O SÃO PAULO - 3114

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 61 | Edição 3114 | 10 a 16 de agosto de 2016

R$ 1,50

www.arquisp.org.br

Vocacionados a serviço da Palavra e da misericórdia

Encontro com o Pastor ‘A Igreja não pode deixar de se interessar pelo casamento e pela família’

Luciney Martins/O SÃO PAULO

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Editorial A importância da figura paterna no seio da família Página 2

Espiritualidade Dom Julio: ‘visitar os encarcerados’ é uma obra de misericórdia corporal Página 5

Comportamento ‘Crescei e multiplicaivos’: solução para a Previdência Página 6

Pai: essencial em todos os momentos na vida dos filhos Hoje, quando a mãe está mais atuante no mercado de trabalho, o pai deve sim exercer sua função compartilhando, ao máximo, todos os momentos no cuidado e educação dos filhos. Cardeal Scherer confere o ministério de leitor e acólito a seminaristas e candidatos ao diaconato na abertura do mês vocacional na Arquidiocese

O mês vocacional foi aberto na Arquidiocese recordando a vocação sacerdotal e a comemoração do Dia do Padre. No dia 6, o Cardeal Odilo Pedro Scherer conferiu os ministérios de leitor e acólito a seminaristas e candidatos ao diaconato.

Em Itaici, Indaiatuba (SP), o clero arquidiocesano se reúne para o 14 º Curso de Aprofundamento Teológico e Pastoral que neste ano tem como tema a exortação apostólica Amoris Laetitia. Página 23

O cinema deve provocar a reflexão e não ‘dar recados’

Rezar pelos cristãos que sofrem perseguição e até martírio

No Ano da Misericórdia, Francisco peregrina a cidade de Assis (Itália)

O médico, professor e escritor Pablo Gonzalez-Blasco, em entrevista ao O SÃO PAULO, fala sobre o poder do cinema na educação.

Missa na Catedral da Sé, na sexta-feira, 5, recordou o Dia Internacional de Oração pelos Cristãos Perseguidos no Oriente Médio.

Peregrino entre os peregrinos, o Papa Francisco visitou a cidade natal de São Francisco para o chamado “Perdão de Assis”.

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Páginas 12 e 13 Luciney Martins/O SÃO PAULO


2 | Ponto de Vista |

10 a 16 de agosto de 2016 | www.arquisp.org.br

Editorial

A figura paterna, cada vez mais importante para o mundo

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este mês de agosto, dedicado às vocações, lembramos, também, do chamado que Deus faz a muitos de seus filhos e filhas: o de formar uma família. Por meio desse núcleo, que é base da sociedade, o Criador quis que marido e mulher se santificassem na vida conjugal e na educação dos filhos. Nesse contexto, o pai tem um papel insubstituível. Vivemos em um momento em que a necessidade da figura masculina do pai no seio da família com suas características naturais e próprias, é relativizada pelos chamados novos modelos familiares, chegando mesmo a ser negada pela ideologia de gênero. Atento à realidade, o Papa Francisco

ressalta, na Encíclica Amoris Laetitia: “Diz-se que a nossa sociedade é uma sociedade sem pais. Na cultura ocidental, a figura do pai estaria simbolicamente ausente, distorcida, desvanecida. Até a virilidade pareceria posta em questão. Verificou-se uma compreensível confusão, já que, num primeiro momento, isto foi sentido como uma libertação: libertação do pai-patrão, do pai como representante da lei que se impõe de fora, do pai como censor da felicidade dos filhos e impedimento à emancipação e à autonomia dos jovens. Por vezes, havia casas em que no passado reinava o autoritarismo, em certos casos até a prepotência. Mas, como acontece muitas vezes, passase de um extremo ao outro. O problema nos nossos dias não parece ser tanto a presença invasora do pai, mas sim a sua

ausência. Por vezes o pai está tão concentrado em si mesmo ou então nas próprias realizações individuais que até se esquece da família. E deixa as crianças e os jovens sozinhos”. As palavras do Papa levam a uma sincera reflexão: apesar das dificuldades econômicas, que até justificam extensas jornadas de trabalho, não seria possível reservar um pouco mais de tempo para os filhos? O relativismo, mal que permeia a sociedade atual, também atingiu o conceito da autoridade paterna. Nesse quadro, os pais abandonam suas certezas e, por isso, não dão aos seus pequenos orientações seguras e bem fundamentadas. Vítimas, talvez, de uma educação pautada em castigos e autoritarismo, acabam quase mudando de posição com seus filhos. São as crianças e adolescentes que acabam

exercendo uma autoridade pautada nas birras. O Papa ressalta que “não é saudável que sejam invertidas as funções entre pais e filhos. Isso prejudica o processo adequado de amadurecimento que as crianças precisam fazer e nega-lhes um amor capaz de orientá-las e que as ajude a maturar”. Parabenizamos todos os pais de nossa arquidiocese, ainda com palavras de Francisco: “que vocês estejam próximos do crescimento de seus filhos. Quando brincam e quando se aplicam, quando estão descontraídos e quando se sentem angustiados, quando se exprimem e quando permanecem calados, quando ousam e quando têm medo, quando dão um passo errado e quando voltam a encontrar o caminho; que o pai esteja presente, sempre.”

Opinião

Que tipo de ser humano? Arte: Sergio Ricciuto Conte

Klaus Brüschke Às manhãs, quando lê o jornal, você não fica com a impressão de que o mundo está dando uma marcha à ré? Novamente, negros são mortos pela polícia estadunidense, desencadeando protestos e mais mortes, quando em tese a igualdade racial já deveria ser ponto pacífico. O candidato a presidente daquele país, bem situado nas pesquisas de opinião, defende muros na fronteira com o México e proibição de entrada de muçulmanos nos Estados Unidos, dentre outras promessas congêneres. O Reino Unido retira-se da Comunidade Europeia, enquanto que esta não logra compartilhar responsabilidades sobre a sorte dos refugiados. Uma “terceira guerra mundial”, combatida por pedaços, segundo o Papa Francisco, corre solta… Por aqui, Mercosul e Unasul empacam nos embates ideológicos e, no País, fatos e versões encobrem o jogo pelo poder político e econômico, e parte da sociedade se mobiliza para que nas escolas não se ensine mais a pensar… Não lhe vem à mente a pergunta: onde estarão os profetas e as profecias a nos mostrar o caminho? Onde foram parar as utopias que gerações acalentaram e tentaram realizar? O sonho acabou? Esse novo “mal-estar civilizatório” (cada época teve o seu) precisa ser tratado considerando-se suas múltiplas facetas e camadas. Creio que dentre as camadas mais profundas esteja o esgo-

tamento do projeto da Modernidade e, com ele, o esgotamento de um modelo de ser humano. A modernidade “descobriu” o indivíduo, o eu, aquele ser único e irrepetível (e objeto do amor infinito de Deus – acreditamos nós, cristãos). Assim foi possível reconhecer a cada ser humano sua dignidade, sua cidadania, seu ser sujeito de direitos inalienáveis. Sem essa “descoberta” do indivíduo não teríamos democracia, nem justiça, como a concebemos hoje, nem tampouco solidariedade, que indo além da em-

patia e da compaixão, reconhece nos excluídos da sociedade sua igualdade e liberdade fundamentais. Essa concepção do indivíduo, contudo, também levou à explosão de diversidades e, com ela, à fragmentação da realidade e à “liquefação” da sociedade (Bauman). Na sociedade de consumo, levou ao narcisismo: não consigo enxergar mais nada que não seja eu e amo pessoas e coisas ao meu redor como projeções de mim mesmo. Essa antropologia – importante, repito, apesar de suas contradi-

ções – não dá conta da realidade atual e dos desafios que a história nos impõe. Faz-nos temer a diversidade e, em última análise, faz-nos temer a nós mesmos, levando-nos a buscar refúgios seguros – em nossas casas-casulos, em nossos templos intimistas, em nossas ideias preconcebidas e até intolerantes. O passo a ser feito pela cultura contemporânea é descobrir a pessoa, o ser humano em relação. Que se relaciona com o Transcendente, com o próximo, consigo mesmo, e igualmente com a natureza e com as coisas. “No princípio é a relação”, afirmava o pensador austríaco Martin Buber. Para nós cristãos, o atual “mal-estar civilizatório” representa uma oportunidade. Nossa contribuição pode ser compreender – à luz desses sinais dos tempos – o que significa que Deus é Trindade e é amor, portanto, que é relação amorosa. Compreender, nos limites da condição humana e na abertura da sabedoria divina, a dinâmica trinitária e assim – como já fazem alguns pensadores – refletir sobre uma “antropologia trinitária” (o ser humano que se relaciona, por amor, na diversidade e na unidade) que se traduza, consequentemente, em novas práticas políticas, sociais, econômicas, enfim, culturais. Talvez seja essa a profecia que os atuais tempos esperam… Klaus Brüschke é embro do Movimento dos Focolares, ex-publisher da Editora Cidade Nova e articulista da revista Cidade Nova.

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo

N

este ano, há motivações especiais para celebrar a Semana Nacional da Família, dentro do mês vocacional de agosto: temos os ricos ensinamentos e exortações pastorais do Papa Francisco, na Exortação Apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia, sobre a alegria do amor no matrimônio e na família. Este também é o tema do curso anual do clero da Arquidiocese de São Paulo, em Itaici. Para muitos, o casamento e a família “tradicionais” já foram superados e substituídos por diversas formas de união, que pretendem ter reconhecimento igual ao que sempre foi tido como casamento e família. Para outros, a família é como um barco à deriva e já não vale a pena dedicar-lhe esforços, para tentar salvá-la. Será assim mesmo? Por que o Papa Francisco exorta a Igreja e a sociedade a dedicarem uma renovada atenção ao casamento e à família? O motivo é simples e profundo, ao mesmo tempo: a família é um bem para a pessoa, para a comunidade humana e para a própria Igreja. Casamento e família, embora sejam expressados em diversas formas culturais, não são meros produtos da cultura, mas são parte integrante da natureza humana e, portanto, parte do desígnio de Deus Criador. Por isso, se “Deus viu que era bom, muito bom” (cf Gn 1,31), a Igreja, como anunciadora e testemunha daquilo que se refere a Deus, não pode deixar de se interessar pelo casamento e a família.

Família: Rever atitudes e práticas pastorais No entanto, a atenção à família e ao casamento é complexa, uma vez que se trata de realidades profundamente ligadas às contingências humanas, históricas e culturais. É preciso anunciar o ensinamento da Igreja, mas também é necessário confrontar-se com as realidades que temos diante de nós, e que não correspondem sempre ao ideal que anunciamos. Foi por isso que o Papa convocou uma assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos (2014) para refletir sobre a situação atual do casamento e da família no mundo e sobre os desafios que daí decorrem para a missão evangelizadora da Igreja. Seguiu-se a Assembleia ordinária do Sínodo, em 2015, para refletir sobre a vocação e a missão da família no contexto atual da Igreja e da sociedade; as reflexões foram assimiladas pelo Papa e traduzidas na Exortação Apostólica Amoris Laetitia, sobre a alegria do amor no casamento e na família. Uma afirmação de Francisco permite-nos perceber logo por que a Igreja continua a acreditar que é importante e vale a pena tratar do assunto: “as famílias não são um problema; elas são, sobretudo, uma oportunidade” (nº 7). Aonde quer chegar o Papa com as exortações dadas? Penso que o Documento aponta para novas posturas e novas práticas em relação ao casamento e à família. O Papa não fez mudanças doutrinais no ensino da Igreja sobre casamento e família. Mas, isso sim, insiste sobre novas práticas evangelizadoras e pastorais, que vão desde a melhor compreensão e o renovado anúncio do “Evangelho do casamento e da família” na Sagrada Escritura e no Ma-

gistério da Igreja, passando por uma atenção carinhosa aos jovens que se preparam ao casamento, pelo acompanhamento dos casais e das famílias novas, por uma atenção especial e misericordiosa em relação aos casais e famílias em crises e angústias. Mas as novas práticas pastorais também passam por novas práticas canônicas quanto à verificação da validade dos casamentos e da possibilidade de realizar um casamento válido diante da Igreja. Enfim, fazendo eco às manifestações das duas assembleias sinodais, o Papa Francisco exorta a Igreja toda a ser acolhedora e misericordiosa em relação a todas as famílias, mesmo quando não é possível “regularizar” as situações contrastantes com o ensino da Igreja; ninguém deve encontrar fechadas as portas da Igreja, mesmo quando não dá para atender ao que as pessoas pedem. O Papa lembra que a Igreja não condena ninguém antecipadamente, mas aponta a todos o caminho da misericórdia e da conversão; a todos indica as riquezas inesgotáveis do Evangelho da salvação e convida a caminhar por elas. Em poucas palavras, eu diria que Francisco nos tira da “zona de conforto” e nos leva a rever atitudes eclesiais e práticas pastorais em relação ao casamento e à família. Aqui também se aplica o conceito de “conversão pastoral”, que ele usou na Exortação Apostólica “Evangelii Gaudium (A Alegria do Evangelho”, 2014). A caridade pastoral e o desejo de fazer chegar a todos a Boa-Nova da salvação ajudarão a realizar as mudanças necessárias.

| Encontro com o Pastor | 3

Confraternização do clero Luciney Martins/O SÃO PAULO

O Cardeal Odilo Pedro Scherer se reuniu com o clero arquidiocesano para a confraternização pelo Dia do Padre, quinta-feira, 4. O encontro promovido pela Pastoral Presbiteral, na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, na Água Rasa, foi oportunidade de oração e convívio fraterno entre padres e diáconos.

Missa no Seminário

Arquivo pessoal

Na noite do dia 4, o Arcebispo de São Paulo celebrou a festa patronal do Seminário de Filosofia Santo Cura d’Ars, na Freguesia do Ó. A missa contou com a participação dos candidatos ao sacerdócio que residem na casa de formação e foi concelebrada por formadores e pelo bispo auxiliar referencial para as vocações, Dom José Roberto Fortes Palau.

Mês Vocacional

Helena Ueno

O Dia do Padre e o início do mês vocacional também foram lembrado na missa presidida por Dom Odilo Scherer na Catedral da Sé domingo, 7, que contou com a presença de um grupo de vocacionados da Arquidiocese.

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4 | Fé e Vida |

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Liturgia e Vida Liturgia e Vida 20º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Eu vim trazer fogo à Terra

Você Pergunta

Quase cometi um erro grave e não consigo me perdoar. O que faço? padre Cido Pereira

osaopaulo@uol.com.br

Cônego Celso Pedro Jeremias foi um profeta que incomodou muita gente com a sua pregação feita de palavras e de gestos simbólicos. Incomodou tanto que quiseram matá-lo. A alta classe política da época procurou meios para eliminar o profeta e acabou jogando-o num poço sem água, mas com barro, onde Jeremias ficou atolado. Na história de Jeremias houve um intercessor, um estrangeiro etíope, que recorreu ao rei. Tiraram então Jeremias da cisterna. A época era difícil e Jeremias previa tempos piores, por isso muitos achavam que ele desanimava o povo e desencorajava os soldados. De fato, Jeremias dizia a verdade. Os soldados da Babilônia, que cercavam Jerusalém, tinham partido para o Egito, mas iam voltar, dizia o profeta. Voltaram, destruíram a cidade e o Templo e levaram grande parte do povo para o exílio. Jesus, por sua vez, nos diz que veio lançar fogo sobre a terra e gostaria que ele já estivesse aceso. Ele não veio trazer paz. Veio trazer divisão. Não veio trazer paz de águas paradas e contemporização, porque a paz é fruto da justiça, e bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça. Não veio trazer concordância na injustiça. Veio trazer a divisão que revela os que são comprovados, ensina São Paulo (1Co 11,19). Fogo sobre a terra e batismo, Jesus deseja com ansiedade que as duas coisas comecem já a acontecer. Ele se refere à renovação da face da terra por sua paixão, morte e ressurreição. Batismo e fogo são expressões da experiência dolorosa e purificadora do amor. Não brincamos de ser cristãos. Se o poeta sabe que a “vida é combate, que os fracos abate, que os fortes, os bravos só pode exaltar” muito mais sabemos nós cristãos que não vencemos batalhas com carros e cavalos e sim com a misericórdia de Deus. “Combati um bom combate” escreveu São Paulo no fim de sua vida a seu amigo o jovem Timóteo. “Combati um bom combate, completei a corrida, guardei a fé”. A carta aos Hebreus nos fala da grande nuvem de testemunhas que estão ao nosso redor. Deixemos então de lado o que nos atrapalha, deixemos o pecado que nos envolve. Olhemos para frente, para aquele que suportou a cruz, que enfrentou oposições. Não nos deixemos abater pelo desânimo. Ainda não resistimos até o sangue na luta contra o pecado do mundo. Não pense no pecado em termos puramente individuais. Reze antes a Deus com insistência para não cair em tentação, e lute com o Cordeiro de Deus para tirar o pecado do mundo. A corrupção do pecado descaracteriza todo o povo, que vai perdendo suas qualidades humanas e se torna ameaça e perigo.

