Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 61 | Edição 3118 | 7 a 13 de setembro de 2016
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Misericordiosa entre os pobres, Madre Teresa de Calcutá é canonizada Madre Teresa de Calcutá, que dedicou sua vida em favor dos mais pobres, em especial na Índia, foi canonizada pelo Papa Francisco no domingo, 4, diante de mais de 120 mil pessoas, no Vaticano. “Ao longo de toda a sua existência, foi uma
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Passado o impeachment, Dom Odilo publica carta com orientações quais os desafios do para eleições 2016 governo Temer? O Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, publicou uma carta com orientações para as eleições municipais deste ano, com o objetivo de contribuir para a formação política dos eleitores e candidatos. Dom Odilo reiterou que a Igreja não é um partido político e que as paróquias não devem se tornar “currais eleitorais”. Página 11
Fotos: L’Osservatore Romano
dispensadora generosa da misericórdia divina, fazendo-se disponível a todos, por meio do acolhimento e da defesa da vida humana, dos nascituros e daqueles abandonados e descartados”, enfatizou o Pontífice.
Encontro com o Pastor
Dom Odilo: ‘O Dia da Pátria deste ano Página 10 transcorre num Professora Maria Amalia clima nebuloso’ Andery é nomeada reitora da PUC-SP
Página 17
Desafios e superação: começam os Jogos Paralímpicos do Rio Páginas 12 e 13
Espiritualidade Dom Julio: justiça, oração e solidariedade para com as vítimas do terremoto
Página 3
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Editorial
Comportamento
Madre Teresa é santa por pura identificação com os que sofrem com o Cristo na cruz
Simone Fuzaro: ‘Pais que cuidam exercem autoridade em favor dos filhos’
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2 | Ponto de Vista |
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Editorial
Santa dos mais pobres entre os pobres
Q
uem é capaz de duvidar de Madre Teresa de Calcutá não entende quem ela foi. Canonizada pelo Papa Francisco no domingo, 4, ela é a santa dos mais pobres entre os pobres. Madre Teresa não é santa apenas por suas obras de caridade. Esse reconhecimento concreto ganhou ao receber o Prêmio Nobel da Paz, em 1979. Madre Teresa é santa porque assumiu integralmente a dor dos que mais sofriam. Ela viveu seus próprios momentos de escuridão espiritual com resignação e dúvida. E, justamente por meio disso, se identificou ainda mais com os doentes, órfãos, aleijados, moribundos e afamados. Madre Teresa é santa por pura identificação com os que sofrem com o Cristo na cruz. Essa era a sua es-
piritualidade e é esse o seu maior legado. O postulador da causa de canonização de Madre Teresa, o Padre Brian Kolodiejchuk, diz que ela é um ícone do Ano Jubilar da Misericórdia. Porém, “ela usava mais a palavra ‘compaixão’, sofrer com os que sofrem”, explicou, no dia 2, aos jornalistas no Vaticano. Em outras palavras, Madre Teresa não só abraçou a causa dos pobres. Abraçou os próprios pobres em sua integridade. Abraçou os abandonados, os que se sentiam desprezíveis. E transmitiu isso aos outros. A Madre foi criticada porque algumas de suas casas de acolhida não tinham a estrutura que estamos acostumados a ver em clínicas e hospitais. Mas é preciso lembrar que, na medida do possível, suas Missionárias da Caridade chega-
ram aonde ninguém mais quis chegar e deram o que ninguém mais queria dar. As irmãs de Madre Teresa não queriam ser enfermeiras ou médicas. Queriam ser amigas e irmãs. Eram a única presença humana e amorosa para os mais rejeitados da sociedade. Madre Teresa é santa porque na sua dor se identificou, primeiro, com Cristo e, depois, com todos os outros sofredores. Amou os pequenos como Deus os ama. Costumava dizer que “a fome de amor é muito mais difícil de matar do que a fome de pão”. Mais do que dar de comer ou curar as feridas, Madre Teresa sabia que toda pessoa precisa se sentir amada, especialmente quando se encontra perto da morte. “Para a Madre, a morte era um momento sagrado. Era voltar para Jesus. Ela
esteve ao lado dos que estavam morrendo, e rezou com eles”, diz a atual superiorageral das Missionárias da Caridade, Irmã Mary Prema Pierick. Também o Padre Brian contou, em entrevista ao O SÃO PAULO, que certa vez um homem moribundo disse: “Vivi toda a vida nas ruas, como um animal. Agora, estou morrendo como um anjo: amado e cuidado.” Madre Teresa nos mostra que, em seus momentos de “escuridão”, não sentia a presença de Deus. Mas mesmo assim nunca deixou de amá-lo e nunca parou de manifestar seu amor pelo próximo. É preciso entender o contexto em que viveu Madre Teresa, admirá-la e imitá-la. Como ela mesma dizia, “não é preciso ir a Calcutá para encontrar os pobres. Basta olhar à sua volta”.
Opinião
Essa dor terrível Arte: Sergio Ricciuto Conte
Francisco Borba Ribeiro Neto Os jornais noticiaram, nas últimas semanas, mais dois casos nos quais os pais, pelo que tudo indica, se suicidaram e mataram também seus filhos. Um aconteceu num condomínio residencial de classe média alta no Rio de Janeiro, outro no Fórum Trabalhista de São Paulo. Pelo que sabemos, são acontecimentos muito raros, se compararmos com o número de mortes violentas e até de suicídios no Brasil. Mas, num período recente, os jornais têm noticiado, em média, pelo menos um caso por ano, número suficiente para nos afligir e nos pedir uma resposta, um “por que” ou um “que fazer”. Psicólogos e sociólogos apontam as pressões sociais e a fragilidade das relações interpessoais como fatores que aumentam as chances de suicídios na sociedade atual. No caso dos pais que matam seus filhos ao se suicidarem, os psicólogos também apontam um fator de “proteção”: evitar que as crianças fiquem sozinhas neste mundo desumano que levou o pai à morte. É bom lembrar, em nosso contexto, que a Igreja considera o suicídio como um ato que contraria o desígnio de Deus e a inclinação natural do ser humano, mas também percebe que pode ser consequência de perturbações psíquicas graves e não um ato livre da pessoa (Catecismo da Igreja Católica, 2280s). Antes de um ato moral a ser
julgado, estamos diante de uma dor terrível a ser acolhida com amor. Sofrimentos tão grandes, aparentemente tão absurdos e sem sentido, não são raros na história humana. Mas, para cada sofredor, sua dor é única e, no auge da dor, saber que outros também sofrem não é mais que um pálido consolo. Apesar disso, vale a pena nesses momentos procurar na história as palavras que a sabedoria cristã encontrou para se dirigir a Deus e aos irmãos diante das grandes provações.
Em 28 de maio de 2006, Bento XVI, em sua visita ao Campo de Concentração de Auschwitz-Birkenau, símbolo maior do horror dos genocídios do século XX, clamava: “Onde estava Deus naqueles dias? Por que Ele silenciou?” Diante desses casos terríveis de pais que se suicidam levando seus filhos junto, podemos nos fazer a mesma pergunta. Gostaríamos de poder não olhar para esses casos, fazer de conta que nem sequer sabemos que aconteceram. Mas, Bento XVI fez questão
de dizer que tanto ele quanto São João Paulo II, enquanto papas, não podiam deixar de visitar Auschwitz. Nossa fé nos conclama a reconhecer a dor do outro, a mergulhar nela, seja para expressar nossa pobre e aparentemente vã solidariedade, seja para mergulhar mais no mistério de Deus, que não eliminou o sofrimento, mas, com Cristo, escolheu sofrer com suas criaturas. Continua Bento XVI: “Nós não podemos perscrutar o segredo de Deus, vemos apenas fragmentos, e enganamonos se pretendemos eleger-nos a juízes de Deus e da história. Não defendemos, nesse caso, o homem, mas contribuiremos apenas para a sua destruição [...] Devemos elevar um grito humilde, mas insistente, a Deus: ‘Desperta! Não te esqueças da tua criatura, o homem!’ E o nosso grito a Deus deve, ao mesmo tempo, ser um grito que penetra o nosso próprio coração, para que desperte em nós a presença escondida de Deus, para que aquele seu poder que Ele depositou nos nossos corações não seja coberto e sufocado em nós pela lama do egoísmo, do medo dos homens, da indiferença e do oportunismo”. Diante do luto e da dor das famílias vitimadas por esses suicídios, diante da angústia que nos aflige quando pensamos nelas, a sabedoria cristã não dá uma resposta fácil e esquemática, mas nos recorda a esperança e o alento de quem se reconhece sob o manto da ternura de Deus.
Francisco Borba Ribeiro Neto, coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP. As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.
Semanário da Arquidiocese de São Paulo
Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator chefe: Daniel Gomes • Reportagem: Cônego Antônio Aparecido Pereira, Edcarlos Bispo, Filipe David, Nayá Fernandes e Fernando Geronazzo • Institucional: Rafael Alberto e Renata Moraes • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Secretaria de Redação: Djeny Amanda • Assinaturas: Ariane Vital • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Revisão: Sueli S. Dal Belo • Impressão: S.A. O ESTADO DE S. PAULO • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.
cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo
O
Dia da Pátria deste ano transcorre num clima nebuloso. Estamos saindo de um processo de impeachment, que afastou a ex-presidente Dilma Rousseff e deixou ressentimentos e feridas na população e no ambiente político. Há quem considere que a convulsão desencadeada foi desproporcional, e o resultado faz lembrar o velho ditado: a montanha pariu um rato. Inevitável é pensar que o processo deixou no ar mais interrogações do que certezas. Não ficou claro nem convincente o fatiamento, na votação final do Senado Federal, do dispositivo legal segundo o qual a perda do mandato do governante implica, ipso facto, a sua inelegibilidade. Havia convicção sobre a culpabilidade da ex-presidente, sim ou não? A manobra regimental aplicada pelo Senado, à revelia do disposto pela Constituição, seria apenas uma delicadeza para com a ex-presidente, ou serviria para criar um precedente nada sutil a ser aplicado em outros casos? No fim das contas, tudo acabou no Supremo Tribunal Federal, que deverá se pronunciar sobre a legitimidade das decisões de outro poder da República. Os poderes da República são independentes, mas não estão acima da Constituição. Se a política foi parar na Justiça, o que será do País, se também a decisão da Justiça for contestada? A quem recorrer ainda? Chegamos
Pátria: da perplexidade ao compromisso a um preocupante beco sem saída. Talvez console o pensamento de que não somos os únicos que vivem um impasse político: na Espanha, vão às eleições pela terceira vez em pouco tempo, para ver se conseguem formar um governo para o país; o Líbano vive há vários anos sem conseguir um acordo para ter um presidente. Mas, não esqueçamos, são sistemas políticos diferentes do brasileiro. A festa da Pátria deveria oferecer um momento de reflexão, ânimos algo mais serenados, sobre o que realmente importa para o bem do Brasil nesta hora. A Olimpíada e o processo do impedimento de Dilma Rousseff quase nos fazem esquecer de que as eleições municipais estão às portas. E essas eleições, na base do sistema político, têm grande significado e importância; nos municípios, há o contato político direto dos pretendentes a cargos com os eleitores; e sobre essa base, embora ainda frágil do ponto de vista da organização, se edifica todo o sistema dos partidos e dos governos. Não se pode minimizar as eleições municipais, nem há tempo a perder; antes de votar, os eleitores precisam conhecer bem os candidatos e seus partidos, junto com suas propostas, quer para o Poder Legislativo municipal (vereadores), quer para o Executivo (prefeito). Votar sem informação adequada é um risco, e este momento é o melhor para não aprovar “fixas sujas” e para cortar corrupção pela raiz. É hora também de selecionar quem se apresenta, de fato, comprometido com o bem comum e
não apenas com interesses privados. Partidos são importantes, porque, normalmente, têm programas que devem ser seguidos por todos os seus membros mandatários; é preciso conhecer os programas e propostas; posturas partidárias intransigentes e fanáticas nem sempre estão comprometidas com o bem comum e, talvez, tenham mais em vista um projeto de poder do que o verdadeiro a serviço de um grupo. O Papa Francisco, na linha do ensino social da Igreja, de longa data, encorajou os católicos a se envolverem na vida política e na escolha de bons representantes para governar e legislar. É um dever de todo cristão trabalhar para o bem comum. “Os leigos cristãos devem trabalhar na política”, orientou o Papa (cf. discurso na Sala Paulo VI, 7.06.2013). E os Padres, no exercício do seu ministério pastoral, devem ajudar o povo católico a ter o senso do bem comum e da boa participação política. A Igreja não é um partido e sua ação evangelizadora e pastoral não pode ser reduzida ao programa de uma militância partidária. As paróquias e comunidades eclesiais devem manter aberto o campo para diversas opções partidárias legítimas, que não se oponham aos princípios do Evangelho e da doutrina da Igreja. O ensino social da Igreja oferece os elementos para a formação política do povo católico e a preparação de boas lideranças sociais, que possam oferecer sua contribuição nos vários campos da ação social e política nas comunidades.
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Crisma na Vila Industrial
Padre Pedro Augusto
Na noite do domingo, 4, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, presidiu missa na Paróquia São Pedro Apóstolo, na Vila Industrial, na Região Episcopal Belém, durante a qual conferiu o sacramento da Crisma a adolescentes e jovens.
Carnaval 2017
Luciney Martins/O SÃO PAULO
O Cardeal Scherer recebeu na Cúria Metropolitana, na sexta-feira, 2, a diretoria da Escola de Samba Unidos de Vila Maria, que apresentou detalhes do desfile que realizará no carnaval de 2017 em homenagem a Nossa Senhora Aparecida, com o enredo “Aparecida, a Rainha do Brasil. 300 anos de amor e fé no coração do povo brasileiro”.
Tweets do Cardeal @DomOdiloScherer 4 - Senhor, dignai-vos receber na companhia dos santos os nossos irmãos e irmãs que morreram, cujos nomes estão escritos no livro da vida. 4 - Santa Teresa de Calcutá, ensina-nos a ser misericordiosos como Jesus foi... 30 – “Ouvi isto, povos todos, muita atenção, habitantes deste mundo, poderosos e humildes, ricos e pobres: Não podeis servir a Deus e ao dinheiro!” 30 - Sl 35,7 “Repousa no Senhor e espera nele! Não cobices a fortuna desonesta, nem invejes quem tem fama, mas oprime os pequeninos e os humildes.”
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Liturgia e Vida
Você Pergunta
24º DOMINGO DO TEMPO COMUM 11 de setembro de 2016
O que significa a sigla JHS?
