O SÃO PAULO - 3089

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 61 | Edição 3089 | 17 a 23 de fevereiro de 2016

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Um encontro em busca da unidade desejada por Deus L’Osservatore Romano

ARTIGO De dom Odilo

O encontro do Papa com o Patriarca Em seu artigo semanal, o Arcebispo de São Paulo comenta que o encontro histórico entre o Papa Francisco e o Patriarca Cirilo (Kirill), da Igreja Ortodoxa Russa, na sexta-feira, 12, no aeroporto internacional de Havana, em Cuba, foi de grande significado por demonstrar a intenção dos dois líderes de avançar no ecumenismo, “um caminho difícil que enfrenta muitos obstáculos, mas que não está morto, nem parado”.

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Em peregrinação, Pastoral reafirma atenção aos enfermos

A caminho da viagem apostólica ao México, Papa encontra-se com o Patriarca Cirilo, líder da Igreja Ortodoxa Russa, na sexta-feira, 12

Foram apenas duas horas de diálogo, mas que podem resultar em uma reaproximação permanente. Na sexta-feira, 12, no aeroporto de Havana, em Cuba, o Papa Francisco e o Patriarca Cirilo, líder da Igreja Ortodoxa Russa, protagonizaram o primeiro encontro entre um bispo

há descarte correto para chapas de raios-x? Campanha da Pastoral da Ecologia da Arquidiocese de São Paulo incentiva coleta deste material para destiná-lo à reciclagem. Chapas poderão ser entregues em paróquias e nas cúrias regionais. Página 9

Reforma na Previdência Social é medida urgente A opinião é de Wagner Balera, Mestre em Direito Tributário, que analisa as mudanças no fator previdenciário. Página 15

de Roma e um patriarca ortodoxo de Moscou, após o Cisma do Oriente, de 1054, que dividiu as duas igrejas. Em declaração conjunta, os dois líderes religiosos lembraram que apesar das divisões que ainda persistem pelos conflitos passados, “ortodoxos e católicos estão unidos, não só por uma

Atletas estrangeiros temem zika vírus no Rio Proliferação do mosquito transmissor deste vírus no Brasil faz atletas e países repensarem ida à Olimpíada. Página 17

Cardeal Odilo Scherer tem encontro com o clero Na quinta-feira, 11, o Arcebispo apresentou aos bispos auxiliares, padres e diáconos o calendário de ações da Igreja para este ano e os estimulou à animação vocacional e à prática da conversão pastoral. Página 23

tradição comum da Igreja do primeiro milênio, mas também pela missão de pregar o Evangelho de Cristo no mundo de hoje”. Após o encontro, o Papa seguiu para o México, onde realiza sua primeira visita apostólica ao País, até a quinta-feira, 18.

Na quinta-feira, 11, os integrantes da Pastoral da Saúde peregrinaram à Porta Santa da Catedral da Sé e participaram de missa presidida pelo Cardeal Scherer. O Arcebispo recordou que cuidar dos enfermos é uma obra de misericórdia e um pedido de Jesus.

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Luciney Martins/O SÃO PAULO

Páginas 12 e 13

Regiões episcopais mobilizam fiéis na CFE O direito ao saneamento básico foi assunto em destaque no fim de semana em quatro regiões episcopais da Arquidiocese, onde houve missas e eventos de apresentação da Campanha da Fraternidade Ecumênica. Páginas 18, 19, 20 e 22

Simpósio de Direito Canônico acontece no RJ Evento internacional segue até dia 18, com análises das reformas processuais na Igreja e o Sínodo sobre a família. Página 10

Padre João abençoa peregrina na Catedral

É possível eliminar a tarifa do transporte público em SP? Até que ponto a proposta do passe livre nos transportes pode ser realizada? Se o Estado precisa dos impostos pagos pelo cidadão, aprová-la significaria um aumento de taxas e encargos? Quem pagaria por isso? O SÃO PAULO discute essas e outras questões.

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2 | Ponto de Vista |

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Editorial

‘Grávida vítima de zika vírus deve ter direito ao aborto?’

U

ma pesquisa de opinião pública online, realizada pela revista Época, revela o que todo mundo já sabe: a maior parte do povo brasileiro é contra a descriminalização do aborto. Até o fechamento desta edição, dos 6.958 internautas que responderam à pergunta “Grávida vítima de zika deve ter direito ao Aborto?”, 83,46% responderam que não. O debate sobre as restrições legais ao aborto ganhou peso com a declaração do Alto Comissário para os Direitos Humanos da ONU, o príncipe jordaniano Zeid Ra’ad Al Hussein, conclamando os países com restrição ao aborto legal e que estão atingidos pelo zika vírus a que mudem suas leis, possibilitando às mulheres grávidas acesso ao “serviço” de interrupção da gravidez, se assim o desejarem. Em diversas partes do mundo, incluindo o

Brasil, movimentos feministas alegam razões humanitárias para defender o alongamento legal do “direito” ao aborto para os casos em que a gestante contraia o zika vírus. Nas redes sociais, mães como Ana Paula Zogbi, 32, mãe de quatro filhos, um dos quais com microcefalia, sem negarem as dificuldades que enfrentam, manifestaram-se com fotos e declarações de amor a seus filhos, que mesmo sendo imperfeitos, têm direito ao amor e à vida. Entre outros problemas de ordem ética e de direito, pesa contra a indicação do Alto Comissário para os Direitos Humanos da ONU o fato de que a microcefalia somente pode ser diagnosticada após a 22ª semana de gestação, quando, segundo o que registra a literatura médica, em muitos casos, o feto já poderia sobreviver fora do útero materno. Mes-

mo nos países mais liberais na matéria, o aborto, nesse estágio da gestação, é considerado crime. Permitir o aborto nos casos em que o bebê tem microcefalia, por si só, é uma atrocidade, porque implica em sentenciar à morte um ser humano pelo simples fato de ser portador de uma deficiência. Tanto pior quando a vida lhe é negada pelo mero risco de nascer com a deficiência. Oportunismo ideológico seria o termo correto para classificar a atitude de todos aqueles que se aproveitam de um momento de fragilidade e medo para “empurrar” para frente a legalização do aborto. Como bem advertiu o Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, em artigo publicado pelo O SÃO PAULO (ed. 3088), “insiste-se em suprimir a vida de seres humanos

e inocentes porque são indesejados; ou porque terão um ‘padrão de qualidade’ inferior ao sonhado e estabelecido pela sociedade dos fortes, belos e sadios”. Há que se pensar com seriedade que estamos assistindo um capítulo a mais na pressão que alguns países desenvolvidos fazem sobre aqueles mais pobres, levados por um instinto de autopreservação que vê no crescimento populacional dos países em desenvolvimento um risco para a sua hegemonia política e econômica. O Papa Francisco, em discurso na África, denunciou essa política, classificando-a de “neocolonialismo.” Mas o pior: pode ser um passo a mais em direção à consolidação de uma cultura hedonista e de morte, que pretende transformar o mundo em uma “câmara de lordes”, onde nenhuma pobreza ou deficiência é tolerada. E isso tem a ver com eugenia sim!

Opinião

O ecumenismo na crise brasileira atual Arte: Sergio Ricciuto Conte

Francisco Borba Ribeiro Neto Diante da gravidade da crise política, econômica e social que o Brasil atravessa, é natural que as comunidades cristãs se interroguem sobre o que fazer e como responder à situação. Num momento como este, o ecumenismo é chamado a mostrar uma outra face, infelizmente pouco reconhecida e divulgada entre nós: não só buscar a necessária e justa unidade entre as diversas denominações cristãs, mas ser também um espaço onde os cristãos em unidade lutam pela construção do bem comum. Nessa hora, alguns fios condutores que unificam a visão de mundo de todos aqueles que fizeram a experiência do encontro com Cristo são particularmente significativos. Por exemplo, a percepção de que nenhum sistema político poderá construir um mundo melhor sem a ação decidida de pessoas justas e íntegras. Não há bem comum estável e verdadeiro sem o compromisso moral com a verdade e a justiça. Mas também a percepção de que o bem comum não depende da vontade de quem está no poder, mas tem que ser fruto do esforço e do compromisso solidário de cada um. A falta de solidariedade e de compromisso com a sociedade é um pecado de nossas “elites”, que sem dúvida tem muito a ver com nossas mazelas atuais. A tensão para manter um compro-

misso ético e pessoal com a verdade, a justiça e a solidariedade é um ponto em comum que unifica a todos os que seguem a Cristo com sinceridade. Cada cristão sincero pode ser mais ou menos capaz de corresponder a esse desejo de fidelidade, mas todos se reconhecem nesse ideal. Curiosamente, essa parece ser também a característica que o povo brasileiro mais deseja ver em seus dirigentes – e que parece ver poucas vezes neles. Como transformar essa tensão ideal num caminho concreto de construção da vida social e da política? Esse é um desafio “ecumênico”, que –

para o bem dos brasileiros – deve ser respondido de forma conjunta por todos os cristãos. Os velhos – e este que escreve estas palavras se considera um deles – sabem dessas coisas, mas muitas vezes se esquecem delas ou perdem o ímpeto para se jogarem no mundo a partir delas. Por isso, precisam estar perto dos jovens, atentos a eles e à energia juvenil com que se lançam na procura pela verdade e pela beleza da vida. Por tudo isso, um evento particularmente significativo está para ocorrer neste início de ano na PUC-SP.

Um grupo de jovens da Aliança Bíblica Universitária (ABU) iniciou uma bela amizade com assessores da Coordenadoria de Pastoral Universitária. Dessa amizade, vivida sem dúvida num clima fraterno e numa busca compartilhada por Cristo, nasceu o desejo de realizarem juntos uma reflexão sobre a situação política atual. Assim, estão realizando a mesa-redonda “As contribuições do Cristianismo em meio a atual crise socioeconômica e política – uma perspectiva ecumênica”, que acontecerá no dia 25 de fevereiro, a partir das 19h30, na PUC-SP (rua Monte Alegre, 984, auditório 239). O tema será abordado pelos professores Rubens Ricupero, diretor da Faculdade de Economia da FAAP, Paul Freston, professor da Wilfrid Laurier University, do Canadá: e Jonas Madureira, professor da Faculdade Teológica Batista em São Paulo. Esse encontro pode ser uma bela ocasião para que estudantes e profissionais de todas as idades, cristãos de todas as denominações e mesmo não cristãos, possam fortalecer um caminho de unidade para a construção de um Brasil melhor. Uma contribuição importante dada pela PUC-SP, que assim reafirma seu caráter católico e, por isso mesmo, aberta a toda a comunidade cristã e a todos os homens de boa vontade. Francisco Borba Ribeiro Neto é coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP.

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator chefe: Daniel Gomes • Reportagem: Cônego Antônio Aparecido Pereira, Edcarlos Bispo, Filipe David, Nayá Fernandes e Renata Moraes • Institucional: Rafael Alberto e Fernando Geronazzo • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Secretaria de Redação: Djeny Amanda • Assinaturas: Ariane Vital • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Revisão: Maria Aparecida Ferreira • Impressão: S.A. O ESTADO DE S. PAULO • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.


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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo

N

o dia 12 de fevereiro, o Papa Francisco e o Patriarca Cirilo (Kirill), da Igreja Ortodoxa Russa, encontraram-se e emitiram uma Declaração conjunta. Esse dia será lembrado no futuro como um marco no diálogo ecumênico. Aconteceu no aeroporto internacional de Havana (Cuba), durante uma etapa da viagem do Papa Francisco ao México. Não estava no programa até poucos dias antes do início da viagem. Não aconteceu no Vaticano, nem em Moscou, possivelmente por causa das dificuldades, ainda enfrentadas, para que esse encontro de alto nível acontecesse; e não aconteceu no México, porque o programa da visita do Papa já estava consolidado e não previa o encontro. Aconteceu em Cuba, mas não se tratou de uma visita a esse país: tudo se passou numa sala do aeroporto internacional de Havana e durou apenas duas horas. Mas esse breve encontro dos chefes das duas Igrejas cristãs foi de grande significado. A Igreja Ortodoxa organiza-se em torno de alguns grandes patriarcados, como o da Grécia (“Constantinopla”), de Antioquia e de Moscou, e seus Patriarcas exercem sobre suas comunidades uma autoridade semelhante à do Papa sobre a Igreja Católica Apostólica Romana. O movimento ecumênico do século XX suscitou iniciativas de aproximação e diálogo entre as Igrejas Ortodoxas e a Igreja Católica, na busca da unidade dos cristãos. O grande cisma do Oriente, de 1054, significou a separação da Igre-

Posse do presidente do TJ-SP

O Papa e o Patriarca se encontraram ja do Oriente em relação à Igreja do Ocidente, que ficou unida ao Papa de Roma; surgia, assim, a Igreja Ortodoxa, inicialmente sob o comando de Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia. Em seguida, surgiram os Patriarcados Ortodoxos, conhecidos hoje. Razões históricas e culturais, sobretudo políticas, levaram a essa grave divisão (cisma) na Igreja de Cristo. Diferenças doutrinais em relação à Igreja Católica existem, mas não são tantas; aparecem mais as questões eclesiológicas, de tipo organizativo e disciplinar. Ainda durante o Concílio Ecumênico Vaticano II, concluído em 1965, o Papa Paulo VI e o Patriarca greco-ortodoxo Atenágoras tiveram um encontro memorável, que trouxe esperança e fez avançar muito a aproximação entre as duas Igrejas. Outros encontros semelhantes aconteceram em seguida, com chefes de várias Igrejas cristãs. Ainda faltava o abraço fraterno entre o Papa e o representante do maior grupo ortodoxo, justamente o da Rússia; felizmente, aconteceu agora, em Havana, 50 anos após o encontro de Paulo VI com Atenágoras. Como é inevitável, esse encontro vem sendo interpretado de variadas maneiras. No entanto, é preciso manter o foco na intenção do Papa e de Cirilo, manifestada na Declaração: avançar no ecumenismo, um caminho difícil que enfrenta muitos obstáculos, mas não está morto, nem parado. O encontro de Cuba não resolveu todos os problemas, mas abriu uma nova etapa nas relações entre as duas Igrejas representadas por Francisco e Cirilo. É preciso perseverar e ter paciência, na

| Encontro com o Pastor | 3

Antônio Carreta/TJ-SP

certeza de que a palavra de Jesus, na última ceia – “Pai, que todos sejam um...” – indica a meta do caminho. A Declaração assinada pelo Papa e o Patriarca tem como ponto forte a defesa dos cristãos de todas as confissões contra as perseguições na atualidade, sobretudo no Oriente Médio e em algumas regiões da África. Vivemos uma época de sofrimentos, torturas e discriminações dos cristãos como poucas vezes houve no passado. Na Síria acontece um verdadeiro genocídio contra os cristãos. Francisco e Cirilo levantaram a voz para denunciar essas violências e para defender os cristãos e outras minorias religiosas naquela região do mundo. As circunstâncias históricas dolorosas enfrentadas hoje pelos cristãos fazem esquecer antigas feridas, para unir esforços em favor dos que sofrem, independentemente de confissão religiosa. A Declaração comum não esconde as dificuldades ainda existentes na relação entre as duas Igrejas de Cristo; o caminho ecumênico não é irenista e não se faz a qualquer preço, mas à luz da verdade e com boa vontade. Ao mesmo tempo, é feito um apelo para que as razões históricas que levaram ao cisma no passado não se constituam em obstáculo intransponível e permanente à unidade dos cristãos. As circunstâncias atuais são uma ocasião para que os cristãos das diversas Igrejas se aproximem e unam esforços na promoção da dignidade humana, da justiça e da paz. Questões doutrinais, eclesiais e culturais poderão ser mais facilmente superadas, se houver esse esforço comum no testemunho do Evangelho de Cristo.

