O São Paulo - 3326

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo

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ano 65 | Edição 3326 | 2 a 8 de dezembro de 2020

Editorial Num belo presépio transparece, com simplicidade, a beleza da nossa fé Página 4

www.osaopaulo.org.br | R$ 2,00

Em 1º consistório com participações on-line, Papa cria 13 cardeais Vatican Media

Encontro com o Pastor

Na pandemia, celebrar o Advento com sobriedade, oração e solidariedade

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Espiritualidade Tempo para escutar a Deus, endireitar as veredas e cortar os excessos

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Liturgia e Vida

Preparar o caminho do Senhor e voltar-se de todo o coração para Deus

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Fratelli tutti é tema de diálogo de Dom Odilo com internautas Em live sobre a recente encíclica, o Cardeal Scherer a definiu como uma síntese da Doutrina Social da Igreja, em que se ressalta a fraternidade e a amizade social para o bem comum.

Papa Francisco durante o consistório, com a participação presencial dos cardeais e acompanhamento virtual de parte do Colégio Cardinalício

Em consistório presidido pelo Papa Francisco, no sábado, 28 de novembro, no Vaticano, foram criados 13 cardeais para a Igreja. “Queridos irmãos, todos nós amamos Jesus, todos queremos segui-lo, mas devemos estar sempre vigilantes para permanecer no seu caminho”, exortou o Pontífice, na cerimônia que teve a participação presencial de parte do atual Colégio Cardinalício,

além do acompanhamento, por meio de uma plataforma digital, dos demais purpurados em diversas partes do mundo. Os cardeais são os conselheiros do Papa na missão de pastorear a Igreja e aqueles com menos de 80 anos são eleitores quando da realização de um conclave. Página 13

Página 3

População descuida de medidas protetivas e pandemia avança em SP

Dom Odilo preside missa solene de abertura do jubileu de 200 anos do nascimento de São Kim Degun Luciney Martins/O SÃO PAULO

Todo o estado regrediu para a fase amarela de flexibilização, em razão do aumento de casos e de ocupação dos leitos de UTI. Páginas 10 e 11

Bruno Covas é reeleito prefeito com mais de 3 milhões de votos Página 16

Cardeal Scherer abençoa sinos restaurados da Igreja São Cristóvão Página 9

Arquidiocese estimula a realização da Novena de Natal nas casas Página 14

Cardeal Scherer com membros da Paróquia Pessoal Coreana São Kim Degun, na abertura do jubileu do bicentenário de nascimento do padroeiro

A comunidade católica coreana de São Paulo se uniu à Igreja na Coreia para abrir oficialmente o jubileu dos 200 anos de nascimento de Santo André Kim Degun. Este mártir é padroeiro da Pa-

róquia Pessoal Coreana, no Bom Retiro, onde o Cardeal Scherer, Arcebispo Metropolitano, presidiu uma missa solene no domingo, 29 de novembro. A matriz paroquial é uma das

igrejas designadas para a peregrinação de fiéis durante o jubileu, que poderão obter indulgências plenárias segundo condições estabelecidas pela Santa Sé. Página 8


2 | Encontro com o Pastor | 2 a 8 de dezembro de 2020 |

cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo

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om a celebração do Advento, iniciamos um novo ano litúrgico. Cada etapa do ano litúrgico é marcada pela celebração de alguns aspectos fundamentais da nossa fé e da vida cristã. Na Liturgia, nós celebramos a fé que professamos e, ao mesmo tempo, acolhemos em nossa vida os mistérios celebrados. Eles são sempre atuais porque dizem respeito ao Mistério eterno de Deus e porque, na celebração da Liturgia, temos a possibilidade de participar deles no hoje de nossa vida e de nossa história. Nesse sentido, vale perguntar: como devemos celebrar o Advento em tempos de pandemia de COVID-19? A Liturgia do 1º Domingo do Advento já nos dá boas indicações; antes de tudo, porém, vamos ao significado geral da Liturgia do Advento, tempo litúrgico marcado pelo pensamento da “vinda do Senhor”: Deus já veio a nós; Deus vem a cada instante; Deus virá em sua glória para julgar os vivos e os mortos e para levar à plenitude

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

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Advento durante a pandemia a obra da salvação. A dinâmica das promessas de Deus, que vem ao encontro da humanidade para lhe trazer salvação, está muito presente nas expressões das leituras bíblicas da Liturgia do Advento. Recordamos a fidelidade de Deus às suas promessas, que trazem alegria e paz e anunciam um mundo renovado. Anunciamos as promessas de Deus, que já se realizaram pelo envio do Filho Salvador ao mundo, para consolar e libertar a humanidade. Ao mesmo tempo, recordamos que Jesus prometeu que virá uma segunda vez, com glória e poder, para julgar os vivos e os mortos. A segunda leitura do 1º Domingo do Advento resume a esperança desse novo e definitivo encontro com o Salvador com estas palavras: “Deus é fiel. Por Ele fostes chamados à comunhão com seu Filho, Jesus Cristo” (1Cor 1,9). A comunhão plena com o Filho de Deus é a meta final da salvação. No Advento, anunciamos que é necessário se preparar para esse encontro definitivo com Jesus Cristo, Juiz e Salvador de cada um de nós. Ao mesmo tempo em que é marcado pela esperança e a consolação, em vista do alcance da meta de nossa

fé, o Advento também traz um forte apelo à vigilância operosa. O Evangelho do 1º Domingo do Advento traz estas palavras de Jesus: “Vigiai, pois não sabeis o dia e a hora em que ele virá” (cf. Mc 13,33-37). Enquanto vivemos neste mundo, não devemos perder de vista a meta de nossa existência. Deus, porém, nos chamou à vida neste mundo para participarmos de sua obra de modo responsável. A vigilância cristã refere-se à constante atenção “para não cairmos em tentação”, ou seja, para não nos desviarmos do caminho que leva à meta, nem nos apegarmos às coisas que passam, mas buscarmos as verdadeiras e eternas, sem desanimarmos ou cansarmos na prática do bem e da virtude. O Papa Francisco resumiu as atitudes do Advento durante a pandemia nestas poucas palavras, que resumem as indicações da própria Liturgia: com sobriedade, atenção solidária ao próximo necessitado e oração pessoal e em família (Mensagem do Angelus, no domingo, 29/11/2020). A sobriedade diz respeito à atenção e lucidez sobre as nossas escolhas e ações. Sobriedade é a qualidade de quem não está “embriagado”: na vida, podemos deixar-

-nos embriagar por várias coisas, que acabam obscurecendo a nossa lucidez e a capacidade de colocar a atenção sobre o rumo que a vida leva... São Paulo fala da embriaguez das riquezas, das vaidades deste mundo, do poder e da soberba, da luxúria e dos prazeres da vida. A sabedoria do Evangelho nos ensina a sermos sóbrios na busca e no uso de todas as coisas. O Papa aconselha ainda a atenção solidária com quem mais precisa durante o Advento. De fato, a atenção às necessidades do próximo, que está perto ou longe, deve marcar nossa vida inteira e levar à prática das obras de misericórdia, que são absolutamente essenciais para quem deseja alcançar a vida eterna. O Advento pode ser um período de intensificação dessas práticas. Finalmente, o Papa recomenda a oração pessoal, em família e em comunidade. Advento é tempo de oração mais intensa. Uma das expressões bonitas da Liturgia nos recomenda que acolhamos a vinda do Senhor “firmes na fé, alegres na esperança, solícitos na caridade e vigilantes na oração”. E isso vale também para a celebração do Advento neste ano difícil da pandemia.

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| 2 a 8 de dezembro de 2020 | Geral/Atos da Cúria | 3

‘A Fratelli tutti é uma síntese amadurecida de todo o ensino social da Igreja’ Fernando Geronazzo

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cisco, na impostação de seu pontificado”, disse Dom Odilo. O Cardeal observou, ainda, que se une a essa temática o conceito de “casa comum”, tratado na encíclica anterior, Laudato si’ (2015), que também se inspira em São Francisco de Assis. “A fraternidade, da solidariedade, da corresponsabilidade, está muito presente no pontificado do

dos encaminhamentos… A cidade e o País têm meios para fazer isso. É só haver um querer político e a orientação dos recursos para dar possibilidade para que as pessoas tenham trabalho, moradia, uma vida digna”, frisou o Cardeal.

mendou que o tema da encíclica seja levado para o ambiente acadêmico, por meio de estudos e reflexões que permitam que seu conteúdo seja aprofundado.

O Arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, participou de mais uma edição do evento “Diálogos com a ‘Política melhor’ Cidade”, no dia 25 de novembro. Busca da verdade Ao refletir sobre como os cristãos poPromovido pelo jornal O SÃO PAULO e pela rádio 9 de Julho, o evento foi Dom Odilo observou que a sociedadem contribuir efetivamente com uma “política melhor”, como propõe transmitido pelas plataformas Reprodução da internet o Papa na encíclica, o Cardedigitais e teve como tema a encíclica Fratelli tutti, do Papa Franal salientou que não é possível cisco. esperar que a política seja completamente “limpa” para que os Na live, mediada pelo jornalista Filipe Domingues, Dom cristãos possam se engajar nela. Odilo interagiu com convidaO Arcebispo acrescentou que dos e internautas sobre a temáuma política pode ser melhor na tica da fraternidade e a amizade medida em que boas pessoas social à luz da Doutrina Social ingressem nesse campo. Para da Igreja. isso, um papel importante da Os convidados do diálogo foIgreja é a formação de pessoas ram o Padre Gianpietro Carraro, idôneas para a atuação política, fundador da Missão Belém; Gamesmo que não seja partidária briel de Vitto, estudante de Filoou por meio de cargos públicos. sofia e agente da Pastoral Univer“Existem formas de exercícios sitária da Pontifícia Universidade da política no interno das nossas comunidades, nas escolas, no Católica de São Paulo (PUC-SP); convívio no bairro, inclusive nos Ziza Fernandes, cantora, professora e idealizadora da Oficina condomínios. Todos são espaços Cardeal Odilo Scherer com alguns dos participantes da mais recente edição do ‘Diálogos com a Cidade’ Viva Produções; e Francisco Borde vida política”, completou. ba Ribeiro Neto, coordenador do Papa Francisco”, acrescentou o Purpurade vive um acirramento ideológico ou Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP. Vencer o individualismo do, sublinhando que considera a Fratelli polarização, no qual nem sempre há uma Na conclusão da transmissão, Dom Encíclica social tutti como “uma síntese amadurecida de efetiva busca da verdade, mas, ao contráOdilo ressaltou que um aspecto que per“A Fratelli tutti é uma encíclica sorio, busca-se a eliminação daquele que todo o ensino social da Igreja”. passa a nova encíclica é a fraternidade e cial, na qual o Papa aborda a sua visão, pensa diferente. amizade social como superação do indiBom samaritano em continuidade com o ensino social da Esse princípio, destacou o Arcebispo, vidualismo. Destacando o segundo capítulo da Igreja, dos seus predecessores, sobre as se baseia na lógica de que o progresso é “O Papa propõe para nós uma grande encíclica, que recorda a parábola do questões sociais, econômicas e que reobtido por meio da violência, enquanto conversão cultural por meio da solidapercutem mais amplamente na vida da bom samaritano, o Arcebispo afirmou o Cristianismo ensina que a força que riedade, da fraternidade, da amizade, do sociedade, como, por exemplo, a questão que, em síntese, toda a Fratelli tutti é um move a humanidade é o amor, a solidacuidado. Suas palavras são expressamenriedade. “Nos debates de ideias, não deve das migrações, da pobreza, do desequilíconvite a tomar a atitude do samaritano, te importantes para o nosso tempo, uma brio ambiental. Naturalmente, a pandehaver vencedores e vencidos, mas a vitócom “olhos abertos, coração sensível”. luz não só para os católicos, mas nós demia trouxe um conjunto de novos eleria da verdade, luz sobre a questão tra“A pobreza precisa ser vista no convemos tomá-las em primeiro lugar.” mentos e experiências da humanidade, junto mais amplo, deve ser resolvida tada, em que todos ganham de alguma Para assistir à íntegra deste que só confirmaram aquilo que já estava mediante a busca de um consenso social, forma”, completou. “Diálogos com a Cidade”, acesse: em gestação nas palavras do Papa Franpolítico, para que sejam dados os deviNesse sentido, Dom Odilo recohttps://youtu.be/eamFL_l8OOk Luciney Martins/O SÃO PAULO

Reprodução da internet

Atos da Cúria NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL: Em 28/11/2020, foi nomeado e provisionado Vigário Paroquial, “ad nutum episcopi”, da Paróquia Santa Bernadette, no bairro Vila IVG, na Região Episcopal Belém, o Reverendíssimo Padre José David Ramirez Velasquez.

