O SÃO PAULO - 3144

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ano 62 | Edição 3144

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

29 de março a 4 de abril de 2017

R$ 1,50 Marcos Ferreira/Conselho Nacional de Saúde

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Com a Palavra Padre Aníbal Gil Lopes O diálogo entre fé e ciência só será verdadeiro se representar a busca da verdade e do bem. É o que afirma o padre que tem atuação em instâncias do Conselho Federal de Medicina.

‘Em tempos de Quaresma, somos chamados à conversão pessoal, eclesial e social’ Página 3

Editorial

Página 23

Em Milão, Francisco visita prisão e a periferia No sábado, 25, o Papa Francisco esteve em Milão, na Itália, onde se encontrou com famílias nas periferias, com sacerdotes e consagrados na Catedral, e jovens crismandos em um estádio. Ele também foi o primeiro pontífice a entrar na Prisão San Vittore, onde almoçou e foi às celas para cumprimentar e conversar com os presos. Papa Francisco é saudado pelos detentos e os funcionários da Prisão San Vittore, em Milão

Encontro com o Pastor

Página 9

Há muitos ‘Joãos Victor’ suscetíveis à exclusão e violência Página 2

Espiritualidade Dom Sergio de Deus: A Cruz está presente em nossa vida Página 5

‘24 horas para o Senhor’ mobiliza paróquias em SP Páginas 16 a 19

Iniciativas a favor do meio ambiente na metrópole A Catedral São Gregório Iluminador, no bairro da Luz, foi definida pela Santa Sé como sede do Exarcado Apostólico Armênio da América Latina. A oficialização, autorizada pelo Papa Francisco, acontecerá em uma

missa no templo, no domingo, 2. Criado em 1981, a circunscrição católica de rito oriental atende aproximadamente 14 mil fiéis, sendo a metade deles no Brasil.

Polêmico, ‘PL das Terceirizações’ está em vias de ser sancionado

Reforma da Previdência pode levar à exclusão social, alerta CNBB

Cedesp-BomPar/Divulgação

Página 24

Página 11

Página 10 Luciney Martins/O SÃO PAULO

Instituto Daniel Comboni, na zona Leste, oferece atividades para crianças e adolescentes

Conheça os diversos projetos da Igreja em prol dos adolescentes A Igreja em SP não está indiferente à morte de adolescentes. Além de prestar assistência espiritual aos familiares das vítimas, também faz ações àqueles em situação de vulnerabilidade social. Páginas 14 a 16

Conheça ações em prol do meio ambiente na cidade, como o movimento que cultiva jardins verticais e um projeto de educação ambiental na zona Leste. Páginas 12 e 13


2 | Ponto de Vista |

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Editorial Diante dos muitos ‘Joãos Victor’

A

morte recente do garoto João Victor Souza de Carvalho, de 13 anos, no dia 26 de fevereiro, em frente a uma lanchonete na Vila Nova Cachoerinha, chocou e continua chocando a opinião pública. As circunstâncias de sua morte, sejam quais forem, devem ser apuradas, e os eventuais culpados devem enfrentar as consequências de seus atos. Mas nada disso mudará o fato de que uma criança morreu violentamente numa situação que não deveria acontecer. Há muitos “Joãos Victor” em nossas cidades, mais ou menos à espera de que uma tragédia se abata sobre eles. Não se trata de querer “inocentar o bandidinho”, como acreditam alguns. A questão é que errar é hu-

mano, todo jovem aprende o certo e o errado não só pelos ensinamentos dos adultos, mas também percebendo as consequências de seus erros. Porém, aquilo que é parte do amadurecimento para alguns se torna caminho sem volta para outros, espiral de violência e exclusão fadada a alguma forma de tragédia. Não há como seguir a Cristo e permanecer insensível a isso. Ou pior, acreditar que a condenação arbitrária e a violência possam ser soluções eticamente válidas e socialmente eficientes. Sem dúvida, a liberdade e a responsabilidade sempre estarão envolvidas nessas questões, mas elas não poderão ser postas em prática de forma adequada sem educação, oportunidades justas, carinho e solidariedade.

La Civiltà Cattolica

sua responsabilidade na construção do bem-comum. Em nossas comunidades não faltam exemplos de ações solidárias, voltadas a crianças e jovens em situação de exclusão e fragilidade social. São trabalhos que combinam, de diferentes formas, a contribuição de profissionais e voluntários, em atividades artísticas, esportivas, educacionais ou na simples convivência, sempre marcadas pela dedicação ao próximo. Uma rede de proteção que integre políticas sociais promovidas pelo Estado e a ação solidária das comunidades e da sociedade é o caminho mais eficiente para superarmos essa guerra oculta que vitima os jovens em nossas periferias e assusta toda a população.

Opinião

Francisco Catão Papa “vindo do fim do mundo”, como ele mesmo o disse, ao ser eleito há quatro anos, Francisco imprime um dinamismo sem precedentes a seu pontificado, sobretudo pelo espírito que comunica aos órgãos mais tradicionais da Igreja. É o que se observa no seu discurso do dia 9 de fevereiro, por ocasião da comemoração do nº 4.000 da revista jesuíta La Civiltà Cattolica. Fundada há 167 anos, quer ser expressão do pensamento católico em face das grandes questões de seu tempo. Nesse sentido, para atualizá-la, o Papa Francisco sublinha duas importantes inovações: a publicação da revista, não só em italiano, mas também em inglês, espanhol, francês e coreano, para que seja realmente católica, universal, e a prioridade a ser dada ao Espírito, que deve presidir sua redação. A pluralidade linguística é fruto do reconhecimento efetivo da diversidade do mundo globalizado. Assim como os católicos deixaram de rezar somente em latim, a comunicação oficiosa do pensamento católico se deve fazer na pluralidade dos universos culturais. A prioridade dada ao Espírito corresponde à visão renovada da Igreja

Exclusão e violência atraem mais exclusão e violência. Amor, solidariedade e responsabilidade atraem mais amor, solidariedade e responsabilidade. Temos sempre que escolher, na vida social, qual das duas possibilidades queremos seguir, especialmente quando o caminho certo implica ruptura, num gesto de perdão e acolhida que rompe a espiral de violência. Esses são os momentos mais difíceis e nos quais a experiência cristã mais faz diferença. Não basta cobrar que os governos façam a sua parte. A superação da situação de exclusão e violência que afeta a tantos jovens em nossas cidades exige um esforço tanto do Estado quanto da sociedade, cada um fazendo sua parte e assumindo

estabelecida pelo Concílio Vaticano II. A vida católica deve tender a ser, antes de tudo, vida no Espírito que anima o povo cristão. Na Igreja, o povo cristão é servido pelo ministério e pelo testemunho daqueles que, pelos dons hierárquicos e carismáticos recebidos de Deus, são chamados a sustentála em si mesma e no mundo. Inseridos no mundo, todos os batizados – todo o povo cristão –

Arte: Sergio Ricciuto Conte

participam das alegrias e angústias dos homens e mulheres de seu tempo. Nossa presença no mundo, pelo testemunho da fé, da esperança e do amor, partindo, em primeiro lugar, dos recursos de que dispomos, antecipa o reinado de Deus que motivou a vinda de seu Filho. Sob esse ângulo, La Civiltà Cattolica quer ser expressão da presença católica no mundo. Seus redatores, como autênticos comunicadores

da Boa-Nova da salvação, devem estar imbuídos do espírito missionário, que comporta, diz o Papa, três características fundamentais: inquietação, incompletude e imaginação. Inquietação enquanto somos chamados a participar das grandes interrogações que nós, homens de hoje, nos colocamos sobre nós mesmos, os destinos da humanidade e até mesmo do planeta. Incompletude enquanto demonstramos saber que tudo está nas mãos de Deus, e o que fazemos, por mais significativo que seja, é apenas uma pequena parte do todo, que somente o desígnio de Deus completa, Imaginação, enfim, para discernir com criatividade os caminhos a seguir de fidelidade ao Espírito de Jesus. Orientados pela Palavra, mas sem ficar presos aos ditames do legalismo das interpretações casuístas da lei. Que a inspiração do Papa Francisco nos leve a renovar no Espírito nossa vida, a vida de nossas comunidades e, finalmente, nossa tarefa missionária de comunicadores do Evangelho! Francisco Catão, teólogo, com doutorado pela Universidade de Estrasburgo (França), foi professor no Instituto Pio XI e na Faculdade de São Bento, autor de vários livros, tais como “O que é Teologia da Libertação”; “Em busca do sentido da vida”; “Espiritualidade cristã”.

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação Semanal • www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator chefe: Daniel Gomes • Reportagem: Cônego Antônio Aparecido Pereira, Padre Bruno Muta Vivas, Filipe David, Nayá Fernandes e Fernando Geronazzo • Institucional: Rafael Alberto e Renata Moraes • Fotografia: Luciney Martins • Administração: Maria das Graças Silva (Cássia) • Secretaria de Redação: Djeny Amanda • Assinaturas: Ariane Vital • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Impressão: S.A. O ESTADO DE S. PAULO • Redação e Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 1,50 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.


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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo

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m tempos de Quaresma, somos chamados à conversão pessoal, eclesial e social. Para tanto, cabe o exame de consciência e a revisão de vida nas várias dimensões das nossas relações pessoais e comunitárias. Nesse sentido, ao mesmo tempo em que nos preparamos para a celebração da Páscoa através das práticas penitenciais do jejum, da esmola e da oração, a Igreja no Brasil nos pede que também olhemos ao nosso redor, para a “casa comum”, o bioma ou ambiente da vida em que estamos inseridos. A natureza nos abriga, protege, nutre e alegra. Ao mesmo tempo, ela requer nosso respeito, cuidado e cultivo; contrariamente, ela se volta contra nós mesmos e nos nega o que dela esperamos obter. Nisto está implicada a nossa fé em Deus: Se cremos “em Deus, Pai criador do céu e da terra”, não devemos desprezar, nem estragar o que Deus fez e viu que era bom. Descuidar da natureza, ou fazer mau uso dela, é desprezar o Criador e doador desse dom precioso feito ao homem e às demais criaturas. Além disso, a Campanha de Fraternidade deste ano nos mostra que cuidar bem dos vários biomas também é questão de fraternidade e justiça, e envolve a ética pessoal e comunitária. Outros temas sociais que requerem a conversão pessoal e social estão ligados às questões candentes, que agitam as discussões no mundo político e da imprensa, mas não devem deixar indiferentes os cidadãos, também aqueles que têm fé em Deus. Na semana passada, a Conferência Na-

Conversões quaresmais necessárias cional dos Bispos do Brasil (CNBB) se pronunciou sobre três dessas questões: reforma da Previdência Social, o “foro privilegiado” e a revisão da filantropia. As notas sobres esses três temas já foram divulgadas e se encontram facilmente na internet. A Previdência Social brasileira precisa, certamente, ser reformada para assegurar os devidos benefícios a todos aqueles que têm esse direito, como assegurado pela Constituição Federal. Mas essa reforma precisa ser para melhor e para corrigir distorções que, atualmente, ameaçam inviabilizar a Previdência Social para o futuro. Entre outras questões, os devedores inadimplentes da Previdência precisam ser chamados a acertar suas contas; pode haver grandes devedores, como grupos econômicos e financeiros poderosos e também instituições e organismos do Estado e do Governo. Nessa mesma linha, é preciso que seja verificada a destinação dos recursos arrecadados para a Previdência, evitando que haja desvio de finalidade desse patrimônio de seguridade social. A revisão da Previdência Social não pode passar por cima das dimensões éticas, de justiça e de solidariedade social, nem se orientar pela lógica da exclusão social das categorias sociais mais vulneráveis e necessitadas de amparo. Outra nota da CNBB diz respeito à revisão da lei da filantropia; há também quem no Congresso Nacional propõe, simplesmente, acabar com a filantropia, que é concedida pelo Estado a instituições da sociedade civil por reconhecer que prestam determinados serviços à população nas áreas da educação, saúde, assistência social e cultura. É sempre

possível que haja entre as instituições filantrópicas aquelas que se deixaram contaminar pelo vírus da corrupção, recebendo os benefícios da filantropia sem prestar a contrapartida com serviços. Nesse caso, porém, a solução não é acabar com a filantropia, mas vigiar mais atentamente sobre as instituições filantrópicas, evitando desvios e irregularidades. O fim da filantropia não seria uma solução para a Previdência, como alguns pensam; mas seria um desastre enorme para a sociedade, que se beneficia dos serviços valiosos prestados por elas. A terceira nota da CNBB, bastante breve, trata da questão do foro especial, conhecido como “foro privilegiado”, ao qual têm direito certas personalidades em vista da função que ocupam. Assim, elas não são julgadas pela Justiça comum mas, imediatamente, pelas instâncias supremas da Justiça. Isso também existe em outros países, mas no Brasil o número de autoridades públicas que gozam de foro especial é muito alto, devendo chegar a mais de 22 mil personalidades. Nada justifica essa “justiça especial” para tantas pessoas! Geralmente, isso significa lentidão na aplicação da Justiça, podendo dar a impressão de impunidade. O foro especial deveria ser limitado a um número bem restrito de autoridades garantidoras da estabilidade das instituições do Estado, como os presidentes dos três Poderes. A Quaresma é um tempo de revisão de vida, de arrependimento dos males cometidos e de correção dos rumos errados imprimidos à vida. Vale para a vida pessoal e deveria valer para a vida social e as instituições públicas....

| Encontro com o Pastor | 3

Exarcado Apostólico Armênio da América Latina Luciney Martins/O SÃO PAULO

Em 2 de abril, às 11h, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, participará da missa na Catedral Armênia Católica São Gregório Iluminador (avenida Tiradentes, 718, Luz), durante a qual esta catedral será oficializada como sede do Exarcado Apostólico Armênio da América Latina. A celebração será presidida por Dom Vartan Waldir Boghossian, exarca apostólico armênio (leia detalhes na página 24).

Tweets do Cardeal @DomOdiloScherer 23 - Tg 4, 7-8.10: “Obedecei a Deus, mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Aproximai-vos de Deus, e ele se aproximará de vós”. 22 - Fl 2, 12b-15a: “Trabalhai para a vossa salvação, com temor e tremor. ...Fazei tudo sem reclamar ou murmurar, como filhos de Deus sem defeito”. 22 - Profeta Dn 4,24b: “Expia teus pecados e injustiças com esmolas e obras de misericórdia em favor dos pobres; assim terás longa prosperidade”


4 | Fé e Vida |

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Liturgia e Vida 5º DOMINGO DA QUARESMA 02 de abril de 2017

Lázaro, vem para fora! Cônego Celso Pedro Estamos entrando na 5ª semana da Quaresma. É tempo de nos perguntar como estamos vivendo este tempo precioso da nossa espiritualidade litúrgica, como praticamos o jejum, a esmola e a oração, e como assumimos o cuidado da natureza proposto pela Campanha da Fraternidade. Já passamos pelo deserto, pelo monte, pelo poço de Jacó, encontramos o cego de nascença e hoje vamos parar diante do túmulo de Lázaro. Era uma gruta. Há quatro dias que nela colocaram o corpo de Lázaro, atado com faixas e envolto em um sudário. Lido na Quaresma, o texto aponta para a ressurreição de Cristo. Jesus passará pela dolorosa morte de cruz e ressuscitará no terceiro dia. O profeta Ezequiel vê a ressurreição do povo, que recebe o sopro de Deus, recupera a vida e volta a ocupar a terra de Israel. No Salmo, ecoa a voz que sai das profundezas da morte e, no Senhor, encontra toda graça e copiosa redenção. Nós também ressuscitaremos, garante-nos Paulo, porque em nós mora o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos. Vamos, porém, nos sentar diante do túmulo de Lázaro e ver o que está acontecendo. Entre muitas coisas, três momentos podem chamar a nossa atenção. Em primeiro lugar, a morte apoderou-se do amigo de Jesus, levou-o para dentro de sua casa e fechou a porta. Jesus chegou, abriu a porta e tirou o seu amigo das garras da morte. “Lázaro, vem para fora!” A morte, por sua vez, tentará apoderar-se de Jesus. Foi nesse contexto que o sumo sacerdote e o sinédrio decidiram matar Jesus. Ele, porém, ressuscitará e todos cantarão: “Onde está, ó morte, a tua vitória?” Jesus é o vencedor da morte. Sua ressurreição será a vitória da vida sobre a morte. Num segundo momento, vemos Jesus que chora. Jesus se comoveu e chorou com a morte do seu amigo. Compreendemos o que isso significa e compreendemos muito bem. Conhecemos a dor da morte de um ente querido, dor diferente, dor doida. Sabemos o que é chorar. Em um terceiro momento, Jesus consola as irmãs de Lázaro, Marta e Maria, com a promessa da ressurreição, com a afirmação de que Ele é a ressurreição e a vida, com um apelo à fé. “Crês nisto?” Se compreendemos as lágrimas de Jesus, porque fazem parte da nossa experiência humana, o que dizer da ressurreição e da vida eterna que não vimos, não experimentamos, não sabemos bem o que são ou o que serão? Como nós, Marta também não entendeu nada, mas a sua resposta foi perfeita: “Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo”. Cremos em Jesus e isso basta.

