O SÃO PAULO 3077

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 60 | Edição 3077 | 11 a 17 de novembro de 2015

R$ 1,50

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DNJ: construir nova sociedade é missão da juventude Luciney Martins/O SÃO PAULO

Em defesa da vida, manifestantes dizem sim ao PL 5069 Após a aprovação, em comissão da Câmara dos Deputados, do Projeto de Lei que modifica a legislação de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual, centenas de pessoas manifestaram-se a favor do PL 5069, no sábado, 7, na avenida Paulista, em ato organizado pelos grupos Ação Mulher, Observatório de Biopolítica, Juventude Pela Vida e Somos Família.

Página14

Assembleia pastoral reafirma estado permanente de missão Conduzida pelo Cardeal Scherer, a assembleia arquidiocesana de pastoral, no sábado, 7, fez memória da caminhada de 2015 e projetou as ações e desafios para 2016, quando o 11º Plano de Pastoral estará no último ano de vigência.

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Em procissão pelas ruas de Santana, na zona Norte, jovens manifestam publicamente a fé em Cristo durante o DNJ 2015, no domingo, 8

Dois mil jovens, atuantes em movimentos, novas comunidades, pastorais e grupos paroquiais na Arquidiocese, uniram-se no Dia Nacional da Juventude (DNJ), no domingo, 8. O tema “Juventude construindo uma nova sociedade” motivou a tarde de atividades, iniciada com missa na Paróquia Sant´Ana, presidida pelo Cardeal Scherer. Na sequência, no Parque da Juventude,

Educar a inteligência e o coração Dora Porto, Master em Matrimônio e Família pela Universidade de Navarra, e autora do livro “Pais inteligentes, filhos resolvidos”, fala sobre a educação dos filhos e a autoridade dos pais. Página 15

Pela paz durante os Jogos Olímpicos Rio 2016 Trégua Olímpica e Projeto 100 Dias de Paz buscam um mundo sem conflitos durante a os Jogos no ano que vem. Página 17

o DNJ prosseguiu com tendas para adoração ao Santíssimo, confissões e reflexões sociais. “Que cada jovem se sinta reconhecido em sua identidade, consciente do seu papel na construção de uma nova sociedade”, exortou Dom Carlos Lema Garcia, bispo auxiliar da Arquidiocese e vigário episcopal para a Educação e a Universidade.

Luciney Martins/O SÃO PAULO

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‘Testemunhas da Misericórdia na Cidade’ Na sessão ‘Encontro com o Pastor’ desta semana, Cardeal Scherer destaca as atividades da Arquidiocese para 2016. Página 3

A missão da família: desafios e perspectivas

O SÃO PAULO apresenta síntese da terceira e última parte do relatório final do Sínodo dos Bispos, que aconteceu em outubro. Formação e evangelização da família são destaques no texto. Página 23

Ética nas comunicações na Igreja e na sociedade Temática foi destaque entre os dias 6 e 8, em Campos do Jordão (SP), no 20º Encontro da Pastoral da Comunicação do Regional Sul 1, com integrantes de pastorais e profissionais de comunicação. Página 7

Após tragédia, moradores buscam explicações Rompimento de barragem no município de Mariana causa mortes e destruição de cidades no Estado de Minas Gerais. Página 10

Cardeal Scherer apresenta Carta Pastoral

Dom Odilo lança carta pastoral para o Ano da Misericórdia Com a Carta Pastoral “Misericordiosos como o Pai”, o Cardeal Scherer detalha o itinerário do Ano extraordinário da Misericórdia na Arquidiocese. Em 13 de dezembro, na Catedral da Sé, às 11h, acontecerá a abertura do Ano Santo em âmbito arquidiocesano. Página 12


2 | Ponto de Vista |

11 a 17 de novembro de 2015 | www.arquisp.org.br

Editorial

‘Meu corpo, minhas regras’?!

R

ecentemente, atores deflagraram na internet uma campanha favorável ao aborto com o slogan: “meu corpo, minhas regras”. Em um vídeo irreverente, ridicularizaram a fé cristã, o dogma da Virgindade de Maria e defenderam o aborto como uma espécie de “emancipação” da mulher. É uma evidência científica que um simples embrião, sendo dotado de características genéticas próprias e humanas, não é mais simplesmente o “corpo da mãe”; esta, portanto, não pode fazer com ele o que quiser! Mas, além disso, afirmar que, diante de

uma nova vida, frágil e indefesa, prevalecerão as “minhas regras”, significa não só sancionar a lei do mais forte, mas a lei do total desprezo ao direito à vida. E isso é pior do que a lei da selva! Mas há, ainda, outro equívoco nesse pensamento: quem disse que o aborto representa as regras “da mulher”?! Essa é uma visão machista, que isenta os homens (frequentemente os maiores interessados no aborto) de culpa e transfere-a às mulheres, para depois reivindicar o pretenso “direito” feminino de abortar! Na prática, vê-se o contrário: o aborto não é um problema apenas relacionado à mulher, e não raro

ocorre inclusive contra a sua vontade! Na maioria dos abortos, há homens que consentem, decidem ou até mesmo obrigam suas companheiras a essa prática. Aliás, além dos abandonos de namorados ou maridos, a pressão masculina é causa direta de muitos abortos, gerando sofrimento dobrado para as mulheres. Esse é mais um forte argumento para a não legalização do aborto. Se ela ocorresse, quantos namorados (e pais) insatisfeitos obrigariam – então com respaldo legal – suas namoradas (e filhas) a abortar! E quantos médicos e empresas farmacêuticas, movidos

por interesses financeiros, apresentariam o aborto como algo inofensivo ou como a única alternativa, deixando depois em suas pacientes tristes sequelas e remorsos. Sem dúvida, é a mãe, depois do feto, quem mais sofre no aborto (seja “legal” ou ilegal), que sempre deixa marcas muito duras. Mas, além disso, lamentavelmente, muitas mulheres são abortadas, não chegando a fruir do seu direito mais essencial, que antecede qualquer forma de “emancipação”: o direito à vida! E aqui a pergunta: como pode alguém realmente pensar o aborto como algo que sirva para “empoderar” a mulher?

Opinião

Medidas econômicas e a construção do bem comum Arte: Sergio Ricciuto Conte

Antonio Carlos Alves dos Santos Um ano após as eleições que a reconduziram ao cargo de presidente da República, Dilma Rousseff ainda continua encontrando enormes dificuldades para aprovar no Congresso Nacional as medidas necessárias para corrigir o péssimo legado econômico do desenvolvimentismo populista do seu primeiro mandato. A fragilidade política e a aparente falta de convicção em relação a urgência de um forte ajuste fiscal levou à decisão, infeliz, de apresentar uma proposta orçamentária para 2016 com déficit primário, que foi fundamental na decisão da agência de classificação de risco Standard & Poor’s de retirar o grau de investimento do País. Assustado com a possibilidade das outras duas agências risco adotarem a mesma posição, que teria graves consequências para nossa já combalida economia, o Governo Dilma apresentou uma nova proposta de orçamento com medidas de ajuste fiscal focado em aumento da receita. Essa estratégia de ajuste fiscal, segundo a literatura especializada, não é, no entanto, a mais recomendável. O corte de despesas, ainda que politicamente difícil, seria a melhor opção. Os cortes de gastos implicam em menor impacto sobre a produção, ou seja, têm um efeito recessivo menor, em razão da retomada do investimento privado, que é o grande responsável pelo crescimento econômico em uma economia de mercado. Infelizmente, em razão da enorme

fragilidade política da atual administração, a opção politicamente mais viável acaba sendo mesmo o aumento de impostos, posto que o foco do ajuste fiscal, no curto prazo, deve ser a geração de um superávit primário, que dificilmente será suficiente para a estabilização e ou redução da dívida pública como proporção do PIB, mas que deverá ser o suficiente para demonstrar o compromisso da atual administração com o equi-

líbrio fiscal durante o seu mandato. O retorno da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) é a melhor solução, se comparado à alternativa que seria o aumento do CIDE (Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico) sobre o combustível, que teria forte impacto sobre a inflação. Outras medidas, como é o caso do retorno do Imposto de Renda para lucros e dividendos distribuídos e maior esforço

na cobrança de devedores da dívida ativa da União, não eliminam a necessidade da aprovação da CPMF, mas sinalizariam um compromisso da atual administração em não colocar somente na conta da classe média e dos mais pobres o custo do ajuste fiscal. As medidas propostas na peça orçamentária para 2016, no entanto, não atacam o problema do déficit estrutural que requer medidas de longo prazo, que passam, necessariamente, por uma discussão, mais ampla, sobre o modelo de sociedade que desejamos construir. Reconhecer a existência de um desequilíbrio estrutural entre receitas e despesas, causado pela expansão do gasto social, não implica (como sugerido por alguns analistas) em um novo pacto social com a exclusão de vários direitos, que atingiria fortemente a população mais pobre. É fundamental frisar que não há saídas mágicas para atual situação econômica que, apesar de grave, nem de longe se aproxima das terríveis crises dos anos 80. Para superá-la, é preciso lembrar que a pior coisa é aquela que é pior para todos e que o objetivo do agir político deve ser sempre o bem comum. O País tem instituições sólidas e saberá superar a situação atual com a retomada, sustentada, sem populismo, do crescimento econômico com justiça social. Esse é e sempre será um grande desafio, que deve ser assumido por todos os brasileiros. Antonio Carlos Alves dos Santos é professor titular de Economia da PUC-SP e conselheiro do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP.

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator chefe: Daniel Gomes • Reportagem: Cônego Antônio Aparecido Pereira, Edcarlos Bispo, Filipe David, Nayá Fernandes e Renata Moraes • Institucional: Rafael Alberto e Fernando Geronazzo • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Secretaria de Redação: Djeny Amanda • Assinaturas: Ariane Vital • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Revisão: Maria Aparecida Ferreira • Impressão: S.A. O ESTADO DE S. PAULO • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.


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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo

N

o dia 7 de novembro foi realizada a assembleia de pastoral da arquidiocese de São Paulo, etapa final de um processo de avaliação e de reflexões para a concretização do Plano de Pastoral arquidiocesano em 2016. Será um ano cheio! Temos pela frente o Ano Santo extraordinário da Misericórdia, o Congresso Eucarístico Nacional de Belém, a Jornada Mundial da Juventude da Polônia, a preparação do tricentenário de Nossa Senhora Aparecida. Sem esquecer que o ordinário da vida continua a nos envolver. Tudo isso precisa ser inserido no Plano de Pastoral da Arquidiocese de São Paulo, que tem por objetivo grande – “ser testemunhas de Jesus Cristo na Cidade de São Paulo”. Continuaremos no esforço para ser uma “Igreja em saída” e “em estado permanente de missão”. Em 2016, daremos especial atenção à parte do Catecismo da Igreja Católica que trata da “fé que praticamos”, através da observância dos Mandamentos e da vida moral. A fé consequente se traduz nas obras da fé e na vida moral coerente. Vivendo o cinquentenário do Concílio Vaticano II, daremos enfoque especial à constituição dogmática Dei Verbum, sobre a Revelação Divina e a Palavra de Deus. Nossa Igreja precisa ser, mais e melhor, uma

Testemunhas da misericórdia na Cidade casa iluminada pela Palavra de Deus. Por isso, prossegue o esforço na difusão do método da leitura orante da Bíblia. Acolhendo a mensagem do Sínodo sobre a família, procuraremos fazer de nossas casas e famílias esses lugares da acolhida da Palavra de Deus e da vivência coerente da fé e da moral cristã. Ficamos à espera da palavra do Papa Francisco sobre a família e o casamento, após a realização do Sínodo; desde logo, porém, já é certo que precisamos voltarnos com urgência e maior atenção para a família, para estabelecer uma renovada interação com ela. A vivência e a transmissão da fé católica passam pela família; o futuro da humanidade e da Igreja passam pela família. Nosso planejamento pastoral para 2016 ficou enriquecido com a proclamação do Ano Santo extraordinário da Misericórdia, pelo Papa Francisco. Os grandes propósitos do Jubileu extraordinário da Misericórdia serão assimilados na programação da evangelização ao longo de todo este Ano Santo, que será aberto no próximo dia 8 de dezembro para toda a Igreja. A experiência da misericórdia de Deus é parte essencial da afirmação da fé e da vida cristã, como o Papa Francisco ensina na Bula de proclamação do Jubileu, Misericordiae Vultus. A acolhida sincera e humilde da misericórdia divina, atra-

vés do anúncio da Palavra de Deus e também no Sacramento do Perdão, precisa tornar-se novamente parte clara da vida cristã: sem a vivência da misericórdia, estaríamos longe da salvação e do agir de Deus: “sede misericordiosos, como vosso Pai celeste é misericordioso” (Lc 6,36). A acolhida e a prática da misericórdia purificarão e fortalecerão nossa fé e preservarão nossa religiosidade das tentações da soberba religiosa e da aridez espiritual. A Bula do Papa Francisco – Misericordiae Vultus (O Rosto da Misericórdia de Deus é Jesus) pode ser encontrada na internet e também nas livrarias; ela deverá ser o texto de referência para a celebração do Jubileu da Misericórdia. Na minha carta pastoral – “Misericordiosos como o Pai” -, já disponível nas paróquias, ofereço orientações para a celebração do Ano Santo extraordinário da Misericórdia em toda a nossa Arquidiocese. A Igreja é obra da misericórdia divina; ela também deve ser, em toda parte, testemunha concreta da misericórdia acolhida e praticada. “Ser testemunhas de Jesus Cristo na cidade de São Paulo”, como nos propomos em nosso Plano de Pastoral, aponta, necessariamente, para isso: ser testemunhas e servidores da misericórdia de Deus.

| Encontro com o Pastor | 3

15 anos da TV Canção Nova em São Paulo Na segunda-feira, 9, o Cardeal Odilo Scherer, arcebispo metropolitano, presidiu, na, Catedral Maronita Nossa Senhora do Líbano, a missa em ação de graças pelos 15 anos da TV Canção Nova em São Paulo, sendo acolhido, na saudação inicial, pelo Padre Adriano Zandoná, responsável pela missão da Canção Nova em São Paulo. O Arcebispo iniciou a celebração convidando todos a rezarem pela Canção Nova e também pelo Papa Francisco, tendo em vista a ocorrência naquele dia da festa da dedicação da Basílica de São João do Latrão, conhecida também como mãe e cabeça das igrejas de Roma e do mundo inteiro. Dom Odilo, na homilia, salientou que a Igreja deve ser o templo por meio do qual Deus manifesta a sua graça em favor do povo. O Arcebispo ressaltou a importância de que sejam respeitados os templos vivos de Deus, ou seja, todas as pessoas, uma vez que o ser humano foi criado à imagem de Deus, redimido por Cristo Jesus e transformado em habitação do Espírito Santo. Canção Nova