O Senhor desistiu do mal Cônego Celso Pedro O povo de Deus se corrompeu, desviou-se do caminho, fez um bezerro de metal e o adorou. Os hebreus agiram como se tivessem sido libertados do Egito por força e graça de um ídolo de metal fundido. Deus, então, decidiu exterminá-los e criar um povo novo, da descendência de Moisés. Moisés, porém, intercedeu pelo povo, lembrando a Deus que foi ele quem tirou os hebreus do Egito com mão forte e prometeu a Abraão, Isaac e Jacó uma grande descendência. Fez uma aliança com o povo ao tirá-lo do Egito e bem antes prometeu, com juramento aos patriarcas Abraão, Isaac e Israel, descendência e terra. No versículo 12, que não se lê na Liturgia, Moisés argumenta dizendo que os egípcios poderiam afirmar que Deus enganou os hebreus e os tirou do Egito para matá-los nas montanhas. Em nossa história, temos algo semelhante em 1640, por ocasião da invasão holandesa, quando, num sermão, Padre Vieira dizia a Deus: “Antes da execução da sentença, repareis bem, Senhor, no que vos pode suceder depois, e que o consulteis com vosso coração, enquanto é tempo, porque melhor será arrepender-se agora do que quando o mal passado não tenha remédio”. Quando o povo não se emenda, é melhor para o povo que Deus se arrependa. “E o Senhor desistiu do mal que havia ameaçado
padre Cido Pereira
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fazer ao seu povo”. Jeremias e Jonas repetirão a mesma frase, mas como consequência do arrependimento. O povo se arrependeu e Deus também. “Arrependeu-se Deus do mal que disse fazer a eles” (Jn 3,10; Jr 26,13.19). No relato do Êxodo, há um pecado, um pecador, um intercessor e a misericórdia de Deus. Notem como Deus pede a Moisés que lhe permita punir o povo: “Deixa que minha cólera se inflame contra eles”. Por que Deus tem que pedir permissão a Moisés? Exatamente para que Moisés não permita que a cólera divina se inflame contra o povo. Será o próprio Moisés quem levará adiante a punição. Da parte de Deus, porém, o coração fala mais alto. Da parte do povo, não há aqui nada que manifeste um arrependimento, mas Deus perdoa porque quer perdoar. No entanto, se houver arrependimento, Deus se comove imediatamente e desiste da punição. Por que voltou o filho pródigo neste Evangelho da misericórdia que é o capítulo 15 de São Lucas? O pai o esperava de coração aberto, enquanto o filho ensaiava uma frase de efeito para recuperar os bens que tinha perdido. Por que voltou o filho pródigo? Voltou porque tinha fome! Paulo confessa a Timóteo: “Encontrei misericórdia para que em mim Cristo demonstrasse toda a grandeza do seu coração.” Diante de tal Deus, só nos resta também desistir do mal.
É a Maria Inês, que mora em Guarulhos (SP), que faz a pergunta. Ela quer saber o significado da sigla JHS. As siglas são muito frequentes na liturgia católica, na arte sacra de nossa querida Igreja, Maria Inês. Vamos conversar um pouco sobre isso. Deixe-me lembrar a você, minha irmã, que os primeiros cristãos usavam a figura de um peixe para se identificarem uns
aos outros como cristãos naqueles tempos de dura perseguição. E o que tem a ver o peixe com a sigla? Pois é! A palavra “peixe” em grego é Ictus. E Ictus são as iniciais da seguinte frase: “Jesus Cristo Filho de Deus Salvador” Viu que bonito? Por isso é que você vê de vez em quando um peixe como símbolo eucarístico. Outra sigla interessante é feita com as iniciais da frase que Pilatos mandou escrever sobre a cruz de Jesus: JCRJ. Jesus Cristo, rei dos judeus. Os
sacerdotes e doutores da lei reclamaram, mas Pilatos não quis saber e disse: “O que escrevi, escrevi!”. Agora vamos à sua pergunta. A sigla JHS que dizer “Jesus Hominum Salvator” – “Jesus, Salvador dos homens”. Linda, não é mesmo? Nós a colocamos nos panos sagrados, nos sacrários, como uma profissão de fé na presença de Jesus no sacramento da Eucaristia. Penso que respondi à sua pergunta, Maria Inês. Fique com Deus!
Atos da Cúria EREÇÃO CANÔNICA DE ORATÓRIO SEMIPÚBLICO Em 29 de agosto de 2016, atendendo ao pedido da Revma. Ir. Neusa de Fátima Mariano, MSCS, superiora-geral das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeu (Scalabrinianas), o Emmo. senhor Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, realizou a ereção canônica da Capela dedicada à Bem-Aventurada Assunta Marchetti, situada na Rua do Orfanato, nº 883, na Vila Prudente, São Paulo, como Oratório semipúblico.
NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO Em 1º de setembro de 2016, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia São Judas Tadeu, na Região Episcopal Belém, Setor Pastoral Tatuapé, o Revmo. Pe. Marcos Lúcio Bento de Souza, AA. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL Em 1º de setembro de 2016, foi nomeado e provisionado Vigário Paroquial “ad nutum episcopi” da Paróquia São Judas Tadeu, na Região Episcopal Belém, Setor Pastoral Tatuapé, o Revmo. Pe. José Aparecido Ignácio, AA.
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Espiritualidade Terremoto e sofrimento Dom Julio Endi Akamine
H
Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa
á alguns dias, acompanhamos com dor o sofrimento das vítimas do terremoto na Itália. Pela televisão, pelo rádio e pelos jornais, fomos, a todo o momento, informados sobre o número de vítimas fatais, sobre os desabrigados e, graças a Deus, também sobre o socorro prestado, a solidariedade prestada e as preces feitas em favor dos habitantes da região atingida pelo terremoto. Sem esquecer o sofrimento das pessoas, gostaria de refletir sobre esse fato a partir de uma perspectiva diferente da dos meios de comunicação. É evidente que nem tudo no universo é perfeito. A criação é palco de muitos desastres naturais, de cataclismos, de extinções de espécies. Tudo isso mostra que o universo não é uma calmaria de ordem acabada. É o que nós chamamos de mal físico. Em busca de uma resposta, vale a pena ler o parágrafo 310 do Catecismo da Igreja Católica. “Por que é que Deus não criou um mundo tão perfeito que nenhum mal pudesse existir nele? No seu poder infinito, Deus podia sempre ter criado um
mundo melhor. No entanto, na sua sabedoria e bondade infinitas, Deus quis livremente criar um mundo ‘em estado de caminho’ para a perfeição última. Esse devir implica, no desígnio de Deus, juntamente com o aparecimento de certos seres, o desaparecimento de outros; o mais perfeito, com o menos perfeito; as construções da natureza, com as suas destruições. Com o bem físico também existe, pois, o mal físico, enquanto a criação não tiver atingido a perfeição”. O mundo e o ser humano não saíram das mãos de Deus acabados; eles não são perfeitos, mas perfectíveis. Evidentemente, Deus poderia ter criado tudo já acabado, sem a necessidade de um processo de aperfeiçoamento e de mudança. Mas não o fez, e nós não temos como entrar nas intenções do Criador. É, porém, lícito a nós considerar que Deus quis a cooperação do homem na obra da criação. A criação é uma obra aberta que pode receber uma ulterior perfeição do homem. Aperfeiçoando e humanizando o que o circunda, o próprio homem se aperfeiçoa. O mundo, assim, é para o homem um desafio à sua criatividade. Uma vez que o mundo é limitado e perfectível, o homem pode exercer nele a sua inventividade e ação criadora. Assim, o progresso humano, no senso autêntico da palavra, não contradiz a providência divina. Pelo contrário, é suscitado, sustentado, assumido e plenificado por ela. O desígnio do Criador para a sua criação, manifestado já desde a origem do mundo, é a perfeição humana e
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Fé e Cidadania humanizante, na qual a humanidade colabora com o melhor de si e com todas as suas forças para a sua própria superação oferecida por Cristo no Espírito Santo. Esse concurso e essa participação comum do homem com Deus não são sinais de fraqueza e sim manifestações máxima da grandeza do Criador. A suma perfeição de Deus consiste exatamente em conceder à sua criatura a capacidade de colaborar com Ele. Por ser uma criatura inteligente e livre, o ser humano é capaz de ser um verdadeiro cooperador na obra criadora de Deus. Participando da ação criadora de Deus, o ser humano faz com que a natureza desenvolva as suas potencialidades e receba uma feição humana. No desígnio do Criador, sem a ação criadora do homem, a natureza nunca chegará à sua perfeição. Por isso, é errada a concepção que entende Deus como um freio ou um obstáculo à liberdade criadora do homem. É na resposta livre do homem ao convite de Deus que se revela o poder de Deus. Poder divino e poder humano não se opõem. Só se opõem quando o homem abusa da liberdade e escolhe contra o Criador. Cuidemos melhor da criação de Deus, procuremos, com a graça de Deus, fazer com que ela, junto com a humanidade, chegue à perfeição querida e realizada por Deus. Rezemos também pelas vítimas do terremoto na Itália. Que a justiça dos governantes, a oração dos cristãos e a solidariedade das pessoas aliviem o sofrimento das vítimas do terremoto.
Tragédia no coração da Itália Padre Alfredo José Gonçalves, CS Cerca de 300 mortos, mais de 220 retirados e salvos dos escombros, centenas de feridos e milhares de voluntários disponíveis a ajudar. Esses são os números registrados até agora pelo terremoto que atingiu o coração da Península Italiana, em uma região montanhosa que inclui as províncias de Rieti, Lazio e Pescara, na madrugada de 24 de agosto. Os tremores iniciais e mais fortes começaram exatamente às 3h36 e às 4h35. As operações de busca continuam sob as ruínas. Na verdade, toda a região constitui um lugar de pequenos povoados localizados entre as montanhas. Ali, porém, muitas pessoas se refugiam e aproveitam para passar as férias de verão, escapando do calor de agosto. Isso explica o número de mortos que, estando aí, moram em Roma e em outras localidades. Explica, também, o fato de que em um pequeno povoado a quantidade de vítimais fatais tenha superado o de moradores. As cidades e/ou vilarejos mais atingidos foram Amatrice, Accumoli, Pescara del Tronto, Norcia, Arquatra, entre outros, sendo que os três primeiros praticamente desapareceram do mapa. Sobraram apenas as pedras amontoadas, traves e ferros retorcidos, muito pó e os cadáveres! Embora o epicentro tenha ocorrido na Província de Rieti, deu para sentir os tremores na capital, Roma. Tremores estes que continuavam até 29 de agosto, já ultrapassando um milhar. Vale lembrar que o terremoto, embora forte, não foi de magnitude tão alta como outros registrados pelo mundo (6.2 pontos na escala Richter, na primeira noite). Mais do que a força do abalo sísmico, o que levou a um número tão elevado de vítimas e feridos – para um país desenvolvido – foi a vulnerabilidade das construções, algumas das quais remontam à Idade Média. A crítica generalizada dos especialistas é a de que o país, mesmo considerado um dos pontos sísmicos nevrálgicos, pois encontra-se entre as placas tectônicas da África e da Europa, não dispõe de uma estrutura adequada para enfrentar os terremotos. Desnecessário acrescentar que toda a Itália se mobilizou para o atendimento às famílias atingidas, incluindo o Estado, igrejas, entidades etc. Além do expressivo número de voluntários, prossegue uma campanha de arrecadação para cobrir os danos. Estiveram no local o presidente da República, Sergio Mattarella, o do Conselho de Ministros, Matteo Renzi, além dos presidentes do Senado e da Câmara. Em 28 de agosto, durante a bênção do Ângelus, o Papa Francisco prometeu que fará em breve uma visita aos locais da tragédia. As opiniões da seção “Fé e Cidadania” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editoriais do O SÃO PAULO.
Errata Diferentemente do publicado na página 19 da edição 3117, o Padre Hugo de Blacam é espiritano e não dominicano.
6 | Viver Bem |
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Comportamento
De igual para igual? Reflexões sobre a autoridade Simone Fuzaro Educar filhos é uma missão complicada, não é mesmo? Cuidar dos pequenos, da casa, trabalhar e manter o convívio social em dia parece uma tarefa impossível. Chegar em casa e organizar rotinas - banho, comida e lidar com os conflitos que são gerados nesses momentos - se torna, para muitos, um fardo bastante pesado. O que costuma pesar nessa hora é o descontentamento dos pequenos. Como é difícil lidar com conflitos, choros, berreiros e suportá-los heroicamente. Surge o medo de errar, de traumatizar e não ser querido pelos filhos. Quantas inseguranças rondam as mentes dos pais modernos! Alguns simplesmente se arrepiam de ter uma imagem autoritária diante dos pequenos, como eles próprios tiveram de seus pais. Essa tarefa ainda se torna mais difícil quando os pais experimentaram uma educação verdadeiramente autoritária, de um “mandonismo arbitrário”, sem sentido. Desses medos e experiências, surge uma geração de pais “amiguinhos” dos filhos, que evitam confrontos e acabam caindo num campo perigosíssimo: o de relacionar-se de igual para igual com eles. É mais moderno e tranquilo combinar e explicar tudo, evitar conflitos e reações
de raiva das crianças, evitar que façam aquilo que não desejam. Não podemos esquecer, porém, que na frustração e no conflito é que os filhos crescem, e ao abdicarmos do papel de autoridade diante deles, estamos nos omitindo daquilo que somente nós poderemos fazer por eles: transformá-los em sujeitos seguros, com boa autoestima e capacitados a ter afeto e desejar a autonomia. Mais do que isso, para cuidarmos bem de nossos pequenos, vamos, com certeza, promover os mais diversos sentimentos: alegria, prazer, desconforto, cansaço, frustração e até mesmo raiva. Sim, somos os causadores dos sentimentos bem-vindos e também daqueles que gostaríamos de evitar, porém, como os amamos e queremos o verdadeiro bem, não devemos evitá-los. No trato de iguais com os filhos, falta segurança e coragem de tomar decisões, de assumir riscos, pois errar faz parte do caminho. Não há problema em errar, o importante é perceber o erro e realinhar a rota. Precisamos distinguir com clareza a diferença entre pais mandões, autoritários, e pais que cuidam, que exercem o serviço da autoridade. Os primeiros decidem à sombra do bom ou mau humor o que deve ser feito, como deve ser feito, cri-
ticando, proibindo, obrigando, julgando e punindo sem um sentido que vá para além da vontade deles. Já os pais que realmente cuidam estabelecem limites e exigências em nome de uma lei clara: a da preservação e estimulação da vida com todos os seus predicados - saúde, felicidade, equilíbrio, lucidez. Pais que cuidam exercem a autoridade em benefício dos filhos simplesmente dizendo um não claro quando querem algo que não convém, seguram nos braços o que se põe em situação de risco, suportam o choro e reclamação sem culpa, dialogam com os pequenos sem muitas palavras, mas com muitas atitudes. O afeto se faz presente por meio do corpo, linguagem muito mais eficaz para as crianças. O limite e o afeto podem ser demonstrados até em silêncio. Para Ivan Capelatto, psicólogo infantil, “não assumir essa função é desrespeitar seus direitos de serem crianças. Combinar regrinhas com os filhos (pequenos) é fazê-los assumir responsabilidades para as quais não estão preparados”, por isso a importância de assumirmos nosso papel de pais com todo os ônus, bônus e responsabilidades que isso implica. De igual para igual? Jamais. Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é fonoaudióloga e educadora; Mantém o blog http://educandonacao.com.br
Cuidar da Saúde
Gripe e resfriado são a mesma coisa? Cássia Regina Não. Gripe e resfriado têm suas semelhanças, mas são doenças diferentes. Elas têm sintomas em comum, mas são causadas por vírus diferentes. Dentre as semelhanças estão: as infecções comuns, causadas por vírus, que provocam tosse, coriza, espirros, e são de fácil transmissão. A gripe é uma infecção mais forte do que o resfriado. Costuma durar menos tempo (de dois a cinco dias, enquanto o resfriado chega a até sete dias) e apresenta maior taxa de complicações, como problemas pulmonares e cardíacos. A gripe pode ser peri-
gosa em idosos, bebês e pessoas com imunidade baixa. O resfriado, por sua vez, raramente causa complicações. Duas principais diferenças são as formas de manifestação da febre e do estado geral do paciente. No resfriado, a febre, quando presente, costuma ser baixa e não compromete tanto o estado geral. A pessoa fica incomodada com os sintomas, mas não indisposta. Já na gripe, a febre sempre está presente e o estado geral fica comprometido com prostração, dor nas articulações e dor de cabeça. A tosse do resfriado é seca e a da gripe quase sempre com secreção. Ambas são altamente contagiosas.