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, participou na segunda-feira, 15, da solenidade de abertura do Ano Judiciário de 2016 no Tribunal de Justiça de São Paulo, durante a qual houve a posse do novo presidente do TJ-SP, o desembargador Paulo Dimas de Bellis Mascaretti, e dos demais membros do Conselho Superior da Magistratura, para o biênio 2016-2017. Entre as autoridades que compareceram à solenidade estavam o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Ricardo Lewandowski, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito Fernando Haddad.

Abertura do ano acadêmico da PUC-SP Na quinta-feira, 18, às 12h, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, presidirá missa na Catedral da Sé pela abertura do ano acadêmico da PUC-SP. Antes, às 9h, haverá um momento de oração no Mosteiro de São Bento, por ocasião do Ano Santo extraordinário da Misericórdia, seguido de peregrinação à Porta Santa da Catedral. No mesmo dia, às 20h30, Dom Odilo presidirá missa no campus Santana da Pontifícia Universidade (rua Voluntários da Pátria, 1.653, em Santana).

Tweets do Cardeal @DomOdiloScherer

14 - Neemias, 8, 9b.10b – “Este é um dia consa-

grado ao Senhor, nosso Deus! Não fiqueis tristes, porque a alegria do Senhor será a vossa força”.

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Cracóvia Visita ao Santuário da Divina Misericórdia

Wadowice Visita ao Santuário Kalwaria


4 | Fé e Vida |

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Liturgia e Vida

Você Pergunta

2º DOMINGO DA QUARESMA 21 DE FEVEREIRO DE 2016

Buscar a vossa face ANA FLORA ANDERSON O tempo da Quaresma é tempo de meditação e de contemplação. A conversão profunda só é possível se penetrarmos cada vez mais no ser de Deus. A antífona de hoje traduz essa experiência como “buscar a face de Deus”. A primeira leitura (Gênesis 15, 5-12.17-18) nos faz lembrar da primeira aliança de Deus com seu povo. Diante da fé de Abrão, Deus lhe promete uma grande descendência. Ao cair no sono, Abrão tem uma experiência misteriosa que abre sua mente para crer que seus descendentes, de fato, receberão de Deus uma terra fértil. A segunda leitura (Filipenses 3,174,1) apresenta o povo de Deus como cidadãos do céu. É um povo que imi-

ta o Apóstolo Paulo na sua conversão para o Cristo Ressuscitado. É o povo que espera a manifestação de Cristo Nosso Salvador, que, por sua vez, transforma nosso corpo humilhado e o torna semelhante ao seu Corpo Glorioso. O Evangelho de São Lucas (9, 2836) narra o costume de Jesus de ir a uma montanha rezar. Enquanto contempla o seu Pai, seu rosto se ilumina e Ele, junto com Elias e Moisés, é vestido de glória. É neste momento que o Pai faz a grande revelação: “Este é meu Filho, o Escolhido. Escutai o que Ele diz.” Os discípulos também se transfiguram ao aprofundar sua fé em Jesus. A oração do dia é um pedido para que o povo de Deus viva sempre de sua fé que é imitação de Jesus e visão de sua glória.

É pecado ver programas de TV e filmes na televisão? padre Cido Pereira

povo também deveria guardar este dia. Agora, assistir televisão, Bárbara, não tem nada demais. É o divertimento que nosso povo tem de graça. Então, por que não assistir, não é mesmo? A única coisa que devemos ter em mente é que precisamos nos colocar diante da televisão com um olhar crítico, sabendo discernir o que é certo e o que é errado. Os meios de comunicação todos são dons de Deus e frutos da inteligência humana e nenhum dele é ruim em si mesmo. Ruim é o mau uso que podemos fazer deles. E isso será cobrado tanto dos programadores quanto dos artistas, quanto dos que se expõem diante deles. Não, Bárbara. Não me parece uma postura correta. Não ver televisão nem filmes aos domingos é um moralismo vazio que a nada leva. Fique com Deus.

osaopaulo@uol.com.br

A Bárbara Buginski pergunta: “Tenho amigos evangélicos que não assistem a filmes nem a programas de TV aos domingos. Isto está correto, padre?” Bárbara, eu penso o seguinte: O domingo é o Dia do Senhor. É dia de curtir a família, os amigos. E é dia de curtir nosso Deus, de testemunhar nossa fé, de descansarmos das lutas da vida, porque não somos máquina. O Senhor quando deu a Israel os dez mandamentos lá no Monte Sinai deixou claro que seu povo não poderia mais ser escravo de nada neste mundo, nem das pessoas, nem das coisas, nem dos faraós deste mundo. Por isso, como ele criou o mundo em seis dias e no sétimo descansou, seu

Atos da Cúria NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO Em 14 de fevereiro de 2016, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo, na Região Episcopal Belém, Setor Pastoral São Mateus, o Revmo. Pe. Manokarados Anthonysamy, SVD, pelo período de 6 (seis) anos.

Em 2 de fevereiro de 2016, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia territorial Imaculado Coração de Maria, na Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Perdizes, o Revmo. Pe. Valeriano dos Santos Costa, pelo período de 6 (seis) anos, em decreto que entrou em vigor em 14 de fevereiro de 2016. Em 2 de fevereiro de 2016, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia Ambiental Universitária “Imaculado

Coração de Maria” da Arquidiocese de São Paulo, na Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Perdizes, o Revmo. Pe. Valeriano dos Santos Costa, pelo período de 6 (seis) anos, em decreto que entrou em vigor em 14 de fevereiro de 2016. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL Em 28 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Vigário Paroquial da

Paróquia-santuário São Judas Tadeu, na Região Episcopal Ipiranga, Setor Pastoral Imigrantes, o Revmo. Pe. José Ronaldo de Castro Gouvêa, SCJ, pelo período de 2 (dois) anos. Em 28 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Vigário Paroquial da Paróquia São Benedito, na Região Episcopal Santana, Setor Pastoral Jaçanã, o Revmo. Pe. Severino Lisboa Campos Filho, JMJ.

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Espiritualidade

Fé e Cidadania

Lembra-te que és pó

E agora, José?

Dom Carlos Lema Garcia

A

Bispo auxiliar da Arquidiocese e vigário episcopal para a Educação e a Universidade

quele menino de 7 anos assistiu à cerimônia da Quarta-feira de cinzas com sua mãe. Escutou com muita atenção a homilia e reparou nas cinzas que cada pessoa recebia na testa, com as palavras: “Lembra-te de que és pó, e ao pó hás de tornar”. Impressionou-se quando o padre explicou que fomos feitos do pó da terra e um dia, depois da nossa morte, voltaremos a ser pó. Pouco depois, já em casa, apareceu assustado: - Mãe, é verdade esse negócio de nascer do pó e voltar a ser pó depois da morte? - É sim, meu filho – respondeu a mãe - Nossa! Tem muito pó debaixo da cama no meu quarto... Será que alguém está para nascer ou... acabou de morrer?, – disse o filho. Brincadeiras à parte, devemos pensar seriamente: o que temos de mais valor é a nossa alma, que, por ser espiritual, não estraga, não envelhece, não morre. Devemos cuidar tanto do corpo como da alma. Assim, seguimos os tratamentos e conselhos médicos de não abusar da comida ou da bebida etc. A Quaresma nos recomenda dar maior atenção à alma, que vai viver para sempre. A linguagem do sacrifício não é bem

entendida no nosso tempo. Por que me privar do que eu gosto? Por que renunciar a coisas que são corretas, lícitas, como a carne, o descanso, a música? No entanto, essas mesmas pessoas fazem muito sacrifício para manter a forma física ou cuidar da saúde... Acordam às 5 da manhã para ir à academia. Fazem sacrifícios pela aparência, pela vaidade. Se pensarmos bem, não é que não entendam sacrifício. Não entendem a sua finalidade. Se for um sacrifício para melhorar a aparência física, para manter a forma, então o esforço se justifica... Mas não entendem o sacrifício feito por amor a Deus, pelo progresso espiritual, pela purificação interior. Quando se considera o sofrimento de Jesus por nós na Paixão, tornam-se pequenos os sacrifícios de abrir mão de caprichos na comida, no conforto, na curiosidade etc. O objetivo deste tempo de penitência visa elevar nosso espírito, ser menos condicionados pelas coisas materiais. Jejum, esmola e oração são os três elementos da Quaresma. Há pessoas que fazem jejum de carne às sextas-feiras da Quaresma. Outras, jejum de chocolate, de coca-cola, de cerveja... Outras ainda, jejum de novela, jejum de curiosidade: por exemplo, só 15 minutos no Facebook... Achei muito interessante a decisão daquela moça: não comprar nenhum cosmético nestes 40 dias... Há também um jejum muito grato a Deus: jejum de pecar, jejum de criticar, jejum de mentir etc. A melhor penitência é aquela que incide sobre os nossos defeitos. Aquelas mudanças mais

necessárias: não criticar, nem julgar, nem pensar mal: quem sou eu para julgar os outros? A humildade de não fazer alarde das próprias realizações. Cortar as conversas fúteis, as fofocas sobre o comportamento das pessoas. Uma grande penitência: não se queixar das dificuldades, do modo de ser dos outros, dos atrasos, do calor, do trânsito parado. Para os estudantes, seguir um horário de estudo desde o início do ano. Procurar sorrir mesmo cansados, com sono ou dor de cabeça. Além do jejum, a Igreja nos pede que pratiquemos a esmola. Esmola significa levar algo aos outros: além de donativos, comida e roupa, consolo, atenção, afeto. São várias obras de misericórdia espirituais. Esmola da atenção: ouvir com paciência a pessoa que nos interrompe quando estamos ocupados. Esmola do otimismo: não ser pessoas tremendistas. Esmola da alegria: contar coisas divertidas em casa. Esmola da ajuda que pode exigir um sacrifício para nós: umas horas de trânsito para buscar quem chega de viagem. Sacrificar uma tarde de domingo para visitar um asilo. Por fim, sobre a oração, o Papa Francisco nos aconselha que “a Quaresma deste Ano Jubilar seja vivida mais intensamente como tempo forte para celebrar e experimentar a misericórdia de Deus” (Bula Miseridordiae Vultus, 17). Sempre nos comovem os relatos da Paixão, as estações da Via-Sacra etc. Uma boa forma de experimentar a misericórdia de Deus é confessar-se com mais frequência, preparando-nos com um exame de consciência sincero e profundo.

Padre Alfredo José Gonçalves, CS

E agora, José? / A festa acabou / a luz se apagou / o povo sumiu / a noite esfriou / e agora, José? / e agora, José? Após o período de carnaval, com seus desfiles, festas, escolas e blocos de rua, o poema de Carlos Drummond de Andrade – “E agora, José?” – traz-nos de volta ao cotidiano. A festa é necessária, sem dúvida: alivia tensões e angústias, confere sabor à vida, mas a realidade se impõe novamente e deve retomar seu ritmo. No meio da travessia, às vezes dura e íngrime, a festa é sempre um parêntese que ajuda a voltar ao caminho com maior vigor e entusiasmo. O tempo da Quaresma nos propõe uma liturgia que privilegia o reencontro com Deus, consigo mesmo e com o próximo. Reencontrar a Deus é refletir sobre o seu projeto ao longo da história da salvação. Não se trata de uma história acima ou além dos acontecimentos diários, e sim de uma história revestida por um sentido novo e mais profundo. A visão de fé lê os fatos do dia a dia a partir do olhar de Jesus, encontrando neles as digitais do Pai que “libertou o povo do Egito” e que o “conduziu a uma terra onde corre leite e mel”. A Quaresma nos prepara para a celebração da nova Páscoa, contida na mensagem de Jesus Cristo sobre o Reino de Deus. Reencontrar a si mesmo é retomar a memória e a promessa contidas na Palavra de Deus. Por intermédio da memória, nos reportamos à passagem da escravidão para a liberdade, das trevas para a luz. E mais, à superação do sofrimento, da cruz e da morte pela ressurreição, a vida e a presença de Jesus em nosso meio “até o fim dos tempos”. Por meio da promessa, embora empenhados na busca do direito e da justiça, sabemos que nenhum projeto humano contém a salvação definitiva. Se é verdade que o Reino de Deus começa na terra, também é certo que sua realização plena não se esgota durante a existência pessoal ou social. O coração humano, forjado pelas mãos de Deus, só descansará com o retorno à Casa do Pai – diz Santo Agostinho. Reencontrar o próximo é curar feridas e mágoas, mal-entendidos e ressentimentos. Buscar reciprocamente o caminho do diálogo, da reconciliação e da solidariedade. Nessa perspectiva, contamos com a temática da Campanha da Fraternidade, que neste ano apresenta um caráter ecumênico e tem como tema “Casa comum, nossa responsabilidade”. Está em jogo não apenas o direito de cada família à moradia e ao saneamento básico que isso comporta, mas, também, em chave ecológica, a preservação do meio ambiente como a casa de tudo e todos, a casa da biodiversidade ou da vida em todas as suas formas.


6 | Viver Bem |

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Comportamento

O que queremos para nossos filhos? Simone Fuzaro

Tempos difíceis têm vivido nossas crianças. Tantas e tantas necessidades se criaram ao longo das duas últimas décadas. Estamos sempre metidos num turbilhão de expectativas. O momento certo de ter um filho, a quantidade ideal para terem “tudo o que precisam”, como montar o quarto perfeito - bonito, repleto de estímulos, brinquedos, cores - o chá de bebê bem produzido e decorado, o parto dos sonhos, o tipo de música a se colocar para o bebê, as massagens que devem ser feitas, os banhos mais diferentes, o modo de falar para que não haja “traumas”, os inúmeros estímulos para potencializar as sinapses. Logo a seguir, vêm todas as expectativas relativas à capacidade cognitiva: quanto antes aprender outra língua melhor - maior a possibilidade de não se ter sotaque, quanto antes aprender a escrever melhor - maior capacidade cognitiva e inteligência, quanto antes entrar no fundamental melhor - não perde um ano na vida... Enfim, me pergunto diariamente: o que queremos para os nossos filhos? As escolhas são necessárias, boas e favoráveis ao crescimento equilibrado da criança, se forem feitas com liberdade. Escolher com liberdade significa escolher com consciência, com critérios bem formados, com clareza das consequências que trazem, mas a impressão que

tenho é que hoje temos esco- poucos se adaptam às exigênlhido sem liberdade. Nossas cias do mercado de trabalho, escolhas estão escravizadas de um casamento ou às renúnpela moda, pela competiti- cias que compromissos mais vidade própria da sociedade sérios envolvem. Não foram pós-moderna. Em nome, por preparados para isso. A quantidade de inforexemplo, de “entrar na melhor universidade”, o peque- mações e conhecimentos no, desde bebê, precisa passar que “precisam” ter ao longo por um processo de estimu- da infância e adolescência é lação intenso e me pergunto: imensa. Porém, a serviço do isso é o mais importante para que está essa “necessidade” torná-lo uma pessoa “de bem” da competitividade ou da boa – equilibrada, madura, feliz, convivência? Segundo o filóque se cuida e cuida dos ou- sofo e educador Mário Sérgio Cortela, é necessário “não só tros, uma pessoa lúcida? Educar os filhos é um ato fazer bem aquilo que se faz, de grande responsabilidade Se não nos preocuparmos social - estamos em constituir pessoas de formando gente. bem, que saibam enfrentar Precisamos saber a vida e suas vicissitudes para que estamos com maturidade, que saibam for m an d o - o s . Se não nos pre- fazer os outros felizes e daí ocuparmos em sim, serem felizes, estaremos constituir pesso- faltando com nossa as de bem, que responsabilidade, mesmo que saibam enfren- criemos pequenos “gênios” tar a vida e suas vicissitudes com maturidade, mas fazer o bem com aquilo que saibam fazer os outros fe- que bem se faz”. Para isso, são lizes e daí sim, serem felizes, necessárias pessoas bem inestaremos faltando com nossa formadas, porém, muito bem responsabilidade, mesmo que formadas. Precisamos refletir, criemos pequenos “gênios”. colocar metas, verificar conMuitos acontecimentos e pes- sequências, tomar decisões quisas têm mostrado que nos- com liberdade e trabalhar sas crianças e jovens, embora muito, pois transformar nossejam “experts” da informáti- so pequenos em homens e ca, saibam muito do ponto de mulheres de bem, exige amor vista do conhecimento, estão e empenho constante. emocionalmente muito imaSimone Ribeiro Cabral Fuzaro turos: egoístas, autocentrados, é Fonoaudióloga e Educadora; frágeis - desmoronam facilMestre em Educação/Distúrbios da Comunicação pela PUC-SP; especialista mente diante daquilo que foge em linguagem; e coordenadora da do desejo. Dos mais adultos, Escola de Educação Infantil Pedrita.

