O SÃO PAULO - 3152

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 62 | Edição 3152 | 24 a 30 de maio de 2017

R$ 1,50

www.arquisp.org.br

Encontro com o Pastor Jamais esquecer o 7º mandamento: ‘Não roubarás’

Bênção da pedra fundamental da Paróquia Nossa Senhora do Carmo

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Editorial A corrupção é o fruto do mundo destituído de valores cristãos

“Devemos construir sobre o alicerce que é Jesus”, disse o Cardeal Scherer, arcebispo metropolitano, aos fiéis da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, na Região Brasilândia, no sábado, 20, ao abençoar a pedra fundamental nas construções da nova igrejamatriz. Inaugurado em 1958, o templo foi demolido

há quatro anos para se adequar às normas municipais de edificações. Desde então, os paroquianos têm unido forças com a comunidade local para a construção da nova igreja, que terá capacidade para 250 pessoas sentadas quando for concluída. Página 24 Luciney Martins/O SÃO PAULO

Página 2

Espiritualidade Dom Eduardo dos Santos: Maria, Mãe amorosa, amparai-nos! Página 5

Comportamento Simone Fuzaro: O resgate da empatia na educação dos filhos Página 6

Há 10 anos, Documento de Aparecida é luz para toda a Igreja Páginas 12 e 13 Luciney Martins/O SÃO PAULO - mai.2007

Cardeal Scherer, arcebispo metropolitano, durante o rito da bênção da pedra fundamental da igreja-matriz da Paróquia Nossa Senhora do Carmo

Sínodo arquidiocesano será convocado em 15 de junho Páginas 5 e 14

Começam as inscrições da Medalha São Paulo Apóstolo Página 7

Temer vive instabilidade após delação da JBS Página 11

Cracolândia: desdobramento da ação ainda é incerto

Bento XVI, na Conferência de Aparecida

Após a operação da Prefeitura e do Governo do Estado de São Paulo na região da Cracolândia, no domingo, 21, com a presença de 500 policiais, usuários de crack e traficantes se espalharam pelas ruas da região central. Pastorais e grupos da Igreja, junto a movimentos sociais, têm se mobilizado para auxiliar as necessidades imediatas dessas pessoas, como a obtenção de cobertores e roupas de frio. Autoridades prometeram assistência e tratamento a dependentes químicos. Página 23

Eduardo Ogata/Secom/PMSP

Equipes da Prefeitura de SP lacram imóveis na região da Cracolândia, na segunda-feira, 22


2 | Ponto de Vista |

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Editorial

Conversão ‘Uma sociedade que só pensa em se divertir, não se divertirá por muito tempo.’

A

Chesterton

sociedade reage surpresa ao conteúdo das novas delações premiadas, acordadas com os donos da JBS. A reação é essencialmente a mesma quando da delação dos donos da empreiteira Odebrecht, e de tantas outras delações; e com o resultado de tantas outras investigações. O que parece mudar é o grau: a sociedade está cada vez mais surpresa e mais inconformada. Parece não haver hipérbole suficientemente expressiva que faça jus à gravidade dos fatos. Com relação à surpresa, o único paralelo parece ser com a velha história do jovem – mas sincero – rapaz que a todos alertou: “O rei está nu!” Alguém realmente tinha alguma dúvida de que havia tamanhas e escabrosas trocas de favores entre

essas “grandes” empresas e um disforme sistema político? É surpresa que a multimilionária caixa-preta do BNDES tenha sido usada para promover promíscuos interesses privados ao invés do bem comum? O amálgama de crises que assola o País impõe, se quisermos um futuro melhor, que se responda à pergunta pelas suas causas últimas. Ocorre que talvez estejamos tão anestesiados pelas desordens oriundas dos pseudo-sistemas de pensamento hodiernos, construídos sobre o terreno arenoso das ideologias, que tenhamos perdido a capacidade de ver o óbvio. Estamos cegos? Cultiva-se a primazia do individualismo, do materialismo e do culto ao prazer, e espera-se que brote magicamente o amor e a responsabilidade pelo próximo. Não é o mesmo que plantar joio esperando colher o trigo? Instaura-se o deserto do relativismo, e espera-se que nele nasçam homens com senso ético e consciência bem formadas. Mas, como?! Busca-se convencer uma mesma sociedade que a

Nas asas de Tolkien

por um santo entusiasmo para se dedicar a ideais mais nobres, deve se perguntar: o que posso eu, então, fazer? Há um código moral objetivo, perfeitamente coerente e conducente às mais altas aspirações da natureza humana que, assim como um quebra-cabeças, torna-se incompleto se se remove qualquer uma de suas peças: eu devo honrar meu pai e minha mãe; não devo matar; não devo pecar contra a castidade; não devo roubar; não devo levantar falso testemunho; não devo desejar o cônjuge alheio; não devo cobiçar as coisas alheias. Ora, como tais valores só se sustentam à luz de outros mais elevados, devo, sobrenaturalmente – e aqui está a peça central que o mundo hodierno removeu do quebra-cabeças da existência humana –: guardar domingos e festas; não tomar o Santo Nome de Deus em vão; e, principalmente – a única peça que pode dar sentido e unidade ao quadro – amar a Deus sobre todas as coisas, sempre lembrando que Ele nos amou primeiro.

Opinião Arte: Sergio Ricciuto Conte

Cristina Casagrande “O Senhor dos Anéis obviamente é uma obra fundamentalmente religiosa e católica; inconscientemente no início, mas conscientemente na revisão”, afirmou o autor J. R. R. Tolkien ao Padre Robert Murray, amigo da família. Tal declaração constantemente anima os teólogos e filósofos cristãos. Mas, muitas vezes, a crítica coloca em xeque a qualidade literária do autor, apesar de ele ter, categoricamente, rejeitado qualquer alusão alegórica de sua obra. Apesar de haver diversos tolkienistas famosos que fazem primorosos estudos sobre a qualidade estética do autor, como Tom Shippey, Verlyn Flieger, Dimitra Fimi e outros, muitos críticos ainda torcem o nariz para o grande autor de literatura de fantasia. Uma das questões que suscitam esse problema, certamente, é a popularidade de suas obras. Sabemos que “O Senhor dos Anéis” e “O Hobbit” são obras extremamente populares, mesmo antes das produções cinematográficas de Peter Jackson. Para essa discussão, no livro “Mercado Editorial Brasileiro”, Sandra Reimão traz uma interessante distinção entre best-seller do ponto de vista quantitativo e do qualitativo. Os dois grandes romances publicados por Tolkien são, sem dúvidas,

moral é uma questão subjetiva, mas que é feio roubar. Subtraem-se os princípios, mas quer-se manter as conclusões. Atacase a estabilidade das relações matrimoniais e da família para depois se espantar com a solidão. É esperar que o caos gere a ordem e a liberdade. Em um nível mais profundo, não é difícil ver que, removendo-se Deus – como se pudéssemos nós mesmos criar a realidade –, a própria noção de direitos humanos, propriamente falando, desaparece, restando apenas um conjunto arbitrário de sentenças. E ficamos confusos e assustados quando, em vez do “paraíso”, vemos que surge uma distopia. E aqui a pergunta: a corrupção que temos presenciado diariamente e que, como bem afirmou o Papa Francisco, rouba a esperança de trabalhadores honestos, não é o fruto natural desse mundo destituído de valores cristãos em que vivemos? Tendo absorvido tais considerações, o leitor, temeroso pelo futuro, mas animado

literaturas de massa do ponto de vista quantitativo, mas, do qualitativo, dividem opiniões. Reimão traz critérios propostos por pensadores como Umberto Ecco e Muniz Sodré para a caracterização de uma literatura tida como baixa: por exemplo, apresentar um herói super-homem ou ter um final feliz imutável, em que tudo permanece onde estava. Os critérios são diversos, mas o fato é que o romance tolkieniano não se encaixa em nenhum deles. O que a crítica daqueles que rejeitam a literatura de Tolkien me leva a pensar é que, talvez, o autor sofra – com o perdão da analogia – o precon-

ceito da garota bonita. A obra dele tem beleza, daquela que atrai um grande público, não necessariamente uma massa crítica de intelectuais. Para alguns, uma garota bonita não pode ser inteligente. Talvez até possa, mas, então, que seja moralmente vazia. Tudo bem: que seja bonita, inteligente e tenha uma moral impecável, mas nada de ser simpática com muita gente. Assim, a obra tolkieniana desafia as leis da crítica mais sisuda: a verdade é que a sua obra é extremamente sedutora para muitas pessoas e até mesmo viciante para os mais apaixonados. Para agravar a contradição, é escrita por alguém tão literariamente

educado como Joyce ou Eliot – conforme diz Gustavo Racy, em seu artigo “Tolkien e os críticos”. Sua obra, além de atraente e escrita por uma mente extremamente inventiva e culta, pode levar o leitor já iniciado – ou mais interessado – a outras questões mais profundas sobre o sentido de sua vida. Para Tolkien, os contos de fadas trazem como característica a fantasia (o ato de subcriar um mundo, à semelhança de um Criador), a recuperação (a retomada da visão de mundo a despeito do racionalismo exacerbado), o escape (a possibilidade de desprender-se das amarras do materialismo) e o consolo (o final feliz da condição humana, com base na Ressurreição de Cristo). Essas quatro características descritas pelo autor trazem ares de novidade no desafio do autoconhecimento: não nega a imaginação para se chegar à Verdade, ao contrário, percebe-se dependente dela nessa difícil tarefa. Os textos tolkienianos trazem, enfim, o que Sócrates chama de reminiscência da alma: nos levam a encontrar a nossa razão de ser primordial, despidos de nossos vãos apegos, para assim, ganharmos asas em nossas almas. Cristina Casagrande é jornalista e mestre em estudos comparados de literaturas na USP, com a dissertação “Em Boa Companhia – a amizade em O Senhor dos Anéis.”

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo

E

ntra semana, termina semana, e as denúncias de corrupção espantosa e gravíssima no âmbito da administração pública continuam... E cada vez mais graves! Tudo leva a crer que ainda teremos muito para ouvir nas cenas dos próximos capítulos. Como foi possível tanta apropriação indevida do bem público? É absolutamente necessário que se investigue seriamente e sem entraves ao trabalho da Justiça! A CNBB já se pronunciou em diversas ocasiões recentes sobre essa situação vergonhosa na vida pública brasileira, incluindo mais uma Nota no último dia 18 de maio. Sinto-me representado nas palavras da Presidência da Conferência. Além da perplexidade e da indignação, o que mais podemos fazer neste grave momento da vida do nosso País? As crises podem levar ao abismo; mas também podem ser ocasião para decisões sábias e para ajustar os rumos, se elas forem bem conduzidas. Na base dessa crise atual, há velhos vícios políticos, como a promiscuidade entre público e privado, o financiamento de campanhas eleitorais por empresas, a infinidade de partidos pouco ou nada representativos de interesses públicos, o conflito de interesses na gestão dos poderes, a complacência e conivência em relação à má gestão do bem público, a impunidade conseguida mediante o foro privilegiado estendido amplamente a mandatários de poderes

Corrupção: não roubarás! públicos Tudo isso, e muito mais, precisa receber um basta, para se começar uma nova etapa vida política brasileira. Mas a crise também revela a grave questão moral de uma consciência viciada e calejada, que já não se dá mais conta do tamanho dos males cometidos e segue praticando atos imorais e insensatos. Como é possível empregar ou desviar para fins indevidos tanto dinheiro público, sem sentir dores na consciência, e até continuar falando de ética em público, ou acusando outros de falta de ética? Como é possível ter sono tranquilo e voltar, no dia seguinte, a encenar publicamente, sem sentir vergonha ao olhar para as pessoas pobres e humildes, as mãos calejadas dos trabalhadores, para os doentes mal assistidos, as crianças sem escola digna, os desempregados e tantas vítimas de tamanha desonestidade? Que a crise não deixe ninguém indiferente, ou apenas com o dedo em riste, apontando contra os corruptos. Que nesta hora dramática, acorde a consciência, o senso ético e moral e a vergonha de se sentir ladrão, em quem pratica desonestidades. Não basta uma moral baseada em proibições ou na ameaça de castigos. Não se pode ser honesto apenas por medo da polícia e da cadeia; não está liberada a prática da desonestidade na calada da noite, quando ninguém vê; nem nos conchavos ardilosos, para burlar a lei e fugir do rigor dos tribunais. Não se deve ser honesto, só por temor da repreensão. A advertência e a dor precisam ser sentidas dentro de nós mesmos; ao tribunal da consciência moral devem ser dados ouvidos bem

atentos. Que podemos fazer, além de protestar nas ruas e denunciar os males? Comecemos por afirmar de novo que existe o certo e o errado na conduta moral pessoal e no trato da coisa pública. E levemos isso bem a sério. O relativismo moral nas pequenas coisas dá suporte ao relaxamento moral para a prática de grandes males. Quem começa roubando uma caneta e se justifica, está se preparando para cometer maiores roubos e encontrará justificativas para fazê-lo. Retomemos a prática sincera e perseverante do respeito às pessoas, à sua dignidade, sua vida e seus legítimos bens. O respeito ao próximo será um freio poderoso contra a tentação da ganância e da busca de bens a qualquer preço E nunca devemos esquecer que o sétimo mandamento da Lei de Deus refere-se, justamente, à honestidade no trato com os bens: “não roubarás” (Ex 20,15; Dt 5,19). Isso vale para os bens privados e para o patrimônio público! É dever de justiça e caridade, do qual ninguém pode se considerar dispensado. Vale para as relações interpessoais e também para as relações comunitárias e políticas. Vale para os impostos a pagar e para a administração dos mesmos, em favor do bem comum. E vale para as relações com o meio ambiente, “casa comum” de todos os viventes, da qual ninguém deve se apossar de maneira prepotente, a ponto de lesar o direito que outros também possuem. E se a polícia não vê nem descobre, é preciso saber que para Deus não existem segredos nem coisas ocultas, das quais não sejam pedidas contas!

| Encontro com o Pastor | 3

No Instituto Liberdade e Comunidade Assessoria de imprensa Libcom

Na sexta-feira, 19, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, conheceu as iniciativas do Instituto Liberdade e Comunidade (Libcom), que atua na formação de lideranças para a promoção do bem comum em todas as dimensões da vida social. O presidente do instituto, Reinaldo Alguz, que também é deputado estadual pelo PV, apresentou a Dom Odilo a Escola de Formação de Líderes, que em 2016 teve 1.404 participantes. Dom Odilo parabenizou a iniciativa e presenteou o instituto com um exemplar do Compêndio da Doutrina Social da Igreja. (Com informações da assessoria de imprensa do Libcom)

Tweets do Cardeal @DomOdiloScherer 19 “ Senhor, purificai nossos corações com a luz da vossa verdade para que todas as nossas obras sejam justas e agradáveis aos vossos olhos” 18 “Senhor, vinde em nossa ajuda e salvai o mundo da violência e da discórdia, porque só vós tendes poder para renovar e reconciliar”


4 | Fé e Vida |

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Liturgia e Vida ASCENSÃO DO SENHOR 28 de maio de 2017

Fazei discípulos meus todos os povos Cônego Celso Pedro

A sétima e última semana da Páscoa começa com a ascensão do Senhor e termina com a solenidade de Pentecostes. O Senhor sobe ao céu e envia o Espírito Santo. O Senhor vai ao Pai e volta no Espírito. O Cristo histórico se torna o Cristo da fé. Aquele que era visível aos olhos da carne agora é visto com os olhos da fé. Ele sobe ao céu com o que é próprio nosso, a nossa humanidade. O corpo humano, meio imperfeito de comunicação, mergulha no mistério da Trindade e começa a fazer parte da perfeita comunicação das relações do Pai, do Filho e do Espírito Santo. No seio da Santíssima Trindade está agora a humanidade, na pessoa de Cristo. O que é próprio do ser humano, sempre limitado e imperfeito, se realiza plenamente na ascensão do Senhor. Por isso, rezamos na Oração do Dia dizendo que a ascensão de Jesus já é nossa vitória, e depois da Comunhão, pedimos que os nossos corações se voltem para o alto, onde está junto de Deus a nossa humanidade. Hoje, lemos o texto final do evangelho de Mateus, que relata a despedida de Jesus na Galileia, sem falar da subida ao céu. Ele está com os Onze apóstolos e os envia a todas as nações garantindo-lhes que estará com eles todos os dias até a consumação dos séculos. São Marcos, também no fim do seu evangelho, num texto que, dizem os estudiosos, foi acrescentando ao evangelho (Mc 16, 9-20), diz apenas que Jesus “foi arrebatado ao céu e sentou-se à direita de Deus”. No evangelho de São João, Jesus Ressuscitado diz a Maria Madalena: “Não me retenhas, pois ainda não subi ao Pai. Vai, porém, a meus irmãos e dize-lhes: Subo ao Pai e vosso Pai, ao meu Deus e vosso Deus” (Jo 20,17). Lucas é também sucinto ao relatar a ascensão nos últimos versículos de seu Evangelho, quando escreve que “enquanto os abençoava, distanciou-se deles e era elevado ao céu” (Lc 24,51). No entanto, Lucas amplia o seu relato no início dos Atos dos Apóstolos, que lemos hoje como primeira leitura. Aí diz ele que Jesus, depois de ter permanecido 40 dias com os seus discípulos, deu-lhes as últimas recomendações e “foi levado ao céu, à vista deles. Uma nuvem o encobriu”. Os apóstolos estavam ainda olhando para o céu quando apareceram dois anjos que perguntaram se iam ficar ali, parados, olhando para o céu. E afirmaram: “Jesus virá do mesmo modo como o vistes partir para o céu”. Começamos assim o tempo que vai entre a ascensão do Senhor e sua vinda no último dia para o juízo final. O que fazemos nesse tempo? Não ficamos olhando para o céu. Trabalhamos, fazendo discípulos seus todos os povos.