Algumas dicas podem reduzir o risco de se contaminar: evitar contato com pessoas contaminadas, procurar não deixar os ambientes fechados (casa, ônibus em dia de chuva, sala de aula, local de trabalho), lavar as mãos frequentemente e vacinar-se anualmente contra gripe. Uma boa alimentação, que inclua ingestão de frutas, bastante água e repouso são fundamentais, principalmente na gripe. Percebeu as diferenças? Então, não confunda o resfriado com a gripe. Dra. Cássia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF) E-mail: dracassiaregina@gmail.com
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Fernando Geronazzo osaopaulo@uol.com.br
Papa abençoa monumento a Nossa Senhora Aparecida no Vaticano Os jardins do Vaticano agora contam com a presença da Padroeira do Brasil. No sábado, 3, o Papa Francisco abençoou um monumento em homenagem à Nossa Senhora Aparecida, por ocasião das comemorações dos 300 anos do encontro da imagem da Virgem Maria, no Rio Paraíba do Sul. Em suas breves palavras, o Santo Padre manifestou contentamento pela presença da imagem no Vaticano. “Em 2013, havia prometido retornar, no próximo ano, a Aparecida. Não sei se será possível. Mas, pelo menos, estou mais próximo dela aqui. Convido-os a rezar para que ela continue protegendo todo o Brasil, todo o povo brasileiro, neste momento triste. Que ela proteja os pobres, os descartados, os idosos abandonados,
Fotos: L’Ossevatore Romano
os meninos de rua. Que proteja os descartados que se encontram nas mãos dos exploradores de todo tipo. Que ela salve o seu povo, com a justiça social e o amor de seu Filho, Jesus Cristo”, disse. Francisco recordou que a imagem foi encontrada por pobres trabalhadores e desejou que hoje ela seja encontrada, de modo especial, por todos aqueles que precisam de trabalho, de educação e por aqueles que estão privados da dignidade. A pequena cerimônia contou com a participação de um grupo de 250 peregrinos brasileiros, acompanhados pelo arcebispo de Aparecida, Cardeal Raymundo Damasceno Assis, e alguns bispos. (Fontes das notícias: Rádio Vaticano e IHU)
Jubileu com voluntários
Misericórdia com a Casa Comum
“Estai sempre prontos para a solidariedade, fortes na proximidade, diligentes para despertar alegria e convincentes na consolação. O mundo precisa de sinais concretos de solidariedade, especialmente diante da tentação da indiferença”. Essas foram as palavras do Papa Francisco aos participantes do Jubileu dos Agentes de Misericórdia, que reuniu 24 mil voluntários, provenien-
Em sua mensagem para o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, celebrado na quinta-feira, dia 1º, o Papa Francisco propôs o cuidado com a Casa Comum como uma “nova obra de misericórdia” espiritual e corporal. “Como obra de misericórdia espiritual, o cuidado da Casa Comum requer ‘a grata contemplação do mundo’, que ‘nos permite descobrir qualquer ensinamento que Deus quer nos transmitir por meio de cada coisa’. Como obra de misericórdia corporal, o
tes de todas as partes do mundo, na praça São Pedro, no sábado, 3. Em seu discurso, o Pontífice ateve-se ao hino do amor que o apóstolo Paulo escreveu para a Comunidade de Corinto (Cor 13,1-13), definindo-o como uma das páginas mais belas e exigentes para o testemunho da nossa fé. Francisco reiterou, ainda, o convite a serem agentes de misericórdia diante da tentação da indiferença.
cuidado da Casa Comum requer aqueles ‘simples gestos cotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração, do egoísmo’ e se manifesta o amor ‘em todas as ações que procuram construir um mundo melhor’”, explicou o Pontífice, recordando sua Encíclica Laudato si’. Essa data foi instituída pelo Santo Padre em 2015, unindo assim a Igreja Católica a uma iniciativa que já era realizada pelas Igrejas Ortodoxas.
Novo organismo da Cúria para o desenvolvimento humano O Papa Francisco instituiu um novo organismo da Cúria Romana, na quarta-feira, 31. O Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, com estatuto próprio “ad experimentum”, começará suas atividades em 1º de janeiro de 2017 e vai englobar os atuais pontifícios conselhos Justiça e1Paz, “Cor AnuncioPaganini.pdf 18/04/2016
Unum”, Pastoral dos Migrantes e Itinerantes e Pastoral no Campo da Saúde. A partir desta data, esses quatro pontifícios conselhos cessarão suas atividades. Foi nomeado como prefeito do organismo o Cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, até agora presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz. 09:48:50
O novo dicastério tem competências, de modo particular, nas áreas relacionadas com as migrações, os necessitados, os enfermos e excluídos, os marginalizados e as vítimas dos conflitos armados e desastres naturais, os encarcerados, os desempregados e as vítimas de qualquer forma de escravidão e de tortura.
Francisco estabeleceu, ainda, que se ocupará diretamente do departamento dedicado aos migrantes e refugiados.
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Ao fim do jubileu com os voluntários, no sábado, 3, o Santo Padre conheceu o cão labrador “Leo”, que identificou a menina de 4 anos resgatada viva após 16 horas sob os escombros do terremoto que devastou Amatrice, na Itália.
8 | Reportagem |
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Manchetes sobre a canonização em alguns dos principais jornais do mundo The New York Times (EUA)
Madre Teresa: ‘Santa das sarjetas’ canonizada no Vaticano The Guardian (Reino Unido)
Opinião: Como minha relutância com Madre Teresa se tornou admiração Clarín (Argentina)
Diante de 100 mil fiéis, o Papa proclamou santa Madre Teresa de Calcutá Corriere della sera (Itália)
Madre Teresa, a irmã das periferias modelo do pontificado de Bergoglio La Repubblica (Itália)
Madre Teresa proclamada santa por Papa Francisco: ‘Sempre próxima aos pobres de Calcutá’ Le Monde (França)
Madre Teresa ou a canonização do altruísmo La Croix (França)
Madre Teresa, ‘uma santa para todos’ Der Spiegel (Alemanha)
Madre Teresa: Maior estrela pop da Igreja Católica agora é santa (Por Filipe Domingues)
Teresa de Calcutá, a santa que viveu para os pobres L’Osservatore Romano
Canonizada pelo Papa Francisco, no domingo, 4, Madre Teresa veio ao Brasil em 1979, mesmo ano em que recebeu o Nobel da Paz, e, em 1982, quando abriu uma casa no Rio de Janeiro Nayá Fernandes
No Vaticano, Roma nayafernandes@gmail.com
Os sáris de todas as cores usados pelas mulheres na praça São Pedro e aqueles brancos e azuis que compõem o hábito religioso da Congregação das Irmãs Missionárias da Caridade testemunharam ao mundo que a Índia estava presente naquela manhã do domingo, 4, no Vaticano, quando Madre Teresa de Calcutá foi canonizada pelo Papa Francisco e teve sua santidade reconhecida pela Igreja Católica. Mais de 120 mil pessoas de todo mundo vieram agradecer a Deus o exemplo de humildade e fé dessa mulher que dedicou a vida aos mais pobres dos pobres. Ela, que nasceu em 1910, na cidade de Skopje, hoje capital da Macedônia, foi batizada com o nome de Agnes Bojaxhiu e escolheu viver na Índia depois de ouvir, ainda jovem, os padres jesuítas que vinham à sua paróquia e falavam sobre a missão naquele país. Assim, após completar 18 anos, Agnes sentiu que queria dedicar sua vida ao Reino de Deus e ingressou na Congregação das Irmãs de Nossa Senhora de Loreto, indo em missão para a Índia em 1929. Após emitir os votos religiosos, escolheu como nome Teresa, devido à sua devoção à Santa Teresinha do Menino Jesus. Logo depois, Irmã Teresa foi enviada para Calcutá e recebeu a tarefa de se tornar professora em uma importante escola da cidade. A jovem consagrada, no entanto, sentia-se deslocada, pois seu desejo era estar com os pobres. Porém, por obediência aos superiores, permaneceu ali por 15 anos, tornando-se, inclusive, diretora do colégio. No dia 10 de setembro de 1946, Madre Teresa foi a outra cidade na Índia para um retiro espiritual e, a cada estação em que o trem parava, via uma multi-
dão de desesperados com fome, leprosos, crianças e pessoas com todo tipo de doenças que pediam esmola. Após os dias de retiro, Madre Teresa tomou uma decisão radical: deixar a Congregação. Tempos depois, revelou que naquela noite sentiu um chamado de Deus que a levou a tomar tal atitude. Contudo, somente em 1948, Madre Teresa conseguiu a licença concedida pelo Papa Pio XII para continuar vivendo como religiosa, mas fora do convento. A partir de então, Teresa estava sozinha e resolveu voltar para um bairro pobre de Calcutá. Começou ali a ajudar os pobres naquilo que fosse possível. Naquele momento, os sem
teto em Calcutá chegavam a 1 milhão de pessoas. Madre Teresa vivia numa cabana, não tinha comida suficiente e tomava banho quando era possível. Um dia, percebeu que não havia mais nada. Foi quando voltou à cabana, após uma jornada de trabalho, e um desconhecido entregou a ela uma sacola com 50 rupias [a moeda indiana]. Foi o início da obra. Em 1948, entrou a primeira irmã na ordem que ela fundaria e, em 1950, a Santa canonizada no Jubileu extraordinário da Misericórdia já tinha escrito as constituições da nova congregação, aprovada pelo Vaticano no mesmo ano.
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| Reportagem | 9 L’Osservatore Romano
As crianças, o mais belo dom de Deus
Na via da Conciliação, aquela que leva à praça São Pedro, antes do início da celebração, uma garotinha italiana solta a mão da mãe e corre para longe. “Onde você vai?”, grita a mãe. “Quero ver a Santa”, responde a garotinha. O amor de Madre Teresa pelos pequenos foi, desde o início, demonstrado com um grande cuidado e dedicação. Em 1954, ela fundou, em Calcutá, a primeira casa de acolhida para crianças, que abrigava aquelas abandonadas, prematuras e doentes. Em São Gregório al Celio [um dos setes montes sobre o qual se acredita que aconteceu a fundação de Roma], que está localizada em frente ao Circo Massimo, é possível ver esse amor pelas crianças logo ao entrar na casa. A sala pequena de recepção está repleta de cartazes com fotos de crianças atendidas pelas irmãs em diferentes países. Acima do móvel de madeira, um quadro feito por uma criança retrata Madre Teresa cercada pelos pequenos e, em outro mural, as “bem-aventuranças dos pais” têm mensagens do tipo “Bem -aventurados os pais que conseguem ter tempo para os filhos”. O complexo abriga a Igreja de São Gregório al Celio, o convento das irmãs e a casa de acolhida para homens. Antes disso, ali viviam os monges camaldolenses, que cederam o espaço para Madre Teresa. Eles queriam, na ocasião, reformar as casas e extinguir um galinheiro que ali existia. A Madre, porém, pediu que não destruíssem o galinheiro pois ali dormiriam as irmãs. O prédio melhor acabado, onde estavam os monges, ficou para acolhida dos pobres. A princípio, recebia homens e mulheres. No entanto, o espaço não era apropriado para isso e Madre Teresa informou essa dificuldade ao pontífice São João Paulo II, que cedeu para a Congregação um outro local para acolhida das mulheres, a casa Dono di Maria, no Vaticano.
‘Talvez não fale a língua deles, mas posso sorrir’
Sorrindo estavam as Missionárias da Caridade em São Gregório al Celio no momento em que a reportagem visitou a casa onde Santa Teresa de Calcutá vivia sempre que estava em Roma. Havia muita movimentação naquele sábado, 3, um dia antes da celebração de canonização. Com avental e sempre dispostas a servir, as irmãs mantinham a serenidade e uma alegria perceptíveis e estavam “muito agradecidas ao Senhor pela vida e testemunho da Madre que, para elas, foi e continua sendo uma mãe”, disseram. O quarto onde dormia Madre Teresa é aberto ao público e estão conservados ali os móveis, imagens e um hábito da religiosa. Logo em frente, há uma capela na qual se deve entrar sem sapatos e onde as pessoas rezam quando visitam o local. Irmã Isaac, que mora no Jardim Peri, em São Paulo (SP) lembrou ao O SÃO PAULO que a Santa, cuja festa será lembrada pela Igreja a cada dia 5 de setembro, foi “sempre desejosa de
nos educar na vida de entrega total a Deus e de caridade; sempre com gestos de amor e acolhida pessoal. Ela é minha mestra, mãe e modelo de vida das Missionárias da Caridade”. Espanhola, Irmã Isaac morava na Bahia e está em São Paulo há apenas dois meses. Ali, na zona Norte da capital paulista, vive numa comunidade com outras três irmãs que mantêm um pequeno abrigo para homens idosos, os sem família e os moradores em situação de rua. Gabriele Beltrami colaborou com as Missionárias da Caridade na Casa Dono de Maria, que fica na via do Santo Uffizio, enquanto ainda era seminarista. Ele contou à reportagem que a cada domingo, durante o ano de 1997, ele e outro colega, Daniele Mazza, prestavam serviço na casa que acolhe mulheres gestantes, mães com crianças e sem teto. “Naquele domingo, porém, soubemos que Madre Teresa estava em Roma, na via Casilina e corremos para tentar encontrá-la. Quando chegamos, o encontro do qual ela estava participando havia já acabado. Mesmo assim, tocamos a campainha e dissemos que queríamos muito vê-la. Recebemos uma reposta negativa, mas, ainda assim, resolvemos permanecer ali. Após alguns minutos, tocamos de novo a campainha e eis que quando a porta se abre, na nossa frente, estava Madre Teresa. Ficamos mudos de surpresa. Recebemos dela a famosa medalha milagrosa, que distribuía àqueles a quem encontrava e também a sua bênção. Nunca me esquecerei daquele domingo. Hoje, Madre Teresa foi declarada santa por toda a Igreja, mas para Daniele e para mim, há quase 20 anos, ela já o era.” Daniela Ferreira veio de Brasília (DF) para Roma com mais três pessoas, especialmente para a canonização. “No último ano, as palavras de Madre Teresa têm mudado minha vida e estou fazendo uma caminhada de humildade, na qual tenho aprendido muito com os ensinamentos dela”, disse. Um grupo de peregrinos da Arquidiocese de São Paulo também participou da canonização. “Estamos todos emocionados, felizes por sermos católicos e estarmos aqui em Roma”, publicou o Padre Antônio Aparecido Pereira, em seu perfil do Facebook, junto com várias fotos da cerimônia no Vaticano. Na homilia da missa de canonização, o Papa Francisco afirmou que “Madre Teresa, ao longo de toda a sua existência, foi uma dispensadora generosa da misericórdia divina, fazendo-se disponível a todos, por meio do acolhimento e da defesa da vida humana, dos nascituros e daqueles abandonados e descartados. Inclinouse sobre as pessoas indefesas, deixadas moribundas à beira da estrada, reconhecendo a dignidade que Deus lhes dera; fez ouvir a sua voz aos poderosos da terra, para que reconhecessem a sua culpa diante dos crimes – diante dos crimes! – da pobreza criada por eles mesmos”. O domingo, 4, foi também dia da conclusão do Jubileu dos Voluntários da Misericórdia e, após a celebração, o Papa ofereceu um almoço para 1.500 pobres e sem teto.
Multidão na praça São Pedro participa da celebração em que Madre Teresa é canonizada
Calcutá está em toda parte Vaticano apresenta Madre Teresa como modelo de misericórdia para todas as situações FILIPE DOMINGUES
Especial para O São Paulo
Madre Teresa estava sempre pronta para ser misericordiosa com os outros, porque conhecia suas próprias fraquezas. Assim foi apresentada a santa de Calcutá em coletiva de imprensa na sexta-feira, 2, no Vaticano. “Ela tinha consciência de sua necessidade da misericórdia, porque todos nós somos pobres diante de Deus”, afirmou o Padre Brian Kolodiejchuk, postulador da causa de canonização de Madre Teresa de Calcutá. Ele associou a história e o exemplo da Santa ao atual Jubileu extraordinário da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco. “Calcutá está em toda parte”, declarou o Sacerdote, também ele um Missionário da Caridade. “Ela falava muito dessa pobreza interior, da ‘Calcutá do coração’. Madre Teresa tinha um ensinamento bonito: ‘precisamos receber muita misericórdia para poder perdoar’”, acrescentou, usando uma metáfora com a cidade indiana, extremamente pobre, onde viveu a Madre. “Ela era muito consciente da pobreza humana, das nossas fraquezas e do amor de Deus pelos pecadores.” Por esse motivo, para o Padre Brian, que conheceu Santa Teresa de Calcutá e estudou sua vida por 17 anos, ela é uma santa para todos. Segundo o postulador, os gestos realizados por Madre Teresa eram simples, mas feitos com grande amor. “Ela foi capaz de compartilhar o seu amor por Jesus. Ela nos mostra que todos podemos fazer o mesmo”, comentou.
