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Espiritualidade

DOM JORGE PIEROZAN

BISPO AUXILIAR DA ARQUIDIOCESE NA REGIÃO SANTANA

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Na liturgia do 3o Domingo da Quaresma, a Igreja contempla o Cristo que é a água para nossa sede. A bem da verdade, Ele é a própria fonte: sempre podemos a Ele acorrer com nossa sede de esperança, justiça, vida, fé; com a aspiração de felicidade que está no coração de todos nós. Uma sede de água e de pão nos acompanha, mas também sede de carinho, cultura, respeito, dignidade, justiça, verdade e, acima de tudo, de fé genuína pois, o crescimento tecnológico faz esquecer a vida espiritual. Como batizados, de alguma forma devemos preencher a ausência de valores, o vazio interior. O Salmo 42 diz: “Como a corsa anseia pelas águas correntes, assim minh’alma anseia por Ti. Minh’alma tem sede de Deus”.

Dá-nos água para beber, dizia o povo devorado pela sede no deserto. Moisés bateu na rocha e jorrou água em abundância. Aquela rocha era Jesus, a rma São Paulo em 1Cor 10: era a fonte de água espiritual, oferecida a todos os povos para que ninguém mais tenha sede.

O Evangelho do 3o Domingo fala do encontro da samaritana com Jesus. A sede de água traz presente a sede de vida e de amor. A samaritana somos todos nós, sedentos de paz, alegria, repouso, aconchego em Deus. Há uma inquietude em nós: a água do poço de Jacó sacia por um curto espaço de tempo. A água que Jesus oferece sacia para sempre. Essa água viva é o Espírito Santo: uma nascente do divino em nós.

São Paulo, na 2ª leitura, nos diz: “Por Ele, fomos justi cados. O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”. Há multidões de sedentos que precisam ser saciados. Levemos Deus às pessoas por meio de um testemunho de alegria pela pertença à Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. Em nosso Batismo, recebemos o Espírito Santo: somos templos; portanto, somos profetas. Podemos falar em nome de Deus, proclamar suas maravi- desenho de leis e políticas públicas que levem em conta essa desigualdade e não queiram tratar a mulher como se um homem fosse ou como se todas as mulheres, em qualquer etapa da vida ou qualquer contexto social, fossem iguais. É fundamental tratar desiguais desigualmente.

É preciso repensar comportamentos para que o Direito, que os re ete em seu formalismo, possa trazer valores, princípios e novas condutas à luz da Doutrina Social. No âmbito da luta por direitos, parece faltar um advocacy católico mais corajoso, por meio do comportamento concreto de cada católico e da Igreja-instituição, contra qualquer forma de descarte da mulher – do cuidado com o feto ao tratamento da mulher idosa. Um comportamento que corrobore a defesa da dignidade da mulher em qualquer idade e contra qualquer forma de violência verbal ou sexual. Ao mesmo tempo, re ita um posicionamento rme, nada ideológico, mas principio lógico-valorativo, que se oponha a discursos de alguns grupos minoritários que reduzem nossos direitos sexuais e reprodutivos femininos à liberdade para a promiscuidade e ao aborto.

Por m, um comportamento que se coloque contra a defesa do trabalho até morrer, por meio de trabalho à exaustão, ou contra o descarte das mulheres idosas, reclusas para morrer no isolamento de asilos e institutos. E isso passa pela defesa e valorização da família, da comunidade e de um Estado que se inspire na Doutrina Social da Igreja e leve a direitos de cuidado das mulheres idosas em suas casas, com atendimento domiciliar, aposentadoria mínima digna, assistência nanceira, familiar e à sua saúde, em um momento da vida em que impera a fragilidade do corpo e no qual a expectativa de vida feminina é substancialmente maior do que a masculina.

Esta semana de comemoração de conquistas femininas, portanto, deve passar com essas re exões e lutas que coloquem a mulher no centro, na centralidade da pessoa humana posta pela Doutrina Social, e que tenham a coragem de tratar mulheres desiguais – em relação aos homens e dentro de seu próprio gênero – desigualmente, consolidando seus direitos, sem tratar as mulheres como se homens fossem.

CrisleineYamajiéadvogada,doutora emDireitoCivileprofessoradeDireitoPrivado. E-mail:direitosedeveresosaopaulo@gmail.com lhas. Este tempo já está no meio de nós! Mesmo que sejamos frágeis, quebráveis, não quemos na periferia da vida espiritual. Lembrei-me do cidadão que entrou na loja de jardinagem: “Moça, quanto custam esses vasos?” E ela responde: “O bom custa R$ 20 e o ruim R$ 85”. E ele: “Ué, mas por que o ruim é mais caro?”, ao que a moça responde: “É porque vaso ruim não quebra!” Sigamos, irmãos! Fragmentáveis, mas com os olhos tos no Senhor. Um dia tudo será colocado às claras. É melhor servir a Deus, hoje, que ser réu de um juízo eterno.

Que nada substitua nossa adesão total a Deus. Mesmo que sejamos aniquilados, que nada nos tire do caminho do Céu. Essa deve ser nossa meta: não perder a oportunidade de um dia estar na casa do Pai, poder olhar para Deus. O que é mais importante do que ver a Deus? E é o que nos está preparado desde toda eternidade: a Jerusalém celeste, cidade em que – no último dia – todos os que forem resgatados pelo sangue do Cordeiro entrarão, com Jesus, numa oferenda ao Pai. Que nada nos roube aquele momento. Continuemos... atentos, quebráveis, mas inquebrantáveis!

Ordena O De Dom Reginei Jos Modolo

Na manhã do domingo, 5, na Catedral Nossa Senhora Aparecida, em Cascavel (PR), aconteceu a ordenação episcopal de Dom Reginei José Modolo. Ele foi nomeado Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba (PR) pelo Papa Francisco em 7 de dezembro de 2022. O ordenante foi o Arcebispo de Cascavel, Dom Adelar Baru , e os coordenantes o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, e Dom José Antônio Peruzzo, Arcebispo de Curitiba. (com informações da Arquidiocese de Cascavel)

Errata

Na reportagem “Pastoral do Menor motiva católicos a se candidatarem aos conselhos tutelares”, publicada na edição 3436 do O SÃO PAULO, foi informado erroneamente o número de conselhos e conselheiros tutelares na cidade de São Paulo. O número correto é de 52 conselhos tutelares, com 260 conselheiros, e não 53 conselhos com 265 conselheiros como foi publicado.

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