O SÃO PAULO - 3096

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 61 | Edição 3096 | 6 a 12 de abril de 2016

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África e Ásia impulsionam expansão de católicos no mundo L’Osservatore Romano

EDITORIAL Deus está vivo e a Igreja Católica também “A Igreja Católica é uma instituição bimilenar, o mais razoável é compreender o fenômeno desse crescimento atual como o fruto de um processo no centro do qual está o Concílio Vaticano II e as atualizações no modo de a Igreja atuar no meio do mundo, e em que os três papas [João Paulo II, Bento XVI e Francisco] se esmeraram”, posiciona-se O SÃO PAULO sobre o crescimento de 14,1% na quantidade de cristãos católicos no mundo, entre 2005 e 2014. Página 2

Vacinação contra o H1N1 começa para grupos prioritários

Católicos no Quênia durante a visita do Papa Francisco ao País, em 2015; continente africano é o que tem o maior crescimento percentual de fiéis

O número de católicos no mundo cresceu 14,1%, entre 2005 e 2014, aumento percentual superior ao da quantidade de habitantes no planeta, 10,8%, conforme dados divulgados pelo Vaticano, em

março. Juntos, os católicos são 17,8% da população mundial. A expansão, resultado das ações evangelizadoras pós-Concílio Vaticano II, sob a liderança dos papas João Paulo II, Bento XVI

e Francisco, tem acontecido especialmente na África, onde a comunidade católica cresceu 41% em nove anos, e na Ásia, onde o incremento foi de 20%. Páginas 12 e 13

Ação do laicato é o foco das reflexões na Assembleia da CNBB

Cardeal Scherer fala sobre os ‘leigos: uma Igreja de batizados’

Com o tema “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade – Sal da Terra e Luz no Mundo”, a 54ª Assembleia Geral da CNBB, iniciada no dia 6, segue até o dia 15, em Aparecida (SP).

Em seu artigo semanal, o Cardeal Odilo Scherer comenta sobre a missão dos leigos na Igreja e na sociedade, temática em destaque na 54ª Assembleia Geral da CNBB, em Aparecida (SP).

Página 22

Página 3

Cônego Geraldo, padre mais idoso da Arquidiocese, morre aos 102 anos

Festa da Divina Misericórdia une comunidade polonesa em São Paulo

Jamil Chade, jornalista: cidadão é prejudicado com corrupção no futebol

Página 23

Página 21

Página 15

Milhares vão à praça da Sé em manifestação contra impeachment de Dilma

Papa lançará exortação apostólica com conclusões do Sínodo da Família

CNBB e juristas apresentam o manifesto ‘Na busca da Justiça e da Paz’

Página 14

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Página 10

Na segunda-feira, 11, começarão a ser vacinadas contra a gripe H1N1 em São Paulo crianças, gestantes e idosos. Antecipação da campanha nacional, que terá início em 30 de abril, é motivada pelo registro de 55 mortes relacionadas a esse vírus no Estado de São Paulo este ano. Imunização dos profissionais de saúde já é realizada desde o dia 4. O SÃO PAULO apresenta relação dos principais sintomas da doença e estratégias para a prevenção. Páginas 6 e 11

Leigos peregrinam à Catedral no Domingo da Divina Misericórdia No domingo, 3, os leigos de associações, movimentos e novas comunidades peregrinaram à Catedral de Sé. A partir da praça da Sé, ele seguiram em procissão até o templo, onde passaram pela Porta Santa, cumprindo, assim, um dos itinerários de fé previstos para este Jubileu extraordinário da Misericórdia: “a peregrinação é um sinal peculiar no Ano Santo, enquanto ícone do caminho que cada pessoa realiza na sua existência”, conforme indica o Papa Francisco na Bula Misericordiae Vultus. “Que vocês sejam sinais da misericórdia de Deus em todos os lugares”, expressou o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, durante a missa que se seguiu à peregrinação. Página 23


2 | Ponto de Vista |

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Editorial

Deus está vivo e a Igreja também

O

s cristãos católicos celebraram a Páscoa em 2016 com uma notícia bastante animadora: o número de católicos em todo o mundo cresceu 14,1% em relação a 2005. Os dados divulgados com base em uma pesquisa periódica promovida pelo Vaticano apontam que no período de 2005 a 2014, a quantidade de fiéis católicos não apenas aumentou, mas cresceu 3,3 pontos percentuais a mais do que o crescimento da população mundial. Os maiores índices de crescimento ocorreram nos continentes da África e Ásia. No primeiro, enquanto a população aumentou em 23,8%, o número de batizados cresceu em 41% - 17,2 pontos percentuais a mais; no segundo, enquanto a população cresceu em 9,6%, a Igreja Católica registrou acréscimo de 20%. Em nenhum continente foram registrados índices negativos. Onde o número de batizados não aumentou, se manteve, como é o caso da Oceania. No total, a população católica mundial

está estimada em 1 bilhão e 272 milhões de pessoas, o que representa 17,8% da população do planeta. Tão logo os dados do anuário católico do Vaticano foram divulgados, especialistas procuraram identificar as razões para tal crescimento. Na mídia laica e católica, o chamado “fator Francisco” – atração positiva que o Papa Francisco exerce sobre o público católico e não católico – apareceu como um dos principais fatores que justificam esse crescimento. Se confrontada com a realidade, essa percepção, na opinião de outros, parece sozinha insuficiente para justificar tal crescimento, se for em levado em conta o fato de que o universo temporal do levantamento abrange os períodos do fim do pontificado de São João Paulo II, todo o pontificado de Bento XVI e um ano e meio de pontificado de Francisco. A realidade é sempre mais complexa do que as explicações sobre ela, e pensando que a Igreja Católica é uma instituição bimilenar, o mais razoável é compreender o fenômeno desse crescimento atual como

o fruto de um processo no centro do qual está o Concílio Vaticano II e as atualizações no modo de a Igreja atuar no meio do mundo, e em que os três papas se esmeraram e Francisco tem se esmerado para aplicar. Merece destaque o quanto o Concílio Vaticano II promove e valoriza a participação dos leigos no múnus apostólico da Igreja, incentivando que estes se organizem, criem novas instituições e associações que permitam, por meio destes inseridos no mundo, que a fé cristã impregne, com a Boa-Nova, toda a sociedade humana. Merece destaque também o ideal católico expresso nas palavras “Nova Evangelização”, presentes em um cem número de documentos pontifícios e das conferências episcopais, aprimorados recentemente por Francisco, que coloca o tema da misericórdia de Deus no centro da Nova Evangelização, apontando um caminho para que a Igreja, em seu agir, seja sempre mais propositiva. O “fator Francisco” vem somar-se a

esse conjunto que tem ajudado a repropor o Evangelho de modo positivo e reprojetar a Igreja enquanto instituição em direção ao mundo e aos homens e mulheres que dele são parte. Pensando que a Igreja é também uma instituição divina, um corpo místico que tem Cristo como Cabeça e o Espírito Santo como princípio vivificador que a inspira e nos inspira, seu crescimento, em última instância, se deve, sobretudo, à ação da Graça, à ação do Espírito Santo nos corações humanos. Por fim, os dados do anuário católico do Vaticano contrariam o paradigma moderno presente neste “admirável mundo novo” e que existe no imaginário de tantos intelectuais de que não há espaço para a transcendência e para Deus no coração do homem moderno. Contrariam, também, o paradigma tão difuso que a Igreja Católica é uma instituição em crise. Contrariam, por fim, o paradigma niilista de que “Deus está morto”. Não está! Está vivo. Ressuscitado.

Opinião

A Cruz como antissímbolo Arte: Sergio Ricciuto Conte

Eduardo Rodrigues da Cruz Aproveito que a Sexta-feira Santa ainda está presente em nossa memória para fazer uma reflexão a respeito. Em particular, penso no que é dito na liturgia da tarde: “Eis o lenho da Cruz, do qual pende a salvação do mundo”. Associo essa lembrança a outra bem distinta: o fato de que muitos hoje criticam a presença de crucifixos em locais públicos, argumentando que representariam a adoção pelo Estado laico de uma religião particular em detrimento de outras. O contra-argumento gira usualmente em torno de se respeitar a cultura do povo brasileiro, eminentemente católica, e que o símbolo da cruz faria parte dessa cultura. Acho esse argumento fraco, pois tende a se dissipar com a passagem do tempo. Os evangélicos, por outro lado, não se posicionam contra tal uso de crucifixos, ainda que suas igrejas desvalorizem símbolos, por que postulam que os supostos privilégios concedidos à Igreja Católica também sejam estendidos a eles. Gostaria de propor outra razão para a manutenção do símbolo da Cruz nos espaços públicos, ainda que ela talvez não comova muito os corações laicos. Meu argumento é que a cruz da qual o Cristo pende é um antissímbolo, e

passo agora a explicar o porquê. No início, a cruz era central na piedade cristã, ainda que não como símbolo. Além dos relatos do evangelho, temos como destaque as reflexões de São Paulo a respeito do mistério da Cruz, presentes em especial em 1 Coríntios 1, 18-31 e Filipenses 2, 6-11. No primeiro caso, Paulo fala da Cruz como “escândalo para os Judeus [representantes da lei] e loucura para os pagãos [detentores da sabedoria]”. O versículo 20 pergunta, diante da Cruz, “Onde está o sábio, onde está o doutor da lei, onde está o raciocinador deste século?”. Entretanto, principalmente a partir de Constantino, o símbolo da Cruz surge para muitos como um de vitória e poder, e aos

poucos vai sendo assumido como o símbolo por excelência do Cristianismo. Com esse símbolo, muita violência e atos de poder se realizaram no mundo. Os ilustrados do século XVIII, dos quais resultam os atuais laicistas, destacaram com força esse aspecto da cruz (com c minúsculo), e rejeitaram-na. Mesmo quando aceita, a cruz se tornou para eles um símbolo de uma fé específica, um entre tantos, sem nenhum valor de destaque, e por aí compreendemos a situação atual. Mas será que é o caso de nos resignar diante da situação? Responderei com dois exemplos. Primeiro o de um tribunal que sustente uma Cruz na parede principal.

Enquanto a justiça dos homens é feita, pende do lenho o Crucificado, que nos relembra de quanto o direito, mesmo no que tem de melhor, realiza e não realiza a justiça que todos aguardamos. “Algo falta”, mesmo quando se cumpriu o processo legal. Mas “a maldição da lei” de São Paulo (Gálatas 3,13) é levantada quando o Cristo é pregado no Madeiro - o símbolo de maldição torna-se o símbolo de salvação. No segundo exemplo, temos o crucifixo que pende da parede do Congresso. Novamente, o crucificado contempla tudo o que ocorre no plenário, toda a ambivalência e amoralidade da política, mesmo entre os melhores congressistas. Como já se fala nos evangelhos, o poder “deste mundo” está ligado a interesses inconfessáveis, e mesmo quando o político busca a justiça (como na visão idealizada de Pilatos diante de Jesus) termina por perpetuar a obra do diabo. Assumindo-se que todo símbolo remeta ao poder espiritual que sacraliza o que é feito à sua sombra, a Cruz surge como antissímbolo. Assim, ela pode ser tomada como símbolo universal, não ligado a uma religião particular. Diante da Cruz, a iniquidade humana se revela e, no mesmo ato, também é redimida. Eduardo Rodrigues da Cruz é professor titular do Departamento de Ciência da Religião da PUC-SP.

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator chefe: Daniel Gomes • Reportagem: Cônego Antônio Aparecido Pereira, Edcarlos Bispo, Filipe David, Nayá Fernandes e Renata Moraes • Institucional: Rafael Alberto e Fernando Geronazzo • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Secretaria de Redação: Djeny Amanda • Assinaturas: Ariane Vital • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Revisão: Maria Aparecida Ferreira • Impressão: S.A. O ESTADO DE S. PAULO • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.


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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo

A

54ª assembleia geral anual da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) inicia seus trabalhos nesta semana, junto ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. Muitos são os temas em pauta, referentes à missão dos bispos católicos no Brasil. O tema central é a vida e a missão dos cristãos leigos na Igreja e na sociedade: eles são chamados a ser “o sal da terra, a luz do mundo e o fermento na massa”, conforme recomendação de Jesus a todos os seus discípulos (cf. Mt 5, 13-16). A missão do leigo decorre do Batismo, e não de um chamado especial da Igreja. Todos os batizados são, pela própria adesão de fé a Cristo e ao Evangelho, discípulos missionários de Jesus Cristo; como tal, recebem a graça do Espírito Santo e são constituídos testemunhas de Cristo no mundo: “vós sois minhas testemunhas”. Os símbolos do sal e da luz, no rito do Batismo, bem lembram que os cristãos recebem a sabedoria e a força transformadora de Cristo Salvador, que devem testemunhar e irradiar na sua vida. Essa realidade bonita de nossa fé deveria aparecer fortemente na vida social e na cultura dos povos, sobretudo onde os cristãos são uma presença expressiva. Mas não é sempre isso que acontece. Como explicar a escassa e, muitas vezes, inexpressiva presença dos católicos nos diversos âmbitos da vida pública? Como explicar a frequente indiferença geral diante das situações de dor, sofrimento, degradação social e moral na convivência social? O sal perdeu a sua força? A luz ficou escondida ou apagada? Talvez precisemos compreender melhor

| Encontro com o Pastor | 3

Leigos: uma Igreja de batizados esse fato, não condizente com a própria missão da Igreja. Talvez haja uma compreensão equivocada da própria Igreja e de sua presença no mundo. Muitas vezes, os católicos evitam a participação ativa nas responsabilidades sociais e públicas por temerem que isso os coloque em conflito com a fé e a moral da Igreja; talvez os âmbitos das responsabilidades públicas sejam vistos como campos minados ou contaminados, quando não corrompidos, dos quais é melhor estar longe... Pode ainda acontecer que se continue a pensar que a Igreja é uma espécie de “mundo à parte”, um mundo salvo e puro, único lugar seguro e oxigenado, onde se pode respirar e cultivar a vida santa, sem maiores riscos... Isso pode denotar uma escassa evangelização e formação do povo católico; as convicções da fé cristã e da visão do mundo, do homem e da sua atuação no mundo, não conseguem ser bastante lúcidas e fortes para serem consequentes e incisivas no mundo secular; as ideologias e a cultura dominante acabam tendo maior força de motivação para os católicos na sua presença pública. Talvez se trate também de uma compreensão insuficiente da própria Igreja de Cristo e de sua missão. Como imaginamos a Igreja? Uma organização do clero, que oferece ao povo determinados bens e produtos religiosos, numa espécie de relação comercial, ou de benfeitorbeneficiado? Por qual motivo a Igreja de Cristo é identificada imediatamente com o clero e não se pensa na multidão de batizados, que também são Igreja? Será que compreendemos a Igreja como o povo de discípulos missionários de Jesus Cristo, presente no mundo para testemunhar e anunciar a vida nova que vem do Evangelho de Cristo? Ainda imaginamos o mundo como um mar agitado e abandonado às forças do mal, onde a Igreja é uma espécie de “barca da salvação”, que recolhe os náu-

fragos e os coloca a salvo, “fora” do mundo? A forma como pensamos a Igreja tem muito a ver com duas situações relacionadas entre si, e que enfrentamos: o clericalismo e a ausência dos leigos na vida da sociedade. São formas de pensamento que refletem modos de agir e viver. Estamos acostumados ao conceito cultural e público, segundo o qual a Igreja é uma organização clerical, que oferece benefícios sagrados e humanitários ao povo... É uma imagem insuficiente e até equivocada. Como mudar essa linguagem sobre a Igreja? Como ajudar os próprios filhos da Igreja a compreenderem que todos eles formam esse povo de batizados, no meio do qual há dons, vocações e missões diversas? Antes de ser formada de clero, religiosos e leigos, a Igreja é feita de batizados, que estão presentes em todo o tecido social. Cristo é a cabeça da Igreja, seu corpo; os batizados são membros desse corpo e todos têm a mesma graça e dignidade originária, que vêm da Cabeça. Todos são participantes da missão dada por Jesus a seus discípulos: serem suas testemunhas no mundo. Cada um, com dons e capacidades próprias; dons e “ministérios” não são anulados, mas a prioridade é da pertença comum a Jesus Cristo e do testemunho do Evangelho. Para compreender melhor a posição dos leigos na Igreja e sua missão específica na Igreja e no mundo, não seria melhor falar da Igreja como “povo de batizados”, antes de falar de “clero, leigos e religiosos”? É assim que faz o Concílio Vaticano II, na sua Constituição Dogmática “Lumen gentium”, sobre a Igreja. Todos os batizados, discípulos de Cristo presentes no mundo, são, a seu modo, a presença da Igreja, onde cada um está; o vasto mundo secular e das relações humanas, desde as familiares, são os campos privilegiados do testemunho cristão e da contribuição dos cristãos para a edificação da sociedade.

