O São Paulo - 3319

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo

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ano 65 | Edição 3319 | 15 a 20 de outubro de 2020

Editorial O leigo é chamado a viver a santidade em todas as atividades cotidianas

Página 4

Encontro com o Pastor

Nossa Senhora Aparecida, Mãe da Igreja e do povo brasileiro Luciney Martins/O SÃO PAULO

Agora é a nossa vez de contribuir para a conversão missionária da Igreja Página 2

Espiritualidade ECA, 30 anos: a celebração de uma grande luta na garantia de direitos

Página 10

Liturgia e Vida

‘Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus’

Página 19

Comportamento A educação afetivo-sexual dos filhos diante da banalização da sexualidade

Página 9

Cardeal Odilo Pedro Scherer abençoa as águas do Rio Tietê com a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida, na segunda-feira, dia 12

Em caminho sinodal, Arquidiocese reforça sua identidade missionária No domingo, 18, a Igreja comemora o Dia Mundial das Missões. Na Arquidiocese de São Paulo, iniciativas reafirmam o compromisso de renovação missionária, por meio do apoio concreto às missões na cidade e além-fronteiras. Página 20

Na Solenidade de Nossa Senhora Aparecida, na segunda-feira, 12, os devotos da Padroeira do Brasil participaram de missas nas paróquias da Arquidiocese de São Paulo e de outras demonstrações públicas de fé, como o momento da bênção do Rio Tietê, na Ponte do Piqueri, feita pelo Cardeal Scherer com a imagem mariana.

Frade carmelita dá testemunho missionário em país de minoria cristã Página 15

No mesmo dia, o Arcebispo presidiu missas em uma paróquia na zona Norte da cidade e no Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora Aparecida, no Ipiranga: “Nossa Senhora é a mãe dessa grande família de irmãos, da Igreja e do povo brasileiro”, afirmou. Páginas 3, 8 e 15

Papa reforça sua proximidade a pessoas em situação de rua em SP

Márcio França é o entrevistado na série com candidatos a prefeito Página 14 Arquivo pessoal

Encíclica do Papa Francisco reforça alertas de outros pontífices No primeiro artigo de uma série analítica sobre a Fratelli tutti, publicada pelo Papa Francisco, no dia 4, O SÃO PAULO mostra que o convite à solidariedade e ao compromisso fraterno é um pedido histórico da Igreja a toda a família humana, conforme também escreveram em encíclicas os papas São João XXIII, São Paulo VI, São João Paulo II e Bento XVI Página 17

Novo beato, Carlo Acutis, já chamado de ‘Padroeiro da Internet’, viveu por 15 anos

Página 18

Beato Carlo Acutis inspira o testemunho cristão entre os jovens Em cerimônia no sábado, 10, em Assis, Itália, o jovem Carlo Acutis, morto em 2006, vítima de leucemia, foi beatificado. No Angelus do domingo, 11, o Papa Francisco o definiu como um “rapaz de 15 anos apaixonado pela Eucaristia” e ressaltou que o testemunho do bem-aventurado “indica aos jovens de hoje que a verdadeira felicidade se encontra colocando Deus em primeiro lugar e servindo-lhe nos irmãos, especialmente nos últimos”. Página 18


2 | Encontro com o Pastor | 15 a 20 de outubro de 2020 |

cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo

N

o dia 9 de outubro, a Igreja comemorou a memória litúrgica de São João Leonardo, sacerdote italiano nascido em 1541 e falecido em 1609. Só para nos situarmos: ele nasceu quando a Igreja Católica fazia um enorme esforço de renovação missionária, depois da reforma protestante e do Concílio de Trento. Na mesma época, a recém-fundada Companhia de Jesus começava a se expandir, enviando missionários para a Europa, Ásia e América. Anchieta ainda era criança, mas, já em 1553, ele vinha ao Brasil e, em 25 de janeiro de 1554, participava da primeira missa celebrada na missão de São Paulo de Piratininga. Naquela época, a Igreja esforçava-se para superar o trauma vivido com a Reforma e o Cisma do Ocidente, que fez perder metade dos católicos da Europa. Viveu, então, um fervilhar de iniciativas missionárias e de “nova evangelização”, embora ainda não se usasse esse conceito, que é bastante recente. Entre essas iniciativas, estiveram as missões populares,

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Ser missionários: chegou a nossa vez a Catequese estendida mais amplamente ao povo, a criação dos seminários para uma renovada formação do clero, a preparação de missionários para serem enviados a outros povos e países, o incentivo às associações de leigos, as novas ordens e institutos missionários, a reforma da vida do clero e da vida religiosa. E não se pode esquecer do renovado cuidado dos pobres e doentes. São Vicente de Paulo e São Camilo de Lellis também são daquele período histórico fecundo. Como não ver semelhanças com o tempo em que vivemos, depois do Concílio Vaticano II? São João Leonardo promoveu organizações para o incentivo à Catequese das crianças e fundou uma congregação para promover a formação religiosa do povo, sobretudo para a vida sacramental. Também nós precisamos promover tudo isso hoje, com urgência! E fundou um colégio para formar missionários a ser enviados a outros países, origem do Colégio Urbano e da Universidade Urbaniana, em Roma, ainda hoje voltados para a formação de missionários, sobretudo para a África e a Ásia. Sua iniciativa deu impulso à Propaganda Fide, atual Congregação para a Evangelização dos Povos, instituída pelo Papa, também naquela

mesma época, para o serviço missionário em todo o mundo. Nas preocupações missionárias da Igreja, há sempre duas frentes inseparáveis e complementares: a evangelização permanente do povo já evangelizado, mediante a boa Catequese, a boa liturgia, a promoção de uma intensa vida sacramental, e o testemunho da fé, esperança e caridade das comunidades cristãs. E isso deve acontecer nas comunidades já constituídas, com seus pastores e suas organizações eclesiais e pastorais. A outra frente é a missão ad gentes – mediante o envio missionário para o meio dos povos ainda não evangelizados e o apoio a esse trabalho “além-fronteiras”. Esses povos e grupos humanos não evangelizados podem estar perto de nós, como vem acontecendo sempre com maior frequência. Todos são destinatários da esperança do Evangelho e das promessas de Deus. No dia 18 de outubro, a Igreja celebra mais uma vez a Jornada Missionária Mundial, com muitas iniciativas para manter viva em todos os católicos e cristãos a consciência do dever missionário. Na Igreja, somos todos agraciados e beneficiados pelo dom da fé e do Evangelho. Ao mesmo tempo, somos chamados a

fazer a nossa parte para que o Evangelho continue a ser anunciado “a todos os povos” e o patrimônio da fé e da vida da Igreja continue a ser acolhido com ação de graças e transmitido para os outros. Todos os batizados são missionários, mas não todos o são da mesma maneira. Na messe e na vinha do Senhor há possibilidades de trabalho para muitos, em momentos e situações diversas, conforme a graça que cada um recebeu de Deus. No passado, a Igreja viveu vários momentos de forte renovação missionária, quase sempre quando atravessava situações de grande crise. O Espírito Santo, que guia a Igreja, fez surgir iniciativas fecundas, inspirou homens e mulheres santos, cuja obra missionária perdura pelos séculos e chegou também a nós. Também nós, com nossas comunidades, somos fruto da dedicação missionária de pessoas que acreditaram e levaram a sério o envio missionário de Jesus. Hoje é nossa vez e temos a oportunidade de oferecer a nossa contribuição para a conversão missionária da Igreja. E podemos estar seguros de que o Espírito de Deus, que “renova a face da terra”, fará a sua parte, dando nova vitalidade à nossa Igreja.

Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação semanal impressa e online em www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator-chefe: Daniel Gomes • Reportagem: Padre Bruno Muta Vivas e Fernando Geronazzo • Auxiliar de Redação: Flavio Rogério Lopes • Revisão: Padre José Ferreira Filho e Sueli Dal Belo • Opinião e Fé e Cidadania: Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP • Fotografia: Luciney Martins • Administração e Assinaturas: Maria das Graças Silva (Cássia) • Secretaria de Redação: Jenniffer Silva • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Impressão: S.A. O ESTADO DE S. PAULO • Redação: Rua Manuel de Arzão, 85 - Vila Albertina - 02730-030 • São Paulo - SP - Brasil • Fone: (11) 3932-3739 - ramal 222• Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 2,00 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.


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‘Nossa Senhora Aparecida é a mãe da grande família de irmãos que é o povo brasileiro’ FERNANDO GERONAZZO

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A Solenidade de Nossa Senhora da Imaculada Conceição Aparecida foi celebrada nas paróquias e comunidades da Arquidiocese de São Paulo na segundafeira, 12. Seguindo as recomendações das autoridades sanitárias para evitar a disseminação da COVID-19, os fiéis participaram das missas e orações, que também foram transmitidas pelas mídias digitais. No Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora Aparecida, no Ipiranga, zona Sul da capital, foram celebradas 11 missas, uma das quais presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano. A Eucaristia foi concelebrada pelo Reitor do Santuário, Padre Zacarias José de Carvalho Paiva. “Queremos colocar no seu coração e nas suas mãos as nossas preces, súplicas, intenções e também nossas angústias, sobretudo neste tempo que atravessamos, de tantas incertezas e dificuldades. A Mãe

está sempre por perto e, por isso, recorremos a ela”, manifestou Dom Odilo, no início da celebração.

PEDIR À MÃE O Cardeal destacou, ainda, que ouviu de muitos padres ao longo do dia o relato de que vários fiéis procuraram as igrejas em honra da Padroeira do Brasil na cidade. “Nos momentos de dificuldade, chamamos pela Mãe. Aqui estamos para pedir também a ela, nossa Mãe”, afirmou.

Na homilia, o Arcebispo recordou os muitos devotos de Nossa Senhora que foram vítimas da COVID-19 e também dos fiéis que tiveram a doença e se recuperaram. “Hoje, agradeçamos de modo especial a todos aqueles que já conseguiram superar essa pandemia, pelo trabalho dedicado de tantas pessoas – médicos, enfermeiros, familiares – das pessoas que olham pelos doentes e que olham pelos pobres. Muitas pessoas passaram e ainda estão passando por necessidades e, portanto, dependem Luciney Martins/O SÃO PAULO

Dom Odilo Scherer preside missa no Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora Aparecida

da ajuda fraterna e da caridade uns dos outros”, enfatizou Dom Odilo.

FRATERNIDADE Sublinhando a necessidade da ajuda fraterna neste tempo de aflição, o Cardeal mencionou a encíclica do Papa Francisco Fratelli tutti, publicada no último dia 4. “É preciso que caminhemos em fraternidade, em solidariedade. O Papa acrescenta uma palavra bonita que estava meio esquecida: amizade. Sim, a amizade social, ser amigos, querer bem as pessoas”, acrescentou. Referindo-se novamente a Nossa Senhora Aparecida, o Arcebispo disse: “Queremos pedir a ela, como Mãe, que nos ajude a pacificar essa grande família, a vivermos, de fato, como irmãos, a encontrarmos tantos motivos para olhar uns para os outros com mais alegria, empatia, sem desconfiar, sem interpretações de conflitos, de guerra. Nossa Senhora é a Mãe dessa grande família de irmãos, da Igreja, do povo brasileiro”. (Colaborou: Jenniffer Silva)

No ‘Diálogos de Fé’, Dom Odilo comenta sobre a encíclica Fratelli tutti Daniel Gomes

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Na edição do domingo, 11, do programa “Diálogos de Fé”, transmitido pela rádio 9 de Julho e pelas mídias sociais da Arquidiocese de São Paulo, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, falou sobre o chamado a todos para o banquete do Reino de Deus e a mais recente encíclica do Papa Francisco, Fratelli tutti, publicada no dia 4. Ao comentar sobre o Evangelho do 28º Domingo do Tempo Comum (Mt 22,1-14), o Arcebispo lembrou que Deus a todos convida para que participem do banquete do seu Reino, mas que nem todos aceitam esse convite; e que os cristãos que o fazem devem se tornar mensageiros da fé que professam, uma postura missionária nas diferentes realidades em que vivem, algo especialmente refletido durante este Mês das Missões.

Aparecida. Dom Odilo lembrou que Maria sempre ensina pelo testemunho da fé, da plena sintonia com Deus e da permanente disponibilidade de estar a serviço Dele. “Nossa Senhora Aparecida também nos lembra que a Mãe de Jesus se entregou a nós e à humanidade, e a reconhecemos como a Mãe Aparecida, nossa padroeira e intercessora”, afirmou.

Dom Odilo observou que a Igreja realiza uma detalhada investigação sobre essas situações antes de considerar que se trate de um milagre. Por vezes, há o uso de substâncias químicas para manter um corpo em bom estado ou mesmo os medicamentos que a pessoa tomava antes de falecer podem ter interferência em relação a esta condução.

Corpos incorruptos Outra questão foi sobre os corpos incorruptos, tema que voltou à tona em razão do estado de conservação do corpo do jovem Carlo Acutis, falecido em 2006, aos 15 anos, e beatificado no sábado, 10.

Ligação do Papa ao Padre Júlio Lancellotti Por fim, o Arcebispo comentou a respeito da ligação que o Padre Júlio Lancellotti, Vigário Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua, recebeu do Papa Fran-

(Colaborou: Flavio Rogério Lopes)

Divulgação/Band Jornalismo

EXTERNATO POPULAR SÃO VICENTE DE PAULO Rua Voluntários da Pátria, 1653 – Santana – CEP: 02011-300 – São Paulo

CNPJ – 62.837.059/0001-96

EDITAL DE CONVOCAÇÃO ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

Fratelli tutti Dom Odilo estimulou que as pessoas conheçam melhor o conteúdo da encíclica Fratelli tutti, que se destina não só aos cristãos, mas a todos, a fim de que os princípios apresentados “possam se traduzir em nova forma de vida, nova cultura, novo jeito de fazer política, de organizar a economia, para que tenhamos um mundo mais fraterno, porque Deus quer a humanidade como uma grande família de irmãos”, enfatizou.

Nossa Senhora Aparecida Como de costume, o Arcebispo respondeu a dúvidas dos internautas. Uma delas foi sobre o que pode ser aprendido com a singela imagem de Nossa Senhora

cisco, no sábado, 10. Dom Odilo lembrou que o Pontífice buscou saber mais sobre as ações caritativas que a Arquidiocese realiza em prol das pessoas em situação de rua: “O Padre Júlio me disse que o Papa o incentivou a não desanimar mesmo diante das dificuldades que enfrenta. É uma alegria ter essa palavra de apoio e encorajamento do Papa a um trabalho que se faz em nossa cidade e a um padre que está dedicado de maneira toda especial a isso”. A íntegra do programa do último domingo pode ser vista neste link: https://cutt.ly/vgdsU46.

Em cumprimento ao disposto nos artigos 22, 23, 25, 26, 31, alínea ‘g’, e 36, alínea “b”, todos do Estatuto Social do Externato Popular São Vicente de Paulo, alterado, consolidado e registrado sob nº 643.135, na data de 31.08.2015, junto ao Quarto Serviço Registral de Títulos e Documentos da Comarca da Capital de São Paulo, na condição de Diretor Presidente, promovo o presente edital de convocação dos associados, diretores e demais membros, para a Assembléia Geral Extraordinária, nos termos infra-descritos, afixando-se este no átrio da sede da Associação e publicando-se na imprensa: “O EXTERNATO POPULAR SÃO VICENTE DE PAULO, SITO À RUA VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA Nº 1.653, BAIRRO DE SANTANA, SÃO PAULO, SP, CONVOCA SEUS ASSOCIADOS, DIRETORES E DEMAIS MEMBROS PARA A ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA A REALIZAR-SE EM SUA SEDE, NO DIA 26 DE OUTUBRO DE 2020, ÀS 09:00 HORAS, EM PRIMEIRA CHAMADA PODENDO SER INSTAURADA COM A PRESENÇA DE PELO MENOS 2/3 (DOIS TERÇOS) DOS ASSOCIADOS; E NA MESMA DATA, ÀS 09:30 HORAS, EM SEGUNDA CHAMADA, PODENDO SER INSTAURADA COM A PRESENÇA DE QUALQUER NÚMERO DE ASSOCIADOS. A ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA TERÁ COMO PAUTA:

O Cardeal Scherer foi o entrevistado do programa “Canal Livre”, da Band TV, na madrugada do dia 12. Na ocasião, ele falou sobre a devoção dos brasileiros a Nossa Senhora Aparecida, a veneração dos católicos aos santos e as diferentes aparições marianas pelo mundo. A íntegra do programa pode ser vista neste link: https://cutt.ly/RgddTmN.

1) A PROVAÇÃO DO BALANÇO DO EXERCÍCIO DE 2019, NOS TERMOS DO ARTIGO 31 - ALÍNEA ‘G’, DO ESTATUTO VIGENTE; 2) OUTROS ASSUNTOS DE INTERESSE ADMINISTRATIVO.” São Paulo, 13 de outubro de 2020. Pe. Sr. João Julio Farias Junior Diretor Presidente


4 | Ponto de Vista | 15 a 20 de outubro de 2020 |

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Editorial

Viver santamente como leigo

U

m dos mais belos ensinamentos do Concílio Vaticano II é a vocação universal à santidade: “Todos os fiéis cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade” (Catecismo da Igreja Católica, 2.013). Se, porém, a maioria de nós tende a concordar com esta verdade em abstrato (“Claro, claro, a santidade é para todos!”), ainda há muitos, no entanto, que na vida concreta a acabam colocando em dúvida. Assim, quando pensamos que um padre ou uma freira são naturalmente “mais católicos” que um pai ou uma mãe de família; ou quando julgamos que só se pode ser “plenamente cristão” enquanto ao redor do altar, durante a liturgia sagrada; ou quando julgamos “exagero” que um leigo deseje ir à missa durante a semana, ou mesmo todo

dia – em qualquer caso, estamos errando num clericalismo e num espiritualismo malsãos. É claro que a vida de oração de uma monja enclausurada será diferente da de uma mãe de uma família numerosa – no entanto, tanto uma quanto a outra podem, sim, preencher seus dias com Cristo, e viver em contínuo contato com Ele. Como dizia Dom Bosco a seu filho espiritual São Domingos Sávio, na minissérie homônima de Lodovico Gasparini: “Olhe, aqui em Valdocco ser santo significa ser muito feliz, Domenico. Onde quer que seus irmãos estejam, onde quer que suas aspirações possam estar, onde quer que suas tarefas estejam, onde quer que você encontre o que ama: Aí! Aí é o lugar do seu encontro com Cristo. A santidade está em tudo o que você faz, se você puser seu coração”. De forma bem prática, em nossa vida de metropolitas do século XXI,

isso significa que, se olharmos sobrenaturalmente para a vida, podemos encontrar Jesus em cada nova atribuição no trabalho; em cada relatório a fazer ou cliente a atender; em cada momento de atenção que os filhos nos pedem quando estamos cansados e desejosos de um repouso; em cada simples sorriso e minuto de atenção ao vizinho com quem cruzamos apressados no hall do prédio. Se fazemos cada uma dessas coisas com amor, por amor (ao próximo, mas principalmente a Jesus), todas elas são ocasião de crescer em santidade. Para Deus, o valor de um trabalho não é determinado por seu status, impacto social ou valor econômico: um simples copo de água fresca, se oferecido com amor, é de agrado do Pai (cf. Mt 10,42). Essa visão sobrenatural do mundo não é, porém, um “faz de conta” infantil ou uma autoajuda motivacio-

nal: “Sabemos”, nos lembra enfaticamente São Paulo, “que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,28), e que a Providência divina realmente nos acompanha em cada ínfimo acontecimento de nossas vidas, pois “até os cabelos de vossa cabeça estão todos contados” (Mt 10,30). Com o amadurecimento na fé, a frequência aos sacramentos e a insistência fiel – conforme nosso estado de vida – ao diálogo íntimo com Deus, tornamo-nos mais capazes de enxergar, com alegria e gratidão, essa presença amorosa que nos cerca. Nesta semana em que comemoramos a solenidade de nossa padroeira, Nossa Senhora da Imaculada Conceição Aparecida, dirijamos então a ela nossas devotas orações, pedindo que nos ajude a “espiritualizar” cada aspecto de nosso cotidiano: “Mãe, vem nos ensinar a fazer da vida uma oblação”!