Você Pergunta Omiti detalhes na confissão. Confessar de novo? padre Cido Pereira

osaopaulo@uol.com.br

O Gonçalves, de Minas Gerais, me questiona: “Padre, estou com uma dúvida sobre pecado. A doutrina nos fala que masturbação e pornografia são pecados graves. Por isso, toda vez que eu fazia isso, ia me confessar. Há pouco tempo, porém, me confessei e, desta vez, eu comecei a assistir os vídeos, mas no meio deles, eu parei, pois sabia que era pecado grave. Minha dúvida é: Preciso me confessar novamente? Posso ler a Bíblia estando em pecado grave?” Pois é, muitos ao se confessarem costumam contar quantas vezes fizeram isso, quantas vezes fizeram aquilo. Contam para o padre, o padre dá alguns conselhos, orienta, dá uma peni-

tência e absolve. E lá vão eles, aliviados, tranquilos, mas sem nenhum propósito de reconstruir a vida, de acertar os passos com os passos de Deus. Logo estarão cometendo os mesmos pecados, porque ficaram livres do sentimento de culpa, mas não ficaram livres das atitudes que os levam a fazer isso ou aquilo. É o caso desta pergunta feita por você, meu irmão Gonçalves. A confissão livra você do sentimento de culpa por ter se masturbado, por ver filmes pornográficos. Não livra você, porém, do pecado maior que é a sensualidade, que é a busca do prazer a qualquer preço. Esse pecado você não confessou, não é mesmo? Por isso mesmo, você saiu da confissão livre do sentimento de culpa, mas sem um projeto de vida nova.

Eu vou dar a você um exemplo para entender melhor. Muitas confissões são como o caso daquele homem que tira a sujeira de uma piscina com um coador de pano. As mesmas sujeiras aparecem sempre à tona d’água e ele sempre passando o coador. E assim vai até que ele desconfia que a sujeira vem do fundo, esvazia a piscina e encontra algo podre lá em baixo. Arranca aquilo, a sujeira desaparece. Que nossas confissões sejam daquilo que nos faz cair sempre no mesmo erro, no caso de sua pergunta, a sensualidade que faz você buscar a satisfação na masturbação e nos filmes pornográficos. Livre-se dessas compulsões e você terá a paz que procura com a confissão. Um abraço. Deus abençoe você.

Atos da Cúria NOMEAÇÃO DE VIGÁRIO GERAL ADJUNTO PARA A REGIÃO EPISCOPAL SANT´ANA Em 20 de março de 2017, foi nomeado Vigário Geral Adjunto para a Região Episcopal Sant´Ana, o Revmo. Pe. Carlos Alberto Doutel, em decreto que entrou em vigor na mesma data e que terá validade de 05 (cinco) anos, salvo disposição diversa de quem de direito. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO Em 26 de março de 2017, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, na Região Episcopal Brasilândia, no bairro do Jaraguá, o Revmo. Pe. Severino dos Ramos Lima Araújo, ISch, pelo período de 06 (seis) anos. Em 19 de março de 2017, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia São Marcos Evangelista, na Região Episcopal Sant´Ana, no bairro da Pedra Branca, o Revmo. Pe. Erastus Stephen Murungi, IMC, pelo período de 06 (seis) anos. Em 15 de março de 2017, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição – Santa Ifigênia, na Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Catedral, o Revmo. Pe. Antônio Ruy Barbosa Mendes de Moraes, SSS, pelo período de 06 (seis) anos.

Santa Ifigênia, na Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Catedral, o Revmo. Pe. José Regivaldo dos Santos, SSS, pelo período de 03 (três) anos. Em 22 de fevereiro de 2017, foi nomeado e provisionado Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Paz, na Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Catedral, o Revmo. Pe. Sérgio Gheller, CS, pelo período de 03 (três) anos. NOMEAÇÃO DE DIÁCONO PERMANENTE COMO ASSISTENTE PASTORAL Em 21 de março de 2017, foi nomeado Assistente Pastoral “ad nutum episcopi” da Paróquia Santa Adélia, na Região Episcopal Belém, Setor Pastoral Conquista, o Diácono Permanente Ricardo Donizeti dos Santos. Em 21 de março de 2017, foi nomeado Assistente Pastoral “ad nutum episco-

Para assinar O SÃO PAULO: Escolha uma das opções e a forma de pagamento. Envie esse cupom para: FUNDAÇÃO METROPOLITANA PAULISTA, Avenida Higienópolis, 890 São Paulo - SP CEP 01238-000 - Tels: (011) 3666-9660/3660-3724 osaopaulo@uol.com.br

pi” da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Região Episcopal Belém, Setor Pastoral Carrão/Formosa, o Diácono Permanente Evangelista João de Souza. NOMEAÇÃO DE DIÁCONO TRANSITÓRIO COMO ASSISTENTE PASTORAL Em 22 de março de 2017, foi nomeado Assistente Pastoral “ad nutum episcopi” da Paróquia São Judas Tadeu, na Região Episcopal Belém, Setor Pastoral Tatuapé, o Diácono Transitório Jean Sella, AA. NOMEAÇÃO DE ASSISTENTE ECLESIÁSTICO Em 20 de março de 2017, foi nomeado Assistente Eclesiástico do Centro de Estudos Santa Escolástica, o Revmo. Pe. João Paulo G. Rizek, pelo período de 03 (três) anos.

SEMESTRAL: R$ 45 ANUAL: R$ 78 exterior ANUAL: 220 U$ FORMA DE PAGAMENTO: COBRANÇA BANCÁRIA

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL

NOME___________________________________________________________ _________________________________________________________________ DATA DE NASC. ___/___/____CPF/CNPJ _________________________________ ENDEREÇO ___________________________________________________________ __________________________________________________________ nº __________ COMPLEMENTO ______________________ BAIRRO ___________________________

Em 15 de março de 2017, foi nomeado e provisionado Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Conceição –

CEP ____________ - ___________ CIDADE____________________________________ ESTADO ______ E-MAIL: ________________________________________________ TEL: (__________) ______________________________________ DATA ____/___/____


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A Cruz... Dom Sergio de Deus Borges

Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana

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xiste uma corrente de pensamento e ação bastante organizada em nossa sociedade que se articula para “dissipar o valor da Cruz, esvaziá-la do seu significado, negando que o homem possa encontrar nela as raízes da sua nova vida” (São João Paulo II, Ut Unun Sint, 1). E nunca tanto como hoje o ser humano tem tido necessidade da força e da sabedoria de Deus, que procedem da Cruz gloriosa e bendita. A Cruz está presente em nossa vida, está inscrita na nossa existência, como nos ensinou o Divino Mestre: “Se alguém quiser vir após Mim, renegue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me” (Mt 16, 24-25). Querer excluí-la é como desejar ignorar a realidade humana. Deus nos criou para a vida, mas nossa caminhada é marcada pelo sofrimento e pela provação. Experimentamos a realidade da Cruz todos os dias: dificuldades na família, no estudo,

Espiritualidade

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Fé e Cidadania A Doutrina Social da Igreja na defesa dos biomas brasileiros

no trabalho, nos relacionamentos. recebem na sua fraqueza a força, na Será sinal de maturidade aco- humilhação, a glória, na morte, a lher a Cruz. A Cruz deve ser acolhi- vida” (São Leão Magno, Liturgia das da, em primeiro lugar, no coração, Horas, II, p. 322). O cristão que olha transformando a existência, para ser com confiança para a Cruz recebe carregada por toda a vida. É um es- do Senhor a coragem e o vigor para tilo responsável de vida: “Procedei caminhar com fidelidade na estrada de modo que todos reconheçam que da vida. Percorrendo o caminho quarestrazeis não só interior, mas ainda exteriormente, a imagem de Cristo mal em direção à Paixão do Senhor Crucificado, modelo de toda doçu- e gloriosa Ressurreição, vamos nos ra e mansidão” (Giordano, L., 1013). colocar aos pés da Cruz de Jesus, O Apóstolo Paulo levou tão a sério como outrora a Virgem Maria, João, este princípio que disse: “Estou pregado à Cruz de Cristo” (Gl Deus nos criou para a vida, mas nossa caminhada é 2,19). Jesus não nos en- marcada pelo sofrimento e gana, Ele não nos dei- pela provação. Experimentamos xa sozinhos na Cruz, a realidade da Cruz todos os Ele sabe transformar a dias: dificuldades na família, provação em esperan- no estudo, no trabalho, nos ça. São Paulo experi- relacionamentos. mentou o amor fiel de Jesus, que não o abandonou nas horas mais sombrias, e Maria Madalena e outras mulhetestemunhou: “A linguagem da Cruz res se colocaram, e contemplar o é loucura para os que se perdem, mistério do amor de Deus por nós. mas, para os que foram salvos, para Contemplando o mistério, vamos nós, é uma força divina” (ICor 1,18). proclamar com vigor “Cristo CruciA Cruz de Cristo dá sempre re- ficado - escândalo para os judeus e novados frutos de salvação. São loucura para os pagãos” (1Cor 1, 23Leão Magno diz que a “Cruz é fonte 24) – e pedir a graça de assumir com de todas as bênçãos e origem de to- novo vigor e nova esperança a nossa das as graças. Por ela, os que crêem cruz de cada dia.

CF 2017 - Para um desenvolvimento humano e sustentado Francisco Borba Ribeiro Neto Na segunda metade do século XX, tanto a doutrina social da Igreja quanto os movimentos ambientalistas e alguns economistas procuraram repensar o processo de desenvolvimento, superando o economicismo. Desse diálogo nasceu a ideia do desenvolvimento humano integral, na Populorum Progressio (PP) de Paulo VI, do desenvolvimento sustentado, entre parte dos movimentos ecológicos, e do desenvolvimento como liberdade, proposto pelo ganhador do Prêmio Nobel, Amartya Sen. Todas essas propostas se baseiam na percepção de que o desenvolvimento é indispensável à vida humana, mas que deve se orientar para o bem-comum e não para interesses privados: “Promover todos os homens e o homem todo” (PP 14). A integralidade é o fio condutor dessa visão de progresso, e o Papa Francisco evidencia essa relação entre desenvolvimento e meio ambiente ao propor, na Laudato Si’, uma ecologia integral (LS 137ss). Ambientalismo e doutrina católica partem da busca de uma sabedoria que torne a vida mais humana, lutando contra as falsas promessas do poder econômico e tecnocientífico (LS 101-114), e contra as pretensões do individualismo e do consumismo (LS 50, 203-210). Essa sabedoria já se manifesta na percepção de que não podemos ser felizes sozinhos, sem olhar para nossos irmãos e para a própria natureza. A solidariedade – e sua expressão máxima, que é a fraternidade – estão presentes nas propostas tanto do desenvolvimento humano integral quanto do desenvolvimento sustentado. O Magistério católico compreende que essa solidariedade é intergeneracional (Caritas in Veritate, CV 48, LS 159ss) e se estende também a um cuidado com toda a criação, conforme propõe parte do movimento ecológico (CV 48-52, LS 14). Mas também o movimento ecológico se tornou cada vez mais consciente que a defesa do meio ambiente implica igualmente num compromisso com os mais pobres, que sempre foi prioritário para os cristãos. E mais: a valorização das comunidades e organizações locais (CV 58, LS 176-181), dos saberes tradicionais (LS 63, 143-146), do Estado a serviço do bem-comum, da colaboração e da ajuda mútua entre todas as nações (CV 53ss, LS 164-175) são pontos em comum entre a doutrina social católica e a maioria das propostas de desenvolvimento sustentado. São muitos pontos em comum, todos apontando para um trabalho compartilhado e uma busca conjunta por aquilo que realmente dá sentido à vida e preenche o nosso coração. Para aprofundamento, ver as leituras sugeridas em http://feculturapucsp.blogspot.com.br/2017/02/CF2017 As opiniões da seção “Fé e Cidadania” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editoriais do O SÃO PAULO.


6 | Viver Bem |

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Cuidar da Saúde O tratamento de tuberculose é feito de forma gratuita nos postos de saúde Cássia Regina Dia 28 março é o Dia Mundial da Tuberculose. A tuberculose é uma doença infecto-contagiosa causada por um bacilo, o bacilo de Koch, que afeta os pulmões, mas que também pode afetar outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninge cerebral. Sua transmissão se dá por meio de gotículas de saliva. O início pode ser imperceptível, mas logo aparecem os sinais e sintomas mais frequentes, que são: tosse seca e contínua no início, posteriormente com a presença de secreção por mais de quatro semanas, transformando-se, nos casos mais graves, em uma tosse com sangue; falta de ar ou cansaço excessivo; febre baixa geralmente no final da tarde; sudorese noturna; dor intercostal; falta de apetite; palidez; significativa perda de peso; e fraqueza. Má alimentação, falta de higiene, tabagismo, alcoolismo, ou qualquer outro fator que gere baixa imunidade, também favorece o desenvolvimento da tuberculose. A doença pode ser bastante séria, mas tem tratamento, que é realizado gratuitamente nos postos de saúde. O medicamento é administrado por via oral e realizado durante seis meses, tendo por resultado a cura total da doença. Após 15 dias de tratamento regular o paciente já não transmite a doença. Importante: o tratamento só estará completo quando o paciente tomar 180 doses, ou seja, após tomar o medicamento diariamente durante seis meses. Caso o paciente não o faça algum dia, o tratamento deve se prolongar. Portanto, siga as orientações corretas e fique curado da tuberculose. Dra. Cássia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF). E-mail: dracassiaregina@gmail.com

Comportamento

Como formar pessoas que não fazem bullying Simone Cabral Fuzaro

Já que muitos temem ser vítimas de bullying, vale refletirmos sobre o que leva as crianças e os adolescentes a serem agressivos e maldosos uns com os outros, que necessidade têm de desfazer, de diminuir os demais? O que está em jogo nesse complicado quebra-cabeça é a capacidade e determinação que devemos ter como pais de ensinar aos nossos filhos que faz sentido viver; de mostrar, com atitudes simples e cotidianas, o valor da vida de cada um; de ajudá-los a desenvolver uma autoimagem sadia e perceber o seu valor como pessoa. Somente quem constrói uma autoimagem positiva, quem aprende o valor da vida, saberá valorizar a sua e a dos outros. Cria-se a possibilidade de perceber o seu lugar no mundo, valorizando-o e, com isso, de perceber e valorizar o lugar do outro. Precisamos nos lembrar que formar pessoas implica transformar impulsos diversos em capacidade de afeto, em costurar um sentido para a vida de cada um dos pequenos criando-os com autoestima. A realidade do afeto e autoestima permite sujeitos que se cuidam e cuidam dos demais.