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4 | Fé e Vida |

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Liturgia e Vida

Você Pergunta

3º DOMINGO DA PÁSCOA 10 DE ABRIL DE 2016

Como entender os dons e os carismas?

A resposta da fé

padre Cido Pereira osaopaulo@uol.com.br

ANA FLORA ANDERSON A liturgia de hoje nos convida a refletir sobre o nosso dever de seguir o mesmo caminho de Jesus para poder ressuscitar com Ele. A primeira leitura (Atos dos Apóstolos 5, 27-32.4041) mostra que a pregação dos discípulos é o mandato do Cristo, que está vivo. Essa pregação tem que vencer os obstáculos e acolher o Cristo Vivo que se oferece aos que nele creem. A segunda leitura (Apocalipse 5, 11-14) é uma visão que celebra aqueles que abraçam o testemunho do Evangelho e sofrem as consequências. Diante do trono do Pai, a testemunha, João, descreve a liturgia celestial. Glória e louvor são cantados ao Cordeiro Imolado, fonte da sabedoria. Todas as criaturas, no céu e na terra, se unem nesse ato de louvor. Para todos os cristãos, a vitória da Ressurreição vem pelo seguimento do caminho da cruz. O Evangelho de São João (21, 1-19) mostra que o Ressuscitado está presente na missão de seus pregadores. A comunidade dos discípulos recebe a ordem de lançar as redes para uma pesca profunda. A figura de Pedro sobressai por seu ato de amor ao Ressuscitado, que está com ele para reunir o seu rebanho. A missão de Pedro é a afirmação de seu amor incondicional ao Mestre que nos amou e entregou a sua vida por todos nós. A confissão desse Apóstolo só confirma isso, afirmando três vezes que ama seu Mestre, que está vivo e presente na comunidade.

Vamos hoje conversar com o Wellington Luiz, de São Gonçalo (RJ). Ele quer saber se nascemos com algum dom ou se após muito esforço conseguimos aperfeiçoar o que já estávamos treinando e que pode ser confundido com algum tipo de dom, como o dom de desenhar, por exemplo. Muitas pessoas não fazem curso de desenho, mas desenham muito bem e também podem treinar em casa sem precisar de curso algum. Wellingtton, primeiramente, vamos ver o que é dom e o que é carisma na nossa fé. Os dons são aqueles sete que o Espírito Santo nos dá para a nossa própria santificação: Sabedoria, Ciência, Entendimento, Conselho, Fortaleza, Piedade e Temor de Deus. Os carismas, sem deixar de ser dons de Deus, nós os rece-

bemos de Deus para colocar a serviço dos outros, dos irmãos. Eu entendo que existem, sim, carismas para as mais diferentes atividades humanas. Você falou de desenhar, nós podemos falar de tantos outros dons. Não é verdade que nas diferentes profissões existem aqueles que superam os outros, pela perfeição, dedicação e capricho? Agora, como você disse, se se percebe um carisma, um talento, um jeito diferente de a pessoa executar alguma coisa, nós devemos, sim, incentivá -la para que ela se torne mais apta para colocar o talento a serviço dos outros. Eu fico imaginando que aqueles que colocam seus dons unicamente a serviço de si mesmos devem rever sua atitude. Inicialmente, devem compreender que receberam de Deus um talento. Em segundo lugar, devem fazer frutificar esse talento, e frutificá-lo a serviço dos

outros, a serviço de um mundo melhor. Você me fez uma pergunta, eu tentei respondê-la na perspectiva da fé, Wellington. De qualquer forma, todo talento bem cultivado, todo talento bem exercido, se aperfeiçoa, e quem lucra com isso é o mundo. E os pais devem ser bons educadores e incentivadores dos talentos de seus filhos. Nada de ditar regras, de querer empurrá-lo para um serviço, uma profissão, uma atividade em que ele não será feliz e não poderá servir ao próximo. E fica aí uma reflexão e uma oração a fazer: Que não nos faltem os dons do Espírito Santo para vivermos nossa fé. Que saibamos colocar a serviço dos outros nossos talentos, nosso carisma. Que nossas comunidades sejam verdadeiras comunidades a serviço, e que cada um coloque a serviço de todos os talentos recebidos. Deus o abençoe, Wellington.

Atos da Cúria PRORROGAÇÃO DA NOMEAÇÃO DE COORDENADOR DO SECRETARIADO DE PASTORAL DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO O Em.mo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, renovou a nomeação do Revmo. Pe. Tarcísio Marques Mesquita como Coordenador Geral do Secretariado de Pastoral da Arquidiocese de São Paulo pelo período de 3 (três) anos. A provisão tem validade desde de 1º de janeiro de 2016. NOMEAÇÃO DE ASSESSOR REGIONAL DA PASTORAL DA JUVENTUDE Em 23 de março de 2016, foi nomeado Assessor Regional da Pastoral da Juventude da Região Episcopal Sant´Ana, o Revmo. Pe. Wilson Pereira dos Santos, pelo período de 2 (dois) anos.

NOMEAÇÃO DE ASSISTENTE ECLESIÁSTICO DA RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA

Assistente Pastoral na Paróquia Sagrada Família, na Região Episcopal Sant´Ana, Setor Pastoral Mandaqui, o

Diácono Permanente Pedro Domenico Bruno, pelo período de 3 (três) anos.

Em 23 de março de 2016, foi nomeado Assessor Eclesiástico da Renovação Carismática Católica da Região Episcopal Lapa, o Revmo. Pe. Flávio Heliton da Silva, em nomeação até 1º de janeiro de 2018. NOMEAÇÃO DE CAPELÃO Em 20 de março de 2016, foi nomeado Capelão da Igreja Imaculada Conceição, da Irmandade Imaculada Conceição, no Centro de Tradições Nordestinas-CTN, na Região Episcopal Sant´Ana, o Revmo. Pe. João Evangelista de Sousa, pelo período de 5 (cinco) anos. NOMEAÇÃO DE DIÁCONO PERMANENTE COMO ASSISTENTE PASTORAL Em 4 de março de 2016, foi nomeado

Para assinar O SÃO PAULO: Escolha uma das opções e a forma de pagamento. Envie esse cupom para: FUNDAÇÃO METROPOLITANA PAULISTA, Avenida Higienópolis, 890 São Paulo - SP - CEP 01238-000 - Tel: (011) 3666-9660/3660-3724

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Espiritualidade A alegria na Páscoa Dom Sergio de Deus Borges

N

Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana

o dia da Páscoa, alguns discípulos estavam a caminho de Emaús, entristecidos pelos acontecimentos daquela semana fatídica, a Semana Maior, a Semana da entrega total de Deus em favor dos homens. Os discípulos, marcados pela dor da morte de seu Senhor e Mestre, ficaram com os “olhos como que vendados” e não foram capazes de perceber a novidade que Jesus havia prometido: a Ressurreição. Nem mesmo o testemunho de algumas mulheres, que foram ao túmulo e voltaram dizendo que tinham visto um anjo e que este afirmou que Jesus está vivo, os convenceu da verdadeira realidade da Páscoa (Lc 24,23). Eram discípulos entristecidos e desanimados, que haviam escolhido viver uma Quaresma sem Páscoa, a Paixão de Jesus sem a Ressurreição. Os discípulos de Emaús no ca-

minho da tristeza, retornando para manifestou o seu amor imenso em casa, deixaram-se iluminar pela Pa- Cristo morto e ressuscitado. Ele torlavra de Deus recordada pelo Senhor, na os seus fiéis sempre novos; aine a Palavra foi, para esses discípulos, da que sejam idosos, “renovam as o despertar da Verdade, que Jesus suas forças. Têm asas como a águia, está vivo, que é possível encontrá-lo correm sem se cansar, marcham e que Ele quer dar aos seus nova ale- sem desfalecer” (Is 40,31). Cristo é gria: “E aconteceu que, enquanto es- a “Boa-Nova de valor eterno” (Ap tava com eles à mesa, tomou o pão, 14,6), sendo “o mesmo ontem, hoje rezou a bênção, partiu-o e lhes deu. e pelos séculos” (Hb 13,8), mas a Então, abriram-se os olhos deles e o sua riqueza e a sua beleza são inesgotáveis. Ele é sempre jovem e fonte reconheceram” (Lc 24, 30-31). E os discípulos voltaram para de constante novidade” (Papa FranJerusalém para comunicar aos outros tudo o que viveram Nós, discípulos hoje que e a maravilha do en- celebramos a Páscoa e vivemos contro com Jesus. A na alegria do tempo pascal, Páscoa na vida dos não podemos permanecer discípulos se trans- parados, como se a Páscoa formou em Missão. A fosse somente um rito a Páscoa os sacudiu, os ser vivido no isolamento fez colocar os pés na de nossa casa, sozinhos estrada e novamente dar asas a grandes sonhos, porque cisco, Evangelii Gaudium, 11). Vamos deixar o marasmo pastoeles ficaram cheios de esperança e ral e recuperar o entusiasmo com as com grande alegria. Nós, discípulos hoje que celebra- coisas do Senhor. Vamos nos unir às mos a Páscoa e vivemos na alegria forças missionárias de nossas paródo tempo pascal, não podemos per- quias e comunidades para impregmanecer parados, como se a Páscoa nar tudo com a alegria da Páscoa, a fosse somente um rito a ser vivido alegria que se transforma em Misno isolamento de nossa casa, sozi- são, testemunhando e anunciando, nhos. A Páscoa nos sacode, nos im- oportuna e inoportunamente, Jesus pulsiona a comunicar o Deus que Cristo Ressuscitado.

| Fé e Vida | 5

Fé e Cidadania Não podemos merecer o céu Frei Patrício Sciadini, OCD Anos atrás, quando ainda estava à frente da Igreja, o Papa Bento XVI escreveu uma encíclica sobre a esperança, que me faz refletir especialmente hoje, quando o mundo anda tão agitado com tanta violência e desesperança, e quando acabamos de celebrar a Páscoa, tempo de esperança e de fé. O Papa Bento XVI nos recordava que os lugares onde se aprende a viver a esperança estão no agir de cada dia. Não podemos nos satisfazer com as pequenas esperanças, que são como bolhas de sabão: se desfazem logo e nos deixam a boca amarga. Esperar não é sonhar fora da realidade. O Papa Bento XVI diz que o Reino de Deus é dom de Deus, que não se pode construir a partir das nossas forças, é necessário que venha da graça, da força do Espírito Santo. Só a verdadeira esperança, que se fundamenta sobre Deus, nos pode dar a coragem para lutar e construir o Reino de Deus. O hoje Papa Emérito nos diz uma coisa muito importante, quando nos alerta que a salvação eterna não é loteria e nem tampouco fruto das nossas obras. É graça, gratuidade e benevolência, é amor de Deus. “Nem podemos – para usar a terminologia clássica – ‘merecer’ o céu com as nossas obras. Este é sempre mais do que aquilo que merecemos, tal como o ser amados nunca é algo ‘merecido’, mas um dom. Porém, com toda a nossa consciência da ‘mais valia’ do céu, permanece igualmente verdade que o nosso agir não é indiferente diante de Deus e, portanto, também não o é para o desenrolar da história. Podemos abrir-nos nós mesmos e o mundo ao ingresso do Deus da verdade, do amor e do bem” (n.35). Nossa missão é nos abrir à graça de Deus, colaborar, cooperar com a nossa vida, para que a salvação e o bem dos demais possa acontecer. Podemos cooperar para que a nascente das águas seja limpa, para que a ninguém falte a água de cada dia. A preservação da grande Amazônia inicia-se com o cuidado de nossa pequeníssima Amazônia, que está no nosso quintal. É nessa esperança do agir que somos fortalecidos e encontramos a coragem de crer no amor de Deus, tanto nos momentos difíceis quanto nos momentos de alegria e de vida. Deus nos dá o céu, e a nós cabe a responsabilidade de abrir a porta do coração para acolher esse céu e cooperar com o nosso sim, para que o nosso agir seja em conformidade com o projeto de Deus, que é a nossa plena felicidade.

Errata A foto que ilustra a reportagem “Há 25 anos, com as artes do teatro, jovens apresentam a Paixão de Cristo”, na página 19 da edição 3095 do O SÃO PAULO, é de autoria de Hélio Hirano e não “arquivo pessoal” como foi publicado.


6 | Viver Bem |

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Comportamento

Uma nova epidemia Valdir Reginato

Dengue, zika e chikungunya tornaram a sociedade da era do progresso científico-tecnológico refém desses vírus, a exemplo dos séculos medievais. Uma corrida preventiva e de tratamento está em curso. No entanto, há anos, um vírus silencioso vem se alastrando rapidamente na população e já se verifica uma verdadeira epidemia (quando o índice de pessoas contaminadas passa a perder o controle): o vírus da pornografia. Uma doença se alastra quando o terreno é propício e a população está mais vulnerável para isso. Essas condições se agravam quando não há vacina, ou as pessoas descuidam do básico. Pior ainda se o tratamento é demorado, o que provoca a desistência de muitos. Exemplo disso tem sido a recrudescência da tuberculose. A pornografia tem crescido na mesma linha. Não é doença nova, mas ressurgiu e de modo mais intenso. A população infantil e adolescente tem sido exposta de modo irresponsável a esse vírus. A vacina, que é produzida na educação familiar, está em falta há tempos em muitos lares, alguns já totalmente contaminados, doentes e em fase terminal. Consequência disso é o crescimento da contaminação precoce, quando o “sistema imunológico” ainda não está desenvolvido. Os quadros clínicos tornam-se mais graves, com vítimas fatais ou com sequelas irremediáveis para o resto da vida. A exemplo da famosa “caverna da tuberculose pulmonar” verifica-

se muitos com uma “verdadeira numa vitrine sorridente, que não caverna” na sua formação sexual, corresponde ao achado nos bastidores de clínicas de recuperação totalmente danificada. O maior risco está nas pessoas de jovens depressivas pela intimiacreditarem que o vírus faz bem à dade exposta, gestações irresponsaúde, pelos sintomas iniciais de sáveis que terminam na tragédia prazer e liberdade. Essa caracte- do aborto; lares de anos, desfeitos rística peculiar o tem identificado por minutos de prazer virtual. É com as temíveis drogas tóxicas, válido lembrar que numa epideque tornam os consumidores de- mia, os primeiros atingidos são pendentes e vítimas de seus efeitos sempre os mais vulneráveis, mas terríveis ao organismo, em médio o avanço “da peste” torna, quase e longo prazo. De fato, já existem todos, potencialmente doentes e, estudos fazendo referência ao uso assim, populações foram dizimacontumaz da pornografia como das na Idade Média. Não se pode assistir a essa o comportamento dependente de uma droga. As suas conse- epidemia passivamente sem que quências: depressão, ansiedade, perda da Crescem cada vez mais libido, disfunção eré- programas de mídia sem til, desinteresse pela restrição de horários, uma relação sexual, indi- exposição da intimidade ferença ao compa- de casais, revistas e nheiro. Isso promove publicações sem reservas, insatisfação, agresalém de sites de “sexo são entre as pessoas sem compromisso” envolvidas, ou seja, fatores que invertem totalmente se tomem as necessárias medio que se objetiva com a relação se- das de saneamento básico e vaxual saudável, que é uma intimi- cinação preventiva, além do tradade respeitosa entre um homem tamento dos já “contaminados”. e uma mulher, valorizada pelo Saneamento básico são medidas comprometimento com o amor. externas que incluem: internet, Os alertas a essa epidemia não TV, redes sociais, assim como têm merecido sequer atenção no espetáculos públicos e publicanoticiário. Pelo contrário, a cada ções. A vacinação deve ser feita dia se encontra na sociedade va- no ambiente familiar com uma riedades novas desse vírus, re- educação sexual saudável. O trasistentes ao tratamento clássico. tamento mediante instituições Crescem cada vez mais progra- especializadas nunca dispensa o mas de mídia sem restrição de acolhimento da família. Cumpra horários, uma exposição da inti- a sua parte. Defenda-se e vacine midade de casais, revistas e publi- os seus dependentes. cações sem reservas, além de sites Dr. Valdir Reginato é médico de família, de “sexo sem compromisso” etc. professor da Escola Paulista de Medicina e terapeuta familiar. Estes são apresentados sempre

