Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 60 | Edição 3084 | 13 a 19 de janeiro de 2016
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Junto aos enfermos, o reafirmar da fé e a prática da misericórdia Luciney Martins/O SÃO PAULO
No Ano Santo extraordinário da Misericórdia, O SÃO PAULO inicia série de reportagens sobre as obras de misericórdia, definidas pelo Catecismo da Igreja Católica como “as ações caridosas pelas quais vamos em ajuda do nosso próximo,
nas suas necessidades corporais e espirituais”. Visitar os enfermos é uma dessas obras, que pode ser vivenciada pelos cristãos neste jubileu extraordinário. Como fazê-lo e qual a melhor forma de se comportar diante das pessoas doentes?
As dicas são partilhadas por aqueles que já atuam nessa dimensão misericordiosa na Arquidiocese de São Paulo, especialmente nos grupos de Pastoral da Saúde e nas capelanias católicas nos hospitais.
Páginas 2 e 23
Famílias da periferia tentam Por uma economia promotora reconstruir a vida após enchentes de direitos humanos e ambientais Com as fortes chuvas no início do ano, famílias das periferias contabilizam estragos. Enquanto a Igreja as auxilia, Prefeitura e Governo do Estado divergem sobre responsabilidades por enchentes e deslizamentos. Página 11
Na Paróquia São Vito Mártir, o karatê muda vidas No bairro do Brás, crianças e jovens vivenciam melhorias de concentração, disciplina e persistência, a partir da prática do karatê, uma arte marcial que chegou ao Brasil no início do século XX. As aulas acontecem regularmente na Paróquia São Vito Mártir, com o Professor Corisco. Em 2016, atividade deve se expandir na Paróquia com mais opções de horários para as aulas. Páginas 12 e 13
Curso de Verão, organizado pelo Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular, até dia 14, na PUC-SP, convida a refletir sobre novos caminhos para a economia no respeito à casa comum e à vida.
Página 14
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Cardeal Scherer: ‘O nome de Deus é misericórdia’ Página 3
Lançado em Roma livro-entrevista com o Papa Francisco Página 9
Grávidas têm que deixar Fernando de Noronha para dar à luz Página 10
‘Meio ambiente é dever de todos’, diz ativista ambiental Crianças durante aula de karatê da Escola Pináculo na Paróquia São Vito Mártir, no Brás
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2 | Ponto de Vista |
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Editorial
Obras de misericórdia! Mãos à obra!
N
este ano em que somos exortados e, mais do que isso, desafiados pelo Papa Francisco a comprovar, a experimentar a misericórdia de Deus e a passar essa experiência bonita para os outros, sendo misericordiosos também, faz bem recordar as obras de misericórdia que sempre aprendemos no catecismo e que nunca caíram de moda, ao contrário do que muitos pensam. As obras de misericórdia materiais e espirituais a Igreja as aprendeu com Jesus e vem colocando-as em prática ao longo dos séculos. Papas, bispos, padres, leigos e leigas cristãos alcançaram a santidade sendo misericordiosos. E é incontestável o que nossos pastores estão nos dizendo de várias maneiras:
a credibilidade da Igreja ao anunciar o Evangelho cresce onde ela soma ao anúncio a prática das obras de misericórdia. Quantos famintos e sedentos foram saciados, quantos encarcerados visitados, quantos doentes assistidos, quantos nus agasalhados, quantos sem teto abrigados, quantos mortos sepultados pelas obras sociais de todos os tempos, desde aquela inspiração de Pedro em criar o diaconato para acudir as viúvas e os órfãos da Igreja primitiva. E as obras espirituais? Quantos aflitos foram consolados, quantos sem rumo foram orientados, quantos ignorantes foram esclarecidos, quantos no caminho do erro foram corrigidos, quanto perdão foi oferecido, quantas injustiças foram
suportadas, quanta oração foi oferecida pelos vivos e falecidos. É uma pena que muitos olhem para o passado recente da Igreja com um olhar de crítica. O que são nossas pastorais sociais, que nasceram da escuta dos clamores dos filhos de Deus sem vez, sem voz, lesados em seus direitos, se não uma forma concreta de ser misericordiosos? De que morreram e morrem muitos mártires se não de amor pelos que são lesados em seus direitos, são feridos em sua dignidade de filhas e filhos amados de Deus? Somos filhos de um Deus que se incomoda conosco, que não é indiferente às nossas dores físicas e espirituais. Somos discípulos de Jesus Cristo, que sendo Deus com o Pai e o Espírito Santo,
que sendo Deus no céu, quis ser Deus conosco, em nossa carne e em nosso existir. Somos homens e mulheres ungidos pelo amor de Deus, pelo amor que é Deus. Só nos resta, então, dar um “sim” generoso e alegre ao Papa Francisco que nos convoca e desafia a fazer das obras de misericórdia materiais e espirituais um programa de vida não só para este ano, mas para o resto de nossas vidas. O Papa Francisco crê na capacidade do homem para transformar o mundo marcado pela indiferença para com Deus, com o próximo, com a natureza. Pois então! Repropor as obras de misericórdia como programa de vida é um caminho para essa transformação. Globalizemos o amor, a solidariedade. Mãos à obra!
Opinião
A sequência inconsútil da vida Arte: Sergio Ricciuto Conte
Eduardo Rodrigues da Cruz Há pouco tempo, a atriz Fernanda Torres publicou uma coluna de jornal sobre o aborto (Folha de S. Paulo, 27/11/2015). Mas, ao contrário do que se poderia esperar, não adota a posição típica daqueles que defendem a liberação do aborto, e reconhece a dramaticidade da situação da mulher, de seu cônjuge e do pequeno ser que luta pela vida. Entretanto, ela ainda coloca a questão em termos de “um embate sem solução entre ciência e religião”. Surge, então, a pergunta que motiva a presente reflexão: será que há efetivamente um embate? A Igreja defende que, desde o momento da concepção, a nova vida que se inicia é a de um ser humano diferente da dos pais que a acolheram. Será que isso recebe o respaldo da ciência? Bem, um novo desenvolvimento científico chamado “Evo-Devo” sugere que sim. Trata-se da tradicional embriologia, agora vista sob uma perspectiva evolutiva. Menciono um dos principais cientistas da área, Sean B. Carroll, que tem um livro com versão em português chamado “Infinitas formas de Grande Beleza” (Jorge Zahar Editor: 2006). Nele se mostra como alguns planos básicos e blocos de construção (genes específicos) dão margem à fantástica diversidade da vida, e como esses planos encontram-se já nos embriões. Para o autor, “a embriogênese é um fenômeno
magnífico. Em sapos, a jornada desde o zigoto até o girino leva apenas alguns dias, e os principais eventos ocorrem numa escala de tempo de algumas horas” (página 83). E no caso do ser humano? O ritmo é muito lento, “são necessárias três semanas para formar a região diferenciada da cabeça” (página 85). Nada parece acontecer nos primeiros momentos, o que fez alguns defensores da liberação do aborto falarem que o embrião seria “um bando de células”. Mas o que não é
visível ao microscópio ótico fervilha em uma escala bem menor. Assim que o espermatozoide se funde com o óvulo, um fantástico movimento começa a ocorrer e que, se não houver acidentes de percurso, leva a um bebê bem chorão. Portanto, qualquer divisão que se estabeleça, como zigoto, gástrula, feto, criança etc., ocorre apenas para fins de estudo. Na natureza, o processo é contínuo. Isso pode ser confirmado a partir de outras considerações evoluti-
vas. Devido ao sucesso de nossa espécie, que leva ao bipedalismo e a bebês de cabeça grande, o parto difícil indica que todo bebê nasce prematuro, comparativamente a outras espécies. Com isso, há a extrema dependência que ele tem dos cuidados maternos, e a mobilidade começa apenas depois de muitos meses de vida. O famoso “nove meses” tem um quê de arbitrário, um expediente da natureza para que a mãe não morra durante o parto. Isso acentua a continuidade do movimento a que aludimos anteriormente. A divisão que se estabelece no direito, entre a criança já nascida, com uma série de direitos, e um feto, tratado mais como objeto, reflete uma visão obsoleta de ciência. Do ponto de vista daquilo que hoje se conhece, há que se atribuir os direitos desde a criança já formada para trás, até o indefeso embrião. Isso não quer dizer que a ciência “prove” o que a religião já dizia há muito tempo. Elas apenas indicam que há evidências que favorecem a afirmação de que desde a concepção até a criança nascida não há saltos qualitativos, e que os vários momentos até os quais o aborto poderia ser permitido são convenções humanas que estão ao sabor de opções ideológicas. Portanto, dona Fernanda, não há aqui, de fato, nenhum embate entre ciência e religião. Eduardo Rodrigues da Cruz é professor titular do Departamento de Ciência da Religião da PUC-SP, tendo graus avançados em Física e Teologia; publicou extensamente sobre o relacionamento entre ciências naturais e fé cristã.
As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.
Semanário da Arquidiocese de São Paulo
Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator chefe: Daniel Gomes • Reportagem: Cônego Antônio Aparecido Pereira, Edcarlos Bispo, Filipe David, Nayá Fernandes e Renata Moraes • Institucional: Rafael Alberto e Fernando Geronazzo • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Secretaria de Redação: Djeny Amanda • Assinaturas: Ariane Vital • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Revisão: Maria Aparecida Ferreira • Impressão: S.A. O ESTADO DE S. PAULO • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.
cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo
Acaba de ser publicado, em Roma, o livro “O nome de Deus é misericórdia”, produzido pelo jornalista italiano Andrea Tornielli a partir de entrevistas e longas conversas com o Papa Francisco sobre o tema da misericórdia. Em breve, também estará ao alcance dos leitores em língua portuguesa. Mais que reflexões sobre a misericórdia, apropriadas para o Ano Santo extraordinário da Misericórdia, o livro é um convite a fixar a atenção no centro da fé religiosa: Deus, que é misericórdia, e a se confrontar com a própria atitude religiosa: se quiser ser verdadeira, ela precisa acolher a misericórdia de Deus de maneira confiante, vivendo de forma coerente com ela. Parece fácil, mas o homem teve sempre dificuldades para se confrontar com a misericórdia de Deus: aceitá-la é confessar a própria insuficiência e fragilidade; é reconhecer que nós não somos a última instância de poder e decisão, e que não bastamos a nós mesmos; é fazer as contas com nossos limites e aceitar a mão estendida, o amparo no desalento e a resposta que nos transcende para as questões mais angustiantes. Aceitar a misericórdia de Deus requer uma boa dose de humildade, conceito que anda sumido nas relações humanas e até pode falsear as atitudes religiosas. Na vida social, as-
O nome de Deus é misericórdia sumem-se posturas soberbas diante dos que não conseguem acompanhar o mundo “dos melhores”, muitas vezes feito de vaidades e dissimulações. Os pequenos e fracos podem ter também uma boa ocasião para a autopromoção e para uma bondade apenas de verniz. A misericórdia leva a descer ao nível do outro, na sua miséria, para acolhê-lo no olhar, nos braços e no coração. Nas atitudes religiosas também pode haver soberba e autossuficiência, como já alertou Jesus no caso do fariseu e do publicano, que foram ao templo para rezar. O fariseu foi contar suas vantagens para Deus, como a dizer que já era perfeito em tudo e que Deus lhe devia tanto... Jesus desaprovou essa forma soberba de se relacionar com Deus, que também pode estar presente na lamúria contra Deus, ou quando se colocam todos os males na conta de Deus, sem reconhecer a responsabilidade humana. Essa forma farisaica de praticar a religião, em vez de partir do reconhecimento da soberania de Deus, parte da exaltação da própria vaidade. Ela pode estar presente também no indiferentismo de quem pergunta candidamente: “Deus? Para quê Deus? Não preciso de Deus e resolvo tudo por mim mesmo”. O indiferentismo e o ateísmo prático desconhecem a experiência da misericórdia de Deus, que salva, perdoa, restaura e dá sentido à existência. Mas também pode estar presente na falta de consciência dos
próprios pecados e da necessidade de pedir o perdão a Deus: é a pretensão soberba de assumir a condição de árbitro supremo sobre o bem e o mal: “Pecado? Não tenho pecados e não preciso pedir perdão de nada”. São Paulo, antes da sua conversão, conheceu essa soberba e pretendeu ser perfeito pelo seu próprio esforço, não se dando conta de quanto estava fora do caminho! Mas após o encontro surpreendente com Jesus, às portas de Damasco, ele mudou de ideia e passou a reconhecer: “Jesus Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores, primeiro dos quais sou eu mesmo”. Muitos clamam logo por uma “mudança nas estruturas”, ou até por “modernização da doutrina e da moral da Igreja”. Na verdade, o que a Igreja e a humanidade toda precisam é de um banho de verdade e autenticidade. E faz parte dessa renovação o humilde e sincero reconhecimento de que só Deus é Deus e que o homem não é Deus. Nem por isso, o homem é esmagado ou aniquilado, mas encontra a base do seu verdadeiro valor. Trocar estruturas, sem mudar de atitudes, é como colocar vinho novo em barricas velhas... Deus é todo-poderoso e, por isso mesmo, também pode ser todo misericordioso. A misericórdia faz parte da soberania e supera a justiça da lei. Por ser justo e poderoso, Deus pode perdoar e erguer do pó o indigente, curar o doente, mostrar a luz do caminho e dar o sentido à vida do homem.
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Cidadão honorário do Paraná Luciney Martins/O SÃO PAULO
No domingo, 17, no município de Quatro Pontes (PR), o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, receberá o título de Cidadão Honorário do Paraná, durante o 5º Encontro Nacional da Família Scherer. A homenagem a Dom Odilo foi proposta pelo deputado estadual Nereu Moura (PMDB), e aprovada por unanimidade na Assembleia Legislativa, em novembro do ano passado. “Nascido no Rio Grande do Sul, no município de Cerro Largo, com apenas três anos de idade, mudou-se junto com a família para Toledo, onde viveu, estudou, foi ordenado padre e bispo da Igreja Católica”, recordou Nereu Moura, durante sessão solene no Legislativo paranaense. “Essa homenagem é um justo reconhecimento a este grande cidadão que tantos anos morou em nosso Estado”. A sessão solene no dia 17, às 11h, será na Casa da Cultura de Quatro Pontes (rua Gaspar Martins, 560, centro da cidade). Outras informações pelo telefone (41) 3350-4103.
