de um mês, de iniciação à língua inglesa para missionárias e missionários brasileiros

Nordeste 2

272.901,99

351.133,79

376.724,72

329.493,80

393.566,31

Nordeste 3

230.151,60

270.835,23

311.209,02

358.799,84

373.000,22

Nordeste 4

93.932,07

79.736,01

93.272,30

129.180,15

147.889,46

Nordeste 5

98.529,33

103.148,88

123.168,73

143.364,28

131.514,64

Leste 1

596.195,32

605.521,66

646.665,67

639.060,46

726.706,70

Leste 2

1.284.646,44

1.339.695,76

1.468.115,36

1.453.005,11

1.519.073,74

Sul 1

2.188.201,22

2.138.117,85

2.165.946,95

2.243.022,41

2.318.239,18

Sul 2

890.109,28

971.973,86

963.415,56

1.043.033,71

1.082.424,18

Sul 3

305.864,68

331.923,98

347.727,87

380.197,35

418.541,43

Sul 4

427.252,53

419.984,33

429.459,16

492.407,07

518.909,56

Centro-Oeste

425.133,53

444.804,14

480.357,15

421.566,68

670.552,42

Oeste 1

126.916,91

127.108,33

135.054,10

157.122,07

118.265,27

Oeste 2

147.362,74

153.628,26

159.047,59

151.897,87

155.714,71

Noroeste

156.846,42

145.581,18

142.308,65

141.757,07

157.140,66

7.683.604,14

8.010.302,52

8.357.179,72

8.782.995,83

9.371.622,64

TOTAL

Fonte: Serviço de Informação Missionária

enviados ao exterior; oito semanas de formação missionária para agentes de pastoral (presbíteros, seminaristas, religiosos, leigos); um curso de extensão em missiologia em três módulos, de dez dias cada, para agentes de pastoral; e um simpósio de missiologia para teólogos e responsáveis de organismos missionários”. Ao longo do ano, mais de 600 pessoas participam dos cursos de formação promovidos pelo Centro Cultural Missionário. Padre Estêvão conta que uma parte do valor que subsidia a realização dos cursos provém das Coleta da Campanha Missionária – realizada no último domingo, 18, em todas as paróquias do Brasil. Neste ano, a Campanha Missionária teve como tema “Missão é Servir”, sendo uma organização das Pontifícias Obras Missionárias (POM), com

a colaboração de diversas entidades ligadas à CNBB como, por exemplo, a Comissão para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial, a Comissão para a Amazônia e outros organismos que compõem o Conselho Missionário Nacional (Comina).

Valores arrecadados

Em 2014, com a Campanha Missionária, foram arrecadados pela Igreja no Brasil mais de R$ 9 milhões, valor que, segundo a prestação de contas das Pontifícias Obras Missionárias, é enviado, quase em sua totalidade, para o Vaticano e depois destinado a projetos de instituições que trabalham com missão ao redor do mundo. A prestação de contas detalha alguns valores, dos quais pouco mais de R$ 5 milhões são para as Obra da Propagação da Fé, em Roma - para

Destinação detalhada dos recursos de 2014: 1. Obra da Propagação da Fé (Roma):

R$ 5.248.108,68

2. Obra de São Pedro Apóstolo (Roma):

R$ 1.237.054,19

3. Obra da Infância e Adolescência Missionária (Roma):

R$ 1.012.135,25

4. Campanha Missionária:

R$ 562.297,36

5. Sede Nacional das POM (Brasília-DF):

R$ 937.162,26

6. Animação Missionária no Brasil:

R$ 374.864,90 Fonte: Serviço de Informação Missionária

projetos de Catequese, evangelização, estruturas diocesanas, comunidades religiosas, obras apostólicas e sociais, meios de comunicação social, veículos; R$ 1 milhão para a Obra de São Pedro Apóstolo - para projetos de formação e manutenção de seminaristas maiores e menores, construção, reforma de seminários e casas de formação para a vida religiosa, masculina e feminina; e mais R$ 1 milhão para a Obra da Infância e Adolescência Missionária - para projetos materiais e de formação catequética, manutenção de creches, alimentação, educação e saúde de crianças de (0 a 14 anos). No Brasil, permanecem valores que são destinados para a Campanha Missionária - para reembolso de despesas com os impressos gráficos, logística em transporte e mão-de-obra; Sede Nacional das POM - para manutenção com móveis e imóveis, côngruas, salários, encargos sociais e obrigações tributárias, serviços de animação missionária, doações, viagens, serviços e taxas bancárias, alimentação, limpeza, água, luz, telefone, internet, publicações das obras missionárias e outros materiais de animação (SIM, globos, Terços, CD’s); além da Animação Missionária - Projetos do Comina e dos Comires, e com o Centro Cultural Missionário. Esses valores totalizam pouco mais de R$ 1,5 milhão.


14 | Reportagem |

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Fotos: L’Osservatore Romano

Zélia e Luís Martin: pelo Matrimônio, uma vida de santidade Pais de Santa Teresinha do Menino Jesus foram canonizados no domingo, 18, pelo Papa Francisco Renata Moraes

jornalismorenata@gmail.com

“‘O bom Deus deu-me um pai e uma mãe mais dignos do céu do que da terra’, já afirmava Santa Teresinha do Menino Jesus, ao falar de seus pais, Luís Martin e Maria Zélia Guérin. A mãe se sacrificava por uma vida de fé e primava sempre por Deus. O pai apreciava momentos a sós para fazer suas orações, leituras bíblicas e mortificações. Juntos, deram as suas cinco filhas um testemunho de uma vida simples, na vocação familiar a caminho da santidade”, afirmou a Irmã Maria Ana de Jesus, 34, carmelita do Mosteiro de Santa Teresa, no Jabaquara, em entrevista ao O SÃO PAULO. Na manhã do domingo, 18, no Dia Mundial das Missões, a Igreja declarou quatro novos santos, dentre eles o casal Luís Martin e Maria Zélia Guérin. Trata-se do primeiro casal não mártir na história da Igreja a ser elevado à honra dos altares na mesma cerimônia. A canonização aconteceu na Praça de São Pedro, em Roma, durante o Sínodo Ordinário dos Bispos sobre a família. Além do casal Martin, o Papa Francisco declarou santos Vincenzo Grossi, sacerdote diocesano italiano, fundador do Instituto das Filhas do Oratório, beatificado pelo Beato Paulo VI, em 1975; e Maria da Imaculada Conceição, religiosa, superiora-geral da Congregação das Irmãs da Companhia da Cruz, beatificada em setembro de 2010, pelo Papa Bento XVI. Nas palavras do Papa Francisco, o casal Martin soube viver o serviço cristão na família, em um lar repleto de fé e amor, dando testemunho e suscitando a vocação das suas filhas, inclusive de Teresinha, a caçula. A festa litúrgica em honra dos pais de Santa Teresinha será em 12 de julho, data em que se casaram, em 1858.