Cuidar da Saúde

Gripe comum x H1N1 CÁSSIA REGINA O H1N1 também é uma gripe, mas se comporta de forma

mais intensa. É preciso estar atento aos sintomas que essa gripe apresenta para não fazer um diagnóstico precoce e para evi-

Sintomas Gripe comum Febre Não chega a 39 graus Dor de cabeça Pouca intensidade Calafrios Esporádicos Cansaço Moderado Dor de garganta Intensa Tosse Menos intensa Catarro Forte e com congestão nasal Dores musculares Moderadas Ardência nos olhos Leve

tar complicações. (Veja abaixo). Dra. Cássia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF) E-mail: dracassiaregina@gmail.com

Gripe (H1N1) Mais de 39 Graus, com início súbito Intensa Frequentes Extreno Leve Contínua e seca Pouco comum Intensas Intensa


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| Pastorais | 7

Pastoral Carcerária

Presos em tratamento psiquiátrico são transferidos para prisões sem estruturas para recebê-los “pessoas que no decorrer do processo penal foram diagnosticadas com supostos transtornos mentais o que, em tese, os impossibilita de ter plena consciência de seus atos e, por isso, não são apenados, mas recebem medida de segurança em meio fechado”. Principalmente por essa razão, no entender da Pastoral, “a transferência desses pacientes para unidades prisionais comuns é preocupante. Em primeiro lugar, por-

Pastoral da Saúde ‘Solidariedade tá na veia’ A Pastoral da Saúde da Arquidiocese de São Paulo e a Pastoral no Regional Sul 1 da CNBB realizam neste mês a campanha “Solidariedade tá na veia”, que busca incentivar e orientar a população sobre a doação de sangue. O objetivo é colaborar para a manutenção dos estoques de sangue nos hemocentros em todo o Estado de São Paulo. Conforme informações disponíveis no site da Fundação Pró-Sangue, os requisitos básicos para ser doador é estar em boas condições de saúde; ter

entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos; pesar no mínimo 50kg; estar descansado (ter dormido pelo menos seis horas nas 24 horas anteriores à doação); estar alimentado (evitar alimentação gordurosa nas quatro horas que antecedem a doação); e apresentar documento original com foto, emitido por órgão oficial. Há impedimentos temporários e definitivos para doação, que podem ser consultados no site http://www.prosangue.sp.gov.br.

que essas prisões, já superlotadas, e sem as mínimas condições de existência – seja em decorrência da alimentação precária, das péssimas condições estruturais ou mesmo da precariedade dos atendimentos jurídicos e médicos – ao receberem um contingente populacional extra, tornaram-se, tanto para presos quanto para os próprios funcionários, ainda mais insalubres”, consta em um dos trechos da nota. Ao enfatizar repúdio “à forma desumana com que o Governo do Estado e a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) vêm conduzindo tal situação, principalmente em relação aos pacientes, mas também no que concerne aos funcionários do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico I”, a Pastoral

Carcerária defende que tais pacientes presos sejam atendidos em meio aberto, em equipamentos de saúde apropriados, tais como os centros de atenção psicossocial (CAPs); que haja a interdição do HCTP de Franco da Rocha, que além de danificado está em área propícia para alagamentos; e enfatiza a urgência do desencarceramento, o que envolve, também, “um mundo sem manicômios judiciários”. A íntegra da nota, que também é assinada pela Pastoral Carcerária da Arquidiocese de São Paulo e que tem o apoio do Instituto Terra, Trabalho e Cidadania (ITTC) e da Frente Antimanicomial, pode ser vista em http://carceraria.org.br. Fonte: Assessoria de imprensa da Pastoral Carcerária

Vicariato do Povo da Rua Observatório do Povo de Rua

Divulgação

No Domingo da Divina Misericórdia, 3, a Pastoral do Povo da Rua, a Aliança da Misericórdia e a fraternidade O Caminho realizaram, na região da praça da Sé, uma série de serviços às pessoas em situação de rua. Na ocasião, Padre Julio Lancellotti, vigário episcopal para a Pastoral do Povo da Rua, presidiu missa na praça.

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Após as enchentes na grande São Paulo, em 11 de março, 540 presos diagnosticados com transtornos mentais que estavam no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Franco da Rocha (HCTP), afetado pelas chuvas, foram transferidos para prisões comuns, sem as devidas estruturas para atendê-los. Em nota pública, na sexta-feira, dia 1º, a Pastoral Carcerária do Estado de São Paulo detalhou que tais presos são

Você pode viver bem, ter vida saudável melhorando seu modo de ver a si mesmo, os outros e o mundo. O Dr. Bruno e o Dr. José darão a você ajuda continuada, indicando o caminho a seguir Os interessados devem comparecer às quartas-feiras, às 14h30, nas instalações das paróquias:

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8 | Pelo Mundo |

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Destaques das Agências Internacionais

Filipe David

Correspondente do O SÃO PAULO na Europa

Síria

Cristãos estão proibidos de deixar Raqqa O grupo Estado Islâmico, que controla uma parte do território sírio e a cidade de Raqqa, proibiu os últimos cristãos que por lá ainda permanecem de deixar a Ci-

dade. A intenção é usá-los como escudos humanos ou reféns à medida que o exército do presidente sírio Bashar al-Assad avançar. Graças ao apoio russo, diversos

pontos estratégicos já foram recuperados e Raqqa – controlada pelo grupo terrorista desde março de 2013 – pode ser um dos próximos alvos. Ainda permanecem

em Raqqa 43 famílias cristãs, que não conseguiram fugir por serem muito pobres. Fonte: ACI

Estados Unidos Bebê é resgatado de compactador de lixo na Sexta-feira Santa Na Sexta-feira Santa, em 25 de março, Paula Andrews jogou seu saco de lixo no compactador e, pouco antes de apertar o botão que o esmagaria, ouviu um choro de bebê. Imediatamente, entrando no compactador – que já continha aproximadamente 20 sacos de lixo – ela encontrou um bebê recém-nascido,

coberto de sangue e ainda com o seu cordão umbilical. Ela saiu com a criança do compactador e, não acreditando em seus próprios olhos, gritou impressionada: “é um bebê de verdade!”. De acordo com a imprensa norte-americana, o bebê está no hospital e passa bem. Fonte: ACI

Hillary Clinton nega o direito à vida dos bebês antes do nascimento A principal candidata do Partido Democrata norte-americano, que deve enfrentar o republicano Donald Trump nas próximas eleições presidenciais, é uma ferrenha defensora do aborto. Em uma entrevista recente, ao ser questionada se e quando um bebê que ainda não nasceu possui direitos constitucionais, a candidata respondeu sem pestanejar: “a pessoa que ainda não nasceu não tem direitos constitucionais”.

Segundo Bill Donohue, da Liga Católica, a posição de Hillary é semelhante à de um juiz da Suprema Corte americana, afirmando em 1857 que “os negros não têm nenhum direito que o homem branco deva respeitar”. Para ela, assim como se negavam direitos básicos aos negros no século XIX, hoje se nega o direito à vida aos bebês nascituros. Fonte: Life Site News

Venezuela Executivo abandona carreira para formar jovens ao trabalho Alejandro Marius, casado e pai de quatro filhas, abandonou, aos 44 anos, sua promissora carreira de executivo multinacional. Vendo a deterioração da economia e da sociedade venezuelana, ele decidiu ir na contramão da maior parte dos executivos de seu País – que

têm deixado a Venezuela para ocupar posições no exterior – e abandonar sua carreira internacional para ficar por lá e ajudar a quem precisa. Inspirado na espiritualidade de São Bento, pelo contato que teve com algumas religiosas da ordem beneditina,

Alejandro criou o “Trabalho e Pessoa”, uma associação que procura “educar para o trabalho aqueles que não têm oportunidade, principalmente jovens e mulheres”. Para isso, a Associação desenvolveu, entre outros meios, parcerias com empresas e universidades. Além de

auxiliá-los na capacitação e na obtenção de emprego, o projeto também pretende ajudá-los no autoconhecimento e na descoberta da “vocação à qual Deus os chama, a missão que devem realizar em suas vidas”. Fonte: ACI

México/ Mundo

Polônia

Declaração universal em defesa da civilização da vida

Aplicativo oficial da JMJ Cracóvia 2016 será lançado em maio

Um grupo de entidades católicas e ortodoxas em defesa da vida, reunido no México, publicou uma declaração em que pede a todas as pessoas de boa vontade a “defesa da civilização da vida e do amor, que está sob séria ameaça no mundo inteiro”. O grupo está à frente do projeto “De oceano a oceano”, que conduz um ícone de Nossa Senhora de Czestochowa (imagem) por diversos países em defesa da vida e da família. Desde que começou, em 2012, em Vladivostok, na Rússia, a imagem já percorreu mais de 160 mil quilômetros, em 27 países, e foi vista por mais de 5 milhões de pessoas. Fonte: Human Life International

Reprodução

A partir de 6 de maio, os usuários de aparelhos móveis com os sistemas Android, IOS e Windows poderão baixar o aplicativo “Peregrino”, que facilitará a locomoção ao redor de Cracóvia durante a Jornada Mundial da Juventude, em julho. O aplicativo estará disponível gratuitamente em nove idiomas. Cada usuário poderá personalizar o aplicativo ao inserir o seu local de acomodação, a catequese que deseja participar ou os lugares que gostaria de visitar. Haverá, ainda, um mapa com a localização dos eventos mais importantes da JMJ. Será possível traçar uma rota da localização atual do peregrino até o ponto selecio-

nado no mapa. Haverá, também, guias para ajudar os peregrinos a chegar aos locais mais interessantes para visitação em Cracóvia, além de frases básicas de conversação, textos litúrgicos, livros de oração e hinários para ajudar aos peregrinos a comunicar-se e facilitar a experiência espiritual da JMJ Cracóvia 2016. O aplicativo inclui informações atualizadas online, como, por exemplo, previsão do tempo, avisos sobre qualquer inconveniente ou mudanças no transporte. “Peregrino” também inclui a possibilidade de conectar-se com as redes sociais. Fonte: http://www.krakow2016.com (Redação: Daniel Gomes)

Escócia Muçulmano é esfaqueado após desejar ‘feliz Páscoa’ aos cristãos Asad Shah, um lojista de 40 anos e muçulmano de origem paquistanesa, foi esfaqueado por dois homens horas depois de publicar em uma rede social um vídeo em

que desejava “feliz Páscoa à minha amada nação cristã”, referindo-se ao País em que vivia, a Escócia. O homem, que se considerava um “muçulmano devoto”, costumava

publicar imagens suas rezando e mensagens pedindo respeito à liberdade religiosa. Na Sexta-feira Santa, ele publicou: “Sigamos os passos do amado Jesus Cristo e

tenhamos um êxito real nos dois mundos”. A polícia acredita que o crime pode ter sido cometido por “preconceitos religiosos”. Fonte: ACI


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| Papa Francisco | 9

‘A alegria do amor’ será lançada na sexta-feira, 8 Fotos: L’Osservatore Romano

A Exortação Apostólica Pós-Sinodal Amoris laetitia (A alegria do amor), do Papa Francisco, será lançada na sexta-feira, 8. O texto será publicado quase seis meses após a conclusão da Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre a Família, realizada em outubro passado, depois de dois anos de intenso trabalho no que o Francisco chamou de “caminho sinodal”. A Exortação será apresentada aos jornalistas na Sala de Imprensa da Santa Sé pelo secretário-geral do Sínodo dos Bispos, Cardeal Lorenzo Baldisseri, e pelo arcebispo de Viena, na Áustria, Cardeal Christoph Schönborn. Fonte dos textos: rádio Vaticano (Redação: Fernando Geronazzo)

Intenções de abril: pelos pequenos agricultores O Papa Francisco divulgou uma videomensagem, na terça-feira, 5, sobre as intenções de oração do mês de abril para o Apostolado de Oração. “Que os

Papa recebe criança com doença rara O Papa Francisco recebeu na quarta-feira, 30, em audiência privada, no Vaticano, o garoto Ignazio Fucci e a sua família. A criança de 8 anos tem uma doença rara, com registros de apenas 40 casos no mundo. Ignazio, semanas atrás, tinha escrito uma carta ao Papa, pedindo-lhe para rezar por ele. O Santo Padre respondeu, convidando a encontrá-lo em privado, já que o pequeno não pode frequentar lugares aglomerados por causa do transplante.

pequenos agricultores recebam a justa compensação pelo seu precioso trabalho”, pede o Pontífice. “Obrigado, camponês. O teu con-

tributo é imprescindível para toda a humanidade. Como pessoa, filho de Deus, mereces uma vida digna [...]. A terra é um dom de Deus. Não é jus-

to utilizá-la para favorecer apenas alguns, despojando a maioria dos seus direitos e dos seus benefícios”, disse o Santo Padre.

‘O Evangelho da misericórdia permanece um livro aberto’ O Evangelho da misericórdia procura “bons samaritanos”, pede servos generosos e alegres, que amam gratuitamente sem nada pretender em troca. Foi o que disse o Papa Francisco na missa celebrada na manhã do 2º Domingo da Páscoa, dia 3, na Festa da Divina Misericórdia. O Pontífice reiterou que “tudo o que Jesus disse e fez é expressão da misericórdia do Pai”.

O Evangelho é o livro da misericórdia de Deus, disse o Santo Padre, acrescentando que “o Evangelho da misericórdia permanece um livro aberto, onde se há de continuar a escrever os sinais dos discípulos de Cristo, gestos concretos de amor, que são o melhor testemunho da misericórdia”, afirmou o Santo Padre.

Menores vítimas de violência

O Papa Francisco recebeu, na sexta-feira, dia 1º, os fundadores da Fazenda da Esperança, Frei Hans Stapel e Nelson dos Santos, acompanhados do cardeal brasileiro Dom João Braz de Aviz, prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.

Voluntários engajados na proteção de menores, famílias que tiveram seus filhos abusados e vítimas de pedofilia vão participar, em 1º de maio, do 10º Dia das Crianças Vítimas da Violência, que será celebrado na praça de São Pedro, no encontro para a oração do Regina Coeli, com o Papa Francisco. “As crianças são abusadas por todos, não há uma categoria social específica.

São devastadas em sua intimidade e seus corpos são objeto do tráfico e do mercado. Assim, não podemos tolerar esta absurda comercialização, que encontra na internet canais de difusão inimagináveis e lucrativos. Unamo-nos e ajamos juntos pelo bem dos menores”, declarou o Padre Fortunato Di Noto, fundador da ONG organizadora do encontro.