Opinião

Santa Faustina. A ciência da Divina Misericórdia Arte: Sergio Ricciuto Conte

MARCELO CYPRIANO MOTTA Celebramos, no dia 5 de outubro, a Festa de Santa Faustina. Comemorar a primeira santa do Grande Jubileu de 2000, canonizada por São João Paulo II quando da instituição do Domingo da Divina Misericórdia, na oitava da Páscoa, é sempre uma oportunidade para compreender melhor a força profética desses acontecimentos que assinalam a abertura de uma nova fase da História, especialmente simbolizada pela pandemia de COVID-19, como a indicar uma mudança de época que nos faz avançar para as águas mais profundas do terceiro milênio. E o que esta crise vem revelar de mais crucial, senão o advento de um tempo favorável para nos deixarmos abraçar pela Divina Misericórdia? Naquele 30 de abril do jubileu, já antevia o Papa: “O que nos trarão os anos que estão diante de nós? [...] é certo que ao lado de novos progressos não faltarão, infelizmente, experiências dolorosas. A luz da misericórdia divina, no entanto, que o Senhor quis como que entregar de novo ao mundo por meio do carisma da Irmã Faustina, iluminará o caminho dos homens do terceiro milênio”. Por esse reconhecimento de todo o povo cristão e por ocasião do centenário de nascimento de São João Paulo II, em 18 de maio de 2020, o

Papa Francisco fez inscrever a memória litúrgica (facultativa) de Santa Faustina Kowalska, virgem, no Calendário Romano Geral, para ser celebrada em 5 de outubro na missa e na Liturgia das Horas, adotando-se novos textos litúrgicos. Também no centenário, em videomensagem aos jovens de Cracóvia, na Polônia, Francisco declarou: “Recordo-o como um gigante da misericórdia: penso na encíclica Dives in misericordia, na canonização de Santa Faustina e na instituição do Domingo da Divina Misericórdia”. O Papa emérito Bento XVI, por

sua vez, escreveu uma magnífica carta pelo centenário, na qual enfatizou a Divina Misericórdia como o “verdadeiro centro” do Magistério e da vida de São João Paulo II. Isso porque a mensagem de Santa Faustina – da qual “estava impregnado” (afirmou Bento XVI em outro texto) – destacara esse mesmo centro essencial da fé cristã e desejava uma celebração com este motivo. Surge, então, uma revelação surpreendente e de suma importância: “O Papa escolhera o domingo in albis (Segundo Domingo da Páscoa). [...] Dissemos que não – o

então Cardeal Ratzinger era o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e devia ser consultado –, pois pensávamos que uma data tão antiga e cheia de conteúdo como a do domingo in albis não deveria se sobrecarregar com novas ideias. [...] Finalmente, fez uma proposta mantendo o histórico domingo in albis, mas incorporando a Divina Misericórdia em sua mensagem original”. Esta unidade – Páscoa e Misericórdia – deveria aparecer claramente, já que é necessária para o progresso da Tradição Apostólica e para a explicitação da Revelação. Santa Faustina possuiu a ciência da Divina Misericórdia em grau eminente e inspirou a criação da “Festa da Misericórdia”, caminho para a Civilização do Amor, meta mais uma vez posta pelo Papa Francisco na encíclica Fratelli tutti, 183. Sirva-nos para isso a nova oração coleta: “Ó Deus, que atribuístes a Santa Faustina a missão de difundir as imensas riquezas da vossa infinita misericórdia, concedei-nos, por sua intercessão e exemplo, confiar plenamente na vossa bondade e realizar generosamente obras de caridade. Por Cristo nosso Senhor. Amém”. Marcelo Cypriano Motta é advogado, contemplado com a Medalha “São Paulo Apóstolo” 2018, e atua na Promoção da Cultura da Misericórdia, no Núcleo Fé e Cultura, da PUC-SP.

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.


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| 15 a 20 de outubro de 2020 | Balanço | 5

Fundação Metropolitana Paulista CNPJ nº 50.951.847/0001-20

Relatório do auditor independente sobre as demonstrações financeiras Ao Conselho Deliberativo da Fundação Metropolitana Paulista São Paulo - SP Opinião Examinamos as demonstrações financeiras da Fundação Metropolitana Paulista (Fundação), que compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 2019 e as respectivas demonstrações do resultado (déficit do exercício), do resultado abrangente, das mutações do patrimônio líquido, do valor adicionado e dos fluxos de caixa para o exercício findo nessa data, bem como as correspondentes notas explicativas, incluindo o resumo das principais políticas contábeis. Em nossa opinião, as demonstrações financeiras acima referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Fundação Metropolitana Paulista (Fundação) em 31 de dezembro de 2019, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo nessa data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. Base para opinião Nossa auditoria foi conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Nossas responsabilidades, em conformidade com tais normas, estão descritas na seção a seguir, intitulada “Responsabilidades do auditor pela auditoria das demonstrações financeiras”. Somos independentes em relação a Fundação, de acordo com os princípios éticos relevantes previstos no Código de Ética Profissional do Contador e nas normas profissionais emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade, e cumprimos com as demais responsabilidades éticas conforme essas normas. Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião. Responsabilidades da administração e da governança pelas demonstrações financeiras

acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e com as normas internacionais de relatório financeiro (IFRS), emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB) e pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração de demonstrações financeiras livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro.

cutamos procedimentos de auditoria em resposta a tais riscos, bem como obtemos evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar nossa opinião. O risco de não detecção de distorção relevante resultante de fraude é maior do que o proveniente de erro, já que a fraude pode envolver o ato de burlar os controles internos, conluio, falsificação, omissão ou representações falsas intencionais.

Na elaboração das demonstrações financeiras, a administração é responsável pela avaliação da capacidade da Fundação continuar operando, divulgando, quando aplicável, os assuntos relacionados com a sua continuidade operacional e o uso dessa base contábil na elaboração das demonstrações financeiras, a não ser que a administração pretenda liquidar a Fundação ou cessar suas operações, ou não tenha nenhuma alternativa realista para evitar o encerramento das operações.

• Obtemos entendimento dos controles internos relevantes para a auditoria para planejarmos procedimentos de auditoria apropriados nas circunstâncias, mas não com o objetivo de expressarmos opinião sobre a eficácia dos controles internos da Fundação.

Os responsáveis pela governança da Fundação são aqueles com responsabilidade pela supervisão do processo de elaboração das demonstrações financeiras.

• Concluímos sobre a adequação do uso, pela administração, da base contábil de continuidade operacional e, com base nas evidências de auditoria obtidas, se existe uma incerteza relevante em relação a eventos ou condições que possam levantar dúvida significativa em relação à capacidade de continuidade operacional da Fundação. Se concluirmos que existe incerteza relevante, devemos chamar atenção em nosso relatório de auditoria para as respectivas divulgações nas demonstrações financeiras ou incluir modificação em nossa opinião, se as divulgações forem inadequadas. Nossas conclusões estão fundamentadas nas evidências de auditoria obtidas até a data de nosso relatório. Todavia, eventos ou condições futuras podem levar a Fundação a não mais se manter em continuidade operacional.

Responsabilidades do auditor pela auditoria das demonstrações financeiras Nossos objetivos são obter segurança razoável de que as demonstrações financeiras, tomadas em conjunto, estejam livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro, e emitir relatório de auditoria contendo nossa opinião. Segurança razoável é um alto nível de segurança, mas, não, uma garantia de que a auditoria realizada de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria sempre detectam as eventuais distorções relevantes existentes. As distorções podem ser decorrentes de fraude ou erro e são consideradas relevantes quando, individualmente ou em conjunto, possam influenciar, dentro de uma perspectiva razoável, as decisões econômicas dos usuários tomadas com base nas referidas demonstrações financeiras. Como parte da auditoria realizada, de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria, exercemos julgamento profissional e mantemos ceticismo profissional ao longo da auditoria. Além disso: • Avaliamos a apresentação geral, a estrutura e o conteúdo das demonstrações financeiras, inclusive as divulgações e se as demonstrações financeiras representam as correspondentes transações e os eventos de maneira compatível com o objetivo de apresentação adequada.

• Avaliamos a adequação das políticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis e respectivas divulgações feitas pela administração.

Comunicamo-nos com os responsáveis pela governança a respeito, entre outros aspectos, do alcance planejado, da época da auditoria e das constatações significativas de auditoria, inclusive as eventuais deficiências significativas nos controles internos que identificamos durante nossos trabalhos. São Paulo, 24 de junho de 2020. Mazars Auditores Independentes S/S CRC 2SP023701/O-8 Mauro Akio Sakano

• Identificamos e avaliamos os riscos de distorção relevante nas demonstrações financeiras, independentemente se causada por fraude ou erro, planejamos e exe-

CRC 1SP143.589/O-9

Balanço patrimonial em 31 de dezembro

Demonstração dos resultados

Demonstração dos fluxos de caixa - Método direto

(Valores expressos em reais)

Exercícios findos em 31 de dezembro (Valores expressos em reais)

Exercícios findos em 31 de dezembro (Valores expressos em reais)

Ativo............................................................................ Nota 2019 2018 Circulante Caixa e equivalentes de caixa................................... 4 8.527 426.139 Contas a receber....................................................... 5 350.062 133.036 Adiantamentos concedidos....................................... 6 11.243 12.082 Despesas antecipadas.............................................. 3.309 3.889 Impostos a recuperar................................................. 1.172 897 374.313 576.043 Não circulante Imobilizado................................................................ 7 1.176.559 1.176.559 (-) Depreciações acumuladas.................................... (761.889) (677.131) ................................................................................... 414.670 499.428 Intangível 8 32.858 32.858 (-) Amortizações acumuladas.................................... (21.803) (19.120) 11.055 13.738 Total do ativo 800.038 1.089.209

Nota 2019 2018 Receita operacional bruta Receitas Jornal/Radio............................................ 2.143.402 2.276.594 Donativos/Auxílios.................................................. 3.184.642 3.310.312 Receitas operacionais líquidas................................ 14 5.328.044 5.586.906 Custos dos serviços prestados (jornal e rádio)......... 15 (1.812.326) (1.503.303) Resultado bruto......................................................... 3.515.718 4.083.603 Despesas operacionais Despesas com pessoal.......................................... 16 (2.345.822) (2.404.084) Despesas com serviços............................................ 18 (491.427) (404.212) Despesas gerais e administrativas........................... 17 (740.614) (775.518) Despesas com manutenções.................................... 19 (43.661) (145.717) Despesas com depreciação e amortização.............. (87.442) (86.827) Reversão/Constituição de devedores duvidosos...... (15.035) 14.103 Outras despesas operacionais................................. (2.523) (5.176) Total de despesas operacionais.............................. (3.726.524) (3.807.431)

2019 2018 Fluxos de caixa das atividades operacionais Valores recebidos de clientes................................. 1.912.341 2.313.258 Doações recebidas................................................. 3.183.642 3.310.312 Valores pagos a empregados................................. (2.344.868) (2.387.017) Valores pagos a fornecedores................................ (3.111.993) (2.781.907) Valores pagos de obrigações tributárias, taxas e processos judiciais..................................... (1.319) (58.529) Outros pagamentos................................................ (8.294) (2.242) Caixa gerado pelas operações................................. (370.491) 393.875 Receitas financeiras recebidas................................. 2.588 3.258 Despesas bancárias................................................. (180.637) (214.161) Caixa líquido proveniente das atividades operacionais.............................................................. (548.540) 182.972 Fluxos de caixa das atividades de investimentos Aquisição de imobilizado........................................ - (78.928) Aplicações Financeiras – CDBs............................. 117 Caixa líquido aplicado nas atividades de investimentos....................................................... 117 (78.928) Fluxos de caixa das atividades de financiamentos Saldo bancário a descoberto.................................. 130.811 (188.913) Caixa líquido aplicado nas atividades de financiamentos..................................................... 130.811 (188.913) Diminuição no saldo de caixa e equivalentes de caixa...................................................................... (417.612) (84.869) Demonstração do aumento de caixa e equivalentes de caixa No início do exercício............................................. 426.139 511.008 No fim do exercício................................................. 8.527 426.139 Diminuição no saldo de caixa e equivalentes de caixa............................................... (417.612) (84.869)

A administração é responsável pela elaboração das demonstrações financeiras de

Passivo....................................................................... Nota 2019 2018 Circulante Obrigações trabalhistas e sociais.............................. 9 335.817 340.711 Fornecedores............................................................ 10 71.446 98.439 Saldo bancário a descoberto..................................... 11 130.811 Obrigações fiscais..................................................... 12.763 12.040 Outras contas a pagar............................................... 1.417 1.497 552.254 452.687 Não circulante Patrimônio líquido Fundo social.............................................................. 12 160.747 160.747 Superávits acumulados............................................. 475.775 410.539 Resultado do exercício.............................................. (388.738) 65.236 Total do patrimônio líquido......................................... 247.784 636.522 Total do passivo........................................................... 800.038 1.089.209

Resultado operacional antes do resultado financeiro.... (210.806) 276.172 Receitas financeiras.................................................... 20 2.705 3.258 Despesas financeiras.................................................. 21 (180.637) (214.194) Resultado financeiro................................................. (177.932) (210.936) Superávit (Déficit)do exercício................................. (388.738) 65.236 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

Demonstração dos resultados abrangentes Exercícios findos em 31 de dezembro (Valores expressos em reais)

Superávit/Déficit do exercício..................................... Outros resultados abrangentes ................................ Resultados abrangentes do exercício........................

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

2019 (388.738) (388.738)

2018 65.236 65.236

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

Demonstração das mutações do patrimônio líquido (Valores expressos em reais)

Patrimônio Superávits Resultado social acumulados exercício Total Saldos em 31 de dezembro de 2017........................................................................ 160.747 663.707 (253.168) 571.286 Transferência resultados acumulados................................................................... - (253.168) 253.168 Superávit do exercício........................................................................................... - - 65.236 65.236 Saldos em 31 de dezembro de 2018........................................................................ 160.747 410.539 65.236 636.522 Transferência resultados acumulados................................................................... - 65.236 (65.236) Déficit do exercício................................................................................................ - - (388.738) (388.738) Saldos em 31 de dezembro de 2019........................................................................ 160.747 475.775 (388.738) 247.784 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

Notas explicativas da administração às demonstrações financeiras Em 31 de dezembro de 2019 (Expressos em Reais)

1 Contexto operacional A Fundação Metropolitana Paulista é uma Entidade sem fins lucrativos, mantenedora da Rádio 9 de Julho e do Jornal “O São Paulo”, fundada em 23 de maio de 1962. A Fundação tem por finalidade propugnar pela formação cívica, moral, cultural e religiosa do povo brasileiro. A Fundação cumpre seus objetivos sociais, aplicando integralmente no país os recursos por ela gerados em jornais, rádios, emissoras, serviço de televisão, prestando relevantes serviços à comunidade na qual está inserida, com destacada atuação na área social. Dentre as principais atividades desenvolvidas destacam-se os serviços subsidiários de natureza assistencial para o povo em geral, sem distinção de espécie alguma. A Fundação está isenta da tributação do imposto de renda e da contribuição social de acordo com a Lei nº 9.532/97, que estabelece no seu art. 15, que a Fundação deverá reunir as seguintes condições, cumulativamente, para fazer jus a essa isenção: (a) Não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados; (b) Aplicar integralmente seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos seus objetivos sociais; (c) Manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das formalidades que assegurem a respectiva exatidão; (d) Conservar em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contado da data da emissão, os documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas, assim como, a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar sua situação patrimonial; e (e) Apresentar, anualmente, a declaração de rendimentos. Todas as condições apresentadas são rigorosamente atendidas pela Instituição.

prias das demonstrações financeiras, e somente elas, estão sendo evidenciadas, e que correspondem às utilizadas por ela na sua gestão. (b) Base de mensuração As informações contábeis foram preparadas com base no custo histórico. O custo histórico geralmente é baseado no valor justo das contraprestações pagas em troca de bens. As principais práticas contábeis aplicadas na preparação das demonstrações financeiras estão definidas a seguir. (c) Moeda funcional e moeda de apresentação Essas demonstrações financeiras são apresentadas em Real, que é a moeda funcional da Fundação e atualmente usada no país. (d) Uso de estimativas e julgamentos A preparação das demonstrações financeiras da Fundação requer que a Administração faça julgamentos e estimativas e adote premissas que afetam os valores apresentados de receitas, despesas, ativos e passivos, bem como as divulgações de passivos contingentes, na data-base das demonstrações financeiras. Estimativas e premissas são revistas de maneira contínua. Revisões com relação a estimativas contábeis são reconhecidas no período em que as estimativas são revisadas e em quaisquer períodos futuros afetados. As informações sobre incertezas de premissas e estimativas que possuam um risco significativo de resultar em um ajuste material dentro do próximo exercício financeiro e julgamentos críticos referente às políticas contábeis adotadas que apresentam efeitos sobre os valores reconhecidos nas demonstrações financeiras estão incluídas nas seguintes notas explicativas: • Determinação da vida útil do ativo imobilizado (nota explicativa nº 3 (f)); O resultado das transações e informações quando da efetiva realização podem divergir dessas estimativas.