Cuidar da Saúde

Lipoma? O que é isso? Cássia Regina Lipoma é um acúmulo de gordura que costuma crescer abaixo da pele. É indolor e, ao contrário do que muitas pessoas pensam, não é um câncer, nem há risco de que se torne um. Na maioria dos casos, o lipoma é totalmente assintomático e não

necessita de nenhum tratamento, a não ser que ele seja esteticamente incômodo ou provoque dor. Seu diagnóstico pode ser feito durante uma consulta simples, por meio da palpação e anamnese. O lipoma tem crescimento lento e não apresenta endurecimento. Não existe relação direta entre obesidade e lipoma.

No entanto, apesar de ser simples, se você perceber um aumento de volume em qualquer parte do corpo, marque uma consulta, pois somente um profissional da saúde pode dizer o que realmente é. Dra. Cássia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF) E-mail: dracassiaregina@gmail.com


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Daniel Ometo Fotografia

| Pastorais | 7

Pastoral da Saúde Cursos para integrantes da Pastoral começam no dia 27 Tendo por objetivo dar uma melhor assistência às pessoas enfermas e garantir a promoção da vida e da saúde da população, a Pastoral da Saúde arquidiocesana iniciará neste mês os cursos de Agente de Pastoral da Saúde nas regiões episcopais e um curso para Agentes de Pastoral Hospitalar. A abertura de todos os cursos se dará no sábado, 27, às 9h, com missa na Paróquia Nossa Senhora da Saúde, (próxima ao metrô Santa Cruz), seguida de uma palestra sobre o “Ano Santo da Misericórdia e a Pastoral da Saúde”, com o Professor Dr. Dalton Ramos, da Pontifícia Academia para a Vida, do Vaticano, e professor de Bioética da USP. “Neste ano, iniciaremos um novo

A Comunidade Católica Shalom realizou, entre os dias 7 e 9, o retiro de carnaval Reviver da Missão São Paulo, com a participação de 400 pessoas no Instituto Nossa Senhora Auxiliadora, no bairro do Belém. Por meio de louvores, palestras e apresentações teatrais, jovens, adultos e crianças puderam se aproximar da misericórdia divina. Os bispos auxiliares da Arquidiocese, Dom Julio Endi Akamine, vigário episcopal na Região Lapa, e Dom Carlos Lema Garcia, vigário episcopal para a Educação e a Universidade, também estiveram na atividade.

Setor Juventude Retiro reforça espiritualidade para a JMJ e o Ano da Misericórdia No sábado, 20, o Setor Juventude da Arquidiocese de São Paulo realizará um retiro espiritual em sintonia com o Ano Santo extraordinário da Misericórdia e a Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá em julho em Cracóvia, na Polônia, com o tema “Benditos são os misericordiosos, pois eles receberão misericórdia” (Mt 5,7). Segundo a coordenação do evento, esse retiro visa proporcionar aos participantes uma experiência de oração pessoal e comunitária, a partir de reflexões e leituras bíblicas, além de oferecer o acesso ao sacramento da Reconciliação, permitir a criação de laços de amizade entre os participantes e suscitar o necessário espírito de envolvimento e comunhão para a vida eclesial.

A contribuição para a participação no retiro é de R$ 10, a ser paga na chegada à atividade. Pede-se a quem for que leve algum lanche para ser compartilhado no almoço comunitário. A inscrição deve ser feita por meio da página do Setor Juventude de São Paulo no Facebook ou pelo link http://goo.gl/forms/sm9afHZ2Ei. Os inscritos receberão a confirmação por e-mail. O retiro será na sede do Instituto Dom Bosco, localizado na praça Coronel Fernando Prestes, 231 (próximo à estação Tiradentes do Metrô). O início será com missa às 8h e o término, às 16h. Outros detalhes podem ser obtidos pelo telefone (11) 3660-3711 ou pelo e-mail setordejuventude@uol.com.br. (Redação Igor de Andrade, com informações do Setor Juventude)

curso com o objetivo de formar agentes de Pastoral da Saúde para atuarem nos hospitais em nossa Arquidiocese. O mesmo se realizará aos sábados, com início às 9h na Igreja Santo Agostinho (Metrô Vergueiro). Assim estamos atendendo ao apelo do nosso Cardeal Arcebispo, Dom Odilo, para que em todos os hospitais haja assistência religiosa católica para todos os doentes, familiares e profissionais da saúde”, informa o Padre João Inácio Mildner, assessor eclesiástico da Pastoral da Saúde, em carta ao clero da Arquidiocese. Informações sobre os locais dos cursos e formas de inscrições podem ser vistas em https://www.facebook.com/saude.arquidiocesedesaopaulo. Divulgação


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Destaques das Agências Internacionais

Michelino Roberto, Edcarlos Bispo e Daniel Gomes osaopaulo@uol.com.br

Filipinas

Superação da fome deverá ser o tema central das eleições Começou oficialmente a campanha para as eleições presidenciais nas Filipinas. Dentre os temas “quentes” em pauta que estão sendo debatidos pelos candidatos estão o combate à fome e ao desemprego, a melhoria dos serviços públicos sociais e a melhoria de infraestruturas que possibilitem o crescimento econômico do País. Com população aproximada de 100 milhões de habitantes, a República das Filipinas é o 7º país mais populoso da Ásia e o 12º do mundo. É composto por 7.107 ilhas. Em 2015, o Índice Global da Fome

(GHI - pela sua sigla em inglês Global Hunger Index) classificou o problema da fome nas Filipinas como “grave”. Segundo a agência Fides, o próximo presidente filipino enfrentará o desafio de incentivar o desenvolvimento de sistemas de produção alimentar sustentáveis e de implementar práticas agrícolas que aumentem a produtividade e reforcem a capacidade de adaptação e resistência às mudanças climáticas extremas, muito frequentes no País. Dentre os candidatos, Grazia Poe, filha adotiva do conhecido ator Fernando

Poe, é a mais popular e a que possui maior penetração nas camadas mais pobres da população. Outros fortes candidatos são: Mar Roxas, ex-ministro do interior, apoiado pelo atual governo de Benigno Aquino Jr; Rodrigo Duterte, prefeito de Davao (em Mindanao), conhecido como “o Justiceiro” pelo seu “pulso forte” em combater o crime; Jejomar Binay, líder do principal partido de oposição e atual vice-presidente, mas que em sua carreira teve que se defender de várias acusações de corrupção; e a senadora Miriam Defensor-Santiago,

Nações Unidas

advogada e juíza da Corte Penal Internacional. Os bispos filipinos reiteraram em mensagem à população que a Igreja Católica não dará apoio a nenhum candidato e que os fiéis católicos acertarão na escolha se, considerando os líderes na lista, “tiverem Cristo como modelo, que veio para servir e não para ser servido”. Os bispos exortaram os católicos a serem criteriosos na hora de votar e a verificarem a coerência evangélica de cada candidato em palavras e ações. Fonte: Agência Fides (Redação: Michelino Roberto)

Síria

Santa Sé tem novo observador permanente na ONU Mísseis russos atingem hospitais e escolas Dom Ivan Jurkovič, até então núncio apostólico na Rússia e no Uzbequistão, foi nomeado pelo Papa Francisco como novo observador permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas em Genebra e junto à Organização Mundial do Comércio (OMC). Dom Silvano Tomasi ocupava o cargo de Observador Permanente desde 2003. A Missão Permanente da Santa Sé em Genebra foi instituída pelo Papa Paulo VI em 1º de fevereiro de 1967. Dom Jurkovič será o 10º observador da história da Missão, que representa a Santa Sé em todos os escritórios das Nações Unidas em Genebra, entre eles a Comissão Internacional de Direitos Humanos. Fonte: News.va (Redação: Edcarlos Bispo)

L’Osservatore Romano

Dom Ivan Jurkovic, novo observador da Santa Sé na ONU

Uma série de bombardeios de mísseis russos atingiu hospitais em Azaz, Aleppo e Idlib, no norte do País. Em Azaz foram bombardeadas também duas escolas, resultando na morte de, ao menos, seis crianças. “Parece ser um ataque deliberado contra a estrutura de saúde e o condenamos com a maior força possível”, enfatizou Massimiliano Rebaudengo, responsável pela missão da ONG Médicos Sem fronteiras na Síria. O ataque também foi condenado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Ao menos dez civis foram mortos no ataque aéreo russo em Azaz. De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, entre as vítimas estão duas mulheres (uma grávida) e três menores. Os bombardeios atingiram o hospital de Azaz e o povoado de Kalyibrin. O Premier Ahmet Davutoglu disse que um míssil balístico russo atingiu a localidade, mas a região também vem sendo atacada por forças armadas turcas. Fonte: rádio Vaticano e agência Reuters (Redação: Daniel Gomes)

Líbia/Egito

Vaticano

A Igreja Copta recorda um ano do massacre de 21 mártires

Abuso sexual deve ser denunciado às autoridades, diz Comissão para Menores

Diversos bispos e sacerdotes da Igreja Copta Ortodoxa participaram na terça-feira, 16, da Divina Liturgia celebrada na igreja de Samalot em homenagem aos 21 cristãos coptas massacrados há um ano na Líbia por jihadistas afiliados ao chamado Estado Islâmico. A solene liturgia representa o ápice de uma série de missas e encontros de oração e reflexão dedicados aos “mártires da Líbia”, organizadas nestes dias pela

Existe “a responsabilidade moral e ética em denunciar às autoridades civis os supostos abusos” cometidos por sacerdotes contra menores. Este é o teor da declaração divulgada na segunda-feira, 15, pela Pontifícia Comissão para a Proteção dos Menores, escrita pelo seu Presidente, o Cardeal estadunidense Sean O’Malley, OFM Cap, juntamente com os outros membros. “Como o Papa Francisco afirmou claramente em 27 de setembro – lê-se no comunicado – os crimes e pecados dos abusos sexuais contra menores nunca devem ser

Diocese de Samalot, na província egípcia de Minya, à qual pertencia a maioria deles. Os 21 coptas martirizados são recordados também em muitas outras partes do mundo. No dia 10, houve uma solenidade na capela de St. Mary Undercroft, no Palácio de Westminster, com a participação de membros das duas câmaras do Parlamento do Reino Unido. Fonte: Agência Fides (Redação: Edcarlos Bispo)

mantidos em segredo. Garanto a zelosa vigilância em proteger as crianças e a promessa da plena responsabilidade para todos”. Os integrantes da Comissão expressaram, ainda, que desejam “afirmar que as nossas obrigações, de acordo com o direito civil, devem ser certamente respeitadas, mas além de tais vínculos, temos todos a responsabilidade moral e ética de denunciar os supostos abusos às autoridades civis, que têm a missão de proteger a nossa sociedade”. Fonte: News.va (Redação: Edcarlos Bispo)


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Pastoral da Ecologia proporciona destinação correta a chapas de raios-x Reprodução

Renata Moraes

jornalismorenata@gmail.com

Você sabia que as chapas de raios-x contêm aditivos tóxicos que podem contaminar o solo se descartados incorretamente? A advertência é feita pela Pastoral da CFE 2016 Casa comum, nossa Ecologia da Arqui- responsabilidade diocese de São Paulo por meio da campanha “O que fazer com as nossas chapas de raios-x”. O objetivo da iniciativa é incentivar a coleta desse material para destiná-lo à reciclagem. Segundo o especialista Diego Ferreira Ramos Machado, Mestre em Mineralogia e Petrologia (IGC/USP) e coordenador da Pastoral da Ecologia, as chapas de raios-x contêm metais pesados como metanol, amônia, cádmio e prata. Uma vez em contato com água, essas substâncias se desprendem das chapas, emitindo gazes que provocam mal cheiro e podem contaminar aquíferos (formações geológicas rochosas capazes de armazenar água subterrânea) e o solo. Diego conta em entrevista ao O SÃO

PAULO que a ideia da campanha surgiu de um trabalho realizado com seus alunos do curso técnico em meio ambiente. “Indiquei uma pesquisa de descarte de resíduos sólidos contaminantes (lâmpadas, chapas de raios-x, remédios etc.). Com a aproximação da CFE 2016, elaboramos a campanha para arrecadar as chapas, já que outros resíduos poderiam ser mais difíceis de armazenar. “Escolhemos as chapas de raios-x porque quase todo mundo as têm em casa, mas

800 milhões de pilhas por ano. Onde descartá-las?

Onde entregar as chapas As chapas devem ser entregues nas cúrias regionais, aos cuidados da Pastoral da Ecologia. Há um posto de coleta no parque Lions Club Tucuruvi (rua Alcindo Bueno de Assis, 500, Tucuruvi). Informações sobre a campanha podem ser obtidas pelo telefone (11) 98066-4983, pelo e-mail: pastoral.ecologia@hotmail.com ou em Facebook.com/Pastoral.Ecologia.

Projeto Acolhedor Belém, um exemplo a ser seguido Reprodução

Presentes em aparelhos como brinquedos, câmeras digitais e eletroeletrônicos, as pilhas e as baterias possuem metais pesados em sua composição e podem gerar graves problemas ambientais se descartados de forma incorreta. Alguns tipos de pilhas deixam vazar substâncias tóxicas e se descartadas nos aterros sanitários podem contaminar os lençóis freáticos, o solo e o ar, além de causarem problemas à saúde humana. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), o Brasil produz cerca de 800 milhões de pilhas por ano. Imagine toda essa quantidade descartada na natureza, que graves danos ambientais pode causar? As baterias de celular, por exemplo, são compostas por íon lítio, ainda contêm energia e precisam ser recicladas em locais apropriados. A Lei nº 12.305/10, que institui a

sempre as descartam no lixo comum”. A Pastoral da Ecologia também recomenda outras práticas simples, que podem ser adotadas. “Propomos que as paróquias arrecadem o óleo de cozinha usado em um tambor (a Pastoral da Ecologia disponibiliza o recipiente, se houver interesse) com o qual a indústria produz biodiesel, que é mais seguro do que a feitura caseira de sabão artesanal, pois a soda cáustica é extremamente perigosa e o manuseio nunca é adequado”, declarou Diego.

Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), prevê a responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos dos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, cidadãos e titulares de serviços de manejo dos resíduos sólidos urbanos na Logística Reversa dos resíduos e embalagens pós-consumo. Assim, para descartar corretamente pilhas e baterias, existem diversos coletores em postos de vendas, fábricas, supermercados, drogarias e empresas. No portal Ecycle (site de conteúdos e soluções de consumo sustentável) basta informar o CEP para encontrar o endereço do posto de coleta mais próximo para a reciclagem. Na plataforma é possível ainda indicar qual tipo de material se deseja reciclar. Saiba mais em ecycle. com.br/postos/reciclagem. (RM) (Com informações dos portais Ecycle e Ministério do Meio Ambiente)

Atentos à realidade do bairro no acúmulo de lixo jogado nas ruas, um grupo de pessoas da Paróquia Nossa Senhora das Graças, no Morro Doce, zona Noroeste de São Paulo, iniciou em 2013 o Projeto Acolhedor Belém (PAB). Os voluntários percorrem as ruas, recolhem o lixo e distribuem uma cartilha intitulada “As aventuras do Zé Limpinho e Maria Beleza”, em referência a duas personagens que de forma educativa ensinam como as pessoas devem cuidar do meio ambiente. “Pensamos como reunir o povo em volta dessa proposta. Além do trabalho nas ruas, nós conscientizamos as pessoas por meio da música, oferecendo aulas de percussão, violão, canto, teclado, trazendo, assim, essa conscientização em preservar o meio ambiente”, afirmou Valdir Paraguai Silva, 44, integrante do PAB. “Conseguimos diminuir os alagamentos, sobretudo no córrego em frente à Paróquia, que sempre enchia devido ao acúmulo do lixo que era despejado ali. Mas ainda há muito a ser feito”, pontuou. Entre alunos e voluntários, há 120 pessoas participando do Projeto. As aulas acontecem todos os domingos, das 8h às 17h. Informações em Facebook.com/ PROJETOPAB. Pequenas mudanças de hábitos podem trazer grandes benefícios para o meio ambiente: separar o lixo orgânico de resíduos que podem ser reciclados como plásticos, papéis, vidros e latas; não jogar

lixo nos córregos e rios (a fim de evitar as enchentes); diminuir o desperdício de água; trocar as lâmpadas comuns por lâmpadas econômicas; e utilizar de maneira consciente os recursos naturais são exemplos fáceis de serem aplicados. (RM)

São Paulo só recicla 3% dos resíduos Em nota enviada ao O SÃO PAULO, a Secretaria Municipal de Serviços informou que para atender o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS), sancionado em abril de 2014, a Prefeitura de São Paulo tem investido na ampliação do Programa de Coleta Seletiva e reciclagem no Município. “O Programa de Coleta Seletiva foi ampliado para dez novos distritos, abrangendo 85 dos 96 distritos da cidade. Atualmente, 46 distritos contam com o serviço universalizado (em todas as ruas de um distrito)”. Ainda segundo a Pasta, “o volume de resíduos coletados cresceu 62,8% na comparação com 2012 – de 40.274 toneladas de resíduos coletados entre janeiro e dezembro de 2012 para 65.579 toneladas no mesmo período de 2014. Em 2015, foram coletadas 86 mil toneladas, por meio do Programa de Coleta Seletiva”. O percentual de reciclagem na Cidade, em relação ao total coletado, subiu de 1,06%, antes da atual gestão para, aproximadamente, 3%.


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Daniel Gomes

Destaques das Agências Nacionais

danielgomes.jornalista@gmail.com

Evento internacional destaca as reformas processuais na Igreja e o Sínodo da Família O Pontifício Instituto Superior de Direito Canônico da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro realiza até quinta-feira, 18, o Simpósio Internacional de Direito Canônico, com o tema “As reformas processuais na Igreja e o Sínodo da Família – O Direito ao Encontro da Misericórdia”. Na abertura das atividades, na segunda-feira, 15, o Cardeal Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, afirmou que “a família retrata em si o que acontece no próprio Deus, em que o Pai se dá totalmente ao Filho e em que o Espírito Santo é o amor ou doação substancial de ambos. Para nossa ação pastoral é indispensável conhecermos este mundo a que somos enviados. Os que legitimamente recebem da Igreja a responsabilidade do Direito Canônico são chamados a ser testemu-

nhas infatigáveis de uma justiça superior, num mundo caracterizado pela injustiça e pela violência, pela corrupção e pelo indiferentismo a tantos valores fundamentais à vida humana, tornam-se preciosos colaboradores na atividade pastoral da misericórdia eclesial na missão de evangelizar e santificar”, comentou. “Sem perder a santificidade do processo, o Papa pediu mais celeridade aos juristas, tribunais e câmaras eclesiásticas, e que os casos fossem tratados com amor”, declarou o Cônego José Gomes, diretor do Pontifício Instituto Superior de Direito Canônico. O Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, falou aos participantes do Simpósio na terça-feira, 16, quando recordou as principais reflexões realizadas no Sínodo dos Bis-

Gustavo Oliveira/Arquidiocese do Rio de Janeiro

Dom Odilo durante exposição aos participantes do Simpósio Internacional de Direito Canônico

pos sobre a família, em outubro de 2015. Além de Dom Odilo, são conferencistas no evento o Cardeal Francesco Coccopalmerio, membro do Pontifício

Comissão da Câmara criará grupo permanente em atenção ao saneamento básico A Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados terá grupo permanente dedicado às questões de saneamento básico. A proposta está no relatório final da subcomissão especial temporária que, ao longo de 2015, analisou as ações do País para garantir a universalização do saneamento básico e o uso racional da água. Depois de discutir esses temas com especialistas, sociedade civil e várias esferas de governo, os deputados sugeriram soluções. O presidente da subcomissão, o deputado João Paulo Papa (PSDBSP), comentou que o momento é oportuno para mobilizar os brasileiros em torno do tema, tendo em

conta que a questão do saneamento básico é destacada na Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano. “Nós temos que elogiar e agradecer esse apoio da Campanha da Fraternidade e aproveitar o momento para fortalecer o setor. Ao longo de oito meses de trabalho, nós realizamos diversas audiências públicas e visitas técnicas. Ao final [de 2015], chegamos a 20 recomendações. A partir deste ano, vamos nos debruçar sobre essas 20 recomendações, que vão desde a criação de uma centralização e coordenação do governo brasileiro para o setor de saneamento até a criação de linha de financiamento para desenvolvimento operacional”, comentou.

O relatório final da subcomissão é assinado pelo deputado Marcos Abrão (PPS-GO) e já foi aprovado pela Comissão de Desenvolvimento Urbano. A centralização é defendida para reverter a atual dispersão dos temas ligados ao saneamento por sete ministérios, enquanto o financiamento para desenvolvimento operacional visa corrigir desperdícios, como os 40% de água que são perdidos, em média, no trajeto entre os reservatórios e as residências. Segundo o Instituto Trata Brasil, cerca de 100 milhões de brasileiros ainda não têm acesso a tratamento de esgoto e 35 milhões não recebem água tratada em casa.

Anhanguera, Sacomã, Tremembé e Vila Curuçá. Os conselheiros eleitos tomarão posse em 6 de março, tendo por dever principal zelar pelo cumprimento dos direitos das crianças e adolescentes. Na votação, cada eleitor poderá escolher até cinco candidatos. Estão aptas a votar as pessoas maiores de 16

Fonte: Arquidiocese do Rio de Janeiro (Colaborou: Edcarlos Bispo)

Queda das vendas no varejo é a maior em 15 anos

anos, que tenham título de eleitor emitido até 3 de abril de 2015. É preciso comparecer ao local de votação com o título de eleitor e um documento de identificação com foto. A relação dos postos de votação pode ser consultada em http://www.prefeitura.sp.gov.br/ cidade/secretarias/direitos_humanos.

A queda de 4,3% no volume de vendas do comércio varejista em 2015 foi a maior desde o início da série histórica, em 2001, da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa também foi a primeira vez que um ano fechou em queda, desde 2003. “O comércio varejista reflete o consumo das famílias. Todos os fatores que inibem o consumo das famílias têm um impacto direto no volume de vendas. É uma combinação de enfraquecimento do mercado de trabalho, com a redução da renda real, a confiança do consumidor, a pressão inflacionária, que vem evoluindo, principalmente, no grupamento de alimentos e combustíveis e a elevação da taxa de juros, que inibe a compra de bens duráveis”, disse a pesquisadora do IBGE, Isabella Nunes. Os principais impactos para a queda vieram dos segmentos de móveis e eletrodomésticos (-14%), supermercados, alimentos, bebidas e fumo (-2,5%), tecidos, vestuários e calçados (-8,7%) e combustíveis e lubrificantes (-6,2%). Entre os oito segmentos pesquisados, apenas um teve crescimento no volume de vendas: artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (3%). Considerando-se também os dois segmentos que misturam atacado e varejo (e compõem o chamado varejo ampliado), a maior queda veio dos veículos, motos, partes e peças: 17,8%. Os materiais de construção tiveram recuo de 8,4%.

Fonte: Portal da Prefeitura de São Paulo

Fonte: Agência Brasil

Fonte: Agência Câmara

Eleição de conselheiros tutelares em SP será no domingo, 21 Após a anulação da eleição realizada em novembro de 2015, acontecerá no domingo, 21, das 9h às 17h, a votação para a escolha de 260 conselheiros que atuarão nos 52 conselhos tutelares da cidade de São Paulo, incluindo os novos conselhos nos bairros do Capão Redondo, Cidade Líder, Cidade Tiradentes II, Jaraguá,

Conselho para os Textos Legislativos, e Dom Dimitrios Salachas, exarca da Igreja Greco-Católica.


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‘Cuidar dos doentes é como cuidar de Jesus’ No jubileu extraordinário da Misericórdia, Pastoral da Saúde peregrinou à Porta Santa da Catedral da Sé Renata Moraes

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“Participar desta peregrinação foi um momento santificador, saímos fortalecidas para levar com alegria Jesus no sacramento da Comunhão aos que estão doentes. Que possamos enxergar no enfermo o próprio Cristo, cuidando dele sempre com muito amor”. A afirmação é de Maria da Conceição Roos, 62, integrante da Pastoral da Saúde há 17 anos na Paróquia Santa Teresinha, na Região Episcopal Santana. Junto a outras mulheres da comunidade paroquial,

ela participou da Peregrinação da Pastoral da Saúde no Ano Santo extraordinário da Misericórdia, na quinta-feira, 11, na Catedral da Sé. Nesta data, foi celebrado o Dia Mundial do Enfermo e a memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, padroeira mundial dos doentes. Os participantes da Pastoral da Saúde passaram pela Porta Santa da Catedral e rezaram o Terço em devoção à Virgem Maria. Em seguida, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, presidiu missa, concelebrada por Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, pelo Padre João Inácio Mildner, assistente eclesiástico da Pastoral da Saúde, e por demais padres. Ao acolher os peregrinos, Dom Odilo exortou-lhes: “cuidar dos enfermos é uma obra de misericórdia e é um pedido que Jesus dirige a todos”. O Arcebispo também motivou os fiéis a buscarem o sacramento da Confissão, pedirem perdão pelos próprios pecados, rezarem pelo Papa Francisco, e fazerem alguma obra de misericórdia para receberem a indulgência plenária do Ano Santo, que

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‘Lutamos por melhores políticas públicas de saúde’

poderá ser aplicada a si ou em favor de algum falecido. O Cardeal, na homilia, encorajou os enfermos: “Nem sempre é fácil estar doente, perder a saúde, mas sejam sempre firmes na fé”, disse, orientando-os a não perder a fé em Deus e a esperança. E também falou aos agentes de saúde, cuidadores e ministros extraordinários da sagrada comunhão: “Cuidar dos doentes, como vocês fazem, é uma obra de misericórdia. Cuidar dos doentes é como cuidar de Jesus”. Dom Odilo destacou que a missão da Igreja é anunciar o Evangelho a todas as criaturas e cuidar dos enfermos. Realizar peregrinações para catedrais, santuários, basílicas e igrejas em que o bispo local, em cada diocese, tenha estabelecido a porta santa é uma das práticas indicadas pelo Papa Francisco na bula Misericordiae Vultus, para que um fiel católico ganhe indulgência plenária durante o Ano Santo extraordinário da Misericórdia, iniciado em todo mundo em 8 de dezembro de 2015 e que será encerrado em 20 de novembro de 2016. Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Integrantes da Pastoral da Saúde peregrinam à Porta Santa da Catedral da Sé e participam de missa presidida pelo Cardeal Scherer, no dia 11

Em entrevista ao O SÃO PAULO, Padre João Inácio Mildner, assistente eclesiástico da Pastoral da Saúde na Arquidiocese de São Paulo, falou sobre a missão da Pastoral. “Lutamos por melhores políticas públicas de saúde, para que tenhamos uma saúde de qualidade para o povo. É nossa missão lutar pelo saneamento básico e pelas necessidades básicas de direito da população, evitando inúmeras doenças”. A Pastoral da Saúde atua junto aos órgãos municipais e estaduais, como os conselhos de saúde e a Câmara Municipal. “A Pastoral está sempre presente articulando ações em favor da saúde das pessoas”, destacou Padre João. Em carta enviada a todas as paróquias da Arquidiocese, a Pastoral da Saúde sugere que se faça uma segunda peregrinação dos enfermos nas igrejas com a Porta Santa nas regiões episcopais, em 14 de julho, dia de São Camilo de Lelis, padroeiro dos enfermos. Segundo o Sacerdote, os interessados em colaborar com a Pastoral da Saúde devem ter mais de 18 anos e realizar os cursos de formação. Neste ano, a abertura dos cursos acontecerá em 27 de fevereiro, às 9h, na Paróquia Nossa Senhora da Saúde (rua Domingos de Morais, 2.387, Vila Mariana, próximo ao metrô Santa Cruz). A programação do evento será composta de uma missa presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, seguida de palestra com o Professor Dr. Dalton Ramos, membro da Pontifícia Academia Pro Vita, do Vaticano. As inscrições para os cursos podem ser realizadas no Portal da Arquidiocese de São Paulo (arquisp.org. br) ou em Facebook.com/saude.arquidiocesedesaopaulo. Padre João destacou que neste ano terá início um novo curso sobre a pastoral hospitalar, voltado para as pessoas que visitam os enfermos nos hospitais e clínicas médicas. Ao todo serão oferecidos seis cursos nas regiões episcopais e mais o curso da pastoral hospitalar, que acontecerá aos sábados pela manhã na Paróquia Santo Agostinho (praça Santo Agostinho, 79, metrô Vergueiro). O Assistente Eclesiástico faz um convite aos que desejam ingressar na Pastoral da Saúde: “Devem vir com o coração como o de Jesus, aberto a amar todas as pessoas. Temos que ver no enfermo a pessoa de Jesus Cristo. Todo gesto e ato que fizermos em favor dos doentes, estamos fazendo ao próprio Cristo sofredor”, finalizou Padre João Mildner. (RM)

‘Rezar pelos doentes e fazer-lhes sentir o nosso amor’ Durante a audiência pública semanal no dia 10, na praça de São Pedro, no Vaticano, o Papa Francisco convocou todos a celebrarem o Dia Mundial dos Enfermo, recordado em 11 de fevereiro. “Convido a rezar pelos doentes e a fazer-lhes sentir o nosso amor. Que a mesma ternura de

Maria esteja presente na vida de tantas pessoas que se encontram ao lado dos doentes, sabendo acolher as suas necessidades, mesmo as mais imperceptíveis”. O Pontífice recordou a mensagem que enviou em setembro de 2015 para o 24º Dia Mundial do Enfermo, com o

tema “Confiar em Jesus misericordioso, como Maria ‘Fazei o que Ele vos disser’” (Jo 2,5). Um dos trechos da mensagem destaca: “É evidente que o estar gravemente doente é algo que testa a própria fé. Por outro lado, a fé desenvolve todo o seu

potencial benéfico quando se confronta com uma situação de precariedade, porque oferece ao enfermo a chave de leitura da doença como caminho possível para alcançar uma amizade mais estreita com Jesus”. (RM) (Com informações da Rádio Vaticano).


12 | Papa Francisco |

17 a 23 de fevereiro de 2016 | www.arquisp.org.br

Renovar a ‘experiência da misericórdia’

Fotos: L’Osservatore Romano e www.papafranciscoenmexico.org

Filipe Domingues

Especial para O SÃO PAULO, em Roma

O Papa Francisco iniciou sua primeira visita apostólica ao México como “um missionário e peregrino portador de justiça e de paz”. Assim ele mesmo se definiu na chegada ao País, em encontro com o presidente Enrique Peña Nieto e o corpo diplomático, quando se propôs a renovar “a experiência da misericórdia” no povo mexicano. A viagem, que começou na sexta-feira, 12, e vai até a quinta-feira, 18, é uma das mais longas do pontificado. Antes de chegar ao México, o Papa fez uma parada no aeroporto da cidade de Havana, em Cuba, para um encontro histórico com o patriarca ortodoxo russo Cirilo (leia mais na página 13).