Você Pergunta O que fazer com tanto desrespeito à Eucaristia? padre Cido Pereira osaopaulo@uol.com.br

O Rubens, do bairro do Tucuruvi, não me disse seu sobrenome. Ele quer saber se é possível explicar o que vai acontecendo na missa, para que o povo compreenda melhor. E quer saber também o que fazer com o atraso de muitos nas celebrações e a falta de respeito de jovens que vão comungar com chicletes na boca. Pois é, Rubens. Eu penso que toda paróquia deve ter uma equipe litúrgica que estude uma forma de ajudar a comunidade a participar mais ativamente e com mais conheci-

mento e fé da celebração eucarística. Nos meus tempos de menino, seminarista novinho, éramos mandados às paróquias e nós explicávamos cada parte da missa para o povo. Era importante, porque as missas eram celebradas em latim e o padre celebrava de costas para o povo. E veio, então, o Concílio Vaticano II que realizou a reforma litúrgica, permitiu que as missas fossem celebradas na língua de cada país, com o padre de frente para o povo. Foi uma bênção. Por isso tudo, Rubens, vale a pena um trabalho de conscientização de uma equipe eficiente de liturgia, que favoreça uma maior compre-

ensão de cada parte da celebração. Quanto ao chegar atrasado e comungar sem o devido respeito, inclusive mastigando chicletes, é um problema que deve ser discutido pelo padre com a comunidade. A falta de iniciação à vida cristã acaba produzindo esses problemas. A Eucaristia merece um respeito profundo de todos nós. É o próprio Cristo! O que não podemos é chamar atenção das pessoas em público, porque estaremos apagando a mecha que ainda fumega. Mas um chamar atenção discreto e carinhoso pode ajudar nossos jovens a entenderem o quanto é sagrado o Santíssimo Sacramento.

Atos da Cúria NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO Em 11 de maio de 2017, foi nomeado e provisionado Pároco da Paróquia Santa Cruz, na Região Episcopal Belém, Setor Pastoral Vila Antonieta, o Revmo. Pe. Eduardo Binna, pelo período de 06 (seis) anos. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL Em 24 de abril de 2017, foi nomeado e provisionado Vigário Paroquial “ad nutum episcopi” da Paróquia Jesus Ressuscitado, na Região Episcopal Belém, o Revmo. Fr. Pablo Tejedor Fernández, OSA. Em 24 de abril de 2017, foi nomeado

e provisionado Vigário Paroquial “ad nutum episcopi” da Paróquia Jesus Ressuscitado, na Região Episcopal Belém, o Revmo. Fr. Bruno Henrique Lima, OSA. NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ADMINISTRADOR PAROQUIAL Em 11 de maio de 2017, foi nomeado e provisionado Administrador Paroquial “ad nutum episcopi” da Paróquia Nossa Senhora das Graças, na Região Episcopal Belém, Setor Pastoral Vila Antonieta, o Revmo. Pe. Edenildo Pereira da Silva. PRORROGAÇÃO DA NOMEAÇÃO E DA PROVISÃO DE CAPELÃO Em 12 de maio de 2017, foi prorrogada a nomeação e provisão de Cape-

lão da Igreja Menino Jesus e Santa Luzia, na Região Episcopal Sé, Setor Pastoral Catedral, do Revmo. Pe. Jonas dos Santos Lisboa, em nomeação que entrou em vigor em 26 de novembro de 2016 e terá validade de 01 (um) ano. Em 15 de maio de 2017, foi assinado na Cúria Metropolitana de São Paulo, o Convênio entre a Arquidiocese de São Paulo e as seguintes Congregações Religiosas: - Missionários de São Carlos - Scalabrinianos - Paróquia Nossa Senhora da Paz – Setor Catedral - Região Sé. - Missionários de São Carlos - Scalabrinianos - Paróquia São João Batista – Setor Ipiranga - Região Ipiranga. - Organização Religiosas Josefinos de Murialdo - Paróquia São Benedito Setor Jaçanã - Região Sant’Ana.


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Espiritualidade

Maria, Mãe amorosa, amparai-nos! Dom Eduardo Vieira dos Santos

Q

Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé

uma graça, é uma dádiva divina que só um coração de filho verdadeiramente amoroso pode entender. Ainda comovidos pela alegria e emoção do primeiro centenário de Nossa Senhora de Fátima, celebramos o Dia das Mães, 14 de maio. Homenagens, preces, abraços, beijos e saudades fazem do Dia das Mães uma data sem igual. Para muitos, muitas mães: a mãe celestial, a Virgem Maria, assunta aos céus; a mãe materna e terna, presente no lar; a mãe Igreja, acolhedora e servidora da Palavra de Deus; a mãe pátria, solidária e corresponsável pela segurança e bem estar de seus filhos, cidadãos. Todas são mães, mas somente uma é a mãe de todas: a Virgem Maria – “Mulher, eis aí o teu filho e, filho, eis aí a tua mãe” (cf Jo, 25-27). São muitos os seus filhos, contudo, muitas vezes, estes não se reconhecem como irmãos e irmãs, provocando, assim, o sofrimento uns

ueridos irmãos e irmãs, estamos comemorando o Ano Mariano Nacional (12 de outubro de 2016 a 12 outubro de 2017), proclamado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Estamos no coração do mês de maio, mês das mães, das noivas e de tantas comemorações significativas, tais como São José Operário (01), Nossa Senhora de Fátima (13), Ascensão do Senhor (28), visitação de Nossa Senhora (31), e tantas outras de cunho social. Para nós católicos, as comemorações ligadas a Maria, “mãe de Deus e nossa”, ocupam Ainda comovidos pela um lugar especial. alegria e emoção do primeiro Segundo a vontade centenário de Nossa Senhora de Deus, Maria é verdadeiramente a mãe do de Fátima, celebramos o seu Filho, Jesus Cristo: dia das mães, 14 de maio. “O Espírito do Senhor Homenagens, preces, abraços, virá sobre ti e, aquele beijos e saudades fazem do dia que vai nascer, será chamado Filho de Deus” das mães uma data sem igual (cf. Lc 1,36) e, segundo a natureza humana, nossa mãe, conforme o profundo desejo do dos outros. Em nossa cidade de São coração de Jesus que, do alto da Cruz, Paulo, na igreja e na sociedade, Maa entregou aos cuidados do discípulo ria continua a nos dizer: “Fazei tudo amado: “Filho, eis aí a tua mãe” (cf Jo o Ele vos disser” (cf. Jo 2,5). N`Ela, 19,25). Como filhos e filhas é que de- todas as mães e, todos nós, filhos e vemos honrar o santo nome de Ma- filhas, encontramos consolo e segura ria, prestando a ela a nossa devoção, esperança (cf. LG, n. 68-69). Maria é a sobretudo na obediência e cumpri- mãe amorosa que neste Ano Mariano mento da vontade do seu filho Jesus, Nacional queremos honrar de todo o como Ela nos ensina: “Fazei tudo o coração. Nossas famílias, grupos de refleque Ele vos disser” (cf. Jo 2,5). Maria é esta mãe amorosa que nos ensina o xão, movimentos, organismos, cocaminho do amor e do serviço, que munidades, instituições, paróquias e, nos ensina a dizer sim com Ela à von- individualmente, cada fiel, não podetade de Deus: “Eis aqui a serva do Se- riam deixar passar essa oportunidade nhor, faça-se em mim a tua vontade” de “aprofundar a sua fé e a sua rela(cf. Lc 1,38). ção filial e eclesial com Maria, Mãe Como filhos e filhas, ao comemo- de Deus e nossa” (Carta Pastoral de rarmos datas tão significativas como Dom Odilo por ocasião do Ano Mao Dia de Nossa Senhora de Fátima, riano Nacional), a partir dos evangeespecialmente neste ano em que cele- lhos, da vida, missão e exemplos de bramos cem anos da sua aparição às Maria, seja pela oração do Rosário, três crianças, Lúcia, Francisco e Jacin- do ofício divino, das romarias, da leita – estes dois últimos, irmãos de san- tura da sagrada escritura, dos ensinague, proclamados santos pelo querido mentos da Igreja ou de tantas outras Papa Francisco em 13 de maio –, nos experiências de fé. Maria, por ser mãe enchemos de alegria e gratidão. Gra- de Deus e nossa, é também modelo tidão a Deus, que não nos deixa ór- para todo cristão católico. Por isso, é faõs, pois temos mãe, como afirmou tão amada e querida por nós e, espeo Papa Francisco na sua homilia da cialmente, pelas pessoas mais simples missa de canonização de São Francis- e humildes. Maria, Mãe amorosa, amco e Santa Jacinta Marto. Ter mãe é parai-nos!

| Fé e Vida | 5

Cardeal Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo

São Paulo, 19.05.2017 Aos Ex.mos Bispos Auxiliares Ao clero, religiosos/as Aos leigos/as da Arquidiocese de São Paulo Caríssimos/as: Chegando à conclusão do Tempo Pascal, grandes festas e momentos fortes da vida da Igreja estão à nossa frente. A solenidade da Ascensão de Jesus ao céu nos lembra que somos chamados à grande esperança da vida eterna, com o Senhor glorificado no céu. Ao mesmo tempo, somos enviados ao mundo como missionários da Boa Nova, que é capaz de dar esperança a todos. Logo em seguida, na solenidade de Pentecostes, celebramos o dom permanente do Espírito de Deus à humanidade, que anima a Igreja e lhe concede constante vitalidade. Ao mesmo tempo, suscita fruto ao trabalho evangelizador e, constantemente, renova a face da Terra e da Igreja! Depois, celebraremos a solenidade da Santíssima Trindade, contemplando e adorando o mistério central de nossa fé: Deus Pai providente e misericordioso; o Filho eterno, nosso Irmão e Salvador; o Espírito vivificador e santificador. Em seguida, vem a solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo (Corpus Christi), que faz voltar nossa atenção ao “Mistério sublime”, memorial do Senhor, de sua perene presença salvadora no meio de nós. Também neste ano, como nos anos anteriores, faremos uma bela procissão eucarística na parte da manhã, na região central da Cidade. Convido todos a participarem; será o momento de um claro testemunho de que “Deus habita esta cidade imensa!” Na parte da tarde, as celebrações poderão ser feitas em todas as paróquias. Estamos preparando a realização de um sínodo arquidiocesano; já ocorreram vários momentos de reflexão preliminar e, na celebração de Corpus Christi, 15 de junho, faremos o anúncio oficial do sínodo. É mais um motivo para participar da celebração e da procissão eucarística. A Igreja, de fato, reúne-se em torno da Eucaristia, Sacramento de Jesus Cristo no meio de nós e Sacramento da própria Igreja. Por isso, a celebração de Corpus Christi será uma boa ocasião para darmos início oficialmente ao nosso sínodo. Desde já, recomendo à oração de todos a celebração do sínodo arquidiocesano, que será um tempo de graça de Deus para nossa Igreja particular.

Aos padres, desejo recomendar que reservem a data para o curso anual de aprofundamento teológico e pastoral do clero, em Itaici, de 7/8 (meio dia) até 10/8 (meio dia). Refletiremos, principalmente, sobre a realização do sínodo arquidiocesano. Desejo lembrar ainda que, no domingo da Ascensão de Jesus ao céu, 28 de maio, celebra-se o Dia Mundial das Comunicações Sociais na Igreja. O Papa Francisco enviou uma bela Mensagem para essa ocasião, cuja leitura e divulgação aconselho a todos. No mesmo Domingo, deverá ser feita em todas as igrejas e capelas da nossa Arquidiocese a coleta em prol da Rádio 9 de Julho (em todas as Missas e celebrações desse Domingo). O fruto dessa coleta ajudará a manter no ar a nossa Rádio 9 de Julho, voz da Igreja Católica na Cidade. Desejo referir-me à situação preocupante pela qual o Brasil está passando. A CNBB tem se manifestado em Notas e, sobretudo, com uma boa Declaração no final da recente 55ª Assembleia Geral, para contribuir na busca de um novo rumo para o Brasil mediante a superação dos escândalos de corrupção e a edificação do convívio social no respeito, na justiça, na fraternidade e na paz. O gritantes escândalos que vão aparecendo podem levar ao desânimo e à perplexidade. Mas as crises também podem ser ocasião para uma correção de rota e para a renovação dos propósitos de edificação duma sociedade melhor. Que nós sejamos anunciadores da esperança e ajudemos o povo a discernir sobre o momento presente, buscando compreender o que Deus está a nos dizer com tudo isso. Não nos deixemos levar, simplesmente, por opções partidárias fechadas e excludentes, que poderiam se revelar estéreis, além de causadoras de feridas dificilmente sanáveis. Busquemos, em tudo, o que contribui mais e melhor para unir esforços em prol do bem comum. Sigamos em frente, “olhos fixos no Senhor, autor e consumador de nossa fé!” Somos uma Igreja em busca da conversão, da comunhão e da renovação missionária. Deus habita esta Cidade, sejamos suas testemunhas! Invoco sobre todos a bênção de Deus. Nossa Senhora Aparecida interceda por todos! Saudação fraterna e votos de todo o bem!

Cardeal Odilo P. Scherer Arcebispo de São Paulo


6 | Viver Bem |

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Comportamento

Empatia

Simone Ribeiro Cabral Fuzaro

A vida é realmente muito interessante, tem movimentos cíclicos – vivemos algo, negamos, caminhamos em direção contrária e, quando menos esperamos, voltamos ao ponto inicial. Parece que o que se busca é o equilíbrio, porém, nesse caminho, acabamos percebendo que alguns hábitos eram melhores do que imaginávamos à princípio, quando os tomamos como “piegas”.

Vejam o que acontece hoje em dia com o convívio social: as pessoas vivem muito ensimesmadas, muito se fala, pouco se escuta, tudo que foge dos interesses imediatos de alguém pesa e aborrece. É comum encontrarmos jovens sem objetivos sólidos e claros para suas vidas, que encontram dificuldades para manter relações de trabalho que exigem maior empenho e nem sempre têm resultados rápidos. Se opta pelo mais fácil, mais prático, mais prazero-

INSTITUTO J.V.I.F.E.C. PROF. DANIEL COMBONI CNPJ: 01.817.591/0001-57

BALANÇOS PATRIMONIAIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2015 E 2016. (Valores em Reais) Ativo 2015 2016 Circulante Caixa e Equivalentes de caixa................................................................................... 40.891,42 137.703,69 Aplicação Financeira................................................................................................. 873.931,60 719.330,10 Adiantamento ............................................................................................................ 38,79 518,73 Imposto a recuperar................................................................................................... 43.660,76 2.954,86 Não Circulante Imobilizaso................................................................................................................. 793.027,34 816.486,27 Depreciação de Imobilizado...................................................................................... (371.717,59) (416.024,06) Total do Ativo ...................................................................................................................... 1.379.832,32 1.260.969,59 Passivo 2015 2016 Circulante Antecipação do Conv. PMSP..................................................................................... 467947,50 434372,22 Salarios e Encargos Sociais...................................................................................... 34.748,75 Tributos a Recolher.................................................................................................... 4.351,01 8.082,56 Patrimonio Social....................................................................................................... 3.770,00 3.770,00 Superávit/défict Acumulado....................................................................................... 935.198,18 869.015,26 Superávit/défcit do Exercicio..................................................................................... (66.182,92) (54.270,45) 872.785,26 818.514,81 Total do PL e Passivo ........................................................................................................ 1.379.832,52 1.260.969,59

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2015 E 2016 (Valores em Reais)

2015 2016 Receita Bruta Cotribuição/Doação......................................................................................................... 4.643.452,57 4.122.432,09 Superávit Bruto.................................................................................................................... 4.643.452,57 4.122.432,09 Despesas Operacionais Custos com Programa de Educação............................................................................... (647.138,76) (570.789,82) Custos com Programa de Assistencia Social.................................................................. (2.349.237,52) (1.617.720,37) Despesas Operacionais................................................................................................... (1.745.067,28) (2.043.928,17) (4.741.443,56) (4.232.438,36) Operações Descontinuadas Receitas/Despesas Financeiras...................................................................................... 37.466,07 61.235,82 Superávit Operacional..................................................................................................... (60.524,92) (48.770,45) Despesas não Operacionais Operacionais...................................................................... (5.658,00) (5.500,00) Superávit/Défict Líquido do Exercício............................................................................... (66.182,92) (54.270,45)

DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DO CAIXA EM 31 DE DEZEMBRO DE 2016 (Valores em Reais) 2016 Lucro líquido do exercício.................................................................................................................................... (54.270,45) - Depreciação e amortização............................................................................................................................... 44.306,47 (9.963,98) Variação................................................................................................................................................................ - Aumento/ Redução dos ativos........................................................................................................................... 40.225,96 - Aumento/ Redução dos Passivo........................................................................................................................ (64.592,28) Caixa líquido gerado nas atividades operacionais............................................................................................... (34.330,30) FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO Aquisição de ativo imobilizado, diferido e intangível............................................................................................ (23.458,93) Caixa líquido gerado (consumido) nas atividades de investimento..................................................................... (23.458,93) FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO.......................................................................... AUMENTO (DIMINUIÇÃO) NO CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA............................................................. (57.789,23) Caixa e equivalente de caixa no início do exercício............................................................................................. 914.823,02 Caixa e equivalente de caixa no fim do exercício................................................................................................ 857.033,79 AUMENTO (DIMINUIÇÃO) NO CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA............................................................. (57.789,23)