L’Osservatore Romano - Mai.2014

Testemunho diário de fé

São Luis Martin e Santa Zélia Guérin, pais de Santa Teresinha do Menino Jesus, são proclamados santos em 18 de outubro, durante o Sínodo da família. A cura do garoto italiano Pietro, em 2002, e da menina espanhola Carmem em 2008 (ambos levaram as relíquias dos santos na missa de canonização) levam o casal à santidade.

São Luís Martin (1823-1894) e Santa Zélia Guérin Martin (1831-1877), desde a juventude, nutriam o desejo de servirem a Deus em uma comunidade religiosa. Luís tentou ser admitido entre os cônegos regulares de Santo Agostinho, porém não foi aceito, pois não sabia o latim. Zélia tentou ingressar na ordem das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, mas percebeu que não era seu caminho. Ele era relojoeiro, ela rendeira. Receberam o sacramento do Matrimônio em 1858, na França. Tiveram nove filhos, mas quatro faleceram ainda na infância. As cinco filhas - Maria, Paulina, Celina, Leônia e Teresa, (a caçula, que viria se tornar Santa Teresinha do Menino Jesus) - dedicaram suas vidas à vocação religiosa, sendo quatro carmelitas e uma visitandina. Mesmo com condições financeiras boas, o casal teve uma vida simples, de muito trabalho e fé. Cartas escritas por Zélia, de 1863 até à sua morte, em 1877, relatam o ritmo de vida da família: participavam de missas diárias, orações do Ângelus, faziam jejuns na Quaresma e no Advento, visitam idosos e convidavam em sua casa os pobres para comer. “O casal Martin deu um testemunho de uma vida simples, mas de muito trabalho e oração, com muitos sacrifícios e preocupações. Eles compreenderam a vocação familiar para a santidade”, avaliou Irmã Maria Ana. Acometida por um câncer, Zélia faleceu aos 46

anos, deixando ao marido a responsabilidade pela criação das cinco filhas, sobretudo Teresinha, com pouco mais de 4 anos de idade. Luís foi acometido por uma enfermidade que o tornou inválido e que causou-lhe a perda das faculdades mentais. Internado em um sanatório, faleceu em julho de 1894. “Apesar de ter convivido muito pouco com Zélia, sua mãe, Santa Teresinha relatava fatos cheios de vida e ternura entre elas, que demonstram a proximidade vivida entre uma e outra. Quanto ao relacionamento com o seu pai, a quem chamava de ‘seu Rei’, foi graças a ternura dele que a menina descobriu a ternura de Deus Pai. Foi na convivência com eles, que Teresinha aprendeu a viver o amor a Deus e aos irmãos”, analisou Dom Milton Kenan Junior, bispo de Barretos (SP), que é Mestre em Teologia da Espiritualidade pela Faculdade de Espiritualidade Teresianum, de Roma. Ainda segundo o Bispo, “os Santos Luís Martin e Zélia Guérin são testemunhas do Evangelho para as famílias; pela doação das ‘virtudes domésticas’: o respeito, o perdão, o diálogo, o amor dedicado e generoso de uns pelos outros. E nos lembram hoje que o primeiro campo missionário é a família. Sem perder de vista a necessidade de ser ‘Igreja em saída’, o exemplo deste santo casal deve animar os casais do nosso tempo a tomar consciência de que cada lar é ‘terra de missão’, onde o testemunho de amor é sempre a primeira página do Evangelho que os pais podem oferecer aos seus filhos”, expressou.

Canonização

Beatificados em 19 de outubro de 2008, pelo Papa Bento XVI, na Basílica de Lisieux (dedicada a filha deles Santa Teresinha), na França, Luís e Zélia Martin já haviam sido considerados veneráveis por São João Paulo II, em 1994. O milagre que deu causa à beatificação foi a cura de um garoto italiano, Pietro Schilirò, nascido em 25 de maio de 2002, com uma grave má-formação pulmonar. Os pais do menino rezaram novenas aos pais de Santa Teresinha e meses depois o garoto deixou o hospital totalmente curado. O segundo milagre reconhecido pela Igreja foi a cura de uma menina espanhola, conhecida apenas como Carmem, que, em 2008, quatro dias após a beatificação do casal, nasceu prematura e com graves complicações. Ela sofreu hemorragia cerebral, afetando os pulmões e o coração. Os pais de Carmem pediram a intercessão de Luís e Zélia, e a menina sobreviveu sem qualquer sequela. Carmem, às vésperas de completar 7 anos, e Pietro, com 12, entraram em procissão com as relíquias do casal Martin, durante a celebração da canonização.

Visitação às relíquias

Durante o Sínodo sobre a família, no Vaticano, os fiéis podem visitar as relíquias da Santa Teresinha de Lisieux e dos seus pais, na Basílica de Santa Maria Maior, no centro de Roma. As urnas com as relíquias encontram-se na Capela de Nossa Senhora Salus Populi Romani. Na Arquidiocese de São Paulo, a Comunidade Católica Sagrada Família guarda as relíquias dos santos LuÍs e Zélia Martin, doadas pelo Santuário de Lisieux, em fevereiro de 2014. As relíquias podem ser visitadas na sede da comunidade (rua General Lecor, 169, Ipiranga), mediante agendamento pelos telefones (11) 2083-1101 e (11) 98267-6904. (Com informações da Rádio Vaticano)


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| Entrevista | 15

Com a Palavra: Cardeal Odilo Pedro Scherer

‘A Igreja não abandona a família’ Luciney Martins/O SÃO PAULO

Participante do Sínodo dos Bispos, no Vaticano, com a temática sobre “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, concedeu entrevista ao O SÃO PAULO e ao Portal da Arquidiocese (arquisp.org.br), comentando as discussões centrais do Sínodo, que termina no domingo, 25.

pena casar e formar família, mesmo que os tempos andem difíceis. Ninguém se iluda, pensando que houve alguma época sem dificuldades... O que é preciso é ter coragem, generosidade e muita confiança em Deus.

Muitos casais e famílias sofrem, por variados motivos: miséria e pobreza, doença, conflitos em família, separações, guerra, emigração. Essas situações também encontram ressonância no Sínodo?

REDAÇÃO

osaopaulo@uol.com.br

O SÃO PAULO - O Sínodo dos Bis-

pos trata da família e o interesse da opinião pública em relação ao tema tem sido grande. O Sínodo trata de todos os aspectos da família

Cardeal Odilo Pedro Scherer - É um bom sinal que a opinião pública esteja acompanhando a reflexão sobre a família: o tema ainda interessa! Embora o grande tema do Sínodo seja a família, o aspecto específico em pauta é a vocação e a missão da família na Igreja e na sociedade contemporânea. Para que existe ainda a família? Que fundamentos temos para falar de uma certa maneira do casamento e da família? Como se propõe que a família realize hoje a sua vocação e sua missão? Penso que o resultado será interessante.