Colaboração entre Igreja e Estado e combate à corrupção

Pela primeira vez, um papa entrou no Palácio Nacional da Cidade do México, a capital do País. No período colonial espanhol, o regime de governo previa total união entre poder civil e religioso, e a separação entre Igreja e Estado ocorreu somente em 1794, ao que se seguiu uma prolongada perseguição religiosa. A Constituição atual, de 1992, prevê a liberdade religiosa. Por isso, em seu discurso às autoridades civis, o Papa Francisco pediu que o governo trabalhe para que as pessoas tenham um “lar adequado, trabalho digno, alimento, justiça real, segurança efetiva, um ambiente saudável e de paz”. Ao mesmo tempo, renovou o compromisso da Igreja de colaborar com o Estado e “servir à grande causa do homem: a edificação da civilização do amor”. Ele denunciou, ainda, o problema da busca de privilégios e da corrupção, tanto nos governos quanto na própria Igreja.

Bispos com a “ternura de Deus”

Falando a 176 bispos mexicanos, o Papa Francisco fez um dos mais contundentes discursos ao episcopado, no

sábado, 13. Ele pediu aos bispos que procurem “refletir a ternura de Deus”, sendo próximos do povo mexicano, que vive em grande sofrimento. “Deus pede a vocês para terem um olhar capaz de interceptar a pergunta que grita no coração da sua gente”, disse. “A esse grito é preciso responder que Deus existe e está perto, por meio de Jesus.” Os problemas do narcotráfico e da migração foram mencionados pelo Papa, que elogiou o trabalho que vem sendo feito pela Igreja no México. O Papa exortou os bispos a não se distraírem com questões “mundanas”, como “coisas secundárias, falações e intrigas, projetos de carreira, planos de hegemonia, clubes de interesse ou círculos sociais”, e afirmou: “Fora das coisas do Pai, perdemos nossa identidade e, cupa-

velmente, tornamos vã a sua graça”. Durante todo o discurso, o Papa Francisco associou as qualidades dos bispos à imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, que tem um olhar próximo aos mais sofredores, e não um “olhar adormecido”.

A guadalupana

O Papa Francisco se deteve por cerca de 20 minutos em oração silenciosa diante da imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, na basílic a da padroeira da América Latina. Com ele, rezaram também as centenas de pessoas que participaram da missa no sábado, 13, na Cidade do México. Na homilia, o Papa procurou transmitir uma mensagem de conforto aos fiéis, insistindo que Maria está sempre ao lado de cada pessoa que sofre.

Na aparição de Nossa Senhora de Guadalupe - disse o Papa - “Deus despertou e desperta a esperança dos pequenos dos sofredores, dos deslocados e descartados, de todos aqueles que sentem que não têm um lugar digno nestas terras”. Porém, continuou, “nela e com ela, Deus se faz irmão e companheiro de caminho, carrega conosco as cruzes para não nos deixar esmagados por nossas dores”.

Aos indígenas: ‘O mundo precisa de vocês’

Procurando demonstrar ele mesmo essa proximidade com os mais pobres, excluídos e todos os que sofrem, o Papa visitou um hospital pediátrico no domingo, 14, onde são internadas crianças de todo o México que têm doenças graves. Também é prevista a visita a uma penitenciária no último dia da viagem. Na segunda-feira, 15, Francisco presidiu uma missa com comunidades indígenas de Chiapas. O México possui 58 comunidades indígenas e muitas foram representadas na celebração em San Cristóbal de las Casas. Na homilia, o Papa destacou a relação respeitosa dos povos indígenas com a natureza. “O mundo de hoje, desolado pela cultura do descarte, precisa de vocês.” O Pontífice afirmou que a sociedade excluiu os indígenas de modo “sistemático e estrutural”. “Alguns consideraram inferiores seus valores, suas culturas e suas tradições. Outros, atordoados pelo poder, pelo dinheiro e as leis do mercado, roubaram suas terras e realizaram ações que as contaminavam. Que tristeza! Que bem nos faria a todos um exame de consciência e aprender a dizer: Perdão! Perdão, irmãos!”, enfatizou o Papa.


www.arquisp.org.br | 17 a 23 de fevereiro de 2016

| Análise | 13

Um abraço histórico L’Osservatore Romano

Papa Francisco e patriarca Cirilo, líder da Igreja Ortodoxa de Moscou, têm encontro histórico no aeroporto de Havana, em Cuba, na sexta-feira, 12

Quase mil anos depois do grande cisma que dividiu igrejas do Ocidente e do Oriente, o bispo de Roma encontra o patriarca de Moscou Filipe domingues

Especial para O SÃO PAULO, em Roma

“Irmão, irmão! Finalmente!”, disse o Papa Francisco ao encontrar pela primeira vez o patriarca Cirilo, de Moscou, no aeroporto de Havana, em Cuba. “Agora as coisas estão mais fáceis”, respondeu o Patriarca. “É claro que o que está acontecendo hoje é a vontade de Deus”, completou o Papa. O encontro é histórico, sem exageros. É o primeiro desde a grande divisão entre as igrejas cristãs do Oriente e do Ocidente, no ano 1054. Na verdade, para ser mais preciso, é o primeiro desde a criação da sede metropolitana de Moscou, no século XV. Jamais o bispo de Roma e o patriarca ortodoxo de Moscou haviam se reunido, apesar de várias tentativas de reaproximação no passado. Em declaração conjunta, prometeram trabalhar pela unidade dos cristãos. “Com doçura e respeito, somos chamados a mostrar ao mundo a esperança que está em nós”, afirmaram, em referência à primeira carta do apóstolo Pedro.

Uma longa história

O chamado Grande Cisma do

Oriente ocorreu em meio às rivalidades políticas entre as duas principais cidades do Império Romano, Roma e Constantinopla – hoje Istambul, na Turquia. As tensões já existiam desde o século IV, quando o imperador Constantino transferiu a capital do império de Roma para Constantinopla. Aos poucos, tensões ligadas à autoridade do papa e embates teológicos levaram a uma separação radical. Em 1054, os líderes das igrejas de Roma e de Constantinopla se excomungaram mutuamente, criando duas igrejas independentes, a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa. Enquanto a palavra “católica” quer dizer “universal”, o nome “ortodoxa” significa “reta opinião”, ou a “crença correta”. Duas igrejas que, no fundo, são a mesma. A reaproximação vem ocorrendo paulatinamente e se acentuou após o Concílio Vaticano II, nos anos 1960. O primeiro reencontro histórico foi entre o Papa Paulo VI e o patriarca Atenágoras, de Constantinopla, em 1964. Naquela ocasião, 900 anos após a divisão, retiraram o decreto de excomunhão mútua. Entretanto, internamente, na Igreja Ortodoxa, uma série de impasses afastou a sede de Moscou da sede de Constantinopla ao longo da história, e mais ainda de Roma. Além disso, conforme conta o padre norte-americano Ronald Roberson no livro “As Igrejas Cristãs Orientais”, há que se ponderar que até o ano 1240 era Kiev, na Ucrânia, a sede da cristandade ortodoxa na região, reunindo três po-

vos: ucranianos, bielorrussos e russos. Aos poucos, Kiev entrou em declínio e foi destruída pela invasão dos mongóis. No século XV, a vida religiosa de Moscou ganhava vida e logo a cidade se tornou uma sede independente de Kiev. Enquanto isso, já no século XVI, houve uma reaproximação entre católicos e ortodoxos que levou à plena comunhão entre Roma e Kiev, criando a Igreja Greco-Católica Ucraniana. Porém, a Igreja Ortodoxa Russa nunca viu com bons olhos essa perda de influência na Ucrânia, o que, historicamente, acentuou a separação entre católicos e ortodoxos na Rússia. Embora o patriarcado de Moscou tenha sido supresso por quase 200 anos, no século XVIII, a igreja russa gradualmente ganhou seu próprio estilo e suas próprias características.

Mas, finalmente...

“Estamos divididos por feridas causadas por conflitos de um passado distante ou recente, por divergências, herdadas dos nossos ancestrais, na compreensão e na explicitação de nossa fé em Deus”, reconhecem o Papa e o patriarca Cirilo. “Conscientes da permanência de numerosos obstáculos, esperamos que o nosso encontro possa contribuir com o restabelecimento dessa unidade desejada por Deus”. De fato, o encontro é esperado há décadas. Sabe-se que o Papa João Paulo II se colocou à disposição de Moscou para uma reunião em qualquer parte

do mundo. Mas, dizem especialistas em ecumenismo, a igreja da Rússia ainda não se sentia pronta para isso. Entre os vários motivos que dificultavam uma aproximação, dois a preocupavam mais: primeiro, o patriarcado de Moscou temia que a reaproximação seria reconhecer em certa medida a superioridade hierárquica do Papa sobre os outros bispos, o que não deseja fazer; segundo, por causa da difícil relação entre a ortodoxia da Rússia e as igrejas orientais que estão em comunhão com Roma, uma questão delicada na Ucrânia, na Bielorrússia e até na própria Rússia. Também a Igreja Greco-Católica da Ucrânia, que está em plena comunhão com Roma, não vê sempre com bons olhos a reaproximação. Em artigo publicado no site Crux, sobre notícias da Igreja, o sacerdote católico ucraniano Andriy Chirovsky diz que as negociações são positivas, mas pediu cautela. “Para alguns ortodoxos, a simples existência das igrejas católicas orientais (como na Ucrânia e na Romênia) é vista como uma ameaça. E o patriarcado de Moscou parece manter essa visão”, escreveu. Hoje, o patriarcado ortodoxo russo é o mais numeroso no Oriente, com dois terços dos 200 milhões de cristãos ortodoxos no mundo. Por isso, grande parte do problema é político. A Igreja Ortodoxa da Rússia é um aliado muito próximo do governo do presidente Vladimir Putin, que reconhecidamente vem tentando ganhar influência e território no Leste Europeu. Ucrânia e Rússia estão em guerra e isso se torna mais um obstáculo para a unidade dos cristãos, pois se reflete nas atividades das igrejas e na própria cultura. De qualquer forma, na declaração, o Papa e o Patriarca de Moscou afirmam esperar que o encontro “possa também contribuir para a reconciliação onde existem tensões entre greco-católicos e ortodoxos”. Além disso, deploraram o conflito na Ucrânia e convidaram todas as partes à “prudência, à solidariedade social e à ação para construir a paz”, pedido às igrejas locais que não promovam o conflito.

Concorrentes, não! Irmãos, sim!

“Ortodoxos e católicos estão unidos, não só por uma tradição comum da Igreja do primeiro milênio, mas também pela missão de pregar o Evangelho de Cristo no mundo de hoje”, afirmam o Papa Francisco e o patriarca Cirilo. “Essa missão inclui o respeito recíproco pelos membros das comunidades cristãs e exclui qualquer forma de proselitismo. Não somos concorrentes, mas irmãos, e a partir desse conceito devem ser guiadas todas as nossas ações recíprocas e em direção ao mundo externo”, acrescentam. “Exortamos os católicos e ortodoxos de todos os países a aprenderem a viver juntos na paz e no amor.”


14 | Reportagem |

17 a 23 de fevereiro de 2016 | www.arquisp.org.br

Passe livre e o imposto progressivo Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com

O passe livre é algo viável? É possível ter um transporte público gratuito para todos os cidadãos? Se o cidadão não pagar a tarifa, quem pagaria por ele? Talvez você já tenha se feito essas perguntas. Em todas as manifestações do Movimento Passe Livre (MPL), em que as faixas e palavras de ordem pedem a revogação do aumento ou o fim da tarifa nos transportes, esses e outros questionamentos aparecem. De acordo com Letícia Cardoso, membro do MPL, o papel do grupo, enquanto movimento social, é pautar a demanda e não dizer “como o governo deveria fazer”. Ela, porém, afirma que o MPL tem uma proposta para a concretização do passe livre pautada no imposto progressivo. “Quem ganha mais paga mais, quem ganha menos paga menos e quem não ganha nada não paga”, afirmou. “As pessoas saem de suas casas na periferia para ir ao trabalho, entram na lógica contraditória de ir trabalhar para pagar a tarifa. Sabemos que o trabalhador que ganha um salário mínimo tem um terço da sua renda comprometida com a tarifa e não achamos que seja justo que esta onere sobremaneira o trabalhador. Achamos a tarifa excludente, exclui da cidade, dos direitos sociais e dos serviços que a cidade oferece”, afirmou Letícia. Autor da proposta do passe livre, ainda no início dos anos 1990, o engenheiro e ex-secretário municipal de Transportes (1990-1992), Lúcio Gregori, afirmou ao O SÃO PAULO que a existência do passe livre ou de uma tarifa de transporte mais barata é algo viável, porém depende de uma maior subsidiariedade do transporte. “Se você considerar o nível de subsídio de Buenos Aires, a tarifa de ônibus em São Paulo e no Rio de Janeiro deveria ser R$ 0,85. Se considerarmos os níveis de Paris e Pequim, por exemplo, a tarifa deveria ser R$ 1,27. Você vê que os níveis de subsídio no Brasil, como um todo, são muito baixos”, argumenta Lúcio Gregori. Porém, o aumento do subsídio para o financiamento de um transporte público gratuito ou mais barato está relacionado à arrecadação do município, estado e união, que se dá por meio de impostos. Nesse ponto, Lúcio é defensor do imposto progressivo. “De duas uma: Ou é verdade que há excesso de imposto no Brasil e não tem como aumentá-los, ou isso é uma mentira e o que na verdade acontece é que existem poucos impostos para quem ganha mais e tem mais dinheiro”, afirmou.

Imposto progressivo

“O Estado vive dos tributos que cobra da população. Todo esse movimento do passe livre, e da tarifa zero, por exemplo, me perguntam se é possível, claro que é. Agora, você precisa de recursos

para bancar o lucro das empresas e todos os gastos na área de transportes. Por exemplo, você pode aumentar o ISS dos bancos. O setor bancário está ganhando fábulas mesmo na crise. O País em crise, indústria, serviços e empregos andando para trás, mas os bancos continuam tendo lucros de bilhões de reais. A Prefeitura poderia aprovar uma lei aumentando a alíquota de ISS dos bancos e com esse dinheiro, poderia pagar parte da tarifa de transporte, e fazer tarifa zero ou até mesmo diminuir a tarifa dos ônibus”, afirma o mestre em economia pela PUC -SP, Odilon Guedes. Para Odilon, é preciso diminuir a tributação indireta – ICMS e IPI, por exemplo – beneficiando as empresas e o trabalhador. “Ao mesmo tempo, você

desigualdade e políticas públicas”, do Instituto Econômico de Pesquisa Aplicada (IPEA), mostrava que, em 2003, quem ganhava até dois salários mínimos pagava 48,9% de imposto, diante de 26,3% para quem ganhava mais que 30 salários mínimos. “Os entraves da tributação podem ser superados com uma reforma que busque progressividade dos atuais impostos e taxas. Isso significa, necessariamente, o alívio da carga tributária indireta sobre os segmentos de menor renda, bem como a introdução de novos tributos sobre os estratos sociais ricos, o que permitiria ao País avançar nas políticas de caráter mais redistributivo”, conclui a pesquisa. Citando os exemplos de Estados

O ex-secretário de transporte lembra que uma das grandes questões do transporte público no município de São Paulo é a chamada taxa interna de retorno, que segundo auditoria realizada pela própria Prefeitura, apontava para uma lucratividade que variava de 17% a 34%, tendo uma média de 18%. “O que é uma coisa enorme. Para se ter uma ideia, uma aplicação no tesouro direto que você faça hoje, recebe a inflação mais 7%, você tem um rendimento, quando muito, de 10% a 17%. Então, um negócio dessa natureza chegar a 30% em alguns casos, é enorme essa taxa de retorno”, afirmou. Sobre os contratos vencidos em 2013 e que ainda não foram assinados e renovados, Lúcio lembra que estes Luciney Martins/O SÃO PAULO

Com o aumento do subsídio repassado pela Prefeitura às empresas de transportes, as tarifas poderiam ser reduzidas ou até mesmo abolidas

aumenta os tributos diretos sobre a renda, riqueza, herança e propriedade. Você pega os ricos para pagar mais, o que é o óbvio”. Odilon citou como exemplo a compra de um aparelho televisor que custe R$ 2 mil, em que 40% desse valor, ou seja R$ 800, são de impostos. Se comprado por um cidadão que ganhe R$ 1 mil, os impostos comprometerão 80% de sua renda, já no caso de alguém que ganhe R$ 20 mil, os impostos comprometerão 4% do seu salário. Para Odilon, isso é “uma injustiça enorme”. “Você tem que fazer uma progressividade em cima dos tributos diretos, aí o Estado a partir do momento que baixa a carga tributária indireta beneficia as empresas e os trabalhadores e quando ele aumenta a carga direta, vai fazer justiça social, porque quem tem mais vai pagar mais”, afirma. Para se ter uma ideia da complexidade da carga tributária no Brasil, uma pesquisa de 2010, intitulada “Pobreza,

Unidos, Inglaterra e França, que possuem alíquotas maiores que no Brasil, Odilon destaca que a alíquota máxima do imposto de renda, 27,5%, se aplica para quem ganha mais de R$ 5mil e quem ganha R$ 50 mil paga a mesma alíquota, “isso é uma injustiça”, concluiu.

