Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 61 | Edição 3087 | 3 a 10 de fevereiro de 2016
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Evangelizar é convite final do Ano da Vida Consagrada Luciney Martins/O SÃO PAULO
Aconselhar os pecadores à luz do Cristo é obra de misericórdia No Ano Santo extraordinário da Misericórdia, o Papa Francisco convida a refletir sobre as obras de misericórdia e a praticá-las. Admoestar os pecadores ou corrigir os que erram é uma dessas ações, que deve ser pautada no amor e orientada nos ensinamentos de Jesus e da Palavra de Deus. “Com o passar do tempo, a prática da correção fraterna, aliada à docilidade para se corrigir, facilita o caminho da santidade”, comenta Dom Carlos Lema Garcia, vigário episcopal para a Educação e a Universidade.
Página 14
Religiosas cumprimentam o Cardeal Scherer após missa de encerramento do Ano da Vida Consagrada na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora
Terminou na terça-feira, 2, o Ano da Vida Consagrada. No Vaticano, o Papa Francisco ressaltou que os consagrados e as consagradas são chamados a serem homens e mulheres promotores da cultura do encontro pelo testemunho de vida. No mesmo dia, em missa com consagrados na Arte: Sergio Ricciuto Conte
Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, no Bom Retiro, o Cardeal Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, desejou que o ano tenha permitido à vida consagrada encontrar ou se reencontrar nos serviços de evangelização.
Página 23
No enredo de marchinhas, os problemas do Brasil
Em meio à crise econômica, escândalos de corrupção, reclamações sobre as gestões públicas, fases da Operação Lava Jato e centenas de outros problemas, o Brasil viverá, entre os dias 5 a 9, o carnaval, a festa mais popular do País. O brasileiro cairá na folia, mas diferentemente do que pensam alguns, essa alegria também será marcada por posicionamentos expressos nas tradicionais marchinhas, com críticas ao atual cenário nacional, sátiras aos políticos e chamando a atenção para os problemas sociais.
Página 12 e 13
Dom Odilo: Quaresma é tempo de misericórdia Em artigo, o Cardeal Scherer comenta que a mensagem do Papa para a Quaresma reforça a proposta deste Jubileu: renovar a fé e a religiosidade com ações misericordiosas e a partir da misericórdia de Deus.
Página 3
Família é tema do Curso Anual dos Bispos do Brasil Entre os dias 26 a 29, a Arquidiocese do Rio de Janeiro realizou o 25º Curso Anual dos Bispos do Brasil, tendo os desafios e as perspectivas sobre a família como tema refletido por cerca de cem bispos.
Página 10
Dom Devair comemora primeiro ano de episcopado Página 18
OMS faz alerta mundial sobre a microcefalia na América Latina Página 8
Celam projeta ‘uma Igreja em saída, pobre e para os pobres’ Página 11
2 | Ponto de Vista |
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Editorial
Fraternidade, ecologia e misericórdia
N
esta Quaresma, a Campanha da Fraternidade Ecumênica (CF) com um tema ambiental, “Casa comum, nossa responsabilidade”, nos dá a oportunidade de mergulhar mais e mais na conversão ecológica proposta pelo Papa Francisco na Encíclica Laudato si’. A ecologia integral nos permite um novo olhar sobre o saneamento básico, que é a questão ambiental mais enfocada nesta CF. Já na abordagem do problema sob o ponto de vista técnico e científico, devemos ver não só o dado específico da falta de água ou de esgoto, mas localizar este dado dentro de um contexto mais amplo e sistêmico.
Ao fazer isso, veremos que numa cidade como São Paulo, o saneamento básico não pode ser dissociado de toda a questão urbana e das desigualdades sociais que se revelam nas diferenças de qualidade de vida em bairros ricos e pobres. Veremos como uma racionalidade tecnocrática e viciada pela lógica do poder constrói uma cidade voltada para uma suposta eficiência e a redução de custos, mas não para o desenvolvimento integral da pessoa. Os problemas ambientais exigem ações políticas planejadas e responsáveis. A crise de água e energia que ameaça várias regiões brasileiras, a falta de ações preventivas que impedissem o rompi-
mento da barragem da Samarco em Minas Gerais e a errática batalha contra o desmatamento da Amazônia são exemplos de como os governantes brasileiros estão longe dessa postura. A CF nos convida a um compromisso político com o tema ambiental, o que exige o diálogo solidário. Em temas como, por exemplo, o das áreas de proteção ambiental dos mananciais, que na Grande São Paulo estão sendo ocupadas por populações de baixa renda, só este diálogo solidário permitirá soluções que contemplem tanto o direito de toda a população de ver essas áreas protegidas quanto aquele das populações pobres de terem moradia.
Além disso, o material de estudo da CF apresenta vários exemplos de ações que cada um pode tomar em sua casa, seu bairro, entre seus amigos, para preservar o meio ambiente, tais como redução do consumo de água, separação de lixo reciclável etc. Tudo isso, na perspectiva da ecologia integral da Laudato si’, depende de um coração capaz de perceber toda a criação como um dom do amor de Deus e de se solidarizar com os irmãos. Aqui o tema da CF se encontra com o Ano Santo extraordinário da Misericórdia, pois é do coração do Papa Francisco, tomado pela misericórdia de Deus, que nasceu a proposta dessa ecologia integral.
Opinião
A identidade de gênero e a destruição da família Arte: Sergio Ricciuto Conte
Gilberto Haddad Jabur A teoria ou ideologia de gênero, segundo a qual a identidade feminina ou masculina se constrói ao sabor da pessoa, pouco importando a existência das características essenciais que conformam os sexos masculino e feminino, foi hábil e enganadoramente embutida na agenda mundial, sob o (falso e) sempre bem-visto signo da igualdade entre os sexos. Mundo afora, notam-se, há muito, os resultados dessa destruidora tendência que pretende substituir os pais na primordial tarefa de definir os rumos pessoais e morais de seus filhos. Na Suécia, criou-se um pronome pessoal neutro (Hen) pelo qual as crianças devem ser chamadas nas escolas. Na Alemanha, pais foram presos por se recusarem a enviar seus filhos às escolas em que se ensina o gênero. Em 2010, um programa televisivo norueguês chamado “Hjernevask” (Lavagem cerebral) expôs o que se passou a chamar “a farsa do gênero na Noruega”: apesar dos intensos esforços empreendidos naquele país para a implementação da “igualdade de gênero”, a partir da última década de 70, constatou-se que mulheres continuavam a preferir as profissões tipicamente femininas, assim como os homens, as carreiras masculinas. Os estudos dos ideólogos nórdicos do gênero mereceram veemente rejeição da comunidade científica, que os considerou teóricos, sem nenhuma base cientificamente sustentável.
No Brasil, a introdução do gênero no ensino escolar (Plano Nacional de Educação) foi recusada pelo parlamento. Mas o Fórum Nacional de Educação, órgão instituído no âmbito do Ministério da Educação, publicou o Documento Final da Conferência Nacional de Educação de 2014, que, em desacordo com a decisão do Congresso Nacional e em franco desrespeito ao Plano Nacional de Educação, reacendeu e introduziu a ideologia de gênero como diretriz para a educação. Estados e municípios brasileiros também vo-
tam o tema no âmbito de sua jurisdição, e, entre os estados, 13 já aprovaram seus planos de educação, oito dos quais sem a referência a gênero. Entre os quase 6 mil municípios brasileiros, 98% rejeitaram a introdução do gênero na agenda escolar. A imposição da ideologia de gênero no Brasil atenta contra os primordiais direitos constitucionalmente garantidos à família, cujo planejamento “é livre decisão do casal”, sendo “vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas” sobre o
exercício desse direito (Constituição Federal, art. 226, §7º), sem se perder de vista “a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento” (Lei n. 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente, art. 6º). A estrutura psicossomática dos infantes, que ainda não são dotados de autocrítica nem possuem suficiente experiência de si, não permite que temas complexos, como o da sexualidade, sejam tratados como quereriam alguns ideólogos, ainda que o educador reúna os mais desejáveis predicados pessoais e profissionais. A educação escolar deve ter compromisso com a verdade e não com ideologias. Reclama, por isso, genuína imparcialidade ideológica. Ensinar a uma criança que ela pode se insurgir contra seu sexo, incentivando experiências sexuais precoces, destrói sua inerente identidade, aquela com a qual aprendeu a conviver desde que se apercebeu de suas características corporais e pessoais, assim como degenera, no seio da família, a figura natural do pai e da mãe. Nega-se, além de tudo, a biologia e a psicologia. Esse colapso de identidade desfaz a harmonia entre corpo e alma e abala irreparavelmente os alicerces da família, primeira e principal instituição social de cuja adequada preservação dependem todas as demais estruturas sociais. Gilberto Haddad Jabur é professor em Direito Civil na PUC-SP, membro da União dos Juristas Católicos de São Paulo UJUCASP, presidente da Cátedra de Família, associada à Faculdade de Direito da PUC-SP
As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.
Semanário da Arquidiocese de São Paulo
Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator chefe: Daniel Gomes • Reportagem: Cônego Antônio Aparecido Pereira, Edcarlos Bispo, Filipe David, Nayá Fernandes e Renata Moraes • Institucional: Rafael Alberto e Fernando Geronazzo • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Secretaria de Redação: Djeny Amanda • Assinaturas: Ariane Vital • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Revisão: Maria Aparecida Ferreira • Impressão: S.A. O ESTADO DE S. PAULO • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.
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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo
A
Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma vai ao coração da proposta deste Ano Santo extraordinário da Misericórdia: renovar nossa fé e religiosidade a partir da misericórdia de Deus e praticar as obras de misericórdia. De fato, já na Bula Misericordiae Vultus (“O Rosto da Misericórdia”), com a qual o Papa Francisco promulgou o Jubileu, ele pediu que a Quaresma deste ano fosse um “tempo favorável” para viver a misericórdia, o encontro com Deus misericordioso cada dia e, especialmente, nas “24 horas para o Senhor”. Pediu que também fosse um tempo especial para a escuta e o anúncio da Palavra de Deus, para acolher com renovada abertura de coração a Boa-Nova da misericórdia de Deus, que não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva. Na Mensagem para a Quaresma, ele pede que esse anúncio chegue a todos, e não se faça ouvir apenas nos templos e recintos internos da Igreja. Missionários da misericórdia poderão levar o anúncio do amor e do perdão de Deus aos doentes, idosos, pobres e pessoas que sofrem de múltiplas formas, bem como às pessoas distantes de Deus. A história da salvação é a história das misericórdias de Deus para com os homens. Apesar de receber tanto do amor paterno e materno de Deus, o homem
Misericórdia concreta: Mensagem do Papa na Quaresma não sabe corresponder a esse amor; mas apesar das fraquezas do homem, de suas infidelidades e pecados, encontra sempre de novo a mão misericordiosa de Deus estendida para ele, pronta para levantá-lo de sua quedas e dar-lhe nova possibilidade para viver. Deus mostrou-se sempre rico em misericórdia e compaixão para com a humanidade. Em Jesus Cristo, Filho de Deus que se fez homem, o amor misericordioso encontra a sua expressão máxima: Jesus é o rosto humano do Deus misericordioso, “a misericórdia encarnada” (Misericordiae Vultus nº 4). Nele, Deus vai ao extremo de colocar-se entre os pecadores e de manifestar por eles um amor de ternura, que chega a escandalizar os que parecem (apenas parecem) os filhos prediletos do Pai celeste... Assim Jesus mostra nas parábolas do “bom samaritano”, do “filho pródigo” e da “ovelha perdida”. Mostrou mais ainda na sua paixão, morte na cruz e ressurreição. A misericórdia revela o comportamento de Deus em relação ao pecador e o seu modo de ser. “Deus não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva”. A humanidade vive da misericórdia de Deus e se Ele quisesse usar apenas a medida estreita da justiça em relação a nós, estaríamos todos perdidos. “Sem Ele, ninguém é forte, ninguém é santo. Sem a sua ajuda, nada o homem pode; nada existe nele que seja bom”. Essas palavras aplicam-se ao Espírito Santo: é o Espírito de Deus misericordioso. Na sua Mensagem para a
Quaresma, o Papa volta às obras de misericórdia corporais e espirituais. Quando o amor de Deus é acolhido por nós, ele frutifica no amor misericordioso para com o próximo; as obras de misericórdia são a confirmação de que nossa fé não é apenas intelectual, vago sentimento ou busca interesseira do próprio bem, mas verdadeira e consequente: ela se traduz em atos concretos cotidianos, com os quais ajudamos nosso próximo no corpo e na alma. Em base às obras de misericórdia, seremos julgados um dia, diante do Juiz Supremo. As obras de misericórdia nos ajudam a descer às consequências práticas da nossa fé e religiosidade. A Quaresma é sempre um tempo para especiais “exercícios” de vida cristã, mediante o jejum, a esmola e a oração. Mais ainda, no Jubileu da Misericórdia, devemos dedicar nossos esforços e nossa atenção ao exercício das obras de misericórdia, para que elas se tornem uma prática cotidiana, durante toda a nossa vida. Mediante a misericórdia acolhida e praticada, entramos no coração do Evangelho, onde encontraremos o coração de Deus; nele, estão os pobres e os que sofrem; segundo o Evangelho, eles são os privilegiados da misericórdia de Deus. Mantendo-nos distantes dos pobres, doentes e sofredores diversos, estaremos longe da misericórdia; e estaremos longe de Deus. Por isso, Jesus recomendou: “sede misericordiosos como o Pai celeste é misericordioso”.
| Encontro com o Pastor | 3
14 anos de episcopado Luciney Martins/O SÃO PAULO
O Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, completou 14 anos de ordenação episcopal na terça-feira, 2. “São 14 anos de missão episcopal. Hoje agradeço a Deus e também peço a ele, e que vocês peçam comigo, que me conceda as luzes, graças do Espírito Santo para que eu possa cumprir a missão que me foi dada”, expressou durante missa na Catedral da Sé na festa litúrgica da Apresentação do Senhor. No final da celebração, em nome do clero e dos fiéis da Arquidiocese, o cura da Catedral, Padre Luiz Eduardo Baronto, manifestou gratidão pelo ministério episcopal de Dom Odilo. Ao agradecer as homenagens, o Cardeal afirmou que conta com a ajuda de todos para desempenhar bem a missão confiada por Deus a ele. “Somos apenas servidores. A missão é de Cristo, a Igreja é dele. Somos todos servidores na casa do Senhor... Que todos sejam felizes por serem parte dessa messe do Senhor”, afirmou.
Na ‘Casa Dom Gastão’ Divulgação
No encerramento do Ano da Vida Consagrada, na terça-feira, 2, o Cardeal Scherer presidiu missa na “Casa Dom Gastão”, mantida pelas Irmãs Dominicanas da Beata Imelda e pelas Irmãs de São José, com atuação no cuidado e na educação de crianças. Concelebraram Dom Eduardo Vieira dos Santos, além de padres diocesanos e dominicanos. Participaram as provinciais Irmã Maria da Glória Inácio e Irmã Maria José Souza Brito, além dos membros do conselho de benfeitores e os colaboradores da Casa.