Delegação islâmica visita o Cardeal Scherer Luciney Martins/O SÃO PAULO
Coordenada por Dar Al Fatwa, representado pelo sheikh Mohamed Al Moghrabi, uma delegação da comunidade islâmica visitou o Cardeal Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, em 22 de dezembro. Na ocasião, foi enfatizado que o islã é uma religião pacífica e se destacou a importância das religiões monoteístas para a construção da paz.
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Liturgia e Vida 2º DOMINGO DO TEMPO COMUM 17 DE JANEIRO DE 2016
O povo predileto ANA FLORA ANDERSON A liturgia de hoje nos ajuda a refletir sobre a relação entre Deus e seu povo. A primeira leitura (Isaías 62, 1-5) sublinha o amor de Deus para com seu povo e seus dons de justiça e de salvação. Aqueles que fazem parte deste povo jamais serão abandonados por Deus, pois são os prediletos de Deus. A segunda leitura (1 Coríntios 12, 4-11) descreve a vida eclesial do povo de Deus. Eles recebem uma diversidade de dons: sabedoria, ciência, curas, fé e profecia. Todos os dons e ministérios são necessários para a vida da Igreja, e nenhum dom pode ser superior aos outros. Todos vêm do mesmo Espírito Santo que é o elo na Igreja.
O Evangelho de São João (2, 1-11) narra a cena do casamento em Caná, cidade perto de Nazaré, na Galiléia. Jesus, seus discípulos e a mãe, Maria, estão entre os convidados. A leitura apresenta duas reflexões importantes. Primeiro, Maria é apresentada como a medianeira da comunidade que está nascendo ao redor de Jesus. Ele não quer chamar atenção no começo de seu ministério com um grande sinal milagroso. Por compaixão, a mãe insiste e Jesus obedece. Em segundo lugar, a narrativa mostra que o sinal milagroso de Jesus é uma manifestação de sua glória, isto é, de seu ser divino. Os discípulos penetram no verdadeiro sentido do sinal e fazem um ato de fé em Jesus, homem e Deus.
Você Pergunta Como orientar os filhos na educação sexual? padre Cido Pereira osaopaulo@uol.com.br
Esta é a preocupação da Maria Antonieta, que mora no bairro do Horto Florestal. Ela quer orientar de uma forma cristã os filhos. Maria Antonieta, eis uma pergunta difícil de responder. Sabe por quê? Porque hoje as crianças têm acesso a informações sobre sexo na escola, nos livros, na internet, nas revistas e até nos jornais. Hoje, há pais que se preocupam com isso, outros deixam as coisas correrem soltas. Por isso, Antonieta, eu estou pensando aqui que em vez de terceirizar a educação sexual dos filhos, os pais devem assumi-la com o diálogo carinhoso e firme, esclarecendo,
orientando, alertando, protegendo... Os pais devem deixar entender aos filhos que podem contar com eles sempre e que não há assunto proibido entre eles. Fica muito bonito os pais dizerem aos filhos que a sexualidade humana não é suja, que sexo não é sujo. Deus colocou a sexualidade humana no homem e na mulher a serviço do amor e da procriação dos filhos. Dizer-lhes que são frutos de uma comunhão de amor entre eles, pai e mãe - é um jeito bonito de se falar em sexo. Ficará muito bem dizer aos filhos que há tempo para tudo. Que a natureza não dá saltos e que haverá de chegar o tempo deles exercerem sua sexualidade com amor, mui-
to amor, com respeito, muito respeito, e dentro do Matrimônio. Quando eu falo deste assunto às crianças do catecismo, eu costumo mostrar um botão de rosa bem bonito, mas fechadinho. Tentar fazer esse botão de rosa se abrir na marra, antecipar a sua transformação numa flor linda, é correr o risco de estragar tudo. O botão de rosa precisa de tempo para se abrir, precisa de cuidados especiais. Assim é a sexualidade na criança e no adolescente. Maria Antonieta, não tenha medo de conversar com seus filhos. Mostre que em tudo o que é bonito e humano está também um projeto divino que, se respeitado, faz a gente ser mais feliz. Boa sorte!
Atos da Cúria NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO Em 27 de dezembro de 2015, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, da Região Episcopal Brasilândia, Setor Pastoral São José Operário, o Revmo. Pe. Aldenor Alves de Lima, pelo período de 6 (seis) anos. Em 26 de dezembro de 2015, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia Assunção de Nossa Senhora, da Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Cerqueira César, o Revmo. Pe. Juarez Pedro de Castro, pelo período de 6 (seis) anos.
Para assinar O SÃO PAULO: Escolha uma das opções e a forma de pagamento. E n v i e e s s e c u p o m p a r a : F U N DAÇ ÃO METROPOLITANA PAULISTA, Avenida Higienópolis, 890 São Paulo - SP - CEP 01238-000 - Tel: (011) 3666-9660/3660-3724
ASSINATURA SEMESTRAL: R$ 45 ANUAL: R$ 78 FORMA DE PAGAMENTO CHEQUE (Nominal à FUNDAÇÃO METROPOLITANA PAULISTA) DEPÓSITO BANCÁRIO Bradesco ag 3394 c/c44159-7 COBRANÇA BANCÁRIA
NOME__________________________________________________________ __________________________________________________________________
NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE COLABORADOR DE PÁROCO
DATA DE NASC. ___/___/____CPF/CNPJ _________________________________
Em 26 de dezembro de 2015, foi nomeado e provisionado Colaborador de Pároco da Paróquia Assunção de Nossa Senhora, da Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Cerqueira César, o Revmo. Pe. Cícero Alves de França, reitor do Seminário de Teologia Bom Pastor, sem prejuízo de suas funções já assumidas na Arquidiocese.
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ENDEREÇO ___________________________________________________________ COMPLEMENTO ______________________ BAIRRO ___________________________ CEP ____________ - ___________ CIDADE____________________________________ ESTADO ______ E-MAIL: ________________________________________________ TEL: (__________) ______________________________________ DATA ____/___/____
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Espiritualidade Educar para mudar o mundo Dom Carlos Lema Garcia
Bispo auxiliar da Arquidiocese e vigário episcopal para a Educação e a Universidade
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e 18 a 21 de novembro do ano passado, tive a oportunidade de participar do Congresso Mundial sobre Educação, promovido pela Sagrada Congregação para a Educação Católica, em Roma. Como se esperava, o ponto alto do evento foi a audiência com o Papa Francisco na Sala Paulo VI. O Congresso começou com a exibição de um vídeo sobre Malala, uma menina paquistanesa que se tornou internacionalmente famosa por lutar pelos direitos das meninas estudarem. Em alguns países, grupos muçulmanos radicais entendiam que as mulheres não deveriam estudar, mas somente cuidar da casa e criar os filhos. Malala provém de uma família muçulmana piedosa, que vive perto de Deus. Num determinado momento, quando vê o sofrimento das pessoas e as injustiças contra a população simples, Malala, sabendo que o general chefe do governo não atenderia seus pedidos, resolve escrever para Deus: “Querido Deus: sei que o Senhor vê tudo, mas há coisas que, às vezes, podem passar despercebidas, sobretudo agora, com o
bombardeio do Afeganistão. Mas acho que o Senhor não ficaria feliz se visse a maneira como algumas crianças da minha rua estão vivendo, num lixão. Deus, me dê força e coragem e me aperfeiçoe, pois quero transformar este mundo num mundo perfeito.” Certa feita, ao voltar da escola, foi baleada por um terrorista talibã, junto com outras duas colegas, dentro do ônibus escolar. Um dos tiros atingiu o seu rosto, ao lado do olho esquerdo, rompeu o nervo facial e afetou o ouvido. O projétil não atingiu a massa encefálica, mas desceu e se alojou num dos ossos do ombro. Passou por muitas cirurgias de reconstrução. “Agradeço a Alá pelos médicos que trabalharam ‘duro’ pela minha recuperação e por nos enviar para um mundo onde podemos trabalhar pela sobrevivência. Algumas pessoas escolhem caminhos bons e algumas escolhem caminhos ruins. A bala que me atingiu fez meu cérebro inchar, roubou a minha audição e cortou o nervo do lado esquerdo do meu rosto em menos de um segundo. E depois desse segundo, milhões de pessoas rezaram por mim, por minha vida, e médicos talentosos me deram meu próprio corpo de volta. Eu era uma boa menina. Meu coração tinha apenas o desejo de ajudar as pessoas. Não fiz nada com o objetivo de receber prêmios ou dinheiro. Sempre rezei a Deus: ‘Quero ajudar as pessoas. Por favor, me ajude a fazer isso’”. Um ano depois, quando estava qua-
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Fé e Cidadania Ano novo, vida nova! se completamente recuperada (ainda permaneceram umas sequelas, como a diminuição da audição e menor mobilidade da face esquerda do rosto), ela vai a Nova York e discursa na ONU. Havia 400 pessoas na assembleia: “...conclamei os líderes mundiais a prover educação gratuita para todas as crianças do mundo: que possamos pegar nossos livros e canetas... São as nossas armas mais poderosas. Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo”. A audiência a aplaudiu de pé. Malala diz uma grande verdade: se queremos mudar o mundo, precisamos investir cada vez mais na educação das novas gerações. Mas devemos lutar por uma educação de qualidade, que promova uma formação realmente integral. Essa foi uma das ideias propostas pelos educadores durante o Congresso em Roma. O Papa Francisco, respondendo às perguntas propostas pelos participantes da audiência, explicou, entre outras coisas, que “educar cristãmente é levar em frente os jovens e as crianças nos valores humanos em toda a realidade. E uma dessas realidades é a transcendência”. A formação nas escolas será verdadeiramente integral com a abertura à transcendência, à busca do sentido da existência em Deus, no cultivo da fé e da religião. Essa é a missão evangelizadora das nossas escolas e universidades católicas. Vale a pena pensar nisso antes de recomeçarmos as atividades escolares deste ano.
Padre Sancley Lopes Gondim Mas quais os critérios para concretizá-la... A pesquisa “Moral e Ética: Quais os Valores que Norteiam os Brasileiros”, levada a efeito pela internet pelo sociólogo Rodrigo Toni, produz rankings de repulsa ou aceitação de 34 atitudes ou temas de debate na sociedade, como: furar fila, pagar propina, votar em corrupto, comprar produto pirata ou roubado, usar álcool e dirigir, traição, separação, reclamar – falar mal de Deus (blasfêmia) etc. Conclui o Sociólogo que “nossa sociedade precisa avançar muito em noções de cidadania e respeito a leis” (Leão Serva, Folha de S.Paulo, 23.11.2015). Moral, “do lat. ‘mores’, ‘costumes, conduta, comportamento, modo de agir’, é o conjunto de normas que orientam a pessoa para a realização de um fim (B. Ávila, Vocabulário de DSI, página 302). Esse “fim” é realizar, pelo exercício da liberdade, a perfeição de sua natureza, entendendo por “natureza humana” tudo o que é idêntico em todos os seres humanos: pensar, recordar-se, criar, amar. Consciente da capacidade de distinguir o bem e o mal, ou seja, aquilo que contribui para o seu melhor desenvolvimento, daquilo que o compromete. Cabe a cada pessoa superar a distância entre sua existência e sua essência, pelo exercício de sua responsabilidade. Cada ser humano traz em si uma imensa plurivalência: poderá ser um sábio ou um ignorante; um santo ou um viciado; um herói ou um bandido. Por meio de experiência milenar, a humanidade vem acumulando um conjunto de preceitos que se tem revelado eficaz para o seu aperfeiçoamento, desde o ponto de vista interior – suas faculdades físicas e mentais; e na sua dimensão exterior, enquanto tem por objetivo as coisas, os outros, Deus e si mesmo. “A moral é, pois, uma ciência normativa, distinguindo-se da ética por seu caráter especulativo” (Idem, página 304). O Concílio Vaticano II afirma a importância de “confirmar os princípios da ordem moral, que têm sua origem na própria natureza humana” (Dignitatis Humanae, 14). O papel da família na transmissão de valores; da tarefa educativa, colaboradora da família e expressão da responsabilidade coletiva na formação do caráter e da sociabilidade; e do cultivo da fé religiosa na elaboração da “vontade de sentido” (V. FRANKL), pela atitude da autotranscendência, são imprescindíveis. O reconhecimento de que existe o “outro” e o “grande Outro”, Deus, é sustentáculo de tudo o que está além do imediatismo e do utilitarismo pragmatista, de quem pretende “viver como se Deus não existisse e como se os outros não existissem”, conforme constata o Papa Francisco. Cada vez mais, temos sido vítimas de atitudes antissociais que grassam em todas as camadas e faixas etárias. Não será suficiente reclamar. Faz-se necessário tomar atitudes e iniciativas, e unir-nos a projetos de efetiva busca de novos comportamentos.
