Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 61 | Edição 3112 | 27 de julho a 2 de agosto de 2016
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JMJ em Cracóvia mostra a força da Igreja jovem Jovens de todo o mundo estão em Cracóvia, na Polônia, para a Jornada Mundial da Juventude, que teve missa de abertura na terça-feira, 26, com a par-
ticipação de 200 mil pessoas. O Papa Francisco conduzirá os atos centrais da JMJ, que segue até domingo, 31. Páginas 12 e 13 Arquivo pessoal
Arquivo pessoal
Encontro com o Pastor ‘Jovens na JMJ querem um mundo sem violência e acreditam que isso é possível’ Página 3
Editorial Rezar por rostos desconhecidos que ajudam a sustentar a fé Página 2
Espiritualidade JMJ Cracóvia 2016
Dom Sergio de Deus: Igreja, assembleia de vocacionados Página 5
Com a Palavra JMJ Cracóvia 2016
Monge fala do livro ‘O Pequeno Príncipe descobre o mosteiro’ Página 15
Comportamento JMJ Cracóvia 2016
Simone Fuzaro: ‘Família é oportunidade para sermos melhores’ Página 6
JMJ Cracóvia 2016
Jovens da Arquidiocese junto a peregrinos da JMJ, iniciada na terça-feira, 26, em Cracóvia. Cardeal Scherer está na Polônia para a Jornada
Papa cria Diocese de Votuporanga (SP)
153 dias de trabalho para pagar impostos
Cristãos perseguidos terão dia de oração
Desmembrada das dioceses de São José do Rio Preto e Jales, a Diocese de Votuporanga, criada no dia 20, tem abrangência em 25 cidades paulistas. Padre Moacir de Freitas será o futuro bispo.
O dado, referente a este ano, é de uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). O SÃO PAULO detalha impactos dos impostos no valor dos produtos e serviços no País.
A “Ajuda à Igreja que Sofre” fará em 6 de agosto o “Dia Internacional de Oração pelos Cristãos Perseguidos no Oriente Médio”. Em São Paulo, a celebração será no dia 5, às 12h, na Catedral da Sé.
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São Paulo tem dia de Olimpíada com a passagem da tocha A passagem da tocha olímpica, no domingo, 24, atraiu a atenção dos moradores da Capital paulista em diferentes pontos da cidade, como o Museu do Ipiranga, praça da Sé, Teatro Municipal, avenida Paulista, parque do Ibirapuera, Sambódromo do Anhembi e estádio do Pacaembu, onde foi prestada homenagem aos atletas que já participaram de edições dos Jogos Olímpicos. Página 9
2 | Ponto de Vista |
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Editorial
Rezar por rostos desconhecidos que ajudam a sustentar nossa fé
Q
uando o Filho do Homem vier, encontrará fé na terra? A estranha pergunta de Jesus (cf. Lc 18,8) até soa retórica onde a maioria é cristã e a fé parece fácil e cômoda (sabemos que só parece, pois é exigente e desafiadora para o coração humano). Contudo, essa pergunta é bem concreta no Oriente Médio, berço do Cristianismo, onde a perseguição realizada por extremistas muçulmanos está aniquilando a população cristã. Existe um significado simbólico nesse fato, no perigo do Cristianismo desaparecer ali onde nasceu. Mas não se trata só disso. São pessoas como cada um de nós, crianças e adultos, homens e mulheres, que perdem tudo
que têm, a própria vida, por uma declaração aparentemente tão fácil para nós: “sou cristão”. Paradoxalmente, o martírio não é uma objeção ao crescimento da fé, e sim uma condição para seu fortalecimento e crescimento no mundo. A existência da Igreja se sustenta sobre o sangue dos mártires. Podemos não ter uma clareza à altura desse prodígio, mas também nós somos sustentados na fé pelo sangue dos mártires. Pensemos nos primeiros cristãos perseguidos no Império Romano que nos legaram a mensagem cristã ou nos missionários que a anunciaram a nossos antepassados e que sempre foram chamados a viver em maior ou menor dose o martírio. Esse sustento
acontece também à luz do mistério, que gera a comunhão dos santos e permite que a oração, a doação e os sacrifícios feitos por uns se tornem força para outros. Gestos de solidariedade aos cristãos que sofrem por causa das perseguições são mais que apenas atos motivados por nossa responsabilidade no mundo ou pela compaixão diante do sofrimento dos irmãos. São uma possibilidade que Deus nos dá de ir mais fundo nesse rio de amor e doação que brota do próprio lado de Cristo, trespassado pela lança, rio misterioso que é o único capaz de vencer realmente o mal e a morte. Entre esses gestos, a oração é o primeiro e mais misterioso, aquele que nos abre para o real sentido de nossa
adesão a Cristo. Na oração, descobrimos a graça e a misericórdia imprevistas de Deus. Há dois anos, no dia 6 de agosto, milhares de cristãos, fugindo da perseguição desencadeada pelo Estado islâmico (EI) no Iraque, abandonaram suas casas na Planície de Nínive. Nesta data, todos os anos, a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) nos convida a rezar, sozinhos ou em comunidade, em missas ou outras ocasiões, por esses nossos irmãos que, com seu sofrimento, estão se unindo à Paixão de Cristo. É um momento dedicado a eles, mas que também é dado a nós, para irmos mais fundo em nossa fé. Não o desperdicemos.
Opinião
Francisco e a laicidade Arte: Sergio Ricciuto Conte
Fábio Lacerda O Estado secular é uma conquista e deve garantir a liberdade religiosa dos seus cidadãos. Essa foi a posição defendida pelo Papa Francico em entrevista ao jornal francês La Croix, no dia 17 de maio. A mensagem foi endereçada à Europa, num momento em que a discussão sobre se e como receber um enorme número de imigrantes ganha relevo. A crise migratória se associa à discussão sobre a laicidade, visto que a chegada de imigrantes, provenientes em sua maioria da Síria, Afeganistão e Iraque, levanta questões sobre como os Estados nacionais europeus devem acomodar os diferentes credos. A defesa da laicidade não é exclusiva do atual romano pontífice. Ao contrário, está em conformidade com a visão dos últimos papas e ecoa o Concílio Vaticano II (1962-65). Na verdade, a defesa da autonomia entre o poder temporal e o espiritual remonta ao menos até Santo Agostinho. É, portanto, parte da própria tradição cristã, ainda que tenha sido obscurecida durante considerável período da história. Porém, Francisco também ressaltou o problema de uma concepção restritiva de laicidade, tal como a francesa. O caráter secular de uma ordem política deveria ter mais a ver com a garantia à liberdade de crença (a qualquer crença ou nenhuma) do que com a exclusão da religião do debate público. Tal exclusão parte de um ideal de cidadania que
considera a religião como uma base inadequada, seja para argumentos públicos, seja para a motivação política. Nessa visão, cidadãos religiosos não deveriam argumentar em termos religiosos, nem deixar suas crenças influenciarem sua atuação política. Essa visão é questionável por várias razões. A exclusão de argumentos religiosos se baseia na ideia liberal de que o debate público deve ser
pautado por argumentos acessíveis, razoáveis e/ou convincentes, e que argumentos religiosos não seriam nenhuma dessas coisas. Note-se, no entanto, que a defesa da exclusão de argumentos religiosos está longe de ser ela mesma consensual, e certamente não é convincente para a maioria dos cidadãos religiosos. A exclusão da religião como motivação política é igualmente questionável, pois desconsidera que a
religião é uma das mais potentes forças políticas do mundo contemporâneo e que suas consequências se fazem sentir em todos os campos do espectro político. No caso do Brasil, a condenação de políticos evangélicos “conservadores” feita em nome da laicidade ignora a importância que outros grupos religiosos tiveram historicamente na defesa de bandeiras “progressistas” – tome-se, como exemplo, a luta da Comissão Pastoral da Terra pelos direitos dos trabalhadores rurais, a oposição da CNBB ao regime militar e a mobilização de protestantes em defesa da liberdade religiosa no início do século XX. Não se pode fazer uma leitura seletiva da contribuição das religiões à sociedade, reconhecendo o seu valor apenas quando elas apoiam a esse ou aquele grupo que está no poder. Sem dúvida, a contribuição das religiões deve se dar no diálogo com as demais forças sociais, mas também no respeito à sua especificidade. Levar as palavras do Papa Francisco a sério significa defender o Estado laico, mas também a liberdade dos cidadãos de defender suas crenças na vida pública. A exclusão dos cidadãos religiosos poderia se tornar uma profecia autorrealizável, incutindo neles a percepção de que não têm lugar numa democracia e, por conseguinte, levando-os a descrer na possibilidade de compatibilizar sua fé com uma sociedade secular. Fábio Lacerda é mestre e doutorando em Ciência Política pela USP, e professor do Centro Universitário da FEI.
As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.
Semanário da Arquidiocese de São Paulo
Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator chefe: Daniel Gomes • Reportagem: Cônego Antônio Aparecido Pereira, Edcarlos Bispo, Filipe David, Nayá Fernandes e Fernando Geronazzo • Institucional: Rafael Alberto e Renata Moraes • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Secretaria de Redação: Djeny Amanda • Assinaturas: Ariane Vital • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Revisão: Maria Aparecida Ferreira • Impressão: S.A. O ESTADO DE S. PAULO • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.
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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo
E
m Cracóvia, na Polônia, acontece a 31ª Jornada Mundial da Juventude. Os jovens chegaram de todos os cantos do mundo, alegres e ruidosos, com as manifestações multicoloridas de suas raças e culturas. Enchem as ruas da antiga, culta e simpática Cracóvia, que os acolhe de braços abertos e se enche de vida. Os jovens vieram para cá como peregrinos em busca do Deus da misericórdia, guiados pelo tema da Jornada – “felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”. E peregrinam pelas igrejas e santuários, participam das catequeses sobre o tema, atravessam com emoção a “porta santa da misericórdia” - do santuário da “Divina Misericórdia” -, onde Santa Faustina falou ao mundo de suas experiências e compreensões da misericórdia infinita de Deus. Grupos entram e saem das estações, enchem as ruas com suas bandeiras, cantam ao som de violões, dançam e se abraçam nas praças, com quem nunca tinham visto antes, vindo sabe-se lá de qual país, sem falar a mesma língua... Crachá, boné da JMJ, mochila às costas, sorriso largo e brilho no olhar os identificam como parte de uma mesma multidão de peregrinos, que caminham na mesma direção... Não são caminheiros anônimos pela vida, mas irmãos de tantos que, como eles, “procuram a face de Deus”. Dias atrás, ficamos estarrecidos
Jornada da Juventude: os jovens querem a paz diante do tiroteio com mortes em Munique, na Alemanha, do ataque a machado num trem, do caminhão dirigido para cima da multidão em Nice, no sul da França, do ataque a uma casa de diversão em Orlando, nos EUA... Quase já esquecemos de falar dos atentados quase diários nas regiões de guerra no Oriente Médio e na África, onde a morte violenta de muitas pessoas nem sequer faz mais notícia. E, no Brasil, estamos apreensivos diante da possibilidade de atentados também durante os Jogos Olímpicos. Mas quem fala da violência nossa de cada dia, que causa mais mortes ao longo de um ano que nos países em guerra!? Os fatos assustadores de ataques cometidos por indivíduos isolados ou por grupos organizados, com declaradas motivações políticas, ideológicas ou pseudo-religiosas, mereceriam uma séria reflexão da sociedade: O que está acontecendo? O que faz as pessoas se organizarem para realizar atos de violência contra pessoas inocentes e desprevenidas, de maneira dificilmente previsível? É a vontade de espalhar a anarquia e o terror pelo mundo? A vingança contra supostos inimigos? É a busca do poder? O desejo de mostrar força? O terrorismo, muitas vezes, não tem endereço claro, nem nação, nem raça, nem rosto... O Papa Francisco já se referiu a uma espécie da “3ª. guerra mundial, em andamento”, com características de “guerra global”. O que leva a matar a esmo pessoas pelas ruas ou num mercado? Parece-me que essa onda de terrorismo e violência é sintoma de uma época em profunda crise de identidade e
de valores: movimentos fundamentalistas rejeitam a modernidade, que permeia tudo e todos os espaços do convívio humano; tentam mudar o rumo da história, expurgando pela violência os valores não compartilhados e atacando pessoas e símbolos desses valores. Estamos também diante de um vazio existencial, onde são muitas vezes rejeitados os valores básicos do convívio, como o respeito, a tolerância, a solidariedade, a justiça, tidos por alguns como superados. A Jornada Mundial da Juventude acontece, justamente, em tempos de atentados e tragédias, causados pela discriminação, intolerância e ódio! E tantos jovens aderiram à Jornada, deixando o medo em casa, pondo-se em marcha para encontrar outros jovens, para ouvir o Papa Francisco, a Igreja. O que dizem esses jovens ao mundo? Eles querem um mundo sem violência e acreditam que isso é possível. Eles são o rosto esperançoso de uma humanidade, de uma grande família de irmãos, unida pela busca comum do rosto de Deus e guiada por valores genuínos e construtivos. Querem viver e vivem em paz uns com os outros. Eles fazem a experiência de uma “nova humanidade”, que eles querem construir, desde agora. Eles acreditam no Deus da misericórdia, em cujas mãos confiam sua própria fragilidade e a de seus irmãos; e acreditam que a prática das obras misericórdia é remédio contra a violência, enche a vida de sentido e torna o coração sensível e bom diante do próximo. Um coração assim jamais irá se entregar à violência. Os jovens em Cracóvia são a imagem da humanidade reconciliada no amor.
| Encontro com o Pastor | 3
Na JMJ Cracóvia 2016 Padre Pedro Almeida
O Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, está nesta semana em Cracóvia, na Polônia, onde participa da 31ª Jornada Mundial da Juventude, iniciada na terça-feira, 26. Dom Odilo embarcou para o país europeu na tarde do domingo, 24. Antes, pela manhã, presidiu missa na Catedral da Sé, durante a qual rezou pelo bom êxito da Jornada, que tem como tema “felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5,7). A temática da misericórdia será tratada pelo Cardeal Scherer nas catequeses que ele dará na JMJ para os peregrinos de língua portuguesa, que acontecerão, conforme informações do site da Jornada, na Igreja de Nossa Senhora do Bom Conselho. Ao todo, serão realizadas catequeses em 33 idiomas por bispos de vários países, entre quarta-feira e sexta-feira, dias 27 a 29, no período da manhã. A Jornada será concluída no domingo, 31, com a missa de envio, presidida pelo Papa Francisco (leia mais nas páginas 12 e 13).
Tweets do Cardeal @DomOdiloScherer
22 - Hoje, Santa Maria Madalena, discípula de Jesus: “Sois vós, ó Senhor, o meu Deus! Desde a aurora ansioso vos busco!”
