O SÃO PAULO - 3131

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 61 | Edição 3131 | 8 a 13 de dezembro de 2016

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Dom Odilo Scherer ordena 7 padres Luciney Martins/O SÃO PAULO

Em celebração na Catedral da Sé, no sábado, 3, o Cardeal Scherer ordena sete padres para a Arquidiocese de São Paulo: Ailton de Amorim, Bruno Vivas, Gilson dos Reis, Paulo Gomes, Orisvaldo Carvalho, Rafael Alves Vicente e Túlio de Paiva. Neossacerdotes concelebram a missa com Dom Odilo, que, na quarta-feira, 7, comemora o 40º aniversário de sua ordenação sacerdotal. No sábado, 10, às 15h, na Catedral, o Arcebispo ordenará 20 diáconos/ Páginas 14,15, 23 e 24

Brasilândia prepara iniciativas do Ano Mariano Nacional Página 18

Região Belém já volta atenções para ações da CF 2017 Página 19

Na Sé, Projeto Vida Nova é apresentado em reunião do clero Página 22

Lapa estuda 12º Plano Arquidiocesano de Pastoral Página 21

Legalizar o aborto atacará a dignidade do ser humano Em nota no dia 1º, a CNBB reforçou a posição da Igreja de defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida, e manifestou discordância da decisão da Primeira Turma do STF, que abre precedente para a descriminalização do aborto até o 3º mês de gravidez. A União dos Juris-

tas Católicos de São Paulo (Ujucasp) criticou a medida e criou uma comissão para barrar projetos abortistas no país. Diante da decisão da Primeira Turma do STF, fica o questionamento: Estaria o Judiciário querendo legislar no lugar do Poder Legislativo? Páginas 12 e 13

Reforma da Previdência: Brasileiro trabalhará por mais tempo O governo federal encaminhou para o Congresso Nacional, na terça-feira, 6, um projeto de reforma da Previdência Social. Apesar da inclusão dos funcio-

Encontro com o Pastor ‘Viva a Mãe de Deus e nossa: Ano Mariano Nacional’ Página 3

Editorial Decisão do STF é um duplo atentado contra a vida e a democracia Página 2

Comportamento Valdir Reginato: ‘Acenda a sua vela e contribua com a luz’ Página 6

nários públicos, a proposta não incluiu os militares nem altera profundamente as pensões por morte.

Espiritualidade Dom Devair: Apenas as tragédias nos fazem lembrar o valor da vida?

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2 | Ponto de Vista |

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Editorial

Contra a vida e contra a democracia

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uas calamidades ocorreram no Brasil na semana passada no mesmo dia: o avião que caiu por falta de combustível e que pôs fim à vida e às esperanças de um time inteiro de futebol e a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que abre precedentes legais para a descriminalização do aborto no Brasil até o terceiro mês de gravidez. No dia 29 de novembro, seguindo o voto do ministro Luís Roberto Barroso, o colegiado composto por cinco ministros da Primeira Turma do STF votou a favor do habeas corpus de cinco pessoas que foram presas no Rio Janeiro por conta de um aborto realizado em uma clínica clandestina. Apesar de a decisão do STF se aplicar a um caso em específico e, portanto, não obrigar juízes de primeira instância a seguir a mesma decisão em casos futuros, abre as portas para que o façam. A decisão do STF resulta um duplo atentado: contra a vida e contra a democracia.

Contra a vida porque nega de forma arbitrária a um feto até o 90º dia de gestação a condição de vida humana. Em seu voto, o ministro Barroso alegou que “a interrupção voluntária da gestação não deve ser criminalizada, pelo menos durante o primeiro trimestre da gestação” já que não existe nenhuma potencialidade do feto viver fora do útero materno. A alegação é absurda, já que fetos têm movimento e desenvolvimento próprios, sendo que a principal função do útero materno é, sobretudo, nutrir o feto, função que toda mãe continua a desenvolver após o nascimento da criança, que também não sobreviveria sozinha, sem os cuidados maternos. A Igreja, em sua defesa incondicional à vida, em uma nota da CNBB publicada na íntegra nesta edição, reafirma a sua posição de “defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde a sua concepção até a morte natural”, condenando toda e qualquer tentativa de

liberação e descriminalização da prática do aborto, e conclama as comunidades católicas a rezarem e a se manifestarem publicamente em defesa da vida humana, desde a sua concepção. A decisão do STF atenta também contra a democracia e contra a própria Constituição. Na prática, a Primeira Turma do STF ultrapassa a função que lhe é própria – a de julgar – e assume para si o poder de legislar. Segundo bem defendeu o Dr. Ives Gandra da Silva Martins, jurista e presidente da União dos Juristas Católicos de São Paulo (Ujucasp), em artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo de 30.11, “apesar de a Constituição anterior apenas proteger a inviolabilidade dos direitos concernentes à vida e não o próprio direito à vida, como o faz a Constituição atual no artigo 5º, houve por bem, a Máxima Corte, entender que o Código Penal de 1940 (artigo 128) seria inconstitucional na sua restrição às outras formas de aborto

que não o terapêutico e o sentimental. O Pretório Excelso não pode legislar, nem mesmo nas ações de inconstitucionalidade por omissão do Congresso (artigo 103, parágrafo 2º), artigo este desprezado pelos bons juristas daquela Corte. O que mais preocupa na decisão, embora só de uma turma, é que o artigo 2º do Código Civil, segundo o qual “todos os direitos do nascituro são assegurados desde a concepção, passa a ter um acréscimo: menos um, o direito à vida”. Dr. Ives lembra, ainda, que “existem diversos projetos de leis em andamento no Congresso Nacional sobre o aborto. De maneira geral, a maior parte da população tem-se revelado contra a morte de nascituros provocada por quem deles deveria cuidar. Ora, o que a população, por seus representantes legítimos por ela eleitos, ainda não decidiu, a Suprema Corte, cujos integrantes são eleitos não pelo povo, mas por um homem só, vem agora decidir”.

Opinião

Dezembro: Entre Deus e o diabo

Arte: Sergio Ricciuto Conte

Francisco Borba Ribeiro Neto Nenhum outro mês é como dezembro. A iminência das festas de final de ano, a chegada das férias escolares, as comemorações “da firma”, os balanços anuais e os planos para um novo ano... Num frenesi de emoções contrastantes, corremos tanto para preparar nossos momentos felizes que nos arriscamos a esquecer sobre por que esses momentos deveriam ser felizes. Afanamo-nos tanto em preparar nossas festas que não saboreamos sua razão de ser. Este é o mês de pinheiros alienígenas e vitrines com enfeites e neves de algodão, de papais-noéis se derretendo sob um calor abrasador – símbolos extravagantes, mas carregados de uma ternura infantil, de nosso anseio pelo totalmente outro, desse anseio que o mundo aprendeu a comercializar, mas não entende nem consegue realmente satisfazer. A Igreja, em sua sabedoria milenar, dedicou este mês à interiorização do Advento, para a redescoberta das razões pelas quais fazemos as coisas, preparação para encontrar Deus como um singelo e desprotegido bebê. Esse deveria ser o tempo do retorno ao lar, quando os distantes voltam para suas famílias, os solitários redescobrem o amor, os pobres e os que sofrem são acolhidos com justiça

e ternura, os filhos reencontram o Pai. Mas, um habilidoso demônio preencheu dezembro com atividades estafantes e tediosas. Usando amores falsos, vendidos e até cínicos, conspurcou a memória do Amor e dos amores verdadeiros. Desvirtuou as festas, que deixam de celebrar a alegria e se tornam uma duvidosa catarse do vazio e da falta de sentido. A questão não é só de uma festa mal comemorada. As festas celebram a vida. Uma festa mal comemorada representa uma vida mal vivida. Assim, uma cruel desumanidade, como sombra sútil, nos acompanha neste tempo de maravilhas, transformando a beleza em fantasia inconsequente. Nós, cristãos, nos acostumamos

a criticar a mercantilização do Natal em nossa sociedade. É justo, mas com esse foco não percebemos que tudo que fazemos revela um pouco de nossos anseios mais profundos. O desejo de um amor sem limites; da paz que apaziguará não só as nações beligerantes, mas também os corações amargurados; da ternura que não só sanará nossas feridas, mas também trará a justiça para os excluídos e os pobres da Terra – tudo isso está presente, ainda que desfigurado, neste mês de dezembro. O resgate deste tempo passa menos pela censura de seus desvios que pela percepção de toda a profundidade e riqueza humana que se esconde em seus símbolos, mesmo que os-

cilem da mais sublime espiritualidade ao mais reles mercantilismo. Papai Noel não é só a degradação consumista do espírito natalino. Ele é a confirmação de que nossa cultura, por mais mercantilista e interesseira que seja, não consegue apagar em nosso coração o desejo de uma gratuidade e de uma bondade sem limites. A mentalidade do mundo diz que todos queremos ser sobrinhos (e herdeiros) do Tio Patinhas. Mas, no fundo, sabemos que só seremos felizes, sendo filhos de um Papai Noel que sempre nos dê a alegria e a liberdade dos que vivem para amar. A força do Cristianismo não está em condenar o mundo, mas em mostrar sua verdade. Cristo não é aquele que condenou Mateus, Zaqueu, a samaritana, Madalena ou mesmo Pedro, mas sim aquele que lhes mostrou a existência de um amor ansioso por responder ao drama humano. O Advento e o Natal são tempos para descobrir e testemunhar a verdade que se esconde por trás de nosso desejo de alegria, de paz e de festa. O mal não está em acreditar em Papai Noel, mas em pensar nele como a fantasia de uma noite de ilusão, e não como símbolo de uma realidade que nos acompanha todos os dias do ano. Francisco Borba Ribeiro Neto é coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP.

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator chefe: Daniel Gomes • Reportagem: Cônego Antônio Aparecido Pereira, Edcarlos Bispo, Filipe David, Nayá Fernandes e Fernando Geronazzo • Institucional: Rafael Alberto e Renata Moraes • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Secretaria de Redação: Djeny Amanda • Assinaturas: Ariane Vital • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Revisão: Sueli S. Dal Belo • Impressão: S.A. O ESTADO DE S. PAULO • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.


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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo

N

o dia 8 de dezembro, a Igreja comemora a solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, uma festa especialmente significativa dentro da celebração do Advento. Na “plenitude dos tempos”, quando está para enviar seu Filho ao mundo, para ser nosso Salvador, Deus prepara uma “mãe que fosse digna d’Ele”. A Mãe do Redentor é figura central do Advento e do Natal. Maria Imaculada foi preservada do pecado original em vista de sua maternidade divina: não podia o pecado dominar nenhum instante sobre aquela que seria a Mãe do Salvador! Ela também foi redimida, graças ao Filho do Eterno Deus que dela nasceu e assumiu nossa condição humana; privilegiada com essa graça toda especial, Maria Imaculada intercede pelos pecadores, para que eles também alcancem perdão e misericórdia e sejam curados das feridas causadas pelo pecado. A Igreja toda olha para Maria Imaculada com esperança, pois, nela, a graça redentora manifestou-se plenamente eficaz: “Nela nos destes as primícias da Igreja, esposa de Cristo sem ruga e sem mancha, resplandecente de beleza” (Prefácio da Missa). Ela é a imagem da Igreja e da humanidade redimidas e em plena sintonia com Deus. Aquilo que Maria é, nós esperamos ser; nela, temos a imagem daquilo que somos chamados a ser, pela misericórdia de Deus e com nossa colaboração livre, como ela mesma

Viva a Mãe de Deus e nossa: Ano Mariano Nacional fez: “Faça-se em mim conforme a tua palavra” (Lc 1,38). No dia 12 de outubro, celebramos a festa de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira principal da América Latina. É mais uma representação muito significativa de Maria, relacionada com o Advento. Na tela de Guadalupe, Maria é representada como uma mulher grávida, numa alusão clara ao mistério da Encarnação, que nós celebramos no Natal. Maria de Guadalupe traz ao mundo o “Deus conosco”, presença consoladora e confortadora dos aflitos e Salvador dos “pequenos de Deus”. Ao índio São João Diego, aflito pelos problemas de saúde em família e temeroso de se apresentar diante do bispo, para lhe levar a mensagem celeste, ela conforta e encoraja, dizendo: “Não estou contigo, eu que sou tua mãe?!” Nossa Senhora de Guadalupe representa a Mãe do conforto e da esperança, que traz ao mundo o Redentor, “cura” dos doentes, aflitos e fracos, e esperança de salvação para todos. O nome Jesus significa “Deus cura”, “Deus salva”. Desde o dia 12 de outubro passado, estamos comemorando os 300 anos do encontro da imagem sagrada de Nossa Senhora da Conceição Aparecida nas águas do rio Paraíba do Sul. Durante estes três séculos, a “Senhora de Aparecida” tornou-se muito querida de tantos brasileiros, que para ela se voltam com grande devoção e carinho filial. Por isso, ela foi proclamada “Rainha e Padroeira do Brasil”. A arquidiocese de São Paulo possui um motivo especial para comemorar o tricentenário por ter uma relação

histórica muito próxima com Aparecida. Desde que, em 1745, foi criada a diocese de São Paulo, até 1958, quando foi criada a arquidiocese de Aparecida, o Santuário de Aparecida pertenceu à diocese/arquidiocese de São Paulo; durante mais de dois séculos, São Paulo ficou encarregada de zelar pelo Santuário e pela difusão da devoção à Virgem Mãe Aparecida. Também a basílica “nova” foi iniciada pelo Cardeal Motta, arcebispo de São Paulo, na década de 1950; ele mesmo acabou se tornando o primeiro arcebispo de Aparecida, em 1964. Para a comemoração desse tricentenário, por iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, o Ano Mariano Nacional vai de 12 de outubro de 2016 a 12 de outubro de 2017. É uma ocasião especial para o aprofundamento da fé e de nossa relação filial e eclesial com Maria, “Mãe de Deus e nossa”. Em vista disso, resolvi escrever e publicar, em breve, uma carta à arquidiocese de São Paulo, para que sirva de motivação e orientação para as práticas do Ano Mariano. Veneramos e valorizamos a Virgem Maria, a Mãe Imaculada do Redentor, não simplesmente porque nós assim decidimos e queremos, mas porque reconhecemos que Deus lhe deu um lugar especialíssimo nos seus desígnios em relação à humanidade e à Igreja. O próprio Deus a escolheu e agraciou, dando-lhe uma missão especial na história da nossa salvação, realizada “na plenitude dos tempos”, como recordamos e celebramos mais uma vez na solenidade do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo.

| Encontro com o Pastor | 3

Sacramento da Crisma

Paróquia São Dimas

Na manhã do domingo, 4, o Cardeal Scherer, arcebispo metropolitano, conferiu o sacramento da Crisma a jovens e adultos na Paróquia São Dimas, no Setor Pastoral Jardins, na Região Sé.

90 anos da Paróquia Menino Jesus

Neide de Jesus Correia

O Cardeal Scherer, arcebispo metropolitano, presidiu no domingo, 4, missa na Paróquia Menino Jesus, no Setor Pastoral Tucuruvi, da Região Santana, por ocasião das comemorações dos 90 anos de criação da Paróquia. Padre Paulo Cesar Gil, pároco, recordou que muitos se dedicaram para que a pequena capela se transformasse na atual Paróquia, que acompanhou as mudanças do bairro do Tucuruvi ao longo das décadas. “Hoje, somos milhares, uma realidade complexa e desafiadora, um lugar de missão. Somos todos convocados para anunciar a alegria do Evangelho com o mesmo empenho e esperança que os nossos irmãos e irmãs na fé fizeram há 90 anos”.

Diaconato Carlos Ribeiro

Na sexta-feira, 2, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, esteve reunido com a Comissão do Diaconato Permanente na Cúria da Região Belém. Houve a partilha dos trabalhos realizados pelos diáconos, além de reflexões sobre o que pode ser aprimorado e deliberações de atividades para o próximo ano.