Este Sínodo conta com cerca de 300 participantes e se supõe que todos querem falar e dar suas contribuições para o desenvolvimento do tema. Como trabalha o Sínodo?

Todos os participantes do Sínodo podem dar suas contribuições; é para isso que vieram. O método de trabalho é bem controlado para que todos possam oferecer suas reflexões; todos usam a palavra no grande plenário ao menos uma vez; mas uma boa parte do tempo é dedicada ao trabalho de grupos, onde a participação é mais intensa e dinâmica. O Sínodo é um grande exercício de escuta, onde não se trata de “ganhar a cena” ou de fazer “vencer” a própria opinião e visão das coisas. O Papa Francisco lembrou, no início dos trabalhos, que o Sínodo não é um Parlamento, onde vence a maioria ou onde se faz “lobby” de partidos e grupos, mas é lugar de diálogo e de busca da verdade: “todos devemos colocar-nos à escuta do Espírito Santo” para acolher as suas orientações.

A grande imprensa, em geral, fixou o seu interesse sobre a questão da comunhão aos divorciados ou separados, que casaram novamente, ou sobre as uniões de pessoas do mesmo sexo, esperando uma palavra nova da

Igreja sobre essas questões. Como esses temas repercutem dentro da sala do Sínodo?

Esses temas foram destacados para a opinião pública pela grande imprensa, a ponto de levar a pensar que seriam os pontos centrais do Sínodo. É certo que também esses, como muitas outras situações enfrentadas pela família, são objeto de reflexão no Sínodo e da busca da atenção pastoral da Igreja. Mas o Sínodo vai muito além dessas questões: na verdade, a grande questão é repropor o significado e o valor do casamento e da família para a pessoa, para a comunidade humana e também para a Igreja. Na cultura atual, há muitos sinais de crise do casamento e da família. A Igreja não abandona a família, como se fosse um barco à deriva. A família é um grande bem para a humanidade.

O Sínodo dará novas orientações sobre a indissolubilidade do Matrimônio e sobre o acesso dos divorciados-recasados à comunhão eucarística?

O Papa Francisco deixou claro em várias ocasiões, inclusive na abertura do Sínodo, que a doutrina da indissolubilidade do casamento não está em discussão na Igreja; nisso, portanto, não são previstas mudanças. Mas está sendo procurado um caminho para uma melhor participação dos divorciados-recasados na vida da Igreja e, talvez, nos sacramentos da Confissão e da Comunhão, em certas situações.

Participam do Sínodo bispos provenientes de diversas culturas e experiências culturais e religiosas. Como essas visões diferentes são harmonizadas dentro do Sínodo?

De fato, o Sínodo oferece a ocasião para que sejam apresentadas as percepções variadas a partir das experiências culturais e religiosas dos povos mais diversos. A respeito do casamento e da família, existem tradições muito diversificadas, como a

monogamia, a poligamia, os casamentos “arranjados” em família, o casamento em etapas, a família fortemente tribal, patriarcal, matriarcal... O interessante é que, em todo o mundo, onde o Cristianismo foi acolhido, prevalece mais ou menos a mesma visão de casamento e família; muitas vezes, convivendo com outras tradições. No Sínodo, procura-se discernir sobre o casamento e a família a partir da luz do Evangelho de Cristo.

O Sínodo tem uma palavra especificamente voltada para os casais?

Certamente! Primeiramente, para ajudálos a perceber o valor e o significado do casamento e da família e para encorajá-los a viverem o casamento como um dom e uma missão e a crescerem a cada dia no amor e na realização da sua vida matrimonial e familiar. A Igreja tem muito apreço pelo casamento e pela família porque esses têm sua origem no desígnio de Deus. Aos casais em dificuldades ou que vivem situações de dor e angústia, a Igreja deseja confortar, manifestando-lhes sua proximidade. E a Igreja gostaria de dizer a todos os casais cristãos que eles têm uma grande missão a realizar na própria Igreja e também na humanidade.

Muitos jovens hoje têm dúvidas sobre o valor do casamento e da família. Muitos deixam de casar; outros preferem uniões sem alguma formalização do vínculo. Qual será a mensagem do Sínodo para eles?

Há uma constatação geral que muitos jovens deixam de casar na Igreja e também no civil. Talvez não perceberam, ainda, a importância do compromisso público e formal do seu casamento. Muitos jovens vivem certa insegurança e até angústia diante do casamento; o compromisso “para sempre” assusta um pouco... Aos jovens todos, o Sínodo dirigirá uma palavra de encorajamento e de confiança: vale a

O Sínodo está particularmente atento às situações de sofrimento e dor nas famílias e conclama para a solidariedade. A Igreja quer ser casa de portas abertas para acolher e confortar a todos. E quer sair ao encontro de todas as situações de “periferia” que marcam tantas famílias hoje em dia. Falou-se muito da importância de constituir comunidades de famílias solidárias e acolhedoras. A própria família é a primeira escola de fraternidade e de solidariedade para com as demais pessoas.

No contexto das discussões do Sínodo, que projeções e desafios há para a atuação da Pastoral Familiar na atenção às diferentes urgências da família?

A Pastoral Familiar será chamada fortemente em causa na preparação remota e próxima dos jovens ao casamento. É necessário trabalhar muito mais essa preparação, para que a visão cristã do casamento seja bem conhecida e assumida, como um projeto bonito e sério de vida pelos que irão casar. Falou-se muito da necessidade de criar associações de famílias, para o apoio recíproco e para afirmar melhor o papel social, econômico e até político da família. Também a “pastoral jurídica” deverá ser desenvolvida muito mais, para ajudar os casais que precisam recorrer aos tribunais, nos casos de nulidade matrimonial. Enfim, será necessário um grande trabalho pastoral para ajudar os casais em crise ou que já romperam a sua união e, eventualmente, constituíram uma nova união civil.

Embora o Sínodo ainda esteja em andamento, já é possível entrever quais seriam alguns frutos que se podem esperar?

Espero que o Sínodo desperte um renovado interesse da ação evangelizadora da Igreja em relação à família. Nesse sentido, seria muito bom reaproximar a família da Igreja e fazer um “pacto de interação e colaboração” entre ambas. Sem a eficaz participação da família na vida e na missão da Igreja, esta terá muitas dificuldades para dar eficácia à sua missão. Espero, também, que os jovens redescubram a beleza e o valor do casamento e da família; e que as “famílias feridas” encontrem orientação e conforto, mesmo com todas as suas imperfeições e carências.