Encontro com ‘tradicionalistas’ O Papa Francisco se encontrou com o Superior Geral da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, Dom Bernard Fellay, na sexta-feira, dia 1º, na Casa Santa Marta, residência do Pontífice no Vaticano, conforme informações da Sala de Imprensa da Santa Sé. Segundo a própria Fraternidade, Dom Fellay também esteve reunido com o secretário da Comissão Pontifícia “Ecclesia Dei”, o arcebispo Dom Guido Pozzo, no sábado, 2. Entre as questões que separam a fraternidade “tradicionalista” fundada pelo bispo Dom Marcel Lefèbvre, em 1970, destacam-se a aceitação do Concílio Vaticano II e do magistério pós-conciliar dos papas em matérias como as celebrações litúrgicas, o ecumenismo ou a liberdade religiosa.


10 | Pelo Brasil |

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Renata Moraes

Destaques das Agências Nacionais

jornalismorenata@gmail.com

‘Na busca da Justiça e da Paz’ entidades unem-se em manifesto

Associação dos Juízes Federais do Brasil/Divulgação

A CNBB, a Associação dos Magistrados Brasileiros, a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho e a Associação dos Juízes Federais do Brasil assinaram, na segundafeira, 4, o manifesto “Na busca da Justiça e da Paz”. No texto, as entidades afirmam que a sociedade civil deve se unir “pela superação da intolerância e pela busca de soluções que priorizem o compromisso com o interesse comum do País” e fazem “veemente apelo fraterno à inteira sociedade brasileira e suas instituições, para que se engajem na incansável busca pela Justiça e pela Paz”. Abaixo a íntegra do manifesto:

Na busca da justiça e da paz

A sociedade brasileira passa por um momento de grave crise institucional, provocada por uma polarização política em crescente radicalização. Esse sentimento que atinge hoje grandes segmentos da população apresenta, infelizmente, reações carregadas de intolerância e agressividade, dividindo brasileiros e brasileiras e gerando o risco de uma preocupante escalada da violência, em prejuízo de toda a nação.

Dom Leonardo Steiner, secretário-geral da CNBB, e representantes de entidades jurídicas apresentam manifesto em Brasília, na segunda-feira, 4

Neste momento, urge que os atores da cena política procurem o entendimento para consolidar a luta contra a corrupção, sempre de acordo com a institucionalidade democrática. A unidade nacional não pode sofrer divisões insuperáveis. Por isso, é necessário que as entidades da sociedade civil se unam pela superação da into-

lerância e pela busca de soluções que priorizem o compromisso com o interesse comum do País. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a Associação dos Magistrados Brasileiros, a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho e a Associação dos Juízes Federais do Brasil formulam veemen-

te apelo fraterno à inteira sociedade brasileira e suas instituições para se engajarem, de forma decidida, na incansável luta pela Justiça e pela Paz, para a construção de um país, casa comum de brasileiros e brasileiras e daqueles que adotaram esta terra como seu lar. Fonte: CNBB

MP pede que judiciário mineiro obrigue a Samarco a conter vazamento O Ministério Público mineiro entrou com uma ação civil pública na segunda-feira, 4, pedindo que a Justiça de Minas Gerais obrigue a Mineradora Samarco a conter, em até cinco dias, a lama que está vazando há cinco meses, desde quando a barragem de Fundão, em Mariana (MG) se rompeu, em 5 de novembro do ano passado. Conforme a ação, “os ‘diques’ foram

construídos de forma precária, sem observância das normas técnicas pertinentes, não possuindo a capacidade de retenção e filtragem necessárias”. Segundo informações do Portal G1, o superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Minas Gerais, Marcos Belizário, disse que mais de 8 milhões de m³

vazaram entre os dias 6 de novembro e 18 de fevereiro. “Segundo o Ibama, é necessário que estruturas de contenção definitivas garantam a total contenção dos rejeitos antes do período chuvoso, isto é, outubro de 2016”, cita a reportagem do G1. Entre tais estruturas estão a adequação e o alteamento da barragem de Santarém; a construção de uma barragem no vale

do Fundão e um dique dentro da barragem de Fundão; e um plano de gestão das águas. O Ibama considera insuficiente as medidas emergenciais adotadas pela mineradora Samarco, mas esta garante que tais iniciativas têm apresentado bons resultados. A ação já está em análise no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Fontes: Portal G1 e o Estado de Minas

10ª Semana dos Povos Indígenas acontece em Osasco (SP)

Santuário de Aparecida sediará 8ª Peregrinação e 6º Simpósio Nacional da Família

Com o objetivo de divulgar e fomentar uma reflexão sobre a cultura e a tradição indígena no Brasil às novas gerações, a Prefeitura de Osasco (SP), a comunidade indígena Pankararé e o Fórum Permanente Intersetorial Indígena de Osasco promovem a “10ª Semana dos Povos Indígenas de Osasco - 2016”. O evento que faz parte do calendário oficial da Cidade foi instituído pela Lei nº 4.438/12, e conta com o apoio do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), vinculado à CNBB, além de parceiros. Até o dia 10 de abril, a praça de eventos do Osasco Plaza Shopping recebe uma exposição com venda de artesanatos con-

Com o tema “Família e Misericórdia: se encontram no coração da Mãe”, a 8ª peregrinação e 6º Simpósio Nacional da Família acontecerão nos dias 21 e 22 de maio, em Aparecida (SP). Os eventos são organizados pela Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF), organismo vinculado à Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB. “O dia de nos encontrarmos está chegando. A Peregrinação e o Simpósio são os nossos grandes momentos de celebração na casa da Mãe Aparecida. Pois é na casa da mãe que se encontram os filhos”, motiva o bispo de Osasco (SP) e presi-

feccionados pelos indígenas da tribo que vive em Osasco, como objetos feitos de bambu, colares, peças para enfeites, entre outros produtos. Haverá, ainda, diversas oficinas e palestras. O encerramento das atividades será no domingo, 17, às 10h, no Centro de Eventos Pedro Bortolosso (avenida Visconde de Nova Granada, 513, KM 18), com a festa em comemoração aos 10 anos de luta e resistência dos povos indígenas. O evento contará com a presença do cacique Ramos e a tradicional dança indígena “Toré”. Outras informações pelo e-mail imprensa@osasco. sp.gov.br e em www.osasco.sp.gov.br. Fonte: Prefeitura de Osasco

dente da Comissão, Dom João Bosco Barbosa de Sousa. Dioceses, paróquias e comunidades já começaram a organizar suas caravanas, rumo ao Santuário Nacional, para celebrar a vida e a família. “Será bonito ver as romarias do Brasil, caravanas, movimentos, associações e casais chegando para rezamos juntos e pedirmos para Ela, esse rosto da misericórdia, que é seu filho a todas as nossas famílias”, deseja o Bispo, que explica que as temáticas e conferências do 6º Simpósio retomarão os caminhos apontados pelo Sínodo dos Bispos sobre a Família. Fonte: CNBB


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| Reportagem | 11 Rovena Rosa/Agência Brasil

Crianças, gestantes e idosos serão vacinados contra o H1N1 a partir do dia 11 Campanha de vacinação será antecipada no Estado de São Paulo; em todo o Brasil, início está marcado para 30 de abril Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com

O Brasil já registrou 71 casos de morte pela gripe H1N1 em 2016, até o dia 26 de março. São Paulo é o estado que lidera o número de óbitos, com 55 no total. As informações estão no Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado na segunda-feira, 4. No começo desta semana teve início em São Paulo a campanha de vacinação contra a gripe, que foi antecipada pela Secretaria Estadual de Saúde. Mais de 4,5 mil profissionais de saúde de hospitais públicos e privados da Capital paulista e da região metropolitana de São Paulo já estão sendo imunizados. A partir do dia 11, a vacinação será ampliada para crianças maiores de 6 meses e menores de 5 anos (982,8 mil pessoas), gestantes (179 mil) e idosos (1,83 milhão) da Capital e Grande São Paulo, totalizando quase 3 milhões pessoas. Para as demais cidades paulistas e outros públicos-alvo (doentes crônicos, puérperas, indígenas, funcionários do sistema prisional e a população privada de liberdade), a campanha de vacinação contra a gripe deve seguir o calendário do Ministério da Saúde, com início previsto para 30 de abril.

Devido ao aumento de casos nos 67 munícipios da região de São José do Rio Preto, desde 23 de março foi iniciada uma vacinação extra contra a gripe com doses remanescentes de 2015. Porém, a Secretária de Saúde informa que quem tomar a dose do ano anterior da vacina, não “estará desobrigado de também tomar durante a campanha nacional, uma vez que se tratam de vacinas diferentes”. Ao ser questionada pelo O SÃO PAULO se o aumento de casos está relacionado a descuidos no monitoramento da doença, a Secretária de Saúde, por meio de sua assessoria de imprensa, limitou-se a responder que “não houve descuido quanto aos casos de H1N1” e que foi disponibilizada a vacina para hospitais públicos e particulares.

Cuidados hospitalares

A Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Fehoesp) lançou uma campanha para

que sejam tomadas medidas de controle nos prontos-socorros (PS) dos hospitais paulistas, com o objetivo de evitar a transmissão do vírus H1N1 na espera por atendimento. A campanha da Federação traz informações técnicas para alertar os hospitais sobre o aumento significativo de casos da influenza A (H1N1) no Estado de São Paulo e a necessidade de adotar medidas imediatas para controle do fluxo desses pacientes nos serviços de emergência. No site da Fehoesp, o presidente da entidade, Yussif Ali Mere Junior, afirma que houve um aumento significativo de casos da doença nos hospitais particulares no mês de março, tornando-se fundamental neste momento a adoção de medidas de segurança nos hospitais. “Estamos recomendando que os serviços de emergência atentem-se para os casos de suspeita de H1N1 e na própria triagem ofereçam máscaras a esses pacientes. Sugerimos, ainda, que os hos-

pitais criem alas específicas, dentro do possível, para atender os infectados e os acomodem em local separado da maioria dos outros pacientes do PS. Essas medidas simples estão sendo adotadas por grandes hospitais da Capital, mas precisam ser ampliadas para os demais em todo o Estado”, comenta Yussif.

Prevenção

De acordo com o Ministério da Saúde, a transmissão da gripe H1N1ocorre por meio das secreções das vias respiratórias de uma pessoa contaminada, quando esta fala, espirra ou tosse. Há risco de infecção, também, pelas mãos, que após contato com superfícies contaminadas por secreções respiratórias de um indivíduo infectado, podem levar o agente infeccioso diretamente para a boca, nariz e olhos. Nesse sentido, o Ministério da Saúde orienta que para a redução do risco de adquirir ou transmitir doenças respiratórias, especialmente às de grande infectividade, como o vírus Influenza, sejam adotadas medidas gerais, tais como: frequente lavagem e higienização das mãos, principalmente antes de consumir algum alimento; utilização de lenço descartável para higiene nasal; cobrir nariz e a boca quando espirrar ou tossir; evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca; higienizar as mãos após tossir ou espirrar; não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas; manter os ambientes bem ventilados; e evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe.

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12 | Análise |

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Aumento do número de católicos no m L’Osservatore Romano

Católicos no continente africano FILIPE DOMINGUES

Especial para O SÃO PAULO, em Roma

Enquanto o Ocidente parece viver em um mundo cada vez menos cristão, cresce expressivamente o número de católicos na África e na Ásia. Dados do Anuário Pontifício 2016 e do Annuarium Statisticum Ecclesiae 2014, divulgados em março pelo Vaticano, indicam um aumento de 14,1% na quantidade de fiéis batizados entre 2005 e 2014. São números sobre os quais a Igreja já vem refletindo nos últimos anos, mas ganham força simbólica neste tempo pascal: somente na última vigília de Páscoa, mais de 22 mil pessoas foram batizadas na China. São dados que confirmam uma gradual transformação na Igreja Católica, que não pode ser ignorada.

Uma Igreja com olhar global

Em Análise Demográfica, dois aspectos são essenciais para ler os dados. Primeiro, comparar o percentual de crescimento do grupo estudado, neste caso os fiéis católicos, com o da população total. Afinal, se cresce a população mundial, é de se esperar um aumento também no número de católicos. Nesse período, a população global se expandiu 10,8%, o que confirma a elevação real no número de católicos, que em 2014 somavam 1,272 bilhão de batizados. Juntos, os católicos são 17,8% da população mundial, segundo o documento do Vaticano. O que relatório não detalha – pois se concentra nas estatísticas da Igreja Católica – é que todos cristãos somados, incluídos ortodoxos, protestantes, evangélicos e outras tradições, totalizam mais de 30% da população global. Os muçulmanos superam os 20% e os hindus se aproximam a 15%. Por outro lado, a religião islâmica cresce hoje em proporções maiores. Alguns institutos de pesquisa, como o Pew Research Center, dos Estados Unidos, preveem uma expansão de 73% dos muçulmanos nos próximos 35 anos, alcançando o mesmo patamar numérico dos cristãos, se mantidas condições parecidas com as atuais. Em 2070, o Islã pode

superar numericamente o Cristianismo. Esse cenário não precisa, necessariamente, ser visto com perplexidade. Mas tampouco com inércia: o diálogo entre cristãos e muçulmanos se torna uma questão de sobrevivência para o Cristianismo em muitos lugares, como no Oriente Médio, onde apenas 4% da população é cristã. Além disso, a chamada Nova Evangelização só pode ser colocada em prática efetivamente se pensada, desde já, nesse contexto.

A Igreja dinâmica na África

De qualquer forma, o relatório do Vaticano mostra “uma Igreja dinâmica em um mundo em transformação”. A afirmação se confirma com a constatação de que a Igreja, de fato, cresce. Porém, o segundo aspecto que precisa ser sempre observado em Análise Demográfica é a distribuição geográfica do fenômeno. O desenvolvimento de uma população jamais é homogêneo. A África é o continente que lidera o aumento no número de batizados, que totalizam 215 milhões de fiéis. A população local se expandiu 23,8% nos últimos nove anos, mas a população católica se ampliou em 41%. O aumento dos católicos na África é mais do que o dobro daquele observado na Ásia, onde o dinamismo também é invejável: a população local cresceu 9,6%, e o número de fiéis subiu 20%. “Resulta evidente a confirmação do acrescido peso do continente africano, do qual os fiéis batizados passam de 13,8% do total mundial para 17%”, diz o relatório. Em entrevista concedida em 2015 ao teólogo Matthew Bunson, do site Our Sunday Visitor, o cardeal sul-africano Wilfrid Napier atribuiu a expansão do catolicismo na África à própria natureza missionária da Igreja. “Esse ensinamento, enfatizado pelos padres do Concílio Vaticano II, se baseia na ‘grande comissão’ dada por Jesus antes de subir ao Pai: ‘Fazei discípulos de todas as nações’”, lembrou o Arcebispo de Durban. “Todos os papas, desde então, colocaram em prática planos de ação. Ninguém mais que São João Paulo II fez visitas pastorais regulares, convocou um sínodo para a

África e deu um grande ímpeto ao crescimento da Igreja em nosso continente.” Segundo o Cardeal Napier, os principais desafios da Igreja africana são três: Geopolíticos, como guerras, tensões e a opressão de um povo sobre outros; Tribais, ou seja, quando a pertença a um grupo ou clã se torna mais importante do que ser parte da Igreja; e de Saúde e Bem-Estar, pois em muitos países esses serviços são precários ou inexistentes. “A Igreja faz o que pode”, diz. “A educação é um desafio e uma necessidade crucial”, pontua. Em encontro com bispos africanos, há cerca de um ano, o Papa Francisco reforçou que, na África, “o futuro está nas mãos dos jovens”.