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4 | Fé e Vida |

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Liturgia e Vida 3º DOMINGO DO ADVENTO - 11 de dezembro de 2016 Leituras: Is 35, 1-6a.10; Tg 5, 7-10; Mt 11, 2-11

Vão contar a João o que estão ouvindo e vendo Cônego Celso Pedro “Alegrai-vos sempre no Senhor.” É com essas palavras que se abre a liturgia deste domingo, chamado de Domingo Gaudete, ou Domingo da Alegria. A cor roxa esmaecida se torna rosa, indicando que o Natal se aproxima. Alegremo-nos porque há mudanças no horizonte. O que era ruim começa a ficar bom. Há flores na terra que antes era deserta. Ânimo! Assim diz o profeta Isaías. Fortaleçam as mãos enfraquecidas, firmem os joelhos debilitados. Fiquem firmes e fortaleçam os corações, diz São Tiago. Nada de lamentações ou de queixas. Vejam a glória do Senhor, vejam a sua vingança e a sua recompensa. Vejam os cegos, os surdos, os coxos, os mudos. Cantem com eles, com o rosto brilhando de infinita alegria. Não há mais dor, não há mais pranto. Essa é a visão do fim que virá depois da ação. A obra do Senhor não fica no meio do caminho. Ele faz justiça aos oprimidos, dá alimento aos famintos, liberta os cativos, ergue o caído, protege o estrangeiro, ampara a viúva e o órfão, ama o justo, mas confunde os caminhos dos maus. Onde está esse Senhor? Abram as portas ao Salvador. Que Ele entre, o Rei da Glória. Onde está João Batista? O precursor está preso. Na prisão, ele ouviu falar das obras de Jesus. É Ele o Senhor ou temos que esperar por outro? Visão e ação se

juntam de novo. Vão dizer a João o que vocês estão ouvindo e vendo, digam o que está acontecendo. Vejam os cegos, os paralíticos, os leprosos, os surdos, os mortos. Vejam os pobres. Eles estão sendo evangelizados. Esses são os sinais do Salvador. Jesus fazia o cego ver e o paralítico andar. E hoje, onde está esse Jesus? Onde está João Batista? Por que estava na prisão? Porque não era um caniço agitado pelo vento, não vivia em palácios nem se vestia com roupas finas. Era um profeta e mais do que um profeta. Onde estão hoje os precursores do Senhor? Quem fará hoje as obras do Senhor, quem falará em seu nome? João estava preso por uma causa. Que as causas não nos prendam e não nos impeçam de agir. Não passem o tempo se queixando uns contra os outros, mas tomem por modelo de sofrimento e firmeza os profetas, que falaram em nome do Senhor. O Senhor que está vindo e que veio no passado, que criou o ser humano e maravilhosamente o restaurou, aja em cada um de nós, seus discípulos missionários, e cure a nossa cegueira, abra nossos ouvidos, desate nossa língua, dê força aos nossos joelhos e movimente nossas mãos, para podermos também nós agir com firmeza, a fim de que os pobres sejam, de fato, evangelizados e isso não seja razão de escândalo.

Você Pergunta O Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão tem que ajudar o padre a se paramentar? padre Cido Pereira

osaopaulo@uol.com.br

A Glauce de Oliveira, de Dourados (MS), quer saber se é obrigação do Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão ajudar o padre a paramentar-se. Glauce do céu, juro que eu nunca ouvi dizer que o Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão precisa vestir o padre para a celebração. O Ministro serve à comunidade, ajudando o padre a distribuir a santa comunhão nas celebrações e a levá-la aos enfermos. O que eu estou pensando aqui é que algum padre, para solenizar mais a Eucaristia, pede a alguém que o ajude. Mas isso não tem nada de litúrgico, nada de obrigação. Até porque, hoje, a maioria dos padres se utiliza apenas da túnica,

da estola e de uma casula que não têm muita complicação para vestir. Eu não sei a razão pela qual você me pergunta isso. Não sei se algum padre exigiu isso de você ou exige dos demais ministros de sua comunidade. Mas volto a repetir: o Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão é alguém a serviço da comunidade na distribuição da santa comunhão. Agora, o que é combinado não é errado. Se, de repente, o padre exige isso e todos os ministros concordam, beleza. É um gesto a mais que soleniza ou visibiliza ainda mais a figura do celebrante principal. Penso, porém, que quanto mais simples as nossas celebrações, mais elas calam no coração do povo. Fique com Deus, minha irmã. Que Deus abençoe você e sua família. Reprodução

Atos da Cúria Em 01 de dezembro de 2016, foi assinado na Cúria Metropolitana de São Paulo o Convênio entre a Arquidiocese de São Paulo e a seguinte Congregação Religiosa: - Congregação das Irmãs da Divina Vontade para a realização de Obra Apostólica na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, na Região Episcopal Santana. Em 02 de dezembro de 2016, foi assinado na Cúria Metropolitana de São Paulo o Convênio entre a Arquidiocese de São Paulo e a seguinte Congregação Religiosa: - Sociedade Joseleitos de Cristo, para a Cura Pastoral da Paróquia Nossa Senhora do Líbano, na Região Episcopal Lapa. - Sociedade Joseleitos de Cristo, para a Cura Pastoral da Paróquia São José Operário, na Região Episcopal Lapa.

Em 05 de dezembro de 2016, foi assinado na Cúria Metropolitana de São Paulo o Convênio entre a Arquidiocese de São Paulo e a seguinte Congregação Religiosa: - Congregação dos Sagrados Estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo, para a Cura Pastoral da Paróquia Nossa Senhora do Bom Conselho, na Região Episcopal Belém. - Sociedade Missionária de São Patrício, para a Cura Pastoral da Paróquia Santa Cruz, na Região Episcopal Brasilândia. NOMEAÇÃO DE ECÔNOMO Em 18 de novembro de 2016, foi nomeado e constituído no Ofício de Ecônomo da Região Episcopal Brasilândia, o Revmo. Pe. Jaime Izidoro de Sena, pelo período de 02 (dois) anos, em decreto que entrou em vigor em 1º de dezembro de 2016.

EDITAL DE CONVOCAÇÃO A FUNDAÇÃO METROPOLITANA PAULISTA convoca seus membros diretores para a assembleia ordinária a realizar-se no dia 14 de dezembro de 2016, às 14h, em sua sede à Avenida Higienópolis, 890, sala 16, São Paulo, SP, em primeira chamada com todos os diretores presentes, e, às 14h30, em segunda chamada, com os que estiverem presentes. A assembleia terá como pauta: 1 - assuntos ordinários da “Rádio 9 de Julho”; 2 – assuntos ordinários do Jornal “O SÃO PAULO”; 3 – outros assuntos. São Paulo, 30 de novembro de 2016. O Presidente


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Espiritualidade E o dia amanheceu de novo... Dom Devair Araújo da Fonseca

Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia e vigário episcopal para a Pastoral da Comunicação

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epois da trágica notícia da queda do avião da Lamia, um outro dia amanheceu. Pais e mães acordaram sem os filhos, esposas sem os maridos e filhos sem os pais. Amigos também perderam amigos, companheiros de trabalho ficaram sem seus pares, mas o dia amanheceu assim mesmo. Os telejornais passaram de uma ampla cobertura das notícias, com horário estendido e ocupando várias horas da programação, para um bloco de notícias. Mas, nos próximos dias, deve diminuir a intensidade e o destaque à tragédia, afinal, vão aparecer novas notícias, trágicas ou não. Mas, e as famílias daqueles que morreram? As famílias vão ser lembradas sim, de tempos em tempos, quando isso for notícia. Daqui a um ano, depois dois e talvez daqui a cinco ou dez anos. Elas, as famílias, vão aprender a conviver com a dor da ausência, uma dor silenciosa e solitária, e para isso vão procurar a ajuda da Psicologia e o conforto na

fé. As famílias também vão manter não podemos nos esquecer da mias fotos nas paredes e as histórias séria, da fome e das guerras, cada na memória. Para elas, a vida tam- uma delas uma variação trágica do bém vai continuar, mas sempre sofrimento humano. de forma incompleta, pois os seus Um acontecimento trágico desentes queridos não vão estar mais perta em nós sentimentos humanos, que nos tiram o “sono” e isso entre elas. Uma tragédia faz vir à tona sen- nos faz sair de nós mesmos para ir timentos de dor e sofrimento, mis- ao encontro do outro, de maneira turados com gestos de total des- pessoal ou ajudando de alguma ouprendimento, verdadeira doação, tra forma. Resta saber por quanto solidariedade e até as lágrimas compulsiDe uma forma estranha, a tragédia vas. Num momento acaba despertando sentimentos assim, pessoas estrabons, que estavam adormecidos. nhas se aproximam Mas será que precisamos de e se abraçam, e até tragédias para nos lembrar do rivais mudam de ativalor e da importância da vida tude, abrindo mão humana, ou para despertar em nós das diferenças. De gestos de humanidade? uma forma estranha, a tragédia acaba despertando sentimentos bons, que tempo vamos permanecer “acordaestavam adormecidos. Mas será dos” e atentos para perceber a dor e que precisamos de tragédias para o sofrimento dos outros. O mistério da encarnação do nos lembrar do valor e da importância da vida humana, ou para Filho de Deus, celebrado no Natal, despertar em nós gestos de huma- é um memorial da sensibilidade nidade? divina. Deus não ficou indiferente Vivemos nossas vidas como à nossa dor e ao nosso sofrimense estivéssemos dormindo, muito to, por isso Jesus assumiu a nossa ocupados com os nossos interesses humanidade. Se queremos prestar e mergulhados na insensibilidade e um culto verdadeiro e honrar o na indiferença. Deixamos de notar nome do Senhor, não podemos fea presença cotidiana da morte, e a char os olhos diante das tragédias terrível visão dos corpos de pes- vividas por nossos semelhantes, soas vivas, espalhados por nossas todos os dias, onde quer que elas calçadas ou debaixo das pontes. E aconteçam.

| Fé e Vida | 5

Fé e Cidadania Doenças raras e negligenciadas (I) Padre Leo Pessini Já disse certa vez o Papa Francisco: “... é prioridade para a Igreja manter-se dinamicamente em estado de ‘saída’, a fim de dar testemunho no concreto da misericórdia divina, tornando-se ‘hospital de campanha’ para as pessoas marginalizadas, que vivem nas periferias existencial, socioeconômica, sanitária, ambiental e geográfica do mundo”. Nessa perspectiva, o Pontifício Conselho para a Pastoral da Saúde, que a partir de 1º. janeiro de 2017 se integra ao novo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, juntamente com o Pontifício Conselho Justiça e Paz, Cor Unum e a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, promoveu de 10 a 11 de novembro a XXI Conferência Internacional, na cidade do Vaticano, na aula sinodal, com a instigante temática “Por uma cultura da saúde acolhedora e solidária a serviço das pessoas afetadas de patologias raras e negligenciadas”; e não menos inspiradora motivação “Informar para conhecer; conhecer para agir e agir para cuidar. Cuidar respeitando a vida e a dignidade da pessoa doente e do meio ambiente. Uma cultura da saúde acolhedora e solidária, com uma perspectiva de esperança em relação ao futuro”. Mas, afinal: O que se entende por doenças raras e negligenciadas? Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), “uma doença é considerada rara quando atinge uma pessoa entre 2 mil pessoas ou menos”. Os estudiosos da área estimam que existam em torno de 7 mil doenças raras no mundo, que acometem entre 6% e 8% da população, 80% das quais são de origem genérica, e com muita frequência colocam em risco a vida do doente e causam muito sofrimento para a pessoa que é vítima e para seus familiares. A OMS calcula que existem em torno de 400 milhões de pessoas no mundo afetadas por essas doenças.

Mas, afinal: O que se entende por doenças raras e negligenciadas? Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ‘uma doença é considerada rara quando atinge uma pessoa entre 2 mil pessoas ou menos’ Padre Leo Pessini é superior-geral dos Camilianos e escreve diretamente de Roma, na Itália.


6 | Viver Bem |

8 a 13 de dezembro de 2016 | www.arquisp.org.br

Cuidar da Saúde A doença pano branco não é contagiosa e pode ser evitada com protetor solar Cássia Regina O pano branco, também chamado de micose de praia e cientificamente de Pitiríase versicolor, é uma doença de pele causada por um fungo, que impede a pele de produzir melanina quando exposta ao sol. No local onde o fungo está, a pele não fica bronzeada como o resto do corpo, permanecendo com um aspecto mais branco. O pano branco não é uma doença contagiosa, portanto não há transmissão do fungo de uma pessoa para outra. Essa micose também não tem relação com a falta de higiene ou contato com locais de uso público, tais como piscinas, banheiros ou vestiários, nem com verminose. O termo micose de praia, muito usado para descrever essa micose de pele, surgiu pelo fato de as lesões se tornarem mais aparentes após a exposição solar. Esse fato ocorre porque, ao contrário das lesões, a pele sadia ao seu redor consegue se bronzear normalmente, aumentando o contraste entre as duas regiões. O médico é capaz de identificar essa micose somente ao visualizar a pele e o couro cabeludo do indivíduo. Alguns fatores predispõem essa doença: oleosidade excessiva da pele; viver em locais muito quentes e úmidos; sudorese excessiva; alterações hormonais, incluindo uso de pílula anticoncepcional; fase da adolescência; histórico familiar; e fraqueza do sistema imunológico. Essas causas podem acontecer em qualquer idade, e são mais frequentes durante o verão. O tratamento é feito com o uso de medicamentos antifúngicos via oral e/ou com pomada. Se o indivíduo estiver muito bronzeado, a cura da doença poderá ser alcançada, mas as manchas brancas irão persistir. Isso porque o fungo já não está lá, mas, como a pele quando foi bronzeada tinha o fungo, a mancha permanece e só desaparece lentamente após o tratamento, isso se houver uso diário de protetor solar. Dra. Cássia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF). E-mail: dracassiaregina@gmail.com

Comportamento

Atitude solidária Valdir Reginato O mundo ainda olha consternado para a tragédia do time de futebol da Chapecoense. Inúmeros artigos, desde a investigação da causa do acidente até manifestações de solidariedade afetiva e financeira aos familiares dos jogadores, repórteres e demais vítimas ocupam páginas sem fim nos jornais do Brasil e no mundo. Verifica-se, mais uma vez, a capacidade de empatia entre os seres humanos, de voltar-se aos seus semelhantes em dor e sofrimento, para poder lembrar a cada um e a todos que a humanidade deve viver num grande abraço fraterno, independentemente de raças, credos, línguas ou... torcidas de times de futebol. Mas da convivência com o sofrimento, que principalmente para as famílias enlutadas se prolongará dolorosamente, numa época do ano caracterizada por festejos e alegrias, deve surgir uma lição para cada um de nós, próximos pelo coração, ainda que longe pela distância. Com todo o respeito merecido e louvável dirigido a esses declarados campeões, por antecipação e justiça pelos próprios adversários da disputa futebolística, podemos perceber por esse episódio o quanto tantas outras tragédias passam cotidianamente por nós sem a mesma atenção. Não são poucos os “aviões que caem” em diversas partes do mundo, muitas vezes próximos de nós, deixando vítimas fatais, outras com sequelas importantes para toda a vida, ou por tempo prolongado, sem que se tenha a menor repercussão no noticiário. Ocorrem silenciosas, mesmo quando envolvidas em acidentes, mas principalmente quando são provocadas por motivos menos notáveis aos nossos sentidos. Nesse enorme grupo de vítimas, que supera em muito, infelizmente, os já significativos 71 do acidente aéreo, encontram-se crianças órfãos, idosos doentes e abandonados, jovens desencaminhados pelos vícios, relações conflituosas familiares, brigas que se arrastam por anos entre pais e filhos, irmãos, sogras e noras. Associam-se os desempregados, os que enfrentam di-

ficuldades econômicas pela situação do país. Somamse os funcionários com salários inferiores a dignidade do trabalho, em favorecimento dos avarentos. Ainda neste universo, estarão os que não superam a tristeza por decepções, perdas, falta de inclusão social e os que abandonaram a esperança por viver. Todas as vítimas de quem voa pela vida e está sujeito a uma pane, momentânea, provocada por catástrofes climáticas, defeitos de aparelhos ou irresponsabilidade humana. Nada disso importa para o restabelecimento dos que são acometidos pelo acidente a que se expôs por estar vivo. De todos eles também precisamos nos lembrar e levar a nossa solidariedade, cada um dentro das suas possibilidades. Que possa parecer uma gota no oceano, mas que para os que estão no deserto suaviza por reconhecer que alguém se importa com ele. Não é preciso procurar tanto, recorrer à distância aqueles que nunca vimos, ainda que seja muito válido. Não é preciso sequer, em algumas situações, sair do próprio lar, do nosso ambiente de trabalho, da rua em que moramos. Bem perto de nós, podemos estar diante de pessoas que estejam sofrendo pelas necessidades de quem sofreu a queda do seu avião. Nesta época em que nos ocupamos de montar o presépio à espera do Menino Deus, procuremos enxergar este Menino em tantos que necessitam de um berço, porque o calor amoroso de Maria e José soube acolher o Rei dos reis “numa manjedoura, porque não havia lugar para Ele na hospedaria” (Lc 2,7). Olhemos para as luzes acessas em velas e celulares no estádio de futebol da Colômbia, num gesto de carinho e solidariedade que iluminou o mundo inteiro, emocionou até os que não acreditavam mais poder sentir essa manifestação humana de fraternidade. Acenda cada um a sua pequena vela e contribua com a luz, que procede da existência do divino no humano, do Menino que deve nascer em cada um de nós para o mundo neste Natal. Dr. Valdir Reginato é médico da família, professor da Escola Paulista de Medicina e terapeuta familiar

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| Pastorais | 7

Pastoral da Saúde

Missa com o Cardeal Scherer conclui formação de 100 integrantes da Pastoral No sábado, 3, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, presidiu uma missa pela conclusão dos cursos de Agente de Pastoral da Saúde e Pastoral da Saúde Hospitalar. A celebração foi na igreja-matriz da Paróquia Sant’Ana, na Região Santana, com liturgia festiva e missionária. Mais de cem integrantes da Pastoral, das seis regiões episcopais da Arquidiocese, receberam a formação nos cursos. Ao falar sobre a passagem do evangelista Mateus que retrata que Cristo percorria toda a região da Galileia pregando o Reino de Deus e curando todo tipo de enfermo, o Arcebispo destacou: “Jesus fazia e assim ensinou e insistiu que os seus discípulos e apóstolos continuassem a fazer”. Padre João Mildner, assistente ecle-