Ao final da celebração, Dom Odilo reiterou o agradecimento ao empenho evangelizador da Comunidade Canção Nova em São Paulo, agradecimento extensivo a Monsenhor Jonas Abib, fundador da Canção Nova, aos seus colaboradores e a todos aqueles que de algum modo contribuem com a obra. Após a bênção final, a diretora da produtora da TV Canção Nova, Cynthia Santos, e Padre Wagner Ferreira levaram ao presbitério um bolo, em meio ao canto de parabéns. A TV Canção Nova em São Paulo iniciou trabalhos no ano 2000, com um estúdio no Liceu Sagrado Coração de Jesus, onde aconteciam programas ao vivo como o ‘PHN’ e a ‘A tenda do Senhor’. Atualmente, tem estúdios no prédio da Editora Paulinas, na rua Inácia Uchoa, 62. A TV Canção Nova em São Paulo pode ser sintonizada pelo canal aberto 57, na sky, pelo canal 167, e na Net, pelo canal 194. (Com informações do Padre Wagner Ferreira, da Comunidade Canção Nova)

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4 | Fé e Vida |

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VENERAVEL IRMANDADE DE SÃO PEDRO DOS CLÉRIGOS

Liturgia e Vida

RUA SANTO AMARO, 71 15 ANDAR CJ 15A - SÃO PAULO - SP CNPJ 43.829.605/0001-00 BALANÇO PATRIMONIAL ENCERRADO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2013 E 2014

33º DOMINGO DO TEMPO COMUM 15 DE NOVEMBRO DE 2015

O sentido da história ANA FLORA ANDERSON Estamos chegando ao fim do ano litúrgico e a liturgia nos convida a refletir sobre o fim da história. A antífona de entrada afirma que devemos sentir paz e não aflição nos momentos dramáticos da história. Deus está conosco e a verdadeira alegria consiste em servi-lo de todo coração. A primeira leitura (Daniel 12, 1-3) descreve a ação salvífica de Deus nos tempos mais angustiantes da história. Deus suscitará Miguel, cujo nome significa “aquele que é como Deus”. Esse salvará a todos que ensinaram aos irmãos o caminho da virtude, de onde brilharão como estrelas por toda a eternidade.

A Carta aos Hebreus (10, 11-14.18) apresenta o sacrifício de Cristo na cruz como o único necessário para salvar toda a humanidade e levá-la à perfeição da santidade. O Evangelho de São Marcos (13, 2432) narra o ensinamento de Jesus sobre a tribulação que surgirá no fim da história. O Filho do Homem reunirá os povos de toda a terra para o julgamento final. Jesus termina narrando a parábola da figueira. Conhecemos o tempo no qual ela dará seus frutos pela cor dos ramos. Assim, conheceremos, também, o fim da história pelos sinais dos tempos. Jesus termina dizendo que só o Pai sabe quando será esta hora e, assim, nós somos chamados a vigiar.

Você Pergunta

Qual a diferença entre ser justo e ser homem de Deus? padre Cido Pereira osaopaulo@uol.com.br

Não há diferença alguma, Heleotério de Jesus Gomes, amigo que mora no Parque São Lucas, entre ser justo e ser homem de Deus. A Bíblia, em dezenas de passagens, nos afirma que o justo é aquele que se deixa guiar por Deus, que vive os mandamentos de Deus. O livro da Sabedoria nos afirma que a vida do justo está nas mãos de Deus. Só para você perceber como é ser um homem justo, basta percorrer os salmos. Escute só estas frases tiradas dos Salmos: O Senhor conhece o caminho dos justos (Sl 1,6); O Senhor põe à prova ao justo (Sl 11,15); O Senhor está com a linhagem do Justo (Sl 14,5); Exultai, ó Justos no Senhor! (Sl 33,1);

Os justos herdarão a terra (Sl 37,21); O justo florescerá como a palmeira (Sl 92,12); Será abençoada a geração dos justos (Sl 112,2). Nossa, meu irmão, não faltam passagens na Bíblia que nos garantem que o justo segue nos caminhos de Deus, que o justo é um homem de Deus. E a Bíblia garante também que a vida do justo está nas mãos de Deus. Então, não há diferença mesmo entre ser justo, reto, íntegro em tudo o que faz e ser homem de Deus. Como posso ser homem de Deus sem ser justo? E se eu for justo em tudo o que faço, eu já sou de Deus, consciente disso ou não. Que o Senhor nos faça caminhar nos seus caminhos, para que sejamos homens e mulheres justos, homens e mulheres de Deus, viu Heleotério?

ATIVO CIRCULANTE......................................................................... CAIXA E EQUIVALENCIA DE CAIXA..................................... CREDITOS A RECEBER........................................................ (-) PROVISÃO DEVEDORES / DUVIDOSOS........................ ADIANTAMENTOS................................................................. DESPESAS ANTECIPADAS.................................................. TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE........................................... NÃO CIRCULANTE................................................................ INVESTIMENTOS.................................................................. IMOBILIZADOS...................................................................... (-) DEPRECIAÇÃO................................................................. TOTAL DO ATIVO NÃO CIRCULANTE.................................. COMPENSADO...................................................................... IMUNIDADES USUFRUIDAS................................................. TOTAL DO ATIVO COMPENSADO........................................ TOTAL GERAL DO ATIVO...................................................... PASSIVO CIRCULANTE......................................................................... OBRIGAÇÕES FISCAIS........................................................ OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS............................................ OUTRAS CONTAS A PAGAR................................................ TOTAL DO PASSIVO CIRCULANTE..................................... ............................................................................................... PATRIMONIO LIQUIDO......................................................... PATRIMONIO SOCIAL........................................................... SUPERAVIT / DEFICIT DO EXERCICIO............................... PATRIMONIO LIQUIDO......................................................... COMPENSADO...................................................................... IMUNIDADES USUFRUIDAS................................................. TOTAL DO PASSIVO COMPENSADO.................................. TOTAL GERAL DO PASSIVO................................................

31.12.2013 310.146,21 - - 8.139,78 - 318.285,99

31.12.2014 875.312,84 46.425,40 (19.742,13) 12.164,48 965,81 915.126,40

2.383.643,44 2.383.643,44 2.688.054,01 2.691.634,01 - (21.591,94) 5.071.697,45 5.053.685,51 - 107.159,86 - 107.159,86 5.389.983,44 6.075.971,77 31.12.2013 2.766,83 23.886,00 18.000,00 44.652,83

31.12.2014 3.318,51 124.308,42 38.083,86 165.710,79

5.607.919,22 5.345.330,61 (262.588,61) 457.770,51 5.345.330,61 5.803.101,12

- 107.159,86 - 107.159,86 5.389.983,44 6.075.971,77

DEMONSTRAÇÃO DO SUPERÁVIT OU DÉFICIT EM 31 DE DEZEMBRO DE 2013 E 2014 RECEITASSOCIAIS RECEITAS ............................................................................. 31.12.2013 31.12.2014 ATIVIDADES SEM FINS LUCRATIVOS................................. 1.829.096,92 2.642.831,22 REEMBOLSO DESPESAS CAPELA..................................... - 48.514,88 OUTRAS RECEITAS.............................................................. 268.718,03 92.072,49 ISENÇÕES USUFRUIDAS..................................................... - 107.159,86 RECEITAS FINANCEIRAS..................................................... 3.262,27 117.842,74 TOTAL GERAL DAS RECEITAS............................................ 2.101.077,22 3.008.421,19 DESPESASSOCIAIS DESPESAS............................................................................ DESPESAS C/ PESSOAL ..................................................... DESPESAS ADMINISTRATIVA ............................................. DESPESAS ASSISTENCIAIS................................................ DESPESAS TRIBUTARIAS.................................................... DESPESAS FINANCEIRAS .................................................. ISENÇÕES USUFRUIDAS..................................................... CUSTOS - COMPRA DE VELA.............................................. CUSTOS - PROVISÃO P/ DEVEDORES DUVIDOSOS........ TOTAL GERAL DAS DESPESAS.......................................... SUPERAVIT/ DEFICIT DO EXERCÍCIO................................

31.12.2013 31.12.2014 1.137.771,27 1.125.475,01 1.159.608,24 841.941,05 - 165,20 58.454,16 98.576,22 7.832,16 76.729,61 - 107.159,86 - 280.861,60 - 19.742,13 2.363.665,83 2.550.650,68 (262.588,61) 457.770,51

RECONHECEMOS A EXATIDÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL ENCERRADO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2014, CUJOS VALORES DE ATIVO E PASSIVO IMPORTAM EM R$ 6.075.971,77 (SEIS MILHÕES, SETENTA E CINCO MIL, NOVECENTOS E SETENTA E UM REAIS E SETENTA E SETE CENTAVOS), AS NOTAS EXPLICATIVAS DESTA DATA, ESTÃO Á DISPOSIÇÃO DOS ASSOCIADOS E DE OUTROS EVENTUALMENTE INTERESSADOS, EM NOSSA SEDE SOCIAL São Paulo, 31 de dezembro de 2014

Marcio Leitao José Geraldo Rodrigues Moura Ebenilson Santos Andrade Diretor Presidente Diretor Tesoureiro Contador - CRC 1SP184793/O-1

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Espiritualidade O coração do discípulo missionário Dom Sergio de Deus Borges

J

Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana

esus reunia, frequentemente, seus discípulos e os orientava sobre como viver a Palavra e ser fiel ao projeto de amor do Pai eterno. Havia muitos discípulos que o escutavam com alegria, mas nem todos tinham a intenção de transformar essa escuta em atitudes novas no seu viver cotidiano e no seu agir como discípulos missionários. Conhecendo tal ambiguidade no meio de seus discípulos, Jesus oferece um critério de discernimento para definir quem está no caminho certo do discipulado missionário e quem precisa de forte conversão, utilizando estas palavras: “a boca fala daquilo que o coração está cheio” (Lc 6,45). Pela boca, pela palavra e pelas atitudes do discípulo missionário, vamos descobrir do que está cheio o seu coração. Pode ser que o coração esteja cheio de tristeza. Diz o Papa Francisco que “o grande risco do mundo atual, com sua múltipla e avassaladora oferta de consumo, é uma tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, da busca desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada. Quando a vida interior se fecha nos próprios interesses,

deixa de haver espaço para os outros, já São leigos e leigas, consagrados e não entram os pobres, já não se ouve a voz consagradas, diáconos e sacerdotes, que de Deus, já não se goza da doce alegria do falam da alegria de ter encontrado Jesus seu amor, nem fervilha o entusiasmo de e como Jesus preencheu seu coração do fazer o bem” (EG 2). amor de Deus. Assim, com o coração Da boca de um discípulo missionário cheio de amor, transborda a missão: facom o coração mesquinho e comodista, lam de Jesus que nos perdoa porque nos não ouvimos o anúncio de Jesus Cristo, ama; comprometem-se nas pastorais, mas o lamento e as desculpas para não movimentos e serviços; são catequistas nos dedicarmos à evangelização; quando que vão à procura das crianças para a convidamos para um ministério na co- Catequese e não esperam na secretaria munidade, ouvimos o “não”, ou o que é da igreja, porque sabem da importânpior: há fiéis que trocam de paróquia para cia de sair ao encontro; são jovens que não se comprometerem. E quando falamos de missão, Da boca de um discípulo escutamos com tristeza as missionário com o coração mesmas frases: já fizemos isto mesquinho e comodista, há vinte, dez ou cinco anos e não ouvimos o anúncio de não obtivemos “resultado satisfatório”. Ouvimos essa Jesus Cristo, mas o lamento frase inclusive de sacerdotes e as desculpas para não nos e diáconos. O coração já está dedicarmos à evangelização cheio, não há lugar para uma resposta alegre ao amor de Deus que nos evangelizam outros jovens com alegria; levam o amor e a misericórdia de Deus convoca continuamente para a missão. O Papa Francisco fala do grande te- nas ruas e casas, testemunhando que souro da Igreja que são os discípulos que o pecado que tanto nos aflige pode ser têm coração missionário: “É o batizado vencido pelo perdão e pela misericórdia que se faz ‘fraco com os fracos (...) e tudo de Deus. para todos’ (1Cor 9,22). Nunca se fecha, Do coração missionário surge o nunca se refugia nas próprias seguran- compromisso com a missão hoje: falar ças, nunca opta pela rigidez auto- de- de Jesus com novas atitudes e novas mafensiva. Sabe que ele mesmo deve cres- neiras, de forma criativa e entusiasmada, cer na compreensão do Evangelho e no mesmo que tenhamos vivido experiêndiscernimento das sendas do Espírito; cias pastorais que pareceram infrutíferas e, assim, não renuncia ao bem possível, no passado. Em seu coração e em sua ainda que corra o risco de sujar-se com a ação a causa missionária se torna a primeira de todas as causas. lama da estrada” (EG 45).

| Fé e Vida | 5

Fé e Cidadania O discurso e a prática política Padre Alfredo José Gonçalves, CS Em maior ou menor grau, cada ser humano ao longo da vida abre certa distância entre o discurso e sua prática concreta. Ou seja, a diferença entre o que se diz e o que se faz é comum a todos, mas pode atingir um nível doentio, patológico. Nesse último caso, a ação prima pela mentira, pela dissimulação ou pela hipocrisia. Na administração pública brasileira, historicamente, essa distância entre a demagogia retórica, de um lado, e a concretização das reformas necessárias, de outro, vem se tornando um verdadeiro abismo. Uma coisa é o que se discute e se decide nos corredores e salas do Congresso Nacional, do Planalto Central e do Poder Judiciário. Outra, bem diferente, são os problemas cotidianos da população, os quais, convém não esquecer, enchiam a lista de promessas dos candidatos durante a campanha eleitoral. As instâncias decisórias e os extratos sociais de baixa renda, de fato, parecem transitar em órbitas paralelas, como as linhas de uma ferrovia: os interesses de umas e outros quase não se encontram, dificilmente se cruzam e raramente se entrelaçam. A crise política, ética e econômica, ao colocar a nave Brasil em risco de naufrágo, parece desencadear um “salve-se quem puder” em boa parte dos representantes dos três poderes da União. Nesse “salve-se quem puder”, ganha prioridade a tarefa de limpar o próprio nome, o nome do partido ou da coalisão a que pertence. Novas alianças se fazem, desfazem e refazem com a velocidade das denúncias que emergem em investigações sem fim. Nessa tarefa, leva-se em conta não tanto o programa de governo, mas a preocupação de saltar fora do barco cheio de lacunas, ameaçado de submergir com a água da corrupção e da dívida pública. Surge o paradoxo: os tripulantes tentam abandonar a lama que vai tomando conta da nave, mas, ao mesmo tempo, aferram-se aos postos de comando. Teleguiados pelos ventos da política financeira e pela bússola dos interesses corporativos, abandonam os direitos e necessidades básicas dos passageiros a bordo, tentando a todo custo salvar a própria pele. Conclui-se que entre o discurso do candidato/político, por uma parte, e seu compromisso com os interesses populares, por outra, cava-se um abismo cada vez mais profundo. A tríplice crise – ética, política e econômica – gera uma quarta; a crise social. “A corda arrebenta do lado mais fraco” diz com razão o povo. Talvez falte uma pitada de tempero evangélico: “Jesus ensinava como alguém que tem autoridade, e não como os doutores da Lei” (Mt 7,29).


