Luciney Martins/O SÃO PAULO
Da Síria para São Paulo, a história de refúgio de Fitoon
EDITORIAL Pichação da Catedral e a cultura da morte
Junto à família, Fitoon Assi está no Brasil há quase dois anos e hoje mantém a loja “Jardim de Damascos”, na avenida Paulista. Mas o caminho não foi fácil desde que teve a casa bombardeada pela guerra que, desde 2011, acontece na Síria.
“No ambiente do Estado Democrático de Direito está garantida a livre manifestação. Mas a agressão feita à Catedral revela a intolerância e a violência do movimento pró-aborto”. Página 2
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Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 60 | Edição 3076 | 5 a 10 de novembro de 2015
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A morte de uma pessoa querida é desafio humano e questionamento para a fé A escultura de Victor Brecheret intitulada “Sepultamento” é uma das muitas obras de arte que contam histórias no Cemitério da Consolação, o primeiro da cidade. Mas falar sobre a morte e o luto não é tão simples, mesmo para quem crê na ressurreição. Página 11
Em ato de vandalismo, abortistas picham Catedral “Não foi um gesto bonito e nem respeitoso. Será que esse ato dignifica a mulher? Devemos lutar pela dignidade e respeito à mulher, mas também pelo respeito
à vida não nascida”, disse o Cardeal Scherer, ao comentar o ato de vandalismo de grupos próaborto que picharam a Catedral da Sé na sexta-feira, 30. No domingo,
dia 1º, jovens e moradores em situação de rua, voluntariamente, mobilizaram-se para limpar as pichações. Página 10
‘Expressão viva do amor misericordioso de Deus’
O SÃO PAULO apresenta um olhar sobre a Comunidade Aliança de Misericórdia, que celebrou a renovação da aprovação dos seus estatutos e o reconhecimento eclesial, na missa do domingo, dia 1º, na Catedral da Sé. Páginas 12 e 13
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Dia de Finados: Com Cristo, a fé na ressurreição Em cemitérios e igrejas, foi dia de fazer memória aos fiéis defuntos. Na Catedral da Sé, Dom Odilo presidiu missa, e na cripta conduziu um momento de oração pelo sufrágio das almas de seus predecessores na Arquidiocese. Páginas 7, 18, 19, 20 e 21
Sínodo: o ensinamento da Igreja sobre a família
O SÃO PAULO apresenta síntese da segunda parte do relatório final do Sínodo dos Bispos sobre a família, na qual se detaca a Palavra de Deus e as orientações da Igreja para os diferentes desafios familiares. Página 23
2 | Ponto de Vista |
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Editorial
Pichação da Catedral reflete a violência da cultura da morte
A
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados aprovou, no último dia 21 de outubro, o projeto de lei 5.069, que desfere forte golpe na cultura da morte. Diante do fato de que a autodeclaração de estupro, pura e simples, era, na prática, a legalização do aborto no Brasil, o texto diz que, a partir de agora, para que o médico possa fazer o aborto, será necessário exame de corpo de delito e comunicação à autoridade policial. A lei também diz que será passível de punição pelo crime de aborto não apenas quem o pratica, mas qualquer pessoa que atue para facilitar
ou concorrer para que ele aconteça. Qualquer pessoa de bom senso, crente ou não, deveria ser a favor da medida. Como defender a facilitação de um crime? Como não ver que quem é cúmplice do ato também é responsável? A maioria da população brasileira defende a vida desde sua concepção. Mas ativistas pró-aborto se mobilizam, afirmando representar a vontade da mulher brasileira. Diante da aprovação do PL 5.069, grupos de feministas fizeram protesto na avenida Paulista e foram à praça da Sé. O ato descambou para o vandalismo, quando manifestantes picharam a Catedral com frases
ofensivas contra a Igreja, o Papa e a Religião. A Arquidiocese de São Paulo lamenta não só esse ato de vilipêndio ao templo, mas o ataque à Catedral, que, ao longo dos anos, se tornou um símbolo em defesa da liberdade. Por várias vezes, líderes de vários credos e vertentes políticas encontraram nela um ambiente onde se combateu a violência, em suas várias facetas. No ambiente do Estado Democrático de Direito está garantida a livre manifestação. Mas a agressão feita à Catedral e a tudo o que ela representa, revela a intolerância e a violência do movimento próaborto.
Mas a luz é mais forte do que as trevas. Pouco mais de 24 horas depois, jovens e sofredores de rua foram à Sé para limpar a sujeira, em ato silencioso de amor, não apenas pela Catedral, mas pelos bebês protegidos pelo PL 5.069. Durante o ato, Dom Odilo Pedro Scherer lembrou que “a Igreja é contra tudo que agride a dignidade da mulher” e ressaltou que “quem luta pelo respeito à mulher deve lutar também pela dignidade da vida não nascida”. Fazendo eco ao nosso Pastor, continuemos defendendo a dignidade humana de todos: dos nascidos e dos não nascidos.
Opinião
Vamos rezar pelo Brasil! Arte: Sergio Ricciuto Conte
Ana Lydia Sawaya Quando olhamos para os governantes ou políticos do Brasil, é fácil pensar que Deus dorme... O cinismo é generalizado e baseia-se no seguinte raciocínio: todos roubam e têm que roubar, arrancar dinheiro a qualquer custo e qualquer preço de tudo e de todos que conseguirem, senão, não se ganha a eleição. Não sabemos, mas pode ser que haja exceções para chegar à classe dos políticos que não atravessaram esse modus operandi. Não é difícil de constatar, porém, que se houver políticos e partidos que chegaram ao poder sem fazer nada de ilegal ou moralmente errado são pouquíssimos. E, sobretudo, não aparecem para o povo brasileiro, não se distinguem claramente dos outros; ou não podem se distinguir, a preço de serem perseguidos, isolados e não conseguirem fazer nada quando eleitos. E então? É verdade que Deus dorme? É verdade que Ele não faz nada e repousa em berço esplêndido no seu mundo celestial e longe dos brasileiros? Claro que não! Mas será que podem acontecer milagres e essa situação mudar e todos os “cínicos” que estão no poder atualmente serem trocados e vir alguém que ame o povo brasileiro e, sobretudo, os pobres? Que sinta verdadeira dor em seu coração de ver os milhões de pobres que em 2015 e nos próximos anos irão cair de novo abaixo da linha de pobreza? Alguém que seja realmente corajoso e saiba confiar no bem e não apenas em si mesmo e no poder de barganhar com os outros? Calcula-se que o dinheiro roubado
ultrapasse R$ 20 bilhões e, para tal montante, é muito verossímil que o número de pessoas envolvidas ultrapasse a milhares, em todos os níveis, embora os chefes possam ser poucos, tamanho é o poder nas mãos deles. Então, o que podemos fazer nós, católicos? Este é um momento de “prova”, como diz o homem bíblico. É um momento precioso para quem confia em Deus; de “vestir-se de saco” e “cobrir a cabeça com cinzas”, conforme faziam os judeus no Antigo Testamento para suplicar a intervenção de Deus. É o momento de voltarse para o Deus bom e misericordioso, neste tempo especial que toda a Igreja
reza pela misericórdia conforme nos pediu Papa Francisco, esse Deus que nunca dorme, mas trabalha sempre e cheio de desejo de fazer o bem para o seu povo e pedir-lhe: Haja, Senhor bom e clemente! Cuide de nós! Proteja-nos contra os homens que agem mal, poços de vaidade e iludidos de que sua prata e seu ouro conseguirão garantir-lhes a felicidade. Cuida, sobretudo, dos pobres! Ajuda o povo brasileiro a amadurecer a situação de democracia ainda tão frágil e muito longe de ser adequada à estatura desse grande País. Os primeiros corajosos devemos ser nós ao ter coragem de pedir a
Deus isso! E não se resignar no desânimo, desencorajados ao ver o Brasil empobrecendo. Pesquisadores mostram que o Programa Bolsa Família ajudou, sobretudo no Nordeste, e que os governantes antes de Lula deveriam ter tido a coragem que ele teve de ampliar esse programa (que já tinha sido desenhado), mas, em longo prazo, ele cria apenas dependência do governo e de quem está no governo, pois não é uma política emancipatória. Sabemos, também, que não se acaba com a pobreza por decreto e que a única via real, definitiva e a longo prazo para acabar com a miséria e que é boa para os pobres, é a via da educação; e que o gargalo para isso é a melhoria da qualidade da educação das crianças. Assim, peçamos a Deus também que nos mande governadores, políticos, promotores, juízes que tenham a coragem de aumentar o salário dos professores, diminuir o número de alunos por sala e melhorar as condições da escola. Esse gasto é pouco visível, e por isso, pouco valorizado pelos governantes. Seu efeito não dá votos e nem é de curto prazo. O que nos impede de sermos ousados e pedir com todo o nosso coração pelo Brasil? Nada. E o Senhor bom e clemente certamente nos ouvirá, ainda mais se formos insistentes... Além disso, o que podemos ainda fazer? Sermos sérios e corretos em nosso trabalho e cuidarmos da educação em casa dos nossos filhos, pois eles podem ser os novos governadores de amanhã. Ana Lydia Sawaya é professora da Unifesp, fez doutorado em Nutrição na Universidade de Cambridge. Foi pesquisadora visitante do MIT e é conselheira do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP.
As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.
Semanário da Arquidiocese de São Paulo
Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator chefe: Daniel Gomes • Reportagem: Cônego Antônio Aparecido Pereira, Edcarlos Bispo, Filipe David, Nayá Fernandes e Renata Moraes • Institucional: Rafael Alberto e Fernando Geronazzo • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Secretaria de Redação: Djeny Amanda • Assinaturas: Ariane Vital • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Revisão: Maria Aparecida Ferreira • Impressão: S.A. O ESTADO DE S. PAULO • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.
cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo
Aproxima-se o início do Ano Santo extraordinário da Misericórdia, proclamado pelo Papa Francisco no dia 11 de abril passado, com a Bula Misericordiae Vultus (O Rosto da misericórdia do Pai é Jesus Cristo). Anos Santos, ou Jubileus, são celebrados ordinariamente a cada 25 anos; se acontecem fora dessa sequência, eles são chamados “Jubileus extraordinários”. O Papa fará a abertura do “Jubileu extraordinário da Misericórdia no dia 8 de dezembro de 2015 para toda a Igreja. No domingo seguinte, dia 13 de dezembro, serão abertas as Portas Santas nas dioceses de todo mundo. No mesmo dia, também em São Paulo haverá a abertura da Porta Santa na Catedral da Sé e em outras cinco igrejas. As celebrações do Jubileu da Misericórdia se estenderão até o Domingo de Cristo Rei do ano seguinte, 20 de novembro de 2016. Ano Santo, ou Jubileu, é um tempo propício para louvar e agradecer com alegria (“júbilo”), para acolher graças especiais de Deus, por meio do serviço da Igreja. Mas também é um “tempo favorável” para buscar mais intensamente o encontro com Deus e com os irmãos. No Ano Jubilar, somos chamados à conversão de vida, ao arrependimento, à reconciliação com Deus e com
Ano Santo da Misericórdia o próximo e a renovar-nos espiritualmente mediante o perdão de Deus, que abre “os tesouros de sua misericórdia” (cf. Ef 2,4), sendo indulgente para conosco, pecadores. A conclusão do Ano Jubilar, na festa solene de Cristo Rei de 2016, também tem um significado especial: toda a nossa vida e toda a história da humanidade estão sob o signo da misericórdia de Deus, manifestada a nós por meio de Jesus Cristo. No final de nossa vida terrena, encontraremos Jesus Cristo glorificado, Senhor e Juiz de cada um de nós e também da história. Todos esperamos que Ele seja um juiz clemente e misericordioso. Mas sabemos, desde agora, que “o juízo será sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia” (cf. Tg 2,13). Alguns motivos especiais levaram o Papa Francisco a proclamar o Jubileu extraordinário da Misericórdia. Antes de tudo, porque a Igreja comemora o 50º aniversário da conclusão do Concílio Ecumênico Vaticano II, iniciado em outubro de 1962 e encerrado em 8 de dezembro de 1965. Francisco lembra-nos que o Concílio foi uma grande bênção para a Igreja e para a humanidade e que ele já produziu muitos frutos ao longo destes 50 anos. Portanto, temos muito a agradecer a Deus. Ao mesmo tempo, resta ainda muito por fazer para que as decisões do Concílio sejam postas mais plenamen-
te em prática. O Concílio representou um grande esforço da Igreja para evangelizar mais e melhor. Todos os seus documentos são orientados pela preocupação de evangelizar mais e melhor. E o Papa São João XXIII, no discurso de abertura do Concílio, em 1962, dizia que era chegado o tempo em que a Igreja devia usar menos o bastão da severidade que o remédio da misericórdia para chegar a todas as pessoas e levar a todos a Boa-Nova da salvação. Pois bem, 50 anos depois, a “nova evangelização” parte das mesmas preocupações do Concílio: evangelizar sempre, de maneira adequada, com coragem, esperança e alegria, sem se cansar. E sem esquecer que o Evangelho é, antes de tudo, o “belo anúncio” do amor misericordioso de Deus para todas as pessoas: “tanto Deus amou o mundo, que lhe entregou seu Filho único, para que todo aquele que nele crer, não morra para sempre, mas tenha a vida eterna” (cf. Jo 3,16). Evangelizar é anunciar e testemunhar a misericórdia infinita de Deus para com a humanidade. Recomendo a leitura atenta da Bula Misericordiae Vultus, de proclamação do Ano Santo extraordinário da Misericórdia, do Papa Francisco. De minha parte, publicarei em breve uma Carta Pastoral com orientações para celebrar e viver bem o Jubileu da Misericórdia na Arquidiocese de São Paulo.
| Encontro com o Pastor | 3 Coletiva de imprensa sobre o Sínodo
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Durante coletiva de imprensa realizada na Cúria Metropolitana de São Paulo no dia 28, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, na companhia de Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese e vigário episcopal para a Pastoral da Comunicação, falou sobre a assembleia ordinária do Sínodo dos Bispos, em outubro, que abordou sobre a vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo. “O Sínodo foi um grande momento da vida da Igreja, que o Papa convoca para ouvir sobre um tema que ele próprio se pronunciou”, destacou o Cardeal, enfatizando que o tema da família foi amplamente abordado, por meio de palavras de encorajamento aos jovens que formam família e um olhar sobre famílias que sofrem por alguma circunstância. “A família é um bem da humanidade, e deve gerar interesse nos Estados”, afirmou o Cardeal. Segundo o relatório final do Sínodo, casos como casais de segunda união, divorciados e homossexuais foram discutidos no Sínodo, mais não foram o centro de tudo. Dom Odilo lembrou que o Sínodo não decidiu nada, pois é consultivo: o Papa consulta a Igreja sobre o tema a ser discutido, e o Pontífice leva em conta os apontamentos do Sínodo para elaborar uma exortação apostólica pós-sinodal. (Com informações do Portal da Arquidiocese – www.arquisp.org.br)
Encontro com padres novos Arquivo pessoal
De terça-feira, 3, a quinta-feira, 5, o Cardeal Scherer conduziu o encontro anual com padres novos, em Campos do Jordão (SP), reunindo sacerdotes com até oito anos de ordenação que atuam na Arquidiocese de São Paulo.
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Liturgia e Vida
Você Pergunta
32º DOMINGO DO TEMPO COMUM 8 DE NOVEMBRO DE 2015
A Igreja aceita a teoria da evolução?