A Igreja de catecúmenos na Ásia

Milhares de batizados foram celebrados em toda a China no Sábado Santo. A maioria, jovens de famílias convertidas ao Cristianismo. Somente em Pequim, 400 pessoas receberam o Sacramento,

Total de fiéis cresce 14% 2014, especialmente evangeliz África e segundo a agência AsiaNews. No total, 22 mil catecúmenos foram batizados no mesmo dia no País. Na Diocese de Xian, a Igreja local ofereceu almoço a centenas de pessoas sem-teto durante a Semana Santa. Sacerdotes em toda a China lavaram os pés de idosos, crianças e pessoas com deficiência na Quinta-feira Santa. São gestos aparentemente pequenos para quem vive em países de maioria cristã, mas que mostram uma ativa participação dos chineses na Igreja, e sua expansão mesmo onde a liberdade religiosa é sob alto risco. Comunista na política, a China só permite que o catolicismo se organize sob dura supervisão do governo. Em vários locais, isso leva a uma divisão entre a igreja oficial, controlada pelo Estado, e uma igreja underground, que se reúne de forma quase secreta, mais ligada a Roma. Também em diversos outros países, como Índia, Paquistão, Sri Lanka e Myanmar, a falta de liberdade religiosa é uma ameaça real para a minoria cristã. O Cardeal Luis Antonio Tagle, arcebispo de Manila, nas Filipinas, onde a maioria é católica, afirma que a Igreja na Ásia é “cheia de energia”. Em conferência realizada em Roma há dois anos, Dom Tagle declarou que a evangelização no continente se baseia num método narrativo. “Como dizia João Paulo II, devemos encontrar uma pedagogia que fale à sen-

A Igreja Católica no mundo 1,272 bilhão

Total de batizados em 2014 Percentual na população

17,8%

Crescimento de católicos de 2005 a 2014

14,1%

Crescimento da população 10,8% no mesmo período Evolução das vocações religiosas Padres diocesanos e religiosos:

2005 406.411 2014 415.792

Seminaristas:

2005 114.439 2014 116.939

Diáconos permanentes:

2005 2014

33.000 45.000

Religiosos:

2005 2014

54.708 54.559

Religiosas: 2014 668.729 (10,2% a menos que em 2005)

AMÉRICA 48% dos batizados de 2014 +11,7% de católicos +9,6% de população

ÁFR 17% +4 +23


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mundo mostra Igreja em transformação L’Osservatore Romano

is batizados %, de 2005 a especialmente pela zação na e na Ásia

A Igreja firme na América e na Oceania

No continente americano, poucas mudanças ocorreram nos últimos nove anos, do ponto de vista numérico. A quantidade de fiéis católicos cresceu 11,7%, enquanto a população total da região aumentou 9,6%. “A América continua sendo o continente ao qual pertence quase metade dos católicos batizados”, conclui o documento do Vaticano. A situação é, portanto, tida como estável. Ou seja, a Igreja Católica continua

Católicos com o Papa Francisco na ásia com sua expressiva robustez numérica nas Américas, mas ligou o alerta para as mudanças. Afinal, a tendência no Ocidente, em geral, é de envelhecimento populacional e queda no número de fiéis praticantes. Também na Oceania, as estatísticas mudaram pouco. Os católicos batizados se expandiram menos que a população geral: 15,9% batizados ante 18,2% no total. Porém, o Vaticano avalia a situação como constante. Os batizados na Oceania, um continente pouco populoso, se mantêm em cerca de 0,8% do total de católicos.

Uma Igreja cansada na Europa?

No mesmo encontro, o Cardeal Tagle foi perguntado pelo padre jesuíta Antonio Spadaro, italiano, sobre como enxerga a Igreja na Europa. “Escutei tantas vezes a expressão ‘o cansaço da Igreja na Europa’. Está cansada de quê?”, brincou o Cardeal. “Parece-me que esse cansaço

EUROPA 23% dos batizados de 2014 + 2% de católicos +1,5% de população

RICA % dos batizados de 2014 41% de católicos 3,8% de população

ÁSIA 11% dos batizados de 2014 + 20% de católicos +9,6% de população

OCEANIA 0,8% dos batizados de 2014 + 15,9% de católicos + 18,2% de população * Os percentuais relativos à quantidade de católicos e da população nos continentes são do período entre 2005 e 2014.

Dados: Vaticano / Arte: Jovenal Pereira/O SÃO PAULO

sibilidade asiática. A mesma história [de Jesus] pode ser contada a partir de novos pontos de vista”, afirmou, em evento organizado pela revista jesuíta La Civiltà Cattolica, ao qual O SÃO PAULO compareceu. Naquela ocasião, o Cardeal filipino alertou que essa “narrativa” deve ser construída seja na liturgia e na oração, seja na interação com as pessoas, “especialmente com os mais pobres”. Para isso, é necessário fortificar a identidade da Igreja presente na Ásia. “Em grande parte da Ásia, a fé cristã é considerada uma coisa estrangeira”, disse. Histórias de vida são o melhor modo para demonstrar essa identidade, avalia, defendendo não só a missão ad gentes (para as nações), mas também inter gentes (entre as nações) e “com os povos”.

é motivado pela falta de capacidade de dizer que o Espírito Santo nos convida a uma nova ideia de ser Igreja”, disse, firmemente. “Uma nova forma de ser Igreja termina e outra começa. A Igreja não tem tempo de estar cansada. A cada dia, busca a mão do Espírito que a guia.” As estatísticas mostram também isso. “Embora hospedando quase 23% da comunidade católica mundial em 2014, [a Europa] se confirma como área menos dinâmica em absoluto, com um crescimento de pouco mais de 2% no inteiro período”, observa o Vaticano. Há que se ponderar que o crescimento populacional na Europa também é muito baixo e praticamente equivale aos mesmos 2%. Isto é, em termos numéricos, o catolicismo europeu se manteve estático nos últimos anos, mas com viés negativo. Na prática, a situação é insustentável. A maioria dos católicos tem idade avançada, e, além disso, diminuem a participação nos sacramentos e as vocações religiosas. “Sob diversos aspectos, o Cristianismo é um corpo estranho na Europa”, afirma o cardeal austríaco Christoph Schönborn, arcebispo de Viena, em livro publicado há dois anos sobre o assunto. “Parece que voltamos atrás, parece que estamos num mundo que é mais ‘pagão’, no qual o estilo de vida cristão praticado por séculos foi esquecido. Hoje dominam a astrologia, o aborto, a superstição e a ganância. Embora os cristãos sejam substancial maioria na Europa, aqueles que o praticam são uma minoria”, lamenta. Mas, ao mesmo tempo, pondera: “É uma situação estimulante e cheia de oportunidades.” Uma crise é sempre uma oportunidade de mudança, avalia Dom Schönborn. E a História já mostrou que, muitas vezes, “a Igreja tem uma capacidade impensável de se renovar”, recorda. “Por que o futuro não poderia nos reservar o mesmo tipo de surpresa que São Francisco de Assis trouxe ao mundo de 800 anos atrás?”

Diaconato permanente: vocação que mais cresce

A dinâmica das vocações religiosas no mundo segue tendência geográfica

parecida com a do número de batizados. Porém, o destaque é para o aumento na quantidade de diáconos permanentes, grupo que, segundo o relatório, apresentou a mais forte evolução. De 33 mil em 2005, chegaram a 45 mil em 2014, um acréscimo de 33,5%. De acordo com Frei José Gabriel Mesa Angulo, doutor em Teologia especializado no diaconato permanente e reitor do Colégio Jordán de Sajonia, na Colômbia, há razões positivas e negativas que explicam o aumento do número de diáconos na Igreja. Entre os aspectos positivos estão “a novidade do ministério diaconal, que há cinco décadas foi restaurado pelo Concílio Vaticano II”, explica. “Hoje existe mais conhecimento e informação sobre o diaconato. Há experiências muito positivas do serviço humilde desempenhado pelos diáconos permanentes em vários lugares do mundo.” Entre os aspectos negativos, segundo o Frei colombiano, estão “a falta de agentes de pastoral comprometidos com a evangelização e o enfraquecimento do testemunho de alguns sacerdotes”. De qualquer modo, houve um claro aumento no número total de sacerdotes entre 2005 e 2014, de 406,41 mil para 415,79 mil, seguindo uma dinâmica parecida com a do número de batizados. Na África, o número subiu 32,6%, e na Ásia, 27,1%. Já na Europa, caiu 8% e, na Oceania, 1,7%. Registrou-se estabilidades nas Américas Central e do Sul, mas leve tendência negativa na América do Norte. Em geral, o número de padres filiados a ordens religiosas diminuiu. O que sustenta o dado total é o aumento nas vocações dos diocesanos. Para as religiosas, em 2014, a Igreja Católica tinha 682,72 mil irmãs, 10,2% a menos que em 2005. Aumentaram as vocações somente na África e na Ásia. “Temos muito o que aprender da mulher, nós religiosos, sacerdotes, bispos e demais servidores da Igreja”, acrescenta o Frei Mesa. “A vida religiosa se renova onde há valentia, novidade, profetismo e capacidade de mudança”, completa.


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Luciney Martins/O SÃO PAULO

14 | Reportagem |

Em manifestação de apoio ao governo, PMDB e Temer são criticados Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com

Pouco mais de dez dias depois, a Frente Brasil Popular (FBP), composta pelo PT, CUT, MST e outros movimentos sociais e entidades políticas, organizou mais uma manifestação “em defesa da democracia e contra o golpe”. O ato realizado na quinta-feira, 31, na praça da Sé, reuniu 60 mil manifestantes, de acordo com os organizadores, 40 mil pessoas, segundo o Datafolha, e 18 mil, conforme a Polícia Militar. Além de falas em defesa da presidente Dilma Rousseff (PT), o ato contou com críticas ao PMDB e ao vicepresidente da República e presidente do Partido, Michel Temer, que dois dias antes, em uma reunião que durou três minutos, em Brasília (DF), aprovou por aclamação a saída do Partido da base aliada do governo. “O Michel Temer, a quem nós respeitamos, escolheu um lado. Ele poderia passar para a história como constitucionalista, mas está preferindo, ao lado do [Eduardo] Cunha [presidente da Câmara dos Deputados] passar para a história como golpista, e não vamos aceitar golpista”, afirmou o presidente estadual do PT, Emídio de Souza. Já para Antônio Carlos, que falou em nome do Partido da Causa Operária (PCO), as críticas de que a saída do PMDB representa uma derrota para o governo, não são verdadeiras. Para ele, “o Cunha, o Temer e toda essa corja já vai tarde”. O PCO, segundo Carlos, sempre alertou que para “derrotar o golpe” é preciso contar com a força dos trabalhadores e da juventude.

Universitários nas manifestações

Manifestação na praça da Sé, na quinta-feira, 31

Com cartazes e faixas, estudantes da USP, Mackenzie, PUC-SP e outras universidades participaram das manifestações. Jader Muniz, doutorando em Letras na USP, afirmou que as mobilizações de rua “podem ser o fiel da balança” na decisão sobre o impeachment. Para ele, não há crime contra a presidente Dilma e a acusam de atos praticados no primeiro mandato. Sobre o desembarque do PMDB do governo, Jader destacou que pela lógica atual que se governa, representa uma derrota, porém para o PT “abre um outro horizonte para recompor a base e recorrer às ruas e à militância”.

Já a estudante de direito no Mackenzie, Tamires Gomes Sampaio, reforçou que o impeachment é legal, “mas sem um crime de responsabilidade é um golpe”. A estudante não poupou críticas ao PMDB. “Saiu tarde. Eles são golpistas e fisiologistas”, afirmou. Tamires não acredita que um possível governo de coalisão, caso o impeachment saia, conseguirá resolver os problemas do País. “O PMDB daria uma guinada à direita e acabaria com as conquistas sociais”, avaliou. A estudante espera que a saída do PMDB dê folego para que a Presidente e sua base de apoio “se volte para os movimentos sociais e para a população que está na rua defendendo esse projeto”.

Críticas ao governo Dilma

Douglas Belchior, coordenador e professor do cursinho popular da Uneafro, afirmou ter muitas críticas ao governo do PT, da presidente Dilma e do ex-presidente Lula, porém, prefere fazer a disputa política e apontar as contradições da “experiência petista a ter de volta a direita histórica no poder”. Além disso, para o professor, a corrupção sempre foi uma prática habitual dos grupos que ocupam o poder, e o Partido os Trabalhadores “sucumbiu a práticas que sempre criticou”. Por isso, para ele, é preciso “apontar a responsabilidade do PT de Dilma e de Lula do que está acontecendo hoje, mas isso não significa apoiar a tentativa de golpe”. “Temos que fazer a crítica necessária aos governos do PT e exigir que retomem a pauta dos trabalhadores. Temos que enfrentá-los nas urnas e disputar dentro das regras do jogo”, afirmou Douglas.

Presença de religiosos

Representantes de algumas denominações cristãs participaram da manifestação, entre eles o presidente do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), Dom Flávio Augusto Borges Irala, da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil. Para Dom Flávio, “há uma completa inversão de valores hoje. Aquele que rouba, que é ladrão e desonesto, está processando quem não cometeu nenhum crime e quer tirar da presidência quem é comprometida com as causas sociais”.

‘Muro da vergonha’ Vem Pra Rua

O movimento “Vem Pra Rua” instalou, no domingo, 3, no prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na avenida Paulista, um cartaz com os nomes e fotos dos deputados indecisos e contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Intitulado “Muro da Vergonha”, o painel traz a frase “vamos pressionar eles”, referindo-se aos indecisos, e logo a baixo “nomes para nunca mais votar”, em relação aos deputados contrários ao impeachment.

Defesa do impeachment em ato na Faculdade de Direito da USP Cerca de 3 mil pessoas, de acordo com os organizadores, participaram, na segunda feira, 4, de um ato em defesa do impeachment da presidente Dilma Rousseff. A atividade reuniu juristas, estudantes, ex-alunos e professores da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da USP. Os três responsáveis por protocolar o pedido de abertura de impeachment, o procurador aposentado Hélio Bicudo, o ex-ministro da Justiça, Miguel Reale Júnior, e a jurista Janaína Paschoal participaram.

Defesa de Dilma é entregue à Comissão do Impeachment Valter Campanato/Agência Brasil

O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, entregou, na segunda-feira, 4, a defesa da presidente Dilma Rousseff à comissão especial da Câmara que analisa se aceita ou não a denúncia contra Dilma. Durante aproximadamente duas horas, ele falou sobre as quase 200 páginas do documento que entregou à Comissão e solicitou “a anulação do processo e que sejam rejeitadas as denúncias por não existirem crimes de responsabilidade”. Fontes: UOL, Folha de S.Paulo e Portal G1


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Com a Palavra: Jamil Chade

‘A corrupção no futebol tem impacto na vida do torcedor e do cidadão’ Arquivo pessoal

Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

Correspondente internacional do jornal O Estado de S.Paulo a partir do ano 2000, o jornalista Jamil Chade realiza coberturas de imprensa sobre a Fifa, desde então. Com base nessa experiência, escreveu o livro “Política, propina e futebol”, lançado pela editora Objetiva, em fins de 2015. Nesta entrevista ao O SÃO PAULO, ele enfatiza que a corrupção no futebol é prejudicial a todas as pessoas e não só aos amantes do esporte, avalia que o novo presidente da Fifa, Gianni Infantino, não fará mudanças significativas na entidade, e comenta sobre o andamento da operação Lava Jato, que investiga os casos de desvios de recursos na Petrobras. O SÃO PAULO – Em fins do ano

passado, você lançou o livro “Política, propina e futebol”. Fale-nos um pouco sobre o foco dessa obra e como chegou às informações que indicam ilícitos envolvendo dirigentes da Fifa.

