Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 61 | Edição 3108 | 30 de junho a 5 de julho de 2016
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Papa recorda genocídio armênio e defende a paz Em visita à Armênia, entre os dias 24 e 26, o Papa Francisco voltou a chamar de genocídio os assassinatos de armênios pelo Império Turco Otomano, entre 1915 e 1922. Em declaração conjunta, o Pontífice e o líder da Igreja
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| DOM PAULO |
| Semanário da Arquidiocese de São Paulo
50 anos de Episcopado |
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| Edição Especial | 30 de junho de 2016
Cardeal Dom Paulo
Há 50 anos, testemunha da esperança Luciney Martins/O SÃO PAULO
CArdEAl odilo PEdro SChErEr
ArCEbiSPo mEtroPolitAno dE São PAulo
O
dia 2 de maio de 1966 foi de bênção e esperança para a Igreja: foi quando o Beato Paulo VI nomeou Frei Paulo Evaristo como bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo. o Pouco conhecido em São Paulo até então, jovem novo bispo viria a se tornar uma personalidade identificada com a cidade de São Paulo, não apenas pelo nome, mas pela sua vida e seu testemunho de pastor da Igreja. Há 50 anos, no dia 3 de julho de 1966, Frei Paulo Evaristo Arns foi ordenado bispo pela imposição das mãos do Cardeal Agnelo Rossi, então arcebispo de São Paulo, de Dom Anselmo Pietrulla, bispo de Tubarão (SC), e de Dom Honorato Piazzera, bispo coadjutor de Lages (SC). A cerimônia aconteceu na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, em Forquilhinha, pequena cidade de Santa Catarina, que viu nascer o menino Paulo Evaristo aos 14 de setembro de 1921. A comunidade local, formada por descendentes de imigrantes alemães, alegrou-se imensamente, junto com a numerosa família Arns, que contava com vários membros e consagrados a Deus na vida sacerdotal religiosa. Alegrou-se também a Ordem dos Frades Franciscanos Menores, que tinha comcomo e membros seus Frei Paulo entre petente professor de francês, letras clássicas, filosofia, história da Igreja e patrística, em
Apostólica Armênia, Karelin II, alertaram sobre as perseguições religiosas e fundamentalismos no Oriente Médio. No retorno a Roma, o Papa falou sobre temas da Igreja e da sociedade. Páginas 8 e 9
Petrópolis (RJ) e Curitiba (PR).
(Continua na página 2)
President of the Republic of Armenia
Nos 50 anos de episcopado de Dom Paulo Evaristo Arns, O SÃO PAULO apresenta caderno especial com os feitos do “Cardeal da Esperança”, seus pensamentos sobre a fé e a sociedade, além de testemunho de leitores sobre vivências com o Arcebispo emérito de São Paulo.
Encontro com o Pastor ‘A Igreja festeja São Pedro e São Paulo, apóstolos e mártires de Cristo’ Página 3
Editorial Políticos: quanto mais sozinhos, mais chances têm de errar Página 2
Espiritualidade Papa Francisco e Karelin II, líder da Igreja Apostólica Armênia, regam planta como sinal da paz, na praça da República, em Yerevan, na Armênia
Estados parcelam R$ 50 bi de dívidas com a União
Paróquia São João Batista completa 80 anos
São Josemaria Escrivá é recordado na CatedraL
O governo do presidente interino Michel Temer renegociou a dívida dos estados com a União. Até 2018, estados deixarão de pagar R$ 50 bilhões. Waldemir Luiz de Quadros, professor de Economia da PUC-SP, destaca que só a renegociação não resolve problema sistemático do endividamento.
Com missa solene presidida pelo Cardeal Scherer, no domingo, 26, foram concluídos os festejos pelos 80 anos da Paróquia São João Batista, no Setor Pastoral Carrão/ Vila Formosa da Região Belém. Fundada em 1936, a Paróquia foi construída pelos padres palotinos e ainda hoje é por eles mantida.
Um “santo do nosso tempo”. Assim o Cardeal Scherer, arcebispo metropolitano, referiu-se a São Josemaria Escrivá, em missa no sábado, 25, na Catedral da Sé. Fundador da Prelazia Pessoal da Santa Cruz e Opus Dei, Escrivá foi canonizado em 2002 e é recordado pela Igreja em 26 de junho.
Página 7
Página 15
Página 6
Dom Sergio de Deus Borges: ‘Missionários da misericórdia’ Página 5
Fé e Cidadania Padre Sancley Lopes Gondim: ‘Formas de escravidão moderna e Doutrina Social’ Página 5
2 | Ponto de Vista |
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Editorial
Confiança nos políticos?
O
s escândalos de corrupção e a decepção com homens públicos antes considerados exemplares têm feito muita gente perder a esperança na política e a confiança nos políticos. Bom sinal, se estamos mais realistas e alertas diante dos demagogos. Péssimo sinal, se a desesperança está nos levando à indiferença, à apatia e até ao cinismo diante do compromisso político a que somos chamados. Se a menina houve das mulheres adultas que “todos os homens são iguais”, não terá motivos para exigir dos jovens um comportamento exemplar, que a respeitem e a amem tal como ela deseja e merece. A jovem tem que saber que os homens não são todos iguais e que vale a pena procurar e escolher
o homem certo. Do mesmo modo, os eleitores têm que saber que os políticos não são todos iguais, e devem procurar os honestos e bem-intencionados e acompanhá-los em sua caminhada – pois eles não são diferentes de nós e quanto mais ficam sozinhos, mais chances têm de errar. A Bíblia está repleta de admoestações para que não confiemos nas forças dos homens, nos poderes do mundo ou até em nós mesmos. Mas nos esquecemos dessa sabedoria e acabamos depositando confiança e esperança imerecidas na política. Depois nos decepcionamos quando nos deparamos com os pecados e os erros dos políticos. Nossa esperança e nossa confiança estão no Senhor, não nos homens. Mas
confiar Naquele que nos ama e nos dá a liberdade, significa fazer com nossos irmãos um caminho rumo ao bem comum. Jornada incerta e contraditória, como nosso coração, com avanços e retrocessos, como nossa ascensão espiritual rumo a Deus. Os bons confessores sabem que a conversão é um caminho progressivo, pelo qual vamos tomando consciência de nossos pecados e nos tornando melhores. Também o Brasil está num caminho progressivo, em que as estruturas políticas e a ética dos personagens públicos vão melhorando pouco a pouco. Isso não quer dizer conivência ou aceitação da corrupção, mas a paciência e a dedicação de ir construindo aos poucos um País melhor. Quer dizer:
exigir que os desvios sejam apurados; os erros, corrigidos; os culpados, penalizados. Mas também quer dizer formar os jovens, acompanhar os políticos para que não percam de vista aqueles que os elegeram, valorizar as comunidades e associações onde esses políticos podem ser ajudados a manter ou até mesmo recuperar os ideais e a ética com que começaram suas trajetórias na vida pública. Na política, a alegria do Evangelho não é experimentada ao se encontrar políticos angelicais ou utopias perfeitas. Essas coisas nunca acontecerão nesta vida. Na política, experimentamos essa alegria ao nos descobrirmos irmãos que trabalham juntos pelo bem comum, amparados por um Pai que nos ama.
Opinião
A pessoa entre o sentido comunitário e a autonomia individual Arte: Sergio Ricciuto Conte
Gustavo Adolfo P. D. Santos Na democracia fundada no Estado de direito, a proteção da liberdade de consciência e a tolerância das diferenças são princípios centrais para o ordenamento das relações entre indivíduos e grupos. A luta contra os vários tipos de discriminação, que se traduzem numa negação do acesso de determinados indivíduos a certos direitos e condições que, em princípio, deveriam ser universalmente disponíveis, é uma expressão da defesa desses valores. O desenvolvimento do indivíduo na liberdade e na autoafirmação, no entanto, não se dá num vácuo. Como ser essencialmente social, a pessoa existe e se realiza no contexto de relações, normas e tradições compartilhadas. O sociólogo norte-americano Robert Nisbet (1913-1996) alertou sobre a progressiva ênfase posta sobre a relação entre o indivíduo portador de direitos e o Estado garantidor dos mesmos, que destitui os agrupamentos intermediários de suas funções e de sua autoridade social. A vida concreta não acontece, porém, num espaço abstrato de disputa por direitos individuais, mas em famílias, comunidades de crença, associações. A verdade que eu busco, encontro e vivo nunca é totalmente minha propriedade – eu a devo a uma cadeia de relações históricas e sociais. Nessas relações e comunidades, muitas vezes, os participantes não ocupam todos a
mesma posição, e se submetem a normas que se limitam a gama de escolhas individuais possíveis, possibilitam a concretização de um sentido da vida que transcende a individualidade isolada. As relações familiares, ou as baseadas no compartilhamento da fé, são exemplos dessa realidade. No Brasil, os jornais recentemente noticiaram polêmicas em torno da introdução de conteúdos
relativos à chamada ideologia de gênero nos currículos escolares dos ensinos fundamental e médio. A visão tradicional da complementaridade entre homem e mulher e o direito da criança ao conhecimento e à criação por seus progenitores biológicos na família vai assumindo, nesse contexto, ares de limitação dos direitos individuais – não os das crianças, é claro, que não são consideradas nesses raciocínios tipica-
mente individualistas. Poderá chegar o ponto em que afirmar o caráter privilegiado do casamento tradicional para a criação dos filhos será considerado um ato discriminatório e ilegal. Por detrás dessas e outras incursões do Estado na vida social e comunitária das pessoas, pode-se encontrar uma concepção que vê cada pessoa como radicalmente livre para definir a própria realidade – e as práticas correspondentes – nas mais variadas dimensões. Essa autonomia radical não teria limites, a não ser a interferência na vida e no bem-estar alheios (o famoso “princípio da injúria”, definido por John Stuart Mill). No entanto, como lembrou São João Paulo II, a democracia não pode abrir mão da referência a uma “reta concepção da pessoa humana”. Isso significa, entre outras coisas, respeitar o espaço e a autoridade das diversas comunidades éticas, sejam elas laicas ou religiosas, em que o ser humano se constrói. Entre a defesa dos direitos e da liberdade individual e o respeito à autoridade e autonomia das comunidades éticas nas quais todo indivíduo se desenvolve, um caminho de equilíbrio e razoabilidade precisa ser encontrado, sob pena de ferir os próprios indivíduos cujos direitos o Estado moderno tem como função garantir. Gustavo Adolfo P. D. Santos, PhD em Teoria Política (Catholic University of America); Gerente de Programas – Oficina Municipal.
As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.