6 | Viver Bem |

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Comportamento Fragilidade infantil Simone Fuzaro

Nos últimos anos, surgiu com força a ideia da fragilidade infantil. Crianças que há algumas décadas eram tomadas como capazes de enfrentar desafios e amadurecer diante das dificuldades, hoje são protegidas e cuidadas como se não fossem capazes de resistir a menor adversidade. São tratadas como “bebês” sem haver a sábia e necessária percepção de que podem enfrentar novos desafios a cada fase. De onde vem essa ideia nociva, que está a serviço da formação de pessoas imaturas e despreparadas para a vida? Algo aconteceu com os pais para que privem compulsivamente os pequenos das situações corriqueiras de frustração, tão necessárias para que cresçam fortalecidos. Podemos imaginar que essa ideia vem do amor: tomados pelo imenso amor que brota na ascenção à paternidade, olhando aquele pequeno ser, aparentemente frágil e dependente, se veem impelidos a protegê-lo de qualquer dificuldade ou incômodo, não poupando esforços para isso. De fato, o amor que conhecemos ao nos tornarmos pais é grandioso, não cabe no peito, transforma a vida. Como é bom amar! Porém, se assumirmos o amor como causa desse comportamento protetor, estaremos dizendo que não amavam os filhos os pais de algumas décadas atrás. Podemos supor que é o medo da perda – o pequeno pode sucumbir diante das dificuldades –, sentimento legítimo e parte integrante dos vínculos humanos. Proteger,

porém, não significa garantir a que tinha por hobby plansobrevida, ao contrário, prote- tar árvores. O vizinho que o gendo tornamos os pequenos observava, via que plantava mais vulneráveis, incapazes de várias mudas, porém, quase se proteger. O medo da per- não as regava. Ficava curioda é antigo, o que é próprio so com esse comportamento. da modernidade é a “ilusão Mudou-se. Anos depois, rede controle”, o não nos con- tornou à antiga casa e viu que formarmos com o que sai do no quintal do vizinho havia previsto. um bonito bosque com árTalvez venha do sentimento vores frondosas. Quis matar de culpa tão presente nas fa- sua curiosidade perguntando mílias modernas. Ele brota da ao homem sobre o hábito de falta de tempo para o convívio, pouco aguar o que plantava da correria, da falta de objeti- e recebeu a seguinte explicavos claros para educação dos ção: se oferecesse muita água filhos, para vida profissional, às pequenas mudas as raízes para conquistas materiais. Não poDe fato, o amor que demos conhecer os potenciais, capaci- conhecemos ao nos dades e limitações tornarmos país é se não convivemos grandioso, não cabe o suficiente. Não no peito, transforma a estamos livres para nos frustrarmos se vida. Como é bom amar! nos sentimos em Porém, se assumirmos o débito. amor como causa desse Muitos fatores comportamento protetor, concorrem para que as crianças estaremos dizendo que não ocupem o lugar de amavam os filhos os pais de fragilidade. Acre- algumas décadas atrás ditem, esse lugar não pertence a elas: são fortes, ficariam na superfície, pois capazes de enfrentar desafios ali mesmo encontrariam o adequados a cada fase, de se suficiente. Porém, oferecendo criarem na adversidade. menos, proporcionava que as Que tipo de pessoas espe- raízes se aprofundassem em ramos que nossos filhos sejam busca de sanar todas as nedaqui a 20 anos? Alcançar os cessidades e, desse modo, obobjetivos demanda trabalho, tinha como resultado árvores desde cedo. Se forem exces- firmes, frondosas, que dificilsivamente protegidos quando mente se abalariam com uma pequenos, dificilmente serão tempestade qualquer. autônomos, generosos, com Não estará em nós essa tal caráter firme - distinguindo o fragilidade? certo do errado e lutando por superar seus erros e dificulSimone Ribeiro Cabral Fuzaro é Fonoaudióloga e Educadora; Mestre em Educação/ dades! Distúrbios da Comunicação pela PUC-SP; Ouvi um conto que me disEspecialista em linguagem e coordenadora da Escola de Educação Infantil Pedrita se muito: havia um homem

Cuidar da Saúde

Atleta de final de semana Cássia Regina Chamamos de atleta de final de semana aquela pessoa que não faz nenhuma atividade física durante a semana e no fim de semana vai jogar bola ou fazer cooper. Você já deve ter escutado falar sobre alguém que enfartou durante o jogo. Isso ocorre porque o sistema cardiovascu-

lar não está condicionado e de repente você é exposto a uma atividade intensa. Os batimentos cardíacos sobem muito rápido e como o coração não está acostumado, acaba enfartando. O ideal é realizar exercícios em dias alternados, de forma regular. Se você gosta de jogar bola ou praticar outra atividade física somente aos finais de semana, durante

a semana faça caminhadas de 30 minutos. Não tem tempo? Suba de escada em vez de elevador, desça uns pontos antes quando for trabalhar de ônibus, vá à padaria a pé. Tire 30 minutos por dia para cuidar de seu corpo. E curta tranquilamente seu final de semana. Dra. Cássia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF)


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| Pastorais | 7

Pastoral da Comunicação

Ética nas comunicações em destaque Com a participação de mais de cem pessoas, entre integrantes de pastorais e profissionais de comunicação, aconteceu entre os dias 6 e 8, em Campos do Jordão (SP), o 20º Encontro Estadual da Pastoral da Comunicação do Regional Sul 1 da CNBB, com o tema “Ética nas comunicações sob a Ótica do Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil, Documento 99 da CNBB”. “Uma grande parte do Regional esteve presente, portanto faço um balanço bastante positivo e ao mesmo tempo o desejo de articular aquelas dioceses que não puderam participar. Esses nossos encontros do Regional têm a meta de encontrar e formar nossos líderes, mas também de atingir as pessoas nas bases”, afirmou Dom Vilson Dias de Oliveira, bispo de Limeira (SP) e referencial da Pascom no Regional Sul 1. O tema do encontro foi tratado pelos assessores Carlos Alberto Di Franco, jornalista, pelo Padre Antônio Xavier Batista e Ricardo Alvarenga, da comissão nacional de comunicação da CNBB. Di Franco analisou sobre como a Igreja Católica é percebida na atualidade e falou do cenário cultural de uma sociedade descompromissada. Ele alertou para a necessidade de profissionalização daqueles que trabalham com a

Regional Sul 1 da CNBB

Delegação da Arquidiocese de São Paulo no encontro de comunicação junto a Dom Vilson

comunicação da Igreja e também avaliou positivamente a comunicação do Papa Francisco. “O Papa não mudou a doutrina, mas a atitude como se comunica a doutrina”. Padre Antonio Xavier e Ricardo Alvarenga destacaram que o Diretório Nacional de Comunicação, Documento 99 da CNBB, aponta à necessidade de uma avaliação crítica dos produtos Reprodução

midiáticos, nos quais, por inúmeras vezes, é possível observar “sinais de degradação e de banalização dos valores humanos éticos, decorrentes da busca obsessiva pela audiência” (Diretório de Comunicação, 2014, 141). “Por isso, a Igreja reforça o pedido de que se mantenha um diálogo com o mundo da mídia a fim de compreender e ajudar para que tais instrumentos sejam usados

pelo engrandecimento da sociedade”, afirmaram. A respeito de uma melhor compreensão da Pascom, Padre Antonio e Ricardo Alvarenga lembraram que o Diretório apresenta algumas características dessa pastoral, entre as quais: colocar-se a serviço de todas as pastorais para dinamizar suas ações comunicativas; promover o diálogo e a comunhão das diversas pastorais; capacitar os agentes de todas as pastorais na área da comunicação, especialmente a Catequese e a Liturgia; favorecer o diálogo entre a Igreja e os meios de comunicação para dar maior visibilidade à sua ação evangelizadora; envolver os profissionais e pesquisadores da comunicação nas reflexões da Igreja para colaborar no aprofundamento e atualização dos processos comunicativos; desenvolver as áreas da comunicação, como a imprensa, a publicidade e as relações públicas, nos locais onde não existem profissionais especificamente designados. A próxima edição do Encontro Estadual de Comunicação do Regional Sul 1 da CNBB será entre 4 e 6 de novembro de 2016, em Campos do Jordão (SP). (Com informações de Renato Papis, do Regional Sul 1 da CNBB)

CAMI ‘Fronteiras Livres! Não à discriminação’

Reprodução

“Convocamos a todos (as) imigrantes e pessoas solidárias à causa a participarem da 9ª Marcha em São Paulo, onde celebraremos as conquistas obtidas, com o protagonismo dos (as) imigrantes e pelo acesso a todos os direitos, com vista a uma plena inserção social”. Assim consta em um dos trechos do convite para a 9ª Marcha dos Imigrantes, com o tema “Fronteiras Livres! Não à discriminação”, que será realizada no domingo, 29, a partir das 9h, com concentração na praça da República e marcha até a praça da Sé, incluindo parada para leitura de um manifesto em frente à Câmara Municipal.

Esclarecimento informativo Atendendo ao pedido dos organizadores da 8ª Retomada Indígena, evento realizado na PUC-SP, entre os dias 21 e 23 de outubro, e noticiado na edição 3075, página 11, informamos que a atividade foi realizada pelo Programa Pindorama; o Núcleo de Gênero, Raça

e Etnia do Curso de Serviço Social da PUC-SP; SPDM-Saúde Indígena-Unifesp; e Museu da Cultural; com o apoio da articulação povos indígenas SP/CAPISP, Pastoral Indigenista, CIMI-SP, Cursinho Popular da PUC-SP e Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos.


8 | Pelo Mundo |

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Destaques das Agências Internacionais

Filipe David

Correspondente do O SÃO PAULO na Europa

Líbano/ Síria

Possível divisão da Síria é criticada por bispos

Número de mortos em Guerra na Síria já é superior a 300 mil pessoas

Com a guerra civil na Síria se aproximando do seu sexto ano consecutivo, tendo feito 300 mil vítimas fatais e obrigado 12 milhões de pessoas a deixar suas casas, a perspectiva de uma divisão do País preocupa os bispos maronitas do Líbano: “As vozes sobre as hipóteses de um novo mapa da Síria não dão muita esperança para o futuro de paz na região. A solução proposta não é boa”, disseram em comunicado após uma reunião na sede patriarcal de Bkerkè, sob a presidência

Estado Islâmico liberta 37 reféns

do Patriarca Boutros Bechara Rai. Os bispos sugerem que seja buscada uma solução similar à libanesa, em que cristãos e muçulmanos partilham o governo do País, garantindo um equilíbrio entre as várias realidades étnicas e religiosas. Os bispos aproveitaram para reiterar seu apoio ao exército e forças de segurança libanesas e se unirem à voz do Patriarca em seus apelos para sair do impasse político em torno da eleição do novo presidente da República.

O Estado Islâmico libertou 37 cristãos que vinham sendo mantidos reféns desde fevereiro deste ano. As pessoas libertadas – 27 mulheres e 10 homens – haviam sido capturados numa ofensiva do grupo em 35 povoados assírios no Noroeste da Síria. Do total de pessoas capturadas nessa ofensiva, ainda permanecem 168 reféns. Muitos são frequentemente ameaçados pelos milicianos, que tentam a obtenção de resgates em troca das libertações.

Fonte: Fides

Fonte: Fides

Colômbia

Episcopado é contra adoção de crianças por ‘casais’ homossexuais O Tribunal Constitucional da Colômbia decidiu aprovar a adoção de crianças por duas pessoas do mesmo sexo, justificando sua sentença afirmando que busca “proteger os direitos da população vulnerável, como as crianças em situação de adoção”. Para o Tribunal, não haveria pro-

vas de que a adoção por duas pessoas do mesmo sexo afete negativamente o desenvolvimento da criança. Os bispos colombianos denunciaram que essa decisão fere os direitos das crianças: “[A adoção] é acima de tudo uma medida de proteção ao menor e nunca deve

ser considerada um ‘direito’ das pessoas que estão adotando”. Para os bispos, o melhor lugar para o desenvolvimento de uma criança é numa família, formada por um homem e uma mulher. Viviane Morales, senadora colombiana, também criticou a decisão e afirmou

que 85% dos colombianos são contra a adoção por “casais” homossexuais: “Não se trata de desconhecer os direitos das minorias LGBT, porque nenhum adulto tem o direito de adotar, de exigir que o Estado lhe entregue um menor em adoção”. Fonte: ACI

Estados Unidos

Europa

‘Prefiro ser preso a apoiar o aborto’

4 condições para que a Inglaterra permaneça na União Europeia

Uma congregação protestante na Califórnia está contestando uma decisão departamental do Estado da Califórnia que obriga todos os empregadores, incluindo as igrejas, a oferecer serviços de saúde que cubram abortos (ao contrário do Brasil, o aborto é legalmente permitido nos Estados Unidos). “Senti-me violado e forçado”, afirmou o pastor Jack Hibbs. “Vejo a constituição

e a minha liberdade religiosa sob ataque”, enfatizou. O Pastor afirmou que “levaremos isso até o ponto de sermos presos, se for necessário”, disse. “Deus é quem dá a vida. Não posso pensar em um ser humano mais indefeso do que um bebê antes de seu nascimento”, concluiu. Fonte: Site Life News

A Inglaterra deve votar por meio de plebiscito a sua permanência ou não na União Europeia em 2017. David Cameron, atual primeiro-ministro inglês, estabeleceu suas quatro condições para apoiar a permanência. A primeira é que não haja discriminação contra os países que – como o Reino Unido – não adotaram a moeda

comum europeia, o Euro. A segunda é enfatizar mais a maior competitividade de um mercado unificado. Em terceiro lugar, Cameron quer que o papel dos parlamentos nacionais seja reforçado, e, por último, que os países possam ter um pouco mais de controle sobre a imigração vinda de um outro país membro. Fonte: Le Figaro/ Reuters


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| Papa Francisco | 9

‘Igreja se renova por meio da oração e da santidade’ Após a oração do Ângelus no domingo, 8, o Papa Francisco falou sobre as recentes notícias a respeito de documentos reservados da Santa Sé que foram subtraídos e publicados. “Gostaria de lhes dizer, antes de tudo, que roubar esses documentos é um crime.