Como fazer isso? A capacidade de afeto se for-

ma por meio dos limites firmes, bem definidos, sustentados com determinação e paciência. Resistir às frustrações e sentimentos que os limites podem promover quando bem colocados, e perceber que, apesar de todas as reações esdrúxulas, eles são amados, torna-os capazes de afeto. E isso deve ser ensinado na simplicidade do convívio cotidiano. Já a autoestima será construída e a preciosidade de viver será apreendida, nas trocas e conversas cotidianas. Recordar as histórias de cada um, a gravidez, o quanto cada um foi esperado... Recordar com alegria, reviver sentimentos, relatar detalhes alegres, preocupantes, engraçados. Segundo Capelatto, Moisés e Minatti (2006), “a voz dos adultos contando, dedicando-se nesse garimpo da memória sobre os pequenos e juntando seus próprios sentimentos, desperta sensações e mostra o principal: cada uma dessas crianças é querida hoje porque foi desejada, a elas foi dado há tempos um lugar insubstituível na família, na comunidade e no coração de pessoas queridas”. Quando esse lugar simbólico está bem determinado, há onde ancorar-se diante das adversidades e dificuldades. Quando se vêem assim, conseguem perceber os outros como pessoas com seus devidos valores, que ocupam os

seus (também importantes) lugares. Conversar e relembrar requerem tempo e dedicação. É preciso que tenhamos consciência da importância dessas conversas, se não, por falta de tempo, excesso de compromissos, dificuldades próprias do dia a dia, deixaremos de lado essa importante parte de nossa missão de pais. Quando não proporcionamos essa experiência para nossos filhos, estaremos deixando-os se aproximar progressivamente da agressividade, da inveja e do sarcasmo. Surge com mais intensidade a possibilidade de agressão contra tudo e contra todos. O que se perde quando não há consciência do que se tem? A importância de cada um não pode ser aprendida de modo simplesmente racional, tem que ser vivida, (re)lembrada, contada em histórias recheadas de afetos, pois “somente com esta identidade e este conhecimento nuclear alguém pode respeitar a própria existência e a dos outros” (Capelatto, Moisés e Minatti, 2006). Vamos investir nosso tempo em um convívio recheado de pequenas histórias e gostosas lembranças. Vamos deixar para eles uma rica herança: a consciência de que é precioso viver. Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é fonoaudióloga e educadora; Mantém o Blog educandonacao.com.br


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Destaques das Agências Internacionais

Filipe David

Correspondente do O SÃO PAULO na Europa

Peru

Chuvas provocam dezenas de mortes Desde 1925, o Peru não via nada semelhante a isto: precipitação dez vezes superior à normal, provocando cheias, inundações e deslizamentos de terra que já causaram ao menos 90 mortes e desalojaram 100 mil pessoas. A zona norte do País é a que mais sofre. Segundo o governo, 33 estradas foram afetadas e diversas pontes cederam. A causa das chuvas é o fenômeno

conhecido como El Niño costeiro, provocado pelo aquecimento das águas do Pacífico que, evaporando em grande quantidade, se condensam nas serras altas do País. Como consequência, o excesso de chuva provoca cheias nas bacias hidrográficas, forte correnteza nos rios, deslizes de terra e alagamentos. O Papa Francisco rezou pelo Peru no domingo, 26, e enviou, por meio do

Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, uma ajuda de 100 mil dólares para auxiliar as pessoas afetadas pela crise: “Com este gesto significativo de preocupação paternal, o Papa Francisco acompanha a dor de milhares de irmãos que sofrem por causa dos desastres naturais”, manifestou a Conferência Episcopal Peruana. Fontes: ACI/ El País/ Público Reprodução da Internet

Austrália/ Nações Unidas Jovem com Síndrome de Down questiona a ONU Olivia Hargroder nasceu com Síndrome de Down e os médicos disseram que, no seu caso, ela nunca aprenderia a falar. Aos 17 anos, Olivia fez um grande discurso na sede da Organização das Nações Unidas (ONU). O discurso foi no dia 21, durante a

12ª Conferência Mundial do Dia da Síndrome de Down. Olivia está terminando o ensino médio e trabalha durante meio período em um supermercado: “Tenho certeza de que o médico que disse que eu nunca falaria não imaginou que eu estaria aqui em Nova Iorque falando com

vocês nas Nações Unidas. Desse modo, quando nasce um bebê com Síndrome de Down, por que não podemos simplesmente esperar o melhor e acreditar que poderão ser qualquer coisa que quiserem ser?”, disse. Fonte: ACI

Mali Bispos pedem libertação de freira sequestrada

Fonte: Fides

Fonte: CNA

As ‘regras de comportamento’ do Estado Islâmico Em um dos bairros libertados, está a igreja caldeia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que os jihadistas do EI tinham escolhido como base de operações. A igreja foi espoliada de todas as imagens e sinais cristãos. Apenas o altar foi poupado. Nas colunas e paredes, os jihadistas escreveram as “regras de comportamento” que impunham à

Fonte: Church Militant

Fonte: Fides

pastorinhos viram a Virgem Maria pela primeira vez. Ela lhes pediu que rezassem o Rosário e fizessem sacrifícios pela conversão dos pecadores. As crianças acolheram o pedido, rezando com frequência, oferecendo seu lanche a mendigos e jejuando.

Iraque Conforme o exército iraquiano, com apoio internacional, reconquista terreno sobre o grupo Estado Islâmico (EI), diversas cidades e vilarejos são libertados. Mossul, uma das cidades mais importantes no norte do Iraque, tem sido reconquistada bairro a bairro, quarteirão por quarteirão, desde outubro do ano passado.

David DeJiacomo viveu por 30 anos o estilo de vida homossexual e teve mais de mil parceiros, até que, diante de uma estátua de São José em uma igreja católica, sua vida foi profundamente transformada. “Eu pensava que eu tinha nascido desse jeito e que não havia nada que eu pudesse fazer para mudar”, disse David sobre o estilo de vida que levava. “Agora eu digo: Eu sou a prova viva de que isso é mentira! Você pode sair [desse estilo de vida]!”, acrescentou. Hoje ele é um membro ativo de sua paróquia. David escreveu uma autobiografia e está levantando o dinheiro necessário para publicá-la: “Se isso ajudar uma única pessoa a sair desse estilo de vida, então tudo valeu a pena. Eu acredito que é por isso que Deus me pediu para fazer isso, porque Ele precisava de alguém que viesse a público, alguém que não tivesse medo”, contou. Após sua experiência espiritual, David conseguiu mudar sua vida com o auxílio de terapia e oração. Hoje tudo o que deseja é ajudar outras pessoas a fazerem o mesmo: “Quero tirar outros homens e mulheres desse estilo de vida e trazê-los de volta à felicidade, para fora desse teatro de escuridão”, disse.

população local, como punições para quem fumasse ou bebesse, proibição para as mulheres de sair de casa sem necessidade e pena de morte para a blasfêmia. A maior parte de Mossul já foi reconquistada, mas a guerra continua na parte oeste da cidade.

Canonização dos pastorinhos de Fátima ocasião da celebração do centenário de Fátima, em maio deste ano. Francisco e Jacinta, que morreram com 11 e 10 anos de idade, respectivamente, foram as pessoas mais jovens a serem beatificadas na história da Igreja. No dia 13 de maio de 1917, em plena Primeira Guerra Mundial, os três

‘Sair desse teatro de escuridão’

A irmã colombiana Cecília Narváez Argoti, da Congregação das Irmãs Franciscanas de Maria Imaculada, foi sequestrada no início de fevereiro no sul do Mali. No entanto, a identidade de seus sequestradores permanece um mistério e ainda não foi feito nenhum contato ou pedido de resgate. Os bispos têm lançado apelos pela mídia e pelas redes sociais para pedir um contato com os sequestradores, a fim de libertá-la. Atualmente, são consideradas duas hipóteses: A primeira é que a Irmã teria sido sequestrada por bandidos locais, na esperança de obter um resgate, mas que agora eles não sabem como administrar a situação; outra hipótese é que os sequestradores seriam jihadistas que esperam as águas se acalmarem para fazer contato. “À espera de um contato concreto, a Conferência Episcopal do Mali, com a Diocese de Karangasso, está lançando apelos aos sequestradores e para quem puder oferecer pistas concretas, convidando ao mesmo tempo a comunidade de fiéis a intensificar a oração pela libertação da Irmã Cecília”, disse o Padre Edmond Dembele, secretário-geral da Conferência Episcopal do Mali.

Roma/ Portugal Na quinta-feira, 23, o Papa Francisco aprovou o segundo milagre necessário para a canonização de Francisco e Jacinta Marto, os dois pastorinhos que – juntamente com Lúcia dos Santos – testemunharam as aparições da Virgem Maria em Fátima, em Portugal, em 1917. É possível que a canonização ocorra por

Estados Unidos


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Júlia Cabral

Especial para O SÃO PAULO

O Papa em Milão L’Osservatore Romano

Visita à periferia

“Sois vós que me acolheis na entrada de Milão, e este é um grande dom para mim: entrar na cidade encontrando rostos, famílias, uma comunidade. E agradeço-vos pelos dois presentes particulares que me oferecestes”, expressou o Papa Francisco aos habitantes do bairro de Case Bianche (em português, “Casas Brancas”). A ida à periferia foi o primeiro compromisso da rápida visita feita no sábado, 25, a Milão, na Itália. O primeiro presente recebido foi uma estola, tecida artesanalmente pelos próprios moradores. “Isto torna-a muito mais preciosa; e recorda que o sacerdote cristão está a serviço do povo; o meu sacerdócio, como o do vosso pároco e dos outros sacerdotes que trabalham aqui, é um dom de Cristo, mas é também ‘tecido’ por vós, pela vossa gente, com a sua fé, as suas fadigas, as suas orações, as suas lágrimas... Eu vejo isto no sinal da estola. O sacerdócio é dom de Cristo, e também tecido por vós e isto vejo neste sinal”, gratificou. O segundo presente foi uma imagem de Nossa Senhora, que o Pontífice disse ser quem lhe acolheu em Milão: “Eu sei que em Milão me acolhe a Virgem Maria, no topo do Duomo (a Catedral de Milão); mas, graças ao vosso dom, a Virgem Maria me acolhe já a partir daqui, na entrada. E isso é importante, porque me recorda a bondade de Maria, que corre ao encontro de Isabel. É a bondade, a solicitude da Igreja, que não permanece no centro à espera, mas vai ao encontro de todos, nas periferias, vai também ao encontro dos não cristãos, e mesmo dos não crentes... e os leva a todos a Jesus, que é o amor de Deus feito carne, que dá sentido à nossa vida e a salva do mal”. Referiu-se também a restauração da imagem, declarando que a mesma deve

composto por pratos típicos da cozinha milanesa, como risoto, chuleta empanada acompanhada por batatas e sobremesa. Francisco é o primeiro Pontífice a entrar na Prisão San Vittore, o cárcere utilizado durante a ocupação nazista, antes de Auschwitz, como centro de tortura e detenção de judeus.

Encontro com crismandos

estender-se à Igreja e ao Povo de Deus. “É também significativo o fato da restauração: esta vossa Mãezinha foi restaurada! [Como somos todos pecadores] deixemo-nos restaurar por Deus, pela sua misericórdia. Deixemo-nos limpar no coração, especialmente neste tempo de Quaresma. A Virgem Maria é sem pecado, ela não precisa de restauração, mas a sua estátua sim, e, assim, como mãe, ela nos ensina a deixar-nos limpar pela misericórdia de Deus, para testemunhar a santidade de Jesus”, disse. Despedindo-se, o Papa agradeceu novamente o acolhimento, abençoou o povo e pediu que não deixassem de rezar por ele.

Aos detentos de San Vittore

“Me sinto em casa”, foi, segundo o jornal Avvenire, o que disse o Santo

Padre aos presos no fim da manhã de sábado na prisão San Vittore, onde percorreu pavilhões cumprimentando os detentos (foto). Francisco foi aos muitos setores da prisão até chegar na “Rotonda”, parte central do presídio, que serve de praça para os reclusos, onde pôde saudar e ouvir um amplo discurso. Um representante dos presos pediu ao Papa que rezasse por eles para “que seus erros possam ser perdoados” e “as pessoas não olhem para eles com desprezo”. As autoridades da prisão colocaram em sua mesa detentas latino-americanas, como a equatoriana Dalia, a argentina Mónica e a chilena Gemma. No salão estavam cerca de cem prisioneiros. Os alimentos foram preparados por detentas que frequentam o curso “Escola Livre de Cozinha”. O menu era

80 mil jovens acolheram o Papa no Estádio San Siro, em Milão, em seu último compromisso em terras ambrosianas. No encontro com os crismandos, ele respondeu a algumas perguntas. Dentre elas, a de um jovem, que lhe perguntou o que o ajudou a crescer na amizade com Cristo. Ao respondê-lo, disse que foram três coisas. A primeira, seus avós: “Os avós podem ajudar a crescer na amizade com Jesus, essa é a minha experiência. A nona me ensinou a rezar”, e completou dizendo que “os avós têm a sabedoria da vida e nos ensinam como caminhar próximos a Jesus. A mim o fizeram. Falem com vossos avós. Perguntem a eles, escutem-nos, falem com eles”. A segunda coisa é divertir-se. “Nos faz bem brincar com os amigos, porque quando o jogo é limpo, se aprende a respeitar os outros, se aprende a fazer uma equipe, a trabalhar juntos. E isto nos une a Jesus”. E, finalmente, a terceira coisa que ajudou Jorge Bergoglio a crescer na amizade com Jesus foi ir à paróquia, reunir-se com a comunidade. “Com estas três coisas tu rezarás mais. E a oração é aquele fio que une as três coisas”, declarou. Após o encontro, o Santo Padre encerrou a visita à cidade e embarcou de volta a Roma. (Com informações da rádio Vaticano)


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Destaques das Agências Nacionais

Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

CNBB manifesta-se sobre questões previdenciárias e foro privilegiado Após reunião de seu conselho permanente, entre os dias 21 e 23, em Brasília (DF), a CNBB, por meio de sua presidência (foto), emitiu três notas: uma sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016, da reforma da Previdência; outra sobre a isenção previdenciária das instituições filantrópicas; e também uma sobre o foro privilegiado de autoridades no País. Em relação à PEC 287/2016, a conferência dos bispos ressalta que a Previdência Social “não é uma concessão governamental ou um privilégio. Os direitos sociais no Brasil foram conquistados com intensa participação democrática; qualquer ameaça a eles merece imediato repúdio”. Ainda segundo a nota, a argumentação do governo de que há um déficit na Previdência é diferente de dados apresentados por outras instituições. “Não é possível encaminhar solução de assunto tão complexo com informações inseguras, desencontradas e contraditórias. É preciso conhecer a real situação da Previdência Social no Brasil”, manifesta a CNBB, complementando que “nenhuma solução para equilibrar um possível déficit pode prescindir de valores éticos-sociais e solidários. Na justificativa da PEC 287/2016 não existe nenhuma referência a esses valores, reduzindo a Previdência a uma questão econômica”. Também segundo a CNBB, “ao propor uma idade única de 65 anos para homens e mulheres, do campo ou da cidade; ao acabar com a aposentadoria especial para trabalhadores rurais; ao comprome-

ter a assistência aos segurados especiais (indígenas, quilombolas, pescadores...); ao reduzir o valor da pensão para viúvas ou viúvos; ao desvincular o salário mínimo como referência para o pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC), a PEC 287/2016 escolhe o caminho da exclusão social”, manifesta a conferência do bispos, apontando, ainda, que “faz-se necessário auditar a dívida pública, taxar rendimentos das instituições financeiras, rever a desoneração de exportação de commodities, identificar e cobrar os devedores da Previdência. Essas opções ajudariam a tornar realidade o Fundo de Reserva do Regime da Previdência Social – Emenda Constitucional 20/1998, que poderia provisionar recursos exclusivos para a Previdência”. A CNBB também convoca “os cristãos e pessoas de boa vontade, particularmente nossas comunidades, a se mo-

bilizarem ao redor da atual Reforma da Previdência, a fim de buscar o melhor para o nosso povo, principalmente os mais fragilizados”. Em outra nota, a CNBB manifestou desacordo com a proposta de eliminar a isenção previdenciária das instituições filantrópicas, um dos pontos que é proposto na PEC 287/2016. Embora reconheça a necessidade de rever a isenção de algumas entidades, para que elas se justifiquem pelo serviço prestado aos pobres, a conferência dos bispos pontua que “é equivocado, no entanto, pretender eliminar as isenções das instituições filantrópicas que prestam reais serviços nas áreas da Saúde, Educação e Assistência Social. Respeitadas pela sociedade, muitas destas instituições estão presentes onde, inúmeras vezes, há ausência do Estado. A isenção não significa doação ou favor, mas uma contrapartida do Estado

ao serviço que lhe caberia prestar aos mais pobres”. Por fim, em outra nota, a CNBB aponta que é urgente rever os artigos da Constituição Federal que tratam do foro especial por prerrogativa de função, popularmente conhecido como foro privilegiado, que hoje beneficia aproximadamente 22 mil autoridades em todo o País. “Aos olhos da população, esse procedimento jurídico parece garantia de impunidade numa afronta imperdoável ao princípio constitucional de que todos são iguais perante a lei”, consideram os bispos do conselho permanente da entidade, defendendo, porém, “que haja o foro privilegiado para um número restrito de autoridades como forma de proteção às suas funções e de julgamento, com a necessária isenção, de eventuais delitos por elas cometidos”. Fonte: CNBB Imprensa - CNBB