Semanário da Arquidiocese de São Paulo
Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator chefe: Daniel Gomes • Reportagem: Cônego Antônio Aparecido Pereira, Edcarlos Bispo, Filipe David, Nayá Fernandes e Fernando Geronazzo • Institucional: Rafael Alberto e Renata Moraes • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Secretaria de Redação: Djeny Amanda • Assinaturas: Ariane Vital • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Revisão: Maria Aparecida Ferreira • Impressão: S.A. O ESTADO DE S. PAULO • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.
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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo
N
o dia 29 de junho, a Igreja festeja São Pedro e São Paulo, apóstolos e mártires de Cristo; sua memória é honrada especialmente em Roma, onde seu sangue foi derramado como testemunho por Jesus Cristo e pelo Evangelho. O túmulo de São Pedro é venerado na basílica de São Pedro, no Vaticano, e fica bem debaixo do altar principal, onde o Papa celebra. Nos tempos do império romano, existia um cemitério naquele local e, desde logo, os cristãos visitavam o túmulo do Apóstolo, que recebeu de Jesus o encargo de pastorear suas ovelhas e seus cordeiros. São Paulo foi martirizado fora da cidade de Roma e, segundo uma tradição confirmada por estudos recentes, foi sepultado no lugar onde o imperador Constantino fez edificar uma basílica dedicada ao Apóstolo; destruída por um incêndio, ela foi reerguida no mesmo lugar e, ainda hoje, leva o nome de “São Paulo fora dos Muros”. Na celebração do Jubileu do ano 2000 do nascimento de Jesus, o Papa São João Paulo II promoveu investigações históricas e arqueológicas, que confirmaram a autenticidade do túmulo de São Paulo, que se encontra debaixo do altar principal da belíssima basílica. O Papa é sucessor do apóstolo Pedro na sede episcopal de Roma e tem, como Pedro, a missão de congregar a Igreja inteira na unidade da fé e da caridade. Seu “primado”, na Igreja, significa que ele é revestido daquela mesma autoridade especial que Jesus confiou a Pedro
Encontro com líderes religiosos
São Pedro e São Paulo: Dia do Papa em meio aos demais apóstolos. Isso foi reconhecido desde os tempos apostólicos, embora tenha sido contestado em diversas ocasiões ao longo da história, sobretudo quanto ao modo do exercício do primado. Há quem estranhe que o Papa Francisco se atribua com frequência o título de “bispo de Roma”. De fato, porém, não há nada de estranho nisso; na verdade, torna-se Papa somente aquele que é legitimamente eleito como “bispo de Roma” e sucessor do apóstolo Pedro na sede de Roma; essa é a condição necessária para ser reconhecido como Papa na Igreja Católica. O uso do título “bispo de Roma” não modifica nem diminui em nada a autoridade e a missão do Papa sobre toda a Igreja. A missão do Papa tem estreita relação com a do apóstolo Pedro; como Sucessor de Pedro, cabe-lhe confirmar os cristãos na autenticidade da fé e da tradição dos apóstolos. Estar com o Papa é estar na comunhão da fé recebida dos apóstolos e ter parte na “herança espiritual” de toda a Igreja. Essa mesma herança de fé e vida eclesial também é guardada e transmitida pelos bispos que estão em comunhão colegial com o Papa. Mas a missão do Papa também tem a ver com a do apóstolo Paulo, que representa a dimensão missionária da Igreja. Enquanto Pedro cuida da unidade da Igreja, Paulo parte em missão... E o Papa faz ambas as coisas: pastoreia o rebanho na unidade e na caridade e o envia constantemente em missão. Como fizeram seus prede-
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Padre Pedro Almeida
cessores, o Papa Francisco está chamando a Igreja inteira a ser missionária, uma “Igreja em saída”, que vai além de uma “pastoral de manutenção” e procura ser uma “Igreja em estado permanente de missão”. A comemoração de São Pedro e São Paulo é prevista para o dia 29 de junho a cada ano; nos lugares onde esse dia não é feriado, como no Brasil, a festa é celebrada na liturgia no domingo seguinte. Neste ano, será no dia 3 de julho. A festa também é conhecida na Igreja como “dia do Papa” e os católicos do mundo inteiro rezam pelo Papa, de maneira especial; e também ofertam o “óbolo de São Pedro” na missa que frequentam. O óbolo de São Pedro é uma oferta em dinheiro, que se destina a apoiar a caridade feita pelo Papa, em nome da Igreja. Com esse gesto de partilha de todos os católicos, ele pode socorrer muitas pessoas e organizações em situação de necessidade em todo o mundo. No “dia do Papa”, recordamos que, além de rezar pelo Papa, todos os católicos devem estar atentos às orientações dadas por ele a toda a Igreja e à humanidade. É também essa uma questão de fé; os documentos do seu magistério, como as encíclicas, cartas apostólicas, exortações apostólicas e as normas disciplinares dadas à Igreja, devem ser acolhidos atentamente e seguidos por todos os membros da Igreja. Ao Papa todos devemos obediência, profundo respeito e estima, motivados pela fé da Igreja. Deus abençoe, conforte e conserve nosso Papa Francisco!
O Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, participou no Centro Cultural Brasil-Turquia, no dia 21, de um jantar de iftar do Ramadã (desjejum), com outras autoridades religiosas. O Ramadã é o 9º mês no calendário islâmico e neste ano começou em 6 de junho e segue até 5 de julho. (Com informações do Centro Cultural Brasil-Turquia)
CAP avalia 11º Plano de Pastoral Peterson Prates
O Cardeal Odilo Scherer presidiu na sextafeira, 24, no Centro Pastoral São José, a reunião extraordinária do Conselho Arquidiocesano de Pastoral, que tratou sobre o 11º Plano de Pastoral, com vigência até o fim deste ano. Dom Odilo lembrou que é preciso considerar outros documentos que foram lançados depois da redação do 11º Plano, em 2012, como a Exortação Evangelii gaudium, que segundo o Arcebispo é “a carta magna de uma Igreja que se revê e se lança de forma nova”; a Encíclica Laudato si’ e a Exortação Amoris laetitia. Segundo o Cardeal, as realidades da Arquidiocese, bem como o contexto social, econômico, político e eclesial devem sempre ser considerados para a aplicabilidade do 11º Plano. Dom Odilo comentou, ainda, sobre a proposta de um Sínodo Arquidiocesano e levantou a hipótese de que este esteja mencionado no próximo Plano de Pastoral. Ele lembrou, porém, que a decisão pela realização do Sínodo não precisa ser imediata (Com informações de Peterson Prates)
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Liturgia e Vida
Você Pergunta
SOLENIDADE DOS APÓSTOLOS SÃO PEDRO E SÃO PAULO 3 de Julho de 2016
Apóstolos da Boa-Notícia Padre Antonio Iraildo Alves de Brito, SSP Se fizermos um exercício de observação das notícias veiculadas nos jornais diários, é provável que cheguemos à conclusão de que a maioria se refira a mortes e outras tragédias. Infelizmente, as coisas positivas e geradoras de esperança ainda encontram pouco espaço. A solenidade de hoje, porém, convida-nos a uma atitude diferente: propagar a boa-notícia. Paulo e Pedro são duas importantes testemunhas da Boa-Notícia, isto é, do Evangelho. Os dois, cada um a seu modo, empreenderam esforços e sacrifícios para que a Boa-Nova anunciada pelo Mestre não estagnasse, mas se espalhasse e gerasse vida em plenitude para a humanidade. O testemunho de ambos revela o rosto da comunidade fiel, que não teme proclamar a esperança. Olhando a liturgia deste domingo, nota-se que o tema central é o testemunho dado pela comunidade cristã no seguimento de Jesus. O relato da primeira leitura apresenta Pedro como o protagonista da história. Mas o que está em jogo é toda a comunidade cristã nascente. É interessante observar que, apesar de perseguida, a comunidade persevera unida. A intervenção divina na libertação de Pedro ocorre justamente para mostrar que Deus caminha junto ao povo unido,
e também para ressaltar que os cristãos, à medida que se identificam cada vez mais com o Cristo, vão adquirindo o sentido de unidade e comunhão ante às perseguições sempre mais terríveis. O apóstolo Paulo, por sua vez, faz um balanço da missão. Reconhece a graça de Deus atuando em sua vida. Revisa o passado, olha para a frente e deixa claro que o verdadeiro discípulo enfrenta muitos riscos. Mas não riscos descabidos. Os riscos que enfrenta são em nome do Evangelho. Paulo, livremente, oferece a própria vida para que a Boa-Notícia seja anunciada, ouvida e vivida por todas as nações. No Evangelho, a opinião dos discípulos acerca de Jesus vai além do senso comum. Pedro representa a comunidade. Sua declaração é a profissão de fé da comunidade: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16,16). Dizer que Jesus é “o Cristo” significa afirmar que Ele é o libertador, a esperança que Deus envia ao mundo para oferecer a salvação definitiva. A festa de hoje, portanto, é uma convocação: somos chamados a reavivar nossa fé. Isso significa reavivar nosso testemunho de unidade e comunhão no seguimento de Cristo. Que a paixão dos apóstolos nos inspire nesse propósito.
Em 17 de junho de 2016, foi nomeado e provisionado Vigário Paroquial da Paróquia Sagrada Família, na Região Episcopal Ipiranga, Setor Pastoral
padre Cido Pereira osaopaulo@uol.com.br
Eis a pergunta da Lívia Garcia Barbosa, que mora em Nova Guandu (ES): “Padre, estou num dilema: Amo meu namorado, mas ele é adventista do sétimo dia e eu não concordo em nada com essa Igreja nem com os ensinamentos dela. Vou a alguns cultos com ele, mas é insuportável o ataque direto que eles fazem à Igreja Católica. Não suporto mais isso. O que devo fazer? A religião o faz muito feliz, mas não a mim. Devo terminar meu relacionamento por causa disso?” Minha querida Lívia, todo relacionamento afetivo só dá certo se houver um profundo respeito de um para com o outro. E ao que me parece, não é isso que está acontecendo entre você e seu namorado. Ele não respeita sua fé católica. Ele exige que você vá à Igreja dele. Você não falou, mas eu tenho certeza que ele não acompanha você à missa. O que você pode esperar desse namoro? Eu entendo como um erro gravíssimo, uma falta de respeito sem tamanho, al-
guém ridicularizar a fé do outro. Isso vale para ele e para você. E a falta de respeito é o começo do fim de todo relacionamento. Preste atenção, Lívia, no que eu vou dizer: sendo católica, e continuando o relacionamento de vocês, vai chegar o momento do casamento. Você vai querer casar-se na Igreja Católica. E para casar-se na Igreja Católica, ele vai ter que aceitar o compromisso que você vai assumir de educar seus filhos na fé católica. E tem mais: Se agora vocês não combinam em matéria de fé, imagine depois de casados. Os irmãos adventistas não constituem uma fé totalmente cristã. Eles mais parecem um “neojudaísmo”, pois não guardam o sábado, abstém-se de carne de porco, e outras práticas. Você pese bem se valerá a pena unir-se a ele com essas diferenças entre vocês. Reze muito, seja sincera com seu namorado, diga com franqueza que sem respeito mútuo, nada feito. Ouça o que ele diz com paciência e respeito, mas não recue em exigir respeito à fé católica. Que Deus lhe dê discernimento na decisão que você deverá tomar. Deus a abençoe.