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4 | Fé e Vida |
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Liturgia e Vida
Você Pergunta
18º Domingo do Tempo Comum 31 de Julho de 2016
A vida de um ser humano não consiste na abundância de bens! Padre Boris Nef Ulloa Todo ser humano em algum momento de sua vida se perguntou: qual é o sentido da existência? O que dá sentido aos nossos trabalhos, sacrifícios, labutas cotidianas? O livro do Eclesiastes torna-se o porta-voz dessa grande pergunta existencial! Segundo o autor sagrado, neste peregrinar terrestre tudo é vaidade! De fato, essa resposta cabe bem na fase da revelação bíblica, na qual ainda não existia a clareza de uma vida eterna, da continuidade da vida após a morte! Por outro lado, o salmista, suplica: “Senhor, dai ao nosso coração sabedoria!!” Ensinai-nos a contar os nossos dias, isto é, a discernir as razões e as motivações que nos levam a viver isto ou aquilo, a escolher entre as aparências superficiais de um modo de vida sem sentido e a profundidade de abraçar aquilo que é bom, agradável e perfeito aos olhos do Pai. Dentro dessa perspectiva é que podemos compreender o relato lucano, no qual Jesus nos convida e nos exorta a vivermos com sabedoria e discernimento frente às realidades temporais, frente aos bens materiais! Do que vale ao ser humano acumular bens e riquezas e viver no egoísmo, na insensibilidade diante da vida do próximo? Qual é o sentido de educar as novas gerações tão somente com a preocupação de ter bens, sucesso profissional, con-
forto, prazer e comodidade? Que tipo de pessoas estaremos gerando para a sociedade e para a Igreja? Corações endurecidos pelas vãs preocupações? Homens e mulheres que só enxergam o próprio umbigo? Que percebem tão somente suas próprias necessidades e são incapazes de enxergar que existem pessoas ao seu redor? O que dizer da capacidade humana, e portanto cristã, de enxergar a dor, a lágrima, o lamento no seu semelhante? Uma geração insensível que vive escrava da globalização da indiferença? Uma geração que não consegue sequer fazer festa e se alegrar de forma sadia e sóbria? Qual é a saída oferecida pela fé cristã para essa tragédia de nosso tempo? O apóstolo Paulo nos responde na carta aos Colossenses: “possuir os olhos fixos em Cristo, nos valores do alto!” Nos valores eternos que não passam! Juntar tesouros que nem a traça e a ferrugem podem consumir! Eis nosso desafio: educar crianças, adolescentes e jovens para uma vida escondida em Deus, onde está Cristo. Uma vida marcada pela caridade de Cristo! Uma vida conduzida e impulsionada pelo seu Espírito de sabedoria e discernimento. Educar para o amor ao próximo, na partilha sóbria de nossa vida e também solidária de nossos recursos econômicos. *Excepcionalmente nas próximas semanas a articulista Ana Flora Anderson não escreverá para a seção “Liturgia e Vida”
Atos da Cúria NOMEAÇÃO DE MEMBROS DA COMISSÃO DO DIACONATO PERMANENTE DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO Em 22 de julho de 2016, o Emmo. Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, nomeou como membros da Comissão do Diaconato Permanente da Arquidiocese de São Paulo: pela Região Belém, Diác. Carlos Alberto de Paula Ribeiro e Diác. Jorge Luiz de Almeida Souza; pela Região Brasilândia, Diác. Benedito Camargo e Diác. Valdik dos Santos Andrade; pela Região Ipiranga, Diác. Anivaldo Blasques e Diác. Feliciano Bonitatibus Neto; pela Região Lapa, Diác. Luiz Carlos de Laet e Diác. Marcos Adriano de Souza; pela Região Santana, Diác. Márcio José Ribeiro e Diác. Nilo José de Carvalho Neto; pela Região Sé, Diác. Francisco Carlos Pereira Kumagai e Diác. João Carlos Franco de Barros Fornari; pela Escola Diaconal,
Quem permanece no adultério é cortado da Igreja? padre Cido Pereira
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A pergunta veio de longe e não é assinada. A pessoa quer manter-se anônima. Ela mora em Benevides (PA). A pergunta é: “Padre, gostaria de uma resposta curta e direta. Se alguém cometer adultério e não quiser parar de cometê-lo, será cortado da Igreja?” Meu amigo, ninguém é cortado da Igreja. As pessoas se cortam da Igreja. Ninguém é excomungado da Igreja. A pessoa se excomunga da Igreja. Cometer adultério é pecar contra o amor, é descumprir um juramento de amor e fidelidade feito no Matrimônio. Aconteceu? Arrependeu-se? Deixou de lado essa escolha errada? Tudo bem. Agora, manter-se nessa situação irregular, deixar para trás alguém a quem se prometeu fidelidade, é dizer não à Lei de Deus, é desdizer-se, é afastar-se da orientação da Mãe Igreja.
Como você não quis dizer seu nome, é sinal de que a pessoa de quem você fala é você mesmo ou de alguém muito próximo a você. Reveja sua posição. A esposa ou o marido, os filhos, não merecem essa atitude de infidelidade. O infiel, o adúltero, ofende a Deus diante de quem se fez o compromisso matrimonial, ofende o parceiro a quem se prometeu amor e fidelidade, ofende os filhos que têm direito a uma família estável. Ofende a instituição Família, Instituição esta que, embora feita de homens e mulheres, foi criada e querida por Deus. Errar é humano. Ceder a uma tentação é humano. Permanecer no erro, porém, é virar as costas para Deus e para a Igreja. Lembre-se da adúltera do Evangelho. O adultério era punido na Bíblia com o apedrejamento. Jesus quer misericórdia para com os adúlteros, mas pede também que eles não pequem mais.
Erramos Diferentemente do publicado na notícia “Arquidiocese prorroga prazo de indicações para a Medalha São Paulo Apóstolo” (edição n° 3.111, página 23), Dom Devair Araújo da Fonseca foi nomeado coordenador da Comissão Julgadora da Medalha e não presidente da mesma.
Na notícia “Há 10 anos, Missão Belém é sinal de misericórdia” (edição n° 3.111, página 22), a correta informação é que a Missão Belém foi criada em outubro de 2005 e não em outubro de 2015, como foi publicado.
Bazar Beneficente Capela do Menino Jesus e Santa Luzia (Região SÉ) Todo dia 13 a comunidade da capela promove o bazar a fim de angariar recursos para a reforma do salão comunitário anexo à Capela.
Pe. Fernando José Carneiro Cardoso e Diác. Ailton Machado Mendes; Presbítero acompanhante, Côn. Celso Pedro da Silva; Representante dos Diáconos no Regional Sul 1, Diác. Roberto Zanchetta; membros escolhidos pelo Arcebispo, Diác. Francisco Pereira Monteiro, Diác. Rogério Lopes Camargo e Diác. Wainer Fracaro da Silva. A natureza, finalidade e ação da Comissão estão estabelecidas no Regulamento da Comissão do Diaconato Permanente, já aprovado e promulgado. O mandato dos membros da Comissão é regulado pelo artigo 6º do mesmo Regulamento. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ADMINISTRADOR PAROQUIAL Em 20 de julho de 2016, foi nomeado e provisionado Administrador Paroquial “ad nutum episcopi” da Paróquia Cristo Libertador, na Região Episcopal Brasilândia, Setor Pastoral Jaraguá, o Revmo. Pe. Alécio Ferreira Silva.
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Espiritualidade Igreja é uma vocação Dom Sergio de Deus Borges
N
Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana
as proximidades do mês de agosto, costumamos dar mais atenção à reflexão sobre o tema vocacional. Para não fugir da regra, quero tratar desse tema, porém aproveitando uma perspectiva apresentada pelo Beato Paulo VI na audiência geral de 17 de novembro de 1971, quando ele tratava do tema Igreja. Escolheu como temática da audiência geral “A Igreja é uma vocação”. Aqui, apresento uma síntese dessa belíssima catequese que nos leva a essência do ser Igreja, assembleia de convocados, vocacionados. Na ocasião, perguntava o Beato Paulo VI: “Que significa Igreja? A curiosidade despertada por essa pergunta refere-se, agora, à etimologia da palavra: Igreja, na linguagem bíblica, significa uma assembleia convocada, de caráter religioso. É esse o seu significado desde o Antigo Testamento. Cristo tornou seu esse
vocábulo e atribuiu-lhe um sentido próprio: ‘a minha Igreja’ (Mt 16,18)”. O Santo Padre comentou com simplicidade, naquela ocasião, que a Igreja nasceu de uma vocação, de uma vocação divina e as comunidades presentes no Novo Testamento tinham clara compreensão de terem sido chamadas: “Comecemos pelos Apóstolos”, dizia ele. “Foi Jesus quem os reuniu, chamando cada um deles: ‘Vinde após Mim’ (Mt 4, 19-22; cfr. 9,9; Jo 21,19). Não se associaram por iniciativa própria; foram escolhidos pelo próprio Cristo, que um dia lhes disse: ‘Não fostes vós que Me escolhestes, fui Eu que vos escolhi...’ (Jo 15,16 ss.; Lc 6,13). São Paulo usa frequentemente esse conceito de vocação, como um conceito constitutivo da Igreja primitiva (cfr. Rm 8,30; Gl 1,6; 1 Ts 2,12 etc.). E o mesmo faz São Pedro (cfr. 1 Pd 1,15; 2,9; 5,10; 2 Pd 1,3)”. A consciência vocacional da Igreja gera vida de comunidade: “As pessoas que a acolhem são convocadas, juntamente com outras, também fiéis, e formam imediatamente uma comunidade, a Igreja, a sociedade dos ‘chamados a ser de Jesus Cristo’ (Rm 1,6). Quem foi chamado não permanece só, isolado, autônomo,
| Fé e Vida | 5
Fé e Cidadania Misericórdia mas é inserido, ‘ipso facto’, como membro de um corpo, o Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja (cfr. Cl 2,19; 3,15; Ef 4,6)”. Na Igreja, insiste o Beato Paulo VI, as pessoas encontram o sentido da vida, o porquê viver; ela dá uma finalidade e um mérito à vida: o Reino dos Céus. Por esse motivo, é a geradora das vocações, e, podemos dizer, o “lugar” para as pessoas que andam à procura de uma finalidade pela qual valha a pena viver, buscar, amar, agir, sofrer e morrer. No entanto, muitos homens e mulheres de nosso tempo não ouvem a voz de Cristo, não buscam a Comunidade, não se sentem convocados, e, infelizmente, não encontram o sentido para sua vida e o lamento de Jesus continua: ‘Se neste dia tivesses conhecido, tu também, O que te pode trazer a paz! Mas isto ficou oculto aos teus olhos’ (Lc 19,42). Como Igreja, assembleia de vocacionados, cabe a nós hoje, em nome de Cristo, formar uma cultura vocacional no ambiente em que vivemos, porque todos são convocados e precisam ouvir, claramente, a voz do Pastor e da Igreja, o mesmo convite doce e decisivo: vem!
Cônego Antonio Manzatto Obras de misericórdia são ações concretas desenvolvidas em favor de nossos irmãos sofredores. Não as fazemos por nós, para sermos bons ou para ganharmos o céu, mas as fazemos por amor àqueles que sofrem. O que determina que seja uma obra de misericórdia é o sujeito a quem se endereça a ação que fazemos, e não apenas aquilo que estamos fazendo. Mais do que o que se faz, a quem se faz é que é o importante. Por isso, não dizemos simplesmente que é necessário dar de comer, mas dar de comer a quem tem fome; não basta dar abrigo e acolhimento, mas é preciso fazê-lo em benefício dos desabrigados. Não basta consolar, mas fazê-lo para com os tristes e aflitos. Portanto, para além da ação, ela deve visar melhorar a situação daqueles que estão em sofrimento. É nesse sentido que se diz que é uma obra de misericórdia; ou seja, é preciso que seja de misericórdia, além de ser uma obra, ação concreta. Donde a sensibilidade necessária para que se olhe o sofrimento de nossos irmãos e irmãs, sensibilidade que nos obriga a sairmos de nós mesmos, de nosso pequeno mundo cotidiano, para olharmos a realidade de vida de quem mais sofre por tantas e diferentes razões. As obras de misericórdia podem ser, claro, individuais, no sentido de ser uma ação que eu faço em benefício de alguém ou de algumas pessoas. Podem ser também grupal, comunitária, como uma ação que fazemos nós. Mas uma obra de misericórdia pode ser também social, no sentido de a gente se convencer que é necessária uma ação política que ultrapasse as situações individuais e alcance a estrutura da sociedade que causa aquele sofrimento. Por isso, as obras de misericórdia não se resumem a comportamentos individuais, de crescimento espiritual, mas são também crescimento da consciência pública, política. Claro que as obras de misericórdia podem ser eventuais, mas bom mesmo é quando se tornam permanentes, constantes em nossa vida e em nosso comportamento cristão, de forma a que nos preocupemos com os pobres, sempre olhando para a realidade de vida dos sofredores, e guardando sempre a sensibilidade de humanização diante das situações de carência e sofrimento das pessoas, sobretudo os mais pobres e mais frágeis. As opiniões da seção “Fé e Cidadania” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editoriais do O SÃO PAULO.
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6 | Viver Bem |
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Comportamento Família: uma grande oportunidade Simone Fuzaro Todos olhamos ao redor e identificamos muitíssimas coisas que gostaríamos que fossem diferentes. A realidade cotidiana em cidades como São Paulo é muito dura: trânsito intenso e perigoso, assaltos e furtos à luz do dia, violência nas relações, intolerâncias das mais diversas naturezas, bullying, traições, mentiras... Uma realidade na qual os valores, a palavra, o respeito, ficam relegados a segundo plano constantemente. Há uma busca desenfreada pelo prazer, pela conveniência, pelo sucesso financeiro fácil - sem muito trabalho. O interessante é que, apesar de estarmos imersos nessa realidade, de muitas vezes sermos tomados por ela e nos vermos remando em direção ao egoísmo e ao comodismo, temos em nossa consciência como que um senso que nos alerta sobre um “erro de rota”. Quando percebemos a sociedade tão injusta, tão corrompida, temos certeza que algo precisa ser feito para mudarmos a direção. Normalmente, esperamos essa mudança acontecer. Reivindicamos posições e posturas do governo, das diferentes instâncias do poder público, da polícia e muito pouco nos implicamos com a mudança para muito além de participar de manifestações. Esperamos grandes mudanças que melhorem nossa vida e de nossa família. Não percebemos que temos em mãos a grande e mais eficaz ferramenta para melhorarmos a sociedade e a nós mesmos: nossa família.
Que grande escola é uma fa- comum, na medida que exercitamília que luta para viver bem, ram isso no convívio familiar. Não para manter o amor entre os côn- será tão difícil respeitar e ajudar juges, para educar bem os filhos, alguém que tenha uma necessipara transmitir valores sólidos, dade especial se aprendermos a para viver o respeito às diferenças, conviver respeitosamente com as para conviver com as limitações diferenças e limitações dentro do que todos temos, para corrigir lar; será mais fácil darmos passacom carinho e firmeza os defeitos gem ao outro ou oferecermos o de cada um. Para amarmos o nos- lugar no transporte, se aprendeso parceiro, precisamos aprender mos desde pequenos a identificar a sair do egoísmo, da busca de nossos confortos e interesses Esperamos grandes para encontrar a felicidade de dividir, de mudanças que servir, de abrir mão melhorem nossa vida em prol do bem dos e de nossa família. Não dois. Modo eficaz de ganhar a virtude da percebemos que temos generosidade e ven- em mãos a grande e cer o egoísmo. Para mais eficaz ferramenta educarmos os filhos, para melhorarmos precisamos nos dedicar a viver o ver- a sociedade e a nós dadeiro amor, aquele mesmos: nossa família que sai de si em busca do bem do outro. Renunciamos ao comodismo, ao as necessidades dos que estão ao ritmo de vida que levávamos an- nosso redor; não será impossível tes de tê-los e vamos aprendendo nos submetermos à autoridade de a encontrar a felicidade e a realiza- um chefe, se aprendemos desde ção nos aprendizados que os pe- cedo os bens trazidos pela autoriquenos fazem a cada dia, nas con- dade amorosa dos pais. versas, brincadeiras, passeios, nas Não existem famílias perfeiconquistas deles rumo à autono- tas. O que importa não é acertar mia: falar, andar, tirar as fraldas, sempre, mas, sim, lutar muito entrar na escola etc. Em cada fase, lutar em busca de amar, educar e há uma alegria, uma preocupa- crescer. Essa é nossa grande, rica ção, um desafio e uma aventura: a e eficaz oportunidade de sermos grande aventura de mudarmos o melhores e construirmos um mundo sendo melhores a cada dia mundo melhor. e formando pessoas virtuosas, que Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é saibam se posicionar de modo fonoaudióloga e educadora e mantém o blog educandonacao.com.br ético, generoso, em busca do bem
Cuidar da Saúde
Retinopatia diabética Cássia Regina A retinopatia diabética é a causa de perda visual em diabéticos, ocorrendo mais frequentemente em pacientes idosos. Os pacientes com diabetes tipo I têm mais chances de desenvolver a retinopatia do que os portadores de diabetes tipo II. Mas outros fatores são mais importantes, como o tempo de duração da doença e o controle da glicemia.