É um ato deplorável que não ajuda. Eu mesmo tinha pedido para fazer esse estudo, e esses documentos, eu e os meus colaboradores já os conhecíamos bem, e foram tomadas as medidas que começaram a dar frutos, até mesmo alguns visíveis”, afirmou.

O Pontífice assegurou aos fiéis que “esse triste fato não me distrai certamente do trabalho de reforma que estamos realizando com os meus colaboradores e com o apoio de todos vocês”. O Papa reiterou, ainda, que conta com a ajuda de todos os cató-

licos, “porque a Igreja se renova por meio da oração e da santidade cotidiana de cada batizado”, acrescentou, agradecendo os fiéis e pedindo para que continuem a rezar “pelo Papa e pela Igreja”. (por Fernando Geronazzo)

Fotos; L’Osservatore Romano

O Papa almoçou no refeitório São Francisco, da Cáritas de Florença, na terça-feira, 10. Antes de se sentar à mesa, Francisco saudou as 60 pessoas que estavam no local. No cardápio: sopa de legumes e picadinho de carne, servidos em pratos descartáveis.

Viagem à Toscana O Papa Francisco realizou uma visita pastoral às cidades de Prato e Florença, na região da Toscana, na terça-feira, 10. Essa foi sua 10ª visita pastoral na Itália. Considerada a cidade “mais chinesa” da Itália e uma das mais multiculturais da Europa, Prato tem cerca de 30 mil habitantes e possui uma economia movida pela indústria têxtil. Em seu discurso aos fiéis, na maioria trabalhadores da cidade, o Santo Padre recordou os sete operários chineses mortos há dois anos em um incêndio na zona industrial de Prato. Moravam dentro do galpão no qual trabalhavam, em um dormitório feito de reboco. O Pontífice afirmou que a tragédia revelou condições desumanas de exploração: “A vida de toda comunidade exige que se combatam, até o fim, o ‘câncer’ da corrupção e o veneno da ilegalidade. Dentro de nós e junto aos outros, não nos cansemos de lutar pela verdade!”, exortou. (FG)

Na missa que presidiu no estádio Artemio Franchi, na cidade de Florença, na Itália, na terça-feira, 10, o Papa Francisco ressaltou que os cristãos têm a coragem de nadar contra a corrente para anunciar a misericórdia de Deus.

Sonho de uma ‘Igreja inquieta’ Ainda pela manhã da terça-feira, 10, o Papa chegou à Florença, famosa “capital renascentista”, onde visitou o Monumento do Batistério, dedicado a São João Batista, e a Catedral Santa Maria di Fiori, onde encontrou-se com os participantes do 5º Congresso Eclesial da Igreja italiana. Na ocasião, Francisco fez um contundente discurso inspirado no tema do evento, “O novo humanismo em Cristo Jesus”. O Bispo de Roma ressaltou que a face de Jesus é semelhante àquela de tantos irmãos humilhados e escravizados, e indicou três sentimentos que caracterizam o humanismo cristão: a humildade, o desinteresse próprio e a bem-aventurança. Dirigindo-se à Igreja italiana, o Papa recordou que seus membros não devem ser obcecados pelo poder. “Apraz-me uma Igreja italiana inquieta, sempre mais próxima dos abandonados, dos esquecidos, dos imperfeitos. Desejo uma Igreja alegre com o rosto de mãe, que compreende, acompanha e acaricia. Sonhem também vocês com essa Igreja, acreditem nela, inovem com liberdade. Sejam criativos ao expressar o gênio que os grandes desta terra, de Dante a Michelangelo, expressaram de modo inigualável”, ressaltou. (FG)


10 | Pelo Brasil |

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Nayá Fernandes

Destaques das Agências Nacionais

nayafernades@gmail.com

Simpósio interdisciplinar na PUC-SP aborda tema da família Qual o contexto cultural em que se encontra a família com suas principais realizações e dificuldades? Quais os organismos sociais, governamentais e eclesiais que trabalham com a família? Para tentar responder a essas e outras questões, o Grupo de Pesquisa “A relação pessoa-família como fundamento construtivo da vida social e religiosa”, realizou o “1º Simpósio Família em diálogo com a Teologia e a Sociedade - interfaces e desafios” nos dias 4 e 5 no campus Santana da PUC-SP, na zona Norte de São Paulo. O Grupo está inserido no Programa de Estudos Pós-Graduados (PEPG)

em Teologia, com o apoio da Cátedra de Família da PUC-SP. O evento visou contribuir para a dinâmica de maior integração na Universidade entre pesquisa, docência e extensão a serviço da sociedade e diálogo e cooperação com as demais instituições acadêmicas. Além das palestras principais, houve a socialização dos trabalhos investigativos de cada grupo de pesquisa. Padre Denilson Geraldo, professor de direito canônico, e Matthias Grenzer, que leciona Sagradas Escrituras, compuseram a equipe de organização

do Simpósio e, entre os palestrantes, estiveram outros professores da faculdade de Teologia, bem como de outras faculdades, tornando o evento interdisciplinar. A professora Rosa Maria Stefanini de Macedo, doutora em Psicologia, falou sobre o tema “A família como matriz de identidade pessoal e social”. A complexa realidade da migração também foi abordada com o auxílio da professora Marcia Maria de Souza, do departamento de Geografia. O encerramento do Simpósio aconteceu com a exposição sobre “A perspectiva antropológica e pastoral

do Sínodo dos bispos sobre a família”, feita pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo. “O que se constatou é que a família entra nesse conjunto da crise global da civilização e das culturas. Ela, então, atravessa uma série de mudanças e a Igreja, estando nesse contexto cultural, percebe esse conjunto de mudanças e se sente desafiada para reafirmar e anunciar a vocação da família hoje e ajudar a preparar as pessoas para que assumam essa vocação com mais responsabilidade”, afirmou o Cardeal. (colaborou Fábio Parpinelli)

Moradores de Mariana (MG) exigem explicações sobre tragédia Moradores de Mariana (MG) realizaram protestos na cidade, com gritos “Mariana não se cale. A culpa é da Vale” na segunda-feira, 9. Entre as reivindicações está um posicionamento da mineradora Vale, acionista da Samarco, responsável pelas barragens que se romperam na quinta-feira, 5, e mais respeito e atenção aos atingidos. A manifestação teve apoio do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Ferro e Metais Básicos (Metabase). Com o rompimento da barragem, o distrito de Bento Rodrigues, na zona rural do município mineiro, foi totalmente coberto por lama e as casas foram destruídas. Até a noite da segunda-feira, 9, havia duas mortes registradas e 26 desaparecidos. Desse total, 13 são funcionários de empresas que prestam serviços à mineradora Samarco e 13 cujo desaparecimento foi informado por parentes. Entre os desaparecidos estão duas crianças, uma de 5 anos e outra de 3 meses. Letícia Oliveira, da coordenação estadual do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), em Minas Gerais, afirmou que o MAB está fazendo muitas denúncias. “A gente vê que não estão investindo tanto em segurança dos seus empreendimentos, sem pensar na população que sofre com isso. A Samarco já teve anteriormente o rompimento de um mi-

Antônio Cruz/ABr

Rompimento de barragem no distrito de Bento Rodrigues causa destruição em Mariana (MG); Arquidiocese lança campanha por doações

neroduto, há uns anos atrás, o que mostra que já existe a repetição dessas questões.” As Pastorais Sociais do Regional Leste II da CNBB, que compreende os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, escreveram um manifesto em que afirmam que “este desastre criminoso acontece dentro de uma sequência de outras tragédias ocorridas em várias regiões do País. Em Minas Gerais, destacamos: Miraí, Muriaé, Espera Feliz, Nova Lima/Macacos e Itabirito. As empresas mineradoras que as provocaram ficaram impunes, e as fa-

mílias atingidas, sem direitos garantidos”. Em nota, a Arquidiocese de Mariana afirmou que lamenta profundamente a tragédia provocada pelo rompimento da barragem de rejeitos Fundão, da empresa Samarco Mineradora, vitimando centenas de pessoas. “Manifestamos nossa mais sentida solidariedade às famílias que tiveram suas casas e seus bens destruídos e às que choram a morte de seus entes queridos, vítimas dessa catástrofe de proporções incalculáveis”. A Arquidiocese disponibiliza uma conta

bancária para receber doações em favor dos atingidos pelo rompimento das barragens. As doações podem ser depositadas em: Titular: Arquidiocese de Mariana CNPJ: 16.855.611/0001-51 Banco: 104 – Caixa Econômica Federal Agência: 1701 – Mariana Operação: 03 Conta Corrente: 01-7 Fontes: Brasil de Fato, Jornal GGN e Arquidiocese de Mariana (Por Nayá Fernandes)

Votação para os Conselhos Tutelares de SP acontece no dia 15

Câmara deverá votar restrições para o porte de armas

A população de São Paulo escolherá, no domingo, 15, das 9h às 17h, os 260 novos conselheiros que atuarão nos 52 Conselhos Tutelares da cidade. Os novos mandatos serão exercidos entre 10 de janeiro de 2016 e 9 de janeiro de 2020. Ao todo, são 1.562 candidatos habilitados. Todas as pessoas maiores de 16 anos, com título de eleitor emitido até o dia 3 de abril de 2015 podem votar. O voto é facultativo e secreto e cada eleitor poderá escolher até cinco candidatos. São necessários

A discussão sobre restrições a compra e porte de armas voltou à tona no Brasil, onde o plenário da Câmara dos Deputados deverá votar mudanças no Estatuto do Desarmamento, que havia tornado mais difícil obter e manter armas no País. Entre as modificações estão a retirada de impedimentos para a compra e o porte

para a votação o documento de identificação com foto e o título de eleitor. Os eleitores deverão votar em sua região de domicílio eleitoral. A votação será realizada em mais de 380 pontos distribuídos pela cidade, com supervisão da Comissão Central das Eleições do Conselho, a qual conta com membros da Pastoral do Menor. A consulta aos locais de votação pode ser feita em www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/direitos_humanos. Fonte: Prefeitura de São Paulo (Por Nayá Fernandes)

de armas, a redução da idade mínima para a compra de 25 para 21 anos e a autorização para que senadores, deputados e outras categorias profissionais (oficiais de Justiça, agentes de trânsito, entre outros) portem armamentos. A votação em plenário ainda não tem data para ocorrer. Fonte: BBC Brasil (Por Nayá Fernandes)


www.arquisp.org.br | 11 a 17 de novembro de 2015

| Reportagem | 11 Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

2 mil jovens atendem ao chamado do Setor Juventude da Arquidiocese e junto ao Cardeal Scherer, bispos e padres, celebram o DNJ 2015 dando testemunho de fé na cidade de São Paulo

A juventude chamada a construir uma nova sociedade 2 mil jovens participam do DNJ 2015, demonstrando a multiplicidade de carismas e atividades na Arquidiocese de São Paulo

“Temos que começar aos poucos, fazendo a diferença em nosso meio. Ajudando as pessoas que precisam. Em nossa paróquia, realizamos o ‘Café da Manhã Solidário’, quando levamos café às pessoas em situação de rua. E nós procuramos fazer essas pequenas coisas simples, pois a partir delas podemos fazer muito mais”. Yara Ramos Linhares, 15, da Paróquia São Geraldo, na Região Sé

Renata Moraes

jornalismorenata@gmail.com

“Estar nesse DNJ pra mim é comemorar um ano de vitórias. Eu participo do evento há seis anos, mas em 2014 eu não pude vir, pois estava internado. Foi quando descobri que estava com câncer. Eu procuro sempre estar na igreja, em comunhão com Deus e celebrando a vida. É isso que me mantém de pé e recarrega as energias para a batalha”. Gabriel Alves de Morais, 21, há 11 messes faz tratamento de quimioterapia para combater um câncer no sistema linfático, em fase de metástase. Animado e na companhia dos colegas do grupo de jovens da Paróquia Divino Espirito Santo, da Região Belém, ele participou da celebração do Dia Nacional da Juventude (DNJ), na Paróquia Sant’ana, no domingo, 8. Organizado pelo Setor Juventude da Arquidiocese de São Paulo, o DNJ teve a participação de cerca de 2 mil jovens, animados pelo tema “Juventude construindo uma nova sociedade”. Na missa de abertura do DNJ, o Cardeal Odilo Scherer, arcebispo metropolitano, falou aos jovens sobre a importância da participação na missa, como uma atitude cristã de fé; e citando o evangelho do dia (Mc 12, 38-44), sobre a passagem da pobre viúva que no templo doou tudo o que tinha, indagou-lhes: “E vocês jovens, quanto estão doando para Deus? Da sua vida e do seu tempo? O que sobra? Temos que dar tudo que temos. Amar a Deus sobre todas as coisas, como nos ensina o primeiro mandamento”, exortou o Arcebispo. Dom Odilo também estimulou os jovens a dizerem “sim” às vocações ao sacerdócio ou ao Matrimônio. “Nós in-

‘Como a juventude pode construir uma nova sociedade?’

No Parque da Juventude, na zona Norte de São Paulo, jovens católicos vivenciam DNJ 2015

centivamos sim a vocação religiosa, ao sacerdócio, mas também a formação da família. Vocês que estão pensando em se casar estão pensando em uma coisa boa, pois foi na Sagrada Família que o filho de Deus nasceu”, destacou.