Poder e misericórdia ANA FLORA ANDERSON A oração deste domingo pede ao Deus do poder e da misericórdia que Ele nos liberte de tudo que prejudique nossa disponibilidade. Na primeira leitura (2 Reis 17, 10-16), o profeta Elias sai em missão e no caminho encontra uma viúva pobre. Ele lhe pede água e pão, mas ela responde que com tão pouca farinha que possui pretende fazer apenas um pão para ela mesma e para o filho e depois esperar a morte. Em nome de Deus, Elias promete que se ela partilhar o pouco que tem, Deus garantirá pão suficiente para a sobrevivência dela e do filho. A viúva acreditou e Deus a abençoou. A segunda leitura (Hebreus 9,
24-28) apresenta o próprio Jesus como o pobre que ofereceu sua própria vida para destruir o poder do pecado no mundo. O Evangelho de São Marcos (12, 38-44) faz parte de um ensinamento de Jesus sobre as autoridades religiosas de seu tempo. Eles querem mostrar seu poder usando roupas vistosas e tomando o primeiro lugar. Para Jesus, porém, o pior é o fato de usarem os ritos religiosos para tirar dinheiro dos mais pobres. Jesus termina apontando uma pobre viúva que, diante do Templo, oferece duas moedinhas representando tudo que possui. Ele conclui afirmando ser ela o modelo da pobreza que generosamente oferece tudo que tem.
Atos da Cúria NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL Em 12 de outubro de 2015, foi nomeado Vigário Paroquial “ad nutum episcopi” da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, da Região Episcopal Brasilândia, Setor Pastoral Jaraguá, o Revmo. Pe. Júlio Fabiano Rodrigues Afonso, ISch. Em 8 de outubro de 2015, foi nomeado Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Conceição – Santa Ifigênia, da Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Catedral, o Revmo. Pe. João Batista Lopes, SSS. NOMEAÇÃO DE ADMINISTRADOR PAROQUIAL Em 19 de outubro de 2015, foi nomeado Administrador Paroquial da Paróquia Santo Antônio de Pádua, da Região Episcopal Lapa, Setor Pastoral Rio Pequeno, o Revmo. Pe. Antonio Francisco Ribeiro, pelo período de 19 de outubro de 2015 a 30 de abril de 2016. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE CAPELÃO Em 27 de outubro de 2015, foi nomeado Capelão da comunidade de fiéis do Hospital do Servidor Público, na Região Episcopal Ipiranga, Setor Pastoral Anchieta, o Revmo. Pe. José Lino Mota Freire, pelo período de 1 (um) ano.
padre Cido Pereira osaopaulo@uol.com.br
O Ronaldo, de Embu das Artes (SP), não disse seu sobrenome. Ele quer saber como a Igreja avalia a teoria da evolução. Ronaldo, já houve muita discussão sobre isso. A questão se coloca no binômio: ciência e fé. A Igreja entende hoje que ciência e fé não se opõem nem precisam se opor. Porque se de um lado a ciência explica, do outro lado a fé busca os porquês que se escondem por trás da realidade explicada pela ciência. Vamos exemplificar com a teoria da evolução.
Tudo bem que a ciência explique como se deu a evolução. Mas nós podemos tranquilamente afirmar que Deus estava por trás dessa evolução e se revelou num momento desta história ao homem, exatamente naquele momento em que o homem pôde tomar consciência de sua existência, pôde perceber que era diferente das demais criaturas, pôde refletir sobre o seu passado, o seu presente e o seu futuro. A ciência nos explica como o homem, após um grande caminho evolutivo, se tornou a ponta de lança de toda a criação. A religião nos explica que este mesmo
homem foi criado à imagem de Deus e tem uma origem e um destino divinos. Na verdade, Ronaldo, o saudoso São João Paulo II fez uma belíssima encíclica em que fala da perfeita harmonia que pode existir entre a fé e a razão. Quanto aos questionamentos que você vai ouvir de ateus criticando a Bíblia, a melhor resposta é: respeitamos as descobertas da ciência, mas respeitamos também a Palavra de Deus que nos dá o dom da fé para questionarmos a razão. Na verdade, a fé não é absurda, como querem muitos homens da ciência. A fé ilumina a razão.
C O M U N I C A D O PARA AS PARÓQUIAS REABERTURA DE PRAZO PARA ADESÃO AO PPI PROGRAMA DE PARCELAMENTO INCENTIVADO MUNICIPAL A Prefeitura de São Paulo reabriu o Programa de Parcelamento Incentivado (PPI), direcionado aos contribuintes com dívidas de tributos e multas municipais, como Imposto Predial Territorial e Urbano (IPTU), Imposto Sobre Serviços (ISS), Taxa de Resíduos Sólidos de Saúde (TRSS) ou ainda, multas de posturas autuadas pelas Subprefeituras e demais órgãos, como o PSIU (Programa de Silêncio Urbano) com fatos geradores ocorridos até 31 de dezembro de 2014. O prazo de adesão vai de 01 de novembro 2015 a 14 de dezembro de 2015. O PPI permite aos contribuintes parcelarem o seu débito com o Município ou quitá-lo com a redução de encargos moratórios. Para pagamento à vista, a redução é de 75% no valor das multas e 85% dos juros. Em caso de parcelamento, é possível reduzir 50% o valor de multas e 60% dos juros. Havendo interesse dos Senhores Párocos em aderir ao PPI, favor manter contato com o Departamento Jurídico da Mitra Arquidiocesana de São Paulo de segunda à sexta-feira das 13h às 17h, telefone 3660-3728, e-mail tributario.mitra@terra.com.br
NOTA DE ESCLARECIMENTO
OBRA DE SANTA ZITA DO CORAÇÃO EUCARÍSTICO DE JESUS, também conhecida como OBRA DE SANTA ZITA, entidade católica, inscrita no CNPJ/ MF nº 60.555.521/0001-37, com sede à Avenida Higienópolis nº 720, São Paulo, SP, torna público para todos os fins de fato e de direito que não mantém relação contratual de prestação de serviços advocatícios com o escritório BULL ADVOGADOS ASSOCIADOS – ASSESSORIA JURÍDICA EMPRESARIAL, com inscrição na OAB/SP sob nº 6479 e sede à Avenida São Luiz nº 50, conjunto 61, São Paulo-SP, desde de 20 de Outubro de 2015, com ressalva as obrigações previstas na Lei nº 8.906 de 04 de julho de 1994.
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Espiritualidade Ser ‘uma Igreja sinodal’ Dom Edmar Peron
D
Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém
urante o desenvolvimento da 14ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos - empenhada com a questão atualíssima da vocação e missão da família na Igreja e no mundo -, realizou-se a comemoração, no dia 17 de outubro, do cinquentenário da Instituição do Sínodo dos Bispos. Na ocasião, em seu discurso, o Papa Francisco honrou essa Instituição, criada pelo Beato Paulo VI para “repropor a imagem do Concílio Ecumênico e refletir o seu espírito e o seu método”, e indicou a sinodalidade como uma experiência a ser vivida por toda a Igreja: “Desde o Concílio Vaticano II até à atual Assembleia, temos experimentado de forma cada vez mais intensa a necessidade e a beleza de ‘caminhar juntos’. [...] Devemos continuar por essa estrada. O mundo em que vivemos e que somos chamados a amar e servir, mesmo nas suas contradições, exige da Igreja o reforço das sinergias em todas as áreas da sua missão. O caminho da sinodalidade é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milênio”, pois, segundo São João Crisóstomo: “Igreja e Sínodo são sinônimos”.
Penso que seja possível destacar do discurso do Papa Francisco – esperando não trair seu pensamento – alguns elementos que caracterizam a sinodalidade como “dimensão constitutiva da Igreja”. A escuta. “Uma Igreja sinodal é uma Igreja da escuta. [...] É uma escuta recíproca, em que cada um tem algo a aprender. Povo fiel, Colégio Episcopal, Bispo de Roma: cada um à escuta dos outros; e todos à escuta do Espírito Santo, o “Espírito da verdade” (Jo 14,17), para conhecer aquilo que Ele “diz às Igrejas” (Ap 2,7)”. A autoridade do “abaixar-se”. “A Igreja nada mais é do que este ‘caminhar juntos’ do Rebanho de Deus pelas sendas da história ao encontro de Cristo Senhor”, por isso, “dentro dela ninguém pode ser ‘elevado’ acima dos outros. Pelo contrário, na Igreja, é necessário que alguém ‘se abaixe’ pondo-se ao serviço dos irmãos ao longo do caminho”. [...] É servindo o Povo de Deus que cada bispo se torna, para a porção do Rebanho que lhe está confiada, vicarius Christi, vigário daquele Jesus que, na Última Ceia, ajoelhou-se para lavar os pés dos Apóstolos (Jo 13,1-15). E, num tal horizonte, o Sucessor de Pedro nada mais é do que servus servorum Dei. [...] Para os discípulos de Jesus, ontem, hoje e sempre, a única autoridade é a autoridade do serviço, o único poder é o poder da cruz” conforme nos ensinou o Senhor (Mt 20, 25-27). Os organismos de comunhão da Igreja Particular: o Sínodo diocesano, o Conselho Presbiteral, o Colégio dos Consultores, o Cabido de Cônegos e o Con-
| Fé e Vida | 5
Fé e Cidadania Educação para todos selho – Pastoral. Eles poderão cooperar eficazmente para a formação de Igreja sinodal, sendo espaço de “escuta e partilha”, unicamente se “permanecerem ligados a ‘baixo’ e partirem do povo, dos problemas do dia a dia”. O Ecumenismo. “Em uma Igreja sinodal, também o exercício do primado petrino poderá receber maior luz” e – “sem renunciar de modo algum ao que é essencial da sua missão, se abra a uma situação nova”, como afirmou São João Paulo II –, é necessário e urgente “pensar ‘numa conversão do papado’ (EG 32)”. A humanidade. “Uma Igreja sinodal é como estandarte erguido entre as nações (Is 11,12) num mundo que, apesar de invocar participação, solidariedade e transparência na administração dos assuntos públicos, frequentemente entrega o destino de populações inteiras nas mãos gananciosas de grupos restritos de poder. Como Igreja que ‘caminha junta’ com os homens, compartilhando as dificuldades da história, cultivamos o sonho de que a redescoberta da dignidade inviolável dos povos e da função de serviço da autoridade poderá ajudar também a sociedade civil a edificar-se na justiça e na fraternidade, gerando um mundo mais belo e mais digno do homem para as gerações que hão de vir depois de nós”. Desse modo, o caminho para ser uma Igreja sinodal passa por um olhar atento à dinâmica interna da própria comunidade eclesial, às suas relações ecumênicas e às preocupações com a humanidade inteira, que habita “a casa comum”.
Cônego Antonio Manzatto Estudantes, professores e pais de alunos foram às ruas protestar contra mudanças na forma de organização do ensino público estadual em São Paulo. Não estão satisfeitos com as alterações propostas e foram às ruas gritar seu descontentamento. As notícias na imprensa foram discretas a respeito, mas protestos ocorreram em todo o Estado. A Secretaria Estadual da Educação propõe reorganizar a distribuição dos alunos nas escolas, que passarão a atender exclusivamente um dos três ciclos de ensino: o primeiro alcança os alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, o segundo, atende os alunos do 6º ao 9º ano do fundamental, e o terceiro reúne os três anos do ensino médio. Cerca de 1 milhão de alunos terão de ser realocados e mais de mil escolas serão atingidas, algumas inclusive vão fechar as portas. A Secretaria justifica sua decisão com base na melhoria da qualidade de ensino, afirmando que a escola poderá acompanhar melhor os alunos se atender apenas um dos ciclos. Diz ainda que, por conta da diminuição da população em idade escolar, há redução no número de estudantes que procuram a rede pública, algo como 2 milhões nos últimos anos. A questão que aflige pais e estudantes é o local onde deverão continuar seus estudos, sobretudo as regiões mais periféricas que contam com menor número de escolas. Diz a Secretaria que os alunos serão transferidos para escolas com distância de até 1,5 quilômetro de sua casa, mas há quem duvide disso por razões óbvias: a localização das escolas. Que há que se cuidar da qualidade de ensino, não há dúvida. Curioso é notar que, segundo o Censo Escolar, ao mesmo tempo em que o número de alunos diminui na rede pública, aumenta na rede privada. É como que se um processo surdo de privatização estivesse em voga no Estado. Sem esquecer que existe ainda uma população bastante numerosa que não vai à escola. O ideal seria que se investisse em qualidade de ensino, sim, mas que este pudesse ser acessível a todos, começando pelos mais pobres. A redução de vagas na rede pública não vai facilitar o acesso dos mais pobres a uma educação de qualidade.
Diz a Secretaria que os alunos serão transferidos para escolas com distância de até 1,5 quilômetro de sua casa, mas há quem duvide disso por razões óbvias: a localização das escolas.
