O SÃO PAULO - Josp 3082

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 60 | Edição 3082 | 17 de dezembro de 2015 a 5 de janeiro de 2016

R$ 1,50

www.arquisp.org.br

Arquidiocese de portas abertas à misericórdia

Luciney Martins/O SÃO PAULO

O SÃO PAULO apresenta um caderno especial sobre o Natal. Como os famosos vivenciam este período em família? E quem está longe dos parentes, consegue ter um Natal feliz? Por que tantas viagens nesta época? Quais os sabores e imagens do Natal? O que motiva uma família a partilhar a ceia de Natal com as pessoas nas ruas? Que valores humanos e de fé não devem ser esquecidos? Essas e outras temáticas são tratadas nas reportagens.

ano 60 | Edição 3082 | 17 de

dezembro de 2015 a 5 de janeiro

de 2016

Família é prioridade na vida de Isabella Fiorentino Apresentadora do Esquadrão da Moda, Isabella Fiorentino falou, ao O SÃO PAULO, sobre a vida como mãe dos tri-

gêmeos univitelinos Bernardo, Nicholas e Lorenzo, de 4 anos, a família e a vivência da fé. Página E13

Uma biografia empenhada na luta pela igualdade racial Alexandra Loras, consulesa da França no Brasil, recorda, em entrevista exclusiva, sua trajetória pessoal e como tem

lutado pela igualdade racial, “o preconceito não é econômico, mas racial”, afirmou. Páginas E8 E E9

O Natal longe da família pode ser feliz? Cardeal Odilo Pedro Scherer em oração após a abertura da Porta da Misericórdia da Catedral da Sé, no domingo, 13

Cardeal e bispos abrem portas santas em São Paulo A vivência do Jubileu extraordinário da Misericórdia está mais intensa na Arquidiocese desde o domingo, 13, quando o Cardeal Odilo Pedro Scherer e os bispos auxiliares abriram as portas da misericórdia na Catedral da Sé, no Santuário São Judas Tadeu e nas Igrejas Nossa Senhora do Sagrado Coração, Sant´Ana, Nossa Senhora da Lapa e Nossa Senhora da Expectação. Páginas 9 a 11

Muitas pessoas passarão o Natal longe dos familiares, por estarem fora de seus países. Algumas delas contaram ao O

Criada a Associação Amigos da Catedral da Sé Nova associação tem como missão guardar a memória da Catedral e terá colaboração de pessoas físicas e jurídicas. Página 8

Arquidiocese agradece convivência com Dom Edmar Bispo assume Diocese de Paranaguá, no Paraná, na quinta-feira, 17. No dia 10, na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, houve missa de ação de graças pelos 6 anos como auxiliar na Arquidiocese. Página 7

SÃO PAULO como receberão o nascimento de Cristo estando distante dos que amam. Páginas E6 e E7

Cardeal Scherer ordena 16 diáconos Para servirem a Igreja e o povo de Deus, os neodiáconos, sendo nove permanentes e sete transitórios, foram ordenados no sábado,12, na Catedral da Sé, na memória litúrgica de Nossa Senhora de Guadalupe. Página 13

‘Vence a indiferença e conquista a paz’ Esse é o tema da mensagem do Papa Francisco para o 49º Dia Mundial da Paz, celebrado em 1º de janeiro de 2016. Página 6


2 | Ponto de Vista |

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Editorial

A esperança do Natal em meio à crise

N

um momento de crise econômica, política e social, como este atual, nossa mentalidade consumista e cética tende a pensar este Natal como aquele “de poucos presentes”, ou reduzi-lo a um momento de esquecimento, de alegria e celebração, onde não lembramos dos problemas que voltarão quando a festa acabar. Mas o Natal, inclusive o da crise, é uma festa de esperança, na qual celebramos o fato de que Cristo nos “primereia”, no neologismo do Papa Francisco. Ele vem primeiro, vem em nosso auxílio sem que tivéssemos feito algo para merecê-lo. J.R.R. Tolkien escreveu que as coisas de Deus são sempre surpreendentes e imprevistas, ainda que tenhamos passa-

do toda a nossa vida ansiando por elas. Cristo nos “primereia”, toma a iniciativa, vem ao nosso encontro, e nós, mesmo que sempre tenhamos desejado isso, nos surpreendemos cativados. A celebração do Natal não é só do Menino Deus que nasceu na manjedoura há séculos. É a celebração daquele primeiro encontro feito por cada cristão em sua caminhada na fé, que cada um de nós recorda com gratidão e ternura. Todos nós, num dia, numa ocasião específica, encontramos Cristo em nossa vida. Geralmente, foram ocasiões que pareciam banais. Outros pensariam em autossugestão, “coincidências” ou frutos do nosso trabalho e inteligência. Mas nós sabemos que não foi nada disso, que sugestões e coincidên-

cias não explicam aquela ocasião, que nossas capacidades não poderiam criar aqueles resultados. Foi Ele que quis se manifestar em nossa vida, que “primereiou”, tomou a iniciativa e veio até nós. A cada Natal, somos convidados a lembrar não só o nascimento de Belém, mas também este que aconteceu e continua acontecendo em nossa vida. A esperança cristã não vem de nossas forças. Pelo contrário, é ela que nos dá forças. Uma esperança que nasce porque Deus vem até nós, realmente nos ajuda quando precisamos. A celebração natalina será um gesto nostálgico ou escapista, uma simpática ilusão, se não nos lançarmos na realidade a partir dessa esperança. Por

isso, a crise não é um obstáculo para a festa, mas uma oportunidade de nos reencontrarmos com a razão de nossa esperança. É um caminho de solidariedade, partilha e dedicação ao outro. O encontro com Cristo não é um tesouro que pode ser acumulado. Guardado, se corrompe e perde seu valor. Distribuído, empenhado na construção do bem, se multiplica e mostra todo o seu valor. O Natal da crise não é aquele de poucos presentes. É o Natal em que o verdadeiro Presente pode se tornar ainda mais presente. Basta nos entregarmos com confiança à esperança que nasce do encontro com Cristo, vivendo-a na solidariedade com os que estão nas “periferias da existência”.

Opinião

Natal do Deus conosco Arte: Sergio Ricciuto Conte

Padre Reginaldo Manzotti Mais uma vez, nos preparamos para comemorar o Natal. A cada ano, a sensação que se tem, por meio das propagandas vinculadas na mídia, é que está se perdendo mais e mais o verdadeiro sentido do Natal. Papai Noel tornou-se o símbolo do Natal, e a festa do Deus Menino, que nasceu numa simples manjedoura, pobre entre os pobres, na gruta de Belém, tornou-se um pretexto para um consumismo desenfreado. Até mesmo entre nós católicos, muitos sabem que celebram o nascimento de Jesus, mas não se atêm à grandiosidade que envolve esse fato. A festa do Natal é de fundamental importância para o Cristianismo, pois se celebra a encarnação de Deus feito homem (Jo 1,14). Jesus, o Emanuel, Deus Conosco que entra na história sendo frágil criança, é Deus que, ao esvaziar-se de si, vem a nós, assumindo nossa condição humana em tudo, menos no pecado. Vem para trazer a luz, a paz, a salvação. Juntamente com a Páscoa, o Natal é uma das maiores festas da religião católica. Neste tempo, é comum passarmos nas ruas e vermos os moradores pintando, arrumando, decorando suas casas para o Natal, isso é válido, mas não podemos nos esquecer que é em nosso coração que Jesus quer nascer e renascer a cada ano. Por isso, a Igreja, mãe e mestra, oferece um tempo propício para nos prepararmos para viver o Natal em toda

sua plenitude. Este tempo chama-se Advento, chegada. Este tempo que vivemos e nos torna mais humanos é uma graça especial de Deus. Ele, a cada ano, nos concede esse momento de humanização. Enquanto a ressurreição é o momento da eternização do humano, o Natal é a humanização do eterno. E ao celebramos o eterno no humano nos tornamos melhores. Parece óbvio, mas o mundo se torna mais solidário porque os

homens recebem neste tempo uma graça de Deus. A Noite Santa e o dia de Natal têm esse encanto de nos fazer olhar para aquilo que há de mais digno em cada ser humano: o divino corporizado, transformado, materializado. Somos chamados a olhar o lado bom e a melhor parte que cada um de nós tem. Por isso, o Natal é tão especial e maravilhoso. O encanto vem do Natal porque nele o lado de Deus presente

em nós fica mais latente, o pedaço de Deus derramado em cada ser humano pulsa mais forte e no mesmo ritmo que nossos corações. Mesmo os cristalizados, endurecidos, mesmo aqueles que ficaram amargos, aqueles que ficaram profundamente marcados pela mundanidade, explodem diante do eterno, diante da manifestação frente a Deus, que do alto dos céus abre as nuvens, passa e se faz um de nós. A noite de Natal permite bombear em todas as nossas veias, a eternidade que existe dentro de nós. Há coisas ruins, há mágoas? Supere-as. Um anjo apareceu aos pastores e anunciando o nascimento do Menino Jesus os encheu de luz, mas o que disse em primeiro lugar não foi glória ou paz, foi: “Não tenhais medo” (Lc 2,10a), não temais, não tenhais pavor, não desiludais. O mal que pode estar em nós é infinitamente menor do que o bem, porque Deus, o eterno, materializou-se e nós somos um pedaço de Deus. Natal é Natal porque Jesus nos dá esse presente. O Verbo se fez carne, o Verbo se fez um de nós. A palavra se fez carne e se fez luz. Vale a pena insistir, vale a pena deixar a luz nos guiar. Essa luz, esse Cristo que veio nos trazer um jeito diferente de olhar o mundo, tem que ser um referencial não só no Natal, mas sempre. Padre Reginaldo Manzotti, coordenador da Associação Evangelizar é Preciso e pároco-reitor do Santuário Nossa Senhora de Guadalupe, em Curitiba (PR), apresenta diariamente programas de rádio e TV.

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator chefe: Daniel Gomes • Reportagem: Cônego Antônio Aparecido Pereira, Edcarlos Bispo, Filipe David, Nayá Fernandes e Renata Moraes • Institucional: Rafael Alberto e Fernando Geronazzo • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Secretaria de Redação: Djeny Amanda • Assinaturas: Ariane Vital • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Revisão: Maria Aparecida Ferreira • Impressão: S.A. O ESTADO DE S. PAULO • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.


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Arcebispo metropolitano de São Paulo

N

este ano, o Natal acontece dentro do Jubileu extraordinário da Misericórdia: uma bela ocasião para compreendermos o nascimento de Jesus a partir de uma ótica diferente: a misericórdia de Deus. No seu Evangelho e nas suas cartas, o apóstolo São João não descreve os fatos relativos ao nascimento de Jesus, como fazem São Mateus e, principalmente, São Lucas. Não é que João ignore ou negue esses fatos, mas não os narra e vai diretamente à interpretação do seu significado: por trás dos fatos, o que se passou com o nascimento de Jesus? No Prólogo do seu Evangelho, ele ensina que, no menino, nascido de maneira maravilhosa da Virgem Maria, foi a própria “sabedoria eterna” de Deus que assumiu “carne”, ou seja, nossa real condição humana. “O Verbo de Deus se fez carne e veio habitar no meio de nós. E nós vimos a sua glória...” (Jo 1,14). Veio para revelar humanamente a sabedoria eterna de Deus e dar condição para que todos pudéssemos participar dessa “sabedoria eterna”. Dessa maneira, por meio de Jesus, Deus mesmo deu-se a conhecer a nós: “ninguém jamais viu a Deus: o Filho único, que é Deus e está na intimidade do Pai, foi ele quem o deu a conhecer” (Jo 1,18). Em Jesus, nós também conhecemos o desígnio eterno de Deus a nosso respeito: desígnio de amor misericordioso, de

Daniel Ometo Shalom

Como é grande a misericórdia do Pai! vida e salvação. Por isso, o Papa Francisco ensina, na Bula de proclamação do Ano extraordinário da Misericórdia, que Jesus é “misericordiae vultus” – o “rosto da misericórdia do Pai”. O Filho eterno de Deus veio ao mundo e nasceu, pequenina criança humana; por meio da Virgem Maria, assumiu nossa frágil condição para uni-la à sua sublime existência e elevá-la a uma dignidade jamais alcançável pelo esforço humano. Deus o fez por pura graça e misericórdia, para que os homens pudessem tornar-se “filhos de Deus”: todos aqueles que o receberem com fé e humildade (cf. Jo 1, 12-13). Não é pouco o que está em jogo no nascimento de Jesus! Nas festas do Natal, seria importante ficar em silêncio por alguns instantes, contemplando o “Mistério do amor misericordioso de Deus”. Infelizmente, somos levados a ficar nos aspectos mais periféricos do Natal: luzes coloridas, músicas, árvores enfeitadas, presentes, Papai Noel, ceia de Natal... Nossa atenção se fixa no embrulho, mais que no próprio presente! O que a cultura produziu para festejar o Natal pode ser bonito e interessante, mas nunca deveria desviar nossa atenção do foco dessa festa bonita: o amor e a ternura de Deus para conosco, o próprio Jesus Cristo Salvador e seu nascimento maravilhoso. No diálogo com Nicodemos, o próprio Jesus interpreta o motivo do seu nascimento: “tanto Deus amou o mundo, que lhe entregou seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna!”

(Jo 3,16). O Filho Eterno de Deus veio ao mundo para manifestar o seu amor por todos os homens e nenhum pecador, por grande que seja, fica excluído da salvação trazida por Cristo Jesus. No início de sua 1ª Carta, São João retoma algo do Prólogo do seu Evangelho: em Jesus, manifestou-se a vida eterna; ele é a “Palavra da Vida”, por meio da qual todos podem ter comunhão com Deus Pai (cf. 1 Jo 1, 1-4). E vai ainda mais longe, ao falar do amor misericordioso de Deus Pai: “vede que grande presente de amor o Pai nos deu: somos chamados filhos de Deus! E nós o somos!” (1 Jo 3,1). São Paulo vai dizer que “quando se completou o tempo, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher (...), para que todos recebêssemos por meio dele a dignidade de filhos” (Gl 4, 4-5). Somos “filhos no Filho de Deus”! É essa a maravilha do Natal! Foi isso que os autores sagrados quiseram nos transmitir sobre Jesus, desde o início, com suas narrações e interpretações sobre o nascimento de Jesus: “Deus enviou seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que todos pudessem encontrar a salvação e a vida eterna por meio dele (Jo 3,17). Foi também isso que os artistas tentaram dizer através de suas telas, que hoje reproduzimos nos cartões de Natal... Foi que os músicos e cantores transformaram em sons e cânticos melodiosos, que convidam a mergulhar no mistério profundo do Natal. É isso o que a Igreja professa com fé e celebra da Liturgia da Igreja. Feliz e santo Natal!

Na Comunidade Shalom Na noite do sábado, 12, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, presidiu missa na Comunidade Católica Shalom, em São Paulo, durante a qual houve a celebração da renovação dos votos no celibato dos integrantes da Comunidade.

Missas no CIEE e no Amparo Maternal O Cardeal Scherer presidiu na quarta-feira, 16, duas missas. Pela manhã na sede do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), no bairro do Itaim Bibi. À tarde, a missa por ele presidida foi no Amparo Maternal, entidade ligada à Arquidiocese de São Paulo.

Nomeação de vigário episcopal Ao final da missa do sábado, 12, na Catedral da Sé, em que ordenou 16 diáconos para a Arquidiocese, o Cardeal Scherer anunciou a nomeação do Cônego José Miguel de Oliveira como novo vigário episcopal para a Região Belém, até que o Papa nomeie um novo bispo auxiliar para a Arquidiocese. O Cônego já exerce as funções de vigário geral da Região Belém e pároco da Paróquia Santo Antônio de Pádua (leia mais na página 4)

Tweets do Cardeal @DomOdiloScherer 14 – Tg 3, 17-18 – “A sabedoria do alto é pura, pacífica, modesta, cheia de misericórdia... O fruto da justiça é semeado na paz para quem promove a paz”. 14 – “O nosso auxílio está no nome do Senhor, que fez o céu e a terra. Cantai ao Senhor um canto novo, louvor a Ele dos confins de toda a terra!” 13 – Fl 4, 4-5: Advento – “Alegrai-vos. Que a vossa bondade seja conhecida de todos. O Senhor está próximo!”

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4 | Fé e Vida |

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Liturgia e Vida

Você Pergunta

4º DOMINGO DO ADVENTO 20 DE DEZEMBRO DE 2015

Como ser santo nos dias de hoje?

Deus visita seu povo ANA FLORA ANDERSON Hoje a liturgia celebra o último domingo do Advento e nos leva à preparação final para o Natal do Senhor Jesus. A oração do dia faz uma síntese da salvação em Jesus: desde o anúncio do anjo a Maria, chegamos à paixão, morte e a glória da ressurreição. Na primeira leitura (Miquéias 5, 1-4), o profeta louva o pequeno povoado de Belém. O nosso Deus, que sempre age na pobreza, ali fará nascer aquele que salvará seu povo. Ele será o Bom Pastor, apascentará seu rebanho com o poder de Deus e o povo viverá em paz. Essa força divina se estenderá até os confins da terra e o Senhor será nossa paz. A Carta aos Hebreus (10, 5-10) usa duas citações do Antigo Testamento para revelar o verdadeiro sentido da missão de Jesus. Deus não quer sacrifícios nem holocaustos pelo pecado. Jesus veio para fazer a vontade de Deus. Assim, nosso Salvador nos santifica pela oferenda oferecida uma vez para sempre. O Evangelho de São Lucas (3, 39-45) narra a visita de Maria à sua prima Isabel, que está esperando um filho na velhice. A cena é uma Boa-Nova para toda a humanidade. Isabel anuncia a salvação que virá ao mundo por meio de Maria. Ela reconhece a prima como a mãe do Salvador. Maria é abençoada, pois acreditou nas promessas de Deus. Na sua pobreza, teve fé no fato de que nela Deus faria maravilhas!

