Semanário da Arquidiocese de São Paulo
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ano 66 | Edição 3332 | 3 a 9 de fevereiro de 2021
Editorial Diante da ‘guerra cultural’, a proposta cristã é a caridade para com o próximo
Página 4
Encontro com o Pastor
www.osaopaulo.org.br | R$ 2,00
‘Consagrados, vocês participam da vida e missão da Igreja’
‘Na nossa pregação deve transparecer a autoridade de Jesus e da Igreja’
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Página 2
Espiritualidade Somente Aquele que é a nossa paz pode nos dar a verdadeira paz
Página 5
Liturgia e Vida
A oração é o sustento necessário para se vencer as batalhas
Página 15
Comportamento Princípios e valores para assumir a liderança na educação dos filhos
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Arcebispo e infectologistas recomendam a vacinação contra a COVID-19 Governo do Estado de São Paulo
Cardeal Odilo Pedro Scherer preside missa na Basílica Nossa Senhora do Carmo, na terça-feira, 2, na festa litúrgica da Apresentação do Senhor
Os religiosos e religiosas que vivem e atuam na Arquidiocese de São Paulo celebraram o 25º Dia Mundial da Vida Consagrada, ao participar de uma missa na terça-feira, 2, festa litúrgica da Apresentação do Senhor. A Eucaristia foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro
Arquidiocese anuncia a criação da Paróquia Santa Teresa de Calcutá Página 3
Vacinação acontece desde 17 de janeiro
Em live, no dia 27, o Cardeal Odilo Pedro Scherer e médicos ressaltaram que vacinar-se contra a COVID-19 é um ato de responsabilidade social.
“A dedicação de um templo é a recordação daquilo que somos como Igreja”, afirmou o Arcebispo, no sábado, dia 30. Página 10
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Na Região Santana, Dom Odilo dedica altar e igreja de Santa Teresinha
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Dentistas oferecem atendimento a pacientes oncológicos e com deficiência Página 12
Abandono de pactos internacionais antiaborto pelos EUA é criticado por bispos Página 15
Dia Mundial dos Avós e dos Idosos é instituído pelo Papa A partir deste ano, o 4º domingo de julho será sempre marcado pela celebração do Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, instituído pelo Papa Francisco. “O Espírito Santo desperta ainda hoje nos idosos pensamentos e palavras de sabedoria: a voz deles é preciosa porque canta o louvor a Deus e cuida das raízes dos povos. Eles nos recordam que a velhice é um dom e que os avós são o elo entre as gerações, para transmitir aos jovens experiência de vida e fé”, declarou o Pontífice.
Páginas 8 e 9
Scherer, Arcebispo Metropolitano, que expressou seu apreço pela presença dos consagrados como testemunhas de Jesus Cristo na cidade. “Vocês participam da vida e da missão da Igreja. Cada instituto, a seu modo, expressa e vive uma página do Evangelho”, afirmou.
Vatican Media
Papa Francisco cumprimenta idosas, em meio aos demais fiéis na Praça São Pedro, no Vaticano
2 | Encontro com o Pastor | 3 a 9 de fevereiro de 2021 |
cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo
L
ogo nos primeiros capítulos do Evangelho segundo São Marcos, Jesus é descrito como um pregador vigoroso, que arrebatava as multidões com suas palavras. “Todos ficavam admirados com seu ensinamento, pois ensinava com autoridade e não como os mestres da Lei” (Mc 1,22). Essa autoridade aparecia na sabedoria de suas palavras, ao mesmo tempo simples, claras e profundas. Com essa mesma palavra, Ele curava todo tipo de doentes, que lhe eram levados em número sempre maior. Jesus expulsava demônios, que lhe obedeciam, e mostrava que o reinado de Deus havia chegado e o do Maligno estava sendo vencido. Dava ordens ao vento e ao mar, e esses acalmavam-se. Ao ver isso, “todos ficaram muito admirados e perguntavam uns aos outros: “O que é isto? Um ensinamento novo
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Ele falava com autoridade feito com autoridade: ele manda nos espíritos maus e estes lhe obedecem!” (Mc 1,27). O povo ainda não sabia de onde lhe vinha essa autoridade e esse poder, mas percebia que “a mão de Deus” estava sobre Jesus. Os próprios apóstolos, ao verem a tempestade e o mar acalmados após a ordem de Jesus, ficaram com muito medo diante Dele e se perguntaram: “Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?” (Mc 4,41). Ele falava e agia com a sabedoria e o poder de Deus, pois era o Filho de Deus, presente humanamente no meio do povo. A autoridade de Jesus nas suas palavras vinha da percepção da veracidade de seus ensinamentos, percebidos logo como verdadeiros e bons. O jeito de falar de Jesus, que encantava e entusiasmava as pessoas, nos leva a refletir sobre o uso que nós fazemos da palavra para falar das coisas de Deus, da fé e da moral ao nosso povo. Será que elas estão animadas pela mesma força da verdade e da bondade? Os ministros ordenados da Igreja são encarregados de falar ao povo com a autoridade de Jesus Cristo. A palavra é Dele; é Dele
o povo; o mandato de pregar foi dado por ele, mediante a unção do Espírito Santo, para edificar o povo de Deus e conduzi-lo pelos caminhos do Evangelho, da fé e da moral da Igreja. Ao entregar o livro dos Santos Evangelhos àquele que recebe o Diaconato, primeiro grau do sacramento da Ordem, o bispo ordenante lhe diz: “Recebe o Evangelho de Cristo, do qual foste constituído mensageiro; transforma em fé viva o que leres, ensina aquilo que creres e procura realizar o que ensinares”. E isso também permanece válido para o presbítero e o bispo. Os ministros ordenados são os primeiros destinatários da Palavra de Deus, a cujo serviço estão. Lamentavelmente, nem sempre nos lembramos disso e somos tentados a falar aos outros, de maneira fria e distante, como se a palavra pregada não fosse destinada a nós em primeiro lugar. Mais triste ainda é ver o momento da pregação se transformar numa ocasião de autopromoção narcisista, em que o próprio pregador se transforma no centro da pregação. E quando a pregação se torna ocasião para
apontar o dedo contra desafetos ou descarregar as reclamações e insatisfações pessoais sobre o povo? O que dizer, quando a pregação se torna ocasião para excentricidades e banalizações do momento sagrado e até para usar expressões de teor moral discutível e ofensivo à sensibilidade dos fiéis? Estes esperam, com razão, uma palavra boa, que os instrua, edifique e conforte. Também nós, pregadores, devemos falar “com autoridade”, não com uma autoridade própria ou despótica, mas com aquela recebida mediante a unção do Espírito Santo e pela imposição das mãos na sagrada ordenação sacerdotal. Essa autoridade nos vem da nossa fidelidade à mesma palavra anunciada, testemunhada mediante uma vida coerente. Vem ainda da Igreja, em nome da qual falamos. Não falamos em nome próprio e, portanto, isso requer de nós, pregadores, uma fidelidade e sintonia clara com a própria Igreja e seu ensinamento. Na nossa pregação deve transparecer a autoridade de Jesus Cristo e da Igreja, que nos constituiu seus mensageiros.
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| 3 a 9 de fevereiro de 2021 | Geral/Atos da Cúria | 3
Reprodução
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Arquidiocese terá nova paróquia: Santa Teresa de Calcutá Redação
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A Arquidiocese de São Paulo terá uma nova paróquia territorial. Na terça-feira, 2, foi publicado o decreto do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, que institui a Paróquia Santa Teresa de Calcutá, no bairro Terceira Divisão, na Região Episcopal Belém. Localizada no extremo da zona Leste da capital paulista, essa é 306ª Paróquia da Arquidiocese. Seu território foi desmembrado da Paróquia Santíssima Trindade, com sede no Jardim Alto Alegre. O decreto de criação estabelece que, além de fazer divisa com a paróquia de origem, o novo território paroquial tem como limites a Paróquia Santo André Apóstolo, no Jardim Santo André, e as Dioceses de São Miguel Paulista e de Santo André (leia o decreto nesta página).
Padroeira A nova Paróquia tem como padroeira a religiosa albanesa nascida em 1910, que dedicou sua vida aos pobres do bairro periférico da cidade de Calcutá, na Índia, onde fundou a Congregação das
Missionárias da Caridade, aprovada pela Santa Sé em 1950. Madre Teresa destacou-se mundialmente pelo serviço da caridade, chegando a receber o Prêmio Nobel da Paz em 1979. Com a saúde debilitada, ela morreu em 5 de setembro de 1997, sendo beatificada por São João Paulo II em 2003 e canonizada pelo Papa Francisco em 2016.
Instalação A instalação da Paróquia acontecerá no dia 20 de fevereiro, na nova matriz paroquial, até então, Comunidade Santa Teresa de Calcutá (Estrada dos Fidélis, 42, Terceira Divisão). “Recomendamos vivamente que todos os fiéis da nova Paróquia valorizem a Palavra de Deus em suas vidas, frequentem a Santa Missa aos domingos e colaborem assiduamente nas iniciativas pastorais e de evangelização promovidas pela Paróquia, tornando público o testemunho de sua fé, esperança e caridade, para que todos conheçam e saibam que ‘Deus habita esta cidade imensa e tem amor ao seu povo’”, ressaltou o Arcebispo no decreto.
Atos da Cúria NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO: Em 25/01/2021, foi nomeado e provisionado como Pároco da Paróquia São José Operário, no bairro Jardim Damasceno, na Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Gilson Feliciano Ferreira, SV, pelo período de 06 (seis) anos. Em 26/01/2021, foi nomeado e provisionado como Pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida e São Matias, no bairro Lauzane Paulista, na Região Episcopal Sant’Ana, o Reverendíssimo Padre Jairo dos Santos Bezerra, pelo período de 06 (seis) anos. Em 26/01/2021, foi nomeado e provi-
sionado como Pároco da Paróquia São Francisco de Paula e São Benedito, no bairro Parque Peruche, na Região Episcopal Sant’Ana, o Reverendíssimo Padre Antônio de Pádua Santos, pelo período de 06 (seis) anos.
NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL:
NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ADMINISTRADOR PAROQUIAL
Em 21/01/2021, foi nomeado e provisionado Vigário Paroquial, “ad nutum episcopi”, da Paróquia São João Evangelista, no bairro da Casa Verde, na Região Episcopal Sant’Ana, o Reverendíssimo Padre Antônio Messias Gomes Fernandes.
Em 25/01/2021, foi nomeado e provisionado como Administrador Paroquial, “ad nutum episcopi”, da Paróquia Imaculado Coração de Maria, no bairro Jardim Princesa, na Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Dorival Ferreira Leite, OCRL.
Em 25/01/2021, foi nomeado e provisionado Vigário Paroquial, “ad nutum episcopi”, da Paróquia Imaculado Coração de Maria, no bairro Jardim Princesa, na Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Rogério Pires Braga, OCRL.
Em 29/01/2021, foi nomeado e provisionado Vigário Paroquial, “ad nutum episcopi”, da Paróquia Sant’Ana, no bairro Santana, na Região Episcopal Sant’Ana, o Reverendíssimo Padre Sulliver Rodrigues do Prado. EXCARDINAÇÃO DO CLERO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO Em 23/01/2021, foi concedida ao Reverendíssimo Padre Carlos Alberto Palácios Salinas a excardinação da Arquidiocese de São Paulo, em vista da incardinação na Arquidiocese de Valência - Espanha.