Também a atual superiora-geral das Missionárias da Caridade, Irmã Mary Prema Pierick, afirmou que, em toda a vida, Madre Teresa procurou aproximar os outros de Deus, o que faz dela uma santa. “Ela sempre nos conduziu a Jesus e a Nossa Senhora. Nunca a ela mesma”, disse. “Ela nunca aceitou nada somente para ela. Sempre compartilhou tudo.” A sucessora de Madre Teresa explicou, ainda, que a Santa não pretendia resolver todos os problemas do mundo, nem de Calcutá. Ela queria simplesmente “ajudar aqueles que sofriam”. “Todos fomos criados para amar e ser amados”, afirmou a Irmã. “Com isso, ela promoveu uma mudança de mentalidade entre as pessoas. Para que participemos e sejamos conscientes das nossas responsabilidades com os outros. A Madre convida a todos a serem o Bom Samaritano.” Na mesma conferência, esteve presente o casal Marcilio Haddad Andrino e Fernanda Nascimento Rocha. Marcilio recebeu uma cura reconhecida como milagre durante o processo de canonização de Madre Teresa. Ele contou que tinha vários abscessos no cérebro, sentia muita dor e estava prestes a morrer. Esperava uma cirurgia que seria bastante delicada. No período em que Marcilio esteve doente, uma amiga e um sacerdote, em ocasiões completamente diferentes, recomendaram a Fernanda que rezasse para a Madre por um milagre. O problema de saúde de Marcilio desapareceu sem explicação médica. No fim da coletiva, a jornalista italiana Tiziana Lupi perguntou a ele se chegou a se questionar “mas por que justo eu recebi um milagre de Madre Teresa?” Marcilio respondeu: “Não. Hoje fui eu, amanhã pode ser qualquer um. Deus é misericordioso com todos. Não me sinto especial.”
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Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com
Passado o impeachment... Beto Barata/PR
Manifestações
Em 31 de agosto, diante de deputados e senadores e dos presidentes das duas casas, Michel Temer toma posse da presidência da República
Em 31 de agosto, teve fim o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Pelo fim do governo da petista, votaram 61 senadores enquanto 20 votaram contra. O processo contou com uma novidade: o “fatiamento”, ou seja, a perda do mandato foi votado em separado da perda dos direitos políticos, o que garantiu a Dilma a possibilidade de assumir cargos públicos e até mesmo se candidatar a presidente em 2018. O fatiamento foi possível graças a uma interpretação manobrada da Constituição, ao que tudo indica, por alguns parlamentares do PMDB. Na votação, 42 senadores se posicionaram favoravelmente à inabilitação de Dilma para funções públicas e 36 contrariamente. Outros três se abstiveram. No mesmo dia, no Congresso Nacional, Michel Temer tomou posse como presidente da República e jurou cumprir a Constituição. O fim do longo processo de impeachment – nove meses, desde a admissibilidade do processo por Eduardo Cunha até o resultado final – não significa, contudo, tranquilidade política para os lados de Brasília (DF). O presidente Temer tem algumas questões pontuais com o que se preocupar: pedido de impeachment contra ele; processo de impugnação da chapa Dilma/Temer no Tribunal Superior Eleitoral, movido pelo PSDB; desdobramentos da operação Lava Jato; e a necessidade de aprovar medidas econômicas impopulares.
Lava Jato
Temer agora está protegido da Lava Jato. Como presidente, só pode responder a atos praticados no exercício do seu mandato. Mas além de Temer, muitas pessoas se preocupam com o próprio curso da operação e se questionam se esta continuará e até quando. Na opinião do cientista político Rafael Araújo, professor na PUC-SP e da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESP-SP), a Lava Jato tem um objetivo claro de inviabilizar o Partido dos Trabalhadores e o ex-presidente Lula. “Até atingir esse fim, ela continuará”. Além disso, o professor acredita que a
operação só se desenvolveu e atingiu diversas personalidades do mundo político e empresarial pois a ex-presidente Dilma lhe garantia autonomia, coisa que acredita não acontecer no governo do peemedebista. Já o cientista político Leandro Consentino, professor no Insper, acredita que por todas as conexões que há na Lava Jato, o ex-presidente Lula é um grande alvo, porém tem a visão de que a possível prisão do ex-mandatário não porá fim às investigações, mas poderá diminuir a “vontade de investigar” e caberá à opinião pública pressionar para que siga em frente. Além disso, Leandro afirma que deveria ser assim com todas as investigações e operações policiais, sempre com “o mesmo padrão e o mesmo rigor ético”. O cidadão brasileiro deve se acostumar, segundo ele, que investigações aconteçam sem prazo para acabar. Há várias ligações entre presos e delatores da Lava Jato e o ex-presidente Lula, que se tornou réu em julho, acusado de tentar obstruir as investigações da operação. O processo corre em Brasília e se baseia na delação do ex-senador Delcídio do Amaral.
Impugnação da chapa
A ação movida pelo PSDB alega que houve abusos de poderes econômico e político por parte da chapa vitoriosa e que Dilma e Temer receberam dinheiro de propina ligada a contratos da Petrobras, investigados pela operação Lava Jato. Os tucanos, apesar de agora fazerem parte da base governamental, não podem retirar o processo. Ou seja: se colocaram como fiadores do novo governo e na eventual cassação da chapa podem ter que novamente repactuar um novo governo de coalisão que administre o país até o fim de 2018. Leandro recorda que se a impugnação da chapa vier a partir de 2017, as eleições serão indiretas e um presidente virá da Câmara dos Deputados.
PT na oposição
Fato. O PT será oposição, afirmam ambos os professores. Não com a mesma característica dos anos 1990, nos governos Collor, Itamar e FHC, em que o Partido dos Trabalhadores levantava uma ban-
deira ética e moral que não possui mais. Porém, os professores acreditam que o partido poderá organizar uma frente de esquerda e ser uma oposição ao governo Temer, visando às eleições presidenciais de 2018 e o possível ressurgimento de Lula. Caso o cenário se complique para o ex-presidente, o PT terá duas saídas. Uma que passa pelas eleições municipais de 2016, e se chama Fernando Haddad. O prefeito de São Paulo é visto como um possível nome para fortalecer o partido, mas só se for reeleito nas eleições municipais em outubro – de acordo com pesquisa Ibope, Haddad amarga um quarto lugar nas pesquisas e um alto índice de rejeição. A outra é uma aliança com o PDT, o que representaria a renúncia de lançar um candidato próprio, e apoiar a candidatura de Ciro Gomes a presidente da República. Para os professores, essas projeções dependem dos desdobramentos da Lava Jato e da situação do ex-presidente Lula.
Lua de mel curta
Quanto ao comportamento do Congresso, Rafael e Leandro destacam que os parlamentares serão mais “amáveis” com Temer do que eram com sua antecessora, mas acreditam que a “lua de mel” entre o Executivo e o Legislativo terá prazo curto, pois as pautas do governo Temer tendem a ser impopulares como, por exemplo, a reforma da Previdência, reformas trabalhistas e a PEC que cria teto para gastos públicos. O professor Leandro destaca, por exemplo, que pautas como direitos trabalhistas terão que ser bem avaliadas. O Partido Solidariedade apoiou o impeachment e está na base do governo Temer, mas será que seu cacique político, o deputado Paulinho da Força, aceitará prejudicar seu capital político por um eventual apoio a projetos que mexam em direitos trabalhistas? Essa é uma questão que o professor Leandro acredita que surgirá e deixará claro que o apoio ao impeachment não é um apoio automático ao governo Temer e suas pautas, exigindo do presidente e de sua equipe um tato muito maior para as negociações do que tinha Dilma Rousseff.
Grupos contrários ao governo do presidente Michel Temer fizeram um protesto em São Paulo (SP) no domingo, 4. O ato correu pacífico por aproximadamente quatro horas. Depois que os organizadores declararam o protesto encerrado, a Polícia Militar dispersou os manifestantes com bombas de gás e jatos d´água, houve depredações e quebra-quebra por parte de alguns manifestantes. Essa foi a sétima manifestação contra o presidente em uma semana. Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), disse que 100 mil pessoas participaram do ato. A Polícia Militar não divulgou estimativa. No auge, a manifestação ocupou três quarteirões da avenida Paulista. Os protestos aconteceram em demais cidades e em capitais como Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e Curitiba (PR). Os manifestantes pediam “Diretas Já!” e carregavam faixas com o slogan “fora, Temer”. O grupo ironizou a fala do presidente no sábado, 3, em visita à China, de que os atos reuniam só 40 pessoas.
Recursos no STF
A defesa da ex-presidente Dilma já entrou no Supremo Tribunal Federal pedindo a anulação do impeachment e alegando inconstitucional dois artigos da lei 1.079 de 1950, a lei do impeachment. O entendimento da defesa é que a Constituição de 1988 não entende que seja crime a abertura de créditos suplementares, conforme previsto na lei de 1950. Já parlamentares de partidos da base aliada do governo Temer - Democratas, PSDB, PPS, PMDB e Solidariedade – assinaram um mandado de segurança pedindo que seja considerada ilegal a segunda votação realizada no Senado, quando os legisladores decidiram que, mesmo após o impeachment, Dilma poderá continuar exercendo função pública. Também querem que seja concedida uma decisão provisória para que Dilma não possa assumir nenhum cargo público até a decisão final do Supremo.
Operação Greenfield
A Justiça Federal determinou que os 40 investigados na operação Greenfield da Polícia Federal – que apura irregularidades em quatro dos maiores fundos de pensão do País – sejam afastados das instituições financeiras. Pela decisão, os supostos operadores do esquema não podem entrar nos prédios dos órgãos, conversar entre si, deixar o país nem manter qualquer atividade no mercado financeiro. Fontes: G1, EBC, Folha de SP
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Arquidiocese publica orientações para as eleições 2016 REDAÇÃO
osaopaulo@uol.com.br
O arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, enviou uma carta aos padres, religiosos e leigos da Arquidiocese com orientações para as eleições municipais de 2016. As orientações têm o objetivo de
“contribuir para o bom desempenho da campanha e para a formação política de eleitores e candidatos”. Na carta, o Cardeal destaca que o ensino social da Igreja oferece os elementos para a formação política dos católicos. “É desejável que essa formação seja permanente, voltada sobretudo à preparação de lideranças sociais que possam
CÚRIA METROPOLITANA DE SÃO PAULO São Paulo 04.09.2016 Aos Padres e Diáconos, Religiosos/as e Leigos/as da Arquidiocese de São Paulo Caríssimos/as: Mais uma vez, nos confrontamos com as eleições municipais, que são a ocasião para escolher bons vereadores e o prefeito do nosso município de São Paulo. Juntamente com os Bispos Auxiliares, desejo apresentar algumas diretrizes, que não são novas, mas são oportunas, quer para a orientação do povo, quer para as nossas posturas, enquanto ministros da Igreja. 1. Na linha do ensino social da Igreja, de longa data, o Papa Francisco encorajou os católicos a se envolverem na vida política e na escolha de bons representantes para governar e legislar. É um dever de todo cristão trabalhar para o bem comum. “Os leigos cristãos devem trabalhar na política” (cf. discurso na sala Paulo VI, 07.06.2013). Os padres, no exercício do seu ministério pastoral, devem ajudar o povo católico a ter o senso do bem comum e da boa participação política, que não se restringe apenas às campanhas eleitorais e nas eleições. O ensino social da Igreja oferece os elementos para a formação política do povo católico. É desejável que essa formação seja permanente, voltada sobretudo à preparação de lideranças sociais, que possam oferecer sua contribuição nos vários campos da ação social e política nas comunidades. 2. É sempre importante ter presente que a Igreja não é um partido político e sua ação pastoral e evan-
oferecer sua contribuição nos vários campos da ação social e política nas comunidades. Dom Odilo reitera, ainda, ser importante ter presente que a Igreja não é um partido político, e que as paróquias e comunidades eclesiais não devem se tornar “currais eleitorais” de um único candidato ou partido.
gelizadora não pode ser reduzida ao programa de uma militância partidária. E as paróquias e comunidades eclesiais não devem se tornar “currais eleitorais” de um único candidato ou partido. Portanto, é preciso manter aberto o campo para as diversas opções partidárias legítimas, que não se oponham aos princípios do Evangelho e da doutrina da Igreja. O povo católico é cidadão e tem a liberdade de fazer suas escolhas políticas. 3. Os sacerdotes evitem a sua própria identificação com um candidato ou partido, pelos inconvenientes que isso pode trazer para o seio da comunidade. O mundo da militância política é campo próprio de atuação do laicato, que deve ter suas iniciativas para o apoio a bons candidatos. Os sacerdotes procurem ajudar os leigos no necessário discernimento sobre os candidatos e os estimulem na sua organização para a ação política. 4. Os critérios para a escolha de bons candidatos são conhecidos: sejam pessoas idôneas, honestas, capazes de liderança e atuação política e identificados com as questões urgentes e importantes da vida do povo. E que não tenham posturas contrárias aos princípios da Igreja Católica. 5. Não é permitido fazer uso das celebrações litúrgicas, nem dos espaços sagrados, nem do púlpito para fazer campanha eleitoral. A própria lei eleitoral veta esses atos. É recomendado fazer reuniões para a reflexão, esclarecimento e discernimento eleitoral com as comunidades em outros espaços da paróquia (como salas ...), que não sejam os templos. 6. Candidatos podem ser convidados para o discernimento eleitoral, sobretudo os mais identificados com as comunidades e realidades locais. Nesse caso, cabe o protagonismo aos leigos, que podem se organizar em função do apoio a algum candidato. 7. É importante a vigilância para que haja “eleições
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Além do documento (leia a íntegra abaixo), Dom Odilo encaminhou aos padres uma carta com orientações sobre como agir durante o período de campanha eleitoral e a nota “Votar Bem”, ambas publicadas em 2012 e disponíveis no portal da Arquidiocese (www.arquisp.org.br/ eleicoes).
limpas” e que os candidatos tenham “ficha limpa”. Por isso, atenção a toda forma de “corrupção eleitoral” (Lei 9.840 contra a corrupção eleitoral). Também é preciso ter em conta a nova legislação sobre o financiamento dos partidos e das campanhas eleitorais (Lei 13.165, de 29.09.2015). 8. Nunca é demais esclarecer o povo sobre o verdadeiro papel dos Vereadores e do Prefeito num município. Povo esclarecido tem a possibilidade de votar conscientemente e de participar ativamente da vida política da Cidade. 9. Materiais úteis para o período político eleitoral, que podem ser usados e difundidos nas paróquias e comunidades: a. “Eleições Municipais 2016: Resgatar a dignidade da política”. Cartilha elaborada pelo Centro de Fé e Política Dom Helder Câmara, da CNBB. b. “A Igreja e as Eleições 2016. O Cidadão consciente participa da política”. Cartilha elaborada pelo Regional Sul 2 da CNBB. c. “Mensagem da CNBB para as eleições 2016” – da Assembleia Geral da CNBB, 13.04.2016. d. Orientações oferecidas pela Arquidiocese de São Paulo para as eleições municipais de 2012 (ver Portal da Arquidiocese: www.arquisp.org.br/eleicoes). Com estas orientações, que confio sobretudo aos padres que atuam nas paróquias da Arquidiocese de São Paulo, faço votos de bom fruto para seus trabalhos pastorais. Deus os ilumine, assista e conforte! São Paulo Apóstolo interceda por nós e por esta Metrópole junto a Deus. Cardeal Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo
A cerimônia de entrega da segunda edição da Medalha São Paulo Apóstolo aconteceu na quinta-feira, dia 1º, no auditório do Mosteiro São Bento. Instituída em 2015, a Medalha tem o objetivo de valorizar, estimular e dinamizar a vida eclesial e pastoral na Igreja de São Paulo. Na foto com o Cardeal Scherer, arcebispo metropolitano, e os bispos auxiliares de São Paulo Dom Eduardo Vieira dos Santos, Dom Devair Araújo da Fonseca, Dom Sergio de Deus Borges, Dom Carlos Lema Garcia, Dom Julio Endi Akamine e Dom Luis Carlos Dias estão os contemplados ou seus representantes: Ana Maria Alexandre, Luiz Carlos Pietro Alexandre, Irmã Carmen De Ciccio, Cônego Celso Pedro da Silva, Padre João Inácio Mildner, Padre Paolo Parise, Irmã Maria Marlene de Sousa, Irmã Cacilda da Silva (representando o Padre Gianpietro Carraro), Iracema da Silva (representando Olga Zanela), Padre Adriano Zandoná (TV Canção Nova), Edilson Venturelli (Orquestra Sinfônica Heliópolis) e Irmã Judith Elisa Lupo (Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto).