2 Base de elaboração e apresentação das demonstrações financeiras (a) Declaração de conformidade As demonstrações financeiras da Fundação foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e normas de entidades sem fins lucrativos (Resolução nº 1.409/2012 do Conselho Federal de Contabilidade - CFC - ITG 2002 (R1)). As práticas contábeis adotadas no Brasil compreendem aquelas incluídas na legislação societária brasileira e os pronunciamentos, as orientações e as interpretações técnicos emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC e aprovados pelo CFC. A Administração da Fundação declara que todas as informações relevantes pró-

As políticas contábeis descritas em detalhes abaixo têm sido aplicadas de manei-

3 Principais políticas contábeis

ra consistente aos períodos apresentados nessas demonstrações financeiras. (a) Instrumentos financeiros Ativos financeiros não derivativos A Fundação reconhece os recebíveis e depósitos inicialmente na data em que foram originados. Todos os outros ativos financeiros são reconhecidos inicialmente na data da negociação na qual a Fundação se torna uma das partes das disposições contratuais do instrumento. A Fundação não reconhece um ativo financeiro quando os direitos contratuais aos fluxos de caixa do ativo expiram, ou quando a Fundação transfere os direitos ao recebimento dos fluxos de caixa contratuais dele em uma transação no qual

essencialmente todos os riscos e benefícios da titularidade do ativo financeiro são transferidos. Eventual participação que seja criada ou retida pela Fundação nos ativos financeiros é reconhecida como um ativo ou passivo individual. Os ativos ou passivos financeiros são compensados e o valor líquido apresentado no balanço patrimonial quando, e somente quando, a Fundação tenha o direito legal de compensar os valores e tenha a intenção de liquidar em uma base líquida ou de realizar o ativo e liquidar o passivo simultaneamente. A Fundação tem os seguintes ativos financeiros não derivativos: ativos financeiros registrados pelo valor justo por meio do resultado e recebíveis. Ativos financeiros registrados pelo valor justo por meio do resultado Um ativo financeiro é classificado pelo valor justo por meio do resultado caso seja classificado como mantido para negociação e seja designado como tal no momento do reconhecimento inicial. Os ativos financeiros são designados pelo valor justo por meio do resultado se, e somente se a Fundação gerencia tais investimentos e toma decisões de compra e venda baseadas em seus valores justos de acordo com a gestão de riscos documentada e a estratégia de investimentos da Fundação. Os custos da transação, após o reconhecimento inicial, são reconhecidos no resultado como incorridos. Ativos financeiros registrados pelo valor justo por meio do resultado são medidos pelo valor justo, e mudanças no valor justo desses ativos são reconhecidas no resultado do exercício. Recebíveis Recebíveis são ativos financeiros com pagamentos fixos ou calculáveis que não são cotados no mercado ativo. Tais ativos são reconhecidos inicialmente pelo valor justo acrescido de quaisquer custos de transação atribuíveis. Após o reconhecimento inicial, os recebíveis são medidos pelo custo amortizado através do método dos juros efetivos, decrescidos de qualquer perda por redução ao valor recuperável. Os recebíveis abrangem caixa e equivalentes de caixa, contas a receber provenientes de prestação de serviços. Caixa e equivalentes de caixa Caixa e equivalentes de caixa abrangem saldos de caixa, bancos conta movimento e aplicações financeiras com vencimento original de três meses ou menos a partir da data da contratação, os quais são sujeitos a um risco insignificante de alteração no valor, e são utilizadas na quitação das obrigações de curto prazo. (b) Passivos financeiros não derivativos A Fundação reconhece títulos de dívida emitidos e passivos subordinados inicialmente na data em que são originados. Todos os outros passivos financeiros são reconhecidos inicialmente na data de negociação na qual a Fundação se torna uma parte das disposições contratuais do instrumento. A Fundação baixa um passivo financeiro quando tem suas obrigações contratuais retirada, cancelada ou vencida. A Fundação tem os seguintes passivos financeiros não derivativos: empréstimos e financiamentos junto a instituições financeiras, fornecedores, e outras contas a pagar. Tais passivos financeiros são reconhecidos inicialmente pelo valor justo acrescido de quaisquer custos de transação atribuíveis. Após o reconhecimento inicial, esses passivos financeiros são medidos pelo custo amortizado através do método dos juros efetivos. Instrumentos financeiros derivativos A Fundação não possuía em 31 de dezembro de 2019 e 2018 nenhuma operação com instrumentos financeiros derivativos, incluindo operações de hedge. (c) Contas a receber rádio Representam, basicamente, os créditos em aberto dos serviços prestados pela Rádio 9 de Julho, conforme demonstrado na nota explicativa nº 5. O reconhecimento do ajuste para créditos duvidosos foi constituído em montante considerado suficiente pela Administração para fazer face, a eventuais perdas na realização das negociações a receber e outros ativos a receber e é calculada levando-se em consideração os índices históricos de recuperação em suas diver-


6 | Balanço | 15 a 20 de outubro de 2020 |

www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br

Fundação Metropolitana Paulista sas modalidades. Estes índices são revisados anualmente buscando uma melhor estimativa para a mensuração desses valores. (d) Passivo circulante e não circulante Os passivos circulantes e não circulantes são demonstrados pelos valores conhecidos ou calculáveis acrescidos, quando aplicável dos correspondentes encargos, variações monetárias e/ou cambiais incorridas até a data de levantamento do balanço patrimonial. (e) Provisões Uma provisão é reconhecida no balanço patrimonial quando a Fundação possui uma obrigação legal ou constituída como resultado de um evento passado, e é provável que um recurso econômico seja requerido para saldar a obrigação. As provisões são registradas tendo como base as melhores estimativas, de escritórios jurídicos independentes, do risco envolvido. (f) Imobilizado Reconhecimento e mensuração Itens do imobilizado são mensurados pelo custo histórico de aquisição ou construção, deduzido de depreciação acumulada e perdas de redução ao valor recuperável (impairment) acumuladas. Ganhos e perdas na alienação de um item do imobilizado são apurados pela comparação entre os recursos advindos da alienação com o valor contábil líquido do imobilizado e são reconhecidos em outras receitas/despesas operacionais no resultado. Depreciação A depreciação é calculada pelo método linear (da linha reta) sobre o valor depreciável, que é o custo de um ativo, deduzido do valor residual, ao longo de sua vida útil estimada. As vidas úteis estimadas para os períodos corrente e comparativo são as seguintes: Anos Máquinas e equipamentos...................................... 10 anos Móveis e utensílios.................................................. 10 anos Equipamentos de informática.................................. 5 anos Veículos................................................................... 5 anos Benfeitorias em imóveis de terceiros....................... 10 anos (g) Ativos intangíveis Ativos intangíveis com vida útil definida adquiridos separadamente são registrados ao custo, deduzido da amortização e das perdas por redução ao valor recuperável acumuladas. A amortização é reconhecida linearmente com base na vida útil estimada de dez anos. A vida útil estimada e o método de amortização são revisados no fim de cada exercício e o efeito de quaisquer mudanças nas estimativas é contabilizado prospectivamente. (h) Benefícios de curto prazo a empregados Obrigações de benefícios de curto prazo a empregados são mensuradas em uma

base não descontada e são incorridas como despesas conforme o serviço relacionado seja prestado. O passivo é reconhecido pelo valor esperado a ser pago, se a Fundação tem uma obrigação legal ou construtiva de pagar esse valor em função de serviço passado prestado pelo empregado, e a obrigação possa ser estimada de maneira confiável. (i) Receita de serviços As receitas incluem as atividades de veiculação em rádio e publicação em jornal impresso, além da venda de assinaturas. As receitas são registradas no mês em que os serviços são prestados. (j) Receitas e despesas financeiras As receitas financeiras abrangem receitas de juros sobre aplicações financeiras e juros sobre contas a receber. A receita de juros é reconhecida no resultado, através do método dos juros efetivos. As despesas financeiras abrangem tarifas bancárias, juros sobre empréstimos, juros e multas sobre passivos em abertos, descontos concedidos, entre outros. Os custos de empréstimo que não são diretamente atribuíveis à aquisição, construção ou produção de um ativo qualificável são mensurados no resultado através do método de juros efetivos. (k) Demonstrações Financeiras comparativas As demonstrações financeiras do exercício findo em 31 de dezembro de 2018 servem para uma melhor comparabilidade com as demonstrações financeiras do exercício corrente. (l) Apresentação das informações por segmentos (nota explicativa nº 13) As informações por segmentos operacionais são apresentadas de modo consistente com o relatório interno fornecido para o principal tomador de decisões operacionais. O principal tomador de decisões operacionais, responsável pela alocação de recursos e pela avaliação de desempenho dos segmentos operacionais, é o Diretor Financeiro, também responsável pela tomada de decisões estratégicas da Fundação Metropolitana. (m).Reclassificações nas demonstrações financeiras individuais e consolidadas do exercício findo em 31 de dezembro de 2019 Não houveram reclassificações nas demonstrações finaceiras individuais e consolidadas dos exercícios findos em 31 de dezembro de 2019 e 2018. 4 Caixa e equivalentes de caixa Descrição 2019 2018 Caixa e bancos conta movimento........................... 1.829 6.285 Aplicações financeiras (a)....................................... 6.698 419.854 8.527 426.139 (a) Essas aplicações possuem características de equivalentes de caixa em função de estarem em aplicações de curtíssimo prazo e livres de risco.

5 Contas a receber 2019 Contas a Provisão Contas a Provisão Descrição.......................................................... receber para perdas Líquido receber para perdas Rádio 9 de Julho ................................................ 498.446 (148.384) 350.062 266.385 (133.349) O saldo de contas a receber de clientes representa os créditos em aberto dos serviços prestados pela Rádio 9 de Julho. 6 Adiantamentos concedidos 2019 2018 Adiantamentos de férias (a).................................... 4.534 10.674 Adiantamentos a outras empresas.......................... 6.709 Adiantamentos a fornecedores................................ - 1.408 11.243 12.082

(a) Referem-se a adiantamentos concedidos a funcionários da Fundação. Esses valores serão objeto de descontos nos pagamentos no mês posterior.

7 Imobilizado (a) Composição do saldo 2019 2018 Custo Depre- Custo Custo ciação líquido líquido Máquinas e equipamentos................... 459.737 (389.634) 870.103 94.270 Móveis e utensílios............................... 95.833 (51.511) 44.322 51.440 Equipamentos de informática............... 159.965 (138.930) 21.035 35.708 Veículos................................................ 26.985 (10.794) 16.191 16.190 Aparelhos telefônicos........................... 3.343 (3.343) - Instalações........................................... 42.696 (42.696) - Benfeitorias em imóveis de terceiros... 388.000 (124.981) 263.019 301.820 1.176.559 (761.889) 414.670 499.428

(b).Movimentação dos custos e das depreciações acumuladas

Custo................................................... 31.12.2018 Adições Baixas 31.12.2019 Máquinas e equipamentos................... 459.737 - - 459.737 Móveis e utensílios............................... 95.833 - - 95.833 Equipamentos de informática............... 159.965 - - 159.965 Veículos................................................ 26.985 - - 26.985 Aparelhos telefônicos........................... 3.343 - - 3.343 Instalações........................................... 42.696 - - 42.696 Benfeitorias em imóveis de terceiros... 388.000 - - 388.000 1.176.559 - - 1.176.559 Depreciação........................................ 31.12.2018 Adições Baixas 31.12.2019 Máquinas e equipamentos................... (365.467) (24.167) - (389.634) Móveis e utensílios............................... (44.393) (7.118) - (51.511) Equipamentos de informática............... (124.257) (14.674) - (138.930) Veículos................................................ (10.794) - - (10.794) Aparelhos telefônicos........................... (3.343) - - (3.343) Instalações........................................... (42.696) - - (42.696) Benfeitorias em imóveis de terceiros... (86.181) (38.800) - (124.981) (677.131) (84.758) - (761.889) Custo

31.12.2017 Adições Baixas 31.12.2018

Máquinas e equipamentos................... 447.359 12.378 - 459.737 Móveis e utensílios............................... 95.833 - - 95.833 Equipamentos de informática............... 135.540 24.425 - 159.965 Veículos................................................ 26.985 - - 26.985 Aparelhos telefônicos........................... 3.343 - - 3.343 Instalações........................................... 42.696 - - 42.696 Benfeitorias em imóveis de terceiros... 345.875 42.125 - 388.000 1.097.631 78.928 - 1.176.559

2018 Líquido 133.036

Depreciação 31.12.2017 Adições Baixas 31.12.2018 Máquinas e equipamentos................... (342.045) (23.422) - (365.467) Móveis e utensílios............................... (38.816) (5.577) - (44.393) Equipamentos de informática............... (107.913) (16.344) - (124.257) Veículos................................................ (10.794) - - (10.794) Aparelhos telefônicos........................... (3.343) - - (3.343) Instalações........................................... (42.696) - - (42.696) Benfeitorias em imóveis de terceiros... (47.380) (38.801) - (86.181) (592.987) (84.144) - (677.131) 8 Intangível (a) Movimentação dos custos e das amortizações acumuladas 31.12.2018 Adições Baixas 31.12.2019 Custo Marcas e patentes......................... 960 - - 960 Sistemas aplicativos...................... 31.898 - - 31.898 32.858 - - 32.858 Amortização Marcas e patentes......................... (959) - - (959) Sistemas aplicativos...................... (18.161) (2.683) - (20.844) (19.120) (2.683) - (21.803) Intangível líquido................................ (13.738) (2.683) - (11.055) 31.12.2017 Adições Baixas 31.12.2018 Custo Marcas e patentes......................... 960 - - 960 Sistemas aplicativos...................... 31.898 - - 31.898 32.858 - - 32.858 Amortização Marcas e patentes......................... (96) (863) - (959) Sistemas aplicativos...................... (16.339) (1.822) - (18.161) (16.435) (2.685) - (19.120) Intangível líquido................................ 16.423 (2.685) - (13.738) 9 Obrigações trabalhistas e sociais 2019 2018 Salários a pagar...................................................... 92.180 90.055 Férias e encargos a pagar....................................... 192.436 201.229 INSS sobre a folha de pagamento a recolher......... 36.262 33.526 FGTS a recolher ..................................................... 11.449 12.445 PIS sobre a folha de pagamento a recolher............ 2.851 3.227 Contribuição sindical/assistencial a pagar............... 520 229 Outras obrigações trabalhistas e sociais................. 119 335.817 340.711 10 Fornecedores 2019 2018 Fornecedores.......................................................... 71.446 98.439 71.446 98.439 Referem-se aos fornecedores de materias, serviços e autonomos.

11 Saldo bancário a descoberto

Instituição financeira Natureza Garantia Tx.de juros 2019 2018 Banco Bradesco S.A Capital de Giro - 17,74% a.a. 130.811 Passivo circulante 130.811 2018

12 Patrimônio líquido O patrimônio social da Fundação, no motante de R$ 160.747,27, conforme escritura de alteração e consolidação dos estatutos da Fundação registrado, microfilmado e digitalizado no 3º Oficial de Registro de Títulos e Documentos Civil de Pessoa Jurídica, sob o nº 481.831, em 07 de abril de 2004. 13 Informações por segmento de negócio As informações por segmentos operacionais são apresentadas de modo consistente com o relatório interno fornecido para o principal tomador de decisões operacionais, que possibilita deliberações com base nestas estruturas, representados por: segmento de Jornal e Rádio. 2018

Jornal Rádio Consolidado

Receitas operacionais líquidas 1.235.560 4.351.346 5.586.906 Custos dos serviços prestados (Jornal e Rádio) (598.087) (905.216) (1.503.303) Resultado bruto 637.473 3.446.130 4.083.603

Jornal Rádio Consolidado

Despesas operacionais Despesas com pessoal (718.884) (1.685.200) (2.404.084) Despesas gerais e administrativas

(52.013) (723.505)

(775.518)

Despesas com serviços (211.071) (193.141)

(404.212)

Despesas com manutenção

(145.717)

(2.308) (143.409)

Despesas com depreciação e amortização

(10.578)

(76.249)

(86.827)

Despesas/Reversão com contingências judiciais

-

14.103

14.103

Outras despesas operacionais (2.479) (2.697) (5.176) Total de despesas operacionais

(997.333) (2.810.098) (3.807.431)

Resultado antes do resultado financeiro (359.860) Receitas financeiras

3.230

636.032

276.172

28

3.258

Despesas financeiras (10.617) (203.577) (214.194) Resultado financeiro líquido (7.387) (203.549) (210.936) (Déficit) Superávit do exercício (367.247) 432.483 65.236

2019 Jornal Rádio Consolidado Receitas operacionais líquidas 1.396.611 3.931.433 5.328.044 Custos dos serviços prestados (Jornal e Rádio) (562.880) (1.249.446) (1.812.326) Resultado bruto 833.731 2.681.987 3.515.718 Despesas operacionais Despesas com pessoal (708.548) (1.637.274) (2.345.822) Despesas gerais e administrativas (35.147) (705.467) (740.614) Despesas com serviços (223.597) (267.830) (491.427) Despesas com manutenção (60) (43.601) (43.661) Despesas com depreciação e amortização (11.619) (75.823) (87.442) Despesas com devedores duvidosos - (15.035) (15.035) Outras despesas operacionais (2.022) (501) (2.523) Total de despesas operacionais (980.993) (2.745.531) (3.726.524) Resultado antes do resultado financeiro (147.262) (63.544) (210.806) Receitas financeiras 357 2.349 2.706 Despesas financeiras (22.595) (158.043) (180.638) Resultado financeiro líquido (22.238) (155.694) (177.932) (Déficit) Superávit do exercício (169.500) (219.238) (388.738) 14 Receitas operacionais líquidas 2019 2018 Receita da Rádio 9 de Julho..................................... 1.996.445 1.922.591 Receita do Jornal O São Paulo................................. 146.957 354.003 Donativos e auxílios.................................................. 3.184.642 3.310.312 5.328.044 5.586.906 15 Custos de serviços prestados (Jornal e Rádio) ................................................................................... 2019 2018 Correios e malotes.................................................... (59.836) (73.297) Impressões................................................................ (483.402) (544.279) Combustíveis............................................................. (30.768) (33.734) Propaganda e publicidade......................................... (108.821) (190.955) Brindes...................................................................... (233.127) (17.053) Comissões sobre vendas.......................................... (27.023) (1.040) Custos com direitos autorais..................................... (673.968) (637.215) Custos com reportagem e apresentação.................. (194.040) Outros custos com serviços...................................... (1.341) (5.730) ( 1.812.326) (1.503.303) 16 Despesas com pessoal 2019 2018 Salário e ordenados.................................................. (1.096.078) (1.174.225) Encargos sociais....................................................... (428.416) (451.064) Benefícios sociais...................................................... (312.703) (331.563) Férias......................................................................... (134.904) (148.630) 13º Salário................................................................. (95.957) (106.200) Côngruas................................................................... (157.684) (93.432) Rescisão contratual................................................... (103.994) (18.732) Outras despesas com pessoal.................................. (16.086) (80.238) (2.345.822) (2.404.084) 17 Despesas gerais e administrativas 2019 2018 Energia elétrica.......................................................... (551.718) (575.358) Telecomunicações..................................................... (45.126) (79.118) Brindes e presentes................................................... - (300) Alimentação............................................................... (14.480) (17.885) Locação de máquinas e equipamentos..................... (49.904) (22.350) Utilidade copa e cozinha........................................... (11.664) (10.427) Seguros..................................................................... (8.903) (10.253) Materiais de informática............................................ (276) (3.201) Condução.................................................................. (1.317) (4.342) Material de escritório................................................. (7.512) (6.951) Donativos e auxílios.................................................. (6.173) (6.241) Festividades e Homenagens..................................... (120) (1.847) Bens de natureza permanente.................................. (6.603) (3.175) Outras despesas administrativas.............................. (36.818) (34.070) (740.614) (775.518) 18 Despesas com serviços 2019 2018 Serviços prestados - Pessoa jurídica........................ (359.092) (319.235) Serviços prestados - Pessoa física........................... (132.335) (84.977) (491.427) (404.212) 19 Despesas com manutenção 2019 2018 Manutenção de máquinas e equipamentos............... (37.968) (111.923) Material de limpeza .................................................. (5.693) (33.794) (43.661) (145.717) 20 Receitas financeiras 2019 2018 Juros sobre aplicações financeiras........................... 510 1.895 Outras receitas financeiras........................................ 2.195 1.363 2.705 3.258 21 Despesas financeiras 2019 2018 Gerais de cobrança................................................... (168.696) (211.099) Impostos rendimentos aplicação financeira.............. (142) (489) Outras despesas financeiras..................................... (11.799) (2.606) (180.637) (214.194) 22 Cobertura de seguros (não auditado) A Fundação adota a política de contratar cobertura de seguros para os bens sujeitos a riscos por montantes considerados suficientes para cobrir eventuais sinistros, considerando a natureza de sua atividade. 23 Eventos subsequentes Efeito do Coronavirus nas Demonstrações Financeiras Estamos passando no mundo e no Brasil a disseminação do novo Coronavirus chamado tecnicamente de COVID-19. Surgiu na cidade chinesa de Wuhan, sendo um tipo de pneumonia de origem desconhecida até o momento. O primeiro alerta foi dado pelas autoridades chinesas e comunicado a Organização Mundial da Saúde (OMS) em 31 de dezembro de 2019. Na data de emissão destas Demonstrações Financeiras a administração não vislumbra riscos à continuidade operacional, tampouco às estimativas e julgamentos contábeis, principalmente aqueles relacionados na Nota Explicativa de número 3.10 - Uso de estimativas. Não é possível neste momento mensurar ou antecipar os eventuais impactos econômico-financeiros futuros decorrentes de uma pandemia do COVID-19. A Administração da fundação seguirá observando atentamente o desenvolvimento desta situação. 24 Aprovação das demonstrações financeiras As demonstrações financeiras da Fundação Metropolitana Paulista para o exercício findo em 31 de dezembro de 2019 foram autorizadas para emissão pelo seu Conselho Curador em 30 de junho de 2020. Conselho curador Dom Odilo Pedro Scherer - Presidente Padre Zacarias José de Carvalho Paiva Membro do Conselho Curador

Dom Devair Araujo da Fonseca Membro do Conselho Curador

Edivaldo Batista da Silva Contador - CRC 1SP212622/O-2


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BELÉM

Dom Luiz Carlos Dias a vocacionados: ‘Deixem-se sensibilizar por este chamado do Senhor’ Fernando Arthur

COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO DA REGIÃO

No sábado, 10, cerca de 25 vocacionados da Arquidiocese se reuniram na Paróquia São José do Belém para uma tarde de formação sobre a vida e missão do sacerdote, conduzida pelo Padre Marcelo Maróstica Quadro, Pároco e Coordenador de Pastoral da Região Belém. Dom Luiz Carlos Dias, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, também dialogou com os participantes do encontro e, às 17h, presidiu missa na Paróquia, concelebrada pelo Pároco e pelo Padre José Carlos dos Anjos, Animador Vocacional da Arquidiocese. No começo da missa, o Padre Marce-

lo acolheu o Bispo e o Padre José Carlos, e apresentou à comunidade paroquial o grupo de vocacionados. Dom Luiz Carlos, na homilia, falou sobre o papel indispensável dos padres na Igreja e pediu orações pelos vocacionados: “Precisamos das orações das comunidades, porque a vocação é uma resposta de Deus a uma comunidade orante”. Ao se referir ao Evangelho do 28º Domingo do Tempo Comum (Mt 22,114), o Bispo lembrou que a imagem do banquete perpassa a história da salvação, e é uma forma de se anunciar a bondade e o amor de Deus. Ao final da celebração, o Bispo desejou que os vocacionados sejam perseverantes e que tenham a certeza que contam com

Rita Tamada

Vocacionados participam de missa presidida por Dom Luiz Carlos Dias na Paróquia São José

a oração da comunidade paroquial. “Vale a pena ser padre! Precisamos de padres. Deixem-se sensibilizar por este chamado

do Senhor, e não coloquem obstáculos para dizer ‘sim’ a Ele, a exemplo de Nossa Mãe Santíssima”, afirmou.