Na quinta-feira, 26 de novembro, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano e Grão-Chanceler da PUC-SP, deu posse à reitora eleita, professora Maria Amalia Andery; ao vice-reitor, o professor Pedro Paulo Teixeira Manus; e aos pró-reitores, para a gestão de 2020-2024. A íntegra da reportagem pode ser lida no site do O SÃO PAULO no link a seguir: https://cutt.ly/rhlK4YA. (Colaborou: Assessoria de Comunicação Institucional da PUC-SP)

A Pastoral da Saúde do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promoveu no sábado, 28 de novembro, seu V Congresso Estadual, que teve como tema “As múltiplas faces da pastoral da Saúde”. Ao falar aos participantes da atividade, o Cardeal Scherer enalteceu que, mesmo durante este período de pandemia, “com os riscos e restrições, vocês continuam manifestando seu carinho, amor e presença aos enfermos”. A íntegra da reportagem pode ser vista no site do O SÃO PAULO, por este link: https://cutt.ly/mhlLnVG. (por Redação)

PRORROGAÇÃO DA NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE CAPELÃO: Em 05/11/2020, foi prorrogada a nomeação e provisão como Capelão, “ad nutum episcopi”, da Capela Nossa Senhora Auxiliadora, no bairro do Ipiranga, na Região Episcopal Ipiranga, do Reverendíssimo Padre Israel Mendes Pereira. POSSE CANÔNICA: Em 14/11/2020, foi dada a posse canônica como Reitor do Oratório Público de Nossa Senhora da Boa Morte ou da Dormição da Bem-Aventurada Virgem Maria, na Região Episcopal Sé, ao Reverendíssimo Padre Rodrigo Moraes Pereira.


4 | Ponto de Vista | 2 a 8 de dezembro de 2020 |

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Editorial

O presépio: escola do Natal

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ntramos agora, oficialmente, no tempo do Advento, em que nos preparamos para a chegada do Senhor. Ao nosso redor, proliferam as mais variadas decorações natalinas: das tradicionais árvores, com bolas e lampadinhas, até casinhas de duendes. Se repararmos bem, no entanto, perceberemos que existe uma decoração que a cada ano chama mais atenção – não por sua presença, mas por seu paulatino desaparecimento: o presépio, aquele “símbolo admirável” mediante o qual representamos com imagens as circunstâncias do nascimento de Jesus (Papa Francisco, carta apostólica Admirabile signum – AS)”. Alguém poderia criticar a montagem de presépios, alegando que devemos amar apenas a Jesus, e não imagens Dele, produzidas por mão humana. Ora, é bem verdade que as esculturas de gesso ou resina não são o próprio Menino-Deus a quem representam – mas, o mesmo pode ser dito das palavras com as quais,

nas Sagradas Escrituras ou em nossas orações, nos referimos a Ele! Afinal, se eu quiser meditar sobre a gruta de Belém, posso fazê-lo por meio de um discurso (escrito, falado ou pensado) ou de um desenho: em qualquer caso, estou usando um símbolo, como quem olha através de uma janela ou de um par de óculos, para enxergar, com os olhos da mente, aquilo que realmente me interessa. E, como diz a sabedoria popular, “uma imagem vale mais que mil palavras”: num belo presépio transparece, “com simplicidade, a beleza da nossa fé” (AS, 3). O céu noturno em que se passa o presépio, por exemplo, nos lembra que, mesmo quando “a noite envolve a nossa vida”, ali está também o Emanuel, o Deus-conosco, manifestando sua luz (cf. Jo 1,5). Os humildes pastores, os primeiros a acorrer singelos à manjedoura, nos recordam de que é na pobreza de espírito que alcançamos a Deus. Até mesmo essas figuras mais modernas que às vezes adicio-

namos: padeiros, ferreiros, músicos... “Tudo isso representa a santidade do dia a dia, a alegria de realizar de modo extraordinário as coisas de todos os dias, quando Jesus partilha conosco sua vida divina” (AS, 4-6). Em Maria e José, enfim, vemos um jovem casal que entregou sua vida toda nas mãos do Pai: aceitaram a missão e continuaram confiando na Providência mesmo diante do “fracasso” de não conseguir nem sequer um quarto digno para o nascimento de seu filho. Naquela gruta escura, José e Maria não tinham “garantia” alguma para o bem-estar material de sua família – mas, mesmo assim, os dois passaram o Natal mais cheio de paz, serenidade e júbilo da história. O principal do presépio, porém, é também aquilo que dá sentido à festa do Natal. O próprio Deus Todo-Poderoso, que cria e sustenta no ser o universo com seus trilhões de galáxias, se fez Homem (se fez Menino!), e “nasceu pobre, levou

uma vida simples, para nos ensinar a identificar e a viver do essencial” (AS, 6). Naquela noite, as hospedarias de Belém estavam com ocupação máxima: devia haver grandes ceias e banquetes com luzes e danças. Havia lá tudo de bom que a vida pode oferecer – menos a própria Vida (cf. Jo 14,6), pois para Ela “não havia lugar” (Lc 2,7). A manjedoura nos coloca diante dos olhos a verdade fundamental de que nenhum dos confortos deste mundo pode saciar o nosso coração: o dinheiro, a fama, as comidas e bebidas, os prazeres – “não podemos nos deixar iludir (...) por tantas propostas efêmeras de felicidade” (AS, 6). Animados, então, por este tresloucado amor divino que em sua humildade chega a dar vertigem, montemos nossos presépios, cantando o Adeste Fideles: Sic nos amantem quis non redamaret? – “A quem nos ama de tal forma, quem não amaria de volta?”

Opinião

Evangelii nuntiandi: a Igreja é chamada a evangelizar Arte: Sergio Ricciuto Conte

Padre José Ulisses Leva A Igreja é chamada a evangelizar as pessoas em todas as partes do mundo, à luz do Evangelho de Jesus Cristo. É mandato explícito do Salvador do gênero humano: “Toda autoridade sobre o céu e a terra me foi dada” (Mt 28,18). Continua a solicitar o Redentor da humanidade aos seus discípulos: “Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos” (Mt 28,19). Desde sempre, a Igreja ouviu e entendeu a mensagem salutar do Bom Pastor. Em todos os tempos e em todos os lugares, ocupou-se, a Esposa de Cristo, em anunciá-la com eficácia e profunda convicção. O século XX foi marcado por um evento eclesial e, eminentemente, pastoral, chamado Concílio Ecumênico Vaticano II. Passados os primeiros dez anos desse acontecimento histórico, iniciado em 1962 e encerrado em 1965, São Paulo VI, em 8 de dezembro de 1975, entregou à Igreja a exortação apostólica Evangelii nuntiandi. Uma década após o Concílio Ecumênico, a Igreja sentiu a necessidade de nortear a barca do Redentor e Salvador, presente na sociedade. A Esposa de Cris-

to, em tempos de compreensão e adaptação às novas orientações pastorais, buscava entendimento, seguridade e firmeza, no bem conduzir os fiéis. É próprio da missão da Igreja evangelizar todas as pessoas. “Ide a todos e a todos evangelizai” (Mc 16,15). Após 45 anos da exortação apostólica Evangelii nuntiandi, estamos vivendo o mesmo entusiasmo na evangelização? A Boa-Nova de Cristo Jesus está sendo proclamada com a mesma ale-

gria que motivava os primeiros cristãos? A sociedade recebe com vigor renovado a eterna novidade apresentada pelo Bom Pastor? Essas perguntas foram feitas por São Paulo VI, por ocasião dos dez anos de encerramento do Concílio Ecumênico. Podemos propô-las, novamente, com toda seguridade. São atualíssimas e, sobretudo, necessárias para a eficácia da missão eclesial. Devemos viver como entusiastas o Evangelho de Jesus Cristo. É

mister anunciá-lo com palavras e gestos. O mundo necessita de compromisso e comprometimento. Somos comprometidos com o Bom Pastor. Devemos proclamar a Boa-Nova com alegria. Nossa alegria, eminentemente cristã, motivada pelo testemunho das obras de misericórdia, iluminará o mundo sequioso de Deus. Devemos dialogar com a sociedade. Mudam-se as épocas, mas a mensagem salutar do Evangelho continua a mesma. Em tempos de novos paradigmas e novas proposições, somos convocados ao diálogo. Precisamos escutar os anseios do homem e mulher contemporâneos e podemos sugerir possibilidades à luz do Evangelho de Jesus Cristo. Celebrar os 45 anos da exortação apostólica Evangelii nuntiandi e reafirmar nosso comprometimento, como cristãos, no empenho sempre renovado, de apresentar Jesus Cristo a todos os que ainda não O conhecem, e, ao mesmo tempo, animar aqueles que já O seguem cotidianamente é dever de cada batizado e de toda a Igreja. Padre José Ulisses Leva é professor de História da Igreja na PUC-SP

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.


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SERMIG – Fraternidade da Esperança

Marcela Silvério

[SÉ] No sábado, 28 de novembro, aconteceu a missa solene pelos 50 anos da Paróquia de Nossa Senhora de Casaluce, que foi precedida por uma carreata com a imagem da padroeira pelas ruas do Brás, com o objetivo de divulgar essa devoção, e, sobretudo, suplicar a Deus, mediante a intercessão de Nossa Senhora, pelo fim da atual pandemia. Ao longo de todo o trajeto, os Padres Lorenzo Nacheli, Administrador Paroquial, e Simone Bernardi, Colaborador, do SERMIG - Fraternidade da Esperança, junto com os paroquianos, rezaram e cantaram. (por Pascom paroquial)

[SÉ] Na manhã de 22 de novembro, no contexto da Semana da Consciência Negra, aconteceu na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, no Largo do Paissandu, no Setor Pastoral Catedral, a missa inculturada, com o tema “Vidas negras importam”. A celebração foi presidida pelo Padre Luiz Fernando de Oliveira, Capelão, e concelebrada pelo Padre Chinaka Justin Mbaeri, OSJ, Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, na Região Episcopal Santana. Na ocasião, destacou-se o legado dos antepassados e da cultura afro-brasileira. A liturgia foi de forma bilíngue, a fim de acolher a comunidade nigeriana. (por Marcela Silvério)

Emanuel Felipe

Reprodução da internet

Juliana Bacci

[SANTANA] Na Basílica de Sant’Ana, em 29 de novembro, no 1º Domingo do Advento, Dom Jorge Pierozan presidiu missa e conferiu o sacramento da Crisma a um grupo de jovens, e oito crianças receberam o sacramento da Eucaristia. Na homilia, ele exortou a comunidade a estar atenta e vigiar, por meio da oração

e da caridade, que não cansa de superar o mal. Concelebraram os Padres José Roberto Abreu de Mattos, Reitor; e Francisco Ferreira da Silva, Vigário Paroquial, com a participação dos Diáconos Permanentes José Jindarley Santos da Silva e Márcio Cesena. (por Juliana Bacci) Maria Lene Alves

[BELÉM] Na sexta-feira, 27 de novembro, Dom Luiz Carlos Dias presidiu missa na festa da padroeira da Paróquia Nossa Senhora das Graças, na Vila Antonieta. Na ocasião, o Bispo abençoou a nova cruz que foi colocada na Capela do Santíssimo. Segundo o paroquiano Victor Garcia, “a dor e as marcas do flagelo de Cristo, nesta obra, representam a dor e as marcas causadas pela pandemia de COVID-19 em todo o mundo, em nosso País, na nossa cidade, em nossas famílias e em nossos corações. As perdas são muito mais do que números: são pais, mães, irmãos, amigos, entes queridos, são únicos, e Cristo sente essa dor e sofre por cada um de nós”. (por Fernando Arthur)

[BELÉM] Em 26 de novembro, Dom Luiz Carlos Dias presidiu missa no último dia da novena em louvor à padroeira da Paróquia Nossa Senhora das Graças, no Jardim Elba. Concelebrou o Padre José Alves, Pároco. Na homilia, o Bispo destacou a importância da Virgem Maria na vida das pessoas e da comunidade. Ao final da celebração, ele rezou diante da imagem de Nossa Senhora das Graças. (por Fernando Arthur)

[SANTANA] No domingo, 29 de novembro, Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu missa na Paróquia Santa Joana D’Arc, Setor Tremembé, pela primeira vez. Concelebrou o Padre Antônio Moura, Pároco, com a participação do Diácono Ail-

ton Machado Mendes. Na oportunidade, o Bispo falou da alegria de fechar o ciclo de visitas a todas as paróquias da Região, o que devia ter ocorrido em março, mas foi postergado em razão da pandemia de COVID-19. (por Maria Lene Alves)