6 | Viver Bem |
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Comportamento
A China pede filhos! Valdir Reginato Chamou a atenção no noticiário recente o fato de a China estar liberando os casais, oficialmente, a ter dois filhos. Após décadas de uma política que limitava a família chinesa ao filho único, ela vem agora solicitando que os casais possam ter mais filhos! A consequência da política anterior levou a um envelhecimento precoce da média da população, que ameaça economicamente o futuro próximo por não poder repor a força da juventude, que vai se mostrando insuficiente para sustentar a população envelhecida e pobre. Além das consequências econômicas, outros agravantes foram verificados neste comportamento da população chinesa. Ocorreu uma desproporção crescente entre homens e mulheres, em favor dos homens, isso pelo fato de que quando as mulheres engravidavam de meninas, provocavam o aborto. Sem dúvida, o número de abortos na população chinesa é alarmante, e permitido pelo governo, o que ocorreu em todos os países que adotaram o regime comunista, desde a URSS com Lênin, já início do século XX. Naquele País, também se verificou essa dificuldade de crescimento da população, o que levou o próprio Stalin a estimular que as mulheres tivessem filhos! Na América latina, outro país que já se preocupa com o mesmo comportamento e suas consequências é Cuba, tanto com o número de abortos quanto com a dificuldade de estimular as mulheres a terem filhos. A mudança de comportamento das famílias chinesas, no entanto, não é tão fácil, quando durante anos se colocou a gravidez como uma “maldição” para o corpo da mulher, um “fardo insuportável” ao casal, estimulado, mais recentemente, a viver o he-
donismo e consumismo em vez do com o Matrimônio deve estar da generosidade e da temperança aberto a uma generosa disposição compartilhada. O fato de se cons- à graça de Deus quanto aos filhos, tituir uma sociedade com filhos com uma paternidade/materniolhando o próprio “umbigo”, sem dade responsáveis, alicerçada no dividir com irmãos, sem avaliar amor. É muito conhecido que sua responsabilidade com o futu- Malthus, no século XVIII, ao prero, mas apenas com seus prazeres ver a falta de comida e água para efêmeros e presentes, cria dificul- um crescimento desproporcional dades para que estes percebam a da população diante dos recursos alegria da abertura aos filhos, o naturais, não levou em consideradesafio do processo de educação, ção a capacidade de trabalho do e a riqueza que isso proporciona homem em superar dificuldades. no crescimento da pessoa e da so- Hoje, produzimos mais comida ciedade em geral. do que podemos comer. A falta A ocorrência não se reserva de alimentos ocorre pela ganânsomente aos países de regime co- cia na sua má distribuição e não munista. A Europa já se preocu- pela generosidade da Terra. pa bastante com a sua população “Por isso, não andeis preocumuito envelhecida e doente, sem pados dizendo: Que iremos cojovens para poder repor essas for- mer? Ou, que iremos beber? Ou, ças em futuro próximo. O caixa que iremos vestir? (...) vosso Pai da previdência vai para o “vo- celeste sabe que tendes necessilume morto”, e o resultado tem sido O casal comprometido avançar no tempo com o matrimônio deve do trabalhador antes de se aposentar. estar aberto a uma Política que tam- generosa disposição à bém já alcança o graça de Deus quanto Congresso Nacio- aos filhos, com uma nal no seu debate. paternidade/maternidade Ocorre que diante de pessoas que responsáveis, alicerçada não se aposentam, no amor há falta de espaço para o emprego aos jovens, o que dade de todas essas coisas. Busagrava a crise social. Precisáva- cai, em primeiro lugar, seu Reino mos ter jovens, mas não oferece- e sua justiça, e todas essas coisas mos oportunidade e emprego. Os serão acrescentadas.” (Mt 6, 31idosos continuam trabalhando, 33). Muito bem e oportunamente mas a cada dia necessitando mais alerta o Papa Francisco em sua de recursos de saúde, um dos as- Encíclica – “Laudato si’ – sobre pectos que compromete a crise o cuidado da casa comum”: se financeira. Parece que se chega a preservar os recursos com amor um impasse sem solução: afinal, é e generosidade, nada faltará de melhor ter filhos ou não aposen- essencial a todos. “Deus tomou o tar os idosos? homem e o colocou no jardim do A resposta já está há muito Éden para o cultivar e o guardar” tempo oferecida pela doutrina (Gn 2,15). da Igreja, orientada pelo Espírito Dr. Valdir Reginato é médico de família, Santo, na obediência às Palavras professor da Escola Paulista de Medicina e terapeuta familiar de Cristo. O casal comprometi-
Cuidar da Saúde
Novembro Azul - agora é a vez dos homens Cássia Regina O mês de novembro é direcionado para os cuidados dos homens. Muitos não vão ao médico com medo do exame de próstata. Porém, muito tem sido discutido sobre as vantagens e desvantagens de fazer esse exame. E a
conclusão é: a solicitação é individualizada, depende de cada paciente. Como saber se você deve fazer ou não? Seu médico irá responder. O mais importante é saber que o homem não é só “próstata”. Existe várias outras doenças silenciosas é extremamente importante que sejam
rastreadas. Este mês serve como um lembrete, pois o tempo passa rápido demais e nos esquecemos de cuidar da saúde. Procure seu médico ou uma unidade básica de saúde. E fique tranquilo até o próximo Novembro Azul Cássia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF)
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| Geral/Pastorais | 7 Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
Junto a padres e fiéis, Cardeal Scherer, arcebispo metropolitano, conduz momento de oração pelo sufrágio das almas de bispos já falecidos que estão sepultados na cripta da Catedral da Sé
‘Cremos na vida eterna, porque cremos em Jesus Cristo ressuscitado’ No Dia de Finados, na segunda-feira, 2, Cardeal Scherer presidiu missa em memória dos fiéis defuntos na Catedral da Sé Igor Andrade
Especial para O SÃO PAULO
No dia em que a Igreja celebrou a memória dos fiéis defuntos, na segundafeira, 2, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, presidiu missa na Catedral da Sé, animada pelo Coral
Paulistano que, pela primeira vez, interpretou “a missa de Requiem, de Mozart, na igreja mãe da Arquidiocese. Dom Odilo iniciou a homilia esclarecendo a importância do Dia de Finados, quando a Igreja convida ao fortalecimento da “nossa fé na vida eterna”. Explicitando a postura da fé católica ante a “um tema tão difícil como a morte”, o Arcebispo fez referência ao Símbolo Apostólico (“creio na ressurreição dos mortos e na vida eterna”). “Cremos na vida eterna, porque cremos em Jesus Cristo ressuscitado”, ressaltou o Cardeal. Citando a primeira leitura do dia, ex-
traída do livro de Jó, o Cardeal Scherer animou os fiéis na esperança cristã: “Eu sei que o meu Redentor está vivo e que, por último, se levantará sobre o pó, e depois que tiverem destruído esta minha pele, na minha carne, verei a Deus”, disse. “É através de Jesus que nós ganhamos a vida”, enfatizou. O Arcebispo, fazendo referência à segunda carta de São Paulo aos Coríntios – a segunda leitura daquele dia – lembrou que por causa de um homem (Adão), “a morte entrou no mundo; por causa de outro homem [Cristo], a vida foi restituída ao homem. Não uma vida passageira, mas uma vida eterna”. Diego Ferreira Ramos Machado
Dom Odilo concluiu a homilia citando sequência do Requiem, que, para ele é “a realidade de que um dia deveremos nos apresentar diante do julgamento de Deus”, e que esta vida não pode ser vivida de modo irresponsável, como se não tivessem consequências os atos do homem. Junto à equipe litúrgica e dos participantes da missa, o Cardeal desceu à cripta da Catedral, onde fez um momento de oração pelo sufrágio das almas de seus predecessores e acendeu uma vela em cada túmulo daqueles que o antecederam no pastoreio da Igreja em São Paulo.
Pastoral Afro Dia da Consciência Negra na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos
Equipe da Campanha da Fraternidade na Arquidiocese participa de formação, em Itaici, para a CF 2016, que falará sobre o saneamento básico
CF 2016: ‘Casa comum, nossa responsabilidade’ Diácono Francisco Gonçalves
Especial para O SÃO PAULO
Reunidos em Itaici, na cidade de Indaiatuba (SP), entre os dias 23 e 25, lideranças do Regional Sul 1 da CNBB começaram a planejar a Campanha da Fraternidade 2016 (CF), que será ecumênica e abordará a questão do saneamento básico e sua importância
para garantir desenvolvimento, saúde integral e qualidade de vida para todos. “Casa comum, nossa responsabilidade” será o tema da CF 2016. O lema bíblico apoia-se em Amós 5,24 que diz: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”. A equipe da Arquidiocese de São
Paulo planeja formações nos setores e a Pastoral da Ecologia e a Pastoral da Saúde da Arquidiocese, além das equipes coordenadoras da CF, atuarão conjuntamente e trabalharão antes, durante e no pós CF, com a Encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco, e o Ano da Misericórdia, dentro do contexto da 21ª Conferência do Clima, a ser realizada em dezembro de 2015, em Paris.
A Pastoral Afro da Arquidiocese de São Paulo promoverá na sexta-feira, 20, às 9h30, a missa em ação de graças pelo Dia da Consciência Negra, que será presidida por Dom Eduardo Vieira dos Santos, bispo auxiliar de São Paulo na Região Sé, na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, localizada no largo do Paissandu, no centro da cidade. A igreja, reformada no final do ano passado, é o principal templo de devoção na cidade a Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, tendo sido inaugurada em 22 de abril de 1908. A Pastoral Afro também informa que em 13 de setembro, no Centro Pastoral São José, na Região Belém, aconteceu o 14º Encontro de Mulheres Negras e Afrodescendentes, com o tema “Eu vim para Servir”. Interessados em conhecer mais sobre a Pastoral podem ligar em (11) 32276852 ou visitar a nova sede, localizada na Rua da consolação, 21, 6º andar, sala 61, no Anhangabaú.
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Destaques das Agências Internacionais
Filipe David
Correspondente do O SÃO PAULO na Europa
Antártida Contrariamente ao previsto, nível de gelo aumenta Enquanto as previsões mais apocalípticas dos defensores da tese do aquecimento global preveem o derretimento dos polos e o aumento do nível dos oceanos, um novo estudo
Iraque 2 milhões de crianças sem acesso à educação no País
da NASA, a agência espacial norte-americana, revela que o nível de gelo na Antártida tem aumentado, não diminuído. Segundo o estudo, o ganho se
deve ao acúmulo de neve no continente, que vem ocorrendo há 10 mil anos, e que é maior do que a perda de gelo por derretimento de geleiras. No entanto, continua o estudo,
é possível que em algumas décadas, talvez 20 ou 30 anos, o derretimento seja igual ao acúmulo de neve e o nível de gelo pare de aumentar. Fonte: NASA
Paquistão Jovem cristã é queimada viva por se recusar a se casar com muçulmano
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alertou na sexta-feira, 30, que cerca de 2 milhões de crianças não têm acesso à educação no Iraque. De acordo com a agência da ONU, entre os jovens que frequentam instituições de ensino, 1,2 milhão corre o risco de abandonar suas escolas em função dos confrontos no país. Segundo estimativas do Unicef, quase um milhão de crianças estão deslocadas, das quais 70% já perderam um ano escolar inteiro. No último ano, foram registrados 67 ataques a colégios e profissionais de educação. A agência estima que aproximadamente 5,3 mil instituições de ensino, cerca de um quinto do total de escolas, estão severamente danificadas ou foram convertidas em abrigos para famílias deslocadas ou são usadas para fins militares pelas partes do conflito.
Sonia Bibi (foto), uma jovem cristã de 20 anos, foi banhada em petróleo e queimada após se recusar a se casar com seu antigo namorado, o muçulmano Latis Ahmed, que foi preso. Uma investigação policial foi iniciada. A jovem foi internada com metade do corpo coberta por queimaduras graves. Embora em certo momento parecesse estar fora de perigo, Sonia faleceu na terça-feira, 3, devido a uma infecção em suas queimaduras. Muitos casos de abusos, estupros e casamentos forçados acontecem no Paquistão, principalmente com jovens pertencentes a minorias, como as cristãs. É muito difícil obter uma punição para os culpados, já que muitas vezes a própria família da vítima, com medo diante das pressões e ameaças, não apresenta ou retira as queixas na polícia.
Fonte: ONU Brasil (Redação: Daniel Gomes)
Fontes: ACI/ Pakistan Christian News
Foto: AFP / Getty Images
Canadá
China
Matar pessoas não é compaixão
Política do filho único é alterada
No momento em que o Canadá se aproxima de aprovar o suicídio assistido, os líderes religiosos do País se reuniram para expressar a necessidade de ajudar os que sofrem, não de matá-los. Uma declaração conjunta foi publicada por bispos católicos, uma grande coalizão protestante e líderes judeus e muçulmanos: “Baseados em nossas crenças e tradições, insistimos que qualquer ação que tenha como intenção pôr fim a uma vida humana é moralmente e etica-
O Partido Comunista Chinês anunciou que a política do filho único – em vigor desde 1980 – será alterada. Agora, os casais poderão ter no máximo dois filhos, em vez de apenas um. A política do filho único foi implantada para controlar a população do País, de mais de 1 bilhão de pessoas. A política chinesa de controle populacional é a mais agressiva do mundo, tendo sido responsável por mais de 336 milhões de abortos (mais do que toda a população do Brasil). Trata-se do maior número de seres humanos assassinados por uma única política pública desde o início da história humana. Além dos abortos, 196 milhões de mulheres foram esterelizadas e 403 milhões de DIUs foram implantados. Grupos de defesa
mente errada. Juntos, estamos determinados a trabalhar para aliviar o sofrimento humano em toda forma, mas nunca eliminando intencionalmente os que sofrem”. A declaração foi publicada no dia 29 de outubro. A Suprema Corte do País decidiu que os médicos podem ajudar pacientes que tenham uma doença grave e incurável a se suicidar. O parlamento tem o prazo de um ano para legislar a respeito. Fonte: CNA
dos direitos humanos dizem que não vão descansar enquanto as esterilizações e os abortos forçados – práticas recorrentes do governo chinês – não terminarem. O governo decidiu alterar a política por razões econômicas. A população do País tem envelhecido muito devido à baixa natalidade e sua força de trabalho deverá perder 67 milhões de pessoas nos próximos 15 anos. Além disso, o limite legal de um único filho levou milhões de pessoas à prática do aborto seletivo, tendo como alvo bebês do sexo feminino. Como consequência, há um déficit de 20 a 40 milhões de mulheres no País, o que alimenta a crescente indústria do tráfico sexual. Fonte: LifeSiteNews
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Fotos: L’Osservatore Romano
O perdão recíproco nas famílias Na Audiência Geral da quarta-feira, 4, o Papa Francisco meditou sobre o “treinamento do dom e do perdão recíproco” nas famílias. Citando a oração do Pai-Nosso – “Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido” –, Francisco disse que “no dia a dia, não faltam ocasiões em que nos comportamos mal e somos injustos com os outros. Então, o que temos de fazer é procurar imediatamente curar as feridas que causamos porque se adiarmos demais, tudo se torna mais difícil”. Reiterando um conceito que já expressou no passado, lembrou a importância de “não terminarmos o dia sem nos descul-
Porta Santa na África Após a oração mariana do Ângelus, no domingo, dia 1º, o Papa Francisco pediu o fim da violência na República Centro-Africana e anunciou a abertura de uma porta santa do Ano da Misericórdia na África. “Para manifestar a proximidade na oração de toda a Igreja a este país aflito e atormentado, e exor-
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par, sem fazer as pazes”. “Muitos pensam e dizem que o dom e o perdão são palavras bonitas, mas impossíveis de pôr em prática. Graças a Deus, não é assim! Na verdade, é recebendo o perdão de Deus que somos capazes de, por nossa vez, perdoar aos outros. Por isso, Jesus nos faz repetir essas palavras todos os dias, quando rezamos o Pai-Nosso. As famílias cristãs podem ajudar muito a sociedade atual e a própria Igreja. Por isso, desejo que, no Jubileu da Misericórdia, as famílias descubram de maneira nova e mais profunda o tesouro do perdão recíproco”, acrescentou. (Por Fernando Geronazzo)
Santidade: caminho da felicidade
tar todos os centro-africanos a serem cada vez mais testemunhas da misericórdia e da reconciliação, no domingo, 29 de novembro, pretendo abrir a porta santa da Catedral de Bangui [na capital do país], durante a viagem apostólica que espero realizar a esta nação”, afirmou. (FG)
No Dia de Finados, na segunda-feira, 2, o Papa Francisco desceu à Cripta Vaticana onde, em silêncio, recordou os pontífices falecidos. Em seguida, o Papa rezou pelos seus predecessores diante do túmulo de São Pedro.
Na Solenidade de Todos os Santos, no domingo, dia 1º, o Santo Padre presidiu missa no Cemitério Verano de Roma. Na homilia, Francisco frisou que “o caminho que conduz ao céu é um caminho difícil de entender porque vai contracorrente, mas o Senhor nos diz que quem segue esse caminho é feliz”. Ao meditar o trecho do Evangelho sobre as bem-aventuranças, o Papa destacou que o caminho de santidade é o mesmo caminho da felicidade. “É o caminho que Jesus percorreu, aliás, é Ele mesmo o caminho: quem caminha com
Ele e passa através Dele, entra na vida, na vida eterna. Peçamos ao Senhor a graça de sermos pessoas simples e humildes, a graça de sabermos chorar, a graça de sermos mansos, a graça de trabalharmos pela justiça e a paz, e, sobretudo, a graça de nos deixarmos perdoar por Deus para nos tornarmos instrumentos de sua misericórdia”, disse. (FG)
Batismo do filho de um amigo
O Papa celebrou o Batismo do filho do catador de papelão Sergio Sánchez, na capela da Casa Santa Marta, na manhã do sábado, 31. Amigo do Cardeal Bergoglio desde o tempo em que ele era arcebispo de Buenos Aires, o argentino foi um dos convidados da celebração do início do pontificado de Francisco, em 2013. A criança, nascida em 20 de março, recebeu o nome de Francisco, em homenagem ao Pontífice. (FG)
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Renata Moraes
Destaques das Agências Nacionais
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Catedral da Sé é alvo de abortistas Após manifestação realizada na sexta-feira, 30, no centro de São Paulo, contra o projeto de lei 5.069/2013, que, entre outras medidas, dificulta o aborto e restringe a venda de medicamentos abortivos no País (leia mais abaixo), a Catedral da Sé amanheceu com portas e paredes pichadas, no sábado, 31. Em nota, os padres que administram a Catedral lamentaram e repudiaram os atos de vandalismo. O caso foi registrado no 8º Distrito Policial de São Paulo. Na nota, os padres Luiz Eduardo Baronto, cura da Catedral Metropolitana, e Padre Helmo César Faccioli, auxiliar do Cura, expressaram: “A Catedral Metropolitana de São Paulo constitui monumento arquitetônico-artístico de referência para a cidade de São Paulo. Está localizada diante do marco zero da cidade. É edifício religioso que simboliza a fé cristã professada pela Igreja Católica Apostólica Romana. É também casa para todos. Diariamente entram na catedral centenas de pessoas de culturas e credos variados que são acolhidas fraternalmente. Por isso, lamentamos e repudiamos a pichação ocorrida na noite de 30 de outubro último, ao término de manifestação em repúdio ao PL 5.069/2013. A liberdade de expressão, reivindicada historicamente pela Igreja Católica em nosso País, não justifica ato de vandalismo. A liberdade não é sinônimo de provocação destrutiva de nenhum patrimônio arquitetônico-artístico de qualquer instituição. Desejamos que atos como esse não venham a se repetir para que sejam preservados não só o direito de expressão, mas também o respeito ao patrimônio da população”.