6 | Viver Bem |
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Comportamento
Ano novo: espera ou esperança? Valdir Reginato o caminho não está pronto, deve com ele e criticando-o porque ser construído a cada dia do novo está se tornando tão ruim quanto Iniciar um novo ano leva to- ano que se apresenta. Contudo, os amigos com quem anda?” Sem dos a pensar numa lista de “es- há objetivos, referências, hori- concluir os inúmeros exemplos, peras”. Esperar por mais saúde, zontes, que direcionam o cami- mas para não omitir: “Você tem melhoria de emprego, mais di- nhar. Dizia o filósofo Nietzsche certeza que sua filha de 3 anos tonheiro, poder realizar sonhos, que “quando se tem um porque mará a atitude de ajudar a guarviajar, além das condições do sempre se encontrará um como”. dar os brinquedos falando uma país, da harmonia da família, da O que se precisa saber é por que, vez, sem que ninguém a oriente e relação com os amigos etc. Espe- ou por quem se faz as escolhas ajude por um bom tempo?” Esse rar... Quando apenas se “espera” que determinam as atitudes que alguém deverá ser você a iniciar a parece que se toma uma atitude abrem e constroem o caminho. mudança. passiva em relação a todos esses Os primeiros dias de 2016 já Aqueles que se apresentam acontecimentos. Alguém deverá cheios de boas intenções para o correm. Sem pressa ou afobação, tomar uma iniciativa para que as novo ano, devem acrescentar a seria conveniente fazer a nossa mudanças possam ocorrer. Uma estas ideias: “Como pretendo che- lista com esperança. Andar cada vez que alguém a faça, então a gar a este objetivo?” Será que es- dia sem desanimar pelo que não tou pensando nas condições reais se conseguiu. Corrigir o que não vida poderá melhorar. Lembro-me, ainda na es- do meu cotidiano, cola, de um poema de quatro ou estou imaginanamigos denominados “Alguém, do que tudo deverá Nas palavras do poeta Ninguém, Qualquer Um e Todo mudar, de preferênMundo”. Em resumo, o autor cia nos outros, para espanhol Antonio concluía que quando Ninguém que se possa realizar Machado: “caminhante, não fazia aquilo que Qualquer Um o que desejo? Algu- há caminho, faz-se caminho poderia ter feito, Todo Mundo fi- mas circunstâncias, ao andar.” Na esperança, o cava bravo com Alguém, porque de fato, poderão caminho não está pronto, Ninguém tinha feito aquilo que mudar, para melhor Qualquer Um poderia ter feito. ou pior; mas outras deve ser construído a Por vezes, se vive na vida o tro- serão bem mais di- cada dia do novo ano cadilho do poeta. Todos ficam à fíceis. Como fazer? que se apresenta. espera de Alguém, mas acontece Será que se está disque o que se esperava de Qual- posto a mudar a si quer um, Ninguém fez. próprio, quer em reconhecimen- foi bem previsto. Alegrar-se pelo É preciso agir com esperança to de defeitos que todos têm, quer inesperado que gerou oportunie não com atitude de “espera”. Na pela impossibilidade dos outros dades de crescimento. Animar-se e animar aos demais pelas pequeesperança, não se está passivo, mudarem? Como médico de família, per- nas conquistas de cada dia. Que mas se posiciona numa direção em que as atitudes se comprome- gunto a muitos filhos de idosos: as tuas realizações impliquem tem com objetivos que se acredi- “Você acredita que sua mãe possa sempre em considerar o bem-esta. Não há somente um olhar para mudar aos 82 anos?” Nessa hora, tar do teu próximo, daqueles que uma direção, mas esse olhar é param e reconhecem que não. têm maiores dificuldades, como acompanhado de passos, por ve- Assim, para que algo melhore nos lembra o Papa. Esconder-se zes mais rápidos, outros mais len- não se pode depender da mu- das glórias dos bons resultados; tos, dependendo das dificuldades dança dessa senhora. Da mesma e apresentar-se alegre a cada dia e oportunidades que se apresen- forma, “você acredita que sua es- com mais amor ao trabalho que tam, mas há um caminhar. posa será mais carinhosa se você nos santifica. Com esta esperanEsse caminhar é próprio de continuar chegando tarde todas ça, de não estar só, se caminhará cada um. Nas palavras do poeta as noites com uma cara fechada?”. para um feliz ano novo. espanhol Antonio Machado: “ca- E ainda, “você espera que seu fiDr. Valdir Reginato é médico de minhante, não há caminho, faz-se lho adolescente volte a frequentar família, professor da Escola Paulista de Medicina e terapeuta familiar. caminho ao andar.” Na esperança, a missa aos domingos, brigando
Cuidar da Saúde
‘Doutora, quero fazer um check-up’ Cássia Regina Começo de ano e todo mundo quer se cuidar e chega na consulta pedindo para fazer um check-up. E acha que isso significa fazer um monte de exames, mas não é bem assim. Cuidar da saúde não é passar o dia no laboratório, fazendo exames.
Cuidar da saúde é marcar uma consulta e ver o que seu médico avalia que seja bom para você, após um exame físico, de acordo com sua idade e sua necessidade. Exames solicitados de forma desnecessária podem gerar ansiedade e angústia, além de gastos não previstos. Confie em seu médico, caso ele deci-
da não lhe pedir exame algum. Um exame físico bem feito vale mais que muitos exames complementares. Então, marque sua consulta e acredite: seu médico fará tudo que for melhor para sua saúde. Dra. Cássia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF) E-mail: dracassiaregina@gmail.com
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| Pastorais | 7
Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso
Em preparação à Campanha da Fraternidade Ecumênica “Casa Comum - Nossa Responsabilidade” e “Laudato Si’, Encíclica do Papa Francisco” serão os temas de formações da Pastoral do Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso nos dias 20 e 27 de fevereiro e em 12 de março, sempre das 9h às 12h30. Os encontros, que são preparatórios para a vivência da Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano, são abertos a todos os interessados e contarão com membros das igrejas Armênia Apostólica, Católica Apostólica Romana, Episcopal Anglicana, Luterana do Brasil, Ortodoxa Antio-
quina, Ortodoxa Grega e Presbiteriana Unida, além de representantes do Budismo Zen e da Tradição Afro-brasileira. Em 20 de fevereiro, a formação com assessoria da professora Dra. Márcia Maria Cabreiros será na Paróquia Cristo Rei (rua Maria Eugênia, 104, Tatuapé). No dia 27, na Fapcom (rua Major Maragliano, 191, Vila Mariana), a atividade terá a presença dos representantes da ONG Trata Brasil, da Coleta Seletiva de Reciclado
Chico Mendes e da Coleta de Óleo. Por fim, em 12 de março, também na Fapcom, as conferencistas serão com a Dra. Márcia Maria Cabreiros; a Mãe
(Colaborou Igor de Andrade)
cartaz-a3-romaria-dos-enfermos-rev2.pdf 1 08/01/2016 10:36:02
Divulgação
Ano Santo da Misericórdia Peregrinação dos enfermos e da Pastoral da Saúde 11 de fevereiro de 2016
Pastoral da Criança
Festa de Nossa Senhora de Lourdes Dia Mundial dos Enfermos
Vigilância nutricional infantil será tema de formação nacional rea (IMC), que leva em consideração não só o peso, mas também a altura, para saber se a criança está desnutrida ou com sobrepeso. Diante de tantos indicadores, é necessária uma formação para que os integrantes da Pastoral tenham melhor conhecimento desses conceitos. “Eu acho essa atualização importante, porque somos encarregados de cuidar das crianças. Antes, trabalhávamos com crianças desnutridas, agora são crianças obesas. Por isso, é importante não deixar a formação engessada”, afirmou Aparecida Gonçalves de Jesus, coordenadora da Pastoral da Criança na Arquidiocese de São Paulo.
Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção e São Paulo (Sé) 14h • Acolhida 14h30 • Recitação do Terço 15h • Celebração Eucarística, seguida da Benção da Saúde
"Estive enfermo e vós cuidastes de mim" (Mt 25, 36)
Design DTI-NMD
Entre 26 e 28 de fevereiro, a Pastoral da Criança realizará em Campinas (SP) uma formação de âmbito nacional para aproximadamente 17 multiplicadores, – agentes da Pastoral que repassam conhecimentos para aplicação nas diferentes regiões do País. O objeto de estudo da formação será a vigilância nutricional. A temática foi escolhida por conta do número crescente de crianças com sobrepeso no Brasil. Antes, o trabalho da Pastoral com respeito à nutrição era um acompanhamento mensal com a pesagem das crianças, mas com o tempo se percebeu a necessidade desse trabalho ser feito com base no Índice de Massa Corpó-
Liliana da Oxum, da Tradição Afro Brasileira; e uma monja do Budismo Zen do Brasil.
ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO
(Colaborou Igor de Andrade)
6 1 0 2 J M J A I N Ô L PEREGRINAÇÃO À PO
Fone: (11) 3211-0040 - E-mail: peregrinacao@praxisviagens.com.br - Site: www.praxisviagens.com.br Passagens aéreas
Traslados terrestres
Hotéis 3 e 4 estrelas com café da manhã
Guias em português/ espanhol
Varsóvia Visita panorâmica à cidade
Czestochowa Santuário de Jasna Gora
Cracóvia Transporte para os eventos oficiais da JMJ
Cracóvia Visita ao Santuário da Divina Misericórdia
Wadowice Visita ao Santuário Kalwaria
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Destaques das Agências Internacionais
Filipe David
Correspondente do O SÃO PAULO na Europa
Alemanha/ Europa
Ataques contra mulheres acendem a polêmica sobre a imigração Em Colônia, mais de 500 pessoas prestaram queixa na polícia por terem sido atacadas ou assaltadas na noite do ano novo, das quais 40% foram mulheres vítimas de assédio sexual e pelo menos duas foram estupradas. Segundo testemunhos feitos à imprensa, a maior parte dos ataques foi cometida por grandes grupos de homens com aparência árabe ou do Norte da África. Algumas fontes dizem que até mil homens podem ter participado dos ataques. Até agora, a polícia de Colônia identificou apenas 19 suspeitos, dos quais dez estão no País pedindo asilo. Já
a polícia federal identificou 31 suspeitos, dos quais 18 estão pedindo asilo. Alguns telefones celulares roubados foram encontrados em centros de refugiados. Ataques semelhantes, mas em escala bem menor, também foram registrados em outras cidades da Europa. Uma hipótese investigada pela polícia é que os ataques estejam ligados a um crescente problema de gangues de rua. O assédio sexual faria parte da estratégia dos criminosos para distrair as vítimas enquanto elas são roubadas. Somente após vários dias essas informações começaram a ser integralmente
divulgadas, o que provocou acusações de acobertamento pela polícia. A Alemanha acolheu recentemente centenas de milhares de refugiados, principalmente da Síria. Divulgar informações desfavoráveis aos imigrantes é politicamente incorreto, racista ou de extrema-direita, próprio de grupos considerados violentos ou mal vistos, tais como os “Hooligans contra os salafistas” ou os “Europeus patrióticos contra a islamização do Ocidente”. Depois que o incidente se tornou público e acendeu a polêmica sobre a imi-
França No aniversário do ataque, Charlie faz provocação aos cristãos Por ocasião do aniversário de um ano do ataque terrorista que matou 12 pessoas na sede da revista satírica Charlie Hebdo, uma edição especial da revista retrata Deus como o responsável (imagem ao lado). O ataque de um ano atrás foi cometido por dois irmãos muçulmanos extremistas, Said e Cherif Kouachi, que entraram na sede do semanário armados com fuzis kalachnikov em retaliação contra os desenhos e sátiras feitas pela revista sobre o “profeta” Maomé. No entanto, a ilustração de capa dessa edição não mostra radicais muçulmanos, nem Maomé, nem mesmo Alá, mas sim o Deus dos cristãos como o principal responsável pela violência. Sobre um fundo preto, Ele é retratado com uma barba branca em uma túnica manchada de sangue, carregando um fuzil nas costas e com um símbolo
gração, a Bélgica decidiu criar um curso obrigatório para imigrantes e refugiados sobre o “respeito às mulheres”. Segundo o ministro da imigração, Theo Francken, o objetivo dos cursos é explicar “uma série de regras sobre como se comportar com mulheres, em geral e sexualmente, na nossa cultura ocidental”. Ele justificou a necessidade do curso pelo “alto número de homens jovens solteiros que chegam à Bélgica vindos de uma cultura em que as relações com as mulheres são totalmente diferentes do Ocidente”. Fontes: The Independent/ BBC/ Buzzfeed/ CNN/ The Guardian/ Le Figaro
Reprodução
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sobre a cabeça: o triângulo que representa a Trindade (noção exclusivamente cristã) e o olho que representa sua omnisciência e providência. Para a revista, o problema não é o extremismo de uma parte de uma religião, mas toda e qualquer religião. Alguns comentários que circulam nas redes sociais apontam uma certa “prudência” do hebdomadário, já que zombar dos cristãos parece bem menos arriscado que caricaturar Maomé. L’Osservatore Romano, jornal do Vaticano, traz uma nota sobre a publicação: “Na escolha de Charlie Hebdo, há um triste paradoxo de um mundo cada vez mais atento ao politicamente correto, ao ponto de chegar ao ridículo, mas que não quer nem reconhecer e nem respeitar a fé em Deus de todo fiel, seja qual for a sua religião”. Fontes: Charlie Hebdo/ L’Osservatore Romano
A revista cristã Info Chrétienne responde à ofensa de Charlie Hebdo com um desenho e o título: “Pai nosso, perdoai-os porque não sabem o que fazem”.
Igreja é incendiada em ato de profanação Em Fontainebleau, ao sul de Paris, a Igreja Saint-Louis foi incendiada e teve algumas imagens reviradas,
no que foi provavelmente um ato de profanação. O incêndio destruiu uma imagem da Virgem Maria do século
XIV, um retábulo do século XV e um altar do século XVI. Após o incidente, as autoridades locais estão reforçando
a vigilância em torno de igrejas e outros locais de culto. Fonte: Le Figaro
Turquia Explosão em centro turístico mata 10 pessoas Uma explosão perto da Mesquita Azul de Istambul, na turística zona de Sultanahmet, na terça-feira, 12, resultou na morte de, ao menos, dez pessoas e em outras 15 feridas. Embora as causas ainda estejam sen-
do investigadas, as autoridades de Istambul acreditam que tenha sido um atentado suicida. Testemunhas ouvidas pela emissora CNN relataram que a explosão ocorreu perto do obelisco egípcio na esplanada
perante a Mesquita Azul, aparentemente entre um grupo de turistas. Entre os feridos estão seis alemães, um norueguês e um peruano, que foram internados no hospital de Haseki. A cidade de Istambul recebe, por ano,
quase 10 milhões de visitantes. Representantes da Associação de Turismo de Sultanahmet indicaram ao jornal Hürriyet que o provável ataque é um grande golpe ao turismo de toda a região. Fonte: Agência EFE e CNN (Redação: Daniel Gomes)
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L’Osservatore Romano
Fé é a maior herança dos pais aos filhos Na festa do Batismo do Senhor, celebrada domingo, 10, o Papa Francisco batizou 26 bebês na Capela Sistina (foto). Foram 13 meninas e 13 meninos – na maioria filhos de funcionários do Vaticano. “Não se esqueçam que a maior herança que poderão deixar às crianças é a fé. Fazer de modo que esta não se perca, que a façam crescer. É o que desejo a vocês: que sejam capazes de fazer crescer essas crianças na fé e que a maior herança que elas recebam seja propriamente a fé”, afirmou o Pontífice, na homilia.
Dignidade do Batismo
Após a celebração em que batizou as crianças, o Santo Padre, durante a oração do Ângelus, na janela do Palácio Apostólico, continuou a refletir sobre o Batismo. “Ser batizado comporta a responsabilidade de seguir Jesus”, destacou.