Pacientes que não realizam tratamento de forma adequada da diabetes têm grandes chances de desenvolver a doença. O paciente pode relatar borramento visual ou sensação de véu sobre o olho. É importante controlar os níveis de glicemia, colesterol e de pressão arterial para evitar novas agressões aos vasos da retina. Mesmo os idosos diabéticos que não apresentam sintomas visuais devem realizar o exame
de fundo de olho anualmente, visando detectar de forma precoce sinais de doença retiniana e a identificação de regiões da retina que necessitem de tratamento específico. Muitos podem não apresentar sintomas até fases avançadas. Por isso, é importante a consulta periódica ao médico, mesmo sendo assintomático. Dra. Cássia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF) E-mail: dracassiaregina@gmail.com
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| Geral/Pastorais | 7
Padre Sidnei Fernandes retorna a São Paulo após doutorado em Roma REDAÇÃO
osaopaulo@uol.com.br
Após quase seis anos de estudos em Roma, o Padre Sidnei Fernandes Lima, 44, está de volta à Arquidiocese de São Paulo. Em 3 de maio, ele concluiu o doutorado em Teologia Dogmático-Sacramentaria, pelo Pontifício Ateneu Santo Anselmo. Com especialização e mestrado em Liturgia, pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, Padre Sidnei chegou a Roma em 2010 e defendeu neste ano a tese doutoral com o título “O Batismo na Teologia da Libertação. Uma sacramentalidade do Reino de Deus”. Fizeram parte da banca examinadora os doutores Eduardo López-Tello García, OSB (orientador), Damásio Medeiros, SDB (1º leitor), Andrea Grillo (2º leitor), Juan Javier Flores Arcas, OSB (reitor) e Stefano Visintin, OSB (decano). A tese em questão recebeu qualificação “summa cum laude probatus” (9,75). Conforme explicou ao O SÃO PAULO, ele escolheu a temática ao ser incentivado pelos seus professores orientadores. “Além disso, no início da minha pesquisa, um trecho de uma carta do Papa João Paulo II endereçada à CNBB (09/04/1986) serviu de confirmação a respeito da relevância de um estudo ligado a esse movimento teológico. Diz o Sumo Pontífice: ‘estamos convencidos, nós e os senhores, de que a Teologia da Libertação é não só oportuna, mas útil e necessária. Ela deve constituir uma nova etapa – em estreita conexão com as anteriores’. Partindo da constatação da grande influência da Teologia da Libertação sobre a produção teológica na América Latina, a pesquisa se propôs a avaliar como esse movimento teológico utiliza o seu método para elaborar uma re-
flexão sobre o sacramento do Batismo”, detalhou. Padre Sidnei sintetizou as premissas da teologia batismal desenvolvida pelos teólogos da libertação: “A Teologia da Libertação está voltada preferencialmente aos pobres e excluídos. Esses são os principais destinatários da sua argumentação sobre o Batismo. Assim, direcionados os teólogos da libertação ao refletir sobre o Batismo procuram estabelecer uma tensão escatológica equilibrada entre a salvação plena e transcendente e a práxis da libertação cristã dos oprimidos, por meio da categoria Reino de Deus. Dentro dessa perspectiva, é fundamental que o Batismo seja motivo de festa, sinal de compromisso e esperança para os pobres”. Pertencente ao clero da Arquidiocese desde 2001, Padre Sidnei já foi colaborador do folheto litúrgico Povo de Deus em São Paulo e participou da Comissão de Bens Culturais da Igreja na Arquidiocese. Também atuou em quatro paróquias da Região Belém - Nossa Senhora do Bom Parto, São Mateus Apóstolo, Cristo Rei e Nossa Senhora do Perpétuo Socorro – e em 7 de agosto, às 8h30, assumirá como administrador da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, no Setor Nova Esperança, da Região Brasilândia. “Estou à disposição da Arquidiocese para desempenhar o meu ministério em conjunto com os demais presbíteros e também para exercer as funções relacionadas à formação teológica na área dos sacramentos, no âmbito acadêmico ou pastoral. Além disso, tenho grande interesse em continuar a minha pesquisa sobre os sacramentos dentro do contexto latino-americano. Porém, fundamentalmente, o meu desejo é ir ao encontro das necessidades da Igreja na cidade de São Paulo”.
Arquivo pessoal
Padre Sidnei na defesa da tese ladeado, à esquerda da foto, pelos professores Andrea Grillo e Eduardo López, e à direita pelos professores Juan Javier e Damásio Medeiros
Pastoral Vocacional
Pastoral da Criança
Em retiro, vocacionados aprofundam discernimento da fé
Encontro para novas coordenadoras acontece em paróquia na Lapa
A Pastoral Vocacional da Arquidiocese de São Paulo realizou, entre 24 e 26 de junho, seu retiro vocacional na Casa de Retiros Mary Ward, em Itapecerica da Serra (SP). Participaram aproximadamente 15 vocacionados, aspirantes ao Seminário Propedêutico da Arquidiocese de São Paulo. Todos os anos, a Pastoral realiza dois retiros, um a cada semestre, para auxiliar no discernimento dos vocacionados. O retiro foi assessorado pelo Padre Sancley Lopes Gondim, que refletiu sobre o que Deus espera de cada um dos vocacionados e comentou sobre a espiritualidade do padre diocesano. Também tratou de temas como renúncias e apegos na vida
Nos dois últimos sábados, dias 16 e 23, foi realizada a formação para as novas coordenadoras de ramos da Pastoral da Criança da Arquidiocese de São Paulo, na Paróquia Nossa Senhora da Lapa. Participaram integrantes da Pastoral nas regiões Lapa, Sé, Ipiranga, Belém, Brasilândia e Santana. Todas aprenderam a importância do papel do coordenador de ramo e área, e da prestação de contas. O intuito foi permitir que as coordenadoras deem todo suporte necessário para seus líderes. O coordenador paroquial, assim
e as recompensas em seguir Jesus Cristo. Durante o retiro, os vocacionados foram convidados a momentos individuais de silêncio e reflexão de passagens bíblicas e em cada dia participaram de missa, adoração ao Santíssimo Sacramento e reza da Liturgia das Horas. Puderam, ainda, conversar sobre a caminhada vocacional com os padres Sancley e Messias de Moraes, este último promotor vocacional da Arquidiocese de São Paulo. Os interessados em ter discernimento vocacional para a vida consagrada devem se informar pelo telefone (11) 3104-1795 ou pelo e-mail cvasp@uol.com.br. Fonte: Pastoral Vocacional (redação: Igor Andrade)
como todos os demais membros da Pastoral da Criança, tem como missão criar condições para que as líderes possam realizar suas tarefas. Tudo o que o coordenador de paróquia realiza, como, por exemplo, planejamento e organização do trabalho Pastoral, acompanhamento da qualidade da capacitação e formação contínua dos líderes, visita às comunidades e suas coordenações, prestação de contas, se justifica na medida em que cria condições para que as líderes possam realizar a missão da Pastoral. Fonte: Pastoral da Criança (Redação: Igor Andrade)
8 | Pelo Mundo |
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Filipe David
Correspondente do O SÃO PAULO na Europa
Destaques das Agências Internacionais
Uganda/ Sudão do Sul
Estados Unidos
Aumento de refugiados ultrapassa capacidade dos centros de acolhida Os conflitos no Sudão do Sul têm levado dezenas de milhares de pessoas a emigrar. Já há cerca de 500 mil refugiados nos países que fazem fronteira com o Sudão do Sul. Nas últimas três semanas, chegaram a Uganda cerca de 30 mil refugiados, mas os centros de acolhida já estão superlotados. O centro de Elegu, que fica na fronteira entre os dois Países, já hospeda 10 mil pessoas, embora sua capacidade seja dez vezes menor. Os serviços de saúde são poucos, a área está repleta de lixo e as latrinas não dão conta do volume, o que contribui para a sujeira. Para piorar, fortes chuvas têm dificultado ainda mais a situação. Crianças e mulheres compõem 90% dos recém-chegados. Fonte: Fides
Ex-rival declara apoio a Hillary
sinato, referindo-se aos dois terroristas como seus “soldados”. O grupo terrorista tem incentivado que seus membros e simpatizantes ataquem diversos alvos diferentes, inclusive igrejas. O objetivo é incutir o medo no coração dos “infiéis”.
Bernie Sanders, o principal rival de Hillary Clinton dentro do Partido Democrata, declarou seu apoio e pediu o engajamento de seus eleitores para eleger Hillary presidente. Sanders se considera um “socialista democrático” e ressaltou a importância de se eleger a candidata democrata para preservar o “direito de decidir das mulheres”, um eufemismo utilizado nos Estados Unidos para se referir ao aborto. Outra preocupação do candidato são os supostos direitos LGBT (de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais), como o “casamento” entre pessoas do mesmo sexo. Nos Estados Unidos, como no Brasil, o presidente é quem indica os membros da Suprema Corte. Tanto o aborto quanto o “casamento” entre pessoas do mesmo sexo não foram aprovados por lei, mas por uma decisão judicial da Suprema Corte norte-americana. A Corte está atualmente dividida entre uma maioria considerada “progressista” – que não só apoia a agenda LGBT e o aborto, como também representa uma ameaça à liberdade religiosa de pessoas e organizações cristãs que se recusam a aceitá-los – e uma minoria considerada “conservadora”. Dependendo de quem vencer as eleições presidenciais, esse perfil da Suprema Corte pode mudar ou se aprofundar nos próximos anos.
Fonte: Le Figaro
Fonte: Life Site News
unh/crr
Refugiados sul-sudaneses esperam para serem registrados na entrada da Etiópia, em 2015
França Padre é degolado por terroristas Um padre da Igreja Saint Etienne, na cidade de Saint Etienne du Rouvray, na Normandia (norte da França) foi degolado por dois terroristas muçulmanos. O ataque ocorreu na manhã da terça-feira, 26. O Padre Jacques Hamel tinha 84 anos e era sacerdote há quase 60 anos. Ele celebrava missa quando
os dois terroristas invadiram a igreja e fizeram cinco reféns, entre eles duas freiras. Uma outra freira conseguiu escapar e dar o alerta. Um dos terroristas já era conhecido das autoridades por ter tentado ir à Síria para integrar o grupo Estado Islâmico. O grupo assumiu a autoria do assas-
Cláusula de objeção de consciência A atividade dos farmacêuticos franceses é regida pela Ordem Nacional dos Farmacêuticos. Um projeto previa a inserção de uma cláusula para objeção de consciência no código de conduta da categoria. O projeto permitiria aos farmacêuticos recusar, seguindo suas consAnuncioPaganini.pdf 1 18/04/2016 ciências, a venda de certas substâncias,
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principalmente de caráter abortivo ou que ameacem a vida humana de alguma outra forma. Uma sondagem foi feita pela internet e notou-se que a maior parte (85%) dos farmacêuticos era favorável à cláusula. Isso provocou uma onda de críticas por 09:48:50 parte de organizações feministas e um
debate acalorado na mídia. Como consequência, a sondagem foi suspensa e o escritório deve recomendar que o projeto seja recusado. Os membros da Ordem se reunirão em 6 de setembro, quando o projeto será finalmente votado. Fontes: Ordem Nacional dos Farmacêuticos/ Famille Chrétienne
México Bispo: ‘educar para o bem, a beleza, a verdade e a justiça’ “Se a educação não formar pessoas íntegras, que amam o bem, a beleza, a verdade e a justiça, todo o resto será fundado num terreno frágil e pouco profundo”, disse o bispo de San Cristóbal de las Casas, Dom Felipe Arizmendi Esquivel, citando um documento do episcopado mexicano de 2012. O Congresso Nacional mexicano aprovou recentemente uma reforma educacional que tem suscitado polêmica e discussão na sociedade mexicana. Para o Bispo, a reforma da educação exige, entre outras coisas, “analisar o conteúdo dos livros de texto; melhorar as matérias que foram subestimadas, como a educação cívica, que leva a formar bons cidadãos; rever a educação sexual de modo que não seja apenas uma informação genital e incitamento à libertinagem; rever as responsabilidades dos pais, dos professores e outros protagonistas sociais”. Fonte: Fides
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| Esporte | 9
São Paulo vive clima dos Jogos com a passagem da tocha olímpica Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
Daniel Gomes
danielgomes.jornalista@gmail.com
As águas sempre foram o ambiente esportivo de Eleonora Schmidtt, 85, mas foi na pista de corrida do estádio do Pacaembu que a ex-nadadora foi ovacionada no domingo, 24, ao conduzir a tocha olímpica que passou pela cidade de São Paulo. “Eu estou muito emocionada. Jamais esperei, depois de tantos anos, receber essa homenagem junto com outros colegas”, disse, ao O SÃO PAULO, Eleonora, que integrou a equipe de revezamento 4x100m livre do Brasil, 6ª colocada nos Jogos de Londres 1948. Assim como Eleonora, mais de cem ex-atletas e atletas olímpicos foram homenageados no gramado do estádio do Pacaembu antes da passagem da tocha, por iniciativa do Grupo de Estudos Olímpicos (GEO), da Escola de Educação Física e Esporte da USP, e da Prefeitura de São Paulo. Segundo Katia Rubio, coordenadora do GEO, a iniciativa permitiu que os ex-atletas não fossem esquecidos no revezamento da tocha. “É um absurdo que haja 12 mil vagas para condutores e os atletas, que são a razão de ser dos Jogos Olímpicos, a razão de ser de tudo isso que está acontecendo hoje no Brasil, tenham sido desprezados”, lamentou. “Hoje aqui é um reconhecimento de um trabalho que cada um fez na vida toda, uma oportunidade de dividir este momento com as pessoas que um dia torceram pela gente”, comentou Fofão, ex-jogadora de vôlei, medalhista de ouro em Pequim 2008. Aline Pellegrino, que conquistou a prata com a seleção feminina de futebol em Atenas 2004, ressaltou que ao se reunir atletas de todas as gerações na homenagem, “a memória do esporte está sendo levantada, resgatada. Isso tem que sempre ser lembrado para as novas gerações”.
Tocha em diferentes mãos e pontos de São Paulo
Dentro do Pacaembu, a passagem da tocha aconteceu perto das 17h e durou 11 minutos. Além de Eleonora, conduziram o artefato na volta olímpica pelo
Reclamações sobre a Vila Olímpica
Aberta às delegações no domingo, 24, a Vila Olímpica tem sido alvo de críticas dos esportistas estrangeiros, que encontraram estruturas precárias, com banheiros sujos, fiação exposta, vazamento de água, teto quebrado, entre outros problemas. Oficialmente, as delegações da Austrália e da Bielorrússia reclamaram das acomodações. Outros
Na passagem por São Paulo, tocha olímpica é conduzida por esportistas, como Eleonora Schmidtt (foto no Pacaembu), Gustavo Borges, Maria Ester Bueno e Marcus Vinicius, e também pelo Padre Paolo Parise
estádio os ex-atletas José Montanaro Júnior (vôlei) e Juliana Cabral (futebol), e o cantor Luan Santana. O revezamento da tocha começou pela manhã no Museu do Ipiranga e foi concluído à noite, no Sambódromo do Anhembi. O artefato passou por outros pontos conhecidos da cidade, como a praça da Sé, Teatro Municipal, viaduto do Chá, rua da Consolação, avenida Paulista (onde foram registrados protestos pacíficos), parque do Ibirapuera, Estação da Luz e Memorial da América Latina. Por mais de 50 quilômetros, 275 condutores levaram o artefato a pé, de bicicleta, de skate e a cavalo. A tocha passou pelas mãos de artistas, como os cantores Daniel e Ludmila, o ator Tony Ramos e o maestro João Carlos Martins. Também foi conduzida por um padre: Paolo Parise, que é um dos coordenadores da Missão Paz, que acolhe migrantes e refugiados.