COMUNICADO DA CÚRIA METROPOLITANA DE SÃO PAULO Pelo presente, a Coordenação da Cúria Metropolitana de São Paulo informa que o Emmo. Cardeal Arcebispo de São Paulo receberá os cumprimentos natalinos dos seus diocesanos no dia 22 de Dezembro (Terça-feira), das 14h30 às 16h00, em nossa sede: Av. Higienópolis, 890. Atenciosamente Pe.Zacarias José de Carvalho Paiva Coordenador da Cúria Metropolitana.

padre Cido Pereira osaopaulo@uol.com.br

A Cleonice (que não disse seu sobrenome) é do bairro de São Mateus. Ela quer saber como ser santo hoje. Trata-se de uma pergunta séria, uma pergunta de quem quer acertar sua vida com a vontade de Deus. A primeira coisa a lembrar, Cleonice, é que todos nós somos chamados à santidade. “Sede santos, como vosso pai celeste é santo”, nos pede Jesus (Mt 5,48). Se não somos santos de fato, pelo menos somos santos por vocação e devemos buscar a santidade. É santo, Cleonice, quem é batizado e vive como verdadeiro filho de Deus. É santo quem ama a Deus sobre todas as coisas e ama o próximo como a si mesmo. É santo quem escreve a lei de Deus no seu coração. É santo quem vive intensamente a sua fé e testemunha a alegria da fé para os outros. É santo quem não perde a esperança e confia em Deus até mesmo na tribulação. É santo quem ama apaixonadamente Deus e o próximo. Cleonice, muitos de nós ao ler a vida daqueles cuja santidade foi oficialmente reconhecida pela Igreja, ficamos desanimados e dizemos: “eu nunca vou viver a santidade como este santo ou esta santa viveu”. É que a gente encara os santos como pessoas extraordinárias, verdadeiros extraterrestres. E não é assim. Os santos foram homens e mulheres iguais a nós, que viveram a sua fé intensamente. A Igreja os coloca em destaque para que nós os imitemos no seguimento de Jesus.

Como ser santo nos dias de hoje? – pergunta você. Vivendo como os santos viveram. Colocando amor em tudo que fazemos. Não tendo medo de proclamar a nossa fé. Bebendo a água viva da graça que o Senhor nos oferece nos sacramentos.

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Espiritualidade

O Menino Jesus! Dom Sergio de Deus Borges

O

Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana

s freis que tiveram a alegria de conviver com São Francisco de Assis contaram que o Santo tinha uma devoção e carinho especial ao Menino Jesus. Ele “beijava com muita ternura a imagem do Menino Jesus e balbuciava doces palavras como uma criancinha. Para ele, esse nome era com um favo de mel na boca” (São Francisco de Assis, TC, II, nº 200). São Francisco beijava com ternura a imagem do Menino Jesus porque o Natal não era a comemoração de um fato do passado, como uma simples festa de aniversário, mas no mistério do Natal ele contemplava a realização da profecia: “Um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, ele recebeu o poder sobre seus ombros, e lhe foi dado este nome: conselheiro maravilhoso, Deus forte, Pai para sempre, Príncipe da paz...” (Cf. Is 9,5).

O Santo balbuciava doces pala- Menino, incapaz de falar, é a Palavra vras diante da imagem do Meni- do Pai, Aquele que possui a resposta no Jesus porque a graça do Natal capaz de satisfazer todo o nosso conão se desfez naquela Noite Santa: ração inquieto (cf. São João Paulo II, aquele Menino, que brotou como o 02.01.1983). O presépio em nossas melhor fruto do seio da jovem mãe, casas não é uma simples decoração Maria de Nazaré, quando adulto de Natal. O presépio é um lugar de mostrou o rosto misericordioso de encontro com Jesus e com nossa faPai, proclamando o Reino de Deus mília. e convidando os pecadores à conNeste tempo do Natal, vamos nos versão; depois, por misericórdia e colocar diante do presépio com fé para nos resgatar da morte, Ele morreu na “Um menino nos nasceu, um Cruz e ensinou o que filho nos foi dado, ele recebeu Deus é capaz de fazer o poder sobre seus ombros, e lhe para nos salvar; por foi dado este nome: conselheiro fim, Ele está vivo, res- maravilhoso, Deus forte, Pai para sempre, Príncipe da paz...” suscitou. (Cf. Is 9,5). São Francisco encontrou no Menino Deus, no presépio, uma síntese de intensa, onde podemos adorar, contodo o mistério da redenção, a luz templar, beijar o Menino Jesus. Ele é que o iluminou e lhe deu esperança o sinal concreto do amor e da miseno meio de um mundo frio e obscu- ricórdia de Deus. Convide a família ro, o amor que o sustentou na missão para permanecer um pouco diante e o fortaleceu para dedicar-se mais a da manjedoura, como fez São FranJesus e aos pobres. cisco. É o tempo propício de conTambém nós podemos encon- templar o Menino Jesus, “a graça de trar no presépio o mistério inaudito Deus se manifestou para a salvação de um Deus que se fez homem por de todos os homens” (Tt 2,11). nosso amor; também nós podemos Bom Natal e abençoado Ano reconhecer que aquele pequenino Novo!

| Fé e Vida | 5

Fé e Cidadania Natal: tempo de valorizar o ‘poder’ da mulher Padre Sancley Lopes Gondim A revista norte-americana National Geographic, de dezembro, destaca na sua capa a figura da Santíssima Virgem Maria, a quem chama de “a mulher mais poderosa do mundo”. O artigo da repórter Maureen Orth destaca o inegável fato religioso do extenso culto à Mãe de Deus ao redor do mundo e os abundantes testemunhos sobre sua intercessão em favor dos homens. Um investigador, Michael O’Neill, afirmou à revista que se tem registro de mais de 2 mil aparições marianas desde o Concílio de Trento, embora somente 16 tenham sido formalmente reconhecidas pela Santa Sé. A reportagem destaca, inclusive, o papel de Maria no Islã. A Virgem Maria é considerada pelos muçulmanos com a mulher mais santa entre todas as mulheres, e conhecida com a Mãe de Jesus. O Papa Paulo VI define a posição da DSI [Doutrina Social da Igreja] sobre o feminismo, pela necessidade de “um estatuto da mulher, o qual faça cessar a efetiva discriminação existente e estabeleça relações de igualdade nos direitos e de respeito à sua dignidade... A evolução das legislações deve orientar-se no sentido de proteger a sua vocação própria e, ao mesmo tempo, de reconhecer a sua independência, enquanto pessoa, e a igualdade dos seus direitos a participar na vida cultural, social e política” (Octogesima Adveniens,13). “A condição da mulher, sua maneira de ser, sua inclinação inata é a maternidade. Toda mulher é destinada a ser mãe: no sentido físico da palavra, ou em sentido espiritual e elevado, mas não menos real. A esse fim, o Criador destinou todo o ser da mulher, seu organismo, como também seu espírito e, de modo especial, sua extraordinária sensibilidade. Assim, a mulher vê e compreende a fundo todos os problemas da vida humana sempre em referência à família. O sentido profundo de sua dignidade desperta suas apreensões sempre que a ordem social ou política ameaça sua missão materna e o bem da família” (Pio XII, discurso de 21.10.1945). São João Paulo II propõe a “criação de subsídios para as mães que se dedicam exclusivamente à família..., em prol da revalorização social das funções maternas, dos trabalhos que a elas andam ligados e da necessidade de cuidados, de amor e de carinho que têm os filhos para poderem se desenvolver como pessoas responsáveis, moral e religiosamente amadurecidas e psicologicamente equilibradas. Reverterá em benefício da sociedade o tornar possível à mãe... cuidar dos seus filhos e dedicar-se à educação deles... É necessário organizar e adaptar todo o processo de trabalho...; que elas possam desempenhar plenamente suas funções domésticas, sem discriminações nem exclusão dos empregos para que tenham capacidade... no contribuir para o bem-comum da sociedade juntamente com o homem. A verdadeira promoção da mulher exige que o trabalho seja estruturado de tal maneira que ela não se veja obrigada a pagar a própria promoção com o ter de abandonar a sua especificidade e em detrimento de sua família na qual ela, como mãe, tem um papel insubstituível” (Laborem Exercens, 19).


6 | Papa Francisco |

17 de dezembro de 2015 a 5 de janeiro de 2016 | www.arquisp.org.br

Cardeal Hummes convida Papa Francisco a visitar a Amazônia L’Osservatore Romano - 4.mar.2015

Na possível visita que fará ao Brasil em 2017, por conta dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, o Papa Francisco poderia visitar a Amazônia? O convite foi feito em carta enviada na última semana ao Pontífice pelo Cardeal Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo e presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam). “O Papa é um homem que tem grande amor pela Amazônia. Está querendo muito ajudar para que a Igreja possa ali realmente desenvolver a sua missão plenamente, cada vez melhor. Então, ele nos acompanha muito de perto, com muito carinho. E fará certamente todo o possível para que, de fato, ele possa dar um apoio maior, o que seria simbolicamente muito forte se ele pudesse visitar a Amazônia. Vamos ver. Eu tenho muita confiança, mas ele, é claro, não pode confirmar nada”. Ainda segundo Dom Cláudio, os bispos do Regional da CNBB Norte 2 (Pará) enviaram ao Papa uma carta pedindo que o Santo Padre visite uma missão em uma comunidade indígena. Fonte: Rádio Vaticano (Redação: Daniel Gomes)

Dia Mundial da Paz “Vence a indiferença e conquista a paz” é o tema da mensagem do Papa Francisco para o 49º Dia Mundial da Paz, celebrado em 1º de janeiro de 2016. “A paz é dom de Deus e trabalho dos homens; a paz é um dom de Deus, mas confiado a todos os homens e a todas as mulheres, que são chamados a realizá-lo. E é a indiferença dos homens o primeiro inimigo da paz”, destaca o Papa Francisco, no texto publicado na terça-feira, 15. Ao lembrar o ano que passou, “doloroso para a paz”, o Pontífice repropõe o conceito da esperança. “Enquanto terrorismo e conflitos parecem confirmar a teoria da ‘terceira guerra mundial por pedaços’, existem razões para esperar”, escreve Francisco, mencionando eventos como o Acordo de Paris sobre o clima e

a Agenda ONU 2030 para o desenvolvimento sustentável. “Variadas são as razões para crer na capacidade que a humanidade tem de agir, conjunta e solidariamente, reconhecendo a própria interligação e interdependência e tendo a peito os membros mais frágeis e a salvaguarda do bem comum. Essa atitude de solidária corresponsabilidade está na raiz da vocação fundamental à fraternidade e à vida comum. A dignidade e as relações interpessoais constituem-nos como seres humanos, queridos por Deus à sua imagem e semelhança... a indiferença constitui uma ameaça para a família humana. No limiar dum novo ano, quero convidar a todos para que reconheçam esse fato, a fim de se vencer a indiferença e conquistar a paz”, afirma o Papa. Fonte: Rádio Vaticano (Redação: Fernando Geronazzo)

L’Osservatore Romano

Papa Francisco, 79 anos Ao final da audiência geral, na quarta-feira, 16, o Papa Francisco recebeu um bolo de aniversário por conta dos seus 79 anos de vida, completados na quinta-feira, 17.

Jubileu em todo o mundo Perdão e coragem: essas duas palavras marcaram a audiência geral do Papa Francisco, da quarta-feira, 16. “O Jubileu é em todo o mundo, não só em Roma”, frisou o Pontífice, justamente para que este Ano Santo possa se tornar uma experiência compartilhada por todas as pessoas. “Atravessar a Porta Santa é o sinal da nossa confiança no Senhor Jesus, que não veio para julgar, mas para salvar. É sinal de uma verdadeira conversão do nosso coração”, afirmou Francisco, recordando que a salvação “não se paga, não se compra, é grátis”, advertindo para quem eventualmente quiser cobrar de algum fiel esta experiência. “A Porta é Jesus, e Jesus é gratuito!” Fonte: Rádio Vaticano (Redação: Fernando Geronazzo)


ano 60 | Edição 3082 | 17 de dezembro de 2015 a 5 de janeiro de 2016

Na humilde família de Maria e José nasceu o Menino Jesus. “Deus entrou numa família humana e quis fazer parte dela; o Filho de Deus, Jesus Cristo, nascido da Virgem Maria, se fez irmão de todos os seres humanos e veio para reunir a grande família dos filhos de Deus”, afirma o Cardeal Scherer, em artigo neste caderno especial, que apresenta reportagens e imagens sobre o Natal em família.


Família: aqui há lugar para Jesus!

ENTRE NÓS, O MENINO JESUS

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Cardeal Odilo Pedro Scherer

Arcebispo metropolitano de São Paulo

O

ano de 2015 foi muito especial para a família. Em setembro, foi realizado o Encontro Mundial de Famílias, em Filadélfia, nos Estados Unidos, com o tema: “família, tua vocação é o amor”, recordando aquilo que está na essência do casamento e da família: o amor humano, abençoado pelo amor de Deus. Ainda em setembro, o Papa Francisco modificou as normas da Igreja, no Direito Canônico, sobre os processos de reconhecimento da nulidade matrimonial, para ir ao encontro de muitas pessoas que vivem essa situação. A decisão pontifícia já está em vigor desde o dia 8 de dezembro. E em outubro, foi realizada no Vaticano a 14ª assembleia ordinária do Sínodo dos Bispos, sobre o tema: “a vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”. Foi uma reflexão muito importante de toda a Igreja, representada por seus bispos, junto com o Papa Francisco, para oferecer palavras orientadoras seguras às famílias de todo o mundo. Estamos, agora, à espera do Documento, que o Papa fará, com sua autoridade, sobre o tema deste Sínodo. O Ano Santo extraordinário da Misericórdia, aberto para toda a Igreja pelo Papa Francisco no dia 8 de dezembro, será uma grande graça para as famílias que se dispuserem a vivê-lo intensamente. O convívio familiar é lugar de acolhida e de exercício da misericórdia! Também a Novena do Natal, da Arquidiocese de São Paulo, foi orientada pela mesma temática da família: “família, aqui há lugar para Jesus!” Partindo das situações e vivências familiares de Maria, José e Jesus, a Novena propunha uma reflexão atual sobre as questões familiares enfrentadas pelos membros da família em nossos dias. Tudo isso, discernido e vivido à luz da fé e da confiança em Deus misericordioso e providente, e a partir da acolhida de Jesus Cristo Salvador na família e nos lares. A família esteve no centro das preocupações do Papa Francisco e da Igreja ao longo deste ano. Cuidando bem da família, estaremos ajudando a cuidar bem

Na noite de 24 de dezembro e no dia de Natal, 25, haverá missas em todas as paróquias da Arquidiocese. Apresentamos a seguir as celebrações de Natal que serão presididas pelo Cardeal Scherer, arcebispo metropolitano, e pelos bispos auxiliares da Arquidiocese.

CARDEAL ODILO PEDRO SCHERER

Quinta-feira, 24 16h – Paróquia São João Batista do Brás (largo Senador Morais Barros, s/nº, Brás). 19h30 – Capela São Francisco (avenida Doutor Cândido Mota Filho, 629, Vila São Francisco). 24h – Catedral da Sé (praça da Sé, s/nº, centro). Sexta-feira, 25 11h – Catedral da Sé

DOM CARLOS LEMA GARCIA

Sexta-feira, 25 11h15 – Paróquia Nossa Senhora do Brasil (praça Nossa Senhora do Brasil, s/nº, Jardim Paulista).

DOM DEVAIR ARAÚJO DA FONSECA

de todas as pessoas, sobretudo daquelas que mais precisam de ajuda, proteção, carinho... A família é um bem precioso, que merece o reconhecimento de “patrimônio da humanidade”. Ela deveria ser tratada bem por todos. Ela merece todo respeito e atenção dos governantes. O Natal é uma festa em família: Deus entrou numa família humana e quis fazer parte dela; o Filho de Deus, Jesus Cristo, nascido da Virgem Maria, se fez irmão de todos os seres humanos e veio para reunir a grande família dos filhos de Deus. Em Cristo, Deus ampliou infinitamente a bênção que já havia dado à família no início da humanidade. Neste Natal, acolhamos novamente a vinda do Filho de Deus feito homem entre nós. Que haja lugar para Jesus em todas as nossas casas. Ele quer

fazer parte de todas as famílias. Por meio dele, todas as famílias são muito abençoadas: Jesus Cristo mesmo é a grande Bênção de Deus para toda a humanidade! Ele quer ser nosso irmão e companheiro de caminho, todos os dias. Ele quer ser “Deus-conosco” e, se o acolhemos em nossos lares, experimentaremos como pode ser bonita a vida em família. Que cada família diga: aqui também há lugar para Jesus. Pode entrar, seja bem-vindo! No Jubileu extraordinário de Misericórdia, desejo feliz e santo Natal a todos os filhos e filhas da Arquidiocese de São Paulo! Deus abençoe os seus lares, visite os doentes e aflitos, conforte os que sofrem, renove a esperança e conceda a todos sua alegria e paz. E que assim sejam também no ano de 2016!

EXCURSÃO: FAÇA PARTE DO NOSSO GRUPO SANTUÁRIO BASÍLICA DO DIVINO PAI ETERNO + CALDAS NOVAS Período de 13 a 17 de janeiro, com saída e chegada por São Paulo no aeroporto de Guarulhos. Veja toda programação em nosso site www.pamturviagens.com.br ou ligue 11 5071 7355 / 999741882

Quinta-feira, 24 20h – Paróquia Mãe de Deus (rua Manuel de Arzão, 85, Vila Albertina). Sexta-feira, 25 10h – Paróquia São Luís Gonzaga (praça Dom Pedro Fulco Morvidi, 01, Vila Pereira Barreto). 15h – Comunidade Aliança de Misericórdia (rua Nilo Bruzzi, 31, Sítio Botuquara).

DOM EDUARDO VIEIRA DOS SANTOS

Quinta-feira, 24 20h – Paróquia Divino Salvador (rua Casa do Ator, 450, Vila Olímpia). Sexta-feira, 25 10h – Missão Belém, na cidade de Jarinu (SP), com acolhidos que estavam nas ruas.