A Ana Cláudia de Apucarana (PR), me escreve: “Padre. Eu tentei cometer um erro num momento de desespero, mas Deus não permitiu que eu o cometesse, então eu desisti. Mas hoje, mesmo não tendo cometido o erro, eu me arrependo demais por ter sido tão cruel e fria a ponto de tentar uma coisa que sempre critiquei, mas prefiro não comentar... A minha pergunta é: o que eu faço para me perdoar? Porque eu imagino que Deus me perdoou por eu ter me arrependido e pedido perdão, mas eu não consigo me perdoar e quando lembro e imagino minha vida se eu tivesse cometido o erro, eu choro! Como eu posso perdoar a mim mesma, padre?” Nossa, minha irmã. Embora você não tenha dito que erro foi esse

que tentou cometer, mas desistiu, deve ter sido algo terrível que marcou sua vida. Não importa que você não me tenha dito. Importa que você desistiu de cometer esse erro. Importa também que você já tenha recebido o perdão de Deus. Certamente você deve ter confessado esse pecado a um sacerdote. E Deus nos perdoa mesmo no sacramento da penitência. Agora, minha irmã, ficar se mortificando por um erro que você quis cometer, mas com a graça de Deus acabou não cometendo, não é bom para você. Ou a gente confia na misericórdia de Deus ou não. Acontece com muita gente isso, ou seja, cometeu um erro, arrependeu-se, confessou esse erro, recebeu o perdão de Deus, recebe até o perdão das pessoas, entretanto não perdoa a si mesma. Assim fica difícil, porque não se perdoar a si mesmo

é condenar-se a um sentimento de culpa que não faz ninguém feliz. É hora de tocar a vida, minha irmã. É hora de construir a vida com outros projetos mais plenos de sentido. Lembre-se da palavra bonita de Jesus àquela pecadora: “Ninguém te condenou? Eu também não te condeno. Vai em paz, e não peques mais”. Você certamente não é a única que teve a tentação de fazer uma coisa errada. Você não é a única a experimentar a misericórdia de Deus, que é maior do que qualquer pecado que a gente possa cometer. Então, o melhor é olhar para frente. Do passado fica só a lição. O futuro todo é para construir tudo o que é bom, justo e agradável a Deus. Fique com Deus e tenha misericórdia de você mesma, porque a misericórdia de Deus não lhe falta, você a tem e sempre terá.

quial da Paróquia Santa Bernadette, da Região Episcopal Belém, Setor Pastoral Vila Alpina, o Revmo. Pe. Aziel Correa dos Santos, pelo período de 2 (dois) anos.

São Pio X e Santa Luzia, da Região Episcopal Belém, Setor Pastoral Guarani, o Revmo. Pe. José Mario Ribeiro.

Atos da Cúria NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO Em 19 de março de 2016, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia Menino Deus, da Região Episcopal Belém, Setor Pastoral Vila Antonieta, o Revmo. Pe. Luis Gutiérrez Pardo. Em 11 de janeiro de 2016, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, da Região Episcopal Belém, Setor Pastoral Vila Alpina, o Revmo. Pe. Adilson Pinheiro da Silva. Em 24 de julho de 2016, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia Nossa Senhora do Bom Parto, da Região Episcopal Belém, Setor Pastoral Tatuapé, o Revmo. Pe. Tarcísio Marques Mesquita. Em 15 de julho de 2016, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, da Região Episcopal Belém, Setor Pastoral Guarani, o Revmo. Pe. César Goobo. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL Em 15 de julho de 2016, foi nomeado e provisionado Vigário Paro-

Em 02 de agosto de 2016, foi nomeado e provisionado Vigário Paroquial da Área Pastoral São Francisco e Nossa Senhora Aparecida da Paróquia Imaculado Coração de Maria, da Região Episcopal Belém, Setor Pastoral Conquista, o Revmo. Pe. Luiz Fernando Oliveira. Em 08 de março de 2016 foi nomeado e provisionado Vigário Paroquial da Paróquia Santíssimo Sacramento, da Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Paraíso, o Revmo. Pe. Gilberto dos Santos Martins. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ADMINISTRADOR PAROQUIAL Em 31 de julho de 2016 foi nomeado e provisionado Administrador Paroquial da Paróquia Santo Estevão Rei, da Região Episcopal Lapa, Setor Pastoral Leopoldina, o Revmo. Pe. José de Assis Batista. Em 06 de agosto de 2016 foi nomeado e provisionado Administrador Paroquial da Paróquia

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE COORDENADOR REGIONAL DA PASTORAL DA COMUNICAÇÃO Em 29 de julho de 2016, foi nomeado e provisionado Coordenador da Pastoral da Comunicação da Região Episcopal Santana, o Revmo. Pe. Salvador Ruiz Armas, por um período de 02 (dois) anos. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE DIÁCONO PERMANENTE COMO ASSISTENTE PASTORAL Em 29 de julho de 2016, foi nomeado e provisionado Assistente Pastoral “ad nutum episcopi” na Paróquia Santa Joana D’Arc, na Região Episcopal Santana, Setor Pastoral Tremembé, o Diácono Permanente Ailton Machado Mendes. Em 29 de julho de 2016, foi nomeado e provisionado Assistente Pastoral “ad nutum episcopi” na Paróquia Sant’Ana, na Região Episcopal Santana, Setor Pastoral Santana, o Diácono Permanente Moisés da Silva.


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Espiritualidade Visitar os encarcerados Dom Julio Endi Akamine

N

Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa

este Jubileu da misericórdia somos exortados a praticar as obras de misericórdia. Proponho que reflitamos sobre a obra de misericórdia corporal “visitar os encarcerados”. Jesus viveu pessoalmente a experiência da perseguição, da prisão, do julgamento e da condenação à pena de morte. Esse sofrimento continua em um número cada vez maior de detentos e encarcerados de nossa sociedade. Mesmo sofrendo a angústia mortal ao ponto de suar sangue e de se sentir abandonado pelo Pai, Jesus encontrou forças para prometer a um de seus companheiros de cruz: “Hoje estarás comigo no paraíso”. São Paulo exorta: ‘Recordai-vos dos encarcerados, como se fôsseis companheiros de cárcere deles’ (Hb 13,3). Jesus não se envergonhou de se identificar com o encarcerado. A importância e atualidade dessa obra de misericórdia ficam evidentes quando nos damos conta da multidão que vive hoje encarcerada. O número de encarcerados no Brasil é de 607.700 (primeiro semestre de 2014). É a quarta

maior população carcerária do mundo. a ajuda aos familiares dos encarcerados Se a população encarcerada continuar são de extraordinária eficácia e revela a crescer no mesmo ritmo dos últimos sublime delicadeza. Você não pode servir Cristo na anos, estima-se que em 2075 um em cada 10 brasileiros estará encarcerado. pessoa encarcerada? Pode, ao menos, Há uma preocupação cada vez maior escrever a eles: dirigir-lhes palavras de por segurança. Infelizmente, pouco nos conforto, de encorajamento na superapreocupamos em oferecer ajuda aos de- ção da pena, de sincera solidariedade. tentos e, menos ainda, em humanizar as Há testemunhos belíssimos de pessoas prisões. que ajudaram encarcerados mantendo Ao longo de dois milênios, a práti- uma correspondência com eles. ca da visita aos encarcerados nunca se Você não consegue visitar os encarinterrompeu. O nome “penitenciária” cerados? Saiba que uma das necessidasugere penitência, e é justo que ele seja um lugar para tal. Mas a penitên- Há uma preocupação cada cia está sempre associada vez maior por segurança. ao perdão. Mesmo que o Infelizmente, pouco nos processo jurídico tenha preocupamos em oferecer seu curso, é preciso que o ajuda aos detentos e, menos perdão nunca esteja au- ainda, em humanizar as prisões sente da imposição e do cumprimento da pena. Uma sociedade em que o perdão di- des nunca atendidas pelos agentes da minui está condenada a viver altas taxas Pastoral carcerária é a distribuição de de vingança e de crueldade. A visita aos Bíblias a tantos encarcerados que gostaencarcerados não suprime nem a culpa, riam de ter a sua própria. Que tal doar nem a punição, mas pode tocar o cora- uma Bíblia a um encarcerado, acomção de quem sofre justa punição. A visi- panhada de uma cartinha de encorajata ajuda o cárcere a ser menos desuma- mento e de compromisso de oração? no e a se tornar um lugar de mudança Quando passar diante de uma penitenciária, do mesmo modo quando do coração. Muitos dizem: não posso, não con- você passa diante de uma igreja, lemsigo visitar os encarcerados (por vá- bre-se que lá está presente Jesus, eleve o rias razões). Muitos não podem e não coração a Deus e interceda por todos os conseguem visitar os cárceres. Podem, irmãos e irmãs privados de liberdade. porém, usar a criatividade da miseriSede misericordiosos como o Pai é córdia. Por exemplo, a proximidade e misericordioso.

| Fé e Vida | 5

Fé e Cidadania Sustentabilidade, agronegócio e Doutrina Social. Padre Sancley Lopes Gondim Três estudos relacionados ao tema trazem um resultado surpreendente: a adoção de práticas voltadas às questões ambientais e sociais torna os negócios mais rentáveis, competitivos e resilientes. Pesquisas do Sebrae /MG, da Esalq/USP e da Universidade de Oxford concluíram que quanto melhor for o desempenho socioambiental na propriedade, melhor será o resultado econômico. O produtor tende a ser um cliente com maior saúde financeira e, com isso, produz com custos menores e é mais eficiente devido à adoção de uma boa gestão nos negócios. Sustentabilidade com rentabilidade. A produção brasileira nesses moldes aumentou nos últimos cinco anos, mas para alguns o problema é a certificação. A pesquisa indica que não houve aumento nos custos de produção entre fazendas certificadas e não certificadas. Para as primeiras, porém, as receitas foram R$ 2.412 maiores. Outro dado é que quanto maior foi o cumprimento dos critérios de gestão, maior é o cumprimento socioambiental da propriedade (Folha de São Paulo, 05/04/2016, A19). A reforma agrícola compreende um conjunto de medidas. Segundo o Papa Francisco, “o cuidado dos ecossistemas requer uma perspectiva que se estenda para além do imediato, porque, quando se busca apenas um ganho econômico rápido e fácil, já ninguém se importa realmente com a sua preservação. Mas o custo dos danos provocados pela negligência egoísta é muitíssimo maior do que o benefício econômico que se possa obter” (Laudato si’, 36). “É possível voltar a ampliar o olhar e a liberdade humana é capaz de limitar a técnica, orientá-la e colocá-la ao serviço doutro tipo de progresso, mais saudável, mais humano, mais social, mais integral (112)”. Em qualquer discussão sobre um empreendimento, deverse-ia fazer uma série de perguntas, para poder discernir se o mesmo levará a um desenvolvimento verdadeiramente integral... Nesse exame, há questões que devem ter prioridade (Idem, 185). Isso pode dar lugar a outra modalidade de progresso e desenvolvimento. Os esforços para um uso sustentável dos recursos naturais não são gastos inúteis, mas sim um investimento que poderá proporcionar outros benefícios econômicos em médio prazo... (191); é menos dignificante e criativo e mais superficial insistir na criação de formas de espoliação da natureza só para oferecer novas possibilidades de consumo e de ganho imediato (192). O princípio da maximização do lucro, que tende a isolar-se de todas as outras considerações, é uma distorção conceptual da economia (195). Sabemos que é insustentável o comportamento daqueles que consomem e destroem cada vez mais, enquanto outros ainda não podem viver de acordo com a sua dignidade humana. Bento XVI dizia que “é preciso que as sociedades tecnologicamente avançadas estejam dispostas a favorecer comportamentos caracterizados pela sobriedade, diminuindo as próprias necessidades de energia e melhorando as condições da sua utilização” (193). As opiniões da seção “Fé e Cidadania” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editoriais do O SÃO PAULO.


6 | Viver Bem |

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Comportamento

A solução para a Previdência: “crescei e multiplicai-vos” Valdir Reginato O noticiário tem se ocupado bastante com as perspectivas sombrias da Previdência Social. Inicialmente, o problema era na Europa, mas agora afeta o mundo inteiro e, de modo particular, o nosso país, onde os índices apontam para um processo bem mais acelerado de carência de recursos diante de uma população que envelhece rapidamente. Estima-se que até 2050 o Brasil possa chegar a ter um idoso (mais de 60 anos) por cada quatro habitantes, o que, em termos populacionais, significa graves transformações sociais, por vários motivos que o espaço deste artigo não comporta. Em poucas palavras: cada vez mais, teremos menos gente trabalhando para pagar a conta dos que se aposentam e permanecem aposentados por mais tempo, com as consequências da idade sobre a saúde, que encarecem ainda mais os gastos. Como chegamos a isto? Thomas R. Malthus, no fim do século XVIII, alarmou o mundo dizendo que se continuássemos a crescer faltaria comida para todos. Em meados do século XX, surgiu a ideia de que teríamos que reduzir a fertilidade das famílias, do contrário não caberíamos no planeta, com nossas necessidades. Assim começou um rigoroso controle de natalidade, que tendeu a reduzi-la para um filho por

casal, primeiramente na maioria da Europa e posteriormente na América Latina e na China. Malthus caiu em descrédito, pois demonstrou-se que poderíamos plantar e colher mais do que podemos comer. Hoje, infelizmente muitos ainda passam fome, não por falta de comida, mas por desperdício de recursos, onde se joga fora na fartura. O que gerou a propaganda que reduziu as famílias de cinco ou seis filhos para um, ou mesmo zero? A consequência imediata foi o envelhecimento médio da população. Na China, a preocupação é tão grande que liberaram, após décadas de restrição, o segundo filho; pois em pouco tempo não se terá jovens para atender tantos idosos. Atualmente, na Europa, muitos países animam as mulheres a terem filhos, com benefícios oferecidos pelo Estado. Apesar das medidas motivacionais, a população assumiu o padrão comportamental de se preocupar com o próprio umbigo, pois nunca dividiram nada entre irmãos, valorizam os costumes que sufocam famílias numerosas e privilegiam o individualismo. Numa sociedade que favorece o consumista, o hedonista e o promíscuo, é difícil animar-se a ter filhos. As propostas apelam para estudos na área da economia, com índices e medidas financeiras, no intuito de fechar o rombo bilionário e impagável que se apresenta

numa realidade sombria. Tudo focado estritamente no dinheiro. É interessante que poucos que pregam no deserto, como este autor, são ouvidos quando falam que a resposta é bíblica: “Sede fecundos e multiplicaivos, enchei a terra e submetei-a” (Gen 1, 28). Não há nenhum engano ou absurdo nesta proposta. O crescimento do homem se faz para que ele tenha um comportamento responsável, solidário e de trabalho digno e apropriado às condições de cada um. Conhecer a sua natureza é conscientizar-se do seu papel em toda a criação. “Multiplicaivos” não significa uma atitude irresponsável, mas de generosidade por amor. Torna-se fundamental uma mudança de comportamento, que não está somente vinculada a índices financeiros de desenvolvimento econômico. Não é inocência pueril valorizar as virtudes e não os oportunistas. É acreditar no incentivo à solidariedade com amor ao próximo, que se aprende na família generosa no número de filhos, conforme suas condições e possibilidades. Em vez de projeções contábeis em 20 anos, poderíamos promover maior número de jovens nascidos neste período, que abraçarão as necessidades sociais futuras, olhando para novos horizontes. Dr. Valdir Reginato é médico de família, professor da Escola Paulista de Medicina e terapeuta familiar.