Caixa preta dos transportes?

Lúcio acredita que no caso dos ônibus não há necessidade de questionar sobre a existência de uma caixa preta, pois depois de tantos anos já há um conhecimento acumulado suficiente para saber os custos do transporte coletivo. “Nos ônibus da cidade de São Paulo, por exemplo, se sabe que aproximadamente de 50% a 60% dos custos são os salários de motoristas e cobradores, de 25% a 30% é consumo de combustível. Portanto, aí você tem de 70% a 80% dos custos determinado. O resto são despesas administrativas, garagem e etc.”

previam um lucro de 9,97%, o que aparentemente era bom, mas firmava um prazo de 20 anos de contrato. “É inconcebível fazer um contrato na cidade de São Paulo, no sistema de transporte por 20 anos. Sabe-se lá o que vai acontecer na cidade em 20 anos”. Lúcio criticou, ainda, o fato das tarifas dos ônibus e do Metrô serem iguais. Para ele, o Metrô não revela quais sãos os seus gastos, o que dificulta o entendimento da real tarifa do transporte. “Quem tirou, e de onde tirou a ideia de que a tarifa do Metrô é rigorosamente igual a tarifa de ônibus de São Paulo? Um sistema anda movido a energia elétrica, sobre trilhos... é um custo determinado. O outro anda sobre pneus, consome óleo, combustível à base de petróleo, tem motorista e cobrador. Não há nada a ver o custo de um e de outro, possivelmente são diferentes e, no entanto, todo mundo combina que o valor dos dois são iguais”.


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| Entrevista | 15

Com a Palavra: Wagner Balera

‘A mudança mais urgente é a da fixação de uma idade mínima para as aposentadorias’ Arquivo pessoal

Renata Moraes

jornalismorenata@gmail.com

A urgência da reforma da Previdência Social tem sido amplamente discutida como um dos desafios da política fiscal. Na abertura dos trabalhos do ano legislativo, no dia 2, a presidente Dilma Roussef defendeu que é preciso impor limites aos gastos públicos e ponderou que é indispensável fazer uma reforma nas atuais regras da Previdência Social para manter a sustentabilidade do sistema previdenciário. Unificar a aposentadoria para homens e mulheres, limitar a idade mínima, as regras de transição e as mudanças do fator previdenciário são questões que serão apresentadas futuramente ao Congresso Nacional. Nesta entrevista ao O SÃO PAULO, Wagner Balera, 65, advogado e professor da PUC-SP, Mestre em Direito Tributário, analisa os principais aspectos da reforma da Previdência Social. O SÃO PAULO – Qual o futuro da

estrutura de seguridade social no País?

Wagner Balera - O ideal da Constituição de 1988 consistiu em criar um sistema composto pelas três áreas sociais mais importantes - a saúde, a previdência social e a assistência social - aparelhado com orçamento próprio, separado, destacado do orçamento da União. Ocorre que o Estado tem desviado recursos desse orçamento por meio do mecanismo da DRU - Desvinculação das Receitas da União - sacando 20% de tudo o que se arrecada para a seguridade. Como consequência, há escassez de recursos e perda de qualidade, tanto nas ações de saúde quanto nas de assistência social. A previdência, como tem prestações de valor certo (aposentadorias etc), é o único setor que não pode ser descoberto nos seus recursos. Para que o futuro da seguridade social cumpra o compromisso do constituinte de 1988 é urgente que seja implantada uma estrutura democrática de gestão, com a participação de todos os interessados - trabalhadores, patrões, aposentados e o próprio Governo.

reflexo do crescimento econômico. Aumentou o PIB, com a mesma proporção será aumentado o benefício. Agora, se quisermos falar bem mais a sério, coloquem o indexador em cima dos salários teto do serviço público - presidente, deputados, senadores e ministros dos tribunais. Sempre que esse grupo receber aumento de salários, os beneficiários também receberão. Desse modo, a elite estará indiretamente defendendo os interesses da grande massa de beneficiários da previdência social.

Como é que fica a questão dos direitos adquiridos?

Os direitos adquiridos sempre serão respeitados no Brasil. Isso está garantido pelo Artigo 5º da Constituição. Jamais poderá ser reduzido o valor nominal de um benefício legitimamente conquistado.

Sem a reforma, os gastos do Governo com a Previdência aumentariam?

Quais os aspectos mais relevantes da mudança do fator previdenciário?

A combinação formal entre os dois elementos, tempo de contribuição e idade, permite a melhor apuração do perfil previdenciário do segurado. Essa fórmula, ademais, traz a vantagem de não ficar sujeita a frequentes modificações da idade da sobrevida, que por oscilar todos os anos cria uma certa insegurança para o segurado. Também se apresenta como relevante a definição do valor do benefício, sem perdas diretas para o segurado.

Quais as melhores alternativas diante do anúncio da presidente Dilma de que enviará projetos de mudanças ao Congresso Nacional?

A mudança mais urgente é a da fixação de uma idade mínima para as aposentadorias. Não dá mais para protelar essa medida. Ela deve ser tomada imediatamente. Que não inventem um gradiente de médio prazo, porque a situação nesse ponto é muito complicada. Qual será essa idade? Matéria para o Poder Legislativo, representante do povo, decidir após intenso e urgente debate. A unificação dos regimes decorre da constatação estatística: as mulheres vivem mais do que os homens. Não faz sentido que se aposentem com idade menor.

Caso essas mudanças sejam aprovadas, em longo prazo, sobretudo a idade mínima e a unificação do regime para homens e mulheres, quais serão os impactos sobre os trabalhadores?

Impedirão, se forem implantadas em longo prazo, que haja prejuízos às expectativas de direito. No entanto, conforme o longo prazo, as gerações futuras estarão irremediavelmente comprometidas, porque o rombo das contas públicas lá adiante será insustentável.

É necessário também pensar no reajuste dos benefícios? E as regras e o prazo de transição de 20 a 30 anos, conforme o Governo prevê, são favoráveis?

Hoje em dia, o reajuste dos benefícios está atrelado à política salarial. Essa amarração atrapalha os dois lados, o do mundo do trabalho e da previdência social. Portanto, algum indexador apropriado deve ser definido - com o auxílio dos especialistas no tema - para aplicação especifica na previdência social. Assim como existe o índice do custo de vida e o índice da construção civil, para só citarmos dois exemplos, é necessário criar-se um índice de reajuste de benefícios. O melhor será que o mesmo seja

Observemos bem: As receitas da seguridade social são suficientes para bancar as despesas desde que não haja o desvio da DRU, de que já falei nesta entrevista. Mas, sem a reforma, a idade precoce das aposentadorias e a longevidade farão com que os gastos cresçam de modo exponencial. É fácil entender essa disparidade. Em 1960, a pessoa se aposentava com 55 anos e morria aos 62. Deixava pensionistas que recebiam durante mais oito anos. Tudo isso como média. Portanto, um segurado pagava por 35 anos e ele e seus dependentes receberiam por 15 anos. Ocorre que hoje o segurado sobrevive até os 74. São 12 anos a mais de despesa com os mesmos 35 anos de receita. Estou falando a grosso modo. Como está, o sistema é inviável em médio prazo.

Em sua opinião, qual seria o melhor caminho, a melhor proposta?

Apresentação clara e objetiva do projeto; ampla discussão entre os parlamentares e, afinal, submissão do tema a um referendo popular. É urgente a recriação do Conselho Nacional de Seguridade Social, extinto inexplicavelmente por medida provisória. Esse é o foro legitimo, com composição prevista na Constituição, e com membros eleitos, para começar a importante e necessária discussão sobre as reformas. Que o Conselho receba uma pauta bem definida, embasada em dados técnicos, econômicos, demográficos e atuariais que sejam inteligíveis pelo homem comum. É disso que se trata.

As opiniões expressas na seção “Com a Palavra” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editoriais do jornal O SÃO PAULO.


16 | Fé e Cultura |

17 a 23 de fevereiro de 2016 | www.arquisp.org.br

Filipe David

osaopaulo@uol.com.br

Dica de Leitura Rosa Mística Cada um dos títulos de Maria tem seu significado e objetivo especial, e deve ser objeto de uma meditação própria. Maria é a Mãe de Cristo, Mãe da Divina Graça, Rainha da Paz. Cada invocação é um elogio à Serva de Deus, uma rosa entregue à Rosa Mística de Deus. “Rosa Mística - Meditações sobre a Ladainha de Nossa Senhora” é um conjunto de pregações do ilustre Cardeal Newman (1801-1890) sobre as invocações da tradicional ladainha lauretana. O Beato nos conduz a contemplar a beleza da Mãe de Deus, servindo-se da erudição que lhe é própria, da firme doutrina e da incendida piedade de quem se sabe filho de tão excelsa Mãe. Ficha técnica: Autor: John Henry Newman Páginas: 122 Editora: Cultor de livros

Para refletir

Divulgação

A emancipação como ideologia Em entrevista ao jornal Le Figaro, na segunda-feira, 15, a filósofa Chantal Delsol analisa o papel da ideologia da emancipação no mundo contemporâneo. Segue um trecho traduzido do francês, para refletir: “O totalitarismo comunista e a modernidade tardia têm uma matriz comum: a emancipação como ideologia. É uma demiurgia que busca desfazer a condição humana e ‘re-naturalizar’ o homem, ainda hoje (...). [A finalidade é] deixar a condição humana, quebrando os laços de pertença e apagando as diferenças, recusando o que há de trágico na existência e a própria finitude humana, fazendo crer que todo o passado é mau e que finalmente estamos entrando na verdadeira história. Essa vontade de deixar a condição humana é um verdadeiro ódio do mundo e de si mesmo”. Para a Filósofa, essa ideologia da emancipação é uma perversão do pensamento judaico-cristão. “A demiurgia atual representa, portanto, a herdeira de uma longa linhagem. Ela é a perversão de um pensamento emancipador que era no início judaico-cristão, mas que perdeu a cabeça abandonando suas características próprias e seus limites, e se comporta, desde então, como um aprendiz de feiticeiro”.


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| Esporte | 17

Zika vírus pode afastar atletas estrangeiros dos Jogos Rio 2016 Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016

Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

O aumento dos casos de zika vírus no Brasil e sua possível relação com a microcefalia em bebês já faz com que atletas e comitês olímpicos nacionais repensem a participação nos Jogos Rio 2016. Na última semana, por exemplo, Hope Solo, goleira titular da seleção feminina de futebol dos Estados Unidos, declarou à revista Sports Illustrated que se puder escolher não irá aos Jogos por temer, futuramente, ter um filho com microcefalia. “As atletas não devem ser forçadas a tomar uma decisão que pode sacrificar a saúde de uma criança no futuro”, afirmou. Em fins de janeiro, a imprensa internacional veiculou que o Comitê Olímpico dos Estados Unidos teria orientado os líderes das federações esportivas daquele País a não se opor a atletas e funcionários que não desejem ir ao Rio de Janeiro. Oficialmente, o Comitê nega que tenha dado tal orientação, mas afirma que cobra das autoridades brasileiras informações atualizadas sobre os casos de zika vírus no Brasil. Na última semana, o presidente do Comitê Olímpico do Quênia, Kipchoge Keino, deu a entender que o País boicotará os Jogos Rio 2016. “Não vamos arriscar levar os quenianos [ao Brasil] se esse vírus zika atingir níveis epidêmicos”. Horas depois, porém, o Comitê do país africano informou que ainda não tem uma posição definida. Outra declaração que repercutiu mundialmente foi a da nadadora espa-

COI e Comitê dos Jogos Rio 2016 garantem que zika vírus estará controlado até a Olimpíada

nhola Mireia Belmonte, que treina para sua terceira olimpíada. “Se minha saúde corre perigo, pensarei em não participar dos Jogos do Rio”, declarou ao diário esportivo espanhol AS. Os comitês olímpicos da Espanha, Austrália e Nova Zelândia também já alertaram os atletas sobre os perigos potenciais do zika vírus. As autoridades esportivas neozelandesas e australianas também já declararam que apoiarão os esportistas que decidirem não ir aos Jogos por conta do zika vírus. Há, porém, quem não veja riscos de competir no Rio de Janeiro. Esse é o caso Mitch Geler, treinador da seleção canadense de saltos ornamentais. “Francamente, acho que as medidas apropriadas estão sendo adotadas. Se houvesse um perigo real, nós teríamos ouvido não apenas da mídia, mas por declarações do nosso governo. E eles não nos disseram para ficar longe do Brasil de nenhuma maneira”, afir-

mou ao site do Ministério do Esporte.

Jogos acontecerão normalmente, garante o COI

Diante das repercussões das declarações de atletas e dirigentes esportivos, o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, enfatizou na sexta-feira, 12, na Noruega, que os Jogos Rio 2016 acontecerão normalmente e que confia nas autoridades brasileiras e internacionais para conter a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor do zika vírus. “Todos os especialistas concordam que a temperatura do Brasil no inverno, quando acontecerão os Jogos, levará a uma situação muito diferente da atual”, afirmou. Na quinta-feira, 11, o chefe médico do COI, Richard Budgett, já tinha descartado qualquer possibilidade de mudança do local dos Jogos. “Ninguém das autoridades públicas ou da Organi-

zação Mundial de Saúde, ou ministro, está sugerindo que nós deveríamos considerar o cancelamento dos Jogos. A preocupação é apropriada, mas não há nenhuma restrição para viagens. As pessoas precisam tomar medidas para evitar serem picadas e ficarem sensíveis. Nossa prioridade é a proteção da saúde dos atletas”, afirmou à agência Associated Press. Durante a operação nacional de combate aos criadouros do mosquito Aedes aegypti, no sábado, 13, a presidente da República, Dilma Rousseff, afirmou, no Rio de Janeiro, que “o zika não compromete a realização dos Jogos” e garantiu: “conseguiremos até a Olimpíada ter um sucesso bastante considerável nesse extermínio dos mosquitos”. (Com agências)

AGENDA ESPORTIVA QUARTA-FEIRA (17) Copa Libertadores da América 19h30 – São Paulo x The Strongest (Pacaembu) SEXTA-FEIRA (19) Paulistão de Futebol – Série A2 21h30 – Portuguesa x Bragantino (Canindé) SÁBADO (20) Paulistão de Futebol – Série A1 17h – Palmeiras x Santos (Allianz Parque) DOMINGO (21) Paulistão de Futebol – Série A1 17h – São Paulo x Rio Claro (Pacaembu)


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Brasilândia

Renata Moraes e Célia Aparecida Colaboração especial para a Região

Sem justiça e direitos não há fraternidade Ricardo Luciano

Apresentação regional da CFE na Brasilândia alerta para a degradação ambiental

Mesmo com o termômetro apontando para os 35ºC, centenas de pessoas atenderam ao chamado da Região Brasilândia e compareceram na apresentação regional da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016, na Paróquia Santa Rita de Cássia, no Setor Pastoral Nova Esperança, na tarde do domingo, 14.