“Para mim este momento representou dar visibilidade ao trabalho feito aqui na Missão Paz e também a todo um trabalho eclesial, e aconteceu em um lugar simbólico como a praça da Sé, onde a Igreja atua em favor dos migrantes e dos refugiados”, afirmou Padre Paolo à reportagem. “A tocha representa também as pessoas que passam essa chama, um para o outro, querendo assumir o compromisso evangélico em favor da acolhida”, complementou. Entre os atletas e ex-atletas que conduziram a tocha, estiveram Eder Jofre (boxe), Maria Ester Bueno (tênis), Casagrande, Rivelino, Zetti e Ademir da Guia (futebol), Fofão (vôlei), Ana Marcela Cunha (maratonas aquáticas), Gustavo Borges e Ricardo Prado (natação), Anderson Varejão (basquete), Marcus Vinícius (tiro com arco), Laís Souza (ginástica artística) e Tiago Camilo (judô).
nos jogos ri o 2 o 16
esportistas também relataram terem objetos pessoais furtados na Vila. Na segunda-feira, 25, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, ironizou a crítica dos australianos, dizendo que “estava quase botando um canguru na frente do prédio da Austrália, para ficar pulando e eles se sentirem em casa”. Horas depois, o Prefeito, em tom sério, disse que medidas seriam adotadas para melhorar o prédio da delegação daquele país.
Varejão fora dos Jogos?
O jogador Anderson Varejão, convocado para a seleção masculina de basquete do Brasil, retornou aos Estados Unidos, no domingo, 24, para realizar exames médicos. Com uma lombalgia, Varejão não disputou o amistoso em que a seleção venceu a Romênia, no sábado, 23, por 90 a 45. O técnico do Brasil, Rubén Magnano, garantiu que esperará pela recuperação do atleta, até quando puder.
“Levar a tocha foi conduzir tudo aquilo que simboliza o espírito olímpico, que foi a base para o início da minha carreira”, comentou Tiago Camilo, medalhista de prata em Sydney 2000, que nos Jogos do Rio participará de sua quarta olimpíada. Com mais de 23 mil quilômetros já percorridos, o tour da tocha segue até 5 de agosto, quando haverá a abertura dos Jogos Rio 2016. “O simbolismo da chama olímpica é muito forte. Por onde ela passa, é como se aquilo tudo que aconteceu nos Jogos da Antiguidade, na Grécia, fosse revivido neste momento com todas as questões que são postas pra gente no mundo moderno. Com a chama passando por todo o País, é como se uma parte da Olimpíada, que se concentrará no Rio de Janeiro, pudesse ser compartilhada com todos os habitantes do Brasil”, explicou a professora Katia Rubio, do GEO.
Terroristas presos
Estão presos na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, 11 brasileiros suspeitos de planejar atos terroristas que seriam realizados durante os Jogos Rio 2016. A operação Hashtag, a primeira deflagrada com base na Lei de Combate ao Terrorismo, foi conduzida pela Polícia Federal na quinta-feira, 21. Fontes: G1, CBB e Governo Federal
10 | Pelo Brasil |
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Destaques das Agências Nacionais
Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com
Papa Francisco cria Diocese de Votuporanga, no interior paulista O Papa Francisco anunciou, no dia 20, a criação da Diocese de Votuporanga, que vai abranger 25 cidades da região Noroeste paulista. O território foi desmembrado das Dioceses de São José do Rio Preto e Jales, tornando Votuporanga sufragânea da Arquidiocese de Ribeirão Preto. Padre Moacir Aparecido de Freitas, atualmente na Paróquia Santa Tereza D’Avila, em Ibitinga (SP), será o primeiro bispo da Diocese de Votuporanga, que contará com 28 paróquias e 27 sacerdotes diocesanos, 15 religiosos e 15 freiras. A
Diocese de Votuporanga terá ainda oito seminaristas e 25 religiosos professos. A área de abrangência da nova Diocese é de 7.694 km2, com uma população de 230 mil habitantes, 172 mil são católicos, espalhada por 25 municípios: Álvares Florence, Américo de Campos, Buritama, Cardoso, Cosmorama, Floreal, Gastão Vidigal, Lourdes, Macaubal, Magda, Monções, Nhandeara, Nova Luzitânia, Parisi, Paulo de Faria, Planalto, Pontes Gestal, Riolândia, Sebastianópolis do Sul, Tanabi, Turiúba, União Paulista, Valentim Gentil, Votuporanga e Zacarias.
Padre Moacir será empossado como bispo em 22 de outubro, às 16h. Antes, haverá sua ordenação episcopal, em data a ser anunciada. Ele nasceu em 22 de agosto de 1962 em Ibirá (SP). Estudou Filosofia na Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena (1981-1983), e Teologia na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1984-1987). Foi ordenado sacerdote em 11 de dezembro de 1987 e incardinado na Diocese de São Carlos. Ao longo de sua trajetória sacerdotal, foi vigário da Paróquia Nossa Senhora do
Estados fazem semana de campanha para combate ao tráfico de pessoas
balho escravo e exploração sexual. Amazonas, Bahia, Amapá, Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo iniciaram ações de conscientização sobre o tema com palestras e distribuição de panfletos em rodoviárias e aeroportos. Na terça-feira, 26, no Distrito Federal, ocorreu o 1º Simpósio Distrital da Rede de Atenção ao Migrante, Refugiado e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.
Fontes: CNBB, rádio Vaticano e jornal A Tribuna
Eliminação do sarampo no Brasil tem reconhecimento internacional
A diretora substituta do Departamento de Justiça, do Ministério da Justiça, Alessandra Macedo, alertou que traficar pessoas é uma das maiores violações aos direitos humanos. Ela informou que, apesar da dificuldade em se obter dados precisos sobre esse crime, houve um crescimento significativo no número de denúncias.
O sarampo está eliminado no Brasil. O anúncio foi feito durante visita ao País da presidente do Comitê Internacional de Especialistas de Avaliação e Documentação da Sustentabilidade do Sarampo nas Américas (CIE), Merceline Dahl-Regis. O último caso relatado no País foi no Ceará, em julho de 2015. A expectativa agora é que, até o final de 2016, o Brasil receba o certificado de eliminação do sarampo pela Organização Mundial de Saúde (OMS) – e com isso ficará reconhecida a eliminação da transmissão da doença em todo o continente americano, que será a primeira região do mundo onde isso acontece. O mesmo ocorreu, em 2015, com a rubéola e a síndrome da rubéola congênita. Dahl-Regis elogiou o trabalho integrado e exitoso do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde do Ceará, parabenizando todo o processo de vigilância epidemiológica realizado durante a situação. “O Ministério da Saúde e a Secretaria Estadual e municipais de Saúde no Ceará buscaram sempre agir de forma oportuna para enfrentar e garantir a interrupção da cadeia de transmissão do sarampo. Isso demonstra a eficiência do trabalho integrado feito pelo monitoramento e a vigilância dentro do Sistema Único de Saúde do Brasil”, explicou o secretário Executivo, Antonio Nardi, durante evento na Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em Brasília (DF), onde foram discutidos também os progressos realizados no sentido de garantir a sustentabilidade da interrupção da transmissão do vírus no sarampo.
Fonte: EBC
Fonte: Ministério da Saúde
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Diversos estados realizam, ao longo desta semana, ações de conscientização e prevenção como parte da Semana de Mobilização do Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, celebrado em 30 de julho. A intenção é evitar que, com a promessa de trabalho lucrativo, brasileiros sejam atraídos pelo tráfico de pessoas que costuma resultar em situações de tra-
Patrocínio, em Jaú (1988); pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Américo Brasiliense (1989-1990); pároco da Paróquia Senhor Bom Jesus, em Ibitinga (1991-1992); e diretor espiritual do Seminário Maior de Teologia (desde 2008). Também foi vigário episcopal, assessor diocesano para a Catequese, coordenador diocesano e regional da Escola de Teologia para os Leigos, membro do Conselho Presbiteral e do Conselho Pastoral. Desde 1993, é pároco da Paróquia Santa Teresa, em Ibitinga.
Processo de canonização do Padre André Bortolameotti poderá ser aberto Na sexta-feira, 22, o bispo diocesano de Barretos (SP), Dom Milton Kenan Junior, apresentou a Carta “Nihil Obstat” enviada pelo Vaticano, explicando como será o procedimento de investigação na Diocese para a abertura do processo de beatificação e canonização do Padre André Bortolameotti, morto em 2010. O Bispo explicou como as pessoas
poderão enviar seus testemunhos para contribuírem na ação. Para coordenar o processo, Dom Milton nomeou a Mestre em Direito Canônico, Lucila de Castro, como postuladora, que agirá em nome do autor (Diocese de Barretos) para guiar e promover a causa de beatificação e canonização do candidato. De janeiro a junho deste ano, ela participou
de uma formação em Roma para postuladores junto a quase cem pessoas de todo o mundo. Padre Costante Gualdi, da Congregação Jesus Sacerdote, será o vice-postulador. O pedido foi enviado ao Vaticano em outubro do ano passado e a Congregação da Causa dos Santos enviou a Dom Milton o parecer favorável ao processo e
à carta “Nihil Obstat” no dia 8 de julho. A partir do dia da abertura do processo de investigação na Diocese, que terá data marcada entre agosto e setembro, o Padre André passará a ser chamado de Servo de Deus, o primeiro título que o candidato recebe durante o processo de canonização. Fonte: Diocese de Barretos
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| Política | 11
Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com
Quanto você paga de imposto a cada compra que faz? Um repórter do O SÃO PAULO entrou em uma livraria católica na praça de Sé e encontrou dois Cd’s de músicas ao preço de R$ 39,80. Com desconto de 20%, pagou R$ 31,84. Aproveitando a oportunidade, adquiriu um Terço, três medalhas de Nossa Senhora de Fátima e outras dez de Nossa Senhora Aparecida, dessa vez, sem desconto, gastou mais, R$ 49,10. O mesmo repórter tomou um café expresso e comeu um misto quente em uma padaria no bairro de Higienópolis, na zona Oeste, onde fica a redação. Gastou R$ 15,40. Esses valores podem não dizer nada a um consumidor pouco atento. Contudo, se observar detalhadamente as notas de compras, perceberá que pagou mais de 40% do valor real da mercadoria em impostos federais e estaduais. No caso dos CD’s comprados, por exemplo, pagou R$ 5,48 de impostos federais, mais R$ 7,96 de impostos estaduais, totalizando R$ 13,44 em tributos. Sem estes, teria gastado apenas R$ 18,40, quase metade do valor pago. Nas medalhinhas de Nossa Senhora e no Terço, dos R$ 49,10 pagos, R$ 14,36 foram de impostos. O cafezinho expresso com misto quente levou do consumidor um valor total de R$ 4,03 em tributos. De acordo com Lei nº 12.741/2012, os estabelecimentos comerciais de todo o País são obrigados a discriminar na nota fiscal – ou em local visível – os impostos embutidos no preço de produtos e serviços. Quando fizer uma compra, o consumidor terá de ser informado sobre o valor aproximado total dos tributos federais, estaduais e municipais, mostrando a real incidência desses impostos na formação do preço final do produto. O objetivo é mostrar o quanto cada pessoa paga de impostos e o custo efetivo da mercadoria ou serviço. O advogado tributarista e diretor regional do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) em Vitória (ES), Alexandre Fiorot, em entrevista à reportagem, destacou que o IBPT, um dos responsáveis pela criação da lei nº 12.741 e pelo “impostômetro”, fez uma pesquisa em que questionava se os brasileiros achavam que pagavam imposto, e para a surpresa dele, foi alto o percentual de pessoas que não
a pesquisa de quantos dias o brasileiro precisa trabalhar no ano para pagar tributos são importantes, pois dão a real dimensão da pesada carga tributária no País, ao mesmo tempo em que munem o consumidor para exigir uma reforma tributária e uma melhora nos serviços públicos. A percepção da carga tributaria só se torna mais clara quando as empresas realizam “o dia de liberdade do consumidor”, uma ocasião em que produtos e serviços são vendidos a preços normais sem os impostos. Nessas situações, há filas quilométricas nos postos de gasolina, onde mais da metade do valor do combustível é de imposto, 56%.
Quantos dias em 2016 você trabalhou para pagar imposto?
De acordo com a pesquisa do IBPT, o brasileiro trabalhou de 1º de janeiro a 1º de junho somente para pagar impostos. “Esse ano deu 153 dias, dia 1º de junho de 2016, uma data alarmante porque o brasileiro trabalha cinco meses completos mais um dia do mês de junho para pagar seus tributos, é algo que espanta”, afirmou Alexandre.
Reforma tributária, já!
se sentia contribuinte. “As pessoas que não se sentem contribuintes porque não sabem, de fato, o que estão pagando embutido no preço do produto ou serviço que estão consumindo, não veem o imposto como parte do preço cobrado”, afirmou. Para Alexandre, projetos como a lei do imposto na nota, “impostômetro” e
Uma reforma tributaria eficiente passaria por uma simplificação da carga tributária. Existe no Brasil uma carga tributária extremamente complexa, e até imposto incidido sobre ele mesmo, e imposto incidido sobre outros impostos. “Nós temos o PIS (Programas de Integração Social) e a COFINS (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) que incidem sobre o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). O ICMS incide sobre ele próprio. Temos um efeito cascata da carga tributária”, afirmou Alexandre. Além do fim ou redução do efeito cascata dos tributos, há uma segunda parte, de acordo com Alexandre, que é a necessidade de modificação das obrigações acessórias. As empresas gastam muito dinheiro para apresentar dezenas de declarações ao fisco federal, estadual e municipal, muitas vezes declarações com informações repetidas e isso demanda muito tempo do contribuinte que é passado sobre a forma de custo no preço do produto para o consumidor.
Presidente vetou
O presidente interino Michel Temer vetou a liberação total de capital estrangeiro em empresas de aviação. A liberação de 100% para capital estrangeiro estava prevista na lei que trata de modificações no setor aéreo, como a reestruturação dos débitos da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) com a União.
Novas eleições
Mais da metade da população brasileira acredita que o melhor para o País é a realização de uma nova eleição presidencial ainda este ano, com a saída de cena da presidente afastada Dilma Rousseff e do presidente interino, Michel Temer, de acordo com pesquisa do Instituto Ipsos, divulgada na terça-feira, 26.
Comissão do Impeachment
A defesa da presidente afastada Dilma Rousseff tem até a quarta-feira, 27, para entregar as alegações finais do processo de impedimento da petista à Comissão do Impeachment do Senado.
Terrorismo
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informou que vai trabalhar para rever a portaria do Ministério da Justiça que regulamenta a atuação de advogados em presídios federais. Diversas entidades que representam a categoria repudiaram a norma após profissionais não conseguirem falar com os presos suspeitos de planejarem atos terroristas no Brasil.
Metrô de SP
O Ministério Público vai questionar na Justiça o acordo que deu mais tempo para empresa Alstom instalar o sistema para melhorar a circulação de trens nas linhas 1 (Azul), 2 (Verde) e 3 (Vermelha) do Metrô de São Paulo. O prazo foi ampliado em dez anos – a previsão de entrega inicial era 2011 e passou a ser 2021. No acordo, o Governo de São Paulo ainda perdoou uma dívida de R$ 116 milhões.
Eleições municipais
PRB, PSDB, PSOL, PT, PSDC, PCO e PRTB oficializaram os nomes dos seus candidatos nas eleições para a Prefeitura de São Paulo. O PT terá o prefeito Fernando Haddad concorrendo à reeleição. O PRB terá o deputado federal Celso Russomanno. O PSDB lançou o empresário João Doria. E o PSOL terá a deputada federal e ex-prefeita Luiza Erundina. O empresário João Bico será o candidato do PSDC. O PCO lançou Henrique Áreas de Araújo como candidato a prefeito. O PRTB virá com Levy Fidelix. Fontes: EBC, G1 e Folha de S.Paulo
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27 de julho a 2 de agosto de 2016 | www.arquisp.org.br
Começa a Jornada Mundial Na fonte da Misericórdia Evento atesta a força e assimilação popular da mensagem da Misericórdia Divina FILIPE DOMINGUES
Especial para O SÃO PAULO, na europa
A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Cracóvia já começou. E mostrou o tradicional espírito de todas as Jornadas, que une dois elementos nada contraditórios: oração e festa. Jovens peregrinos de todo o mundo participam. O evento, que neste ano deve reunir de 2 a 3 milhões de pessoas, segundo a organização, foi criado por São João Paulo II e acontece a cada dois ou três anos. É um encontro internacional de jovens com a presença do papa. Juntos, refletem e rezam sobre um tema comum. Neste ano, baseia-se no Evangelho de Mateus: “Felizes os misericordiosos, pois alcançarão misericórdia.” Não é um exagero dizer que esta é a Jornada da Misericórdia. Acontece no Jubileu Extraordinário da Misericórdia, convocado por vontade pessoal do Papa Francisco. Acontece na terra de Santa Faustina Kowalska, fundadora do movimento da Divina Misericórdia, a quem a Polônia dedica um inteiro santuário. Acontece na terra de Karol Józef Wojtyła, ou São João Paulo II, o papa polonês que governou a Igreja por 26 anos e formalizou e difundiu a devoção à Divina Misericórdia. Ainda que essa mensagem seja tão antiga quanto o Cristianismo – afinal, baseia-se na essência do amor de Deus por cada ser humano, demonstrada também por Jesus Cristo na sua proximidade com aqueles que sofrem – a JMJ de Cracóvia testará, ou atestará, a mensagem da Divina Misericórdia também entre os jovens.