Luciney Martins/O SÃO PAULO

siástico arquidiocesano da Pastoral da Saúde, informou que a Secretaria Estadual de Saúde reforçará a importância das visitas dos membros da Pastoral em hospitais públicos. Na parte final da missa, Dom Odilo desejou boa vivência da preparação para o Natal a todos, motivando que a visita às pessoas doentes seja o centro das ações da Pastoral por ser uma das missões que o próprio Jesus fez e ensinou a fazer. O Arcebispo deixou ainda uma recomendação para quando forem fazer as visitas: “Levem alegria aos doentes. Todos os doentes que vocês visitarem digam, ‘trago a bênção do Cardeal para vocês. Façam a oração e tenham certeza de que Deus acompanha todos vocês!.” (Edição: Júlia Cabral, com informações de Marcos Rubens)

Dom Odilo Scherer ao lado do Padre João Mildner recebe certificados, entregues aos cursistas

Pastoral da Criança Assembleia eletiva fortalece o agir da Igreja na atenção às crianças Pastoral da Criança

Integrantes da Pastoral da Criança em assembleia eletiva entre os dias 26 e 27 de novembro

A Pastoral da Criança da Arquidiocese de São Paulo realizou assembleia eletiva nos dias 26 e 27 de novembro. Na ocasião, a lista tríplice foi composta por Aparecida Gonçalves de Jesus, Deolinda da Cruz Santos Gomes e Daniel Zampieri. Agora a lista segue para ser ratificada pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo. Dom Eduardo Vieira dos Santos, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Episcopal Sé, participou do encontro para falar sobre a importância do trabalho da Pastoral da Criança na Arquidiocese de São Paulo. Também Dom Odilo esteve presente, animando e apoiando o trabalho, assim como enaltecendo a importância do diálogo constante que a Pastoral deve ter com os padres e bispos da Arquidiocese. Falou, ainda, sobre a importância da nova

metodologia da Pastoral da Criança no combate à obesidade infantil. No encontro foi apresentada como é a ação dos articuladores de saúde destacouse a importância do articulador na comunidade. Também esteve presente na atividade Solange Redolfi, da Câmara Intersecretarial de Segurança Alimentar e Nutricional, que falou dos malefícios das comidas industrializadas, e da importância da alimentação saudável e dos benefícios que traz ao organismo. As outras participações no encontro foram de Eunice Gomes Rodrigues, da Coordenação Estadual, as coordenadoras dos setores, os multiplicadores de todas as ações e os membros do conselho econômico. (Por Daniel Zampieri, comunicador social da Pastoral da Criança)

Pastoral da Mulher Marginalizada Não há barreiras para a misericórdia de Deus Na sexta-feira, 2, Dom Eduardo Vieira dos Santos, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, presidiu missa na sede da Pastoral da Mulher Marginalizada, no bairro da Luz, concelebrada pelo Padre José Enes de Jesus, coordenador regional de pastoral da Região Sé. Participaram da celebração 47 mulheres em situação de prostituição e vulnerabilidade social e sete membros de pastorais. “Natal: tempo de acolher o novo que vai nascer. A Pastoral da Mulher Marginalizada externa seus agradecimentos a todos e todas agentes de pastoral, a todos os parceiros que caminham conosco e

nos fortalecem na missão. A Dom Eduardo, que celebrou conosco o Natal de Jesus. Trazendo sua reflexão inclusiva e de misericórdia a todas as mulheres que se encontram em situação de prostituição”, expressou a Irmã Elizangela Matos, coordenadora da Pastoral da Mulher Marginalizada na Região Sé, destacando, ainda, que o ano de 2016 foi “de muita luta, sofrimento, retrocesso político e perda de garantia de direitos sociais. Nós da Pastoral já sentimos na pele os sinais de morte e das várias violações pelas quais passa a população pobre e vulnerável”. (Edição: Daniel Gomes, com informações da Irmã Elizangela Matos)

Irma Elizangela Matos

Dom Eduardo e Padre Enes com as participantes da missa na Pastoral da Mulher Marginalizada


8 | Pelo Mundo |

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Destaques das Agências Internacionais

Filipe David

Correspondente do O SÃO PAULO na Europa

Estados Unidos

Após um estupro na adolescência, ela escolhe a vida Lauran Bunting começou a namorar um jovem mais velho quando estava no colegial. Embora inicialmente ele tivesse aceitado sua decisão de esperar antes de ter uma relação sexual, um dia esse jovem em quem ela confiava acabou por estuprá-la.

Lauran logo descobriu que tinha ficado grávida. Até mesmo seu pai, quando soube do estupro e da gravidez, lhe sugeriu o aborto (que nos Estados Unidos é permitido pela lei), mas Lauran recusou e decidiu levar sua gravidez até o fim e criar sua filha

Isabella, que hoje já tem sete anos. Neste ano, Lauran e sua filha foram convidadas para falar em uma conferência sobre a santidade da vida humana: “Embora a maternidade seja uma jornada assustadora, algumas vezes o Senhor me deu força

Polônia Um ‘padre-móvel’ para urgências espirituais Um padre transformou seu carro em “veículo de urgência espiritual” para atender os habitantes de um povoado no sul da Polônia. O Padre Krzysztof Kauf já vinha cultivando a ideia de um carro adaptado havia algum tempo e disse que o utiliza para atender a “urgências espirituais”: “As pessoas necessitam, porque as palavras não podem expressar tudo tão bem quanto a presença de um sacerdote, especialmente nas situações difíceis, quando você está com eles e precisam do seu apoio”, explicou o Padre Krzysztof. O automóvel é um Fiat 126 preto, ao qual ele adicionou um barrete preto com cruzes brancas no teto. Na janela de trás, o Padre colocou seu número de telefone. As pessoas ligam a qualquer hora para pedir ajuda e aconselhamento espiritual. Fonte: ACI

France Info

Padre Krzysztof cria ‘padre-móvel’ para atender a urgências espirituais no sul da Polônia

Aos cativos, a liberação Em Paris, uma associação vai ao encontro de moradores de rua, prostitutas e travestis, bem como viciados em drogas e alcoólatras, para lhes oferecer um apoio humano e espiritual. Fundada em 1981 pelo Padre Patrick Giros, a associação “Aux captifs, la libération” (Aos cativos, a liberação) hoje conta com o trabalho de muitos voluntários e alguns profissionais contratados, como educadores especializados e enfermeiros, por exemplo.

de atravessar os momentos mais difíceis e continua a estar comigo nos bons momentos”, disse. Isabella é uma criança ativa, que adora música, artes e ginástica. Na escola, sua matéria preferida é Matemática. Fonte: Life Site News

Israel Israelense muçulmano doa madeira para reconstruir sinagoga Após a destruição causada em uma sinagoga em Haifa por um dos incêndios que assolaram o país nos últimos dias, o Rabino Dovi Hiyon procurou diversos fornecedores de madeira para reconstruir o que foi perdido. No entanto, um dos fornecedores, o muçulmano Abu-Ahmed, decidiu doar o material e o serviço: “Judeus e árabes vivem juntos em Haifa e não há nenhuma discriminação. Nós devemos continuar essa coexistência e promover a paz”, disse Abu-Ahmed. Fontes: Ynet News/ WND

França

Aprovada lei que proíbe sites pró-vida

A ideia original do Padre Patrick era ir de mãos vazias ao encontro de todas as pessoas que vivem nas ruas. “A primeira necessidade de uma pessoa nessa situação é de recuperar a confiança não apenas nela mesma, mas igualmente nas pessoas que se propõem a ajudá-la”, explica o site da associação. A essência do trabalho consiste, portanto, em “criar laços verdadeiros de confiança e amizade”, explicou um dos voluntários. Fonte: Associação Aux captifs, la libération

O governo do presidente François Hollande conseguiu aprovar no Parlamento francês uma lei que proíbe tentar dissuadir uma mulher de fazer um aborto, até mesmo por internet, o que, na prática, é o mesmo que criminalizar os sites pró-vida, que hoje são uma das últimas linhas de defesa dos bebês nascituros. A lei aprovada prevê pena de dois anos de prisão e multa de 30 mil euros para quem infringi-la. O presidente da Conferência dos

Bispos da França, Dom Georges Pontier, escreveu, pouco antes da aprovação da lei no Parlamento, uma carta pública ao presidente François Hollande, dizendo que a medida “viola ainda mais as justas regras do diálogo para construir uma vida em sociedade respeitando uns aos outros”, e pediu ao presidente francês que não permita que o projeto chegue ao seu término. Fontes: Famille Chrétienne/ Life Site News


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Júlia Cabral

Especial para O SÃO PAULO

‘Estamos sempre num estado de conflito mundial, em pedaços’ Em entrevista concedida ao semanário católico belga, Tertio, publicada na quarta-feira, 7, o Papa Francisco comentou sobre diversos assuntos, dentre os quais a laicidade e os desafios para os jovens e para a Europa. O Papa menciona que um Estado laico é melhor que um Estado confessional. Entretanto, não faz bem o laicismo que não dá espaço à transcendência. A seu ver, a abertura para a transcendência faz parte do ser humano, e quando um sistema político ignora isso, descarta a pessoa humana.

Falando sobre o continente europeu, o Pontífice ressaltou que mesmo depois de anos da Primeira Guerra Mundial, “estamos sempre num estado de conflito mundial, em pedaços”. Francisco ponderou que, embora se fale que não haverá mais guerras, tem-se fabricado armas e estas são vendidas para quem combate em nome dos interesses dos fabricantes de armas. “O preço é muito alto: o sangue.” Ainda segundo o Papa, “a Europa necessita de líderes, líderes que olhem para frente”. O Papa também destacou que os meios de comunicação têm o potencial

de formar “uma boa ou uma má opinião”, “podem construir” e “fazem um bem imenso”, mas também podem causar danos com a “tentação da calúnia”, para “sujar as pessoas” e difamá-las. A desinformação, advertiu, é o maior mal que a mídia pode fazer, “porque orienta a opinião pública numa direção, deixando a outra parte da verdade”. Francisco pediu, ainda, transparência e limpidez na cobertura midiática, sem cair na “doença da coprofilia”, isto é, comunicar o escândalo, “coisas ruins”, porque assim podem provocar danos.

Encontro com empresários estadunidenses Na manhã do sábado, 3, o Papa Francisco recebeu na Sala Clementina aproximadamente 400 empresários norte-americanos, num encontro promovido pela Time-Life. Francisco fez seu discurso a partir do tema que os participantes abordaram nos dois dias de atividades, “O desafio do século XXI: Criar um novo pacto social”, dizendo ser muito adequado e que mostra a necessidade primária para uma economia mais justa e inclusiva. “O que mais se requer, no momento, não é um novo acordo social abstrato, mas ideias concretas e ações eficazes em prol de todos, em resposta às prementes questões do nosso tempo. Agradeço-lhes pelo que estão fazendo para promover a centralidade da dignidade da pessoa humana no âmbito das instituições e da economia, e para atrair a atenção para a chaga dos pobres e refugiados, muitas vezes esquecidos pela sociedade.” O Pontífice afirmou, ainda, que a presença dos empresários já é sinal de espe-

L’Osservatore Romano

rança, pois mostra que reconhecem os problemas e pretendem tomar decisões. Porém, para fazê-lo é preciso mudar por dentro, efetivamente. Por fim, Francisco reforçou que o grande desafio da humanidade é res-

ponder aos níveis globais de injustiça para que ninguém seja excluído da vida social. Ele encorajou a todos para que continuem com os projetos propostos no evento e estejam a serviço do próximo.

| Papa Francisco | 9

Com informações da Rádio Vaticano

O poder da ternura

O ponto central da homilia do Papa Francisco na missa da terçafeira, 6, na Capela de Santa Marta, foi a parábola da ovelha perdida. Segundo o Pontífice, a ovelha da parábola “não se perdeu porque não tinha uma bússola. Conhecia bem o caminho”, mas sim porque tendo o coração doente e estando cega pela corrupção interior, fugiu “para ficar longe do Senhor, para saciar aquela escuridão interior que a levava à vida dupla”. “A figura que melhor me faz entender o comportamento do Senhor com a ovelha perdida é o comportamento do Senhor com Judas”, afirmou. “Não sabia da doçura da gratuidade de viver com todos os outros. E sempre, esta ovelha não andava satisfeita – Judas não era um homem satisfeito! – fugia”, acrescentou o Pontífice. Segundo o Papa, “quem não conhece as carícias do Senhor não conhece a doutrina cristã! Quem não se deixa acariciar pelo Senhor está perdido! É esta a boa-notícia, esta é a alegria sincera que nós hoje queremos. Esta é a alegria, esta é a consolação que buscamos: que venha o Senhor com o seu poder, que são as carícias, a encontrar-nos, para nos salvar, como a ovelha perdida e a nos levar para o rebanho de sua Igreja. Que o Senhor nos conceda esta graça, de esperar o Natal com as nossas feridas, com os nossos pecados, sinceramente reconhecidos, para esperar o poder desse Deus que vem nos consolar, que vem com poder, mas o seu poder é a ternura, as carícias que nasceram do seu coração. O seu coração tão bom que deu a vida por nós”.

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10 | Pelo Brasil |

8 a 13 de dezembro de 2016 | www.arquisp.org.br

Destaques das Agências Nacionais

Daniel Gomes e Júlia Cabral osaopaulo@uol.com.br

Papa nomeia bispos para Grajaú (MA) e o Rio de Janeiro (RJ) O Papa Francisco nomeou na quarta-feira, 7, dois bispos auxiliares para a Arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ): o Monsenhor Joel Portella Amado, 62, cura da Catedral de São Sebastião, e o Padre Paulo Alves

Romão, 52, pároco da Paróquia Bom Pastor, também localizada na capital fluminense. A nomeação de auxiliares para a Arquidiocese do Rio de Janeiro deu-se após solicitação do Cardeal Orani João

Tempesta, arcebispo metropolitano. No mesmo dia, o Pontífice também acolheu o pedido de renúncia apresentado por Dom Franco Cuter, por motivo de idade, e nomeou como bispo da Diocese de Grajaú (MA) o Frei Rubival

Cabral Britto, 47, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, que atualmente está como diretor do Colégio Paulo VI, na Arquidiocese de Vitória da Conquista (BA). Fonte: CNBB

827 mil pessoas no Brasil têm HIV/AIDS Dados do mais recente Boletim Epidemiológico de HIV e Aids de 2016, divulgado em 30 de novembro pelo Ministério da Saúde, indicam que 827 mil pessoas vivem com HIV/Aids no país, mas que, em 20 anos, a queda na mortalidade foi de 42,3%. Segundo o Ministério da Saúde, um dos grandes motivos da queda é o incentivo ao diagnóstico e ao início do tratamento, antes mesmo de surgirem os primeiros sintomas da doença. A taxa caiu de 9,7

óbitos por 100 mil habitantes, em 1995, para 5,6 óbitos por 100 mil habitantes em 2015. Foi apontado, ainda, que o número de pessoas tratadas subiu para 38%. Segundo o Ministério, isso foi possível com a implantação do Novo Protocolo Clínico de Tratamento de Adultos com HIV e Aids, em 2013. Atualmente, são 489 mil pessoas em tratamento. Além disso, os casos em mulheres de

todas as idades apresentam queda. Em 2005, eram 32 casos por 100 mil habitantes. Dez anos depois, o número caiu à metade. Já entre os jovens do sexo masculino, a infecção cresce em todas as faixas etárias. Entre homens, porém, a taxa subiu de 16,2/100 mil para 33,1/100 mil. Outro dado é que a taxa de detecção de Aids em menores de 5 anos caiu nos últimos seis anos, passando de 3,9 casos por 100 mil habitantes, em 2010, para 2,5

casos por 100 mil habitantes, em 2015. A taxa em crianças dessa faixa etária é usada como indicador para monitoramento da transmissão vertical do HIV. “A redução de 36% na transmissão de mãe para filho foi possível graças a ampliação da testagem, que promovemos nos últimos anos, aliada ao reforço na oferta de medicamentos para as gestantes”, explicou o ministro da Saúde, Ricardo Barros. Fonte: Ministério da Saúde

CNBB e Ministério da Saúde realizam campanha Foi lançada em 29 de novembro a campanha “Juntos podemos construir um futuro sem Aids”, promovida pela CNBB, com o apoio da Pastoral da Aids e do Ministério da Saúde. A iniciativa busca, além do incentivo à testagem precoce, fazer com que as pessoas comecem o tratamento imediatamente ao se descobrirem com HIV, estratégia fundamental para evitar danos à saúde e reduzir a transmissão do vírus. “A epidemia da Aids é complexa, multiforme e não pode ser vencida por uma estratégia única ou por um só ator social. Por isso, vejo como muito importante que os agentes de pastoral da Igreja se envolvam nesse esforço para diminuir as taxas de incidência de HIV, que significa menos gente sofrendo com uma doença que pode ser evitada”, comentou, no lançamento da