Cuidar da Saúde

Febre não é doença, é um sinal de alerta! Cássia Regina Febre é a elevação da temperatura corporal acima de 38 graus. É um alerta de que algo está ameaçando o sistema imunológico do seu corpo. A temperatura normal do corpo é de 36 a 37 graus celsius. De 37 a 38 graus chamamos de estado febril ou febrícula. Febre alta, acima de 39 graus com tremores são bem frequentes em infecção urinária e amigdalite. Procure o médico nos seguintes casos: temperatura acima de 37,5ºC e abaixo de

35,5% em bebês com menos de três meses e superior a 39ºC em bebês com mais de três meses, ou se a febre alta ou baixa vier acompanhada de choro persistente e irritabilidade extrema; Febre em pessoas de qualquer idade acompanhada dos seguintes sintomas; dor de cabeça forte e persistente, sensibilidade excessiva à luz; dor de garganta que impede a deglutição; vermelhidão na pele; nuca endurecida e dolorosa ao curvar a cabeça; confusão mental; vômitos repetitivos; dificul-

dade para respirar ou dor no peito; irritabilidade ou apatia ou sonolência; dores abdominais; dor ao urinar ou micção frequente em pequena quantidade. Hidratação, repouso e remédios para aliviar os sintomas são medidas suficientes para amenizar o mal-estar. Medicamentos antitérmicos ou antipiréticos, devem ser utilizados com cuidado e quando absolutamente necessários. Dra. Cássia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF) E-mail: dracassiaregina@gmail.com


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| Pastorais | 7

Renovação Carismática Católica

RCC da Arquidiocese de São Paulo realiza seu I Congresso No último final de semana, 6 e 7 de agosto, aconteceu na Arquidiocese de São Paulo o I Congresso Arquidiocesano da Renovação Carismática Católica (RCC). Com cerca de 350 participantes, o encontro foi realizado no salão paroquial da Basílica Nossa Senhora do Carmo. Ele teve como proposta resgatar a visão de uma caminhada de unidade, na missão de evangelizar de forma carismática, por meio dos Grupos de Oração. O público alvo foi homens e mulheres que mantêm um vínculo efetivo ou afetivo com a Renovação Carismática Católica, que desejam aprofundar-se no conhecimento da mesma ou comungar de sua espiritualidade. Teve como tema: “Eterna é a Sua misericórdia!” (Salmo 117, 1-4), para que todos pudessem vivenciar momentos de misericórdia: experimentar e manifestar essa graça. O Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, celebrou a missa de encerramento. Aconteceu simultaneamente o “congressinho” para as crianças

RCC

Cerca de 350 pessoas, membros da Renovação Carismática Católica da Arquidiocese de São Paulo participam do I Congresso do movimento

e adolescentes, filhos e filhas de membros da RCC. Esse trabalho com as crianças tem avançado bastante nos Grupos de Oração e eventos. Muitas vezes os pais participam pelos filhos. Foram momentos de evangelização com as crianças, que contaram com a doação e criativi-

dade de pessoas formadas e preparadas para esse trabalho e com a presença do Padre José Roberto Pereira, pregando para as crianças. A Renovação Carismática Católica caminha rumo ao jubileu de ouro olhando para a sua história. A RCC do

Brasil, o Conselho Nacional em comunhão com o Conselho Estadual, propôs que cada Diocese faça o seu Congresso Diocesano para fortalecer os vínculos de amor e unidade, a espiritualidade e a evangelização em todo o país. Fonte: RCC Arquidiocese de São Paulo

Pastoral Carcerária Defensor público geral federal visita sede nacional da PCr em São Paulo O Defensor Público-Geral Federal, Carlos Eduardo Barbosa Paz, da Defensoria Pública da União (DPU), o Dr. Francisco Nobrega, Secretário Nacional de Direitos Humanos da DPU, e a Dra. Nara de Souza Rivitti, defensora pública chefe da DPU-SP visitaram a sede nacional da Pastoral Carcerária (PCr), no centro de São Paulo, em 28 de julho. A comitiva foi recebida pelo Padre Valdir João Silveira, coordenador nacio-

nal da PCr, Francisco Crozera, assessor jurídico da Pastoral no Estado de São Paulo, e Almir Valente Felitte, advogado voluntário da Pastoral. Na oportunidade, os representantes da Pastoral pediram a criação de uma ouvidoria externa e independente da DPU, a partir de debates que envolvam as ouvidorias estaduais. Padre Valdir pediu que os relatórios de visita da DPU aos presídios federais sejam enviados à Pastoral. “Esses documentos são impor-

tantíssimos para entendermos a realidade desses espaços”, enfatizou. O Defensor Geral se comprometeu a dar resposta sobre os relatórios pedidos pela Pastoral e deixou aberto um canal de comunicação para que a Pastoral cobre se houver demora. A Pastoral reforçou sua posição contrária à privatização e entregou a nota em que enfatiza sua posição contrária à Privatização dos Presídios, publicada em novembro de 2015.

Foi entregue ao Dr. Carlos Eduardo uma cópia da Agenda Nacional pelo Desencarceramento, cuja íntegra pode ser consultada em www.carceraria.org.br; e foi pedida ao Defensor Público a efetiva aplicação da Súmula Vinculante 56, aprovada em junho, pelo Supremo Tribunal Federal, com a meta de que a pessoa que conquistou progressão de pena o faça em unidade prisional adequada ou em regime mais benéfico, como o semiaberto, por exemplo.

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8 | Pelo Mundo |

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Destaques das Agências Internacionais

Filipe david

Especial para O SÃO PAULO

Síria

Convento franciscano se torna refúgio A guerra pela cidade de Aleppo continua entre as forças do regime do presidente sírio Bashar al Assad e as forças rebeldes, como a frente Fath al-Sham – antiga Al Nusra, que era ligada à rede terrorista Al Qaeda. Em meio à catástrofe humanitária causada pela guerra civil, um convento franciscano tornou-se um Arquivo pessoal

refúgio para diversas pessoas, sobretudo jovens. O Padre Firas Lufti, vigário no Colégio da Terra Santa, dos padres franciscanos, em Aleppo, disse que cerca de 100 pessoas vieram se refugiar em seu convento. Os moradores da cidade têm que conviver com a presença dos “jihadistas”

– grupos islamistas como a Fath al-Sham e o Estado Islâmico – e o cerco que as forças de Assad e seus aliados impuseram à cidade. Os combates se intensificaram recentemente, quando os rebeldes furaram o cerco oficial. Segundo o Padre Firas, “sente-se os bombardeios dia e noite e, portanto, não se dorme”.

Padre Firas espera que as pessoas encontrem no seu convento um “espaço de carinho, de paternidade e maternidade” e disse que “é muito comovente ver um pouco da alegria destes jovens, a força de poder viver e de esperar um futuro verdadeiramente melhor”. Fonte: ACI

Iraque Sacerdotes são ordenados em campo de refugiados

Padre Roni Momika no dia da sua ordenação

Três novos sacerdotes foram ordenados num campo de refugiados em Erbil pelo arcebispo sírio-católico (em plena comunhão com o Papa) de Mossul, Dom Yohanno Petros Moshe. A ordenação foi na sexta-feira, 5, no campo para refugiados Aishty 2. Um dos novos sacerdotes, o Padre Roni Salim Momika, disse que a ordenação de três novos padres deve encorajar a população cristã local a per-

manecer firme em seu país natal neste tempo de provação. A maior parte da população desse campo é sírio-católica, vinda da cidade de Qaraqosh, que tem vivido como refugiados durante os últimos dois anos devido à ofensiva do grupo Estado Islâmico, que chegou a dominar boa parte da Síria e do norte do Iraque. Em 2014, quando o grupo invadiu a cidade, o seminário teve

que ser fechado e os seminaristas tiveram que fugir e continuar sua formação em Harissa, no Líbano. Ao fim de seus estudos, foram ordenados diáconos (em março deste ano) e, agora, sacerdotes. A igreja em que a ordenação foi celebrada tem capacidade para apenas 800 pessoas, o que não impediu que 1500 fiéis comparecessem à celebração. Fonte: ACI/ CNA

Estados Unidos Hillary: ‘as crenças religiosas têm que mudar’ Um novo vídeo divulgado pela American Values Action tem circulado nos Estados Unidos da América provocando muita discussão e polêmica. O vídeo mostra o lado mais extremista das opi-

niões da candidata democrata Hillary Clinton sobre o aborto. Com apenas um minuto, o vídeo revela, com declarações da própria candidata, quatro pontos importantes sobre o posicionamento da

candidata: ela defende o uso de dinheiro público para financiar o aborto, afirma que os bebês não têm nenhum direito antes do nascimento, está comprometida a indicar para a Suprema Corte apenas

juízes favoráveis ao aborto e – o que é mais chocante – sustenta que as crenças religiosas de quem é contra o aborto precisam ser mudadas. Fonte: Life Site News

Pápua-Nova Guiné

Polônia

Pedido de casamento durante a JMJ Padre atravessa florestas para atender áreas pobres e remotas Jéssica, brasileira, e Szymon, polonês, mos viver uma vida santa, um amor san-

se conheceram na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) do Rio de Janeiro, em 2013. Agora, na JMJ em Cracóvia, ele a pediu em casamento. O pedido foi feito AnuncioPaganini.pdf 1 18/04/2016 após a celebração de uma missa: “Quere-

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to e puro para criar uma Igreja doméstica e para ter coragem. Estamos muito agradecidos a Deus que nos deu esta experiência”, disse Jéssica. 09:48:50

Fonte: ACI

Todos os fins de semana, o Padre Christian Sieland, nativo do País, caminha vários quilômetros a pé através de densas florestas e de um território mui-

to montanhoso para chegar aos seus rebanhos mais pobres e afastados: “Essas pessoas vivem num terreno difícil e acidentado. Deus as pôs lá. É a casa deles. Todo o material utilizado para construir a igreja deles foi carregado nas costas por seus avós. Eles têm orgulho de ter a presença da Igreja em sua região”, explica o sacerdote. Apesar de ser muito pobre, a população não sofre fome e sede, porque a região é muito fértil e as montanhas têm diversos riachos que os abastecem. Embora muitos vivam com apenas algumas poucas roupas e dinheiro suficiente para somente uma semana, são muito generosos: “Quando eu, enquanto padre de sua paróquia, vou às suas casas para uma visita ou preciso dormir no local, eles me oferecem o maior prato cheio de comida, deixam-me dormir na melhor cama com redes contra mosquitos. O carinho e respeito dados a um padre nessas áreas remotas chega a ser tocante e algumas vezes me deixa até embaraçado”, conta o padre. Fonte: CNA


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| Papa Francisco | 9

FILIPE DOMINGUES

Especial para O SÃO PAULO

Papa Francisco visita Assis

‘Como Deus nos perdoa, também devemos perdoar’, lembrou Peregrino entre os peregrinos, o Papa Francisco visitou a cidade natal de São Francisco na quinta-feira, 4, para o chamado “Perdão de Assis”. Trata-se de uma tradição italiana que começou em 1216, quando São Francisco de Assis pediu ao Papa Onório III o perdão de todas as culpas dos fiéis que, arrependidos e confessados, visitassem a sua igrejinha, a Porciúncula. Na ocasião, o Papa concedeu a indulgência plenária somente para o dia 1º de agosto, mas hoje se estende para todas as paróquias franciscanas, nos dias 1 e 2 de agosto. De qualquer forma, permaneceu a tradição de se peregrinar até Assis, o que o Papa Francisco quis fazer neste Ano Jubilar da Misericórdia. O pontífice recordou as palavras de São Francisco, quando dizia “Quero levá -los todos ao Paraíso!”, e comentou: “Talvez, quando pediu ao Papa Onório III o dom da indulgência para quem vinha à Porciúncula, São Francisco tivesse em mente aquelas palavras de Jesus aos discípulos: ‘Na casa do meu Pai há muitas moradas’”. O Papa explicou que o perdão é “certamente a estrada mestra a seguir para alcançar aquele lugar no paraíso!” “É difícil perdoar!”, disse. “Quanto nos custa perdoar os outros!” Porém, Jesus nos ensinou a ser misericordiosos com todos e “pelo menos ter a vontade de perdoar, para fazer-se tocar com a mão da misericórdia do Pai”. Papa Francisco pediu para que cada pessoa pensasse nas “coisas feias” que já fez na vida e em como Deus sempre esteve disposto a perdoar. “Como Deus nos perdoa, assim também nós devemos

L’Osservatore Romano

perdoar a quem nos faz mal”, completou, lembrando a oração do Pai Nosso. Quando nos colocamos de joelhos no confessionário, observou o sucessor de São Pedro, no fundo estamos pedindo: “Senhor, tenha paciência comigo!”, afirmou. “E já pensaram alguma vez na paciência de Deus? Ele tem tanta paciência. Sabemos bem, de fato, que temos tantos defeitos e caímos frequentemente nos mesmos pecados. E ainda assim Deus não se cansa de oferecer sempre o seu perdão toda vez que o pedimos.” Em sua visita à Porciúncula, o Papa rezou na igrejinha reconstruída por São Francisco 800 anos atrás, que hoje está dentro de uma igreja maior, a Basílica de Santa Maria dos Anjos. Ao final da reflexão, rezou o terço com os fiéis e convidou todos os bispos e sacerdotes presentes a ouvir confissões. A Porciúncula foi o principal objeto de uma visão que São Francisco de Assis teve em sua juventude: rezando diante do crucifixo de São Damião, em 1206, viu Jesus dizer “Francisco! Francisco! Vai e reforma a minha casa, que, como você pode ver, está caindo em ruínas”. Na ocasião, o santo interpretou a visão como se Jesus se referisse à igrejinha abandonada, que reconstruiu. Interpretações posteriores de artistas e autoridades da Igreja, no entanto, indicaram que a visão do “pobrezinho de Assis” se referia também a toda a Igreja Católica, que São Francisco ajudou a reformar, promovendo mais simplicidade e uma atenção especial aos pobres na Idade Média.

Encontro com dominicanos No mesmo dia da viagem a Assis, o Papa teve uma reunião com os participantes do Capítulo Geral dos Dominicanos. O Papa brincou

que aquele dia poderia ser resumido como “um jesuíta entre os frades”, referindo-se aos dominicanos e franciscanos.

Reprodução

Em discurso aos frades dominicanos, destacou três pontos principais, conforme informou a Rádio Vaticano: Pregação, testemunho e carida-

Três milhões de followers no Istagram A conta Franciscus no Istagram superou os 3 milhões de seguidores. Papa Francisco entrou na rede social de fotos e vídeos em 19 de março deste ano. No primeiro post, ele pedia: “Rezem por mim”. À Rádio Vaticano, o Secretário de Comunicação do Vaticano, Monsenhor Dario Vinganò, disse que a ideia é “contar o pontificado de Francisco por meio de imagens” e transmitir seus gestos de ternura e misericórdia. Leia sobre a mensagem do Papa para as Olimpíadas na página 17.

de. Para o Papa Francisco, são esses os três pilares fundamentais para o carisma da Ordem dos Pregadores (OP). São Domingos, o fundador da congregação, afirmava: “Primeiro contemplar, depois ensinar”, lembrou o pontífice. “Evangelizados por Deus para, depois, evangelizar.” Papa Francisco acrescentou que, além do estudo dedicado à Palavra de Deus e às questões teológicas, é preciso “aproximar-se da realidade e dar ouvidos ao povo de Deus”. O encontro também recordou os 800 anos da fundação da Ordem, que foi reconhecida pelo Papa Onório III. A celebração, recordou o atual pontífice, “nos leva a fazer memória de homens e mulheres de fé e de letras, contemplativos e missionários, mártires e apóstolos da caridade, que levaram o carinho e a ternura de Deus a todo o mundo, enriquecendo a Igreja e mostrando novas possibilidades de encarnar o Evangelho por meio da pregação, do testemunho e da caridade.”