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - DMPL (Valores em Reais) Capital Patrimônio Reserva Reserva Superávit/Deficit Social Social de Capital de Lucros Acumulado Total Saldo em 31 de dezembro de 2014 - 3.770,00 - - 935.198,18 938.968,18 Aumento de Capital - - - - - Realização de Reserva - - - - - Déficti do Exercicio (66.182,92) 66.182,92 Transferecnia para Reservas - - - - - Saldo em 31 de dezembro de 2015 - 3.770,00 - - 869.015,26 872.785,26 Aumento de Capital - - - - - Realização de Reserva - - - - - Superávit do Exercicio 54.270,45 Transferecnia para Reservas - - - - - Saldo em 31 de dezembro de 2016 3.770,00 814.744,81 818.514,81 Reconhecemos a exatidão da presente Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, cujos os valores do Patrimônio Líquido importam R$ 818.514,81 (oitocentos e dezoito mil, quinhentos e quatorze reais e oitenta e um centavos). São Paulo, 31 de Dezembro de 2016 Marina Tomaz Faé CRC SP 280456/O-6

so e, mesmo assim, não são felizes. Temos cada vez mais casos de ansiedade, depressão, suicídios, hiperatividade, e tudo isso até mesmo em crianças. Pensando nelas, vemos uma realidade bem distante daquela infância gostosa e bem vivida: com cheirinho de bolo de vó, com brincadeiras gostosas com primos, com tempo ocioso para simplesmente ser criança. Desde há algum tempo, a convivência familiar foi se modificando: os pais convivem pouco tempo com os filhos, muitas vezes “precisam” terceirizar a educação dos mesmos e estamos vivendo os resultados dessa “escolha” que fizemos. E, então, diante dessas inúmeras dificuldades no convívio social, desde entre crianças em escolas (bullying), até adultos no meio empresarial, surge a todo o vapor uma novidade: a empatia. Um movimento de explicar, teorizar, valorizar e estimular para que as pessoas desenvolvam a empatia. Fala-se muitíssimo da importância da empatia para relações mais saudáveis em todos os níveis e idades, e muitos já estudam como ensinar empatia aos filhos. Que bom! Sinal de sabedoria humana que acaba percebendo como retomar a rota. O que acho importante refletirmos, porém, é que se trata de um resgate e não de uma novidade – há anos, quando o convívio familiar era maior e regado de mais envolvimento e menos recursos facilitadores, ensinava-se aos filhos o “pensar no outro”, desde muito cedo. As crianças eram estimuladas a pequenos serviços ou mesmo a alguns

um pouco maiores, dependendo da circunstância, e aprendiam a sentirem-se felizes por estar servindo aos demais. Fazer algo para agradar ao papai ou à mamãe, compreender o choro ou a necessidade de um irmão, dividir um chocolate, brinquedo, atenção, fazia parte do cotidiano e, não era fácil, podia até “doer”, mas a rica lição era: colocar-se no lugar do outro, ser solidário, compartilhar vale a pena. Aliás, era comum ouvirmos a famosa regra de ouro: “não faça aos outros o que não quer que te façam”. A verdadeira felicidade está em fazer feliz, precisamos redescobrir essa verdade em nossas vidas. Já que somos seres históricos capazes de aprender com nossas experiências, vamos questionar mais e refletir diante das mudanças que a pós-modernidade e seus recursos tecnológicos vão nos propondo: será que não estamos deixando de cultivar coisas importantes que nos trarão consequências graves num futuro próximo? Não seremos capazes de congregar os benefícios desses recursos, com uma educação realmente comprometida em formar pessoas de bem? Nenhum conforto ou facilidade compensa o desequilíbrio pessoal e social que estamos vivendo. Precisamos assumir o ônus de uma educação comprometida com o bem para podermos colher frutos de sólida felicidade no futuro. Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é fonoaudióloga e educadora e mantém o blog http://educandonacao.com.br.

Cuidar da Saúde Banho de sol e amamentação a livre ajudam a melhorar a icterícia neonatal Cássia Regina

Icterícia neonatal é quando o bebê fica com a pele e as mucosas amareladas. Isso acontece quando o fígado do recém-nascido ainda está imaturo e não é capaz de processar a bilirrubina que se acumula no sangue. Costuma aparecer entre o segundo e o terceiro dia de vida e dura em média dez dias, com exceção nos que nascem prematuros, que podem apresentar formas mais intensas e prolongadas. Quando a icterícia surge depois desse período, geralmente está associada a uma doença e precisa ser investigada. O diagnóstico é feito por meio de exame clínico da pele e da esclera ocular e, em alguns casos, com exames de sangue. A pele começa a ficar amarela primeiro no rosto e nos olhos, depois no resto do corpo, e desaparece em sentido contrário. Quando a icterícia é leve, ba-

nho de sol (com duração de cinco minutos no início da manhã e no final da tarde) pode resolver. Amamentar com frequência ao ar livre também ajuda a excretar a bilirrubina pelas fezes. Se o médico considerar que a icterícia não vai desaparecer espontaneamente, existe a possibilidade da fototerapia, o popular banho de luz, realizado no hospital. Normalmente, são prescritos um ou dois dias de fototerapia. Porém, o tempo dependerá do quão acentuada está a icterícia. Não é necessário entrar em pânico, mas é importante ficar atenta, pois o acúmulo de bilirrubina pode impregnar o sistema nervoso central e causar encefalopatia. Siga as orientações do hospital e leve seu bebê para consulta de três a sete dias após o nascimento. Dra. Cássia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF) E-mail: dracassiaregina@gmail.com


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Abertas as inscrições para a Medalha São Paulo Apóstolo 2017 Redação

Reprodução

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A Arquidiocese de São Paulo divulgou, no dia 17, o edital para a inscrição de candidatos à edição de 2017 da Medalha São Paulo Apóstolo, prêmio de reconhecimento criado em 2015 com os objetivos de valorizar, estimular e dinamizar a vida eclesial e pastoral na Igreja em São Paulo. De acordo com o edital, as inscrições devem ser feitas até 31 de julho. Os nomes dos comtemplados pela Medalha serão divulgados no dia 4 de agosto e a entrega do prêmio será em 30 de agosto. EDITAL PARA A INSCRIÇÃO DE CANDIDATOS À MEDALHA SÃO PAULO APÓSTOLO, EM 2017 Por este Edital, ficam estabelecidas as normas e orientações para a inscrição de candidatos à Medalha “São Paulo Apóstolo”, da Arquidiocese de São Paulo, em 2017. Poderão ser inscritos candidatos à Medalha para 10 categorias diversas: 7 categorias de pessoas e 3 categorias de instituições ou entidades, conforme definido no Ato de instituição da Medalha e no seu Regulamento (cfr. portal da Arquidiocese de São Paulo: www.arquisp. org.br). Os candidatos a receber a Medalha devem exercer suas atividades no âmbito da Arquidiocese de São Paulo. A inscrição de candidatos poderá ser feita por pessoas, individualmente, ou por entidades e instituições (cfr. Regulamento nº 9). O mesmo proponente poderá inscrever apenas um candidato para cada uma das 10 categorias da Medalha (cfr. Regulamento nº 4 e 5). Na inscrição deverão ser fornecidos os dados pessoais do candidato, conforme formulário de inscrição, com

destaque para os motivos (verificáveis) que recomendariam a concessão da Medalha. No ato da inscrição, também devem ser fornecidos os dados de identificação do próprio proponente. Os formulários preenchidos, para a inscrição de candidatos à Medalha, deverão ser enviados para a cúria metropolitana de São Paulo, em envelope fechado, para o seguinte endereço: Medalha São Paulo Apóstolo – Cúria Metropolitana de São Paulo (avenida Higienópolis, 890 – CEP 01238000 – SÃO PAULO – SP) 1. A inscrição também pode ser feita por meio eletrônico, enviando a ficha devidamente preenchida para o seguinte e-mail: medalhasaopaulo@arquisp.org.br, junto com os demais formulários preenchidos. 2. O prazo final para fazer a inscrição de candidatos à Medalha é 31.07.2017. 3. As inscrições de candidatos para a Medalha, para não serem desqualificadas, devem estar em conformidade com o Regulamento da Medalha e com as indicações deste Edital. 4. O anúncio dos 10 contemplados com a Medalha em 2017 será feito no dia 4 de agosto de 2017, às 18h, no

portal da Arquidiocese de São Paulo (www.arquisp. org.br.). Os contemplados com a Medalha receberão uma comunicação pessoal da Comissão Organizadora. 5. A cerimônia de entrega da Medalha será realizada no dia 30 de agosto de 2017, às 20h, no auditório São Paulo Apóstolo, Rua Dona Inácia Uchoa, 62 – junto à Estação Vila Mariana ou Ana Rosa – Linha Azul. 6. A Medalha deverá ser recebida pessoalmente pelos agraciados; em casos justificados, poderá ser recebida por pessoa legitimamente delegada para tal, com antecedência e por escrito. 7. Todas as informações sobre a Medalha “São Paulo Apóstolo” podem ser encontradas no portal da Arquidiocese: www.arquisp.org.br. São Paulo, 16 de maio de 2017 A Comissão Organizadora da Medalha “São Paulo Apóstolo” Dom Carlos Lema Garcia Pe. Luis Eduardo Baronto Pe. Juarez Pedro de Castro

Comunicar a certeza de que Deus não abandona a humanidade Luciney Martins/O SÃO PAULO

Fernando Geronazzo

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Para comemorar o 51º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que será celebrado no domingo, 28, a Arquidiocese de São Paulo, em parceria com as Irmãs Paulinas, realizou, no dia 17, no auditório Paulo Apóstolo, na Vila Mariana, o evento “Retratos de Esperança”. Inspirado no tema da mensagem do Papa Francisco para a data, “Comunicar esperança e confiança, no nosso tempo”, o evento contou com a presença do Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, e de comunicadores que deram testemunho de como comunicam a esperança em diferentes áreas de atuação. Destacando o versículo bíblico citado pelo Papa na mensagem, “Não tenhas medo, que eu estou contigo” (Is 43,5), Dom Odilo explicou que a mensagem parte da certeza de que Deus não abandona a humanidade e quer levá-la à plenitude da salvação. “A mensagem também

Dom Odilo participa do evento ‘Retratos de Esperança’, pelo Dia Mundial das Comunicações

está no coração do Evangelho, a Boa-Nova a ser comunicada ao mundo”. Dom Odilo incentivou todos a semear a esperança por meio da comunicação, ajudar a discernir as realidades e a perceber, como o Papa sugere, “o fio condutor dos desígnios de Deus que se realizam mesmo por meio das situações de sofrimento”. Isso, no entanto, não significa menosprezar o sofrimento dos outros, mas encontrar uma luz e comunicá-la mesmo nas

situações difíceis. “Não devemos nunca esquecer que temos a motivação profunda da esperança dentro de nós a partir do fundamento do Evangelho”, disse o Arcebispo. Aldo Quiroga, professor da PUC-SP e jornalista que atua na TV Cultura, foi um dos comunicadores que partilharam suas experiências no evento. Ele afirmou que embora o Brasil seja considerado por muitos o País da esperança, “talvez não seja tão difícil comunicar a esperança em outro lu-

gar quanto aqui, sobretudo atualmente”. O jornalista destacou, ainda, que contextualizar a verdade é uma questão fundamental para comunicar a esperança, diante da tentação dos jornalistas de propagar discursos alarmistas. “A manchete geralmente vem pronta, mas é preciso cuidado e cautela antes de multiplicar isso”. Nesse sentido, Quiroga reforçou que o comunicador precisa, em primeiro lugar, ouvir e acolher a frase “Não tenhas medo, que eu estou contigo”, para, então, poder comunicar a esperança. Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar de São Paulo e vigário episcopal para a Pastoral da Comunicação na Arquidiocese, explicou que o principal objetivo do encontro foi proporcionar às pessoas uma experiência concreta daquilo que o Papa quis transmitir com sua mensagem: “A realidade é aquilo que é, mas nós podemos escolher a maneira de contar esses fatos. Qual é o serviço que nós podemos oferecer como comunicadores cristãos?”, indagou.


8 | Pelo Mundo |

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Destaques das Agências Internacionais

Filipe David

Correspondente do O SÃO PAULO na Europa

Itália

Cuba

Focolares promovem semana ecumênica Entre os dias 9 e 13, foi realizada uma semana ecumênica, promovida pelo movimento dos Focolares, em Castel Gandolfo. O evento contou com a participação de 700 cristãos de 70 igrejas e comunidades eclesiais, vindos de 40 países. Entre os palestrantes convidados estiveram o bispo Christian Krause, ex-presidente da Federação Luterana mundial; o reverendo Dr. Martin Robra, do Conselho Ecumênico das Igrejas de Genebra; o bispo Brian Farrell,

secretário do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos; e Maria Voce, presidente do Movimento dos Focolares. Na programação, também estava uma audiência geral com o Papa Francisco, visita às basílicas de São Pedro e São Paulo Fora dos Muros e uma oração comum nas catacumbas de Santa Domitila e São Sebastião. Cônego José Bizon, do clero da Arquidiocese de São Paulo, participou do evento, e contou ao O SÃO PAULO

Primeira igreja construída desde a revolução

que “foi uma semana de profunda reflexão bíblica, oração comum, partilha e de testemunhos das diversas partes do mundo, ali representada”, disse. Um dos momentos mais marcantes foi a oração nas catacumbas: “Foi um momento forte de unidade e comunhão com todos os cristãos do mundo, especialmente com aqueles que estão sendo perseguidos por causa de sua fé em Jesus Cristo e do seu Evangelho”, afirmou. Fonte: Focolares

Iraque

Seminarista que fugiu com o Santíssimo Sacramento retorna como sacerdote Em 2014, Martin Baani era seminarista na cidade de Karamlesh, a leste de Mossul. No dia 6 de agosto, ele recebeu um telefonema de um amigo, alertando-o que uma cidade vizinha havia sido tomada pelo grupo Estado Islâmico e que sua cidade seria a próxima. O jovem foi até sua igreja e pegou consigo o Santíssimo Sacramento, para evitar que fosse profanado. Junto com o pároco e outros três sacerdotes, eles fugiram da cidade antes da chegada dos terroristas. Em seguida, o jovem seminarista decidiu não fugir com sua família para os Estados Unidos: “O Estado Islâmico quer acabar com o Cristianismo do Iraque, mas eu decidi ficar. Eu amo Jesus e não quero que a nossa história desapareça”, disse. Baani foi ordenado sacerdote e, após a libertação de sua cidade, pôde retornar para exercer seu ministério: “O Estado Islâmico esta-

ACNChile

Fonte: ACI

Grã-Bretanha Padre Martin Baani atua para evitar que Santíssimo Sacramento seja profanado no Iraque

va prestes a ocupar o nosso povoado, fomos obrigados a ir embora. Eu fui o último a deixar Karamlesh, com o Santíssimo Sacramento em minhas mãos. Agora, gostaria de falar sobre a

minha volta a Karamlesh. Fui o primeiro sacerdote que abençoou as pessoas na igreja da minha cidade natal”, contou o Padre.

a Família. Na época da fundação do Instituto, ele vinha sofrendo muita perseguição dentro e fora da Igreja e decidiu escrever à Irmã Lúcia. Para a sua surpresa, ela lhe respondeu algumas semanas depois e lhe disse: “Chegará o tempo em que a batalha decisiva entre Cristo e Satanás será sobre o Matrimônio e a família. Os que trabalham pelo bem da família sofrerão perseguição e tribulação”. Isso foi entre 1983 e 1984. Segundo Dom Carlo, Satanás está construindo sua “anti-criação”. No livro do Gênesis, o edíficio da criação divina repousa sobre dois pilares, o respeito absoluto ao ser humano, cria-

22 mortos em atentado em Manchester

do à imagem e semelhança de Deus, e a relação entre o homem e a mulher, que é sagrada. Ainda segundo o Cardeal, esses dois pilares estão sob ataque. O primeiro foi gravemente abalado com a legalização e legitimação do aborto. O segundo é atacado hoje, por exemplo, com a legalização do “casamento” entre pessoas do mesmo sexo. Em sua resposta ao Cardeal, a Irmã Lúcia lhe anunciou perseguição e tribulação aos defensores da vida e da família, devido à ação de Satanás, mas também acrescentou: “Mas não tenha medo, porque Nossa Senhora já esmagou sua cabeça”.

Um homem bomba se explodiu na Manchester Arena, na cidade de Manchester, na Inglaterra, deixando ao menos 22 mortos e 59 feridos. A explosão ocorreu por volta das 22h30, da segunda-feira, 22, durante a saída do show da cantora norte-americana Ariana Grande. Boa parte dos fãs presentes eram adolescentes, principalmente garotas, que deixavam o concerto e eram aguardadas pelos pais na saída. Na terça-feira, 22, a polícia britânica identificou o autor do atentado: o britânico Salman Abedi, 22, descendente de uma família líbia. O grupo Estado Islâmico, horas depois do fato, reivindicou a autoria do ataque. O presidente da conferência episcopal inglesa e arcebispo de Westminster, Cardeal Vincent Nichols, ofereceu suas orações pelos mortos e pelas famílias: “Que Deus conceda força e uma fé resistente a todos os que perderam entes queridos e aos que foram feridos ou traumatizados. Que Deus receba em sua presença misericordiosa todos os que morreram. Que Deus converta o coração de todos os que fazem o mal a um verdadeiro entendimento de sua vontade e intenção para a humanidade”, disse o Cardeal.