Líderes cristãos e judeus contra o fanatismo e em favor do diálogo “Em face ao momento desafiador que vivemos tanto no cenário internacional como no contexto nacional, decidimos nos manifestar contra o fanatismo e em favor do diálogo”. Assim é iniciada a declaração assinada em conjunto, no dia 14, pelo Cônego José Bizon, presidente católico da Comissão Nacional de Diálogo Religioso Católico Judaico da CNBB; Dom Flavio Irala, bispo anglicano e presidente do Conselho Nacional das Igre-

jas Cristãs do Brasil; e o Rabino Michel Schlesinger, presidente judeu da Comissão Nacional de Diálogo Religioso Católico Judaico da CNBB e representante da Confederação Israelita do Brasil para o diálogo inter-religioso. De acordo com os líderes religiosos, “em tempos difíceis, cria-se um cenário propício para o advento de lideranças que enxergam no extremismo, no nacionalismo, no ódio ao diferente, a solução

Imposto de Renda: Apenas 21% dos contribuintes entregam declaração Nos 26 primeiros dias de entrega do Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física 2017 (IRPF), 6 milhões de contribuintes já o fizeram, o equivalente a aproximadamente 21% dos 28,3 milhões que devem realizar a declaração neste ano. Os dados foram divulgados na segunda-feira, 27, pela Receita Federal. O prazo de entrega começou no dia

2 e vai até as 23h59 de 28 de abril. A declaração do IRPF é obrigatória para quem recebeu rendimentos tributáveis superiores a R$ 28.559,70 no ano passado. A Receita Federal pagará a restituição do IRPF em sete lotes, entre junho e dezembro deste ano. O primeiro lote será pago em 16 de junho. Fonte: Agência Brasil

para os diversos desafios da sociedade”, por isso, “faz-se necessário o reforço de valores como o respeito à dignidade humana, a valorização da diversidade, da democracia, da justiça e da ética”. A declaração recorda que o Brasil tem tradição no diálogo entre os diferentes grupos religiosos e que há um passado comum de judeus e cristãos, “porém, isso não transforma cristãos em judeus e nem judeus em cristãos. Somente quando reco-

nhecemos nossas diferenças, adquirimos a capacidade de aprender uns com os outros e exercitar o sagrado desafio do diálogo”. “Comprometemos-nos, como brasileiros e como religiosos, em continuar trabalhando por uma sociedade que enxerga na diversidade uma oportunidade de aprendizado e crescimento”, consta na declaração, que pode ser lida na íntegra em www.conib.org.br. Fonte: Conib

Protomártires de Natal (RN) serão canonizados Na quinta-feira, 23, em audiência concedida ao Cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação das Causas dos Santos, o Papa Francisco aprovou a canonização dos protomártires do Brasil. Trata-se dos seguintes beatos: André de Soveral e Ambrósio Francisco Ferro, sacerdotes diocesanos, e Mateus Moreira e seus 27 companheiros leigos, que em 1645, no Rio Grande do Norte, derramaram seu sangue por amor a Cristo.

Dom Jaime Vieira Rocha, arcebispo de Natal (RN), manifestou satisfação com a notícia. “Isto para nós é motivo de alegria; que a intercessão dos nossos mártires pela nossa Igreja no Brasil, pela nossa Arquidiocese e por todo o povo de Deus seja um sinal de esperança, de testemunho, de convicção na vivência da nossa fé. Eles são um exemplo, porque deram a vida, derramaram o sangue, na vivência de sua fé”, afirmou. Fonte: Rádio Vaticano


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Vantagens e prejuízos das terceirizações ainda são incertos Luciney Martins/O SÃO PAULO

Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

O presidente Michel Temer pode sancionar ainda nesta semana o projeto de lei 4302/1998, aprovado pela Câmara dos Deputados no dia 22, que permite a terceirização em todas as atividades de empresas privadas e também na administração pública. Com a medida, será permitido que as empresas terceirizem trabalhadores para suas atividades-fim – aquelas consideradas como as principais de um negócio – e que continuem podendo terceirizar profissionais para atividades-meio – consideradas de apoio ao negócio, como, por exemplo, segurança, limpeza e manutenção. De modo objetivo, o trabalhador terceirizado terá garantidos os mesmos direitos dos empregados previstos na CLT e na Constituição Federal. Também se aumentará para até nove meses a vigência de contratos para trabalho temporário. Temer chegou a cogitar a possibilidade de sancionar o “PL das Terceirizações” junto com outro projeto de lei sobre o tema que ainda tramita no Senado, mas sofreu pressão de deputados da base aliada para que faça a sanção o quanto antes, especialmente pelo desgaste gerado com a aprovação da medida, um substitutivo ao projeto de lei encaminhado à Câmara em 1998 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. O projeto foi aprovado no Senado em 2002 e só agora, 15 anos depois, foi votado.

Geração de emprego x precarização

A aprovação do PL 4302 gerou reações diversas na sociedade. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) manifestou que a medida irá beneficiar as mais de 12 milhões de pessoas que já trabalham como terceirizadas com carteira assinada e estimulará a geração de emprego: “Ao autorizar o trabalho terceirizado, o projeto aprovado traz segurança jurídica às relações trabalhistas e poderá evitar discussões judiciais. Além disso, poderá estimular contratações, dando amparo legal a empregadores e trabalhadores”. Similar discurso foi adotado por Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, na véspera da aprovação da medida, que, segundo ele, “ajuda muito porque facilita a contratação de mão de obra temporária, facilita a expansão do emprego. Empresas resistem à possibilidade de aumentar o emprego devido a alguns aspectos de rigidez das leis trabalhistas”. Já a Central Única dos Trabalhadores (CUT), em nota, considerou que a terceirização é uma “via para transformar empregos formais e regulamentados, em ‘bicos’ de trabalho precário, temporário e parcial, com salários e direitos rebaixados, inclusive na administração pública”. Além disso, fez menção a um documento que lançou em fevereiro junto com Departamento Intersindical de Estatística e Estu-

Entre as propostas do PL 4302 está o aumento do tempo dos contratos de trabalho temporário

dos Socioeconômicos (Dieese), apontando que os terceirizados ganham 25% menos, trabalham quatro horas a mais e ficam 2,7 anos a menos no emprego, em comparação aos contratados diretos. Também a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) lamentou a aprovação do PL, argumentando que haverá agravamento da rotatividade dos terceirizados, aumento no número de acidentes de trabalho e prejuízos para a saúde pública e a Previdência Social. “A proposta, induvidosamente, acarretará para milhões de trabalhadores no Brasil o rebaixamento de salários e de suas condições de trabalho, instituindo como regra a precarização nas relações laborais”, manifestou.

Mitos e verdades

Em entrevista ao O SÃO PAULO, o advogado trabalhista Marcos Untura Neto, mestre em Direito pela USP e integrante do escritório Cerqueira Leite Advogados, falou sobre os principais aspectos do PL 4302. Segundo ele, o substitutivo aprovado na Câmara repete muito daquilo que os tribunais já entendiam sobre a terceirização, como por exemplo, a responsabilidade subsidiária das empresas, e traz como principal novidade a terceirização das atividades-fim, o que pode levar ao aumento da quantidade de trabalhadores terceirizados no país. “No entanto, precisamos esperar para ver como a lei vai ser recebida. Há muitos negócios que dependem de uma relação direta com o trabalhador para que se desenvolvam. Assim, para muitas empresas a terceirização não é desejável e nem possível. Portanto, assumir que toda e qualquer empresa vai simplesmente mandar sua massa de empregados embora para recontratar outros ou os mesmos como terceirizados é um pouco de precipitação”, avaliou. Também segundo o advogado, a tendência é de que os tribunais estabeleçam

condições mínimas para a terceirização. Empresas que decidam manter na mesma função trabalhadores em regime diferenciados bem como aquelas que demitam funcionários para contratá-los como terceirizados podem enfrentar problemas com a Justiça. “Este último artifício, tendo em conta o entendimento dos tribunais hoje, é considerado fraude. Em geral, hoje os juízes acabam declarando o vínculo de emprego em relação à empresa tomadora de serviço, ou seja anulam essa dispensa e a ligação com a empresa prestadora de serviço, e obrigam a contratante a novamente registrar esses trabalhadores. Se houver alguma diferença no pagamento feito a eles, não só a empresa tomadora vai ter que pagar, mas também a empresa prestadora. No entanto, a proposta da lei não diz nada sobre essa situação em que se altera o status da mão de obra efetiva”, comentou. Ainda segundo Marcos Untura Neto, a contratante é responsável por garantir condições de segurança, higiene e insalubridade dos trabalhadores, mas com a responsabilização subsidiária, no caso de um acidente, por exemplo, primeiro será acionada a prestadora de serviço, e, só depois, se necessário, a contratante. “A lei apenas repete o entendimento de muito tempo dos tribunais trabalhistas. A única coisa que muda é que isso vai constar de lei, o que gera muito mais segurança jurídica para todo mundo”. Outra coisa que se mantém com o PL 4302, de acordo com o advogado, são os recolhimentos das contribuições previdenciárias, que seguirão sendo feitos pela empresa empregadora. No entanto, caso haja algum erro ou fraude nesse processo, “o INSS pode autuar tanto a empresa que contratou a seção de mão de obra quanto a empresa que se propôs a prestar o serviço”, esclareceu. (Fontes: EBC, Rede Brasil Atual, CUT, Anamatra, O Globo, Folha de S.Paulo e G1)

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Parques à iniciativa privada

A Prefeitura de São Paulo repassará a administração de 107 parques municipais à iniciativa privada. Conforme anunciou no sábado, 25, o prefeito João Doria Junior (PSDB), o chamamento público para a concessão dos equipamentos deverá ser aberto entre junho e agosto. As concessões serão feitas em “pacotes”, com um parque de grande porte e outros quatro menores. A concessão dos parques é parte do chamado plano de desestatização, que deve envolver também a concessão do Estádio do Pacaembu e a privatização do Autódromo de Interlagos e do Complexo do Anhembi. Contudo, o projeto precisará ainda passar pela aprovação da Câmara dos Vereadores.

Hong Kong volta a liberar a importação da carne brasileira

O Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária informou na terça-feira, 28, que Hong Kong reduziu as restrições à importação da carne brasileira. O país, que é o segundo maior comprador do produto, tinha suspendido todas as importações no dia 21, após a deflagração da operação Carne Fraca. Agora, o país asiático anunciou que a única restrição será para a carne comercializada pelos 21 frigoríficos investigados na operação.

PSDB isenta Temer de irregularidade

Em documento enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com alegações finais sobre o processo que investiga supostas irregularidades da chapa Dilma-Temer nas eleições de 2014, o PSDB indicou que não viu indícios de irregularidades cometidos pelo agora presidente Michel Temer (PMDB), mas apenas da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Após a eleição presidencial, o PSDB ingressou com a ação pedindo a cassação da chapa, argumentando que a campanha Dilma-Temer recebeu propina, cometeu abuso de poder e foi beneficiada no esquema de corrupção na Petrobras. O julgamento do processo será iniciado em 4 de abril. Atualmente, o PSDB compõe a base aliada do governo Temer. Fontes: G1, Agência Brasil, O Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo


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Campanha da

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educaç um movimento que cultiva jardins verticais na cidade e um projeto de educação ambiental na zona leste são ações que merecem ser conhecidas e apoiadas

I

Nayá Fernandes nayafernandes@gmail.com

niciativas boas precisam ser divulgadas. A mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações deste ano insistiu sobre a necessidade de que os meios de comunicação propaguem o bem e não somente os dramas da sociedade. No que se refere à preservação da natureza e sustentabilidade, existem muitas ações que transformam ambientes e pessoas, algumas conhecidas mundialmente, como a “Hora do Planeta”, e outras como o Projeto de AlimentaFotos: CEDESP - BomPar/Divulgação

ção Saudável, desenvolvido pelo Centro Social e Produtivo (Cedesp). No dia 25 de março, às 20h30, aconteceu em 187 países a “Hora do Planeta”, ato simbólico promovido pela World Wide Fund For Nature (WWF), em português “Fundo Mundial para a Natureza”, uma das mais conhecidas organizações independentes de conservação do ambiente. Segundo informações da própria instituição, mais de 3 mil marcos e monumentos permaneceram com suas luzes apagadas durante 60 minutos, com o objetivo de chamar a atenção para a questão do aquecimento global. No Brasil, mais de 146 cidades participaram do ato, apagando mais de 600 monumentos. A Ponte Es-


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| Campanha da

biomas brasileiros e defesa da vida

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Projetos para preservação e

ção ambiental na metrópole

taiada, o Viaduto do Chá, o Monumento às Bandeiras, o Obelisco do Ibirapuera, o Monumento Borba Gato, o Tomie Ohtake, a Ponte das Bandeiras, o Prédio do Gabinete do Prefeito de São Paulo (Edifício Matarazzo) foram desligados durante uma hora na capital paulista.

Educação ambiental já! O Centro de Desenvolvimento Social e Produtivo (Cedesp) Tabor é uma unidade de atendimento do Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto (Bompar), uma entidade filantrópica da Igreja Católica que se dedica à promoção do desenvolvimento integral da pessoa há 70 anos em São Paulo. Localizado na Estrada da Colônia, na região de PaProjeto relheiros, desenvolve ações Alimentação de educação ambiental volsaudável – tadas a crianças, adolescenas crianças tes e adultos. aprendem a O Cedesp divide a proplantar, cuidar priedade com outras três e consumir unidades do Centro Social: uma creche, que atende alimentos 415 crianças; um centro saudáveis educacional comunitário, que atende 364 crianças e adolescentes; e uma escola filantrópica, que atende 359 crianças e adolescentes. “Aqui todos aprendem a preservar o meio ambiente, o que envolve não somente as plantas, os animais e a água, mas os seres vivos e os ambientes em que vivemos, pois a ‘casa comum é nossa responsabilidade’ e cada pessoa deve fazer sua parte na preservação da vida. No ano passado, o tema da Campanha da Fraternidade foi desenvolvido pelos educandos de agropecuária, que multiplicaram o conhecimento adquirido para 48 unidades do Bompar, com oficinas de captação de água, reciclagem e plantio de horta vertical, flores e ervas medicinais”, contou Cleusa Rodrigues, que atua na coordenação pedagógica da instituição, realizando atendimento às famílias e educandos. Em parceria com o Parque Natural Municipal Fazenda do Carmo (PNMFC), situado no interior da Área de Proteção Ambiental (APA), onde se encontra a maior mancha de vegetação da zona Leste Compostagem do município de São Paulo, o Cedesp irá promover atividades que desenvolvam o tema da Campanha da Fraternidade 2017,

sobre os biomas brasileiros. “Desenvolveremos atividades de observação, sensibilização por meio de fotografia, reflexões sobre a realidade social, vivências ambientais e debates acerca da importância de áreas verdes nos centros urbanos, além de oficinas de hortas verticais e exposição de artes”, explicou Cleusa.

Plantio Vertical

Um jardim lá no alto Minhocão: primeiro cor-

Espaço para roda de bate papo

redor verde do mundo, um piloto que tende a demonstrar a eficiência paisagística. O projeto Movimento 90º (M.90º) é um negócio de impacto socioambiental que tem como objetivo o aumento da área verde em grandes metrópoles por meio da instalação de jardins verticais. Há quatro anos, dedica-se ao projeto que pretende transformar grandes vias da cidade em verdadeiros corredores verdes. Segundo informações do Movimento, o que começou como um manifesto, em 2013, se desdobrou ao longo dos anos e hoje em dia, o M.90º realiza não somente instalações de jardins verticais em escala pública, mas também implementação de jardins verticais em espaços comerciais e residenciais, assim como a divulgação de sua causa por meio de cursos, workshops e palestras.