Divulgação

campanha, o Frei José Bernardi, secretário-executivo da Pastoral da Aids. A campanha, lançada no contexto das comemorações do Dia Mundial de Luta conta a Aids, contará com o apoio de 11 mil paróquias em todo o país. A meta do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) é, até 2020, tornar o número de novas infecções baixo a níveis não epidêmico, cumprindo a meta 90-90-90: que 90% de todas as pessoas com HIV conheçam seu diagnóstico, que 90% das diagnosticadas sejam tratadas imediatamente, e que 90% das tratadas possuam carga viral indetectável e não possam mais transmitir o vírus. Outros detalhes da campanha podem ser obtidos no site www.pastoralaids.org.br. Fonte: CNBB

Custo dos produtos Santa Casa de São Paulo receberá R$ 360 milhões para reestruturação dos serviços da ceia de Natal sobe O Ministério da Saúde assinou na terça-feira, 6, o Contrato de Estruturação Financeira da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com um valor total de R$ 360 milhões. O empréstimo foi concedido pela Caixa Econômica Federal via linha de crédito da Caixa Hospitais, após acordo firmado com a pasta, em setembro deste ano, ampliando o prazo de pagamento das operações de crédito das entidades filantrópicas para até 120 meses e com até seis meses de carência. Dessa forma, as organizações conseguem antecipar os recursos a receber do Ministério da Saúde, referentes aos

serviços ambulatoriais e internações hospitalares prestados pelo Sistema Único de Saúde, o que serve como garantia de pagamento do empréstimo. Participante da cerimônia de assinatura do contrato, o presidente da República, Michel Temer, enalteceu a atuação da instituição. “Ajudar a Santa Casa de São Paulo, que tem uma tradição extraordinária e serve como exemplo para todas as santas casas do País, é uma satisfação muito grande”, afirmou. A verba, que deve ser liberada nos próximos 30 dias, viabilizará a reestruturação do endividamento bancário e

com fornecedores da Santa Casa de São Paulo, considerada o maior complexo de assistência à saúde pública da América Latina, com capacidade para atender até 5 mil pessoas por dia. Reconhecida nacionalmente por pesquisas técnico/científicas, a instituição também possui o maior cadastro de doadores de medula óssea do Brasil. No ano passado, foram registrados 120 doadores de órgãos na instituição, resultando em 283 transplantes. No primeiro semestre deste ano, foram obtidos 50 doadores de órgãos, resultando em 134 transplantes. Fonte: Ministério da Saúde

10,19%

A cesta de produtos para a ceia do Natal deste ano subiu 10,19%, conforme pesquisa divulgada na terça-feira, 6, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/ Ibre). O resultado supera a inflação média de 6,76%, acumulada nos últimos 12 meses medida em novembro, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da FGV. Entre os itens com maior aumento de preço estão o azeite (17,52%), vinho (16,95%) e frutas frescas (16,91%). A pesquisa da FGV mostrou, em contrapartida, o recuo nos preços dos presentes no período de 12 meses. A média dos preços ficou em 4,23%, índice que está abaixo da inflação. Fonte: Agência Brasil


www.arquisp.org.br | 8 a 13 de dezembro de 2016

Reforma da Previdência é apresentada pelo governo federal www.politize.com.br

Edcarlos Bispo

edbsant@gmail.com

Depois de muitas promessas, o governo federal apresentou e encaminhou para o Congresso, na terça-feira, 6, um projeto de reforma da Previdência. Apesar da inclusão dos funcionários públicos, a proposta não incluiu os militares nem tocou mais profundamente nas pensões por morte. A proposta segue na Câmara dos Deputados como uma proposta de emenda constitucioal, a PEC 287. Haverá ainda um longo caminho a ser percorrido, pois, por se tratar de uma emenda à Constituição, deverá passar por duas votações na Câmara e depois ser encaminhada para o Senado, onde também deve ser aprovada em suas votações. Se não houver alterações, a PEC é aprovada. Caso o Senado faça mudanças, o projeto volta para a Câmara para ser apreciado novamente pelos deputados. A seguir, alguns dos principais pontos apresentados pelo governo: O governo propõe adoção da idade mínima de 65 anos tanto para homens quanto para mulheres.

Tempo mínimo de contribuição de 25 anos

Tabela progressiva

O governo pretende mexer no cálculo e pressionar o trabalhador a contribuir por mais tempo para melhorar o valor a receber. O benefício será calculado com base em 51% das melhores contribuições mais 1% adicional a cada ano pago. Para se aposentar com valor integral, será preciso contribuir durante 49 anos.

aposentar aos 65 anos, com tempo mínimo de contribuição de 25 anos.

Aposentadoria rural

O governo também propõe que as regras para aposentadoria dos trabalhadores rurais sejam as mesmas dos trabalhadores urbanos.

Regras para policiais, bombeiros e militares

A reforma da Previdência apresentada pelo presidente Michel Temer propõe a convergência das condições para a aposentadoria desse grupo com a dos trabalhadores do regime geral.

Policiais civis e federais devem passar a cumprir as novas regras do regime geral. Policiais militares e bombeiros, por sua vez, não serão afetados pela reforma, pois respondem a previdências dos governos estaduais. Finalmente, os militares não serão atingidos pela reforma do regime geral. Lei separada versará sobre as novas regras para essa categoria.

Revisão das regras para pensões

Parlamentares

Servidores públicos

A pensão por morte, que é integral, deve ser reduzida para 50%, mais 10% por dependente, para todos os segurados (INSS e serviço público). A pensão deverá ser desvinculada do reajuste do salário mínimo, que permite ganhos reais.

Proibição do acúmulo de benefícios

O governo propõe que nenhum beneficiário poderá receber simultaneamente dois ou mais benefícios da Previdência. Por exemplo: não será mais possível receber pensão por morte e aposentadoria. O beneficiário receberá apenas o benefício de maior valor.

Uniformidade das regras para homens e mulheres

Tanto os homens quanto as mulheres deverão se

Renan fica

Por seis votos a três, o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou em julgamento na quarta-feira, 7, o afastamento de Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado, mas proibiu o senador de ocupar a Presidência da República em caso de ausência de Michel Temer – Renan é o segundo na linha sucessória; o primeiro é o presidente da Câmara, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). Os seis ministros que votaram pela manutenção de Renan na presidência do Senado derrubaram a decisão liminar (provisória) do relator do caso, Marco Aurélio Mello, proferida na segunda-feira, 5. Na liminar, o ministro havia determinado o afastamento de Renan Calheiros, ordem que não foi cumprida pela mesa-diretora do Senado. O efeito da liminar perdurou até o julgamento do caso pelo plenário. Mesmo assim, Renan Calheiros acompanhou a sessão do Supremo do gabinete da presidência do Senado.

Manifestações

Idade mínima para se aposentar

Além de fixar uma idade mínima para aposentadoria, a proposta feita pelo governo aumenta o tempo mínimo de contribuição de 15 para 25 anos, tanto para homens quanto para mulheres. Hoje, o trabalhador pode se aposentar por idade aos 65 anos, se tiver contribuído por pelo menos 15 anos para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

| Política | 11

A reforma inclui parlamentares nas esferas federal, estadual e municipal. Entretanto, a regulamentação específica ainda deve ser elaborada a respeito das regras de transição dos políticos federais, e as regras para parlamentares estaduais e municipais dependem de regras das respectivas jurisdições.

Regras de transição

Haverá uma regra de transição para não prejudicar quem está perto da aposentadoria. Por ela, quem estiver com 50 anos ou mais (homens) e 45 anos ou mais (mulheres) poderá se aposentar pelas regras atuais, pagando pedágio de 50% sobre o tempo que faltava para a aposentadoria (se for um ano, por exemplo, terá de trabalhar um ano e meio). Fontes: Sites Politize, O Globo, G1 e Carta Capital

As manifestações a favor da operação Lava Jato e contra a corrupção reuniram milhares de pessoas em todos os 26 estados mais o Distrito Federal, no domingo, 4. Os atos foram registrados em 82 cidades e mobilizaram 75 mil pessoas, segundo a Polícia, e 487 mil, segundo os organizadores. As maiores manifestações ocorreram em São Paulo e no Rio de Janeiro. Na capital paulista, os atos ocuparam a avenida Paulista e reuniram aproximadamente 15 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, e 200 mil, segundo os organizadores. No Rio, a PM e os organizadores não informaram o número de participantes. O presidente Michel Temer foi poupado. Os alvos principais dos protestos foram os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Renan foi criticado por tentar acelerar a aprovação do projeto que muda a lei do abuso de autoridade, fato que contrariou juízes e procuradores da operação Lava Jato, e por ter colocado em votação dez medidas contra a corrupção que desfiguraram o pacote original. Em notas separadas, Renan disse que as manifestações são “legítimas” e “devem ser respeitadas”. Maia informou que a Casa “recebe com atenção e respeito” as manifestações ocorridas no domingo, e Temer considerou os atos como “comportamento exemplar” e disse que “demonstra o respeito cívico que fortalece ainda mais nossas instituições”.

Nova Lei de Migração

O Projeto de Lei 2.516/15, que cria a Lei das Migrações, foi aprovado na terça-feira, 6, pelo plenário da Câmara dos Deputados. A nova lei dispõe sobre os direitos e deveres do imigrante e do visitante, regula a sua entrada e estada no país e estabelece princípios e diretrizes sobre as políticas públicas para o migrante. Entre os princípios da Lei das Migrações está a garantia ao imigrante da condição de igualdade com os nacionais, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade e o acesso aos serviços públicos de saúde e educação, bem como registro da documentação, o que permite ingresso no mercado de trabalho e o direito à Previdência Social. Ao imigrante também será permitido exercer cargo, emprego e função pública, conforme definido em edital, excetuados àqueles reservados para o brasileiro nato. Fontes: G1, EBC e Folha de S.Paulo


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Ujucasp cria comissão para barrar tentativa de legalização do aborto no país Edcarlos Bispo

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Não. O Supremo Tribunal Federal (STF) não legalizou o aborto. Diferentemente do que foi amplamente divulgado pela grande imprensa nos jornais, revistas, sites e programas de televisão, o aborto não foi legalizado no Brasil. Ainda assim, a decisão de 29 de novembro abriu mais um grave precedente na luta pela legalização do aborto no país e revelou a profunda crise institucional pela qual passa o Brasil, onde a instituição que deveria zelar pela legalidade, cumprimento da Constituição e autonomia dos poderes, resolveu esquecer o seu papel.

O que estava em votação no STF A matéria que estava sob análise na Primeira Turma do STF, da qual fazem parte os ministros Luís Roberto Barroso, presidente; Marco Aurélio Mello, Luiz Fux, Rosa Weber e Edson Fachin, julgava o habeas corpus 124.306, de relatoria do ministro Marco Aurélio. No caso, os ministros decidiriam se manteriam ou não a prisão de médicos e enfermeiros flagrados realizando o procedimento de aborto. “No exame dessa matéria, o aborto entrava apenas de forma tangenciada. O relator do processo, ministro Barroso, soltou um voto pela liberação das pessoas – não entramos nesse mérito –, mas usando como argumento o seguinte ponto: que o aborto praticado até o terceiro mês não seria crime e que, portanto, os artigos do Código Penal que tipificam o crime não teriam sido recepcionados pela Constituição da República”, afirmou em entrevista ao O SÃO PAULO o doutor Robson Maia Lins, diretor de relações institucionais da União dos Juristas Católicos de São Paulo (Ujucasp). O voto do ministro Barroso foi seguido na íntegra pelos ministros Rosa Weber e Edson Fachin. Já os ministros Marco Aurélio, relator original do caso, e Luiz Fux também votaram pela revogação da prisão preventiva, mas não se manifestaram sobre a possibilidade de descriminalização do aborto. Eles votaram pela revogação por fundamentos processuais, ou seja, para eles, não existiam fundamentos suficientes para manter a prisão preventiva. A decisão não é vinculante, assim, não passa a valer para os demais tribunais que discutam questão idêntica, mas abre precedente na turma do STF e pode ser seguida por outras instâncias da Justiça.

Contra o avanço de projetos abortistas “A vida começa na concepção. O ministro Barroso não foi um animal por três meses para depois se tornar um ser humano. Ele sempre foi um ser humano. O mapa genético estava no zigoto. O zigoto do ministro Fachin não poderia ser outro se não o próprio ministro Fachin quando seus pais o conceberam. Dizer que aquilo não é ser humano é de uma violência contra a realidade, contra a natureza das coisas.” Esta é a afirmação do doutor Ives Gandra Martins, diretor-presidente da Ujucasp, feita à reportagem após reunião ordinária da entidade na segunda-feira, 5, na Paróquia Nossa Senhora do Brasil, na zona Sul. Na ocasião, os associados da Ujucasp debateram os rumos que o Judiciário, tem tomado no país, com a invasão de competência do Legislativo pelo Judiciário e falaram sobre o combate às tentativas de legalização do aborto. Doutor Ives comentou ainda que com a decisão, o ministro Barroso, que devia ser guardião da Constituição, agiu de forma contrária. “A decisão não tem fundamentação natural, biológica e jurídica. O artigo 5º da Constituição diz que o direito à vida é inviolável e a vida começa na concepção. O Pacto de San José da Costa Rica, do qual o Brasil aderiu, declara no artigo 4º que a vida começa na concepção, mas o mais importante, o Código Civil que está vigendo no país, declara em seu artigo 2º que todos os direitos do nascituro estão assegurados desde a concepção”, afirmou. “Ridículo o Supremo dizer ‘todos os direitos estão garantidos, todos os direitos estão assegurados... só não tem um direitozinho que é o direito à vida’. Foi tão chocante a decisão e com tanta falta de realidade, que, quando ele diz que tomou essa decisão por causa de políticas públicas, ele deu proteção aos ‘abortários’ que estavam sendo discutidos naquele momento”, completou. Ainda na noite de 29 de novembro, os deputados decidiram que criarão uma comissão para discutir o tema. A Ujucasp instituiu uma comissão para estudar a criação de um texto para uma emenda constitucional que deixe claro quais as situações em que a Constituição prevê a prática do aborto – estupro e risco de morte da mãe. “Contra isso é que a União dos Juristas Católicos de São Paulo criou uma comissão para fazer um manifesto e encaminhar ao Supremo Tribunal Federal, não só para a Primeira Turma, mas para o plenário, e paralelo a isso

atuar no Parlamento no texto de uma PEC [Proposta de Emenda Constitucional] para tentar deixar taxativa as hipóteses que temos hoje de aborto, que é a questão de estupro e o risco à vida da mãe, e constitucionalizar essas hipóteses para que decisões do Judiciário não possam relativizar essas questões do aborto. Esse é o trabalho que pretendemos fazer nas duas frentes no nosso Parlamento e no STF”, afirmou o doutor Robson Maia Lins. O Cardeal Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo e moderador da Ujucasp, afirmou que o ministro Barroso, por exemplo, usou um argumento absolutamente primário para embasar o seu voto, absolutamente não sustentável, sem valor jurídico, com valor ideológi-

co, “nesse caso, que falem os juristas, os conhecedores da lei, senão falam os que querem a ideologia”. Para Dom Odilo, é preciso desmascarar os falsos argumentos. Nesse sentido, o Cardeal mostrou descontentamento com programas de televisão que distorceram a recente atitude do Papa Francisco em permitir que os padres perdoem mulheres que cometeram o aborto. Segundo o Arcebispo, esses programas de televisão tentaram passar a ideia de que Francisco permitiria a prática do aborto, sendo que, na verdade, o documento pontifício reconhece a gravidade da prática do aborto e, por isso mesmo, o perdão deve ser dispensado de forma mais abundante sobre os fiéis.


www.arquisp.org.br | 8 a 13 de dezembro de 2016

Um Judiciário que quer legislar A Constituição brasileira afirma a harmonia entre Legislativo, Executivo e Judiciário, o que supõe que cada um dos três poderes se limite a exercer as funções que lhe cabem Edcarlos Bispo

edbsant@gmail.com

“Não obstante, a invasão da competência do Legislativo pelo Judiciário é, atualmente, alarmante. Corremos o risco de passar a viver não sob um Estado de direito, mas submissos a um ‘Estado de juízes’. Há uma incontrolada deslocação do poder de fazer leis, e alterá-las, do

Legislativo para o Judiciário. Ninguém negará que os juízes devem ser independentes, mas em uma democracia hão de ser submissos às leis, garantindo a sua aplicação. Não podem, contudo, em hipótese nenhuma, ir além delas”, afirmou em entrevista ao O SÃO PAULO, o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), professor doutor Eros Roberto Grau. As recentes ações do Supremo Tribunal Federal revelam a crise institucional pela qual passa o país. O diretor de relações institucionais da Ujucasp, doutor Robson Maia Lins, destacou que a nação vê o Parlamento acuado com tantos parlamentares envolvidos em processos e a leniência do próprio Executivo, que não vinha legislando sobre questões fundamentais, acabou por abrir uma lacuna, logo o Supremo passou a ocupar essa posição. Luciney Martins/O SÃO PAULO

Mas não é só o Supremo que decide legislar. Também o fazem juízes de primeira instância, como acrescenta o doutor Eros Grau. “Desafortunadamente, no entanto, os juízes de primeira instância - e sobretudo nossos tribunais - atualmente legislam. Glosando uma canção de Roberto Carlos, os juízes de hoje em dia, sem saber o que é Direito, fazem suas próprias leis!” No caso do aborto, o ministro Barroso deu outra interpretação para Constituição Federal e para o Código Civil, que deixam claro que a vida deve ser protegida e assegurada desde a sua concepção. Mudar a lei e a Constituição cabe aos deputados e não aos juízes. “Essa decisão do STF consubstancia uma agressão à Constituição, na medida em que ele [STF] se arroga poder de legislar. A ADPF [Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental] 54 acrescentou mais uma hipótese ao artigo 128 do Código Penal - o aborto de anencéfalo - e agora mais uma, o aborto praticado nos três primeiros meses de gestação”, afirmou o ministro aposentado. O STF em outra ocasião reinterpretou a Constituição e passou a decidir que uma pessoa possa ser recolhida ao cárcere após a condenação em segunda instância. Nesse caso, o Supremo reinterpretou o que está escrito na Carta Magna, o que para o doutor Robson representou “um ativismo judicial”. Doutor Ives Gandra recordou, ainda, as decisões tomadas sobre a fidelidade partidária, em que os constituintes decidiram que cada partido deveria se pronunciar sobre os casos, mas os ministros do STF impuseram sua linha de pensamento. Para o presidente da Ujucasp, se o Congresso Nacional “tivesse um mínimo de coragem, teria imediatamente cortado a decisão [do STF] pois, pelo Art. 49, inc. XI, ele tem que zelar por sua competência normativa. E houve invasão da competência normativa por parte do Supremo”. Doutor Ives recordou, ainda, que os deputados e senadores, a quem compete legislar, foram eleitos por mais de 140 milhões de brasileiros, já os ministros do Supremo são escolhidos por um único homem, o presidente da República. Nesse aspecto, seria preciso repensar a forma de escolha dos ministros que compõem a Suprema Corte do país. “Sempre defendi que deveria ser seis candidatos indicados pelo Conselho Federal, seis pelo Ministério Público e seis por cada um dos três Tribunais Superiores. O presidente receberia 18 nomes e indicaria um. Quem indicaria seria os operadores do Direito e não os amigos do presidente”, afirmou doutor Ives. Mesmo sendo amigo pessoal dos ministros do STF, particularmente dos que compõem a Primeira Turma, o presidente do Ujucasp afirma que estes pisotearam a Constituição e por isso não se furtará a falar a verdade. “Deixo claro que eu sinto um desconforto em contestar amigos que gosto e admiro, mas dizia Aristóteles quando perguntado por que discordava de Platão: ‘Sou muito amigo de Platão, mas sou mais amigo da verdade’. Eu sou muito amigo deles, mas sou mais amigo da verdade”, afirmou.