LAPA

Nossa Senhora Aparecida é festejada em seis comunidades da Região Lapa Benigno Naveira

COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO

Na segunda-feira, 12, no Dia da Padroeira do Brasil, os fiéis de seis comunidades da Região Episcopal Lapa festejaram a Solenidade de Nossa Senhora Aparecida. Na Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição Aparecida, no Jardim Ester, Setor Pastoral Rio Pequeno, mais de 300 pessoas participaram da missa solene campal, iniciada com a procissão da imagem da padroeira, partindo da igreja matriz até o pátio do estacionamento da Paróquia, onde foi realizada a celebração,

que também teve transmissão pelas redes sociais. A missa foi presidida por Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, e concelebrada pelo Padre Cristiano de Souza Costa, Pároco. Dom José, na homilia, lembrou que, quando foi encontrada pelos pescadores, a imagem de Nossa Senhora passou a ser honrada e acolhida pelas famílias, prática que se mantém ainda hoje em todo o País, e que a Mãe sempre expressa a fidelidade ao Filho: “Fazei tudo o que Jesus vos disser”. Ao fim da celebração, o Bispo pediu a intercessão e a bênção de Nossa Senhora

Aparecida para todos os brasileiros e para o mundo inteiro. A Padroeira do Brasil também foi festejada na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Anglo Brasileira, Setor Pastoral Lapa; Comunidade Nossa Senhora Aparecida, na Vila Nova Jaguaré, da Paróquia São José, Setor Butantã; Comunidade Nossa Senhora Aparecida, no Portal dos Bandeirantes, da Paróquia Nossa Senhora da Assunção, Setor Pirituba; Comunidade Nossa Senhora Aparecida, no Conjunto Habitacional Turístico, da Paróquia Santa Luzia, Setor Pirituba; e Comunidade Nossa Senhora Aparecida, da Paróquia São Thomas More, Setor Rio Pequeno.

Benigno Naveira

Dom José Benedito em missa no Jardim Ester Arquivo paroquial

Morre, aos 77 anos, o Padre Roberto Grandmaison redação

osaopaulo@uol.com.br

O Padre canadense Roberto Grandmaison (foto), da Congregação de Santa Cruz, que foi Pároco da Paróquia São José, no bairro do Jaguaré, Setor Pastoral Butantã, faleceu no domingo, 11, aos 77 anos de idade, em São Paulo. O sepultamento foi realizado na manhã da segunda-feira, 12, no Cemitério Municipal da Lapa. Padre Roberto chegou ao Brasil em 1968 e liderou obras caritativas no bairro do Jaguaré, na zona Oeste da capital paulista, incluindo iniciativas pastorais no

Colégio Santa Cruz, instalado no bairro. O Sacerdote foi Coordenador da Comissão Arquidiocesana de Direitos Humanos criada por Dom Paulo Evaristo Arns, então Arcebispo de São Paulo, colaborou para a Fundação do Centro Santo Dias de Direitos Humanos e foi um dos primeiros membros do Comitê para Defesa dos Direitos Humanos no Cone Sul (Clamor). A missa de 7º dia será realizada no sábado, dia 17, às 19h, na Paróquia São José do Jaguaré (Rua Bartolomeu da Ribeira, 33, Jaguaré). Outras informações pelo telefone (11) 3768-2781. (Com informações do Colégio Santa Cruz e Pascom Lapa)

EDITAL DE CONVOCAÇÃO A FUNDAÇÃO METROPOLITANA PAULISTA, CNPJ/MF nº 50.951.847/0001-20, nos termos do artigo 8º, caput, primeira parte, do Estatuto alterado e consolidado em 30.03.2017, devidamente registrado sob nº 718.169, junto ao Terceiro Oficial de Registro de Títulos e Documentos da Comarca de São Paulo em 17.05.2017, convoca os membros do Conselho Curador

para a Assembleia Geral Ordinária a realizar-se em sua sede à Avenida Higienópolis nº 890, sala 16, São Paulo, SP, na data de 26 de outubro de 2020, às 14:00 horas, em primeira chamada, com todos os membros do Conselho Curador; e, às 14:30 horas, em segunda chamada, com os membros do Conselho Curador que estiverem presentes. A Assembleia Geral Ordinária

terá como pauta: 1 – Apresentação da proposta de contratação de auditoria externa para cumprimento dos termos do artigo 24, parágrafo segundo, do estatuto vigente; 2 – Assuntos gerais dos Órgãos de Serviços da Fundação Metropolitana Paulista; 3 - Outros assuntos. São Paulo, 13 de outubro de 2020. Presidente da Fundação Metropolitana Paulista.

[LAPA] No dia 7, na Paróquia Santo Alberto Magno, no Jardim Bonfiglioli, Setor Pastoral Butantã, a Equipe da Solidariedade realizou a entrega de 250 brinquedos para as crianças da comunidade paroquial, no contexto da comemoração do Dia das Crianças.

Saudável

Vida

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AJUDA PSICOTERAPÊUTICA Você pode viver bem, ter vida saudável melhorando seu modo de ver a si mesmo, os outros e o mundo. O Dr. Bruno e o Dr. José darão a você ajuda continuada, indicando o caminho a seguir Os interessados devem comparecer as quartas-feiras, às 14h, nas instalações das paróquias:

Nossa Senhora da Assunção e São Paulo Pessoal Nipo-Brasileira de São Gonçalo Praça João Mendes 108, Tels. 3106-8110 e 3106-8119


Pascom da da Paróquia Santo Eduardo

8 | Regiões Episcopais | 15 a 20 de outubro de 2020 |

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[SÉ] No domingo, 11, Dom Eduardo Vieira dos Santos, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, presidiu missa no segundo dia do tríduo do padroeiro da Paróquia Santo Eduardo, Setor Bom Retiro, concelebrada pelo Padre Geraldo Pedro dos Santos, Pároco. Desde 1979, o Santo também é oficialmente o padroeiro do bairro do Bom Retiro, que em 2020 completa 137 anos de criação. (por Pascom da Paróquia Santo Eduardo)

Livia Miranda

[SÉ] A Paróquia Nossa Senhora Aparecida dos Ferroviários, Setor Pastoral Brás, realizou uma carreata na segunda-feira, 12, para celebrar a padroeira. O Padre Lorenzo Nacheli, Pároco, saiu em carro aberto pelas ruas do bairro com a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Além da carreata, foi celebrada uma missa com a participação presencial dos fiéis, também transmitida on-line. (por Lívia Miranda, da Pascom paroquial) Pascom do Santuário Nossa Senhora do Rosário de Fátima

[SÉ] Na manhã do domingo, 11, no Santuário Nossa Senhora do Rosário de Fátima, no bairro do Sumaré, Setor Pastoral Perdizes, foi celebrada missa alusiva ao Círio de Nossa Senhora de Nazaré, presidida pelo Pároco, Frei Jair Roberto Pasquali, TOR. (por Pascom paroquial)

Pascom da Paróquia Nossa Senhora Aparecida

Paróquia na Vila Beatriz inaugura Nicho de Nossa Senhora Aparecida POR PASCOM PAROQUIAL Na manhã da segunda-feira, 12, Dom Eduardo Vieira dos Santos, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, presidiu a missa na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Beatriz, Setor Pastoral Pinheiros, durante a qual inaugurou o Nicho de Nossa Senhora (foto). Concelebrou o Padre José Edson Santana Barreto, Pároco. Na homilia, Dom Eduardo destacou que o “Fazei tudo o que Ele vos disser”, descrito no Evangelho daquele dia, “é um pedido, é um conselho de mãe. Maria quer o melhor para os seus filhos. Quando os filhos se empenham em fazer aquilo que a mãe pede, são duas alegrias: a primeira é cumprim a vontade da mãe e a segunda é a certeza de não errar”. O Bispo lembrou, ainda, que Nossa Senhora intercede pelos fiéis a Deus, pois

“vê as nossas necessidades em meio a esta pandemia, as necessidades de cada um, de cada família e de cada comunidade. Ela não está alheia ao que nós estamos passando, ao que nós estamos sofrendo”. É preciso, porém, ressaltou o Bispo, fazer sempre o que Jesus pede a cada um de seus discípulos: amar o próximo, cuidar-se mutuamente e não ser indiferente ao sofrimento do irmão. “Passado todo este tempo difícil, que não encontremos ninguém desempregado, doente, morto, mas, sim, com vida. E Maria nos ensina a fazer o que o Senhor nos pede. O Senhor nos pede que cuidemos de nós, da vida, que é tão bela, tão boa, que é louvável, que é dom de Deus”, disse, exortando a estar abertos a servir o próximo, como pede o Senhor. “Que assim como Nossa Senhora, todos os paroquianos e batizados possam

estar como ela, disponíveis. Que Maria interceda sempre por nós, pelas nossas famílias, de modo muito particular pelas nossas crianças, hoje em que celebramos o seu dia, para que nenhuma criança seja maltratada, abusada, e para que possa crescer com dignidade, alegria, esperança e realizar a sua vida que é dom de Deus”, concluiu o Bispo. A íntegra da missa pode ser vista no link: https://cutt.ly/3gskzVd.

Festa solidária da Paróquia Nossa Senhora dos Remédios “No tempo de pandemia, a comunidade dos Remédios responde com solidariedade!” Com este tema, a Paróquia Nossa Senhora dos Remédios, no Cambuci, realiza a festa da padroeira. O tríduo será iniciado na quinta-feira, 15, às 19h, com a missa em que haverá a bênção dos enfermos e dos remédios, com o pedido de gesto concreto de doação de arroz e feijão. No dia seguinte, a

missa será no mesmo horário, com a bênção dos desempregados e das carteiras de trabalho e o gesto concreto de doação de açúcar e óleo. No sábado, 17, a missa será às 17h, com a bênção das famílias e o pedido de doação de macarrão e café. No domingo, 18, a Santa Missa Solene da Padroeira acontecerá às 10h e ocorrerá, ainda, outra celebração eucarística às 18h, com a bênção das velas. Em ambas,

haverá o momento de bênção dos paroquianos, e o gesto concreto pedido aos fiéis são os donativos para o sustento da Paróquia. Todas as celebrações serão transmitidas pelo facebook da Paróquia (@nsremediossp). A igreja matriz está localizada na Rua Tenente Azevedo, 182, no Cambuci. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 3209-3636.

[SÉ] No dia 8, os missionários da Pastoral do Menor da Região Episcopal Sé participaram de uma palestra on-line sobre a Doutrina Social da Igreja, com o pesquisador João Clemente de Souza Neto, sociólogo e professor. O encontro foi organizado pela Coordenadora da Pastoral na Região, Irmã Josefa Ferreira de Medeiros, e contou com a presença da coordenadora arquidiocesana, Sueli Maria de Lima Camargo, e do secretário Ivan Bezerra dos Santos.

[BELÉM] No dia 25, das 15h às 16h30, no Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Coração, na Vila Formosa, com a participação de Dom Luiz Carlos Dias, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, acontecerá o II Encontro Regional do Terço dos Homens, com a presença limitada de participantes presencialmente, em razão da pandemia de COVID-19. Haverá transmissão pelas redes sociais do Santuário e da Região Belém.

(por Andréa Campos)

(por Fernando Arthur)

santana

Dom Odilo: ‘Maria continua a se interessar por todos nós’ REDAÇÃO

osaopaulo@uol.com.br

No Dia da Padroeira do Brasil, na segunda-feira, 12, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, presidiu, pela manhã, missa na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Jardim São Paulo, Setor Pastoral Santana, concelebrada pelo Padre Humberto Robson de Carvalho, Pároco, com a participação do Diácono Alberto Borges. Na homilia, o Arcebispo lamentou que, por causa da pandemia, nem todos os fiéis ainda possam participar das missas presencialmente, mas lembrou que Maria sempre está com a comunidade eclesial. “Nossa Senhora está no céu, foi elevada em corpo e alma, e está presente em toda a Igreja”, afirmou, recordando, também, as passagens

(Por Pascom Paroquial)

Luciney Martins/O SÃO PAULO

bíblicas que relatam a presença de Nossa Senhora junto com Jesus e seus discípulos, proximidade que se mantém. “Do céu, Maria continua a se interessar por todos nós, seus filhos que ainda estamos Cardeal Scherer preside missa na Paróquia Nossa Senhora Aparecida aqui peregrinando, cae que também se pede a Maria que interceda minhando, entre muitas lutas e dificuldades. pela Igreja, para que se persevere no dever de Ela intercede por nós e pede a Deus as graças testemunhar o Evangelho; olhe em especial de que temos necessidade”, recordou o Arcebispo. pelos missionários neste mês das missões; e Dom Odilo listou as muitas angústias também por todos na Arquidiocese de São que o povo brasileiro apresenta a Nossa SePaulo, “chamados a ser testemunhas de Deus nhora Aparecida neste momento, como a nesta cidade, testemunhas da esperança do preocupação com a saúde diante da atual Evangelho, vivendo como irmãos”. (Colaborou: Juliana Lima) pandemia, a perda da renda e do trabalho;

[SANTANA] No dia 5, Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu Missa Solene de São Benedito, na Paróquia São Francisco de Paula e São Benedito, Setor Imirim. Concelebraram os Padres Maurício José Lima, Pároco, e Moisés Roberto Fac(por Bianca Araújo) chini, IMC. [SANTANA] No domingo, 11, Dom Jorge Pierozan presidiu missa no encerramento da novena da padroeira da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Setor Pastoral Medeiros. Concelebrou o Padre Maurício Vieira de Souza, Pároco, com a participação do Diácono Jorge Fernandes de Albuquerque. (por Robson Francisco)

[SÉ] Dom Eduardo Vieira dos Santos, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, presidiu missa no dia 9, no primeiro dia do tríduo da Capela Nossa Senhora Aparecida, na comunidade do Moinho, na região central da cidade. (por Irmã Roberta Sousa, da Aliança de Misericórdia)


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BRASILÂNDIA Dia de Nossa Senhora Aparecida é celebrado no Santuário Mãe Rainha do Jaraguá Marcos Bastos Schmidel

Sueli Vilarinho

COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO

Na segunda-feira, 12, cerca de 300 pessoas participaram da missa campal no Santuário Mãe Rainha do Jaraguá, por ocasião da Solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, quando se recordou os 303 anos do achado da imagem nas águas do Rio Paraíba do Sul. A missa foi presidida pelo Padre Gustavo Hanna Crespo, do Instituto Secular dos Padres de Schoenstatt do Brasil, com a participação do Diácono Rafael Motta e do seminarista Maike Andrade. O Sacerdote, na homilia, ressaltou que neste tempo de pandemia Nossa Senhora Aparecida continua a vir ao encontro dos seus filhos, sendo venerada no Brasil por todas as gerações. Ele recordou, ainda, o episódio em que a imagem foi atacada em 1978, acabou quebrada em muitos pedaços, sendo depois restaurada: “São João Paulo II em uma homilia lembrou que a única parte que ficou inteira foi a das mãos postas em prece. Isso nos recorda que em momen-

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Padre Gustavo Crespo preside missa campal no Santuário Mãe Rainha do Jaraguá, dia 12

tos de aflição, quando precisamos ser restaurados por Deus, essas mãos não podem se soltar, como as mãos postas em prece de Aparecida”. Padre Gustavo fez ainda uma comparação entre a Sala das Promessas do Santuário Nacional de Aparecida e o Capital de Graças do Santuário da Mãe Rainha do Jaraguá: “O que sustenta são as grandes graças, que, por meio de Maria, Deus concedeu ao povo. A Sala das Promessas está embaixo e sus-

tenta todo o grande teto. A mesma coisa acontece com o nosso Santuário da Mãe Rainha com a realidade do ‘Capital de Graças’, o que sustenta a vida deste Santuário e a fé do povo como alicerce”. Por fim, o Sacerdote lembrou que os fiéis não devem ter medo de pedir a intercessão de Nossa Senhora, pois quanto mais assim o fizerem, maior será o vínculo estabelecido com Deus.

Educação afetivo-sexual de crianças e adolescentes Com certeza, uma das maiores preocupações das famílias é como educar e orientar os filhos no aspecto da sexualidade. Embora saibamos que nossa sociedade atual é a mais bem informada a respeito da sexualidade, há, apesar disso, um aumento na incidência de gravidezes precoces, de diagnósticos de doenças sexualmente transmissíveis, além de experiências infelizes no campo do matrimônio e da própria sexualidade. Assistimos hoje a uma banalização da sexualidade humana e, consequentemente, um desrespeito à vida intrauterina – sendo vista por muitos como passível de ser eliminada em prol do direito da mãe de ter “controle” sobre seu corpo. Todos esses fatos nos mostram que, de alguma maneira, não estamos conseguindo bem formar nossas crianças e jovens nesse aspecto. Talvez não estejamos conseguindo tratar o assunto com a profundidade e importância que ele tem – delegando-o às escolas, às informações transmitidas explícita ou implicitamente pelos programas de televisão, pela internet etc. “A sexualidade é um elemento básico da personalidade, um modo próprio de ser, de manifestar-se, de comunicar-se com os outros, de sentir, expressar e viver o amor humano” (Sagrada Congregação para a Educação Católica). Considerar essa realidade deve motivar as famílias a não aceitar de modo passivo o que “prega” a sociedade sobre esse aspecto

A Igreja é cautelosa ao reconhecer as aparições de Nossa Senhora Padre Cido Pereira

Comportamento Simone Ribeiro Cabral Fuzaro

Você Pergunta

tão importante da pessoa e assumir com coragem a educação afetivo-sexual dos filhos, acompanhando-os e orientando-os com clareza de valores e condutas. Certamente essa não é tarefa fácil, afinal, trata-se de remar contra uma corrente de ideologias (hedonistas, relativistas e reducionistas) que tentam banalizar a sexualidade humana, transmitindo aos jovens um conceito de sexualidade que não leva à plenitude do ser humano. Segundo Jokin de Irala, (in Biomedicina de las relaciones conyugales y de la concepción de la vida), “a educação da afetividade e da sexualidade é um empreendimento difícil pela complexidade dos diversos elementos fisiológicos, psicológicos, pedagógicos, socioculturais, jurídicos, morais e religiosos que podem interferir em toda a ação educativa”, porém, todo processo de educação deve partir e se inspirar em uma concepção de homem que vai nortear a ação. Nós, cristãos, precisamos lutar por uma educação da afetividade e sexualidade que integre os elementos biológicos, psicoafetivos, sociais e espirituais com o objetivo de formarmos uma pessoa capaz de viver o amor humano como ele foi criado para ser: total, fiel, exclusivo e fecundo. Para isso, precisamos começar a educação da sexualidade na infância a partir da educação dos afetos. É importante que a família, desde cedo, esteja envolvida com o objetivo de ajudar a criança a integrar de modo harmônico os diferentes sentimentos e afetos que são despertados por diferentes estímulos, de modo que

consigam responder a esses sentimentos com condutas benéficas para ela mesma e para os que a rodeiam. É importante que estejamos comprometidos a ajudar a criança a crescer no amor ao bem e ao belo. Quando os afetos e sentimentos são bem educados, a tendência é que a criança cresça em capacidade de responder de modo adequado às circunstâncias que os provocam; já quando essa educação não acontece de modo apropriado, as respostas serão inadequadas, provocando o sofrimento próprio e dos demais. Falar demais e explicar exaustivamente sobre a sexualidade não adianta; afinal, informações sobram a esta geração. Exercitar hábitos de pudor, temperança, respeito próprio e aos demais, além de ajudar que a criança aprenda a se abrir aos demais com responsabilidade e seriedade, fará a diferença, pois a preparará para dominar-se emocionalmente e, portanto, sexualmente. Formaremos pessoas de caráter, capazes de agir de modo mais sensato ao assumir as possíveis consequências de seus atos. Pessoas capazes de compreender o amor como forma de servir ao outro e fazê-lo feliz, e não pessoas centradas em si mesmas e no seu próprio prazer, que sejam reféns de seus impulsos e desejos. A tarefa é complexa, mas exatamente por isso merece todo o nosso empenho e trará resultados fabulosos. Vamos, com coragem, nos dedicar a ela! Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é fonoaudióloga e educadora. Mantém o site www.simonefuzaro.com.br Instagram: @sifuzaro