Com o tema “Casa comum, nossa responsabilidade” e o lema “Quero ver o direito brotar como a fonte e correr a justiça como riacho que não seca” (Am 5,24), a Campanha trata da situação do saneamento básico no Brasil. Este ano é ecumênica, sendo coordenada pela CNBB e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic).

Concentrados na rua João Melo Câmara, em frente ao palco cedido pela Prefeitura de São Paulo, os fiéis dos setes setores pastorais deram seu testemunho público de fé. Na abertura, a equipe regional da CFE 2016, representada por Célia Aparecida Leme, exortou os leigos sobre a importância do tema da Campanha. “O que nos motivará para o encontro e ação conjunta é a preocupação com o cuidado com a casa comum, o lugar onde habitamos, pois a casa comum é o maior presente que Deus nos deu”. A mensagem central transmitida a todos foi a de que o cuidado com a casa comum não depende apenas do poder público, mas exige uma profunda mudança na forma com a qual as pessoas se relacionam com os recursos naturais. Representantes dos setes setores pastorais apresentaram reflexões sobre os principais problemas relacionados ao meio ambiente e às injustiças sociais em que vivem. Os possíveis impactos das obras da Linha 6 do Metrô na Freguesia do Ó, os alagamentos causados pelas fortes chuvas e a ausência da infraestrutura adequada, o descarte inadequado do lixo, a degradação

ambiental por conta das obras do Rodoanel Norte e os inúmeros casos de dengue na Região foram algumas das preocupações apresentadas em forma de teatro. A apresentação regional da Campanha foi finalizada com missa presidida por Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, e concelebrada pelo clero atuante na Região. O Bispo salientou sobre este tempo litúrgico. “O tempo quaresmal é um convite à conversão e à mudança de vida”. Sobre a CFE 2016, Dom Devair exortou os fiéis a refletirem como estão cuidando da casa comum. “O problema do saneamento básico é de todos nós, não só do governo. Pede-nos uma mudança de hábitos dos adultos, como diminuir o tempo no banho, e de ensinar às crianças desde cedo, promovendo a conscientização”. Ao final da celebração, o Bispo afirmou que a Campanha da Fraternidade tem o papel de conscientizar e transformar. “Que a Região Brasilândia possa se destacar pelas mudanças e pelo cuidado com o meio ambiente”.

Coroinhas, acólitos e cerimoniários peregrinam à Porta Santa No sábado, 13, aconteceu a peregrinação dos coroinhas, acólitos e cerimoniários à Porta da Misericórdia da Igreja Nossa Senhora da Expectação, no Setor Pastoral Freguesia do Ó, com a participação de aproximadamente 450 crianças e adolescentes que servem o altar. Após a passagem pela Porta da Misericórdia foi celebrada a missa, presidida por Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia. Em entrevista à Pascom Brasilândia, Padre Roberto Moura, pároco da Paróquia Bom Jesus dos Passos e assessor eclesiástico regional dos coroinhas, acólitos e cerimoniários, detalhou que a atividade foi “uma grande procissão em torno da Célia Aparecida da Silva

Padre Dirceu, 20 anos de sacerdócio

praça da Matriz [Nossa Senhora do Ó], que culminou com a passagem de todos pela Porta Santa da Igreja Nossa Senhora da Expectação. Diante de uma expressiva participação de fiéis, Dom Devair presidiu a celebração eucarística preparada pelos próprios peregrinos. Na mesma oportunidade, alguns padres atenderam confissões antes da missa, preparando os peregrinos para as indulgências plenárias”. Segundo o Padre, a participação dos coroinhas, acólitos e cerimoniários superou a expectativa inicial. A próxima peregrinação à Porta da Misericórdia da Igreja Nossa Senhora da Expectação será a das pastorais da Catequese, Batismo e Crisma, no sábado, 27, às 16h.

Viviane Santos

Coroinhas, acólitos e cerimoniários posam para foto com Dom Devair após a missa

Padre Dirceu agradece a intercessão de Nossa Senhora em seu sacerdócio Os fiéis Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Setor Pastoral Pereira Barreto, comemoraram no dia 10, os 20 anos de sacerdócio do Padre Juarez Dirceu Passos, pároco. Padre Dirceu, na homilia, salientou o sentido do tempo quaresmal na vida do cristão, espe-

cialmente na busca do sacramento da Reconciliação, e ao mencionar o tema da Campanha da Fraternidade deste ano, convidou os paroquianos a zelar pelo cuidado do planeta e a cultivar hábitos saudáveis para não acabar com os recursos naturais e, assim, prejudicar toda a humanidade.

Ao final da celebração, os paroquianos homenagearam o Padre, que antes da bênção final agradeceu, emocionado, ao carinho recebido e recordou que Nossa Senhora Aparecida o acompanhou nestes 20 anos de ministério, havendo sempre uma comunidade mariana nas paróquias onde esteve.


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Peterson Prates

Colaborador de comunicação da Região

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Belém

Periferia tem urgência por saneamento básico Os integrantes das pastorais das sete paróquias do Setor Sapopemba abriram a Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE) de 2016 com uma tarde de formação na Paróquia Nossa Senhora de Fátima e São Roque, no domingo, 14. A formação foi assessorada por Fábio Gomes, professor e integrante de pastoral do Setor. Ele comunicou o que aprendeu no encontro estadual sobre a CFE 2016, promovido pelo Regional Sul 1 da CNBB no fim do ano passado, com a participação de outras Igrejas cristãs. Participaram da formação mais de 150 pessoas, entre os quais coordenadores de grupos de rua, que realizam encontros nas casas. Com tema “Casa comum, nossa responsabilidade” e lema “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca (Am 5,24)”, a Campanha, organizada pela

Peterson Prates

CNBB e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), tem por objetivo “assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas e de nos empenharmos, à luz da fé, por políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro de nossa casa comum”, consta no texto-base da CFE. Segundo o Assessor, o texto-base da Campanha apresenta dados alarmantes sobre a situação do saneamento básico no Brasil, como o fato de mais de 100 milhões de pessoas não terem acesso à coleta de esgoto, por exemplo, uma das ações indispensáveis de saneamento básico, que é entendido como o conjunto de serviços que garantem água potável, coleta e tratamento de esgoto sanitário, limpeza urbana e drenagem das águas pluviais. Há poucas semanas, duas comunidades da Paróquia Santa Rosa de Lima, no Jardim São Nicolau,

Fábio Gomes fala sobre a CFE na Paróquia Nossa Senhora de Fátima e São Roque

foram atingidas por uma enchente, um reflexo da falta de drenagem urbana das águas pluviais. Em alguns bairros periféricos na Região Belém, como o Jardim Conquista, há moradores sem coleta de esgoto, que muitas vezes é despejado a céu aberto. Fábio recordou a realidade de alguns bairros da região de Sapopemba e São Mateus, onde até há alguns

anos, os moradores não tinham acesso à água encanada e cavavam poços, muitos dos quais contaminados com os esgotos. Segundo Fábio, o cuidado com a casa comum “começa na nossa casa, no nosso bairro, para chegar à cidade. Assim, a gente vai ampliando essa grande rede de zelo com aquilo que é nosso”.

‘Vamos juntos trabalhar para construir o Reino de Deus’ Peterson Prates

Padre Mano, durante missa de posse

Alegria e tristeza, sentimentos opostos, foram vivenciados pelos fiéis da Paróquia São Paulo Apóstolo, no Setor Pastoral São Mateus, no domingo, 14, na missa que marcou a despedida do padre indonésio Leonardus Yassintus Neno e a acolhi-

aqui assume. É uma autoridade que se coloca a serviço”, refletiu o Cônego Miguel durante a homilia. “Percebendo, vivendo e expressando a misericórdia, é assim que tem que acontecer com nossa fé”, completou. “Vamos juntos trabalhar para construir o Reino de Deus”, afirmou

da do novo pároco, o padre indiano Antonysamy Manokarados, mais conhecido como Padre Mano. A missa foi presidida pelo Cônego José Miguel, vigário episcopal para Região Belém, sendo concelebrada pelos dois sacerdotes, pelo Padre Edson Castro, provincial da Congregação do Verbo Divino, pelos padres Joseph Dillon, irlandês, Lukasz Piotr Herkt, polonês, também missionários da Congregação, além de outros presbíteros. Durante a missa, seguiram-se os ritos de posse canônica do ofício do novo Pároco, como a leitura do decreto de posse, a profissão do símbolo da fé e a entrega de símbolos que recordam a atividade ministerial do sacerdote. “Quando nós padres trocamos de lugar, somos desafiados a começar tudo de novo. Colocando as nossas vidas a serviço das comunidades, é para isso que o Padre Mano

Padre Mano em agradecimento pela acolhida da comunidade paroquial. “Vamos construir a nossa Igreja local no sonho do Papa Francisco: uma Igreja misericordiosa, em saída e em missão”, disse ao final da missa, após a qual se seguiu um almoço comunitário festivo. Paróquia São José do Belém

No sábado, 13, na Paróquia São José do Belém foi celebrada missa pelo aniversário de 25 anos de sacerdócio dos padres Márcio Leitão, pároco, e Atanásio Enchiogio, vigário paroquial.

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Santana

Diácono Francisco Gonçalves

Colaborador de comunicação da Região

Dom Sergio, na apresentação da CF: todos têm direito a condições mínimas de vida Diácono Francisco Gonçalves

Dom Sergio preside missa de apresentação regional da Campanha da Fraternidade

A Região Episcopal Santana realizou no sábado, 13, a apresentação regional da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016, na Paróquia Sant’Ana, com missa presidida por Dom Sergio de Deus Borges, bispo

auxiliar da Arquidiocese na Região. Dom Sergio, na homilia, afirmou que todos têm direito a condições mínimas de vida, o que inclui ter saneamento básico, algo que só é possível com a junção de esforços das

autoridades públicas e da população, tendo em vista a missão de cuidar da natureza. O Bispo apontou que é preciso uma mudança de espiritualidade que leve em conta o agradecimento a Deus pelos bens que deu à humanidade. Para ele, uma forma de agradecer é lutar pelo saneamento básico para todos. Antes da missa, ocorreu no salão paroquial um encontro de formação sobre Campanha, com assessoria do Frei Guilherme Anselmo, coordenador regional da CF. O encontro teve participação de membros do Conselho Regional de Pastoral (CRP), dos paroquianos, dos padres Eduardo Higashi, Antonio dos Santos, Antonio Laureano, Maércio Pissinatti Filho e dos diáconos Gilson Crema, Rogério Soler e Nilo Carvalho. Frei Guilherme, em sua explana-

ção, salientou que existe uma co-responsabilidade de todos para com o mundo, e apresentou estatísticas, entre as quais a que 1 bilhão de pessoas no planeta não têm acesso ao saneamento. O Frei propôs para a Região Santana algumas metas: divulgação da campanha de óleo usado, pois um litro de óleo contamina 1 milhão de litros de água; reciclagem de resíduos sólidos; articulação de instalação de ponto de água potável em espaços públicos; motivar a participação de leigos nos conselhos afins; e dar andamento ao projeto da eco-usina, desenvolvido pela Pastoral da Ecologia. Ao final do evento, Dom Sergio motivou que haja amplo debate sobre o tema da CF nas reuniões de pastorais e seja divulgado o combate ao zika vírus.

Centro Educacional Sagrada Família amplia instalações Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu no sábado, 13, missa em ação de graças pela ampliação do Centro Educacional Sagrada Família (rua Imbiras, 278, Vila Mazzei), pertencente à Congregação das Irmãs Filhas de Santa Maria da Providência, fundada por São Luís Guanella. A ampliação é resultado dos 36 anos de atividades educativas do Paróquia São Luiz Gonzaga

Participantes do ‘Retirão de Carnaval’

Centro, que tem como meta principal oferecer escola para crianças e jovens com deficiência intelectual e oficinas pedagógicas para adultos de até 45 anos. “Somos muito gratas a Deus por nos acompanhar e nos abençoar em todos estes anos, e sempre nos colocar pessoas generosas que nos ajudaram a tornar realidade a missão guanelliana, que é o carisma da caridade. Com essa ampliação será possível atender o dobro de crian-

Irmã Marines Fiorentin

Dom Sergio com alunos, religiosos e religiosas guanellianos do centro educacional

ças que a escola atendia. Deus seja louvado por tudo, que sua Luz nos ilumine pra fazermos a cada dia

um pouco de bem. Obrigada, Dom Sergio”, expressou a Irmã Marines Fiorentin.

‘Neste carnaval, escolho ficar com Deus’ Curtir um carnaval diferente, um carnaval com Jesus. Essa foi a vivência de 800 pessoas que participaram do “Retirão de Carnaval” na Paróquia São Luiz Gonzaga do Jaçanã. “Neste ano, usamos o tema ‘Neste carnaval, escolho ficar com Deus’ e o evento contou com bandas católicas, palestras, adoração ao Santíssimo, testemunhos e marchinhas. Reservamos um espaço para crianças que eram evangelizadas por meio de dinâmi-

cas e cânticos. No retiro era notável a alegria no semblante de cada pessoa. Tudo foi para maior glória de Deus”, comentou o Padre Benedito Hércules Daniel, promotor do retiro e pároco. Padres atenderam confissões e um grupo de missionários da Comunidade Adoração e Missão atendeu dezenas de pessoas no chamado “Plantão de oração e aconselhamento”. O “Retirão de Carnaval” terminou com uma missa de envio e com

a proposta de preparar novamente o evento em 2017.

AGENDA REGIONAL De 23 a 26 de fevereiro, 20h

Semana Catequética 2016 promovida pela Animação BiblicoCatequética na Cúria de Santana (avenida Mal. Eurico Gaspar Dutra, 1.855). Saiba mais detalhes no e-mail ppaulogil@hotmail.com.

Diácono Francisco Gonçalves

Diácono Francisco Gonçalves

Padre Antônio Moura, mais conhecido por Padre Toninho, comemorou na sexta-feira, 12, o aniversário de dez anos de ordenação sacerdotal, em missa festiva com a participação dos fiéis da Paróquia Nossa Senhora Aparecida do Jardim São Paulo, onde é pároco.

A Pastoral do Ecumenismo regional realizou uma formação sobre a Campanha de Fraternidade de 2016, no sábado, 13, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida do Jardim São Paulo, com assessoria da reverenda Carmen Kawano, da Igreja Episcopal Anglicana.


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Sé Padre Valeriano assume Paróquia Imaculado Coração de Maria Ruy Halasz, Paulo Freitas e Carmen Sanches Colaboração especial para a Região

A igreja matriz da Paróquia Imaculado Coração de Maria, no Setor Pastoral Perdizes, recebeu mais de 200 pessoas no domingo, 14, para a missa em que o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, deu posse ao Padre Valeriano dos Santos Costa como pároco da Paróquia e da Paróquia Ambiental Universitária “Imaculado Coração de Maria”, pelo período de seis anos. A Capela da PUC-SP, como é mais conhecida, é matriz da Paróquia Universitária desde abril de 1965; e a paróquia territorial foi erigida em agosto de 1967. Padre Valeriano assume em lugar do Padre Vando Valentini, que esta-

va à frente da Paróquia desde 1999. Padre Vando, agora pároco da Nossa Senhora do Carmo, no Setor Pastoral Aclimação, foi um dos sacerdotes concelebrantes da missa, assim como os bispos auxiliares Dom Carlos Lema Garcia, vigário episcopal para a Educação e a Universidade, e Dom Eduardo Vieira dos Santos, vigário episcopal da Região Sé. Dom Odilo desejou que o Padre Valeriano tenha sucesso no zelo pastoral da Paróquia. O novo Pároco também foi saudado pelos dois bispos auxiliares e pela reitora da PUC-SP, Anna Maria Marques Cintra. Ao final, Padre Valeriano, em um discurso bem humorado, agradeceu às felicitações.