Livro-entrevista do Papa: ‘O nome de Deus é misericórdia’ “O nome de Deus é misericórdia” é o título do livro-entrevista do Papa Francisco ao vaticanista Andrea Tornielli. A obra foi lançada na terça-feira, 12, em 86 países. “O Papa é um homem que tem necessidade da misericórdia de Deus”, confidenciou Bergoglio na entrevista ao jornalista do periódico La Stampa. O Pontífice voltou a reiterar a sua “relação especial” com os prisioneiros. “Cada vez que passo pela porta de uma prisão para uma celebração ou para uma visita, sempre me vem este pensamento: porque eles e não eu?”, afirmou. “A queda deles poderia ter sido a minha, não me sinto melhor de quem tenho diante de mim”, explicou. Francisco também afirmou que, como
Pedro, seus sucessores também são pecadores. “Isto pode escandalizar, mas encontro consolo em Pedro: renegou Jesus e não obstante isto, foi escolhido”, admitiu. Aos aprofundar a missão da Igreja no mundo, o Papa evidencia que, antes de tudo, a “Igreja condena o pecado, porque deve dizer a verdade”. Ao mesmo tempo, porém, “abraça o pecador que se reconhece como tal, aproxima-se dele, fala a ele da misericórdia infinita de Deus”. Nesse sentido, Francisco deseja que “o Jubileu extraordinário faça surgir sempre mais o rosto de uma Igreja que redescubra as vísceras maternas da misericórdia e que vá ao encontro de tantos feridos, necessitados de escuta, compaixão, perdão, amor”.
| Papa Francisco | 9
O Papa explicou, ainda, que no Batismo cristão o Espírito Santo é o artífice principal: “É ele que queima e destrói o pecado original, restituindo ao batizado a beleza da graça divina; é aquele que nos liberta do domínio das trevas, isto é, do pecado, e nos transfere para o reino da luz, ou seja, do amor, da verdade e da paz. Pensemos a qual dignidade nos eleva o Batismo!” Por fim, Francisco deu uma “lição de casa” aos fiéis na praça de São Pedro: que procurem saber qual foi a data do seu Batismo, porque não é uma data qualquer, mas uma data a festejar, “pois é o nosso renascimento como filhos de Deus”. E concluiu: “Que a Virgem Maria nos ajude a viver com alegria e fervor apostólico o nosso Batismo, acolhendo todos os dias o dom do Espírito Santo, que nos faz filhos de Deus”.
Migração é pedra angular do futuro L’Osservatore Romano
O Papa Francisco recebeu no Vaticano, na segunda-feira, 11, os embaixadores acreditados junto à Santa Sé para as felicitações de Ano Novo. No total, a Santa Sé mantém
relações diplomáticas com 180 países. Em seu longo discurso, o Pontífice ressaltou os sinais positivos que caracterizaram 2015 para a Santa Sé, como os inúmeros acordos internacionais ratificados, que demonstram “que a convivência pacífica entre membros de religiões diferentes é possível”. Boa parte de sua fala foi dedicada à emergência migratória, que em 2015 interessou principalmente a Europa, a Ásia e a América, e comentou as razões que levam à fuga milhões de pessoas: conflitos, perseguições, miséria extrema e alterações climáticas. Razões essas que são resultado da “cultura do descarte” e da “arrogância dos poderosos”, sacrificando homens e mulheres aos ídolos do lucro e do consumo, observou o Papa. O Santo Padre defendeu que as migrações “constituirão uma pedra angular do futuro do mundo mais do que o têm o sido até agora” e é a chave para que o extremismo e o fundamentalismo não encontrem terreno fértil. (Por Fernando Geronazzo, com informações da Rádio Vaticano)
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Daniel Gomes e Vitor Alves Loscalzo
Destaques das Agências Nacionais
osaopaulo@uol.com.br
50 mil pessoas são esperadas para o Congresso Eucarístico Nacional A cidade de Belém (PA) sediará, de 15 a 21 de agosto, o XVII Congresso Eucarístico Nacional (CEN 2016), que deve reunir, segundo projeções dos organizadores, 50 mil congressistas, entre os quais aproximadamente 300 bispos e 1.500 padres. Os interessados em participar do evento devem se inscrever no site http:// cen2016.com.br, nas categorias padre ou fiel. No ato da inscrição, o participante irá preencher formulário online, informando os seguintes dados: nome, endereço, diocese ou arquidiocese, paróquia, CPF e telefone.
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Em 1881, foi realizado o primeiro Congresso Eucarístico, em Lille, na França, com a participação de fiéis e bispos de diversos países da Europa. Com o tempo, o evento se espalhou pelo mundo em edições nacionais. No Brasil, o primeiro CEN foi em Salvador, em 1933. O último Congresso foi em Brasília, em 2010. Esta será a segunda vez que Belém receberá a atividade. A primeira foi em 1953. Outras informações pelo telefone (91) 3215-7001 e pelo e-mail comunicacao@cen2016.com.br. Fonte: Canção Nova e CEN 2016 (Redação: Daniel Gomes)
Prefeito de São Bernardo (SP) veta restrição à ideologia de gênero Vereadores de São Bernardo votaram pela proibição da ideologia de gênero na redação do Plano Municipal de Educação (PME), mas a decisão foi vetada pelo prefeito Luiz Marinho (PT), conforme publicado no Diário Oficial do Município em 30 de dezembro. Uma nova discussão sobre a proibição acontecerá na Câmara Municipal em 6 de fevereiro. A ideologia de gênero já é conhecida nas votações dos planos municipais e não raro vem encontrando dificuldades
para ser aprovada. Em São Bernardo do Campo, o primeiro relatório do PME não citava nominalmente o termo, mas continha brechas que possibilitavam a abordagem de gênero às crianças e aos jovens dos colégios municipais. Após a derrota no Legislativo, Marinho afirmou que derrubaria a decisão, alegando falhas na redação. Segundo o Prefeito, a proibição requerida pelo parlamentares estava atrelada, exclusivamente, às escolas municipais, abrindo
brechas à rede privada e estadual. “A justificativa colocada pelo Marinho não tem cabimento, e vamos trabalhar para que o veto do Prefeito não prospere. No Estado, a decisão é do governo. Na rede particular, os pais decidem se colocam seus filhos em unidades doutrinadas por religião ou não. A insistência dele é para assegurar a vontade do PT, que por questão de honra quer aprovar a inserção da ideologia de gênero em São Bernardo”, pontuou o vereador
Julinho Fuzzari (PPS), um dos que votou pela proibição da ideologia de gênero no PME. Rafael Demarchi, também contrário ao veto e pertencente à ala governista, mantém sua decisão. “Não mudarei meu voto. É grande equívoco do Prefeito. Trata-se de clamor da sociedade e foi isso o que fizemos”. Fontes: Diário do Grande ABC e Câmara de São Bernardo do Campo (Redação: Vitor Alves Loscalzo)
Com incêndios em cidades próximas, Custo de vida em São Paulo aumenta 0,77% em dezembro Manaus (AM) tem céu cinzento O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) informou, na segunda-feira, 4, que o custo de vida na cidade de São Paulo cresceu 0,77% em dezembro de 2015 no comparativo com novembro. Os gastos com alimentação ficaram no mesmo patamar que no mês anterior (1,08%), seguidos de saúde (1,54%), transporte (0,91%) e habitação (0,26%). Os itens foram os que mais contribuíram para o aumento de dezembro.
No grupo alimentação, destacam-se os aumentos da cebola (13,10%), abobrinha (10,42%), batata (8,77%), feijão (8,56%) e tomate (8,42%). A taxa do grupo saúde subiu 1,54% devido ao reajuste dos seguros e convênios (2,31%). A alta registrada no grupo transporte se deveu ao aumento do custo do transporte individual (1,33%), em razão dos reajustes do diesel (1,23%), gasolina (1,44%) e álcool (4%). Fonte: Agência Brasil (Redação: Daniel Gomes)
Os moradores de Manaus (AM) estão tendo que conviver com o céu cinzento na cidade, por conta de queimadas em cidades próximas. Entre os dias 1º e 11 deste mês, foram registrados 108 focos de incêndios em 28 municípios vizinhos à capital do Amazonas. O secretário estadual do Meio Ambiente, Antonio Stroski, disse que “o quadro é incomum nesta época do ano e as causas estão sendo investigadas”. Ainda segundo ele, a direção dos ventos no sentido de Norte a Nordeste, associada à umidade relativa do ar de 59%, favoreceram a chegada e acúmulo de fumaça em Manaus. Outro fator é a velocida-
de dos ventos que está em 18 quilômetros por hora, o que dificulta a dissipação da fumaça. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a fumaça no céu da cidade é originária das muitas queimadas registradas a leste de Manaus e no Estado do Pará, conforme as detecções feitas pelos satélites do Programa Queimadas do órgão. O boletim climático do Sistema de Proteção da Amazônia, para o primeiro trimestre de 2016, indica chuvas abaixo da média no leste e no centro do Amazonas. Fontes: Agência Brasil e Portal Em Tempo (Redação: Daniel Gomes)
Grávidas de Fernando de Noronha são obrigadas a dar à luz em Recife “É um pesadelo. Você acha que nunca vai acabar. É uma sensação horrível você estar dentro de um quarto, presa, às vezes sem dinheiro, longe da minha casa e da minha família”. A frase de Laisy Francine Costa e Silva, 19, expressa a dificuldade que as gestantes enfrentam para dar à luz em Fernando de Noronha, um arquipélago de Pernambuco. A jovem precisou sair de casa no séti-
mo mês de gestação rumo à Recife (545 km de distância), para realizar o parto. A única maternidade da ilha, situada no Hospital São Lucas, foi desativada em 2004, sob a explicação de que o custo de manutenção da estrutura era muito elevado para a média de 40 partos anuais. Segundo a Coordenadoria de Saúde, é possível fazer o pré-Natal pela rede pública em Fernando Noronha até o sétimo mês
de gravidez; depois, as grávidas são encaminhadas para Recife com passagens de ida e volta – incluindo as de um acompanhante – pagas. Em casos específicos, podem receber hospedagem em um hotel de Recife, com as três refeições e o transporte para consultas médicas inclusos. A maioria das mães em Fernando de Noronha não é favorável a ter que deixar suas casas e familiares para ter os filhos.
Silvia Souza da Silva, 22, por exemplo, afirmou não ter recebido assistência apropriada para dar à luz a seu primeiro filho, em 2011. “Eles só me deram a passagem e marcaram para eu ir numa clínica. O médico entrou mudo e saiu calado. Tive meu filho em outro hospital, porque uma amiga da minha família fez meu parto”, afirmou em entrevista à BBC. Fonte: BBC (Redação: Vitor Alves Loscalzo)
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Chuvas, enchentes e famílias desabrigadas. Até quando? Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
Renata Moraes jornalismorenata@gmail.com
As fortes chuvas que atingiram a cidade de São Paulo em 1º de janeiro causaram o transbordamento de vários córregos, entre eles, na zona Noroeste, o Ribeirão Vermelho, o córrego do Fogo e o córrego Perus, e, na zona Leste, o córrego Aricanduva e o córrego Lajeado, deixando as regiões em estado de alerta por conta das enchentes, alagamentos e centenas de pessoas atingidas. A família da aposentada Nair de Jesus Santos, 68, que reside há mais de 40 anos no Jardim Rincão, na zona Noroeste, às margens do córrego do Fogo, foi uma das que perderam quase tudo do pouco que tinham. “No momento em que a agua invadiu a minha casa, eu fui resgatada pelos vizinhos. Fiquei tão nervosa com a situação que a minha pressão subiu e passei mal”, relatou. Ela mora em uma casa pequena com seu filho, José Carlos Gonçalves Dias, 49, que sofreu um atropelamento há quatro anos e possui dificuldades de locomoção. Dona Nair estava lavando as roupas que ficaram sujas após a enchente, quando recebeu a equipe de reportagem do O SÃO PAULO, na sexta-feira, 8, e mostrava ainda os estragos da chuva. O saldo negativo resultou na perda do guarda-roupa, uma cômoda, um colchão e a mesa da cozinha com quatro cadeiras. “Sempre que chove forte, perdemos tudo”, lamentou. Ela agradeceu a ajuda que teve da Paróquia São Luís Maria Grignion de Montfort, instalada no bairro. Além da doação de alimentos, a moradora recebeu colchão e roupas e ainda há a promessa de uma mesa e cadeiras, que estão para chegar. Jorge das Graças Patrocínio, 54, mora em frente ao córrego do Fogo há 20 anos e diz que não tem condições de pagar aluguel em um lugar melhor. Ele sublinhou a falta de união dos moradores em cobrar das autoridades melhorias. “Muitos só querem receber as doações no momento da enchente e depois esquecem, não lutam”. Jorge está recolhendo assinaturas para levar à Subprefeitura de Pirituba, pedindo a criação de um muro de contenção junto ao córrego. Segundo a Prefeitura de São Paulo, o córrego do Fogo recebe serviços de zeladoria constantemente. “A Subprefeitura de Pirituba fará limpeza manual nesta primeira quinzena de janeiro para retirar os resíduos que são levados pelas chuvas ou descartados de forma incorreta pela população”. Em nota à reportagem, a Prefeitura informou que a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras realiza estudo técnico para elaboração de obra de extensão de 400 metros do muro de gabião (contenção) às margens desse córrego.
Morte na zona leste
Em outro extremo da cidade, no Jardim Iguatemi, na zona Leste, centenas de
Nair de Jesus mostra o que restou no interior de sua casa após fortes chuvas do início do ano
pessoas ficaram ilhadas e impossibilitadas de saírem de suas casas após o forte temporal do dia 1º. Segundo assessoria do Corpo de Bombeiros, foram quatro chamados de emergência naquela região. Após o temporal, um homem estava desaparecido após cair no córrego Lajeado. Identificado como Rogério dos Santos Oliveira, 35, ele foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros sem vida na tarde do dia 4. Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de São Paulo, o córrego
Lajeado, na Vila Itaim, é monitorado constantemente pelas equipes da Subprefeitura de São Miguel Paulista e pela Defesa Civil. Em dezembro, o córrego teve cerca de 3,4 mil metros quadrados limpos manualmente e 805 toneladas de detritos retiradas por limpeza mecanizada. “A construção de um pôlder (sistema de contenção de enchentes) na Vila Itaim ajudaria a conter alagamentos na região e está prevista como contrapartida do Governo do Estado pelo alargamento da marginal
Esgoto a céu aberto é realidade no Jardim Rincão, onde chuvas geram transbordamentos
Volume de chuvas
Segundo informações do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), da Prefeitura de São Paulo, no primeiro dia de 2016, na região do córrego Ribeirão Vermelho, no Jaraguá, na zona Noroeste de São Paulo, foram registrados 49 milímetros de chuva entre as 18h e às 19h, o que corresponde a 19% do total esperado para a área no mês de janeiro, que é 259,1 milímetros.