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CNBB emite nota contra o aborto diante da decisão do STF Na quinta-feira, dia 1º, a presidência da CNBB apresentou nota na qual reafirma a posição da Igreja de “defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde a sua concepção até a morte natural”. Os bispos reforçam também a “incondicional posição em defesa da vida humana, condenando toda e qualquer tentativa de liberação e descriminalização da prática do aborto. Conclamamos nossas comunidades a rezarem e a se manifestarem publicamente em defesa da vida humana, desde a sua concepção”. Leia a íntegra da nota:

NOTA DA CNBB EM DEFESA DA VIDA “Propus a vida e a morte; escolhe, pois, a vida” (cf. Dt 30,19) A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, por meio de sua Presidência, manifesta sua posição em defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde a sua concepção até a morte natural (cf. Constituição Federal, art. 1°, III; 3°, IV e 5°, caput). A CNBB respeita e defende a autonomia dos Poderes da República. Reconhece a importância fundamental que o Supremo Tribunal Federal (STF) desempenha na guarda da Constituição da República, particularmente no momento difícil que atravessa a nação brasileira. Discorda, contudo, da forma com que o aborto foi tratado num julgamento de Habeas Corpus, no STF. Reafirmamos nossa incondicional posição em defesa da vida humana, condenando toda e qualquer tentativa de liberação e descriminalização da prática do aborto. Conclamamos nossas comunidades a rezarem e a se manifestarem publicamente em defesa da vida humana, desde a sua concepção. Nossa Senhora, Mãe de Jesus e nossa Mãe, interceda por nós, particularmente pelos nascituros. Brasília, 1º de dezembro de 2016 Cardeal Sergio da Rocha Arcebispo de Brasília-DF Presidente da CNBB Dom Murilo S. R. Krieger Arcebispo de São Salvador-BA Vice-Presidente da CNBB Dom Leonardo Ulrich Steiner Bispo Auxiliar de Brasília-DF Secretário-Geral da CNBB


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diáconos transitórios

Antônio de Pádua Santos

Christopher Costa Velasco

Eduardo Augusto de Andrade

Ernandes Alves da Silva Júnior

Jeferson Aparecido dos Santos Barbosa

José Edson Santana Barreto

“Quem se gloria, glorie-se no Senhor” (2 Cor 10,17).

“Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento” (Mc 2,17).

“Se alguém me ama, guardará minha palavra e o meu Pai o amará e a ele viremos e nele estabeleceremos morada” (Jo 14,23).

“Tudo concorre para o bem dos que amam a Deus” (Rm 8,28).

Integrante da Aliança de Misericórdia “Tenhas em vós o mesmo sentimento de Cristo” (Fl 2,5).

“Felizes os misericordiosos, porque alcançarão a misericórdia” (Mt 5).

59 anos

24 anos

40 anos

27 anos

40 anos

30 anos

Diáconos a serviço do Evangelho e do povo de Deus Eles receberão o sacramento da Ordem, no grau de diaconato, durante celebração presidida pelo Cardeal Scherer, no sábado, 10, na Catedral da Sé Nayá Fernandes

nayafernandes@gmail.com

O diaconato é um modo de servir na Igreja em que o candidato recebe o primeiro grau do sacramento da Ordem, aquele que, para alguns, antecede o segundo grau, ou seja, o presbiterato, quando ordenado viverá sua vocação como padre. Mas, existe ainda o diaconato permanente, composto por homens casados que, ao serem ordenados, têm um trabalho específico na comunidade dos fiéis. A Bíblia, no Novo Testamento, fala sobre a missão dos diáconos, já nas primeiras comunidades cristãs, que era, sobretudo, a de servir às mesas e atender viúvas e órfãos, ou seja, os mais frágeis. No sábado, 10, às 15h, o Cardeal Odilo Scherer ordenará, na Arquidiocese de São Paulo, diáconos transitórios e permanentes durante missa na Catedral da Sé. O jornal O SÃO PAULO, em parceria com o Portal da Arquidiocese, conversou com cada um deles e traz nesta edição algumas de suas histórias e como foi o despertar para a vocação.

Vocação nasce na comunidade

Tudo começou com a inserção na comunidade eclesial. Catequista, coordenador de grupo de oração, Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão, coordenador de equipe de liturgia. Essa atividade intensa fez com que Antônio de Pádua Santos, hoje com 59 anos, estudasse Filosofia e Teologia ainda nos anos 1980, enquanto trabalhava como

servidor público. “Com a perspectiva da aposentadoria, frequentei os encontros vocacionais da Arquidiocese de São Paulo. Aposentado, ingressei no Seminário de Teologia Bom Pastor em 2014. Estou fazendo mestrado em Teologia Prática e cumprindo o tempo canônico necessário para as sagradas ordens”, contou Antônio, que receberá o sacramento da Ordem, no grau de diaconato, com perspectiva da ordenação sacerdotal. Na mesma situação está Eduardo Augusto de Andrade que, aos 40 anos, receberá o diaconato após um período de formação. Ele, que é o primogênito da sua casa, contou à reportagem que nasceu num contexto familiar de muita fé e conheceu a Deus por meio da sua família, “a Igreja doméstica”, disse. Já para Ernandes Alves da Silva Júnior, a história vocacional se confunde com o início da sua caminhada cristã. “Fui batizado aos 13 anos de idade, por iniciativa própria, ou melhor, porque Deus colocou esse desejo em meu coração. Posteriormente, fui participando das atividades na pequena Comunidade Sagrado Coração

de Jesus, juntamente com minha família. Contudo, dois movimentos marcaram profundamente minha história: o movimento da Mãe Peregrina de Schoenstatt e a Sociedade de São Vicente de Paulo. Em poucas palavras, foi a experiência de rezar o Terço nas casas das pessoas e de poder acompanhar as famílias carentes próximas à comunidade que me despertou para a vocação sacerdotal.” Ernandes participava da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, na Região Episcopal Brasilândia, no bairro do Jaraguá.

Eu decidi!

José Ferreira Filho nasceu e cresceu no bairro do Limão, na zona Norte da capital paulista. Ele é o último de três irmãos e perdeu os pais ainda muito jovem. “Quando eu tinha 16 anos, morreu minha mãe e após três anos, meu pai. Nessa época, meus irmãos já estavam casados, então, eu fiquei sozinho. Quando eles faleceram, confesso que me afastei da Igreja, porque estava em uma fase de trabalhar durante o dia e estudar à noite, com um ritmo de vida muito corri-

do e por isso, justamente na época em que eles faleceram, eu estava afastado da Igreja. Então, conheci uma turma da Paróquia Santo Antônio do Limão e aí me aproximei muito fortemente deles. Foi quando voltei a participar da Igreja. Nessa época, eu já estava com 23 anos. Tive também um exemplo do pároco à época, hoje Dom Antonio Carlos Keller [atual bispo de Frederico Westphalen]. Ele foi um exemplo para mim e isso ajudou a despertar a questão vocacional. Além disso, tive oportunidade de conhecer e participar durante mais de 20 anos da Comunidade Católica Nova Aliança. ” No início dos anos 2000, José fez uma experiência na Arquidiocese de São Paulo e chegou a entrar no propedêutico. “Terminei o namoro e fui para o seminário. Porém, após esse ano de seminário, ainda tinha dúvidas se era realmente isso que eu queria para a minha vida e acabei saindo. Fiquei sem a namorada e afastado do seminário”, contou. Em 2005, o atual candidato ao sacerdócio teve a oportunidade de participar da Jornada Mundial da Juventude em

diáconos permanentes

Antonio Geraldo de Sousa

Evangelista João de Souza

Francisco Nunes Pereira

Haroldo Simões de Macedo

Casado com Ana Maria Santos de Sousa há 39 anos e pai de Lílian, José Leandro e Lívio “Aleluia! Povos todos, louvai o Senhor” (Sl 117,1).

Casado com Roseli Aparecida de Camargo há 36 anos e pai de Edvan. “O Senhor é minha herança para sempre” (Sl 73,26).

Casado com Regina Aparecida da Silva Pereira há 31 anos e pai de Vander, Everson, Késia e Kelvin. “Apascentai o rebanho que vos é confiado, velando por ele não por coação, mas de bom grado” (1 Pd 5,2).

Casado há 28 anos com Roseli Ribeiro de Souza Macedo e pai de Ana Paula e Paulo Roberto. “Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso” (Lc 6,36).

61 anos

60 anos

56 anos

55 anos


| Reportagem | 15

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

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José Ferreira Filho

Luciano Carneiro Louzan

Maycon Wesley da Silva

Pierre Rodrigues da Costa

Rodrigo Felipe da Silva

Rodrigo Moraes Pereira

“Eis que estou no meio de vós como aquele que serve” (Lc 22,27).

“Aquele que persevera até o fim será salvo” (Mt 24,31).

Integrante da Aliança de Misericórdia “Alegrai-vos comigo porque encontrei minha ovelha perdida” (Lc 15,6b).

Integrante da Aliança de Misericórdia “A quem iremos Senhor, se tens palavra de vida eterna” (Jo 6,68).

“Antes de formar-te no seio da tua mãe, eu te conhecia. Antes de saíres do ventre, eu te consagrei e te fiz profeta das nações” (Jr 1,5).

Integrante da Aliança de Misericórdia “Jesus desceu então com seus pais para Nazaré, e permaneceu submisso a eles” (Lc 2,51).

49 anos

31 anos

Colônia, na Alemanha. “Confesso que foi uma experiência enriquecedora. O encontro com o papa, com os jovens do mundo inteiro, ajudou-me no despertar vocacional. Em 2008, eu consegui novamente ir à JMJ, a de Sydney, na Austrália, e também foi uma experiência incrível. Como na época eu trabalhava, tive condições de custear a viagem e realmente quando voltei, percebi que a Jornada foi um fator que ajudou muito a discernir minha vocação. Ao chegar ao Brasil, decidi que eu precisava voltar sim para o seminário e comecei a procurar os responsáveis da Arquidiocese”. No ano seguinte, ele começou a participar dos encontros vocacionais, mas só ingressou mesmo no seminário em 2012. “Naquele ano, finalmente eu ingressei no propedêutico. Terminei a faculdade de Filosofia e fui diretamente para o seminário de Teologia. Até hoje, as pessoas brincam sobre o fato de eu ter demorado muito para decidir. Acho que tive necessidade de ter uma certeza interior de que era isso que eu queria antes de dar o primeiro passo. Porém, o que posso afirmar é que foi justamente dando o primeiro passo, começando a caminhada, que eu passei a ter essa certeza. É durante a caminhada que Deus vai se revelar e confirmar tudo aquilo que a gente tem dentro do coração”, completou José Ferreira Filho.

Junto aos pobres

Membro da Comunidade Aliança de Misericórdia, Maycon Wesley da Silva

Márcio Cesena 61 anos

Casado há 36 anos com Marlene de Fátima Bellameo Cesena e pai de Márcio e Felipe. “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu, enviou-me a anunciar a Boa-Nova” (Is 61,1-2).

30 anos

nasceu na cidade de Maringá (PR), mas veio para São Paulo aos 18 anos. “Vim fazer experiências de evangelização com os pobres e moradores de rua e, a partir de então, foi aumentando no meu coração o desejo de me doar mais para Deus. Em 2007, durante uma missão no Amazonas, fui a uma comunidade ribeirinha, e a uma tribo, bem afastada, no interior do estado, onde fazia mais ou menos oito anos que não ia nenhum padre. Quando eu cheguei à tribo indígena, os índios e o cacique vieram me abraçar e me chamaram de padre. Isso mexeu com o meu coração e foi aumentando o desejo de dar minha vida para aqueles que necessitam: os pobres, os indígenas, os mais frágeis. ” Maycon expressou também muita gratidão e felicidade por dar mais esse passo: “Consumir minha vida pelo Evangelho e pelos pobres, os moradores de rua, as garotas de programa, as crianças abandonadas e também para os que não conhecem Jesus”, enfatizou o candidato ao diaconato.

Diáconos permanentes, uma missão específica na Igreja

Eles são casados, têm filhos e uma profissão que os consome tempo e energia, mas sentiram o chamado para ajudar na comunidade de fiéis com uma vocação específica: o diaconato permanente. É o caso de Antonio Geraldo de Sousa, casado com Ana Maria Santos de Sousa há 39 anos e pai da Lílian, do José Leandro e do Lívio. “Fui criado lá no interior

Maurício Luz de Lima 53 anos

Casado há 23 anos com Margareth Marcina Catta Preta Lima e pai de Bárbara. “Mostra-me, Senhor, teu caminho, para que eu o siga em fidelidade para contigo!” (Sl 86,11).

34 anos

28 anos

de Minas Gerais. Lembro-me de que minha mãe, em sua fé inabalável, juntava os filhos para rezar o Terço e ainda ressoam em meus ouvidos a voz do grande evangelizador Padre Vitor Coelho de Almeida, por meio das ondas da rádio Aparecida, afirmando: ‘12 horas...os ponteiros apontam para o infinito’, ou ainda ‘15 horas...hora da Consagração’”. Já a vocação de Haroldo Simões de Macedo nasceu no coração da capital paulista. Ele participou com a esposa, Roseli Ribeiro de Souza Macedo, no ano de 1993, do Encontro de Casais com Cristo (ECC) na paróquia Nossa Senhora de Fátima. “A partir de então, nos engajamos no ECC, onde estamos servindo até hoje. A partir daí, o engajamento foi crescendo. Além do ECC, servimos no Encontro de Jovens com Cristo (EJC), na Pastoral do Dízimo e na comissão de festas de nossa paróquia.” No penúltimo ano da Teologia, Haroldo começou também a ser catequista para Iniciação Cristã de Adultos em sua Paróquia e hoje também preside celebrações da Palavra de Deus na Paróquia Nossa Senhora de Fátima e em outras duas comunidades.

Para anunciar a Palavra de Deus

Casado há 36 anos com Marlene de Fátima Bellameo Cesena, Márcio Cesena é pai de dois meninos e também já é vovô. Candidato ao diaconato permanente, Márcio vivenciou toda sua juventude participando da Paróquia Sant’Ana,

Paulo Jose Oliveira 50 anos

Casado há 25 anos com Marisete Albino Oliveira e pai de Paulo Jose e Raphael. “Dou graças àquele que me deu forças, Jesus Cristo, Nosso Senhor, porque me julgou digno de confiança e me chamou ao ministério” (1Tm 1,12).

Ricardo Donizeti dos Santos 46 anos

Casado há 25 anos com Inêz Aparecida de Oliveira e pai de Thiago, Victor e Thamiris. “Eu e minha casa serviremos o Senhor” (Js 24,15).