4 | Ponto de Vista | 3 a 9 de fevereiro de 2021 |
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Editorial
A guerra cultural e a proposta cristã
C
omo forma de despertar a participação cívica em temas de especial relevância para a sociedade, é cada vez mais comum a utilização do conceito de “guerra cultural”. Segundo essa proposta, estaríamos no meio de uma batalha que envolve valores morais e visões de mundo, com muitas consequências para a legislação, a cultura e, muito especialmente, para a formação da juventude, a exigir um contundente posicionamento de todas as pessoas de boa vontade. Certamente, é muito positivo o objetivo de promover a participação – verdadeiro protagonismo – de muitas famílias nos grandes temas da sociedade. Como lembra a Doutrina Social da Igreja, é responsabilidade de cada um contribuir para que a cultura e as leis do país estejam ordenadas ao bem comum. Por exemplo, boas leis não surgem com um passe de mágica. É preciso muito estudo, muita mobilização, muita atuação cidadã. A partir do seu lugar na sociedade – de sua profissão, de seu entorno social, de suas capacidades, também financei-
ras –, todos podem e devem contribuir para que a sociedade seja mais justa, de forma a um crescente (e não decrescente) respeito à dignidade da vida humana em todas as suas fases e dimensões. Ao mesmo tempo, é preciso estimular que muitas pessoas de boa vontade participem ativamente não apenas do debate público, mas das tarefas públicas e políticas. É muito benéfico para toda a sociedade, por exemplo, que muitas mães se candidatem a cargos políticos. A maternidade oferece uma especial perspectiva da vida como serviço, cuidado, responsabilidade pelos mais frágeis. Vale ressaltar, no entanto, que o conceito de “guerra cultural” tem também alguns riscos, que não convém ignorar. Em primeiro lugar, ele comunica a ideia de que aquele que pensa diferente (especialmente quem promove valores diferentes dos nossos) é um inimigo a ser vencido. Afinal, é essa a lógica da guerra: vencer o adversário. E o mesmo ocorre na política, segundo o velho adágio latino: Mors tua vita mea (a tua morte é a minha vitória). Tão presente nas guerras e nas elei-
A Última Geração
desses instrumentos. Aqui, vale lembrar que o modo como cada um age revela sua identidade; e o modo como reagimos manifesta quem somos. A atuação do outro não pode definir nossa atuação, menos ainda nossa identidade. Na verdade, a aventura de propagar o bem significa justamente romper a lógica da ação e reação na mesma moeda, com respostas criativas, generosas, magnânimas. O conceito de “guerra cultural” transmite também uma mensagem subliminar profundamente anticristã, uma espécie de maniqueísmo. Haveria no mundo uma força a favor do bem e outra a favor do mal. Assim, o mal passa a ser visto como uma entidade. As pessoas que defendem outros valores passam a ser encaradas como encarnação do mal. O Cristianismo tem outra proposta. O mal não é uma entidade em si, mas a ausência de bem. O equívoco moral é, na realidade, uma grande carência de luz, de verdade, de carinho. E é justamente esse o papel dos cristãos na sociedade. Não são uma espécie de gladiadores de Deus. São, devem ser, sal e luz do mundo.
Opinião Arte: Sergio Ricciuto Conte
EDUARDO RODRIGUES DA CRUZ Há pouco tempo, foi publicada em um jornal de grande circulação uma tirinha com dois quadros. No primeiro, pergunta-se a uma jovem: “Por que você não quer ter filhos?” Com aspecto assertivo, a jovem expõe com facilidade razões positivas e negativas: “Liberdade de ir e vir; vaginoplastia; falta de paciência e estrutura emocional; dinheiro”. Em seguida, pergunta-se a outra jovem: “Por que você quer ter filhos?” Ela mostra um pouco de insegurança na resposta: “Ora, porque sim; hummm, na verdade, não sei!” Esse contraste entre as duas posturas revela um paradoxo de nossa época: nunca tivemos tanto conhecimento e informação; no entanto, desaprendemos as razões pelas quais temos filhos, e os acabamos tendo por causa de um vago “ora, porque sim”. Criamos uma geração narcisista, que olha para a própria carreira e afirmação e se passa a considerar o pináculo do processo geracional, não restando mais nada a ser passado adiante. Há até filósofos (como David Benatar) e psicanalistas prontos a oferecer razões para não se ter filhos! É evidente que há hoje razões ob-
ções, essa lógica não serve quando se fala em difundir valores e uma nova sensibilidade em relação ao humano. Não se trata de aniquilar o outro, mas de estabelecer um profícuo diálogo com o maior número de pessoas possível. De alguma forma, na guerra se quer distância do adversário. Na aventura de propagar o bem, o que se quer é proximidade, começando por escutar e compreender o outro. Outra consequência especialmente frequente do conceito de “guerra cultural” é uma espécie de autorização para a agressividade. Já que se está numa guerra, não haveria especial problema em ser violento com o outro. Algumas vezes, há inclusive uma explícita chamada à agressividade, como elemento necessário para ganhar a guerra cultural. Não se conquistam os corações com violência, maus modos, tampouco falta de educação. A proposta cristã não precisa da muleta da violência. Ao contrário, seu grande cartão de apresentação é a caridade, a compreensão, a delicadeza com o outro. Há quem diga que não se pode ser ingênuo. Se o “outro lado” é, às vezes, violento (com preconceitos, discriminações, ironias), não se pode abdicar
jetivas que conspiram contra o ter filhos, a começar por aquelas de ordem financeira: o mercado de trabalho é refratário a filhos; estes atrapalham a carreira; custam muito, tanto em termos de saúde quanto de educação. E, por fim, os lançamentos mais acessíveis no mercado imobiliário são pensados para pessoas sem filhos. Há também razões de ordem subjetiva, como a instabilidade dos casais, seja por arranjos familiares alternativos, seja pelo número cada vez maior de divórcios. Por sua vez, o discurso abortista pró-escolha, na
prática, coloca muitos obstáculos para os casais decidirem ter filhos. Só sob condições muito favoráveis as pessoas terminam por aceitar ter filhos. Não se trata aqui de julgar moralmente as pessoas que assumem tal mentalidade “progressista”, e sim notar o que está envolvido no fato de sermos a única geração na história que não sabe por que deve preparar a próxima geração, que deixa a tarefa ao simples arbítrio e capricho dos casais. Primeiro temos, é claro, o problema demográfico, o
fato de não estarmos atingindo a taxa de reposição social. Podemos também lembrar uma razão algo interesseira: o fato de nossos filhos poderem cuidar de nós quando já não tivermos condições para tanto. No entanto, pode-se criar nesse contexto uma relação de amor abnegado que tem um valor em si próprio. Não havendo filhos, quem prestará o cuidado? O mais importante, todavia, não é quantificável: a própria gratuidade da vida. Aquilo que recebemos de nossos pais e de outros é para ser transmitido, acrescido de nossa experiência. Esse é o sentido da vida: dar mais vida. Isso não quer dizer que as pessoas sejam obrigadas a ter filhos – elas podem transmitir vida de modo alternativo, como no caso das pessoas consagradas –, mas apenas que a transmissão biológica é a mais básica e democrática. Estamos tão próximos dos ritmos da natureza que até a resposta “porque sim” é válida... contanto que entendamos a vida como dom e não como merecimento. Eduardo Rodrigues da Cruz é professor titular do Programa de Pós-Graduação de Ciência da Religião da PUC-SP, mestre em Física pela USP e doutor em Teologia pela Universidade de Chicago (EUA); publicou extensamente sobre o relacionamento entre ciências naturais e fé cristã.
As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.
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| 3 a 9 de fevereiro de 2021 | Regiões Episcopais/Fé e Vida | 5
lapa
Paróquia São João Bosco desenvolve ações caritativas e formativas Benigno Naveira
cou a gerente de serviço Therezinha de Souza. O projeto que atende, em média, 460 crianças, adolescentes, jovens e adultos, é realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social e a Inspetoria Salesiana de São Paulo. A gerente ressaltou que, além de uma equipe pedagógica qualificada, graças ao apoio da comunidade, o Centro Juvenil
dispõe de salas de atividades, biblioteca, laboratórios, refeitórios, capela, quadras poliesportivas, entre outras instalações. Aos atendidos são oferecidos café da manhã, almoço e lanches. Há três frentes de trabalho. Uma delas é o Centro para Crianças e Adolescentes (CCA), o projeto Vem-Crê-Ser, que atende 240 crianças e adolescentes, de 6 a 14 anos, em um período complementar ao Ensino Fundamental, no qual eles participam de atividades de futsal, oficinas de artesanato, circo, música etc. Outra frente é o Centro de Desenvolvimento Social Produtivo (Cedesp), que atende 150 adolescentes, jovens e adultos, de 15 a 59 anos, com cursos de formação de operador de computador, programador web, assistente administrativo e outros. Por fim, há o programa Jovem Aprendiz, voltado ao encaminhamento para o mercado de trabalho. Ele atende 70 adolescentes e jovens, de 14 a 24 anos. Interessados em conhecer mais os trabalhos podem entrar em contato com a Paróquia pelo telefone (11) 3022-5437.
[LAPA] Na sexta-feira, 29 de janeiro, o Padre Julio Cesar de Melo Almo, SJC, Diretor-Geral da Sociedade Joseleitos de Cristo, recebeu alta hospitalar após ficar internado por um mês e meio, em razão de complicações decorrentes da COVID-19. Ele dará sequência a seu processo de reabilitação na cidade de Lorena (SP). Padre Julio agradece a todos os que rezaram pelo restabelecimento de sua saúde.
[SANTANA] No dia 25 de janeiro, data de aniversário da cidade e festa da conversão de São Paulo Apóstolo, na Paróquia dedicada ao Santo, no Setor Pastoral Tucuruvi, Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, conferiu o sacramento da Crisma a um grupo de fiéis, durante missa concelebrada pelo Padre Wagner Scarponi, Pároco.
(por Benigno Naveira)
(por Luciana Pinheiro)
(por Redação)
filhos de Deus” (Mt 5,9). No contexto das Bem-aventuranças, portanto, para participar do Reino de Deus, anunciado por Jesus Cristo, é necessário que o discípulo seja um construtor da paz, trabalhe para que ela reine efetivamente em nós, entre nós, na comunidade, no mundo. Nos escritos de São Paulo Apóstolo, a verdadeira paz era proveniente da graça de Deus que recebemos em Jesus Cristo. Como aspiramos à paz do coração: “Reine em vossos corações a paz de Cristo, para a qual também fostes chamados em um só corpo” (Cl 3,15). Do que era dividido, fez unidade, comunhão. A paz é fruto do Espírito (cf. Gl 5,22), pois o “Reino de Deus não é comida e bebida, mas é justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Rm 14,17). Justificados e fortalecidos pela fé, temos paz com Deus por meio de Nosso Senhor Jesus Cristo. Como também recordava o apóstolo Tiago, “o fruto da justiça é semeado na paz para aqueles que promovem a paz” (Tg 3,18). Sim, quem constrói a paz está
semeando os frutos da justiça, fazendo a vontade do Pai, anunciando e testemunhando o Evangelho, sendo discípulo missionário. A paz (shalom) só é possível na plena aceitação de Jesus Cristo como a verdadeira paz, no cumprimento da Palavra de Deus. Uma vida em conformidade com o projeto de Deus possibilita criar na sociedade um procedimento ético de respeito aos direitos do próximo, na fraternidade e no diálogo, e na amizade social, que ajudam a viver a justiça, na paz. É impossível construir uma sociedade justa e solidária sem o respeito à vontade de Deus expressa em seus mandamentos. O mesmo Jesus resume a Lei em dois preceitos fundamentais: amar a Deus e amar o próximo (cf. Mt 22,34-39). Somente Aquele que é a nossa paz pode nos dar a verdadeira paz: “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz” (Jo 14,27). Com São Francisco, vamos rezar e suplicar: “Senhor, faze de mim um instrumento de vossa paz”.
Benigno Naveira
COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO
Mesmo diante do atual momento de pandemia, a Paróquia São João Bosco, Setor Pastoral Leopoldina, tem mantido muitas atividades caritativas e de capacitação profissional, conforme detalhou o Padre Claudio Andrade Motta, Pároco, em conversa com a Pastoral da Comunicação (Pascom) da Região Lapa. A Pastoral Social (Bem-Aventurados) realiza todos os sábados o “Café das pessoas em situação de rua”. Já a Pastoral da Solidariedade e a Pastoral da Criança fazem a distribuição de cestas básicas todos os meses para as famílias da comunidade. Os trabalhos sociais são realizados dentro do complexo da Paróquia. O Centro Juvenil Salesiano Dom Bosco foi fundado em 5 de junho de 1988 e tem como ideal aplicar o Sistema Preventivo de Dom Bosco, baseado no tripé: razão, religião e bondade, na educação e evangelização de crianças, adolescentes, jovens e suas famílias, conforme expliArquivo pessoal
Pe. Claudio e Therezinha, gerente de serviço
Cristo é a nossa paz Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ
N
BISPO AUXILIAR DA ARQUIDIOCESE NA REGIÃO IPIRANGA
este mês de fevereiro, inicia-se o tempo litúrgico da Quaresma. Para nos ajudar no caminho de conversão e reconciliação em preparação para a Páscoa, a Igreja nos propõe a Campanha da Fraternidade, este ano ecumênica, com o tema “Fraternidade e diálogo: compromisso de amor”, e tendo por lema “Cristo é a nossa paz: do que era dividido fez uma unidade” (Ef 2,14a). Em tempo de sofrimento e dor, de pandemia, de angústia e aflição, para reavivar a esperança, acolhemos Jesus Cristo, o Salvador, como nossa única e
[SANTANA] No sábado, 30 de janeiro, foi empossado como Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças o Padre Maurício José de Lima, durante missa solene presidida por Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana. Entre os concelebrantes estava o Padre Marcos Luis Erustes Polonio, Coordenador do Setor Casa Verde, no qual a Paróquia está inserida. (por Simone Arruda) Fernando Fernandes
[SANTANA] No domingo, 31 de janeiro, Dom Jorge Pierozan empossou como Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Neves o Padre Carlos Alberto Doutel, atual Vigário-Geral Adjunto da Região Santana. (por Fernando Fernandes) Pascom da Paróquia São Pedro Apóstolo
[SANTANA] Faleceu no sábado, 30 de janeiro, aos 67 anos, o Diácono Permanente Carlaile Tornelli, em decorrência de complicações por causa da COVID-19. Ordenado diácono em março de 2008, ele atuava como Assistente Pastoral na Paróquia Menino Jesus, Setor Pastoral Tucuruvi.