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Daniel Gomes, Edcarlos Bispo e Fernando Geronazzo osaopaulo@uol.com.br
Unidos pelo esporte para superar as limitações e celebrar as diferenças
O Rio de Janeiro acolhe até o dia 18, a 15ª edição dos Jogos Paralímpicos, que, assim como a Olimpíada, acontece pela primeira vez na América do Sul. Ao longo de 11 dias, 4.350 atletas, de 160 países, estarão em ação não só em busca de medalhas, mas do reconhecimento mundial de sua condição humana. Curiosamente, o evento que celebra a paz entre os povos e a superação das limitações físicas tem sua origem diretamente ligada à Segunda Guerra Mundial. Tão logo o conflito eclodiu, em 1939, o governo britânico decidiu se preparar para uma quantidade maior de soldados que retornariam das batalhas com ferimentos graves. Foi então organizada em Stoke Mandeville, na Inglaterra, uma ala hospitalar especializada em lesões de medula, que a partir de 1944 passou a ser dirigida pelo judeu alemão Ludwig Guttman, que se mudou para a Grã-Bretanha cinco anos antes, após ter seu trabalho limitado pelo regime nazista. Guttman, além das tradicionais técnicas de Fisioterapia, passou a usar objetos esportivos, como bolas, para aprimorar as condições de saúde e autoestima dos
pacientes e também desenvolveu novos modelos de cadeiras de rodas. Por ocasião da Olimpíada de Londres 1948, o médico foi convidado a organizar competições demonstrativas de arco e flecha e basquete em cadeira de rodas com seus pacientes, e assim surgiram os primeiros Jogos de Stoke Mandeville, que se repetiriam nos anos seguintes, tendo a participação de pessoas com deficiência de outros países a partir de 1952. Em 1960, com o aumento do número de atletas e países, os Jogos de Stoke Mandeville se tornaram a Olimpíada dos Portadores de Deficiência (hoje chamada de Paralímpiada), sendo disputada naquele ano em Roma, seis dias após o término dos Jogos Olímpicos. Participaram 400 atletas, de 23 países, e alguns deles foram recebidos em audiência privada no Vaticano pelo pontífice São João XXIII. Desde a Paralimpíada de Toronto 1976, os atletas amputados ou com comprometimento visual também participam dos Jogos, que acontecem na mesma cidade-sede da olimpíada, de modo ininterrupto, desde Seul 1988, com algumas semanas de intervalo entre os megaeventos para adaptar as estruturas de competições e os alojamentos dos atletas. A cada edição, os Jogos Paralímpicos
crescem em número de participantes e têm maior atenção global. Em Londres 2012, por exemplo, o site oficial dos Jogos registrou mais de 25 milhões de acessos durante a Paralimpíada, e após o megaevento, conforme uma pesquisa dos organizadores daquela edição, um em cada três adultos britânicos mudou sua atitude em relação às pessoas com deficiência. “Os Jogos Paralímpicos têm um histórico de possibilitar mudanças globais
com relação às pessoas com deficiência, e, agora, são reconhecidamente o evento esportivo número um em capacidade de gerar mudanças sociais e inclusão. A oportunidade que temos aqui de fazer o Rio, o Brasil, a América Latina e o mundo um lugar mais igualitário não aparece frequentemente e, por isso, devemos agarrá-la”, afirmou, em coletiva de imprensa, em agosto, Philip Craven, presidente do Comitê Paralímpico Internacional. (DG) (Com informações dos sites CPB, IPC e Brasil 2016) International Paralympic Committee
Cerimônia de abertura da primeira edição dos Jogos Paralímpicos em Roma, no ano de 1960
Tecnologia a serviço da superação Em agosto, o site do governo federal (www.brasil.gov.br) noticiava que o Instituto Nacional de Tecnologia (INT) desenvolveu bancos espaciais para a atleta Roseane Ferreira dos Santos, a Rosinha, que participará dos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Ela atua no arremesso de peso e ganhou a etapa brasileira do Circuito Mundial de Atletismo Paralímpico, último evento-teste dos Jogos Rio 2016. Os bancos desenvolvidos pelo INT foram feitos sob medida para a atleta a partir de imagens tridimensionais captadas por sensores durante os movimentos de arremesso de peso ou lançamento de disco.
A pesquisadora Carla Patrícia, do Laboratório de Ergonomia (Laber) do INT, enfatizou a importância de o equipamento atender às necessidades específicas do esportista. Para cada atleta, um banco diferente, adaptado. Em 2012, por exemplo, o time britânico de basquete em cadeiras de rodas contou com um equipamento que tinha 1kg a menos que o anterior. Isso ainda foi combinado com o assento customizado pela fabricante de automóveis BMW, e assim a cadeira ficou 2kg mais leve. O resultado foi, além de mais agilidade, um retorno mais rápido à posição da
cadeira quando esta tomba em quadra. O site de esporte do jornal O Estado de S.Paulo, em matéria sobre tecnologia nos esportes paralímpicos, destaca o uso de próteses que podem ser utilizadas em qualquer modalidade que se encaixa na categoria “ALA” (de amputados e outros) dos esportes paralímpicos, como, por exemplo, atletismo, ciclismo, hipismo, levantamento de peso, vela, tiro, entre outros. A exceção fica por parte da natação, que não permite o uso de próteses. A prótese “imita” a ação do tornozelo durante uma corrida, ao se comprimir contra o chão e armazenar energia ciné-
tica, liberada pelo atleta no momento da descompressão da lâmina. Hoje, os pés de fibra de carbono podem ser utilizados até mesmo no cotidiano, com um desenho menos “agressivo” do que o dos atletas. Para os esportistas amputados acima do joelho, existe uma forma de manter o movimento natural das pernas por meio de joelhos mecânicos, melhorando ainda mais o desempenho de atletas do salto em distância, por exemplo, em que a flexibilidade e a boa impulsão dos joelhos são fundamentais. (EB) (Com informações dos sites Brasil.gov.br, Terra e o Estado de S.Paulo)
Torcemos por vocês! Em 11 participações em Jogos Paralímpicos de Verão, o Brasil já conquistou 230 medalhas. A seuir, O SÃO PAULO apresenta uma projeção das performances do Brasil para esta edição.
Atletismo
O Brasil será representado por 61 atletas, com destaques para Alan Fonteles, medalhista de ouro em Londres 2012 nos 200m em Londres T43 (amputados); Shirlene Coelho, ouro no lançamento de dardo F37 (paralisados cerebrais) no Mundial de 2015 e nos Jogos de 2012; e Terezinha Guilhermina, dona de seis medalhas paralímpicas e 12 em mundiais na classe T11 (deficientes visuais).
Bocha
Entre os dez brasileiros na disputa, o destaque é Dirceu José Pinto, que tem quatro ouros em paralimpíadas na classe BC4 (pessoa com deficiência que compete sem precisar de auxílio).
Canoagem
Luis Carlos Cardoso, tricampeão mundial na prova de canoa na classe KL1 (atletas que só movimentam os braços), é o principal nome do país.
Ciclismo
A inédita medalha paralímpica para o país pode vir com Lauro Chaman, que alcançou três ouros no Parapan de Toron-
to 2015 na classe C5 (competidores com deficiência físico-motora e amputados que competem com bicicletas sem adaptação).
Hipismo
Esgrima em cadeira de rodas
Judô
Halterofilismo
Natação
Entre os oito brasileiros, o destaque é Jovane Guissone, ouro na disputa de espada B (atletas com menor mobilidade no tronco e equilíbrio) em Londres 2012. Cinco atletas tentarão uma inédita medalha para o país. O mais cotado para este feito é Bruno Carra, que conquistou medalhas de prata nos parapans de 2011 e 2015.
Marcos Fernandes Alves, que é tetraplégico, tentará ao menos repetir os dois bronzes que conquistou em Pequim 2008. Com quatro ouros e um bronze em paralimpíadas na classe B1 (cego total), Antonio Tenório se destaca entre os 12 judocas brasileiros. Os principais nomes do país nos Jogos Rio 2016 são Daniel Dias, maior medalhista do Brasil em paralimpíadas, com 15 pódios; André Brasil, que acumula dez pódios na história dos Jogos; e o veterano Clodoaldo
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O menino que aprendeu a nadar Quando o paulistano Mário Pereira Kroiss Filho nasceu, em 1976, foi diagnosticado com sequela de mielomeningocele, uma má-formação congênita da coluna vertebral. Os médicos fizeram um prognóstico bastante pessimista a seu respeito, dando pouquíssima probabilidade de que pudesse andar. Com o tratamento e depois de várias intervenções cirúrgicas ortopédicas, Mário conseguia andar com certa dificuldade. Mas ele atribui ao esporte o fator principal para que hoje possa se locomover sem a ajuda de nenhum aparelho ou muletas. “Já por volta dos meus 4 anos, quando eu via as demais crianças jogando futebol na rua, eu tirava minhas botas ortopédicas e corria para jogar com elas. Eu sabia que tinha uma deficiência, mas isso não me impactava”, conta. Com 18 anos, no período em que morou em Maceió (AL), ao visitar a Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas, Mário descobriu a piscina e começou a treinar natação. “No mesmo ano, eu participei de um campeonato brasileiro em São Paulo e ganhei a medalha de bronze”. Isso o animou a continuar no esporte, chegando a fazer até travessias no mar. Treinando como amador, Mário chegou aos Jogos Parapan-americanos da Cidade do México, em 1999, onde conquistou duas medalhas de prata e três de bronze. Nos anos seguintes, interrompeu os treinos para se dedicar aos estudos, retomando em 2004, na busca de uma vaga para o Parapan do Rio 2007, porém, não conseguiu. “Eu sempre fui amador e como a maioria dos atletas com os quais eu nadava já era profissional, a concorrência era grande”, relata. Hoje, aos 40 anos, Mário é securitário e está retomando a prática da natação por uma questão de saúde, mas garante que se tivesse oportunidade, dedicaria sua vida ao esporte. “A natação me ajudou muito fisicamente. Quando treinava, eu conseguia fazer muito mais coisas do que faço hoje, como subir escadas mais rápido, carregar mais peso. O esporte realmente tem esse papel importante não somente na recuperação, mas no desenvolvimento físico. É uma grande ferramenta da inclusão”, conclui. (FG)
Silva, que por 13 vezes conquistou medalhas paralímpicas.
Remo
O destaque é Josiane Lima, bronze em Pequim 2008 no single skiff classe TA (atletas que utilizam um barco com assento fixo remam com movimentação do tronco e dos braços).
Tênis de mesa
Aloisio de Lima, cadeirante, ouro no Parapan de Toronto 2015 e bronze por equipes no Mundial de 2014, é o principal nome entre os 17 brasileiros na modalidade.
Tênis em cadeira de rodas
Os destaques são Carlos Alberto dos San-
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Brasil que estar entre os 5 melhores do mundo Comitê Paralímpico Brasileiro/MPIX
Com a maior delegação brasileira na história de uma paralimpíada, 286 atletas (184 homens e 102 mulheres), o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) tem como meta que o país esteja entre os cinco primeiros colocados nos Jogos Rio 2016. Tendo por base a classificação final dos países em Londres 2012, o Brasil precisará conquistar pouco mais de 30 medalhas de ouro (na última Paralimpíada, a Austrália, 5ª colocada, esteve no lugar mais alto do pódio por 32 vezes). A missão não é fácil, pois serão necessários ao menos dez ouros a mais que os 21 alcançados há quatro anos, quando o país, com 43 pódios, terminou em 7º lugar no ranking de medalhistas. “Analisando nossa performance em Jogos Paralímpicos, já somos considerados uma potência. Saímos da 24ª colocação em Sydney 2000, com seis ouros, para a 7ª em Londres 2012, com 21 ouros. Assim, trabalhamos firmes com o objetivo do 5º lugar no nosso horizonte, levando-se em conta o quadro de medalhas de Pequim 2008 e Londres 2012”, disse, ao O SÃO PAULO, Andrew Parsons, presidente do CPB, destacando, ainda, que para alcançar a meta, bons desempenhos na natação e no atletismo serão fundamentais. “As duas modalidades foram as que mais deram medalhas ao país em Paralimpíadas – atletismo (109) e natação (83). Outro fato que contribui para confiarmos em mais pódios nessas modalidades é o número de atletas em
Daniel Dias, recordista brasileiro de medalhas
cada seleção, sendo 61 no atletismo e 34 na natação”, afirmou. Nessas duas modalidades, o Brasil terá suas principais estrelas paralímpicas em ação: na natação, Daniel Dias (atual campeão mundial em sete categorias e dono de 15 medalhas em paralimpíadas), Clodoaldo Silva (detentor de 13 medalhas paralímpicas) e André Brasil (dez pódios na história dos Jogos); e no atletismo Alan Fonteles (recordista mundial dos 100m e 200m T43 - amputados - e medalhista de ouro nos 200m em Londres 2012), Shirlene Coelho (ouro no lançamento de dardo F37 - paralisados cerebrais - no Mundial de 2015 e nos Jogos de 2012) e Terezinha Guilhermina (dona de seis medalhas em paralimpíadas e 12 em mundiais na classe T11 - deficientes visuais). Neste ciclo olímpico, o CPB recebeu um total de R$ 400 milhões de investimentos do governo federal. Dos 286 atletas brasileiros que participarão da Paralimpíada, mais de 90% recebem recursos do programa Bolsa Atleta, do Ministério do Esporte. Nesta fase final de preparação para os Jogos, os atletas puderam dispor das estruturas do Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, inaugurado em São Paulo em maio deste ano. Considerado o principal legado esportivo da Paralimpíada, o espaço foi construído com verbas do Ministério do Esporte (R$ 187 milhões) e do Governo do Estado de São Paulo (R$ 115 milhões) (DG) (Com informações do CPB e Ministério do Esporte)
Os representantes de 45,6 milhões de brasileiros “As condições para as pessoas com deficiência no Brasil estão melhorando, mas ainda há uma série de coisas, pois nem todos conseguem andar pelas ruas ou são bem-vistos pela população, então, há muito a ser melhorado”. A declaração do campeão paralímpico de atletismo em Londres 2012, Alan Fonteles, 24, feita ao O SÃO PAULO em 2014, sintetiza um pouco das dificuldades enfrentadas diariamente pelas pessoas com deficiência no Brasil. Segundo dados do Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 45,6 milhões de pessoas no país têm algum tipo de deficiência física visual, auditiva, motora, mental ou intelectual permanente,
tos, que conquistou pratas no Parapan de Toronto 2015 (nas duplas) e no Mundial deste ano (por equipes), e Natália Mayara, ouro no individual e por equipes no Parapan de Toronto.