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Jovens e moradores em situação de rua, voluntariamente, limpam pichações de manifestação de grupos feministas na parte externa da Catedral
‘Pedimos respeito com essa casa sagrada dedicada a Deus’
“A Igreja seguirá anunciando a verdade de Jesus, mesmo que essa verdade não esteja em consonância com outros que pensam diferente de nós. Não mudaremos as nossas ideias e convicções por causa disso. Pedimos apenas respeito com essa casa sagrada dedicada a Deus. Pedimos que esse gesto não se repita e continuaremos com o diálogo respeitoso, sempre anunciando a verdade que nós cremos”, afirmou Padre Baronto, durante a missa das 11h, do domingo, dia 1º, na Catedral da Sé. Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, também falou ao fiéis
Câmara aprova mudança no atendimento às vítimas de violência sexual A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados (CCJC) aprovou, no dia 21, o Projeto de Lei n° 5069/2013, de autoria do presidente da casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que modifica a Lei de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual (Lei 12.845/13). O resultado final da votação foi de 37 votos a favor e 14 contra. A proposta segue agora para votação do plenário da Câmara. O PL prevê como deve ser o atendimento a mulheres que foram vítimas de estupro. Parlamentares discutiram, por exemplo, se o profissional de saúde deve ou não dar informações à vítima sobre seu direito ao aborto, e se a mulher deve ou não ser obrigada a fazer um exame de corpo de delito. A CCJC decidiu manter o direito à informação, mas introduziu a obrigatoriedade de registro de ocorrência e exame de corpo de delito. Além de modificar a lei, a proposta também torna crime uma prática que hoje é uma contravenção - o anúncio de meios ou métodos abortivos - e pune como crime a quem induz, instiga ou auxilia num aborto, com agravamento de pena para profissionais de saúde, que podem chegar a ser detidos de um a três anos. Fonte: Câmara dos Deputados
sobre o ocorrido. “Não foi um gesto bonito e nem respeitoso. Será que esse ato dignifica a mulher? Devemos lutar pela dignidade e respeito à mulher, mas também pelo respeito à vida não nascida”. O Cardeal enfatizou que a Igreja continuará a defender a vida. “Somos contra tudo aquilo que agride a dignidade da mulher, e, ao mesmo tempo, achamos que este não é o modo bom de afirmar a dignidade da mulher. Nós lamentamos o que aconteceu, mas vamos seguir em frente com a Palavra de Deus, pois há muito caminho a ser seguido”. Ainda no domingo, jovens de diversos grupos e movimentos da Arquidiocese de São Paulo se reuniram
voluntariamente para fazer a limpeza das paredes que foram pichadas. Munidos de material de limpeza, eles chegaram cedo na Catedral e começaram o trabalho. Ao final da celebração, Dom Odilo foi ao encontro dos jovens e lhes agradeceu pela atitude solidária e rezou por eles. Amanda Stephanie Sousa, 20, estudante de Enfermagem da Unicamp, que passava o feriado em São Paulo, e se prontificou a ajudar na limpeza. “Essa onda de feminismo que causou esse vandalismo, contrário ao PL 5.069, não representa a mulher brasileira, pois a mulher brasileira é favor da família, a favor da vida”, comentou.
CNBB divulga nota sobre a realidade sociopolítica brasileira Durante coletiva de Imprensa na quinta-feira, 27, a presidência da CNBB divulgou uma nota sobre “A realidade sociopolítica brasileira: dificuldades de oportunidades”. O texto foi aprovado pelo conselho permanente da Conferência, reunido em Brasília, entre os dias 27 e 29. Na mensagem se destaca que o agravamento da crise política e econômica no Brasil parece indicar incapacidade das instituições republicanas que não encontram um modo de superar o conflito de interesses que sufoca a vida nacional. Segundo os bispos, a atual crise faz parecer que todas as atividades do País estão paralisadas e sem rumo. “A frustração presente e a incerteza no futuro somam-se à desconfiança nas autoridades e à propaganda derrotista, gerando um pessimismo contaminador, porém, equivocado, de que o Brasil está num beco sem saída. Não nos deixaremos tomar pela ‘sensação de derrota que nos transforma em pessimistas lamurientos e desencantados com cara de vinagre’ (Papa Francisco – Alegria do Evangelho, 85)”. A mensagem da CNBB é a de que todos são
convocados a assegurar a governabilidade, que implica o funcionamento adequado dos três poderes, distintos, mas harmônicos; recuperar o crescimento sustentável; diminuir as desigualdades; exigir profundas transformações na saúde e na educação; ampliar a infraestrutura, cuidar das populações mais vulneráveis, que são as primeiras a sofrer com os desmandos e intransigências dos que deveriam dar o exemplo. A nota sublinha que a superação da crise passa pela recusa sistemática de toda e qualquer corrupção, pelo incremento do desenvolvimento sustentável e pelo diálogo que resulte num compromisso comum entre os responsáveis pela administração dos poderes do Estado e a sociedade. “O Congresso Nacional e os partidos políticos têm o dever ético e moral de favorecer a busca de caminhos que recoloquem o país na normalidade. É inadmissível alimentar a crise econômica com uma crise política irresponsável e inconsequente”, consta na nota da CNBB, cuja íntegra pode ser vista em www. cnbb.org.br. Fonte: CNBB
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| Reportagem | 11
O tempo entre a presença e a ausência É possível superar o luto por uma pessoa querida e, mesmo no momento da dor, ver a beleza que a morte carrega em si? Nayá Fernandes
nayafernandes@gmail.com
“A morte questiona-nos, assusta-nos e nos incomoda. Causa medo e espanto, sofrimento e dor. Esses sentimentos fazem com que a beleza que se encontra na morte, ou mais seguramente, na interpretação teológica e religiosa que damos a ela, não seja percebida.” A afirmação é de Cesar Kuzma, doutor em Teologia e professor da PUC-Rio. O professor continua sua reflexão ressaltando que a dor e o sofrimento são totalmente normais, pois se trata de uma situação humana onde há muita incerteza e da qual, muitas vezes, se quer o maior afastamento possível. Para Maria Aparecida Pereira Xavier, que mora em Goiânia (GO), a morte chegou de repente e ela quase não teve tempo, ainda, de assimilar tudo. Num intervalo de dez dias, a família descobriu que a mãe, Francisca Alves Xavier, conhecida como dona Chica, estava com a glicose alta e, após sucessivas tentativas sem resultados, ela faleceu no dia 11 de outubro, aos 70 anos de idade. “Minha mãe ficou madura e quando amadurecemos Deus nos recolhe e assim segue o nosso curso. Obrigada meu Deus, mas, como precisava dela... Difícil devolver o que é nosso a quem de fato é o dono”. O desabafo que mistura fé e dor, Maria Aparecida escreveu no seu perfil na rede social do Facebook no mesmo dia da morte da mãe. Depois disso, ela começou a recordar as experiências vividas ao lado da mãe, “o cuidado com cada canto da casa, do quintal, as confidências, partilhas na madrugada, os cafés tomados juntas”. Mas, só após alguns dias, a filha percebeu que, de fato, a mãe não estava mais com eles. “Vai-se caindo na realidade, hoje me vi dizendo: ‘Minha mãe ‘gostava’ muito disso’”. O processo vivido por Maria Aparecida é o mesmo de muitas outras pessoas que, diante da morte de alguém próximo, admitem que há um tempo de sofrimento entre presença, a ausência e a
Indulgências
O Catecismo da Igreja Católica define indulgência como “remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa (remissão), que o fiel bem-disposto obtém, em condições determinadas, pela intervenção da Igreja que, como dispensadora da redenção, distribui e aplica por sua autoridade o tesouro das satisfações (isto é, dos méritos) de Cristo e dos santos”.
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saudade. Esse tempo, chamado de luto, talvez seja o mais difícil de viver e, para algumas pessoas, demora muito a passar.
A vida eterna
“Se passarmos para a ressurreição, a ideia fica ainda mais difícil, pois a morte é uma realidade concreta que está sempre diante dos nossos olhos, já a ressurreição é uma realidade entendida ou aceita apenas pela fé. Nas cartas de São Paulo Apóstolo e para os demais autores do Novo Testamento, a ressurreição é vista como uma profunda transformação, um resgate do limite humano pela grandiosidade de Deus. Na morte, a esperança se transforma em certeza e a certeza abre espaço para a visão beatífica de Deus, que nos revela quem nós somos e quem é Deus em nós”, explicou o teólogo Cesar sobre a compreensão teológica da morte e da ressurreição para os cristãos. Mas como ele disse, até para aqueles que creem não é fácil compreender essa transformação. Maria Aparecida, mesmo relatando que, muitas vezes ao dia, se pega chorando porque não consegue suportar a ausência da mãe, ao convidar as pessoas para a missa de 7º dia, assim se expressou: “Estaremos celebrando a ressurreição da minha mãe em seu 7º dia. Nesse momento, nos fortaleceremos na Palavra, na Eucaristia e comunhão uns com outros, fazendo memória de sua trajetória terrena”. “Entendemos que morte e ressurreição devem ser contempladas sempre à luz da fé. Diante disso, o racional dá lugar ao mistério e no mistério contemplamos e fazemos reverência”, afirmou Cesar. Mistério presente nas palavras e atitudes diante da morte, mas também na beleza que, a partir dela, o ser humano pode criar. O Cemitério da Consolação, por exemplo, o primeiro da cidade de São Paulo, inaugurado em 1858, abriga esculturas de artistas como Amadeu Zani e Victor Brecheret. Sobre o túmulo de Olívia Guedes Penteado, incentivadora do modernismo brasileiro e amiga de artistas como Anita Malfatti e Heitor Villa Lobos, foi erguida uma das mais belas esculturas do Cemitério, “Sepultamento”, de Brecheret. Com o título em francês, “Mise au Tombeau”, foi premiada em Paris, no Salon d’Automne, em 1923. Olívia morreu aos 62 anos, de apendicite, em São Paulo.
Esculturas no Cemitério da Consolação, o primeiro de São Paulo, inaugurado em 1858
Além disso, o Catecismo afirma que a indulgência pode ser parcial ou plenária, “conforme liberar parcial ou totalmente da pena devida pelos pecados”.
do pecado, inclusive do pecado venial. Também são necessárias a confissão sacramental, a Comunhão e a oração segundo intenções do Papa.
Quais as condições para se recebê-las?
Quem pode recebê-las?
Segundo o documento “O Dom da Indulgência”, realizado pela Penitenciária Apostólica, é imprescindível que o fiel esteja em estado de graça e que tenha a disposição interior de afastamento total
As indulgências podem ser adquiridas por todos os fiéis, os quais podem aplicá-las a si mesmos ou aos defuntos.
Dia de Finados
A visita a um cemitério é uma
das obras enriquecidas de indulgência. Assim, é concedida indulgência plenária – que na ocasião da festa de Finados só pode ser aplicada às almas do purgatório – ao fiel que visitar um cemitério, rezar pelos defuntos e observar as condições citadas acima. Tudo isso pode ser feito até o dia 8 de novembro, a fim de se adquirir indulgência plenária. (Redação: Vitor Alves Loscalzo)
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Uma aliança de misericórdia Nova Comunidade fundada em 2000, é sinal de vida e esperança nas diferentes realidades sociais de São Paulo Edcarlos Bispo e Renata Moraes osaopaulo@uol.com.br
A Catedral da Sé estava lotada na missa das 11h no domingo, dia 1º, na Solenidade de Todos os Santos. Na ocasião, a Comunidade Aliança de Misericórdia celebrou a renovação da aprovação dos seus esta-
tutos e o reconhecimento eclesial. Padre Rodrigo Custódio Andrade Ramos, presidente da Aliança de Misericórdia, mais conhecido como Padre Custódio, destacou, em entrevista, que os estatutos, aprovados pela primeira vez em 2005, passaram por pequenas mudanças no que se refere ao governo da Comunidade Com a ajuda do canonista Padre Ricardo Anacleto, a questão do governo da Comunidade foi revisado e reorganizado, já que a Aliança não está apenas na Arquidiocese de São
Paulo, mas em outras dioceses do Brasil e fora do País. Outro detalhe destacado pelo Padre Custódio é que ao se tornar presidente, em janeiro deste ano, a Aliança de Misericórdia passa a ser umas das primeiras novas comunidades que fizeram a transferência de governo com os seus fundadores ainda vivos. “Sou o presidente da comunidade. Nossos fundadores não queriam permanecer como presidentes da obra o tempo todo. Somos a primeira comunidade do Brasil ou uma das primeiras que
passou por esse processo. Várias comunidades estão nos procurando para saber como estamos vivendo isso”. “Muito obrigada a todos vocês da Comunidade Aliança de Misericórdia. Que Deus continue a caminhar com vocês e vocês com Deus. Digam sempre sim à vida, digam sempre sim ao Senhor Deus, no chamado que Ele vos faz, na vida cristã e no carisma da Aliança de Misericórdia”, expressou o Cardeal Odilo Pedro Scherer, durante a missa.