10 | Pelo Brasil |

10 a 16 de agosto de 2016 | www.arquisp.org.br

Destaques das Agências Nacionais

Fernando GEronazzo, edcarlos bispo e Igor andrade osaopaulo@uol.com.br

Dom Orani abençoa tocha olímpica e transmite mensagem de paz O último percurso de revezamento da tocha olímpica iniciou-se aos pés do Cristo Redentor, na sexta, 5, e contou com a presença do Cardeal Orani João Tempesta, arcebispo metropolitano do Rio de Janeiro. A chama olímpica recebeu a bênção de Dom Orani assim que chegou ao corcovado na presença do prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes, e do reitor do Santuário do Cristo Redentor, Padre Omar Raposo. Depois de um discurso, o Arcebispo acendeu a tocha olímpica, que foi carregada pela ex-jogadora de vôlei Isabel Salgado, defensora do Brasil nas Olimpíadas de Moscou, em 1980, e Los Angeles, em 1984. “Desejo que os jogos

sejam uma experiência de fraternidade e de paz e leve o progresso que esperamos para superar as dificuldades na construção de um país mais justo”, afirmou o Arcebispo, que, em seguida, rezou o Pai-Nosso. O Cardeal Tempesta recordou que o Rio de Janeiro vive “agora os 100 dias de paz que fazem parte da trégua olímpica”, que começaram no dia 15 de junho e terminam 50 dias depois dos jogos paralímpicos. Conforme assinalou o Twitter oficial Rio2016, durante sua bênção, Dom Orani também leu os votos feitos pelo Papa para os Jogos Olímpicos (leia mais na página 17). Fonte: ACI

Gustavo de Oliveira/Arquidiocese do Rio de Janeiro

Cardeal Tempesta e a ex-jogadora Isabel Salgado com a tocha olímpica no Cristo Redentor

Veículos são incendiados em novo ataque no RN Na madrugada do último domingo, 7, em Senador Georgino Avelino, cerca de 50 quilômetros distante de Natal (RN), foram incendiados um ônibus, um caminhão e uma retroescavadeira. Os veículos que estavam na garagem da prefeitura foram destruídos pelo fogo provocado por cri-

minosos. A Polícia Civil potiguar deu início às investigações sobre o motivo do ato. O Rio Grande do Norte vive uma onda de atos criminosos desde que o governo decidiu instalar bloqueadores de sinal de celular nos presídios. Facções criminosas já realizaram

108 ataques violentos em 33 cidades. O incêndio de domingo representou o fim de uma trégua que já durava três dias. No fim da semana passada, cerca de 1.300 integrantes das Forças Armadas chegaram ao Estado para reforçar as ações de patrulhamento e, de acordo com a previsão

inicial, devem ficar na capital até o dia 16. O governo do estado do Rio Grande do Norte já anunciou que não pretende rever a política de bloqueio e até o fim do ano as maiores unidades prisionais potiguares deverão ter o equipamento instalado. Fonte: O Estado de S. Paulo

Novos bispos participam de encontro da CNBB Começou na segunda-feira, 8, e segue até sexta-feira, 12, em Brasília (DF), o 27º Encontro para Novos Bispos, promovido pela Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB. O evento reúne os 20 novos bispos nomeados desde outubro de 2015 para a Igreja no Brasil, entre os quais, o bispo auxiliar de São Paulo, Dom Luiz Carlos Dias. O objetivo do encontro é estreitar os laços de amizade e de convivência fraterna entre os novos membros do episcopado. A formação procura, ainda, “aprofundar a compreensão da vida e da missão do bispo e possibilitar o conhecimento da sede, das estruturas, dos trabalhos e serviços que acontecem na CNBB”, numa oportunidade de contato pessoal com as várias comissões pastorais e assessores da Conferência. No encontro, o arcebispo de Brasília

Imprensa/CNBB

Os 20 bispos nomeados desde outubro de 2015 participam de encontro promovido pela CNBB

(DF) e presidente da CNBB, Dom Sergio da Rocha, falará sobre a visita pastoral; o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da Conferência, dom Leonardo

Ulrich Steiner, sobre as perspectivas das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE); o arcebispo de Curitiba (PR) e presidente da

Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, dom José Antônio Peruzzo, conduzirá palestra sobre “O bispo e a sua missão”; o bispo de Parnaíba (PI), dom Alfredo Schaffler, falará sobre “a solidariedade e partilha na Igreja no Brasil”. O ecônomo da CNBB, monsenhor Nereudo Freire Henrique, fará palestra sobre administração financeira da diocese. Já o subsecretário adjunto de Pastoral da Conferência, monsenhor Antônio Luiz Catelan Ferreira, explicará a dinâmica do secretariado da CNBB com a presença dos assessores nacionais. Os novos bispos farão, durante esta semana, visitas às sedes das Pontifícias Obras Missionárias (POM), do Centro Cultural Missionário (CMM) e da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB). Também irão à catedral metropolitana de Brasília e ao Congresso Nacional.

Brasil é referência mundial em amamentação A mortalidade de crianças menores de cinco anos no Brasil caiu 80%, passando de 66 para 12,9 para cada mil nascidos vivos entre 1990 e 2014. Um dos responsáveis por essa queda é o aleitamento materno. No Brasil, 41% das mães já mantêm a amamentação exclusiva até os primeiros seis meses de vida do bebê,

dobro das taxas registradas nos Estados Unidos, Reino Unido e China. Além de promover saúde, o leite materno faz bem ao planeta, já que não precisa de outro recurso para ser ofertado às crianças. Essa é a mensagem da Semana Mundial da Amamentação deste ano, que traz importante reflexão dos diversos benefícios

deste alimento natural, econômico e sustentável. Durante o evento realizado neste sábado, 6, na Casa Brasil, no Rio de Janeiro, em alusão à Semana Mundial de Aleitamento Materno, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, ressaltou que incentivar o aleitamento materno é prioridade da

atual gestão. “É uma alimentação saudável para o bebê, transmite anticorpos para as mães e é uma solução natural. Essa é uma política a que o governo tem dedicado prioridade, porque ajuda na prevenção de doenças nas crianças e melhora a saúde das mães”, afirmou. Fonte Ministério da Saúde


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| Reportagem | 11

Rezar pelos cristãos que sofrem perseguição Edcarlos Bispo

edbsant@gmail.com

“No Egito, um taxista desviou do trânsito e acabou encontrando uma multidão no caminho. Tinha um crucifixo no retrovisor do carro, como a maioria de nós temos. Ele foi espancado até a morte”, esse relato foi contado para Valter Callegari, Diretor no Brasil do Ajuda à Igreja que Sofre, por uma religiosa carmelita que vive na Síria. Valter estava na missa que foi celebrada na Catedral da Sé, na sexta-feira, 5, pelo Dia Internacional de Oração pelos Cristãos perseguidos no Oriente Médio, promovido pela Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN-Brasil). A celebração foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer e contou com a presença de representantes das Igrejas Católicas de Rito Oriental, Dom Joseph Gébara, da Eparquia Nossa Senhora do Paraíso, Greco-Melquita, e Dom Damaskinos Mansour, arcebispo metropo-

litano da Igreja Ortodoxa Antioquina, e demais padres do clero arquidiocesano. Durante a missa, o Arcebispo destacou que a celebração é um momento de união em favor dos cristãos que sofrem perseguição e até martírio por causa da sua fé. O Cardeal também recordou que ter e praticar uma religião é um direito humano que deve ser assegurado a todas as pessoas. Dom Odilo recordou, ainda, que o martírio não é uma coisa do passado e ainda está presente nos dias atuais. “O século XX foi um século de muitos mártires. O século XXI está sendo um século de muitos mártires cristãos que são assassinados por conta de sua fé cristã”. Segundo o Cardeal, rezar pelos cristãos é também uma forma de apoiar e encorajar os irmãos a ficarem firmes em sua fé. Valter Callegari pontuou que a oração é o melhor e mais poderoso jeito de ajudar os cristão que são perseguidos. Além da oração e da ajuda financeira, o diretor da Fundação Pontifícia Ajuda à Luciney Martins/O SÃO PAULO

Participaram: Cônego Bizon, Sheik Houssam al Bustami, rabino Raul Meyer e Nilton Zebrak

Participação especial Zacharias Heyes

(autor de “Em casa comigo mesmo Guia para reequilibrar o corpo e a alma”)

Informações: (11) 2081-7944 E-mail: supervisor.37@vozes.com.br

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Cardeal Odilo Scherer celebrou, na Catedral da Sé, missa pelos cristãos perseguidos, dia 5

Igreja que Sofre (ACN-Brasil) destaca outro elemento que os cristãos brasileiros devem se atentar: a informação. Por não sofrer perseguição religiosa, afirma Valter, o brasileiro muitas vezes não tem dimensão da gravidade da situação, como mostra, por exemplo, o fato de não poder andar com uma cruz ou um terço no pes-

coço, o que em nossa cultura é normal. Para Valter, divulgar esse tipo de informação é importante não apenas para se fazer bom jornalismo, mas principalmente para sensibilizar e fazer as pessoas compreenderem a gravidade da situação pela qual os cristãos perseguidos passam. (com informações de www.arquisp.org.br)

‘O terrorismo não tem religião’ Na quarta-feira, 3, representantes da Igreja Católica, judaísmo, islamismo e do espiritismo se reuniram na praça da Sé para gravar uma mensagem contra o terrorismo e em favor da paz. “O terrorismo não tem religião” foi a mensagem gravada e que será veiculada em vídeo. Em entrevista para o jornal O SÃO PAULO, o Cônego José Bizon, da Casa da Reconciliação e responsável pelo diálogo ecumênico e inter-religioso na Arquidio-

ces, apontou que “terroristas fundamentalistas utilizam da religião para justificar sua ação violenta. A Igreja tem se esforçado para combater toda e qualquer forma de terrorismo, toda e qualquer forma de violência”. O Sheik Houssam al Bustami, representante do Islã, também em entrevista ao O SÃO PAULO, destacou que um dos nomes “mais fortes de Deus é a ‘paz’”. Para ele, o terrorismo não tem religião, não tem raça e nem cor. A única coisa que ele tem é ignorância, ganância, interesse próprio.


12 | Reportagem |

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Nayá Fernandes

nayafernandes@gmail.com

Victor Hugo Santos Kabaka nasceu no dia 26 de junho às 21h20 e fará 50 dias de vida no domingo, dia dos pais. Filho de Dido Kabaka e Maria Auxiliadora dos Santos, ele estava dormindo quando a reportagem do O SÃO PAULO chegou ao apartamento onde a família mora, na zona sul da capital paulista. Dido, que perdeu o pai quando ainda era criança e morava na capital do Congo, na África, disse que chorou por horas quando soube que seria pai e logo depois aquela emoção se transformou também em cuidado, pois sua esposa engravidou quando as notícias sobre o risco do zika virus estavam bastante difundidas e, segundo ele, muitas pessoas davam opiniões que deixavam o casal ainda mais preocupado. “Senti uma enorme responsabilidade e, a partir daquele dia, percebi que precisava cuidar ainda mais da Maria Auxiliadora e do nosso filho que crescia dentro dela”, afirmou Dido. Por uma intercorrência médica, ela fez uma cirurgia cesariana de emergência e demorou alguns dias para se recuperar. Desse modo, foi Dido que aprendeu com as enfermeiras do hospital os primeiros cuidados com o recém-nascido. “Na primeira semana de vida dele eu dava banho, trocava fraldas, curava o umbigo e depois ensinei tudo para ela”, contou o pai “de primeira viagem”. Talvez uma situação semelhante fosse bastante incomum há algumas décadas, quando a mulher era quase exclusivamente assistida pela própria mãe ou outra figura feminina da família. Hoje vê-se uma maior participação dos pais, seja durante a gestação, seja nestes primeiros meses ou anos da infância dos filhos. “O modelo paternalista, onde o filho era propriedade do pai, ou este era apenas o provedor financeiro, vem sendo substituído pelo modelo de cuidado compartilhado com a figura materna, principalmente após a entrada da mulher no mercado de trabalho. Em muitas situações do dia a dia do pediatra, podese notar que os pais participam ativamente das consultas, trazendo informações relevantes sobre seus filhos. Muitos passam boa parte do dia com as crianças, por vezes até mais tempo que as mães”, afirmou Geiza César Nhoncanse, médica residente em Pediatria do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da USP.

A presença do pai durante a gestação e a primeira infância dos filhos é essencial para o desenvolvimento das crianças e a harmonia familiar

Joaquim e Vera Helena Ribeiro do Valle, e o contexto familiar brasileiro certamente era outro. Mas ela se recorda bem da presença constante do pai. “Lembrome dos inúmeros passeios nos fins de semana, para brincar em parques, ir ao teatro, ao museu”, contou Fabiana. “Ele sempre trabalhou bastante, mas conseguia tempo para acompanhar cada um dos filhos. Sempre foi muito jeitoso com bebês, lembro da minha mãe contando que algumas vezes, quando eu chorava à noite e ela estava muito cansada, era ele quem se levantava, ia me buscar no berço, entregava para ela me dar de mamar, depois trocava a minha fralda e me colocava para dormir novamente. Esse é o sonho de toda a mãe de recém-nascido”, enfatizou a esposa de Fernando Berzoini Smith e mãe do Lucas, 14, da Stella, 11 e da pequena Alice, de 4 anos. A presença do pai de Fabiana, contudo, não se limitou aos primeiros anos da infância; durante a adolescência e juventude ele esteve sempre ali, junto dos filhos. “Ele nos falava o que era certo e errado, mas não era intransigente. Sempre disposto a me buscar nas festinhas, tanto

é que era o ‘tio’ que dava carona para todas as minhas amigas. E ele adorava”. Para Fabiana, Manoel “foi um pai diferente na época dele” e sua mãe, Vera, sabendo disso, valorizava muito toda essa dedicação. “Nada como uma parceria, certo? Ainda mais quando se trata de criar filhos”, exclamou. Dora Barrientos, terapeuta familiar e de casal, doutora em enfermagem e docente no Curso de Obstetrícia e de Psicologia na USP, destacou que “esta participação vai se tornando um momento prazeroso de muitas reflexões, desde que exista uma boa comunicação entre os casais e ambos tenham plena consciência de que as necessidades devem ser compartilhadas por todos os membros. De fato, incluir o pai fortalece os vínculos na família e a torna um ambiente de convívio mais saudável para todos e principalmente para as crianças, que aprendem com o exemplo dos pais”. Já Fabiola de Souto, advogada, doula [profissional que acompanha gestantes durante a gravidez e o parto], professora de yoga e mãe do Davi há quase 8 anos, acredita que “a participação dos pais vem

com a mudança de paradigmas acerca da responsabilidade na criação dos filhos. Não há como manter a família sem condições igualitárias, considerando que, muitas vezes, as mulheres participam também trabalhando fora de casa. Acredito muito no lema ‘pai não ajuda, pai cumpre sua parte’. Meu marido diz que ‘pai não fica de babá, ou ajuda a cuidar, pai faz papel de pai’.” Dido, que trabalha como economista e professor de francês autônomo, sai de casa antes das 7h e chega depois das 19h. Assim, aos fins de semana, faz questão de realizar todas as tarefas relacionadas ao filho, como trocar fraldas, dar banho e ainda ajudar Maria Auxiliadora no cuidado com a casa. “É o tempo que tenho para estar com Victor Hugo e não quero fazer nada mais além disso”, afirmou Dido, que recebeu o nome do pai e lembra de como seu pai cozinhava para os filhos e brincava sempre com eles.

Nasceu, e agora?