Espiritualidade
verdadeira paz. Tendo presente a bela e profunda saudação hebraica “shalom” – paz –, queremos viver a paz e promovê-la entre nós, na sociedade, na Igreja. Por ser tão difícil e ameaçada, a paz, tanto na Bíblia quanto na história da humanidade, sempre foi considerada um bem extremamente precioso. Sabemos que “shalom” se refere à perfeição, ao estar pleno e completo, é bênção e salvação de Deus. Uma existência de paz – shalom – é estar também com saúde, sentir-se bem, em estado de plenitude, dons e graças em abundância, a vida plena. Já ao nascer, Jesus é apresentado como portador da paz ao mundo por excelência, com os anjos anunciando: “Glória a Deus no mais alto dos céus, e, na terra, paz aos que são do seu agrado” (Lc 2,14). Em Jesus, a paz, em seu significado pleno de salvação, de ausência de conflitos e de vitória sobre o mal e a injustiça, é oferecida aos seres humanos. No início de sua vida pública, o Mestre proclama: “Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados
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Paróquia São José Operário
Sé
Em missa, vocacionados são enviados para seminários Evelin Melo
Evelin Melo
COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
Em missa na Paróquia Nossa Senhora do Monte Serrate, Setor Pastoral Pinheiros, no domingo, 31 de janeiro, presidida pelo Padre Vandro Pisaneschi, Pároco, com a participação do Diácono Edson da Silva Pires, Camiliano, foram enviados para seminários os jovens Arturo Vicente Chiong Zevallos e Rodolpho Perazzolo Neto. Arturo ingressará no Seminário Propedêutico Nossa Senhora da Assunção da Arquidiocese de São Paulo neste mês; já Rodolpho irá para o seminário da Congregação Camiliana no Paraná. “Toda vocação é fruto da comunidade, da oração dos fiéis e maturidade daqueles que escolhem seguir o caminho do Senhor”, disse Padre Vandro no começo da missa. Logo após a homilia, os jovens receberam a bênção e a cruz missionária. “Sabemos que o chamado é Deus quem faz, o primeiro passo vem Dele, que nos convida a sermos seus discípu-
Jovens Rodolpho e Arturo durante a missa
los e não nós que nos autoproclamamos para isso. Por esse amor que tenho por Cristo e tendo a certeza que quero fazer tudo por Ele e com Ele, decidi largar tudo o que é do mundo para segui-Lo até sua morada e ali permanecer”, afirmou o jovem Rodolpho.
Arturo afirmou que, embora tivesse vontade de se dedicar a Deus e sempre tenha participado ativamente da vida paroquial, houve um momento de dúvida sobre o chamado vocacional. “Cheguei a participar dos encontros da Pastoral Vocacional da Arquidiocese e dos Camilianos há alguns anos, mas acabei escolhendo seguir como leigo. Em 2020, acredito que, com mais maturidade na vida e na fé, eu senti fortemente esse chamado outra vez e, após muita oração e, também, com o auxílio da direção espiritual, pedi permissão para voltar ao caminho do discernimento por meio da Pastoral Vocacional da Arquidiocese. Dessa vez, a experiência me trouxe mais certeza de que Deus me chamava a colaborar em sua obra de Salvação dessa forma, e foi então que decidi seguir este caminho e, posteriormente, a Igreja confirmou minha entrada no Seminário Arquidiocesano.” “Igreja sem vocações é uma Igreja fadada à extinção. As vocações são a grande esperança para a vida da Igreja”, ressaltou Padre Vandro.
Pascom da Paróquia São Domingos Sávio
Arquivo paroquial
[SANTANA] No domingo, 31 de janeiro, foi celebrada a Primeira Eucaristia de crianças e adultos que foram preparados na Paróquia São Domingos Sávio, Setor Tremembé. Presidiu a celebração o Padre Salvador Ruiz Armas, Administrador Paroquial.
[BRASILÂNDIA] O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, presidiu na sextafeira, 29 de janeiro, missa na Paróquia Imaculado Coração de Maria, no Jardim Princesa, durante a qual deu posse ao Padre Dorival Ferreira Leite, da Ordem dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho da Congregação do Santíssimo Salvador Lateranense (OCRL), como Administrador Paroquial e apresentou o Padre Rogério Pires Braga, OCRL, como Vigário Paroquial. A Ordem dos Cônegos Lateranenses, como é mais conhecida, assume os cuidados pastorais da Paróquia no lugar da Congregação São Vicente de Paulo (Vicentinos). (por Redação)
(por Pascom da Paróquia São Domingos Sávio)
Denilson e Bianca Rabelo
Pascom da Paróquia Nossa Senhora Achiropita
[SANTANA] O Padre Vinícius Matos Sampaio foi apresentado como novo Vigário Paroquial da Paróquia Santa Zita, Setor Pastoral Medeiros, durante missa presidida por Dom Jorge Pierozan, no domingo, 31 de janeiro. Concelebrou o Padre Maurício Vieira, Pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, deste mesmo Setor. (por Pascom Santana)
[SÉ] De 26 a 29 de janeiro, a Paróquia Nossa Senhora Achiropita, Setor Pastoral Cerqueira César, realizou a “Segunda Colônia de Férias Achiropita – Orione”, idealizada pelo Padre Antonio Sagrado Bogaz, PODP, Pároco. Participaram diariamente cerca de 90 crianças do bairro da Bela Vista e aproximadamente 30 voluntários. Houve momentos de oração, artes e brincadeiras, show de mágicas, pintura na parede, salão da cantina. Todas as ações foram feitas em conformidade com os atuais protocolos em razão da pandemia de COVID-19. (por Equipe Oratório Festivo Achiropita Orione e Pascom Achiropita)
[SÉ] No domingo, 7, às 9h, Dom Eduardo Vieira dos Santos, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, presidirá missa na Catedral da Sé em ação de graças pelo 6º ano de sua ordenação episcopal. Em razão das restrições devido à pandemia, serão seguidos os protocolos de segurança exigidos pelas autoridades sanitárias. (por Centro de Pastoral da Região Sé)
[BRASILÂNDIA] Em missa no domingo, 31 de janeiro, o Cardeal Odilo Pedro Scherer deu posse ao Padre Gilson Feliciano Ferreira, da Congregação São Vicente de Paulo (Vicentinos), como Pároco da Paróquia São José Operário, no Jardim Damasceno. Anteriormente, o Sacerdote estava à frente da Paróquia Imaculado Coração de Maria, também na Região Episcopal Brasilândia. (por Redação) Alex Formigoni
[BRASILÂNDIA] No domingo, 31 de janeiro, o neossacerdote Rafael Tavares da Mota, do Instituto dos Padres de Schoenstatt do Brasil, ordenado padre em Poços de Caldas (MG), no último dia 24, presidiu sua primeira missa no Santuário Sião do Jaraguá, onde começou sua caminhada vocacional em 1997. “Quero pedir que rezem por mim, peçam a Deus por mim, e peçam que Ele continue chamando e enviando pessoas, assim como enviou seu Filho”, afirmou o Padre. Outros detalhes sobre a missa podem ser lidos no link a seguir: https://cutt.ly/VkpJmRg. (por Sueli Vilarinho) Nota de falecimento Faleceu na segunda-feira, dia 1º, a Irmã Maria Gabriela Nogueira, aos 99 anos de idade, na Casa de Repouso São José, em Taboão da Serra (SP). A religiosa pertencia à Congregação das Irmãs de São José de Chambery. Ela foi fundadora do curso de qualificação profissional em auxiliar de enfermagem na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e fez parte da diretoria administrativa da própria instituição. Na Congregação, exerceu o mandato de Conselheira e Superiora Provincial e dirigiu a Casa de Repouso São José. (por Redação)
[IPIRANGA] No sábado, 30 de janeiro, houve um momento de espiritualidade da Pastoral Familiar, conduzida por Dom Ângelo Mezzari, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, pelo Padre Valdenício Antonio e pelo Frei Jose Maria Mohomed, que é Assistente Eclesiástico da Pastoral. (por Roberto Pietro e Maria Leonice Mariannini; e Diego e Ana Paula Lazarine)
[SÉ] A Paróquia Santo Antônio, Setor Pastoral Bom Retiro, preparou mais uma edição do Evangelho em Minutos. O Pároco, Padre Luiz Claudio Braga, destacou no vídeo de 31 de janeiro, 4º Domingo do Tempo Comum, que o tema do profetismo está presente fortemente na liturgia, sendo possível ver Jesus exercendo sua autoridade, não como um déspota, para fazer sua própria vontade, mas com o testemunho de quem exerce aquilo que fala. Outros detalhes podem ser vistos no Facebook (@santoantonio.barrafunda.sp). (por Pascom paroquial)
Saudável
Vida
6 | Regiões Episcopais | 3 a 9 de fevereiro de 2021 |
ATENDIMENTO GRATUITO
AJUDA PSICOTERAPÊUTICA Você pode viver bem, ter vida saudável melhorando seu modo de ver a si mesmo, os outros e o mundo. O Dr. Bruno e o Dr. José darão a você ajuda continuada, indicando o caminho a seguir Os interessados devem comparecer as quartas-feiras, às 14h, nas instalações das paróquias:
Nossa Senhora da Assunção e São Paulo Pessoal Nipo-Brasileira de São Gonçalo Praça João Mendes 108, Tels. 3106-8110 e 3106-8119
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Fé e Cidadania
Belém
Padre Rodrigo Domingues toma posse como Pároco da Paróquia São Miguel Arcanjo Ana Karolina Bonfim
Fernando Arthur e Ana Karolina Bonfim
A inculturação eclesial na Amazônia
COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
PADRE DENILSON GERALDO, SAC
Em missa no domingo, 31 de janeiro, presidida por Dom Luiz Carlos Dias, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, tomou posse como Pároco da Paróquia São Miguel Arcanjo, no Jardim da Conquista, o Padre Rodrigo Domingues, dos Missionários do Sagrado Coração de São Paulo (MSC). Entre os concelebrantes da missa esteve o Padre Edvaldo Rosa de Mendonça, Superior Provincial dos MSC. No início da celebração, foi feita a leitura do decreto de nomeação e provisão do Pároco. Depois, o Padre Rodrigo fez a profissão de fé e prestou o juramento de fidelidade à Igreja diante do Bispo e de todos os fiéis. Dom Luiz Carlos, na homilia, reforçou a importância do Sacerdote na vida do povo, para que a este con-
Continuando nossa série de artigos sobre a Querida Amazônia (QA), vamos ao quarto capítulo da exortação apostólica, no qual Francisco trata da inculturação da Igreja na Amazônia como uma autêntica opção evangélica pelos mais pobres, que impele à promoção humana e à defesa dos direitos humanos. A amizade com o Senhor pela fé é a condição para que as estruturas eclesiais não sejam transformadas em uma ONG (Organização Não Governamental), deixando o fundamento da missão eclesial: “Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). Consequentemente, no processo de inculturação, “a graça supõe a cultura, e o dom de Deus encarna-se na cultura de quem o recebe” (Evangelii gaudium, 115). A fé cristã inculturada na vida dos povos nativos encontra nos sacramentos uma unidade entre a graça e a criação, na qual a natureza é elevada para ser instrumento da Graça de Deus. Recorda-nos a encíclica Laudato si’, 236, “a Eucaristia une o céu e a terra, abraça e penetra toda a criação (...) e é fonte de luz e motivação para as nossas preocupações pelo meio ambiente”. Todavia, diante do esforço de inculturação da liturgia, colocando ao centro a celebração do domingo, constata-se que pouco se fez pelos povos indígenas. É necessário ouvir, com ministros ordenados que possam compreender as culturas amazônicas, o clamor das comunidades privadas da Eucaristia dominical por longos períodos. O apostolado dos leigos, tendo em vista uma evangelização inculturada, tem a missão de anunciar a Palavra, de ensinar, de organizar as comunidades, de celebrar alguns sacramentos. Os leigos podem assumir maiores responsabilidades que supõem um processo de maturação – bíblica, doutrinal, espiritual e prática – com distintos percursos de formação permanente. A missionariedade e a inculturação exigem da Igreja na Amazônia “um esforço para conseguir uma presença capilar que só é possível com um incisivo protagonismo dos leigos” (QA, 94). Francisco também considera preponderante o trabalho evangelizador das mulheres, capazes de transmitir a fé por decênios, sem a presença dos presbíteros. Para a maior participação feminina na Igreja, é necessário que se estimule o aparecimento de serviços e de carismas que deem resposta às necessidades específicas dos povos amazônicos com funções que não requeiram a Ordem sacra, mas com estabilidade, com reconhecimento público e enviadas pelo bispo. Assim, as mulheres terão uma presença real e efetiva na organização, nas decisões e na direção das comunidades, mas sem deixar o estilo próprio do seu perfil feminino. Esse é o sonho eclesial de Francisco.