16 | Fé e Cultura |

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Divulgação

Filipe David

osaopaulo@uol.com.br

Dica de Leitura A poeira da glória Em “A poeira da glória”, Martim Vasques da Cunha desmonta as teses sustentadas pela repetição da crítica, rechaça o estilo que falseia a sensibilidade moral e recoloca as ideias no lugar ao apontar como e quando a ideologia política envenenou a imaginação artística. O ensaísta mostra em detalhes como o País foi brutalizado pela paranoia e mistificação a respeito de si mesmo, de tal maneira que se transformou em um grande “Carandiru intelectual”, o paraíso distópico onde a realidade brasileira gira em falso. “Minha intenção é analisar um determinado estado de coisas e descobrir por que estamos nesta situação de calamidade pública e privada que contamina o país desde o descobrimento; e a única ferramenta que tenho em mãos é justamente esta literatura

que tanto depreciamos e que somos obrigados a suportar, como um xarope amargo, na hora de enfrentar o Enem, o vestibular ou o cocktail regado a vinho branco alemão. Este livro é uma bússola para mim, para o leitor e para quem quiser descobrir as relações insuspeitas que há entre literatura e política”. “A poeira da glória”, de Martim Vasques da Cunha, não é um livro sobre literatura que se encerra nos limites teóricos de seu objeto. É um livro que expande a própria visão e a análise substantiva desde os fundamentos íntimos e ideológicos dos escritores, aqueles elementos que alicerçam e ajudam a explicar as suas obras. Este é um ensaio de crítica cultural que, ao partir de uma espécie de investigação arqueológica e antropológica da lite-

ratura brasileira, tenta mostrar, no espírito dos livros, aquilo que estava oculto sob a poeira da glória dos seus autores. Está aqui, portanto, a sua originalidade, ao redescobrir os elementos de virtude humana que não estão mais evidentes e explícitos na literatura, porque se degeneraram ou se perderam. Ao contrário de livros que se confinam em seus próprios objetos de estudos, cuja delimitação do escopo acaba por reduzir o alcance da análise, neste Martim elaborou uma obra que se amplia junto com as reflexões externas que agrega e o raciocínio interno que o fundamenta. Esse livro é menos um estudo literário stricto sensu e mais um ensaio sobre o ser humano em sua dimensão cultural lato sensu.” (Prefácio de Bruno Garschagen). O lançamento de “A poei-

ra da glória” será na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (avenida Paulista, 2.073, Bela Vista), na quarta-feira, 28, às 19h. Haverá uma palestra e autógrafos.

FICHA TÉCNICA Autor: Martim Vasques da Cunha Páginas: 630 Editora: Record


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| Esporte | 17

Fotos: Jogos Mundiais dos Povos Indígenas/Divulgação

‘O importante não é ganhar, e sim celebrar’ Jogos Mundiais dos Povos Indígenas começam na sexta-feira, 23, em Palmas (TO), com cerca de 2 mil atletas, de 25 países Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

A cidade de Palmas (TO) recebe, até 1º de novembro, cerca de 2 mil representantes de etnias indígenas de 25 países nos I Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (JMPI). A abertura oficial do evento será na sexta-feira, 23, mas desde a terçafeira, 20, acontece o Festival da Cultura Indígena, que visa a ambientação e integração dos participantes. O tema dos Jogos - “O importante não é ganhar, e sim celebrar” – já indica que não será um evento apenas esportivo, mas também de valorização da cultura dos indígenas que vivem no Brasil e em outros países como Argentina, Estados Unidos, Congo, Rússia, Finlândia, Mongólia, Etiópia, Paquistão e Nova Zelândia. Do Brasil, 23 etnias confirmaram participação nos jogos. A seleção dos participantes levou em conta a etnia, crenças e a conservação dos costumes,

bem como o seguimento às regras das 12 edições dos jogos indígenas nacionais, realizadas desde 1996. Também se buscou contemplar povos de diferentes biomas brasileiros.

Esportes indígenas

As modalidades em disputa (veja detalhes em www.jmpi2015.gov.br) dividem-se em três segmentos: jogos ocidentais (futebol de campo); jogos de integração, com esportes praticados pela maioria dos indígenas brasileiros (arco e flecha, arremesso de lança, cabo de força, corrida de 100 metros, corrida de fundo, canoagem rústica, corrida de tora e natação de travessia); e jogos de demonstração, peculiares de cada etnia, incluindo práticas como futebol com a cabeça, jogo de peteca feita de palha de milho e atividades grupais com arco e flecha, dardo e vara de bambu. Os jogos de integração premiam igualmente os quatro primeiros colocados e os de demonstração não têm caráter competitivo. “O desafio dos Jogos é não deixar se tornar esporte apenas por esporte. A gente precisa ter consciência de que essas práticas têm um cunho cultural muito forte, e não podem perder de forma alguma esse vínculo cultural, não pode passar a ser simplesmente uma competição”, afirmou Karkaju, da etnia Pataxó da Bahia, em au-

diência pública realizada na Câmara dos Deputados em agosto.

Críticas ao evento

Duas etnias que vivem no Tocantins recusaram o convite aos Jogos. As lideranças Apinajés e Krahôs, em carta aberta, disseram que há desrespeito da organização com a construção de instalações vulneráveis e o uso indevido da imagem dos povos, “ocultando a verdadeira realidade e o sofrimento dos povos indígenas do Brasil”, e manifestaram que o boicote também é pela contrariedade à PEC 215, que tramita no Congresso, com vistas a que o Poder Legislativo tenha a prerrogativa de demarcar as terras indígenas e não mais o Executivo. (Com informações da EBC, Rádio Câmara e Site JMPI)

AGENDA ESPORTIVA QUARTA-FEIRA (21) Copa do Brasil - Semifinais 22h – São Paulo x Santos (Morumbi) SÁBADO (24) Brasileirão de Futebol 21h – Palmeiras x Sport (Allianz Parque) DOMINGO (25) Brasileirão de Futebol 17h – Corinthians x Flamengo (Arena Corinthians)

111 anos de uma experiência a ser esquecida Bem diferente do propósito dos I Jogos Mundiais dos Povos Indígenas de valorizar a cultura das etnias, em 1904, duas semanas antes do início dos Jogos de St. Louis, nos Estados Unidos, os organizadores daquela edição olímpica e de uma feira mundial na cidade realizaram os “Dias Antropológicos”, uma espécie de “olimpíada”. Nativos da África, Ásia e das Américas que trabalhavam na feira foram obrigados a praticar os esportes olímpicos. Minutos antes de competir, as regras lhes eram explicadas em inglês, idioma que quase nenhum deles conhecia, e as consequências foram performances pífias e a ridicularização dos nativos pelo público. O intuito dos promotores dos “Dias Antropológicos” era de “provar” que os indígenas “não são atletas naturais como os homens brancos civilizados”. Anos depois, o Comitê Olímpico Internacional desconsiderou a realização desse evento como parte dos Jogos Olímpicos de St. Louis. (DG)

Benegrip Multi: paracetamol 13,30 mg/mL, cloridrato de fenilefrina 0,33 mg/mL, maleato de carbinoxamina 0,13 mg/mL Indicações: Analgésico e antitérmico. Descongestionante nasal em processos de vias aéreas superiores. MS 1.7817.0768. Setembro/2015. Benegrip Multi é um medicamento. Durante seu uso, não dirija veículos ou opere máquinas, pois sua agilidade e atenção podem estar prejudicadas.