O que são polderes?
Estruturas hidráulicas artificiais, uma clássica técnica de drenagem para o controle de enchentes em locais de baixa altitude próximas aos rios. Quando ocorrem chuvas de grande intensidade, eles permitem o isolamento das água e o volume excedente é coletado, armazenado e posteriormente lançado de volta aos rios.
Tietê, de acordo com convênio assinado com a Prefeitura em fevereiro de 2015. Cabe ao município remover as famílias da área, mas antes o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), órgão estadual responsável pela obra, precisa desapropriar os imóveis e apresentar projeto de construção do pôlder, o que ainda não foi feito”, informa a nota enviada à reportagem. Em resposta, o DAEE afirma que “a construção do pôlder da Vila Itaim é uma iniciativa conjunta de Estado e Prefeitura, por meio de convênio que conta com a participação de diversos órgãos como o DAEE, a Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb), a Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) e a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), para retirar centenas de famílias que ocupam indevidamente as várzeas do Tietê e controlar enchentes na região. Pelos termos do convênio assinado em março de 2015, cabe ao município reassentar as famílias. Já ao Estado cabe licitar e construir o pôlder, o que não pode ser feito enquanto as pessoas ocuparem o local”. O DAEE ainda informa que “diferente do que afirma a Prefeitura de São Paulo, o projeto para construção do pôlder já foi entregue”.
Igreja solidária e acolhedora
As portas da Paróquia São Luís Maria Grignion de Montfort, no Jardim Rincão, estiveram abertas para mais de 253 famílias do entorno, que foram acolhidas após perderem tudo com as enchentes. “Desde o sábado, 2, recebemos as famílias vítimas do temporal, moradores do Rincão, Jardim Pan-americano e Taipas, além da ajuda com os donativos recebidos, com a acolhida e o diálogo para as diversas necessidades do povo”, relatou Vitor Galvani Araújo, 24, membro da Paróquia que coordenou a ação de assistência social. Após mobilização nas redes sociais, a igreja recebeu doações de diversas paróquias da Região Brasilândia e de toda a Arquidiocese de São Paulo. Segundo Vitor, além de muitas roupas, chegaram água e alimentos, dados às 253 famílias cadastradas pela Prefeitura e outras pessoas que procuraram a igreja em busca de ajuda. “A Paróquia acabou fazendo um trabalho de assistência social, com a ajuda da divulgação, trabalhando em conjunto também com a Prefeitura. Durante quase uma semana, acolhemos as famílias em suas primeiras necessidades, graças à solidariedade de todos”. A Prefeitura de São Paulo informou que já no sábado, 2, a Defesa Civil e a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social estiveram na Paróquia e distribuíram a 336 famílias kits sociais com cestas básicas, colchões, cobertores e itens de higiene.
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‘Kiaaaaaai!’ na Paróquia?
F
Na Igreja São Vito Mártir, crianças e jovens karatecas aprendem os valores da arte milenar nas aulas do sensei Corisco Vitor Alves Loscalzo
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
O que se espera escutar quando passamos em frente de uma igreja? Cantos litúrgicos, sons de órgãos, o badalar dos sinos ou até mesmo os murmúrios das orações dos fiéis. Mas quem passa perto da Paróquia São Vito Mártir, no Brás, além dos sons que remetem diretamente ao Cristianismo, também pode ouvir o “kiaaaaaai!” dos jovens karatecas. A arte marcial das “mãos vazias”, mais conhecida como karatê-dô, chegou ao Brasil em 1908, quando o navio Kassato-Maru aportou em Santos com imigrantes japoneses. No início, eram poucos os brasileiros que se interessavam pela arte vinda do Japão, de forma que foi realmente difícil disseminá-la no país do futebol. Porém, com muito esforço e fidelidade aos ensinamentos do karatê, a partir da década de 1950, alguns senseis (como são chamados os professores no Japão) passaram a organizar academias nas cidades brasileiras. Paulistas, cariocas e baianos foram os primeiros a recebê-las. A primeira academia de karatê do estilo Shotokan foi organizada pelo professor Mitsuki Harada, na rua Quintino Bocaiuva, no centro de São Paulo. Hoje, para a alegria de pais, professores e, claro, praticantes, o karatê é praticado
no salão da Paróquia São Vito Mártir. Foi a convite do Padre Michelino Roberto, então pároco, e com o apoio do Padre João Bechara Ventura, que, há dois anos, o Professor José Alberto de Siqueira Campos, conhecido como Corisco, iniciou um trabalho de karatê com jovens e adolescentes do bairro Brás, na São Vito. Os mais de 40 karatecas inscritos, tanto meninos quanto meninas, passaram a ter aulas três vezes por semana, exercitando, entre outras coisas, concentração, disciplina e persistência. Assim, o desafio de se tornar faixa preta – e tudo o que isso pode significar – passou a habitar o coração e a mente desses jovens. No entanto, a tradição desta arte marcial e, mais precisamente, o fundador do karatê estilo Shotokan, Gichin Funakoshi, ensinam: aprendê-la verdadeiramente vai muito além de aprender a chutar e socar. Assim como Funakoshi, o sensei Corisco procura usar a arte marcial para educar os jovens, apropriando-se dela como um meio e não como um fim. Portanto, os ensinamentos não se restringem exclusivamente ao dojô (local onde se pratica a arte), podendo – em verdade, devendo – ser aplicados aos estudos, ao trabalho, ao convívio familiar, às relações sociais e, enfim, à vida. Nas palavras de Funakoshi, “o karatê não se limita apenas ao dojô”.
O professor
Foi aos 12 anos de idade que o pernambucano deixou a casa dos pais e seus nove irmãos em São José do Egito (PE). Seu destino? A cidade de São Paulo. Sua meta? O karatê-dô. Após anos de treinamentos, cursos, campeonatos, viagens e – claro – muita luta, José Alberto tornouse o professor Corisco. Com o objetivo de contribuir com a formação humana dos praticantes, principalmente dos jovens, Corisco fundou a Pináculo, Escola Brasileira de karatê-dô. Apesar de grande parte das artes marciais terem suas raízes no Oriente e, portanto, trazerem as filosofias e visões de mundo budista e xintoísta, o Professor procura adaptar o karatê aos valores Ocidentais, apoiando-se nas virtudes do Cristianismo. Exemplo da contribuição católica à Escola Pináculo é a vida de São Damião de Molokai (Damião, o leproso). A partir do livro-áudio de biografia sobre o Santo, Corisco enfatiza a seus alunos os diversos exemplos de coragem e ousadia deixados por ele. O Professor também insiste para que seus alunos aprendam a solucionar as situações adversas, evitando paralisarem-se diante delas, a exemplo de Damião, que não deixou de servir a Deus e ao próximo mesmo sabendo que pegaria lepra.
Arte marcial e esporte são diferentes
“Esporte é uma coisa, arte marcial é outra”, afirma o Professor de karatê.
Na Paróquia São Vito Mártir, no bairro do Brás, o sensei Corisco orienta a prática do karatê par
E acrescenta: “enquanto no primeiro busca-se um resultado esportivo, na segunda, em sua origem, luta-se pela sobrevivência”. Segundo Corisco, diante desse contexto, é mais fácil trabalhar os diversos aspectos da formação humana por meio da arte marcial. Dois exemplos do futebol podem ajudar a compreender essas diferenças. Nas quartas de final da Copa de 2010, no jogo entre Gana e Uruguai, Luis Suárez, atual camisa 9 do Barcelona, impediu – com a mão – o gol que levaria, pela primeira vez na História, uma seleção africana às semifinais. O atacante, punido por um jogo, declarou que fez a melhor defesa do Mundial da África do Sul, além de ter sido ovacionado pelos torcedores da Celeste Olímpica. Igualmente, os argentinos enalteceram
Diego Maradona após o Mundial do México, em 1986. Chamado de El Pibe de Oro (O Garoto de Ouro), o atacante, naquela Copa, garantiu de forma desonesta a vitória da Argentina sobre a Inglaterra. Assim como Suárez, Maradona trocou os pés pelas mãos. Não é por acaso que a foto da Mano de Dios (como Maradona definiu seu gol) está exposta no mural da Historia Argentina, na Casa Rosada. Todos sabem que o esporte em si não levanta a bandeira da desonestidade. Porém, muitos esportes reúnem exemplos da busca pelo resultado e nada mais; exatamente o ponto em que a honestidade pode ser deixada de lado. Além disso, há uma valorização – sobretudo na América latina – da vitória desleal, da cultura de enganar o próximo e de
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Karatê!
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transgredir as regras, por mais que isso não seja defendido pelo esporte em si. As artes marciais também são passíveis de deturpação. Corisco chama a atenção para o cenário que as artes – infelizmente – vivem hoje. “É o que se observa quando assistimos a eventos como o UFC, que carregam o nome das artes marciais (MMA – Mixed Marcial Artes –Artes Marciais Mistas, em português), mas que se assemelham às rinhas de galo, rebaixando o ser humano à condição inferior a dos animais”, pontua o Sensei. Segundo Corisco, em ambientes como o do UFC, valores como respeito e lealdade são deixados do lado de fora do ringue, ao passo que as atenções se voltam exclusivamente às ra jovens e crianças medalhas, à fama, ao dinheiro e à idolatria de homens e mulheres que, via de regra, não se incomodam em ver seu adversário caído e envolto em sangue. Quão longe estão do verdadeiro caminho das artes marciais; é o que, possivelmente, Gichin Funakoshi constataria.
O karatê na São Vito
Paralelamente à formação corporal que o karatê oferece, o Professor Corisco vem trabalhando questões de higiene, boas maneiras e virtudes com os jovens karatecas. Esses temas se tornam ainda mais imperativos em um bairro tão poluído e esquecido como está o Brás atualmente, com alguns lugares tomados pelo comércio e consumo de drogas, e muitas pessoas vivendo em situação de rua. Não é por acaso e nem por simples
regras de etiquetas que o sensei Corisco fala abertamente de temas essenciais à formação humana. É o caso da saúde. Apesar de não considerá-la o maior bem do ser humano, o professor revela uma visão abrangente ao afirmar que a saúde integra corpo, mente e alma. Assim, os jovens karatecas da São Vito escutam do sensei assuntos que, não raro, são esquecidos pelos próprios pais. Bom exemplo é o sono. De forma contundente e sem perder o humor, o Professor pergunta a seus alunos “em que pé que anda” a batalha para ter hora de deitar e hora de levantar? A alegria transborda da garotada quando, de manhã, chegam ao dojô dizendo que venceram a luta contra o despertador, conseguindo levantar no horário que haviam estipulado.
Kimono e uniforme
Questões como alimentação e vestimenta também não ficam de fora das aulas. Tendo em vista o que dizia o bispo húngaro Dom Tihamer Toth (1889-1939) - “o homem não é só alma, senão também corpo; o que se passa na alma transparece de maneira visível no corpo, e os fenômenos próprios da alma refletem-se também no exterior” -, Corisco faz questão de falar do cuidado com as roupas. Como o kimono é a veste tradicional do karatê, é a partir dele que o sensei inicia: “primeiro, aprender a vestí-lo, depois a dobrá-lo e, por fim, a lavá-lo.” Além disso, os karatecas da Escola Pináculo possuem uniformes esportivos e sociais personalizados, usados para eventos, jantares e entregas de faixa. Percebe-se que a relação desses karatecas não está restrita ao dojô; há uma preocupação com a amizade e com o convívio social.
Muitas artes
Os sábados são os dias mais esperados pelos jovens karatecas do Brás. Além de muitas vezes os treinamentos contarem com os já faixas pretas Eduardo Figueiredo (Dudu) e Roberta Alencar, após a prática do karatê é a arte – agora não marcial – que habita o salão da Paróquia São Vito. Crônicas, contos, poesias, histórias, filmes e músicas são trabalhados com as crianças, no sentido de despertar a sensibilidade, a capacidade de interpretação e a percepção da beleza. Em um dos sábados foi promovido um “diálogo” entre os Irmãos Grimm e o cantor brasileiro Sérgio Reis. No conto “O Avô e o Neto”, dos irmãos britânicos, se relata os maus tratos que o avô de uma família sofria, com situações de desprezo e ingratidão; na música “Couro de Boi”, o cantor sertanejo brasileiro declama, de forma dolorida, um velho ditado, cada vez mais atual: “um pai trata dez filhos, mas dez filhos não ‘trata’ um pai”. Estabelecendo uma relação entre
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Lemas do Karatê
1. Esforçar-se para a formação
do caráter 2. Fidelidade para com o verdadeiro caminho da razão
3. Criar o espírito de esforço 4. Respeito acima de tudo 5. Conter o espírito de agressão
a música e o conto, Corisco e um de seus alunos, Pedro Paulo, o PP, expuseram às crianças as riquezas de sentimentos que os Irmãos Grimm e Sérgio Reis transmitiram por meio de suas artes, permitindo aos jovens karatecas maior conscientização sobre o significado da família, e do respeito a todos, desde filhos até os avós. Aquela manhã terminou com o Professor cantando a música a plenos pulmões, levando a garotada ao êxtase.
Próximos passos
Educar os jovens de forma integral é o objetivo da Escola Pináculo. São as múltiplas dimensões da formação, entre as quais vontade, comunicação, inteligência e afetos, que estão presentes nos ensinamentos do Professor Corisco. O karatê na São Vito está iniciando uma segunda etapa. Em novembro, aconteceu uma reunião com aproximadamente 40 moradores do Brás, na qual foi apresentado o trabalho da Pináculo aos pais e aos jovens do bairro. A partir deste ano, haverá mais horários para as aulas, além de palestras e orientações para assuntos como estudo, universidade, trabalho, vocação e reforço escolar. É o próprio karatê que será o “pano de fundo” para essas atividades, visto que é com a prática que se exercitam a atenção, a postura física e a atitude necessárias a tais atividades.