DOM JOSÉ ROBERTO FORTES PALAU

Quinta-feira, 24 19h – Paróquia São João Batista (rua Dr. Mário Vicente, 1.108, Ipiranga).

DOM JULIO ENDI AKAMINE

Quinta-feira, 24 20h - Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora (rua Padres Valombrosanos, 126, Pirituba).

DOM SERGIO DE DEUS BORGES

Quinta-feira, 24 20h - Paróquia Menino Jesus (avenida Mazzei, 491, Vila Mazzei). Sexta-feira, 25 10h - Missa Hospital Dom Pedro II (avenida Guapira, 2.674, Tucuruvi).


Um berço para o Menino Jesus Valdir Reginato

Há muito tempo, quando chega esta época do Natal, sempre recordome de uma história contada por uma senhora que dizia como se preparou em família para a noite de Natal. Mãe de muitos filhos, reuniu todos na sala, no início de dezembro, e após o presépio pronto observaram que faltava o berço do Menino Jesus. “Mãe, onde nós vamos pôr Jesus?” A mãe pegou uma caixinha cheia de palha seca picada, colocou-a ao lado do presépio e disse aos filhos: “Cada vez que um de vocês fizer uma boa ação, pegará uma palhinha e colocará na ‘caminha’ de Jesus, que só está com as tábuas. Até o Natal, se todos nós fizermos muitas coisas boas, Jesus terá uma cama bem fofinha para deitar após nascer”. Os mais novos se animaram de início, e a cada tarefa corriam a pôr uma palhinha no berço. “Mãe, ajudei a recolher a mesa hoje...”; “Ajudei meu irmão carregar a mala pesada...”; “Ajudei o papai a arrumar o quartinho...”; “Eu recolhi a roupa...”; “Limpei os sapatos do vovô...”.

Os dias se passavam e o berço, pouco a pouco, já se percebia mais cheio. Foi quando a mãe sugeriu à filha mais velha, que estava um pouco afastada, a “limpar” o guarda-roupa. “Veja se não encontra roupas que não usa mais, mas que quem sabe se possa costurar e doar a alguém”. A filha, aos poucos, abraçou a sugestão e descobriu uma mala de coisas que nem mais sabia que estavam ainda lá. Combinaram de todos fazerem o mesmo com as roupas e os brinquedos antigos. Conseguiram um bom volume e ao final da semana, entregaram numa instituição de caridade para carentes do bairro. Foram muitas palhinhas ao berço. Um dos garotos maiores, estudante de música, chegou em casa dizendo que nunca havia percebido que no caminho de volta da escola, próximo, havia um asilo de idosos. Pensou que poderiam fazer uma visita, tocar um violão, cantar e oferecer um pouco de alegria ao local. Organizaram-se e a gerente da casa, muito animada e agradecida, ajeitou uma mesa de doces e salgadinhos oferecidos pela mãe, e lá passaram umas horas com música

e alegria, nunca mais esquecidas pelos velhinhos. Muitas palhinhas já forravam o berço. Mas ainda não estavam satisfeitos... Com o pai, alguns lembraram de visitar um tio viúvo, idoso, que morava sozinho. Outros foram com a mãe ver o primo que fora operado. Para todos havia algo a fazer, e assim a casa não ficava em desordem, ou pelo menos tanto... pelo movimento de muitos. Foi um dos pequenos, para surpresa de todos, que percebendo umas crianças nas ruas, disse à mãe que gostaria que desse o seu presente do Papai Noel a uma delas. Emocionados, os outros irmãos seguiram na mesma decisão. Chegada a noite de Natal, a caixinha de palha estava vazia, e o berço transbordava de palha fofa para que Jesus pudesse deitar. Todos se reuniram de joelhos em frente ao presépio para rezar, e a mãe, numa alegria de brilhar os olhos em lágrimas, disse que sempre deveriam se lembrar daquele Natal, todos os dias. Procurar fazer o bem ao próximo, oferecendo a palha que cresce no coração de quem ama Jesus.

O pai, na companhia do silêncio de José, agradecia em seu coração por estarem todos os seus unidos em família ao amor do Menino Jesus e sob a proteção de Maria e José. O que mais poderiam desejar naquela Noite Santa? Que presentes poderiam dar mais alegria? Que festa poderia ser melhor comemorada? Talvez alguém leia estas linhas com uma desconfiança absurda de ser real, uma utopia, jamais realizável. Um conto de fadas. Algo impossível às crianças e aos pais de hoje. Uma estória bonita, mas que não acontece... A esses e a todos nós fala o Papa Francisco abrindo as portas do Ano Santo da Misericórdia. Nas obras de misericórdia, não há limites e a mãe já olha para o próximo Natal quando, quem sabe, mais do que levar o bem aos outros, poderão abrir suas portas aos que precisam de acolhimento, a exemplo dos “Franciscos” (de Assis e de Roma). Afinal, foi exatamente para isto que Ele veio, nu na gruta fria de Belém, e se deixou crucificar para a nossa salvação. Um feliz e Santo Natal a todos. Dr. Valdir Reginato é médico de família, professor da Escola Paulista de Medicina e terapeuta familiar


Dar de comer a quem tem fome Arquivo pessoal

Dona Severina e sua família saem da zona Leste para distribuir mais de 200 marmitex para pessoas em situação de rua em todo dia 25 de dezembro

No Natal de dona Severina da Conceição, a ceia principal é com os moradores em situação de rua Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com

A voz embargada logo se transformou em choro e lágrimas. É difícil não se emocionar quando diante de nossos olhos a miséria humana é tão grande que pode até ser tocada, percebida com os cinco sentidos. “Há cerca de três anos, eu cheguei embaixo do viaduto Bresser e tinha uma fila de mais de 30 pessoas e eu não tinha mais 30 marmitex. Eu tinha para 25 pessoas, faltavam cinco. Aí eu olhei e falei: ‘Ó meu Deus, me mostra uma solução para o resto das pessoas’. Chegou um rapaz e falou assim para meu irmão: ‘Eu tenho comida aqui, mas tenho medo de dar’. Meu irmão mandou ele dar a comida para mim. Você acredita que nessas duas sacolas deu para dar comida para as pessoas que faltavam? Eles me agradeceram muito e desejaram um

feliz Natal e um feliz Ano Novo”. Relatos como esse fazem parte, há nove anos, da vida de Severina Cícera da Conceição, 65. Moradora da zona Leste, dona Severina distribui marmitex para moradores de rua no dia de Natal. “Eu não durmo e nem almoço, quem quiser comer na minha casa no dia 25 vai comer a sobra da ceia de Natal. Eles [moradores de rua] estão em primeiro lugar”. A ideia de distribuir marmitex aos moradores em situação de rua surgiu quando dona Severina passava pela região central da cidade e via mulheres grávidas e crianças morando embaixo do viaduto e com fome. Comovida com essa realidade, assumiu o compromisso de dar comida para as pessoas em situação de rua. Hoje são 200 marmitas, e todo ano ela aumenta mais um pouco. Filha, genro e irmão entraram com ela para ajudar. “Eu faço a comida como se fosse para minha família comer. Tem gente que pensa ‘vai dar comida para quem mora debaixo do viaduto, pode dar de qualquer jeito’, só que não é assim. Acredito que o que não quero para

mim eu não faço para os outros”. Dona Severina conta que o neto de 9 anos faz entrega das marmitas com ela. Em uma ocasião, quando ele ainda tinha 5 anos, a comida havia acabado. O menino, então, ficou muito chateado porque outras pessoas ficariam sem comer. “Vó, não deu para todo mundo. Vamos voltar para casa para pegar mais!”, disse ele. Dona Severina, com tristeza, explicou que não havia mais comida e que não dava para fazer nada. Eles voltaram para casa, mas desde então, todo ano que vão sair para entregar as marmitex, ele lembra para a avó que é preciso fazer bastante comida, para que todos sejam servidos. “Meu genro me perguntou até quando eu faria isso. Disse para ele que até eu morrer. E quando morrer, se meus filhos e meus netos pensarem continuarão fazendo. Posso não ter nada, mas vendo algumas pessoas tendo o que comer eu me sinto bem. No outro dia, fico cansada, não consigo fazer nada, mas me sinto bem porque dei comida para quem tem fome”, afirmou.

Ajuda dos vizinhos Dona Severina não mantém em segredo o fato de distribuir marmitas para pessoas em situação de rua no Natal, mas não gosta de sair por aí alardeado o que faz. “Você tem que dar com uma mão e que a outra não saiba”, afirma, recordando a passagem do Evangelho de Mateus: “Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita” (Mt 6,3). Mesmo assim, aos poucos, os vizinhos foram sabendo o que se passava naquela casa do Parque Santa Madalena. Um dia um chegou com o frango, outro com o arroz, outro com a água. Quem não pode ajudar doando alimentos, ajuda emprestando uma das bocas do fogão para que a comida seja preparada. “Meus vizinhos ficam me ligando perguntando o que vamos dar no final do ano. Tem vizinhos que não podem ajudar com a comida me ajudam a cozinhar. Eu tenho um fogão de seis bocas e é pequeno, aí tem um quem ajuda a fazer uma panela de arroz, outro de macarrão...” comenta. Da caridade, nasce a vocação Dona Severina é mãe do Padre José Roberto Pereira, pároco na Paróquia Nossa Senhora da Consolação. Em entrevista ao O SÃO PAULO, o Sacerdote destacou que a experiência que passou com a mãe, no período em que ela junto com familiares e amigos começaram a preparar os alimentos, foi “muito rica, pois, aprendi a olhar os moradores de rua sob a ótica de uma mulher e mãe que teve que lutar para cuidar de uma mãe já idosa e também de dois filhos”. “Em uma das vezes em que acompanhei minha mãe na entrega dos alimentos, pude perceber a realidade e o mundo onde cada um, mesmo na rua, vive! Um mundo sofrido, muitas alienações e até mundos de fantasia na pouca conversa que tive com alguns dos moradores! Também há histórias de muito sofrimento, que me fizeram compreender e cuidar com um pouco mais de misericórdia para esses que são os preciosos de Deus. Com isso, eu hoje, como padre, posso acolher e orientar os sofredores de rua e muitos dependentes com um novo olhar”, afirmou.


Na estrada por um Natal em família Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

seu sobrinho, ainda criança, por oito horas até a cidade paranaense (veja abaixo dicas para a viagem de Natal com a família).

A família dá sentido ao Natal

Para chegar a Campo Alegre de Lourdes, Priscila permanecerá três dias viajando de ônibus, um esforço que valerá a pena para quem deseja reencontrar a alegria do Natal. “Nesta época do ano, sempre senti muita falta dos meus pais. Ele sempre digo para as minhas filhas que os natais para mim são tristes, não gosto muito, também no réveillon, não me sinto bem, fico como que com um vazio. Porém, sei que este é um período de renovação, é o nascimento de Cristo. Sempre tive esperança de estar com a família reunida e isso acontecerá agora”. Em Apucarana, além de encontrar com suas tias e primos, Silvana acredita que estará em uma cidade mais aberta ao espírito natalino. “Há uma grande praça em frente à Catedral de Apucarana. O

pessoal se reúne para se cumprimentar. Não é como em São Paulo, em que se dá mais importância para fogos, bebidas. Lá é mais Natal em família mesmo, vive-se o espírito natalino, o nascimento de Jesus é de fato comemorado”, opinou. Para Silvana, vivenciar o nascimento de Cristo com a família “é um momento especial, em que fazemos orações e agradecemos a presença Dele no meio de nós. É hora para desejar aquelas coisas que todo mundo precisa e procura: paz, harmonia e respeito entre a família”. Natal em família, uma oportunidade para revisitar a primeira escola da fé, como aponta o Catecismo da Igreja Católica (CIC). “Em nossos dias, num mundo que se tornou estranho e até hostil à fé, as famílias cristãs são de importância primordial, como lares da fé viva e radiante... É na família que se exerce, de modo privilegiado, o sacerdócio batismal de pai de família, da mãe, dos filhos, de todos os membros da família ‘na recepção dos sacramentos, na oração e ação de graças, no testemunho de uma vida santa, na abnegação e na caridade ativa” (CIC, 1655).

Arquivo pessoal

Arquivo pessoal

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Dois mil quilômetros de distância separam Campo Alegre de Lourdes, na Bahia, da capital paulista. Há 11 anos, Priscila Alves Sousa, 31, chegou a São Paulo pela mesma estrada pela qual voltará de ônibus à cidade baiana com as três filhas para vivenciar o Natal com os pais. “Depois de tanto tempo, passam muitas coisas pela cabeça. Desde pequena, eu sonhei com aquele Natal com toda a família numa mesa bem farta, com bastante coisas, porque na minha infância meus pais nunca tiveram condições de dar um Natal assim pra gente. Este ano, eu vou e pretendo fazer essa ceia para que a gente passe o Natal juntos”, contou Priscila ao O SÃO PAULO.

Priscila é uma das quase 1 milhão de pessoas que devem deixar a capital paulista pelos terminais rodoviários na semana do Natal, tendo por base as projeções do Natal de 2014 da Socicam, empresa que administra as rodoviárias do Tietê, Barra Funda e Jabaquara. Já em viagens de avião serão 60 mil pessoas pelo Aeroporto de Congonhas a cada dia, entre 23 e 25 de dezembro, segundo informações da Infraero. Para passar o Natal com toda a família, muitos também optam por viajar de carro. Esse é o caso da família Marconi (fotos), que percorrerá 600 quilômetros de São Paulo a Apuracana, no Paraná. “Ficamos quase um ano longe desses familiares que não moram em São Paulo. Então, temos essa motivação de ir visitálos para matar a saudade e para passar o Natal em família”, contou Silvana Marconi, 33, que viajará com o esposo, os pais e

Dicas para o Natal na estrada Evite viajar nos horários mais propensos para congestionamentos. Em 2014, conforme dados da Agência Reguladora de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), a maior movimentação nas rodovias paulistas no período do Natal aconteceu entre as 18h e 24h da sexta-feira anterior ao Natal; entre 8h e 14h do sábado anterior ao dia 25; e entre as 16h e 24h do dia 24;

Se for viajar de ônibus, compre as passagens com antecedência, leve os documentos de todos os passageiros e chegue uma hora antes do embarque no terminal rodoviário; Viajar com idosos, seja de ônibus ou de carro, requer cuidados especiais: tenha em mãos o telefone do médico da família; leve entre as bagagens-demão medicamentos, receitas e documentos da pessoa idosa; ao longo da viagem, prefira uma alimentação leve para evitar má digestão; beba água ao

longo do trajeto e nos pontos de parada; a pessoa idosa não deve permanecer sentada por todo o trajeto, pois isso pode acarretar problemas circulatórios. O ideal é que se movimente nos postos de parada; Alguns detalhes podem deixar a viagem mais tranquila com as crianças: tenha na bagagem de mão os documentos da criança, além de remédios, uma roupa reserva, uma blusa ou um pequeno cobertor (é especialmente útil nas viagens de ônibus por

causa do ar-condicionado); leve leite, água e algum alimento que criança esteja acostumada a “beliscar” durante o dia; vista a criança com roupas confortáveis; se for possível incluir um pequeno brinquedo na bagagem, isso pode ajudar se ela ficar inquieta, mas se a melhor distração for os jogos no celular, leve fone de ouvido para não incomodar as demais pessoas. Fontes: Artesp, Socicam, Rodosoft e Site Caderninho da Mamãe


Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

No Brasil, em época de Natal, imigrantes lidam com a saudade

Eles deixaram seu país de origem e parte de seus familiares para a busca de novos sonhos em terras estrangeiras. Para muitos imigrantes que vivem no Brasil, o Natal será distante da família. “Eu sinto muita saudades de passar o Natal com meus irmãos e com os meus pais. Neste ano, a saudade é maior, pois faz um ano que meu pai faleceu. É muito triste passar o Natal longe sem poder consolar a minha mãe”, comentou America Joselin Viruez Rojas, 28, farmacêutica nascida na Bolívia e que há cinco anos mora no Brasil com o esposo e um filho. America aprendeu com seus pais que o sentido do Natal é celebrar em família, um momento de desejar bons sentimentos e de pedir perdão, com espírito de amor e fraternidade. Saudosa, ela recorda: “Na Bolívia, na noite do Natal, tínhamos o costume de sair na rua para cumprimentar os vizinhos e trocar comida. Era tão legal e podíamos sentir mais o espírito

natalino. Sinto falta disso aqui no Brasil”. A mexicana Cláudia Minero,43, residente no Brasil há dois anos, chegou ao País com o esposo e duas filhas. Ela relata que nesta época do Natal, sente falta de viver a festa das “posadas”, que é uma espécie de novena em forma de peregrinação, popularmente conhecida no México. “Entre os dias 16 a 24 de dezembro, celebramos a festa que recorda a busca de José e Maria por um pouso, um lugar para o menino Jesus nascer. É uma festa muito bonita, cheia de significados, sentimos muitas saudades disso”. Cláudia e a família neste ano passarão o Natal com seus familiares no México. Para ajudar a superar a saudade de sua terra natal, Cláudia, juntamente com mais cinquenta mulheres, participa do grupo Mesp – Mexicanos em São Paulo, fundado há 15 anos com o objetivo preservar a cultura mexicana no Brasil e auxiliar os mexicanos recémchegados. “Reunimos as mulheres para fazer encontros, almoços, cozinhamos juntas uma vez ao mês, realizamos atividades físicas, temos até um clube do livro. Estamos aqui para conhecer a cultura brasileira, mas sem perder a nossa cultura. Temos que sentir saudade do nosso País, mas buscar o lado amável do Brasil, combinado com a alegria dos mexicanos”, finalizou.

Arquivo pessoal

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Mexicana cláudia Minero e boliviana America Joselin Viruez Rojas contam experiências do natal distante da família Renata Moraes

jornalismorenata@gmail.com

Convento São Francisco (largo São Francisco de Assis, 133, Sé)

A 26ª edição da Exposição Franciscana de Presépios é focada na preservação, valorização e difusão da manifestação da cultura erudita e popular de diversos países. Informações: (11) 3291-2400.