Jamil Chade - Meu objetivo com esse livro é, acima de tudo, a insurreição das mentes. Esclarecer ao torcedor quem é que ganha quando ele vai ao estádio, quando compra uma camisa de futebol e quando sua emoção é sequestrada por um grupo de criminosos que se enriqueceu com o futebol. O que eu tento mostrar, a partir de documentos, é que o esporte passou a ser manipulado para garantir lucros para um grupo de oligarcas da bola. Pessoas que, sem escrúpulos, passaram a explorar o sentimento legítimo do torcedor. Mas esse é um livro também para aqueles que não gostam de futebol. Aqueles que acham que, por não são serem torcedores, não têm “nada a ver” com o futebol. O problema é que, como cidadãos, eles bancam, sem saber, obras de estádios, propinas e o enriquecimento ilícito de grupos. Como disse o Papa Francisco, “a corrupção é o pecado que, em vez de ser reconhecido como tal e de nos tornar humildes, se tornou sistema, torna-se um hábito mental, uma forma de vida”. No futebol, ele não é diferente e em sociedades como a nossa, onde o futebol e a política andam de mãos dadas, a corrupção no futebol tem um

impacto direto na vida não apenas do torcedor, mas também do cidadão.

É possível dimensionar o quanto o futebol foi prejudicado pela ação de corruptos na Fifa nas últimas décadas?

Pelo menos US$ 150 milhões que deveriam ter ido ao desenvolvimento do futebol pelo mundo foram parar em contas bancárias secretas, na construção de mansões e piscinas de dirigentes. Isso é o que se sabe oficialmente. Mas esse valor não inclui estádios erguidos “por exigência” dos cartolas e que hoje estão vazios, não incluiu o assalto diário aos campeonatos menores e nem o quanto o cidadão transferiu para as contas desses dirigentes, sem ter noção.

Gianni Infantino completou um mês na presidência da Fifa. Qual sua avaliação deste começo de mandato? Ele dá sinais que fará mudanças efetivas na gestão da entidade?

Infantino não é revolucionário, sempre fez parte do grupo que controlou o futebol e não tem como meta promover uma caça às bruxas. Seu objetivo, hoje, é o de salvar a Fifa. E, para isso, terá de entregar alguns nomes para o FBI e para a Justiça suíça. Só assim a Fifa não será considerada pela Justiça como uma organização criminosa, e sim uma vítima desses cartolas. Mas ele não irá refundar a gestão do futebol e nem agir de forma revolucionária. No dia seguinte à sua eleição, ele avisou: a Copa de 2022 vai ser no Catar. Ele prometeu dinheiro para as federações nacionais e ainda aumentar o número de lugares na Copa do Mundo. Essas medidas foram as mesmas que, por anos, João Havelange utilizou para criar uma relação clientelista e se manter no poder por 24 anos sem ser questionado.

Infantino tem colocado a Fifa como vítima da corrupção de ex-dirigentes da entidade e de confederações. Recentemente, ele pediu à Justiça norte-americana que Teixeira, Del Nero e Marin devolvam recursos supostamente obtidos com os casos de corrupção. Qual sua avaliação sobre esse posicionamento?

Essa é, como eu disse, uma estratégias dos advogados da Fifa para garantir que a Justiça americana não os trate como criminosos, mas como vítimas. O problema é que, no pedido feito aos americanos, a Fifa não cita os nomes de Blatter, Platini, Havelange e tantos outros. Num tribunal suíço, em 2012, a procuradoria estabeleceu que Havelange “fraudou a Fifa”. Onde está o retorno desse dinheiro? Falamos muito em justiça seletiva no Brasil. Hoje, na Fifa, é exatamente isso que tem ocorrido.

A corrupção na Fifa mais se aproxima de uma situação endêmica ou está restrita a nomes específicos, que se forem afastados levarão ao fim da corrupção no futebol?

Ela é generalizada. O sistema criado por 40 anos permitiu que, de um lado, a Justiça comum fosse afastada do futebol, e de outro lado, não houve qualquer controle efetivo interno nas federações. Um levantamento mostrou no final de 2015 que mais de 85% das federações nacionais não possuem um sistema transparente de contas.

Você tem questionado o excesso de dinheiro público utilizado na Copa de 2014. O Mundial no Brasil poderia ter sido menos oneroso aos cofres públicos?

Para começar, não precisávamos de 12 estádios, mas de apenas oito. A falácia de

que a Copa precisaria ir a todo o território brasileiro gerou aberrações e hoje descobrimos o fedor do elefantes brancos. Em segundo lugar, a CBF havia prometido em 2007 que não usaria um tostão de dinheiro público na Copa, mas terminou 2014 com quase 90% dos recursos vindos dos cofres públicos. Fizemos uma Copa do Mundo para um país que não era o Brasil. Um país que tinha dinheiro suficiente para erguer catedrais da bola, sem bancar o combate à dengue, um país que achava que os grandes eventos esportivos seriam atalhos para ter um papel de protagonismo no mundo. Não existem atalhos ao desenvolvimento. O gigante tinha pés de barros. Ele desmoronou e, agora, quem pagará por isso são todos os brasileiros. Finalmente, a torcida está unida. Pena que é para pagar uma dívida colossal.

Para finalizarmos, você integra uma rede mundial de especialistas que combatem a corrupção, a ASK. Diante disso, qual seu parecer sobre a operação Lava Jato? Ela chegou a um estágio irreversível em que todos os culpados pelos desvios na Petrobras serão condenados ou a força política pode blindar alguém?

A Lava Jato revelou que nosso sistema político fracassou. Mas isso não quer dizer que precisamos substituí-lo por algo diferente. Trinta anos depois da democratização do Brasil, necessitamos de um novo sistema capaz de evitar o controle do poder por meio de arranjos entre partidos, interesses empresariais e estatais. O que o Brasil precisa hoje é de mais democracia, algo que só pode ser construído por órgãos republicanos e democráticos. Não à força e nem por atalhos. Precisamos de mais garantias de que as instituições não sejam usadas para fins privados, uma reforma no sistema de financiamento de campanha e órgãos de controle efetivos, e tantas outras medidas. O caso revelou que nenhum partido ficou isento do esquema. Ele revelou que, na corrupção, não existiu oposição ou situação. Ele revelou, também, que só existe uma única vítima: o povo. Mas esse também é um momento de agir com consciência, sem arbitrariedades e nem a politização do Judiciário. Como alertou a ONU em março: governos e partidos não podem criar obstáculos para as investigações e a Justiça precisa agir dentro dos marcos legais. Todos os suspeitos precisam ser investigados e não pode haver imunidade, nem política, nem moral e nem midiática. Se isso tudo for respeitado, sairemos dessa crise mais fortes. Caso contrário, se uma parcela for blindada, o que nos espera será um período complexo e tenso.

As opiniões expressas na seção “Com a Palavra” são de responsabilidade do entrevistado e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editoriais do jornal O SÃO PAULO.


16 | Fé e Cultura |

6 a 12 de abril de 2016 | www.arquisp.org.br

Filipe David

osaopaulo@uol.com.br

Dica de Leitura

O Segredo Admirável do Santíssimo Rosário Seria impossível citar a multidão de santos que encontraram no Rosário um autêntico caminho de santificação. Bastará recordar São Luís Maria Grignion de Montfort (1673-1716), autor de uma preciosa obra sobre o Rosário. O Rosário é um dos percursos tradicionais da oração cristã aplicada à contemplação do rosto de Cristo. Paulo VI assim o descreveu: “Oração evangélica, centrada sobre o mistério da Encarnação redentora, o Rosário é, por isso mesmo, uma prece de orientação profundamente cristológica. Na verdade, o seu elemento mais característico - a repetição litânica do ‘Alegra-te, Maria’ - torna-se, também ele, louvor incessante a Cristo, objetivo último do

anúncio do Anjo e da saudação da mãe do Batista: ‘Bendito o fruto do teu ventre’ (Lc 1,42). Diremos mais ainda: a repetição da Ave Maria constitui a urdidura sobre a qual se desenrola a contemplação dos mistérios; aquele Jesus que cada Ave Maria relembra é o mesmo que a sucessão dos mistérios propõe, uma e outra vez, como Filho de Deus e da Virgem Santíssima” (São João Paulo II, Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, sobre o Santíssimo Rosário). Ficha técnica: Autor: São Luís Maria Grignion de Montfort Páginas: 152 Editora: Ecclesiae

Curso

Divulgação

História do cinema – ciclo 1 Um curso sobre a história de cinema será realizado na Casa Guilherme de Almeida. “Esta atividade continuada visa a oferecer aos participantes um panorama completo da história do cinema desde suas origens até as escolas contemporâneas da produção fílmica. No primeiro ciclo, serão vistos e comentados os filmes do pré-cinema dos irmãos Lumière, de Charles Meliés e Thomas Edison, além dos trabalhos de curtas-metragens de D. W. Grifiith, pioneiro da linguagem cinematográfica. O curso, que será ministrado em seis módulos, até o mês de novembro, será amparado por vasta bibliografia sobre os temas tratados e contará com convidados especialistas em determinados assuntos que compõem o programa”. A primeira aula é na quarta-feira, 13, das 19h às 21h. O preço da inscrição é de R$ 50 por ciclo. Para mais informações: www.casaguilhermedealmeida.org.br ou (11) 3673-1883.


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Os desafios de Leyser Integrante do Ministério do Esporte desde 2003, novo ministro tem como meta principal o êxito na realização dos Jogos Rio 2016

Tânia Rêgo

Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

“Reafirmo os compromissos do governo brasileiro na organização dos Jogos Olímpicos e dos Jogos Paralímpicos, e reitero nosso apoio à preparação dos atletas que vão defender o País nos Jogos Rio 2016. Acredito que minha experiência de 13 anos de atuação no Ministério do Esporte será importante para reforçar a confiança dos parceiros governamentais e das entidades esportivas no aprofundamento da vitoriosa aliança que construímos ao longo destes anos de trabalho intenso”. Ao falar pela primeira vez como ministro do Esporte, na quinta-feira, 31, Ricardo Leyser, 45, mostrou estar consciente de sua principal tarefa neste momento à frente do Ministério: evitar que a turbulência política pela qual passa o País atrapalhe a realização dos Jogos Rio 2016. Experiência para lidar com tal situação ele tem: Leyser integra o Ministério desde que foi fundado, em 2003; já foi secretário nacional de Esporte Educacional e secretário executivo do Pan do Rio 2007; coordenou as ações federais na candidatura olímpica de 2016; e seguirá como secretario nacional de Esporte de Alto Rendimento, sendo responsável por coordenar, junto à Casa Civil, as ações do governo federal na preparação para os Jogos Rio 2016. Ele assumiu esse posto

Ricardo Leyser, novo ministro do Esporte, atua no Ministério desde a criação da pasta em 2003

em 2009, foi retirado em janeiro de 2015 pelo antigo ministro, George Hilton, mas voltou à função em novembro. “Agora há pelo menos uma pessoa que tem competência, que está no Ministério há muito tempo, que sabe o que faz. Estamos a pouco tempo da Olimpíada. Vamos torcer para que ele se estabilize e que as coisas melhorem com os projetos que estão sendo tocados. Claro que sendo ministro, o foco do Ricardo Leyser não será somente a Secretaria de Alto Rendimento, mas estará atento ao todo do Ministério, tendo que pensar também no esporte educacional, universitário e nas demais frentes”, analisou, ao O SÃO PAULO, Anderson Gurgel, professor universitário de marketing e jornalismo esportivo e estudioso de megaeventos de esportes.

Pensar além da olimpíada

Conforme declarou Leyser ao assumir o Ministério, o Brasil tem se preparado para que os Jogos Rio 2016 deixem um legado para as futuras gerações de esportistas, especialmente com a Rede Nacional de Treinamento, que visa interligar as diversas instalações esportivas no País para a formação de novos talentos e o treinamento de atletas e equipes olímpicas e paralímpicas. Um dos desafios do Ministro será assegurar que os esportistas de alto rendimento tenham condições de se manter entre os melhores do mundo após a Olimpíada. Atualmente, muitos destes estão entre os 6 mil beneficiários do Bolsa Atleta, mas diante do avanço da crise financeira do País, há incerteza sobre

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abrangência do programa nos próximos anos. Leyser também terá que lidar com as demandas do desporto escolar e universitário. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) repassa ao desporto escolar 10% do total de recursos que recebe da Lei Agnelo/Piva (Lei 10.264/11), que destina 2% do prêmio pago aos apostadores das loterias ao COB (85% do total) e ao Comitê Paralímpico Brasileiro (15%). Em audiência pública na Câmara dos Deputados, em abril de 2015, Antônio Hora Filho, presidente da Confederação Brasileira do Desporto Escolar, reclamou desse percentual. “Se o Brasil todo admite e reconhece que a base do esporte é a escola, todas as autoridades esportivas reconhecem que a gente tem de massificar o investimento no desporto escolar, nós precisamos inverter essa prioridade de investimentos, pois para manter uma entidade [COB] precisa gastar menos recursos do que para democratizar o esporte em todas as escolas do Brasil”, disse à época.

AGENDA ESPORTIVA Liga Nacional de Basquete (NBB) Oitavas de final QUINTA-FEIRA (7) 21h – Pinheiros x Minas (Ginásio do Pinheiros – rua Hans Nobiling, s/nº) SÁBADO (9) 19h15 – Pinheiros x Minas (Ginásio do Pinheiros) DOMINGO (10) Paulistão de Futebol – Série A1 16h – Corinthians x Novorizontino (Arena Corinthians)


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Brasilândia Divulgação

Divulgação

Matheus Maciel e Renata Moraes

Colaboradores de comunicação da Região

Para viver a misericórdia, Setor Cântaros peregrina à Porta Santa

Atendendo ao chamado do Papa Francisco para que no Ano Santo extraordinário da Misericórdia se realizem peregrinações às portas santas, na tarde do sábado, 2, os leigos e religiosos atuantes nas paróquias do Setor Pastoral Cântaros - Bom Pastor, São Francisco de Assis, São José Operário e Santa Teresinha do Menino Jesus peregrinaram à Igreja Nossa Senhora da Expectação, na Freguesia do Ó. Após a passagem pela Porta da Misericórdia, eles participaram da missa presidida por Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, e concelebrada por sacerdotes atuantes no Setor Cântaros, além dos padres Carlos Alves Ribeiro, pároco, e Adriano Robson Rodrigues, vigário paroquial, que naquele dia festejou dez anos de sua ordenação sacerdotal. Celebrando a liturgia do 2º Domingo de Páscoa, Dom Devair recordou que “Cristo é a misericórdia do Pai que se abre para nós”. Segundo o Bispo, “passar pela Porta Santa é um convite e um chamado de Deus, para que, em nossas vidas, nós sejamos distribuidores da misericórdia e que tenhamos atitudes de misericórdia uns para com os outros”. Ao comentar o evangelho do dia, citando o apóstolo Tomé, que duvidou da Ressurreição de Cristo, pois não a tinha visto, Dom Devair afirmou: “Toda esperança que os discípu-

Ricardo Souza

Com Dom Devair, leigos do Setor Cântaros peregrinam à Porta Santa, no sábado, 2

los tinham foi vencida na cruz. Tomé se sente perdido em sua fé e sem esperança. Ele precisa de um acontecimento em sua vida, onde Deus se manifeste”. O Bispo afirmou que os leigos devem reconhecer a presença de Cristo em todos os acontecimentos da vida. “Bem-aventurados são aqueles que acreditaram sem terem visto. Nós não vimos Jesus fisicamente, mas nós o vimos nos acontecimentos de nossas vidas. Cada vez que nós estávamos desanimados, Jesus foi sustento de nossa vida. Cada vez que a nossa esperança parecia ter sido derrotada, Cristo se fez presente. Cada vez que nós suplicamos, Deus vem ao nosso encontro”, encerrou. Essa foi a primeira peregrinação

de um setor pastoral à Porta Santa da Igreja Nossa Senhora da Expectação. Abaixo segue a agenda das próximas peregrinações: 23/04, 16h (sábado) - Peregrinação do Setor Nova Esperança 30/04, 16h (sábado) - Peregrinação dos coordenadores e missionários da Campanha da Mãe Peregrina. 21/05, 16h (sábado) - Peregrinação do Setor Freguesia do Ó 22/05, 17h (domingo) - Peregrinação e 2º Encontro Regional do Terço dos Homens 28/05, 16h (sábado) - Peregrinação dos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão e Ministros da Palavra.