Fernando Berzoini Smith havia acabado de perder sua mãe quando veio a notícia de que seria pai do Lucas. “DuLuciney Martins/O SÃO PAULO

‘Ele era diferente’

Quando Fabiana do Valle Smith nasceu, há pouco mais de 40 anos, era a mais velha dos quatro filhos de Manoel

Dido e Maria Auxiliadora se adaptam à nova rotina com a chegada do pequeno Victor Hugo, que nasceu no dia 26 de junho, em São Paulo


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rante a gravidez a mãe acaba tendo um contato maior com o bebê. O parto é um momento muito marcante. Pegar o filho pela primeira vez é uma emoção para o resto da vida, mas me senti pai realmente nas primeiras semanas com o Lucas”. Logo após o nascimento do primeiro filho, ele percebeu que sua vida havia mudado para sempre. “A proximidade com os filhos é conquistada somente com o convívio, desde muito pequenos e acompanhando a cada momento. Eles precisam sentir que estamos sempre presentes para conversas, dividir as vitórias, preocupações e perdas na vida, demonstrar a nossa fé, mostrar aos nossos filhos que antes de nós, nosso Pai no céu cuida e olha por nós”, afirmou Fernando. Geiza orientou que compartilhar o cuidado é importante para a harmonia do ambiente familiar. “Para o pai, participar do cuidado do filho pode ajudá-lo a compreender o seu papel na família e o do bebê recém-chegado. Tira a sobrecarga de funções antes colocada na figura materna acaba por fazer com que o casal atravesse as turbulências do período de uma forma menos desgastante”. “No começo da vida do bebê, é importante o papel do pai apoiador, protetor, que acolhe a mulher-mãe, que respeita seu tempo, que a protege dos meios externos, palpites e interferências negativas, permitindo que a amamentação flua, que a conexão com o bebê seja intensa e tranquila. Vai além do trocar fralda e dar o banho no bebê. E é gostoso ter a companhia nos momentos de descoberta e crescimento que são a gestação e o nascimento do filho. É certo que no caso dos companheiros que acompanham a gestação, o parto e trabalho de

parto, que participam com consciência, existe uma troca melhor, inclusive no pós-parto, e uma chance de maior satisfação com o nascimento. Nas rodas de gestantes e mães que organizamos, quando o companheiro participa, a mulher se sente muito mais apoiada e segura de que vai conseguir o parto que deseja e criar o filho como acredita ser o correto porque ambos estão munidos de informações e estão já buscando o ‘acordo’, contou Fabiola.

Benefícios para o desenvolvimento da criança

“Entre 6 e 12 meses de vida do bebê, não é tão destacado na literatura médica, a figura paterna assim como acontece com a materna. No entanto, o contato corporal entre o bebê e o pai é referência na organização e desenvolvimento psíquico da criança, com função de estruturação do ego. Durante o segundo ano já existe a imagem de pai e mãe e a figura paterna fica mais acentuada e tem a função de apoiar o desenvolvimento social da criança, auxiliando-a nas dificuldades peculiares neste período e no desprendimento necessário aos costumes da situação familiar mantidos pela mãe. O pai aparece como terceiro imprescindível para que a criança elabore a perda da relação inicial com a mãe e passa a representar o princípio de realidade e de ordem na família. A criança começa a perceber que não é a única a compartilhar a atenção da mãe. Ocorre o desprendimento do binômio mãe-bebê com a figura do pai e abrese o horizonte de novas possibilidades, num grupo agora de três pessoas. O pai ensina o filho a existir em sociedade,

‘não se trata de ter um pai simplesmente morando no mesmo teto, pois sabemos que existem pais que mesmo estando juntos são completamente ausentes’

assim como a mãe o ensinou a existir em seu próprio corpo”, explicou a pediatra Geiza. Dora, por sua vez, salientou que “não se trata de ter um pai simplesmente morando no mesmo teto, pois sabemos que existem pais que mesmo estando juntos são completamente ausentes e, muitas vezes, os pais precisam trabalhar longe da família e se reencontrarem somente aos finais de semana. Nessas circunstâncias, a tecnologia tem ajudado a suprir o distanciamento”. E, se por um lado, parece haver uma evolução na qualidade da presença paterna, sobretudo nos primeiros anos de vida dos filhos, por outro lado, verificase um despreparo de alguns profissionais para considerar o papel do pai tanto quanto o da mãe. Geiza disse ainda que, durante a formação do pediatra, esse tema é bastante abordado como uma forma cultural de agir, depositando na figura materna as responsabilidades sobre a criança. “Quando a criança é levada a consulta médica pelo pai, na ausência da mãe, logo perguntamos por que a mesma não pôde comparecer. Quando o pai falta à consulta, geralmente não questionamos sua ausência. Com a mudança do modelo familiar que vem historicamente acontecendo, cada vez mais o pediatra é questionado e treinado para uma melhor abordagem, visto que informações fornecidas pela figura paterna são tão importantes quanto as trazidas pelas mães”. “Uma questão indispensável é continuar fortalecendo a formação dos futuros profissionais a focar no atendimento da família sem excluir ninguém. Que todos sejam valorizados para evitar momentos de crise familiar, comuns inclusive durante o primeiro ano de vida da criança, quando não são tomados os devidos cuidados com o casal e as necessidades desta nova família”, disse Dora à reportagem. Fabiola também questionou que muitos pediatras se dirigem à mãe quase que exclusivamente. “É raro um pai ir ao consultório sozinho, mas lá em casa meu marido já fez isso muitas vezes e ainda é causa de estranhamento. ” Arquivo pessoal

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A paternidade e a lei São só 5 dias de licença paternidade e embora haja projetos de lei para ampliar este prazo, essa ainda é a lei vigente. A lei do acompanhante durante e após o parto (11108/2005) não fala da presença do pai, mas sim de um acompanhante à escolha da mulher, que pode ser a mãe, uma amiga etc. Contudo, já se fala sim no direito do pai de participar do evento nascimento e que ele não estaria na cena só como acompanhante, mas porque é pai da criança que nasce. Contudo não existe lei que garanta tal direito desta forma. O Estatuto da Criança e do Adolescente não distingue o dever e poderes dos pais. Por exemplo, no seu artigo 12 determina que “os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclusive às unidades neonatais, de terapia intensiva e de cuidados intermediários, deverão proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente”. Mas, se vê ainda muita restrição em alguns hospitais à permanência dos pais, porque são homens e não há privacidade em quartos coletivos, “um absurdo bem comum”, na opinião de Fabiola de Souto.

Na criação dos filhos as obrigações, deveres e direitos dos pais já são iguais:

Código Civil (artigo 1.631) – Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade. Estatuto da Crianças e do Adolescente (artigo 22) – Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais. Parágrafo único – A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais e deveres e responsabilidades compartilhados no cuidado e na educação da criança, devendo ser resguardado o direito de transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados os direitos da criança estabelecidos nesta Lei.

Fernando e Fabiana compartilham o cuidado dos filhos Lucas, Stella e Alice e transmitem a eles os valores aprendidos na família, bem como a fé

(Informações fornecidas por Fabiola de Souto, advogada e doula)


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Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com

Propaganda eleitoral irregular, denuncie Gabirante/Arquivo O SÃO PAULO

Lava Jato

A Comissão Especial de Combate à Corrupção da Câmara dos Deputados recebeu na terça-feira, 9, o procurador do Ministério Público Federal do Paraná (MPF-PR) Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, para uma audiência pública sobre as 10 medidas contra a corrupção, que compõem o Projeto de Lei 4850/16. “A corrupção é apartidária. Não é problema do governo A ou B. A mudança do governo não é um meio caminho andado contra a corrupção. Assim como a Lava Jato não vai mudar o nosso país. Se quisermos mudar, precisamos mudar as regras. Não basta tirarmos as maçãs podres do cesto, precisamos mudar as condições que fazem elas apodrecerem”, falou Dallagnol. “Vivemos o paraíso da impunidade e da corrupção em nosso país.”

Manifestação na Olimpíada

A partir de 16 de agosto começa a propaganda eleitoral para as eleições municipais – momento em que serão eleitos prefeitos e vereadores. Para evitar que as vias públicas da cidade sejam tomadas por cartazes, cavaletes, santinhos irregulares, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) abriu, em seu site, um canal para que os munícipes possam fazer denúncias de irregularidades. Basta acessar: www.tre-sp.jus.br, clicar no banner “Denúncia Online”, depois em “Faça aqui sua denuncia”, preencher o formulário. O denunciante deve colocar seus dados, como título de eleitor, por exemplo, mas de acordo com a assessoria de imprensa do TRE a identidade de quem fez a denúncia será preservada, além de indicar a localização e o endereço da

propaganda que entende ser irregular, o seu conteúdo e os nomes dos pretensos candidatos ou partidos políticos que nela constam, devendo anexar fotografias, pré-requisito para que a denúncia seja recebida no sistema. É imprescindível que o denunciante forneça dados suficientes para possibilitar a averiguação da irregularidade. É importante destacar que o sistema denúncia online só recebe reclamações relativas à propaganda de rua em vias públicas, em locais de uso comum (cinemas, centros comerciais, templos, ginásios, etc.), em bens particulares (quando forem superiores a 0,5m²) e em outdoors. A propaganda eleitoral irregular veiculada em jornais, revistas, internet, rádio e TV deve ser relatada ao Ministério Público Eleitoral, que pode-

rá formular representação à Justiça Eleitoral. Além do site, o eleitor pode se dirigir também ao cartório da região onde a propaganda foi encontrada e apresentar informações sobre a irregularidade e fotografia. Após recebida a denúncia, ela será encaminhada ao juiz da zona eleitoral onde houve a propaganda. Caso constate a presença de irregularidade, o juiz notificará o responsável para a retirada em 48h. Na hipótese de cumprimento da determinação, o procedimento é arquivado. Caso contrário, a ocorrência será encaminhada ao Ministério Público Eleitoral para providências cabíveis. Este canal de denúncia do TRE existe desde 2002 e nas últimas eleições municipais, em 2012, recebeu mais de 1.286 denúncias.

O QUE É PERMITIDO Utilização de alto-falantes ou amplificadores de som pelos candidatos, partidos e coligações, em suas sedes ou em veículos, das 8h às 22h. Realização de comícios e utilização de aparelhagem de sonorização fixa entre 8h e 24h, com exceção do comício de encerramento de campanha, que poderá ser prorrogado por mais duas horas. Circulação de carros de som e minitrios como meio de propaganda eleitoral, desde que observado o limite de oitenta decibéis de nível de pressão sonora, medido a sete metros de distância do veículo. Distribuição de material gráfico, realização de passeatas, carreatas e caminhada ou carro de som que transite pela cidade divulgando jingles ou mensagens de candidatos, até as 22h da véspera da eleição. Colocação de mesas para distribuição de material de campanha e utilização de bandeiras ao longo das vias públicas, desde que móveis e que não dificultem o bom andamento do trânsito de pessoas e veículos. A mobilidade referida estará caracterizada pela colocação e retirada dos meios de propaganda entre as 6h e as 22h. Veiculação de propaganda em bens particulares, espontânea e gratuita, desde que seja feita em adesivo ou em papel, não exceda a meio metro quadrado e não contrarie a legislação eleitoral.

Colar em veículos adesivos microperfurados até a extensão total do para-brisa e, em outras posições, adesivos até a dimensão de 50 centímetros por 40 centímetros. Distribuição de folhetos, adesivos (com dimensão máxima de 50 centímetros por 40 centímetros), volantes e outros impressos. A propaganda eleitoral na Internet poderá ser realizada nas seguintes formas: I - em sítio do candidato, com endereço eletrônico comunicado à Justiça Eleitoral e hospedado, direta ou indiretamente, em provedor de serviço de Internet estabelecido no país; II em sítio do partido ou da coligação, com endereço eletrônico comunicado à Justiça Eleitoral e hospedado, direta ou indiretamente, em provedor de serviço de Internet estabelecido no país; III - por meio de mensagem eletrônica para endereços cadastrados gratuitamente pelo candidato, pelo partido ou pela coligação; IV - por meio de blogs, redes sociais, sítios de mensagens instantâneas e assemelhados, cujo conteúdo seja gerado ou editado por candidatos, partidos ou coligações ou de iniciativa de qualquer pessoa natural. Envio de mensagens eletrônicas por candidato, partido ou coligação, por qualquer meio, com a disponibilização de mecanismo que permita seu descadastramento pelo destina-

tário, obrigado o remetente a providenciá-lo no prazo de 48h. O envio de mensagem após esse prazo sujeita o responsável à pena de multa de R$ 100,00 por mensagem. Em jornal impresso, até 48h antes da eleição, é permitida a divulgação paga e a reprodução na internet de jornal impresso, de até 10 anúncios de propaganda eleitoral, por veículo, em datas diversas, para cada candidato, no espaço máximo, por edição, de 1/8 (um oitavo) de página de jornal padrão e de 1/4 (um quarto) de página de revista ou tabloide. Reprodução virtual das páginas do jornal impresso na Internet, desde que seja feita no sítio do próprio jornal, independentemente de seu conteúdo, devendo ser respeitado integralmente o formato gráfico e o conteúdo editorial da versão impressa. Propaganda eleitoral no rádio e na televisão se restringirá ao horário gratuito definido nesta resolução. No dia da eleição, é permitida a manifestação individual e silenciosa da preferência do eleitor por partido político, coligação ou candidato, revelada exclusivamente pelo uso de bandeiras, broches, dísticos e adesivos. Informações da Justiça Eleitoral - Resolução 23.457/2015

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou na terça-feira, 9, que não faz sentido proibir manifestações políticas dentro das arenas que sediam a Olimpíada. Na segundafeira, 8, a Justiça Federal no Rio de Janeiro havia determinado que a União, o Estado do Rio de Janeiro e o Comitê Rio 2016 deixassem “de reprimir manifestações pacíficas de cunho político em locais oficiais durante a realização dos Jogos Olímpicos de 2016”.

Impeachment 1

Começou na terça-feira, 9, a sessão do Senado que definirá se a presidente afastada Dilma Rousseff irá a julgamento por crime de responsabilidade. A sessão começou às 9h45, com abertura dos trabalhos pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), que logo passou o comando do plenário ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. Ele será o responsável pela condução da sessão que deve durar mais de 20 horas. A expectativa é que a conclusão da votação ocorra até o início da quarta-feira, 10.

Impeachment 2

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que preside o processo de impeachment, declarou na terça-feira, 9, ao assumir o comando da sessão do impeachment, que os senadores vão exercer “uma de suas mais graves competências”, que é a de decidir se a presidente afastada Dilma Rousseff vai a julgamento no processo.

Máfia da merenda

Em discurso inflamado, na terça-feira, 9, o deputado Barros Munhoz (PSDB) acusou três delegados de polícia que investigaram o suposto esquema de corrupção envolvendo a compra de merenda em São Paulo de estarem montando uma farsa para desgastar o governo Geraldo Alckmin (PSDB). Em seguida, Munhoz abandonou a sessão, sendo seguido aos poucos pelos colegas governistas. Às 13h42, o presidente da CPI, Marcos Zerbini (PSDB), precisou encerrar a reunião por falta de quórum. Dos nove integrantes, restavam no plenário apenas o relator, Estevam Galvão (DEM), o tucano Carlão Pignatari e Alencar Santana Braga (PT), o único de oposição ao governo que é titular na comissão. Fonte: G1, EBC, Folha de SP


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Pablo Gonzalez-Blasco

Luz, câmera, educação Arquivo pessoal

Roberto Zanin

Especial para O SÃO PAULO

O médico, professor e escritor Pablo Gonzalez-Blasco, respira cinema desde criança. Em casa, seus pais, avós e irmãos faziam da sétima arte o assunto preferido. Muitas lições vindas da tela eram transportadas para a vida familiar. Toda essa experiência foi levada para sua atividade na formação de jovens médicos e até virou tese de doutorado. Blasco percebeu, ainda, que bons filmes também trazem lições para pais, educadores e líderes. Nesta entrevista, ele fala sobre o poder do cinema na educação.