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Guias em português/ espanhol
Varsóvia Visita panorâmica à cidade
Czestochowa Santuário de Jasna Gora
Cracóvia Transporte para os eventos oficiais da JMJ
Cracóvia Visita ao Santuário da Divina Misericórdia
Wadowice Visita ao Santuário Kalwaria
4 | Fé e Vida |
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Liturgia e Vida
Você Pergunta
5º DOMINGO DO TEMPO COMUM 7 DE FEVEREIRO DE 2016
A gente peca por pensamento?
Vocação e graça ANA FLORA ANDERSON Estamos chegando perto do tempo da Quaresma, dedicado à reflexão sobre as nossas falhas e o desejo da conversão. A liturgia deste domingo é uma bela preparação para tanto. As três leituras nos apresentam um profeta e dois apóstolos. A tensão em cada leitura está entre as pessoas, tão conscientes de suas fragilidades, e a graça de Deus que as chama a servir aos irmãos. Na primeira leitura (Isaías 6, 1-8), contemplamos o profeta em uma visão da glória de Deus realçada pelas homenagens constantes dos serafins. Ele sente que não é digno de ver e de ouvir essa cena da glória divina. O Senhor Deus, então, perdoa todos os pecados
padre Cido Pereira osaopaulo@uol.com.br
de Isaías e o envia a pregar a todo o povo. Na segunda leitura (1 Coríntios 15, 1-11), São Paulo lembra à comunidade que ele lhe pregou o evangelho da salvação, mesmo se considerando o menor dos apóstolos. A sua vocação é fruto da graça de Deus. O Evangelho de São Lucas (5, 1-11) narra a cena do ministério de Jesus, pregando a uma multidão perto do Lago de Genesaré. Para ser visto por todos, Ele entra no barco de Pedro. Este e seus companheiros não se sentem dignos de ficarem tão perto de Jesus. Como Isaías, eles se sentem pecadores indignos. Apesar disso, Jesus proclama que não devem ter medo e que, daquele dia em diante, serão pescadores de homens.
O Matheus, que não disse seu sobrenome, mora longe, em Cacimbinhas, no Estado de Alagoas. Ele me escreve com esta dúvida. “Padre, há algum tempo estou com uns pensamentos ruins que não consigo controlar, e eu tenho muito medo de ser castigado por uma coisa que eu não desejo por querer próprio. Já fiz várias pesquisas sobre esse assunto e encontrei algumas respostas: uns dizem que pensar algo ruim não é pecado e outros dizem que é pecado, pois tudo que a gente faz, primeiro vem no pensamento para depois ser colocado em prática. Por favor, padre, me tire essa dúvida que me atormenta. A gente peca pelo pensamento?” Matheus, existe uma diferença muito grande e em sentir
um desejo e concretizá-lo, e em ser tentado e cair na tentação. Em pensar uma coisa e concretizá-la. Tantas coisas passam por nossa cabeça, Matheus: desejos, imagens, vontades. Isso prova que somos pessoas normais. Temos inteligência, temos a imaginação que, às vezes, age como a “doida da casa”. Somos frequentemente bombardeados com mensagens que nos seduzem, o sexo é um apelo imenso que bate em nós. O que temos que fazer, Matheus, primeiramente, é não ter medo. Para isso, é preciso confiar na bondade de Deus. Em segundo lugar, precisamos ocupar nossa cabeça com coisas boas. Se você passa grande parte do seu dia caçando porcaria na internet, você acabará encontrando. Não se esqueça, meu irmão, que nós somos o que comemos. Isso vale para o físico e para o espiritual.
Examine com que coisas você tem alimentado seu espírito, sua imaginação, sua cabeça. A Bíblia nos diz que “onde está o seu tesouro aí estará seu coração”. Ora, se você coloca seu coração no sexo, nas drogas, na violência, no distanciamento do que é honesto, bom, justo e verdadeiro, seu coração vai se apegar a essa tranqueira toda. Para terminar, eu digo a você: não viva a religião do medo. Viva a religião da alegria, da certeza de que somos amados por Deus. Isso vai ajudar muito a você. Pense que nosso Deus não é um fiscal pronto para anotar nossos pecados e nos punir. Ao contrário, Deus é um pai que não se conforma de nos ver longe dele, sabe relevar nossas fraquezas e quer sempre nos ajudar a superar nossas quedas. Deus abençoe você, meu irmão.
Atos da Cúria NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO Em 30 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, na Região Episcopal Lapa, Setor Pastoral Leopoldina, o Revmo. Pe. Frei Alcimar Fioresi, OAR, pelo período de 6 (seis) anos.
Angústias, na Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Bom Retiro, o Revmo. Pe. Francisco Martins, pelo período de 6 (seis) anos. Em 25 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia Pessoal Nipo-Brasileira São Gonçalo, na Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Catedral, o Revmo. Pe. Marcelo Jordan Vaz da Silva, pelo período de 6 (seis) anos.
Em 25 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia Santo Antonio, na Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Bom Retiro, o Revmo. Pe. Luiz Cláudio de Almeida Braga, pelo período de 6 (seis) anos.
Em 25 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Assunção e São Paulo, na Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Catedral, Revmo. Pe. Marcelo Jordan Vaz da Silva, pelo período de 6 (seis) anos.
Em 25 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, na Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Aclimação, o Revmo. Pe. Vando Valentini, pelo período de 6 (seis) anos.
Em 25 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia Santa Margarida Maria, na Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Aclimação, o Revmo. Pe. Renato Cangianeli, pelo período de 6 (seis) anos.
Em 25 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, na Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Perdizes, o Revmo. Pe. Lucas Pontel, pelo período de 6 (seis) anos.
NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL
Em 25 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia São Gabriel Arcanjo, na Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Jardins, o Revmo. Côn. Sérgio Conrado, pelo período de 6 (seis) anos. Em 25 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia Divino Espírito Santo, na Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Santa Cecília, o Revmo. Pe. Valmir Neres de Barros, pelo período de 6 (seis) anos. Em 25 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia Nossa Senhora Mãe do Salvador, na Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Pinheiros, o Revmo. Côn. Severino Martins da Silva Filho, pelo período de 6 (seis) anos. Em 25 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Pinheiros, o Revmo. Pe. Domingos Geraldo Barbosa de Almeida Junior, pelo período de 6 (seis) anos. Em 25 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia Nossa Senhora das
Em 31 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Vigário Paroquial “ad nutum episcopi” da Paróquia São Judas Tadeu, na Região Episcopal Brasilândia, Setor Pastoral Nova Esperança, o Revmo. Pe. Gleidson Luís de Sousa Novaes. Em 30 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, na Região Episcopal Lapa, Setor Pastoral Leopoldina, o Revmo. Pe. Frei Antônio Jacintho Gomes Junqueira, OAR. Em 26 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Vigário Paroquial da Paróquia São José, na Região Episcopal Ipiranga, Setor Pastoral Ipiranga, o Revmo. Pe. José dos Reis Francisco, NSD, pelo período de 2 (dois) anos. Em 25 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Vigário Paroquial da Paróquia Santa Cecília, na Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Santa Cecília, o Revmo. Pe. Carlos Eduardo Campos dos Santos. Em 25 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Brasil, na Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Jardins, o Revmo. Pe. João Bechara Ventura.
Em 25 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Vigário Paroquial da Paróquia São Gabriel Arcanjo, na Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Jardins, o Revmo. Pe. Sérgio Henrique Nouh. Em 25 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Vigário Paroquial da Paróquia Bom Jesus, na Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Brás, o Revmo. Pe. Anderson Bernardes Banzatto. Em 25 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Vigário Paroquial da Paróquia Santa Margarida Maria, na Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Aclimação, o Revmo. Pe. Antonio Fusari. Em 20 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Candelária, na Região Episcopal Santana, Setor Pastoral Vila Maria, o Revmo. Pe. Hugo Pereira de Souza, SCJ. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ADMINISTRADOR PAROQUIAL Em 31 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Administrador Paroquial da Paróquia Espírito Santo, na Região Episcopal Brasilândia, Setor Pastoral São José Operário, o Revmo. Pe. Airton Pereira Bueno. Em 25 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Administrador Paroquial da Paróquia Sagrado Coração de Jesus em Sufrágio das Almas, na Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Bom Retiro, o Revmo. Pe. Michel dos Santos, MSC. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE CAPELÃO Em 25 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Capelão da Igreja Santa Cruz das Almas dos Enforcados, na Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Catedral, o Revmo. Pe. Admário Gama Cambrainha, pelo período de 3 (três) anos.
NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE DIÁCONO PERMANENTE COLABORADOR Em 25 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Diácono Colaborador na Paróquia Santa Francisca Xavier Cabrine, na Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Santa Cecília, o Diácono Permanente João Carlos Franco de Barros Fornari. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE DIÁCONO PERMANENTE COMO ASSISTENTE PASTORAL Em 31 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Assistente Pastoral “ad nutum episcopi” na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, na Região Episcopal Brasilândia, Setor Pastoral Pereira Barreto, o Diácono Permanente Ailton Bernardo Amorin. Em 27 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Assistente Pastoral na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Região Episcopal Ipiranga, Setor Pastoral Ipiranga, o Diácono Permanente Feliciano Bonitatibus Neto, pelo período de 3 (três) anos. Em 27 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Assistente Pastoral na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, na Região Episcopal Ipiranga, Setor Pastoral Anchieta, o Diácono Permanente Raimundo Alves Ferreira, pelo período de 3 (três) anos. Em 20 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Assistente Pastoral “ad nutum episcopi” na Paróquia São Paulo Apóstolo, na Região Episcopal Belém, Setor Pastoral Belém, o Diácono Permanente Carlos Alberto de Paula Ribeiro. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE DIÁCONO TRANSITÓRIO COMO ASSISTENTE PASTORAL
NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ASSISTENTE ESPIRITUAL
Em 27 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Assistente Pastoral na Paróquia Santa Paulina, na Região Episcopal Ipiranga, Setor Pastoral Anchieta, o Diácono Transitório Bruno Muta Vivas, pelo período de 1 (hum) ano.
Em 25 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Assistente Espiritual da Paróquia Santa Francisca Xavier Cabrine, na Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Santa Cecília, o Revmo. Pe. Carlos Eduardo Campos dos Santos.
Em 21 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Assistente Pastoral “ad nutum episcopi” na Paróquia Santa Bernardete, na Região Episcopal Belém, Setor Pastoral Vila Alpina, o Diácono Transitório Túlio Felipe de Paiva.
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Espiritualidade
Fé e Cidadania
A bênção... Dom Sergio de Deus Borges
O
“
Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana
Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e te seja benigno! O Senhor mostre para ti a sua face e te conceda a paz!” (Nm 6, 23-26). É muito bonito este texto do livro dos Números. Deus ensina a Moisés que seu ministério é um ministério de bênção, ele e os sacerdotes deverão abençoar o povo. Mas para o Pai eterno não foi suficiente ensinar a abençoar, Ele, movido pelo amor, nos enviou a sua maior bênção: seu Filho. ‘Ele é pessoalmente a Bênção. Doando-nos Jesus, Deus ofereceu-nos tudo: o seu amor, a sua vida, a luz da verdade, o perdão dos pecados; ofereceu-nos a paz. Sim, Jesus Cristo é a nossa
| Fé e Vida | 5
Proíbo-me de ter medo paz (cf. Ef 2, 14). Ele trouxe ao respostas que encorajem, deem mundo a semente do amor e da esperança e novo vigor para paz, mais forte que a semente do o caminho.” (Papa Francisco, ódio e da violência; mais forte Evangelii Gaudium, 114). porque o nome de Jesus é supeCom a Igreja, somos abenrior a qualquer outro nome, con- çoados por Deus, mas Ele quer tém todo o senhorio de Deus, que partilhemos a bênção; o como anunciara o profeta Mi- Pai eterno, em Jesus, envia-nos quéias: Mas tu, Bet-Ephrata,...é como uma bênção para nossos de ti que me há de sair aquele familiares, amigos, pessoas com que governará... Ele permane- quem convivemos e encontracerá e apascentará o seu rebanho com Deus, movido pelo amor, nos a força do Senhor, e enviou a sua maior bênção: com a majestade do seu Filho. Ele é pessoalmente nome do Senhor, a Bênção. Doando-nos Jesus, ele ofereceu-nos tudo: o seu seu Deus... Ele pró- amor, a sua vida, a luz da prio será a paz!’ (cf. verdade, o perdão dos 5, 1-4). (Bento XVI. pecados; ofereceu-nos a paz 01.01.2011). A Igreja está no mundo a ser- mos. Vamos abençoar e jamais viço desse “mistério” de bênção amaldiçoar. Nossa palavra de em favor de toda a humanidade: bênção é capaz de mudar as coi‘sobre ti levantar-se-á o Senhor, sas, de trazer esperança, encoraa sua glória te iluminará’ (Is 60, jar, fortalecer os mais frágeis, se 2). “Isto implica ser o fermento a fazemos portadora da bênção de Deus no meio da humanida- de Deus. Se assim abençoamos... de; quer dizer, anunciar e levar assim Deus abençoa. a salvação de Deus a este nosNeste ano, imitemos Jesus: so mundo, que muitas vezes se sejamos uma bênção para nossente perdido, necessitado de ter sos irmãos.
Frei Patrício Sciadini, OCD Viver no medo é uma experiência terrível. E viver sem medo pode ser uma inconsciência imperdoável. Este é o dilema que faz tempo que se agita no meu coração errante, que não há nada de sério para temer a não ser de ser uma pessoa como os 7 bilhões que habitam o planeta. Ser pessoas insignificantes como os milhões que se veem todos os dias a ir e vir sem nenhuma coisa importante para fazer a não ser ganhar o pão de cada dia. Mas o medo não está fora de mim, está dentro de mim e me agride com violência. O medo corre solto em mim depois de ter visto a morte de centenas de pessoas na França, na África, na Síria, ou de ter ouvido que um avião caiu na montanha do Sinai, onde um dia Deus chamou Moisés para dar-lhe os mandamentos, dos quais o quinto diz, “não matarás!” Eu me consolo lendo a bíblia, na qual me dizem os estudiosos que Deus repete ao homem frágil, covarde e velhaco, diante da responsabilidade: “não tenhas medo, eu te amo. Não tenhas medo, eu estou contigo. Não tenhas medo, pequenino verme. Tu és precioso aos meus olhos!” Estas palavras me consolam um pouco. E leio o evangelho em que o mesmo Jesus se viu obrigado a dizer aos seus discípulos: “não tenhas medo, sou eu. Por que tendes medo, homens de pouca fé?” E, então, compreendi que o meu medo é consequência da minha falta de fé. E devo ter mais fé para vencer o medo. O medo me bloqueia em tudo, mas fecho os olhos e caminho rezando o salmo do Bom Pastor: “mesmo que atravesse noites escuras, vales tenebrosos, não terei medo, o Senhor é meu pastor!” Nele me apoio e com ele, vou avançando na longa estrada que me separa da última barreira do medo, que é a morte. Diante de tudo isso, tomei uma decisão: Não posso ter medo de nada nem de mim mesmo, porque sou filho de Deus e ele me protege. Não posso ter medo dos outros porque são meus irmãos, que caminham comigo, amando a vida e procurando viver. Não posso pensar que ao meu lado há alguém que quer se matar e me matar. E noite, dia e meses, não posso viver com medo, é necessário abrir as portas do coração para que a luz possa entrar e Deus possa vir para me habitar. Onde Deus estiver, o amor habita, a morte é vencida para sempre e o medo desaparece. Medo de quê? Medo de quem? O medo é estar sem Deus e sem você! O medo do deserto e do nada, mas quem tem Deus pode não ter medo. Decidi proibir-me de ter medo. Olhei o medo nos olhos e vi que o medo não é outra coisa senão o pálido reflexo da prepotência humana.