Fonte: Paulus Editora *Excepcionalmente nas próximas semanas a articulista Ana Flora Anderson não escreverá para a seção “Liturgia e vida”.
Atos da Cúria NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL
Devo terminar o namoro com meu namorado adventista?
Ipiranga, o Revmo. Frei Lino José Maria de Oliveira, OP, pelo período de 02 (dois) anos. Em 13 de junho de 2016, foi nomeado e provisionado Vigário Paroquial da Paróquia São Domingos, na Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Perdizes, o Revmo. Frei José Almy Gomes, OP.
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Espiritualidade Missionários da misericórdia Dom Sergio de Deus Borges Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana
C
onta o Santo Evangelho de São Marcos que havia na região dos Gerasenos um homem possuído por um espírito impuro que machucava a si mesmo e aos outros, e ninguém conseguia dominá-lo. Esse homem foi ao encontro de Jesus que passava por aquela região e foi libertado de todo o mal (Mc 5, 1-20). O encontro com o Deus misericordioso mudou toda a sua vida. Em gratidão pela nova vida, recebida gratuitamente de Jesus, esse homem o seguia: é a experiência de ser amado, de saborear a amizade do Senhor e o desejo de corresponder tamanha ternura e bondade. Jesus compreendeu seu coração e suas intenções e lhe deu uma missão: “Vá para tua casa, para os seus, e lhes anuncie tudo o que o Senhor fez para você, e como teve misericórdia de você” (Mc 5,19). A possibilidade de encontrar a misericórdia não pode ficar escondida. A misericórdia precisa ser anunciada, conhecida. O Papa Francisco ensina
que “a missão no coração do povo não com ele, fala com ele, respira com ele, é uma parte da minha vida, ou um ortrabalha com ele. Sente Jesus vivo com namento que posso pôr de lado; não ele, no meio da tarefa missionária” é um apêndice ou um momento entre (EG 266). tantos outros da minha vida. É algo Os frutos da missão, em nome de que não posso arrancar do meu ser, Jesus, são relatados por São Marcos: “E se não me quero destruir.... É preciso todos ficavam maravilhados” (Mc 5,20). considerarmo-nos como que marcaO anúncio corajoso da misericórdia endos a fogo por essa missão de ilumichia de alegria o coração daqueles que o nar, abençoar, vivificar, levantar, curar, ouviam e acalenta o nosso coração hoje, libertar” (EG 273). porque a misericórdia é uma das maiores necessidades de nosso tempo. Assim, o homem de endemoniado, no encontro com a misericórdia e livre, tor- O Papa Francisco ensina que nou-se missionário da “a missão no coração do povo misericórdia. É o prin- não é uma parte da minha vida, cípio fundamental da ou um ornamento que posso Palavra na vida do bati- pôr de lado; não é um apêndice zado: imitador de Cristo ou um momento entre tantos (Ef 5,1), imitador da mi- outros da minha vida”. sericórdia. “Ele partiu e Se lá o Senhor Jesus enviou o hocomeçou a anunciar na Decápolis o mem de Gerara - vá e anuncie que o quanto Jesus tinha feito por ele. E todos Senhor teve misericórdia de ti –, hoje, ficavam maravilhados” (Mc 5,20). Ele nós somos enviados como missionápassou a imitar o Senhor anunciando a rios da misericórdia de Deus. O chamais bela notícia: o Deus misericordioso existe. mado dirige-se a nós, pessoalmente ou Com Jesus, ele descobriu que era por meio da comunidade paroquial, uma missão nesta terra e para isso foi nas pastorais, movimentos e serviços liberto, para assumir sua mais pura repara sermos a voz que anuncia e o sinal alidade, o mais profundo do seu ser, transbordante e interpelador da misericórdia de Deus e, assim, “possa chegar o encontro consigo mesmo: imagem o bálsamo da misericórdia como sinal e semelhança de Deus. “O verdadeiro do Reino de Deus já presente no meio missionário, que não deixa jamais de de nós” (MV 5). ser discípulo, sabe que Jesus caminha
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Fé e Cidadania Formas de escravidão moderna e Doutrina Social Padre Sancley Lopes Gondim Aproximadamente 45,8 milhões de pessoas em todo o mundo estão sujeitas a alguma forma de escravidão moderna. A estimativa do relatório Índice de Escravidão Global 2016, da Fundação Walk Free, é que 58% dessas pessoas vivem em apenas cinco países: Índia, China, Paquistão, Bangladesh e Uzbequistão. Os países com a maior proporção são a Coreia do Norte, o Uzbequistão, o Camboja e a Índia. A escravidão moderna ocorre quando uma pessoa controla a outra, de tal forma que retire dela sua liberdade individual, com a intenção de explorá-la. Entre as formas de escravidão estão o tráfico de pessoas, o trabalho infantil, a exploração sexual, o recrutamento de pessoas para conflitos armados e o trabalho forçado em condições degradantes, com extensas jornadas, sob coerção, violência, ameaça ou dívida fraudulenta. No relatório de 2014, aproximadamente 35,8 milhões de pessoas viviam nessa situação (Folha de S.Paulo, 31/05/16, A14). Assim diz o Papa Francisco: “Deus chama o ser humano à sua plena realização e à independência de qualquer tipo de escravidão” (Evangelii Gaudium 57). “A cultura do relativismo é a mesma patologia que impele uma pessoa a aproveitar-se de outra e a tratá-la como mero objeto, obrigando-a a trabalhos forçados, ou reduzindo-a à escravidão... É a mesma lógica que leva à exploração sexual das crianças... Se não há verdades objetivas nem princípios estáveis, fora da satisfação das aspirações próprias e das necessidades imediatas, que limites pode haver para o tráfico de seres humanos?” (Laudato si’ 123, nº 197). Em 2 de dezembro de 2014, o Papa assinou uma Declaração Conjunta com líderes religiosos contra a escravidão. “Inspirados pelas nossas profissões de fé, reunimo-nos para uma iniciativa histórica e para uma obra concreta: declarar que trabalharemos juntos para erradicar o terrível flagelo da escravidão moderna... Cada ser humano — homem, mulher, menino, menina — é imagem de Deus; Deus é amor e liberdade, por conseguinte, cada ser humano é uma pessoa livre, destinada a existir para o bem dos outros, em igualdade e fraternidade. Cada pessoa e todas as pessoas são iguais e é preciso reconhecer-lhes a mesma liberdade e a mesma dignidade... Por isso, declaremos em nome de todos e de cada um dos nossos credos, que a escravidão moderna — em forma de tráfico de pessoas, de trabalho forçado, de prostituição, de tráfico de órgãos — é um crime de ‘lesa humanidade’ ... Corroborados pelos ideais da nossa profissão de fé e pelos nossos valores humanos comuns, todos nós podemos e devemos erguer o estandarte dos valores espirituais, os esforços comuns e a visão libertadora, de maneira a erradicar a escravidão do nosso planeta”. As opiniões da seção “Fé e Cidadania” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editoriais do O SÃO PAULO.
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Como São Josemaria Escrivá, todos são chamados à santidade Luciney Martins/O SÃO PAULO
Igor de Andrade e Fernando Geronazzo osaopaulo@uol.com.br
Uma missa solene na Catedral da Sé, no sábado, 25, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, marcou a celebração da memória de São Josemaria Escrivá, sacerdote espanhol, fundador do Opus Dei. Participaram sacerdotes e leigos membros da Prelazia Pessoal da Santa Cruz e Opus Dei e devotos do Santo canonizado em 2002. Nascido em Barbastro, na Província de Huesca, na Espanha, em 9 de janeiro de 1902, Josemaria foi o segundo dos seis filhos do casal José e Dolores, de quem recebeu uma profunda educação cristã. Em 1918, depois de ver umas pegadas na neve dos pés descalços de um religioso, intuiu que Deus desejava alguma coisa dele e começou a preparar-se para o sacerdócio, além de cursar a Faculdade de Direito. Foi ordenado sacerdote em 28 de março de 1925, em Zaragoza, onde exerceu os primeiros anos de ministério. Em 1927, transferiu-se para Madri, onde, em 2 de outubro de 1928, fundou o Opus Dei (Obra de Deus, em latim), organização de fiéis com o objetivo de difundir a vida cristã no mundo, no trabalho e na família, a vocação universal à santidade e o valor santificador do trabalho cotidiano. Quando eclodiu a Guerra Civil Espanhola, em 1936, Escrivá chegou a exercer o sacerdócio clandestinamente devido à perseguição religiosa da época até
Cardeal Scherer incensa quadro com imagem de São Josemaria Escrivá, dia 25
conseguir sair de Madri e continuar a expansão da Obra. São Josemaria morreu em 26 de junho de 1975, em Roma. No dia 17 de maio de 1992, foi beatificado por São João Paulo II e em 6 de outubro de 2002, na praça de São Pedro, em Roma, diante de uma grande multidão, foi canonizado. “Seguindo as suas pegadas, difundam na sociedade, sem distinção de raça, classe, cultura ou idade, a consciência de que todos estamos chamados à santidade”, disse o Papa na ocasião.
Santo atual
Na homilia da missa de sábado, Dom Odilo destacou São Josemaria como “santo do nosso tempo”. O vigário regional da Obra no Brasil, Monsenhor Vicente Ancona Lopes, 67, viveu com o fundador durante seis anos e relatou ao O SÃO PAULO a riqueza dessa experiência. “Considero uma grande responsabilidade transmitir a alegria, a fé e o carinho que ele nos transmitia e ao mesmo tempo uma exigência e a proposta de uma santidade, por assim dizer”, completou.