Boliviana America Joselin Viruez Rojas

Mexicana Cláudia Minero, há 2 anos no Brasil


Arte: Sergio Ricciuto Conte

Feliz Natal! ...a milhas de distância O SÃO PAULO conta a rotina de quem já passou ou passará os festejos natalinos em outro país e longe família Renata Moraes

jornalismorenata@gmail.com

“Santa Maria e São José não estavam em Nazaré quando Jesus veio ao mundo. Eram peregrinos. O Natal é esta festa da acolhida, mas também é tempo de deixar-se conduzir por Deus. É o tempo de paz, de deixamos de olhar para o que deu errado durante o ano e olharmos com fé e amor; de esperança de fazer tudo melhor em um novo tempo que vai começar. É com esse espírito que viverei o Natal”. Padre Alexandre Ferreira Santos, 34, do clero da Arquidiocese de São Paulo, há três meses reside em Roma, na Itália, para concluir a Pós-graduação em Filosofia na Universidade Gregoriana. Esse será o seu primeiro Natal distante da família, mas ele não é o único. Milhares de brasileiros em 2015 passarão o Natal longe do País de origem. O Censo de 2010, do IBGE, revela que “existem entre 1 milhão a 3 milhões de emigrantes, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).” No Colégio Pio Brasileiro, em Roma, onde o Padre Alexandre mora atualmente, vivem mais de cem sacer-

dotes de todo o Brasil, cinco destes da Arquidiocese de São Paulo. O Padre acredita que essa é a época do ano que eles mais sentem a distância do Brasil, “mas isso acaba sendo um motivo a mais para abraçarmos a missão. Muitos padres estão indo para as paróquias em várias partes da Itália, para ajudar nas celebrações natalinas e fazer a experiência da ceia com as famílias. Para nós, é a oportunidade de perceber que fazemos parte de uma família bem maior, que é a Igreja”. Mesmo longe de familiares e amigos em seu primeiro Natal fora do Brasil, o publicitário Jefferson André Damazio, 27, que há quatro meses mora em Dublin, na Irlanda, onde faz intercâmbio, está animado. “Será o primeiro Natal longe da minha família. Demorou um pouco para eu assimilar isso. Eles me fazem falta e sentirei saudades deles. Celebrarei o Natal na casa de uma amiga, e por mais diferente que possa ser, quero viver bem esse momento, pois sei que do outro lado do mundo meus familiares estarão bem e reunidos celebrando essa data”, comentou. Fernanda Raquel Bezerra de Oliveira, 27, saiu do Brasil há três anos para estudar e trabalhar na Irlanda. Recentemente, ela se mudou para a Inglaterra, mas ainda não se acostumou com a distância. “Minha família é grande, tenho familiares no Nordeste e em São Paulo. Na maioria das vezes, viajávamos de São Paulo até o Nordeste para passarmos todos juntos, sinto muita falta disso”. Fernanda já veio visitar a família em 2013 e

também já recebeu a visita dos pais. Ela relata que isso ajuda a amenizar a saudade e a distância.

Ajuda dos amigos e da tecnologia

Fazer intercâmbio e ter a oportunidade de aprimorar conhecimentos em outro idioma sempre fez parte dos planos de Gisele Cavalcante Moraes, 30, analista de comércio exterior, algo que ela concretizou no último ano. “Realizei um sonho, mas passar o Natal longe da minha família foi uma experiência muito triste, ainda mais porque minha família é muito unida e preza muito por esta data, mas busquei apoio na companhia dos meus amigos intercambistas, que assim como eu viveram a mesma situação no Natal passado”. A internet e os meios de comunicação também são fortes aliados para que as pessoas consigam “driblar” a saudade e diminuir a distância. Todos os entrevistados citaram que utilizam-se dos aplicativos de mensagens instantâneas e de videoconferências para manter contato frequente com familiares e amigos, e é por meio da tecnologia que pretendem conciliar o fuso-horário para que mesmo virtualmente consigam celebrar o Natal com as famílias. “Quem mora fora sabe a expectativa que é gerada nesta época, enquanto se aguarda pelo telefonema, e-mail ou mesmo uma mensagem no Facebook vinda de amigos e parentes. No fundo, a gente quer saber se ainda é lembrada e querida, se ainda faz parte da vida daqueles que

estão do outro lado do oceano”, expressou a jornalista Luciana Damasceno, em artigo publicado no site Brasileiras pelo mundo. Luciana reside na Irlanda há cinco anos.

E na noite de 24 de dezembro?

Gisele está muito ansiosa para este Natal. Ela retornou ao Brasil em novembro e na Noite Santa celebrará o nascimento de Jesus junto de sua família. “Com muita fé, este ano vamos à missa na minha paróquia, para viver este Natal como sempre fazíamos: rezando juntos com os meus familiares, trocando presentes no amigo secreto e finalizaremos com uma linda ceia”. Padre Alexandre, além do contato com sua família pela internet, encontrou outra forma de estar junto com os seus. “Tentarei compensar esta experiência do Natal longe da minha família, participando da Missa do Galo na Basílica de São Pedro junto com o Papa Francisco. Assim, terei a oportunidade de rezar por eles e por meio da santa missa formar essa comunhão que a própria festa do nascimento de Jesus significa”, sublinhou. Já Fernanda disse que neste Natal ficará apenas junto com o namorado, já que ainda conhece poucas pessoas na Inglaterra. Jefferson, por sua vez, terá a ceia com os amigos. “Por mais que eu já tivesse claro a importância que a minha família tem, darei muito mais valor a todo e qualquer momento com eles de agora em diante”, comentou.


Arquivo pessoal

Alexandra Loras, uma mulher sem fronteiras Em conversa exclusiva com O SÃO PAULO, Alexandra Loras, consulesa da França no Brasil, falou sobre sua trajetória pessoal e como tem lutado pela igualdade racial NAYÁ FERNANDES

nayafernandes@gmail.com

Crepe doce ou salgado? Perguntei ao Raphael Loras, que, aos 3 anos de idade, foi para a cozinha comer crepe, junto ao amigo que mora na casa em frente à dele. Rafael vive no Brasil com os pais, Alexandra Baldeh Loras e Damien Loras, a consulesa e o cônsul-geral da França no Brasil. A casa consular fica em uma rua calma do Jardim Europa e quem chega é surpreendido por um enorme quadro da Marianne, ou Mariana em português, a alegoria sob a forma de mulher que representa a república francesa e seus valores. A entrevista com Alexandra Loras aconteceu exatamente 60 anos após o dia em que a jovem estado-unidense Rosa Parks se recusou a ceder seu lugar no ônibus para um branco se sentar, tornando-se o estopim do movimento que foi denominado boicote aos ônibus de Montgomery e posteriormente viria a marcar o início da luta antissegregacionista. “Desde lá, muita coisa mudou nos Estados Unidos da América (EUA) e negros e brancos podem frequentar os mesmos restaurantes ou escolas. Mas isso foi há apenas 60 anos e hoje o País tem um presidente afrodescendente”, ressaltou a Consulesa. Filha de uma francesa com um imigrante do Gâmbia, no oeste do continente africano, Alexandra nasceu na periferia de Paris e, por ser negra, desde pequena sofre preconceito. “Tive sorte de frequentar, desde os 11 anos, ótimas escolas católicas e conseguir entrar na

Luciney Martins/O SÃO PAULO

melhor escola de Ciências Políticas da França, onde me formei em Gestão da Mídia. Minha maior dificuldade fui eu mesma, pois achava que não poderia como negra e mulher estudar naquela escola da elite. Contudo, quando entrei e percebi que era uma das melhores alunas da minha turma, me dei conta de como a sociedade havia me marcado à ferro, me condicionado a preconceitos contra mim mesma.” Ela está no Brasil desde 2012, mas já morou na Alemanha, Inglaterra, Espanha, México, EUA e Suécia, e conheceu mais de 50 países. No dia da entrevista, ela estava voltando de um evento na Missão Paz, instituição que acolhe e acompanha imigrantes e refugiados em São Paulo. “Acho muito interessante ver o trabalho da Igreja junto aos imigrantes e refugiados africanos e haitianos, sobretudo. Uma vez por mês, dou aulas de interculturalismo na Missão Paz”.

Tirar do branco de hoje a mochila do passado

“Fomos condicionados, de geração a geração, a pensar que o homem é superior à mulher e que o homem branco é superior ao negro. Mas vejo como essencial retirar dos ombros dos brancos a mochila do passado, porque a escravidão não é culpa de quem nasceu hoje. O que não significa, porém, que não precisamos reequilibrar as relações”, afirmou. Para ela, o que sobrevive é uma “errância” do passado e, por isso, é necessário pensar bem o que ensinar às crianças. “Às pessoas que pensam não haver racismo no Brasil, eu pergunto: ‘Mas, quantos amigos negros você tem? Você tem 57% dos seus amigos que são negros? Ou seja, a porcentagem de negros no Brasil?’” E Alexandra convida a imaginar um mundo ao inverso, em que tudo o que foi feito pelos negros fosse considerado sutil e maravilhoso e todas as referências históricas fossem pessoas negras. “Historiadores, filósofos, inventores. Todas

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Catedral da Sé (praça da Sé, s/nº, centro);

O presépio está montado à esquerda da porta interna de entrada na Catedral. Informações: (11) 3107-6832.

Mosteiro de São Bento (largo São Bento, s/nº, centro);

Os presépios são confeccionados em diferentes materiais. Uma das peças, representa o nascimento de Cristo em frente a uma miniatura do Vaticano. Informações: (11) 3328-8799.


Antônio Dantas/Arquivo pessoal

as personalidades, inclusive Deus, Jesus Cristo e os anjos, fossem retratados negros. E a única referência sobre os brancos nos livros de história seria aquela de que eles foram escravizados. Quando as crianças ligassem a televisão, veriam a maioria dos personagens dos desenhos animados e todas as princesas ou rainhas negras. Como seria ver sempre a branca como faxineira nas novelas ou a amante que destrói o casamento dos negros ricos? Não seria chocante? Mas essa é exatamente a realidade dos negros hoje. Os negros nascem nesse mundo. Um mundo em que 85% das crianças negras escolhem a boneca branca como a boazinha e a negra como a feia e a má. Precisamos deixar entrar nos livros didáticos os grandes personagens negros, como o inventor da geladeira, do marca-passo ou da antena parabólica, e lembrar que Machado de Assis e André Rebouças, por exemplo, eram negros.” Ao ser questionada sobre a presença dos negros na mídia, Alexandra lembra que, num país em que 57% da população é negra, a televisão brasileira tem só 4% de negros e que não são negros puros, mas morenos. “Esses números ficam ainda mais chocantes quando vemos que existe só 2% de loiros verdadeiros no mundo. Será que a representatividade não está acima da realidade?” Questionar atitudes e suposições que escondem um preconceito “não tão velado assim” é uma das missões da Consulesa, que diz já ter sofrido muito preconceito até mesmo por pessoas que a conhecem e sabem da sua condição econômica e social. “A meu ver, isso prova que o preconceito não é econômico, mas racial. Hoje, no Brasil, falamos de casos com atrizes como a Taís Araújo ou a Majú [Maria Júlia Coutinho, apresentadora de tevê], mas não falamos das milhares de pessoas anônimas que sofrem todos os dias. Eu já sofri racismo e mandei e-mails para os órgãos responsáveis, mas nunca obtive resposta e espero que esta situação mude. Recentemente, foi lançado um Disque Denúncia para casos de racismo, pelo número 136.”

E no Brasil?

Dos países por onde passou, aquele em que Alexandra menos sofreu racismo foi na Alemanha. “Talvez a história tenha ensinado aos alemães que pensar em raças superiores não leva a nenhum lugar. Alemanha é o país da Europa que acolhe mais imigrantes. A média mundial é 10%. Nos Estados Unidos, os imigrantes chegam a 14% e no Brasil representam

Alexandra Loras, consulesa da França no Brasil (na foto ao lado com o esposo e o filho), conta situações de racismo vivenciadas por ela

apenas 0,3% da população, embora a mídia brasileira continue a tratar a imigração como uma grande invasão.” Ela afirma ver no Brasil uma grande dualidade. “Estamos na terra do acolhimento, do samba, da alegria e, ao mesmo tempo, vemos um genocídio sobre o qual a mídia não fala. Esses dias, fui à Assembleia Legislativa de Maceió, em Alagoas, onde morrem mais jovens negros no Brasil e não havia nenhum deputado na sessão plenária. Tive que esperar mais de duas horas para a chegada de um deputado que abrisse a sessão. Havia ali muitas famílias. As famílias desses jovens não têm voz, nem recursos para um advogado e também têm medo de repressão. Morrem, no Brasil, 156 jovens negros por dia. São 154 mil por ano, mais que a guerra do Vietnã. É um conflito diário constante.” A Consulesa, que já trabalhou como babá e apresentadora de tevê na França, insistiu que é essencial falar sobre temas como justiça restaurativa, mediação de conflitos, reparação comunitária e diálogo inter-religioso. Em relação ao sistema de cotas raciais, Alexandra admite que elas são humilhantes para os negros e que talvez seja a pior das soluções. “Porém, se olharmos a história do Brasil, são 127 anos sem cotas em que o País não conseguiu um reequilíbrio de maneira orgânica e natural. Então, vamos conti-

nuar assim? Ou deixar que o povo estude e tente outras maneiras para que a igualdade entre negros e brancos aconteça? Para mim, o maior problema do Brasil não é a corrupção, mas o racismo e a desigualdade social. É absurdo pensar que 80% das casas brasileiras ganham menos de R$ 3 mil por mês. Das pessoas que trabalham, 70% são analfabetas técnicas ou funcionais. Quando essa população tiver acesso a estruturas boas para estudar e trabalhar, a meios de transporte, saúde, educação de qualidade, o Brasil vai ter 80% da população com maior poder econômico, maior consumo e um grande desenvolvimento de produção. Mas, se continuarmos assim, estaremos criando uma forma moderna de escravidão. Como é possível viver em São Paulo, a segunda cidade mais cara do mundo, com apenas R$ 1.200 por mês? Isso é outra forma de escravidão”, avaliou Alexandra.

Em família

Carregando o filho nas costas, ao fazer compras em um supermercado perto de casa, Alexandra percebeu que estava sendo seguida pelo segurança do estabelecimento. Isso aconteceu um dia antes da entrevista. Ela disse que demorou a acreditar, mas que o homem a estava seguindo para verificar se ela tinha roubado alguma coisa e chegou a ir até o caixa observar se ela havia pago os itens que

Luciney Martins/O SÃO PAULO

pegou. Essa, porém, foi apenas uma das muitas situações de racismo descritas pela Consulesa. Até mesmo quando ela e Damien se apaixonaram – eles se conheceram por um amigo em comum, chefe de Alexandra na tevê em que trabalhava em Paris – foi preciso que ela se convencesse sobre o relacionamento dos dois. “Eu me autorizei a viver esse amor e escolher que o amor não tem cor. Porque você tem que se autorizar a viver as coisas boas que Deus coloca em seu caminho. Houve pessoas que falaram que fiz ‘macumba’ para conquistar o Damien, o que me fez sofrer muito e demonstra até que ponto chega o racismo ainda hoje.” Alexandra mantém um blog sobre o tema (www. alexandraloras.com) e vai lançar um livro no próximo ano sobre grandes inventores e personalidades negras. Enquanto ainda estávamos ali e Alexandra me ofereceu o chá de uma das melhores marcas de Paris, Raphael veio correndo e brincando com o amigo, “que ele considera irmão”, contou a mãe. “Gostaria de pedir se podemos encerrar a entrevista, pois passei o dia fora e queria ficar um pouco mais com ele”, disse. Ela me acompanhou até a rua, pediu um táxi com o aplicativo do seu celular e se despediu, com tamanha gentileza que eu vivi, não na imaginação, mas na realidade, o “mundo ao inverso”, que ela mesma sugeriu.

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Conjunto Nacional (avenida Paulista, 2.073, Consolação);

O presépio é feito com materiais recicláveis, entre os quais 20,8 mil tampinhas de garrafa, 13,6 mil CDs, 10,3 mil garrafas pet, 4 mil galões de água. Informações: www.ccn.com.br.

Museu Arte Sacra (sala no metrô Tiradentes);

Há presépios compostos de diferentes materiais, incluído pinturas em tela sobre o momento do nascimento do Menino Jesus. Informações: (11) 3326-3336.


Thiago Teixeira

Crianças assistidas pela Pastoral do Menor da Arquidiocese recebem como presente brinquedos e almoço de Natal

Com solidariedade, muitos sorrisos no Natal Sueli Camargo

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Após a realização do evento que arrecadou brinquedos, em 28 de novembro, no Auditório Elis Regina, no bairro de Santana, a Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo iniciou nesta semana a entrega dos brinquedos da 14ª edição da Campanha Natal dos Sonhos, que este ano teve como lema “Ele está no meio de nós”, e propôs o seguinte questionamento: “Se você pudesse escolher, onde Jesus nasceria?”. A Campanha, que visa educar para a solidariedade, refletiu com crianças e adolescentes a vinda de um Deus Menino misericordioso, que transforma a

realidade da violência, da exclusão, da opressão, da guerra e do abandono do Poder Público. Paróquias, entidades e colégios católicos fazem chegar às mãos de grande número de crianças carentes o tão sonhado brinquedo. Crianças, na sua maioria oriundas das periferias da cidade de São Paulo e até de algumas tribos indígenas, estão sendo lembradas pelos que colaboraram com a Campanha. A Pastoral do Menor expressou gratidão a todos os apoios recebidos, com destaque para Eli Hadid, empresário da agência Mega Model e idealizador da Campanha, que trabalhou na divulgação, arrecadação e realização da festa realizada em um buffet; Kiko

Sobrino, artista plástico, que recebeu em seu ateliê crianças e adolescentes da Pastoral do Menor e realizou uma oficina de arte e uma festa com dança, luzes e presentes. A Campanha Natal dos Sonhos não se reduz à entrega do brinquedo, o que já seria de extrema importância. Ela é necessária em um país em que ainda é preciso defender o direito de brincar, o lúdico, o pedagógico, o direito de ser criança. A Pastoral do Menor agradece a todos que contribuíram de alguma forma com a realização do sonho de uma criança e deseja que o Menino Jesus nasça, primeiramente no coração de cada homem e de cada mulher.