SE PERSISTIREM OS SINTOMAS O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.


18 | Regiões Episcopais |

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Brasilândia Testemunhar e servir com a Missão Mensagem de Paz

Késsia Perreira e Laércio Silva Colaboração especial para a Região

Missão Mensagem de Paz

Participantes do Cerco de Jericó, Missão Mensagem de Paz, em adoração ao Santíssimo

A Comunidade Católica Missão Mensagem de Paz, instalada na Região Episcopal Brasilândia, realizou

entre os dias 29 de setembro e 5 de outubro, mais uma edição do Cerco de Jericó, que este ano versou sobre Divulgação

o livro do profeta Isaías (43,10a), base para o tema do encontro “Testemunhar e servir!”. O Cerco de Jericó teve momentos de louvor, partilha e reflexão da Palavra de Deus, reza do Terço, adoração e vigília constante durante os sete dias ao Santíssimo, e missas com a presença do diácono Valdik Andrade e dos padres Francisco Barros (mais conhecido como Padre Rangel); Júlio César, da Diocese de Santo André (SP); José Hespaña (Padre Zezé), da Renovação Carismática Católica de São Paulo; Reinaldo Torres, pároco da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima; Gustavo Sampaio, da Missão Sede Santos, da Diocese de Taubaté (SP); e Marcos de Miranda, da TV Século 21 e da Diocese de Santo Amaro (SP). Segundo os organizadores da ati-

vidade, o Cerco de Jericó permitiu uma maior aproximação dos participantes com Deus, para testemunhar e servir com amor, obedientes e humildes, de modo a refletir sobre o caminhar de evangelização e suas atividades na Missão.

AGENDA REGIONAL Sábado (31) Das 8h às 13h - Assembleia Regional de Pastoral, na Paróquia Santos Apóstolos (avenida Itaberaba, 3.907, no Jardim Maracanã). 19h – Missa dos Mártires na Região Brasilândia, na Comunidade Nossa Senhora Aparecida (rua Professor Andrioli, 372, Parque São Luis). Ricardo Luciano

No dia 11, na Paróquia São Luis Gonzaga, do Setor Pastoral Pereira Barreto, o Padre Ricardo Pieroni, presidiu o sacramento da primeira Eucaristia para mais de 30 crianças.


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Lapa 15 de outubro: dia de festa a Santa Teresa D´Ávila e aos professores Padre Raimundo Ribeiro Martins e Benigno Naveira Colaboradores de comunicação da Região

“Com Santa Teresa, trilhar os caminhos da oração, penhor do Encontro, Escuta e Missão”. Com este tema, os fiéis da Comunidade Santa Teresa D’Ávila, pertencente à Paróquia São José Operário, do Setor Pastoral Rio Pequeno, vivenciaram a festa em louvor à padroeira, entre os dias 5 e 15, animados pela celebração do 5º Centenário de nascimento da Santa. Padre Raimundo Ribeiro Martins, SJC, pároco, presidiu as missas dos sete primeiros dias da novena, e nos dois últimos as celebrações foram conduzidas pelos confrades joseleitos, Padre Júlio César de Mello Almo, vice-diretor geral da Sociedade Joseleitos de Cristo e pároco da Paróquia Nossa Senhora do Líbano, em Pirituba; e Padre José Maria Veloso, superior regional dos Joseleitos e responsável pela Área Pastoral Nossa Senhora do Carmo, na Região Episcopal Belém. Na quinta-feira, 15, na memória litúrgica de Santa Teresa D´Ávila, Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, presidiu a missa solene, na qual também se fez memória ao Dia dos Professores. Concelebraram o Padre Raimundo e o Padre Joaquim Crispim de Oliveira, aniversariante do dia. Dom Julio, na homilia, enalteceu a profissão dos professores,

lembrando que as boas lições deles recebidas jamais envelhecem, pois servem para toda a vida. Associou essa homenagem aos professores e professoras à festa de Santa Teresa D’Ávila, a qual, doutora da Igreja, também ensinou e continua a ensinar mediante seus escritos, inspirados pela oração e pela íntima convivência com Cristo. Ainda na homilia, o Bispo salientou que Jesus falou do amor que o une ao Pai e que Ele tem por toda a humanidade. Desse modo, assim como os ramos da videira precisam de cuidados, de poda, para produzirem uvas boas e não serem cortados, descartados e queimados, o Pai corrige a cada pessoa para que produza frutos bons e abundantes; e do mesmo modo que os ramos se identificam com a videira e não sobrevivem ou frutificam desligados de seu tronco, os discípulos de Jesus nada podem se não permanecerem unidos a Ele. Por fim, o Bispo comentou que Santa Teresa D’Ávila testemunha como permanecer intimamente unida a Cristo mediante a oração. Ele rogou pela intercessão da Santa em favor dos professores, de seus devotos e de toda a Igreja, para que, unidos a Cristo, possam produzir frutos abundantes e duradouros de amor, santidade e justiça.

Paróquia São José Operário

Imagem de Santa Teresa D’Ávila ornamentada em comunidade na Região Lapa

Procuradores orientam sobre procedimentos contábeis e jurídicos Padre Antônio Franisco Ribeiro

Clero atuante na Região Lapa acompanha orientações dos procuradores da Mitra

Com objetivo de orientar o clero sobre os procedimentos contábeis da Arquidiocese de São Paulo e os aspectos jurídicos dos bens patrimoniais e trabalhistas, os procuradores da Mitra Arquidiocesana - Padre Dr. José Rodolpho Perazzolo, Padre João Júlio Farias Júnior e Padre Zacarias José de Carvalho Paiva, acompanhados do Doutor Leandro da Costa Machado, do departamento jurídico da Arquidiocese, participaram da reunião do clero atuante na Região Lapa, no dia 13.

Padre Zacarias falou que está em fase de teste a implantação do novo SGP (Software de Gestão de Paróquias), que provavelmente entrará em funcionamento a partir de 2016. Alguns padres aproveitaram a ocasião da visita dos procuradores para esclarecer algumas dúvidas contábeis e de aspectos da área jurídica. Os procuradores se colocaram à disposição para orientar os padres sobre eventuais dificuldades contábeis ou jurídicas.