6 | Viver Bem |
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Comportamento
Criando em tempo de crise Simone Fuzaro felizes, o que é indispensável
Criar sempre é importante em nossa vida! Criar saídas, criar soluções, transformar, melhorar, mudar. Especialmente quando nos dedicamos a “criar filhos”, a preparar para a vida esses pequenos seres que foram confiados a nós. Não gostamos de privações, não as buscamos. Ao contrário, lutamos por um certo conforto e por facilidades. Quanto aos filhos, muito embora até saibamos que o ideal é que não sejam atendidos sempre, que não tenham tudo o que querem, que não sejam movidos por desejos realizados facilmente, na maioria das vezes, não resistimos e acabamos oferecendo muito mais do que o necessário. Em tempos de crise, porém, isso acaba se fazendo de certo modo impossível: faz-se necessário diminuir confortos, conter despesas, cortar supérfluos. Convido-os a ver as grandes vantagens que essa situação, à princípio adversa, pode trazer para o processo de aprendizagem e amadurecimento de nossos pequenos e, surpreendam-se: para cada um de nós. Quando não temos muito, normalmente nos damos conta do essencial. Sendo assim, em primeiro lugar, essa situação nos possibilita refletir melhor sobre o que é essencial para nossa família. O que nos torna família, o que nos faz verdadeiramente
dade de perceberem que não serão mais felizes por terem este ou aquele objeto caro tão desejado. Que a felicidade está para além do ter, está no ser, e sermos uns para os outros nos torna ainda mais felizes. A verdade é que quando os recursos são mais fartos, dificilmente dizemos não aos pequenos. Normalmente cedemos aos desejos, gastamos pequenas fortunas em objetos que serão pouquíssimo usados e ficarão logo em segundo pla-
para estarmos bem? Festas elaboradas, brinquedos caros e inúmeros, eletrônicos do último modelo? O essencial não está muito mais ligado ao campo dos afetos, das relações, da possibilidade de nos darmos uns aos outros em companhia, carinho, alegria, convivência? A necessidade sempre impulsiona a criatividade: se não temos monitores, inventamos as brincadeiras; se não podemos viajar, criamos piqueniques inesquecíveis; se não podemos oferecer uma festa, Que grandes fazemos uma tarde exemplos de alegria, de celebração com os melhores ami- generosidade, gos; se não temos desprendimento e empregada, divi- solidariedade podemos dimos as tarefas e dar aos nossos filhos aprendemos a cooperar: sujar me- se enfrentarmos com nos, cuidar mais, otimismo e criatividade ajudar na organizaestes tempos de crise ção. Lembro-me de uma tia, em minha infância, que promovia em sua no. Agora, com recursos mais casa a “noite sem ‘eletrônicos’”: restritos, somos praticamente nada de TV, vídeo, som.... Na- obrigados a frustrá-los. Façaquela noite, todos conversavam mos isso com otimismo: como bastante, brincavam de forca, de algo que amadurece e prepara cartas, algum jogo de tabuleiro e para a vida a consciência de se divertiam uns com os outros! que não temos e nem podemos É isso: o essencial é simples. tudo o que queremos. Melhor Que grandes exemplos de ainda: como nos fortalece a vialegria, generosidade, despren- vência de que sobrevivemos (e dimento e solidariedade pode- muito bem) às frustrações. mos dar aos nossos filhos se Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é enfrentarmos com otimismo Fonoaudióloga e Educadora; Mestre em Educação/Distúrbios da Comunicação da PUCe criatividade estes tempos de SP; Especialista em linguagem; e coordenadora da Escola de Educação Infantil Pedrita crise. Que belíssima oportuni-
Cuidar da Saúde Quem está mais suscetível à trombose venosa profunda? Cássia Regina Trombose venosa profunda é a formação de coágulos de sangue dentro das veias profundas das pernas, o que provoca dor e inchaço. O sangue normalmente coagula para estancar sangramentos. Quando o coágulo se forma dentro da veia, ocorre um bloqueio da circulação e o sangue não consegue retornar para o co-
ração. É mais frequente em pessoas que fazem uso de anticoncepcionais ou estejam em tratamento hormonal, além de tabagistas, pessoas com varizes, ou pacientes com insuficiência cardíaca, tumores malignos, obesidade, e ainda em quem fez cirurgias de médio e grande portes, tenha traumatismo, gestantes e em qualquer outra situação que obrigue a uma imobilização prolongada,
como paralisias, infarto agudo do miocárdio e viagens aéreas longas. A trombose é considerada uma patologia grave por ter como possível consequência a embolia pulmonar, que pode ser fatal. Eliminar os fatores de risco e fazer atividade física ajudam que você não tenha essa desagradável doença. Dra. Cássia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF) E-mail: dracassiaregina@gmail.com
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| Pastorais/Geral | 7
Um dia dedicado ao Imaculado Coração de Maria Luciney Martins/O SÃO PAULO
Integrantes do Movimento Sacerdotal Mariano lotaram a Catedral da Sé para participar de Cenáculo Fábio Augusto da Silva
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
Grupos de oração que integram o Movimento Sacerdotal Mariano (MSM) lotaram a Catedral da Sé na tarde do domingo, 31, para participar do Cenáculo Mariano, presidido pelo Padre Laurent Larroque, responsável mundial pelo Movimento, e pelo leigo Otávio Piva, responsável nacional. O Movimento Sacerdotal Mariano surgiu a 8 de maio de 1972 por inspiração do Padre Stefano Gobbi. Em visita a Fátima, em Portugal, ele se sentiu impulsionado a confiar a Deus as necessidades dos sacerdotes ao Imaculado Coração de Maria. A partir de então, o Padre difundiu os Cenáculos, que são encontros que reúnem sacerdotes e fiéis em ato de oração e fraternidade pelo Imaculado Coração de Maria. Na Catedral da Sé, o Cenáculo começou com a entrada da imagem de Nossa Senhora de Fátima pelo corredor central e com cantos marianos. Em seguida, teve início a reza do Terço, em italiano e português, meditando os mistérios Gloriosos. Otávio comparou a reza do Cenáculo à reunião dos apóstolos com Maria. “Com
Padre Laurent Larroque conduz Cenáculo Mariano na Catedral da Sé, no domingo, 31, que antecede missa presidida pelo Cardeal Scherer
a reza do Cenáculo, recordamos os primeiros apóstolos que estavam a rezar com Maria para celebrar o primeiro Pentecostes para anunciar Jesus, que é caminho, verdade e vida. Nós somos os apóstolos atuais, esperando o novo Pentecostes e o triunfo do Imaculado Coração de Maria”. O Cenáculo se encerrou com o ato de consagração ao Imaculado Coração de Maria e com adoração ao Santíssimo Sacramento. Em seguida, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, presidiu missa, concelebrada
pelos padres Laurent e Pedro Augusto Ciola de Almeida. “Que a ação dos Cenáculos Marianos seja como Maria com os discípulos. Nesse caso, os discípulos somos nós que nos reunimos para encontrar Jesus. Onde estão os discípulos de Jesus ali está sua mãe e onde estão os discípulos com sua mãe, Jesus também está, pois onde dois ou mais estiverem reunidos Jesus estará presente”, afirmou o Cardeal na homilia. Padre Laurent, que veio da França para participar dos Cenáculos no Brasil,
falou ao O SÃO PAULO sobre as características dos Cenáculos Marianos. “O Movimento Sacerdotal Mariano é uma iniciativa que ajuda a toda Igreja, da parte de Maria especialmente, proporcionando a consagração do Imaculado Coração de Maria. Busca-se viver com o espírito dessa consagração por meio do que se fala no Rosário e lendo trechos do Livro Azul [que trata da espiritualidade do Movimento]. Que essa confiança em Maria nos ajude a viver no nosso tempo e descobrir o que é a fé pela fé”.
Pastoral da Pessoa com Deficiência Pastoral Vocacional Missa no aniversário da cidade conta com recursos de acessibilidade A Pastoral da Pessoa com Deficiência da Arquidiocese de São Paulo iniciou suas atividades de 2016 participando, em 25 de janeiro, da missa solene na Catedral da Sé pela Conversão do Apóstolo São Paulo e pelos 462 anos da cidade. A celebração contou com recursos de acessibilidade, tais como audiodescrição, folhetos em braile e em letra ampliada, interpretação em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), além de a Catedral ter acessibilidade arquitetônica e atitudinal.
Segundo Carlos Campos, coordenador arquidiocesano da Pastoral da Pessoa com Deficiência, houve grande participação na missa de pessoas com deficiência e todas puderam acompanhar a celebração com os recursos disponíveis. “Momentos como este inspiram a Pastoral a continuar no desenvolvimento de ações que promovam a plena participação do público com deficiência no âmbito eclesial”, afirmou Carlos Campos. (Redação: Igor de Andrade, com informações da Pastoral da Pessoa com Deficiência)
Vocação sacerdotal diocesana será enfatizada neste ano A Pastoral Vocacional da Arquidiocese de São Paulo realizou sua primeira reunião do ano no sábado, 30, no Centro Vocacional, na região central da cidade. Na oportunidade, os membros da Pastoral focaram as questões relativas à organização dos encontros vocacionais e o estabelecimento de novas metodologias e abordagens, que visam maior proximidade com os vocacionados. Os temas definidos para os encontros deste ano dão maior enfoque à vocação sacerdotal diocesana, destacando assuntos como “a pessoa de Jesus Cristo
na vida do padre diocesano”; “a vocação sacerdotal religiosa e diocesana” e “a formação nos seminários”. Também serão trabalhadas questões mais gerais das vocações do clero e da vida religiosa, como “o amor de Deus que chama e acolhe”; “quem é Jesus Cristo”; “o chamado ao serviço” e a “organização da Arquidiocese de São Paulo”. Além dos temas de trabalho, o calendário da Pastoral prevê um retiro no mês de junho. (Redação: Igor de Andrade, com informações da Pastoral Vocacional)
8 | Pelo Mundo |
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Destaques das Agências Internacionais
Filipe David
Correspondente do O SÃO PAULO na Europa
Alemanha
Governo alemão responde ao criticismo à imigração com novas medidas Após meses de luta política, o governo alemão anunciou novas medidas que devem facilitar a deportação de imigrantes que forem condenados por cometer crimes. Trata-se de uma resposta à indignação pública com os ataques praticados por grandes grupos de imigrantes contra mulheres alemãs durante a noite de ano novo. As medidas são conhecidas com o nome de “Pacote de asilo 2” e ainda precisam ser aprovadas pelo legislativo alemão. Existe uma grande diferença entre o legítimo refugiado, que está fugindo de uma zona de guerra, e um imigrante econômico, que quer apenas mudar-se para um país mais rico e com melhores condições de vida. Na prática, no entanto, muitos desses últimos tentam se passar por refugiados, para poderem obter esse tipo de condição, com todos os direitos que isso implica. Por esse motivo, as novas medidas preveem, entre outras coisas, o aumento do número de centros de recepção, para acelerar e melhorar a triagem entre esses dois tipos de imigrantes. A ideia é também poder deportar facilmente os falsos refugia-
europa.eu
Angela Merkel cria medidas para deportar imigrantes que cometam crimes na Alemanha
dos assim que eles chegam à Alemanha. Mas muitos críticos têm afirmado que o projeto está longe de resolver os problemas da imigração no País. Em primeiro lugar, o governo alemão não conhece o paradeiro de centenas de milhares de refugiados. Estima-se que metade dos imigrantes buscando asilo político
estão “escondidos”, isto é, sem localização conhecida. Além disso, outras centenas de milhares entraram no País sem nenhum registro. Um segundo problema é que dezenas de milhares de imigrantes destruíram seus documentos antes de chegarem à Alemanha e, por isso, é muito difícil
descobrir seus países de origem para deportá-los. Eles poderiam ser enviados de volta para o primeiro país europeu a que chegaram, mas como não há mais fronteiras na Europa, seria muito fácil voltar para a Alemanha. Finalmente, existem muitos entraves legais para se deportar um imigrante. A maioria dos estados prevê que apenas os imigrantes condenados criminalmente a mais de três anos de prisão possam ser deportados, mas somente se for para um país que o governo alemão considere seguro no qual eles não corram o risco de receber a pena de morte. Com o criticismo à imigração em alta, a popularidade da chanceler Angela Merkel está ameaçada. Em 2015, mais de um milhão de imigrantes vindos da África, da Ásia e do Oriente Médio entraram na Alemanha graças à sua política de portas abertas. Apesar do frio intenso nesta época do ano, 2 mil imigrantes por dia têm chegado à Alemanha. Segundo o ministro do desenvolvimento, Gerd Müller, a maior parte dos imigrantes ainda está para chegar: entre 8 a 10 milhões de pessoas. Fonte: Gatestone Institute
América Latina
Canadá
OMS declara que casos de microcefalia são emergência mundial de saúde
Totalitarismo sexual na educação
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou na segunda-feira, dia 1º, que os casos de microcefalia em países das Américas constituem uma emergência de saúde pública de importância internacional. O comunicado ocorreu após o Comitê de Emergência, convocado no marco do Regulamento Sanitário Internacional, ter concluído que há forte suspeita de uma relação causal entre a microcefalia e o vírus da zika. Segundo a OMS, tal situação constitui um “evento extraordinário” e uma ameaça à saúde pública de outras partes do mundo. A última emergência mundial foi a epidemia de ebola na África, que ma-
tou 11 mil pessoas em 2014. A declaração deve contribuir para alocação de mais recursos no combate à doença. A relação entre a zika e a microcefalia ainda não foi comprovada, mas é muito provável. Apenas no Brasil, o número de casos de microcefalia aumentou de 147 em 2014 para possivelmente mais de 3 mil no ano passado (a maioria ainda está em estudo), quando a epidemia de zika começou. Por enquanto, os países mais afetados são o Brasil, seguido pela Colômbia, que já tem mais de 20 mil casos, 2 mil deles em mulheres grávidas. Fontes: Organização Mundial da Saúde, The Independent/ Le Figaro/ G1
“Totalitarismo”. Assim definiu o bispo de Calgary, Dom Frederick Henry, sobre as novas diretrizes obrigatórias para todas as escolas da Província de Alberta, no oeste do País. Em 13 de janeiro, o ministro da educação da Província, David Eggen, publicou o documento com as novas políticas, segundo as quais os alunos devem ter o direito de escolher seus próprios nomes e qual banheiro (masculino ou feminino) querem usar. Os funcionários das escolas devem se abster de qualificar seus alunos pelo sexo masculino ou feminino em seus registros. O documento também pede o fim de toda separação baseada no sexo, inclusive nas aulas de educação física. As escolas devem valorizar e encorajar a “diversidade” em seus quadros, incluindo a diversidade de “orientações sexuais, identidade de gênero e expressões de gênero”.