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Com objetivo de trabalhar a formação integral do jovem, a Pastoral da Juventude da Região Brasilândia iniciou no sábado, 2, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Setor Pastoral Pereira Barreto, o projeto “roda de formação”, uma série de cinco encontros que serão realizados ao longo de 2016, voltados para as lideranças juvenis que estejam iniciando o trabalho ou já atuem nos grupos de jovens. O primeiro encontro, que tratou sobre a “Dimensão pessoal”, teve a presença de lideranças dos grupos de jovens da Região Brasilândia e agentes convidados das regiões Lapa, Santana e Sé. Com dinâmicas e momentos de partilha, os participantes puderam fazer uma autocrítica e analisar o próprio projeto de vida (quem sou eu? qual é a relação comigo mesmo?), e assim, também, os jovens refletiram sobre suas ações a serviço do Reino de Deus, e como isso acontece na relação em seus grupos e comunidades. Os próximos encontros serão sobre as dimensões: relacional, social, teológica e metodológica, tendo

Diego Duarte

‘Dimensão pessoal’ é tema da primeira ‘roda de formação’ da Pastoral da Juventude

como base o documento 85 da CNBB “Evangelização da Juventude – desafios e perspectivas pastorais” e também a série de livros do Centro de Capacitação da Juventude (CCJ) “Na trilha do grupo de jovens”. Participaram também dessa atividade o Padre Fabrício Mendes Moraes, vigário da Paróquia São Luís Maria Grignion de Montfort e assessor eclesiástico do Setor Juventude na Região Brasilândia, e Magali Oliveira, coor-

denadora da Pastoral da Juventude na Arquidiocese de São Paulo. O próximo encontro acontecerá em 14 de maio, das 14h às 17h, na Comunidade Santo Antônio (estrada de Taipas, 4.070, na Parada de Taipas), da Paróquia São Luis Maria Grignion Montfort. Após a formação, os jovens participarão de um show com bandas formadas por integrantes de pastorais. Outras informações pelo e-mail pjbrasilandia@pjsp.org.br.


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Peterson Prates

Colaborador de comunicação da Região

Saneamento básico: uma campanha para todo o ano “O objetivo deste encontro é motivar a continuidade da Campanha da Fraternidade após o tempo da Quaresma”, comentou Márcia Castro, da Pastoral Fé e Política, sobre o encontro regional da Campanha da Fraternidade Ecumênica, que acontecerá no dia 30, das 8h30 às 12h30, no Centro Pastoral São José (avenida Álvaro Ramos, 366, próximo à estação Belém do metrô). A atividade será uma continuidade do encontro, realizado em dezembro, de apresentação e motivação da Campanha, que neste ano tem como tema “Casa comum, nossa responsabilidade”, com enfoque sobre os problemas de saneamento básico no Brasil. “Agora é hora de se reencontrar, partilhar o que foi feito em cada comunidade e quais foram às experiências”, recordou Márcia. “Também é uma proposta de integração, socialização e motivação”, complementou. As paróquias e áreas pastorais da Região Belém se dividiram por território de abrangência nas subpre-

feituras de Aricanduva, Mooca, São Mateus, Vila Prudente e Sapopemba para assumir compromissos de trabalho para Campanha, divididos em duas partes - “nós e nossa comunidade”, para ações pastorais, e “nós e o poder público”, para ações de reivindicação e cobrança de implementações de políticas públicas nas áreas de distribuição de água potável, coleta de esgoto e lixo, e drenagem de recursos hídricos. “A gente sabe que a Campanha tem seu tempo forte na Quaresma, mas ela é para o ano todo; na verdade, para os anos que sucedem, porque são temáticas que não se encerram em 40 dias”, ponderou Márcia, que também comentou que o diálogo com o poder público é fundamental, a fim de que sejam implementadas políticas públicas em saneamento básico, reivindicadas pelas comunidades e trabalhadas com maior ênfase neste ano por força da Campanha. Na página da Região Belém no Portal da Arquidiocese de São

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Belém Luciney Martins/O SÃO PAULO

Saneamento básico é assunto em destaque na Campanha da Fraternidade Ecumênica

Paulo (http://arquisp.org.br) é possível assistir ao vídeo expositivo, apresentado em dezembro, no primeiro encontro, e saber quais

são as propostas de cada Subprefeitura, além de identificar em qual delas está localizado cada setor pastoral.

Diácono Carlos Ribeiro

Segue-me

Os diáconos permanentes da Arquidiocese de São Paulo encontraram-se no sábado, 2, no Centro Pastoral São José, com o Cardeal Scherer, arcebispo metropolitano. Os diáconos partilharam sobre as celebrações da Semana Santa e discutiram o diretório arquidiocesano do diaconato permanente. Eles puderam fazer sugestões de alteração no documento.

Em preparação para o 55º Encontro de Jovens com Cristo Segue-me, os jovens participaram de uma vigília eucarística, com o tema “Tu és meu filho amado, em ti faço o meu refúgio”. A Vigília teve início às 23h do sábado, 2, na Paróquia São Carlos Borromeu, na Vila Prudente, onde também acontecem outros encontros do “Segue-me”.

Mara Suzi

Peterson Prates

Os integrantes do Encontro de Casais com Cristo (ECC), da Região Episcopal Belém, realizaram na noite do sábado, 2, um baile flash back, na Paróquia São Filipe Neri, no Setor Pastoral Vila Alpina, para arrecadar fundos para os encontros que irão acontecer durante o ano. Ainda em 2016, outros eventos serão realizados com o mesmo propósito.

As crianças da Catequese da Comunidade Sagrada Família, da Paróquia Nossa Senhora da Esperança, peregrinaram no sábado, 2, à Porta Santa da Paróquia-santuário Nossa Senhora do Sagrado Coração, na Vila Formosa. As crianças passaram pela Porta e puderam conhecer mais sobre o Ano Santo extraordinário da Misericórdia, com a explicação dos catequistas.


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Ipiranga

Lígia Cassia Velardi

Colaboração especial para a Região

Há 50 anos com a Imaculada Conceição Deia silva

Dom Odilo preside missa de abertura das comemorações dos 50 anos da Paróquia

A Paróquia Imaculada Conceição, no Setor Pastoral Ipiranga, realizou no último fim de semana, dias 2 e 3, diversas atividades em virtude do início dos preparativos de seu Jubileu de Ouro. Na noite do sábado, 2, houve apresentação dos corais “Sapore d’Itália”, “Grupo de Canto Pastoral de São Paulo” e “Instituto Baccarelli”. No domingo, 3, as atividades começaram

com almoço festivo, apresentações de grupos paroquiais e com a confraternização dos integrantes das diversas equipes, unindo paroquianos mais antigos aos que chegaram recentemente na comunidade. O Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, presidiu, no começo da noite do domingo, a solene celebração eucarística que abriu oficialmente as come-

morações dos 50 anos de fundação da Paróquia, concelebrada pelos padres Boris Nef Ulloa, pároco, Israel Mendes, vigário paroquial, Cícero França, reitor do seminário arquidiocesano Bom Pastor, e demais sacerdotes. Dom Odilo, na homilia, exortou a comunidade a “escrever mais 50 anos de história com entusiasmo e alegria, com força e ânimo renovados”. O Arcebispo lembrou o importante papel dessa igreja que, antes de se tornar Paróquia, em 9 de fevereiro de 1967, foi a capela do então Seminário Central do Ipiranga. “Foi neste templo - ressaltou o Arcebispo - que muitos padres se formaram, tendo, na então capela, o espaço apropriado para a oração e para as celebrações”. Ao final da missa, foram abençoadas imagens da Imaculada Conceição, trazidas pelos integrantes do “Projeto Pastoral Jubileu de Ouro”, que tem movimentado a comunidade paroquial desde fevereiro de 2015,

Santana

com o objetivo de propor e executar um novo projeto pastoral e missionário. Os preparativos para as comemorações dos 50 anos iniciaram-se no primeiro semestre de 2015, com “Censo Paroquial”, que alicerçou as bases para novas atividades e ações que irão dinamizar toda a vida paroquial. O Censo foi respondido pela comunidade, não só para conhecer os paroquianos, mas para saber das pessoas seus desejos e anseios para a comunidade. Algumas atividades de trabalho pastoral e missionário já se encontram em andamento, sendo 54 no total. Da missa presidida por Dom Odilo, participaram lideranças das pastorais, paroquianos, religiosos, religiosas e seminaristas. “Sigamos o caminho que o Senhor nos propõe, com fé ativa, amor oblativo e esperança perseverante (cf. 1Ts 1,3)”, afirmou Padre Boris.

Diácono Francisco Gonçalves

Colaborador de comunicação da Região

Padre Andrés Marengo é o novo coordenador regional de pastoral Diácono Francisco Gonçalves

Padre Andrés Marengo (de camisa preta à frente) em foto com membros do CRP

Padre Andrés Gustavo Marengo, pároco da Paróquia Natividade do Senhor, foi apresentado por Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, como novo coordenador regional de pastoral, durante reunião do Conselho Regional de Pastoral (CRP), no sábado, 2, na Cúria de Santana. Na ocasião, o Padre falou sobre a Encíclica Laudato si’, do Papa FrancisValdeir Dedé

co, evidenciando que tudo no mundo, a Casa comum, está em relação. Ao comentar sobre a Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano, o Sacerdote enfatizou que todos são corresponsáveis pelo meio ambiente. “Que tipo de mundo queremos deixar a quem vai suceder-nos, às crianças que estão crescendo? Com que finalidade passamos por este mundo? Para que viemos a esta vida?

Por ocasião das festividades do aniversário do Padre Cícero Romão Batista (18441934) e tendo em vista seu processo de reconciliação pela Igreja, a Arquidiocese de São Paulo, por meio de Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, empossou, em 20 de março, o Padre João Evangelista de Sousa como capelão da Capela Imaculada Conceição, situada no Centro de Tradições Nordestinas (CTN). Na ocasião, um quadro do Padre Cícero foi entronizado na Capela por Dom Sergio, diante da presença de Cristina Abreu, presidente do CTN, e de sua filha, Christiane Abreu.

Para que trabalhamos e lutamos? Que necessidade tem de nós esta terra?”, indagou o Padre, com base em apontamentos da Laudato si’ (n.160). O Padre elencou dez temas transversais a partir da Encíclica: 1) Relação íntima entre os pobres e a fragilidade do planeta; 2) Convicção de que tudo está estreitamente interligado no mundo; 3) Crítica do novo paradigma e das formas de poder que derivam da tecnologia; 4) Convite a procurar outras maneiras de entender a economia e o progresso; 5) Valor próprio de cada criatura; 6) Sentido humano da ecologia; 7) Necessidade de debates sinceros e honestos; 8) Grave responsabilidade da política internacional e local; 9) Cultura do descarte; 10) Proposta de um novo estilo de vida. O Coordenador Regional de Pastoral ressaltou, ao final de sua exposição, o papel significativo do apelo do Papa Francisco àqueles que detêm

cargos políticos, para que se distanciem da lógica “eficientista e imediatista” hoje dominante: “se ele tiver a coragem de o fazer, poderá novamente reconhecer a dignidade que Deus lhe deu como pessoa e deixará, depois da sua passagem por esta história, um testemunho de generosa responsabilidade”, conforme consta na Laudato si’ (181). Dom Sergio concluiu a reunião estimulando os participantes do CRP a fazerem a si mesmos a seguinte pergunta: “como integrar o cuidado da Casa comum na minha pastoral?” O Bispo ainda apontou algumas datas importantes para serem agendadas: 1º de maio, romaria da Arquidiocese a Aparecida; 12 de julho, às 10h, na Catedral da Sé, celebração dos 50 anos de ordenação episcopal do Cardeal Arns, arcebispo emérito de São Paulo; e 4 de junho, às 9h, reunião do CRP na Cúria de Santana. Eldino José Pereira

No sábado, 2, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, conferiu a 1ª Comunhão a 30 crianças na Paróquia Santa Rosa de Lima, no Setor Pastoral Tremembé, em missa concelebrada pelo Padre Roberto Fernando Lacerda, pároco.


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Benigno Naveira

Colaborador de comunicação da Região

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Lapa

Em encontro, líderes das pastorais ressaltam atenção da Igreja à família Com a participação de 90 integrantes das pastorais atuantes na Região Lapa, aconteceu no sábado, 2, o conselho regional de pastoral, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no Setor Leopoldina. A reunião, conforme explicou Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, teve por objetivo avaliar, discutir e articular o planejamento que envolve a evangelização da Pastoral Familiar; as ações pelo Ano Santo extraordinário da Misericórdia; e o destaque pastoral “Igreja – lugar de animação bíblica da vida e da pastoral”. Após conduzir a oração inicial, o Padre Raimundo Rosimar, citando São João Paulo II, comentou que “a

família é a célula mater da sociedade”. O Padre lembrou que a Pastoral Familiar atua em conjunto com outas pastorais, como o Batismo, Catequese, Crisma e da Terceira Idade, tendo em vista a formação das famílias; e também na preparação dos noivos ao sacramento do Matrimônio. Padre Geraldo Pereira, na sequência do encontro, indicou que a “Palavra de Deus é o espaço da presença de Cristo na Igreja. Esta se alimenta da Palavra para continuar sua caminhada”. Ele refletiu, ainda, sobre a Igreja discípula, missionária e profética, alimentada pela “Palavra de Deus e pela Eucaristia”, que tem como objetivo resgatar a concepção e o significado de uma Catequese evangelizadora e

Benigno Naveira

Integrantes da Pastoral Familiar nos setores detalham atividades que realizam

transformadora, integrando a teoria e a prática, para atender às novas exigências da Catequese em sua renovação da atual estrutura eclesial, oferecendo ao catequista formação para o exercício do ministério da Catequese e da prática pastoral. Dom Julio falou sobre a realiza-

ção da Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano, sobre as obras de misericórdia corporal e espiritual, e ressaltou que “Jesus Cristo é o rosto da misericórdia”. O Bispo também explicou sobre a proposta do sínodo arquidiocesano. Ao final, ele agradeceu a participação de todos.

Conectados ao mundo a partir da Área Pastoral São João Batista A Área Pastoral São João Batista, no Setor Butantã, tem oferecido aulas de computação semanais. Os participantes aprendem a fazer uso do computador, a acessar a internet e a redigir textos. Há três turmas, com 14 pessoas ao todo, em aulas ministradas por outros fiéis. Os oito computadores utilizados foram obtidos com doações. Em conversa com a reportagem da Pastoral da Comunicação da Região Lapa, o Padre Daniel Koo, vigá-

rio paroquial, explicou que o curso visa a inclusão dos participantes na atual sociedade da informação. O Sacerdote fez menção, ainda, à Encíclica Populorum Progressio, de Paulo VI, a qual indica que todos devem ter as mesmas condições de participar da sociedade e do desenvolvimento social. Nesse sentido, o curso ajuda os fiéis a alcançarem a igualdade de direitos no acesso aos serviços de informática e à tecnologia da informação.