Multiplicidade juvenil na vivência da fé

Em um testemunho público de fé, os jovens, após a missa, seguiram em uma animada caminhada pelas ruas do bairro de Santana, ao som de canções religiosas, até o Parque da Juventude, onde o DNJ teve sequência em tendas formativas, organizadas por temas e pastorais. Ao chegar, os jovens encontravam, na entrada do Parque, a tenda de adoração ao Santíssimo Sacramento exposto no altar. Mais adiante, estava a tenda de serviços sociais, onde as pastorais da Juventude, do Menor, Carcerária e o Vicariato Episcopal para o Povo de Rua reuniram os jovens para discutir em questões como a redução da maioridade penal e o significativo número de jovens encarcerados ou em situação de rua. Uma tenda que não ficou vazia em momento algum foi a de Confissão, onde jovens faziam fila para receber esse sacramento. Já quem desejasse saber mais sobre a vocação, podia visitar a tenda de promoção vocacional organizada pela

Pastoral Vocacional. Entre as 15 tendas espalhadas pelo Parque também estavam as que permitiam esclarecimentos sobre os riscos da ideologia de gênero e as ações da juventude em favor do diálogo inter-religioso. Os jovens também puderam se divertir com shows musicais, com apresentações de grupos de música das paróquias, pastorais e movimentos da Arquidiocese. “O grande fruto deste dia são os diversos carismas e as diversas formas de viver a nossa fé. Aqui vemos a força da nossa juventude. Que cada jovem se sinta reconhecido em sua identidade, consciente do seu papel na construção de uma nova sociedade”, destacou, ao O SÃO PAULO, Dom Carlos Lema Garcia, bispo auxiliar da Arquidiocese e vigário episcopal para a Educação e a Universidade. No evento que demarcou os 30 anos do DNJ, os jovens também contaram com serviços de teste vocacional e de saúde e estética, como massagem corporal e limpeza de pele, ofertados pela Universidade Santana. A infraestrutura montada no Parque da Juventude foi doada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Houve também o apoio da Secretaria de Turismo da cidade de São Paulo. (Colaborou Millena Guimarães)

“Não ser passivo diante das situações, ter senso crítico, deixar a alienação e deixar o comodismo. O jovem precisa tomar o seu espaço e tomar uma postura de quem tem o desejo de mudanças, que acredita em seus sonhos e que olha para o futuro como algo perto que ele possa construir”. Jovane Maciel, 27, consagrado de vida da Comunidade de Aliança de Misericórdia

“A mudança começa dentro da gente. Vivemos um processo de construção a cada dia. A partir do momento que ajudamos o próximo nas mais diversas formas, já estamos construindo uma nova sociedade. Construímos a civilização do amor todos os dias quando encontramos Jesus no nosso próximo”. Juliana Maria Teixeira, 19, da Pastoral da Juventude da Região Brasilândia

“Ofertando minha vida pelos jovens, evangelizando aqueles que não conhecem a Deus. E a minha missão é ir ao encontro deles para ter um novo mundo”. José Lucas Alves Passos, 20, da Comunidade Shalom

“Somos capazes de mudar, de ajudar e melhorar as coisas sim, mas apenas se isso acontecer primeiro dentro de nós. Os jovens não são o futuro da igreja, somos o presente e não precisamos esperar o futuro para fazer a diferença”. João Vítor Cortez Fernandes, 18, do Movimento Escalada Pirituba


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Vai começar o Ano da Misericórdia Luciney Martins/O SÃO PAULO

Em carta pastoral, Cardeal Scherer oferece orientações para a celebração do Ano Extraordinário da Misericórdia na Arquidiocese de São Paulo Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com

Anunciado em 11 de abril deste ano, com a Bula Misericordiae Vultus, o Ano Extraordinário da Misericórdia se iniciará na Solenidade da Imaculada Conceição, em 8 de dezembro, e se encerrará na Solenidade de Cristo Rei, em 20 de novembro de 2016. Com o intuito de motivar e orientar a Arquidiocese de São Paulo, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, escreveu a Carta Pastoral “Misericordiosos como o Pai”. “Esta minha carta não pretende substituir, nem repetir as palavras do Papa, mas oferecer algumas motivações e orientações para celebrarmos bem este Ano Santo extraordinário em toda a Arquidiocese de São Paulo”, afirma na Carta o Arcebispo. Na Arquidiocese, haverá seis Portas Santas - igrejas destinadas às peregrinações durante todo o Ano Santo –, que serão abertas no domingo, 13 de dezembro. Para toda a Arquidiocese, e em especial para a Região Episcopal Sé, a abertura da Porta Santa será com missa presidida pelo Cardeal, na Catedral da Sé, às 11h. Nas demais regiões episcopais, as missas serão às 15h, nas paróquias Sant’Anna (Região Santana), Nossa Senhora da Expectação (Região Brasilândia), Nossa Senhora da Lapa (Região Lapa), Nossa Senhora do Sagrado Coração (Região Belém) e Paróquia-santuário São Judas Tadeu (Região Ipiranga). A carta explica, ainda, o significado das Portas Santas, descrevendo como uma “ação simbólica e deve significar nossa atitude de fé em Deus misericordioso e em Jesus Cristo Salvador, bem como nosso desejo de obter misericórdia e indulgência da parte de Deus”. Além disso, “a passagem pela Porta Santa deve ser preparada com fé e oração, para levar-nos ao encontro profundo com o Deus da misericórdia através da escuta da Palavra, da Confissão e da Eucaristia”. Dom Odilo recomenda que se organize o “voluntariado da misericórdia”, ou seja, “grupos e iniciativas concretas para o anúncio e o testemunho da misericórdia e para o exercício concreto das ‘obras de misericórdia’: Cuidar dos pobres, visitar os doentes nos hospitais e nas casas, interessar-se pelos moradores de rua (‘estive sem casa...’), pelos prisioneiros, pelos drogados, os idosos, os enluta-

Cardeal Odilo Pedro Scherer apresenta Carta Pastoral ‘Misericordiosos como o Pai’

dos, os analfabetos, desempregados etc.” A Carta Pastoral – “Misericordiosos como o Pai” – apresenta, em mais de uma passagem, a importância da leitura e do estudo da Bula Misericordiae Vultus. Além disso, há uma recomendação para a realização de catequeses, pregações, estudo e leitura orante dos salmos, das parábolas da misericórdia. “Mas o Ano Santo poderá ser a ocasião propícia para

ramento da fé do povo fiel também são obras de misericórdia de inestimável valor. A Palavra de Deus e o Catecismo da Igreja Católica devem ser companhia constante durante o Ano Santo”. O Ano da Misericórdia é, como descreve a Carta Pastoral, ocasião propícia para a “recepção válida da indulgência Reprodução

dimento sincero dos pecados e desejo firme de conversão; confissão sacramental, ou ter confessado há pouco tempo; participação da Santa Missa e comunhão eucarística; renovação da profissão da fé católica; oração pelo Papa e as suas intenções pela Igreja de todo o mundo; alguma ação concreta de caridade”. A Carta será enviada a todas as paróquias da Arquidiocese para ser distribuída e pode ser acessada para download no portal www.arquisp.orb.br.

Acolher a misericórdia de Deus “A tomada de consciência do amor misericordioso, gratuito e infinito de Deus, faz parte da experiência religiosa mais profunda e autêntica. Tantas e tantas pessoas puderam experimentar isso no encontro com Jesus Cristo: doentes, pobres, sofredores de todo tipo, pessoas discriminadas, rejeitadas e condenadas pela sociedade e até pela religião, pecadores públicos, como a pecadora arrependida, Zaqueu, o bom ladrão... Jesus era constantemente animado pela misericórdia de Deus, que busca o que está perdido e salva (‘cura’) o que está ferido ou fragilizado: ‘Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas os doentes. Ide, pois, e aprendei o que significa: Misericórdia eu quero, e não o sacrifício. Com efeito, eu não vim chamar justos, mas pecadores’ (Mt 9, 12-13)”.

Serviço à misericórdia de Deus

“Não por acaso, uma das primeiras missões que Jesus ressuscitado confiou aos apóstolos foi o serviço da reconciliação e do perdão dos pecados: ‘Aqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; aqueles aos quais os retiverdes, ser-lhes-ão retidos’ (Jo 20,23). A misericórdia de Deus não é algo distante e ideal, mas torna-se próxima e acessível através do ministério da Igreja, que recebeu de Jesus o poder de perdoar os pecados e de reconciliar com Deus e consigo mesmos todos os pecadores que têm um coração contrito”.

A prática da misericórdia

uma renovada pregação sobre os Mandamentos da Lei de Deus, os Sacramentos da Igreja, as Virtudes cristãs e as Obras de Misericórdia. A renovação e o revigo-

plenária”. Respeitando e seguindo o que prescreve a Igreja: “arrepen-

“Nossa resposta de fé ao Evangelho, traduzida na prática da vida cristã, precisa assimilar e expressar mais e mais o amor misericordioso de Deus. Nada na nossa vida pessoal e na vida pastoral da Igreja deveria ser contrário à misericórdia; o Papa Francisco lembra que ‘a credibilidade da Igreja passa pela via do amor misericordioso e compassivo’. E pergunta, se não esquecemos de indicar esse caminho, ficando, em vez disso, apenas na exigência da justiça? A justiça é necessária, mas para o cristão, ela representa apenas o primeiro passo, pois a misericórdia vai ainda além da justiça. Em nossa cultura, vai sendo perdida a experiência do perdão e da reconciliação. Quanta coisa acaba nos tribunais civis, desnecessariamente!”


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Pastoral arquidiocesana à luz da Palavra de Deus ‘Queremos continuar a ser Igreja em estado permanente de missão em São Paulo’, afirmou o Cardeal Scherer aos participantes da assembleia da Arquidiocese Fernando Geronazzo

Especial para O SÃO PAULO

“Igreja: lugar de animação bíblica da vida e da pastoral” será o enfoque da caminhada da Arquidiocese de São Paulo no ano de 2016 à luz do 11º Plano de Pastoral, conforme se destacou na assembleia arquidiocesana realizada no sábado, 7, no auditório da Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (Fapcom), com a participação do arcebispo metropolitano, Cardeal Odilo Pedro Scherer, dos bispos auxiliares, e dos coordenadores e agentes de pastoral. Com o tema “Testemunha de Jesus Cristo na cidade”, o 11º Plano de Pastoral entrará em seu último ano de vigência. Tendo como tema transversal a urgência “Igreja em estado permanente de missão”, em cada ano do quadriênio do Plano foi destacada uma urgência pastoral. Em 2015, a urgência é “Igreja a serviço da vida plena para todos”, tendo como base a Constituição Gaudium et Spes, do Concílio Vaticano II. Já o destaque de 2016 tem como referência a Constituição Dei Verbum, também do Vaticano II. A assembleia no sábado concluiu um percurso iniciado com as assembleias paroquiais, setoriais e regionais. Cada coordenador regional de pastoral expôs uma síntese do resultado das assembleias nas regiões episcopais. Em seguida, Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese, apresentou uma síntese do resultado geral das regiões e vicariatos, destacando os pontos convergentes e salientando o que ainda precisa ser aprofundado.

“A Arquidiocese de São Paulo sentese enviada a esta cidade para anunciar a Boa-Nova com palavras e com a vida”, acrescentou Dom Julio, reforçando que toda ação pastoral não pode dispensar ou dar por suposto o encontro com Cristo. “A referência a Jesus não se esgota na perspectiva do dom do encontro, mas leva a assumir o seu jeito de ser, a imitá-lo e a identificar-se com Ele”, complementou. “Vivemos em uma estação evangelizadora marcada pela alegria do Evangelho, em que a Igreja deseja estar ‘em saída’, samaritana, indo ao encontro dos que estão nas periferias existenciais para lhes comunicar o dom da fé e o te-

souro do encontro pessoal com Cristo”, acrescentou Dom Julio, fazendo referência à exortação apostólica Evangelii gaudium, do Papa Francisco. Nesse sentido, o Bispo lembrou que, de acordo com o resultado das assembleias regionais, para que a Igreja esteja em saída missionária, é preciso identificar os grupos e pessoas que merecem atenção especial: “família, jovens, pobres, sofredores, afastados”. Para responder concretamente a esse apelo, os integrantes das pastorais apontaram as visitas missionárias e a presença no “ambiente virtual” como ações imprescindíveis. “Em vista desses ‘destinatários preferenciais’, a Arquidiocese de Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Formação e articulação

Iniciativas como a criação de comissões bíblicas nas regiões, a integração de grupos de rua com cursos bíblicos, maior divulgação das escolas de teologia para leigos, bem como o estímulo à leitura orante da Bíblia nas paróquias e comunidades estão entre as propostas apresentadas nas assembleias regionais. Também esteve muito presente no resultado das assembleias a importância de uma maior articulação dos setores, enquanto expressão de comunhão entre as paróquias, evitando que essas caminhem isoladamente. Outro desafio indicado por muitos agentes é a falta de lideranças pastorais nas bases, o que motivou sugestões de incentivo a uma formação sistemática.

Desafios

Em sua síntese, Dom Julio também mencionou alguns aspectos que foram pouco desenvolvidos nos resultados das assembleias regionais e que precisam de mais atenção, como “o desafio de uma religiosidade descompromissada com o ser humano e a dimensão eclesial; a migração dos fiéis católicos para as seitas, a diminuição das vocações sacerdotais; o obscurecimento da importância do domingo, a diminuição na frequência aos sacramentos, entre outros”. A segunda parte da assembleia contou com a reunião de grupos que refletiram a seguinte pergunta apresentada pelo Secretariado Arquidiocesano de Pastoral: “A partir deste olhar da caminhada Pastoral da Arquidiocese, qual o compromisso que não podemos abrir mão, enquanto Igreja?”. O resultado dessas discussões foi entregue ao Secretariado de Pastoral, para a sistematização das propostas.

Jubileu da Misericórdia

Testemunhar Jesus Cristo

Dom Julio destacou que ser “Testemunha de Jesus Cristo na cidade” é o que dá sentido e orientação a tudo o que a Igreja é e faz em São Paulo. “Pastorais, instituições educativas, de caridade, de solidariedade, bispos, padres, consagrados, paróquias, santuários, conventos, comunidades de base, celebrações, as construções e os prédios, as manifestações artísticas e culturais, sinos, jornal, rádio, redes sociais... Tudo isso existe em função da missão de ser testemunha de Jesus Cristo”. O Bispo também salientou que a Igreja em São Paulo está inserida em uma grande megalópole considerada uma “cidade mundo”, com as mais diversas realidades e, nesse contexto, é “um lugar onde Deus habita, onde habitam os cristãos”.

São Paulo deseja impregnar e envolver toda a sua ação pastoral pela ternura e a misericórdia”, completou Dom Julio.

Cardeal Scherer conduz assembleia arquidiocesana de pastoral; Dom Julio apresenta síntese das assembleias regionais; representantes das regiões e vicariatos expõem reflexões sobre as atividades de 2015; e leigos debatem sugestões para a Arquidiocese em 2016

“Queremos continuar a ser Igreja em estado permanente de missão em São Paulo, fazendo, de maneira especial, referência à Palavra de Deus. Nosso objetivo é traduzirmos a vida da Igreja no nosso propósito de praticar a fé”, explicou o Arcebispo, destacando, ainda, que esse enfoque pastoral para o próximo ano ganha mais incentivo com o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, que se inicia em dezembro. No final da Assembleia, o Cardeal apresentou sua Carta Pastoral à Arquidiocese por ocasião do Ano Extraordinário da Misericórdia (leia detalhes na página ao lado) e motivou todos a viverem e a promoverem o Ano Santo. “Convido, portanto, para que nós traduzamos este nosso olhar a partir da Palavra de Deus na dimensão da misericórdia, aspecto essencial do ser de Deus e, por isso, da nossa fé, mas também na nossa ação”.