Espiritualidade Três conselhos para o Advento Dom Carlos Lema Garcia

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BISPO AUXILIAR DA ARQUIDIOCESE E VIGÁRIO EPISCOPAL PARA A EDUCAÇÃO E A UNIVERSIDADE

om a chegada do Advento, vamos começar a preparação para o Natal. Há três vaticínios do profeta Isaías, repetidos por São João Batista, que, no fundo, são três conselhos muito adequados para o nosso caminho até o Natal, em resposta ao que a própria leitura nos propõe quando diz “Preparai o caminho do Senhor: Todo vale será preenchido... Endireitai as suas veredas... Todo monte e colina aplainados...” (40,3-5). Primeiramente, “todo vale será preenchido”: podemos entender que a chegada de Cristo vem preencher o vazio, o monólogo interior, a solidão humana, por meio da nova forma de fazer oração. Depois que Jesus

vem ao mundo, é muito mais fácil fazer oração, conversar com um Deus visível, feito de carne e ossos, com inteligência e vontade humanas. Um Deus que nos conhece, que conviveu com seus pais, Maria e José, estudou, trabalhou, teve amigos etc. Podemos falar com Ele e escutá-lo, porque há uma série de problemas mal resolvidos em nossas vidas que precisamos enfrentar na nossa oração: decisões a tomar, erros a corrigir, distâncias com determinadas pessoas etc. E, para falar com Deus, a primeira providência é o silêncio: romper o murmúrio interior, sair da correria e encontrar o local mais calmo e o melhor momento para dedicar exclusivamente à conversa com Deus. Outra medida interessante será ler os relatos dos dois primeiros capítulos dos evangelhos segundo Mateus e segundo Lucas, que nos trazem a narrativa do Natal. Podemos falar com Deus com total confiança, contar-lhe o que nos acontece, falar dos problemas que mais nos incomodam: esse desentendimento em casa; a falta de paciência com certa pessoa; nossa ansiedade com as coisas que não se resolvem. Devemos

perguntar-lhe: o que Deus pensa e espera de mim? Será que está contente comigo? De que maneira devo me corrigir? Em segundo lugar, “endireitar as veredas”: vamos endireitar os caminhos tortuosos de que maneira? Muitas: não responder às provocações daqui até o Natal; manter a boa cara e o bom humor e não nos queixarmos de nada; não criticar nem falar mal de ninguém. Também é o momento de preparar uma boa confissão: esta é uma excelente maneira de fazer uma boa retificação: purificar os olhos, os pensamentos, imaginações de impureza. Por fim, “todo monte e colina serão aplainados”: significa cortar os excessos na comida, na bebida, no descanso e na diversão. Precisamos de um sincero desejo de purificação, para queimar os pecados que nos incomodam, as faltas passadas que ainda não superamos. Limpar a memória: não guardar rancores, ressentimentos, perdoar de verdade. Combater as mediocridades: tudo aquilo que represente um peso inútil que nos prende à terra e impede o nosso crescimento. Sabemos que só amadureceremos espiri-

tualmente se formos generosos, dizendo “não” a algum capricho, se formos generosos com os nossos bens e dinheiro. Advento é tempo de penitência, como, por exemplo, cumprir os nossos deveres de cada dia, participar com pontualidade nas aulas, até o fim, terminar. Lutar contra a curiosidade: não ler o que não contribui, não ver cenas fortes, de violência barata, ou impróprias na TV, na internet, nos filmes. Mortificar a língua: cortar aquela piada grosseira, evitar as ironias maldosas, as críticas azedas, as murmurações etc. E também fazer alguma penitência: apenas meia cerveja, não repetir à mesa, acordar e levantar na hora, não perder tanto tempo nas redes sociais... Queremos chegar bem ao dia do Natal. Não vamos deixar a preparação para a última hora. Cuidar especialmente da nossa preparação interior: com a oração, o propósito e a penitência que nos faltar. Também é uma boa ocasião para fazer alguma obra de caridade com pessoas necessitadas: por exemplo, visitar uma família pobre e deixar um pequeno presente, uns chocolates, ou participar de alguma iniciativa de cunho social.


6 | Regiões Episcopais | 2 a 8 de dezembro de 2020 |

Filme escrito e dirigido por padre conta a vida de São José Eva Yu Bertani

[IPIRANGA] Entre os dias 28 e 30 de novembro, Dom Ângelo Ademir Mezzari, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, fez visita pastoral a algumas paróquias e comunidades religiosas do Setor Pastoral Ipiranga: Paróquias São José, Nossa Senhora de Sião, Santa Cândida e Nossa Senhora das Dores, além da casa dos Religiosos Servos de Maria, às Irmãs Beneditinas (foto) e à sede provincial das Scalabrinianas. (por Caroline Dupim) Marcos Grego

[LAPA] Em 22 de novembro, na Paróquia Santa Mônica, Setor Pastoral Pirituba, sete crianças receberam a primeira Eucaristia, durante missa presidida pelo Padre Flavio Heliton, Pároco. (por Benigno Naveira) André Bezerra

[IPIRANGA] Dom Ângelo Ademir Mezzari, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, presidiu missa no sábado, 28 de novembro, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Setor Pastoral Anchieta, durante a qual 12 crianças receberam a primeira Eucaristia.

[SANTANA] No sábado, 28 de novembro, na Paróquia Nossa Senhora da Consolata, Setor Imirim, Dom Jorge Pierozan presidiu missa, durante a qual conferiu o sacramento da Confirmação a jovens e adultos. Concelebraram os Padres Moisés Roberto Faccini, Pároco; e Paulo da Conceição, missionários da Consolata. (por Nelson e Antônio Carlos)

Ao lado de Dom Eduardo, Padre Bogaz fala sobre o filme ‘São José, o bom carpinteiro’

POR CENTRO DE PASTORAL DA REGIÃO SÉ Com sessões às 15h e 19h30, no Teatro Sergio Cardoso, no bairro do Bexiga, foi realizado na quinta-feira, 26 de novembro, o lançamento do filme “São José, o bom carpinteiro”. A obra é o 12º longa-metragem escrito e dirigido pelo Padre Antônio Sagrado Bogaz, PODP, Pároco da Paróquia Nossa Senhora Achiropita, Setor Pastoral Cerqueira César, e conta a história da vida de São José, o carpinteiro que acolhe a Mãe de Jesus, narrada pelo seu filho Jesus aos seus seguidores, no Horto das Oliveiras. O elenco técnico e de intérpretes, todos voluntários, contou com a codireção de Nanci Bissoli Oliveira, dos atores João Henrique Hansen, interpretando José; Kátia Gardin, no papel de Maria; e Janaina Covre, Ricardo Carelli, Flávio Climas, Antonio Sérgio Guarnieri, Thalison PetroPascom Paroquial

vich, além da participação dos membros da Família Carismática São Luís Orione e Comunidade Orionita da Paróquia Nossa Senhora Achiropita e também da Paróquia Nossa Senhora da Saúde, da cidade de Rio Claro (SP), pertencente à Diocese de Piracicaba, como figurantes. Dom Eduardo Vieira dos Santos, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, prestigiou uma das sessões e, ao final, deu a bênção aos presentes. O lançamento acontecerá também, dia 3, na cidade de Rio Claro (SP), no Centro Universitário Claretiano, em duas sessões: às 18h e às 20h. O filme, cujo trailer já pode ser visto no site da Região Sé (www.regiaose.org.br), poderá ser adquirido na secretaria da Paróquia Nossa Senhora Achiropita, ao custo de R$ 10. Outras informações pelo telefone (11) 3106-7235. (Colaborou: Eva Yu Bertani, da Pascom da Paróquia Nossa Senhora Achiropita)

Carolina Bebber

Rosana Ferreira

[SÉ] Em 22 de novembro, na Paróquia Divino Salvador, Setor Pastoral Jardins, o Padre Aparecido Silva, Vigário Adjunto para a Região Sé, conferiu o sacramento da Crisma a 20 pessoas, sendo dez adultos e dez jovens, durante missa concelebrada pelo Padre Sidney José Barone, Pároco. (por Pascom paroquial)

(por Fernando Oliveira)

[SANTANA] No sábado, 28 de novembro, após um dia de retiro com 60 jovens lideranças do movimento Jovens Sarados, na Paróquia São Domingos Sávio, Setor Tremembé, as Irmãs Servas da Alegria, uma nova comunidade religiosa fundada pelo Padre Edimilson Lopes, da Canção Nova, renovaram seus compromissos na missão. Do mesmo modo o fizeram alguns membros dos Jovens Sarados, em missa presidida pelo Padre Salvador Ruiz Armas, Administrador Paroquial. (por Pascom da Paróquia São Domingos Sávio)

[LAPA] No dia 17 de novembro, foi realizada a reunião do clero atuante na Região Lapa, presidida por Dom José Benedito Cardoso, com a presença de padres e diáconos. Na ocasião, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região orientou que as celebrações nas paróquias podem ser presenciais, respeitando-se as normas estabelecidas pela Arquidiocese, e podem continuar a ser transmitidas pelas redes sociais. Destacou, ainda, a necessidade de se investir em equipamentos e capacitar pessoas por meio de formações nas pastorais. Falou, ainda, sobre a manutenção das reuniões periódicas e de planejamento, valorização do processo catequético e de se conscientizar as pessoas a respeito do sacramento da Comunhão. (por Benigno Naveira) [LAPA] No dia 23 de novembro, Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, festejou os 34 anos de sua ordenação sacerdotal. [LAPA] No dia 12 de dezembro será realizado o Bazar Solidário da Paróquia São José Operário, no Jardim Sarah, Setor Pastoral Rio Pequeno. Saiba mais detalhes pelo telefone (11) 3714-1268.

(por André Bezerra)

[BRASILÂNDIA] Com o tema “Maria, mãe da consolação e de todas as graças”, foi celebrada a festa da padroeira da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Setor Pastoral Perus, entre os dias 18 e 27 de novembro. Uma das missas da novena foi presidida por Dom Ângelo Mezzari, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, tendo entre os concelebrantes o Padre João Inácio, Pároco. Em um dos dias, as irmãs xaverianas falaram sobre as iniciativas missionárias que a Igreja no Brasil realiza no continente africano, como na Diocese de Pemba, em Moçambique. A festa da padroeira foi encerrada com uma procissão luminosa e a missa solene, durante a qual houve a coroação da imagem de Nossa Senhora das Graças.

[SANTANA] Na sexta-feira, 27 de novembro, Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu missa na Paróquia Nossa Senhora das Graças, Setor Casa Verde, por ocasião da festa da padroeira. Concelebrou o Padre Carlos Alberto Doutel, Pároco, com a participação do Diácono Permanente Franco Antônio Abelardo. (por Simone Arruda)

Renata J. Silva

[BELÉM] Em 25 de novembro, na Paróquia São Miguel Arcanjo, no Jardim Conquista, o Pároco, Padre Alex Sandro Sudré, MSC, festejou os 25 anos de sua ordenação sacerdotal, em missa por ele presidida e que teve entre os concelebrantes Dom Luiz Carlos Dias, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém. (por Fernando Arthur)

[SÉ] Na quinta-feira, 26 de novembro, na Paróquia São José, no Jardim Europa, Setor Pastoral Jardins, Dom Eduardo Vieira dos Santos conferiu o sacramento da Crisma a 19 adultos e 29 jovens, durante missa concelebrada pelo Pároco, o monge Dom Oswaldo Francisco Paulino, O.Praem. (por Pascom paroquial)

[SÉ] A Pastoral do Menor da Região Episcopal Sé realizou encontro on-line na quinta-feira, 26 de novembro, no qual o missionário José Cícero destacou a importância da espiritualidade para a realização das ações pastorais. “Se não tivermos ligação com Cristo como pastoral, o que for feito será pouco e pequeno”, afirmou o missionário, ao ressaltar que a caminhada pastoral precisa refletir o amor de Cristo no próximo. Ele disse, também, que a missão é levar o Evangelho a quem mais necessita. Para tanto, é necessário estar em oração e promover momentos orantes nos grupos, para que se alcance o discernimento sobre o que será preciso fazer como pastoral. (por Andréa Campos, Secretária Regional da Pastoral do Menor)

[BELÉM] Na sexta-feira, 27 de novembro, Dom Luiz Carlos Dias presidiu a celebração eucarística na Paróquia São Filipe Néri, ocasião na qual inaugurou a Capela da Medalha Milagrosa, comemorando solenemente os 190 anos da aparição de Nossa Senhora. Também foi abençoado o monumento a Nossa Senhora Aparecida, que celebra a primeira peregrinação a pé dos membros da Paróquia ao Santuário Nacional. Comemorou-se, ainda, o centenário do fundador da Congregação e Paróquia São Filipe Néri, o Padre Aldo Giuseppe Maschi, C.O., que nasceu em 5 de março de 1920. (por Fernando Arthur)

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Nossa Senhora da Assunção e São Paulo Pessoal Nipo-Brasileira de São Gonçalo Praça João Mendes 108, Tels. 3106-8110 e 3106-8119


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| 2 a 8 de dezembro de 2020 | Regiões Episcopais/Viver Bem/Fé e Vida | 7

Fé e Cidadania

LAPA

A ética das redes digitais

25 Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão recebem investidura Marcos Grego

Benigno Naveira

COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO

Em missa no dia 23 de novembro, na Paróquia Santa Mônica, no Jardim Santa Mônica, Setor Pastoral Pirituba, 25 leigos, após o período de formação em nível paroquial, receberam a investidura para atuar como Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão (MESC). A solene celebração foi presidida por Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, e concelebrada pelo Padre Flavio Heliton, Pároco. Dom José, na homilia, saudou

está passando e que o tempo dela é limitado, acabamos nos perdendo no tempo e, na maioria das vezes, não identificamos no que vale a pena investir esse grande tesouro. Vamos aproveitar para viver como se fosse o último dia – o que podemos fazer de bom no tempo que temos hoje? Podemos ajudar nossos filhos, de acordo com a idade, a aproveitar melhor o tempo, a identificar modos de ocupá-lo com atividades construtivas, que servem aos demais e ao seu crescimento. 3. Viver a dimensão da fé. Temos um Deus que cuida de nós, que aceitou se tornar absolutamente vulnerável por amor a cada um. Nada nem ninguém pode cuidar de nós melhor do que Ele. Enfrentamos a vida e a morte com mais audácia e segurança sabendo-nos amparados por um Pai amoroso, poderoso, onipotente e onisciente. Vamos nos abrir à fé, vamos ensinar a fé aos nossos filhos, ajudando-os a se relacionar de modo pessoal com Jesus. Olhando para o presépio, temos uma lição de extrema vulnerabilidade e imensa confiança. Faltou tudo o que poderia faltar de material para o nascimento do Menino Deus, mas não faltaram a graça e o amor que iluminaram o mundo naquela noite maravilhosa. Acompanhe, nas próximas edições, a continuação deste tema, com as demais lições a serem extraídas da situação atual em que nos encontramos.