Fonte: Aleteia

Fontes: The Telegraph/ Catholic Herald/ The Guardian

Fonte: ACI

Vaticano ‘Casamento e família: a batalha decisiva’ Na sexta-feira, 19, durante o 4º fórum anual sobre a defesa da vida em Roma, o Cardeal Carlo Cafarra contou como a Irmã Lúcia, uma das videntes de Fátima, lhe preveniu que a batalha decisiva entre Cristo e Satanás seria sobre o Matrimônio e a família. O Fórum reuniu mais de cem líderes de defesa da vida e da família de mais de 20 países diferentes para discutir como fortalecer o casamento e a família no mundo. Dom Carlo concedeu um entrevista exclusiva ao site Aleteia pouco antes de sua palestra. O Cardeal é o presidente fundador do Instituto Pontifício João Paulo II para Estudos sobre o Matrimônio e

Está sendo construída a primeira igreja na ilha cubana desde que os comunistas tomaram o poder, em 1959. A construção acontece graças à ajuda financeira de uma paróquia de São Lourenço, em Tampa, nos Estados Unidos. A igreja em construção está situada na cidade de Sandino, em Pinas del Río, e será dedicada à Divina Misericórdia. Sua construção foi possível com a doação de 95 mil dólares feita pela paróquia norte-americana. O pároco de São Lourenço, Padre Ramón Hernández, de origem cubana, disse que seus paroquianos estão muito contentes e aguardam com expectativa a missa inaugural. O Padre Cirilo Castro, que servirá a nova igreja, esteve em Tampa para contar como anda a construção. Após a revolução de Fidel Castro, diversos religiosos foram exilados e os templos e colégios católicos foram expropriados. A Igreja começou a celebrar missas e dar catequese em casas oferecidas pelos fiéis, devido à carência de templos. A situação começou a mudar após a visita de São João Paulo II à ilha, em 1998, quando o governo começou, pouco a pouco, a devolver algumas das propriedades expropriadas. A Igreja ainda não pode possuir escolas nem meios de comunicação de massa, no entanto. O Padre Ramón acredita que o País está mudando. Além da nova igreja em Sandino, duas outras igrejas estão sendo construídas na ilha.


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L’Osservatore Romano

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Papa Francisco: um padre de paróquia Bruno Muta Vivas

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A localidade de Óstia, situada nos subúrbios de Roma, que conta com seis paróquias, recebeu na sexta-feira, 19, a visita inusitada de um “novo padre”: durante a bênção anual das casas de seus paroquianos, por ocasião da Páscoa: o Papa Francisco se juntou aos párocos locais e visitou uma dúzia de apartamentos num condomínio local, abençoando-os e presenteando seus habitantes com um rosário (foto). Com seu habitual bom humor, na saída, o Papa desculpouse pela inconveniência de atrapalhar o sossego dos habitantes, reassegurando, contudo, ter respeitado as regras de silêncio dos apartamentos.

Em busca de soluções para os problemas do mundo No sábado, 20, cerca de 300 pessoas, provenientes de 18 países, foram recebidas pelo Papa na Conferência Internacional da Fundação Centesimus Annus Pro-Pontefice, que tratou de temas que são “verdadeiras emergências planetárias”. Aos numerosos participantes, Francisco expressou seu apreço pelos esforços realizados para buscar modos alternativos de compreensão da economia, do desenvolvimento e do comércio: “A sua Fundação oferece uma preciosa contribuição ao levar em conta as atividades comerciais e financeiras, à luz da rica tradição da Doutrina Social da Igreja e de uma busca inteligente de alternativas construtivas. Vocês desenvolvem mode-

los de crescimento econômico centrados na dignidade, liberdade e criatividade, características peculiares da pessoa humana”. O Pontífice acrescentou, ainda, que “promover o desenvolvimento humano integral requer diálogo e envolvimento nas necessidades e aspirações das pessoas; requer escuta dos pobres e respostas a situações concretas. Isso requer animar as comunidades e suas relações com o mundo dos negócios; criar meios para unir recursos e pessoas, pelos quais os pobres sejam protagonistas e beneficiários. Somente assim, se poderá favorecer uma maior inclusão social e o crescimento de uma cultura de solidariedade eficaz”.

Cinco novos cardeais para a Igreja Em um anúncio surpresa, feito em meio à multidão de fiéis na Praça de São Pedro, no domingo, 21, o Papa Francisco manifestou seu desejo de criar cinco novos cardeais para a Igreja. O consistório público para a criação dos novos príncipes da Igreja está marcado para o dia 28 de junho, véspera da Solenidade de São Pedro e São Paulo. A maior parte dos prelados nomeados são provenientes, segundo o costume instituído por Francisco, de dioceses periféricas: Jean Zerbo é arcebispo de Bamako, em Mali; Anders Arborelius provém de Estolcomo, na Suécia; Louis-Marie Ling é vigário-apostólico de Paksé, no Laos; e José Gregorio Rosa Chavez é bispo-auxiliar de San Salvador, em El Salvador. Somente um deles é proveniente da Europa Central: Juan Omella, arcebispo de Bar-

celona, na Espanha. Todos eles têm idade inferior a 80 anos e, portanto, são eleitores num futuro conclave para a eleição de um novo pontífice. Assim, o colégio cardinalício contará, em junho deste ano, com 121 cardeais eleitores, dos quais 49 foram criados por Francisco, em quatro consistórios públicos. Dentre esses cinco cardeais nomeados, o mais antigo, José Rosa Chavez, com 74 anos, possui uma história curiosa: ele é bispo-auxiliar há 35 anos, e trabalhou intimamente com o Beato Óscar Romero, arcebispo salvadorenho martirizado em 1980, enquanto celebrava a Santa Missa. José Rosa Chavez, desde então, procura manter viva a memória do Beato, inclusive fora de El Salvador. (com informações de Vatican Insider e Rádio Vaticano)


10 | Pelo Brasil |

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Destaques das Agências Nacionais

REDAÇÃO

osaopaulo@uol.com.br

Presidência da CNBB faz veemente defesa da ética na política A presidência da CNBB emitiu na sexta-feira, 19, uma nota oficial com o título “Pela Ética na Política”, na qual afirma que a conferência dos bispos acompanha “com espanto e indignação” as recentes denúncias de corrupção política no Brasil. Na Nota, os bispos afirmam que “tais denúncias exigem rigorosa apuração, obedecendo-se sempre as ga-

rantias constitucionais. Apurados os fatos, os autores dos atos ilícitos devem ser responsabilizados. A vigilância e a participação política das nossas comunidades, dos movimentos sociais e da sociedade, como um todo, muito podem contribuir para elucidação dos fatos e defesa da ética, da justiça e do bem comum”. Abaixo, leia a íntegra da nota:

Pela Ética na Política Nota da CNBB sobre o Momento Nacional

exercer o cargo que ocupa. Tais denúncias exigem rigorosa apuração, obedecendo-se sempre as garantias constitucionais. Apurados os fatos, os autores dos atos ilícitos devem ser responsabilizados. A vigilância e a participação política das nossas comunidades, dos movimentos sociais e da sociedade, como um todo, muito podem contribuir para elucidação dos fatos e defesa da ética, da justiça e do bem comum. A superação da grave crise vivida no Brasil exige o resgate da ética na política, que desempenha papel fundamental na sociedade democrática. Urge um novo modo de fazer política, alicerçado nos valores da honestidade

“O fruto da justiça é semeado na paz” (Tg 3,18) A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, por meio de sua Presidência, unida aos bispos e às comunidades de todo o país, acompanha, com espanto e indignação, as graves denúncias de corrupção política acolhidas pelo Supremo Tribunal Federal. Segundo a Constituição, Art. 37, é dever de todo servidor público, principalmente os que detêm elevadas funções, manter conduta íntegra, sob pena de não poder

Imprensa CNBB

e da justiça social. Lembramos a afirmação da Assembleia Geral da CNBB: “O desprezo da ética leva a uma relação promíscua entre os interesses públicos e privados, razão primeira dos escândalos da corrupção”. Recordamos também as palavras do Papa Francisco: “Na vida pública, na política, se não houver a ética, uma ética de referimento, tudo é possível e tudo se pode fazer” (Roma, maio de 2013). Além disso, é necessário que saídas para a atual crise respeitem e fortaleçam o Estado democrático de direito. Pedimos às nossas comunidades que participem responsável e pacificamente da vida política, contribuam para a realização da justiça e da paz e

rezem pelo Brasil. Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, nos ajude a caminhar com esperança construindo uma nova sociedade. Cardeal Sergio da Rocha Arcebispo de Brasília Presidente da CNBB Dom Murilo S. Ramos Krieger Arcebispo de São Salvador da Bahia Vice-Presidente da CNBB Dom Leonardo Ulrich Steiner Bispo Auxiliar de Brasília Secretário-Geral da CNBB

Encontro Nacional de Vida Monástica País tem 3 novas regiões acontece em Aparecida (SP) metropolitanas Segue até sábado, 27, no Santuário Nacional de Aparecida (SP), o II Encontro Nacional da Vida Consagrada Monástica e Contemplativa, que tem como tema “A Alegria da Consagração Monástica e Contemplativa”. A atividade é organizada pela CNBB em parceria com a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB). De acordo com informações da comissão organizadora, estão sendo trabalhados valores essenciais do monaquismo, tendo como objetivo promover a

partilha com os consagrados que vivem o mesmo ideal. Dentre as atividades a serem realizadas estão: oração em comum, conferências, celebrações eucarísticas, partilhas, testemunhos e diálogo com os conferencistas. Entre os convidados está o Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, Cardeal João Braz de Aviz, que falou aos participantes na terça-feira, 23. Fonte: Portal A12

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na terça-feira, 23, a listagem semestral dos municípios brasileiros que compõem as regiões metropolitanas do País, indicando que no segundo semestre de 2016 foram criadas três regiões metropolitanas: a de Ribeirão Preto (SP), a de Sobral (CE) e a rondoniense, em torno da capital de Rondônia, Porto Velho. Com a nova revisão anunciada pelo IBGE, o país passou a contar com 69 regiões metropolitanas, sendo a Paraíba

o estado com maior número de regiões metropolitanas 12, seguida por Santa Catarina, 9, e Alagoas, 8. Ainda segundo o IBGE, as regiões metropolitanas e aglomerações urbanas são recortes instituídos por lei complementar estadual, de acordo com a determinação da Constituição Federal de 1988, “visando integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum”. Fonte: Agência Brasil

Brasil é referência mundial em aleitamento materno “O Brasil tem sido um exemplo para outros países e isso se deve às suas políticas, regulações, estratégias e iniciativas de educação para toda a população sobre a importância do aleitamento. Precisamos aqui dar os parabéns também às brasileiras porque elas foram responsáveis por aproximadamente 90% da coleta dos mais de 1 milhão de litros de leite doados no mundo nos últimos anos”, afirmou o representante da Organização Pan -Americana da Saúde (OPAS) no Brasil, Joaquín Molina, em cerimônia de lançamento da campanha “Doe Leite

Materno”, do Ministério da Saúde, realizado no dia 16. No Brasil, a agência regional das Nações Unidas criou, em 2015, uma Sala de Apoio à Amamentação, onde a mulher em fase de amamentação pode armazenar seu leite em frascos. O líquido é mantido em um freezer a uma temperatura controlada. No fim do expediente, a mãe pode levar seu leite para casa e oferecê-lo ao filho ou doá-lo a um banco de leite humano. A OPAS recomenda que bebês sejam alimentados exclusivamente com o leite da mãe durante os primeiros seis meses

de vida e que a amamentação continue acontecendo, junto com a introdução de outros alimentos, por até dois anos ou mais. O Brasil possui a maior rede de banco de leite do mundo. Hoje, existem no País 221 bancos de leite humano, em todos os estados e no Distrito Federal, e 186 postos de coleta, além da coleta domiciliar. Todo leite coletado passa por um rigoroso controle de qualidade, antes de ser distribuído, e é fornecido de acordo com as necessidades de cada criança. No Brasil, nascem aproximadamente 3 milhões de bebês por ano,

sendo que 332 mil são prematuros ou vêm ao mundo com baixo peso (menor de 2,5kg). Muitas dessas crianças precisam permanecer internadas assim que nascem até terem condições de ir para a casa. Esses bebês têm melhores chances de sobrevivência e recuperação se a alimentação com leite humano for ofertada. Toda a mulher que amamenta é uma possível doadora de leite. Para saber onde encontrar um banco de leite humano mais próximo de sua casa, basta ligar para o número 136. Fonte: ONU Brasil e Ministério da Saúde


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Governabilidade à prova Marcos Corrêa/PR

Delação da JBS leva governo Temer a cenário de instabilidade Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

“Não renunciarei. Repito: Não renunciarei! Sei o que fiz e sei da correção dos meus atos”. A ênfase de que não deixará a Presidência da República tem sido a tônica dos discursos do presidente Michel Temer (PMDB) desde que se tornaram públicos, na semana passada, os áudios, vídeos e relatos da delação premiada dos executivos da empresa JBS, nos quais o Presidente supostamente dá aval para o pagamento de propina ao deputado cassado Eduardo Cunha para que se mantenha calado sobre o envolvimento de políticos nos casos de corrupção investigados pela operação Lava Jato. O ponto central da delação é uma conversa realizada em março entre Temer e Joesley Batista, presidente da JBS, autorizando os pagamentos a Cunha. Temer confirmou a reunião com o empresário, mas negou ter autorizado o repasse de recursos ao exdeputado. Na quinta-feira, 18, com base no conteúdo das delações, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), abriu inquérito contra o Presidente para averiguar se houve obstrução de Justiça no caso. No sábado, 20, o Presidente anunciou que pediria ao STF a suspensão do inquérito, por considerar que a gravação apresentada por Joesley não teve a autenticidade comprovada e poderia ter passado por edições. Porém, na segunda-feira, 22, Temer desistiu da suspensão do processo e contratou uma perícia independente para analisar os áudios. A Polícia Federal também irá periciar o conteúdo e o gravador usado por Joesley. Não há prazo para a conclusão desse procedimento. A revelação das delações dos executivos da JBS aconteceu na semana em que o governo avançava nas articulações para as votações no Congresso das reformas trabalhista e da Previdência e no momento em que a economia apresentava sinais de melhora, com projeções de redução da inflação, crescimento dos indicadores de atividade econômica e aumento do Índice de Confiança da Indústria, medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

‘Se quiserem, me derrubem’ A posição do Presidente em não renunciar foi reafirmada em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, na segunda-feira, 22: “Eu não vou renunciar. Se quiserem, me derrubem, porque, se eu renuncio, é uma declaração de culpa”, declarou. Na entrevista, Temer admitiu que encontrar-se com Joesley fora da agenda oficial foi um erro, enfatizou que a gravação foi obtida de modo clandestino e refutou que tenha repassado informações privilegiadas sobre a política monetária do governo ao dono da JBS. “Ele sabia, empresário sagaz como é, que no momento em que ele entregasse a gravação, o dólar subiria e as ações de sua empresa cairiam. Ele comprou US$ 1 bilhão e vendeu as ações antes da queda”,

afirmou Temer. Horas antes do vazamento da delação, feito inicialmente pelo jornal O Globo, no dia 17, a JBS comprou dólares no mercado e no dia seguinte lucrou consideravelmente com isso por conta da desvalorização do real após as denúncias contra Temer.

Pressão política Antes da crise desencadeada na última semana, o governo Temer contava, em teoria, com apoio de 402 deputados dos partidos da base aliada, uma confortável margem para aprovar projetos na Câmara, entre os quais a polêmica reforma da Previdência. Embora ainda tenha maioria, esse cenário sofreu sensível alteração com as saídas do PSB (35 deputados), Podemos – antigo PTN – (13) e PPS (9). Havia a expectativa de que o DEM e o PSDB também deixassem de apoiar o governo, mas uma reunião no Palácio da Alvorada, em Brasília (DF), no domingo, 21, entre Temer e alguns ministros e líderes no Congresso, ajudou na permanência dos partidos. O Presidente teria pedido que permanecessem e para que não haja paralisações nas pautas no Legislativo. Na Câmara e no Senado não havia, na segunda-feira, 22, consenso sobre a manutenção do calendário de votações. O deputado Pauderney Avelino (DEMAM), vice-líder do partido na Câmara, afirmou que os temas econômicos em tramitação no Congresso são importantes para o País. Ele defendeu a votação do Projeto de Lei Complementar que convalida incentivos fiscais (PLP 54/15), marcada para esta semana, e as reformas trabalhista, no Senado, e da Previdência, na Câmara. Já Alessandro Molon (Rede-RJ) afirmou que não há normalidade no País após as denúncias envolvendo Temer e que, por isso, o Congresso também não pode funcionar normalmente. “Vamos obstruir todas as matérias. Vamos exaurir os deputados da base do governo”, enfatizou. Na Câmara, nove pedidos de impeachment contra o presidente Temer já haviam sido protocolados até a tarde da segundafeira, 22. Indignação na sociedade As denúncias de corrupção envolvendo o Presidente geraram reações na sociedade. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por exemplo, anunciou que

entrará com um pedido de impeachment contra Temer na Câmara dos Deputados, por considerar que ele cometeu crime de responsabilidade ao não comunicar às autoridades de Justiça que teve um diálogo com Joesley Batista. Na sexta-feira, 19, a presidência da CNBB, em nota, defendeu que as denúncias acolhidas pelo STF sejam rigorosamente averiguadas. “Apurados os fatos, os autores dos atos ilícitos devem ser responsabilizados” (leia a íntegra na página 10). No domingo, em ao menos 17 cidades, incluindo a capital paulista, foram realizados protestos organizados principalmente pelas centrais sindicais pedindo o fim das propostas das reformas trabalhista e da Previdência, a saída de Temer da Presidência e a convocação de eleições diretas. Como a eleição da chapa Dilma-Temer aconteceu há mais de dois anos, no caso do impeachment ou de renúncia, serão realizadas eleições indiretas em até 90 dias para a escolha de um presidente e de um vice para que cumpram um mandato até 31 de dezembro de 2018. “Eles querem entregar o pacote das reformas, nós queremos uma Constituinte. O povo não pode ser relegado a segundo plano. O povo tem direito de votar e não vamos aceitar que nossos direitos sejam retirados”, afirmou Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), durante o ato em São Paulo. Grupos que organizaram manifestações pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, como o Vem Pra Rua e o Movimento Brasil Livre (MBL), cogitaram a realização de atos no domingo, mas desistiram de fazê-los, por enquanto. “Precisamos de uma coalização dos brasileiros de bem em prol do bom andamento da Lava Jato, da lisura ética e política e da estabilidade e recuperação econômica. Ainda não há articulação política que garanta estes três pontos fundamentais para o Brasil”, afirmou o MBL, em nota à imprensa, na qual também pontuou que o país passa pelo momento mais perigoso desde a redemocratização, com os envolvidos em escândalos empreendendo cada vez mais esforços para sobreviver, e que “outros buscam utilizar-se da crise como trampolim para se fortalecer politicamente, num jogo que permanece obscuro para todos nós”. (Com informações da Folha de S.Paulo, Agência Brasil, InfoMoney, Uol, O Globo, G1)