O Opus Dei está na Capital Paulista desde 1958. “Há uma presença muito forte com universitários, inclusive na periferia. Existe também uma instituição de caráter universitário, que é o Instituto Internacional de Ciências Sociais; uma na Favela da Pedreira, na zona Sul, e várias outras iniciativas”, explicou o Monsenhor. Formado em Análise de Sistemas, Felipe Marques de Araújo, 21, é paroquiano da Paróquia Nossa Senhora das Graças, no Jardim Elba, na zona Leste, e participa das atividades da Obra há um ano. “O Opus Dei tem um trabalho de muita qualidade, tanto na parte espiritual quanto na parte doutrinal... Ajuda na minha formação católica e profissional. A partir disso, eu posso atuar na minha Paróquia também, na Catequese e em trabalhos pastorais, porque São Josemaria Escrivá sempre deixou muito claro que nós precisamos nos aproximar das pessoas, ser verdadeiros amigos e nessa amizade evangelizar, fazer apostolado de coração a coração”, relatou.
Pastorais sociais preparam texto de carta-compromisso para as eleições REDAÇÃO
osaopaulo@uol.com.br
A Coordenação Pastoral do Serviço da Caridade, Justiça e Paz realizou, no sábado, 18, o Seminário “Cidade de São Paulo, Nossa Casa Comum – Profetismo e Eleições”, no qual membros das pastorais que compõem a Coordenação aprofundaram os temas ligados à Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano, “Casa Comum, nossa responsabilidade”, em virtude das eleições municipais que elegerão prefeitos e vereadores em outubro. Padre Marcelo Maróstica, assessor eclesiástico da Coordenação, comentou que o seminário
foi “um momento de encontro e de partilha para firmarmos vínculos e laços”. O seminário foi estruturado no método verjulgar-agir. No “ver”, as pastorais encaminharam um questionário avaliando os trabalhos que realizam e suas perspectivas. No “julgar”, houve uma análise da conjuntura atual por parte dos representantes do Instituto Trata Brasil e da Rede Nossa São Paulo. Já o “agir” foi uma carta-compromisso na linha de políticas públicas. “Compromisso na linha de políticas públicas para ajudar os nossos grupos nos debates que promovem com os candidatos nas eleições deste ano, para apresentarem algo concreto, fruto de
toda uma caminhada e reflexão das pastorais sociais. O resultado do seminário será um instrumento que as pastorais sociais vão oferecer à Arquidiocese”, afirmou o Padre Marcelo. A carta-compromisso trará sugestões relacionadas ao saneamento básico em áreas irregulares e nas prisões; participação das entidades da sociedade civil, descentralização e transparência no governo municipal; atenção à violência policial na periferia contra jovens, pobres e negros; cobrança por creches, com vagas para todas as crianças; e a possibilidade de um texto que auxilie as comunidades nos encontros com os candidatos.
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| Política | 7
Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com
Renegociação da dívida dos estados com a União terá impacto na economia Na semana passada, os governadores dos estados foram recebidos em Brasília para uma reunião com o presidente interino Michel Temer, a fim de tratar a renegociação da dívida dos estados com a União. Segundo informações do Ministério da Fazenda, em abril de 2016, os estados deviam R$ 427 bilhões ao governo federal. Os governadores reclamam do grande aumento das dívidas de seus estados com a União, desde a renegociação feita no final da década de 90, por conta dos juros que incidem sobre essas. No caso do Estado de São Paulo, por exemplo, a dívida renegociada com a União em 1997 era de R$ 46 bilhões. Até março de 2016, foram pagos aproximadamente R$ 130 bilhões e ainda são devidos R$ 224 bilhões. Vale lembrar que o governo paulista amortizou parte do estoque da dívida refinanciada privatizando suas estatais (Cesp, Comgás, Eletropaulo, CPFL, Ceagesp, Fepasa e Banespa) e repassando os valores para a governo federal. O acordo firmado prevê: o alongamento do prazo das dívidas dos estados com a União por mais 20 anos; suspensão do pagamento das parcelas mensais da dívida por seis meses, de julho a dezembro de 2016; cobrança a partir de janeiro de 2017 de 5,55% do valor total da parcela, com aumento gradual de 5,55 pontos percentuais por 18 meses, até atingir em 100% o valor da parcela original a partir de julho de 2018; alongamento por dez anos, com quatro anos de carência, de cinco linhas de crédito do BNDES; inclusão dos estados na proposta enviada pelo governo ao Congresso sobre teto dos gastos públicos. O SÃO PAULO entrevistou o professor do Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração, Contábeis e Atuariais da PUC-SP, Waldemir Luiz de Quadros, que em cinco tópicos explicou o surgimento da dívida e a intenção do governo federal em fazer essa renegociação. O professor destacou que, para além de renegociações da dívida dos estados com a União, existe a necessidade da revisão do pacto federativo. Uma iniciativa que envolve, segundo ele, “questões da reforma tributária, do sistema de partilha das receitas por meio de transferências intergovernamentais, da divisão federativa das competências e do financiamento das políticas públicas e do investimento em infraestrutura”.
De onde surgiu essa dívida? De acordo com Waldemir Luiz de Quadros, a “dívida dos estados tem várias origens, entre elas: os empréstimos contraídos por suas empresas estatais e bancos estaduais durante as décadas de 1970 e 1980; os empréstimos contraídos pelos tesouros estaduais junto ao sistema bancário por meio de operações de Adiantamento de Receita Orçamentária (ARO); e as emissões de títulos da dívida mobiliária estadual para pagamento de precatórios”.
O crescimento do endividamento estadual resultou do não pagamento dos juros e sua consequente capitalização ao longo dos anos, atingindo proporções elevadas por conta das altas taxas de juros praticadas no País. Essa situação se agravou após o Plano Real.
Quais estados devem mais? São Paulo (R$ 205 bilhões), Minas Gerais (R$ 70 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 52 bilhões) e Rio Grande do Sul (R$ 51 bilhões) lideram a lista de estados mais endividados. Em conjunto, respondem por 88% da dívida total dos estados junto ao governo federal, refletindo o fato de que eram os estados mais endividados na renegociação da dívida em 1997/1998, quando absorveram, conjuntamente, 90% dos recursos destinados ao refinanciamento. Os estados mais ricos são os mais endividados porque possuem maiores condições de se endividar. Por que o governo federal fez essa negociação? O governo federal com a renegociação das dívidas dos estados ganhou o apoio dos governadores para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o aumento do gasto público à variação da inflação. A proposta é que a fixação do teto para os gastos tenha validade por 20 anos, a começar por 2017, com a possibilidade de revisão da regra a partir do décimo ano de vigência. Pela medida, os gastos públicos totais serão reajustados com base na inflação oficial (IPCA) do ano anterior. A “PEC do teto dos gastos” é considerada pelo governo federal como a principal medida para promover um novo equilíbrio das contas públicas Essas mudanças promovidas podem também significar um primeiro passo para uma nova reforma do pacto federativo. Mas essa é uma questão ainda em aberto. Quanto isso vai custar para o governo federal? De acordo com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, os estados deixarão de pagar cerca de R$ 50 bilhões ao governo federal até 2018 por conta da renegociação de suas dívidas, sendo R$ 20 bilhões em 2016, R$ 15 bilhões em 2017 e mais R$ 15 bilhões em 2018. Por que a dívida de alguns estados é tão alta? A dívida é alta porque o pagamento mensal efetuado pelos estados, de 13% da Receita Líquida Real na maioria dos casos, não é suficiente para pagar integralmente o serviço da dívida refinanciado. E o saldo devedor é corrigido por uma taxa de juros elevada.
Lei Rouanet
Produtores culturais que integram um grupo ligado a eventos são responsáveis pelo desvio de aproximadamente R$ 180 milhões de recursos da Lei Rouanet, do governo federal, segundo a Polícia Federal (PF). Foram cumpridos na terça-feira, 28, na chamada operação Boca Livre, 14 mandados de prisão temporária de integrantes desse grupo, que atua desde 2001 em São Paulo. De acordo com a PF, o Ministério da Cultura falhou na fiscalização na concessão dos incentivos fiscais.
Custo Brasil
A Polícia Federal diz que o objetivo da operação batizada de Custo Brasil é apurar o pagamento de cerca de R$ 100 milhões em propina referente a contratos de prestação de serviços de informática, entre os anos de 2010 e 2015, a pessoas ligadas a funcionários e agentes públicos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).
Impeachment
Uma perícia elaborada por técnicos do Senado, a pedido da defesa de Dilma Rousseff, apontou que há provas de que a Presidente afastada agiu diretamente na edição de decretos de crédito suplementar sem autorização do Congresso Nacional. No entanto, segundo os mesmos peritos, não foi identificada uma ação direta da petista na decisão de atrasar os pagamentos da União para bancos públicos, as chamadas “pedaladas fiscais”, nos subsídios concedidos a produtores rurais por meio do Plano Safra.
Bolsonaro
Mesmo sem quórum, com apenas quatro deputados na sala da reunião marcada para terça-feira, 28, o presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado José Carlos Araújo (PR-BA), instaurou processo contra o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). No prazo de duas sessões, Araújo disse que anunciará o nome do relator do caso a partir de uma lista tríplice que inclui os nomes de Zé Geraldo (PT-PA), Valmir Prascideli (PT-SP) e Wellington Roberto (PR-PB). O parlamentar é acusado, de acordo com uma representação do Partido Verde, de apologia ao crime de tortura.
Russomanno
A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, pediu à Procuradoria-Geral da República, na segundafeira, 27, que se manifeste em um processo contra o deputado Celso Russomanno (PRB-SP) e que, em seguida, os autos retornem a ela “com urgência” para conclusão. O processo, em que o apresentador de TV responde por peculato (desvio de dinheiro público), pode inviabilizar sua candidatura à Prefeitura de São Paulo se ele for condenado no STF até o dia em que a Justiça Eleitoral analisar seu pedido de registro.
CPI da merenda
O deputado Estevam Galvão, do DEM, foi nomeado relator da CPI da Merenda, na terça-feira, 28, em reunião na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Ao lado de Marcos Zerbini, do PSDB, presidente da CPI, e Adilson Rossi, do PSB, vice-presidente, a liderança da CPI é toda formada pela base do governo do estado.