Paulo Freitas Foto e Vídeo

Cardeal empossa Padre Valeriano como pároco da Imaculado Coração de Maria

Em constante preparação para o bom serviço da Liturgia Rui Halasz

Padre Helmo assessora encontro na Sé

A Comissão Regional de Liturgia da Região Episcopal Sé, sob a coordenação do Padre Helmo Cesar Faccioli, promoveu em 26 e 27 de janeiro o primeiro encontro de formação litúrgica deste ano, realizado na Paróquia de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, no Sumaré. A atividade teve a participação de aproximadamente 110 pessoas, entre padres, coordenadores e membros das equipes de Liturgia das paróquias da Região Sé. Em 2014 e 2015, os encontros trataram sobre o Canto Litúrgico. Este ano, o lema segue a instrução geral do Missal Romano 97: “O povo

de Deus não se recuse a servir com a alegria a assembleia celebrante, sempre que solicitado para algum ministério ou função na celebração”. A assessoria do encontro foi do Padre Helmo, tendo como fundamento o artigo intitulado “Ministérios Litúrgicos – um serviço à assembleia celebrante” (Revista de Liturgia setembro/outubro de 2015 – Apostolado Litúrgico), de autoria de Dom Edmar Peron, atual bispo da Diocese de Paranaguá (PR). Foi trabalhado pelo padre Helmo o primeiro parágrafo desse documento, em que se enfatiza que “... A Igreja reunida, para poder ce-

lebrar bem, precisa de ministros. O exercício de um ministério ou função na liturgia, portanto, visa tanto os irmãos e irmãs como a boa e crescente qualidade de sua celebração... a fim de que todos possam participar de maneira consciente, ativa e frutuosa...”. Os próximos encontros de formação litúrgica, também abertos a pessoas de outras regiões episcopais, já estão agendados: dias 26 e 27 de abril, com o tema “O Rito Celebrado”; 9 e 10 de agosto, “O significado dos Ritos para a vida”; e 4 e 5 de outubro, sobre “Teologia dos Ministérios Litúrgicos”.

Paróquia Nossa Senhora dos Ferroviários atenta à CFE 2016 A Paróquia Nossa Senhora dos Ferroviários, no Setor Pastoral Brás, organiza um gesto concreto na Campanha da Fraternidade deste ano, cujo tema é “Casa comum, nossa responsabilidade”: até o dia

21, está sendo pedido aos moradores do Brás e da Mooca que tomem nota e fotografem situações de alagamentos, bueiros entupidos, locais com descarte irregular de lixo, terrenos abandonados com mato alto

e possíveis criadouros de mosquitos. As fotos e anotações devem ser entregues diretamente na secretaria paroquial (rua Almirante Brasil, 125, Mooca) ou enviadas para o e-mail nsaf.pascom@gmail.com. As

informações serão reunidas em um documento único, a ser entregue pela Paróquia à Subprefeitura da Mooca. Outros detalhes da iniciativa podem ser obtidos pelo telefone (11) 2796-6016.

Carmen Sanches

Kerl Stanzel

No domingo, 14, Dom Odilo Scherer presidiu missa na Paróquia São Gabriel Arcanjo, no Setor Pastoral Jardins, durante qual deu posse ao Cônego Sérgio Conrado como pároco e apresentou o Padre Sérgio Henrique Nuoh como vigário paroquial. Aproximadamente 600 pessoas participaram da missa, após a qual houve uma pequena confraternização de acolhida aos padres.

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, presidiu no sábado, 13, missa na Paróquia Pessoal Alemã São Bonifácio, no Setor Pastoral Paraíso. Entre os concelebrantes estava o Padre Georg Pettinger, pároco. Antes da celebração, o Cardeal cumprimentou os fiéis e conversou com um grupo de crianças da comunidade alemã.


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Lapa Quaresma: tempo para a penitência Frei Rhuan de Almeida e Benigno Naveira Colaboradores de comunicação da Região

Benigno Naveira

Dom Julio abençoa capela do Santíssimo

Os fiéis da Paróquia Santa Maria Goretti, no Setor Pastoral Butantã, lotaram o templo no domingo, 14, para a missa em que Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, abençoou a capela do Santíssimo Sacramento e o sacrário da matriz paroquial. No início da missa, concelebrada pelo Padre Geraldo Pereira, pároco, Dom Julio enfatizou que a Quaresma é tempo de penitência, e que todos devem crer na misericórdia de

Deus para a concessão do perdão. Dom Julio, na homilia, destacou que a penitência é a “luta contra o mal, a luta contra a tentação”, e recordou o Evangelho do dia em que Jesus é tentado por 40 dias pelo diabo. “Ele luta, mas não só luta. Ele vence a tentação. A penitência é isso, lutar, o combate espiritual, o bem contra o mal”. O Bispo destacou, ainda, que se pode fazer penitência vivendo a fraternidade. Ao se referir ao tema da

Campanha da Fraternidade deste ano, “Casa comum, nossa responsabilidade”, Dom Julio comentou que todos são responsáveis pelo cuidado do planeta e dos irmãos e por uma vida fraterna. Após a homilia, o Bispo realizou o ritual de bênção da capela do Santíssimo Sacramento e antes do encerramento da celebração foi em procissão até a capela, carregando a ambula, onde deu a bênção final aos fiéis.

Nossa Senhora de Lourdes é sustentada pela graça de Deus Em sua primeira aparição à pequena Bernadette Soubirous na gruta de Massabielle, em Lourdes, na França, em 11 de fevereiro de 1858, a Virgem Maria pediu para que os cristãos rezassem o rosário pela conversão dos pecadores e praticassem atos de misericórdia ao próximo. Na ocasião, Bernardete questionou quem era aquela senhora que a ela aparecera, e da resposta de Maria brotou o dogma proclamado pelo Papa Pio IX quatro anos antes, em 1854: “Eu sou a Imaculada Conceição”. Na quinta-feira, 11, a Igreja celebrou a memória litúrgica de Nossa

Senhora de Lourdes. O dia foi especial para os fiéis da paróquia a ela dedicada no Setor Pastoral Leopoldina, que participaram da missa de encerramento da festa da padroeira, presidida por Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, e concelebrada pelos frades Agostinianos Recoletos do Teologado Santa Mônica, os sacerdotes Frei Alcimar Fioresi, pároco; Frei Marcus Vinícius Dorrigo Leite, formador dos teólogos; e Frei Ademir João Garcia, vigário paroquial. Dom Julio, na homilia, destacou que ao aparecer a Bernadette Sou-

Ipiranga

Paróquia Nossa Senhora de Lourdes

Fiéis lotam Paróquia Nossa Senhora de Lourdes durante festa da padroeira, dia 11

birous, Nossa Senhora de Lourdes se manifesta como a imaculada, ou seja, aquela que foi sustentada pela graça de Deus para ser Mãe de Je-

sus. Segundo o Bispo, não se tratou de um privilégio, mas sim de um seguir, sem reservas, o projeto salvífico de Deus.

Caroline Dupim

Colaboradora de comunicação da Região

Coordenadores conhecem ações misericordiosas da Missão Belém Caroline Dupim

Coordenadores regionais em foto com Dom José Roberto ao final da reunião na PUC-SP

Na primeira reunião do ano dos coordenadores regionais de pastoral, no sábado, 13, no auditório do campus Ipiranga da PUC-SP, o Padre Gianpietro Carraro, fundador da Missão Belém, apresentou os trabalhos dessa obra social que tem como carisma atender aos mais necessitados, aos moradores de rua e usuários de drogas, a partir do lema “uma família para quem não tem família”. “O pobre é a Eucaristia, é a presença viva de Deus. Atender ao pobre é atender ao próprio Cristo”, afirmou o Padre, recordando que a Missão Belém conta com mais de

cem casas de atendimentos a dependentes químicos e moradores de rua. Ainda de acordo com o Padre, não basta dar assistência material para aqueles que estão na rua, é preciso que exista uma proximidade afetiva, para que, assim, possa se conquistar confiança e iniciar o processo de recuperar a dignidade humana. Além do trabalho realizado em São Paulo, a Missão Belém também atua com um grupo de missionários no Haiti, na periferia de Porto Príncipe, capital do País. Com a ajuda de doações e voluntariados, foi construído um centro de atendimento onde as crianças haitianas podem

estudar, receber uma alimentação adequada e passar o dia com diversas atividades enquanto suas mães participam de grupos de artesanato. Padre Gianpietro apresentou um pequeno documentário sobre a visita que o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, fez à sede da Missão Belém em Porto Príncipe. “Neste centro [de atendimento], as crianças podem permanecer em um lugar limpo e seguro, e, junto com suas mães, podem recuperar a dig-

nidade humana e iniciar uma vida nova”, testemunha o Cardeal em um trecho do documentário. Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, comentou sobre o trabalho da Missão Belém, relacionando tal iniciativa aos propósitos da Campanha da Fraternidade deste ano. “Devemos cuidar da nossa casa e tudo que nela habita e devemos ser misericordiosos como o Pai”, afirmou. Padre Pedro Amorim

Na sexta-feira, 12, aproximadamente 770 pessoas, de paróquias dos cinco setores pastorais da Região Ipiranga, participaram da apresentação regional da Campanha da Fraternidade Ecumênica, com missa de abertura na Paróquia Santa Rita de Cássia, presidida por Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, que destacou que neste ano a Campanha “é instigante a nós, que devemos cuidar de nossa casa como Deus quer”.


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Ungidos e enviados para servir nas coisas que são de Deus Luciney Martins/O SÃO PAULO

Arcebispo se reuniu com padres e diáconos que possuem encargos pastorais na Igreja em São Paulo Fernando Geronazzo

Especial para O SÃO PAULO

“Somos pastores desta Igreja, chamados e ungidos pelo Espírito Santo para servir esta grande comunidade eclesial ‘nas coisas que são de Deus’”, afirmou o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, aos padres e diáconos que exercem encargos pastorais na Arquidiocese, na quinta-feira, 11, no encontro que marcou o início do ano pastoral na Igreja em São Paulo, realizado no Colégio Agostiniano Mendel, no Tatuapé, na zona Leste da Capital. O encontro também foi oportunidade para Dom Odilo dar boas-vindas aos novos sacerdotes e diáconos que assumiram encargos recentemente ou que pertencem a congregações religiosas e foram transferidos para São Paulo no último ano. “Sejam todos bem-vindos em nosso meio para somar esforços conosco no serviço à Igreja e a sua missão nesta Metrópole”, manifestou. Durante a manhã de diálogo, o Cardeal compartilhou com o clero algumas reflexões e orientações relacionadas à caminhada pastoral da Arquidiocese em 2016.

Eventos

Dom Odilo destacou os grandes eventos arquidiocesanos para este ano, a começar pela Missa do Crisma, na Quinta-feira Santa, 24 de março, que reunirá todo o clero da Arquidiocese na Catedral da Sé. Também foi lembrada a 115ª Romaria Arquidiocesana a Aparecida, em 1º de maio, evento que irá inserir a Arquidiocese nas comemorações dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida nas águas do rio Paraíba do Sul. “Nossa Arquidiocese está muito ligada a toda essa história de devoção”, salientou o Arcebispo, lembrando que por dois séculos e meio o Santuário Nacional de Aparecida pertencia ao território da Igreja particular de São Paulo. Ainda sobre a Padroeira do Brasil, a Arquidiocese receberá sete cópias da imagem de Nossa Senhora Aparecida que passarão em peregrinação por todas as paróquias. “Será outro momento forte e evangelizador”, frisou. Em relação às atividades do clero, Dom Odilo também incentivou os padres e diáconos a participarem do Curso de Aprofundamento Teológico e Pastoral da Arquidiocese, que acontecerá em agosto, com o tema do Matrimônio e Família, e dos retiros anuais do clero realizados pelas regiões epis-

Cardeal Odilo Scherer apresenta ao clero programação de atividades em 2016, com destaque para o Jubileu extraordinário da Misericórdia

copais. “Os padres precisam participar desses momentos de reunião quer para seu crescimento no ministério, quer para o melhor desempenho da ação pastoral”, enfatizou.

Congresso Eucarístico e JMJ

De 14 a 21 de agosto, acontece do XVII Congresso Eucarístico Nacional, em Belém (PA). Dom Odilo informou que a preparação desse evento na Arquidiocese iniciará com a celebração de Corpus Christi, em 26 de maio, com a tradicional missa e procissão pelas ruas do centro da Cidade, antecedida de um tríduo eucarístico em toda a Arquidiocese. Ao falar da Jornada Mundial da Juventude, que será celebrada de 25 a 31 de julho, em Cracóvia, na Polônia, Dom Odilo afirmou que esta será grande ocasião de evangelização dos jovens. “Mesmo se não pudermos estar em Cracóvia, é o caso de não perder a oportunidade para congregar os jovens das comunidades e vários grupos de jovens nos dias da Jornada”.

Quaresma e CFe 2016

Ressaltando o início da Quaresma,

o Arcebispo convidou todos a entrarem no clima próprio deste “tempo favorável”, vivendo por primeiro os exercícios quaresmais, bem como recordando aos fiéis os elementos essenciais da fé e da vida cristã. “Ajudemos nossos fiéis a viverem o espírito quaresmal na proposta deste ano, no Jubileu extraordinário da Misericórdia”. Sobre a Campanha da Fraternidade Ecumênica, aberta na Quarta-feira de Cinzas, o Cardeal salientou a pertinência do tema – “Casa comum, nossa responsabilidade” – e recomendou ao clero que procure o texto-base com as orientações detalhadas e envolva as comunidades na campanha.

Vocações

A animação vocacional também foi um dos destaques do Cardeal ao clero. “Sejamos todos promotores de vocações sacerdotais e religiosas e convido cada padre a preparar alguns bons candidatos para serem apresentados ao Seminário da Arquidiocese nos próximos anos”, disse, acrescentando que as vocações são um “sinal de maturidade” Luciney Martins/O SÃO PAULO

Padres e bispos auxiliares participam de encontro com o Cardeal Scherer, na quinta-feira, 11

na comunidade e de fecundidade do apostolado realizado pelos sacerdotes e bispos.

Ano de eleições

O Cardeal Scherer recordou que em 2016 acontecem eleições em âmbito municipal. “A participação dos leigos na vida política precisa ser incentivada, orientada e acompanhada. E a eleição de novos vereadores para o nosso Município interessa bem de perto a vida das comunidades da Igreja e da cidade de São Paulo, como um todo”, afirmou, indicando que é preciso refletir sobre a melhor forma de ajudar os leigos a assumirem bem suas responsabilidades e sobre a forma de incentivá-los e formálos para isso.

Conversão Pastoral

Em 2016, a Arquidiocese entra no 4º ano de vigência do 11º Plano Arquidiocesano de Pastoral. Por isso, o Cardeal recordou que o Plano é o convite a ser concretamente “Testemunha de Jesus Cristo na cidade”, como é proposto em seu título. “As comunidades da Igreja, em todos os seus níveis, mas especialmente nossas famílias e comunidades paroquiais, precisam estar orientadas e animadas pela força e a luz da Palavra de Deus e pelas obras de misericórdia”, manifestou. Por fim, Dom Odilo convidou o clero a refletir com ele sobre a organização pastoral da Arquidiocese em suas estruturas e acenou para a possibilidade e conveniência da realização de um sínodo diocesano, com o fim de realizar uma “grande avaliação” dessa realidade. “A Conferência de Aparecida e, em seguida, o Papa Francisco falaram da necessidade de uma ‘conversão pastoral’, para responder melhor aos desafios atuais da missão”, afirmou, acrescentando que essa conversão pastoral só poderia acontecer mediante a um amplo e profundo “exame de consciência” pastoral. “Confiemos à misericórdia de Deus este ano de trabalhos, com suas alegrias e esperanças, para que a graça do Espírito Santo fecunde nosso agir e de toda a nossa Igreja em São Paulo”, concluiu o Arcebispo, pedindo a intercessão dos padroeiros da Arquidiocese.


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17 a 23 de fevereiro de 2016 | www.arquisp.org.br


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