Dom Frederick afirmou que a nova política viola os direitos das escolas católicas. Segundo o Bispo, uma decisão unânime da Suprema Corte estabeleceu, em março de 2015, os direitos de uma escola católica de ensinar a partir de um ponto de vista católico, que é incompatível com as novas medidas. Respondendo aos que acusam a Igreja Católica de julgar as pessoas, Dom Frederick afirmou: “Apenas Deus pode julgar a situação de uma alma humana, mas é absurdo sugerir que não se pode ou que não se deve julgar o comportamento humano. A relutância em julgar o comportamento moral é a consequência inevitável do relativismo moral e do subjetivismo moral que destruiu a confiança na nossa capacidade de determinar a verdade moral objetiva, na qual um justo juízo deve se basear”. Fonte: CNA
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| Papa Francisco | 9
Audiências aos sábados pelo Ano da Misericórdia Fotos: L’Osservatore Romano
Teve início, no dia 30, na praça de São Pedro, a nova série de audiências gerais que o Papa Francisco concederá aos sábados por ocasião do Ano Santo extraordinário da Misericórdia. “Com a sua graça, o Senhor guia os nossos passos enquanto atravessamos a Porta Santa e nos vem ao encontro para permanecer sempre conosco, apesar das nossas faltas e contradições. Não nos cansemos, jamais, de sentir necessidade do seu perdão, porque quando nos sentimos fracos, a sua presença nos tor-
na fortes e nos permite viver a nossa fé com maior alegria”, disse o Santo Padre em sua catequese. O Pontífice indicou a íntima ligação existente entre a misericórdia e a missão. “Quando recebemos uma bela notícia ou quando vivemos uma bela experiência, sentimos a exigência natural de transmiti-la também aos outros. Sentimos que não podemos guardar a alegria que recebemos só para nós e, assim, a comunicamos aos demais, por ser tão grande!”.
Presente de um detento No final da audiência jubilar, o Papa foi presenteado com o modelo de um pequeno navio à vela, construído por um detento de uma prisão italiana de segurança máxima de Nuchis, na Sardenha. Em uma carta, o jovem Jack Benson contou ao Santo Padre que quis construir precisamente uma embarcação à vela para “expressar a esperança de que o vento do espírito o ajude a reencontrar a liberdade verdadeira”. O souvenir foi entregue a Francisco por outro detento,
Ciro Argentino, presente na praça de São Pedro graças a uma licença-prêmio. Francisco também recebeu uma carta de todos os detentos de Nuchis. “Somos pecadores – escreveram – pois num determinado ponto de nosso caminho fomos engolidos pela escuridão. Mas experimentamos que precisamente quando se toca o fundo do poço, o amor de Jesus nos estende a mão e nos leva o perdão com a sua misericórdia”, expressou um dos detentos.
‘Nenhuma condição humana pode ser motivo de exclusão’ Congresso Eucarístico tiu sobre a pouca fé daqueles que neadvertiu para a tentação de consideNa oração mariana do Ângelus do cessitam de milagres para acreditar e rar a religião “como um investimendomingo, 31, o Papa Francisco refleInternacional to humano”, que leva a negociar com Deus, buscando o próprio interesse. “Nenhuma condição humana pode ser motivo de exclusão - do coração do Pai. O único privilégio aos olhos de Deus é o de não ter privilégios, de não ter padrinhos, de estar abandonados nas suas mãos”. Após o Ângelus, o Papa dedicou sua oração aos doentes de hanseníase, cujo dia mundial foi celebrado naquele domingo. Ladeado por dois adolescentes, o Papa também saudou os inúmeros jovens da Ação Católica presentes na praça de São Pedro por sua “caravana de paz”.
Por meio de uma vídeo-mensagem enviada no dia 31 aos participantes do 51° Congresso Eucarístico Internacional, que reuniu milhões de fiéis em Cebu, nas Filipinas, o Papa Francisco anunciou que a próxima edição do evento será em Budapeste, na Hungria, em 2020. “Somos chamados a levar o bálsamo do amor misericordioso de Deus a toda família humana, a enfaixar as feridas, levando a esperança onde tão frequentemente parece que o desespero tem a soberania!”, afirmou o Pontífice no vídeo, acrescentando, ainda: “Em cada Eucaristia, na mesa da Ceia do Senhor, devemos ser inspirados a seguir o seu exemplo, estendendo a mão ao outro, com um espírito de respeito e de abertura, com o objetivo de compartilhar com eles o dom que nós mesmos recebemos”. Fonte dos textos: rádio Vaticano (redação: Fernando Geronazzo)
10 | Pelo Brasil |
3 a 10 de fevereiro de 2016 | www.arquisp.org.br
Daniel Gomes e Renata Moraes
Destaques das Agências Nacionais
osaopaulo@uol.com.br
Bispos do Brasil debatem desafios e perspectivas sobre a família Facebook do Cardeal Tempesta
Monsenhor Juan José Pérez Soba realiza conferência no Curso dos Bispos no Rio de Janeiro
A Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro realizou entre os dias 26 e 29 o 25º Curso Anual dos Bispos do Brasil, tendo como tema central a família, em consonância com as duas últimas assembleias do Sínodo dos Bispos, em 2014 e 2015.
Aproximadamente cem bispos participaram do curso, entre os quais os bispos auxiliares de São Paulo Dom Carlos Lema Garcia, Dom Devair Araújo da Fonseca e Dom Julio Endi Akamine. Também esteve presente o núncio apos-
tólico no Brasil, Dom Giovanni d’Aniello. O tema sobre “O Matrimônio e a Família na Sacramentalidade da Igreja: Desafios e Perspectivas” foi apresentado por Dom João Carlos Petrini, ex-presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB e bispo de Camaçari (BA), a partir da reflexão sobre o assunto escrita pelo Cardeal Marc Ouellet, prefeito da Congregação para os Bispos. Outro palestrante foi o professor de Teologia Pastoral do Matrimônio e da Família, do Pontifício Instituto João Paulo II, da Universidade Lateranense, de Roma, Monsenhor Juan José Pérez Soba, que tratou sobre “A Família no Projeto de Deus”. “O nosso tema foi a família! Na página 125 do livro do Papa Francisco, ‘O nome de Deus é misericórdia’, em sua resposta sobre a evangelização para a misericórdia para as crianças, assim ele se refere à família: ‘Falando da família, afirmei que é
o hospital mais próximo: quando alguém está doente é ali que encontra a cura. A família é a primeira escola das crianças, é o ponto de referência imprescindível para os jovens, é o melhor lar para os idosos. Acrescento que a família é também a primeira escola da misericórdia, porque ali se é amado e se aprende a amar, se é perdoado e aprende-se a perdoar’. Creio que com essas palavras do Santo Padre, o nosso envolvimento nessa missão evangelizadora é ainda mais comprometido”, afirmou o Cardeal Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, no encerramento do curso. Em 2017, no mês de janeiro, o 26º Curso para Bispos tratará sobre o tema da “Nova Evangelização”, com destaque para os trabalhos de evangelização nas metrópoles, na região amazônica, nas realidades do diálogo inter-religioso e nos contextos de mudanças mundiais. Fonte: Arquidiocese do Rio de Janeiro (Redação: Daniel Gomes)
15 milhões de pessoas não sabem que têm abonos do PIS/Pasep a receber
‘Cuidar da Terra, Casa Comum’ é destaque da 39ª Romaria da Terra
Mais de 15 milhões de trabalhadores não sabem que têm créditos a receber do Programa de Integração Social e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep). Os números foram divulgados pela Controladoria-Geral da União (CGU), após uma auditoria que identificou falhas na comunicação a esses trabalhadores. Quem contribuiu com os programas até o ano de 1988 tem direito ao recebimento anual do rendimento de suas cotas, além de poder sacar todo o crédito em caso de aposentadoria, do-
Promovida pela Comissão Pastoral da Terra, pelo Conselho Indigenista Missionário, pela Diocese de Bagé e o Regional Sul 3 da CNBB, a 39ª Romaria da Terra acontecerá em São Gabriel (RS) na terça-feira, 9. Com o tema “Cuidar da Terra, Casa Comum”, a Romaria vai celebrar os 260 anos do martírio do índio Sepé Tiarajú e seus companheiros na luta pela terra e pela vida, propondo uma reflexão sobre o cuidado com a terra diante da violência e da exploração. A 39ª Romaria tem o objetivo de esti-
ença ou se estiver com mais de 70 anos. O benefício do PIS é pago pela Caixa Econômica Federal e o Pasep, pelo Banco do Brasil. Para ter direito ao benefício, o trabalhador que contribuiu até 1988 deve procurar uma agência do Banco do Brasil, no caso da contribuição ao Pasep, ou da Caixa Econômica Federal, no caso da contribuição ao PIS. No caso de falecimento do trabalhador, a solicitação pode ser feita por um herdeiro direto. Fonte: Agência Brasil (Redação: Renata Moraes)
mular as pessoas a assumirem novas práticas de vida que levem em consideração a preservação do meio ambiente e a defesa da vida. Dizer não ao uso de venenos, estimular a produção de alimentos saudáveis, ressaltar a importância da agricultura familiar e camponesa e adotar um consumo consciente e responsável fazem parte da iniciativa. Para mais informações sobre a programação da Romaria: http:// facebook. com/RomariadaTerradoRioGrandededoSul Fonte: CNBB (Redação: Renata Moraes)
Imagem de Padre Cícero volta a ser entronizada em uma igreja No sábado, 30, em Juazeiro do Norte (CE), a imagem do Padre Cícero Romão Batista (1844-1934) foi entronizada pela primeira vez em um templo católico após o perdão da Igreja ao Padre, anunciado em dezembro de 2015.
Padre Cícero morreu sem conciliação com a Igreja por conta do caso conhecido como “milagre da hóstia”, no final do século XIX. Segundo a crença popular, uma hóstia dada pelo Padre Cícero virou sangue na boca de uma beata. À época,
a Igreja considerou que o Padre interpretou de forma equivocada a teologia bíblica e foi proibido de exercer funções eclesiásticas. Com o perdão, não há mais fatores impeditivos para que se inicie um even-
tual processo de canonização do “santo popular” do interior do Ceará, segundo informou chanceler da Diocese do Crato, Armando Lopes Rafael. Fontes: Portal G1 e Basílica Santuário Nossa Senhora das Dores (Redação: Renata Moraes)
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| Reportagem | 11
‘Uma Igreja em saída, pobre e para os pobres’ Mais de cem pessoas participaram de encontro promovido pelo Celam, na Colômbia, por ocasião do Jubileu Extraordinário da Misericórdia
Fotos: Arquivo pessoal
Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com
O Departamento de Justiça e Solidariedade do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam), por ocasião do Jubileu extraordinário da Misericórdia, realizou, entre os dias 25 a 29, em Bogotá, na Colômbia, o seminário “Uma Igreja em saída, pobre e para os pobres”. O objetivo do encontro foi motivar as lideranças que atuam nas pastorais sociais dos vários países latino-americanos e caribenhos. A atividade pretendeu responder ao desafio de “ser uma Igreja capaz de mostrar o rosto misericordioso de Deus e a alegria do Evangelho”, na tentativa de contribuir para uma sociedade mais justa, solidária, pacífica e ecológica. Padre Boris Agustín Nef Ulloa, professor de Teologia Bíblica na Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção da PUC-SP e pároco da Paróquia Imaculada Conceição da Arquidiocese de São Paulo, participou do encontro e, em entrevista ao O SÃO PAULO, contou detalhes sobre as reflexões realizadas. Foram mais de cem participantes, dos quais dez brasileiros. Padre Boris foi convidado como docente no campo dos estudos bíblicos para assessorar uma das oficinas de trabalho, cujo título era: “Beber do próprio poço - Os fundamentos bíblicos da pastoral social e da opção preferencial pelos pobres”. De acordo com ele, “encontrar nas Sagradas Escrituras o plano salvífico do Deus que ama o pobre, que se preocupa com o marginalizado, com o fraco, com o ferido, com a viúva, o órfão e o estran-
Padre Boris (centro) com participantes de seminário do Celam, realizado em Bogotá, na Colômbia
geiro e atualizar hermeneuticamente estes ensinamentos foi uma tarefa muito renovadora e exigente”. Além disso, segundo o Sacerdote, a experiência eclesial foi muito enriquecedora, pois houve a possibilidade de compartilhar saberes “com tantos irmãos e irmãs (bispos, presbíteros, diáconos, religiosos e religiosas, leigos e leigas) e agentes e promotores das diversas pastorais sociais, e perceber que temos caminhado muito na proposta do Papa Francisco de uma ‘Igreja em saída’, pobre para os pobres. Vivi uma alegria profunda ao contemplar o compromisso com os doentes, presidiários, refugiados, imigrantes, trabalhadores etc”, avaliou.
Opção preferencial pelos mais pobres e cultura do encontro
Ao comentar o tema principal do Seminário, Padre Boris destacou que todos os católicos são chamados a edificar uma Igreja pobre para os pobres, ou seja, viver um testemunho autêntico de amor ao próximo, tendo como próximo mais próximo os pobres e marginalizados do continente. “Significa sermos solidários com os pobres mais pobres. Significa não trair o mandato missionário de Jesus que colocou os pobres no centro de sua missão e ação libertadora”, afirmou. As atividades do seminário foram realizadas com palestras, oficinas, grupos e
equipes de trabalho, com foco na centralidade dos pobres na Pastoral e na missão da Igreja latino-americana e caribenha. O Padre recordou, ainda, que durante a semana duas perguntas conduziram os trabalhos dos participantes do Seminário: “Como podemos aprofundar e viver concretamente a opção preferencial pelos pobres?” e “Como podemos favorecer a cultura do encontro que liberta e comunica misericórdia e salvação?” Dois documentos do Papa Francisco nortearam o Seminário: a Encíclica Laudato Si’ e a Exortação apostólica Evangelii Gaudium. “Nossa preocupação foi encontrar pistas de ação pastoral para viver as propostas e indicações do Papa Francisco em nossas pastorais sociais e nas Cáritas nacionais e continental”, afirmou o Sacerdote. Segundo o Padre, apesar da “larga experiência nessa perspectiva pastoral da centralidade dos pobres como destinatários privilegiados da Boa-Nova (Evangelho) do Senhor” que há no continente latino-americano, existe um longo percurso a ser percorrido. “Temos grandes desafios pastorais, principalmente no campo dos encarcerados, dos refugiados (da mobilidade humana), no campo da geografia humana, isto é, na relação entre o grito dos pobres e o grito da mãe terra. Nosso continente, como todo o planeta, sofre grandes dores por causa da destruição do meio ambiente, o que, segundo o Papa Francisco, afeta ainda mais os marginalizados e pobres. Buscar vias que promovam a vida em abundância para todos, amando o menor, o excluído, aquele que ninguém quer amar e acolher... Eis nosso desafio missionário”. No encontro foram formadas comissões de trabalho por áreas pastorais: migrantes e refugiados; carcerária; mundo do trabalho; saúde; infância e juventude; e também foi marcado para agosto de 2018 o III Congresso Latino-americano de Doutrina Social da Igreja, para celebrar os 50 anos da II Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, em Medellín, na Colômbia.