A Sônia Alves enviou a seguinte pergunta: “Padre Cido, o que o senhor diz sobre as aparições de Nossa Senhora?” É uma pena, Sônia, que, de repente, as pessoas fiquem como que alienadas por esses fenômenos de aparições, que se sucedem tanto no Brasil quanto no mundo todo, sendo que a maioria deles – digo a você com toda a convicção –, não passa de alucinações de pessoas infelizmente desequilibradas, por mais tranquilidade que demonstrem ter. Sônia, é uma pena que as pessoas não ouçam os pastores da Igreja que alertam contra esses fenômenos de aparições, oferecendo muitos critérios para a gente examinar antes de dar fé a eles. Entre esses critérios estão a coerência das mensagens, o equilíbrio psíquico dos videntes, a concordância ou não com os ensinamentos da Igreja. Você já reparou como muitas destas mensagens que colocam revelações na boca de Jesus, de Nossa Senhora, são muito mais ameaças do que palavras de orientação e confiança? Como qualquer profeta de mau agouro, muitos desses videntes só fazem anunciar castigos tremendos, fim do mundo, inferno... Ora, como acreditar que Jesus, o Bom Pastor, saia por aí anunciando desgraça em vez de salvação? Como acreditar que Maria, a doce mãe de Jesus, a mulher do silêncio, a mãe de bondade e de misericórdia, saia por aí anunciando que não está dando mais para segurar o braço de seu Filho, como se este fosse um vingador cruel pronto a despejar sua ira sobre a humanidade? É por tudo isso que a Igreja é prudente diante dessas aparições. A Igreja é tão cautelosa que não declarou e nem pode declarar dogma de fé nenhuma aparição e nenhuma mensagem transmitida nessas aparições. Ela não nega que essas aparições podem acontecer, porque Deus, sendo onipotente, pode fazer e permitir o que Ele quiser. No entanto, a Igreja entende e ensina que tudo o que Deus tem a dizer à humanidade já foi revelado pelos profetas do Antigo Testamento, por Jesus, a Palavra viva do Pai, e pelos apóstolos. As revelações de Deus terminaram com a morte do último apóstolo. Dito isso, minha irmã, é preciso que você tenha no seu coração que a Igreja leva tempo para reconhecer uma aparição de Maria. As aparições existem e nós veneramos: Nossa Senhora de Lourdes, de Fátima, de Guadalupe e Aparecida. Fique com Deus, minha irmã. Que Ele abençoe você e sua família.


10 | Regiões Episcopais/Fé e Vida | 15 a 20 de outubro de 2020 |

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IPIRANGA Dom Ângelo: ‘Venho com o coração aberto, com o espírito cheio de amor, de ardor e zelo’ Caroline Dupim

Colaboradora de comunicação da Região

No dia em que a Igreja celebrou a memória litúrgica de Nossa Senhora do Rosário, em 7 de outubro, a Região Episcopal Ipiranga acolheu seu novo Vigário Episcopal, Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ. Ele tomou posse do ofício de Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, no domingo, 4. A celebração eucarística aconteceu na Paróquia Imaculada Conceição, Setor Pastoral Ipiranga, presidida por Dom Ângelo, tendo entre os concelebrantes o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, e os Bispos Auxiliares Dom Jorge Pierozan e Dom Carlos Lema Garcia, este, até então, Vigário Episcopal para a Região Ipiranga. No começo da missa, Dom Odilo disse a Dom Ângelo sobre um pouco do

que ele encontrará na Região Ipiranga. “Aqui tem muita coisa bonita: Santa Paulina; a Beata Assunta Marchetti; o seminário, que por muito tempo foi o grande seminário central de São Paulo. Existem muitas realidades eclesiásticas para acompanhar e, certamente, o senhor vai conhecer uma a uma. Que Deus o abençoe e o faça feliz nesta Arquidiocese e, de modo especial, na Região Episcopal Ipiranga”, expressou o Arcebispo. O Cardeal Scherer também agradeceu a Dom Carlos o período de quase um ano em que esteve como Vigário Episcopal no Ipiranga: “Dom Carlos, muito obrigado por seu zelo, por sua presença nesta Região e o acompanhamento que fez nas comunidades e paróquias. Que Deus o recompense por sua dedicação”. Padre Israel Mendes, em nome dos presbíteros da Região Ipiranga, acolheu Dom Ângelo Mezzari: “Cheios de ale-

gria, dizemos ‘Bendito o que vem em nome do Senhor’, acolhendo com carinho a sua paternidade para auxiliar no trabalho desta cidade imensa, onde Deus habita e tem amor pelo seu povo”. O Bispo, na homilia, agradeceu a acolhida que recebeu e saudou todo o clero, os consagrados e os leigos. Dom Ângelo afirmou ser uma grande graça de Deus poder ser Bispo Auxiliar em São Paulo e servir à Igreja: “Venho de coração aberto, com o espírito cheio de amor, de ardor, de zelo, sabendo de todos os desafios que existem, como em toda realidade humana, social e eclesial, mas, sobretudo, confiante. Foi Deus quem me enviou, por meio do Papa, e aqui fui acolhido por Dom Odilo, para colaborar com os demais bispos auxiliares a fim de que esta Arquidiocese de São Paulo viva profundamente a dinâmica do Reino de Deus, para que possa ser evangelizadora,

Dom Ângelo, Bispo Auxiliar da Arquidiocese

ser evangelizada e servir os irmãos em todas as suas necessidades”. A íntegra da missa pode ser vista no link a seguir: https://cutt.ly/XgufXlB.

Fernando Fernandes

Silvano J. Souza

Maria Lene Alves Zuza Kreling

[SANTANA] No domingo, 11, Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, conferiu o sacramento da Crisma a oito adultos na Paróquia São Sebastião, Setor Vila Maria, durante missa por ele presidida e concelebrada pelo Padre Luiz Cláudio Vieira, Administrador Paroquial.

[SANTANA] Na segunda-feira, 12, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida e São Matias, Setor Mandaqui, foi celebrada a festa da Padroeira do Brasil, com Missa Solene presidida por Dom Jorge Pierozan e concelebrada pelo Padre Benedito Ferreira Borges, Pároco.

[SANTANA] Na Solenidade da Padroeira do Brasil, na segunda-feira, 12, Dom Jorge Pierozan presidiu missa na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Albertina. Foi a primeira celebração eucarística do Bispo nesta igreja. Dom Jorge mostrou especial interesse em conhecer as capelas que fazem parte da Paróquia, falou da importância de Nossa Senhora como representante dos povos do mundo inteiro e exortou os fiéis a rezar pelas crianças. Concelebrou o Padre Jovair Milan, Pároco, com a participação do Diácono Geraldo Aparecido Braga.

(por Fernando Fernandes)

(por Silvano J. Sousa)

(por Maria Lene Alves Zuza Kreling)

Espiritualidade Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – 30 anos de luta

DOM EDUARDO VIEIRA DOS SANTOS

R

BISPO AUXILIAR DA ARQUIDIOCESE NA REGIÃO SÉ

efletir sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é entender o contexto em que foi escrito e, ao mesmo tempo, olhar para o momento atual. Ao comemorar os 30 anos do ECA, a sociedade brasileira e o Estado percebem que avançaram na garantia dos direitos da pessoa, mas ainda há muito o que fazer. Neste tempo de pandemia do novo coronavírus, percebemos a vulnerabilidade das políticas sociais de atendimento aos mais fragilizados: crianças em situação de acolhimento institucional (tanto em abrigos quanto por meio do Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes – Saica –, da

Prefeitura de São Paulo), adolescentes em conflito com a lei, crianças e adolescentes em situação de rua, extermínio de jovens, sobretudo nas metrópoles. Sabemos que, antes do ECA, a situação das crianças e adolescentes era bem pior, o que incluía, inclusive, a mortalidade infantil e a violência contra a juventude. Na década de 1980, diferentes forças da sociedade civil se mobilizaram para dar uma resposta a essa triste realidade. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Movimento Meninos e Meninas de Rua, a Pastoral do Menor, a Pastoral da Criança e diversos segmentos da Igreja se empenharam, com consciência e responsabilidade, na defesa da criança e do adolescente. Em São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns e Dom Luciano Mendes de Almeida, diversos religiosos e leigos se articularam com juristas, intelectuais, pastoralistas e instituições na construção do Estatuto da Criança e do Adolescente. Para alguns sociólogos e especialistas, a Campanha da Fraternidade de 1987, com o tema “Quem acolhe um menor,

a mim acolhe”, foi a grande força mobilizadora na construção do ECA. Desta forma, o Estatuto é uma lei pensada por vários segmentos sociais que procuraram fazer juntos uma reflexão sobre as normas que deveriam compor o conteúdo do ECA e, por isso, uma lei escrita por muitas mãos. O ECA é uma lei que escutou as crianças e adolescentes, seus destinatários. Esta é a sua principal força. É mais do que uma lei, é um projeto de sociedade que visa a defender os mais fragilizados e praticar a justiça. Ele traz no seu interior uma experiência democrática, que busca dar meios e condições para que o Estado e a sociedade protejam os jovens. Nessa luta, destaca-se a Igreja, que sempre teve e terá um compromisso com a vida e com a proteção dos mais pobres e vulneráveis, entre estes, as crianças. As encíclicas Laudato si’ e Fratelli tutti, do Papa Francisco, destacam a ética do cuidar, a prática da solidariedade e da proteção, especialmente das crianças. Apesar de tantos esforços, inclusive da comunidade internacional e brasileira em firmar políticas de direitos humanos, ainda há

milhões de pessoas, entre elas crianças e adolescentes, que são vítimas de diferentes práticas de violência, desrespeito e abusos (Fratelli tutti, 24, 29, 261). Defender a vida é missão da Igreja e de toda a sociedade. Não podemos nos omitir em qualquer situação em que crianças e adolescentes estejam sofrendo maus-tratos e desrespeito de seus direitos de pessoa: “Que todos tenham vida, e vida em abundância”. O espírito do ECA é o do fortalecimento da convivência familiar e comunitária, do reconhecimento do protagonismo de cada pessoa. O ECA ensina-nos que toda criança tem direito a um espaço educativo, uma família e um lugar para habitar. Bem o contrário do que muitos pensam e divulgam. Celebramos os 30 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente como o resultado de uma grande luta na garantia de direitos. É preciso que continuemos a lutar para colaborar na construção de uma política que nos leve à paz social (Fratelli tutti, 217). Continuemos acreditando nas crianças e adolescentes como sujeitos de direitos: educação, lazer, proteção, liberdade, de convivência familiar e comunitária.


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| 15 a 20 de outubro de 2020 | Reportagem | 11

Marcados pelo encontro com Cristo, leigos evangelizam por meio de uma vida inserida na sociedade Luciney Martins/O SÃO PAULO - Arquivo

Fernando Geronazzo

osaopaulo@uol.com.br

É por meio da diversidade de dons e carismas que a Igreja, corpo de Cristo, realiza a sua missão de anunciar o Evangelho a todos os povos. A propósito, outra característica fundamental que a define é justamente ser povo de Deus. Esse povo de batizados e enviados por Jesus Cristo caminha para a realização de uma vocação universal: a santidade, que se concretiza nas vocações e ministérios específicos. Dos 1,2 bilhão de católicos que existem no mundo, a maioria maciça é daqueles que são chamados a anunciar o Evangelho na vida cotidiana da sociedade, nos seus mais variados âmbitos: a família, a escola, a universidade, o trabalho, a política e a vida social. Esses são os cristãos leigos. A vocação laical é marcada pela chamada “índole secular”, isto é, seu campo e âmbito de missão por excelência é o mundo, lugar onde ele se santifica e testemunha o Evangelho com a própria vida. O Papa Francisco reflete sobre esse aspecto na exortação apostólica Gaudete et exsultate, quando diz: “Gosto de ver a santidade no povo paciente de Deus: nos pais que criam os seus filhos com tanto amor, nos homens e mulheres que trabalham a fim de trazer o pão para casa, nos doentes, nas consagradas idosas que continuam a sorrir. Nessa constância de continuar a caminhar dia após dia, vejo a santidade da Igreja militante. Esta é muitas vezes a santidade ‘ao pé da porta’, daqueles que vivem perto de nós e são um reflexo da presença de Deus”.

COM NATURALIDADE Para o engenheiro ferroviário Pedro Armante Carneiro Machado, 60, não há nada mais secular do que viver a pertença a Cristo e à Igreja, realizando aquilo ao qual foi chamado, na sua profissão, que é parte da sua vocação. “É fundamental ver sua profissão como um dom e vocação que realiza com amor”, enfatizou Machado, acrescentando que, no ambiente profissional, sempre buscou ser ele mesmo: “Uma pessoa marcada pelo encontro com Cristo”. “Quase que naturalmente, até sem percebermos, aprendemos a ter um olhar mais humano pelos colegas de trabalho, especialmente quando nos aproximamos de alguém que está passando por uma determinada situação e oferecemos ajuda, seja profissional, seja pessoal e, em muitos casos, oferecemos esperança, diante de uma realidade marcada por tanto ceticismo”, completou o engenheiro, que é casado há 31 anos, tem três filhos e é membro do movimento católico

‘Os cristãos leigos são chamados a ser os olhos, os ouvidos, as mãos, a boca, o coração de Cristo na Igreja e no mundo’ (Doc. 105 CNBB)

Comunhão e Libertação. Ele salientou que o envolvimento na vida social, na vida política, na participação de iniciativas de caridade, também são formas de colaborar na edificação da Igreja e na construção de uma sociedade nova, recordando que as grandes revoluções operadas pelo Cristianismo ao longo da História aconteceram pela mudança das pessoas a partir de seus ambientes de convívio e atuação.

NO ORDINÁRIO Silvio Pereira da Rocha Filho, 53, é médico pediatra. De poucas palavras, ele fala mais com os exemplos, respondendo à entrevista ao O SÃO PAULO, por WhatsApp, durante um de seus plantões de mais de 24 horas em um hospital. “Como médico, vivo concretamente a vida cristã atendendo com qualidade e humanidade todas as crianças que chegam até mim, sendo solidário no sofrimento delas e dos familiares”, pontuou. Casado há oito anos com Magna Celi Mendes da Rocha, 42, assessora da Pastoral Universitária da PUC-SP e professora convidada da Faculdade de Teologia da mesma instituição, Rocha Filho enfatizou que também é chamado a viver sua missão no âmbito familiar, sendo um bom pai, sempre presente e solícito nas necessidades dos filhos e da esposa. Magna complementou que a vida laical é uma grande oportunidade quando se dá importância às pequenas coisas do cotidiano. “Trocar a fralda de uma criança, fazer um café, dar um beijo no esposo, escrever um artigo para um jornal ou o capítulo de um livro... Tudo o que fazemos é a manifestação da presença e da ação de Deus na medida do amor que colocamos em cada um desses atos”,

afirmou. Pais de quatro filhos, ela e Rocha Filho são membros da Comunidade Shalom.

humanidade, naqueles que sofrem, nos excluídos, nos que são indiferentes, até mesmo naqueles que, para nós, são os nossos inimigos”, afirmou. “Quanto mais sensíveis a Deus nos tornamos, mais sensíveis nos tornamos aos outros, à humanidade que ‘sofre e geme, aguardando a manifestação dos filhos de Deus’” (cf. Rm 8,19), complementou Magna.

EM TODO LUGAR A professora Jaqueline de Moraes Fiorelli, 54, afirma que não vê “nada de extraordinário” em sua vida em relação ao apostolado. Ao contrário, ela percebe a realização da sua missão no amor renovado que a faz entrar em uma sala de aula e procurar fazer o melhor, “não simplesmente porque desejo ser reconheciFundação Santa Terezinha da pelo meu profissionaCNPJ nº 69.273.050/0001-49 lismo, mas por amor aos BALANÇO PATRIMONIAL meus alunos, procurando Exercícios findos em 31 de dezembro de 2019 e 2018 (Valores expressos em reais) ATIVO 2019 2018 ajudar cada um em suas Ativo circulante............................................................ - dificuldades... PromoAtivo não circulante..................................................... - Imobilizado vendo ações na sala de Imóveis...................................................................... 460.000 460.000 Total do ativo................................................................ 460.000 460.000 aula que os levem a colaPASSIVO 2019 2018 borar uns com os outros, Passivo circulante..................................................... - a fim de que possam não Passivo não circulante.............................................. - Patrimônio líquido só construir o conheci Patrimônio integralizado (a)....................................... 46.376 46.376 Reserva de reavaliação de ativos (b)........................ 392.944 409.488 mento juntos, mas que se Ajuste de avaliação patrimonial................................. 20.680 4.136 Patrimônio líquido...................................................... 460.000 460.000 sintam instigados a sair Total do passivo........................................................... 460.000 460.000 de si e ajudar o colega ao Notas explicativas às demonstrações financeiras lado”, destacou Jaqueline. a) Patrimônio integralizado, refere-se ao valor inicial de constituição da Fundação Santa Terezinha, 02 (dois) apartamentos. Membro do movib) Resultado da reavaliação dos 02 (dois) apartamentos, os imóveis foram atualizamento dos Focolares, dos a valor presente, acréscimo de R$ 413.624 patrimônio líquido, foi transferido para ajuste de avaliação patrimonial R$ 4.136, referente aos meses de out/2018, Jaqueline salientou que nov/2018 e dez/2018 e R$ 16.544 do exercício de 2019. a vocação cristã deve ir DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO além do âmbito eclesial. Exercícios findos em 31 de dezembro de 2019 e 2018 (Valores expressos em reais) 2019 2018 “Não devemos vivê-la de Receita Bruta Receita com doação. . ................................................ - 7.000 modo estanque, sendo Receita líquida.............................................................. - 7.000 cristãos apenas quando Despesas operacionais Despesa com assessoria e consultoria..................... - (7.000) vamos à Igreja, ou entre Resultado do exercício................................................ - Aprovação das Demonstrações Financeiras pessoas que vivem conos A aprovação e emissão das demonstrações financeiras da Fundação Santa Terezico essa experiência, mas nha para o exercício findo em 31 de dezembro de 2019 foram autorizadas pela sua Mesa administrativa em 15 de junho de 2020. em todos os ambientes, Mesa Administrativa procurando reconhecer e Dom Odilo Pedro Scherer Provedor amar as diferentes expres Padre João Julio Farias Júnior Edivaldo Batista da Silva Primeiro Secretário Contador - CRC/SP 212622/O-2 sões de Jesus presentes na


12 | Reportagem | 15 a 20 de outubro de 2020 |

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‘Com poesia, ’ é f a s s o n r ensina

SÃO FRANCISCO DE ASSIS

A

relação do Fundador da Ordem dos Frades Menores com a natureza pode ter sido a inspiração para a composição do poema “Cântico do Irmão Sol”:

Altíssimo, onipotente, bom Senhor, teus são o louvor, a glória e a honra e toda a bênção. Somente a ti, ó Altíssimo, eles convêm, e homem algum é digno de mencionar-te. Louvado sejas, meu Senhor, com todas as tuas criaturas, especialmente o Senhor Irmão Sol, o qual é dia, e por ele nos iluminas. E ele é belo e radiante com grande esplendor, de ti, Altíssimo, traz o significado. Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã lua e pelas estrelas, no céu as formaste claras e preciosas e belas. Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão vento, e pelo ar e pelas nuvens e pelo sereno e todo o tempo, pelo qual às tuas criaturas dás sustento. Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã água, que é mui útil e humilde e preciosa e casta. Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão fogo, pelo qual iluminas a noite, e ele é belo e agradável e robusto e forte. Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã nossa, a mãe terra, que nos sustenta e governa e produz diversos frutos com coloridas flores e ervas. Louvado sejas, meu Senhor, porque perdoam pelo teu amor, e suportam enfermidade e tribulação. Bem-aventurados aqueles que as suportarem em paz, porque por ti, Altíssimo, serão coroados. Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã nossa, a morte corporal, da qual nenhum homem vivente pode escapar. Ai daqueles que morrerem em pecado mortal: bem-aventurados os que ela encontrar na tua santíssima vontade, porque a morte segunda não lhes fará mal! Louvai e bendizei ao meu Senhor, e rendei-lhe graças e servi-o com grande humildade.