Jovens, em vigília, à espera do Menino Vicariato Episcopal para a Educacao e a Universidade

Maria Clara Guimarães ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Pelo segundo ano consecutivo, o Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade da Arquidiocese de São Paulo realizou a Vigília Universitária de Natal. Na Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima, na Região Sé, a vigília foi iniciada às 20h30 da sexta-feira, 11, com missa presidida por Dom Carlos Lema Garcia, bispo auxiliar da Arquidiocese e vigário episcopal para a Educação e a Universidade. Durante toda a noite, cerca de 800 jovens passaram pela Vigília e se prepararam para o Natal, por meio da Adoração ao Santíssimo Sacramento, confissões e louvores a Deus. A bênção solene foi dada às

Dom Carlos Lema Garcia durante adoração ao Santíssimo Sacramento

5h do sábado, 12, pelo Padre Vandro Pisaneschi, coordenador do Vicariato, que agradeceu à presença de todos e fez uma

oração pedindo pelos frutos da Adoração daquele dia. A atividade foi concluída com um café da manhã para os participantes.


Luciney Martins/O SÃO PAULO

O amor no último grau do comprometimento O autista precisa de cuidados especiais da família e de instituições que o auxiliem no desenvolvimento de forma multidisciplinar NAYÁ FERNANDES

nayafernandes@gmail.com

Ele escolheu morar perto da casa dos pais para ficar mais próximo do irmão, Júlio César Jarrin, que foi diagnosticado com autismo ainda bem pequeno e hoje, aos 28 anos, precisa do cuidado e apoio constante da família para continuar se desenvolvendo. Fernando Jarrin, 33, é casado com Talita Jarrin e ainda não tem filhos. “Sei que o Júlio é um filho que eu terei por muitos anos”, disse Fernando, que organiza sua rotina com a esposa considerando também o apoio a ser dado ao irmão e incluindo-o nos passeios e programas familiares, sempre que possível. “Há 28 anos, o diagnóstico do autismo não era tão simples como hoje e assim que soubemos do Júlio César, começaram as buscas”, contou o irmão, ao lembrar que a primeira escola frequentada por Júlio César era para pessoas com Síndrome de Down e só depois perceberam que era preciso uma escola especializada para pessoas com autismo e, então, ele foi transferido para o Instituto Adiante, onde está até hoje. Em São Paulo, ainda são poucas as instituições especializadas para pessoas com autismo, diante da grande demanda das famílias. Uma delas é a Associação de Amigos do Autista (AMA), que assiste cerca de 300 crianças e adolescentes e suas famílias em cinco unidades, uma delas, a de Parelheiros, que é uma casaresidência para 18 jovens. Outras três fi-

cam no bairro do Cambuci e há, ainda, uma em Pirituba, em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado. “Prestamos atendimento pedagógico e clínico a todo o espectro do autismo. A seleção é feita de acordo com o grau de comprometimento da criança ou do jovem e com a vaga que a instituição tem disponível”, explicou Maria de Fátima Souza, atual vice-presidente da AMA. Em janeiro, ela assumirá o cargo de presidente da Instituição. Fátima, como é conhecida, soube o que é a AMA há aproximadamente quatro anos, quando seu filho, Pedro Augusto do Nascimento, aos 8 anos, ingressou na Instituição. “Desde lá, comecei a participar como voluntária e, então, fui eleita para a diretoria. Meu filho tem um grau de comprometimento leve, mas desde que começou a frequentar aqui, tem se desenvolvido a olhos vistos”, comentou.

Sem limites

“Minha mãe sempre o acompanhou de perto e ele teve auxílio de muitos profissionais. Porém, foi uma surpresa para nós quando percebemos que o Júlio aprendeu a ler sozinho”, disse Fernando, recordando que, desde os 3 ou 4 anos de idade, o irmão se interessava por listas telefônicas e catálogos, mas que não chegou a ser alfabetizado. A presença de uma equipe multidisciplinar é essencial para que a pessoa com autismo se desenvolva e, por isso, além do apoio da família, frequentar uma escola que incentive o desenvolvimento em todos os aspectos é fundamental. Para Fátima, uma das dificuldades encontradas hoje é o desconhecimento acerca do autismo. “A mídia tem mostrado o autismo de uma maneira muito branda. Cerca de 70% das pessoas tem comprometimento de moderado a grave e a mídia não tem mostrado a realidade da maioria delas. São pessoas que se autoagridem,

agridem os outros, não falam. Se não tratarmos a questão com realidade, a sociedade pode criar uma imagem distorcida e a população com autismo acaba não sendo assistida como deve.” Ela ressaltou, ainda, que o autismo tem características próprias e não pode ser tratado como as demais deficiências. “Há autistas que aprendem a ler e a escrever, por exemplo. Ou seja, há necessidade de todo um aparato para que isso seja possível.”

O que é o autismo?

O que caracteriza o autismo são aspectos observáveis que indicam déficits na comunicação e na interação social, além de comportamentos repetitivos e áreas restritas de interesse. Essas características estão presentes antes dos 3 anos de idade e atingem 0,6% da população, sendo quatro vezes mais comuns em meninos do que em meninas. A noção de espectro do autismo sugere que as características variam de acordo com o desenvolvimento cognitivo; assim, em um extremo, há quadros de autismo associados à deficiência intelectual grave, sem o desenvolvimento da linguagem, com padrões repetitivos simples e bem

Para Fernando, a experiência com o irmão fez com que ele tivesse um amadurecimento e comprometimento com a família desde cedo, passando a olhar e a ser olhado pelo mundo de maneira diferente. “Foram muitas dificuldades, mas a gente se acostuma com os olhares, com o preconceito. E não tenho dúvidas que isso foi essencial para que eu amadurecesse, pois sabia que a família contava com meu apoio.”

marcados de comportamento e déficit importante na interação social, e no extremo oposto, quadros de autismo, chamados de Síndrome de Asperger, sem deficiência intelectual, sem atraso significativo na linguagem, com interação social peculiar e bizarra, e sem movimentos repetitivos tão evidentes. Fonte: www.ama.org.br

Para outras informações ou para colaborar com a AMA, o site da instituição é (www.ama.org.br). As doações podem ser realizadas também diretamente com depósito para: AMA – Associação de Amigos do Autista – Banco Itaú, Agência 0775 – CC 177702 (CNPJ: 52.802.295/0001-13).

6 1 0 2 J M J NIA Ô POL À PEREGRINAÇÃO Fone: (11) 3211-0040 - E-mail: peregrinacao@praxisviagens.com.br - Site: www.praxisviagens.com.br Passagens aéreas

Traslados terrestres

Hotéis 3 e 4 estrelas com café da manhã

Guias em português/ espanhol

Varsóvia Visita panorâmica à cidade

Czestochowa Santuário de Jasna Gora

Cracóvia Transporte para os eventos oficiais da JMJ

Cracóvia Visita ao Santuário da Divina Misericórdia

Wadowice Visita ao Santuário Kalwaria


Reprodução

É na cozinha que a família se reúne Arquivo pessoal

cozinhar com a filha de 6 anos. O gosto pela cozinha aprendido com a avó e com a mãe é passado agora para a filha. Na sua página do Facebook (chefmorenaleite), os vídeos da pequena Manu cozinhando fazem sucesso.

Filho de peixe, peixinho é

Com a pequena Manu, a chef Morena vê a arte da culinária ser passada para mais uma geração

Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com

O Natal é um momento de reunir a família, celebrar o nascimento de Jesus, pedir, agradecer a Deus e.... comer! O melhor é quando tudo isso vem acompanhando de uma boa receita de família. É assim com a chef Morena Leite, dona do restaurante Capim Santo, na região da avenida Paulista. Neta de libaneses, nascida em São

O Natal na cozinha paraense O Brasil, na sua diversidade cultural, apresenta características bem diversas em seus estados e regiões. Essa pluralidade se apresenta na música, na arte, na dança e também na culinária. Além da influência dos colonizadores portugueses, há a contribuição dos escravos negros, dos índios que aqui já residiam e das diversas colônias de imigrantes que migraram para cá ao logo destes mais de 500 anos. Para mostrar essa diversidade, separamos duas receitas tradicionais do Pará e do Espírito Santo que não faltam na ceia de Natal.

Paulo e criada em Trancoso, na Bahia, chef Morena conta que desde a infância gostava de cozinhar com a avó e cresceu vendo o avô fazendo doces - ele era dono de uma sorveteria. Para completar, sua mãe era dona de um restaurante e na casa onde cresceu havia um quintal cheio de frutas para saborear. Hoje, alguns anos depois, entre a correria de administrar um restaurante e a publicação de livros sobre culinária, Morena dedica um pouco do seu tempo para

Arroz paraense

Ingredientes 1 kg de arroz agulhinha. 1 maço de jambú1 kg de camarão seco tamanho médio sem casca 1 maço de cheiro verde completo 4 dentes de alho 1 cebola roxa média sem casca 1 maço de coentro 2 litros de tucupi 4 folhas de chicória 1 pimenta de cheiro (amarelinha) ardente Folha de louro Modo de Preparo Retire o excesso de sal do camarão lavando-o bem. Em uma panela, ferva o tucupi com dois dentes de alho amassados, a ce-

“No meu dia a dia, eu fico muito no restaurante e minha família vem muito aqui. Tentamos pelo menos uma vez por semana cozinhar juntos. Vamos ao supermercado. Tudo começa na hora da compra: pensar o que vai comer, sair para comer junto... consigo jantar com ela três vezes por semana, e no domingo, temos o ritual de jantar pizza”. O Natal, para Morena, traz sempre a lembrança da avó que já faleceu, com quem costumava passar esse dia, e com quem teve os primeiros contatos com a cozinha. Com o nascimento da filha, o espirito da celebração em família foi reforçado. Agora, montar a árvore de Natal e estarem juntos assumiu novos significados. Para esse especial de Natal do O SÃO PAULO, a Chef compartilhou uma receita de família para a sobremesa que poderá ser feita por nossos leitores. “Eu gosto muito de doces, sou uma formiguinha, e minha avó fazia um pudim de nozes quando a gente era pequena. Eu adaptei e o faço com castanha do Pará, uma releitura do pudim da minha avó”, afirmou. bolinha, o coentro, a chicória e a pimenta de cheiro e as folhas de louro (todos bem picados). Em outra panela, doure o restante do alho e cebola picados e o camarão seco. Lave bem o arroz e despeje na panela, refogue bem. Após ferver bem o tucupi por dez minutos, junte com o arroz e tampe a panela. Ferva o maço de jambú por 10 a 15 minutos. Seque-o, corte-o em tiras pequenas e separe. Verifique se o arroz está seco e no ponto, caso contrário, continue a cozinhá-lo. Espere o arroz esfriar um pouco, junte o jambú picado, misture bem e sirva morno. A receita rende até dez porções. Receita enviada por André Mota, de Santarém (PA)

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Pudim de castanha do Pará

Ingredientes para a massa 80g de farinha de castanha do Pará 110g de açúcar 110g de farinha de trigo 50ml de leite integral 20g de fermento 50g de manteiga Ingredientes para calda 200g de açúcar 300ml de água Ingredientes para o creme 4 ovos inteiros 500ml de leite condensado 500ml de leite Modo de preparo da massa Bata no liquidificador a castanha do Pará até virar uma farinha. Reserve. Em uma vasilha, coloque o açúcar, a farinha de castanha do Pará, a farinha de trigo, o leite integral, o fermento e a manteiga. Reserve. Modo de preparo da calda Leve ao fogo o açúcar para caramelizar. Em seguida, adicione a água para dissolver o caramelo, use fogo baixo, despeje a calda na forma, deixe esfriar para colocar a receita do pudim. Modo de preparo do creme Bata no liquidificador os ovos, o leite condensado e o leite. Montagem Despeje a calda de caramelo fria na forma de pudim. Em seguida, junte a massa com cuidado para não espirrar o caldo, por ultimo acrescente o creme. Cubra com papel alumínio, leve ao forno em banho-maria por 30 minutos a 150ºC. Rendimento: 1 pudim (forma de pudim) Tempo de preparo: 80 minutos Grau de dificuldade: médio

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Paróquia Bom Jesus do Brás (av. Rangel Pestana, 1.421, Brás);

Há dois presépios. No interior da igreja, um com representações de pessoas, entre as quais o Papa Francisco. Do lado de fora, retrata-se a sagrada família. Informações: (11) 3029-1404.

Paróquia Nossa Senhora do Brasil (praça Nossa do Brasil, s/nº, Jardim Paulista);

Há um presépio no interior do templo e outro na praça, em que há representação do nascimento de Cristo. Informações: (11) 3082-9786.


‘Minha prioridade sempre foi ser mãe, construir uma família’ Arquivo pessoal

Apresentadora de TV e ex-modelo, Isabella Fiorentino, a Bella, do Esquadrão da Moda, fala das dificuldades durante a gravidez e da importância da fé nesse processo Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com

No caminho entre sua casa e a Paróquia Nossa Senhora do Brasil, na zona Oeste, ela pega o celular e mostra o vídeo de um dos trigêmeos brincando de celebrar a missa. Ela, o marido e os outros dois filhos são a assembleia que assistem e respondem ao “celebrante”. Uma mãecoruja, de religiosidade forte, que divide o tempo entre a carreira de apresentadora e a família. Isabella Fiorentino, 38, ex-modelo e apresentadora do Esquadrão da Moda, do SBT, recebeu a reportagem do O SÃO PAULO em sua casa e falou sobre a vida como mãe dos trigêmeos univitelinos, Bernardo, Nicholas e Lorenzo, 4anos de idade, a família e a vivência da fé.

O SÃO PAULO –Como é conciliar a rotina de mãe, apresentadora de TV e dona de casa?

Isabella Fiorentino - Meu sonho sempre foi ser mãe, muito mais que ser famosa e conhecida. Sempre tive esse sonho de ser mãe. Desde adolescente, me imaginava com uma barrigona e colocava almofada, me imaginava grávida de gêmeos. Mesmo quando eu alcancei o sucesso, porque batalhei muito para ter o espaço que tenho, minha prioridade sempre foi ser mãe, construir uma família. Tem muita gente que quando trabalha muito, chega muito perto da fama, desse mundo de glamour, acaba protelando muito. Hoje em dia, as mães protelam demais a maternidade, por causa da carreira. Isso nunca foi um problema para mim, a carreira nunca foi um empecilho. Sempre soube que poderia dar conta de tudo. Quando conheci meu marido, na época meu namorado, eu pensei ‘vai ser com ele’. Naquela época, estava fechando um contrato com uma grande loja de departamentos, um contrato maravilhoso, e uma das cláusulas era que não poderia engravidar pelos próximos dois anos. Na hora que eu vi aquilo, falei ‘não vai dar certo’. A negociação deu ‘para trás’, eu não assinei e engravidei.

Como foi engravidar de trigêmeos?

Quando engravidei dos trigêmeos o médico falou: “Olha, é absurdamente rara essa gravidez. Eu sei que nunca mais vou ver e nunca vi uma gravidez de trigêmeos univitelinos”. Isso porque, trigêmeos de tratamento são bivitelinos, cada um tem sua placenta, cada um tem seu

Ex-modelo e apresentadora do programa Esquadrão da Moda, Isabella Fiorentino, 38, com seus trigêmeos Bernardo, Nicholas e Lorenzo

DNA, mas no meu caso os três são iguais. Foi uma bênção de Deus e eu passei por bons bocados. Na 12ª semana, fiz um exame da translucência nucal e deu uma alteração em um dos meninos. Aí, o médico disse que tinha uma alteração e que provavelmente era Síndrome de Down e que se um tivesse todos iriam ter. Eu falei para ele que não importava. Não passou pela minha cabeça não tê-los. Lembro que meu marido disse para o médico: “O senhor tem certeza? Um a gente encara, mas os três?” Ai, virei para meu marido e disse que teríamos que encarar. Não passou pela minha cabeça ou do meu marido interromper. Hoje, é muito triste essa história do ‘meu corpo minhas regras’, porque eles estão usando o aborto como um método contraceptivo, é uma coisa que vai banalizar e eu fico muito preocupada com isso. E eu uso minha experiência, porque podem falar: ‘Ah, não é com você, você não foi estuprada’. Tá, você foi estuprada por um bandido, mas o filho é seu, tem sua carga genética, não tem porque você interromper, ou se seu filho tem um problema sério, nasce sem cérebro, com alguma deficiência. Se seu filho tem alguma deficiência logo após nascer, você vai matá-lo? Não vai! Por isso, eu sou terminantemente contra o aborto.

Essa sua fé e religiosidade é de família?

Cresci nesse ambiente de vivência da fé. Minha avó, minha mãe, são muito religiosas. Minha irmã mais velha vai à missa todos os dias. Minha família é muito religiosa. Teve momentos que me afastei um pouco, mas a época que mais

fiquei firme foi quando estava grávida, que eles corriam muitos riscos. Primeiro, foi a translucência nucal, mas já que deu negativo para down tivemos que investigar problemas no coração, então até eles nascerem não sabíamos se algum ia ter problemas de coração. Aí quando nasceram, nasceram muito prematuros, dois tiveram infecção. O Lorenzo teve hemorragia cerebral com quatro dias de vida. Eu me apeguei muito à fé, rezava a Terço toda noite com meu marido e foi muita fé mesmo, foi por Deus que eles estão bem.

Você teve que fazer muitas renúncias?

Na verdade, eu tenho uma formação de uma família muito grande, e essa questão de dar valor para a família e para o casamento, então, não foram tão difíceis essas renúncias. Por exemplo, eu não tenho momentos só meus, então, se eu tenho um tempo livre, não vou pensar duas vezes em vir para casa e ficar com eles. Olha uma renúncia para mim é a do sono...