A estrutura do jardim vertical melhora a qualidade do ar, pois suas plantas filtram o CO2; soluciona problemas térmicos, tanto do edifício onde está instalada quanto do seu entorno, pois impede que haja absorção e liberação de calor nas paredes; diminui de maneira dramática problemas acústicos; e em épocas de seca, aumenta a umidade relativa do ar ao seu redor. No site www.movimento90.com há mais informações sobre a tecnologia utilizada, bem como as espécies de plantas adequadas a cada ambiente.

Praça lúdica com recicláveis

Horta Orgânica


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O QUE TEMOS FEITO NA IGREJA PELOS Luciney Martins/O SÃO PAULO

No Instituto Daniel Comboni, na Fazenda da Juta, crianças e adolecentes aprendem artes visuais, teatro, dança e música

Fernando Geronazzo, Daniel Gomes e Vítor Alves Loscalzo osaopaulo@uol.com.br

Diante de fatos como a morte do adolescente João Victor Souza de Carvalho, 13, em 26 de fevereiro, que pedia esmola em frente a uma lanchonete na Vila Nova Cachoeirinha, na zona Noroeste de São Paulo, as diversas instâncias da sociedade - inclusive a Igreja - são convidadas a refletir sobre qual é a responsabilidade de cada uma por essa e muitas outras crianças e adolescentes expostos à situação de vulnerabilidade. São muitas as ocasiões que oferecem risco a esses menores, como as drogas, a criminalidade, a falta de uma educação de qualidade, famílias desestruturadas, violência doméstica, entre outras. Em São Paulo, diversas iniciativas nasceram do esforço dos católicos em busca de oferecer alternativas criativas para crianças, adolescentes e jovens. Além de proporcionarem atividades socioeducativas e culturais, esses programas envolvem as famílias e dão um sentido de pertença a uma comunidade maior.

Fazenda da Juta

No bairro Fazenda da Juta, localizado no extremo Leste da capital paulista, residem cerca de 5 mil famílias. Fruto de ocupações iniciadas na década de 1970, o local ainda sofre com a falta de políticas públicas e com um alto índice de criminalidade, causado principalmente pelo tráfico de drogas. Com o incentivo dos missionários combonianos que atuam na região, os membros das comunidades que formam a Paróquia São Sebastião se organizaram para evitar que seus filhos ficassem à mercê dos riscos, originando o Instituto Daniel Comboni, hoje constituído de nove núcleos que atendem aproximadamente 800 pessoas, a maioria crianças e adolescentes.

Um desses núcleos é o Centro Cultural Vivarte, que oferece oficinas de artes visuais e cênicas, dança e música para crianças e adolescentes de 6 a 15 anos, sempre no contraturno escolar. “É uma maneira de, por meio dessas oficinas, transmitir valores para esses adolescentes e crianças. A arte é um meio de tirar os adolescentes de caminhos perigosos”, afirma a Irmã Vera Lúcia Geraldo, missionária comboniana e colaboradora do núcleo.

Viver em sociedade

Nas aulas de música, os alunos aprendem técnica musical, a tocar instrumentos e recebem conhecimento teórico e de história da música. “A finalidade principal de todo esse trabalho é estimular a capacidade de trabalhar em grupo e viver socialmente em conjunto. Aqui eles aprendem a vencer desafios, lidar com a diferenças”, conta Anderson Oliveira, professor de música. Rafael Alves Francisco, 13, está há quatro anos no Vivarte. Desde pequeno, ele gostava de música e na entidade começou a tocar instrumentos musicais. “Além de eu aprender muito sobre a música, aqui eu aprendo a me socializar, a ser um ser humano melhor. O que aprendemos aqui levamos para a vida”, disse o garoto, que está no 9º ano do Ensino Fundamental e já sonha em fazer faculdade de Fotografia. Maria Estela Francelino Adão, 8, faz dança no Vivarte. Sua mãe, Priscila Laura Francelino, afirmou que o Centro Cultural tem feito muito bem para sua filha. “A minha filha mudou completamente, ficou bem mais disciplinada em tudo o que ela vai fazer. Não gosta de perder um dia sequer de aula de dança”.

Oportunidade

Ao completarem 15 anos, os adolescentes são encaminhados para o Centro de Desenvolvimento Social e Produtivo (Cedesp), que oferece capacitação profissional nas áreas de Informática, Administração, Elétrica e Segurança no Trabalho, para pessoas com até 59 anos. Denise Cristina Gonsalves de Souza, 28, foi aluna no Vivarte em 2003. Ela ingressou no Cedesp, em 2005 e, em 2008, começou a trabalhar como educadora em um Centro para Crianças e Adolescentes (CCA) do Instituto Daniel Comboni. Formada em Pedagogia, com pós-graduação em Alfabetização e Letramento, a

jovem agradece à oportunidade oferecida pelo Instituto, que, de alguma maneira, marca a vida de todos os que passam por suas obras.

Valores

Para Irmã Vera, não basta tirar as crianças da rua, é preciso transmitir a elas valores e introduzi-las no bem. “Essa é também uma maneira de evangelizar e buscar maneiras de promover valores cristãos. Não podemos deixar de ‘falar’ através das obras, pois temos uma identidade que deve ser expressa naquilo que fazemos”, avalia. Além do Centro Cultural, o Instituto Daniel Comboni administra, em convênio com a Prefeitura, quatro CCAs, onde são desenvolvidas atividades pedagógicas e socioeducativas, oficinas de artes, esportes, passeios culturais, recreação e trabalhos manuais. A educadora Maria Vanderleia Feitosa Rocha afirma que é um desafio grande oferecer alternativas atraentes para os adolescentes diante das muitas outras ofertas que existem nas ruas. “Temos que ser criativos e propor sempre coisas diferenciadas, para que eles não percam o interesse nas atividades, para que não seja apenas uma reprodução daquilo que eles já fazem na escola”.

Apoio familiar

No Instituto Daniel Comboni, as famílias dos atendidos são envolvidas nas atividades por meio dos encontros periódicos com os pais e responsáveis sobre diversos temas, como drogas, sexualidade, família, além de participarem de oficinas de artesanato, troca de saberes e passeios aos finais de semana. Bárbara Regina de Sá, psicóloga do Centro de Apoio à Família, destaca que, além dos perigos da própria sociedade em si, a fragilidade dessas famílias pode afetar o desenvolvimento dos adolescentes. “Até por conta desses problemas econômicos atuais, como o desemprego, por exemplo, que podem fazer com que a violência dentro de casa aumente. E o jovem, em vez de ter um acolhimento familiar, vai para o mundo das drogas, para outras chamadas”, explica. “A nossa proposta é, além de acolher as pessoas que vêm por causa de qualquer tipo de violência, seja física, psicológica, sexual etc., prevenir para que os pais não repitam com seus filhos o que sofreram”, completa.


Em comunidade

No Jardim Paulistano, na periferia da zona Noroeste de São Paulo, 18 jovens recém-crismados da Comunidade São Benedito, da Paróquia Bom Pastor, iniciaram em 2011 a Família Unes. O grupo, que hoje conta com 70 jovens, se reúne nas noites de sábado, com o objetivo de mostrar aos jovens que na Igreja é possível se divertir sem ofender a Deus, a si mesmo ou ao próximo. Além de encontros formativos, o grupo realiza diversas atividades desportivas e recreativas. “Agora, estamos participando de um campeonato de futsal em uma quadra que fica ao lado da matriz da Paróquia Bom Pastor. Todo o domingo, a gente vai para missa de manhã e depois toda a galera vai acompanhar o jogo”, relata Felippe Camilo, 27, um dos fundadores da Família Unes.

Resgate

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Família Unes/Divulgação

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Grupo de jovens Família Unes, no Jardim Paulistano, estimula sentido de pertença à comunidade eclesial

A Comunidade São Benedito fica perto da favela do Iraque, conhecida em boa parte da cidade pelos “pancadões” de

funk, e está próxima de locais que são pontos de tráfico de drogas. Felippe relata que há jovens no grupo que saíram desse meio e que foram resgatados para a vida cristã a partir da Família Unes. “Um desses jovens nos disse que muitos outros pensam que para se divertir em uma festa precisam beber, usar drogas e ‘pegar´ muitas meninas. Nas festas que nós costumamos fazer,

não há nada disso e quem vem diz que se diverte tanto quanto quem vai a essas outras coisas. Ao virem em nossas festas, eles encontram jovens igual a eles, da mesma idade, e que se divertem sem usar drogas e bebidas, e até fazem contato com os pais, que vêm e participam com a gente. Então, acabamos fortalecendo essa relação de família”, conta Felippe.

Renata Moraes/Arquivo O SÃO PAULO

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Karatê no Brás

Há 20 anos, Irmã Clara Amadio dedica sua vida a adolescentes em situação de vulnerabilidade do Jardim Elisa Maria

Jardim Elisa Maria

Bem próximo do local onde João Victor morreu, no Jardim Elisa Maria, a Irmã Clara Amadio, da Congregação das Irmãs Escolares de Nossa Senhora, ajudou a fundar, em 1996, a Associação Madre Teresa de Jesus. A entidade fica ao lado da Comunidade Nossa Senhora de Fátima, da Paróquia Imaculado Coração de Maria, na Região Brasilândia. Hoje possui um convênio com a Prefeitura e atende 210 crianças e adolescentes de 6 a 15 anos, oferecendo capacitação profissional e atividades culturais como música, teatro, esportes e poesia. Kelli Suzana de Araújo e Silva, gerente de serviços da entidade, ressalta que como no Jardim Elisa Maria há apenas essa entidade voltada para adolescentes, a procura é muito maior que o número de vagas disponíveis, uma vez que o índice de desistência e muito pequeno. A entidade também realiza encontros mensais com as famílias, com formações complementares. “Ao longo desses anos, chegamos à conclusão que não adianta trabalhar somente com o adolescente se não envolvermos suas famílias. Às vezes, as questões e dificuldades trazidas pelos atendidos estão justamente nas famílias. Por isso, nós procuramos ter proximidade com as famílias, bem como trabalhar em rede com outras entidades da região”, destaca Kelli.

Na Paróquia São Vitor Mártir, no Brás, em meio ao abandono público em que se encontra o tradicional bairro italiano – trânsito caótico, carros abandonados, pichações, moradores de rua e traficantes a procura de adolescentes –, o professor de Karatê-Dô, José Alberto de Siqueira Campos, mais conhecido como Corisco, realiza há três anos um trabalho de formação humana por meio da arte marcial junto a 40 jovens. “Não é do dia para a noite que se ajuda a estes jovens, pois há muitas coisas a serem trabalhadas, como, por exemplo, a obediência. Quando a criança está em situação de rua é porque já deixou de obedecer a muitas coisas; mesmo porque, não encontra esta referência nos pais. Assim, o jovem não vê importância em obedecer, pois entende a obediência apenas como uma regra, como algo imposto. Mas, na verdade, trata-se de escutar àquele que tem mais experiência do que você e que pode lhe ajudar a crescer, a ser melhor”, explica Corisco. Gustavo Henrique Mielle Serra, 14, é faixa laranja de Karatê-Dô. Para ele, o trabalho do professor Corisco com os jovens é uma salvação, pois favorece uma chance de trilhar um caminho cristão. O adolescente também destaca que os treinos potencializam pontos fortes e aprimoram os pontos fracos.

a missão continua

A coordenadora geral do Instituto Daniel Comboni, Deocleciana Ferreira, que participou da mobilização da comunidade da Fazenda da Juta desde do início, garante que ainda há muito a ser feito em cada bairro. Recordando o assassinato do adolescente Joílson de Jesus, em São Paulo, em 1983, que motivou o nascimento da Pastoral do Menor, Deocleciana afirma que a Igreja precisa continuar sua missão em meio ao mundo. “Por cada adolescente assassinado, cada família que tem seus entes queridos dispersos nesse universo de violência e de crime, também temos responsabilidade. Portanto, continuamos sendo desafiados enquanto Igreja. Que resposta temos a dar? Precisamos buscar soluções para a vida dessas pessoas junto com elas”.

No Brás, crianças e adolescentes aprendem Karatê em projeto voluntário desenvolvido na Paróquia São Vito Mártir


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‘João Victor era apenas uma criança’ Luciney Martins/O SÃO PAULO

Em missa de 1 mês da morte do adolescente na frente de lanchonete, bispo convida cristãos a uma atitude missionária Fernando Geronazzo

osaopaulo@uol.com.br

Uma missa na Paróquia Santos Apóstolos, na Região Brasilândia, no domingo, 26, recordou um mês da morte do adolescente João Victor Souza de Carvalho, 13, nas proximidades de uma das lojas da rede de fast-food Habib´s, na Vila Nova Cachoeirinha, em 26 de fevereiro. Segundo testemunhas, o adolescente morreu após se envolver em uma confusão com funcionários do estabelecimento. A celebração foi presidida por Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, e concelebrada por Dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo emérito de Blumenau (SC), e diversos padres atuantes na Região. Também participaram da missa os pais e familiares de João Victor. “Quem foi este menino? Ele tinha família, irmãos e irmãs? Quem eram seus amigos? Quais eram suas qualidades e também os defeitos? Ele tinha sonhos? Como seria o futuro de João Victor? Muitas dessas perguntas vão ficar sem respostas, porque elas morreram com João Victor”, disse Dom Devair, no início da homilia. O Bispo afirmou ainda que, diante das diferentes versões e fatos que estão sendo investigados, um dado fundamental não pode ser esquecido: “João Victor era apenas uma criança”.

Não calar diante da injustiça

Referindo-se ao versículo “O Senhor é meu Pastor, não me falta coisa alguma”, do Salmo 22, proclamado na

Dom Devair da Fonseca e clero da Região Brasilândia prestam solidariedade a familiares do adolescente João Victor, morto em 26 de fevereiro

missa, Dom Devair afirmou que, da parte de Deus, nada falta ao ser humano, “pois ele é misericordioso e é compaixão para com todos”. “Mas, da nossa parte, enquanto sociedade, enquanto Igreja, como famílias, ou simplesmente como indivíduos, falta muito”. O Bispo destacou que falta atenção e investimento nas periferias de políticas públicas que atendam às reais necessidades de crianças e jovens; falta “atitude missionária para sair ao encontro dos que já estão caídos ou daqueles que estão próximos de cair”; falta amor, diálogo, respeito entre as pessoas. Dom Devair também ressaltou a necessidade de cada um assumir sua condição de cristão. “Não podemos celebrar esta Eucaristia sem considerar a violência da morte de uma criança, seja como for. A Eucaristia precisa despertar em nós um compromisso de transformação”, disse.

“Que sejamos solidários com a dor e com a perda da família do João, mas que também sejamos aqueles que gritam pela justiça, que não se calam, nem se deixam silenciar e não vão esquecer de sua vida, para que fatos como esse não se repitam na nossa sociedade”.

Exumação

No dia 22, a Justiça de São Paulo determinou a exumação do corpo de João Victor, a pedido do advogado da família, Francisco Carlos da Silva, que, após contratar um perito particular, levantou a dúvida se a morte do adolescente foi provocada pelo uso de drogas, como apontou o laudo do Instituto Médico Legal (IML) da Superintendência da Polícia Técnico-Científica, ou se aconteceu em decorrência de supostas agressões, como informou um parecer de um perito particular. Imagens de câmeras de segurança

mostram que o garoto, conhecido por pedir esmolas nas redondezas, foi perseguido e arrastado por funcionários da loja antes de ser socorrido quase sem vida. Segundo o pai de João Victor, Marcelo Fernandes de Carvalho, a exumação deve ser feita até 20 de abril. O corpo do adolescente está enterrado no cemitério da Vila Nova Cachoeirinha. A mãe do adolescente, Fernanda Cássia de Souza, manifestou ao O SÃO PAULO a gratidão pela solidariedade que a família está recebendo por parte da Igreja. “Essa presença tem dado muita força para enfrentar esse momento difícil. Estou certa que meu filho também está recebendo esse carinho”, disse a mãe. “A única coisa que eu desejo é que a justiça seja feita. Que os responsáveis sejam punidos pelo que fizeram. Deus não irá nos desamparar e a verdade irá prevalecer”, completou Fernanda.