Aécio Neves Na segunda-feira, 22, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, recorreu da decisão do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), que negou a prisão preventiva do senador Aécio Neves (PSDBMG) e do deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). Ambos foram afastados de suas funções Legislativas na quintafeira, 18, por determinação de Fachin, após a homologação do depoimento em que Joesley Batista, dono da JBS, disse que pagou este ano R$ 2 milhões de propina a Aécio para que o senador atuasse em favor da aprovação da Lei de Abuso de Autoridade e anistia ao caixa 2 em campanhas eleitorais. O recurso de Janot deverá ser analisado pelo plenário do STF, formado pelos 11 ministros da Corte. Por outro lado, a defesa de Aécio já ingressou na Justiça solicitando a revogação do afastamento do senador. Mala com os R$ 500 mil O deputado afastado Rodrigo Rocha Loures entregou, na segunda-feira, 22, à Polícia Federal, a mala com os R$ 500 mil que ele teria recebido de Ricardo Saud, diretor da JBS, a mando de Joesley Batista, em 24 de abril, para que o deputado articulasse na Câmara e junto ao governo Temer projetos de interesse da empresa. Loures é apontado como intermediário direto de Temer para tratar assuntos com a JBS. Ex-governadores presos no DF Foram presos na terça-feira, 23, em Brasília (DF), José Roberto Arruda e Agnelo Queiroz, ex-governadores do Distrito Federal, além do ex-vice de Agnelo, Tadeu Fillipelli, e outras seis pessoas. Segundo o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF1), que determinou as prisões, há inúmeras provas do envolvimento dos presos no superfaturamento das obras de reconstrução do Estádio Mané Garrincha, orçadas inicialmente em R$ 690 milhões, mas que acabaram com um custo de R$ 1,5 bilhão, o que fez com que o estádio se tornasse o mais caro entre os 12 usados na Copa de 2014. Fontes: O Estado de S.Paulo, Agência Brasil e G1


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Evento do episcopado latino-americano e do Caribe realizado no Brasil já apontava aspectos hoje difundidos pelo magistério do Papa Francisco Fernando Geronazzo

osaopaulo@uol.com.br

Há 10 anos, realizava-se em Aparecida (SP), a V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe. Com o tema “Discípulos e Missionários de Jesus Cristo, para que nossos povos nele tenham Vida”, o evento, que aconteceu entre os dias 13 e 31 de maio de 2007, foi aberto pelo Papa Bento XVI, no Santuário Nacional de Aparecida. As reflexões da Conferência resultaram no documento conclusivo do episcopado latino-americano, cuja redação foi coordenada pelo então arcebispo de Buenos Aires e presidente da Conferência Episcopal Argentina, Cardeal Jorge Mario Bergoglio, hoje Papa Francisco. “Quem podia imaginar que sua participação e atuação, como coordenador da comissão de redação do documento final da Conferência, lhe daria a oportunidade de estender para a Igreja inteira as reflexões de Aparecida?”, afirmou o Cardeal Odilo Pedro Scherer, em artigo publicado na edição de 17 de maio deste ano do jornal O SÃO PAULO, destacando que a exortação apostólica Evangelii Gaudium (2013), do Papa Francisco, “estende para a universalidade da Igreja as intuições e indicações da Conferência de Aparecida para a nova evangelização”. No mesmo artigo, Dom Odilo afirmou que a Conferência foi “um evento extraordinário, que continua a ter desdobramentos na Igreja do continente e do mundo inteiro”.

Igreja em saída Quando ainda nem se imaginava a renúncia de Bento XVI e a eleição de Francisco, o Cardeal Bergoglio já destacava que a mensagem e fundo de Aparecida é que a Igreja, para permanecer fiel a sua missão precisa estar em saída. “O Documento de Aparecida não se esgota em si mesmo, mas se abre para a missão, o anúncio e o testemunho dos discípulos. Seu coração é a missão”, afirmou o então arcebispo de Buenos Aires à revista italiana 30 Giorni, em novembro de 2007. Para Dom Odilo, que foi secretárioadjunto da presidência da Conferência, Aparecida valorizou as experiências eclesiais da América Latina feitas nas conferências anteriores – Medellín (1968), Puebla (1979) e Santo Domingo (1992). “A evangélica opção preferencial pelos pobres e pelos jovens, as comunidades eclesiais de base, a presença evangelizadora e profética nas situações contraditórias da vida dos povos,

Conferência de na Igreja do m a evangelização da cultura, tudo isso foi também assumido em Aparecida”, salientou o Arcebispo, em artigo pulicado no O SÃO PAULO de 5 de junho de 2007.

Diálogo aberto O então Cardeal Bergoglio destacou que o texto conclusivo foi elaborado em um clima de autêntica e fraterna colaboração, e foi enfático ao desmentir as alegações veiculadas por alguns veículos de comunicação na época de que o texto encaminhado pela Conferência havia sido manipulado por parte da Santa Sé. “O documento conclusivo é um ato do magistério da Igreja latino-americana, não sofreu qualquer manipulação, nem da nossa parte, nem da parte da Santa Sé. Houve alguns ajustes e pequenos retoques de estilo, de forma e algumas coisas que foram removidas de um lado e acrescentadas de outro; a substância, porém, permanece idêntica, não foi mudada em nada”. Para Bergoglio, as indicações gerais sobre os problemas da América Latina dadas por Bento XVI na abertura da Conferência iluminaram bastante os bispos. Mas, como pontuou o Arcebispo Argentino, o Santo Padre deixou a reflexão aberta aos bispos: “‘Façam vocês!’ Isso foi ótimo da parte do Papa”. O futuro Pontífice também ressaltou, na época, que as reflexões dos bispos não partiram de um textobase feito previamente, “mas de um diálogo aberto”, de modo que o Documento foi feito “de baixo para cima”, a partir de um debate iniciado antes no Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam) e nas conferências episcopais ouvindo as igrejas locais. Metodologia A Conferência de Aparecida usou o método “verjulgar-agir”, bastante conhecido no Brasil. Na primeira semana, os bispos avaliaram a realidade da Igreja, da sociedade e dos povos da América Latina. Os presidentes das 22 conferências episcopais apresentaram realidade eclesial e dos povos em seus respectivos países. Segundo Dom Odilo, houve ampla possibilidade

de manifestação e intervenção dos participantes: “Os bispos e também os não bispos puderam falar livremente sobre os diversos aspectos da realidade que são pertinentes à avaliação de como nós queremos que seja a Igreja presente na América Latina”. Na segunda semana, foram contempladas as propostas de cunho pastoral. O Cardeal Scherer explicou que, na verdade, a reflexão sobre os trabalhos pastorais representa justamente “as orientações e indicações de como a Igreja deverá ser mais discípula e missionária”. A fase da redação do documento também foi aber-

Cardeal Jorge Mario Bergoglio, hoje Papa Francisco, saúda o Papa


Luciney Martins/O SÃO PAULO - mai.2007

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Aparecida ecoa mundo inteiro ta para a contribuição de todos os bispos. “Para a segunda e terceira redações, foram recebidas 2.240 contribuições! A nossa disposição foi a de receber tudo aquilo que vinha da base, do povo de Deus, e de fazer não tanto uma síntese, mas sobretudo uma harmonia”, relatou o então Cardeal Bergoglio.

Desafios Segundo Dom Odilo, o episcopado latino-americano procurou encontrar respostas para as questões da atualidade. “Foi impressionante perceber nos depoimentos dos bispos, de norte a sul do continente, Luciney Martins/O SÃO PAULO - mai.2007

a Bento XVI na abertura da V Conferência de Aparecida, em 2007

como as situações e problemas enfrentados pelos povos são muito semelhantes; e os desafios e preocupações da Igreja também”. Do ponto de vista religioso, preocupavam questões como o desafio do neopentecostalismo e a evasão de fiéis da Igreja Católica; a necessidade de uma iniciação cristã mais aprofundada e de uma nova missionariedade por parte da Igreja; a crise do casamento e a desagregação da família; as novas questões morais, sobretudo em relação à vida e à dignidade humana. No campo social, chamavam a atenção a pobreza e o aumento da concentração da riqueza; as migrações, o tráfico de drogas, a violência e a criminalidade organizada. No âmbito cultural, constatou-se uma “verdadeira mudança de época”, com a afirmação do individualismo e do subjetivismo e com a consequente perda das referências cristãs que construíram a vida dos povos latino-americanos. “Diante de tudo isso, a Igreja latino-americana parte de Aparecida desejosa de ajudar nossos povos para que, em Cristo, todos tenham vida melhor”, continuou o Cardeal Scherer que, ainda, acrescentou que não são as ideologias nem as soluções contrárias à dignidade humana que poderão resolver os problemas dos nossos povos. Segundo ele, a Igreja acredita que a verdadeira conversão ao Evangelho e a vida nova em Cristo podem trazer solução a tantas situações contrárias ao Reino de Deus.

Na casa da Mãe Foi a primeira vez que uma conferência do episcopado latino-americano se reuniu em um santuário mariano. E, de acordo com os bispos, isso teve um grande significado. “Os numerosos romeiros de Nossa Senhora Aparecida, sobretudo nos dois fins de semana, contribuíram com seu testemunho de fé por meio das expressões da religiosidade popular e da devoção mariana”, destacou Dom Odilo. O Cardeal Bergoglio também chamou a atenção

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para a proximidade com o povo na Conferência. “Todas as manhãs, nós recitávamos as Laudes e celebrávamos a missa junto com os peregrinos e fiéis... Celebrar a Eucaristia junto ao povo é diferente que celebrá-la entre nós bispos separadamente. Isso nos deu um vivo sentido de pertença a uma Igreja que caminha como povo de Deus”, disse. Além das celebrações, os trabalhos da Conferência aconteciam no subsolo da Basílica. “De lá continuávamos a ouvir as orações, os cantos dos fiéis...”, destacou o Purpurado argentino, acrescentando que a parte do Documento que trata da piedade popular foi inspirada a partir dessa vivência. A experiência de reunir o episcopado latino-americano em Aparecida inspirou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) a realizar suas assembleias gerais no Santuário Nacional, como faz desde então.

Continuidade do Vaticano II Para a Irmã Vera Ivanise Bombonatto, teóloga que compôs ao grupo de especialistas que assessorou os participantes da Conferência, o evento representou para a Igreja Latino-americana a continuidade em relação ao Concílio Vaticano II e às conferências anteriores. “A V Conferência reafirmou as opções fundamentais que caracterizam o rosto da nossa Igreja: discípula-missionária, escola de comunhão e advogada dos mais necessitados. Além disso, representou um avanço em relação à proposta pastoral: passar de uma Igreja centrada em uma pastoral de manutenção a uma Igreja em permanente estado de missão”, disse a religiosa ao O SÃO PAULO. Entre os aspectos do Documento de Aparecida considerados fundamentais para a missão da Igreja hoje, Irmã Vera destacou o de ser cristão a partir da experiência de Deus em Jesus Cristo. “Essa experiência fortalece em nós a fé, a esperança e a caridade e nos leva a reconhecer Jesus nos rostos desfigurados particularmente dos pobres, das periferias humanas e geográficas. Dessa experiência, nascem também as características do nosso ser e do nosso agir cristão: viver na alegria de ser discípulo-missionário, participar da comunidade eclesial, estar a serviço da vida e defendê-la onde quer que ela esteja ameaçada. Deus é o Deus da vida em plenitude, do amor sem medidas e da paz e da fraternidade universal”, afirmou. Atualidade A teóloga enfatizou, ainda, que Aparecida deu novo vigor teológico, espiritual, pastoral e estrutural para a Igreja na América Latina. “Entre estes aspectos, destaco a centralidade da pessoa de Jesus Cristo, próxima e que caminha conosco, que nos atrai a si e nos envia a anunciá-lo a todos os povos. Outro aspecto importante é o de uma Igreja em diálogo pluridirecional, capaz de dialogar com as diferentes culturas”.


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Arquidiocese de São Paulo prepara-se para seu primeiro sínodo Patriarcado de Lisboa

Em 15 de junho, acontecerá a convocação do Sínodo por dom odilo Nayá Fernandes

nayafernandes@gmail.com

A palavra “sínodo” tem origem no grego “synodos”, que quer dizer caminho feito com os mesmos pés, ou seja, em conjunto. Assim, após ser convocado, chama à participação, reflexão, avaliação, renovação, planejamento e programação, bispos, sacerdotes, religiosos e fiéis leigos de determinada Igreja Particular ou da Igreja Católica universal. Em 2014, por exemplo, o Papa Francisco convocou um Sínodo Extraordinário dos Bispos para refletir sobre a realidade e a evangelização da família no mundo contemporâneo. O Cardeal Odilo Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, convocou um sínodo na Arquidiocese, que será lançado em 15 de junho e realizado no quadriênio 2017-2020. “Queremos celebrar um sínodo em nossa Arquidiocese para contar nossa situação, perscrutar as Escrituras e deixar que se aqueçam nossos corações”, escreveu o Cardeal em artigo publicado no jornal O SÃO PAULO na edição de 19 a 25 de abril de 2017, no qual aprofunda o trecho do Evangelho em que Jesus se revela ressuscitado aos discípulos de Emaús.

E o Sínodo Diocesano? No documento “Instrução sobre os Sínodos Diocesanos”, da Congregação para os Bispos e da Congregação para a Evangelização dos Povos, publicado integralmente no site do Vaticano (www. vatican.va) há as orientações e os passos que devem ser seguidos para que cada diocese realize um sínodo. Também o Código de Direito Canônico (CDC) apresenta as normas jurídicas a serem observadas nos cânones 460 a 468. Entre elas, está justamente a finalidade do sínodo, que é a de “prestar um auxílio ao Bispo no exercício da função que lhe é própria, de guiar a comunidade cristã”, conforme o primeiro artigo da Instrução. E o Documento continua explicando que no sínodo há, “juntamente com os sacerdotes, alguns leigos e religiosos escolhidos, como um modo peculiar de exercício da responsabilidade de todos os fiéis na edificação do Corpo de Cristo”, que é a Igreja. “O sínodo diocesano é uma assembleia de sacerdotes e de outros fiéis da Igreja particular escolhidos, que auxiliam o Bispo diocesano para o bem de toda a comunidade diocesana, de acordo com os cânones seguintes. Celebrese o sínodo diocesano em cada Igreja particular, quando as circunstâncias o aconselharem, a juízo do Bispo dioce-

Diocese de Lisboa, em Portugal, conclui sínodo diocesano em 2016; Arquidiocese de São Paulo passará por similar experiência a partir deste ano

sano e ouvido o conselho presbiteral” (CDC 460-461).

Quem pode convocar? É o bispo o responsável por convocar o sínodo, propor as questões para a discussão sinodal e presidir as sessões durante todo o período de duração do mesmo. É ele também o único legislador, que assina as declarações e os decretos e autoriza a publicação deles. O bispo, por sua vez, dirige efetivamente as discussões durante as sessões sinodais e, como verdadeiro mestre da Igreja, ensina e corrige, quando necessário. Qual a diferença entre Sínodo e Assembleia? Juntamente com o sínodo, as assembleias diocesanas e outras reuniões eclesiais têm fins semelhantes e colaboram para a eficácia da missão evangelizadora da Igreja. Mas, uma das diferenças principais é a duração, bem como os conteúdos abordados. Enquanto o sínodo acontece em um período prolongado e reflete sobre questões mais complexas que dizem respeito a diferentes aspectos eclesiais, as assembleias têm temas mais pontuais e específicos. O que podemos aprender com experiências de outras dioceses? A Diocese de Santo André (SP) iniciou, em 2016, um sínodo diocesano previsto para concluir-se em 2017. De acordo com informações do site criado especialmente para informar sobre o Sínodo, a inspiração para realizar essa reunião eclesial “surgiu da identi-

ficação da madura caminhada pastoral desenvolvida pela Igreja local. Essa caminhada é identificada pelas Assembleias Diocesanas de Pastoral e pelos sete Planos Diocesanos de Pastoral. As Visitas Pastorais Missionárias realizadas ao longo de 2016 e a instalação da centésima paróquia também fomentaram a busca por um programa de afirmação da fé, conversão e missão”. No caso da Diocese de Santo André, o tema geral escolhido para o sínodo foi o mesmo da Diocese de Lisboa, em Portugal, baseado em uma frase do Papa Francisco no documento Evangelii Gaudium – A Alegria do Evangelho –, a primeira exortação apostólica do Pontífice: “O sonho missionário de chegar a todos”. A Diocese de Lisboa, por sua vez, concluiu em 2016 seu sínodo diocesano. A seguir, um trecho do Documento de Trabalho do Sínodo que está publicado integramente no site (www.patriarcado -lisboa.pt): “A Igreja que peregrina em Lisboa quer ser testemunha da alegria do Evangelho e rosto da misericórdia divina. Animada pelo convite sempre novo do Senhor Jesus [...]. O mandato de ‘ser sal da terra e luz do mundo’ (cf. Mt 5, 13-14) e a vontade crente de ser aí fermento evangélico (cf. Lc 13, 20-21) chamam-na a uma nova etapa da vida eclesial. As transformações do mundo onde está reforçam a urgência de discernir e acolher, com esperança e ousadia, os sinais dos tempos. Em caminhada sinodal, abraça com entusiasmo o chamamento sempre renovado a deixar-se evangelizar pelo Espírito e a ser evangelizadora”.