Não podemos negar que o novo mundo digital é de muita utilidade e permite grandes avanços à humanidade. Permite que as pessoas descubram coisas, pesquisem, estudem, criem, consumam com segurança e comodidade, obtenham uma infinidade de coisas muito boas para a vida. Outro fator importante trazido pela revolução digital é a interferência direta em nossa vida pessoal e profissional, pela quantidade de dados e informações que nos é disponibilizada. Nos últimos anos, produzimos mais dados do que ao longo de toda a nossa história. Para dar uma ideia de toda essa transformação, desde 2011 o volume total de dados armazenados pela humanidade aumentou 22 vezes. Os modelos de negócio desenvolvidos e praticados pelas grandes corporações do ramo não têm nada de transparente para o público. É difícil entender como elas ganham dinheiro. Na prática, o dinheiro vem da venda de dados que se transformam (dentro desse modelo) em muito dinheiro quando nós consumimos o que eles querem que compremos. Seus clientes são os anunciantes, que usam essas plataformas para vender os seus produtos ou serviços. E qual o nosso papel nesse teatro? O de objetos que acreditam que controlam esses canais, usando-os “de graça” para nossos interesses. As pessoas inocentemente não se dão conta de que são produtos nessa relação comercial. Esses grandes canais de comunicação também criam verdadeiros monstros, tornando pessoas famosas do dia para a noite, sem que necessariamente sejam portadoras de conhecimento. Pessoas que muitas vezes transformam mentiras em verdades. Por vezes, mudam a forma de ver de todo um grupo de pessoas, geram conflitos, alteram o curso de eleições, destroem a credibilidade de pessoas em um instante sem motivo real para isso. Nada que induza nossa vontade, tire nossa liberdade e iniba a nossa responsabilidade pode ser considerado ético. Na carta encíclica Fratelli tutti, o Papa Francisco escreve: “Neste mundo globalizado, os mass media podem ajudar a sentir-nos mais próximos uns dos outros; a fazer-nos perceber um renovado sentido de unidade da família humana, que impele à solidariedade e a um compromisso sério para uma vida mais digna […] Podem ajudar-nos nisso, especialmente nos nossos dias em que as redes da comunicação humana atingiram progressos sem precedentes. Particularmente a internet pode oferecer maiores possibilidades de encontro e de solidariedade entre todos; e isto é uma coisa boa, é um dom de Deus. Mas é necessário verificar, continuamente, que as formas atuais de comunicação nos orientem efetivamente para o encontro generoso, a busca sincera da verdade íntegra, o serviço, a aproximação dos últimos e o compromisso de construir o bem comum. Ao mesmo tempo, como indicaram os bispos da Austrália, ‘não podemos aceitar um mundo digital projetado para explorar as nossas fraquezas e tirar fora o pior das pessoas’” (FT, 205). Em outro trecho, diz que “vivemos já há muito tempo na degradação moral, baldando-nos à ética, à bondade, à fé, à honestidade; chegou o momento de reconhecer que esta alegre superficialidade de pouco nos serviu. Uma tal destruição de todo o fundamento da vida social acaba por colocar-nos uns contra os outros na defesa dos próprios interesses. Voltemos a promover o bem, para nós mesmos e para toda a humanidade, e assim caminharemos juntos para um crescimento genuíno e integral” (FT, 113).

Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é fonoaudióloga e educadora. Mantém o blog educandonacao.com.br

Fabio Gallo Garcia é professor da Fundação Getulio Vargas, em São Paulo (SP).

Dom José e Padre Flavio, com os Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão

os novos MESC, desejou que Deus ilumine o caminho de todos, e convidou-os a serem sinais de esperança e santidade para a Igreja e para o mundo. O Bispo ressaltou, ainda,

[LAPA] Já estão armazenadas na Área Pastoral São João Batista, da Paróquia Santo Alberto Magno, Setor Pastoral Butantã, as sacolinhas de Natal que serão distribuídas no dia 12 na igreja matriz e comunidades.

que os “novos ministros, ao se colocarem a serviço como MESC, estão conscientes e convictos da missão que estão abraçando por amor à Igreja”.

[LAPA] Em reunião no mês de dezembro, a Pastoral da Comunicação (Pascom) da Região Lapa elaborou a lista com os nomes dos agentes que foram nomeados como coordenadores da Pascom nas paróquias da Região.

Comportamento Natal 2020: lições para aprendermos e ensinarmos SIMONE RIBEIRO CABRAL FUZARO Quem diria, há um ano, que estaríamos nos preparando para o Natal desta maneira tão diferente de tudo o que cada um de nós já experimentou na vida? Quem imaginaria o ano de 2020 como este que estamos tendo? Tenho certeza de que ninguém. Estamos terminando um ano que parece não ter começado: uma sensação de vazio – de pouca realização, apesar de muitíssimo trabalho, de tempo perdido apesar de tantas tarefas executadas –, fomos pais, profissionais, professores, inovadores, aprendemos muito sobre comunicação on-line. No entanto, que sensação de falta. Perdemos pessoas, empregos, empresas, perdemos a recuperação econômica que começava a acontecer, perdemos a liberdade de ir e vir, a oportunidade de convívio com familiares e amigos, comemorações que sonhávamos, viagens programadas... Sim, perdemos muito, não podemos negar. Sem entrarmos no mérito do quanto isso tudo deveria ou não ter sido conduzido do modo que foi, quero convidá-los agora, porém, a pensar no que ganhamos. Lição 1 – Ganhamos a oportunidade de entrar em contato com nossa vulnerabilidade, condição que negamos insistentemente. Procuramos viver como se nunca fôssemos morrer, e a pandemia nos colocou de cara com essa possibilidade, sendo que muitos estremeceram. Apesar disso, nada como estar diante da iminência da morte para valorizar a vida e seu sentido mais profundo,

para focar o que de fato vale a pena, sem complicações. Nós, que nunca fomos imortais, somente vivíamos iludidos por essa sensação imaginária, experimentamos o que Jesus fez por nós – Ele sim, sendo Deus imortal, pleno, atemporal, se reduziu à natureza humana, se fez completamente vulnerável por amor a nós e pela nossa salvação. Trazendo essa realidade para a nossa vida, o que podemos aprender com os nossos filhos e o que podemos ensinar-lhes diante da vulnerabilidade? Vamos lá: 1. Identificar com clareza o essencial e o supérfluo. Definir os valores que, de fato, valem a pena e estruturarmos neles nossa vida e nossos anseios. Quando identificamos o essencial, percebemos que se trata de valores pelos quais vale viver e vale morrer, pois dão sentido à vida. Que tal fazermos esse exercício com os nossos filhos? Ajudarmos a que identifiquem no seu cotidiano o essencial, que abram mão do supérfluo: um brinquedo, uma roupa, uma vontade. Os limites que essa pandemia nos impôs favoreceram muito o contato deles com a frustração, foram muitos os quereres que não puderam ser atendidos, e isso é um grande tesouro. Vamos aproveitar essa oportunidade para que se tornem pessoas mais fortes, capazes de se privar do que não é essencial e lutar pelo que vale a pena. 2. Aproveitar o tempo. Dedicar tempo e atenção ao que realmente é importante. Quando não temos sentido de urgência, de que a vida

FABIO GALLO GARCIA


8 | Reportagem | 2 a 8 de dezembro de 2020 |

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Católicos coreanos abrem jubileu dos 200 anos do nascimento de São Kim Degun Luciney Martins/O SÃO PAULO

Fernando Geronazzo

osaopaulo@uol.com.br

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidiu no domingo, 29 de novembro, na matriz da Paróquia Pessoal Coreana São Kim Degun, no Bom Retiro, a missa de abertura do jubileu do bicentenário de nascimento do primeiro sacerdote coreano martirizado no século XIV. Atendendo a um pedido da Conferência Episcopal da Coreia, esse templo será uma das igrejas designadas em todo o mundo para a peregrinação dos fiéis durante o jubileu, que se estenderá até 27 de novembro de 2021. Por essa razão, todos os fiéis que peregrinarem à Igreja São Kim Degun durante o ano jubilar poderão alcançar a indulgência plenária aplicável a si mesmos ou em sufrágio dos falecidos (leia nesta página o decreto sobre o jubileu). A indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida aos pecados já perdoados quanto à culpa que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja. Para receber a indulgência plenária neste jubileu, a Santa Sé, por meio da Penitenciaria Apostólica, estabeleceu que, além de peregrinar até a igreja jubilar, o fiel precisa ter se confessado recentemente, rezar nas intenções do Papa e fazer um ato de caridade (acesse o decreto em: https://tinyurl.com/y6sw7wuh).

Padroeiro Primeiro Sacerdote coreano, São Kim Degun, também conhecido como Santo André Kim Taegon, nasceu em 21 de agosto de 1821. Filho de uma família nobre coreana, converteu-se ao catolicismo e se dedicou à evangelização de sua pátria, onde o Cristianismo era duramente perseguido. Em 16 de setembro de 1846, Santo André e mais 102 católicos foram martirizados. O jovem padre tinha apenas um ano de sacerdócio. São João Paulo II os canonizou durante sua visita à Coreia do Sul, em 6 de maio de 1984, na comemoração dos 200 anos do catolicismo naquele país asiático. Mesmo em sua curta vida, São Kim Degun, além de ser o primeiro Padre católico coreano, enfrentou a realidade da época e se tornou pioneiro no anúncio da Boa-Nova. Testemunho dos mártires Na homilia, Dom Odilo manifestou novamente a alegria por celebrar a abertura do jubileu de nascimento do mártir coreano. Ele recordou que teve a oportunidade de visitar a Coreia do Sul em 2018 e esteve no local do martírio de São Kim Degun e dos muitos mártires coreanos. “Pude constatar a vitalidade dessa Igreja e o fervor dos sacerdotes, religiosos e do povo das comunidades católicas co-

Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, incensa a imagem de São Kim Degun, em missa no domingo, 29 de novembro

reanas, fortalecidas pelo testemunho dos seus santos e mártires”, salientou o Cardeal. Dom Odilo afirmou que se sente feliz por ter os católicos coreanos como membros da Igreja particular de São Paulo e os convidou a viverem intensamente o jubileu, buscando conhecer com maior profundidade a vida de São Kim Degun. “Como padroeiro desta comunidade, esse Santo poderá inspirar muitas ações de evangelização e devoção ao longo do ano jubilar. Peçamos a ele que proteja toda a comunidade, todas as famílias, especialmente as crianças, jovens e aqueles que se encontram em meio a sofrimentos e dificuldades para viver a fé católica e nela perseverar”, exortou o Arcebispo.

Em São Paulo A imigração de coreanos para o Brasil começou na década de 1960, pouco depois do fim da guerra que dividiu a Coreia em dois países. Atualmente, são cerca de 50 mil coreanos e descendentes vivendo em solo brasileiro, sendo a maioria na cidade de São Paulo. Foi na capital paulista que surgiu a primeira comunidade católica coreana do Brasil, no dia 9 de maio de 1965, com a presença de 44 membros na Igreja São Gonçalo, no Centro. Em 1972, foi criada a Paróquia Pessoal Coreana Nossa Senhora Rainha, que teve sua sede em vários bairros de São Paulo. Em 1990, começou a ser construída a atual matriz, que recebeu o título do mártir coreano, sendo inaugurada e dedicada em 2004, pelo Cardeal Cláudio Hummes, então Arcebispo Metropolitano. A Paróquia Pessoal Coreana reúne cerca de 4,5 mil fiéis coreanos e descendentes que vivem em São Paulo, além de comunidades em Campinas (SP), Curitiba e Ponta Grossa (PR) e Belo Horizonte (MG). Atualmente, a comunidade paroquial é atendida por sacerdotes e religiosos missionários vindos da Coreia. O Pároco atual é o Padre (Paulo) Sung Kwang Cho. Leia a reportagem completa em https://tinyurl.com/yy54h9z2.

Reprodução

DECRETO

JUBILEU BICENTENÁRIO do Nascimento de Santo André Kim Degun na Arquidiocese de São Paulo Aos que este nosso Decreto virem, paz, bênção e alegria no Senhor! A Igreja de Cristo que está na Coreia celebra, em 2021, o bicentenário do nascimento de Santo André Kim Degun, primeiro presbítero nascido na Coreia e mártir de Cristo, padroeiro do Clero daquele país. Santo André foi ordenado sacerdote em 1845 e exerceu seu ministério com profunda dedicação e ardor missionário. Aos 26 anos de idade, com apenas 01 ano de sacerdócio, recebeu a coroa do martírio, regando com seu sangue as primeiras sementes do Evangelho lançadas da Igreja na Coreia. Em 1984, por ocasião dos 200 anos do catolicismo na Coreia, foi proclamado Santo pelo Papa São João Paulo II. A celebração do jubileu dos 200 anos do seu nascimento é motivo de grande alegria para toda a Igreja na Coreia, mas também para as Comunidades coreanas presentes em muitos países de todo o mundo. Atendendo com alegria ao pedido da Conferência Episcopal da Coreia, também a arquidiocese de São Paulo une-se à Igreja Católica na Coreia, especialmente à Comunidade coreana de São Paulo e do Brasil, nas celebrações jubilares do bicentenário de Santo André Kim Degun, que se estendem de 29 de novembro de 2020 a 27 de novembro de 2021. Portanto, em vista do testemunho do Evangelho, crescimento na fé e do bem espiritual do povo de Deus, por este Ato, damos início em São Paulo ao Jubileu bicentenário do nascimento de Santo André Kim Degun, tendo como “igreja jubilar” e meta para as peregrinações e celebrações, do Jubileu a igreja da paróquia pessoal Santo André Kim Degun, no bairro do Bom Retiro. O Ano Jubilar estende do 1º Domingo do Advento de 2020 ao 1º Domingo do Advento de 2021 (27 de novembro de 2021). Convido o clero, os religiosos e todo o povo de Deus de nossa Arquidiocese a aderir às celebrações jubilares e a se alegrar com a Comunidade Católica Coreana. Os fiéis que peregrinarem para a igreja de Santo André Kim Degun, durante este ano jubilar, poderão alcançar a indulgência plenária (cfr. cânones 992- 997, CIC), aplicável para si próprios, ou em sufrágio dos fiéis defuntos, cumpridas as condições estabelecidas pela Igreja: profissão da fé católica, arrependimento dos pecados, sincero desejo de viver em santidade, confissão sacramental e comunhão eucarística, oração pelo Papa e pela Igreja e oração pelas vocações sacerdotais, religiosas e missionárias. Dado e passado em nossa Cúria Metropolitana no dia 24 de novembro de 2020, memória litúrgica de Santo André Dong-Lac, Presbítero, e seus 116 companheiros, mártires vietnamitas.