Você gosta de dormir?

Eu gosto muito de dormir. Eu durmo muito cedo e gosto de acordar um pouquinho mais tarde, é uma grande renúncia. Dar aquela dormidinha à tarde, depois do almoço. Na minha vida de modelo, você não tem rotina, então quando eu não trabalhava, almoçava e dava aquela descansada, hoje em dia não tem a mínima possibilidade.

Devido à hemorragia, o Lorenzo tem dificuldade motora. Como

é acompanhar esse processo de tratamento dele?

As pessoas dizem assim: ‘Nossa, Isabella, é admirável como você lida com isso’, mas, realmente, não é um problema para mim e nem para ele. O Lorenzo estar do jeito que está hoje é uma grande vitória. Não olho o que ele não faz. Olho e vibro para qualquer coisa que ele faça. Se ele começa a comer sozinho, já é uma grande festa, coisa que não tenho com os outros dois. É normal para eles comerem sozinhos, e eles me dão outras alegrias. Eu não fico me perguntando o porquê aconteceu isso comigo. Eu agradeço a Deus pelo Lorenzo estar bem e por termos condições de dar todas as terapias que ele possa fazer. E sei que ele vai chegar no melhor que possa chegar. Torço para ele ser uma criança independente, e, aos poucos, ele está se tornando independente.

Você é uma mãe-coruja?

Toda mãe acha que seu filho é especial, e os meus são mesmo. Eles são sensíveis e estão crescendo em um ambiente de muita fé, de Deus... À noite, quando estou um pouco atrapalhada, vou sair com meu marido para jantar ou temos alguma coisa, eu só faço a bênção, “que Deus te proteja”, aí, eles me dizem: “Mamãe, a gente não vai agradecer a Deus pelas coisas boas que a gente teve hoje, e pedir perdão?”. Aí a gente deita, faz a oração, agradecemos e pedimos perdão. Digo para eles: “O que vocês fizeram nesse dia que não foi legal?” Isso é importante para a criança, para que ela tenha consciência de seus erros, não simplesmente a mãe falar o que está errado ou certo, mas para ela mesma externar isso.


Nas igrejas e em diferentes pontos da cidade, várias atividades demarcam o período natalino

ENTÃO, É NATAL!

Luciney Martins/O SÃO PAULO

REDAÇÃO

osaopaulo@uol.com.br

Nas ruas, praças e demais espaços públicos, as luzes e a decoração especial anunciam que o Natal está próximo. Nas igrejas, a liturgia e a vivência da fé intensificam os preparativos para o nascimento do Menino Jesus. O SÃO PAULO apresenta alguns destaques da programação de Natal na cidade e na Arquidiocese.

Concerto de Natal – Toda a terra deseja o Teu rosto

Domingo, 20, 19h45; Capela da PUC-SP (rua Monte Alegre, 948, Perdizes); O conserto faz parte da série Sacra Música e apresentará canções da Espanha, França, Polônia, Estados Unidos, Itália, Venezuela, Rússia, Alemanha, Congo, Inglaterra e Brasil.

Auto de Natal dos Idosos

Sábado, 19, 16h; Paróquia Santa Ângela e São Serapião (largo Santa Ângela, 22, Vila Moraes – Tel: 5058-5058); A representação, que acontecerá após a missa presidida por Dom José Roberto Fortes Palau, mostrará desde a anunciação a Maria até a o nascimento de Cristo.

à noite); Paróquia São Luís Gonzaga (avenida Paulista, 2.378, Cerqueira César); Serão 16 apresentações que unem projeções de imagens na arquitetura interna da igreja, interpretações ao vivo e trilha sonora original, como parte do Natal Iluminado (http://nataliluminado.acsp.com.br), organizado pela Associação Comercial de São Paulo.

Coral Lírico da Cidade

Sempre às 12h, nos seguintes dias e locais: Quinta-feira, 17 - Terminal Parque Dom Pedro II; Sexta-feira, 18 - Terminal Sacomã;

Em busca do presépio universal

Por tempo indeterminado; Museu de Arte Sacra (sala na estação Tiradentes do Metrô – Tel: 3326-3336); A exposição de 30 conjuntos de presépios pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 9h às 17h, e aos sábados e domingos, das 10h às 18h.

3ª Exposição Internacional de Presépios

Até 27 de dezembro; Com o tema “Presépios do Mundo”, a exposição acontece no Mosteiro de São Bento (largo São Bento, s/nº, centro – Tel: 3328-8799).

26ª Exposição Franciscana de Presépios (foto acima)

Até 30 de dezembro (De segunda a sexta-feira, das 9h às 17h; aos sábados até às 15h; e no domingo até às 15h); Convento São Francisco de Assis (largo São Francisco, 133, Sé – Tel: 3291-2400).

Coral da Paróquia Nossa Senhora Aparecida

Até 22 de dezembro (em diferentes horários

Fará apresentação no Terminal Bandeira, na região central da cidade, na sexta-feira, dia 18, às 17h.

Apresentação de corais na Avenida Paulista

Acontecerão no Shopping Center 3 (avenida Paulista, 2.064, Cerqueira César): Coro Liberdade Quinta-feira, 17, 12h; O grupo iniciado em 1915 conta hoje com a regência do maestro Donaldo Guedes. A apresentação reunirá 40 vozes, teclados e músicas como de Bach, Haendel e Ralph Manuel. Vox Anima Quinta-feira, 17, 19h; Sob a regência de Jonatas Costa, o coro realiza trabalhos em prol da valorização e do acesso à música erudita, destacando obras de Vivaldi, Haydn e Mozart. Madrigal Ever Dream Sexta-feira, 18, 13h; Piazzolla, Milton Nascimento, banda Queen e compositores da música erudita fazem parte do repertório do Madrigal, formado por 12 cantores profissionais, sob a regência de Arya Medeiros e Jenifer Bergamini com Wagner Cappia no piano. Coral FacCamp e Coral dos Funcionários da Prefeitura de Campinas Sexta-feira, 18, 19h; As duas apresentações contarão com a batuta do maestro Daniel Amato. Coral do Centro de Convivência Reascender de Mariporã Segunda-feira, 21, 12h; Formado por 25 vozes femininas, o coral traz repertório que mescla clássicos de Natal e composições de Milton Nascimento, Guilherme Arantes, Erivelto Martins, entre outros. Coral GCM Terça-feira, 22, 18h; Com sólida formação musical, o coro composto por 20 integrantes tem em seu repertório músicas em inglês, alemão, latim, espanhol, além de dialetos africanos e indígenas.

Apresentação de pocket coral

Domingo, 20 – 15h, 15h50 e 16h40. Quinta-feira, 24 – horários diversificados das 10h às 18h; Shopping Iguatemi São Paulo (avenida Brigadeiro Faria Lima, 2.232, Jardim Paulistano).

Sexta-feira, 25, 10h; Paróquia (rua Félix Della Rosa, 524, Vila Anglo Brasileira – Tel: 3865-4047).

Auto de Natal ‘O Menino e o Sonho’

Coral dos Correios

Além de apresentações culturais, Natal em SP tem iluminação especial, como no Ibirapuera

(Pesquisa e redação: Vitor Alves Loscalzo, Igor Andrade e Daniel Gomes)

Benegrip Multi: paracetamol 13,30 mg/mL, cloridrato de fenilefrina 0,33 mg/mL, maleato de carbinoxamina 0,13 mg/mL Indicações: Analgésico e antitérmico. Descongestionante nasal em processos de vias aéreas superiores. MS 1.7817.0768. Setembro/2015. Benegrip Multi é um medicamento. Durante seu uso, não dirija veículos ou opere máquinas, pois sua agilidade e atenção podem estar prejudicadas.

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| Geral | 7

‘Peço que rezem por mim e pela Diocese de Paranaguá’ Luciney Martins/O SÃO PAULO

Em missa na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, na quintafeira, 10, Dom Edmar Peron despediu-se da Arquidiocese de São Paulo Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com

Uma noite de ação de graças e de despedida. Assim, na quinta-feira, 10, centenas de fiéis se reuniram na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, na Região Episcopal Belém, para celebrar a vida e o ministério episcopal de Dom Edmar Peron, que foi transferido pelo Papa Francisco para a Diocese de Paranaguá, no Paraná, onde assumirá como bispo na quinta-feira, 17. A celebração presidida por Dom Edmar foi concelebrada pelo Cardeal Scherer, arcebispo metropolitano, e pelos bispos auxiliares Dom Julio Endi Akamine, vigário episcopal na Região Lapa, e Dom Eduardo Vieira dos Santos, vigário episcopal na Região Sé, além de padres da Arquidiocese. Na saudação, Dom Edmar fez questão de recordar que naquela mesma Paróquia foi acolhido como bispo auxiliar da Arquidiocese e vigário da Região Belém há quase seis anos. “Queria que fosse nessa igreja que eu fosse enviado. Fico muito feliz de ter vivido esse tempo aqui na Região Belém, como foi bom para mim, Edmar, ter vivido aqui a experiência de quase seis anos de bispo”. Dom Edmar afirmou que sai de São Paulo em uma “versão melhorada”. Ele conta que o temor ao assumir o seu ministério, sendo auxiliar em São Paulo,

Dom Edmar em missa de despedida da Arquidiocese é saudado por padres, leigos e pelo Cardeal Scherer, na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes

era muito maior que o que sente agora indo para Paranaguá, e que a Arquidiocese o ajudou “a fazer a bonita experiência do que é ser bispo”, e completou: “nesse sentido, eles [de Paranaguá] têm mais sorte que vocês”. “Para mim, foi uma grande sorte ter sido bispo neste lugar, nesta Arquidiocese de São Paulo, na Região Belém, porque quando eu era seminarista, ficava conversando sobre São Paulo, mas só conhecia de ouvir dizer. Pude ter a graça de conhecer estando aqui, sendo marcado por esta igreja e tendo essa certeza que saio daqui não

como um paranaense que chegou a São Paulo, mas como um paulista ou paulistano que aqui viveu e assim volta para o outro lado. A edição melhorada, eu gosto mais do que daquela que chegou”. Dom Odilo confiou Dom Edmar à proteção de Maria Santíssima, recordando que ele parte sobre as bênçãos de Nossa Senhora de Lourdes e vai para as bênçãos de Nossa Senhora do Rosário. “Uma missão que você recebe em primeira pessoa para realmente assumir de todo coração e com todo o encargo e responsabilidade. O Papa Francisco

mandou você de São Paulo para lá, vá em paz, vá tranquilo e confiante. Vamos acompanhá-lo com nossa estima”. Ao fim da celebração, já emocionado e com a voz embargada, o Bispo agradeceu a todos pelo carinho. “Minha única palavra é de gratidão a todos e todas e de invocação de bênçãos. Peço para que rezem por mim e pela Diocese de Paranaguá. Peço que seja fecunda a ação de Deus na cidade de São Paulo, autêntica testemunha de Jesus Cristo, sustentada pelos seus santos e santas, homens e mulheres corajosos que precederam a cada um de nós”.

No Brás, os sinos anunciam a voz da Igreja e a voz de Deus Bia Castello Branco/WBranco Fotografias

Vitor Alves Loscalzo

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Os fiéis da Paróquia Bom Jesus do Brás e os moradores vizinhos à igreja, que completará 200 anos de criação em 2018, voltaram a ouvir o badalar dos sinos do templo no dia 9. Restaurados, eles foram inaugurados após a missa solene presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano. “O sino não é um objeto de decoração da igreja ou um mero capricho, pois sempre teve um significado profundo de representar Deus, nos chamando à Eucaristia, à comunhão fraterna”, explicou, ao O SÃO PAULO, o Monsenhor Sérgio Tani, pároco. Para ele, a restauração dos sinos, inaugurados em 1942, é significativa, principalmente para os católicos do bairro do Brás, à medida que os estimula a viver e a afirmar a própria fé.

Monsenhor Sérgio Tani junto a Dom Odilo e ao casal Comolatti, na reinauguração dos sinos

Dom Odilo, na homilia, enalteceu a restauração dos sinos, os quais, segundo ele, fazem-se a voz da Igreja, a voz de Deus, convidando aos que a escutam a encontrarem-se com Ele, a encontrar o descanso.

O Arcebispo também exortou os fiéis a viverem, verdadeiramente, a esperança cristã, e citando a passagem do Evangelho de São Mateus - “Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei

descanso” – enfatizou que Jesus conforta os corações dos fiéis e revela que não estão sozinhos. O Cardeal também expressou profunda gratidão ao Grupo Comolatti, que já realizou a restauração dos sinos de oito igrejas em São Paulo. Sérgio Comolatti, presidente do Grupo Comolatti, explicou como surgiu a iniciativa de colaborar com o restauro dos sinos de igrejas. “Começou de uma forma muito simples: nós fazíamos campanhas de agasalho, então, havíamos chamado os três padres de uma igreja para fazer a distribuição. Ao fim da conversa, perguntei a um deles se a igreja estava precisando de algo. Foi aí que eu falei demais [risos]. O Padre perguntou se era possível patrocinar a restauração de uma das torres, que receberia um sino”, explicou em entrevista à reportagem.


8 | Geral |

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Arquidiocese cria a Associação Amigos da Catedral da Sé Luciney Martins/O SÃO PAULO

Vitor Alves Loscalzo

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Com a missão de guardar a memória da Catedral da Sé, foi criada, na segunda-feira, 14, a Associação Amigos da Catedral Metropolitana de São Paulo, em ato oficial realizado na Cúria Metropolitana, com a presença de padres, bispos e do Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo. A nova Associação é composta por pessoas físicas e jurídicas, as quais irão colaborar financeiramente e espiritualmente para a reforma, restauração e manutenção da Catedral. Além disso, a iniciativa visa promover a realização de atividades culturais, pastorais, assistenciais e sociais. O diretor da Associação, Padre

Cardeal Odilo Scherer preside reunião na qual é criada a Associação Amigos da Catedral Metropolitana de São Paulo, na segunda-feira, 14

Luiz Eduardo Baronto, cura da Catedral, afirma que a Associação está surgindo para colaborar com a Igreja mãe da Arquidiocese, a fim de que a história, a arquitetura e os bens religiosos e culturais que a Catedral da Sé

dispõe fiquem mais perto das pessoas. “Muitos aproximam-se de Deus pelo caminho da arte, como, por exemplo, da música, da arquitetura e da arte sacra”, destacou Padre Baronto ao O SÃO PAULO. Perguntado sobre a

possibilidade de realizar um museu na Catedral, o Diretor mostrou-se otimista, e disse confiar na adesão de sóciosbenfeitores para a concretização do mesmo. “Que seja um museu a serviço da evangelização”, desejou.

Um repertório especial pelos 270 anos da Diocese de São Paulo Luciney Martins/O SÃO PAULO

Fernando Geronazzo

Especial para O SÃO PAULO

Organista José Luís de Aquino junto ao Cardeal Scherer e ao abade do Mosteiro de São Bento

Os 270 anos de criação da Diocese de São Paulo, comemorados no dia 6, foram novamente lembrados em um concerto de órgão no Mosteiro de São Bento, no centro da capital, na terça-feira, 15. O evento também aconteceu por ocasião do início do Jubileu extraordinário da Misericórdia. As músicas foram executadas pelo organista José Luís de Aquino, professor do Departamento de Música da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP). Entre os participantes do evento estavam o arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, o abade beneditino Dom Mathias Tolentino Braga, e o cura da

Catedral, Padre Luiz Eduardo Baronto. Entre as obras do repertório do Concerto, estavam músicas do maestro Furio Franceschini, mestre de capela da Catedral da Sé por muitos anos, entre elas, a obra “Fanfara dos Cardeais”, tocada no dia da inauguração da Catedral, no ano de 1954. Também foram executadas músicas de Ângelo Camin, aluno de Franceschini e professor de José Luís Aquino. Fabricado pela Casa Walcker, da Alemanha, e também inaugurado em 1954, por ocasião dos 400 anos da cidade de São Paulo, o órgão do São Bento possui 70 registros reais, quatro teclados manuais e pedaleira completa. Encontra-se do lado esquerdo da nave da Basílica do Mosteiro da igreja, sustentado por duas grandes colunas talhadas em carvalho.

Ao som da ‘Misa Criolla’, a devoção à Virgem de Guadalupe Luciney Martins/O SÃO PAULO

Millena Guimarães

Especial para O SÃO PAULO

“Nossa Senhora de Guadalupe é a maior representação de fé para o povo mexicano. Ela é nossa madre, que nos protege e nos cuida”. Com a imagem da “Virgem de Guadalupe” nos braços, a mexicana Diana Pomar, 40, que há cinco anos vive no Brasil com o filho, foi à Catedral da Sé no sábado, 12, para participar da missa presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano. No dia da Padroeira da América Latina, a celebração contou com cânticos da “misa criolla”, uma peça para orquestra e coro composta pelo argentino Ariel Ramirez, que na Catedral da Sé foi executada com direção artística do maestro Martinho Lutero Galati, numa iniciativa que envolveu o “Coro Luther King”, o “Fórum Coral Paulistano” e o “Proje-

Catedral da Sé lota para a celebração de Nossa Senhora de Guadalupe ao som da ‘Misa Criolla’

to Canta São Paulo”. Foram 350 vozes, acompanhadas por músicos da Argentina, da Bolívia e da Itália. Dom Odilo, na homilia, saudou os

fiéis latino-americanos e destacou que Nossa Senhora de Guadalupe, ao se manifestar para um índio humilde, Juan Diego, trouxe a mensagem de que está

próxima dos seus filhos, especialmente dos que sofrem tribulações. Outra mexicana, Ruth Ortiz Castro, 32, também participou da missa. Ela cresceu na Colômbia com a família e está há dois anos em São Paulo. Em tratamento contra um câncer de mama, Ruth pediu a intercessão de Nossa Senhora por sua saúde. Diana e Ruth têm em comum a participação num grupo de oração que reúne, todo segundo sábado do mês, na Catedral da Sé, os latino-americanos que vivem em São Paulo. A motivação para a criação do grupo veio de um convite de Dom Odilo, feito na celebração de Nossa Senhora do Guadalupe do ano passado. E no que depender do cura da Catedral da Sé, o Padre Luiz Eduardo Baronto, a festividade, que deixou a igreja lotada no sábado, se repetirá todos os anos, “sempre com mais presença de fiéis, especialmente dos latinos”.