Padre Rodrigo Domingues e Dom Luiz Carlos Dias em missa na Paróquia São Miguel Arcanjo
duza ao caminho do Reino de Deus. “Quanto mais próximo do povo, mais amado é o padre”, afirmou. Durante a missa, também houve o rito de entrega das chaves, da estola e do óleo batismal ao Pároco. Por fim, leu-se a ata de posse e houve agradecimentos.
[BELÉM] No domingo, 31 de janeiro, Dom Luiz Carlos Dias, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, presidiu missa na Paróquia Santa Bernadette, durante a qual conferiu o sacramento da Crisma a 26 jovens, sendo que quatro deles receberam a Eucaristia pela primeira vez. (por Fernando Arthur)
Comportamento Vamos assumir a liderança em 2021? SIMONE RIBEIRO CABRAL FUZARO Fevereiro chegou e não podemos mais procrastinar! A família é prioridade e a formação dos filhos é dinâmica, acontece no convívio diário, nos diferentes ambientes que frequentam e, num piscar de olhos, podemos nos perder se não estivermos focados nisso! Vocês podem me perguntar: “Por que nos perderíamos? Afinal, estamos sempre juntos, convivemos até que bastante, ainda mais agora que muitos ainda se encontram em home office? Talvez você não tenha se dado conta de que, às vezes, nos preparamos menos para aquilo que fazemos com mais frequência ou mais naturalidade. Muitas vezes, temos a impressão de que formar os filhos é algo que sabemos, a princípio, que basta repetir a experiência que tivemos em nossa família de origem se a acharmos boa, ou fazermos completamente diferente se a considerarmos ruim. Por outro lado, provavelmente, você identifica que educar os filhos hoje é muito desafiador, que existem muitas variáveis que geram dúvidas, muitas opiniões e técnicas que não existiam antes e que causam insegurança na hora de decidir o que permitir ou não, como lidar com uma dificuldade do filho ou algum comportamento inadequado. O problema principal é não haver clareza sobre os valores, os princípios que cada família vive e quer transmitir aos seus filhos e aí, com a enxurrada de
informações e condutas disponíveis na internet, confusão à vista. Como consequência disso, filhos perdidos. Então vamos lá: o primeiro passo é a consciência de que a missão de “formar os filhos” é de responsabilidade dos pais. Todos os outros – escola, avós, babás, empregadas – são coadjuvantes no processo, o protagonismo é de vocês. Para liderar essa equipe tão importante, é preciso formação também. Sim, não basta nossa experiência de filhos para educar os nossos. O mundo mudou, as circunstâncias estão bastante diferentes e os desafios, maiores. Hoje, poucas são as famílias que contam com um dos pais dedicados a acompanhar a rotina dos filhos, a maioria trabalha fora e trabalha muito. Os meios de comunicação são rapidíssimos e há uma infinidade deles, a internet está disponível em quase todos os ambientes e se tornou uma influência importante na formação dos filhos. As escolas e os métodos de ensino são muitos e bem variados; por isso, é preciso escolher com critérios qual instituição vamos eleger como parceira nessa missão tão fundamental. Se estiverem convictos de que essa missão é de vocês, então vamos ao passo seguinte: identificar os valores e princípios que são inegociáveis. Quais são os que não é possível abrir mão, aqueles que são a grande herança que deixarão aos filhos? Sabem dizer isso com clareza? Hoje estamos em uma socieda-
de que nos oferece as mais diferentes possibilidades de felicidade, e isso nos confunde. Buscar a felicidade é algo intrínseco ao ser humano: todos queremos ser felizes e, com certeza, todos queremos os filhos felizes. A questão que precisa ser exposta, no entanto, é: para você, como se alcança a felicidade? Aqui estão escondidos os valores e princípios que conduzirão a formação que oferecerá aos seus filhos. Se você não tiver clareza disso, correrá o risco de, “mirando” na felicidade deles, conduzi-los a uma vida sem propósito, sem sentido, que acaba por tornar qualquer pessoa verdadeiramente infeliz. A felicidade se alcança quando vivemos uma vida com sentido, quando somos capazes de descobrir nossa vocação e vivê-la com liberdade. Muitos hoje vivem confusos entre felicidade e prazer, felicidade e falta de sofrimento, felicidade e vida cômoda. Vamos iniciar essa liderança identificando com clareza esses princípios e valores. Eles nos darão condições de estabelecer metas para essa equipe tão preciosa. Coloque-os no papel, pense sobre eles e examine: sua família está sendo coerente com esses valores, está conseguindo vivê-los no cotidiano? Vamos lá! Seus filhos são seu bem mais valioso, sua equipe mais importante. Assumir essa liderança com excelência vale todo o esforço! Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é fonoaudióloga e educadora. Site: www.simonefuzaro.com.br Instagram: @sifuzaro
Padre Denilson Geraldo, SAC, é doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense de Roma. Atualmente, na Sociedade do Apostolado Católico (Palotinos), é sacerdote, membro do Conselho-Geral dos Padres e Irmãos Palotinos e presidente da Comissão Jurídica Internacional; diretor do Istituto Pallotti di Roma.
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Vacinação é questão de bom senso e responsabilidade social, ressaltam infectologistas e o Cardeal Scherer Reprodução da internet
Arcebispo Metropolitano conversou, em uma transmissão pelas redes sociais, com médicos sobre a imunização contra a COVID-19 Fernando Geronazzo
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A Arquidiocese de São Paulo realizou, em 27 de janeiro, mais uma edição do evento virtual (live) “Diálogos com a Cidade”, desta vez a respeito do tema da vacinação contra a COVID-19. Na live transmitida pelas mídias digitais da Arquidiocese, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, conversou com os médicos infectologistas Rosana Richtmann e Jamal Suleiman, ambos do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, além do Padre João Inácio Mildner, Capelão do mesmo instituto e Assistente Eclesiástico Arquidiocesano da Pastoral da Saúde. Os especialistas tiraram dúvidas dos internautas sobre as vacinas desenvolvidas, como acontece o processo de imunização e as medidas necessárias para o combate à atual pandemia. Apresentamos a seguir, os principais destaques comentados durante o evento virtual.
Responsabilidade Logo no início da live, Dom Odilo refletiu sobre a responsabilidade social e moral de cada pessoa em seguir as recomendações que evitam o contágio com o novo coronavírus e sobre a importância da imunização. “É, em primeiro lugar, uma questão de bom senso. Se há tantas pessoas morrendo e ficando doentes, eu me exponho a também ficar doente ou a difundir a doença?”, questionou, reforçando que se vacinar é uma questão de responsabilidade pessoal e social, de solidariedade e de justiça.
Segura e eficaz Rosana Richtmann assegurou que as vacinas contra a COVID-19 atualmente disponíveis são seguras. Falando especificamente sobre a CoronaVac, da qual ela participou das pesquisas, a infectologista explicou que a tecnologia para desenvolvê-la é bastante conhecida pelos cientistas e já foi utilizada na
Em live promovida pela Arquidiocese de São Paulo sobre a vacinação contra a COVID-19, é destacada a eficácia e a segurança dos imunizantes
produção de outros imunizantes. Em relação à eficácia, a infectologista ressaltou que a principal angústia da maioria das pessoas infectadas pelo novo coronavírus é se terá que ser hospitalizada, passar pela terapia intensiva ou até se vai sobreviver. Nesse sentido, Rosana apontou que os imunizantes apresentaram resultado muito satisfatório para evitar o desenvolvimento da forma mais grave da doença. “As vacinas hoje conseguiram fazer com que quem tenha a doença possa se tratar em casa”, acrescentou a médica, assinalando que o primeiro objetivo dessa imunização é evitar que as pessoas sejam hospitalizadas, ocupem leitos de UTI ou morram por complicações decorrentes da COVID-19. “Esta é a primeira geração de vacinas. Atualmente, nós temos cerca de 200 vacinas sendo estudadas. Seguramente, teremos gerações melhores de vacinas. Porém, não dá para esperar. Hoje já temos um produto extremamente seguro e eficaz”, completou Rosana, sublinhando que não adianta haver vacinas sem vacinação. Por isso, o principal objetivo, no momento, é vacinar o maior número possível de pessoas.
Prevenção de casos graves e mortes O médico Jamal Suleiman observou, por exemplo, que os estudos que comprovaram a eficácia global (capacidade de evitar que qualquer indivíduo que receba a vacina adoeça) da CoronaVac – de 50,38% – foram realizados
em pessoas altamente expostas, uma vez que os voluntários dos testes eram profissionais da Saúde na linha de frente do combate à COVID-19. “O fato de, naquele número de pessoas expostas, não haver ninguém em quem o vírus tivesse evoluído de forma severa, é um motivo para comemorarmos, não é algo irrelevante”, disse. Outro aspecto salientado pelo infectologista é que não se pode perder de vista que existe uma emergência sanitária que precisa ser controlada, e que somente depois que um grande contingente da população estiver vacinado é
que se saberá se a transmissão do vírus foi interrompida. Por isso, Suleiman reforçou que a vacinação deve ser vista além do aspecto da imunização individual, mas, sim, em relação a toda a comunidade. “Não tenham medo. Todos vamos nos proteger se tomarmos a vacina que estiver disponível”, garantiu.
Contra-indicações Os internautas também perguntaram se há alguma contra-indicação para essas vacinas. Os especialistas Governo do Estado de São Paulo
enfatizaram que os imunizantes que combatem o novo coronavírus não são contra-indicados para pessoas que costumam ser alérgicas a algum medicamento ou componente usado em outros tipos de vacinas. “Por precaução, recomendamos que a pessoa sempre comente, no momento da vacinação, se já houve alguma reação após receber outra vacina”, disse Rosana. Também não há contra-indicação para pessoas que tenham alguma doença crônica. “Temos que ter muito mais cautela com a doença [COVID-19] do que com as vacinas”, reforçou a infectologista.
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Governo do Estado de São Paulo
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Para gestantes e menores de 18 anos Os especialistas recordaram que ainda não foram feitos testes conclusivos dessas vacinas em crianças e adolescentes menores de 18 anos e, por isso, esse grupo ainda está fora da vacinação. Porém, já estão começando a ser feitos os primeiros testes e, futuramente, a imunização será estendida a esse público. Já em relação às gestantes e lactantes, Rosana explicou que não há contra-indicações, mas cautela. Por isso, cada situação deve ser avaliada pelos médicos. “Se uma paciente gestante trabalha em uma terapia intensiva, está na linha de frente e não vai sair do trabalho por causa da gestação, eu indico a vacina”, exemplificou a profissional da Saúde.
Máscara, álcool e distanciamento continuam No encontro, também foi enfatizado que a vacinação não elimina a necessidade da continuidade de todas as medidas para evitar a disseminação do vírus. “A ciência ainda não demonstrou que alguém, estando vacinado, deixa de transmitir o vírus para outra pessoa”, afirmou Rosana, explicando que será preciso ter aproximadamente 70% da população vacinada para haver, de fato, uma imunidade coletiva ou de “rebanho”, e, assim, começar a se pensar na flexibilização das medidas sanitárias. Entretanto, como observou Suleiman, ainda não há vacinas suficientes para todos, nem garantia formal de que isso ocorra tão logo. “Nossa responsabilidade social é proteger a todos. Por isso, temos que ter consciência disso e, todos os dias, ao acordar, pensar: ‘Como eu faço para proteger a mim e aos outros?’”, completou.