“Queridos amigos, aqui estão, na fonte da Misericórdia!”, disse o bispo Damian Muskus, coordenadorgeral da JMJ, em missa para os voluntários do evento. “Tenham coragem para buscar o amor verdadeiro. Reconheçam-no nos olhos de Jesus misericordioso, que está olhando para vocês aqui, com sua infinita ternura, que vocês vão experimentar no encontro com seus irmãos, a quem foram enviados, para amá-los no amor que nasce de Deus.” O próprio Papa Francisco afirmou diversas vezes que Deus confiou à Igreja a missão de “ser instrumento da misericórdia do Pai”. Na mensagem para a JMJ 2016, o Pontífice explicou que “no conceito bíblico de misericórdia, está incluído um amor que é fiel, gratuito e sabe perdoar”. Para ele, a misericórdia de Deus é muito concreta, e “todos somos chamados a fazer experiência dela pessoalmente”. Aos jovens, escreveu: “Levem a chama do amor misericordioso de Cristo, de que falava São João Paulo II, aos ambientes de suas vidas diárias e até aos confins da terra.” Até o fechamento desta edição do O SÃO PAULO, foram 356,3 mil peregrinos inscritos para a JMJ de Cracóvia, provenientes de 187 países – normalmente, um número ainda muito maior comparece ao evento sem se inscrever. A maioria é da Polônia (cerca de 80 mil). Depois, seguem Itália (60 mil), França (32 mil), Espanha (30 mil) e Estados Unidos (23 mil). Os números do Brasil não foram ainda divulgados, mas sabe-se que estão entre os grupos maiores, junto com Alemanha, República Tcheca, Ucrânia e Portugal. Cerca de 800 bispos, entre eles 70 cardeais, participam do evento. Trata-se da maior concentração de bispos desde o Concílio Vaticano II. Como disse o porta-voz do Vaticano, Padre Federico Lombardi, Cracóvia é hoje a capital da Misericóridia.
De onde viemos? Que momento vivemos? Aonde queremos chegar? Cardeal Dziwisz questiona jovens em missa de abertura, que reuniu mais de 200 mil pessoas Viemos de todas as partes do mundo, precisamos pensar sobre o momento atual de nossas vidas e sobre a direção em que vamos caminhar. A mensagem central do arcebispo de Cracóvia, Cardeal Stanilas Dziwisz, na missa de abertura da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) baseou-se num aspecto central desse encontro internacional: esta pode ser a ocasião para uma mudança de vida radical. A celebração, que reuniu mais de 200 mil pessoas, foi na terça-feira, 26, no chamado Campus Misericordiae, em Błonia. “Esperamos três anos por esse momento desde que o Papa Francisco anunciou no Rio de Janeiro que a próxima Jornada seria em Cracóvia”, lembrou o Cardeal, no início da missa. “O relógio da fachada da Basílica de Santa Maria, no coração histórico de Cracóvia, contou os dias, as horas, os minutos e segundos”, acrescentou. “Mas um relógio mais importante registrou os pensamentos e sentimentos nos nossos corações, nos preparou espiritualmente para o encontro de jovens
discípulos com o Mestre de Nazaré, que começa hoje.” A celebração foi uma missa em memória dos santos poloneses João Paulo II e Faustina Kowalska. Na homilia, o Cardeal recordou a situação em que Jesus questiona o apóstolo Pedro sobre seu amor por Ele. De maneira semelhante, “hoje Cristo fala a nós em Cracóvia”, continuou. As três perguntas levantadas pelo Arcebispo para os jovens foram: “De onde viemos? Onde estamos hoje, neste momento de nossas vidas? Aonde vamos e o que vamos levar conosco?” Ele mesmo ajudou a responder a primeira questão, recordando que os peregrinos vêm de diferentes partes do mundo, comunidades e famílias. Mas deixou para os jovens a reflexão sobre as outras duas perguntas: “Estamos aqui porque Cristo nos reuniu. Ele é a luz do mundo. Somente Jesus é capaz de satisfazer os desejos mais profundos do coração humano.” Sobre a terceira pergunta, “aonde vamos”, o Cardeal afirmou que é melhor não tentar antecipar a resposta. “Nestes dias, vamos compartilhar com os outros o que é mais precioso. Nossa fé e nossas experiências. Nossas esperanças. Que estes dias sejam uma oportunidade para formar seus corações e mentes.”
10 Curiosidades sobre Cracóvia cidade de Czestochowa, onde está o principal santuário 1 Amariano da Polônia, foi sede da JMJ de 1991, com o Papa
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João Paulo II. O Evangelho será sempre lido nas grandes missas em polonês e em eslavônico eclesiástico, uma língua antiga usada nas liturgias de várias igrejas cristãs orientais. As estolas (paramento litúrgico) e sapatos usados pelo Papa Francisco serão leiloados após o evento. Os recursos serão destinados a obras de caridade. Para a missa de conclusão, o Papa seguirá do Arcebispado ao Campus Misericordiae em um bondinho ecológico, acompanhado do prefeito de Cracóvia e de um grupo de pessoas com deficiência. Cerca de 20 mil voluntários de todo o mundo trabalham para a JMJ. Naturalmente, a maioria é da Polônia.
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da Juventude em Cracóvia Arte: Jovenal Pereira/Fotos: L’Osservatore Romano
DIÁRIO DE BORDO
Chegada na Polônia Participante da jmj escreve ao O SÃO PAULO sobre seus primeiros passos e impressões na jornada SARA GUENKA
Do Vicariato para a Educação e Universidade da arquidiocese de são paulo, Em Cracóvia
2016 quantidades de pães do tipo “pret6 Enormes zel” vêm sendo preparados por tradicionais
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vendedores de rua para os peregrinos. Na Polônia, os chamados “obwarzanki” são um típico lanche para qualquer hora. Cerca de 10 mil bombeiros estão à disposição da JMJ para qualquer incidente. Nenhum dos eventos da Jornada é financiado pelo Estado, mas o governo coloca à disposição a infraestrutura necessária. O Papa Francisco decidiu não fazer nenhum discurso nos campos de concentração de Auschwitz, onde milhões de pessoas foram assassinadas. Prestará uma homena-
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gem silenciosa, como fez no monumento do genocídio da Armênia. A visita do Papa a Auschwitz marcará os 75 anos da condenação à morte de São Maximiliano Kolbe, padre franciscano polonês que se ofereceu para morrer no lugar de outro prisioneiro, em 1941. A cela onde foi assassinado com uma injeção letal é hoje um local de oração no campo de extermínio. A imagem de Jesus Misericordioso usada no Santuário da Divina Misericórdia, em Łagiewniki, foi formada com 15 mil fotos enviadas por fiéis de todo o mundo. Os organizadores levaram 110 dias para realizar o projeto. Fonte: www.pope2016.com
Os pais que têm filhos participando pela primeira vez da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) podem pensar que ela só começa na Polônia, com a chegada do Papa. “Meu filho vai para a Polônia para ver o Papa!”, dizem. Mas, no aeroporto, os pais já tiveram uma pequena amostra do que o evento realmente é. Jovens por toda a parte, com cruzes no peito e o logotipo da Jornada em suas camisetas, sorrindo, cantando e rezando. Jovens de Goiânia, Cuiabá, Florianópolis, Fortaleza... Todos no Terminal 3 do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). Vão fazer caminhos diferentes, mas têm o mesmo destino: Cracóvia, na Polônia. E os pais logo percebem que nós não estamos indo a Cracóvia para ver o Papa. É ele quem vai a Cracóvia para nos ver. Os caminhos até lá não são curtos nem fáceis. Longas escalas, voos apertados, atrasos e malas extraviadas não ajudam o percurso do peregrino. Entretanto, na chegada, voluntários poloneses correm de um lado para o outro para nos ajudar. Apesar do cansaço, nada consegue tirar dos peregrinos e anfitriões a alegria e o espírito de unidade. Os jovens da Arquidiocese de São Paulo chegaram a Varsóvia no domingo, 24, e foram recebidos com uma grande festa pelos fiéis da Paróquia de São Tiago. A acolhida teve apresentações de músicas típicas dos países de onde vinham os peregrinos, além de doces e salgados poloneses. Uma das primeiras atividades propostas pelos voluntários foi uma dança típica polonesa que lembra muito uma quadrilha. Depois de outras apresentações, o momento foi encerrado com um grupo do Brasil, que convidou todos os presentes, cerca de 200 pessoas, a darem-se as mãos e a rezarem o PaiNosso, cada um em sua língua. Quem participa de uma JMJ não consegue esquecer jamais, mas às vezes nos esquecemos por que ela é tão inesquecível. Lembramos
naquele instante, quando jovens do mundo inteiro rezavam para o mesmo Deus. E essa é uma das principais mensagens da JMJ: ninguém consegue viver o Evangelho sozinho. Na segunda-feira, dia 25, pela manhã, pegamos o ônibus para Cracóvia, fazendo uma parada em Czestochowa. Além de ser o lar da Nossa Senhora de Czestochowa, conhecida como a Madona Negra e a Rainha da Polônia, a cidade já sediou a JMJ de 1991. Nessas horas, o peregrino de primeira viagem percebe que a Jornada não é só uma ocasião social. Por mais que você se separe do seu grupo na basílica, por causa da aglomeração de pessoas, Nossa Senhora continua ali, esperando pela sua visita. Chegamos, por fim, a Cracóvia, às 19h30. Fomos para uma escola, onde esperaríamos para receber os nossos kits de peregrinos e seríamos direcionados para o nosso alojamento, que poder ser ali no colégio, na paróquia ou em uma casa de família. O grupo da Arquidiocese só soube onde dormiria por volta da 1h da manhã. Estávamos extremamente cansados e com fome, mas essas esperas fazem parte da Jornada e são momentos em que os peregrinos interagem. Na terça-feira, 26 pela manhã, algumas pessoas do nosso grupo foram a Oświęcim, onde estão os campos de concentração de Auschwitz. Pegamos um ônibus até a estação e um trem. A vista de quem desce as escadas rolantes da estação é de tirar o fôlego. Um oceano de jovens chacoalhando bandeiras e cantando hinos, brincando uns com os outros. Os seguranças das estações se divertem. Os jovens que chegam de trem são recebidos com grande festa pelos que esperam. Peregrinos conversam sobre o que fizeram, por onde passaram, e trocam bandeiras, camisetas e lembranças. O trem chegou e nós subimos. Na verdade, este texto foi redigido dentro de um vagão que percorreu os mesmos trilhos daqueles que levaram judeus aos campos de concentração. Enquanto escrevo, ainda não chegamos e nem sabemos o que nos espera lá. Mas sabemos que algumas coisas não podem ser esquecidas para não serem repetidas. E que podemos nos inspirar em pessoas como São Maximiliano Kolbe, que morreu no campo de concentração. Pessoas como ele abraçaram o sofrimento com ternura e tiveram a coragem necessária para ser santas.
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Fotos: Maria Soares de Camargo
Igreja Católica amplia evangelização em comunidades ribeirinhas na Amazônia Maria Soares de Camargo
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
Maria do Socorro Soares em foto com crianças de Barcelos (AM), onde apesar das grandes distâncias, a evangelização acontece pela ação dos misssionários
Em 2014, tive a oportunidade de acompanhar Dom Edson Damian, bispo da Diocese de São Gabriel da Cachoeira (AM), em suas viagens às paróquias do Alto Rio Negro, na região Amazônica, para colaborar com o trabalho de catequese inculturada indígena. O processo, que já vinha sendo desenvolvido há alguns anos naquela Diocese, conhecida por ser a porção mais indígena do Brasil, tomou novo impulso com a elaboração, a partir dos próprios indígenas, de roteiros catequéticos incorporando valores tradicionais de suas culturas. Denominado “A Boa-Nova das Culturas Indígenas acolhe a Boa-Nova de Jesus”, esse projeto vem sendo levado adiante pelos catequistas indígenas, mas a publicação do conjunto de roteiros aguarda ainda recursos para sua efetivação. O Cardeal Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Amazônia da CNBB, participou da semana catequética no povoado de Iauaretê e incentivou o encaminhamento ao Vaticano do pedido de celebração da Eucaristia em língua tukano, majoritariamente falada na região. Desde 2015, estou me dedicando à evangelização nas comunidades ribeirinhas na região do Médio e Baixo Rio Negro, tendo como base a Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição, que abrange todo o munícipio de Barcelos (AM), onde a população é de 25 mil habitantes [trata-se do segundo maior município brasileiro em extensão territorial, com aproximadamente 122 mil km² - o equivalente a 80 vezes o território do município de São Paulo]. A cidade abarca uma realidade com-
plexa, com turismo sazonal de pesca esportiva, o que significa um turismo feito por homens, em geral de meia idade, que viajam sem a família e dispostos a aventuras diversas. A prostituição cresce imensamente no verão, e registram-se casos comprovados de tráfico de meninas. Também o tráfico de drogas é relevante, notando-se aumento gradativo da violência criminal. As raízes culturais indígenas continuam visíveis, mas poucas pessoas mantêm as línguas originais. A miscigenação é o denominador comum, inclusive em muitas comunidades ribeirinhas que compõem o município. São aproximadamente 45 comunidades, e mesmo aquelas que se declaram indígenas já deixaram de falar suas línguas nativas e sofrem a influência da modernidade. Apesar de a população ser predominantemente católica, nos últimos anos tem crescido na região a presença da seita Testemunhas de Jeová, que mantém aproximadamente 40 agentes atuando em meio aos povoados localizados ao longo do Rio Negro. O serviço de catequese católica nas comunidades é bastante precário e poucas se reúnem regularmente para a celebração da Palavra de Deus. Nosso trabalho consiste em procurar formar catequistas e ministros da celebração, passando alguns dias nas comunidades que os desejam. A Paróquia local proporciona a cada ano uma semana de formação denominada Encontro Eclesial de Ribeirinhos (EER), sendo que um padre visita todas as comunidades ao menos uma vez por ano, administrando os sacramentos e fazendo o acompanhamento possível. São as chamadas itinerâncias, das quais tenho participado, desde que aqui cheguei e espero continuar a fazê-lo até o final de meu período de missão, se Deus quiser. (Com edições da redação do O SÃO PAULO)
Duas décadas de parceria missionária Sul 1-Norte1 REDAÇÃO
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Maria Soares de Camargo, autora do texto acima, é leiga missionária de Campinas (SP) e está há seis anos na Diocese de São Gabriel da Cachoeira (AM) pelo Projeto na Amazônia entre os regionais Sul 1 – Norte 1 da CNBB. O Projeto surgiu em 1994, quando em
assembleia geral, os bispos do Regional Sul 1, por meio do então presidente, Dom Eduardo Koaik, elaboraram uma iniciativa de comunhão e de colaboração com as igrejas na Amazônia. Em pouco tempo, a iniciativa ganhou o apoio da Conferência dos Religiosos e Religiosas do Estado de São Paulo, permitindo a formação da primeira comunidade inter-congregacional que foi para Manaquiri, no inte-
rior da Arquidiocese de Manaus (AM). Desde então, já foram enviados para a Amazônia mais de 70 missionários e missionárias, entre padres, religiosas, leigas e leigos. Além do envio, o Projeto prepara os missionários e missionárias, por meio de um curso de formação no Centro Cultural Missionário – (CCM), em Brasília (DF), instituição mantida pela CNBB e especializada na área da missiologia.