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

(com informações do portal G1)

‘24 HORAS PARA O SENHOR’ Atendendo ao pedido do Papa Francisco, centenas de fiéis em toda a Arquidiocese de São Paulo participaram das ‘24 horas para o Senhor’, nos dias 24 e 25. Na Catedral da Sé (fotos), houve adoração ao Santíssimo Sacramento, padres atendendo confissões, Via-Sacra e missas, uma delas presidida pelo Padre Helmo César Faccioli, auxiliar do cura da Catedral.


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Lapa 24 horas de fé junto ao Senhor Benigno Naveira

Colaborador de comunicação da Região

Tendo como motivação o Ano Mariano Nacional, e com o tema “Eu quero misericórdia”, extraído do Evangelho de Mateus (Mt 9,13), os fiéis na Região Episcopal Lapa participaram na Paróquia Nossa Senhora da Lapa, das “24 horas para o Senhor”, iniciada na noite da sexta-feira, 24, e concluída na noite do sábado, 25. A iniciativa das “24 horas para o Senhor” foi criada pelo Pontifício Conselho para a Nova Evangelização e acontece desde 2013 no tempo da Quaresma. A proposta é que se realize mundialmente em cada diocese, com igrejas que fiquem abertas 24 horas para que os fiéis possam participar do sacramento da Reconciliação. Na Região Lapa, as atividades começaram com uma missa, presidida por Dom Carlos Lema Garcia, bispo auxiliar da Arquidiocese e vigário episcopal para a Educação e a Universidade, e concelebrada pelos padres Geraldo Pedro dos Santos, coordenador da iniciativa na Região, e Antonio Francisco Ribeiro, coordenador regional de pastoral. Dom Carlos, na homilia, disse que o chamado de Cristo é absoluto e não comporta parcialidade: é preciso amar de todo coração, de toda a alma, com todo o espírito e com toda a força, sendo que o amor ao próximo consiste em fazer

Benigno Naveira

Fiéis participam da missa de abertura das ‘24 horas para o Senhor’ na Região Episcopal Lapa, presidida por Dom Carlos Lema Garcia, dia 24

tudo com a integralidade de todo nosso ser: alma, força e amor, sem nunca dividir o coração, pois um coração inteiro reflete o que é o homem verdadeiramente. Ao final da celebração, Dom Carlos realizou a adoração ao Santíssimo. Ao longo das 24 horas aconteceram atividades diversas, como confissões, leitura orante da Bíblia, vigília, ofício divino das comunidades, liturgia das horas, mo-

mento penitencial, adoração ao Santíssimo, momentos de louvor, reza do Terço e missas, na manhã de sábado, celebrando a Solenidade da Anunciação da Virgem Maria. O encerramento foi com a celebração eucarística presidida pelo Padre Adalton Pereira de Castro, pároco, e concelebrada pelo Padre Geraldo Pedro. Em conversa com a Pastoral da Comunicação da Região Lapa, Padre Ge-

raldo lembrou que este é o segundo ano que a Região realiza as “24 horas para o Senhor”, com o objetivo de envolver todas as paróquias, pastorais e movimentos, a partir da colaboração dos padres atuantes na Região, dos coordenadores de grupos de jovens, do Apostolado da Oração, da Comunidade Eucarística Voz dos Pobres e das lideranças dos setores pastorais.

Pastoral da Saúde quer seguir o exemplo da Virgem Maria Benigno Naveira

Participantes do retiro da Pastoral da Saúde na Paróquia Santo Alberto Magno, no sábado, 25

No sábado, 25, cerca de cem integrantes da Pastoral da Saúde da Região Episcopal Lapa participaram de um retiro espiritual na Paróquia Santo Alberto Magno, no Setor Pastoral Butantã, com

o tema “Fazei tudo o que Ele vos disser”, e o lema “A Virgem Mãe nos indica, nos mostra a caminho: sigamo-la!” A atividade foi iniciada com missa, presidida pelo Padre João Inácio Mild-

São José é festejado no Jaguaré Mais de 200 fiéis na Paróquia São José do Jaguaré, no Setor Pastoral Butantã, participaram da missa em honra ao padroeiro, em 19 de março, presidida pelo Padre Roberto Grandmaison, pároco. O Sacerdote, na homilia, lembrou que São José foi esposo e companheiro de Maria em todos os momentos. “Nós temos em São José um exemplo, um modelo, um homem que não gritava, ficava em silêncio, e seu silêncio falava muito alto”, afirmou. Ainda segundo o Padre Roberto,

São José foi presente na vida de Maria e de Jesus, e se destacou pelo trabalho de carpinteiro. “São José é um homem de oração, um homem aberto à vontade de Deus”, afirmou. São José é o primeiro dentre os santos da Igreja Católica, com dignidade inferior apenas à da Virgem Maria, Mãe de Jesus, tendo sido proclamado “Protetor da Igreja Católica Romana”; por seu ofício, ele é o “Padroeiro dos Trabalhadores”, e pela fidelidade a sua esposa, também é o “Padroeiro das Famílias”.

ner, assistente eclesiástico arquidiocesano da Pastoral da Saúde. Na sequência, os diáconos Marcos Adriano e Antonio Geraldo conduziram a adoração ao Santíssimo, e logo depois o Padre João proferiu uma palestra sobre o “Sim de Maria a Deus”. Na parte da tarde, foram realizadas dinâmicas em grupos, tendo o Diácono Paulo José Oliveira palestrado sobre o tema “Maria, Mãe e intercessora de todos nós”. O retiro foi finalizado com missa presidida pelo Padre João Carlos Borges, concelebrada pelo Padre João Mildner. Em conversa com a Pastoral da Comunicação da Região Lapa, Padre João Mildner lembrou que a Pastoral da Saúde “é o rosto misericordioso de Deus

com quem sofre”, e que seus membros permitem que os doentes sejam acolhidos e amados na Igreja, além de terem a missão de levar vida e esperança aos mesmos, ajudando da construção de um mundo com saúde de qualidade. Ele afirmou, ainda, que o retiro foi um momento importante de oração e formação, e também ajudou a todos a refletir sobre a missão da Pastoral da Saúde. Maria Izabel da Silva Guimarães, coordenadora regional da Pastoral da Saúde, disse que o retiro permitiu a troca de informações entre os participantes. Ela recordou que naquele dia se celebrava a Anunciação de Nossa Senhora, que é o exemplo maior de serviço, e, assim, é modelo para todos os membros da Pastoral da Saúde. João Cesar Pereira Fernandes

Paroquianos entronizam imagem de São José em missa na paróquia dedicada ao santo, dia 19


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Brasilândia Jovens dedicam ‘24 horas para o Senhor’ Padre Cilto José, Flavio Rogério Lopes, Juçara Terezinha e Antonio Dominici Filho Colaboração especial para a Região

O Setor Juventude da Região Brasilândia, atendendo ao pedido do Papa Francisco, realizou, nos dias 24 e 25, as “24 Horas para o Senhor”, na Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima, na Vila Bonilha. Aproximadamente 500 jovens de diferentes grupos que atuam nas paróquias permaneceram em vigília durante a madrugada, à luz do tema “Grandes coisas fez por mim o Todo Poderoso” (Lc 1,49), refletido também por meio de expressões artísticas e encenações sobre o Ano Mariano Nacional. Padres que atuam na Região atenderam confissões e realizaram catequeses a partir de temas ligados à evangelização da juventude, com base no Documento 85 da CNBB, e sobre a fé e discernimento vocacional do jovem. Houve ainda a adoração ao Santíssimo. “A vigília reuniu os jovens das diversas pastorais, movimentos e grupos de nossa Região. Foi uma experiência maravilhosa, pois tivemos a oportunidade de vivenciar e compartilhar o carisma

Tomaz Lourenço da Silva

Jovens juntos a Dom Devair Araújo da Fonseca na missa de encerramento das ’24 horas para o Senhor’ na Região Episcopal Brasilândia

desses grupos em momentos de louvor, testemunho, oração e celebração”, disse Danilo Brigatto, 24, um dos coordenadores da vigília. A atividade foi concluída com missa

presidida por Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, concelebrada pelo Padre Fabrício Moraes, assessor da Juventude na Região. O Bispo falou sobre a verdadeira

alegria dos jovens, que vem de Cristo e não das coisas mundanas, e convidou-lhes a dialogar com Deus, com o exemplo de Maria, que aceitou os projetos de Deus mesmo sem saber o que iria acontecer.

Padre Aidan Fallon comemora 50 anos de sacerdócio Vanessa Dias

Padre Aidan Fallon preside missa em ação de graças pelos 50 anos de seu sacerdócio, dia 26

Trabalhadores debatem a reforma da Previdência Na noite do sábado, 25, aconteceu na Paróquia Santos Apóstolos, no Jardim Maracanã, um debate sobre as implicações da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016, da reforma da Previdência. O evento foi organizado pela Pastoral Operária e contou com a presença de lideranças pastorais.

AGENDA REGIONAL Missa de 7º Dia Na quarta-feira, 29, às 19h30, acontecerá na Capela do Convento das Mestras Pias Filippini (rua Mestras Pias Filippini, 513, Itaberaba), a missa de 7º dia da Irmã Irene Leitão de Souza, que faleceu na quinta-feira, 23.

Segundo a assessora do encontro, Roseli Queiros de Almeida, do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência no Estado São Paulo (Sindsprev), a PEC 287/2016 altera as regras da aposentadoria. Para ela, é um erro aplicar no Brasil a idade mínima de 65 anos, trazendo como modelo países como Japão, Itália, Canadá, Suíça, Hong Kong e França, “porque a desigualdade no Brasil é ainda muito acentuada e heterogênea. Entre as 19 cidades com esperança de vida de aproximadamente 65 anos, cinco se localizam na Paraíba, três em Alagoas, sete em Pernambuco e quatro no Maranhão, todas no Nordeste do país. Na outra ponta da tabela, com expectativa de vida ao redor de 78 anos, estão 20 municípios de Santa Catarina”, detalhou.

Na manhã do domingo, 26, na Comunidade São Judas Tadeu, no bairro Sol Nascente, pertencente à Pró-paróquia Santo Agostinho, foram comemorados os 50 anos de sacerdócio do Padre Aidan Fallon, em missa com a participação de Dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo emérito de Blumenau (SC), e de padres atuantes na Região. No começo da missa, foi feito um breve relato sobre a biografia do Padre, com recordações de seus pais, Miguel e Elizabeth, de origem irlandesa, dos cinco irmãos, e dos locais por onde passou esse missionário da Congregação de São Patrício. Dom Angélico, na homilia, ressaltou a liturgia do dia em que Jesus realiza a

cura de um cego. Durante a celebração, Padre Aidan recebeu de presente uma Bíblia e um anel, que foi abençoado pelo Bispo e entregue por uma cadeirante. Na procissão do ofertório, foram apresentados alguns símbolos que fazem parte do ministério do padre: sandálias, vela, água, pão e vinho. Ao final, os participantes da missa receberam uma foto do Padre Aidan com a seguinte mensagem: “Uma palavra basta: Obrigado. Obrigado mesmo. A Deus, à minha família, às comunidades e aos amigos. Com alegrias e tristezas, acertos e erros, tem sido uma vida de felicidade, satisfação e paz. 50 anos de Mistério, Fé, Esperança e Amor”.

Antonio Dominici Filho

A missa regional dos coroinhas, acólitos e cerimoniários da Região Brasilândia foi realizada no sábado, 25, na Paróquia Bom Jesus dos Passos, presidida por Dom Devair Araújo da Fonseca, e concelebrada pelo Padre Roberto Carlos Queiroz Moura, assistente regional dos Ministros Extraordinários, Coroinhas, Acólitos e Cerimoniários.


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Deise Barbara, Ligia Velardi, Álvaro Moreira Gonçalves, Ricardo Pupo e Padre Sandro Degaraes COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO

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Ipiranga

Em oração pelas vocações, nas ‘24 horas para o Senhor’ Em atenção ao pedido do Papa Francisco aos católicos em todo o mundo, as paróquias da Região Episcopal Ipiranga, assim como as demais na Arquidiocese de São Paulo, realizam as “24 horas para o Senhor”, entre os dias 24 e 25. Na Paróquia Imaculada Conceição, no Setor Pastoral Ipiranga, a atividade foi iniciada na noite da sexta-feira, 24, com uma missa vocacional, presidida pelo Padre Is-

rael Mendes, vigário paroquial e assessor eclesiásticoregionaldaPastoralVocacional. Padre Israel, na homilia, destacou que “todo vocacionado recebe seu chamado, mas muitos têm medo dar a resposta. Todos nós, como Igreja, deveríamos rezar para que Jesus tire esse medo do coração dos jovens, que são chamados às vocações sacerdotais e religiosas. Devemos interceder para

que façam a vontade do Pai”, exortou. Ainda segundo o Sacerdote, muitas vezes as famílias colocam empecilhos ou não apoiam os jovens que se sentem chamados à vida religiosa. Ele afirmou que é preciso “seguir a vocação e seguir esse mandato do Evangelho: amar a Deus sobre todas as coisas, de toda a sua alma, com todo o seu entendimento, para assim perseverar no caminho”.

Após o termino da celebração, parte dos fiéis permaneceu em adoração ao Santíssimo, até ás 9h do sábado, 25, enquanto um outro grupo acompanhou o Padre Israel até a cidade de Cubatão (SP), onde já estava o Padre Boris Ulloa, pároco, para colaborar com a missão que a Paróquia Nossa Senhora da Lapa, daquela cidade, realiza juntos aos mais necessitados.

Seminário de Teologia Bom Pastor peregrina ao Santuário de Aparecida A comunidade do Seminário de Teologia Bom Pastor, da Arquidiocese de São Paulo, instalado na área pastoral da Região Episcopal Ipiranga, peregrinou ao Santuário Nacional de Aparecida, no dia 22, por ocasião das comemorações dos 300 anos do encontro da imagem da Padroeira do Brasil nas águas do rio Paraíba do Sul, em 1717. Além dos seminaristas, funcionários do seminário e padres recém-ordenados, participaram da peregrinação Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga e responsável pela formação dos semina-

ristas na Arquidiocese, e o Padre Cícero Alves de França, reitor do seminário. Padre Cícero destacou que a peregrinação foi importante para a formação dos seminaristas como um momento de forte espiritualidade mariana, em que eles puderam manifestar a sua fé e sentir a fé do povo. Os peregrinos também participaram de missa na Capela dos Apóstolos, chamada também de “cofre” da imagem original. Na homilia, Dom José Roberto destacou que o seminarista deve ser como o apóstolo João, que não só acolheu Maria em sua casa após a cruz de

Luiz Carlos Ferreira

Dom José Roberto preside missa na Capela dos Apóstolos, do Santuário Nacional de Aparecida

Jesus, mas também conviveu com ela. Ao final da celebração eucarística, foi abençoada uma réplica da imagem ori-

ginal de Nossa Senhora Aparecida, que acompanhará os seminaristas nas celebrações do Ano Mariano Nacional.

Há 70 anos, Padres Doutrinários evangelizam no Brasil Arquivo paroquial

Dom José Roberto e Dom Vilson com os Padres Doutrinários na Paróquia São Francisco de Sales

Pastoral Familiar realiza encontro para casais em 2ª união A Paróquia Santo Afonso Maria de Ligório, no Setor Pastoral Cursino, que tem como pároco o Padre Benedito Vicente de Abreu, sediou, nos dias 25 e 26, o “14º Encontro com Jesus, o Bom Pastor”, destinado aos casais que vivem em 2ª união. Promovido pela Pastoral Familiar da Região Ipiranga, o encontro destinou-se a acolher esses casais que vivem uma situação especial e que muitas vezes se sentem excluídos da Igreja. Durante a atividade foram abordados

temas diversos, como “Nulidade do Matrimônio”, “Relacionamentos Familiares”, “Perdão e Reconciliação”, “Minha Vida de Fé em Jesus Cristo” e “O Amor de Deus”. Depois das palestras, os casais se reuniram em grupos para discutir sobre os assuntos expostos. Ao final, os participantes homenagearam as pessoas que se doaram para que esse encontro acontecesse e se colocaram à disposição para colaborar nas diversas atividades da Igreja.