Lei cidade limpa
A Câmara Municipal de São Paulo fez a segunda audiência pública do projeto de lei que permite a instalação de painéis de publicidade em bancas de jornal, na terça-feira, 28. O projeto foi aprovado em primeira votação no dia 15 de junho e, se virar lei, pode abrir uma brecha na Lei Cidade Limpa, vigente há 10 anos. Fonte: EBC, Folha de SP, Rede Nossa São Paulo e G1
8 | Papa na Armênia |
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A memória no caminho da paz A jornalis de temas FILIPE DOMINGUES
Especial para O SÃO PAULO, em Roma
“A memória não deve ser diluída nem esquecida. A memória é fonte de paz e de futuro”, escreveu o Papa Francisco, em mensagem que deixou no sábado, 25, no memorial do genocídio armênio, o Tzitzernakaberd Memorial Complex, em Erevan. O local recorda as vítimas armênias assassinadas pelo Império Turco Otomano, em perseguição que visava ao extermínio do povo e da cultura armênia, matando pelo menos 1,5 milhão de pessoas entre 1915 e 1922. A tragédia, que os armênios chamam de Metz Yeghern, isto é, o “Grande Mal”, é reconhecida por 26 países como o primeiro genocídio do século XX, inclusive pelo Vaticano. A Turquia herdou a tradição otomana e ainda hoje nega que a tragédia constitua um genocídio. Não reconhece o massacre armênio como uma mancha em sua história, mas como um dos eventos da 1ª Guerra Mundial. Recordar o passado, no entanto, é essencial para se promover vias de reconciliação. Foi essa a mensagem que guiou toda a viagem do Papa Francisco à Armênia, entre 24 e 26 de junho. “A memória, permeada pelo amor, torna-se capaz de caminhar por trilhas novas e surpreendentes, onde as tramas de ódio se transformam em projetos de paz e reconciliação, onde se pode esperar um amanhã melhor para todos, onde são ‘bem-aventurados os operadores de paz’”, declarou o Pontífice em encontro ecumênico pela paz, realizado junto com cristãos da Igreja Apostólica Armênia, de linhagem ortodoxa. A promoção da unidade dos cristãos foi também um dos pontos importantes da viagem. A memória, portanto, não deve ser preservada para se chegar à vingança. Pelo contrário, avalia o Papa, deve ser o combustível para esforços de misericórdia e de pacificação. “Fará bem a todos empenharse para criar as bases de um futuro que não se deixe absorver pela força enganadora da vingança. Um futuro que não se canse jamais de criar condições para a paz: um trabalho dignoAnuncioPaganini.pdf para todos, o cuidado aos 1 18/04/2016
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mais necessitados, a luta sem trégua contra a corrupção, que deve ser extirpada”, acrescentou, na mesma ocasião. A Armênia vive em guerra com o Azerbaijão, que o Papa deve visitar em setembro. A disputa pela região de Nagorny Karabakh envolve também apoio militar da Rússia e da Turquia, o que dificulta ainda mais uma reconciliação entre armênios e turcos. Porém, conforme explicou o vaticanista americano John Allen Jr, editor do site Crux, o Papa procurou aplicar uma verdadeira “política da memória” naquela parte do mundo, ainda marcada por amargas disputas de território e de influência política. “O que Francisco deixa para trás na Armênia, e o que ele também vai tentar fazer na Geórgia e no Azerbaijão, é pelo menos uma nova forma de ver as memórias que tão frequentemente insensibilizam a região: não somente como uma ameaça, mas como um recurso”, escreveu Allen.
A palavra ‘genocídio’
Em seu encontro com autoridades civis e do corpo diplomático armênio no Palácio Presidencial, na sexta-feira, 24, o Papa Francisco referiu-se pela segunda vez ao massacre dos armênios como “genocídio”. A palavra, rejeitada pelos turcos, não estava prevista no discurso do Pontífice, cuidadosamente escrito com ajuda dos oficiais de diplomacia do Vaticano. Os discursos do Papa são distribuídos com antecedência aos jornalistas credenciados junto à Santa Sé, que só podem publicá-lo após o pronunciamento oficial. Dada a grande expectativa sobre a utilização da expressão “genocídio”, todos perceberam a adição improvisada por Francisco, marcada a seguir em itálico: “Aquela tragédia, aquele genocídio, inaugurou infelizmente o triste elenco das imensas catástrofes do século passado, tornadas possíveis por aberrantes motivações raciais, ideológicas ou religiosas, que cobriram de trevas a mente dos algozes até ao ponto de terem como intuito aniquilar povos inteiros. Como é triste que, nesse caso, como nos outros dois, as grandes potências olhavam para o outro lado”, declarou. 09:48:50
Como era de se esperar, o vice-primeiro-ministro da Turquia, Nurettin Canikli, demonstrou “grande descontentamento” com a decisão do Papa e o acusou de manifestar traços de uma “mentalidade das Cruzadas”. Insistiu que seu País não vai levar a sério as falas sobre genocídio armênio. Já em abril de 2015, Francisco usou a palavra genocídio, pela primeira vez como Papa, em celebração pela memória das vítimas, no Vaticano. Ele citou um pensamento de São João Paulo II. A declaração levou a Turquia a protestar, convocando seu embaixador junto à Santa Sé. O porta-voz do Vaticano, Padre Federico Lombardi, convidou o governo turco a rever melhor a mensagem do Papa, que “não tem espírito de Cruzadas”. Observou que a intenção de Francisco é sempre de construir. “Ele não diz nada contra o povo turco”, mas faz um convite ao diálogo e à reconciliação, comentou. “É importante que se compreenda que a memória, em uma perspectiva cristã, na perspectiva do Papa, é uma memória para curar as feridas, não para abri-las ou para renová-las. Mas recordando o mal, alguém aprende as lições da História, se converte dos comportamentos errados e vê tudo aquilo que deve fazer para construir reconciliação e paz no futuro. O próprio Papa Francisco explicou o porquê da decisão de última hora, de acrescentar o uso da palavra genocídio em seu discurso. Em entrevista coletiva aos jornalistas presentes em seu avião de retorno a Roma (leia mais ao lado), respondeu que já usava a expressão como arcebispo de Buenos Aires e a manteve. “Sempre falei de três genocídios do século passado. O primeiro, o armênio, depois aquele de Hitler, e o último aquele de Stalin. Há outros pequenos, há um na África (Ruanda), mas na órbita das duas grandes guerras são esses três”, disse à imprensa, justificando que nunca usou essa palavra com tom ofensivo, mas sempre objetivamente. “Mas, ali, eu queria destacar uma outra coisa, e creio que disse: neste genocídio, como nos outros dois, as grandes potências internacionais olhavam para outro lado. E foi essa a acusação.”
REDAÇÃO
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No voo de retorno a Roma de sua viagem apostólica à Armênia, no domingo, 26, o Papa Francisco concedeu sua tradicional entrevista coletiva ao grupo de jornalistas que o acompanhou. O Santo Padre respondeu espontaneamente às questões e tocou em alguns temas que foram polemizados em vários veículos de comunicação pelo mundo. O SÃO PAULO apresenta a seguir os principais trechos das palavras do Pontífice. A íntegra da entrevista (em português e no original italiano) está disponível no portal da Arquidiocese de São Paulo (http://arquisp.org.br).
Armênia, sentimentos e impressões
“Almejo a este povo justiça e paz; e por isso rezo, porque é um povo corajoso. Rezo para que tenha a justiça e a paz. Sei que muitos trabalham para isso; ainda na semana passada, fiquei muito contente ao ver uma fotografia do presidente Putin [da Rússia] com os dois presidentes da Armênia e do Azerbaijão: pelo menos, falam-se. E também com a Turquia: o presidente da República [Armênia], no seu discurso de boas-vindas, falou claro. Teve a coragem de dizer: ‘Ponhamo-nos de acordo, perdoemo-nos e olhemos para o futuro’”.
O que pretende dizer ao governo de Azerbaijão sobre o conflito com a Armênia
“Aos azerbaijanos, falarei da verdade, daquilo que vi, daquilo que sinto. E também os encorajarei. Encontrei o presidente do Azerbaijão e falei com ele. E direi também que não fazer a paz por um pequeno pedaço de terra – porque não é uma grande coisa – esconde algo mais... Isso, porém, digo-o a todos: aos armênios e aos azerbaijanos. Talvez não se ponham de acordo sobre as modalidades de fazer a paz, e sobre isso há que se trabalhar. Não sei que mais possa dizer. Direi aquilo que na hora me vier ao coração, mas sempre de forma positiva, tentando encontrar soluções que sejam viáveis, que façam avançar”.
Genocídio?
“Na Argentina, quando se falava do extermínio armênio, usava-se sempre a palavra ‘genocídio’. Eu não conhecia outra. E na Catedral de Buenos Aires, no terceiro altar à esquerda, pusemos uma cruz de pedra em recordação do ‘genocídio armênio’. Veio o arcebispo, os dois arcebispos armênios – o católico e o apostólico – e inauguraram-na. Além disso, o arcebispo apostólico na Igreja Católica de São Bartolomeu – outra [igreja] – fez um altar em memória de São Bartolomeu [evangelizador da Armênia]. Sempre foi assim... eu não conhecia outra palavra. Eu venho com essa palavra. Quando chego a Roma, ouço a outra palavra: ‘o Grande
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stas, Papa fala da visita à Armênia e s atuais da Igreja e da sociedade L’Osservatore Romano
President of the Republic of Armenia
Papa Francisco com Karelin II, líder da Igreja Apostólica Armênia, durante visita ao País entre os dias 24 e 26; na foto maior, coletiva de imprensa no avião ao retornar ao Vaticano
Mal’ ou ‘a tragédia terrível’, em língua armênia Metz Yeghern, que não sei pronunciar. Dizem-me que a palavra genocídio é ofensiva, devendo-se dizer aquela. Eu sempre falei dos três genocídios do século passado, sempre três. O primeiro, o armênio; depois, o de Hitler; e, por último, o de Stalin. Os três. Há outros menores. Houve um em África [Ruanda]”.
Dois Papas?
“Bento é papa emérito. Ele disse claramente, naquele 11 de fevereiro [de 2013], que dava a sua demissão a partir de 28 de fevereiro, que se retiraria para ajudar a Igreja com a oração. E Bento está no mosteiro, e reza. (...) é o Papa emérito, é o ‘avô’ sábio, é o homem que me guarda os ombros e as costas com a sua oração. Nunca esqueço o discurso que nos fez [aos cardeais], em 28 de fevereiro: ‘Um de vós certamente será o meu sucessor. Prometo obediência’. E fê -lo. (…) Além disso, não sei se a senhora se lembra [dirigindo-se a uma jornalista], que agradeci publicamente – não sei quando, mas acho que foi durante um voo – a Bento XVI por ter aberto a porta aos papas eméritos. Há 70 anos, não havia os bispos eméritos; hoje existem. Mas, com este alongamento da vida, será possível a uma certa idade, com os achaques, dirigir uma Igreja ou não? E ele, com coragem – com coragem! – e com oração e também com ciência, com teologia, decidiu abrir esta porta. E creio que isso seja bom para a Igreja. Mas há apenas um papa. O outro ou... outros –
como sucede com os bispos eméritos; não digo muitos, mas talvez possam ser dois ou três – serão eméritos”.