Igreja aberta 24 horas
Uma comunidade jovem de jovens
Silêncio. Poucos lugares localizados no coração do centro histórico de São Paulo conseguem ser um ponto turístico e um ambiente de tamanha tranquilidade. O barulho dos carros, motos, ônibus e caminhões que descem a rua Tabatinguera parecem não chegar aos ouvidos de quem está de joelhos, com os olhos fixos no altar, fazendo o seu momento de oração e adoração. Assim é a Igreja Nossa Senhora da Boa Morte, no centro de São Paulo. Uma igreja bicentenária que está sob a responsabilidade da Comunidade Aliança de Misericórdia e desde 2010, no fim das obras de restauração, é um local de adoração perpétua. “É um momento sublime, uma graça de Deus, principalmente no coração de São Paulo. E temos uma certeza: essa adoração é para toda São Paulo, para todo Brasil. Cada pessoa que entra aqui está intercedendo para alguém e é essa experiência que presenciamos dia-adia”, afirmou o Padre Paulo da Cruz, 49. Na Aliança desde 2001, o Sacerdote conta que entrou na comunidade como membro do Grupo Arco-íris – benfeitores que estão fora da Comunidade, mas que ajudam a mantê-la –, e que aos poucos foi tendo sua vida tocada e decidiu se tornar padre. “Digo que foi um caminho que Deus foi preparando, porque se ele tivesse dito que
“A Cristoteca é uma espécie de ‘armadilha’ de Deus para conquistar as almas! Por meio dela, muitos jovens que não são envolvidos na Igreja se aproximam e ao chegarem encontram-se com Deus, que é o que verdadeiramente cada alma procura. Também é um espaço onde o jovem pode se divertir de uma maneira saudável, sem vícios e sem promiscuidade, e onde pode encontrar sua maneira de falar com Deus e de servi-lo. É uma das ‘portas de Misericórdia’, como pede o Papa Francisco para a Igreja, que é aberta em horários ‘inoportunos’ para que todos tenham possibilidade de se achegarem a Deus!” Assim a missionária Vanessa Paula, 28, descreve a importância dessa “balada santa”, que se tornou uma das portas para que milhares de jovens conheçam e se aproximem da Aliança de Misericórdia e de seu carisma. A Cristoteca existe há 14 anos e junto com outros encontros é um dos caminhos utilizados na evangelização dos jovens, sejam eles da Igreja ou não. “Alguns quando chegam à Cristoteca são surpreendidos logo pelo clima de oração com que a festa começa. Com cantos alegres e profundos, são acolhidos e logo começa a Santa Missa, com uma homilia descontraída. Após a missa e a Adoração Eucarística, começa o ritmo de balada, onde o DJ passa a animar a noite. Porém, durante toda a noite, a capela separada para oração não para de
eu seria sacerdote, eu teria fugido”. Hoje Padre Paulo é o pároco da Nossa Senhora da Boa Morte e entre suas muitas atividades recebeu a reportagem do O SÃO PAULO para uma rápida conversa. O Sacerdote contou a história de uma mãe que entrou com três crianças na igreja. Era de madrugada. A mulher chorava muito. Ele de joelhos apenas pedia que, independentemente do que ela estivesse passando, Deus tivesse misericórdia. Uma das crianças, de aproximadamente 6 anos, foi até ao Padre e pediu que ele orasse pela família dela, pois seus pais estavam passando por sérios problemas conjugais, com risco de uma separação. “E naquele momento, Deus acolheu o sofrimento daquela família. Deus não tem horário para nos acolher ele está aberto a nós 24 horas por dia”. “Tem pessoa que vem e fica cinco minutos, uma hora, três horas ou a noite inteira. É uma diversidade de pessoas que vem e cada um tem um desejo: o Cristo. É pessoa rica, pobre, irmão de rua, todos para terem um momento com Jesus. E, ao mesmo tempo, vemos o sofrimento do povo. Um que vem e que chora, outro que vem para louvar e agradecer a Deus. Esse é o carisma, esse é o dom: Jesus Eucarístico que está ali presente e é esse povo que vem ao encontro Dele”.
funcionar, e aqueles que querem retirar-se durante a festa para orar, podem fazê-lo até às 5h”. Diego Henrique da Silva, 25, é seminarista da comunidade. Conheceu a Aliança após um encontro para jovens chamado “Thalita Kum” – em referência a passagem do Evangelho em que Jesus ressuscita uma jovem. “Era o dia 8 de outubro de 2005; no sábado de manhã era uma pessoa, e a noite já era outra diferente”, recorda-se, dizendo que um mundo de vícios ficou para trás e após dois anos ingressou na Comunidade. Atualmente, ele coordena toda a parte de evangelização para os jovens e conta com alegria os trabalhos que desenvolve na comunidade. A “Missão Thalita Kum” é um deles. Diferente do encontro, que geralmente dura dois dias e é voltado para jovens, a missão acontece no centro de São Paulo, na semana que antecede o Natal e é direcionada para toda a população da cidade, desde moradores de rua que vivem no centro até os trabalhadores que diariamente passam andando rápido pela praça da Sé. “A missão nasceu em 2001, com menos missionários, mas com o desejo de anunciar um Natal diferente. Um Natal onde Jesus é o protagonista, não o consumo. O primeiro objetivo da “Missão Thalita Kum” é esse de anunciar um Natal onde Jesus é o centro”, afirmou.
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Durante missa no domingo, dia 1º, Cardeal Scherer entrega novos estatutos da Comunidade Aliança de Misericórdia ao presidente, Padre Rodrigo Custódio, e ao fundador Padre João Henrique
Uma família missionária
Pobres com os mais pobres
“Desde que nos casamos, nós tínhamos esse propósito em ter uma vida doada aos irmãos, dispostos em assumir uma vida em favor dos mais necessitados. Em 2010, nos reencontramos com o Padre João Henrique [um dos fundadores da Aliança da Misericórdia] e ele fez o convite para que pudéssemos realizar esse sonho de entregar nossa vida totalmente a Deus dentro de uma comunidade”. A declaração é de Ângelo Rinaldi de Oliveira, 47, casado há 17 anos com Vivian Domiciano Campos, 44, pais de quatro filhas, e que há quatro anos são consagrados de vida na Comunidade Aliança de Misericórdia e residem no Sítio Botuquara, no bairro de Taipas, na periferia da zona Noroeste de São Paulo. Ângelo e Vivian moravam em Pirajú, no interior paulista, e sempre tiveram uma vida missionária, atuantes em pastorais na Diocese de Ourinhos. Angelo era assistente social na Prefeitura de Sorocaba (SP) e resolveu deixar tudo, incluindo a estabilidade de um emprego público, para junto com Vivian coordenar os casais da Comunidade. “Eu me preocupava em relação a estrutura econômica, com aquilo que a organização social nos propõe como meta, para viver bem. Mas conhecendo mais da Comunidade, nós sentimos no coração que Deus nos chamava a essa entrega total sem medo, sabendo que realmente Deus ia cuidar da nossa família”, expressou An-
“Ser expressão viva do amor misericordioso que brota do coração de Deus, concretizando ações que transformem os mais pobres materialmente e espiritualmente em seres humanos plenamente restaurados em sua dignidade”. Assim é definida a missão social da Comunidade Aliança da Misericórdia que nasceu no ano 2000. Preocupados com a realidade da cidade de São Paulo, que é marcada por desigualdades sociais, os sacerdotes Antonello Cadeddu e Enrico Porcu, fundaram a comunidade no intuito de levar a essas pessoas ações concretas que pudessem inseri-las de forma digna na sociedade. “No início, não sabíamos como fazer, nem como abordar e nem se aproximar deles. Mas percebemos que o caminho era estar com eles, viver como eles, fazendo parte da realidade. E optamos por visitar as ruas, dormir na rua e ser irmão de rua”, relatou Irmã Mary de Calcutá, 46, religiosa há 15 anos, e responsável pelo trabalho de acolhimento aos irmãos de ruas na Comunidade. Todos os finais de semana, os missionários percorrem as ruas da cidade levando a Palavra de Deus e resgatando as pessoas que desejam sair das ruas e serem encaminhadas para as casas de acolhida. “Acolhemos desde crianças, jovens, idosos, mulheres e mães solteiras, de todas as realidades que encontramos nas ruas. Eles são encaminhados para casas sepa-
gelo, recordando que a escolha não foi fácil. Ele lembrou que muitas pessoas o julgaram pela decisão tomada, mas antes de decidirem, consultaram as quatro filhas de 15, 12, 8 e 1 ano e 8 meses. “A resposta que nos garantiu que esse era o caminho certo, foi a que nossa filha mais velha nos deu, uma frase que muito nos marcou: ‘Aqui a gente tem muitas coisas, mas se lá a gente tem Deus, é lá que nós devemos ir’”. Vivian também sublinhou a escolha. “Agora na Comunidade, encontramos o nosso espaço e a nossa expressão dentro do carisma. De viver e de ser uma expressão da misericórdia de Deus Pai, como família, nada muito extraordinário. Mas viver da ordinariedade da nossa vida como família, uma expressão de Deus, cuidando dos casais, das famílias e cuidando das nossas filhas, formando-as para o céu”. O casal expressou que o trabalho na Comunidade é desafiador em uma realidade social, que, por vezes, banaliza o Matrimônio. “É um grande desafio viver os valores cristãos e a gente tenta junto com os outros casais ser essa expressão para o mundo, de que vale a pena casar, fazer esse caminho de santidade no namoro, no noivado, e depois dentro de um lar poder ser essa Igreja doméstica”, disse Vivian. Devotos de Santa Zélia Guerin e São Luis Martin, pais de Santa Teresinha, recém-canonizados, Ângelo e Vivian buscam todos os dias ser exemplo de uma família missionária.
radas, que estão localizadas nas cidades paulistas de Sorocaba, Piracicaba, São José dos Campos. Também fazemos parcerias com outras casas de acolhimento em Minas Gerais e no Ceará”, relatou Irmã Mary, que em 2008, juntamente com dois missionários, morou durante aquele ano todo na rua. “Foi uma experiência única, viver como eles, e com essa convivência trazer a confiança e devolver a eles o desejo e a esperança de mudar de vida. Onde eles estão, nós também queremos estar”. O trabalho com a população em situação de rua também é marcado pela prestação de serviços da Casa RestauraMe, localizada no Brás, trata-se de um núcleo de convivência para adultos em situação de rua. O projeto atende em média 350 pessoas por dia, entre homens e mulheres adultos, oferecendo acolhida, alimentação, banho e higiene pessoal, atividades culturais e recreativas, atendimento médico e psicológico e oficinas de preparação para o mundo do trabalho e geração de renda. Todo esse trabalho social gera frutos. Muitos dos missionários que vivem na Comunidade hoje, no passado foram resgatados e reinseridos na sociedade. “Devolvemos a eles a esperança de uma vida nova. Alguns casais se encontraram na Comunidade, fizeram o caminho do namoro e hoje formaram família”, encerrou Irmã Mary.
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Luciney Martins/O SÃO PAULO
Fitoon Assi veio como refugiada com a família para São Paulo após ter a casa e o laboratório onde trabalhava com o marido bombardeados pela guerra
Da Síria ao Brasil, um ‘Jardim de Damascos’
Nayá Fernandes
nayafernandes@gmail.com
Ela estava na sua loja, no box 100 do Shopping Boulevard Mouti Mare, na avenida Paulista, entre bolsas, cintos e tapetes. “Tudo feito à mão por uma família de Damasco”, explicou Fitoon Assi, que veio com a família para São Paulo há cerca de dois anos. Na Síria, Fitoon morava perto de Damasco e trabalhava com o marido como técnica de laboratório, antes da guerra destruir a casa onde moravam e também o laboratório onde trabalhavam há mais de dez anos. Tudo foi bombardeado e eles, como muitos outros sírios, saíram à noite, em meio às bombas. “Fomos a pé, sem roupa, sem nada, e no escuro para um lugar muito longe de Damasco. Era uma hora da manhã”, contou a mãe de Rahaf Youssef e Refag Youssef, duas meninas que têm 10 e 8 anos, respectivamente. O esposo de Fitoon,
Para entender os conflitos na Síria A Síria vive em conflito armado desde 2011, quando aconteceu a chamada Primavera Árabe e no dia 15 de março as pessoas saíram às ruas pedindo o fim do governo do presidente sírio Bashar al-Assad, no poder desde a morte de seu pai, no ano 2000.
Gahssan Youssef, nasceu em East Gouta e atualmente trabalha numa loja de roupas no bairro do Brás. Antes de vir ao Brasil, eles moraram em Damasco, perto da fronteira com o Líbano. “Minha casa foi bombardeada e corremos muito perigo. Então, precisamos nos mudar e fomos para o Líbano”, contou Fitoon, que aprendeu português com uma professora de uma mesquita no Brás. A Europa é uma alternativa para muitos que estão na mesma situação, mas para lá só é possível ir pelo mar e ela sempre achou a viagem muito arriscada. “Fomos nos consulados da Alemanha, da França e da Suíça, mas em nenhum desses países é possível entrar. Então, um amigo falou sobre o Brasil. Fomos ao consulado brasileiro de Beirute e, após 20 dias, recebemos a autorização para entrar no País.” As passagens de avião custaram US$ 5.800, de Damasco até Guarulhos (SP) e, ao chegar, eles alugaram a casa de
um outro sírio em Sapopemba, na zona Sudeste da capital, onde ficaram por nove meses. Mas antes de chegar a São Paulo, a família morou um ano com os pais de Fitoon, e só depois foram para o Líbano, onde ficaram por pouco mais de dois meses. A princípio, no Líbano, a família ficou num alojamento coletivo, até que ela conseguiu trabalhar como técnica de laboratório e ganhando US$ 500 por mês, quando conseguiram alugar um lugar. “Pagávamos US$ 300 de aluguel e, além da alimentação, precisávamos comprar diesel para esquentar a casa, devido ao frio intenso. Quando saímos da Síria para o Líbano foi também uma noite de muito medo. Era por volta das 21h, não tinha luz na estrada e, a cada pouco, ouvíamos o barulho das bombas. As crianças continuavam a chorar e gritar de medo”, contou. Ficar no Líbano era muito difícil, pois “os libaneses não gostam dos sírios. Eles não querem dar trabalho para os homens, só para as mulheres, porque podem pagar muito menos assim”. Damasco é o único lugar onde a guerra é mais amena, porém o custo de vida está cada vez mais alto e a cidade está lotada, não conseguindo atender às necessidades básicas das pessoas”. Enquanto ela contava sua história e a atual situação no Brasil, entrou na loja “Jasmim de Damascos” - nome que ela escolheu para a empresa que abriu recente-
A maior parte da população no País é sunita, grupo da qual fazem parte cerca de 90% dos islâmicos do mundo. O presidente pertence ao grupo islâmico alauita, uma vertente dos xiitas, que faz parte da elite econômica e política da Síria. Com apoio do Irã, da China e da Rússia, que têm uma base naval na Síria, o Governo recebe grande influência do grupo xiita Hezbolah, milícia islâmica que luta pela criação de um Estado Palestino. Os confli-
tos principais são entre as Forças do Regime de Assad, do Exército Sírio e das Milícias Leais ao Governo contra o Conselho Nacional Sírio (perseguidos sunitas), o Comitê de Coordenação Nacional (dissidentes) e o Exército Livre da Síria (dissidentes, soldados, desertores e civis armados), além dos pequenos grupos extremistas que também têm rivalidades internas e entre eles. Desde março de 2011, o conflito já soma mais de 220 milhões de mortos
mente, com a ajuda de um advogado brasileiro - uma brasileira que é casada com um libanês, para escolher um tapete. Prontamente, Fitoon mostrou modelos e cores, mas um em especial, que estava no chão e onde a filha Rahaf descansava um pouco, não estava à venda. “Este é meu, não vendo, é para nossa casa”, falou. Ao ser perguntada sobre as coisas das quais sente falta, Fitoon se emocionou. “Sinto saudade de tudo. Dos meus pais, irmãos, do trabalho, e da casa que tínhamos. Dos passeios que fazíamos pela Síria, que é linda.” Em casa, a família fala árabe e prepara a comida típica com ingredientes que encontra no mercado ou na feira próxima de onde moram. As duas filhas estão matriculadas numa escola pública e a família já conseguiu alugar uma casa na rua Humaitá, próxima da loja na Paulista, pois antes precisavam enfrentar duas horas de trânsito para chegar. “Agora, quero ficar aqui, até que acabe essa guerra, que não entendemos bem como começou, se foi por motivos políticos, econômicos ou religiosos. Temos trabalho e nossas filhas estão estudando. Além disso, todos os brasileiros ajudam os sírios. Não temos problemas com a religião e nós, mulheres, podemos continuar usando o véu. E pra mim, o mais importante, conseguimos abrir uma loja, o que não é permitido para um sírio na Europa”, disse.
e 3,9 milhões de refugiados registrados nos países vizinhos e outros 8 milhões de deslocados dentro da própria Síria, segundo dados do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários. Desde setembro de 2013, o Brasil concede visto humanitário aos refugiados sírios e seus familiares afetados pelos conflitos e o número chegou a 1.600 até março deste ano. O Brasil lidera o acolhimento de refugiados sírios na América latina.(NF)
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Com a Palavra: Padre Tiago Gurgel do Vale
‘Foi como fazer uma pós-graduação intensiva no tema da família’ Arquivo pessoal
Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com
Após dois anos de mestrado, o Padre Tiago Gurgel do Vale, 43, iniciará, pelo Ateneo Pontifício Regina Apostolorum, em Roma, o doutorado em Bioética. Ordenado em 2012, na Arquidiocese de São Paulo, o Sacerdote que é médico pediatra, formado pela Universidade Federal de São Paulo, foi o único padre assistente de língua portuguesa no Sínodo dos Bispos, em outubro. O Padre concedeu entrevista exclusiva ao O SÃO PAULO e falou das suas atividades e percepções durante os dias na Assembleia Geral. “O clima era de muito respeito, mesmo nas questões que eram mais complexas e que levantavam opiniões diversas”, afirmou o Sacerdote. O SÃO PAULO - Qual foi o trabalho
do senhor junto ao Sínodo?