O SÃO PAULO – Você utiliza o cinema como ferramenta para o ensino na Medicina e até escreveu um livro sobre isso. Como descobriu que os filmes poderiam ter essa finalidade? Pablo Gonzalez-Blasco - Há mais de 25 anos, de modo espontâneo, comecei a compartilhar cenas de filmes com alguns alunos que estavam envolvidos num projeto conjunto, em busca de uma Medicina mais humana. Reparei que aquilo tinha um efeito que eu não tinha previsto ainda. O impacto emotivo era enorme, mesmo para os alunos que me tinham ajudado a montar o filme, juntando várias cenas de películas diferentes, na hora de projetá-lo e comentá-lo. Lembro-me que numa daquelas primeiras ocasiões eu perguntei: “O que aconteceu? Vocês sabiam perfeitamente as cenas que eu projetaria. Por que essa emoção toda? Eles responderam; ‘Não, isto é algo diferente’. O fato de estarem todos juntos, assistindo e refletindo sobre seus comentários, foi um mergulho de emoções e de vivências”. Espicaçado por essas experiências, decidi sistematizá-las de modo acadêmico. O resultado foi minha tese doutoral na Faculdade de Medicina da USP, sobre Educação Médica e Humanismo através do Cinema (http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5144/tde-31082009-085309/ pt-br.php). Isso foi 15 anos atrás. De lá para cá, o trabalho não parou. Convertime, de algum modo, no médico do cinema. Voltando à sua pergunta: a descoberta foi uma combinação de um hábito incorporado na infância e da resposta positiva dos alunos que me rodeavam há 20 anos. E foi confirmado pelos resultados educacionais nessas duas décadas. Como descobriu que o cinema também seria ferramenta de ensino não apenas para os médicos, mas para qualquer pessoa? Tenho muitos amigos e conhecidos

que são diretores de empresas, gestores de vendas e de recursos humanos (RH). Sabendo do meu gosto pelo cinema e acompanhando a minha trajetória na educação médica, começaram a surgir os convites para “fazer aqui na minha empresa isso que você faz com seus alunos”. Houve até casos desafiantes, em que um amigo diretor de vendas de uma importante multinacional convidou-me para conduzir um workshop que durava todo o dia. Ele tinha convocado os vendedores para cobrar os resultados que, diga-se de passagem, não eram dos melhores. O impacto foi excelente. Funcionou. A equipe mergulhou num processo reflexivo, e os vendedores decidiram redigir cartas de intenções para a equipe e para eles mesmos, e saíram felizes. Devo dizer que o encarregado de RH ficou receoso quando viu que a cobrança por vendas tinha parado. O meu amigo foi taxativo: “Isso é muito mais importante do que cobrar metas; isto é cuidar das pessoas, isso é o verdadeiro RH”. Soube que no ano seguinte as vendas duplicaram. Você é autor do livro “Educação da Afetividade através do Cinema”. Como educar nossas emoções com os filmes? O cinema é o modo moderno da narrativa. O envolvimento emocional é análogo ao que em outros tempos se tinha com a literatura (quando as pessoas liam mais), com o teatro, a poesia, a ópera. Enfim, com as artes. Hoje, o cinema tem uma presença maior, porque estamos ancorados numa cultura da imagem e da emoção. Perguntamos então: O que fazer com essa enxurrada de sentimentos? Como aproveitar isso para educar? O progresso formativo não vem determinado apenas pelo que se conhece

e pelo que se faz, mas pelo modo como se conhece e como se executa. Os sentimentos promovem uma ponte entre o que se conhece – a ideia, o conceito, situado no âmbito do cognitivo – e o que se quer, o que se executa, situado no âmbito da vontade. Não basta saber as coisas para executá-las, é preciso querer fazê-las, e esse querer vai além da simples imposição da vontade. É uma questão de motivação. Surge a dúvida do possível risco que supõe educar apenas a sensibilidade, ancorar-se na estética e nas emoções, sabendo que os outros valores – o bom, o verdadeiro – permanecem como conceitos estranhos, pouco definidos para os jovens. Não seria esse método do cinema uma educação fictícia, superficial, epidérmica, que não atingiria o núcleo do educando para promover atitudes duradouras e maduras? Desencadear esse processo de reflexão, mediante recursos próximos ao estudante, é justamente o que se pretende com a estética, da qual o aprendizado por meio do cinema faz parte. Dito de outro modo: estabelecer um ponto de partida para uma atitude reflexiva, uma pista de decolagem para futuros aprendizados. Como os pais podem utilizar o cinema para transmitir valores aos filhos? Devem promover a reflexão. Deixar que os filhos pensem. O cinema não é um recurso para “dar recados”, para dizer “como devem ser feitas as coisas”, mas apenas para provocar a reflexão. Fazer as pessoas pensarem, esse é o núcleo da educação eficaz. E se acontecer que as pessoas pensem algo diferente do que eu pretendo? Esse é o risco natural de toda educação. Abolir a reflexão para evitar problemas e conclusões indesejáveis não é educar, mas um processo de produção em série, como

no fast-food. Estamos formando pessoas, não produzindo garrafas de Coca-Cola.

Há filmes dirigidos ao público infanto-juvenil que fazem apologia de sexo e violência. Como os pais devem agir nessas situações? Proibir? A simples proibição não é educativa. Além disso, o proibido acaba estimulando a procura “pirata” do assunto. Hoje, as opções são inúmeras, começando pela internet, o celular etc. Melhor do que estabelecer proibições é concorrer com filmes que transmitam valores. Quer dizer, enfrentar a concorrência com profissionalismo e competência. Isso requer, naturalmente, pensar, gastar tempo. Proibir é mais fácil, mais rápido, mas não funciona. É preciso educar o paladar afetivo, com uma gastronomia saudável. Num dos meus livros, anoto uma lembrança significativa: em certa ocasião, um amigo me confidenciou que estava preocupado com os filhos, porque seus colegas de escola falavam com naturalidade sobre “o namorado da mãe” ou “a namorada do pai”. O receio do meu amigo era que seus filhos pensassem que uma família como a deles fosse algo em extinção. Recomendei-lhe algo pouco convencional, ou pelo menos assim me pareceu no momento, mas confesso que foi a melhor ideia que me veio à cabeça: “Peça uma pizza, alugue um filme chamado ‘Lado a Lado’ e, depois de assisti-lo, todos em família, escute-os”. A película conta a estória de uma adolescente de 12 anos e de um garoto de 7, filhos de pais separados, que não aceitam a nova namorada de seu pai. Passados alguns dias, meu amigo me disse que a ideia funcionou. Como você analisa a forma como a religião é retratada no cinema? O tema é muito amplo e as posturas são variadíssimas. É impossível uma síntese sobre o tema. Mas gosto de analisar os casos concretos. Veja, por exemplo, aquele filme simples, de orçamento reduzidíssimo, “Homens e Deuses”, sobre os monges que são martirizados na Argélia. Foi recorde de bilheteria, levou a Palma de Ouro em Cannes. Multidões assistindo aos dias finais de nove monges que celebram a Páscoa em silêncio, ao som do “Lago dos Cisnes”. Algo que faz pensar que talvez não seja a religião que não se entenda com o cinema, mas que o modo de apresentá-la nem sempre é o mais adequado. Mais informações sobre os livros e indicações de bons filmes estão no site http://www.pablogonzalezblasco.com.br

As opiniões expressas na seção “Com a Palavra” são de responsabilidade do entrevistado e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editoriais do jornal O SÃO PAULO.


16 | Fé e Cultura |

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Roberto Zanin

Especial para O SÃO PAULO

Cinema

Por que não assistirei à ‘Lenda de Tarzan’? A película retrata Rom como um católico psicopata. Em determinada cena do filme, a heroína Jane insinua que os problemas de comportamento de Rom teriam a ver com o abuso que ele teria sofrido de um padre na infância “A Lenda de Tarzan”, que acaba de estrear no Brasil, é mais um que entra para a longa lista de filmes que ofendem a fé católica. Dirigido por David Yates, que comandou os quatro últimos filmes da série “Harry Potter”, “A Lenda de Tarzan” tem como grande vilão o capitão León Rom, personagem inspirado no militar a quem se atribui os terríveis massacres

ocorridos na administração belga no Congo (país africano). A película retrata Rom como um católico psicopata. Em determinada cena do filme, a heroína Jane insinua que os problemas de comportamento de Rom teriam a ver com o abuso que ele teria sofrido de um padre na infância. Outra coisa que ofendeu os católicos que assistiram ao filme é o fato de Rom usar um Terço como arma. Ele tem um rosário enrolado no pulso e, em determinada cena, usa esse objeto religioso para estrangular um inimigo. Que necessidade havia dessa irreverência por um símbolo de devoção tão querido pelos católicos e uma menção agressiva à suposta pedofilia de um sacerdote? Os casos de abuso sexual por parte de clérigos ou religiosos estão muito circunscritos no tempo (três décadas na metade do século XX) e no espaço (em países determinados). Dessa forma,

a alusão ao tema fora de contexto, como mencionada no filme, parece sugerir que essa é uma característica da Igreja como um todo. Além das questões relativas ao filme, amplio a discussão sobre algo mais grave: o grande número de filmes que não são adequados para o público infantil, mas que são divulgados como se fossem. Filmes como esse têm censura para menores de 12 anos. Não sei se a fiscalização no cinema é rigorosa, mas mesmo que crianças não possam ver a película no cinema, é certo que os pais desavisados deixarão que seus filhos assistam ao filme algum tempo depois, em casa, pensando naquele Tarzan que eles, pais, assistiram na infância. O mesmo acontece com outro sucesso das telonas, “Batman X Superman”. Quem deixar os filhos pequenos assistirem ao filme na TV a cabo ou locadora online vai expor os pequenos

a uma cena, entre tantas outras inadequadas, em que um personagem mata vários guerrilheiros com rajadas de metralhadora, com cabeças sendo explodidas. Especialistas no assunto, como o Dr. Pablo Blasco, entrevistado nesta edição do O SÃO PAULO (página 15), dizem que proibir não é a melhor solução, mas há casos em que não se deve permitir que nossos filhos vejam determinadas coisas, simplesmente porque ainda não há preparo psicológico para tal. Nesta época em que, com um clique no mouse ou no controle remoto, a criança pode ter acesso a conteúdos que fazem mal à cabeça, ao coração e à alma, cabe aos pais a tarefa de protegê-los dessas influências: analisar se o filme deve ser visto ou se, mesmo tendo alguma cena ou conceito ruim, pode ser assistido para gerar reflexão sobre determinado tema.


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| Esporte | 17

Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

Rafaela Silva aplica golpe de ouro no preconceito Em sua segunda olimpíada na carreira, mais uma vez a judoca Rafaela Silva, 24, chorou ao deixar os tatames após as lutas na segunda-feira, 8. Porém, diferentemente dos Jogos de Londres 2012, as lágrimas desta vez foram de alívio, felicidade e superação: Rafaela conquistou a medalha de ouro na categoria até 57kg, após derrotar cinco adversárias. Na final, Rafaela venceu a mongol Sumiya Dorjsuren com um waza-ari (golpe de pontuação média no judô), mas certamente sua vitória mais emblemática aconteceu nas quartas de final contra a húngara Hedvig Karakas, para quem Rafaela perdeu nas oitavas de final em Londres 2012, após ser punida pela aplicação de um golpe irregular. Na época, a brasileira, nascida no Rio de Janeiro, ficou desolada no tatame e teve que suportar insultos pelas redes sociais. “Disseram que eu era uma vergonha para minha família, que eu não tinha capacidade de estar numa Olimpíada, que era para eu estar numa jaula. E agora posso mostrar para as pessoas que me criticaram que eu posso estar entre as melhores da minha categoria e que eu posso dar alegrias para a minha família”, disse após a conquista da medalha de ouro nos Jogos. Com um ciclo olímpico inconstante – com bronze no Pan de Toronto 2015

Rio 2016/Getty imagens

Rafaela não era favorita ao ouro, mas chegou ao ápice da carreira com o apoio da torcida

e diferentes performances nos mundiais de 2013 (ouro), 2014 (5º lugar) e 2015 (eliminada na luta de estreia) – Rafaela não era apontada como favorita à medalha de ouro, mas chegou ao ápice da carreira com o apoio da torcida no Parque Olímpico da Barra. A propósito, foi a poucos quilômetros dali, na comunidade periférica da Cidade de Deus, que a campeã olímpica começou, aos 5 anos de idade, a praticar judô no Institu-

to Reação, criado pelo ex-judoca Flávio Canto, medalhista de bronze nos Jogos de Atenas 2004. “Uma criança que saiu da Cidade de Deus e começou no judô por brincadeira hoje é campeã mundial e olímpica. Se elas [crianças que participam do Instituto] têm um sonho, têm de acreditar”, disse em entrevista à TV Globo após a conquista da medalha. (Com informações do sites Rio2016.org, CBJ e Instituto Reação)

Felipe Wu: o homem da mira de prata O pódio olímpico, definitivamente, não é um ambiente desconhecido para Felipe Almeida Wu, 24. No sábado, 6, o atleta do tiro esportivo conquistou a primeira medalha do Brasil nos Jogos Rio 2016. Foi de prata, na pistola de ar de 10 metros, apenas 0,4 pontos atrás de Xuan Vinh Hoang, que faturou o inédito ouro para o Vietnã em uma olimpíada. Em 2010, aos 18 anos de idade, Felipe Wu foi vice-campeão nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Cingapura, sendo tratado já naquela época como um talento brasileiro. “É uma sensação de dever cumprido. Minha equipe e eu nos dedicamos muito e este ano tem sido muito bom para mim, pois já venci duas etapas da Copa do Mundo e cheguei ao primeiro lugar do ranking e ganhar aqui, agora, é muito bom”, disse Felipe, em entrevista ao site do Ministério da Defesa, após a conquista no Rio, que pôs fim a um jejum de 96 anos sem medalhas olímpicas brasileiras no tiro esportivo. As primeiras da modalidade e do País na história dos Jogos foram alcançadas na Antuérpia, em 1920, com Guilherme Paraense (ouro), Afrânio da Costa (prata) e na disputa por equipes (bronze). No período entre as pratas em Cingapura 2010 e no Rio 2016, a vida de Felipe

Reprodução da internet

Sob as bênçãos do Papa Francisco “Diante de um mundo que está sedento de paz, tolerância e reconciliação, faço votos de que o espírito dos Jogos Olímpicos possa inspirar a todos, participantes e espectadores, a combater o bom combate e a terminar juntos a corrida (cf. 2 Tm 4, 7-8), almejando alcançar como prêmio não uma medalha, mas algo muito mais valioso: a realização de uma civilização onde reine a solidariedade, fundada no reconhecimento de que todos somos membros de uma única família humana, independentemente das diferenças de cultura, cor da pele ou religião”. Este é um dos trechos da mensagem lida pelo Papa Francisco, ao final da audiência geral do dia 3, no Vaticano, direcionada ao povo brasileiro por conta da Olimpíada. O Pontífice também fez votos para que os Jogos sejam “uma oportunidade para superar os momentos difíceis e comprometer-se a ‘trabalhar em equipe’ para a construção de um país mais justo e mais seguro, apostando num futuro cheio de esperança e alegria!”. No sábado, 6, o Papa enviou uma mensagem especial à primeira equipe olímpica de refugiados da história, desejando “que a coragem e a força que levam dentro de vocês possam exprimir por meio dos Jogos Olímpicos um grito de irmandade e de paz”, escreveu. “Que, por meio de vocês, toda a humanidade compreenda que a paz é possível, que com a paz tudo se pode ganhar; enquanto com a guerra tudo se pode perder”. (Com informações da rádio Vaticano)

nos jogos ri o 2 o 16

Internacionais

Felipe Wu volta a competir na quarta-feira, 10, na prova da pistola de 50 metros nos Jogos do Rio

Wu mudou. Aos treinamentos improvisados no quintal de sua casa, foram acrescidos treinos nas estruturas militares desde que ele se tornou terceiro sargento do Exército, em 2013. Ele alcançou novas conquistas internacionais, entre as quais o ouro no Pan de Toronto 2015. O atleta nascido em São Paulo, estudante de Engenharia Aeroespacial, também passou a receber suporte financeiro do programa Bolsa Pódio, do Ministério do Esporte, além de uma remuneração

mensal pelo Programa Atletas de Alto Rendimento, do Ministério da Defesa. Felipe Wu, que volta a competir na quarta-feira, 10, na prova da pistola de 50 metros nos Jogos do Rio, é um dos 145 atletas militares brasileiros nesta Olimpíada, o equivalente a 30% da delegação do País. Nesse grupo de esportistas estão, por exemplo, todos os 14 judocas e mais da metade dos nadadores do Brasil nos Jogos. (Com informações dos sites do Ministério da Defesa e da CBTE)

Michel Phelps chegou a ter sua 23ª medalha olímpica, no domingo, 7, com a vitória da equipe dos Estados Unidos no revezamento 4 por 100 livre da natação. Na segunda-feira, 8, as egípcias Doaa Elghobashy e Nada Meawad estrearam com derrota no vôlei de praia, mas se tornaram as primeiras atletas olímpicas do Egito na modalidade. Dooa vestindo véu muçulmano. Maj-linda Kel-men-di conquistou no domingo, 7, uma inédita medalha de ouro para o Kosovo. Foi na categoria até 52 quilos do judô. O Kosovo, ex-província sérvia, participa pela primeira vez dos Jogos como um país independente.