Jenniffer Silva

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O ato de contar histórias de forma poética, com versos, estrofes e ritmo, é uma tradição que vai além da literatura popular. Na Bíblia, a história do povo de Deus, narrada e escrita por muitas mãos, e, ainda, inspirada e conduzida por Ele, pode ser apreciada por meio deste gênero literário nos livros Cântico dos Cânticos, Salmos e Lamentações. Ao

SÃO JOSÉ DE ANCHIETA

O

missionário jesuíta, um dos fundadores da cidade de São Paulo, escreveu sobre as areias da então Praia do Iperoig, hoje, Praia do Cruzeiro, em Ubatuba (SP), o “Poema à Virgem Maria”: Ó doce chaga, que repara os corações feridos, abrindo larga estrada para o Coração de CRISTO. Prova do novo amor que nos conduz à união! (Amai uns aos outros como EU vos amo), porto do mar que protege o barco de afundar! Em TI todos se refugiam dos inimigos que ameaçam: TU, SENHOR, és medicina presente a todo mal! Quem se acabrunha em tristeza, em consolo se alegra:

SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS

R

eligiosa da Ordem das Carmelitas Descalças, a Padroeira das Missões expressou seu amor pela Igreja e pela Eucaristia no poema “O meu canto de hoje”: A minha vida é um só instante, uma hora passageira. A minha vida é um só dia que me escapa e me foge. Tu sabes, ó meu Deus! Para amar-Te na terra, só tenho o dia de hoje! Oh! Amo-Te, Jesus! A minha alma por Ti suspira. Sê por um só dia o meu doce apoio. Vem reinar no meu coração, dá-me o teu sorriso, somente por hoje! Que me importa, Senhor, se o futuro é sombrio? Nada posso pedir-Te, oh não, para amanhã! Conserva-me o coração puro, cobre-me com a tua sombra, somente por hoje. Se penso em amanhã, temo a minha inconstância. Sinto nascer em mim a tristeza e o desgosto. Mas aceito, meu Deus, a prova, o sofrimento. Somente por hoje.

Quero ver-Te em breve nas margens eternas, ó Divino Piloto! Cuja mão me conduz. Nas ondas alterosas, guia em paz a minha barca, somente por hoje. Ah! Deixa-me, Senhor, esconder na tua Face, onde já não ouvirei o ruído vão do mundo. Dá-me o Teu amor, conserva-me na Tua graça, somente por hoje. Junto do teu Coração divino, esqueço tudo o que passa. Já não receio os pavores da noite. Ah! Dá-me, Jesus, um lugar nesse Coração, somente por hoje. Pão vivo, Pão do Céu, Divina Eucaristia Ó Mistério sagrado! Que o Amor produziu… Vem habitar no meu coração, Jesus, minha Hóstia branca, somente por hoje. Digna-Te unir-me a Ti, Vinha Santa e sagrada. E a minha frágil vergôntea dar-Te-á o seu fruto. E poderei oferecer-Te um cacho dourado, Senhor, desde hoje.

longo dos séculos, o mesmo foi feito por homens e mulheres reconhecidos por uma vida de santidade. No mês em que se recorda o Dia do Poeta, celebrado em 20 de outubro, O SÃO PAULO apresenta alguns exemplos de santos que, com suas poesias, souberam evangelizar e dar testemunho de sua fé, formando, dessa maneira, discípulos por todos os tempos da História. Outras poesias serão publicadas diariamente no site www.osaopaulo.org.br.

a dor da tristeza coloca um fardo no coração! Por Ti Mãe, o pecador está firme na esperança, caminhar para o Céu, lar da bem-aventurança! Ó Morada de Paz! Canal de água sempre vivo, jorrando água para a vida eterna! Esta ferida do peito, ó Mãe, é só Tua, somente Tu sofres com ela, só Tu a podes dar. Dá-me acalentar neste peito aberto pela lança, para que possa viver no Coração do meu SENHOR! Entrando no âmago amoroso da Piedade Divina, este será meu repouso, a minha casa preferida. No sangue jorrado, redimi meus delitos, E purifique com água a sujeira espiritual! Embaixo deste teto (Céu) que é morada de todos, viver e morrer com prazer, este é o meu grande desejo.

SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO

Este cacho de amor, cujos bagos são almas para o formar só tenho este dia que foge. Ah! Dá-me, Jesus, o ardor de um Apóstolo, somente por hoje. Ó Virgem Imaculada! Tu és a Doce estrela que me dás Jesus. E me unes a Ele. Ó Mãe! Deixa-me repousar sob o teu manto, somente por hoje. Santo Anjo da Guarda, cobre-me com as tuas asas, ilumina com a tua luz o caminho que eu sigo. Vem dirigir-me os passos… Ajuda-me, por ti chamo, somente por hoje. Senhor, eu quero ver-Te, sem véu, sem nuvem, mas ainda exilada, longe de Ti, desfaleço. Que o Teu adorável rosto de mim seja escondido, somente por hoje. Voarei em breve para cantar os teus louvores quando o dia sem ocaso brilhar sobre a minha alma. Então, eu cantarei com a lira dos Anjos o Eterno Hoje!

O

fundador dos Redentoristas dedicou-se à causa dos mendigos e camponeses que viviam na periferia de Nápoles, na Itália. Dentre seus escritos está “Tu desces das estrelas”:

Tu desces das estrelas, ó Rei do céu, e vens a uma gruta no frio e no gelo. Ó Menino meu divino, eu Te vejo aqui a tremer; Ó Deus beato, quanto Te custou haver-me amado! A Ti, que és do mundo o Criador, faltam agasalhos e fogo, ó meu Senhor. Querida e eleita criança, esta Tua pobreza me apaixona, pois foi o amor que Te fez pobre novamente. Tu deixas as delícias da intimidade divina para vir a sofrer sobre essa palha. Doce amor do meu coração, aonde Te levou o amor? Ó meu Jesus, por que tanto sofrer? Por meu amor! Mas se sofres por Tua própria vontade, por que então este choro, por que estes gemidos? Meu Jesus, eu Te entendo sim! Ah, meu Senhor! Tu choras não de dor, mas de amor! Tu choras ao ver a minha ingratidão, um amor tão grande e tão pouco amado! Ó amado do meu coração, se fui assim outrora, hoje somente por Ti eu anseio Querido, não chores mais, pois eu Te amo, Te amo. Enquanto dormes, meu Menino, o coração não dorme, não, mas vigia a todo momento. Vai, meu querido e puro Cordeiro, em que pensas? Dize-me Tu. Ó amor imenso, um dia em morrer por ti, respondes, é o que eu penso. Então, pensas em morrer por mim, ó Deus, que mais posso eu amar fora de Ti? Ó Maria, esperança minha, se pouco eu amo o teu Jesus, não te indignes de amá-Lo tu por mim, se eu não O sei amar!


Arte: O SÃO PAULO

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dr. ives gandra martins

Autonomia do Direito Religioso é destaque no Congresso Nacional dos Juristas Católicos Fernando Geronazzo

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Dr. luiz Bertelli

cardeal scherer

dom carlos lema

dra. regina beatriz

des. roberto vallim

dra. liliana bittencourt

| 15 a 20 de outubro de 2020 | Geral | 13

A União dos Juristas Católicos de São Paulo (Ujucasp) realizou, na terça-feira, 13, o II Congresso Nacional dos Juristas Católicos. Este ano, devido à pandemia de COVID-19, o evento aconteceu na modalidade de videoconferência. O congresso contou com a participação de advogados, desembargadores juízes e profissionais do Direito de todo o Brasil e do exterior (alguns dos quais retratados na imagem ao lado). Foram abordados temas como a autonomia do Direito Religioso; a tutela legal da família; a garantia fundamental da escusa de consciência; a crise global e o desafio do Estado brasileiro e a família; e a educação moral dos filhos. O evento foi aberto pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo e Presidente nato da Ujucasp, que elogiou a iniciativa do congresso e o esforço em realizá-lo apesar dos limites da pandemia. “Um congresso on-line permite a participação de muitas outras pessoas, que não teriam a possibilidade de estar fisicamente presentes. É uma oportunidade, portanto, de o evento ter um alcance maior”, destacou.

LIBERDADE RELIGIOSA Ao ressaltar a temática da autonomia do Direito Religioso, Dom Odilo afirmou que considera justificado que haja um ramo que se ocupe deste Direito. “É importante que haja clareza na legislação, mas também na aplicação da lei, do Direito previsto na Constituição e na legislação positiva em relação à religião, pois, do contrário, pode haver abusos, quer pela negação desse Direito, quer pela extrapolação da sua aplicação”, afirmou. O Arcebispo recordou, ainda, o tema da liberdade religiosa, garantida pela Constituição de 1988 e pelo

Acordo Brasil-Santa Sé, publicado em 2010. “Este acordo é parte da legislação positiva do Direito de Religião, do direito de liberdade religiosa, e que é pouco conhecido. Este Acordo precisa ser muito mais conhecido para ser mais bem aplicado”, ressaltou o Arcebispo. Nesse sentido, o Cardeal sublinhou que o Acordo Brasil-Santa Sé prevê o reconhecimento da legislação interna e da personalidade jurídica da Igreja Católica, de modo que, o Direito Canônico também tem um significado para o Direito público, civil e internacional. “O Direito Canônico tem interesses para a vida pública, ainda mais agora, considerando o Acordo Brasil-Santa Sé”, enfatizou.

UJUCASP Por fim, Dom Odilo agradeceu à Ujucasp, que, embora seja de existência breve, “já é muito fecunda de trabalhos e produções” com repercussão em âmbito público. Ao fazer votos pelo bom êxito do congresso, o Cardeal afirmou que os juristas católicos ajudam não apenas no âmbito interno da Igreja, como também dão uma contribuição competente, como profissionais e estudiosos do Direito e cristãos leigos, para que a sociedade viva segundo o direito e a justiça. Criada em 20 de março de 2012, a Ujucasp tem como objetivo contribuir com a atividade judiciária, legislativa e administrativa, ocupando-se das questões do mundo contemporâneo, sob a ótica dos princípios da ética católica. A União discute e coloca em foco os valores da família, da vida, da dignidade humana e o bem comum. Participam da entidade magistrados, membros do Ministério Público, advogados, bem como os bacharéis e estudantes de Direito convidados pelo Arcebispo e sediados em São Paulo. A íntegra do II Congresso pode ser vista no link a seguir: https://cutt.ly/ugdSTck. (Colaborou: Jenniffer Silva)


14 | Com a Palavra – Eleições 2020 | 15 a 20 de outubro de 2020 |

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MÁRCIO FRANÇA

‘O cidadão paulistano deve ser atendido com dignidade’ Assessoria de imprensa do candidato

Daniel Gomes

osaopaulo@uol.com.br

Na sequência da série de entrevistas com os candidatos a prefeito da capital paulista, O SÃO PAULO ouve Márcio França (foto), 63, advogado, ex-governador de São Paulo e filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). Nas próximas semanas, serão entrevistados Bruno Covas, Celso Russomanno, Guilherme Boulos e Jilmar Tatto. Andrea Matarazzo já apresentou suas propostas na edição anterior. Os seis candidatos foram apontados como os mais bem colocados na pesquisa Exame/Ideia de 23 de setembro, utilizada como parâmetro para convidá-los para a série.

O SÃO PAULO – No entender do senhor, quais os principais problemas da cidade e como pretende resolvê-los? Márcio França – Os anos de administração fraca, incompetente e sem sintonia com as necessidades da população da atual gestão, e que foram agravadas pelos efeitos da pandemia, exigem ação profunda e urgente. Por isso, desenvolvemos um plano emergencial que engloba atenção especial à saúde, geração de empregos, recuperação da educação e das atividades econômicas do município. A atual pandemia de COVID-19 mostrou as dificuldades das famílias mais pobres em manter o isolamento social em casas pequenas e comunidades adensadas. Diante disso, quais os planos do senhor para a área da Habitação? Nossa gestão prevê a regularização, a aquisição de unidades prontas e a construção de unidades habitacionais. Investiremos em um programa de assistência técnica para autoconstruções em áreas de interesse social e regularização fundiária de propriedades em áreas seguras com mais de cinco anos de uso em Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), com taxas sociais de transição. É uma estratégia de habitação social em que unidades de diferentes valores são integradas no mesmo projeto e na qual beneficiados ajudam a financiar as propriedades de menor renda, facilitando, assim, a aproximação das áreas com mais emprego. Outra frente é a recuperação e a ocupação do Centro, com moradias por meio de certificado de potencial construtivo. Atualmente, a região central tem diversos imóveis, públicos e privados, em situação de abandono ou necessitando de reparos emergenciais. Uma boa possibilidade é a aplicação de operações urbanas consorciadas. Vamos atrair investimentos privados, com a modificação de índices e características de parcelamento, uso e ocupação do solo e subsolo, bem como

alterações das normas de construção, considerando o impacto ambiental delas ou a regularização de construções, reformas ou ampliações em desacordo com a legislação. Também vamos implantar o Plano Conceito de 20 anos, com revisão a cada dois anos, para o desenvolvimento socioeconômico, ambiental, tecnológico, estrutural e espacial da cidade. Pretendemos adotar políticas como Aluguel Social e Habitação Social de Renda Mista para viabilizar novas unidades. Como planeja recuperar os meses em que os estudantes não puderam ir à escola? Como agirá para sanar o déficit de vagas em creches e na pré-escola? Para tirarmos o atraso desse período, vamos abrir os equipamentos de ensino aos fins de semana e feriados, o que permitirá o uso para complementar as atividades educacionais. Nossa gente não está conseguindo acompanhar as aulas on-line da rede pública, porque não tem internet. É cruel porque esses meninos e meninas perderam conteúdos importantíssimos para a formação deles. A pandemia escancarou a necessidade de maior acesso à tecnologia e internet para o aprendizado dos jovens. Vamos disponibilizar computadores, tablets e outros instrumentos digitais para alunos e professores. Os prejuízos do isolamento não podem ser ainda maiores aos jovens que vivem em situação desprivilegiada. Queremos investir na infraestrutura e na expansão das creches, e com isso haverá um impacto de transformação maior. É preciso estender o padrão de atendimento daquilo que já funciona e ter um olhar experiente, porém ativo, para motivar o funcionalismo – sempre injustiçado aos olhos da população. O que já funciona bem precisa funcionar melhor. Nosso programa Creche para

Todos, por exemplo, prevê a cobertura integral, incluindo todas as regiões que tenham demanda reprimida. Daremos início ao funcionamento das creches em horários modulares e alternativos, para permitir o acolhimento daqueles cujas mães trabalhem em período diferenciado. Na área da Saúde, quais serão as prioridades de sua gestão? Com a crise na saúde pública provocada pela pandemia, consultas, exames e cirurgias eletivas foram prejudicadas. Para enfrentar esse atraso, vamos abrir postos de saúde aos fins de semana e feriados. Tal medida vai vigorar até acabar com as filas de consultas e exames. Além disso, serão criados protocolos de acesso para exames, de acordo com o aumento da oferta. Vou lutar para adaptar e atualizar o sistema de saúde da cidade, para termos condições de nos antecipar a futuras demandas e mudanças necessárias. Nosso foco vai ser o fortalecimento da prevenção de doenças, sempre orientado pelo conceito de promoção e manutenção da saúde, em vez de apenas tratar doenças. Terei um olhar especial para fortalecer os serviços de saúde mental e tratar a questão das drogas como problema de saúde pública e assistência social. Nossa bandeira é a implantação do Plano Municipal de Saúde Integrada, uma ação com padrão [já adotado no hospital] Pérola Byington. Vamos começar pelas Unidades Básicas Integradas, que já têm estrutura diferenciada, com equipe de saúde e espaço físico adequado. A cidade tem enorme déficit de leitos de hospitais. O atual governo municipal investiu milhões na construção de hospitais de campanha que foram desmontados sem deixar nenhum legado para a cidade, deixando outros abandonados. O cida-

*As assessorias dos seis candidatos convidados para esta série de entrevistas já receberam as perguntas por e-mail

dão paulistano deve ser atendido com dignidade. O senhor tem algum plano para a geração de empregos? Temos quatro programas para gerar emprego e incentivar o empreendedorismo. O primeiro prevê empréstimos a 25 mil comerciantes, no valor de R$ 20 mil cada. O segundo engloba empréstimo de R$ 3 mil para 150 mil empreendedores cada, com o pagamento feito um ano após a concessão, em 30 prestações de R$ 100. O terceiro é para atender à onda emergencial pós-pandêmica, que prevê a criação de 100 mil postos em frentes de trabalho por meio dos quais as pessoas são contratadas para trabalhar três dias por semana, seis horas por dia, em limpeza, manutenção, pequenos reparos, jardinagem, em toda a cidade, recebendo, para isso, salário de R$ 600 por mês. O quarto vai garantir emprego para 40 mil jovens no âmbito das frentes de trabalho. Eles receberão R$ 600 mensais para trabalhar três vezes por semana, seis horas por dia. Os recursos sairão de R$ 2,5 bilhões mensais derivados de R$ 1,8 bilhão de contratos parados com Organizações Sociais (OSs), e da economia de R$ 720 milhões, com a redução de 7 mil cargos comissionados. A capital paulista tem ao menos 24 mil pessoas em situação de rua. Como pretende agir diante dessa realidade? É triste ver o enorme crescimento de moradores em situação de rua e de pessoas vivendo nas cracolândias espalhadas pela cidade. Essas são as duas das principais chagas da cidade de São Paulo. É uma situação que persiste pela falta de ação planejada, integrada, sistêmica e duradoura. É inadmissível que a Prefeitura tenha, debaixo das janelas de sua sede, centenas de pessoas jogadas ao abandono. Nosso compromisso é acabar com a Cracolândia e enfrentar o problema das pessoas em situação de rua, reunindo as melhores práticas e estratégias consagradas em outras experiências, nos mais diversos países. Qual apoio a Prefeitura ofertará às vítimas de abuso sexual que resultem em gravidez, a fim de que evitem recorrer ao aborto? A Prefeitura tem a obrigação legal e moral de prestar serviços de saúde, amparo emocional e assistência social às vítimas de abuso e violência sexual. Nossa gestão fortalecerá os mecanismos previstos na Constituição, com ações do município para apoiar e acolher mulheres e meninas em situações de violência. Também precisamos facilitar denúncias de abuso para reduzir os índices de feminicídio e de violência doméstica.