Tiro com arco
Jane Karla é a principal aposta de medalhas, após ter conquistado ouro no Parapan do ano passado na classe ARW2 (atletas com paraplegia e mobilidade articular limitada nos membros inferiores, sempre usam cadeira de rodas).
Tiro esportivo
Entre os quatro brasileiros nos Jogos, o destaque é Geraldo Von Rosenthal, líder
com severidade total, significativa ou parcial. À época da divulgação dos dados, esse número representava 23,9% da população de 190,7 milhões de brasileiros. Hoje, a população do país está estimada em 204 milhões de habitantes. Mesmo para quem teve a chance de se tornar atleta paralímpico, o cenário é de dificuldades. Medalhista de prata nos parapans de 2011 e 2015, Bruno Carra, 27, que participará das competições de halterofilismo nos Jogos Rio 2016, apenas este ano conseguiu patrocínio do governo federal. Antes, a rotina de treinos precisava se encaixar aos estudos e a outro trabalho. “Eu espero que após os Jogos Rio 2016, o esporte paralímpico tenha mais visibilidade. Se o pessoal acompanhar os Jogos
do ranking mundial na prova P5 (Pistola de Ar 10m Standard-Misto-SH - que não precisam de suporte para a arma).
Triatlo
O Brasil será representado por Ana Raquel Lins, sem histórico de conquistas internacionais, e por Fernando Aranha Nascimento, medalhista de prata na Copa do Mundo deste ano na classe PT1 (cadeirantes)
Vela
No Rio de Janeiro, seis atletas tentarão uma inédita medalha olímpica para o Brasil, um deles Bruno Landgraf, que até 2006, antes de um acidente de carro, era goleiro do São Paulo Futebol Clube.
Paralímpicos, ver a superação de cada um, ver o que a gente pode fazer sendo deficiente, eu tenho certeza de que a visão da sociedade sobre as pessoas com deficiência vai melhorar”, afirmou. Também para Antonio Tenório, 45, deficiente visual e cinco vezes medalhista paralímpico de judô, embora o reconhecimento da sociedade com os atletas paralímpicos tenha melhorado, ainda faltam apoios. “A gente vem cada vez mais percebendo essa transformação, mas ainda há várias ações que podem ser aprimoradas, principalmente a busca de patrocínio privado para o movimento paralímpico”, disse em entrevista ao semanário arquidiocesano em 2014. (DG) (Com informações do IBGE e CPB)
Esportes coletivos
Tricampeão paralímpico, o Brasil é favorito ao ouro no futebol de 5 (para atletas cegos). No futebol de 7 (jogado por atletas com paralisia cerebral), o país busca um inédito ouro. No basquete em cadeira de rodas, o Brasil ainda não tem medalhas, mas há boas chances com a seleção feminina, bronze no Parapan de 2015. No goalball, os brasileiros são favoritos ao ouro com a seleção masculina, atual campeã mundial e prata em Londres 2012. No rugby em cadeira de rodas, que estreia nos Jogos, o Brasil não é cotado ao pódio. No vôlei sentado, a inédita medalha pode vir com a seleção masculina, atual tricampeã parapan-americana e vice-campeã mundial.
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Cristina Gangemi
Paralimpíada é oportunidade para celebrar a vida humana Arquivo pessoal
FILIPE DOMINGUES
Especial para O SÃO PAULO
Consultora para pessoas com deficiência da Conferência dos Bispos da Inglaterra e do País de Gales, Cristina Gangemi é uma teóloga britânica que trabalha nesse campo há 25 anos. Atualmente, é codiretora do Kairos Forum (thekairosforum.com), que conforme o descritivo da iniciativa reúne “especialistas na área de deficiência intelectual e cognitiva, com um foco particular na espiritualidade. Eles ajudam dioceses, paróquias e escolas a encontrar soluções para pessoas com deficiência na formação religiosa, na vida espiritual e no acesso aos sacramentos. No contexto dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro, O SÃO PAULO conversou com ela sobre o que o esporte pode fazer pela humanidade e como a Igreja aproveita esse momento. “Se você olhar para a comunidade eucarística, não há ‘nós e eles’, só existe ‘nós’”, afirma, acrescentando que na doutrina católica cada vida humana é um dom.
O SÃO PAULO – Poderia nos explicar seu trabalho em Teologia da Deficiência? Cristina Gangemi - Sou uma teóloga prática em Teologia da Deficiência. Trata-se do estudo de Deus, mas com as lentes de uma pessoa com deficiência e suas famílias. É olhar para o Evangelho explorando o que significa ser humano e qual foi a abordagem de Jesus, a Cristologia, para pessoas com deficiência. É reconhecer que a pessoa é como Deus queria que fosse desde o momento de sua concepção. Passamos de uma Teologia focada no sofrimento a uma Teologia que reconhece que toda vida é um dom e que enxerga na diversidade a riqueza da Igreja. Para que tipo de problema as pessoas com deficiência precisam de sua ajuda? Há todos os tipos de situações: pessoas querendo se casar; alguém com deficiência que deve receber a comunhão e catequistas que não sabem o que fazer; uma criança que deveria receber um sacramento e o sacerdote diz não... Todas essas questões práticas me fizeram voltar para a Teologia, para o Direito Canônico, para tudo o que a Igreja ensina sobre a vida, e desenvolver com outros colegas respostas para as dificuldades. A Teologia Católica é a teologia da vida humana, não importa a forma do corpo. O Kairos Forum foi uma tentativa de
criar uma organização autofinanciada que tem a missão de escrever soluções, gerar programas de Primeira Comunhão, trabalhar com paróquias, ajudar escolas a pensar sobre o que elas devem fazer para garantir que a comunidade reflita o Evangelho, reconhecendo que, a partir do momento da concepção, todos os corpos fazem parte da Igreja. A Igreja é um lugar acolhedor para as pessoas com deficiência? A Igreja é um lugar para que todos os corpos encontrem seu espaço. É um lugar para todos. O Papa Francisco diz: “ou todos ou ninguém”. Todo mundo tem um lugar no corpo de Cristo. O Direito Canônico é muito claro: cada e toda pessoa, de acordo com sua própria condição e função, deve fazer parte (Cânon 208). A Igreja não tem escolha entre acolher ou não. As pessoas com deficiência, especialmente com deficiência intelectual, têm estado ausentes, mas agora estão se tornando parte do que significa ser Igreja. Porém, às vezes, existe uma linguagem que usa “eles e nós”. Se você olhar para a comunidade eucarística, não há “eles e nós”, só existe “nós”, uma comunidade de pertencimento. Como as Olimpíadas e as Paralimpíadas podem promover mudanças positivas? Com a linguagem do corpo. Quan-
do você olha para o esporte, há uma linguagem entre pessoas de todo o mundo. Cada pessoa é única como atleta, faz o melhor que seu corpo pode fazer. Há também uma comunidade construída em torno dos Jogos. E quero mencionar também os Jogos Olímpicos Especiais, porque isso fica esquecido. Para as pessoas que são deficientes intelectuais, os Jogos fornecem uma forma de viverem e comunicarem por meio de seu corpo, celebrando seus papéis como atletas. A senhora identificou essa mensagem na cerimônia de abertura da Olimpíada do Rio? Sim, eles disseram: “Nós os acolhemos, pois vocês nos enriquecem em nossa unidade na diversidade”. Os valores que nos unem são mais fortes do que o que nos divide. Os valores do esporte realmente ecoam a Teologia da Deficiência, reconhecem a singularidade de cada pessoa. Quando você assiste à Paralimpíada, o corpo que é diferente se torna normal. Eles não são super-humanos, eles são atletas. Torna-se normal ver um corpo que é belo na sua diversidade. O que a Igreja pode fazer nesse contexto? Há uma paróquia preparada perto da Vila Olímpica para receber atletas... Isso é fabuloso, mas só se for um lugar onde todo mundo é bem-vin-
do. Caso contrário, você vai construir uma barreira, um lugar segregado. Toda igreja deve ser capaz de acolher cada pessoa, que é única. Quando as pessoas não podiam chegar até Jesus, ele dizia “deixe-os vir a mim”, porque o reino de Deus é para todos. Uma coisa que o Brasil poderia fazer, que seria um legado incrível como Igreja, é dizer que “todos os corpos são bemvindos” e se envolver em programas de Catequese e capelania para pessoas com deficiência. A Paralimpíada celebra o corpo e não há nada mais católico do que isso. Então a Igreja pode construir algo permanente? Com certeza. Durante a Paralimpíada de Londres, fizemos uma conferência chamada “Cada Corpo tem um lugar”. Nós exploramos o valor do esporte e como ele fornece uma linguagem do corpo. Se este foi o corpo que Deus me deu, como posso celebrar a forma como Deus sussurra aos outros através de mim? A Paralimpíada fornece uma nova história. E a Igreja tem a oportunidade, especialmente no Brasil, de professar a vida, de celebrar a pessoa humana. O Brasil é um país pobre, e muitas pessoas com deficiência vivem na pobreza. Como podemos resolver isso? A pobreza entre as pessoas com deficiência é um fato comum. Se você olhar para a comunidade de pessoas com deficiência em todo o mundo, elas estão entre os mais pobres, porque a sociedade não tem grandes expectativas para elas. Quando nascem, as pessoas dizem “isso é uma vergonha terrível”. Então, isso flui para o mundo do trabalho. Porém, está mudando lentamente. Alguns países têm legislação em vigor. Um dia, eu disse a um colega meu que tinha paralisia cerebral: “As expectativas sobre as crianças são grandes demais! Elas não podem corresponder”. E ele respondeu: “Pelo menos se você nasce com um corpo típico, você tem expectativas. Quando eu nasci, todas as expectativas foram removidas”. Se você tirar barreiras que são físicas e intelectuais, você habilita a pessoa. A deficiência se desfaz. A Doutrina Social da Igreja diz que a remoção de barreiras de pobreza é importante para todos. No corpo de Cristo, todo mundo, todo corpo, é amado e valorizado. Este é um momento muito empolgante, e o Brasil tem uma participação real nisso.
As opiniões expressas na seção “Com a Palavra” são de responsabilidade do entrevistado e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editoriais do jornal O SÃO PAULO.
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| Pelo Brasil | 15
Destaques das Agências Nacionais
Vitor Alves Loscalzo osaopaulo@uol.com.br
PUC-SP oferece curso de extensão em Ensino Religioso A Faculdade de Teologia da PUC-SP, em parceria com o Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade da Arquidiocese de São Paulo, oferece um curso de extensão em Ensino Religioso, a partir de uma perspectiva interdisciplinar, visando auxiliar os professores dessa disciplina a aprofundar e responder aos desafios contemporâneos por meio de um diálogo constante entre fé e razão. A primeira aula aconteceu no dia 2, no campus Ipiranga da PUC-SP, com a presença de mais de 30 alunos. Também estiveram Dom Carlos Lema Garcia, bispo auxiliar de São Paulo e vigário episcopal para a Educação e a Universidade, o professor Dr. Denilson Geraldo, coordenador do curso, Padre Valeriano Santos Costa, diretor da Faculdade de Teologia e o professor Dr. Joel Gracioso, professor de Filosofia. Entre os 12 professores e coordenadores do curso estão o Dr. Dalton de Paula Ramos, titular da Odontologia da USP, especialista em Bioética, e a Dra. Maria Luiza Marcílio, titular emérita da Faculdade de História da USP. “Há um déficit na formação dos professores de Ensino Religioso, justamente pela falta de um curso especializado”, afirma o Padre Vandro Pisnaneschi, um dos professores da atividade, que desta-
Vicariato Episcopal para a Educacao e a Universidade
Dom Carlos Lema Garcia (ao centro) junto aos professores e coordenadores do curso de extensão de Ensino Religioso oferecido pela PUC-SP, dia 2
ca, ainda, a presença de profissionais de diversas áreas no curso, como médicos, historiadores e pedagogos. O Ensino Religioso é parte integrante da formação básica nas escolas de ensino fundamental, ainda que a matrícula seja facultativa, de acordo com a Lei Federal 9.475/97. Está fundamentado internacionalmente no Acordo Brasil-Santa Sé e, nas Diretrizes da CNBB. O curso é voltado especialmente para professores e professoras de Ensino Religioso da rede pública e privada de ensi-
no fundamental e médio. Também está aberto a todos os que se interessam pelo tema, como gestores, diretores e demais profissionais da educação. As inscrições podem ser feitas no site www.pucsp.br/pos-graduacao, no link “Especialização, MBA e Extensão”. O valor é de R$ 80,00 e são necessárias as cópias dos seguintes documentos: CPF, RG, comprovante de residência (com CEP), Contrato de Prestação de Serviços Educacionais, Requerimento de Inscrição (gerados após a inscrição online), cópia autenticada
do diploma (para os graduados), cópia do histórico escolar (para os graduandos) e foto 3x4 recente. Todos estes devem ser encaminhados via Correios (Sedex ou carta registrada) ao Setor de Atendimento da Cogeae, situado na rua da Consolação, 881, 1º andar – Consolação - São Paulo (SP) – CEP 01301-000, ou entregues presencialmente em horário de atendimento, de segunda a sexta-feira, das 12h às 20h30, e aos sábados, das 8h às 12h30. Fonte: Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade da Arquidiocese
MST realiza protesto em quatro estados e em Brasília Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam o pátio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em São Paulo (SP), no bairro Santa
Cecília, na segunda-feira, 5. Os funcionários do Incra ficaram sem acesso ao local. No total, as manifestações aconteceram em quatro estados e em Brasília (DF), onde foi ocupada a entrada
Polícia Civil do Amazonas investiga venda de produtos eróticos em escola estadual A realização de um brechó com produtos eróticos na Escola Estadual Presidente Castelo Branco, em Manaus (AM), é investigada pela Polícia Civil do Amazonas. A unidade de ensino atende alunos do ensino médio. A delegada Juliana Tuma, titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente, foi ao colégio acompanhada de representantes do Conselho Tutelar da região para apurar o caso. O Ministério Público do Amazonas também acompanha o fato e afirmou que notificou a direção da unidade a prestar esclarecimentos. Após a denúncia e a publicação de fotos de crianças segurando objetos eróticos, a Polícia Civil iniciou as investigações.