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Em meio à folia, mar retratam problemas e p Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com
As músicas de carnaval muitas vezes são repletas de sátiras e brincadeiras para mostrar que o brasileiro não se esquece dos problemas do País, mesmo em meio à folia. Neste ano, muitos podem alegar que não há muito a se comemorar ou festejar, já que o País está mergulhado em uma grave crise econômica e em inúmeros escândalos de corrupção. A crise política, por sua vez, tem gerado uma polarização no Brasil e acirrado os ânimos, mostrando uma face intolerante do povo brasileiro. A criatividade da população, no entanto, continua a todo va-
por. Um grande exemplo disso são as marchinhas de carnaval, tradicionais durante esta época do ano. As marchinhas possuem letras fáceis e um ritmo empolgante fazendo a alegria do folião. Para que os problemas do País não passem despercebidos, muitos blocos de carnaval e compositores fizeram de suas marchinhas momentos de alegria, mas também de protesto, sátiras e atenção aos problemas da sociedade, como no caso da “Ligue 180”.
Não à violência contra a mulher “É grátis qualquer um pode ligar/ 24 horas no ar/ Registrando ocorrência/ Chega de maltrato e preconceito/ Toda mulher tem direito/ A viver sem violência”. Essa é uma das estrofes da marchinha de Tião Simpatia, cantor, compositor, cordelista, arte educador e integrante da Rede Latino-americana de Artistas da campanha do secretário-
geral da ONU “UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres”, que neste ano aproveita o carnaval para divulgar o 180, a Central da Mulher, que recebe denúncias sobre violência contra a mulher. Engajado na divulgação da Lei Maria da Penha nas artes, por meio de cordel, e em um trabalho socioeducativo, Tião Simpatia acredita que, mesmo diante da
Eu não sei de nada (Claudinha Proton)
Eu, eu, eu... Não sei de nada Eu, eu, eu... Não sei de nada Se é de noite, de manhã, de madrugada! Num banco da Suíça, uma conta apareceu Estava no meu nome, mas o “money” não é meu! Eu, eu, eu... Não sei de nada Eu, eu, eu... Não sei de nada Se é de noite, de manhã, de madrugada! A bicicleta é minha, o selim eu ajustei, Subi toda pomposa, não fui eu que pedalei! Eu, eu, eu... Não sei de nada Eu, eu, eu... Não sei de nada Se é de noite, de manhã, de madrugada A aeronave é minha, o aeroporto é meu, A fazenda é do meu tio, mas o pó que apareceu! Eu, eu, eu... Não sei de nada Eu, eu, eu... Não sei de nada Se é de noite, de manhã, de madrugada. Se a Federal bater à minha porta, as seis da Manhã de algema e camburão... Eu, eu, eu... Não sei de nada Eu, eu, eu... Não sei de nada Se é de noite, de manhã, de madrugada! Eu, eu, eu... Não sei de nada Eu, eu, eu... Não sei de nada
Ligue 180 (Tião Simpatia)
Violência doméstica ninguém mais aguenta Não tolere, denuncie, ligue 180. (Bis) É grátis qualquer um pode ligar 24 horas no ar Registrando ocorrência. Chega de maltrato e preconceito Toda mulher tem direito A viver sem violência. É a Central da Mulher Do Governo Federal Peça ajuda, denuncie Dê um basta nesse mal. A Central da Mulher Do Governo Federal Ligue 180 O sigilo é total. Meu amigo, não machuque A beleza feminina Uma flor dilacerada Entristece e não germina. A mulher quando agredida Tem da flor a mesma sina Maltratada murcha e seca E bem regada nos fascina.
Ratos do lava jato (Marsailhe Milward de Azevedo)
Ratos do lava jato Tá cheio de rato na turma do lava jato É rato pra todo lado Tem rato de direita, rato de esquerda Tem rato de esgoto, rato de telhado E se algum tentar sair na treta Vai se vê com homem da capa preta. Pega, pega, pelo rabo Pega com propina e lava à jato Tem rato com cuia rato sem ter ó Muitos ratos unidos numa ratoeira só Rato de terno, rato de gravata Rato de peruca, rato cheio de cachaça Pega, pega, pelo rabo Pega com propina e lava à jato A verba pública desviada e a campanha financiada E lá no exterior roeram dólar A ratoeira só não contava com delação premiada Pega, pega, pega pelo rabo
Pum da Dilma (Jadir Rodrigues Alves)
O vendedor não precisa mais chorar Usou o extintor para armazenar o ar Do pum da Dilma, do pum da Dilma (Bis) Com tanta corrupção, lava jato e petrolão O Cunha estourou nosso cunhão E o pum da Dilma, e o pum da Dilma Mandioca, macaxeira e aipim. O seu governo já chegou ao fim E o pum da Dilma, e o pum da Dilma Que ta fedendo demais Toda criança tem um cachorro atrás E o pum da Dilma, e o pum da Dilma, e o pum da Dilma
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rchinhas de carnaval preocupações do País folia, o carnaval “é um momento oportuno de se chamar a atenção das pessoas para esse problema, que extrapola o âmbito privado”. “Apesar de ser um tema social, é uma realidade muito próxima das pessoas. E no carnaval, além de diversão, podemos, sim, fazer conscientização. O refrão é muito fácil. Hoje muitos artistas abordam esse tema por meio da música”, afirma o autor da mar-
chinha “Ligue 180”, que em 2010 havia feito uma marchinha chamando a atenção para a importância da lei seca.
Concurso Nacional de Marchinhas A Fundição Progresso, um centro cultural no Rio de Janeiro, promove desde 2005 o concurso nacional de marchinhas com o “objetivo de resgatar a tradição Arte: Sergio Ricciuto Conte
dos antigos carnavais”. Para se ter ideia, das dez marchinhas finalistas do concurso, ao menos quatro tratam de temas políticos ou sociais. O presidente da Fundição Progresso, Perfeito Fortuna, destacou que foram mais de 200 marchinhas tendo como assunto uma crítica política ou social, o que para ele é reflexo de todo um problema político do País. “Isso é meio que saúde pública. Diante da desgraça que se abateu sobre nosso País com essas barbaridades, essa ignorância, essa falta de amor, essa ‘desgraceira’ de quem quer só para si, que rouba descaradamente, nós temos um povo que vai para a rua ‘de grátis’(sic) fazer a alegria, se alegrar e alegrar os outros. Acho essa
crítica muito saudável”, afirmou. Para o compositor de música erudita e música de vanguarda, Jorge Antunes, autor de “O mosquito”, uma das finalistas do concurso, o carnaval é o momento em que o povo vai às ruas com o ideal de que “a festa e a participação não seja só de anestesia e alienação, mas que possa ser somada à luta”. Em sua marchinha, Jorge faz uma crítica ao deputado federal Eduardo Cunha (PMDB–RJ), presidente da Câmara dos Deputados. “O chicungunha tá botando o povo aflito, e eu xingo o Cunha, xingo o Cunha de mosquito”. Outras marchinhas também fazem alusão aos escândalos de corrupção no País e ao governo da presidente Dilma Rousseff.
Quando rola um pancadão, ‘os deputado’ perde a linha (Rodolfo Gomes)
Marchinha do Japonês da Federal
Tá Dilmais
(Thiago Vasconcellos de Souza) (Juliana dos Santos Leme)
O mosquito (Jorge Antunes)
O chicungunha tá botando o povo aflito, e eu xingo o Cunha, xingo o Cunha de mosquito. Esse mosquito nasceu lá na ditadura: a gente fica aflito com a sua picadura. Esse mosquito tá fugindo da Justiça. Mas sei que ele tá frito, pois tem conta na Suiça. Ai, ai, ai, mosquito é bandido. Ai, ai, ai, o Cunha tá fugido.
O Brasil tá mal falado Culpa da corrupção Caso da Lava Jato Da Samarco e mensalão... Com o dólar disparado E com a volta da infração, Na assembleia e no senado, “Tá Dilmais” a enganação Tem ladrão Com preocupação Que na cela da cadeia Tenha superlotação Tem ladrão Com preocupação Pois, se encherem a cadeia Alguém vai ... passar-lhe a mão.
“Aí meu Deus, me dei mal Bateu à minha porta O Japonês da Federal!” (Bis) Dormia o sono dos justos Raiava o dia, eram quase seis Escutei um barulhão Avistei o camburão Abri a porta e o Japonês, então, falou: “- Vem pra cá! Você ganhou uma viagem ao Paraná!” “Aí meu Deus, me dei mal Bateu à minha porta O Japonês da Federal!” (Bis) Com o coração na mão Eu respondi: o senhor está errado! Sou Trabalhador... Não sou lobista, senador ou deputado!”
A turminha lá de casa quer pegar um cineminha Mas o dinheiro não dá (dá, dá, dá) Estreou o “Homem de Ferro”, estreou o “Homem Formiga” E o “Homem Tamanduá” (uá, uá, uá) Netflix não tá dando, Gatonet tá miando, mas achei a solução: A TV Câmara, meu camaradinha, Quando rola um pancadão, ‘os deputado perde a linha’ Sessão plenária mais parece uma novela Daquelas que o mocinho sempre apanha do vilão Parlamentares vindos da Idade Média Tem suspense, tem tragédia, tem comédia pastelão Programação para quem gosta de esportes Se no dia tiver sorte tem até UFC Não vale a pena ver de novo a ditadura Basta ver a linha dura da bancada BBB O nepotismo rola que é uma maravilha, Tem pro filho, tem pra filha, pro vovô e pro papai E o deputado, cunhado do presidente, Faz até o Darth Vader parecer um bom rapaz E o deputado, cunhado do presidente, Faz até o Darth Vader parecer um bom rapaz * As letras das marchinhas foram mantidas tal como foram compostas
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Corrigir os que erram é obra de misericórdia Luciney Martins/O SÃO PAULO
Renata Moraes
jornalismorenata@gmail.com
No Ano Santo, Papa Francisco convida à prática de ações misericordiosas, entre estas admoestar os pecadores, algo que requer conhecimento na fé “Se o teu irmão pecar, vai e corrige-o a sós. Se te escutar, terás ganho o teu irmão”. (cf. Mt 18,15). O preceito é bíblico e nos encoraja a sempre corrigir os irmãos quando estes errarem e se desviarem dos caminhos de Deus. É o que ensina a terceira obra de misericórdia espiritual: admoestar os pecadores. Admoestar é uma palavra originária do latim “admonestare” e conforme o Dicionário Aurélio significa “censurar alguém a partir da observação de seu comportamento, de sua maneira de pensar ou por uma falha cometida por esta pessoa; repreendê-la. Ou também aconselhar alguém quanto à sua maneira de proceder”. Todos nós cristãos estamos aptos a corrigir uns aos outros. Mas a correção não pode ser pautada no que ‘achamos ou pensamos’, deve ser orientada nos ensinamentos de Jesus e na verdade da Palavra de Deus. Na Carta aos Gálatas, São Paulo orienta que a admoestação deve ser feita em espírito de mansidão: “Irmãos, se alguém for apanhado em alguma falta, vocês que são espirituais devem corrigir essa pessoa com espírito de humildade. E você, cuide de si mesmo, para também não ser tentado” (cf. Gl 6,1). Eximir-se da ação da correção fraterna pode gerar um novo pecado. “O que Jesus nos pede é o contrário do que algumas pessoas fazem: pela frente, são sorridentes e amáveis, mas falam mal pelas costas. Essa obra de misericórdia nos convida ao comportamento oposto: nunca falar mal de ninguém pelas costas e, se houver algo a corrigir, procurar a pessoa para conversar”, expressou Dom Carlos Lema Garcia, bispo auxiliar da Arquidiocese e vigário episcopal para a Educação e a Universidade. Como já destacava São Josemaria Escrivá, “um cristão não pode deter-se apenas nos seus problemas pessoais, mas deve viver de olhos postos na Igreja universal, pensando na salvação de todas as almas”. O sacerdote ao exortar a comunidade durante as homilias na mis-
PRATIQUE AS OBRAS DE MISERICÓRDIA “Se o ensino e o estímulo à prática das obras de misericórdia foram deixados indevidamente de lado, o Ano Santo pode ser uma boa ocasião para reintroduzir essas boas práticas cristãs na pregação e na vida diária” (Cardeal Odilo Pedro Scherer, Carta Pastoral “Misericordiosos como o Pai”, página 13).
Obras de misericórdia corporais (materiais)
Dar de comer aos que têm fome Dar de beber a quem tem sede Prover os que não têm o que vestir Acolher o estrangeiro Assistir os doentes Visitar os presos Sepultar os mortos
Obras de misericórdia espirituais
Ajudar os que têm dúvidas Ensinar os que não sabem Aconselhar os pecadores Consolar os aflitos Perdoar as ofensas Suportar com paciência as injustiças Rezar a Deus pelos vivos e mortos
‘Se o teu irmão pecar, vai e corrige-o a sós. Se te escutar, terás ganho o teu irmão’ (cf. Mt 18,15)
sa, a catequista que ensina os jovens, os grupos paroquiais que visitam os enfermos, e os pais que orientam os filhos sempre para o caminho do amor são exemplos dessa correção. Corrigir os que erram também exige uma atitude de compreensão da realidade daqueles que precisam ser corrigidos. “Sendo uma obra de misericórdia, significa pensar a educação e o aconselhamento a partir da realidade de sofrimento e de vida”, destacou o Cônego Antônio Manzatto, teólogo e professor da PUC-SP. Porém, segundo Manzatto, isso não significa ser o “xerife da paróquia”, por exemplo. “Alguém que fica observando todo mundo para ver quem é que está fazendo coisa errada e apontando os erros. É preciso estar mais atento nas atitudes dos meus irmãos quando prejudicam outros irmãos mais fracos”. No Antigo Testamento (cf. 2 Sm 12, 1-31) é relatado a correção que o profeta Natã fez ao Rei Davi, que, ofuscado pela paixão, cometera adultério com Betsabéia e provocara a morte do seu marido para se casar com ela. Apesar desses crimes, Davi não havia percebido seu erro até que foi alertado por Natã. “Com o passar do tempo, a prática da correção fraterna, aliada à docilidade para se corrigir, facilita o caminho da santidade. Também se sente uma
grande alegria ao se perceber que, com o tempo, as pessoas amadurecem e crescem”, comentou Dom Carlos.