Padre Tiago Gurgel do Vale - O Sínodo aconteceu com dois grandes momentos: a plenária, com todos os padres sinodais e participantes, e os círculos menores, que se realizaram por grupos linguísticos (italiano, espanhol, inglês, francês e alemão). No Sínodo tudo fica registrado. Na plenária, eu fiquei responsável por fazer o diário. Escrevia em um livro, com anotações já de outros sínodos, todos os acontecimentos e respectivos horários. Sempre que havia uma intervenção, por pequena que fosse, eu fazia o registro. Tinha que ficar muito atento e ser rápido para não perder nada. O interessante é que tive a oportunidade de ficar dentro da sala sinodal e ser uma testemunha de tudo o que acontecia. Em alguns momentos, eu fui convocado para fazer a ata das intervenções realizadas em português. Foram poucas, a grande maioria de intervenções de bispos africanos ou portugueses, já que os nossos brasileiros falaram em italiano, inglês ou espanhol. Já nos círculos menores, o trabalho era um pouco mais intenso. Fiquei em um grupo de língua italiana. O trabalho diário consistia em realizar o controle da frequência dos participantes, realização da ata, digitação e impressão de todo o material relacionado às alterações sugeridas pelo nosso grupo ao Instrumentum Laboris. Fiquei no mesmo grupo do nosso Cardeal Odilo Scherer.
visto durante a votação para a aprovação do Relatório Final, em que alguns parágrafos, mais na terceira parte do texto, tiveram uma votação um pouco mais acirrada.
Em Roma, o senhor convive com outros padres da Arquidiocese de São Paulo que estão no Colégio Pio Brasileiro para estudos. Eles participaram do Sínodo? Não. Eu era o único padre assistente de língua portuguesa. E isso me gerou um pouco mais de trabalho.
Como os padres que estão no Pio Brasileiro acompanharam os debates e discussões desse encontro tão importante para a Igreja?
Como foi acompanhar as discussões em torno de um tema tão caro a Igreja? Acompanhar as discussões foi realmente algo muito engrandecedor. Conviver todo esse período com pessoas de todo o mundo, grandes nomes da Igreja, aqueles dos quais estudamos por meio de seus livros, foi algo que, a princípio, me assustou um pouco. Mas o clima era de pura fraternidade, amizade, simplicidade. A começar pelo Papa, que recebia a todos com um sorriso sem igual e calorosamente cumprimentava a todos. Nas pausas para o café, ele sempre estava presente e assim era possível falar com ele. As discussões em torno do tema da família aconteciam por intervenções dos padres sinodais nas plenárias, ou de forma mais livre e aprofundada nos círculos menores. O Instrumentum Laboris foi lido e discutido inteiramente pelos participantes do Sínodo. Para mim, foi como fazer uma pós-graduação intensiva no tema da família. As discussões eram aprofundadas com questões históricas, sociológicas, psicológicas, antropológicas, teológicas e daí em diante.
Qual era o clima dos debates? O clima era de muito respeito, mesmo nas questões que eram mais complexas e que levantavam opiniões diversas, ou mesmo depois que saiu a primeira versão do Relatório Final e que houve uma manhã inteira para que os participan-
tes pudessem fazer suas considerações, transcorria tudo de uma forma tranquila. O Papa insistiu para que os participantes falassem livremente e abertamente para que assim o Espírito Santo agisse por meio deles. E assim eles fizeram.
A mídia especulou muita coisa. De fato, o que os fiéis, na sua opinião, podem esperar de frutos deste Sínodo? A coisa mais importante que vai ficar do Sínodo é o fato de iluminar sobre a vocação e a missão da família na Igreja e no mundo de hoje, além de trazer esse tema para o centro das discussões. Colocar a família como protagonista da evangelização. Reafirmar a família e seus valores dentro de um mundo que parece desprezá-la e que a submete a outros valores contrários ao Evangelho. Eu pude perceber que a palavra Misericórdia predominou nos discursos dos participantes. Creio que isso já seja fruto do pontificado do Papa Francisco, que nas suas pouquíssimas intervenções durante o Sínodo ressaltou o cuidado que a Igreja precisa ter com as famílias feridas.
Ainda sobre a especulação da mídia em torno do Sínodo, muitos tentaram passar um clima de divisão na Igreja. Qual a percepção do senhor sobre isso? Não diria divisão, mas alguns temas suscitaram opiniões bem diversas. Isso foi
Todos estavam muito atentos a tudo que se relacionava ao Sínodo. A grande maioria acompanhou pelos boletins emitidos pela Sala de Imprensa do Vaticano. Tivemos ainda uma grande oportunidade de acompanhar as notícias por meio de uma visita feita pelos bispos brasileiros que estavam participando do Sínodo. Aqui no Pio, cada um dos bispos falou um pouco sobre o Sínodo e depois houve um momento para perguntas.
Quais os estudos que o senhor está fazendo em Roma? Como está vivendo esse período de aprofundamento acadêmico? Eu terminei o mestrado em Bioética no mês de julho e agora começo o doutorado. Estou estudando no Ateneo Pontifício Regina Apostolorum. Durante estes dois anos do mestrado, participei de vários cursos na minha área. Participei ainda de um curso para Formadores na Congregação para o Clero, um outro na Penitenciária Apostólica sobre confissão e foro interno, fiz um estágio na Pontifícia Academia para a Vida (PAV) e participei das Assembleias Gerais da PAV e da Pontifícia Academia para a Pastoral da Saúde.
Com o que está estudando aí em Roma, como espera colaborar com a Igreja de São Paulo na sua volta? Pretendo aproximar a Bioética à vida das pessoas e em especial à dos jovens. São muitos os desafios que se apresentam com os avanços da biomedicina e da tecnologia, e que colocam a vida em risco. É necessário dialogar com o mundo da saúde e apresentar propostas que defendam a vida humana. Espero poder colaborar com a Arquidiocese na sua missão evangelizadora.
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Filipe David
osaopaulo@uol.com.br
Dica de Leitura
Do comunismo
“Aos poucos, cheguei a entender que, para citar a fórmula memorável do poeta polonês Aleksander Wat, o comunismo era o inimigo do homem interior. Era, de fato, uma organização do ressentimento social, uma institucionalização do ódio, da inveja e do rancor histórico. Ulteriormente, defini esta ideologia - porque, antes de encarnar-se como regime político concreto, o comunismo foi e permanece uma doutrina apocalíptico-revolucionária - como axiofóbica (hostil aos valores) e mnemofóbica (visando à ocultação, e mesmo à obliteração, ao aniquilamento da memória)”. “Este livro nasceu como esforço de oferecer um tratamento igualmente teorético e histórico-memoralístico da experiência comunista. Embora eu tenha escrito numerosos volumes acerca de ideologias e revoluções, este é o primeiro que reúne juntamente textos destinados à iluminação do destino do comunismo como mito político, como religião secular, como fantasma oracular com ambições de explicar a totalidade do mundo e o mistério da vida. Não é um ‘tratado acerca do comunismo’, mas um convite a pensarem juntos, o autor e o leitor, no destino das ideias radicais, que Raymond Aron chamou o ‘ópio dos intelectuais’”. FICHA TÉCNICA Autor: Vladimir Tismăneanu Páginas: 280 Editora: Vide Editorial
Cinema
“O garoto”, de Charles Chaplin Essa exibição especial do clássico de Chaplin, realizado em 1921, acontecerá na Sala Cinematographos, localizada no anexo da Casa Guilherme de Almeida (rua Cardoso de Almeida, 1.943), numa parceria com a Casa Mário de Andrade. Chaplin era uma das figuras mundiais mais caras aos artistas do modernismo brasileiro, por sua comicidade por vezes absurda, sua capacidade de emocionar o público com recursos dramatúrgicos simples, e por ser, já naquela época, um ícone do cinema, arte que o modernismo brasileiro abraçou como um dos mais representativos símbolos da modernidade e do homem moderno. “O garoto”, primeiro longa-metragem de Chaplin, foi comentado por alguns dos redatores da revista KLAXON, por ocasião de seu lançamento no Brasil. Tais comentários serão lidos e analisados por Donny Correia, juntamente com outros dados técnicos e históricos apontados por críticos internacionais, como André Bazin. Para mais informações: (11) 3673-1883 ou casaguilhermedealmeida.org.br
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Daniel Gomes
danielgomes.jornalista@gmail.com
Aos 28 anos, Yohansson Nascimento confirmou no Mundial de Atletismo Paralímpico, encerrado no sábado, 31, em Doha, no Catar, que é um dos principais nomes do paradesporto brasileiro. Na classe T47 (atletas amputados de membros superiores), ele conquistou a medalha de prata nos 100 metros (100m) e foi ouro nos 200m, repetindo a conquista do Mundial de 2013. Em 2011, o atleta foi campeão mundial dos 100m. “Nunca vou a uma competição pensando nos títulos que conquistei. Tenho de manter aquela vontade de ganhar. Não vai ser diferente no Rio de Janeiro. Vou fazer os 100m, 400m e, provavelmente, o revezamento 4x100m”, contou o tricampeão mundial ao O SÃO PAULO. “Meu segredo é muito treino e a paixão pelo que eu faço”, garantiu. Em Doha, Yohansson confirmou as expectativas, mas, no geral, a delegação brasileira terminou a competição com um resultado abaixo do esperado. No comparativo com o último Mundial, o País alcançou cinco pódios a me-
SINAL DE ALERTA No Mundial de Atletismo Paralímpico, Brasil alcança metade das medalhas de ouro da última edição; esporte é fundamental para top 5 na olimpíada
Comitê Paralímpico Brasileiro
Em Doha, Yohansson Nascimento conquista sua 3ª medalha de ouro em campeonatos mundiais
nos, 35 ante 40, e metade das medalhas de ouro, oito contra 16, uma marca que serve de alerta, pois o atletismo é estraRoberto Castro/Ministério dos Esportes
Terminou no sábado, 31, a primeira edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, que teve a participação de 1,8 mil atletas, de 23 países, entre as quais 24 etnias brasileiras. Nas finais do futebol, decididas nos pênaltis, no sábado, no estádio Nilton Santos, em Palmas (TO), os indígenas Xerente venceram a final masculina contra os indígenas da Bolívia e perderam a decisão feminina para os representantes canadenses.
tégico para a meta do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) de que o Brasil seja o quinto colocado na Paralimpíada de 2016. Em Londres 2012, o esporte foi responsável por 18 das 43 medalhas brasileiras, quase 42% do total de pódios. “O número de medalhas que conquistamos em Doha, em si, é muito bom. Chegamos a 35 medalhas e ficamos em sétimo no quadro geral. Os atletas que perderam suas medalhas conseguem se recuperar facilmente para o Rio”, comentou Edison Alves da Rocha, o Tubiba, diretor-técnico do CPB, destacando que as lesões de alguns atletas influenciaram no resultado, como foi o caso de Petrúcio Ferreira, que se contundiu às vésperas do Mundial, e do medalhista olímpico Lucas Prado, que se lesionou na estreia do campeonato. “Foi bom que isso tudo tenha acontecido um ano antes do Rio de Janeiro, para que possamos colocar tudo no papel e fazer um trabalho para que isso
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não volte a acontecer nos Jogos Paralímpicos”, disse Tubiba.
Destaques do Brasil em Doha
Além de Yohansson Nascimento, se destacaram na campanha de oito ouros, 14 pratas e 13 bronzes do Brasil em Doha: na classe T11 (atletas totalmente cegos), Felipe Gomes, ouro nos 200m e prata nos 100m; Daniel Silva, ouro nos 400m e bronze nos 200m; Renata Bazone, campeã nos 800m e bronze nos 1.500m; Odair Santos, ouro nos 1.500m (décima medalha dele em mundiais); Silvania Costa, ouro no salto em distância; Shirlene Coelho, ouro no lançamento de dardo F37 (paralisados cerebrais); e a veterana Terezinha Guilhermina, 37, que com pratas nos 200m e 400m T11, chegou à marca de 12 medalhas na história dos mundiais. Também foram destaques os atletas que foram ao pódio pela primeira vez em um Mundial: Daniel Tavares, 19, venceu os 400m da classe T20 (atletas com deficiência intelectual); Kelly Peixoto, 19, foi prata no arremesso de peso F41 (amputados), Marivana Oliveira, 25, faturou bronze no arremesso de peso da classe F35 (paralisados cerebrais), e Ana Cláudia Silva, 28, também foi bronze nos 100m da classe T42 (amputados). No Mundial que reuniu 1.315 atletas, de 88 países, a China terminou na liderança com 85 pódios, com 41 medalhas de ouro. A próxima edição será em Londres, em 2017.
AGENDA ESPORTIVA Brasileirão de Futebol* SÁBADO (7) 19h30 – Corinthians x Coritiba (Arena Corinthians) DOMINGO (8) 17h – Palmeiras x Vasco da Gama (Allianz Parque)
*Dias e horários sujeitos a mudança
Benegrip Multi: paracetamol 13,30 mg/mL, cloridrato de fenilefrina 0,33 mg/mL, maleato de carbinoxamina 0,13 mg/mL Indicações: Analgésico e antitérmico. Descongestionante nasal em processos de vias aéreas superiores. MS 1.7817.0768. Setembro/2015. Benegrip Multi é um medicamento. Durante seu uso, não dirija veículos ou opere máquinas, pois sua agilidade e atenção podem estar prejudicadas.
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Brasilândia
Juçara Terezinha, Flávio Rogério Lopes e Viviane Santos Colaboração especial para a Região
Assembleia regional ressalta a atenção pastoral à juventude e à família Ricardo Luciano
Representantes de paróquias e pastorais participam de assembleia regional, dia 31
Juventude e família, prioridades assumidas para este ano na Região Brasilândia, estiveram em destaque nas reflexões da assembleia regional de pastoral, no sábado, 31, na Paróquia Santos Apóstolos, com a participação de Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, além de padres, diáconos, religiosos e religiosas. Após a saudação inicial do Bispo, cada coordenador de setor apresentou as ações realizadas e as perspectivas de trabalho para o próximo ano,
destacando a criatividade misturada com a mística juvenil nas atividades regionais, setoriais e paroquiais, entre as quais celebrações, vigílias, romarias, encontros de formação, encenações teatrais, músicas, entre outros. Quanto à família, o ponto em destaque foi à necessidade de aproximação do Encontro de Casais com Cristo (ECC) com a dinâmica das comunidades. Foram relatadas experiências de paróquias que reanimaram a Pastoral Familiar, como, por exemplo, as paróquias do Setor Freguesia do Ó,
por meio de um projeto de mutirão de visitas aos doentes e famílias, envolvendo clérigos, religiosas e leigos. Padre Tarcísio Mesquita, coordenador arquidiocesano de pastoral, motivou que a ação evangelizadora da Região expresse uma Igreja aberta, missionária e capaz de acolher o diferente. “O 11º Plano de Pastoral da nossa Arquidiocese nos convoca para sermos missionários na cidade. Uma igreja urbana complexa, que a cada dia exige maturidade, organização e, acima de tudo, uma mística”. Divididos em grupos de trabalho, os participantes sugeriram ações pastorais para a sequência de trabalhos com a juventude e a família. Uma das prioridades é intensificar as visitas às casas, inclusive às famílias dos integrantes das pastorais, com a devida preparação das equipes de missionários, sendo uma Igreja que vai ao encontro das famílias, com o olhar misericordioso. Também se pediu que as equipes de ECC sensibilizem os casais que fazem os encontros para serem mais efetivos nas atividades paroquiais e pastorais. Em nível regional, foi expresso o desejo de fomentar a pastoral de con-
junto como ambiente de reflexão, troca de experiências e intercâmbio entre pastorais; e de se reanimar a Pastoral Familiar em todas as instâncias, com base nas recentes reflexões do Sínodo dos Bispos sobre a família. Os participantes da assembleia também sinalizaram para a necessidade de desenvolver ações que motivem os jovens a permanecerem na Igreja, por meio de projetos de musicais, festivais, gincanas, teatro, formação, acolhimento, apoio e envolvimento nos trabalhos comunitários. Outro ponto de atenção é o de potencializar ou iniciar o projeto de formação e de metodologia da iniciação cristã dos catequistas nas paróquias, incluindo a necessidade de reanimar a Catequese da Perseverança, para manter os adolescentes nas comunidades até a preparação para a Crisma. No encerramento da assembleia regional, Padre Tarcísio lembrou que as propostas assumidas “requerem muito trabalho, tempo, disponibilidade e gratuidade”; e Dom Devair desejou que os trabalhos sejam feitos em conjunto, pois os compromissos apresentados exigem de cada pessoa empenho, compromisso e perseverança.