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| 2 a 8 de dezembro de 2020 | Reportagem | 9

Após restauro, sinos da Igreja São Cristóvão são reinaugurados Luciney Martins/O SÃO PAULO

Fernando Geronazzo

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O bairro da Luz, na região central de São Paulo, voltou a ouvir o som dos sinos da histórica Igreja São Cristóvão, reinaugurados na quinta-feira, 26 de novembro. Após passarem por restauro, os quatro sinos foram abençoados em uma missa presidida pelo Arcebispo Metropolitano, Cardeal Odilo Pedro Scherer. A tarefa de restauro foi feita pela Fábrica de Sinos de Piracicaba e patrocinada pelo Grupo Comolatti. Foi realizado um trabalho de limpeza dos sinos e pintura do cavalete de sustentação, além da instalação de um novo sistema de automação. São quatro sinos, sendo o menor com 56kg e o maior com 155kg. “Na metrópole, em meio ao barulho de tantas vozes, temos que fazer o possível para que a presença da Igreja seja percebida. Nós estamos aqui”, afirmou Dom Odilo, ao falar do valor simbólico dos sinos. “O sino é um sinal da voz de Deus que chama, que toca as consciências para a vivência da fé”, acrescentou o Arcebispo, recordando que esse templo católico compõe a memória histórica dessa região da cidade, que também conta com o Mosteiro da Luz, a Pinacoteca do Estado e a Estação da Luz.

Símbolo histórico Construída em 1856, esta igreja foi durante muitos anos a Capela do Seminário Episcopal. Em 1940, passou a ser a matriz da recém-criada Paróquia São Cristóvão. Após passar por um restauro, o templo foi reinaugurado em 28 de abril de 2001. Durante os trabalhos, foi descoberto um sítio arqueológico no terreno da igreja, o que faz da matriz uma fonte de inspiração para os pesquisadores da história de São Paulo. Padre José Arnaldo Juliano, Pároco desde fevereiro, explicou ao O SÃO

Cardeal Odilo Pedro Scherer, Padre José Arnaldo Juliano e representantes do Grupo Comolatti em frente à placa de reinauguração dos sinos

PAULO que, quando tomou posse da Paróquia, a matriz passava por alguns problemas estruturais, como infiltrações no teto, nas paredes e no telhado. “No dia 19 de março, eu recebi uma generosa doação de uma família, com a qual pudemos fazer os reparos estruturais. Agora vamos partir para a reforma da nave da igreja, a cúpula e depois a fachada.” Campo de missão Quanto aos desafios pastorais, Padre José Arnaldo recordou que, logo que chegou à Paróquia, foi decretada a quarentena na cidade. Segundo os dados do Censo de 2010, a Paróquia abrange uma população de 13,5 mil pessoas. No entanto, o Pároco acredita que esse número tenha aumentado, sobretudo com a recente construção de prédios residenciais. “Agora, realizamos o trabalho de ir ao encontro dessas pessoas. Tenho feito contato com as famílias, convidando-as

para as celebrações e me colocando à disposição para atendimentos. Também fiz amizade com quase todos os porteiros dos prédios, que me indicam os católicos e distribuem os folhetos informativos das atividades da comunidade”, contou o Padre. O Pároco destacou, ainda, que os casais e jovens estão se aproximando aos poucos e, inclusive, há um grupo de Catequese para adultos ao qual ele mesmo ministra. “Pastoralmente, é uma região de missão. As pessoas necessitam de referência de comunidade para que alimentem o sentido de pertença. Nesse sentido, a reativação dos sinos será de grande ajuda para recordá-los de que aqui é a casa deles”, completou.

Tradição Os sinos da Igreja São Cristóvão não soavam havia 15 anos, até que “a providência divina e a generosidade da família Comolatti”, como ressaltou Padre José

Arnaldo, possibilitaram que eles fossem restaurados. “Já virou uma tradição do Grupo Comolatti patrocinar o restauro dos sinos de igrejas em São Paulo. Isso começou há mais de dez anos, com um pedido de Dom Odilo. Depois disso, nosso presidente, Sergio Comolatti, gostou da iniciativa e, desde então, todos os anos, patrocinamos o restauro dos sinos de uma igreja”, contou o diretor comercial da empresa, Conrado Comolatti Ruivo. Em 12 anos, já foram 14 igrejas que tiveram seus sinos restaurados, entre as quais as igrejas matrizes das Paróquias das paróquias São Vito, Bom Jesus do Brás, Nossa Senhora da Paz e Nossa Senhora do Brasil. Também foram restaurados os campanários da Igreja Nossa Senhora da Boa Morte e da Basílica do Mosteiro de São Bento. Em 2010, o grupo empresarial patrocinou o restauro do carrilhão de 61 sinos da Catedral da Sé, o maior da América Latina.


10 | Reportagem | 2 a 8 de dezembro de 2020 |

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Ainda não acabou! São Paulo registra alta de casos de COVID-19. Parte da população aparenta ter se descuidado das recomendações sanitárias de segurança contra o vírus

DANIEL GOMES E FERNANDO GERONAZZO osaopaulo@uol.com.br O aumento no número de casos e de internações de pacientes com COVID-19 em São Paulo levou o governo paulista a retroceder todo o estado à fase amarela da flexibilização de atividades, conforme anunciou o governador João Doria, na segunda-feira, 30 de novembro. Naquele dia, a taxa de ocupação de Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Na Estação São Bento do Metrô, nem todos utilizavam máscaras, no sábado, 28

Na Rua 25 de Março, alguns circulavam sem máscara ou a utilizavam erroneamente

leitos de UTI para COVID-19 no estado era de 52,2% e na Grande São Paulo de 59,1%, confirmando a alta verificada nas duas semanas anteriores. Na capital paulista, na ocasião, esse índice estava em 52% na média, sendo que na rede particular a taxa de ocupação de leitos de UTI para o coronavírus tem se mantido acima dos 80%. No Brasil, já foram registrados mais de 6 milhões de casos e até o começo desta semana mais de 173 mil pessoas haviam morrido em razão dessa doença.

Na fase amarela de flexibilização, há restrições para o horário de funcionamento do comércio e dos serviços, passando das 12 horas, da fase verde, para 10 horas por dia, bem como redução do percentual de ocupação desses locais a 40% de sua capacidade. Não haverá, porém, mudanças no funcionamento das instituições públicas e privadas de ensino. A próxima reclassificação de fase está agendada para 4 de janeiro.

Descuidos com a prevenção Ao percorrer algumas ruas e locais de grande circulação na capital paulista, a reportagem do O SÃO PAULO constatou que muitas pessoas não estão seguindo as medidas preventivas básicas, como o distanciamento social e o uso de máscara. Nas entradas das estações de metrô e terminais de ônibus, foi comum encontrar usuários que chegam sem máscara e só a colocam quando embarcam. Há, ainda, aqueles que, mesmo dentro dessas dependências, permanecem com a máscara no queixo ou nas mãos e só a vestem quando são abordados por funcionários. Além disso, ao saírem desses locais, muitos retiram facilmente o protetor facial e não higienizam as mãos. Há, ainda, os que não usam a máscara corretamente, deixando o nariz descoberto, e aqueles que a retiram para conversar, um comportamento de risco, uma vez que a transmissão do vírus também ocorre por meio das gotículas de saliva. A reportagem também viu recorrentes aglomerações em alguns supermercados, terminais de transporte e outros estabelecimentos comerciais. No Viaduto do Chá e em ruas próximas à estação São Bento do metrô, no último sábado, foi possível verificar que alguns caminhavam sem máscara entre as outras pessoas e, não raro, em um grupo da mesma família ou entre amigos parte usava a máscara, parte não.

As pessoas questionadas informalmente sobre o descumprimento dos protocolos preventivos deram respostas evasivas como “eu esqueci de usar a máscara”; “estou em um lugar aberto e não tem ninguém próximo”; “a máscara me incomoda”; e ainda houve argumentos como “não há necessidade”, “isso é bobagem, todo mundo vai pegar COVID-19 algum dia” ou “já tive a doença e, por isso, estou imune”. Em todo o estado de São Paulo, o uso de máscara também é obrigatório nas áreas comuns dos condomínios, sendo passível de fiscalização da Vigilância Sanitária e aplicação de multa de até R$ 5 mil por morador que descumprir a regra. Em uma conferência aos membros do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP), o advogado especialista em Direito Condominial, Carlos Eduardo Quadratti, afirmou ter recebido diversos relatos de síndicos que têm enfrentado a resistência de moradores em usar máscaras dentro de condomínios. Há previsão legal para que a multa recebida seja repassada ao morador responsável pela infração, uma vez que este causou um dano ao condomínio. “É uma pena que sejam necessárias tais medidas, quando cada pessoa deveria ter consciência da importância desses cuidados”, lamentou o advogado.

Aumento de casos entre os jovens

Jovens caminhavam pela Praça Ramos de Azevedo, na região central, sem máscaras

Uma das preocupações das autoridades é com o aumento dos casos entre os jovens de 20 a 29 anos. Em junho, os infectados nesta faixa etária representavam 13,6% do total, mas em 20 de novembro esse percentual subiu para 17,1%. Chefe da Vigilância Hospitalar do Instituto de Infectologia Emílio Ribas (IIER), a médica infectologista Ana Angélica Bulcão Portela disse à reportagem que o número de jovens nos leitos de enfermaria para COVID-19 aumentou nas últimas semanas. “Com a saída deles do isolamento social, especialmente para lazer, até por questões de saúde mental, as internações se tornaram mais intensas. Os jovens têm relatado que participam de reuniões em casa, eventos estes que reúnem 20 pessoas, por exemplo, e se uma delas está com o vírus, pode infectar as demais. Também tem havido o aumento das aglomerações, o que leva à diminuição do distanciamento físico das pessoas”, observou.

Também médico infectologista do IIER, Jamal Suleiman critica quem promove tais atividades. “Irresponsabilidade é o adjetivo certo para o atual comportamento desses jovens. Não se trata de um juízo moral, mas técnico, na medida em que a pessoa tem o domínio da informação sobre as formas de proteção e a importância disso pra ela e o seu entorno, mas não segue”, lamentou, temendo pela piora dos números com as aglomerações nas festas de fim de ano. “Isso nos traz uma angústia, porque o resultado vai ser muito dramático e veremos as consequências em janeiro e fevereiro”, comentou. Em coletiva de imprensa na última segunda-feira, Jean Gorinchteyn, secretário estadual de Saúde, disse que o governo pretende intensificar a fiscalização em todo o estado para evitar aglomerações e impedir a realização de festas clandestinas.


E quando o vírus bate à porta, o que fazer? Em julho, ao saber que o resultado do teste do filho para a COVID-19 havia dado positivo, Maria de Fátima Rodrigues Fidelis procurou a Unidade Básica de Saúde (UBS) Jardim Vista Alegre, na zona Noroeste, com sintomas de gripe e uma leve dor de cabeça. Ela e uma de suas filhas, que estava assintomática, foram submetidas ao teste RT-PCR, no qual um swab nasal (uma haste longa e achatada, cujo formato lembra um cotonete) é introduzido nas narinas e na garganta para colher a secreção respiratória e detectar a presença de material genético ativo do Sars-Cov2 (novo coronaví-

rus). Ambas receberam a recomendação de permanecer em isolamento social até o resultado, que ficou pronto após sete dias, com o diagnóstico de infecção para a mãe e a filha. “O médico nos deu mais 14 dias de atestado. Como eu estava sintomática, ele me receitou a azitromicina [antibiótico usado no tratamento de infecções respiratórias e que age também contra alguns vírus]. Não houve qualquer recomendação do posto de saúde para que voltássemos para fazer um novo teste depois”, disse Maria de Fátima à reportagem.