Benigno Naveira

Padre Daniel Koo junto aos participantes do curso de computação em área pastoral

Ricardo Krzetowski e Sulamit Pedrassoli Colaboração especial para a Região

Comunidade polonesa une-se na Festa da Divina Misericórdia Com uma solenidade bilíngue em português e polonês, foi realizada no domingo, 3, a Festa da Divina Misericórdia na Igreja Nossa Senhora Auxiliadora, no Setor Pastoral Bom Retiro, onde está instalada a Capela Pessoal Polonesa. A solenidade, presidida pelo Padre Miroslaw Matyja, sacerdote jesuíta polonês, e concelebrada pelo Padre Edmilson Moraes, pároco, foi iniciada às 10h. Neste horário, eram 15h em Cracóvia, na Polônia, a Hora da Misericórdia no domingo seguinte à Páscoa, como está descrito no número 1.320 do Diário de Santa Faustina, o escrito de memórias com revelações e conhecimentos sobre a divina misericórdia. Padre Miroslaw, na homilia, contou sua experiência em Cracóvia, onde foi ordenado 29 de junho de 1994, na Basílica do Sagrado Cora-

ção de Jesus dos padres Jesuítas. Ele explicou que, tradicionalmente, um ou dois sacerdotes recém-ordenados são convidados para passar alguns dias na casa das irmãs onde vivia Santa Faustina (1905-1938) e onde está o original do quadro de Jesus Misericordioso. O Padre ficou dez dias na casa atendendo as pessoas e ouvindo confissões dos peregrinos, com muitos testemunhando ter recebido bênçãos. O Sacerdote enfatizou que a misericórdia é mais do que um simples gesto, é abraçar e apertar o coração e transmitir ao outro aquilo que se sente por dentro: compaixão e perdão como uma realidade concreta. Ao longo da Solenidade, sacerdotes dos Missionários de São Francisco Xavier atenderam confissões. Na Festa da Divina Misericórdia quem confessa e recebe a comunhão alcança

Sulamit Pedrassoli

Fiéis da comunidade católica polonesa posam para foto com o Padre Miroslaw Matyja

indulgência plenária, conforme consta no Diário de Santa Faustina, no número 1.109. A organista da Catedral da Sé, Marina Hodgkin, dirigiu o Coral Polonês, que entoou o “Hino para o Ano Santo da Misericórdia” na procissão de entrada da celebração, com os membros da comunidade polonesa vestidos em trajes típicos. Na procis-

são das oferendas foram apresentadas 33 rosas vermelhas, em alusão aos sofrimentos de Santa Faustina, que morreu aos 33 anos. Estampas de Jesus Misericordioso foram distribuídas aos fiéis e abençoadas junto a outros objetos. Ao final, houve a reza do Terço da Misericórdia, conforme consta no número 476 do Diário de Santa Faustina.


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Luciney Martins/O SÃO PAULO - abr.2015

Até o dia 15 deste mês, bispos de todo o Brasil participam da 54ª Assembleia Geral da CNBB, que tem com tema ‘Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade – Sal da Terra e Luz no Mundo’

Na Assembleia Geral da CNBB, bispos destacarão a vida e missão dos leigos Fernando Geronazzo

Especial para O SÃO PAULO

“Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade – Sal da Terra e Luz no Mundo” é o tema central da 54ª Assembleia Geral da CNBB, aberta na quartafeira, 6, em Aparecida (SP). São esperados para o evento, que segue até o dia 15, aproximadamente 320 bispos, entre ativos e eméritos, dos 18 regionais da Conferência. A reflexão sobre o tema central foi iniciada em 2014, durante a 52ª edição da Assembleia dos Bispos, que resultou na publicação do documento de estudo 107. Na Assembleia de 2015 foi aprovada uma nova edição ampliada do estudo (107A), com revisões e emendas. Após receber novas contribuições dos bispos e de leigos engajados em diversas partes do Brasil, uma nova versão do texto será apresentada ao episcopado nesta Assembleia, que poderá ser aprovado e publicado como um documento oficial da CNBB. O bispo de Caçador (SC) e presidente da Comissão Episcopal para o Laicato, Dom Severino Clasen, explicou, ao O SÃO PAULO, que o texto agora tem uma linguagem mais simples e direta que as versões anteriores. “Somos nós, os bispos, falando diretamente para os nossos queridos cristãos leigos pela grande colaboração que eles trazem para a Igreja e para a sociedade. Queremos, em primeiro lugar, agradecer e dar todo esse apoio e incentivo ao papel importantíssimo que eles têm”, afirmou. Ainda de acordo com o Bispo, o texto reforça o papel do leigo enquanto sujeito da vida eclesial, não como alguém que está a serviço da hierarquia. “Os leigos são também Igreja e, por isso, é preciso que assumam o seu papel como protagonistas e sujeitos dessa Igreja. Cada um tem a sua função dentro de um corpo, cuja cabeça é Cristo”. Ao longo destes dois anos, foram muitas as contribuições vindas de todas as partes da Igreja no Brasil. Entre as propostas que chamaram a atenção da

Comissão para o Laicato, Dom Severino apontou as sugestões quanto à necessidade de uma linguagem mais simples e direta, além do destaque maior para os pronunciamentos do Papa Francisco sobre o tema, assim como referências ao Documento de Aparecida e aos textos da própria CNBB. “Há um acréscimo considerável nesse sentido. Os próprios documentos do Concílio Vaticano II e a Exortação Apóstólica Pós-sinodal Christifideles laici [de São João Paulo II] são de grande contribuição”, acrescentou, informando, ainda, que o texto está “recheado de citações” que valorizam a riqueza daquilo que a Igreja já escreveu sobre o tema.

a família, questões sobre a liturgia na vida da Igreja, as mudanças do quadro religioso no País e a conjuntura político-social. Também será publicado o novo volume da série “Pensando o Brasil”, que apresenta a visão do episcopado brasileiro acerca de temas da realidade do País, este ano com o tema “Crises e superações”. Em 2014, na 52ª Assembleia Geral, foi elaborado o primeiro volume do subsídio, que tratou dos “Desafios diante das eleições 2014”, com indicações para o pleito eleitoral que estava em curso. No ano passado, o texto aborReprodução dou as desigualdades. Em 2016, os bispos devem dar pistas para as eleições municipais.

‘Em saída’

Entre os temas diversos, há um que está relacionado à questão do Batismo e registro de crianças adotadas por casais do mesmo sexo. O bispo de Osasco (SP) e presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família, Dom João Bosco Barbosa de Sousa, explicou à reportagem que essa é uma questão que já foi tratada em outros encontros do episcopado diante de uma realidade que está surgindo e que, muitas vezes, tem gerado dúvida quanto ao modo de proceder diante dessas situações. “É preciso que tenhamos muita clareza”, afirmou. Dom João Bosco disse, ainda, que esse tema será tratado na perspectiva do que o Papa Francisco tem abordado sobre a necessidade de uma acolhida com misericórdia, uma vez que já há pessoas de diferentes situações que buscam batizar as crianças que es-

O texto também traz as recentes contribuições do Magistério do Papa Francisco, especialmente da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium e da Encíclica Laudato si’. Na perspectiva do conceito de “Igreja em saída”, reforçada pelo Papa Francisco, a proposta de documento do episcopado dá destaque para a índole secular da vida e da missão dos cristãos leigos. “Que o leigo não fique preso à parte interna da Igreja. O específico do leigo é o mundo secular, é onde ele tem sua família, seu emprego, sua atuação social. Essa é a injeção de ânimo que nós queremos dar, que o leigo se torne fermento na massa, que se sinta como ramo da videira ligada ao tronco, que é o Cristo”.

Eleições e momento político

Entre os temas prioritários previstos estão o recente Sínodo dos Bispos sobre

Família em foco

tão sob sua responsabilidade legal. “É muito importe lembrarmos que o Papa Francisco, nos seus pronunciamentos, e a própria Igreja jamais mudaram qualquer aspecto da doutrina a respeito dessas questões. Porém, é necessário que nós acolhamos todas as pessoas com o respeito e a dignidade devidos”, reiterou o Bispo. Outro tema relacionado à família é a proposta de um vade mecum, isto é, um livro de referência, do Motu Proprio Mitis Iudex Dominus Iesus, do Papa Francisco, que apresenta mudanças nos processos de verificação de nulidade matrimonial, em vigor desde dezembro do ano passado. “Temos uma grande expectativa de que haja um esclarecimento para todas as dioceses, uma vez que o Motu Proprio estabelece alguns princípios básicos, mas não detalha, não norteia aqueles que irão atuar nessa área dos tribunais diocesanos nas causas de nulidade que o Papa Francisco chama de evidentes”, comentou Dom João Bosco, que reiterou, ainda, que essas mudanças são referentes à maneira de conduzir os processos e não às causas e motivações para que seja declarada a nulidade de um Matrimônio. “São muitos os casos de segunda união que poderão ser regularizados a partir dessa norma que não modifica os princípios, mas somente os ritos processuais”, complementou.

Programação

A 54ª Assembleia Geral da CNBB foi iniciada às 7h30, da quarta-feira, 6, com uma missa no Santuário Nacional de Aparecida. Em seguida, acontece a cerimônia de instalação da Assembleia, no auditório do Centro de Eventos Padre Vítor Coelho, onde acontecerão os trabalhos, que serão desenvolvidos em quatro sessões. No sábado, 9, e no domingo, 10, acontece o retiro espiritual dos bispos, este ano, orientado pelo presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, o Cardeal Gianfranco Ravasi. As atividades seguem até o dia 15.


www.arquisp.org.br | 6 a 12 de abril de 2016

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‘Sejam sinais da misericórdia de Deus em todos os lugares’ Luciney Martins/O SÃO PAULO

Leigos peregrinaram à Porta Santa da Catedral da Sé, no domingo, 3, e participaram de missa presidida pelo Cardeal odilo pedro Scherer Renata Moraes

jornalismorenata@gmail.com

“Hoje é um domingo especial para a Igreja. Conclui-se a Oitava da Páscoa. E neste dia, a liturgia faz menção ao Batismo, à graça do Sacramento que recebemos e à fé que professamos. Recordar o nosso Batismo no final da festa da Páscoa é pedir a graça da alegria da fé, da força e do testemunho. Tempo de valorizarmos o que somos: filhos e filhas de Deus e membros da Igreja de Cristo”. Com estas palavras, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, iniciou a homilia da missa do domingo, 3, na Catedral da Sé, no dia em que os leigos de associações, movimentos e novas comunidades da Arquidiocese de São Paulo peregrinaram à Porta Santa da Catedral. Antes da missa, vindos de diferentes regiões da Cidade, os leigos concentraram-se na praça da Sé e em procissão

Leigos atuantes em movimentos, associações e novas comunidades dão testemunho público de fé no domingo, 3, ao peregrinar à Porta Santa

caminharam até a Catedral, passando pela Porta Santa, cumprindo, assim, um dos itinerários de fé previstos para este Jubileu extraordinário da Misericórdia: “a peregrinação é um sinal peculiar no Ano Santo, enquanto ícone do caminho que cada pessoa realiza na sua existência”, conforme indica o Papa Francisco na Bula Misericordiae Vultus. Também Dom Odilo, em sua Carta Pastoral “Misericordiosos como o Pai”, escreve sobre o significado do rito. “PasLuciney Martins/O SÃO PAULO

Após a missa do domingo, 3, na Catedral da Sé, houve a apresentação do musical “Pela Manhã vem a Alegria”, sob a regência de Walter Chamum, com a participação do Coral “A Tempo”, narrando os últimos momentos da vida de Jesus e de sua Ressurreição.

sar pela Porta Santa é uma ação simbólica e deve significar nossa atitude de fé em Deus misericordioso, bem como nosso desejo de obter misericórdia e indulgência da parte de Deus”. “A emoção de estar aqui é ímpar, passar pela Porta Santa, receber a Eucaristia, acolher e receber a misericórdia de Deus, edifica ainda mais a nossa fé”, afirmou, ao O SÃO PAULO, a leiga Silvia Consenti Lencioni, 52, da Comunidade Maranata. Silvia é casada com Emílio Lencioni Júnior e há 17 anos atua na Pastoral Familiar fundada há 35 anos no bairro da Casa Verde pelo Padre Antônio Marcos Girardi, atual diretor espiritual da Comunidade. Os jovens André Amaral, 36, e Ederson Teixeira, 32, da Comunidade de Aliança Trilha da Luz, junto a outros membros da Comunidade, também foram à peregrinação. “Foi muito enriquecedor hoje ter a oportunidade de poder receber as indulgências plenárias por meio da Porta Santa. Mais um momento de fé na minha vida, assim como quando eu participei

do Ano Jubilar em 2000, em Roma”, expressou André. Ederson, cofundador da Trilha da Luz, descreveu o carisma da comunidade criada em 2011 na Paróquia Santa Inês, na Região Episcopal Santana: “Somos chamados a seguir os passos de Cristo ao Calvário e, nele, tomar a cruz, saber sofrer e seguir sem vacilar, sempre com um olhar voltado para o Ressuscitado, a partir da via-crúcis”. A celebração do 2º Domingo da Páscoa também marca a Festa da Divina Misericórdia, instituída por São Joao Paulo II, em 2000. Nesse sentido, o Cardeal Scherer convidou os leigos a renovarem sua confiança na infinita misericórdia de Deus, que é maior que todos os pecados, e exortou-lhes a serem testemunhas do amor de Deus. “Que vocês sejam sinais da misericórdia de Deus em todos os lugares”. E completou, citando o Papa Francisco: “Que as nossas comunidades, pequenas ou grandes, e que as famílias sejam oásis, ilhas de misericórdia, lugar de esperança, repouso e alegria. Sejamos mensageiros e missionários da misericórdia”.

Aos 102 anos, morre Cônego Luiz Geraldo Amaral Mello Luciney Martins/O SÃO PAULO - set.2013

Renata Moraes

jornalismorenata@gmail.com

Cônego Geraldo no seu centenário, em 2013

Integrante do Cabido Metropolitano, o Cônego Luiz Geraldo Amaral Mello morreu na manhã da terça-feira, 5, aos 102 anos, após um período de internação no Hospital Albert Einstein. A missa de 7º Dia será na segunda-feira, 11, às 17h, na Cateral da Sé. O corpo do Cônego foi velado na Catedral, ainda no dia 5, onde também aconteceu a missa exequial, presidida pelo Cardeal Scherer, arcebispo metropolitano, e concelebrada pelo Cardeal Cláudio Hummes, arcebispo emérito, e por bispos auxiliares e padres. Após a celebração, aconteceu o sepultamento no cemitério Santíssimo Sacramento, no Sumaré.

Na comemoração do seu centenário, em setembro de 2013, foi realizada uma missa na Catedral da Sé, presidida pelo Cardeal Scherer. Na ocasião, o Cônego, que era arcediago (chefe do Cabido dos cônegos), falou sobre sua vida sacerdotal. “Nessa trajetória toda, em um momento sequer vacilei na minha escolha”. Sua prece naquele dia foi de que ainda no pouco tempo que lhe restava de vida, que permanecesse leal ao seu chamado. “Fiel aquele projeto de vida, àquela promessa que fiz, ser fiel a minha vocação”. Em 2015, Cônego Geraldo foi homenageado pelo seu serviço sacerdotal como o padre mais idoso da Arquidiocese, ao receber a Medalha São Paulo Apóstolo. Em 8 de dezembro de 2016, completaria 78 anos de sacerdócio.

Natural de São Paulo, Cônego Geraldo foi ordenado presbítero em 1938, na Igreja Santa Efigênia, pelo então arcebispo de São Paulo, Dom José Gaspar d´Afonseca e Silva. Dentre as atividades exercidas na Igreja em São Paulo, o Cônego foi diretor espiritual da Pia União das Filhas de Maria e das Domésticas da Casa Pia São Vicente de Paulo (1940); diretor espiritual do Seminário Central do Ipiranga (1942-1951); diretor espiritual das Mães Cristãs (1953-1960); arcipreste do Cabido Metropolitano (1976); diretor do Seminário Preparatório (1977-1978); e presidente e arcediago do Cabido Metropolitano, além de cura da Catedral da Sé. (Com informações do Portal da Arquidiocese e do arquivo do O SÃO PAULO)


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