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| Portas da Misericórdia na Arquidiocese | 9

‘Ano para acolher o perdão de Deus’ No domingo, 13, o Cardeal Scherer abriu a Porta Santa da Catedral da Sé, no contexto do Jubileu extraordinário da Misericórdia Fernando Geronazzo

Especial para O SÃO PAULO

“Esta é a porta do Senhor: por ela, entraremos para dar graças ao Senhor!”, disse o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, antes de abrir a Porta Santa da Catedral da Sé, no domingo, 13. Depois de se deter em oração, de joelhos, por alguns instantes sob o batente da porta, o Arcebispo tomou o Livro dos Evangelhos nas mãos e ingressou na Catedral, ainda vazia, seguido do clero e da multidão de fiéis reunidos na praça da Sé. Esse mesmo rito foi repetido nas catedrais de todo o mundo em comunhão com a catedral da Diocese de Roma, a Basílica de São João do Latrão, que teve a porta aberta pelo Papa Francisco no mesmo dia. Assim, a Arquidiocese de São Paulo iniciou a vivência do Jubileu extraordinário da Misericórdia, iniciado pelo Papa Francisco no dia 8. A concentração dos fiéis começou na Igreja de São Gonçalo, localizada atrás da Catedral, onde Dom Odilo iniciou o rito. Em seguida, o povo caminhou em procissão até a entrada da Igreja mãe da Arquidiocese, que ficou lotada. Ao passarem pela também chamada Porta da Misericórdia, os fiéis se emocionavam, tocavam a porta e rezavam. Concelebraram a missa os bispos auxiliares Dom Eduardo Vieira dos Santos, vigário episcopal para a Região Sé, e Dom Carlos Lema Garcia, vigário episcopal para a Educação e a Universidade, além de padres, a maioria do

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

clero atuante na Região Sé, que terá a Catedral como igreja de peregrinação durante o Ano Santo.

Acolher e praticar a misericórdia

Dom Odilo destacou, na homilia, que a palavra “Alegrai-vos” ressoava forte na liturgia daquele 3º Domingo do Advento, chamado de “Domingo da Alegria”. O Cardeal também explicou que o Jubileu extraordinário da Misericórdia é um tempo santo dado por Deus e deve ser vivido com intensa alegria. Ainda de acordo com Dom Odilo, o Jubileu é um ano de alegria e de conversão, para voltar-se para Deus. “Reconhecer a misericórdia de Deus é um ato de sincera humildade e fé. Este é um ano favorável para isso”, afirmou. O Arcebispo frisou que além de reconhecer a misericórdia de Deus para com cada um, com o Ano Santo, o Papa também convida todos para a prática da misericórdia, sendo, “Misericordiosos como o Pai”, como indica o lema do Jubileu. “Abramo-nos à misericórdia de Deus, motivo de alegria e de júbilo para todos”, concluiu Dom Odilo.

Atitude de fé

Como explicou o Cardeal Scherer em sua Carta Pastoral “Misericordiosos como o Pai”, o gesto de passar pela Porta Santa é uma ação simbólica e deve significar atitude de fé das pessoas em Deus misericordioso e em Jesus Cristo Salvador, bem como o desejo de obter misericórdia e indulgência da parte de Deus. “A passagem pela Porta Santa deve ser preparada com fé e oração, para levar-nos ao encontro profundo com o Deus da misericórdia através da escuta da Palavra, da Confissão e da Eucaristia”, detalha. Também foi reforçada na celebração a explicação de que para a recepção válida da indulgência plenária, conforme prescrição da Igreja, deve-se obedecer a algumas condições: “arrependimento sincero dos pecados e desejo firme de conversão; confissão sacramental, ou

Fiéis passam pela Porta da Misericórdia, aberta pelo Cardeal Odilo Scherer na Catedral da Sé

ter se confessado há pouco tempo; participação da santa missa e comunhão eucarística; renovação da profissão da fé católica; oração pelo Papa e as suas intenções pela Igreja de todo o mundo; alguma ação concreta de caridade. Os fiéis e peregrinos deverão ser avisados sobre essas normas no início de cada missa, na qual é concedida a indulgência”. Ao longo do Jubileu, diversos gru-

pos da Arquidiocese e de paróquias e comunidades da Região Sé são convidados a peregrinar para a Catedral, passando pela Porta Santa. Também para os fiéis que desejarem fazer sua peregrinação individualmente, a Catedral oferece um guia para o peregrino com um itinerário de vivência espiritual do Jubileu. Todos os dias haverá padres atendendo confissões pela manhã e à tarde.


10 | Portas da Misericórdia na Arquidiocese |

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Ricardo Luciano de Souza

‘Tempo para experimentar o quanto Deus é bom e misericordioso’ Padre Ricardo Antônio Pinto

Colaborador de comunicação da Região Ipiranga

No espaço para a assembleia no Santuário São Judas Tadeu, no Jabaquara, cabem 900 pessoas sentadas. Na celebração e rito de abertura da Porta Santa da Região Ipiranga, no domingo, 13, esse espaço estava lotado com mais que o dobro dessa capacidade. Na celebração presidida por Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, estavam quase todos os padres e diáconos que atuam na Região. O Bispo definiu o Ano Santo como um “tempo para toda a Igreja experimentar de maneira nova o quanto Deus é bom e misericordioso, para que cada cristão possa transmitir ao mundo a alegria desse encontro”. Muitas religiosas e religiosos, seminaristas e lideranças das paróquias, pastorais e movimentos aumentaram o coro que cantou com força e harmonia o refrão “misericordiosos como o Pai”, do

Hino oficial para o Ano Santo da Misericórdia. Na percepção da Irmã Maria Tereza da Sagrada Família Bezerra de Souza, da Congregação São José de Cluny, que atua na Paróquia Imaculada Conceição, do Setor Ipiranga, a celebração representou “a vinda da misericórdia de Deus ao encontro da humanidade carente de esperança”. Nilda Blasques, da Paróquia São Vicente de Paula, do Setor Anchieta, explicou a sua visível emoção como “uma grande felicidade por sentir uma presença muito forte de Deus no meio do seu povo, trazendo alegria”. A comoção tomou conta da maioria das pessoas durante a procissão do interior da igreja nova para a igreja antiga do Santuário Judas Tadeu, onde está a Porta da Misericórdia. No parecer do Padre Sérgio José Hemkemeier, pároco e reitor do Santuário, a vibração do povo é “sinal da busca de respostas para os sofrimentos e tribulações do mundo, que somente um Deus misericordioso pode ajudar a enfrentar”, afirmou. Caroline Dupim

Dom Devair Araújo da Fonseca abre Porta Santa da Igreja Nossa Senhora da Expectação

‘Queremos passar pela Porta Santa, queremos ser Igreja em saída’ Flávio Rogério Lopes

Colaborador de comunicação da Região Brasilândia

Dom José Roberto abre Porta Santa na igreja antiga do Santuário São Judas Tadeu, dia 13

Uma breve procissão do largo da matriz de Nossa Senhora do Ó até a Igreja Nossa Senhora da Expectação deu início às atividades da abertura da Porta Santa na Região Brasilândia, na tarde do domingo, 13. Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, abriu solenemente a Porta Santa da igreja, por onde centenas de leigos, religiosas, religiosos e padres entraram para participar da celebração eucarística. Em entrevista, Dom Devair afirmou que a Igreja Nossa Senhora da Expectação foi escolhida para receber a Porta Santa por ser uma das igrejas mais antigas de São Paulo e pelo fácil acesso para as peregrinações que irão ocorrer durante o Ano Santo, além de ser uma igreja mariana. O Bispo, na homilia, destacou o significado da Porta Santa. “Essa porta re-

presenta para nós Cristo. Jesus anuncia: ‘Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens’ (Jo 10,9)”. Dom Devair também convidou ao testemunho da misericórdia nas comunidades. “Queremos espalhar a misericórdia que experimentamos. Queremos perdoar, reconciliar e trabalhar por causa do Reino de Deus. Queremos ser discípulos de Jesus Cristo, queremos passar pela Porta Santa, queremos ser Igreja em saída, queremos ser homens e mulheres da misericórdia, testemunhando a fé em Cristo Ressuscitado”. Padre Carlos Alves Ribeiro, pároco, informou que a igreja estará aberta de segunda a sábado, das 7h às 18h, e aos domingos, das 7h às 20h, para as peregrinações. Os dias e horários de missa na igreja são: segunda-feira e sábado, às 16h; terça, quarta e sexta-feira, às 7h30 e 19h30; sábado e domingo às 7h, 9h, 11h e 18h. Em breve, será divulgada a programação das peregrinações pastorais que ocorrerão durante o Ano Santo.

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| Portas da Misericórdia na Arquidiocese | 11

Acolher, servir e praticar cotidianamente a misericórdia Peterson Prates

Colaborador de comunicação da Região Belém

Sob sol forte, centenas de fiéis peregrinaram do Colégio Filhas de Nossa Senhora do Sagrado Coração em direção à Igreja Nossa Senhora do Sagrado Coração, para a abertura oficial da Porta Santa na Região Belém, no domingo, 13, por ocasião do Jubileu extraordinário da Misericórdia. “Era um desejo nosso, enquanto Congregação [Missionários do Sagrado Coração]. Foi feito um pedido formal ao bispo e o clero da Região aceitou”, relatou o Padre Valdecir Soares, MSC, sobre a escolha da igreja, erigida em 1939, como local para uma Porta da Misericórdia. A celebração, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, e concelebrada pelo clero atuante na Região, contou com a presença de aproximadamen-

te 1.500 fiéis, que lotaram a igreja. Dom Odilo, na homilia, indicou as três grandes metas para viver bem o Ano Santo: acolher, servir e praticar cotidianamente a misericórdia, por meio das obras espirituais e corporais de misericórdia. Indicou aos fiéis, ainda, que leiam a bula Misericordiae Vultus e a Carta Pastoral “Misericordiosos como o Pai”, escrita pelo próprio Cardeal Scherer. “Este ano é um ano de graça, ano que Deus nos chama para crescer”, afirmou. “Não ser misericordiosos nos leva para longe de Deus”, concluiu o Arcebispo. Aos fiéis que desejam passar pela Porta da Misericórdia, a Igreja Nossa Senhora do Sagrado Coração está aberta diariamente das 6h30 às 21h. Aos que buscam confissão, podem receber o sacramento de terça a sexta-feira, das 9h às 11h30 e das 14h30 às 16h30; e aos sábados, das 9h às 11h30. Durante todo o ano, os setores pastorais e as pastorais farão peregrinações à igreja. Dom Odilo Diácono Francisco Gonçalves

Peterson Prates

Dom Odilo abre Porta Santa na Igreja Nossa Senhora do Sagrado Coração, no domingo, 13

sugeriu que ocorram também peregrinações paroquiais. “Estamos de porta, coração e peito aberto para receber os peregrinos e ofe-

‘Deus nunca se cansa de abrir a porta de seu coração para nós’ Benigno Naveira

Colaborador de comunicação da Região Lapa

Igreja Sant´Ana lotada de padres, leigos e religiosos na abertura da Porta Santa, no domingo, 13

Porta Santa é aberta diante de 2 mil fiéis na Igreja Sant’Ana Diácono Francisco Gonçalves

Colaborador de comunicação da Região Santana

Apesar do sol escaldante na tarde do domingo, 13, cerca de 2 mil fiéis compareceram à procissão e à abertura da Porta Santa da Igreja Sant`Ana, que foi escolhida por ser a mais antiga da zona Norte e por estar no centro da antiga fazenda da Companhia de Jesus que deu origem ao bairro de Santana. Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, iniciou a solenidade no Colégio Luiza de Marilac, quando foi cantado o Hino do Jubileu, proclamado o Evangelho e lida a Bula Misericordiae Vultus, pela qual o Papa Francisco promulgou o Jubileu extraordinário da Misericórdia. A procissão iniciada às 15h, pela rua Heróis da FEB, passou pela avenida Braz Leme, pelas ruas Salete e Padre Clemente Moussier, chegando à rua Voluntários da Pátria, 2.060, onde está a igreja.

O pátio da Igreja Sant`Ana já estava lotado quando a procissão chegou. Dom Sergio cumpriu o rito de abertura da Porta Santa e adentrou na nave da igreja ao som do coral dos Arautos do Evangelho. “Fico orgulhosa de ver essa demonstração de fé pelas ruas. Muito bonito”, disse, emocionada, Maria de Lourdes Souza, da Paróquia São Francisco de Paula e São Benedito. Mesmo sentimento teve Nelson Teixeira, do Conselho de Leigos, que considerou um momento importante da caminhada de fé da Região Santana. Sentimento de pertença à família de Deus e de alegria foram expressões manifestadas por Inês Leandro, Elisabeth dos Santos, Robson Vieira e Izabel Machado, que participaram das equipes de apoio que voluntariamente ajudaram a organização do evento. Durante a semana, na Igreja Sant`Ana acontecem missas às 7h, 12h e 17h30. As confissões serão nos horários das 10h às 12h e das 15h às17h.

recer conforto a essas pessoas. Que elas possam também vir disponíveis para receberem as indigências e as graças do Senhor”, expressou o Padre Valdecir.

A Igreja Nossa Senhora da Lapa foi escolhida para ter a Porta Santa da Região Episcopal Lapa, devido à localização central, onde se chega facilmente por diferentes meios de transporte. Além disso, é uma igreja de passagem. Na tarde do domingo, 13, em sintonia com toda a Arquidiocese de São Paulo, Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, realizou a abertura da Porta Santa e presidiu a celebração eucarística, concelebrada pelos padres que atuam na Região. Durante a missa, alguns sacerdotes também atenderam as confissões dos fiéis. Com orações e cantos, aproximadamente 400 pessoas acompanharam o

Bispo e os padres na peregrinação inicial da praça Professor Mário Olavo Guzzo até a igreja, onde já se concentravam outras 600 pessoas. Ao chegar, Dom Julio bateu com um martelo três vezes na Porta Santa para abri-la. Ao entrar, ele se ajoelhou, fez uma breve oração e seguiu para o altar. Dom Julio, na homilia, ao falar sobre o sentido da abertura da Porta da Misericórdia, fez menção a bula de proclamação do Ano Santo, a Misericordiae Vultus, do Papa Francisco, para enfatizar que “Deus nunca se cansa de abrir a porta de seu coração para nós, para dizer que nos ama e deseja partilhar conosco a sua vida, revelando a misericórdia que mora no coração de cada pessoa que une Deus e o homem, porque nos abre o coração à esperança de sermos amados para sempre, apesar dos nossos pecados”. Benigno Naveira

Dom Julio Akamine em oração após a abertura da Porta Santa na Igreja Nossa Senhora da Lapa


12 | Balanço |

17 de dezembro de 2015 a 5 de janeiro de 2016 | www.arquisp.org.br

CENTRO SOCIAL NOSSA SENHORA DO BOM PARTO CNPJ:

Balanços Patrimoniais Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013 (centavos eliminados )

Circulante Caixa e Equivalentes de Caixa Bancos Conta Vinculada Convênios a Receber Valores a Receber Adiantamento a Fornecedores Despesas Pagas Antecipadamente

Ativo

2014 2013 17.080.390 15.733.021 2.570.490 3.259.979 2.863.238 1.176.133 0 1.800 463 7.790 13.361 12.297 22.527.942 20.191.020

Não Circulante Imobilizado

7.528.352 6.660.961 7.528.352 6.660.961

Total

30.056.294 26.851.981

Passivo

Circulante Salários e Encargos Sociais Provisão para Rescisão Contratual Férias e Encargos Sociais Fornecedores Contas a Pagar Impostos a Recolher Conta Corrente - Contribuições Não Circulante Provisão para Ações Trabalhistas Patrimônio Social Patrimônio Social Reserva de Doações Resultado do Exercício Total

Judith Elisa Lupo Diretora Presidente CPF 011989678-34

2014 2013 2.763.437 2.484.296 3.007.716 3.322.465 3.039.056 2.775.111 699.907 697.084 45.339 72.942 0 67.092 410.088 410.528 9.965.543 9.829.517 539.026

454.034

16.272.061 16.272.061 296.369 296.369 2.983.295 19.551.725 16.568.430 30.056.294 26.851.981

7. Concessão de Gratuidades e Beneficências A Entidade aplica toda receita bruta em serviços prestados na defesa, proteção e promoção da infância, da adolescência, da juventude, da família e de adultos em consonância com a Lei Orgânica da Assistência Social; com esse procedimento, atende gratuitamente além do limite mínimo fixado pelo artigo 3º, inciso VI do Decreto nº 2.536 de 06 de abril de 1998. 8. Tributos e Contribuições Previdenciárias Isentas a) Para atender os requisitos da legislação pertinente, Decreto nº 2.536/98, artigo 4º, parágrafo único, os valores relativos às isenções previdenciárias gozadas, como se devidas fossem, correspondem ao montante em 31 de dezembro de 2014 foi de R$ 5.628.586 (R$ 4.667.822 em 2013). b) A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, em função da isenção da cota patronal, efetua a redução das verbas pagas a Entidade. c) Em virtude de ser uma Entidade sem fins lucrativos de caráter assistencial, é imune do pagamento de tributos federais incidentes sobre o superávit, de acordo com os artigos 167 a 174 do Regulamento do Imposto de Renda e artigo 195 da Constituição Federal. 9. Patrimônio Social Representa o patrimônio inicial da Entidade acrescido dos superávits apurados anualmente e de reserva de contingências. 10. Convênios Vinculados O superávit do exercício incluiu receitas recebidas de convênios para os quais existem compromissos com gastos, cujo desembolso ocorrerá no exercício de 2015, estando o valor compromissado no montante de R$ 3.463.344 em 2014 (R$ 4.057.183 em 2013), incluído na rubrica de disponibilidades e aplicações financeiras.