Brasileiros

Em sua primeira disputa olímpica, a equipe masculina de ginástica artística terminou na 6ª posição, na segundafeira, 8. No levantamento de peso, Rosane Santos conseguiu, no domingo, 7, o melhor resultado do Brasil neste modalidade na história dos Jogos, com o 5º lugar na categoria até 53 quilos. (NOTA: Esta página de Esporte foi concluída na noite da segunda-feira, 8)


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Lapa

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BENIGNO NAVEIRA

COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO DA REGIÃO

Agentes de Pastoral participam de formação permanente sobre o mês da Bíblia Benigno Naveira

A Pastoral Bíblico-Catequética da Região Episcopal Lapa, coordenada pelo Padre Geraldo Pereira, realizou no sábado, 6, com a participação de mais de 200 agentes, um encontro de formação permanente sobre o mês da Bíblia. O tema foi: “Para que nele nossos povos tenham vida”, inspirado no trecho bíblico retirado do livro de Miquéias, “Praticar a justiça, amar a misericórdia e caminhar com Deus” (Cf. Mq 6.8). O encontro foi realizado em três pa-

róquias: Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, das 9 às 12h, que reuniu o Setor pastoral Pirituba, com a participação do Padre Geraldo Pereira; na Paróquia São Patrício, das 14h às 17h, onde se reuniram os setores Rio Pequeno e Butantã, com a participação do professor André Milani; e na Paróquia Nossa Senhora da Lapa, também das 14h às 17h, participando os setores Lapa e Leopoldina, com a presença da professora Cleide Giusti. Benigno Naveira

Comunidades da Região Lapa estudam tema do mês da Bíblia, inspirado no Profeta Miquéias

Comunidade celebra São João Maria Vianney A comunidade pertencente à Paróquia São João Maria Vianney, do Setor Pastoral Lapa, comemorou na noite de quinta-feira, 4, o dia de seu padroeiro, participando da missa presidida pelo

bispo-auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, Dom Julio Endi Akamine e concelebrada pelos padres Raimundo Rosimar Vieira da Silva e Adalton Pereira de Castro.

A comunidade da Paróquia Santo Antônio de Pádua, do Setor Pastoral Rio Pequeno, recebeu a visita do bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, Dom Julio Endi Akamine, que presidiu a missa domingo, 7, às 18h, concelebrada pelo Pároco Padre João Carlos Deschamps.

Santana

Diácono Francisco Gonçalves

Colaborador de Comunicação da Região

Pastorais iniciam planejamento para 2017 Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana e Padre Andrés Marengo, coordenador regional de pastoral, acolheram, dia 30, na Cúria de Santana, os coordenadores de pastorais, associações, movimentos e novas comunidades e seus assessores eclesiásticos para participar da reunião do Conselho Regional de Pastorais (CRP). “Estamos no segundo semestre e devemos iniciar o processo de planejamento do ano pastoral de 2017. Quero apresentar alguns elementos necessários no processo, a partir dos documentos Evangelii Gaudium e Amoris Laetitia. Quero destacar, com as palavras do Papa Francisco, em primeiro lugar, a importância e o profe-

tismo dos membros das pastorais, movimentos, serviços, associações e novas comunidades”, afirmou Dom Sergio. Em seguida, o Bispo evidenciou a gratidão da Igreja pelos que nela trabalham, enfrentando os desafios apresentados pela cultura globalizada, que muitas vezes pode limitar suas ações. Nesse sentido, Dom Sergio salientou que se nota, em muitos agentes pastorais, uma vida espiritual que não alimenta o encontro com os outros, o compromisso no mundo, a paixão pela evangelização. O resultado de tudo isso na missão se traduz na realização de atividades sem motivação profunda e evangélica. O Bispo apontou algumas causas desDiácono Francisco Gonçalves

Padre José Chapron Ribeiro, pároco da Paróquia Santa Luzia, acolheu dia 31 de julho, Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, para ministrar o sacramento da Confirmação a nove jovens.

Diácono Francisco Gonçalves

Membros do conselho regional com Dom Sergio pensam no planejamento pastoral para 2017

se modo de agir, como sustentar projetos irrealizáveis, a espera de que tudo caia do céu, ter apego a sonhos de sucesso, cultivados pela vaidade e falta de contato real com o povo, o que leva a prestar mais atenção à organização do que às pessoas. Ele orientou os agentes a construírem um plano de ação que leve em conta os que participam efetivamente na vida da Igreja e fazem parte de uma minoria criativa e que seja capaz de integrar a todos. Por fim, Dom Sergio alertou que um plano de ação deve ser decididamente missionário e citou São João Paulo II, na sua recomendação aos bispos da Oceania: “Toda a renovação na Igreja há de ter como alvo a missão, para não cair vítima duma espécie de introversão eclesial”. Os membros do CRP receberam a orientação para que no planejamento possam contemplar a dimensão missionária, a de uma “Igreja em saída”; integrar os que

estão sozinhos pelo caminho; valorizar e motivar os membros para caminhar; formar os membros e ter fortes momentos de espiritualidade e construir um projeto realista, com metas realizáveis.

Paróquia de Sant’Ana celebra sua padroeira A Paróquia de Sant’Ana comemorou, dia 26 de julho, a festa de sua padroeira com grande participação popular. Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu missa solene e procissão pelas ruas do bairro, acompanhado dos padres Mauricio Souza, pároco, Salvador Armas, vigário, e Mauricio Luchini, pároco da Paróquia São Luiz Gonzaga da Casa Verde, acolitados pelos diáconos Ailton Mendes e Nilo Carvalho.


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Sé 49ª Festa de rua do Bom Jesus do Brás acontece durante todo o mês de agosto Irmã Janete Silva e Marisa Lélis

Colaboradoras de Comunicação da Região

Fotos: Rinaldo de Oliveira

Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, celebra a missa no dia da festa da Bom Jesus do Brás, Região Sé, na tradicional igreja do bairro italiano da capital paulista

Começou a 49ª edição da festa de rua italiana da Paróquia Bom Jesus do Brás. A festa se estenderá durante todos os fins de semana do mês de agosto. Ela começou no sábado, 6, e contou a participação da Banda da Polícia Militar. Após a celebração da missa presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo me-

tropolitano, houve uma procissão com a imagem do Bom Jesus do Brás e, em seguida, o início da festa. O evento é tipicamente italiana, com comidas típicas, como ficazzella (fogazza), pizza, polenta, macarrão, churrasco, pernil, doces e bebidas. Também há shows com Fred Rovella e

outras bandas, bem como diversas rodadas de bingo. Organizada pela própria Paróquia, a festa conta com o trabalho voluntário de diversos paroquianos. Os recursos arrecadados serão utilizados para a restauração da igreja – construída em 1800 e nunca restaurada – e para a manutenção

das 150 famílias carentes assistidas pela Paróquia. A Bom Jesus do Brás é uma das quatro igrejas mais antigas de São Paulo. A primeira capela, construída em 1737, foi demolida, dando lugar para a atual igreja, e tornou-se paróquia em 1818. (Redação: Filipe David)

Elisabeth da Trindade, a nova santa do Carmelo No dia 16 de outubro deste ano sobe às honras dos altares a beata Elisabeth da Trindade. Nascida num campo militar em 18 de julho de 1880, em Bourges, na França, Elisabeth Catez Rolland teve uma vida simples. Dona de uma personalidade colérica, caráter determinado, temperamento difícil e disciplinado,

sentiu desde criança vocação à vida contemplativa. Soube, ao longo do tempo, trabalhar sua sensibilidade, deixando em seus escritos um belíssimo caminho de encontro com a Trindade. Aos dezoito anos entrou para o Carmelo, em Dijon, e aos 21 emitiu seus votos perpétuos. Atingiu elevado grau de vida inte-

rior. Para ela, “viver o céu na terra é um fato, e não um sentimento”. Manifestava íntima comunhão com Deus: “Deus em mim e eu nele”. Elisabeth foi atingida pela doença de Addison, na época incurável. Aliada a outras complicações, na noite de 8 para 9 de novembro, a seus sofrimentos se acrescentou a asfixia.

Setor Juventude da Região Sé realiza vigília em sintonia com a JMJ O Setor Juventude da Região Episcopal Sé realizou, no dia 30 de julho, na Paróquia São Kin Degum, uma noite de Vigília de Oração, em sintonia com a JMJ, que aconteceu em Cracóvia, na Polônia. Durante toda a noite, os jovens participaram de uma programação intensa, que começou com a Celebração da Eucaristia. Muita animação, com as bandas da Comunidade Shalom e da Pastoral da Juventude, além de uma reflexão sobre o tema da JMJ e testemunhos de jovens que participaram de jornadas anteriores. Um dos momentos fortes da vigília foi a Adoração Eucarística, conduzida pelo Padre José Roberto Pereira, pároco da Paróquia Nossa Senhora da Consolação. A madrugada ficou por conta da parceria entre a Cristoteca e Cristo Dance, que agitaram a balada para não deixar ninguém dormir. Às 6h, após o café, os jovens retornaram às suas paróquias.

Quase sem que percebessem, ela parou de respirar, aos 9 de novembro de 1906. Foi beatificada em 25 de novembro de 1984 pelo Papa João Paulo II, quando foi apresentada como modelo à juventude e a todos os contemplativos. Será canonizada no próximo dia 16 de outubro pelo Papa Francisco.

AGENDA REGIONAL

Marinez Bareta

Encontro Regional de Formação Litúrgica - Nos dias 16 e 17, a partir das 19h30, acontecerá no Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima (avenida Dr. Arnaldo, 1831 – Sumaré), no Setor Pastoral Perdizes, o Encontro Regional de Formação Litúrgica que abordará o tema: “O significado dos Ritos para a vida”. 47ª FESTA DAS NAÇÕES 18 a 21 Paróquia Santa Rosa de Lima (rua Apiacás, 250 – Perdizes) MISSAS DO TRÍDUO (18 a 20), às 19h 1º DIA - “Chamai os convidados para a festa” 2º DIA - “Qual é o maior mandamento?” 3º DIA - “O Poder do Altíssimo te cobrirá”

Vigília preparada pelos jovens da Região Sé, em sintonia com a Jornada Mundial da Juventude

DOMINGO, 21 8h – Missa 9h30 – Procissão com aimagem de Santa Rosa de Lima, pelas ruas do bairro 10h30 – Missa solene 20h – Missa de encerramento


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Ipiranga

Padre João Paulo Rizek, Padre Ricardo Antonio Pinto, Waldir Celestino e Caroline Dupim Colaboradores de comunicação da Região

Dom José Roberto abençoa confessionário em Paróquia da Vila Arapuá Renata Quito

Confessionário na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, instalado para melhor atender aos fiéis

No domingo, 31, Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo na Região Episcopal Ipiranga, abençoou o novo confessionário da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Arapuá. O confessionário elaborado em madeira e adornado com cortinas de pano, para garantir privacidade e isolamento acústico, foi alocado em uma capela na lateral do templo e permite aos fiéis confessarem-se sem interferir nas atividades litúrgicas na igreja. O Ano da Misericórdia, proclamado solenemente pelo Papa, tem dado especial ênfase ao Sacramento da Reconciliação. Francisco, em várias ocasiões, exortou os fiéis a não terem medo do Sacramento da Confissão, afirmando que ele mesmo confessa com muita regularidade. Em seu discurso na praça de São Pedro, em 2 de abril deste ano, o Pontífice chamou a atenção dos fiéis para um símbolo visível do Ano da Misericórdia e afirmou: “Que belo seria se como uma lembrança, digamos, um monumento

deste Ano da Misericórdia, existisse em cada diocese uma obra estrutural de misericórdia. Seria belo que cada diocese pensasse: ‘o que posso deixar como lembrança viva, como obra de misericórdia viva, como chaga de Jesus vivo neste Ano da Misericórdia’?” Neste sentido, o confessionário deixa de ser um mero mobiliário sacro e passa a ser entendido como um “monumento à misericórdia de Deus”. Quando entramos em uma igreja e nos deparamos com um confessionário, devemos logo pensar como Deus é misericordioso e, não obstante os nossos pecados, nos convida à conversão e à santidade. O Código de Direito Canônico determina, em seu cânon 964, que exista sempre um confessionário em lugar visível e à disposição dos fiéis que desejarem confessar. Durante a bênção, Dom José Roberto refletiu sobre a importância de se confessar com frequência. “Acredito que desde que construíram a Igreja Matriz nunca tivemos um confessionário” afirmou a paroquiana Vilma Garibaldi.


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Padre Cilto José Rosembach, Ernesto Dias e Flavio Rogério Lopes Colaboradores de comunicação da Região

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Brasilândia

Setor Perus peregrina à Porta da Misericórdia Na tarde do sábado, 6, os leigos e religiosos das paróquias do Setor Pastoral Perus peregrinaram à Igreja Nossa Senhora da Expectação, na Freguesia do Ó. Os fiéis passaram pela porta da misericórdia, como uma das práticas orientadas pela Bula Misericordiae Vultus, a fim de alcançarem as indulgências no ano jubilar. Em seguida, participaram da missa presidida por Dom Devair Araújo da Fonseca, bisOrlando Figueiredo

Padre Sidnei Fernandes em missa de acolhida

po auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, concelebrada pelos padres do Setor Perus e pelo Padre Carlos Alves Ribeiro, pároco da Nossa Senhora da Expectação. A necessidade da fé como um dom que todos possuem foi um dos enfoques na homilia do Bispo. Dom Devair falou também sobre a experiência vivida com os jovens na Jornada Mundial da Juventude, em Cracóvia.

Ricardo Souza

Fiéis das paróquias do Setor Perus fazem peregrinação e passam pela Porta Santa da Misericórdia

Padre Sidnei Fernandes é acolhido na Paróquia Nossa Senhora do Carmo Os fiéis da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, no Setor Nova Esperança, acolheram no domingo, 7, o novo administrador paroquial, Padre Sidnei Fernandes Lima, que após seis anos de estudo em Roma, retornou à Arquidiocese de São Paulo. Em 3 de maio, ele concluiu

o doutorado em Teologia DogmáticoSacramentária, pelo Pontifício Ateneu Santo Anselmo. Sua tese doutoral foi “O Batismo na Teologia da Libertação. Uma sacramentalidade do Reino de Deus”. A missa foi presidida por Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da

Arquidiocese na Região Brasilândia. Padre Sidnei agradeceu a acolhida e mostrou-se animado com a nova função. O sacerdote lembrou que o padre sozinho não faz nada, e que deseja caminhar junto com a comunidade. Concluiu dizendo que o maior bem de Deus é o povo.

A confiança em Deus pela oração a Bom Jesus dos Passos Entre os dias 28 de julho e 7 de agosto, a Paróquia Bom Jesus dos Passos, no Setor Freguesia do Ó, esteve em festa para celebrar seu Patrono. À luz do Ano Santo da Misericórdia, a novena teve o tema: “Bom Jesus dos Passos, eu confio em Vós”, lembrando o quadro do Jesus Misericordioso descrito por Santa Faustina. No sábado, 6, na Festa da Transfiguração do Senhor e dia do padroeiro, a missa solene foi presidida pelo Padre Roberto Carlos Moura, pároco. Ao fim da celebra-

ção, em frente à paróquia, todos os pedidos de oração escritos pelos fiéis durante a novena foram colocados em balões soltos no ar, uma forma simbólica de dizer que as preces subiram aos céus. Em seguida, houve uma grande queima de fogos. O encerramento da festa aconteceu no domingo, 7, com a missa da família. Nos dois finais de semana dos festejos, também houve a tradicional quermesse com barracas típicas, promovendo a fraternidade entre os fiéis da Bom Jesus.