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Carmelita compartilha experiências missionárias em live com o Cardeal Scherer

ACN promove campanha mundial: ‘Um Milhão de Crianças Rezam o Terço pela Paz’ https://cutt.ly/Jgdlw9g

Daniel Gomes

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Mandato de Jesus Frei Patrício ressaltou, inicialmente, que ser missionário é um mandato de Jesus a todos os cristãos batizados, para que anunciem “a beleza da Palavra de Deus e da nossa fé”, sem que necessariamente precisem se deslocar, como foi o caso de Santa Teresinha, missionária dentro do Carmelo. “Ela dizia: ‘Quero amar a Deus e o fazer amado por todos’. Assim, não é suficiente amar a Deus sozinho. Devemos envolver os outros, transmitir a nossa fé e o nosso amor”, afirmou o Frade. Para tal, é preciso ter disponibilidade de anunciar o Evangelho, mesmo em realidades nas quais os cristãos são minoria, como no Egito, onde, dos 100 milhões de habitantes, entre 15 e 18 milhões são cristãos, sendo que o número de católicos não é superior a 250 mil fiéis. A oração e o anúncio pelo exemplo Em realidades como a do Egito, destacou o Frade, o anúncio do Evangelho se dá mais pelo testemunho de vida e a coerência nas atitudes, do que por palavras, bem como pelas obras de misericórdia em favor dos que mais precisam: “Devemos estar atentos às necessidades das pessoas para poder, pelas obras, manifestar o Cristianismo, uma solidariedade de qualidade”. Frei Patrício recordou o desejo de

Diariamente, no site do jornal O SÃO PAULO, você pode acessar notícias sobre a Igreja e a sociedade em São Paulo, no Brasil e no mundo. A seguir, algumas notícias e artigos publicados recentemente.

Reprodução da internet

Por dez anos, Frei Patrício Sciadini, OFM, viveu no Egito, país de maioria muçulmana

No contexto da celebração do Mês das Missões, o Cardeal Odilo Pedro Scherer tem promovido lives sobre diferentes testemunhos missionários dos cristãos. Na terça-feira, 13, pelas mídias sociais da Arquidiocese de São Paulo, o Frei Patrício Sciadini, da Ordem dos Frades Menores (OFM), compartilhou com o Arcebispo de São Paulo e os internautas seu testemunho missionário. Nascido na Itália, ele viveu 40 anos no Brasil, esteve por dez anos no Egito – país de maioria muçulmana – e já se prepara para ir ao monte Carmelo, em Israel. No começo do encontro on-line, que também teve a participação do frade carmelita descalço Dom Rubens Sevilha, Bispo de Bauru (SP), Dom Odilo afirmou que a experiência de Frei Patrício ajuda a perceber que a ação missionária da Igreja é ampla, não devendo ser entendida apenas na dimensão da missão ad gentes.

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Fraternidade São João Paulo II: Em busca da restauração de vidas https://cutt.ly/ggdlrsl

Santa Teresinha de disseminar a fé cristã pelos cinco continentes, o que não pôde fazer pelas missões ad gentes, mas o realizou com a oração e o sacrifício. “Por meio da oração, podemos abraçar todos os dias os cinco continentes, podemos viajar sem pagar passagem, sem passaporte, e ser uma presença orante”, afirmou, alertando que, quando a oração não é o fundamento do agir do cristão, “podemos cair em um aspecto social, político e perdemos o valor da transcendência”.

Missionariedade cotidiana O Frade lembrou, ainda, que é possível viver a missionariedade nas situações cotidianas. “Onde formos, devemos revelar que somos cristãos, que somos apaixonados por Cristo e que, aquilo que fazemos, não é por lucro ou por autoprojeção, mas, simplesmente, por amor.” Por fim, Frei Patrício recomendou a todos a leitura dos escritos de Santa Teresinha do Menino Jesus – “Ela fez do Evangelho a sua maneira de ser missionária” – e reforçou três aspectos centrais da missionariedade cristã: “Todo cristão que ama a sua fé e Jesus Cristo sente a necessidade e a alegria de anunciar o Evangelho; em qualquer lugar que estejamos, devemos

dar um testemunho de vida coerente; e a missionariedade não é luxo, mas uma exigência da nossa fé. Sem a missionariedade, nós teremos, no futuro, uma Igreja sem vida e sem amor”.

Renovação missionária Após a explanação inicial do Frade, Dom Odilo recordou que o Papa Francisco tem reiterado a necessidade da renovação e da conversão missionária na Igreja, algo que está no centro da atenção da Arquidiocese de São Paulo com a realização do sínodo arquidiocesano. “É uma questão crucial para a Igreja. Se ela não se faz missionária, torna-se uma instituição sem vida, vira museu, uma lembrança do passado. Não queremos isso. Queremos ser presentes, testemunhas do agora, neste tempo, no meio das nossas cidades, das nossas situações”, lembrou o Arcebispo de São Paulo. Dom Rubens enfatizou que, na perspectiva missionária, todos são instrumentos, pois “é o Espírito que evangeliza, é o Senhor quem faz a obra. Somos operários. Hoje, nossa cultura ressalta muito o nosso eu, mas creio que precisamos pregar mais, com testemunho, sobretudo, dessa morte de si mesmo, desse renunciar a si”. (Colaborou: Jenniffer Silva)

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Papa Francisco nomeia brasileiro como membro da Pontifícia Academia das Ciências https://cutt.ly/agdltkH Arquivo pessoal

Morre Alzira Altenfelder Mesquita, fundadora da Universidade São Judas Tadeu https://cutt.ly/2gdlybz Câncer de mama: quanto mais cedo a descoberta, maiores as chances de cura https://cutt.ly/egdluKR Ameaça à vida: Governo espanhol pretende ampliar lei do aborto no país https://cutt.ly/ggdlog2 Centenário do Apostolado do Mar https://cutt.ly/qgdlp1N

foto da semana Famílias vão à Ponte do Piqueri, na segunda-feira, dia 12, quando o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, abençoou o Rio Tietê com a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil. Viu algo que lhe chamou a atenção na cidade? Fotografe e mande para o nosso e-mail osaopaulo@uol.com.br, com o título“Foto da Semana”.


16 | Pelo Mundo | 15 a 20 de outubro de 2020 |

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Cáucaso

Cessar-fogo é desrespeitado e conflito continua em Nagorno-Karabakh Davit Ghahramanyan/Ministério dos Negócios Estrangeiros da Armênia

Comunidade armênia no Brasil afirma que governo do Azerbaijão tem atacado zonas desmilitarizadas e disseminado fake news Daniel Gomes

osaopaulo@uol.com.br

A população de Nagorno-Karabakh, na região do Cáucaso, localizada entre a Europa Oriental e a Ásia, vive dias de tensão desde 27 de setembro, em razão da retomada do conflito entre o Azerbaijão e a Armênia naquele território, cuja maioria da população é de armênios cristãos, mas a área pertence ao Azerbaijão, conforme definição geográfica feita pelo governo da extinta União Soviética (URSS), na década de 1920. Na sexta-feira, 9, em um acordo mediado pela Rússia, os governos da Armênia e do Azerbaijão assinaram um cessarfogo, que entrou em vigor no sábado, 10, às 12h (no horário local). Horas depois, porém, novas explosões foram sentidas na cidade de Stepanakert, a capital de Nagorno-Karabakh. Desde o dia 27, já foram registradas cerca de 600 mortes, destas ao menos 67 de civis azeris e armênios, números que podem ser maiores, já que o Azerbaijão não tem dado informações sobre os mortos de suas tropas.

Origens do conflito Os armênios habitam Nagorno-Karabakh há mais de 5 mil anos e, desde o final da década de 1980, buscam a independência da República de Artsakh, o nome original da localidade. Desde então, Armênia e Azerbaijão, ex-repúblicas soviéticas, duelam pelo território. Em 1994, um cessar-fogo foi acordado entre os países, com mediação dos Estados Unidos, França e Rússia. Os conflitos nunca acabaram por completo, porém não tinham sido retomados ao estágio atual. “Os armênios já estavam nessas terras

Catedral armênia de Stepanakert, em Nagorno-Karabakh, é um dos locais atingidos pelo Azerbaijão no conflito iniciado em 27 de setembro

antes da constituição e expansão do Império Turco-Otomano (1299 a 1923), permanecendo fiéis ao Cristianismo durante os mais de 600 anos de dominação islâmica, e lá continuaram a viver, resistindo heroicamente às primeiras investidas violentas do Império Turco-Otomano (1894 a 1896)”, explicou ao O SÃO PAULO Elie Chadarevian, membro do Conselho Administrativo da Paróquia Armênia Católica São Gregório Iluminador, do Exarcado Apostólico Armênio para a América Latina. “Essas perseguições acentuaram-se significativamente durante os quatro anos de duração da Primeira Grande Guerra (1914 a 1918), culminando com a morte de expressiva parte da elite cultural armênia (que tem no dia 24 de abril de 1915 sua data-marco) e a perseguição genocida à sua população em todas as províncias do império até 1922, quando a Armênia passou a integrar a URSS”, prosseguiu, destacando que é justa a reivindicação de autonomia dos armênios em Artsakh.

Preocupação O Conselho Administrativo da Paróquia Armênia Católica São Gregório Iluminador e outras instituições armênias no

Brasil publicaram, em setembro, uma carta de repúdio aos ataques do Azerbaijão à República da Armênia e Artsakh. “A comunidade armênia do Brasil, formada por mais de 100 mil brasileiros de descendência armênia, condena o uso da violência e agressões promovidas pelo governo do Azerbaijão e convida a todos que se unam na divulgação dos graves fatos, agravados ainda mais em um momento em que as atenções do mundo inteiro estão voltadas ao combate à ameaça do coronavírus. Ataques à Armênia e Artsakh, especialmente de um país aliado à Turquia, trazem à memória os trágicos eventos ocorridos no início do século passado, quando mais de 1,5 milhão de armênios foram assassinados no genocídio promovido pelo governo turco-otomano”, consta em um dos trechos da nota. Chadarevian lembrou, ainda, que o Azerbaijão tem mentido à comunidade internacional ao negar que recebe o apoio da Turquia e ao dizer que as terras de Artsakh não são armênias, que os armênios iniciaram as agressões e que se recusam a negociações. Ainda na nota, a comunidade armênia no Brasil lembra que “a distorção dos fatos e o incentivo ao conflito por parte do Azerbaijão tem levado a episódios de violência, inclusive em outras partes do mundo, com escolas armênias e descendentes de armênios sofrendo agressões na Rússia, Ucrânia, Alemanha e Estados Unidos”. Também é lembrada a ameaça do governo azeri de bombardear a usina nuclear de Medzamor, na Armênia. Chadarevian recordou que o Azerbaijão tem feito o bom-

bardeio em áreas residenciais e inclusive a Catedral armênia de Stepanakert, construída no século XIX, já foi atingida. Ele aponta, ainda, que o governo azeri parece não se preocupar com a própria população, já que em áreas militarizadas da fronteira daquele país não houve a retirada dos civis. “De forma bem diferente, o governo de Artsakh evacuou grande parte de sua população civil das áreas de conflito, procurando minimizar as consequências para civis. Infelizmente, porém, houve ataque azeri em regiões desmilitarizadas”, comentou.

Em oração pela paz Em 27 de setembro, o Papa Francisco se reuniu no Vaticano com o Patriarca Karekin II, líder da Igreja Apostólica Armênia, e, naquele mesmo dia, no Angelus, o Pontífice rezou pela paz no Cáucaso e exortou que as partes em conflito “façam gestos concretos de boa vontade e fraternidade que possam levar à solução dos problemas, não por meio do uso da força e das armas, mas pelo diálogo e negociações”. No começo deste mês, patriarcas e líderes das Igrejas em Jerusalém expressaram o desejo de que lideranças internacionais atuem para acabar com a violência em Nagorno-Karabakh: “Mais uma vez, pessoas inocentes são as principais vítimas e muitos homens, mulheres e crianças estão desalojados por causa dos horrores da guerra”, escreveram em declaração conjunta. A todas as dioceses católicas do Brasil, Elie Chadarevian pede que “incluam em suas intenções nas missas diárias a paz no mundo, mormente na região do Cáucaso, onde a Armênia, primeira nação a adotar o Cristianismo como religião de Estado, sofre graves e reiteradas ameaças violentas”. Ele deseja, ainda, que as pessoas busquem se informar sobre a verdade dos acontecimentos na região. (Com informações de G1, UOL, AS Syria News e Vatican News)


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| 15 a 20 de outubro de 2020 | Fratelli tutti | 17

Fé e Cidadania

Fratelli tutti e os desafios de nosso tempo – Um alerta que se repete FRANCISCO BORBA RIBEIRO NETO Tanto o Papa Francisco quanto seus antecessores, em momentos críticos da História, viram-se na necessidade de escrever encíclicas sociais proclamando o valor da solidariedade. “O princípio, que hoje designamos de solidariedade, e cuja validade, quer na ordem interna de cada nação, quer na ordem internacional, sublinhei na Sollicitudo rei socialis (SRS), apresenta-se como um dos princípios basilares da concepção cristã da organização social e política. Várias vezes Leão XIII o enuncia, com o nome ‘amizade’, que encontramos já na filosofia grega; desde Pio XI é designado pela expressão mais significativa ‘caridade social’, enquanto Paulo VI, ampliando o conceito na linha das múltiplas dimensões atuais da questão social, falava de ‘civilização do amor’” (São João Paulo II, encíclica Centesimus annus, CA, 10)

A todos os homens de boa vontade incumbe a imensa tarefa de restaurar as relações de convivência humana na base da verdade, justiça, amor e liberdade (São João XXIII, encíclica Pacem in terris, PT, 162)

São João XXIII, em 1963, quando a Guerra Fria ameaçava se tornar um conflito nuclear, publicou a encíclica Pacem in terris. Quatro anos depois, às vésperas de 1968, o ano das revoluções, mas também do início da desilusão com as utopias, São Paulo VI publicou a encíclica Populorum progressio (PP), anunciando que o desenvolvimento tinha que chegar a todos, em todas as dimensões de suas vidas, não podendo vir sem solidariedade e inclusão. São João Paulo II dedica-se ao tema em duas grandes encíclicas sociais, já mencionadas acima: Sollicitudo rei socialis (1987) e Centesimus annus (1991). Escritas no período da queda dos regimes comunistas na Europa, ainda que fizessem referência aos erros do marxismo (CA, 2229), tinham uma grande atenção em mostrar a necessidade do sistema capitalista de se organizar em bases solidárias e denunciavam o risco de uma nova ordem econômica que não respeitasse o primado da pessoa sobre a economia (CA, 30-43).

Deste modo, a solidariedade que nós propomos é caminho para a paz e, ao mesmo tempo, para o desenvolvimento (São Paulo VI, PP, 39).

A crise financeira mundial de 2008 provocou uma nova admoestação papal. Bento XVI se dedica, na encíclica Caritas in veritate (CV), de 2009, a mostrar que a lógica individualista do sistema econômico internacional havia conduzido à crise (CV, 33) e que a solidariedade era o caminho mais rápido para a reconstrução da economia mundial e para alcançarmos o bem comum (CV, 34ss). Agora, a pandemia veio trazer mais sofrimento a um mundo que ainda mal se recuperou da crise financeira de 2008 e enfrenta, há mais de uma

década, uma outra, humanitária, com os migrantes e refugiados. Novamente, com Francisco e a encíclica Fratelli tutti (FT), a Igreja reafirma que a solidariedade é a via de superação das crises e construção de um mundo melhor.

No mundo dividido e perturbado por todas as espécies de conflitos, vai aumentando a convicção de uma interdependência radical e, por conseguinte, da necessidade de uma solidariedade [...] emerge progressivamente a ideia de que o bem, ao qual todos somos chamados, e a felicidade, a que aspiramos, não se podem obter sem o esforço e a aplicação de todos, sem exceção, o que implica a renúncia ao próprio egoísmo

dores, nem como consumidores. Além disso, a exclusão origina convulsões sociais e novas crises políticas.

A caridade na verdade [...] é a força propulsora principal para o verdadeiro desenvolvimento de cada pessoa e da humanidade inteira. O amor – « caritas » – é uma força extraordinária, que impele as pessoas a comprometerem-se, com coragem e generosidade, no campo da justiça e da paz (Bento XVI, CV, 1).

A maior parte dos regimes comunistas do mundo não sobreviveu à virada do século XX. Foram derrubados, como na União Soviética, ou sofreram mutações drásticas, como na China. Deixaram de ser, nesse aspecto, uma preocupação da Doutrina Social da Igreja, como haviam sido (São João Paulo II, SRS, 26). até o pontificado de São João Paulo II. Contudo, uma certa alternativa capitalista, “liberalista” (SRS, 41), “selvagem” A importância da solidariedade, para a Igreja, tem ca(CA, 8), e a ideologia neoliberal que confia o bem comum ráter ético. Não se trata apenas, porém, de uma questão à concorrência no mercado (FT, 168) também não logramoral. A concorrência capitalista é, sem dúvida, um granram o bem que prometiam (Bento XVI, Discurso na Sesde motor de desenvolvimento econômico, pois cada um são Inaugural da V Conferência Geral do Episcopado da está sendo estimulado continuamente a fazer mais e meAmérica Latina e do Caribe, em Aparecida, 2007). lhor. Contudo, traz em si grandes limites e perigos, causaNa maior parte dos países, a alternativa que mais tem dores de turbulências sociais e crises periódicas. propiciado o desenvolvimento econômico e social mantém A competição incessante não permite que os limites a liberdade de mercado, mas associada a mecanismos solido sistema como um todo sejam considerados. Dificulta dários, de inclusão social e promoção humana. Igualmente, uma gestão responsável e sustentada do meio ambiente e a cooperação internacional e as políticas multilaterais de dos recursos naturais, levando às crises ecológicas com as quais sofremos hoje. Gera, ainda, problemas sistêmicos, intercâmbio entre as nações têm colaborado para construir que causam crises periódicas na economia de mercado a paz e diminuir a pobreza, a fome e os desequilíbrios aminternacional, como a famosa crise de 1929 e a de 2008. bientais (CV, 53ss, FT, 128ss). Bento XVI, no Angelus de 23 Trata-se, também, de um processo potencialmente de setembro de 2007, explica bem a postura da Igreja nesexcludente. Os que conseguem participar do sistema, emsas questões: “A emergência da fome e da ecologia estão a preendedores ou assalariados, podem desfrutar das vantadenunciar, com crescente evidência, que a lógica do lucro, gens de seu crescimento. Aqueles que estão à margem, imse prevalece, incrementa a desproporção entre ricos e popossibilitados de se integrar ao sistema pelas mais diversas bres e uma exploração arruinadora do planeta. Quando, ao razões, tendem a ser cada vez mais excluídos – tornam-se contrário, prevalece a lógica da partilha e da solidariedade, é “descartáveis”, como lembra Francisco (FT, 18-21). Esses possível corrigir a rota e orientá-la para um progresso equiexcluídos tornam-se um limite para a expansão do sistetativo e equilibrado”. ma, que não pode contar com eles nem como trabalhaFrancisco, com a Fratelli tutti, dá continuidade a uma longa história de convite à solidariedade e ao comLuciney Martins/O SÃO PAULO promisso fraterno, estendido a toda a família humana. Cabe a nós, nestes dias de hoje, dar a resposta.

Desejo ardentemente que, neste tempo que nos cabe viver, reconhecendo a dignidade de cada pessoa humana, possamos fazer renascer, entre todos, um anseio mundial de fraternidade [...] Ninguém pode enfrentar a vida isoladamente [...] precisamos de uma comunidade que nos apoie, que nos auxilie e dentro da qual nos ajudemos mutuamente a olhar em frente (Papa Francisco, FT, 8). Francisco Borba Ribeiro Neto é coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP.