Uma nova vida com o karatê “O karatê tem me ajudado muito, principalmente na área familiar e nos estudos, pois eu me esforço para levar a atenção necessária dos treinos para a sala de aula. O karatê vai continuar me ajudando no colégio, mas, futuramente, também no campo profissional. Além disso, eu espero alcançar a faixa preta”.
Thais Stefany, 15, aluna do 1º ano do Ensino Médio
“Pratico karatê na Escola Pináculo há apenas sete meses, mas isso já está me ajudando bastante. Eu percebi que não me concentrava nenhum um pouco nas aulas do colégio e tinha dificuldade para respeitar os mais velhos. Porém, com os ensinamentos do Professor Corisco, acredito que estou melhorando meu comportamento”.
Kauan Henrique, 11
“Estou achando ótimo a Laura participar dos treinamentos deste karatê, pois ela mudou completamente o comportamento. Duas coisas que mais chamaram a atenção: ela passou a querer lavar os pratos após as refeições e deixou de ser acordada pela mãe. Antes, ela dormia até às 11h, mas passou a acordar cedo e sem ter de ser chamada pelos outros. Além disso, a professora da escola disse que a Laura está mais disposta e alegre, com mais facilidade para se enturmar”.
Maria Vilalba Henrique da Silva, 40, comerciante e mãe da Laura, 10, que pratica karatê
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Na busca de uma economia promotora de direitos humanos e ambientais Temática é destaque no Curso de Verão, na PUC-SP, com a presença de cursistas de todo o Brasil e do exterior Renata Moraes
jornalismorenata@gmail.com
Segue até quinta-feira, dia 14, na PUC-SP, o 29º Curso de Verão, promovido pelo Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (Ceseep). Com a temática “Economia promotora dos direitos humanos e ambientais’, a atividade reúne mais de 300 participantes, em sua maioria jovem, vindos de diferentes estados do Brasil, como Amazonas, Rondônia, Bahia, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Sul, e até de outros países como China, Moçambique, Nigéria e Quênia. A dinâmica do Curso é construída em mutirão por mais de cem voluntários que se preparam durante o ano inteiro. “A filosofia do Curso de Verão busca oferecer uma formação rápida para aquelas pessoas que estão nos trabalhos de base com um custo menor. É um curso que procura servir por meio da partilha dos saberes, do serviço e da gratuidade. Seguindo a metodologia de Paulo Freire [pedagogo já falecido], que procura partir sempre dos saberes das pessoas, buscando unir a arte ao saber mais teórico”, destacou o Padre José Oscar Beozzo, coordenador geral do Ceseep. Em entrevista ao O SÃO PAULO, Padre Beozzo contou que escolha do tema é dividida em eixos relevantes da sociedade e são trabalhados durante um triênio “Em 2016, abrimos um novo ciclo de três anos com o tema da economia que promova os direitos humanos e os direitos ambientais. No próximo ano, o tema será ‘A sociedade e a questão da violência’; e no último, ‘As questões políticas’. As temáticas sempre estão em sintonia com o tema da Campanha da Fraternidade do respectivo ano”. O Curso é dividido em palestras com temáticas específicas tratadas por especialistas, no período da manhã. À tarde, os cursistas participam das tendas formativas. Oficinas de música, poesia, dança e teatro, assim como leitura crítica da linguagem audiovisual, lideranças de grupos populares e arte e es-
piritualidade são alguns dos temas trabalhados nas tendas.
‘O sistema financeiro atual trava o desenvolvimento econômico do País’
O economista Ladislau Dowbor, professor da PUC-SP, palestrou nos dias 7 e 8, sobre o tema “O sistema financeiro atual trava o desenvolvimento econômico do País”. Dowbor chamou a atenção para a importância de que todos leiam assuntos relacionados à economia, pois “enquanto não houver pessoas conscientes, não teremos peso político para cobrar mudanças”. Segundo o Economista, dados do Banco Mundial indicam que 4 bilhões de pessoas “não têm acesso aos benefícios da globalização”, o que se configura como um drama social. “Urge fazer esforços no sentido de realizar uma inclusão social, garantindo igual condição a todos”, afirmou.
Desafios ambientais contemporâneos e o saneamento básico
“Um dos maiores desafios socioambientais hoje são as mudanças climáticas. Esta é a maior crise, pois o impacto dessa mudança é global. A desigualdade social, o acúmulo de riquezas e recursos naturais nas mãos de poucos, e os modos de produção atuais não sustentáveis vão se agravando no contexto das mudanças climáticas. Com isso, as populações mais pobres e vulneráveis são as que mais sofrem, pois detêm menos condições de superação e menos alternativas”, enfatizou Adriana Ramos, comunicadora, coordenadora do Programa de Política e Direito Socioambiental do Instituto Socioambiental (ISA). Entre os dias 9 e 10, a especialista apresentou outros problemas ambientais da atualidade, como a redução dos recursos hídricos e sua poluição, o desmatamento, a extinção de espécies e a destinação dos resíduos produzidos. “Todos eles têm relação entre si, e a maior parte está associada aos nossos hábitos de consumo”.
Campanha da Fraternidade Ecumênica
Na segunda-feira, 11, a temática da Campanha da Fraternidade 2016, que pela quarta vez será ecumênica, foi apresentada por Romi Márcia Bencke, pastora da
Igreja Luterana e secretária-geral do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic). Segundo a Pastora, o tema da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016 precisa ser refletido a partir da pergunta pelos interesses e pelos valores que orientam a vida na Terra. “É olhar para as ações humanas e assumir que elas têm um alto poder de destruição. Refletir sobre a casa comum é reconhecer como o ser humano tem tratado a natureza e como está sua relação com o espaço que habita, pois somos responsáveis pela continuidade do planeta”, analisou. A Pastora ainda enfatizou: “Quando falamos do cuidado com a casa comum, as religiões são fundamentais, pois conseguem realizar um papel importante quando conseguem fazer uma crítica ao sistema”, afirmou, ressaltando que o tema abordado tem muita conexão com a Encíclica Laudato si´, do Papa Francisco.
‘Cuidar bem da casa comum é uma questão de justiça e de solidariedade’
Na manhã da terça-feira, 12, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, esteve no 29º Curso de Verão para saudar os cursistas. Ao discursar sobre o tema do encontro, ele lembrou que a atual crise econômica, as questões de justiça econômica e social aparecem mais agudas. O Cardeal reforçou que quem mais sente os efeitos da crise “são os pobres, o povo mais humilde, os que não têm trabalho e que têm menos possibilidade de se defender”. Dom Odilo destacou três aspectos da Encíclica Laudato si´, enfatizando a importância do cuidado com o meio ambiente. “Cuidar bem da casa comum é uma questão de justiça e de solidariedade”. O Arcebispo ressaltou, ainda, que “Deus colocou o mundo em nossas mãos, sob nossos cuidados para que cuidemos bem, para que não sejamos depredadores deste Jardim, dessa casa comum, para que sejamos cuidadores e bons administradores. É preciso cuidar bem do mundo, dos recursos que esse mundo tem, para que nós continuemos todos a ter o necessário e não só para agora, mas também para o futuro, para aqueles que vêm depois de nós”. (Colaboraram Igor de Andrade, Rafael Alberto, Vitor Alves Loscalzo, Djeny Amanda e Daniel Gomes)
Curso de Verão tem a presença de pessoas de diferentes estados e do exterior, que refletem sobre a economia e os direitos humanos e ambientais; Dom Odilo, arcebispo de São Paulo, saúda os participantes em um dos dias da atividade
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Com a Palavra: Adriana Ramos
‘A sustentabilidade é a melhoria das condições de vida’ Luciney Martins/O SÃO PAULO
Renata Moraes
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Qual a responsabilidade individual ou coletiva para colaborar com uma economia que seja promotora de direitos ambientais e humanos?
O cuidado com o meio ambiente, a casa comum, é dever de todos. Quais as principais mudanças que devem ser feitas tanto no âmbito individual quanto coletivo para promover a sustentabilidade? Como a economia pode promover direitos humanos e ambientais? Quais os avanços nas políticas municipais, nacionais e mundiais que estão sendo feitas, sobretudo diante de um dos maiores desafios socioambientais contemporâneos, as mudanças climáticas? Adriana Ramos, comunicadora e coordenadora do Programa de Política e Direito Socioambiental do Instituto Socioambiental (ISA), que participou, entre os dias 9 e 10, do 29º Curso de Verão, na PUC-SP, falou sobre esses aspectos ao O SÃO PAULO. O SÃO PAULO – O crescimento de
um país pode ser sustentável?
Adriana Ramos - O principal fundamento quando falamos de desenvolvimento é que a sustentabilidade tem que estar associada ao benefício coletivo, a uma lógica que promova a diminuição das desigualdades, no sentido de que o país será sustentável quando conseguir garantir boas condições de vida para todos. A redução das desigualdades passa pela melhor repartição dos benefícios, o que significa reduzir os impactos negativos sobre as pessoas. Por exemplo: se para uma comunidade se beneficiar de um certo tipo de recurso, isso deva gerar um impacto negativo para outra comunidade, então, isso não pode ser considerado sustentável. A sustentabilidade traz o fundamento da igualdade, respeito com as gerações futuras e com a valorização do meio ambiente, ou seja, não devemos olhar para os recursos naturais como recursos que estão a nossa disposição para o enriquecimento pessoal. Estes tem que estar à disposição do bem-estar coletivo. Hoje, temos um desafio muito grande, pois avançamos muito em um modelo insustentável. A mudança desse modelo vai implicar em decisões que vão alterar e impactar aqueles que hoje são reconhecidos como vetores de desenvolvimento e de crescimento do País. São mudanças profundas que precisam ser feitas em algum momento e discutidas desde já. O que não pode nos paralisar é
e contribuem para o bem-estar do indivíduo como todo.
a ideia de que as mudanças são tão grandes e que a gente não vai conseguir fazer. O primeiro passo é discutir e questionar o modelo atual de desenvolvimento para reduzir desigualdades, não só no ponto de vista da distribuição de renda, pois a lógica da geração de renda e a necessidade de promover consumo já apontam para uma perspectiva insustentável.
economizando água, pensando também no futuro e no uso correto dos recursos naturais. Quanto mais cedo você incorpora isso no processo educativo, mais tranquilo será para essa criança no futuro. Assim como ela sabe da importância de escovar os dentes, é fundamental também saber e fazer o uso consciente da água.
Como a mudança de comportamento das pessoas, nas pequenas atitudes diárias, sobretudo na educação ambiental com as crianças, pode contribuir com a sustentabilidade?
Qual a importância da discussão sobre o cuidado com o meio ambiente em todas as esferas da sociedade?
Sem dúvida, as mudanças de comportamento e cultura na promoção de atitudes mais sustentáveis e que colaborem no cuidado com o meio ambiente devem começar na infância. A educação ambiental é uma questão central, pois tivemos muitas iniciativas interessantes, mas houve pouca efetivação. A legislação estabelece que a educação ambiental seja transversal no sistema educativo, de tal maneira que ao trabalhar a geografia, a ciência, a matemática, você traga elementos da educação ambiental, o que é muito mais difícil do que quando há uma disciplina específica de educação ambiental. De fato, esta é mais transformadora, no sentido de que propõe uma reflexão de todo o conhecimento à luz da necessidade de uma perspectiva mais sustentável. O ideal é que a criança entenda, por exemplo, que na hora que ela escova os dentes e fecha a torneira, estará
Discutir esse cuidado já é um reflexo de um processo de construção e um questionamento do modelo atual. Em várias reuniões internacionais como a Rio 92, nem sempre o resultado é muito objetivo. Eu considero hoje a encíclica do Papa Francisco, a Laudato si´, como o resultado desse processo, que vai criando um ambiente favorável de debate, que permitiu à Igreja assumir essa questão, ou seja, tudo faz parte do esforços que foram assumidos por diferentes instituições e pessoas, de levantar questões, de debater e promover a reflexão que vai gerando resultados refletidos em algumas políticas. Por exemplo: as mudanças que estão sendo feitas nas políticas de transporte na cidade de São Paulo. Elas têm uma questão ambiental fundamental, mas também têm uma questão da mobilidade. A sustentabilidade é a melhoria das condições de vida, o resultado ambiental é um dos resultados, mas você tem outros ganhos que acontecem junto
Com pequenas atitudes. A primeira coisa é o olhar como indivíduo: o que eu posso fazer no meu dia a dia para melhorar? Ações como diminuir o uso do carro, dar caronas solidárias, diminuir o tempo no banho e o gasto de água, diminuir o consumo de produtos industrializados. E também escolhendo produtos naturais na sua alimentação diária, mudando a forma que você destina o seu lixo, por exemplo, reciclando os resíduos produzidos. À medida que você consegue fazer isso no seu âmbito individual, você pode trazer esse debate para o coletivo. Seu condomínio faz coleta seletiva. Possui uma política de redução do uso da água? São pequenas atitudes que colaboram com o meio ambiente e podem ser pautadas a todos e geram engajamento. O ideal é ampliar essas pequenas ideias no seu condomínio, no seu bairro, no trabalho, na sua igreja. São várias possibilidades, ampliando o alcance da sua ação em outros níveis. É importante que consigamos fazer com que mais pessoas se engajem e façam sua parte, ajudando a aumentar a consciência, que é a coisa mais importante para pressionar os grandes agentes que possuem maiores responsabilidades, como as empresas e os governos locais.
Em dezembro de 2015 aconteceu em Paris a 21ª Conferência Mundial do Clima (COP 21) reunindo pessoas do mundo todo para discutir as questões das mudanças climáticas. Quais os principais resultados desse encontro?
O principal ganho dessa reunião foi o político, de haver uma declaração forte dos países, no sentido do reconhecimento de que a mudança climática não é uma questão do futuro, mas uma questão que está acontecendo agora. Na prática, as decisões ali tomadas impactam efetivamente em mudanças significativas no contexto das políticas nacionais e das ações das grandes empresas e indústrias. Porém, essa conexão vai depender muito da mobilização da sociedade e de cada país. Para fazerem suas políticas nacionais mudarem, é preciso também que a comunidade esteja mobilizada para pressionar o governo. A sinalização global é muito importante. O acordo avança um pouco no sentido de dizer aos países que é preciso reduzir a emissão dos gases de efeito estufa, diminuindo o aquecimento global. Porém, a materialização disso depende muito das políticas nacionais.