Na manhã do domingo, 26, a Congregação dos Padres da Doutrina Cristã, mais conhecidos como Padres Doutrinários, celebraram na paróquia onde atuam, na São Francisco de Sales, no Setor Pastoral Cursino, os 70 anos de presença no Brasil. A missa foi presidida por Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga. Concelebraram Dom Vilson Dias de Oliveira, bispo da Diocese de Limeira (SP), religioso doutrinário; o Padre GianMario Redaelli, superior geral da Congregação; e os Padres Doutrinários que trabalham no Brasil. Além dos fiéis da Paróquia, leigos e leigas de outros locais

também participaram da celebração. A Congregação dos Padres da Doutrina Crista foi fundada em 29 de setembro de 1592, pelo Bem-aventurado Padre César de Bus, na cidade de Cavaillon, na França, e tem como carisma a catequese. O lema é “In Doctrinis Glorificate Dominum” (Na Doutrina glorificai ao Senhor). Os primeiros Padres Doutrinários chegaram ao Brasil em 3 de julho de 1947, e iniciaram atividade na cidade de São Joaquim da Barra (SP). Posteriormente, vieram mais missionários e foram assumidos outros trabalhos no interior de São Paulo e nos estados de Santa Catarina e Paraná. Gabriel Zambrana

Participantes do encontro para casais em 2ª união, na Paróquia Santo Afonso Maria de Ligório


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Santana Padre queniano assume paróquia

Diácono Francisco Gonçalves

Colaborador de comunicação da Região

Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, empossou o Padre Erastus Stephen Murungi, no dia 19, como pároco da Paróquia São Marcos Evangelista. Nascido em 5 de setembro de 1969, no Quênia, no continente africano, Padre Stephen, como é mais conhecido, é o terceiro dos sete filhos dos camponeses Erastus Ndereba e Lois Higaa. Ao conhecer um sacerdote que era dedicado aos jovens, especialmente aos mais pobres e marginalizados, teve seu despertar vocacional ao sacerdócio; entrou para o seminário ainda quando era estudante secundarista, fazendo parte dos Missionários da Consolata, em 1992. Ao concluir os estudos em Filosofia, foi a Moçambique para o noviciado e, em fevereiro de 1997, chegou ao Brasil para cursar Teologia no Instituto Teológico de São Paulo (Itesp).

Ordenado diácono em 2000, recebeu a ordem sacerdotal no Quênia em 17 de março de 2001, e logo foi destinado a colaborar como vigário paroquial na Paróquia Nossa Senhora da Penha, no Setor Pastoral Mandaqui. Em fevereiro de 2004, tornou-se pároco da Paróquia São Brás de Plataforma, na Arquidiocese de São Salvador da Bahia. Ao retornar a São Paulo, em 2013, passou a colaborar na então Comunidade São Marcos Evangelista, que se tornou paróquia no dia 25 de maio de 2014. “Deus continua a chamar homens e mulheres, jovens, crianças e adolescentes para trabalhar na sua vinha. Não importa a hora do chamado. O mais importante é estar sempre disposto a dar seu sim e servir com alegria. Assim, como dizia o Bem-Aventurado José Allamano, fundador dos Missionários e das Missionárias da Consolata, ‘o

Dorival Rosa

Padre Stephen diante de Dom Sergio durante a posse como pároco da São Marcos Evangelista

bem deve ser bem feito, sem fazer barulho, porque o bem não faz barulho e o barulho não faz bem’. Vamos juntos resgatar nossa força e identidade en-

quanto Igreja, comunidades, famílias. Que Deus nos abençoe e nos fortaleça na caminhada da fé”, expressou o Padre Stephen aos paroquianos.

Diácono Francisco Gonçalves

Diácono Francisco Gonçalves

Padres e diáconos da Região Santana reuniram-se, no dia 14, com Dom Sergio de Deus Borges, na Cúria de Santana, para tratar, entre outros assuntos, do novo aplicativo para contabilidade paroquial. A assessoria foi feita pelo Diácono Marcos Antonio Domingues, atuante na Região Episcopal Belém.

Secretários e secretárias paroquiais participaram de formação sobre o sacramento do Matrimônio, ministrada por Dom Sergio Borges, no dia 22, na Cúria de Santana. Além de dúvidas sanadas sobre o processo matrimonial, o encontro teve momentos de espiritualidade, congraçamento com almoço e missa ao final, presidida pelo Bispo.

Belém

Peterson Prates

Colaborador de comunicação da Região

CEBs celebram memória do Beato Oscar Romero As Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) da Arquidiocese de São Paulo celebraram no sábado, 25, um ofício divino das comunidades em memória aos 37 anos de martírio do Beato Oscar Romero. O ofício aconteceu na Comunidade São Francisco, na Favela Ilha das Cobras (João Afonso), no bairro da Vila Prudente, e foi conduzido por Macilene Leite, da Região Brasilândia, Irmã Marialda Cardoso e Guto Godoy, da Região Belém. Durante a celebração foram recordadas falas de Dom Oscar, fazendo memória de seu profetismo e compromisso evangélico. Aproximadamente 40 pessoas participaram da celebração, que teve a fala aberta no momento da reflexão, depois da leitura bíblica, quando os fiéis destacaram pontos importantes da vida do mártir, exemplo para as comunidades de base.

Oscar Romero

Dom Oscar Romero foi um arcebispo salvadorenho com atuação entre 1970

Peterson Prates

e 1980, quando, em 24 de março daquele ano, foi assassinado a tiros enquanto presidia uma missa no hospital da Divina Providência, em El Salvador. Romero tinha fama de conservador, mas bastou terem início as crueldades da ditadura militar salvadorenha para revelar sua atuação pastoral e a opção pelos pobres e perseguidos. Em maio de 2015, foi beatificado pelo Papa Francisco. Há expectativa que ainda em 2017, ano do centenário de seu nascimento, seja oficialmente declarado santo.

Comunidade

A Comunidade São Francisco faz parte da Área Pastoral São José Operário, no Setor Pastoral Vila Prudente, e é confiada, desde a fundação, aos Missionários Oblatos de Maria Imaculada (OMI). Zélia Barbosa destaca a “experiência de fé e de aprendizado” como participante da comunidade. Sobre o ofício a Dom Oscar, ela expressou: “Muito

Na Vila Prudente, CEBs realizam ofício divino em memória do martírio do Beato Oscar Romero

bom, espero que venham mais vezes”. “Fazer memória de um mártir é sempre fazer memória de pessoas que entregaram sua vida por uma causa, que é a causa do Evangelho. Celebrar junto com a comunidade é também pedir a Deus que envie outras pessoas capazes de doar sua vida, entregar sua vida pela causa do

Reino de Deus”, avaliou o Irmão Felipe Arruda, OMI, que trabalha com a comunidade e participou da celebração, que foi concluída com a bênção e a partilha dos alimentos. Além disso, a nota da CNBB sobre a PEC 287/16 - da Reforma da Previdência - teve trechos destacados pelos participantes.


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Lucas Santos

Colaboração especial para a Região

12º Plano Arquidiocesano e a secretaria paroquial Os secretários paroquiais da Região Sé reuniram-se na Paróquia Santíssimo Sacramento, no Setor Pastoral Paraíso, na quinta-feira, 23, para refletir sobre o 12º Plano Arquidiocesano de Pastoral, 2017-2020, e sobre o trabalho da secretaria paroquial. A assessoria da atividade foi feita pelo Padre Aparecido Silva, vigário-adjunto da Região Sé, e pelo Padre Luiz Claudio de Almeida Braga, pároco da Paróquia Santo Antonio, no Setor Pastoral Bom Retiro, e coordenador deste setor. Padre Luiz Claudio apresentou alguns pontos do 12º Plano Arquidiocesano de Pastoral, dando destaque aos desafios da evangelização na megalópole. Ele afirmou que atualmente vive-se um tempo de fragilidade e superficialidade da fé, em que as pessoas não criam raízes e procuram lugares onde as coisas acontecem mais rapidamente. Nesse contexto, a missão fundamental da secretaria paroquial é a acolhida, que é o primeiro passo da conversão pastoral, principalmente para aqueles que

Centro de Pastoral da Região Sé

Padre Aparecido Silva conduz oração durante encontro com secretários e secretárias da Região Sé, assessorado pelo Padre Luiz Cludio Braga

estão afastados da Igreja Católica: quando uma pessoa é bem recebida e atendida, ela volta, de modo que, na secretaria paroquial, o trabalho desempenhado é uma ação pastoral. Padre Luiz Claudio destacou também as urgências na ação evangelizadora e algumas indicações de como realizá

-las concretamente. Algumas indicações envolvem diretamente a secretaria paroquial: uma delas, por exemplo, exorta o secretário paroquial a ter maior sensibilidade para certas coisas, como notar que alguém não vem à igreja há muito tempo, que outra busca ajuda, ir ao encontro das pessoas, dizer uma palavra

acolhedora. Tudo isso já são passos para a conversão pastoral. Sentar, escutar, conhecer, ponderar – são verbos a ter em mente ao longo da caminhada. Por fim, ele lembrou que a secretaria paroquial é um lugar de acolhida, o cartão de visitas da paróquia. (Com informações do Centro de Pastoral da Região Sé)

Frei Edinaldo assume a Paróquia Santa Teresinha Paróquia Santa Teresinha

Frei Edinaldo toma posse na Santa Teresinha, em missa presidida pelo Padre Aparecido Silva

Frei Rothmans toma posse da Paróquia Santa Teresa de Jesus Paróquia Santa Teresa de Jesus

Frei Rothmans com Dom Carlos Lema Garcia

O Frei Rothmans Darles de Campos, O.Carm, recebeu a posse de pároco da Paróquia Santa Teresa de Jesus, no Setor Pastoral Jardins, em missa presidida por Dom Carlos Lema Garcia, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e vigário episcopal para a Educação e a Universidade, no domingo, 26. Frei Rothmans é religioso da Ordem dos Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo (carmelitas). Ele foi ordenado sacerdote em 2001 e, recentemente, foi pároco da Paróquia Nossa Senhora do Carmo – Basílica, no Setor Pastoral Cerqueira César, até a sua transferência para a Paróquia Santa Teresa de Jesus. (Com informações do Centro de Pastoral da Região Sé)

No domingo, 26, Frei Edinaldo da Silva, OCD, tomou posse como pároco da Paróquia Santa Teresinha, no bairro de Higienópolis, no Setor Pastoral Santa Cecília, durante missa presidida pelo Padre Aparecido Silva, vigário-adjunto da Região Episcopal Sé. Frei Edinaldo da Silva é natural de Três Pontas (MG), na Diocese de Campanha. Ele professou votos na Ordem dos Carmelitas Descalços, em 17 de janeiro de 1999. Cursou Filosofia e Teologia no Instituto Santo Tomás de Aquino, em Belo Horizonte (MG). Foi ordenado

sacerdote em 14 de julho de 2006, em Três Pontas, por Dom Frei Diamantino Prata de Carvalho, bispo emérito daquela Diocese. O Sacerdote exerceu vários serviços na Província São José dos Padres Carmelitas Descalços. Além disso, fez mestrado em Teologia Bíblica na Pontíficia Universidade Gregoriana de Roma. Seu último ofício foi o de superior do Convento São João da Cruz, em Belo Horizonte, e vigário paroquial na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, na mesma cidade. (Com informações da Paróquia Santa Teresinha)

Paróquia São José

Em 20 de março, a Paróquia São José, no Setor Pastoral Jardins, comemorou seu padroeiro com missas festivas e uma procissão pelas ruas do bairro do Jardim Europa. As missas foram presididas pelo pároco, Dom Oswaldo Francisco Paulino, O.Praem, e por outros sacerdotes. Neste ano, a solenidade aconteceu no dia 20, pois se recomenda que, durante a Quaresma, não sejam celebradas memórias de santos aos domingos – o dia 19 de março, dedicado à Solenidade de São José, coincidiu neste ano com o terceiro domingo da Quaresma.


22 | Fé e Cultura/Esporte |

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Dica de Leitura

A ética das virtudes segundo Tomás de Aquino Filipe David

Divulgação

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Baseando-se em Tomás de Aquino, o autor propõe neste livro uma interpretação filosófica a respeito do que seja a felicidade humana, analisando as virtudes uma a uma. Sua visão é relevante não apenas para a conciliação da fé com a razão filosófica (em verdade, jamais apartadas), mas também para a consolidação da lei natural e para incentivar a abertura à fé. Em uma sociedade que, em princípio, não aceita as proposições da fé, é importante – sobretudo para o diálogo nos tempos hodiernos – fundamentar o discurso no âmbito do natural e humano, com base no pensamento de Tomás de Aquino. Ficha técnica: Autor: Bernardo Veiga Páginas: 252 Editora: Ecclesiae

Cinema

Os smurfs e a vila perdida Quase 60 anos após sua criação pelo autor belga Pierre Culliford, os Smurfs (ou, no original, “les Schtroumpfs”), estreiam novamente nos cinemas, na quinta-feira, 6. Os Smurfs são pequenos doendes azuis que vivem numa floresta imaginária em uma época mais ou menos medieval. Seu pior inimigo é Gargamel, que deseja capturá-los para produzir a pedra filosofal, e seu gato, Cruel, que deseja comê-los vivos. A série ficou mundialmente famosa nas décadas seguintes à criação, primeiro nas histórias em quadrinhos e, a partir de 1981, na série de desenho animado produzida pela HannaBarbera. A série foi um absoluto sucesso de audiência e recebeu diversos prêmios. Ela foi transmitida originalmente pela NBC, e no Brasil, pela Rede Globo ao longo da década de 80. Em 2011 e 2013, foram produzidos dois filmes de longa metragem sobre os Smurfs, em que as criaturas azuis acabam vindo parar no mundo real, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, e em Paris, na França. No novo filme, Smurfette (a única Smurf do sexo feminino) não está nada contente, porque não encontra sua função própria na comunidade dos Smurfs. Com um misterioso mapa, ela parte em busca de aventura pela floresta proibida, enquanto o vilão Gargamel segue à espreita. Sua jornada a levará a descobrir os maiores segredos da história dos Smurfs. (FD)

Brasil confirma favoritismo no Parapan de Jovens Leandro Martins/MPIX/CPB

Vítor Alves Loscalzo Especial para O SÃO PAULO

Com 139 medalhas (66 de ouro, 41 de prata e 32 de bronze), o Brasil venceu a 4ª edição dos Jogos Parapan-Americanos de Jovens, que entre os dias 21 e 25 reuniu, em São Paulo, 800 atletas, de 13 a 21 anos, provenientes de 20 países. O Parapan de Jovens teve o apoio da Prefeitura de São Paulo e aconteceu no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, na zona Sul. Foram disputadas 12 modalidades: Atletismo, bocha, futebol de 5, futebol de 7, goalball, judô, halterofilismo, vôlei sentado, natação, tênis de mesa, basquete em cadeira de rodas e tênis em cadeira de rodas. Vitrine para competições maiores, como as paralimpíadas, os Jogos Parapan-Americanos de Jovens 2017 tiveram o objetivo de desenvolver o cenário paralímpico nas Américas. “O nível aumentou muito. Se com-

Leandro Martins/MPIX/CPB

Leandro Martins/MPIX/CPB

Cézar Loureiro/MPIX/CPB

Cézar Loureiro/MPIX/CPB

pararmos essa edição com Buenos Aires 2013, Bogotá 2009 e Baquisimeto 2005, vamos notar a evolução dos atletas mais jovens. Pudemos ver atletas alcançando índices para campeonatos mundiais de adultos. Então, isso mostra a qualidade dos atletas juvenis que temos aqui nas Américas”, afirmou Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e do comitê organizador.

em Tóquio 2020 [Jogos Paralímpicos]”, afirmou ao portal do CPB.

Promessas para as paralímpiadas

Segundo Edilson Rocha, diretor técnico do CPB, muitos dos atletas que competiram em São Paulo têm chances concretas de disputarem as próximas paralimpíadas. “Se olharmos para os Jogos de 2013, veremos atletas que em 2016 conquistaram medalhas nos jogos paralímpicos do Rio. Então, alguns daqueles que ganharam medalha aqui em São Paulo, certamente, estarão em Lima 2019 [Jogos Parapan-Americanos] e também

Atletas de destaque

Com apenas 19 anos, Daniele Hawen conquistou uma das medalhas de ouro. “O que eu queria mesmo era buscar o ouro nesta competição, já que fui prata em Buenos Aires [2013]. Ainda não tinha essa medalha no meu currículo e, sem dúvida, irá agregar bastante” disse a jovem mesa-tenista à TV Brasil. Faixa marrom de judô, Diego conquistou o ouro na categoria até 60 quilos. Em entrevista à TV Brasil, falou sobre a importância das competições internacionais: “Fiz a final contra um colombiano, faixa preta. Sempre é emocionante lutar contra uma pessoa de outro país... conhecer culturas novas, conhecer jeitos novos de se lutar judô. O judô é um só, mas ele é praticado de várias maneiras. E é por isso que é bom lutarmos em um campeonato internacional”, afirmou.