Toda a ajuda para a manutenção do projeto é de grande valia: oração, divulgação das iniciativas, trabalho temporário como missionário em alguma comunidade e também colaboração financeira (Banco do Brasil; Agência: 6914-0; Conta Corrente: 40381-4; Crédito: CNBB-Regional Sul 1). Saiba mais detalhes em (11) 3253-6788 ou pelo e-mail cnbbs1@cnbbsul1.org.br. (Com informações do Regional Sul 1 da CNBB)
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Monge Dom João Batista
‘O essencial é invisível aos olhos’ Luciney Martins/O SÃO PAULO
Filipe David
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Em 1943, Antoine de Saint Exupéry publicou o livro “O Pequeno Príncipe” em francês e em inglês. Desde então, o livro já foi traduzido para mais de 250 línguas, com mais de 140 milhões de exemplares vendidos. A obra é o objeto de uma exposição no Mosteiro de São Bento (próximo à estação São Bento do Metrô), no centro de São Paulo, que segue até sábado, 6 de agosto. E é essa obra clássica que Dom João Batista, um dos monges do Mosteiro, decidiu comentar em parceria com uma oblata (leiga beneditina), publicando “O Pequeno Príncipe descobre o mosteiro”. Na segunda-feira, 25, durante a exposição, o Monge concedeu entrevista ao O SÃO PAULO sobre o livro e a situação da cultura no Brasil de hoje.
O SÃO PAULO – Como surgiu a ideia de escrever o “Pequeno Príncipe descobre o mosteiro”? Monge Dom João Batista - O livro surgiu a partir da exposição sobre “O Pequeno Príncipe”. É um comentário espiritual ou monástico ao “Pequeno Príncipe”. Ao ler e reler tantas vezes, identificamos aspectos monásticos na espiritualidade e na disciplina, além, é claro, da mensagem de amizade e amor que “O Pequeno Príncipe” quer transmitir. Antoine de Saint Exupéry (19001944) era um homem profundamente religioso. Essa espiritualidade e a presença de Deus se observa claramente em diversos de seus escritos. Já existia um comentário bíblico do livro, numa edição italiana. Daí, tivemos a ideia de fazer um comentário monástico. O pequeno príncipe é no fundo um peregrino: ele sai de seu asteroide e vai visitando diversos planetas diferentes. Ele deixa sua casa, como Abraão deixou sua casa, e sai peregrinando em uma busca. E o que ele busca? É o próprio Deus. O livro fala do deserto espiritual que ele enfrenta, como o monge que é peregrino aqui na Terra e sua cela, que é seu deserto, no qual ele luta para chegar o céu. De forma bem resumida, em que consiste o livro? O livro possui três partes. A primeira é o comentário que escrevi com uma leiga, a Sandra Witkowski. A segunda parte é a estória do Pequeno Príncipe propriamente dita. Por fim, a última parte é a Regra de São Bento. E o comentário também é repleto de citações da Regra de São Bento. É uma oportunidade para as pessoas descobrirem a Regra e também para entenderem melhor quem foi São Bento, o que é um monge, qual é a diferença entre monge e padre etc. O livro pretende ajudar a preencher essa lacuna, explicando todas essas coisas. A mídia
muitas vezes transmite uma imagem um pouco distorcida do que é a vida monástica, então, queremos explicá-la melhor para as pessoas. O livro pode ajudar as pessoas a terem uma vida espiritual mais profunda? Sim. Essa exposição é justamente para isso. As pessoas entram no Mosteiro. É uma exposição lúdica, com um cenário, bonecos etc. Depois disso, as pessoas saem da exposição e estão dentro da igreja. Então, é uma estratégia (de trazer as pessoas para dentro do Mosteiro). O que o Mosteiro tem a oferecer? O mosteiro é um local de refúgio, um oásis espiritual, principalmente o Mosteiro em São Paulo, no centro da cidade, com todo o seu barulho e movimento. O Mosteiro dá uma oportunidade de parar um pouco. Aqui dentro, na exposição, as pessoas se encontram com monges e acabam na igreja. E na igreja aqui do Mosteiro, com toda a sua beleza, é impossível não parar um pouco e fazer silêncio. O silêncio é uma necessidade fundamental. A obra em si causa um certo estranhamento: o Pequeno Príncipe e São Bento, o que uma coisa tem a ver com a outra? Então, isso já motiva as pessoas a pararem um pouco para refletir. A própria obra também explica o que é a lectio divina e a importância da oração. Então, esperamos sim contribuir para a vida de oração das pessoas. O livro faz parte de um trabalho cultural que se faz no Mosteiro. O que é esse trabalho? Sim, o Mosteiro é um grande centro cultural. Temos um teatro, onde há diversos tipos de eventos: peças, músicas, contação de estórias, palestras, conferên-
cias etc. Temos a faculdade de Filosofia e Teologia, bem como o colégio. O próprio Mosteiro é um patrimônio histórico, com toda a sua beleza. As missas aqui são celebradas com uma liturgia bem cuidada, canto gregoriano etc. Quais são os principais obstáculos atuais para esse trabalho cultural cristão? Uma dificuldade é que boa parte das pessoas não estão mais preparadas para a boa cultura. Infelizmente, no nosso País, a cultura é relegada, desvirtuada, confunde-se muito o que é a boa cultura e boa arte com outras coisas, com uma subcultura ou pseudocultura. É preciso saber distinguir o que é clássico daquilo que não passa de restos, que tem um valor menor, que não são nada além de um modismo ou algo do gênero. É um problema muito grave quando se oferece essas coisas às pessoas com o nome de cultura e elas se contentam com isso. Essa falsa cultura é muitas vezes imoral, antirreligiosa e até mesmo desumana. Não se pode receber isso como se fosse algo grandioso, porque não é. E que efeito isso tem na alma das pessoas? Isso tem um efeito devastador na alma das pessoas, tanto intelectual quanto espiritual, porque essa é uma “cultura” da destruição, da morte, que é propagada livremente hoje em dia. Ela é defendida e propagada por pseudo-intelectuais, que seguem certas ideologias. O aborto, por exemplo, é uma das coisas que eles defendem. Essas coisas estão presentes em certos tipos de músicas e danças, por exemplo. Com o tempo, as pessoas passam a ser manipuladas por essa cultura de massas, começando a achar que isso
é o certo. É muito triste. E as pessoas que não receberam uma verdadeira cultura também não poderão transmiti-la, porque ninguém pode transmitir o que não recebeu. Como uma boa e verdadeira cultura poderia ter um efeito positivo para a vida espiritual? A cultura é a expressão de um determinado grupo de pessoas. Quando nós perdemos o sentido das coisas, nós nos perdemos também. Nós perdemos a memória, perdemos esse amor, tudo se torna passageiro e volúvel. A cultura diz o que eu sou, o que eu devo defender. Isso faz parte do elo que tenho com o meu grupo social. Nós, como Igreja, temos a nossa cultura cristã. Temos uma mensagem de Cristo e a ação que essa mensagem exige. E essa é nossa maneira de ser, é a nossa fé. A fé é transmitida não só pela palavra e pelo sentido, mas ela é vivida. Se eu deixo de viver a fé, ela será substituída por outra coisa. E assim entramos na idolatria. Isso ocorre com uma certa frequência. Há pessoas que entregam suas vidas por Cristo, que se doa na cruz. Essas pessoas realmente entenderam e repetem a ação, se entregam verdadeiramente e inteiramente por amor. Então, precisamos ser firmes na transmissão da nossa cultura, dizendo sim ao bem e ao belo e não ao que é feio, sujo e destruidor. E qual é a importância da vida intelectual para a cultura cristã? A intelectualidade é um dom. Ela é alimentada pelo estudo e pela reflexão sobre as coisas visíveis e invisíveis. O que é visível, palpável, é mais fácil, mas “o essencial é invisível aos olhos”, diz o Saint Exupéry, em “O Pequeno Príncipe”. É uma referência à segunda carta de São Paulo aos Coríntios: “as coisas que se veem são temporais e as que não se veem são eternas” (2 Cor 4,17). Mal utilizada, a intelectualidade se torna destruidora. Por isso, devemos formar bem os nossos intelectuais. Há diversos intelectuais que usam sua inteligência para o mal, propagando ideias perniciosas que levam apenas à destruição, como o desejo de destruir a ideia de Deus, dizendo que Ele não existe. Eles oferecem argumentos para isso. Nós, do outro lado, precisamos formar pessoas que tenham a capacidade de responder a esses argumentos, porque as questões em si mesmas não são ruins: todos temos limitações; a dúvida e a busca de respostas são inerentes ao ser humano. Nós estamos todos em busca. Buscamos a verdade. E cada um quer se saciar com a verdade. O próprio Deus nos inspira para o procurarmos. E Ele é a resposta. Quem somos nós? Nós somos filhos de Deus, fomos criados por Ele e voltaremos a Ele.
As opiniões expressas na seção “Com a Palavra” são de responsabilidade do entrevistado e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editoriais do jornal O SÃO PAULO.
16 | Fé e Cultura |
27 de julho a 2 de agosto de 2016 | www.arquisp.org.br
Filipe David
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Dica de Leitura A contrição perfeita “Tanto pela importância da matéria, de certo bem pouco conhecida da maioria dos cristãos, como pela abundância de doutrina e o interesse com que ela é tratada no que diz respeito a sua utilidade prática, bem pode dizer-se que este livrinho encerra em suas poucas páginas o valor de muitos volumes. [...] Sua atenta leitura e a execução prática das doutrinas que nele se ensinam abrirão as portas do céu a muitíssimas almas, para quem, sem ele, estariam eternamente cerradas [...]. Não devia haver cristão algum que não estivesse solidamente instruído sobre a transcendência que tem um ato de contrição e caridade perfeita, pois que é de incalculável importância tanto para a hora da morte própria como para a dos outros, a quem talvez tenha de assistir”. FICHA TÉCNICA Autor: Padre J. de Driesch Páginas: 40 Editora: Livre
Divulgação
Cinema
O bom gigante amigo “O bom gigante amigo” é um filme de fantasia do diretor Steven Spielberg sobre uma garota órfã que se torna amiga de um bom gigante. Em “O bom gigante amigo”, Sofia vive em um orfanato que ela odeia em Londres. Ela é uma garotinha responsável que tem problemas para dormir e está frequentemente acordada à noite. Mas sabe que não deve ficar muito próxima das janelas, ou pode ser puxada para fora por uma força misteriosa, como já ocorreu com outras crianças. Em uma noite, ela vê um gigante espiando nas sombras. Ele a leva para uma terra mágica onde vivem os gigantes. O gigante, que Sofia chama de bom gigante amigo, lhe faz um alerta: os outros gigantes – que são maiores que ele – são canibais! Então, ele precisará protegê-la deles. Os dois formam um laço de amizade e Sofia o encoraja a ser valente e enfrentar os outros nove gigantes malvados. No entanto, eles podem precisar da ajuda da rainha da Inglaterra para isso. (Traduzido e adaptado de Movie Guide).
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Lapa Idosos contam com projeto de socialização na Paróquia São Patrício Benigno Naveira, Paulo Ramicelli e Leila de Castro Colaboradores de comunicação da Região
A Paróquia São Patrício desenvolve, por meio do Centro Social Santo Dias, diversos projetos no bairro do Rio Pequeno, na zona Oeste da cidade. Fundado em 1987, o Centro Social Santo Dias tem como proposta a ação inclusiva e o investimento na autoconstrução do ser humano. As primeiras iniciativas foram trabalhos sociais com famílias desempregadas e atendimento a crianças e adolescentes, por meio de cursos e palestras. Com a ampliação da rede de atendimentos e a inovação dos serviços sociais prestados, o Centro foi reconhecido como entidade pública no âmbito municipal, estadual e federal.
Valmir Silva, secretário paroquial, explicou à Pastoral da Comunicação da Região Lapa que um dos projetos do Centro Social é o Núcleo de Convivência de Idosos São Patrício, por ele coordenado. Todas as quartas-feiras, das 14h às 17h, um grupo de idosos participa de uma aula de ginástica orientada por um profissional de Educação Física, além de outras atividades. No total, o Núcleo atende 160 idosos em atividades de convivência e 50 em visitas domiciliares. Entre as ações estão oficinas, palestras, passeios, atividades físicas e participação em eventos, visando a socialização dos idosos.
Valmir Silva
Idosos participam de atividade promovida no Centro Social Santo Dias, da Paróquia São Patrício
Leigos e padres da Lapa integram delegação da JMJ Arquivo pessoal
Padre Raimundo ladeado por leigos atuantes na Região Lapa durante a JMJ 2016 na Polônia
Entre os integrantes da delegação arquidiocesana na Jornada Mundial da Juventude, que acontece até domingo, 31, em Cracóvia, na Polônia (leia mais nas páginas 12 e 13), estão sacerdotes e leigos que atuam na Região Lapa, como é o caso do
Padre Raimundo Ribeiro Martins, pároco da Paróquia São José Operário, no Setor Rio Pequeno, e agentes de pastorais, como Paulo Ramicelli, coordenador da Pastoral de Comunicação da Região Lapa. Eles participaram da Semana Missio-
nária, que antecedeu a JMJ, indo a museus, igrejas e parques, e conhecendo a história da Polônia, especialmente sobre o período das guerras mundiais. Paulo Ramicelli, por exemplo, contou ser marcante ter conhecido a história do Beato Jerzy Popielusko, morto em 1984, após ter sido perseguido, sequestrado e torturado por funcionários do serviço de segurança comunista. Para Meire Fernandes, a ida à cidade de Varsóvia, onde vivenciou a Semana Missionária, remeteu à JMJ Rio 2013, quando acolheu em sua casa um jovem de Porto Rico. “Aqui estou tendo a oportunidade de ser acolhida por uma família, e mesmo com a dificuldade da língua, nossa comunicação flui perfeitamente”, comentou.
Setor Pirituba organiza realização do Mutirão Bíblico O Conselho Setorial Pastoral Pirituba, coordenado pelo Padre José Pedro Batista, tem se reunido às terças-feiras, das 20h às 21h30, na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, para a preparação do Mutirão Bíblico, que acontecerá em 25 de setembro, às 15h, em todo o Setor. Os membros do Conselho convidam coordenadores de grupos de rua e paroquianos a fazerem parte dessa equipe. Este ano está sendo estudado o livro bíblico de Miquéias. A próxima reunião está agendada para 2 de agosto. Além disso, no sábado, 6, das 9h às 12h na mesma Paróquia, haverá uma formação sobre o mês da Bíblia, assessorada pelo Padre Geraldo Pereira.
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Brasilândia Paróquia Cristo Libertador tem novo administrador paroquial
Renata Moraes e Padre Jaime Estevão Gomes
Colaboradores de comunicação da Região
Leandro Silva
Padre Alécio fala aos fiéis ao ser apresentado como administrador da Paróquia Cristo Libertador
Os fiéis da Paróquia Cristo Libertador, no Setor Jaraguá, acolheram no dia 20 o novo administrador paroquial, Padre Alécio Ferreira da Silva, que acumulará essa função com a que já exerce como pároco da Paróquia Nossa Senhora Mãe e Rainha, do mesmo setor pastoral. O Sacerdote foi apresentado à comunidade paroquial durante missa presidida por Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia.
No mesmo dia, o Bispo, por meio de comunicado, também informou sobre a nomeação do Padre Sidnei Fernandes Lima como administrador da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, no Setor Nova Esperança. O Sacerdote assumira o ofício em 7 de agosto, na missa das 8h30. Padre Sidnei concluiu recentemente, em Roma, o doutorado em Teologia Dogmático-Sacramentaria, pelo Pontifício Ateneu Santo Anselmo (leia mais na página 7).