Relativismo e pecado
Frases como “Sim, eu menti, mas foi para ela não ficar magoada” ou “Você faz a sua verdade e eu faço a minha” tentam justificar o erro e indicam como o relativismo em relação ao pecado é comum na sociedade. No entanto, a consciência humana é capaz de distinguir o certo do errado. “É a voz interior do ser humano que incondicionalmente o move a procurar o bem e a evitar o mal”. (Youcat, compêndio do Catecismo da Igreja Católica, 295). Mesmo quando inventamos uma desculpa, no fundo, sabemos quando erramos. Assim também acontece com as atitudes erradas ao nosso redor: se sabemos que tal situação ofende a Deus, então ela é pecaminosa e deve ser combatida. “Acostumar-se ao pecado sem pedir perdão nos torna corruptos”, destacou o Papa Francisco durante a homilia na Casa Santa Marta, na sexta-feira, 29. “Pode-se pecar de muitos modos e por tudo se pode pedir sinceramente perdão a Deus e saber que, sem dúvidas, o perdão será obtido”, ponderou Francisco. Por outro lado, há uma banalização quanto ao “corrigir”. Em um mundo com vastos instrumentos de comuni-
cação on-line é fácil expor opiniões sem um mínimo de reflexão, como, por exemplo, julgar o conteúdo que o outro publica ou compartilha pelas redes sociais, ou se a pessoa não “curte” o pensamento, e ainda a atitude ou uma foto que o outro publicou. Nesses casos, apressadamente, surgem julgamentos ou comentários feitos, muitas das vezes, sem ter em conta possíveis desdobramentos negativos.
redescobrir as obras de misericórdia
Durante o encontro com integrantes da Congregação para a Doutrina da Fé, na sexta-feira, 29, Papa Francisco enfatizou que as obras de misericórdia não “são uma devoção”, mas sim “a concretude de como os cristãos devem levar adiante o espírito de misericórdia”. Segundo o Pontífice, “devemos retomar este tão importante ensinamento aos fiéis”. Em entrevista ao jornalista Andrea Tornielli, que se tornou um livro – “O nome de Deus é misericórdia”, lançado neste mês, Francisco destacou: “Pensemos nas primeiras quatro obras de misericórdia espiritual: no fundo, não têm a ver com aquilo que definimos como ‘o apostolado do ouvido’? Aproximarse, saber escutar, aconselhar, ensinar acima de tudo com o nosso testemunho”. E finalizou: “Da acolhida ao marginalizado, que está ferido no corpo, e da acolhida ao pecador, que está ferido na alma, depende a nossa credibilidade como cristãos. Recordemos sempre as palavras de São João da Cruz: ‘No entardecer da vida, seremos julgados sobre o amor”’.
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Com a Palavra: Rafael Novaes Dias
‘Haitianos são mais apaixonados pelo futebol do que os brasileiros’ Vitor Madeira/Viva Rio
Daniel Gomes
danielgomes.jornalista@gmail.com
No Haiti, um dos países com os piores indicadores de desenvolvimento humano, o futebol é para muitos jovens a esperança de um futuro melhor. A convite da ONU, em 2004, a ONG Viva Rio passou atuar nas comunidades pobres locais. Após o terremoto que devastou o País, em 2010, a Viva Rio decidiu construir a Academia de Futebol Pérolas Negras, na capital Porto Príncipe, onde desde 2011 jovens talentos das ‘quatro linhas’ vivem, treinam e estudam. Em 2016, pela primeira vez, a equipe dos Pérolas Negras participou da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Não venceu nenhum dos três jogos que disputou, mas ganhou destaque de mídia e a simpatia da torcida. No banco de reservas, comandando os garotos, estava o mineiro Rafael Novaes Dias, 34, que nesta entrevista ao O SÃO PAULO fala sobre o funcionamento do projeto que ele acompanha desde 2011 e da paixão dos haitianos pelo futebol. O SÃO PAULO – Como foi sua tra-
jetória até chegar à Academia de Futebol Pérolas Negras?
Rafael Novaes Dias – Trabalhei no futebol de base aqui no Brasil. Sou formado em Educação Física, fiz minha a graduação em futebol na Universidade Federal de Viçosa (UFV). Comecei como treinador aos 17 anos, no Uberabinha, que é uma escola de futebol que existe em Juiz de Fora (MG). Lá, fiquei por dez anos, trabalhando com o futsal também e fazendo outras atividades. Na época, eu trabalhava de madrugada, da meia-noite às seis da manhã, numa empresa cirúrgica e fazia faculdade de noite. Depois, fui para o Sport Club Juiz de Fora, treinei o sub-15 e sub-20 no Campeonato Mineiro, e sai quando surgiu a oportunidade de ir para o Haiti.
Como é feita a seleção dos garotos para os Pérolas Negras?
Temos três caminhos. A tradicional peneira, que é aberta para todos. Temos, ainda, a indicação de atletas por clubes parceiros espalhados pelo Haiti, que é a situação em que os clubes indicam e a
gente faz uma observação do atleta no grupo e avalia se ele tem potencial para continuar. E também quando a gente joga contra outro time e vê um menino com potencial, faz um teste com ele.
Há um limite de idade para o ingresso na Academia?
Hoje já existem meninos de 11 anos, mas a gente trabalha de 12 aos 20 anos. Foi aumentando esse limite com o tempo para a gente não ter que dispensar aqueles que não conseguiram clube. Vamos dando oportunidade no time para que, quem sabe, esse garoto consiga se encaixar futuramente, porque lá não há essa regularidade de campeonatos como aqui. Neste tempo que estou no Haiti, houve somente um campeonato sub18. Quase sempre, os garotos só jogam amistosos ou campeonatos fora. No País, a organização e a estrutura do futebol são ruins, exceto na Academia e na seleção haitiana, que tem um centro de treinamento construído pela Fifa. Então, a Academia de Futebol Pérolas Negras supre essa lacuna no trabalho de formação. A gente não trabalha com profissional. Se o menino completa 18, 19 anos e tem condições, encaminhamos para um time de primeira divisão ou segunda divisão do Haiti. Nesses clubes, ele é pago com o suficiente para sobreviver dentro do País, não é um valor exorbitante, mas dá para sobreviver.
O Haiti é um país com péssimas condições sociais. Como a maioria dos garotos chegam para uma peneira, por exemplo?
Nos dias de peneira, aparecem meninos calçando sapatos, os mesmos que usam para ir para a igreja, por exem-
plo. Outros vão descalços, quase todos não têm nada. Então, nem exigimos que tenham ‘meião’, chuteira, calção. Eles chegam e a gente deixar jogar. Quando alguns chegam em situação bem ruim, emprestamos o material que temos no centro de treinamento para a peneira. Já chegamos a fazer peneira em províncias bem longe de Porto Príncipe, em que teve menino que chegou só de cueca para jogar bola.
A noção de jogo, tática e técnica deles é inferior a dos jovens atletas brasileiros?
Conhecimento, hoje em dia com a internet, todo mundo tem. Na Copa São Paulo, fizemos três jogos. Em campo, os atletas respeitaram todos os fundamentos, também a parte tática, o respeito ao padrão de jogo, mas falta aquele algo a mais que o brasileiro sempre teve. É preciso considerar que lá não existem os campeonatos como os daqui. Perdemos nossos três jogos na competição, mas quem estava no estádio viu que poderíamos sair com a vitória. Então, o detalhe da experiência de jogar um campeonato com os melhores, isso fez a diferença. Lá no Haiti, não estávamos jogando campeonato algum, só fazendo amistosos. Existem três divisões do futebol lá que eles chamam de profissionais, mas eu prefiro chamá-las de ‘adulto’, pois estrutura para futebol não há.
Foi a primeira vez que vocês disputaram a Copa São Paulo?
Sim. Viemos com 23 atletas. Aliás, é a primeira vez que um time do Haiti participou de um campeonato dessa grandeza. O Haiti não tem muita história no futebol, mas é um dos países mais apai-
xonados pelo futebol que eu conheço, até mais que o próprio brasileiro. Infelizmente por falta de estrutura e de um trabalho de base, parou no tempo. Quase não existe investimento no futebol e o pouco que há é investido nos adultos. Por isso, acredito que a Academia está fazendo um grande trabalho, pois estamos formando, quem sabe, até os futuros jogadores para a seleção. Talvez, daqui a alguns anos, o Haiti possa voltar a uma Copa do Mundo, só disputou em 1974, e nós olharemos para trás, para o que estamos fazendo hoje, e veremos que a Academia ajudou nesse processo, que nosso trabalho no País valeu a pena. Esse time que veio para a Copa São Paulo tem nove jogadores do primeiro grupo que entrou na Academia em 2011.
Você ficou surpreso com a acolhida dos brasileiros com a equipe? No jogo de estreia contra o Juventus 3 mil pessoas lotaram o estádio lá na Rua Javari...
Foi muito legal o carinho. Teve muito torcedor haitiano que também foi nas partidas. No primeiro jogo, claro, a maioria do pessoal torceu para o Juventus, time da casa, mas no segundo todos torceram para nós. Foi legal demais! Os meninos se sentiram em casa. No primeiro jogo, a gente demorou para se adaptar por causa dessa pressão, mas depois a gente conseguiu se impor e jogar bem. Todos gostaram dos meninos. O carinho foi fundamental. Eles nunca vão esquecer.
Alguns jogadores despertaram a atenção de clubes do Brasil. Quais os planos para eles?
Ainda vamos conversar com a diretoria para ver o que a gente faz. O que desejamos, de fato, é uma boa estrutura para que eles possam ficar bem. Não queremos trazer os meninos aqui para que passam dificuldades. Não estamos a procura de times grandes, mas de equipes com estruturas mínimas onde possam morar, ficar e desempenhar um trabalho legal.
E para o time como um todo, qual o planejamento agora depois da Copa São Paulo?
Conseguimos um centro de treinamento no Rio de Janeiro, em Paty do Alferes, e vamos continuar o trabalho, buscar competições. Existe a possibilidade de disputarmos a 3ª Divisão do Campeonato Carioca. Seguiremos trabalhando, mesclando o time com os brasileiros, para que essa troca de experiências seja a mais positiva possível para os haitianos. Seguiremos fazendo a formação com eles no Brasil e pensando em oportunidades futuras para os meninos.
16 | Fé e Cultura |
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Filipe David
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Dica de Leitura A rebelião das massas A rebelião das massas é um ensaio filosófico brilhante, um dos livros mais importantes do século XX. A esta altura, 85 anos depois do seu lançamento, o livro já foi reeditado e traduzido inúmeras vezes e para dezenas de línguas. O autor coloca em questão os conceitos de homem-massa, razão histórica e governo mundial. Para o público brasileiro, o ensaio de Ortega y Gasset, acidentalmente político, mas essencialmente filosófico, talvez tenha mais a dizer hoje do que em qualquer outro período da história nacional. Traduzida da edição madrilense de 1948, esta edição conta também com uma introdução de Julián Marías à obra e algumas notas explicativas tanto do tradutor quanto de outras edições espanholas, muitas do próprio autor. Ficha técnica: Autor: José Ortega y Gasset Páginas: 364 Editora: Vide Editorial
Divulgação
Cinema
Epa! Cadê o Noé? O dilúvio está para começar e uma grande enchente vai destruir todo o mundo. A arca de Noé parece ser a única esperança para os animais se salvarem. O filme conta a história de Dave e seu filho, Finny, uma família de “nestrians” (um tipo de animal peculiar que ainda não encontrou o seu lugar no mundo) que deseja entrar na arca para escapar do dilúvio. O único problema é que para ser aceito na arca é preciso ter o nome na lista! Com a ajuda involuntária de Hazel e Lia, dois “grymps”, eles conseguem entrar, mas a curiosidade das crianças acaba levando-as para fora da arca no momento mais crucial! Agora, elas precisam sobreviver à enchente e seus pais deverão lutar para salvá-los antes que seja tarde demais. “Epa!” é um filme engraçado com uma “moral da história” que só fica clara nas últimas cenas. O filme é para crianças, mas também pode divertir os pais. A estreia será na quinta-feira, 4.
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| Esporte | 17
Daniel Gomes
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A seis meses do início dos Jogos Rio 2016, organizar a competição custará, ao menos, R$ 39,1 bilhões, valor R$ 10,3 bilhões superior aos R$ 28,8 bilhões que se projetava gastar em 2009, quando a cidade do Rio de Janeiro foi eleita cidade sede da olimpíada. Conforme dados oficiais, estão sendo investidos R$ 24,6 bilhões no Plano de Políticas Públicas, que são as obras de infraestrutura geral impulsionadas pelos Jogos; R$ 7,4 bilhões nas estruturas do Comitê Rio 2016; e R$ 7,07 bilhões na Matriz de Responsabilidades, que engloba os investimentos do Governo Federal, do Estado do Rio de Janeiro e da prefeitura carioca exclusivamente com as obras e a organização dos locais de realização dos Jogos. A atualização mais recente dos gastos refere-se à Matriz de Responsabilidades, divulgada na sexta-feira, 29, pela Autoridade Pública Olímpica (APO). Em relação aos valores de agosto de 2015, os Jogos encareceram R$ 400 milhões, especialmente pelos contratos de locação de energia temporária para as arenas (R$ 290 milhões), além da construção das arquibancadas temporárias de alguns locais de competição e gastos adicionais para a conclusão de oito obras.
Além da conta
Na avaliação de Anderson Gurgel, que estuda os gastos de megaeventos esportivos e é professor de marketing e jornalismo esportivo na Universidade Mackenzie, estourar o orçamento previsto não é uma exclusividade dos Jogos Rio 2016. Ao O
Projeção de gastos totais Em 2009 R$ 28,8 bilhões
Janeiro de 2016 R$ 39,1 bilhões
Arte: Jovenal Pereira/O SÃO PAULO
Jogos Rio 2016 já custam R$ 10,3 bilhões acima do previsto
ATUALIZAÇÕES DA MATRIZ DE RESPONSABILIDADES Lançamento da Matriz – janeiro de 2014 – R$ 5,6 bilhões
1º Atualização da Matriz – julho de 2014 R$ 6,5 bilhões (+ R$ 900 milhões) Com 65% de investimentos privados (R$ 4,2 bilhões)
3ª Atualização da Matriz – agosto de 2015 R$ 6,67 bilhões (+ R$ 70 milhões) Com 63,5% de investimentos privados (R$ 4,24 bilhões)
2ª Atualização da Matriz – janeiro de 2015 R$ 6,6 bilhões (+ R$ 100 milhões) Com 64% de investimentos privados (R$ 4,24 bilhões)
4ª Atualização – janeiro de 2016 R$ 7,07 bilhões (+ R$ 400 milhões) Com 60% de investimentos privados (R$ 4,24 bilhões)
SÃO PAULO, ele lembrou que Londres 2012 teve custo excedente e que Tóquio 2020 também já estuda uma revisão de valores. “É sempre muito questionável a forma como se dá o processo de escolha das cidades-sede, que leva a serem gerados relatórios muito bonitos e, às vezes, com números não próximos da realidade. Quando o projeto é executado, as coisas se mostram um pouco diferente”, comentou Gurgel. Em seu site, a APO explica que o aumento de custos com a Matriz de Responsabilidades ao longo dos anos é fruto das adequações de projetos exigidas pelo COI e das alterações decididas pelo Comitê Rio 2016 e pelos entes governamentais.
Para Gurgel, é compreensível o aumento de custos ao longo da execução das obras, mas a diferença entre o que se projetou e o que é gasto indica que houve falhas no relatório inicial. “A cada mudança na Matriz de Responsabilidades a constatação inevitável é a de que o relatório original tinha falhas, salvo se for comprovado depois que há má-gestão, ingerência ou algo parecido”, analisou.