Avaliação sobre o Concílio Pan-Ortodoxo
“Foi dado um passo em frente: não 100%, mas um passo em frente. Os motivos que justificaram, entre aspas, [as ausências] são sinceros para eles; são coisas que, com o tempo, se podem resolver. Queriam – os quatro que não foram – fazê-lo um pouco mais tarde. Mas creio que o primeiro passo se dá como se pode. Como as crianças, quando dão o primeiro passo, fazem-no como podem: o primeiro, fazem-no como os gatos e, depois, dão os primeiros passos. Estou contente. Falaram sobre muitas coisas. Creio que o resultado é positivo. O simples fato de essas Igrejas autocéfalas estarem reunidas em nome da Ortodoxia, para se fixarem olhos nos olhos, para rezarem juntos e falarem e, talvez, dizerem alguma graça, isso é positivíssimo. Dou graças ao Senhor. No próximo, estarão mais. Bendito seja o Senhor!”
500 anos da Reforma
“Creio que as intenções de Martinho Lutero não foram erradas: era um reformador. Talvez alguns métodos não fossem justos, mas naquele tempo, se lermos por exemplo a história do Pastor (um luterano alemão que, ao ver a realidade daquele tempo, se converteu e fez católico), vemos que a Igreja não era propriamente um modelo
a imitar: havia corrupção na Igreja, havia mundanidade, havia apego ao dinheiro e ao poder. E por isso, ele protestou. Sendo inteligente, deu um passo a frente justificando por que motivo fazia isso. E hoje luteranos e católicos, com todos os protestantes, estamos de acordo sobre a doutrina da justificação: sobre esse ponto tão importante, ele não errou. Elaborou um ‘remédio’ para a Igreja, depois esse remédio consolidouse num estado de coisas, numa disciplina, num modo de crer, num modo de fazer, num modo litúrgico. Mas não era só ele: havia Zwingli, havia Calvino... E, por detrás deles, quem estava? Os princípes, ‘cuius regio eius religio’. Devemos mergulhar na história daquele tempo. É uma história não fácil de entender, não fácil. Depois as coisas foram avançando. Hoje, o diálogo é muito bom, e creio que aquele documento sobre a justificação seja um dos documentos ecumênicos mais ricos, mais ricos e mais profundos”.
Diaconisas
“Houve um presidente argentino que dizia e aconselhava aos presidentes de outros países: quando quiseres que uma coisa não se resolva, cria uma comissão! O primeiro a ficar surpreendido com essa notícia fui eu, porque no diálogo com as religiosas – que foi gravado e depois publicado no jornal ‘L’Osservatore Romano’ –, tratava-se de outra coisa, mais ou menos nesta linha: ‘Ouvimos dizer que, nos primeiros séculos, havia diaconisas. Pode-se estudar isso? Criar uma
comissão?’ Nada mais... Fizeram uma pergunta; foram educadas, e não só educadas, mas também amantes da Igreja, mulheres consagradas. Eu contei que conhecia um sírio, um teólogo sírio que morreu, aquele que fizera a edição crítica de Santo Efrém, em italiano. Quando eu vinha a Roma, hospedava-me na Via della Scrofa e ele vivia lá. Uma vez, ao pequeno almoço, falando das diaconisas, disse-me ele: ‘Sim, mas não se sabe bem o que eram, se teriam a ordenação...’ Certamente, havia essas mulheres que ajudavam o bispo; e ajudavam-no em três coisas: a primeira, no Batismo das mulheres por imersão; a segunda, nas unções pré e pós-batismal das mulheres; e a terceira – esta dá para rir – quando a esposa ia lamentar-se ao bispo contra o marido que lhe batia, o bispo chamava uma dessas diaconisas para examinar o corpo da mulher vendo se havia contusões que provassem essas coisas. Eu contei isso. ‘E pode-se estudar?’ – ‘Sim, direi à [Congregação para a] Doutrina da Fé que se faça esta Comissão’. No dia seguinte [nos jornais]: ‘A Igreja abre a porta às diaconisas’. Verdadeiramente, zanguei-me um pouco com os mass-media, porque isto é não dizer a verdade das coisas às pessoas. Falei com o prefeito da [Congregação para a] Doutrina da Fé, que me disse: ‘Olhe que há um estudo feito pela Comissão Teológica Internacional na década de 80’. Depois, falei com a presidente [das Superioras Gerais] e disse-lhe: ‘Por favor, prepare-me uma lista de pessoas que a Irmã julgue que se possam convidar para fazer essa Comissão’. E enviou-me a lista. Também o Prefeito me enviou a lista, e agora estão lá, sobre a minha mesa, para se fazer essa Comissão. Julgo que o tema foi muito estudado na década de 1980, e não será difícil esclarecer o assunto. Mas há outra coisa. Há um ano e meio, fiz uma comissão de mulheres teólogas que trabalharam com o Cardeal Rylko [Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos]. Fizeram um bom trabalho, porque é muito importante o pensamento da mulher. Para mim, é mais importante o pensamento da mulher do que a função da mulher: a mulher pensa de maneira diferente de nós, homens. E não se pode tomar uma boa decisão, boa e justa, sem ouvir as mulheres”.
Respondendo à pergunta sobre homossexuais
“Repetirei a mesma coisa que disse na primeira viagem e repito também aquilo que afirma o Catecismo da Igreja Católica: não devem ser discriminados, mas devem ser respeitados, acompanhados pastoralmente. Podem-se condenar, não por motivos ideológicos, mas por motivos, digamos, de comportamento político, certas manifestações demasiado ofensivas para os outros. Mas essas coisas nada têm a ver com o problema: se uma pessoa tem essa condição, tem boa vontade e procura Deus, quem somos nós para julgá-la? Devemos acompanhá-la bem, de acordo com o que diz o Catecismo. É claro o Catecismo!” (Edição: Michelino Roberto e Fernando Geronazzo)
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Filipe David
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Dica de Leitura Para refletir As ideias têm consequências O fim da virtude? “Originalmente publicado em 1948, no auge do otimismo e da confiança na segurança coletiva, após a 2ª Guerra Mundial, ‘As ideias têm consequências’ usa as palavras como balas de canhão para apresentar um diagnóstico impiedoso das doenças da modernidade. Muitíssimo lido e debatido na época de sua primeira publicação, o livro é hoje visto como um dos textos fundadores do movimento conservador moderno. Em suas páginas, Richard Weaver argumenta que o declínio da civilização ocidental é consequência da aceitação crescente do relativismo em detrimento da realidade absoluta. Apesar do maior conhecimento científico de hoje, esse abandono da tradição intelectual realista enfraqueceu a capacidade do Ocidente para raciocinar, com consequências catastróficas
Divulgação
para a ordem social e os direitos individuais. Mas Weaver também oferece um remédio realista. Essas dificuldades são o
produto não da necessidade, mas de decisões conscientes. E hoje, assim como décadas atrás, o remédio está na aceitação renovada da realidade absoluta e no reconhecimento de que as ideias – como as ações – têm consequências. A edição ampliada desse clássico contém um prefácio do editor da New Criterion, Roger Kimball, com sua reflexão sobre o rico contexto intelectual e histórico de Weaver e sua obra, bem como um posfácio de Ted J. Smith III, que conta a história impressionante de como o livro foi escrito e de sua publicação.” (Traduzido e adaptado do descritivo em inglês). Ficha técnica: Autor: Richard M. Weaver Páginas: 208 Editora: É Realizações
“[Muitos de meus pacientes idosos] viviam de acordo com um ideal cultural que, se não era universal, era certamente muito difundido. É um ideal que eu considero admirável, porque implica uma consciência quase religiosa da igualdade metafísica entre os homens, do fato de que ‘eu não sou mais importante que você’. Isso não era uma construção intelectual ou teórica, mas um ideal vivido. Diferentemente da luta barulhenta por seus direitos, em geral tão narcisista que faz do militante o centro de seu próprio universo moral, o ideal cultural antigo era de olhar para o outro, sua natureza era social. Ele impunha exigências à pessoa, não aos outros; era uma disciplina e não um benefício. Curiosamente, ele proporcionava um contentamento, uma capacidade genuína de realização pessoal e uma tolerância ao diferente maiores e mais profundos que o nosso ideal atual, bem mais egoísta.” (Theodore Dalrymple). (O texto integral em inglês pode ser lido no site da revista The New Criterion sob o título “The end of virtuous Albion”).
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4 missões para o professor Tite Daniel Gomes
Apresentado como técnico da seleção brasileira no dia 20, Tite – graduado em Educação Física pela PUC-Campinas e treinador de futebol desde 1990 terá ao menos quatro desafios de curto e médio prazo: classificar o Brasil para a Copa de 2018, manter a autonomia de opiniões em relação à CBF, melhorar a relação da seleção com os clubes e estabelecer um padrão de jogo confiável.
Tite disse que ao aceitar treinar a seleção prezou por manter a independência de escolhas e opiniões. “É isso que eu sei fazer: é o campo, a análise técnica, e a maneira que tenho de contribuir é mantendo a mesma opinião, mantendo a minha autonomia para buscar o melhor para a seleção. Os adjetivos de democratização, transparência, modernização, eles permanecem como conceito em todas as áreas, seja na minha, na política ou na sociedade em geral. É o que penso não do futebol, da vida”.
Foco em 2018
Relação com os clubes
danielgomes.jornalista@gmail.com
Atualmente 6º colocado nas eliminatórias, o Brasil estaria de fora da Copa de 2018 na Rússia. Tite foi contratado justamente para que isso não aconteça. “O foco é a classificação para o Mundial e nós não estamos em uma zona de classificação. Corre-se o risco? Claro que se corre. Se não aceitar isso, se está fugindo da realidade. É um fato real. Há risco”, afirmou em sua primeira coletiva de imprensa. Este ano, a seleção fará mais quatro jogos pelas eliminatórias, sendo os dois primeiros, em setembro, contra adversários mais bem colocados - Equador (2º) e Colômbia (5º).
Autonomia
Uma das perguntas que Tite mais ouviu tão logo assumiu o comando da seleção é como conviverá com o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero. No final do ano passado, o Treinador apoiou um manifesto do Bom Senso F.C - movimento de jogadores e ex-jogadores que cobra melhorias estruturais no futebol brasileiro – pedindo a renúncia de Del Nero.