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Projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados trará como benefício, entre outras medidas, o fim da impunidade dos estupradores Renata Moraes

PL 5069 sim à vida

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

jornalismorenata@gmail.com

“O ato de hoje é uma prova de que a sociedade brasileira está mobilizada contra o aborto, que não é só um atentado ao direito fundamental da pessoa humana, é também uma exploração econômica. Ver as pessoas se mobilizando, vindo a público defender a vida, é um ato de esperança para o futuro”. Assim expressou Moisés José de Lima, 24, Missionário da Associação Theotokos, durante a manifestação em favor da vida, em apoio a Projeto de Lei 5069/2013, no sábado, 7. Nem a tarde fria e chuvosa daquele dia impediu que centenas de pessoas fossem manifestar publicamente seu apoio a favor do Projeto de Lei, que modifica a Lei de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual - Lei 12.845/13 (veja mais abaixo). A manifestação aconteceu em frente ao vão livre do MASP, na avenida Paulista, e foi organizada pelos grupos Ação Mulher, Observatório de Biopolítica, Juventude Pela Vida e Somos Família. “O PL 5069 defende a mulher, pois comtempla um atendimento multidisciplinar, psicológico e físico para a mulher que é vítima de violência sexual. E esse projeto prevê para que seja cum-

Em defesa da vida, mulheres e crianças participam de ato na avenida Paulista, no sábado, 7

prida a lei de que abortos ilegais não sejam cometidos no SUS”, afirmou Juliana Almeida, 38, empresária, integrante do Ação Mulher. Silvia Loyola, 20, estudante que reside em Indaiatuba (SP), viajou até a capital para manifestar seu apoio em fa-

O que diz o PL 5069? O Projeto de Lei 5.069/2013, aprovado em 21 de outubro pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados (CCJC), modifica a Lei de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual (Lei 12.845/13). O PL prevê como deve ser o atendimento a mulheres que foram vítimas de estupro. Entre as discussões está, por exemplo, se o profissional de saúde deve ou não dar informações à vítima sobre seu direito ao aborto, e se a mulher deve ou não ser obrigada a

vor da causa. “O que me motivou estar aqui hoje é que sou a favor da família e da vida”, enfatizou.

PL combate impunidade de estupradores

Segundo o Padre José Eduardo de

Oliveira e Silva, Doutor em Teologia Moral e sacerdote da Diocese de Osasco, um dos ganhos caso o PL seja aprovado é a possibilidade de identificação do estuprador. “Na prática, o que foi aprovado na lei 12.845 e se tornou abusivo, é que bastava a mulher alegar ter sofrido um ato sexual não consentido para obter o recurso ao ‘aborto legal’. E a pessoa mais culpada, que é o estuprador, acabava passando impune. Trata-se de que, de fato, o estuprador seja declarado culpado. De outro lado, dificultará o aborto, pois será necessária a constatação do crime de estupro cometido”, expressou ao O SÃO PAULO. Fernanda Takitani, professora de História, que trabalha no Observatório Interarmericano de Biopolítica, afirmou que a modificação proposta pelo PL 5069 ajudará a corrigir lacunas no ordenamento jurídico. “Quanto mais dados você tiver a respeito dos reais estupradores, e esses dados a gente só consegue com o boletim de ocorrência e com o exame de corpo de delito, maiores serão os inquéritos, as ações penais e as eventuais condenações”. Ainda segundo Fernanda, “mesmo uma pessoa que não acredite em algum modo de espiritualidade, não tenha ligação com alguma religião, entende que toda vida humana precisa ser defendida. Qualquer pessoa com reta razão defenderá que nenhum ser humano pode tirar a vida de outro ser humano. Esse é o princípio do nosso estado democrático de direito”, encerrou. (Colaborou Vitor Alves Loscalzo, Igor Andrade e Fábio Augusto)

fazer um exame de corpo de delito. A CCJC decidiu manter o direito à informação, mas introduziu a obrigatoriedade de registro de ocorrência e exame de corpo de delito. Além de modificar a lei, a proposta também torna crime uma prática que hoje é uma contravenção: o anúncio de meios ou métodos abortivos - e pune como crime a quem induz, instiga ou auxilia um aborto, com agravamento de pena para profissionais de saúde, que podem chegar a ser detidos de um a três anos. Na Câmara, o PL ainda será votado em plenário, antes de seguir para apreciação do Senado.


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Com a Palavra: Dora Porto

A educação deve tocar o coração dos filhos Arquivo pessoal

Roberto Zanin

Especial para O SÃO PAULO

A educadora Dora Porto, Master em Matrimônio e Família pela Universidade de Navarra, na Espanha, acredita que os pais devem educar não apenas a inteligência, mas também o coração dos seus filhos. Diretora do Colégio Catamarã Vita, em São Paulo, Dora, autora do livro “Pais inteligentes, filhos resolvidos”, lembra aos pais que a autoridade é um serviço e não um poder. O SÃO PAULO – Por que é tão im-

portante que os pais eduquem não apenas o intelecto, mas o coração das crianças?

Dora Porto - Todos os pais certamente se preocupam e sabem perfeitamente o que é educar a inteligência de seus filhos. Mas e o coração? Educar o coração é conservá-lo bom, puro, livre de contaminação. Todos fugimos da contaminação. Queremos água pura, alimentos frescos, comida orgânica, ar puro, muito verde. E por quê? Porque hoje sabemos que essa pureza torna nossa vida longa e saudável. Mas será que o nosso coração não está sofrendo uma sistemática contaminação? Quando me refiro ao coração, não estou me referindo ao sentimento, mas ao mais íntimo de nós mesmos. Ao território onde Deus habita, no mais profundo do nosso ser, onde não há espaço para duplicidade. O coração que é a fonte dos motivos que movem nossas ações; de onde nascem os bons desejos; onde se inspiram nossas decisões. Da mesma forma, se o nosso coração se contamina, toda a pessoa fica contaminada. E de um coração contaminado o que surge? Surgem maus pensamentos, fornicação, roubo, homicídios cobiça, maldade, fraude, desonestidade, inveja, soberba. Exagero? É só conferir em Mc 7, 21-23. E como se contamina o coração? Quando desejamos as coisas dos outros, quando nos entristecemos pelos triunfos de alguém, quando se tem atração pela mulher do outro, quando damos muita importância ao nosso próprio eu. Não será que é esse o conteúdo que a mídia oferece aos nossos filhos diariamente?

É possível promover o bom caráter dos filhos? Como?

Não só é possível, mas desejável. É preciso

o julgamento. É libertar-se. Precisamos mostrar-lhes que quando ficamos ressentidos, na maioria das vezes, somos nós que permanecemos sofrendo, enquanto que o agressor nem ao menos imagina que nos ofendeu. Os filhos precisam experimentar o perdão. Experimentar o perdão dos pais e experimentar perdoar. Não é uma questão de raciocínios. “No lar onde não se pede desculpa, começa a faltar o ar”, nos diz o Papa Francisco.

Quando se fala em guardar o coração, pensamos nos meios de comunicação que difundem programas, músicas e filmes com conteúdo impróprio. Como os pais devem lidar com isso?

educá-los não só para fazer o bem, fazer as coisas bem feitas, mas gostar de fazer o bem. Ou seja, não basta fazê-los obedecer, respeitar, esforçar-se, mas perceber a satisfação que temos quando conseguimos nos vencer, vencendo o comodismo, a preguiça e até o medo de errar! Nós, pais, temos muita pena de nossos filhos e com isso acabamos tornando-os pessoas fracas no bem. Pessoas sem garra, que sucumbem ao primeiro desafio. Pessoas contaminadas, sem virtude, sem têmpera. A virtude é justamente essa força na vontade que nos faz bons, esse hábito adquirido com o esforço repetido e que vai nos transformando desde dentro. Ficamos mais refratários às influências nocivas, mais firmes nos nossos critérios, mais valentes à hora de tomar decisões. Um pai que ama de verdade seu filho, não lhe facilita demais a vida.

Como os pais podem ajudar os filhos a refletir quando agem mal?

O que mais ajuda é manter um canal de comunicação aberto. Os filhos precisam saber que podem contar com seus pais em qualquer situação. Pais que mais escutam do que falam, que não se surpreendem, nem se escandalizam. Pais que saibam levar os filhos a refletir sobre seu comportamento e tenham zero de tolerância para ódios e vinganças. Não podemos estar centrados apenas no “corrigir”. É preciso adiantar-se, extrair deles o que pensam de cada situação. Educar é extrair de dentro aquilo que eles têm de melhor. É preciso muita fortaleza, muita paciência e, sobretudo, perseverança dos pais para não desistir. É exigir com firmeza, mas com muito carinho, fazendo-os ver que a exigência é uma forma de amor, que eles não entenderão no primeiro momento.

Quando cometem erros os pais devem pedir desculpas aos filhos ou isso afeta a autoridade deles?

É bom sempre recordar que a autoridade é um serviço e não um poder. Não é difícil que nós, pais, abusemos da nossa autoridade movidos pelas nossas emoções, nossos caprichos. É muito importante que tenhamos a humildade de reconhecer se abusamos. Pedir desculpas não só não desautoriza o pai como dá ao filho um excelente exemplo.

E quando os filhos alimentam sentimentos ruins? O que fazer?

Em primeiro lugar, não se escandalizar. Sentir, todos podemos, pois não temos a liberdade de evitar os sentimentos. O que podemos fazer é governá-los com a inteligência. Portanto, quando percebemos esses maus sentimentos em nossos filhos, precisamos ajudá-los a pensar naquilo que estão sentindo e, sobretudo, na sua conduta. É bom fazê-los ver que podem sentir raiva, mas não precisam agir com raiva; podem sentir ciúmes, mas podemos ajudálos a refletir sobre a causa do ciúme e sua conduta será diferente. Frases como: “Vamos pensar juntos, filha”, tem mais efeito do que alguns minutos de sermão.

Como os pais podem incentivar os filhos a cultivarem o perdão?

Não existe uma fórmula mágica para que os filhos aprendam a perdoar. Principalmente porque o perdão é algo divino. É natural que as crianças reajam quando são agredidas. Nós, adultos, se formos pelo caminho unicamente natural, teremos a mesma reação. É importante fazê-los perceber que perdoar é dar uma nova chance ao agressor. É encaminhar para Deus

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Podemos criar um “no-break” no coração dos nossos filhos. Se vivemos em casa a generosidade, o agradecimento, a honestidade, a simplicidade, a transparência, as boas intenções, o amor plasmado em atos, vamos construindo e educando seus corações e tornando-os mais resistentes a esses ataques. Saberão distinguir e filtrar o tóxico. Saberão que o bom, o gostoso, nem sempre é o bem. Aprenderão na prática diária a resistir ao mais fácil. Para isso, terão que contar com nosso incentivo, nosso exemplo, mais do que com nossas “broncas”, nossos sermões.

Que mensagem você daria aos pais?

Sou diretora no Colégio Catamarã Vita, e o que mais nos surpreende é constatar a dificuldade que os pais têm para ser mais firmes com seus filhos. Com a melhor das intenções, facilitam demais a vida deles. Têm muito receio de dizer “não” e com essa atitude vão transformando seus filhos em “merengues” como se referia o Dr. Rafael Pich, um grande educador. A mensagem que eu daria aos pais é: “Saibam tirar proveito da crise”, ou seja, em tempos de crise econômica como todos estamos vivendo, é muito mais fácil dizer “não”. Pouco a pouco, veremos que não acontece nada se os contrariamos. Ou melhor, acontece sim, pois acabam se tornando mais fortes às frustrações e menos suscetíveis às contrariedades. E dessa forma seu caráter se vai forjando até adquirir a forma do que seria, como diria Michel Sparza, no livro “Sintonia com Cristo”, a “pessoa ideal: que combina a mente clara do engenheiro, a vontade forte do atleta e o coração ardente do poeta.” Contato: dora.porto@colegiocatamara.com.br www.colegiocatamara.com.br

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16 | Fé e Cultura |

11 a 17 de novembro de 2015 | www.arquisp.org.br

Filipe David

osaopaulo@uol.com.br

Dica de Leitura

Divulgação

‘Eu via Satanás cair do céu como um relâmpago’ Morreu, aos 91 anos, na quartafeira, 4, o professor francês René Girard, em sua casa no campus da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, onde lecionava. Girard é o autor da teoria do “desejo mimético”, que descreve como os nossos desejos são muitas vezes fomentados não pelo objeto desejado, mas por uma outra pessoa que também o deseja, numa estrutura “triangular” – composta pelo objeto, pelo sujeito e pelo mediador ou modelo (aquele cujo desejo é imitado). O seu livro mais impressionante é provavelmente “Eu via Satanás cair do céu como um relâmpago”. Nele, Girard explica não apenas como o desejo mimético engendra a violência e leva a sociedade a uma crise, mas também como funciona o mecanismo “satânico” do sacrifício do bode expiatório para o restabelecimento da

paz, ou ao menos de uma paz superficial e temporária. A partir de uma análise das narrativas mitológicas antigas e dos Evangelhos – sem nenhum argumento de fé, porque de teólogo Girard não tem nada – mostra então por que o Cristianismo definitivamente não é um mito, mas sim o contrário de um mito (e a sua explicação), já que o sacrifício de Cristo nos evangelhos expõe a falsidade do mecanismo do bode expiatório. “Ensaio na fronteira entra a teologia, a filosofia e a sociologia, ‘Eu via Satanás cair do céu como um relâmpago’ se insere na continuação da obra de René Girard, particularmente do ‘Bode expiatório’. Segundo o autor, os evangelhos estão longe de serem ‘um mito semelhante a todos os outros’.

Composta por três partes, esta obra mostra que ‘os evangelhos seriam a chave de toda a mitologia que veio antes de nós e, diante de nós, da história inaudita que nos espera’. Num primeiro momento, ele evoca os ensinamentos bíblicos sobre a violência, apoiando-se no seu livro precedente ‘A violência e o sagrado’, para, em seguida, tratar do ‘enigma dos mitos’. Por fim, ele procura responder à questão: com a degradação do pensamento moderno, será que só as Sagradas Escrituras permanecem de pé?” (Descrição do livro em francês).