O monitoramento A moradora da zona Noroeste da cidade está entre os 779 mil pacientes que a Secretaria Municipal da Saúde afirma já ter monitorado nas UBSs desde o começo da pandemia, entre pessoas com sintomas leves e moderados de COVID-19. Segundo a Secretaria, “a atuação consiste no monitoramento telefônico diário dos casos, por um período de 14 dias. Se não há contato, as equipes realizam visitas domiciliares. Nas regiões com Estratégia de Saúde da Família, há intensificação das ações com profissionais de saúde e agentes comunitários de saúde, que orientam sobre formas de transmissão e a importância do isolamento adequado, reforçando as medidas de distanciamento social entre as pessoas do convívio”, consta na nota enviada ao O SÃO PAULO, na qual se informa que mais de 20,5 mil ações comunitárias de orientação e prevenção da pandemia foram feitas, com 2,6 milhões de abordagens. Conforme o protocolo do Ministério da Saúde, assegura a Secretaria, a prioridade de testagem é para aqueles que apresentem sinais e sintomas da doença, desde que sejam classificados como suspeitos após a avaliação médica. Aqueles que tiveram contato com pessoas cujo resultado do teste para a COVID-19 foi positivo, ainda que estejam assintomáticos, “são orientados sobre as normas de biossegurança, devendo realizar isolamento social”. A Pasta informou, ainda, que o teste

Teste RT-PCR é um dos realizados para verificar se há a presença do novo coronavírus no organismo

Testagem da população pelo RT-PCR é indicado preferencialmente do 3º ao 7º dia do início dos sintomas, enquanto os testes sorológicos (teste rápido ou sorologia) são os adotados após o 7º dia do começo dos sintomas. O infectologista Jamal Suleiman ressalta que a estratégia de isolamento não é sempre condicionada à detecção do vírus na mucosa oral por meio do teste RT-PCR. “Por exemplo, se a pessoa chega nos contando que teve um mal-estar, febre, perdeu o paladar ou a capacidade de sentir cheiro, pode ocorrer que o teste dê ‘não detectado’. Isso não é comum, acontece em até 10% das vezes, e nesse caso fazemos o mesmo para quem teve o resultado do teste positivo: a pessoa deverá permanecer em isolamento, inclusive dos contatos domiciliares, e não poderá sair para trabalhar”, detalha. É fundamental que aqueles cujo resultado do teste para a COVID-19 tenha dado positivo e as pessoas colocadas em isolamento preventivo assim permaneçam, mas isso nem sempre acontece, como relatou, sob a condição de anonimato, uma médica de uma UBS da zona Sul da cidade. “Quando temos a chegada de um paciente com suspeita, buscamos atestar a família inteira para que não vá trabalhar, só que as pessoas aproveitam para ficar na rua ou para viajar, não entendem que se trata de um atestado para isolamento social”, lamentou.

Todos precisam usar máscaras A Secretaria Municipal da Saúde afirma que, passado o período de 14 dias, o paciente pode receber alta ou ser encaminhado para um hospital de referência em COVID-19 da região, e quem já teve a doença pode voltar a procurar a unidade de saúde de referência para acompanhamento dos sintomas ou desdobramentos da enfermidade. A infectologista Ana Angélica explica que se o paciente cumpriu o isolamento recomendado e foi devidamente monitorado, não precisará fazer outro teste passados os 14 dias, uma vez que o vírus já terá sido expelido do organismo. “A pessoa só terá o anticorpo quando deixa de ter a doença na garganta, e sabemos, por estudos publicados, que o tempo do vírus na garganta é de, no máximo, 14 dias. Assim, passado esse período, quem já se contagiou com o vírus não mais oferece ricos de transmiti-lo a outras pessoas.”

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Michael Appleton/Mayoral Photography Office

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No entanto, também para os já recuperados, as medidas de distanciamento social, higienização das mãos e, principalmente, o uso de máscaras continuam válidas. “De fato, passados os 14 dias, ainda que a pessoa tenha fragmentos da partícula viral na mucosa oral, ela é incapaz de transmitir a doença. No entanto, precisará usar máscara, pois ainda que não tenha mais o vírus relativo à primeira infecção, caso ela esteja sem máscara e tenha contato com outra pessoa com um vírus de uma outra variante, pode se contaminar de novo. Embora a reinfecção seja um fenômeno extremamente raro, o que significa que se essa pessoa pegar o vírus de novo a chance de que adoeça é remota, a possibilidade de que ela transmita o vírus com uma outra variante existe”, detalhou Suleiman.

A Prefeitura de São Paulo informou à reportagem que até o dia 23 de novembro realizou, nos serviços de saúde que administra, mais de 1,539 milhão de testes, sendo 837 mil de RT-PCR, 500 mil testes rápidos e mais de 201 mil testes sorológicos. De acordo com Suleiman, apenas com a testagem da população em larga escala há a possibilidade de bloquear a transmissão comunitária da doença: “Com isso, é possível identificar pessoas que são positivas, já que há um grande contingente que tem a infecção, mas sem sintomas. É preciso identificá-las, para, depois, colocá-las em isolamento e rastrear todos os seus comunicantes e aqueles com quem convivem, seja ligando para elas, seja com os agentes comunitários indo até suas casas para ver como

está sendo este isolamento, para identificar quais foram os contatos que tiveram e testar todos estes comunicantes. Essa seria a estratégia ideal”. Ana Angélica também defende a testagem massiva, especialmente em locais com grandes aglomerações de populações vulneráveis ou comorbidades de saúde, além de testar aqueles que procuram as unidades de saúde por já ter um histórico de outras doenças. “Alguém com hipertensão, por exemplo, que já chega sentindo uma coriza, dor de cabeça leve, poderia ser testado. Outra alternativa é fazer a testagem considerando os contatos. Então, se você está com COVID-19, foi ao posto de saúde, o quadro é leve e recebeu o atestado, todas as pessoas de sua convivência deveriam ser monitoradas”, analisou.

NÃO SE DESCUIDE NA HORA DA MISSA 1) O uso de máscara para acesso

aos templos e permanência neles é obrigatório, devendo ser brevemente retirada, com todo o cuidado, apenas para o recebimento da Comunhão. 2) Antes de entrar na igreja, o fiel tem sua temperatura medida e deve higienizar as mãos com álcool em gel. Essa higienização deve ocorrer sempre que a pessoa tocar em qualquer superfície ou objeto e, especialmente, antes e depois de receber a Comunhão. 3) As portas das igrejas devem permanecer abertas durante toda a missa, a fim de evitar que o fiel tenha de tocar em puxadores ou maçanetas. 4) O fiel deve se sentar apenas nos lugares demarcados, para que se garanta o distanciamento mínimo recomendado. Pessoas que vivam na mesma casa podem se sentar juntas, mas neste caso o ideal é que elas não dividam o banco com outras. 5) Os leitores e cantores devem desinfetar as mãos antes e depois de tocarem no ambão ou nos livros. 6) Os envolvidos com a Liturgia precisam estar de máscara, à

exceção do presidente da celebração, mas se recomenda que este mantenha certa distância em relação aos demais. 7) Na procissão para a Comunhão, os fiéis devem respeitar o distanciamento demarcado no chão. 8) O sacerdote e os ministros que distribuírem a comunhão precisam usar máscara e desinfetar as mãos antes e depois da distribuição; nesse momento, é indicado que o fiel receba a Comunhão na mão, tomando os devidos cuidados para não desprezar as partículas da Eucaristia e comungar na frente do sacerdote ou do ministro. 9) Ao término da missa, a saída das pessoas do templo deve ocorrer sem que haja aglomerações. 10) Após a missa, o templo deve ser arejado durante pelo menos 30 minutos, e os pontos de contato, como vasos sagrados, livros litúrgicos, objetos, bancos, puxadores e maçanetas das portas e instalações sanitárias, precisam ser cuidadosamente desinfetados. Fonte: “Orientações Litúrgico-Pastorais para o retorno às atividades presenciais”, produzido pela Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia (maio de 2020)


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Com sistema de energia solar, Paróquia Nossa Senhora das Mercês estima economia de R$ 30 mil anuais Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Nayá Fernandes

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

A Paróquia Nossa Senhora das Mercês, na Região Episcopal Ipiranga, iniciou, ainda em 2019, um processo para gerar energia de forma mais sustentável e econômica. Localizada na Vila das Mercês, zona Sul da capital paulista, a Paróquia foi criada em 1953 por Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota, arcebispo à época. Em entrevista ao O SÃO PAULO, o Pároco, Frei José Maria Mohamed Júnior, da Ordem Mercedária do Brasil, explicou que com a instalação do sistema de captação de energia solar, a projeção é de economizar, em um ano, cerca de R$ 30,8 mil, uma vez que com a mudança o valor das contas pagas à concessionária de energia elétrica sofrerá uma redução de aproximadamente 80%. A decisão de investir em energia solar foi uma resposta aos apelos da Igreja por uma vida mais sustentável, sobretudo a partir da publicação da encíclica Laudato si’, do Papa Francisco, sobre o cuidado da casa comum.

Energia fotovoltaica “Começamos pesquisando sobre energia fotovoltaica e fazendo orçamentos, para, junto com as empresas que vinham orçar os serviços, entendermos qual seria a nossa real necessidade”, disse. O próximo passo foi a realização de uma grande campanha de arrecadação com a distribuição de 500 carnês no valor de R$ 300 cada, que podiam ser pagos em até seis parcelas. Para que a campanha tivesse adesão, foi colocado um balcão de informações com pessoas que ficavam à disposição após a realização das missas e demais atividades paroquiais, tirando todas as dúvidas para quem quisesse doar por meio dos carnês. “Nossa jornada começou em outubro de 2019, quando colocamos o balcão na porta da igreja e começamos a divulgar um sonho que até então parecia distante; mas, à medida que as pessoas iam aderindo, esse sonho começava a dar lugar à realidade”, explicou o Frade.

Paróquia, na zona Sul da capital paulista, instala placas fotovoltaicas para uso de energia solar, após mobilização da comunidade para custear os equipamentos

Quando a campanha havia chegado a 50% da meta de arrecadação, começou a quarentena em virtude da pandemia de COVID-19. A divulgação, porém, continuou pelas redes sociais e durante os eventos realizados de forma on-line. Um número de telefone foi disponibilizado para que as pessoas pudessem se informar e enviar os comprovantes de pagamento. Além da estrutura em si, a Paróquia precisou fazer adaptações no telhado da quadra e adequação de tubulações para passagem de cabos. “Por fim, no mês de julho de 2020, realizamos a instalação de todos os equipamentos imprescindíveis. Foram necessárias vistorias e adequações por parte da concessionária Enel, até que no dia 19 de outubro deste ano tivemos a liberação para uso, e podemos afirmar que temos a nossa tão sonhada energia solar”, afirmou Frei José Maria.

funcionamento A energia solar funciona a partir de placas que captam luz, empregando o calor dos raios solares para geração de eletricidade ou aquecimento de líquidos.

Existem três tipos de energia solar: a energia fotovoltaica, a energia térmica e a energia heliotérmica. O sistema de energia solar fotovoltaica utiliza painéis que captam a luz e geram, pelo efeito fotovoltaico, correntes elétricas contínuas, que são convertidas para correntes alternadas pelo inversor solar. Dessa forma, a eletricidade está pronta para ser distribuída no local, gerar créditos de energia ou ser armazenada.

Sobre a Paróquia A primeira missa celebrada na Vila das Mercês foi presidida por Dom Paulo Rolim Loureiro no dia 27 de setembro de 1953, num galpão cedido por César Impiglia, onde hoje é um condomínio residencial. A pedra fundamental, por sua vez, foi colocada no dia 7 de novembro do mesmo ano. Os padres mercedários chegaram em agosto de 1954 e, desde então, assumiram a Paróquia, cuja instalação canônica foi realizada em 14 de novembro de 1954. O atual templo, porém, só foi inaugurado em setembro de 1959, constru-

Informações: Rua Nossa Senhora das Mercês, 1.463, Vila das Mercês, São Paulo http://paroquiamercessp.com.br/ Facebook: @ParoquiaMercesSampa Instagram: @ParoquiaMerces E-mail: paroquiamerces@gmail.com (11) 2946-4726 WhatsApp: (11) 97055-1403 Missas De segunda a quinta-feira, às 19h Sextas-feiras, às 15h e às 19h Sábados, às 17h30 Domingos, às 7h30, 9h, 10h30 e 18h

ído por meio de doações e trabalho da comunidade. Os religiosos da Ordem da Virgem Maria das Mercês da Redenção dos Cativos ou Ordem dos Mercedários, como são conhecidos, estão presentes em diferentes lugares do Brasil e realizam trabalhos pastorais em escolas, comunidades e paróquias, além de manterem um centro social para crianças. Em 2018, a Ordem celebrou 800 anos de fundação, tendo chegado ao Brasil por volta de 1639, em Belém (PA), e na Arquidiocese de São Paulo no ano de 1954.

Você Pergunta ‘Não consigo crer na Confissão. Estou pecando?’ PADRE CIDO PEREIRA

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A pergunta é da Maria Carina. Minha irmã, não acreditar na Confissão é falta de fé na Palavra de Jesus. Aí está a coisa mais grave. Não acreditar na Confissão é desmentir o próprio Cristo, que instituiu esse sacramento. Lembre-se do Ressuscitado aparecendo aos apóstolos

e dizendo-lhes: “A paz esteja convosco. Recebam o Espírito Santo. A quem vocês perdoarem os pecados, eles serão perdoados. A quem vocês os retiverem, eles serão retidos”. Maria Carina, pense comigo: cada sacramento foi instituído por Jesus para significar um gesto salvador seu, continuado na história. O Cristo nos faz filhos de Deus no Batismo. O Cristo nos unge

para a missão na Crisma. Ele nos alimenta na Eucaristia. Ele nos perdoa na Penitência ou Confissão. Ele nos cura na Unção dos Enfermos. Ele unge seus ministros na Ordem. Ele abençoa o amor humano no Matrimônio. Por que não acreditar na Confissão, se o perdão recebido neste sacramento é garantido pelo próprio Jesus? Pense, Maria Carina, na sabedoria divina que nos

deu esse sacramento: quando nós confessamos os pecados, fazemos a experiência de nossa fragilidade e, ao mesmo tempo, da misericórdia de Deus. Ele gosta de perdoar e perdoa sempre que confessamos nossos pecados, viu, minha irmã? Fique com Deus e que Ele faça você entender as maravilhas deste sacramento que nos reconcilia com o Senhor e com os irmãos.