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Santana Padre Hércules: 25 anos consagrados a Deus

Diácono Francisco Gonçalves

Colaborador de comunicação da Região

Diácono Francisco Gonçalves

Padre Hércules em missa de seu jubileu sacerdotal, com a presença de Dom Sergio

Os fiéis da Paróquia São Luiz Gonzaga, do Setor Jaçanã, e da Comunidade Adoração e Missão comemoraram, no dia 13, o jubileu de prata do Padre Benedito Hércules Daniel, pároco, em missa com a presença de Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana. Nascido em Taubaté (SP), em 16 de abril de 1959, Padre Hércules, desde criança, sentiu o desejo de seguir o sacerdócio. Motivado pelo Cônego Celso Pedro, entrou para o seminário na Arquidiocese de São Paulo, sendo ordenado sacerdote em 13 de outubro de 1990. Em seguida,

a convite de Dom Osvaldo Giuntini, então bispo em Marília (SP), foi ser vigário na catedral daquela cidade. Fazendo um trabalho missionário, Padre Hércules viu surgir, ao seu redor, um grupo de vocacionados que daria origem à Comunidade Adoração e Missão, por ele fundada. Para ter maior facilidade na constituição da comunidade, transferiu-se para Pouso Alegre (MG), onde Dom Ricardo Pedro Chaves Pinto Filho, então arcebispo, os acolheu. Hoje, a comunidade conta com cinco padres e aproximadamente 50 leigos consagrados e tem sob sua responsabilidade três paróquias na Região Santana.

São Benedito inspira solidariedade em paróquia no Jaçanã Em missa solene presidida por Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, os fiéis da Paróquia São Benedito, do Setor Jaçanã, festejaram, no dia 5, a festa do padroeiro, em celebração concelebrada pelos padres Marcelino Modelski, CSJ, pároco; Alfredo Eugênio Marini, CSJ, vigário paroquial; e Juarez Dalan, ex-pároco, que realiza missão em Roma, na Itália. Na Paróquia, que em 2016 completa 50 anos, a festa do padroeiro foi iniciada em 13 de setembro, com visi-

tas das irmandades de São Benedito de outras paróquias que participaram da celebração. No dia 5, depois da missa, houve procissão pelas ruas do bairro. Pela sua vida como cozinheiro, as celebrações de São Benedito são marcadas pela oferta de alimentos que devem ser repartidos com os mais frágeis e necessitados. Assim, Dom Sergio, em sua homilia, orientou os paroquianos a também seguirem o conselho do Papa Francisco de sair ao encontro do outro. (Colaborou Márcia Bertolino)

Paróquia São Benedito

Dom Sergio preside missa na festa do padroeiro da Paróquia São Benedito, dia 5

Diácono Francisco Gonçalves

Diácono Francisco Gonçalves

Nossa Senhora Aparecida foi festejada em todo país no dia 12. Na Região Santana houve comemoração especial em cinco paróquias a ela dedicadas. Dom Sergio Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, presidiu missa na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, do Parque Edu Chaves, após participar da procissão com a réplica da imagem da Padroeira do Brasil.

Há 41 anos, as Irmãs Paroquiais de São Francisco se dedicam à Capela Santa Rosa, da Paróquia de São Pedro do Tremembé. No dia 10, Dom Sergio lá esteve para crismar 17 jovens, em missa concelebrada pelos padres Edmilson da Silva, pároco, e Adelmo Maldaner, representando o Padre Elisandro Iserhard da Silva, que acompanhou a formação dos crismandos.

Iríade Nass

Diácono Francisco Gonçalves

Foi realizada, no dia 11, a celebração do sacramento da Crisma na Paróquia Santo Antônio da Vila Mazzei, presidida por Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, em missa concelebrada pelo pároco, Padre Hermenegildo Ziero. Foi conferido o sacramento a 16 jovens, após dois anos de catequese preparativa.

Com missa presidida por Dom Sergio Borges e concelebrada pelo Padre Wilson Santos, pároco, 39 crianças receberam a primeira Eucaristia, no dia 11, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida e São Matias. O Bispo, na homilia, lembrou de que os jovens que, naquele dia, teriam um encontro de amor com Jesus, que os viria alimentar pelo amor de Deus.


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Padre Manoel Quinta

Colaboração especial para a Região

Dom Cláudio: a proximidade é a marca da misericórdia Para que um Ano Santo da Misericórdia? O que isso tem a ver com minha família, com minha paróquia ou comunidade? Essas foram as perguntas com as quais o Cardeal Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, iniciou sua palestra no 12º Encontro dos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão Eucarística da Região Sé, realizado no sábado, 17, na Catedral da Sé, com a participação do Padre Helmo Cesar Faccioli, auxiliar do cura da Catedral e responsável pelos ministros na Região. Na encontro, iniciado com a adoração eucarística, Dom Cláudio

convidou os ministros a refletirem sobre o Ano Santo da Misericórdia, que se iniciará em Roma em 8 de dezembro, e será concluido com a Solenidade de Cristo Rei, em 20 de novembro de 2016. Referindo-se ao Papa Francisco, Dom Cláudio lembrou que desde o início de seu pontificado, o Pontífice mostrou ser uma pessoa marcada pela misericórdia, querendo sempre estar próximo das pessoas, tanto assim que mudou-se para a Casa Santa Marta, no Vaticano, onde há maior fluxo de pessoas. Segundo o Cardeal Hummes, o cristão tem de se aproximar dos ouHelena Ueno

Na missa das 11h, do domingo, 18, na Catedral da Sé, presidida por Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese, foi realizada a coleta das missões. Também a comunidade peruana celebrou a festa do Senhor dos Milagres (foto) e um grupo de professores de Minas Gerais participou da missa rendendo graças a Deus pelo Dia do Professor, comemorado na quinta-feira, 15.

Centro Pastoral da Região Sé

Cardeal Hummes em encontro com ministros extraordinários da sagrada comunhão

tros, porque a proximidade é a marca da misericórdia. Ele recordou que o Papa pede para se abrirem as portas das igrejas, não só para as pessoas entrarem, mas também para saírem, indo ao encontro dos necessitados. Lembrou, ainda, que se a Igreja não sai, não exerce sua missão: a Igreja tem que caminhar com os tempos, tem que ser misericordiosa neste mundo de sofredores e de feridos; deve curar os ferimentos de hoje, não pode ficar parada no tempo. As pessoas com muita saudade do passado estão deslocadas no tempo. Ainda de acordo com o Arcebispo Emérito de São Paulo, a Igreja tem de estar atenta ao clamor deste mundo, não pode fazer como o fariseu e o levita, que passaram do outro lado, na parábola do bom samaritano, mas sim como o samaritano,

que curou as feridas e ainda pagou as despesas, isso é misericórdia. Para Dom Cláudio, quando Francisco abraça uma pessoa doente na praça de São Pedro, não faz isso para chamar a atenção, não está preocupado com as manchetes, mas está preocupado com a pessoa doente, e isso é misericórdia. No entender do Cardeal Hummes, a Igreja tem que ser mais misericordiosa, não deve apenas seguir a lei. É imperioso ser menos legalista, porque a lei por si não salva se ela não conduz à misericórdia. “Só o amor salva! Neste mundo, a misericórdia faz a diferença”, frisou o Cardeal. O encontro terminou com a celebração eucarística presidida por Dom Cláudio, durante a qual os ministros fizeram a renovação do compromisso e do serviço ministerial.