32 anos

na zona Norte, e ali conheceu aquela que viria a ser a sua esposa. “Já casado e com nossos dois filhos, continuamos nossa vida em comunidade, então na Paróquia Nossa Senhora da Salette, onde nos dedicamos à vida pastoral, principalmente à Pastoral da Saúde. Desde minha juventude, senti o chamado para uma participação mais profunda na comunidade, em especial nos momentos litúrgicos, que me levaram ao estudo e aprofundamento da Teologia e ritual das celebrações dos sacramentos. Como membro da Pastoral da Saúde, pude aprofundar o exercício da caridade e o da pregação da Palavra de Deus nas celebrações da Palavra”, contou Márcio. Assim, para ele, o chamado ao diaconato permanente veio do desejo de servir à Igreja de uma forma mais ministerial, consagrada. “Após um período de discernimento, junto com minha família e com o auxílio de um orientador espiritual, manifestei meu sim ao chamado de Deus. Abracei a formação e a preparação para o diaconato permanente na faculdade de Teologia e na Escola Arquidiocesana Diaconal São José. Foi um tempo de confirmação da vontade de Deus para minha vida. Hoje, chego à ordenação com o desejo de ser instrumento de Deus na vida da comunidade e da Igreja de São Paulo.” Durante a realização da faculdade de Teologia, Ricardo Donizeti dos Santos deixou o trabalho em uma gráfica e começou a trabalhar como carteiro. A decisão o fez conhecer ainda mais a realidade da cidade onde mora e essa experiência, com certeza, o ajudará na realização diária da missão como diácono permanente. Também para ele, o despertar para a vocação foi em um Encontro de Casais com Cristo. “Naquele encontro, conhecemos um diácono permanente e ouvimos suas colocações como ministro ordenado. Daí em diante, com o incentivo de minha esposa, entrei para o propedêutico e fui aceito na PUC-SP. Com a Teologia, pude aprender e quebrar vários paradigmas. Isso fez com que minha vocação se alicerçasse ainda mais, pois eu já trabalhava na Pastoral da Catequese, ECC e como ministro da Palavra. Sou feliz por ser mensageiro de Cristo, como Ele mesmo nos pediu, podendo levar e praticar a Palavra de Deus como diácono, sem perder o amor primeiro à Trindade Santa”, afirmou Ricardo. (Colaboraram Larissa Freitas e Milena Guimarães)


16 | Fé e Cultura |

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Filipe David

osaopaulo@uol.com.br

Dica de Leitura Carta de Ouro Guilherme de St. Thierry escreveu estas instruções de vida interior, por volta de 1144, para os noviços da recém-fundada Cartuxa de Mont-Dieu, na região de Ardennes, na França. Não tardou para que a “Carta de Ouro” se transformasse, nas décadas seguintes, no texto básico de formação espiritual para uma série de congregações religiosas: franciscanos, dominicanos, carmelitas, agostinianos e beneditinos... Paradoxalmente, foi exatamente esse sucesso que fez com que o nome de Guilherme caísse no oblívio durante séculos, pois muitos copistas não hesitavam em atribuir a autoria do opúsculo a São Bernardo. Ficha técnica: Autor: Guilherme de St.Thierry Páginas: 248 Editora: Ecclesiae

Para Refletir

Sentido ou verdade? Divulgação

“A retórica do ‘sentido da vida’ e da ‘busca de sentido’, ou mesmo do ‘horizonte de sentido’, manifesta um espírito que interiorizou o ‘pluralismo de direito’. Esta última expressão designa o regime mental no qual toda crença ou convicção deve reconhecer como legítimas todas as outras; exceto a que recuse essa pluralidade e que é, então, considerada intolerante. A pretensão à verdade de uma crença parece de fato intolerável, pois ela implica julgar simultaneamente as outras como falsas. Uma vez que a proibição de julgar é hoje muito forte, o verbo ‘crer’, que tem por definição primordial ‘considerar verdadeiro’, se modifica para designar ‘o fato de dar um sentido’. É evidente que um sentido pode coexistir com outros sentidos percebidos como legítimos. Entre ‘pessoas bem-educadas’, o sentido parece mais respeitoso dos outros que a verdade, sempre suspeita de agredir o outro e de provocá-lo ao combate. O que desaparece, então, é a possibilidade de fundar uma vida comum sobre um princípio partilhado, porque objetivo. (...). O Cristo não veio para dar um sentido à minha vida, porque o sentido eu posso encontrar lendo o pequeno livro vermelho de Mao Tsé-Tung ou lendo os textos da tradição taoísta. O Cristo é a Verdade que veio libertar os homens do pecado e do erro. É claro que isso é menos consensual; há cristãos que morreram por afirmar a verdade e por recusar os falsos deuses, mesmo que eles fossem valores que pudessem dar sentido à vida.” (Thibaud Collin). (A íntegra do texto pode ser encontrada, em francês, no jornal L’Homme Nouveau).

‘A paz entre os povos’ é o destaque da 27ª Exposição Franciscana de Presépios Site franciscanos.org.br

é parte das festividades natalinas da cidade de São Paulo há quase 30 anos, consolidando-se, assim, como uma tradição. Com o tema “A paz entre os povos”, esta edição reúne presépios de diversas nações, como Alemanha, Bolívia, França, Itália, Israel, México e Rússia. Feitos com materiais diversos, como papel machê, madeira, porcelana, biscuit, gesso, pedras e até mesmo com barbante trançado, os presépios não deixaram a simplicidade – essência de São Francisco de Assis – de lado. A abertura da exposição, no sábado, teve missa, um recital de flauta doce, um recital de músicas natalinas, este último conduzido pelo Coro Arkturos, em parceria com o Coro de Repertório da Fundação das Artes de São Caetano.

SERVIÇO Exposição pode ser vista até 8 de janeiro, de terça-feira a domingo, na Paróquia-santuário São Francisco de Assis, no centro da capital paulista

Vitor Alves Loscalzo Especial para O SÃO PAULO

É chegado o tempo do Advento e, à medida que o Natal se aproxima, vêse nas casas, nas paróquias e nas ruas da cidade, como na avenida Paulista, o resgate da tradição de oito séculos com a montagem de presépios. Também no Santuário São Francis-

co de Assis a tradição está mantida. No sábado, 3, foi inaugurada a 27ª Exposição Franciscana de Presépios, com 59 obras, de 20 países diferentes, que podem ser vistas no Salão São Dâmaso, no claustro do convento. E ter essa exposição em uma igreja franciscana é significativo, pois foi São Francisco de Assis, em 1223, na cidade italiana de Greccio, que representou

pela primeira vez em um presépio o nascimento do Menino Jesus. A ideia surgiu enquanto o Santo lia, numa de suas longas noites dedicadas à oração, um trecho bíblico que narrava o nascimento de Jesus Cristo. A criativa encenação agradou e se tornou conhecida pelo mundo inteiro. Aberta ao público até o 8 de janeiro, com entrada gratuita, a exposição

27ª Exposição Franciscana de Presépios Até 8 de janeiro Visitação: de terça a sábado, das 9h às 17h; e aos domingos, das 8h às 13h Entrada gratuita Santuário São Francisco de Assis (Largo São Francisco, 133, centro da cidade, próximo ao metrô Sé) Informações: (11) 3291-2400 ou www.conventosaofrancisco.com.br


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Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

Palmeiras: campeão dentro e fora de campo A torcida do Palmeiras, como faz lembrar trechos do hino do clube, ainda “canta e vibra” pelo “Alviverde inteiro” que bem soube ser campeão “brasileiro, ostentando a sua fibra”. Os 22 anos de espera pelo título terminaram em 27 de novembro, com uma rodada de antecedência para o fim da competição. E o agora maior vencedor de campeonatos brasileiros, com nove títulos, tem ainda um jogo, no próximo domingo, 11, contra o Vitória, em Salvador (BA), para provar a “defesa que ninguém passa” – com 31 gols sofridos é o time menos vazado da competição – e a “linha atacante de raça” - com 60 gols feitos, o Palmeiras tem um a menos que o Atlético Mineiro, time de melhor ataque do Brasileirão. Como todo campeão, o Palmeiras tem seus segredos dentro e fora de campo nesta temporada.

Planejamento e superação

Ao assumir o clube em 2013, o atual presidente, Paulo Nobre (que será substituído em 15 de dezembro pelo eleito Maurício Galiotte), encontrou o Palmeiras mergulhado em dívidas e investiu mais R$ 200 milhões. Esse montante aliado, a partir de 2015, à experiência de negociações de Alexandre Mattos, diretor de futebol, e Cícero Souza, gerente de futebol, permitiu ao Alviverde contratar boa parte dos campeões de 2016, como Vitor Hugo, Mina, Edu Dracena, Zé Roberto, Tchê-Tchê, Egídio, Fabiano, Jean, Arouca, Gabriel, Moisés, Alecssandro e Dudu, e promover os talentos das categorias de base, como Thiago Martins e Gabriel Jesus, artilheiro do clube no campeonato com 12 gols. Na avaliação do jornalista Ricardo Flaitt, colunista do diário esportivo Lance!, um dos segredos do sucesso do Palmeiras foi justamente ter “um elenco forte, competitivo, mas também amplo, condição essencial para aguentar o número excessivo de jogos, em que muitos se machucam. Com esse elenco, mesmo diante dos im-

César Greco/Agência Palmeiras

Título resulta de investimentos na contratação de atletas, nas categorias de base e no departamento médico, além do programa sócio-torcedor

previstos das contusões, conseguia manter o nível para boas atuações. Isso somado a um bom técnico, Cuca, deu a liga necessária para formar um time campeão”, avaliou ao O SÃO PAULO. Os investimentos do clube no departamento médico também foram um diferencial. A contratação de profissionais e a ampliação de infraestruturas tiveram um impacto direto para a queda no número de lesões – 13 este ano ante 36 em 2015 – e para a redução no tempo de recuperação dos atletas – de 24 para nove dias. Mesmo com toda essa estrutura, foi preciso lidar com o imprevisível: a contusão do titular absoluto da meta Alviverde, Fernando Prass, durante treinamentos com a seleção olímpica. Resistindo às pressões pela contratação de um goleiro mais experiente, Cuca confiou a titularidade ao reserva Jailson. “Nunca é tarde para realizar o sonho. Eu trabalhei, respeitei quem estava jogando. E, quando a oportunidade apareceu para mim, agarrei com unhas e dentes”, disse Jailson após o título.

Torcida participativa e valiosa

Neste Brasileirão, a torcida do Palmeiras ajudou a fazer do Allianz Parque a grande força do clube. Como mandante, o Alviverde perdeu apenas uma partida, foi para o Atlético Mineiro no 1º turno, e teve a melhor média de público do campeonato, com mais de 32 mil pagantes por jogo. A razão para que o Allianz Parque estivesse quase sempre lotado foi o programa de sócio-torcedores, Avanti, que de 8 mil associados em 2013 saltou para mais de 127 mil adeptos, gerando ao clube uma receita anual de aproximadamente R$ 45 milhões. “Antes tínhamos uma torcida em protesto contra a gente, e nós mostramos que queríamos vencer. Do nosso lado, eles foram fundamentais para vencermos. Tínhamos uma vontade enorme de ser campeões, e temos um grupo humilde. Não houve arrogância ou prepotência”, declarou o técnico Cuca após a conquista do Brasileirão.

Cenário incerto para 2017

Passada a festa pelo título, a torcida já se preocupa com o futuro do clube em 2017. Além de perder o atacante Gabriel Jesus, negociado com o Manchester City, da Inglaterra, não há certezas sobre a permanência do diretor de futebol, Alexandre Mattos, e o técnico Cuca já disse que não renovará o contrato com o Palmeiras, por precisar se dedicar a questões familiares em 2017. Nos próximos dias, a diretoria deve anunciar Eduardo Baptista como novo técnico. Ele deixou a Ponte Preta na sexta-feira, 2. “O Eduardo Baptista está dentro do contexto de uma nova geração de técnicos estudiosos. Embora tenha passado por Sport e Fluminense, dá para dizer que ainda é uma aposta, ainda mais com a sombra de Cuca. A vantagem é que Baptista começará o trabalho no Palmeiras no início da temporada e já vai herdar uma base deixada pelo Cuca”, analisou Ricardo Flaitt. (Com informações do site Palmeiras.com.br)

Torcida da Chapecoense dá último adeus aos campeões da Copa Sul-Americana O fim de semana foi de despedida para os amigos e familiares dos 71 mortos no acidente aéreo que vitimou jogadores, diretores e membros da comissão técnica da Chapecoense, além de profissionais de imprensa e tripulantes do avião da empresa Lamia, que caiu nas proximidades de Medellín, na Colômbia, na madrugada de 29 de novembro. Os caixões com os corpos de 50 das 71 vítimas chegaram a Chapecó (SC) no sábado, 3, e tão logo foram conduzidos para o interior da Arena Condá, no começo da tarde, ouviu-se das arquibancadas lotadas, mesmo diante da intensa chuva, o grito da torcida “O campeão voltou”, em alusão aos jogadores da equipe catarinense que foi declarada campeã da Copa Sul-Americana, na segunda-feira, 5.

Beto Barata/Presidência da República

Velório coletivo é marcado por homenagens às vítimas da tragédia aérea em Medellín, dia 3

No velório coletivo, que teve a presença de autoridades como o presidente da República, Michel Temer, e o presidente da Fifa, Gianni Infantino, houve homenagens diversas às vítimas, incluindo uma mensagem do Papa Francisco, lida pelo

bispo de Chapecó, Dom Odelir José Magri. A maioria dos sepultamentos ou cremações aconteceu no domingo, 4, nas diferentes cidades de origem das vítimas. Os seis sobreviventes no acidente, entre os quais os jogadores Alan Ruschel, Neto

e Jackson Follmann e o jornalista Rafael Henzel passaram por cirurgias e seguem internados na Colômbia. Ao longo da última semana, os mortos foram homenageados em diferentes partes do mundo e a Fifa determinou que em todos os jogos de futebol no sábado, 3, e do domingo, 4, fosse respeitado um minuto de silêncio. Em 30 de novembro, em Medellín, no horário em que se realizaria a final da Copa Sul-Americana, jogadores, diretores e torcedores do Atlético Nacional fizeram um ato no estádio Atanasio Girardot em memória das vítimas. Investigações iniciais indicam que a queda do avião foi provocada por falta de combustível e que esse risco era de conhecimento do piloto Miguel Quiroga, também morto no acidente. (Com informações da Agência Brasil)


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Brasilândia Agir pastoral e Ano Mariano são enfocados em assembleia regional

Padre Cilto José Rosembach e Leandro Silva

Colaboradores de comunicação da Região

No sábado, 3, na Paróquia Santos Apóstolos, no Jardim Maracanã, clérigos, religiosos, religiosas, leigos e leigas atuantes nos setores e coordenações pastorais da Região Episcopal Brasilândia participaram da assembleia regional anual. A motivação inicial do encontro foi conduzida pelo Padre Reinaldo Torres, coordenador do Conselho Regional de Pastoral (CRP). Em seguida, a Pastoral da Comunicação apresentou de forma resumida, por meio de imagens, um vídeo sobre os trabalhos e ações pastorais realizados durante o ano. Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, ressaltou as atividades da igreja nas ruas e destacou o atendimento às famílias atingidas pela enchente no bairro do Jaraguá no início do ano. A partir da reflexão

Gerson Moraes

Participantes da assembleia da Região Episcopal Brasilândia durante momento de oração conduzido por Dom Devair, no sábado, dia 3

das ações realizadas em 2016, foram apresentadas as propostas enviadas pelos setores pastorais, apontando suas perspectivas para as prioridades da família, juventude e formação. Os membros do CRP e os indicados

Ana Lúcia Contarelli

Começou no domingo, 4, e segue até terça-feira, 13, a festa da padroeira da Paróquia Santa Izabel – Santa Luzia, no Setor Freguesia do Ó. O tema da festa é “Santa Luzia, exemplo de misericórdia”. A matriz-paroquial fica na rua Vicente Soares da Costa, 81, no Jardim Primavera. Mais detalhes pelo telefone (11) 3936-2341.

pelos setores foram divididos em grupo para apontar um encaminhamento dentro de cada um desses três eixos. Para o agir pastoral na família, os grupos apresentaram alguns destaques e propostas mais recorrentes, como o estudo da Exortação Apostólica Amoris Laetitia, do Papa Francisco; a criação de um Conselho Regional da Família, para organizar as ações da Pastoral Familiar; e a formação de células familiares que se reúnam para refletir e celebrar; e ter a família como uma preocupação permanente. Dom Devair comentou que cada pastoral deverá ter em mente a preocupação com a família. Em relação à juventude, foi reconhecido o trabalho do Setor Juventude e se sugeriu criar uma feira vocacional, que aponte ao jovem a importância dos sacramentos e da vivência e participação na sociedade, em comunhão com o ano catequético. Também se destacou ser fundamental

Ipiranga

incentivar a formação permanente para fortalecer o agente pastoral e formação para ações missionárias e missões populares, bem como garantir o processo de iniciação à vida cristã. No contexto do Ano Nacional Mariano, a Região Brasilândia se voltará para a Catequese, principalmente para a formação dos catequistas de Batismo, de Primeira Eucaristia, Crisma e de grupos de jovens e adultos. Também deverá ser estimulada a devoção popular nas comunidades e paróquias e haverá uma missa em cada setor, presidida pelo Bispo. Por fim, Dom Devair comentou as propostas apresentadas pelos grupos, que deverão nortear os trabalhos em 2017 na Região Brasilândia, e lembrou que ações acontecerão em sintonia com o 12º Plano Arquidiocesano Pastoral. O Bispo agradeceu a presença de todos e encerrou o evento com a oração do Ângelus.