Questões éticas e morais Além de tratarem dos aspectos científicos e do âmbito social da vacinação, os internautas também levantaram questões a respeito das implicações éticas e morais da imunização contra a COVID-19. O Cardeal destacou um “ponto polêmico”, sobre o qual, “segundo notícias, tem havido questionamentos acerca da origem do processo de produção da vacina, que estaria empregando material obtido de embriões humanos
Primeiros vacinados contra a COVID-19 são os profissionais da Saúde, indígenas e pessoas que vivem em instituições de longa permanência
abortados não espontaneamente, mas intencionalmente” para a pesquisa. “Eu não sou cientista para afirmar até que ponto essa questão subsiste ou não. Posso afirmar, porém, que o problema foi posto também para a Igreja”, enfatizou Dom Odilo, lembrando que a Congregação para a Doutrina da Fé, “que é o braço do Papa que responde por questões de fé e moral”, se pronunciou a respeito. O Arcebispo recordou a afirmação da Congregação para a Doutrina da Fé de que “o aborto provocado continua sendo moralmente inaceitável” e, com agravante se esse for provocado para fins de pesquisa ou industriais. “Portanto, haveria um agravante, com a intencionalidade inclusive utilitária do aborto provocado e o magistério da Igreja diz que nisso existe um ato de gravidade moral muito grande”, observou. O Cardeal Scherer explicou, porém, que quem toma a vacina, na maioria das vezes, desconhece esse fato e, por isso, não tem a intenção de participar do processo que eventualmente esteja na origem do imunizante. Ele destacou, ainda, que a pessoa que recebe a vacina “não participa do ato eticamente não aceitável que poderia estar na origem do seu processo de produção”. “Por isso, diz a Santa Sé, nesse caso, a quem toma a vacina não precisa se colocar o problema moral. Fique tranquilo, tome a vacina. A questão deste momento é cuidar da saúde, cuidar da vida, cuidar de não passar o vírus para ninguém”, acrescentou o Cardeal. A infectologista Rosana Richtmann, por sua vez, garantiu que, há muitos anos, a ciência deixou de adotar a prática do uso de embriões abortados na produção de vacinas e afirmou que “isso, absolutamente, já não é mais aceito”.
Papel da Igreja Para o Cardeal Scherer, a Igreja Católica, por ser uma comunidade
inserida na sociedade, tem a responsabilidade de conscientizar e insistir na necessidade dos cuidados contra a pandemia. “Nossas paróquias, comunidades, organizações eclesiais são caixas de ressonância dessas orientações. A Igreja está capilarmente presente em todas as áreas da cidade”, disse. Ele pontuou que iniciativas como esse evento virtual são formas de ajudar as pessoas a se informarem corretamente sobre o tema e a se conscientizarem de sua responsabilidade pessoal e social no combate à COVID-19. Dom Odilo recordou que o próprio Papa Francisco “tem incentivado publicamente a tomar a vacina e até dito que é um ato de responsabilidade moral e que é de gravidade moral se descuidar da questão do contágio”. Sobre si mesmo, o Purpurado ga-
rantiu: “Eu vou tomar a vacina assim que tiver a oportunidade e chegar a minha vez. Também estou entrando na fila e, portanto, espero pacientemente a minha vez. Enquanto isso, vou continuar a tomar todos os cuidados”. Por fim, o Arcebispo lembrou que a vacinação, que teve início em 17 de janeiro, ainda vai demorar para contemplar toda a população brasileira e, portanto, enquanto isso, é fundamental continuar com as medidas preventivas. “Todos nós temos uma ‘vacina’ na mão”, disse o Cardeal, ao reforçar o uso de máscara, do álcool em gel e da manutenção da distância física, que, como ele sublinhou, não precisa ser “social”, uma vez que as novas mídias possibilitam que as pessoas se façam presentes na vida umas das outras. Divulgação
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Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
Rito de dedicação da igreja e do altar Aspersão – O rito de dedicação é marcado por diversos símbolos e gestos. O primeiro deles é a aspersão com água benta sobre o povo, templo espiritual. Depois, asperge-se as paredes da igreja e o altar. Relíquias – Após a liturgia da Palavra, depois da invocação da ladainha de todos os santos, são depositadas no altar as relíquias de santos e mártires, para significar que o sacrifício dos membros do corpo de Cristo teve a sua origem no sacrifício daquele que é a cabeça. Nesse caso, foram colocadas as relíquias de São João Bosco, Santo Antônio de Sant’Anna Galvão e da jovem mártir brasileira Beata Albertina Berkenbrock. Cardeal Scherer unge com o óleo do Crisma o altar da igreja matriz da Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, durante rito de dedicação
Em Santana, Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus tem igreja e altar dedicados Fernando Geronazzo
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O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, presidiu no sábado, 30 de janeiro, a missa com o rito de dedicação do altar e da igreja matriz da Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, na Região Episcopal Santana. O templo, inaugurado há 93 anos, faz parte do complexo mantido pelos padres da Pia Sociedade de São Francisco de Sales (Salesianos), na zona Norte, onde funciona um colégio e um centro universitário.
Ele habita o mundo inteiro, mas “nós precisamos de casa para Deus, de um lugar onde encontrá-lo”, afirmou, acrescentando que os templos fazem parte do testemunho da presença divina nas cidades. O Cardeal enfatizou que nas igrejas a família de Deus se reúne ao redor do altar, a mesa na qual se atualiza o sacrifício de Cristo e se celebra o banquete eucarístico, lugar onde se inicia o caminho da vida cristã, recebe-se o consolo, o conforto, o perdão e a misericórdia de Deus.
História A Igreja Santa Teresinha do Menino Jesus tem sua origem em 1918, quando os Salesianos adquiriram uma chácara no Alto de Santana, onde construíram, em primeiro lugar, um campo de fute-
bol e um galpão para os alunos do Liceu Coração de Jesus, localizado em Campos Elísios, passearem e brincarem. Em 1924, começou a ser construída uma igreja votiva de Santa Teresinha, para cumprir um voto feito pelo Padre Luiz Marcigaglia, então Diretor do Liceu, em agradecimento pela proteção recebida durante a Revolução de 1924. A capela foi inaugurada em 4 de abril de 1927. Em 27 de outubro de 1940, foi criada a Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, tendo esse templo como matriz. Pároco há três anos, Padre Sílvio César da Silva explicou ao O SÃO PAULO que a igreja não possuía um altar fixo no presbitério. Por isso, houve a iniciativa de confeccioná-lo e pedir que o Arcebispo o dedicasse, assim como a igreja, que ainda não havia passado por esse rito.
Igreja viva “Vocês têm a oportunidade única de participar desta celebração muito rica de significados. A dedicação de um templo é para nós a recordação daquilo que somos como Igreja”, afirmou Dom Odilo, na homilia, referindo-se ao trecho da segunda leitura dessa missa, tirada da Primeira Carta aos Coríntios, na qual São Paulo destaca que o povo é a construção, o santuário vivo de Deus. “Os simbolismos, sinais e palavras deste rito colocam em evidência a Igreja do Deus vivo, das pessoas, a comunidade que o acolhe com fé e o adora em espírito e em verdade, como Jesus afirma no Evangelho [Jo 4,19-24] no encontro com a samaritana, como acabamos de ouvir”, acrescentou o Arcebispo. Dom Odilo ressaltou, ainda, que Deus não precisa de casa, pois Unção do templo é feita nas 12 cruzes fixadas nas paredes
Dignidade do templo Antes do Concílio Vaticano II, o rito de dedicação das igrejas e altares era comum nas catedrais e grandes santuários assim que eram inaugurados ou tinham suas obras concluídas. Após o Concílio, esse rito se estendeu às demais igrejas, inclusive as que já estavam em funcionamento há mais tempo, para ressaltar a dignidade do templo e a sacralidade do lugar de culto. “Para a nossa comunidade, é um momento muito bonito, que dá um sentido ainda maior para este espaço litúrgico que une a Igreja”, expressou o Pároco, sublinhando que a riqueza do rito de dedicação é como uma verdadeira catequese sobre a casa de Deus e seu povo.
Prece de Dedicação – O celebrante profere uma oração na qual manifesta a intenção de dedicar o templo a Deus para sempre, pedindo a sua bênção. “Que aqui os pobres encontrem misericórdia, os oprimidos alcancem a verdadeira liberdade e todos sintam a dignidade de ser vossos filhos e filhas, até que, exultantes, cheguem à Jerusalém celeste”, diz um trecho da prece. Unção – O altar e as paredes da igreja são ungidos com o óleo do Crisma. Pela unção, o altar se torna o símbolo de Cristo, que é o “Ungido” por excelência com o Espírito Santo. Já a unção da igreja, feita nas 12 cruzes fixadas nas paredes (em templos de dimensões menores isso se faz em quatro cruzes), em recordação dos apóstolos, sinaliza que o templo é perpetuamente dedicado ao culto cristão. Incenso – Após a unção, é queimado incenso sobre o altar, para significar que o sacrifício de Cristo “sobe para Deus em odor de suavidade”; mas também para exprimir que as orações dos fiéis sobem até o trono de Deus. Também toda a igreja é incensada, sinalizando que aquela é uma casa de oração, assim como o povo, templo vivo. Revestimento e Iluminação – Por fim, o altar é revestido como sinal de que aquele é o lugar do sacrifício eucarístico e a mesa do Senhor, em volta da qual o sacerdote e os fiéis celebram o memorial da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Em seguida, o altar é iluminado com velas, para recordar que Cristo é “luz para a revelação aos povos” e com sua claridade resplandece a Igreja. O templo também é iluminado simbolicamente com velas colocadas junto às cruzes que foram ungidas. Eucaristia – Preparado o altar, é celebrada a Eucaristia, parte principal e a mais antiga de todo o rito de dedicação de uma igreja.