‘Com o testemunho de São Judas Tadeu, somos chamados a servir’ Os fiéis da Paróquia São Judas Tadeu, no Setor Pastoral Nova Esperança, festejaram em 28 de outubro, seu padroeiro. Durante todo o dia, os devotos rezaram pela intercessão do Santo, participaram de uma procissão e das missas, a última destas solene, presidida pelo Padre Jaime Izidoro de Sena, pároco. As comemorações a São Judas Tadeu começaram no dia 19, com a novena que se seguiu até o dia 27, com o tema “Como Igreja, sob o testemunho de São Judas Tadeu, somos chamados a servir”. No dia
25, houve carreata com a imagem do padroeiro, e no dia 23, Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, presidiu uma das missas da novena. Ao longo da festa foram tratadas, a cada dia, as temáticas: partilhar os dons; valorizar a vida humana; ser vigilante na fé; enfrentar os conflitos; construir a paz; buscar constantemente a conversão; propagar a luz; socorrer os necessitados; plantar o Reino de Deus; e sair em missão, como apóstolo de Jesus Cristo. Luciney Martins/O SÃO PAULO
Na manhã da segunda-feira, 2, Dia de Finados, o Cardeal Scherer, arcebispo metropolitano, presidiu missa no Cemitério Gethsêmani Anhanguera, mantido pela Arquidiocese de São Paulo na área de abrangência da Região Brasilândia.
Paróquia São Judas Tadeu
Devotos veneram a imagem de São Judas Tadeu durante a festa do padroeiro
‘É necessário conhecer as características das famílias em nossas comunidades’ O Fórum Fé e Cidadania, da Região Brasilândia, realizou, no dia 27, na Paróquia Santa Cruz de Itaberaba, um momento de reflexão sobre o Sínodo dos Bispos, que tratou sobre a vocação e a missão da família na Igreja e na sociedade contemporânea. O encontro, com a participação de aproximadamente 50 pessoas, foi assessorado por Fernando Altemeyer Jr., teólogo e professor da PUC-SP, que destacou os vários estilos de famílias existentes no Brasil, e enfatizou que “para iniciarmos as mudanças propos-
tas pelo Sínodo, é necessário conhecer as características das famílias que temos em nossas comunidades e reforçar a preparação dos noivos, para que diminua, por exemplo, o número de divórcios no futuro”, disse, opinando, ainda, que “a Igreja precisa ser acolhedora e misericordiosa com os diversos estilos de família, e acolher a todos”. O Fórum de Fé e Cidadania, na Paróquia Santa Cruz de Itaberaba, é um espaço permanente de reflexão e de temas relacionados à realidade e à vivência diária das pessoas.
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Peterson Prates
Colaborador de comunicação da Região
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Belém
‘Uma vez nascidos, nosso destino não é morrer, é viver para sempre’ Durante o Dia de Finados, na segunda-feira, 2, os cemitérios localizados na área de abrangência da Região Episcopal Belém contaram com uma extensa escala de celebrações. Foram três missas no Cemitério da Quarta Parada, quatro no Cemitério São Pedro, e seis no maior cemitério da América latina, o da Vila Formosa. Durante missa no Cemitério da Vila Formosa, Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, destacou a “presença
profética” dos fiéis. “Nós nos encontramos num cemitério, para professar a nossa fé de que a vida não termina no cemitério, de que todos nós somos chamados a fazer a experiência da morte para vivermos para sempre”. Dom Edmar ainda lembrou que “uma vez nascidos, nosso destino não é morrer, o destino é viver para sempre”, e finalizou indicando uma vida cheia de fé, esperança e caridade, para que todos possam passar bem pela porta que é a morte.
Peterson Prates
Dom Edmar Peron durante missa no Dia de Finados, no Cemitério da Quarta Parada
No Dia de São Judas Tadeu, devotos lotam paróquia no Setor Tatuapé A Paróquia São Judas Tadeu, do Setor Pastoral Tatuapé, esteve em festa durante o dia 28, quando a Igreja celebrou a memória litúrgica dos apóstolos São Judas Tadeu e São Simão. Na matriz paroquial, houve missas durante todo o dia, sendo a última presidida por Dom Edmar
Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, e concelebrada pelos padres José Aparecido Ignácio, pároco, e Luiz Gonzaga da Silva, superior da província Assuncionista do Brasil. Dom Edmar, na homilia, recordou que todos são chamados a ser discípulos e missionários, e que
“onde você estiver, é o primeiro lugar para a missão”. O Bispo comentou, ainda, que “a Palavra do Senhor é sempre uma palavra para orientar nossa vida”. Durante a festa de São Judas, a Paróquia realizou festejos de rua, com inúmeras barracas de doces e salgados, além de bingos festivos.
AGENDA REGIONAL Sábado (14), 8h30 Assembleia geral da Associação de Integração Campo Cidade (MICC), na Paróquia São João Batista de Vila Carrão (rua Coronel Marques, 174, Vila Carrão), com assessoria da Dra. Clara Brandão, criadora da multimistura.
Santana
Diácono Francisco Gonçalves
Colaborador de comunicação da Região
Nos 112 anos do Tucuruvi, atuação da Igreja é enaltecida Em sessão solene no Colégio São Paulo da Cruz, no dia 26, a Câmara Municipal de São Paulo comemorou o aniversário de 112 anos do bairro Tucuruvi, festejado em 24 de outubro. A iniciativa da sessão foi do vereador Aníbal de Freitas (PSDB). Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, foi homenageado por sua contribuição ao bairro. De igual modo, a presença da Igreja em sua ação caridosa foi reverenciada com diplomas outorgados aos padres Paulo César Gil, Antonio Moura
(Toninho) e Humberto Robson de Carvalho; ao diácono Vinício Andrade; à irmã passionista Mercedes Scortegagna, diretora do Colégio São Paulo da Cruz; e a alguns leigos, como Rafael da Conceição (Tatu), José Narciso e integrantes da Pastoral da Saúde. Dom Sergio recordou que há três anos reside no bairro, exercendo sua missão. Lembrou, ainda, que a homenagem não foi à sua pessoa, mas à Igreja Católica, com tantos religiosos e freiras dedicados, com os leigos a tantas pastorais como
Diácono Francisco Gonçalves
Dom Sergio é homenageado pela Câmara no aniversário do Tucuruvi, dia 26
a da Criança, Catequese e Sociais. “Carrego tantos sacerdotes e diáconos que deram suas vidas, tantas
pessoas que levam a fé e a força às famílias, tantos agentes e pastorais que atuam na Região”, disse o Bispo.
Pela Crisma, 14 jovens se tornam ‘a morada do Espírito Santo’ Diácono Francisco Gonçalves
Dom Sergio de Deus durante Crisma na Paróquia Santo Antonio de Lisboa, dia 25
Receber o sacramento da Crisma é receber na alma uma marca, ser morada do Espírito Santo. Assim
destacou Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, durante missa na
Paróquia Santo Antonio de Lisboa, no dia 25, durante a qual conferiu o sacramento da Crisma a 14 jovens, em missa por ele presidida e concelebrada pelo Padre Jorge Molinari, pároco. Dom Sergio, dirigindo-se aos pais dos crismandos, os orientou que a alegria sentida pelos jovens naquele momento lhes pede para continuarem a fé católica de seus filhos. Lembrou o Bispo que pai e mãe são os primeiros catequistas a ensinar aos filhos o
Pai Nosso, a Ave Maria e a transmitirem valores para que eles se tornem pessoas com ética e sentido cristão. Dirigindo-se aos jovens, o Bispo explicou que o encontro com Jesus modifica vidas. Também alertou que existem outras vozes que querem que eles fiquem cegos e que impedem que ouçam a Jesus. Por fim, dom Sérgio desejou que Cristo os animasse e recordasse que Ele prometeu que estaria sempre com a humanidade.
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Lapa 2 de novembro: dia de professar a fé na ressurreição
Benigno Naveira
Colaborador de comunicação da Região
Benigno Naveira
Dom Julio durante missa no Cemitério Municipal da Lapa, na segunda-feira, 2
“Estamos aqui reunidos nesta celebração eucarística para rezar por todos aqueles que terminaram sua caminhada na terra. Queremos professar nossa fé na ressureição e elevar nossas preces ao Deus da vida para que nossos irmãos e ir-
mãs sejam acolhidos por Jesus Cristo na vida eterna”. Com essa motivação inicial, Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, presidiu na segunda-feira, 2, às 12h, missa na solenidade da me-
mória dos fiéis defuntos, na capela do Cemitério Municipal da Lapa, popularmente conhecido como “Cemitério das Goiabeiras”. A missa, cujo concelebrante foi o Padre Edilberto Alves da Costa, vigário da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, do Setor Leopoldina, teve a participação de cerca de cem pessoas e foi iniciada com o pedido de Dom Julio de um minuto de silêncio em memória das pessoas já falecidas, em especial “aos fiéis defuntos sepultados neste cemitério, todas as pessoas que trazemos no coração. Vamos confiá-las a Deus, vamos entregá-las na mão do Pai”, afirmou. O Bispo, na homilia, lembrou que aquele era um dia de muita saudade, em que “lembramos daqueles que viveram conosco, que nos acompanharam em nossa vida, foram grandes benfeitores nossos, que já faleceram, dos quais temos muita saudade, e isso não é uma coisa ruim, sentir saudade de quem
a gente ama, de quem nos amou”. Dom Julio lembrou que a morte é uma certeza na vida de todos, mesmo daqueles que zelam pela própria saúde, e comentou sobre a vontade de Deus para a vida humana. “Jesus nos revela algo diferente. Ele fala que esta é a vontade do Pai: ‘que eu não perca nenhum daqueles que Ele me deu’. Nós fomos dados a Jesus, o Pai nos deu a Jesus, a Ele nos confiou, desde nosso primeiro respiro nos colocou nas mãos de Jesus”, afirmou. No mesmo dia, Dom Julio também presidiu na capela do cemitério a celebração das 15h. Outras três missas aconteceram, sendo presididas por padres do Setor Pastoral Leopoldina: às 8h, pelo Padre Ailton Antônio dos Santos, pároco da Paróquia São João Bosco; às 10h, pelo Frei Egisto Cansian, da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes; e às 17h, pelo Padre Donizete José Xavier, pároco da Paróquia Santo Estevão Rei.
Dom Julio, em visita pastoral, conhece realidades da Vila Anglo Brasileira No dia 30, a reportagem da Pastoral da Comunicação da Região Lapa acompanhou a Catequese do Bispo sobre o tema “Atos do Apóstolos (8, 26-40) ‘Filipe e Eunuco’”. Dom Julio destacou o trabalho missionário de Filipe, que na sua viagem de evangelização encontrou um etíope (eunuco) e alto funcionário de Candace, rainha da Etiópia, que era superintendente de todo seu tesouro. O Bispo recordou o episódio em que Filipe, ao esclarecer uma dúvida do eunuco sobre os escritos do profeta Isaías, anunciou-lhe a Boa-Nova de Jesus.
Benigno Naveira
Em visita na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Dom Julio dialoga com paroquianos
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Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, concluiu no domingo, dia 1º, a visita pastoral à Paróquia Nossa Senhora Aparecida, do Setor Pastoral Lapa, iniciada no dia 26. Durante os dias de visita, o Bispo presidiu missas na matriz paroquial e conheceu as realidades da Vila Anglo Brasileira por meio de visitas a escolas, comércios, casas de paroquianos doentes e ao Hospital Metropolitano. Também esteve em reunião com as pastorais da Paróquia e participou de almoços comunitários.
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Fernando Geronazzo
Colaborador de comunicação da Região
Rezar pelos falecidos ‘é uma obra de misericórdia’ Na solenidade da memória dos Fiéis Defuntos, Dia de Finados, na segunda-feira, 2, cerca de 25 mil pessoas passaram pela Paróquia Sagrado Coração de Jesus em Sufrágio das Almas, no bairro da Luz. Foram celebradas 14 missas na igreja popularmente conhecida como “Santuário das Almas”, uma das quais presidida pelo arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, e concelebrada pelo pároco, Padre Valmir Teixeira, o vigário paroquial, Padre Michel dos Santos, e o superior provincial da Congregação dos Missionários do Sagrado Coração, Congregação responsável pela Paróquia, Padre Manoel Ferreira dos Santos Júnior. Dom Odilo destacou, na homilia, que lembrar dos falecidos é algo bom, recomendado pela Igreja. “É uma caridade, uma obra de misericórdia, pedir a Deus que os acolha, os receba, lhes perdoe os pecados e lhes dê a vida eterna... Para que estejam junto de Deus, o que significa estarem salvos”, disse. “Ao mesmo tempo em que rezamos e os recordamos diante de Deus na fé, nós também professamos a nossa fé num aspecto importante do nosso ‘Creio’”, acrescentou o Arcebispo.
“Jesus ressuscitando dos mortos supera a morte e abre para toda a humanidade a possibilidade da superação da morte”, ressaltou o Arcebispo, recordando, ainda, que a Igreja professa com grande alegria e convicção “este grande presente de Deus, a realização plena da existência humana, que é a vida eterna”. Por fim, o Cardeal falou da importância de os cristãos se prepararem para a morte e ajudarem as pessoas que se aproximam da morte a estarem preparadas. “Precisamos encarar com fé e esperança em Deus, senão entramos em desespero”.
Santuário da Esperança
Criada há 75 anos, a Paróquia mantida pelos Missionários do Sagrado Coração é marcada pela prática cristã de rezar pelos falecidos. De acordo com o Vigário Paroquial, a igreja é considerada um “Santuário da esperança”, uma vez que a Igreja não cultua a morte, mas a esperança na vida eterna. “O culto que nós prestamos é a Deus e não às almas. Temos o desejo de estar na cidade para sermos um sinal de esperança para aqueles que vem buscar um consolo e, sobretudo, a nossa missão
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Sé
Rejane Guimarães
Fiéis acendem velas na Paróquia Sagrado Coração de Jesus em Sufrágio das Almas
é rezar”, afirmou Padre Michel, explicando, ainda, que, todos os dias, a Eucaristia é celebrada em sufrágio das almas, o que representa 19 missas por semana. No Dia de Finados, além das celebrações, confissões e bênçãos, os milhares de fiéis também visitaram a capela das velas, amplo espaço onde as pessoas tradicionalmente fazem suas orações na intenção dos fiéis falecidos. Uma característica famosa da Paróquia são as lajotas fixadas nas
paredes do interior da igreja com os nomes de fiéis falecidos. Segundo o Padre Michel, fiéis do Brasil inteiro solicitam a inscrição dos nomes de seus entes queridos nessas lajotas, que são como pequenas lápides. E os missionários se comprometem a rezar todos os dias pelos falecidos inscritos nas lajotas. “Em um ano, são mais de 9.800 missas celebradas nessas intenções. É um compromisso que temos de rezar na intenção desses entes queridos”, disse.