Philomena Pina

Colaboração especial para a Região

CF 2017 é destaque da última reunião do ano do conselho de pastoral Philomena Pina

Padre Manoel Quinta fala a lideranças da Região Episcopal Ipiranga sobre a CF 2017

Foi realizada no sábado, 3, a última reunião de 2016 do Conselho Regional de Pastoral (CRP) da Região Episcopal Ipiranga, que teve como assunto principal a Campanha da Fraternidade de 2017 (CF 2017), cujo tema será “Fraternidade: Biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2,15). Participaram os coordenadores regionais das pastorais, serviços e movimentos, além de dois representantes do Conselho Paroquial de Pastoral (CPP) de cada paróquia e área pastoral. Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, convidou o Padre Manoel Conceição Quinta, assessor eclesiástico responsável pela Campanha da Fraternidade na Arquidiocese de São Paulo, para falar sobre o tema. Padre Manoel iniciou sua exposição recordando os seis principais biomas que existem no Brasil: Mata Atlântica, Amazô-

nia, Cerrado, Pantanal, Caatinga e o Pampa. Ele questionou a todos sobre o que restou da vegetação original, da água e a diversidade desses biomas, bem como dos povos originários, e também perguntou sobre qual destino está se dando atualmente às riquezas naturais do país e qual Brasil se deseja deixar para as gerações futuras. Padre Manoel também falou da proposta ecológica do Papa Francisco, a qual é integral, ou seja, entrelaça todas as dimensões do ser humano com a natureza e considera que cada criatura tem sua mensagem, que precisa ser respeitada e entendida. De acordo com o Sacerdote, a Encíclica Laudato Si’ é um hino maravilhoso diante da natureza criada, que é um dom de Deus, e da qual os seres humanos são parte integrante como seus zeladores e cultivadores. Ele lembrou, ainda, que a Igreja Católica tem sido voz profética a respeito da ecologia, não apenas chaman-

do a atenção, mas também apontando as causas e os caminhos para a superação de problemas. Padre Manoel alertou para a preocupação com o saneamento básico, pois grande parte dos esgotos das residências de áreas urbanas e rurais é despejada diretamente nos rios, no mar e nos mangues, como também resíduos que não são descartados adequadamente, causando, assim, um alto nível de poluição. O Sacerdote enfatizou que é necessário exigir do poder público a recuperação das áreas degradadas como as matas ciliares e nascentes, defender a demarcação dos territórios indígenas, quilombolas e demais comunidades tradicionais. Na parte final do encontro, foi projetado um vídeo sobre a Campanha da Fraternidade, no qual se mostra as dificuldades enfrentadas na questão ambiental e as possíveis soluções. Por fim, Dom José Roberto agradeceu a presença do Padre Manoel.


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Peterson Prates

Colaborador de comunicação da Região

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Belém

Já é tempo de pensar na Campanha da Fraternidade de 2017 A Região Episcopal Belém realizou no sábado, 3, a apresentação da Campanha da Fraternidade de 2017, no Centro Pastoral São José, aos agentes de pastoral das paróquias. A CF 2017 terá como tema “Fraternidade: Biomas brasileiros e a defesa da vida” e lema “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2,15). “Cuidar da criação, de modo especial dos biomas brasileiros, dons de Deus, e promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do Evangelho” é, conforme o texto-base, o objetivo geral da campanha, que tem como objetivos específicos um maior conhecimento sobre os biomas, o comprometimento com a existência de populações originárias, a articulação ecumênica e o compromisso e diálogo com o poder público. A conversão ecológica, convite do Papa Francisco na Encíclica Laudato Si’, é um dos eixos da campanha, que busca criar relação com o espírito quaresmal. A exposição aconteceu a partir do método “ver”, “julgar” e “agir”, da mesma forma que é apresentada no texto-base da CF 2017, elaborado pela CNBB. O Fórum das Pastorais Sociais, formado pela Pastora Fé e Política, Pastoral Operária, Comunidades Eclesiais de Base, entre outras, foi o responsável pela motivação da campanha na Região. Para Dom Luiz Carlos Dias, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, a CF é “um grande processo de evangelização da Igreja no Brasil”. Ele recupe-

Peterson Prates

Lideranças da Região Episcopal Belém durante momento de espiritualidade no evento de apresentação da Campanha da Fraternidade de 2017

rou o histórico das edições anteriores da Campanha da Fraternidade e lembrouse do período em que trabalhou como secretário-executivo da CF. O Bispo lembrou ainda que a CF possibilita uma “conversão pessoal, familiar, comunitária e social”, e “colabora para nossa vivência da fé, para que o Reino de Deus, de fato, cresça”. A primeira parte da exposição, o “ver”, teve a apresentação geral da Campanha, dos biomas e dos povos originários, feita por Márcia Castro, da Pastoral Fé e Política. Danilo Pereira, da Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra), falou da Mata Atlântica no Estado de São Paulo, e Gustavo Cgerubina, presidente

da Associação Sociedade do Sol, tratou sobre energia limpa. O “julgar” ficou por conta do Fórum das Pastorais Sociais da Região, que apresentou uma mística refletindo sobre o compromisso com a criação, a partir de uma postura transformadora. No “agir” foram apresentadas iniciativas como o Movimento de Integração Campo Cidade (MICC), que apoia pequenos agricultores, e a produção de produtos sem agrotóxicos, que são vendidos a um preço acessível. A Associação de Agricultores da zona Leste, que produz alimentos em áreas urbanas, também foi mencionada como uma iniciativa a ser valorizada

e ampliada a partir dessa campanha. Também no “agir”, a Associação Sociedade do Sol e a Abra aprofundaram o projeto de aquecedor solar de baixo custo e o combate aos agrotóxicos, respectivamente. O trabalho de agricultura urbana foi apresentado também pelo Instituto Kairós. Em 6 de maio de 2017, haverá um reencontro para partilhar as iniciativas do “agir” nas comunidades e continuar a articulação para que a campanha seja trabalhada também após o fim da Quaresma. A Região Belém prepara também um subsídio para grupos de rua, com a temática da campanha para o período quaresmal.

Ricardo Souza

Ricardo Souza

Na quinta-feira, dia 1º, Dom Luiz Carlos Dias conferiu o sacramento da Crisma a oito jovens e seis adultos na Paróquia São Carlos Borromeu, no Setor Pastoral Belém, em missa concelebrada pelos padres Cristian Uptmoor e Erminio Arbitrio.

Na noite do domingo, 4, na Paróquia São Rafael Arcanjo, no Setor Pastoral Belém, Dom Luiz Carlos Dias conferiu o sacramento da Crisma a 16 jovens, em missa concelebrada pelos padres Wesley Pereira e Vittorio Baderacchio, barnabitas.

Miriam Meyer

Ricardo Souza

Em 29 de novembro, os membros do Fórum das Pastorais Sociais, movimentos e organismos da Região Belém foram ao Centro Pastoral São José para tratar da 5ª urgência para ação evangelizadora “Igreja a serviço da vida plena para todos”. Dom Luiz Carlos Dias e Padre Marcelo Maróstica, coordenador regional de pastoral, foram ao evento.

Dom Luiz Carlos Dias, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo na Região Episcopal Belém, ministrou o sacramento da Crisma a jovens e adultos da Paróquia São José do Maranhão, no Setor Pastoral Tatuapé, na manhã do domingo, 4. O Cônego Walter Caldeira, pároco, concelebrou a missa.


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Santana Setor Tucuruvi se despede da imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida

Diácono Francisco Gonçalves

Colaborador de comunicação da Região

Com a presença dos padres Humberto Carvalho, coordenador do Setor Pastoral Tucuruvi, João Luiz Miqueletti e Luiz Cesar Bombonato, e grande número de fiéis das nove paróquias que constituem o Setor, foi realizada a despedida da imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida, em 28 de novembro, na Paróquia Santa Terezinha. A imagem, vinda em procissão da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, foi recebida com fogos e cantos.

A equipe de liturgia do Setor elaborou uma cerimônia com salmos, orações, cantos, conduzidos pelo ministério Canto de Maria, e passagens do Evangelho relativas à presença da Virgem Maria na história da salvação. A imagem prosseguirá em peregrinação na Região Santana, agora pelo Setor Jaçanã e depois pelo Setor Medeiros. A peregrinação na Região será concluída em 25 de fevereiro de 2017, em missa solene na Paróquia Nossa Senhora Aparecida do Edu Chaves.

Diácono Francisco Gonçalves

Padre Humberto acolhe peregrinos do Setor Tucuruvi na despedida da imagem peregrina

Pastoral da Ecologia estimula o uso de cisternas para captar água da chuva Pastoral da Ecologia

Professor Diego, da Pastoral da Ecologia, e alunos da Etesp difundem o uso de cisternas na cidade

A Pastoral da Ecologia da Região Episcopal Santana, em parceria com os alunos do Curso Técnico em Meio Ambiente da Escola Técnica Estadual de São Paulo (Etesp), doou duas cisternas para captação de água das chuvas em ambientes da zona Norte da cidade. “Uma delas, instalada na Casa de Cultura do Tremembé, ajudará na manutenção da horta orgânica e comunitária em fase de implantação naquele espaço. Já a segunda, instalada no Parque Lions Club Tucuruvi, dará mais visibilidade ao projeto, incentivando os visitantes a instalarem uma mini-cisterna em suas casas, diminuindo o consumo de água potável para

usos pouco nobres, como lavar quintais, por exemplo”, afirmou o professor Diego Machado, coordenador da Pastoral da Ecologia e idealizador do projeto. Machado afirma ainda que a ideia é ensinar os alunos para que possam divulgar a proposta e difundir questões de saneamento básico (tema da Campanha da Fraternidade 2016), criando algo de que a sociedade necessita cada vez mais, com metodologia e conhecimentos técnicos, de forma barata e em sintonia com a Encíclica Laudato Si’. Outras informações sobre a iniciativa podem ser obtidas pelo e-mail pastoral. ecologia@hotmail.com.

Diácono Francisco Gonçalves

Paróquia São Francisco Xavier

Dom Sergio de Deus Borges presidiu missa solene na Paróquia Santa Joana Darc, no Setor Pastoral Tremembé, no domingo, 4, concelebrada pelo Padre José Roberto Mattos, pároco, acolitado pelo Diácono Ailton Machado. Na ocasião, o Bispo ministrou o sacramento da Crisma a 41 jovens e adultos.

No sábado, 3, Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu missa na festa do padroeiro da Paróquia São Francisco Xavier, no Setor Pastoral Medeiros. Concelebrou o Padre Jorge da Silva, pároco. Na ocasião, o Bispo crismou 39 jovens e adultos.

Vida

Saudável

Diácono Francisco Gonçalves

ATENDIMENTO GRATUITO

AJUDA PSICOTERAPÊUTICA Você pode viver bem, ter vida saudável melhorando seu modo de ver a si mesmo, os outros e o mundo. O Dr. Bruno e o Dr. José darão a você ajuda continuada, indicando o caminho a seguir Os interessados devem comparecer as quartas-feiras, às 14h30, nas instalações das paróquias:

Nossa Senhora da Assunção e São Paulo Pessoal Nipo-Brasileira de São Gonçalo Praça João Mendes 108, Tels. 3106-8110 e 3106-8119

Em 29 de novembro, Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu missa na novena da padroeira da Paróquia Nossa Senhora do Loreto, no Setor Pastoral Medeiros, concelebrada pelo Padre Fernando Baptistute, pároco, acolitado pelo Diácono Gilson Crema. Ao final da missa, o Bispo fez uma palestra sobre a Exortação Apostólica Amoris Laetitia, do Papa Francisco.


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Benigno Naveira

Colaborador de comunicação da Região

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Lapa

Igreja ajudará na divulgação de vagas da rede estadual de ensino Em 28 de novembro, a reportagem da Pastoral da Comunicação da Região Episcopal Lapa visitou a Diretoria de Ensino Região Centro-Oeste, da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, responsável por mais de 50 escolas nos bairros da Lapa, Butantã, Pinheiros, Raposo Tavares até o Km 15, Itaim Bibi, Vila Sônia, Sumaré, entre outros. Segundo Jane Rúbia Adami da Silva, diretora do Núcleo Pedagógico, a rede estadual de ensino é dividida em 91 diretorias, das quais 13 estão na capital e na Grande São Paulo, sendo uma delas a da Região Centro-Oeste. A diretora informou que a rede pública abriu inscrições para 2017 e desde novembro está cadastrando novos alunos e os que estiveram fora da rede pública em 2016. Ela comentou que há vagas em todas as regiões do Estado de São Paulo para o ensino fundamental (1° ao 9° ano) e ensino médio (1ª a 3ª série), além da modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), a partir do 6° ano. A matrícula pode ser feita diretamente em uma das unidades da rede estadual. Flávio Da lera de Carli, supervisor de ensino, comentou que uma das maiores preocupações que a rede pública encon-

Benigno Naveira

Professores Gilberto Cont Neto, Luis Carlos Oliveira, Flávio de Carli, Sandra Mendes e Jane Rúbia, na Diretoria de Ensino Região Centro-Oeste

tra é com os alunos que deixam de ir às aulas no ensino fundamental e no ensino médio, e com os que têm entre 15 e 17 anos e estão fora da escola. A professora Rosangela Aparecida de Almeida, dirigente regional de ensino, acompanha todas as escolas que fazem parte da diretoria. No último censo escolar, foi destacada a necessidade de um trabalho de divulgação da abertura de matrículas nas escolas, com objetivo de alcançar novos alunos e conscientizar os que abandonaram os estudos ao longo

dos últimos anos sobre a necessidade de que voltem a estudar. Com a ajuda do Vicariato Episcopal para Educação e a Universidade da Arquidiocese de São Paulo, que tem à frente Dom Carlos Lema Garcia, bispo auxiliar da Arquidiocese, foi realizada uma reunião com a presença da diretora Jane, da coordenadora do Núcleo Pedagógico, Sandra Pereira Mendes, e dos padres Vandro Pisaneschi e Antonio Francisco Ribeiro. No encontro, se firmou um compromisso de ajuda para

a divulgação das vagas pelos meios de comunicação e nas paróquias, com os cartazes das inscrições de matrículas dos alunos para a rede pública. O Vicariato também se comprometeu a ajudar, dentro das suas possibilidades, em tudo que seja para melhorar a educação, a formação de professores e mediadores, convidando profissionais especializados para auxiliar nesse propósito. Outras informações sobre as vagas podem ser obtidas nas escolas da rede estadual de educação.

Assembleia do CRP ressalta 12° Plano Arquidiocesano de Pastoral Marcos Wilkens

Dom Julio durante a realização da assembleia do Conselho Regional de Pastoral, no sábado, 3

No sábado, 3, 70 integrantes do Conselho Regional de Pastoral (CRP) dos cinco setores da Região Episcopal Lapa se reuniram na Paróquia São Patrício, no Setor Pastoral Rio Pequeno, para a

assembleia regional, com a presença de Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região. As atividades foram iniciadas com uma oração feita pelo Bispo e a acolhi-

da mútua entre os participantes. Após a leitura da ata da última reunião, Padre Antonio Francisco Ribeiro, coordenador regional de pastoral, fez uma síntese dos acontecimentos na Região em 2016. Em seguida, Dom Julio lembrou que o encontro tinha por objetivo fazer uma avaliação do ano, trocar experiências e falar sobre como as paróquias podem incentivar a participação dos fiéis nas pastorais. O Bispo também comentou sobre o 12° Plano Arquidiocesano de Pastoral e enfatizou a 6ª urgência “Igreja: Família de famílias”, à luz da celebração dos dois últimos sínodos da Igreja dedicados à família. O Plano dará continuidade ao 11° Plano que vem sendo realizado. Divididos em oito grupos, os participantes debateram os pontos mais im-

portantes da 6ª urgência. Na sequência, Dom Julio apresentou duas linhas de ação: uma sobre as pessoas que já frequentam e ajudam nas pastorais e no dia a dia; e outra sobre aquelas pessoas que estão fora e não frequentam a Igreja, e sobre as quais é preciso se repensar sobre como agir. Ao final, houve a avaliação da assembleia pelos participantes e os avisos da coordenação, após os quais se seguiu o agradecimento de Dom Julio pela participação de todos. Durante a assembleia foi realizada a exposição das fotos do Festival de Comunicação Pascom Lapa, realizado em 29 de outubro, com menção aos ganhadores do Concurso Pascom Lapa de Fotografia.

Benigno Naveira

Angela Santos

No domingo, 4, Dom Julio Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, conferiu o sacramento da Crisma a 16 pessoas na Paróquia São José, no Setor Pirituba.

Dom Julio Endi Akamine presidiu no domingo, 4, missa na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, no Setor Pastoral Butantã, durante a qual crismou jovens e adultos.