Belém

Peterson Prates

Colaborador de comunicação da Região

Clero articula participação em ações na Igreja e na sociedade As ações para a celebração do Ano Santo da Misericórdia na Região Belém foram alvo de atenção do clero atuante na Região, em reunião realizada na quarta-feira, 14, no Centro Pastoral São José. Um dos enfoques foi sobre as peregrinações setoriais para a Paróquiasantuário Sagrado Coração de Maria, na Vila Formosa, que será santuário de peregrinação da Região Belém no Ano Santo da Misericórdia. Também houve espaço para o relato das atividades. Padre Gilberto Orácio de Aguiar, administrador da Paróquia Imaculada Conceição, contou sobre a participação no encontro dos presbíteros do Regional Sul 1 da CNBB, em setembro. Padre Tarcísio Mesquista, do Secretariado Arquidiocesano de Pastoral e pároco da Paróquia Nossa Senhora do Bom Parto, comentou sobre

a realização da audiência pública na Câmara Municipal, no dia 8 deste mês, sobre o uso e ocupação do solo urbano, que tratou de modo especial sobre os espaços de culto. Ainda na reunião, Padre Marcelo Maróstica, coordenador regional de Pastoral, pediu o empenho das paróquias na divulgação da eleição dos conselheiros tutelares da cidade de São Paulo, marcada para 15 de novembro. Padre Julio Lancellotti, vigário episcopal para a Pastoral do Povo da Rua, comentou sobre o crescimento da população em situação de rua na cidade, incluindo o território de abrangência da Região Belém. O Padre também informou que o Papa Francisco enviou o próprio solidéu ao povo de rua, e disse que todas as paróquias que realizam trabalhos com essa população podem receber a visitação do solidéu.

Peterson Prates

Padre Gilberto fala ao clero sobre participação no encontro dos presbíteros do Sul 1

Durante a reunião, houve, ainda, saudação aos padres aniversariantes de vida e de ordenação, foram dados informes da atuação de pastorais e movimentos, e o Padre Reginaldo Donatoni e o diácono Marcos Antônio Rodrigues esclareceram questões sobre as taxas paroquiais para a Região Episcopal. Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, encerrou a reunião convidando o

clero para a assembleia regional, que acontecerá no sábado, 24, no Centro Pastoral São José.

Erramos Diferentemente do publicado na edição 3072 do O SÃO PAULO, a assembleia pastoral da Região Belém não aconteceu em 3 de outubro. Esta se realizará no sábado, 24, das 8h às 13h, no Centro Pastoral São José (avenida Álvaro Ramos, 366, próximo ao metrô Belém).


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Ipiranga

Caroline Dupim, Nei Márcio Oliveira de Sá e Matheus Pereira da Silva Colaboradores de comunicação da Região

Santa Teresa D´Ávila: há 500 anos, um convite para a busca do essencial Caroline Dupim

Cardeal Hummes preside missa no Mosteiro de Santa Teresa, na quinta-feira, 15

O 5º centenário do aniversário natalício de Santa Teresa D’Ávila, também conhecida como Santa Teresa de Jesus, começou a ser festejado em 18 de outubro de 2014 pela ordem Carmelita em todo o mundo. Embora a data exata do nascimento de Santa Teresa seja 28 de março, a comemoração foi prorrogada para outubro, quando toda a Igreja festeja a Santa, no dia 15. No Mosteiro de Santa Teresa, lo-

calizado na avenida Jabaquara, na zona Sul da cidade, aconteceram novenas comemorativas pelos 500 anos de nascimento da Santa. Padre Severino Cannistrà, superior geral da ordem do Carmelo, propôs aos religiosos e religiosas que este 5º centenário fosse comemorado com a vivência dos ensinamentos da Santa e os estudo de suas obras. “Que não vivenciemos grandes festas, com

II Jovens Adoradores No sábado, 17, o grupo Saluz, da Comunidade São João Batista, da Paróquia Nossa Senhora das Mercês, realizou o “II Jovens Adoradores”. O encontro, que contou com a

participação de 40 pessoas, trouxe aos jovens o tema “Corações Sarados” com pregações, oficinas e adoração, propiciando um momento de espiritualidade para a juventude.

pompa, mas os valores de Teresa. E nunca nos esqueçamos que ela era uma monja pobre”, afirmou. Para finalizar as comemorações, o Cardeal Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, presidiu missa no Mosteiro, na quinta-feira, 15, concelebrada por 17 padres da Arquidiocese. O Cardeal ressaltou a coragem e determinação da Santa em buscar o essencial. “Santa Teresa encontrou dentro do carmelo a noção que a vida carmelita se esvaziou. Ela descobriu que para reformar era preciso voltar o olhar para aquilo que era essencial. E a partir de então, iniciou a sua reforma na construção dos mosteiros, sempre à procura do essencial, e sem ter medo de buscá-lo”, disse. Dom Cláudio lembrou que o Papa Francisco tem convidado a todos à missão, para ir ao encontro dos que mais sofrem. “O Papa Francisco deixa claro que é necessário levantar e se mover, assim como Santa Teresa não se acomodou na mesmice e foi em busca do essencial, apesar de sua vida contemplativa”, ressaltou, destacando, ainda, ser preciso que todos voltem ao essencial, que é a misericórdia. Ainda segundo o Arcebispo Emérito, Santa Teresa soube compreender que o essencial era a misericórdia de Deus e percebeu que as leis estavam tirando o essencial.

Um novo carmelo Conhecida por ser a reformadora do carmelo, Santa Teresa, aos 20 anos, entrou para o Convento Carmelita da Encarnação em Ávila, na Espanha. No carmelo, pôde perceber que a essência da vida contemplativa havia se perdido, dando lugar ao relaxamento e ao comodismo. Indignada com aquela situação, Santa Teresa apegou-se à cruz de Cristo, buscando sabedoria para reaflorar os carismas do carmelo. Tocada pelo olhar da imagem de um Cristo sofredor, voltou ao fervor da espiritualidade carmelita. Foi amiga do seu conselheiro espiritual, São João da Cruz, também doutor da Igreja, místico e reformador da parte masculina dos carmelitas. Por meio de contatos místicos e com a orientação de São João da Cruz, iniciou, aos 40 anos, já com a saúde abalada, a reforma do carmelo feminino. Começou fundando o Carmelo de São José, fora dos muros de Ávila. Daí, partiu para todas as direções da Espanha, criando novos carmelos e reformando os antigos. (Com informações do Site Canção Nova)

Juventude em Tarde Cultural nos setores Imigrantes e Vila Mariana Depois dos setores Anchieta e Cursino, chegou a vez dos setores Imigrantes e Vila Mariana realizarem a Tarde Cultural em preparação para o Dia Nacional da Juventude (DNJ), com o tema “Juventude construindo uma nova sociedade”. O evento aconteceu no domingo, 18, na Paróquia Nossa Senhora da Saúde, e contou com mais de cem jovens e lideranças das paróquias Nossa Senhora das Graças, São João Batista e São Judas Tadeu, pelo Setor Imigrantes; e Nossa Senhora da

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Saúde, Nossa Senhora Aparecida de Moema, Santa Rita de Cássia e São Francisco de Assis, pelo Setor Vila Mariana. Integrantes da Pastoral Vocacional, das Irmãs Dominicanas do Colégio Nossa Senhora do Rosário e leigas consagradas seculares scalabrinianas também participaram do encontro, que consistiu na reflexão do tema do DNJ e de apresentações musicais e teatrais das várias paróquias, consolidando a articulação do Setor Juventude na Região.