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| 2 a 8 de dezembro de 2020 | Papa Francisco | 13

Papa Francisco exorta novos cardeais a permanecerem sempre no caminho do Senhor Fernando Geronazzo

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Fotos: Vatican Media

A partir do século IX, o título de cardeal passou a ser dado aos clérigos mais importantes da Diocese de Roma, que se tornavam conselheiros do Papa na missão de pastor universal da Igreja. Por isso, além daqueles que colaboram diretamente em organismos da Cúria Romana, há cardeais de diferentes partes do mundo que auxiliam o Pontífice no exercício de seu ministério petrino a partir das suas realidades pastorais.

Após o consistório presidido pelo Papa Francisco no sábado, 28 de novembro, foram instituídos e incluídos 13 membros ao Colégio Cardinalício, que agora passa a contar com 229 cardeais. A celebração aconteceu na Basílica de São Pedro, no Vaticano, com um número reduzido de fiéis e seguindo os protocolos sanitários Servidores para a prevenção da COVID-19. Desde 1464, os cardeais se distinguem pelas Durante o rito, receberam o barrete, o anel vestes de cor púrpura, que simbolizam dispoe o título cardinalício: Dom Mario Grech, Secretário-Geral do Sínodo dos Bispos; Dom nibilidade de serviço até o derramamento do Marcello Semeraro, Prefeito da Congregação próprio sangue. A partir de 1059, foi conferida para as Causas dos Santos; Dom Antoine Kamaos cardeais a prerrogativa exclusiva da eleição Papa impõe barrete cardinalício a um dos novos cardeais em cerimônia no Vaticano banda, Arcebispo de Kigali, em Ruanda; Dom do Pontífice Romano. Atualmente, somente os Wilton Gregory, Arcebispo de Washington, nos cardeais com menos de 80 anos são eleitores Caminhar com Cristo em um conclave. Estados Unidos; Dom Celestino Aós Braco, Arcebispo Na homilia, o Santo Padre meditou a partir do treDesde o início de seu pontificado, em 2013, o Papa de Santiago, no Chile; Dom Augusto Paolo Lojudice, Arcebispo de Siena-Colle Val d’Elsa-Montalcino, na Itália; cho do Evangelho de Marcos, no qual Jesus caminha Francisco já criou 101 cardeais, dos quais 73 são eleitores. Frei Mauro Gambetti, franciscano conventual, Custódio com os discípulos e anuncia, pela terceira vez, o que o No programa “Diálogos de Fé” do domingo, 29, da Comunidade Franciscana de Assis, na Itália. aguarda em Jerusalém. transmitido pela rádio 9 de Julho e pelas mídias digitais, o Cardeal Scherer afirmou que o Colégio Cardinalício “é Também foram criados cardeais quatro clérigos com “A cena descrita pelo evangelista Marcos se passa no um sinal da vitalidade da Igreja que se renova constantemais de 80 anos: Dom Felipe Arizmendi Esquivel, Bispo caminho. E, no mesmo ambiente, se desenrola o percurso da Igreja: o caminho da vida, da história, que é mente para continuar fiel à sua missão evangelizadora”. emérito de San Cristóbal de las Casas, no México; Dom história de salvação na medida em que o percorremos Silvano Maria Tomasi, Arcebispo titular de Asolo, Delegado Especial junto à Ordem de Malta; Frei Raniero com Cristo, rumo ao seu Mistério Pascal. A Cruz e a Cantalamessa, Capuchinho, Pregador da Casa PontifíRessurreição pertencem à nossa história: são o nosso cia; e Monsenhor Enrico Feroci, Pároco de Santa Maria hoje, mas constituem sempre também a meta do nosso do Divino Amor em Castel di Leva, na Itália. caminho”, afirmou o Pontífice. Dom Cornelius Sim, Bispo titular de Puzia da Nu“Queridos irmãos, todos nós amamos Jesus, todos mídia e Vigário Apostólico de Brunei, e Dom José Adqueremos segui-lo, mas devemos estar sempre vigilanvincula, Arcebispo de Capiz, nas Filipinas, não pudetes para permanecer no seu caminho, pois, com os pés, ram comparecer à celebração devido à pandemia, mas com o corpo, podemos estar com Ele, mas o nosso coração pode estar longe e nos levar para fora do caminho”, receberão futuramente as insígnias cardinalícias. exortou Francisco. Uniram-se aos cardeais presentes no Vaticano os purpurados de diversas partes do mundo, que acomComo aconteceu nos anos anteriores, após o consistópanharam o consistório por meio de uma plataforma Conselheiros rio, o Papa Francisco levou os novos cardeais para visiA palavra cardeal tem sua origem nas palavras latidigital que exibia suas imagens em monitores instalatar o Papa Emérito Bento XVI, no mosteiro onde vive no dos na Basílica. Dentre esses estava o Cardeal Odilo Penas cardo, cardinis, que significa a “dobradiça” da porta. Vaticano. Francisco beijou a mão do Papa Emérito e, em dro Scherer, Arcebispo de São Paulo, que participou da Daí também se originam os pontos cardeais que orienseguida, cada um dos 11 cardeais presentes em Roma se tam a direção dos viajantes, ou as virtudes cardeais em celebração na “basílica virtual” em comunhão com os apresentou. Depois de um breve discurso, Bento XVI os torno das quais se referem as demais virtudes humanas. membros do Colégio Cardinalício. convidou a rezar a Salve Rainha e os abençoou.


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Novena de Natal 2020 ‘Deus entra em nossas casas’ Subsídio preparado pela Arquidiocese de São Paulo é iluminado pelo sínodo arquidiocesano e pelas diretrizes gerais da CNBB, e está sensível ao atual momento de pandemia Jenniffer Silva

Reprodução

Novena de Natal em família

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Contemplar a presença de Deus nos lares e famílias da cidade é a inspiração da Novena de Natal da Arquidiocese de São Paulo em 2020. O tema “Deus entra em nossas casas” vai ao encontro das atuais diretrizes gerais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que ressaltam a Igreja doméstica. O subsídio também abrange o sínodo arquidiocesano e o contexto da pandemia do novo coronavírus. Por meio desses três eixos, o povo irá se preparar para a vivência do mistério do nascimento do Menino Jesus. Na apresentação da novena, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, ressalta que, ao longo deste ano, a casa e o ambiente familiar foram muito valorizados como lugares de acolhida, segurança e abrigo, nos quais as pessoas são cuidadas tanto em relação à saúde quanto à própria vida. “Muitas pessoas também redescobriram a casa e o ambiente familiar como lugar para viver a fé, ler e acolher a Palavra de Deus e praticar as virtudes cristãs. E como, por um longo tempo, as pessoas não puderam frequentar as igrejas para rezar em comunidade e participar das celebrações da Liturgia, as casas e ambientes da família acabaram sendo os es-

Temas da Novena de Natal 2020 1º Encontro - Deus fez morada em nossa casa comum 2º Encontro - Deus entra na casa de Maria 3º Encontro - Deus entra na casa de José 4º Encontro - Deus entra na casa de Zacarias e Isabel 5º Encontro - Deus faz morada em Belém 6º Encontro - Deus entra na casa dos pobres: a manjedoura 7º Encontro - Deus acolhe em sua casa os trabalhadores e aqueles que o procuram 8º Encontro - Deus mora com quem não tem casa 9º Encontro - Deus entra na casa das nossas famílias

São Paulo, 2020

paços onde se procurou acompanhar as celebrações da Igreja, transmitidas pelas mídias, e cultivar a união com a comunidade eclesial”, afirma Dom Odilo.

DEUS NOS PROCURA PRIMEIRO O Cardeal também aponta que, na história da salvação, durante a espera do Messias, Deus buscou adentrar nos lares de Maria, José, Zacarias e Isabel, dos pastores: “Ele continua a nos procurar e quer entrar também em nossas casas”, comenta, questionando se hoje os cristãos estão dispostos a também acolher o Senhor que “bate à nossa porta ou do jeito como Ele se apresenta às nossas casas?”. “Deus se aproxima de todos nós e quer nos encontrar lá, onde se passam os momentos mais importantes e singelos de nossa vida. Quase sempre pensamos que somos nós que procuramos a Deus. A verdade, porém, é que Deus nos procura primeiro e quer nos encontrar e entrar em nossas casas”, enfatizou Dom Odilo.

MISSIONARIEDADE FAMILIAR O Padre Andrés Gustavo Marengo, responsável pela elaboração e revisão do subsídio, explicou ao O SÃO PAULO que, ao abordar as diretrizes gerais da CNBB no contexto de um material preparatório para o Natal, pretende levar o entendimento de que cada casa e família formam a própria Igreja. Com a pandemia do novo coronavírus, esse apelo se tornou ainda mais evidente. O objetivo da novena, segundo o Padre, é fazer com que, durante os encontros, as pessoas sintam a presença de Deus em seus lares, nos trabalhos e realidade de cada família: “Ele vem ao encontro daquele que o procura e se torna a sua rocha, seu lar e templo. Deus torna cada casa um lugar sagrado”, detalha. “Em cada reunião, começando com a casa comum, Deus faz a sua morada no mundo, e vai fazendo também no lar de Maria, de quem Ele vai ao encontro; de José, com suas dúvidas e temores; de

Zacarias e Isabel, com as promessas, esperança e fragilidade; a casa da manjedoura, onde encontra um espaço para o nascimento de seu filho na simplicidade”, acentua Padre Andrés. O lema do sínodo arquidiocesano também serviu de estímulo à elaboração do material. “Deus habita esta cidade e em cada um dos moradores da periferia, do centro da cidade, na pessoa em situação de rua, no migrante e no refugiado, nas comunidades grandes e pequenas. O grande desafio do sínodo é buscar uma Igreja que tenha um rosto que contemple e vá ao encontro de todas essas realidades”, salienta Padre Andrés.

PARA ALÉM DAS EXPECTATIVAS O Padre Tarcísio Marques Mesquita, Coordenador do Secretariado de Pastoral da Arquidiocese de São Paulo, relata que, em 2020, devido às restrições da presença dos fiéis nas igrejas e nas atividades pastorais, existia a percepção de que a quantidade de subsídios distribuídos seria inferior à dos anos anteriores. Por isso, foram impressos 50% a menos de livretos que o habitual. Entretanto, a busca pelo material superou as expectativas e, por isso, o subsídio será disponibilizado no formato digital (PDF) no Portal da Arquidiocese (http://arquisp.org.br), a partir da segunda semana de dezembro. O Coordenador de Pastoral comentou que o tema pensado antes da pandemia se tornou adequado ao momento atual, ressaltando que, “encontrar uma linguagem que caiba a todos não é simples, a vida do povo é diversificada, mas a novena transcorre acerca das realidades humanas e abre campo para que as pessoas discutam a sua própria. Nesse sentido, acredito que a novena foi feliz em sua escolha”, concluiu. (*Texto escrito sob a supervisão de Fernando Geronazzo)

COMO SURGIU A TRADIÇÃO DA NOVENA? Acredita-se que o surgimento dessa prática foi inspirado pela Solenidade da Ascensão do Senhor, tornando-se um dos momentos celebrativos mais populares da Igreja, que recomenda que se esteja em sintonia com o calendário litúrgico. Por isso, é mais comum realizá-la no contexto da festa de padroeiros ou Natal, esta última, liturgicamente celebrada de 16 a 24 de dezembro. Nesse período, no Ofício Divino, são recitadas as sete antífonas da expectação da Mãe de Jesus. A elaboração de subsídios como os da Arquidiocese de São Paulo contribuem para a meditação sobre a realidade local em concordância com a espiritualidade deste tempo litúrgico.


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| 2 a 8 de dezembro de 2020 | Pelo Mundo/Fé e Vida | 15

América Latina e Caribe Celam e Cáritas pedem mais solidariedade às populações atingidas por catástrofes Celam

Gustavo Catania Ramos

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

A Presidência do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam) e a Cáritas da América Latina e do Caribe divulgaram na última semana carta dirigida às Conferências Episcopais da região, que foi duramente atingida por diversos furacões no mês de novembro, situação agravada pela pandemia do novo coronavírus. A carta, intitulada “Um chamado à solidariedade com as vítimas dos furacões e da pandemia na América Central”, expressa os sentimentos de solidariedade e proximidade do Celam e da Cáritas a “todos os nossos irmãos que viveram e continuam a viver o impacto da situação desoladora gerada pela COVID-19 e, de maneira particular, às populações da América Central e do Arquipélago de Santo André e Providência, no Caribe colombiano, que foram duramente golpeadas por dois furacões consecutivos durante este mês de novembro”. Os signatários, entre os quais o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo e 1º

Em novembro, desastres naturais assolaram países da América Latina e do Caribe

vice-presidente do Celam, lembraram os números da tragédia causada pelos furacões: na Guatemala, Honduras e Nicarágua, mais de 5,3 milhões de pessoas foram afetadas, 330 mil estão vivendo em albergues e 171 faleceram, sem contar os danos materiais e econômicos.

Oração e atenção Os bispos exortaram as Conferências Episcopais da América Latina e do Caribe a convocarem os fiéis para um dia de oração pela região, que ocorrerá em 12 de dezembro, Dia de Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira da América.