18 | Papa Francisco | 15 a 20 de outubro de 2020 |

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Daniel Ibá^ñez/ACI Prensa

Dor pelas queimadas no Pantanal

Jovem Carlo Acutis, morto em 2006, é beatificado em Assis, no sábado, 10; jovem foi um dos pioneiros na evangelização pela internet

A alegria do Papa por Carlo Acutis, o ‘beato millennial’ Filipe Domingues

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

O Papa Francisco demonstrou grande satisfação com a beatificação do jovem Carlo Acutis, o primeiro membro da geração millennial (assim denominados os nascidos de 1981 até 1996) a ser considerado bem-aventurado pela Igreja. A cerimônia foi realizada no sábado, 10, em Assis, na Itália, com a rara presença dos pais do Beato. Após a oração do Angelus do domingo, 11, o Papa definiu Carlo Acutis como um “rapaz de 15 anos apaixonado pela Eucaristia”. Em suas palavras,

“ele não se conformou com um cômodo imobilismo, mas aproveitou as necessidades do seu tempo, porque nos mais fracos via o rosto de Cristo”. O Beato Carlo Acutis faleceu em 2006, de leucemia, e já tem um milagre atribuído à sua intercessão: a cura de uma criança que tocou sua relíquia, no Brasil. O testemunho de Acutis “indica aos jovens de hoje que a verdadeira felicidade se encontra ao colocar-se Deus em primeiro lugar e servindo-lhe nos irmãos”, comentou o Pontífice. Embora ainda não seja oficialmente santo, pois precisa de mais um milagre reconhecido, o Bem-aventu-

rado Acutis já é chamado por alguns de “padroeiro da internet”, pois usou a rede para a divulgação de milagres eucarísticos. Nas últimas semanas, a foto do seu corpo exposto em Assis viralizou nas redes sociais (o corpo é considerado “intacto” por estar inteiro, mas passou por um processo de reconstituição antes de ser exposto). A missa de beatificação, presidida pelo Cardeal Agostino Vallini, foi transmitida on-line e teve mais de 360 mil visualizações. “Um aplauso para o novo jovem ‘beato millennial’!”, disse o Papa Francisco, no domingo.

Apoio ao Padre Júlio Lancellotti Na oração do Angelus, no dia 11, o Papa Francisco fez referência ao Padre Júlio Lancellotti, Vigário Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua, na Arquidiocese de São Paulo. O Papa telefonou para o Padre Júlio no sábado, 10, para manifestar apoio

ao seu trabalho com os mais pobres, de modo especial nesta pandemia, conforme noticiado, por primeiro, no site do jornal O SÃO PAULO, como pode ser lido neste link: https://cutt.ly/8gp9733. “Ontem, consegui telefonar para

um idoso padre italiano, missionário desde a juventude no Brasil, mas sempre trabalhando com os excluídos, com os pobres”, disse Francisco. “Ele vive a velhice em paz: gastou sua vida com os pobres. Esta é nossa Mãe Igreja”, declarou. (FD) Luciney Martins/O SÃO PAULO

Padre Júlio Lancellotti: ‘O Papa disse que nos acompanha com carinho, sabe das dificuldades que vivemos e pediu que não desanimemos’

“Desejo expressar minha proximidade às populações atingidas por incêndios que estão devastando tantas regiões do planeta”, disse o Papa Francisco, após a oração do Angelus do domingo, 11. Entre as situações que ele mencionou está a do Pantanal, que constitui a maior área úmida do mundo. Pelo menos 26% do Pantanal foram queimados neste ano, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o que constitui um recorde. Se não houver mais destruição, a floresta precisará de ao menos cinco anos para se recompor, mas grande parte da biodiversidade foi perdida. “Muitos incêndios têm origem na persistente seca, mas não faltam aqueles causados pelo homem. O Senhor apoie os que estão sofrendo as consequências dessas catástrofes e nos faça atentos para preservar a criação”, declarou, manifestando seu apoio aos voluntários no combate ao fogo. Tanto no Pantanal quanto na Amazônia brasileira, a origem do fogo é quase sempre a ação humana, e as chamas se espalham mais neste ano, com o clima mais seco do que o normal e ventos acima do esperado para o período. “Penso na costa ocidental dos Estados Unidos, particularmente a Califórnia, penso também nas regiões centrais da América do Sul, na zona do Pantanal, no Paraguai, nas costas do rio Paraná, na Argentina”, listou o Papa. Este mesmo apelo foi destacado na primeira página do jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano, da segunda-feira, 12. (FD)

Educar para o ‘cuidado da casa comum’ Em sua segunda palestra no estilo TED Talks, o Papa Francisco fez três propostas para que a humanidade possa reagir com urgência à atual crise climática: promover a educação em todos os níveis sobre “o cuidado da casa comum”; viabilizar o acesso universal à água e aos alimentos; e a rápida transição energética para energias limpas. Tudo isso observando-se “o impacto sobre os pobres e as populações locais”, declarou no sábado, 10. A mensagem foi exibida no evento TED Countdown, iniciativa que envolveu diversas personalidades, como o príncipe William, do Reino Unido; a presidente da Comissão Europeia, a belgo-alemã Ursula von der Leyen; e o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o português António Guterres, por exemplo. Especialistas falaram sobre acelerar as soluções contra o problema ambiental, com mais ações e menos palavras. (FD)


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| 15 a 20 de outubro de 2020 | Fé e Vida | 19

Santa Teresa, Mestra da Oração e Doutora da Igreja Reprodução

GUSTAVO CATANIA RAMOS

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Em 27 de setembro de 1970, São Paulo VI, por meio da carta apostólica Multiformis sapientia Dei, proclamou Santa Teresa d’Ávila Doutora da Igreja, a primeira mulher a receber esse título. Com esse anúncio, os ensinamentos e a doutrina de Santa Teresa foram reconhecidos como guia seguro para a Igreja universal, principalmente no que se refere à vida de oração, matéria sobre a qual ela mais tratou em suas obras e razão pela qual recebeu o título de Mestra da Oração. O intuito do Papa de tornar a santa Doutora da Igreja foi induzir “veementemente os homens de nosso tempo a cultivar, principalmente, tudo aquilo que conduz a promover a piedade da alma em direção à contemplação e à realização das coisas celestiais”. A doutrina de Santa Teresa, expressa principalmente nas obras “Livro da Vida”, “Caminho de Perfeição” e “Castelo Interior”, surgiu de sua profunda intimidade com Deus na oração, de uma vida cheia de virtudes e pela nitidez de sua inteligência.

A vida de Santa Teresa Teresa nasceu em 28 de março de 1515, em Ávila, na Espanha. Desde criança, sentia o chamado para uma vida contemplativa, quando brincava de se recolher no jardim da casa e tentava imitar o que lia da vida dos mártires. Aos 20 anos, ingressou num convento carmelita feminino. Entretanto, apesar de ter ingressado na ordem com desejo de crescer na virtude, aos poucos sentia abrandar seu fervor inicial. Devido a uma experiência mística que teve ao contemplar um crucifixo e com a ajuda de São Pedro de Alcântara, São Francisco de Borja, São João de Ávila e São Luís Beltran, Teresa pôde sair de seu estado de desânimo espiritual para tomar passos largos em direção à santidade. Foi, então, que se sentiu chamada a fundar um convento carmelita que vivesse sob uma regra mais rígida do que aquela observada nos conventos carmelitas da época. Aos 47 anos, com a aprovação da Sé Apostólica, conseguiu realizar o seu intento, apesar das grandes dificuldades que se lhe interpuseram. Esse foi o primeiro mosteiro reformado fundado por Santa Teresa, em Ávila. Construiu, no total, 16 mosteiros reformados femininos, e 14 masculinos, estes últimos com a ajuda de São João da Cruz. Santa Teresa era conhecida por sua vivacidade, alegria e força de vontade. Um homem que a conheceu pessoalmente assim a descreveu: “Santa Teresa era supreendentemente feminina, sensível e impressionável, e, ao mesmo tempo, varonil, valente, decidida e enormemente dinâmica. Tomava as

Liturgia e Vida 29º Domingo do Tempo Comum 18 de outubro de 2020

A Deus o que é de Deus! PADRE JOÃO BECHARA VENTURA

coisas sérias muito a sério e se ria gostosamente de todo o resto”. O último convento fundado pessoalmente por Santa Teresa foi o de Burgos, em 1582, quando tinha 67 anos. Em 4 de outubro daquele ano, morreu santamente entre as lágrimas das monjas que a tinham como mãe. Santa Teresa foi beatificada em 1614 e canonizada em 1622, na mesma cerimônia em que foram canonizados Santo Inácio de Loyola, São Francisco Xavier, São Felipe Néri e Santo Isidoro Lavrador.

A Doutora A Mestra da Oração foi a que melhor descreveu os graus, os métodos e o fim da vida espiritual. Para ela, a oração é o caminho mais rápido e seguro para se alcançar a união com Deus. Uma alma sem oração, segundo Santa Teresa, “é desventurada e corre grandes perigos”. A vida de oração é uma vida de amor, pois é a intimidade que uma verdadeira amizade entre Deus e os cristãos exige. Santa Teresa adquiriu uma consciência profunda de que Deus habitava em sua alma e que a convidava constantemente para ter uma relação verdadeira de caridade. Essa constante vida de oração a que Santa Teresa se refere não aliena o homem, segundo São Paulo VI em sua carta apostólica, “dos problemas que se referem a Deus e à Igreja”. Ao contrário, a oração “força-o a unir-se à Igreja com maior consórcio e ardor”. Os livros de Santa Teresa possuem um caráter prático, que tem como base a sua vida e o seu papel de dirigir mui-

tas almas. Assim, lendo-os, podemos conhecer em que estado está nossa alma e que passos concretos podemos tomar para superar as dificuldades que nos impedem de crescer no amor a Deus. Santa Teresa criou a famosa imagem do “castelo interior” para representar a alma, imagem que explicita a natureza da vida espiritual como uma interiorização do homem até se unir a Deus, que reside no centro do castelo. Este castelo possui sete moradas, e Deus reside na sétima, a mais escondida e que está no centro da alma. Na primeira morada, estão as pessoas em estado de graça, mas que carregam consigo ainda muitos defeitos e podem, a qualquer momento, sair do castelo interior cometendo um pecado mortal. À medida que vai progredindo nas moradas, a alma abandona defeitos e encontra novos desafios e dificuldades. Entretanto, Deus, do centro do castelo, dá a graça necessária para se adentrar sempre mais nas moradas seguintes. Santa Teresa também é conhecida por sua descrição dos diversos modos e graus de oração, que é a base da espiritualidade de muitos santos e congregações religiosas. Conceitos ainda recorrentes na espiritualidade atual, como oração vocal, mental, meditação, recolhimento e tantos outros foram expressos com mestria por ela. “Os escritos de Teresa são, pois, uma fonte fecunda de múltiplas experiências, de testemunho, de penetração espiritual”, afirmou São Paulo VI. No 50º aniversário da proclamação de Santa Teresa como Doutora da Igreja, retomá-los pode fortalecer e guiar a nossa relação com Deus.

Fariseus e herodianos uniram-se para condenar o Senhor com uma pergunta: “É lícito ou não pagar imposto a César?” (Mt 22,17). Respondendo que sim, Jesus se mostraria favorável a um regime nocivo aos judeus; dizendo que não, seria tido pelos romanos como insubordinado. Pediu-lhes, então, que trouxessem uma moeda e perguntou: “De quem é a figura e a inscrição?”. “De César”, responderam. “Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Mt 22,21). Este é o princípio que rege a delicada relação entre a Igreja e o poder político. Reconhecemos que “as autoridades que existem foram estabelecidas por Deus” (Rm 13,1) e, portanto, devem ser obedecidas. Isso não quer dizer que todos os governos sejam justos, mas que foram permitidos por Aquele que “domina sobre o reino dos homens e o entrega a quem Lhe apraz” (Dn 4,22). Por isso, São Paulo ordenou que “se façam pedidos, orações, súplicas e ações de graças pelos reis e por todos os que detêm autoridade” (1Tm 2,1); e Jesus, ao ser julgado, recordou a Pilatos que este não teria poder algum se não lhe fosse dado do alto (cf. Jo 19,11). No entanto, se os governantes nos mandam fazer coisas contrárias à Lei de Deus, temos não somente o direito, mas, inclusive, o dever de desobedecer, pois “é preciso obedecer antes a Deus que aos homens” (At 5,29). Segundo São João Crisóstomo, quando “damos a César” algo contrário a Deus, acabamos por pagar tributo ao diabo. É preciso, além disso, preservar nossas consciências das condutas imorais permitidas pelo Estado. Leis e tribunais toleram, por exemplo, o adultério, a blasfêmia, o aborto, a pornografia… Nós, porém, jamais podemos aceitar tais condutas e temos de fazer o possível para que sejam erradicadas. Existem leis divinas reveladas diretamente pelo Criador. Há também leis naturais que Ele inscreveu no coração de cada homem, e que podem ser deduzidas pelo reto uso da razão. Exemplos delas são a ilicitude do furto, do homicídio, da bigamia, da calúnia etc. Os governantes civis têm a obrigação moral de respeitar semelhantes leis, bem como os direitos naturais delas decorrentes, tais como o direito à vida, à propriedade privada, à educação da prole e à prática da religião. Ao violar o direito natural ou divino, legisladores e magistrados atentam contra a paz e o bem comum, pecam gravemente e usurpam um poder que não lhes pertence. Já os líderes da Igreja têm competência para ensinar e julgar acerca da doutrina da fé, da moral e dos sacramentos. Devem pregar sobre Cristo, a Virgem, o amor, o pecado, a justiça, o perdão, o Céu, o inferno… Têm, outrossim, a missão de recordar a todos – católicos ou não – os preceitos da lei natural. Quando deixam de lado essas funções para se imiscuir em assuntos temporais opináveis – tais como especificidades econômicas, administrativas ou ambientais –, facilmente erram, pois não receberam carisma sobrenatural para isso. Assim, negligenciam a função que lhes é própria e causam confusão e divisão entre os fiéis.


20 | Reportagem | 15 a 20 de outubro de 2020 |

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Arquidiocese de São Paulo é uma igreja em estado permanente de missão Michelino Roberto/O SÃO PAULO

APOIO MISSIONÁRIO A preocupação missionária da Arquidiocese também se manifesta por meio das muitas ações de apoio direto e indireto às missões além-fronteiras, seja com o envio de missionários, seja com a ajuda material. Veja, a seguir, as principais delas:

Cardeal Scherer em visita à Diocese de Pemba, Moçambique, em 2019, que recebe apoio missionário da Arquidiocese

Fernando Geronazzo

osaopaulo@uol.com.br

No próximo domingo, 18, comemora-se o Dia Mundial das Missões. Nesta data e durante todo o mês de outubro, os católicos de todas as partes do planeta são convidados a refletir sobre a centralidade da missão na vida da Igreja – este ano, a partir do tema “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8). “A Igreja, enviada por Deus a todos os povos para ser ‘sacramento universal de salvação’, por íntima exigência da própria catolicidade, obedecendo a um mandato do seu fundador, procura incansavelmente anunciar o Evangelho a todos os homens”, destaca o Decreto Ad gentes, do Concílio Vaticano II, sobre a atividade missionária da Igreja. Além de motivar a oração e o apoio concreto às missões, por meio da coleta solidária realizada em todas as paróquias e comunidades, a Arquidiocese de São Paulo celebra o Dia Mundial das Missões recordando as muitas iniciativas missionárias que realiza e apoia.

mente de renovar a evangelização e a vida pastoral na Arquidiocese. “A mudança de época em curso na sociedade e na cultura também atinge fortemente a vida eclesial, e seus efeitos aparecem em uma persistente crise de fé religiosa, na adesão sempre menor à vida eclesial e no progressivo abandono da Igreja e até da fé cristã. Essa crise não atinge apenas a nossa Arquidiocese, mas a Igreja Católica em várias partes do mundo”, enfatizou.

CAMINHO SINODAL O primeiro grande projeto missionário de destaque na Igreja em São Paulo é a realização do sínodo arquidiocesano, que tem justamente como tema “Caminho de comunhão, conversão e renovação missionária”. “Em São Paulo, fundada por santos missionários, entre os quais São José de Anchieta, a Igreja procurou ser testemunha de Jesus Cristo na cultura urbana, graças à sabedoria e generosidade apostólica de seus pastores e dos numerosos sacerdotes, ao testemunho cristão de incontáveis leigos e religiosos”, afirmou o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, ao fazer o anúncio e convocação do sínodo, em 15 de junho de 2017. Naquela ocasião, Dom Odilo sublinhou que, nos tempos atuais, percebe-se a necessidade pre-

RENOVAÇÃO MISSIONÁRIA Desde então, a Igreja em São Paulo busca uma tomada de consciência da sua realidade, a começar pela vida e missão das paróquias, realidade concreta na qual a Igreja se manifesta na cidade. Um dos marcos dessa etapa foi o levantamento da realidade religiosa e pastoral, por meio de uma pesquisa de campo feita por voluntários, que, em atitude missionária, visitaram as casas na busca de conhecer quem são e como vivem os católicos da cidade. O resultado desse levantamento evidenciou a necessidade missionária, sobretudo em relação aos católicos que estão afastados da vida eclesial. “Isso requer a verificação atenta daquilo que fazemos, como fazemos e que métodos usamos. Requer a avaliação e a revisão de muitas coisas em nossas paróquias, organizações pastorais e modos de trabalho. Mais que tudo, requer a conversão pessoal e comunitária ao Evangelho, para sermos evangelizadores com espírito e disposições novos, conforme o Papa Francisco orienta na exortação apostólica Evangelii gaudium. Não basta mudar estruturas, é preciso mudar o espírito das estruturas”, sublinhou o Arcebispo. Atualmente, o caminho sinodal se encontra na etapa da assembleia arquidiocesana. Contudo, devido à pandemia, as atividades estão temporariamente suspensas. Como ressaltou o próprio Arcebispo, porém, o sínodo não está parado, pois a vida e a missão da Igreja continuam pelas mais variadas formas de apostolado.

Michelino Roberto/O SÃO PAULO

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Projeto Missionário Sul 1 – Norte 1 Uma dessas iniciativas é a participação no projeto missionário do Regional Sul 1 com o Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Lançado em 1994, esse projeto consiste na colaboração entre os bispos das dioceses paulistas com as Igrejas particulares do norte do Amazonas e de Roraima. Desde então, mais de 70 missionários, entre sacerdotes, leigos e religiosos, foram enviados àquela região, para ajudar no enfrentamento dos desafios ali apresentados, dentre eles a carência de agentes evangelizadores; o isolamento das comunidades devido às distâncias geográficas; a exploração predatória dos recursos naturais; o narcotráfico e, ainda, o trabalho de resgate da cultura e a luta pelos direitos dos povos indígenas. Ação missionária em Moçambique Em 2015, o Bispo diocesano de Pemba, no norte de Moçambique, na África, Dom Luiz Fernando Lisboa, pediu socorro aos bispos paulistas e solicitou o envio de recursos humanos e materiais. Assim nasceu o projeto de cooperação missionária entre o Regional Sul 1 e a Diocese de Pemba. Ao todo, o Sul 1 mantém três missões na Diocese. Em agosto de 2019, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, realizou uma visita missionária a Pemba, para acompanhar os trabalhos dos missionários do Regional Sul 1 no país africano. Na ocasião, ele também visitou a missão realizada pela Comunidade Aliança de Misericórdia, ligada à Arquidiocese, na capital do país, Maputo. Comunhão e Partilha A Arquidiocese de São Paulo também participa do projeto Comunhão e Partilha, criado pela CNBB, em 2012, com o objetivo de ajudar dioceses que têm dificuldades econômico-financeiras para arcar com a formação de seus seminaristas. Mensalmente, a Arquidiocese envia 1% de sua arrecadação bruta para o projeto, que, em 2019, beneficiou mais de 400 seminaristas de 49 dioceses e prelazias. Seminaristas e diáconos Ainda pensando na formação dos futuros padres, a dimensão missionária também faz parte da preparação dos seminaristas da Arquidiocese. Além da semana missionária realizada no início das férias de julho, durante a qual os candidatos ao sacerdócio visitam casas, comunidades e realidades de vulnerabilidade social, os diáconos seminaristas realizam um estágio missionário em comunidades do Norte e Nordeste, antes de receberem a ordenação presbiteral. Diocese de Castanhal Há alguns anos, a Arquidiocese realiza uma cooperação missionária com a Diocese de Castanhal (PA), com o envio de sacerdotes que atuam nas muitas comunidades da região. Atualmente, quem realiza essa missão é o Padre Antônio Lima da Silva, enviado em fevereiro. Além de Castanhal, há outras dioceses de diferentes regiões do País que contam com a presença missionária de sacerdotes do clero arquidiocesano. (Com informações da CNBB e Regional Sul 1)

Dom Odilo em visita à Diocese de Roraima em 2018

Sínodo arquidiocesano propõe a renovação missionária


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