Ficha técnica: Autor: René Girard Páginas: 272 Editora: Paz e Terra


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A paz, em nome do esporte Aprovada pela assembleia da ONU em outubro, resolução da Trégua Olímpica busca dias sem conflitos em todo o mundo durante os Jogos Rio 2016 Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

“Os Jogos Olímpicos destacam os valores de tolerância, solidariedade e paz. Este é o momento em que a comunidade internacional se une por uma competição pacífica”, comentou Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), durante a 70ª sessão da Assembleia Geral da ONU, em 26 de outubro, em que se aprovou a resolução da Trégua Olímpica para os Jogos Rio 2016. Patrocinada por 180 dos 193 países da ONU, a resolução propõe que não ocorram conflitos em todo o mundo en-

tre o período de sete dias antes do início da Olímpiada (5 de agosto de 2016) e sete dias após o término da Paralimpíada (18 de setembro). A medida é inspirada nos Jogos Olímpicos da Antiguidade, quando as guerras eram suspensas durante as olimpíadas. Em 1992, o COI fez um apelo à ONU para que em nome da Trégua Olímpica os atletas da extinta Iugoslávia, país que estava em guerra civil, pudessem participar da Olimpíada de Barcelona, na Espanha. Em 1994, às véspera dos Jogos Olímpicos de Inverno de Lillehammer, na Noruega, foi feita a primeira resolução da Trégua Olímpica, que a cada edição dos Jogos é reescrita, mantendo o título “Construindo um mundo pacífico e melhor por meio do esporte e do ideal olímpico”. Também no dia 26, Thomas Bach anunciou que atletas refugiados poderão participar dos Jogos Rio 2016 sob a bandeira do COI. “Eles terão um lar junto com todos outros 11 mil atletas, de 206 Araraquara Futebol Feminino/Divulgação

Luciney Martins/O SÃO PAULO - Jul.2013

Projeto 100 Dias de Paz será realizado pela Arquidiocese do Rio durante os Jogos Olímpicos

comitês olímpicos nacionais na vila olímpica. Esse será um símbolo de esperança para todos os refugiados no mundo e trará uma maior conscientização sobre a magnitude dessa crise”, comentou. Para Marcos Wilson, 34, coordenador de desenvolvimento esportivo da Pastoral do Esporte da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, o aspecto mais relevante da Trégua Olímpica é “o apelo para a ajuda dos países membros para identificar os atletas de alto rendimento que se encontram na situação de refugiados”.

100 Dias de Paz

CAMPEÃS DA AMÉRICA – A Ferroviária, time de Araraquara (SP), conquistou de forma inédita, no domingo, 8, em Medellín, na Colômbia, o título da Copa Libertadores da América Feminina ao derrotar o Colo Colo, do Chile, por 3 a 1, na final.

No contexto dos Jogos, a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro realiza o Projeto 100 Dias de Paz. “A campanha engloba diversas atividades a serem realizadas antes, durante e depois dos Jogos Olímpicos Rio 2016, com a finalidade de atingir jovens, atletas e o público em geral, com a proposta de unir os valores cristãos católicos aos que o esporte nos proporciona, trazendo, assim, um novo e desafiador canal de evangelização”, explicou Marcos Wilson ao O SÃO PAULO.

O Projeto 100 Dias de Paz (www. 100diasdepaz.org) foi iniciado em Londres 2012, com duração entre 50 dias antes da Olimpíada e 50 dias depois da Paralimpíada. “Esse trabalho produziu também uma cruz, chamada ‘Cruz Olímpica’, e o ‘Ícone da Paz’. Idealizada pela Conferência Episcopal da Inglaterra e País de Gales, a ‘Cruz Olímpica’ foi especialmente criada para acompanhar todas as edições dos Jogos Olímpicos, a partir de Londres 2012. A ideia era criar uma lembrança para simbolizar tudo o que os Jogos representam e, como cristãos, mostrar que nossas vidas não significam nada sem a cruz. A ideia do ‘Ícone da Paz’ vem do trabalho que a Pax Christi Internacional realiza em prol da paz e reconciliação no Oriente Médio. O Ícone foi pintado no Mosteiro de São João do Deserto, próximo a Jerusalém. Isso nos foi entregue e trazido ao Rio de Janeiro, sob condução do Padre Leandro Lenin, coordenador do Projeto 100 Dias de Paz”, detalhou Marcos Wilson, que integra o comitê organizador da iniciativa.

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Brasilândia

Guilherme Maggio e Conceição Fernandes Colaboração especial para a Região

Comunidade Cristo Libertador lançará CD em dezembro Reprodução

Em 5 de dezembro, às 19h, a Comunidade de Aliança Cristo Libertador, instalada na Região Brasilândia e o cantor e compositor Diego Fernandes lançarão CDs em conjunto na sede da Comunidade Missão Mensagem de Paz (avenida Paula Ferreira, 3.715, Vila Pirituba – próximo à estação de trem). O CD “Direção” (imagem acima), da Comunidade Cristo Libertador, demarca o primeiro ano da instituição comunitária, e o CD “Volte ao Primeiro Amor” é em comemoração ao nascimento de Catarina,

filha caçula de Diego Fernandes. “Intitulamos nosso primeiro CD de ‘Direção’, pois de fato, neste ano de 2015, nossas vidas deram uma guinada, rumo à busca pela santidade e a entrega total a Cristo. Queremos caminhar na direção do Senhor, sem medo de nos convertermos a cada dia, confiando nossas vidas nas mãos Dele para que Ele nos converta”, afirmou Guilherme Maggio, fundador da Comunidade de Aliança Cristo Libertador, que surgiu a partir da evolução do Ministério de Artes Cristo Libertador, fundado em 1997.

Paróquia Santa Cruz de Itaberaba: há 58 anos, um sinal de fé na Freguesia do Ó Os fiéis da Paróquia Santa Cruz de Itaberaba, na Freguesia do Ó, celebraram em 31 de outubro os 38 anos da Paróquia e os oito anos da dedicação do altar do templo. A missa, presidida pelo Padre Airton Bueno, pároco, teve um momento significativo na procissão de entrada, quando foi entronizada a logotipo da Paróquia, o círio pascal e o documento sobre as origens da Igreja, que foi inaugurada em 30 de outubro de 1957 – anteriormente era uma comunidade pertencente à Paróquia Nossa Senhora da Expectação. Atualmente, além da matriz paroquial, a Paróquia Santa Cruz de Itaberaba é composta pelas comunidades São José Operário, no Jardim Iracema; e São Francisco de Assis, na Freguesia do Ó. A Paróquia já se prepara para celebrar o jubileu de 60 anos de fundação.

Arquivo pessoal

Leiga com o logo da Paróquia Santa Cruz


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Peterson Prates

Colaborador de comunicação da Região

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Belém

Democracia representativa é tema de aula na Escola de Fé e Política “Democracia Representativa Entendendo o Legislativo Municipal” foi o tema da aula da Escola de Fé e Política Waldemar Rossi, na segunda-feira, 9, ministrada, no Centro Pastoral São José, pelo advogado e membro da Rede Nossa São Paulo, Hugo Albuquerque. Como de costume, a aula teve início com uma reflexão bíblica, feita por Waldemar Rossi, a partir de passagens do Antigo e do Novo Testamento. Waldemar também mencionou uma frase do Papa Francisco, de junho de 2013, sobre a participação laical na política: “Envolver-se na política é uma obrigação para o cristão. Nós não podemos

fazer como Pilatos e lavar as mãos. Não podemos! A política está muito suja: mas, está suja por quê? Por que os cristãos não se meteram nela com espírito evangélico”. Hugo Albuquerque detalhou o processo de funcionamento do Legislativo municipal, bem como suas atribuições e responsabilidades. Sobre democracia participativa, Hugo recordou o projeto de iniciativa popular da Lei da Ficha Limpa, que recebeu apoio da CNBB e foi assumido pelas comunidades de base. “Nunca na história desta cidade houve uma consulta popular”, destacou Hugo, lembrando que mesmo estando prevista na lei orgânica do

município, a consulta popular, que pode ser exercida pelo plebiscito ou referendo, nunca foi regulamentada, o que restringe a população da democracia direta e participativa. A Escola de Fé e Política Waldemar Rossi, pertencente à Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo, oferece curso de cidadania, com reconhecimento da Unifesp como extensão universitária. O curso tem o objetivo de refletir sobre questões sóciopolíticas e a dinâmica de desenvolvimento da cidade, a partir do olhar da fé, compreendendo aspectos da Doutrina Social da Igreja e motivando uma participação cidadã.

Peterson Prates

Hugo Albuquerque durante palestra

Peterson Prates

Peterson Prates

Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, presidiu no sábado, 7, missa na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, do Setor Carrão/ Vila Formosa, onde ministrou o sacramento da Crisma a 11 adultos. A celebração foi concelebrada pelo pároco, Padre Syllas Reschilliani.

Na manhã de domingo, 8, na Paróquia São Pedro Apóstolo, do Setor Vila Prudente, Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, conferiu o sacramento da Crisma a 22 jovens e adultos, em missa concelebrada pelo Padre Jesus Andrade Silva, pároco.

Redação

osaopaulo@uol.com.br

Primeira missa de padres do Arsenal da Esperança A Fraternidade da Esperança, instalada na Região Episcopal Sé, convida para a primeira missa no Brasil dos padres Simone Bernardi, Lorenzo Nacheli e Andrea Bisacchi, missionários ordenados no dia 3 de outubro em Turim, na Itália. Eles são os primeiros sacerdotes

ordenados pela Fraternidade, que surgiu em 1964, na Itália, e que em 1996, fundou o Arsenal da Esperança, em São Paulo. A celebração será no sábado, 14, às 17h, no Arsenal da Esperança (rua Dr. Almeida Lima, 900, Mooca). Outras informações pelo telefone (11) 2790-0977.

Fraternidade da Esperança

Padres Lorenzo, Bisacchi e Bernardi, recém-ordenados, presidirão missa no sábado, 14


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Santana Com São Judas Tadeu, em devoção na Vila Medeiros

Diácono Francisco Gonçalves

Colaborador de comunicação da Região

Diácono Francisco Gonçalves

Dom Sergio de Deus Borges durante procissão com a imagem de São Judas Tadeu

Pelas ruas da Vila Medeiros, na zona Norte de São Paulo, os devotos da Comunidade São Judas Tadeu, pertencente à Paróquia Nossa Senhora da Livração, participaram da procissão com a imagem do Santo, no dia 28, antes da missa solene de encerramento da festa do Padroeiro, presidida por Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, e concelebrada pelos padres Edilson Paes Landim de Farias, MSJ, pároco, e Silvano Alves dos Santos, MSJ, vigário paroquial. A missa foi a coroação das festividades que se iniciaram com o tríduo, que teve a participação dos padres Edvaldo Aparecido, MSJ, e Aléscio Bombonati, MSJ. A Comunidade surgiu no início

da década de 1980, fundada pelo Padre Rafael Beretta a partir de um terreno doado. Com o decorrer dos anos, foram construídas a casa paroquial, salas de formação para Catequese e para a fabricação de pão, que é revendido. “Passaram vários padres desde a fundação, mas um que marcou foi o Padre José Arnaldo Juliano. Residindo aqui por mais de dez anos, fazia um acompanhamento de todos os paroquianos, não importando a idade. Destaca-se o trabalho com os jovens com diversas atividades, até excursão a Paranapiacaba (SP). Criou escola de informática e trazia seminaristas do Seminário do Ipiranga para atuar na Comunidade”, recordou-se Leni Brito da Costa, atuante na comunidade.

Dom Sergio motiva à participação na eleição do Conselho Tutelar No próximo domingo, 15, das 9h às 17h, acontece a eleição para a escolha dos 260 novos conselheiros que atuarão nos 52 Conselhos Tutelares da cidade de São Paulo. Podem votar os maiores de 16 anos que possuam título de eleitor e que compa-

reçam ao local com documento de identificação com foto. No dia 3, na Cúria de Santana, Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, realizou palestra sobre as eleições do Conselho Tutelar. A atividade foi Paróquia Natividade do Senhor

No domingo, 8, na Paróquia Natividade do Senhor, no Jardim Fontalis, Dom Sergio de Deus Borges crismou 210 jovens, sendo 170 da própria paróquia, 24 da Paróquia São José Operário e 12 da Paróquia Nossa Senhora do Carmo. Padre Andrés Gustavo, pároco, foi um dos concelebrantes.

promovida pelo Conselho Nacional de Leigos do Brasil (CNLB), a Cáritas e a Pastoral Fé e Política. O Bispo enviou carta para os sacerdotes, diáconos, religiosos, religiosas e membros das comunidades, comunicando que a defesa da vida das crianças e dos adolescentes é função dos Conselhos Tutelares, que zelam pelos direitos das pessoas com menos de 18 anos, conforme consta no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). “Estamos às vésperas de mais uma eleição para os Conselhos Tutelares. Em nossa região episcopal, compreendemos cinco conselhos, correspondentes às seguintes subprefeituras: Vila Maria/Vila Guilherme, Santana/Tucuruvi, Casa Verde e Jaçanã/Tremembé (nesta subprefeitura são dois Conselhos). Cada Conselho é composto por cinco membros, que serão escolhidos por eleição no dia 15 de novembro. Qualquer morador

da cidade de São Paulo pode participar como votante desse processo eleitoral, escolhendo cinco candidatos. Peço que incentivem suas paróquias e comunidades para participarem de forma consciente da Eleição 2015 para os Conselhos Tutelares”, afirmou Dom Sergio. O Bispo pediu, ainda, que as paróquias e comunidades recebam os candidatos e candidatas católicos durante este momento de campanha eleitoral, assim como abram espaço para que possam se apresentar aos paroquianos. Dúvidas podem ser esclarecidas com a Equipe de Articulação em Defesa da Criança e do Adolescente (CRIAD), pelo e-mail ead.criad@gmail.com ou pelo telefone (11) 3105-0722, com Ivan Bezerra dos Santos ou Sueli Camargo, da Pastoral do Menor arquidiocesana, ou ainda com Kamila Gomes, da Pastoral Fé e Política/CNLB Santana, pelo e-mail kamila@pjsp.org.br.

Diácono Francisco Gonçalves

Diácono Francisco Gonçalves

Dom Sergio conferiu o sacramento da Crisma a 45 pessoas na Paróquia Nossa Senhora da Consolata, no sábado, 7. A preparação dos crismandos jovens coube ao Padre Moisés Facchini, pelo período de quatro anos (dois para a Catequese e dois para a Crisma). Já a formação dos adultos durou um ano.

A Paróquia Nossa Senhora Aparecida da Boa Viagem, por meio do pároco, Padre Dorvalino José da Silva, acolheu 17 crismandos no domingo, 8, que receberam o sacramento da Confirmação pela imposição das mãos de Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana.