É possível identificar a eficácia de um Sínodo? O caminho sinodal é exigente e requer intensa participação de todos. Na missa em que a Arquidiocese de São Paulo recordou o 10º aniversário de ministério episcopal de Dom Odilo como arcebispo de São Paulo, celebrada no dia 6 de maio, ele mesmo fez algumas perguntas que considera essenciais para a vivência da fé e a qualidade da pastoral na cidade de São Paulo. “Até onde chegamos? ”; “o que estamos conseguindo fazer e o que não estamos conseguindo?”; “o que precisamos mudar para melhor cumprir a missão que a nós foi confiada?” O primeiro sínodo da Diocese de Roma aconteceu no ano de 1960 e foi convocado pelo então Papa João XXIII. Na mensagem de conclusão, publicada no site do Vaticano, ele recorda a importância de guiar-se sempre pelas virtudes teologais: a fé, a esperança e a caridade. “Os princípios fundamentais que regulam a nossa conduta perante Deus e perante os seres humanos devem estar acompanhados, como frutos característicos do sínodo, pelo exercício das virtudes teologais que nos dão o rumo exato do ser cristão católico. São três, e vocês as conhecem: a fé, a esperança e a caridade. A Diocese de Roma debruçou-se sobre si mesma com este Sínodo, voltou o olhar do seu clero e do seu povo sobre a finalidade mais alta da vida religiosa e social, e se preparou com renovado fervor para prosseguir a missão confiada pela Providência celeste”. Logo a seguir, em 1961, o Papa João XXIII convocou um Concílio para toda a Igreja, o Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965).


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Marilene Dabus

‘Abri as portas no jornalismo para as mulheres no futebol’ Fotos: Arquivo pessoal

Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

Aos 77 anos, Marilene Dabus recorda com detalhes, nesta entrevista ao O SÃO PAULO, a época em que desbravou caminhos no jornalismo esportivo, sendo considerada a primeira repórter de campo do futebol. Em diferentes momentos, ao longo de quatro décadas, ela atuou na assessoria de imprensa do Flamengo, seu clube do coração, e acompanhou o despertar de craques como Zico, campeão mundial com o Rubro Negro em 1981. “Aproveitei a oportunidade da vida. Foi um presente de Deus. Eu soube aproveitar e Ele me abriu caminhos nesse rumo”. Leia a seguir a íntegra da entrevista.

O SÃO PAULO – Como foi seu início no jornalismo esportivo? Marilene Dabus – Desde criança, eu gosto muito de futebol. Um tio meu, irmão da minha mãe, conhecido como Caxambu, foi campeão pelo Flamengo em 1939, e também jogou no Palmeiras e em um time da Argentina. Ele tinha álbuns de fotos e quando eu ia pra Caxambu (MG) passar as férias, eu ficava vendo aqueles álbuns. Meu grupo de colegas de praia era todo formado por jornalistas: Carlinhos Neymeier, que era dono do Canal 100 [um noticiário esportivo nas telas de cinema], Sergio de Noronha, Sandro Moreira, entre outros. A gente sempre conversava sobre futebol. Um dia, me telefonaram da TV Tupi perguntando se eu queria ir no programa do Blota Júnior, chamado “Dança com o vencedor”. Fui e disse à produção do programa que queria falar sobre o Flamengo. Comecei a responder e ganhei tudo. O auditório da TV Tupi enchia a cada programa, porque as torcidas organizadas começaram a ir me dar apoio com bandeiras. Foi um sucesso. Um dia, em 1969, a Danuza Leão, minha amiga, me telefonou. Ela era casada com o Samuel Wainer, o dono do Última Hora. Ele me convidou para escrever no jornal sobre futebol. Comecei já tendo uma coluna com o meu nome e uma foto. Foi um sucesso e que até motivou as mulheres a irem aos estádios. Eu segui trabalhando no Última Hora até me mudar para o Jornal dos Sports, que era o melhor jornal de esportes do Brasil. E sua chegada no Flamengo, como aconteceu? O Walter Clark me ligou querendo que eu participasse de uma reunião na TV Globo. Chegando lá, encontrei um grupo que efetivamente queria participar do Flamengo, entrar no clube com um candidato. Isso foi em 1976. Nós criamos a Frente Ampla pelo Flamengo. Escolhe-

desmentir. Deixei passar, mas a verdade é que nunca entrei em vestiário. Mas dentro de campo, fiz muita entrevista entre 1969 e 1976, antes de eu ir para o Flamengo. E os jogadores conversavam com a senhora sem maiores restrições, receio? Falavam normalmente. No princípio, com uma certa dúvida se eu entendia mesmo de futebol. Inclusive, em 1969, eu estava na porta de uma concentração, junto com toda a imprensa do lado de fora, e o João Saldanha [que treinou a seleção brasileira antes da Copa de 1970], que era meu amigo, disse: “Marilene, entra! Vem almoçar com a gente”. Eu fui, almocei e pedi para esperar para entrevistar o Pelé. Eu estava no meu segundo dia de trabalho no jornal Última Hora. Quando o Pelé chegou, eu disse: “Você me dá uma entrevista?” E ele questionou: “Você entende alguma coisa de futebol?” E eu disse: “Ué, pergunta! Você vai ver”. Então, fiz essa entrevista exclusiva com o Pelé e isso foi capa no jornal.

mos o Márcio Braga para ser o nosso candidato e ele se elegeu. Nós revolucionamos o futebol brasileiro. Implementamos medidas que os outros clubes começaram a acompanhar, já que o Flamengo estava ganhando tudo. Era o time em que estavam o Zico, Adílio, Claudio Adão, Leandro, Júnior. Ganhamos o Campeonato Carioca de 1978, a Libertadores em 1981 e o mundial logo depois. Que lembranças a senhora tem do trabalho que fez no clube? Eu trabalhava na assessoria de imprensa. Quando o Márcio chegava na presidência – ele foi presidente do Flamengo por seis vezes – eu entrava como funcionária do clube, ficava lá das 9h à meia noite. Quando nós entramos pela primeira vez, o Flamengo estava desestruturado. Eu ensinei as telefonistas sobre como atender o telefone, a como receber os sócios, mandei fazer uniforme para todo mundo, comprei roupa de cama, toalha de banho, vi o que precisava ser comprado para completar a geladeira. Fiquei “dona de casa” do Flamengo. Em 1978, criei um baile chamado “Baile Vermelho e Preto”, que foi o maior sucesso durante sete anos. O primeiro baile tinha 2.500 pessoas. Então, o pessoal mais chique do Rio de Janeiro, os torcedores que eram classe A, começaram a aparecer, os jornais e revistas da época dedicavam de quatro a cinco páginas para o baile, todas as colunas sociais falavam. Com o dinheiro que a gente arrecadava no baile, dava para pagar e renovar o contrato de todos os jogadores, menos o

do Zico. Então, minha trajetória no Flamengo como assessora de imprensa foi muito respeitada. Nunca tive problema de preconceito por ser mulher nem sofri assédio. Só me aposentei mesmo em 2010 e vim para casa. Tive um baque dois anos depois, quando operei o trigêmeo [nervo que controla os músculos e transmite informações sensoriais para o rosto], que infeccionou depois. Estou há cinco anos em casa, já fiz mais de 15 cirurgias, e agora, graças a Deus, estou no finalzinho do tratamento, fazendo fisioterapia também, porque quebrei a perna, mas já estou ficando bem. Eu sou respeitada. As pessoas no Flamengo me chamam de musa, já falaram até de fazer uma estátua para mim na gávea [risos]. Aproveitei a oportunidade da vida. Foi um presente de Deus. Eu soube aproveitar e Ele me abriu caminhos nesse rumo. Fui bem-sucedida e abri as portas para as mulheres entrarem numa nova atividade profissional. A senhora também ficou famosa na carreira por entrevistar os jogadores direto no campo e até ter flagrado alguns no vestiário... Não. No vestiário eu nunca entrei. Teve uma reportagem do jornal O Globo querendo falar bem das mulheres que estavam ocupando espaços e dizendo que eu fui a pioneira no futebol, que entrei no vestiário do Flamengo e todos os jogadores que estavam dentro das banheiras submergiram como jacaré. Eu achei a história muito engraçada e não quis

Como a senhora vê a atuação das mulheres no jornalismo esportivo hoje? É muito difícil você ver as mulheres fazendo futebol. A maioria faz esporte olímpico. Aqui no Rio dá para contar nos dedos as que escrevem sobre futebol em jornal. E na televisão, as moças vão cobrir o treino já com a pauta feita, descrevem o treino ou, então, são apresentadoras de programas, mas não vão para a rua como eu fui para fazer, por exemplo, a primeira entrevista com o Zico, em Quintino [bairro do Rio de Janeiro], quando ele tinha 17 anos. Agora no Dia Internacional da Mulher, ele fez uma homenagem para as mulheres do Flamengo e me homenageou. Eu chorei muito de emoção. E o que a senhora acha do futebol brasileiro hoje? O problema é a CBF. Não vale nada e nunca valeu nada. O dinheiro fica sempre nas federações e na CBF. Não chega direto nos clubes. Acredito que a CBF teria que cuidar só da seleção brasileira. Mas dentro de campo a seleção está bem, não? O Tite é um rapaz sério, que pegou um bom momento com a garotada e está dando certo. Eu estou gostando do estilo de jogo, mas para quem viu a seleção nas copas de 1958, 1970 e 1982, não tem comparação [risos]. Eu estou torcendo por essa meninada para que ganhem a Copa do Mundo no ano que vem. O time está formado e no caminho certo.

As opiniões expressas na seção “Com a Palavra” são de responsabilidade do entrevistado e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editoriais do jornal O SÃO PAULO.


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Filipe David

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Dica de Leitura

A mãe do Salvador – e nossa vida interior

Filme A tortura do silêncio Divulgação

“Este livro é, segundo nossa intenção, uma exposição das grandes doutrinas de mariologia em sua relação com nossa vida interior. Ao escrevê-lo, nós constatamos que, em diversas das mais belas teses, o teólogo, em um primeiro momento de sua vida, é movido por um sentimento de piedade e admiração; em um segundo momento, ao perceber certas dificuldades e dúvidas de alguns autores, torna-se menos assertivo. Em um terceiro momento, se ele tem a possibilidade de aprofundar essas teses sob o duplo ponto de vista positivo e especulativo, retorna à sua primeira atitude, não mais somente por um sentimento de piedade e admiração, mas com conhecimento de causa, percebendo, pelo testemunho da Tradição e pela sublimidade das razões teológicas geralmente utilizadas, que as coisas divinas e as graças de Maria são mais ricas do que pensamos; então, o teólogo as afirma não apenas porque são belas e geralmente aceitas, mas porque são verdadeiras” (prólogo). Ficha técnica: Autor: Padre Réginald Garrigou-Lagrange, O.P. Páginas: 300 Editora: Ecclesiae

Alfred Hitchcock, o grande mestre do suspense, é o diretor de “A tortura do silêncio” (1953). O filme começa com um homem de batina saindo de uma casa onde um advogado corrupto foi assassinado. O Padre Michael Logan, um sacerdote católico, ouve a confissão de Otto Keller, um imigrante alemão que trabalha na paróquia. Otto, ao tentar roubar o advogado, acabou cometendo o assassinato e foi direto para a igreja confessá-lo. Sob o segredo de confissão, Padre Michael não pode fornecer à polícia nenhuma informação sobre o crime. Duas garotas testemunham ter visto um homem de batina sair da cena do crime e o Padre acaba se tornando o principal suspeito. A situação piora quando a polícia descobre um possível motivo para o crime. Padre Michael é eventualmente levado a julgamento. Será que ele vai ser condenado por um crime que não cometeu? Será que ele vai ser fiel até o fim ao segredo absoluto da confissão? Vale a pena assistir o filme, que é uma verdadeira obra prima de Hitchcock.

Brasileiros conquistam medalhas internacionais na Ginástica, Vôlei de Praia e Judô Marco Antonio Teixeira/Mpix/CBV

REDAÇÃO

osaopaulo@uol.com.br

Especialista na prova das argolas, o campeão olímpico Arthur Zanetti subiu no degrau mais alto do pódio na etapa de Osijek, na Croácia, da Copa do Mundo de Ginástica Artística, encerrada no domingo, 21. “Hoje fiz uma prova que gostei, foi muito boa. Das quatro séries que fiz [qualificação e finais, em Koper e Osijek], essa de hoje foi a melhor. Foi uma nota boa, mas que, claro, sempre dá para melhorar. Agora é voltar para o Brasil e arrumar os detalhes”, escreveu Zanetti em sua página no Facebook. Na mesma competição, Thaís Fidelis e Flávia Saraiva fizeram dobradinha em duas provas: na trave de equilíbrio, foram ouro e bronze, respectivamente, e no solo Thaís voltou a vencer e Flavia ficou com a prata.

Nas areias O fim de semana também foi de conquistas para o Brasil no Parque Olímpico, no Rio de Janeiro, em uma das etapas Circuito Mundial de Vôlei de Praia: medalha de ouro para Alison e Bruno Schmidt – 11º título interna-

Campeões olímpicos, Alisson e Bruno vencem etapa do Circuito Mundial de Vôlei de Praia, no Rio

cional dos campeões olímpicos nos Jogos Rio 2016 – e lugar mais alto no pódio também para a dupla Ágatha e Duda, primeira conquista da parceria formada após a olímpiada. “Começamos com uma tática, mas

logo tivemos que mudar, porque percebemos a irritação do adversário. O jogo estava 14 a 11, aconteceu um erro nosso. No entanto, dentro de casa a vontade é muito maior do que o foco. Isso mostra a experiência do nosso

time, confiando um no outro. O jogo chegou a ficar 20 a 18 para eles; nós empatamos – não desistimos em nenhum momento. Essa é a dupla Alison e Bruno”, analisou Alison, a respeito da final vencida contra os poloneses Kantor e Losiak.

Judô com 6 pódios na Rússia A bandeira brasileira também esteve em destaque no pódio do Grand Slam de Judô em Ecaterimburgo, na Rússia, com a conquista de seis medalhas – dois ouros, duas pratas e dois bronzes, levando o País ao terceiro lugar no quadro geral de medalhas, atrás apenas da Rússia e do Japão. As medalhas de ouro foram com David Moura (+100 kg) e Érika Miranda (52 kg); as de prata, com Chales Chibana (66kg) e Marcelo Contini (73kg; e as de bronze, com Rafaela Silva (57kg) e Mariana Silva (63kg). Após a competição, a Federação Internacional de Judô atualizou o Ranking Mundial da modalidade na segunda-feira, 22. Érika Miranda e Rafaela Silva assumiram a vice-liderança em suas categorias e são as brasileiras mais bem colocadas na listagem. (Com informações da CBJ, CBGinástica e CBV)


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Um pouco mais sobre a Evolução Reprodução Google Earth

Bruno Muta Vivas

osaopaulo@uol.com.br

Na coluna da semana passada, escrevemos sobre a Teoria da Evolução e sua compatibilidade com a fé cristã: como desde o Papa Pio XII, na Encíclica Humani Generis, foi deixado em aberto a possibilidade de um cristão aceitar o evolucionismo como uma hipótese científica válida sem ter de abrir mão de sua fé num Deus Criador. Quase 50 anos depois da publicação desta Encíclica, São João Paulo II, numa mensagem dirigida à Academia Pontifícia de Ciências, em 1993, trata o evolucionismo não como uma mera hipótese, mas como aquilo que é hoje: um consenso científico, bem fundado em descobertas e aprofundamentos de diversas disciplinas, e que constitui a explicação mais provável de como a vida foi se desenvolvendo. E é aqui que encontra-se a pedra de toque para a compreensão da teoria da evolução sob um prisma cristão, pois em ambos pronunciamentos os papas fizeram clara a reserva que recai sobre o evolucionismo: trata-se de uma teoria que explica a origem e desenvolvimento da vida enquanto matéria, mas que é incapaz de explicar o porquê da vida e, mais especificamente, qual o sentido e dignidade da vida humana. Isso seria tarefa e missão da Filosofia e da Teologia. São João Paulo II concluiu, assim, sua intervenção: “É por virtude da sua alma espiritual que a pessoa na sua totalidade possui tal dignidade, até no seu corpo. Pio XII focava este ponto essencial: se o corpo humano toma a sua existência a partir de matéria viva pré-existente, a alma espiritual é imediatamente criada por Deus”. E se isso é ponto pacífico para um católico, como expusemos na coluna anterior, diversos outros cristãos têm dificuldade para compreender tal realidade exposta pelos papas. E foi aí que surgiu a teoria do Criacionismo. Ela tem como grande corolário a interpretação literal do livro bíblico do Gênesis, para fundamentar uma teoria científica, o que chega a ser uma deturpação daquilo que o au-

tor sagrado pretendia ao escrever o texto. O antigo astrônomo-chefe do Vaticano, Padre George Coyne, SI, expressa tal atitude com certa apreensão: “na América, o Criacionismo veio a significar uma espécie de interpretação científica, fundamentalista e literal, do livro do Gênesis. A fé judaico-cristã é radicalmente criacionista, mas num sentido totalmente diferente. Ela está enraizada na crença de que tudo depende de Deus, ou melhor, de que tudo é dom Dele!” Assim, vemos que há dois tipos de Criacionismo: um deles, de fundo, que parte da crença em um Criador, e que dá sentido a toda a existência; e outro, mais superficial, que busca fazer uma espécie de ciência, que parte não da realidade, de fatos observáveis, mas de pressupostos já assumidos. É esse tipo de Criacionismo que é errado, que é contrário à Revelação Cristã. Nesse sentido, o Criacionismo não passa de uma mera pseudociência, justamente por ignorar o método científico comumente aceito, como apontam

diversos relatórios e estudos de prestigiosas instituições, como a National Academy of Science e a Universidade de Illinois, em Chicago, nos Estados Unidos. Em suma, o Criacionismo, como hipótese científica, não passa de uma explicação mitológica revestida de termos acadêmicos. Para contornar esse problema, os proponentes do Criacionismo elaboraram uma nova teoria, a do Design Inteligente, que busca amalgamar os dois extremos desse cabo de guerra: aceitam algumas partes da teoria da evolução, ao mesmo tempo em que propõe intervenções diretas de Deus na sua criação. O mais famoso livro que explica tal hipótese é “Of Pandas and People” (sobre Pandas e Homens, sem tradução para o português), publicado em 1989, nos Estados Unidos. Ainda que a ideia inicial pareça boa, de juntar o que a ciência descobriu e elaborou sobre a evolução com a concepção cristã de um Criador, o livro (e toda a hipótese do Design Inteligente) revela-se um desastre: ao buscar explicar as lacu-

nas produzidas pelo método científico com uma intervenção divina direta, os proponentes de tal hipótese revelam-se maus cientistas, pois buscam explicações extraordinárias para fatos ordinários, e, ao mesmo tempo, maus conhecedores de Deus, uma vez que pressupõem um Deus incapaz de criar algo com perfeição e, por isso mesmo, deve intervir em sua obra a todo momento para deixá-la mais perfeita. Sobre isso, a comunidade científica reagiu à criação do Núcleo de Estudos focado no Design Inteligente na Universidade Mackenzie, no início deste mês. Dr. Fábio Raposo do Amaral, professor da Universidade Federal de São Paulo e vice-chefe do Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva, explica que “o design inteligente é uma explicação pseudocientífica para a complexidade de estruturas que encontramos na natureza. A evolução – mudança na frequência das características herdáveis ao longo das gerações – por si só explica o que vemos na natureza, independentemente da complexidade, em todos os seus níveis hierárquicos – desde moléculas a ecossistemas”. Talvez seja desnecessário reafirmar o quanto a Igreja não endossa tais teorias (pseudo)científicas e que não é necessário crer nelas para ser um bom cristão, mas vale lembrar as palavras do Papa Francisco contrárias às hipóteses científicas criacionistas (sejam elas puras, sejam com a roupagem do Design Inteligente), quando, em mensagem à Pontifícia Academia de Ciências, disse: “Ao lermos no Gênesis o relato da Criação, corremos o risco de imaginar que Deus fosse uma espécie de mágico, e que com sua varinha fosse capaz de fazer tudo. Entretanto, não foi assim que se deu... e assim a criação percorreu por séculos e séculos, milênios e milênios até chegar ao que conhecemos hoje, justamente porque Deus não é um demiurgo ou um mágico, mas, sim, o Criador que dá o ser a todas as coisas [...] A evolução na natureza não se opõe à noção de Criação, justamente porque a Evolução pressupõe a Criação de seres que possam evoluir”.