Muitas promessas e gastos
A conta final dos Jogos Rio 2016 deve ser ainda maior. Alguns custos como a compra de mobiliário para a vila olímpica não estão computados e ainda não está detalhado o montante que será in-
vestido com a segurança da olímpiada. No que se refere à Matriz de Responsabilidades, R$ 4,24 bilhões dos custos estão com a iniciativa privada, 60% do total. Na primeira atualização da Matriz, em janeiro de 2014, quando a projeção de gastos era de R$ 6,5 bilhões, a participação da iniciativa privada equivalia a 65%. “O esporte também sofre com a crise no País e com o descrédito das instâncias públicas. As empresas tendem a fugir de riscos, tanto de fazer uma parceria público privada quanto de relacionamento de marca. Quem se compromete efetivamente com os custos são os governos e numa situação de crise como agora, muitas empresas se descomprometem, mas os gastos permanecem para os governos”, comentou Gurgel. Para o especialista em comunicação e esporte, os Jogos Rio 2016 podem deixar um saldo positivo para o País, mas não o que foi anunciado pelos governos inicialmente. “Os governantes fazem política em cima do esporte num contexto de gestões complicadas, ruins, prometem demais, e quando há um legado positivo, mas que não é delirante, parece pouco, e se gera essa frustração inevitável”.
AGENDA ESPORTIVA paulistão de futebol QUARTA-FEIRA (3) - Série A2 20h – Portuguesa x Juventus (Canindé) QUINTA-FEIRA (4) - Série A1 21h – Palmeiras x São Bento (Allianz Parque) SÁBADO (6) - Série A1 17h – São Paulo x Água Santa (Morumbi)
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Brasilândia
Flávio Rogério Lopes, Larissa Fernandes e Renata Moraes Colaboração especial para a Região
Dom Devair comemora 1 ano de episcopado Ricardo Luciano
ainda presentes e um bolo da comunidade. Antes do encerramento da missa, Dom Devair expressou que é feliz por sua vocação e encorajou os jovens que sentem o chamado ao sacerdócio a aceitarem o convite de servir a Deus. Dom Devair nasceu em Franca (SP), em 1º de fevereiro de 1968 e foi ordenado padre em 20 de dezembro de 1998 na mesma cidade. Nomeado pelo Papa Francisco como bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo teve sua ordenação episcopal em 1º de fevereiro de 2015, em Franca, pela imposição das mãos do Cardeal Odilo Scherer.
‘Um ano de conhecimento e aprendizado’
Dom Devair festeja aniversário e um ano de episcopado em missa na Brasilândia
A segunda-feira, dia 1º, foi especial para Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia e vigário episcopal para a Pastoral da Comunicação. Em missa na Paróquia São Luís Gonzaga, em Pirituba, ele comemorou junto ao clero e os fiéis o aniversário de 48 anos de idade e o primeiro ano de episcopado. Dom Devair, na homilia, ao fazer menção ao evangelho do dia, recordou que Jesus, ao chegar na cidade, foi abordado primeiramente por um homem possuído pelo demônio, alguém que foi
excluído e deixado de lado pela sociedade. “Quantos irmãos, nós encontramos todos os dias pelas ruas, que também não enxergamos. Que nós também não vemos, pessoas que estão caídas a beira da estrada”, afirmou, destacando que o encontro com Jesus é transformador. O Bispo também destacou a importância da Campanha da Fraternidade 2016, que com o tema “casa comum, nossa responsabilidade” tratará sobre o meio ambiente. Ao final da celebração, lideranças pastorais fizeram uma breve homenagem ao Bispo, que recebeu
Em entrevista à Pastoral da Comunicação da Região Brasilândia, Dom Devair comentou sobre o primeiro ano de vivência como bispo auxiliar na Arquidiocese de São Paulo. O Bispo ressaltou que percebe que pela bondade de Deus este tem sido um tempo de férteis experiências e de muitos sinais de carinho. “Um ano de conhecimento e de aprendizado, e, ao mesmo tempo, um ano com muitas mudanças e de muitas mudanças”. Em relação ao trabalho na Região Brasilândia, Dom Devair comentou que com a assembleia regional no final do ano passado, foi possível avaliar a caminhada pastoral e fechar um ciclo de conhecimento. “A partir disso, começamos a pensar em novos caminhos e novas propostas. Acredito que neste
ano será possível dar continuidade e propor novas iniciativas, principalmente aquelas envolvendo a família e a juventude. Também penso que seja preciso rever algumas estruturas pastorais, para facilitar o trabalho e a comunhão de esforços”, comentou. No que se refere a suas atribuições como vigário episcopal para a Pastoral da Comunicação, Dom Devair recordou que já realizou visitas a empresas ligadas a comunicação e que outras serão feitas em 2016. “As visitas tem a finalidade de abrir ou estreitar contados com os comunicadores. Temos alguns projetos em andamento para este ano, principalmente ligados ao ‘Ano da Misericórdia. Alguns vídeos já foram gravados e divulgados. O trabalho com o Vicariato tem sido uma experiência muito enriquecedor”. Sobre o atuação como bispo auxiliar em São Paulo, Dom Devair comentou que “o trabalho na grande metrópole realmente é desafiador”, e ressaltou dois aspectos. “No colegiado dos bispos, encontrei verdadeiros irmãos no mistério, sempre prontos a ouvir e ajudar, um verdadeiro testemunho de comunhão. Em relação ao presbitério, como característica geral, posso dizer que encontrei padres e diáconos permanentes muito comprometidos com seu ministério pastoral, enfrentando as dificuldades com um grande testemunho de fé. Mas não podemos esquecer-nos dos religiosos, particularmente as religiosas, que contribuem muito com seus carismas para a evangelização e os trabalhos pastorais”.
Lideranças pastorais preparam-se para a Campanha da Fraternidade “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Amós 5,24). É com este lema que a Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016 convida os cristãos a uma reflexão sobre a situação do saneamento básico em todo mundo. O assunto foi tema de duas formações na Região Brasilândia, no sábado, nas paróquias Santos Apóstolos, no Jardim Maracanã, e São José, em Perus. Baseados na metodologia do “ver”, “julgar” e “agir”, os assessores Padre Nelito Dornellas, Magda Melo, Cônego Antônio Manzatto e Professor Antônio Claro Leite trataram sobre a realidade do saneamento básico, bem como a relação desse tema com a Igreja e ainda apontaram as possíveis medidas para amenizar as conseqüências desse problema que tam-
bém diz respeito à saúde pública. Em Perus, o Padre Dornellas comentou que a consciência ecológica ainda é nova entre os brasileiros. Foi a partir de 1979 que a CF passou a tratar o assunto e desde então foram quatro campanhas sobre os cuidados com o planeta. “É por isso que precisamos cuidar da casa comum”, afirmou, exemplificando o tema com tragédia ambiental ocorrida em Mariana (MG), em novembro de 2015. Na segunda parte da formação, o Cônego Manzatto convidou a assembleia a pensar o saneamento a partir da fé, ou seja, porque esse também é um assunto de interesse da Igreja. Ele citou o exemplo da falta da água nos bairros periféricos de São Paulo. “É pecado não haver justiça no saneamento básico, já que é direito de todos o acesso à água tratada”, enfatizou.
Viviane Santos
Cônego Manzatto durante formação sobre a CF 2016 na Paróquia Santos Apóstolos
Por fim, o Professor Antônio alertou para as formas tanto individuais quanto coletivas de cuidados com a “Casa Comum”. Segundo ele, as medidas devem partir desde sim-
ples ações pessoais como não sujar, não desperdiçar, reutilizar e semear, até a atuação dos meios de comunicação acerca do tema e, principalmente, da ação do governo.
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Peterson Prates
Colaborador de comunicação da Região
Escola de Fé e Política abre inscrições para 2016 A Escola de Fé e Política Waldemar Rossi está com inscrições abertas para turmas em 2016. O curso, realizado em parceria com a Universidade Federal de São Paulo e a Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo, é dividido em dois módulos. O primeiro - “Fé, Política e o Planejamento da Cidade” - apresenta a Lei
Orgânica do Município, o Plano de Metas, o Plano Diretor, entre outros tópicos. Já o módulo dois “Fé, Política e Participação do Cidadão” – apresenta as ferramentas de controle social, as atribuições dos poderes e as políticas públicas para a cidade. As aulas ocorrem sempre às segundas-feiras, no Centro Pastoral
São José (avenida Álvaro Ramos, 366, no Belenzinho), das 19h30 às 21h30. A primeira será em 15 de fevereiro, ministrada por Dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo emérito de Blumenau (SC), com o tema “A Espiritualidade do Conflito na cidade de São Paulo”. As inscrições podem ser feitas no primeiro dia de aula.
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Belém
AGENDA REGIONAL Domingo, 14, 15h Abertura da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 – “Casa Comum, Nossa Responsabilidade”, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima e São Roque (rua José Antônio Fontes, 36, Sapopemba).
Padre Fausto Marinho
Padre Fausto Marinho
A juventude do Setor Pastoral Vila Prudente realizou no domingo, 31, um encontrão com um piquenique no Parque Ecológico de Vila Prudente, na zona Leste da cidade, com integrantes de seis paróquias do Setor. O encontro teve a participação de Dom Carlos Lema Garcia, bispo referencial para a juventude na Arquidiocese.
No domingo, 31, os fiéis da Paróquia Divino Espírito Santo celebraram na Comunidade Sagrada Família missa pelos cinco anos de trabalho do seu pároco, Padre Antonio Carlos Mariano, CSSp, que também preside o Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Sapopemba. Ele partirá em missão para Governador Valadares (MG).
Cássia Bittencourt
Paróquia São Mateus Apóstolo
Entre os dias 29 e 31, aconteceu o segundo encontro do Projeto Tenda de Formação, com o tema “Civilização do Amor”. O projeto é uma iniciativa da Pastoral da Juventude da Região Episcopal Belém e do Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto. Durante o ano, estão previstos mais três encontros de formação.
A Paróquia São Mateus Apóstolo se despediu, no domingo, 31, do Padre Lauro Wisnieski, que trabalhou por 11 anos na igreja. Ele assumirá a função de administrador paroquial da Paróquia Santa Rosa de Lima, no Setor Vila Alpina. Como pároco da São Mateus Apóstolo assumirá o Padre Edivaldo Batista. Divulgação
Divulgação
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Santana
Diácono Francisco Gonçalves
Colaborador de comunicação da Região
Igreja presta solidariedade às vítimas das enchentes no Jardim Tremembé Padre Eduardo Higashi
Pátio da Paróquia Nossa Senhora de Fátima do Tremembé durante enchente no dia 27
A igreja matriz da Paróquia Nossa Senhora de Fátima do Tremembé foi um dos locais atingidos pela enchente de 27 de janeiro no Jardim Tremembé, na zona Norte da cidade.
“Graças a Deus, nossa Paróquia não sofreu perdas materiais, mas muitos moradores perderam móveis, utensílios domésticos, fogões, colchões, roupas e veículos. No dia
seguinte à enchente, estivemos com alguns moradores prestando nossa solidariedade como Igreja Católica, nos colocando à disposição dos moradores, no que fosse possível ajudar e, de antemão, disponibilizamos algumas cestas básicas”, disse o Padre Eduardo Higashi, pároco. “Percebemos que as pessoas estão cansadas de reivindicar melhorias para o bairro, visto que as enchentes são uma realidade presente há décadas e as autoridades locais não demonstram nenhum interesse em propor um projeto para resolver definitivamente essa situação”, complementou Padre Higashi. Segundo o Sacerdote, a comunidade reconhece que além do descaso das autoridades públicas, no que se refere a ações efetivas para o problema das enchentes no bairro e às questões de saneamento básico, existe também a falta de conscientização das pessoas quanto ao lixo
e entulhos nas ruas, em jogar móveis nos córregos, praças e terrenos. Tudo isso é refletido no tema da Campanha da Fraternidade 2016, “Casa comum, nossa responsabilidade”, e no lema “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24). “Em solidariedade aos irmãos, a nossa comunidade paroquial está se mobilizando, junto aos amigos e pelas redes sociais, para arrecadar mantimentos, colchões (casal e solteiro), roupas (crianças e adultos) e fogões para doarmos às famílias que tiveram perdas na enchente”, detalhou Padre Higashi. As doações podem ser entregues na Paróquia (rua Maria Amália Lopes Azevedo, 2.249, Jardim Tremembé), de segunda a sexta-feira, das 7h às 12h e das 14h às 17h; aos sábados, das 8h às 12h; e no domingo, nos horários das missas às 8h, 10h e 18h.
Escolas de Teologia e Evangelização iniciam matrículas O Centro de Formação Pastoral Frei Galvão (avenida Marechal Eurico Gaspar Dutra, 1.853, próximo da estação Parada Inglesa do Metrô), espaço formativo da Região Episcopal Santana, inscreve para os cursos de Teologia para Leigos e da Escola de Evangelização. A Escola de Teologia tem duração de três anos e sua grade é composta de disciplinas voltadas para o estudo e aprofundamento bíblico e dogmático. Seu objetivo é promover a formação de catequistas, ministros da Palavra, agentes pastorais e demais interessados em aperfeiçoar o conhecimento bíblico na tradição cristã-católica. Já a Escola de Evangelização se caracteriza por cursos de curta du-
ração (um semestre, com 15 aulas). No primeiro semestre serão oferecidos cursos abordando os seguintes temas: Mariologia; Liturgia; O Ano da Misericórdia e o Sacramento da Confissão; A ‘Alegria do Evangelho’ e a Missão da Igreja com o Papa Francisco; e A Realidade Psíquica na Consagração Eucarística. Para o segundo o semestre, as turmas são convidadas a sugerir novos temas que gostariam de desenvolver, tendo como referência a Bíblia, o Catecismo da Igreja Católica ou os documentos da Igreja. A abertura do ano letivo será em 1º de março, às 20h, com missa na capela São José da Cúria de Santana (avenida Marechal Eurico Gaspar Dutra, 1.877), presidida por Dom
Diácono Francisco Gonçalves
Dom Sergio reunido com professores e alunos no encerramento do ano letivo de 2015
Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana. As aulas se iniciam a partir de 3 de março. Para informações sobre valores,
horários disponíveis e inscrição, o contato deve ser feito pelo telefone (11) 2991-5882 ou no e-mail cpfreigalvao@gmail.com, de segunda a sexta-feira, das 13h15 às 17h.
Diácono Francisco Gonçalves
Diácono Francisco Gonçalves
Com missa presidida por Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, os fiéis da Paróquia São Paulo Apóstolo festejaram seu padroeiro em 25 de janeiro, encerrando as festividades iniciadas com novena. A missa solene de encerramento da festa foi concelebrada pelo Padre Antonio Simões Dias, pároco.
Entre os dias 30 e 31 de janeiro, aproximadamente 75 jovens do movimento “Juventude força em Cristo” participaram de um retiro na Capela Nossa Senhora da Saúde, pertencente à Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Parque Edu Chaves. Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu missa durante o evento.