Melhorar o relacionamento da seleção com os clubes, que constantemente reclamam de desfalques a cada convocação, será uma das tarefas do novo Treinador, que pretende visitar as equipes e até já recebeu o aval de alguns técnicos, como Roger Machado, do Grêmio, e Edgardo Bauza, do São Paulo. “Quero acompanhar o trabalho dos técnicos e vou me convidar para assistir, sem intervir, ficando no meu canto, aos treinos dos clubes. Quero acompanhar o treino, conversar com o técnico e assistir aos jogos. O técnico vai me passar que característica o atleta tem e o que pode executar. Treinos eu não vou conseguir fazer, esse será meu grande desafio, então, quero saber onde o atleta pode render para que possa executar a função e se sentir bem”, explicou Tite.
Padrão de jogo
Outro desafio do Treinador, talvez o maior, será o de estabelecer um padrão tático para a seleção, libertando-se da “Neymar-dependência”. “A seleção brasileira, historicamente, sempre dependeu muito dos talen-
Luciney Martins/O SÃO PAULO
tos individuais. Com Tite, a tendência é que a equipe passe a jogar com mais força no conjunto, no coletivo, com padrão tático mais compacto, mas sem desperdiçar o talento de jogadores como Neymar. Será uma seleção mais competitiva”, avaliou, ao O SÃO PAULO, o jornalista Ricardo Flaitt, colunista do diário esportivo Lance! Para William Douglas, jornalista esportivo da TV Brasil, Tite manterá a base atual de jogadores convocados, “mas mudará muito a filosofia de jogo, a postura. O que se espera é uma sele-
ção que mesmo com pouco tempo para treinar, tenha um sistema de jogo mais bem definido”, afirmou à reportagem. E uma nova postura do Brasil em campo também é desejada por Tite. “Não é o que penso ser o melhor, que imagino ser o melhor, é saber onde eles [jogadores] podem render melhor, potencializar isso, com o lado humano, de senso de equipe. [A seleção] não tem que ter a cara do Tite, mas a cara do Brasil, dos atletas que estão dentro do campo, da qualidade técnica e da competitividade”, afirmou o Treinador.
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Brasilândia
Anderson Braz e Gisele Aparecida Gama Lima
Colaboradores de comunicação da Região
Juventude e peregrinações são alvo de atenção do Conselho Regional de Pastoral Para avaliar e planejar as ações da Igreja na Região Brasilândia, coordenadores de pastorais e movimentos, lideranças leigas e padres participaram no sábado, 25, da reunião mensal do Conselho Regional de Pastoral (CRP), na Paróquia Nossa Senhora Mãe de Deus, no Setor Freguesia do Ó. Na reunião conduzida por Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar
da Arquidiocese na Região Brasilândia, e pelo Padre Reinaldo Torres, coordenador regional de pastoral, houve avaliação positiva das peregrinações já realizadas à Porta Santa da Igreja Nossa Senhora da Expectação, bem como da visita da imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida às paróquias. “Que a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida chegue a lugares jamais
visitados, que a imagem visite lugares de desafios, onde a sua presença faça a diferença e a mudança”, desejou Dom Devair. Padre Fabrício Mendes de Moraes, assessor eclesiástico do Setor Juventude na Região, destacou que tem havido atenção a todas as expressões juvenis da Brasilândia. Também foi recordado que entre os
dias 4 e 7 de julho acontecerá a Semana Regional de Liturgia, nas paróquias São Luis Gonzaga, Santos Apóstolos, São José em Perus e Santo Antônio na Brasilândia; e entre os dias 18 a 21 do mesmo mês, a formação regional sobre a Bíblia. A próxima reunião do CRP será em 23 de julho, às 9h, na Paróquia Santos Apóstolos (avenida Itaberaba, 3.907, Jardim Maracanã).
Gisele Gama Lima
Gerson Moreira
No domingo, 26, Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, conferiu o sacramento da Crisma a 25 jovens e dez adultos na Paróquia Nossa Senhora das Graças, no Setor Pastoral Freguesia do Ó. “Ao serem crismados, os jovens assumem o compromisso de responder pela própria boca e professar e testemunhar a sua fé”, disse o Bispo, estimulando os jovens a fazerem a diferença no mundo “pela forma de viver a fé e a misericórdia, pela forma de testemunhar aquilo que vocês acreditam”.
Integrantes da Legião de Maria e congregados marianos peregrinaram à Porta Santa da Igreja Nossa Senhora da Expectação, no sábado, 25, onde participaram de missa presidida por Dom Devair Araújo da Fonseca (foto). Na sexta-feira, 24, a peregrinação foi das secretárias paroquiais.
Lapa
benigno Naveira
Colaborador de comunicação da Região
Jovens têm tarde de ‘bate-papo’ com o Bispo A equipe de coordenação do Setor Pastoral Rio Pequeno, conduzida pelo Padre José Oliveira dos Santos, realizou na tarde do sábado, 25, na Paróquia São Mateus, um encontro de “bate-papo” entre os jovens crismandos do Setor e Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa. Entre os temas tratados pelo Bispo estiveram o significado da sexualidade humana, união entre pessoas de mesmo
sexo, o Estado e o Matrimônio, legislação e natureza, ideologia, teoria do gênero, e outros assuntos que envolvem família e sociedade. Os mais de cem jovens participantes do “bate papo” conversaram com Dom Julio por quase duas horas. Em entrevista à Pastoral da Comunicação da Região Lapa, Dom Julio comentou sobre seu contentamento e entusiasmo pela participação dos jovens
no “bate-papo”, especialmente pelas perguntas feitas. Para Isabela Aparecida Procópio Isidoro, 13, conversar com o Bispo, fazendo perguntas, foi uma experiência marcan-
te. “Gostaria que acontecesse isso outras vezes no nosso Setor”, comentou. O encontro foi encerrado com adoração ao Santíssimo Sacramento, seguida de missa presidida por Dom Julio.
Angela Santos
Benigno Naveira
Dom Julio Endi Akamine em foto com jovens na Paróquia São Mateus, no sábado, dia 25
Os fiéis dos setores Rio Pequeno e Butantã participaram, entre os dias 21 e 24, na Paróquia São Patrício, da “Semana da Catequese”, com Dom Julio. Na atividade acompanhada pela Pastoral da Comunicação regional no dia 21, Dom Julio falou sobre as 14 obras de misericórdia e da importância de se refletir sobre as ações misericordiosas. Essa Catequese foi a última proferida pelo Bispo neste semestre.
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Santana
Diácono Francisco Gonçalves
Colaborador de comunicação da Região
Paróquia inicia Santas Missões Populares Com a presença de Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, e do Padre Adailton Costa, teve início no sábado, 25, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida da Vila Albertina, a implantação das Santas Missões Populares (SMP), que já acontecem nos setores Vila Maria e Medeiros. Dom Sergio abençoou os participantes e os enviou em missão aos lares da área de abrangência da Paróquia. As próximas etapas constarão de
retiro missionário, visita aos lares, escolas e hospitais. Em seguida, haverá uma semana missionária paroquial. Na avaliação do Padre Adailton, com as SMP realmente assumidas por todos, seguramente a Paróquia será diferente, pois a renovação missionária da comunidade obrigará todos a deixarem para trás práticas, costumes e estruturas que não conseguem mais, nos tempos atuais, favorecer a transmissão e a vivência da fé cristã.
Diácono Francisco Gonçalves
Dom Sergio e Padre Adailton enviam leigos-missionários da Paróquia Nossa Senhora Aparecida
Em igrejas, colégios e casas, peregrina a imagem da Mãe Aparecida Cida Porfírio
Padre Roberto leva imagem peregrina de Nossa Senhora ao Instituto Educacional Joana Darc
A peregrinação da imagem de Nossa Senhora Aparecida pela Região Santana, em comemoração aos 300 anos de aparição da imagem no rio Paraíba do Sul, está agora percorrendo as paróquias do Setor Tremembé. “Momentos de alegria, fé e devoção nos foi proporcionado com a visita da Mãe Peregrina em nossa Paróquia”, disse, entusiasmado, o Padre Roberto Lacerda, pároco da Paróquia Santa Rosa de Lima, que a acolheu entre os dias 14 e 18. Padre Roberto explicou que ocorre-
ram diversas atividades devocionais nesse período, como vigília mariana, visita a famílias, colégios, postos de saúde e ao Asilo Cora Coralina. Em clima de oração e festa, a imagem foi transportada em carreata, no dia 18, para a Paróquia Nossa Senhora de Fátima do Tremembé, onde foi acolhida pelo pároco, Padre Eduardo Higashi, e pela comunidade. A visita da imagem peregrina pela Região se encerrará em fevereiro de 2017 nas paróquias do Setor Pastoral Medeiros.
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Luciana Pinheiro
Falecimento
Aos 94 anos, faleceu na quarta-feira, 29, o Padre Ângelo Moroni. Nascido na Itália, ele chegou ao Brasil em 1951 e estava em São Paulo desde 1992, quando assumiu a diretoria Recanto Nossa Senhora de Lourdes, da Congregação Servos da Caridade, atuantes na Região Santana.
Dom Carlos Lema Garcia, vigário episcopal para a Educação e a Universidade, ministrou, no dia 19, o sacramento da Confirmação a 43 pessoas na Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres, no Setor Pastoral Tucuruvi.
REDAÇÃO
osaopaulo@uol.com.br
Há 90 anos, a missão é fazer a caridade Iniciada em 10 de junho de 1926, a Associação e Oficinas de Caridade Santa Rita de Cássia, sediada na Paróquia Santo Agostinho, no Setor Pastoral Paraíso, chega aos 90 anos de história em 2016, “com um sentimento de missão cumprida”, conforme o informativo festivo da Associação. A iniciativa surgiu pelo empenho do Padre Domingos Lemos, sacerdote agostiniano. A primeira oficina recebeu o nome de Santa Rita, e iniciou suas atividades na residência da senhora Constânça Naclério Toloza Oliveira e Costa, com o auxílio de mais 12 associadas. Com o tempo, novas oficinas surgiram em outros bairros da
Cidade. Hoje já são 44 oficinas na Capital paulista e outras sete no interior, contando com 1.060 associadas entre voluntárias, contribuintes e benfeitoras.