Diego Nicoletti

Fiéis soltam balões com pedidos de oração escritos durante a novena a Bom Jesus dos Passos


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Belém A reconfortante alegria de catequizar

Peterson Prates

CENTRO DE FORMAÇÃO IR. RITA CAVENAGHI CNPJ: 01.409.519/0001-90

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ENCERRADO EM DEZEMBRO/15 Renda Operacional Bruta Receitas Convênio Prefeitura............................................... R$ 681.026,68 Receitas com Donativos....................................................... R$ 194.979,46 Receitas Financeiras............................................................ R$ 15.459,35 Res.Oper.Bruto.................................................................................. R$ 891.465,49 Despesas Operacionais Desp.Recursos Humanos.................................................... R$ (137.542,28) Desp.Financeiras................................................................. R$ ( 4.040,00) Desp.Manutenção................................................................ R$ ( 41.221,88) Desp.Adm. Conv.CEI ........................................................... R$ (712.028,61) R$ (894.832,77) Result. Operacional Líquido................................................. R$ (3.367,28) Result.do Exercício anterior................................................. R$ 281.817,95 R$ 278.450,67

Colaborador de Comunicação da Região

Peterson Prates

BALANÇO PATRIMONIAL DE 01/01/2015 À 31/12/2015 ATIVO ATIVO CIRCULANTE DISPONIBILIDADES Bancos Conta Movimentos.................................................. R$ 355.679,05 REALIZÁVEL A CURTO PRAZO Provisão Trabalhista............................................................. R$ (179.893,69) Total do Ativo Circulante....................................................... R$ 175.785,36 ATIVO PERMANENTE IMOBILIZADO Imóveis................................................................................. R$ 238.489,39 Móveis e Utensílios.............................................................. R$ 60.221,07 Máquinas e Equipamentos................................................... R$ 11.845,54 Móveis e Utens.do adicional ............................................... R$ 27.434,22 Depreciação Acumulada...................................................... R$ (140.982,49) Total do Ativo Permanente................................................... R$ 197.007,73

TOTAL DO ATIVO................................................................ R$ 372.793,09

PASSIVO PASSIVO CIRCULANTE VALORES À PAGAR A CURTO PRAZO Obrigações com Pessoal..................................................... R$ Obrigações Sociais.............................................................. R$ Total do Passivo Circulante.................................................. R$

Retiro dos catequistas da Paróquia Nossa Senhora da Esperança, da Região Belém, acontece no domingo, 7, em Santo André (SP) 77.222,30 17.120,12 94.342,42

PATRIMÔNIO LÍQUIDO RESULTADO ACUMULADO Superávits Acumulados ....................................................... R$ 281.817,95 Defecit do Exercício ............................................................ R$ (3.367,28) Total Superávits Acumulados............................................... R$ 278.450,67

TOTAL DO PASSIVO........................................................... R$ 372.793,09

Reconhecemos a exatidão do presente BALANÇO PATRIMONIAL, levantado em 31/12/15, que soma a importância de R$ 372.793,09 (Trezentos e Setenta e Dois Mil Setecentos e Noventa e Três Reais e Nove Centavos). Bragança Paulista, 31 de Dezembro de 2015. Ir.MARIA AUXILIADORA QUEIROZ MOTTA Presidente LUIZ MARQUES SPERANDIO Contador - CRC 1SP119134/O-5

CONGREGAÇÃO MISSIONÁRIA DA IMACULADA CNPJ: 44.373.520/0001-15

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ENCERRADO EM DEZEMBRO/15 Renda Operacional Bruta Receitas com Donativos....................................................... R$ 460.756,74 Receitas com Locações...................................................................... R$ 86.281,01 Receitas Financeiras............................................................ R$ 52.519,20 Res.Oper.Bruto..................................................................... R$ 599.556,95 Despesas Operacionais Desp.Recursos Humanos.................................................... R$ (13.639,24) Desp.Financeiras................................................................. R$ (971,10) Desp.Manutenção................................................................ R$ (447.635,83) R$ (462.246,17) Result. Operacional Líquido................................................................ R$ 137.310,78 Result.do Exercício anterior................................................................ R$ 3.227.786,35 R$ 3.365.097,13 BALANÇO PATRIMONIAL DE 01/01/2015 À 31/12/2015 ATIVO ATIVO CIRCULANTE DISPONIBILIDADES Bancos Conta Movimentos.................................................. R$ 11,00 VALORES À RECEBER Aplicações à Curto Prazo..................................................... R$ 1.136.024,33 Total do Ativo Circulante....................................................... R$ 1.136.035,33 ATIVO PERMANENTE IMOBILIZADO Imóveis................................................................................. R$ 2.334.539,41 Móveis e Utensílios.............................................................. R$ 37.185,00 Máquinas e Equipamentos................................................... R$ 13.696,28 Veículos................................................................................ R$ 117.500,03 Depreciação Acumulada ..................................................... R$ ( 272.620,88) Total do Ativo Permanente................................................... R$ 2.230.299,84

TOTAL DO ATIVO................................................................ R$ 3.366.335,17

PASSIVO PASSIVO CIRCULANTE VALORES À PAGAR A CURTO PRAZO Obrigações Trabalhistas ...................................................... R$ Encargos Sociais................................................................................ R$ Total do Passivo Circulante.................................................. R$

858,80 379,24 1.238,04

PATRIMÔNIO LÍQUIDO RESULTADO ACUMULADO Superávits Acumulados ....................................................... R$ 3.227.786,35 Superávit do Exercício......................................................... R$ 137.310,78 Total Superávits ................................................................... R$ 3.365.097,13 TOTAL DO PASSIVO.......................................................................... R$ 3.366.335,17 Reconhecemos a exatidão do presente BALANÇO PATRIMONIAL, levantado em 31/12/15, que soma a importância de R$ 3.366.335,17 (Três Milhões Trezentos e Sessenta e Seis Mil Trezentos e Trinta e Cinco Reais e Dezessete Centavos). Bragança Paulista, 31 de Dezembro de 2015. Ir.MARIA AUXILIADORA QUEIROZ MOTTA Presidente LUIZ MARQUES SPERANDIO Contador - CRC 1SP119134/O-5

“A doce e reconfortante alegria de catequizar” foi o tema do retiro dos catequistas da Paróquia Nossa Senhora da Esperança, que aconteceu na casa provincial da Congregação das Irmãs Beneditinas da Divina Providência, em Santo André (SP), no domingo, 7. Cerca de 45 catequistas participaram do encontro, que teve início na tarde de sábado na matriz paroquial, com uma preparação para o domingo e introdução à temática. Marlene Silva, catequista há mais de 50 anos e mestre em Catequética foi a assessora do retiro. Marlene

atuou na coordenação da Catequese na Arquidiocese de Pouso Alegre (MG), e se dedica à formação de catequistas, além de integrar a equipe de coordenação da Revista Ecoando. Esse foi o segundo retiro que Marlene Silva pregou para os catequistas da paróquia Nossa Senhora da Esperança. Para Eliana Amaro de Oliveira, catequista há mais de vinte anos, o retiro “é uma necessidade que o catequista tem, de parar e refletir sobre como está sendo seu trabalho e se responde às expectativas. É o momento de refletir sobre a respon-

sabilidade, mas também a graça que Deus nos deu de ser catequistas”. Os catequistas contaram com momentos de formação – em que foram estudados alguns trechos da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium – emomentos de oração individual e comum. Catequistas das sete comunidades que formam a paróquia participaram do retiro anual. Em agosto, a paróquia vai iniciar as novas turmas de Catequese para crianças e adultos. Os adultos vão receber os sacramentos na próxima Páscoa, as crianças percorrerão um itinerário catequético de dois anos.

‘Jesus, protagonista dos direitos humanos’ Entre os dias 5 e 7, o Projeto Tenda de Formação, iniciativa da Pastoral da Juventude e do Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, realizou seu último encontro, com o tema “Jesus, protagonista dos direitos humanos”. O objetivo do Projeto Tenda de Formação é “proporcionar um espaço de formação integral a fim de desenvolver novas lideranças jovens da Pastoral da Juventude e do Centro Bom Parto, visando à organização de comunidades e grupos e o engajamento nos espaços de participação na sociedade, que leve à uma mudança da realidade pautada na justiça, igualdade e solidariedade”. Dividido em cinco encontros, o projeto contou com a participação de 50 jovens, atingindo diretamente seis setores da região Belém. “A Tenda da Juventude nasce de uma necessidade que a coordenação da Pastoral da Juventude da Região Episcopal Belém identificou nas comunidades, o esvaziamento dos grupos de jovens nas paróquias por causa da falta de novas lideranças comprometidas”, relata Carol Fonseca. “Então nasce a proposta de trabalhar uma formação continuada para a juventude, e nesse

Pastoral da Juventude

Jovens saem em missão após participarem do ‘Projeto Tenda de Formação’

caminho o BomPar nos procurou com uma proposta muito parecida. Unificamos os objetivos e a Tenda nasceu com intensidade, nos inspirando e motivando a cada encontro”, completa. O encontro teve início na sextafeira, na Casa de Oração do povo de Rua, onde os jovens participaram de uma vigília e discutiram a realidade vivida pelos moradores de rua. Os 14 jovens que participaram com o Padre Júlio Lancellotti entregaram alimentos ao povo de rua na região da “Cracolândia”. No sábado, os jovens foram para o assentamento Irmã Alberta, do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), em Perus, onde participaram de uma vivência mística, e contaram com a assessoria de Elaine

Lima, da Pastoral Carcerária, sobre “Dignidade Humana”. Em seguida, eles saíram em missão: enquanto alguns visitavam as famílias do assentamento, outros foram colher frutas e cortar cana no canavial. Durante a noite, celebraram os mártires da Caminhada, como inspiração para uma vivência radical do projeto de Jesus. “Direitos humanos à luz de Jesus Cristo” foi o tema da assessoria de Marcelo Naves, da Pastoral Carcerária, no domingo. A equipe de coordenação e assessoria da Pastoral da Juventude da Arquidiocese de São Paulo esteve presente. O encerramento foi com a mística do Anel de Tucum, e um vídeo enviado por Dom Edmar Peron, bispo de Paranaguá (PR), que apoiou o projeto quando foi bispo auxiliar de São Paulo.


www.arquisp.org.br | 10 a 16 de agosto de 2016

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Vocação: anunciar o Evangelho é obra de misericórdia Luciney Martins/O SÃO PAULO

Fernando Geronazzo

Pastoral Vocacional

osaopaulo@uol.com.br

No início de agosto, mês dedicado às vocações no Brasil, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, convidou o povo a rezar incessantemente pelos sacerdotes, seminaristas e vocacionados, para que Deus os ilumine e lhes dê força, perseverança e alegria de se preparem bem para o ministério. O convite foi feito nas celebrações que marcaram as comemorações do Dia do Padre, celebrado quinta-feira, 4, memória de São João Maria Vianney, o Cura d’Ars, patrono dos sacerdotes, e lembrado com destaque nas missas do primeiro fim de semana de agosto. Uma dessas missas aconteceu na Paróquia Santa’Ana, Zona Norte, quando Dom Odilo conferiu os ministérios de leitor e acólito a um grupo de seminaristas e candidatos ao diaconato permanente. “Esses ministérios estão relacionados ao encontro com Jesus e com as situações humanas, momento de acolher toda a beleza e profundidade da mensagem da Palavra de Deus para poder comunicá-la, colocar-se a seu serviço e aprender a amá-la”. Sobre o acolitato, o Arcebispo explicou que trata-se de uma oportunidade para aprender desde agora a valorizar mais a Eucaristia e todo o serviço ao culto eucarístico. “Nele [em Jesus eucarístico] está a fonte da vida, da verdade, da luz, que dá sentido final à existência humana”, afirmou. Dom Odilo reforçou que esta etapa da preparação ao sacerdócio e ao diaconato é um chamado para que os candidatos se coloquem ainda mais à disposição da Pa-

Seminaristas e candidatos ao diaconato permenente recebem ministérios de leitor e acólito

lavra de Deus e sirva os irmãos no anúncio do Evangelho. “A Igreja espera de vocês um grande amor à Palavra de Deus... Não só para estudá-la, mas para acolhê-la, ter gosto de ler e se encontrar com Deus ouvindo sua Palavra e ter a alegria de estar a serviço dela”, acrescentou. Ainda sobre o anúncio da Palavra de Deus, o Cardeal salientou que esta não é “pedra para jogar contra ninguém”, mas “pão, alimento, consolo, conforto”. “É pessoa de Deus que se entrega a nós e vem ao nosso encontro mediante a Palavra”, acrescentou, reforçando que anunciar o Evangelho aos irmãos é um grande serviço de caridade e misericórdia.

Os sacerdotes no mundo

Segundo o Anuário Pontifício de 2016, entre os anos de 2005 e 2014, foram ordenados 9.381 novos padres, totalizando 415.792 sacerdotes católicos em todo o mundo. De acordo com o Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais

(Ceris), há cerca 24 mil sacerdotes no País. Desses, em torno de 900 atuam na Arquidiocese de São Paulo entre padres diocesanos e religiosos. O número de seminaristas no mundo aumentou de 114.439 em 2005 para 116.939 em 2014. A Europa registou um decréscimo de 17,5% enquanto na América (especialmente ao sul) houve uma diminuição de 7,9%. No Brasil, há 473 seminários e cerca de nove mil seminaristas. Atualmente, a Arquidiocese de São Paulo conta com 63 candidatos ao sacerdócio. Tais números confirmam a atualidade das palavras de Jesus: “A messe é grande e os operários são poucos. Pedi ao Senhor da messe que envie operários...”. Dom Odilo tem repetido com insistência esse pedido ao povo de São Paulo. “Certamente há vocações no meio dos jovens. Nós precisamos ajudar para que essas vocações apareçam, possam se manifestar e receber a orientação e o apoio para o seu discernimento, formação e amadurecimento”.

Para promover as vocações e ajudar os jovens em seu discernimento, a Igreja de São Paulo conta com o Serviço de Animação Vocacional, coordenado pelo Padre Messias de Moraes Ferreira. Além do Centro Vocacional Arquidiocesano, no centro da Cidade, a Arquidiocese possui uma casa vocacional, na Vila Formosa, onde os jovens participam de encontros e convívios vocacionais. A Pastoral Vocacional acompanha grupos de adolescentes que iniciam o processo de despertar vocacional, de jovens que estão concluindo o ensino médio e de jovens com mais de 25 anos, que já possuem ensino superior. “Ao todo, temos 44 vocacionados. Acreditamos que até o final do ano, de 25 a 30 destes estarão preparados para continuar o discernimento vocacional no seminário”, explicou o Padre Messias, ressaltando, ainda, que no mês de agosto, costuma aumentar em 30% o número de jovens que procuram orientação vocacional. Muitos desses vocacionados participaram da missa presidida pelo Cardeal Scherer na Catedral da Sé, domingo, 7, dentro das comemorações do Dia do Padre. Padre Messias destacou, ainda, que é indispensável a contribuição dos padres nas paróquias e comunidades para o despertar de novas vocações. “Um padre feliz, que ama muito a Igreja e é entusiasmado com seu ministério atrai naturalmente os jovens para o sacerdócio. Aproveito para incentivar os irmãos no sacerdócio a promoverem as vocações em suas paróquias”.

Amoris Laetitia é tema de curso de aprofundamento do clero Luciney Martins/O SÃO PAULO

Padres e diáconos da Arquidiocese de São Paulo participam de 14º Edição do Curso de Aprofundamento Teológico e Pastoral sobre o tema da família, em Itaici, Indaiatuba, de 8 a 11

Os padres da Arquidiocese de São Paulo estão reunidos em Itaici, Indaiatuba (SP), entre os dias 8 e 11 para a 14ª Edição do Curso de Aprofundamento Teológico e Pastoral do Clero, que neste ano tem como tema “Família: perspectivas Pastorais da Amoris Laetitia”. O palestrante principal do curso é o Padre José Rafael Solano Durán, sacerdote da Arquidiocese de Londrina (PR), mestre e doutor em Teologia Moral pela Pontifícia Universidade Gregoriana de

Roma e pós-doutorado em Teologia Moral e Familiar pelo Pontifício Instituto Joao Paulo II de Roma. Ele também é professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná e autor do livro Família Novo Sinal dos Tempos (Editora Canção Nova). O encontro também terá conferências de Dom Sérgio de Deus Borges, bispo auxiliar de São Paulo e mestre em Direito Canônico com especialização em Direito do Matrimônio e da Família.

Ao abrir o curso, o arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, que participou das duas últimas assembleias do Sínodo dos Bispos sobre a família em 2014 e 2015, explicou que o que motivou o caminho sinodal proposto pelo Papa Francisco certamente foi a Nova Evangelização, tema do Sínodo de 2012, no qual houve frequentes referências à família, como um protagonista importante da evangelização e como parte da vida da Igreja.

“Trata-se de um desafio para a ação evangelizadora da Igreja, que precisa discernir sobre os caminhos a serem seguidos para reatar a obra evangelizadora da Igreja com a família e, justamente a partir desta perspectiva, propor encaminhamentos pastorais que, de algum modo, respondam aos problemas e situações que envolvem as famílias. O Santo Padre tem grande desejo de ‘chegar a uma nova evangelização a partir da família’”. (FG)


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