Jovens participam de formação para liderança pastoral A Paróquia Santo Antônio, na Vila Brasilândia, sediou, entre os dias 22 e 24, o Curso de Dinâmica para Líderes (CDL), com a participação de 40 jovens da própria Paróquia e também das paróquias Santa Rita de Cássia, São Judas Tadeu e Nossa Senhora do Carmo, que compõem o Setor Pastoral Nova Esperança. Assessorado pelo Padre Jorge Boran, especialista em temáticas da juventude, o CDL abordou temas diversos, como dinâmicas de grupo, dignidade da pessoa humana, Jesus Cristo e Igreja-Comunidade. O curso utilizou uma metodologia de criação de situações de aprendizagem, por meio de exercícios práticos, permitindo ao jovem atuar diretamente em cada atividade desenvolvida.
Pela metodologia do CDL, as dinâmicas consistem em fazer o jovem se inteirar com o outro num grande mutirão de partilha, de maneira que ao relatarem as próprias experiências, aprendam técnicas para melhor condução dos trabalhos pastorais. “O CDL para mim foi um momento único, em que aprendi muitas coisas e renovei minha espiritualidade. Sinto-me uma pessoa nova, apta para ir ao encontro daqueles jovens que se afastaram e que por algum motivo não estão mais na Igreja. Agora tenho a bagagem necessária para seguir adiante e dar bons frutos”, expressou Thaila Larissa Leite do Nascimento, 19, da Paróquia Santa Rita de Cássia. Janete Sopetipe
A imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida chegou ao Setor Perus, na Área Pastoral Santíssima Trindade, no domingo, 24, às 9h. Houve procissão até o Colégio Jairo de Almeida, onde aconteceu a missa, presidida pelo Padre Ednilson Turozi de Oliveira, vigário paroquial. Padre José Bragheto
Entre os dias 18 e 21, aconteceu a Semana Regional de Formação Bíblica. A atividade foi realizada nas paróquias São Luiz Gonzaga, Santos Apóstolos, Santo Antônio e São José de Perus. A imagem acima mostra o encerramento da atividade na Paróquia Santos Apóstolos.
Padre Jaime Estevão Gomes
Jovens do Setor Pastoral Nova Esperança durante atividade do Curso de Dinâmica para Líderes Divulgação
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Belém A vida a serviço do anúncio de Jesus, a exemplo de Santa Maria Madalena Peterson Prates
Colaborador de comunicação da Região
Pela primeira vez, após decisão do Papa Francisco, em junho, o dia de Santa Maria Madalena foi celebrado em toda a Igreja como festa litúrgica, na sexta-feira, 22. Na Região Belém, a única paróquia dedicada à Santa, no Setor Pastoral Sapopemba, ficou lotada de devotos para a festa da Padroeira e também para a primeira visita à matriz paroquial de Dom Luiz Carlos Dias, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região. A missa solene foi presidida pelo Bispo e concelebrada pelo Padre Cláudio de Oliveira, pároco, e por outros oito sacerdotes. Dom Luiz Carlos, na homilia, ressaltou que é preciso superar um olhar de preconceito em relação a Maria Madalena, pois ela “é alguém que se tornou discípula de Jesus e colocou Jesus no centro de sua vida”, afirmou, exortando: “Somos chamados a sermos discípulos e discípulas de Jesus Cristo”. E o Bispo complementou: “Esse chamado que faz a Maria Madalena, Ele faz a nós. Devemos colocar nossa vida a serviço
desse anúncio, que liberta e que salva”, encerrou. Os festejos da Padroeira tiveram início no dia 18, em um momento de espiritualidade com o tema “A misericórdia de Deus na nossa vida”. No dia 19, a reflexão foi sobre a vida da Santa, com Laurentina da Silva, mais conhecida por Irmã Iracema. No dia seguinte, a comunidade rezou o Terço luminoso, e na véspera da memória litúrgica da Padroeira, houve uma celebração eucarística. “Celebrar Santa Maria Madalena como festa litúrgica é se colocar como Santa Maria Madalena aos pés de Jesus, é ser fiel a Jesus no seguimento, em todos os momentos de nossa vida, incondicionalmente segui-lo”, disse Irmã Iracema sobre a elevação à categoria de festa da celebração da Santa. Irmã Iracema ressaltou ainda a importância do papel da mulher na Igreja e desejou “que as mulheres possam aprender com Maria Madalena essa fortaleza, essa perseverança no seguimento e na prática das boas obras”. Padre Cláudio também falou sobre
Fábio Gomes
Devotos conduzem a imagem da Padroeira em procissão iniciada na matriz-paroquial, dia 22
a celebração em honra a Santa Maria Madalena, “apóstola dos apóstolos, aquela que primeiro viu o Cristo Ressuscitado, aquela que primeiro anunciou a Ressurreição, e que nos dá âni-
mo e força para que também possamos fazer essa experiência do Ressuscitado, anunciando-o a todos os nossos irmãos e irmãs, especialmente os mais pobres e mais sofridos”, manifestou.
Setor Sapopemba inicia Maratona Vocacional Peterson Prates
Jovens conduzem tochas, símbolo da Maratona Vocacional do Setor Pastoral Sapopemba
Durante a missa solene da festa de Santa Maria Madalena, na sexta-feira, 22, houve a abertura da Maratona Vocacional do Setor Sapopemba, que segue até o Mutirão Bíblico setorial, em setembro. Durante a Maratona, os fiéis são convidados a refletirem e rezarem pelas vocações. Como gesto representativo da iniciativa foram feitas tochas, que serão conduzidas às cinquenta comunidades que compõem as sete paróquias do Setor.
“As tochas representam luz, o Cristo ressuscitado que caminha conosco, que vai à frente e que ilumina toda e qualquer escuridão”, relatou o idealizador da Maratona Vocacional, o Padre Elias Román, missionário comboniano. “Que todos os jovens se encontrem na verdadeira luz, e que cada um seja luz para iluminar o povo que tanto precisa, para que cada espaço seja de vida, e vida em plenitude com Jesus Cristo”, completou.
Jovens são chamados ao testemunho cristão na sociedade A Juventude do Setor Sapopemba se reuniu entre os dias 22 a 24 para a Semana da Juventude, com o tema “O papel do jovem cristão na sociedade”, iniciada com o recebimento das tochas da Maratona Vocacional, na sexta-feira (leia na reportagem acima). Dom Luiz Carlos Dias, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, pediu que a juventude “se encantasse por Jesus Cristo”, e lembrou dos jovens reunidos em Crácovia, na Polônia, para a Jornada Mundial da Juventude. No sábado, 23, Dom Luiz Carlos se encontrou com os jovens, na Paróquia São Sebastião, para uma roda de conversa, partilhando sobre os anseios e dificuldades da juventude, no aspecto pastoral e também no âmbito extra-eclesial. Padre Fausto Marinho, referencial para a juventude na Região Belém,
e Padre Mário Andrighetto, pároco da São Sebastião, também participaram da atividade. Ainda no sábado, a juventude vivenciou oficinas de música, dança e meio ambiente, e finalizou o dia com apresentação de bandas das paróquias do Setor. No domingo, 24, os jovens caminharam da Paróquia São Sebastião até a Paróquia Imaculada Conceição, com a cruz e o Ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, junto com as sete tochas da Maratona Vocacional. Na caminhada, eles recordaram o extermínio dos jovens negros, a drogadição da juventude e também rezaram pelas vocações. Odirlei Duarte, coordenador de jovens de uma das comunidades de Sapopemba, afirmou que na Semana da Juventude, “partilhamos da mesma plataforma que é Jesus Cristo. Apesar da
Peterson Prates
Dom Luiz Carlos Dias participa de roda de conversa com jovens atuantes no Setor Sapopemba
diversidade entre os grupos, devemos estar em comunhão, para que por meio dessa comunhão, possamos responder à carência dessa juventude por justiça
e amor. Precisamos despertar nossa juventude frente a esses problemas sociais, para que possam ser protagonistas”, comentou.
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Santana Ministros extraordinários da Sagrada Comunhão iniciam formação anual
Diácono Francisco Gonçalves
Colaborador de comunicação da Região
Sob a coordenação dos padres Everaldo Sanches Ribeiro, coordenador regional da Pastoral da Liturgia, e Roberto Lacerda, aproximadamente 450 Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão (Mesc), atuantes em paróquias dos setores Jaçanã e Tremembé, se reuniram na Paróquia São Benedito, no sábado, 23, iniciando a 8ª formação anual destinada a todos os ministros da Região, com os temas “Identidade e missão do Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão”, com assessoria do Padre Everaldo, e “O serviço litúrgico-pastoral confiado ao Mesc”, com assessoria de Padre Roberto. Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, esteve no evento e estimulou os participantes a serem generosos na partilha com os fiéis que visitam e a terem uma ação ministerial alicerçada na oração “que abre nossos corações e põe fogo em nossos pés,
Diácono Francisco Gonçalves
Dom Sergio de Deus Borges fala a participantes da 8ª formação anual dos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão
e que sejam determinados ao serviço da Igreja e dos mais pobres”, disse o Bispo. As próximas formações se darão, sempre aos sábados, das 8h às 12h, nas seguintes datas, setores e locais: 13 de agosto, Casa Verde e Imirim, no Colégio Consolata (avenida Imirim, 1.424); 27 de agosto,
Santana, Tucuruvi, Mandaqui, na Paróquia Nossa Senhora da Salette (rua Dr. Zuquim, 1.746); 17 de setembro, Medeiros, Vila Maria, na Paróquia Nossa Senhora da Candelária (praça Nossa Senhora da Candelária, 1). Para ministros que não podem participar aos sábados, haverá formação
no domingo, 18 de setembro, das 13h às 17h, na Paróquia Sant´Ana (rua Voluntários da Pátria, 2.060). A missa de mandatação dos ministros será em 16 de outubro, às 15h, no ginásio do Colégio Salesiano (rua Dom Henrique Mourão, 201, Santa Terezinha).
Padre Agostinho Zachetti: 55 anos de dedicação à Igreja Diácono Francisco Gonçalves
Padre Agostinho Zachetti é pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças desde o ano de1984
“Com certeza, o senhor foi muito bom pra mim. Só agradeço a Deus por esse amor escandaloso que tem para comigo. O que sou, o sou pela graça de Deus, nada mais”. A mensagem, em tom de agradecimento, foi dita pelo Padre
Agostinho Romano Zachetti, em 16 de julho de 2011, quando comemorou os 50 anos de ordenação sacerdotal, conforme consta em reportagem do O SÃO PAULO à época. Em 2016, a Região Santana une-se em
ação de graças pelos 55 anos de sacerdócio do Padre cisterciense ordenado em 16 de julho de 1961 na Basílica dos Santos Doze Apóstolos, em Roma. Até então, o jovem seminarista nascido em Milão, Itália, em 20 de março de 1937, estava residindo na capital italiana para conclusão de seus estudos teológicos. Em dezembro daquele ano, São João XXIII convocava o Concílio Vaticano II e que iria até dezembro de 1965. Padre Agostinho relembra que viu construírem na nave da Basílica de São Pedro as arquibancadas para a aula conciliar. Em 3 de agosto 1967, convidado por seu superior, veio ao Brasil para atuar no Mosteiro de São José do Rio Pardo (SP). Em 25 de janeiro de 1968, Dom Tomás Vaquero, então bispo de São João da Boa Vista (SP), instalava a Paróquia São Roque, confiando-a aos cuidados pastorais do Mosteiro para o qual escolheu para pároco Agostinho, o jovem monge milanês, que animado pelo espírito do Va-
ticano II, estruturou a paróquia com os pilares da comunidade, liturgia e redescoberta do Batismo, segundo o Caminho Neocatecumenal. Vale salientar que neste mesmo ano, entrou para o noviciado na congregação, o jovem Orani João Tempesta (o primeiro noviço brasileiro), hoje cardeal e arcebispo do Rio de Janeiro. Em 28 de outubro de 1984, Padre Agostinho tomou posse como pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, na Vila Nova Cachoeirinha, na Região Santana, onde permanece até hoje. Já exerceu os cargos de coordenador do Setor Casa Verde (1984 a 1988) e coordenador de pastoral da Região (1988 a 1999). Em 23 de maio de 1999, foi nomeado vigário episcopal da Região Episcopal Sant’Ana, permanecendo nessa função até a posse de Dom Odilo Pedro Scherer, em 9 de março de 2002. Atualmente, é vigário geral da Região. (Com informações complementares da redação do O SÃO PAULO)
Diácono Francisco Gonçalves
Diácono Francisco Gonçalves
No dia 17, Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, ministrou o sacramento da Confirmação a 70 crismandos da Paróquia Santíssima Trindade, no Setor Pastoral Casa Verde, em missa concelebrada pelos padres Vitor Fernandes, pároco, e José Avari Campos, vigário, e acolitada pelo diácono Moisés da Silva.
Teve início no dia 16, a comemoração dos 50 anos da Paróquia São Roque, no Setor Imirim, com missa presidida por Dom Sergio de Deus Borges, e concelebrada pelo Padre Antonio Lima da Silva, pároco. O Bispo lembrou que a Paróquia é lugar de hospitalidade, de acolhida e que aquela comunidade paroquial viverá mais anos pelo testemunho de serviço que os antecessores deram.
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Ipiranga Festa de Santa Cristina mobiliza paróquia no Setor Cursino Padre Ricardo Antonio Pinto e Claudio Seiji Colaboração especial para a Região
Entre os dias 15 e 24, os fiéis da Paróquia Santa Cristina, no Setor Pastoral Cursino, participaram da festa da Padroeira. Na memória litúrgica da Santa, no domingo, 24, houve, pela manhã, apresentação da Banda da Guarda Civil Metropolitana da Cidade de São Paulo, seguida de almoço comunitário. À noite, aconteceu a procissão com a imagem da Padroeira pelas ruas do bairro, com a participação da Banda – Corporação Musical Operária da Lapa. A última atividade da festa foi o concurso de quadrilhas, no encerramento da quermesse paroquial, organizado pelo grupo Jovens Ativos no Amor de Cristo (Jaac), com a presença do grupo de jovens Manancial, da Paróquia São João Clímaco, que venceu o concurso. Durante os dias de novena, presidiram missas os padres José Lino Mota Freire, Benedito Vicente de Abreu, José Geraldo Moura, Sandro Cunha, Edson Chagas Pacondes, Wendel Quintino da Silva e Edson Donizete Toneti. Um dos momentos marcantes da novena foi no
Cláudio Seiji
Devotos de Santa Cristina participam de procissão com a imagem da padroeira de paróquia no Setor Pastoral Cursino, no domingo, dia 24
dia 17 com a chegada da imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida, que permaneceu na Paróquia por uma semana, sendo levada pelo Padre Palmiro Carlos Paes, administrador paroquial, às proximidades da igreja-matriz, em lo-
cais como as casas de pessoas enfermas. Ainda durante a novena aconteceu a entronização da imagem de São José, com lembrança a todos que trabalharam na Paróquia, em especial nos últimos meses para as obras de acessibilidade
e reforma da igreja-matriz. Também houve memória das pessoas falecidas, bênçãos aos doentes, crianças e famílias, bem como em velas, sal, água, imagens de santos de devoção e carteiras de trabalho.