16 | Fé e Cultura |
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Filipe David
osaopaulo@uol.com.br
Dica de Leitura
O Paraíso à porta
“Costumamos ler o Inferno de Dante, mas não o seu Paraíso, porque imaginamos que este seja um vazio puríssimo e uma monotonia de intermináveis cantos de aleluia. Sem temer a contradição, pensamos que o bem-aventurado deve ficar mesmo é de ‘saco cheio’. No entanto, o Paraíso dantesco é muito mais diferenciado e violento que o inferno: Beatriz declara ao poeta: ‘Se você visse o meu riso, seria reduzido a cinzas’. Por isso, ao nos encolhermos em nossos pequenos paraísos artificiais (que se transformam logo, logo em caixões sob medida), colocamos o verdadeiro Paraíso da porta para fora: temos medo do que é maior que nós, receamos a exigência de sua alegria. Do outro lado da porta, no entanto, o Paraíso continua a bater. Ele bate à porta com a vida. Ele nos choca com a morte, desfazendo nossos planos, e quer nos abrir ao inesperado.” (Traduzido e adaptado da descrição do livro em francês). Ficha técnica: Autor: Fabrice Hadjadj Páginas: 416 Editora: É Realizações
Evento
Divulgação
São Paulo e seus tempos modernos Por ocasião do aniversário de São Paulo, a Casa Guilherme de Almeida homenageia a cidade pelo olhar do poeta paulista. Apesar de ter nascido em Campinas (SP), Guilherme de Almeida mantinha uma grande paixão pela cidade de São Paulo, paixão expressa em diversas manifestações artísticas suas, como o brasão da cidade, criado por ele em colaboração com Wasth Rodrigues. Por meio de uma visita temática ao acervo da Casa, que preserva a memória de um período especialmente importante de São Paulo – em que se criou e desenvolveu o movimento modernista –, poderão ser apreciados registros da criação do brasão da cidade (em 1917) e edições originais
de obras dos principais escritores participantes da Semana de Arte Moderna de 1922, expostas nas vitrines do museu. Poderão ser apreciadas, também, crônicas do escritor que revelam seu olhar sobre a Metrópole e sua profunda ligação com ela: em seus textos recolhidos nos livros Pela “Cidade” e “Cosmópolis”, todos escritos na década de 1920; e em seu volume de poemas “Rua”, de 1961, será possível reviver a São Paulo de épocas diversas e ver o nosso momento urbano com um horizonte mais abrangente. A atividade será no sábado, 23, às 14h, na Casa Guilherme de Almeida (rua Macapá, 187, Perdizes). Informações e inscrições em (11) 3673-1883 ou casaguilhermedealmeida.org.br.
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Messi: ‘Mais do que eu sonhava quando era criança’ Fifa
Daniel Gomes
danielgomes.jornalista@gmail.com
“Esse é um momento muito especial para mim: retornar aqui e conquistar a Bola de Ouro mais uma vez, depois de ficar dois anos vendo o Cristiano Ronaldo ganhar. É incrível que seja o quinto, certamente muito mais do que eu imaginava ou do que sonhava quando era criança. Quero agradecer ao futebol, em geral, por tudo que me fez vivenciar de bom e de ruim, pois me fez crescer e aprender tudo que sei na vida”. Sorridente e com um discurso breve, o argentino Lionel Messi, 28, agradeceu por ser eleito pela quinta vez por jornalistas, treinadores e capitães de seleções nacionais como o melhor jogador do mundo. O anúncio do ganhador do prêmio Bola de Ouro da Fifa foi feito na segunda-feira, 11, em cerimônia realizada em Zurique, na Suiça. Vencedor em 2009, 2010, 2011 e 2012, dessa vez Messi foi o escolhido com 41,33% dos votos, contra 26,76% do português Cristiano Ronaldo – ganhador em 2008, 2013 e 2014 – e 7,86% do brasileiro Neymar, que esteve entre os três finalistas pela primeira vez. Campeão do Campeonato Espanhol, do Mundial de Clubes e da Champions League em 2015 com o Barcelona, já acumulando 28 títulos na carreira, Messi confirmou o favoritismo ao Prêmio. “A temporada passada do Cristiano Ronaldo nem foi tão significativa, o Real Madrid não ganhou títulos, mas mesmo assim ele ficou em segundo lugar na votação. Da mesma forma, na temporada anterior quando o Messi não tinha ganhado nenhum título, ficou em segundo.
Fifa
Melhor jogador Lionel Messi - argentino Melhor jogadora Carli Lloyd – norte-americana Melhor treinador Luís Enrique – técnico do Barcelona Melhor treinadora Jill Ellis – da seleção norte-americana de futebol feminino Prêmio Puskás – melhor gol do ano Wendell Lira – brasileiro Prêmio Fair Play (clubes e jogadores que apoiam refugiados) Gerald Asamoha - ex-futebolista alemão, de origem ganesa.
É quase por ‘osmose’ que esse pessoal da bola vota no Messi e no Cristiano Ronaldo”, analisou, ao O SÃO PAULO, Adalberto Leister Filho, diretor de conteúdo do site Máquina do Esporte e professor de pós-graduação em jornalismo esportivo nas faculdades FAAP, FMU e Anhembi Morumbi.
Ícone do futebol?
Antes do anúncio da premiação, Messi deu mais uma prova de seu talento na rodada do fim de semana do Campeonato Espanhol, com três gols na vitória de 4 a 0 do Barcelona sobre o Granada. A atuação rendeu elogios do técnico do time catalão, Luis Enrique. “O que Messi está fazendo vai durar o tanto de tempo que ele quiser”, afirmou o treinador após o jogo. “O fato de ele superar-se dia após dia está ligado à sua personalidade como o joga-
dor número um do mundo”, enfatizou. Para Adalberto, ainda é prematuro dizer se Messi será um dos ídolos da história do futebol mundial. “É preciso que encerre a carreira e passe um tempo, para se dimensionar o tamanho do Messi em relação aos grandes ícones de futebol. O fato de ele ter ganhado cinco vezes o Prêmio e outros atletas terem ganhado menos não significa que o Messi tenha sido melhor que eles. No passado, havia uma disputa mais acirrada”, analisou.
Wendell lira: o brasileiro melhor que Messi
Um brasileiro conseguiu desbancar Messi na eleição da Fifa: Wendell Lira, 27, eleito como autor do gol mais bonito de 2015, feito em 11 de março do ano passado, atuando pelo Goianésia, em um jogo do Campeonato Goiano. Com 1,6 milhão de votos pela internet, o gol dele
superou um de Messi e outro do italiano Alessandro Florenzi, que também concorriam ao Prêmio Puskás. Wendell hoje joga no Vila Nova de Goiás, mas antes da indicação ao Prêmio estava sem clube. Emocionado, ele agradeceu a Deus, a sua família e aos brasileiros, e comemorou por poder estar perto dos ídolos “que eu conhecia só de videogame”. Ele ainda citou a passagem bíblica em que o pequeno Davi supera o poderoso Golias (1 Samuel, 17). “A eleição do gol do Wendell mostra uma coisa legal do futebol: uma cara de um time do interior pode conseguir hoje uma dimensão mundial, um prêmio importante, graças à tecnologia e aos meios de divulgação. Há algumas décadas, provavelmente, ninguém no mundo teria visto um ‘golaço’ do Campeonato Goiano. Isso é um lado fascinante do futebol e deste mundo globalizado”, comentou Adalberto.
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Brasilândia
REDAÇÃO
osaopaulo@uol.com.br
Dom Devair: 1 ano de episcopado Luciney Martins/O SÃO PAULO
Missão Mensagem de Paz organiza o acampamento ‘Jovem, Levanta-te!’ Momentos de oração e espiritualidade, assim como de descontração e convivência fraterna poderão ser vivenciados no 5º Acampamento “Jovem, Levantate!”, que será realizado entre os dias 29 e 31, pela Missão Mensagem de Paz, instalada na Região Episcopal Brasilândia.
O acampamento acontecerá no Rancho São Joaquim, na cidade de Francisco Morato (SP). A idade mínima para a participação é 15 anos. Outras informações sobre como participar podem ser obtidas pelo telefone (11) 2362-8093 ou pelo site http://acampamento. mensagemdepaz.org.br Divulgação
Dom Devair Araújo da Fonseca, após ordenação episcopal em Franca (SP)
A Região Episcopal Brasilândia realizará em 1º de fevereiro, às 20h, na Paróquia São Luís Gonzaga (praça Dom Pedro Fulco Morvidi, 01, Vila Pereira Barreto), missa em ação de graças por um ano da ordenação episcopal de Dom Devair Araújo da Fonseca, vigário episcopal da Região, feito bispo pela imposição
das mãos do Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, nesta data, em 2015, na cidade de Franca (SP). Dom Devair foi nomeado bispo auxiliar da Arquidiocese pelo Papa Francisco em 10 de dezembro de 2014. Também em 1º de fevereiro, o Bispo nascido em Franca comemorará 48 anos de vida Divulgação
Maria Lopes Peixoto
Na manhã do sábado, 9, o diácono Benedito Camargo, atuante na Paróquia Nossa Senhora da Expectação, no Setor Pastoral Freguesia do Ó, esteve no canteiro de obras da Linha 6 do Metrô, na avenida Santa Marina, onde realizou a entronização da imagem da padroeira dos mineiros, Santa Bárbara. Após a bênção, os operários seguiram em procissão carregando a imagem que foi colocada num nicho especialmente construído.
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Peterson Prates
Colaborador de comunicação da Região
Belém
Paróquia Nossa Senhora da Esperança recebe o ‘Ícone do Amor’ A Paróquia Nossa Senhora da Esperança, no Setor Pastoral Sapopemba, recebeu na última semana o ícone peregrino de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, uma réplica fac-símile que está peregrinando pelas comunidades redentoristas da província de São Paulo, em preparação ao Jubileu dos 150 anos da entrega desse ícone de Nossa Senhora aos Missionários Redentoristas. O ícone bizantino tem uma his-
tória longa até chegar a Roma no século XV. Depois de um tempo esquecido, o ícone foi entregue, em 1866, pelo Papa Pio IX aos cuidados dos Missionários Redentoristas, com o pedido: “Fazei-a conhecida em todo o mundo”. Segundo o Padre Valdir Benedito, CSsR, vigário paroquial, “intensificar cada vez mais essa devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, pelo nosso povo que é tão devoto de Maria” é o objetivo Paróquia São Miguel Arcanjo
da celebração do jubileu em 2016, nos 150 anos da entrega do “Ícone do Amor” aos missionários redentoristas, como lembra o lema do jubileu. Rico em detalhes e simbolismos, o ícone guarda belas mensagens, que ao longo da preparação do jubileu vão sendo transmitidas aos fiéis. Desde 27 de junho, data em que se celebra o título do Perpétuo Socorro, a Paróquia Nossa Senhora da Esperança faz peregrinar pelas famílias de toda Paróquia oito ícones, a fim de promover e incentivar a devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. O ícone bizantino deve permanecer por 15 dias na Paróquia e vai percorrer suas sete comunidades. “Que os fiéis, principalmente os que sofrem dificuldades e tribulações da vida, nunca percam a esperança e que possam encontrar em Maria aquela mãe que estende sua mão e que ajuda o seu filho”, expressou Padre Valdir. Por determinação do Papa Francisco, será concedida indulgência plenária a todos aqueles que até 27 de junho de 2016 fizerem
Peterson Prates
Réplica do ícone de Nossa Senhora
uma peregrinação à Igreja de Santo Afonso, em Roma, onde se encontra o ícone original, ou a qualquer igreja redentorista para veneração do ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
Festa de São Sebastião em Sapopemba No domingo, 10, o Padre Reuberson Ferreira, missionário do Sagrado Coração, foi apresentado como novo vigário da Paróquia São Miguel Arcanjo, no Setor Pastoral Conquista. Padre Reuberson exercia anteriormente seu ministério na Paróquia-santuário Nossa Senhora do Sagrado Coração, também na Região Belém. Na foto, ele está ao lado do Padre Alex Sandro Sudré, MSC, pároco da São Miguel Arcanjo.
A Paróquia São Sebastião (rua Tenente Godofredo Cerqueira Leite, 300), no Setor Pastoral Sapopemba, realiza a festa do Padroeiro neste mês. No dia 18, às 18h, haverá a
reza do Terço Missionário; No dia 19, às19h30, haverá missa em preparação à festa; e no dia 20, às 19h30, na memória do mártir São Sebastião, ocorrerá a missa solene ao Padroeiro.
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Santana No Asilo Jaçanã, a solidariedade do Natal é diária
Diácono Francisco Gonçalves
Colaborador de comunicação da Região
Diácono Francisco Gonçalves
Procissão inicial da missa de Natal presidida por Dom Sergio de Deus Borges no Hospital Geriátrico Dom Pedro II, no Jaçanã
A manhã de Natal para idosos e doentes no Hospital Geriátrico Dom Pedro II, mais conhecido como Asilo do Jaçanã, em 25 de dezembro, começou com missa presidida por Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, e Frei Guilherme Anselmo, responsável pela capelania do Hospital. Frei Guilherme ressaltou que mais que as celebrações na capela,
o grande trabalho dos religiosos e da equipe de voluntários é visitar os quase 400 pacientes do asilo, levando-lhes assistência espiritual, já que muitos deles não podem se locomover ou pelo próprio sofrimento de vida estão afastados da religião. “A pastoral aqui é de convivência, de encontrar as pessoas, de abraçá-las”, afirmou Frei Guilherme O perfil dos pacientes, por se tratar de hospital geriátrico, é constitu-
ído de idosos com doenças sem cura ou com debilidade social, pessoas sem família e indigentes. Alguns estão no Hospital desde que nasceram, quando foram deixados na famosa “roda” que era instalada nos muros das Casas de Misericórdia e conventos para o recebimento de recém-nascidos abandonados. Naquela época, após a criança ser colocada numa porta giratória, a pessoa que estava entregando o bebê girava a
roda e puxava uma corda com um sino para avisar que uma criança acabara de ser abandonada. Como o Asilo do Jaçanã tinha um convento das irmãs de São José de Chambéry, que cuidavam da capelania em seu início, muitas daquelas crianças, hoje já adultas, ainda encontram-se no local. O prédio, inaugurado em 1911, foi projetado e construído por Francisco de Paula Ramos de Azevedo, no bairro do Jaçanã, conhecido na época como chácara do Guapira. No terreno, pertencente à irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, já funcionava a Colônia dos Lázaros, já que na época a hanseníase provocava um grande medo na população e os doentes viviam isolados no local distante do centro da cidade. Frei Guilherme é o superior geral da Congregação Missionária de Santo Inácio de Antioquia e reside na capelania com os noviços da Congregação. Neste ano, devido ao trabalho intenso, três novos frades serão agregados.