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Sé CF 2017 e Projeto Vida Nova são temas de atenção do clero

Padre Manoel Quinta

Colaborador de comunicação da Região

O clero atuante na Região Episcopal Sé realizou seu último encontro de 2016 na quinta-feira, dia 1º, na Paróquia Nossa Senhora do Brasil, no Setor Pastoral Jardins. Na atividade conduzida por Dom Eduardo Vieira dos Santos, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, os padres estudaram o texto-base da Campanha da Fraternidade de 2017 (CF 2017), que tem como tema “Biomas brasileiros e defesa da vida” e como lema “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2,15). Ainda no encontro, o Padre Gianpietro Carraro, da Missão Belém, apresentou ao clero detalhes do Projeto Vida Nova, que será o marco do Ano Santo extraordinário da Misericórdia na Arquidiocese de São Paulo,

Centro Pastoral da Região Sé

Dom Eduardo Vieira dos Santos conduz reunião com padres atuantes na Região Episcopal Sé, na Paróquia Nossa Senhora do Brasil, no dia 1ª

a partir da reestruturação e adequação do edifício Nazareth, na praça da Sé, que será destinado para atender a população em situação de rua. Paróquia São Luis Gonzaga

Padre Elcio José de Toledo, ao lado de Dom Eduardo Vieira dos Santos, no domingo, dia 4

O Sacerdote pediu a colaboração de todos para a reforma do prédio. Uma “Ação entre Amigos” está sendo vendida em todas as paróquias da Arqui-

diocese para viabilizar essa reforma. A reunião foi concluída com o almoço de confraternização, oferecido pela Paróquia Nossa Senhora do Brasil.

Padre Elcio assume Paróquia São Luis Gonzaga Os fiéis da Paróquia São Luis Gonzaga, no Setor Pastoral Santa Cecília, acolheram o novo pároco, Padre Elcio José de Toledo, SJ, que tomou posse no domingo, 4, durante celebração eucarística presidida por Dom Eduardo Vieira dos Santos, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, e concelebrada por padres jesuítas e também do clero arquidiocesano.

Padre Elcio é natural de Jundiaí (SP) e cursou Filosofia e Teologia no antigo Instituto Santo Inácio, que hoje é a Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte (MG). Trabalhou, ainda, com a formação dos jesuítas, na etapa da Filosofia, e também foi vigário na Paróquia São Francisco Xavier, na Arquidiocese de Belo Horizonte.

Com Dom Eduardo, lideranças pastorais analisam urgências do 12º Plano Dom Eduardo Vieira dos Santos, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, convocou, em 29 de novembro, os coordenadores dos setores e das pastorais, os representantes

dos movimentos, novas comunidades, associações e obras sociais para uma reunião na sede da Região Sé. O objetivo foi apresentar e refletir as urgências do 12º Plano Arquidio-

cesano de Pastoral. Os coordenadores e representantes foram motivados a responder às urgências a partir de conversão pastoral e missionária. Dom Eduardo insistiu na neces-

sidade de que cada pastoral elabore um projeto próprio, tendo em conta a primeira urgência do 12º Plano “Igreja em estado permanente de missão”.

Paróquia Santo Inácio de Loiola

Paróquia Nossa Senhora da Conceição – Santa Ifigênia

Em preparação aos 300 anos da aparição da imagem de Nossa Senhora Aparecida, no rio Paraíba do Sul, em 1717, os fiéis da Paróquia Santo Inácio de Loiola, no Setor Pastoral Paraíso, receberam a imagem que tem peregrinado pela Região no dia 27 de novembro. Na acolhida, os paroquianos, com lenços nas mãos, saudaram a Padroeira do Brasil. Padre Mário Pizetta, pároco, conduziu a imagem até o interior da igreja e presidiu a missa. Maria foi aclamada com orações, cantos, reza do Terço e paraliturgias. Após a missa, a imagem foi levada em procissão até a Paróquia São Bonifácio, no Setor Pastoral Paraíso.

Os fiéis da Basílica Menor Nossa Senhora da Conceição – Santa Ifigênia participaram no sábado, 3, da missa em ação de graças pelo jubileu de ouro sacerdotal do Padre Felice Vittorio Baggi, pároco. A celebração contou com a presença de Dom Joércio Gonçalves Pereira, CSsR, bispo emérito de Coari (AM), assim como de padres convidados que atuam no Setor Pastoral Catedral e na comunidade dos Padres Sacramentinos, além de leigos e leigas das comunidades da Basílica e também de Belo Horizonte (MG), Sete Lagoas (MG), Caratinga (MG), Rio de Janeiro (RJ) e Fortaleza (CE).


www.arquisp.org.br | 8 a 13 de dezembro de 2016

‘Esse caminho todo foi marcado por muitas oportunidades que Deus me deu e sou grato por isso’, disse o arcebispo de São Paulo, que comemorou o 40º aniversário de sua ordenação sacerdotal, na quarta-feira, 7 Fernando Geronazzo

osaopaulo@uol.com

Ao comemorar 40 anos de ordenação sacerdotal, na quarta-feira, 7, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, recordou com exclusividade ao O SÃO PAULO o início de sua caminhada ministerial e falou sobre a realidade vocacional nos dias de hoje. De padre no interior do Paraná a arcebispo da maior arquidiocese do Brasil, Dom Odilo descreveu as quatro décadas de sacerdócio como um “caminho longo”, marcado por muitas oportunidades pelas quais é grato a Deus. Embora gaúcho de Cerro Largo (RS), Dom Odilo cresceu no Paraná, onde iniciou sua caminhada vocacional e foi sacerdote na Diocese de Toledo (PR). Após 14 anos de formação no Seminário de Curitiba (PR), ele foi ordenado presbítero por Dom Armando Cirio, então bispo de Toledo, em 7 de dezembro de 1976. “Meu bispo me confiou logo o trabalho da formação dos seminaristas, como reitor, do seminário menor e do seminário de Filosofia. Enquanto isso, eu ajudava no trabalho paroquial, sobretudo nos fins de semana”, contou o Cardeal. Em 1982, ele foi enviado para estudar em Roma, na Pontifícia Universidade Gregoriana, onde fez mestrado e encaminhou o doutorado em Teologia Dogmática. “Voltando ao Brasil, continuei a colaborar na formação dos seminaristas, mas também me foi confiado o cuidado pastoral da Catedral Diocesana de Toledo. Voltando a Roma em 1989, concluí o doutorado em Teologia, na Pontifícia Universidade Gregoriana, em 1991”, recordou. Após o doutorado, Dom Odilo foi encarregado de dar início ao seminário maior de Teologia e ao Instituto de Teologia de Cascavel (PR), onde atuou até 1994, quando voltou a Roma para trabalhar na Congregação para os Bispos, por oito anos. “Ao todo, passei 13 anos em Roma, entre estudos e trabalho na Santa Sé”, relatou. Dom Odilo estava em Roma quando em 27 de novembro de 2001 foi nomeado bispo auxiliar de São Paulo por São João Paulo II. “Foi um longo caminho de estudos, trabalhos e experiências diversas, antes de ser nomeado arcebispo em São Paulo, em 2007. Reconheço que esse caminho todo foi marcado por muitas oportunidades que Deus me deu e sou grato por isso”, afirmou.

40 anos de sacerdócio é uma pessoa consagrada a Deus e à Igreja e, por isso, para viver bem tal ministério, “não lhe podem faltar fé firme e profunda, desapego de projetos pessoais e grande disponibilidade para servir a Deus e ao povo”, além das virtudes humanas e cristãs e a boa formação do caráter, que o ajudarão muito para viver de forma serena e eficaz o sacerdócio. “Mas também é imprescindível que o próprio sacerdote tenha consciência clara do dom que recebeu,

profunda união com Deus e comunhão com a Igreja, e que goste de ser padre”, acrescentou.

Desafios de hoje

Ao falar dos desafios atuais que os jovens enfrentam para abraçar o sacerdócio, Dom Odilo salientou que cada época da história apresenta condições favoráveis e desfavoráveis para viver o ministério. Tais desafios nem sempre são os mesmos em toda parte e podem ser Fotos: Arquivo pessoal Cardeal Odilo Pedro Scherer

Quando jovem sacerdote, em 1980, Dom Odilo Scherer batiza seu sobrinho Flávio Augusto

Consagração a Deus e à Igreja

Sobre o ministério presbiteral, o Cardeal Scherer destacou que o padre

Em 1985, o então Padre Odilo Scherer testemunha ao Matrimônio de um de seus irmãos

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de ordem pessoal ou relativos à missão que deve exercer. “A meu ver, os desafios de ordem pessoal que o padre enfrenta vão na linha do relativismo moral, que também pode se tornar um problema para o padre; outro desafio pode ser a perda das motivações de fé sobrenatural para o sacerdócio e a sua redução a uma profissão qualquer e da missão, a uma carreira na busca do sucesso humano”, enfatizou. Já os desafios na missão, segundo o Arcebispo, podem ser a enormidade do trabalho, a indiferença religiosa, a crise generalizada de fé e da moral no ambiente cultural e a transformação da religião num produto de mercado. “No ambiente interno da Igreja, o sacerdote encontra desafios especiais para renovar a vida e a ação da Igreja e para realizar, por exemplo, o que o Papa Francisco pede: ser uma Igreja ‘em saída’ e ‘em estado permanente de missão’. A isso devo acrescentar que desde a pregação dos apóstolos e em todas as épocas da história da Igreja, houve grandes desafios a enfrentar”, disse.

Aos vocacionados

Referindo-se aos que se decidem pelo sacerdócio, Dom Odilo lembrou que a vocação sacerdotal se manifesta nas circunstâncias normais da vida “e, geralmente, se expressa, mais ou menos, por essas palavras: ‘eu gostaria de ser padre’...”. Ele aconselhou, ainda, que se algum adolescente ou jovem pensa em ser padre, procure rezar bastante, pedindo a Deus a ajuda necessária para acolher e conhecer melhor a graça da vocação. “Procure falar com o catequista, a mãe, o padre ou com alguma pessoa da Igreja que o ajude a esclarecer melhor o chamado de Deus, que sente no seu coração”, afirmou, completando que a vocação desabrocha, cresce e amadurece num clima de fé pessoal e eclesial. “Por isso, os ‘vocacionados’ procurem aprofundar sua vivência cristã e a participação na vida da Igreja. O sacerdócio é uma grande graça de Deus e uma consagração de vida que promete uma grande recompensa de Deus já neste mundo; mais ainda, na vida eterna, conforme Jesus mesmo prometeu.”

Família promotora de vocações

O Cardeal Scherer também chamou a atenção para a importância da família na história vocacional dos padres, podendo oferecer um ambiente favorável ao despertar da vocação no filho. “A vocação sacerdotal de algum filho é uma grande bênção também para a família e um ambiente de fé. A prática da vida cristã e a união da família com a Igreja podem ajudar muito para despertar e amadurecer vocações sacerdotais.” Quando esse papel da família não existe, no caso de vocacionados mais adultos, é maior o papel da comunidade católica do candidato. Mesmo assim, a família católica fervorosa e bem ligada à Igreja é o ambiente favorável para o despertar das vocações sacerdotais.” (Leia a íntegra da entrevista no portal http://arquisp.org.br)


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Dom Odilo Pedro Scherer ordena 7 padres para a Arquidiocese Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

‘Não deixem que tenhamos descanso, que nos acomodemos no nosso ministério. Cubramnos de trabalhos e solicitações pastorais, para que assim possamos realizar plenamente nossas vocações. Continuamos contando com as vossas orações. Rezem por nós.’ Fernando Geronazzo

osaopaulo@uol.com.br

“É para vocês que fomos ordenados, para servir-vos.” Assim se expressaram os sete novos padres na Catedral da Sé, no sábado, 3, em mensagem lida por um deles, Bruno Muta Vivas, 28. Além de Bruno, Ailton Bernardo de Amorim, 50, Gilson Frank dos Reis, 40, Paulo Gomes da Silva, 37, Orisvaldo da Silva Carvalho, 30, Rafael Alves Pereira Vicente, 29, e Túlio Felipe de Paiva, 27, receberam o sacramento da Ordem no grau do presbiterato pela imposição das mãos do arcebispo metropolitano, Cardeal Odilo Pedro Scherer, em celebração que lotou a Catedral com fiéis de diversas paróquias e comunidades da Arquidiocese.

Chamados ao serviço

Dom Odilo, na homilia, falou do sentido do sacerdócio cristão, explicando que, assim como foi enviado pelo Pai, Jesus também enviou os apóstolos ao mundo, a fim de continuar por meio deles e seus sucessores, os bispos, sua função de mestre, sacerdote e pastor. “E os presbíteros são cooperadores dos bispos, pois, unidos a eles na função sacerdotal, são chamados ao serviço do povo de Deus”, disse. “Estes irmãos, após prudente exame, serão constituídos sacerdotes na ordem dos presbíteros, para servirem ao Cristo Mestre, Sacerdote e Pastor, que, por seu ministério, edifica e faz crescer o seu corpo, que é a Igreja, como povo de Deus e templo do Espírito Santo”, continuou o Arcebispo, destacando a missão dos sacerdotes de ensinar, pastorear e santificar o povo de Deus. “Por teu ministério, o sacrifício espiritual dos fiéis atinge a plenitude, unindo-se ao sacrifício de Cristo, que por tuas mãos é oferecido sobre o altar ao celebrares os sagrados mistérios. Toma consciência do que fazes e põe em prática o que celebras, de modo que, ao celebrar o mistério da morte e ressurreição do Senhor, te esforces por mortificar o teu corpo fugindo dos vícios, para viver uma vida nova”, exortou o Cardeal, citando o texto proposto pelo rito de ordenação presbiteral.

“Incorporando os seres humanos ao povo de Deus pelo Batismo, perdoando os pecados em nome de Jesus Cristo e da Igreja pelo Batismo, pelo sacramento da Penitência, confortando os doentes com a sagrada Unção, celebrando os ritos sagrados, oferecendo nas diversas horas do dia louvores, súplicas e ação de graças, não só pelo povo de Deus, como por todo o mundo, lembrai-vos de que fostes escolhidos dentre os seres humanos e colocados a serviço deles nas coisas de Deus”, acrescentou.

O rito

O rito de ordenação presbiteral foi acompanhado atentamente pelos fiéis. Após a apresentação dos eleitos por parte do padre formador, estes foram interrogados sobre seus propósitos pelo Arcebispo, diante do qual eles lhe prometeram obediência. Em seguida, os candidatos se prostraram no chão, enquanto a assembleia entoou a ladainha de todos os santos. O momento central do rito é a imposição das mãos sobre a cabeça dos eleitos, feita pelo Arcebispo. Tal gesto é repetido por todos os padres presentes na celebração, em sinal de comunhão no mesmo ministério. Após esse gesto, o presidente da celebração faz a oração consecratória, fórmula sacramental da Ordem. Um dos sinais sacramentais da ordenação é a unção das mãos do ordenando com o santo óleo do Crisma e a entrega do cálice e da patena, os vasos sagrados com os quais o sacerdote celebra a Eucaristia.

Gratidão

“Estamos aqui para nos dispor a serviço do povo de Deus e, mais ainda, de todo este mundo. Estamos aqui para sermos Cristo no meio deste século esquecido de Deus. Estamos aqui para darmos a conhecer Cristo àqueles que ainda não o conhecem. Estamos aqui para com Ele, por Ele e nele, levarmos a cabo os frutos da sua redenção”, disse o Padre Bruno, em seu pronunciamento feito em nome dos novos padres, no final da celebração. Reconhecendo a grandiosidade do

No rito de ordenação presbiteral, Dom Odilo Scherer impõe as mãos sobre a cabeça dos ordenandos, unge suas mãos com o óleo do Crisma e entrega-lhes o cálice e a patena

Padre Ailton Bernardo de Amorim Padre Bruno Muta Vivas Padre Gilson Frank dos Reis Padre Orisvaldo da Silva Carvalho Padre Paulo Gomes da Silva Padre Rafael Alves Pereira Vicente Padre Túlio Felipe de Paiva

Região Sé Região Brasilândia Região Sé e Missão Belém Região Brasilândia Região Belém e Missão Belém Região Brasilândia Região Belém e Caminho Neocatecumenal

dom recebido na ordenação, o Neossacerdote, agradeceu a Deus “por depositar nestes vasos de barro o mistério do seu amor”. Os padres recém-ordenados também agradeceram o apoio que receberam da Igreja em São Paulo, por meio do Arcebispo, formadores e todos com quem tiveram contato nos anos de atividades pastorais. “A ajuda de vocês, das paróquias por onde passamos, dos trabalhos feitos nos diversos momentos de missão realizados, foram de suma importância para a nossa vocação”, afirmou Padre Bruno.

Disponibilidade

Por fim, o Padre Bruno pediu ao povo: “Não deixem que tenhamos descanso, que nos acomodemos no nosso ministério. Cubram-nos de trabalhos e solicitações pastorais, para que assim possamos realizar plenamente nossas vocações. Continuamos contando com as vossas orações. Rezem por nós”. Ao final da missa, Padre Vittório Morégola, chanceler do arcebispado, fez a leitura do decreto de nomeação pelo qual o Cardeal Scherer designou as regiões episcopais onde cada padre iniciará o ministério sacerdotal (leia no box acima).


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