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O recomeço de vida no Brasil com o apoio da Caritas Arquidiocesana O SÃO PAULO apresenta a história de duas famílias venezuelanas amparadas pela CASP; em meio à pandemia, serviços foram adaptados para manter atendimentos a refugiados e solicitantes de refúgio
Arquivo Pessoal
Oportunidades Haygar Maria García de Calojero chegou ao Brasil, em 2018, em busca de novas oportunidades com o esposo, Oscar Eduardo Calojero Romero, e os filhos, Santiago e Moisés. “Via meus filhos passando necessidades e decidi partir. Na Venezuela, ganhava o equivalente a R$ 40 por mês como professora universitária”, disse Haygar, Roseane Welter ESPECIAL PARA O SÃO PAULO que é graduada em Administração e pós-graduada Em todo o mundo, historicamente, a em Recursos Humanos. Cáritas atua na perspectiva da ação social e Depois de várias tentativas, encontrou ajuda nos da solidariedade em favor da vida. Promove Venezuelanos, Haygar Maria e Oscar Calojero Romero chegaram ao Brasil com os filhos em 2018 projetos sociais da CASP. a defesa dos direitos humanos e do desenvolvimento solidário de políticas públicas, “Fiz o cadastro na entidade Recomeço em busca de emprego para garantir o susatuando com os pobres e excluídos, resnão saíam de casa e precisavam de ajutaurando e devolvendo-lhes a dignidade. da. Muitas ficaram desempregadas e sem Quando chegou ao Brasil, há quase tento da minha família. Hoje, graças à Caritas, que nos estendeu a mão no momenO significado da palavra Caritas é renda. Os canais on-line repercutiram e dois anos, José Adolfo Rodriguez, 33, encontrou apoio na CASP. Veio da Venezueto em que mais precisávamos, estamos, eu “caridade”, prática da dimensão social do aproximaram as pessoas. Não tem preço a la, país que há anos vive uma situação de e meu esposo, trabalhando, sustentando Evangelho que exige a valorização da pessensação de ter feito o bem a alguém. Disoa humana, como criatura de Deus, por minuir um pouco o impacto da realidade instabilidade política e econômica. e garantindo o futuro dos nossos filhos”, meio de gestos de fraternidade e igualdade sofrimento de tantos seres humanos é “Deixei tudo para trás em busca de afirmou Haygar. de, fundamentados no testemunho e no gratificante”, ressaltou Lígia de Camargo melhores condições de vida. Lá faltavam “Além de toda a ajuda que foi disponibilizada à minha família, a Cacomprometimento com os mais pobres. Molina, 37, advogada da Caritas no setor comida, trabalho, e estávamos rodeados ritas é a segunda casa para nós, veEm São Paulo, desde o início da atual Proteção. por insegurança e medo”, recordou Rodriguez, que entrou no Brasil por Pacaraima nezuelanos, onde somos acolhidos e pandemia e a vigência das regras de isola“Com a alteração, a equipe passou a mento social, a Caritas Arquidiocesana de (RR), após vários dias de viagem por terra. amparados independentemente das usar celulares para realizar os atendimentos. O contato pessoal, o olho no olho, São Paulo (CASP) precisou readaptar sua De lá, foi para Boa Vista, também em Ronecessidades”, afirmou. gera empatia e proximidade com a pessoa linha de atendimentos, do modo presenraima, depois para Macial para o modelo remoto, sem deixar de naus (AM) e, atualmente, e sua necessidade. O contato virtual não é atuar frente às necessidades da população, mora em São Paulo. a mesma coisa, mas é o caminho viável e especialmente dos migrantes e solicitantes “A Caritas me ajudou possível neste momento”, afirmou Karina de refúgio. a providenciar os docuSatomi Matsumoto, 31, orientadora social mentos necessários para A modalidade virtual possibilitou a da Caritas. o recomeço. Aqui me continuidade de praticamente todos os Segundo os profissionais da instituição, senti acolhido. Não é fáserviços oferecidos pela instituição, nas a pandemia evidenciou ainda mais a situcil deixar tudo e recomeação de vulnerabilidade social e aumentou áreas de acolhida, assistência, integração, çar, mas foi necessário. a busca por serviços de documentação, proteção e saúde mental. Consegui emprego em encaminhamento para vagas de emprego, “A equipe Acolhida faz o primeiro atendimento, recebe os contatos por um restaurante na região ajuda assistencial e auxílio relacionado à e-mail ou mensagem de celular e encamicentral da capital e um lusaúde mental. nha aos setores responsáveis. Dinâmica gar para morar”, destacou “Nós fazemos um trabalho humanitário, atendemos pessoas em situação de semelhante ao modelo presencial, com o Rodriguez. refúgio que saíram de seus países de oridiferencial de que todos estão atuando em Com a chegada da gem de maneira forçada e tentam recocasa, mas a eficiência dos trabalhos perpandemia, ele ficou demanece”, destacou Nilton de Carvalho, 38, sempregado. “Foi difícil. meçar suas vidas aqui, em novo contexto, jornalista da CASP. Precisei de ajuda assistenem nova cultura, e agora em meio a uma cial e a Caritas, mais uma “Por causa das restrições, as pessoas pandemia”, disse Carvalho. vez, amparou-me com a Caritas Arquidiocesana de São Paulo doação de cestas básicas, que me ajudam a superar este momento”, disse Rodriguez, que, também, agradeceu o cuidado e a atenção que recebeu dos funcionários e voluntários da Caritas. Com o suporte do atendimento na Caritas remoto, ele renovou o Registro Nacional Migratório (RNM), na Polícia Federal. “Fui muito bem atendido na Caritas, como sempre, com amor, respeiEntrega de cestas básicas é uma das ações intensificadas pela CASP ao longo desta pandemia to e verdade”, afirmou.
12 | Reportagem/Fé e Vida | 3 a 9 de fevereiro de 2021 |
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Uma preciosa ajuda que faz sorrir para a vida Fotos: Instituto Sorrir Para Vida
Cirurgiões-dentistas voluntários se unem em projeto para garantir tratamento odontológico especializado a pacientes oncológicos ou com deficiência em situação de vulnerabilidade social Roseane Welter
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
Entre 2018 e 2019, houve o registro de 1,2 milhão de diagnósticos confirmados de pessoas com câncer, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). A cirurgiã-dentista Marisa Helena de Carvalho, 58, já se recuperou de dois cânceres de mama e viveu de perto os efeitos colaterais causados pela quimioterapia. Após ter superado a doença, ela decidiu ajudar outros pacientes na busca por tratamento especializado e, assim, fundou, em 2007, o Instituto Sorrir Para Vida, em parceria com Vanessa de Carvalho Fabrício, médica oncologista. O instituto tem como missão resgatar e devolver sorrisos, recobrar a saúde, elevar a autoestima e proporcionar melhor qualidade de vida aos pacientes em tratamento.
De portas abertas A organização social, sem fins lucrativos, atende crianças, adolescentes, adultos e idosos com câncer, com alguma deficiência ou alterações comportamentais severas. Oferece atendimento odontológico completo, gratuito e de qualidade, auxiliando o paciente, seus familiares e cuidadores na busca conjunta de uma melhor qualidade de vida. O instituto também realiza um trabalho de prevenção da saúde bucal. “Além de cuidar da necessidade em si, orientamos sobre higienização, alimentação, entre outros cuidados básicos e essenciais. Por causa do tratamento, esses pacientes
Instituto Sorrir Para Vida, por meio de tratamentos odontológicos, proporciona qualidade de vida a pacientes oncológicos e pessoas com deficiência
precisam redobrar os cuidados com a saúde da boca”, afirmou Marisa. A cirurgiã-dentista ressaltou que “alguns tratamentos de quimioterapia e radioterapia desenvolvem no paciente a mucosite, que é uma lesão (ferida) na mucosa da boca, a qual inflama e acumula bactérias. O tratamento se dá por meio da laserterapia, que proporciona alívio da dor, mais conforto e controle da inflamação”. Ainda são poucos os profissionais especializados em tratamento odontológico a pessoas com deficiência. Segundo dados do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo, são apenas 530 dentistas capacitados nesse atendimento em todo o Brasil. É um desafio e ao mesmo tempo muito gratificante. É um diferencial na minha vida e na vida dos pacientes atendidos”, disse Aline Narciso, 41, dentista, especialista em Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais e voluntária do projeto desde 2013.
Sorrir de novo Kazuko Nishida, 70, é uma das pessoas atendidas no Sorrir Para Vida. “No início da pandemia de COVID-19, fui diagnosticada com câncer de mama. Passei por cirurgia de mastectomia e várias sessões de quimioterapia. Foram
momentos difíceis e de muita luta pela vida”, recordou. “Aqui fui bem atendida por profissionais capacitados, que, além do tratamento da mucosite e da saúde da boca, cuidam da minha autoestima, me devolvem a vontade de viver e sorrir. Estou usando máscara, por causa da pandemia, mas, quando chego em casa, faço questão de me olhar no espelho e sorrir”, disse, emocionada, Kazuko.
Bem servir “O que inspira os voluntários do instituto é ver o sorriso no rosto da pessoa que chegou com dor, é ver uma mãe contente porque seu filho foi bem acolhido, é saber que aquele paciente depois de muito tempo teve a oportunidade de voltar a comer sem dor, sorrir sem medo e sem a preocupação de colocar as mãos no rosto porque sentia vergonha da sua boca e de seus dentes”, enfatiza Marisa, recordando que o instituto conta com 32 dentistas voluntários. Um deles é Felippe Barbosa, 27, dentista especialista em Saúde Coletiva da Família, que atua no projeto há três anos: “Todos, independentemente da sua condição social, têm direito a tratamento de saúde digno, mas isso nem sempre acontece. Por isso, a importância do Sorrir
Para Vida com a atuação de voluntários conscientes e unidos pela causa dos mais vulneráveis”, afirmou. “O que me motiva a ser voluntária aqui é a história de cada paciente. Chegam tristes, sofrendo, e saem gratos e felizes pelo atendimento e amor que recebem. Aqui, cuidamos da pessoa como um todo, a doença precisa ser levada em conta, mas a cura e o valor da vida é a prioridade a ser resgatada”, afirmou Valéria Nena, 54, dentista estomatologista. O Instituto Sorrir Para Vida registrou no ano passado a marca de 2.843 procedimentos e 950 pacientes atendidos e, em média, 10 pessoas passam na clínica diariamente. “Os números expressivos acontecem graças à generosidade de parceiros que contribuem financeiramente para a manutenção da sede, equipamentos, medicamentos. Os voluntários viabilizam a execução prática do projeto, diariamente”, enfatizou Marisa.
Conheça o Instituto Sorrir Para Vida
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Você Pergunta ‘Posso acender velas pelas almas no quintal e dentro de casa?’ Padre Cido Pereira
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A pergunta é da Regina Maria, de Osasco (SP): “É errado acender velas pelas almas no quintal e dentro de casa?”. Bom, errado não me consta que seja, viu, Regina? Eu só não entendo por que e para que fazer isso. Tudo bem, a vela tem um significado bonito. Acesa, ela simboliza o Cristo luz do mundo, o Cristo que disse: “Quem me segue não anda nas tre-
vas”. A vela lembra também o Cristo que, enquanto ilumina, se consome. Pregado na cruz, Jesus se consumiu para encher de luz a nossa vida. Agora, por que espalhar velas acesas pela casa? Por que acender velas no quintal? Por que acender maços e maços de velas nos velários de nossas igrejas e nos cruzamentos de ruas? Pior ainda se estes hábitos não acompanham uma vida cristã consciente. Uma missa bem participada, uma
comunhão bem feita, um mergulho profundo na oração, uma leitura atenta e piedosa da Bíblia, um gesto de carinho e respeito pelos pobres valem muito mais do que sair pela casa ou pelo quintal acendendo velas. Mais triste ainda, Regina, é imaginar que o pedido feito vem mais pela vela queimada do que pelas preces que saíram do nosso coração. Não, minha irmã. Se ao lado de uma imagem ou num altar acendemos uma
vela, tudo bem. A chama é sinal de fé. Se, porém, acendemos velas apenas imaginando que nosso gesto está iluminando alguma alma, isso não é cristão. Você é uma pessoa piedosa, eu sei. Ore pelas almas dos seus entes queridos. Ofereça os frutos de uma missa que você assistiu pela remissão dos pecados dos entes queridos falecidos. Deixemos de lado esse acender de velas, particularmente se não sabemos direito o que queremos com isso.
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| 3 a 9 de fevereiro de 2021 | Pelo Brasil | 13
Estudante afirma que precisou retirar objetos religiosos para realizar prova do Enem Daniel Gomes
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Uma adolescente de 17 anos, moradora de São Paulo, disse aos pais que precisou retirar um escapulário e uma pulseira-Terço de Nossa Senhora para realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em 24 de janeiro. O fato tornou-se público no mesmo dia, por meio de uma postagem feita nas redes sociais por sua mãe, Cristina Mariotti. “Hoje fomos buscar nossa filha após o 2º dia do Enem, à R. Doutor Álvaro Alvim, 90 – Vila Mariana. Ao entrar no carro, ela nos informou que a supervisora da sala pediu que ela retirasse a pulseira de prata em formato de Terço e o escapulário para fazer a prova, pois, segundo afirmação da supervisora, A PROVA É LAICA!!!!!!”, escreveu Cristina. Ainda de acordo com a mãe, a adolescente questionou a obrigatoriedade, uma vez que no primeiro dia de prova, 17 de janeiro, não recebeu tal orientação. No site do Ministério da Educação, na seção que informa sobre itens proibidos para o ingresso na sala de prova, há indicativos de restrições a materiais como óculos escuros, bonés, chapéus, viseiras, livros, protetores auriculares, relógios de pulso, telefones celulares e outros dispositivos eletrônicos, mas não existe qualquer menção restritiva a objetos religiosos.
Procurado pela reportagem, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela aplicação do Enem, não respondeu aos questionamentos sobre se tinha ciência do ocorrido e se há orientações para que os participantes da prova não adentrem às salas onde é aplicada, portando objetos religiosos
ou outros sinais que expressem a fé que professam.
Laicidade Até o momento, não há registros de ocorrências similares durante os dias de aplicação da prova do Enem, mas ainda que este tenha sido um fato isolado, isso não atenua sua gravidade. Luciney Martins/O SÃO PAULO
Em artigo publicado no O SÃO PAULO, em junho de 2020, o advogado Paulo Henrique Cremoneze, vice-presidente da União dos Juristas Católicos de São Paulo (Ujucasp), apontou que no Brasil, “como a Constituição Federal garante a amplitude da liberdade religiosa, sob a própria proteção divina, ninguém poderá se sentir por isso ofendido ou, em razão da crença nessa proteção, se ver relegado ao plano da subcidadania”. Durante uma live, em novembro de 2020, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, alertou sobre as distorções que recorrentemente são feitas sobre a laicidade do Estado, por vezes erroneamente entendida como “a exclusão da participação dos cidadãos que têm alguma crença ou fé”. Ele também ressaltou que “o cidadão católico não pode ser considerado de segunda categoria na vida pública, e a sua contribuição para o bem comum não pode ser desqualificada pelo fato de ele professar uma fé”. Também a esse respeito, a constituição dogmática Lumen gentium, 36, indica que, “assim como se deve reconhecer que a cidade terrena se consagra a justo título aos assuntos temporais e se rege por princípios próprios, assim com razão se deve rejeitar a nefasta doutrina que pretende construir a sociedade sem ter para nada em conta a religião, atacando e destruindo a liberdade religiosa dos cidadãos”.