PJ atenta à economia e aos direitos humanos e ambientais Integrantes da Pastoral da Juventude (PJ) da Região Santana participam, até o dia 14, do Curso de Verão 2016, promovido pelo Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (Ceseep), com o tema “Economia Promotora dos Direitos Humanos e Ambientais”, em consonância com a Campanha da Fraternidade deste ano, que coloca em debate as relações com o meio ambiente e o saneamento básico. Cinco jovens da equipe de coordenação e da assessoria da PJ de Santana participam do curso. A atividade é parte do processo de formação da equipe, que neste ano
Arquivo pessoal
Integrantes da PJ de Santana participam do Curso de Verão na PUC-SP
promoverá ações formativas para a juventude da Região. “Este é segundo ano que partici-
po do Curso de Verão e sinto uma grande alegria. Todo ano são novas vivências, partilhas e a alegria de
celebrar. Neste ano, a reflexão sobre o cuidado com o planeta e com os seres que o habitam, fazem com que possamos mudar nossas atitudes egoístas para com estes”, afirmou Mariana Souza, da Paróquia Santa Terezinha do Jaçanã. Flávio Caetano, coordenador da PJ na Região Santana, enalteceu a realização do Curso de Verão. “Com ótimas formações, o Curso também nos faz entender melhor a proposta do Reino junto com irmãos de diversas regiões do Brasil. Sempre bem animado e com uma espiritualidade ecumênica, o Curso é construído pela partilha de todos” opinou.
Diácono Francisco Gonçalves
Pascom Região Santana
A Paróquia Santa Joana D’Arc promoveu em 25 de dezembro um almoço natalino para crianças carentes. Esse trabalho dos voluntários da Paróquia, orientado pelo Padre José Roberto Abreu de Mattos, pároco, forneceu para aproximadamente 1.500 crianças, junto com seus familiares, almoço e presentes.
Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, recebeu em sua residência, em 23 de dezembro, os funcionários da Cúria de Santana para a confraternização de final de ano. Após presidir missa, o Bispo ofereceu um almoço para seus colaboradores.
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Ipiranga
REDAÇÃO
osaopaulo@uol.com.br Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus
Em 27 de dezembro, na festa litúrgica da Sagrada Família, Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, presidiu a missa das 10h na Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, do Setor Pastoral Imigrantes. A missa foi concelebrada pelo Padre Uilson dos Santos, pároco.
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Elis Facchini
De 4 a 10 de dezembro, aconteceu a Assembleia Regional (Região Brasil) da Congregação das Religiosas de Nossa Senhora de Sion, no Centro de Formação Sagrada Família, instalado na Região Episcopal Ipiranga. Na ocasião, foram eleitas as representantes para o Capítulo Geral da Congregação. Paróquia Nossa Senhora Aparecida
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Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, presidiu na noite de 31 de dezembro missa na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, do Setor Pastoral Ipiranga. A celebração também foi no contexto do Dia Mundial da Paz, festejado em 1º de janeiro.
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ASSOCIAÇÃO DAS DAMAS DA CARIDADE DE SÃO VICENTE DE PAULO CNPJ/MF Nº 60.904.711/0001-12
A ASSOCIAÇÃO DAS DAMAS DA CARIDADE DE SÃO VICENTE DE PAULO , inscrita no CNPJ/MF Nº 60.904.711/0001-12, com sede na Alameda Barros, nº 539, no Bairro de Santa Cecilia, no Município de São Paulo, Estado de São Paulo, nos termos dos artigos 16, 17 e 18 do seu Estatuto Social, por meio de sua Presidente Sra. Maria Celeste Bueno Bussamara, convoca as suas associadas a participar da Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária, que será realizada em 26 de Janeiro de 2016, às 13h00, em primeira convocação, ou às 14h00, em segunda convocação, na sede da Associação, à Alameda Barros nº 539, bairro de Santa Cecília, no Município de São Paulo, Estado de São Paulo, para deliberar sobre a seguinte ordem do dia:
Sé
REDAÇÃO
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Padre Juarez de Castro assume Paróquia Assunção de Nossa Senhora
Nilda Jardim
1) Alienação do Prédio e respectivo terreno do imóvel localizado na Rua Pamplona nº 1.755, 1757, 1761 e 1765, contribuinte 014.065.0031-3, matricula 71.208 do 4º Cartório de Registro de Imóveis de São Paulo; 2) Ratificação da alienação do imóvel da Av. Rangel Pestana nº 1039, 1043 e 1047, transcrição nº 32.082 do 3º Cartório de Registro de Imóveis da Capital e do imóvel da Rua Fradique Coutinho nº 258, transcrição nº 28.532 do 1º Cartório de Registro de Imóveis da Capital, já autorizados. 3) Aprovação da Locação de parte do Imóvel da Alameda Barros nº 539; 4) Aprovação da Venda do Potencial Construtivo dos Imóveis da Alameda Barros nº 539 e da Rua Turiassu nº 966 a 990; 5) E outros Assuntos de interesse da entidade. Nos termos dos parágrafos quarto, quinto e sexto do artigo 18 do Estatuto Social, as Associadas poderão fazer-se representar por outras Associadas por procuração, outorgada com poderes específicos, indicando data da assembleia, a ordem do dia e o conteúdo do voto, com firma reconhecida por autenticidade, ficando limitadas a três outorgantes por núcleo, sendo que caso haja mais de três Damas representadas vinculadas ao mesmo Núcleo, apenas três votos serão considerados válidos. São Paulo, 12 de Janeiro de 2016. Maria Celeste Bueno Bussamara Presidente
Dom Eduardo dá posse ao Padre Juarez de Castro na Paróquia Assunção de Nossa Senhora
Os fiéis da Paróquia Assunção de Nossa Senhora, no Setor Pastoral Cerqueira César, lotaram a igreja matriz em 26 de dezembro para a missa de posse do novo pároco, Padre Juarez de Castro, presidida por Dom Eduardo Vieira dos Santos, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé. Na oportunidade, também houve a apresentação do Padre Cícero Alves de França como colaborador do pároco, função que acumulará à de reitor
do Seminário de Teologia Bom Pastor. Como parte dos ritos de posse, o novo Pároco recebeu das mãos de Dom Eduardo as chaves do templo e do sacrário, e foi lido o decreto de nomeação e provisão do Pároco e do Colaborador do Pároco. Ao final, Padre Juarez agradeceu ao Cônego Severino Martins da Silva Filho, pároco anterior, pelo anos que atuou na Paróquia. (Com informações do Facebook da Paróquia Assunção de Nossa Senhora)
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‘Te vimos doente e fomos te visitar’ Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
Na primeira série de reportagens sobre as obras de misericórdia, O SÃO PAULO destaca a atenção aos enfermos Daniel Gomes
danielgomes.jornalista@gmail.com
Às vezes, ela está acompanhada, e em outras ocasiões vai sozinha. Ao chegar em cada leito, ela se apresenta, fala que é católica, conversa com a pessoa hospitalizada e pede que a acompanhe na oração do Pai Nosso. Há mais de 20 anos, essa é a rotina de Marlene dos Santos Leque, 71, integrante da Pastoral da Saúde da Paróquia Nossa Senhora das Dores, na Região Brasilândia, que regularmente visita os doentes no Hospital Geral de Taipas, na região Noroeste de São Paulo, onde sempre na terceira quinta-feira do mês também é celebrada a missa pelos enfermos. “Os doentes ficam surpresos quando a gente chega para a visita. Ficam atentos ao que a gente fala, acham bom e a família também agradece”, detalhou ao O SÃO PAULO. Neste Ano Santo da Misericórdia, os católicos são convidados a seguir o exemplo de dona Marlene e das demais pessoas que visitam os enfermos ou realizam outras obras de misericórdia, definidas pelo Catecismo da Igreja Católica (2447) como “as ações caridosas pelas quais vamos em ajuda do nosso próximo, nas suas necessidades corporais e espirituais”. Mais que uma ação facultativa, as obras de misericórdia são um dever dos cristãos, conforme indica o Papa Francisco na Misericordiae Vultus, bula de proclamação deste Jubileu extraordinário: “não podemos escapar às palavras do Senhor, com base nas quais seremos julgados: se demos de comer a quem tem fome e de beber a quem tem sede; se acolhemos o estrangeiro e vestimos
Obras de misericórdia corporais (materiais)
Dar de comer aos que têm fome Dar de beber a quem tem sede Prover os que não têm o que vestir Acolher o estrangeiro Assistir os doentes Visitar os presos Sepultar os mortos
Obras de misericórdia espirituais
Ajudar os que têm dúvidas Ensinar os que não sabem Aconselhar os pecadores Consolar os aflitos Perdoar as ofensas Suportar com paciência as injustiças Rezar a Deus pelos vivos e mortos
Capelania Católica no Instituto de Infectologia Emílio Ribas é uma das ações da Arquidiocese na atenção aos enfermos; agentes da Pastoral da Saúde visitam doentes em hospitais e casas
quem está nu; se reservamos tempo para visitar quem está doente e preso (cf. Mt 25, 31-45)”. “O chamamento do Papa é de voltarmos à essência do Evangelho, que é sermos a presença do amor misericordioso para com os que sofrem”, analisa o Padre João Inácio Mildner, assessor eclesiástico da Pastoral da Saúde da Arquidiocese de São Paulo e há 24 anos capelão do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Padre João considera que a visita aos enfermos deve sempre expressar o amor misericordioso de Deus, algo que, para ele, ganha ainda mais sentido no Ano Santo da Misericórdia. O Sacerdote destaca, no entanto, que a primeira vivência da misericórdia deve ser na família. “Se eu não souber usar de misericórdia com quem é da minha carne, do meu sangue, não adianta ir para fora de casa para praticar isso”.
A postura diante da pessoa enferma
Com o chamado à vivência das obras de misericórdia durante este jubileu extraordinário é esperado que os fiéis possam praticá-las. No caso específico da visita aos enfermos, algumas pessoas têm dúvidas sobre como se comportar diante de uma pessoa adoentada. Com base na experiência de mais de duas décadas como capelão do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, o Padre Anísio Baldessin, diretor do Instituto Camiliano de Pastoral da Saúde, escreveu o livro “A Assistência espiritual aos doentes – o que e como fazer?” (Edições Loyola, 2015). Padre Anísio recorda, no livro, que ao encontrar-se com os enfermos, Jesus lhes oferecia solidariedade. “Por isso, ao visitar os doentes, em casa ou no hospital, devemos sempre lembrar que ser solidário é nossa primeira e mais importante atitude. Ou ainda, colocar-nos
numa condição de necessitado para eliminar possíveis preconceitos e grau de superioridade é algo muito importante. Ao mesmo tempo, devemos estar conscientes de que temos algo para oferecer (presença, escuta, compreensão, respeito), que pode ajudar o doente. Além disso, aprender de Jesus que a única relação saudável é a relação interpessoal no dar e no receber gratuitamente”. Outra dica do Padre Anísio é que ao visitar o doente, se evite “‘cair no vale de lágrimas’ contando histórias semelhantes, que invés de ajudá-lo, aumentam ainda mais seu sofrimento. Ao contrário, caminhe com ele, ouça suas angústias e preocupações, em um primeiro momento, fale daquilo que ele quer falar. Enfim, procure proporcionar alegria e bem-estar para os doentes”. O Sacerdote camiliano também lembra que quem se dispõe a visitar uma pessoa enferma deve se preocupar mais em estar presente com ela do que com aquilo a ser dito ou feito. “A primeira finalidade da visita não é fazer desaparecer as dores e os problemas daquele que sofre, mas ajudá-lo a enfrentá-los, de maneira criativa, para o próprio crescimento”. Outra indicação do Padre é que “todas as vezes que você sair de casa para visitar algum doente, seja em casa ou no hospital, o faça de maneira muito humana, ou seja, não prepare dicas, discursos ou formule conselhos. Faça a visita de maneira natural”. Padre Anísio recomenda, ainda, que se evite fazer muitas perguntas aos doentes, que não se use da oração como recurso para encurtar o tempo da visita e que não se tente impor convicções religiosas à pessoa visitada.
Arquidiocese solidária aos enfermos
Por meio das capelanias em hospitais e da ação voluntária dos fiéis na visita às casas e hospitais, a Igreja em São Paulo
presta assistência misericordiosa aos enfermos. Padre João Mildner destaca que a Pastoral Saúde está aberta à participação de novas pessoas e que este ano acontecerão cursos com turmas nas seis regiões episcopais, além de um novo curso sobre a Pastoral da Saúde Hospitalar, que visa preparar os integrantes da Pastoral para atuar nos hospitais. “Essa é uma novidade para 2016. Basta a pessoa procurar a Pastoral da Saúde de sua paróquia para ser informada quando e em qual local mais próximo de sua casa acontecerá o curso. Também é possível se informar pelo e-mail pejimps@gmail.com”, detalha. Em 27 de fevereiro, às 9h, na Paróquia Nossa Senhora da Saúde (rua Domingos de Morais, 2.387, Vila Mariana), o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, realizará a missa de abertura dos cursos, após a qual haverá a aula inaugural. Como lembra o próprio Cardeal Scherer na Carta Pastoral “Misericordiosos como o Pai”, “se o ensino e o estímulo à prática das obras de misericórdia foram deixados indevidamente de lado, o Ano Santo pode ser uma boa ocasião para reintroduzir essas boas práticas cristãs nas pregação e na vida diária”. “Fazer essa visita aos doentes no hospital para mim tem sido muito bom. Posso ver, de fato, como as coisas da vida são e o quanto as pessoas precisam de carinho”, conta dona Marlene sobre a obra de misericórdia que realiza cotidianamente.
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