A Secretaria de Estado da Educação e Qualidade do Ensino (Seduc) informou que o brechó alvo de investigação não foi organizado pela escola. “A quadra da escola foi cedida aos organizadores do evento que solicitaram o espaço à Coordenadoria Educacional e, em nenhum momento, informaram que colocariam em exposição produtos para adultos”, declarou em nota. A Secretaria informou ainda que, após conhecer os fatos, a gestora da escola determinou imediatamente a retirada do stand com os produtos. A Seduc acrescentou que todos os fatos serão apurados e as devidas providências tomadas. Fonte: Agencia Brasil
da sede do Ministério do Planejamento e também a sede do Incra serviu de acampamento aos manifestantes que são contrários à proposta de reforma da Previdência. Em nota, integrantes do
MST afirmam que pretendem barrar o que chamam de “os retrocessos históricos do novo governo, principalmente na questão do campo”. Fonte: G1
Brasil tem superávit de US$ 489 milhões nos dois primeiros dias de setembro Os dois primeiros dias úteis de setembro registraram um superávit de US$ 489 milhões na balança comercial, em função de as exportações brasileiras terem superado as importações, informou na segunda-feira, 5, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Entre 1º e 2 de setembro, as exportações somaram US$ 1,49 bilhão, com média diária de US$ 748 milhões - recuo de 2,6% sobre igual período de 2015. Já as importações totalizaram US$ 1 bilhão, com média de US$ 504 milhões por dia útil - queda de 19,8%. Até o dia 4 de setembro, no acumulado do ano, as exportações brasileiras superaram as importações em US$ 32,86 bilhões, registrando crescimento frente ao mesmo período do ano passado, quando o saldo
estava positivo em US$ 7,86 bilhões. O resultado da balança no acumulado de 2016 já é maior que o superávit registrado em todo ano passado (US$ 19,69 bilhões). Esse crescimento é em função, principalmente, da forte queda de importações, consequência da recessão da economia e do dólar ainda alto, o que encarece as compras de produtos no exterior. Porém, a valorização do dólar deixa os produtos brasileiros mais baratos, facilitando as exportações. A expectativa do mercado financeiro para este ano é de melhora do saldo comercial, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central (BC) com mais de cem instituições financeiras. O BC também prevê melhora no saldo comercial. Fonte: G1
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Filipe David
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Dica de Leitura A religião civil do Estado moderno Este é um estudo historiográfico sobre a evolução do conceito de religião civil no Estado moderno dos mais relevantes para a compreensão do que se passa no mundo e, sobretudo, no Brasil. Como historiador das ideias, Nelson Lehmann da Silva descreve o surgimento desse monstro apocalíptico da religião estatal no horizonte da história de nossa civilização, e explica que desde Rousseau, de Hegel e de Marx, a nação e o partido substituíram a religião como objeto de fé, de amor e de esperança. Ficha técnica: Autor: Nelson Lehmann da Silva Páginas: 224 Editora: Vide Editorial
Para Refletir Facebook versus Lectio Divina
“Os novos aparelhos tecnológicos prometem um acompanhamento digital constante em nosso isolamento físico. Mas, se nunca estivermos off-line, não encontraremos o tempo de internalizar e reagir aos constantes estímulos do dia. Rolar a tela do feed de notícias do Facebook ou de outros sites similares ‘dessensibiliza’ os usuários ao conteúdo que exige tempo para ser assimilado. Nós vemos muito, mas colhemos pouco. Nossa armazenagem de informações aumenta, mas nossas almas não se enriquecem. Na tradicional prática monástica da Lectio Divina, a etapa da meditação (meditatio) segue a leitura (lectio) e não significa apenas o processo discursivo de conectar conceitos espirituais a novas ideias e aplicações morais. A meditação implicava a memorização de conteúdo importante para que o monge pudesse ‘ruminar’ o texto sagrado durante o dia e absorver lentamente seus nutrientes, como as vacas ruminam seu capim. Livros eram projetos importantes, nascidos com incontáveis horas de trabalho meticuloso. Seu conteúdo não era transmitido com um deslizar de polegar. Um texto pode dar frutos, não imediatamente em uma leitura matutina, mas durante à tarde, ao se lembrar dele no campo. Frequentemente era muito útil ler menos e refletir mais.” (Michael Baggot) (A íntegra do texto pode ser lida em inglês no site www.firstthings.com).
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Missa na Catedral da Sé marca os 70 anos da PUC-SP Missão da Universidade é formar pessoas que, inspiradas pela mensagem cristã, sejam capazes de mudar a sociedade REDAÇÃO
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A história da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) ecoou pela amplitude na Catedral da Sé na manhã do domingo, 4, em missa de ação de graças pelos 70 anos da instituição, completados no dia 22 de agosto. A celebração foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, grão-chanceler da universidade e arcebispo metropolitano de São Paulo, e concelebrada pelos bispos auxiliares Dom Carlos Lema Garcia, vigário episcopal para a Educação e a Universidade, Dom Julio Endi Akamine, vigário episcopal na Região Lapa, e Dom Devair Araújo da Fonseca, vigário episcopal na Região Brasilândia, além de padres da Arquidiocese. Também participaram da missa funcionários, professores e alunos, assim como a reitora Anna Maria Marques Cintra e a pró-reitora de Pós-Graduação Maria Amalia Andery, nomeada por
Dom Odilo como reitora da PUC-SP para a gestão 2017-2020 (leia mais abaixo). Dom Odilo, na homilia, recordou a canonização da Santa Teresa de Calcutá, efetuada naquele mesmo dia no Vaticano. “O Papa Francisco nos propõe Santa Teresa como um exemplo de quem viveu a misericórdia, de como a vida cristã pode levar a coisas grandiosas. Ela soube traduzir, na prática, as luzes do Evangelho”, declarou. Em seguida, o Cardeal falou sobre o ideal que marcou a fundação da PUC-SP, em 1946, na conjuntura que se seguiu à Segunda Guerra Mundial: formar pessoas que, inspiradas pela mensagem cristã, sejam capazes de mudar a sociedade e fazê-la viver sem guerras e injustiças, em um mundo de igualdade social e respeito à pessoa humana. “Podemos dizer que esse objetivo foi alcançado? Não, o mundo segue com violências. Por isso, a tarefa da PUC-SP segue atual”, afirmou. “Peço novas luzes para a universidade seguir com essa missão no contexto de hoje, preparando cidadãos que contribuam para o bem comum a partir da sapiência cristã. Que a PUC-SP se mantenha sempre fiel à sua missão e se deixe guiar pela sabedoria que vem do alto”, afirmou Dom Odilo. Em sua saudação, ao final da celebra-
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Cardeal Odilo Scherer cumprimenta, no domingo, 4, a reitora da PUC-SP, Anna Cintra
ção, Dom Carlos Lema Garcia fez votos para que a instituição siga como um “foco de luz na busca da verdade, na produção do bem e da justiça e na evangelização” para a Arquidiocese de São Paulo. A reitora Anna Cintra, em sua mensagem de agradecimento pelos 70 anos, lembrou os momentos marcantes da trajetória “puquiana”, ressaltando a inovação e a ousadia da universidade. Ela mencionou, entre outros, a criação do primeiro curso de Medicina no interior do país, a primeira clínica-escola de Psicologia, o pioneirismo no acolhimento,
educação e tratamento de distúrbios da comunicação e o estímulo à internacionalização numa época em que a globalização ainda engatinhava. A reitora citou também as dificuldades que a PUC-SP teve que superar ao longo do tempo, como a perseguição da ditadura militar, a procura pela sustentabilidade financeira, a concorrência de outras instituições, a necessidade de modernizar a infraestrutura e manter o ensino sempre atualizado. “Soubemos responder com altivez a tais percalços”, exclamou. (Com informações de Thiago Pacheco, da ACI/PUC-SP)
Doutora em Psicologia é escolhida para reitora da PUC-SP ACI/PUC-SP
REDAÇÃO
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O Cardeal Odilo Pedro Scherer nomeou a professora doutora Maria Amalia Pie Abib Andery como reitora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e o professor doutor Fernando Antonio de Almeida como vice-reitor para o quadriênio 2017-2020. A nomeação seguiu a ordem da lista tríplice na consulta à comunidade acadêmica, realizada em junho deste ano, que apontou na respectiva ordem os seguintes colocados: Maria Amalia e Fernando de Almeida; Antonio Manzatto e Daniel Gatti; Francisco Serralvo e Fabiola Marques. A Congregação para a Educação Católica do Vaticano ratificou que a nomeação “está de acordo com os estatutos da universidade”, agradeceu os serviços da professora doutora Anna Maria Marques Cintra, que deixa a reitoria, e desejou aos nomeados um “frutuoso trabalho acadêmico e científico” em favor da universidade. O ato em que o Cardeal escolhe e nomeia a reitora e o vice-reitor da PUC-SP o decreto da Congregação para a Educação Católica do Vaticano confirmando a nomeação podem ser consultados no portal da Arquidiocese de São Paulo (www.arquisp.org.br)
A doutora Maria Amalia Andery é nomeada reitora da PUC-SP para o quadriênio 2017-2020
A reitora
A professora doutora Maria Amalia Pie Abib Andery graduou-se em Psicologia na PUC-SP, obteve o grau de mestre na Universidade de Manitoba, no Canadá, e fez doutorado em Psicologia Social na PUC-SP. Fez estágio pós-doutoral na Universidade do Norte Texas, nos Estados Unidos da América. Atualmente, é professora titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo na Faculdade de Psicologia e no Programa de PósGraduação em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento. É membro do corpo editorial dos periódicos “Temas em Psicologia” e “Revista Brasi-
leira de Análise do Comportamento”. Seus interesses de pesquisa são na área de Psicologia e concentram-se em desenvolvimento do comportamento verbal e das relações entre comportamento verbal e não verbal e os processos de seleção e variação da cultura e de práticas culturais segundo a perspectiva da análise do comportamento.
O vice-reitor
O professor doutor Fernando Antonio de Almeida é graduado em Medicina pela Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), tem residência médica em clínica
médica e nefrologia pela Unifesp, doutorado em medicina (nefrologia) pela Unifesp e pós-doutorado na Cornell University Medical College, de New York, nos Estados Unidos da América. Desde 1989, é professor titular do Departamento de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC-SP (Disciplina de Nefrologia). É, ainda, consultor ad-hoc do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico; tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Nefrologia, atuando principalmente nos seguintes temas: hipertensão arterial, tratamento da hipertensão arterial, síndrome metabólica, insuficiência renal crônica, epidemiologia e, mais recentemente, em educação em saúde. O professor é ainda líder do Grupo de Pesquisa Síndrome Metabólica e suas Complicações, da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC-SP, no campus Sorocaba (SP). Desde 1989, é investigador principal (pesquisador responsável) por inúmeros estudos clínicos internacionais multicêntricos. De 2011 a 2015, foi coordenador do Programa de Estudos Pós-Graduados Educação nas Profissões da Saúde da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC-SP, no campus Sorocaba (SP). Desde 2015, é chefe do Departamento de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da mesma universidade. (Com informações da plataforma Lattes)
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Brasilândia
Padre José Domingos Bragheto, Larissa Fernandes e Kátia Maderic
Colaboração especial para a Região
Mutirão bíblico enfatiza a defesa da vida Na tarde do domingo, 4, a Comunidade Nossa Senhora das Dores, da Paróquia Nossa Senhora das Graças, na Vila Carolina, acolheu os fiéis de todas as paróquias do Setor Freguesia do Ó para o Mutirão Bíblico 2016, que teve por tema “A profecia em defesa da vida”. Praticar o direito, amar a misericórdia, caminhar humildemente com o Deus foram algumas das reflexões feitas durante o Mutirão. Pelo estudo sobre o livro de Miqueias, os participantes puderam entender a
missão profética que devem assumir nos dias de hoje, a partir da percepção da necessidade de mudanças, de conversão, da vida em comunhão com Deus e do anúncio do amor e da misericórdia divina. Durante o encontro, os fiéis também refletiram sobre a realidade política do país e de como transformar os sonhos em realidade. Houve, ainda, a partilha das vivências dos jovens que estiveram na JMJ de Cracóvia 2016, na Polônia, em julho.
Katia Maderic
Participantes do Mutirão Bíblico realizam procissão pelas ruas da Vila Carolina, dia 4
Área Pastoral implanta Infância e Adolescência Missionária A Área Pastoral Nossa Senhora e Sant’Ana, no Setor Pastoral São José Operário, implantou no sábado, 3, a Pontifícia Obra da Infância e Adolescência Missionária (IAM), após a realização de duas formações com a assessoria da Irmã Elizabeth Miguel Espinhara, missionária xaveriana, com sua equipe
que atua no bairro do Morro Doce. A festa da IAM aconteceu às 15h na Comunidade Santana e reuniu catequistas, crianças e adolescentes que se preparam para receber o sacramento da Crisma. “Um dos objetivos da IAM é o despertar da consciência missionária junto Manoel Luz
Dom Devair em foto com jovens recém-crismados na Paróquia São José, em Perus, dia 4
a crianças e jovens”, afirmou o Padre José Domingos Bragheto, vigário da Área Pastoral. A IAM foi fundada em 1843 por Dom Carlos Forbin-Janson, então bispo de Nancy, na França, com o propósito de socorrer a situação das crianças chinesas, mas logo abriu horizontes para a realida-
de de crianças do mundo inteiro. O resgate, o Batismo, o sustento e a educação das crianças dos povos que não conhecem Jesus Cristo foram, desde o início, os objetivos da Infância e Adolescência Missionária. (Com informações do site Pontifícias Obras Missionárias)
‘A misericórdia tem o rosto jovem’ A frase dita pelo Papa Francisco na JMJ Cracóvia 2016 foi tema da missa do sacramento da Crisma de 51 jovens da Paróquia São José, no Setor Pastoral Perus, no domingo, 4. Presidida por Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, a celebração reuniu os crismandos das comunidades Maria de Nazaré, Mensageiros de Cristo, São João XXIII, São Mateus e São José. O Bispo, na homilia, falou diretamente aos jovens, fazendo referência à impor-
tância da confirmação do Batismo como cristãos. “Crisma é isto: vocês estão preparados para assumir como adultos a fé que vocês professam, por isso, sejam muito bem-vindos”. Segundo Dom Devair, ser cristão é uma exigência e uma escolha e, portanto, somente as preparações e os sacramentos não são suficientes, se não houver o testemunho e a perseverança na comunidade. “Sem o testemunho de fé e de vida, a escuta da Palavra de Deus não se consolida”, enfatizou.
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Peterson Prates
Colaborador de comunicação da Região
Belém
Imagem da Mãe Aparecida peregrina em paróquias do Setor Carrão-Vila Formosa Irineu Sarli
Fiéis da Paróquia Nossa Senhora Aparecida com a imagem peregrina da Padroeira do Brasil
A imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, que está sendo levada em peregrinação pela Região Episcopal Belém, passou nos últimos dias pelas paróquias do Setor Pastoral Carrão-Vila Formosa. Em 21 de agosto, a imagem chegou ao Setor, a partir da praça Sampaio Vidal, e foi conduzida pela comunidade de fiéis da Paróquia Nossa Senhora Aparecida em cortejo até a matriz-paroquial, onde houve missa presidida pelo Padre Syllas Reschilliani, pároco. No domingo, 4, a imagem foi conduzida em carreata da Paróquia-santuário Nossa Senhora do Sagrado Coração, onde chegou na quinta-feira, dia 1º, até a Paróquia Coração Eucarístico de Jesus e Santa Marina, permanecendo por cinco dias, até ser levada aos comércios, escolas e asilos. Na passagem pela Paróquia-santuário, onde há a Porta Santa do Jubileu extraordinário da Misericórdia, a imagem peregrina esteve no Seminário de Teologia, no Convento das Filhas de Nossa Senhora do Sagrado Coração, na Comunidade São José, e também junto aos integrantes
Evento tratará de questões de sexualidade no cotidiano escolar O Núcleo Regional da Pastoral da Educação na Região Belém promove no dia 14, das 14h às 16h, uma palestra com o tema “Questões de sexualidade a partir do cotidiano da escola”, nas instalações do Externato Nossa Senhora Menina (rua Oratório, 2.621, Parque da Mooca). A atividade, voltada para diretores, coordenadores, orientadores, integrantes de pastorais, professores de ensino religioso e demais educadores das escolas católicas da Região, será
assessorado pelo Padre Vandro Pisaneschi, coordenador de pastoral do Vicariato para a Educação e a Universidade da Arquidiocese de São Paulo. Desejando considerar a realidade vivida particularmente nas escolas em relação a esse assunto, Padre Vandro deseja, previamente, receber exemplos de situações ocorridas no ambiente escolar ou conhecidas pelos educadores, assim como sugestões de aspectos a serem tratados durante a sua apresentação. Os
de várias pastorais e movimentos, como o Terço dos Homens, a Pastoral da Juventude e o Apostolado da Oração. Em 2017, completam-se 300 anos da aparição da imagem de Nossa Senhora Aparecida no rio Paraíba do Sul, em 1717, razão pela qual tem acontecido essa peregrinação com as réplicas oficiais em toda a Arquidiocese de São Paulo.
AGENDA REGIONAL Mês da Bíblia, com enfoque no Livro do Profeta Miqueias
Sábado, 17, 14h
Maratona Bíblica na Paróquia São Paulo Apóstolo (praça Miguel Ramos de Moura, 86, no Jardim IV Centenário)
Sábado, 24, 15h
Mutirão Bíblico do Setor Sapopemba, na Comunidade Santa Rosa de Lima (rua Serro Frio, 318, Jardim Adutora), com assessoria do Professor Mattias Grenzer.