ANÁLISE
Eu não sou laico! Valdir Reginato
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
O acontecimento causou perplexidade e revolta aos católicos que tomaram contato com ele pelas redes sociais, que não mereceu pela mídia oficial a mesma divulgação. O fato registrado durante o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é mais um exemplo de perseguição aos que manifestam a sua fé, de modo particular aos católicos. Uma estudante ao se apresentar para a realização da prova foi impedida, repito, impedida de entrar na sala usando um escapulário e uma discreta pulseira-Terço de Nossa Senhora. A justificativa não encontra respaldo em nenhum item citado dentre os objetos que os estudantes candidatos não deveriam portar a exemplo de: óculos escuros, celulares, fones de ouvido ou aparelhos eletrônicos, entre outros. A argumentação, por mais absurda e inacreditável que possa parecer, foi: “A PROVA É LAICA”. É possível constatar a preocupação diante da repressão crescente, imposta por aqueles que deturpam o laicismo do Estado, cerceando a liberdade de ma-
nifestação da fé, por interesses escusos. O que é ser laico? “Característica do que ou daquele que não faz parte do clero; que não pertence a instituição ou ordem religiosa: empresa laica; escola laica; Estado laico.” Uma prova, pelo fato de ser realizada pelo Estado, não é laica ou deixa de ser por si própria. Agora, a pergunta que se coloca é: implicaria algo uma estudante usar um escapulário e uma pulseirinha de Terço durante a prova? A quem ela estaria desrespeitando? A quem ela estaria prejudicando? Algum estudante passaria mal por perceber (com esforço) aqueles objetos? Poderia ela estar se beneficiando em relação aos demais? A verdade é que não há qualquer explicação razoável, minimamente, para justificar o ocorrido. Ela foi proibida pela fiscal de sala presente e isso foi ratificado pelo coordenador, o que é mais grave. Por quê? Porque isso significa que existiria uma possível orientação superior para que ninguém agisse assim. O fato, aparentemente discreto, é a ponta de um iceberg gigante que caminha diretamente contra tudo o que diga respeito à fé, e é necessário que se enfatize: a fé cristã. A evidência dos
fatos crescentes, tanto em quantidade quanto na violência das manifestações, é registrada por todo o mundo. Não basta quebrar imagens. Não há limites para o vandalismo nas igrejas. A profanação do sagrado é manifestação de “liberdade”! Seguramente, o Cristianismo é a religião mais perseguida há tempos, na história moderna, e nas últimas décadas, com uma voracidade criminosa avassaladora. Tudo baseado na liberdade de expressão. Há liberdade para tudo, menos para se manifestar cristão! Se um estudante foi com uma camiseta do “Che Guevara” (assassino responsável pela morte de milhares), não foi impedido, certamente. Se outro estava com uma blusa estampando os ícones do Comunismo, Ateísmo ou Anarquismo, sem problemas (não são símbolos religiosos). Mas alguém resolveu realizar a prova em trajes seminus, pelo calor, que certamente desviaria a atenção, atrapalhando a muitos. Não há limites para cada um se vestir como quiser. Se na roupa houvesse um desenho pornográfico, em nada isso está contra a laicidade do Estado, mas uma pulseira-Terço de Nossa Senhora é um
“desrespeito” à nação e aos demais! Eu não sou laico! É preciso sair do silêncio, da passividade! É preciso estar disposto a entrar na arena com leões! Foi assim que os primeiros cristãos espalharam, plantaram e regaram as sementes do Cristianismo. Não pela revolta agressiva. Não pela luta com as mesmas armas, mas com a perseverança na fé e esperança de quem se sabe ser um cristão de verdade. Certamente não é na pulseirinha-Terço que demonstramos a nossa fé, ainda que seja uma manifestação carinhosa. Nem é sequer pelo uso devocional do escapulário de Nossa Senhora do Carmo, com toda promessa mariana nele presente. Mas a nossa coragem de coração é fundamental. Uma resistência pacífica que repercute mais do que mil canhões. Os primeiros cristãos não entravam nas arenas de cabeça baixa, como arrependidos, mas continuavam cantando, alegres, louvores ao Senhor! Que neste ano dedicado a São José, Padroeiro da Igreja, saibamos com o seu silêncio e serenidade, aprender e transmitir a força do Amor a Deus. Valdir Reginato é médico de família e articulista do O SÃO PAULO
14 | Papa Francisco | 3 a 9 de fevereiro de 2021 |
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Papa institui o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos Filipe Domingues
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
Com o objetivo de promover o diálogo entre as gerações mais jovens e os mais velhos e valorizar as pessoas com mais idade, num contexto de “cultura do descarte”, o Papa Francisco instituiu o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, que será celebrado em todo quarto domingo de julho, perto da memória dos avós de Jesus, São Joaquim e Sant’Ana. “O Espírito Santo desperta ainda hoje
nos idosos pensamentos e palavras de sabedoria: a voz deles é preciosa porque canta o louvor a Deus e cuida das raízes dos povos. Eles nos recordam que a velhice é um dom e que os avós são o elo entre as gerações, para transmitir aos jovens experiência de vida e fé”, declarou o Pontífice, no domingo, 31 de janeiro. O Pontífice lembrou que “os avós tantas vezes são esquecidos” e apontou ser importante “que os avós encontrem os netos e que os netos se encontrem com os avós, porque – como diz o profeta Joel –
os avós diante dos netos sonharão, terão grandes desejos, e os jovens, tomando força dos avós, irão em frente, profetizarão”.
Relação com Amoris laetitia De acordo com o Cardeal Kevin Farrell, Prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, a decisão do Papa Francisco é o primeiro fruto do atual ano dedicado a uma maior reflexão sobre o tema da família, partindo da exortação apostólica Amoris laetitia. Em comunicado, ele afirma que “a
Nas missões, compartilhar o que ‘vimos e ouvimos’ na relação com Jesus Sair pelas estradas e chamar a todos os que encontrarem pelo caminho. “Não podemos deixar de afirmar o que vimos e ouvimos”, dizem os Atos dos Apóstolos (4,20), passagem que se tornou o tema escolhido pelo Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões, que a Igreja celebrará no dia 24 de outubro. “Quando experimentamos a força do amor de Deus, quando reconhecemos sua presença de Pai na nossa vida pessoal e comunitária, não podemos deixar de anunciar e compartilhar o que vimos e escutamos”, afirma o Papa, na mensagem. “A relação de Jesus com os seus discípulos, a sua humanidade que se revela no mistério da Encarnação, no seu
Vatican Media - out.2017
Vaticano divulga mensagem para o Dia Mundial das Missões, que acontecerá em 24 de outubro
Evangelho e na sua Páscoa nos mostram até que ponto Deus ama a nossa humanidade, faz próprias as nossas alegrias e os nossos sofrimentos, os nossos desejos e as nossas angústias”, escreve. “Com Jesus, vemos, escutamos e toca-
mos as coisas, que podem ser diferentes.” No contexto atual, “há urgente necessidade de missionários de esperança, que, ungidos pelo Senhor, sejam capazes de lembrar profeticamente que ninguém se salva sozinho”, diz ele. (FD)
Evento pela fraternidade com o Grande Imã e o secretário da ONU O Papa Francisco vai celebrar a Jornada Internacional da Fraternidade Humana em um evento on-line organizado pelo príncipe dos Emirados Árabes, o xeque Mohammed Bin Zayed, com a
participação do Grande Imã de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyeb, e do secretário das Nações Unidas, António Guterres. O encontro ocorrerá na quinta-feira, 4, e se inspira no documento assinado
em Abu Dhabi pelo Papa e pelo Grande Imã, em 2019, em que propõem que todas as pessoas de fé se unam na promoção da paz, por meio do encontro com o outro, o diferente. (FD)
pastoral dos idosos é uma prioridade inadiável para toda comunidade cristã”. Nas palavras do Cardeal, “é preciso apagar a cultura do descarte e valorizar os carismas dos avós e dos idosos”. É previsto que o Papa presida uma celebração eucarística com essa especial intenção em 25 de julho, no Vaticano. Outras iniciativas serão anunciadas em breve, mas o Dicastério já convida todas as dioceses e paróquias a investir no tema e celebrá-lo da forma mais adequada em seu contexto pastoral.
Todo membro da Igreja aceita os ensinamentos do Concílio Vaticano II Os ensinamentos do Concílio Vaticano II não podem ser negociados, afirmou o Papa Francisco no sábado, 30 de janeiro. “O Concílio é magistério da Igreja. Ou você está com a Igreja e, portanto, segue o Concílio, ou não segue, o interpreta do seu modo, e não está com a Igreja”, declarou, em audiência com representantes da Igreja na Itália, após encontro promovido pelo Escritório Catequético Nacional. “Estamos vivendo uma seletividade em relação ao Concílio”, disse, citando exemplos históricos. Ele avalia que a catequese ensinada pelo Concílio “ouve o coração humano” e está “atenta a renovar-se”. Portanto, devem ser reeducados os que se apresentam como “católicos verdadeiros”, mas negam o Concílio ou o manipulam. “Neste ponto, temos que ser exigentes, severos”, comentou. (FD)
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| 3 a 9 de fevereiro de 2021 | Pelo Mundo/Fé e Vida | 15
Bispos criticam abandono de resoluções internacionais antiaborto pelos Estados Unidos José Ferreira Filho
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O governo do novo presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou na Organização Mundial da Saúde (OMS), em janeiro, que voltará a apoiar ações em educação, saúde e direitos sexuais reprodutivos. Com isso, permitirá que os Estados Unidos auxiliem novamente grupos internacionais pró-aborto.
Reação da Igreja Os principais bispos dos Estados Unidos condenaram a revogação das políticas pró-vida pela nova administração do país. A conferência dos bispos norte-americanos (USCCB, na sigla em inglês) advertiu que, sob a ordem de Biden, os Estados Unidos contribuiriam para o fomento do aborto tanto no país quanto no mundo em desenvolvimento. “É lamentável que um dos primeiros atos oficiais do presidente Biden promova ativamente a destruição de vidas humanas nas nações em desenvolvimento”, afirmaram Dom Joseph Naumann, Arcebispo de Kansas City, e Dom David Malloy, Bispo de Rockford. Eles são, respectivamente, Presidente do Comitê Pró-Vida dos Bispos dos Estados Unidos, e Presidente do Comitê Internacional de Justiça e Paz dos prelados norte-americanos. Consenso de Genebra Com essa resolução, Biden deixa de lado a política traçada por seu antecessor, Donald Trump, de combater o aborto internamente e em fóruns internacionais. Ao mesmo tempo, indica a saída dos Estados Unidos de uma aliança internacional contra o aborto, anunciada em outubro do ano passado e apoiada com ênfase pelo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. A aliança internacional, denomi-
nada Consenso de Genebra, foi criada por 32 países. Na ocasião, além de Brasil e Estados Unidos, aderiram ao documento Arábia Saudita, Polônia, Iraque, Indonésia, Egito, Congo, Paquistão e Zâmbia, entre outros. Os governos dessas nações decidiram vetar todos os termos relacionados à saúde reprodutiva e direitos sexuais em programas e resoluções internacionais, pois, argumentam, o uso desses termos seria uma abertura para a legalização do aborto, o que as organizações internacionais negam, sob o argumento de que as resoluções não se sobrepõem às leis nacionais.
O que preconiza a Política Na contramão do que prevê essa aliança internacional e tida como uma de suas principais iniciativas, Biden, além de retirar os Estados Unidos do Consenso de Genebra, revogou a Política da Cidade do México, outro importante instrumento em defesa da vida. A ‘Política da Cidade do México’ foi instituída pela primeira vez em 1984, pelo presidente Ronald Reagan. Seu nome é derivado do local da conferência da ONU sobre população em que foi anunciada. A Política foi rescindida pelos presidentes democratas Clinton, Obama e agora Biden; e reinstaurada pelos presidentes repu-
blicanos George W. Bush e Trump. De acordo com ela, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) não pode distribuir fundos de planejamento familiar para Organizações Não Governamentais (ONGs) estrangeiras que realizam ou promovem o aborto. Em resposta à revogação de tal disposição, o Arcebispo Naumann e o Bispo Malloy pediram a Biden que parasse de financiar grupos pró-aborto e trabalhasse com a Igreja no “desenvolvimento humano integral”. “Esta ordem executiva é contrária à razão, viola a dignidade humana e é incompatível com o ensino católico. Instamos o presidente a usar seu cargo para o bem, priorizando os mais vulneráveis, incluindo os nascituros”, declararam os bispos.