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Lapa Encontro destaca a espiritualidade do catequista No sábado, 20, aconteceu na Paróquia Santo Antônio de Pádua, no Setor Pastoral Rio Pequeno, o encontro de formação dos catequistas do Setor, com o tema “Espiritualidade do Catequista”, coordenado pelo catequista Felipe Moraes Toledo Pereira, com a participação de mais de 50 pessoas. O encontro começou com a oração feita pelo Padre José Oliveira dos Santos, coordenador do Setor. Na sequência, Felipe lembrou que o objetivo da atividade foi despertar para o chamado ao ministério de catequistas e sua dimensão missionária. À Pastoral da Comunicação regional, ele afirmou que o “catequista tem a missão de transmitir às crianças, aos jovens e aos adultos a mensagem de amor que está encerrada na história da salvação, na caminhada do povo de Deus, que começou com Abraão e chega até os dias de hoje”. O encontro foi encerrado com uma oração, com os catequistas segurando uma vela acesa, significando que Deus ilumina o caminho de todos na evangelização.

Benigno Naveira

Colaborador da comunicação da Região

Benigno Naveira

Participantes do encontro de formação de catequistas do Setor Pastoral Rio Pequeno, realizado na Paróquia Santo Antônio de Pádua, no sábado, 20

UBS Vila Mangalot tem dia de reflexão sobre a Luta Antimanicomial Arquivo pessoal

Participantes de encontro sobre Luta Antimanicomial, organizado pela UBS Vila Mangalot, na Paróquia São João Batista, na quinta-feira, 18

No Dia Nacional da Luta Antimanicomial, na quinta-feira, 18, a Paróquia São João Batista, no Setor Pastoral Pirituba, sediou um encontro sobre a temática, promovido pela Unidade Básica de Saúde (UBS) Vila Mangalot, com

o apoio da Pastoral da Saúde setorial. O objetivo do encontro foi destacar a importância dos cuidados com a saúde mental na atualidade, a respeito dos riscos inerentes aos transtornos ansiosos. A assessoria da atividade coube a

Adelheid Passeti, assessora de saúde mental no Distrito de Saúde/Jaraguá, que representou o Dr. Wladimir Mantovani, diretor de divisão técnica. Em conversa com a Pastoral da Comunicação da Região Lapa, Adelheid

lembrou que, na ocasião, os profissionais de saúde esclareceram dúvidas sobre depressão e os perigos da ideação suicida (pensamentos sobre como acabar com a própria vida, sem concretizar o ato efetivamente). De acordo com a assessora, também se falou sobre as diretrizes do tratamento baseado no cuidado não medicamentoso, destacando-se as ações promovidas naquela UBS e no Centro de Cooperativa e Convivência (Cecco) do Parque São Domingos. O evento contou com a presença de integrantes da Pastoral da Saúde da Paróquia São João Batista; de Maria Aparecida Miranda Silva, gerente da UBS Vila Mangalot; Kenya Ayo Kianga, gerente do Cecco São Domingos; Mariele Tomazella, psicóloga do Cecco São Domingos; e Wagner Laguna, psicólogo da UBS Vila Mangalot.

Pastoral Familiar é instalada em mais 3 paróquias A equipe regional da Pastoral Familiar reuniu-se no sábado, 20, na Paróquia São João Bosco, no Setor Leopoldina, em atividade conduzida pelo casal Francisco Chagas Souza e Suely Souza, coordenadores regionais da Pastoral. Após a oração inicial, conduzida pelo Padre Raimundo Rosimar, asses-

sor eclesiástico regional da Pastoral Familiar, Francisco Chagas comentou aos 70 participantes da reunião que neste mês a Pastoral foi implantada em três paróquias do Setor Pastoral Pirituba: Nossa Senhora Auxiliadora, São José de Monte Alegre e São João Batista. Outros temas abordados no evento foram: o encontro para casais em

segunda união, que irá acontecer em outubro; avaliação da participação da Pastoral nas “24 horas para o Senhor”; presença na formação continuada para membros da Pastoral Familiar pela Nufesp; atualização dos temas tratados no primeiro Conselho Regional de Pastoral (CRP) com Dom Odilo; importância do apoio, participação e tra-

balho voluntário da Pastoral Familiar nas atividades da Arquidiocese; ação para que todas as paróquias celebrem a Semana Nacional da Família, com abertura em âmbito arquidiocesano e encerramento regional na Paróquia Nossa Senhora da Lapa; e partilha das principais ações ocorridas nas paróquias.


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Belém Juventude do Setor Sapopemba reforça unidade pastoral Peterson Prates

Colaborador de comunicação da Região

Vindos de quatro das sete paróquias do Setor Pastoral Sapopemba, aproximadamente 30 jovens participaram, entre 28 e 30 de abril, no Lar Santa Maria, em Cotia (SP), do Encontro de Formação de Lideranças Jovens. A primeira parte da atividade consistiu de uma formação para a construção coletiva do Plano Setorial da Juventude. As assessorias foram ministradas por José Nildo Alves, assessor da Pastoral da Juventude na Região Belém, que tratou sobre a realidade da juventude no Brasil; e por Irmã Lúcia Araújo, que falou a respeito da espiritualidade. As reflexões foram iluminadas pelo Documento 85 da CNBB, sobre a evangelização da juventude, e pela Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, do Papa Francisco. Padre Amaxsandro Feitosa, assessor eclesial para a juventude setorial, afirmou, durante missa, que “a juventude necessita também de pessoas que se aproximem para ajudar a caminhar, para acompanhar o processo que ela vai fazer”, falando às lideranças, para que possam ajudar as demais pessoas a “crescerem na fé”. “Deve-se partir da realidade concreta dos jovens para poder ajudá-los no caminho que eles devem fazer”, continuou o Padre, que ainda pediu que os jovens possam “ver com esperança, ver com entusiasmo” todas as coisas. A Juventude do Setor Pastoral Sapopemba iniciou, há pouco mais de dois anos, um processo de reestruturação da organização em nível setorial, procurando trabalhar com as sete paróquias para, juntas, responder aos desafios da juventude e planejar em comunhão a pastoral.

Peterson Prates

Jovens atuantes no Setor Pastoral Sapopemba participam de encontro de formação na cidade de Cotia (SP), entre os dias 28 e 30 de abril

A proposta é reunir diferentes carismas juvenis, expressões paroquiais, grupos ligados a congregações religiosas ou a movimentos, presentes no setor, sem perder as identidades. O encontro, que teve a participação de jovens das paróquias Imaculada Conceição, Divino Espírito Santo, Nossa Senhora da Esperança e São Sebastião, foi parte dessa reestruturação que busca a formação de novas lideranças capacitadas para o trabalho com a juventude nas comunidades, sem perder a unidade setorial. “Elaborar ações e atividades para proporcionar um diálogo e vivência en-

tre grupos diversos”; “Promover formação continuada para líderes de juventudes”; e “Trabalhar espiritualidades fora dos ‘muros’ das paróquias” foram algumas das pistas de ação apresentadas pelos jovens durante a planejamento pastoral para a juventude setorial. Durante o encontro, os jovens apontaram, ainda, algumas sugestões para superar desafios no processo de evangelização, como o diálogo entre comunidades e a igreja-matriz de cada paróquia, acompanhamento familiar, articulação entre os diversos carismas e a superação das barreiras de grupos fechados, a fim de serem uma juventude em missão.

“Estar junto já é um testemunho. Estar junto significa partilhar as nossas alegrias e as nossas tristezas, como bem nos lembra os documentos da Igreja. Nós partilhamos as experiências, nossas formas de ser, de espiritualidade”, comentou Wedipo Paixs, religioso comboniano, que também acompanha a juventude. Ele lembrou que o trabalho setorial não pretende uniformizar, mas “colocar em comum as riquezas” para “encontrar respostas juntos a certos desafios da juventude”, a fim de “formar Igreja itinerante com rosto jovem que quer testemunhar os valores cristãos na sociedade”, finalizou.

Tais Daniela Pereira

Leandro Lopes

A Comunidade Maria de Nazaré, da Paróquia Nossa Senhora da Esperança, no Setor Pastoral Sapopemba, celebrou no domingo, 21, a festa da padroeira, solenidade que foi antecedida por um tríduo preparatório que contou com noite da família e da juventude. No domingo, houve a reza do Terço com o grupo paroquial do Terço dos Homens, antes da missa solene.

Aproximadamente 20 jovens da Paróquia São Paulo Apóstolo, no Setor São Mateus, participaram do 1º nível do Curso de Dinâmica para Líderes (CDL), oferecido na Paróquia, em parceria com o Centro de Cursos de Capacitação da Juventude (CCJ). Foram tratados temas como a dignidade humana, Igreja e comunidade, trabalho em grupos e dinâmicas de aprendizagem. A atividade aconteceu nos dias 20 e 21.


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Santana Área Pastoral São José está próxima de se tornar uma paróquia

Diácono Francisco Gonçalves

Colaborador de comunicação da Região

Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, esteve, no dia 17, na igreja-matriz da Área Pastoral São José (Praça da Felicidade, 1, Jardim Fontalis), para uma reunião com o Padre Antonio Pedro dos Santos, vigário da Paróquia Natividade do Senhor e responsável pela Área Pastoral São José, e com lideranças da comunidade. Na reunião, discutiu-se a futura elevação da área Pastoral em paróquia. Inicialmente, Dom Sergio se informou sobre as atividades ali realizadas, como é feita a manutenção financeira da comunidade e sobre a participação dos fiéis. O Bispo assinalou, em seguida, a importância de se investir na formação dos membros da pastoral e na instalação da Pastoral da Saúde, pois, se tornando paróquia, a comunidade terá que dar uma atenção especial aos doentes e idosos. Foi enfatizado por Dom Sergio a necessidade de a Área Pastoral ter os recursos próprios para manutenção econômicofinanceira e, por isso, todos precisam se dedicar a construir uma Pastoral do Dízimo forte, para a verdadeira experiência de partilha dos bens. À pergunta do Bispo, se há o de-

Área Pastoral São José

Dom Sergio, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, e Padre Antonio Pedro, durante reunião com fiéis da Área Pastoral São José

sejo de que a comunidade se torne uma paróquia, a resposta afirmativa foi unânime. Além disso, as lideranças pediram que seja mantido o nome de São José.

Em sua posse como responsável pela Área Pastoral São José, em 11 de março de 2016, Padre Antonio ouviu as palavras de Dom Sergio que expressavam a esperança de que logo mais

Diácono Francisco Gonçalves

essa Área Pastoral se tornasse uma paróquia, o que ocorrerá em junho deste ano. Atualmente, o sacerdote tem como colaboradores o Padre Lourenço Lemay e o Diácono Sebastião Augusto. Pastoral da Pessoa Idosa

Dom Sergio de Deus Borges presidiu, no sábado, 20, missa na Paróquia Santo Antonio do Limão, no Setor Pastoral Casa Verde, concelebrada pelo Padre Marcos Polonio, pároco. Durante a celebração, o Bispo ministrou o sacramento da Crisma a 35 jovens. Giuseppe D’Aleo

A Comunidade Santa Paulina, pertencente à Paróquia Sagrada Família, no Setor Pastoral Mandaqui, comemorou, no dia 14, o primeiro aniversário de instalação da Pastoral da Pessoa Idosa. Padre Erly Avelino Guillén Moscoso, pároco, presidiu a missa, que teve entre os participantes a senhora Neusa Batista, coordenadora regional da Pastoral da Pessoa Idosa.

AGENDA REGIONAL No domingo, 21, na Paróquia São Luiz Gonzaga, no Setor Jaçanã, com missa presidida por Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, e concelebrada pelo Padre Benedito Hércules Daniel, pároco, 23 jovens receberam o sacramento da Crisma.

Quinta-feira, dia 1º, 20h Celebração da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, na Paróquia Sant’Ana (rua Voluntários da Pátria, 2.026, Santana), promovida pelo Padre Paulo Gozzi, assessor regional do Ecumenismo.


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Sé Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão recebem mandato Padre Luiz Claudio Braga e Lucas Santos Colaboração especial para a Região

Na noite do domingo, 21, na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, no Setor Pastoral Bom Retiro, aproximadamente 110 Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão (Mesc) receberam e renovaram seus mandatos pelos próximos três anos, em missa presidida por Dom Eduardo Vieira dos Santos, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé. O Bispo reforçou a importância do trabalho dos Mesc e do compromisso destes junto aos párocos e aos membros da comunidade, principalmente em relação aos enfermos. Após a missa, houve uma confraternização na quermesse da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, cuja padroeira será festejada no dia 24 deste mês.

Giovani Alves

Dom Eduardo, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, junto a Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão atuantes no Setor Bom Retiro

Festa da Paróquia São Bonifácio A Paróquia Pessoal Alemã São Bonifácio, no Setor Pastoral Paraíso, realizará, entre os dias 1º e 3 de junho, o tríduo em louvor ao padroeiro. As missas acontecerão às 19h. No primeiro dia, o presidente da celebração será Dom Eduardo Vieira dos Santos, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé. A festa do padroeiro será encerrada

no dia 4, com missa solene às 10h30, presidida pelo Cardeal Scherer, arcebispo metropolitano, após a qual haverá uma atividade cultural e gastronômica na área do centro comunitário. A Paróquia fica localizada na rua Humberto I, 298, na Vila Mariana. Saiba mais detalhes da festa pelo telefone (11) 5579-2321.

21ª Festa de Rua São Vito Mártir Entre 3 de junho e 9 de julho, haverá a Festa de Rua de São Vito Mártir, que em 2017 será realizada pelo 21º ano, mantendo a tradição dos descendentes dos primeiros imigrantes de Polignano a Mare que desembarcaram em São Paulo. Durante a festa, haverá missas todos os sábados, às 18h, e aos domingos, às

Arquivo pessoal

9h30 e 18h. No dia 18 de junho, acontecerá, às 18h, a missa solene do padroeiro, seguida de procissão com a imagem do Santo pelas ruas do bairro. A festa acontecerá na igreja-matriz da Paróquia (rua Polignano A’Mare, 51, Brás). Saiba detalhes da programação em http://festadesaovito.com.br ou pelo telefone (11) 3227-2296.

Aconteceu em Agudos (SP), entre os dias 19 e 21, o Encontro Estadual de Avaliação da Campanha da Fraternidade de 2017. Dom Eduardo Vieira dos Santos, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé e bispo referencial da CF no Regional Sul 1 da CNBB, esteve presente, bem como o Padre Enivaldo Santos do Vale, coordenador da Campanha na Região Sé. Centro Pastoral da Região Sé

Laura Cominato

Entre os dias 9 e 11, os novos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão (Mesc) do Setor Pastoral Jardins tiveram formação na Paróquia São Gabriel Arcanjo, assessorada pelo Padre Helmo César Faccioli, coordenador regional dos Mesc.

Na quinta-feira, 18, a equipe regional da Campanha da Fraternidade se reuniu na Cúria da Região Sé para refletir e avaliar a CF 2017. O encontro foi conduzido pelo Padre Enivaldo Santos do Vale, coordenador regional da Campanha.