Festa de São Benedito começa no dia 14
exemplos podem ser enviados pelo e-mail diaconobraggio@uol.com.br, até o próximo dia 9. Além do Padre Vandro, Dom Carlos Lema Garcia, bispo auxiliar da Arquidiocese e vigário episcopal para a Educação e a Universidade, estará no evento. Os interessados em participar devem confirmar presença até o dia 12, pelo e-mail marioa@ ensm.org.br. (Com informações dos diáconos Marcelo Brito e Mario Braggio)
A Paróquia São Benedito das Vitórias realiza entre os dias 14 e 16, com missas às 19h30, um tríduo em louvor ao padroeiro, com o tema “A exemplo de São Benedito, Discípulos-missionários na cidade de São Paulo”. No sábado, 17, às 19h, haverá quermesse na matriz-paroquial. No domingo, 18, a missa das 9h será seguida de procissão com a imagem do padroeiro. No dia de São Benedito, em 5 de outubro, a missa solene acontecerá às 19h30. A Paróquia fica na praça Nossa Senhora das Vitórias, 137, na Vila Formosa. Saiba mais detalhes em (11) 2674-3559.
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Santana Dom Sergio comemora 50 anos de vida com peregrinação à Porta Santa
Diácono Francisco Gonçalves
Colaborador de comunicação da Região
Entre os peregrinos do Setor Pastoral Santana que foram à Porta Santa da Igreja Sant´Ana no domingo, 4, um deles tinha um motivo especial para este ato de fé no Jubileu extraordinário da Misericórdia: Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, que naquele dia comemorou 50 anos de vida. O Bispo presidiu a missa que se seguiu à peregrinação à Porta Santa, também realizada em ação de graças por seus 50 anos e pelo aniversário dos padres jubilandos Edilson Paes Landim de Farias e Affonso Nilton Gasparetto, das freiras jubilandas passionistas Valentina Pardo e Maria Célia Rocha e das irmãs paroquiais de São Francisco, Angelina Boff e Maria das Neves Mota. Dom Sergio, na homilia, lembrou que quando Alexandre Magno deixou a Grécia para a conquista da Ásia, doou a seus amigos os próprios bens, não os do reino,
Diácono Francisco Gonçalves
Aos 50 anos de vida, Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, preside missa na Igreja Sant´Ana, dia 4
e um de seus amigos perguntou-lhe se tinha conservado algo para si mesmo. “Sim, a esperança”, teria respondido Alexandre, fazendo com que esse amigo renunciasse à sua parte e compartilhasse dessa esperança. Ao recordar o episódio, o Bispo comentou que os padres e as freiras fizeram o mesmo ao dividir a esperança de Cristo, que veio à Terra despojando-se de tudo,
não reservando nada para si, senão a esperança. Dom Sergio mencionou, ainda, que recentemente se completaram quatro anos de sua ordenação episcopal e que uma pessoa lhe disse que ele havia renunciado a tudo na vida para exercer esse ministério. No entender do Bispo, é um gesto de sabedoria renunciar a tudo para ganhar tudo,
pois na vida do discípulo não se conta a renúncia, mas as conquistas. E, nestes quatro anos de episcopado, ele tem conquistado o amor e a esperança dos padres, diáconos, leigos, religiosos e religiosas. No encerramento da missa, Dom Sergio pediu a Deus, para os próximos anos, a sabedoria, que consiste no amor de Cristo e da Igreja.
Paroquianos da Nossa Senhora de Loreto analisam agir pastoral Com a participação de 53 pessoas, dentre as quais coordenadores e integrantes das pastorais, além do Padre Fernando Baptistute, pároco, aconteceu em 28 de agosto a assembleia da Paróquia Nossa Senhora de Loreto, no Setor Pastoral Medeiros. A pedido de Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, também esteve na assembleia a senhora Elizabete dos Santos, do Conselho de Leigos de Santana. “A partir das palavras do Papa Fran-
cisco sobre a paróquia e das diretrizes gerais sobre a missão, refletimos e buscamos respostas acerca da nossa realidade paroquial, sempre chamada à conversão e a novas oportunidades de missão, pois como expressa a Evangelium Gaudium, nossas paróquias, como comunidade de comunidades, têm de sair da comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho”, afirmou Maria Inês Leandro, paroquiana e participante do Conselho de Leigos de Santana.
Paróquia Nossa Senhora de Loreto
Participantes em foto após a assembleia da Paróquia Nossa Senhora de Loreto, em 28 de agosto
Diácono Francisco Gonçalves
Diácono Francisco Gonçalves
Padre Tarcísio Mesquita, coordenador arquidiocesano de pastoral, proferiu palestra sobre o futuro 12º Plano de Pastoral da Arquidiocese de São Paulo para o clero atuante na Região Santana, durante a reunião-geral realizada em 30 de agosto.
No domingo, 4, o Padre Nadir Granzotto presidiu missa na festa do padroeiro da Capela Bem-aventurado Claudio Granzotto, seu parente. Na mesma festividade, Padre Nadir, que é vigário da Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres, comemorou 89 anos de vida.
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Benigno Naveira
Colaborador de comunicação da Região
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Lapa
Santa Mônica inspira devotos a viver a fé Um verdadeiro exemplo de fé e oração. Assim referiu-se a Santa Mônica o Padre Jorge Pierozan (Rocha), vigário-geral da Região Lapa, em missa no dia 27 de agosto, na paróquia a ela dedicada, no Setor Pirituba.
A celebração demarcou o encerramento da festa da padroeira, iniciada com um tríduo entre os dias 24 e 26, com missas presididas pelos padres José Pedro Batista, vigário paroquial; Messias de Moraes
Ferreira e Jaidan Gomes Freire, pároco. Ainda na homilia da missa do dia 27, Padre Rocha recordou que Santa Mônica nasceu em família cristã e que, com muita fé, lágrimas e orações, dedicou-se a ensi-
nar as condutas cristãs da moral, pudor e mansidão ao próprio filho, Santo Agostinho, postura determinante para que ele se convertesse ao Cristianismo e seguisse a vida religiosa.
Dom Julio: jovens devem ser protagonistas da evangelização Benigno Naveira
Dom Julio e Padre Edilberto Alves com jovens da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, dia 4
Na tarde do domingo, 4, Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, participou na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no Setor Pastoral Leopoldina, de um encontro com um grupo de 80 jovens, com o tema “Todavia uma verdade eu sei: Eu era cego, agora vejo” (Jo 9,25). Dom Julio iniciou sua catequese dizendo que o jovem deve se sentir personagem principal na missão de evangelização, conhecendo bem todo o trabalho pastoral da paróquia em que está. Na
sequência, o Bispo explicou os significados dos ritos da celebração eucarística e lembrou que a assembleia de fiéis, leitores, salmistas, cantores, ministros e o presidente da celebração têm participação ativa e específica na missa. Em entrevista à Pastoral da Comunicação da Região Lapa, a jovem Beatriz Sarris, uma das coordenadoras do encontro, disse que os participantes ficaram satisfeitos com as explicações apresentadas por Dom Julio sobre os significados da celebração eucarística.
Angela Santos
Benigno Naveira
Na quarta-feira, 31, em missa na Paróquia São Thomas More, no Setor Pastoral Rio Pequeno, Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, apresentou um grupo de 39 novos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão.
34 novos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão foram apresentados à comunidade de fiéis por Dom Julio Endi Akamine, no domingo, 4, durante missa na Paróquia São João Gualberto, no Setor Pastoral Pirituba.
Ipiranga
Padre Ricardo Antonio Pinto Colaboração especial para a Região
Catequese: processo consciente e gradual que gera uma novidade de vida Para fortalecer a missão dos que já atuam na Catequese e animar os novos catequistas, a Pastoral Catequética e a Paróquia São João Batista da Vila Guarani, no Setor Pastoral Imigrantes, realizaram no sábado, 3, na matriz-paroquial, o curso de formação “Catequese para a vida”. As Irmãs Lúcia e Maria Aparecida, da Congregação de Nossa Senhora de Belém, vieram do Rio de Janeiro para falar sobre o assunto. As Irmãzinhas de Belém, como são conhecidas, têm a Catequese como um dos pontos principais de seu carisma. Toda a dinâmica e o conteúdo do curso foi fundamentado na Sagrada Escritura e em documentos eclesiais sobre a Catequese. Uma abordagem existencial e psicológica também fez parte da formação. Entre os 95 participantes, vindos de 12 paróquias da Região Ipiranga, havia catequistas que atuam nos níveis infantil, adolescente, jovens e adultos.
Padre Ricardo Antonio Pinto
95 pessoas participam de formação de Catequese na Paróquia São João Batista da Vila Guarani
Para uma Catequese eficaz, sinalizaram as Irmãs, é preciso ter conhecimento dos catequizandos, objetivando desenvolver conteúdos e estratégias apropriadas em relação às diferentes idades e realidades. O itinerário de “Iniciação à Vida Cristã” e a “Metodologia do Processo Catecumenal” também foram refletidos e apresentados como propostas de inserção para novos cristãos nas comunidades.
Nos grupos de reflexão e nas trocas de experiências, a conclusão foi de que o processo de iniciação à vida cristã traz o diferencial de não ser algo superficial, mas um processo consciente e gradual que gera uma novidade de vida, conduz a pessoa a uma nova forma de ser e de estar no mundo para, assim, enxergar a globalidade do processo de se tornar cristão, com exigências que valorizam
uma pessoa a se definir como cristã na sociedade. Foram também apresentados vários pensamentos da Madre Maria Helena Cavalcanti, fundadora das Irmãzinhas de Belém. Em um deles, a Madre afirma: “A ideia essencial que deve dominar toda a atividade catequética é: ‘Somos instrumentos’. O primeiro sentimento que brota dessa tomada de consciência é o de profunda humildade. Nessa tarefa de evangelização, Cristo nos precede no coração humano. É imprescindível contar com a graça de Deus”. O Curso foi concluído com uma oração e bênção de envio diante do sacrário da igreja pelo Padre Ricardo Pinto, pároco, com os catequistas felizes pela possibilidade de terem reavivado a “chama” interior e de serviço que faz acontecer a Catequese, legitimando, assim, um outro pensamento de Madre Maria Helena Cavalcanti: “Só uma chama acende outra chama.”
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| Geral | 23
Dedicação da Catedral da Sé completa 62 anos Luciney Martins/O SÃO PAULO
REDAÇÃO
osaopaulo@uol.com.br
Na segunda feira, 5, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, presidiu missa na Catedral Nossa Senhora da Assunção e São Paulo (Catedral da Sé) em ação de graças pelo 62º aniversário da dedicação do templo.
Santuário de Deus
Dom Odilo iniciou a celebração pedindo que “a glória de Deus brilhe em seu santuário”. Após as leituras, durante a homilia, o Cardeal fez menção ao trecho da 1ª Carta de São Paulo aos Coríntios, no qual o Apóstolo fala ao povo: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1 Cor 3,16) O Arcebispo exortou os fiéis dizendo que o Senhor é grande, mas que o Deus do universo se faz pequeno e não se esquece de seu povo. “Mesmo em nossas angústias, em nossas tristezas e aflições, Ele pode ser encontrado.”
A dignidade do homem
Segundo o Cardeal, é urgente recordar o ensinamento da Igreja a respeito da dignidade da cada pessoa. “Cada ser humano – não pela sua aparência, não pelo seu estado social, não pela sua raça, nem por sua religião - é templo de Deus e, por isso, deve ser respeitado.”
História
Inaugurada em 25 de janeiro de 1954, por ocasião das comemorações do IV Centenário de fundação da cidade de
Cardeal Odilo Pedro Scherer preside missa solene no aniversário de dedicação da Catedral Metropolitana de São Paulo, na segunda-feira, 5
São Paulo, a Catedral da Sé foi dedicada em setembro do mesmo ano, durante o 1º Congresso Nacional da Padroeira do Brasil, realizado entre São Paulo e Aparecida. A dedicação foi feita pelo Cardeal Adeodato Giovanni Piazza, que veio como enviado pontifício para aquele Congresso. Com 111 metros de comprimento, 46 metros de largura e 65 metros de altura (com exceção das torres), a atual Catedral foi idealizada para substituir a antiga Igreja da Sé, de 1612, bastante deteriorada pelo tempo.
Construção
A pedra fundamental da Catedral da Sé foi colocada em 1912, pelo então arce-
bispo Dom Duarte Leopoldo e Silva. Sua inauguração estava prevista para 1922, durante a comemoração do centenário da Independência do Brasil. Porém, devido à falta de verbas e a ocorrência das duas grandes guerras mundiais que atrapalharam as importações dos materiais de construção, a Catedral foi inaugurada somente em 1954, pelo Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, ainda que parcialmente concluída. A construção do templo, desde o seu início, foi muito difícil devido às suas proporções. Tudo nele era grande. O projeto, de autoria do arquiteto Maximiliano Emil Hehl, previa que o local fosse construído em pedras. Para ser fiel ao projeto, foi adquirida uma pedreira a
quatro quilômetros da estação de Ribeirão Pires (SP). Além dos alicerces, as pedras foram utilizadas no serviço de cantaria, nas escadas e nas principais partes externas do templo. (Redação: Vitor Alves Loscalzo, com informações do portal Arquisp)
Expediente da catedral Segunda-feira: 9h, 12h, 17h e 18h Terça a Quinta-feira: 12h e 18h Sexta-feira: 9h, 12h, 17h e 18h Sábado: 12h Confissões De segunda a sexta-feira: 9h às 11h; 15h às 17h
A Arquidiocese em direção ao 12° Plano de Pastoral Luciney Martins/O SÃO PAULO
REDAÇÃO
osaopaulo@uol.com.br
Aconteceu no sábado, 3, um encontro para apresentação do projeto do 12° Plano Arquidiocesano de Pastoral, que será lançado em novembro e terá vigência de 2017 a 2020. A apresentação foi feita pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, por Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar e vigário geral da Arquidiocese, que é o relator do projeto, e pelo Padre Tarcisio Mesquita, coordenador de pastoral. O evento teve lugar no auditório da Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (Fapcom) e reuniu todos os coordenadores de pastorais arquidiocesanos. Padre Tarcisio destacou que o 12º Plano está sendo elaborado em conjunto com os coordenadores regionais com base nas Diretrizes Gerais da Pastoral da Igreja no Brasil renovadas em 2015 pela Assembleia dos Bispos, e leva em conta as urgências apontadas nas reuniões de preparação. Dom Julio apresentou o Plano em si, afirmando que o mesmo é uma remode-
Lideranças pastorais se reúnem com arcebispo e bispos auxiliares para apresentação do projeto do 12º Plano Arquidiocesano de Pastoral
lagem e complemento do 11°, cujo tema é “Testemunhas de Jesus Cristo na Cidade”. Ele esclareceu que, pelas diretrizes gerais serem amplas, ainda precisam ser abordadas e os desafios da Arquidiocese, respondidos adequadamente. Por isso, houve um estudo e identificação de questões a serem esclarecidas. Dom Odilo teve a palavra tanto no início quanto ao fim da reunião e procurou expor a importância do documento
em questão: como o mesmo é essencial para que as pastorais e organizações traduzam as palavras e ensinamentos da Igreja em ações concretas e como é composto com a contribuição das mesmas e dos setores arquidiocesanos, tendo em vista que todas as realidades e paróquias da Arquidiocese sejam atingidas. Comentou, ainda, que todos devem estar inseridos e atuantes na vida e missão da Igreja; expressou seu desejo de
que as ações pastorais se façam presentes em toda a cidade; enfatizou a importância da fé na missão eclesial, de modo que não transforme a Igreja em uma ONG. Ressaltou, por fim, o enfoque que o 12º Plano deverá ter na família e o olhar que se deve ter da comunidade como tal, para que todos se sintam acolhidos e pertencentes à mesma. (Redação: Júlia Cabral, com informações do Secretariado Arquidiocesano de Pastoral e colaboração de Diego Monteiro)
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