Região terá novos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão As paróquias da Região Ipiranga passarão a contar com aproximadamente 565 novos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão (Mesc), que serão investidos para tal missão na Igreja no sábado, 30. O curso de preparação regional aconteceu nos meses de abril e maio. Organizado pela equipe de coordenadores regionais e setoriais, o curso responde ao pedido do Cânon 231 §1, do Código de Direito Canônico, que afirma: “Os leigos que são destinados permanente ou temporariamente a um serviço especial na Igreja têm a obrigação de adquirir a
formação adequada, requerida para o cumprimento do próprio encargo e para exercê-lo consciente, dedicada e diligentemente”. Após a devida apresentação dos párocos, os leigos e leigas que participaram do curso irão receber a investidura para exercer o ministério por um período de dois anos. Obedecendo a um rodízio anual de paróquias, as celebrações para a investidura neste ano acontecerão nos setores pastorais Anchieta, Cursino, Imigrantes Ipiranga e Vila Mariana. A formação foi iniciada com uma temática eclesiológica feita pelo Padre
REDAÇÃO
osaopaulo@uol.com.br
Dia de São Cristóvão é marcado por bênçãos a motoristas Filas de carros, ônibus e motos puderam ser vistas na segunda-feira, 25, em frente à Paróquia São Cristóvão, na avenida Tiradentes, no bairro da Luz. Na memória litúrgica do padroeiro dos motoristas, houve bênção dos automóveis e missas, presididas pelo Padre João Benedicto Villano, pároco. Pelas redes sociais, muitos motoristas postaram imagens de seus veículos
sendo abençoados, como foi o caso de Hamilton Gomes, pelo Facebook. “Pequenos grandes presentes de Deus: passar na Igreja de São Cristóvão no dia do motorista. Valeu a bênção”. No domingo, 24, foi realizada a 7ª Carreata de São Cristóvão, por iniciativa da Paróquia e do Sindicato de Cargas Próprias de São Paulo. (Com informações do Facebook)
Ricardo Pinto, assistente regional dos Mesc, contextualizando o Ano Santo extraordinário da Misericórdia e o testemunho que o Ministro é chamada a dar como Igreja e como portador da misericórdia de Deus aos irmãos e irmãs. No encontro seguinte, a Irmã Penha Carpanedo falou sobre o serviço do Mesc no contexto da Liturgia Eucarística. Ela afirmou que um ministério supõe carisma, espírito de serviço, conhecimento da própria função e uma conduta de vida coerente por parte do Ministro. Houve, ainda, um encontro sobre as atitudes que o Ministro precisa ter ao visitar os do-
entes e celebrar as Exéquias, conduzido pelo Padre João Mildner, capelão do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. O último encontro formativo foi feito por Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, que tratou do tema “Eucaristia: ápice de todos os ministérios”. Ele enfatizou que “Cristo deu sua vida por todos nós e que isso aconteceu uma só vez. No entanto, o ‘sacramento’ (da Eucaristia) torna novamente presente, no tempo e no espaço, o Mistério Pascal de Cristo, que como ‘acontecimento’ se deu uma única vez na história”.
Sé
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Padre João Benedicto Villano abençoa motociclistas em frente à Paróquia de São Cristóvão
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Uma oração pela liberdade ACN Brasil
‘Dia Internacional de Oração pelos Cristãos Perseguidos no Oriente Médio’ será celebrado no dia 5 de agosto, às 12h, na Catedral da Sé, durante missa presidida pelo Cardeal Scherer
6 de Agosto
Nayá Fernandes
Dia Internacional de Oração pelos Cristãos Perseguidos no Oriente Médio
nayafernandes@gmail.com
A Aid to the Church in Need (ACN), sigla que em português significa “Ajuda à Igreja que Sofre” (AIS) promove no dia 6 de agosto, no Brasil e em países da Europa e da Ásia, o Dia Internacional de Oração pelos Cristãos Perseguidos no “Oriente Médio”. A iniciativa existe desde o ano passado e tem o apoio da Mais informações na página CNBB. Em São Paulo, a celeacn.org.br/6deAgosto bração acontecerá no sábado, 5 de agosto – véspera do Dia da Oração –, às 12h, na Catedral da Sé. Presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, a missa será precedida por uma breve introdução ao tema. Já no próprio Dia da Oração, no domingo, 6, haverá outra celebração na capital carioca, na Em 6 de Agosto de 2016 completam-se dois anos da fuga de milhares de cristãos da Planície de Nínive. A Ajuda à Igreja que Sofre mais uma vez promove o Dia Internacional de Oração Paróquia São José da Lagoa, pelos Cristãos Perseguidos no Oriente Médio. As torturas, os sofrimentos e os assassinatos ainda fazem parte da rotina dos cristãos. Sua oração pode mudar isso! Participe! presidida pelo Cardeal Orani Tempesta, arcebispo metropolitano do Rio de Janeiro. “O Dia de Oração surgiu como um momento de preces Ajuda à Igreja em recordação à noite de 6 para que Sofre Iniciativa da 7 de agosto de 2014, quando Fundação Pontifícia A C N B R A S I L Apoio milhares de cristãos fugiram do norte do Iraque e o Estado Islâmico tomou a planície de Nínive. A verdadeiro genocídio. Eles precisam de Como os cristãos daqui região concentrava 25% dos cristãos do água, comida, abrigo”, disse o Patriarca podem ajudar? País e também reunia algumas minorias à época. Muitos cristãos, no Brasil ou em oumuçulmanas ameaçadas. A fuga ocorreu A ACN produziu e divulgou o relatótros lugares do mundo, não sabem o que rio “Perseguidos e Esquecidos” no final à noite, com milhares de pessoas camisignifica viver o Cristianismo no Oriente nhando pelas estradas em direção às de 2015, com um panorama sobre a perMédio e, por isso, a “Ajuda à Igreja que seguição dos cristãos no mundo. O relacidades curdas de Erbil e Dohuk”, conSofre” trabalha com três pilares: infortou à reportagem Rodrigo Arantes, restório apontou que, por conta do êxodo mação, oração e ajuda. “A ACN acredita ponsável pela área de comunicação da cada vez maior, o Cristianismo está em que quando as pessoas estão informadas ACN-Brasil. vias de desaparecer do Iraque, provavelsobre o que ocorre no Oriente Médio, mente em menos de cinco anos. Rodrigo lembrou ainda que, em carta podem dedicar suas orações aos crisenviada à ACN, o chefe da Igreja Católica Caldeia, o Patriarca Louis Raphael Sako, descreveu a crise humanitária que Mais de 60 milhões de pessoas são beneficiadas todo ano por meio dos mais se seguiu à tomada da região pelo grude 5 mil projetos apoiados pela “Ajuda à Igreja que Sofre” em aproximadamenpo extremista. “Cerca de 100 mil cristãos, aterrorizados e em pânico, fugiram te 140 países, incluindo o Brasil. Os projetos são os mais variados possíveis de suas casas sem nada, somente com no campo pastoral, que vão desde o subsídio para a formação de seminaristas, as roupas do corpo.” Ele citou o evenpadres e religiosas; material catequético; construção e reconstrução de igrejas e to como “uma verdadeira via-sacra”, e capelas; transporte para religiosos; recuperação de jovens dependentes químicos, como nas Fazendas da Esperança; barcos para missionários no Amazonas; acrescentou: “Os cristãos estão andando a pé no calor do verão escaldante do construção de escolas e casas para refugiados no Oriente Médio e muito mais. Iraque para as cidades curdas. Entre eles, Informações sobre o “Dia Internacional de Oração pelos Cristãos Perseguidos há doentes, idosos, crianças e mulheres no Oriente Médio” e sobre como colaborar podem ser encontradas no site da grávidas, enfrentando uma catástrofe instituição: www.ais.org.br. humana e com risco de se tornar um (ou acesse pelo QR code acima)
tãos que estão longe, o que já é um grande feito; muitos ao rezarem querem fazer mais e procuram a ACN como forma de fazer chegar uma ajuda concreta aos cristãos do Oriente Médio. A Instituição, por sua vez, trabalha possibilitando, além da assistência espiritual, também a material, desde a construção de escolas para as crianças até a distribuição de remédios, alimentos e moradia”, continuou Rodrigo. Em entrevista concedida ao O SÃO PAULO e publicada na edição de 18 a 24 de março de 2015, Dom Jean-Abdo Arbach, arcebispo de Homs, na Síria, que visitou o Brasil a convite da “Ajuda à Igreja que Sofre”, explicou que antes da guerra, o convívio entre os diferentes grupos religiosos era tranquilo e que isso mudou após a Primavera Árabe, em 2011, quando muitos cristãos deixaram o País. “A população cristã hoje [em 2015] é de 8%, cerca de 2 milhões, de vários ritos, além dos católicos ortodoxos e siríacos e os demais maronitas. Em Homs, são 1,3 mil famílias cristãs que necessitam de ajuda. São 3,2 mil crianças. Há pessoas que andam 30 quilômetros para participar de uma missa, mas mesmo com a catedral bombardeada, celebramos a missa todos os dias”, afirmou o Arcebispo. Dom Jean-Abdo explicou, ainda, que a Arquidiocese trabalhou na reconstrução das casas dos cristãos. “Também estamos tentando construir uma escola para as crianças. Além disso, chegamos a pagar a passagem para muitas crianças e jovens conseguirem chegar às poucas escolas que sobraram, porque muitos não podem sair de casa porque não têm nenhum dinheiro. Também há muitas viúvas com crianças. Além da reconstrução dos prédios, há a reconstrução psicológica. Existem crianças com traumas por causa da guerra e estamos tentando nos cercar do auxílio de profissionais para ajudá-las. Faltam médicos, pois a maioria deixou o País desde que começaram os combates”. “Aqui no Brasil, temos liberdade religiosa, podemos mudar de religião e professar nossa fé sem que nossas vidas sejam ameaçadas, portanto, a realidade de perseguição religiosa é desconhecida para a maioria dos brasileiros. Faz parte da missão da ACN tornar essa realidade conhecida para que também o Brasil possa ajudar a amenizar essa barbárie. Nos últimos anos, a ACN tem percebido que o brasileiro está se abrindo para entender melhor o que os cristãos do Oriente Médio sofrem e querem ajudar esses cristãos”, acrescentou Rodrigo.
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Amoris laetitia, um documento para ler e aprofundar no dia a dia Luciney Martins/O SÃO PAULO
Seminário na Paróquia São Luís Gonzaga reuniu grupos e movimentos de leigos da Arquidiocese de São Paulo para aprofundar a Exortação sobre o amor na família Nayá Fernandes
nayafernandes@gmail.com
Fábio e Vanessa Tavares estavam separados quando Fábio, 42, conheceu a comunidade Luz das Nações, na zona Leste de São Paulo. A partir de então, ele percebeu, com a ajuda da Comunidade, o quanto Vanessa era importante na sua vida. Os dois reataram o relacionamento e se converteram ao catolicismo, pois frequentavam o espiritismo. Um ano depois, após serem batizados e feito a 1ª Comunhão, eles receberam também o sacramento do Matrimônio e já planejam ter filhos. “A primeira coisa que escutei, ao chegar na Luz das Nações, foi: ‘Vamos cuidar primeiro de você, depois da sua família’. Isso foi essencial para mim naquele momento”, contou Fábio. O casal participou do Seminário de estudos sobre a Exortação Apostólica Pós-Sinodal Amoris laetitia - sobre o amor na família. Convidados pelo Cardeal Odilo Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, os membros de grupos e movimentos de leigos estudaram a Exortação, capítulo por capítulo, durante os dias 23 e 24, na Paróquia São Luís Gonzaga, na avenida Paulista. Eram mais de 150 pessoas que, seja
Grupos e movimentos de leigos da Arquidiocese participam de encontro para estudo e reflexão sobre a Exortação Pós-Sinodal Amoris laetitia
na plenária, seja em pequenos grupos, se debruçaram sobre o documento e depois compartilharam suas reflexões. Entre os palestrantes estavam Dom Odilo, que orientou a maior parte do estudo, Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Episcopal Santana, e o Padre José Roberto Pereira, pároco da Paróquia Nossa Senhora da Consolação. Dom Odilo insistiu que o evento é uma oportunidade para que os leigos tenham contato com o documento e que possam conhecê-lo com profundidade. “É importante lembrar como o Matrimônio é bom, que cultivar o amor é bom”, disse, logo no início da sua colocação.
O texto a seguir, uma citação do Decreto Apostolicam Actuositatem, foi mencionado pelo Padre José Roberto no início da sua exposição: “A espiritualidade dos leigos deverá assumir características especiais, conforme o estado de Matrimônio e familiar, de celibato ou viuvez, situação de enfermidade, atividade profissional e social. Não deixem, por isso, de cultivar assiduamente as qualidades condizentes a essas situações e utilizar os dons por cada um recebido do Espírito Santo”. Dom Sergio, por sua vez, ao aprofundar o capítulo 8º da Amoris laetitia, apontou que este “representa um convite à misericórdia e ao discernimento pastoral diante de situações que não corres-
pondem plenamente ao que o Senhor propõe”. Eduardo e Sissi Kamiya levaram a pequena Raquel, de 2 anos de idade, para participar do Seminário. Para Sissi, o texto é importantíssimo para que as famílias possam compreender ainda mais sua missão. Já Maria Inês Leandro, do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB) da Região Santana, que estava na organização do evento, explicou à reportagem que tenta testemunhar o amor e a alegria também junto às famílias mais pobres. “Quando visito uma família que tem pouco ou quase nada, tento ajudá-la a perceber o que de belo eles vivem entre si”, conforme orienta a Amoris laetitia.
Cardeal Scherer nomeia membros da Comissão do Diaconato Permanente da Arquidiocese REDAÇÃO
osaopaulo@uol.com.br
O Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, nomeou na sexta-feira, 22, os membros da Comissão do Diaconato Permanente da Arquidiocese de São Paulo (Comdiac-SP), um organismo consultivo e de assessoria no que se refere à vida e ao ministério dos diáconos, e também animador da comunidade diaconal e de sua comunhão com os demais membros do clero. É ainda missão da Comdiac-SP promover as iniciativas e ações voltadas para a promoção da vida e ministério dos diáconos, como explica o Regulamento da Comdiac-SP, publicado em 8 de junho. No dia 26 de maio foi também promulgado o novo diretório para a “Vida e o Ministério dos Diáconos Permanentes na Arquidiocese de São Paulo”, e na quarta-feira, 20, no Centro
Pastoral São José do Belém, aconteceu a leitura do Diretório e do Regulamento da Comdiac-SP. A Comissão é constituída por diáconos representantes das regiões episcopais eleitos pelos seus pares, membros da Escola Diaconal Arqui-
diocesana São José, do sacerdote designado para acompanhar os diáconos e do representante dos diáconos na Arquidiocese no Regional Sul 1 da CNBB, além dos membros natos, que são o reitor da Escola Diaconal e um diácono que integra a direção, e de três
Membros da Comissão do Diaconato Permanente da Arquidiocese de São Paulo
Região Belém: Diáconos Carlos Alberto de Paula Ribeiro e Jorge Luiz de Almeida Souza; Região Brasilândia: Diáconos Benedito Camargo e Valdik dos Santos Andrade Região Ipiranga: Diáconos Anivaldo Blasques e Feliciano Bonitatibus Neto Região Lapa: Diáconos Luiz Carlos de Laet e Marcos Adriano de Souza Região Santana: Diáconos Márcio José Ribeiro e Nilo José de Carvalho Neto Região Sé: Diáconos Francisco Carlos Kumagai e João Carlos Franco de Barros Fornari Escola Diaconal: Padre Fernando José Carneiro Cardoso e Diácono Ailton Machado Mendes Presbítero acompanhante: Cônego Celso Pedro da Silva Representante dos Diáconos no Regional Sul 1: Diácono Roberto Zanchetta Membros escolhidos pelo Arcebispo: Diáconos Francisco Pereira Monteiro, Rogério Lopes Camargo e Wainer Fracaro da Silva.
membros escolhidos pelo Arcebispo (veja detalhes abaixo). A natureza, finalidade e ação estão estabelecidas no Regulamento da Comissão do Diaconato Permanente, já aprovado e promulgado. O mandato dos membros da Comissão é regulado pelo artigo 6º do mesmo Regulamento. “O diácono é, por excelência, testemunha da misericórdia de Deus, manifestada aos homens por meio de Jesus Cristo, ‘rosto humano do Pai misericordioso’. Ele é testemunha e presença viva do amor misericordioso e samaritano de Cristo entre os homens e da caridade de toda a Igreja; dessa forma, ele contribui para a edificação do Corpo de Cristo, voltando sua atenção prioritária aos irmãos necessitados de todo tipo ajuda”, escreveu Dom Odilo, em artigo na seção “Encontro com o Pastor”, publicado no O SÃO PAULO em 6 de julho.
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27 de julho a 2 de agosto de 2016 | www.arquisp.org.br