‘Missa inclusiva’ na Vila Monumento A Paróquia Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos (rua ouvidor Portugal, 593, Vila Monumento) irá realizar uma
missa voltada às pessoas com deficiência no sábado, 14, às 16h. Chamada de “missa inclusiva”, a celebração oferece-
rá os recursos de acessibilidade, como audiodescrição, para deficientes visuais; intérprete de Libras, para deficien-
tes auditivos; e também folhetos em Braille. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 2063-2893.
Divulgação
Luciney Martins/O SÃO PAULO
No Dia de Finados, 2, houve intensa visitação ao Cemitério da Consolação, na região central da cidade. Na imagem, pessoas rezam no túmulo de Antoninho da Rocha Marmo. O garoto, que tinha o desejo de ser padre, faleceu aos 12 anos, em 1930, vítima de tuberculose. O processo de canonização de Antoninho já teve sua fase diocesana encerrada em agosto de 2011, e está sendo avaliado pela Congregação para as Causas dos Santos, no Vaticano.
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Ipiranga Com São Judas Tadeu, a serviço da vida plena para todos
Caroline Dupim, Matheus Pereira Silva e Priscila Thomé Nuzzi Colaboradores de comunicação da Região
José Jorge Santos
Procissão com a imagem de São Judas
A festa de São Judas Tadeu, a cada ano, atrai uma multidão de devotos que moram em São Paulo ou em outras cidades ao Santuário localizado na avenida Jabaquara, na zona Sul. As comemorações ao Padroeiro começaram com a novena no dia 18 e foram encerradas no dia 28, com missas durante todo o dia, sendo a de encerramento presidida pelo Cardeal Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, e concelebrada por Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga e por padres do Sagrado Coração de Jesus, que servem no Santuário. Este foi o 75º ano da Festa de São
Judas, com o tema: “Com São Judas Tadeu, somos Igreja a serviço da vida plena para todos”. E serviço foi o que mais se viu, praticado em tempo de preparação e principalmente no dia do Santo. Os 700 voluntários que se dispuseram a servir no dia 28 auxiliaram nas mais diversas tarefas no Santuário: distribuição de água benta e milhares de jornais, preparação de almoço para cerca de 600 pessoas (entre funcionários, voluntários, policiais etc), organização do fluxo de pessoas nas duas igrejas, nas escadarias, nas filas para confissões, que foram atendidas por 21 padres ao longo do dia. Além disso, havia voluntários nos serviços
de segurança, liturgia, preparação para as confissões, andor, decoração, assessoria de imprensa, barracas de comidas, bebidas, flores, bazar etc. Ao mesmo tempo em que aconteciam as bênçãos na Sala São Judas, lotada, a cada dez minutos realizadas por oito diáconos, os fiéis esperavam por até duas horas somente para passar diante da imagem de São Judas na igreja antiga. Foram celebradas 14 missas, desde às 5h, de hora em hora, campal e dentro da igreja nova, até a procissão e missa solene, seguida de show musical com o Padre Damião Silva, SCJ, Claudemir e o grupo Ministério Eucarístico, de jovens do Santuário.
‘Anchieta Repórter’: a comunicação de jovem para jovem A ideia surgiu quando os jovens das paróquias do Setor Pastoral Anchieta sentiram a necessidade de os grupos de jovens se conhecerem melhor e saberem das diferentes realidades que os envolvem, e também pelo desejo de atrair à Igreja jovens que dela se afastaram ou aqueles que ainda não vivenciam a vida das comunidades. Assim surgiu o “Anchieta Repórter”, um boletim quinzenal, postado no site da Região Ipiranga, no qual os grupos têm espaço para divulgar o que realizam. O nome foi dado pelos jovens Victor Alarcon, da Paróquia São Vicente de Paulo; Matheus Pereira Silva, da Paróquia Nossa Senhora das Mercês, e Douglas Franco, da Paróquia São João Clímaco. Na edição de outubro do “Anchieta Repórter” foi retratado o Terço da Juventude, organizado pelos jovens da Capela São João Batista, da Paróquia Nossa Senhora das Mercês; além da participação da juventude na Festa das Nações, da Paróquia São Vicente de Paulo; no encontro da comissão dominicana de justiça e paz; e nas atividades sobre o mês das missões na Paró-
quia Nossa Senhora das Mercês. “Para mim, comunicação é a grande porta para a evangelização. Por meio dela, apresentamos ao mundo o nosso rosto, que é o mesmo do Cristo ressuscitado. Quando fui convidado para esse projeto, em primeiro lugar fiquei bem animado, pois jovem gosta de se comunicar e essa era uma ideia ótima”, contou Matheus. Ainda segundo Matheus, o foco é criar uma rede “de forma que os jovens das paróquias vejam seus trabalhos sendo divulgados e se sintam, cada vez mais, parte da comunidade e queiram fazer parte dela. Outro ideal é que essas informações cheguem mais aos jovens que se afastaram da vida em comunidade e daqueles que nunca tiveram esse convívio. Nesse momento, se faz extremamente importante o uso das redes sociais para compartilhar nossas atividades. O jovem que faz parte da comunidade pode ajudar-nos mandando informações e fotos. Ele também poderá conhecer a realidade dos outros grupos acompanhando quinzenalmente nossas edições. O jovem afastado vai ver o trabalho
compartilhado e pensar que poderia estar de volta. Aquele que nem faz parte da Igreja pode perceber que existe uma vida em Cristo e ela é possível. Sendo assim, o protagonista do projeto é jovem”, destacou Matheus, comentando, ainda, sobre a possibilidade de expansão do projeto para os demais setores pastorais. “Inicialmente, a ideia é ser um pro-
jeto do Setor Anchieta, pelo menos nessa fase de desenvolvimento e amadurecimento. Com o tempo, eu apoio e torço para que isso se expanda. É necessário que sejamos uma Igreja em saída, como diz o Papa Francisco. Necessário que mostremos o nosso rosto ao mundo e gritemos. ‘Somos jovens’, e nosso papel é realmente fazer barulho”, avaliou. Paróquia Nossa Senhora Mãe de Jesus
No último fim de semana, o Cardeal Odilo Scherer, arcebispo metropolitano, visitou duas paróquias na Região Ipiranga, onde presidiu missas. Na tarde do sábado, 31, foi à Paróquia Sagrada Família, e no domingo, dia 1º, na Paróquia Nossa Senhora Mãe de Jesus (foto).
Agora você encontra O SÃO PAULO nas principais bancas do Ipiranga BANCA BATUÍRA
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| Sínodo da Família | 23
Relatório final do Sínodo – Parte II
Ensinamento da Igreja a respeito da família Filipe David
osaopaulo@uol.com.br
Na última edição, apresentamos uma síntese da primeira parte do relatório final do Sínodo dos Bispos sobre a família, publicado em 24 de outubro. Nesta semana, O SÃO PAULO traz uma síntese da segunda parte do relatório.
A família no plano de Deus
A segunda parte do relatório trata da Palavra de Deus e do ensinamento da Igreja a respeito da família. O objetivo é oferecer uma “bússola” para orientar as famílias em todas as situações e desafios que foram analisados na primeira parte do relatório. “Essa bússola é a Palavra de Deus na história, que culmina em Jesus Cristo, ‘Caminho, Verdade e Vida’ para todo homem e mulher que constituam uma família. Por isso, colocamo-nos à escuta do que a Igreja ensina sobre a família à luz da Sagrada Escritura e da Tradição”. O evangelho da família, segundo o relatório, “começa com a criação do homem à imagem de Deus, que é amor e chama ao amor o homem e a mulher (criados) segundo a sua semelhança”. Essa vocação de amor “recebe sua forma eclesial e missionária da união sacramental que consagra a relação conjugal indissolúvel entre os esposos.” O Matrimônio é “um sinal vivo da união de Cristo com a Igreja”. A família também é evangelizadora e reflete o “amor da Trindade divina”. Essa segunda parte do relatório é dividida em quatro capítulos: “a família na história da salvação”, “a família no Magistério da Igreja”, “a família na doutrina cristã” e “em direção à plenitude eclesial da família”.
A família na história da salvação
Toda a criação está ordenada a Cristo, mas Deus comunica sua graça em graus diferentes e em etapas. Assim, é preciso compreender a novidade do sacramento do Matrimônio (instituído por Cristo) em continuidade ao Matrimônio natural, que existe desde a criação. A família é imagem da Trindade. Deus, “no seu mistério mais íntimo, não é solidão, mas sim uma família, pois tem em si paternidade, filiação e a essência de uma família, que é o amor”; Deus é comunhão de pessoas. Nas Sagradas Escrituras, no livro do Gênesis, o homem sentia-se só, “privado de uma auxiliar que lhe ‘correpondesse’, que estivesse ‘diante dele’ em um diálogo paritário”. No Cântico dos Cânticos, o amor entre os esposos é sinal da aliança entre Deus e o seu povo: “o meu amado é meu e eu sou sua... eu sou do meu amado e meu amado é meu”. O Matrimônio, ferido pelo pecado, conheceu diversas formas no Antigo Testamento (poligamia, permissão ao divórcio etc); Cristo não apenas “restituiu o Matrimônio e a família à sua forma original, mas também elevou o Matrimônio a um sinal sacramental do seu amor pela Igreja”. “O Filho de Deus veio ao mundo em
Deus, no seu mistério mais íntimo, não é solidão, mas sim uma família, pois tem em si paternidade, filiação e a essência de uma família, que é o amor uma família”, continua o relatório, vivendo seus 30 anos em família. Ele inaugurou sua vida pública com o sinal de Caná, numa festa de casamento, e compartilhou momentos de vida em família com Lázaro e sua irmã, bem como com a família de Pedro. Ele, milagrosamente restituiu a vida à filha do chefe da sinagoga e ao filho da viúva, significando com isso o “verdadeiro sentido da misericórdia, que implica o restabelecimento da aliança” – isso fica evidente também no encontro com a samaritana e com a mulher adúltera. Assim, a conversão é “um esforço contínuo para toda a Igreja, que contém em seu seio os pecadores” e precisa sempre de purificação. Mas esse esforço não é puramente humano: ele é animado pela graça que nos move a “responder ao amor misericordioso de Deus, que nos amou primeiro”.
A família no Magistério da Igreja
O segundo capítulo do relatório expõe alguns dos ensinamentos do Magistério sobre a família. Ele começa, curiosamente, já com o Concílio Vaticano II (19621965). Segundo os padres sinodais, uma das “expressões mais altas do Magistério” sobre a família encontra-se na constituição pastoral Gaudium et spes. “A íntima comunidade da vida e do amor conjugal, fundada pelo Criador e dotada de leis próprias, é instituída por meio da aliança matrimonial, ou seja, pelo irrevogável consentimento pessoal. Desse modo, por meio do ato humano com o qual os cônjuges mutuamente se dão e recebem um ao outro, nasce uma instituição também diante da sociedade, confirmada pela lei divina.” Assim, o “Matrimônio e o amor conjugal que o anima estão ordenados pela sua própria natureza à procriação e educação dos filhos”. Com o sacramento do Matrimônio, “Cristo Senhor vem ao encontro
dos cônjuges cristãos (...) e permanece com eles”, assumindo o amor humano e purificando-o, elevando-o à plenitude. Dessa forma, “os esposos são como que consagrados e, mediante uma graça própria, edificam o corpo de Cristo e constituem uma Igreja doméstica”. O Papa Paulo VI, na Encíclica Humanae Vitae, “trouxe à luz a união intrínseca entre o amor conjugal e a geração da vida”. Já na Encíclica Evangelii nuntiandi, ele manifestou a relação entre a Igreja e a família, explicando o sentido da expressão “Igreja doméstica”: “isso significa que, em toda família cristã, deve-se encontrar os diversos aspectos da Igreja inteira. Além disso, a família, como a Igreja, deve ser um espaço no qual o Evangelho é transmitido e do qual o Evangelho irradia”. O relatório menciona também a teologia do corpo, de São João Paulo II. Ele explicou “a maneira pela qual os cônjuges, no seu amor mútuo, recebem o dom do Espírito de Cristo e vivem sua chamada à santidade”. Já o Papa Bento XVI, na Encíclica Deus caritas est, reafirmou que “o Matrimônio baseado em seu amor exclusivo e definitivo torna-se ícone da relação de Deus com o seu povo e vice-versa”. Na Caritas in veritate, ele chamou a atenção para “a importância do amor familiar como princípio de vida na sociedade”. Por fim, o Papa Francisco, na Encíclica Lumen Fidei, tratou da ligação entre a fé e a família, já que esta é “o primeiro âmbito no qual a fé ilumina a cidade dos homens”.
A família na doutrina cristã
“A ordem da redenção ilumina e realiza a (ordem) da criação”, afirma o relatório. Por isso, “o Matrimônio natural é compreendido plenamente à luz do seu cumprimento sacramental”, pois é “somente no mistério do Verbo encarnado que o mistério do homem encontra luz verdadeira”. Assim, é oportuno compreender sob essa luz as propriedades naturais do Matrimô-
A Igreja deve ser como a luz do farol de um porto ou de uma tocha levada em meio às pessoas para iluminar os que se desviaram do caminho ou estão no meio de uma tempestade
nio, que constituem o bem dos cônjuges: unidade, abertura à vida, fidelidade e indissolubilidade. Sobre a indissolubilidade, o relatório explica que “a fidelidade irrevocável de Deus à sua aliança é o fundamento da indissolubilidade do Matrimônio. O amor completo e profundo entre os cônjuges não se baseia apenas na capacidade humana: Deus sustenta essa aliança com a força do seu Espírito”. Embora “a dureza do coração do homem, os seus limites e sua fragilidade diante da tentação sejam um grande desafio para a vida em comum”, o testemunho dos que a vivem fielmente “traz à luz o valor dessa união indissolúvel e suscita o desejo de renovar continuamente o empenho pela fidelidade”. Para tratar dos bens da família, o relatório cita o Catecismo da Igreja Católica, segundo o qual o Matrimônio é a “comunidade de toda a vida, pela sua natureza ordenada aos bens dos cônjuges e à geração e educação da prole”. Ao se casarem, os noivos prometem doar-se totalmente, com fidelidade e abertura à vida. A família é um caminho de felicidade. “Pela comunhão de vida e de amor, os cônjuges cristãos conhecem a felicidade e experimentam que Deus os ama pessoalmente, com paixão e ternura”. A fecundidade dos esposos, no seu sentido mais pleno, não é apenas biológica, mas também espiritual: a procriação “deve ser compreendida na ótica da responsabilidade dos pais em seu empenho pelo cuidado e educação cristã dos filhos”. Além disso, a família deve ser “fonte de vida para a comunidade cristã e para o mundo”. Reconhecendo, no entanto, que nem sempre esse ideal é vivido em sua plenitude, o relatório recomenda aos pastores o acompanhamento “com misericórdia e paciência” das pessoas que vão progredindo “dia a dia”.
Em direção à plenitude eclesial da família
O último capítulo desta segunda parte começa lembrando a relação entre a família e a Igreja e o fato de que “a Igreja é um bem para a família e a família é um bem para a Igreja” e trata do acompanhamento necessário – na perspectiva da pedagogia divina – aos esposos que sofrem o risco de uma separação, aos que vivem juntos sem estarem casados ou que estão apenas civilmente casados, e aos divorciados em segunda união. Os padres pedem que se promovam, nas dioceses, “percursos de discernimento e envolvimento” para essas pessoas, que ainda fazem parte da Igreja. Por fim, os padres sinodais encerram essa segunda parte lembrando que “a Igreja deve acompanhar os seus filhos mais frágeis”, fomentando-lhes a fé e a esperança, como “a luz do farol de um porto ou de uma tocha levada em meio às pessoas para iluminar os que se desviaram do caminho ou estão no meio de uma tempestade”, porque “a misericórdia é o centro da revelação de Jesus Cristo”.
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5 a 10 de novembro de 2015 | www.arquisp.org.br