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Benigno Naveira

Colaborador de comunicação da Região

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Lapa

60 jovens e adultos confirmados no caminho da fé Confirmados na fé em Cristo, 60 pessoas receberam no sábado, 7, na Paróquia São Patrício, do Setor Rio Pequeno, o sacramento da Crisma, em missa presidida por Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa. Padre João Carlos Borges, pároco, apresentou ao Bispo, após a proclamação do Evangelho, os crismandos, “jovens e adultos que fizeram uma caminhada na Catequese e na formação e descoberta no caminho da fé, por meio do sacramento da Crisma”, comentou o Sacerdote. Dom Julio, na homilia, a partir da

liturgia do 32ª Domingo do Tempo Comum, lembrou que a viúva de Sarepta, descrita na primeira leitura, ao atender o pedido do profeta Elias de preparar um pão para ser partilhado entre ela, o filho e o Profeta, deu um exemplo de generosidade e de fé em Deus. Ao comentar o Evangelho do dia, em que Jesus enaltece o gesto de outra viúva que ofertou no templo suas duas únicas moedas, o Bispo destacou que Cristo indica uma atitude nova: de dar aos pobres não o que sobra, mas sim o que há de melhor. “É a solidariedade verdadeira em vez de uma esmola vazia”, afirmou.

Benigno Naveira

Dom Julio confere o sacramento da Crisma a jovem da Paróquia São Patrício

Dom Julio preside missas no Exército, em paróquias e no ECC Entre as atividades que realizou nos últimos dias, Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, presidiu missa na quarta-feira, 4, no Quartel do Exército (21º Depósito de Suprimento, 21 D Up), na Vila Anastácio.

Na quinta-feira, 5, o Bispo presidiu missa na Paróquia São Patrício, do Setor Rio pequeno, em ação de graças pelo Encontro de Casais com Cristo (ECC). A celebração teve como concelebrantes os padres João Carlos Borges, pároco, e João Carlos Deschamps,

coordenador do ECC regional. Por fim, Dom Julio esteve na Paróquia Santa Mônica, do Setor Pirituba, no domingo, 8, para a missa das 9h, concelebrada pelo Padre Jaidan Gomes Freire, administrador paroquial.

AGENDA REGIONAL De segunda a sexta-feira (dias 9 a 13), 20h Semana da Iniciação Cristã, na Paróquia São Francisco Assis (avenida General Mac Arthur, 1.130, Jaguaré). De terça a sexta-feira (dias 10 a 13), 20h Catequese de Dom Julio Endi Akamine para os setores Lapa e Leopoldina, na Paróquia Nossa Senhora da Lapa (rua Nossa Senhora da Lapa, 298, Lapa).


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Ipiranga

Caroline Dupim

Colaboradora de comunicação da Região

Jovens testemunham: ‘Senhor, vale a pena!’ seguir o caminho da evangelização Mário Salatiel

mento não teria acontecido”, garantiu Moisés Souto, um dos organizadores. “O primeiro acampamento no ano de 2012 foi muito transformador e divertido, com uma linguagem voltada para o jovem. Eu entendi realmente o amor imenso que Deus tem para conosco. Ter essa experiência mudou minha vida. Senti o Espírito Santo pela primeira vez e ali tive a confirmação da minha fé. Depois dessa experiência, aceitei o desafio, e hoje ajudo na organização do acampamento, com um único intuito: fazer os jovens sentirem aquele imenso amor que eu senti”, contou Gabriella.

Movimento ‘Segue-me’

Participantes do acampamento ‘Senhor, vale a pena!’, da Paróquia Nossa Senhora das Mercês, posam para foto durante atividade

No final de semana comemorativo do Dia Nacional da Juventude, os jovens da Paróquia Nossa Senhora das Mercês, pertencentes ao movimento “Segue-me”, realizaram um acampamento com o tema “Senhor, vale a pena!”. Aproximadamente 70 pessoas participaram das diversas atividades, incluindo momentos de oração e de reflexão. A proposta do encontro foi de incentivar os jovens a viverem em comunidade e suscitar o desejo de que trabalhem em prol da evangelização. O tema “Senhor, vale a pena!” foi baseado na passagem bíblica de João 3,16: “De fato, Deus amou

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tanto o mundo que deu seu filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. O intuito foi de fazer com que os jovens refletissem sobre o quanto são amados por Deus, e como vale a pena entregar-se a este imenso amor. “Não sabíamos se colocávamos o tema ‘Senhor, vale a pena?’ em forma de pergunta, para que os jovens refletissem sobre seguir ou não os caminhos de Deus para a vida eterna. Chegamos à conclusão que, só pelo fato desses jovens sentirem o desejo de participar, já mostraram que vale sim seguir esse caminho e mostrar essa afirmação com mais intensidade para

os jovens participantes”, afirmou Gabriella Rocha, uma das organizadoras do evento.

Uma experiência mais intensa de Deus

O evento foi criado pelo Movimento Juvenil Mercedário (MJM) com o objetivo de fazer com que os jovens tivessem uma experiência mais intensa com Deus, participando de um retiro de três dias. Este ano, houve uma junção entre o “MJM” e o “Segue-me” na organização do evento. “Tivemos o incentivo do pároco, Frei Lisâneos Francisco Prates, OdeM, e das pastorais. Sem a vida em comunidade e união da Paróquia, o acampa-

Inspirados no Encontro de Jovens com Cristo (EJC), criado pelo Padre Alfonso Pastore, em São Paulo, dois jovens que participaram do encontro decidiram, sob a orientação do Padre Antônio Chirulli, juntamente com casais da Paróquia do Divino Espírito Santo, do Guará II, no Distrito Federal, organizar o encontro de jovens em Brasília, ao qual denominaram como “Segue-me”. A expressão “Segue-me” foi retirada da Bíblia: “Partindo dali, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado ao telônio, e disselhe ‘Segue-me’, e ele levantou-se e o seguiu” (Mt 9,9). Na Paróquia Nossa Senhora das Mercês, o movimento teve início em 2002 por iniciativa do Frei José Maria Mohomed, OdeM, à época pároco, recém-chegado de Brasília. O encontro acontece anualmente e é destinado aos jovens de 14 a 18 anos.

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Relatório final do Sínodo – Parte III

Desafios e perspectivas para a missão da família Filipe David

osaopaulo@uol.com.br

Nas duas últimas semanas, O SÃO PAULO publicou uma síntese das duas primeiras partes do relatório final do Sínodo dos Bispos sobre a família, que aconteceu entre os dias 4 e 25 de outubro. Nesta semana, apresentamos a terceira e última parte do relatório, que trata da missão da família. O texto reconhece que “o Evangelho é e sempre foi sinal de contradição” porque, para aceitar o mistério pascal, é preciso aceitar a cruz, sendo necessário para isso conversão. Porém, “a conversão toca profundamente o estilo e a linguagem”. Por isso, os padres pedem que o “evangelho da família” seja anunciado como “resposta aos anseios mais profundos da pessoa humana”, como “graça que dá a capacidade de viver os bens da família” e não como “um conjunto de normas”. Da mesma maneira, é preciso fazer compreender, na transmissão da fé e especialmente aos jovens, “o significado de termos como doação, amor conjugal, fidelidade, fecundidade, procriação”. Os padres sinodais pedem, para isso, “uma linguagem nova e mais adequada”.

A formação da família

Os padres sinodais chamam a atenção para a importância da formação dos jovens que se preparam para o Matrimônio, que “não pode ser reduzido a uma tradição cultural ou a uma simples convenção jurídica”. O relatório lembra as três etapas – remota, próxima e imediata – da preparação para o Matrimônio, presentes na exortação apostólica Familiaris Consortio (1981), de São João Paulo II. O relatório também trata das mudanças culturais que apresentam “modelos em oposição à visão cristã da família”, nos quais a “sexualidade é frequentemente desvinculada de um projeto de amor autêntico”. Nos países em que isso é feito via políticas públicas, é preciso afirmar a “liberdade da Igreja de ensinar sua própria doutrina e o direito à objeção de consciência da parte dos educadores”. O texto faz uma referência indireta à ideologia de gênero ao afirmar que “o sexo biológico [sexo] e o papel sóciocultural do sexo [gênero], embora possam ser distinguidos, não podem ser separados”.

Família, generatividade e educação

Num mundo de controle de natalidade e mentalidade anticonceptiva, em que se observa a queda da natalidade – “que enfraquece o tecido social, compromete a relação entre as gerações e torna mais incerto o olhar sobre o futuro” –, os padres lembram que “a presença de famílias numerosas na Igreja é uma bênção para a comunidade cristã e para a sociedade” e que “a abertura à vida é exigência intrínseca do amor

Os padres sinodais chamam a atenção para a importância da formação dos jovens que se preparam para o Matrimônio, que ‘não pode ser reduzido a uma tradição cultural ou a uma simples convenção jurídica’ conjugal”. A geração de uma nova vida não pode ser reduzida “à simples gratificação individual ou do casal”, já que, “segundo a ordem da criação, o amor conjugal entre um homem e uma mulher e a transmissão da vida estão ordenados um ao outro”. O relatório pede o acompanhamento pastoral dos jovens casais para uma reta formação da consciência a esse respeito e, por último, condena “com toda a sua força, as intervenções coercitivas do Estado a favor da contracepção, da esterilização e do aborto”. Sobre a educação dos filhos, os padres sinodais pedem que seja protegido “o direito dos pais de escolherem livremente o tipo de educação que querem dar a seus filhos, segundo suas convicções, e a condições acessíveis e de qualidade”. Os padres alertam para o enfraquecimento, em muitos contextos, do papel educativo dos pais devido a uma “presença invasiva da mídia no interior da esfera familiar” e lembram a importância da formação religiosa dos filhos, para o seu próprio bem e o bem da Igreja, ja que é do seio das famílias que surgem as vocações sacerdotais. O texto também menciona a importância das escolas católicas na formação das crianças, principalmente das mais pobres.

Família e acompanhamento pastoral

A terceira parte do relatório final é também a mais polêmica. Nas duas primeiras partes juntas, nenhum parágrafo teve mais de 21 votos contrários e apenas quatro tiveram mais de 12. Na terceira parte, oito parágrafos tiveram mais de 35 votos contrários. Dos quatro capítulos dessa parte do texto, esse terceiro capítulo é o que provocou mais discordância. Os parágrafos mais polêmicos foram os de número 84, 85 e 86, com 72, 80 e 64 votos contrários, respectivamente. O parágrafo 85 foi apro-

vado por apenas um voto a mais do que o necessário. O relatório trata, neste capítulo, das “situações complexas”. Ele começa lembrando que a união matrimonial é indissolúvel. Os padres sinodais pedem para se “promover o discernimento pastoral de situações em que esse dom [do Matrimônio indissolúvel] é dificilmente apreciado ou foi comprometido de diversas maneiras”. Eles pedem para se “manter vivo o diálogo” com fiéis nessa situação, para ajudá-los no amadurecimento de uma “coerente abertura ao Evangelho”. O relatório precisa as diferentes situações que se podem encontrar pelo mundo, como, por exemplo, casais que vivem juntos sem estarem casados ou estando apenas civilmente casados, e as diversas razões que levam as pessoas a essas situações. Muitas vezes, uma relação estável pode levar a um “caminho em direção ao sacramento do Matrimônio”. Com relação às famílias em cujo seio vivem pessoas com tendência homossexual, “a Igreja reafirma que toda pessoa, independentemente de sua tendência sexual, deve ser respeitada em sua dignidade e acolhida com respeito, com o cuidado de se evitar toda marca de discriminação injusta”. Já com relação ao “casamento” homossexual, os padres sinodais explicam que “não existe nenhum fundamento para assimilar ou estabelecer uma analogia, nem mesmo remota, entre as uniões homossexuais e o desígnio de Deus sobre o Matrimônio e a família”; e denunciam as pressões exercidas sobre as igrejas locais nessa matéria, bem como o condicionamento de ajuda financeira por parte de organismos internacionais à aprovação do “Matrimônio” entre pessoas do mesmo sexo. Os parágrafos 84, 85 e 86 tratam da situação das pessoas separadas em segunda união civil. O texto pede uma

o texto trata da relação entre a família e a cultura e instituições, mencionando os impactos sobre a família do ambiente cultural, bem como da pobreza, discriminação e violência

maior integração desses fiéis nas comunidades cristãs, evitando, contudo, toda ocasião de escândalo, e afirma que “é necessário discernir quais das diferentes formas de exclusão praticadas em papéis litúrgicos, educacionais, pastorais e institucionais podem ser superadas”. Citando São João Paulo II, o relatório pede um “discernimento cuidadoso” de cada caso, já que existem diferenças entre, por exemplo, ser abandonado sem nenhuma culpa e destruir por culpa própria um casamento válido. Os padres chamam a atenção para a necessidade de se levar em conta a consciência de cada pessoa antes de se estabelecer a imputabilidade moral de suas ações em cada caso, sem desrespeitar “as exigências de verdade e caridade do Evangelho”.

Família e evangelização

O último capítulo desta parte final do relatório trata da relação entre a família e a evangelização. Ele começa descrevendo a espiritualidade familiar, na qual se aprende a dizer e a pôr em prática as palavras “com licença”, “obrigado” e “desculpa”. Os padres chamam a atenção para a importância da oração em família, bem como da leitura da Palavra de Deus e das práticas de devoção popular e mariana (como o Terço, por exemplo) e ressaltam que a ternura é “a virtude cotidiana que ajuda a superar os conflitos interiores e relacionais”. O relatório também discute o apostolado das famílias, cuja missão inclui “a união fecunda dos esposos, a educação dos fihos, o testemunho do sacramento, a preparação de outros casais ao Matrimônio e o acompanhamento amical de alguns casais ou famílias que encontram dificuldade”. Em seguida, o texto trata da relação entre a família e a cultura e instituições, mencionando os impactos sobre a família do ambiente cultural, bem como da pobreza, discriminação e violência. Para melhorar essas condições, é preciso que os leigos se envolvam, interajam “com as instituições políticas, econômicas e culturais”. No entanto, “a política deve respeitar de modo particular o princípio de subsidiariedade e não limitar os direitos das famílias”. Segundo os padres sinodais, “para os cristãos que trabalham na política, o empenho pela vida e pela família deve ter prioridade”, junto com “a liberdade de educação e a liberdade religiosa”. Por fim, o texto lembra que “a família dos batizados é por sua própria natureza missionária”. São muito importantes as diversas formas de testemunho da família, como “a solidariedade com os pobres, a abertura à diversidade de pessoas, a proteção da criação, a solidariedade moral e material (...), o empenho pela promoção do bem comum”. O relatório é concluído pedindo ao Santo Padre um documento final sobre a família, e com uma breve oração à Sagrada Família de Nazaré.


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11 a 17 de novembro de 2015 | www.arquisp.org.br


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