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Padre Marcelo Delcin, Cláudio Amaral e Sueli Amaral Colaboração especial para a Região
Semana Catequética ressalta que Jesus é a fonte de misericórdia Segue até quinta-feira, 4, a Semana de Animação Bíblico-Catequética da Região Sé. Na segunda-feira, dia 1º, na abertura das atividades, quase 400 catequistas e integrantes das pastorais se reuniram na Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima, no Sumaré, para a missa de Apresentação do Senhor no Templo, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, e concelebrada por Dom Eduardo Vieira dos Santos, bispos auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, e outros padres. A Semana de Animação Bíblico-Catequética tem o propósito de aprimorar a formação e o direcionamento pastoral para todo o ano. Em todas as regiões episcopais este encontro acontecerá durante o mês de fevereiro com o tema “Jesus, Fonte de Misericórdia”. Dom Odilo salientou que como Simeão e Ana, todos os catequistas devem anunciar a luz do Cristo que veio ao mundo para salvar a todos. Citando o Papa Francisco, o Cardeal lembrou que a maior obra de mi-
Sé
Luciana Marinho
Cardeal Odilo Pedro Scherer preside missa de abertura da Semana de Animação Bíblico-Catequética da Região Episcopal Sé
sericórdia que alguém pode fazer é reaproximar de Deus àqueles que se encontram afastados da fé. Ainda na celebração, Dom Odilo e Dom Eduardo foram presenteados pelos seus aniversários de ordenação episcopal, comemorados, respectivamente, nos dias 2 e 7 deste mês.
Além do Cardeal Scherer também assessoram a Semana de Animação Bíblico-Catequética da Região Sé o Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese, e o Padre Paulo Cesar Gil, que tratam dos temas da misericórdia na vida e da ação pastoral. Como gesto concreto no Jubileu
extraordinário da Misericórdia, todas as paróquias e grupos da Região Sé estão coletando fraldas, sabonete líquido e outras doações para recém-nascidos, que serão enviadas para o Amparo Maternal, instituição da Arquidiocese com reconhecido trabalho na atenção a mães e grávidas carentes.
Vivenciar a ‘Igreja em saída’ é o propósito do Setor Paraíso Padres e fiéis que atuam nas cinco paróquias do Setor Paraíso - Santa Rita de Cássia, Santo Agostinho, Santíssimo Sacramento, Santo Inácio de Loiola e Santa Generosa – participaram da celebração. Segundo Dom Eduardo, o Papa
Francisco tem enfatizado a vivência de uma “Igreja em Saída”, exortando os fiéis a vivenciarem a fé também fora dos templos. Nesse sentido, Dom Eduardo lembrou que “um setor pastoral em saída significa que cada um de nós - todos nós, sejamos sacerdoDivulgação
tes ou paroquianos - temos que olhar para o outro, para fora da Igreja, para frente”, afirmou, destacando que se cada um olhar para si isso será um atraso para a Igreja Católica. Ainda de acordo com o Bispo, é preciso olhar para os moradores de rua, para os descamisados, para quem tem fome, ou seja, para todos os que estão à margem da sociedade. “Só assim a Igreja Católica fará a diferença e atenderá os inúmeros apelos que o Papa Francisco tem nos feito diariamente”, afirmou. Todos os participantes receberam um folheto com a programação de atividades do Setor Paraíso, com detalhes sobre formações com a temática da animação bíblica da vida e da pastoral; momentos de estudos sobre a constituição dogmática Dei Verbum; e datas de celebrações de âmbito regional e setorial, bem como das reuniões do Setor.
Saudável
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AJUDA PSICOTERAPÊUTICA
Vida
Com a presença de Dom Eduardo Vieira dos Santos, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, foi aberto na sexta-feira, 29, na Paróquia Santa Rita de Cássia, o Ano Pastoral do Setor Paraíso da Região Episcopal Sé.
Você pode viver bem, ter vida saudável melhorando seu modo de ver a si mesmo, os outros e o mundo. O Dr. Bruno e o Dr. José darão a você ajuda continuada, indicando o caminho a seguir Os interessados devem comparecer às quartas-feiras, às 14h30, nas instalações das paróquias:
Nossa Senhora da Assunção e São Paulo Pessoal Nipo-Brasileira de São Gonçalo Praça João Mendes 108, Tels. 3106-8110 e 3106-8119
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Lapa
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Benigno Naveira
Colaborador de comunicação da Região
Frei Alcimar Fioresi assume a Paróquia Nossa Senhora de Lourdes Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, deu posse no sábado, 30, ao Frei Alcimar Fioresi, OAR, como pároco da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, do Setor Pastoral Leopoldina, pelo período de seis anos. Frei Alcimar estava na Diocese de Franca (SP), onde atuou por 12 anos como prior do seminário da Ordem dos Agostinianos Recoletos (OAR). Dom Julio, na homilia, comentou que a vocação profética e a plenitude do amor se encontram em Rose Egídia
Ruas alagadas no Jardim Bonfiglioli
Jesus, e destacou que no Ano Santo extraordinário da Misericórdia é preciso “não só realizar obras de misericórdia, mas sermos transformados em divina misericórdia”. Após a homilia, o novo Pároco fez a renovação de suas promessas sacerdotais e em seguida recebeu das mãos do Bispo as chaves da igreja e do sacrário. Frei Alcimar agradeceu, no fim da missa, pela presença das 400 pessoas na celebração, entre as quais cem que vieram da cidade de Franca (SP).
Benigno Naveira
Dom Julio dá posse ao Frei Alcimar como pároco da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes
Moradores do Jardim Bonfiglioli cobram do poder público ações contra enchentes Os integrantes da Associação de moradores do Jardim Bonfiglioli, na zona Oeste da capital, estão reivindicando providências do poder público para solucionar o problema com enchentes no bairro. Em 18 de janeiro, a Pastoral da Comunicação da Região Lapa acompanhou a reunião da Associação realizada no salão da Paróquia Santo Alberto Magno, com a par-
ticipação de mais de cem pessoas. De acordo com a coordenadora da Associação, Rose Egídia Alves da Silva, há mais de 30 anos as fortes chuvas formam grandes enchentes, que atingem principalmente as ruas Poetisa Colombina e Dr. José Aires Neto, deixando carros submersos. Ela contou que mais de 60 casas foram invadidas pelas águas nas chuvas de janeiro.
Ipiranga
Rose comentou que a Associação já protocolou pedidos de providências ao poder público estadual e municipal. Ela afirma que além das perdas materiais, “tudo fica contaminado e o estado emocional abalado. Ficamos nervosos cada vez que chove, pensando que vai encher, e quando o nível da água sobe, chegamos ao desespero e ficamos sem saber o que fazer”, desabafou.
Elis Facchini
Colaboração especial para a Região
Simpósio discute a vivência do ecumenismo na CF 2016 Claúdio Seiji
60 pessoas participam do VI Simpósio no Centro de Formação Sagrada Família
Leigos atuantes em pastorais, bispos e padres envolvidos com a causa ecumênica em suas dioceses e regionais participaram, entre os dias 29 e 31, no Centro de Formação Sagrada Família, da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, localizado na Região Ipiranga, do VI Simpósio de Formação Ecumênica da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso da CNBB.
Os 60 participantes, grande parte deles vindos do Sul e Sudeste do País, reuniram-se para trocar experiências sobre os atuais frutos e compromissos na caminhada ecumênica, principalmente diante da Campanha da Fraternidade de 2016, com o tema “Casa Comum, nossa responsabilidade” e lema “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”. (Am 5,24)
“Além disso, durante o Simpósio foi abordado o documento da Comissão Bilateral Católico-Luterana, ‘Do Conflito à Comunhão’, em comemoração aos 500 anos de reforma protestante em 2017”, explicou o assessor da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso da CNBB, Padre Marcus Barbosa Guimarães. O Simpósio também proporcio-
nou a apresentação de propostas de ação ecumênica para as igrejas locais. Entre os objetivos da iniciativa está o fortalecimento da cooperação ecumênica e a capacitação de integrantes das pastorais para o diálogo inter-religioso, bem como de professores de ecumenismo, diálogo ecumênico e inter-religioso em institutos, faculdades e escolas públicas e particulares. Claúdio Seiji
No sábado, 30, no campus Ipiranga da PUC-SP, o Setor Juventude realizou a primeira reunião de planejamento deste ano. Na oportunidade também houve uma pequena formação sobre a Campanha da Fraternidade de 2016.
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‘A vida consagrada é um dom precioso para a Igreja’ Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
Destaque foi feito pelo Cardeal Scherer no encerramento arquidiocesano do Ano da Vida Consagrada, na terça-feira, 2 Fernando Geronazzo
Especial para O SÃO PAULO
O Ano da Vida Consagrada foi concluído na Arquidiocese de São Paulo com uma celebração presidida pelo arcebispo metropolitano, Cardeal Odilo Pedro Scherer, que reuniu religiosos, religiosas e leigos consagrados na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, no Bom Retiro, na terça-feira, 2. Com velas acesas, os consagrados se reuniram, no início da celebração, na entrada da igreja para o rito de bênção das velas, como parte da festa da Apresentação do Senhor no Templo, seguindo depois em procissão para o interior do templo. Dom Odilo iniciou a homilia recordando que a Igreja em todo o mundo celebra o Dia da Vida Consagrada na festa da Apresentação do Senhor porque nesta festa “se põe em evidência a consagração a Deus”. “Hoje recordamos as várias consagrações a Deus, mas de um modo todo particular a consagração a Deus na vida religiosa mediante os votos, que são um dom, um carisma precioso para a Igreja, e que Deus despertou na Igreja e continua a despertar e a diversificar segundo as necessidades de cada tempo e lugar”, ressaltou. Ainda de acordo com o Cardeal, o ano dedicado à vida consagrada foi mais do que uma colheita, e sim uma semeadura, cujos frutos ainda serão colhidos.
Religiosa idosa saúda Dom Odilo após missa de encerramento do Ano da Vida Consagrada
“Que este ano tenha ajudado a vida consagrada a se encontrar e a se reencontrar e, assim, na Igreja, a prestar a sua parte no serviço da evangelização”. O Arcebispo indicou que para haver uma “afirmação renovada da vida consagrada religiosa dentro do nosso tempo”, que cada congregação coloque mais em evidência a riqueza de seus fundadores e santos, bem como seus carismas. “Que tal se cada comunidade religiosa presente em São Paulo continuasse a colocar em evidência, não para dentro da igreja apenas, mas para a sociedade, quem foi o fundador ou os santos que viveram o carisma? (...) Quanto bem poderia ser feito se, de novo, os santos religiosos do passado e do presente fossem mais conhecidos na sociedade, na cultura contemporânea”.
Sinais da misericórdia
Ao destacar o Ano Santo extraordinário da Misericórdia, Dom Odilo reforçou que “os religiosos são sinal da mise-
ricórdia de Deus no meio dos homens”, disse referindo-se aos consagrados dedicados em tantas obras de misericórdia concretas. “Que na vida consagrada, cada comunidade coloque em evidência aquela misericórdia que se identifica com seu carisma”, propôs o Cardeal, pedindo, ainda, que os religiosos sejam “dinamizadores da prática das obras de misericórdia no meio do povo”, ajudando as pessoas a vivenciarem bem esse Jubileu extraordinário, “ajudando o mundo a ter um coração mais misericordioso”. Para Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese e referencial para a vida consagrada, o Ano da Vida Consagrada na Arquidiocese foi a oportunidade de conhecer mais a atuação dos religiosos nas várias áreas do apostolado, sua presença e contribuição na Cidade. “Mais do que exaltar a quantidade dos religiosos na Arquidiocese, trata-se da qualidade dessa presença, sobretudo entre os mais pobres, sofredores, excluídos da sociedade. É um trabalho enorme re-
alizado pela vida consagrada, às vezes, pouco conhecido e valorizado. O mais importante da vida consagrada não é o impacto ou a fama que isso possa suscitar entre as pessoas, mas é justamente a sua consagração e o fato de estarem presentes e de servirem a Igreja nos mais pobres”, afirmou ao O SÃO PAULO. Dom Julio foi um dos concelebrantes da missa, assim como os bispos auxiliares Dom Carlos Lema Garcia, Dom Eduardo Vieira dos Santos e Dom José Roberto Fortes Palau, além do arcebispo emérito de Passo Fundo (RS), Dom Antônio Carlos Altieri, e diversos sacerdotes, entre os quais o coordenador do Regional São Paulo da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB-SP), Padre Rubens Pedro Cabral.
Resgate
Irmã Geralda Maria Martins, secretaria executiva da CRB-SP, explicou à reportagem que as várias atividades do Ano da Vida Consagrada ajudaram a articular melhor os núcleos da Conferência no Estado. “Foi um resgate da articulação da vida religiosa nas suas mais diversas realidades”. Segundo o Padre Rubens, os seis núcleos da CRB na Arquidiocese viveram intensamente o Ano da Vida Consagrada, na perspectiva de auxiliar toda a Igreja a “olhar o passado com gratidão, o presente com paixão e o futuro com a necessária e vigorosa esperança”. “A caminhada realizada procurou conferir visibilidade maior e benéfica aos consagrados e consagradas em geral em meio à megalópole na qual estamos inseridos. Certamente, foram sementes lançadas abundantemente neste solo, que pela graça e misericórdia de Deus nos foi confiado e ainda haverão de germinar”, disse.
Papa aos consagrados: sejam homens e mulheres do encontro Também na terça-feira, 2, o Papa Francisco celebrou com os consagrados na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Na homilia, o Pontífice ressaltou que os consagrados e as consagradas são chamados, antes de tudo, a serem “homens e mulheres do encontro”. “A vocação, de fato, não se inspira no nosso projeto pensado de ‘maneira estratégica’, mas numa graça do Senhor que nos alcança por meio de um encontro que
transforma a vida. Quem realmente encontra Jesus não pode permanecer como antes. Ele é a novidade que faz novas todas as coisas. Quem vive esse encontro se torna testemunha e torna possível o encontro para os outros; e se faz também promotor da cultura do encontro, evitando a autorreferencialidade que nos faz permanecer fechados em nós mesmos”, exortou. Já na segunda-feira, dia 1º, reunido em audiência com cerca de 5 mil reli-
giosos, por ocasião do Jubileu da Vida Consagrada, o Santo Padre afirmou que “a vida consagrada deve conduzir à proximidade com as pessoas, proximidade física, espiritual, conhecer as pessoas”, recordando que “seguir Cristo significa carregar sobre si o ferido que encontramos ao longo da estrada, ir à procura da ovelha perdida, estar próximo às pessoas, partilhar suas alegrias e suas dores, mostrar com o nosso amor o rosto paterno
de Deus e o carinho maternal da Igreja”. O Bispo de Roma também frisou que “contra a tentação de perder a esperança, que nos dá esta esterilidade, é preciso rezar mais”. O Pontífice ainda destacou: “A nossa congregação precisa de filhos, a nossa congregação precisa de filhas. O seu coração, diante da falta de vocações, deve rezar intensamente. O Senhor que foi tão generoso não faltará com a sua promessa”, concluiu. (FG)
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3 a 10 de fevereiro de 2016 | www.arquisp.org.br