José Eduardo Rodrigues

Participantes posam para foto em Tarde Cultural dos setores Imigrantes e Vila Mariana

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| Sínodp da Família | 23 L’Osservatore Romano

XIV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, segue até o domingo, 25, no Vaticano, com temática sobre a família Filipe David

osaopaulo@uol.com.br

A XIV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, reunida para tratar da “vocação e missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”, começou no dia 4 e deve continuar até o domingo, 25. O documento de trabalho – Instrumentum Laboris (IL) – utilizado pelos bispos foi composto a partir do produto final da última assembleia – a Relatio Synodi –, no ano passado, e das respostas a um questionário enviado a todas as igrejas locais sobre o mesmo assunto. Para a assembleia atual, o IL foi dividido em três partes. Cada uma é considerada por todos os participantes reunidos juntos, que ouvem diversas intervenções sobre os temas em discussão, e também por 13 círculos de trabalho menores (reunidos por língua: francês, inglês, italiano, espanhol e alemão), nos quais os participantes podem aprofundar a discussão. Cada grupo produz um relatório sobre cada uma das três partes do IL. A partir de todas essas colaborações, uma comissão escolhida pelo Papa Francisco deverá elaborar um relatório final, que será submetido à aprovação da assembleia no sábado, 24. O documento final será, então, enviado ao Santo Padre, que é o responsável pelas decisões. As duas primeiras partes do IL já foram analisadas e os relatórios dos 13 círculos, publicados. A terceira parte ainda estava em discussão quando essa matéria foi escrita.

Críticas gerais feitas ao Instrumentum Laboris

Duas críticas ao IL foram recorrentes em quase todos os círculos menores. A primeira é a carência de citações e de fundamento bíblico no texto. Os padres defenderam o uso de uma linguagem mais próxima das Sagradas Escrituras e não apenas de mais citações bíblicas, e sim de uma compreensão mais aprofundada das passagens citadas. A segunda crítica recorrente ao texto do IL foi a sua apresentação caótica ou a falta de ordem entre as diversas partes, que poderiam estar organizadas de forma mais lógica e orgânica. O círculo anglófono D, por exemplo, afirmou que “boa parte do texto [do IL] é falha ou inadequada, especialmente em sua teologia, clareza, confiança no poder da graça, no uso das Escrituras e em sua tendência a ver o mundo apenas com o olhar ocidental”. Ainda segundo esse grupo, “a linguagem do texto é muito cuidadosa e politicamente correta, o que faz com que o seu

Papa Francisco em um dos momentos do Sínodo dos Bispos, que segue até domingo, dia 25, com famílias e padres sinodais de todo o mundo

O que realmente tem sido discutido no Sínodo? conteúdo seja pouco claro e, algumas vezes, incoerente”. Outro ponto criticado foi a falta de uma definição clara de família. Segundo o círculo italiano A, é preciso deixar claro que “o único modelo de família que corresponde à Doutrina da Igreja é o que é fundado pelo Matrimônio entre um homem e uma mulher”.

Os desafios da família

A primeira parte do IL trata dos desafios da família no mundo de hoje, no seu contexto antropológico, cultural, social e econômico, bem como na sua relação à inclusão, à afetividade e à vida. Sobre esse ponto, boa parte dos participantes considerou negativa demais a descrição dos desafios da família e – para evitar todo tipo de desespero ou desmotivação – sugeriu que se começasse o texto com uma exposição da beleza do Matrimônio e da família, lembrando que muitas pessoas dão testemunho de vida, vivendo o ideal da família cristã integralmente. Outro ponto mencionado por diversos grupos é a necessidade de tratar com profundidade da ameaça à família que é a ideologia de gênero, mostrando por que se trata verdadeiramente de uma ideologia que tem sido imposta à sociedade por meio de organizações internacionais. O círculo francófono C, por exemplo, afirmou que “ao tentar impor um ponto de vista que nega a relação entre a identidade sexual e o ser sexuado que somos no nosso corpo, dissolve-se a família, a pater-

nidade e maternidade, o amor humano no que ele tem de mais nobre e humanizante”. O respeito à vida humana e à cultura da vida também estão entre as preocupações dos padres sinodais. O grupo anglófono B sublinhou que “a vida antes do nascimento está ameaçada pela difusão da prática do aborto e do infanticídio. A cultura da vida deve também acolher os idosos e os que possuem necessidades especiais”. O grupo de língua espanhola A ressaltou a importância de se procurar entender as causas da crise da família antes de tentar solucioná-la. Também chamou a atenção para a ruptura que foi operada na cultura e na sociedade entre o amor, a sexualidade, a procriação e a educação dos filhos dentro do Matrimônio. Também foram mencionadas a importância das políticas públicas para o fortalecimento das famílias e a necessidade de se explicar – como se faz habitualmente com a mulher – o papel do homem como pai e marido, no seio da família.

O discernimento da vocação da família

A segunda parte do IL trata da vocação da família, discutindo a família e a pedagogia divina, a vida da Igreja e o caminho que leva à sua plena realização. O relatório mais polêmico é provavelmente o do círculo de língua alemã, que implicitamente e confusamente sugere que – devido à dificuldade de se aplicar princípios

morais universais aos casos concretos – deveria haver uma maior flexibilidade na aplicação prática da Doutrina sobre a indissolubilidade do Matrimônio. O trecho em questão é o seguinte: “Não se trata de exceções, às quais a Palavra de Deus não seria aplicável, mas da aplicação justa e apropriada das palavras de Jesus – por exemplo, as palavras sobre a indissolubilidade do Matrimônio”. Segundo esse mesmo grupo, é preciso “evitar toda impressão de que as Sagradas Escrituras sejam usadas apenas como uma fonte de convicções dogmáticas, jurídicas ou éticas”. O grupo também criticou a noção de “casamento natural”, que seria algo culturalmente moldado. Outros grupos sugeriram que a indissolubilidade do Matrimônio seja apresentada de forma clara, mas não como um fardo, e sim como um dom e um chamado de Deus. O grupo francófono A, por exemplo, pede que os termos fidelidade e indissolubilidade “sejam percebidos não como algo adicionado ao compromisso, mas como profundamente integrados à linguagem de amor, e compreendidos em sua dimensão teologal”. Outros pontos mencionados foram a necessidade de não absolutizar a família – lembrando que o Matrimônio não é uma via única, pois o celibato e a vida consagrada também são vocações de amor – e o risco de se deixar enganar por falsas oposições, como entre teologia e pastoral ou entre verdade e misericórdia.


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