Os prelados recordaram a ação das Cáritas nacionais em acompanhar de perto, com as dioceses, vicariatos, paróquias e agentes de pastoral, a população atingida, a fim de “dignificar as condições de vida de milhares de pessoas e famílias nestes momentos de dor”. A carta incentiva campanhas de solidariedade, com o objetivo de dar apoio econômico e urgente, para que as Cáritas possam “atender as pessoas mais vulneráveis e afetadas por esta crise sanitária e pelo desastre ocasionado pelos furacões”. Fonte: Celam

Arcebispo agradece ajuda às vítimas de furacão e fiéis de todas as paróquias, assim como as pessoas de boa vontade que se esforçaram em ajudar financeiramente as famílias afetadas pelo furacão. O Iota, quando chegou ao país, estava classificado como categoria 4 e ocasionou a queda de árvores, postes de luz e o desprendimento de tetos das casas, que, também, ficaram sem energia elétrica. O Seminário Menor da Diocese

de Siuna, localizado numa área bastante atingida, foi destruído quase que completamente. Guillermo González, codiretor do Sistema Nacional de Prevenção, Mitigação e Atenção a Desastres da Nicarágua, afirmou que foi possível evacuar da região mil pessoas, que foram distribuídas em 250 albergues, casas solidárias e igrejas. (GCR) Fonte: Celam

Etiópia Bispos denunciam violência e desejam o fim de conflitos Os bispos da Eritreia exprimiram tristeza em face do conflito em curso na Etiópia, país vizinho, principalmente por causa dos efeitos negativos da guerra, como as perdas de vidas humanas, os deslocamentos de populações inteiras e a destruição do país. Em uma declaração para a Agência Fides, em 24 de novembro, os prelados da Eritreia pediram um cessar-fogo imediato e o começo de negociações entre as partes beligerantes na Etiópia. “A guerra é contra a vida e contra o desenvolvimento. Ela mata, mutila, destrói, tira de pessoas suas casas e semeia queixas duráveis e

2º Domingo do Advento 6 de dezembro de 2020

‘Consolai o meu povo, consolai-o!’ PADRE JOÃO BECHARA VENTURA

Nicarágua O Arcebispo de Manágua, capital da Nicarágua, Cardeal Leopoldo José Brenes, expressou agradecimento pela generosidade demonstrada aos afetados pelo furacão Iota, que chegou ao país em 16 de novembro, com ventos de 250km/h. O Bispo confirmou a entrega de uma ajuda de aproximadamente 60 mil dólares à Diocese de Siuna, que foi muito atingida pelo furacão. Ele agradeceu a sacerdotes, religiosos

Liturgia e Vida

ódio entre os povos”, afirmaram. Referindo-se ao conflito entre o governo federal em Adis Abeba, capital da Etiópia, e as autoridades regionais da região do Tigré, os prelados acrescentaram: “Como chefes espirituais e pastores do povo de Deus e como cidadãos, exprimimos nossa tristeza diante da guerra fraternal que recentemente se desencadeou em nosso país vizinho, a Etiópia”. Os bispos advertiram que a guerra em curso dará uma péssima imagem do país ao resto do mundo. A nação de Tigré, encravada no norte da Etiópia, que faz fronteira com

a Eritreia e o Sudão, é uma região autônoma do país, que começou a sofrer ataques militares do governo central em 4 de novembro. A ofensiva teria sido uma resposta a um ataque na maior base militar do governo central na região, perpetrado por forças leais ao governo local. O conflito já matou centenas de pessoas e expulsou de casa muitas outras que fugiram do país. Mais de 40 mil refugiados entraram no Sudão, e as estradas de Tigré estão lotadas de pessoas que fogem dos combates. (GCR) Fontes: Agência Fides/ ACI Africa

“Consolai o meu povo, consolai-o!” (Is 40,1), diz o Senhor. Mas o que pode consolar os filhos de Deus? Quem enxugará suas lágrimas, desfará injustiças e os salvará, quando se padece “uma ferida incurável” (Jr 14,17)? Diante da morte, do mal e do pecado, somente Deus pode curar e consolar. Quando “desde a planta dos pés até a cabeça não há lugar são” (Is 1,6), só Ele pode salvar. Por isso, “como um pastor, Ele apascenta o rebanho, reúne, com a força dos braços, os cordeiros e carrega-os ao colo; Ele mesmo tange as ovelhas-mães” (Is 40,11). Essas palavras se cumpriram com a primeira vinda de Cristo, que veio como “o Bom Pastor” (Jo 10,11), para curar as feridas físicas e espirituais dos homens e nos dar a vida eterna. A maior consolação de Deus ao gênero humano foi fazer-Se homem, assumindo inclusive o aspecto de um simples Menino. Manso e humilde, “com vínculos humanos, eu os atraía, com laços de amor, eu era para eles como os que levantam uma criancinha diante do seu rosto” (Os 11,4). Na Sua segunda vinda, contudo, Ele virá repleto de glória. Serão realizadas de um modo visível as palavras de Isaías: “Eis o vosso Deus, eis que o Senhor Deus vem com poder, seu braço tudo domina: eis, com Ele, sua conquista, eis à sua frente a vitória” (Is 40,10). Veio uma vez para morrer por nós, reunir-nos no redil da Igreja, instruir-nos com os Evangelhos e abrir-nos à salvação pelos sacramentos. Virá uma segunda vez para pôr fim à morte, julgar os vivos e os mortos, destruir Seus inimigos e estabelecer o Reino definitivo. Deus fez e fará a Sua parte! No Natal, atualizaremos liturgicamente a chegada amorosa de Cristo em Belém e pediremos que o Menino habite também nossas almas. Ele não recusa Se unir aos que creem, amam e confessam os pecados, pois, “se alguém me ama, guardará a minha palavra e o meu Pai o amará, e nós viremos a Ele e faremos nele a nossa morada” (Jo 14,23). Para quem vive unido a Jesus já neste mundo, também a Sua segunda vinda não será motivo de terror, mas de salvação e consolação. Cumpre, portanto, a nós fazer a nossa parte: “Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas estradas!” (Mc 1,3)! “Nivelem-se todos os vales”, isto é, corrijam-se a inconstância e a hesitação na prática do bem. “Rebaixem-se todos os montes e colinas” do orgulho, da soberba e da vaidade. “Endireite-se o que é torto”, quer dizer, tornem-se justas as condutas que se desviam dos mandamentos. “Alisem-se as asperezas” (Is 40,4) do nosso caráter – ou falta de caráter –, para que a glória e o Rosto de Cristo se manifestem em nós. Vale a pena nos voltarmos com todo o coração a Deus. Não podemos ter uma visão imediatista da vida, focados apenas nos problemas e preocupações momentâneos. Quando Ele vier, veremos tudo com outros olhos, pois, “para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia” (2Pd 3,8). Ele é a medida de todas as coisas; Ele é quem realmente importa. E “o Senhor não tarda a cumprir sua promessa” (2Pd 3,9).


16 | Geral | 2 a 8 de dezembro de 2020 |

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Bruno Covas: ‘Vamos transformar as nossas diferenças em consensos’ Gilberto Marques/PSDB

Candidato do PSDB foi reeleito prefeito de São Paulo em 2º turno; em números absolutos, MDB continua a ser o partido que mais comanda cidades no País

Papa Francisco: para nós, cristãos, o futuro é a esperança https://cutt.ly/ghzdwuc

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Tom conciliador Ao discursar já como prefeito reeleito, na noite do domingo, Bruno Covas agradeceu a confiança dos eleitores e àqueles que o apoiaram na campanha. Ele enfatizou que passadas as eleições, agora terá “o desafio de transformar a esperança em realidade” e apontou que “São Paulo não quer divisões, não quer confrontos” e que “é possível fazer política sem ódio”. O tucano agradeceu ao adversário de disputa e deixou uma mensagem aos que votaram em Boulos: “Queria me dirigir a todos aqueles que acreditaram nele e depositaram o voto de confiança. Nós vamos governar para todos. A partir de amanhã [segunda-feira], não existe distrito azul e distrito vermelho, existe a cidade de São Paulo”. Ainda em tom conciliatório, Covas, que assumiu a Prefeitura em abril de 2018 após a renúncia de João Doria para concorrer ao governo do estado de São Paulo, afirmou que irá governar, “com todos aqueles que acreditaram e com todos aqueles que não vieram somar forças conosco, mas que têm boas ideias e bons nomes para governar a cidade. Vamos transformar as nossas diferenças em consensos”. Por fim, o prefeito reeleito pediu união, diálogo e trabalho conjunto pelo bem da cidade, a fim de combater as desigualdades, o coronavírus e viabilizar a realização de políticas públicas: “Nós temos que investir em saúde e educação. Temos que fazer da nossa gestão um mantra na busca de emprego, emprego, emprego e oportunidades, em especial

Diariamente, no site do jornal O SÃO PAULO, você pode acessar notícias sobre a Igreja e a sociedade em São Paulo, no Brasil e no mundo. Veja a seguir algumas das mais recentes publicações: Expectativa de vida dos brasileiros aumenta e chega a 76,6 anos https://cutt.ly/hhzsDTw

Daniel Gomes

Com mais de 3,169 milhões de votos, o atual prefeito de São Paulo, Bruno Covas Lopes, 40, foi reeleito no domingo, 29 de novembro, para administrar, até 2024, a maior cidade do Brasil. O político do PSDB alcançou 59,38% dos votos válidos contra 40,62% de Guilherme Boulos (PSOL). Covas venceu em 50 das 58 zonas eleitorais da cidade. O número de abstenções foi próximo ao do 1º turno: no último domingo, 2,769 milhões de eleitores deixaram de ir às urnas na capital paulista, 30,81% do eleitorado. No dia 15 de novembro, não compareceram 2,632 milhões (29,29% do total de aptos a votar). No comparativo entre os dois turnos, houve queda no número de votos brancos e nulos, passando de 1,015 milhão para 880 mil.

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Na solenidade da Imaculada Conceição, Pontífice fará homenagem particular a Nossa Senhora https://cutt.ly/EhzdeII Bruno Covas comemora a vitória nas eleições, após o término da apuração, no domingo, 29

para os nossos jovens de periferia, que sofrem ainda mais as consequências desta crise econômica e social. As urnas falaram, e a democracia está viva. São Paulo mostrou que restam poucos dias para o negacionismo e para o obscurantismo”. Candidato da coligação formada pelo PSDB, PP, Podemos, PSC, PL, Cidadania, DEM, PTC, PV, PROS e o MDB – o partido do seu vice, Ricardo Nunes –, Covas contará com uma base aliada de 25 vereadores que se elegeram por estes partidos. Uma das pautas centrais em 2021 será a revisão do Plano Diretor Estratégico, que estabelece as prioridades em políticas públicas referentes ao uso e ocupação do solo, cuidado com o meio ambiente, mobilidade urbana, entre outros tópicos até 2030.

Saudação do Arcebispo de São Paulo Ainda na noite de domingo, o Carde-

al Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, saudou o prefeito reeleito de São Paulo. Em mensagem a Bruno Covas (leia a íntegra abaixo), Dom Odilo observou que “a maioria dos eleitores depositou no senhor sua confiança, esperando ver realizados seus sonhos e esperanças. São Paulo, maior cidade do Brasil, precisa de uma boa gestão em favor de toda a população, com especial atenção para os mais pobres e vulneráveis, e para as áreas que mais necessitam da atenção do prefeito e da Prefeitura, com políticas públicas sábias, sem deixar no esquecimento nenhum habitante desta querida cidade”.

O saldo das eleições no Brasil Apesar da diminuição no comando de prefeituras em todo o País, o MDB é o partido que mais elegeu prefeitos: Reprodução

Em coro virtual, Escola de Cantores da Sé apresenta música de Advento https://cutt.ly/ohzdtSm MEC lança jogo virtual para ajudar na alfabetização de crianças https://cutt.ly/KhzduOR Na beleza do universo, contemplar a grandeza do Criador https://cutt.ly/1hzvPjl 784, número inferior aos 1.035 eleitos pela sigla em 2016. Segundo partido com mais prefeitos eleitos, o PP saiu vitorioso em 685 cidades, número superior às 495 conquistadas em 2016; seguido pelo PSD, que avançou de 537 para 654 eleitos. Neste ranking, o PSDB é o quarto colocado, tendo elegido 520 prefeitos, número inferior aos 785 de quatro anos atrás. Em números absolutos, o DEM foi o partido que mais cresceu em relação a 2016, passando de 266 eleitos para 464 (+75%). Já o PT, assim como em 2016, decresceu: elegeu 183 prefeitos ante 254 de quatro anos atrás (-28%) e, pela primeira vez desde a redemocratização, não comandará uma capital estadual. No cenário das 25 capitais em que houve eleições, o MDB sagrou-se vencedor em cinco – com destaque para Porto Alegre (RS), onde Sebastião Melo derrotou Manuela D’Ávila (PC do B). Já o DEM comandará quatro cidades: Curitiba (PR), com Rafael Greca; Florianópolis (SC), com Gean Loureiro; Salvador (BA), com Bruno Reis; e Rio de Janeiro (RJ), com Eduardo Paes, que derrotou o atual prefeito, Marcelo Crivella (Republicanos). O PSDB também terá prefeitos em quatro cidades, incluindo Palmas (TO), com Cinthia Ribeiro, a única prefeita eleita em uma capital no Brasil. Este quadro ainda poderá sofrer alterações após a realização das eleições em Macapá, no Amapá, onde o 1º turno foi adiado para o próximo domingo, 6, em razão do apagão que atingiu o estado em novembro. Em Brasília, não houve disputa de eleições municipais, pois o chefe do Executivo é o próprio governador do Distrito Federal.


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