Roman Peter Ciupka CRC 1 SP055776/O-0 CPF 057.404.798-88 Demonstrações de Superávits Exercícios Findos em 31 de Dezembro de 2014 e 2013 (centavos eliminados)

2014 2013 Receita bruta para serviços prestados Convênios com entidades públicas SMADS - Secretaria Munic. De Assist. e Desenv. Social 19.529.648 18.986.689 SME - Secretaria Munic. de Educação 19.766.136 18.432.750 SMS - Secretaria Municipal da Saúde 10.254.093 8.192.952 Outros Convênios e Projetos 1.577.382 1.709.252 51.127.259 47.321.643 Convênios / Projetos com Entidades Privadas 2.514.506 2.686.690 Doações de Entidade Privadas 646.802 450.896 Doações Particulares e Campanhas 63.059 102.144 Outras Receitas 204.047 809.470 3.428.414 4.049.200

(-) Custo dos Serviços Prestados

(52.000.586)

(50.976.116)

Superávit / (Déficit) Bruto

2.555.087

394.727

(Despesas) / Receitas Operacionais Administrativas e Gerais Financeiras Líquidas

(492.547) 920.755 428.208

330.285 746.692 1.076.977

Superávit do Exercício

2.983.295

1.471.704

Exercícios Findos em 31 de Dezembro de 2014 e 2013 (centavos eliminados)

Superávit do Exercício Transferência para o Patrimônio Social

Superávits Acumulados (reclassificado) -

Total 15.096.726 1.471.704

-

-

-

1.471.704

1.471.704

-

-

1.471.704

Transferência para o Patrimônio Social

-

-

-

(1.471.704)

-1.471.704

Saldos em 31 de Dezembro de 2013

16.272.061

296.369

-

-

16.568.430

Superávit do Exercício

-

-

-

2.983.295

2.983.295

Transferência para o Patrimônio Social

2.983.295

-

-

(2.983.295)

0

Saldos em 31 de Dezembro de 2014

19.255.356

296.369

-

-

19.551.725

Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais Superávit Líquido do Exercício

2014 2013

1.471.704

Despesas que não Afetam o Caixa: Depreciação Provisões Provisão créditos em discussão

106.910 (229.757) (829.577)

133.274 819.933 829.577

Variações de Ativos e Passivos Bancos conta vinculada Valores a Receber Convênios a Receber Adiantamento a Fornecedores Despesas Pagas Antecipadamente Fornecedores Salários e Encargos Sociais Férias e Encargos Sociais Impostos a Recolher Contas a Pagar Conta Corrente Contribuições

689.489 (1.800) (857.528) 7.327 (1.064) 2.823 279.141 263.945 (67.092) (27.603) (440)

(1.412.656) (1.060) (274.330) 9.431 225 (177.929) 222.641 226.345 (65.134) 201.339

Disponibilidades Líquidas Geradas pelas Atividades Operacionais

(665.226)

1.983.360

Adições/baixas líquidas do ativo imobilizado

(970.700)

(73.686)

Caixa Aplicado nas Atividades de Investimento

(970.700)

(73.686)

Disponibilidades Líquidas Aplicadas no Exercício (1.635.926)

1.909.674

Fluxo de Caixa das Atividades de Investimentos

Demonstração da Redução nas Disponibilidades No Início do Exercício No Fim do Exercício Redução nas Disponibilidades

15.733.021 17.080.390

13.823.347 15.733.021

RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES À Diretoria do Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto São Paulo - Capital

1.347.369

1.909.674

Demonstrações dos Fluxos de Caixa Exercícios Findos em 31 de Dezembro de 2014 e 2013 (Centavos eliminados)

1. Breve Histórico da Entidade e Contexto Operacional O Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, fundado em 11 de dezembro de 1946, sociedade sem fins lucrativos, de natureza filantrópica, mantenedora de 59 (cinquenta e nove) unidades de atendimento mais a sua Sede, que conforme art. 18, inciso IV da Lei 8742 de 01/12/93, tem por finalidade estatutária a defesa dos direitos da criança e do adolescente, o resgate e garantia do exercício da plena cidadania de toda pessoa humana destituída de direitos fundamentais e contribuir para o desenvolvimento integral da pessoa através de práticas educacionais e assistenciais diversificadas envolvendo a comunidade. 2. Apresentação das demonstrações contábeis e das principais práticas contábeis adotadas 2.1. Base de Apresentação As demonstrações contábeis foram preparadas e estão sendo apresentadas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, incluindo as disposições da Resolução do Conselho Federal de Contabilidade n° 1.409/12, que aprovou a Interpretação Técnica ITG 2002-“Entidades sem Finalidade de Lucros”. Essas práticas contábeis adotadas no Brasil compreendem aquelas incluídas na legislação societária brasileira e os pronunciamentos, as orientações e as interpretações técnicas emitidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e aprovados pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC). 2.2. Uso de Estimativas A preparação das demonstrações contábeis requer o uso de certas estimativas contábeis críticas e também o exercício do julgamento por parte da administração da Entidade no processo de aplicação das políticas da Entidade. Essas políticas são revisadas anualmente.

2.3 Resultado Abrangente A Entidade não apresentou a Demonstração do Resultado Abrangente, pois não houve mutações no patrimônio social durante o exercício que resultassem de transações ou outros eventos que não os derivados de transações com os sócios na sua qualidade de diretores. 3. Resumo das Principais Práticas Contábeis a) Práticas Contábeis As principais políticas contábeis aplicadas na preparação destas demonstrações contábeis estão definidas abaixo. Essas políticas vêm sendo aplicadas de modo consistente nos exercícios apresentados, salvo quando indicado de outra forma. b) Caixa e equivalente de caixa Caixa e equivalente de caixa abrangem saldos de caixa e investimentos financeiros, estão apresentados pelos valores aplicados, acrescidos dos rendimentos financeiros auferidos até a data do balanço. c) Bancos – Conta vinculada Prefeitura Municipal de São Paulo Os convênios mantidos com a Prefeitura Municipal de São Paulo prevêem que seja mantido numa conta vinculada, 21,57% da folha de pagamento, para atender seus funcionários referentes à: férias, 13º salário e encargos, aviso prévio, auxílio doença e multa do fundo de garantia por tempo de serviço, cujo montante acumulado até 31 de dezembro de 2014 foi de R$ 11.297.075 (R$ 9.556.114 em 2013) que para os aproximadamente 1400 trabalhadores, muitos deles com muitos anos de serviços prestados à entidade, representa uma média de R$ 8.000,00 (oito mil reais) por trabalhador. d) Convênios a receber Representam serviços prestados conforme convênios com a Prefeitura Municipal de São Paulo mediante prestação de contas. e) Imobilizado Os bens do imobilizado estão registrados ao valor de custo de aquisição ou doação. As depreciações foram calculadas com base nos saldos contábeis, de acordo com o método linear, levando-se em conta a vida útil econômica dos bens. f) Passivo circulante São demonstrados pelos valores conhecidos ou calculáveis. g) Apuração do Superávit O resultado do exercício é apurado pelo regime de competência. As receitas de doações são registradas quando da efetiva entrada dos recursos. 4. Convênios a Receber Prefeitura Municipal de São Paulo Outros convênios Sub-total Provisão para créditos em discussão Total líquido

Valores Recebidos 1.446.779 255.597 730.065 82.064 2.514.505

13. Outras Informações O processo de renovação do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social, junto ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome foi protocolado em 17 de janeiro de 2011, conforme processo sob nº 71000.114862/2009-11. Encaminhando os documentos complementares do exercício de 2009, solicitando a manutenção da isenção das contribuições para a seguridade social. Em 30 de março de 2011 o referido ministério, confirmou que a Entidade protocolou tempestivamente o requerimento de renovação da referida certificação, comprovando a responsabilidade da certificação até o julgamento do processo.

Demonstrações dos Fluxos de Caixa Exercícios Findos em 31 de Dezembro de 2014 e 2013 (Centavos eliminados)

Entidade Sociedade Civil Casas de Educação - SCCE Fundação Nossa Senhora Auxiliadora do Ipiranga Associação de Instrução Popular e Beneficência Associados/Parcerias Total

12. Cobertura de Seguros (Não auditada) A Entidade possui cobertura de seguros contra roubo de veículos, cobrindo danos materiais e corporais, bem como contra incêndio, roubo cobrindo 9 núcleos, o que é considerado suficiente pela Administração para cobertura de eventuais riscos. As premissas de risco adotadas, dada a sua natureza, não fazem parte do escopo de uma auditoria de demonstrações contábeis, consequentemente não foram examinadas pelos nossos auditores independentes.

Demonstrações das Mutações do Patrimônio Social Patrimônio Reserva de Reserva de Social Doações Contingências (reclassificado) Saldos em 31 de Dezembro de 2012 14.800.357 296.369 -

11. Convênios Filantrópicos A Entidade mantém convênios filantrópicos com outras entidades com o objetivo de obter apoio financeiro, técnico e material para o desenvolvimento mais eficiente de suas atividades. No ano de 2014 estes convênios foram com as entidades a seguir:

2014 2013 2.719.021 1.867.468 144.217 138.242 2.863.238 2.005.710 - (829.577) 2.863.238 1.176.133

5. Imobilizado Taxa de Depreciação 2014 Bens Imóveis Terrenos e edificações - 7.363.572 Bens Móveis Aparelhos de telecomunicações 10% 32.781 Instalações 10% 31.761 Máquinas e equipamentos 10% 578.761 Móveis e utensílios 10% 623.178 Veículos 20% 369.849 Computadores e periféricos 20% 457.920 Software - 5.781 9.463.603 Depreciações acumuladas (1.935.251) Total 7.528.352

2013 6.417.572 32.342 31.761 562.387 615.043 369.849 454.470 5.781 8.489.205 (1.828.244) 6.660.961

6. Provisão para Ações Trabalhistas A entidade possui diversas reclamações trabalhistas em andamento judicial. Foi provisionada no montante de R$ 539.026 (R$ 454.034 em 2013), de acordo com a opinião de seus assessores jurídicos, em função da expectativa de desfecho dos processos, e não são esperadas perdas no encerramento desses processos, além dos valores já provisionados. Existem outros processos avaliados como sendo de risco possível no montante de R$ 579.195 (R$ 547.229 em 2013), para os quais nenhuma provisão foi constituída, tendo em vista que as práticas contábeis adotadas no Brasil não requerem sua contabilização.

1. Examinamos as demonstrações contábeis do Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, que compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 2014 e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio social e dos fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas. 2. Responsabilidade da Administração sobre as Demonstrações Contábeis A Administração da Entidade é responsável pela elaboração e pela adequada apresentação dessas demonstrações contábeis de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração de demonstrações contábeis livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro. 3. Responsabilidade dos Auditores Independentes Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que a auditoria seja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis estão livres de distorção relevante. Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeito dos valores e divulgações apresentados nas demonstrações contábeis. Os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis, independentemente se causada por fraude ou erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos relevantes para a elaboração e a adequada apresentação das demonstrações contábeis da Entidade para planejar os procedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não para fins de expressar uma opinião sobre a eficácia desses controles internos. Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela Administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto. Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião. 4. A Entidade por não ter fins lucrativos, tem parte de suas receitas provenientes de doações e contribuições de terceiros. Como algumas destas doações e contribuições de terceiros são anônimas, não podem ser identificadas, porém são registradas na contabilidade; por essa razão, nossas verificações dessas receitas ficaram restritas, exclusivamente, aos valores constantes dos registros contábeis. 5. Em nossa opinião, as demonstrações contábeis referidas no parágrafo 1 representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira do Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto em 31 de dezembro de 2014, o superávit de suas operações, as mutações do patrimônio social e dos fluxos de caixa referentes aos exercícios findos naquelas datas, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. 26 de setembro de 2015

Mário Vieira Lopes CRC-RJ 60.611 “S”SP 2604

Mário Severino de Barros CRC-SP 1SP115526/O-7

PARECER DO CONSELHO ECONOMICO PARA ASSUNTOS FISCAIS O Conselho Econômico para Assuntos Fiscais , no exercício de suas funções legais e estatutárias, em reunião realizada neste dia 09 de novembro de 2.015, examinou o relatório anual da administração e as demonstrações contábeis, seguidas do Parecer dos Auditores, BKR-Lopes Machado Auditores, representado pelo sócio Mario Severino Barros CRC 1SP115.526/O-7, relativo ao exercício encerrado em 31 de dezembro de 2.014. Com base nos exames efetuados, o Conselho Econômico Para Assuntos Fiscais, opinou favoravelmente à aprovação dos referidos documentos. São Paulo, 09 de novembro de 2015 Tarciso Raghiante Marcos Antonio Domingues Reginaldo Donatoni


www.arquisp.org.br | 17 de dezembro de 2015 a 5 de janeiro de 2016

| Geral | 13 Luciney Martins/O SÃO PAULO

Ordenados pelo Cardeal Scherer, novos diáconos permanentes e transitórios da Arquidiocese de São Paulo são abençoados pelo próprio Dom Odilo e pelos bispos auxiliares da Arquidiocese

Para servir a Igreja e o povo de Deus Arquidiocese tem 16 novos diáconos, ordenados no sábado, 12, pelo Cardeal Scherer, na Catedral da Sé Renata Moraes

jornalismorenata@gmail.com

Na memória litúrgica de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América Latina, no sábado, 12, na Catedral da Sé, Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, ordenou 16 diáconos, sendo nove permanentes e sete transitórios, para servirem a Igreja e o povo de Deus na Arquidiocese de São Paulo. Duas horas antes do início da celebração, a Catedral estava lotada de familiares, amigos vindos de vários lugares da cidade e paroquianos das seis regiões episcopais pelas quais os neodiáconos fizeram pastoral. A família de Sônia Seiko Muta Vivas, 61, foi uma dessas famílias que chegaram cedo, vindos de São José dos Campos (SP), com um motivo mais que especial: Sônia é mãe de Bruno Muta Vivas, 27, um dos sete seminaristas ordenados. Emocionada, Sônia conversou com a reportagem do O SÃO PAULO. “Estou muito feliz, pois é um dia muito especial para ele e para nós. Ele construiu esse

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caminho ao longo de anos de estudos e formação espiritual, e o nosso desejo é que ele seja feliz, doando sua vida, pregando o Evangelho a todas as pessoas”, expressou. Para prestigiar esse momento, a família de Orisvaldo da Silva Carvalho, 30, neodiácono, veio da cidade de Monte Santo, na Bahia. Os pais Crispiniano Andrade Carvalho, 61, e Bazília da Silva Carvalho, 55, expressaram que já notavam no filho os sinais de vocação desde a adolescência, e acolheram com alegria essa escolha. “Estamos contentes e orgulhosos, pois o nosso filho está em um bom caminho”, disse o pai. “Espero que todas as mães sintam a emoção e a alegria que estou sentindo hoje”, expressou Bazília. Grande também era a alegria das esposas, filhos e filhas dos novos diáconos permanentes. Rosineide D’Assumpção Silva, 51, esposa de Elias Júlio da Silva, 53, acompanhada das duas filhas do casal, Renata D’Assumpção Silva, 24 e Maria Luiza D’Assumpção Silva, 17, relatou. “Desde que nos casamos, ele sempre foi envolvido com a Igreja. Elias já havia sido convidado por duas vezes em diferentes épocas para ingressar na Escola Diaconal, mas no primeiro convite as crianças eram muito pequenas. Já na segunda vez, ele aceitou o convite. Nós sempre o apoiamos desde o início, a partir do momento que ele é feliz, nós também somos felizes”. Junto com a sua família, Elias

participa da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no bairro de Sapopemba, na Região Episcopal Belém. “A vocação diaconal é sobretudo uma missão, baseada no serviço ao povo, na liturgia, na Palavra de Deus e na caridade”, expressou o neodiácono permanente.

Ministros da misericórdia de Deus

O Cardeal Scherer centrou sua homilia na missão dos diáconos, que é a de ser uma expressão viva da misericórdia de Deus, em três serviços principais: o serviço da palavra de Deus, indicando o caminho da salvação por meio do anúncio do Evangelho e da formação cristã pela Catequese; o serviço de santificação, ajudando as pessoas a se achegarem a Deus e encontrarem o caminho da santidade nos sacramentos e na oração; e o serviço de caridade pastoral, no serviço aos irmãos, visita aos pobres, doentes e idosos, consolo aos aflitos, levando a todos a caridade de Cristo bom pastor. “A missão dos diáconos é estar perto daqueles que necessitam do amor e da misericórdia de Deus”. As ordenações diaconais deste ano na Arquidiocese tiveram uma novidade: entre os neodiáconos seminaristas – candidatos aos sacerdócio – dois são missionários da Missão Belém e um do movimento Caminho Neocatecumenal. Todos estão incardinados na Arquidiocese de São Paulo.

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Ao final da celebração, o Padre Vittório Morégola, chanceler do Arcebispado de São Paulo, fez a leitura da nomeação e do uso de ordens dos novos diáconos.

Diáconos Transitórios

Gilson Frank dos Reis e Paulo Gomes da Silva Júnior - Comunidade Missão Belém Rafael Alves Pereira Vicente – Região Belém Túlio Felipe de Paiva - Região Belém (Paróquia Santa Bernadete) Bruno Muta Vivas – Região Ipiranga Orisvaldo da Silva Carvalho – Região Santana Ailton Pereira de Amorim – Região Brasilândia

Diáconos Permanentes

Eduardo Migliorini – Região Belém Elias Julio da Silva – Região Belém João Aparecido Bottura – Região Belém Valter Perandré – Região Belém Feliciano Bonitatibus Neto – Região Ipiranga Raimundo Alves Ferreira – Região Ipiranga Cláudio Bernardo da Silva – Região Lapa Marcos Adriano de Sousa – Região Lapa Reinaldo Bonatti – Região Santana


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17 de dezembro de 2015 a 5 de janeiro de 2016 | www.arquisp.org.br


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