O Brasil no contexto Para fontes da área diplomática do Brasil, não há como essa aliança internacional não ser afetada negativamente com a saída de um de seus principais integrantes. Durante sua intervenção na reunião ocorrida na OMS, a delegação brasileira informou que está “pronta e disposta” a trabalhar com todos os outros países para fortalecer a organização e os termos estabelecidos pelo Consenso de Genebra. Fontes: Catholic News Service e O Globo March For Live
Com mobilização dos movimentos pró-vida, EUA tinham agenda antiaborto no governo Trump
Margaret Karram é eleita presidente do Movimento dos Focolares Daniel Gomes
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Em assembleia on-line, no domingo, 31 de janeiro, o Movimento dos Focolares elegeu sua nova presidente para os próximos seis anos: Margaret Karram, 58, nascida em Haifa, na Terra Santa. O estatuto dos Focolares estabelece que o cargo de presidente seja sempre ocupado por uma mulher. O nome de Margaret foi aprovado pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, na segunda-feira, dia 1º. A nova presidente já ocupou cargos de responsabilidade dos Focolares em Los Angeles, nos Estados Unidos, e em Jerusalém, e colaborou em várias comissões e organizações
para a promoção do diálogo inter-religioso, como a Comissão Episcopal para o Diálogo Inter-Religioso, na Assembleia dos Católicos Ordinários da Terra Santa. Desde 2014, atua no Centro Internacional dos Focolares como conselheira para a Itália e a Albânia, e como corresponsável pelo diálogo entre os movimentos eclesiais e as novas comunidades católicas.
O movimento Participam desta assembleia dos Focolares, que no dia 7 terá sua conclusão, 359 pessoas, representando as diferentes culturas, gerações, vocações, pertenças eclesiais e credos religiosos do movimento, que hoje está presente em 182 países, com mais de 2 milhões de integrantes.
O movimento foi fundado em 1943, em Trento, na Itália, durante a 2ª Guerra Mundial, por Chiara Lubich (1920-2008), com a proposta de ser uma corrente de renovação espiritual e social e ter a fisionomia de uma grande e variada família, de um “povo novo nascido do Evangelho”. Foi aprovado em 1962 com o nome oficial de Obra de Maria. O foco das ações é o de cooperar para a construção de um mundo mais unido, no respeito e na valorização das diferenças. Para alcançar tal meta, o movimento se empenha no diálogo e na construção de relacionamentos fraternos entre os indivíduos, povos e âmbitos culturais. Defende, também, um estilo de vida novo no campo civil, na economia e na política.
Liturgia e Vida 5º Domingo do Tempo Comum 7 DE FEVEREIRO DE 2021
A luta do homem sobre a terra PADRE JOÃO BECHARA VENTURA “Não é acaso uma luta a vida do homem sobre a terra?” (Jó 7,1). Nascer é uma luta, que comporta choro e dor. O sustento cotidiano é uma luta. A formação profissional, a educação dos filhos, o cultivo da oração, a resistência às tentações, a velhice, a doença, as adversidades… Tudo é luta! E não deixaremos este mundo sem um último e decisivo combate: a morte. A palavra agonia vem de agōn e significa “luta”. Por isso, São Paulo manda: “Combate o bom combate da fé!” (1Tm 6,12). Pertencemos à “Igreja Militante”, e a Crisma nos tornou “soldados de Cristo”. Não podemos temer a luta diária! Quando nos faltarem forças, digamos: “O Senhor é minha luz e salvação, de quem eu terei medo?” (Sl 26,1) e lembremos deste conselho: “Fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus” (2Tm 2,1). O consolo e a força jamais faltarão a quem os busca no Senhor. Há também um combate espiritual contra três inimigos claros: a carne, o mundo e o diabo. A “carne” é o inimigo interno, nossa sujeição à soberba, ao egoísmo, à gula, à preguiça e à impureza. “Não faço o bem que quero, mas faço o mal que não quero” (Rm 7,19)… É preciso lutar sem cessar, submetendo-nos a certa disciplina na oração, nos alimentos, no trabalho e no uso do tempo. Afinal, “os atletas se abstêm de tudo para ganhar uma coroa perecível; nós, porém, para ganharmos uma imperecível” (1Cor 9,25). O “mundo” é a mentalidade – na qual vivemos imersos – de uma sociedade que ignora Deus. Dotado de falsos valores, falsos heróis e de um falso moralismo, o mundo rejeita a piedade, os Mandamentos e a Cruz de Cristo. Propaga erros, injustiças, vaidades e esperanças vãs. Corrompe até mesmo a religião, adaptando-a às ideias do momento, ao comodismo e ao pecado. São Tiago denuncia: “Não sabeis que a amizade com o mundo é inimizade com Deus?” (Tg 4,4). O diabo é o conhecido tentador, o semeador das discórdias, dos pensamentos obsessivos, dos desejos de suicídio, dos adultérios, dos sacrilégios e das apostasias. Incita a alma a pecar para depois atirá-la, como com Judas, no remorso estéril. Perverte o senso de justiça, transformando-o em ódio. Revolta contra a dor e endurece corações. Retira a simplicidade para que, preso nos próprios pensamentos, o homem não olhe para Deus, não se confesse e não encontre paz e perdão. Não à toa, Jesus “expulsou muitos demônios” (Mc 1,34), e São Paulo afirmou que combatemos “contra os espíritos do mal” (Ef 6,12). No Evangelho, o Senhor dá um exemplo de como se preparar para as lutas: “De madrugada, quando ainda estava escuro, levantou-Se e foi rezar num lugar deserto” (Mc 1,35). Ele ensinou aos apóstolos: “Vigiai e orai para não cairdes em tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26,41). A oração é o sustento necessário para se vencerem as batalhas! É um remédio potente contra o pecado, o egoísmo, a tristeza, o desespero e a soberba. Aliada à “espada do Espírito, que é a palavra de Deus” (Ef 6,17), a oração nos levará à vitória!
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Luciney Martins/O SÃO PAULO
16 | Geral | 3 a 9 de fevereiro de 2021 |
www.osaopaulo.org.br No site do jornal O SÃO PAULO, você acessa conteúdos atualizados sobre a Igreja e a sociedade em São Paulo, no Brasil e no mundo. A seguir, algumas notícias e artigos publicados recentemente. Santa Sé inclui novos santos no Calendário Romano Geral https://cutt.ly/KkdyrDR Consagrados, sacerdotes e bispos participam de missa presidida pelo Cardeal Scherer, na terça-feira, 2, na Basílica Nossa Senhora do Carmo
Cardeal Scherer: ‘Somos de Deus, pertencemos ao Senhor’ Afirmou o arcebispo metropolitano em missa na terça-feira, 2, na comemoração do Dia Mundial da Vida Consagrada Fernando Geronazzo
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Os religiosos e religiosas que vivem e atuam na Arquidiocese de São Paulo celebraram o 25º Dia Mundial da Vida Consagrada ao participar de uma missa na terça-feira, 2, festa litúrgica da Apresentação do Senhor. A Eucaristia, organizada pelo Regional São Paulo da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB-SP), foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, na Basílica Nossa Senhora do Carmo, na Bela Vista. A missa também foi em ação de graças pelo 19º aniversário da ordenação episcopal de Dom Odilo. Nomeado Bispo Auxiliar de São Paulo por São João Paulo II em 28 de novembro de 2001, ele recebeu a ordenação episcopal em 2 de fevereiro de 2002, na Catedral de Toledo (PR), pela imposição das mãos do Cardeal Cláudio Hummes, então Arcebispo de São Paulo. Além de vários sacerdotes, concelebraram a missa na terça-feira os bispos auxiliares de São Paulo, Dom Eduardo
Vieira dos Santos, Dom Jorge Pierozan e Dom Ângelo Ademir Mezzari, este último Bispo Referencial para a Vida Consagrada na Arquidiocese; e, também, o Frei Carlos Silva, nomeado Bispo Auxiliar de São Paulo, que receberá a ordenação episcopal no próximo dia 13.
Luz para os povos Esta festa litúrgica é marcada pelo rito de bênção das velas na entrada da igreja, que depois são acesas, recordando que Jesus, apresentado no templo, é a luz que ilumina os povos. Na homilia, o Cardeal Scherer destacou que a Igreja celebra o Dia Mundial da Vida Consagrada, na Festa da Apresentação do Senhor, pois, assim como Jesus foi apresentado no templo e consagrado a Deus, os religiosos são pessoas especialmente consagradas a Deus para darem testemunho de Cristo no meio do povo. “O sentido da vida consagrada é uma bênção nas suas múltiplas expressões, na pregação do Evangelho, muitas vezes sem palavras, tão necessária na atualidade. Carismas que se renovam segundo as necessidades do tempo e pelo sopro do Espírito Santo”, afirmou o Arcebispo. O Cardeal manifestou seu apreço por todos os consagrados e expressou sua admiração pela presença deles como testemunhas de Jesus Cristo na cidade, por meio de seus diferentes carismas e obras. “Vocês participam da vida e da missão da Igreja. Cada instituto, a seu modo, expressa e vive uma página do
Evangelho”, afirmou. “Caríssimos religiosos e religiosas, coragem! Renovem, hoje, a sua consagração. Esta é a condição profunda do cristão: somos de Deus, pertencemos ao Senhor”, exortou Dom Odilo.
Dar a vida pelo Reino Irmã Leonia Terezinha Weber, 79, é religiosa há 56 anos na Congregação da Irmãs do Imaculado Coração de Maria. Ela relatou ao O SÃO PAULO que ser uma consagrada é ter uma vida inteira dedicada ao Reino de Deus. Também destacou que celebrar o dia da vida consagrada na Festa da Apresentação do Senhor é um convite constante a essa entrega ao Senhor. “Todos os dias, devemos nos apresentar diante de Deus para renovarmos nossa total disponibilidade para servi-lo”, afirmou. No fim da celebração, Padre Rubens Pedro Cabral, Coordenador Regional da CRB-SP, fez uma saudação a todos os religiosos. “Novamente, unimo-nos entre as alegrias e dores, trevas e esperanças, para celebrar esse memorável e importante Dia Mundial da Vida Consagrada. Assim, convém recordar que todo o bem continua a ser construído em nossas escolas, instituições, paróquias, bairros periféricos ou centrais, onde a criatividade de iniciativas marca uma presença anunciadora da possibilidade de uma realidade mais humana, reconstruindo e regenerando vidas, para que o Reino de Deus se torne mais visível”, manifestou o Religioso.
Missionários de Pemba participam de reunião no Regional Sul 1 da CNBB https://cutt.ly/Zkdyo6U Comissão arquidiocesana promove formação litúrgico-musical sobre a Quaresma https://cutt.ly/6kdyf4Y Fraternidade e Associação São Francisco de Assis na Providência de Deus
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Papa aos religiosos: ‘Precisamos da paciência corajosa de caminhar’ O Papa Francisco também presidiu uma missa com os consagrados na Basílica de São Pedro na terça-feira, 2. Na homilia, ele refletiu a partir da figura de Simeão, que, durante toda a sua vida, esteve à espera, exercitando a paciência do coração. Em seguida, o Santo Padre indicou aos consagrados três “lugares” de onde a paciência se concretiza. O primeiro
deles é a vida pessoal, diante da qual, após oferecer a vida a Deus com entusiasmo e generosidade, o consagrado também se depara com decepções e frustrações. “Devemos ter paciência conosco e esperar, confiantes, os tempos e as modalidades de Deus: Ele é fiel às suas promessas”, exortou. O segundo lugar é a vida comunitária. “Às vezes, surgem conflitos e não
se pode exigir uma solução imediata, nem se deve julgar precipitadamente a pessoa ou a situação: é preciso saber dar tempo ao tempo, procurar não perder a paz, esperar o momento melhor para uma clarificação na caridade e na verdade”, recomendou o Papa. Como terceiro lugar, Francisco afirmou que é preciso ter paciência com o mundo. “Simeão e Ana culti-
vam no coração a esperança anunciada pelos profetas, mesmo se tarda a se realizar e cresce lentamente no meio das infidelidades e ruínas do mundo”, disse o Pontífice. “Precisamos da paciência corajosa de caminhar, explorar novos caminhos, procurar aquilo que o Espírito Santo nos sugere”, concluiu o Papa. (FG)