22 | Regiões Episcopais |

24 a 30 de maio de 2017 | www.arquisp.org.br

Ipiranga

Renata Quito e Ricardo Pupo

Colaboração especial para a Região

Pastoral Familiar inspira-se na Amoris Laetitia Ricardo Pupo

1º Encontro Anual de Agentes da Pastoral Familiar da Região Episcopal Ipiranga acontece no sábado, dia 20; desafio permanente é a atenção às diferentes realidades vivenciadas nas famílias

Aconteceu no sábado, 20, na sede da Região Ipiranga, o 1° Encontro Anual de Agentes da Pastoral Familiar, em conformidade com o 12º Plano de Pastoral da Arquidiocese de São Paulo, que tem como uma das urgências “Igreja: família de famílias”. A família é prioridade dentre as ações na Região. Atualmente, 22 pessoas participam da Pastoral Familiar em âmbito regional, assessoradas pelo Padre Jorge Bernardes. Além delas, foram convidadas para o encontro deste ano os catequistas que atuam com os sacramentos da iniciação cristã. Logo após a oração inicial, os participantes refletiram sobre a Exortação Apostólica Amoris Laetitia, do Papa Francisco, a partir das exposições do Padre Mauro

Negro, biblista e professor da Faculdade de Teologia da PUC-SP. Durante o encontro, a coordenação regional da Pastoral apresentou os trabalhos que realiza, como a formação dos agentes, cursos, retiros e reuniões, bem como a preparação para o Matrimônio, Encontro de Namorados com Cristo e a formação para os catequistas de Encontro de Noivos, além do posterior acompanhamento da vida matrimonial, especialmente por meio do Encontro de Casais com Cristo (ECC). Ao final, foi lançado o desafio para formação de uma rede de comunicadores das ações em prol das famílias em cada uma das comunidades ali representadas, para que haja divulgadores e animadores dos trabalhos programados pela Pastoral Familiar regional.

Renata Quito

Entre os dias 19 e 21, aconteceu no Centro de Formação Sagrada Família, instalado na Região Ipiranga, o 1º Encontro de Mulheres, promovido pela Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, com o tema “Políticas públicas: identidade e empoderamento das mulheres”. A atividade foi concluída com missa presidida pelo Padre João Júlio, na Capela Sagrada Família e Santa Paulina.

Brasilândia

Ernesto Dias, Marcos Rubens e Sandra Turolla Colaboração especial para a Região

Atenção a idosos e enfermos na Festa de Santa Rita de Cássia Ernesto Dias

Padre Jaime Estevão durante missa com idosos e enfermos na Paróquia Santa Rita de Cássia

Pastoral da Saúde debate a realidade dos migrantes em SP No sábado, 20, integrantes da Pastoral da Saúde na Região Brasilândia participaram da I Formação Regional de 2017 na Paróquia Santos Apóstolos, com a presença do Padre Paolo Parise, da Paróquia Nossa Senhora da Paz, da Região Sé, que partilhou a experiência missio-

nária de acolhimento migrantes em São Paulo. O Sacerdote falou sobre os desafios desse trabalho no que se refere à saúde, educação e inclusão dos migrantes no mercado de trabalho, bem como o combate à discriminação por eles sofrida.

Terminou na segunda-feira, 22, a Festa da Padroeira da Paróquia Santa Rita de Cássia, no Setor Pastoral Dom Paulo Evaristo. Durante a novena que antecedeu o dia da padroeira, uma das missas que mais chamou a atenção foi a do sábado, 20, às 15h, dedicada aos idosos e enfermos. Muitas pessoas que no passado participaram ativamente da vida comunitária, e atualmente encontram-se impedidas de ir à igreja por problemas de saúde, tiveram a oportunidade de participar das festividades da padroeira graças à iniciativa da Pastoral da Saúde, que envolveu os demais Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, presidiu, na quintafeira, 18, missa na festa da Comunidade Santo Eugenio de Mazenod, na Vila Souza, pertencente à Paróquia Santa Terezinha. Concelebrou a missa o Padre Gilberto dos Santos Martins, pároco.

paroquianos para que idosos e enfermos fossem conduzidos até a igreja-matriz e participassem da missa presidida pelo Padre Jaime Estevão Gomes, pároco. O Sacerdote destacou que, muitas vezes, as fraquezas e as dores geradas pelas enfermidades ou pelo peso da idade podem fazer com que as pessoas se afastem de Deus. O Padre lembrou que aquele era um momento de aproximação e de reconciliação para que todos pudessem enfrentar as dificuldades, amparados na fé, no amor e na compaixão de Jesus Cristo, e para que fossem fortalecidos com a Unção dos Enfermos. Comunidade Santo Eugenio de Mazenod


www.arquisp.org.br | 24 a 30 de maio de 2017

| Reportagem | 23

É o fim da Cracolândia? Eduardo Ogata/Secom/PMSP

Fernando Geronazzo e Nayá Fernandes

osaopaulo@uol.com.br

“As respostas precisam ser humanizadas e não padronizadas”, disse o Padre Julio Lancellotti, vigário episcopal para a Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese, em entrevista ao O SÃO PAULO, sobre as ações que têm sido feitas pela Prefeitura e o Governo do Estado na região da Cracolândia, desde o domingo, 21, para desarticular o tráfico de drogas e revitalizar o bairro da Luz, no centro da capital paulista. Muitos vídeos e fotos circularam pelas redes sociais e mostraram a chegada de 500 homens das polícias civil e militar no domingo pela manhã. Eles utilizaram força e bombas de efeito moral para desmontar diversas barracas de tráfico de drogas e dispersar a população que estava na região, a maioria usuária de crack. A Prefeitura, por meio da Secretaria Especial de Comunicação Social, informou à reportagem que 500 pessoas foram acolhidas e dessas, “28 com problemas de saúde foram encaminhadas para hospitais e AMAs do entorno; duas foram encaminhadas para tratamento no Centro de Apoio Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD), uma foi internada para desintoxicação e outra retornou para a sua família. Além disso, 12 dependentes químicos foram internados voluntariamente no Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), da Secretaria de Estado da Saúde”. Ainda segundo a Secretaria, 600 profissionais da Prefeitura e do Governo do Estado estiveram nas ruas para triagem, diagnóstico e acolhimento dos usuários de drogas que circulavam na região. Na segunda-feira, 22, o Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) divulgou o balanço da operação na Cracolândia. Foram detidas 53 pessoas, dessas 48 eram traficantes; duas foram detidas pela Polícia Militar por roubarem uma padaria e três são adolescentes que foram apreendidos por tráfico. Segundo o diretor do Denarc, Ruy Ferraz Fontes, 80% dos presos integram uma facção criminosa e dois deles eram os líderes do tráfico. “O objetivo principal era atingir o escalão, os atacadistas – que vinham abaixo do escalão que administrava a distribuição de drogas na região – e os varejistas”, explicou. Para o Padre Julio existem muitas questões que ainda não foram respondidas. “Quem são os traficantes que foram presos? Porque os grupos que estão espalhados continuam sendo abastecidos [com o crack e outras drogas]? O tráfico – e isso já dissemos várias vezes para as autoridades – funciona naquela região e também em toda a cidade, com base numa corrupção muito forte, do crime organizado com a participação de agentes do poder público”, denunciou.

Após a operação policial realizada no domingo, 21, usuários de crack se dispersam pelas ruas nos arredores da região da Cracolândia

Dispersão Ana Maria da Silva Alexandre, agente de pastoral e colaboradora da Casa de Oração do Povo da Rua, afirmou que “ninguém quer que a Cracolândia exista. É uma situação muito triste, mas é importante que a questão seja considerada um problema de saúde pública e não somente de segurança”. Para ela, que acompanha diariamente a situação na região, a ação foi muito violenta e inesperada. Ela e o esposo, Luiz Carlos Pietro Alexandre, que também é missionário, se mobilizaram e, junto ao Padre Julio Lancellotti, recolheram cobertores para levar às pessoas. “Vi uma média de quase 300 pessoas que foram se abrigar em baixo de um posto de gasolina. Na noite fria de domingo, sem cobertores ou roupas de frio e sem lugar para ficar. Estavam numa situação muito triste”, recordou. Segundo Ana, vários usuários de crack que estavam concentrados na Luz simplesmente se dispersaram. “Tem um grupo na Marechal Deodoro, um grupo no Parque da Luz, outro em frente ao Metrô Luz e no Metrô Armênia. A Cracolândia se dividiu em diversas ‘pequenas Cracolândias’. Dispersar as pessoas não resolve. Sabemos que há uma limpeza do local e que haverá também investimentos imobiliários na região”. Cena que se repete Ana ressaltou que a gestão anterior também não tinha programas efetivos para ajudar as pessoas na Cracolândia; e Padre Julio lamentou que ano após ano ações como esta se repetem. Sobre a operação do domingo, em particular, ele disse que foi feita “com muita pressa e que não levou em conta os seres humanos. As pessoas estavam muito agitadas, foi uma situação muito triste. Conseguimos acolher alguns que pedem acolhimento na Missão Belém, mas tememos que, com

a dispersão, haja uma onda de violência contra eles, porque a ação da polícia no domingo, indiretamente, autorizou a população em geral a agredir as pessoas que forem vistas usando crack”.

Missão! Grupos da Igreja Católica atuam de forma constante tanto na região da Cracolândia quanto com pessoas em situação de rua. Ana Maria afirmou que somente a “Missão Belém” mantém mais de 2.200 pessoas em suas casas de acolhida, e há iniciativas também da “Voz dos Pobres”, “Aliança de Misericórdia”, “O Caminho”, a Associação Franciscana de Solidariedade (Sefras) e a “Comunidade Emaús”. “Se a Igreja parasse de atuar na Cracolândia, esta provavelmente seria cinco vezes maior. Além da atuação presencial, vários grupos de pastoral fazem o acompanhamento das famílias dos usuários de drogas. Quando você trata o usuário de drogas, você precisa tratar as famílias também”, afirmou Ana Maria. Desarticular o tráfico Ivanildo de Andrade, psicólogo especialista em Saúde Pública com ênfase em dependência química, acompanha há muitos anos a situação da Cracolândia e apresenta o programa “Tocando em Frente”, sobre dependência química, na rádio 9 de Julho. Ele afirmou à reportagem que a ação policial do domingo foi inevitável e necessária, uma vez que a região era dominada por traficantes que impediam, inclusive, o acesso dos agentes públicos aos usuários de crack. “Não há como ocupar aquele espaço e desmobilizar todo aquele cenário de uso de crack sem uma intervenção da Segurança Pública, identificando os traficantes e desarticulando a ação criminosa que existe ali”, disse. O Especialista, no entanto, acrescen-

tou que a ação da Prefeitura e do Estado não deve se limitar e essa operação, mas deve haver um acompanhamento dos dependentes. “Acabou momentaneamente aquele fluxo de uso de crack, mas o problema da Cracolândia, da dependência química e do tráfico não foi solucionado. Precisa haver uma ação a médio e longo prazo, perene e contínua, tanto da Segurança Pública quando de ações de Saúde, Assistência Social, Cultura e Lazer”, opinou. Ivanildo recordou, ainda, que a dependência química é uma doença complexa, cujo combate exige ações igualmente complexas. “Se para recuperar um único dependente químico é necessário muito trabalho e envolvimento de profissionais e projetos terapêuticos distintos, não há como trabalhar com uma população de 2 mil usuários de crack se não houver um planejamento de saúde pública permanente, que não se limite a uma única gestão”.

Reurbanização O processo de urbanização da região rebatizada de Nova Luz conta com um programa de utilização dos espaços públicos, construção de moradias populares e investimentos privados. De acordo com a Prefeitura, o programa será realizado paralelamente com os trabalhos de assistência social e saúde aos dependentes químicos. Após a ação do domingo, foi iniciada a demolição dos imóveis abandonados que, segundo a Prefeitura, eram usados para o consumo de drogas. No local, serão construídas habitações de interesse social, uma creche, uma escola pública e um Centro Educacional Unificado (CEU). Num primeiro momento, a região dessas futuras obras será cercada por tapumes e ocupada para evitar o retorno da movimentação de dependentes químicos ao local.


24 | Reportagem |

24 a 30 de maio de 2017 | www.arquisp.org.br

‘O sonho de uma igreja de concreto que abrigue a Igreja que somos nós’ Dom Odilo abençoou a pedra fundamental da igreja-matriz da paróquia nossa senhora do carmo, na Brasilândia, no sábado, 20 Nayá Fernandes

nayafernandes@gmail.com

A caixa e os livros com as histórias das comunidades; o projeto de arquitetura, o documento da Mitra Arquidiocesana de São Paulo e o aval para a construção da nova igreja; algumas moedas e um exemplar do jornal O SÃO PAULO foram colocados num lugar previamente preparado, exatamente onde estará o altar do novo templo que abrigará a igreja-matriz da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, na Região Episcopal Brasilândia. A bênção da pedra fundamental tem rito próprio dentro da celebração eucarística, que aconteceu no sábado, 20, às 16h, no terreno onde será erguida a igreja. Presidida por Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, a missa contou com a participação de fiéis das outras seis comunidades que pertencem à Paróquia e foi concelebrada por Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, e outros padres, entre eles o atual administrador paroquial da Nossa Senhora do Carmo, Padre Sidnei Fernandes Lima.

História A Paróquia Nossa Senhora do Carmo tem sua origem no dia 11 de fevereiro de 1958. Desde então, a comunidade, na zona Noroeste de São Paulo, tem unido forças para a construção do templo. No terreno que abrigará a nova igreja, havia já uma construção, que foi derrubada há aproximadamente quatro anos, pois, de acordo com as normas municipais, apresentava irregularidades. Os fiéis têm se reunido no edifício que fica do outro lado da avenida Elísio Teixeira Leite, onde aconteciam as celebrações no início da comunidade.

“Quando construímos esta igreja [que foi derrubada], a ideia era a de que ela abrigasse a Paróquia provisoriamente, pois a anterior estava muito pequena. Mas ficamos ali, ‘provisoriamente’, por mais de 30 anos. Estamos animados com essa nova igreja, que além de melhor e mais confortável para o povo, estará totalmente dentro dos padrões de construção atuais”, disse José Pedro Bernardino, que participa da comunidade há mais de 40 anos e, além de colaborar nas pastorais do Dízimo e do Batismo, exerce também o ministério da Palavra.

Fé e compromisso José Bernardino chegou ao local onde aconteceu a celebração cabisbaixo e foi acolhido por amigos com abraços e condolências. Ao conversar com a reportagem, ele disse que sua mãe havia sido enterrada naquela manhã, aos 99 anos de idade. “Estou triste, mas ao mesmo tempo feliz, pois ela partiu num dia bonito e aqui estou para celebrar a vida e a alegria desta nova igreja que iremos construir”, disse José, conhecido como “Zé da Laura”. “Cultivamos o sonho de uma igreja de concreto que abrigue a Igreja que somos nós”, disse Nery da Silva Oliveira, comentarista da celebração. Ele e a

esposa participam da Pastoral Familiar da Paróquia desde 1967 e estão empenhados neste novo projeto. Ele agradeceu a todos no fim da celebração e afirmou que “a comunidade irá deixar marca na construção de um novo templo e também de um novo tempo”.

Folhas, flores e frutos Thamar Cesar de Jesus e Diva Ferreira Batista estavam recolhendo a assinatura de todos os que participaram da missa e bênção da pedra fundamental. Elas demonstravam muita felicidade pela presença de membros de todas as comunidades da Paróquia e também pelo tempo firme que fez na tarde de sábado. “Choveu tanto ontem e estávamos muito preocupados que a chuva seria uma dificuldade para as pessoas virem hoje, mas, graças a Deus, não choveu durante a missa”, disse Diva. Elas contaram à reportagem um fato que a comunidade interpretou como uma graça e um sinal de Deus num momento tão importante, de início da construção de um novo templo. “Durante a Quaresma, o Padre Sidnei trouxe coroas de espinhos feitas com galhos secos e elas permaneceram ali também durante a Semana Santa, quando foram retiradas e deixadas numa sala. Na Páscoa, Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

os ramos começaram a brotar e deram folhas e flores. O Padre levou as coroas floridas e mostrou à comunidade, que ficou muito esperançosa com o acontecimento. Ele, então, guardou os galhos e os plantou em sua casa”, explicou Diva. Rosas e orquídeas foram também levadas durante a missa e colocadas aos pés da imagem de Nossa Senhora do Carmo, por idosos e crianças (foto abaixo). Entre eles, estavam Margarida Giuste do Amaral Mota, 67, que participa da Nossa Senhora do Carmo há mais de 40 anos, e trabalhou por muito tempo na Pastoral do Menor; e Tiago Shinohara da Silva, 6, que foi com a mãe, Cristiane Shinohara da Silva, à celebração. Cristiane entrou na comunidade há pouco tempo e está se preparando, pelo processo da iniciação cristã, para receber o sacramento da Eucaristia.

Projetos Sérgio Ramalho e Laura Lúcia Ramalho são, respectivamente, o engenheiro e a arquiteta responsáveis pelo projeto arquitetônico e por acompanhar as obras da igreja. Ao O SÃO PAULO, eles disseram que o templo abrigará cerca de 250 pessoas sentadas e haverá estacionamento na parte subterrânea, bem como ar condicionado e salas para a secretaria paroquial e a sacristia. “O local onde estamos hoje será o estacionamento e a pedra foi colocada exatamente na projeção de onde será o altar”, explicou Sérgio. Após a colocação da pedra e com o projeto pronto, os paroquianos e todas as pessoas de boa vontade podem colaborar com a construção da Igreja. Mais informações sobre como colaborar podem ser obtidas diretamente no local (avenida Elísio Teixeira Leite, 1.317, Vila Brasilândia) ou pelo telefone (11) 3975-2569. Na homilia da missa, Dom Odilo animou os fiéis a permanecerem firmes no propósito de construir a nova igreja, “que não é uma tarefa fácil e requer muitos recursos”. O Cardeal falou ainda que “devemos construir sobre o alicerce que é Jesus”, a rocha firme em que todos devem se apoiar.


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