Alexandre Urch/MPIX/CPB

Experientes na torcida

O Parapan de Jovens também foi prestigiado por atletas experientes e já consagrados que, além de serem exemplo às novas gerações, estavam na torcida pelos jovens. Esse foi o caso do nadador Daniel Dias, dono de 24 medalhas paralímpicas. “Sei da importância que é ter um exemplo, e hoje fico feliz de ser um exemplo para muitos meninos que estão aí. Fiz questão de estar presente hoje e ter um contato com esses meninos e meninas e espero que possa ter agregado algo à vida deles”, afirmou. Evelyn Oliveira, ouro na bocha na paralimpíada do Rio 2016, também gostou do que viu: “Aqui nós vemos atletas que são promessas para os próximos ciclos. É possível perceber que são atletas bem estruturados e que, tecnicamente, são bem evoluídos. É muito legal olhar e perceber que serão os nossos sucessores ou que estarão na seleção conosco”, disse em entrevista. (Com informações do site CPB e da TV Brasil)


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| Com a Palavra | 23

Padre Aníbal Gil Lopes

O diálogo entre fé e ciência só será verdadeiro se representar a busca da verdade e do bem Marcos Ferreira/Conselho Nacional de Saúde

Bruno Muta Vivas

GO PÚBLICO ENTRE FÉ E CIÊNCIA? Esse diálogo só seria verdadeiro se representasse a busca da verdade e do bem, exigindo reflexão e estudo. Deveria ocorrer, portando, em um espírito aberto à verdade, desprovido de preconceitos. Tal diálogo exige a humildade de se reconhecer sequioso de uma verdade que não se possui. De se reconhecer ignorante. O que o dificulta é o que levou ao desentendimento de Babel: prepotência, orgulho, arrogância e vaidade. Creio que exatamente aí residem as dificuldades. Isto posto, entendo ser fundamental esse exercício dialogal, única via para o encontro das pessoas de boa vontade na busca da verdade e do bem que podem conduzir Àquele que é o Sumo Bem.

osaopaulo@uol.com.br

Dando continuidade ao artigo “Igreja inimiga da ciência?” da edição passada, o jornal O SÃO PAULO entrevistou o Padre Aníbal Gil Lopes, do clero da Arquidiocese de São Paulo, que alia ao ministério sacerdotal um amplo trabalho em pesquisa científica. Formado em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP), tendo publicado cerca de uma centena de trabalhos, Padre Aníbal hoje atua em diversas câmaras e comissões do Conselho Federal de Medicina. Nesta entrevista, ele discorre sobre sua vocação, sobre a conciliação do ministério ordenado com a medicina e de que forma ciência e fé podem ser aliadas no conhecimento da verdade.

O SÃO PAULO - COMO SURGIU SUA VOCAÇÃO À MEDICINA E AO SACERDÓCIO? Padre Aníbal Gil Lopes - Ousaria dizer que a vocação sacerdotal é um chamado que Deus me fez desde o útero de minha mãe. Creio que isso seja verdade para todos os sacerdotes. Desde os meus 8, 9 anos, sabia que queria ser professor, padre e médico. Eu não seria eu se não respondesse a esse chamado. Essas três atividades têm em comum o fato de serem formas diferentes de cuidar do outro, do próximo, do irmão, particularmente do que necessita de quem se volte para ele e com ele busque o crescimento, o bem estar, o sentido da vida. Assim sendo, o que dá unidade à minha vocação é o chamado ao serviço. COMUMENTE SE DIZ QUE UM SACERDOTE NÃO TERIA TEMPO PARA REALIZAR SEUS DEVERES MINISTERIAIS JUNTAMENTE COM OUTRAS ATIVIDADES PROFISSIONAIS. O SENHOR ENCONTRA TAL DIFICULDADE? O que está em jogo nessa pergunta é o significado do sacerdócio ministerial. Entendo que todas as minhas atividades sejam ministeriais, pois de alguma forma revelam a Palavra de Jesus, Senhor de minha vida, e celebram o dom da vida. Desde minha ordenação diaconal, nunca deixei de ter atividade paroquial direta, quase sempre na periferia, com pessoas simples e ricas de sabedoria. Todavia, os caminhos que Deus nos oferece vão além do que conseguimos desejar ou

entender. Por meio da universidade, entrei no meio de uma outra periferia, não a da cultura e do conhecimento, mas a da periferia do mundo dos que têm fé religiosa. Tanto o sacerdote como o médico, o professor e o cientista, colocam suas vidas a serviço do outro através da busca e da partilha do saber que acolhe, que mostra o caminho, que permite entrar na intimidade do outro para com ele buscar e encontrar a verdade, o bem, o belo, o sentido da vida. Assim, entendo que seja um e único sacerdócio em Cristo, Senhor da vida e da História. AS PESSOAS, COLEGAS DE TRABALHO E ALUNOS, ESTRANHAM O FATO DE UM PESQUISADOR SER PADRE? Creio que cause estranheza. Quando ficam sabendo que sou padre, a primeira coisa que me perguntam é quando deixei de ser padre. Isso revela a dificuldade de compreender que a religião é compatível com a ciência, a tecnologia e a cultura. Quero acreditar que, ao longo dos 44 anos de ministério ordenado, tenha podido, apesar de minhas limitações e fraquezas, ser um testemunho das coisas de Deus no pequeno meio em que vivo. COMO O SENHOR VÊ A RELAÇÃO “FÉ E CIÊNCIA”? É POSSÍVEL QUE CIÊNCIA E FÉ SE ILUMINEM RECIPROCAMENTE? Considero que a racionalidade é o que permite questionar o sentido da

vida, sua origem e seu destino. Portanto, visto deste modo, a razão antecede a fé. Por outro lado, a fé permite perscrutar e compreender as realidades de outra natureza, aquelas que indo além do diretamente observável e analisável, pertencem à esfera das realidades sobrenaturais. Aquilo que se apreende pela fé, através da via da razão, chega a uma melhor compreensão. Assim, entendo que o diálogo contínuo entre fé e razão faz parte da trama do tecido da humanidade, e são inseparáveis. Se alguém encontrar oposição entre fé e ciência é por não ter tido oportunidade para compreender suas naturezas, que em comum têm a busca da verdade e do sumo bem. HÁ QUEM AFIRME QUE, POR UM LADO, A CIÊNCIA É CAPAZ DE ILUMINAR A FÉ, PURIFICANDO-A DE SUPERSTIÇÕES; POR OUTRO LADO, A FÉ NÃO SERIA CAPAZ DE CONTRIBUIR COM A CIÊNCIA. O SENHOR CONCORDA COM TAL AFIRMAÇÃO? Discordo. Entendo que a fé e a razão sejam vias paralelas e complementares de uma mesma busca da verdade e do bem. Direi mais: no processo da intelecção científica, a etapa revolucionária, iluminadora, decorre da intuição, que por sua natureza não é racional. As grandes descobertas e formulações de teorias científicas decorrem de intuições que levam, depois, ao longo caminho da demonstração da plausibilidade e veracidade do que se intuía. SERIA POSSÍVEL HAVER UM DIÁLO-

EM DIVERSOS MEIOS UNIVERSITÁRIOS, HÁ UMA CERTA OPOSIÇÃO A ESSA RELAÇÃO PÚBLICA ENTRE FÉ E CIÊNCIA, MUITAS VEZES USANDO DE ARGUMENTOS CIENTÍFICOS PARA RIDICULARIZAR A Fé ALHEIA. POR OUTRO LADO, HÁ UMA CERTA TENDÊNCIA FUNDAMENTALISTA DE SE FECHAR A ESSE CONHECIMENTO. COMO O SENHOR VÊ ESSE MOVIMENTO? Vejo como expressão da dificuldade de respeitar o outro para poder ouvilo e, com ele, buscar a verdade. Vejo o desejo de impor ideias próprias, ideologias, preconceitos. Vejo falta da sabedoria que só se encontra na reflexão, no estudo, no diálogo, no coração e na mente abertos ao que o outro tem para nos mostrar e partilhar. Vejo o medo do desnudar-se e expor-se, como Adão e Eva se cobrindo com a folha da parra. Vejo o medo de expor seus argumentos e ouvir críticas. Vejo insegurança. Qualquer fundamentalismo é criado e nutrido pelas trevas do desconhecimento. POR FIM, GOSTARIA QUE O SENHOR COMENTASSE UMA FRASE DITA SOBRE O Padre LAMAITRE: “ELE ERA UM PADRE, E FÍSICO. FÍSICO-PADRE, OK? QUE COISA INCRÍVEL PARA TER ESCRITO NUM CARTÃO DE VISITA”. Compreendo essa admiração. O que não se compreende causa espanto e medo. Além disso, os títulos solenes, carregados de poder, de autoridade, também espantam. A única e verdadeira autoridade é a de quem pode ser autor, construtor, guardião e protetor da vida. Essa é a autoridade de Deus.

As opiniões expressas na seção “Com a Palavra” são de responsabilidade do entrevistado e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editoriais do jornal O SÃO PAULO.


24 | Reportagem |

29 de março a 4 de abril de 2017 | www.arquisp.org.br

Exarcado Apostólico Armênio / Arquivo

Santa Sé oficializa a capital paulista como sede do Exarcado Apostólico Armênio Exarcado Apostólico Armênio / Arquivo

Fernando Geronazzo

osaopaulo@uol.com.br

Catedral São Gregório, em São Paulo

Os cristãos armênios

A Armênia foi a primeira nação a adotar o Cristianismo como religião oficial, em 301. Um século depois, os armênios se separaram da Igreja Católica, por não aceitarem as definições do Concílio de Calcedônia, em 401, tornando-se a Igreja Apostólica Armênia. Em 1742, um grupo de armênios se uniu novamente ao papa, dando origem à Igreja Católica Armênia, que, desde 1749, tem sua sede em Bzoummar, no Líbano. O patriarca dos católicos armênios é Gregório Pedro XX Gabroyan, responsável por cerca de 540 mil fiéis. O Exarcado Apostólico da América Latina foi criado em 1981 por São João Paulo II, com sede em Buenos Aires, na Argentina, tendo Dom Vartan como primeiro bispo. Em 1989, a Argentina se tornou uma Eparquia (diocese) à parte, separando-se do restante da América Latina, mas tendo também Dom Vartan como bispo. Com a criação da nova Eparquia, o Exarcado ficou sem uma sede própria. Mas a paróquia brasileira se tornou um local de referência, embora não oficialmente. “Para sanar essa situação irregular, solicitei à Sé Apostólica que a sede do Exarcado fosse, então, estabelecida no Brasil, que congrega a maior comunidade armênia católica do Exarcado”, explicou Dom Vartan. Em 22 de novembro de 2016, o prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Cardeal Leonardo Sandri, emitiu um decreto constituindo a sede do Exarcado na capital paulista. O Exarcado Armênio possui comunidades no México, Venezuela, Brasil, Uruguai e Chile. Estima-se que na América Latina haja 30 mil fiéis católicos armênios, sendo 16 mil na eparquia argentina e os 14 mil restantes no Exarcado Apostólico da América Latina. Destes, 7 mil vivem no Brasil, concentrados especialmente nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.

Os católicos de rito armênio que vivem na cidade de São Paulo estão em festa. Em uma missa que será celebrada no domingo, 2, ocorrerá a oficialização da Catedral São Gregório Iluminador, no bairro da Luz, como sede do Exarcado Apostólico Armênio da América Latina. A celebração será presidida por Dom Vartan Waldir Boghossian, exarca apostólico armênio, e contará com a presença do Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo. A Igreja Católica é constituída pela comunhão de 24 igrejas de diferentes ritos, sendo uma igreja ocidental, a Católica Apostólica Romana, de rito latino, e 23 igrejas chamadas de sui iuris, de rito oriental. Essas igrejas orientais, nascidas em diferentes épocas, mantêm vivas as tradições e ritos litúrgicos dos povos orientais e permanecem unidas ao papa. Nas igrejas orientais, o exarcado é equivalente ao que na igreja ocidental é chamado de prelazia, isto é, uma diocese em formação.

Rito

A liturgia dos armênios tem um rito próprio, utilizado tanto pela Igreja Católica Armênia como pela Igreja Apostólica Armênia (leia o box ao lado). O rito foi modelado a partir das diretrizes de São Gregório, fundador e padroeiro da Igreja Armênia. A ordem da celebração da Eucaristia foi inicialmente influenciada pelos siríacos e pelos cristãos da Capadócia. Em seguida, a partir do século V, pela liturgia de São Tiago; após o século X, pelos bizantinos; e, finalmente, pelos latinos nas Cruzadas. Os armênios são a única igreja oriental que utiliza o vinho sem adição de água e, como os ocidentais, usam pão sem fermento para a Eucaristia.

Desafios

Como se trata de uma Igreja destinada aos fiéis de um determinado rito, independentemente da existência de uma paróquia ou igreja própria no local, onde houver um fiel católico armênio no vasto território do Exarcado, o bispo armênio e seus sacerdotes têm a responsabilidade pastoral de atendê-lo. “Por exemplo, se um fiel armênio vai se casar no interior do estado, o processo matrimonial deve ser feito junto à paróquia armênia, aqui da cidade de São Paulo. A celebração do sacramento pode ser feita em uma igreja local, mas celebrada por um sacerdote armênio”, explicou o Padre Antonio Francisco Lelo, sacerdote do Exarcado. Dom Vartan ressaltou à reportagem que é um constante desafio atender pas-

Dom Vartan Boghossian, exarca apostólico armênio da América Latina, saúda o Papa Francisco

toralmente as comunidades armênias católicas espalhadas em grandes cidades. “As novas gerações de armênios já não possuem os intensos sentimentos armênios de seus pais e avós. Mesmo com relação à fé, muitos dos que a vivem participam da paróquia latina mais perto de sua residência. Em toda América Latina, temos somente uma escola armênia católica. Torna-se difícil manter a identidade de um povo sem transmitir-lhe a cultura própria”, disse.

Cultura viva

O Exarcado também conta com dois padres seculares, um padre religioso e um padre do Caminho Neocatecumenal. Padre Antonio destacou ao O SÃO PAULO que a presença das Igrejas de rito oriental no Ocidente ajuda a manter viva não somente a fé, mas a cultura dos povos que vivem na diáspora, isto é, fora de sua nação. “O sentido de nação é muito forte nos armênios, uma vez que foi uma nação perseguida, que sofreu um genocídio, e foi dispersada”, afirmou, recordando o massacre de 1,5 milhão de armênios por parte dos turcos-otomanos, em 1915, considerado o primeiro genocídio do século XX. “Esse povo tem uma história mile-

nar, uma língua, uma tradição que se cristalizou, se consolidou no modo de ser armênio. Isso nos chama a atenção enquanto brasileiros, porque a nossa história é recente em relação a deles, o nosso horizonte de formação étnica é caracterizado pela mistura de povos. Os armênios, ao contrário, têm uma fisionomia, um rosto”, acrescentou o Sacerdote.

Memorial

Após à missa da oficialização da sede, haverá a inauguração da fachada da Catedral. “Na nova e artística parede da entrada, a Cruz e algumas letras armênias cinzeladas no metal indicam justamente os dois pilares da identidade armênia: a fé e a cultura”. Também será abençoado o Memorial do Genocídio Armênio. “O memorial contém uma imponente e artística Cruz de Pedra, trazida da Armênia. Abriga ainda uma relíquia de mártires armênios do genocídio, trazida do deserto da Síria, onde ocorreu a morte de milhares de fiéis”, relatou Dom Vartan. A celebração solene acontecerá às 11h do dia 2, na Catedral Armênia Católica São Gregório Iluminador (avenida Tiradentes, 718, Luz). Informações pelo telefone (11) 3227-6703.


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