“Perseveramos no trabalho de socorrer os mais necessitados, e de acordo com o Relatório Geral referente ao ano de 2015, foram atendidas 28.837 pessoas Divulgação
Arte com as fotos dos fundadores, Padre Domingos Lemos e a senhora Constânça Naclério
Sé
entre bebês, crianças e idosos, e distribuídas 174.629 peças de roupa”, informou a Associação. Ressaltando o apoio e a orientação dos padres agostinianos, os integrantes da Associação dizem ter ciência da constante necessidade de atualização diante dos desafios contemporâneos, “mas temos certeza de que com a proteção de Santa Rita, seremos fortes o suficiente para continuarmos nossa caminhada de fé, porque os necessitados, infelizmente, aumentam a cada dia”. (Com informações repassadas pelo Centro Pastoral da Região Sé)
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Ipiranga Leigos preparados para o entendimento teológico-pastoral
Padre Pedro Luiz Amorim, Nei Márcio e Matheus Pereira Colaboração especial para a Região
No sábado, 25, os mais de 60 participantes do Curso de Formação Teológico -pastoral para Leigos encerraram o 1º módulo semestral, com a presença de Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga. Iniciado em fevereiro, o curso aconteceu aos sábados à tarde, com os padres professores mestres Luís Fabiano Barbosa dos Santos, salesiano, que ministrou a disciplina “Teologia da Revelação”, e Mauro Negro, josefino, que falou a respeito da “Iniciação à Sagrada Escritura”, com base na aliança entre Deus e os homens. Com agradecimento a Deus, à coordenação do curso, aos professores e cursistas, Dom José Roberto motivou que todos di-
Nei Márcio
Dom José Roberto Fortes Palau junto aos participantes do Curso de Formação Teológico-pastoral para Leigos, realizado no sábado, dia 25
vulguem a iniciativa, convidando outros agentes a participarem do 2º módulo, que será iniciado em 6 de agosto, às 14h, com
as disciplinas “Cristologia” e “Iniciação à Sagrada Escritura II”. As inscrições podem ser feitas pelo telefone (11) 2274-8500,
pelo site www.arquisp.org.br/regiaoipiranga ou pelo e-mail pastoral@regiaoipiranga.com.br.
‘Sejamos firmes na nossa fé, profetas como São João Batista’ Josias e Tonimnha
Frei Lisâneos Francisco, pároco, preside missa na festa da Paróquia São João Batista, dia 24
O mês de junho é sempre marcante na vida dos fiéis da Comunidade São João Batista, da Paróquia Nossa Senhora das Mercês, no Setor Pastoral Anchieta. Por ocasião da festa do padroeiro, muitas pessoas visitam a igreja para pedir a intercessão do Santo. Assim também foi neste ano, no tríduo realizado entre os dias 21 e 23, bem como na memória litúrgica de São João Batista, em 24 de junho, quando a missa foi presidida pelo Frei Lisâneos Francisco Prates, pároco. Padre Elias Ortiz Fernandez, O.de M., vigário responsável pela comunidade há mais de 20 anos, agradeceu a todos que já colaboraram com a Comunidade
e aos que se empenharam na festa deste ano, que além das missas teve quermesse todos os dias. “Sejamos firmes na nossa fé, profetas como São João Batista, escolhido por Deus para preparar os caminhos do Senhor!”, afirmou. No domingo, 26, os Vicentinos celebraram 40 anos de presença na comunidade e os jovens realizaram um momento de oração e dinâmicas. As obras de caridade dos Vicentinos e o incentivo às crianças da Catequese estão entre as marcas da São João Batista, com trabalhos realizados pelo Padre Elias e pelos fiéis. (Com informações da Pascom da Paróquia São João Batista)
Festa do padroeiro une a ‘comunidade de comunidades’ Com o tema “Olimpíada da Alegria”, a Paróquia São João Batista da Vila Guarani, no Setor Pastoral Imigrantes, celebrou seu padroeiro. Este ano, a novidade ficou por conta da preparação da festa, feita a partir do Documento 100 da CNBB “Paróquia, comunidade de comunidades - A conversão pastoral da Paróquia”. O texto foi refletido pelas equipes de trabalho e perpassou por toda a logís-
tica da festa. O resultado foi a fraternidade e a alegria vivida pelos paroquianos e demais fiéis que estiveram na igreja. No dia do Padroeiro, na sexta-feira, 24, o Padre Ricardo Pinto, pároco, ressaltou o nascimento de João Batista como sinal da misericórdia do Deus que sempre vem trazer a vida e curar a ‘mudez’ na cidade, que espera por uma “Igreja em saída”, que testemunhe a Palavra.
Aconteceu uma especial comoção dos fiéis durante a bênção com a Relíquia de São João Batista. Além da missa festiva, houve o bolo de São João, fogueira, músicas juninas,
danças, barracas, shows de artistas, quadrilhas, brincadeiras e queima de fogos de artifício ao som de “Viva João Batista! Viva o Precursor! Porque João Batista, anunciava o Salvador!”.
Padre Pedro Luiz Amorim
Renata Quito
Padre Ricardo Pinto durante missa na Paróquia São João Batista da Vila Guarani, dia 24
No domingo, 26, Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, crismou 55 adultos na Paróquia Santa Paulina, no Heliópolis. Essa foi a segunda turma da recém-criada Catequese de adultos, que é um trabalho conduzido pela Pastoral das Famílias. Uma recente reformulação também colocou catequistas jovens para evangelizar outros jovens.
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Belém ‘Os primeiros 80 anos já foram, o início dos próximos 80 está em suas mãos’ Peterson Prates
Colaborador de comunicação da Região
“A paróquia é a casa de Deus no meio da casa das pessoas, é sinal de que Deus mora aqui no meio de vocês, e que aqui o povo se encontra com Deus”, disse o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, no domingo, 26, na missa solene de encerramento da festa do padroeiro da Paróquia São João Batista, no Setor Pastoral Carrão/Vila Formosa, que em 2016 completa 80 anos de criação. Os festejos começaram no dia 21, com o tríduo em honra à Natividade de São João Batista, celebrada solenemente na sexta-feira, 24. Dom Odilo, na homilia, lembrou a missão da Paróquia de ser “testemunho de fé” e apontou três principais funções da paróquia: anúncio da Palavra de Deus, testemunho da caridade e santificação. Paroquiano há 20 anos, Fábio Krubiniki afirmou que “nos últimos anos, com o engajamento das pessoas, as pastorais que eram mais paradas começaram a crescer novamente, como os Vicentinos”. Padre José Alves, pároco, recordou que em 80 anos de história, a Paróquia sempre procurou responder aos desafios, problemas e dificuldades do povo, lançando uma “resposta pastoral com o
Peterson Prates
Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, preside missa solene na festa do padroeiro da Paróquia São João Batista, no domingo,26
Evangelho, o testemunho e o anúncio, sempre tendo em conta as realidades sociais, econômicas, políticas, religiosas, familiares, presentes na vida da comunidade”, disse o Sacerdote, que concelebrou a missa com os padres Rochus Michael e Emerson da Silva, da Paróquia Coração Eucarístico de Jesus e Santa Marina. Ainda segundo o Pároco, a Paróquia sempre caminhou com os movimentos
e pastorais, “coerentemente com o plano de pastoral da Arquidiocese e as diretrizes da CNBB. Assim, a Paróquia viveu com a Igreja as mudanças, os avanços, e claro, as dificuldades e desafios”, afirmou. A Paróquia São João Batista foi criada em 21 de junho de 1936, mas a atual igreja-matriz tem exatos 60 anos. Em todos esses anos, a Paróquia foi atendida pelos padres palotinos. Padre José Alves
lembrou, ainda, o papel dos palotinos na construção do templo e na evangelização e formação dos leigos, ajudando a transformar a vida do bairro e das famílias. “Os primeiros 80 anos já foram, o início dos próximos 80 está em suas mãos. Então, que vocês escrevam umas páginas bem bonitas dos próximos 80, começando de hoje”, disse Dom Odilo, na conclusão da missa.
Há 150 anos, a devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro Confiada aos cuidados dos missionários redentoristas, a Paróquia Nossa Senhora da Esperança, no Setor Pastoral Sapopemba, celebrou no sábado, 25, os 150 anos da entrega do Ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro à Congregação do Santíssimo Redentor, pelas mãos do Papa Pio IX, sob o pedido do Pontífice: “fazei-a conhecida no mundo inteiro”. Há um ano, na festa do Pérpetuo Socorro, em 27 de junho, a Paróquia se reuniu para a abertura do Jubileu dos 150 anos da restauração do culto público ao Ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, chamado de “Ícone do Amor”. Naquela data, cada uma das sete comunidades e o Grupo de Rua São Judas receberam uma capelinha com o Ícone da Santa para peregrinar pelas famílias da Paróquia. O Ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é de tradição bizantina. No século XV, foi roubado por um co-
Peterson Prates
Diante do Ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, jovens realizam ato de ação de graças
merciante da Ilha de Creta e chegou a Roma, onde foi venerado por quase 300 anos na extinta Igreja de São Mateus. Só em 1866, o Papa Pio IX entregou aos redentoristas o Ícone, para que a devoção fosse conhecida em todo o mundo.
O Papa Francisco concedeu indulgência plenária a todos que durante o ano jubiliar venerassem o Ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro na Igreja de Santo Afonso, em Roma, ou em qualquer igreja redentorista.
Em janeiro, como parte da programação do jubileu, a Paróquia recebeu a visita de um ícone fac-símile de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que peregrinou nas paróquias e santuários redentoristas da Província de São Paulo. Nos dias que antecederam a festa na Paróquia, foi celebrada a semana jubilar, com uma celebração votiva de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em todas as comunidades, reunindo as famílias que receberam o “Ícone do Amor” durante o ano. No sábado, 25, todas as oito capelinhas que percorreram as famílias retornaram simbolicamente à matriz paroquial para a celebração. Para o Padre Antonio Carlos Vanin, pároco, celebrar a festa do Pérpetuo Socorro é “uma graça e também uma missão de continuar fazendo com que o povo possa chegar a Deus, por meio da maternal intercessão de Nossa Senhora”.
Festa da Paróquia Nossa Senhora do Carmo acontece em julho Entre os dias 7 e 15 de julho, acontecerá a festa da padroeira da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, com o tema “Ajudando a servir o vinho bom. Em cada um dos dias da novena, haverá missas com bênçãos
especiais. No dia 9, às 17h, Dom Luis Carlos Dias, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, irá presidir a missa com o sacramento da Confirmação. Na mesma data, será feita uma carreata, com concen-
tração às 15h na rua dos Junquilhos. As festividades incluem, ainda, quermesse nos dias 9, 10, 16, 17, 23, 24, 30 e 31, aos sábados, das 18h30 às 22h, e aos domingos, das 11h às 14h e das 18h às 21h30. No dia da padroeira, 16
de julho, às missas serão às 8h e às 17h. A Paróquia Nossa Senhora do Carmo fica na praça Coronel Melo Gaia, s/nº, na Vila Alpina. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 2917-1755.
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